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SAGA VENICE VAMPYR FINAL AFFAIR
Livro 02
Disponibilização: Soryu
Tradução e Revisão Inicial: Silas Fiorella Revisão Final: Soryu
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PARE!
O que você está prestes a ler é um entretenimento de natureza sexual. Se cenas de sexo explícito o ofendem, por favor, apague esse livro do seu computador. Este livro contém cenas de sexo explícito que contrariam alguns tabus e não são para
os fracos de coração.
Ainda aqui?
Então você acha que pode lidar com isso? Bom. Por via das dúvidas, considere-se avisado.
DIVIRTA-SE!
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Venice Vampyr
01- Venice Vampyr – Leitura Final 02- Final Affair – Distribuído
03- Sinful Treasure – Na Revisão
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Resumo
Viola só tem três meses de vida, mas ela se recusa a morrer virgem. Viajando para Veneza, ela busca o homem ideal para que sinta o prazer físico sem causar um grande escândalo para a sua família. Depois disso, ela planeja acabar com sua própria vida, garantindo deixar esse planeta sem dor e com dignidade. Ao visitar um clube noturno de má reputação, encontra, infelizmente, com um homem que poderia ser a pior escolha para seus planos. Dante, um vampiro hedonista, salva Viola de um destino violento. Para impedi-la de procurar novos homens perigosos visando satisfazer seu desejos carnais, ele se oferece para passar uma noite de paixão em seus braços, só para descobrir que ela é virgem. Viola foge do doloroso ato sexual e determinada a acabar com sua vida. Horrorizado, Dante para Viola antes que ela possa se prejudicar e decide dar uma segunda oportunidade para os dois introduzindo-a nos reais prazeres da carne. Com um beijo e um toque de cada vez, até que ela esteja pronta para se doar a Dante uma vez mais. Porém eventos inesperados farão que Dante force sua mão ...
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Comentários da Soryu Aviso – Se você é cardíaco, não gosta de cenas estupidamente quentes, sensuais,
não pode ter emoções forte, Não Leia. Se você não pode conhecer vampiros
bonitos, apaixonados, bem dodatos, sexies como um inferno, que levam as
mocinhas as alturas. Não Espie.
O livro é quente do começo ao fim, carregado de romance, algumas cenas
engraçadas, um final maravilhoso e emocionante, com algumas revelações
interessantes.
A mocinha é aquela virgem que depois que se descobre com o mocinho, quem
manda ver é ela, e bem ele como um bom vampirão dotadão, aceita o que a sua
prometida lhe oferece de bom grado.
Um romance muito gostoso. Uma boa protagonista, um gostosissimo galã. Para
quem precisa de paixão e romance, naquelas noites frias de inverno... É um ótimo
pedido!
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VENICE VAMPYR: FINAL AFFAIR
CAPÍTULO 1
Veneza, Itália – 1800
No início, ela pensou que seu médico havia cometido um erro.
Três meses, o médico lhe dera apenas três meses de vida, sendo
que nos dois últimos ela ficaria confinada à cama e seria muito
doloroso.
Isso não era possível.
Apenas alguns dias antes sua governanta tinha avisado a ela
que, apesar de seu rosto bonito e sua graciosa figura, seu jeito franco
e ideias bizarras poderiam afugentar possíveis pretendentes a marido.
Viola não se importava. Ela imaginava que, se um pretendente não
poderia enfrentá-la, então ela preferia não ser casar. Além disso, ela
tinha apenas vinte e um anos, e mesmo que para alguns ela já tivesse
passado da idade de casar, ela tinha sua vida inteira pela frente. Ao
menos era o que pensava.
Três meses não era uma vida.
No entanto, apesar de seu tumor cerebral, ela ia fazer muito com
esse tempo.
No início, ela pensou que era uma boa ideia procurar outro
especialista para provar que seu médico estava errado. Ela viajou
para a Suíça, saindo de casa na calada da noite e sem um
acompanhante, mas a resposta continuou a mesma: ela estava
morrendo.
É por isso que ela estava em Veneza. Não mais para provar que
o médico estava errado, mas para viver.
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Ela não tinha dito a sua família para onde ia: eles a teriam
parado. Eles teriam chamado-a de inconsequente e escandalosa. Mas
ela não seria impedida. Viola aceitou que morreria, mas havia uma
coisa que ela queria experimentar antes que ela deixasse este mundo.
Ela se recusava a morrer virgem.
Mas ela era também prática: um escândalo não iria ajudar em
nada sua família. Por isso seu sumiço teria de ser encoberto, mas isso
não era problema, pois sua mãe poderia contornar a situação
simplesmente deixando todo mundo saber que Viola estava
hospedada no campo para cuidar de um parente idoso. Muitas
desculpas poderiam ser dadas.
Viola tinha decidido ir onde ninguém a conhecia ou qualquer um
de seus parentes, onde seu comportamento escandaloso não tivesse
repercussões para os pais. Ela enviou-lhes uma carta da Suíça,
dizendo-lhes que o seu estado de saúde piorou e que ela estava
confinada a uma cama de hospital. Ela também disse a eles em
termos inequívocos, que queria ser deixada sozinha e ser lembrada
por quem ela era antes de sua doença ter começado.
Ela ameaçou criar um escândalo em Florença se ela não tivesse
seus desejos respeitados. Sua ameaça serviu para que sua mãe
cumprisse sua vontade e para impedir que seu pai fosse buscá-la.
Além disso, sua mãe estava, provavelmente, feliz por se livrar dela.
Afinal, Viola nunca tinha sido capaz de viver de acordo com as
elevadas expectativas. Ao rejeitar o primeiro - e único - pretendente
que jamais se atreveu a cortejá-la, Viola havia extinguido qualquer
boa vontade que sua mãe nunca tinha sentido por ela.
Viola tinha arranjado para que seus pais recebessem uma carta
em três meses, indicando que sua filha havia falecido pacificamente.
Claro, seria uma mentira, porque ela perderia sua vida muito mais
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cedo. Uma vez que ela tivesse conseguido o que ela tinha vindo
buscar em Veneza.
Uma vez que ela não fosse mais virgem, ela pegaria a pistola que
carregava em sua bolsa e acabaria com sua vida antes que a dor a
debilitasse. Ela não tinha intenção de sofrer uma morte longa e
dolorosa.
Viola alisou com a mão suas saias e endireitou o manto.
Enchendo seus pulmões com uma respiração profunda, ela empurrou
a pesada porta de carvalho e a abriu.
O lugar que ela entrou era um clube de jogos. De acordo com
sua informação, senhores que estavam à procura de companhia
feminina frequentavam o estabelecimento surpreendentemente limpo.
Embora não fosse um bordel, muitas das mulheres que se juntavam
aos homens no clube a procurar prazeres carnais faziam-no por
dinheiro. No entanto, o homem que lhe indicou este clube assegurou-
lhe que em muitas ocasiões mulheres de classes mais altas foram
vistas lá para encontrar o tipo de diversão que seus respeitáveis
maridos não eram capazes de fornecer.
Ela esperava que o homem estivesse falando a verdade. A última
coisa que ela queria fazer era chamar a atenção para si mesma. Já
seria difícil o suficiente aproximar-se de um estranho e convidá-lo a
compartilhar sua cama. Pior seria se não conseguisse alcançar seu
objetivo.
Não era propriamente uma regra, mas considerando o tipo de
coisas depravadas que os homens naquele clube gostavam de fazer,
eles não iam para cama com uma virgem.
O lugar cheirava a cigarros, álcool e perfume. Viola deu uma
respiração superficial e deixou a porta bater atrás dela. Uma cortina
de veludo bordô pesado separava o hall dos quartos principais na
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parte de trás. Música e risos flutuavam para ela. Ela deu um passo
adiante quando uma mão em seu braço segurou-a de volta.
Sua respiração ficou presa em sua garganta quando ela virou a
cabeça para o lado.
—Há uma taxa, Signora. — a mulher no vestido ricamente
bordado disse. Seus seios escapavam sobre seu vestido decotado, e as
bolas grandes em torno de seu pescoço brilhavam à luz das velas.
—Claro. — respondeu Viola e enfiou a mão na bolsa,
recuperando uma moeda. O homem que lhe disse sobre o clube a
havia preparado para isso. Não ajudaria muito ela se comportar como
um inocente, que nunca tinha feito isso antes. Somente levantaria
suspeitas.
A anfitriã pegou a moeda e fez desaparecer nas dobras de seu
vestido.
—Muito bem, então.
Um momento depois, ela abriu a cortina e permitiu Viola entrar.
O quarto era maior do que ela esperava. Na verdade, era tão
grande quanto o salão de baile na casa de seus pais. Nas laterais, as
cabines foram construídas para fornecer uma aparência de
privacidade para quem desejasse, mas no centro havia muitas
chaises1 e sofás já ocupados. Grandes candelabros com velas acesas e
um quarteto de cordas pequeno forneciam um ar agradável ao
ambiente.
Havia muitos empregados se movimentando para abastecer os
convidados com bebidas e, pelo estado em que alguns estavam, ficou
claro que o álcool corria livremente. Os homens descansavam em
sofás, alguns totalmente vestidos e perfeitamente respeitáveis, outros
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com as suas gravatas afrouxadas e seus peitos parcialmente
expostos. As mulheres podiam ser encontradas jogadas sobre os
corpos dos homens nas mais indecentes poses.
Seu informante não havia dito que este lugar não era um
bordel? Viola sentiu o aumento da pulsação. Ela não era nada como
as mulheres que ela viu neste lugar. Elas pareciam despreocupadas
com modéstia ou privacidade. Isto não era o que ela esperava. Talvez
o homem tivesse entendido mal. Ela procurava um lugar para
encontrar alguém com quem compartilhar a cama na privacidade de
um quarto, alguém que a faria experimentar a sensação de sentir o
corpo de um homem junto ao dela.
Isso foi um erro. Viola deu um passo para trás e bateu em algo
sólido atrás dela. Ela girou.
—Ciao, bella2. — o belo estranho cumprimentou-a enquanto
percorria seu corpo com um olhar apreciativo.
Viola engoliu duro, incapaz de responder, o pulso no pescoço
dela batendo tão freneticamente que ela tinha certeza de que sua veia
iria estourar e banhar o homem em seu sangue.
Seu silêncio não pareceu incomodá-lo.
—Vejo que você é nova aqui.— Sua mão veio e traçou ao longo
da costura de seu decote. Viola engasgou com sua ousadia e puxou o
corpo para trás. —Eu sou Salvatore. E ficaria feliz em passar a noite
com você. — Ela respirou firme e deu-lhe um olhar de avaliação. Ele
era um pouco mais alto do que os homens em geral. Bem preparado
em seu terno escuro e gravata na moda, nem mesmo sua mãe teria
alguma objeção caso ele pretendesse cortejá-la. Mas ele não estava
aqui para cortejá-la. Ela também não queria isso dele.
2 “Olá, querida” em italiano.
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Tudo o que ela queria era uma aventura. Era ele o homem certo
para o que ela desejava? Será que aquelas mãos iriam acariciá-la
suavemente e a fariam se sentir como uma mulher de verdade, ou
será que seu toque a deixaria indiferente? Os batimentos frenéticos
no peito dela eram indicação de seu interesse pelo estranho ou
simplesmente ela estava com medo de realmente levar seu plano
adiante?
Ela não podia ter certeza. Mas se ela simplesmente ficasse aqui
sem tomar uma decisão, ela nunca atingiria seu objetivo.
Viola convocou sua coragem e forçou um sorriso em seus lábios,
empurrando para trás as dúvidas crescentes.
—Isso seria encantador.
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CAPÍTULO 2
Dante ficou furioso.
Ele olhou para os hematomas no rosto de Benedetta.
—Quantas vezes eu lhe disse para não ir para esse clube?—
Claro, ela era apenas uma menina que vendia esculturas de seu pai
na rua, e ele estava apenas muito vagamente familiarizado com ela,
mas de alguma forma sentia-se como seu protetor. Ela era pobre e tão
jovem. Cada vez que cruzou com ela na rua se sentiu obrigado a
comprar uma das horríveis figuras esculpidas pelo pai dela.
—Sinto muito. — choramingou a menina, seu lábio cortado
fazendo sua fala arrastada. —Mas as vendas não estão boas este mês.
Nós precisávamos do dinheiro.
—Quem fez isso? — Benedetta desviou o olhar, mas Dante
tomou-lhe o queixo e a fez encarar o brilho do seu olhar. Ela fez uma
careta. —Eu perguntei quem fez isso.
—Salvatore.
—Porra!— Dante passou a mão pelo seu cabelo escuro. —Você
não tem senso de auto-preservação? De todas as pessoas, você teve
que deixar Salvatore tocar em você?— Ele não estava familiarizado
com o homem pessoalmente, mas sabia que não era uma companhia
adequada para Benedetta.
Ela fechou os olhos inchados.
—Ele foi o único disposto a pagar.
—Porra, menina. Se você fosse minha filha, eu te trancaria em
casa para protegê-la da sua própria estupidez. Nenhuma mulher em
sã consciência deixaria Salvatore tocá-la. Porque você acha que ele
estava disposto a pagar por isso? Todo mundo sabe de sua reputação.
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Ele gosta de bater nas mulheres.— Lágrimas correram pelo rosto de
Benedetta. Dante tirou um lenço do bolso e afagou o rosto dela.
—Obrigada.
—Agora, vá para casa. Eu vou comprar todas as esculturas que
você trouxe esta noite.— Dante olhou para o carrinho que ela puxava.
Hoje à noite, as figuras de madeira que ela estava vendendo eram
particularmente feias. Elas se transformariam em lenha em sua casa,
assim como todas as outras antes destas.
Seu rosto se iluminou.
—Oh, muito obrigada, Signore di Santori. Você é tão gentil.
Gentil? Não era um adjetivo que haviam usado para defini-lo
muitas vezes. Nenhum vampiro fazia o tipo gentil, muito menos ele,
mas se Dante odiava uma coisa, eram homens que batiam em
mulheres. Ele amava as mulheres em todas as suas formas,
especialmente quando elas vinham para sua cama. Ele gostava ainda
mais quando podia se alimentar delas.
O sangue de uma mulher era mais rico que o de um homem. E
era ainda mais inebriante quando ele alimentava-se de uma mulher
enquanto ele estava loucamente transando com ela. Na verdade, era a
sua maneira preferida para jantar. Havia algo totalmente selvagem ou
nada civilizado sobre isso. Quando ele atingia esse estágio, não era
muito melhor do que Salvatore - um mero humano - mas ele jamais
chegou ao ponto de ferir as mulheres.
Na verdade, ele vivia para dar-lhes prazer.
Sua mordida era indolor, e seus poderes de sugestão eram
suficientes para apagar qualquer lembrança do que ele fizera. Depois
de uma noite em seus braços, as mulheres das quais ele bebia não se
lembravam do homem apaixonado que as tinha levado ao êxtase ou
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do vampiro sanguinário e insaciável que tinha se fartado em seus
pescoços.
Dante estava furioso quando chegou ao clube onde Salvatore
geralmente passava as noites. Ele chegou preparado para uma luta.
Uma luta real, não aquele onde ele iria usar seus poderes de vampiros
superiores para esmagar o ser humano. Ele ansiava por uma briga
em que ele usaria seus punhos para bater no homem.
Ele empurrou dentro do clube, ignorando as exigências da
recepcionista para pagar a taxa. Ele só iria ficar o tempo suficiente
para encontrar Salvatore e bater-lhe até arrancar seu último suspiro.
Fazê-lo parecer muito pior do que Benedetta estava.
A entrada de Dante e as queixas iradas da recepcionista atrás
dele fizeram várias cabeças girarem em sua direção. Ele ignorou e
ficou verificado o quarto. Não demorou muito para ele perceber
Salvatore em uma das cabines que ladeavam o quarto. E Salvatore
não estava sozinho. Ele já estava trabalhando em sua próxima vítima
inocente.
Dante não tomou conhecimento dos olhares dos outros
convidados e marchou direto para Salvatore, parando apenas um pé
de distância. O homem tinha a mão na saia da mulher e sua cabeça
perto de seu ouvido, sem dúvida, sussurrando doces mentiras para
ela. Dante pigarreou alto.
Sem olhar para cima, Salvatore tentou dispensá-lo.
—Eu estou ocupado.
Dante apertou sua mandíbula.
