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Saúde

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Tribunal de Contas da União • www.tcu.gov.br • Secretaria de Fiscalização de Desestatização e Regulação • [email protected] • Tel. 55 (61) 33167763 • Fax. 55 (61) 33167545

Saúde

Atuação do Tribunal de Contas da União na área de saúde

O Tribunal de Contas da União (TCU) é um tribunal administrativo que julga as contas de administradores públi-

cos e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos federais. Além disso, qualquer pessoa que der

causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo aos cofres públicos será também julgada

pelo TCU. Suas competências estão previstas no art. 71 da Constituição Brasileira (CF/88).

A Constituição Federal de 1988 deu ao TCU o papel de auxiliar o Congresso Nacional no exercício do controle

externo, que é o controle administrativo que um Poder (Legislativo, Executivo ou Judiciário) exerce sobre outro Po-

der. Há regras específicas para o exercício do controle externo e ele não pode interferir na autonomia daquele que

é controlado, ou seja, não pode afetar a independência de outro Poder.

Especificamente quanto à função Saúde, o TCU atua por meio da 4ª Secretaria de Controle Externo (Secex-4),

unidade técnica responsável pela clientela do Ministério da Saúde, bem como por meio das Secretarias de Controle

Externo nos Estados (Secex), no que diz respeito ao controle da gestão e da aplicação de recursos federais por

parte dos órgãos daquela pasta sob a responsabilidade das Secex regionais. Atua também na área a Secretaria de

Fiscalização e Avaliação de Programas de Governo (Seprog), que realiza, prioritariamente, auditorias operacionais

de abrangência nacional e regional em parcerias com as demais secretarias. Além disso, desenvolve e dissemina

métodos e técnicas sobre essa modalidade de auditoria.

As unidades técnicas responsáveis por acompanhar as ações do Ministério da Saúde analisam e instruem as

contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos; realizam inspeções e

auditorias por iniciativa própria ou por solicitação do Congresso Nacional; fiscalizam a transferência e aplicação de

recursos federais aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios; apuram denúncias apresentadas por qualquer

cidadão, partido político, associação ou sindicato sobre irregularidade ou ilegalidades na aplicação de recursos

federais na área da saúde.

Além das competências listadas no art. 71 da CF/88, o TCU atua de forma educativa, quando orienta e infor-

ma sobre procedimentos e boas práticas de gestão, mediante publicações e realização de seminários, reuniões e

encontros de caráter educativo, ou, ainda, quando recomenda a adoção de providências, em auditorias realizadas

nos órgãos do Ministério da Saúde.

O TCU tem buscado também promover o controle social dos recursos públicos, uma vez que os cidadãos, por

serem os destinatários das políticas públicas, podem melhor acompanhar a aplicação desses recursos. E na área

da saúde, onde todos são responsáveis, tanto individual quanto socialmente, torna-se imprescindível a busca pela

atuação do setor público na prevenção a doenças, na prestação de bons serviços nos postos de saúde e na quali-

dade no atendimento hospitalar. Com o entendimento, a participação e a fiscalização da sociedade sobre as ações

do Estado, o controle social é uma forma de realizar a democracia. Nesse sentido, recentemente o TCU lançou uma

publicação intitulada “Orientações para Conselheiros de Saúde”, contendo informações importantes sobre como

fiscalizar os recursos da saúde.

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Saúde

A política nacional de atenção oncológica

A incidência de câncer tem crescido no Brasil, assim como em todo mundo, acompanhando a mudança do

perfil etário da população. Atualmente, o câncer já representa a segunda maior causa de morte no Brasil, sendo

responsável por cerca de 17% dos óbitos por causa conhecida. Esse crescimento tem se refletido no aumento do

número de tratamentos ambulatoriais, das taxas de internações hospitalares e dos recursos públicos demandados

para custear os tratamentos. Os gastos federais com tratamentos ambulatoriais e hospitalares de câncer supera-

ram R$ 1,9 bilhões em 2010 (gráfico 1).

O aumento progressivo da demanda por diagnósticos e tratamentos torna especialmente importante que a

rede de assistência oncológica esteja adequadamente estruturada e que seja capaz de possibilitar a ampliação da

cobertura do atendimento, de forma a assegurar a universalidade, equidade e integralidade da atenção oncológica

aos pacientes que dela necessitam.

A Política Nacional de Atenção Oncológica, instituída com base nesses princípios pela Portaria do Ministério da

Saúde 2.439, de 8/12/2005, envolve a promoção da saúde, a prevenção e o diagnóstico do câncer, bem como o

tratamento, a reabilitação e os cuidados paliativos com os pacientes. A execução da política deve se dar de forma

articulada entre o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Gráfico 1 – Evolução das dEspEsas fEdErais com tratamEntos ambulatoriais E hospitalarEs dE oncoloGia.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

0,810,94

1,041,21

1,321,42 1,48

1,69

1,92

R$ b

ilhõe

s

Fonte: Datasus (Bancos de dados do SIA e SIH consultados via Programa Tabnet).

objetivos da auditoria

A auditoria foi realizada no Ministério da Saúde, na Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) e no Instituto Nacional

de Câncer (Inca) com o objetivo de avaliar a implementação da Política Nacional de Atenção Oncológica, especial-

mente em relação à oferta de serviços de diagnóstico e tratamento oncológicos à parcela da população brasileira

que deles necessita.

principais achados do tcu

As análises realizadas evidenciaram que a rede de atenção oncológica não está suficientemente estruturada

para possibilitar aos pacientes de câncer acesso tempestivo e equitativo ao diagnóstico e ao tratamento de câncer.

Levantamento da capacidade instalada e da produção da rede de oncologia desenvolvido pelo Inca estimou, para

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todo o território nacional, a necessidade de 375 unidades de atendimento habilitadas para tratamento de câncer.

Esse levantamento evidenciou deficit nas capacidades instaladas de cirurgia, quimioterapia e radioterapia de 44,

39 e 135 unidades de atendimento, respectivamente.

