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Treinamento de Supervisores
de Entrada em Espaço Confinado 40 h
Treinamento de Supervisores
de Entrada em Espaço Confinado 40h
Macaé, RJ
ÍNDICE
DEFINIÇÃO ...................................................................................... 19 1.
RISCOS ENCONTRADOS NOS ESPAÇOS CONFINADOS ......................... 22 2. RISCOS FÍSICOS ...................................................................................................................................... 22 2.1.
RISCOS MECÂNICOS .............................................................................................................................. 22 2.2.
RISCOS QUIMICOS ................................................................................................................................. 23 2.3.
ATMOSFERAS DEFICIENTES EM OXIGÊNIO .................................................................................................. 24
ATMOSFERAS ENRIQUECIDAS DE OXIGÊNIO ................................................................................................ 25
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS ............................................................................................................................ 25
ATMOSFERAS TÓXICAS .................................................................................................................................. 27
RISCOS BIOLÓGICOS .............................................................................................................................. 28 2.4.
RISCOS ERGONÔMICOS ......................................................................................................................... 28 2.5.
RISCOS PSICOLÓGICOS .......................................................................................................................... 29 2.6.
RISCOS COMBINADOS ........................................................................................................................... 29 2.7.
SAÚDE OCUPACIONAL EM ESPAÇO CONFINADO ................................... 29 3. GESTÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL ....................................................................................................... 29 3.1.
CONDIÇÕES DE SAÚDE FÍSICA DOS TRABALHADORES ......................................................................... 31 3.2.
DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO.............................................................................................. 33 3.3.
DERMATOSES DO TRABALHO ................................................................................................................ 35 3.4.
CARCINOMA EPIDERMÓIDE .......................................................................................................................... 36
QUEIMADURAS ............................................................................................................................................. 36
DISCROMIAS .................................................................................................................................................. 37
ANGIODERMATOSES ..................................................................................................................................... 37
SUBSTÂNCIAS TÓXICAS ......................................................................................................................... 38 3.5.
Solventes ....................................................................................................................................................... 39
GÁS SULFÍDRICO - H2S .................................................................................................................................. 40
MONÓXIDO DE CARBONO - CO .................................................................................................................... 41
DOENÇAS CAUSADAS POR RUÍDOS ...................................................................................................... 42 3.6.
DOENÇAS E LESÕES CAUSADAS POR VIBRAÇÕES ................................................................................ 44 3.7.
BAROPATIAS PROFISSIONAIS ................................................................................................................ 44 3.8.
PRESSÃO ATMOSFÉRICA E O OUVIDO ........................................................................................................... 45
PRESSÃO ATMOSFÉRICA E OS PULMÕES ...................................................................................................... 45
DOENÇAS PROVOCADAS POR TEMPERATURAS EXTREMAS ................................................................ 46 3.9.
INSTABILIDADE DO SISTEMA CAR- DIOCIRCULATÓRIO ............................................................................... 47
DISTÚRBIOS HIDROELÉTRICOS ...................................................................................................................... 47
DISTÚRBIO DO BLOQUEIO DO SISTEMA TERMOREGULADOR ..................................................................... 47
DETECÇÃO DE GASES ........................................................................ 48 4. MONITORAMENTO ............................................................................................................................... 48 4.1.
EVOLUÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS ........................................................................................... 51 4.2.
TIPOS DE GASES..................................................................................................................................... 52 4.3.
PROPRIEDADES DOS GASES E VAPORES ............................................................................................... 52 4.4.
DENSIDADE .................................................................................................................................................... 53
pressão atmosférica ...................................................................................................................................... 54
ELASTICIDADE ................................................................................................................................................ 54
EXPANSIBILIDADE .......................................................................................................................................... 55
PONTO DE FULGOR ....................................................................................................................................... 55
temperatura de auto-ignição ........................................................................................................................ 55
limite de explosividade ................................................................................................................................. 56
LIMITES DE TOLERÂNCIA ............................................................................................................................... 57
CARACTERÍSTICAS DOS GASES MAIS CONHECIDOS ...................................................................................... 59
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E USO DE EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO ...................................................... 60 4.5.
MONITORAMENTO INICIAL ................................................................................................................... 61 4.6.
MONITORAMENTO DURANTE A ENTRADA ........................................................................................... 62 4.7.
EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO DE GASES ........................................................................................... 63 4.8.
MULTI-GÁS .................................................................................................................................................... 63
CERTIFIÇÃO.................................................................................................................................................... 65
TESTE DE RESPOSTA ...................................................................................................................................... 66
CALIBRAÇÃO .................................................................................................................................................. 66
DETECTORES PESSOAIS ................................................................................................................................. 66
TUBOS COLORIMÉTRICOS + BOMBA ACCURO ............................................................................................ 67
CMS ............................................................................................................................................................... 68
VENTILAÇÃO .................................................................................... 69 5. TIPOS DE VENTILAÇÃO .......................................................................................................................... 70 5.1.
INSUFLAMENTO ............................................................................................................................................ 71
EXAUSTÃO ..................................................................................................................................................... 72
EXAUSTÃO LOCALIZADA ................................................................................................................................ 72
COMBINAÇÃO DE VENTILAÇÃO E EXAUSTÃO ............................................................................................... 73
GRAUS DE VENTILAÇÃO ........................................................................................................................ 73 5.2.
VENTILAÇÃO DE GRAU ALTO (VA) ................................................................................................................. 73
VENTILAÇÃO DE GRAU MÉDIO (VM) ............................................................................................................. 74
VENTILAÇÃO DE GRAU BAIXO (VB) ............................................................................................................... 74
CRITÉRIOS PARA USO DE VENTILAÇÃO.............................................................................................. 74 5.3.
TIPO DO LOCAL .............................................................................................................................................. 74
TIPO DA ATMOSFERA .................................................................................................................................... 75
VOLUME DEAR ASER REMOVIDO .................................................................................................................. 75
DURAÇÃO DA VENTILAÇÃO ........................................................................................................................... 75
iNSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS ................................................................................................................. 76
VENTILAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SOLDA EM ESPAÇOS CONFINADOS ........................................................... 76
EQUIPAMENTO DE VENTILAÇÃO ........................................................................................................... 76 5.4.
PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA EM ESPAÇO CONFINADO ............................. 77 6. A COMPOSIÇÃO ATMOSFÉRICA ............................................................................................................ 78 6.1.
O SISTEMA RESPIRATÓRIO .................................................................................................................... 80 6.2.
MECANISMOS DE INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO ....................................................................................... 81 6.3.
NARIZ ............................................................................................................................................................. 81
FARINGE E LARINGE ..................................................................................................................................... 81
TRAQUÉIA ...................................................................................................................................................... 82
BRÔNQUIOS, BRONQUÍLOS E ALVÉOLOS. ................................................................................................... 82
PULMÕES ...................................................................................................................................................... 82
PRESSÃO ATMOSFÉRICA E A RESPI- RAÇÃO .......................................................................................... 83 6.4.
A IMPORTÂNCIA DO SANGUE NA RESPIRAÇÃO ................................................................................... 85 6.5.
HEMOGLOBINA ............................................................................................................................................. 85
TROCAS GASOSAS ENTRE O ALVÉOLO PULMONAR E O VASO CAPILAR ....................................................... 86
trocas gasosas entre o vaso capilar eo tecido ............................................................................................... 86
bulbo ............................................................................................................................................................. 87
consumo de oxigênio durante exercícios .............................................................................................. 87 6.6.
PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA ........................................................................................... 88 6.7.
RESPONSABILIDADES DO ADMINISTRADOR DO PPR .................................................................................... 88
RESPONSABILIDADES DOS EMPRE- GADORES .............................................................................................. 89
RESPONSABILIDADES DOS EMPREGADOS .................................................................................................... 90
ABANDONO DE ÁREA DEVIDO O MAU FUNCIONAMENTO DO EPR .............................................................. 90
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS ESCRITOS ........................................................................................ 91 6.8.
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA USO DE ROTINA ............................................................................ 91
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA USO DE EMERGÊNCIA ................................................................... 91
CRITÉRIOS DE MANUTENÇÃO INSPEÇÃO E GUARDA DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 6.9.RESPIRATÓRIA ................................................................................................................................................... 92
LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO ............................................................................................................................. 92
INSPEÇÃO ...................................................................................................................................................... 93
MANUTENÇÃO .............................................................................................................................................. 93
GUARDA ........................................................................................................................................................ 94
QUALIDADE DO AR PARA OS CILINDROS DE AR COMPRIMIDO .................................................................... 94
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA ................................. 94 6.10.
FATORES QUE INFLUENCIAM NA ESCOLHA DE UM EPR ............................................................................... 94
IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS ......................................................................................................................... 95
USO DO EPR EM BAIXAS TEMPERATURAS .................................................................................................... 97
UTILIZAÇÃO DO EPR EM ESPAÇOS CONFINADOS ........................................................................... 97 6.11.
UTILIZAÇÃO DO EPR EM LOCAIS COM PRESSÃO ATMOSFÉRICA REDUZIDA ..................................... 98 6.12.
TIPOS DE EPR PARA ESPAÇOS CONFINADOS ................................................................................... 100 6.13.
máscara purificadora de ar ......................................................................................................................... 100
EQUIPAMENTO DE RESPIRAÇÃO POR LINHA DE AR COMPRIMIDO ............................................................ 101
EQUIPAMENTO DE RESPIRAÇÃO AUTÔNOMO ......................................................................................... 102
RESPIRADOR DE FUGA .............................................................................................................................. 103
LIMPEZA DE RESPIRADORES ........................................................................................................................ 104
ÁREAS CLASSIFICADAS .................................................................... 104 7. FONTES DE RISCO ................................................................................................................................ 105 7.1.
METODOLOGIA- ZONAS ...................................................................................................................... 107 7.2.
GRUPOS DE EQUIPAMENTOS .............................................................................................................. 110 7.3.
CLASSIFICAÇÃO DE TEMPERATURAS ................................................................................................... 111 7.4.
CÓDIGOS IP ......................................................................................................................................... 112 7.5.
TIPOS DE PROTEÇÃO PARA EQUIPAMENTOS ..................................................................................... 113 7.6.
EQUIPAMENTOS À PROVA DE EXPLOSÃO - Ex d ........................................................................................ 114
EQUIPAMENTOS DE INVÓLUCRO PRESSURIZADO - Ex p ............................................................................ 114
EQUIPAMENTOS IMERSOS - Ex o / Ex q/ Ex m ............................................................................................ 115
EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA AUMENTADA - Ex e ............................................................................... 115
EQUIPAMENTOS NÃO ACENDÍVEIS - Ex n .................................................................................................. 115
EQUIPAMENTOS INTRINSECAMENTE SEGUROS - Ex i ................................................................................. 116
MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA ÁREAS CLASSIFICADAS .................................................... 117 7.7.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E USO DE EQUIPAMENTOS PARA ÁREAS CLASSIFICADAS............................. 118 7.8.
EQUIPAMENTOS PARA TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS ............. 120 8. EQUIPAMENTOS DE COMUNICAÇÕES ................................................................................................ 120 8.1.
EQUIPAMENTOS DE ILUMINAÇÃO ...................................................................................................... 121 8.2.
CINTOS DE SEGURANÇA ...................................................................................................................... 122 8.3.
TRIPÉS .................................................................................................................................................. 123 8.4.
MONOPÉ ............................................................................................................................................. 124 8.5.
GUICHOS E TRAVA-QUEDAS ................................................................................................................ 124 8.6.
SISTEMAS PRÉ MONTADOS ................................................................................................................. 125 8.7.
PLANEJAMENTO DE TRABALHO EM ES- PAÇO CONFINADO .................... 126 9. PET- PERMISSÃO DE ENTRADA PARA TRABALHO ............................................................................... 127 9.1.
PRAZO DE VALIDADE DA PET ...................................................................................................................... 128
CANCELAMENTO DA PET............................................................................................................................. 128
ENCERRAMENTO DA PET ............................................................................................................................ 129
MODELO DE PET .......................................................................................................................................... 129
EQUIPE DE TRABALHO......................................................................................................................... 131 9.2.
ANÁLISE DE PERIGOS/RISCOS ............................................................................................................. 131 9.3.
DEMAIS MEDIDAS DE CONTROLE ....................................................................................................... 133 9.4.
ISOLAMENTO/SINALIZAÇÃO ....................................................................................................................... 134
TRAVAMENTO/BLOQUEIO .......................................................................................................................... 134
ETIQUETAGEM ............................................................................................................................................ 135
DESLIGAMENTO DOS EQUIPAMENTOS ....................................................................................................... 135
CONTROLE DA DESCARGA ESTÁTICA .......................................................................................................... 138
PURGAÇÃO .................................................................................................................................................. 139
DRENAGEM ................................................................................................................................................. 140
ORGANIZAÇÃO DOS ACESSOS A LOCAIS CONFINADOS ..................................................................... 140 9.5.
EXECUÇÃO DE TRABALHOS COM VAPORES DE HIDROCARBONETOS ................................................. 141 9.6.
DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO .................................................................................................................. 141 9.7.
ABERTURA DE LINHAS E EQUIPAMENTOS .......................................................................................... 142 9.8.
USO DE FERRAMENTAS ....................................................................................................................... 142 9.9.
JATEAMENTO .................................................................................................................................. 143 9.10.
TRABALHOS A QUENTE EM ESPAÇOS CONFINADOS ....................................................................... 143 9.11.
REMOÇÃO DE BORRAS E SEDIMENTOS .......................................................................................... 144 9.12.
SERVIÇOS DE PINTURA .................................................................................................................... 144 9.13.
DESCARTE DE RESÍDUOS ................................................................................................................. 145 9.14.
TÉRMINO DOS TRABALHOS ............................................................................................................. 146 9.15.
OBJETIVO DOS PRIMEIROS SOCORROS EM ESPAÇOS CONFINADOS....... 146 10. SISTEMA RESPIRATÓRIO .................................................................................................................. 148 10.1.
SISTEMA CIRCULATÓRIO ................................................................................................................. 148 10.2.
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA ........................................................................................ 149 10.3.
RCPC - RESSUSCITAÇÃO CÁRdIOPULMONAR CEREBRAL ................................................................ 149 10.4.
CHECAR RESPIRAÇÃO .................................................................................................................................. 150
CHECAR A CIRCULAÇÃO .............................................................................................................................. 151
PROTOCOLO DE RCPC................................................................................................................................. 152
FERIMENTOS ................................................................................................................................... 152 10.5.
ESCORIAÇÕES .............................................................................................................................................. 153
INCISÕES ...................................................................................................................................................... 153
LACERAÇÕES................................................................................................................................................ 153
PERFURAÇÕES ............................................................................................................................................. 153
AVULSÕES .................................................................................................................................................... 154
FERIMENTOS FECHADOS ............................................................................................................................ 154
AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS ......................................................................................................... 155 10.6.
ESMAGAMENTOS ............................................................................................................................ 155 10.7.
HEMORRAGIAS ................................................................................................................................ 156 10.8.
TAMPONAMENTO ....................................................................................................................................... 157
QUEIMADURAS E ESCALDOS ........................................................................................................... 157 10.9.
FRATURAS ........................................................................................................................................ 158 10.10.
FRATURA INTERNA ...................................................................................................................................... 159
FRATURA aberta ou EXPOSTA ..................................................................................................................... 159
OPERAÇÕES DE SALVAMENTO EM ESPAÇOS CONFINADOS .................... 160 11. SERVIÇO DE EMERGÊNCIAS E RESGATES ........................................................................................ 161 11.1.
O RESGATISTA ................................................................................................................................. 164 11.2.
ANÁLISE RISCO x BENEFÍCIO........................................................................................................................ 165
ANÁLISE INICIAL .......................................................................................................................................... 166
PLANEJAMENTO DE UMA RESPOSTA A EMERGÊNCIA .................................................................... 167 11.3.
COMANDO DA EMERGÊNCIA .......................................................................................................... 167 11.4.
ETAPAS DE UMA OPERAÇÃO DE RESGATE ...................................................................................... 169 11.5.
PREPARAÇÃO ................................................................................................................................... 169 11.6.
PREPARAÇÃo DOS EQUIPAMENTOS E DA EQUIPE DE RESGATE ................................................................. 170
ANÁLISE INICIAL .......................................................................................................................................... 171
AVALIAÇÃO ...................................................................................................................................... 172 11.7.
AVALIAÇÃO DO CENÁRIO ............................................................................................................................ 172
AVALIAÇÃO DOS RECURSOS DISPONÍVEIS .................................................................................................. 173
REGISTRO DOS PROCEDIMENTOS ............................................................................................................... 173
TAREFAS A SEREM EXECUTADAS DURANTE ESSA FASE .............................................................................. 174
PRÉ-ENTRADA .................................................................................................................................. 174 11.8.
RESPONSABILIDADES DURANTE A PRÉ-entrada ......................................................................................... 175
INSTRUÇÕES DE PRÉ-ENTRADA ................................................................................................................... 178
ENTRADA E RESGATE ....................................................................................................................... 179 11.9.
TÉRMINO DA OPERAÇÃO ................................................................................................................ 182 11.10.
EQUIPAMENTOS DE RESGATE ......................................................................................................... 184 11.11.
CAPACETE E ILUMINAÇÃO........................................................................................................................... 184
CINTO DE SEGURANÇA ................................................................................................................................ 184
SISTEMAS DE POLIAS .................................................................................................................................. 185
SOFTWARE (MATERIAL MACIO) .................................................................................................................. 186
HARDWARE (MATERIAL DURO) .................................................................................................................. 189
MACAS /IMOBILIZADORES .......................................................................................................................... 191
RESSUSCITADORES DESFIBRILADOR............................................................................................................ 192
Curso Básico de Segurança Contra H2S
Nome do Arquivo 20150219 Treinamento de Supervisores para Entrada em Espaço Confinado 40h - PT - REV01
REGRAS
REGRAS FALCK
Respeite todos os sinais de advertência, avisos de segurança e instruções;
Roupas soltas, jóias, piercings etc. não devem ser usados durante os
exercícios práticos;
Não é permitido o uso de camiseta sem manga, “shorts” ou mini-saias,
sendo obrigatório o uso de calças compridas e de calçados fechados;
Terão prioridade de acessar o refeitório, instrutores e assistentes;
Não transite pelas áreas de treinamento sem prévia autorização. Use o EPI
nas áreas recomendadas;
Os treinandos são responsáveis por seus valores. Armários com cadeado e
chaves estão disponíveis e será avisado quando devem ser usados. A FALCK
Safety Services não se responsabiliza por quaisquer perdas ou danos;
O fumo é prejudicial a saúde. Só é permitido fumar em áreas previamente
demarcadas;
Indivíduos considerados sob efeito do consumo de álcool ou drogas ilícitas
serão desligados do treinamento e reencaminhados ao seu empregador;
Durante as instruções telefones celulares devem ser desligados;
Aconselha-se que as mulheres não façam o uso de sapato de salto fino;
Não são permitidas brincadeiras inconvenientes, empurrões, discussões e
discriminação de qualquer natureza;
Os treinandos devem seguir instruções dos funcionários da FALCK durante
todo o tempo;
É responsabilidade de todo treinando assegurar a segurança do
treinamento dentro das melhores condições possíveis. Condições ou atos
inseguros devem ser informados imediatamente aos instrutores;
Fotografias, filmagens ou qualquer imagem de propriedade da empresa,
somente poderá ser obtida com prévia autorização;
Gestantes não poderão realizar os treinamentos devido aos exercícios
práticos;
Se, por motivo de força maior, for necessário ausentar-se durante o
período de treinamento, solicite o formulário específico para autorização de saída.
Seu período de ausência será informado ao seu empregador e se extrapolar o
limite de 10% da carga horária da Disciplina, será motivo para desligamento;
A Falck Safety Services garante a segurança do transporte dos treinandos
durante a permanência na Empresa em veículos por ela designados, não podendo
ser responsabilizada em caso de transporte em veículo particular;
Os Certificados/Carteiras serão entregues à Empresa contratante. A
entrega ao portador somente mediante prévia autorização da Empresa
contratante. Alunos particulares deverão aguardar o resultado das Avaliações e,
quando aprovados, receberem a Carteira do Treinamento;
Pessoas que agirem em desacordo com essas regras ou que
intencionalmente subtraírem ou danificarem equipamentos serão
responsabilizadas e tomadas as providências que o caso venha a exigir.
DIRETRIZES GERAIS DO CURSO
• Quanto à Estruturação do Curso
O candidato, no ato da matrícula, deverá apresentar à instituição que vai
ministrar o curso, cópia e o original (para verificação) ou cópia autenticada dos
seguintes comprovantes:
Atestado de boas condições de saúde física e mental;
RG e CPF originais.
• Quanto à Frequência às Aulas
A frequência às aulas e atividades práticas são obrigatórias.
O aluno deverá obter o mínimo de 90% de frequência no total das aulas
ministradas no curso.
Para efeito das alíneas descritas acima, será considerada falta: o não
comparecimento às aulas, o atraso superior a 10 minutos em relação ao início de
qualquer atividade programada ou a saída não autorizada durante o seu
desenvolvimento.
• Quanto à Aprovação no Curso
Será considerado aprovado o aluno que:
Obtiver nota igual ou superior a 6,0 (seis) em uma escala de 0 a
10 (zero a dez) na avaliação teórica e alcançar o conceito
satisfatório nas atividades práticas.
Tiver a frequência mínima exigida (90%).
Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será
considerado reprovado.
INTRODUÇÃO
A existência de espaços confinados, tanto em unidades industriais
terrestres como em unidades marítimas e demais embarcações, representa um
risco potencial para as empresas no que tange a segurança dos seus empregados
envolvidos nas atividades desenvolvidas no interior ou nas proximidades
daqueles espaços. Estudos realizados pela NIOSH - National lnstitute for
Occupational Safety and Health demonstram que a cada ano ocorrem
aproximadamente 67 acidentes fatais em espaços confinados. Dados estatísticos
da OSHA - Occupational Safety and Health Administration revelam que cerca de
85% dos acidentes decorrentes de trabalhos em espaços confinados poderiam
ser evitados se os trabalhadores estivessem adequadamente informados,
preparados e bem treinados a respeito dos riscos por ele enfrentados. No Brasil
ainda não existem quaisquer dados estatísticos oficiais de óbitos por acidentes
em espaços confinados. Só sabemos que, infelizmente, eles acontecem.
Milhares de técnicos empregados em instalações terrestres, instalações
offshore ou em embarcações da indústria de Petróleo & Gás desenvolvem suas
atividades laborais nos chamados espaços confinados, sejam essas
atividades eventuais ou permanentes. Estes devem estar conscientes dos
riscos Já existentes e treinados para desempenhar suas funções nesses es-
paços, sejam elas de planejamento, de assistência, reparos, inspeções ou até
mesmo deres- gates. Quando nos deparamos com locais classificados como
espaços confinados, toda equipe envolvida nos processos desenvolvidos no
interior e nas adjacências daquele local deve estar atenta quanto aos
procedimentos de controle daquela entrada programada a serem aplicados
visando à segurança da integridade física do trabalhador e a preservação das
instalações de trabalho. O desafio é realizar uma entrada devidamente planejada
e rigorosamente controlada, em conformidade com os parâmetros estipulados
pela recém editada NR-,33: SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM
ESPAÇOS CONFINADOS, sem que as operações da unidade (perfuração,
exploração, produção, etc.) não tenham a sua eficiência comprometida. Esse cui-
dado excessivo e, talvez, obrigatório até, se deve a forte ocorrência de acidentes
fatais ou de conseqüências irreversíveis aos trabalhadores causados por
acidentes tais como explosões, asfixias, intoxicações, choques elétricos, quedas,
estafa pelo calor excessivo e etc.
OBJETIVO
Todo procedimento de entrada em espaços confinados representa um
trabalho potencialmente perigoso, que requer planejamento, treinamento,
trabalho em equipe, experiência, perícia nos procedimentos corretos e
equipamentos específicos. Portanto, diante dos riscos envolvidos nesses trabalhos
especiais este curso apresenta os seguintes objetivos:
1) Apresentar um conjunto de definições e procedimentos prévios e
necessários para o planejamento, preparação e habilitação dos profissionais
indicados para execução de trabalhos e resgates em espaço confinado;
2) Apresentar medidas de controle que possam ser empregadas visando à
melhoria ou a manutenção das condições ideais de trabalhos em espaços
confinados, a segurança dos trabalhadores autorizados, a integridade dos
equipamentos e preservação do meio ambiente;
3) Dimensionamento de trabalho e operações de resgates;
4) Normalização brasileira e internacional sobre os procedimentos em
espaço confinados;
LEGISLAÇÃO
Os cuidados com a gestão de trabalhos e medidas de administração de
incidentes e acidentes em espaços confinados têm produzido em todo mundo
inúmeras normativas e regulamentos técnicos, alguns deles obrigatórios, outros
apenas recomendatórios. Isso evidencia a importância que deveremos atribuir no
planejamento e execução de trabalhos em espaços confinados, não importando
a di- mensão da planta, o tipo de espaço confinado encontrado, o serviço a ser
desempenhado, o tempo conferido e a complexidade das operações. Se o
compartimento é identificado como um espaço confinado, trate-o com a máxima
seriedade possível.
Esta norma editada pela OSHA-Occupational Safety & Health Administration
(Administração de Segurança e Saúde Ocupacional) órgão do Department of
Labour do govemo dos EUA contém os requisitos para práticas e procedimentos
de proteção para os trabalhadores das indústrias em geral contra os riscos de
entrada permitida em espaços confinados. É a mais conhecida e uma das mais
antigas normativas obrigatórias sobre o assunto.
Legislação Internacional:
• OSHA29 CRF PARTE 1910.146: OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH
STANDARDS-PERMIT-REQUIRED CONFINED SPACES
• OSHA29 CRF PARTE 1915: OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH
STANDARDS FOR SHIPYARD EMPLOYMENT
Esta norma também editada pela OSHA contém os requisitos para práticas
e procedimentos de proteção para os trabalhadores da indústria da construção
naval contra os riscos de entrada permitida em espaços confinados.
• ABNT NBR 14.787 DE DEZEMBRO DE 2001: ESPAÇO CONFINADO-
PREVENÇÃO DE ACIDENTES, PROCEDIMENTOS E MEDIDAS DE
PROTEÇÃO.
Essa norma editada pela ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas,
fórum nacional de normalização, estabelece os procedimentos de segurança para
entrada em espaços confinados em postos de serviço. Hoje se encontra restrita
apenas para entradas e limpezas de tanques subterrâneos.
• NIOSH N°8Q-.106: CRITERIA FOR A RECOMMENDED STANDARD-
WORKING IN CONFINED SPACES
Esta publicação editada pela NIOSH-Nationallnstitute for
OccupationalSafety and Heal- th (Instituto Nacional de Segurança e Saúde
Ocupacional) do U.S Department of Health, Education and Welfare
(Departamento Ame- ricano de Saúde, Educação e Previdência Social) também
edita critérios recomendados para procedimentos de trabalhos em espaços
confinados.
• ANSI, AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE Z117.1: SAFETY
REQUIREMENTS FOR CONFINED SPACES
Este instituto privado Americano editou a presente norma que provê
requisitos mínimos de segurança a serem seguidos durante entradas, saídas e
trabalhos em espaços confnados com atmosferas normais.
• NFPA 1670: STANDARD ON OPERATIONS AND TRAINING FOR
TECHICAL RESCUE INCIDENTS
O propósito dessa norma editada pela NFPA-National Fire Protection
Association (Associação Nacional de Proteção contra Incêndio) é auxiliar a
autoridade competente a dimensionar um resgate técnico de risco dentro de
uma área de resposta, identificar o nível de capacitação e estabelecer critérios
operacionais.
Legislação Nacional:
Essa norma editada pela ABNT -Associação Brasileira de Normas Técnicas,
fórum nacional de normalização, estabelece os requisitos mínimos para proteção
dos trabalhadores e do local de trabalho contra os riscos de entrada em espaços
confInados. Atualmente é considerada a principal norma disponível no Brasil com
intuito de disciplinar todo tipo de trabalhos em espaços confinados.
• PORTARIA W 202/2006 - NR-.33: SEGURANÇA E SAÚDE NOS
TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS
Essa norma editada pelo Ministério do trabalho e Emprego tem como
objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços
confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos
existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos
trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.
• PETROBRÁS N - 2637 NOV./2002: SEGURANÇA NO TRABALHO EM
ESPAÇO CONFINADO
Esta norma fixa as condições mínimas de segurança, meio ambiente e
saúde a serem observadas, na entrada e conseqüente permanência de pessoas
em espaços confinados, seja para construção e montagem de novos
equipamentos, inspeção ou execução de serviços.
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DEFINIÇÃO 1.Diante das diversas normas apresentadas encontramos muitas definições
para um local ser reconhecido como espaço confinado.
A NR-.33 define espaço confnado como:
"Qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana
contínua, possui meios limitados de entrada e saída, a ventilação existente é
insuficiente para remover con- taminantes ou onde possa existir a deficiência ou
enriquecimento de oxigênio".
A NBR 14.787 assim define os locais confinados:
"Qualquer área não projetada para ocupação contínua, a qual tem meios
limitados de entrada e saída e na qual a ventilação existente é insuficiente para
remover contaminantes perigosos e/ou deficiência/enriquecimento de oxigênio
que possam existir ou se desenvolver." É grande o suficiente e assim
configurado a qual um trabalhador possa entrar fisicamente e executar um
trabalho designado;
Possui recursos de entrada ou saída limitados ou restrita;
Para a OSHA 1910.146 espaço confinado é definido como sendo "um
espaço que:
“Não está projetado para ocupação humana contínua."
Embora não seja uma norma especificada para trabalhos nas embarcações
e instalações offshore em operações, a OSHA 1915, norma voltada para indústria
de reparos e construção naval, define que:
"O Termo "espaço confinado" significa um compartimento de dimensões
limitadas e acesso limitado tal como um tanque de fundo duplo, compartimento
estanque, ou outro espaço o qual, devido suas dimensões limitadas e natureza
confinada possa facilmente produzir ou agravar uma exposição a perigos".
Já a ANSI dispõe que um espaço confinado é:
"... uma área fechada que possui as seguintes características:
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Sua função primária é algo exceto a ocupação humana; Possui entradas e
saídas restritas; Pode conter riscos conhecidos ou potenciais".
A NIOSH prescreve que espaço confinado se "Refere a um espaço o qual
pelo projeto possui passagens limitadas para entrada e saída; ventilação natural
desfavorável o qual poderá conterou produzir contaminantes perigosos para o ar;
e o qual não foi tencionado para ocupação contínua de empregados. Espaços
confinados incluem, mas não se limitam a, tanques de armazenamento,
compartimentos de embarcações, vasos de processamento, poços, silos, tonéis,
degreasers, reatores, caldeiras, dutos de ventilação e exaustão, esgotos, túneis,
câmaras subterrâneas e oleodutos".
Finalmente, para a PETROBRÁS (N-.2637),
"Espaço confinado é todo espaço que:
a) seja grande o suficiente e configurado de forma que o empregado
possa entrar e executar um trabalho;
b) possua meios limitados ou restritos para entrada ou saída (por exemplo,
tanques atmosféricos, vasos de pressão, torres de processo, reatores, silos,
caixas de passagem, tanques de carga e lastro, fomos, entre outros);
c) não seja projetado para a permanência contínua de pessoas."
Sendo assim, diante das definições acima poderíamos resumir as
características de um espaço confinado da seguinte forma:
• Todo e qualquer local não projetado para ocupação humana
contínua, mas grande o suficiente para a permanência de
trabalhadores durante a execução de serviços;
• Possui acesso limitado tanto para entrada como para saída
• Possui pouca ou nenhuma ventilação que assegure a remoção de
contaminantes ou garanta uma respiração normal;
• Apresenta uma atmosfera rica ou deficiente em oxigênio,
contaminada ou explosiva;
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• Pode expor o trabalhador a algum tipo de risco.
A importância de conhecer precisamente as características e condições que
torna algum local um espaço confinado está na obrigação que a NR33 trouxe para
as empresas de, previamente, identificar os espaços confinados existentes na
empresa ou de sua responsabilidade e antecipar e reconhecer os riscos
específicos em cada um deles.
Portanto, diante das definições apontadas podemos propor uma relação,
não exaustiva, de exemplos de espaços confinados:
o Tanques de transporte;
o Vasos de pressão;
o Torres de destilação;
o Esferas;
o Colunas;
o Tubulações;
o Reatores;
o Tanques de carga; o Tanques de lastro; o Tanques de "slop"; o Fundo
duplo;
o Reatores; o Caldeiras; o Fomos;
o Dutos de ventilação;
o Poços de elevadores;
o "Pontoon";
o Silos;
o Poços;
o Degreasers;
o Túneis;
o Redes de esgoto;
o Câmaras subterrâneas
o Caixas de passagem.
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RISCOS ENCONTRADOS NOS ESPAÇOS CONFINADOS 2.A NR33 apresenta 5 principais riscos normalmente encontrados num
espaço confinado:físicos, químicos, biológicos, mecânicos e ergonômicos.
Adicionalmente citaremos os riscos psicológicos.
RISCOS FÍSICOS 2.1.
Os riscos físicos estão relacionados com as características físicas existentes
nos espaços confinados que representam riscos potenciais de causarem algum
desgaste à integridade física, lesão ou morte do trabalhador. Possuem a
qualidade de alterarem as características ambientais do interior de um espaço
confinado. Alguns riscos físicos podem ser identificáveis pelo senso humano
como, por exemplo, o calor de um maquinário aquecido. A presença deles num
espaço confinado representa um risco ainda maior devido aos meios limitados de
acesso, a proximidade ao perigo do qual o trabalhador possa estar exposto e pela
possível demora no resgate de vítimas. São exemplos mais comuns de riscos
físicos:
• Calor ou frio extremo;
• Ruídos;
• Vibração;
• Fadiga;
• Pressão anormal;
• Iluminação;
• Radiações ionizantes ou não ionizantes.
RISCOS MECÂNICOS 2.2.
Os riscos mecânicos estão relacionados com o contato físico direto com a
vítima para produzir o mecanismo nocivo de lesão. Portanto, o trabalhador ao
manusear uma ferramenta ou ficar exposto a algum sistema não protegido
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poderá ser vítima de lesões graves, incapacitantes ou que o leve até a morte.
São exemplos de riscos mecânicos:
• Descarga de energia (Equipamentos energizados, aquecidos,
pneumáticos ou hidráulicos);
• Derramamento de líquidos;
• Materiais perfurantes ou cortantes;
• Equipamentos ou materiais (cargas) em movimento;
• Produtos químicos;
• Quedas, escorregões ou tropeções.
RISCOS QUIMICOS 2.3.
São aqueles produzidos pelo contato com substâncias químicas perigosas
ou alterações provocadas nessas substâncias que poderão resultar em algum
dano físico aos trabalhadores. Também podemos afirmar que a falta de algumas
substâncias essenciais a vida humana também seria classificada como um risco
químico, como por exemplo, a falta de oxigênio em determinados ambientes
confinados. Nas situações de trabalhos em espaços confinados os agentes
químicos (gases, vapores e aerodispersóides) estão, geralmente, dispersos na
atmosfera do local.
