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O mundo da Coopertativa Cajiueiro
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P U B L I C A Ç Ã O D E D I S T R I B U I Ç Ã O G R A T U I T A D A C O O P E R A T I V A D E H A B I T A Ç Ã O C A J U E I R O
n.º 12 • Julho/Agosto/Setembro
H A B I T A Ç Ã O • D E S I G N • D E C O R A Ç Ã 0 • C U L T U R A • L A Z E R • S A B O R E S
Passeámos pela nossa capital e ouvimos as suas histórias
cultura
a maGia de luanda
Vela em anGolaFomos na regata do clube naval
e sentímos a paixão pelo mar
condomÍnios caJueiroregras e conselhos de boa convivência
editorial
Saber Viver é uma referência nos condomínios da Coo-
perativa Cajueiro onde pode encontrar toda a tranqui-
lidade e o bem-estar com que sempre sonhou. Estas
são as máximas que defendemos e que pretendemos estender
a um maior número de pessoas com o lançamento de novos
produtos. Ficou decidido na última Assembleia Geral, a 17 de
Abril, que vamos abrir a Cooperativa não só a trabalhadores
da Sonangol e do Ministério dos Petróleos, como também a
outras entidades, como bancos, outros ministérios, empresas
subsidiárias da Sonangol etc. Desta forma, teremos um leque
mais abrangente na distribuição de habitação ao público.
Nesta edição da Saber Viver, agora com um novo rosto, damos
destaque também à descaracterização de alguns condomínios
por infracção dos condóminos, uma problemática que tentamos
combater e que estamos a punir severamente.
E como Saber Viver é saber desfrutar de pequenos prazeres
falamos do prazer de velejar, do café em Angola e dos grandes
investimentos na produção e reabilitação das antigas fazendas,
de decoração para que aponte algumas “dicas” para a sua
casa e de um dos melhores hotéis do mundo, na Escócia, no
caso de querer marcar as suas férias.
Sabemos que esta é a sua revista de eleição, por isso tenha uma
agradável leitura à sombra de um dos condomínios Cajueiro.
NoVos proDutos Cajueiro
ProPriedade Sociedade Cooperativa de Habitação CAJUEIROrua samuel bernardo, n.º 8/10, r/c ingombota — Luanda teLeFoNes 00244 226 440 001 / 2 / 3 / 4Fax 00244 226 440 005
escolHa diFÍcil
as outras quatro imagens de capa que nos puseram a refl ectir.Fotos de capa: Duarte Mexia
04
16
p u b l i c a ç ã o d e d i s t r i b u i ç ã o g r a t u i t a d a c o o p e r a t i v a d e h a b i t a ç ã o c a j u e i r o
Saber Viver
n.º 12 • Julho/Agosto/Setembro
h a b i t a ç ã o • d e s i g n • d e c o r a ç ã 0 • c u l t u r a • l a z e r • s a b o r e s
Passeámos pela capital e ouvimos as suas histórias. Ângela Mingas
falou-nos do futuro
arquitectura
a Magia de Luanda
VeLa eM angoLas
Fomos na regata do Clube Naval e sentímos a paixão pelo mar
condoMínios cajueiroRegras e conselhos de boa convivência
p u b l i c a ç ã o d e d i s t r i b u i ç ã o g r a t u i t a d a c o o p e r a t i v a d e h a b i t a ç ã o c a j u e i r o
Saber Viverh a b i t a ç ã o • d e s i g n • d e c o r a ç ã 0 • c u l t u r a • l a z e r • s a b o r e s
n.º 12 • Julho/Agosto/Setembro
Passeámos pela capital e ouvimos as suas histórias. Ângela Mingas
falou-nos do futuro
ArquitecturA
A MAgiA de LuAndA
VeLA eM AngoLAs
Fomos na regata do Clube Naval e sentímos a paixão pelo mar
condoMínioS cAJueiroRegras e conselhos de boa convivência
p u b l i c a ç ã o d e d i s t r i b u i ç ã o g r a t u i t a d a c o o p e r a t i v a d e h a b i t a ç ã o c a j u e i r o
n.º 12 • Julho/Agosto/Setembro
h a b i t a ç ã o d e c o r a ç ã 0 • c u l t u r a • l a z e r • s a b o r e s
Passeámos pela capital e ouvimos as suas histórias. Ângela Mingas
falou-nos do futuro
arquitectura
a Magia de Luanda
VeLa eM angoLas
Fomos na regata do Clube Naval e sentímos a paixão pelo mar
condoMínios cajueiroRegras e conselhos de boa convivência
p u b l i c a ç ã o d e d i s t r i b u i ç ã o g r a t u i t a d a c o o p e r a t i v a d e h a b i t a ç ã o c a j u e i r o
Saber Viver
n.º 12 • Julho/Agosto/Setembro
h a b i t a ç ã o • d e s i g n • d e c o r a ç ã 0 • c u l t u r a • l a z e r • s a b o r e s
Passeámos pela capital e ouvimos as suas histórias. Ângela Mingas
falou-nos do futuro
arquitectura
a Magia de Luanda
VeLa eM angoLas
Fomos na regata do Clube Naval e sentímos a paixão pelo mar
condoMínios cajueiroRegras e conselhos de boa convivência
CARLOS GIL DA CUNHAPresidente da Cajueiro
Presidente Carlos Gil da Cunha
secretária-Geral Deolinda Canifa
comunicação e marketinG Lucinda Mangueira
tiraGem 10 000 exemplares
04 Na Casa De… Vanda da Cruz dos santos
08 Debaixo Do Cajueiro regras de boa convivência nos condomínios
12 Debaixo Do Cajueiro Colégio "o Cajueiro" um ensino de excelência
16 (De)Coração Quartos com imaginação para os seus filhos
20 oLha só... Fomos ao mercado de benfica
22 passeio CuLturaL a cidade de Luanda e os seus segredos
28 a Dois passos Do paraíso a tradição de velejar em angola
32 LuGares De soNho edimburgo, o coração da escócia
36 peQueNos prazeres o café mais caro do mundo
38 CuLtura a ii trienal de Luanda é já em setembro
42 troCaDo eM MiúDos Quantos Queres?
46 ViDa sauDáVeL os perigos do sol
48 eNtre os taChos eugénia da Conceição esteves
51 Vai ser NotíCia Lista de eventos a não perder
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12 38
Publicidade 00244 935 525 264
Belas Business Park, Edifício Luanda, sala 102 – Talatona, Luanda Sul
4 julho/agosto/setembro 2010
a família santos vive no condomínio Cajú
(zr1), em Luanda desde Maio de 2009.
Desde então o modo de vida mudou radi-
calmente. trocaram a “selva de betão",
como apelidam, pelo campo. Moravam na
Maianga, a 10 minutos do emprego, mas
mesmo assim optaram por esta mudança. tudo o que aqui
vivem compensa os minutos que passam no trânsito que,
dizem, está melhorar dia após dia. Vanda santos, a técnica
trabalhadora da sonangol Direcção de aviação nunca hesitou
na decisão: “optámos pela qualidade de vida. Nós vivíamos
na Maianga, mas a família cresceu, a vida na cidade é dife-
rente e viver em apartamentos é sempre mais complicado,
com todas as restrições que envolve. aqui há qualidade de
vida, sossego, tranquilidade e principalmente espaço aberto.
aqui cada um tem o seu lugar e lá era tudo muito mais redu-
zido. tudo isto e o facto de se ter que acordar mais cedo...”
Vanda e Fernando santos têm três fi lhos, a soraia com 25
anos, o Neylor com 23 anos e a caçula da família, a jorvana
de 6 anos. os mais velhos já trabalham, um é piloto da taaG
e a mais velha é empregada numa petrolífera.
uMa DeCoração ViraDa para o jarDiM…
TExTo ana MaurícioFoToS tiago jales toméLocaLização Condomínio Cajú (zr1) EndErEço Camama
na casa de...
a FoToSLocaLizaçãoEndErEço
e a mais velha é empregada numa petrolífera.
a família cresceu e a vida no centro da cidade estava a fi car complicada. Mudaram-se para o condomínio Cajú e quase sem dar por isso a casa começa agora pelo jardim.
saber viver 5
também para eles foi importante esta mudança
de vida. esta foi uma casa muito
ansiada e desejada. Vanda ainda
se lembra de quando requereu esta
habitação, logo após a constituição
da Cooperativa Cajueiro, em 2000,
uma oportunidade que não deixou fugir,
sendo uma feliz contemplada com uma
casa, recebeu a chave em 2007 e só não
foi logo ali morar porque ainda não existiam
todas as infra-estruturas. Mudou defi nitiva-
mente, em 2009.
agora Vanda dedica-se a um dos grandes
prazeres que é a jardinagem, uma espé-
cie de terapia no fi m de um dia de trabalho.
o que mais lhe agrada quando chega a casa é cui-
dar das fl ores e plantas que serpenteiam por todo o
exterior. isto é o seu orgulho, e não é para menos, pelo
gosto com que decora cada recanto. a juntar-se a este
prazer, um outro, o de gostar de acolher. “agora temos um
espaço para receber os amigos, a família, tanto eu como o
meu marido, somos de famílias numerosas e então, todos
os sábados e Domingos, recebemos os irmãos, os sobri-
nhos, os amigos. todos vêm para cá e a nossa casa é super
TExTo ana MaurícioFoToS tiago jales toméLocaLização Condomínio Cajú (zr1) EndErEço Camama
PERFIL
NOME Vanda da Cruz dos Santos
IDADE 44 anos
NATURALIDADE Malange
PROFISSãO Engenheira Química (Chefe de secção do
controlo operacional da Direcção de Aviação)
HOBBIES Jardinagem; decoração da casa; Ler e ouvir música
PRATO FAVORITO Como gosto de cozinhar não tenho
nenhum em especial, mas adoro cozinhar para os amigos.
DESPORTO Tive uma curta passagem pelo ténis, pratiquei
basquetebol, fui federada do Sporting de Luanda, mas
depois a minha mãe tirou-me do basquete para me
dedicar mais aos estudos e a seguir vieram outras coisas,
o namoro, o casamento os fi lhos.
LEMA DE VIDA A honestidade, o respeito pelo próximo, os
valores morais, os valores familiares.