O déficit de 135 equipamentos de radioterapia se reduz a 57, caso se considerem os serviços privados que não

atendem pelo SUS. Entretanto, o deficit real é ainda maior que o apontado, pois o Inca não levou em conta a inter-

rupção na prestação dos serviços por parte de alguns estabelecimentos habilitados. Em 2010, seis equipamentos

de radioterapia não apresentaram qualquer produção durante todo o ano. A partir do confronto do número de aten-

dimentos realizados com as necessidades estimadas, constatou-se que a produção de 2010 cobriu apenas 65,9%

da demanda por radioterapia. A insuficiência na oferta de serviços de radioterapia foi confirmada pelas entrevistas

realizadas com médicos e gestores durante os trabalhos de campo. As maiores defasagens, superiores a 50%,

foram observadas nos estados de Amazonas, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Sergipe e no

Distrito Federal, além do Amapá e Roraima, que não possuem serviço de radioterapia.

As atas das reuniões realizadas no Conselho Consultivo do Inca também expressaram as carências na rede

de atenção oncológica em relação à radioterapia. Na ata da reunião de 13/4/2005, constou que mais de 100 mil

pessoas não tinham acesso a tratamento em função do déficit de equipamentos. Passados quatro anos, a ata do

Consinca de 15/4/2009 informou que ainda havia 90 mil pessoas sem acesso a tratamento de radioterapia.

As carências estruturais encontradas levaram à falta de tempestividade na prestação da assistência oncológi-

ca, como se pôde constatar ao se comparar os dados brasileiros com padrões internacionais. Enquanto no Reino

Unido, em 2007, mais de 99% dos pacientes receberam seu primeiro tratamento para câncer dentro de um mês a

contar do diagnóstico, no Brasil, a análise dos dados dos atendimentos prestados pelo SUS, em 2010, indicou que

apenas 15,9% dos tratamentos de radioterapia e 35,6% dos de quimioterapia iniciaram-se nos primeiros 30 dias.

Além disso, o tempo médio de espera entre a data do diagnóstico e o início dos tratamentos foi de 76,3 dias no

caso de quimioterapia e de 113,4 dias no caso de radioterapia.

Corroborando as informações anteriores, dados dos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) de São Paulo do

ano de 2009 também indicam grande tempo médio de espera para o início dos tratamentos: 46,6 dias, sendo que

apenas 52,4% dos tratamentos foram iniciados em 30 dias. Além disso, os dados do RHC do Inca de 2007 também

evidenciaram essa situação: tempo médio de espera para o início dos tratamentos de 70,3 dias e somente 38,4%

dos tratamentos iniciados nos primeiros 30 dias.

tabEla 1 – tEmpos dE EspEra para iniciar radiotErapia a contar da data dE

diaGnóstico – comparação EntrE brasil, rEino unido E canadá.

local ano fonte de dadostratamentos iniciados

em até 30 diasmediana

(dias)média (dias)

Canadá (Província de Manitoba)

2009Canadian Institute for

Health Information100,0% 6 -

Reino Unido 2007The Royal College

of Radiologists92,0% 15 -

Canadá (Província de Nova Escócia)

2009Canadian Institute for

Health Information62,0% 21 -

Brasil 2007 RHC - Inca 15,7% 77 100,6

Brasil 2009 RHC - FOSP 17,1% 80 91,3

Brasil 2010 SIA/SUS 15,9% 89 113,4

Fontes: Conforme tabela.

Nota: Entre as dez províncias canadenses constantes da pesquisa do CIHI, são apresentadas apenas a de melhor e a de pior desempenho.

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Pesquisa realizada pelo TCU, por correio eletrônico, com gestores, médicos oncologistas e associações de

apoio a pacientes também demonstrou problemas de tempestividade para o atendimento da demanda por diag-

nóstico e por tratamentos de câncer. A maioria dos médicos respondentes classificou como demorados ou exces-

sivamente demorados os tempos de espera para a realização de exames e tratamentos oncológicos.

A pesquisa e entrevistas realizadas durante os trabalhos de campo evidenciaram como causas das dificuldades

de acesso à assistência oncológica: a incipiência do sistema de regulação de acesso de pacientes; a carência de

profissionais, em especial a de médicos patologistas e médicos oncologistas; a estrutura deficiente de rede de

saúde de média complexidade, responsável pela realização de procedimentos de diagnóstico oncológico; deficiên-

cias na prevenção do câncer; e o despreparo da atenção primária para rastrear precocemente os casos de câncer

e encaminhá-los para a atenção especializada. As deficiências na detecção precoce do câncer podem ser vistas

pelo grau de estadiamento da doença no momento do diagnóstico (estágio do câncer): análise dos dados do SIA/

SUS revelou que 60,5% dos pacientes foram diagnosticados, em 2010, em estadiamento avançado (níveis 3 e 4,

gráfico 2).

Gráfico 2 – EstadiamEnto do câncEr no momEnto do diaGnóstico.

6,2%

10,1%

23,2%

34,1%

26,4%

Nível

0 1 2 3 4

Fonte: Elaboração própria (com base em dados das Apacs de quimioterapia e radioterapia).

Nota: Casos diagnosticados em 2010.

Além disso, mais de 80% dos oncologistas que participaram da pesquisa do TCU afirmaram que existem

exames para diagnóstico e condutas terapêuticas validados pela comunidade científica e importantes para os

tratamentos que não são custeados pelo SUS. Ademais, 67% dos respondentes classificaram como inadequada a

sistemática atual para a atualização das condutas de oncologia.

A partir dessas constatações, concluiu-se que os investimentos governamentais e os mecanismos existentes

para a estruturação da rede de atenção oncológica não têm sido suficientes para atender a demanda por tratamen-

to. Essa situação acaba prejudicando o acesso tempestivo ou mesmo inviabilizando o acesso aos tratamentos de

câncer para contingentes consideráveis da população brasileira que dele necessita.

Os elevados tempos de espera para a realização dos diagnósticos e dos tratamentos de câncer podem produzir

consequências graves para os pacientes, como a diminuição das suas chances de cura e do tempo de sobrevida.

Além disso, um tratamento realizado tardiamente pode trazer prejuízos à qualidade de vida dos pacientes durante

os tratamentos. É importante considerar, ainda, as consequências para o país, como o aumento de gastos com tra-

tamentos mais caros e prolongados para pacientes que poderiam ter sido diagnosticados com baixo estadiamento

nas fases iniciais da doença, além dos custos previdenciários decorrentes do prolongado afastamento desses

pacientes do trabalho.

