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São Tomás de Aquino - Suma Teológica (2ª Parte Da Parte II a)) (português)
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SUMA TEOLGICA
S. Toms de Aquino
(2 PARTE DA PARTE II a))
http://permanencia.org.br/
2
NDICE
Tratado sobre a F ........................................................................................ 20
Questo 1: Do objeto da f. ........................................................................... 20
Artigo 1 - Se o objeto da f a verdade primeira. ............................................ 20
Artigo 2 - Se o objeto da f algo de complexo, a modo do objeto do juzo. ........ 22
Artigo 3 - Se a f susceptvel de falsidade. .................................................... 23
Artigo 4 - Se o objeto da f algo de visvel. ................................................... 24
Artigo 5 - Se as verdades da f podem ser objeto de cincia. ............................. 26
Artigo 6 - Se as verdades da f devem distinguir-se em certos artigos. ............... 27
Artigo 7 - Se os artigos da f aumentaram na sucesso dos tempos. .................. 29
Artigo 8 - Se os artigos da f esto convenientemente enumerados. ................... 32
Artigo 9 - Se os artigos da f esto convenientemente dispostos no smbolo. ....... 35
Artigo 10 - Se pertence ao Sumo Pontfice ordenar o smbolo da f. .................... 37
Questo 2: Do ato de F. ............................................................................... 38
Artigo 1 - Se crer cogitar com assentimento. ................................................. 39
Artigo 2 - Se o ato da f se distingue convenientemente em ato de crer a Deus, crer
Deus e crer em Deus. ................................................................................... 40
Artigo 3 - Se crer necessrio salvao. ....................................................... 42
Artigo 4 - Se necessrio crer no que a razo natural pode provar. .................... 43
Artigo 5 - Se estamos obrigados a crer em alguma coisa explicitamente. ............. 44
Artigo 6 - Se todos esto obrigados igualmente a ter f explcita. ....................... 46
Artigo 7 - Se crer explicitamente no mistrio de Cristo necessrio salvao, para
todos. ......................................................................................................... 48
Artigo 8 - Se crer na Trindade explicitamente de necessidade para a salvao. .. 50
Artigo 9 - Se crer meritrio. ........................................................................ 51
Artigo 10 - Se a razo conducente s verdades da f diminui o mrito desta. ....... 53
Questo 3: Do ato exterior da F. ................................................................... 55
Artigo 1 - Se a confisso um ato de f. ......................................................... 55
Artigo 2 - Se a confisso da f necessria salvao. ..................................... 56
Questo 4: Da f em si mesma. ..................................................................... 57
Artigo 1 - Se uma definio exata da f a que d o Apstolo quando diz: a f a
substncia das coisas que se devem esperar um argumento das coisas que no
aparecem. ................................................................................................... 58
Artigo 2 - Se a f est na inteligncia como no sujeito. ..................................... 60
Artigo 3 - Se a caridade a forma da f. ......................................................... 62
3
Artigo 4 - Se a f informe pode vir a ser informada e inversamente. ................... 63
Artigo 5 - Se a f uma virtude. .................................................................... 64
Artigo 6 - Se a f uma s. ........................................................................... 66
Artigo 7 - Se a f a primeira das virtudes. ..................................................... 67
Artigo 8 - Se mais certa a f que a cincia e as outras virtudes intelectuais. ...... 69
Questo 5: Dos que tem a F. ........................................................................ 71
Artigo 1 - Se nem o anjo, nem o homem, na sua condio primitiva, tinham f. ... 71
Artigo 2 - Se os demnios tem f. .................................................................. 73
Artigo 3 - Se o hertico, que no cr num artigo de f, pode ter f informe nos
outros. ........................................................................................................ 74
Artigo 4 - Se pode um ter maior f que outro. .................................................. 76
Questo 6: Da causa da F. ........................................................................... 77
Artigo 1 - Se a f infundida no homem por Deus. ........................................... 77
Artigo 2 - Se a f informe um dom de Deus. .................................................. 79
Questo 7: Dos efeitos da F. ........................................................................ 80
Artigo 1 - Se o temor efeito da f. ................................................................ 80
Artigo 2 - Se a purificao do corao efeito da f. ......................................... 82
Questo 8: Do dom do intelecto. .................................................................... 83
Artigo 1 - Se o intelecto um dom do Esprito Santo. ....................................... 83
Artigo 2 - Se temos o dom do intelecto simultaneamente com o da f. ................ 85
Artigo 3 - Se o intelecto, considerado dom do Esprito Santo, prtico ou somente
especulativo. ................................................................................................ 86
Artigo 4 - Se o dom do intelecto infuso em todos os que tem a graa. .............. 87
Artigo 5 - Se o dom do intelecto existe mesmo nos que no tem a graa
santificante. ................................................................................................. 88
Artigo 6 - Se o dom do intelecto se distingue dos outros dons. ........................... 89
Artigo 7 - Se ao dom do intelecto corresponde a sexta bem-aventurana, a saber:
Bem-aventurados os limpos de corao porque eles viram a Deus. ..................... 91
Artigo 8 - Se, dentre os frutos, a f corresponde ao dom do intelecto. ................. 92
Questo 9: Do dom da cincia. ....................................................................... 94
Artigo 1 - Se a cincia um dom. ................................................................... 94
Artigo 2 - Se o dom da cincia versa sobre as coisas divinas. ............................. 95
Artigo 3 - Se a cincia, considerada como dom, uma cincia prtica. ................ 97
Artigo 4 - Se ao dom da cincia corresponde a terceira bem-aventurana, que :
Bem-aventurados os que choram, porque eles sero consolados. ....................... 98
Questo 10: Da infidelidade em comum. ......................................................... 99
Artigo 1 - Se a infidelidade pecado. ............................................................ 100
Artigo 2 - Se a infidelidade est no intelecto como no sujeito. .......................... 101
4
Artigo 3 - Se a infidelidade o mximo dos pecados. ...................................... 102
Artigo 4 - Se qualquer ao do infiel pecado. ............................................... 103
Artigo 5 - Se h vrias espcies de infidelidade. ............................................. 104
Artigo 6 - Se a infidelidade dos gentios ou dos pagos mais grave que as outras.
................................................................................................................ 106
Artigo 7 - Se se deve disputar publicamente com os infiis. ............................. 108
Artigo 8 - Se os infiis devem, de algum modo, ser compelidos a aceitar a f. ... 109
Artigo 9 - Se se pode ter comunho com os infiis. ......................................... 111
Artigo 10 - Se os infiis podem ter governo ou domnio sobre os fiis. .............. 113
Artigo 11 - Se se devem tolerar os ritos dos infiis. ........................................ 115
Artigo 12 - Se os filhos dos judeus e demais infiis devem ser batizados contra a
vontade dos pais. ....................................................................................... 116
Questo 11: Da heresia. .............................................................................. 119
Artigo 1 - Se a heresia uma espcie de infidelidade. ..................................... 119
Artigo 2 - Se a heresia versa propriamente sobre matria de f........................ 120
Artigo 3 - Se se devem tolerar os herticos. ................................................... 122
Artigo 4 - Se os convertidos da heresia devem, absolutamente, ser recebidos pela
Igreja........................................................................................................ 124
Questo 12: Da apostasia. ........................................................................... 126
Artigo 1 - Se a apostasia pertence infidelidade. ........................................... 126
Artigo 2 - Se o prncipe, por apostasia da f, perde o governo dos sditos, de modo
a estes j no estarem obrigados a lhe obedecer. ........................................... 128
Questo 13: Da blasfmia em geral. ............................................................. 129
Artigo 1 - Se a blasfmia se ope confisso da f. ........................................ 129
Artigo 2 - Se a blasfmia sempre pecado mortal. ......................................... 131
Artigo 3 - Se o pecado de blasfmia o maior dos pecados. ............................ 132
Artigo 4 - Se os condenados blasfemam. ....................................................... 133
Questo 14: Da blasfmia contra o Esprito Santo........................................... 134
Artigo 1 - Se o pecado contra o Esprito Santo o mesmo que o pecado de pura
malcia. ..................................................................................................... 134
Artigo 2 - Se so convenientemente assinaladas as seis espcies de pecado contra
o Esprito Santo: o desespero, a presuno, a impenitncia, a obstinao, a
impugnao da verdade conhecida e a inveja da graa fraterna........................ 137
Artigo 3 - Se o pecado contra o Esprito Santo irremissvel. ........................... 139
Artigo 4 - Se o homem pode pecar contra o Esprito Santo, sem ter cometido antes
outros pecados. .......................................................................................... 141
Questo 15: Da cegueira da mente e do embotamento do sentido. ................... 143
Artigo 1 - Se a cegueira da mente pecado. .................................................. 143
Artigo 2 - Se o embotamento do sentido difere da cegueira da mente. .............. 144
5
Artigo 3 - Se a cegueira da mente e o embotamento do sentido no nascem dos
vcios carnais. ............................................................................................ 145
Questo 16: Dos preceitos sobre a f, a cincia e o intelecto. .......................... 147
Artigo 1 - Se a lei antiga devia estabelecer preceitos relativos crena. ............ 147
Artigo 2 - Se a Lei Antiga estabeleceu convenientemente os preceitos relativos
