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Treinamento de Supervisores de Entrada em Espaço Confinado 40 h

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Treinamento de Supervisores

de Entrada em Espaço Confinado 40 h

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Treinamento de Supervisores

de Entrada em Espaço Confinado 40h

Macaé, RJ

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ÍNDICE

DEFINIÇÃO ...................................................................................... 19 1.

RISCOS ENCONTRADOS NOS ESPAÇOS CONFINADOS ......................... 22 2. RISCOS FÍSICOS ...................................................................................................................................... 22 2.1.

RISCOS MECÂNICOS .............................................................................................................................. 22 2.2.

RISCOS QUIMICOS ................................................................................................................................. 23 2.3.

ATMOSFERAS DEFICIENTES EM OXIGÊNIO .................................................................................................. 24

ATMOSFERAS ENRIQUECIDAS DE OXIGÊNIO ................................................................................................ 25

ATMOSFERAS EXPLOSIVAS ............................................................................................................................ 25

ATMOSFERAS TÓXICAS .................................................................................................................................. 27

RISCOS BIOLÓGICOS .............................................................................................................................. 28 2.4.

RISCOS ERGONÔMICOS ......................................................................................................................... 28 2.5.

RISCOS PSICOLÓGICOS .......................................................................................................................... 29 2.6.

RISCOS COMBINADOS ........................................................................................................................... 29 2.7.

SAÚDE OCUPACIONAL EM ESPAÇO CONFINADO ................................... 29 3. GESTÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL ....................................................................................................... 29 3.1.

CONDIÇÕES DE SAÚDE FÍSICA DOS TRABALHADORES ......................................................................... 31 3.2.

DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO.............................................................................................. 33 3.3.

DERMATOSES DO TRABALHO ................................................................................................................ 35 3.4.

CARCINOMA EPIDERMÓIDE .......................................................................................................................... 36

QUEIMADURAS ............................................................................................................................................. 36

DISCROMIAS .................................................................................................................................................. 37

ANGIODERMATOSES ..................................................................................................................................... 37

SUBSTÂNCIAS TÓXICAS ......................................................................................................................... 38 3.5.

Solventes ....................................................................................................................................................... 39

GÁS SULFÍDRICO - H2S .................................................................................................................................. 40

MONÓXIDO DE CARBONO - CO .................................................................................................................... 41

DOENÇAS CAUSADAS POR RUÍDOS ...................................................................................................... 42 3.6.

DOENÇAS E LESÕES CAUSADAS POR VIBRAÇÕES ................................................................................ 44 3.7.

BAROPATIAS PROFISSIONAIS ................................................................................................................ 44 3.8.

PRESSÃO ATMOSFÉRICA E O OUVIDO ........................................................................................................... 45

PRESSÃO ATMOSFÉRICA E OS PULMÕES ...................................................................................................... 45

DOENÇAS PROVOCADAS POR TEMPERATURAS EXTREMAS ................................................................ 46 3.9.

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INSTABILIDADE DO SISTEMA CAR- DIOCIRCULATÓRIO ............................................................................... 47

DISTÚRBIOS HIDROELÉTRICOS ...................................................................................................................... 47

DISTÚRBIO DO BLOQUEIO DO SISTEMA TERMOREGULADOR ..................................................................... 47

DETECÇÃO DE GASES ........................................................................ 48 4. MONITORAMENTO ............................................................................................................................... 48 4.1.

EVOLUÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS ........................................................................................... 51 4.2.

TIPOS DE GASES..................................................................................................................................... 52 4.3.

PROPRIEDADES DOS GASES E VAPORES ............................................................................................... 52 4.4.

DENSIDADE .................................................................................................................................................... 53

pressão atmosférica ...................................................................................................................................... 54

ELASTICIDADE ................................................................................................................................................ 54

EXPANSIBILIDADE .......................................................................................................................................... 55

PONTO DE FULGOR ....................................................................................................................................... 55

temperatura de auto-ignição ........................................................................................................................ 55

limite de explosividade ................................................................................................................................. 56

LIMITES DE TOLERÂNCIA ............................................................................................................................... 57

CARACTERÍSTICAS DOS GASES MAIS CONHECIDOS ...................................................................................... 59

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E USO DE EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO ...................................................... 60 4.5.

MONITORAMENTO INICIAL ................................................................................................................... 61 4.6.

MONITORAMENTO DURANTE A ENTRADA ........................................................................................... 62 4.7.

EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO DE GASES ........................................................................................... 63 4.8.

MULTI-GÁS .................................................................................................................................................... 63

CERTIFIÇÃO.................................................................................................................................................... 65

TESTE DE RESPOSTA ...................................................................................................................................... 66

CALIBRAÇÃO .................................................................................................................................................. 66

DETECTORES PESSOAIS ................................................................................................................................. 66

TUBOS COLORIMÉTRICOS + BOMBA ACCURO ............................................................................................ 67

CMS ............................................................................................................................................................... 68

VENTILAÇÃO .................................................................................... 69 5. TIPOS DE VENTILAÇÃO .......................................................................................................................... 70 5.1.

INSUFLAMENTO ............................................................................................................................................ 71

EXAUSTÃO ..................................................................................................................................................... 72

EXAUSTÃO LOCALIZADA ................................................................................................................................ 72

COMBINAÇÃO DE VENTILAÇÃO E EXAUSTÃO ............................................................................................... 73

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GRAUS DE VENTILAÇÃO ........................................................................................................................ 73 5.2.

VENTILAÇÃO DE GRAU ALTO (VA) ................................................................................................................. 73

VENTILAÇÃO DE GRAU MÉDIO (VM) ............................................................................................................. 74

VENTILAÇÃO DE GRAU BAIXO (VB) ............................................................................................................... 74

CRITÉRIOS PARA USO DE VENTILAÇÃO.............................................................................................. 74 5.3.

TIPO DO LOCAL .............................................................................................................................................. 74

TIPO DA ATMOSFERA .................................................................................................................................... 75

VOLUME DEAR ASER REMOVIDO .................................................................................................................. 75

DURAÇÃO DA VENTILAÇÃO ........................................................................................................................... 75

iNSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS ................................................................................................................. 76

VENTILAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SOLDA EM ESPAÇOS CONFINADOS ........................................................... 76

EQUIPAMENTO DE VENTILAÇÃO ........................................................................................................... 76 5.4.

PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA EM ESPAÇO CONFINADO ............................. 77 6. A COMPOSIÇÃO ATMOSFÉRICA ............................................................................................................ 78 6.1.

O SISTEMA RESPIRATÓRIO .................................................................................................................... 80 6.2.

MECANISMOS DE INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO ....................................................................................... 81 6.3.

NARIZ ............................................................................................................................................................. 81

FARINGE E LARINGE ..................................................................................................................................... 81

TRAQUÉIA ...................................................................................................................................................... 82

BRÔNQUIOS, BRONQUÍLOS E ALVÉOLOS. ................................................................................................... 82

PULMÕES ...................................................................................................................................................... 82

PRESSÃO ATMOSFÉRICA E A RESPI- RAÇÃO .......................................................................................... 83 6.4.

A IMPORTÂNCIA DO SANGUE NA RESPIRAÇÃO ................................................................................... 85 6.5.

HEMOGLOBINA ............................................................................................................................................. 85

TROCAS GASOSAS ENTRE O ALVÉOLO PULMONAR E O VASO CAPILAR ....................................................... 86

trocas gasosas entre o vaso capilar eo tecido ............................................................................................... 86

bulbo ............................................................................................................................................................. 87

consumo de oxigênio durante exercícios .............................................................................................. 87 6.6.

PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA ........................................................................................... 88 6.7.

RESPONSABILIDADES DO ADMINISTRADOR DO PPR .................................................................................... 88

RESPONSABILIDADES DOS EMPRE- GADORES .............................................................................................. 89

RESPONSABILIDADES DOS EMPREGADOS .................................................................................................... 90

ABANDONO DE ÁREA DEVIDO O MAU FUNCIONAMENTO DO EPR .............................................................. 90

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS ESCRITOS ........................................................................................ 91 6.8.

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PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA USO DE ROTINA ............................................................................ 91

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA USO DE EMERGÊNCIA ................................................................... 91

CRITÉRIOS DE MANUTENÇÃO INSPEÇÃO E GUARDA DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 6.9.RESPIRATÓRIA ................................................................................................................................................... 92

LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO ............................................................................................................................. 92

INSPEÇÃO ...................................................................................................................................................... 93

MANUTENÇÃO .............................................................................................................................................. 93

GUARDA ........................................................................................................................................................ 94

QUALIDADE DO AR PARA OS CILINDROS DE AR COMPRIMIDO .................................................................... 94

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA ................................. 94 6.10.

FATORES QUE INFLUENCIAM NA ESCOLHA DE UM EPR ............................................................................... 94

IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS ......................................................................................................................... 95

USO DO EPR EM BAIXAS TEMPERATURAS .................................................................................................... 97

UTILIZAÇÃO DO EPR EM ESPAÇOS CONFINADOS ........................................................................... 97 6.11.

UTILIZAÇÃO DO EPR EM LOCAIS COM PRESSÃO ATMOSFÉRICA REDUZIDA ..................................... 98 6.12.

TIPOS DE EPR PARA ESPAÇOS CONFINADOS ................................................................................... 100 6.13.

máscara purificadora de ar ......................................................................................................................... 100

EQUIPAMENTO DE RESPIRAÇÃO POR LINHA DE AR COMPRIMIDO ............................................................ 101

EQUIPAMENTO DE RESPIRAÇÃO AUTÔNOMO ......................................................................................... 102

RESPIRADOR DE FUGA .............................................................................................................................. 103

LIMPEZA DE RESPIRADORES ........................................................................................................................ 104

ÁREAS CLASSIFICADAS .................................................................... 104 7. FONTES DE RISCO ................................................................................................................................ 105 7.1.

METODOLOGIA- ZONAS ...................................................................................................................... 107 7.2.

GRUPOS DE EQUIPAMENTOS .............................................................................................................. 110 7.3.

CLASSIFICAÇÃO DE TEMPERATURAS ................................................................................................... 111 7.4.

CÓDIGOS IP ......................................................................................................................................... 112 7.5.

TIPOS DE PROTEÇÃO PARA EQUIPAMENTOS ..................................................................................... 113 7.6.

EQUIPAMENTOS À PROVA DE EXPLOSÃO - Ex d ........................................................................................ 114

EQUIPAMENTOS DE INVÓLUCRO PRESSURIZADO - Ex p ............................................................................ 114

EQUIPAMENTOS IMERSOS - Ex o / Ex q/ Ex m ............................................................................................ 115

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA AUMENTADA - Ex e ............................................................................... 115

EQUIPAMENTOS NÃO ACENDÍVEIS - Ex n .................................................................................................. 115

EQUIPAMENTOS INTRINSECAMENTE SEGUROS - Ex i ................................................................................. 116

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MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA ÁREAS CLASSIFICADAS .................................................... 117 7.7.

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E USO DE EQUIPAMENTOS PARA ÁREAS CLASSIFICADAS............................. 118 7.8.

EQUIPAMENTOS PARA TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS ............. 120 8. EQUIPAMENTOS DE COMUNICAÇÕES ................................................................................................ 120 8.1.

EQUIPAMENTOS DE ILUMINAÇÃO ...................................................................................................... 121 8.2.

CINTOS DE SEGURANÇA ...................................................................................................................... 122 8.3.

TRIPÉS .................................................................................................................................................. 123 8.4.

MONOPÉ ............................................................................................................................................. 124 8.5.

GUICHOS E TRAVA-QUEDAS ................................................................................................................ 124 8.6.

SISTEMAS PRÉ MONTADOS ................................................................................................................. 125 8.7.

PLANEJAMENTO DE TRABALHO EM ES- PAÇO CONFINADO .................... 126 9. PET- PERMISSÃO DE ENTRADA PARA TRABALHO ............................................................................... 127 9.1.

PRAZO DE VALIDADE DA PET ...................................................................................................................... 128

CANCELAMENTO DA PET............................................................................................................................. 128

ENCERRAMENTO DA PET ............................................................................................................................ 129

MODELO DE PET .......................................................................................................................................... 129

EQUIPE DE TRABALHO......................................................................................................................... 131 9.2.

ANÁLISE DE PERIGOS/RISCOS ............................................................................................................. 131 9.3.

DEMAIS MEDIDAS DE CONTROLE ....................................................................................................... 133 9.4.

ISOLAMENTO/SINALIZAÇÃO ....................................................................................................................... 134

TRAVAMENTO/BLOQUEIO .......................................................................................................................... 134

ETIQUETAGEM ............................................................................................................................................ 135

DESLIGAMENTO DOS EQUIPAMENTOS ....................................................................................................... 135

CONTROLE DA DESCARGA ESTÁTICA .......................................................................................................... 138

PURGAÇÃO .................................................................................................................................................. 139

DRENAGEM ................................................................................................................................................. 140

ORGANIZAÇÃO DOS ACESSOS A LOCAIS CONFINADOS ..................................................................... 140 9.5.

EXECUÇÃO DE TRABALHOS COM VAPORES DE HIDROCARBONETOS ................................................. 141 9.6.

DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO .................................................................................................................. 141 9.7.

ABERTURA DE LINHAS E EQUIPAMENTOS .......................................................................................... 142 9.8.

USO DE FERRAMENTAS ....................................................................................................................... 142 9.9.

JATEAMENTO .................................................................................................................................. 143 9.10.

TRABALHOS A QUENTE EM ESPAÇOS CONFINADOS ....................................................................... 143 9.11.

REMOÇÃO DE BORRAS E SEDIMENTOS .......................................................................................... 144 9.12.

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SERVIÇOS DE PINTURA .................................................................................................................... 144 9.13.

DESCARTE DE RESÍDUOS ................................................................................................................. 145 9.14.

TÉRMINO DOS TRABALHOS ............................................................................................................. 146 9.15.

OBJETIVO DOS PRIMEIROS SOCORROS EM ESPAÇOS CONFINADOS....... 146 10. SISTEMA RESPIRATÓRIO .................................................................................................................. 148 10.1.

SISTEMA CIRCULATÓRIO ................................................................................................................. 148 10.2.

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA ........................................................................................ 149 10.3.

RCPC - RESSUSCITAÇÃO CÁRdIOPULMONAR CEREBRAL ................................................................ 149 10.4.

CHECAR RESPIRAÇÃO .................................................................................................................................. 150

CHECAR A CIRCULAÇÃO .............................................................................................................................. 151

PROTOCOLO DE RCPC................................................................................................................................. 152

FERIMENTOS ................................................................................................................................... 152 10.5.

ESCORIAÇÕES .............................................................................................................................................. 153

INCISÕES ...................................................................................................................................................... 153

LACERAÇÕES................................................................................................................................................ 153

PERFURAÇÕES ............................................................................................................................................. 153

AVULSÕES .................................................................................................................................................... 154

FERIMENTOS FECHADOS ............................................................................................................................ 154

AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS ......................................................................................................... 155 10.6.

ESMAGAMENTOS ............................................................................................................................ 155 10.7.

HEMORRAGIAS ................................................................................................................................ 156 10.8.

TAMPONAMENTO ....................................................................................................................................... 157

QUEIMADURAS E ESCALDOS ........................................................................................................... 157 10.9.

FRATURAS ........................................................................................................................................ 158 10.10.

FRATURA INTERNA ...................................................................................................................................... 159

FRATURA aberta ou EXPOSTA ..................................................................................................................... 159

OPERAÇÕES DE SALVAMENTO EM ESPAÇOS CONFINADOS .................... 160 11. SERVIÇO DE EMERGÊNCIAS E RESGATES ........................................................................................ 161 11.1.

O RESGATISTA ................................................................................................................................. 164 11.2.

ANÁLISE RISCO x BENEFÍCIO........................................................................................................................ 165

ANÁLISE INICIAL .......................................................................................................................................... 166

PLANEJAMENTO DE UMA RESPOSTA A EMERGÊNCIA .................................................................... 167 11.3.

COMANDO DA EMERGÊNCIA .......................................................................................................... 167 11.4.

ETAPAS DE UMA OPERAÇÃO DE RESGATE ...................................................................................... 169 11.5.

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PREPARAÇÃO ................................................................................................................................... 169 11.6.

PREPARAÇÃo DOS EQUIPAMENTOS E DA EQUIPE DE RESGATE ................................................................. 170

ANÁLISE INICIAL .......................................................................................................................................... 171

AVALIAÇÃO ...................................................................................................................................... 172 11.7.

AVALIAÇÃO DO CENÁRIO ............................................................................................................................ 172

AVALIAÇÃO DOS RECURSOS DISPONÍVEIS .................................................................................................. 173

REGISTRO DOS PROCEDIMENTOS ............................................................................................................... 173

TAREFAS A SEREM EXECUTADAS DURANTE ESSA FASE .............................................................................. 174

PRÉ-ENTRADA .................................................................................................................................. 174 11.8.

RESPONSABILIDADES DURANTE A PRÉ-entrada ......................................................................................... 175

INSTRUÇÕES DE PRÉ-ENTRADA ................................................................................................................... 178

ENTRADA E RESGATE ....................................................................................................................... 179 11.9.

TÉRMINO DA OPERAÇÃO ................................................................................................................ 182 11.10.

EQUIPAMENTOS DE RESGATE ......................................................................................................... 184 11.11.

CAPACETE E ILUMINAÇÃO........................................................................................................................... 184

CINTO DE SEGURANÇA ................................................................................................................................ 184

SISTEMAS DE POLIAS .................................................................................................................................. 185

SOFTWARE (MATERIAL MACIO) .................................................................................................................. 186

HARDWARE (MATERIAL DURO) .................................................................................................................. 189

MACAS /IMOBILIZADORES .......................................................................................................................... 191

RESSUSCITADORES DESFIBRILADOR............................................................................................................ 192

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Curso Básico de Segurança Contra H2S

Nome do Arquivo 20150219 Treinamento de Supervisores para Entrada em Espaço Confinado 40h - PT - REV01

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REGRAS

REGRAS FALCK

Respeite todos os sinais de advertência, avisos de segurança e instruções;

Roupas soltas, jóias, piercings etc. não devem ser usados durante os

exercícios práticos;

Não é permitido o uso de camiseta sem manga, “shorts” ou mini-saias,

sendo obrigatório o uso de calças compridas e de calçados fechados;

Terão prioridade de acessar o refeitório, instrutores e assistentes;

Não transite pelas áreas de treinamento sem prévia autorização. Use o EPI

nas áreas recomendadas;

Os treinandos são responsáveis por seus valores. Armários com cadeado e

chaves estão disponíveis e será avisado quando devem ser usados. A FALCK

Safety Services não se responsabiliza por quaisquer perdas ou danos;

O fumo é prejudicial a saúde. Só é permitido fumar em áreas previamente

demarcadas;

Indivíduos considerados sob efeito do consumo de álcool ou drogas ilícitas

serão desligados do treinamento e reencaminhados ao seu empregador;

Durante as instruções telefones celulares devem ser desligados;

Aconselha-se que as mulheres não façam o uso de sapato de salto fino;

Não são permitidas brincadeiras inconvenientes, empurrões, discussões e

discriminação de qualquer natureza;

Os treinandos devem seguir instruções dos funcionários da FALCK durante

todo o tempo;

É responsabilidade de todo treinando assegurar a segurança do

treinamento dentro das melhores condições possíveis. Condições ou atos

inseguros devem ser informados imediatamente aos instrutores;

Fotografias, filmagens ou qualquer imagem de propriedade da empresa,

somente poderá ser obtida com prévia autorização;

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Gestantes não poderão realizar os treinamentos devido aos exercícios

práticos;

Se, por motivo de força maior, for necessário ausentar-se durante o

período de treinamento, solicite o formulário específico para autorização de saída.

Seu período de ausência será informado ao seu empregador e se extrapolar o

limite de 10% da carga horária da Disciplina, será motivo para desligamento;

A Falck Safety Services garante a segurança do transporte dos treinandos

durante a permanência na Empresa em veículos por ela designados, não podendo

ser responsabilizada em caso de transporte em veículo particular;

Os Certificados/Carteiras serão entregues à Empresa contratante. A

entrega ao portador somente mediante prévia autorização da Empresa

contratante. Alunos particulares deverão aguardar o resultado das Avaliações e,

quando aprovados, receberem a Carteira do Treinamento;

Pessoas que agirem em desacordo com essas regras ou que

intencionalmente subtraírem ou danificarem equipamentos serão

responsabilizadas e tomadas as providências que o caso venha a exigir.

DIRETRIZES GERAIS DO CURSO

• Quanto à Estruturação do Curso

O candidato, no ato da matrícula, deverá apresentar à instituição que vai

ministrar o curso, cópia e o original (para verificação) ou cópia autenticada dos

seguintes comprovantes:

Atestado de boas condições de saúde física e mental;

RG e CPF originais.

• Quanto à Frequência às Aulas

A frequência às aulas e atividades práticas são obrigatórias.

O aluno deverá obter o mínimo de 90% de frequência no total das aulas

ministradas no curso.

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Para efeito das alíneas descritas acima, será considerada falta: o não

comparecimento às aulas, o atraso superior a 10 minutos em relação ao início de

qualquer atividade programada ou a saída não autorizada durante o seu

desenvolvimento.

• Quanto à Aprovação no Curso

Será considerado aprovado o aluno que:

Obtiver nota igual ou superior a 6,0 (seis) em uma escala de 0 a

10 (zero a dez) na avaliação teórica e alcançar o conceito

satisfatório nas atividades práticas.

Tiver a frequência mínima exigida (90%).

Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será

considerado reprovado.

INTRODUÇÃO

A existência de espaços confinados, tanto em unidades industriais

terrestres como em unidades marítimas e demais embarcações, representa um

risco potencial para as empresas no que tange a segurança dos seus empregados

envolvidos nas atividades desenvolvidas no interior ou nas proximidades

daqueles espaços. Estudos realizados pela NIOSH - National lnstitute for

Occupational Safety and Health demonstram que a cada ano ocorrem

aproximadamente 67 acidentes fatais em espaços confinados. Dados estatísticos

da OSHA - Occupational Safety and Health Administration revelam que cerca de

85% dos acidentes decorrentes de trabalhos em espaços confinados poderiam

ser evitados se os trabalhadores estivessem adequadamente informados,

preparados e bem treinados a respeito dos riscos por ele enfrentados. No Brasil

ainda não existem quaisquer dados estatísticos oficiais de óbitos por acidentes

em espaços confinados. Só sabemos que, infelizmente, eles acontecem.

Milhares de técnicos empregados em instalações terrestres, instalações

offshore ou em embarcações da indústria de Petróleo & Gás desenvolvem suas

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atividades laborais nos chamados espaços confinados, sejam essas

atividades eventuais ou permanentes. Estes devem estar conscientes dos

riscos Já existentes e treinados para desempenhar suas funções nesses es-

paços, sejam elas de planejamento, de assistência, reparos, inspeções ou até

mesmo deres- gates. Quando nos deparamos com locais classificados como

espaços confinados, toda equipe envolvida nos processos desenvolvidos no

interior e nas adjacências daquele local deve estar atenta quanto aos

procedimentos de controle daquela entrada programada a serem aplicados

visando à segurança da integridade física do trabalhador e a preservação das

instalações de trabalho. O desafio é realizar uma entrada devidamente planejada

e rigorosamente controlada, em conformidade com os parâmetros estipulados

pela recém editada NR-,33: SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM

ESPAÇOS CONFINADOS, sem que as operações da unidade (perfuração,

exploração, produção, etc.) não tenham a sua eficiência comprometida. Esse cui-

dado excessivo e, talvez, obrigatório até, se deve a forte ocorrência de acidentes

fatais ou de conseqüências irreversíveis aos trabalhadores causados por

acidentes tais como explosões, asfixias, intoxicações, choques elétricos, quedas,

estafa pelo calor excessivo e etc.

OBJETIVO

Todo procedimento de entrada em espaços confinados representa um

trabalho potencialmente perigoso, que requer planejamento, treinamento,

trabalho em equipe, experiência, perícia nos procedimentos corretos e

equipamentos específicos. Portanto, diante dos riscos envolvidos nesses trabalhos

especiais este curso apresenta os seguintes objetivos:

1) Apresentar um conjunto de definições e procedimentos prévios e

necessários para o planejamento, preparação e habilitação dos profissionais

indicados para execução de trabalhos e resgates em espaço confinado;

2) Apresentar medidas de controle que possam ser empregadas visando à

melhoria ou a manutenção das condições ideais de trabalhos em espaços

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confinados, a segurança dos trabalhadores autorizados, a integridade dos

equipamentos e preservação do meio ambiente;

3) Dimensionamento de trabalho e operações de resgates;

4) Normalização brasileira e internacional sobre os procedimentos em

espaço confinados;

LEGISLAÇÃO

Os cuidados com a gestão de trabalhos e medidas de administração de

incidentes e acidentes em espaços confinados têm produzido em todo mundo

inúmeras normativas e regulamentos técnicos, alguns deles obrigatórios, outros

apenas recomendatórios. Isso evidencia a importância que deveremos atribuir no

planejamento e execução de trabalhos em espaços confinados, não importando

a di- mensão da planta, o tipo de espaço confinado encontrado, o serviço a ser

desempenhado, o tempo conferido e a complexidade das operações. Se o

compartimento é identificado como um espaço confinado, trate-o com a máxima

seriedade possível.

Esta norma editada pela OSHA-Occupational Safety & Health Administration

(Administração de Segurança e Saúde Ocupacional) órgão do Department of

Labour do govemo dos EUA contém os requisitos para práticas e procedimentos

de proteção para os trabalhadores das indústrias em geral contra os riscos de

entrada permitida em espaços confinados. É a mais conhecida e uma das mais

antigas normativas obrigatórias sobre o assunto.

Legislação Internacional:

• OSHA29 CRF PARTE 1910.146: OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH

STANDARDS-PERMIT-REQUIRED CONFINED SPACES

• OSHA29 CRF PARTE 1915: OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH

STANDARDS FOR SHIPYARD EMPLOYMENT

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Esta norma também editada pela OSHA contém os requisitos para práticas

e procedimentos de proteção para os trabalhadores da indústria da construção

naval contra os riscos de entrada permitida em espaços confinados.

• ABNT NBR 14.787 DE DEZEMBRO DE 2001: ESPAÇO CONFINADO-

PREVENÇÃO DE ACIDENTES, PROCEDIMENTOS E MEDIDAS DE

PROTEÇÃO.

Essa norma editada pela ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas,

fórum nacional de normalização, estabelece os procedimentos de segurança para

entrada em espaços confinados em postos de serviço. Hoje se encontra restrita

apenas para entradas e limpezas de tanques subterrâneos.

• NIOSH N°8Q-.106: CRITERIA FOR A RECOMMENDED STANDARD-

WORKING IN CONFINED SPACES

Esta publicação editada pela NIOSH-Nationallnstitute for

OccupationalSafety and Heal- th (Instituto Nacional de Segurança e Saúde

Ocupacional) do U.S Department of Health, Education and Welfare

(Departamento Ame- ricano de Saúde, Educação e Previdência Social) também

edita critérios recomendados para procedimentos de trabalhos em espaços

confinados.

• ANSI, AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE Z117.1: SAFETY

REQUIREMENTS FOR CONFINED SPACES

Este instituto privado Americano editou a presente norma que provê

requisitos mínimos de segurança a serem seguidos durante entradas, saídas e

trabalhos em espaços confnados com atmosferas normais.

• NFPA 1670: STANDARD ON OPERATIONS AND TRAINING FOR

TECHICAL RESCUE INCIDENTS

O propósito dessa norma editada pela NFPA-National Fire Protection

Association (Associação Nacional de Proteção contra Incêndio) é auxiliar a

autoridade competente a dimensionar um resgate técnico de risco dentro de

uma área de resposta, identificar o nível de capacitação e estabelecer critérios

operacionais.

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Legislação Nacional:

Essa norma editada pela ABNT -Associação Brasileira de Normas Técnicas,

fórum nacional de normalização, estabelece os requisitos mínimos para proteção

dos trabalhadores e do local de trabalho contra os riscos de entrada em espaços

confInados. Atualmente é considerada a principal norma disponível no Brasil com

intuito de disciplinar todo tipo de trabalhos em espaços confinados.

• PORTARIA W 202/2006 - NR-.33: SEGURANÇA E SAÚDE NOS

TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS

Essa norma editada pelo Ministério do trabalho e Emprego tem como

objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços

confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos

existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos

trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.

• PETROBRÁS N - 2637 NOV./2002: SEGURANÇA NO TRABALHO EM

ESPAÇO CONFINADO

Esta norma fixa as condições mínimas de segurança, meio ambiente e

saúde a serem observadas, na entrada e conseqüente permanência de pessoas

em espaços confinados, seja para construção e montagem de novos

equipamentos, inspeção ou execução de serviços.

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DEFINIÇÃO 1.Diante das diversas normas apresentadas encontramos muitas definições

para um local ser reconhecido como espaço confinado.

A NR-.33 define espaço confnado como:

"Qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana

contínua, possui meios limitados de entrada e saída, a ventilação existente é

insuficiente para remover con- taminantes ou onde possa existir a deficiência ou

enriquecimento de oxigênio".

A NBR 14.787 assim define os locais confinados:

"Qualquer área não projetada para ocupação contínua, a qual tem meios

limitados de entrada e saída e na qual a ventilação existente é insuficiente para

remover contaminantes perigosos e/ou deficiência/enriquecimento de oxigênio

que possam existir ou se desenvolver." É grande o suficiente e assim

configurado a qual um trabalhador possa entrar fisicamente e executar um

trabalho designado;

Possui recursos de entrada ou saída limitados ou restrita;

Para a OSHA 1910.146 espaço confinado é definido como sendo "um

espaço que:

“Não está projetado para ocupação humana contínua."

Embora não seja uma norma especificada para trabalhos nas embarcações

e instalações offshore em operações, a OSHA 1915, norma voltada para indústria

de reparos e construção naval, define que:

"O Termo "espaço confinado" significa um compartimento de dimensões

limitadas e acesso limitado tal como um tanque de fundo duplo, compartimento

estanque, ou outro espaço o qual, devido suas dimensões limitadas e natureza

confinada possa facilmente produzir ou agravar uma exposição a perigos".

Já a ANSI dispõe que um espaço confinado é:

"... uma área fechada que possui as seguintes características:

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Sua função primária é algo exceto a ocupação humana; Possui entradas e

saídas restritas; Pode conter riscos conhecidos ou potenciais".

A NIOSH prescreve que espaço confinado se "Refere a um espaço o qual

pelo projeto possui passagens limitadas para entrada e saída; ventilação natural

desfavorável o qual poderá conterou produzir contaminantes perigosos para o ar;

e o qual não foi tencionado para ocupação contínua de empregados. Espaços

confinados incluem, mas não se limitam a, tanques de armazenamento,

compartimentos de embarcações, vasos de processamento, poços, silos, tonéis,

degreasers, reatores, caldeiras, dutos de ventilação e exaustão, esgotos, túneis,

câmaras subterrâneas e oleodutos".

Finalmente, para a PETROBRÁS (N-.2637),

"Espaço confinado é todo espaço que:

a) seja grande o suficiente e configurado de forma que o empregado

possa entrar e executar um trabalho;

b) possua meios limitados ou restritos para entrada ou saída (por exemplo,

tanques atmosféricos, vasos de pressão, torres de processo, reatores, silos,

caixas de passagem, tanques de carga e lastro, fomos, entre outros);

c) não seja projetado para a permanência contínua de pessoas."

Sendo assim, diante das definições acima poderíamos resumir as

características de um espaço confinado da seguinte forma:

• Todo e qualquer local não projetado para ocupação humana

contínua, mas grande o suficiente para a permanência de

trabalhadores durante a execução de serviços;

• Possui acesso limitado tanto para entrada como para saída

• Possui pouca ou nenhuma ventilação que assegure a remoção de

contaminantes ou garanta uma respiração normal;

• Apresenta uma atmosfera rica ou deficiente em oxigênio,

contaminada ou explosiva;

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• Pode expor o trabalhador a algum tipo de risco.

A importância de conhecer precisamente as características e condições que

torna algum local um espaço confinado está na obrigação que a NR33 trouxe para

as empresas de, previamente, identificar os espaços confinados existentes na

empresa ou de sua responsabilidade e antecipar e reconhecer os riscos

específicos em cada um deles.

Portanto, diante das definições apontadas podemos propor uma relação,

não exaustiva, de exemplos de espaços confinados:

o Tanques de transporte;

o Vasos de pressão;

o Torres de destilação;

o Esferas;

o Colunas;

o Tubulações;

o Reatores;

o Tanques de carga; o Tanques de lastro; o Tanques de "slop"; o Fundo

duplo;

o Reatores; o Caldeiras; o Fomos;

o Dutos de ventilação;

o Poços de elevadores;

o "Pontoon";

o Silos;

o Poços;

o Degreasers;

o Túneis;

o Redes de esgoto;

o Câmaras subterrâneas

o Caixas de passagem.

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RISCOS ENCONTRADOS NOS ESPAÇOS CONFINADOS 2.A NR33 apresenta 5 principais riscos normalmente encontrados num

espaço confinado:físicos, químicos, biológicos, mecânicos e ergonômicos.

Adicionalmente citaremos os riscos psicológicos.

RISCOS FÍSICOS 2.1.

Os riscos físicos estão relacionados com as características físicas existentes

nos espaços confinados que representam riscos potenciais de causarem algum

desgaste à integridade física, lesão ou morte do trabalhador. Possuem a

qualidade de alterarem as características ambientais do interior de um espaço

confinado. Alguns riscos físicos podem ser identificáveis pelo senso humano

como, por exemplo, o calor de um maquinário aquecido. A presença deles num

espaço confinado representa um risco ainda maior devido aos meios limitados de

acesso, a proximidade ao perigo do qual o trabalhador possa estar exposto e pela

possível demora no resgate de vítimas. São exemplos mais comuns de riscos

físicos:

• Calor ou frio extremo;

• Ruídos;

• Vibração;

• Fadiga;

• Pressão anormal;

• Iluminação;

• Radiações ionizantes ou não ionizantes.

RISCOS MECÂNICOS 2.2.

Os riscos mecânicos estão relacionados com o contato físico direto com a

vítima para produzir o mecanismo nocivo de lesão. Portanto, o trabalhador ao

manusear uma ferramenta ou ficar exposto a algum sistema não protegido

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poderá ser vítima de lesões graves, incapacitantes ou que o leve até a morte.

São exemplos de riscos mecânicos:

• Descarga de energia (Equipamentos energizados, aquecidos,

pneumáticos ou hidráulicos);

• Derramamento de líquidos;

• Materiais perfurantes ou cortantes;

• Equipamentos ou materiais (cargas) em movimento;

• Produtos químicos;

• Quedas, escorregões ou tropeções.

RISCOS QUIMICOS 2.3.