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Saúde

recomendações do tcu

Entre as recomendações e determinações propostas aos gestores, destacam-se: o desenvolvimento de um

plano para sanar de forma efetiva a insuficiência da estrutura da rede de atenção oncológica, que preveja a amplia-

ção da oferta de serviços até a completa solução das carências existentes; a adoção de medidas que assegurem

a efetividade do RHC, que contemplem o cálculo e a divulgação de indicadores nacionais de tempestividade dos

atendimentos e de sobrevida dos pacientes; o estabelecimento de sistemática para a promoção da formação dos

profissionais que atuam na assistência aos pacientes de câncer; o estabelecimento de mecanismos para discussão

das condutas terapêuticas mais adequadas aos pacientes oncológicos, que possibilitem a divulgação de diretrizes

para os casos de câncer mais prevalentes; e a atualização periódica dos procedimentos custeados pelo SUS com

a incorporação dos avanços observados na medicina validados pela comunidade científica.

benefícios Esperados

Espera-se que a adoção dessas medidas possa contribuir para a garantia do acesso universal da população à

assistência oncológica, viabilizando a melhoria das condições de tratamento e dos índices de cura dos pacientes,

constituindo-se em um elemento importante para o adequado enfrentamento dos desafios que a progressão da

incidência de câncer representa para a saúde pública brasileira.

deliberações do tcu

TC 031.944/2010-8

Acórdão 2.843/2011 - Plenário

Relator: Ministro José Jorge

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Saúde

Assistência farmacêutica básica

A ação “Promoção da Assistência Farmacêutica e

Insumos Estratégicos na Atenção Básica em Saúde”,

também conhecida como Farmácia Básica, tem por ob-

jetivo promover o acesso da população a medicamen-

tos e a insumos estratégicos.

O modelo adotado para a assistência farmacêuti-

ca básica é o da gestão descentralizada, em que cabe

aos municípios a aquisição e dispensação dos medi-

camentos, sob a coordenação dos estados. O governo

federal é responsável pela coordenação dos estados e

pelo financiamento das ações, por meio de transferên-

cia fundo a fundo a estados e municípios do valor de

R$ 5,10 por habitante/ano. Estados e municípios devem

entregar como contrapartida, cada um, R$1,86 por ha-

bitante/ano no mínimo.

Objetivos da auditoria

A auditoria teve como objetivo analisar a implanta-

ção e operacionalização da assistência farmacêutica

básica, avaliando a eficiência na gestão dos recursos

pelos entes estaduais e municipais e os controles reali-

zados pelo Ministério da Saúde.

Tendo em vista a descentralização da gestão, a au-

ditoria foi realizada na modalidade de Fiscalização de

Orientação Centralizada (FOC), em que 10 secretarias es-

taduais de controle externo do TCU (Secex) executaram

os mesmos procedimentos nos governos dos respecti-

vos estados e em três prefeituras municipais. A equipe

coordenadora em Brasília realizou a auditoria junto ao

Governo do Distrito Federal e ao Ministério da Saúde.

Principais achados do TCU

A partir da consolidação dos achados das audito-

rias realizadas pelas Secex estaduais, pode-se afirmar

que a gestão da assistência farmacêutica por estados e

municípios gera riscos de desabastecimento de deter-

minados medicamentos, ao mesmo tempo em que há

desperdício de recursos públicos devido ao vencimento

de medicamentos comprados em excesso e às condi-

ções de armazenamento.

Constatou-se que tanto o governo estadual quanto os

municipais carecem de um planejamento sistematizado

para a assistência farmacêutica. Os planos de saúde não

contemplam uma parte específica relativa à assistência

farmacêutica e a seleção dos medicamentos não leva em

consideração as necessidades da população.

Os governos estaduais não desempenham suas atri-

buições definidas na Política Nacional de Medicamen-

tos (PNM), ausentando-se de seu papel em auxiliar e

coordenar os municípios, uma vez que não prestam co-

operação técnica, não orientam quanto aos processos

de aquisição, de forma que ela esteja coerente com a

realidade epidemiológica, não apoiam a organização de

consórcios intermunicipais, não coordenam os proces-

sos de compra.

Nos municípios, por sua vez, a seleção e progra-

mação carecem de sistematização, sendo recorrente a

falta de alguns medicamentos, assim como a sobra de

outros. Em todos os relatórios das 10 Secex participan-

tes da FOC foi apontada a falta de medicamentos nos

municípios visitados.

MediCaMenTOs venCidOs eM UM

dOs MUniCíPiOs visiTadOs.

Fonte: TCU.

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Saúde

O armazenamento dos medicamentos também é

inadequado, gerando risco de perdas em virtude das

condições de temperatura e umidade, ou ainda devido a

furtos e desvios. Além disso, são precários os controles

nos fluxos dos medicamentos, permitindo que ocorram

desvios desde o recebimento dos produtos na Central

de Abastecimento Farmacêutica até a dispensação ao

paciente na Unidade Básica de Saúde.

Na esfera federal, constataram-se deficiências e lacu-

nas na fiscalização realizada pelo Departamento de As-

sistência Farmacêutica (DAF) sobre a aplicação dos re-

cursos repassados fundo a fundo a estados e municípios.

O único instrumento de monitoramento e avaliação

do programa é o Relatório Anual de Gestão (RAG), que

não desempenha esse papel efetivamente. Além disso,

as mudanças promovidas no programa que restringiram

o controle ao RAG foram decididas na Comissão Inter-

gestores Tripartite, em que estados e municípios têm di-

ficultado qualquer tentativa de se instituir mecanismos

de monitoramento e avaliação, e não contaram com a

participação do Conselho Nacional de Saúde (CNS),

instância representativa da sociedade.

O DAF também não coordena a atuação dos gover-

nos estaduais, que se afastaram da assistência farma-

cêutica básica e não desempenham as competências

definidas na PNM.

Agrava ainda mais o problema a desarticulação entre

os órgãos do Ministério da Saúde no que se refere a

monitoramento e avaliação. A falta de uma política que

direcione as ações, defina diretrizes, estabeleça ins-

trumentos e formas de cooperação entre as unidades

resulta na fragmentação das ações. Observam-se tam-

bém sobreposições em algumas áreas, enquanto em

outras há lacunas em que nenhum órgão do Ministério

da Saúde realiza qualquer tipo de controle, como é o

caso da Assistência Farmacêutica Básica.

determinações e recomendações do TCU

Dentre as recomendações e determinações que

foram propostas aos gestores federais, destaca-se a

determinação ao Ministério da Saúde de que institua

a obrigatoriedade na alimentação do sistema SARG-

-SUS, permitindo o acesso aos relatórios de gestão

por qualquer cidadão via rede mundial de computa-

dores, nos moldes do que é praticado no Sistema de

Convênios (Siconv).