A OSHA estima que 90% de danos e mortes em espaços confinados
acontecem como resultado de uma atmosfera perigosa que possam expor os
empregados a um risco de morte, incapacitação, perda de habilidade para
autoresgate, dano ou doença por uma ou mais das seguintes causas:
• Deficiência ou enriquecimento de oxigênio;
• Atmosferas explosivas;
• Atmosferas tóxicas.
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ATMOSFERAS DEFICIENTES EM OXIGÊNIO
Um espaço confinado se torna deficiente de oxigênio quando o oxigênio
presente na atmosfera é de modo idêntico, substituído, absorvido ou consumido.
Consumo:
• Oxidação de metal;
• Combustão (soldas);
• Secagem de pinturas e revestimentos;
• Decomposição de material orgânico (fermentação);
Substituição:
• Introdução de algum gás inerte (nitrogênio, dióxido de carbono,
hélio, etc);
• Os gases inertizantes são classificados como Asfixiantes Simples e
deixam a atmosfera com 0% de oxigênio;
• Substituição da atmosfera pela emissão de vapores de alguma
substância volátil;
• Carvão ativo no interior de câmaras ou reatores;
Adsorção:
NBR14.787 considera uma atmosfera deficiente em oxigênio aquela
contendo menos de 19,5% de oxigênio em volume. A NR15 define que o Limite
de Tolerância do oxigênio é de 18% por volume. A NR33 modernizou esse
entendimento, adotando uma postura mais conservadora ao definir uma
atmosfera deficiente de oxigênio aquela que contenha uma concentração de
oxigênio inferior a 20,9% por volume. É praticamente impossível assegurar que
todos os trabalhadores sofrerão as mesmas reações de modo idêntico por falta de
oxigênio ou pela diminuição da pressão parcial do oxigênio.
Hoje é obrigação dos empregadores adotarem um programa de proteção
respiratória para espaços confinados. Porém, é comum nos preocuparmos com o
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fornecimento de proteção respiratória em espaços confinados somente na
execução direta de trabalhos em atmosferas IPVS ou nas situações de resgates.
A norma não proíbe que trabalhos em espaços confinados não sejam realizados
em atmosferas com menos de 20,9% de oxigênio. Ela permite que sejam
autorizados os trabalhos nessas concentrações inferiores a 20,9% desde que seja
oferecida a proteção respiratória devida. Portanto, nesse caso, a norma se
refere aos equipamentos de escape que providenciariam o autosocorro dos
trabalhadores autorizados quando forem alertados por algum equipamento ou
reconhecimento de alguma condição perigosa na atmosfera de trabalho em que
estão inseridos.
ATMOSFERAS ENRIQUECIDAS DE OXIGÊNIO
Materiais inflamáveis por ventura existentes nos espaços confinados
poderão, rapidamente, se inflamar em atmosferas enriquecidas de oxigênio,
como por exemplo, vazamento de um cilindro ou uma linha de ar, ou uma
ventilação inadequada do local. A NR33 define uma atmosfera rica em oxigênio
aquela que contém uma concentração acima de 23% por volume. A OSHA
define uma atmosfera enriquecida aquela que conter 23,5% de oxigênio.
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
O risco de explosão deve levar em considera ção as condições da atmosfera
no interior do espaço confinado e a existência de resíduos (gases, vapores ou
poeiras) que possam estar presentes ou terem sido produzidos pelo trabalho em
que está sendo executado. Altas concentrações de gases inflamáveis no interior
de um espaço confinado podem produzir uma atmosfera explosiva. Os resíduos
podem representar um risco de explosão quando estiverem sendo executados
trabalhos quentes dentro do espaço confinado ou em sua estrutura.
Algumas das condições mais conhecidas que podem produzir uma
atmosfera explosiva ou um risco de incêndio durante trabalhos quentes são:
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• Carga remanescente no interior do espaço confinado;
• Solda de corte ou vazamentos de tubos;
• Escoamento de carga ou canalização de combustível;
• Revestimentos e preservantes de tanques;
• Vazamentos de materiais inflamáveis nas adjacências do espaço
confinado;
• Decomposição de material orgânico no interior do espaço confinado;
• Materiais existentes no interior do espaço confinado capazes de se
inflamar na presença de trabalhos quentes (trapos, madeira, pa- pel,
cordas, etc.);
Fontes de ignição
Quando existir uma atmosfera inflamável em um espaço confinado,
poderemos encontrar diversas fontes de ignição possíveis de se provocar um
incêndio ou uma explosão:
• Chamas abertas - soldas, aquecedores;
• Arcos elétricos - fios partidos, terminais, relês, chaves;
• Centelhas - ferramentas de aço em friccionando metal ou cimento;
• Energia estática - líquidos fluindo através dos tubos, polias se
movendo, alívios de pressão;
• Reações químicas-reações do próprio material ou reações do
material em contato com o oxigênio.
Riscos de uma atmosfera com poeira combustível
Chamamos a atenção para uma situação bastante complexa quando nos
deparamos com uma mistura de poeira combustível com o ar dentro de um
espaço confinado. Tal como gases ou vapores essas poeiras podem estar
presentes nos espaços confinados como sendo o próprio conteúdo ou podem ter
sido introduzidas como resultado de trabalhos executados, como por exemplo:
solventes de limpeza, pintura etc. Essas misturas somente sofrerão uma ignição
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se as suas concentrações estiverem dentro de seus limites de explosividade
definidos.
Deveremos ter o máximo de cuidado com o procedimento de ventilação do
espaço confinado. As camadas de poeira, ao contrário dos gases e vapores, não
são diluídas através da ventilação. A ventilação poderá aumentar ainda mais o
risco, pois serão criadas nuvens de poeira que resultarão numa propagação
maior. As partículas podem ser agitadas, se espalharem ou incendiarem-se
devido o atrito. Muito cuidado deveremos tomar também com o depósito das
camadas de poeira, por que poderão criar um risco cumulativo.
ATMOSFERAS TÓXICAS
Atmosferas tóxicas podem causar sérios problemas de saúde para os
trabalhadores ou até mesmo a sua morte. A presença de agentes contaminantes
quase sempre é resultante da sobra de substâncias que outrora estavam
armazenadas nos espaços confinados, ou pelo uso de revestimentos, solventes
ou preservantes nesses locais.
A decomposição de material orgânico não apenas substitui o oxigênio
como também pode produzir gases como o metano, o monóxido de carbono,
o dióxido de carbono e o sulfato de hidrogênio. Também é possível que gases
tóxicos penetrem em um espaço confinado durante uma entrada por causa de
procedimentos de isolamento incorretos.
Se o material usado para a execução dos serviços de reparo ou
manutenção for tóxico, é necessário o conhecimento de sua FISPQ-Ficha de
Informações de Segurança de Produtos Químicos. Baseado nas informações
constantes na ficha o empregador é obrigado a adotar os procedimentos
adequados para assegurar a saúde e a segurança de seus empregados. As fichas
devem ser adotadas principalmente quando o contaminante não é muito
conhecido.
As infonnações sobre os perigos dos produtos tóxicos quanto a sua
natureza e seu o tempo de exposição e as demais condições de trabalho
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P á g i n a | 28
encontram-.se definidos na NR15-Atividades e Operações Insalubres do Ministério
do Trabalho. Na ausência de qualquer recomendação ou na existência de
recomendações mais restritivas tanto a NBR14.787 como a NR9 dão o amparo
para nos basearmos em outros padrões, em especial a ACGIH-American Council
of Governmental Industrial Hygienists, o mais aplicado no Brasil e Europa.
RISCOS BIOLÓGICOS 2.4.
Os agentes biológicos mais conhecidos são:
• Esgoto;
• Água contaminada;
• Animais;
• Vetores biológicos (mosquitos. besouros, moscas, etc.).
O Anexo 14 da NR-.15 trata de forma genérica sobre os agentes
biológicos, mas relacionando-se apenas as atividades que envolvam a sua
presença e não com o agente propriamente dito. A exposição aos agentes
biológicos sem a devida proteção poderá causar, desencadear ou agravar uma
série de problemas de saúde. Os meios de contaminação mais comuns por
agentes biológicos ocorrem através da respiração, contato ou ingestão.
RISCOS ERGONÔMICOS 2.5.
Os riscos ergonômicos são aqueles introduzidos nos ambientes de trabalho
e inadequados às limitações dos seus usuários. Sua atuação é caracterizada por
atingirem exclusivamente os trabalhadores. Provocam lesões crônicas que
podem ser de natureza psicofisiológica. São exemplos de riscos ergonômicos:
• Elipses estreitas;
• Acessos limitados;
• Excesso de peso de equipamentos, ferramentas ou EPI's;
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RISCOS PSICOLÓGICOS 2.6.
São riscos de fundo comportamental de cada trabalhador no que se refere
aos aspectos emocionais individuais motivados por algum despreparo ou
desequilíbrio psíquico ou de saúde. São aspectos subjetivos, ou seja, "todos têm
um limite!". São fatores limitantes para os trabalhadores que vão muito além da
falta de qualidade na execução de tarefas ou da falta de treinamentos.
Claustrofobia, fadiga e ruído são algumas das situações de estresse
emocional as quais o trabalhador ou resgatista poderá estar exposto durante
entradas de longa duração em espaços confinados.
RISCOS COMBINADOS 2.7.
Durante a análise prévia devemos identificar todos os riscos decorrentes
do trabalho, bem como a possível combinação de riscos desenvolvidos. Essa
combinação pode resultar em um outro risco diverso e/ou não previsto, como
por exemplo, um curto circuito que pode provocar um centelhamento e assim
servir como fonte de ignição para uma explosão ou um grande incêndio que, por
sua vez, pode provocar a deficiência de oxigênio no ambiente.
SAÚDE OCUPACIONAL EM ESPAÇO CONFINADO 3. GESTÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL 3.1.
A NR-.33 é clara o suficiente ao determinar que as empresas deverão
redimensionar seus exames do seu programa de saúde ocupacional relacionados
aos profissionais que possuem rotinas de trabalho nos locais identificados como
espaços confinados, de acordo com as funções que serão desempenhadas por
cada um e o tipo de serviço a ser executado. Existem vários motivos para nos
preocuparmos com a saúde dos trabalhadores nesses tipos de atividades. Muitos
casos de exposições ou acidentes com lesões que poderão levar ao
desenvolvimento de alguma doença ocupacional são provocados por falhas nas
medidas de controle, tais como: má ventilação, iluminação insuficiente, posturas
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P á g i n a | 30
incorretas, EPI inadequado, falta de higiene do EPI, contato com substâncias
contaminantes etc.
O objetivo é ajustar a abordagem da relação entre a saúde e as condições
de trabalho inerentes aos espaços confinados. As particularidades dos riscos,
físicos, mecânicos, químicos, biológicos e ergonômicos inerentes às atividades
nesses locais servirão de subsidio para um monitoramento individual de cada
trabalhador que possa ficar exposto ao desenvolvimento de doenças
ocupacionais. Deveremos oferecer uma especial atenção às condições físicas e
mentais dos trabalhadores que adentram em espaços confinados, pois em
algumas situações, será necessário não apenas avaliar a exposição dos
trabalhadores aos contaminantes agressivos à saúde gerados durante o
desenvolvimento dos serviços, como também avaliar se o trabalhador também se
encontra num estado emocional equilibrado para uma entrada segura.
O setor médico ou de enfermagem do trabalho nas empresas possui um
papel importante na coleta de dados que auxiliam na preparação dos programas
de saúde ocupacional para o monitoramente da saúde das equipes de trabalho
em espaço confinado. Na verdade, não participam diretamente da execução dos
serviços. Mas indiretamente possui uma importante função de suporte. São
deveres do enfermeiro ou técnico de enfermagem:
• Assegurar que todos os trabalhadores envolvidos no trabalho a ser
executado estejam em perfeito estado de saúde física e mental;
• Verificar a pressão arterial de todos os funcionários envolvidos no
trabalho antes de iniciar as atividades;
• Coibir a entrada de trabalhadores que apresentem qualquer problema
de saúde;
• Manter o registro médico dos empregados envolvidos em trabalhos
em espaço confinado, garantindo a rastreabilidade dos mesmos.
Portanto, aplicam se a NR7: Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional para as atividades industriais (terrestres e marítimas) e a NR-31:
Treinamento de Supervisores para Entrada em Espaço Confinado – 40h
P á g i n a | 31 ,
Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração
Florestal e Aqüicultura para as atividades agroindustriais. O PCMSO é de vital
importância devido ao seu caráter preventivo, investigativo e de diagnóstico
precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho. Ele se interage com as
demais NR's, principalmente a já comentada NR15 e a NR9, que oferece uma
avaliação individual de cada trabalhador que for exposto a algum agente físico,
químico ou biológico.
Mas afnal, quais são os possíveis problemas de saúde ocupacional que
poderemos enfrentar nos trabalhos em espaços confinados?
CONDIÇÕES DE SAÚDE FÍSICA DOS TRABALHADORES 3.2.
Até o resultado de exame médico específico que ateste o contrário, todo
trabalhador devidamente capacitado conforme a NR e que não apresente
transtorno ou doença aparente que não possa se agravada ou desencadeada
durante a execução de serviços em locais confinados, pode ser considerado apto
para o desenvolvimento desse tipo de atividades.
O preparo físico do profissional escalado para trabalhos em espaços
também tem a sua importância. Normalmente, o acesso ao local é difícil e o
peso das ferramentas utilizadas, equipamentos pessoais e EPI acabam se
tornando dificuldades que somente serão superadas por pessoas que gozam
de boa disposição física.
Também não queremos dizer que só os fortes prevalecerão na seleção
dos trabalhos em locais confinados. Não importa o tamanho do profissional, mas
sim o seu peso. Imagine um trabalhador bem preparado fisicamente, forte no
alto dos seus 1,80 m e com 100 kg de peso. Como seria o acesso dessa pessoa
em locais que, às vezes, possui elipses de 50 em de diâmetro? Ou locais onde o
acesso somente é feito através de polias? Ou numa situação de emergência em
que o mesmo trabalhador fosse uma vítima, como seria a sua retirada?
Não existe uma regra geral, o que vai prevalecer será o bom senso e
principalmente a Análise de Riscos. Como vimos nas variáveis acima, tudo vai
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P á g i n a | 32
depender do local, do serviço, do acesso, enfim, de como se desenvolverá a
entrada. A OMS-Organização Mundial de Saúde estabelece que o IMC-Índice de
Massa Corporal para se considerar uma pessoa obesa é de 30 kg/m2. Algumas
empresas tem recomendado um IMC de 35 kg/m2, outras mais exigentes adotam
o índice da OMS. O que devemos observar é que seria inimaginável
introduzirmos trabalhadores portadores de obesidade mórbida nos locais
confinados, como também não seria recomendável introduzirmos trabalhadores
que superam o IMC não por obesidade, mas por desenvolvimento de sua massa
muscular.
Não menos importantes na anamnese ocupacional para trabalhos em
espaços confinados, os fatores psicossociais também serão levados em
consideração. Ter boa condição física não é o suficiente. Como ficaria o equilíbrio
psicológico dos trabalhadores que poderão desenvolver algum estresse de fundo
emocional desencadeado em locais enclausurados ou escuros?
É fácil argumentar que pessoas de baixo grau de instrução são alvos de
risco potencial de acidentes. Não raro, são esses trabalhadores, às vezes semi-
analfabetas, com quase nenhuma qualificação e compreensão das normas de
segurança em espaços confinados que acabam se submetendo a esses
tipos de trabalho. Todavia, independente do grau de escolaridade, todo o
trabalhador que apresentar boa saúde física, qualificação profissional e
treinamento de capacitação para trabalhos em espaços confinados, deverá se
submeter a exames psicológicos, pois transtornos mentais e neurológicos como,
por exemplo, ansiedade, claustrofobia, acrofobia, epilepsia, esquizofrenia, podem
acometer a qualquer profissional.
A seguir comentaremos as doenças profissionais mais comuns que
possam surgir nos trabalhos em espaços confinados.
Treinamento de Supervisores para Entrada em Espaço Confinado – 40h
P á g i n a | 33
.
.
DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO 3.3.
Os espaços confinados normalmente apresentam agentes nocivos em sua
atmosfera, os quais agridem o aparelho respiratório de diversas maneiras
provocando doenças. São inúmeros os exemplos de substâncias agressoras que
agem de formas diversas nos órgãos que compõem o aparelho respiratório.
Os gases, vapores, fumaças irritantes e as poeiras pouco finas (de 5 a
50 1-l) atingem os brônquios provocando bronquite crônica. Os brônquios podem
ainda ser agredidos por agentes cancerigenos, como os asbestos, os cromatos,
e hidrocarbonetos. Os produtos químicos irritantes e as poeiras de tamanho
inferior a 5 1-l alcançam os bronquíolos e provocam um processo inflamatório do
tipo bronquiolite. Outras poeiras com diâmetro entre 0,5 1-l e 5 1-l penetram
através das paredes dos bronquíolos e vão até o interstício pulmonar, acumulam
se no tecido pulmonar, provocam alterações na estrutura deste e dão origem às
pneumoconioses (é o caso da poeira de quartzo-sílica e do carvão). As expo-
sições agudas a gases, vapores e fumaças irritantes podem provocar lesões em
nível alveolar com edema pulmonar. Quando a exposição é crônica, pode
desenvolver distúrbios na ventilação mecânica e nas trocas gasosas alvéolos
capilares-hematose.
A eficiência do organismo em eliminar a substância inalada e a
possibilidade de desenvolver doenças respiratórias depende dos sguintes fatores
inerentes às substâncias que o trabalhador poderá ficar exposto:
• Diâmetro - As partículas de 5 a 501-l de diâmetro chegam aos
brônquios, as de tamanho inferior a 51-l chegam aos bronquíolos e
alvéolos e as que têm menos de 11-l podem ficar depositadas nos
alvéolos.
• Solubilidade e Reatividade - As substâncias mais facilmente solúveis
podem provocar reações inflamatórias agudas e edema pulmonar;
• Concentração - As partículas com menos de 51-l de diâmetro podem
ser facilmente eliminadas se sua concentração nas vias respiratórias
for inferior a 1O partículas por cm3. Apenas 90% delas podem ser
eliminadas quando a concentração é de 1000 partículas por cm3
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• Suscetibilidade - Fatores genéticos que podem determinar a
suscetibilidade do individuo a algumas substâncias e doenças
preexistentes que podem favorecer a ocorrência de outras.
• Macrofagia - Muitas partículas são englobadas por macrófagos e
expectoradas ou engolidas, mas também podem entrar no tecido
pulmonar, de onde podem passar para os vasos linfáticos e ser
transportadas aos linfonodos ou entrar nos capilares pulmonares.
A anatomofisiologia do pulmão mostra que a capacidade respiratória é
ampliada muitas vezes devido ao fato de a árvore brônquica e dos alvéolos
aumentarem muito a superfície de contato do ar inspirado e o tecido pulmonar.
Por essa razão, a facilidade de se contrair alguma doença aumenta
proporcionalmente, pois aumenta a superfície de contato do tecido pulmonar com
as substâncias perigosas inaladas.
São importantíssimas as avaliações ambientais dos espaços confinados e
das condições que determinados serviços são executados nesses locais, pois
oferecem a oportunidade de coletarem dados que facilitem a detecção dos locais
contaminados, a concentração encontrada e a freqüência de exposição,
propiciando assim, um diagnóstico precoce, o tratamento adequado e tudo que
for possível para controlar ou eliminar as causas de doenças.
A anamnese dos sintomas respiratórios deve levar em conta as seguintes
informações:
• História passada de doenças pulmonares;
• Tipo e gravidade da dispnéia e respiração ruidosa;
• Tabagismo;
• Exposição profissional a poeiras, gases, va- pores e fumaças irritantes
responsáveis por pneumopatias;
• Exame físico do tórax e prova de função ventilatória;
É necessário coletar dados remotos para termos a certeza de estarmos
elaborando um levantamento das condições de trabalho de toda a vida laboral do
profissional, pelo fato de muitas doenças apresentarem uma evolução lenta, que
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P á g i n a | 35
ainda podem prosseguir mesmo após ter cessado a exposição. Pneumoconioses
ocorrem quando partículas sólidas são inspiradas junto com o ar, encontram
ampla superfície de contato e se depositam dentro dos alvéolos. Parte delas não
é eliminada e sua presença provoca reação dos tecidos e um processo
permanente de cicatrização, ou seja, fibrose do tecido pulmonar. O pulmão, que
originalmente é esponjoso, macio e rosado, apresenta-se firme, duro e
acinzentado. Inicialmente, essa reação é pouco intensa e pode passar
despercebida. Com a persistência da inalação das partículas e seu acúmulo nos
tecidos pulmonares, há uma reação maciça de inflamação e cicatrização, com
fibrose e perda progressiva da função do pulmão. Assim, o pulmão perde a
capacidade de realizar a hematose, ou seja, as trocas gasosas.
DERMATOSES DO TRABALHO 3.4.
São as lesões ocorridas no tegumento, ou seja, a pele, provocadas ou
agravadas pelas condições de trabalho encontradas. Devido sua extensão
encobrir toda a superfície de nosso corpo facilitando o seu contato com inúmeros
agentes nocivos, a pele é um dos elementos mais facilmente exposto às agres-
sões produzidas pelo ambiente de trabalho. As dermatoses do trabalho podem
ser provocadas por contato direto com substâncias químicas, agentes físicos
(frio, calor, radiações ionizantes, eletricidades), agentes mecânicos (vibração,
traumatismo, corte) ou agentes biológicos (microorganismos, fungos e para-
sitas).
Alguns fatores facilitam o desenvolvimento das dermatoses no ambiente de
trabalho:
• Temperatura ambiente;
• Desidratação (alteração do teor de água na pele);
• Idade (após os 40 anos começa ocorrer a atrofia das glândulas
sebáceas
• Sudoríparas, o que toma a pele naturalmente mais seca,
desengordurada e, portanto, desprotegida);
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• Alergia (Atopia - indivíduos atópic estão mais predispostos a
lesões do tipo eczema- toso);
• Concentração da substância (a intensidade da agressão ao
trabalhador é medida em ra- zão da concentração encontrada do
agente).
A anamnese das doenças de pele envolve a prova epicutânea, ou teste de
contato, ao colocar substâncias suspeitas de sensibilizar o indivíduo em contato
direto com a pele por 24 a 48 horas. A prova será positiva se ocorrer
vermelhidão, edema, vesículas e exsudação nos locais de contato. Para garantir
a segurança do resultado, o médico examinador deverá estabelecer a diferença
de reação entre irritação e sensibilização. O resultado positivo indica que o
indivíduo está sensibilizado pela substância ao produzir anticorpos contra aquela
substância. Ressalta-se que o teste não indica que aquela seja a substância res-
ponsável pelas lesões que o fizeram procurar o médico.
CARCINOMA EPIDERMÓIDE
As lesões traumáticas podem produzir cicatrizes queloidianas que devem
ser removidas cirurgicamente devido ao risco de desenvolver o carcinoma na
pele.
O carcinoma epidermóide é sempre conseqü ência de dennites crônicas, de
longa duração, provocadas por exposição a alcatrão, asfalto, parafinas, petróleo,
fuligem, creosoto, óleos minerais, compostos arsenicais, sol (radiação
ultravioleta) e radiações (raios X, alfa, beta e gama).
QUEIMADURAS
Repetidas exposições ao calor radiante (equipamentos) alteram a
pigmentação e a vacularização da pele. O calor pode provocar a queimadura
que é a destruição da pele. É classificada em três graus, segundo a profundidade
e extensão de comprometimento da pele:
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• Primeiro grau: eritema e ardência no local queimado;
• Segundo grau: eritema, edema e flictenas (bolhas);
• Terceiro grau- Destruição de músculos; Quando a queimadura atinge
30% da superfície corporal, é considerada grave. Nos casos em que
atinge 500/o da superfície corporal, existe o risco de morte,
independente da pro- fundidade atingida.
Nas queimaduras graves,a realização do tratamento é da maior urgência,
para evitar ou eliminar o estado de choque. O tratamento local deve visar a
proteção contra a perda de líquidos e a contaminação. Os ffictenas (bolhas) não
devem ser perfurados se não estiverem infectados.
DISCROMIAS
Alterações na pigmentação da pela que sofrem os trabalhadores expostos
a vernizes, lacas, antioxidantes,desodorantes, detergentes, inseticidas, tintas,
óleos minerais, petróleo e seus derivados (óleo diesel, querosene, gasolina, GLP
e solventes), arsênico e alcatrão.
ANGIODERMATOSES
A úlcera de perna é um exemplo comum. São dermatoses provocadas pela
deficiência de circulação sanguínea em nível capilar. Não são diretamente
provocadas pelo trabalho, mas podem ser agravadas por ele, se houver
exposição ao frio e posição estática.
O objetivo do SESMT da empresa é a eliminação total das substâncias
agressivas do ambiente de trabalho. Quem deve ser isolado e enclausurado é o
agente agressor e não o trabalhador dentro de um EPI.
Além das medida de controle da engenhariae medidas de controle pessoais,
a conscientização dos trabalhadores também é peça fundamental. O trabalhador
sempre cuidando de sua higiene pessoal, utilizando roupas limpas e apropriadas
para o tipo de trabalho também serão uma valiosa ajuda.
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SUBSTÂNCIAS TÓXICAS 3.5.
Por séculos o homem tem convivido com a presença constante de
substâncias tóxicas, em menor grau, tanto no ambiente de trabalho como no seu
próprio lar. Logo entendemos porque estamos bem familiarizados com elas.
Porém, o que poucos compreendem da importância da toxicologia é que,
na verdade, todas as substâncias apresentam um risco. Nem todos os
organismos expostos à mesma dose de um agente químico respondem de
maneira igual. Uns morrem, outros caem doentes, mas acabam sarando, e
outros, que por mais incrível que pareça, nem afetados são.
Portanto, as substâncias químicas não podem ser consideradas
totalmente inofensivas, tudo vai depender da sua concentração presente. Logo, a
sua utilização somente deverá ser permitida de acordo com os procedimentos
de segurança recomendados para aquela substância presente, que assegurem
que durante o seu uso correto não haverá margem para dano algum ao
trabalhador.
Os efeitos tóxicos são distúrbios reversíveis ou irreversíveis nos processos
bioquímicos e decorrem da ação tóxica, que é a interação do agente químico com
organismo em nível molecular. A ação tóxica de uma substância ocorre em três
fases:
• Fase de exposição: absorção da substância;
• Fase toxicocinética: absorção, transporte, distribuição,
biotransfonnação e excreção do agente tóxico;
• Fase toxicodinâmica: interação entre moléculas do agente tóxico e os
receptores do organismo, provocando dano bioquímico, ou seja,
alterações em nível molecular.
As substâncias agem de forma diferente caso a exposição seja aguda ou
repetida. A penetração no organismo pode ocorrer por ingestão, inalação, injeção
ou absorção através da pele ou mucosas. Atingem o sangue e a linfa e
distribuem, se por prejudicando órgãos específicos, de acordo com a afinidade da
substância, ou os órgãos em geral (ação sistêmica). Podem permanecer
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armazenadas no tecido gorduroso, em órgãos específicos, nos tecidos ou nos
ossos. Podem também sofrer ou provocar alterações metabólicas no organismo.
A excreção pode ocorrer através das fezes, urina, do ar expirado ou das
secreções de glândulas, como as sudoríparas, lactíferas, salivares e lacrimais,
sendo diferente para cada tipo de substância. Por exemplo, as lipossolúveis como
o DDT são de difícil excreção.
A presença de substâncias tóxicas exige uma avaliação sistemática da
exposição sofrida pelos trabalhadores através do monitoramento contínuo do
ambiente de trabalho. As informações reveladas pelos resultados dessa análise
auxiliam na prevenção de doenças produzidas pela exposição ocupacional a
agentes químicos e apontam a relação existente entre a forma, o tempo de
exposição, a concentração da substância, seus efeitos e as alterações provocadas
no estado de saúde dos trabalhadores.
SOLVENTES
São substâncias ou misturas de substâncias químicas capazes de dissolver
outro material de utilização industrial. Apesar da variedade de sua natureza
química (hidrocarbonetos, éteres, álcoois, cetonas, etc), os solventes possuem
características em comum: são incolores, lipossolúveis, possuem grande
volatilidade, são inflamáveis e possuem notáveis efeitos tóxicos. Nos ambientes
de trabalho são empregados nos processos de produção (óleos, tintas, colas,
explosivos, inseticidas, detergentes, etc.) ou na aplicação de pinturas,
revestimentos, decapagens, etc. Alguns exemplos de solventes são: benzeno
(hidrocarboneto aromático), ciclohexano (hidrocarbonetos alicíclicos), tolueno
(hidrocarboneto aromático), tricloroacetileno (hidrocarboneto halogenado) e
metanol (álcool).
A via de penetração no organismo é essencialmente respiratória, mas
arranhões ou qualquer outro ferimento na pele também podem se prestar a
penetração pela via cutânea.
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Seus efeitos mais conhecidos são: o efeito narcótico considerando que
os solventes atuam sobre o Sistema Nervoso Central, e a biotransformação
(trocas químicas realizadas pelo organismo vivo), principalmente no fígado onde
será transformado em outras substâncias chamadas de metabólitos (geralmente
hidrosolúveis, fáceis de serem eliminados pela bile ou pela urina). Essa
transformação será diferente para cada grupo de solventes, inclusive o seu
comportamento particular. Sabe-se que o benzeno transforma-se em fenol, o
metanol em ácido fórmico, o tricloroacetileno em ácido tricloroacético e tricloroe-
tanol, etc.
Os sintomas de contaminações por solventes são:
Os sintomas iniciais são genéricos: fadiga, cefaléia, irritabilidade, anorexia.
Tardiamente ocorrem manifestações hemorrágicas, como por exemplo, púrpura,
hemorragias gengivais, epistaxe, equimoses e hemorragias diversas, infecções
como estomatite pode provocar irritação nas mucosas e na pele (resseca-
mente, descamação ou inflamação).
Em altas concentrações pode causar um efeito narcótico agudo chamado
de embriaguez delirante. A pessoa exposta apresenta quadro de euforia, marcha
instável e confusão mental, podendo ainda sofrer compulsão e coma.
Uma exposição crônica produz aplasia medular, que se inicia com a redução
das plaquetas dos glóbulos brancos e, depois, dos glóbulos vermelhos,
traduzidas, respectivamente, por plaqueotomia, leucopenia e anemia.
GÁS SULFÍDRICO - H2S
Considerada uma das substâncias mais agressivas ao ser humano. Calcula-
se que seja de 5 a 6 vezes mais agressivo do que o monóxido de carbono. Sua
presença em um espaço confinado é resultada de algum processo desenvolvido
no espaço confinado como formação bacteriológica e esgoto ou proveniente de
locais adjacentes ao local.
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É um gás tóxico irritante, incolor, inodoro e em pequenas concentrações
apresenta cheiro de ovo podre, porém inibindo o olfato após alguns instantes. Em
altas concentrações inibe o olfato imediatamente após a exposição.
Os efeitos desse gás sobre o ser humano são diversos. Tudo vai
depender da presença de duas variáveis: o tempo de exposição e a concentração
encontrada do agente. As literaturas de saúde ocupacional mais recorrentes
identificaram as seguintes reações:
MONÓXIDO DE CARBONO - CO
Sua presença em um espaço confinado é resultada da combustão, solda,
motores, ou proveniente de locais adjacentes ao espaço confinado. É um gás
tóxico, asfixiante bioquímico, incolor e inodoro, correndo o risco de não perceber
a sua presença iludindo, assim, a necessidade de se efetuar a ventilação do local.
Nosso organismo (pulmão) possui o comportamento de absorver o CO até 300
vezes mais rápido do que o O2.
Não existe um antídoto específico para o monóxido de carbono. Nos casos
de severa contaminação o oxigênio hiperbárico pode ser benéfico. As principais
reações adversas identificadas são:
EXPOSIÇÃO AO TEMPO EFEITO < 30 ppm Odor de ovo podre
Entre 15 a 25 ppm Queimação nos olhos, dor de cabeça, respiração ofegante, perda do apetite, tonturas
8 ppm x 8 hrs Nenhum (LT) 50 ppm x 1 hr Conjuntivite aguda, dores, lacrimejamento, fotofobia 50 a 100 ppm x 1 hr Irritação moderada nos olhos e garganta 200 a 300 ppm x 1hr Forte irritação, câimbras, queda de pressão sanguínea 250 ppm exposição prolongada Edema pulmonar 500 a 700 ppm x 1,5hr Inconsciência e morte por parada respiratória
Acima de 1.000 ppm x minutos Coma após um simples respirar, inconsciência e morte por parada respiratória
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)
DOENÇAS CAUSADAS POR RUÍDOS 3.6.
O ruído além de provocar lesões ao aparelho auditivo, também representa
um fator a mais de dificuldade com relação à comunicação entre a equipe.
Existem duas classificações básicas: o Ruído de Impacto (duração inferior
a um segundo, em intervalos superiores a um segundo) e o Ruído Contínuo ou
lntermitente (aquele que não é ruído de impacto). Os limites apresentados pela
NR-15 não consideram a utilização do EPI ou de medidas coletivas de controle. É
vedada a exposição de ruídos acima de 115 dB (contínuo) e de 130 dB (impacto)
para aqueles que não estejam adequadamente protegidos. Os efeitos nocivos do
ruído sobre o aparelho auditivo são proporcionais à intensidade e duração.
Nosso ouvido é composto por três partes: ouvido externo, responsável por
captar os sons; ouvido médio, responsável por transmitir os sons para o interno e
o ouvido interno, recebe os sons e os transfonnam em impulsos nervosos.
A exposição dos trabalhadores a excessos de ruídos no ambiente de
trabalho pode causar a surdez profissional. Ela se manifesta em três formas:
trauma acústico, surdez temporária e surdez permanente.
Nossa audição é o resultado da relação entre a intensidade e a freqüência
do som, fornecendo, assim, o nível de pressão sonora, o qual é expresso em
decibéis (dB). Freqüência é a quantidade de vibrações completas transmitida
durante um segundo pelo meio onde o som é propagado, na qual é expresso em
Hertz (Hz). Intensidade é a medida da pressão exercida pela vibração sonora
sobre as estruturas do ouvido, na qual é expressa em Newton/m2 (N/m2).
EXPOSIÇÃO AO TEMPO EFEITO 200 ppm x 3hrs Ligeira dor de cabeça e desconforto
600 ppm x 1hr Dor de cabeça
1.000 a 2.000 ppm x 30 min Palpitação leve 1.000 a 2.000 ppm x 1,5 hr Desorientação, tendência a tropeçar 1.000 a 2.000 ppm x 2 hrs Confusão 2.000 a 5.000 ppm Inconsciência 10.000 ppm Morte
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Sendo o som um efeito que provoca um movimento, uma vibração nas
estruturas delicadas do ouvido, é fácil concluirmos que se essa vibração for muito
acentuada ou demorada poderá provocar distúrbios de audição.