—Você não irá continuar ocupado por muito mais tempo.— A
mulher virou a cabeça para ele, seus olhos arregalados de medo. Ela
ouviu claramente a ameaça em sua voz. Dante ignorou-a e agarrou o
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pulso de Salvatore, afastando-o das saias da mulher e puxando-o
para cima. Assustado, Salvatore olhou para ele.
—Que diabos?— Os olhos de Salvatore se estreitaram. —
Obtenha sua própria mulher. Essa é minha.
—Eu não estou interessado no seu petisco. Eu estou interessado
em você.
Salvatore tentou lutar e soltar do agarre que Dante tinha em seu
pulso, mas não conseguiu.
—Solte-me, sua bicha, ou eu irei te bater até tirar a merda de
você.
—Você quer dizer da mesma forma que bateu em Benedetta?—
Ao ouvir o nome de Benedetta, um lampejo de medo atravessou seu
rosto. Ele sabia que estava preso, mas continuou com a bravata.
—Não é da sua maldita conta.
—Ela é uma amiga. Então é meu negócio.— Dante puxou seu
próprio pulso para trás e depois direcionou para frente, direto no
rosto de Salvatore, que virou a cabeça para trás no processo.
Suspiros coletivos vieram dos convidados. No fundo, Dante
podia ouvir a voz estridente da recepcionista.
—Senhores, resolvam seus problemas lá fora.— Mas já era tarde
demais para isso. Salvatore tinha se recuperado e agora virava o
punho para Dante, direto em seu queixo.
Dante riu.
—Isso é tudo que você tem?— O ser humano era fraco. Poderia
haver alguma diversão nisso tudo. Não admira que o idiota gostasse
de bater em mulheres, afinal, ele não era páreo para outros homens.
Dante lançou o punho no estômago de Salvatore, fazendo-o
dobrar.
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—Da próxima vez que você decidir bater em uma mulher, é
melhor pensar duas vezes.— Com um gancho3 no queixo de
Salvatore, Dante virou. Antes que ele pudesse ir embora, o homem
saltou-lhe, batendo-o no chão.
Em seu íntimo, Dante se alegrou. Finalmente, o idiota estava
revidando a luta, tornando-a um pouco mais interessante. Virando
seu cotovelo para trás, Dante cravou-lhe nas costelas, então rolou,
tirando Salvatore de suas costas. Em segundos eles estavam trocando
golpes. Dante mal sentiu qualquer dor, mas o ser humano estremeceu
com cada golpe que ele recebeu.
—Pare com isso! Pare de bater nele! —Uma voz de mulher veio
por trás dele.
Segurando sua vítima para baixo com um braço em seu pescoço,
Dante virou para olhar a mulher que estava com Salvatore. Ela estava
sobre ele, os punhos na cintura, uma carranca no rosto.
—Signorina, seria melhor você se manter fora disso.
—Eu não vou deixar você bater em meu acompanhante.
—Bem, você preferiria que ele batesse em você como ele fez com
a última mulher que ele fodeu?— Um rubor tingiu o rosto dela ao
ouvir suas palavras cruas. Dante deu-lhe outro olhar. Agora que ele
examinou-a atentamente, notou algo estranho com ela. Ela não
pertencia a este lugar. Ela não era o tipo de mulher que frequentava
clubes como este. Suas maneiras pareciam refinadas, seu vestido era
discreto, mas, ainda assim, era caro. Seu rosto era fresco e inocente,
o cabelo dela estava preso em um coque apertado na nuca com uma
única fita enquadrando seus traços elegantes.
3 Golpe de boxe onde se acerta o queixo do adversário de baixo para cima.
17
Ele inalou seu aroma. Sim, ela cheirava inocência e bondade.
Mas havia algo mais, algo estranho que parecia ofuscar seu perfume
rico. E isso fez com que ele quisesse protegê-la. E mantê-la perto.
Dante tentou sacudir a estranha sensação enquanto seu olhar
permanecia em seu rosto por alguns segundos a mais. A coisa mais
impressionante sobre ela eram os olhos. Eram castanho escuro, como
chocolate, o que seria estranho em qualquer outra mulher, mas
combinava com sua pele de porcelana e os lábios vermelhos, ela
parecia um quadro atraente. O que uma mulher como ela estava
fazendo num inferno como este?
—Você deve ir embora. — ele aconselhou-a e voltou-se para
Salvatore.
Com um último golpe, ele deixou-o inconsciente. Quando ele se
levantou, a dona de casa bloqueou seu caminho.
—Signore, eu não vou tolerar esse tipo de comportamento na
minha...
Dante levantou a mão.
—Eu estou indo embora.
Com passos largos, ele deixou o clube e entrou no ar fresco da
noite.
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CAPÍTULO 3
Viola olhou para a dona da casa.
—Mas você não pode me expulsar. Eu não tive nada a ver com
isso.
A dona da casa pressionou a moeda de volta em sua mão e
apontou para a porta.
—Fora.
Suprimindo as lágrimas de desespero, ela caminhou para fora,
agarrando firmemente em torno de seu manto. Se aquele homem
terrível não houvesse espancado sua companhia e o deixado
inconsciente, ela teria perdido sua virgindade hoje à noite. E agora?
Ela estava de volta onde ela tinha começado. E pior: ela foi banida do
clube. Era o único lugar que ela sabia onde poderia encontrar o que
queria. Onde ela iria agora?
Viola soltou um suspiro frustrado e levantou a cabeça. Seu olhar
caiu sobre o homem que tinha começado a briga. Ele estava parado a
alguns metros dali, arrumando a gravata. Antes que ela pudesse
perder a coragem, ela se aproximou dele.
—Isso foi uma coisa terrível que você fez.
Ele deu-lhe um olhar confuso.
—Você deveria ser grato a mim, não me atormentar.
—Grata? Você me fez ser expulsa do clube.
—Como eu disse, você devia ser grata por isso. Você não
pertence àquele lugar. Você é muito inocente.
A raiva explodiu em Viola.
—Eu não sou um inocente. — ela mentiu. —Eu sou viúva, e eu
estou aqui para encontrar alguns prazeres...— Foi a mesma mentira
19
que ela tinha dado a Salvatore, mesmo que ele não houvesse
questionado os seus motivos.
O homem arqueou uma sobrancelha e ergueu um lado da boca,
zombando dela.
—Agora você destruiu minhas chances de estar com um homem
esta noite.
Dante deu um passo mais perto, seu corpo quase tocando o
dela. Sua voz era baixa quando ele respondeu:
—Agora me ouça mulher. O homem com quem pretendia ficar
hoje à noite bate nas mulheres que ele leva para cama. É parte da
natureza dele. Ele é violento e gosta de ver as mulheres sofrerem. Era
isso que você estava procurando?— Instintivamente, Viola deu um
passo para trás.
Estava o estranho dizendo a verdade? Ele realmente a salvou de
ser espancada? Ela sacudiu o pensamento. Não, os dois homens
provavelmente tinham tido uma briga antes.
—Não importa. Agora eu tenho que ir para outro lugar para
encontrar o que eu preciso.
—Você está louca? Você não ouviu o que eu disse?
—Eu ouvi bem alto e claro. Agora, você poderia me indicar onde
eu poderia encontrar outro lugar como este? Você me deve isso.— Ela
conservou a cabeça erguida e esperou.
O estranho balançou a cabeça.
—Eu não vou fazer tal coisa. Vá para casa e fique feliz porque
você não se machucou hoje à noite.
Ela estreitou os olhos.
—Tudo bem... Talvez alguém possa aconselhar-me.— Viola virou
sobre os calcanhares, mas antes que ela pudesse dar um passo, uma
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mão apertou mais seu braço e puxou-a para trás. Ela virou a cabeça
surpresa com sua ousadia, e apertou sua mandíbula.
—Signore, eu sugiro que você retire sua mão agora.
Ele não deu ouvidos a sua ameaça.
—Você não tem ideia dos perigos lá fora. Uma mulher como você
não deveria estar rondando a noite sozinha.
—Não é problema seu. Então, a menos que você queira ir para a
cama comigo, solte-me.— O momento em que ela lançou sua ameaça
para ele, percebeu que era exatamente o que ela queria. Quando ela o
viu bater em seu acompanhante, ela tinha visto o poder bruto em seu
corpo. Mas também viu que ele tinha se controlado. Ele era muito
mais forte do que ele deixava transparecer.
E os olhos que olhavam para ela agora com descrença eram os
mais sensuais que ela já tinha visto em um homem. Eles eram de um
azul brilhante, que se destacavam em contraste com seu cabelo preto.
Seu rosto tinha ângulos agudos, era mais robusto do que elegante, e
seus ombros pareciam ombreiras em seu casaco. Ele era alto, e o
pensamento de seu toque em lugares íntimos a excitava. Salvatore era
bonito, este homem era lindo.
No entanto, a carranca no rosto sugeriu que ele não tinha
intenção de aceitar a sua oferta. Bem, talvez sua aparência não fosse
atraente para ele. Ela se esforçou para não tomar a sua reação como
uma rejeição. Mas perceber que ela não poderia fazer com que esse
homem tivesse interesse nela causou uma rachadura em sua
armadura cuidadosamente construída.
—Bem, deixe-me ir, então.— ela repetiu, não querendo ouvir a
sua rejeição. Seu rosto tinha dito o suficiente. Viola apontou em seu
braço, tentando persuadi-lo a afrouxar o controle sobre ela, mas ele
não cedeu.
21
—Você quer que eu vá para a cama com você? — perguntou ele.
Ela tentou disfarçar a surpresa com sua pergunta. Estaria ele
considerando fazê-lo? Seu batimento cardíaco acelerou.
—Eu sou viúva faz algum tempo e quase esqueci como é o toque
de um homem.
—É isso mesmo?— Sua voz soava como se ele não acreditasse
nela. Sua história não era boa o suficiente? Ela ensaiou muitas vezes,
e Salvatore tinha acreditado.
—Bem, claramente, você não está interessado. Assim, não se
preocupe. Eu tenho certeza que vou encontrar alguém.— Onde e
como ela iria conseguir esta façanha, não estava certa.
—Quem disse que não estou interessado?
Viola olhou para seu rosto e percebeu como ele examinava seu
corpo com os olhos.
Ela estremeceu e molhou os lábios. Sim, este homem mexia com
ela. Por alguma estranha razão, ele se sentia insegura na companhia
de Salvatore. Apesar das coisas doces que Salvatore tinha sussurrado
em seu ouvido, ela não tinha confiança nele. Era diferente com este
homem.
—Há um lugar para baixo neste beco onde podemos ir— sugeriu.
—Qual é seu nome?
—Signora Costa.— Sua garganta estava seca como uma lixa.
—Seu primeiro nome.
Seu cérebro parou de funcionar sob o olhar intenso que ele lhe
deu.
—Por que você quer meu nome de batismo?
—Porque eu gostaria de gritar o seu nome quando eu empurrar
para dentro de você.
22
CAPÍTULO 4
Dante atravessou a porta do quarto da simples pousada e,
enquanto a fechava, observou Viola retirar a capa e viu o quanto ela
era bonita. Ele não tinha planejado uma noite de sexo, mas não ia
desperdiçar a oportunidade, não apenas porque a proposta de Viola
fosse inesperada, mas, principalmente, porque a mulher o intrigava.
O que a levara a um clube daquela categoria? Ela parecia muito
refinada, com roupas muito caras para um estabelecimento como
aquele. Francamente, Dante estava extremamente feliz por ter
decidido ir tirar satisfações com Salvatore e tê-la encontrado, porque
quanto mais ele olhava para Viola mais ele queria ser o único a
satisfazer seus desejos secretos. O pensamento de que ela havia saído
para encontrar companhia masculina enviou um forte arrepio
correndo por sua espinha.
Mesmo como uma jovem viúva que sabia sobre os prazeres da
carne, ela não tinha ideia de quais são os perigos que estão à espreita
em lugares como aquele clube. Aos seus olhos, ela ainda era uma
inocente. E ele tinha um fraco para as mulheres inocentes. Assim
como ele sempre tentou proteger Benedetta, uma menina de apenas
quinze anos, ele agora queria proteger esta mulher.
Até certo ponto, de qualquer maneira. Ele não iria machucá-la,
mas enquanto eles estivessem transando, também iria provar o gosto
dela. Apesar do fato de que ele tinha se alimentado no início da noite,
ele nunca recusou a sobremesa. E se o sangue dela fosse tão
intoxicante como o perfume de sua pele, seria uma sobremesa muito
saborosa de fato.
23
—Bem... — ela disse, sua voz trêmula assim como os dedos. Ele
sentiu o nervosismo e assumiu que seu falecido marido tinha sido o
único homem que a tinha tocado. Claramente, isso era difícil para ela.
Dante caminhou até ela, jogando o casaco em uma cadeira.
—Deixe-me ajudá-la com o seu vestido.
Viola se retraiu quando ele pôs as mãos em seus ombros.
—Eu posso fazer isso sozinha. — ela gaguejou.
—Mas eu gostaria de fazê-lo, se você me permite.— Ele virou-lhe
o queixo com a mão e mergulhou sua cabeça no pescoço dela. A
respiração dela se misturou com a dele e ele inalou o aroma. —Eu
também gostaria de te beijar.
Ele não esperou pela resposta. Em vez disso pressionou seus
lábios nos dela e empurrou-os abertos. Sem muito barulho, ele varreu
sua língua dentro de sua boca e emitiu sua demanda. A resposta dela
foi tímida. Dante retirou a língua e rosnou a sua desaprovação. A
reação dela não era a de uma mulher que deseja ter sexo, como ela
havia dito. Ele não era do seu agrado? O pensamento de que ela
poderia preferir um amante mais áspero, como Salvatore, fez o
sangue dele ferver.
Ele separou-se de sua boca.
— Porra, beije-me.— Os olhos dela brilhavam com a incerteza. —
Ou você mudou de ideia?— Ele iria deixá-la partir se ela quisesse. Ele
não era o tipo de homem que forçava uma mulher.
O tremor de cabeça foi rápido, mas determinado.
—Não!— Rapidamente, ela prendeu as mãos em volta do pescoço
dele e puxou-o de volta para ela.
—Isso é melhor. — ele elogiou enquanto passava seus braços em
volta dela para trás. —Agora, vamos tentar de novo?
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Viola fechou os olhos preparando-se para o seu ataque. Ele ficou
surpreso. Ela o via como uma espécie de besta áspera? Dante fez uma
pausa por um momento. Ela não sabia nada sobre ele, apenas o que
ela o tinha visto fazer: bater violentamente em outro homem com os
punhos. Foi isso que a assustou?
—Eu não vou te machucar.
Os olhos dela se abriram.
—Eu sei.
Desta vez, quando ele a beijou, ele suavemente pousou seus
lábios contra a boca macia dela e puxou seu lábio superior, em
seguida, passou a língua sobre ele. Lentamente, os lábios dela se
abriram. Dante continuou mordiscando os lábios até que ouviu um
pequeno gemido vindo dela. Agora ele entendeu: ela queria suave e
lento. Era com isso que ela estava acostumada. Ele poderia fazer isso.
Ele acalmou seus lábios.
—Você deveria ter me dito que gostava de gentileza. Porque uma
mulher andando em clubes sombrios tentando encontrar um homem
para o sexo geralmente quer alguma merda frenética.
Viola ofegou e parecia querer protestar, mas ele pressionou um
beijo suave em seus lábios antes de continuar.
—Não importa para mim. Você quer suave e lento, eu vou fazê-lo
dessa maneira. Mas quando você quiser foder forte e rápido, você vai
me deixar saber, não vai?
O aceno de cabeça dela foi quase imperceptível.
Dante explorou o côncavo quente e úmido de sua boca, varreu a
sua língua contra a dela e saboreou seu gosto. Ela era um bocado
deliciosa, e sua resposta suave e comedida apenas alimentava a sua
excitação. Persuadir uma resposta dela seria um desafio, e ele gostava
de um desafio mais do que qualquer outro homem.
25
Quanto mais e mais ele a beijou, mais Viola se despertou em
seus braços. As mãos dela em seu pescoço estavam quentes ao toque
agora, e seu corpo inteiro parecia irradiar calor. Ele congratulou-se e
deslizou sua mão até a pele exposta de seus ombros. Ela tremeu
quando ele acariciou seus dedos contra seu pulso, e ele ouviu seu
batimento cardíaco acelerar. O sangue dela corria através da veia
abaixo das pontas dos dedos, um sentimento que fez seu pau
endurecer em um instante.
Sim, levar para cama essa mulher tímida seria um prazer
inesperado. E, beber o seu sangue doce faria tudo mais agradável.