Também foi determinada a formulação da Política de

Monitoramento e Avaliação da Gestão do SUS, permi-

tindo a participação do CNS nesse processo.

Foi recomendado à Secretaria de Ciência, Tecno-

logia e Insumos Estratégicos que induza, por meio de

incentivo financeiro, a boa gestão nas ações relaciona-

das à assistência farmacêutica básica e que estabeleça

mecanismos que incentivem a atuação dos governos

estaduais na coordenação, orientação e assessoramen-

to dos municípios.

Benefícios esperados

Após a atuação do TCU, espera-se que a implemen-

tação das medidas propostas possa contribuir para a

efetividade do processo de monitoramento e avaliação

da aplicação dos recursos repassados pelo governo

federal na assistência farmacêutica básica. Adicional-

mente, o incentivo para que os governos estaduais

cumpram com seu papel definido na PNM deve possi-

bilitar uma presença maior deles junto aos municípios,

promovendo a necessária coordenação das ações. No

nível municipal, o aperfeiçoamento da gestão pode re-

sultar em redução de desperdício de recursos, de um

lado, e melhor atendimento das necessidades da popu-

lação, de outro.

deliberações do TCU

TC 011.290/2010-2

Acórdão 1.459/2011-Plenário

Relator: Ministro José Jorge

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Programa farmácia popular – sistema de copagamento

O Programa Farmácia Popular tem como objetivo ampliar, de forma complementar ao SUS, o acesso à assistên-

cia farmacêutica por intermédio da disponibilização de medicamentos essenciais, a baixo custo, para o tratamento

de doenças de maior prevalência na população. Existem duas vertentes de execução desse programa. Uma é de-

senvolvida em parceria com Estados e Municípios por meio de unidades próprias, que são operacionalizadas pela

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A outra é realizada em conjunto com a rede privada de farmácias, denominada

de Sistema de Copagamento.

O trabalho teve sua atenção voltada exclusivamente para a segunda vertente, gerida pelo Departamento de

Assistência Farmacêutica (DAF), vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE)

do Ministério da Saúde. Nessa modalidade, o cidadão procura um estabelecimento credenciado para realizar a

aquisição do medicamento desejado. À época da auditoria, o Ministério da Saúde arcava com 90% de um Valor de

Referência estabelecido, o qual se aproxima bastante do praticado pelo varejo, e o cidadão paga a diferença entre

esse valor e o preço cobrado pelo estabelecimento.

O processamento da autorização da dispensação de medicamentos pelas farmácias credenciadas é feito on line

e em tempo real, por meio de um sistema webservice desenvolvido pelo Departamento de Informática do SUS (Da-

tasus). Mensalmente é emitido relatório das compras processadas, por estabelecimento habilitado ou, no caso de

rede de farmácias, por matriz, com indicação do valor imputado ao Programa. Com base nesse relatório, a SCTIE

atesta a realização das despesas, remetendo-o ao Fundo Nacional de Saúde para pagamento.

Desde a expansão do programa para a rede privada de farmácias, ocorrida em 2006, essa modalidade teve um

aumento expressivo. O número de farmácias credenciadas elevou-se de 2.955, em 2006, para 10.790, em 2009,

e as despesas anuais elevaram-se de R$ 24,3 milhões para R$ 371,8 milhões no mesmo período. Segundo o PAC

Mais Saúde, a meta do governo federal é de expandir o Sistema de Copagamento para 20.000 farmácias creden-

ciadas até 2011, ampliando de 16 para 25 os medicamentos ofertados.

Objetivo da auditoria

O objetivo da auditoria foi avaliar a operacionalização dessa ação governamental e os mecanismos de controle

existentes para coibir potenciais erros e fraudes. Para tanto, foram realizados dois tipos de abordagem: i) análise

da cobertura do programa e questionamento de aspectos econômicos e jurídicos em relação à sua concepção e

normatização; e ii) análise dos controles internos voltados para a detecção de erros e fraudes e cruzamento de

dados para identificação de situações sugestivas de irregularidades. Por sua especificidade, a questão jurídica foi

tratada em processo distinto, autuado como representação sob o número TC 027.102/2010-6.

Principais achados do TCU

O TCU constatou, em relação à abrangência do programa, que a sua cobertura ainda é restrita. Apesar do

crescente aumento de estabelecimentos credenciados, o número de municípios com pelo menos um credenciado

alcançava 31% dos 5.565 municípios brasileiros. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, esse número é de

7%, 9% e 18%, respectivamente, do quantitativo de seus municípios, indo para 44% e 56% nas regiões Sul e

Sudeste. Corrobora essa assertiva o histórico de autorizações ocorridas no período de janeiro de 2009 a janeiro de

2010. Dentre as 8.844 farmácias credenciadas que efetuaram alguma operação nesse período, 62% estavam na

Região Sudeste e 24% na Região Sul.

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PerCenTUal de mUniCíPiOs da regiãO COberTOs COm O FarmáCia POPUlar – sisTema de COPagamenTO

Nordeste Norte Sudeste Sul Total BrasilCentro-Oeste

18%9% 7%

56%44%

31%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Fonte: IBGE, março de 2010; Relação de Autorizações por Estabelecimento Farmacêutico elaborado pelo DAF/MS, processadas de jan/2009 a jan/2010.

Em relação aos custos envolvidos no programa, evidenciou-se que os valores de referência adotados pelo pro-

grama eram muito superiores ao preço mediano obtido nas licitações para as aquisições no âmbito do Programa

Farmácia Básica, realizadas pelas secretarias municipais de saúde, chegando a mais de 1.000% em relação a qua-

tro medicamentos, sendo que em relação a um deles, essa diferença alcançava 2.500%. Os dispêndios com esses

quatro produtos, no ano de 2009, alcançou o valor de R$ 201,2 milhões.

medicamento (apresentação)número de

observações

Farmácia básica

Farmácia Popular

Preço unitário de aquisição

pelas secretarias de saúde -

mediana (r$)

Valor de referência do ministério da

saúde - Portaria 749/2009 (r$)

diferença (%)

Valor total financiado

pelo ministério da saúde em

2009(r$)