6 julho/agosto/setembro 2010
movimentada ao fi m-de-semana. para eles que vivem em
Luanda também é uma terapia, porque eles saem daquela
confusão e vêm desfrutar deste espaço pitoresco”.
as infra-estruturas em Luanda sul também estão a crescer
com mais supermercados, mais serviços e gostava também
que houvesse mais escolas públicas, centros de saúde e hospi-
tais. tal como no condomínio a água e a electricidade sem res-
trições, segurança, escolas e creches que a Vanda acredita que,
quando abrirem os serviços sociais, tudo vai fi car ainda melhor.
por enquanto, vivem sem o sufoco do estacionamento na cidade,
na tranquilidade e conforto de um ambiente saudável, livre
de poluição que só os condomínios do Cajueiro oferecem.
8 julho/agosto/setembro 2010
saber ViVer eM CoMuNiDaDe«Devemos apelar ao bom senso dos moradores e lutar contra práticas que violam as normas internas do condomínio e de convivência social.»
TExTo ana MaurícioFoToS ana MaurícioLocaLização Cajueiro zr1EndErEço talatona – Luanda sul
debaixo do Cajueiro
arlete santos, 38 anos é engenheira civil, tra-
balha na Cooperativa desde janeiro de 2004.
hoje é chefe do departamento de gestão de
condomínios. um departamento que acom-
panha todas as obras a serem realizadas nos
condomínios, tanto a nível das infra-estru-
turas como das benfeitorias realizadas nas habitações, assim
como do funcionamento dos mesmos por via da administra-
ção dos condomínios e da empresa gestora. Fora da grande
capital, a gestão dos condomínios é feita por representantes
de cada província, mas com o apoio de arlete santos.
só em Luanda, a Cooperativa Cajueiro, gere condomínios como
o Gepa, o acácias, o pitanga, o zr1 e o Girassol que está a ser
habitado há quatro meses. “este último é um condomínio que
precisa de toda a nossa atenção porque ainda não tem todas
as condições de habitabilidade como água e energia, todas as
outras infra-estruturas estão concluídas e mesmo a ligação
domiciliária das redes técnicas estão concluídas em 80 por
cento. a taxa de ocupação deste condomínio é de 15 por cento.
De momento ainda não tem energia de rede e tem apenas
uma fonte alternativa que só atende no período das 18 h às
9 h da manhã. esta-se a reunir todos os esforços junto da
eDL, eNe e da epal para se resolver a questão do forneci-
mento de energia e água. a água que temos no condomínio
ainda não está com o caudal que se deseja.
está em curso um projecto de reforço de água através de
uma outra conduta para se aumentar o caudal.
a gestão de condomínios é um trabalho árduo e permanente.
são muitas as questões com que se depara diariamente,
por vezes, nem sempre da responsabilidade da Cooperativa.
«o condomínio Gepa, por exemplo, tinha um problema com o
abastecimento de água. a conduta que inicialmente o abaste-
cia foi desviada pela população que vive nos arredores e, para
resolver este problema, a cooperativa fez furos para a captação
de águas subterrâneas, no condomínio Gepa. Neste momento,
os furos estão prontos, a água foi levada para o laboratório
para se definir a unidade de tratamento a fazer, e, em breve,
fornecer água sem restrições. o mesmo acontece no condo-
mínio zr1. o caudal da água é insuficiente, construiu-se, por
isso, furos para captar águas subterrâneas, de forma a refor-
çar o caudal, uma vez que as casas que se encontram locali-
zadas em zonas mais altas não recebem água com a mesma
pressão das casas localizadas em cotas mais baixas».
relativamente às alterações requiridas pelos condóminos,
a cooperativa elaborou um padrão de projectos para ofere-
cer aos que as solicitassem, mas nem sempre estes mode-
los seguidos e recomendações cumpridas. esta é uma das
“guerras” com que a Cooperativa se depara constantemente.
«os condóminos em de vez de executarem as obras con-
forme o projecto fornecido, alteram o projecto. Quando as
obras não se enquadram no padrão aprovado, nem no per-
fil arquitectónico do condomínio, nós intervimos e a punição
passa pela demolição».
outro alerta de quem faz a gestão dos condomínios tem que
ver com os inertes que os condóminos colocam nos passeios
e à frente das residências. tem que haver regras de boa con-
vivência e a eng. arlete não se cansa de as frisar – «os condó-
minos têm que ter cuidado com os seus animais domésticos
(cães e gatos) que não devem deixar à solta, pois podem
ameaçar a integridade dos moradores; a poluição sonora com
motos 4, a condução e o arranque em veículos a alta veloci-
dade. Deve-se apelar ao bom senso dos moradores e alertar
que estas práticas violam as normas internas do condomínio
e de convivência social e são passiveis de multas».
saber viver 9
10 julho/agosto/setembro 2010
CONDOMÍNIO CAJÚ
a entrada da sua casa é como um cartão-de-visita.
tenha gosto na decoração, invista na jardinagem
e mantenha-a sempre impecavelmente bem tra-
tada. Vai sentir-se bem, alegrar os seus vizinhos e
quem o visita. temos aqui um excelente modelo
de saber viver. parabéns!
CONDOMÍNIO CAJÚ
outro bom exemplo de bem saber morar em
condomínio. Mesmo dentro de casa, neste caso,
no quintal, esta fotografi a ilustra o bom gosto e
a manutenção.
CONDOMÍNIO PITANGA
No condomínio pitanga, o gosto pelo perfeito
e harmonioso mantém-se. prova é este belíssimo
jardim cuidado, onde não faltam palmeiras de
jardim.
SABER VIVER NOS CONDOMÍNIOS CAJUEIRO
BONS EXEMPLOS
saber viver 11
SABER VIVER NOS CONDOMÍNIOS CAJUEIRO
MAUS EXEMPLOS
CONDOMÍNIO CAJÚ
Como é que eu entro em casa? esta é uma verdadeira fl o-
resta até chegar à fechadura da porta. Cuide do seu jardim,
cuide das plantas, não as deixe ao abandono. Dê um bom
exemplo aos seus vizinhos e visitantes.
CONDOMÍNIO CAJÚ
“Dentro de minha casa mando eu” é assim que se costuma
dizer, mas não custa manter pelo menos a fachada limpa e
ausente de detritos, inertes mesmo que a sua casa esteja
em obras, tenha isso em atenção! esconda no quintal ou
mantenha os materiais que vai usar arrumados. os seus
vizinhos não têm que ser incomodados com as suas obras.
CONDOMÍNIO GEPA
o espaço exterior à porta de sua casa é um espaço comum.
preste atenção! Mantenha o passeio e as estradas limpas
de inertes e outros objectos ou aparelhos.
CONDOMÍNIO VIANA
a construção deste anexo não permitido pela Cooperativa
Cajueiro, pois não está de acordo com o projecto aprovado
pela mesma. há regras e normas que devem ser cumpridas
com rigor. Não faça da sua casa um mau exemplo para
quem vive em comunidade.
12 julho/agosto/setembro 2010
a Cooperativa Cajueiro
possui um vasto
conjunto de condo-
mínios e continua
a construir muitos
outros por todo o
território de angola. Numa muito lou-
vável preocupação com a educação
dos filhos das famílias que habitam
nesses condomínios, tem construído
colégios em cada um deles e tem
como premissa ministrar um ensino
de excelência. Nesta senda, entra a
empresa de direito angolano "apren-
der Melhor", empresa que se dedica
à educação e deseja desenvolver em
angola um sistema educativo que
possa vir a ser uma referência pela
sua elevada qualidade.
os pais do século xxi desejam para
os seus filhos uma educação onde se
desenvolvam essencialmente capaci-
dades de um processo, como a inicia-
tiva, a determinação, a criatividade, a
TExTo ana MaurícioFoTograFia susana homemLocaLização Luanda, angola
«...formar futuros cidadãos que, no contexto de um mundo exigente, competitivo e em constante mudança sejam pessoas livres, seguras, responsáveis e com espírito de iniciativa, capazes de construir em torno de si uma rede de vinculações e de trabalhar em equipa, preocupadas com o bem comum e capazes de intervir activamente na sociedade...»
coLégio “o cajuEiro”
uM eNsiNo De exCeLêNCia para...
debaixo do Cajueiro
saber viver 13
liberdade de pensamento imaginativo.
a par destas capacidades, é posta
maior ênfase nas competências,
enquanto conhecimentos em acção,
bem como na capacidade de reso-
lução de problemas, como forma de
ultrapassar dificuldades.
o sistema educativo que se
pretende implementar nos
colégios procura responder
a estas inquietações, valorizando as
competências referidas e contribuindo
assim para a evolução de uma cultura
de dependência para uma cultura de
empreendimento.
Como proposta desta empresa, cada
um dos colégios da Cooperativa, deve
possuir um corpo docente capacitado
para utilizar metodologias de ensino e
aprendizagem actualizados e eficazes.
uma exigente selecção dos professo-
res e, muito especialmente, um inves-
timento na sua formação.
14 julho/agosto/setembro 201014 julho/agosto/setembro 2010
assim, pretende-se criar um
colégio central que seja uma
escola de referência, onde se
possam formar os professores que irão
desempenhar as funções de orienta-
ção pedagógica nos restantes colégios.
um colégio central com a função for-
mativa a ser instalado no condomínio
Cajú (zr1), em talatona, Luanda sul.
estes colégios que designaremos por
colégio “o Cajueiro”, seguirá os currícu-
los escolares angolano e português, a
fim de ser reconhecido pelos respecti-
vos países bem como pela união euro-
peia. a importância de ser um colégio
reconhecido pelo Ministério da educa-
ção português é tornar possível, sem
perdas de regalias, o recrutamento de
professores em portugal com uma qua-
lificação suficientemente elevada para
poderem formar outros professores.
os professores abrangidos pelo regime
do Ministério da educação português
estão sujeitos, obrigatoriamente, a uma
formação contínua e a uma avaliação
exigida pela lei e o ensino será do pré-
escolar ao pré-universitário.
o sistema educativo proposto tem
como objectivo fundamental o aluno
enquanto pessoa. por um lado, a for-
mação integral da sua personalidade
em todas as suas vertentes: física,
afectiva, social, intelectual e espiritual
e, por outro lado, a formação acadé-
mica, ou seja, a relação dinâmica com
o mundo das ideias e do saber, cons-
truindo o seu próprio conhecimento e
adquirindo competências.
É objectivo da Cooperativa Cajueiro
a educação. Formar cidadãos que,
no contexto de um mundo exigente,
competitivo e em constante mudança
sejam pessoas livres, seguras, res-
ponsáveis e com espírito de iniciativa.