Dante abaixou a mão e segurou um dos seios, provocando um
suspiro dela. Ele aliviou seus lábios dos dela. Seus olhos cor de
chocolate pareciam ser ainda mais escuros do que antes. E os lábios
dela estavam inchados de seus beijos. Ele gostava bastante da visão.
—Posso ajudá-la a se despir?
********** As palavras dele puxaram-na para fora de seu estado
embriagador de paixão. Nenhum homem jamais a beijou assim. Na
verdade, nenhum homem jamais a beijou em um local diferente de
sua mão ou seu rosto. Isso foi mais do que ela esperava. E ela não
queria parar.
—Eu quero beijar um pouco mais. — ela murmurou e desviou
seu olhar.
—Vamos beijar muito mais, eu prometo a você. Mas, primeiro,
vamos tirar o vestido para que eu possa tocá-la enquanto eu te
beijo.— Os olhos dele pareciam devorá-la. E a rouquidão de sua voz
enfatizava a promessa que ele tinha falado.
—Será que você vai se despir também?
26
Ele riu.
—Gostaria de me ajudar com isso?
O pensamento de despi-lo a excitava. Ela lambeu os lábios em
antecipação. Pelo que ela sentia debaixo de suas mãos quando ela
segurou-o perto dela, Dante era um homem grande, com músculos
fortes e, ainda assim, seu corpo era reconfortante.
—Eu diria que é um sim.— Seu sorriso era quente, e ela sorriu
de volta.
Ele começou a desamarrar o corpete. Desde que ela tinha vindo
a Veneza sem uma empregada, ela escolheu um vestido que ela fosse
capaz de colocar e tirar, sem ajuda de ninguém. No entanto, quando
ela sentiu os dedos dele correrem sobre seu torso enquanto ele
soltava o vestido, ela não se importava que ele a ajudasse. Ela gostava
das formigas que se espalhavam por sua pele a cada toque das mãos
dele. E ele estava apenas tocando-a através de muitas camadas de
suas vestes. Como seria a sensação quando ele tocasse a pele nua?
Quando Dante retirou-lhe o corpete e deixou as saias de seu
vestido caírem no chão em um sussurro, ela se pôs diante dele
usando apenas sua combinação e calçolas. Ela não tinha usado um
espartilho, pois sabia que seria incapaz de amarrá-lo sem ajuda.
Agora ela se sentia exposta, sabendo que ele podia ver através do
tecido fino branco de sua combinação. Instintivamente, ela cruzou os
braços sobre os seios.
—Não... — ele sussurrou — deixe-me vê-los.— Ele pegou os
braços dela e os descruzou. —Você é linda. Você não tem nenhuma
razão para se esconder.
Ele passou a palma da mão em um de seus seios, depois no
outro. O toque a fez sentir como se uma tempestade passasse por ela.
27
—Eu adoro a forma como eles se sentem em minhas mãos.— Ele
apertou-os e o coração dela disparou.
—Oh, Deus.
—É Dante— ele corrigiu. Claro, ela sabia disso. Ele disse a ela o
nome dele no caminho para a pousada. Mas por alguma razão seu
cérebro não estava funcionando quando as mãos dele estavam sobre
ela.
—Dante. — ela sussurrou. —Eu quero despir você também.—
Viola colocou as mãos sobre o peito dele, fazendo-o soltar seus seios.
Lentamente, ela abriu botão após botão, revelando um peito
musculoso com uma leve camada de cabelos escuros que formava
uma trilha estreita em direção ao topo de suas calças. Seus olhos
seguiam o caminho escuro.
—Sim. — ele encorajou-a. —Abra as minhas calças e tire meu
pau para fora. — Ninguém nunca tinha falado essa palavra na frente
dela, mas ela sabia o que significava. Seus olhos se fixaram no
volume escondido sob o tecido. A protuberância era muito grande.
Será que ele usava preenchimento? Ela esperava que sim, porque o
que o contorno rígido das calças sugeria era fisicamente impossível,
ela estava certa.
Viola hesitou, mas Dante simplesmente pegou a mão dela e
colocou a palma sobre a protuberância.
Assustada, ela tentou se afastar, mas ele segurou seu pulso e
forçou-a a apalpar a ereção.
A carne contra a palma da mão era quente e pulsava. Ela nunca
tinha sentido nada tão vibrante. Agora ela tinha a resposta: ele não
usava enchimento.
—Abra os botões.
28
Ela seguiu o seu comando sem pensar. Momentos depois, as
calças estavam abertas. Ela puxou para baixo e tirou-a
completamente. Viola desviou os olhos, mesmo que ela quisesse
muito olhar para ele. Mas o constrangimento tomou conta dela. Ela
nunca tinha visto um homem nu.
—Olhe para mim.— A voz de Dante era calma.
Ela levantou os olhos para encontrar o olhar dele. Mas ele
sacudiu a cabeça.
—Olhe para meu pau. — Ela engoliu em sua declaração ousada.
Como ela poderia simplesmente olhar para ele de uma maneira tão
óbvia?
—Por favor, olhe para meu pau e o tome em suas mãos.— Ela
juntou sua coragem e baixou o olhar para o estômago dele, então
para mais abaixo. No meio do ninho escuro de cachos, seu eixo
permaneceu em pé, ligeiramente curvado para cima, suas veias
escuras pulsando, a cabeça brilhando. Ela sempre pensou que o
corpo de um homem seria feio sem roupas, mas nada poderia estar
mais longe da verdade. Seu pênis rodeado por fortes veias era como
um pedaço de arte esculpida. Bonito, orgulhoso e perfeito.
A mão dela parecia ter vontade própria quando se estendeu e os
dedos passearam pela parte inferior de seu pênis. A pele era tão suave
como a de um bebê, mas quando ela colocou a mão em torno dele, ela
podia sentir o quanto ele era duro. Como um falo esculpido em
mármore.
—Foda. — Dante assobiou.
Na sua maldição, ela o soltou com um suspiro de surpresa.
—Não. Não pare. Eu gosto do jeito que você me toca.
Timidamente, ela o levou em sua mão novamente. Então ela
sentiu as mãos dele sobre ela, abrindo os botões de cima de sua
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combinação de modo que facilmente deslizou sobre um ombro,
expondo um dos seios à sua visão. Ele inclinou a cabeça para baixo e
lambeu-lhe o mamilo.
Sua mão o soltou enquanto ela tentava lidar com as novas
sensações que a atingiam. A língua dele era quente e úmida, a textura
criava um atrito delicioso em seu seio. O mamilo tinha ficado duro e
estava doendo. Viola jogou a cabeça para trás. Quando o ar frio
soprou contra sua pele, ela percebeu que ele empurrou a combinação
sobre os ombros e deixou-a cair no chão. Então ela sentiu as mãos
em suas calçolas, descendo-as em direção ao chão também. Ela
deveria ter sentido vergonha, mas tudo que ela sentiu foram as mãos
dele queimando sobre a sua pele.
A boca dele estava sugando seu mamilo, puxando-o
profundamente em seu calor. Ele criou uma dor tão forte entre as
pernas dela, onde se sentia um calor e umidade, algo que ela nunca
tinha experimentado antes.
Viola enfiou as mãos nos ombros dele para não balançar, se
pudesse manter o equilíbrio poderia controlar as manifestações de
seu corpo. Dante rosnou e levantou a cabeça de seu peito.
—Não. — ela protestou, querendo mais do que ele estava
oferecendo.
—Shh, meu doce.— Ele levantou-a nos braços e levou-a para a
cama. Quando ele a deitou e se abaixou sobre ela, sentiu a finalidade
de suas ações. Uma onda de pânico a atingiu e ela enrijeceu.
—O que há de errado?— perguntou ele.
Viola abriu os olhos e olhou para ele. Este era o homem que
estava prestes a tirar sua virgindade e torná-la uma mulher antes de
morrer. Ela estava assustada, mas sabia que precisava disso,
30
precisava saber o que significava ser uma mulher. Apesar de seu
medo, ela se forçou a sorrir.
—Nada.
Dante deitou em cima dela, espalhando suas coxas com seu
corpo. Seu membro rígido foi colocado no centro das coxas dela, onde
a dor latejante que não podia descrever foi ficando mais forte.
—Você me deixa tão quente e tão duro. — ele disse, sua
mandíbula apertada como se ele estivesse exercendo uma força sobre
algo ou alguém. —Eu não posso esperar mais.— Então, ela sentiu o
pau grosso na sua entrada pouco antes dele empurrar para dentro
dela.
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CAPÍTULO 5
Dante sentiu quando a barreira interna se rompeu e congelou
quando ouviu Viola gritar.
—Você é virgem?— Ele apoiou-se nos cotovelos, suavizando o
peso. —Você mentiu para mim.— A fúria percorria o corpo dele. A
mulher debaixo dele não era viúva, mas uma tímida virgem. Não é de
se admirar que ela tenha ficado tão hesitante quando ele a beijou na
primeira vez.
Viola desviou o olhar irritado.
—Você teria feito isso se eu lhe dissesse que eu era virgem?
—Claro que não.— Ele saiu dela com um acesso de raiva. —Eu
não estou no negócio de deflorar inocentes.
—Os outros homens no clube também não, então eu pensei...
—Você sabia que teria que mentir. Eu entendo. Se isso é algum
truque seu para me obrigar a casar com você, então...
Os olhos dela se arregalaram em choque, e ela sentou-se
nervosamente, enquanto puxava o lençol para cima para cobrir-se.
—Como você se atreve a insinuar que eu queria prendê-lo? Não
tenho nenhum interesse em você. Tudo o que eu queria era uma noite
de paixão.— Ela pulou da cama e pegou a combinação do chão.
Ele observou como suas mãos tremiam quando ela começou a se
vestir.
—Viola, pare. O que você está fazendo?
Ela puxou suas calçolas e pegou o vestido.
—Eu estou indo embora.
—E onde você está indo?
—Que importa? Eu consegui o que eu vim buscar. Você fez o que
eu queria que você fizesse. — Ela fungou, e ele suspeitava que ela
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estava à beira das lágrimas. Caramba, como ele odiava quando as
mulheres choravam.
—Eu não fiz nada ainda. Você acha que fizemos alguma coisa?
Você realmente é uma inocente.— E por alguma estranha razão, ele
gostava de sua inocência. Isso fez seu pau ainda mais galopante.
Viola puxou seu vestido para cima, e ele ficou surpreso com o
quão rápido ela amarrou os cadarços na frente do corpete.
—Eu não sou mais inocente.
Dante pulou da cama, sem se preocupar com a sua nudez.
—Tudo que fiz foi penetrar. Isso não é foder.
—Bem, eu não me importo de saber sobre o resto.— Ela agarrou
seu manto e a bolsinha pequena que ela tinha trazido com ela e
correu para a porta.
Dante ficou congelado. O que aconteceu? Ele desvirginou uma
virgem que tinha pulado fora de sua cama antes mesmo de ter sido
corretamente fodida. Tudo que ela experimentou foi a dor associada
com a invasão de seu canal demasiado apertado. Caramba, apesar de
ter sido rápido ela o agarrou forte. Se ele soubesse, ele iria tê-la
preparado melhor. O que ele estava dizendo? Se ele soubesse, ele
nunca a teria tocado.
Porra do inferno, não era assim que ele queria ser lembrado:
como o homem que a machucou.
Dante amaldiçoou e pegou suas roupas.
********** O momento em que o ar frio da noite bateu em seu corpo
aquecido, Viola sentiu uma dor surda em sua cabeça. Como um
punho fechado, a pressão na cabeça crescendo, empurrando de
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dentro para fora como um pintinho tentando rachar a casca do ovo
para nascer.
Os eventos tinham sido demais para ela depois de tudo: a
antecipação e nervosismo quando ela entrou pela primeira vez no
clube, o medo e a devastação quando começou a luta entre Dante e
Salvatore, e agora a perda de sua virgindade. Tinha sido doloroso,
mesmo que a dor aguda tenha durado apenas um momento. No
instante em que ele penetrou-a com sua masculinidade, que era
claramente demasiado grande para uma mulher como ela, todas as
sensações deliciosas que os beijos e as carícias dele causaram havia
desaparecido de seu corpo. Se isso era o sexo, então ela já não estava
interessada.
Bem, pelo menos ela não iria morrer virgem. Agora que ela sabia
que tinha experimentado tudo o que ela tinha decidido fazer, ela
sentia-se vazia. Mas em vez de um vazio agradável em sua cabeça, ela
sentiu uma dor latejante. Ela sabia que durante horas ela estaria nos
braços de uma dor excruciante.
Mas ela não permitiria isso. Todos os itens de sua lista foram
cumpridos. Não havia nenhuma razão para ficar. Era melhor acabar
com isso agora.
Viola caminhou até a próxima esquina, onde uma lâmpada de
gás iluminava a rua e parou.
Ela soltou o arco de sua pequena bolsa e abriu-a. Além de um
lenço, algumas moedas e suas pílulas, o único outro item que havia
era a pistola que tinha tomado da biblioteca de seu pai. Ela observou-
o muitas vezes enquanto ele a limpava e a carregava. Ela teve o
cuidado de dispará-la, quando estava na Suíça, para se certificar de
que estava funcionando.
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Seus dedos de repente sentiam-se gelados quando ela puxou a
arma de sua bolsa. Ela reconheceu seus movimentos lentos como um
sintoma de sua covardia. Ela era uma covarde por tirar sua própria
vida, mas também era uma covarde por hesitar em colocar a pistola
em sua têmpora.
Ela se forçou a controlar o tremor em suas mãos. Tinha que ser
feito. Ela não iria ficar de braços cruzados, esperando por sua morte,
quando não havia mais nada que queria da vida, quando tudo que ia
acontecer de agora em diante seria doloroso. Não haveria mais
alegrias em seu caminho.
Viola deu um sorriso triste, lembrando os poucos momentos de
felicidade pura e completa que ela sentiu quando Dante a beijou.
Aqueles eram os minutos que ela queria lembrar-se na hora da sua
morte, não a dor que veio em seguida ou as palavras feias que ele
tinha atirado nela.
Um soluço minúsculo rasgou de seu peito quando ela levantou a
arma para a cabeça e fechou os olhos. Ela engatilhou a pistola, e o
som ecoou no beco, ricocheteando nas paredes de pedra para contar
ao mundo que ela estava indo embora. Seu dedo no gatilho tremia,
mas ela respirou fundo uma vez e, em seguida, novamente.
Lágrimas atravessaram as pálpebras fechadas e escorreram pelo
seu rosto. Ela apertou o dedo indicador e sentiu algo impactante em
seu corpo no momento que o tiro ecoou.
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CAPÍTULO 6
O tiro ecoou na rua quando Dante se jogou em direção a Viola e,
simultaneamente, puxou a pistola da mão dela. Eles caíram na rua de
paralelepípedos, Dante em cima dela. Ele imediatamente levantou,
mas ela não se moveu.
Suas narinas sensíveis pegaram o cheiro do sangue dela
imediatamente.
—Não! — Ele gritou. Ele tinha vindo tarde demais. Quando ele a
viu de pé ali, debaixo do lampião de gás, ele hesitou em se aproximar
dela. Ele não sabia o que dizer a ela. Tarde demais ele tinha visto a
pistola em sua mão. Somente quando ela levantou o objeto em
direção à própria fronte ele reagiu e começou a correr.
Dante olhou para o ferimento na cabeça de Viola, afastando a
fome de seu sangue, ao mesmo tempo. Ele deveria ter vergonha de si
mesmo. Mesmo agora, com o sangue escorrendo de sua cabeça, ele
não queria nada mais do que prová-la. Ele balançou o pensamento
fora como um cão abanando a cauda.
Hesitante, ele alisou a mão sobre o ferimento, enxugando o
sangue, com medo do que ele poderia encontrar. Mas os dedos não
encontrar uma ferida aberta. Pelo contrário, tudo o que ele sentia era
uma abrasão. Ela estava sangrando levemente. Ele abaixou a cabeça
mais perto, percorrendo seus olhos sobre a ferida. O lampião de gás
fornecia um pouco de luz; sua visão noturna superior compensou
pelo resto.
Não houve furo. A bala havia atingido de raspão nela, e,
provavelmente, a maneira violenta com que ele derrubou-a no chão a
fez desmaiar. Dante apertou a mão contra o peito dela para sentir os
batimentos cardíacos, mesmo que ele pudesse ouvi-los, mas ele
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precisava tranquilizar-se. Instintivamente, sua mão se moveu,
apertando um seio. Ele puxou-a longe dela.