cincia e ao intelecto................................................................................... 149
Tratado sobre a Esperana........................................................................... 151
Questo 17: Da esperana em si mesma. ...................................................... 151
Artigo 1 - Se a esperana uma virtude. ....................................................... 152
Artigo 2 - Se a felicidade eterna o objeto prprio da esperana. ..................... 153
Artigo 3 - Se podemos esperar para outrem a felicidade eterna. ....................... 154
Artigo 4 - Se podemos licitamente esperar no homem. .................................... 155
Artigo 5 - Se a esperana uma virtude teologal. ........................................... 156
Artigo 6 - Se a esperana uma virtude distinta das outras virtudes teologais. .. 157
Artigo 7 - Se a esperana precede a f. ......................................................... 158
Artigo 8 - Se a caridade anterior esperana. ............................................. 159
Questo 18: Do sujeito da esperana. ........................................................... 161
Artigo 1 - Se a esperana tem a vontade, como sujeito. .................................. 161
Artigo 2 - Se os bem-aventurados tm esperana. .......................................... 162
Artigo 3 - Se os condenados tm esperana. .................................................. 164
Artigo 4 - Se a esperana dos viadores susceptvel de certeza. ...................... 165
Questo 19: Do dom do temor. .................................................................... 166
Artigo 1 - Se Deus pode ser temido. ............................................................. 167
Artigo 2 - Se o temor se divide convenientemente em temor filial, inicial, servil e do
mundo. ..................................................................................................... 168
Artigo 3 - Se o temor do mundo sempre mau. ............................................. 169
Artigo 4 - Se o temor servil bom. ............................................................... 171
Artigo 5 - Se o temor servil substancialmente o mesmo que o temor filial. ...... 172
Artigo 6 - Se o temor servil coexiste com a caridade. ...................................... 173
Artigo 7 - Se o temor o incio da sabedoria. ................................................. 175
Artigo 8 - Se o temor inicial difere substancialmente do temor filial. ................. 176
Artigo 9 - Se o temor um dom do Esprito Santo. ......................................... 177
Artigo 10 - Se o temor diminui com o aumento da caridade. ............................ 179
Artigo 11 - Se o temor subsiste na ptria. ..................................................... 180
Artigo 12 - Se a pobreza de esprito a bem-aventurana correspondente ao dom
do temor. .................................................................................................. 182
Questo 20: Do desespero. .......................................................................... 184
Artigo 1 - Se o desespero pecado. .............................................................. 184
6
Artigo 2 - Se o desespero pode existir sem a infidelidade................................. 186
Artigo 3 - Se o desespero o mximo dos pecados. ........................................ 187
Artigo 4 - Se o desespero nasce da acdia. .................................................... 188
Questo 21: Da presuno........................................................................... 190
Artigo 1 - Se a presuno, pecado contra o Esprito Santo, se funda em Deus ou
nas nossas prprias foras. .......................................................................... 190
Artigo 2 - Se a presuno pecado............................................................... 192
Artigo 3 - Se a presuno se ope mais ao temor que esperana. .................. 193
Artigo 4 - Se a presuno causada pela vanglria. ....................................... 194
Questo 22: Dos preceitos relativos a esperana e ao temor. ........................... 195
Artigo 1 - Se se deve estabelecer algum preceito relativo virtude da esperana.
................................................................................................................ 195
Artigo 2 - Se a Lei devia estabelecer algum preceito relativo ao temor. ............. 197
Tratado sobre a Caridade ............................................................................ 198
Questo 23: Da caridade em si mesma. ........................................................ 199
Artigo 1 - Se a caridade amizade. .............................................................. 199
Artigo 2 - Se a caridade uma realidade criada na alma. ................................ 201
Artigo 3 - Se a caridade uma virtude. ......................................................... 203
Artigo 4 - Se a caridade uma virtude especial. ............................................. 204
Artigo 5 - Se a caridade uma s virtude. ..................................................... 205
Artigo 6 - Se a caridade a mais excelente das virtudes. ................................ 206
Artigo 7 - Se sem a caridade pode haver verdadeira virtude. ........................... 208
Artigo 8 - Se a caridade a forma das virtudes. ............................................. 210
Questo 24: Da caridade relativamente ao seu sujeito. ................................... 211
Artigo 1 - Se a vontade o sujeito da caridade. ............................................. 211
Artigo 2 - Se a caridade causada em ns por infuso. ................................... 212
Artigo 3 - Se a caridade infundida conforme a capacidade das faculdades naturais.
................................................................................................................ 213
Artigo 4 - Se a caridade pode aumentar. ....................................................... 215
Artigo 5 - Se a caridade aumenta por adio. ................................................. 216
Artigo 6 - Se a caridade aumenta por qualquer ato da mesma. ........................ 218
Artigo 7 - Se a caridade aumenta ao infinito. ................................................. 220
Artigo 8 - Se a caridade nesta vida pode ser perfeita. ..................................... 221
Artigo 9 - Se se distinguem convenientemente trs graus de caridade: a incipiente,
a proficiente e a perfeita. ............................................................................. 222
Artigo 10 - Se a caridade pode diminuir. ........................................................ 224
Artigo 11 - Se a caridade, uma vez possuda, pode perder-se. ......................... 226
Artigo 12 - Se a caridade se perde por um s ato de pecado mortal. ................. 228
7
Questo 25: Do objetivo da caridade. ........................................................... 231
Artigo 1 - Se o amor de caridade s se limita a Deus e no se estende ao prximo.
................................................................................................................ 231
Artigo 2 - Se a caridade deve ser amada com caridade. ................................... 233
Artigo 3 - Se tambm as criaturas irracionais devem ser amadas com caridade. . 234
Artigo 4 - Se o homem ama-se a si mesmo com caridade. ............................... 235
Artigo 5 - Se o homem deve amar o seu corpo com caridade. .......................... 237
Artigo 6 - Se devemos amar os pecadores com caridade. ................................ 238
Artigo 7 - Se os pecadores se amam a si mesmos. ......................................... 240
Artigo 8 - Se a caridade exige necessariamente que amemos aos nossos inimigos.
................................................................................................................ 241
Artigo 9 - Se a caridade exige necessariamente que manifestemos aos inimigos
sinais ou efeitos da nossa amizade. .............................................................. 243
Artigo 10 - Se devemos amar os anjos com caridade. ..................................... 244
Artigo 11 - Se devemos amar os demnios com caridade. ............................... 245
Artigo 12 - Se se enumerarem convenientemente os quatro objetos que devemos
amar com caridade - Deus, o prximo, o nosso corpo e ns mesmos. ............... 246
Questo 26: Da ordem da caridade. .............................................................. 248
Artigo 1 - Se h alguma ordem na caridade ................................................... 248
Artigo 2 - Se devemos amar mais a Deus que ao prximo. .............................. 249
Artigo 3 - Se o homem deve amar com caridade mais a Deus que a si mesmo. .. 250
Artigo 4 - Se o homem deve, com caridade, amar mais a si mesmo que ao prximo.
................................................................................................................ 252
Artigo 5 - Se o homem deve amar ao prximo mais que ao prprio corpo. ......... 253
Artigo 6 - Se devemos amar mais a um prximo que a outro. .......................... 254
Artigo 7 - Se devemos amar mais os melhores do que os mais chegados a ns. . 256
Artigo 8 - Se devemos amar mais aquele que nos mais chegado pela origem
carnal. ...................................................................................................... 258
Artigo 9 - Se devemos amar com caridade, mais aos filhos que aos pais. .......... 259
Artigo 10 - Se devemos, amar mais me que ao pai. .................................... 261
Artigo 11 Se devemos amar mais a mulher que o pai e a me. ...................... 262
Artigo 12 - Se devemos amar mais o benfeitor que o beneficiado. .................... 263
Artigo 13 - Se a ordem da caridade subsiste na ptria. .................................... 265
Questo 27: Do principal ato de caridade que o amor. .................................. 266
Artigo 1 - Se mais prprio da caridade amar ou ser amado. .......................... 267
Artigo 2 - Se amar, enquanto ato de caridade, difere da benevolncia. .............. 268
Artigo 3 - Se Deus deve ser amado, com caridade, por causa dele mesmo e no,
por causa de outro ser. ............................................................................... 269
Artigo 4 - Se Deus pode ser imediatamente amado nesta vida. ........................ 271
8
Artigo 5 - Se Deus pode ser totalmente amado. ............................................. 272
Artigo 6 - Se deve haver algum modo no amor divino. .................................... 273
Artigo 7 - Se mais meritrio amar o inimigo que o amigo. ............................. 275
Artigo 8 - Se mais meritrio amar ao prximo que a Deus. ........................... 276
Questo 28: Da alegria. .............................................................................. 278
Artigo 1 - Se a alegria um efeito da caridade em ns. ................................... 278
Artigo 2 - Se a alegria espiritual, causada pela caridade, pode ser mesclada de
tristeza...................................................................................................... 279
Artigo 3 - Se a nossa alegria espiritual, causada pela caridade, pode ser completa.