Capazes de construir em torno de si
uma rede de vinculações, de trabalhar
em equipa, preocupadas com o bem
comum e capazes de intervir activa-
mente na sociedade.
este sistema educativo, já em vigor em
portugal e experimentado com muito
bons resultados, segue uma orientação
pedagógica na qual é possível detec-
tar uma forte influência dos países do
Norte da europa. É um sistema peda-
gógico que tem como núcleo central a
pedagogia de Kentenich que tem uma
forte componente afectiva e que procura
fomentar em cada aluno a sua auto-
educação, a fim de o ajudar, enquanto
ser individual e social, a descobrir-se a
si próprio e a desenvolver, em plenitude,
todo um leque de potencialidades, no
sentido de construir um projecto pes-
soal de vida.
uma pedagogia que centra todo pro-
cesso educativo na pessoa do aluno, que
desenvolve as competências para pla-
nificar o trabalho, para investigar, para
debaixo do Cajueiro
saber viver 15saber viver 15
sistematizar os conhecimentos adqui-
ridos e para os comunicar e defender.
para além da pedagogia de Kentenich
integra ainda vertentes de outras peda-
gogias e metodologias de ensino que
reforçam e conferem uma melhor ade-
quação ao meio escolar.
exemplos: o inglês será leccionado desde
os três anos por professores de língua
materna inglesa; Na matemática irá ser
utilizada uma metodologia de ensino /
aprendizagem especialmente eficaz;
Valorizar-se-á o ensino experimental
das ciências, enfatizando as matérias
relacionadas com os recursos naturais
angolanos; a formação moral e espiritual
terá uma orientação católica; a educa-
ção física e o desporto serão especial-
mente valorizados, aproveitando os sete
campos de jogos que o colégio possui;
as tecnologias da informação e comu-
nicação estarão constantemente dispo-
níveis desde o jardim-de-infância.
16 julho/agosto/setembro 2010
(de)coração
o mundo fantástico da decoração infantil é
o melhor dos pretextos para pais e fi lhos
embarcarem numa aventura de perso-
nagens, alegria, cor e diversão. apesar
de criado para agradar aos mais peque-
nos, também aos adultos é difícil resis-
tir à variada oferta que hoje em dia se encontra no mercado.
o quarto é o espaço onde as crianças passam uma grande
parte do seu tempo. Deve ser pensado de forma a ser-
vir para as várias actividades que ali se realizam, dor-
mir, ler, estudar e brincar. para além da cama convêm
investir numa pequena secretária, armários ou pratelei-
ras para arrumação e bastante espaço livre para recreio
e brinquedos.
Quartos CoM iMaGiNaçãoa importância da cor e da criatividade no quarto dos seus fi lhosTExTo sofi a Couto e sérgio antunesSELEcção dE iMagEnS sofi a Couto e sérgio antunesLocaLização Quarto dos seus fi lhos
Quartos CoM iMaGiNaçãoQuartos CoM iMaGiNação
saber viver 17
nestas páginas, da esquerda para a direita, de cima para baixo
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nestas páginas, da esquerda para a direita, de cima para baixo
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18 julho/agosto/setembro 2010
se pretende adaptar um quarto da casa ao universo infantil
existem alguns princípios que devem ser levados em conta:
— os materiais devem ser resistentes e no caso dos teci-
dos, laváveis.
— Dar preferência a cores vivas e alegres, não esquecendo que
para além da tinta existem papeis de parede ou autoco-
lantes em vinil muito divertidos, com desenhos e padrões.
— optar por uma luz artifi cial suave que deve ser comple-
mentada por um candeeiro de secretária e luzes de pre-
sença a pensar nos pesadelos nocturnos.
— procurar camas cujo espaço inferior é aproveitado para
gavetões de arrumação ou para ter um colchão de reserva
para receber um amigo.
nestas páginas, da esquerda para a direita, de cima para baixo
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saber viver 19
20 julho/agosto/setembro 2010
olha só...
MerCaDo De beNFiCa
20 julho/agosto/setembro 2010
olha só...
MerCaDo De beNFiCa
ESCULTURAS EM MADEIRA
esculturas em madeira são mais que muitas neste mer-
cado. podem ser cabeças de animais, fi guras alusivas a
acontecimentos, outras que simbolizam o homem ou a
mulher numa actividade profi ssional. objectos que deno-
tam poder, como espadas, lanças ou simples utensílios
de uso no quotidiano.de uso no quotidiano.
esculturas em madeira são mais que muitas neste mer-
A HISTÓRIA DO MERCADO DE BENFICA
o mercado do artesanato foi criado em 1985 por um
pequeno grupo de artistas que, no princípio, expu-
nham as suas peças de forma rudimentar. Neste
momento, está prevista a construção de um espaço
junto do Museu da escravatura, o projecto chama-se
Centro de arte benfi ca. É um complexo, uma grande
praça, um espaço coberto para as pessoas exerce-
rem a actividade de venda, mas de uma forma mais
condigna. o mercado estrutura-se em quatro áreas: a
arte e pintura, o artesanato, a cestaria e a tecelagem.
AS MÁSCARAS
as máscaras são um dos atractivos do mercado. executadas em diferentes técnicas,
desempenham um papel importante na afi rmação e consagração das diferentes ceri-
mónias e rituais, quer de iniciação masculina, quer feminina ou casamentos. a cada
cerimónia, uma máscara cuja pessoa que a coloca orienta os movimentos entre os bai-
larinos. as máscaras detêm um poder sobrenatural e são mediadoras entre o mundo
dos vivos e os espíritos dos antepassados.
22 julho/agosto/setembro 2010
passeio cultural
era um Domingo particularmente solarengo.
De mochila às costas, e sem hora para regres-
sar, iniciámos o que seria um fi nal de fi m-de-
semana extremamente agradável.
o local marcado era o Largo do baleizão, nos
Coqueiros, ingombota e as catorze horas, o
ponto de partida, para uma tarde de refl exão sobre a importân-
cia histórica do património classifi cado da cidade de Luanda.
uMa CiDaDeCoM Muito para CoNtar...
Com cada vez mais adeptos, o turismo cultural ganha forma por todo o mundo. uma política de turismo bem defi nida, aliada ao património invejável da cidade de Luanda, são os ingredientes necessários para a capital tornar-se num destino ainda mais apelativo.
TExTo susana homemFoToS Nelson Nascimento e ana MaurícioLocaLização Luanda / angola
Cidade de Luanda (capital)Fundada a 25 de Janeiro de 15754.500.000 Habitantes
saber viver 23
Chegados ao local, a animação era evidente, e ao sabor do
vento vários espaços convidavam os visitantes a participa-
rem no Movimento reviver.
uma exposição temática, vários bazares, uma ofi cina de acti-
vidades destinada especialmente aos mais novos, uma zona
de palestras e um espaço para danças de Luanda, da respon-
sabilidade da associação Chá de Caxinde, eram algumas das
muitas surpresas que o Núcleo de estudos de arte, arquitec-
tura, urbanismo e Design, da universidade Lusíada de angola,
juntamente com a associação Kalu, tinham para oferecer.
Passeios Guiados a PÉ ou de autoBus
indecisos então, entre a possibilidade de um passeio a
pé ou de mini bus acabámos por optar pelo mais longo e
mais ambicioso. atentos, ao discurso dos nossos acompa-
nhantes o grupo, que contava com mais de vinte pessoas,
24 julho/agosto/setembro 2010
começou por viajar no tempo.
a primeira paragem foi um sobrado abandonado, originá-
rio do século xix, que ainda hoje imortaliza a praça infante
D. henrique com o nome dos seus sorvetes e gelados. Na
altura, a cervejaria e geladaria, que funcionava como ponto
de encontro conquistou os luandenses com os seus balei-
zões vendidos em cone ou entre duas bolachas.
também as tão famosas patas de elefante, nome utilizado
para designar as canecas de vidro, grandes e largas, servidas
de cerveja gelada e acompanhadas de marisco, castanha de
caju ou outros petiscos fi zeram, com que este local, entrasse
inevitavelmente para a memória da capital.
FortaleZa de s. miGuel
PatrimÓnio nacional
erguida no ano de 1575 pela decisão e fi rmeza de paulo
Dias Novais, neto de bartolomeu Dias e primeiro capitão e
governador de angola, a Fortaleza de s. Miguel foi a primeira
estrutura defensiva a ser construída no país.
Localizada no antigo Monte de s. paulo, a fortaleza tinha
a função de salvaguardar a soberania local protegendo-a
dos povos invasores. Curiosamente, durante o período de
ocupação holandesa, cerca de sete anos, foi baptizado de
Fort aardenburgh.
atentos ao discurso, fi camos a perceber, que vista do céu,
a edifi cação apresenta uma planta com formato poligo-
nal, com baluartes nos vértices, de forma a aumentar a sua
função defensiva, e que no século xx foi classifi cada como
Monumento Nacional.
a caminhada contínua. o calor é muito mas nenhum de nós
ousa sequer pensar em desistir. protegidos por chapéus e pro-
vidos de garrafas de água, para saciar a sede, o grupo prosse-
gue pelo que outrora foi o caminho de escravos.
hoje são poucos os vestígios da calçada romana, mas enquanto
descemos as calçadas dos enforcados e a de s. Miguel é-nos
saber viver 25
dito, que o Largo do pelourinho além da sua contribuição his-
tórica pertenceu a uma área considerada como sendo o seio
cultural da cidade.
entre ele e a igreja dos remédios (sé) existiu uma forte con-
centração de jornais e indústrias gráfi cas que marcaram o
último quartel do século xix e do primeiro do xx.
o clima que outrora, emanava daquelas ruas, foi também
ancorado pelo teatro da providência, com a imprensa Nacio-
nal, a Casa dos rapazes e pelo Grande hotel de Luanda, com
as suas tertúlias culturais e pela primeira indústria gráfi ca, a
Minerva, considerada como a escola dos mestres tipógrafos.
Foi com uma tristeza acentuada, que tivemos de deixar o
esplendor dessa época, para nos depararmos com as ruínas
do famoso hotel, símbolo da luxúria do início do século xx.