São aqueles produzidos pelo contato com substâncias químicas perigosas

ou alterações provocadas nessas substâncias que poderão resultar em algum

dano físico aos trabalhadores. Também podemos afirmar que a falta de algumas

substâncias essenciais a vida humana também seria classificada como um risco

químico, como por exemplo, a falta de oxigênio em determinados ambientes

confinados. Nas situações de trabalhos em espaços confinados os agentes

químicos (gases, vapores e aerodispersóides) estão, geralmente, dispersos na

atmosfera do local.

A OSHA estima que 90% de danos e mortes em espaços confinados

acontecem como resultado de uma atmosfera perigosa que possam expor os

empregados a um risco de morte, incapacitação, perda de habilidade para

autoresgate, dano ou doença por uma ou mais das seguintes causas:

• Deficiência ou enriquecimento de oxigênio;

• Atmosferas explosivas;

• Atmosferas tóxicas.

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ATMOSFERAS DEFICIENTES EM OXIGÊNIO

Um espaço confinado se torna deficiente de oxigênio quando o oxigênio

presente na atmosfera é de modo idêntico, substituído, absorvido ou consumido.

Consumo:

• Oxidação de metal;

• Combustão (soldas);

• Secagem de pinturas e revestimentos;

• Decomposição de material orgânico (fermentação);

Substituição:

• Introdução de algum gás inerte (nitrogênio, dióxido de carbono,

hélio, etc);

• Os gases inertizantes são classificados como Asfixiantes Simples e

deixam a atmosfera com 0% de oxigênio;

• Substituição da atmosfera pela emissão de vapores de alguma

substância volátil;

• Carvão ativo no interior de câmaras ou reatores;

Adsorção:

NBR14.787 considera uma atmosfera deficiente em oxigênio aquela

contendo menos de 19,5% de oxigênio em volume. A NR15 define que o Limite

de Tolerância do oxigênio é de 18% por volume. A NR33 modernizou esse

entendimento, adotando uma postura mais conservadora ao definir uma

atmosfera deficiente de oxigênio aquela que contenha uma concentração de

oxigênio inferior a 20,9% por volume. É praticamente impossível assegurar que

todos os trabalhadores sofrerão as mesmas reações de modo idêntico por falta de

oxigênio ou pela diminuição da pressão parcial do oxigênio.

Hoje é obrigação dos empregadores adotarem um programa de proteção

respiratória para espaços confinados. Porém, é comum nos preocuparmos com o

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fornecimento de proteção respiratória em espaços confinados somente na

execução direta de trabalhos em atmosferas IPVS ou nas situações de resgates.

A norma não proíbe que trabalhos em espaços confinados não sejam realizados

em atmosferas com menos de 20,9% de oxigênio. Ela permite que sejam

autorizados os trabalhos nessas concentrações inferiores a 20,9% desde que seja

oferecida a proteção respiratória devida. Portanto, nesse caso, a norma se

refere aos equipamentos de escape que providenciariam o autosocorro dos

trabalhadores autorizados quando forem alertados por algum equipamento ou

reconhecimento de alguma condição perigosa na atmosfera de trabalho em que

estão inseridos.

ATMOSFERAS ENRIQUECIDAS DE OXIGÊNIO

Materiais inflamáveis por ventura existentes nos espaços confinados

poderão, rapidamente, se inflamar em atmosferas enriquecidas de oxigênio,

como por exemplo, vazamento de um cilindro ou uma linha de ar, ou uma

ventilação inadequada do local. A NR33 define uma atmosfera rica em oxigênio

aquela que contém uma concentração acima de 23% por volume. A OSHA

define uma atmosfera enriquecida aquela que conter 23,5% de oxigênio.

ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

O risco de explosão deve levar em considera ção as condições da atmosfera

no interior do espaço confinado e a existência de resíduos (gases, vapores ou

poeiras) que possam estar presentes ou terem sido produzidos pelo trabalho em

que está sendo executado. Altas concentrações de gases inflamáveis no interior

de um espaço confinado podem produzir uma atmosfera explosiva. Os resíduos

podem representar um risco de explosão quando estiverem sendo executados

trabalhos quentes dentro do espaço confinado ou em sua estrutura.

Algumas das condições mais conhecidas que podem produzir uma

atmosfera explosiva ou um risco de incêndio durante trabalhos quentes são:

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• Carga remanescente no interior do espaço confinado;

• Solda de corte ou vazamentos de tubos;

• Escoamento de carga ou canalização de combustível;

• Revestimentos e preservantes de tanques;

• Vazamentos de materiais inflamáveis nas adjacências do espaço

confinado;

• Decomposição de material orgânico no interior do espaço confinado;

• Materiais existentes no interior do espaço confinado capazes de se

inflamar na presença de trabalhos quentes (trapos, madeira, pa- pel,

cordas, etc.);

Fontes de ignição

Quando existir uma atmosfera inflamável em um espaço confinado,

poderemos encontrar diversas fontes de ignição possíveis de se provocar um

incêndio ou uma explosão:

• Chamas abertas - soldas, aquecedores;

• Arcos elétricos - fios partidos, terminais, relês, chaves;

• Centelhas - ferramentas de aço em friccionando metal ou cimento;

• Energia estática - líquidos fluindo através dos tubos, polias se

movendo, alívios de pressão;

• Reações químicas-reações do próprio material ou reações do

material em contato com o oxigênio.

Riscos de uma atmosfera com poeira combustível

Chamamos a atenção para uma situação bastante complexa quando nos

deparamos com uma mistura de poeira combustível com o ar dentro de um

espaço confinado. Tal como gases ou vapores essas poeiras podem estar

presentes nos espaços confinados como sendo o próprio conteúdo ou podem ter

sido introduzidas como resultado de trabalhos executados, como por exemplo:

solventes de limpeza, pintura etc. Essas misturas somente sofrerão uma ignição

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se as suas concentrações estiverem dentro de seus limites de explosividade

definidos.

Deveremos ter o máximo de cuidado com o procedimento de ventilação do

espaço confinado. As camadas de poeira, ao contrário dos gases e vapores, não

são diluídas através da ventilação. A ventilação poderá aumentar ainda mais o

risco, pois serão criadas nuvens de poeira que resultarão numa propagação

maior. As partículas podem ser agitadas, se espalharem ou incendiarem-se

devido o atrito. Muito cuidado deveremos tomar também com o depósito das

camadas de poeira, por que poderão criar um risco cumulativo.

ATMOSFERAS TÓXICAS

Atmosferas tóxicas podem causar sérios problemas de saúde para os

trabalhadores ou até mesmo a sua morte. A presença de agentes contaminantes

quase sempre é resultante da sobra de substâncias que outrora estavam

armazenadas nos espaços confinados, ou pelo uso de revestimentos, solventes

ou preservantes nesses locais.

A decomposição de material orgânico não apenas substitui o oxigênio

como também pode produzir gases como o metano, o monóxido de carbono,

o dióxido de carbono e o sulfato de hidrogênio. Também é possível que gases

tóxicos penetrem em um espaço confinado durante uma entrada por causa de

procedimentos de isolamento incorretos.

Se o material usado para a execução dos serviços de reparo ou

manutenção for tóxico, é necessário o conhecimento de sua FISPQ-Ficha de

Informações de Segurança de Produtos Químicos. Baseado nas informações

constantes na ficha o empregador é obrigado a adotar os procedimentos

adequados para assegurar a saúde e a segurança de seus empregados. As fichas

devem ser adotadas principalmente quando o contaminante não é muito

conhecido.

As infonnações sobre os perigos dos produtos tóxicos quanto a sua

natureza e seu o tempo de exposição e as demais condições de trabalho

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encontram-.se definidos na NR15-Atividades e Operações Insalubres do Ministério

do Trabalho. Na ausência de qualquer recomendação ou na existência de

recomendações mais restritivas tanto a NBR14.787 como a NR9 dão o amparo

para nos basearmos em outros padrões, em especial a ACGIH-American Council

of Governmental Industrial Hygienists, o mais aplicado no Brasil e Europa.

RISCOS BIOLÓGICOS 2.4.

Os agentes biológicos mais conhecidos são:

• Esgoto;

• Água contaminada;

• Animais;

• Vetores biológicos (mosquitos. besouros, moscas, etc.).

O Anexo 14 da NR-.15 trata de forma genérica sobre os agentes

biológicos, mas relacionando-se apenas as atividades que envolvam a sua

presença e não com o agente propriamente dito. A exposição aos agentes

biológicos sem a devida proteção poderá causar, desencadear ou agravar uma

série de problemas de saúde. Os meios de contaminação mais comuns por

agentes biológicos ocorrem através da respiração, contato ou ingestão.

RISCOS ERGONÔMICOS 2.5.

Os riscos ergonômicos são aqueles introduzidos nos ambientes de trabalho

e inadequados às limitações dos seus usuários. Sua atuação é caracterizada por

atingirem exclusivamente os trabalhadores. Provocam lesões crônicas que

podem ser de natureza psicofisiológica. São exemplos de riscos ergonômicos:

• Elipses estreitas;

• Acessos limitados;

• Excesso de peso de equipamentos, ferramentas ou EPI's;

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RISCOS PSICOLÓGICOS 2.6.

São riscos de fundo comportamental de cada trabalhador no que se refere

aos aspectos emocionais individuais motivados por algum despreparo ou

desequilíbrio psíquico ou de saúde. São aspectos subjetivos, ou seja, "todos têm

um limite!". São fatores limitantes para os trabalhadores que vão muito além da

falta de qualidade na execução de tarefas ou da falta de treinamentos.

Claustrofobia, fadiga e ruído são algumas das situações de estresse

emocional as quais o trabalhador ou resgatista poderá estar exposto durante

entradas de longa duração em espaços confinados.

RISCOS COMBINADOS 2.7.

Durante a análise prévia devemos identificar todos os riscos decorrentes

do trabalho, bem como a possível combinação de riscos desenvolvidos. Essa

combinação pode resultar em um outro risco diverso e/ou não previsto, como

por exemplo, um curto circuito que pode provocar um centelhamento e assim

servir como fonte de ignição para uma explosão ou um grande incêndio que, por

sua vez, pode provocar a deficiência de oxigênio no ambiente.

SAÚDE OCUPACIONAL EM ESPAÇO CONFINADO 3. GESTÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL 3.1.

A NR-.33 é clara o suficiente ao determinar que as empresas deverão

redimensionar seus exames do seu programa de saúde ocupacional relacionados

aos profissionais que possuem rotinas de trabalho nos locais identificados como

espaços confinados, de acordo com as funções que serão desempenhadas por

cada um e o tipo de serviço a ser executado. Existem vários motivos para nos

preocuparmos com a saúde dos trabalhadores nesses tipos de atividades. Muitos

casos de exposições ou acidentes com lesões que poderão levar ao

desenvolvimento de alguma doença ocupacional são provocados por falhas nas

medidas de controle, tais como: má ventilação, iluminação insuficiente, posturas

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incorretas, EPI inadequado, falta de higiene do EPI, contato com substâncias

contaminantes etc.

O objetivo é ajustar a abordagem da relação entre a saúde e as condições

de trabalho inerentes aos espaços confinados. As particularidades dos riscos,

físicos, mecânicos, químicos, biológicos e ergonômicos inerentes às atividades

nesses locais servirão de subsidio para um monitoramento individual de cada

trabalhador que possa ficar exposto ao desenvolvimento de doenças

ocupacionais. Deveremos oferecer uma especial atenção às condições físicas e

mentais dos trabalhadores que adentram em espaços confinados, pois em

algumas situações, será necessário não apenas avaliar a exposição dos

trabalhadores aos contaminantes agressivos à saúde gerados durante o

desenvolvimento dos serviços, como também avaliar se o trabalhador também se

encontra num estado emocional equilibrado para uma entrada segura.

O setor médico ou de enfermagem do trabalho nas empresas possui um

papel importante na coleta de dados que auxiliam na preparação dos programas

de saúde ocupacional para o monitoramente da saúde das equipes de trabalho

em espaço confinado. Na verdade, não participam diretamente da execução dos

serviços. Mas indiretamente possui uma importante função de suporte. São

deveres do enfermeiro ou técnico de enfermagem:

• Assegurar que todos os trabalhadores envolvidos no trabalho a ser

executado estejam em perfeito estado de saúde física e mental;

• Verificar a pressão arterial de todos os funcionários envolvidos no

trabalho antes de iniciar as atividades;

• Coibir a entrada de trabalhadores que apresentem qualquer problema

de saúde;

• Manter o registro médico dos empregados envolvidos em trabalhos

em espaço confinado, garantindo a rastreabilidade dos mesmos.

Portanto, aplicam se a NR7: Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional para as atividades industriais (terrestres e marítimas) e a NR-31:

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Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração

Florestal e Aqüicultura para as atividades agroindustriais. O PCMSO é de vital

importância devido ao seu caráter preventivo, investigativo e de diagnóstico

precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho. Ele se interage com as

demais NR's, principalmente a já comentada NR15 e a NR9, que oferece uma

avaliação individual de cada trabalhador que for exposto a algum agente físico,

químico ou biológico.

Mas afnal, quais são os possíveis problemas de saúde ocupacional que

poderemos enfrentar nos trabalhos em espaços confinados?

CONDIÇÕES DE SAÚDE FÍSICA DOS TRABALHADORES 3.2.

Até o resultado de exame médico específico que ateste o contrário, todo

trabalhador devidamente capacitado conforme a NR e que não apresente

transtorno ou doença aparente que não possa se agravada ou desencadeada

durante a execução de serviços em locais confinados, pode ser considerado apto

para o desenvolvimento desse tipo de atividades.

O preparo físico do profissional escalado para trabalhos em espaços

também tem a sua importância. Normalmente, o acesso ao local é difícil e o

peso das ferramentas utilizadas, equipamentos pessoais e EPI acabam se

tornando dificuldades que somente serão superadas por pessoas que gozam

de boa disposição física.

Também não queremos dizer que só os fortes prevalecerão na seleção

dos trabalhos em locais confinados. Não importa o tamanho do profissional, mas

sim o seu peso. Imagine um trabalhador bem preparado fisicamente, forte no

alto dos seus 1,80 m e com 100 kg de peso. Como seria o acesso dessa pessoa

em locais que, às vezes, possui elipses de 50 em de diâmetro? Ou locais onde o

acesso somente é feito através de polias? Ou numa situação de emergência em

que o mesmo trabalhador fosse uma vítima, como seria a sua retirada?

Não existe uma regra geral, o que vai prevalecer será o bom senso e

principalmente a Análise de Riscos. Como vimos nas variáveis acima, tudo vai

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depender do local, do serviço, do acesso, enfim, de como se desenvolverá a

entrada. A OMS-Organização Mundial de Saúde estabelece que o IMC-Índice de

Massa Corporal para se considerar uma pessoa obesa é de 30 kg/m2. Algumas

empresas tem recomendado um IMC de 35 kg/m2, outras mais exigentes adotam

o índice da OMS. O que devemos observar é que seria inimaginável

introduzirmos trabalhadores portadores de obesidade mórbida nos locais

confinados, como também não seria recomendável introduzirmos trabalhadores

que superam o IMC não por obesidade, mas por desenvolvimento de sua massa

muscular.

Não menos importantes na anamnese ocupacional para trabalhos em

espaços confinados, os fatores psicossociais também serão levados em

consideração. Ter boa condição física não é o suficiente. Como ficaria o equilíbrio

psicológico dos trabalhadores que poderão desenvolver algum estresse de fundo

emocional desencadeado em locais enclausurados ou escuros?

É fácil argumentar que pessoas de baixo grau de instrução são alvos de

risco potencial de acidentes. Não raro, são esses trabalhadores, às vezes semi-

analfabetas, com quase nenhuma qualificação e compreensão das normas de

segurança em espaços confinados que acabam se submetendo a esses

tipos de trabalho. Todavia, independente do grau de escolaridade, todo o

trabalhador que apresentar boa saúde física, qualificação profissional e

treinamento de capacitação para trabalhos em espaços confinados, deverá se

submeter a exames psicológicos, pois transtornos mentais e neurológicos como,

por exemplo, ansiedade, claustrofobia, acrofobia, epilepsia, esquizofrenia, podem

acometer a qualquer profissional.

A seguir comentaremos as doenças profissionais mais comuns que

possam surgir nos trabalhos em espaços confinados.

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P á g i n a | 33

.

.

DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO 3.3.

Os espaços confinados normalmente apresentam agentes nocivos em sua

atmosfera, os quais agridem o aparelho respiratório de diversas maneiras

provocando doenças. São inúmeros os exemplos de substâncias agressoras que

agem de formas diversas nos órgãos que compõem o aparelho respiratório.

Os gases, vapores, fumaças irritantes e as poeiras pouco finas (de 5 a

50 1-l) atingem os brônquios provocando bronquite crônica. Os brônquios podem

ainda ser agredidos por agentes cancerigenos, como os asbestos, os cromatos,

e hidrocarbonetos. Os produtos químicos irritantes e as poeiras de tamanho

inferior a 5 1-l alcançam os bronquíolos e provocam um processo inflamatório do

tipo bronquiolite. Outras poeiras com diâmetro entre 0,5 1-l e 5 1-l penetram

através das paredes dos bronquíolos e vão até o interstício pulmonar, acumulam

se no tecido pulmonar, provocam alterações na estrutura deste e dão origem às

pneumoconioses (é o caso da poeira de quartzo-sílica e do carvão). As expo-

sições agudas a gases, vapores e fumaças irritantes podem provocar lesões em

nível alveolar com edema pulmonar. Quando a exposição é crônica, pode

desenvolver distúrbios na ventilação mecânica e nas trocas gasosas alvéolos

capilares-hematose.

A eficiência do organismo em eliminar a substância inalada e a

possibilidade de desenvolver doenças respiratórias depende dos sguintes fatores

inerentes às substâncias que o trabalhador poderá ficar exposto:

• Diâmetro - As partículas de 5 a 501-l de diâmetro chegam aos

brônquios, as de tamanho inferior a 51-l chegam aos bronquíolos e

alvéolos e as que têm menos de 11-l podem ficar depositadas nos

alvéolos.

• Solubilidade e Reatividade - As substâncias mais facilmente solúveis

podem provocar reações inflamatórias agudas e edema pulmonar;

• Concentração - As partículas com menos de 51-l de diâmetro podem

ser facilmente eliminadas se sua concentração nas vias respiratórias

for inferior a 1O partículas por cm3. Apenas 90% delas podem ser

eliminadas quando a concentração é de 1000 partículas por cm3

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• Suscetibilidade - Fatores genéticos que podem determinar a

suscetibilidade do individuo a algumas substâncias e doenças

preexistentes que podem favorecer a ocorrência de outras.

• Macrofagia - Muitas partículas são englobadas por macrófagos e

expectoradas ou engolidas, mas também podem entrar no tecido

pulmonar, de onde podem passar para os vasos linfáticos e ser

transportadas aos linfonodos ou entrar nos capilares pulmonares.

A anatomofisiologia do pulmão mostra que a capacidade respiratória é

ampliada muitas vezes devido ao fato de a árvore brônquica e dos alvéolos

aumentarem muito a superfície de contato do ar inspirado e o tecido pulmonar.

Por essa razão, a facilidade de se contrair alguma doença aumenta

proporcionalmente, pois aumenta a superfície de contato do tecido pulmonar com

as substâncias perigosas inaladas.

São importantíssimas as avaliações ambientais dos espaços confinados e

das condições que determinados serviços são executados nesses locais, pois

oferecem a oportunidade de coletarem dados que facilitem a detecção dos locais

contaminados, a concentração encontrada e a freqüência de exposição,

propiciando assim, um diagnóstico precoce, o tratamento adequado e tudo que

for possível para controlar ou eliminar as causas de doenças.

A anamnese dos sintomas respiratórios deve levar em conta as seguintes

informações:

• História passada de doenças pulmonares;

• Tipo e gravidade da dispnéia e respiração ruidosa;

• Tabagismo;

• Exposição profissional a poeiras, gases, va- pores e fumaças irritantes

responsáveis por pneumopatias;

• Exame físico do tórax e prova de função ventilatória;

É necessário coletar dados remotos para termos a certeza de estarmos

elaborando um levantamento das condições de trabalho de toda a vida laboral do

profissional, pelo fato de muitas doenças apresentarem uma evolução lenta, que

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ainda podem prosseguir mesmo após ter cessado a exposição. Pneumoconioses

ocorrem quando partículas sólidas são inspiradas junto com o ar, encontram

ampla superfície de contato e se depositam dentro dos alvéolos. Parte delas não

é eliminada e sua presença provoca reação dos tecidos e um processo

permanente de cicatrização, ou seja, fibrose do tecido pulmonar. O pulmão, que

originalmente é esponjoso, macio e rosado, apresenta-se firme, duro e

acinzentado. Inicialmente, essa reação é pouco intensa e pode passar

despercebida. Com a persistência da inalação das partículas e seu acúmulo nos

tecidos pulmonares, há uma reação maciça de inflamação e cicatrização, com

fibrose e perda progressiva da função do pulmão. Assim, o pulmão perde a

capacidade de realizar a hematose, ou seja, as trocas gasosas.

DERMATOSES DO TRABALHO 3.4.

São as lesões ocorridas no tegumento, ou seja, a pele, provocadas ou

agravadas pelas condições de trabalho encontradas. Devido sua extensão

encobrir toda a superfície de nosso corpo facilitando o seu contato com inúmeros

agentes nocivos, a pele é um dos elementos mais facilmente exposto às agres-

sões produzidas pelo ambiente de trabalho. As dermatoses do trabalho podem

ser provocadas por contato direto com substâncias químicas, agentes físicos

(frio, calor, radiações ionizantes, eletricidades), agentes mecânicos (vibração,

traumatismo, corte) ou agentes biológicos (microorganismos, fungos e para-

sitas).

Alguns fatores facilitam o desenvolvimento das dermatoses no ambiente de

trabalho:

• Temperatura ambiente;

• Desidratação (alteração do teor de água na pele);

• Idade (após os 40 anos começa ocorrer a atrofia das glândulas

sebáceas

• Sudoríparas, o que toma a pele naturalmente mais seca,

desengordurada e, portanto, desprotegida);

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• Alergia (Atopia - indivíduos atópic estão mais predispostos a

lesões do tipo eczema- toso);

• Concentração da substância (a intensidade da agressão ao

trabalhador é medida em ra- zão da concentração encontrada do

agente).

A anamnese das doenças de pele envolve a prova epicutânea, ou teste de

contato, ao colocar substâncias suspeitas de sensibilizar o indivíduo em contato

direto com a pele por 24 a 48 horas. A prova será positiva se ocorrer

vermelhidão, edema, vesículas e exsudação nos locais de contato. Para garantir

a segurança do resultado, o médico examinador deverá estabelecer a diferença

de reação entre irritação e sensibilização. O resultado positivo indica que o

indivíduo está sensibilizado pela substância ao produzir anticorpos contra aquela

substância. Ressalta-se que o teste não indica que aquela seja a substância res-

ponsável pelas lesões que o fizeram procurar o médico.

CARCINOMA EPIDERMÓIDE

As lesões traumáticas podem produzir cicatrizes queloidianas que devem

ser removidas cirurgicamente devido ao risco de desenvolver o carcinoma na

pele.

O carcinoma epidermóide é sempre conseqü ência de dennites crônicas, de

longa duração, provocadas por exposição a alcatrão, asfalto, parafinas, petróleo,

fuligem, creosoto, óleos minerais, compostos arsenicais, sol (radiação

ultravioleta) e radiações (raios X, alfa, beta e gama).

QUEIMADURAS

Repetidas exposições ao calor radiante (equipamentos) alteram a

pigmentação e a vacularização da pele. O calor pode provocar a queimadura

que é a destruição da pele. É classificada em três graus, segundo a profundidade

e extensão de comprometimento da pele:

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• Primeiro grau: eritema e ardência no local queimado;

• Segundo grau: eritema, edema e flictenas (bolhas);

• Terceiro grau- Destruição de músculos; Quando a queimadura atinge

30% da superfície corporal, é considerada grave. Nos casos em que

atinge 500/o da superfície corporal, existe o risco de morte,

independente da pro- fundidade atingida.

Nas queimaduras graves,a realização do tratamento é da maior urgência,

para evitar ou eliminar o estado de choque. O tratamento local deve visar a

proteção contra a perda de líquidos e a contaminação. Os ffictenas (bolhas) não

devem ser perfurados se não estiverem infectados.

DISCROMIAS

Alterações na pigmentação da pela que sofrem os trabalhadores expostos

a vernizes, lacas, antioxidantes,desodorantes, detergentes, inseticidas, tintas,

óleos minerais, petróleo e seus derivados (óleo diesel, querosene, gasolina, GLP

e solventes), arsênico e alcatrão.

ANGIODERMATOSES

A úlcera de perna é um exemplo comum. São dermatoses provocadas pela

deficiência de circulação sanguínea em nível capilar. Não são diretamente

provocadas pelo trabalho, mas podem ser agravadas por ele, se houver

exposição ao frio e posição estática.

O objetivo do SESMT da empresa é a eliminação total das substâncias

agressivas do ambiente de trabalho. Quem deve ser isolado e enclausurado é o

agente agressor e não o trabalhador dentro de um EPI.

Além das medida de controle da engenhariae medidas de controle pessoais,

a conscientização dos trabalhadores também é peça fundamental. O trabalhador

sempre cuidando de sua higiene pessoal, utilizando roupas limpas e apropriadas

para o tipo de trabalho também serão uma valiosa ajuda.

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SUBSTÂNCIAS TÓXICAS 3.5.

Por séculos o homem tem convivido com a presença constante de

substâncias tóxicas, em menor grau, tanto no ambiente de trabalho como no seu

próprio lar. Logo entendemos porque estamos bem familiarizados com elas.

Porém, o que poucos compreendem da importância da toxicologia é que,

na verdade, todas as substâncias apresentam um risco. Nem todos os

organismos expostos à mesma dose de um agente químico respondem de

maneira igual. Uns morrem, outros caem doentes, mas acabam sarando, e

outros, que por mais incrível que pareça, nem afetados são.

Portanto, as substâncias químicas não podem ser consideradas

totalmente inofensivas, tudo vai depender da sua concentração presente. Logo, a

sua utilização somente deverá ser permitida de acordo com os procedimentos

de segurança recomendados para aquela substância presente, que assegurem

que durante o seu uso correto não haverá margem para dano algum ao

trabalhador.

Os efeitos tóxicos são distúrbios reversíveis ou irreversíveis nos processos

bioquímicos e decorrem da ação tóxica, que é a interação do agente químico com

organismo em nível molecular. A ação tóxica de uma substância ocorre em três

fases:

• Fase de exposição: absorção da substância;

• Fase toxicocinética: absorção, transporte, distribuição,

biotransfonnação e excreção do agente tóxico;

• Fase toxicodinâmica: interação entre moléculas do agente tóxico e os

receptores do organismo, provocando dano bioquímico, ou seja,

alterações em nível molecular.

As substâncias agem de forma diferente caso a exposição seja aguda ou

repetida. A penetração no organismo pode ocorrer por ingestão, inalação, injeção

ou absorção através da pele ou mucosas. Atingem o sangue e a linfa e

distribuem, se por prejudicando órgãos específicos, de acordo com a afinidade da

substância, ou os órgãos em geral (ação sistêmica). Podem permanecer

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armazenadas no tecido gorduroso, em órgãos específicos, nos tecidos ou nos

ossos. Podem também sofrer ou provocar alterações metabólicas no organismo.

A excreção pode ocorrer através das fezes, urina, do ar expirado ou das

secreções de glândulas, como as sudoríparas, lactíferas, salivares e lacrimais,

sendo diferente para cada tipo de substância. Por exemplo, as lipossolúveis como

o DDT são de difícil excreção.

A presença de substâncias tóxicas exige uma avaliação sistemática da

exposição sofrida pelos trabalhadores através do monitoramento contínuo do

ambiente de trabalho. As informações reveladas pelos resultados dessa análise

auxiliam na prevenção de doenças produzidas pela exposição ocupacional a

agentes químicos e apontam a relação existente entre a forma, o tempo de

exposição, a concentração da substância, seus efeitos e as alterações provocadas

no estado de saúde dos trabalhadores.

SOLVENTES

São substâncias ou misturas de substâncias químicas capazes de dissolver

outro material de utilização industrial. Apesar da variedade de sua natureza

química (hidrocarbonetos, éteres, álcoois, cetonas, etc), os solventes possuem

características em comum: são incolores, lipossolúveis, possuem grande

volatilidade, são inflamáveis e possuem notáveis efeitos tóxicos. Nos ambientes

de trabalho são empregados nos processos de produção (óleos, tintas, colas,

explosivos, inseticidas, detergentes, etc.) ou na aplicação de pinturas,

revestimentos, decapagens, etc. Alguns exemplos de solventes são: benzeno

(hidrocarboneto aromático), ciclohexano (hidrocarbonetos alicíclicos), tolueno

(hidrocarboneto aromático), tricloroacetileno (hidrocarboneto halogenado) e

metanol (álcool).

A via de penetração no organismo é essencialmente respiratória, mas

arranhões ou qualquer outro ferimento na pele também podem se prestar a

penetração pela via cutânea.

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Seus efeitos mais conhecidos são: o efeito narcótico considerando que

os solventes atuam sobre o Sistema Nervoso Central, e a biotransformação

(trocas químicas realizadas pelo organismo vivo), principalmente no fígado onde

será transformado em outras substâncias chamadas de metabólitos (geralmente

hidrosolúveis, fáceis de serem eliminados pela bile ou pela urina). Essa

transformação será diferente para cada grupo de solventes, inclusive o seu

comportamento particular. Sabe-se que o benzeno transforma-se em fenol, o

metanol em ácido fórmico, o tricloroacetileno em ácido tricloroacético e tricloroe-

tanol, etc.

Os sintomas de contaminações por solventes são:

Os sintomas iniciais são genéricos: fadiga, cefaléia, irritabilidade, anorexia.

Tardiamente ocorrem manifestações hemorrágicas, como por exemplo, púrpura,

hemorragias gengivais, epistaxe, equimoses e hemorragias diversas, infecções

como estomatite pode provocar irritação nas mucosas e na pele (resseca-

mente, descamação ou inflamação).

Em altas concentrações pode causar um efeito narcótico agudo chamado

de embriaguez delirante. A pessoa exposta apresenta quadro de euforia, marcha

instável e confusão mental, podendo ainda sofrer compulsão e coma.

Uma exposição crônica produz aplasia medular, que se inicia com a redução

das plaquetas dos glóbulos brancos e, depois, dos glóbulos vermelhos,

traduzidas, respectivamente, por plaqueotomia, leucopenia e anemia.

GÁS SULFÍDRICO - H2S

Considerada uma das substâncias mais agressivas ao ser humano. Calcula-

se que seja de 5 a 6 vezes mais agressivo do que o monóxido de carbono. Sua

presença em um espaço confinado é resultada de algum processo desenvolvido

no espaço confinado como formação bacteriológica e esgoto ou proveniente de

locais adjacentes ao local.

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É um gás tóxico irritante, incolor, inodoro e em pequenas concentrações

apresenta cheiro de ovo podre, porém inibindo o olfato após alguns instantes. Em

altas concentrações inibe o olfato imediatamente após a exposição.

Os efeitos desse gás sobre o ser humano são diversos. Tudo vai

depender da presença de duas variáveis: o tempo de exposição e a concentração

encontrada do agente. As literaturas de saúde ocupacional mais recorrentes

identificaram as seguintes reações:

MONÓXIDO DE CARBONO - CO

Sua presença em um espaço confinado é resultada da combustão, solda,

motores, ou proveniente de locais adjacentes ao espaço confinado. É um gás

tóxico, asfixiante bioquímico, incolor e inodoro, correndo o risco de não perceber

a sua presença iludindo, assim, a necessidade de se efetuar a ventilação do local.

Nosso organismo (pulmão) possui o comportamento de absorver o CO até 300

vezes mais rápido do que o O2.

Não existe um antídoto específico para o monóxido de carbono. Nos casos

de severa contaminação o oxigênio hiperbárico pode ser benéfico. As principais

reações adversas identificadas são:

EXPOSIÇÃO AO TEMPO EFEITO < 30 ppm Odor de ovo podre

Entre 15 a 25 ppm Queimação nos olhos, dor de cabeça, respiração ofegante, perda do apetite, tonturas

8 ppm x 8 hrs Nenhum (LT) 50 ppm x 1 hr Conjuntivite aguda, dores, lacrimejamento, fotofobia 50 a 100 ppm x 1 hr Irritação moderada nos olhos e garganta 200 a 300 ppm x 1hr Forte irritação, câimbras, queda de pressão sanguínea 250 ppm exposição prolongada Edema pulmonar 500 a 700 ppm x 1,5hr Inconsciência e morte por parada respiratória

Acima de 1.000 ppm x minutos Coma após um simples respirar, inconsciência e morte por parada respiratória

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)

DOENÇAS CAUSADAS POR RUÍDOS 3.6.

O ruído além de provocar lesões ao aparelho auditivo, também representa

um fator a mais de dificuldade com relação à comunicação entre a equipe.

Existem duas classificações básicas: o Ruído de Impacto (duração inferior

a um segundo, em intervalos superiores a um segundo) e o Ruído Contínuo ou

lntermitente (aquele que não é ruído de impacto). Os limites apresentados pela

NR-15 não consideram a utilização do EPI ou de medidas coletivas de controle. É

vedada a exposição de ruídos acima de 115 dB (contínuo) e de 130 dB (impacto)

para aqueles que não estejam adequadamente protegidos. Os efeitos nocivos do

ruído sobre o aparelho auditivo são proporcionais à intensidade e duração.

Nosso ouvido é composto por três partes: ouvido externo, responsável por

captar os sons; ouvido médio, responsável por transmitir os sons para o interno e

o ouvido interno, recebe os sons e os transfonnam em impulsos nervosos.

A exposição dos trabalhadores a excessos de ruídos no ambiente de

trabalho pode causar a surdez profissional. Ela se manifesta em três formas:

trauma acústico, surdez temporária e surdez permanente.

Nossa audição é o resultado da relação entre a intensidade e a freqüência

do som, fornecendo, assim, o nível de pressão sonora, o qual é expresso em

decibéis (dB). Freqüência é a quantidade de vibrações completas transmitida

durante um segundo pelo meio onde o som é propagado, na qual é expresso em

Hertz (Hz). Intensidade é a medida da pressão exercida pela vibração sonora

sobre as estruturas do ouvido, na qual é expressa em Newton/m2 (N/m2).

