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15 POEMAS+
VOLUME I I : LU NARBOTHELENA FRENZEL ED.
S É R I E
Série 15 Poemas+, Coletânea, Lu Narbot, 1a. Edição, Helena Frenzel Ed.
Copyright © 2013 Todos os direitos sobre os poemas aqui usados estão reservados à autora: Lu Narbot
(www.recantodasletras.com.br/autores/lunarbot).
Edição e imagem: Helena Frenzel
Copyright © 2013 Todos os direitos sobre esta edição digital estão reservados à editora: Helena Frenzel, St. Ingbert, Alemanha ([email protected]).
Todos os textos aqui usados com a permissão da autora. Esta edição pode ser livremente distribuída sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso não comercial - Vedada a criação de obras derivadas 2.5 Brasil, desde que na íntegra e com o devido crédito de autoria. Não é permitido de modo algum comercializá-la, alterá-la e/ou usá-la no todo ou em parte para gerar obras derivadas.
Obra disponível para baixar em: quintextos.blogspot.com
CRÉDITOS
i
Série15 Poemas+
ColetâneaVolume II, 1a Edição
Textos de Lu Narbot
Apresentação e edição: Helena Frenzel
Agosto de 2013
Esta publicação é parte do site Quintextos (quintextos.blogspot.com)
Venda proibida
SOBRE ESTE VOLUME
ii
À memória de meus pais, Humberto e Diva, que achavam bonitos os versos da
filhinha pequena e cujo estímulo persistiu mesmo quando a filhinha cresceu e
não perdeu a mania de escrever versos.
A meu marido, Edson e minhas filhas, Mariana e Maria Stella, que tiveram
amor e sensibilidade para me permitir a realização de muitos sonhos.
A Helena Frenzel, pelo estímulo à minha escrita, pelo incentivo a fazer-me
adentrar no universo dos contos, pelo auxílio em minhas dúvidas e o carinho no
preparo deste EBook.
E a todos os que partilharam comigo as diferentes fases do meu caminhar.
Lu Narbot.
A você, Lúcia,
com carinho, respeito e grande admiração
Helena Frenzel.
DEDICATÓRIA
iii
CRÉDITOS (i)SOBRE ESTE VOLUME (ii)
DEDICATÓRIA (iii)SOBRE A AUTORA (v)APRESENTAÇÃO (vii)
DÍVIDA (8)PARTO (9)POÇO (10)
À MINHA MÃE (11)PROCISSÃO DO ENCONTRO (12)
FUGA I (14)POESIA (16)
REFLEXO NO ESPELHO (17)FUGA II (18)
ANTIGUIDADE (19)ESPERANÇA (20)
ALDRAVIA 10 LN (21)O ANEL (22)IDADE (23)REDE (24)
SUMÁRIO
iv
Lúcia Edwiges Narbot Ermetice, (Lu Narbot) natural de São Paulo, nasceu em 1944. É médica formada pela Unicamp em 1969, ainda em atividade, exercendo a Dermatologia. Escritora amadora, escreve desde adolescência, mas sempre manteve seus escritos guardados em gavetas. Aos 60 anos, marido e filhas presentearam-na com a publicação de um livro de poesias, Versos ao Longo do Caminho, reunindo poemas escritos ao longo da vida. A partir de 2011 começou a publicar textos no Recanto das Letras. Participa do Portal do Poeta Brasileiro, núcleo Campinas e da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, cadeira 21. Tem participações em antologias, no blog Crônicas do BVIW e no Sem Vergonha de Contar. Mantém o blog Bonecas no meu coração (bonecasnomeucoracao.blogspot.com).
SOBRE A AUTORA
v
Meu resumo:
ATREVIMENTO
Não sou poeta nem aprendiz. Sou atrevida
puxo palavras n’alma enterradas
e as arrancopela raiz.
vi
Conheci Lu Narbot já há algum tempo, no Recanto das Letras, e de lá para cá, naturalmente, laços surgiram através de uma saudável troca de e-mails em torno de assuntos literários em comum. À medida em que fomos nos conhecendo, passei a admirá-la, sobretudo, por sua postura diante da vida e seu desejo de fazer as coisas bem feitas, cada vez melhor; como desenvolver-se na arte da escrita, por exemplo.
Escreve-se e publica-se por vários motivos, e dentre eles está o puro prazer da escrita e o desejo de aventurar-se por novos caminhos. Arrisco-me a dizer que estas têm sido as razões de Lu, coincidentes com as minhas. Ela própria não se define como poeta, denominação que também recuso, mas somos escritoras amadoras, com licença da palavra: amadoras mesmo, das que amam a escrita e a ela se dedicam só por gosto, não por profissão ou busca de prêmios e reconhecimento.
Por essas e outras razões pedi a ela alguns de seus textos para editarmos, juntas, este EBook para o Quintextos, um presente que, com muito carinho, quis lhe dar. Diante da proposta, Lu selecionou peças que para ela têm grande valor sentimental, seja pelas histórias que contam, como O ANEL, ou pela ocasião em que nasceram; e são uma homenagem a seus pais, que a incentivaram desde cedo a escrever.