................................................................................................................ 280
Artigo 4 - Se a alegria uma virtude. ........................................................... 282
Questo 29: Da paz. ................................................................................... 283
Artigo 1 - Se a paz o mesmo que a concrdia. ............................................. 283
Artigo 2 - Se todos os seres desejam a paz. ................................................... 285
Artigo 3 - Se a paz um efeito prprio da caridade......................................... 286
Artigo 4 - Se a paz uma virtude. ................................................................ 287
Questo 30: Da misericrdia. ....................................................................... 288
Artigo 1 - Se o mal propriamente incita misericrdia. ................................... 289
Artigo 2 - Se os nossos defeitos so a razo pela qual temos misericrdia. ........ 290
Artigo 3 - Se a misericrdia uma virtude. .................................................... 292
Artigo 4 - Se a misericrdia a mxima das virtudes. ..................................... 293
Questo 31: Da beneficncia. ....................................................................... 295
Artigo 1 - Se a beneficncia um ato de caridade. ......................................... 295
Artigo 2 - Se devemos beneficiar a todos. ...................................................... 296
Artigo 3 - Se devemos beneficiar mais aos que nos so mais chegados. ............ 297
Artigo 4 - Se a beneficncia uma virtude especial. ....................................... 300
Questo 32: Da esmola. .............................................................................. 301
Artigo 1 - Se dar esmola ato de caridade. ................................................... 301
Artigo 2 - Se se distinguem convenientemente os gneros de esmolas. ............. 302
Artigo 3 - Se as esmolas corporais so mais principais que as espirituais. .......... 305
Artigo 4 - Se as esmolas corporais produzem efeito espiritual. ......................... 307
Artigo 5 - Se de preceito dar esmola. ......................................................... 308
Artigo 6 - Se devemos dar esmola do nosso necessrio. .................................. 310
Artigo 7 - Se podemos dar esmola do adquirido ilicitamente. ........................... 311
Artigo 8 - Se quem est sob o poder de outrem pode dar esmola. .................... 313
Artigo 9 - Se devemos dar esmola de preferncia aos que nos so mais chegados
................................................................................................................ 315
Artigo 10 - Se devemos dar esmola abundantemente. ..................................... 316
9
Questo 33: Da correo fraterna. ................................................................ 318
Artigo 1 - Se a correo fraterna ato de caridade. ........................................ 318
Artigo 2 - Se a correo fraterna de preceito. .............................................. 320
Artigo 3 - Se a correo fraterna pertence s aos prelados. ............................. 322
Artigo 4 - Se algum est obrigado a corrigir o seu prelado. ............................ 323
Artigo 5 - Se o pecador deve corrigir o delinquente. ........................................ 325
Artigo 6 - Se devemos cessar a correo fraterna, por temermos que o pecador
fique pior. .................................................................................................. 326
Artigo 7 - Se, na correo fraterna, deve por fora de preceito, a advertncia
secreta preceder pblica. .......................................................................... 327
Artigo 8 - Se a apresentao de testemunhas deve preceder a advertncia pblica.
................................................................................................................ 331
Questo 34: Do dio. .................................................................................. 332
Artigo 1 - Se podemos odiar a Deus. ............................................................. 332
Artigo 2 - Se odiar a Deus o mximo dos pecados. ....................................... 333
Artigo 3 - Se todo dio ao prximo pecado. ................................................. 335
Artigo 4 - Se o dio ao prximo o gravssimo dos pecados cometidos contra ele.
................................................................................................................ 336
Artigo 5 - Se o dio um vcio capital. .......................................................... 337
Artigo 6 - Se o dio nasce da inveja. ............................................................. 338
Questo 35: Da acdia. ............................................................................... 339
Artigo 1 - Se a acdia pecado. ................................................................... 340
Artigo 2 - Se a acdia um vcio especial. ..................................................... 342
Artigo 3 - Se a acdia pecado mortal. ......................................................... 343
Artigo 4 - Se a acdia deve ser considerada vcio capital. ................................ 344
Questo 36: Da inveja. ............................................................................... 346
Artigo 1 - Se a inveja tristeza. ................................................................... 346
Artigo 2 - Se a inveja pecado .................................................................... 348
Artigo 3 - Se a inveja pecado mortal. ......................................................... 350
Artigo 4 - Se a inveja vcio capital. ............................................................. 351
Questo 37: Da discrdia. ........................................................................... 353
Artigo 1 - Se a discrdia pecado. ............................................................... 353
Artigo 2 - Se a discrdia filha da vanglria. ................................................. 355
Questo 38: Da conteno. .......................................................................... 356
Artigo 1 - Se a conteno pecado mortal. .................................................... 356
Artigo 2 - Se a conteno filha da vanglria. ............................................... 358
Questo 39: Do cisma. ................................................................................ 359
Artigo 1 - Se o cisma pecado especial. ........................................................ 359
10
Artigo 2 - Se o cisma mais grave pecado que a infidelidade. .......................... 361
Artigo 3 - Se os cismticos tem algum poder. ................................................ 363
Artigo 4 - Se pena conveniente aos cismticos o serem excomungados. ......... 364
Questo 40: Da guerra. ............................................................................... 365
Artigo 1 - Se guerrear sempre pecado. ....................................................... 366
Artigo 2 - Se os clrigos e os bispos podem guerrear. ..................................... 368
Artigo 3 - Se licito nas guerras usar de insdias. ........................................... 370
Artigo 4 - Se lcito guerrear nos dias festivos. .............................................. 371
Questo 41: Da rixa. ................................................................................... 372
Artigo 1 - Se a rixa sempre pecado. ........................................................... 372
Artigo 2 - Se a rixa filha da ira. .................................................................. 373
Questo 42: Da sedio. ............................................................................. 375
Artigo 1 - Se a sedio um pecado especial, distinto dos outros. .................... 375
Artigo 2 - Se a sedio sempre pecado mortal. ............................................ 376
Questo 43: Do escndalo. .......................................................................... 377
Artigo 1 - Se o escndalo convenientemente definido como um dito ou um ato
menos reto, que d ocasio queda. ............................................................ 378
Artigo 2 - Se o escndalo pecado. .............................................................. 380
Artigo 3 - Se o escndalo pecado especial. .................................................. 381
Artigo 4 - Se o escndalo pecado mortal. .................................................... 382
Artigo 5 - Se de escndalo passivo tambm so susceptveis os vares perfeitos.
................................................................................................................ 384
Artigo 6 - Se os vares perfeitos so susceptveis de escndalo ativo. ............... 385
Artigo 7 - Se devemos abandonar os bens espirituais para evitar escndalo. ...... 386
Artigo 8 - Se devemos abandonar bens temporais para evitar escndalo. .......... 389
Questo 44: Dos preceitos da caridade.......................................................... 391
Artigo 1 - Se a sabedoria deve ser enumerada entre os dons do Esprito Santo. . 391
Artigo 2 - Se deviam estabelecer-se dois preceitos sobre a caridade. ................ 393
Artigo 3 - Se bastam dois preceitos sobre a caridade. ..................................... 395
Artigo 4 - Se foi convenientemente mandado que amemos a Deus de todo o
corao. .................................................................................................... 396
Artigo 5 - Se, convenientemente, ao preceito - Amars ao Senhor teu Deus de todo
o teu corao se acrescenta e de toda a tua alma, e de todas as tuas foras. ..... 397
Artigo 6 - Se o preceito do amor de Deus pode ser observado nesta vida. ......... 399
Artigo 7 - Se foi convenientemente dado o preceito do amor do prximo. .......... 400
Artigo 8 - Se a ordem da caridade objeto de preceito. .................................. 401
Questo 45: Do dom da sabedoria. ............................................................... 402
Artigo 1 - Se a sabedoria deve ser enumerada entre os dons do Esprito Santo. . 402
11
Artigo 2 - Se a sabedoria tem o intelecto como sujeito. ................................... 404
Artigo 3 - Se a sabedoria s prtica ou especulativa. .................................... 405
Artigo 4 - Se a sabedoria pode existir sem a graa e coexistir com pecado mortal.
................................................................................................................ 406
Artigo 5 - Se a sabedoria existe em todos os que tem a graa. ......................... 408
Artigo 6 - Se a stima bem-aventurana corresponde ao dom da sabedoria. ...... 409
Questo 46: Da estultcia. ........................................................................... 411
Artigo 1 - Se a estultcia se ope sabedoria. ................................................ 411
Artigo 2 - Se a estultcia pecado. ............................................................... 413
Artigo 3 - Se a estultcia filha da luxria...................................................... 413
Tratado sobre a prudncia ........................................................................... 414
Questo 47: Da prudncia em si mesma. ...................................................... 414
Artigo 1 - Se a prudncia reside na potncia cognoscitiva ou na apetitiva. ......... 415
Artigo 2 - Se a estultcia pecado. ............................................................... 416
Artigo 2 - Se a prudncia s pertence razo prtica, ou se tambm
especulativa. .............................................................................................. 417
Artigo 3 - Se a prudncia conhece o particular. .............................................. 419
Artigo 4 - Se a prudncia virtude. .............................................................. 420
Artigo 5 - Se a prudncia uma virtude especial. ........................................... 421
Artigo 6 - Se a prudncia preestabelece o fim s virtudes morais...................... 422
Artigo 7 - Se a prudncia pertence estabelecer o meio termo nas virtudes morais.