EXPOSIÇÃO AO TEMPO EFEITO 200 ppm x 3hrs Ligeira dor de cabeça e desconforto

600 ppm x 1hr Dor de cabeça

1.000 a 2.000 ppm x 30 min Palpitação leve 1.000 a 2.000 ppm x 1,5 hr Desorientação, tendência a tropeçar 1.000 a 2.000 ppm x 2 hrs Confusão 2.000 a 5.000 ppm Inconsciência 10.000 ppm Morte

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Sendo o som um efeito que provoca um movimento, uma vibração nas

estruturas delicadas do ouvido, é fácil concluirmos que se essa vibração for muito

acentuada ou demorada poderá provocar distúrbios de audição.

O reflexo estapediano é o mecanismo responsável pela proteção dos

ouvidos. Através de seus ossículos, o ouvido médio aumenta a pressão exercida

pela vibração sonora. Mas quando o som é muito intenso esse mecanismo

dificulta a passagem de parte da pressão para o ouvido interno mediante o

enrijecimento das estruturas móveis. Quando o trabalhador é exposto

repetidamente à excessos de ruídos (pressão sonora), sua estrutura de defesa

auricular fica comprometida passando ficar mais vulnerável à lesões.

O trauma acústico é causado pela perfuração do tímpano e/ou

desarticulação dos ossículos do ouvido médio em decorrência de exposição a

grandes pressões sonoras (explosões, estouros, impactos, etc).

A surdez temporária ocorre após exposição a barulho intenso por curto

período de tempo, regredindo após um período de descanso. É possível supor que

os trabalhadores apresentam sintomas periódicos de surdez temporária são

sérios candidatos à surdez permanente. A surdez permanente é produzida por

exposição excessiva e continuada a ruídos intensos. É irreversível, bilateral e

manifesta-se em decorrência de lesão nas estruturas do ouvido intemo.

Outros distúrbios têm sua causa relacionada a um ambiente ruidoso de

trabalho, como por exemplo, taquicardia, irritabilidade, hipertensão arterial,

fadiga muscular, distúrbios digestivos, ansiedade, desconforto etc. Em trabalhos

realizados em espaços confinados, onde a comunicação é essencial, um ambiente

ruidoso além de poder provocar lesões no indivíduo, também oferece prejuízos

ao entendimento de mensagens e ordens. No surgimento de ocorrência e

queixas de dor, zumbidos, surdez ou dificuldade de compreender a voz, a

anamnese deverá levantar dados relativos à história laborativa atual e anterior

do trabalhador quanto à sua profissão, exposição a ruídos ou substância tóxicas e

antecedentes familiares que possam influir na audição.

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Os exames mais indicados são:

a)Audiometria - Busca determinar os limiares auditivos para os sons

recebidos por via aérea e óssea. É uma avaliação qualitativa da audição

que detecta a perda auditiva.

b)Otoscopia - Visualização direta do ouvido extemo e da membrana

timpânica.

c)lmpedanciometria - É medida através da timpanometria, que mede

a capacidade de resposta do tímpano ao estímulo sonoro, e da pesquisa

de reflexo acústico, que mede a capacidade do ouvido se proteger

contra ruídos intensos.

DOENÇAS E LESÕES CAUSADAS POR VIBRAÇÕES 3.7.

Pode ser provocada por equipamentos ou alguma superfície que vibra

(piso). Pode ser localizada (mãos) ou atingir o corpo inteiro. São efeitos da

vibração:

• Visão turva;

• Perda do equilíbrio;

• Degeneração gradativa do tecido muscular e nervoso;

• Problemas ósteo-articulares (artrose);

• Falta de concentração

BAROPATIAS PROFISSIONAIS 3.8.

São doenças causadas por alterações da pressão atmosférica. A atmosfera

exerce sobre o nosso organismo a chamada pressão atmosférica, que varia de

acordo com a altitude local.

Nas condições normais de temperatura e pressão, ao nível do mar, a

pressão é de 1 atm, que equivale à exercida sobre uma coluna de 760 mmHg ou

10m de água. Quanto mais alto estivermos menor será a pressão, quanto mais

profundo estivermos mais alta será a pressão. A cada 10 metros de profundidade

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no mar o nosso organismo será exposto a mais 1 atm de pressão. A 6.000 m de

altura a pressão é de 0,5 atm.

A pressão exercida pelos líquidos internos de nosso corpo normalmente se

encontra em equilíbrio com a pressão atmosférica. Quando ocorre um

desequilíbrio podem provocar lesões mecânicas em tecidos moles, nos ouvidos ou

alterações na distribuição de gases através da célula.

PRESSÃO ATMOSFÉRICA E O OUVIDO

Um aumento ou diminuição brusca da pressão atmosfera pode romper o

tímpano e os ossículos do ouvido médio. O trabalhador fica com a sensação de

ouvido ocluído, hipoacusia, zumbido, dor pontiaguda no momento da ruptura e,

até mesmo, vertigens.

O tratamento é feito com instilação nasal de vasoconstritores e drenagem

de líquidos. Antibióticos são usados nos casos de possíveis infecções. A laceração

do tímpano cicatriza-se espontaneamente dentro de 10 a 20 dias, com total

recuperação da função, contudo ainda restando a possibilidade de uma

timpanoplastia.

PRESSÃO ATMOSFÉRICA E OS PULMÕES

Algumas das características dos órgãos do sistema respiratório são: a sua

elasticidade e sua resistência a variações da pressão atmosférica. Contudo,

algumas situações extremas poderão provocar lesões pulmonares graves. A

alteração da pressão atmosférica pode comprometer seriamente a distribuição de

oxigênio, alterando a relação entre as concentrações de oxigênio do ar e do

sangue e provocando excesso ou falta de oxigênio no sangue e até nos tecidos.

A hiperoxemia e a hiperoxia, que consistem, respectivamente, no aumento

do oxigênio no sangue e nos tecidos, provocam por sua vez, grave e completo

desequilíbrio metabólico com a alteração da função de diversos órgãos e

aparelhos. O trabalhador poderá apresentar sensação de secura na faringe,

epistaxe, tosse seca e irritante, edema pulmonar, convulsão, alucinação,

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confusão mental, vertigem, náusea, cefaléia, astenia, perda da consciência, coma

profundo e edema cerebral. A cefaléia, a astenia e a náusea podem durar de 1 a

2 dias. Durante a realização de trabalhos em espaços confinados cuja utilização

de equipamentos de proteção respiratória, a dificuldade de eliminação do dióxido

de carbono pode provocar a intoxicação com perda de consciência. O usuário do

equipamento poderá apresentar taquipnéia, cefaléia,cansaço a pequenos

esforços, náuseas, vômitos e sensação de queimação na face. O uso inadequado

do equipamento provoca ainda lesões como equimoses e hemorragia conjuntiva.

A diminuição da concentração de oxigênio no ar, que pode provocar

hipoxia, hipoxemia e até anoxia. Nessas situações o indivíduo apresenta

hiperventilação compensatória com aumento da profundidade da respiração ou

do número de movimentos respiratórios por minuto. A hiperventilação

compensatória aumenta gradativamente até decrescer e tomar-se irregular.

DOENÇAS PROVOCADAS POR TEMPERATURAS EXTREMAS 3.9.

O ser humano possui a sua temperatura corporal constantemente

conservada dentro de uma estreita faixa entre 36 °a 37° C, por meio do

controle do sistema de regulação independente da temperatura do ambiente.

Sem roupa e sem alterar a sua temperatura intema, o homem suporta variações

da temperatura ambiental entre 10° a 60° C. Alterações da temperatura corporal

que levam o organismo humano para fora da faixa adequada provocam distúrbios

metabólicos e até a morte.

É praticamente impossível estabelecermos qual é a temperatura ideal

para o ambiente de trabalho, pois muitos fatores podem ter grande influência

sobre ele, como por exemplo, o clima do local, o maquinário e sistema envolvido

no local de trabalho, etc. Sendo assim, as medidas de controle devem produzir

efeitos para que, pelo menos, seja oferecido o conforto térmico ideal para os

trabalhadores, algo que proporcione sudorese normal (100 mllh) e estabilidade

térmica corpórea (36° a 37° C).

Os trabalhos realizados em locais confinados quentes podem provocar

vários distúrbios.

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INSTABILIDADE DO SISTEMA CAR- DIOCIRCULATÓRIO

A Síncope do calor é o distúrbio mais comum.

A vasodilatação periférica e o retomo venoso insuficiente são responsáveis

por anoxia cerebrais transitórias com perda da consciência que pode ser

precedida de palidez, pele fria, astenia, vertigem, náusea, pupilas dilatadas.

Outros sintomas são hipotensões, pulso fraco e lento e flacidez muscular.

DISTÚRBIOS HIDROELÉTRICOS

Desidratação é a perda excessiva de água, sem a devida reposição.

Hiponatremia é a perda excessiva de sódio no suor e/ou falta de reposição

deste. Os sintomas são cansaços, fraqueza, cãibras, náuseas, vômito, cefaléia,

irritabilidade e taquicardia.

DISTÚRBIO DO BLOQUEIO DO SISTEMA TERMOREGULADOR

Uma atmosfera aquecida é muito comum em espaços confnados. Portanto,

locais mal ventilados podem ser cenários em que ocorram a hipertermia, ou seja,

o colapso dos mecanismos de perda de calor, provocando o aumento exagerado

da temperatura corporal.

Os acidentes podem provocar perda de consciência, cefaléia, vertigem,

astenia, perda do equilíbrio físico e mental e distúrbios abdo- minais. Nos casos

graves, pode até produzir delírio e coma.

A temperatura do trabalhador acometido por esse distúrbio atinge 40,5°C

ou mais, a pele fica quente, seca e sem suor, o pulso acelera (150 a 160 bpm), a

respiração é superficial e rápida (35 movimentos respiratórios/minuto) e a

pressão sistólica pode ser alta. Os músculos ficam flácidos e os reflexos

diminuídos. Pode ocorrer infarto do miocárdio, insuficiência renal e hepática,

estado de choque e morte.

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É urgente o resfriamento do paciente, o que na emergência, pode ser feito

com compressas de água e álcool (1:1), ventilador e massagem nos locais já

resfriados, estimulando a perda de calor.

DETECÇÃO DE GASES 4. MONITORAMENTO 4.1.

É impossível se determinar o percentual de oxigênio ou a existência de

agentes químicos presentes em determinada atmosfera utilizando somente

nossos sentidos. Em sua grande maioria gases e vapores tóxicos ou inflamáveis,

não possuem cor ou odor, onde jamais será recomendado que se confie somente

em nossos sentidos para determinar a qualidade do ar em um espaço confinado.

A má qualidade do ar em locais confinados representa sério risco à saúde

humana, principalmente, se medidas de proteção individual e/ou coletiva não

forem aplicadas devidamente de acordo com a necessidade imposta pelo tipo de

serviço a ser executado.

O estudo sobre esses agentes químicos (venenos) e sua ação sobre o corpo

humano devido ao exercício da atividade laboral dos profissionais do setor

industrial é chamado de Toxicologia Industrial. Mas por que nos referimos aos

agentes químicos como venenos?

Em 1567, o controverso Paracelso (Theoperastus Bombastus Von

Honhenheis), já demonstrando sinais de um novo pensamento que se mais

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aproximava da ciência química atual, proferiu durante os estudos sobre afec-

ções provocadas nos mineiros da região do Tirol, a célebre frase de sua autoria:

"Todas as substâncias são venenos...é a dosagem que os diferencia entre

venenos e remédios".

Portanto, as substâncias químicas serão consideradas venenos nocivos aos

seres humanos, quando expostos em concentrações perigosas. A consideração

importante para uma análise ambiental de uma atmosfera de risco é relacionar a

concentração existente ou a sua dosagem mínima a partir da qual o produto se

torna perigoso. Dos fatores relacionados com a dosagem do produto que poderão

causar alguns mal à saúde do trabalhador exposto, destacam-se os seguintes:

• Concentração ou quantidade do produto;

• Duração da exposição;

• Estado de dispersão (tamanho da partícula ou estado físico);

• Afinidade com o tecido do corpo humano;

• Solubilidade nos fluidos dos tecidos humanos;

• Sensibilidade dos órgãos ou tecidos do corpo humano.

Na avaliação dos agentes químicos possíveis de existirem nos espaços

confinados, aqueles que realmente vão nos interessar são os gases, os vapores e

os aerodispersóides. Isso se deve a facilidade de se manter suspensos na

atmosfera contaminada de determinado ambiente, provocando desconforto aos

trabalhadores lá inseridos, diminuindo a eficiência e produtividade do serviço em

execução, e, principalmente, provocando alterações imediatas ou somáticas na

saúde, podendo resultar em doenças ocupacionais com incapacitação ou até

mesmo a morte.

Gases são substâncias que em seu estado normal não são líquidas ou

sólidas dentro das condições normais de temperatura e pressão (ao nível do

mar).

Vapores são produzidos por emanações de alguma substância, geralmente

no estado líquido. Essas emanações são provocadas pelas alterações na

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temperatura e pressão do local. É possível que os vapores tenham odor

dependendo da substância da qual eles evaporaram.

Aerodispersóides são partículas de tamanho extremamente reduzido que

ficam suspensas no ar. São formadas por:

• Poeiras: Gerado mecanicamente, constituído por partículas sólidas

formadas por ruptura mecânica de um sólido (quebrado, moído ou

triturado). Quanto menor a partícula, maior o tempo em que ela

ficará suspensa no ar.

• Fumos: Gerados termicamente, constituídos por partículas sólidas

formadas por condensação de vapores, geralmente após volatilização

de substância fundida (por exemplo: solda), freqüentemente

acompanhada de reação química, tal como oxidação. Ocorrem

quando um metal ou plástico é fundido, vaporizado e resfriado

rapidamente, formando partículas muito pequenas suspensas no ar.

• Névoas: Constituídas por partículas líquidas formadas por ruptura

mecânica de um líquido. Encontradas em líquidos pulverizados, como

ocorre nas operações de pintura.

A segurança industrial é o setor responsável pela condução dessas

avaliações, devendo os resultados serem registrados e comparados com os

limites estabelecidos pelas normas de segurança e saúde. Nos setores de óleo &

gás, petroquímico e químico, grandes quantidades de gases e líquidos

inflamáveis, tóxicos ou asfixiantes devem ser processadas de maneira segura.

Todavia, é quase impossível o controle absoluto de todas essas

substâncias envolvidas. Por isso, a detecção e medição dessas substâncias nos

ambientes industriais, como por exemplo, os espaços confinados, têm recebido

cada vez maior importância na análise de riscos.

A organização das avaliações é muito impotante. O espaço deve ser testado

imediatamente antes de qualquer entrada e monitorado ao longo da entrada para

os três possíveis perigos a seguir (nesta ordem):

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• Deficiência de Oxigênio ou Enriquecimento;

• Explosividade; e

• Atmosferas Tóxicas.

Qualquer preparação para uma entrada deverá seguir as três orientações:

• Primeiro - a atmosfera deve ser avaliada para se determinar se ela

é aceitável para a autorização de uma entrada;

• Segundo - a atmosfera deve ser avaliada durante a entrada para se

verificar se as condições ainda estão mantidas em um nível aceitável;

• Terceiro - em algumas situações, será necessário avaliar a exposição

dos trabalhadores aos contaminantes gerados possivelmente pelos

processos desenvolvidos durante a entrada.

EVOLUÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS 4.2.

Para termos uma idéia sobre a dimensão do universo dos agentes químicos

que podemos encontrar nos processo industriais, oferecemos alguns dados

importantes a seguir:

• Existem mais de 750.000 substâncias co- nhecidas, de origem

natural ou produzidas pelo homem;

• Dessas, aproximadamente 100.000 são comercializadas e 70.000 são

utilizadas em nosso cotidiano, inclusive nos ambientes industriais.

Apenas 6.000 substâncias possuem os seus efeitos toxicológicos

conhecidos;

• Levando-se em consideração todas as atividades do setor industrial, a

produção de substâncias químicas saltou de 1 milhão de toneladas ao

ano em 1930 para 400 milhões de toneladas ao ano em 1979

(representando um faturamento de 1,5 trilhões de dólares);

• No Brasil, foram produzidos cerca de 2,6 milhões de toneladas de

produtos químicos no ano de 1996;

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• Existem apenas cerca de 600 Limites de Tolerância para produtos

químicos em ambientes de trabalho fixados pela ACGIH. No Brasil são

apenas 200.

TIPOS DE GASES 4.3.

TIPO EXEMPLO EFEITO

ASFIXIANTES Nitrogênio (N2) Dióxido de Carbono (CO2) Argônio (Ar)

Tomam o lugar do O2 tornando a atmosfera deficiente de oxigênio

INFLAMÁVEIS

Metano (CH4) Hidrogênio (H2) Butano (C4H10) Etano (C2H6) Hexano (C6H14) Metanol (CH3OH)

Quando expostos e misturados com o ar, ao receber uma fonte de calor adequada poderá entrar em combustão

TÓXICOS

Monóxido de Carbono (CO) Gás Sulfídrico (H2S) Amônia (NH3) Gás Cianídrico (HCN) Dióxido de Enxofre (SO2) Cloro (Cl)

Extremamento prejudiciais a saúde humana, podendo causar inúmeros efeitos reversiveis ou irreversíveis, ou até levar à morte, dependendo da concentração e do tempo de exposição.

PROPRIEDADES DOS GASES E VAPORES 4.4.

A detecção de gases, vapores e aerodispersóides em espaços confinados é

uma fase muito importante na análise de riscos para trabalhos em espaços

confinados. Dependendo do resultado e das medidas de controles disponíveis, a

monitoração da atmosfera onde se realizará o serviço deverá estar provida de

um sistema de informação contínuo da qualidade do ar daquele local. Também

nem sempre é possível avaliar minuciosamente todas as substâncias presentes

no ambiente de trabalho. Portanto, de acordo com o seu estado físico

encontrado nos ambientes industriais, os agentes químicos se apresentam da

seguinte forma:

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ESTADO FÍSICO FORMA CONCENTRAÇÃO NO AR FONTES GERADORAS

GASOSO GASES Normalmente alta, pois se mistura totalmente com a atmosfera

Indústria petroquímica, química e processos de combustão

VAPORES Em função da temperatura e pressão

Aplicação de solventes, tintas, resinas

NEVOAS Produção mecânica Pulverizações

LÍQUIDO NEBLINA Produção por condensação Ácidos e bases

SÓLIDO POEIRAS Industrial Lixamento, esmeril, acabamentos

FUMOS Industrial Solfa e fundição

DENSIDADE

Quando falamos de densidade, a grosso modo estamos falando do peso dos

gases ou vapores. Mas os gases têm peso? A resposta é afirmativa, sendo

matéria, os gases conseqüentemente têm peso. A referência é o ar atmosférico e

para ele atribuímos um valor igual a 1. Imagine uma pequena área de 1 cm² no

chão ao nível do mar. A coluna de ar que se ergue sobre essa área e cuja altura é

igual a da nossa atmosfera tem um peso correspondente a 1 kg ao nível do mar.

Os gases com densidade maior do que 1 são mais pesados do que o ar,

portanto tendem a descer. São considerados os mais perigosos, por exemplo:

Propano (1,56), Butano (2,05). Os gases com densidade menor do que 1 são

mais leves do que o ar, portanto tendem a subir. São considerados menos

perigosos, por exemplo: Amônia (0,59) e Monóxido de carbono (0,97).

Esse é um importante critério para se determinar o posicionamento dos

dispositivos de detecção de gases para que se tenha uma análise qualitativa e

quantitativa precisa.

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PRESSÃO ATMOSFÉRICA

Supondo que o corpo de uma pessoa adulta tenha cerca de 15.000 cm² de

superfície, o peso do ar que atua sobre a pessoa será de aproximadamente

15.000 kg. A isso chamamos de pressão atmosférica, o peso da coluna de ar que

se apóia sobre o corpo do indíviduo. Essa pressão poderá variar, pois como vimos

na definição de densidade, o peso da coluna de gás que ergue é determinado em

razão do nível de altitude de que nós estamos em relação a noss atmosfera.

Portanto, em lugares mais alto a pressão é menor, e em lugares ao nível do mar

é maior. Além da temperatura, a pressão atmosférica também influi na mudança

de estado. Quanto menor a pressão exercida sobre a superfície de um líquido,

mais fácil é a vaporização, pois as moléculas do líquido encontram menor

resistência para abandoná-lo e transformar em vapor.

Mas se a pressão que o ar exerce sobre todas as coisas é tão grande,

porque esse peso todo não esmaga as pessoas? Isto não ocorre porque o ar

também penetra no corpo e faz pressão de dentro para fora. Além disso, a

pressão do sangue dentro dos vasos sanguíneos (artérias e veias) também é

proporcional à pressão exterior. Dessa forma, a pressão interna fica "equilibrada"

com a pressão externa. Uma coisa compensa a outra. Enquanto as pressões de

dentro para fora e de fora para dentro forem iguais não ocorrerá o

"esmagamento" de ninguém.

ELASTICIDADE

Os gases são elásticos, isto é, são compressíveis e extensíveis. Podem

tanto ser comprimidos, quanto podem ser estendidos quando é repuxado por

uma força de tração. Logo, entendemos que uma mesma quantidade de um gás

pode ocupar um volume pequeno ou grande. Resumindo, elasticidade é a

propriedade que um gás tem de se comprimir ou se distender de acordo com o

espaço disponível e a pressão que sobre ele atua.

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EXPANSIBILIDADE

É a capacidade que tem um gás de se espalhar ou expandir pelo espaço,

ocupando um volume cada vez maior. Um detalhe importante aqui é o fato de

quando um gás se expande ocupando um espaço cada vez maior, a quantidade

de suas moléculas não aumenta. Elas apenas ficam cada vez mais afastadas

umas das outras. Um exemplo prático é aquele que ocorre com a amônia, por

exemplo, quando ao abrirmos o recipiente em que ela está acondicionada

percebemos rapidamente a sua presença pelo forte odor. Isto ocorre porque as

partículas da amônia se expandem rapidamente pelo espaço.

PONTO DE FULGOR

É a menor temperatura na qual um combustível libera vapores em

quantidade suficiente para formar uma mistura inflamável. Para efeitos de

classificação são identificados os líquidos inflamáveis que possuem ponto de

fulgor < 60° C.

• Gasolina: -38°;

• Álcool: +22°;

• Diesel: +43,3°.

Em geral, produtos que possuem um ponto de fulgor baixo têm um

potencial para gerar uma atmosfera explosiva com maior facilidade.

TEMPERATURA DE AUTO-IGNIÇÃO

É a menor temperatura em que os gases desprendidos de um corpo

combustível formam uma concentração de gás inflamável que explode ao entrar

em contato com o oxigênio existente no ar, independente da existência de fonte

externa de calor.

• Metano: +595°;

• Querosene: +210°;

• Acetileno: +305°;

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• Hidrogênio: +560°;

• Propano: +470°;

• Monóxido de Carbono: +605°.

LIMITE DE EXPLOSIVIDADE

Um gás ou o vapor inflamável desprendido de um combustível tem que se

misturar com o ar na proporção ideal para se transformar numa atmosfera

explosiva. Essa mistura diferente para cada tipo de gás é expressa pelo Limite de

Explosividade ou Faixa de Explosividade que mede a sua concentração mínima ou

máxima ideal para criar uma atmosfera explosiva.

A menor porcentagem que fará essa mistura se incendiar é chamada de LIE

- Limite Inferior de Explosividade. A NBR 14.787 classifica como uma atmosfera

de risco com uma mistura de gás I vapor ou névoa inflamável, as concentrações

superiores a 10% do seu LIE, ou poeira combustível viável em uma concen-

tração que se encontre ou exceda o LIE.

A porcentagem mais alta de gases e vapores que uma mistura encontra-se

concentrada, de modo que a quantidade de oxigênio é tão baixa que uma

eventual ignição não consegue se propagar pelo espaço confinado é chamada de

LSE - Limite Superior de Explosividade.

Para que um incêndio ou uma explosão ocorra, três elementos devem estar

presentes nas proporções ideais: oxigênio, combustível e uma fonte de calor.

Suprimindo um desses elementos o risco de incêndio estará eliminado.

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AOSHA, a NFPA e a NBR 14.787 exigem que a leitura de um gás inflamável

esteja abaixo de 10% do LIE para entrada, mas na verdade, o que deveremos

obter é uma leitura de gás inflamável de 0% para permissões de entrada e

trabalhos quentes em espaços confinados.

LIMITES DE TOLERÂNCIA

O Anexo 11 da NR-15 define o LT - Limite de Tolerância como sendo a

concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o

tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador,

durante a sua vida laboral. Os índices estabelecidos são adaptações do TLV da

ACGHI. O grande problema enfrentado é que essas adaptações ocorreram em

1978, época em que a jornada de trabalho no Brasil era de 48h semanais. Os

valores da ACGHI se referem à jornada americana que é de 40h semanais. O

impasse continua, mesmo diante de nossa Constituição Federal de 1988, que

alterou a jornada brasileira para 40h semanais.

Outra idéia equivocada que se extrai, às vezes, da definição do LT é de que

um trabalho realizado abaixo de qualquer valor estipulado não representaria

risco à saúde. Lembre-se que um grande número de substâncias químicas são

extremamente agressivas a ponto de, comprovadamente, serem causadoras de

câncer. Essas situações podem ser tão graves que basta apenas uma exposição

para que seja atingida uma única célula que desencadearia todo o processo

cancerígeno pelo corpo do trabalhador. Portanto, devemos ter um rigoroso

respeito aos Limites de Tolerância fixados e às condições em que eles devern ser

aplicados, pois a sua criação foi somente proposta para tornar possível a

continuidade operacional dos serviços ora em execução, sob determinadas

medidas de controle imprescindíveis.

Ressalta-se que não devemos confundir o teor do Anexo 11 com o Anexo

13 da NR-15. Esse últirno aplica-se somente para os casos que envolvam o

emprego, a manipulação e o manuseio de substâncias que não possuem LT

listado pelo Anexo 11 e que caracterizam o risco pelo fato de existir a

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possibilidade de contato direto da pele com a substância. (Ex: hidrocarbonetos,

arsênico, carvão, chumbo, cromo, mercúrio, entre outros).

Valores definidos pela ACGIH como sendo as concentrações dos agentes

químicos ou físicos no ambiente de trabalho, sob as quais se acredita que a

maioria dos trabalhadores pode ficar continuamente exposta durante sua vida

laboral sem sofrer efeitos adversos à sua saúde.

Para um estudo um pouco mais aprofundado sobre o tema, para efeitos de

monitoramento e avaliação de exposição, ainda adotamos outros limites:

• LT-VT- Limite de Tolerância com Valor Teto - devido à alta

toxidade de algumas substâncias, estudos concluíram que o LT não

seria suficiente para assegurar a proteção adequada dos

trabalhadores. Uma simples exposição acima desses limites poderia

acarretar um efeito prejudicial irreversível à saúde. Logo se

estabeleceu o LT-VT (TLV-Ceiling) para as substâncias que possuem

Valor Teto que não podem ter o LT ultrapassado em nenhum

momento durante a jornada de trabalho.

• TWA- Time Weight Average Concentration (Limite de

Tolerância Média Ponderada no Tempo (MPT)) - Caracteriza a

exposição durante a jornada diária de 8 horas, na qual o trabalhador

pode ser exposto, repetidamente, dia após dia, sem algum efeito

adverso. Permite períodos de exposição acima do LT, desde que

sejam compensados adequadamente por períodos de exposição

abaixo do LT para reduzir a exposição total a níveis aceitáveis.

• STEL- Short Term Exposure Limit (Limite de Exposição para

Curta Duração) - é a concentração a que os trabalhadores podem

ficar expostos, continuamente, por um curto período sem sofrer

alterações orgânicas significativas (irritação, lesão tissular crônica ou

irreversível e narcose) com as seguintes limitações:

Duração média de 15 minutos, no máximo quatro vezes ao dia, com

intervalo mínimo de uma hora entre as exposições;

Não pode ser excedido em nenhum momento da jornada;

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Os efeitos toxicológicos devem ser conhecidos;

Muitos gases e vapores não possuem o TLV-STEL determinado pela ACGIH.

Não são limites de interpretação independentes, oferecem limite para uma

exposição aguda a um determinado contaminante cujo TLV foi baseado em

exposições crônicas ou de longo período. Portanto, sob hipótese nenhuma, não

pode ser excedido mesmo que a exposição por 8 horas esteja abaixo da média

(TWA). São importantes, pois servem de base para os Planos de Emergência nos

procedimentos de abandono da área em caso de acidente com vazamento de

gases ou vapores tóxicos, quando é conhecida a concentração da substância

presente no ambiente.

• LTEL- Long Term Exposure Limit (Limite de Exposição Para

Longa Duração) - permite um longo período de exposição. Este

período é de 8 horas.

CARACTERÍSTICAS DOS GASES MAIS CONHECIDOS

Para efeitos de um simples estudo, apresentamos a tabela da do TLV-TWA

da ACGHI para algumas substâncias conhecidas:

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CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E USO DE EQUIPAMENTOS DE 4.5.DETECÇÃO

Durante os testes deve ser observado, no mínimo, o seguinte:

• Seleção dos instrumentos apropriados segundo a exata necessidade

do usuário;

• Checar e testar os instrumentos quanto a sua leitura de dados;

• Utilizar os instrumentos de uma maneira que se assegure de que a

atmosfera tenha sido meticulosamente avaliada;

• Correta interpretação dos resultados medidos.

O que devemos levar em consideração ao selecionar um determinado

equipamento de detecção de gases durante uma análise de riscos:

• Por que estou realizando uma medição de gases?

• Quais são os gases que estou reconhecendo ou medindo e em que

escala?

• Por quanto tempo pretendo fazer a medição?

• Em qual ambiente estarei fazendo as medições?

• Existem outros fatores relevantes?

Inicialmente, algumas razões para se realizar uma medição de gases são:

• Monitoramento e controle ambiental;

• Proteção coletiva dos trabalhadores;

• Indicação de Equipamento de Proteção Individual;

• Identificação de vazamentos de gases;

• Entradas em espaços confinados.

Já discutimos os tipos de gases que mais facilmente encontraremos nos

espaços confinados. A importância de sabermos, antecipadamente, quais

substâncias estarão sendo reconhecidas ou identificadas se justifica na seleção do

melhor equipamento para aquela determinada substância sob determinada

concentração e condições atmosféricas.

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O tempo de medição é importante devido a necessidade de se utilizar

equipamentos providos de baterias de longa duração ou recarregáveis, se o

monitoramento da atmosfera se estender por longos períodos. Caso a análise

ambiental seja demorada e complexa, ou seja, envolva a necessidade de

monitoramento de vários níveis e coleta de vários dados, o equipamento deve ter

memória suficiente para essas informações que constarão na PET.

O conhecimento do ambiente que será realizado as medições é importante

para a seleção dos sensores indicados e pela necessidade de utilização de

equipamentos especialmente protegidos para o caso de áreas classificadas.

Outros fatores importantes que serão considerados na indicação de

equipamentos de detecção são:

• Custo do equipamento, seus acessórios e sua manutenção;

• Peso do equipamento;

• Facilidade de operação;

• Equipamentos para áreas classificadas;

• Certificação do equipamento;

• Precisão do equipamento.

MONITORAMENTO INICIAL 4.6.

Essa avaliação prévia leva em consideração a leitura inicial diretamente

oferecida pelo equipamento como amostra do nível do oxigênio, materiais

combustíveis e contaminantes. O avaliador deve aguardar pelo tempo necessário

para permitir que o instrumento efetue a avaliação e fomeça a resposta. Se

forem encontradas condições seguras, os resultados devem ser registrados na

permissão de entrada para que a mesma possa ser autorizada. O espaço

confinado deve ser avaliado no topo, no meio e no fundo, por causa da

estratificação dos gases e vapores. É muito importante conhecermos a densidade

dos gases para podermos identificar o seu comportamento, ou seja, se ele, ao

vazar, vai subir ou vai se depositar nas camadas mais baixas do local.

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Longos espaços confinados horizontais também devem ser completamente

avaliados por todo o seu comprimento. A OSHA determina que as leituras sejam

efetuadas no mínimo a cada 4 pés uma da outra.

Alguns locais confinados poderão ser avaliados adequadamente a partir da

mesma boca de visita utilizada para entrada. Se isso não for possível, será

necessária a abertura de outras bocas de visita.

MONITORAMENTO DURANTE A ENTRADA 4.7.

Embora a avaliação prévia indique que atmosfera no interior do espaço

confinado esteja segura para autorizar a entrada, o mais importante é que a

monitoração seja contínua, pois as concentrações poderão se alterar a qualquer

instante como resultado das atividades que estão sendo executadas no interior

ou nas proximidades do local. Um enriquecimento ou diminuição repentina do

oxigênio ou um vazamento de gases inertes ou tóxicos para o interior são

motivos para uma monitoração contínua ou periódica enquanto durarem os

trabalhos.

O equipamento fica acoplado o tempo todo no trabalhador ou posicionado

na saída e com sua mangueira jogada para o interior do espaço, para que a

avaliação possa determinar até mesmo a menor variação ocorrida na atmosfera

com maior rapidez. Mesmo que muitos aparelhos sejam equipados com alarmes

de segurança ativados quando é identificada uma variação que ultrapassou os

níveis de segurança aceitáveis de exposição, o trabalhador estará continuamente

efetuando as leituras do equipamento e diante de qualquer variação

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substancialmente perigosa poderá abandonar o local antes que o alarme seja

acionado.

Poderá ser exigido que a avaliação de certas substâncias extremamente

prejudiciais à saúde do trabalhador tenha que ser realizada no interior do espaço

confinado. A avaliação dessas substâncias por equipamentos ou a coleta de

amostras dessas substâncias deve ser realizada por pessoal treinado e protegido

por roupas especiais de proteção química e proteção respiratória.

EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO DE GASES 4.8.

Existe uma variedade de modelos de equipamentos de identificação e

medições de gases e vapores. Podem ser fixos ou portáteis fornecendo dois tipos

de leitura: direta e indireta, cada qual com suas vantagens e desvantagens. Na

detecção de gases para espaços confinados utilizaremos equipamentos portáteis

já que é necessária a análise completa, em todos os níveis, do compartimento a

ser adentrado.

MULTI-GÁS

São equipamentos de leitura direta utilizados para a detecção de mais de

uma substância simultaneamente. A NR-33 obriga que esse detector seja

intrinsecamente seguro e, normalmente, é empregado para detectar no mínimo 4

gases (no setor de óleo & gás os mais aplicados são para oxigênio, monóxido de

carbono, H2S e gases ou vapores inflamáveis), podendo chegar até 5 gases,

como acontece nos equipamentos de última geração onde é possível o

reconhecimento de gases ou vapores inflamáveis em áreas inertes. Funcionam

com 2 ou 3 tipos de sensores instalados.

Os sensores eletroquímicos são sensores inteligentes (individual para cada

substância) onde um gás é difundido no interior do sensor e reage produzindo

uma corrente que resulta em informações da concentração indicada. São baratos,

podem ser substituídos e são intercambiáveis dependendo do modelo de

equipamentos. São indicados para a maioria dos agentes químicos, CO, H2S, O2,

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SO2, NH3, Cl2, HCN, HCI e vapores orgânicos. As desvantagens desses sensores

são: sensibilidade a alterações da umidade e fácil descalibração em altas

concentrações.