O reflexo estapediano é o mecanismo responsável pela proteção dos
ouvidos. Através de seus ossículos, o ouvido médio aumenta a pressão exercida
pela vibração sonora. Mas quando o som é muito intenso esse mecanismo
dificulta a passagem de parte da pressão para o ouvido interno mediante o
enrijecimento das estruturas móveis. Quando o trabalhador é exposto
repetidamente à excessos de ruídos (pressão sonora), sua estrutura de defesa
auricular fica comprometida passando ficar mais vulnerável à lesões.
O trauma acústico é causado pela perfuração do tímpano e/ou
desarticulação dos ossículos do ouvido médio em decorrência de exposição a
grandes pressões sonoras (explosões, estouros, impactos, etc).
A surdez temporária ocorre após exposição a barulho intenso por curto
período de tempo, regredindo após um período de descanso. É possível supor que
os trabalhadores apresentam sintomas periódicos de surdez temporária são
sérios candidatos à surdez permanente. A surdez permanente é produzida por
exposição excessiva e continuada a ruídos intensos. É irreversível, bilateral e
manifesta-se em decorrência de lesão nas estruturas do ouvido intemo.
Outros distúrbios têm sua causa relacionada a um ambiente ruidoso de
trabalho, como por exemplo, taquicardia, irritabilidade, hipertensão arterial,
fadiga muscular, distúrbios digestivos, ansiedade, desconforto etc. Em trabalhos
realizados em espaços confinados, onde a comunicação é essencial, um ambiente
ruidoso além de poder provocar lesões no indivíduo, também oferece prejuízos
ao entendimento de mensagens e ordens. No surgimento de ocorrência e
queixas de dor, zumbidos, surdez ou dificuldade de compreender a voz, a
anamnese deverá levantar dados relativos à história laborativa atual e anterior
do trabalhador quanto à sua profissão, exposição a ruídos ou substância tóxicas e
antecedentes familiares que possam influir na audição.
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Os exames mais indicados são:
a)Audiometria - Busca determinar os limiares auditivos para os sons
recebidos por via aérea e óssea. É uma avaliação qualitativa da audição
que detecta a perda auditiva.
b)Otoscopia - Visualização direta do ouvido extemo e da membrana
timpânica.
c)lmpedanciometria - É medida através da timpanometria, que mede
a capacidade de resposta do tímpano ao estímulo sonoro, e da pesquisa
de reflexo acústico, que mede a capacidade do ouvido se proteger
contra ruídos intensos.
DOENÇAS E LESÕES CAUSADAS POR VIBRAÇÕES 3.7.
Pode ser provocada por equipamentos ou alguma superfície que vibra
(piso). Pode ser localizada (mãos) ou atingir o corpo inteiro. São efeitos da
vibração:
• Visão turva;
• Perda do equilíbrio;
• Degeneração gradativa do tecido muscular e nervoso;
• Problemas ósteo-articulares (artrose);
• Falta de concentração
BAROPATIAS PROFISSIONAIS 3.8.
São doenças causadas por alterações da pressão atmosférica. A atmosfera
exerce sobre o nosso organismo a chamada pressão atmosférica, que varia de
acordo com a altitude local.
Nas condições normais de temperatura e pressão, ao nível do mar, a
pressão é de 1 atm, que equivale à exercida sobre uma coluna de 760 mmHg ou
10m de água. Quanto mais alto estivermos menor será a pressão, quanto mais
profundo estivermos mais alta será a pressão. A cada 10 metros de profundidade
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no mar o nosso organismo será exposto a mais 1 atm de pressão. A 6.000 m de
altura a pressão é de 0,5 atm.
A pressão exercida pelos líquidos internos de nosso corpo normalmente se
encontra em equilíbrio com a pressão atmosférica. Quando ocorre um
desequilíbrio podem provocar lesões mecânicas em tecidos moles, nos ouvidos ou
alterações na distribuição de gases através da célula.
PRESSÃO ATMOSFÉRICA E O OUVIDO
Um aumento ou diminuição brusca da pressão atmosfera pode romper o
tímpano e os ossículos do ouvido médio. O trabalhador fica com a sensação de
ouvido ocluído, hipoacusia, zumbido, dor pontiaguda no momento da ruptura e,
até mesmo, vertigens.
O tratamento é feito com instilação nasal de vasoconstritores e drenagem
de líquidos. Antibióticos são usados nos casos de possíveis infecções. A laceração
do tímpano cicatriza-se espontaneamente dentro de 10 a 20 dias, com total
recuperação da função, contudo ainda restando a possibilidade de uma
timpanoplastia.
PRESSÃO ATMOSFÉRICA E OS PULMÕES
Algumas das características dos órgãos do sistema respiratório são: a sua
elasticidade e sua resistência a variações da pressão atmosférica. Contudo,
algumas situações extremas poderão provocar lesões pulmonares graves. A
alteração da pressão atmosférica pode comprometer seriamente a distribuição de
oxigênio, alterando a relação entre as concentrações de oxigênio do ar e do
sangue e provocando excesso ou falta de oxigênio no sangue e até nos tecidos.
A hiperoxemia e a hiperoxia, que consistem, respectivamente, no aumento
do oxigênio no sangue e nos tecidos, provocam por sua vez, grave e completo
desequilíbrio metabólico com a alteração da função de diversos órgãos e
aparelhos. O trabalhador poderá apresentar sensação de secura na faringe,
epistaxe, tosse seca e irritante, edema pulmonar, convulsão, alucinação,
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confusão mental, vertigem, náusea, cefaléia, astenia, perda da consciência, coma
profundo e edema cerebral. A cefaléia, a astenia e a náusea podem durar de 1 a
2 dias. Durante a realização de trabalhos em espaços confinados cuja utilização
de equipamentos de proteção respiratória, a dificuldade de eliminação do dióxido
de carbono pode provocar a intoxicação com perda de consciência. O usuário do
equipamento poderá apresentar taquipnéia, cefaléia,cansaço a pequenos
esforços, náuseas, vômitos e sensação de queimação na face. O uso inadequado
do equipamento provoca ainda lesões como equimoses e hemorragia conjuntiva.
A diminuição da concentração de oxigênio no ar, que pode provocar
hipoxia, hipoxemia e até anoxia. Nessas situações o indivíduo apresenta
hiperventilação compensatória com aumento da profundidade da respiração ou
do número de movimentos respiratórios por minuto. A hiperventilação
compensatória aumenta gradativamente até decrescer e tomar-se irregular.
DOENÇAS PROVOCADAS POR TEMPERATURAS EXTREMAS 3.9.
O ser humano possui a sua temperatura corporal constantemente
conservada dentro de uma estreita faixa entre 36 °a 37° C, por meio do
controle do sistema de regulação independente da temperatura do ambiente.
Sem roupa e sem alterar a sua temperatura intema, o homem suporta variações
da temperatura ambiental entre 10° a 60° C. Alterações da temperatura corporal
que levam o organismo humano para fora da faixa adequada provocam distúrbios
metabólicos e até a morte.
É praticamente impossível estabelecermos qual é a temperatura ideal
para o ambiente de trabalho, pois muitos fatores podem ter grande influência
sobre ele, como por exemplo, o clima do local, o maquinário e sistema envolvido
no local de trabalho, etc. Sendo assim, as medidas de controle devem produzir
efeitos para que, pelo menos, seja oferecido o conforto térmico ideal para os
trabalhadores, algo que proporcione sudorese normal (100 mllh) e estabilidade
térmica corpórea (36° a 37° C).
Os trabalhos realizados em locais confinados quentes podem provocar
vários distúrbios.
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INSTABILIDADE DO SISTEMA CAR- DIOCIRCULATÓRIO
A Síncope do calor é o distúrbio mais comum.
A vasodilatação periférica e o retomo venoso insuficiente são responsáveis
por anoxia cerebrais transitórias com perda da consciência que pode ser
precedida de palidez, pele fria, astenia, vertigem, náusea, pupilas dilatadas.
Outros sintomas são hipotensões, pulso fraco e lento e flacidez muscular.
DISTÚRBIOS HIDROELÉTRICOS
Desidratação é a perda excessiva de água, sem a devida reposição.
Hiponatremia é a perda excessiva de sódio no suor e/ou falta de reposição
deste. Os sintomas são cansaços, fraqueza, cãibras, náuseas, vômito, cefaléia,
irritabilidade e taquicardia.
DISTÚRBIO DO BLOQUEIO DO SISTEMA TERMOREGULADOR
Uma atmosfera aquecida é muito comum em espaços confnados. Portanto,
locais mal ventilados podem ser cenários em que ocorram a hipertermia, ou seja,
o colapso dos mecanismos de perda de calor, provocando o aumento exagerado
da temperatura corporal.
Os acidentes podem provocar perda de consciência, cefaléia, vertigem,
astenia, perda do equilíbrio físico e mental e distúrbios abdo- minais. Nos casos
graves, pode até produzir delírio e coma.
A temperatura do trabalhador acometido por esse distúrbio atinge 40,5°C
ou mais, a pele fica quente, seca e sem suor, o pulso acelera (150 a 160 bpm), a
respiração é superficial e rápida (35 movimentos respiratórios/minuto) e a
pressão sistólica pode ser alta. Os músculos ficam flácidos e os reflexos
diminuídos. Pode ocorrer infarto do miocárdio, insuficiência renal e hepática,
estado de choque e morte.
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É urgente o resfriamento do paciente, o que na emergência, pode ser feito
com compressas de água e álcool (1:1), ventilador e massagem nos locais já
resfriados, estimulando a perda de calor.
DETECÇÃO DE GASES 4. MONITORAMENTO 4.1.
É impossível se determinar o percentual de oxigênio ou a existência de
agentes químicos presentes em determinada atmosfera utilizando somente
nossos sentidos. Em sua grande maioria gases e vapores tóxicos ou inflamáveis,
não possuem cor ou odor, onde jamais será recomendado que se confie somente
em nossos sentidos para determinar a qualidade do ar em um espaço confinado.
A má qualidade do ar em locais confinados representa sério risco à saúde
humana, principalmente, se medidas de proteção individual e/ou coletiva não
forem aplicadas devidamente de acordo com a necessidade imposta pelo tipo de
serviço a ser executado.
O estudo sobre esses agentes químicos (venenos) e sua ação sobre o corpo
humano devido ao exercício da atividade laboral dos profissionais do setor
industrial é chamado de Toxicologia Industrial. Mas por que nos referimos aos
agentes químicos como venenos?
Em 1567, o controverso Paracelso (Theoperastus Bombastus Von
Honhenheis), já demonstrando sinais de um novo pensamento que se mais
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aproximava da ciência química atual, proferiu durante os estudos sobre afec-
ções provocadas nos mineiros da região do Tirol, a célebre frase de sua autoria:
"Todas as substâncias são venenos...é a dosagem que os diferencia entre
venenos e remédios".
Portanto, as substâncias químicas serão consideradas venenos nocivos aos
seres humanos, quando expostos em concentrações perigosas. A consideração
importante para uma análise ambiental de uma atmosfera de risco é relacionar a
concentração existente ou a sua dosagem mínima a partir da qual o produto se
torna perigoso. Dos fatores relacionados com a dosagem do produto que poderão
causar alguns mal à saúde do trabalhador exposto, destacam-se os seguintes:
• Concentração ou quantidade do produto;
• Duração da exposição;
• Estado de dispersão (tamanho da partícula ou estado físico);
• Afinidade com o tecido do corpo humano;
• Solubilidade nos fluidos dos tecidos humanos;
• Sensibilidade dos órgãos ou tecidos do corpo humano.
Na avaliação dos agentes químicos possíveis de existirem nos espaços
confinados, aqueles que realmente vão nos interessar são os gases, os vapores e
os aerodispersóides. Isso se deve a facilidade de se manter suspensos na
atmosfera contaminada de determinado ambiente, provocando desconforto aos
trabalhadores lá inseridos, diminuindo a eficiência e produtividade do serviço em
execução, e, principalmente, provocando alterações imediatas ou somáticas na
saúde, podendo resultar em doenças ocupacionais com incapacitação ou até
mesmo a morte.
Gases são substâncias que em seu estado normal não são líquidas ou
sólidas dentro das condições normais de temperatura e pressão (ao nível do
mar).
Vapores são produzidos por emanações de alguma substância, geralmente
no estado líquido. Essas emanações são provocadas pelas alterações na
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temperatura e pressão do local. É possível que os vapores tenham odor
dependendo da substância da qual eles evaporaram.
Aerodispersóides são partículas de tamanho extremamente reduzido que
ficam suspensas no ar. São formadas por:
• Poeiras: Gerado mecanicamente, constituído por partículas sólidas
formadas por ruptura mecânica de um sólido (quebrado, moído ou
triturado). Quanto menor a partícula, maior o tempo em que ela
ficará suspensa no ar.
• Fumos: Gerados termicamente, constituídos por partículas sólidas
formadas por condensação de vapores, geralmente após volatilização
de substância fundida (por exemplo: solda), freqüentemente
acompanhada de reação química, tal como oxidação. Ocorrem
quando um metal ou plástico é fundido, vaporizado e resfriado
rapidamente, formando partículas muito pequenas suspensas no ar.
• Névoas: Constituídas por partículas líquidas formadas por ruptura
mecânica de um líquido. Encontradas em líquidos pulverizados, como
ocorre nas operações de pintura.
A segurança industrial é o setor responsável pela condução dessas
avaliações, devendo os resultados serem registrados e comparados com os
limites estabelecidos pelas normas de segurança e saúde. Nos setores de óleo &
gás, petroquímico e químico, grandes quantidades de gases e líquidos
inflamáveis, tóxicos ou asfixiantes devem ser processadas de maneira segura.
Todavia, é quase impossível o controle absoluto de todas essas
substâncias envolvidas. Por isso, a detecção e medição dessas substâncias nos
ambientes industriais, como por exemplo, os espaços confinados, têm recebido
cada vez maior importância na análise de riscos.
A organização das avaliações é muito impotante. O espaço deve ser testado
imediatamente antes de qualquer entrada e monitorado ao longo da entrada para
os três possíveis perigos a seguir (nesta ordem):
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• Deficiência de Oxigênio ou Enriquecimento;
• Explosividade; e
• Atmosferas Tóxicas.
Qualquer preparação para uma entrada deverá seguir as três orientações:
• Primeiro - a atmosfera deve ser avaliada para se determinar se ela
é aceitável para a autorização de uma entrada;
• Segundo - a atmosfera deve ser avaliada durante a entrada para se
verificar se as condições ainda estão mantidas em um nível aceitável;
• Terceiro - em algumas situações, será necessário avaliar a exposição
dos trabalhadores aos contaminantes gerados possivelmente pelos
processos desenvolvidos durante a entrada.
EVOLUÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS 4.2.
Para termos uma idéia sobre a dimensão do universo dos agentes químicos
que podemos encontrar nos processo industriais, oferecemos alguns dados
importantes a seguir:
• Existem mais de 750.000 substâncias co- nhecidas, de origem
natural ou produzidas pelo homem;
• Dessas, aproximadamente 100.000 são comercializadas e 70.000 são
utilizadas em nosso cotidiano, inclusive nos ambientes industriais.
Apenas 6.000 substâncias possuem os seus efeitos toxicológicos
conhecidos;
• Levando-se em consideração todas as atividades do setor industrial, a
produção de substâncias químicas saltou de 1 milhão de toneladas ao
ano em 1930 para 400 milhões de toneladas ao ano em 1979
(representando um faturamento de 1,5 trilhões de dólares);
• No Brasil, foram produzidos cerca de 2,6 milhões de toneladas de
produtos químicos no ano de 1996;
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• Existem apenas cerca de 600 Limites de Tolerância para produtos
químicos em ambientes de trabalho fixados pela ACGIH. No Brasil são
apenas 200.
TIPOS DE GASES 4.3.
TIPO EXEMPLO EFEITO
ASFIXIANTES Nitrogênio (N2) Dióxido de Carbono (CO2) Argônio (Ar)
Tomam o lugar do O2 tornando a atmosfera deficiente de oxigênio
INFLAMÁVEIS
Metano (CH4) Hidrogênio (H2) Butano (C4H10) Etano (C2H6) Hexano (C6H14) Metanol (CH3OH)
Quando expostos e misturados com o ar, ao receber uma fonte de calor adequada poderá entrar em combustão
TÓXICOS
Monóxido de Carbono (CO) Gás Sulfídrico (H2S) Amônia (NH3) Gás Cianídrico (HCN) Dióxido de Enxofre (SO2) Cloro (Cl)
Extremamento prejudiciais a saúde humana, podendo causar inúmeros efeitos reversiveis ou irreversíveis, ou até levar à morte, dependendo da concentração e do tempo de exposição.
PROPRIEDADES DOS GASES E VAPORES 4.4.
A detecção de gases, vapores e aerodispersóides em espaços confinados é
uma fase muito importante na análise de riscos para trabalhos em espaços
confinados. Dependendo do resultado e das medidas de controles disponíveis, a
monitoração da atmosfera onde se realizará o serviço deverá estar provida de
um sistema de informação contínuo da qualidade do ar daquele local. Também
nem sempre é possível avaliar minuciosamente todas as substâncias presentes
no ambiente de trabalho. Portanto, de acordo com o seu estado físico
encontrado nos ambientes industriais, os agentes químicos se apresentam da
seguinte forma:
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ESTADO FÍSICO FORMA CONCENTRAÇÃO NO AR FONTES GERADORAS
GASOSO GASES Normalmente alta, pois se mistura totalmente com a atmosfera
Indústria petroquímica, química e processos de combustão
VAPORES Em função da temperatura e pressão
Aplicação de solventes, tintas, resinas
NEVOAS Produção mecânica Pulverizações
LÍQUIDO NEBLINA Produção por condensação Ácidos e bases
SÓLIDO POEIRAS Industrial Lixamento, esmeril, acabamentos
FUMOS Industrial Solfa e fundição
DENSIDADE
Quando falamos de densidade, a grosso modo estamos falando do peso dos
gases ou vapores. Mas os gases têm peso? A resposta é afirmativa, sendo
matéria, os gases conseqüentemente têm peso. A referência é o ar atmosférico e
para ele atribuímos um valor igual a 1. Imagine uma pequena área de 1 cm² no
chão ao nível do mar. A coluna de ar que se ergue sobre essa área e cuja altura é
igual a da nossa atmosfera tem um peso correspondente a 1 kg ao nível do mar.
Os gases com densidade maior do que 1 são mais pesados do que o ar,
portanto tendem a descer. São considerados os mais perigosos, por exemplo:
Propano (1,56), Butano (2,05). Os gases com densidade menor do que 1 são
mais leves do que o ar, portanto tendem a subir. São considerados menos
perigosos, por exemplo: Amônia (0,59) e Monóxido de carbono (0,97).
Esse é um importante critério para se determinar o posicionamento dos
dispositivos de detecção de gases para que se tenha uma análise qualitativa e
quantitativa precisa.
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PRESSÃO ATMOSFÉRICA
Supondo que o corpo de uma pessoa adulta tenha cerca de 15.000 cm² de
superfície, o peso do ar que atua sobre a pessoa será de aproximadamente
15.000 kg. A isso chamamos de pressão atmosférica, o peso da coluna de ar que
se apóia sobre o corpo do indíviduo. Essa pressão poderá variar, pois como vimos
na definição de densidade, o peso da coluna de gás que ergue é determinado em
razão do nível de altitude de que nós estamos em relação a noss atmosfera.
Portanto, em lugares mais alto a pressão é menor, e em lugares ao nível do mar
é maior. Além da temperatura, a pressão atmosférica também influi na mudança
de estado. Quanto menor a pressão exercida sobre a superfície de um líquido,
mais fácil é a vaporização, pois as moléculas do líquido encontram menor
resistência para abandoná-lo e transformar em vapor.
Mas se a pressão que o ar exerce sobre todas as coisas é tão grande,
porque esse peso todo não esmaga as pessoas? Isto não ocorre porque o ar
também penetra no corpo e faz pressão de dentro para fora. Além disso, a
pressão do sangue dentro dos vasos sanguíneos (artérias e veias) também é
proporcional à pressão exterior. Dessa forma, a pressão interna fica "equilibrada"
com a pressão externa. Uma coisa compensa a outra. Enquanto as pressões de
dentro para fora e de fora para dentro forem iguais não ocorrerá o
"esmagamento" de ninguém.
ELASTICIDADE
Os gases são elásticos, isto é, são compressíveis e extensíveis. Podem
tanto ser comprimidos, quanto podem ser estendidos quando é repuxado por
uma força de tração. Logo, entendemos que uma mesma quantidade de um gás
pode ocupar um volume pequeno ou grande. Resumindo, elasticidade é a
propriedade que um gás tem de se comprimir ou se distender de acordo com o
espaço disponível e a pressão que sobre ele atua.
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EXPANSIBILIDADE
É a capacidade que tem um gás de se espalhar ou expandir pelo espaço,
ocupando um volume cada vez maior. Um detalhe importante aqui é o fato de
quando um gás se expande ocupando um espaço cada vez maior, a quantidade
de suas moléculas não aumenta. Elas apenas ficam cada vez mais afastadas
umas das outras. Um exemplo prático é aquele que ocorre com a amônia, por
exemplo, quando ao abrirmos o recipiente em que ela está acondicionada
percebemos rapidamente a sua presença pelo forte odor. Isto ocorre porque as
partículas da amônia se expandem rapidamente pelo espaço.
PONTO DE FULGOR
É a menor temperatura na qual um combustível libera vapores em
quantidade suficiente para formar uma mistura inflamável. Para efeitos de
classificação são identificados os líquidos inflamáveis que possuem ponto de
fulgor < 60° C.
• Gasolina: -38°;
• Álcool: +22°;
• Diesel: +43,3°.
Em geral, produtos que possuem um ponto de fulgor baixo têm um
potencial para gerar uma atmosfera explosiva com maior facilidade.
TEMPERATURA DE AUTO-IGNIÇÃO
É a menor temperatura em que os gases desprendidos de um corpo
combustível formam uma concentração de gás inflamável que explode ao entrar
em contato com o oxigênio existente no ar, independente da existência de fonte
externa de calor.
• Metano: +595°;
• Querosene: +210°;
• Acetileno: +305°;
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• Hidrogênio: +560°;
• Propano: +470°;
• Monóxido de Carbono: +605°.
LIMITE DE EXPLOSIVIDADE
Um gás ou o vapor inflamável desprendido de um combustível tem que se
misturar com o ar na proporção ideal para se transformar numa atmosfera
explosiva. Essa mistura diferente para cada tipo de gás é expressa pelo Limite de
Explosividade ou Faixa de Explosividade que mede a sua concentração mínima ou
máxima ideal para criar uma atmosfera explosiva.
A menor porcentagem que fará essa mistura se incendiar é chamada de LIE
- Limite Inferior de Explosividade. A NBR 14.787 classifica como uma atmosfera
de risco com uma mistura de gás I vapor ou névoa inflamável, as concentrações
superiores a 10% do seu LIE, ou poeira combustível viável em uma concen-
tração que se encontre ou exceda o LIE.
A porcentagem mais alta de gases e vapores que uma mistura encontra-se
concentrada, de modo que a quantidade de oxigênio é tão baixa que uma
eventual ignição não consegue se propagar pelo espaço confinado é chamada de
LSE - Limite Superior de Explosividade.
Para que um incêndio ou uma explosão ocorra, três elementos devem estar
presentes nas proporções ideais: oxigênio, combustível e uma fonte de calor.
Suprimindo um desses elementos o risco de incêndio estará eliminado.
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AOSHA, a NFPA e a NBR 14.787 exigem que a leitura de um gás inflamável
esteja abaixo de 10% do LIE para entrada, mas na verdade, o que deveremos
obter é uma leitura de gás inflamável de 0% para permissões de entrada e
trabalhos quentes em espaços confinados.
LIMITES DE TOLERÂNCIA
O Anexo 11 da NR-15 define o LT - Limite de Tolerância como sendo a
concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o
tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador,
durante a sua vida laboral. Os índices estabelecidos são adaptações do TLV da
ACGHI. O grande problema enfrentado é que essas adaptações ocorreram em
1978, época em que a jornada de trabalho no Brasil era de 48h semanais. Os
valores da ACGHI se referem à jornada americana que é de 40h semanais. O
impasse continua, mesmo diante de nossa Constituição Federal de 1988, que
alterou a jornada brasileira para 40h semanais.
Outra idéia equivocada que se extrai, às vezes, da definição do LT é de que
um trabalho realizado abaixo de qualquer valor estipulado não representaria
risco à saúde. Lembre-se que um grande número de substâncias químicas são
extremamente agressivas a ponto de, comprovadamente, serem causadoras de
câncer. Essas situações podem ser tão graves que basta apenas uma exposição
para que seja atingida uma única célula que desencadearia todo o processo
cancerígeno pelo corpo do trabalhador. Portanto, devemos ter um rigoroso
respeito aos Limites de Tolerância fixados e às condições em que eles devern ser
aplicados, pois a sua criação foi somente proposta para tornar possível a
continuidade operacional dos serviços ora em execução, sob determinadas
medidas de controle imprescindíveis.
Ressalta-se que não devemos confundir o teor do Anexo 11 com o Anexo
13 da NR-15. Esse últirno aplica-se somente para os casos que envolvam o
emprego, a manipulação e o manuseio de substâncias que não possuem LT
listado pelo Anexo 11 e que caracterizam o risco pelo fato de existir a
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possibilidade de contato direto da pele com a substância. (Ex: hidrocarbonetos,
arsênico, carvão, chumbo, cromo, mercúrio, entre outros).
Valores definidos pela ACGIH como sendo as concentrações dos agentes
químicos ou físicos no ambiente de trabalho, sob as quais se acredita que a
maioria dos trabalhadores pode ficar continuamente exposta durante sua vida
laboral sem sofrer efeitos adversos à sua saúde.
Para um estudo um pouco mais aprofundado sobre o tema, para efeitos de
monitoramento e avaliação de exposição, ainda adotamos outros limites:
• LT-VT- Limite de Tolerância com Valor Teto - devido à alta
toxidade de algumas substâncias, estudos concluíram que o LT não
seria suficiente para assegurar a proteção adequada dos
trabalhadores. Uma simples exposição acima desses limites poderia
acarretar um efeito prejudicial irreversível à saúde. Logo se
estabeleceu o LT-VT (TLV-Ceiling) para as substâncias que possuem
Valor Teto que não podem ter o LT ultrapassado em nenhum
momento durante a jornada de trabalho.
• TWA- Time Weight Average Concentration (Limite de
Tolerância Média Ponderada no Tempo (MPT)) - Caracteriza a
exposição durante a jornada diária de 8 horas, na qual o trabalhador
pode ser exposto, repetidamente, dia após dia, sem algum efeito
adverso. Permite períodos de exposição acima do LT, desde que
sejam compensados adequadamente por períodos de exposição
abaixo do LT para reduzir a exposição total a níveis aceitáveis.
• STEL- Short Term Exposure Limit (Limite de Exposição para
Curta Duração) - é a concentração a que os trabalhadores podem
ficar expostos, continuamente, por um curto período sem sofrer
alterações orgânicas significativas (irritação, lesão tissular crônica ou
irreversível e narcose) com as seguintes limitações:
Duração média de 15 minutos, no máximo quatro vezes ao dia, com
intervalo mínimo de uma hora entre as exposições;
Não pode ser excedido em nenhum momento da jornada;
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Os efeitos toxicológicos devem ser conhecidos;
Muitos gases e vapores não possuem o TLV-STEL determinado pela ACGIH.
Não são limites de interpretação independentes, oferecem limite para uma
exposição aguda a um determinado contaminante cujo TLV foi baseado em
exposições crônicas ou de longo período. Portanto, sob hipótese nenhuma, não
pode ser excedido mesmo que a exposição por 8 horas esteja abaixo da média
(TWA). São importantes, pois servem de base para os Planos de Emergência nos
procedimentos de abandono da área em caso de acidente com vazamento de
gases ou vapores tóxicos, quando é conhecida a concentração da substância
presente no ambiente.
• LTEL- Long Term Exposure Limit (Limite de Exposição Para
Longa Duração) - permite um longo período de exposição. Este
período é de 8 horas.
CARACTERÍSTICAS DOS GASES MAIS CONHECIDOS
Para efeitos de um simples estudo, apresentamos a tabela da do TLV-TWA
da ACGHI para algumas substâncias conhecidas:
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CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E USO DE EQUIPAMENTOS DE 4.5.DETECÇÃO
Durante os testes deve ser observado, no mínimo, o seguinte:
• Seleção dos instrumentos apropriados segundo a exata necessidade
do usuário;
• Checar e testar os instrumentos quanto a sua leitura de dados;
• Utilizar os instrumentos de uma maneira que se assegure de que a
atmosfera tenha sido meticulosamente avaliada;
• Correta interpretação dos resultados medidos.
O que devemos levar em consideração ao selecionar um determinado
equipamento de detecção de gases durante uma análise de riscos:
• Por que estou realizando uma medição de gases?
• Quais são os gases que estou reconhecendo ou medindo e em que
escala?
• Por quanto tempo pretendo fazer a medição?
• Em qual ambiente estarei fazendo as medições?
• Existem outros fatores relevantes?
Inicialmente, algumas razões para se realizar uma medição de gases são:
• Monitoramento e controle ambiental;
• Proteção coletiva dos trabalhadores;
• Indicação de Equipamento de Proteção Individual;
• Identificação de vazamentos de gases;
• Entradas em espaços confinados.
Já discutimos os tipos de gases que mais facilmente encontraremos nos
espaços confinados. A importância de sabermos, antecipadamente, quais
substâncias estarão sendo reconhecidas ou identificadas se justifica na seleção do
melhor equipamento para aquela determinada substância sob determinada
concentração e condições atmosféricas.
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O tempo de medição é importante devido a necessidade de se utilizar
equipamentos providos de baterias de longa duração ou recarregáveis, se o
monitoramento da atmosfera se estender por longos períodos. Caso a análise
ambiental seja demorada e complexa, ou seja, envolva a necessidade de
monitoramento de vários níveis e coleta de vários dados, o equipamento deve ter
memória suficiente para essas informações que constarão na PET.
O conhecimento do ambiente que será realizado as medições é importante
para a seleção dos sensores indicados e pela necessidade de utilização de
equipamentos especialmente protegidos para o caso de áreas classificadas.
Outros fatores importantes que serão considerados na indicação de
equipamentos de detecção são:
• Custo do equipamento, seus acessórios e sua manutenção;
• Peso do equipamento;
• Facilidade de operação;
• Equipamentos para áreas classificadas;
• Certificação do equipamento;
• Precisão do equipamento.
MONITORAMENTO INICIAL 4.6.
Essa avaliação prévia leva em consideração a leitura inicial diretamente
oferecida pelo equipamento como amostra do nível do oxigênio, materiais
combustíveis e contaminantes. O avaliador deve aguardar pelo tempo necessário
para permitir que o instrumento efetue a avaliação e fomeça a resposta. Se
forem encontradas condições seguras, os resultados devem ser registrados na
permissão de entrada para que a mesma possa ser autorizada. O espaço
confinado deve ser avaliado no topo, no meio e no fundo, por causa da
estratificação dos gases e vapores. É muito importante conhecermos a densidade
dos gases para podermos identificar o seu comportamento, ou seja, se ele, ao
vazar, vai subir ou vai se depositar nas camadas mais baixas do local.
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Longos espaços confinados horizontais também devem ser completamente
avaliados por todo o seu comprimento. A OSHA determina que as leituras sejam
efetuadas no mínimo a cada 4 pés uma da outra.
Alguns locais confinados poderão ser avaliados adequadamente a partir da
mesma boca de visita utilizada para entrada. Se isso não for possível, será
necessária a abertura de outras bocas de visita.
MONITORAMENTO DURANTE A ENTRADA 4.7.
Embora a avaliação prévia indique que atmosfera no interior do espaço
confinado esteja segura para autorizar a entrada, o mais importante é que a
monitoração seja contínua, pois as concentrações poderão se alterar a qualquer
instante como resultado das atividades que estão sendo executadas no interior
ou nas proximidades do local. Um enriquecimento ou diminuição repentina do
oxigênio ou um vazamento de gases inertes ou tóxicos para o interior são
motivos para uma monitoração contínua ou periódica enquanto durarem os
trabalhos.
O equipamento fica acoplado o tempo todo no trabalhador ou posicionado
na saída e com sua mangueira jogada para o interior do espaço, para que a
avaliação possa determinar até mesmo a menor variação ocorrida na atmosfera
com maior rapidez. Mesmo que muitos aparelhos sejam equipados com alarmes
de segurança ativados quando é identificada uma variação que ultrapassou os
níveis de segurança aceitáveis de exposição, o trabalhador estará continuamente
efetuando as leituras do equipamento e diante de qualquer variação
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substancialmente perigosa poderá abandonar o local antes que o alarme seja
acionado.
Poderá ser exigido que a avaliação de certas substâncias extremamente
prejudiciais à saúde do trabalhador tenha que ser realizada no interior do espaço
confinado. A avaliação dessas substâncias por equipamentos ou a coleta de
amostras dessas substâncias deve ser realizada por pessoal treinado e protegido
por roupas especiais de proteção química e proteção respiratória.
EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO DE GASES 4.8.
Existe uma variedade de modelos de equipamentos de identificação e
medições de gases e vapores. Podem ser fixos ou portáteis fornecendo dois tipos
de leitura: direta e indireta, cada qual com suas vantagens e desvantagens. Na
detecção de gases para espaços confinados utilizaremos equipamentos portáteis
já que é necessária a análise completa, em todos os níveis, do compartimento a
ser adentrado.
MULTI-GÁS
São equipamentos de leitura direta utilizados para a detecção de mais de
uma substância simultaneamente. A NR-33 obriga que esse detector seja
intrinsecamente seguro e, normalmente, é empregado para detectar no mínimo 4
gases (no setor de óleo & gás os mais aplicados são para oxigênio, monóxido de
carbono, H2S e gases ou vapores inflamáveis), podendo chegar até 5 gases,
como acontece nos equipamentos de última geração onde é possível o
reconhecimento de gases ou vapores inflamáveis em áreas inertes. Funcionam
com 2 ou 3 tipos de sensores instalados.
Os sensores eletroquímicos são sensores inteligentes (individual para cada
substância) onde um gás é difundido no interior do sensor e reage produzindo
uma corrente que resulta em informações da concentração indicada. São baratos,
podem ser substituídos e são intercambiáveis dependendo do modelo de
equipamentos. São indicados para a maioria dos agentes químicos, CO, H2S, O2,
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SO2, NH3, Cl2, HCN, HCI e vapores orgânicos. As desvantagens desses sensores
são: sensibilidade a alterações da umidade e fácil descalibração em altas
concentrações.
Os sensores catalíticos são sensores que se utilizam do princípio da
combustão e, por isso, são indicado para gases ou vapores inflamáveis. Dentro
do sensor existe um filamento metálico embebido com um catalizador. A
combustão ocorre quando o gás passa por esse filamento que está energizado
sob certa temperatura. A alteração nessa temperatura provoca uma alteração na
resistência. Essa alteração na corrente elétrica do circuito se transforma em um
sinal elétrico que é tratado de forma que seja feita a medida de 0 a 100% do LIE.