Felizmente e depois do susto fomos informados que está
contemplada para breve a restauração do edifício. Num pro-
jecto conjunto de angola e brasil, a Casa de Cultura do bra-
sil vai honrar o espaço trazendo, de certo, os tempos áureos
de outros momentos.
um esPÓlio a não Perder
a paragem seguinte foi no Museu de Nacional de antropolo-
gia. um edifício recuperado recentemente e que tem ao dispor
do cidadão um espólio variado, que se distribui entre a cultura
e as diversas actividades do quotidiano do povo angolano.
o ambiente é acolhedor e o guia cativa de imediato a nossa
atenção. De forma apaixonada começa por fazer a apresen-
tação do espaço, dando-nos as boas-vindas, convidando-nos
a voltar e quem sabe a trazer mais alguém. “É esta a nossa
missão”, diz no seu ar de investigador da ciência, que estuda
o homem e a humanidade.
«Devemos não só preservar o património mas também con-
quistar a essência cultural para transmiti-la às sociedades vin-
douras. temos a responsabilidade de valorizar e reafi rmar a
identidade de todos os angolanos, e para que isso aconteça é
fundamental prosseguir com as pesquisas pelas várias provín-
cias de Luanda, porque muito há para descobrir; são as nos-
sas origens», remata não perdendo o fôlego do entusiasmo.
sem perder tempo contextualiza-nos o edifício. De imediato
diz-nos, que a sua recuperação foi posta em prática de forma
exemplar pela endiama. e a partir desse momento o tempo
parece voar.
inebriados pela sua voz, pelos seus ensinamentos percorre-
mos as catorze salas onde estão expostas peças tradicionais
da cultura do país. utensílios agrícolas, de caça e de pesca,
instrumentos musicais, jóias e máscaras usadas nos rituais
dos povos bantos são algumas das atracões.
ao som de um “voltem sempre e obrigado a todos” saímos
cheios de vontade de continuar.
e tanto Por descoBrir
Mais à frente espera-nos a sé Catedral de Luanda, antiga
igreja Nossa senhora dos remédios.
É singular na sua arquitectura. enaltecida pelas suas torres,
encimadas por cúpulas e pelas palmeiras que a ladeiam,
a sé teve o início da sua construção em 1636 e a sua inau-
guração em agosto de 1679.
por momentos, no silêncio do cair da tarde, ficamos ali a
contemplá-la na sua grandiosidade, na sua imponência.
Minutos depois deparamo-nos com o Largo infante D.
henrique.
para nossa curiosidade na parede de um edifício, ainda per-
manece uma placa toponímica com as inscrições do nome
do largo e com o brasão dessa altura.
a imagem da Nossa senhora de assunção comprova a his-
tória da cidade de são paulo de assunção de Luanda.
26 julho/agosto/setembro 2010
cidade com duPla Protecção
reza a história que a capital angolana foi fundada
em janeiro de 1575.
Mas conta também, que muito antes dessa data,
o nome de Loanda era já a designação utilizada
para o que paulo Dias Novais conheceu como a
ilha das Cabras, aquando da sua expedição.
sinónimo de terra rasa, sem montes, formação
arenosa, instável, ao sabor das marés do oceano
e do caudal do rio Kwanza, Loanda foi a opção
do explorador português para baptizar a cidade.
No entanto, e em homenagem ao dia da sua che-
gada adicionou-lhe o nome do santo desse dia
resultando em são paulo de Loanda.
Curiosamente, e depois do período de ocupação
holandesa entendeu-se, que o nome não podia
manter-se daquela forma, pois apresentava uma
semelhança inoportuna com holanda.
assim, fez-se de novo um agradecimento pela
protecção divina dada a reconquista da cidade.
e já que o dia da chegada era regido por Nossa
senhora da assunção, a cidade ficou baptizada
como são paulo da assunção de Luanda.
o grupo contínua coeso e em passos largos apro-
ximamo-nos das ruínas da casa de alfredo troni,
que não fazem justiça ao seu admirável percurso
enquanto jornalista brilhante, pioneiro da imprensa livre e
fundador do jornal de Loanda, advogado, político e escritor.
Fruto do seu carácter humanitário, e sendo uma pessoa de
rara inteligência e cultura, deu também um contributo muito
significativo na luta contra a escravatura sendo, inclusiva-
mente ele, o autor do regulamento que declarou definitiva-
mente extinto o estado de escravidão.
e depois de várias horas a caminhar, ali estávamos nós,
exaustos mas conscientes de que um vasto património,
classificado e em risco de extinção, deve contribuir de forma
positiva, para o desenvolvimento sociocultural e para a pro-
jecção internacional da história e cultura de angola.
Fo
to: a
na
Ma
uríc
io
saber viver 27saber viver 27
perde-se no tempo a invenção da vela, há
notícia das primeiras embarcações nas
redondezas do Mar Mediterrâneo, com
os gregos e depois os romanos. a vela
chamada latina, com um corte quase em
forma de triângulo e manobrável foi utili-
zada nos barcos pesqueiros no fim da idade média, pelos
genoveses no comércio, depois há história ainda com os
Vikings que aperfeiçoaram o sistema de quilha e vela, uti-
lizando tanto a forma de vela quadrada como a de vela
em triângulo de acordo com a adversidade do mar e só
depois com os navegadores ibéricos, na época dos des-
cobrimentos com as suas caravelas.
a Vela ou Latismo é o nome dado ao desporto que envolve
barcos movidos exclusivamente pela força do vento.
as competições envolvem os mais diferentes tipos de
embarcações separadas em classes, podendo ter um ou
dezenas de tripulantes. o Windsurf é a mais simples e
os grandes catamarãs de oceano, os mais complexos e
velozes. as provas são disputadas em percursos delimi-
a dois passos do paraíso
o prazer De VeLejarVelejar é uma tradição em angola. Na cidade capital existem dois clubes desportivos, o náutico e o naval de Luanda. segundo reza a história, este último é o mais antigo de áfrica.
TExTo ana MaurícioFoToS ana MaurícioLocaLização baía de Luanda
28 julho/agosto/setembro 2010
tados por bóias, ilhas ou continentes, variando em dura-
ção desde poucas horas até mesmo vários dias, no caso
das travessias oceânicas.
as competições da Vela são formadas por uma série de
regatas, como são chamadas as competições de iatismo.
a cada regata o barco soma determinado números de
pontos, de acordo com sua posição de chegada. Vence a
competição a equipa que somar o menor número de pon-
tos ao final da série de regatas. a Vela é também um des-
porto olímpico desde 1900.
em angola, o Comité olímpico foi criado em Feve-
reiro de 1979 e, desde então, tem assegurado a par-
ticipação angolana em todos os jogos olímpicos,
depois da independência. esteve presente em Moscovo,
seul, barcelona, atlanta e sidney, com a ausência em Los
angeles, pelas razões de ordem política conhecidas. Foi
nos jogos olímpicos de Verão de 1992, em barcelona que
angola participou, pela primeira vez, na modalidade de
Vela com três atletas masculinos: joão Neto, Luvambu
Filipe e eliseu Ganda.
saber viver 29
Velejar é uma tradição em angola. Na cidade capital exis-
tem dois clubes desportivos, o náutico e o naval de Luanda.
segundo reza a história, este último é o mais antigo de áfrica e,
quiçá, o segundo mais antigo do mundo, uma vez que a asso-
ciação Naval de Lisboa é o mais antigo do mundo. o Clube
Naval de Luanda, fundado a 23 de Maio de 1883 e com sede
na ilha do Cabo, coloca à disposição da comunidade aulas
de iniciação e aperfeiçoamento das técnicas de competi-
ção, organiza regatas e outras provas desportivas, promove
a realização de conferências, festivais de carácter despor-
tivo, recreativo e cultural.
o prazer de velejar é único e são muitos os que procuram esta
modalidade. para aprender ou simplesmente para desfrutar
de horas de prazer em alto mar.
Na vertente social, é um clube sem fins lucrativos, em que
todas as verbas investidas no clube se destinam única e
exclusivamente, em primeiro lugar, para a formação e depois
para competição.
prova disso é a formação gratuita que dão aos adolescentes
da ilha de Luanda, crianças na sua maioria de rua. o objec-
tivo é poder entreter e ajudar os que não podem por falta de
recursos financeiros. Desta forma encaminham esses meninos
no desporto, uma forma de os educar e evitar que sigam por
maus caminhos. para este trabalho, o clube conta com o apoio
de empresas e particulares no que respeita aos custos com as
embarcações e os materiais.
No mês passado, o Clube Naval de Luanda festejou mais um
aniversário, já lá vão 127 anos e, como já é habitual, com algumas
actividades, entre elas, um concurso de pesca desportiva infan-
til Cath and release (agarra e larga), canoagem, remo e vela
de cruzeiro e ligeira e regatas de Vaurien, optimist e Lazer.
um livro dos irmãos nuno
e Pedro silveira ramos
Mais de 30 anos depois,
a publicação dos factos
ajuda-nos a compreender
um período pouco explo-
rado da nossa história e
da nossa memória colec-
tiva. “tartan, as Velas da
Liberdade” foi publicado
este ano e é um relato fiel
e emocionado de uma via-
gem que soltou amarras e deixou viver. trata-se
de uma história real de angola em 1978. “em plena
guerra civil e no dia das comemorações do terceiro
aniversário da independência, seis rapazes fogem
de Luanda num veleiro de apenas 13 metros. orien-
tados por uma bússola, um mapa rudimentar e
um rádio a pilhas, cruzam um oceano de dúvidas,
medos e anseios. o seu destino é portugal, onde
acabam por chegar depois de mil e uma vicissitu-
des. esta aventura foi uma fuga, foi a forma encon-
trada para fugirem de Luanda que, naquela altura,
vivia momentos difíceis”. a chegada destes jovens
a portugal teve cobertura mediática na altura, mas
a história completa ficou por contar, por isso este
livro 32 anos depois.
José nuno Bobela-motta da silveira ramos nasceu
no huambo em 1964. após o início da guerra civil,
viveu com a família no Namibe, em benguela e em
Luanda. Meia dúzia de anos depois da independên-
cia saiu do país com um salvo-conduto temporário
e viajou para portugal. em 1987 partiu para Macau,
onde estudou Comunicação Gráfica e Guitarra Clás-
sica e onde exerceu funções de realizador de rádio
na teledifusão de Macau, profissão que viria a reto-
mar no regresso a portugal, depois de 1999.
Pedro João Bobela-motta da silveira ramos nasceu
em Lisboa em 1959 e meses depois viajou para angola.
passou a época colonial no huambo e, tal como os
seus familiares, passou o tempo de guerra civil em
fuga entre Lubango, Namibe, benguela e Luanda.