Os sensores catalíticos são sensores que se utilizam do princípio da

combustão e, por isso, são indicado para gases ou vapores inflamáveis. Dentro

do sensor existe um filamento metálico embebido com um catalizador. A

combustão ocorre quando o gás passa por esse filamento que está energizado

sob certa temperatura. A alteração nessa temperatura provoca uma alteração na

resistência. Essa alteração na corrente elétrica do circuito se transforma em um

sinal elétrico que é tratado de forma que seja feita a medida de 0 a 100% do LIE.

As desvantagens desse tipo de sensor são: facilidade de envenenamento por

algumas substâncias tóxicas, necessidade de existir oxigênio na atmosfera para

produzir combustão, satura em altíssimas concentrações de hidrocarbonetos.

Os sensores infravermelhos funcionam de forma a produzir uma luz

monocromática no infravermelho que mede a sua absorção pelo gás que está

analisando. É o sensor indicado para medir gases ou vapores combustíveis nas

atmosferas com pouco ou nenhum oxigênio. É imune aos compostos passíveis de

envenenamento e funciona bem em concentrações de alguns hidrocarbonetos

pesados. Também é o melhor sensor para se detectar o CO2. A principal

desvantagem desse sensor é o seu alto custo.

Tratando-se de equipamentos portáteis, estes devem oferecer uma leitura

direta em tempo real da concentração existente. O próprio instrumento coleta,

analisa as substâncias e determina as características atmosféricas do espaço

confnado. Em espaços confnado um acessório importante é a utilização de uma

sonda de coleta da atmosfera. Um adaptador é instalado no equipamento de

forma que sua bomba automática proporcione a sucção de atmosfera

contaminada para o interior do equipamento a fim de se realizar a leitura dos

gases. O tamanho da sonda é relativo a potência da bomba do equipamento.

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Podemos dizer que sua importância é vital para se classificar ou

"desclassificar" uma área de risco. É o instrumento pelo qual:

• Determina as características atmosféricas do espaço confinado

através de uma leitura direta;

• Determina qual EPI a ser utilizado;

• Determina o equipamento a ser utilizado para áreas classificadas;

• Determina a possibilidade de uso de equipamentos não certificados;

• Determina pelo alarme a presença de algum gás ou vapor em

concentrações IPVS;

• Possibilidade de armazenamento de dados (memória interna);

• Rapidez na resposta das medições

As desvantagens do multi-gás são:

• Variedade de sensores para substâncias específicas limitadas;

• Limitações de faixa para medições de altas concentrações ("range");

• Vida útil limitada de alguns sensores;

• Necessidade de calibrações constantes de alguns equipamentos;

• Rápida saturação ou contaminação de alguns sensores.

• Sensibilidade de alguns sensores (catalíticos) a emanações de rádio

freqüência.

CERTIFIÇÃO

A certificação do equipamento é obrigatória pela Portaria n°.83 de

03/04/2006 do INMETRO. Deve ser certificado, testado quanto à sua performance

por órgão responsável e acompanhado de um Certificado de Conformidade.

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TESTE DE RESPOSTA

O equipamento deve ter os seus sensores testados com um gás padrão

que assegure a sua resposta devido à presença daquele gás. É única maneira

segura de garantir que os seus sensores estão funcionando perfeitamente.

CALIBRAÇÃO

Através da calibração o equipamento é testado quanto a precisão dos

valores medidos pelo leitor, e se os mesmos estão em conformidade com o

informado pelo fabricante. Normalmente os detectores multigás são preparados

para a leitura quanto a presença do Oxigênio, do gás Sulfídrico, do Monóxido de

Carbono e de gases combustíveis.

DETECTORES PESSOAIS

Como o nome já indica são para uso pessoal e, portanto, não devem ser

empregados para análise de gases. Como é uma obrigação que a atmosfera seja

avaliada continuamente ao longo da execução de trabalhos nos locais confinados,

devido a possibilidade de se desenvolverem produtos perigosos gerados pelo

próprio serviço em execução, a utilização desses dispositivos permite que os

próprios trabalhadores possam receber informações precisas e imediatas sobre as

condições atmosféricas do ambiente em que estão inserido.

GÁS LIMITE

INFLAMÁVEIS 10% do LIE

OXIGÊNIO De 19,5% a 23% por Vol.

MONÓXIDO DE CARBONO

LT - 39 ppm

TLV - 25 ppm

IPVS - 1.200 ppm

GÁS SULFÍDRICO

LT - 8 ppm

TLV - 10 ppm

IPVS - 100 ppm

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Existem modelos que variam de detecção para 1 gás até para 4 gases

simultâneos. Também existem equipamentos de vida útil limitada onde não é

possível a troca de sensores (descartáveis), e equipamentos sem limitação de

vida útil onde é possível a troca de sensores, sendo ainda necessário a sua

calibração periódica.

TUBOS COLORIMÉTRICOS + BOMBA ACCURO

São equipamentos de leitura indireta. No interior do tubo existe uma

mistura de substâncias reagentes que, em contato com uma atmosfera

contaminada, se utilizam do princípio da reação química que provoca uma

mudança de cor para indicação precisa da concentração do contaminante

presente.

Os tubos colorimétricos se utilizam de uma bomba manual com fole, mais

conhecida como Bomba Accuro (Drager®) para a sucção de certa quantidade

do ar contaminado que passa pelo interior do tubo que, em contato com o

reagente provocará acoloração que indicará a concentração da substância

presente no ambiente contaminado que se pretende identificar.

As vantagens desse dispositivo são:

• Baixo custo;

• Grande faixa de medição a (permite medições de alta

concentrações);

• Maior número de substâncias possíveis de serem reconhecidas (mais

de 500 substâncias diferentes);

• Isento de calibração.

As desvantagens desse equipamento são:

• Não é indicado para monitoramento contínuo de uma atmosfera;

• Tempo de resposta maior do que nos equipamentos eletrônicos;

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• Necessidade de carregar vários tubos de diferentes substâncias para

coleta de amostras;

• Não é possível armazenar dados;

• Depende das condições ideais de temperatura e pressão para uma

medição precisa;

• Alguns tubos podem apresentar uma margem de erro de até 25%

nas medições.

CMS

É um sistema de medição que representa uma evolução da Bomba Accuro.

A medição é feita através de um chip específico e um analisador eletrônico para

quantificar a medição e fornecer a indicação digitalmente. Normalmente, cada

chip permite a realização de várias medições sem ter que trocá-lo a cada amostra

feita.

As vantagens desses equipamentos são:

• As mesmas da Bomba Accuro;

• Maior precisão e menor margem de erro do que a Bomba Accuro;

• Maior rapidez de leitura;

• Possibilidade de armazenamento de dados (memória interna).

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As desvantagens desse equipamento são:

• Não é indicado para monitoramento contínuo de uma atmosfera;

• Alto custo;

VENTILAÇÃO 5.É o processo de movimentação contínua de ar fresco e de remoção de

contaminantes do interior do espaço confinado. Uma ventilação adequada deve

atingir os seguintes objetivos:

• Substituir o ar contaminado pelo ar respirável;

• Reduzir a possibilidade de explosão mantendo a atmosfera sempre

abaixo do LIE;

• Reduzir ou eliminar a toxidade do ambiente através da diminuição do

contaminante;

• Prevenir a formação de atmosferas tóxicas ou inflamáveis durante a

execução dos serviços;

• Aumentar as chances de sobrevivência de vítimas formando uma

atmosfera respirável;

• Resfriamento do espaço confinado.

Gases ou vapores inflamáveis ou tóxicos, por ventura existente em espaços

confinados, dependendo de suas características poderão ser diluídos por

dispersão ou difusão até que sua concentração fique abaixo do LIE e do LT, ou

poderão ser removidos do local através de uma exaustão. Portanto, taxas

adequadamente calculadas para o uso de um sistema de ventilação poderão

evitar a persistência de uma atmosfera de riscos durante a execução de serviços

nesses locais.

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TIPOS DE VENTILAÇÃO 5.1.

Existem dois tipos de ventilação conhecidas: a ventilação natural e a

ventilação mecânica. A ventilação natural utiliza o movimento natural das

correntes de ar para o interior dos espaços confinados, sem o auxílio de

equipamentos. Dependendo da configuração do espaço, a ventilação natural

conjugada com a eliminação da introdução de qualquer outro contaminante,

poderá ser suficiente para controlar ou mitigar os riscos atmosféricos existentes

no espaço.

Contudo, salientamos que esse processo é lento e, freqüentemente, poderá

ser insuficiente para se manter o espaço confinado sob condições seguras para a

entrada.

A ventilação mecânica utiliza-se de equipamentos mecânicos para

introduzir e retirar o ar dos espaços confinados. Alguns cuidados especiais

deverão ser tomados quando for necessária a utilização da ventilação mecânica.

Uma vez conhecidos e avaliados os riscos de explosão, contaminação e

concentração de oxigênio, deverá ser determinada a necessidade de qual tipo de

ventilação será adequada às condições presentes no espaço confinado.

Se uma condição insegura sobrevier e a ventilação for o procedimento

adequado para estabilizar a situação, deveremos ventilar o espaço confinado.

Depois de ventilado, o local deverá ser novamente avaliado, a fim de

determinarmos se as condições inseguras ainda persistem, se a ventilação foi

suficiente, se é preciso ventilar de uma forma contínua, se é necessário a adoção

de outro método de controle etc. As causas que provocaram o surgimento de

uma atmosfera perigosa ou a introdução de novas fontes de produção de gases

ou vapores inflamáveis ou contaminantes deverão ser eliminadas no menor

tempo possível. Quando se tratar de uma atmosfera explosiva, ainda após a

ventilação, devem ser evitadas as causas que eventualmente poderiam provocar

um incêndio.

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INSUFLAMENTO

Uma ventilação de pressão positiva introduz o ar para o interior do espaço,

forçando a expulsão do ar contaminado através de qualquer saída. É o método

mais comum de ventilação. Também é conhecida como ventilação geral ou

diluidora. É muito eficiente nos casos de sobrecarga técnica, sendo utilizada,

portanto, para proporcionar um melhor conforto técnico para os trabalhadores

durante a execução de serviços que envolvam geração de calor.

No caso de atmosferas contaminadas por vapores difundidos ao redor de

todo o espaço, o ar contaminado é diluído através da injeção de ar fresco, depois

ele é expelido pela exaustão já em concentrações menos tóxicas. Nem sempre

será um método totalmente eficiente, pois quando for forçada a introdução do ar

ela vai agitar os contaminantes e dispersá-los na atmosfera, sem que isso

garanta a redução da quantidade total do contaminante existente no espaço. Se

o agente químico não estiver em concentrações muito tóxicas poderá até

funcionar.

Funciona melhor quando o risco principal é uma atmosfera deficiente de

oxigênio.

Uma das recomendações mais importantes sobre ventilação em espaços

confinados é a proibição do uso de oxigênio puro, seja com o propósito de

fornecer uma ventilação geral ao local, promover um conforto térmico aos

trabalhadores ou de limpeza de certas áreas. Além de facilitar o surgimento de

uma atmosfera explosiva, o excesso de oxigênio, como já vimos anteriormente,

também provoca lesões em nosso organismo.

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EXAUSTÃO

Através desse método produzimos uma

pressão negativa e o ar contaminado é puxado

para fora do espaço. O ar fresco que penetra

naturalmente por uma abertura é arrastado

pelo interior do espaço através da força da

exaustão. Esse método pode ser mais eficiente

do que a ventilação se for operada bem próximo de onde o contaminante está

concentrado. É considerado o melhor processo para ventilar atmosferas

explosivas ou tóxicas produzidas pelas atividades em operação no interior do

espaço, devendo ser direcionada para evitar a contaminação do ar nas

proximidades do espaço quando estiver sendo aplicada.

O ar contaminado que foi exaurido de um local confinado deverá sempre

ser descarregado a céu aberto e distante do local de coleta de ar fresco do

mesmo sistema instalado para aquele trabalho. Devemos ter o cuidado para que

todo o ar reaproveitado esteja totalmente limpo e respirável. Do ponto de vista

ambiental, também é necessário que os contaminantes sejam tratados de forma

a reduzir seus efeitos quando forem lançados a céu aberto. Se os gases

exauridos se tratarem de gases inflamáveis, deveremos direcionar o seu

descarregamento para áreas livres de qualquer fonte de ignição.

EXAUSTÃO LOCALIZADA

Poderemos encontrar situações em que o contaminante está localizado em

um ou mais locais específicos. Nesse caso, um sistema de exaustão local

especialmente posicionado próximo do ponto de concentração, poderá capturar

quase todos os contaminantes, antes que eles sejam difundidos no interior do

espaço. Recomenda-se que o sistema induza o tratamento dos contaminantes

que poderá ser uma simples retenção em malha de fitros manga, filtros

adsorventes ou precipitador eletrostático.

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É um excelente método para controlar materiais inflamáveis e tóxicos

gerados dentro do espaço. Use-a para trabalhos quentes, operações de

esmerilhamento ou limpeza com solventes.

COMBINAÇÃO DE VENTILAÇÃO E EXAUSTÃO

A escolha do método a empregar dependerá das características do espaço

conifnado, do tipo de trabalho a efetuar, das características dos contaminantes a

exaurir, das concentrações de gases ou vapores inflamáveis etc. Contudo,

poderemos ainda combinar os dois sistemas ventilação e exaustão para aumentar

a eficiência do sistema de controle utilizado. Nesse caso, primeiro o ar

contaminado é diluído através da injeção de ar fresco, depois ele é expelido pela

exaustão já em concentrações menos tóxicas. O problema desse método é que

ele poderá exigir um número grande de ventiladores e dutos que talvez não

possam ser usados devido as limitações do espaço confinado.

GRAUS DE VENTILAÇÃO 5.2.

VENTILAÇÃO DE GRAU ALTO (VA)

Redução instantânea da concentração de substâncias tóxicas ou inflamáveis

do interior do espaço confinado.

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VENTILAÇÃO DE GRAU MÉDIO (VM)

Adequação do espaço confinado após 6 trocas de ar por hora.

VENTILAÇÃO DE GRAU BAIXO (VB)

Adequação do espaço confinado e quantidades inferiores a 6 trocas de ar

por hora.

De uma maneira geral, o princípio básico da ventilação em espaços

confinados é relacionar a concentração existente na sua atmosfera com a

potência do equipamento e o tamanho dos seus dutos acoplados. A N-2637 da

Petrobrás determina que os espaços confinados que possuam gases ou vapores

inflamáveis devem ser ventilados por equipamentos que garantam uma vazão

mínima de 12 renovações por hora. Ressaltamos que o mais importante,

independente do número de renovações, será sempre reavaliar a atmosfera com

o detector de gases.

CRITÉRIOS PARA USO DE VENTILAÇÃO 5.3.

Uma das regras básicas mais cobradas para ventilações em espaços

confinados é a proibição do uso de oxigênio puro para uma ventilação geral

(insuflamento) do espaço confinado, devido a possibilidade de provocar distúrbios

respiratórios nos trabalhadores e pela possibilidade de se desenvolver uma

atmosfera explosiva. Os fatores listados a seguir devem ser considerados ao

ventilar um espaço confinado.

TIPO DO LOCAL

A configuração interna de um local confinado terá influência na eficiência do

tipo de ventilação selecionado. Impedimentos, obstáculos (equipamentos,

cavernas, estreitamentos, etc.) poderão causar a redução na circulação do ar em

certas áreas que não forem alcançadas.

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TIPO DA ATMOSFERA

Os gases ou vapores identificados na atmosfera determinarão qual o

modelo de equipamento a ser utilizado e o tipo de ventilação a ser aplicada,

seja ventilação ou exaustão. Se estiverem presentes mais de uma substância, é

importante salientar que elas possuem densidades diferentes com tendências

variadas de se acumularem no teto, no piso ou no meio.

Chamamos atenção mais uma vez ao comportamento dos gases e vapores.

A sua forma ou sua densidade poderão também sofrer alterações em razão da

temperatura e da pressão existente no local.

VOLUME DEAR ASER REMOVIDO

É determinado pelo tamanho (capacidade) do equipamento requerido. Os

insufladores/exaustores são classificados pela sua vazão e sua capacidade é

medida em metros cúbicos por hora. Esta avaliação normalmente é calculada por

um determinado comprimento e diâmetro do tubo. Usar dutos mais longos e/ou

mais curvaturas resultarão numa vazão mais reduzida. O volume de ar a ser

ventilado é calculado com base na seguinte fórmula em m3:

Largura x Altura x Profundidade= Volume

DURAÇÃO DA VENTILAÇÃO

É calculado ao dividir o volume do espaço confinado pela vazão do

equipamento indicada pelo fabricante. Um padrão comum de ventilação industrial

ao trabalhar em atmosferas inflamáveis ou tóxicas é fazer seis trocas de ar

completas antes de entrada. Contudo não é um padrão absoluto. O mais

indicado ao término da ventilação é medir novamente a atmosfera com o

detector.

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INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS

Na instalação dos equipamentos (dutos), os meios de acesso devem ficar

liberados para o ingresso e a saída dos trabalhadores envol- vidos. Portanto, a

ventilação do espaço confilado deve ser feita utilizando-se de outros acessos

existentes. Se a ventilação desejada não for obtida de forma satisfatória sem

bloquear os acessos disponíveis para a entrada da equipe de trabalho, os

trabalhadores autorizados deverão estar protegidos por equipamentos de

proteção respiratória por linha de ar com cilindro de escape.

VENTILAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SOLDA EM ESPAÇOS CONFINADOS

A OSHA obriga que em todos os serviços que envolvam soldas e corte, bem

como a produção de calor deve ser fornecida ventilação mecânica ao local, que

dependendo das substâncias metálicas envolvidas deverá ser providenciada na

forma de insuflamento e exaustão.

A ventilação aplicada deve ser dimensionada para produzir um numero de

trocas suficientes para manter os fumos e demais gases produzidos dentro dos

limites de segurança. Se o serviço envolver o uso de metais pesados deverá ser

utilizado o método de exaustão com o fornecimento de respiradores de ar por

linha com cilindro de escape. Normalmente, serviços de soldas que não envolvam

metais pesados ou substâncias que afetem a qualidade do ar até poderiam ser

realizados sem o fornecimento de ventilação e equipamento de proteção

respiratória. Todavia, devido as possíveis alterações nas características físicas do

ar ou acúmulo de substâncias não desejáveis no desenvolvidas no serviço

justificam o emprego de, pelo menos, uma ventilação geral (insuflamento) ou de

equipamentos de proteção respiratória.

EQUIPAMENTO DE VENTILAÇÃO 5.4.

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O equipamento utilizado para remover o ar contaminado ou suprir de ar

fresco o espaços confinados é o ventilador ou insuflador/exaustor, ou seja, possui

a dupla função dependendo de qual extremidade estará conectado o duto de

ventilação. As diferenças entre os modelos do equipamento são medidas pelas

informações técnicas de cada um como potência, vazão, velocidade de troca do

ar, etc.

Os dutos flexíveis são utilizados para direcionar o fluxo de ar do

equipamento para o espaço confinado ou do espaço confinado para a atmosfera.

Para áreas classificadas o modelo indicado deve ter motor à prova de explosão e

os dutos não poderão produzir nenhuma estática.

PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA EM ESPAÇO CONFINADO 6.Nas muitas atividades de trabalho desenvolvidas em espaços confinados

sempre existirá um potencial para surgimento de uma atmosfera deficiente em

oxigênio e a presença de inúmeros e minúsculos contaminantes suspensos no ar.

Alterações na temperatura e pressão também poderão ser perigosas. Esses riscos

em um ambiente de trabalho, muitas vezes, não são percebidos. A segurança

industrial deverá inspecionar previamente, periodicamente ou até

permanentemente as condições atmosféricas de um local confinado quanto à

natureza dos riscos que poderão estar presentes para proporcionar aos

trabalhadores lá inseridos a proteção respiratória adequada.

Geralmente os riscos respiratórios estarão associados à falta de oxigênio e

a existência de aerodispersóides - poeiras, fumos, névoas.

A nova NR-33 exige que as empresas implementem um Programa de

Proteção Respiratória de acordo com a análise de risco, considerando o local, a

complexidade e o tipo de trabalho a ser desenvolvido. O mais indicado é adoção

de um programa de proteção respiratória com base nos procedimentos do

programa da FUNDACENTRO para usuários de respiradores, considerado

obrigatório através da IN n°.1 da SSST do Ministério do Trabalho e Emprego,

publicada em 11/04/1994. Esse programa deverá conter, no mínimo:

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• Administração do programa por um responsável indicado pela

empresa;

• Responsabilidades de monitoramento dos riscos respiratórios,

atualização dos registros e realização de auditorias;

• Procedimentos operacionais escritos;

• Limitações físicas e psicológicas dos trabalhadores (avaliação médica

para determinar se uma pessoa possui condições médicas de utilizar

um respirador);

• Seleção do tipo de equipamento de proteção respiratória;

• Teste de vedação e funcionamento;

• Manutenção, inspeção e guarda;

• Treinamento

A COMPOSIÇÃO ATMOSFÉRICA 6.1.

Como já vimos anteriormente, o ar respirável, é essa mistura de gases

existente em nossa atmosfera. Segundo a NBR 12.543, a composição do ar

atmosférico apresenta os seguintes gases:

• 78,10% de Nitrogênio;

• 20,93% de Oxigênio;

• 0,9325% de Argônio;

• 0,04% de Dióxido de Carbono;

• 0,01% de Hidrogênio;

• 0,0018% de Neônio;

• 0,0005% de Hélio;

• 0,0001% de Criptônio;

• 0,000009% de Xenônio.

Valores à parte, para nós o elemento mais importante dessa mistura é o

oxigênio na exata proporção indicada. Todavia, nos ambientes industriais nem

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sempre conseguiremos assegurar a presença de uma atmosfera respirável de

qualidade. Por isso, uma das formas de proteger os trabalhadores contra

distúrbios provocados em nossa respiração por intoxicações ou asfixias é a

utilização de equipamentos de proteção respiratória reunidos em um programa

específico. Porém, antes de nos aprofundarmos no assunto sobre esse programa,

vamos, uma vez mais, considerar alguns comentários sobre a importância da

respiração para a vida humana.

RESPIRAR É PRECISO

O oxigênio é chamado de a fonte da vida. A sua presença na composição

de nossa atmosfera garante o perfeito funcionamento da máquina humana no

que se relaciona às reações desenvolvidas pelo nosso organismo na produção da

energia necessária para a manutenção de nossas funções vitais proporcionando

nossa força física e o calor corpóreo. Sem ele, tais reações não ocorreriam e,

então, seria impossível a vida dos seres. Essa energia é resultante de complexos

processos bioquímicos, nos quais os alimentos ingeridos reagem com o oxigênio

respirado no processo chamado de oxidação ou combustão. Essa lenta combustão

ocorrida em nossas células transforma os alimentos em energia. Os produtos

não aproveitados por esse processo, dentre eles o dióxido de carbono, são

expelidos continuamente através da exalação. Curiosamente, levando-se em

conta a composição do ar atmosférico demonstrada acima, o oxigênio, tão

importante, não é o gás mais abundante na composição atmosférica. A natureza

é sábia, o oxigênio puro pode ser fatal para o ser humano. Nossa sobrevivência

depende da concentração que temos à disposição desse gás. Permanecendo o

oxigênio diluído à outros gases existentes na atmosfera, não nos fará mal algum,

pois dentro das condições normais o nosso organismo conseguirá aproveitar o

oxigênio necessário e a nossa respiração e metabolismo se adaptarão as

condições ambientais. Contudo, existem limites para que o ar que respiramos

seja classificado como um ar respirável, ou seja, uma composição em que o

homem possa respirar por um longo período sem sofrer lesões ou sentir

incômodos. O ar respirável deve se caracterizar por:

• Conter no mínimo 19,5% e no máximo 23% em volume de oxigênio;

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• Estar livre de produtos prejudiciais à saúde, que através da

respiração possam provocar distúrbios ao organismo ou seu

envenena- mento;

• Ter pressão e temperatura normal, que sob hipótese alguma, venha

provocar queimaduras ou congelamentos;

• Não conter qualquer substância que o torne desagradável, como, por

exemplo, odores.

A importância do oxigênio pode ser avaliada pela seguinte afirmação:

"O homem pode sobreviver, guardadas as devidas proporções, 30 dias

sem se alimentar, 3 dias sem beber e apenas 3 minutos sem Oxigênio."

O SISTEMA RESPIRATÓRIO 6.2.

Quando falamos em respiração, estamos nos referindo às trocas gasosas

que absorvem o oxigênio do ar e devolvem com o gás car- bônico. O oxigênio

se toma essencial, pois a energia de que nós precisamos é obtida pela queima

de certos nutrientes como a glicose com ajuda desse gás, ocorrida a nível

celular. Mas antes de nos aprofundarmos, cabe aqui uma diferenciação

importante entre respira- ção pulmonar e a respiração celular. Respiração

pulmonar é aquela que se consis- te em uma troca de gases entre o pulmão e o

ambiente.

Respiração celular é aquela que consiste na queima da glicose, com

liberação de energia que ocorre em nossas células. Ela é representada pela

seguinte reação química:

Glicose + 02 ____.C02 + H20 + Energia

Isto significa que a glicose e o oxigênio transportado pelo sangue até a

célula, combinam se dentro dela, transformando-se em gás carbônico e água e

liberando energia para as atividades celulares. Para isso ocorrer é necessário a

participação de nosso sistema circulatório.

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MECANISMOS DE INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO 6.3.

A entrada do ar, as reações de que ele participa e a sua saída não

dependem da ação muscular dos próprios pulmões. O caminho do ar tem a

participação de inúmeras partes que compõem o sistema respiratório.

NARIZ

A penetração do ar começa pelo nariz que, de início, já participa na

filtragem do ar contra pequenas impurezas existente. Ainda no nariz existe o

septo nasal, uma cavidade dividida em duas. A sensibilidade a odores também

é uma das funções do nariz que através do ner- vo olfatório leva ao cérebro

informações que captamos sobre os odores do ambiente.

FARINGE E LARINGE

A faringe pode ser considerada uma verdadeira encruzilhada. Dela partem

dois tubos separados: o esôfago, pelo qual passa os alimentos, e a traquéia, que

leva o ar aos pulmões.

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Ligando a faringe à traquéia há um tubo curto, semelhante a uma pequena

caixa, chamado de laringe. O orifício superior da laringe é a glote. Quando

engolimos, a epiglote fecha a laringe, impedindo que o alimento penetre na

traquéia e forçando-o a descer pelo esôfago.

TRAQUÉIA

A traquéia é um tubo que leva o ar aos pulmões e apresenta anéis de

cartilagem que a mantém constantemente aberta, impedindo que as paredes se

toquem. A face interna da traquéia está permanente mente umedecida com

muco, um líquido espesso que tem função protetora. As pequenas partículas que

existem no ar e que não foram filtradas no nariz aderem a ao muco, sendo

depois removidas pelo movimento dos minúsculos cílios existentes na parede da

traquéia. Dessa forma, o ar acaba sendo filtrado uma vez mais.

BRÔNQUIOS, BRONQUÍLOS E ALVÉOLOS.

A traquéia, adiante, se divide em dois canais, os brônquios. Cada brônquio

entra num pul-mão, onde se ramifica em tubos cada vez menores, chamados

bronquíolos, e cujas paredes ficam cada vez mais finas.

Nos bronquíolos não existem anéis cartilaginosos. Cada bronquíolo termina

num conjunto de microscópicas estruturas em forma de saco, chamade alvéolos

pulmonares. Todas as trocas gasosas entre o sangue e os pulmões acontecem na

região dos alvéolos.

PULMÕES

São órgãos muitos leves e esponjosos devido a grande quantidade de

sangue. A quantidade de sangue se deve a grande quantidade de vasos

sanguíneos. Esses vasos que chegam aos pulmões trazem sangue pobre em

oxigê- nio e rico em gás carbônico. Os vasos que saem levam sangue rico

em oxigênio e pobre em gás carbônico. Sua leveza provém do fato de serem

cheios de ar, que fica contido nos alvéolos. Para se ter uma idéia, calcula-se que

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cada pulmão exista a quantidade de cerca de 700 milhões de alvéolos. A superfí-

cie total dos alvéolos humanos é avaliada em, aproximadamente, 100 m². Essa

área é quse 70 vezes maior que a superfície de toda a nossa pele. Isso torna

muito eficiente a troca gasosa a nível pulmonar. Os pulmões estão envolvidos

por membranas duplas muito finas chamadas pleuras. Entra as pleuras há uma

pequena quantidade de líquido lubrificante.

PRESSÃO ATMOSFÉRICA E A RESPI- RAÇÃO 6.4.

A nossa caixa torácica é separada do abdome pó um músculo chamado de

diafragma. Na inspiração o diafragma se contrai, abaixa, e o volume da caixa

torácica aumenta no sentido vertical. Além disso, os músculos intercostais

também se contraem, fazendo as costelas se elevarem. Desse modo, o volume

da caixa torácica aumenta também no sentido horizontal. A pressão do ar no

interior da caixa torácica e dos pulmões então diminui, tornando-se menor do

que a pressão atmosférica. Como conseqüência, o ar entra nos pulmões até as

pressões se igualarem.

Portanto a pressão atmosférica possui grande importância no processo da

respiração. Como já estudamos anteriormente, sabemos que o ar exerce uma

pressão (peso) sobre os corpos. Mas vejamos esse fenômeno sob uma outra

forma.

Em seus experimentos no longínquo século XVII, o cientista Evangelista

Torricelli inventou um aparelho chamado barômetro que serviria para fazer a

medida da pressão atmosférica. Em sua experiência, Torricelli revelou que a

pressão que a atmosfera exerce sobre os corpos é igual ao peso de uma coluna

de mercúrio com 1 em de diâmetro e 760mm (ou 76 cm) de altura, ao nível do

mar.

Algum tempo depois, Pascal repetiu a mesma experiência, porém em

grande altitude, provando que quanto mais alto o local onde estivermos, menor

será a coluna de mercúrio, portanto menor será a pressão atmosférica, conforme

demonstra o quadro a seguir:

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Agora observemos o outro quadro abaixo:

Na expiração, o diafragma e os músculos intercostais relaxam, e a caixa

torácica diminui de volume, tanto no sentido vertical quanto no sentido

horizontal. A pressão do ar no interior da caixa torácica e dos pulmões aumenta,

e o ar, conseqüentemente, sai.

CONDIÇÃO PRESSÃO ATMOSFÉRICA SINTOMA

NORMAL 20,9% de Oxigênio

Pressão ideal que a atmosfera exerce sobre nosso corpo

760 mmhg PA 110 mmhg PP

ATENÇÃO

20,9% de Oxigênio É adaptável com o tempo. Nessa condição realizamos um esforço maior ao respirarmos

450 mmhg PA

94 mmhg PP

PERIGO

14,50% de Oxigênio Ocorre uma redução na concentração que provoca uma redução da pressão parcial de Oxigênio. É a situação típica de espaços confinados

760 mmhg PA

60 mmhg PP

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Resumindo o movimento respiratório, podemos dizer:

A IMPORTÂNCIA DO SANGUE NA RESPIRAÇÃO 6.5.

O sangue transporta o oxigênio dos alvéolos aos tecidos e transporta o gás

carbônico dos tecidos aos alvéolos. O sangue é composto por uma parte líquida,

o plasma, na qual estão mergulhadas diversas células que representam a parte

sólida. Entre elas figuram as hemácias, ou glóbulos vermelhos, que são

fundamentais no transporte do oxigênio e, em menor escala, o gás carbônico. Os

gases da respiração também são transportados pelo plasma sanguíneo.

HEMOGLOBINA

Nas hemácias (células do sangue que transportam o oxigênio) existe uma

substância chamada hemoglobina. Essa substância possui grande afinidade do o

oxigênio, por isso se combinam quimicamente com facilidade. Essa reação

química ocorre nos alvéolos pulmonares. As hemácias que saem dos pulmões

estão, portanto, carregadas de oxiemoglobina. Quando a oxiemoglobina chega

aos tecidos do corpo, no entanto, ocorre a reação inversa.

MOVIMENTO INSPIRAÇÃO EXPIRAÇÃO

Diafragma Contrai-se e abaixa Relaxa e sobe

Músculos intercostais Contraem-se Relaxam

Pressão do ar Diminui na caixa torácica e nos pulmões

Aumenta na caixa torácica e nos pulmões

Movimento do ar A pressão externa maior do que a existente nos pulmões faz o ar entrar nos pulmões

A pressão interna aumenta e expulsa o ar dos pulmões

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Quanto ao gás carbônico, somente uma pequena parte dele é carregada

pela hemoglobina. A maior parte é transportada pelo plasma.

TROCAS GASOSAS ENTRE O ALVÉOLO PULMONAR E O VASO

CAPILAR

A parede do alvéolo é exatamente fina, pois é formada por uma única

camada de células. Os alvéolos são envolvidos por vasos capilares, cujas

paredes também são muito finas. Isso facilita a difusão de gases nos dois

sentidos: dos alvéolos para os capilares e vice- versa.

Como existe maior concentração de oxigênio no ar do alvéolo do que no

sangue que provém das células, o oxigênio passa do ar para o sangue. Já o gás

carbônico está mais concentrado no sangue do que no ar do alvéolo, assim, ele

sai do sangue e se mistura ao ar alveolar.

Em resumo, dizemos, então, que o

sangue que chega ao alvéolo, também

chamado de sangue venoso, é rico em gás

carbônico e pobre em oxigênio. O sangue que

sai do alvéolo, rico em oxigênio e pobre em

gás carbônico, é denominado sangue arterial.

TROCAS GASOSAS ENTRE O VASO CAPILAR EO TECIDO

O sangue arterial chega aos vasos capilares do tecido. O oxigênio que se

encontra em maior concentração no sangue, sai pela parede do capilar e penetra

nas células do tecido, através das membranas celulares. O gás carbônico em

maior concentração no tecido, entra no vaso capilar. Assim, o sangue arterial se

transforma em sangue venoso, que irá, mais tarde, para os pulmões,

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recomeçando todo o ciclo. Também nesse caso há difusão de gases entre o

sangue e os tecidos do corpo.

BULBO

O movimento respiratório ocorre de forma involuntária. Até certo ponto é

possível controlar a respiração, porém por um período curto. Também é possível

respirar de forma acelerada, mas também não será por muito tempo, pois todo

esse esforço pode provocar tontura e até poderemos desmaiar.