As desvantagens desse tipo de sensor são: facilidade de envenenamento por
algumas substâncias tóxicas, necessidade de existir oxigênio na atmosfera para
produzir combustão, satura em altíssimas concentrações de hidrocarbonetos.
Os sensores infravermelhos funcionam de forma a produzir uma luz
monocromática no infravermelho que mede a sua absorção pelo gás que está
analisando. É o sensor indicado para medir gases ou vapores combustíveis nas
atmosferas com pouco ou nenhum oxigênio. É imune aos compostos passíveis de
envenenamento e funciona bem em concentrações de alguns hidrocarbonetos
pesados. Também é o melhor sensor para se detectar o CO2. A principal
desvantagem desse sensor é o seu alto custo.
Tratando-se de equipamentos portáteis, estes devem oferecer uma leitura
direta em tempo real da concentração existente. O próprio instrumento coleta,
analisa as substâncias e determina as características atmosféricas do espaço
confnado. Em espaços confnado um acessório importante é a utilização de uma
sonda de coleta da atmosfera. Um adaptador é instalado no equipamento de
forma que sua bomba automática proporcione a sucção de atmosfera
contaminada para o interior do equipamento a fim de se realizar a leitura dos
gases. O tamanho da sonda é relativo a potência da bomba do equipamento.
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Podemos dizer que sua importância é vital para se classificar ou
"desclassificar" uma área de risco. É o instrumento pelo qual:
• Determina as características atmosféricas do espaço confinado
através de uma leitura direta;
• Determina qual EPI a ser utilizado;
• Determina o equipamento a ser utilizado para áreas classificadas;
• Determina a possibilidade de uso de equipamentos não certificados;
• Determina pelo alarme a presença de algum gás ou vapor em
concentrações IPVS;
• Possibilidade de armazenamento de dados (memória interna);
• Rapidez na resposta das medições
As desvantagens do multi-gás são:
• Variedade de sensores para substâncias específicas limitadas;
• Limitações de faixa para medições de altas concentrações ("range");
• Vida útil limitada de alguns sensores;
• Necessidade de calibrações constantes de alguns equipamentos;
• Rápida saturação ou contaminação de alguns sensores.
• Sensibilidade de alguns sensores (catalíticos) a emanações de rádio
freqüência.
CERTIFIÇÃO
A certificação do equipamento é obrigatória pela Portaria n°.83 de
03/04/2006 do INMETRO. Deve ser certificado, testado quanto à sua performance
por órgão responsável e acompanhado de um Certificado de Conformidade.
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TESTE DE RESPOSTA
O equipamento deve ter os seus sensores testados com um gás padrão
que assegure a sua resposta devido à presença daquele gás. É única maneira
segura de garantir que os seus sensores estão funcionando perfeitamente.
CALIBRAÇÃO
Através da calibração o equipamento é testado quanto a precisão dos
valores medidos pelo leitor, e se os mesmos estão em conformidade com o
informado pelo fabricante. Normalmente os detectores multigás são preparados
para a leitura quanto a presença do Oxigênio, do gás Sulfídrico, do Monóxido de
Carbono e de gases combustíveis.
DETECTORES PESSOAIS
Como o nome já indica são para uso pessoal e, portanto, não devem ser
empregados para análise de gases. Como é uma obrigação que a atmosfera seja
avaliada continuamente ao longo da execução de trabalhos nos locais confinados,
devido a possibilidade de se desenvolverem produtos perigosos gerados pelo
próprio serviço em execução, a utilização desses dispositivos permite que os
próprios trabalhadores possam receber informações precisas e imediatas sobre as
condições atmosféricas do ambiente em que estão inserido.
GÁS LIMITE
INFLAMÁVEIS 10% do LIE
OXIGÊNIO De 19,5% a 23% por Vol.
MONÓXIDO DE CARBONO
LT - 39 ppm
TLV - 25 ppm
IPVS - 1.200 ppm
GÁS SULFÍDRICO
LT - 8 ppm
TLV - 10 ppm
IPVS - 100 ppm
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Existem modelos que variam de detecção para 1 gás até para 4 gases
simultâneos. Também existem equipamentos de vida útil limitada onde não é
possível a troca de sensores (descartáveis), e equipamentos sem limitação de
vida útil onde é possível a troca de sensores, sendo ainda necessário a sua
calibração periódica.
TUBOS COLORIMÉTRICOS + BOMBA ACCURO
São equipamentos de leitura indireta. No interior do tubo existe uma
mistura de substâncias reagentes que, em contato com uma atmosfera
contaminada, se utilizam do princípio da reação química que provoca uma
mudança de cor para indicação precisa da concentração do contaminante
presente.
Os tubos colorimétricos se utilizam de uma bomba manual com fole, mais
conhecida como Bomba Accuro (Drager®) para a sucção de certa quantidade
do ar contaminado que passa pelo interior do tubo que, em contato com o
reagente provocará acoloração que indicará a concentração da substância
presente no ambiente contaminado que se pretende identificar.
As vantagens desse dispositivo são:
• Baixo custo;
• Grande faixa de medição a (permite medições de alta
concentrações);
• Maior número de substâncias possíveis de serem reconhecidas (mais
de 500 substâncias diferentes);
• Isento de calibração.
As desvantagens desse equipamento são:
• Não é indicado para monitoramento contínuo de uma atmosfera;
• Tempo de resposta maior do que nos equipamentos eletrônicos;
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• Necessidade de carregar vários tubos de diferentes substâncias para
coleta de amostras;
• Não é possível armazenar dados;
• Depende das condições ideais de temperatura e pressão para uma
medição precisa;
• Alguns tubos podem apresentar uma margem de erro de até 25%
nas medições.
CMS
É um sistema de medição que representa uma evolução da Bomba Accuro.
A medição é feita através de um chip específico e um analisador eletrônico para
quantificar a medição e fornecer a indicação digitalmente. Normalmente, cada
chip permite a realização de várias medições sem ter que trocá-lo a cada amostra
feita.
As vantagens desses equipamentos são:
• As mesmas da Bomba Accuro;
• Maior precisão e menor margem de erro do que a Bomba Accuro;
• Maior rapidez de leitura;
• Possibilidade de armazenamento de dados (memória interna).
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As desvantagens desse equipamento são:
• Não é indicado para monitoramento contínuo de uma atmosfera;
• Alto custo;
VENTILAÇÃO 5.É o processo de movimentação contínua de ar fresco e de remoção de
contaminantes do interior do espaço confinado. Uma ventilação adequada deve
atingir os seguintes objetivos:
• Substituir o ar contaminado pelo ar respirável;
• Reduzir a possibilidade de explosão mantendo a atmosfera sempre
abaixo do LIE;
• Reduzir ou eliminar a toxidade do ambiente através da diminuição do
contaminante;
• Prevenir a formação de atmosferas tóxicas ou inflamáveis durante a
execução dos serviços;
• Aumentar as chances de sobrevivência de vítimas formando uma
atmosfera respirável;
• Resfriamento do espaço confinado.
Gases ou vapores inflamáveis ou tóxicos, por ventura existente em espaços
confinados, dependendo de suas características poderão ser diluídos por
dispersão ou difusão até que sua concentração fique abaixo do LIE e do LT, ou
poderão ser removidos do local através de uma exaustão. Portanto, taxas
adequadamente calculadas para o uso de um sistema de ventilação poderão
evitar a persistência de uma atmosfera de riscos durante a execução de serviços
nesses locais.
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TIPOS DE VENTILAÇÃO 5.1.
Existem dois tipos de ventilação conhecidas: a ventilação natural e a
ventilação mecânica. A ventilação natural utiliza o movimento natural das
correntes de ar para o interior dos espaços confinados, sem o auxílio de
equipamentos. Dependendo da configuração do espaço, a ventilação natural
conjugada com a eliminação da introdução de qualquer outro contaminante,
poderá ser suficiente para controlar ou mitigar os riscos atmosféricos existentes
no espaço.
Contudo, salientamos que esse processo é lento e, freqüentemente, poderá
ser insuficiente para se manter o espaço confinado sob condições seguras para a
entrada.
A ventilação mecânica utiliza-se de equipamentos mecânicos para
introduzir e retirar o ar dos espaços confinados. Alguns cuidados especiais
deverão ser tomados quando for necessária a utilização da ventilação mecânica.
Uma vez conhecidos e avaliados os riscos de explosão, contaminação e
concentração de oxigênio, deverá ser determinada a necessidade de qual tipo de
ventilação será adequada às condições presentes no espaço confinado.
Se uma condição insegura sobrevier e a ventilação for o procedimento
adequado para estabilizar a situação, deveremos ventilar o espaço confinado.
Depois de ventilado, o local deverá ser novamente avaliado, a fim de
determinarmos se as condições inseguras ainda persistem, se a ventilação foi
suficiente, se é preciso ventilar de uma forma contínua, se é necessário a adoção
de outro método de controle etc. As causas que provocaram o surgimento de
uma atmosfera perigosa ou a introdução de novas fontes de produção de gases
ou vapores inflamáveis ou contaminantes deverão ser eliminadas no menor
tempo possível. Quando se tratar de uma atmosfera explosiva, ainda após a
ventilação, devem ser evitadas as causas que eventualmente poderiam provocar
um incêndio.
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INSUFLAMENTO
Uma ventilação de pressão positiva introduz o ar para o interior do espaço,
forçando a expulsão do ar contaminado através de qualquer saída. É o método
mais comum de ventilação. Também é conhecida como ventilação geral ou
diluidora. É muito eficiente nos casos de sobrecarga técnica, sendo utilizada,
portanto, para proporcionar um melhor conforto técnico para os trabalhadores
durante a execução de serviços que envolvam geração de calor.
No caso de atmosferas contaminadas por vapores difundidos ao redor de
todo o espaço, o ar contaminado é diluído através da injeção de ar fresco, depois
ele é expelido pela exaustão já em concentrações menos tóxicas. Nem sempre
será um método totalmente eficiente, pois quando for forçada a introdução do ar
ela vai agitar os contaminantes e dispersá-los na atmosfera, sem que isso
garanta a redução da quantidade total do contaminante existente no espaço. Se
o agente químico não estiver em concentrações muito tóxicas poderá até
funcionar.
Funciona melhor quando o risco principal é uma atmosfera deficiente de
oxigênio.
Uma das recomendações mais importantes sobre ventilação em espaços
confinados é a proibição do uso de oxigênio puro, seja com o propósito de
fornecer uma ventilação geral ao local, promover um conforto térmico aos
trabalhadores ou de limpeza de certas áreas. Além de facilitar o surgimento de
uma atmosfera explosiva, o excesso de oxigênio, como já vimos anteriormente,
também provoca lesões em nosso organismo.
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EXAUSTÃO
Através desse método produzimos uma
pressão negativa e o ar contaminado é puxado
para fora do espaço. O ar fresco que penetra
naturalmente por uma abertura é arrastado
pelo interior do espaço através da força da
exaustão. Esse método pode ser mais eficiente
do que a ventilação se for operada bem próximo de onde o contaminante está
concentrado. É considerado o melhor processo para ventilar atmosferas
explosivas ou tóxicas produzidas pelas atividades em operação no interior do
espaço, devendo ser direcionada para evitar a contaminação do ar nas
proximidades do espaço quando estiver sendo aplicada.
O ar contaminado que foi exaurido de um local confinado deverá sempre
ser descarregado a céu aberto e distante do local de coleta de ar fresco do
mesmo sistema instalado para aquele trabalho. Devemos ter o cuidado para que
todo o ar reaproveitado esteja totalmente limpo e respirável. Do ponto de vista
ambiental, também é necessário que os contaminantes sejam tratados de forma
a reduzir seus efeitos quando forem lançados a céu aberto. Se os gases
exauridos se tratarem de gases inflamáveis, deveremos direcionar o seu
descarregamento para áreas livres de qualquer fonte de ignição.
EXAUSTÃO LOCALIZADA
Poderemos encontrar situações em que o contaminante está localizado em
um ou mais locais específicos. Nesse caso, um sistema de exaustão local
especialmente posicionado próximo do ponto de concentração, poderá capturar
quase todos os contaminantes, antes que eles sejam difundidos no interior do
espaço. Recomenda-se que o sistema induza o tratamento dos contaminantes
que poderá ser uma simples retenção em malha de fitros manga, filtros
adsorventes ou precipitador eletrostático.
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É um excelente método para controlar materiais inflamáveis e tóxicos
gerados dentro do espaço. Use-a para trabalhos quentes, operações de
esmerilhamento ou limpeza com solventes.
COMBINAÇÃO DE VENTILAÇÃO E EXAUSTÃO
A escolha do método a empregar dependerá das características do espaço
conifnado, do tipo de trabalho a efetuar, das características dos contaminantes a
exaurir, das concentrações de gases ou vapores inflamáveis etc. Contudo,
poderemos ainda combinar os dois sistemas ventilação e exaustão para aumentar
a eficiência do sistema de controle utilizado. Nesse caso, primeiro o ar
contaminado é diluído através da injeção de ar fresco, depois ele é expelido pela
exaustão já em concentrações menos tóxicas. O problema desse método é que
ele poderá exigir um número grande de ventiladores e dutos que talvez não
possam ser usados devido as limitações do espaço confinado.
GRAUS DE VENTILAÇÃO 5.2.
VENTILAÇÃO DE GRAU ALTO (VA)
Redução instantânea da concentração de substâncias tóxicas ou inflamáveis
do interior do espaço confinado.
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VENTILAÇÃO DE GRAU MÉDIO (VM)
Adequação do espaço confinado após 6 trocas de ar por hora.
VENTILAÇÃO DE GRAU BAIXO (VB)
Adequação do espaço confinado e quantidades inferiores a 6 trocas de ar
por hora.
De uma maneira geral, o princípio básico da ventilação em espaços
confinados é relacionar a concentração existente na sua atmosfera com a
potência do equipamento e o tamanho dos seus dutos acoplados. A N-2637 da
Petrobrás determina que os espaços confinados que possuam gases ou vapores
inflamáveis devem ser ventilados por equipamentos que garantam uma vazão
mínima de 12 renovações por hora. Ressaltamos que o mais importante,
independente do número de renovações, será sempre reavaliar a atmosfera com
o detector de gases.
CRITÉRIOS PARA USO DE VENTILAÇÃO 5.3.
Uma das regras básicas mais cobradas para ventilações em espaços
confinados é a proibição do uso de oxigênio puro para uma ventilação geral
(insuflamento) do espaço confinado, devido a possibilidade de provocar distúrbios
respiratórios nos trabalhadores e pela possibilidade de se desenvolver uma
atmosfera explosiva. Os fatores listados a seguir devem ser considerados ao
ventilar um espaço confinado.
TIPO DO LOCAL
A configuração interna de um local confinado terá influência na eficiência do
tipo de ventilação selecionado. Impedimentos, obstáculos (equipamentos,
cavernas, estreitamentos, etc.) poderão causar a redução na circulação do ar em
certas áreas que não forem alcançadas.
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TIPO DA ATMOSFERA
Os gases ou vapores identificados na atmosfera determinarão qual o
modelo de equipamento a ser utilizado e o tipo de ventilação a ser aplicada,
seja ventilação ou exaustão. Se estiverem presentes mais de uma substância, é
importante salientar que elas possuem densidades diferentes com tendências
variadas de se acumularem no teto, no piso ou no meio.
Chamamos atenção mais uma vez ao comportamento dos gases e vapores.
A sua forma ou sua densidade poderão também sofrer alterações em razão da
temperatura e da pressão existente no local.
VOLUME DEAR ASER REMOVIDO
É determinado pelo tamanho (capacidade) do equipamento requerido. Os
insufladores/exaustores são classificados pela sua vazão e sua capacidade é
medida em metros cúbicos por hora. Esta avaliação normalmente é calculada por
um determinado comprimento e diâmetro do tubo. Usar dutos mais longos e/ou
mais curvaturas resultarão numa vazão mais reduzida. O volume de ar a ser
ventilado é calculado com base na seguinte fórmula em m3:
Largura x Altura x Profundidade= Volume
DURAÇÃO DA VENTILAÇÃO
É calculado ao dividir o volume do espaço confinado pela vazão do
equipamento indicada pelo fabricante. Um padrão comum de ventilação industrial
ao trabalhar em atmosferas inflamáveis ou tóxicas é fazer seis trocas de ar
completas antes de entrada. Contudo não é um padrão absoluto. O mais
indicado ao término da ventilação é medir novamente a atmosfera com o
detector.
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INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
Na instalação dos equipamentos (dutos), os meios de acesso devem ficar
liberados para o ingresso e a saída dos trabalhadores envol- vidos. Portanto, a
ventilação do espaço confilado deve ser feita utilizando-se de outros acessos
existentes. Se a ventilação desejada não for obtida de forma satisfatória sem
bloquear os acessos disponíveis para a entrada da equipe de trabalho, os
trabalhadores autorizados deverão estar protegidos por equipamentos de
proteção respiratória por linha de ar com cilindro de escape.
VENTILAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SOLDA EM ESPAÇOS CONFINADOS
A OSHA obriga que em todos os serviços que envolvam soldas e corte, bem
como a produção de calor deve ser fornecida ventilação mecânica ao local, que
dependendo das substâncias metálicas envolvidas deverá ser providenciada na
forma de insuflamento e exaustão.
A ventilação aplicada deve ser dimensionada para produzir um numero de
trocas suficientes para manter os fumos e demais gases produzidos dentro dos
limites de segurança. Se o serviço envolver o uso de metais pesados deverá ser
utilizado o método de exaustão com o fornecimento de respiradores de ar por
linha com cilindro de escape. Normalmente, serviços de soldas que não envolvam
metais pesados ou substâncias que afetem a qualidade do ar até poderiam ser
realizados sem o fornecimento de ventilação e equipamento de proteção
respiratória. Todavia, devido as possíveis alterações nas características físicas do
ar ou acúmulo de substâncias não desejáveis no desenvolvidas no serviço
justificam o emprego de, pelo menos, uma ventilação geral (insuflamento) ou de
equipamentos de proteção respiratória.
EQUIPAMENTO DE VENTILAÇÃO 5.4.
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O equipamento utilizado para remover o ar contaminado ou suprir de ar
fresco o espaços confinados é o ventilador ou insuflador/exaustor, ou seja, possui
a dupla função dependendo de qual extremidade estará conectado o duto de
ventilação. As diferenças entre os modelos do equipamento são medidas pelas
informações técnicas de cada um como potência, vazão, velocidade de troca do
ar, etc.
Os dutos flexíveis são utilizados para direcionar o fluxo de ar do
equipamento para o espaço confinado ou do espaço confinado para a atmosfera.
Para áreas classificadas o modelo indicado deve ter motor à prova de explosão e
os dutos não poderão produzir nenhuma estática.
PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA EM ESPAÇO CONFINADO 6.Nas muitas atividades de trabalho desenvolvidas em espaços confinados
sempre existirá um potencial para surgimento de uma atmosfera deficiente em
oxigênio e a presença de inúmeros e minúsculos contaminantes suspensos no ar.
Alterações na temperatura e pressão também poderão ser perigosas. Esses riscos
em um ambiente de trabalho, muitas vezes, não são percebidos. A segurança
industrial deverá inspecionar previamente, periodicamente ou até
permanentemente as condições atmosféricas de um local confinado quanto à
natureza dos riscos que poderão estar presentes para proporcionar aos
trabalhadores lá inseridos a proteção respiratória adequada.
Geralmente os riscos respiratórios estarão associados à falta de oxigênio e
a existência de aerodispersóides - poeiras, fumos, névoas.
A nova NR-33 exige que as empresas implementem um Programa de
Proteção Respiratória de acordo com a análise de risco, considerando o local, a
complexidade e o tipo de trabalho a ser desenvolvido. O mais indicado é adoção
de um programa de proteção respiratória com base nos procedimentos do
programa da FUNDACENTRO para usuários de respiradores, considerado
obrigatório através da IN n°.1 da SSST do Ministério do Trabalho e Emprego,
publicada em 11/04/1994. Esse programa deverá conter, no mínimo:
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• Administração do programa por um responsável indicado pela
empresa;
• Responsabilidades de monitoramento dos riscos respiratórios,
atualização dos registros e realização de auditorias;
• Procedimentos operacionais escritos;
• Limitações físicas e psicológicas dos trabalhadores (avaliação médica
para determinar se uma pessoa possui condições médicas de utilizar
um respirador);
• Seleção do tipo de equipamento de proteção respiratória;
• Teste de vedação e funcionamento;
• Manutenção, inspeção e guarda;
• Treinamento
A COMPOSIÇÃO ATMOSFÉRICA 6.1.
Como já vimos anteriormente, o ar respirável, é essa mistura de gases
existente em nossa atmosfera. Segundo a NBR 12.543, a composição do ar
atmosférico apresenta os seguintes gases:
• 78,10% de Nitrogênio;
• 20,93% de Oxigênio;
• 0,9325% de Argônio;
• 0,04% de Dióxido de Carbono;
• 0,01% de Hidrogênio;
• 0,0018% de Neônio;
• 0,0005% de Hélio;
• 0,0001% de Criptônio;
• 0,000009% de Xenônio.
Valores à parte, para nós o elemento mais importante dessa mistura é o
oxigênio na exata proporção indicada. Todavia, nos ambientes industriais nem
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sempre conseguiremos assegurar a presença de uma atmosfera respirável de
qualidade. Por isso, uma das formas de proteger os trabalhadores contra
distúrbios provocados em nossa respiração por intoxicações ou asfixias é a
utilização de equipamentos de proteção respiratória reunidos em um programa
específico. Porém, antes de nos aprofundarmos no assunto sobre esse programa,
vamos, uma vez mais, considerar alguns comentários sobre a importância da
respiração para a vida humana.
RESPIRAR É PRECISO
O oxigênio é chamado de a fonte da vida. A sua presença na composição
de nossa atmosfera garante o perfeito funcionamento da máquina humana no
que se relaciona às reações desenvolvidas pelo nosso organismo na produção da
energia necessária para a manutenção de nossas funções vitais proporcionando
nossa força física e o calor corpóreo. Sem ele, tais reações não ocorreriam e,
então, seria impossível a vida dos seres. Essa energia é resultante de complexos
processos bioquímicos, nos quais os alimentos ingeridos reagem com o oxigênio
respirado no processo chamado de oxidação ou combustão. Essa lenta combustão
ocorrida em nossas células transforma os alimentos em energia. Os produtos
não aproveitados por esse processo, dentre eles o dióxido de carbono, são
expelidos continuamente através da exalação. Curiosamente, levando-se em
conta a composição do ar atmosférico demonstrada acima, o oxigênio, tão
importante, não é o gás mais abundante na composição atmosférica. A natureza
é sábia, o oxigênio puro pode ser fatal para o ser humano. Nossa sobrevivência
depende da concentração que temos à disposição desse gás. Permanecendo o
oxigênio diluído à outros gases existentes na atmosfera, não nos fará mal algum,
pois dentro das condições normais o nosso organismo conseguirá aproveitar o
oxigênio necessário e a nossa respiração e metabolismo se adaptarão as
condições ambientais. Contudo, existem limites para que o ar que respiramos
seja classificado como um ar respirável, ou seja, uma composição em que o
homem possa respirar por um longo período sem sofrer lesões ou sentir
incômodos. O ar respirável deve se caracterizar por:
• Conter no mínimo 19,5% e no máximo 23% em volume de oxigênio;
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• Estar livre de produtos prejudiciais à saúde, que através da
respiração possam provocar distúrbios ao organismo ou seu
envenena- mento;
• Ter pressão e temperatura normal, que sob hipótese alguma, venha
provocar queimaduras ou congelamentos;
• Não conter qualquer substância que o torne desagradável, como, por
exemplo, odores.
A importância do oxigênio pode ser avaliada pela seguinte afirmação:
"O homem pode sobreviver, guardadas as devidas proporções, 30 dias
sem se alimentar, 3 dias sem beber e apenas 3 minutos sem Oxigênio."
O SISTEMA RESPIRATÓRIO 6.2.
Quando falamos em respiração, estamos nos referindo às trocas gasosas
que absorvem o oxigênio do ar e devolvem com o gás car- bônico. O oxigênio
se toma essencial, pois a energia de que nós precisamos é obtida pela queima
de certos nutrientes como a glicose com ajuda desse gás, ocorrida a nível
celular. Mas antes de nos aprofundarmos, cabe aqui uma diferenciação
importante entre respira- ção pulmonar e a respiração celular. Respiração
pulmonar é aquela que se consis- te em uma troca de gases entre o pulmão e o
ambiente.
Respiração celular é aquela que consiste na queima da glicose, com
liberação de energia que ocorre em nossas células. Ela é representada pela
seguinte reação química:
Glicose + 02 ____.C02 + H20 + Energia
Isto significa que a glicose e o oxigênio transportado pelo sangue até a
célula, combinam se dentro dela, transformando-se em gás carbônico e água e
liberando energia para as atividades celulares. Para isso ocorrer é necessário a
participação de nosso sistema circulatório.
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P á g i n a | 81
MECANISMOS DE INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO 6.3.
A entrada do ar, as reações de que ele participa e a sua saída não
dependem da ação muscular dos próprios pulmões. O caminho do ar tem a
participação de inúmeras partes que compõem o sistema respiratório.
NARIZ
A penetração do ar começa pelo nariz que, de início, já participa na
filtragem do ar contra pequenas impurezas existente. Ainda no nariz existe o
septo nasal, uma cavidade dividida em duas. A sensibilidade a odores também
é uma das funções do nariz que através do ner- vo olfatório leva ao cérebro
informações que captamos sobre os odores do ambiente.
FARINGE E LARINGE
A faringe pode ser considerada uma verdadeira encruzilhada. Dela partem
dois tubos separados: o esôfago, pelo qual passa os alimentos, e a traquéia, que
leva o ar aos pulmões.
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Ligando a faringe à traquéia há um tubo curto, semelhante a uma pequena
caixa, chamado de laringe. O orifício superior da laringe é a glote. Quando
engolimos, a epiglote fecha a laringe, impedindo que o alimento penetre na
traquéia e forçando-o a descer pelo esôfago.
TRAQUÉIA
A traquéia é um tubo que leva o ar aos pulmões e apresenta anéis de
cartilagem que a mantém constantemente aberta, impedindo que as paredes se
toquem. A face interna da traquéia está permanente mente umedecida com
muco, um líquido espesso que tem função protetora. As pequenas partículas que
existem no ar e que não foram filtradas no nariz aderem a ao muco, sendo
depois removidas pelo movimento dos minúsculos cílios existentes na parede da
traquéia. Dessa forma, o ar acaba sendo filtrado uma vez mais.
BRÔNQUIOS, BRONQUÍLOS E ALVÉOLOS.
A traquéia, adiante, se divide em dois canais, os brônquios. Cada brônquio
entra num pul-mão, onde se ramifica em tubos cada vez menores, chamados
bronquíolos, e cujas paredes ficam cada vez mais finas.
Nos bronquíolos não existem anéis cartilaginosos. Cada bronquíolo termina
num conjunto de microscópicas estruturas em forma de saco, chamade alvéolos
pulmonares. Todas as trocas gasosas entre o sangue e os pulmões acontecem na
região dos alvéolos.
PULMÕES
São órgãos muitos leves e esponjosos devido a grande quantidade de
sangue. A quantidade de sangue se deve a grande quantidade de vasos
sanguíneos. Esses vasos que chegam aos pulmões trazem sangue pobre em
oxigê- nio e rico em gás carbônico. Os vasos que saem levam sangue rico
em oxigênio e pobre em gás carbônico. Sua leveza provém do fato de serem
cheios de ar, que fica contido nos alvéolos. Para se ter uma idéia, calcula-se que
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cada pulmão exista a quantidade de cerca de 700 milhões de alvéolos. A superfí-
cie total dos alvéolos humanos é avaliada em, aproximadamente, 100 m². Essa
área é quse 70 vezes maior que a superfície de toda a nossa pele. Isso torna
muito eficiente a troca gasosa a nível pulmonar. Os pulmões estão envolvidos
por membranas duplas muito finas chamadas pleuras. Entra as pleuras há uma
pequena quantidade de líquido lubrificante.
PRESSÃO ATMOSFÉRICA E A RESPI- RAÇÃO 6.4.
A nossa caixa torácica é separada do abdome pó um músculo chamado de
diafragma. Na inspiração o diafragma se contrai, abaixa, e o volume da caixa
torácica aumenta no sentido vertical. Além disso, os músculos intercostais
também se contraem, fazendo as costelas se elevarem. Desse modo, o volume
da caixa torácica aumenta também no sentido horizontal. A pressão do ar no
interior da caixa torácica e dos pulmões então diminui, tornando-se menor do
que a pressão atmosférica. Como conseqüência, o ar entra nos pulmões até as
pressões se igualarem.
Portanto a pressão atmosférica possui grande importância no processo da
respiração. Como já estudamos anteriormente, sabemos que o ar exerce uma
pressão (peso) sobre os corpos. Mas vejamos esse fenômeno sob uma outra
forma.
Em seus experimentos no longínquo século XVII, o cientista Evangelista
Torricelli inventou um aparelho chamado barômetro que serviria para fazer a
medida da pressão atmosférica. Em sua experiência, Torricelli revelou que a
pressão que a atmosfera exerce sobre os corpos é igual ao peso de uma coluna
de mercúrio com 1 em de diâmetro e 760mm (ou 76 cm) de altura, ao nível do
mar.
Algum tempo depois, Pascal repetiu a mesma experiência, porém em
grande altitude, provando que quanto mais alto o local onde estivermos, menor
será a coluna de mercúrio, portanto menor será a pressão atmosférica, conforme
demonstra o quadro a seguir:
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Agora observemos o outro quadro abaixo:
Na expiração, o diafragma e os músculos intercostais relaxam, e a caixa
torácica diminui de volume, tanto no sentido vertical quanto no sentido
horizontal. A pressão do ar no interior da caixa torácica e dos pulmões aumenta,
e o ar, conseqüentemente, sai.
CONDIÇÃO PRESSÃO ATMOSFÉRICA SINTOMA
NORMAL 20,9% de Oxigênio
Pressão ideal que a atmosfera exerce sobre nosso corpo
760 mmhg PA 110 mmhg PP
ATENÇÃO
20,9% de Oxigênio É adaptável com o tempo. Nessa condição realizamos um esforço maior ao respirarmos
450 mmhg PA
94 mmhg PP
PERIGO
14,50% de Oxigênio Ocorre uma redução na concentração que provoca uma redução da pressão parcial de Oxigênio. É a situação típica de espaços confinados
760 mmhg PA
60 mmhg PP
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Resumindo o movimento respiratório, podemos dizer:
A IMPORTÂNCIA DO SANGUE NA RESPIRAÇÃO 6.5.
O sangue transporta o oxigênio dos alvéolos aos tecidos e transporta o gás
carbônico dos tecidos aos alvéolos. O sangue é composto por uma parte líquida,
o plasma, na qual estão mergulhadas diversas células que representam a parte
sólida. Entre elas figuram as hemácias, ou glóbulos vermelhos, que são
fundamentais no transporte do oxigênio e, em menor escala, o gás carbônico. Os
gases da respiração também são transportados pelo plasma sanguíneo.
HEMOGLOBINA
Nas hemácias (células do sangue que transportam o oxigênio) existe uma
substância chamada hemoglobina. Essa substância possui grande afinidade do o
oxigênio, por isso se combinam quimicamente com facilidade. Essa reação
química ocorre nos alvéolos pulmonares. As hemácias que saem dos pulmões
estão, portanto, carregadas de oxiemoglobina. Quando a oxiemoglobina chega
aos tecidos do corpo, no entanto, ocorre a reação inversa.
MOVIMENTO INSPIRAÇÃO EXPIRAÇÃO
Diafragma Contrai-se e abaixa Relaxa e sobe
Músculos intercostais Contraem-se Relaxam
Pressão do ar Diminui na caixa torácica e nos pulmões
Aumenta na caixa torácica e nos pulmões
Movimento do ar A pressão externa maior do que a existente nos pulmões faz o ar entrar nos pulmões
A pressão interna aumenta e expulsa o ar dos pulmões
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Quanto ao gás carbônico, somente uma pequena parte dele é carregada
pela hemoglobina. A maior parte é transportada pelo plasma.
TROCAS GASOSAS ENTRE O ALVÉOLO PULMONAR E O VASO
CAPILAR
A parede do alvéolo é exatamente fina, pois é formada por uma única
camada de células. Os alvéolos são envolvidos por vasos capilares, cujas
paredes também são muito finas. Isso facilita a difusão de gases nos dois
sentidos: dos alvéolos para os capilares e vice- versa.
Como existe maior concentração de oxigênio no ar do alvéolo do que no
sangue que provém das células, o oxigênio passa do ar para o sangue. Já o gás
carbônico está mais concentrado no sangue do que no ar do alvéolo, assim, ele
sai do sangue e se mistura ao ar alveolar.
Em resumo, dizemos, então, que o
sangue que chega ao alvéolo, também
chamado de sangue venoso, é rico em gás
carbônico e pobre em oxigênio. O sangue que
sai do alvéolo, rico em oxigênio e pobre em
gás carbônico, é denominado sangue arterial.
TROCAS GASOSAS ENTRE O VASO CAPILAR EO TECIDO
O sangue arterial chega aos vasos capilares do tecido. O oxigênio que se
encontra em maior concentração no sangue, sai pela parede do capilar e penetra
nas células do tecido, através das membranas celulares. O gás carbônico em
maior concentração no tecido, entra no vaso capilar. Assim, o sangue arterial se
transforma em sangue venoso, que irá, mais tarde, para os pulmões,
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recomeçando todo o ciclo. Também nesse caso há difusão de gases entre o
sangue e os tecidos do corpo.
BULBO
O movimento respiratório ocorre de forma involuntária. Até certo ponto é
possível controlar a respiração, porém por um período curto. Também é possível
respirar de forma acelerada, mas também não será por muito tempo, pois todo
esse esforço pode provocar tontura e até poderemos desmaiar.
Próximo ao nosso cérebro, existe uma região do sistema nervoso chamada
bulbo, que comanda o diafragma e os músculos intercostais. Do bulbo partem
nervos, que vão do diafragma aos músculos intercostais. São esses nervos que
comandam o movimento da respiração. Essa região é muito sensível à
concentração de gás carbônico existente no sangue. À medida que essa
concentração aumenta, o bulbo “solicita” o oxigênio existente no ar.
CONSUMO DE OXIGÊNIO DURANTE EXERCÍCIOS 6.6.
A tabela abaixo pode servir como parâmetro para medirmos o consumo e a
duração do suprimento de ar durante a execução de trabalhos que requeiram
esforço físico.
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PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 6.7.
O Programa de Proteção Respiratória é o conjunto previamente definido de
procedimentos e instruções para controle dos principais riscos respiratórios
existentes em uma planta industrial provocados por vazamentos acidentais,
deficiência de oxigênio e inalação de ar contaminado com poeiras, fumos,
névoas, fumaças, gases ou vapores. O objetivo principal é evitar ou minimizar os
efeitos toxicológicos que comprometam a saúde dos trabalhadores, com o
fornecimento do equipamento de proteção respiratória correspondente.