Na capital angolana, ainda estudante, fez nata-
ção de competição no Clube Nun’álvares pereira
e desenvolveu a sua paixão pelo mar e pela vela.
em 1978, foi um dos que regressou a portugal no
veleiro tartan. actualmente, trabalha numa empresa
de observação de golfinhos no algarve.
tartaN – as Velas da Liberdade
ProPosta de leitura
30 julho/agosto/setembro 2010
32 julho/agosto/setembro 2010
lugares de sonho
Le MoNDe No Coração Da esCóCia
uma cidade maravilhosa, um hotel único e chiquérrimo. uma experiência inesquecível para quem visita.
TExTo Marta LançaFoToS paulo sousa Coelho, Duarte Mexia e hotel Le MondeMorada 16 George street, New townLocaLização edimburgo, escócia, reino unidoSaBEr MaiS www.lemondehotel.co.uk www.edinburgh.org
O Le Monde fica em pleno centro da
bela cidade de edimburgo, na escócia,
perto da princes street e da estação
de Waverley. tem quartos com uma
decoração original, todas as comodi-
dades que possa imaginar e ganhou o
melhor 'scottish boutique hotel’ de 2009. pode usufruir de
algumas promoções que regularmente oferece e passar uns
dias de sonho num dos mais glamorosos hotéis da europa.
A CIDADE DA HISTÓRIA
edimburgo é um grande centro turístico, com a sua oferta
cultural de museus, galeria encantadoras e boa vida
nocturna. No momento alto do Festival de edimburgo
em agosto a população passa de 400 mil para 800 mil,
simplesmente o dobro.
pode divertir-se bastante e ficar igualmente bem servido
se optar por comer e beber somente dentro do hotel. e
conhecerá gente de todas as proveniências. se vai para
edimburgo de férias, e quiser saber o que ver e fazer, a vida
nocturna e os encantos da cidade é só perguntar que lhe
indicam os mais atraentes lugares para visitar.
será uma óptima oportunidade para conhecer a bonita
capital escocesa com toda a imponência e sabedoria da
velha europa. o hotel está situado na rua George street,
bem no coração da cidade, cheia de lojas, restaurantes e
bares. o centro é compacto, portanto, andar a pé é uma
excelente opção. pode fazer compras na princes street,
que divide o centro ao meio onde pode visitar galerias, o
saber viver 33
alto scott Monument, a torre de relógio do balmoral hotel
e a principal estação de comboios Waverley. se quer visitar
lojas luxuosas dirija-se a Multrees Walk, a cinco minutos
a pé, criado num ambiente moderno e atractivo. pode
dar uma volta no edinburgh Dungeon que o convida para
uma divertida jornada através de horríveis fragmentos
da história. os actores ao vivo, um passeio de carruagem
entre espectáculos e efeitos especiais transportam-no
para tempos negros.
New town, toda esta zona a norte de princes street, é um
exemplo da arquitectura urbana georgiana com as suas
fachadas elegantes e amplas ruas. Foi construída no final
de 1700, proporcionando aos ricos uma fuga da sobrelotada
e congestionada old town, mas ainda hoje edimburgo tem
muitas desigualdade sociais. É o segundo centro financeiro
das ilhas britânicas e a sedo do parlamento escocês.
o hotel Le Monde também não fica longe do histórico
Castelo rock de edimburgo ocupado por volta de 1000
34 julho/agosto/setembro 2010
e ainda, já que estamos a inventariar as componentes
deste hotel de luxo: elevador, serviço de lavandaria
/ limpeza a seco, instalações para conferências,
serviços e equipamentos de qualidade superior.
pensando também no seu lazer e convívio há bares abertos
até à uma da manhã, que se chamam Viena, Milão e paris
e dois restaurantes (onde pode provar a cozinha escocesa
inspirada em tudo o que vem de fora e um pequeno-almoço
que não lhe sairá da cabeça). para os mais noctívagos ofe-
rece o clube nocturno, de nome xangai, homenageando a
cidade chinesa do ópio e das apostas (ganhar dinheiro de dia
para gastar à noite), à sua disposição até às três da manhã.
Com esta ampla gama de comodidades e pessoal afável
e atencioso, preparado para lhe preparar um cocktail ao
mesmo tempo que o aconselha sobre coisas a ver e fazer
em edimburgo, não é de admirar que os hóspedes voltem
sempre ao Le Monde, um hotel de luxo, com decoração
distinta que leva a pensar que está a pairar pelo mundo
inteiro. pode reservar um quarto através da internet, tem
todas as facilidades de marcação. Disfrute!
a.C. na idade do bronze. situado no centro de basalto de
um vulcão extinto, o Castelo de edimburgo é uma antiga
fortaleza que domina a silhueta da cidade de edimburgo
a partir da sua posição no topo do Castle rock (rochedo
do Castelo) com uma vista estratégia para o estuário do
Forth. trata-se de um dos mais importantes castelos do
país, sendo a segunda atracção turística mais visitada na
escócia,ao receber anualmente cerca de um milhão de
pessoas. Lá dentro podemos ver o edifício mais antigo
da cidade e outros edifícios do século xii ao século xx,
reflectindo a sua evolução para fortaleza, palácio real,
guarnição militar e prisão estatal.
Charlotte square, no extremo ocidental da New town, é o
clímax da primeira fase desta arquitectura com novos con-
ceitos arquitectónicos. aí o mais importante a visitar é Moray
estate, uma série de grandes casas ligadas que formam um
crescente uma oval e, por fim, uma praça com doze lados.
UM HOTEL COM SERVIÇO INCORRIGÍVEL
os 18 quartos do hotel, com três níveis de luxo à sua esco-
lha, foram baptizados com nomes de cidades mundiais e
inspirados por cada uma delas. Lá dentro tem tudo o que
precisa. se for em trabalho pode usar internet Wi-Fi e uma
secretária. pode deliciar-se a assistir a filmes num plasma
de tV e nada faltará para a sua comodidade: roupões de
banho, óptimos artigos de toilette, ar condicionado, o jornal
diário, secador de cabelo, tábua de engomar, cofre no quarto
para depositar os seus bens, serviço de quartos 24 horas.
saber viver 35
36 julho/agosto/setembro 2010
Kopi Luwak ou café Civet, é um café produ-
zido com grãos de café que foram comi-
dos e passaram pelo sistema digestivo do
civeta. este animal é uma espécie de doni-
nha ou toupeira, alimenta-se de insectos,
dos frutos mais doces, maduros e averme-
lhados do café. existem apenas na indonésia nas ilhas suma-
tra, java e sulawesi e nas Filipinas. estes animais comem
os grãos de café e, à medida que o grão passa pelo sistema
digestivo do animal, ele sofre um processo de modifi ca-
ção parecido com o utilizado pela indústria cafeeira para
remover a polpa do grão de café, mas que envolve bacté-
rias diferentes das usadas pela indústria, além das enzimas
digestivas do animal e, ao serem dejectados, fi cam intactos
e com um sabor especial. Dizem os especialistas, uma mis-
tura de chocolate com sumo de uva. Menos ácido e amargo
que os cafés normais.
Dada a produção destes grãos ser limitada, cerca de 230
quilos, ao ano, cada quilo, deste que é considerado o melhor
café do mundo, pode custar mil dólares.
O CAFÉ EM ANGOLA VOLTOU A SER UMA REALIDADE
«Depois de ter atingido lugares cimeiros na produção e expor-
tação, nos anos 70, voltou-se à reabilitação das fazendas
destruídas e ao cultivo de café no uíge».
o primeiro empreendimento comercial da cultivação de café
em angola foi iniciado por um fazendeiro vindo do brasil em
1837 na região do concelho de Cazengo.
Depois dessa altura, a produção de café conheceu altos e
baixos. só para se ter uma ideia, em 1973, só a província do
uíge era responsável por mais de 35 por cento da produção
total em angola, com mais de 74 mil toneladas das 200 mil
que país exportava por ano.
Kopi LuWaK
TExTo ana MaurícioFoToS Direitos reservadosLocaLização indonésia e Filipinas
pequenos prazeres
o CaFÉ Mais Caro Do MuNDo
HISTÓRIA DO CAFÉ A LENDA DE UM PASTOR
Não se sabe ao certo como foi descoberto, mas
existem algumas lendas. Contamos aqui a mais
conhecida e que relata a possível origem, a do
pastor Kaldi que viveu na absínia, hoje etiópia,
há cerca de mil anos.
Conta a lenda que Kaldi observando as cabras,
notou que elas fi cavam alegres, com mais vida
e energia depois de mastigarem uns frutos de
coloração amarelo e avermelhado dos arbus-
tos existentes em alguns campos de pastoreio.
o rebanho conseguia assim percorrer mais quiló-
metros e fazer subidas íngremes. ao comentar este
feito com um monge, ele resolveu experimentar.
Começou a utilizá-lo na forma de infusão e, assim
que percebeu que a bebida o ajudava a resistir
ao sono enquanto orava, tornou-se um hábito.
esta descoberta espalhou-se rapidamente, diz-
se que o primeiro cultivo de café aconteceu
nos mosteiros islâmicos, no Yemen.
Foi torrado, pela primeira vez,
na pérsia e hoje, o brasil, é o
maior produtor mundial
do café, seguido do
Vietname e da
Colômbia.
Kopi LuWaK
TExToFoToSLocaLização
pequenos prazeres
o CaFÉ Mais Caro Do MuNDo
HISTÓRIA DO CAFÉ A LENDA DE UM PASTOR
Não se sabe ao certo como foi descoberto, mas
saber viver 37
Kopi LuWaK
sala de provas de Boekenhoutskloof, áfrica do sul
o CaFÉ Mais Caro Do MuNDo
Neste momento, existe todo um envolvimento por parte dos
governadores e instituições nacionais e internacionais para
que se volte a falar de produção de café em angola, projec-
tando novamente o nome das províncias que, outrora, foram
conhecidas por liderar a produção cafezeira.
para que tal aconteça é necessário que os cafeicultores pro-
duzam grandes quantidades, na escala familiar e nas asso-
ciações, e que as colheitas se façam sentir até ao último e
precioso grão, como se registou na fazenda Kinfuma, aldeia
Kawenda, no município do Negage.
estão a ser desenvolvidas várias acções que visam incen-
tivar, apoiar os produtores de café e massifi car a produção
no país. Neste sentido, pretende-se dar formação, conceder
micro-créditos e comprar equipamentos, assim como ajudar
na comercialização estimulando os agricultores.
o instituto Nacional do Café de angola (iNCa), apurou, só
no uíge, 9.152 toneladas de café Mabuba, no município de
Mucaba, 60 quilómetros a Norte da cidade do uíge.