Próximo ao nosso cérebro, existe uma região do sistema nervoso chamada

bulbo, que comanda o diafragma e os músculos intercostais. Do bulbo partem

nervos, que vão do diafragma aos músculos intercostais. São esses nervos que

comandam o movimento da respiração. Essa região é muito sensível à

concentração de gás carbônico existente no sangue. À medida que essa

concentração aumenta, o bulbo “solicita” o oxigênio existente no ar.

CONSUMO DE OXIGÊNIO DURANTE EXERCÍCIOS 6.6.

A tabela abaixo pode servir como parâmetro para medirmos o consumo e a

duração do suprimento de ar durante a execução de trabalhos que requeiram

esforço físico.

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PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 6.7.

O Programa de Proteção Respiratória é o conjunto previamente definido de

procedimentos e instruções para controle dos principais riscos respiratórios

existentes em uma planta industrial provocados por vazamentos acidentais,

deficiência de oxigênio e inalação de ar contaminado com poeiras, fumos,

névoas, fumaças, gases ou vapores. O objetivo principal é evitar ou minimizar os

efeitos toxicológicos que comprometam a saúde dos trabalhadores, com o

fornecimento do equipamento de proteção respiratória correspondente.

RESPONSABILIDADES DO ADMINISTRADOR DO PPR

É indicado que os profissionais responsáveis pelo programa de proteção

respiratória sejam da área de higiene industrial, medicina do trabalho ou de

segurança do trabalho. As responsabilidades do administrador do programa são:

• Levantamento, medições e análises ambientais sobre a concentração

dos contaminantes existentes nas áreas de trabalho;

• Definição da base técnica normativa em que se apóia o programa;

• Elaboração de procedimentos operacionais escritos para o uso e

seleção do EPR;

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• Administração, documentação e manutenção dos registros do

programa para avaliação de sua eficácia;

• Elaboração de procedimentos de teste, inspeção, higienização,

manutenção e reparos dos EPR's;

• Elaboração de um programa de treinamento para os usuários de

EPR;

• Avaliação médica periódica dos usuários;

• Auditorias para se verificar a vigência das normas aplicáveis ao

programa e verificar se a utilização do programa reflete os

procedimentos nele contidos.

• Vigência do programa;

RESPONSABILIDADES DOS EMPRE- GADORES

As empresas que adotarem um PPR, de acordo com as condições de riscos

atmosférico identificados em sua área de trabalho, possuem as seguintes

responsabilidades:

• Disponibilizar os EPR's adequados segundo indicação do seu PPR;

• Fornecer o EPR, quando necessário, para proteger a saúde de seus

empregados;

• Prover meios de manter em funcionamento o PPR;

• Permitir que seus empregados, quando no uso do EPR, abandonar a

área de risco por qualquer motivo relacionado com seu uso;

• Proceder a investigação sobre as causas da emergência acionada ou

do mau funcionamento do EPR, adotando, ainda, medidas para

solução das falhas apontadas;

• Em caso de defeito de fabricação do EPR, o empregador deverá

comunicar o fabricante e a SSST do MTE;

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RESPONSABILIDADES DOS EMPREGADOS

Os empregados que fazem emprego de EPR em uso normal de rotina ou de

emergência possuem as seguintes responsabilidades:

Utilizar o EPR de acordo com a indicação e a instrução recebida nos

treinamentos;

Cuidar do EPR com o máximo de zelo para que o mesmo permaneça

sempre em perfeitas condições de uso;

Guardar o EPR, quando não estiver em uso, de modo conveniente, para que

o mesmo não se danifique ou deforme;

Se reconhecer um mau funcionamento de seu EPR, abandonar

imediatamente a área contaminada e comunicar o defeito aos encarregados pela

administração do PPR;

Comunicar à pessoa responsável qualquer alteração do seu estado de

saúde que possa influir na sua capacidade de utilizar o EPR de modo seguro.

ABANDONO DE ÁREA DEVIDO O MAU FUNCIONAMENTO DO EPR

Algumas razões para abandono de um local de trabalho onde é obrigatório

o uso de EPR, devido o reconhecimento do mau funcionamento do mesmo são:

• Falha do equipamento que altere a proteção proporcionada pelo

mesmo;

• Detecção de penetração de ar contaminado para o interior do

equipamento;

• Aumento da resistência à respiração;

• Grande desconforto devido ao equipamento;

• Mal estar sentido pelo usuário, tais como, náusea, fraqueza, tosse,

espirro, dificuldade para respirar, calafrio, tontura, vômito, febre, etc;

• Necessidade de troca dos filtros;

• Desinfecção do aparelho e higiene do rosto do usuário, sempre que

necessário, para diminuir a irritação da pele;

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• O empregado usuário de EPR deverá ter descanso periódico em área

não contaminada.

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS ESCRITOS 6.8.

O PPR deverá conter procedimentos operacionais informando o uso correto

dos equipamentos de proteção respiratória para as situações de rotina de

trabalho e para as situações de emergência que envolva um resgate ou um

abandono de área contaminada. Os usuários desses equipamentos deverão

receber treinamento adequado ao tipo de equipamento disponível e dispor de

cópias dos procedimentos adotados pela empresa para consulta própria.

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA USO DE ROTINA

• Distribuição dos equipamentos nas áreas de risco;

• Treinamento dos usuários;

• Monitoramento do uso;

• Monitoramento do risco;

• Teste de vedação;

• Limpeza, guarda e manutenção;

• Inspeção;

• Seleção.

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA USO DE EMERGÊNCIA

• Definir os equipamentos a serem utilizados, considerando as

substâncias presentes, a área de trabalho, o processo e as pessoas

envolvidas nas operações de reparos de vazamentos, de resgate de

pessoas ou nos procedimentos de abandono de áreas;

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• Verificar se os equipamentos proporcionam proteção eficiente para os

usuários nas situações em que forem utilizados em um ambiente com

atmosfera potencialmente perigosa;

• Distribuição dos equipamentos em quantidade suficiente e local

acessível onde possam ser necessários nas situações de emergência;

• Treinamento dos usuários;

• Teste de vedação;

• Limpeza, guarda e manutenção;

• Inspeções que assegurem que os equipamentos sempre estejam em

condições de uso imediato quando necessário.

CRITÉRIOS DE MANUTENÇÃO INSPEÇÃO E GUARDA DOS 6.9.EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO

• O equipamento deverá estar limpo e higienizado, e somente poderá

ser utilizado por um único usuário;

• Aquele equipamento que for utilizado por mais de um usuário deverá

estar limpo e higienizado antes do uso por diferentes usuários;

• Os respiradores de emergência deverão ser limpos e higienizados

após cada uso;

• A limpeza e higienização deverão todas as partes que são retiradas

do equipamento conforme orientação do fabricante;

• Utilizar produtos de limpeza indicados pelo fabricante ou compostos

quaternários de amônia encontrados no mercado que possuem ação

bactericida;

• Outras soluções higienizantes alternativas são: solução de hipoclorito

(50ppm de cloro em 2 minutos de imersão), solução aquosa de iodo

(50 ppm de iodo em 2 minutos de imersão);

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• Os equipamentos deverão ser abundantemente enxaguados com

água morna (máximo de 430ºC);

• Toda água deverá ser escoada e a secagem deverá ser feita com ar

seco;

INSPEÇÃO

• Antes de cada uso o EPR deverá ser inspecionado quanto:

• Condições apropriadas de higiene;

• Necessidade de substituição de partes, reparos ou se deve ser

descartado;

• Vazamento nas conexões;

• Sinais de deteriorização e perda da elasticidade dos elastrômeros ou

borrachas;

• Condições de cobertura das vias respiratórias, dos tirantes, válvulas,

traquéias, tubos, mangueiras, filtros, componentes elétricos e fim

da vida útil;

• Funcionamento dos reguladores e alarmes;

• Condições dos cilindros de ar comprimido carregados de acordo com

as recomendações do fabricante e das normas vigentes;

• Os equipamentos de emergência e resgate devem possuir registro

com datas de cada aferição.

• Recomenda-se nesses casos uma inspeção a cada mês.

MANUTENÇÃO

Somente pessoas capacitadas em manutenção e montagem dos

equipamentos devem fazer a substituição de peças e reparos. É expressamente

recomendado que o ajuste ou reparo de válvulas de admissão, reguladores e

alarmes e a aplicação de peças e reparos sejam efetuados pelo próprio

fabricante.

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GUARDA

• O correto acondicionamento do EPR deve obedecer as seguintes

recomendações:

• Proteção contra agentes físicos e químicos: calor ou frio extremo, luz

solar, choque, vibrações, umidade ou agentes químicos corrosivos;

• Guardar de modo que as partes de borracha ou outro elastrômero

não fiquem deformadas;

• Os equipamentos de emergência e resgate devem estar guardados

em locais visíveis, acessíveis e em armários próprios e identificados.

QUALIDADE DO AR PARA OS CILINDROS DE AR COMPRIMIDO

O ar comprimido utilizado nos equipamentos de adução de ar deve ser de

alta pureza e satisfazer, no mínimo, os requisitos indicados na NBR 12.543.

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 6.10.RESPIRATÓRIA

Mas, afnal, o que é um EPR. A NBR 12.543 define como sendo o

equipamento que visa a proteção do usuário contra a inalação de ar contaminado

ou de ar com deficiência de oxigênio.

FATORES QUE INFLUENCIAM NA ESCOLHA DE UM EPR

• Atividade do usuário: profissão, tipo de trabalho, turno de trabalho,

tempo de exposição na área de risco, etc;

• Condições de uso do equipamento: Características do equipamento,

limitações de tempo de uso e condições físicas do ambiente;

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• Localização da área de risco: determinar as áreas seguras para

planejamento de abandono de área ou para a presença de pessoas

responsáveis por reparos e resgates;

• Características dos trabalhos: condições do ambiente e o nível de

esforço exigido de um usuário de um EPR podem reduzir

drasticamente a vida útil do equipamento;

• Pelos faciais: barba, bigode, costeletas ou cabelos podem interferir no

funcionamento das válvulas ou prejudicar a vedação da área de

contato da máscara com a pele;

• Comunicação: deve ser levado em consideração a utilização de

assessórios que permitam uma clara comunicação entre a equipe de

trabalho ainda que usuário esteja em uso do equipamento;

• Visão: se usuário necessitar do uso de lentes corretivas, óculos de

segurança, protetor facial, óculos de soldador ou outros tipos de

proteção ocular ou facial, elas não deverão prejudicar a vedação do

equipamento;

• Vedação: não devem ser usados, bonés, gorros, capacetes ou

máscaras de soldador que interfiram na vedação da peça facial.

IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS

• Determinar quais os contaminantes presentes no ambiente de

trabalho;

• Determinar a concentração dos contaminantes identificados;

• Verificar os limites de tolerância existentes para os contaminantes

identificados. Verificar se no local encontra-se uma atmosfera IPVS;

• Avaliar o nível de oxigênio existente se no local existir um potencial

de risco de deficiência do oxigênio; do físico do contaminante;

• Verificar se o contaminante presente pode ser absorvido pela pele,

produzir sensibilização da pele e for irritante ou corrosivo a pele e

aos olhos;

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• Determinar se for conhecido, a concentra ção do odor, paladar ou

irritação se o contaminante for gás ou vapor;

• Determinar o LIE do contaminante se for gás ou vapor inflamável;

• Verificar se existe normatização específica para os contaminantes

identificados.

De acordo com a NBR 12,543, os riscos respiratórios estão classificados da

seguinte maneira:

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USO DO EPR EM BAIXAS TEMPERATURAS

Lentes ou visores podem embaçar;

O congelamento pode prejudicar a vedação das válvulas;

Proteger corretamente todos os componentes elastoméricos (peça facial,

tiras, traquéia etc) de modo que não se deformem e prejudiquem a vedação no

rosto;

Devido a presença de umidade, em temperatura muito baixa, as válvulas

poderão se congelar abertas ou fechadas;

Máscara autônoma aprovada para operar em local abaixo de 0ºC deve

possuir pinça nasal, mascarilha interna ou outro meio que evite a má vedação,

o congelamento de dispositivos e o embaçamento do visor.

UTILIZAÇÃO DO EPR EM ESPAÇOS CONFINADOS 6.11.

Qualquer espaço confinado com menos de 20,9% de oxigênio deve ser

considerado deve ser considerado com uma atmosfera IPVS, a menos que a

causa da redução do teor de oxigênio seja conhecida e controlada. Esta restrição

é imposta porque qualquer redução do teor de oxigênio é, no mínimo, uma prova

de que o local é mal ventilado e de que processos desenvolvidos em seus

interiores provocam a redução do oxigênio sem ter um controle preciso dessa

redução.

Segundo o PPR da FUNDACENTRO, pode até ser possível entrar sem o uso

de EPR em espaços confinados que contenham de 16% até 20,9% em volume de

oxigênio ao nível do mar.

Isso somente poderá ocorrer quando é conhecida e compreendida a causa

da redução do teor de oxigênio e se tem a absoluta certeza de que não existam

áreas mal ventiladas ou existência de reações que provoquem a redução do teor

de oxigênio para baixo da referida faixa. Não se conhecendo as causas da

deficiência do oxigênio e não se controlando o seu nível ideal a atmosfera deverá

ser, portanto, considerada IPVS.

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O mesmo raciocínio poderia ser aplicado para os demais contaminates,

gases, vapores ou aerodispersóides, que se apresentem dentro de seus limites

de tolerância. Não sendo possível identificar o seu mecanismo de geração ou,

mesmo identificando, não sendo possível controlar a sua geração para mantê-los

sempre abaixo dos limites estabelecidos, a atmosfera deverá ser considerada

IPVS.

Sendo assim, para trabalhos em espaço confinado, onde normalmente a

execução do serviço não é simples e nem rápida, somente será permitida a

entrada nesses locais com a utilização de máscara autônoma de demanda com

pressão positiva ou com respirador de linha de ar comprimido com cilindro

auxiliar de escape, conforme determina a NR-33.

UTILIZAÇÃO DO EPR EM LOCAIS COM PRESSÃO 6.12.ATMOSFÉRICA REDUZIDA

Em locais onde a pressão atmosférica é reduzida, poderá ocorrer a redução

da pressão parcial do oxigênio, mesmo que a sua concentração esteja mantida

em 20,9%. Essa situação irá provocar um esforço respiratório cada vez maior dos

trabalhadores expostos à essa condição.

Por isso, nesses casos deveremos definir a concentração de oxigênio em

termos de pressão parcial de oxigênio e não em porcentagem em volume.

Deve ser considerada uma atmosfera IPVS aquela em que a pressão

parcial de oxigênio é igual ou inferior a 95 mmHg. Essa deficiência de oxigênio

poderá ser provocada por redução da pressão atmosférica para até 450 mmHg

(equivalente a uma altitude de 4240 m), ou pela combinação da diminuição da

pressão atmosférica e do percentual de oxigênio.

Segundo o PPR da FUNDACENTRO, uma atmosfera com pressão parcial de

oxigênio entre 95 e 122 mmHg deve ser considerada deficiente de oxigênio, mas

não IPVS. Esse ambiente poderá afetar a condição física dos trabalhadores com

baixa tolerância a níveis reduzidos de oxigênio, ou pessoas desacostumadas a

enfrentar esse tipo de condição no desempenho de serviços que exigem muito

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esforço físico e mental. Nessas condições, é recomendado o uso de respiradores

por adução de ar com a finalidade de proporcionar um maior conforto para os

usuários e atenuar o esforço físico gasto no exercício da respiração em locais de

baixa pressão.

A seguir apresentamos a Tabela 2 do Programa de Proteção Respiratória

Recomendações, Seleção e Uso de Respiradores da FUNDACENTRO que lustra

muito bem a influência da pressão atmosférica na pressão parcial do oxigênio

numa determinada atmosfera.

EFEITOS COMBINADOS: ALTITUDE E PORCENTAGEM DE OXIGÊNIO

Observações sobre a Tabela 2:

• pp02 = 95 mmHg que dita a necessidade de máscara autônoma ou

combinação linha de ar/máscara admite que a saúde do usuário seja

normal. Deve ser levada em consideração qualquer condição médica

que afete desfavoravelmente os indivíduos com intolerância à

redução de O2. Para estes indivíduos, é maior a pp02 a partir da qual

é necessário o uso de máscara autônoma. Esta é uma decisão do

médico.

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• Observe que em altitudesmaiores que 3030 m, um respirador de

adução de ar ou autônomos que forneça ar com 20.9% de oxigênio

não consegue atingir o pp02 de 122 mmHg. Portanto, nos casos em

que se exige o uso de respirador porque o teor de O2 está abaixo de

20,9%, deve-se escolher um respirador especial, aprovado, do tipo

de adução de ar que forneça oxigênio enriquecido ou máscara

autônoma de circuito fechado. A 3030m de altitude deve-se usar com

no mínimo 23% de O2 e a 4240m o ar deve conter 27% de O2.

TIPOS DE EPR PARA ESPAÇOS CONFINADOS 6.13.

Existem três tipos de equipamentos para operações em espaço confinado:

• máscaras purificadoras ou filtro de ar (máscara semi-facial, capuz

etc);

• equipamento de respiração por linha de ar comprimido com cilindro

de escape (sistema de cascata, compressor etc)

• equipamento autônomo de respiração (circuito aberto)

MÁSCARA PURIFICADORA DE AR

Segundo a NBR 12.543 é o respirador no qual o ar ambiente, antes de ser

inalado, passa através de filtro para remoção dos contami- nantes (gases,

vapores ou aerodispersóides).

É comum encontrarmos os filtros classificados por cor:

• Cinza: gás sulfídrico, cloro etc;

• Marrom: vapores orgânicos (aqueles que contêm carbono e

hidrogênio em sua composição. Ex: hidrocarbonetos);

• Verde: amônia

• Amarelo: ácido sulforoso, gás clorídrico, dióxido de enxofre.

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A vida útil dos filtros depende de diveros fatores:

• Qualidade e quantidade do carvão ativo ou reagente contido no filtro.

A vida útil é diretamente proporcional a massa de carvão do filtro;

• Nível de esforço respiratório do usuário. A vida útil é inversamente

proporcional a vazão de ar que passa através do filtro;

• A natureza química e a concentração do contaminante;

• Afinidade química entre o contaminante e os componentes do filtro;

• Temperatura do ambiente;

• Umidade relativa do ar. Para atmosferas com umidade relativa acima

de 85%, geralmente a vida útil do filtro cai pela metade.

Somente utilizadas quando:

• A atmosfera contém oxigênio

suficiente;

• A concentração do contaminante é

conhecida;

• Os níveis de concentração estão

dentro das limitações dos filtros das máscaras;

• Não é o melhor tipo de proteção respiratória

para espaços confinados.

EQUIPAMENTO DE RESPIRAÇÃO POR LINHA DE AR COMPRIMIDO

Segundo a NBR 12.543 é o respirador de adução de ar na qual o ar

respirável provém de um compressor ou de cilindros (sistema de cascata). É

constituído de cobertura das vias aéreas interligada por meio de mangueira ao

sistema de fornecimento de ar respiratório e, ainda dotado de cilindro reserva

para escape.

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Possui as seguintes características:

• lndepende da concentração do

contaminante;

• Indicado também para ausência

de oxigênio;

• Grande autonomia;

• Dotado de cilindro reserva para

escape;

• Pressão positiva;

• Pouco peso;

• Limitações pelos tamanhos das mangueiras de ar;

• Reduz a mobilidade do usuário.

EQUIPAMENTO DE RESPIRAÇÃO AUTÔNOMO

Também é comum ser chamado simplesmente de máscara autônoma. É o

equipamento na qual o usuário transporta o próprio suprimento de ar respirável

através de um suporte anatômico, o qual é independente da atmosfera ambiente.

Possui as seguintes características:

• lndepende da concentração do

contaminante;

• Indicado também para ausência

de oxigênio;

• Proporciona maior mobilidade ao

usuário;

• Suprimento independente de

compressores(falta de energia);

• Pressão positiva;

• Alarme sonoro;

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• Tempo limitado (cerca de 30 minutos);

• Peso incômodo.

Não tendo o conhecimento das causas que provocaram uma atmosfera com

baixo teor de oxigênio ou presença de gases tóxicos, e não sendo possível o seu

controle, a atmosfera daquele espaço confinado deverá ser considerada IPVS e,

portanto, obrigatório o uso de proteção respiratória.

RESPIRADOR DE FUGA

Tem sido uma solução alternativa para aqueles trabalhos com

monitoramento contínuo da atmosfera no qual foi permitida a permanência no

espaço confinado sem o uso do equipamento de proteção respiratória durante a

execução dos serviços. Sendo detectado um vazamento acidental, a presença de

contaminantes ou a deficiência de oxigênio, os trabalhadores inseridos naqueles

locais terão à disposição equipamentos para escape dessa atmosfera que se

tornou IPVS.

A NBR 12543 define o respirador de fuga como o equipamento que protege

o usuário, durante o escape contra a inalação de ar contaminado ou de ar com

deficiência de oxigênio, em situações de emergência, com risco de vida ou à

saúde. Pode ser de pressão positiva (o ar somente é admitido para o interior da

peça facial quando a pressão positiva dentro dela é reduzida pela inalação) ou de

fluxo constante (o ar é admitido para o interior da peça facial através de um fluxo

contínuo de ar respirável).

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LIMPEZA DE RESPIRADORES

A princípio, somente os equipamentos de ar de linha, conjuntos

autônomos, peça facial, válvulas, tirantes etc, poderão passar por processos de

limpeza que ofereçam aos trabalhadores condições de higiene e perfeito

funcionamento de seus dispositivos. Todavia, a limpeza dependerá do grau de

contaminação dos componentes e da forma com que o dispositivo será

descontaminado.

A limpeza deve ser feita logo após a desmontagem parcial do equipamento

utilizando água morna, sabão neutro e biodegradável e com o auxílio de escovas

de cerdas macias e não metálicas. Deveremos enxaguar abundantemente em

água corrente, deixar secar à sombra e higienizar com produtos específicos in-

dicados por cada fabricante. Não deveremos utilizar álcool ou solventes para

retirar manchas, pois poderá degradar a maciez características da borracha da

peça facial. Indicamos para esse fim, as recomendações contidas no item 6.9.1

desse manual.

Jamais será recomendada a limpeza de filtros. É recomendável seguir

atentamente a vida útil indicada pelo fabricante ou as suas limitações de uso de

acordo com as concentrações encontradas no ambiente de trabalho agressivo

para cada tipo de filtro.

ÁREAS CLASSIFICADAS 7.A NR-33 é objetiva ao simplesmente definir como uma "área

potencialmente explosiva ou com risco de explosão". A NBR 14.787 completa

definindo como "Área na qual uma atmosfera explosiva de gás está presente ou

na qual é provável sua ocorrência a ponto de exigir precauções especiais para

construção, instalação e utilização de equipamento elétrico".

A normalização brasileira sobre classificação de áreas está alinhada com as

normas européias da série IEC - INTERNATIONAL ELETROTECHNICAL

COMMISSION. Portanto a definição para área classificada pela ABNT NBR IEC

60079 é a "área na qual está presente uma atmosfera explosiva de gás, ou ainda

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é esperada estar presente, em quantidades tais que requeiram precauções espe-

ciais para a construção, instalação e uso de equipamentos".

E o que é uma atmosfera explosiva? A mesma ABNT NBR IEC 60079 define

como "mistura com o ar, sob condições atmosféricas, de substâncias inflamáveis

na forma de gás, vapor, névoa ou poeira, na qual, após a ignição, inicia-se uma

combustão auto-sustentada através da mistura remanescente". Para efeitos de

classificação de áreas, a mesma norma salienta que, embora uma mistura que

esteja em uma concentração acima do seu limite superior de explosividade seja

considerada uma atmosfera não suscetível a uma explosão de gás, dependendo

das atividades desenvolvidas nas proximidades do local de sua origem, ela

poderá perfeitamente se transformar numa atmosfera explosiva.

Jamais poderemos achar que na maioria das plantas industriais onde são

utilizados ou produzidos substâncias inflamáveis, nunca ocorrerá a presença de

uma atmosfera explosiva. A presença de substâncias inflamáveis é inerente às

atividades desenvolvidas na indústria de óleo & gás, tanto nos ambientes

"offshore" quanto terrestres. Por isso, mesmo em condições normais de

operações nos preocupamos excessivamente com a possibilidade de produção de

gases ou vapores inflamáveis que, em contato com uma fonte de ignição,

principalmente sistemas elétricos, poderão provocar uma explosão catastrófica.

Portanto, a classificação de áreas é um método de análise e classificação desses

ambientes industriais onde possa se desenvolver uma atmosfera explosiva, de

modo a facilitar a seleção e instalação de equipamentos elétricos, eletrônicos e

até mesmo mecânicos que devem receber um tratamento especial para aumentar

a segurança para seus usuários e para a própria planta industrial quando

estiverem em uso.

FONTES DE RISCO 7.1.

A análise de riscos da planta busca, inicialmente, identificar a fonte de

riscos, isto é, o ponto ou local no qual um gás, vapor ou líquido inflamável pode

ser liberado para a atmosfera.

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Esse risco encontra-se dividido em três graus, em ordem decrescente em

relação à probabilidade de formação de uma atmosfera explosiva:

• Grau Contínuo: Fonte de risco com liberação contínua ou que se

espera que ocorra freqüentemente ou por longos períodos;

• Grau Primário: Fonte de risco com liberação que se espera que ocorra

periodicamente ou ocasionalmente durante a operação normal;

• Grau Secundário: Fonte de risco com liberação que não se espera que

ocorra em operação normal, e se ocorrer, é freqüente e por curtos

períodos.

Além da probabilidade de ocorrência e da localidade onde pode existir ou a

liberação de materiais inflamáveis pode criar uma atmosfera explosiva em uma

planta de processo, a análise das fontes de risco também analisa fatores

ambientais como ventilação (natural ou mecânica), velocidade do vento,

temperatura e pressão.

Alguns exemplos de fontes de risco são:

• Superfície de um líquido inflamável em um tanque de teto fixo, com

respiro permanente para a atmosfera (grau contínuo);

• Superfície de um líquido inflamável que esteja aberto para a

atmosfera, continuamente ou pó longos períodos, como por exemplo,

separadores de água/óleo (grau contínuo);

• Selos de bombas, compressores ou válvulas, se a liberação do

material inflamável for esperada de ocorrer durante a operação

normal (grau primário);

• Válvulas de alívio, respiros e outras aberturas em que são previstos a

liberação de material inflamável para a atmosfera durante a operação

normal (grau primário);

• Pontos de drenagem de água em vasos que contêm líquidos

inflamáveis, que podem ser liberados para a atmosfera durante a

drenagem da água em operação normal (grau primário);

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• Flanges, conexões e acessórios de tubulação, onde a liberação do

material inflamável para a atmosfera não é prevista de acontecer em

condições normais de operação (grau secundário);

• Selos de bombas, compressores ou válvulas onde a liberação do

material inflamável para a atmosfera não é prevista de ocorrer

durante a operação normal (grau secundário);

• Válvulas de alívio, respiros e outras aberturas onde a liberação de

material inflamável para a atmosfera não é prevista de ocorrer em

condições normais de operação (grau secundário);

• Pontos de coleta de amostras, onde a liberação de material inflamável

para a atmosfera não é prevista de ocorrer em condições normais de

operação (grau secundário);

Logo, resumindo, o primeiro passo, e talvez o principal, para uma eficiente

classificação de área é determinar o seguinte:

• Tipo de substâncias presentes no local;

• A probabilidade com que essas substâncias, sendo inflamáveis,

podem ocorrer;

• Volume de risco, que nada mais é a extensão daquela fonte de risco

em determinado local da planta.

METODOLOGIA- ZONAS 7.2.

A importância da classificação de áreas é de oferecer níveis de segurança

para trabalhos que envolvam a utilização de equipamentos elétricos ou

eletrônicos ou a manutenção de sistemas ou instalações elétricas em ambientes

com a presença de materiais inflamáveis ou com o potencial de desenvolver uma

atmosfera inflamável.

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Quanto à probabilidade da presença de umaatmosfera explosiva, a

normalização brasileira estabelece três tipos de zona de acordo com o grau de

risco identificado:

• ZONA 0: Local onde uma atmosfera explosiva consiste em uma

mistura com o ar e substâncias inflamáveis em forma de gás, vapor

ou névoa continuamente presente ou por longos períodos freqüente;

• ZONA 1: Local onde uma atmosfera explosiva consiste em uma

mistura com o ar e substâncias inflamáveis em forma de gás, vapor

ou névoa, que pode ocorrer ocasionalmente em condições normais de

operação;

• ZONA 2: Local onde uma atmosfera explosiva consiste em uma

mistura com o ar e substâncias inflamáveis em forma de gás, vapor

ou névoa, que não é prevista ocorrer em condições normais de

operação, mas, se ocorrer, irá persistir somente por um curto

período.

Habitualmente, uma fonte de risco contínuo leva a uma zona 0, uma fonte

de risco primário leva a uma zona 1 e uma fonte de risco secundário leva a uma

zona 2. Nas zonas criadas por fontes adjacentes que possuem interseção e são

de diferentes classificações, a maior classificação de risco prevalece na área

comum. Se as zonas forem de mesma classificação, deve ser adotada a

classificação normalmente.

A extensão das zonas dependerá da distância estimada ou calculada na

qual uma atmosfera explosiva ocorra antes que sua concentração seja dispersada

no ar abaixo do seu limite inferior de explosividade.

A Taxa de Liberação da substância inflamável também é outra informação

importantíssima. Essa taxa mede a quantidade de gás ou vapor inflamável

emitida por quantidade de tempo pela fonte de risco em análise. Quanto maior a

taxa de liberação, maior é a extensão da área classificada.

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Essa taxa depende dos seguintes parâmetros:

• Características físicas da fonte de risco;

• Velocidade de liberação (É medida pela pressão existente na linha de

processo que contém material inflamável. Quanto maior a pressão

maior é a taxa de liberação);

• Concentração (A taxa de liberação aumenta com a concentração de

gás ou vapor inflamável existente na mistura liberada);

• Volatilidade de um líquido inflamável (Relacionada à pressão de vapor

e à entalpia -"calor"- de vaporização);

• Temperatura do líquido (Quanto maior a temperatura, maior a

pressão e, conseqüentemente, maior a taxa de liberação devido à

evaporação).

Ao contrário do que se poderia imaginar, com o aumento da ventilação, a

extensão da zona é normalmente reduzida. A vantagem de uma ventilação

eficiente é medida pela sua capacidade de diluir rapidamente a concentração da

mistura inflamável liberada. Logo, seguindo esse raciocínio, obstáculos

(instalações) que comprometam a eficiência da ventilação (natural ou mecânica),

poderão aumentar a extensão da zona. Na mesma lógica, a topografia da área da

planta também é um dado importante na verificação da eficiência da ventilação.

A densidade relativa dos gases e vapores também deve ser considerada

para se de terminar a extensão horizontal ou vertical da zona. Se o gás ou vapor

for mais leve do que o ar, a extensão horizontal da zona aumentará. Se o gás for

mais pesado do que o ar, a extensão horizontal da zona aumentará.

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GRUPOS DE EQUIPAMENTOS 7.3.

No que tange aos equipamentos elétricos certificados para uso em áreas

classificadas que também poderão ser encontradas em espaços confinados, estes

são destinados para uso em áreas de risco onde as condições normais

atmosféricas estão presentes com temperaturas que variam de -20°C a +40°C.

Segundo a classificação brasileira, os equipamentos para atmosferas explosivas

estão divididos em dois grupos:

• GRUPO I: Equipamentos elétricos para minas suscetíveis à presença

de grisu. O Grisu é um gás altamente inflamável facilmente

encontrado nas minas de carvão, formado pelo metano produzido

pela natureza a partirda decomposição de material orgânico de

origem animal ou vegetal, em ambientes com ausência de oxigênio.

• GRUPO II: Equipamentos elétricos para locais com atmosferas

explosivas (instalações industriais) e outras que não sejam as minas

suscetíveis à presença de grisu. O Grupo li é subdividido em três

subgrupos:

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CLASSIFICAÇÃO DE TEMPERATURAS 7.4.

Essa classificação tem como parâmetro a temperatura máxima de

superfície alcançada pelos equipamentos durante o seu funcionamento. Segundo

a ABNT NBR IEC 60079-0 é a "maior temperatura alcançada em serviço, sob as

condições mais adversas (mas dentro das tolerâncias especificadas), por

qualquer parte ou superfície de um equipamento elétrico, a qual seria capaz de

produzir uma ignição da atmosfera explosiva circundante". Resumindo, é a mais

alta temperatura que qualquer parte da superfície de um equipamento elétrico

ou eletrônico (detector de gás, insuflador, luminária, etc.) poderá atingir quando

em uso, sob as mais adversas condições, e que não seja capaz de provocar a

ignição em uma atmosfera inflamável. Por essa razão, é necessário conhecer as

propriedades e comportamento das substâncias inflamáveis quando liberadas

interna ou externamente ao espaço confinado.

A máxima temperatura superficial do equipamento não deverá exceder a

mais baixa temperatura de ignição da atmosfera explosiva presente.

Muito cuidado deve ser tomado onde as zonas de interseção estão

relacionadas a materiais inflamáveis pertencentes a grupos e/ou classes de

temperatura diferentes.

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Se uma determinada área é classificada como zona 1 IIA T3 se sobrepõe a

uma outra área classificada como zona 2 IIC T1, a área comum é zona 1 IIC T3.

Nesse caso, uma classificação como zona 1 IIA T3 ou zona IIC T1 não seria

aceitável, portanto, recomenda-se que o critério seja restritivo em excesso.

Mormente, a classificação de áreas deve ser registrada como zona 1 IIA

T3 e zona 2 IIC T1.

CÓDIGOS IP 7.5.

O código IP é o índice de proteção do equipamento contra uma série de

exposições. Também é definido pela ABNT NBR IEC 60079-0 como a

classificação numérica de acordo com a IEC 605529, precedida pelo símbolo IP,

aplicada ao invólucro do equipamento para proporcionar:

• Proteção dos usuários contra o contato ou aproximação a partes vivas

ou contato com partes móveis dentro do equipamento;

• Proteção do equipamento elétrico contra o ingresso de objetos sólidos

estranhos;

• Onde indicado pela classificação, proteção do equipamento elétrico

contra a penetração prejudicial de água.

Pela classificação de áreas poderemos selecionar o melhor equipamento

aplicável às condições encontradas naquela atmosfera monitorada em um

espaço confinado. Essa é a próxima fase nos critérios de seleção de

equipamentos para trabalhos em locais confinados também identificados como

áreas classificadas. Devemos ter o maior cuidado na seleção correta para que os

equipamentos e seus acessórios não se constituam em fontes de ignição.

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TIPOS DE PROTEÇÃO PARA EQUIPAMENTOS 7.6.

A proteção especial que precisamos contar nos equipamentos em espaços

confinados é obtida com a incorporação de requisitos construtivos específicos

para cada tipo de equipamento que o tomam adequados para atmosferas

potencialmente explosivas. Esses requisitos estão especificados nas normas

técnicas da ABNT baseadas nas normativas européias.