................................................................................................................ 424
Artigo 8 - Se mandar o ato principal da prudncia. ....................................... 425
Artigo 9 - Se a solicitude pertence prudncia. .............................................. 426
Artigo 10 - Se a prudncia se estende ao governo da multido ou se s ao de ns
mesmos. ................................................................................................... 427
Artigo 11 - Se a prudncia, concernente ao nosso bem prprio da mesma espcie
que a concernente ao bem comum. .............................................................. 428
Artigo 12 - Se a prudncia prpria dos sditos ou s dos chefes. ................... 430
Artigo 13 - Se pode haver prudncia nos pecadores. ....................................... 431
Artigo 14 - Se h prudncia em todos os que tm a graa. .............................. 432
Artigo 15 - Se a prudncia existe em ns por natureza. ................................... 433
Artigo 16 - Se a prudncia pode perder-se pelo esquecimento.......................... 435
Questo 48: As partes da prudncia. ............................................................ 436
Artigo nico - Se esto convenientemente assinaladas as partes da prudncia. .. 436
Questo 49: Das partes singulares e como integrantes da prudncia. ............... 439
Artigo 1 - Se a memria faz parte da prudncia. ............................................. 439
Artigo 2 - Se o intelecto faz parte da prudncia. ............................................. 440
12
Artigo 3 - Se a docilidade deve ser considerada parte da prudncia. ................. 442
Artigo 4 - Se a solrcia faz parte da prudncia. .............................................. 443
Artigo 5 - Se a razo deve ser considerada parte da prudncia. ........................ 444
Artigo 6 - Se a providncia deve ser considerada parte da prudncia. ............... 445
Artigo 7 - Se a circunspeco pode ser parte da prudncia. .............................. 447
Artigo 8 - Se a cautela deve ser considerada parte da prudncia. ..................... 448
Questo 50: Das partes subjetivas da prudncia. ........................................... 449
Artigo 1 - Se a arte de reinar deve ser considerada espcie da prudncia. ......... 449
Artigo 2 - Se a poltica deve ser considerada parte da prudncia. ..................... 450
Artigo 3 - Se a econmica deve ser considerada espcie de prudncia. .............. 452
Artigo 4 - Se se deve considerar uma espcie de prudncia de ordem militar. .... 453
Questo 51: Das virtudes anexas a prudncia. ............................................... 454
Artigo 1 - Se a eubulia uma virtude. ........................................................... 454
Artigo 2 - Se a eubulia uma virtude distinta da prudncia. ............................ 455
Artigo 3 - Se a snese virtude. ................................................................... 457
Artigo 4 - Se a gnome uma virtude especial, distinta da snese. ..................... 458
Questo 52: Do dom do conselho. ................................................................ 459
Artigo 1 - Se o conselho deve ser contado entre os dons do Esprito Santo. ....... 460
Artigo 2 - Se o dom do conselho corresponde convenientemente virtude da
prudncia. ................................................................................................. 461
Artigo 3 - Se o dom do conselho permanece na ptria. .................................... 462
Artigo 4 - Se a quinta bem aventurana, que sobre a misericrdia, corresponde
ao dom do conselho. ................................................................................... 464
Questo 53: Da imprudncia. ....................................................................... 465
Artigo 1 - Se a imprudncia pecado. ........................................................... 465
Artigo 2 - Se a imprudncia pecado especial. ............................................... 467
Artigo 3 - Se a precipitao pecado compreendido na imprudncia. ................ 469
Artigo 4 - Se a inconsiderao um pecado especial compreendido na imprudncia.
................................................................................................................ 470
Artigo 5 - Se a inconstncia um vicio compreendido na imprudncia............... 471
Artigo 6 - Se os referidos vcios nascem da luxria. ........................................ 472
Questo 54: Da negligncia. ........................................................................ 473
Artigo 1 - Se a negligncia um pecado especial. ........................................... 473
Artigo 2 - Se a negligncia se ope prudncia. ............................................. 475
Artigo 3 - Se a negligncia pode ser pecado mortal. ........................................ 476
Questo 55: Dos vcios opostos prudncia, que tem semelhana com ela. ....... 477
Artigo 1 - Se a prudncia da carne pecado. ................................................. 477
Artigo 2 - Se a prudncia da carne pecado mortal. ....................................... 479
13
Artigo 3 - Se a astcia um pecado especial. ................................................ 480
Artigo 4 - Se o dolo um pecado compreendido na astcia. ............................. 481
Artigo 5 - Se a fraude pertence astcia. ...................................................... 482
Artigo 6 - Se lcito ter solicitude pelas coisas temporais. ............................... 483
Artigo 7 - Se devemos ser solcitos pelo futuro. .............................................. 485
Artigo 8 - Se os referidos vcios nascem da avareza. ....................................... 486
Questo 56: Dos preceitos pertinentes prudncia. ........................................ 487
Artigo 1 - Se dentre os preceitos do declogo, devia ter sido estabelecido um para a
prudncia. ................................................................................................. 488
Artigo 2 - Se na Lei Antiga foram estabelecidos convenientemente preceitos
proibitivos dos vcios opostos prudncia. ..................................................... 489
Tratado sobre a justia ................................................................................ 490
Questo 57: Do direito. ............................................................................... 491
Artigo 1 - Se o direito objeto da justia. ...................................................... 492
Artigo 2 - Se o direito se divide convenientemente em direito natural e direito
positivo. .................................................................................................... 493
Artigo 3 - Se o direito das gentes o mesmo que o direito natural. .................. 495
Artigo 4 - Se devem distinguir-se especialmente o direito paterno e o ao senhor.
................................................................................................................ 496
Questo 58: Da justia. ............................................................................... 498
Artigo 1 - Se foi convenientemente definida pelos jurisperitos a justia como a
vontade constante e perptua de dar a cada um o que lhe pertence. ................ 498
Artigo 2 - Se a justia sempre relativa a outrem. ......................................... 500
Artigo 3 - Se a justia uma virtude. ............................................................ 501
Artigo 4 - Se o sujeito da justia a vontade. ................................................ 502
Artigo 5 - Se a justia uma virtude geral. .................................................... 504
Artigo 6 - Se a justia geral inclui essencialmente todas as outras virtudes. ....... 505
Artigo 7 - Se h uma justia particular alm da justia geral. ........................... 507
Artigo 8 - Se a justia particular tem matria especial. .................................... 508
Artigo 9 - Se a justia versa sobre as paixes. ............................................... 509
Artigo 10 - Se a mediedade da justia uma mediedade real. .......................... 511
Artigo 11 - Se o ato da justia consiste em dar a cada um, o que lhe pertence. .. 512
Artigo 12 - Se a justia tem preeminncia sobre todas as virtudes orais. ........... 513
Questo 59: Da injustia. ............................................................................ 514
Artigo 1 - Se a injustia um vcio especial. .................................................. 514
Artigo 2 - Se se considera injusto quem comete injustia................................. 515
Artigo 3 - Se podemos sofrer a injustia voluntariamente. ............................... 517
Artigo 4 - Se todo aquele que pratica uma Injustia peca mortalmente. ............ 518
14
Questo 60: Do juzo. ................................................................................. 519
Artigo 1 - Se o juzo um ato de justia. ....................................................... 520
Artigo 2 - Se licito julgar. .......................................................................... 521
Artigo 3 - Se o juzo fundado numa suspeita ilcito. ...................................... 522
Artigo 4 - Se as dvidas devem ser interpretadas no melhor sentido. ................ 524
Artigo 5 - Se devemos sempre julgar de acordo com as leis escritas. ................ 526
Artigo 6 - Se um juzo usurpado se torna pervertido. ...................................... 527
Questo 61: Das partes subjetivas da justia. ................................................ 528
Artigo 1 - Se a justia convenientemente dividida em duas partes, a distributiva e
a comutativa. ............................................................................................. 529
Artigo 2 - Se a mediedade considerada do mesmo modo na justia distributiva e
na comutativa. ........................................................................................... 531
Artigo 3 - Se a matria de ambas as justias diversa. ................................... 532
Artigo 4 - Se o justo absolutamente o mesmo que a reciprocidade de ao. .... 534
Questo 62: Da restituio. ......................................................................... 536
Artigo 1 - Se a restituio um ato de justia comutativa. .............................. 537
Artigo 2 - Se necessrio, para a salvao, fazer-se a restituio do que foi tirado
injustamente a outrem. ............................................................................... 538
Artigo 3 - Se basta restituir simplesmente o que foi injustamente tirado a outrem.
................................................................................................................ 540
Artigo 4 - Se devemos restituir o que no tiramos injustamente a outrem. ........ 541
Artigo 5 - Se devemos sempre restituir aquele de quem recebemos alguma coisa.