CAFÉ GOURMET
a variedade de café angolano amboím vai ser aproveitada
para o projecto africano de produção de “Café Gourmet”
da organização inter-africana do Café. esta é uma inicia-
tiva do uganda que na palestra sobre “a situação da cafei-
cultura em áfrica- os desafios do futuro e sua contribuição
no desenvolvimento” sugeriu aos membros presentes que
angola e a tanzânia integrassem e adoptassem o programa.
Com isto espera-se a criação de centros de excelência de
conservação de germo-plasmas com vista a fornecer o
material genético para os referidos bancos. este projecto
visa ainda a retoma e o relançamento e comercialização
do café, actividade que
desempenha um papel
preponderante na cria-
ção de postos de traba-
lho, bem como na geração
da riqueza.
38 julho/agosto/setembro 2010
cultura
GeoGraFias eMoCioNais, arte e aFeCtos«o ser humano é uno. Como é que isso se refl ecte na cultura? Como é que a geografi a, as relações humanas se refl ectem na cultura e a arte como afecto».
TExTo ana MaurícioFoToS ana Maurício, Claudia Veiga e DrLocaLização Luanda
três anos depois a ii trienal de luanda…
É verdade, a primeira trienal da Cultura de Luanda foi inau-
gurada em Dezembro de 2007 e foi até Fevereiro de 2008.
Foi bastante empolgante porque teve dois anos de ante pro-
jectos em todas as vertentes, concertos, teatros, exposições
no campo das artes e cultura. Foi um teste ao público, sentir
como as pessoas iam reagir e, ao mesmo tempo, permitir o
acesso das pessoas à arte contemporânea produzida naquela
época por artistas angolanos, africanos e internacionais. No
fundo foi um ensaio, um termómetro da nossa parte, em ter-
mos da cultura angolana para sentirmos como é que estava
a cultura, foi um exercício nosso, interno.
e o termómetro, qual a temperatura que marcava em 2007?
tinha uma temperatura equilibrada, apesar do cenário cultu-
ral e artístico dos últimos anos, de toda a trajectória política,
social e económica do país. a sociedade estava ávida desses
acontecimentos que pacifi cam que transcendem o espírito,
a alma, que abrem pontos de visão, observação de vida, de
vários fenómenos do Modus Vivendi das pessoas.
como vai ser apresentar a ii trienal de luanda?
a ii trienal de Luanda começa a 12 de setembro de 2010 e vai
até dia 19 de janeiro 2011. estas são as datas ofi ciais, é pos-
sível que se estenda um pouco mais. Vão ser 14 semanas no
total, esta exposição tinha que abranger o mesmo número,
tinha que ter o mesmo carácter da primeira, os mesmos ele-
mentos culturais e artísticos, mas de uma forma mais com-
pacta, mais científi ca. a primeira era abrangente, tinha como
título – “arte, Cultura, história e política contemporânea”.
Foi uma trienal bem aberta, foi uma exposição contempo-
rânea africana, um estudo, um termómetro a nível do conti-
nente. esta ii trienal tem como tema “Geografi as emocionais,
arte e afectos ”, o tema é sugestivo, é um scanner, é um mape-
amento. Geografi as emocionais, saber a que lugares as pes-
soas pertencem, quais são as referências dela como pessoa,
qual a geografi a dela emocional, por exemplo eu sou de um
lugar, mas a partir do momento em que eu circulo por outros
pontos do planeta crio vínculos afectivos com várias pessoas.
o ser humano é uno e como é que isso se refl ecte na cultura?
Como é que a geografi a, as relações humanas se refl ectem
na cultura e a arte como afecto.
Qual a metodologia desta trienal?
a i trienal foi concebida pelo Fernando alvim e esta ii trienal
também. a trienal é um projecto de autor onde vão partici-
par vários artistas. a lista ainda não está defi nida, fechada,
as pessoas que quiserem participar podem enviar projec-
tos, está completamente aberta. em termos de programa-
ção a trienal é dividida em dois eixos: Geografi as emocionais
e arte e afectos. estes dois títulos vão ser multiplicados por
quatro núcleos: artes visuais; artes Cénicas; projectos cultu-
rais e edições culturais. Cada um destes núcleos são dividi-
dos por mais sete matérias ou temas, por exemplo, nas artes
visuais, temos sete exposições, nas artes cénicas temos sete
disciplinas cénicas: conferências; moda; performance; teatro;
dança; música e cinema. são sete porque é uma para cada
dia da semana. Às 2ª feiras, a partir da data de inauguração
da trienal, durante as 14 semanas, vamos ter conferências, as
3ªfeiras estão destinadas à disciplina da moda, às 4ªfeiras são
as performances, às 5ªfeiras teatro, às 6ªfeiras a dança, aos
sábados Música e aos Domingos, o cinema. Nós montámos
saber viver 39
MARITA SILVA
30 ANOS, ARQUITECTA E URBANISTA
E DIRECTORA-GERAL DA FUNDAÇãO
SINDIKA DOKOLO APRESENTOU O PROJECTO
DA II TRIENAL DE LUANDA À REVISTA SABER VIVER
saber viver 39
um calendário e defi nimos os dias exac-
tos onde irão acontecer os projectos.
os conteúdos dependem exclusiva-
mente dos artistas.
e quais os espaços escolhidos para
esta ii trienal de luanda?
a trienal vai acontecer em dois pólos
específi cos. as artes visuais vão aconte-
cer no cinema nacional Chá de Caxinde.
Nós temos um convénio, Fundação sin-
dika Dokolo com a associação recreativa
Chá de Caxinde para restaurar a sala de
espectáculos e já começámos a fazer
isso. Vamos colocar piso em madeira no
palco, trocar todas as cadeiras, a pintura
já está a ser feita, criámos três paredes
no palco que, no fundo, são armários
na parte de trás, que vai servir para
colocar arquivos, os acessórios, vão ser
áreas de apoio, estamos a trocar toda
a parte de iluminação interna, colocar
equipamento adequado de som, telas,
um ecrã de cinema. e depois vamos ter
também alguns espaços paralelos ao
espaço central, a siexto, o Museu de
história Natural.
a trienal vai continuar a ir às escolas?
um dado importante que difere da
i trienal é que nesta ii trienal temos a
parceria com o Governo provincial de
Luanda. Não vai participar em termos
fi nanceiros, mas vai disponibilizar meios
que no fundo é uma enorme ajuda.
No caso específi co da educação, nós na
i trienal trabalhamos com 100 escolas e,
desta vez, o GpL e a nossa Governadora,
extremamente envolvida, vão disponi-
bilizar autocarros para ir buscar alunos
e estudantes universitários para virem à
trienal aqui na cidade. e também desta
vez a trienal vai até às escolas. Como?
esta inovação está ligada ao banco de
Desenvolvimento de angola, o bDa não
faz patrocínios culturais, mas considerou
este projecto de educação da ii trienal,
como um projecto de desenvolvimento.
40 julho/agosto/setembro 2010
em cada uma das escolas, nas 100 escolas, nós vamos entre-
gar 100 projectores e 100 DVDs e projectar os trabalhos da trie-
nal, depois da trienal os projectores são doados a cada escola.
É vosso objectivo levar a trienal da cultura de luanda a um
maior número de pessoas…
sim e temos outra inovação. a trienal vai começar desde os espa-
ços fechados até aos espaços públicos que são os tapumes da
cidade. o GpL vai ceder os tapumes, mais especificamente, os
que estão próximos dos espaços onde vão estar a acontecer as
exposições da trienal. Como a fundação tem já acordos com as
gráficas, nós vamos cobrir os tapumes com projectos culturais
desde obras de arte, a história da cidade, textos em grande. as
pessoas vão a andar e dão de caras com uma obra de arte. e
o Governo provincial dá o apoio como? retirando as taxas de
publicidade. o que encare-se mais um outdoor é a publicidade,
um outdoor publicitário não tem a mesma vertente, o mesmo
carácter de informação que um outdoor cultural.
o tema da exposição da ii trienal é fotografia áfrica. então
vamos ter 100 outdoors na cidade em 20 bairros de Luanda
com imagens da história da fotografia africana, desde fotogra-
fia de 1928/ 1930 até 2010 de vários países africanos. isto faz
parte da colecção reveu Noire, uma revista criada por artistas
africanos que foi extinta, uma compilação sobre a história da
fotografia, um acervo rico e histórico com mais de 12 anos que
o sindika Dokolo comprou e vamos expor toda essa colecção
nos outdoors.
convidam portanto todos a visitarem a trienal de cultura
de luanda?
Claro, normalmente as pessoas para terem acesso a obras
internacionais teriam que ir a um museu internacional em
Nova iorque, e nós então vamos ter essas obras aqui. Nós
temos desde artistas angolanos, africanos e internacionais.
Luanda é frenética, Luanda tem um ritmo específico, mas
deixa muito a desejar e as pessoas comentaram isso após
a i trienal de Luanda. as pessoas virão nem que seja pelo
factor curiosidade.
Para quem não conhece a marita onde é que estudou e o
que a fez regressar a angola?
Fiz arquitectura e urbanismo, dois cursos num só, no brasil,
em Curitiba. estou em Luanda apenas há cinco anos. andei
um pouco pelo mundo. Vivi seis anos na antiga jugoslávia,
kiluanji
sindika doloko e simon njami – 1º Pavilhão africano na 52ª Bienal de VenezaFotografia: Fernando alvim
samuel Fosso – sPirits ihosvanny – 1 camPus 2 Faces
saber viver 41
vinha sempre passar férias a angola, andava entre lá e cá
e isso ajudou-me a não perder as referências. regressar a
angola foi uma escolha minha, um dia acordei e disse, eu
vou para angola. os meus pais batalharam por mim, tinha
a bolsa da Fundação agostinho Neto, todo um aparelho do
meu país apostou em mim, o mais justo é que eu contribua
para o meu país, até porque o mercado brasileiro está muito
saturado e ia ser mais uma entre muitos. eu tinha que voltar
ao meu país e devia isso ao meu pai, ele que faleceu justa-
mente no ano da minha formatura. tudo isso pesou e foi a
melhor decisão que tomei na minha vida.
hoje não consigo separar o trabalho do prazer e o prazer
do trabalho, está tudo muito saudavelmente mesclado e
todos os dias vou aprendendo, nem que seja para conhe-
cer o olhar de um artista
este trabalho da trienal não se trata só de colocar quadros
na parede, mas trata-se de uma política, de uma estratégia
cultural em termos de visibilidade de angola para o mundo
e também internamente para o acesso da nossa sociedade,
para o desenvolvimento da nossa sociedade que passa tam-
bém pela educação.
tem exercido a arquitectura aqui em angola?