A certificação desse equipamento que atesta sua utilização em atmosfera

potencialmente explosiva é de caráter compulsório no Brasil através da Portaria

nº.83 de 03/04/2060 do INMETRO. Levando-se em conta que durante a vida útil

de operação da unidade offshore, os equipamentos poderão estar sujeitos, devido

ao ambiente inóspito u o mar oferece, a diversos tipos de agressão, como por

exemplo: agentes químicos, intempéries, envelhecimento, oxidação etc. Por isso,

embora o equipamento tenha sido projetado, construído e certificado torna-se

ainda, necessária uma inspeção periódica do seu estado para que o nível de

segurança garantido pelo equipamento não seja afetado.

PRIMEIRO DÍGITO IP

SEGUNDO DIGITO Proteção contra corpos sólidos Proteção contra corpos líquidos

Nenhuma Proteção 0 0 Nenhuam proteção Objetos maiores que 50 mm 1 1 Água jogada verticalmente Objetos maiores que 12 mm 2 2 Água jogada em um ângulo de 15°

Objetos maiores que 2,5 mm 3 3 Protegido contra água aspergida Objetos maiores que 1 mm 4 4 Água pulverizada

Proteção contra poeira 5 5 Jatos de água Poeira fina 6 6 Jatos intensos de água

7 Imersão em água 8 Imersão indefinida

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PROTEÇÃO ABREVIAÇÃO UTILIZAÇÃO

À prova de explosão Ex d Detectores, lâmpadas, insufladores.

Pressurizado Ex p Sala de controle, gabinetes de equipmentos.

Imerso em óleol Ex o Transformadores (raramente usados)

Imerso em areia Ex q Transformadores, capacitores, blocos terminais para condutores eléctricos.

Imerso em resina Ex m Sensores e displays

Segurança aumentada Ex e Terminais e caixas de conexão

Não acendível Ex n Lanternas

Segurança intrínseca Ex i Detectores, rádios

EQUIPAMENTOS À PROVA DE EXPLOSÃO - EX d

São projetados de tal modo que seu invólucro proteja as partes do

equipamento que podem ignitar e seja capaz de suportar a pressão desenvolvida

em seu interior durante uma explosão interna de uma mistura explosiva e evitar

a transmissão da explosão para a atmosfera explosiva existente ao redor do invó-

lucro. Os sistemas de iluminação são a prova de explosão.

EQUIPAMENTOS DE INVÓLUCRO PRESSURIZADO - EX p

Equipamentos com invólucro dotado de sistema de sobre-pressão interna

superior à pressão atmosférica, utilizando as técnicas de pressurização ou

diluição contínua.

A técnica de pressurização consiste em evitar a penetração no interior de

um invólucro, da atmosfera externa que pode ser explosiva. Isso ocorre porque é

mantido no interior do invólucro um gás de proteção a uma pressão superior à da

atmosfera externa.

A técnica de diluição contínua consiste no fornecimento ao invólucro de um

gás de proteção em quantidade suficiente para que a concentração resultante

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desse gás ou vapor inflamável liberado por fonte interna, fique bem abaixo do

limite inferior de explosividade.

Portanto, os equipamentos Ex p, em funcionamento normal, produzem

faísca, superfícies quentes, chamas suscetíveis de inflamar uma atmosfera

explosiva ou liberam gás ou vapor inflamável durante o seu funcionamento

normal ou que pode ser liberando em circunstâncias anormais, por exemplo,

devido à falha do sistema contendo o gás. Os requisitos que garantem a proteção

do equipamento no caso de falha são: um sistema de desligamento da

alimentação elétrica e o acionamento de um alarme (1ª categoria) ou unicamente

do acionamento de um alarme (2ª categoria).

EQUIPAMENTOS IMERSOS - EX o / EX q/ EX m

Equipamentos que possuem seus dispositivos internos imersos total ou

parcialmente em um meio isolante de se produzir centelha ou alta temperatura. A

atmosfera explosiva existente acima da superfície do meio isolante não é

inflamada pelo funcionamento do equipamento. Esse meio isolante pode ser:

óleo, areia ou resina.

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA AUMENTADA - EX e

Quando um equipamento é construído sob orientações de medidas de

construção adicionais aplicadas de modo a aumentar a segurança do próprio

equipamento e de seus dispositivos em regime normal de funcionamento ou

anormal conforme especificação contra a possibilidade de produzir arcos,

centelhas ou altas temperaturas.

EQUIPAMENTOS NÃO ACENDÍVEIS - EX n

Equipamentos em que seus circuitos, dispositivos ou sistemas não é

acendível quando o mesmo não libera energia suficiente para inflamar uma

atmosfera potencialmente explosiva, sob condições normais de operação. Os

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requisitos aplicados para esses equipamentos devem assegurar que uma falha

capaz de causar uma ignição não seja provável de acontecer.

EQUIPAMENTOS INTRINSECAMENTE SEGUROS - EX i

São projetados de tal maneira que no caso de alguma falha, a maior

energia (faíscas ou calor) produzida internamente dos equipamentos não será

suficiente para produzir uma ignição para as mais sensíveis concentrações

inflamáveis de gases específicos, vapores ou pó.

Restringe a energia elétrica produzida no interior do equipamento ou em

circuitos de interconexão expostos a uma atmosfera explosiva, a um nível abaixo

daquele capaz de causar ignição por centelhas ou por efeitos de aquecimento.

Nesses equipamentos todos os seus circuitos ou componentes são

intrinsecamente seguros, ou seja, quando em condições de ensaios prescritas

pela NBR 8447, não é capaz de liberar energia elétrica (faísca) ou térmica

suficiente para, em condições normais (isto é, abrindo ou fechando o circuito), ou

anormais (por exemplo, curto circuito ou falta à terra), causar a ignição de uma

dada atmosfera explosiva.

Os equipamentos intrinsecamente seguros estão classificados em 2

categorias: "ia" ou “ib”

• Equipamento Ex ia:

São incapazes de provocar ignição em operação normal, quer na

condição de um único defeito ou de qualquer combinação de dois

defeitos. Esses equipamentos projetados para as atividades do

Grupo 11 não devem ter quaisquer contatos faiscadores expostos

continuamente ou por períodos prolongados a uma atmosfera

explosiva.

• Equipamentos Ex ib:

São incapazes de provocar uma ignição em operação normal ou na

condição de um único defeito qualquer.

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MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA ÁREAS 7.7.CLASSIFICADAS

Os equipamentos elétricos ou mecânicos para áreas classificadas

necessitam estar sempre em perfeitas condições de operação ao longo de toda a

sua vida útil. Nesse contexto, torna-se uma obrigação a adoção de um Plano de

Inspeção e Manutenção com base na NBR IEC 60079- 17 defnindo o seguinte:

• Periodicidade das inspeções;

• Programa de inspeções;

• Relação de componentes a serem inspecionados por tipo e modelo de

equipamento;

• Procedimentos para reparos quando constatada uma não

conformidade no funcionamento do equipamento.

Se for constatado algum defeito no equipamento, deverá ser providenciada

sua intervenção para reparo ou, dependendo do nível de intervenção, a sua

readequação conforme a sua construção. Os reparos serão feitos conforme a NBR

IEC 60079-19, e são divididos em dois grupos:

I. Interferências realizadas pelo fabricante, ou sob sua orientação, que

não afetem o tipo de proteção do produto original. Nessa hipótese o

Certificado de Conformidade do equipamento continua válido.

II. Interferências não enquadradas na hipótese anterior e aquelas que

afetam o tipo de proteção original, independente de quem tenha

realizado o reparo. Nessa hipótese, o equipamento deverá ser

remetido para reavaliação por um OCP (organismo Certificador de

Produto) e receber nova marcação.

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CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E USO DE EQUIPAMENTOS PARA 7.8.ÁREAS CLASSIFICADAS

Uma seleção eficiente dos equipamentos inicia-se com uma correta

classificação de áreas da planta industrial sujeita aos riscos de explosão. Com

base nessa classificação, deveremos nos orientar pelo seguinte:

• Aquisição de equipamentos adequados de acordo com a classificação

da área de operação do equipamento;

• Exigência do Certificado de Conformidade do equipamento;

• Instalação, operação e utilização dos equipamentos de forma correta

segundo orientações dos fabricantes, das normas técnicas vigentes e

das recomendações práticas existentes.

Para facilitar os critérios de seleção adequada dos equipamentos para

áreas classificadas oferecemos o seguinte quadro:

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Exemplo de marcação de equipamentos segundo a normativa brasileira

baseada nos critérios da IEC.

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EQUIPAMENTOS PARA TRABALHOS EM ESPAÇOS 8.CONFINADOS

EQUIPAMENTOS DE COMUNICAÇÕES 8.1.

A comunicação em espaços confnados é uma ferramenta de vital

importância. Comunicações rápidas, claras e seguras são essenciais para a

proteção dos trabalhadores autorizados. Pode ser visual através de sinais, caso o

trabalhador permaneça constantemente sob o alcance visual do vigia, ou através

de rádios, lembrando ainda que todos devem ser intrinsecamente seguros.

Os métodos de comunicações incluem:

• Comunicação Visual

Requer visão direta entre o vigia e o trabalhador. Para um sistema lógico

de sinais com as mãos é necessário que seja claro e entendido por toda a equipe.

Sinais visuais manuais são raramente práticos devido a visibilidade limitada,

baixa luz e obstruções.

• Comunicação Verbal

Direta também é rara em espaços confinados. Barulho, obstruções e

distância fazem do diálogo entre as equipes algo impossível e incerto.

• Sinais Táteis

Utiliza as cordas como meio de comunicação básico (puxões).

• Sistemas de Comunicação sem Fio

Possuem as vantagens de acomodar um número ilimitado de usuários e

permitirem liberdade de movimento. As desvantagens de um sistema de rádio

sem fios incluem: pontos mortos e comunicação intermitente; requer um ajuste

fino; interferência de freqüência de rádio.

• Sistemas de Comunicação por Fio

Possui a desvantagem de restrições que os fios provocam, principalmente

com relação à locomoção e o acúmulo de fios embolados em outros

equipamentos. As vantagens do sistema de comunicação de fio rígido incluem:

clareza de comunicação; operação com mãos-livres, comunicação contínua,

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comunicação não afetada por interferências, sistema de comunicação privado,

pode ser unida a uma linha de ar para criar um único cabo, baixa manutenção e

baixo preço.

Os equipamentos deverão prover a

comunicação, no mínimo, entre os

trabalhadores no interior do espaço confinado e

o vigia, e entre o vigia e a equipe de resgate. Se

durante a entrada ocorrer uma interrupção nas

comunicações e não havendo outra forma de

comunicação ou contato visual, os trabalhadores deverão abandonar o interior do

espaço confinado imediatamente. O uso dos equipamentos de comunicação

poderá ser dispensado somente nos casos em que seja garantido o contato visual

constante entre o vigia e os trabalhadores no interior do espaço confinado.

EQUIPAMENTOS DE ILUMINAÇÃO 8.2.

A NBR 14.787 dispõe que os equipamentos de iluminação também deverão

estar disponíveis para entradas em espaço confinados, e que sejam

apropriados para uso em áreas potencialmente explosivas. Embora certos

espaços confinados com uma configuração pequena e que recebam uma boa

iluminação natural poderão dispensar o uso de iluminação, sabemos que a

maioria dos espaços confinados localizados em áreas industrial possui grandes

dimensões e possuem uma iluminação deficiente ou inexistente. Por isso, deve

ser sempre previsto o suporte de uma iluminação artificial (por fio ou portátil)

para facilitar o desempenho das tarefas no

interior do espaço confinado e para oferecer uma

facilidade no abandono do local ou numa

eventual situação de resgate. Tanto para os

trabalhadores como para os resgatistas também

será necessária a adoção de capacetes que

possam receber a adaptação de uma lanterna

para oferecer uma iluminação auxiliar.

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CINTOS DE SEGURANÇA 8.3.

Na maioria das entradas, o trabalhador deverá usar um cinto de segurança

completo tipo pára-quedista conectado a um cabo ou corda seguramente

ancorada fora do espaço confinado.

Os propósitos de usar este equipamento incluem:

• Realizar uma descida ou subida segura e com menor esforço possível;

• Realizar algum trabalho posicionado em certa altura;

• Facilitar a recuperação do resgatista através de uma não-entrada;

• Permitir aos resgatistas um método de localizar as vítimas no espaço

confinado;

• Salvar uma vítima inconsciente de forma segura, o mais rápido e

mais fácil possível.

O cinto deve ser de um tipo certificado (CA) pela autoridade competente.

Devem ser inspecionados antes e depois de cada uso, e higienizados após o

trabalho.

O cinto deve ser equipado com fitas, fivelas argolas e malhas rápidas, e

construído com material resistente ao tipo de risco ao qual ele foi projetado

(fogo, eletricidade, etc.). Cintos para entrada em espaço confinado são equipados

com argolas hemisféricas nos ombros usadas para levantar o conjunto através

de uma barra separadora. Possuem uma argola fundida as correias e posicionada

no dorso costal.

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TRIPÉS 8.4.

Tripés são livremente posicionados e possuem pernas encaixadas que

podem ser ajustadas para oferecer uma variação de alturas. São muito efetivos

em decidas e subidas, mas fica instável se a força lateral for muito acentuada.

Isso acontece quando os cabos são puxados para o lado, ou quando o

responsável pela movimentação retira o trabalhador para fora e tenta puxá-lo

para um lado da abertura. Por isso devemos redobrar nossa atenção para que o

equipamento não tombe. A seguir, alguns cuidados que devemos adotar ao

selecionar o tripé para trabalho:

• Sempre siga as instruções do fabricante para inspeção, montagem e uso do

tripé. Você será responsável por seguir estas instruções durante as

operações.

• Nunca coloque mais de uma pessoa por vez no tripé, a menos que você

esteja seguro de que o equipamento é classificado para carga de duas

pessoas.

• Sempre que for descer ou subir uma pessoa, utilize outro sistema de

segurança adicional (trava-quedas) além do sistema principal.

• Desenvolver técnicas de manuseio do equipamento e de posicionamento

dos indivíduos que estão sendo movimentados.

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MONOPÉ 8.5.

Outro equipamento de movimentação, o

popular monopé. Existem muitos modelos

disponíveis, alguns permanentemente montados,

outros são desmontáveis, uns possuem

posicionamento livre outros são fixados e imóveis,

o que demonstra sua versatilidade.

Uma vantagem fundamental do Braço Davit

em relação ao tripé é uma tendência reduzida a

tombar. Os cuidados que devem ser tomados ao

selecioná-lo são os mesmos indicados anteriormente para os tripés.

GUICHOS E TRAVA-QUEDAS 8.6.

Tripés e monopés são geralmente equipados com manivelas que contêm

um cabo de aço galvanizado de, aproximadamente, ¼ polegada de diâmetro,

embora diâmetros maiores e cabos de aço inoxidáveis também sejam utilizados.

São usados para subir ou descer pessoas onde escadas ou outros meios de

acesso não estão disponíveis. Os dispositivos de trava-quedas funcionam como

sistema de proteção contra quedas em caso de falhas no cabo principal ou

possuem manivelas incorporadas tornando-se resgatadores.

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SISTEMAS PRÉ MONTADOS 8.7.

Os fabricantes também oferecem sistemas de corda pré-montados. Isso

provê uma redução de erros na construção de sistemas. Exemplos incluem o DBI

SALA RPD-1 e o ROLL-GLISS. Estes sistemas oferecem facilidade de redução de

esforço, mas não podem ser convertidos em sistemas diferentes. Como qualquer

sistema de movimentação, um segundo, dispositivo de segurança deve ser

utilizado.

Alternativamente, poderão ser montados sistemas de cordas e polias para a

movimentação de trabalhadores. Contudo, tenhamos em mente que esses

sistemas estarão mais bem aplicados para as situações de emergência que

requeiram um resgate.

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PLANEJAMENTO DE TRABALHO EM ES- PAÇO CONFINADO 9.Numa unidade offshore ou numa instalação industrial os serviços de

inspeção, manutenção, reparos, montagem, desmontagem, modificações,

limpeza ou preservação de equipamentos, sistemas ou áreas específicas são

rotinas diárias de trabalho muito comuns que, na maioria das vezes, oferece

algum tipo de risco de exposição do executante daquelas tarefas a algum perigo

inerente aos próprios equipamentos, sistemas ou áreas.

Ao ser reconhecido que a execução de algum serviço em determinada área

de risco seja inevitável, é recomendável um planejamento que envolva a

avaliação da necessidade daquele trabalho, dos perigos inerentes e das condições

ambientais presentes naquela área, com a presença, no mínimo, do responsável

pelo equipamento ou área, do responsável pela execução do serviço e do pessoal

da segurança industrial.

A partir desses pré-requisitos uma metodologia de trabalho será

desenvolvida ao longo do processo de entrada que se encontrará sistematizada

nos procedimentos de emissão de permissão de trabalho.

Independente do local interditado para execução de determinado serviço

estar identificado ou não como uma área classificada, o método mais seguro para

se executar aqueles serviços sem oferecer margem a acidentes que,

principalmente, coloquem a vida dos trabalhadores em perigo é, sem dúvida, o

Sistema de Permissão de Trabalho. Quando se tratar de trabalhos em espaços

confinados, a PET - Permissão de Entrada para Trabalho torna-se uma obrigação

conforme assim exige a NR-33.

Comprovada a necessidade de realização de determinado trabalho num

local que não esteja liberado, outra ferramenta será aplicadas antes de sua

autorização: a APR - Análise Preliminar de Riscos de exclusividade do pessoal da

segurança industrial.

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PET- PERMISSÃO DE ENTRADA PARA TRABALHO 9.1.

A norma atual modernizou esse formulário ao chamá-lo de PET - Permissão

de Entrada e Trabalho, que deverá estar de acordo com os procedimentos

constantes no programa de gestão de segurança e saúde próprios das empresas,

tomando por base o modelo constante na norma. É um documento padronizado

de cada empresa, construído de acordo com seus procedimentos gerais internos

de execução de serviços. É uma autorização por escrito para execução de

qualquer trabalho a ser realizado nas áreas industriais, com o objetivo de

oferecer as mais seguras condições de trabalho naquele determinado local para

os trabalhadores e preservando as melhores condições dos equipamentos,

sistemas ou locais que sofrerão a intervenção, do meio ambiente e da

continuidade das operações principais da unidade.

As empresas estão obrigadas a garantir que o acesso ao espaço confinado

somente ocorra após a emissão, por escrito, da PET. Ela deverá ser preenchida,

assinada e datada, em três vias, sendo uma cópia para o emitente (supervisor da

entrada), uma cópia para o vigia e uma cópia para os trabalhadores autorizados.

Se a entrada envolver colaboradores de outras empresas contratadas ou

subcontratadas, a empresa deverá disponibilizar os procedimentos de emissão

da PET não só para os seus próprios empregados, como também para os demais.

A PET será específica para apenas um determinado trabalho e restrita a um

único equipamento, sistema ou local, perfeitamente definido e limitado,

identificando, ainda o trabalhador autorizado para execução do serviço.

As informações mínimas constantes na PET são:

• O espaço confinado a ser adentrado (características físicas);

• O objetivo da entrada;

• Data e duração da permissão;

• Relação dos trabalhadores autorizados vigia e equipe de resgate;

• Assinatura e identificação do supervisor que autorizou a entrada;

• Riscos no espaço confinado a ser adentrado;

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• Medidas usadas para isolar,eliminar ou controlar os riscos antes da

entrada.

Certas ocorrências durante as entradas em espaços confinados podem nos

revelar algumas falhas existentes no sistema de permissão. A NR-33 menciona as

circunstâncias que requerem a revisão da permissão, porém não se limitando a

estas:

• Entrada não autorizada num espaço confinado;

• Identificação de riscos não descritos na PET;

• Acidente, incidente ou condição não prevista durante a entrada;

• Qualquer mudança na atividade desenvolvida ou na configuração do

espaço confinado;

• Solicitação do SESMT ou da CIPA;

• Identificação de condição de trabalho mais segura

PRAZO DE VALIDADE DA PET

O normal é que o prazo de validade da PET seja o período de trabalho do

requisitante. Deveremos ficar atentos também para que essa permissão não

ultrapasse o horário de trabalho do emitente. Se ultrapassar o prazo a PET estará

cancelada. De acordo com o procedimento interno de cada empresa, ocorrendo a

troca de turno, será da responsabilidade do emitente substituto avaliar as

condições de execução do trabalho para se decidir se cancela a PET ou se

prorroga o seu prosseguimento, agora sob sua total responsabilidade.

CANCELAMENTO DA PET

Fica cancelada a PET quando:

• As recomendações nela contidas não estiverem sendo atendidas;

• As condições do local de trabalho apresentam mudanças que

oferecem riscos;

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• Ocorrer uma demora superior ao fixado na permissão para o seu

início ou ocorrer uma paralisação durante o trabalho por igual

período;

• Ocorrer alguma emergência no local de trabalho.

Diante dessas ocorrências, o emitente, o requisitante, o executante (ou

seu superior hierárquico) ou a segurança industrial deverá suspender

imediatamente a execução dos trabalhos e recolher a PET, ficando o requisitante

e o emitente sempre cientes dessa medida.

ENCERRAMENTO DA PET

Quando for encerrado o trabalho, o prazo de validade da PET ou o período

de trabalho do requisitante, este deverá comparecer à presença do emitente, a

fim de efetuar o encerramento da PET. Se houver um co-emitente, o requisitante

também deverá obter a sua quitação antes de encerrar a PET.

Finalmente, o local de trabalho deverá ser inspecionado pelo requisitante e

pelo emitente para verificar a conclusão do trabalho, a integridade dos

trabalhadores, o estado dos equipamentos, a preservação do ambiente e do

retorno ou continuidade normal das operações.

MODELO DE PET

A seguir apresentamos o modelo de PET sugerido pela NR-33:

NOTAS:

• A entrada não pode ser pennitida se algum campo não for preenchido

ou contiver a marca na coluna "não".

• A falta de monitoramento contínuo da atmosfera no interior do

espaço confinado, alarme, ordem do vigia ou qualquer situação de

risco à segurança dos trabalhadores, implica no abandono imediato

da área.

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• Qualquer saída de toda equipe por qualquer motivo implica a emissão

de nova permissão de entrada. Esta permissão de entrada deverá

ficar exposta no local de trabalho até o seu término. Após o trabalho,

esta permissão deverá ser arquivada.

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EQUIPE DE TRABALHO 9.2.

Sabe-se que é vedada uma entrada isolada em espaços confinados. Mas

qual é o tamanho ideal da equipe de trabalho? A NR-33 inovou mais uma vez

aqui ao atribuir a análise de risco a quantificação da equipe ideal para execução

de detenninado serviço nas condições ambientais e físicas existentes no local já

liberado para trabalho e para os possíveis riscos que poderão se desenvolver ao

longo da execução dos serviços. O tamanho de uma equipe que era estabelecido

pela NBR 14.787 era de, no mínimo, dois profissionais, sendo um o vigia e o

outro o executante.

Todavia, esse limite mínimo somente seria aceito se o trabalho fosse de

uma execução fácil, se o local para entrada fosse pequeno, se a condição de

trabalho encontrada permitisse um contato visual constante entre os dois

membros e se os meios de fuga estivessem facilmente acessíveis.

Todavia, sabemos que essa não é a realidade de grande parte dos

trabalhos em espaços confinados.

O ideal que o número de profissionais da equipe de trabalho seja superior

ao mínimo necessário, mas que obedeça a um dimensionamento previamente

estudado pelo planejamento do trabalho requisitado.

Caso seja necessário, deverá constar na PET o revezamento dos

trabalhadores no interior do espaço confinado, sem prejuízo das atividades e das

condições estipuladas para a entrada

ANÁLISE DE PERIGOS/RISCOS 9.3.

A execução de trabalhos que envolvam equipamentos, sistemas e locais

que contenham alguma substância perigosa ou a possibilidade de liberação de

grandes quantidades de energia, sempre estará sujeita à ocorrência de acidentes

que poderão resultar em danos aos trabalhadores, às instalações e ao meio

ambiente. A atmosfera deverá ser avaliada quanto a quanto à presença de gases

ou vapores inflamáveis, gases ou vapores tóxicos, concentração de oxigênio e

presença de qualquer outro contaminante do ar potencialmente tóxico.

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Ao ser aceita a requisição da permissão de trabalho, e dado início a fase de

planejamento de uma entrada em área reconhecida como espaço confinado, será

necessária uma avaliação daquele local sob a responsabilidade do pessoal da

segurança industrial.

A Análise de Perigos/Riscos busca identificar, antecipadamente, os perigos

nos equipamentos, sistemas e locais, quantificar os riscos associados aos

trabalhadores, as instalações e ao meio ambiente, para, ao seu final, propor

medidas de controle.

Cabe aqui também, sem a necessidade de nos aprofundannos no estudo,

resumirmos o que entendemos como perigo e risco.

Perigo é a propriedade ou condição inerente a uma substância ou atividade

capaz de causar danos às pessoas, as propriedades e ao meio ambiente.

Risco é o potencial de ocorrência de conseqüências indesejáveis decorrente

da realização de alguma atividade.

Resumindo, seus objetivos seriam:

• Identificar os perigos;

• Estimar o risco de cada perigo (probabilidade de ocorrência e

gravidade);

• Avaliar se o risco é tolerável (se não for, decidir quais serão as

medidas de controle).

A Análise Preliminar de Perigos/Riscos, a princípio, é uma metodologia

aplicada para identificar e gerenciar os riscos decorrentes da instalação de novas

unidades industriais, equipamentos e sistemas ou da operação dessas unidades,

equipamentos e sistemas já existentes.

As informações necessárias que servirão de base para a APR são:

• Local;

• Instalação (equipamentos ou sistemas);

• Substâncias.

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DEMAIS MEDIDAS DE CONTROLE 9.4.

Já falamos exaustivamente sobre as principais medidas de controle, a

saber, detecção de gases, ventilação e proteção respiratória. O fundamental é

que a supervisão de entrada esteja sempre atenta às práticas seguras de

trabalho que no desenvolvimento das operações poderão sofrer omissões ou

desvios das medidas de segurança inicialmente previstas no planejamento da

entrada. Tomando como exemplo um serviço em tanques de navios, a análise de

riscos não deve ficar adstrita somente ao tanque que irá sofrer a intervenção.

Todos os tanques adjacentes e tubulações comuns também devem ser avaliados,

pois as atividades desenvolvidas naquele tanque liberado para entrada podem

influenciar na atmosfera daqueles locais adjacentes, ou as condições destes

podem influenciar aquela atmosfera outrora liberada para trabalho.

A supervisão deverá ter o melhor conhecimento possível do local de

trabalho onde existe um espaço confinado identificado e dos sistemas produtivos

desenvolvidos nessas unidades para combiná-los com uma gestão que

providencie a seleção adequada de medidas de controle de riscos. Esses

procedimentos não se limitam a um controle administrativo, mas levarão em

consideração as medidas adotadas pela engenharia, pela segurança industrial, os

instrumentos a serem utilizados e a seleção do EPI necessário para o trabalhador

aplicável à condição avaliada.

Nesse contexto, a fase anterior de monitoramento ambiental constitui-se

em ferramenta importante para reconhecer a presença e quantificar possíveis

contaminantes presentes do ambiente, além de servir como instrumento de

avaliação da eficiência dos procedimentos de controle que serão ali instalados.

Em todas as unidades, seus diversos setores de trabalho deverão estar cientes de

que uma entrada programada está em andamento e que medidas de controle

para aquele espaço estão sendo aplicadas naquele momento. Alguns setores

essenciais a serem comunicados:

• Estabilidade

• Perfuração ou Exploração

• Refino

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• Estocagem

• Eletricidade

• Mecânica

• Segurança

A seguir complementamos com as seguintes medidas também essenciais

para os trabalhos em espaços confinados:

ISOLAMENTO/SINALIZAÇÃO

Separação física do espaço confinado das outras atividades desenvolvidas

com relação ao contato com alguma fonte de energia potencialmente perigosa ou

com relação ao trânsito de pessoas não envolvidas com aquela área classificada.

TRAVAMENTO/BLOQUEIO

O travamento é uma técnica aplicada para impedir uma descarga de

energia perigosa nos trabalhadores ou uma abertura de válvulas. Garante a

manutenção dos equipamentos impedindo o acesso ao local intencionalmente

interditado,mesmo que exista um descuido ou insistência no manuseio daquilo

que foi isolado.

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No caso de isolamento de tubulações devem ser utilizados flanges cegos

ou raquetes o mais próximo possível do espaço confinado.

Um plano de raqueteamento deve ser colocando em prática considerando:

• A configuração do espaço confinado;

• Todas as tubulações;

• Os pontos a serem isolados e a identificação das raquetes.

É recomendada a utilização de desenho esquemático ou fluxograma de

processo como representação (planta) no plano de raqueteamento.

ETIQUETAGEM

É a colocação de etiquetas personalizadas fixadas junto às travas dos

equipamentos ou locais que tiveram seus dispositivos de alimentação colocados

na posição desejada para a realização daquele trabalho específico em um espaço

confinado.

Algumas empresas exigem que a

interdição e a sinalização sejam utilizadas

conjuntamente, correspondendo a um dos

métodos mais eficazes de controle. Enquanto a

interdição dificulta a entrada de alguma pessoa,

ao mesmo tempo as travas impedem o

manuseio dos equipamentos e os avisos

informam os trabalhadores envolvidos ou não naquelas atividades sobre os

propósitos daquelas medidas de segurança.

DESLIGAMENTO DOS EQUIPAMENTOS

Todos os operadores de equipamentos são responsáveis pelos

procedimentos de isolamento, interdição e desligamento exigidos pela empresa,

quando necessários para a execução de algum tipo de trabalho em espaços

confinados. A seguir apresentamos algumas medidas que poderão ser adotadas:

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Preparos para a paralisação

• Determinar quais os tipos de fontes de energia que devem ser

controlados;

• Obter todas as informações existentes sobre os procedimentos de

isolamento e paralisação do sistema em questão;

Desligar o equipamento

• Seguir todas as instruções fornecidas pela empresa e pelo fabricante

para a parada do equipamento;

Isolar o equipamento

• Devemos fazer muito mais do que apenas colocar a chave na posição

de "desliga";

• Travar as chaves, válvulas, interruptores ou disjuntores;

• Providenciar o aterramento adequado do equipamento;

• Desconectar ou proteger outras fontes de energia auxiliar como, por

exemplo, geradores, circuitos secundários, sistemas pneumáticos ou

sistemas hidráulicos.

Providenciar o travamento e a etiquetagem do equipamento

• Travar todos os dispositivos elétricos do equipamento e indicar

através de etiquetas a posição em que eles devem permanecer

enquanto durar a interdição;

Controlar a energia armazenada

• Aliviar, desconectar ou restringir qualquer risco de algum resíduo de

energia ou pressão ainda permanecer no equipamento;

• Checar se todas as partes móveis do equipamento estão presas;

• Desobstruir tubos dos flanges;

• Dissipar qualquer temperatura extrema do equipamento (calor ou

frio);

• Aliviar a pressão das linhas;

• Purgação dos tanques e das linhas;

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• Instalar redes de aterramento;

• Manter imóveltoda e qualquer parte do equipamento que possa girar

ou se mover;

Verificar o isolamento do equipamento

• Informar o supervisor e assegurar que a área está limpa e isolada;

• Certificar-se através de testes de que o equipamento esteja

realmente desligado, totalmente desalimentado e que não possa ser

operado;

• Pressionar todos os botões (inclusive o de partida) e demais controles

e depois retorná-los para a posição de "desliga";

• Adotar providências para uma verificação periódica da interdição

enquanto estiverem sendo executados os serviços no espaço

confinado.

Remoção das travas e dos avisos

• Informar a todos os envolvidos de que as travas e as etiquetas

estarão sendo retiradas;

• Realizar contagem para certificar-se de que todos já saíram daquela

área;

• Remover as travas, fazendo com que cada trabalhador designado

seja responsável pela retirada de suas próprias travas;

• Os avisos e as etiquetas também devem ser removidos juntos com a

PET;

• Notificar a todos os trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente

com o sistema de que a interdição está terminada.

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Se a interdição atravessar uma mudança de turno, o trabalhador que

assumirá o posto deverá ser aguardado para que ele coloque suas próprias travas

e, o trabalhador que está sendo substituído retire as suas. Na troca de turno o

trabalhador não poderá deixar suas travas no local, como também nunca poderá

por si próprio, romper uma trava. Sempre deverá notificar seu supervisor de que

uma trava que não lhe pertence foi deixada no local.

CONTROLE DA DESCARGA ESTÁTICA

Apresentamos aqui alguns procedimentos empregados para proteção

contra ignições de descargas eletrostáticas:

• Remover os vapores inflamáveis do interior do espaço antes de iniciar

os trabalhos;

• Sempre eliminar ou reduzir a produção de estática conforme a seguir:

Nunca use filtro no final nas linhas de escoamento;

Não chacoalhar líquidos em tanques fechados;

Tente reduzir ao máximo os movimentos no interior dos tanques;

Nunca soprar ar ou gases diretamente nos líquidos;

Reduzir a razão do fluxo no começo do abastecimento para se evitar

a agitação no interior do tanque;

Tente evitar descarga de água direta em líquidos hidrocarbonetos.

Remover objetos soltos no interior dos tanques;

Aterrar para eliminar a produção de carga ou diferença de carga em

objetos que podem descarregar quando um atrito é produzido.

Esperar a avaliação para a introdução de objetos no interior, quando

atividades possíveis de produzir estática estão em andamento ou

tenham acabado de cessar.

Estar alerta para o coletor que poderá estar inspecionado, mas, ainda

assim, poderá se tomar uma fonte de ignição por intermédio de

uma descarga.

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PURGAÇÃO

É o processo de dispersar os gases e vapores perigosos de um espaço

confinado através da lavagem com a injeção de vapores ou gases inertes.

Quando a purga está sendo realizada para reduzir os riscos associados à

substância perigosa existente no local (ex: gases inflamáveis), ela também

poderá produzir novos riscos, como por exemplo, a deficiência de oxigênio. Por

essa razão, deve ser seguida de uma ventilação.

Vapor

Em alguns casos pode ser utilizado para purgar um espaço que contenha

materiais como solventes hidrocarbonetos de baixo ponto de fulgor, óleos de

motores ou outros produtos derivados do petróleo. Também ajuda soltar as

crostas e os materiais viscosos grudados nas paredes ou nas fendas do espaço.

Contudo, muito cuidado deve ser tomado no uso do vapor aquecido, pois ele irá

se condensar tão rapidamente o quanto é introduzido, não expulsando, assim, o

contaminante do local. Isso poderá provocar um aumento da temperatura e todo

o cuidado será necessário para não deformar ou rachar as anteparas ou provocar

uma explosão.