................................................................................................................ 542
Artigo 6 - Se quem se apoderou da coisa alheia est sempre obrigado a restitu-la.
................................................................................................................ 544
Artigo 7 - Se quem no tomou o alheio est obrigado a restituir. ...................... 546
Artigo 8 - Se estamos obrigados a restituir imediatamente ou se, ao invs,
podemos licitamente diferir a restituio. ...................................................... 548
Questo 63: Da aceitao das pessoas. ......................................................... 549
Artigo 1 - Se a aceitao de pessoas pecado. .............................................. 549
Artigo 2 - Se na dispensao dos bens espirituais h lugar para a aceitao de
pessoas. .................................................................................................... 551
Artigo 3 - Se no testemunhar a honra e o respeito h o pecado de aceitao de
pessoas. .................................................................................................... 553
Artigo 4 - Se no juzo tem lugar a aceitao de pessoas. ................................. 554
Questo 64: Do homicdio............................................................................ 555
Artigo 1 - Se matar quaisquer seres vivos ilcito. .......................................... 556
Artigo 2 - Se lcito matar os pecadores. ...................................................... 557
Artigo 3 - Se lcito ao particular matar um pecador....................................... 559
15
Artigo 4 - Se lcito aos clrigos matar os malfeitores. ................................... 560
Artigo 5 - Se lcito matar-se a si mesmo. .................................................... 561
Artigo 6 - Se lcito em algum caso matar um inocente. ................................. 563
Artigo 7 - Se lcito matar a outrem para nos defendermos. ............................ 565
Artigo 8 - Se quem mata casualmente um homem incorre no reato de homicdio.
................................................................................................................ 567
Questo 65: Dos outros pecados de injustia cometidos contra a pessoa. .......... 568
Artigo 1 - Se mutilar um membro pode ser lcito em algum caso. ..................... 568
Artigo 2 - Se lcito aos pais aoitar os filhos, ou aos senhores, os escravos. .... 570
Artigo 3 - Se lcito encarcerar algum. ........................................................ 572
Artigo 4 - Se o pecado se agrava quando as referidas injustias so cometidas
contra pessoas chegadas a outras. ............................................................... 573
Questo 66: Do furto e do roubo. ................................................................. 574
Artigo 1 - Se natural ao homem a posse dos bens externos. .......................... 574
Artigo 2 - Se lcito a algum possuir uma coisa como prpria. ....................... 575
Artigo 3 - Se da essncia do furto o apoderar-se ocultamente das coisas alheias.
................................................................................................................ 577
Artigo 4 - Se o furto e a rapina so pecados especificamente diferentes. ........... 578
Artigo 5 - Se o furto sempre pecado. .......................................................... 579
Artigo 6 - Se o furto pecado mortal. ........................................................... 581
Artigo 7 - Se lcito furtar por necessidade.................................................... 582
Artigo 8 - Se pode haver rapina, sem pecado. ................................................ 583
Artigo 9 - Se o furto pecado mais grave que a rapina. .................................. 585
Questo 67: Da injustia do juiz no julgar. .................................................... 586
Artigo 1 - Se podemos julgar justamente quem de ns no depende. ................ 586
Artigo 2 - Se ao juiz lcito julgar contra a verdade que conhece, fundado no que
lhe propem, em contrrio. .......................................................................... 587
Artigo 3 - Se o juiz pode julgar mesmo quem no tem nenhum acusador. ......... 589
Artigo 4 - Se o juiz pode licitamente relaxar a pena. ....................................... 590
Questo 68: Do pertinente acusao injusta. ............................................... 591
Artigo 1 - Se algum est obrigado a acusar. ................................................. 592
Artigo 2 - Se necessrio fazer a acusao por escrito.................................... 593
Artigo 3 - Se a acusao se torna injusta pela calnia, pela prevaricao e pela
tergiversao. ............................................................................................ 594
Artigo 4 - Se o acusado, cuja prova falhar, est sujeito pena de talio. ........... 596
Questo 69: Dos pecados contrrios justia no atinente ao ru. ..................... 597
Artigo 1 - Se sem pecado mortal pode o acusado negar a verdade que o
condenaria. ................................................................................................ 598
16
Artigo 2 - Se lcito ao acusado defender-se cavilosamente. ............................ 599
Artigo 3 - Se licito ao ru recusar o juiz por apelao. .................................. 600
Artigo 4 - Se lcito ao condenado morte resistir, podendo. .......................... 602
Questo 70: Da injustia relativa a pessoa da testemunha. .............................. 603
Artigo 1 - Se estamos obrigados a testemunhar. ............................................ 603
Artigo 2 - Se basta o testemunho de duas ou trs testemunhas. ...................... 605
Artigo 3 - Se o testemunho de uma testemunha s deve ser recusado por causa de
culpa......................................................................................................... 608
Artigo 4 - Se o falso testemunho sempre pecado mortal. .............................. 609
Questo 71: Da injustia cometida em juzo por parte dos advogados. .............. 610
Artigo 1 - Se o advogado est obrigado a patrocinar a causa dos pobres. .......... 610
Artigo 2 - Se certos podem ser, por direito, justamente privados de exercer o ofcio
de advogado. ............................................................................................. 612
Artigo 3 - Se peca o advogado que defende uma causa injusta. ........................ 614
Artigo 4 - Se lcito ao advogado receber dinheiro pelo seu patrocnio. ............. 615
Questo 72: Da contumlia. ......................................................................... 616
Artigo 1 - Se a contumlia consiste em palavras. ............................................ 617
Artigo 2 - Se a contumlia ou o convcio pecado mortal. ............................... 618
Artigo 3 - Se devemos suportar as contumlias proferidas contra ns. .............. 620
Artigo 4 - Se a contumlia nasce da ira. ........................................................ 622
Questo 73: Da detrao. ............................................................................ 622
Artigo 1 - Se a detrao consiste em denegrir a reputao alheia com palavras
ocultas. ..................................................................................................... 623
Artigo 2 - Se a detrao pecado mortal. ...................................................... 624
Artigo 3 - Se a detrao mais grave que todos os pecados cometidos contra o
prximo. ................................................................................................... 626
Artigo 4 - Se quem ouve com complacncia o detrator peca gravemente. .......... 628
Questo 74: Do sussuro. ............................................................................. 630
Artigo 1 - Se a derriso um pecado especial, distinto dos pecados j referidos. 630
Artigo 1 - Se o sussurro pecado distinto da detrao. ................................... 631
Artigo 2 - Se a detrao pecado mais grave que o sussurro. .......................... 632
Questo 75: Da derriso.............................................................................. 634
Artigo 1 - Se a derriso um pecado especial, distinto dos pecados j referidos. 634
Artigo 2 - Se a derriso pode ser um pecado mortal. ....................................... 635
Questo 76: Da maldio. ........................................................................... 637
Artigo 1 - Se lcito amaldioar a outrem. ..................................................... 637
Artigo 2 - Se lcito amaldioar uma criatura irracional. .................................. 639
Artigo 3 - Se amaldioar pecado mortal. ..................................................... 640
17
Artigo 4 - Se a maldio mais grave pecado que a detrao. ......................... 641
Questo 77: Da fraude cometida na compra e na venda. ................................. 642
Artigo 1 - Se podemos vender uma coisa por mais do que vale. ....................... 642
Artigo 2 - Se a venda torna-se injusta e ilcita por causa de um defeito da coisa
vendida. .................................................................................................... 647
Artigo 3 - Se o vendedor est obrigado a revelar o vcio da coisa vendida. ......... 649
Artigo 4 - Se lcito, negociando uma coisa, vend-la mais caro do que custou. . 651
Questo 78: Do pecado de usura. ................................................................. 652
Artigo 1 - Se receber usura pelo dinheiro mutuado pecado. ........................... 653
Artigo 2 - Se podemos, pelo dinheiro mutuado, exigir uma outra vantagem. ...... 656
Artigo 3 - Se estamos obrigados a restituir todo o dinheiro que recebemos com
usura. ....................................................................................................... 659
Artigo 4 - Se lcito receber dinheiro a ttulo de mtuo, sob a condio de pagar
usura. ....................................................................................................... 660
Questo 79: Das partes quase integrantes da justia. ..................................... 662
Artigo 1 - Se evitar o mal e fazer o bem so partes da justia. ......................... 662
Artigo 2 - Se a transgresso um pecado especial. ........................................ 664
Artigo 3 - Se a omisso um pecado especial. ............................................... 665
Artigo 4 - Se o pecado de omisso mais grave que o de transgresso. ............ 667
Questo 80: Das partes potenciais da justia. ................................................ 668
Artigo nico. Se esto convenientemente assinaladas s virtudes anexas
justia. ...................................................................................................... 669