Captopril 25mg 23 0,0107 0,2790 2,507% 55.652.132

Maleato de Enalapril 10mg 9 0,0190 0,3870 1.937% 107.046.911

Atenolol 25mg 5 0,0140 0,1890 1.250% 30.203.717

Glibenclamida 5mg 23 0,0100 0,1260 1.160% 8.317.101

Cloridrato de Propranolol 40 mg 16 0,0090 0,0810 800% 4.279.874

Hidroclorotiazida 25mg 24 0,0100 0,0810 710% 10.481.505

Cloridrato de Metformina 850mg 23 0,0260 0,1800 592% 24.316.686

Etinilestradiol 0,03mg + levonorgestrel 0,15mg

10 0,5800 3,7710 550% 6.621.444

Cloridrato de Metformina 500mg 6 0,0305 0,1350 343% 10.964.801

Enantato de Norestisterona 50mg + valerato de estradiol 5 mg

12 7,1774 10,1790 42% 6.383.842

Insulina Humana NPH 100UI/ml - Fa 10ml

3 18,9000 26,5500 40% 23.940.449

Acetato de Medroxiprogesterona 150mg

10 9,7250 11,1240 14% 2.253.304

Norestisterona 0,35mg 18 5,2250 4,4640 -15% 287.074

Fonte: DAF; Secretarias Municipais de Saúde (dados coletados em abril de 2010).

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Saúde

Ainda quanto aos recursos investidos pelo governo federal no exercício de 2009, observou-se uma acentuada

desigualdade de sua aplicação em proporção à população das regiões brasileiras, a qual variou de R$ 149,86 na

Região Norte a R$ 2.626,28 na Região Sudeste, por mil habitantes.

No que se refere à operacionalização do programa, a despeito da maior rigidez imposta às regras em abril de

2009, em decorrência de fraudes noticiadas pela imprensa e do incremento de denúncias chegadas ao Ministério,

detectou-se a existência de situações atípicas que sugerem a ocorrência de fraudes e/ou irregularidades. Uma

dessas situações encontradas foi a realização de operações de venda cujo CPF informado é de pessoa constante

do Cadastro de Óbitos da Previdência Social. Somente no ano de 2009, foram autorizadas 21.371 dispensações

de medicamentos nessas condições, num total de R$ 573,8 mil. No ano de 2008, essas operações totalizaram

R$ 773,9 mil. É de se ressaltar que esses números podem ser ainda maiores se levarmos em consideração que

essa situação pode caracterizar que estão se valendo de cadastros indevidos para concretizar as operações. Des-

tacam-se, ainda, algumas outras situações como a concentração de operações realizadas num intervalo de uma

hora por determinado estabelecimento utilizando o CRM de um mesmo médico e a dispensação de medicamentos

a residentes em distância superior a 100 Km do estabelecimento fornecedor.

Quanto ao monitoramento e controle exercido pelo Ministério da Saúde, o TCU constatou que a sua capacidade

é limitada. Existiam três servidores incumbidos do exame da documentação comprobatória das operações, sendo

que dois deles eram responsáveis também pela elaboração de pareceres jurídicos e por opinar pelo descredencia-

mento de estabelecimentos. Nessa situação, cada servidor deveria examinar aproximadamente 7.600 autorizações

por mês em decorrência de ter sido o estabelecimento comercial selecionado para a “malha fina”, ou, se tomarmos

o mês como tendo 22 dias úteis, aproximadamente 345 por dia. Observou-se, também, que, apesar da presença de

indicativos de irregularidades (critérios de seleção para a “malha fina”), algumas empresas não tiveram suspensa

a sua conexão com o sistema de autorização de compras ou mesmo tiveram seus pagamentos bloqueados. No

período de abril de 2009 a janeiro de 2010, nenhum estabelecimento foi sancionado em razão de terem dispensado

medicamentos sem atentar para as normas do programa.

determinações e recomendações do TCU

Dentre as recomendações que foram propostas à SCTIE, destacam-se: i) elaboração de estudo que permita

aferir o custo-efetividade-abrangência do Programa; ii) continuidade da expansão do programa condicionada aos

resultados do referido estudo, à comprovação da efetiva capacidade do DAF em monitorar a sua execução e à

indução ao aumento da capilaridade do programa em municípios que não dispõem de nenhuma farmácia ou droga-

ria credenciada; iii) institucionalização de mecanismos de controle que identifiquem indícios de irregularidades no

programa, como por exemplo: frequência do CRM do médico prescritor; concentração de vendas em curto espaço

de tempo; percentual expressivo de dispensação para usuários residentes em municípios distantes; autorizações

para CPFs que constavam como sendo de pessoas falecidas; concentração de casos de descontinuidade na dis-

pensação de medicamentos de uso continuado.

A SCTIE também foi alertada quanto à necessidade de suspender a conexão ao sistema e os pagamentos dos

estabelecimentos credenciados, bem como aplicar-lhes multa, quando restar configurado o descumprimento de

qualquer das regras do programa, ou mesmo sejam detectados indícios ou denúncias de irregularidades na exe-

cução do mesmo.

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Saúde

benefícios esperados

Após a atuação do TCU, espera-se que a implementação das medidas propostas possa contribuir para:

1. a melhoria de atuação do governo federal quanto à dispensação de medicamentos essenciais à população

mediante a identificação da forma mais custo-efetiva;

2. aperfeiçoamento do processo de credenciamento dos estabelecimentos ao programa, por meio de critérios

que induzam o aumento de sua capilaridade nas localidades menos contempladas;

3. a melhoria dos controles internos incidentes sobre as atividades de controle e monitoramento do programa e

a redução do sentimento de impunidade, mitigando a ocorrência de erros e fraudes nas transações proces-

sadas pelo sistema do Ministério da Saúde.

deliberações do TCU

TC 002.985/2010-1

Acórdão 3.030/2010 – Plenário

Relator: Ministro José Jorge

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Saúde

TCU avalia Programa Atenção Básica em Saúde

O que é o Programa?

A Atenção Básica em Saúde caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, que envolvem a promoção e a

proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde

dos indivíduos.

Esse conjunto de ações é desenvolvido por meio da estratégia denominada Saúde da Família, mediante a im-

plantação de equipes multiprofissionais, compostas por médicos, enfermeiros, dentistas e agentes comunitários

de saúde, fixadas em unidades próximas da população usuária. A atuação está focada especialmente no controle

da tuberculose, da hipertensão e da diabetes mellitus, eliminação da hanseníase, saúde bucal, saúde da criança,

saúde do idoso e da mulher.