Durante a purgação as escotilhas localizadas no topo do espaço devem ficar

abertas para permitir que o ar quente escape enquanto o vapor é introduzido

desde o fundo do espaço, não deixando de considerar também o local para onde

o vapor e os contaminantes serão lançados.

Quando a purga for efetuada com vapor d'água, o sentido do fluxo deve ser

do ponto mais baixo do espaço confinado para o ponto mais alto. Após o término

da injeção e bloqueio, deve ser assegurada a injeção de ar atmosférico para se

evitar a diferença de pressões provocada pela condensação do vapor.

lnertizantes

A purgação pode ser bastante eficaz através da introdução de algum gás

inerte como, por exemplo, o dióxido de carbono e o nitrogênio. Todavia, muito

cuidado deve ser tomado durante o processo para evitar os riscos de asfixia pelo

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próprio gás inerte e os riscos de uma descarga estática quando está sendo

introduzido o inerte.

Após a purga, é importante que sejam

estabelecidas medidas que assegurem o

isolamento do ambiente purgado contra a re-

introdução de vapor d'água e gases inerte ou

a introdução de qualquer outro risco

atmosférico.

DRENAGEM

São os processos de efetuar a drenagem

de líquidos ou a remoção de substâncias

pressurizadas armazenadas no interior dos

espaços confinados ou nas tubulações

existentes no seu interior ou em locais

adjacentes que estejam interligadas.

ORGANIZAÇÃO DOS ACESSOS A LOCAIS CONFINADOS 9.5.

Uma forma de acesso seguro ao interior de um espaço confinado deverá

sempre ser providenciada, seja através de escadas, polias ou andaimes, para que

sejam evitados escorregões ou quedas envolvendo os trabalhadores autorizados.

Mais de um local de acesso deverá ser providenciado para entradas seguras

em espaços confinados. Um sistema de ventilação montado não deverá

atrapalhar a entrada dos trabalhadores autorizados, por isso, recomenda-se a

disponibilidade de mais de uma entrada para o local.

A disponibilidade de mais de uma entrada possui também a finalidade de

auxiliar os trabalhadores num abandono de emergência quando uma atmosfera

de riscos se instalarem no local ou quando da necessidade de um acesso rápido

às vítimas pela equipe de resgate.

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Uma prática recomendada para organização de trabalhos em espaço é uma

boa disposição de ferramentas, equipamentos e materiais na área de trabalho.

Todas as plataformas, passagens, escadas devem estar livres de obstáculos que

ameacem a integridade física dos trabalhadores ou atrapalhem o bom andamento

dos serviços.

EXECUÇÃO DE TRABALHOS COM VAPORES DE 9.6.HIDROCARBONETOS

Deveremos sempre considerar como inadequados, principalmente, devido à

ausência de sistemas de ventilação e exaustão, e suspeitar da existência desses

vapores em espaços confinados pelas seguintes razões:

• Em locais de exploração, produção e armazenamento podem ocorrer

vazamentos para o interior dos compartimentos;

• Resíduos poderão resistir mesmo após a limpeza e a ventilação;

• Borra e resíduos remanescentes em um tanque que tenha sido

considerado liberado, poderão desprender vapores se forem

remexidos ou sujeitos ao aumento de temperatura;

• Sistemas de ventilação comum que possam permitir a passagem livre

de vapores de um tanque para outro;

DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO 9.7.

Deveremos sempre suspeitar da falta de oxigênio em espaços confinados

que continham água, estavam sujeitos a vapor ou umidade, continham gás inerte

ou estavam interligados com outros locais (tanques) que continham gás inerte.

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ABERTURA DE LINHAS E EQUIPAMENTOS 9.8.

Sempre que bombas de carga, tubulações ou válvulas forem abertas para

execução de serviços, devem ser lavadas internamente com água. Ainda assim,

recomenda-se todo o cuidado, devido a possibilidade de que alguma quantidade

de carga possa permanecer e tomar-se um nova fonte de vapores.

USO DE FERRAMENTAS 9.9.

As ferramentas de trabalho não devem ser levadas para o interior do

espaço confinado pelos trabalhadores, mas sim, arriadas em bolsas de lona ou

cestas no intuito de evitar que alguma delas possa cair. Antes de qualquer

serviço que envolva, raspagem, martelagem ou o uso de ferramentas

motorizadas, o supervisor deve estar plenamente convencido de que não existe

vapores/gases inflamáveis nas proximidades.

As ferramentas feitas de metal não ferroso, chamadas de antifaiscantes,

apresentam apenas uma menor possibilidade de se criar uma centelha devido a

sua rigidez relativamente menor. Todavia, partículas poderão ficar incrustadas

na superfície de trabalho ou no gume da ferramenta que, com o impacto contra

metais ferrosos ou outros metais rígidos, poderão provocar uma centelha.

Portanto, o uso de ferramentas de metais não ferrosos nem sempre será

recomendado.

Quanto ao uso de ferramentas motorizadas, os trabalhos que envolvam o

seu uso devem se permitidos sob as seguintes condições:

• A área de trabalho não deve estar sujeita a liberação de gases ou a

uma concentração de vapor/gás combustível e deve estar liberada

contra a presença de material combustível;

• A área deve estar desgaseificada e as medidas de controle (medição)

de atmosferas explosivas devem ser extremamente rigorosas (o

multigás não deve acusar leituras superiores a 1% do LIE).

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• Máquinas e ferramentas manuais eletricamente alimentadas podem

ser usadas até a tensão máxima de 110 V, alimentadas por

transformador de segurança com dispositivo instantâneo contra

curto-circuito a terra e com características de dupla isolação,

conforme preconiza a NBR 6.151.

JATEAMENTO 9.10.

Quando for utilizado o jatemaneto em locais confinados os trabalhadores

deverão adotar o máximo de cuidados com a aplicação do equipamento devido o

risco de perfuração nas tubulações e nas estruturas. Alertamos também que o

próprio equipamento de jateamento (alimentador e o bico da mangueira) deve

estar aterrado.

Nessas atividades um sistema de ventilação por exaustão também é

indicado para manter a concentração de pós e poeiras dentro de um limite

mínimo permitido.

O fornecimento de proteção respiratória para os trabalhadores envolvidos

nessas atividades também é obrigatório. Nos serviços que envolvam substâncias

abrasivas, o equipamento de proteção de respiratória também deverá ser provido

de capuzes.

TRABALHOS A QUENTE EM ESPAÇOS CONFINADOS 9.11.

Um compartimento liberado para trabalho a quente requisitado deverá

estar limpo e ventilado até que a atmosfera seja mantida numa concentração que

indique 20,9% de oxigênio e não mais do que 1% do LIE (o ideal sempre será

0% de LIE).

Toda a operação que, no interior do espaço confinado ou nas adjacências

da unidade, possibilitem a formação e a passagem de vapores/gases inflamáveis

para o local isolado para o trabalho a quente deve ser interrompida. Se algum

local for contaminado por líquidos ou vapores de hidrocarbonetos, o trabalho a

quente deve cessar imediatamente, as causas dessa contaminação devem ser

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identificadas, a PET cancelada e as medidas de controle (limpeza, desgaseificação

e medição) devem ser adotadas até o retomo dos níveis de segurança admitidos

para uma nova liberação.

A área de trabalho deve ser constantemente ventilada e a atmosfera deve

ser monitorada freqüentemente. Se houver intervalos durante o período de

trabalho, deverá ser providenciada a medição nesses intervalos. Equipamentos

de combate a incêndios adequados devem estar dispostos nas proximidades do

trabalho a quente e prontos para o uso imediato.

REMOÇÃO DE BORRAS E SEDIMENTOS 9.12.

Nesses serviços medições periódicas de gases devem ser adotadas e a

ventilação deverá ser mantida continuamente enquanto o espaço confinado

estiver ocupado.

Poderá ocorrer um aumento das concentrações de gases, devido os

movimentos provocados pelos trabalhadores lá inseridos ou nas imediações do

espaço confinado. Portanto, é recomendado o emprego de detectores de gases

pessoais para os trabalhadores que estiverem engajados nos trabalhos.

SERVIÇOS DE PINTURA 9.13.

Nos trabalhos de pintura e jato abrasivo, deve ser mantido o

monitoramento quanto à formação de atmosferas explosivas ou tóxicas.

Compostos orgânicos voláteis, como o benzeno, tolueno, xilenos, n-butanol e

metilisobutilcetona são comumente encontrados no ar durante o processo de

pintura, provenientes da emissão de solventes orgânicos da tinta fresca ou

utilizados para dissolver ou disper- sar tintas, resinas e produtos de polimentos.

Estas substâncias químicas atuam predominantemente sobre o sistema nervoso

central como depressoras que, dependendo da concentração e do tempo de

exposição, podem causar desde sonolência, tontura, fadiga até narcose e

finalmente a morte do trabalhador. O EPI dos trabalhadores autorizados deverão

proteger qualquer parte de seu corpo do contato com essas substâncias.

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Nos serviços de pintura onde estão sendo aplicadas tintas, resinas ou

solventes que poderão emanar vapores tóxicos ou explosivos deve ser

empregado um sistema de ventilação por exaustão no local, de forma que as

concentrações tóxicas permaneçam sempre abaixo dos LT e que as

concentrações de misturas inflamáveis estejam sempre abaixo do LIE. A

atmosfera deverá ser continuamente monitorada de forma a verificar a eficiência

da ventilação oferecida.

O uso de proteção respiratória é obrigatório para esses serviços.

Dependendo das medidas de controle (ventilação) e da volatilização das

substâncias o dispositivo de proteção respiratória poderá variar desde um respira

dor por filtro, até um sistema de ar de linha. É recomendado o uso de proteção

respiratória para os casos em que, na presença de vapores/gases tóxicos ou

fumos em suspensão, os odores gerados causem desconforto ao trabalhador,

mesmo quando abaixo do LT. O equipamento deve ser os respiradores por ar de

linha com cilindro de escape.

DESCARTE DE RESÍDUOS 9.14.

O descarte de escórias, demais resíduos sólidos e efluentes líquidos

resultantes dos serviços em execução no espaço confinado deve atender, no

mínimo, ao estabelecido na NR-25: Resíduos Industriais.

Os resíduos devem ser dispostos de forma a não interferir nos trabalhos ou

obstruir a passagem de pessoas. A NR-25 determina que:

'25.1.1. Os resíduos gasosos deverão ser eliminados dos locais de trabalho

através de método, equipamentos ou medidas adequadas, sendo proibido o

lançamento ou a liberação nos ambientes de trabalho de quaisquer

contaminantes gasosos sob a forma de matéria ou energia, direta ou

indiretamente, de forma a serem ultrapassados os limites de tolerância

estabelecidos pela Norma Regulamentadora (NR -15)".

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"25.2.1. Os resíduos sólidos ou líquidos produzidos por processos e

operações industriais deverão ser convenientemente tratados e/ou dispostos

e/ou retirados dos limites da indústria, de forma a evitar riscos à saúde e à

segurança dos trabalhadores."

Quando for utilizado um local temporário para depósito dos resíduos

inflamáveis ou tóxicos deve ser observado o seu comportamento quanto a

geração de vapores/gases que poderão influenciar no funcionamento nos

equipamentos de apoio, de resgate e na própria atmosfera onde estão

acondicionados.

TÉRMINO DOS TRABALHOS 9.15.

Após o término dos trabalhos, o interior do espaço confinado deverá ser

inspecionado quanto:

• A conclusão satisfatória do serviço requisitado;

• Remoção total dos equipamentos, ferramentas sobras de materiais e

resíduos;

• Integridade dos equipamentos que controle (flanges, travas,

cadeados, raquetes, etc);

• Retorno da operação normal.

E o mais importante: "Uma entrada mal planejada poderá ser a última".

OBJETIVO DOS PRIMEIROS SOCORROS EM ESPAÇOS 10.CONFINADOS

Mesmo que se trate de uma entrada para trabalho é importante que o

trabalhador autorizado e os demais membros da equipe de trabalho estejam

capacitados a prestar o atendimento inicial, ainda que restrito, em caso de

acidente.

Entende-se por primeiros socorros a ajuda imediata prestada por uma

pessoa a um acidentado, doente, ou vítima de mal súbito, com a finalidade de

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mantê-lo com vida, minorar a dor e evitar as complicações do quadro, até a

chegada do médico. Seus objetivos principais são:

• Salvar vidas;

• Aliviar a dor;

• Evitar piora posterior; e

• Promover a recuperação.

• Servir como elo entre o momento do acidente e a chegada de ajuda

profissional.

Em situações de emergência, todo executante de trabalhos nos interiores

de espaços confinados devem, inicialmente, garantir a sua segurança para um

auto-socorro. Existindo vítima no local, os trabalhadores autorizados deverão,

pelo menos, seguir as seguintes orientações:

O QUÊ ACONTECEU? QUAIS SÃO OS FERIMENTOS?

• Observe;

• Use os sentidos (sinais: sangue, convulsões, etc.);

• Tente obter um diagnóstico;

• O máximo de informações possíveis (lesão, deformidades,

mecanismos da lesão, etc.);e

• Solicite o resgate imediato e apropriado.

CHAME A ASSISTÊNCIA MÉDICA

• A exata localização do acidente;

• Uma indicação do tipo e seriedade do acidente; e

• O número de feridos.

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SISTEMA RESPIRATÓRIO 10.1.

O oxigênio é a fonte da vida. Ao inalarmos esse gás contido em nossa

atmosfera terrestre, nosso organismo realizará uma série de reações até

transformá-lo em energia para o perfeito funcionamento de nosso corpo. Dentre

os sistemas que controlam as funções metabólicas de nosso corpo, o sistema

respiratório é o responsável pelas trocas gasosas que envolvem o envio do

oxigênio até os pulmões.

O sistema respiratório é constituído pelas fossas nasais, boca, laringe,

traquéia, brônquios e pulmões. Para a respiração contribui também a caixa

torácica, da qual os movimentos de expansão e de redução são essenciais para

que o ar possa entrar e sair das vias respiratórias.

SISTEMA CIRCULATÓRIO 10.2.

Para nosso corpo realizar suas funções, o sangue tem de circular

permanentemente por todo o corpo. Mas, por quê?

A resposta é simples. O sangue é o meio de transporte da energia

necessária para o funcionamento de nossos órgãos que foi alimentada pelo

oxigênio processado pelo sistema respiratório. Na circulação sanguínea o sangue

realiza duas viagens, uma curta entre o coração e os pulmões (a pequena

circulação) e uma longa entre o coração e todo o resto do corpo (a grande

circulação).

Para executar esta circulação é necessário um órgão que impulsione o

sangue (o coração) e canais (vasos sangüíneos), por onde o sangue circula. O

funcionamento do coração faz com que o sangue seja bombeado a todas as

partes do corpo.

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AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA 10.3.

A consciência é a percepção do que está em nosso redor. Significa que a

respiração e a circulação da vítima estão presentes. A inconsciência é um dano

que pode variar de confusão mental a coma profundo. É o resultado da

interrupção da atividade normal do cérebro. O nível de consciência é medido

testando a resposta da vítima a estímulos tais como sons ou dor.

RCPC - RESSUSCITAÇÃO CÁRDIOPULMONAR CEREBRAL 10.4.

RCPC - Ressuscitação Cardiopulmonar Cerebral é o conjunto de manobras

realizadas na tentativa de reanimar uma pessoa vítima de parada cardíaca

"e/ou" respiratória. Este "e/ou" deve-se ao fato de que a vítima poderá ser

encontrada com parada respiratória por obstrução mecânica (objeto obstruindo a

passagem do ar), que ainda mantêm batimentos cardíacos. Neste caso será

necessária apenas a respiração artificial. Sua finalidade é fazer com que o

coração e pulmão voltem às suas funções normais. Isto é necessário para a

manutenção da oxigenação do cérebro, o qual não pode passar mais de alguns

minutos sem ser oxigenado, sob pena de provocar lesões irreversíveis.

Os procedimentos das manobras de RCPC vêm sendo aperfeiçoados ao

longo dos anos. Na RCPC, mesmo que resgatista atue com máximo de

aproveitamento, isso não representará a garantia de retorno da vítima, ainda que

a manobra tenha sido aplicada com proficiência máxima. Pesquisas demonstram

que, atualmente, mesmo se RCPC for iniciada em menos de 4 minutos da parada

cardiorespiratória e o resgate chegar ao local a menos de 8 minutos da parada,

as chances da vítima se recuperar são de apenas 43%. E estamos falando em

locais com atmosfera ambiente normal. Nos casos de emergências em espaços

confinados a possibilidade de êxito na aplicação da manobra certamente será

menor.Por ser uma manobra complexa não é aconselhável qualquer tentativa de

execução por pessoas sem treinamento ou cujo treinamento tenha sido realizado

há mais de 1 ano. Além disso, não se pode, de forma alguma, realizar esta

manobra em pessoas vivas, sob o risco de provocar arritmia cardíaca ou mesmo

a parada cardíaca.

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CHECAR RESPIRAÇÃO

Para checar se alguém está respirando, você pode sentir o movimento do

tórax ou abdômen com a sua mão. No caso de algum acidente em espaço

confinado os problemas respiratórios poderão ser decorrentes de algum ferimento

ou algum trauma de inalação.

Respiração Obstruída

• Sintomas vítima consciente

Lábios, orelhas ou a face azulados;

Vítima segurando a garganta;

Vítima procurando por ar.

• Sintomas vítima inconsciente

Respiração audível, ronco.

• Conclusão

Respiração obstruída, sufocamento.

• Objetivo

Desobstruir as vias aéreas.

• Ação

Se sufocando

Desobstruir vias aéreas;

Movimentos firmes entre as escápulas;

Manobra de desobstrução por compressão abdominal;

Respiração boca a boca.

Se inconsciente

Desobstruir as vias aéreas;

Posição de recuperação;

Alertar o profissional de saúde.

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Respiração insuficiente ou sem respiração

• Sintomas

Inconsciência profunda;

Face possivelmente azulada;

Sem respiração.

• Conclusão

Sem respiração.

• Objetivo

Fornecer oxigênio para os pulmões.

• Ação

Respiração boca-a-boca ou boca-máscara(pocket-mask)-boca

imediatamente ou emprego de bolsa de ventilação;

Abra as roupas apertadas;

Alerte o profissional de saúde.

CHECAR A CIRCULAÇÃO

Havendo a possibilidade, recomenda-se a checagem do pulso quando

existir o domínio da técnica.

• Sintomas

Inconsciência Profunda;

Sem respiração;

Sem circulação;

Palidez

• Conclusão

Estagnação da circulação.

• Objetivo

Fornecimento de oxigênio para o cérebro.

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• Ação

Comece a ressuscitação e alerte o profissional de saúde.

• Procedimento

Fale com a vitima;

Se não houver reação, provoque o estimulo da dor;

Se não houver reação, proceder com abertura de Vias Aéreas

Superiores e cheque a respiração;

Caso não sinta movimentos de expansão torácica ou não escute

a expiração do ar faça 2 ventilações de resgate.

PROTOCOLO DE RCPC

• Inicie com a ventilação (2x);

• Achar o ponto de massagem cardíaca fazendo a varredura de costelas

encontrando o processo xifóide;

• Colocar os dois dedos indicadores acima do osso esterno e, após,

colocar a base da outra mão sobre o osso esterno;

• Logo após, aplique as compressões no tórax (30x);

• Continue até a retirada da vitima do local e recebimento da avaliação

de profissional qualificado, a vítima responder aos estímulos ou até a

estafa física do resgatista.

ATENÇÃO: Independentemente do número de recorrista, a manobra de

RCPC sempre será 2 ventilações para 30 compressões torácicas.

FERIMENTOS 10.5.

Ferimentos podem ser internos e externos. Os ferimentos internos são

complicados, pois seu tratamento não é possível para um socorrista. Ferimentos

externos podem causar complicações porque os germes (contaminantes) podem

infectar o ferimento.

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Os ferimentos podem ser abertos ou fechados. Os ferimentos abertos são

aqueles em que há perda da integridade da superfície da pele. Nos ferimentos

fechados não ocorre por definição perda da integridade da pele.

ESCORIAÇÕES

São lesões da camada superficial da pele ou mucosas que apresentam

sangramento discreto, mas costumam ser extremamente dolorosas. Não

representam risco às vitimas quando isoladas.

INCISÕES

São lesões teciduais cujos bordos são regulares, sendo produzidas por

objetos cortantes. Podem causar sangramento de variados graus e danos a

tendões, músculos e nervos.

LACERAÇÕES

São lesões teciduais de bordos irregulares, produzidas pro objetos rombos

através de trauma fechado sobre superfícies ósseas. O sangramento deve ser

controlado por compressão direta e aplicação de curativo e bandagens.

Imobilização das extremidades com ferimentos profundos.

PERFURAÇÕES

São lesões causadas por perfuração da pele e dos tecidos subjacentes por

um objeto. O orifício de entrada pode não corresponder à profundidade da lesão.

As lesões penetrantes de tórax devem ser concluídas o mais rápido possível, para

evitar a aspiração de ar para o espaço pleural com a formação de pneumo-tórax

aberto. Verificar a presença de orifício de saída, mas nunca explorando a ferida.

Tratar as condições que causem risco iminente de vida. As vítimas com lesões

penetrantes de tronco e abdome devem ser removidas o mais rápido possível

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para hospitais que disponham de equipe cirúrgica pelo alto risco de hemorragias

internas.

AVULSÕES

São lesões onde ocorre descolamento da pele em relação ao tecido

subjacente, que pode se manter ligado ao tecido sadio ou não. Apresentam graus

variados de sangramento, geralmente de difícil controle. A localização mais

comum ocorre em mãos e pés. Recomenda-se colocar o retalho e sua posição

normal e efetuar a compressão direta da área, para controlar o sangramento.

Caso a avulsão seja completa, transportar o retalho ao hospital. A preparação do

retalho consiste em lavá-lo com solução salina, evitando o uso de gelo direto

sobre o tecido.

FERIMENTOS FECHADOS

Um impacto ou uma compressão podem causar rompimento de vasos

sanguíneos, causando o extravasamento de líquido ou sangue. Estas lesões, que

são chamadas de contusões, podem acometer somente estruturas superficiais,

mas, em casos de aplicação de forças intensas, pode haver lesão de órgãos

internos. Normalmente, se houver apenas acometimento superficial a vítima

apresenta dor e inchação (edema) da área afetada. Se houver hemorragia, o

local adquire uma coloração preta ou azulada, que é chamada equimose. Em

alguns casos, o sangramento produz uma tumoração visível sob a pele, que é

chamada hematoma. Estas lesões quando superficiais não ameaçam a vida,

porém seus sinais visíveis podem alertar para a possibilidade de lesões de órgãos

internos.

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AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS 10.6.

As amputações são definidas como lesões em que há separação de um

membro ou de uma estrutura protuberante do corpo. Podem ser causadas por

objetos cortantes, por esmagamentos ou por forças de tração. Estão

freqüentemente relacionadas a acidentes industriais. Seu tratamento inicial deve

ser rápido pela gravidade da lesão, que pode causar a morte por hemorragia, e

pela possibilidade de re-implante do membro amputado. O controle da

hemorragia é crucial na primeira fase do tratamento. O membro amputado deve

ser preservado sempre que possível, porém a maior prioridade é a manutenção

da vida.

• Amputação completa ou total

o segmento é totalmente separado do corpo.

• Amputação parcial

o segmento tem 50% ou mais de área de solução de

continuidade com o corpo.

• Desenluvamento

quando a pele e o tecido adiposo são arrancados sem lesão do

tecido subjacente.

ESMAGAMENTOS 10.7.

Trata-se de lesão comum em desabamentos e acidentes industriais. Pode

resultar em ferimentos abertos e fechados. Existe dano tecidual extenso das

estruturas subjacentes. Pode ser o mecanismo de causa de amputação de

extremidades. O esmagamento de tórax e abdome causa graves distúrbios

circulatórios e respiratórios.

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HEMORRAGIAS 10.8.

A seriedade da hemorragia depende de:

• Tipo de vaso sanguíneo envolvido;

• Quantidade de sangue perdido;

• Velocidade da perda de sangue; e/ou.

• Local do sangramento.

Na ocorrência de acidentes que envolvam hemorragias internas, para um

atendimento eficiente da vítima deve ser observado o seguinte:

Sintomas

Ansiedade;

Taquicardia (freqüência cardíaca entre 100 e 120/min);

Pulso radial fraco;

Pele fria; Palidez; Suor frio; Sede;

Freqüência respiratória maior que 20/min; e/ou.

Enchimento capilar lentificado (maior que dois segundos).

Conclusão

Sangramento interno.

Objetivo dos Primeiros Socorros

Evitar mais perda de sangue.

Ação

Deitar a vitima. O repouso da parte ferida ajuda a formação de

um coágulo;

Se o ferido estiver coberto de roupa descobri-lo (evitar, porém

seu resfriamento);

Evitar o estado de choque;

Providenciar transporte urgente para um hospital.

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TAMPONAMENTO

Curativos ou bandagens são usados para cobrir um ferimento e só devem

ser colocados sobre uma ferida quando esterilizados para evitar maior

contaminação. As bandagens podem ser usadas para manter o curativo no lugar

ou para pressionar mais forte no caso de um sangramento mais sério.

Diante de uma ajuda inicial para aplicação de uma bandagem em um

ferimento, deveremos proceder da seguinte maneira:

• Elevar a parte ferida do corpo (se possível);

• Aplicar o curativo (preferencialmente esterilizado);

• Aplicar uma camada circular de lã de algodão sintético;

• Pressionar com um rolo de bandagem ou um pano de formato

triangular estreito ou dobrado ao meio.

Depois de colocar a bandagem, você deve deixar a parte ferida do corpo

elevada e apoiada. Para o braço use uma tipóia e para a perna, uma elevação.

QUEIMADURAS E ESCALDOS 10.9.

Os tecidos do corpo serão danificados quando forem expostos fisicamente a

uma fonte direta de calor sob a temperatura de 45°C ou maior. Quando essa

temperatura exceder 50°C serão permanentemente danificados.

Queimaduras podem ser causadas por: calor seco, eletricidade, produtos

químicos, radiação, fricção.

Escaldes podem ser causados por líquidos quentes ou vapor. Também

deveremos ficar atentos para um risco considerável de infecção com queimaduras

porque a pele danificada não oferece proteção contra germes.

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As queimaduras podem ser

• 1° grau - Vermelhidão, inchaço e dor.

• 2° grau - Bolhas, que podem estar abertas e dor.

• 3° grau - Pele queimada preta ou branca, sem sensação de dor.

Com ferimentos severos provocados por queimaduras, proceder da

seguinte maneira:

Ação

Resfriamento imediato: 15 a 20 minutos sob água fria corrente;

Queimaduras menores como as de 1° grau devem ser cobertas

e esterilizadas;

Queimaduras severas como as de 2° e 3° graus devem ser

cobertas e esterilizadas;

Deite o ferido e providencie remoção urgente para um hospital.

Atenção

NÃO estoure as bolhas ou remova a pele solta;

NÃO remova qualquer coisa que esteja grudando na

queimadura; e

NÃO aplique loções, cremes ou gordura no ferimento.

FRATURAS 10.10.

É quando ocorre a quebra de algum osso. Pode ser do tipo fechada (quando

a pele permanece íntegra) ou exposta (quando há lesão na pele, mesmo que seja

um pequeno furo).

Toda lesão que houver muita reclamação de dor e formação de hematoma

(roxo), deve ser tratado como uma fratura em potencial.

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FRATURA INTERNA

Sintomas

Dor; Inchaço;

Perda de movimento normal;

Em alguns casos apresenta deformidade; e/ou

Podem ocorrer movimentos anormais (descontrolados).

Conclusão

Fratura interna.

Objetivo dos Primeiros Socorros

Evitar que a lesão se agrave e aliviar a dor.

Ação

Imobilizar a articulação acima e outra abaixo do membro

fraturado;

Dar apoio e confiança;

Para os braços, pulsos e mãos use uma tipóia;

Para os ombros, braços e cotovelos use um pedaço de pano

triangular dobrado ao meio; e

Para membros inferiores, use uma colcha enrolada.

FRATURA ABERTA OU EXPOSTA

Sintomas

Dor; Inchaço;

Perda de movimentos normais;

Ferimento externo pequeno. Em alguns casos pode apresentar

deformidade; e/ou

Podem ocorrer movimentos anormais (descontrolados).

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Conclusão

Fratura exposta.

Objetivos Dos Primeiros Socorros

Evitar que a lesão se agrave, infecção e aliviar a dor.

Ação

Imobilizar a fratura;

Dar conforto a vítima;

Se o ferimento for visível, deve ser coberto com curativo

(bandagem); e providenciar transporte para o hospital.

Algumas vezes pode ocorrer o estado de choque. Dê tratamento de choque.

Se você tiver em dúvida, sempre considere que o osso esteja quebrado e o trate

como se realmente estivesse.

OPERAÇÕES DE SALVAMENTO EM ESPAÇOS CONFINADOS 11.No Brasil infelizmente ainda não contamos com uma norma específica que

estabeleça os requisitos necessários para a preparação administração,

qualificação e instrução de um Serviço de Emergência & Resgate Técnico. A

tendência natural dos segmentos da segurança industrial é de seguir os padrões

e protocolos de resgate das autoridades competentes (Corpo de Bombeiros,

Defesa Civil, Salvaero etc.) ou de outras entidades reconhecidas como a já

comentada NFPA.

Ainda que os trabalhos a serem executados nos espaços confinados

estejam obrigados a passarem por um prévio planejamento e gerenciamento de

trabalhos em execução, os fatores mais comuns de acidentes nesses locais ainda

estão associados a:

• Falhas na identificacao dos riscos

• Tendencia a confiar nos sentidos

• Tentativas de resgate

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ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES EM ESPAÇO CONFINADO 6,50% Acidentes decorrentes de problemas com a qualidade do ar

100% Acidentes que possuem como ponto em comum a falta de avaliação da atmosfera e a falta de ventilação forçada

29% Vítimas fatais que eram supervisores ou chefes de equipe

60% Trabalhadores que morreram ao resgatar uma vítima

De acordo com a NIOSH a maior causa de fatalidades nos espaços

confinados são os riscos atmosféricos, geralmente na forma de uma atmosfera

deficiente de oxigênio (ou inerte), uma atmosfera tóxica ou uma atmosfera

explosiva. Abaixo demonstramos o percentual das ocorrências fatais em espaços

confinados segundo aquela organização:

• 65% atmosferas perigosas;

• 13% engolfamento;

• 7% aprisionamento;

• 6% estresse por exposição ao calor;

• 5% eletrocussão; e

• 4% outros.

SERVIÇO DE EMERGÊNCIAS E RESGATES 11.1.

Segundo a NR-33 o empregador deve elaborar e implementar

procedimentos de emergência e resgate adequados aos espaços confinados

incluindo, no mínimo:

• descrição dos possíveis cenários de acidentes, obtidos a partir da

Análise de Riscos;

• descrição das medidas de salvamento e primeiros socorros a serem

executadas em caso de emergência;

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• seleção e técnicas de utilização dos equipamentos de comunicação,

iluminação de emergência, busca, resgate, primeiros socorros e

transporte de vítimas;

• acionamento de equipe responsável, pública ou privada, pela

execução das medidas de resgate e primeiros socorros para cada

serviço a ser realizado;

• exercício simulado anual de salvamento nos possíveis cenários de

acidentes em espaços confinados.

Acreditamos que tais exigências sejam muito pouco quando se trata de

trabalhos sempre marcados pela multi-fatalidade. Por isso, faremos algumas

referências às normas norte americanas NFPA 1670 e NFPA 1006 são as que nos

oferecem maiores informações técnicas para o desenvolvimento de um programa

de equipe de resgate, a qualificação da equipe e o perfil do técnico em resgate.

A NFPA 1670 define o serviço de resgate como sendo aquela equipe

montada pela autoridade competente (setor público) ou pelas empresas (setor

privado) para resgatar vítimas dos interiores de espaços confinados. A mesma

norma fixa os diferentes níveis de capacidade operacional para as equipes que

preparam diferentes níveis de resposta a emergências em espaços confinados:

Segurança, Operações e Técnico.

Para o setor industrial (offshore ou onshore), dependendo do tamanho e

das atividades desenvolvidas na planta, uma equipe de resgate deverá atender

os níveis de segurança e operações, respeitando ainda o perfil e o

dimensionamento de sua equipe própria.

Portanto, a equipe de resgate deverá estar apta a desempenhar o seguinte:

• Planejar e implementar uma operação apropriada para resgate em

espaço confinado;

• Identificação dos deveres dos resgatistas, dos resgatistas de apoio,

dos atendentes (vigia, operadores de equipamentos, primeiros

socorros, transporte, etc.) e do chefe da equipe de resgate;

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• Determinar os fatores que influenciaram a existência de condições

potencias;

• Estabelecer contato com as vítimas onde for possível;

• Reconhecer e identificar os perigos associados ao atendimento de

uma emergência sem uma entrada;

• Procedimentos para executar uma recuperação de vítimas sem uma

entrada;

• Procedimentos para implementar um sistema de resposta de

emergência;

• Procedimentos para estabelecer um controle do local e um

gerenciamento do cenário;

• Procedimentos para proteger o pessoal de perigos dentro do espaço

confinado;

• Avaliar continuamente a existência de condições potenciais de riscos;

• Procedimentos que assegurem que os membros da equipe são

capazes de administrar os desafios físicos e psicológicos que afetam

os resgatistas;

• Procedimentos para avaliar continuamente ou em intervalos

freqüentes, a atmosfera em todas as partes do espaço a ser

adentrado;

• Procedimentos para o uso seguro e efetivo dos equipamentos de

imobilização de vítimas que podem ser empregados no resgate;

• Transferência de vítima e primeiros socorros básicos; e

• Programa de treinamento da equipe de resgate em espaço confinado

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O RESGATISTA 11.2.

As empresas deverão assegurar que os membros selecionados para suas

equipes de resgate tenham capacidade física, psicológica e médica para assumir

responsabilidades e desempenhar tarefas diante de acidentes ocorridos em

espaços confinados de acordo com os seus níveis próprios de exigência.

Fisicamente devem dispor de boa saúde, uma vez que deles será exigido um

grande esforço tanto pelas dificuldades do resgate em si, quanto pelas condições

do ambiente, do clima, do tempo e do local, quase sempre adversas.

Os aspectos psicológicos de sua personalidade também são importantes

devendo incluir as seguintes qualidades:

• Sociabilidade: Linguajar educado e palavras corretas que transmita

calma e confiança para a própria equipe e para as vítimas;

• Espírito de equipe: Harmonizar com os companheiros de equipe. O

resgate não é uma operação individual;

• lmprovisador: Capacidade de superar situações adversas

inesperadas. Ter sempre um "plano B";

• Participativo: Capacidade de iniciativa e desembaraço na realização

de seus deveres sem depender do recebimento de ordens;

• Autocontrole: Estabilidade emocional para superar os fatos mais

desagradáveis ocorridos durante um resgate;

• Liderança: Realizar tudo o que for necessário (ou além) para

organizar e controlar uma operação para um resgate, estando,

inclusive, preparado para a ocorrência de condições imprevistas;

• Perceptivo: Capacidade de ouvir. Estar atento a comunicação entre

a equipe e ao depoimento de testemunhas.