Questo 81: Da religio. .............................................................................. 672
Art. 1 Se a religio ordena o homem s para Deus. ...................................... 673
Art. 2 Se a religio uma virtude. ............................................................. 675
Art. 3 Se a religio uma s virtude. ......................................................... 676
Art. 4 Se a religio uma virtude especial distinta das outras. ...................... 677
Art. 5 Se a religio uma virtude teologal. ................................................. 678
Art. 6 Se a religio deve ser preferida s outras virtudes morais. ................... 679
Art. 7 - Se a religio tem algum ato externo. ................................................. 681
Art. 8 Se a religio o mesmo que a santidade. .......................................... 682
Questo 82: Da devoo. ............................................................................ 684
Art. 1 Se a devoo um ato especial. ....................................................... 684
Art. 2 Se a devoo um ato de religio. ................................................... 685
Art. 3 Se a contemplao ou meditao causa da devoo. ........................ 686
Art. 4 Se a alegria efeito da devoo. ...................................................... 688
Questo 83: Da orao................................................................................ 689
Art. 1 Se a orao um ato de virtude apetitiva. ......................................... 689
18
Art. 2 Se conveniente orar. .................................................................... 691
Art. 3 Se a orao um ato de religio. ...................................................... 692
Art. 4 Se devemos orar s a Deus. ............................................................. 694
Art. 5 Se na orao devemos pedir alguma coisa determinada a Deus. ........... 695
Art. 6 Se devemos pedir a Deus, nas nossas oraes, bens temporais. ........... 696
Art. 7 Se devemos orar pelos outros. ......................................................... 697
Art. 8 Se devemos orar pelos inimigos. ....................................................... 699
Art. 9 Se esto convenientemente assinaladas as sete peties da Orao
Dominical. ................................................................................................. 700
Art. 10 Se orar prprio da criatura racional. .............................................. 703
Art. 11 Se os santos que esto na ptria oram por ns. ................................ 704
Art. 12 Se a orao deve ser vocal. ............................................................ 706
Art. 13 Se a orao tem necessidade de ser atenta. ..................................... 707
Art. 14 Se a orao deve ser diuturna. ....................................................... 709
Art. 15 Se a orao meritria. ................................................................. 711
Art. 16 Se os pecadores obtm de Deus o que lhe pedem nas suas oraes. ... 713
Art. 17 Se as consideram convenientemente como partes da orao: a
obsecrao, as oraes, a postulao e a ao de graas. ................................ 714
Questo 84: Da adorao. ........................................................................... 716
Art. 1 Se a adorao ato de latria ou de religio. ....................................... 716
Art. 2 Se a adorao implica atos corpreos. ............................................... 718
Art. 3 Se a adorao exige lugar determinado. ............................................ 719
Questo 85: Dos sacrifcios. ......................................................................... 720
Art. 1 Se oferecer sacrifcio a Deus exigido pela lei da natureza. ................. 720
Art. 2 Se s a Deus supremo devemos oferecer sacrifcio. ............................. 722
Art. 3 Se a oblao do sacrifcio um ato especial de virtude. ....................... 723
Art. 4 Se todos so obrigados a oferecer sacrifcios. ..................................... 724
Questo 86: Das oblaes e das primcias. .................................................... 726
Art. 1 Se estamos obrigados a fazer oblaes por necessidade de preceito. ..... 726
Art. 2 Se as oblaes so devidas s aos sacerdotes. ................................... 727
Art. 3 Se podemos fazer oblaes de todas as coisas que possumos licitamente.
................................................................................................................ 729
Art. 4 Se estamos obrigados soluo das primcias. ................................... 730
Questo 87: Dos dzimos. ............................................................................ 732
Art. 1 Se estamos obrigados a pagar dzimos por necessidade de preceito. ..... 732
Art. 2 Se estamos obrigados a pagar dzimos de tudo. .................................. 736
Art. 3 - Se devemos pagar o dizimo aos sacerdotes. ....................................... 738
Art. 4 Se tambm os sacerdotes so obrigados a pagar dzimos. ................... 740
19
Questo 88: Do voto. .................................................................................. 741
Art. 1 Se o voto consiste no s propsito da vontade. ................................... 741
Art. 2 Se devemos sempre fazer voto do nosso maior bem. .......................... 743
Art. 3 Se todo voto exige cumprimento....................................................... 745
Art. 4 Se til fazer voto. ......................................................................... 747
Art. 5 Se o voto um ato de Iatria ou de religio. ........................................ 748
Art. 6 Se mais louvvel e meritrio fazer uma obra sem voto do que por voto.
................................................................................................................ 749
Art. 7 Se o voto se torna solene pelo recebimento das ordens sagradas e pela
profisso na vida religiosa. .......................................................................... 751
Art. 8 Se Os sujeitos autoridade de outrem ficam impedidos de fazer voto. .. 753
Art. 9 Se os menores podem obrigarse por voto ao ingresso numa religio.... 754
Art. 10 Se um voto pode ser dispensado. .................................................... 756
Art. 11 Se pode ser dispensado o voto solene de continncia. ....................... 757
Art. 12 Se para a comutao ou dispensa do voto necessria a licena do
prelado. .................................................................................................... 760
Questo 89: Do juramento. ......................................................................... 762
Art. 1 Se jurar invocar a Deus como testemunha. ..................................... 763
Art. 2 Se lcito jurar. .............................................................................. 764
Art. 3 Se se assinalaram convenientemente as trs condies do juramento: a
justia, o juzo e a verdade. ......................................................................... 766
Art. 4 Se o juramento um ato da religio ou de latria. ................................ 767
Art. 5 Se devemos desejar e reiterar o juramento como til e bom. ............... 768
Art. 6 Se lcito jurar pelas criaturas. ........................................................ 770
Art. 7 Se o juramento tem fora obrigatria. ............................................... 771
Art. 8 Se maior a obrigao do juramento do que do voto. ......................... 773
Art. 9 Se h quem possa dispensar do juramento. ....................................... 774
Art. 10 Se ao juramento se ope alguma circunstncia de pessoa ou de tempo.
................................................................................................................ 776
Questo 90: Da invocao do nome divino a modo de adjurao. ..................... 778
Art. 1 Se lcito adjurar os homens. .......................................................... 778
Art. 2 Se lcito adjurar os demnios. ........................................................ 780
Art. 3 Se lcito adjurar uma criatura irracional. .......................................... 781
20
Tratado sobre a F
Questo 1: Do objeto da f.
Questo 2: Do ato de F.
Questo 3: Do ato exterior da F.
Questo 4: Da f em si mesma.
Questo 5: Dos que tem a F.
Questo 6: Da causa da F.
Questo 7: Dos efeitos da F.
Questo 8: Do dom do intelecto.
Questo 9: Do dom da cincia.
Questo 10: Da infidelidade em comum.
Questo 11: Da heresia.
Questo 12: Da apostasia.
Questo 13: Da blasfmia em geral.
Questo 14: Da blasfmia contra o Esprito Santo.
Questo 15: Da cegueira da mente e do embotamento do sentido.
Questo 16: Dos preceitos sobre a f, a cincia e o intelecto.
Questo 1: Do objeto da f.
Portanto, dentre as virtudes teologais, devemos tratar, primeiro, da f. Segundo,
da esperana. Terceiro, da caridade.
Ora, sobre a f, h quatro consideraes a fazer. Primeiro, sobre a f em si mesma.
Segundo, sobre os dons da inteligncia e da cincia, que lhe correspondem.
Terceiro, dos vcios opostos. Quarto, dos preceitos pertencentes a essa virtude.
Quanto f, devemos tratar, primeiro, do seu objeto. Segundo, do seu ato.
Terceiro, do hbito mesmo da f.
Na primeira questo tratam-se dez artigos:
Artigo 1 - Se o objeto da f a verdade primeira.
Artigo 2 - Se o objeto da f algo de complexo, a modo do objeto do juzo.
Artigo 3 - Se a f susceptvel de falsidade.
Artigo 4 - Se o objeto da f algo de visvel.
Artigo 5 - Se as verdades da f podem ser objeto de cincia.
Artigo 6 - Se as verdades da f devem distinguir-se em certos artigos.
Artigo 7 - Se os artigos da f aumentaram na sucesso dos tempos.
Artigo 8 - Se os artigos da f esto convenientemente enumerados.
Artigo 9 - Se os artigos da f esto convenientemente dispostos no smbolo.
Artigo 10 - Se pertence ao Sumo Pontfice ordenar o smbolo da f.
Artigo 1 - Se o objeto da f a verdade primeira.
O primeiro discute-se assim. Parece que o objeto da f no a verdade primeira.
1. Pois, objeto da f o proposto para crermos. Ora, nos proposto a crer, no
s o respeitante divindade, que uma verdade primeira, mas tambm o
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pertencente humanidade de Cristo, aos sacramentos da Igreja e condio das
criaturas. Logo, nem s a verdade primeira objeto da f.
2. Demais. A f e a infidelidade, sendo contrrias, referem-se ao mesmo objeto.
Ora, pode haver infidelidade relativamente a todo o contedo da Sagrada Escritura;
pois, considera-se infiel quem negar qualquer parte dele. Logo, tambm a f
relativa a todo o contedo da Sagrada Escritura. Ora, esta contm muitas
disposies relativas aos homens e aos demais seres criados. Logo, o objeto da f
no s a verdade primeira, mas tambm a verdade criada.