Pelos deuses, ele era tão depravado por acariciar uma mulher
inconsciente e ferida. Seu estômago roncou, o cheiro do sangue doce
dela agredia os sentidos dele. Desde que ela sangrava, ainda que
ligeiramente, de seu ferimento na cabeça, ele não seria capaz de se
concentrar em qualquer outra coisa. Ele aproximou seus lábios da
ferida e lambeu por cima com um golpe único de sua língua,
obrigando-se a recuar imediatamente.
Sua saliva fecharia a ferida, curando a pele, mas ele não tomou
conhecimento do mesmo. Ele estava muito distraído pelo gosto dela
na sua língua. Seu sangue era doce e rico como ele esperava, mas
havia outro gosto nele, e ele não pôde determinar o que era.
Era um gosto estranho, assim como o cheiro dela tinha lhe
parecido estranho quando ele o inalou no clube. Dante balançou a
cabeça. Sua mente estava confusa, provavelmente, seus sentidos
estavam abalados pelos acontecimentos.
Viola havia tentado se matar por causa do que ele tinha feito
para ela.
Ele tinha se comportado como um cafajeste? Talvez ele não fosse
melhor do que Salvatore. Pelo menos as feridas que Salvatore deixava
sobre as mulheres eram visíveis e se curavam com o tempo, mas as
feridas que ele tinha colocado sobre essa mulher inocente eram
internas. Ele não tinha visto o quanto ele a tinha machucado. Mas ele
a machucou, tanto que ela foi buscar consolo com a morte.
O conhecimento bateu-lhe no estômago. Ela tentou dar um fim à
própria vida alguns minutos depois que deixou sua cama, minutos
depois que ele acusou-a de mentir e tentar prendê-lo. Minutos depois
de ter estado dentro dela e fisicamente machucá-la. Ela queria deixar
37
este mundo com o equívoco de que o sexo era uma coisa terrível, que
só causava dor às mulheres. E que ele era um amante terrível.
Esse conhecimento especial atingiu seu ego.
Nenhuma mulher com quem havia estado tinha tentado se
matar, pelo menos ele esperava que não. Ele sempre procurou se
certificar de que as mulheres se divertiram enquanto eram fodidas.
Francamente, era mais divertido para ele se o fizessem. Mas Viola...
ele a tinha decepcionado tanto que ela não desejava continuar a viver.
O que deveria fazer? Mais do que apenas um amante ruim se ela
morresse ele seria cúmplice de sua morte. E isso era uma coisa que
ele não queria ser.
Sim, ele tinha matado, mas apenas quem tinha ameaçado sua
vida ou a de seus companheiros vampiros. Ele nunca matou um
inocente, e ele não estava prestes a começar agora. Ele precisava
convencer a mulher que ainda estava inconsciente sobre as pedras
que a vida valia à pena viver. E que valia à pena fazer sexo.
Novamente e novamente e novamente.
Decidindo o que tinha que fazer, ele colocou a pistola no bolso
do casaco e pegou Viola em seus braços. Mal sentiu o peso dela nos
quinze minutos que levou para chegar à sua casa.
As luzes estavam acesas quando ele entrou e, através da porta
aberta da sala, vozes e risos chegaram até ele.
—Dante?— Seu irmão Raphael gritou para ele.
—Agora não.— Dante dirigiu-se para as escadas, mas seu irmão
já estava na porta e encontrou-o no hall.
—Há rumores de que você teve uma briga no...— Seu irmão o
interrompeu. —Você tinha que trazer para casa o jantar? Pensei que
tínhamos discutido...
Dante girou e encarou o irmão.
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—Ela não é o jantar.— Ele ficou surpreso com o tom defensivo
na sua própria voz.
—Sinto o cheiro de sangue.
—Ela está ferida.
Atrás dele, Isabella surgiu.
—O que está acontecendo?— Sua cunhada parecia tão
encantadora como sempre. Dante notou como Raphael imediatamente
pegou a mão dela na sua.
Pombinhos, Dante resmungou internamente.
—Nada. Estou apenas ajudando uma mulher ferida.
Ao ouvir a frase, Isabella levantou uma sobrancelha. Parecia que
sua nova cunhada já havia descoberto que ele não era o tipo bom
samaritano.
—Desde quando você está tão caridoso, Dante?— Seu irmão
zombou.
Dante respirou fundo.
—Preciso lembrar que esta é a minha casa também, e que não
devo satisfações sobre o que eu faço?
—Certo. No entanto, eu gostaria de me certificar da segurança
da garota enquanto ela está em nossa casa.
A paciência de Dante havia se esgotado.
—Bem, bem, olhe só para o meu irmão, de repente tornou-se
alguém responsável. Sem ofensa, Isabella, mas parece que seu marido
esqueceu como ele era antes de se casar com você. Lembro-me que...
—Seja como for, as coisas mudaram.— Raphael levou a mão de
Isabella para os lábios e beijou-lhe os dedos. —Nós concordamos que
não iríamos expor para Isabella os aspectos mais cruéis da nossa
espécie. E isso inclui trazer seres humanos inocentes para nossa casa
e...
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Dante deu um passo mais perto.
—E o quê?— Então ele olhou para o rosto de Viola, que foi
embalada no peito dele. —Ela não sofrerá nenhum dano. Se você quer
saber, ela tentou tirar a própria vida hoje à noite.
—Oh, não. Pobre menina! — Isabella ofegou em choque
—O que aconteceu?— Raphael perguntou, sua voz cheia de
compaixão agora.
Dante fechou os olhos, lutando consigo mesmo sobre o quanto
deveria dizer a seu irmão.
—Ela era virgem. Mas ela mentiu para mim e me disse que ela
era uma viúva procurando alguma... diversão carnal.— Ele olhou
para o rosto de Isabella, imaginando o quanto mais ele deveria dizer.
A mulher de seu irmão apenas ouvia com a respiração suspensa. —
Não era...bem, não foi agradável para ela. Ela tentou se matar dez
minutos depois. Tive a sorte de impedi-la. A bala atingiu de raspão
sua testa.
Por um momento, ninguém falou. O silêncio na sala era
ensurdecedor.
Ele esperou por uma observação sarcástica de seu irmão, mas
ela não veio.
—O que, sem comentários?— Dante questionou.
—É melhor você levá-la para cima. Vou informar aos
empregados para que o ajudem a cuidar dela. Eu estou supondo que
ela não sabe o que você é?— A voz de Raphael foi calma e serena.
Dante balançou a cabeça.
—Não. É ruim o suficiente ela pensar que o sexo é uma coisa
terrível. Como você acha que ela vai reagir se descobrir que um de
nossa espécie teve a sua virgindade?— Ele olhou para o rosto de Viola
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e puxou-a mais apertada junto ao seu corpo. Ela parecia tão frágil e
ele se sentia como um animal que a atacou.
E ele queria fazê-lo novamente.
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CAPÍTULO 7
Viola sentiu como se estivesse em um casulo morno e se
aconchegou mais profundamente na suavidade. Ela não esperava que
a vida após a morte fosse tão suave e quente. Na verdade, ela pensava
que seu ato desesperado de cometer suicídio a levaria para o inferno.
Mas isso não se parecia como o inferno. Não havia cheiro de enxofre.
Em vez disso, ela podia sentir um cheiro persistente de colônia – uma
colônia masculina - e um pouco de fumaça de um fogo que ardia nas
proximidades. Era estranho.
Ela abriu os olhos e tentou reconhecer onde estava. O choque a
fez sentar-se.
Ela estava em uma grande cama com dossel, no meio de um
quarto de dormir ricamente decorado - um quarto de dormir muito
masculino.
—Ah, você está finalmente acordada.
Viola girou a cabeça em direção à voz masculina e congelou.
Dante. Ele levantou-se da poltrona em que estava sentado perto da
lareira e começou a caminhar em direção à cama. Ela pegou o lençol e
o apertou contra seu corpo, percebendo de imediato que ela só usava
uma combinação.
—Eu tive que deixá-la mais confortável. — Seu tom era
tranquilo, e até mesmo seus olhos pareciam sinceros.
—Onde estou?— Ela empurrou a pergunta, segurando seu
pânico. Ele a tinha raptado? O que aconteceu? Ela se lembrava
claramente de pressionar a arma contra sua têmpora e puxar o
gatilho.
Dante chegou à cama e sentou-se na borda. Viola olhou-o
desconfiada.
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—Você está na minha casa. Eu não sabia onde você morava,
então eu a trouxe aqui.— Instintivamente, a mão dela foi para a testa.
Ela sentiu uma pequena ferida, mas nada a mais. Os olhos dele
seguiram-lhe a mão. —A bala atingiu de raspão sua testa. Eu
consegui puxar a arma da sua mão.— O coração dela batia forte no
conhecimento de que ele sabia o que ela tinha feito e que ele a
impediu de ser bem sucedida.
—Como você se atreveu?
—Desculpe-me?— A testa dele enrugou com a confusão.
—Você me ouviu. Como você se atreveu a me parar? Foi a minha
escolha. — Ela dirigiu-lhe um olhar furioso.
—Escolha?— Ele se levantou de repente. —Você não sabia o que
estava fazendo. Você não pode simplesmente matar-se sobre algo tão
trivial.
—Trivial?
—Sim, trivial. A primeira experiência sexual de uma mulher nem
sempre é agradável. Você não sabia disso?
Ele pensou que ela queria se matar porque a tinha machucado
quando ele a penetrou? Ela teve que lidar com dor mais intensa em
sua vida do que a dor daquele momento, que durou apenas alguns
segundos. Quão egoísta ele era?
—Seu cafajeste pomposo e arrogante! Isto não tem nada a ver
com você.
Dante olhou para ela.
—Tem tudo a ver comigo. Não há necessidade de mentir para
mim. Na verdade, seria melhor para todos os envolvidos se você me
dissesse a verdade. Você não é, obviamente, uma viúva. Eu acho que
nós já estabelecemos isso.
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Viola não gostou de seu tom de comando e decidiu não fazer isto
fácil para ele.
Talvez ele pensasse que poderia comandar outras mulheres ao
redor, mas ela não.
—Eu poderia muito bem ter sido casada e ainda ser virgem se...
De repente, ele estava na cama segurando o queixo dela com o
polegar e o indicador.
—Você não sabe mentir. Então pare, ou eu vou ter que fazer isso
para calar sua boca.— Ele pressionou um beijo em seus lábios, um
beijo tão breve que ela mal desfrutou da sensação.
—Eu não lhe dei permissão para me beijar!— ela protestou e
empurrou-o, deixando cair o lençol no processo.
—Você deu-me permissão para fazer um monte de coisas mais
do que isso.— Ele sorriu e baixou o olhar para seus seios.
Com um movimento brusco, ela se cobriu com o lençol.
—Vá, sente-se naquela cadeira ali. — Ela queria que ele ficasse o
mais longe possível. Quando ele estava tão perto com o seu perfume
masculino envolto em torno dela, ela não conseguia pensar com
clareza. Ela queria puxá-lo para a cama com ela e pedir-lhe para
beijá-la novamente do jeito que ele tinha feito antes de pressionar sua
masculinidade enorme contra ela.
O olhar que ele deu a ela só poderia ser descrito como avaliativo.
— Se você deseja assim. — Dante deixou-se cair na poltrona e
olhou para ela.
—Agora, se você me disser onde minhas roupas e minha bolsa e
pistola estão, eu poderei me arrumar e partir.
—Você não vai fazer tal coisa.
Viola estreitou os olhos.
—Você está me mantendo em cativeiro?
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—É para sua própria segurança. Quanto à sua pistola: você deve
estar louca para pensar que eu simplesmente a devolveria depois que
você tentou se matar com ela. Não, jovem, você ficará aqui até que eu
possa ter certeza que você não vai tentar novamente.
Ela inalou bruscamente.
—Isso não é problema seu. Minha vida é minha, e eu vou fazer
com ela o que quiser.
—Não se eu puder ajudá-la. — retrucou Dante enquanto
levantava-se. Ele parecia um tigre enjaulado quando ele se aproximou
da cama de novo. Instintivamente, ela recuou para o outro lado da
cama.
—Você não pode fazer isso.
—Eu posso fazer muito mais do que isso. Para começar, eu vou
lhe mostrar que o sexo pode ser tão prazeroso para uma mulher como
é para um homem. E quando você entender isso, você não terá
qualquer motivo para tentar se matar novamente.
Viola simplesmente olhou para ele. Ele não podia estar falando
sério. O homem tinha um sentido completamente exagerado de
egocentrismo que não permitiria que seu carcomido cérebro
entendesse que ele não era a razão pela qual ela desejava deixar este
mundo. E, claro, ela não lhe diria a verdade. Não era da conta dele.
Além disso, não queria piedade de ninguém. Quanto a ele provar a ela
que o sexo era prazeroso para as mulheres...
—Como você vai fazer isso?
Às vezes ela desejava que seu cérebro fosse mais rápido do que
sua língua, porque claramente ela tinha falado demais novamente. A
julgar por seu sorriso maroto, ele estava gostando da situação.
—Muito devagar e suavemente.— O olhar que ele lançou ao
longo do corpo dela a fez tremer.
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Deus lhe ajudasse se ele falava sério.
—Você não pode...
—Fazer isso— ele terminou a frase e pulou em cima da cama de
quatro. —Eu não teria tanta certeza se eu fosse você.
Um segundo depois, Dante estava escarranchado sobre os
quadris dela e a pressionava de volta para os travesseiros, o rosto a
poucos centímetros dela. O corpo de Viola aqueceu e seu pulso
acelerou.
Saber como ela tinha reagido aos seus beijos e seu toque antes
tornou impossível para ela afastá-lo. Ela se sentiu paralisada.
Os dedos dele acariciaram suavemente o rosto dela.
—Como nós dois sabemos, eu sou mais forte que você. Então,
poupe seu fôlego para quando você encontrar-se ofegante pelo
orgasmo. Mas agora, eu vou mandar os empregados prepararem um
banho para você. E quando você estiver pronta, eu vou esperar você
lá embaixo para uma refeição.
Seu instinto de luta não a tinha deixado ainda. Se ele pensou
que ela foi facilmente intimidada ele ainda não sabia como ela era
teimosa.
—Eu não vou fazer tal coisa.
—Tudo bem, então eu mesmo vou dar um banho em você.
O choque a atravessou.
—Você não faria isso...— A voz dela falhou. Ele faria. —Tudo
bem.
—Agora sim, está sendo uma boa menina.
Aquilo foi um elogio ou ele estava zombando dela?
Quando ele pulou da cama, ela deveria ter se sentido aliviada,
mas seu corpo instantaneamente protestou pela perda do calor.
Ele caminhou até a porta.
46
—E se você demorar muito com o seu banho, porque você está
tentando me evitar, vou pessoalmente retirá-la da banheira e enxugá-
la.— Quando ele bateu a porta atrás dele, Viola atirou-lhe um
travesseiro.
—Você não é tão irresistível quanto você pensa!— ela murmurou
baixinho e podia jurar que ele ouviu e riu enquanto descia as
escadas. No entanto, não havia nenhuma maneira que ele pudesse
ouvi-la através da porta fechada.
47
CAPÍTULO 8
—Você está louco?— Raphael grunhiu.
Dante deu de ombros e chutou o pé contra a grade da lareira,
fazendo com que as brasas e o fogo chiassem em resposta.
—O que você quer que eu faça? Deixe-a solta para tentar se
matar novamente? Eu não vou fazer isso.
—Você é surpreendentemente protetor com essa garota. Nem
parece ser você mesmo. Tem certeza de que está bem?— O sorriso
insolente de Raphael não fez nada para acalmar o temperamento de
Dante.
—Olha quem fala. Você se tornou muito suave desde que você se
casou.
—Você sabe que eu posso ouvi-lo, Dante, não é?— A voz de
Isabella veio do sofá.
—Eu estava apenas tentando fazer com que o seu marido largue
do meu pé, minha querida.
—Então ele não iria questionar suas ações?— Perguntou ela.
—Eu sou meu próprio mestre. O que eu faço não é da sua conta
ou do seu marido.
—O que dizer da menina?— Raphael interveio e tomou assento
ao lado de sua esposa.
—Eu prometo que nenhum mal acontecerá a ela. Eu não sou um
canalha completo.
—Eu ainda não estou certa sobre isso.— a voz de Viola veio da
porta.