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Sendo assim, individualmente, o candidato a resgatista deverá estar apto a

desempenhar os seguintes procedimentos:

• Controlar o local da emergência;

• Promover, primeiro, a sua segurança, a segurança da sua equipe e

depois a da vítima;

• Avaliar o local da emergência;

• Utilizar corretamente seu EPI, EPR e demais dispositivos de resgate;

• Coletar o maior número possível de informações sobre a seqüência

dos eventos;

• Acessar as vítimas por intermédio dos equipamentos de resgate e

transporte de vítimas;

• Determinar qual o problema que acondicionou na vítima, colhendo as

informações do local e dos mecanismos que provocaram as lesões;

• Estabilizar a vítima;

• Dar o seu máximo diante de um resgate respeitando o seu nível de

treinamento;

• Liberar a vítima, o mais depressa possível, dentro das técnicas e

equipamentos apropriados;

• Transportar com segurança a vítima, monitorando o seu estado

durante o trajeto;

• Passar para o serviço de atendimento médico todas as informações

relevantes que assegurem a continuidade do tratamento da vítima

em prol de sua recuperação total.

ANÁLISE RISCO X BENEFÍCIO

O resgatista deverá possuir as habilidades mínimas para o desempenho de

atendimento às vítimas, inclusive quanto a capacidade de realizar uma RCP. O

que diferencia o resgatista dos demais profissionais que trabalham nas operações

de atendimento pré-hospitalar é que no seu campo de atuação, muitas vezes o

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cenário levará o resgatista a tomar decisões que poderão alterar as prioridades e

a seqüência do atendimento da vítima confrontando com sua própria segurança.

A NFPA 1670 defne que a análise Risco x Beneficio tradicionalmente

envolve a avaliação das condições gerais da vítima de forma a aplicar a devida

urgência para a situação (Resgate de vítimas x Recuperação de corpos). Uma

vítima ainda viva poderá sugerir um resgate associado a um nível mais urgente

de ação. Já uma vítima fatal poderá sugerir uma operação de recuperação de

corpo com um nível de urgência bem menor.

ANÁLISE INICIAL

Em todos os tipos de acidentes em espaços confinados, existe um potencial

de situações extenuantes que exigirão uma habilidade além da capacidade

normal da organização para operar de uma forma segura. Exemplos dessas

situações podem incluir, mas não se limitando a: locais isolados ou profundos,

perigos múltiplos (líquidos, produtos químicos, alturas extremas no espaço, etc.),

falhas nos equipamentos, condições ambientais severas. Estas condições

deverão ser avaliadas em análises contínuas da operação.

Segundo a NFPA 1670, a análise do cenário deverá avaliar inicial e

continuamente o seguinte:

• Objetivo, tamanho e a natureza da emergência;

• Localização, número e condição das vítimas;

• Análise Risco x Beneficio (Resgate de vítimas x Recuperação de

corpos);

• Acesso ao cenário;

• Fatores ambientais;

• Recursos necessários e disponíveis; e

• Estabelecer um perímetro de controle.

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PLANEJAMENTO DE UMA RESPOSTA A EMERGÊNCIA 11.3.

Os procedimentos para atendimento de um socorro devem ser registrados

em um plano de resgate formal e escrito, sempre revisto e atualizado

periodicamente. Cópias do plano de resposta a acidentes em espaços confina-

dos devem ser disponibilizadas para os empregados da empresa com

responsabilidades designadas pelo próprio plano, setores importantes da unidade

e para as organizações externas de suporte operacional.

Onde exista a necessidade de recursos externos para se alcançar um nível

desejado de capacidade operacional, é recomendado o registro de acordo de

cooperação mútua com as demais organizações que assegurem o seu

acionamento diante de uma emergência, como por exemplo, hospitais

especializados, transporte de vítimas, resgate aéreo etc.

COMANDO DA EMERGÊNCIA 11.4.

Comandar um resgate em espaços confinados requer a delegação de

muitas responsabilidades necessárias para o sucesso da operação. O sistema de

comando do incidente é uma estrutura criada para facilitar o gerenciamento de

qualquer tipo de emergência e que passe por todas as fases da operação.

Contudo, ressalta-se que antes de se implantar um sistema de comando, é

necessário que todos os envolvidos tenham um claro entendimento de aonde eles

se encaixarão no momento em que se deflagrar o acidente, com relação as

responsabilidades que cada um assumirá. Uma pessoa com muitas

responsabilidades pode gerenciar um pequeno acidente, se ele também for

pequeno. Já um acidente maior, um grupo de pessoas assumirá muitas tare-

fas delegadas. Um plano de emergência com um sistema de comando bem

dimensionado é capaz de se expandir à medida que a emergência adquire

proporções cada vez maiores e, assim, mantém o controle das operações com

eficiência. À medida que a operação cresce tornando-se mais complexa e outros

voluntários chegam, o comando da operação deverá atribuir as funções para cada

novo componente, e assim estabilizar o Sistema de Comando de Incidente.

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O comando da emergência também deverá ficar atento quanto à

participação de outros serviços externos de resgate, como por exemplo, o Corpo

de Bombeiros ou resgate aéreo. O plano de emergência deve admitir em seus

procedimentos a possibilidade de ocorrência dessa situação, pois, embora a

emergência esteja ocorrendo em uma área industrial particular, a

responsabilidade por algum dano às propriedades adjacentes,lesão aos emprega-

dos e terceiros e prejuízos ao meio ambiente permanecem com o empregador

Uma composição ideal para uma equipe de resgate em espaço confinado

poderia ser:

Comandante de Incidente - Responsável por todo o gerenciamento

do incidente.

Segurança - Responsável por garantir a segurança da equipe e de

todos os procedimentos de resgate durante a operação e/ou

antecipar riscos e situações inseguras. Não deverá possuir nenhuma

outra responsabilidade.

Supervisor (Chefe) do Grupo de Resgate - Responsável pela

coordenação da parte operacional da emergência. É o responsável

pelo seguinte pessoal

Observador (Vigia) - Possui praticamente as mesmas tarefas de

uma entrada para tra- balho. Comunica-se com os resgatistas cons-

tantemente e monitora a atmosfera.

Responsável pelos equipamentos (logística) - Responsável pela

ventilação, fomecimento de proteção respiratória, pela

descontaminação do local, pelos sistemas de movimentação e

remoção, cordas, polias e demais dispositivos necessários.

Resgatistas (Equipe de entrada) - Executam todas as tarefas

dentro do espaço confinado como reconhecimento, liberação da

vítima, sua imobilização e transporte.

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Resgatistas (Equipe de Apoio) - Resgatistas prontos para uma

entrada imediata caso a equipe de entrada precise de resgate

Primeiros socorros - Atendimento inicial - estabilização

Macas - Responsável pelo transporte e evacuação das vítimas.

A composição da equipe acima é apenas uma recomendação. Caberá a

empresa avaliar o nível de treinamento dos candidatos a resgatistas, os

equipamentos que possui e o quantitativo de pessoas capacitadas e disponíveis

para compor a equipe.

ETAPAS DE UMA OPERAÇÃO DE RESGATE 11.5.

A seguir apresentaremos um modelo sugerido de gerenciamento de uma

emergência que envolva um resgate em espaços confinados dividido em 5 fases:

Preparação;

Avaliação;

Pré-entrada;

Entrada e resgate; e

Término da operação.

PREPARAÇÃO 11.6.

Uma questão deve ser obrigatoriamente levantada ao longo de qualquer

atendimento a emergências: "A equipe de resgate treinada capacitada e equipada

para desempenhar um resgate em espaços confinados?" Definitivamente, tal

indagação não quer ficar restrita em apenas disponibilizar cintos, cordas, macas,

respiração autônoma e demais equipamentos para os resgatistas se acharem

preparados para enfrentar um resgate em espaços confinados. O aspecto

humano deve ser levado em conta.

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Portanto a equipe de resgate deve estar preparada para responder as

seguintes perguntas:

• A equipe de resgate conhece os padrões e procedimentos exigidos?

• A equipe de resgate possui uma quantidade de pessoal

suficientemente treinado para manter uma operação de resgate em

espaço confinado? Talvez 4 ou 5 membros bem treinados não serão o

suficiente para cumprir com segurança um resgate.

• A equipe de resgate possui o equipamento apropriado para

desempenhar essa operação?

Resgates em espaços confnados exigem equipamentos especiais.

PREPARAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E DA EQUIPE DE RESGATE

A seguir listamos o mínimo de equipamentos necessários que a equipe de

resgate deve dispor:

• Equipamento de ar mandado - um para cada resgatista, um para

cada membro da equipe de apoio e um para a vítima (se necessário);

• Sistema de cascata ou compressor;

• Equipamento de imobilização de vítimas compatível para espaços

confinados;

• Equipamentos de retirada - Tripés, monopés, guinchos, triway;

• Software - Cordas, cordins, fitas e cintas;

• Hardware - Freios, blocantes, ascensores, polias, mosquetões,

ganchos;

• Cintos de segurança - modelo para-quedista;

• Detector de gases - 4 gases: O2, CO, H2S e Gases inflamáveis;

• Equipamento de ventilação - lnsufladores e exaustores à prova de

explosão;

• Lanternas à prova de explosão;

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• Equipamento de comunicação intrinsecamente seguro;

• EPI - Compatível para espaços confinados;

• Travas e sinalização de segurança;

• Treinamento da equipe de resgate.

ANÁLISE INICIAL

Durante a fase inicial de preparação a equipe de resgate precisa levar em

consideração um planejamento prévio para enfrentar riscos específicos que

possam interferir em suas operações de resgate. Esse levantamento básico

poderá providenciar uma visão geral para os problemas e dificuldades que os

resgatistas encontrarão nas rotinas de resgates em espaços confinados.

• Se for necessário, consulte o plano de emergência e os controles de

descarga de energia;

• Consulte os responsáveis que trabalham nos locais para informações

adicionais;

• Requisite cópia das permissões de entrada;

• Identifique qualquer tipo de risco especial ou processos que são

necessários conhecê-los antes de qualquer resposta a emergências;

• Identifique qualquer dificuldade local específica tal como: localização,

acesso, suprimento de ar ou variações extremas nas avaliações.

Planejamento prévio é essencial para qualquer equipe de resgate séria e

preparada para enfrentar toda a sorte de imprevistos nos serviços de resgate em

espaços confinados. Não só permite ao comando da emergência e aos resgatistas

planejarem a tática mais eficaz para o resgate como também aumenta a

segurança da operação como um todo.

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AVALIAÇÃO 11.7.

É o início da execução do plano de resgate propriamente dito. Na verdade,

é a primeira fase operacional de um resgate em espaços confinados. Operações

de resgate bem sucedidas nas situações de emergências em espaços confinados

ocorrem quando dispomos de um processo perfeito de coleta de informações

essenciais para uma eventual entrada. Através da implantação de um

planejamento coordenado e implantado para colher, interpretar e disseminar as

informações, muito provavelmente a operação terminará com êxito.

A avaliação está dividida em duas áreas:

Avaliação do Cenário - Obter uma dimensão inicial da situação e

para identificar os riscos.

Avaliação dos Recursos - Verifica o seu potencial humano

(resgatista) e seus equipamentos para executar a operação de

resposta à uma emergência.

Portanto o objetivo dessas avaliações é buscar um equilíbrio entre os

recursos disponíveis e a rapidez do tempo de resposta.

AVALIAÇÃO DO CENÁRIO

Uma vez presente no cenário, a equipe de resgate deverá levantar e

examinar as seguintes informações para o desenvolvimento de um plano de

ação:

• Qual é o problema principal?

• Quantas pessoas estão em risco? Quantas estão feridas?

• Quantas pessoas estão perdidas? Aonde eles foram avistados por

último?

• Qual o tipo de espaço confinado e sua utilização?

• Existem riscos na armazenagem dos produtos?

• Existem materiais viscosos ou aquecidos?

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• Quais sao os possiveis residuos?

• Existe algum potencial de engolfamento?

• Demais perigos existentes no espaço confinado.

• Elétrico, mecânico ou energia acumulada?

• Quais são os pontos de entrada e de saída?

• Existem múltiplos pontos de entrada?

• Existem pontos de entrada acima ou abaixo do nível do chão?

• Existe alguma outra dificuldade de acesso?

Uma vez respondidas essa informações, o planejamento da operação

poderá iniciar.

AVALIAÇÃO DOS RECURSOS DISPONÍVEIS

Após avaliar as informações recebidas da abordagem inicial e desenvolver

um plano de ação para o incidente, identifique os recursos existentes no local

para determinar se serão necessários recursos adicionais.

REGISTRO DOS PROCEDIMENTOS

Antes de prosseguir no resgate é essencial documentar todas as ações e

avaliações realizadas desde o início das operações. Esse registro deve se

estender continuamente ao longo de toda operação. Servirão de parâmetro para

novas ações a serem tomadas. Para isso existe um ditado: "Se não foi

documentado, isso não aconteceu."

É uma nanrativa registrando todas as atividades envolvidas no resgate. A

inclusão da movimentação da equipe dentro e fora do espaço confinado também

é válida. Assegure-se, portanto, de não incluir apenas a duração e as ações, mas

as razões por usar, ou não usar, procedimentos ou recursos específicos. Isto

então será arquivado para uma revisão posterior para avaliar o seu programa de

resgate e para a investigação do acidente ocorrido.

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TAREFAS A SEREM EXECUTADAS DURANTE ESSA FASE

A Avaliação começa quando a notificação do início dos trabalhos e continua

após a chegada em cena da equipe de resgate.

• Estabelecer um posto de comando seguro

• Designar posições chave da equipe

• Localizar e manter uma pessoa responsável do local da entrada

• Pode ser familiarizado com os processos desenvolvidos pela operação

e isolamento daquele espaço confinado.

• Estabelecer o controle do local do resgate

• Permite apenas pessoal com EPI dentro de áreas que não estejam

livres de risco.

• Disponibilizar medidas de isolamento e controle de riscos.

• Monitoramento atmosférico dentro e fora do espaço confinado

• Avaliação de riscos físicos

• A PET é uma boa fonte de informação.

• Determinar a necessidade de equipamentos específicos

• Avaliar o perfil da operação (resgate de vítimas ou recuperação de

corpos)

PRÉ-ENTRADA 11.8.

A fase de Pré-Entrada é onde ocorrem os preparativos finais para a entrada

no espaço. É a definição da forma de abordagem da vítima de acordo com as

informações obtidas durante a avaliação do tipo de emergência. É o momento

que a equipe se aproxima de adentrar no local do acidente, portanto, o local onde

se encontra a equipe de resgate e onde pode se localizar as vítimas deverão estar

sob as mais seguras condições ao longo do atendimento.

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CHEFE DA EQUIPE DE RESGATE

RESPONSABILIDADES DURANTE A PRÉ-ENTRADA

• Designar as posições necessárias para o cumprimento das tarefas

identificadas

• Sempre escolha "a dedo" o pessoal para trabalhos específicos. Leve

em consideração o tamanho do espaço e tamanho das pessoas que

farão o resgate.

• Execute os Procedimentos de travamento/sinalização.

• Precisa estar pronto antes de a entrada inicial começar. A equipe de

resgate fora do perímetro da área de resgate deverá assegurar que

nenhuma pessoa autorizada tente se aproximar do cenário ou operar

equipamentos indevidamente.

• A equipe de resgate sempre trabalha em dupla.

• Ninguém deve entrar no espaço confinado sozinho.

• O espírito de equipe será crítico para o sucesso da operação.

• As exceções podem ocorrer:

Quando estiver trabalhando em um espaço muito pequeno e

apenas um pode caber.

Um pequeno atendimento como, por exemplo, prender o cabo

de retirada no cinto da vítima.

Se um resgatista que entra ficar fora do contato visual do

observador, um segundo resgatista deve fazer a entrada,

porém mantendo o contato visual com o primeiro resgatista.

• Para cada equipe de resgate, deve haver uma equipe de apoio.

• A equipe de apoio deve estar equipada e preparada para entrar em

caso de emergência durante o resgate.

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OBSERVADOR

SEGURANÇA

EQUIPE DE RESGATE

EQUIPE DE RESERVA

• Para cada equipe deverá estar designado a um único canal de

comunicação.

• Estabelecer um sistema de rastreamento dos resgatistas;

• Monitoração da atmosfera.

• Estabelecer uma ventilação adequada do espaço.

• O tipo de sistema de ventilação será determinado pelos riscos

encontrados durante a avaliação.

• Os resgatistas devem usar o EPI necessário para os riscos presentes

ou potenciais.

• A equipe de resgate inicial deve ter uma unidade adicional de ar

mandado para colocação na vítima

• Os resgatistas de apoio devem estar equipados com o mesmo EPI dos

demais.

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EQUIPE DE MOVIMENTADORES

EQUIPE DE PRIMEIROS SOCORROS

EQUIPE DE APOIO

• Identifica e prepara o sistema de remoção das vítimas.

• Nesta equipe poderíamos incluir o seguinte:

Tripés;

Sistemas de guincho e trava-quedas

Sistema de cordas e polias;

Equipamentos de imobilização e transporte da vítima;

Sistema a ser utilizado para remoção da vítima;

• Se a operação estiver sendo desenvolvida numa atmosfera

potencialmente inflamável, assegure-se de que a equipe esteja

utilizando equipamentos antifaiscantes.

• Escalada para o primeiro atendimento médico das vítimas.

• Proporciona a reabilitação e cuida da equipe de resgate;

• Executa o monitoramento médico da pré-entrada das equipes de

entrada e de apoio;

• Providencia a re-hidratação para a equipe de entrada.

• Transporte, assim que a vítima estiver sido removida do espaço.

• De acordo com a toxidez dos contaminantes presente deverá ser

providenciado a descontaminação da equipe, das vítimas e dos

equipamentos assim que saírem do espaço.

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• Estabelecer o suprimento de ar para os equipamentos de proteção

respiratória selecionados e preparar para torná-los operacionais.

INSTRUÇÕES DE PRÉ-ENTRADA

Antes de entrar, cada resgatista deverá receber as últimas instruções do

chefe da equipe. As informações mínimas abaixo relacionadas serão abrangidas

nessas instruções:

• A equipe deverá ser informada exatamente sobre quais serão suas

tarefas durante a operação.

• Deve ser direto ao ponto: "Sua função nesta entrada é localizar a

vítima, reportar qualquer condição de aprisionamento e prover

cuidados iniciais de salvamento. Não remova a vítima a menos que

seja rápido e fácil."

• A equipe envolvida na operação deve ser informada dos

procedimentos de emergência dentro do espaço, no caso de

ocorrência de algum problema com a equipe de resgate.

• Cada equipe deve providenciar um local de instruções.

• Pode ser executado através da consulta de plantas e mapas

disponibilizados durante a fase de avaliação ou através da criação do

seu próprio mapa do espaço.

• Todavia, antes de tudo, lembre-se de que, em alguns casos, você

estará entrando em um labirinto no qual não é familiar a você.

• Durante a entrada, a equipe deve estar ciente do ambiente ao seu

redor e estar preparada para relatar em detalhes quando saírem do

espaço.

• Cada equipe deve estar avisada de qualquer limite de tempo imposto

a eles.

Uma vez que estas informações são de conhecimento de todos, a equipe

de entrada poderá começar seus procedimentos de entrada.

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CHEFE DA EQUIPE DE RESGATE

OBSERVADOR

EQUIPE DE RESGATE

ENTRADA E RESGATE 11.9.

Nesta fase as obrigações do resgatista poderão ser resumidas da seguinte

forma:

LOCALIZAR X ACESSAR X ESTABILIZAR X TRANSPORTAR

• Coordenar a operação e as ordens de liberação de entrada e saída da

equipe de resgate.

• Monitoramento atmosférico contínuo e registro das medidas.

• Avaliar as medições para assegurar se a ventilação está sendo

efetiva.

• Registro do momento de entrada da equipe de resgate.

• Manter a comunicação constante com a equipe e o chefe da equipe

de resgate.

• Trabalhar em equipe e se comunicar constantemente com relação às

ações, táticas e procedimentos pré-definidos.

• Uma ação coordenada reduz tempo, o estresse e aumenta

sensivelmente as chances de sobrevivência.

• Garantir uma comunicação adequada com o observador.

• Atenção com as condições de uso do EPR. Evitar se arrastar, bater

com os equipamentos ou cortar caminhos. Assim que estiver no

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interior, determinar qual será sua rota de fuga. Combinar os

movimentos com a equipe.

• Usar um cabo de segurança para Entrada/Saída.

• Consiste-se em uma corda para marcar o progresso e retorno da

equipe. Se estiver conectado a uma linha de ar esta servirá como

cabo da vida.

• Estar alerta para desníveis no piso, obstáculos, quebra-canelas, etc.

• Estar alerta para os riscos mecânicos, elétricos e de engolfamento.

• Tudo dentro do espaço confinado deve ser considerado perigoso,

apesar dos procedimentos de isolamento, travamento e sinalização.

• Acima de tudo não se desviar do foco de sua missão inicial.

Uma vez localizada a vítima, comunicar ao vigia e removê-la rapidamente

durante as operações de entrada, de acordo com a complexidade da emergência

pode ser necessário que se façam várias entradas utilizando mais de uma equipe.

Quando isso ocorrer será primordial a troca de informações entre a equipe que

está saindo com a euipe que a substituirá na entrada com relacao ao seguinte:

• Localização das vítimas e suas condições;

• Algum risco específico o qual se deve estar atento;

• Se a equipe de entrada conseguiu cumprir sua missão inicial;

• Atualização das condições do local, a medida que surgem novas

informações como novos obstáculos, novos riscos, localização das

vítimas etc.;

Uma vez que a vítima foi localizada:

• Coordenar todos os movimentos com a equipe de movimentadores,

informando todos os avanços, recuos ou problemas encontrados;

• Tomar o máximo de cuidado com a coluna cervical da vítima;

• Decidir se deve começar a remoção da vítima primeiro pela cabeça ou

pelos pés;

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EQUIPE DE RESERVA

EQUIPE DE MOVIMENTADORES

• Atentar para o uso de cintas nas vítimas que sofreram queimadura.

A pele pode ser puxada durante o processo de remoção;

• Ao passar a vítima por pequenas aberturas, assegurar, sempre que

for possível, que o pessoal de recebimento/remoção já esteja

posicionado ao lado da saída do espaço confinado. Sempre tentar

evitar ser bloqueado pela própria vítima durante os movimentos

dentro do espaço. Se isso não for possível, assegurar se dos

seguintes procedimentos:

A equipe de movimentadores deve estar preparada para essa

situação, coordenando suas atividades corretamente;

Quando iniciar a movimentação de macas, isso deve ser feito

de forma rápida e sutil, saindo do espaço confinado no menor

tempo possível;

Evitar que a mangueira do ar de linha utilizada pela equipe de

resgate e pelas vítimas não esteja sendo apertada ou

comprimida de encontro com a borda da abertura, contando,

assim, o fluxo normal de ar respirável.

• Mantém-se fora do espaço, e preparados para uma entrada imediata

caso a primeira equipe de resgate também precise ser resgatada

• Auxiliar o máximo possível a equipe de resgate no espaço.

• Estar pronto para uma remoção de emergência da equipe de resgate.

• Providenciar todos os equipamentos requeridos pela equipe de

resgate.

• Quando solicitado, operar os sistemas de recuperação para retirar a

vítima e a equipe

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EQUIPE DE PRIMEIROS SOCORROS

EQUIPE DE APOIO

• Deve estar posicionada e pronta para receber as vítimas para

cuidados pré-hospitalares.

• Se for exposta a alguma substância perigosa tóxica que requeira

FISPQ disponível da mesma, a ficha deve ser enviada ao hospital

com a vítima.

• Descontaminar se for necessário, qualquer pessoa, assim que saírem

do espaço.

• Fornece a re-hidratação para o pessoal de entrada.

• Monitorar o sistema de ventilação para assegurar que é uma

operação contínua.

• Auxiliar no recebimento das vítimas e seu transporte.

• Limpeza, se necessário, de qualquer equipamento, assim que forem

retirados do espaço.

• Monitorar continuamente o suprimento de ar respirável.

• Trocar os cilindros de ar respirável se for preciso.

• Requerer o reabastecimento dos cilindros se for preciso.

TÉRMINO DA OPERAÇÃO 11.10.

Uma vez que a vítima e a equipe de resgate já tenham saído do espaço,

registre o tempo de saída da equipe e demais observações de toda equipe em um

relatório.

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A equipe que participou da operação deve reportar, pelo menos, o

seguinte:

• Localização e posição da(s) vítima(s).

• Condição em que a vítima foi encontrada.

Estava sem proteção respiratória? Havia evidência de queda?

Tudo isso pode ser essencial para uma investigação ou para um futuro

questionamento judicial.

• O máximo de informação adicional relacionada à planta do espaço

confinado para registro e inspeções posteriores.

Quaisquer situações específcas ou estranhas encontradas no local

relacionadas a deslocamentos, interferências, riscos, atmosfera etc o comandante

da emergência e o chefe do grupo de resgate deve se reunir para discutir

quaisquer problemas encontrados e, assim, após uma conclusão sobre todo o

desenvolvimento da operação, elaborar novas táticas e procedimentos que

julgarem necessários para uma revisão do seu sistema de resgate.

Esta última análise deverá incluir:

• Avaliação médica e psicológica da equipe que participou da

operação;

• Inventário de todos os equipamentos utilizados.

• Avaliação dos equipamentos danificados.

• Limpeza, manutenção, registro, e acondicionamento apropriado dos

equipamentos.

• Marcar e etiquetar qualquer equipamento danificado ou inoperante.

• Fazer com que os responsáveis pelo local sinistrado mantenham o

isolamento e com os pontos de entrada protegidos ate o final da

investigação do acidente.

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EQUIPAMENTOS DE RESGATE 11.11.

O EPI básico dos resgatistas é:

• Cinto de segurança;

• Capacetes com viseiras e lanternas Ex;

• Botas;

• Luvas;

• Macacão; e

• EPR.

CAPACETE E ILUMINAÇÃO

O ideal são os capacetes para trabalhos em altura

especialmente desenhados para também atenderem

situações de resgate em espaços confinados. A iluminação

é indispensável já que sabemos que a maioria dos

espaços confinados em áreas industriais possui grandes

dimensões e iluminação deficiente ou inexistente. As lanternas devem ser

apropriadas para uso em áreas potencialmente explosivas.

CINTO DE SEGURANÇA

Nas operações de resgate o técnico em resgate deverá estar usando um

cinto de segurança completo tipo para-quedista conectado a um cabo ou corda

seguramente ancorada fora do espaço confinado.

O cinto deve ser de um tipo certificado (CA) pela autoridade competente.

Devem ser inspecionados antes e depois de cada uso, e higienizados após o

trabalho. Segundo a NFPA 1670 o cinto deverá ser um do tipo Classe III ou

Classe II, denominações essas criadas pela norma NFPA 1983. Deve ser

resistente o suficiente para agüentar o peso de duas pessoas.

O cinto deve ser equipado com fitas, fivelas argolas e malhas rápidas, e

construído com material resistente ao tipo de risco ao qual ele foi projetado

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(fogo, eletricidade, etc.). Cintos para resgate Classe III são

aqueles fabricados com material antichamas (Kevlar ou

Aramida) são equipados com argolas hemisféricas na

altura do ventre e do peito usadas para movimentar ou

posicionar o resgatista ou, ainda, para a equipagem de

outros equipamentos. Possuem também uma argola

fundida as correias e posicionada no dorso.

SISTEMAS DE POLIAS

Alternativamente, durante um resgate poderão ser montados sistemas de

cordas e polias para a movimentação de trabalhadores. A NFPA 1006 define um

sistema de vantagem mecânica como sendo uma força criada através de meios

mecânicos incluindo, mas não se limitando a, um sistema de alavancas,

engrenagens, cordas e polias, geralmente criando uma produção de força maior

do que a energia aplicada, expresso em termos de uma relação entra a energia

aplicada e a força produzida. São utilizados o 3:1 (3 roldanas para 1 corda) e o

4:1 (4 roldanas para 1 corda). Isso significa que cada sistema tem seu alcance

relativo a quantidade de polias instaladas e o tamanho da corda.

Atenção ao utilizar o sistema de

vantagem mecânica, pois você não só

estará reduzindo o esforço, como

também estará dividindo o tamanho da

sua corda pelo número de polias.

3:1

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SOFTWARE (MATERIAL MACIO)

É o material mole, ou seja, as cordas sejam elas cordas de trabalho, de

segurança, cordim ou fitas. Para os padrões de operações de resgate da NFPA as

cordas devem ser do tipo certificadas, e atender os requisitos constantes da

norma NFPA 1983. Os cordins e as fitas não precisam ser do tipo certificadas. As

cordas devem ser do tipo "Kernmantle", uma alma de fibra sintética envolvida

por uma capa também de material sintético.

Os requisitos de performance das cordas são:

Resistência a temperatura

• O ponto de fusão das furas utilizadas para construção das

cordas não pode ser inferior a 204°C, e a do Nylon é de 245°C.

Alongamento

• Mínimo - menos de 1% de 10% de sua carga de ruptura I

• Máximo- não pode ser superior a 10% do valor correspondente

a 10% de sua carga de ruptura.

Carga de ruptura

• Não pode ser inferior a 20 KIN (1KN = 102 Kgf) e para corda de

trabalho não pode ser inferior a 40 KIN;

Diâmetro

• Para corda de segurança pode ser de 9,5 mm a não mais do

que 12,5 mm

• Para corda de trabalho deve ser de 12,5 mm a não mais do que

16 mm.

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Inspeção

Antes de reutilizar cordas, elas deverão ser avaliadas para as seguintes

condições:

• Danos não visíveis;

• Não foi exposta a calor ou ao contato direto de chamas;

• Não foi sujeita a abrasão;

• Não foi sujeita a nenhum impacto;

• Não foi sujeita a exposição de líquidos, gases, sólidos, poeiras,

vapores de quaisquer substâncias químicas que possam

deteriorar o material;

• Aprovada por pessoal qualificado seguindo as orientações do

fabricante

Critérios de inspeção

• Abrasão

A alma começa a ficar exposta ou mais da metade da capa

começa a ficar desgastada;

• Puimento

Indica um pedaço partido da capa;

• Endurecimento

Causado por exposição ao calor;

• Descoloração

Mudança na cor original indica exposição a alguma substância

química;

• Exposição da alma

Indica possíveis danos na alma ou danos severos na capa;

• Perda de uniformidade

No diâmetro ou tamanho da corda indica danos na alma.

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• Inconsistência

Partes muito macia ou endurecida podem indicar danos na

alma;

• Idade/Tempo de uso

A corda deve ser simplesmente retirada de uso. A maioria dos

fabricantes recomenda que as cordas devem ser retiradas de

uso após dez anos de uso, desde que estiveram em condições

ideais de uso e acondicionamento;

• Perda de confiança

Se você não sentir mais confiança no material, não insista. Se

você suspeitar de algo, confie no seu bom senso: RETIRE A

CORDA DE USO!

Cuidados e manutenção

• Lavagem

Use sabão neutro, lave com as mãos e seque à sombra;

• Acondicionamento

Ensacada. Deve ser guardada de uma maneira que evite o seu

desgaste pelo ambiente (contaminantes, calor, ácidos, luz

solar, fumos, etc.).

• Diário da corda

Histórico de uso da corda para o seu controle.

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HARDWARE (MATERIAL DURO)

É o equipamento metálico aplicado no sistema de polias ou de acesso por

cordas.

Mosquetões

Construídos de aço, alumínio ou composite. Para

operações de resgate os mosquetões devem ser de

aço. Os mosquetões para sistemas de segurança

devem ter uma carga de ruptura de no mínimo 27 KIN.

Os mosquetões para sistemas de trabalho devem ter

uma carga de ruptura de no mínimo 40 KIN.

Descensores

São dispositivos de controle de descida. Para

sistemas de segurança devem suportar um teste de

carga de no mínimo 13,5 KIN sem falhar. Para

sistemas de trabalho deve suportar um teste de

carga de no mínimo 22 KIN.

O Freio 8 é um dos descensores mais comuns.

Contudo, o seu uso é limitado para cargas de

apenas uma pessoa ou para descidas curtas. Um

descensor mais seguro é o grigri por ser auto-

blocante.

Ascensores

São dispositivos desenvolvidos para servirem de

assessórios para os sistemas de cordas de ascensão ou de

bloqueio. Como equipamento auxiliar de ascensão deve

suportar um teste de carga de no mínimo 5KIN. Se for

utilizado como bloqueador, deve suportar um teste de

carga de, no mínimo, 11 KIN.

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Polias

Dispositivos utilizados nos sistemas de vantagem mecânica (redução de

esforço). Para sistemas de segurança deve possuir uma carga de tensão de, no

mínimo, 22 KIN sem falhas.

Para sistemas de trabalho deve possuir uma carga de tensão de, no

mínimo, 36 KIN, sem falhas.

Distorcedores

Dispositivos utilizados nos sistemas ancorados, para

que os mesmo não fiquem embolados e atrapalhem o seu manuseio.

Placas de Ancoragem

Dispositivos desenvolvidos para multiplicar os pontos de ancoragens para

os sistemas quando os equipamentos apropriados ou o local do incidente

apresenta limitações de pontos seguros para ancoragem.

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MACAS /IMOBILIZADORES

São os equipamentos para transporte de vítimas imobilizadas.

Maca Sked (Maca Envelope)

Feita de resina e muito útil em espaços confinados com acessos limitados

para entrada e saída. Também chamada de maca envelope, devido a sua

tendência de "envelopar" a vítima.

Maca Rígida

Construída de aço de liga leve e com fundo de polietileno, oferece

limitações para o seu uso em locais com acessos limitados para entrada e

saída.

Triângulo de Resgate (Fraldão)

Utilizado para resgate de vítimas desprovidas de cintos de segurança e que

não necessitam de imobilizações especiais.

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Ked ou Colete Imobilizador Cervical

Dispositivo criado para imobilizar as vítimas com

suspeita de fratura na coluna cervical.

Colar Cervical e Talas

Dispositivos auxiliares para imobilização do

pescoço (suspeita de lesões na coluna cervical) e

imobilizações dos membros superiores e

inferiores quando há uma suspeita de fraturas.

RESSUSCITADORES DESFIBRILADOR

Dispositivo eletrônico de ressuscitação.

Ambu

Dispositivo manual de ressuscitação

para uso nas vias aéreas.