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Russel Wood

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Professor da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, Anthony John R. Russell-Wood faleceu na sexta-feira, 13 de agosto. Jonh, como gostava de ser chamado pelos alunos, desenvolveu um olhar interdisciplinar sobre a história. O britânico partia do princípio “que a sola dos pés é boa para aprendermos a história de um lugar”. Ou seja, a melhor forma de adquirir conhecimento é ir a campo.Foi esse conceito que trouxe John ao Brasil, em 1965, para estudar a sociedade açucareira na Bahia. O pesquisador se interessou também pela economia e os métodos de produção de outra região: Minas Gerais, mais precisamente Ouro Preto. Em terras brasileiras até 1969, investigou as diversas identidades étnicas dos escravos. Com isso, iniciou uma filosofia particular de conhecimento do Império português atrelada à ideia de “mundo em movimento”.“Em todas as minhas pesquisas, sempre tentei inserir o Brasil em um contexto global. Para mim, essa é uma obrigação do historiador: situar as colônias em uma conjuntura mundial”, disse em entrevista à Revista de História da Biblioteca Nacional, em 2008.Durante o período em que esteve no Brasil, ele se dizia fascinado pela contribuição africana ao país, principalmente em Minas Gerais. Além dos assuntos acadêmicos, aprendeu a apreciar o feijão tropeiro e a degustar a famosa caipirinha brasileira.Anthony John R. Russell-Wood deixou um legado de pesquisas importantes para a história, como os livros “Um Mundo em movimento: os portugueses na África, Ásia e América, 1415-1808” (Difel, 1998) e “Escravos e libertos no Brasil colonial” (Civilização Brasileira, 2005). Em cinco décadas de carreira, ajudou a fundamentar a cultura da nossa época colonial.

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