RESPONSABILIDADES DO ADMINISTRADOR DO PPR
É indicado que os profissionais responsáveis pelo programa de proteção
respiratória sejam da área de higiene industrial, medicina do trabalho ou de
segurança do trabalho. As responsabilidades do administrador do programa são:
• Levantamento, medições e análises ambientais sobre a concentração
dos contaminantes existentes nas áreas de trabalho;
• Definição da base técnica normativa em que se apóia o programa;
• Elaboração de procedimentos operacionais escritos para o uso e
seleção do EPR;
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• Administração, documentação e manutenção dos registros do
programa para avaliação de sua eficácia;
• Elaboração de procedimentos de teste, inspeção, higienização,
manutenção e reparos dos EPR's;
• Elaboração de um programa de treinamento para os usuários de
EPR;
• Avaliação médica periódica dos usuários;
• Auditorias para se verificar a vigência das normas aplicáveis ao
programa e verificar se a utilização do programa reflete os
procedimentos nele contidos.
• Vigência do programa;
RESPONSABILIDADES DOS EMPRE- GADORES
As empresas que adotarem um PPR, de acordo com as condições de riscos
atmosférico identificados em sua área de trabalho, possuem as seguintes
responsabilidades:
• Disponibilizar os EPR's adequados segundo indicação do seu PPR;
• Fornecer o EPR, quando necessário, para proteger a saúde de seus
empregados;
• Prover meios de manter em funcionamento o PPR;
• Permitir que seus empregados, quando no uso do EPR, abandonar a
área de risco por qualquer motivo relacionado com seu uso;
• Proceder a investigação sobre as causas da emergência acionada ou
do mau funcionamento do EPR, adotando, ainda, medidas para
solução das falhas apontadas;
• Em caso de defeito de fabricação do EPR, o empregador deverá
comunicar o fabricante e a SSST do MTE;
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P á g i n a | 90
RESPONSABILIDADES DOS EMPREGADOS
Os empregados que fazem emprego de EPR em uso normal de rotina ou de
emergência possuem as seguintes responsabilidades:
Utilizar o EPR de acordo com a indicação e a instrução recebida nos
treinamentos;
Cuidar do EPR com o máximo de zelo para que o mesmo permaneça
sempre em perfeitas condições de uso;
Guardar o EPR, quando não estiver em uso, de modo conveniente, para que
o mesmo não se danifique ou deforme;
Se reconhecer um mau funcionamento de seu EPR, abandonar
imediatamente a área contaminada e comunicar o defeito aos encarregados pela
administração do PPR;
Comunicar à pessoa responsável qualquer alteração do seu estado de
saúde que possa influir na sua capacidade de utilizar o EPR de modo seguro.
ABANDONO DE ÁREA DEVIDO O MAU FUNCIONAMENTO DO EPR
Algumas razões para abandono de um local de trabalho onde é obrigatório
o uso de EPR, devido o reconhecimento do mau funcionamento do mesmo são:
• Falha do equipamento que altere a proteção proporcionada pelo
mesmo;
• Detecção de penetração de ar contaminado para o interior do
equipamento;
• Aumento da resistência à respiração;
• Grande desconforto devido ao equipamento;
• Mal estar sentido pelo usuário, tais como, náusea, fraqueza, tosse,
espirro, dificuldade para respirar, calafrio, tontura, vômito, febre, etc;
• Necessidade de troca dos filtros;
• Desinfecção do aparelho e higiene do rosto do usuário, sempre que
necessário, para diminuir a irritação da pele;
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• O empregado usuário de EPR deverá ter descanso periódico em área
não contaminada.
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS ESCRITOS 6.8.
O PPR deverá conter procedimentos operacionais informando o uso correto
dos equipamentos de proteção respiratória para as situações de rotina de
trabalho e para as situações de emergência que envolva um resgate ou um
abandono de área contaminada. Os usuários desses equipamentos deverão
receber treinamento adequado ao tipo de equipamento disponível e dispor de
cópias dos procedimentos adotados pela empresa para consulta própria.
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA USO DE ROTINA
• Distribuição dos equipamentos nas áreas de risco;
• Treinamento dos usuários;
• Monitoramento do uso;
• Monitoramento do risco;
• Teste de vedação;
• Limpeza, guarda e manutenção;
• Inspeção;
• Seleção.
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA USO DE EMERGÊNCIA
• Definir os equipamentos a serem utilizados, considerando as
substâncias presentes, a área de trabalho, o processo e as pessoas
envolvidas nas operações de reparos de vazamentos, de resgate de
pessoas ou nos procedimentos de abandono de áreas;
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• Verificar se os equipamentos proporcionam proteção eficiente para os
usuários nas situações em que forem utilizados em um ambiente com
atmosfera potencialmente perigosa;
• Distribuição dos equipamentos em quantidade suficiente e local
acessível onde possam ser necessários nas situações de emergência;
• Treinamento dos usuários;
• Teste de vedação;
• Limpeza, guarda e manutenção;
• Inspeções que assegurem que os equipamentos sempre estejam em
condições de uso imediato quando necessário.
CRITÉRIOS DE MANUTENÇÃO INSPEÇÃO E GUARDA DOS 6.9.EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO
• O equipamento deverá estar limpo e higienizado, e somente poderá
ser utilizado por um único usuário;
• Aquele equipamento que for utilizado por mais de um usuário deverá
estar limpo e higienizado antes do uso por diferentes usuários;
• Os respiradores de emergência deverão ser limpos e higienizados
após cada uso;
• A limpeza e higienização deverão todas as partes que são retiradas
do equipamento conforme orientação do fabricante;
• Utilizar produtos de limpeza indicados pelo fabricante ou compostos
quaternários de amônia encontrados no mercado que possuem ação
bactericida;
• Outras soluções higienizantes alternativas são: solução de hipoclorito
(50ppm de cloro em 2 minutos de imersão), solução aquosa de iodo
(50 ppm de iodo em 2 minutos de imersão);
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• Os equipamentos deverão ser abundantemente enxaguados com
água morna (máximo de 430ºC);
• Toda água deverá ser escoada e a secagem deverá ser feita com ar
seco;
INSPEÇÃO
• Antes de cada uso o EPR deverá ser inspecionado quanto:
• Condições apropriadas de higiene;
• Necessidade de substituição de partes, reparos ou se deve ser
descartado;
• Vazamento nas conexões;
• Sinais de deteriorização e perda da elasticidade dos elastrômeros ou
borrachas;
• Condições de cobertura das vias respiratórias, dos tirantes, válvulas,
traquéias, tubos, mangueiras, filtros, componentes elétricos e fim
da vida útil;
• Funcionamento dos reguladores e alarmes;
• Condições dos cilindros de ar comprimido carregados de acordo com
as recomendações do fabricante e das normas vigentes;
• Os equipamentos de emergência e resgate devem possuir registro
com datas de cada aferição.
• Recomenda-se nesses casos uma inspeção a cada mês.
MANUTENÇÃO
Somente pessoas capacitadas em manutenção e montagem dos
equipamentos devem fazer a substituição de peças e reparos. É expressamente
recomendado que o ajuste ou reparo de válvulas de admissão, reguladores e
alarmes e a aplicação de peças e reparos sejam efetuados pelo próprio
fabricante.
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GUARDA
• O correto acondicionamento do EPR deve obedecer as seguintes
recomendações:
• Proteção contra agentes físicos e químicos: calor ou frio extremo, luz
solar, choque, vibrações, umidade ou agentes químicos corrosivos;
• Guardar de modo que as partes de borracha ou outro elastrômero
não fiquem deformadas;
• Os equipamentos de emergência e resgate devem estar guardados
em locais visíveis, acessíveis e em armários próprios e identificados.
QUALIDADE DO AR PARA OS CILINDROS DE AR COMPRIMIDO
O ar comprimido utilizado nos equipamentos de adução de ar deve ser de
alta pureza e satisfazer, no mínimo, os requisitos indicados na NBR 12.543.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 6.10.RESPIRATÓRIA
Mas, afnal, o que é um EPR. A NBR 12.543 define como sendo o
equipamento que visa a proteção do usuário contra a inalação de ar contaminado
ou de ar com deficiência de oxigênio.
FATORES QUE INFLUENCIAM NA ESCOLHA DE UM EPR
• Atividade do usuário: profissão, tipo de trabalho, turno de trabalho,
tempo de exposição na área de risco, etc;
• Condições de uso do equipamento: Características do equipamento,
limitações de tempo de uso e condições físicas do ambiente;
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• Localização da área de risco: determinar as áreas seguras para
planejamento de abandono de área ou para a presença de pessoas
responsáveis por reparos e resgates;
• Características dos trabalhos: condições do ambiente e o nível de
esforço exigido de um usuário de um EPR podem reduzir
drasticamente a vida útil do equipamento;
• Pelos faciais: barba, bigode, costeletas ou cabelos podem interferir no
funcionamento das válvulas ou prejudicar a vedação da área de
contato da máscara com a pele;
• Comunicação: deve ser levado em consideração a utilização de
assessórios que permitam uma clara comunicação entre a equipe de
trabalho ainda que usuário esteja em uso do equipamento;
• Visão: se usuário necessitar do uso de lentes corretivas, óculos de
segurança, protetor facial, óculos de soldador ou outros tipos de
proteção ocular ou facial, elas não deverão prejudicar a vedação do
equipamento;
• Vedação: não devem ser usados, bonés, gorros, capacetes ou
máscaras de soldador que interfiram na vedação da peça facial.
IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS
• Determinar quais os contaminantes presentes no ambiente de
trabalho;
• Determinar a concentração dos contaminantes identificados;
• Verificar os limites de tolerância existentes para os contaminantes
identificados. Verificar se no local encontra-se uma atmosfera IPVS;
• Avaliar o nível de oxigênio existente se no local existir um potencial
de risco de deficiência do oxigênio; do físico do contaminante;
• Verificar se o contaminante presente pode ser absorvido pela pele,
produzir sensibilização da pele e for irritante ou corrosivo a pele e
aos olhos;
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• Determinar se for conhecido, a concentra ção do odor, paladar ou
irritação se o contaminante for gás ou vapor;
• Determinar o LIE do contaminante se for gás ou vapor inflamável;
• Verificar se existe normatização específica para os contaminantes
identificados.
De acordo com a NBR 12,543, os riscos respiratórios estão classificados da
seguinte maneira:
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USO DO EPR EM BAIXAS TEMPERATURAS
Lentes ou visores podem embaçar;
O congelamento pode prejudicar a vedação das válvulas;
Proteger corretamente todos os componentes elastoméricos (peça facial,
tiras, traquéia etc) de modo que não se deformem e prejudiquem a vedação no
rosto;
Devido a presença de umidade, em temperatura muito baixa, as válvulas
poderão se congelar abertas ou fechadas;
Máscara autônoma aprovada para operar em local abaixo de 0ºC deve
possuir pinça nasal, mascarilha interna ou outro meio que evite a má vedação,
o congelamento de dispositivos e o embaçamento do visor.
UTILIZAÇÃO DO EPR EM ESPAÇOS CONFINADOS 6.11.
Qualquer espaço confinado com menos de 20,9% de oxigênio deve ser
considerado deve ser considerado com uma atmosfera IPVS, a menos que a
causa da redução do teor de oxigênio seja conhecida e controlada. Esta restrição
é imposta porque qualquer redução do teor de oxigênio é, no mínimo, uma prova
de que o local é mal ventilado e de que processos desenvolvidos em seus
interiores provocam a redução do oxigênio sem ter um controle preciso dessa
redução.
Segundo o PPR da FUNDACENTRO, pode até ser possível entrar sem o uso
de EPR em espaços confinados que contenham de 16% até 20,9% em volume de
oxigênio ao nível do mar.
Isso somente poderá ocorrer quando é conhecida e compreendida a causa
da redução do teor de oxigênio e se tem a absoluta certeza de que não existam
áreas mal ventiladas ou existência de reações que provoquem a redução do teor
de oxigênio para baixo da referida faixa. Não se conhecendo as causas da
deficiência do oxigênio e não se controlando o seu nível ideal a atmosfera deverá
ser, portanto, considerada IPVS.
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O mesmo raciocínio poderia ser aplicado para os demais contaminates,
gases, vapores ou aerodispersóides, que se apresentem dentro de seus limites
de tolerância. Não sendo possível identificar o seu mecanismo de geração ou,
mesmo identificando, não sendo possível controlar a sua geração para mantê-los
sempre abaixo dos limites estabelecidos, a atmosfera deverá ser considerada
IPVS.
Sendo assim, para trabalhos em espaço confinado, onde normalmente a
execução do serviço não é simples e nem rápida, somente será permitida a
entrada nesses locais com a utilização de máscara autônoma de demanda com
pressão positiva ou com respirador de linha de ar comprimido com cilindro
auxiliar de escape, conforme determina a NR-33.
UTILIZAÇÃO DO EPR EM LOCAIS COM PRESSÃO 6.12.ATMOSFÉRICA REDUZIDA
Em locais onde a pressão atmosférica é reduzida, poderá ocorrer a redução
da pressão parcial do oxigênio, mesmo que a sua concentração esteja mantida
em 20,9%. Essa situação irá provocar um esforço respiratório cada vez maior dos
trabalhadores expostos à essa condição.
Por isso, nesses casos deveremos definir a concentração de oxigênio em
termos de pressão parcial de oxigênio e não em porcentagem em volume.
Deve ser considerada uma atmosfera IPVS aquela em que a pressão
parcial de oxigênio é igual ou inferior a 95 mmHg. Essa deficiência de oxigênio
poderá ser provocada por redução da pressão atmosférica para até 450 mmHg
(equivalente a uma altitude de 4240 m), ou pela combinação da diminuição da
pressão atmosférica e do percentual de oxigênio.
Segundo o PPR da FUNDACENTRO, uma atmosfera com pressão parcial de
oxigênio entre 95 e 122 mmHg deve ser considerada deficiente de oxigênio, mas
não IPVS. Esse ambiente poderá afetar a condição física dos trabalhadores com
baixa tolerância a níveis reduzidos de oxigênio, ou pessoas desacostumadas a
enfrentar esse tipo de condição no desempenho de serviços que exigem muito
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esforço físico e mental. Nessas condições, é recomendado o uso de respiradores
por adução de ar com a finalidade de proporcionar um maior conforto para os
usuários e atenuar o esforço físico gasto no exercício da respiração em locais de
baixa pressão.
A seguir apresentamos a Tabela 2 do Programa de Proteção Respiratória
Recomendações, Seleção e Uso de Respiradores da FUNDACENTRO que lustra
muito bem a influência da pressão atmosférica na pressão parcial do oxigênio
numa determinada atmosfera.
EFEITOS COMBINADOS: ALTITUDE E PORCENTAGEM DE OXIGÊNIO
Observações sobre a Tabela 2:
• pp02 = 95 mmHg que dita a necessidade de máscara autônoma ou
combinação linha de ar/máscara admite que a saúde do usuário seja
normal. Deve ser levada em consideração qualquer condição médica
que afete desfavoravelmente os indivíduos com intolerância à
redução de O2. Para estes indivíduos, é maior a pp02 a partir da qual
é necessário o uso de máscara autônoma. Esta é uma decisão do
médico.
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• Observe que em altitudesmaiores que 3030 m, um respirador de
adução de ar ou autônomos que forneça ar com 20.9% de oxigênio
não consegue atingir o pp02 de 122 mmHg. Portanto, nos casos em
que se exige o uso de respirador porque o teor de O2 está abaixo de
20,9%, deve-se escolher um respirador especial, aprovado, do tipo
de adução de ar que forneça oxigênio enriquecido ou máscara
autônoma de circuito fechado. A 3030m de altitude deve-se usar com
no mínimo 23% de O2 e a 4240m o ar deve conter 27% de O2.
TIPOS DE EPR PARA ESPAÇOS CONFINADOS 6.13.
Existem três tipos de equipamentos para operações em espaço confinado:
• máscaras purificadoras ou filtro de ar (máscara semi-facial, capuz
etc);
• equipamento de respiração por linha de ar comprimido com cilindro
de escape (sistema de cascata, compressor etc)
• equipamento autônomo de respiração (circuito aberto)
MÁSCARA PURIFICADORA DE AR
Segundo a NBR 12.543 é o respirador no qual o ar ambiente, antes de ser
inalado, passa através de filtro para remoção dos contami- nantes (gases,
vapores ou aerodispersóides).
É comum encontrarmos os filtros classificados por cor:
• Cinza: gás sulfídrico, cloro etc;
• Marrom: vapores orgânicos (aqueles que contêm carbono e
hidrogênio em sua composição. Ex: hidrocarbonetos);
• Verde: amônia
• Amarelo: ácido sulforoso, gás clorídrico, dióxido de enxofre.
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A vida útil dos filtros depende de diveros fatores:
• Qualidade e quantidade do carvão ativo ou reagente contido no filtro.
A vida útil é diretamente proporcional a massa de carvão do filtro;
• Nível de esforço respiratório do usuário. A vida útil é inversamente
proporcional a vazão de ar que passa através do filtro;
• A natureza química e a concentração do contaminante;
• Afinidade química entre o contaminante e os componentes do filtro;
• Temperatura do ambiente;
• Umidade relativa do ar. Para atmosferas com umidade relativa acima
de 85%, geralmente a vida útil do filtro cai pela metade.
Somente utilizadas quando:
• A atmosfera contém oxigênio
suficiente;
• A concentração do contaminante é
conhecida;
• Os níveis de concentração estão
dentro das limitações dos filtros das máscaras;
• Não é o melhor tipo de proteção respiratória
para espaços confinados.
EQUIPAMENTO DE RESPIRAÇÃO POR LINHA DE AR COMPRIMIDO
Segundo a NBR 12.543 é o respirador de adução de ar na qual o ar
respirável provém de um compressor ou de cilindros (sistema de cascata). É
constituído de cobertura das vias aéreas interligada por meio de mangueira ao
sistema de fornecimento de ar respiratório e, ainda dotado de cilindro reserva
para escape.
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Possui as seguintes características:
• lndepende da concentração do
contaminante;
• Indicado também para ausência
de oxigênio;
• Grande autonomia;
• Dotado de cilindro reserva para
escape;
• Pressão positiva;
• Pouco peso;
• Limitações pelos tamanhos das mangueiras de ar;
• Reduz a mobilidade do usuário.
EQUIPAMENTO DE RESPIRAÇÃO AUTÔNOMO
Também é comum ser chamado simplesmente de máscara autônoma. É o
equipamento na qual o usuário transporta o próprio suprimento de ar respirável
através de um suporte anatômico, o qual é independente da atmosfera ambiente.
Possui as seguintes características:
• lndepende da concentração do
contaminante;
• Indicado também para ausência
de oxigênio;
• Proporciona maior mobilidade ao
usuário;
• Suprimento independente de
compressores(falta de energia);
• Pressão positiva;
• Alarme sonoro;
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• Tempo limitado (cerca de 30 minutos);
• Peso incômodo.
Não tendo o conhecimento das causas que provocaram uma atmosfera com
baixo teor de oxigênio ou presença de gases tóxicos, e não sendo possível o seu
controle, a atmosfera daquele espaço confinado deverá ser considerada IPVS e,
portanto, obrigatório o uso de proteção respiratória.
RESPIRADOR DE FUGA
Tem sido uma solução alternativa para aqueles trabalhos com
monitoramento contínuo da atmosfera no qual foi permitida a permanência no
espaço confinado sem o uso do equipamento de proteção respiratória durante a
execução dos serviços. Sendo detectado um vazamento acidental, a presença de
contaminantes ou a deficiência de oxigênio, os trabalhadores inseridos naqueles
locais terão à disposição equipamentos para escape dessa atmosfera que se
tornou IPVS.
A NBR 12543 define o respirador de fuga como o equipamento que protege
o usuário, durante o escape contra a inalação de ar contaminado ou de ar com
deficiência de oxigênio, em situações de emergência, com risco de vida ou à
saúde. Pode ser de pressão positiva (o ar somente é admitido para o interior da
peça facial quando a pressão positiva dentro dela é reduzida pela inalação) ou de
fluxo constante (o ar é admitido para o interior da peça facial através de um fluxo
contínuo de ar respirável).
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LIMPEZA DE RESPIRADORES
A princípio, somente os equipamentos de ar de linha, conjuntos
autônomos, peça facial, válvulas, tirantes etc, poderão passar por processos de
limpeza que ofereçam aos trabalhadores condições de higiene e perfeito
funcionamento de seus dispositivos. Todavia, a limpeza dependerá do grau de
contaminação dos componentes e da forma com que o dispositivo será
descontaminado.
A limpeza deve ser feita logo após a desmontagem parcial do equipamento
utilizando água morna, sabão neutro e biodegradável e com o auxílio de escovas
de cerdas macias e não metálicas. Deveremos enxaguar abundantemente em
água corrente, deixar secar à sombra e higienizar com produtos específicos in-
dicados por cada fabricante. Não deveremos utilizar álcool ou solventes para
retirar manchas, pois poderá degradar a maciez características da borracha da
peça facial. Indicamos para esse fim, as recomendações contidas no item 6.9.1
desse manual.
Jamais será recomendada a limpeza de filtros. É recomendável seguir
atentamente a vida útil indicada pelo fabricante ou as suas limitações de uso de
acordo com as concentrações encontradas no ambiente de trabalho agressivo
para cada tipo de filtro.
ÁREAS CLASSIFICADAS 7.A NR-33 é objetiva ao simplesmente definir como uma "área
potencialmente explosiva ou com risco de explosão". A NBR 14.787 completa
definindo como "Área na qual uma atmosfera explosiva de gás está presente ou
na qual é provável sua ocorrência a ponto de exigir precauções especiais para
construção, instalação e utilização de equipamento elétrico".
A normalização brasileira sobre classificação de áreas está alinhada com as
normas européias da série IEC - INTERNATIONAL ELETROTECHNICAL
COMMISSION. Portanto a definição para área classificada pela ABNT NBR IEC
60079 é a "área na qual está presente uma atmosfera explosiva de gás, ou ainda
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é esperada estar presente, em quantidades tais que requeiram precauções espe-
ciais para a construção, instalação e uso de equipamentos".
E o que é uma atmosfera explosiva? A mesma ABNT NBR IEC 60079 define
como "mistura com o ar, sob condições atmosféricas, de substâncias inflamáveis
na forma de gás, vapor, névoa ou poeira, na qual, após a ignição, inicia-se uma
combustão auto-sustentada através da mistura remanescente". Para efeitos de
classificação de áreas, a mesma norma salienta que, embora uma mistura que
esteja em uma concentração acima do seu limite superior de explosividade seja
considerada uma atmosfera não suscetível a uma explosão de gás, dependendo
das atividades desenvolvidas nas proximidades do local de sua origem, ela
poderá perfeitamente se transformar numa atmosfera explosiva.
Jamais poderemos achar que na maioria das plantas industriais onde são
utilizados ou produzidos substâncias inflamáveis, nunca ocorrerá a presença de
uma atmosfera explosiva. A presença de substâncias inflamáveis é inerente às
atividades desenvolvidas na indústria de óleo & gás, tanto nos ambientes
"offshore" quanto terrestres. Por isso, mesmo em condições normais de
operações nos preocupamos excessivamente com a possibilidade de produção de
gases ou vapores inflamáveis que, em contato com uma fonte de ignição,
principalmente sistemas elétricos, poderão provocar uma explosão catastrófica.
Portanto, a classificação de áreas é um método de análise e classificação desses
ambientes industriais onde possa se desenvolver uma atmosfera explosiva, de
modo a facilitar a seleção e instalação de equipamentos elétricos, eletrônicos e
até mesmo mecânicos que devem receber um tratamento especial para aumentar
a segurança para seus usuários e para a própria planta industrial quando
estiverem em uso.
FONTES DE RISCO 7.1.
A análise de riscos da planta busca, inicialmente, identificar a fonte de
riscos, isto é, o ponto ou local no qual um gás, vapor ou líquido inflamável pode
ser liberado para a atmosfera.
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Esse risco encontra-se dividido em três graus, em ordem decrescente em
relação à probabilidade de formação de uma atmosfera explosiva:
• Grau Contínuo: Fonte de risco com liberação contínua ou que se
espera que ocorra freqüentemente ou por longos períodos;
• Grau Primário: Fonte de risco com liberação que se espera que ocorra
periodicamente ou ocasionalmente durante a operação normal;
• Grau Secundário: Fonte de risco com liberação que não se espera que
ocorra em operação normal, e se ocorrer, é freqüente e por curtos
períodos.
Além da probabilidade de ocorrência e da localidade onde pode existir ou a
liberação de materiais inflamáveis pode criar uma atmosfera explosiva em uma
planta de processo, a análise das fontes de risco também analisa fatores
ambientais como ventilação (natural ou mecânica), velocidade do vento,
temperatura e pressão.
Alguns exemplos de fontes de risco são:
• Superfície de um líquido inflamável em um tanque de teto fixo, com
respiro permanente para a atmosfera (grau contínuo);
• Superfície de um líquido inflamável que esteja aberto para a
atmosfera, continuamente ou pó longos períodos, como por exemplo,
separadores de água/óleo (grau contínuo);
• Selos de bombas, compressores ou válvulas, se a liberação do
material inflamável for esperada de ocorrer durante a operação
normal (grau primário);
• Válvulas de alívio, respiros e outras aberturas em que são previstos a
liberação de material inflamável para a atmosfera durante a operação
normal (grau primário);
• Pontos de drenagem de água em vasos que contêm líquidos
inflamáveis, que podem ser liberados para a atmosfera durante a
drenagem da água em operação normal (grau primário);
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• Flanges, conexões e acessórios de tubulação, onde a liberação do
material inflamável para a atmosfera não é prevista de acontecer em
condições normais de operação (grau secundário);
• Selos de bombas, compressores ou válvulas onde a liberação do
material inflamável para a atmosfera não é prevista de ocorrer
durante a operação normal (grau secundário);
• Válvulas de alívio, respiros e outras aberturas onde a liberação de
material inflamável para a atmosfera não é prevista de ocorrer em
condições normais de operação (grau secundário);
• Pontos de coleta de amostras, onde a liberação de material inflamável
para a atmosfera não é prevista de ocorrer em condições normais de
operação (grau secundário);
Logo, resumindo, o primeiro passo, e talvez o principal, para uma eficiente
classificação de área é determinar o seguinte:
• Tipo de substâncias presentes no local;
• A probabilidade com que essas substâncias, sendo inflamáveis,
podem ocorrer;
• Volume de risco, que nada mais é a extensão daquela fonte de risco
em determinado local da planta.
METODOLOGIA- ZONAS 7.2.
A importância da classificação de áreas é de oferecer níveis de segurança
para trabalhos que envolvam a utilização de equipamentos elétricos ou
eletrônicos ou a manutenção de sistemas ou instalações elétricas em ambientes
com a presença de materiais inflamáveis ou com o potencial de desenvolver uma
atmosfera inflamável.
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Quanto à probabilidade da presença de umaatmosfera explosiva, a
normalização brasileira estabelece três tipos de zona de acordo com o grau de
risco identificado:
• ZONA 0: Local onde uma atmosfera explosiva consiste em uma
mistura com o ar e substâncias inflamáveis em forma de gás, vapor
ou névoa continuamente presente ou por longos períodos freqüente;
• ZONA 1: Local onde uma atmosfera explosiva consiste em uma
mistura com o ar e substâncias inflamáveis em forma de gás, vapor
ou névoa, que pode ocorrer ocasionalmente em condições normais de
operação;
• ZONA 2: Local onde uma atmosfera explosiva consiste em uma
mistura com o ar e substâncias inflamáveis em forma de gás, vapor
ou névoa, que não é prevista ocorrer em condições normais de
operação, mas, se ocorrer, irá persistir somente por um curto
período.
Habitualmente, uma fonte de risco contínuo leva a uma zona 0, uma fonte
de risco primário leva a uma zona 1 e uma fonte de risco secundário leva a uma
zona 2. Nas zonas criadas por fontes adjacentes que possuem interseção e são
de diferentes classificações, a maior classificação de risco prevalece na área
comum. Se as zonas forem de mesma classificação, deve ser adotada a
classificação normalmente.
A extensão das zonas dependerá da distância estimada ou calculada na
qual uma atmosfera explosiva ocorra antes que sua concentração seja dispersada
no ar abaixo do seu limite inferior de explosividade.
A Taxa de Liberação da substância inflamável também é outra informação
importantíssima. Essa taxa mede a quantidade de gás ou vapor inflamável
emitida por quantidade de tempo pela fonte de risco em análise. Quanto maior a
taxa de liberação, maior é a extensão da área classificada.
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Essa taxa depende dos seguintes parâmetros:
• Características físicas da fonte de risco;
• Velocidade de liberação (É medida pela pressão existente na linha de
processo que contém material inflamável. Quanto maior a pressão
maior é a taxa de liberação);
• Concentração (A taxa de liberação aumenta com a concentração de
gás ou vapor inflamável existente na mistura liberada);
• Volatilidade de um líquido inflamável (Relacionada à pressão de vapor
e à entalpia -"calor"- de vaporização);
• Temperatura do líquido (Quanto maior a temperatura, maior a
pressão e, conseqüentemente, maior a taxa de liberação devido à
evaporação).
Ao contrário do que se poderia imaginar, com o aumento da ventilação, a
extensão da zona é normalmente reduzida. A vantagem de uma ventilação
eficiente é medida pela sua capacidade de diluir rapidamente a concentração da
mistura inflamável liberada. Logo, seguindo esse raciocínio, obstáculos
(instalações) que comprometam a eficiência da ventilação (natural ou mecânica),
poderão aumentar a extensão da zona. Na mesma lógica, a topografia da área da
planta também é um dado importante na verificação da eficiência da ventilação.
A densidade relativa dos gases e vapores também deve ser considerada
para se de terminar a extensão horizontal ou vertical da zona. Se o gás ou vapor
for mais leve do que o ar, a extensão horizontal da zona aumentará. Se o gás for
mais pesado do que o ar, a extensão horizontal da zona aumentará.
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P á g i n a | 110
GRUPOS DE EQUIPAMENTOS 7.3.
No que tange aos equipamentos elétricos certificados para uso em áreas
classificadas que também poderão ser encontradas em espaços confinados, estes
são destinados para uso em áreas de risco onde as condições normais
atmosféricas estão presentes com temperaturas que variam de -20°C a +40°C.
Segundo a classificação brasileira, os equipamentos para atmosferas explosivas
estão divididos em dois grupos:
• GRUPO I: Equipamentos elétricos para minas suscetíveis à presença
de grisu. O Grisu é um gás altamente inflamável facilmente
encontrado nas minas de carvão, formado pelo metano produzido
pela natureza a partirda decomposição de material orgânico de
origem animal ou vegetal, em ambientes com ausência de oxigênio.
• GRUPO II: Equipamentos elétricos para locais com atmosferas
explosivas (instalações industriais) e outras que não sejam as minas
suscetíveis à presença de grisu. O Grupo li é subdividido em três
subgrupos:
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P á g i n a | 111
CLASSIFICAÇÃO DE TEMPERATURAS 7.4.
Essa classificação tem como parâmetro a temperatura máxima de
superfície alcançada pelos equipamentos durante o seu funcionamento. Segundo
a ABNT NBR IEC 60079-0 é a "maior temperatura alcançada em serviço, sob as
condições mais adversas (mas dentro das tolerâncias especificadas), por
qualquer parte ou superfície de um equipamento elétrico, a qual seria capaz de
produzir uma ignição da atmosfera explosiva circundante". Resumindo, é a mais
alta temperatura que qualquer parte da superfície de um equipamento elétrico
ou eletrônico (detector de gás, insuflador, luminária, etc.) poderá atingir quando
em uso, sob as mais adversas condições, e que não seja capaz de provocar a
ignição em uma atmosfera inflamável. Por essa razão, é necessário conhecer as
propriedades e comportamento das substâncias inflamáveis quando liberadas
interna ou externamente ao espaço confinado.
A máxima temperatura superficial do equipamento não deverá exceder a
mais baixa temperatura de ignição da atmosfera explosiva presente.
Muito cuidado deve ser tomado onde as zonas de interseção estão
relacionadas a materiais inflamáveis pertencentes a grupos e/ou classes de
temperatura diferentes.
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P á g i n a | 112
Se uma determinada área é classificada como zona 1 IIA T3 se sobrepõe a
uma outra área classificada como zona 2 IIC T1, a área comum é zona 1 IIC T3.
Nesse caso, uma classificação como zona 1 IIA T3 ou zona IIC T1 não seria
aceitável, portanto, recomenda-se que o critério seja restritivo em excesso.
Mormente, a classificação de áreas deve ser registrada como zona 1 IIA
T3 e zona 2 IIC T1.
CÓDIGOS IP 7.5.
O código IP é o índice de proteção do equipamento contra uma série de
exposições. Também é definido pela ABNT NBR IEC 60079-0 como a
classificação numérica de acordo com a IEC 605529, precedida pelo símbolo IP,
aplicada ao invólucro do equipamento para proporcionar:
• Proteção dos usuários contra o contato ou aproximação a partes vivas
ou contato com partes móveis dentro do equipamento;
• Proteção do equipamento elétrico contra o ingresso de objetos sólidos
estranhos;
• Onde indicado pela classificação, proteção do equipamento elétrico
contra a penetração prejudicial de água.
Pela classificação de áreas poderemos selecionar o melhor equipamento
aplicável às condições encontradas naquela atmosfera monitorada em um
espaço confinado. Essa é a próxima fase nos critérios de seleção de
equipamentos para trabalhos em locais confinados também identificados como
áreas classificadas. Devemos ter o maior cuidado na seleção correta para que os
equipamentos e seus acessórios não se constituam em fontes de ignição.
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P á g i n a | 113
TIPOS DE PROTEÇÃO PARA EQUIPAMENTOS 7.6.
A proteção especial que precisamos contar nos equipamentos em espaços
confinados é obtida com a incorporação de requisitos construtivos específicos
para cada tipo de equipamento que o tomam adequados para atmosferas
potencialmente explosivas. Esses requisitos estão especificados nas normas
técnicas da ABNT baseadas nas normativas européias.
A certificação desse equipamento que atesta sua utilização em atmosfera
potencialmente explosiva é de caráter compulsório no Brasil através da Portaria
nº.83 de 03/04/2060 do INMETRO. Levando-se em conta que durante a vida útil
de operação da unidade offshore, os equipamentos poderão estar sujeitos, devido
ao ambiente inóspito u o mar oferece, a diversos tipos de agressão, como por
exemplo: agentes químicos, intempéries, envelhecimento, oxidação etc. Por isso,
embora o equipamento tenha sido projetado, construído e certificado torna-se
ainda, necessária uma inspeção periódica do seu estado para que o nível de
segurança garantido pelo equipamento não seja afetado.