Dante levantou do seu assento e girou. Ela entrou na sala,
usando o vestido que ela tinha usado antes, o mesmo que ele despiu
do corpo dela muitas horas atrás. A memória dele ainda estava fresca
48
e fez seu pulso acelerar. Ele socou-se mentalmente para controlar a
própria reação.
—Eu já teria partido, mas parece que alguém fechou a porta
acidentalmente, e não consigo encontrar uma maneira de abri-la.—
Ela virou-se para Raphael, que também havia se levantado. —Talvez
você possa me ajudar com isso? Meus pais devem estar preocupados
que eu ainda não tenha retornado.
Seu sorriso era doce, mas Dante sabia que Viola estava tentando
cativá-los. E ele não iria se apaixonar por ela.
—Raphael di Santori— seu irmão se apresentou. —Dante é meu
irmão.— Então Raphael virou para sua esposa que tinha se
posicionado a seu lado. —Minha esposa Isabella.
—Prazer. Viola Costa. Lamento ter incomodado vocês. Se você
puder abrir a porta, por favor, eu gostaria de voltar às minhas
acomodações.— Ela deu outro sorriso doce e virou seu corpo em
direção à porta.
Suas últimas palavras ecoaram pela cabeça de Dante. Ela queria
voltar para suas acomodações, e não sua casa. Ohh. Ele fez uma
aposta.
—Se você me permite, Viola, eu gostaria de acompanhá-la ao seu
hotel para se certificar de que você está segura. Onde está
hospedada?
—O Aristo...— Ela fechou a boca rapidamente, mas Dante tinha
ouvido o suficiente.
—Assim como eu pensava. Você não vai para a casa de seus
pais. Eu arriscaria um palpite de que seus pais não têm ideia de onde
você está.— Quando as bochechas dela mudaram de cor, Dante sabia
que ele estava certo. —Bem, bem. Nesse caso, me desculpe, minha
jovem, mas eu sinto que é meu dever mantê-la aqui sob a minha
49
supervisão, onde nenhum mal pode vir até você. Entretanto, eu ficarei
feliz em fazer contato com seus pais para que eles possam vir buscá-
la.
Viola estreitou os olhos.
—Isso não será necessário. Eu vou encontrar meu próprio
caminho para casa.
—Não, não. Eu insisto. Uma vez que seus pais cheguem, eu vou
estar mais do que feliz em libertá-la.— Ele voltou para a sua poltrona.
—Eu acho que isso é o mínimo que podemos fazer como venezianos
hospitaleiros que somos, você não acha isso, Raphael?— Pela
primeira vez, seu irmão concordou, embora com uma careta no rosto.
—Eu tenho medo que seria imprudente permitir que uma jovem sem
um acompanhante deixe a nossa casa. Se você me der o nome de
seus pais e endereço, eu pessoalmente enviarei um mensageiro e
torná-los-ei conscientes do seu paradeiro, senhorita Costa.
Viola bufou e deu alguns passos em direção a Dante. Ela era
uma fugitiva e não tinha intenção de ser encontrada. Ainda bem,
porque ele queria que ela ficasse aqui com ele. Até que, bem...até que
ele estivesse satisfeito do gosto dela.
—Você, você...— A pele dela brilhava, e seu peito adorável subia
a cada respiração que ela tomou. Com seu dedo indicador, ela
espetou-o no peito. —Você, você...
—As palavras lhe fogem, minha querida?— Dante pegou o dedo
e levou-o aos lábios, dando-lhe um beijo macio. —Agora, que tal um
pouco de comida? Todas essas mentiras devem ter feito você ficar com
fome.
Viola bufou mais uma vez e se afastou. Dante não poderia deixar
de rir. Ela estava muito determinada a teimar com ele. Porra, ele
gostava disso em uma mulher.
50
Isabella colocou a mão no braço de Viola.
—Venha, senhorita Costa. O cozinheiro preparou uma agradável
refeição para nós. Vamos deixar os homens com sua conversa.
**********
Viola não tinha escolha. Ela não podia permitir que Dante ou
seu irmão entrassem em contato com seus pais. Se o fizessem, seus
pais a arrastariam de volta para sua casa, apesar de sua ameaça de
causar um escândalo. No momento em que eles chegassem em
Florença muito tempo teria passado, e sua saúde teria se deteriorado
bastante para ela não ter forças para executar sua ameaça. E seus
pais sabiam disso. Não, ela não podia arriscar que uma mensagem
fosse enviada a eles. Era melhor deixá-los acreditar que ela estava na
Suíça.
Ela deveria ter pensado melhor antes de responder ao
questionamento de Dante, ele imediatamente percebeu a mentira dela
quando admitiu que estava hospedada em um hotel. Ele tinha feito de
propósito.
Ela teria que elaborar uma estratégia para ganhar de volta um
pouco de terreno, mas, primeiro, ela precisava comer. Ela sentia
fome. Seu estômago roncou com o pensamento sobre comida.
—Você deve estar morrendo de fome— disse Isabella e apontou
para uma cadeira em frente dela em uma grande mesa de jantar.
Viola sentou-se e dobrou o guardanapo sobre seu colo.
—Eu não sei por que. Eu já jantei.
—Hoje não. Você dormiu por quase 20 horas depois que Dante a
trouxe.
Assustada, Viola olhou para ela.
51
—Eu estou aqui desde ontem?
—Você estava inconsciente quando Dante colocou-a na cama.
Ouso dizer, ele estava muito preocupado com você. Isso não é comum
nele.— Havia uma expressão perplexa no rosto de Isabella. Ela era
uma mulher belíssima com a pele de seda, com olhos verdes
hipnotizantes e cabelo escuro longo que estava preso no alto da
cabeça em um coque frouxo.
—Ele não tem motivos para se preocupar comigo. Eu sou
perfeitamente capaz de cuidar de mim mesma.
—Uma vez que você levantou esse assunto, por que tentou se
matar?
Viola apertou sua mandíbula. Ela não esperava que a mulher
abordasse o assunto de forma tão brusca.
—Ninguém nesta casa parece ter qualquer tato.
Isabella fez um movimento de mão desconsiderando o
comentário.
—Ah, bem. Culpe o meu marido e seu irmão. O comportamento
deles tende a passar para os outros. Somos uma família muito
incomum para dizer o mínimo.
—Será que Dante tem o hábito de sequestrar mulheres
inocentes?— Ela enrugado seu nariz e levantou o queixo. Se a dona
da casa não podia manter-se agradável, por que ela iria? Ela era
apenas uma prisioneira, não uma convidada.
—Tudo o que você quer saber sobre o Dante, eu tenho certeza
que ele ficará feliz em lhe dizer. Eu não sou a pessoa indicada para
fazer isso.— Então, ela mudou de assunto. —Você gosta de faisão?
Viola mastigou a carne divinamente deliciosa completamente e
engoliu.
—Razoável.
52
—Eu vou pedir ao cozinheiro para preparar algo diferente
amanhã se você não gosta de aves.
—Eu já terei partido até amanhã, por isso não se incomode.—
Eles não podiam vigiá-la a cada segundo do dia e da noite. Ela iria
escapar na primeira oportunidade. Mas, até lá, ela tomou outro garfo
cheio de carne. Não havia nenhuma razão para passar fome.
—Fazendo planos sem mim, Viola?— Dante encostou-se na
porta.
Como ele conseguiu se aproximar tão silenciosamente assim?
Ela não demonstrou o quanto estava assustada com o aparecimento
repentino dele, ao invés, ela deu outra mordida na carne.
—Bem, termine sua refeição, meu doce, vamos sair. Vejo você na
entrada do hall em cinco minutos.
Ela girou a cabeça em sua direção, mas ele já tinha deixado a
sala. O que diabos ele estava planejando?
53
CAPÍTULO 9
Dante esperou por Viola, sua longa capa preta pendurada nos
ombros, a capa da moça em suas mãos. Ele precisava sair de casa. Se
ele ficasse sob o olhar atento de seu irmão e sua cunhada por mais
tempo, nunca chegaria a beijar a menina e iniciar a sua educação nas
artes carnais.
Era hora de lembrá-la do que tinham feito na noite anterior, não
quando ele a penetrou sem muita preparação, mas quando eles
tinham se beijado. Se não estava enganado, ela gostou bastante de
ser beijada.
Ele pegou o cheiro dela antes mesmo que ela saísse da sala de
jantar. Assim como o sangue dela havia provado diferente quando ele
a lambeu, o cheiro dela também tinha algo estranho. Algo que o fez
querer protegê-la. Ele não entendia o seu sentimento. Afinal, ele era
um mulherengo auto-proclamado, cujo único interesse residia em
fornicar e beber sangue até que sentisse o mesmo tipo de efeito de
alguns medicamentos produzidos pelos humanos.
Quando ele pôs os olhos em Viola resolutamente se arrastando
para o hall, o seu instinto protetor em relação a ela aumentou ainda
mais. A aura que ele sentiu ao redor dela parecia frágil em contraste
com sua língua afiada que ela insistia em usar contra ele tão
facilmente. Não que ele se importasse. Ele adoraria duelar com aquela
língua todo o dia, ou noite.
Dante limpou a garganta e empurrou seus pensamentos de volta
para as trevas de sua mente devassa.
—Aí está você. — disse quando ela surgiu na sua frente.
—Aonde vamos?— Sua voz estava cheia de desconfiança.
54
Ele deu um passo em direção a ela e colocou o manto sobre seus
ombros, amarrando a fita em sua garganta. Então, inclinou a cabeça
para sussurrar em seu ouvido.
—Explorar. — Antes que ela pudesse protestar, ele carregou-a
para a noite. Minutos depois, ele contratou uma gôndola e um
gondoleiro que lhe prometeu um bom passeio pelos canais e um olhar
discreto na outra direção quando necessário.
Dante ajudou Viola na gôndola e sentou-se confortavelmente ao
lado dela no banco acolchoado. Ela era uma coisa delicada, mas as
proporções gigantescas dele asseguraram que não havia um
centímetro de espaço entre eles.
Com o gondoleiro empurrando eles navegaram pelo canal, Dante
fez-se confortável e deslizou o braço em volta dos ombros de Viola
para pressioná-la mais perto dele.
—Signore. — ela protestou.
Ele baixou a cabeça para a dela.
—Por favor, me chame de Dante. Eu odiaria que você gritasse
“Signore” quando você estiver gozando em meus braços. Agora,
aproveite o passeio.— Ela não respondeu, e ele não esperava que ela o
fizesse. Por enquanto, tudo o que ele queria era que ela apreciasse o
passeio. Considerando que ela admitiu estar hospedada em um hotel,
então não era nativa de Veneza. Isso havia lhe dado a ideia de levá-la
em uma excursão ao longo dos pitorescos canais. Mesmo à noite, ela
seria capaz de ver muitas das belas mansões e formosos palácios da
cidade.
À medida que ele começou a apontar os edifícios e contar
anedotas sobre alguns dos habitantes, sentiu-a relaxar ao lado dele.
Pelo canto do olho, ele notou como ela olhou para muitas das casas
com espanto, a boca aberta de admiração óbvia. Muitas estavam
55
iluminadas por dentro por lustres enormes, dando a Dante e Viola
vislumbres do seu interior.
—Lindo. — ela sussurrou.
Dante estava satisfeito consigo mesmo. Viola parecia desfrutar
do passeio de gôndola. Fazia parte do seu plano para mostrar a ela
que a vida valia a pena, que havia beleza e emoção ao seu redor.
Quando de repente ela estremeceu ao lado dele, ele a puxou
para mais perto.
—Frio? — Ela balançou a cabeça, e ele estendeu a mão para as
mãos dela. Elas eram como gelo. Ele amaldiçoou a si mesmo. Só
porque ele não sentia o frio tão severamente como um ser humano
não significa que ele poderia esquecer o bem-estar dela. —Sinto
muito, Viola.— Ele abriu sua própria capa.
—Não, você vai ficar com frio, então. — ela protestou.
—Não, eu não vou. Venha.— Antes que ela pudesse protestar,
ele levantou-se, tomou-a nos braços e sentou-se novamente com ela
em seu colo, fechando o seu manto sobre os dois.
—Mas...
Ele matou seu protesto, pressionando-a mais perto de seu peito,
mantendo seus próprios braços dentro de sua capa, longe de olhares
indiscretos.
—Desta forma, nós dois vamos estar aquecidos.
—É só por isso?— Ela inclinou a cabeça erguida em desafio.
—Há uma segunda razão.
—E qual seria?
—Você gostou quando eu beijei você na noite passada? — Ela
deixou cair as pálpebras em sua pergunta, mas não disse nada. —
Você quer que eu te beije de novo?
56
Um aceno de cabeça quase imperceptível foi a resposta.
Excitação percorreu todo o corpo de Dante. Ele não havia se
enganado sobre os sentimentos dela na noite anterior. Ele teria outra
chance.
—Então, levante a cabeça e ofereça-me seus lábios.
Ela fez exatamente isso. Mas, em vez de roubar um beijo
apaixonado e exigente, ele empurrou de volta a sua fome para ela e
apenas levemente roçou os lábios contra os dela. Eles estavam quase
tão gelados quanto as mãos dela. Ele mordiscou-os, acariciando-os
com a sua língua quente na tentativa de aquecê-la.
**********
Viola fechou os olhos e saboreou o toque suave. Dante estava
diferente da noite anterior, menos urgente, menos exigente. Mais
suave, muito mais suave. No entanto, totalmente intoxicante. Ela
respirava seu aroma rico, uma mistura de perfume almiscarado - o
mesmo que ela cheirou em sua cama - e um cheiro profundo de terra
e couro.
Os lábios de Dante estavam pressionados suavemente contra os
dela, apenas tocando de leve. Um gemido frustrado escapou dela. Ela
queria que ele a beijasse da maneira como ele a beijou na noite
anterior.
—Algo errado?— ele sussurrou contra seus lábios.
—Não. — Ela não poderia dizer-lhe o que ela queria. Em vez
disso, segurou com as mãos a camisa dele e puxou, forçando-o a
colocar mais calor por trás do beijo. Ele não entendeu quando ela
disse que estava frio? Será que ele achava que aquele beijo tímido iria
aquecê-la?
57
Quando ela apertou os lábios contra a boca dele, um gemido
assustado veio de sua garganta. De repente, ele inclinou a cabeça e
empurrou contra seus lábios, solicitando a entrada com a língua. Em
um suspiro aliviado, ela abriu os lábios e congratulou-se com ele.
A mão dela cavou em sua camisa para segurá-lo perto para que
ele não parasse tão cedo. Em segundos, o beijo dele tinha se
transformado de inocente a exigente. Instantaneamente, ela sentiu o
calor subir por sua barriga e ondulações percorrem seu corpo,
atingindo todas as suas células. Ela relaxou e derreteu-se contra a
boca e língua dele, abrindo-se, assim ele poderia explorá-la mais
completamente. Todo o tempo as mãos dela o acariciavam através de
sua camisa. Ela ficou maravilhada com a dureza de seu peito
musculoso e o calor que seu corpo irradiava. Ela queria absorver tudo
isso e aconchegar-se em seu calor e proximidade.
Quando a mão dela subiu ao lado de seu torso e atingiu a parte
inferior de seu peito, ela suspirou em sua boca. Mas ele não parou.
Pelo contrário, ele aumentou a demanda no seu beijo, fazendo-a
esquecer de onde ela estava.
A mão dele segurou seu seio e deu-lhe um aperto suave. Ela
gritou e se afastou de sua boca.
—Não, aqui não. As pessoas podem ver.
—Ninguém pode ver o que estou fazendo sob o manto. — ele
assegurou-lhe e tomou sua boca novamente, sufocando seu protesto
seguinte. Como se para sublinhar a sua declaração, ele puxou o
corpete e conseguiu libertar os seios, deixando o tecido enrolado sob
eles, sustentando-os como uma prateleira em que seus seios
descansavam à espera do que ele quisesse fazer.
—Dante!— Ela tentou dizer-lhe que não era decente, mas ele a
beijou novamente. Com cada beijo, ela era menos capaz de resistir a
58
ele. Seu corpo parecia derreter mais e mais a cada segundo que ele
exercia essa doce tortura sobre ela.
Quando a mão dele deslizou sobre um seio e roçou-lhe o
mamilo, um raio disparou por seu núcleo, deixando-a molhada e
fazendo crescer uma dor desconhecida em todo seu caminho. Viola se
contorcia sob seu toque, tentando acalmar o desejo e a dor.