O principal objetivo do programa é reorganizar o sistema de saúde estabelecendo a atenção primária como

sua principal porta de entrada, de forma que seja possível resolver tempestivamente problemas de saúde menos

complexos e encaminhar os outros casos ao hospital mais próximo, a fim de dar maior racionalidade no uso dos

demais níveis assistenciais.

Para colocar em prática os objetivos definidos, o governo federal repassou aos municípios, nos últimos sete

anos, mais de 70 bilhões de reais para custear a Atenção Básica em Saúde, conforme tabela abaixo:

SubfunçãoEvolução do gasto com Atenção Básica em Saúde de 2005 a 2011 (Em milhões de R$)

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Atenção Básica 6.762,55 7.550,49 8.854,85 9.829,70 10.686,04 12.008,57 14.837,09

Fonte: Siga Brasil 2012

Segundo dados do Ministério da Saúde, a cobertura do programa saltou de cerca de 25% em 2001 para 53%

em 2011, o que representou um aumento de 16 mil novas equipes de Saúde da Família no período.

Por que o TCU realizou a auditoria?

Em razão do volume de recursos financeiros envolvidos e da relevância do programa, o TCU realizou Auditoria

Operacional em 54 municípios, distribuídos por dezoito unidades da federação, além de pesquisa postal em outros

1300 municípios, por meio de questionários, com o objetivo de avaliar a gestão dos recursos federais repassados

para custeio da atenção básica em saúde, no exercício de 2009.

Principais achados do TCU

O TCU identificou problemas nas seguintes áreas: planejamento, aplicação dos recursos financeiros, infraes-

trutura, processo de trabalho das equipes e controle, avaliação e monitoramento. Em muitos casos não há metas,

objetivos e mecanismos de acompanhamento das ações desenvolvidas, nem programação definida de como se

dará a integração com os serviços de média e alta complexidade.

A auditoria constatou que a Atenção Básica não está integrada adequadamente aos outros níveis de atenção

à saúde. Graves problemas no acesso aos serviços de média e alta complexidade geram dificuldades para dar

continuidade aos tratamentos fora da Atenção Básica, uma vez que exames de apoio de diagnósticos são impres-

cindíveis para a identificação precoce de patologias.

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Saúde

Foram identificadas deficiências que comprometem o trabalho das Equipes da Saúde da Família (EFS), tais

como: a falta de salas de espera, equipamentos, medicamentos e até de insumos. A precariedade das relações de

trabalho, baixos salários e baixo grau de capacitação profissional também foram destacados entre os principais

problemas. Além disso, a base de dados usada para calcular os valores a serem repassados para o custeio das

equipes, o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), apresentou inconsistências graves.

Nos municípios visitados foi identificado claramente o descumprimento da jornada de trabalho, por meio de

entrevistas com os próprios profissionais de saúde, com os agentes comunitários e até com os usuários.

Pesquisa feita com cerca de 1300 municípios revelou que os gestores consideram a falta de recursos financeiros e

a dificuldade de atrair ou fixar profissionais como os fatores que mais dificultam a consolidação da Saúde da Família.

FATORES qUE diFiCUlTAm A COnSOlidAçãO dA ESTRATégiA SAúdE dA FAmíliA

Excesso de documentos a preencher

Sistemas informatizados de�cientes

Treinamento insu�ciente

Descumprimento de horário por parte dos pro�ssionais de saúde

Remuneração dos pro�ssionais de saúde insu�ciente

Di�culdade para atrair ou �xar pro�ssionais de saúde para atuarem no município

Recursos humanos insu�cientes

Falta de garantia de acesso ao serviço de apoio diagnóstico e laboratorial dentro do...

Falta de condições para encaminhamento dos pacientes para atendimento

Falta de equipamentos

Espaço inadequado

Falta de aplicação de recursos �nanceiros pelo Governo Estadual

Falta de recursos �nanceiros

0%

42,2%

38,3%

32,6%

34,6%

46,0%

66,3%

31,4%

40,0%

52,2%

39,3%

43,0%

45,3%

65,1%

20% 40% 60% 80%

Apesar das falhas, identificou-se que os recursos aplicados na Atenção Básica têm surtido efeito positivo na

melhoria das condições de saúde da população. Estudo realizado pela equipe de auditoria associou a expansão

da estratégia Saúde da Família com indicadores hospitalares sensíveis às atividades da atenção básica, tais como

as taxas de internação relacionadas a diarreia aguda em menores de cinco anos de idade e de Acidente Vascular

Cerebral na população maior de 40 anos, entre outros. Observou-se que, de maneira geral, as taxas de internação

tenderam à queda de forma mais acentuada com a expansão da estratégia Saúde da Família.

O que o TCU deliberou

O TCU recomendou medidas específicas aos municípios auditados. Para os problemas considerados sistêmi-

cos foram feitas recomendações ao Ministério da Saúde e ao Datasus, a fim de contribuir para a melhoria do geren-

ciamento do programa, especialmente nos aspectos relacionados ao aprimoramento do planejamento municipal

das ações de saúde, ampliação do número de consultas especializadas e exames de diagnóstico disponíveis à

população, investimentos na infraestrutura, aperfeiçoamento da capacitação voltada para elaboração dos instru-

mentos de planejamento, monitoramento e avaliação das ações desenvolvidas pela Saúde da Família.

TC 014.485/2009-5

Acórdão 1.188/2010 - Plenário

Relator: Ministro José Jorge

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Saúde

TCU fez análise do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena

Como surgiu a proposta de fiscalização?

Em 2008, o Congresso Nacional instaurou uma CPI destinada a investigar mortes de crianças indígenas por

subnutrição. Assim, o TCU recebeu a demanda para realizar uma fiscalização a fim de verificar a efetividade na

aplicação dos recursos federais em ações assistenciais e de saúde aos povos indígenas.

O que é Subsistema de Atenção à Saúde Indígena?

Esse Subsistema está inserido na estrutura do SUS. Os 34 Distritos Especiais de Saúde Indígena (DSEI) pos-

suem sob sua responsabilidade a base geográfica e populacional definidas por critérios técnicos e operacionais.

Nos DSEI, os Postos de Saúde localizam-se nas aldeias, sendo a atenção básica promovida por meio dos Agentes

Indígenas de Saúde (AIS), que são membros da aldeia capacitados para prestar assistência a sua comunidade (figura 1).

FIgurA 1: mOdelO ASSIStenCIAl dO dSeI.