3. Demais. A f entra na mesma diviso que a caridade, como j se disse. Ora,
pela caridade no s amamos a Deus, suma bondade, mas tambm ao prximo.
Logo, o objeto da f no s a verdade primeira.
Mas, em contrrio, diz Dionsio: a f tem por objeto a verdade simples e sempre
existente. Ora, esta a verdade primeira. Logo, o objeto da f a verdade
primeira.
SOLUO. O objeto de qualquer hbito cognoscitivo encerra dois elementos: o
conhecido materialmente, que como o objeto material; e aquilo pelo que se
conhece, que a razo formal do objeto. Assim, na cincia da geometria, as
concluses so materialmente conhecidas; mas a razo formal desse conhecimento
so os meios da demonstrao, por onde se conhecem as concluses. Assim
tambm, se considerarmos a razo formal do objeto da f, esse no seno a
verdade primeira. Pois a f, de que tratamos, no adere a um objeto seno
enquanto revelado por Deus. Por onde, apoia-se na verdade divina, como meio. Se
porm considerarmos materialmente os objetos aos quais a f adere, esses
incluem, no s Deus, mas ainda muitos outros. Os quais, porm, no obtm a
adeso da f, seno na medida em que se ordenam de algum modo para Deus; isto
, enquanto certos efeitos da divindade auxiliam o homem a tender para a fruio
divina. Por onde, ainda por este lado, o objeto da f, de certo modo, a verdade
primeira, porque nada cai sob o domnio da f seno enquanto ordenado para
Deus; assim como o objeto da medicina a sade, por nada considerar ela seno
em ordem sade.
DONDE A RESPOSTA PRIMEIRA OBJEO. O pertencente humanidade de
Cristo, aos sacramentos da Igreja ou a quaisquer criaturas, constitui objeto da f
enquanto meios pelos quais nos ordenamos para Deus, aos quais tambm
assentimos por causa da verdade divina.
E o mesmo se deve RESPONDER SEGUNDA OBJEO, quanto a tudo o que
transmitido pela Sagrada Escritura.
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RESPOSTA TERCEIRA. Tambm a caridade ama ao prximo por causa de Deus.
Por onde, Deus mesmo o objeto prprio dela, como a seguir se dir.
Artigo 2 - Se o objeto da f algo de complexo, a modo do objeto do juzo.
O segundo discute-se assim. Parece que o objeto da f nada tem de complexo, a
modo do objeto do juzo.
1. Pois, o objeto da f a verdade primeira, como j se disse. Ora, a verdade
primeira algo de incomplexo. Logo, o objeto da f nada tem de complexo.
2. Demais. A exposio da f est contida no smbolo. Ora, o smbolo no se
compe de objetos de juzo, mas de realidades. Assim, no diz, que Deus
omnipotente, mas: Creio em Deus omnipotente. Logo, o objeto da f no o do
juzo, mas, a realidade.
3. Demais. f sucede a viso, conforme aquilo da Escritura: Ns agora vemos
como por um espelho, em enigmas; mas ento face a face. Ora, o objeto da viso
celeste, sendo a mesma essncia divina, incomplexo. Logo, tambm o da f,
nesta vida.
Mas, em contrrio. A f termo mdio entre a cincia e a opinio. Ora, meio e
extremo pertencem ao mesmo gnero. Por onde, versando a cincia e a opinio
sobre os objetos dos juzos, resulta, por semelhana, que tambm sobre eles versa
a f. Portanto, o objeto da f, versando sobre tais objetos, complexo.
SOLUO. O objeto conhecido est no sujeito, que o conhece, ao modo do
sujeito. Ora, o modo prprio do intelecto humano conhecer a verdade compondo
e dividindo, como j dissemos. Por onde, objetos em si mesmos simples o intelecto
os conhece segundo uma certa complexidade; assim como, inversamente, o
intelecto divino conhece, incomplexamente, objetos em si mesmos complexos.
Portanto, o objeto da f pode ser considerado dupla luz. - De um modo, quanto
realidade mesma crida. E ento, o objeto da f algo de incomplexo, a saber, a
realidade mesma na qual temos f. De outro modo, quanto a quem cr. E, a esta
luz, o objeto da f algo de complexo, a modo do objeto do juzo. - Por isso, num e
noutro caso, os antigos opinaram, com verdade, sendo ambas as opinies
verdadeiras, de certo modo.
DONDE A RESPOSTA PRIMEIRA OBJEO. A objeo procede quanto ao objeto
da f relativamente realidade mesma crida.
RESPOSTA SEGUNDA. O smbolo exprime o que de f, enquanto que nisso
termina o ato do crente, como aparece do modo mesmo da expresso. Ora, o ato
do crente no termina num juzo, mas numa realidade; pois, no formamos juzos
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seno para, desse modo, chegarmos ao conhecimento da realidade, tanto na
cincia como na f.
RESPOSTA TERCEIRA. A viso, na ptria, ser a da verdade primeira, como ela
em si mesma , conforme a Escritura: Quando ele aparecer, seremos semelhantes
a ele; porquanto ns outros o veremos bem como ele . Por onde, essa viso ser,
no a modo de juzo, mas, de simples inteligncia. Ao passo que, pela f, no
apreendemos a verdade primeira em si mesma. Portanto, no h semelhana de
razes.
Artigo 3 - Se a f susceptvel de falsidade.
O terceiro discute-se assim. Parece que a f susceptvel de falsidade.
1 Pois, a f entra na mesma diviso com a esperana e a caridade. Ora, a
esperana susceptvel de falsidade; assim, muitos que esperam alcanar a vida
eterna, no h alcanaro. O mesmo se d com a caridade; pois, muitos so
amados como bons sem contudo o serem. Logo, a f susceptvel de falsidade.
2. Demais. Abrao acreditou em Cristo, que havia de nascer, conforme aquilo da
Escritura: Vosso pai Abrao desejou ansiosamente ver o meu dia. Ora, depois do
tempo de Abrao, Deus poderia no ter-se encarnado, pois, s por sua vontade
assumiu a carne. Portanto, teria sido falso o que Abrao acreditou de Cristo. Logo,
a f susceptvel de falsidade.
3. Demais. Era f dos antigos, que Cristo havia de nascer; e muitos conservaram
essa f at a pregao do Evangelho. Ora, uma vez nascido, e antes de comear a
pregar, era falso que Cristo havia de nascer. Logo, a f susceptvel de falsidade.
4. Demais. Um dos artigos de f consiste em crermos que o sacramento do altar
contm o verdadeiro corpo de Cristo. Ora, pode acontecer, quando no haja a
conveniente consagrao, que no exista verdadeiramente esse corpo, mas s o
po. Logo, a f susceptvel de falsidade.
Mas, em contrrio. - Nenhuma virtude aperfeioadora do intelecto tem por objeto o
falso, enquanto este um mal do intelecto, como est claro no Filsofo. Ora, a f
uma virtude, que aperfeioa o intelecto, conforme a seguir se demonstrar. Logo,
no susceptvel de falsidade.
SOLUO. Todo objeto de uma potncia, de um hbito ou mesmo de um ato, s
o mediante a sua razo formal. Assim, a cor no pode ser vista seno pela luz; e
uma concluso no pode ser conhecida seno mediante a demonstrao. Ora, como
j se disse, a razo formal do objeto da f a verdade primeira. Logo, ela nada
pode alcanar seno enquanto dependente da verdade primeira, que no
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susceptvel de nenhuma falsidade, assim como o ser no inclui o no ser nem o
bem, o mal. Donde se conclui que a f no susceptvel de nenhuma falsidade.
DONDE A RESPOSTA PRIMEIRA OBJEO. Sendo a verdade o bem do intelecto
e no, da potncia apetitiva, todas as virtudes, que aperfeioam o intelecto,
excluem totalmente a falsidade; pois, da essncia da virtude s referir-se ao
bem. Ao contrrio, as virtudes, que aperfeioam a parte apetitiva, no excluem
totalmente o falso; assim, podemos agir segundo a justia ou a temperana, tendo
falsa opinio do objeto do nosso ato. Por onde, como a f aperfeioa o intelecto, e a
esperana e a caridade, a parte apetitiva, no o mesmo o caso entre elas. - E,
contudo, nem a esperana susceptvel de falsidade. Pois, ningum espera
conseguir a vida eterna por suas prprias foras, o que seria presuno, mas, com
o auxlio da graa, perseverando na qual, alcanar infalivelmente essa vida. -
Semelhantemente, caridade pertence amar a Deus, onde quer que esteja Ele. Por
isso, no importa, para a caridade, que Deus esteja ou no em quem amado por
causa dele.
RESPOSTA SEGUNDA. A no encarnao de Deus, em si mesma considerada,
era possvel, mesmo depois do tempo de Abrao. Mas, enquanto objeto da
prescincia divina, ela tem uma certa e infalvel necessidade, como se demonstrou
na Primeira Parte E, deste modo, objeto da f. Portanto, como tal, no
susceptvel de falsidade.