—Calma, meu doce. — ele balbuciou e mordiscou beijos ao longo
do seu pescoço, enquanto seus dedos brincavam com a carne nua,
transformando o mamilo em um pico rígido. —Eu vou te dar o que
você quer.
Como ele poderia saber o que ela queria, quando ela mesma não
sabia? Tudo que sabia era que não queria que ele parasse de tocá-la.
Então, quando a mão dele deixou seu seio e abaixou para a cintura,
ela protestou.
—Não. Por favor. Eu quero...— A mão dele apertou-lhe a coxa, o
calor inundando através dela fazendo-a esquecer os seus
pensamentos.
—Eu sei o que você quer.
Será que ele sabia? Ela esperava que sim, porque ela estava
pegando fogo. Suas entranhas doíam, o lugar entre as pernas
latejando com necessidade desesperada. Seu coração batia
freneticamente, e seus pulmões queimavam enquanto ela ofegava.
Um momento depois, ela prendeu a respiração. A mão de Dante
viajou para baixo de sua perna e deslizou sob suas saias. O pânico
tomava conta dela.
—O que você está fazendo?
—Fazendo você se sentir bem.— Ele mordiscou sua orelha,
mordendo-a levemente. A dor distraiu-a do movimento da sua mão,
mas só por um momento.
59
Quando os dedos dele de repente atingiram o ápice de suas
coxas e encontraram o túnel embaixo de suas calçolas, ela engasgou
com sua ousadia.
—Dante. — ela sussurrou, menos em sinal de protesto e mais
em estímulo, pois seus dedos haviam atingido a umidade que escorria
dela. Ela ficou tensa quando sentiu que ele sondava a sua abertura,
com medo da penetração que a tinha ferido na noite anterior. Ela
congelou, esperando pela dor, mas nada aconteceu. Ele acalmou os
dedos.
—Shh. — Dante soprou em seu ouvido. —Eu não vou entrar em
você. Eu só quero sentir a sua umidade e acariciá-la.
Lentamente, Viola relaxou contra a mão dele. Emoções
conflitantes enchiam sua mente. Ela deveria afastá-lo, não deveria
deixá-lo ter tal intimidade. No entanto, na noite anterior ela tinha lhe
permitido muito mais do que isso. Ela não tinha forças para resistir a
ele, porque, tal como na noite anterior quando ele a beijou, ela queria
mais do que ele estava fazendo agora.
E não foi para isso que ela tinha vindo a Veneza? Para
experimentar os prazeres da carne? A perda de sua virgindade na
noite anterior tinha sido desagradável, mas o que Dante estava
fazendo com os dedos agora se sentia mais do que agradável. A
carícia de seus dedos contra sua carne íntima aumentava ainda mais
o calor em seu corpo e fazia seu coração bater em um ritmo frenético.
—Você gosta disso?— A voz rouca de Dante desencadeou outra
onda de calor em seu corpo.
Antes que ela pudesse se conter, ela admitiu:
—Sim.
—Eu também gosto. Você é tão lisa, tão suave. E ainda...— Ele
passou o dedo coberto de orvalho mais acima, longe de suas dobras,
60
em um ponto logo abaixo os cachos. —Ainda há isto.— Ele esfregou
contra a carne sensível, fazendo-a prender o ar. —Sim, eu acho que
eu encontrei exatamente o que você precisa.
Quando ele girou o dedo em volta do botão de carne, que era
mais sensível do que qualquer outra parte do corpo dela, ele latejava
ainda mais duro do que anteriormente. Sentia que mais umidade
escorria de seu núcleo. A cabeça dela caiu para trás contra o ombro
dele, e ela soltou um suspiro irregular.
—Tão sensível. — elogiou e continuou sua doce tortura. Ela se
sentiu desossada em seus braços. Suas coxas espalharam-se mais
para lhe permitir um melhor acesso a este lugar especial. Seu rugido
lhe disse que ele aprovou sua ação.
Como se para agradecê-la por isso, sua carícia se tornou mais
urgente, a pressão mais forte.
Alguma coisa estava acontecendo. O corpo dela ficou tenso,
tanto por medo quanto por expectativa. Ela não sabia o que esperar.
Viola só sabia de uma coisa.
—Não pare!— ela gritou.
Segundos depois, seu corpo entrou em erupção. A tensão se
dividiu em ondas e mais ondas de prazer desconhecido, fluindo
através de seu corpo. Atrás de seus olhos, ela viu uma explosão de luz
branca tão intensa que ela pensou que iria morrer. Este era o seu fim.
61
CAPÍTULO 10
Pela segunda noite consecutiva Dante entrou em sua casa
carregando Viola. Mas, ao contrário da noite anterior quando ela
estava inconsciente, desta vez ela estava apenas dormindo. Depois
que ele a fez chegar ao clímax na gôndola, ela tinha desmoronado
contra seu peito e adormecido. E tudo o que ele podia fazer era sorrir
quando ele olhou para seu rosto pacífico. Esta foi a primeira vez que
ele tinha visto ela completamente à vontade e relaxada. E ele gostou
da visão. Muito.
Suas orelhas se animaram quando ouviu a voz de seu irmão.
Mas desta vez, ele sabia que não seria perturbado, porque a voz de
Raphael veio de seu quarto. E sua esposa estava com ele. Dante
abençoou o fato de que os dois pombinhos não conseguiam manter
suas mãos longes um do outro. Para as próximas horas, eles não
iriam interferir com seus planos.
Ele calmamente carregou Viola para seu quarto, onde a deitou
em sua cama.
De alguma forma, a imagem parecia certa: seu vestido azul
escuro contrastava com o lençol de linho branco, e seu cabelo longo e
escuro se espalhava em volta da cabeça como uma auréola. Dante
balançou a cabeça. Ele estava ficando sentimental. O fato de ela
querer se matar logo depois que ela saiu de sua cama havia
quebrado-lhe o ego. Ele não a deixaria sair de sua presença até que
seu ego fosse restaurado de novo e tão forte quanto antes: para que
ele pudesse reerguer um muro de pedra em torno de seu coração.
Quando ele começou a despi-la, suas mãos se aproveitaram para
sentir as curvas exuberantes, tocando, acariciando, apalpando tudo o
que ela tinha para oferecer. Depois do que ela permitiu que ele fizesse
62
na gôndola, ele sabia que não podia haver nada de errado nele.
Quando ela finalmente estava deitada em sua cama completamente
nua, ele se despojou de suas vestes e se juntou a ela.
O fogo na lareira ardia com brilho e proporcionou um ambiente
confortável.
Ele instruiu um servo para que mantivesse o seu quarto sempre
bem aquecido. Ele queria que ela ficasse confortável sem o benefício
de colchas grossas. Porque o que ele tinha em mente seria mais
prazeroso se fosse feito deitado em cima delas.
—Viola. — ele sussurrou para ela e plantou pequenos beijos ao
longo de sua boca.
Finalmente, ela se mexeu, abrindo as pálpebras em pequenas
frestas.
—Hmm?
—Sua lição nos prazeres da carne ainda não acabou.— Era justo
dar-lhe um aviso. Então ele deslizou seu corpo e colocou as mãos nas
coxas dela, empurrando-as. Instalou-se no espaço que ele tinha
criado para si mesmo.
Viola empinou.
—O quê...? — De repente, completamente acordada, de olhos
arregalados, ela olhou para ele em choque. —Onde estão minhas
roupas?— Ela tentou se cobrir com as mãos, mas ele empurrou-as.
—Se você pode lembrar, eu já vi tudo antes. Então, não há
necessidade de se cobrir. Agora se deite e desfrute.
A boca dela se abriu, então bateu novamente fechada, os olhos
dela encarando os dele por um longo momento. Ele não podia dizer o
que ela estava pensando, mas algo estava acontecendo na cabeça
dela. Quando ela finalmente deitou-se, ele afundou a boca em seu
sexo.
63
Ele inalou profundamente, querendo beber dos sabores
persuasivos de seu corpo. Os cachos dela fizeram cócegas na sua
boca, então ele mudou para baixo até seus lábios alinharem-se com a
fenda úmida. Se ela ainda estava molhada do prazer que ele lhe
proporcionou na gôndola, ou se ela tinha ficado excitada de novo
porque estava nua diante dele, ele não poderia dizer. Mas ela estava
molhada, seu mel escorrendo de sua vagina.
Dante sentiu seus músculos tensos como se ela tivesse medo
que ele fosse machucá-la. Mas ele não tinha intenção de fazê-lo. Tudo
que ele queria era dar-lhe prazer, apenas para restaurar o seu ego, é
claro, ele disse a si mesmo.
Ele estendeu sua língua e rodou contra as dobras úmidas do
sexo feminino, separando-as no processo. Seus sucos abundantes
correram por sua língua, acendendo suas papilas gustativas e
deixando o seu corpo em chamas. Ela tinha gosto de uma manhã de
primavera, doce e inocente.
—Oh!— Sua ofegante exclamação lhe agradou, e o fato de que
ela relaxou os músculos ao mesmo tempo, foi a confirmação de que
ela queria que ele continuasse. Não que ele teria parado neste
momento. A restauração do seu ego era muito importante. E, além
disso, lamber sua boceta deliciosa o fez tão duro como uma tábua e
mais vigoroso do que uma brisa da manhã.
Viola era um petisco mais do que delicioso, que não tinha noção
do efeito que causava sobre ele, e ele não iria lhe contar. Não, ele
nunca quis dar a uma mulher qualquer tipo de poder sobre ele. Muito
provavelmente, a reação dele para ela era apenas temporária de
qualquer maneira. A única razão pela qual ele se sentia ligado a ela
era porque ela tinha machucado seu ego e o fez necessitar de sua
64
aprovação. Uma vez que esta questão fosse tratada, ela não
representaria nenhuma tentação para ele.
Ele tinha as mulheres mais experientes em sua cama - as
mulheres que sabiam das coisas mais surpreendentes sobre como dar
prazer a um homem. E ele nunca disse que não. Viola não era esse
tipo de mulher, e mesmo que ele lhe ensinasse, não havia nenhuma
maneira que ela faria as coisas que ele esperava de uma mulher,
especialmente uma que ele sabia deveria querer algum compromisso.
Um gemido saído dos lábios de Viola chegou aos seus ouvidos, e
ele aumentou a pressão da língua em sua carne macia. Lambendo
seu creme, ele varreu para cima sua língua em direção ao pequeno
botão de carne que ele havia provocado com os dedos anteriormente.
Ele ficou surpreso com a resposta que ela tinha dado ao seu toque e
quão fácil foi encontrar o ritmo certo para que ela chegasse ao clímax
de forma tão violenta. Ele ainda podia sentir os tremores que
percorreram o corpo dela.
E mesmo agora, ele sentiu um arrepio percorrer o seu próprio
corpo com a simples memória disso.
Seu botão estava inchado, muito mais do que tinha estado
anteriormente. Quando ele capturou-o em sua boca e acariciou a
língua sobre ele levemente, ela torceu sob seu poder, sua respiração
vindo superficialmente. Pelo canto dos olhos podia ver suas mãos
agarradas nos lençóis, os nós dos dedos quase brancos da
intensidade com que ela parecia lutar contra as reações do seu corpo.
Ele só fez trabalhar mais. Com uma mão, ele espalhou suas
pernas ainda mais, abrindo-a plenamente. Com um dedo da outra
mão, ele brincou ao longo de sua abertura sem penetrá-la.
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Os quadris dela balançaram contra ele, como se quisesse forçá-
lo dentro dela. Mas ele não entrou. Ao invés disso, sua língua brigou
com seu botão, que agora estava totalmente duro.
Dante passou entre as pernas, ajustando seu próprio pau que
roçou os lençóis. Ele estava enrolado como uma mola apertada,
pronto para sair a qualquer segundo.
Isso nunca tinha acontecido com ele, mas ele poderia gozar
apenas lambendo sua boceta doce.
Ele empurrou para trás o seu desejo e se concentrou no corpo de
Viola. Novamente, ele puxou o botão de carne em sua boca e chupou.
Viola deixou escapar um gemido alto e rebolou contra ele.
Um segundo depois, seu corpo convulsionou. Ele enfiou o dedo
em seu canal no mesmo instante e sentiu os músculos contraindo em
torno dele quando o orgasmo a levou.
Somente quando o corpo dela acalmou, algo que parecia levar
uma eternidade, ele retirou o dedo e deslizou para cima de seu corpo,
embalando-a nos braços.
—Oh.
Ele rolou-a para o lado dele, olhando para seu rosto corado. Ele
descobriu que gostava da visão mais do que deveria. Mas ele não
tinha esquecido suas próprias necessidades. Na verdade, seu pau
latejava dolorosamente agora. Quando ele passou a mão em torno
dele e começou a bombear, ela deixou cair o seu olhar para ele.
—Sim, olhe-me, meu doce. — Os olhos dela sobre ele excitou-o.
—Veja o que você faz comigo Você me faz tão duro, eu não posso
evitar.
A pressão em suas bolas aumentou, e sua mão, úmida do mel de
Viola, movia-se rapidamente para cima e para baixo em seu pênis,
apertando tão firmemente quanto ele sabia que sua boceta virgem iria
66
apertá-lo. Seu coração começou a bater freneticamente, e sua
respiração tornou-se irregular. Mas a sua respiração não era a única
que enchia o quarto.
A respiração de Viola combinava com a sua própria. A pele dela
brilhava com a umidade que se formou em sua testa e pescoço, os
riachos pequenos de suor começavam a correr para baixo dos seios.
Ele olhou para os seios, enquanto ele continuava bombeando seu
punho. Quando um gemido escapou dela, ele ergueu o olhar e olhou
para seu rosto. A visão quase o fez derramar-se. Ela estava lambendo
os lábios, a língua cor-de-rosa serpenteando para fora como se ela
quisesse saboreá-lo.
—Oh, Deus, Viola.— Seu pênis estremeceu e, um segundo
depois, sua semente foi disparada de seu pênis, explodindo contra
sua barriga e sua própria pele. Uma e outra vez, mais sêmen foi
liberado até que o clímax suavizou e ele desabou sobre suas costas.
67
CAPÍTULO 11
Viola ainda estava hipnotizada depois que Dante limpou sua
semente de ambos e puxou-a contra o peito. Ela nunca tinha visto
um homem tocar-se daquela maneira. E por Deus, ela gostou da
visão. Ele a fez ficar com água na boca, com vontade de prová-lo.
Assim como ele a havia provado. Ela nunca pensou que algo como
isso fosse possível, que um homem pudesse por a boca em uma
mulher da maneira que ele tinha feito.
Mas quando ele tinha feito isso, o cérebro dela tinha desligado, e
tudo o que seu corpo tinha feito era reagir a ele. O conhecimento do
tipo de felicidade absoluta que seu corpo tinha sido capaz de sentir a
fez se alegrar e se desesperar. Agora que ela sabia sobre o verdadeiro
prazer, como poderia ela não se desesperar com o fato de que ela ia
morrer em breve? Ela deu um pequeno suspiro.
O peito de Dante moveu-se debaixo de suas mãos.
—Você não gostou?— Ele enfiou a mão sob o queixo dela e
ergueu-lhe a cabeça para cima. Havia um olhar preocupado no rosto
dele quando encontrou seu olhar com o dela. —Você se sentiu
desconfortável quando eu me toquei?
—Não. — ela protestou imediatamente. Nada poderia estar mais
longe da verdade. Mas como ela poderia dizer-lhe que tinha se
excitado quando ela se sentiu envergonhada por seus próprios
sentimentos depravados? —Eu...
—Você não tem que poupar meus sentimentos. Da próxima vez
eu vou cuidar disso quando estiver sozinho.
E privá-la da visão sensual do seu corpo em êxtase?
—Por que você faria isso? — Disse ela.
Os olhos dele brilharam de surpresa.
68
—Os homens precisam de libertação, assim como...— Ela
colocou o dedo nos lábios para impedi-lo quando percebeu que ele
tinha entendido mal a pergunta.
—Não, por que você quer esconder isso de mim? Você não
gostou que eu estivesse vendo você?
Seus olhos mudaram instantaneamente. As íris marrom escuro
pareciam quase douradas, mas provavelmente foi o brilho do fogo que
fez seus olhos brilharem com tal tonalidade bonita.
—Você gostou de me olhar? — Viola deu um pequeno aceno de
cabeça. —Será que isso excitou você?
Mais do que tudo.
—Sim.
Dante levantou a cabeça e roçou os lábios contra os dela para
um beijo suave.