Pólo-Base

dsei

Comunidade Indígena

Comunidade Indígena

Comunidade Indígena

Comunidade Indígena

Comunidade Indígena

Posto de Saúde

Posto de Saúde

Posto de Saúde

Posto de Saúde

Posto de Saúde

Casa de Saúde do ÍndioReferência SUS

Fonte: Funasa (2008).

Os Pólos-base são a primeira referência para os AIS que atuam nas aldeias. As demandas que superam a capa-

cidade de resolução nesse nível são resolvidas nas unidades de saúde especializadas do SUS. As Casas de Apoio

à Saúde do Índio (CASAI), localizadas em municípios de referência, são locais de recepção e apoio aos índios, que

são encaminhados pelos Pólos-base.

Como foi feita a fiscalização?

Os assuntos auditados tratavam dos recursos, da estrutura, da prestação de serviços e do controle destinados

ao Subsistema. O modelo de atuação planejado pelo TCU foi submetido a um grupo de especialistas em assuntos

indígenas, a fim de validar as questões de auditoria. Após essa etapa, os instrumentos de trabalho a serem utiliza-

dos (questionários, entrevistas, etc.) foram submetidos a testes pilotos no DSEI Leste de Roraima.

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Saúde

Na fase de execução, foram realizados trabalhos de campo nos DSEI selecionados: Alto Rio Solimões e Médio

Rio Solimões e Afl uentes (AM); Amapá e Norte do Pará (AP); Cuiabá e Xavante (MT); Leste de Roraima e Ianomâmi

(RR); Litoral Sul (SC); Maranhão (MA); Mato Grosso do Sul (MS); e Vilhena (RO).

Ao fi nal, os resultados da auditoria, bem como as possíveis propostas de deliberação por parte do TCU, tam-

bém foram submetidas a um painel de especialistas no assunto.

Quais foram as principais situações encontradas?

Concluiu-se, principalmente, que a União não cumpria a função de principal executora das ações desse Sub-

sistema, em contrariedade à Lei 9.836/99. Dentre os R$ 473.703.922,79 aplicados em 2007 no Subsistema, 31,7%

foram transferidos da SAS/MS para os municípios; 27,5% foram transferidos por meio de convênios; e apenas

40,8% foram aplicados diretamente pela Funasa, dos quais 46,9% foram destinados à área-meio.

Constatou-se que o recurso que era destinado para região abrangida por um determinado distrito não era cana-

lizado para o DSEI, o qual não era Unidade Gestora, por isso dependia da Coordenação Regional da Funasa para

executar grande parte de suas despesas. Essa situação prejudicava a efetividade do programa.

Esse modelo permitia que vários intermediários tivessem acesso aos recursos do Subsistema. A atenção aos

índios, dessa forma, fi cava desorganizada, na medida em que vários atores recebiam recursos para a mesma fi na-

lidade (fi gura 2).

FIgurA 2: COmPArAÇÃO entre OS mOdelOS de AtenÇÃO IdentIFICAdOS PelA eQuIPe de

FISCAlIZAÇÃO e O Que FOI PrOPOStO PelO tCu COm BASe nA legISlAÇÃO.

Orçamento unIÃO

SAS -MS

Intermediários Atividade fi m

PrefeiturasIAB-PI

EMSIMão-de-obra e

insumos

Entidades Conveniadas

– ONGs(Quarteirização

de mão-de-obra)

DSEI

EMSIMão-de-obra

e insumos(Terceirização

de mão-de-obra)

FUNASA

Entidades Conveniadas –

ONGs

Coordenação Regional

mOdelO de AtenÇÃO BÁSICA AtuAl dO SuBSIStemA de SAÚde IndÍgenA

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Saúde

Orçamento unIÃO Sem Intermediários Atividade fi m

DSEIUnidade Gestora

(Direção feita exclusi-vamente por servidores – afastamento da política na gestão local do Sub-sistema)Todos os profissionais do DSEI concursados (respeito ao inciso II do art. 37 da CF/88).

ONGs, Estados e Municí-pios poderão atuar no Subsistema no custeio e execução das ações, de forma complemen-tar, conforme está es-crito no artigo 19-E da Lei 9.836/99.

SAS –MSIAB-PI

FUNASA

mOdelO de AtenÇÃO BÁSICA PrOPOStO PArA O SuBSIStemA de SAÚde IndÍgenA

Fonte: equipe de fi scalização do TCU.

As ONG funcionavam como fornecedoras de mão-de-obra ilegal, devido à falta de pessoal alocado por parte da

Funasa. Grande parte das prefeituras também repassava os recursos para ONG com o mesmo objetivo.

Quanto às subunidades dos DSEI pôde-se constatar que elas estavam, em sua maioria, em condições inade-

quadas para atendimento.

Finalmente, verifi cou-se que a SAS/MS não exercia um controle efetivo sobre os resultados da aplicação dos

recursos transferidos aos municípios para serem aplicados na atenção à saúde indígena.

Quais foram as principais deliberações do tCu?

As principais decisões visaram restabelecer o modelo preconizado na legislação. Destacaram-se as medidas

referentes ao fortalecimento dos DSEI na sua missão de base do Subsistema.

A realocação dos recursos transferidos pela SAS/MS às prefeituras para os DSEI não mais permitiria que vários

atores recebessem recursos para a mesma fi nalidade. Dessa forma, com acesso a um maior volume de recursos

e com mais agilidade na execução das despesas, o chefe do DSEI teria mais condições de atender as demandas

de saúde do índio (fi gura 2).

Assim, no que tange às questões auditadas foram realizadas diversas determinações e recomendações de

modo a aumentar a efetividade desse programa.

Qual a situação atual?

Atualmente, o Susbsistema está sob responsabilidade da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério

da Saúde, em virtude da Lei 12.314/2010. A transição da gestão desse Subsistema, da Funasa para a SESAI/

MS, com todas as implicações administrativas dessa mudança, atrasou o processo de monitoramento das de-

liberações do TCU.

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Saúde

Apesar disso, alguns avanços já ocorreram como, por exemplo, a transformação dos DSEI em Unidades Ges-

toras. Com isso, espera-se que haja maior facilidade na administração local por parte dos Chefes de DSEI, dada a

sua maior autonomia orçamentária e financeira.

deliberação do tCu

TC 013.233/2008-5

Acórdão 402/2009 - Plenário

Relator: Ministro José Jorge

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Saúde

TCU realiza auditoria sobre uso de mamógrafos no país

Por que o TCU realizou a auditoria?