RESPOSTA TERCEIRA. f do crente pertenceria crer, depois da natividade de
Cristo, que ele havia de nascer um dia. Mas a delimitao do tempo, em que se
enganava, no procederia da f, mas da conjectura humana. Pois possvel, por
conjectura humana, o fiel cair em alguma falsidade. Mas impossvel, em virtude
da f, afirmar qualquer falsidade.
RESPOSTA QUARTA. A f do crente no se refere a estas ou quelas espcies
de po; mas a que o verdadeiro corpo de Cristo est sob as espcies do po
sensvel, quando convenientemente consagrado. Por onde, sendo
inconvenientemente consagrado, nem por isso conter a f qualquer falsidade.
Artigo 4 - Se o objeto da f algo de visvel.
O quarto discute-se assim. Parece que o objeto da f algo de visvel.
1. Pois, o Senhor disse a Tom: Tu crestes, porque me viste: Logo, a viso e a f
tem o mesmo objeto.
2. Demais. O Apstolo diz: Ns agora vemos como por um espelho, em enigmas;
e refere-se ao conhecimento pela f. Logo, vemos aquilo mesmo em que cremos.
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3. Demais. a f um certo lume espiritual. Ora, qualquer luz nos faz ver. Logo,
tem a f por objeto as coisas visveis.
4. Demais. Todo sentido se chama viso, como diz Agostinho. Ora, a f diz
respeito ao que ouvido, conforme aquilo da Escritura. A f pelo ouvido. Logo, a
f refere-se s coisas visveis.
Mas, em contrrio, diz a Escritura: a f um argumento das causas que no
aparecem.
SOLUO. A f implica o assentimento do intelecto aquilo em que cremos. Ora, a
inteligncia pode assentir a alguma coisa, de dois modos. - De um modo, quando
movido pelo objeto mesmo, ou conhecido, em si, como claro no caso dos
primeiros princpios, objeto do intelecto; ou mediatamente, como claro no caso
das concluses, objeto da cincia. De outro modo, o assentimento da inteligncia
no se funda em ser ela suficientemente movida pelo seu objeto prprio, mas por
uma certa eleio, inclinada voluntariamente mais para um lado do que para outro.
E ento, se isso se der com dvida e temor no v a outra parte ser verdadeira,
haver opinio. Se porm, houver certeza, sem qualquer temor, existir a f. Ora,
vistas so as coisas que, por si mesmas, movem o nosso intelecto, ou os sentidos,
ao conhecimento delas. Por onde, manifesto que nem a f nem a opinio podem
ter por objeto o visvel, seja este sensvel ou intelectual.
DONDE A RESPOSTA PRIMEIRA OBJEO. Tom viu uma causa e acreditou em
outra: viu um homem e, confessou crer em Deus, quando disse - meu Senhor e
meu Deus.
RESPOSTA SEGUNDA. As verdades da f podem ser consideradas dupla luz. -
Primeiro em especial. E, no podem ento ser simultaneamente vistas e cridas,
como j se disse. - De outro modo, em geral, isto , sob uma noo geral de
credibilidade. E nesse caso, so vistas pelo crente. Pois, no acreditaria nelas, se
no visse que devem ser acreditadas, quer pela evidncia dos sinais, quer por meio
semelhante.
RESPOSTA TERCEIRA. O lume da f faz-nos ver a credibilidade das verdades
em que acreditamos. Pois, assim como peles outros hbitos virtuosos vemos o que
nos convm, de conformidade com eles, assim tambm pelo hbito da f, a nossa
mente se inclina a assentir ao que convm f reta e no, a outras coisas.
RESPOSTA QUARTA. O ouvido se refere s palavras significativas das verdades
da f; e no, s verdades mesmas constitutivas do objeto da f. E assim, no
necessrio sejam elas vistas.
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Artigo 5 - Se as verdades da f podem ser objeto de cincia.
O quinto discute-se assim. Parece que as verdades da f podem ser objeto de
cincia:
1. Pois, o que no sabemos ignoramos, por opor-se a ignorncia cincia. Ora,
as verdades da f no so ignoradas, pois ignor-las prprio da infidelidade,
conforme aquilo da Escritura: Fiz por ignorncia na incredulidade. Logo, as
verdades da f podem ser objeto de cincia.
2. Demais. A cincia se adquire por meio de razes. Ora, os autores sagrados
apoiam em razes as verdades da f. Logo, tais verdades podem ser objeto de
cincia.
3. Demais. O que se prova demonstrativamente constitui cincia, pois a
demonstrao um silogismo que gera a cincia. Ora, certas verdades de f, como
a existncia, a unidade de Deus e outras semelhantes, as provam
demonstrativamente os filsofos. Logo, tais verdades podem ser objeto de cincia.
4. Demais. A f, sendo termo mdio entre a opinio e a cincia, a opinio dista
mais da cincia que a f. Ora, a opinio e a cincia podem, de certo modo, incidir
sob o mesmo objeto, como diz Aristteles. Logo, o mesmo tambm se d com a f
e a cincia.
Mas, em contrrio, diz Gregrio que as causas visveis so objeto, no da f, mas
de conhecimento. Logo, as verdades da f no so objeto de conhecimento. Ora, o
que sabemos objeto de conhecimento. Logo, o objeto de cincia no pode s-lo
da f.
SOLUO. Toda cincia adquirida por meio de certos princpios evidentes e, por
consequncia, intuitivos. Logo e necessariamente, tudo o que sabido h de ser,
de algum modo, intuitivo. Ora, no possvel um mesmo sujeito ter intuio e
crena, relativamente a um mesmo objeto como j se disse. Por onde, impossvel
tambm ter cincia e crena em relao a esse mesmo objeto. - Por dar-se
porm, que o visto ou sabido por um seja crido por outro. Assim, as verdades sobre
a Trindade, em que cremos, esperamos haver de v-las, conforme a Escritura. Ns
agora vemos a Deus como por um espelho, em enigmas; mas ento face a face.
Ora, essa viso j os anjos a tm. Portanto, o que cremos eles veem. E assim,
semelhantemente, pode dar-se que o visto ou sabido por um homem, mesmo no
estado da vida presente, seja crido por outro, que tal no conhece
demonstrativamente. Contudo o comumente proposto a todos os homens para ser
crido , comumente, no sabido. Ora, essas verdades so em absoluto, as da f.
Logo, f e cincia no tem o mesmo objeto.
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DONDE A RESPOSTA PRIMEIRA OBJEO. Os infiis ignoram as verdades da f,
pelas no ver ou conhecer em si mesmas, nem lhes apreender a credibilidade. Ora,
deste modo que os fiis tm conhecimento delas; no quase
demonstrativamente, mas enquanto veem, pelo lume da f, que devem ser cridas,
como j se disse.
RESPOSTA SEGUNDA. As razes aduzidas pelos Santos Padres para provar as
verdades da f no so demonstrativas; mas, certas persuases manifestativas da
no impossibilidade do que a f prope. Ou procedem dos princpios da f, isto ,
das autoridades da Sagrada Escritura, como diz Dionsio. Pois, com tais princpios
chegam os fiis a uma certa prova, assim como a certas outras chegam outros,
partindo dos princpios evidentes. Por isso, a teologia tambm uma cincia, como
se disse no princpio desta obra.
RESPOSTA TERCEIRA. O que se pode provar demonstrativamente inclui-se
entre as verdades que se devem crer, no, por terem todos nelas f absoluta, mas,
por ser tal preexigido pelas verdades da f. E, no mnimo, isso deve ser
pressuposto pela f ao menos por quem no pode de tal ter a demonstrao.
RESPOSTA QUARTA. Como diz o Filsofo, no lugar aduzido, homens diversos
podem ter cincia e opinio de um objeto absolutamente o mesmo, como agora o
afirmamos sobre a cincia e a f. Mas um determinado homem pode, certo, ter f e
cincia de um objeto relativamente o mesmo, por exemplo, de um mesmo sujeito,
mas, no sob igual aspecto. Pois, de um mesmo objeto pode algum saber uma
coisa e opinar outra. E de modo semelhante, podemos saber, demonstrativamente,
que Deus existe e crer que trino. Mas, de um mesmo objeto e sob o mesmo
aspecto, no pode um mesmo homem, simultaneamente, ter cincia e opinio, nem
cincia e f. Por diferentes razes, porm. Pois, a cincia no pode, absolutamente
falando, e em relao ao mesmo objeto, ser simultnea com a opinio. Porque, a
cincia consiste, essencialmente, em admitirmos a impossibilidade de ser de outro
modo aquilo que sabemos; ao contrrio, da essncia da opinio admitirmos a
possibilidade de ser de outro modo aquilo que opinamos. Por seu lado, do que
sabemos pela f admitimos a impossibilidade de ser de outro modo, por causa da
certeza da f; mas, um mesmo objeto no pode, simultaneamente, e sob o mesmo
aspecto, ser sabido e crido, porque o sabido visto e o crido no visto, como se
disse.
Artigo 6 - Se as verdades da f devem distinguir-se em certos artigos.
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O sexto discute-se assim. Parece que as verdades da f no devem distinguir-se
em cer