—Eu adoro quando você me olha. Saber que você me olhava,
enquanto eu me tocava, fez-me tão malditamente duro.— Ele fez uma
pausa e respirou fortemente. —Eu não gozava tão forte há muito
tempo.
Só de pensar no que ele havia feito a fazia sentir-se quente mais
uma vez. Sem pensar, ela baixou a mão e desceu-a pelo peito dele.
Ela sentiu os músculos dele tensos enquanto ela continuou seu
caminho para o sul. Ela parou quando chegou ao ninho de cabelo
encaracolado.
—Por favor. — Dante murmurou contra seus lábios. —Toque-
me. — Viola deslizou a mão ainda mais para baixo e encontrou a
carne dura que ela tinha visto ele tocar mais cedo. E estava tão dura,
tão dura, como quando ele se tocou.
69
Logo depois que ele gozou, sua masculinidade tinha diminuído
de tamanho um pouco, mas agora, apenas minutos depois, ele estava
em pé novamente e duro como o mármore.
Dante soltou uma respiração irregular.
—Viola.
Ela envolveu a mão pequena em torno dele, mas não conseguiu
abraçar todo o grosso eixo.
—Por que está tão duro?
Ele riu.
—Por causa de você.
—O que você quer dizer?— Ela apoiou-se sobre um cotovelo,
continuando a acariciar a ereção. Ela gostava da sensação. Apesar da
sua dureza, a superfície era quase como o veludo, tão macia e suave.
Ele bateu o dedo levemente contra o nariz dela.
—Você está na minha cama, nua como no dia em que nasceu, e
você tem um cheiro tão malditamente atraente que nenhum homem
com qualquer tipo de batimento cardíaco poderia deixar de estar duro
diante dessa visão. Você tem alguma ideia de como é difícil para mim
não afundar-me em você agora e fodê-la tão duro que você iria
desmaiar?
O choque a percorreu, e ela não conseguiu evitar um leve
estremecer. Lembrou-se da dor, quando ele tinha feito isso antes, e
ela não queria uma repetição da mesma.
**********
Dante olhou os olhos dela se arregalarem e percebeu
imediatamente que ele tinha ultrapassado os limites. Ele nunca
deveria ter dito o que sentia. Ela ainda estava com medo de ser
70
penetrada novamente, e ele tinha feito a pior coisa que podia: admitir
que ele queria transar com ela e dirigir seu pau duro em seu corpo
até o fim.
—Oh, droga. — ele amaldiçoou. —Viola, me desculpe. Por favor,
esqueça o que eu disse.— Só agora ele percebeu que ela tinha deixado
cair a mão que segurava seu pau. Mas isso não tinha mais
importância. Ele só não queria que ela tivesse medo dele.
Ela deixou cair o olhar e olhou para longe dele.
—Eu entendo. E por que você não deve conseguir o que você
realmente quer? Você foi um bom professor. Você me mostrou o que
eu queria saber. É justo que eu pague por isso. — A voz dela falhou.
—Pare.
—Não, eu devo isso a você. E eu costumo pagar as minhas
dívidas.— Ela puxou seu corpo para fora do abraço dele e deitou-se
de costas. —Vá em frente. Faça o que você quer fazer.— Dante pulou
da cama e correu para a lareira, longe o suficiente dela para resistir à
tentação.
—Não. Eu não vou fazer isso.
—Mas eu sei que você quer. Você mesmo disse. Eu não me
importo.
Ela não se importava? Ele passou a mão pelo seu cabelo
bagunçado.
—É exatamente isso. Eu não vou foder você só porque você não
se importa. Eu quero transar com você porque você me quer dentro
de você. Porque você me deseja. Não é porque você não se importa.—
Ele cuspiu as palavras, tentando se livrar do gosto amargo que deixou
em sua boca.
Que diabos havia de errado com ele? Ele nunca recusou uma
oferta como essa antes.
71
E seu pau estava duro como nunca. Nem mesmo aquela oferta
fria de sexo tinha sido capaz de fazê-lo esvaziar. No entanto, aqui
estava ele, nu como um bebê e excitado como um marinheiro,
recusando fazer sexo. Alguém deveria cravar-lhe uma estaca por sua
estupidez.
E já que ele finalmente reconheceu o quanto ele era estúpido,
por que diabos ele ainda não a havia mordido? Ele teve muitas
oportunidades para tomar seu sangue, mesmo sem usar qualquer um
dos seus poderes de persuasão. No entanto, ele não tinha feito tal
coisa.
Como um animal de estimação dócil, ele a acariciava e cuidava
das necessidades dela em vez de cuidar da sua própria. Era isso o que
acontecia com os homens quando as mulheres pisavam em seu ego?
Dante fechou as mãos em punhos, querendo chutar alguém. Ele
sentiu apertar o maxilar e percebeu, para seu horror que seu lado
vampiro queria surgir. A coceira que sempre acompanhou o
alongamento de suas presas já estava se espalhando.
Sentindo-se em pânico, ele procurou por suas roupas. Quando
ele perseguiu em direção as suas vestes e pegou-as do chão, ele ouviu
a voz hesitante de Viola da cama.
—Será que fiz algo errado?
Ele não olhou na direção dela, com medo que ele vislumbrasse
seu corpo e sucumbisse à tentação de levá-la da forma mais selvagem
que podia. E então ele estaria mais perdido do que antes. Ela nunca
iria restaurar seu ego se ele a machucasse agora.
—Durma. Volto mais tarde.
Havia ainda várias horas até que a noite acabasse. Depois de
dar instruções aos seus servos para não deixar Viola sair de casa, ele
saiu para caçar. Ele precisava de sangue, e quanto mais, melhor.
72
Somente quando a sua sede de sangue fosse silenciada ele iria se
permitir voltar para casa. Então, ele seria mais capaz de controlar seu
instinto carnal. Porque liberá-los no corpo de Viola somente iria
machucá-la e a impedi-la de perdoá-lo.
Perdoá-lo? Somente quando a palavra passou por sua mente ele
percebeu que a culpa o estava corroendo - culpa, porque ele tinha
levado ela a colocar uma pistola em sua cabeça e puxar o gatilho.
Foi quando ele percebeu que suas ações e seus sentimentos não
tinham nada a ver com o seu ego. Tinha a ver com o fato de que ele
salvou a vida dela - mesmo sendo ele o único responsável por colocá-
la perigo.
Protegê-la era sua missão agora.
73
CAPÍTULO 12
Viola acordou com uma dor de cabeça incrível. Se ela estivesse
sozinha, ela teria gemido de dor, mas ela estava nos braços de Dante.
Ele estava completamente vestido e dormindo. O fogo tinha apagado,
mas as brasas ainda estavam brilhando, fornecendo calor suficiente
para o quarto.
Não querendo alertar Dante sobre sua condição, ela fez o que
sempre fazia para tentar fazer a dor ir embora: ela respirou
profundamente, puxando e soltando o ar, e imaginou-se em um prado
tranquilo. Ela diminuiu a respiração e tentou concentrar-se apenas
na imagem em sua mente, mas desta vez, a imagem não veio. Tudo o
que ela podia ver em sua mente era Dante: a maneira como ele a
tocou na gôndola, o jeito que ele colocou a boca sobre seu sexo e
lambeu-a até que ela gritou de prazer. Dante, Dante, Dante. Como
um canto, o seu nome ecoou em sua cabeça.
Em vez de sua respiração abrandar, ela acelerou. Em vez de seu
corpo cair em um sono tranquilo, onde não existia dor, ela sentiu sua
pele aquecer e seu estômago apertar com a necessidade. A
necessidade de ser tocada. Por Dante.
A dor em sua cabeça foi esquecida. Tudo o que existia agora era
o corpo de Dante perto dela.
Viola apertou a mão dele e puxou-a para seu seio nu. O contato
da pele na pele a acalmava, mas não foi suficiente. Ela precisava que
ele a acariciasse, que provocasse os mamilos do jeito que ele tinha
feito antes. Que apertasse seus seios e fizesse a dor ir embora.
Quando ela colocou sua mão sobre a dele e pressionou o seio,
ele se mexeu. Um murmúrio incoerente saiu dos lábios dele, mas ele
não acordou.
74
Ela suspirou em frustração. Isso não estava funcionando.
Ela olhou para a sua forma descontraída, com o rosto quase
tranquilo e agradável em seu sono. E sua masculinidade - a dureza
que ela sentiu sob seus dedos na noite anterior não parecia estar lá. A
protuberância sob o tecido parecia ser menor. Viola segurou o
membro com a palma da mão e sentiu o calor debaixo. Quando ela
apertou suavemente, Dante, de repente, se mexeu.
Ela levantou os olhos para o rosto dele. Ele tinha um olhar
assustado.
—Bom dia. — ela sussurrou.
—Se você não tirar a mão de sua posição atual, não posso
garantir o que mais vai subir esta manhã.— Ele deu-lhe um olhar
significativo. Mas ao invés de retirar a mão, Viola apertou-o
novamente. Algo nos olhos dele lhe diziam que suas palavras não
eram uma ameaça real.
—E se eu não o fizer?— Brincou ela, de repente muito mais
segura de si mesma, porque, sob sua mão, ela já podia senti-lo
inchar. Parecia que ele não havia mentido na noite anterior: a
presença dela em sua cama o excitava.
—O que você quer?— A voz dele era baixa agora, e ela
reconheceu a excitação em sua voz. A mesma excitação que estava
fazendo a sua masculinidade tornar-se tão dura.
—Mais.
—Você quer mais do que fizemos na noite passada?
—Sim. Mas desta vez...— Ela hesitou, sem saber como expressar
o que queria.
—Desta vez?— Dante a incentivou.
—Eu quero tocar em você também.
—Viola, você vai me matar.
75
Ela não ia ser violenta, ele tinha que saber isso.
—Eu não vou te machucar. Eu vi como você fez isso. Eu posso
fazer...
Ele exalou.
—Não é isso que eu quis dizer. Eu sei que você não vai me
machucar. Mas você vai me fazer perder todo o controle se eu deixar
você me tocar. Você não vê? Como posso mostrar-lhe os prazeres da
carne quando eu não posso me manter sob controle?— Ela não
entendia como isso era diferente de tudo o que ele já tinha feito para
ela.
—Mas eu perco o controle quando você me toca. Não será justo
se eu não conseguir fazer o mesmo.
Dante balançou a cabeça e suspirou.
—Eu acho que não posso argumentar contra isso, posso?
—Isso é um sim?
Emoção a percorreu quando ele balançou a cabeça. Ela iria
começar a tocar seu lindo corpo, bombear seu membro rígido na
palma da mão, e fazê-lo render-se a ela da mesma maneira que ela
rendeu-se em seus braços quando ele a cobriu com suas carícias.
Ela lambeu os lábios em antecipação.
**********
Dante olhou para os lábios entreabertos de Viola e quase sentiu
o coração parar. Ela queria tocá-lo, não porque ele a persuadiu com
seus beijos, mas porque...
Bem, por quê? Por que ela iria querer acariciar o instrumento
que causou a sua dor há duas noites?
76
Mas suas mãos ansiosas que agora abriam as calças e tiraram
seu pênis totalmente ereto fora de suas roupas eram prova suficiente
de que ela queria lhe dar o prazer de seu toque. Era tarde demais
para detê-la. No momento em que ela envolveu a palma da mão macia
em volta dele, ele fechou os olhos e soltou um profundo gemido. Nada
poderia sentir-se melhor do que as mãos dela sobre ele.
—Estou fazendo parecido com o que você fez?— Ela perguntou,
sua voz hesitante.
—Parecido?—Respondeu asperamente, com sua garganta
subitamente seca como uma lixa. —É perfeito. — Depois disso, ele
perdeu a capacidade de falar e só poderia grunhir a sua aprovação em
pequenos gemidos.
Viola tinha um toque mágico. Pelo menos, era assim que Dante
sentia. Sua mão era firme e suave. Forte, porém macia. Ela ergueu o
pênis magistralmente, exercendo a pressão e velocidade certas,
variando os impulsos entre longos e curtos, alternadamente
apertando forte, então, simplesmente, correndo os dedos para cima e
para baixo do seu membro. Ele amava tudo o que ela fazia.
Cada carícia o levava ainda mais em direção à loucura, porque
era isso que ele sentia. Foi uma loucura permitir que ela lhe desse
esse tipo de prazer porque ele sabia que acabaria por levar a uma
coisa: ele mergulharia seu pênis nas dobras macias dela. Que não era
o que ela queria dele. Ela queria lento e suave, acariciando e
chupando, beijando e lambendo. E ele daria isso a ela, mesmo que
tudo no que ele conseguisse pensar enquanto ela acariciava seu pau
dessa forma era em como ele se sentiria se fosse sua boceta apertada
ao redor dele ao invés de suas mãos.
—Oh, Deus, Viola, eu vou gozar!— Ele gritou no momento em
que a pressão em suas bolas aumentou. Em seguida, o corpo dele
77
impulsionou contra ela. Ele lançou sua semente no ar e se espalhou
pela mão dela, bem como em sua camisola e calçolas. Mas ela não o
soltou. Ela continuou bombeando-o até o último de seus espasmos.
Com a última gota de sua força, ele puxou-a contra seu peito e
pressionou um beijo em seu cabelo.
—Obrigado.— Ele apertou-a com força contra ele, não querendo
deixar ir à mulher maravilhosa em seus braços. Ela encaixou-se tão
naturalmente que ele mal conseguia distinguir onde ele terminava e
onde ela começava.
—Eu gostei disso.— A voz de Viola aqueceu seu coração.
—Não tanto quanto eu. — Ele riu e sentiu um largo sorriso
formar-se no rosto dela. Quem disse que as virgens eram inúteis na
cama? Ele descobriu que esta quase virgem era uma estudante muito
melhor do que ele era como tutor.
78
CAPÍTULO 13
—Nós não podemos fazer isso. — Viola protestou e corou.
—Claro que podemos. Eles nem sequer vão saber.— Nos últimos
três dias e noites, Dante mal tinha saído de casa para alimentar-se,
gastando todo seu tempo e desejo insaciável junto a Viola. Agora que
ele apresentou-a às mais diversas sensações luxuriosas que seu corpo
era capaz de sentir, parecia que ela não conseguia prazer suficiente.
Era como se ela estivesse tentando conseguir tudo dele para consolar-
se em “tempos de vacas magras”.
As duas únicas coisas que ele não tinha feito era realmente fodê-
la ou permitir que ela o chupasse. Com o primeiro temia assustá-la, e
se ela fizesse o segundo ele nunca seria capaz de controlar a reação
de seu corpo. Além disso, não havia motivo para ele pensar que ela
ainda queria chupá-lo. No entanto, ela parecia querer saber mais
sobre sexo, então ele decidiu mostrar a ela o que outros casais
faziam. Desde que ela havia ficado excitada vendo-o bombear seu
próprio pau, talvez ela fosse gostar de ver outro casal.
—Venha, eu acho que você pode aproveitar isso. Pode ser muito
excitante ver alguém fazer amor.
Ele percebeu suas bochechas escurecendo ainda mais. Quando
ela tentou abaixar seus cílios para escapar de seu olhar, ele segurou o
queixo dela na palma da mão e levantou seu olhar para ele.
—Eu vou tocar em você enquanto você assiste.
Os lábios dela se separaram e sua língua cor-de-rosa apareceu,
lambendo-os. Ele percebeu como o pulso dela estava acelerado agora.
Em seguida, ela balançou a cabeça lentamente.
—Mas eu quero tocar em você também.— Dante sorriu e beijou
seu nariz bonito.
79
—Espero que sim.— Ele nunca esteve em tão bom humor, não
que ele se lembrasse. De alguma forma a garota conseguia trazer à
tona seu lado mais leve.
Um pouco mais tarde, depois que ele instruiu-a sobre o que
vestir ou não vestir para o momento, ele a tomou pela mão. Com os
pés descalços, eles sorrateiramente entraram em um dos pequenos
vestíbulos que ficava ao lado do quarto de dormir do seu irmão. Anos
atrás, Dante descobriu que o espelho em frente à lareira de Raphael
era translúcido do outro lado, permitindo que qualquer pessoa que
tivesse conhecimento sobre isso o espionasse. Dante tinha descoberto
por acaso, enquanto estava à procura de um livro antigo naquele
quarto. E ele sabia que ninguém mais tinha acesso ao lugar porque
ele mantinha a única chave.