Agora sobre os textos desta coletânea, por se tratar de um presente, muito se engana quem supõe não haver valor literário nestes versos simples e despretensiosos que há muito viveram “engavetados, tristonhos e machucados”, poemas e prosas poéticas que tanto lutaram, até fugiram, para vir à luz do Sol e falar da vida a outras vidas, de forma simples, sensível e humana, mostrando o seu valor. Ouça o que eles têm a dizer, sem preconceitos ou teorias, leia pelo simples prazer de ler, que é como se deve ler qualquer texto aliás, e tire suas próprias conclusões.
Helena Frenzel, St Ingbert, Alemanha, 31 de julho de 2013.
APRESENTAÇÃO
vii
Marcas do Tempoem todas as faces. Horas de_vidas.
DÍVIDA
1
8
Uma balbúrdia no meu cérebro palavras que se chocam
frases desconexas que se batem cacofonia atroz
deixa-me surda e inquieta.Aos poucos, do caos faz-se a ordem
as palavras se ajustamas frases se completamvolta o silêncio, a paz.
Alma e cérebro repousam sobre o poema recém-nato.
PARTO
2
9
Dói a saudadee cai no vazio.
A ausência é um poço cavado na alma.
Seco poçocujas águas
os olhos verteramem dias e noitesde atroz solidão.
POÇO
3
10
Gosto de lembrá-la, mãezinha, em época de Festas
na cozinha a prepararvelhas receitas de família,
tradicionais delíciasde Páscoa ou de Natal,
que me embalaram a infância e hoje me aquecem a velhice.
Com você aprendi a apreciar, mais que o sabor,
o valor das iguariassimples
herdadas do passado.Correu o Tempo
em suas águas mansas,e, hoje, o prepará-las
eu mesma, em meu recanto, é o laço forteque nos une,
superando a morte.
À MINHA MÃE
4
11
É tempo de Páscoae me vem à mente a infância
e as coisas simples que então havia:o capim pro coelhinho,
ovos cozidos tintos com cascas de cebola, e as procissões,
ah! as procissões.A do Encontro era de madrugada
bem cedinho;papai ia com os homens
por um caminhoe eu por outro,
com as mulheres.Ao fim da procissão,
defronte à Igreja,o Encontro,
que para mim, pequenininha,não era o do Cristo com Sua Mãe,
mas meu encontro com papai.Nas procissões noturnas
havia as velas, tão bonitas,e o medo de que alguém
incendiasse os cabelos do vizinho Quisera eu ser ainda
a menininhae, ao fim da procissão
PROCISSÃO DO ENCONTRO
5
12
do Encontro,poder, de novo, encontrar meu pai.
13
Em gavetas, abandonados Dormem meus versos tristonhos.Mesmo estando bem trancados Resvalam para os meus sonhos.
Que fazer com estes versos Que não querem se esconder?
Quando os vejo, estão dispersos Contrariando meu querer.
Toscos versos, emanados Do tropel dos sentimentos
Hoje fogem apressadosA escapar dos pensamentos.
Que fazer com estes versos Se não se deixam prender Preferindo estar dispersos Só p ́ra não me obedecer?
Insone, na madrugada Desejo estes versos calar.
Nem chave, nem tranca, nada Os conseguiu segurar.
FUGA I
6
14
Que fazer com estes versos Que não consigo reter?
Em sua própria alma imersos Vão-se eles, sem se deter.
Pobres versos machucados Desejam somente viver!
15
Letras colhidas Palavras juntadas Sonhos di_versos.
POESIA
7
16
Vem do espelhoo reflexo de uma facesurgida do passado.Ilusão passageira.
Apenas memórias que voltam perfumes da infância vestígios de saudade.
REFLEXO NO ESPELHO
8
17
Nas asas da saudade voa o Tempo e leva o sonho, a juventude,
os ecos da memória.Vidas fugazes
brilhos efêmeros amores de um dia
dançam a fugados ponteiros do relógio.
Fantasmas voltam e bailam no sentido anti-horário levantando o pó da vidajá coberta por mortalha.
FUGA II
9
18
Velhos veludos rubros, puídos
esgarçadas gazes rotas rendas
desbotadas fotos pó, mofo, miasmas.
Na sala escura dorme o passado
ressona, geme, mas, inquieto,
aos poucosensaia despertar.
ANTIGUIDADE
10
19
(indriso)
A espada da força perde o gume
nas lutas da Vida.A luz do olharperde o lume
nas estradas do Tempo.
Mas a Esperança persiste.
Sem força, sem lume, resiste.
ESPERANÇA
11
20
Palavras fugitivas
alma calada poeta
ALDRAVIA 10 LN
12
21
Um anel, uma jóia, um enfeite mais que isso
um elo de afeto unindouma alma que sofria
a uma outra que ouviao luto ainda não findo,
a dor que não se apagava, o coração que sangrava;e quem ouvia, ofertava
o consolo que podia.O anel trocou de mãos
presente-símbolo, oferta da alma que muito sofria àquela outra que ouvia.
O ANEL
13
22
(poetrix)
Furacão de sentimentos levados pelo Tempo.
Seren_idade.
IDADE
14
23
(indriso)
EntretecidoNa teia leve
O sorriso manso.
No emaranhado Do laço dado
Olhar dourado.
Rede perfeita de luz suave.
Prendeu o amado.
REDE
15
24