Na i trienal nós recuperámos sete espa-
ços na cidade, como não existem cen-
tros de arte contemporânea em Luanda…
a Fundação já tem um projecto, meu e do
Fernando alvim, que se chama NaaC Núcleo
africano de arte e Cultura Contemporânea,
ainda não temos espaço, mas é um projecto
de um centro de arte contemporânea, enquanto isso, não
acontece, reabilitamos os espaços que já existem, é tor-
nar o espaço mais perfeito possível em termos de equipa-
mentos arquitectónicos.
tenho também um projecto que ele próprio foi rectificado
pelo presidente da república que é o mercado de artesanato
de benfica, vamos construir um espaço junto do Museu da
escravatura, o projecto chama-se Centro de arte benfica. É
um complexo, uma grande praça, um espaço coberto para
as pessoas exercerem a actividade de venda, mas de uma
forma mais condigna. este projecto fi-lo no projecto final
de graduação. eu tenho um contrato com o Governo da
província e na verdade já devia estar a ser construído.
nick cave – soundsuit – 2007
42 julho/agosto/setembro 2010
o Colégio Flores do Cajueiro fica
no Condomínio Gepa, no Morro
bento, em Luanda. está aberto
desde 2002 e, desde então, tem
formado meninos e meninas,
no seio de um espaço tranquilo.
Neste momento, tem nove salas e 350 alunos que
se dividem pelo ensino primário e o primeiro ciclo.
há apenas uma turma pré-escolar com 35 alunos, a
que fomos visitar na companhia da professora ester
Cardoso. a proposta desta edição foi fazer-se um
jogo, o “Quantos Queres”, porque é a brincar que os
mais pequenos gostam de aprender, uma boa fonte
de motivação e de exploração da criatividade.
TExTo ana MaurícioFoToS ana MaurícioLocaLização Colégio Cajueiro do GepaEndErEço Morro bento / Luanda
o JoGo “Quantos Queres”:
trocado em miúdos
QuaNtos Queres?
até a mais pequena brincadeira pode ser educativa, os pequenos Cajús do Colégio Flores aprendem brincando...
ter uma folha quadrada.Dobrar a folha ao meio. Depois dobra nova-mente ao meio. a folha fica assim dividida em quadrado.
1 Dobra os cantos da folha até ao meio, onde os vincos se cruzam.
2 Vira o papel ao con-trário de forma a que as partes dobradas fiquem viradas para baixo. Continuas a ter vincos desenhados.
3
Volta a dobrar todos os cantos até ao meio, onde os vincos se cru-zam. Quando todos os cantos estiverem dobrados a folha vai ter oito triângulos à vista.
4 segure na folha virada para si, dobra-se ao meio (para o lado) e volta a abrir. Faz a mesma coisa, mas agora dobra-se ao meio para cima e volta a abrir.
5 abre os cantos e dese-nhe frutos, animais, algo que entusiasme a criança para brincar.
6
Vira outra vez ao contrário, põe os dedos dentro dos cantos e ajeita a folha para ficar no formato do “Quantos Queres”. por fora pode colocar números ou desenhar bolas com cores diferentes.
7
saber viver 43
como JoGar:
o jogador que manipula o Quantos Queres?
pergunta: Quantos Queres? o parceiro do
jogo responde por exemplo, “quero 15”. então,
o outro abre e fecha em sentido de pinça
o Quanto Queres durante 15 vezes. Depois, mostra
a parte de dentro do Quanto Queres, para que o
companheiro escolha um número, uma cor, o que
estiver desenhado e levantando a respectiva face,
lê ou mostra o desenho que o parceiro obteve.
O Grupo veda. Lda. tem como campo de acção as áreas de Arquitectura; Construção Civil; Electrici-
dade; e Prestação de Serviços. O Grupo veda protagonizou, sobretudo nos últimos 5 anos, um cres-
cimento regular e sustentado que lhe permitiu assumir-se como uma Empresa de âmbito nacional,
capaz de responder aos mais ousados e diversificados desafios do mercado. A articulação cons-
tante de factores como experiência, capacidade técnica, cumprimento de prazos, inovação e dina-
mismo, a adopção de uma sensata política de Recursos Humanos bem como a garantia de elevados
padrões éticos, de respeito pelo Meio Ambiente, Segurança e Higiene do Trabalho, são aspectos
em que assenta o crescente prestígio que o Grupo Veda tem granjeado no sector. Procura assim
manter uma relação de parceria duradoura com todos os agentes do mercado, alicerçada numa ver-
dadeira e permanente cultura de qualidade, está sempre focada no Desenvolvimento de Angola.
O Grupo Veda é uma empresa habituada a executar obras de qualquer natureza.
Na expectativa de um breve posicionamento dos leitores, apresentamos a nossa maior consideração
e estima.
Grupo Veda.
O Grupo Veda é uma empresa de direito Angolano, portadora do Alvará da CUNICLE desde 2001, empenhada em contribuir para a melhoria das condições sociais do nosso Povo. O trabalho e os esforços dignificam a sua grandeza. Tem como Presidente do Concelho de Administração o Empresário Carlos Ventura, Angolano, com grande experiência profissional na Europa, mais precisamente na Holanda e Portugal.
Se pretende construir não hesite, contacte-nos:
Km 30 – Benfica – Rua Grupo Veda, n.º 100. Luanda / Angola
(00244) 923 035 177– 912 100 500 [email protected] www.grupoveda.com
Arquitectura• Topografia• Viabilidade de Construção;• Estudo Prévio / Desenhos;• Planeamento e Urbanismo;• Projectos;• Arquitectura de Interiores;• Projectos de Execução;• Arquitectura Paisagística;• Estudo de Viabilidade de Custos.
Construção Civil• Demolições• Remodelações;• Obras de Reabilitações;• Construção de Raiz: Edifícios,• Condomínios, Habitações, etc;• Construção de Jangos e Piscinas;• Casas Económicas e de Alto Padrão;• Casas Pré-fabricadas;• Saneamento e Canalizações.
Electricidade• Serviços de electricidade para privados e estatais.• Iluminação Pública;• Montagem de Ramais de Baixa,
Média, e Alta Tensão;• Fornecimento e montagem de PTs.
Prestação de Serviços• Construção e Manutenção de Jardins;• Terraplanagens;• Manutenção de Edifícios,• Condomínios e Piscinas;• Aluguer de maquinaria;• Entrega de água ao domicílio;• Venda de Inertes: Burgau e Areia;• Limpezas em geral;• Recolha de Lixos.
46 julho/agosto/setembro 2010
vida saudável
NeM seMpre o soL, É o Nosso MeLhor aMiGoos perigos do sol
TExTo susana homemFoTograFia Direitos reservados
Nos desenhos das crianças, o sorriso inspira confiança. a cor
amarela alaranjada convida a um passeio ou um mergulho na
praia. Mas atenção, nem sempre o sol, é o nosso melhor amigo.
unidades, dezenas, centenas e milhares, não chegariam para
a quantidade de anúncios, campanhas, panfletos, brochuras
e sites que se usam para o alerta.
Falam da importância da prevenção, sensibilizam para os peri-
gos, aconselham-nos o uso de chapéus com abas grandes,
óculos de sol e roupas escuras. Contagiam-nos de fragrâncias
e dão-nos inúmeras opções de protectores solares.
são óleos, loções, géis, cremes e sprays. De aparência fluida ou
compacta, hoje são já muitos, os produtos com multifunções.
em combate directo à celulite, com activos dinâmicos de
anti-idade, com reforço para peles sensíveis ou com aler-
gias, e ultimamente com protecção para picadas de alforre-
cas e de mosquitos; eles estão disponíveis no mercado e há
que usar e abusar!
Mas interroga-se o leitor, do porquê de tantas recomendações,
para fugirmos a sete pés da estrela central do sistema solar?
afinal, durante anos de aprendizagens nos bancos das esco-
las, foi-nos revelado a sua importância no processo da fotos-
síntese, no movimento dos oceanos, na formação dos ventos
e até no desencadeamento da produção da vitamina D, tão
importante no fortalecimento dos ossos.
a razão é simples e não retira de forma alguma a exclusividade
que o sol tem na vida de todos os seres vivos no planeta terra.
se nos debruçarmos nos livros, percebemos rapidamente, que
a maior parte da radiação ultravioleta emitida pelo sol é absor-
vida pela atmosfera terrestre. e por isso mesmo, devemos ter
especial atenção às frequências uVa e uVb.
46 abril/maio/junho 2010
saber viver 47
– colocar protector solar uma hora
antes da exposição
– repetir de duas em duas horas
ou após mergulhar
– evitar o sol das 11 às 17 horas
– abusar de protecção nas crianças
já que a sua pele é mais sensível
as Frutas Podem aJudar
a pêra, além de pouco calórica,
é óptima para ser consumida na
época balnear. as fi bras, o potássio,
o cálcio, o enxofre e o magnésio
fazem com que fortaleçam o cora-
ção e os ossos e previna a queda
do cabelo.
o maracujá é 100 por cento aprovei-
tável, ou seja pode ser aproveitada
desde a casca até às sementes.
poderoso antioxidante, rico em
vitaminas do complexo b, é famoso
pelo seu efeito calmante, pela cica-
trização de ferimentos e pela par-
ticipação na síntese de colágeneo
na pele.
a maçã, com as suas elevadas
quantidades de antioxidantes, é
uma aliada na luta contra o can-
cro. Nas variedades Fuji, Gala, red
Delicious e Granny smith é impres-
cindível na saúde e no bem-estar.
o caju conta com cinco vezes mais
vitamina C do que a laranja! tam-
bém as fi bras e os caratenóides
promovem o fortalecimento do
sistema imunológico, a prevenção
de infecções, o combate a alergias
na pele e ao cansaço. betacaroteno
e licopeno fazem o restante trabalho
na sua acção anticancerígena.
a goiaba, com o seu aroma e paladar
inconfundível, previne as cefaleias
e enxaquecas. Combate bactérias
nocivas, que estejam no intestino,
reduzem a prisão de ventre, agem
contra os radicais livres e é efi caz
no equilíbrio de líquidos no corpo.
a ameixa é recomendada para regu-
larizar a digestão, acabar com a prisão
de ventre, reduzir inchaços e a celulite.