O controle do câncer de mama encontra-se entre as prioridades enumeradas pelo Ministério da Saúde no

documento “Pacto pela Saúde”, tendo sido estabelecido como meta, até o ano 2011, que a cobertura do exame

preventivo de mamografia deveria alcançar 60% da população-alvo.

A mamografia é o método utilizado na detecção e no diagnóstico das doenças da mama, sendo considerado o

mais efetivo para diagnóstico precoce.

O Tribunal de Contas da União realizou, de maio a novembro de 2009, auditoria com o objetivo de avaliar em

que medida a disponibilidade de equipamentos, insumos e profissionais para realização de mamografias estaria

adequada ao atendimento da população em nível nacional.

Principais achados do TCU

O TCU investigou se o quantitativo de exames realizados seria suficiente para atendimento da população-alvo.

Para isso, foram utilizados os registros de equipamentos e de exames de mamografias informados nos bancos de

dados do Sistema Único de Saúde (SUS),

O número de exames necessário para atender a população-alvo foi estimado a partir do parâmetro adotado

pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS): população

feminina na faixa etária de 50 a 69 anos se submetendo ao exame a cada dois anos. O cálculo considerou ainda a

meta do Ministério da Saúde para o PAC Saúde (cuja cobertura almejada seria de 60% dessa demanda).

O Ministério da Saúde estabelece, em sua Portaria GM/MS 1.101/2002, como parâmetro de cobertura popu-

lacional, um mamógrafo para cada 240 mil habitantes. Segundo essa proporção, o país estaria satisfatoriamente

provido de aparelhos de mamografia, caso todos os mamógrafos existentes para o SUS estivessem efetivamente

realizando exames.

Verificou-se que a quantidade de mamógrafos existentes no país seria suficiente, em termos nacionais, para

suprir a necessidade da população. Apenas a região Norte do país estaria com menos aparelhos do que o ideal.

No entanto, considerando o número de exames realizados no período, de maio de 2008 a abril de 2009, foi veri-

ficado que a oferta de exames corresponderia a pouco mais de 58% da demanda estimada pela meta do Ministério

da Saúde, conforme quadro abaixo.

Panorama da qUanTidade de mamógrafos e ProdUção de mamografias Por região

região

(a) necessidade

de mamógrafos estimada

(População/240.000)

(B)* mamógrafos em uso com

produção

(C) deficit ou

superativ de mamógrafos em uso com

produção (a-B)

(d)* Produção de mamografias

registrada

(e) 60% População-

alvo

(f) % de cobertura

populacional de

mamografias

NORTE 63,4 49 -14 66.881 226.420 29,54

NORDESTE 221,9 250 28 505.409 1.072.733 47,11

CENTRO-OESTE 57,3 69 12 146.527 276.826 52,93

SUDESTE 335,1 471 136 1.358.458 2.083.409 65,2

SUL 114,9 212 97 486.955 722.062 67,44

NACIONAL 792,6 1.051 258 2.564.229 4.381.451 58,52

*Fonte: Datasus

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Saúde

Observou-se, nas visitas realizadas a estabelecimentos de saúde, que cerca de 50% das mulheres atendidas

nesses estabelecimentos estavam fora da faixa etária priorizada pelo SUS. Extrapolando-se essa estatística para o

nível nacional, diminuir-se-ia drasticamente a porcentagem da demanda atendida.

Estimou-se que, se os mamógrafos existentes realizassem 25 exames por dia útil (parâmetro considerado ideal

nos estudos realizados pelo INCA), a maioria dos estados atenderia à demanda da população-alvo, com a quanti-

dade de aparelhos existente à época da auditoria.

Entretanto, a produção média registrada no SIA/SUS no período analisado foi de apenas 9,8 exames de ma-

mografia por dia útil. Apenas 5,3% dos estabelecimentos de saúde públicos atingiram ou superaram a produção

considerada adequada pelo Inca no período.

Outras projeções realizadas com os dados obtidos confirmam a baixa produtividade dos equipamentos, visto

que, se todos os mamógrafos existentes produzissem a média ou a mediana de exames realizados pelos aparelhos

que estavam em utilização, ainda assim não se atingiria a demanda almejada (mesmo quando se considera nos

cálculos a parcela da população alvo que possuía plano de saúde).

Identificaram-se também quais fatores afetaram o quantitativo de exames realizados. Para isso, foram feitas

visitas a estabelecimentos públicos com mamógrafos no Distrito Federal, no estado do Amazonas e no município

de São Paulo, além de pesquisa feita junto a 249 de estabelecimentos de todo o país, por meio de questionário.

O TCU concluiu que os principais fatores que levam à redução ou interrupção dos exames de mamografia no

âmbito do SUS são a insuficiente manutenção dos mamógrafos e dos equipamentos de revelação, bem como a

falta de pessoal.

Constatou-se ainda a ocorrência de falhas na emissão, pelo Ministério da Saúde, de pareceres relativos à aqui-

sição mamógrafos, acarretando a aquisição de equipamentos inadequados à estrutura do estabelecimento ou às

reais necessidades da localidade beneficiada.

o que o TCU decidiu?

O TCU deliberou aos órgãos e unidade responsáveis a adoção das seguintes medidas:

• atualização dos parâmetros da Portaria GM/MS 1.101/2002, incluindo o estabelecimento de metas mínimas

de produtividade por equipamento público;

• melhoria do registro nos sistemas de informação do SUS dos quantitativos de equipamentos e exames de

mamografia realizados, inclusive por meio da implantação de detecção automática de inconsistências;

• melhoria da avaliação das condições do estabelecimento e da demanda da localidade beneficiada, quando

da emissão do parecer técnico dos processos de convênio para aquisição de mamógrafo;

• realização de ações, junto às Secretarias Estaduais de Saúde, para possibilitar o funcionamento dos equipa-

mentos que não se encontram em uso;

• disseminação de boas práticas de gestão verificadas nos estabelecimentos públicos nos quais se verificam

as melhores produtividades dos equipamentos de mamografia.

• inclusão no plano de auditoria do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) das unidades cre-

denciadas no SUS que apresentaram produção de mamografias muito acima da média nacional.

deliberação do TCU

TC 011.587/2009-1

Acórdão 247/2010 – Plenário

Relator: Ministro Valmir Campelo.