PRIMEIRO DÍGITO IP
SEGUNDO DIGITO Proteção contra corpos sólidos Proteção contra corpos líquidos
Nenhuma Proteção 0 0 Nenhuam proteção Objetos maiores que 50 mm 1 1 Água jogada verticalmente Objetos maiores que 12 mm 2 2 Água jogada em um ângulo de 15°
Objetos maiores que 2,5 mm 3 3 Protegido contra água aspergida Objetos maiores que 1 mm 4 4 Água pulverizada
Proteção contra poeira 5 5 Jatos de água Poeira fina 6 6 Jatos intensos de água
7 Imersão em água 8 Imersão indefinida
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PROTEÇÃO ABREVIAÇÃO UTILIZAÇÃO
À prova de explosão Ex d Detectores, lâmpadas, insufladores.
Pressurizado Ex p Sala de controle, gabinetes de equipmentos.
Imerso em óleol Ex o Transformadores (raramente usados)
Imerso em areia Ex q Transformadores, capacitores, blocos terminais para condutores eléctricos.
Imerso em resina Ex m Sensores e displays
Segurança aumentada Ex e Terminais e caixas de conexão
Não acendível Ex n Lanternas
Segurança intrínseca Ex i Detectores, rádios
EQUIPAMENTOS À PROVA DE EXPLOSÃO - EX d
São projetados de tal modo que seu invólucro proteja as partes do
equipamento que podem ignitar e seja capaz de suportar a pressão desenvolvida
em seu interior durante uma explosão interna de uma mistura explosiva e evitar
a transmissão da explosão para a atmosfera explosiva existente ao redor do invó-
lucro. Os sistemas de iluminação são a prova de explosão.
EQUIPAMENTOS DE INVÓLUCRO PRESSURIZADO - EX p
Equipamentos com invólucro dotado de sistema de sobre-pressão interna
superior à pressão atmosférica, utilizando as técnicas de pressurização ou
diluição contínua.
A técnica de pressurização consiste em evitar a penetração no interior de
um invólucro, da atmosfera externa que pode ser explosiva. Isso ocorre porque é
mantido no interior do invólucro um gás de proteção a uma pressão superior à da
atmosfera externa.
A técnica de diluição contínua consiste no fornecimento ao invólucro de um
gás de proteção em quantidade suficiente para que a concentração resultante
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desse gás ou vapor inflamável liberado por fonte interna, fique bem abaixo do
limite inferior de explosividade.
Portanto, os equipamentos Ex p, em funcionamento normal, produzem
faísca, superfícies quentes, chamas suscetíveis de inflamar uma atmosfera
explosiva ou liberam gás ou vapor inflamável durante o seu funcionamento
normal ou que pode ser liberando em circunstâncias anormais, por exemplo,
devido à falha do sistema contendo o gás. Os requisitos que garantem a proteção
do equipamento no caso de falha são: um sistema de desligamento da
alimentação elétrica e o acionamento de um alarme (1ª categoria) ou unicamente
do acionamento de um alarme (2ª categoria).
EQUIPAMENTOS IMERSOS - EX o / EX q/ EX m
Equipamentos que possuem seus dispositivos internos imersos total ou
parcialmente em um meio isolante de se produzir centelha ou alta temperatura. A
atmosfera explosiva existente acima da superfície do meio isolante não é
inflamada pelo funcionamento do equipamento. Esse meio isolante pode ser:
óleo, areia ou resina.
EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA AUMENTADA - EX e
Quando um equipamento é construído sob orientações de medidas de
construção adicionais aplicadas de modo a aumentar a segurança do próprio
equipamento e de seus dispositivos em regime normal de funcionamento ou
anormal conforme especificação contra a possibilidade de produzir arcos,
centelhas ou altas temperaturas.
EQUIPAMENTOS NÃO ACENDÍVEIS - EX n
Equipamentos em que seus circuitos, dispositivos ou sistemas não é
acendível quando o mesmo não libera energia suficiente para inflamar uma
atmosfera potencialmente explosiva, sob condições normais de operação. Os
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requisitos aplicados para esses equipamentos devem assegurar que uma falha
capaz de causar uma ignição não seja provável de acontecer.
EQUIPAMENTOS INTRINSECAMENTE SEGUROS - EX i
São projetados de tal maneira que no caso de alguma falha, a maior
energia (faíscas ou calor) produzida internamente dos equipamentos não será
suficiente para produzir uma ignição para as mais sensíveis concentrações
inflamáveis de gases específicos, vapores ou pó.
Restringe a energia elétrica produzida no interior do equipamento ou em
circuitos de interconexão expostos a uma atmosfera explosiva, a um nível abaixo
daquele capaz de causar ignição por centelhas ou por efeitos de aquecimento.
Nesses equipamentos todos os seus circuitos ou componentes são
intrinsecamente seguros, ou seja, quando em condições de ensaios prescritas
pela NBR 8447, não é capaz de liberar energia elétrica (faísca) ou térmica
suficiente para, em condições normais (isto é, abrindo ou fechando o circuito), ou
anormais (por exemplo, curto circuito ou falta à terra), causar a ignição de uma
dada atmosfera explosiva.
Os equipamentos intrinsecamente seguros estão classificados em 2
categorias: "ia" ou “ib”
• Equipamento Ex ia:
São incapazes de provocar ignição em operação normal, quer na
condição de um único defeito ou de qualquer combinação de dois
defeitos. Esses equipamentos projetados para as atividades do
Grupo 11 não devem ter quaisquer contatos faiscadores expostos
continuamente ou por períodos prolongados a uma atmosfera
explosiva.
• Equipamentos Ex ib:
São incapazes de provocar uma ignição em operação normal ou na
condição de um único defeito qualquer.
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MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA ÁREAS 7.7.CLASSIFICADAS
Os equipamentos elétricos ou mecânicos para áreas classificadas
necessitam estar sempre em perfeitas condições de operação ao longo de toda a
sua vida útil. Nesse contexto, torna-se uma obrigação a adoção de um Plano de
Inspeção e Manutenção com base na NBR IEC 60079- 17 defnindo o seguinte:
• Periodicidade das inspeções;
• Programa de inspeções;
• Relação de componentes a serem inspecionados por tipo e modelo de
equipamento;
• Procedimentos para reparos quando constatada uma não
conformidade no funcionamento do equipamento.
Se for constatado algum defeito no equipamento, deverá ser providenciada
sua intervenção para reparo ou, dependendo do nível de intervenção, a sua
readequação conforme a sua construção. Os reparos serão feitos conforme a NBR
IEC 60079-19, e são divididos em dois grupos:
I. Interferências realizadas pelo fabricante, ou sob sua orientação, que
não afetem o tipo de proteção do produto original. Nessa hipótese o
Certificado de Conformidade do equipamento continua válido.
II. Interferências não enquadradas na hipótese anterior e aquelas que
afetam o tipo de proteção original, independente de quem tenha
realizado o reparo. Nessa hipótese, o equipamento deverá ser
remetido para reavaliação por um OCP (organismo Certificador de
Produto) e receber nova marcação.
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P á g i n a | 118
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E USO DE EQUIPAMENTOS PARA 7.8.ÁREAS CLASSIFICADAS
Uma seleção eficiente dos equipamentos inicia-se com uma correta
classificação de áreas da planta industrial sujeita aos riscos de explosão. Com
base nessa classificação, deveremos nos orientar pelo seguinte:
• Aquisição de equipamentos adequados de acordo com a classificação
da área de operação do equipamento;
• Exigência do Certificado de Conformidade do equipamento;
• Instalação, operação e utilização dos equipamentos de forma correta
segundo orientações dos fabricantes, das normas técnicas vigentes e
das recomendações práticas existentes.
Para facilitar os critérios de seleção adequada dos equipamentos para
áreas classificadas oferecemos o seguinte quadro:
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Exemplo de marcação de equipamentos segundo a normativa brasileira
baseada nos critérios da IEC.
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EQUIPAMENTOS PARA TRABALHOS EM ESPAÇOS 8.CONFINADOS
EQUIPAMENTOS DE COMUNICAÇÕES 8.1.
A comunicação em espaços confnados é uma ferramenta de vital
importância. Comunicações rápidas, claras e seguras são essenciais para a
proteção dos trabalhadores autorizados. Pode ser visual através de sinais, caso o
trabalhador permaneça constantemente sob o alcance visual do vigia, ou através
de rádios, lembrando ainda que todos devem ser intrinsecamente seguros.
Os métodos de comunicações incluem:
• Comunicação Visual
Requer visão direta entre o vigia e o trabalhador. Para um sistema lógico
de sinais com as mãos é necessário que seja claro e entendido por toda a equipe.
Sinais visuais manuais são raramente práticos devido a visibilidade limitada,
baixa luz e obstruções.
• Comunicação Verbal
Direta também é rara em espaços confinados. Barulho, obstruções e
distância fazem do diálogo entre as equipes algo impossível e incerto.
• Sinais Táteis
Utiliza as cordas como meio de comunicação básico (puxões).
• Sistemas de Comunicação sem Fio
Possuem as vantagens de acomodar um número ilimitado de usuários e
permitirem liberdade de movimento. As desvantagens de um sistema de rádio
sem fios incluem: pontos mortos e comunicação intermitente; requer um ajuste
fino; interferência de freqüência de rádio.
• Sistemas de Comunicação por Fio
Possui a desvantagem de restrições que os fios provocam, principalmente
com relação à locomoção e o acúmulo de fios embolados em outros
equipamentos. As vantagens do sistema de comunicação de fio rígido incluem:
clareza de comunicação; operação com mãos-livres, comunicação contínua,
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comunicação não afetada por interferências, sistema de comunicação privado,
pode ser unida a uma linha de ar para criar um único cabo, baixa manutenção e
baixo preço.
Os equipamentos deverão prover a
comunicação, no mínimo, entre os
trabalhadores no interior do espaço confinado e
o vigia, e entre o vigia e a equipe de resgate. Se
durante a entrada ocorrer uma interrupção nas
comunicações e não havendo outra forma de
comunicação ou contato visual, os trabalhadores deverão abandonar o interior do
espaço confinado imediatamente. O uso dos equipamentos de comunicação
poderá ser dispensado somente nos casos em que seja garantido o contato visual
constante entre o vigia e os trabalhadores no interior do espaço confinado.
EQUIPAMENTOS DE ILUMINAÇÃO 8.2.
A NBR 14.787 dispõe que os equipamentos de iluminação também deverão
estar disponíveis para entradas em espaço confinados, e que sejam
apropriados para uso em áreas potencialmente explosivas. Embora certos
espaços confinados com uma configuração pequena e que recebam uma boa
iluminação natural poderão dispensar o uso de iluminação, sabemos que a
maioria dos espaços confinados localizados em áreas industrial possui grandes
dimensões e possuem uma iluminação deficiente ou inexistente. Por isso, deve
ser sempre previsto o suporte de uma iluminação artificial (por fio ou portátil)
para facilitar o desempenho das tarefas no
interior do espaço confinado e para oferecer uma
facilidade no abandono do local ou numa
eventual situação de resgate. Tanto para os
trabalhadores como para os resgatistas também
será necessária a adoção de capacetes que
possam receber a adaptação de uma lanterna
para oferecer uma iluminação auxiliar.
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CINTOS DE SEGURANÇA 8.3.
Na maioria das entradas, o trabalhador deverá usar um cinto de segurança
completo tipo pára-quedista conectado a um cabo ou corda seguramente
ancorada fora do espaço confinado.
Os propósitos de usar este equipamento incluem:
• Realizar uma descida ou subida segura e com menor esforço possível;
• Realizar algum trabalho posicionado em certa altura;
• Facilitar a recuperação do resgatista através de uma não-entrada;
• Permitir aos resgatistas um método de localizar as vítimas no espaço
confinado;
• Salvar uma vítima inconsciente de forma segura, o mais rápido e
mais fácil possível.
O cinto deve ser de um tipo certificado (CA) pela autoridade competente.
Devem ser inspecionados antes e depois de cada uso, e higienizados após o
trabalho.
O cinto deve ser equipado com fitas, fivelas argolas e malhas rápidas, e
construído com material resistente ao tipo de risco ao qual ele foi projetado
(fogo, eletricidade, etc.). Cintos para entrada em espaço confinado são equipados
com argolas hemisféricas nos ombros usadas para levantar o conjunto através
de uma barra separadora. Possuem uma argola fundida as correias e posicionada
no dorso costal.
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TRIPÉS 8.4.
Tripés são livremente posicionados e possuem pernas encaixadas que
podem ser ajustadas para oferecer uma variação de alturas. São muito efetivos
em decidas e subidas, mas fica instável se a força lateral for muito acentuada.
Isso acontece quando os cabos são puxados para o lado, ou quando o
responsável pela movimentação retira o trabalhador para fora e tenta puxá-lo
para um lado da abertura. Por isso devemos redobrar nossa atenção para que o
equipamento não tombe. A seguir, alguns cuidados que devemos adotar ao
selecionar o tripé para trabalho:
• Sempre siga as instruções do fabricante para inspeção, montagem e uso do
tripé. Você será responsável por seguir estas instruções durante as
operações.
• Nunca coloque mais de uma pessoa por vez no tripé, a menos que você
esteja seguro de que o equipamento é classificado para carga de duas
pessoas.
• Sempre que for descer ou subir uma pessoa, utilize outro sistema de
segurança adicional (trava-quedas) além do sistema principal.
• Desenvolver técnicas de manuseio do equipamento e de posicionamento
dos indivíduos que estão sendo movimentados.
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P á g i n a | 124
MONOPÉ 8.5.
Outro equipamento de movimentação, o
popular monopé. Existem muitos modelos
disponíveis, alguns permanentemente montados,
outros são desmontáveis, uns possuem
posicionamento livre outros são fixados e imóveis,
o que demonstra sua versatilidade.
Uma vantagem fundamental do Braço Davit
em relação ao tripé é uma tendência reduzida a
tombar. Os cuidados que devem ser tomados ao
selecioná-lo são os mesmos indicados anteriormente para os tripés.
GUICHOS E TRAVA-QUEDAS 8.6.
Tripés e monopés são geralmente equipados com manivelas que contêm
um cabo de aço galvanizado de, aproximadamente, ¼ polegada de diâmetro,
embora diâmetros maiores e cabos de aço inoxidáveis também sejam utilizados.
São usados para subir ou descer pessoas onde escadas ou outros meios de
acesso não estão disponíveis. Os dispositivos de trava-quedas funcionam como
sistema de proteção contra quedas em caso de falhas no cabo principal ou
possuem manivelas incorporadas tornando-se resgatadores.
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P á g i n a | 125
SISTEMAS PRÉ MONTADOS 8.7.
Os fabricantes também oferecem sistemas de corda pré-montados. Isso
provê uma redução de erros na construção de sistemas. Exemplos incluem o DBI
SALA RPD-1 e o ROLL-GLISS. Estes sistemas oferecem facilidade de redução de
esforço, mas não podem ser convertidos em sistemas diferentes. Como qualquer
sistema de movimentação, um segundo, dispositivo de segurança deve ser
utilizado.
Alternativamente, poderão ser montados sistemas de cordas e polias para a
movimentação de trabalhadores. Contudo, tenhamos em mente que esses
sistemas estarão mais bem aplicados para as situações de emergência que
requeiram um resgate.
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P á g i n a | 126
PLANEJAMENTO DE TRABALHO EM ES- PAÇO CONFINADO 9.Numa unidade offshore ou numa instalação industrial os serviços de
inspeção, manutenção, reparos, montagem, desmontagem, modificações,
limpeza ou preservação de equipamentos, sistemas ou áreas específicas são
rotinas diárias de trabalho muito comuns que, na maioria das vezes, oferece
algum tipo de risco de exposição do executante daquelas tarefas a algum perigo
inerente aos próprios equipamentos, sistemas ou áreas.
Ao ser reconhecido que a execução de algum serviço em determinada área
de risco seja inevitável, é recomendável um planejamento que envolva a
avaliação da necessidade daquele trabalho, dos perigos inerentes e das condições
ambientais presentes naquela área, com a presença, no mínimo, do responsável
pelo equipamento ou área, do responsável pela execução do serviço e do pessoal
da segurança industrial.
A partir desses pré-requisitos uma metodologia de trabalho será
desenvolvida ao longo do processo de entrada que se encontrará sistematizada
nos procedimentos de emissão de permissão de trabalho.
Independente do local interditado para execução de determinado serviço
estar identificado ou não como uma área classificada, o método mais seguro para
se executar aqueles serviços sem oferecer margem a acidentes que,
principalmente, coloquem a vida dos trabalhadores em perigo é, sem dúvida, o
Sistema de Permissão de Trabalho. Quando se tratar de trabalhos em espaços
confinados, a PET - Permissão de Entrada para Trabalho torna-se uma obrigação
conforme assim exige a NR-33.
Comprovada a necessidade de realização de determinado trabalho num
local que não esteja liberado, outra ferramenta será aplicadas antes de sua
autorização: a APR - Análise Preliminar de Riscos de exclusividade do pessoal da
segurança industrial.
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P á g i n a | 127
PET- PERMISSÃO DE ENTRADA PARA TRABALHO 9.1.
A norma atual modernizou esse formulário ao chamá-lo de PET - Permissão
de Entrada e Trabalho, que deverá estar de acordo com os procedimentos
constantes no programa de gestão de segurança e saúde próprios das empresas,
tomando por base o modelo constante na norma. É um documento padronizado
de cada empresa, construído de acordo com seus procedimentos gerais internos
de execução de serviços. É uma autorização por escrito para execução de
qualquer trabalho a ser realizado nas áreas industriais, com o objetivo de
oferecer as mais seguras condições de trabalho naquele determinado local para
os trabalhadores e preservando as melhores condições dos equipamentos,
sistemas ou locais que sofrerão a intervenção, do meio ambiente e da
continuidade das operações principais da unidade.
As empresas estão obrigadas a garantir que o acesso ao espaço confinado
somente ocorra após a emissão, por escrito, da PET. Ela deverá ser preenchida,
assinada e datada, em três vias, sendo uma cópia para o emitente (supervisor da
entrada), uma cópia para o vigia e uma cópia para os trabalhadores autorizados.
Se a entrada envolver colaboradores de outras empresas contratadas ou
subcontratadas, a empresa deverá disponibilizar os procedimentos de emissão
da PET não só para os seus próprios empregados, como também para os demais.
A PET será específica para apenas um determinado trabalho e restrita a um
único equipamento, sistema ou local, perfeitamente definido e limitado,
identificando, ainda o trabalhador autorizado para execução do serviço.
As informações mínimas constantes na PET são:
• O espaço confinado a ser adentrado (características físicas);
• O objetivo da entrada;
• Data e duração da permissão;
• Relação dos trabalhadores autorizados vigia e equipe de resgate;
• Assinatura e identificação do supervisor que autorizou a entrada;
• Riscos no espaço confinado a ser adentrado;
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P á g i n a | 128
• Medidas usadas para isolar,eliminar ou controlar os riscos antes da
entrada.
Certas ocorrências durante as entradas em espaços confinados podem nos
revelar algumas falhas existentes no sistema de permissão. A NR-33 menciona as
circunstâncias que requerem a revisão da permissão, porém não se limitando a
estas:
• Entrada não autorizada num espaço confinado;
• Identificação de riscos não descritos na PET;
• Acidente, incidente ou condição não prevista durante a entrada;
• Qualquer mudança na atividade desenvolvida ou na configuração do
espaço confinado;
• Solicitação do SESMT ou da CIPA;
• Identificação de condição de trabalho mais segura
PRAZO DE VALIDADE DA PET
O normal é que o prazo de validade da PET seja o período de trabalho do
requisitante. Deveremos ficar atentos também para que essa permissão não
ultrapasse o horário de trabalho do emitente. Se ultrapassar o prazo a PET estará
cancelada. De acordo com o procedimento interno de cada empresa, ocorrendo a
troca de turno, será da responsabilidade do emitente substituto avaliar as
condições de execução do trabalho para se decidir se cancela a PET ou se
prorroga o seu prosseguimento, agora sob sua total responsabilidade.
CANCELAMENTO DA PET
Fica cancelada a PET quando:
• As recomendações nela contidas não estiverem sendo atendidas;
• As condições do local de trabalho apresentam mudanças que
oferecem riscos;
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P á g i n a | 129
• Ocorrer uma demora superior ao fixado na permissão para o seu
início ou ocorrer uma paralisação durante o trabalho por igual
período;
• Ocorrer alguma emergência no local de trabalho.
Diante dessas ocorrências, o emitente, o requisitante, o executante (ou
seu superior hierárquico) ou a segurança industrial deverá suspender
imediatamente a execução dos trabalhos e recolher a PET, ficando o requisitante
e o emitente sempre cientes dessa medida.
ENCERRAMENTO DA PET
Quando for encerrado o trabalho, o prazo de validade da PET ou o período
de trabalho do requisitante, este deverá comparecer à presença do emitente, a
fim de efetuar o encerramento da PET. Se houver um co-emitente, o requisitante
também deverá obter a sua quitação antes de encerrar a PET.
Finalmente, o local de trabalho deverá ser inspecionado pelo requisitante e
pelo emitente para verificar a conclusão do trabalho, a integridade dos
trabalhadores, o estado dos equipamentos, a preservação do ambiente e do
retorno ou continuidade normal das operações.
MODELO DE PET
A seguir apresentamos o modelo de PET sugerido pela NR-33:
NOTAS:
• A entrada não pode ser pennitida se algum campo não for preenchido
ou contiver a marca na coluna "não".
• A falta de monitoramento contínuo da atmosfera no interior do
espaço confinado, alarme, ordem do vigia ou qualquer situação de
risco à segurança dos trabalhadores, implica no abandono imediato
da área.
Treinamento de Supervisores para Entrada em Espaço Confinado – 40h
P á g i n a | 130
• Qualquer saída de toda equipe por qualquer motivo implica a emissão
de nova permissão de entrada. Esta permissão de entrada deverá
ficar exposta no local de trabalho até o seu término. Após o trabalho,
esta permissão deverá ser arquivada.
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P á g i n a | 131
EQUIPE DE TRABALHO 9.2.
Sabe-se que é vedada uma entrada isolada em espaços confinados. Mas
qual é o tamanho ideal da equipe de trabalho? A NR-33 inovou mais uma vez
aqui ao atribuir a análise de risco a quantificação da equipe ideal para execução
de detenninado serviço nas condições ambientais e físicas existentes no local já
liberado para trabalho e para os possíveis riscos que poderão se desenvolver ao
longo da execução dos serviços. O tamanho de uma equipe que era estabelecido
pela NBR 14.787 era de, no mínimo, dois profissionais, sendo um o vigia e o
outro o executante.
Todavia, esse limite mínimo somente seria aceito se o trabalho fosse de
uma execução fácil, se o local para entrada fosse pequeno, se a condição de
trabalho encontrada permitisse um contato visual constante entre os dois
membros e se os meios de fuga estivessem facilmente acessíveis.
Todavia, sabemos que essa não é a realidade de grande parte dos
trabalhos em espaços confinados.
O ideal que o número de profissionais da equipe de trabalho seja superior
ao mínimo necessário, mas que obedeça a um dimensionamento previamente
estudado pelo planejamento do trabalho requisitado.
Caso seja necessário, deverá constar na PET o revezamento dos
trabalhadores no interior do espaço confinado, sem prejuízo das atividades e das
condições estipuladas para a entrada
ANÁLISE DE PERIGOS/RISCOS 9.3.
A execução de trabalhos que envolvam equipamentos, sistemas e locais
que contenham alguma substância perigosa ou a possibilidade de liberação de
grandes quantidades de energia, sempre estará sujeita à ocorrência de acidentes
que poderão resultar em danos aos trabalhadores, às instalações e ao meio
ambiente. A atmosfera deverá ser avaliada quanto a quanto à presença de gases
ou vapores inflamáveis, gases ou vapores tóxicos, concentração de oxigênio e
presença de qualquer outro contaminante do ar potencialmente tóxico.
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P á g i n a | 132
Ao ser aceita a requisição da permissão de trabalho, e dado início a fase de
planejamento de uma entrada em área reconhecida como espaço confinado, será
necessária uma avaliação daquele local sob a responsabilidade do pessoal da
segurança industrial.
A Análise de Perigos/Riscos busca identificar, antecipadamente, os perigos
nos equipamentos, sistemas e locais, quantificar os riscos associados aos
trabalhadores, as instalações e ao meio ambiente, para, ao seu final, propor
medidas de controle.
Cabe aqui também, sem a necessidade de nos aprofundannos no estudo,
resumirmos o que entendemos como perigo e risco.
Perigo é a propriedade ou condição inerente a uma substância ou atividade
capaz de causar danos às pessoas, as propriedades e ao meio ambiente.
Risco é o potencial de ocorrência de conseqüências indesejáveis decorrente
da realização de alguma atividade.
Resumindo, seus objetivos seriam:
• Identificar os perigos;
• Estimar o risco de cada perigo (probabilidade de ocorrência e
gravidade);
• Avaliar se o risco é tolerável (se não for, decidir quais serão as
medidas de controle).
A Análise Preliminar de Perigos/Riscos, a princípio, é uma metodologia
aplicada para identificar e gerenciar os riscos decorrentes da instalação de novas
unidades industriais, equipamentos e sistemas ou da operação dessas unidades,
equipamentos e sistemas já existentes.
As informações necessárias que servirão de base para a APR são:
• Local;
• Instalação (equipamentos ou sistemas);
• Substâncias.
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P á g i n a | 133
DEMAIS MEDIDAS DE CONTROLE 9.4.
Já falamos exaustivamente sobre as principais medidas de controle, a
saber, detecção de gases, ventilação e proteção respiratória. O fundamental é
que a supervisão de entrada esteja sempre atenta às práticas seguras de
trabalho que no desenvolvimento das operações poderão sofrer omissões ou
desvios das medidas de segurança inicialmente previstas no planejamento da
entrada. Tomando como exemplo um serviço em tanques de navios, a análise de
riscos não deve ficar adstrita somente ao tanque que irá sofrer a intervenção.
Todos os tanques adjacentes e tubulações comuns também devem ser avaliados,
pois as atividades desenvolvidas naquele tanque liberado para entrada podem
influenciar na atmosfera daqueles locais adjacentes, ou as condições destes
podem influenciar aquela atmosfera outrora liberada para trabalho.
A supervisão deverá ter o melhor conhecimento possível do local de
trabalho onde existe um espaço confinado identificado e dos sistemas produtivos
desenvolvidos nessas unidades para combiná-los com uma gestão que
providencie a seleção adequada de medidas de controle de riscos. Esses
procedimentos não se limitam a um controle administrativo, mas levarão em
consideração as medidas adotadas pela engenharia, pela segurança industrial, os
instrumentos a serem utilizados e a seleção do EPI necessário para o trabalhador
aplicável à condição avaliada.
Nesse contexto, a fase anterior de monitoramento ambiental constitui-se
em ferramenta importante para reconhecer a presença e quantificar possíveis
contaminantes presentes do ambiente, além de servir como instrumento de
avaliação da eficiência dos procedimentos de controle que serão ali instalados.
Em todas as unidades, seus diversos setores de trabalho deverão estar cientes de
que uma entrada programada está em andamento e que medidas de controle
para aquele espaço estão sendo aplicadas naquele momento. Alguns setores
essenciais a serem comunicados:
• Estabilidade
• Perfuração ou Exploração
• Refino
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P á g i n a | 134
• Estocagem
• Eletricidade
• Mecânica
• Segurança
A seguir complementamos com as seguintes medidas também essenciais
para os trabalhos em espaços confinados:
ISOLAMENTO/SINALIZAÇÃO
Separação física do espaço confinado das outras atividades desenvolvidas
com relação ao contato com alguma fonte de energia potencialmente perigosa ou
com relação ao trânsito de pessoas não envolvidas com aquela área classificada.
TRAVAMENTO/BLOQUEIO
O travamento é uma técnica aplicada para impedir uma descarga de
energia perigosa nos trabalhadores ou uma abertura de válvulas. Garante a
manutenção dos equipamentos impedindo o acesso ao local intencionalmente
interditado,mesmo que exista um descuido ou insistência no manuseio daquilo
que foi isolado.
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P á g i n a | 135
No caso de isolamento de tubulações devem ser utilizados flanges cegos
ou raquetes o mais próximo possível do espaço confinado.
Um plano de raqueteamento deve ser colocando em prática considerando:
• A configuração do espaço confinado;
• Todas as tubulações;
• Os pontos a serem isolados e a identificação das raquetes.
É recomendada a utilização de desenho esquemático ou fluxograma de
processo como representação (planta) no plano de raqueteamento.
ETIQUETAGEM
É a colocação de etiquetas personalizadas fixadas junto às travas dos
equipamentos ou locais que tiveram seus dispositivos de alimentação colocados
na posição desejada para a realização daquele trabalho específico em um espaço
confinado.
Algumas empresas exigem que a
interdição e a sinalização sejam utilizadas
conjuntamente, correspondendo a um dos
métodos mais eficazes de controle. Enquanto a
interdição dificulta a entrada de alguma pessoa,
ao mesmo tempo as travas impedem o
manuseio dos equipamentos e os avisos
informam os trabalhadores envolvidos ou não naquelas atividades sobre os
propósitos daquelas medidas de segurança.
DESLIGAMENTO DOS EQUIPAMENTOS
Todos os operadores de equipamentos são responsáveis pelos
procedimentos de isolamento, interdição e desligamento exigidos pela empresa,
quando necessários para a execução de algum tipo de trabalho em espaços
confinados. A seguir apresentamos algumas medidas que poderão ser adotadas:
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P á g i n a | 136
Preparos para a paralisação
• Determinar quais os tipos de fontes de energia que devem ser
controlados;
• Obter todas as informações existentes sobre os procedimentos de
isolamento e paralisação do sistema em questão;
Desligar o equipamento
• Seguir todas as instruções fornecidas pela empresa e pelo fabricante
para a parada do equipamento;
Isolar o equipamento
• Devemos fazer muito mais do que apenas colocar a chave na posição
de "desliga";
• Travar as chaves, válvulas, interruptores ou disjuntores;
• Providenciar o aterramento adequado do equipamento;
• Desconectar ou proteger outras fontes de energia auxiliar como, por
exemplo, geradores, circuitos secundários, sistemas pneumáticos ou
sistemas hidráulicos.
Providenciar o travamento e a etiquetagem do equipamento
• Travar todos os dispositivos elétricos do equipamento e indicar
através de etiquetas a posição em que eles devem permanecer
enquanto durar a interdição;
Controlar a energia armazenada
• Aliviar, desconectar ou restringir qualquer risco de algum resíduo de
energia ou pressão ainda permanecer no equipamento;
• Checar se todas as partes móveis do equipamento estão presas;
• Desobstruir tubos dos flanges;
• Dissipar qualquer temperatura extrema do equipamento (calor ou
frio);
• Aliviar a pressão das linhas;
• Purgação dos tanques e das linhas;
Treinamento de Supervisores para Entrada em Espaço Confinado – 40h
P á g i n a | 137
• Instalar redes de aterramento;
• Manter imóveltoda e qualquer parte do equipamento que possa girar
ou se mover;
Verificar o isolamento do equipamento
• Informar o supervisor e assegurar que a área está limpa e isolada;
• Certificar-se através de testes de que o equipamento esteja
realmente desligado, totalmente desalimentado e que não possa ser
operado;
• Pressionar todos os botões (inclusive o de partida) e demais controles
e depois retorná-los para a posição de "desliga";
• Adotar providências para uma verificação periódica da interdição
enquanto estiverem sendo executados os serviços no espaço
confinado.
Remoção das travas e dos avisos
• Informar a todos os envolvidos de que as travas e as etiquetas
estarão sendo retiradas;
• Realizar contagem para certificar-se de que todos já saíram daquela
área;
• Remover as travas, fazendo com que cada trabalhador designado
seja responsável pela retirada de suas próprias travas;
• Os avisos e as etiquetas também devem ser removidos juntos com a
PET;
• Notificar a todos os trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente
com o sistema de que a interdição está terminada.
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P á g i n a | 138
Se a interdição atravessar uma mudança de turno, o trabalhador que
assumirá o posto deverá ser aguardado para que ele coloque suas próprias travas
e, o trabalhador que está sendo substituído retire as suas. Na troca de turno o
trabalhador não poderá deixar suas travas no local, como também nunca poderá
por si próprio, romper uma trava. Sempre deverá notificar seu supervisor de que
uma trava que não lhe pertence foi deixada no local.
CONTROLE DA DESCARGA ESTÁTICA
Apresentamos aqui alguns procedimentos empregados para proteção
contra ignições de descargas eletrostáticas:
• Remover os vapores inflamáveis do interior do espaço antes de iniciar
os trabalhos;
• Sempre eliminar ou reduzir a produção de estática conforme a seguir:
Nunca use filtro no final nas linhas de escoamento;
Não chacoalhar líquidos em tanques fechados;
Tente reduzir ao máximo os movimentos no interior dos tanques;
Nunca soprar ar ou gases diretamente nos líquidos;
Reduzir a razão do fluxo no começo do abastecimento para se evitar
a agitação no interior do tanque;
Tente evitar descarga de água direta em líquidos hidrocarbonetos.
Remover objetos soltos no interior dos tanques;
Aterrar para eliminar a produção de carga ou diferença de carga em
objetos que podem descarregar quando um atrito é produzido.
Esperar a avaliação para a introdução de objetos no interior, quando
atividades possíveis de produzir estática estão em andamento ou
tenham acabado de cessar.
Estar alerta para o coletor que poderá estar inspecionado, mas, ainda
assim, poderá se tomar uma fonte de ignição por intermédio de
uma descarga.
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P á g i n a | 139
PURGAÇÃO
É o processo de dispersar os gases e vapores perigosos de um espaço
confinado através da lavagem com a injeção de vapores ou gases inertes.
Quando a purga está sendo realizada para reduzir os riscos associados à
substância perigosa existente no local (ex: gases inflamáveis), ela também
poderá produzir novos riscos, como por exemplo, a deficiência de oxigênio. Por
essa razão, deve ser seguida de uma ventilação.
Vapor
Em alguns casos pode ser utilizado para purgar um espaço que contenha
materiais como solventes hidrocarbonetos de baixo ponto de fulgor, óleos de
motores ou outros produtos derivados do petróleo. Também ajuda soltar as
crostas e os materiais viscosos grudados nas paredes ou nas fendas do espaço.
Contudo, muito cuidado deve ser tomado no uso do vapor aquecido, pois ele irá
se condensar tão rapidamente o quanto é introduzido, não expulsando, assim, o
contaminante do local. Isso poderá provocar um aumento da temperatura e todo
o cuidado será necessário para não deformar ou rachar as anteparas ou provocar
uma explosão.
Durante a purgação as escotilhas localizadas no topo do espaço devem ficar
abertas para permitir que o ar quente escape enquanto o vapor é introduzido
desde o fundo do espaço, não deixando de considerar também o local para onde
o vapor e os contaminantes serão lançados.
Quando a purga for efetuada com vapor d'água, o sentido do fluxo deve ser
do ponto mais baixo do espaço confinado para o ponto mais alto. Após o término
da injeção e bloqueio, deve ser assegurada a injeção de ar atmosférico para se
evitar a diferença de pressões provocada pela condensação do vapor.
lnertizantes
A purgação pode ser bastante eficaz através da introdução de algum gás
inerte como, por exemplo, o dióxido de carbono e o nitrogênio. Todavia, muito
cuidado deve ser tomado durante o processo para evitar os riscos de asfixia pelo
Treinamento de Supervisores para Entrada em Espaço Confinado – 40h
P á g i n a | 140
próprio gás inerte e os riscos de uma descarga estática quando está sendo
introduzido o inerte.