o segredo, dizem os estudiosos da
universidade de de innsbruck, na
áustria é ingeri-la, o mais madura
possível.
tendo estas últimas maior energia, são as mais danosas e con-
sequentemente, as que habitualmente se denominam de car-
cinogênicas, ou seja causadoras de câncer. já os uVa, embora
tenham intensidade constante, durante as várias estações do
ano e ao longo do dia, não são inofensivos.
ao penetrarem profundamente na derme, são responsáveis
pela foto envelhecimento e, em caso de danos nos núcleos
das células, podem originar o melanoma, considerado pelos
especialistas como o cancro mais perigoso da pele.
e é exactamente aqui que tudo acontece. a pele, juntamente
com os pêlos e as unhas, faz parte do sistema tegumentar, que
ao revestir os corpos dos seres vivos, tem a função de os pro-
teger da tentativa de entrada de microrganismos.
representa no homem, quinze por cento do peso corporal e
cobre quase todo o corpo. praticamente idêntica nas diferen-
tes etnias tem no entanto, características próprias, que exigem
cuidados adequados.
ainda que a tez negra tenha mais vantagens do que a cútis clara,
já que é mais fi rme, mais espessa, mais resistente e mais elástica,
não tendo tanta propensão a rugas ou marcas de expressão,
não signifi ca que possa dispensar o uso de um bom protector
solar. Com uma actividade maior nas peles escuras, os mela-
cinótipos funcionam como um protector natural, aumentando
a resistência cutânea o que justifi ca o menor número de casos
de câncer. Mas os dermatologistas são unânimes e sugerem
a todas as pessoas os mesmos cuidados na exposição solar.
regras como o uso, no mínimo de factor 20 e a proibição de
realização, durante a época do verão, de peelings, lasers ou
tratamentos que utilizem substâncias ácidas ou à base de
álcool devem ser tidas em conta.
saber viver 47
48 julho/agosto/setembro 2010
entre os tachos
É natural de bragança,
portugal e está em
angola desde 1991.
primeiro abraçou o
projecto do restau-
rante barracuda, no
final da ilha de Luanda e passado
pouco tempo abria o tambarino, no
centro da cidade. Depois seguiu para
no restaurante pimm´s onde está há
13 anos a fazer as delícias dos clientes.
Formada em hotelaria, cozinha e
pastelaria trabalha há mais de 25
anos neste ramo.
Mentor nunca teve, aqui em angola
teve que aprender um pouco sozinha,
ser autodidacta «na altura não havia
muitos profissionais de cozinha para
me apoiar e foi pesquisando, nos livros,
na internet que fui melhorando».
No seu dia-a-dia normalmente orienta
e supervisiona os trabalhos na cozinha.
aguarda a chegada da mercadoria
(peixes, mariscos, legumes) e verifica
se os pratos estão a ser bem confec-
cionados. «os olhos são os primeiros
a comer. esta é uma expressão que
uso quando está para sair um prato».
Da riqueza da cozinha angola o que
mais destaca são as ervas, a gimboa,
os quiabos e tudo o que um bom mer-
cado angolano oferece, os legumes e
frutas da época. Na sua cozinha são
várias as iguarias que saem diaria-
mente, e os clientes quase que fixos,
as mais requisitadas são o bacalhau
à Lagareiro, o bacalhau com broa,
Magret de pato, a Feijoada, o Cabrito,
nas entradas, o famoso Carpaccio
de Garoupa.
Na sua opinião esta é uma profissão
em que se tem que estar nela por
gosto. uma profissão onde tanto
homens como mulheres estão em
pé de igualdade, embora “a mulher
seja mais sensível e o homem mais
criativo. a cozinha necessita sempre
de muita atenção.
euGÉNia Da CoNCeição esteVes «os olhos são os primeiros a comer. uma expressão que uso quando está para sair um prato».
Começamos por descascar as
gambas deixando a cabeça e o
rabo. Depois temperamo-las com
sal d´alho, vinagre e vinho branco.
Fritamo-las em azeite. Quando
prontas, juntamos alho picado
e deixamos estalar o alho.
refrescamos com vinho branco
e adicionamos coentros picados.
servem-se com o molho por cima
e acompanhamos com arroz de
manteiga.
1,8 KG GAMBAS 2 DL VINHO BRANCO
SAL E VINAGRE Q.B
50 GR ALHO
1 RAMINHO DE COENTROS
ARROZ:1 CHAVENA ARROZ
MEIA CEBOLA
50 GR MANTEIGA,SAL Q.B, 2,5 CHAVENAS AGUA
RECEITA
INGREDIENTES
Gambas com alho e Coentros
saber viver 49Transformando sonhos em realidade.
Constituída no ano de 2000 a Cooperativa Cajueiro foi criada por trabalhadores da Sonangol, E.P. com o objectivo de ajudar
a resolver os problemas de habitação dos seus membros, tornando possível o sonho da casa própria. Passados 10 anos,
a Cooperativa conta com 7973 sócios efectivos repartidos pelo nosso vasto país e bene�ciou já 2222 associados, um
número que demonstra bem a grandeza e a responsabilidade desta instituição sem �ns comerciais.
AQUI É POSSIVEL REALIZAR O SEU SONHO.
AnuncioCAjueiro_v5.pdf 1 10/08/18 12:07
50 julho/agosto/setembro 2010
aconteceu vai ser notícia
entre 30 de julho e 1 de agosto no
Cine atlântico o Luanda international
jazz Festival promoveu o regresso de
todos os nossos ritmos à casa, diz antó-
nio Cristóvão, Director Geral da ritek,
o mentor e patrono do festival.
CARTAz
os cabeças de cartaz deste ano, foram
o pianista Cubano Chucho Valdés e
a cantora americana Dianne reeves.
Valdês é um decano do piano Cubano
com 83 álbuns gravados e vencedor de
sete Grammys.
Dianne reeves é considerada a vocalista
de jazz feminino do mundo de hoje, foi a
angola no topo da sua carreira artística
consolidada de sucessos.
a dividir o palco com estes grandes
músicos, estiveram o guitarrista / voca-
lista Waldemar bastos e o músico Filipe
Mukenga, ambos de angola.
para dar ao festival um forte sabor lusó-
fono, estiveram presentes duas bandas:
Lura, uma cantora Cabo-Verdiana e um
quarteto de Moçambique conhecido
como 340ml.
a parte mais popular do Festival ficou
a cargo dos Freshlyground a banda que
está na ribalta um pouco por todo o
mundo. Freshlyground é uma banda
que incorpora elementos da música
tradicional de áfrica do sul, como kwela
africano e folk, blues e jazz. são a primeira
banda sul-africana a receber um MtV
europe music award para best african
act. Chegam a Luanda com um CD
recém-lançado com a mistura de kwela
afro-beat, folk, funk, rock and soul.
jonas Gwangwa foi outro convidado
sul africano no Luanda international
jazz Festival. a sua presença em angola
marcou o regresso a casa. Gwangwa,
que é o único artista africano a ter sido
nomeado duas vezes para um óscar,
viveu durante algum tempo em angola
na década de 80, quando fugiu de seu
país natal e veio para o exílio.
o Luanda internacional jazz Festival está
a posicionar-se rapidamente como um
importante evento no calendário mundial
do jazz, graças à parceria entre a ritek
e a espafrika conhecida produtora do
prestigiado"Cape town international
jazz Festival".
II TRIENAL DE CULTURA DE LUANDA
a cidade de Luanda acolhe de 12 de
setembro a 19 de Dezembro a segunda
edição da trienal com o tema: "Geo-
grafias emocionais – arte e afectos".
um evento destinado a promover
e divulgar a cultura angolana, em
especial os aspectos históricos da
capital do país. Com o objectivo de
valorizar a cultura angolana e africana,
bem como despertar nos cidadãos
o interesse pela arte e a criatividade
dos artistas nacionais.
Durante 14 semanas serão apresen-
tados 196 projectos de artes cénicas,
28 conferências sobre angola e o
mundo, igual número de eventos
de moda, teatro, cinema, dança e
música.
U2 VãO ARRASAR
a digressão dos u2 360 Graus conti-
nua este ano, após o cancelamento
da digressão norte-americana moti-
vada pela lesão do vocalista bono
Voz. Calcula-se que o cancelamento
dos espectáculos nos estados uni-
dos já deu um prejuízo de 90 milhões
de euros .a digressão vai retomar a
estrada em turim, itália, no dia seis
de agosto. portugal recebe a banda
a dois e três de outubro no estádio
Municipal de Coimbra, a cidade dos
estudantes. já há bilhetes à venda na
internet por 600 euros (imagine-se!).
uma pequena fortuna!
só apaixonados é que pagam estes
valores para ver a sua banda favorita
ao vivo! será o seu caso?
5ª EDIÇãO DA ALIMENTÍCIA ANGOLA
salão internacional da alimentação,
bebidas, mobiliário e equipamento
para hotelaria e restauração, entre
os dias 23 a 26 de setembro.
o Mercado angolano está em profunda
transformação e forte desenvolvi-
mento, nomeadamente num sector
vital para a economia – o agro-ali-
mentar- reorganizando e assumindo
cada vez mais canais formais de distri-
buição, desenvolvendo a capacidade
de produção e transformação.
esta edição da alimentícia angola
aposta numa estratégia de sectores
mais alargada e abrangente, numa
óptica de complementaridade da
oferta, passando a partir de agora
a integrar os sectores agricultura e
pescas, o que permitirá uma verdadeira
mostra desde a produção/ extracção,
passando pelo sector da indústria
transformadora até à Distribuição e
Consumidor Final.
CONSTRÓI ANGOLA
De 14 a 17 de outubro a Constrói angola
inclui a realização de uma Conferência
ao mais alto nível com representantes
do governo, organismos do sector,
empresas de construção, arquitectos,
entidades financeiras, comunicação
social e outros decisores angolanos.
É uma grande oportunidade para
contactar com o mercado angolano,
cimentando negócios já existentes e
fazer novos contactos.
O FESTIVAL DE JAzz ESTEVE EM LUANDA
saber viver 51
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
anuncioTILCA230x275mm.pdf 1 10/03/19 16:50
Construímos sombras à sua medida.
A sombra que o acolhe
A semente vai ao solo. Com
cuidado, resistência e v i g o r, e l a
g e r m i n a . Depois cresce e fortalece.
Quando adulta oferece sombra, para
todos acolher.
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
anunciofitametrica230x275mm.pdf 1 10/03/19 16:55