Após a purga, é importante que sejam
estabelecidas medidas que assegurem o
isolamento do ambiente purgado contra a re-
introdução de vapor d'água e gases inerte ou
a introdução de qualquer outro risco
atmosférico.
DRENAGEM
São os processos de efetuar a drenagem
de líquidos ou a remoção de substâncias
pressurizadas armazenadas no interior dos
espaços confinados ou nas tubulações
existentes no seu interior ou em locais
adjacentes que estejam interligadas.
ORGANIZAÇÃO DOS ACESSOS A LOCAIS CONFINADOS 9.5.
Uma forma de acesso seguro ao interior de um espaço confinado deverá
sempre ser providenciada, seja através de escadas, polias ou andaimes, para que
sejam evitados escorregões ou quedas envolvendo os trabalhadores autorizados.
Mais de um local de acesso deverá ser providenciado para entradas seguras
em espaços confinados. Um sistema de ventilação montado não deverá
atrapalhar a entrada dos trabalhadores autorizados, por isso, recomenda-se a
disponibilidade de mais de uma entrada para o local.
A disponibilidade de mais de uma entrada possui também a finalidade de
auxiliar os trabalhadores num abandono de emergência quando uma atmosfera
de riscos se instalarem no local ou quando da necessidade de um acesso rápido
às vítimas pela equipe de resgate.
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P á g i n a | 141
Uma prática recomendada para organização de trabalhos em espaço é uma
boa disposição de ferramentas, equipamentos e materiais na área de trabalho.
Todas as plataformas, passagens, escadas devem estar livres de obstáculos que
ameacem a integridade física dos trabalhadores ou atrapalhem o bom andamento
dos serviços.
EXECUÇÃO DE TRABALHOS COM VAPORES DE 9.6.HIDROCARBONETOS
Deveremos sempre considerar como inadequados, principalmente, devido à
ausência de sistemas de ventilação e exaustão, e suspeitar da existência desses
vapores em espaços confinados pelas seguintes razões:
• Em locais de exploração, produção e armazenamento podem ocorrer
vazamentos para o interior dos compartimentos;
• Resíduos poderão resistir mesmo após a limpeza e a ventilação;
• Borra e resíduos remanescentes em um tanque que tenha sido
considerado liberado, poderão desprender vapores se forem
remexidos ou sujeitos ao aumento de temperatura;
• Sistemas de ventilação comum que possam permitir a passagem livre
de vapores de um tanque para outro;
DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO 9.7.
Deveremos sempre suspeitar da falta de oxigênio em espaços confinados
que continham água, estavam sujeitos a vapor ou umidade, continham gás inerte
ou estavam interligados com outros locais (tanques) que continham gás inerte.
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P á g i n a | 142
ABERTURA DE LINHAS E EQUIPAMENTOS 9.8.
Sempre que bombas de carga, tubulações ou válvulas forem abertas para
execução de serviços, devem ser lavadas internamente com água. Ainda assim,
recomenda-se todo o cuidado, devido a possibilidade de que alguma quantidade
de carga possa permanecer e tomar-se um nova fonte de vapores.
USO DE FERRAMENTAS 9.9.
As ferramentas de trabalho não devem ser levadas para o interior do
espaço confinado pelos trabalhadores, mas sim, arriadas em bolsas de lona ou
cestas no intuito de evitar que alguma delas possa cair. Antes de qualquer
serviço que envolva, raspagem, martelagem ou o uso de ferramentas
motorizadas, o supervisor deve estar plenamente convencido de que não existe
vapores/gases inflamáveis nas proximidades.
As ferramentas feitas de metal não ferroso, chamadas de antifaiscantes,
apresentam apenas uma menor possibilidade de se criar uma centelha devido a
sua rigidez relativamente menor. Todavia, partículas poderão ficar incrustadas
na superfície de trabalho ou no gume da ferramenta que, com o impacto contra
metais ferrosos ou outros metais rígidos, poderão provocar uma centelha.
Portanto, o uso de ferramentas de metais não ferrosos nem sempre será
recomendado.
Quanto ao uso de ferramentas motorizadas, os trabalhos que envolvam o
seu uso devem se permitidos sob as seguintes condições:
• A área de trabalho não deve estar sujeita a liberação de gases ou a
uma concentração de vapor/gás combustível e deve estar liberada
contra a presença de material combustível;
• A área deve estar desgaseificada e as medidas de controle (medição)
de atmosferas explosivas devem ser extremamente rigorosas (o
multigás não deve acusar leituras superiores a 1% do LIE).
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P á g i n a | 143
• Máquinas e ferramentas manuais eletricamente alimentadas podem
ser usadas até a tensão máxima de 110 V, alimentadas por
transformador de segurança com dispositivo instantâneo contra
curto-circuito a terra e com características de dupla isolação,
conforme preconiza a NBR 6.151.
JATEAMENTO 9.10.
Quando for utilizado o jatemaneto em locais confinados os trabalhadores
deverão adotar o máximo de cuidados com a aplicação do equipamento devido o
risco de perfuração nas tubulações e nas estruturas. Alertamos também que o
próprio equipamento de jateamento (alimentador e o bico da mangueira) deve
estar aterrado.
Nessas atividades um sistema de ventilação por exaustão também é
indicado para manter a concentração de pós e poeiras dentro de um limite
mínimo permitido.
O fornecimento de proteção respiratória para os trabalhadores envolvidos
nessas atividades também é obrigatório. Nos serviços que envolvam substâncias
abrasivas, o equipamento de proteção de respiratória também deverá ser provido
de capuzes.
TRABALHOS A QUENTE EM ESPAÇOS CONFINADOS 9.11.
Um compartimento liberado para trabalho a quente requisitado deverá
estar limpo e ventilado até que a atmosfera seja mantida numa concentração que
indique 20,9% de oxigênio e não mais do que 1% do LIE (o ideal sempre será
0% de LIE).
Toda a operação que, no interior do espaço confinado ou nas adjacências
da unidade, possibilitem a formação e a passagem de vapores/gases inflamáveis
para o local isolado para o trabalho a quente deve ser interrompida. Se algum
local for contaminado por líquidos ou vapores de hidrocarbonetos, o trabalho a
quente deve cessar imediatamente, as causas dessa contaminação devem ser
Treinamento de Supervisores para Entrada em Espaço Confinado – 40h
P á g i n a | 144
identificadas, a PET cancelada e as medidas de controle (limpeza, desgaseificação
e medição) devem ser adotadas até o retomo dos níveis de segurança admitidos
para uma nova liberação.
A área de trabalho deve ser constantemente ventilada e a atmosfera deve
ser monitorada freqüentemente. Se houver intervalos durante o período de
trabalho, deverá ser providenciada a medição nesses intervalos. Equipamentos
de combate a incêndios adequados devem estar dispostos nas proximidades do
trabalho a quente e prontos para o uso imediato.
REMOÇÃO DE BORRAS E SEDIMENTOS 9.12.
Nesses serviços medições periódicas de gases devem ser adotadas e a
ventilação deverá ser mantida continuamente enquanto o espaço confinado
estiver ocupado.
Poderá ocorrer um aumento das concentrações de gases, devido os
movimentos provocados pelos trabalhadores lá inseridos ou nas imediações do
espaço confinado. Portanto, é recomendado o emprego de detectores de gases
pessoais para os trabalhadores que estiverem engajados nos trabalhos.
SERVIÇOS DE PINTURA 9.13.
Nos trabalhos de pintura e jato abrasivo, deve ser mantido o
monitoramento quanto à formação de atmosferas explosivas ou tóxicas.
Compostos orgânicos voláteis, como o benzeno, tolueno, xilenos, n-butanol e
metilisobutilcetona são comumente encontrados no ar durante o processo de
pintura, provenientes da emissão de solventes orgânicos da tinta fresca ou
utilizados para dissolver ou disper- sar tintas, resinas e produtos de polimentos.
Estas substâncias químicas atuam predominantemente sobre o sistema nervoso
central como depressoras que, dependendo da concentração e do tempo de
exposição, podem causar desde sonolência, tontura, fadiga até narcose e
finalmente a morte do trabalhador. O EPI dos trabalhadores autorizados deverão
proteger qualquer parte de seu corpo do contato com essas substâncias.
Treinamento de Supervisores para Entrada em Espaço Confinado – 40h
P á g i n a | 145
Nos serviços de pintura onde estão sendo aplicadas tintas, resinas ou
solventes que poderão emanar vapores tóxicos ou explosivos deve ser
empregado um sistema de ventilação por exaustão no local, de forma que as
concentrações tóxicas permaneçam sempre abaixo dos LT e que as
concentrações de misturas inflamáveis estejam sempre abaixo do LIE. A
atmosfera deverá ser continuamente monitorada de forma a verificar a eficiência
da ventilação oferecida.
O uso de proteção respiratória é obrigatório para esses serviços.
Dependendo das medidas de controle (ventilação) e da volatilização das
substâncias o dispositivo de proteção respiratória poderá variar desde um respira
dor por filtro, até um sistema de ar de linha. É recomendado o uso de proteção
respiratória para os casos em que, na presença de vapores/gases tóxicos ou
fumos em suspensão, os odores gerados causem desconforto ao trabalhador,
mesmo quando abaixo do LT. O equipamento deve ser os respiradores por ar de
linha com cilindro de escape.
DESCARTE DE RESÍDUOS 9.14.
O descarte de escórias, demais resíduos sólidos e efluentes líquidos
resultantes dos serviços em execução no espaço confinado deve atender, no
mínimo, ao estabelecido na NR-25: Resíduos Industriais.
Os resíduos devem ser dispostos de forma a não interferir nos trabalhos ou
obstruir a passagem de pessoas. A NR-25 determina que:
'25.1.1. Os resíduos gasosos deverão ser eliminados dos locais de trabalho
através de método, equipamentos ou medidas adequadas, sendo proibido o
lançamento ou a liberação nos ambientes de trabalho de quaisquer
contaminantes gasosos sob a forma de matéria ou energia, direta ou
indiretamente, de forma a serem ultrapassados os limites de tolerância
estabelecidos pela Norma Regulamentadora (NR -15)".
Treinamento de Supervisores para Entrada em Espaço Confinado – 40h
P á g i n a | 146
"25.2.1. Os resíduos sólidos ou líquidos produzidos por processos e
operações industriais deverão ser convenientemente tratados e/ou dispostos
e/ou retirados dos limites da indústria, de forma a evitar riscos à saúde e à
segurança dos trabalhadores."
Quando for utilizado um local temporário para depósito dos resíduos
inflamáveis ou tóxicos deve ser observado o seu comportamento quanto a
geração de vapores/gases que poderão influenciar no funcionamento nos
equipamentos de apoio, de resgate e na própria atmosfera onde estão
acondicionados.
TÉRMINO DOS TRABALHOS 9.15.
Após o término dos trabalhos, o interior do espaço confinado deverá ser
inspecionado quanto:
• A conclusão satisfatória do serviço requisitado;
• Remoção total dos equipamentos, ferramentas sobras de materiais e
resíduos;
• Integridade dos equipamentos que controle (flanges, travas,
cadeados, raquetes, etc);
• Retorno da operação normal.
E o mais importante: "Uma entrada mal planejada poderá ser a última".
OBJETIVO DOS PRIMEIROS SOCORROS EM ESPAÇOS 10.CONFINADOS
Mesmo que se trate de uma entrada para trabalho é importante que o
trabalhador autorizado e os demais membros da equipe de trabalho estejam
capacitados a prestar o atendimento inicial, ainda que restrito, em caso de
acidente.
Entende-se por primeiros socorros a ajuda imediata prestada por uma
pessoa a um acidentado, doente, ou vítima de mal súbito, com a finalidade de
Treinamento de Supervisores para Entrada em Espaço Confinado – 40h
P á g i n a | 147
mantê-lo com vida, minorar a dor e evitar as complicações do quadro, até a
chegada do médico. Seus objetivos principais são:
• Salvar vidas;
• Aliviar a dor;
• Evitar piora posterior; e
• Promover a recuperação.
• Servir como elo entre o momento do acidente e a chegada de ajuda
profissional.
Em situações de emergência, todo executante de trabalhos nos interiores
de espaços confinados devem, inicialmente, garantir a sua segurança para um
auto-socorro. Existindo vítima no local, os trabalhadores autorizados deverão,
pelo menos, seguir as seguintes orientações:
O QUÊ ACONTECEU? QUAIS SÃO OS FERIMENTOS?
• Observe;
• Use os sentidos (sinais: sangue, convulsões, etc.);
• Tente obter um diagnóstico;
• O máximo de informações possíveis (lesão, deformidades,
mecanismos da lesão, etc.);e
• Solicite o resgate imediato e apropriado.
CHAME A ASSISTÊNCIA MÉDICA
• A exata localização do acidente;
• Uma indicação do tipo e seriedade do acidente; e
• O número de feridos.
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P á g i n a | 148
SISTEMA RESPIRATÓRIO 10.1.
O oxigênio é a fonte da vida. Ao inalarmos esse gás contido em nossa
atmosfera terrestre, nosso organismo realizará uma série de reações até
transformá-lo em energia para o perfeito funcionamento de nosso corpo. Dentre
os sistemas que controlam as funções metabólicas de nosso corpo, o sistema
respiratório é o responsável pelas trocas gasosas que envolvem o envio do
oxigênio até os pulmões.
O sistema respiratório é constituído pelas fossas nasais, boca, laringe,
traquéia, brônquios e pulmões. Para a respiração contribui também a caixa
torácica, da qual os movimentos de expansão e de redução são essenciais para
que o ar possa entrar e sair das vias respiratórias.
SISTEMA CIRCULATÓRIO 10.2.
Para nosso corpo realizar suas funções, o sangue tem de circular
permanentemente por todo o corpo. Mas, por quê?
A resposta é simples. O sangue é o meio de transporte da energia
necessária para o funcionamento de nossos órgãos que foi alimentada pelo
oxigênio processado pelo sistema respiratório. Na circulação sanguínea o sangue
realiza duas viagens, uma curta entre o coração e os pulmões (a pequena
circulação) e uma longa entre o coração e todo o resto do corpo (a grande
circulação).
Para executar esta circulação é necessário um órgão que impulsione o
sangue (o coração) e canais (vasos sangüíneos), por onde o sangue circula. O
funcionamento do coração faz com que o sangue seja bombeado a todas as
partes do corpo.
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P á g i n a | 149
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA 10.3.
A consciência é a percepção do que está em nosso redor. Significa que a
respiração e a circulação da vítima estão presentes. A inconsciência é um dano
que pode variar de confusão mental a coma profundo. É o resultado da
interrupção da atividade normal do cérebro. O nível de consciência é medido
testando a resposta da vítima a estímulos tais como sons ou dor.
RCPC - RESSUSCITAÇÃO CÁRDIOPULMONAR CEREBRAL 10.4.
RCPC - Ressuscitação Cardiopulmonar Cerebral é o conjunto de manobras
realizadas na tentativa de reanimar uma pessoa vítima de parada cardíaca
"e/ou" respiratória. Este "e/ou" deve-se ao fato de que a vítima poderá ser
encontrada com parada respiratória por obstrução mecânica (objeto obstruindo a
passagem do ar), que ainda mantêm batimentos cardíacos. Neste caso será
necessária apenas a respiração artificial. Sua finalidade é fazer com que o
coração e pulmão voltem às suas funções normais. Isto é necessário para a
manutenção da oxigenação do cérebro, o qual não pode passar mais de alguns
minutos sem ser oxigenado, sob pena de provocar lesões irreversíveis.
Os procedimentos das manobras de RCPC vêm sendo aperfeiçoados ao
longo dos anos. Na RCPC, mesmo que resgatista atue com máximo de
aproveitamento, isso não representará a garantia de retorno da vítima, ainda que
a manobra tenha sido aplicada com proficiência máxima. Pesquisas demonstram
que, atualmente, mesmo se RCPC for iniciada em menos de 4 minutos da parada
cardiorespiratória e o resgate chegar ao local a menos de 8 minutos da parada,
as chances da vítima se recuperar são de apenas 43%. E estamos falando em
locais com atmosfera ambiente normal. Nos casos de emergências em espaços
confinados a possibilidade de êxito na aplicação da manobra certamente será
menor.Por ser uma manobra complexa não é aconselhável qualquer tentativa de
execução por pessoas sem treinamento ou cujo treinamento tenha sido realizado
há mais de 1 ano. Além disso, não se pode, de forma alguma, realizar esta
manobra em pessoas vivas, sob o risco de provocar arritmia cardíaca ou mesmo
a parada cardíaca.
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CHECAR RESPIRAÇÃO
Para checar se alguém está respirando, você pode sentir o movimento do
tórax ou abdômen com a sua mão. No caso de algum acidente em espaço
confinado os problemas respiratórios poderão ser decorrentes de algum ferimento
ou algum trauma de inalação.
Respiração Obstruída
• Sintomas vítima consciente
Lábios, orelhas ou a face azulados;
Vítima segurando a garganta;
Vítima procurando por ar.
• Sintomas vítima inconsciente
Respiração audível, ronco.
• Conclusão
Respiração obstruída, sufocamento.
• Objetivo
Desobstruir as vias aéreas.
• Ação
Se sufocando
Desobstruir vias aéreas;
Movimentos firmes entre as escápulas;
Manobra de desobstrução por compressão abdominal;
Respiração boca a boca.
Se inconsciente
Desobstruir as vias aéreas;
Posição de recuperação;
Alertar o profissional de saúde.
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Respiração insuficiente ou sem respiração
• Sintomas
Inconsciência profunda;
Face possivelmente azulada;
Sem respiração.
• Conclusão
Sem respiração.
• Objetivo
Fornecer oxigênio para os pulmões.
• Ação
Respiração boca-a-boca ou boca-máscara(pocket-mask)-boca
imediatamente ou emprego de bolsa de ventilação;
Abra as roupas apertadas;
Alerte o profissional de saúde.
CHECAR A CIRCULAÇÃO
Havendo a possibilidade, recomenda-se a checagem do pulso quando
existir o domínio da técnica.
• Sintomas
Inconsciência Profunda;
Sem respiração;
Sem circulação;
Palidez
• Conclusão
Estagnação da circulação.
• Objetivo
Fornecimento de oxigênio para o cérebro.
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• Ação
Comece a ressuscitação e alerte o profissional de saúde.
• Procedimento
Fale com a vitima;
Se não houver reação, provoque o estimulo da dor;
Se não houver reação, proceder com abertura de Vias Aéreas
Superiores e cheque a respiração;
Caso não sinta movimentos de expansão torácica ou não escute
a expiração do ar faça 2 ventilações de resgate.
PROTOCOLO DE RCPC
• Inicie com a ventilação (2x);
• Achar o ponto de massagem cardíaca fazendo a varredura de costelas
encontrando o processo xifóide;
• Colocar os dois dedos indicadores acima do osso esterno e, após,
colocar a base da outra mão sobre o osso esterno;
• Logo após, aplique as compressões no tórax (30x);
• Continue até a retirada da vitima do local e recebimento da avaliação
de profissional qualificado, a vítima responder aos estímulos ou até a
estafa física do resgatista.
ATENÇÃO: Independentemente do número de recorrista, a manobra de
RCPC sempre será 2 ventilações para 30 compressões torácicas.
FERIMENTOS 10.5.
Ferimentos podem ser internos e externos. Os ferimentos internos são
complicados, pois seu tratamento não é possível para um socorrista. Ferimentos
externos podem causar complicações porque os germes (contaminantes) podem
infectar o ferimento.
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Os ferimentos podem ser abertos ou fechados. Os ferimentos abertos são
aqueles em que há perda da integridade da superfície da pele. Nos ferimentos
fechados não ocorre por definição perda da integridade da pele.
ESCORIAÇÕES
São lesões da camada superficial da pele ou mucosas que apresentam
sangramento discreto, mas costumam ser extremamente dolorosas. Não
representam risco às vitimas quando isoladas.
INCISÕES
São lesões teciduais cujos bordos são regulares, sendo produzidas por
objetos cortantes. Podem causar sangramento de variados graus e danos a
tendões, músculos e nervos.
LACERAÇÕES
São lesões teciduais de bordos irregulares, produzidas pro objetos rombos
através de trauma fechado sobre superfícies ósseas. O sangramento deve ser
controlado por compressão direta e aplicação de curativo e bandagens.
Imobilização das extremidades com ferimentos profundos.
PERFURAÇÕES
São lesões causadas por perfuração da pele e dos tecidos subjacentes por
um objeto. O orifício de entrada pode não corresponder à profundidade da lesão.
As lesões penetrantes de tórax devem ser concluídas o mais rápido possível, para
evitar a aspiração de ar para o espaço pleural com a formação de pneumo-tórax
aberto. Verificar a presença de orifício de saída, mas nunca explorando a ferida.
Tratar as condições que causem risco iminente de vida. As vítimas com lesões
penetrantes de tronco e abdome devem ser removidas o mais rápido possível
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para hospitais que disponham de equipe cirúrgica pelo alto risco de hemorragias
internas.
AVULSÕES
São lesões onde ocorre descolamento da pele em relação ao tecido
subjacente, que pode se manter ligado ao tecido sadio ou não. Apresentam graus
variados de sangramento, geralmente de difícil controle. A localização mais
comum ocorre em mãos e pés. Recomenda-se colocar o retalho e sua posição
normal e efetuar a compressão direta da área, para controlar o sangramento.
Caso a avulsão seja completa, transportar o retalho ao hospital. A preparação do
retalho consiste em lavá-lo com solução salina, evitando o uso de gelo direto
sobre o tecido.
FERIMENTOS FECHADOS
Um impacto ou uma compressão podem causar rompimento de vasos
sanguíneos, causando o extravasamento de líquido ou sangue. Estas lesões, que
são chamadas de contusões, podem acometer somente estruturas superficiais,
mas, em casos de aplicação de forças intensas, pode haver lesão de órgãos
internos. Normalmente, se houver apenas acometimento superficial a vítima
apresenta dor e inchação (edema) da área afetada. Se houver hemorragia, o
local adquire uma coloração preta ou azulada, que é chamada equimose. Em
alguns casos, o sangramento produz uma tumoração visível sob a pele, que é
chamada hematoma. Estas lesões quando superficiais não ameaçam a vida,
porém seus sinais visíveis podem alertar para a possibilidade de lesões de órgãos
internos.
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P á g i n a | 155
AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS 10.6.
As amputações são definidas como lesões em que há separação de um
membro ou de uma estrutura protuberante do corpo. Podem ser causadas por
objetos cortantes, por esmagamentos ou por forças de tração. Estão
freqüentemente relacionadas a acidentes industriais. Seu tratamento inicial deve
ser rápido pela gravidade da lesão, que pode causar a morte por hemorragia, e
pela possibilidade de re-implante do membro amputado. O controle da
hemorragia é crucial na primeira fase do tratamento. O membro amputado deve
ser preservado sempre que possível, porém a maior prioridade é a manutenção
da vida.
• Amputação completa ou total
o segmento é totalmente separado do corpo.
• Amputação parcial
o segmento tem 50% ou mais de área de solução de
continuidade com o corpo.
• Desenluvamento
quando a pele e o tecido adiposo são arrancados sem lesão do
tecido subjacente.
ESMAGAMENTOS 10.7.
Trata-se de lesão comum em desabamentos e acidentes industriais. Pode
resultar em ferimentos abertos e fechados. Existe dano tecidual extenso das
estruturas subjacentes. Pode ser o mecanismo de causa de amputação de
extremidades. O esmagamento de tórax e abdome causa graves distúrbios
circulatórios e respiratórios.
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P á g i n a | 156
HEMORRAGIAS 10.8.
A seriedade da hemorragia depende de:
• Tipo de vaso sanguíneo envolvido;
• Quantidade de sangue perdido;
• Velocidade da perda de sangue; e/ou.
• Local do sangramento.
Na ocorrência de acidentes que envolvam hemorragias internas, para um
atendimento eficiente da vítima deve ser observado o seguinte:
Sintomas
Ansiedade;
Taquicardia (freqüência cardíaca entre 100 e 120/min);
Pulso radial fraco;
Pele fria; Palidez; Suor frio; Sede;
Freqüência respiratória maior que 20/min; e/ou.
Enchimento capilar lentificado (maior que dois segundos).
Conclusão
Sangramento interno.
Objetivo dos Primeiros Socorros
Evitar mais perda de sangue.
Ação
Deitar a vitima. O repouso da parte ferida ajuda a formação de
um coágulo;
Se o ferido estiver coberto de roupa descobri-lo (evitar, porém
seu resfriamento);
Evitar o estado de choque;
Providenciar transporte urgente para um hospital.
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P á g i n a | 157
TAMPONAMENTO
Curativos ou bandagens são usados para cobrir um ferimento e só devem
ser colocados sobre uma ferida quando esterilizados para evitar maior
contaminação. As bandagens podem ser usadas para manter o curativo no lugar
ou para pressionar mais forte no caso de um sangramento mais sério.
Diante de uma ajuda inicial para aplicação de uma bandagem em um
ferimento, deveremos proceder da seguinte maneira:
• Elevar a parte ferida do corpo (se possível);
• Aplicar o curativo (preferencialmente esterilizado);
• Aplicar uma camada circular de lã de algodão sintético;
• Pressionar com um rolo de bandagem ou um pano de formato
triangular estreito ou dobrado ao meio.
Depois de colocar a bandagem, você deve deixar a parte ferida do corpo
elevada e apoiada. Para o braço use uma tipóia e para a perna, uma elevação.
QUEIMADURAS E ESCALDOS 10.9.
Os tecidos do corpo serão danificados quando forem expostos fisicamente a
uma fonte direta de calor sob a temperatura de 45°C ou maior. Quando essa
temperatura exceder 50°C serão permanentemente danificados.
Queimaduras podem ser causadas por: calor seco, eletricidade, produtos
químicos, radiação, fricção.
Escaldes podem ser causados por líquidos quentes ou vapor. Também
deveremos ficar atentos para um risco considerável de infecção com queimaduras
porque a pele danificada não oferece proteção contra germes.
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P á g i n a | 158
As queimaduras podem ser
• 1° grau - Vermelhidão, inchaço e dor.
• 2° grau - Bolhas, que podem estar abertas e dor.
• 3° grau - Pele queimada preta ou branca, sem sensação de dor.
Com ferimentos severos provocados por queimaduras, proceder da
seguinte maneira:
Ação
Resfriamento imediato: 15 a 20 minutos sob água fria corrente;
Queimaduras menores como as de 1° grau devem ser cobertas
e esterilizadas;
Queimaduras severas como as de 2° e 3° graus devem ser
cobertas e esterilizadas;
Deite o ferido e providencie remoção urgente para um hospital.
Atenção
NÃO estoure as bolhas ou remova a pele solta;
NÃO remova qualquer coisa que esteja grudando na
queimadura; e
NÃO aplique loções, cremes ou gordura no ferimento.
FRATURAS 10.10.
É quando ocorre a quebra de algum osso. Pode ser do tipo fechada (quando
a pele permanece íntegra) ou exposta (quando há lesão na pele, mesmo que seja
um pequeno furo).
Toda lesão que houver muita reclamação de dor e formação de hematoma
(roxo), deve ser tratado como uma fratura em potencial.
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FRATURA INTERNA
Sintomas
Dor; Inchaço;
Perda de movimento normal;
Em alguns casos apresenta deformidade; e/ou
Podem ocorrer movimentos anormais (descontrolados).
Conclusão
Fratura interna.
Objetivo dos Primeiros Socorros
Evitar que a lesão se agrave e aliviar a dor.
Ação
Imobilizar a articulação acima e outra abaixo do membro
fraturado;
Dar apoio e confiança;
Para os braços, pulsos e mãos use uma tipóia;
Para os ombros, braços e cotovelos use um pedaço de pano
triangular dobrado ao meio; e
Para membros inferiores, use uma colcha enrolada.
FRATURA ABERTA OU EXPOSTA
Sintomas
Dor; Inchaço;
Perda de movimentos normais;
Ferimento externo pequeno. Em alguns casos pode apresentar
deformidade; e/ou
Podem ocorrer movimentos anormais (descontrolados).
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P á g i n a | 160
Conclusão
Fratura exposta.
Objetivos Dos Primeiros Socorros
Evitar que a lesão se agrave, infecção e aliviar a dor.
Ação
Imobilizar a fratura;
Dar conforto a vítima;
Se o ferimento for visível, deve ser coberto com curativo
(bandagem); e providenciar transporte para o hospital.
Algumas vezes pode ocorrer o estado de choque. Dê tratamento de choque.
Se você tiver em dúvida, sempre considere que o osso esteja quebrado e o trate
como se realmente estivesse.
OPERAÇÕES DE SALVAMENTO EM ESPAÇOS CONFINADOS 11.No Brasil infelizmente ainda não contamos com uma norma específica que
estabeleça os requisitos necessários para a preparação administração,
qualificação e instrução de um Serviço de Emergência & Resgate Técnico. A
tendência natural dos segmentos da segurança industrial é de seguir os padrões
e protocolos de resgate das autoridades competentes (Corpo de Bombeiros,
Defesa Civil, Salvaero etc.) ou de outras entidades reconhecidas como a já
comentada NFPA.
Ainda que os trabalhos a serem executados nos espaços confinados
estejam obrigados a passarem por um prévio planejamento e gerenciamento de
trabalhos em execução, os fatores mais comuns de acidentes nesses locais ainda
estão associados a:
• Falhas na identificacao dos riscos
• Tendencia a confiar nos sentidos
• Tentativas de resgate
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P á g i n a | 161
ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES EM ESPAÇO CONFINADO 6,50% Acidentes decorrentes de problemas com a qualidade do ar
100% Acidentes que possuem como ponto em comum a falta de avaliação da atmosfera e a falta de ventilação forçada
29% Vítimas fatais que eram supervisores ou chefes de equipe
60% Trabalhadores que morreram ao resgatar uma vítima
De acordo com a NIOSH a maior causa de fatalidades nos espaços
confinados são os riscos atmosféricos, geralmente na forma de uma atmosfera
deficiente de oxigênio (ou inerte), uma atmosfera tóxica ou uma atmosfera
explosiva. Abaixo demonstramos o percentual das ocorrências fatais em espaços
confinados segundo aquela organização:
• 65% atmosferas perigosas;
• 13% engolfamento;
• 7% aprisionamento;
• 6% estresse por exposição ao calor;
• 5% eletrocussão; e
• 4% outros.
SERVIÇO DE EMERGÊNCIAS E RESGATES 11.1.
Segundo a NR-33 o empregador deve elaborar e implementar
procedimentos de emergência e resgate adequados aos espaços confinados
incluindo, no mínimo:
• descrição dos possíveis cenários de acidentes, obtidos a partir da
Análise de Riscos;
• descrição das medidas de salvamento e primeiros socorros a serem
executadas em caso de emergência;
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P á g i n a | 162
• seleção e técnicas de utilização dos equipamentos de comunicação,
iluminação de emergência, busca, resgate, primeiros socorros e
transporte de vítimas;
• acionamento de equipe responsável, pública ou privada, pela
execução das medidas de resgate e primeiros socorros para cada
serviço a ser realizado;
• exercício simulado anual de salvamento nos possíveis cenários de
acidentes em espaços confinados.
Acreditamos que tais exigências sejam muito pouco quando se trata de
trabalhos sempre marcados pela multi-fatalidade. Por isso, faremos algumas
referências às normas norte americanas NFPA 1670 e NFPA 1006 são as que nos
oferecem maiores informações técnicas para o desenvolvimento de um programa
de equipe de resgate, a qualificação da equipe e o perfil do técnico em resgate.
A NFPA 1670 define o serviço de resgate como sendo aquela equipe
montada pela autoridade competente (setor público) ou pelas empresas (setor
privado) para resgatar vítimas dos interiores de espaços confinados. A mesma
norma fixa os diferentes níveis de capacidade operacional para as equipes que
preparam diferentes níveis de resposta a emergências em espaços confinados:
Segurança, Operações e Técnico.
Para o setor industrial (offshore ou onshore), dependendo do tamanho e
das atividades desenvolvidas na planta, uma equipe de resgate deverá atender
os níveis de segurança e operações, respeitando ainda o perfil e o
dimensionamento de sua equipe própria.
Portanto, a equipe de resgate deverá estar apta a desempenhar o seguinte:
• Planejar e implementar uma operação apropriada para resgate em
espaço confinado;
• Identificação dos deveres dos resgatistas, dos resgatistas de apoio,
dos atendentes (vigia, operadores de equipamentos, primeiros
socorros, transporte, etc.) e do chefe da equipe de resgate;
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P á g i n a | 163
• Determinar os fatores que influenciaram a existência de condições
potencias;
• Estabelecer contato com as vítimas onde for possível;
• Reconhecer e identificar os perigos associados ao atendimento de
uma emergência sem uma entrada;
• Procedimentos para executar uma recuperação de vítimas sem uma
entrada;
• Procedimentos para implementar um sistema de resposta de
emergência;
• Procedimentos para estabelecer um controle do local e um
gerenciamento do cenário;
• Procedimentos para proteger o pessoal de perigos dentro do espaço
confinado;
• Avaliar continuamente a existência de condições potenciais de riscos;
• Procedimentos que assegurem que os membros da equipe são
capazes de administrar os desafios físicos e psicológicos que afetam
os resgatistas;
• Procedimentos para avaliar continuamente ou em intervalos
freqüentes, a atmosfera em todas as partes do espaço a ser
adentrado;
• Procedimentos para o uso seguro e efetivo dos equipamentos de
imobilização de vítimas que podem ser empregados no resgate;
• Transferência de vítima e primeiros socorros básicos; e
• Programa de treinamento da equipe de resgate em espaço confinado
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P á g i n a | 164
O RESGATISTA 11.2.
As empresas deverão assegurar que os membros selecionados para suas
equipes de resgate tenham capacidade física, psicológica e médica para assumir
responsabilidades e desempenhar tarefas diante de acidentes ocorridos em
espaços confinados de acordo com os seus níveis próprios de exigência.
Fisicamente devem dispor de boa saúde, uma vez que deles será exigido um
grande esforço tanto pelas dificuldades do resgate em si, quanto pelas condições
do ambiente, do clima, do tempo e do local, quase sempre adversas.
Os aspectos psicológicos de sua personalidade também são importantes
devendo incluir as seguintes qualidades:
• Sociabilidade: Linguajar educado e palavras corretas que transmita
calma e confiança para a própria equipe e para as vítimas;
• Espírito de equipe: Harmonizar com os companheiros de equipe. O
resgate não é uma operação individual;
• lmprovisador: Capacidade de superar situações adversas
inesperadas. Ter sempre um "plano B";
• Participativo: Capacidade de iniciativa e desembaraço na realização
de seus deveres sem depender do recebimento de ordens;
• Autocontrole: Estabilidade emocional para superar os fatos mais
desagradáveis ocorridos durante um resgate;
• Liderança: Realizar tudo o que for necessário (ou além) para
organizar e controlar uma operação para um resgate, estando,
inclusive, preparado para a ocorrência de condições imprevistas;
• Perceptivo: Capacidade de ouvir. Estar atento a comunicação entre
a equipe e ao depoimento de testemunhas.
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P á g i n a | 165
Sendo assim, individualmente, o candidato a resgatista deverá estar apto a
desempenhar os seguintes procedimentos:
• Controlar o local da emergência;
• Promover, primeiro, a sua segurança, a segurança da sua equipe e
depois a da vítima;
• Avaliar o local da emergência;
• Utilizar corretamente seu EPI, EPR e demais dispositivos de resgate;
• Coletar o maior número possível de informações sobre a seqüência
dos eventos;
• Acessar as vítimas por intermédio dos equipamentos de resgate e
transporte de vítimas;
• Determinar qual o problema que acondicionou na vítima, colhendo as
informações do local e dos mecanismos que provocaram as lesões;
• Estabilizar a vítima;
• Dar o seu máximo diante de um resgate respeitando o seu nível de
treinamento;
• Liberar a vítima, o mais depressa possível, dentro das técnicas e
equipamentos apropriados;
• Transportar com segurança a vítima, monitorando o seu estado
durante o trajeto;
• Passar para o serviço de atendimento médico todas as informações
relevantes que assegurem a continuidade do tratamento da vítima
em prol de sua recuperação total.
ANÁLISE RISCO X BENEFÍCIO
O resgatista deverá possuir as habilidades mínimas para o desempenho de
atendimento às vítimas, inclusive quanto a capacidade de realizar uma RCP. O
que diferencia o resgatista dos demais profissionais que trabalham nas operações
de atendimento pré-hospitalar é que no seu campo de atuação, muitas vezes o
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P á g i n a | 166
cenário levará o resgatista a tomar decisões que poderão alterar as prioridades e
a seqüência do atendimento da vítima confrontando com sua própria segurança.
A NFPA 1670 defne que a análise Risco x Beneficio tradicionalmente
envolve a avaliação das condições gerais da vítima de forma a aplicar a devida
urgência para a situação (Resgate de vítimas x Recuperação de corpos). Uma
vítima ainda viva poderá sugerir um resgate associado a um nível mais urgente
de ação. Já uma vítima fatal poderá sugerir uma operação de recuperação de
corpo com um nível de urgência bem menor.
ANÁLISE INICIAL
Em todos os tipos de acidentes em espaços confinados, existe um potencial
de situações extenuantes que exigirão uma habilidade além da capacidade
normal da organização para operar de uma forma segura. Exemplos dessas
situações podem incluir, mas não se limitando a: locais isolados ou profundos,
perigos múltiplos (líquidos, produtos químicos, alturas extremas no espaço, etc.),
falhas nos equipamentos, condições ambientais severas. Estas condições
deverão ser avaliadas em análises contínuas da operação.
Segundo a NFPA 1670, a análise do cenário deverá avaliar inicial e
continuamente o seguinte:
• Objetivo, tamanho e a natureza da emergência;
• Localização, número e condição das vítimas;
• Análise Risco x Beneficio (Resgate de vítimas x Recuperação de
corpos);
• Acesso ao cenário;
• Fatores ambientais;
• Recursos necessários e disponíveis; e
• Estabelecer um perímetro de controle.
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P á g i n a | 167
PLANEJAMENTO DE UMA RESPOSTA A EMERGÊNCIA 11.3.
Os procedimentos para atendimento de um socorro devem ser registrados
em um plano de resgate formal e escrito, sempre revisto e atualizado
periodicamente. Cópias do plano de resposta a acidentes em espaços confina-
dos devem ser disponibilizadas para os empregados da empresa com
responsabilidades designadas pelo próprio plano, setores importantes da unidade
e para as organizações externas de suporte operacional.
Onde exista a necessidade de recursos externos para se alcançar um nível
desejado de capacidade operacional, é recomendado o registro de acordo de
cooperação mútua com as demais organizações que assegurem o seu
acionamento diante de uma emergência, como por exemplo, hospitais
especializados, transporte de vítimas, resgate aéreo etc.
COMANDO DA EMERGÊNCIA 11.4.
Comandar um resgate em espaços confinados requer a delegação de
muitas responsabilidades necessárias para o sucesso da operação. O sistema de
comando do incidente é uma estrutura criada para facilitar o gerenciamento de
qualquer tipo de emergência e que passe por todas as fases da operação.
Contudo, ressalta-se que antes de se implantar um sistema de comando, é
necessário que todos os envolvidos tenham um claro entendimento de aonde eles
se encaixarão no momento em que se deflagrar o acidente, com relação as
responsabilidades que cada um assumirá. Uma pessoa com muitas
responsabilidades pode gerenciar um pequeno acidente, se ele também for
pequeno. Já um acidente maior, um grupo de pessoas assumirá muitas tare-
fas delegadas. Um plano de emergência com um sistema de comando bem
dimensionado é capaz de se expandir à medida que a emergência adquire
proporções cada vez maiores e, assim, mantém o controle das operações com
eficiência. À medida que a operação cresce tornando-se mais complexa e outros
voluntários chegam, o comando da operação deverá atribuir as funções para cada
novo componente, e assim estabilizar o Sistema de Comando de Incidente.
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P á g i n a | 168
O comando da emergência também deverá ficar atento quanto à
participação de outros serviços externos de resgate, como por exemplo, o Corpo
de Bombeiros ou resgate aéreo. O plano de emergência deve admitir em seus
procedimentos a possibilidade de ocorrência dessa situação, pois, embora a
emergência esteja ocorrendo em uma área industrial particular, a
responsabilidade por algum dano às propriedades adjacentes,lesão aos emprega-
dos e terceiros e prejuízos ao meio ambiente permanecem com o empregador
Uma composição ideal para uma equipe de resgate em espaço confinado
poderia ser:
Comandante de Incidente - Responsável por todo o gerenciamento
do incidente.
Segurança - Responsável por garantir a segurança da equipe e de
todos os procedimentos de resgate durante a operação e/ou
antecipar riscos e situações inseguras. Não deverá possuir nenhuma
outra responsabilidade.
Supervisor (Chefe) do Grupo de Resgate - Responsável pela
coordenação da parte operacional da emergência. É o responsável
pelo seguinte pessoal
Observador (Vigia) - Possui praticamente as mesmas tarefas de
uma entrada para tra- balho. Comunica-se com os resgatistas cons-
tantemente e monitora a atmosfera.
Responsável pelos equipamentos (logística) - Responsável pela
ventilação, fomecimento de proteção respiratória, pela
descontaminação do local, pelos sistemas de movimentação e
remoção, cordas, polias e demais dispositivos necessários.
Resgatistas (Equipe de entrada) - Executam todas as tarefas
dentro do espaço confinado como reconhecimento, liberação da
vítima, sua imobilização e transporte.
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P á g i n a | 169
Resgatistas (Equipe de Apoio) - Resgatistas prontos para uma
entrada imediata caso a equipe de entrada precise de resgate
Primeiros socorros - Atendimento inicial - estabilização
Macas - Responsável pelo transporte e evacuação das vítimas.
A composição da equipe acima é apenas uma recomendação. Caberá a
empresa avaliar o nível de treinamento dos candidatos a resgatistas, os
equipamentos que possui e o quantitativo de pessoas capacitadas e disponíveis
para compor a equipe.
ETAPAS DE UMA OPERAÇÃO DE RESGATE 11.5.
A seguir apresentaremos um modelo sugerido de gerenciamento de uma
emergência que envolva um resgate em espaços confinados dividido em 5 fases:
Preparação;
Avaliação;
Pré-entrada;
Entrada e resgate; e
Término da operação.
PREPARAÇÃO 11.6.
Uma questão deve ser obrigatoriamente levantada ao longo de qualquer
atendimento a emergências: "A equipe de resgate treinada capacitada e equipada
para desempenhar um resgate em espaços confinados?" Definitivamente, tal
indagação não quer ficar restrita em apenas disponibilizar cintos, cordas, macas,
respiração autônoma e demais equipamentos para os resgatistas se acharem
preparados para enfrentar um resgate em espaços confinados. O aspecto
humano deve ser levado em conta.
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P á g i n a | 170
Portanto a equipe de resgate deve estar preparada para responder as
seguintes perguntas:
• A equipe de resgate conhece os padrões e procedimentos exigidos?
• A equipe de resgate possui uma quantidade de pessoal
suficientemente treinado para manter uma operação de resgate em
espaço confinado? Talvez 4 ou 5 membros bem treinados não serão o
suficiente para cumprir com segurança um resgate.
• A equipe de resgate possui o equipamento apropriado para
desempenhar essa operação?
Resgates em espaços confnados exigem equipamentos especiais.
PREPARAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E DA EQUIPE DE RESGATE
A seguir listamos o mínimo de equipamentos necessários que a equipe de
resgate deve dispor:
• Equipamento de ar mandado - um para cada resgatista, um para
cada membro da equipe de apoio e um para a vítima (se necessário);
• Sistema de cascata ou compressor;
• Equipamento de imobilização de vítimas compatível para espaços
confinados;
• Equipamentos de retirada - Tripés, monopés, guinchos, triway;
• Software - Cordas, cordins, fitas e cintas;
• Hardware - Freios, blocantes, ascensores, polias, mosquetões,
ganchos;
• Cintos de segurança - modelo para-quedista;
• Detector de gases - 4 gases: O2, CO, H2S e Gases inflamáveis;
• Equipamento de ventilação - lnsufladores e exaustores à prova de
explosão;
• Lanternas à prova de explosão;
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P á g i n a | 171
• Equipamento de comunicação intrinsecamente seguro;
• EPI - Compatível para espaços confinados;
• Travas e sinalização de segurança;
• Treinamento da equipe de resgate.
ANÁLISE INICIAL
Durante a fase inicial de preparação a equipe de resgate precisa levar em
consideração um planejamento prévio para enfrentar riscos específicos que
possam interferir em suas operações de resgate. Esse levantamento básico
poderá providenciar uma visão geral para os problemas e dificuldades que os
resgatistas encontrarão nas rotinas de resgates em espaços confinados.
• Se for necessário, consulte o plano de emergência e os controles de
descarga de energia;
• Consulte os responsáveis que trabalham nos locais para informações
adicionais;
• Requisite cópia das permissões de entrada;
• Identifique qualquer tipo de risco especial ou processos que são
necessários conhecê-los antes de qualquer resposta a emergências;
• Identifique qualquer dificuldade local específica tal como: localização,
acesso, suprimento de ar ou variações extremas nas avaliações.
Planejamento prévio é essencial para qualquer equipe de resgate séria e
preparada para enfrentar toda a sorte de imprevistos nos serviços de resgate em
espaços confinados. Não só permite ao comando da emergência e aos resgatistas
planejarem a tática mais eficaz para o resgate como também aumenta a
segurança da operação como um todo.
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P á g i n a | 172
AVALIAÇÃO 11.7.
É o início da execução do plano de resgate propriamente dito. Na verdade,
é a primeira fase operacional de um resgate em espaços confinados. Operações
de resgate bem sucedidas nas situações de emergências em espaços confinados
ocorrem quando dispomos de um processo perfeito de coleta de informações
essenciais para uma eventual entrada. Através da implantação de um
planejamento coordenado e implantado para colher, interpretar e disseminar as
informações, muito provavelmente a operação terminará com êxito.
A avaliação está dividida em duas áreas:
Avaliação do Cenário - Obter uma dimensão inicial da situação e
para identificar os riscos.
Avaliação dos Recursos - Verifica o seu potencial humano
(resgatista) e seus equipamentos para executar a operação de
resposta à uma emergência.
Portanto o objetivo dessas avaliações é buscar um equilíbrio entre os
recursos disponíveis e a rapidez do tempo de resposta.
AVALIAÇÃO DO CENÁRIO
Uma vez presente no cenário, a equipe de resgate deverá levantar e
examinar as seguintes informações para o desenvolvimento de um plano de
ação:
• Qual é o problema principal?
• Quantas pessoas estão em risco? Quantas estão feridas?
• Quantas pessoas estão perdidas? Aonde eles foram avistados por
último?
• Qual o tipo de espaço confinado e sua utilização?
• Existem riscos na armazenagem dos produtos?
• Existem materiais viscosos ou aquecidos?
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P á g i n a | 173
• Quais sao os possiveis residuos?
• Existe algum potencial de engolfamento?
• Demais perigos existentes no espaço confinado.
• Elétrico, mecânico ou energia acumulada?
• Quais são os pontos de entrada e de saída?
• Existem múltiplos pontos de entrada?
• Existem pontos de entrada acima ou abaixo do nível do chão?
• Existe alguma outra dificuldade de acesso?
Uma vez respondidas essa informações, o planejamento da operação
poderá iniciar.
AVALIAÇÃO DOS RECURSOS DISPONÍVEIS
Após avaliar as informações recebidas da abordagem inicial e desenvolver
um plano de ação para o incidente, identifique os recursos existentes no local
para determinar se serão necessários recursos adicionais.
REGISTRO DOS PROCEDIMENTOS
Antes de prosseguir no resgate é essencial documentar todas as ações e
avaliações realizadas desde o início das operações. Esse registro deve se
estender continuamente ao longo de toda operação. Servirão de parâmetro para
novas ações a serem tomadas. Para isso existe um ditado: "Se não foi
documentado, isso não aconteceu."
É uma nanrativa registrando todas as atividades envolvidas no resgate. A
inclusão da movimentação da equipe dentro e fora do espaço confinado também
é válida. Assegure-se, portanto, de não incluir apenas a duração e as ações, mas
as razões por usar, ou não usar, procedimentos ou recursos específicos. Isto
então será arquivado para uma revisão posterior para avaliar o seu programa de
resgate e para a investigação do acidente ocorrido.
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P á g i n a | 174
TAREFAS A SEREM EXECUTADAS DURANTE ESSA FASE
A Avaliação começa quando a notificação do início dos trabalhos e continua
após a chegada em cena da equipe de resgate.
• Estabelecer um posto de comando seguro
• Designar posições chave da equipe
• Localizar e manter uma pessoa responsável do local da entrada
• Pode ser familiarizado com os processos desenvolvidos pela operação
e isolamento daquele espaço confinado.
• Estabelecer o controle do local do resgate
• Permite apenas pessoal com EPI dentro de áreas que não estejam
livres de risco.
• Disponibilizar medidas de isolamento e controle de riscos.
• Monitoramento atmosférico dentro e fora do espaço confinado
• Avaliação de riscos físicos
• A PET é uma boa fonte de informação.
• Determinar a necessidade de equipamentos específicos
• Avaliar o perfil da operação (resgate de vítimas ou recuperação de
corpos)
PRÉ-ENTRADA 11.8.
A fase de Pré-Entrada é onde ocorrem os preparativos finais para a entrada
no espaço. É a definição da forma de abordagem da vítima de acordo com as
informações obtidas durante a avaliação do tipo de emergência. É o momento
que a equipe se aproxima de adentrar no local do acidente, portanto, o local onde
se encontra a equipe de resgate e onde pode se localizar as vítimas deverão estar
sob as mais seguras condições ao longo do atendimento.
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P á g i n a | 175
CHEFE DA EQUIPE DE RESGATE
RESPONSABILIDADES DURANTE A PRÉ-ENTRADA
• Designar as posições necessárias para o cumprimento das tarefas
identificadas
• Sempre escolha "a dedo" o pessoal para trabalhos específicos. Leve
em consideração o tamanho do espaço e tamanho das pessoas que
farão o resgate.
• Execute os Procedimentos de travamento/sinalização.
• Precisa estar pronto antes de a entrada inicial começar. A equipe de
resgate fora do perímetro da área de resgate deverá assegurar que
nenhuma pessoa autorizada tente se aproximar do cenário ou operar
equipamentos indevidamente.
• A equipe de resgate sempre trabalha em dupla.
• Ninguém deve entrar no espaço confinado sozinho.
• O espírito de equipe será crítico para o sucesso da operação.
• As exceções podem ocorrer:
Quando estiver trabalhando em um espaço muito pequeno e
apenas um pode caber.
Um pequeno atendimento como, por exemplo, prender o cabo
de retirada no cinto da vítima.
Se um resgatista que entra ficar fora do contato visual do
observador, um segundo resgatista deve fazer a entrada,
porém mantendo o contato visual com o primeiro resgatista.
• Para cada equipe de resgate, deve haver uma equipe de apoio.
• A equipe de apoio deve estar equipada e preparada para entrar em
caso de emergência durante o resgate.
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OBSERVADOR
SEGURANÇA
EQUIPE DE RESGATE
EQUIPE DE RESERVA
• Para cada equipe deverá estar designado a um único canal de
comunicação.
• Estabelecer um sistema de rastreamento dos resgatistas;
• Monitoração da atmosfera.
• Estabelecer uma ventilação adequada do espaço.
• O tipo de sistema de ventilação será determinado pelos riscos
encontrados durante a avaliação.
• Os resgatistas devem usar o EPI necessário para os riscos presentes
ou potenciais.
• A equipe de resgate inicial deve ter uma unidade adicional de ar
mandado para colocação na vítima
• Os resgatistas de apoio devem estar equipados com o mesmo EPI dos
demais.
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EQUIPE DE MOVIMENTADORES
EQUIPE DE PRIMEIROS SOCORROS
EQUIPE DE APOIO
• Identifica e prepara o sistema de remoção das vítimas.
• Nesta equipe poderíamos incluir o seguinte:
Tripés;
Sistemas de guincho e trava-quedas
Sistema de cordas e polias;
Equipamentos de imobilização e transporte da vítima;
Sistema a ser utilizado para remoção da vítima;
• Se a operação estiver sendo desenvolvida numa atmosfera
potencialmente inflamável, assegure-se de que a equipe esteja
utilizando equipamentos antifaiscantes.
• Escalada para o primeiro atendimento médico das vítimas.
• Proporciona a reabilitação e cuida da equipe de resgate;
• Executa o monitoramento médico da pré-entrada das equipes de
entrada e de apoio;
• Providencia a re-hidratação para a equipe de entrada.
• Transporte, assim que a vítima estiver sido removida do espaço.
• De acordo com a toxidez dos contaminantes presente deverá ser
providenciado a descontaminação da equipe, das vítimas e dos
equipamentos assim que saírem do espaço.
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• Estabelecer o suprimento de ar para os equipamentos de proteção
respiratória selecionados e preparar para torná-los operacionais.
INSTRUÇÕES DE PRÉ-ENTRADA
Antes de entrar, cada resgatista deverá receber as últimas instruções do
chefe da equipe. As informações mínimas abaixo relacionadas serão abrangidas
nessas instruções:
• A equipe deverá ser informada exatamente sobre quais serão suas
tarefas durante a operação.
• Deve ser direto ao ponto: "Sua função nesta entrada é localizar a
vítima, reportar qualquer condição de aprisionamento e prover
cuidados iniciais de salvamento. Não remova a vítima a menos que
seja rápido e fácil."
• A equipe envolvida na operação deve ser informada dos
procedimentos de emergência dentro do espaço, no caso de
ocorrência de algum problema com a equipe de resgate.
• Cada equipe deve providenciar um local de instruções.
• Pode ser executado através da consulta de plantas e mapas
disponibilizados durante a fase de avaliação ou através da criação do
seu próprio mapa do espaço.
• Todavia, antes de tudo, lembre-se de que, em alguns casos, você
estará entrando em um labirinto no qual não é familiar a você.
• Durante a entrada, a equipe deve estar ciente do ambiente ao seu
redor e estar preparada para relatar em detalhes quando saírem do
espaço.
• Cada equipe deve estar avisada de qualquer limite de tempo imposto
a eles.
Uma vez que estas informações são de conhecimento de todos, a equipe
de entrada poderá começar seus procedimentos de entrada.
Treinamento de Supervisores para Entrada em Espaço Confinado – 40h
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CHEFE DA EQUIPE DE RESGATE
OBSERVADOR
EQUIPE DE RESGATE
ENTRADA E RESGATE 11.9.
Nesta fase as obrigações do resgatista poderão ser resumidas da seguinte
forma:
LOCALIZAR X ACESSAR X ESTABILIZAR X TRANSPORTAR
• Coordenar a operação e as ordens de liberação de entrada e saída da
equipe de resgate.
• Monitoramento atmosférico contínuo e registro das medidas.
• Avaliar as medições para assegurar se a ventilação está sendo
efetiva.
• Registro do momento de entrada da equipe de resgate.
• Manter a comunicação constante com a equipe e o chefe da equipe
de resgate.
• Trabalhar em equipe e se comunicar constantemente com relação às
ações, táticas e procedimentos pré-definidos.
• Uma ação coordenada reduz tempo, o estresse e aumenta
sensivelmente as chances de sobrevivência.
• Garantir uma comunicação adequada com o observador.
• Atenção com as condições de uso do EPR. Evitar se arrastar, bater
com os equipamentos ou cortar caminhos. Assim que estiver no
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P á g i n a | 180
interior, determinar qual será sua rota de fuga. Combinar os
movimentos com a equipe.
• Usar um cabo de segurança para Entrada/Saída.
• Consiste-se em uma corda para marcar o progresso e retorno da
equipe. Se estiver conectado a uma linha de ar esta servirá como
cabo da vida.
• Estar alerta para desníveis no piso, obstáculos, quebra-canelas, etc.
• Estar alerta para os riscos mecânicos, elétricos e de engolfamento.
• Tudo dentro do espaço confinado deve ser considerado perigoso,
apesar dos procedimentos de isolamento, travamento e sinalização.
• Acima de tudo não se desviar do foco de sua missão inicial.
Uma vez localizada a vítima, comunicar ao vigia e removê-la rapidamente
durante as operações de entrada, de acordo com a complexidade da emergência
pode ser necessário que se façam várias entradas utilizando mais de uma equipe.
Quando isso ocorrer será primordial a troca de informações entre a equipe que
está saindo com a euipe que a substituirá na entrada com relacao ao seguinte:
• Localização das vítimas e suas condições;
• Algum risco específico o qual se deve estar atento;
• Se a equipe de entrada conseguiu cumprir sua missão inicial;
• Atualização das condições do local, a medida que surgem novas
informações como novos obstáculos, novos riscos, localização das
vítimas etc.;
Uma vez que a vítima foi localizada:
• Coordenar todos os movimentos com a equipe de movimentadores,
informando todos os avanços, recuos ou problemas encontrados;
• Tomar o máximo de cuidado com a coluna cervical da vítima;
• Decidir se deve começar a remoção da vítima primeiro pela cabeça ou
pelos pés;
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EQUIPE DE RESERVA
EQUIPE DE MOVIMENTADORES
• Atentar para o uso de cintas nas vítimas que sofreram queimadura.
A pele pode ser puxada durante o processo de remoção;
• Ao passar a vítima por pequenas aberturas, assegurar, sempre que
for possível, que o pessoal de recebimento/remoção já esteja
posicionado ao lado da saída do espaço confinado. Sempre tentar
evitar ser bloqueado pela própria vítima durante os movimentos
dentro do espaço. Se isso não for possível, assegurar se dos
seguintes procedimentos:
A equipe de movimentadores deve estar preparada para essa
situação, coordenando suas atividades corretamente;
Quando iniciar a movimentação de macas, isso deve ser feito
de forma rápida e sutil, saindo do espaço confinado no menor
tempo possível;
Evitar que a mangueira do ar de linha utilizada pela equipe de
resgate e pelas vítimas não esteja sendo apertada ou
comprimida de encontro com a borda da abertura, contando,
assim, o fluxo normal de ar respirável.
• Mantém-se fora do espaço, e preparados para uma entrada imediata
caso a primeira equipe de resgate também precise ser resgatada
• Auxiliar o máximo possível a equipe de resgate no espaço.
• Estar pronto para uma remoção de emergência da equipe de resgate.
• Providenciar todos os equipamentos requeridos pela equipe de
resgate.
• Quando solicitado, operar os sistemas de recuperação para retirar a
vítima e a equipe
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EQUIPE DE PRIMEIROS SOCORROS
EQUIPE DE APOIO
• Deve estar posicionada e pronta para receber as vítimas para
cuidados pré-hospitalares.
• Se for exposta a alguma substância perigosa tóxica que requeira
FISPQ disponível da mesma, a ficha deve ser enviada ao hospital
com a vítima.
• Descontaminar se for necessário, qualquer pessoa, assim que saírem
do espaço.
• Fornece a re-hidratação para o pessoal de entrada.
• Monitorar o sistema de ventilação para assegurar que é uma
operação contínua.
• Auxiliar no recebimento das vítimas e seu transporte.
• Limpeza, se necessário, de qualquer equipamento, assim que forem
retirados do espaço.
• Monitorar continuamente o suprimento de ar respirável.
• Trocar os cilindros de ar respirável se for preciso.
• Requerer o reabastecimento dos cilindros se for preciso.
TÉRMINO DA OPERAÇÃO 11.10.
Uma vez que a vítima e a equipe de resgate já tenham saído do espaço,
registre o tempo de saída da equipe e demais observações de toda equipe em um
relatório.
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A equipe que participou da operação deve reportar, pelo menos, o
seguinte:
• Localização e posição da(s) vítima(s).
• Condição em que a vítima foi encontrada.
Estava sem proteção respiratória? Havia evidência de queda?
Tudo isso pode ser essencial para uma investigação ou para um futuro
questionamento judicial.
• O máximo de informação adicional relacionada à planta do espaço
confinado para registro e inspeções posteriores.
Quaisquer situações específcas ou estranhas encontradas no local
relacionadas a deslocamentos, interferências, riscos, atmosfera etc o comandante
da emergência e o chefe do grupo de resgate deve se reunir para discutir
quaisquer problemas encontrados e, assim, após uma conclusão sobre todo o
desenvolvimento da operação, elaborar novas táticas e procedimentos que
julgarem necessários para uma revisão do seu sistema de resgate.
Esta última análise deverá incluir:
• Avaliação médica e psicológica da equipe que participou da
operação;
• Inventário de todos os equipamentos utilizados.
• Avaliação dos equipamentos danificados.
• Limpeza, manutenção, registro, e acondicionamento apropriado dos
equipamentos.
• Marcar e etiquetar qualquer equipamento danificado ou inoperante.
• Fazer com que os responsáveis pelo local sinistrado mantenham o
isolamento e com os pontos de entrada protegidos ate o final da
investigação do acidente.
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EQUIPAMENTOS DE RESGATE 11.11.
O EPI básico dos resgatistas é:
• Cinto de segurança;
• Capacetes com viseiras e lanternas Ex;
• Botas;
• Luvas;
• Macacão; e
• EPR.
CAPACETE E ILUMINAÇÃO
O ideal são os capacetes para trabalhos em altura
especialmente desenhados para também atenderem
situações de resgate em espaços confinados. A iluminação
é indispensável já que sabemos que a maioria dos
espaços confinados em áreas industriais possui grandes
dimensões e iluminação deficiente ou inexistente. As lanternas devem ser
apropriadas para uso em áreas potencialmente explosivas.
CINTO DE SEGURANÇA
Nas operações de resgate o técnico em resgate deverá estar usando um
cinto de segurança completo tipo para-quedista conectado a um cabo ou corda
seguramente ancorada fora do espaço confinado.
O cinto deve ser de um tipo certificado (CA) pela autoridade competente.
Devem ser inspecionados antes e depois de cada uso, e higienizados após o
trabalho. Segundo a NFPA 1670 o cinto deverá ser um do tipo Classe III ou
Classe II, denominações essas criadas pela norma NFPA 1983. Deve ser
resistente o suficiente para agüentar o peso de duas pessoas.
O cinto deve ser equipado com fitas, fivelas argolas e malhas rápidas, e
construído com material resistente ao tipo de risco ao qual ele foi projetado
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(fogo, eletricidade, etc.). Cintos para resgate Classe III são
aqueles fabricados com material antichamas (Kevlar ou
Aramida) são equipados com argolas hemisféricas na
altura do ventre e do peito usadas para movimentar ou
posicionar o resgatista ou, ainda, para a equipagem de
outros equipamentos. Possuem também uma argola
fundida as correias e posicionada no dorso.
SISTEMAS DE POLIAS
Alternativamente, durante um resgate poderão ser montados sistemas de
cordas e polias para a movimentação de trabalhadores. A NFPA 1006 define um
sistema de vantagem mecânica como sendo uma força criada através de meios
mecânicos incluindo, mas não se limitando a, um sistema de alavancas,
engrenagens, cordas e polias, geralmente criando uma produção de força maior
do que a energia aplicada, expresso em termos de uma relação entra a energia
aplicada e a força produzida. São utilizados o 3:1 (3 roldanas para 1 corda) e o
4:1 (4 roldanas para 1 corda). Isso significa que cada sistema tem seu alcance
relativo a quantidade de polias instaladas e o tamanho da corda.
Atenção ao utilizar o sistema de
vantagem mecânica, pois você não só
estará reduzindo o esforço, como
também estará dividindo o tamanho da
sua corda pelo número de polias.
3:1
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SOFTWARE (MATERIAL MACIO)
É o material mole, ou seja, as cordas sejam elas cordas de trabalho, de
segurança, cordim ou fitas. Para os padrões de operações de resgate da NFPA as
cordas devem ser do tipo certificadas, e atender os requisitos constantes da
norma NFPA 1983. Os cordins e as fitas não precisam ser do tipo certificadas. As
cordas devem ser do tipo "Kernmantle", uma alma de fibra sintética envolvida
por uma capa também de material sintético.
Os requisitos de performance das cordas são:
Resistência a temperatura
• O ponto de fusão das furas utilizadas para construção das
cordas não pode ser inferior a 204°C, e a do Nylon é de 245°C.
Alongamento
• Mínimo - menos de 1% de 10% de sua carga de ruptura I
• Máximo- não pode ser superior a 10% do valor correspondente
a 10% de sua carga de ruptura.
Carga de ruptura
• Não pode ser inferior a 20 KIN (1KN = 102 Kgf) e para corda de
trabalho não pode ser inferior a 40 KIN;
Diâmetro
• Para corda de segurança pode ser de 9,5 mm a não mais do
que 12,5 mm
• Para corda de trabalho deve ser de 12,5 mm a não mais do que
16 mm.
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Inspeção
Antes de reutilizar cordas, elas deverão ser avaliadas para as seguintes
condições:
• Danos não visíveis;
• Não foi exposta a calor ou ao contato direto de chamas;
• Não foi sujeita a abrasão;
• Não foi sujeita a nenhum impacto;
• Não foi sujeita a exposição de líquidos, gases, sólidos, poeiras,
vapores de quaisquer substâncias químicas que possam
deteriorar o material;
• Aprovada por pessoal qualificado seguindo as orientações do
fabricante
Critérios de inspeção
• Abrasão
A alma começa a ficar exposta ou mais da metade da capa
começa a ficar desgastada;
• Puimento
Indica um pedaço partido da capa;
• Endurecimento
Causado por exposição ao calor;
• Descoloração
Mudança na cor original indica exposição a alguma substância
química;
• Exposição da alma
Indica possíveis danos na alma ou danos severos na capa;
• Perda de uniformidade
No diâmetro ou tamanho da corda indica danos na alma.
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• Inconsistência
Partes muito macia ou endurecida podem indicar danos na
alma;
• Idade/Tempo de uso
A corda deve ser simplesmente retirada de uso. A maioria dos
fabricantes recomenda que as cordas devem ser retiradas de
uso após dez anos de uso, desde que estiveram em condições
ideais de uso e acondicionamento;
• Perda de confiança
Se você não sentir mais confiança no material, não insista. Se
você suspeitar de algo, confie no seu bom senso: RETIRE A
CORDA DE USO!
Cuidados e manutenção
• Lavagem
Use sabão neutro, lave com as mãos e seque à sombra;
• Acondicionamento
Ensacada. Deve ser guardada de uma maneira que evite o seu
desgaste pelo ambiente (contaminantes, calor, ácidos, luz
solar, fumos, etc.).
• Diário da corda
Histórico de uso da corda para o seu controle.
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HARDWARE (MATERIAL DURO)
É o equipamento metálico aplicado no sistema de polias ou de acesso por
cordas.
Mosquetões
Construídos de aço, alumínio ou composite. Para
operações de resgate os mosquetões devem ser de
aço. Os mosquetões para sistemas de segurança
devem ter uma carga de ruptura de no mínimo 27 KIN.
Os mosquetões para sistemas de trabalho devem ter
uma carga de ruptura de no mínimo 40 KIN.
Descensores
São dispositivos de controle de descida. Para
sistemas de segurança devem suportar um teste de
carga de no mínimo 13,5 KIN sem falhar. Para
sistemas de trabalho deve suportar um teste de
carga de no mínimo 22 KIN.
O Freio 8 é um dos descensores mais comuns.
Contudo, o seu uso é limitado para cargas de
apenas uma pessoa ou para descidas curtas. Um
descensor mais seguro é o grigri por ser auto-
blocante.
Ascensores
São dispositivos desenvolvidos para servirem de
assessórios para os sistemas de cordas de ascensão ou de
bloqueio. Como equipamento auxiliar de ascensão deve
suportar um teste de carga de no mínimo 5KIN. Se for
utilizado como bloqueador, deve suportar um teste de
carga de, no mínimo, 11 KIN.
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Polias
Dispositivos utilizados nos sistemas de vantagem mecânica (redução de
esforço). Para sistemas de segurança deve possuir uma carga de tensão de, no
mínimo, 22 KIN sem falhas.
Para sistemas de trabalho deve possuir uma carga de tensão de, no
mínimo, 36 KIN, sem falhas.
Distorcedores
Dispositivos utilizados nos sistemas ancorados, para
que os mesmo não fiquem embolados e atrapalhem o seu manuseio.
Placas de Ancoragem
Dispositivos desenvolvidos para multiplicar os pontos de ancoragens para
os sistemas quando os equipamentos apropriados ou o local do incidente
apresenta limitações de pontos seguros para ancoragem.
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MACAS /IMOBILIZADORES
São os equipamentos para transporte de vítimas imobilizadas.
Maca Sked (Maca Envelope)
Feita de resina e muito útil em espaços confinados com acessos limitados
para entrada e saída. Também chamada de maca envelope, devido a sua
tendência de "envelopar" a vítima.
Maca Rígida
Construída de aço de liga leve e com fundo de polietileno, oferece
limitações para o seu uso em locais com acessos limitados para entrada e
saída.
Triângulo de Resgate (Fraldão)
Utilizado para resgate de vítimas desprovidas de cintos de segurança e que
não necessitam de imobilizações especiais.
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Ked ou Colete Imobilizador Cervical
Dispositivo criado para imobilizar as vítimas com
suspeita de fratura na coluna cervical.
Colar Cervical e Talas
Dispositivos auxiliares para imobilização do
pescoço (suspeita de lesões na coluna cervical) e
imobilizações dos membros superiores e
inferiores quando há uma suspeita de fraturas.
RESSUSCITADORES DESFIBRILADOR
Dispositivo eletrônico de ressuscitação.
Ambu
Dispositivo manual de ressuscitação
para uso nas vias aéreas.