Não que ele espionasse seu irmão com frequência. Ele não se
interessava por isso, no entanto, ele queria fornecer alguma excitação
para Viola em um ambiente seguro.
Quando eles entraram na sala, Dante fechou a porta atrás deles
para que eles não fossem perturbados. Ele notou a rápida olhada que
Viola deu aos travesseiros que estavam na plataforma elevada de
madeira que tinha sido construído inicialmente para armazenamento.
Dante providenciou para que a área fosse limpa e espalhou
almofadas suficientes sobre a plataforma para que ambos se
sentissem confortáveis enquanto assistiam Raphael e sua esposa.
Quando Viola abriu a boca para dizer alguma coisa, Dante
colocou o dedo nos lábios dela.
—Shh. Temos que ficar quietos. Meu irmão tem uma audição
excepcionalmente boa. — Todos os vampiros tinham.
Ele a levou em quatro passos para a plataforma e puxou uma
cortina preta na parede em frente a eles. O espelho por trás da cortina
80
era como uma janela para o quarto de Raphael, onde ela podia ver
que ele estava despindo Isabella.
—Oh!— Viola engasgou e afastou-se em constrangimento.
—Eles não podem nos ver.— Dante assegurou-lhe.
Hesitante, ela se virou e olhou através do vidro. Dante não via o
que acontecia no quarto de Raphael. Em vez disso, ele olhava para
Viola. Ele disse a ela para usar apenas um espartilho, meias e ligas, e
um roupão por cima. E o roupão tinha sido apenas para que ninguém
a visse seminua enquanto eles caminhavam pelo corredor.
Ele usava apenas uma túnica com nada por baixo. Nesse
instante o seu pau já estava completamente ereto e ele ainda nem
tinha despido Viola e admirado seu corpo.
Ele iria cuidar disso agora.
Viola se sentou, cruzando as pernas debaixo dela, os olhos
colados à ação no outro quarto. Dante lançou um rápido olhar na
mesma direção e viu como Raphael colocava o corpo nu de Isabel na
cama, enquanto ele ficava sobre ela, nu e duro.
Dante colocou as mãos sobre os ombros de Viola e puxou o
manto. Sem persuasão, ela desfez o cinto. Ele tinha certeza que ela
não sabia o que estava fazendo de tão fascinada com a visão à sua
frente.
Dante despiu-a da túnica. O espartilho que lhe pedira para usar
partia do topo de seus pêlos pubianos e chegava logo abaixo do bojo
de seus seios, apresentando-os como se estivessem em uma bandeja.
Para ele. A cinta-liga preta combinando tinha tiras de renda que
subiam por sua bunda deliciosa e seguravam as meias no lugar.
Ele colocou as mãos nos quadris de Viola e ergueu-a sobre os
joelhos dela para que ele pudesse realmente admirar sua bunda
81
sedutora em forma de coração. Suas mãos deslizaram para acariciá-la
e um gemido suave veio dos lábios dela.
Ele arrastou o seu longo cabelo para um lado, expondo o
pescoço pálido. Sem pressa, ele acariciava os dedos sobre a veia gorda
que pulsava debaixo de sua pele de seda. Os lábios dele ansiavam por
sentir seu gosto e ele os desceu para a carne dela. Ele percebeu que
Viola tremia de satisfação e saber que seu toque a deixava animada o
fez ficar ainda mais duro do que ele já estava.
—Diga-me o que você vê. — Exigiu ele.
—Eu não posso.
Ele beijou o pescoço dela, brevemente puxando a pele macia em
sua boca. Então, ele deslizou a mão até sua bunda tentadora e
acariciou suas nádegas perfeitas. A respiração dela ficou presa na
garganta.
—Por favor, me diga o que você vê. – Ele pediu novamente.
Ele sentiu o coração dela bater freneticamente.
—Ele está abrindo as pernas dela. Amplamente.— A voz dela era
baixa e estava mais rouca do que ele já tinha ouvido.
—Eu quero que você afaste as pernas também. — ordenou.
Ela afastou as pernas. Instantaneamente, o aroma de sua
excitação se tornou mais forte, provocando as narinas dele, da
maneira mais sedutora. Sua mão caiu entre as coxas dela e avançou.
—Ele está no meio das pernas dela, e ele é... ele está entrando
nela. Oh Deus!— Dante deslizou o dedo sobre suas dobras
encharcadas, revestindo os dedos com o creme rico.
Então ele estendeu a mão e circulou sua pérola. Ela gemeu, seu
corpo começou a tremer novamente.
82
—Ele está entrando e saindo, e ela, ela... ela gosta.— Houve uma
certa confusão em sua voz como se Viola não esperasse essa reação
de Isabella ao toque do marido.
Dante puxou a mão da sua pérola e passou a brincar com os
dedos em sua fenda molhada, deslizando ao longo da carne quente
em traços longos e lentos, banhando-se em seu mel.
—Sim, ela gosta do pau duro de seu marido dentro dela,
preenchendo-a, esticando o canal apertado. Será que ela quer mais?
Ela está incentivando-o?— Ele sentiu o aceno de Viola.
—Sim, ela está segurando em seus quadris. Ela está puxando-o
para ela. Ela quer mais. Mais profundo. Mais duro.— Cada palavra
veio suspirada. O corpo de Viola contorcia-se contra a mão de Dante.
—Mais fundo, mais duro. — ela recitava.
Com suas palavras, Dante perdeu o controle. Sem pensar, ele
deslizou seu dedo profundamente no interior dela. Ela rebolava contra
ele como se ela quisesse mais. Ele ouviu um murmúrio —mais
profundo— e obedeceu. Puxando para trás o seu dedo, ele mergulhou
dentro novamente. O canal dela era ainda mais apertado do que ele
esperava e infinitamente mais tentador do que qualquer outra coisa
que já lhe tinha sido oferecido.
Dante penetrou-a de novo e de novo enquanto a outra mão
capturou um seio e beliscou o mamilo que já estava rígido.
Viola gritou e jogou a cabeça para trás.
—Mais. Sim, ela ama o seu pau. — As palavras dela soaram
como se ela estivesse delirando. — Ela quer ser preenchida.
Esticada.— Então ele entendeu. Ela estava fingindo ser outra pessoa
para que ela pudesse exigir o que ela queria.
—Será que ela quer o pau dele dentro dela? — ele perguntou e
prendeu a respiração. Será que ela queria seu pau?
83
Viola ofegava pesadamente. Seu pulso acelerado.
—Ela quer o seu grande pau para enchê-la.
—Ela tem certeza que é isso o que quer? O pau dele dentro dela?
— Dante continuou a foder seu dedo dentro e fora dela, aumentando
seu ritmo, não querendo que ela saísse de seu estado de transe.
Esticando-a para prepará-la para a invasão de seu pênis.
—Sim.
Com essa resposta, Dante empurrou-a para frente e pressionou-
a contra os travesseiros. Então, ele desalojou o dedo de sua boceta e
abriu-lhe as pernas. A visão de sua bunda linda inclinada para cima,
dando-lhe uma visão perfeita de suas dobras brilhantes, quase lhe
roubaram o controle. Ele despiu-se e se estabeleceu entre as coxas
dela, o seu pênis galopante e pronto.
—Agora. — ela sussurrou. —Ela precisa de seu pau agora.
Ele espalhou as pernas dela. Ele não podia esperar mais. Dante
empurrou seu pênis para frente, penetrando naquela caverna úmida
—Mais. —Ela gemeu.
—Tudo. — ele murmurou. —Eu vou te dar tudo.— E então,
lentamente, sem pressa, ele levou-se para dentro dela. Seu canal
esticado, acomodando-o e apertando-o como uma luva, ao mesmo
tempo. Isso era o céu.
Quando ele estava profundamente dentro dela, ela engasgou. Ele
acalmou o seu movimento e observou a reação dela.
Viola virou a cabeça e olhou para ele.
—Dante. — foi tudo o que ela disse, mas o jeito que ela falou,
com um suspiro saindo de seu peito, seus lábios brilhantes, as
bochechas coradas, ele sabia que tudo iria ficar bem. Os olhos dela
confirmaram. O desejo deles era inegável.
—Viola, meu doce.
84
Ele estava enterrado nela, e por alguns segundos agonizantes ele
pensou que ia gozar instantaneamente.
Mas ele não podia permitir isso, porque ele precisava mais do
que apenas uma transa rápida.
Ele precisava olhar nos olhos dela e beijá-la, saber que ela o via,
que ela sabia que era ele quem estava fazendo amor com ela.
Dante puxou a si mesmo de dentro dela, ignorando seu suspiro
desapontado, e rolou-a de costas antes de empurrar de volta dentro
dela.
—Eu preciso te ver. — Não lhe dando qualquer alívio, ele beijou-
lhe os lábios vermelhos e inclinou a cabeça para capturar mais dela.
Ela respondeu-lhe acariciando a língua dele com a sua, convidando-o
para invadir sua boca.
85
CAPÍTULO 14
O beijo de Dante a trouxe de volta à realidade, e pela primeira
vez, a realidade era mais bonita que sua fantasia. Isso não era como a
penetração que ela tinha experimentado com ele na primeira noite em
que ele a tomou na estalagem suja. Nem era como as coisas que
tinham feito ao longo dos últimos três dias: tocar, beijar, acariciar
Isso era tudo e muito mais.
Desta vez, Viola não sentiu dor. Seu corpo aceitou-o, a umidade
que já escorria do canal dela permitiu-lhe a entrada fácil, apesar de
sua grossura impressionante. E ele tinha tomado seu tempo,
avançando lentamente para frente como se estivesse pronto para
puxar de volta a qualquer momento em que ela expressasse qualquer
desconforto. Mas tinha sido perfeito.
A plenitude que ela experimentou e que alcançou todas as suas
terminações nervosas era diferente da maneira como seu corpo se
sentiu quando ele a tocou com a boca e os dedos.
Seu pênis dentro dela a fez se sentir completa. Ela não poderia
descrevê-lo de outra maneira.
E ela queria mais daquela sensação.
Quando Dante cortou o beijo, ela lhe deu um olhar assustado.
—Algo errado?
Ele sorriu, o sorriso mais perverso que ela já tinha visto nele.
—Não. Apenas mantenha seus olhos abertos. Eu quero que você
veja com quem você está fazendo amor.
A insistência na voz dele a surpreendeu e a fez olhar para ele
com olhos diferentes. Havia algo diferente neles? De repente, ele
parecia mais do que apenas um tutor. Agora, ele era simplesmente
86
um homem cujos olhos lhe disseram que ele pretendia tomar seu
próprio prazer sem reservas e fazer o mesmo por ela.
Um arrepio atravessou o corpo dela. Ela não podia parar de
olhá-lo. Quando ela enterrou as mãos nos cabelos dele e puxou-o
para ela para outro beijo, ele começou a empurrar nela em um ritmo
lento e constante. Sua língua explorou-a no mesmo ritmo,
empurrando, então se retirando, imitando a ação de seu eixo.
Com cada movimento, a temperatura do corpo de Viola
aumentava. Sua testa e pescoço estavam suados. Seu coração batia
freneticamente, mais rápido e mais errático do que nunca, como se
estivesse correndo em direção a uma linha de chegada.
Seu útero se contraía e ela estava certa de que o pênis dele o
atingia profundamente a cada estocada. Ela ondulava os quadris,
querendo aumentar a pressão, batendo contra o corpo dele enquanto
ele mergulhava dentro dela. Um surdo gemido veio dos lábios dele
enquanto ele separava as bocas.
—Oh Deus, Viola, você vai roubar meu controle. — Mas ele não
retardou ou facilitou seus movimentos. Em vez disso, eles
aumentaram. Seus quadris giravam um contra o outro, cada vez mais
firmes, fazendo o corpo dela – especialmente seu clitóris - formigar de
excitação. Ela já conhecia os sinais de seu corpo. Dante a tinha
ensinado muito bem.
Ela sabia que a tensão que estava sendo construída em seu
sexo, o calor que percorria seu corpo enquanto ele a enchia e a
estendia, era a mesma sensação que ela sentia quando ele a lambia
ou tocava seu centro de prazer.
—Oh, sim, Dante, sim, por favor, mais.
E ele deu-lhe mais. Montou-a mais duro, levou-a com mais
força, alongou-a ainda mais do que ela pensou que seu corpo era
87
capaz. Com seus lábios, ele fez o mesmo: ele capturou sua boca como
se fosse um conquistador reivindicando um novo continente para si
mesmo. Suas mãos acariciavam onde quer que pudessem alcançar: o
rosto, os seios, o pescoço. Era como se ele não conseguisse o
suficiente dela, como se ele não pudesse deixá-la ir.
O cabelo de Dante estava molhado de suor, riachos de umidade
escorriam de seu pescoço, passando por seu peito, banhando-a,
fazendo seus seios deslizarem contra ele, seus sensíveis mamilos
duros queimavam com o contato. Nada jamais a fez se sentir tão bem.
—Sim, oh, sim. — ele gritou, em seguida, arrastou a boca aberta
pelo pescoço dela e a beijou.
—Você é muito doce. Muito.
Ela sentiu os dentes dele rasparem sua pele, a sensação
diferente a fazendo tremer de tesão. Ela inclinou a cabeça, esperando
que ele repetisse a ação e, novamente, os dentes dele roçaram sua
pele.
**********
Dante mordiscava a pele sensível do pescoço de Viola e sentia o
pulsar da veia. Seu corpo inteiro estava enrolado como uma mola
apertada, gritando para ele beber do sangue dela. E a maneira como
ela inclinou a cabeça para o lado para lhe dar melhor acesso tornava
ainda mais difícil resistir. Mas ele devia resistir.
Se ele bebesse dela, ele teria que usar seus poderes de
persuasão para apagar a mente dela e fazê-la esquecer daquele
momento e isso era a última coisa que ele queria. Ele queria que Viola
lembrasse cada segundo de sua vida amorosa. Ele não queria que
nada fosse esquecido. Durante dias, eles só deram prazer um ao
88
outro através de beijos e carícias. Agora, que finalmente ele estava
profundamente dentro de seu corpo divino, ele não poderia jogar
essas sensações fora em troca de satisfazer sua sede pelo sangue
dela. Ele precisava experimentar o seu primeiro clímax dentro dela, e
ele precisava dela para estar ali com ele, sentindo quando sua
semente fosse derramada dentro dela.
Dante empurrou sua necessidade pelo sangue dela para trás e
beijou seu pescoço, inalando seu perfume inebriante. Seu pau
entrava e saía de seu corpo com movimentos longos e ansiosos,
dirigindo cada vez mais profundo. O canal dela estava tão
deliciosamente apertado, ele jamais esteve em um tão apertado assim
porque ele nunca tinha estado com uma virgem antes. Ela era suave e
quente, e suas respostas eram tão honestas e reais, de todas as
mulheres que já estiveram em sua cama nenhuma outra reagiu
assim. Nenhuma mulher jamais se abriu para ele como Viola fazia.
Como ela estava fazendo agora.
Ele levantou os lábios do pescoço e olhou para ela. Seus olhos
estavam dilatados com paixão, sua pele corada. Ela era a mais bela
visão que ele já contemplou.
—Solte-se para mim. — ele sussurrou contra os lábios e apertou
os quadris contra ela, dirigindo o seu membro mais profundo.
Então, ele tomou os lábios dela e derramou tudo o que tinha e
sentia naquele beijo. Cada gota de paixão, luxúria e carinho que ele
sentia por ela. A mão dele escorregou entre seus corpos em direção ao
seu triângulo de cachos, onde os dedos pressionaram contra sua
pérola. Um gemido saído dos lábios dela disse-lhe que ele tinha
encontrado o ponto certo.
—Sim, goze comigo. Agora.
89
Ele esfregou contra o botão dela e empurrou o seu membro mais
profundamente. Os músculos dela apoderaram-se dele como nunca,
cerrando, em seguida, liberando. Ele sentiu fisicamente as
ondulações que passaram pelo corpo dela e deixou-se ir. Um segundo
depois, ele se juntou a ela em seu orgasmo, disparando fluxos
quentes de sua semente profundamente em sua boceta, que lhe deu
as boas-vindas e o ordenhou até a última gota.
Sem sair de seu corpo quente, ele rolou para o lado, mantendo-a
nos braços, apertando-a com força contra o peito.
—Eu nunca senti uma coisa tão perfeita.— Ele surpreendeu-se
com suas palavras. Ele nunca foi de falar com uma mulher sobre
seus sentimentos.
A respiração dela acariciou seu pescoço, e ele percebeu que
gostava muito da sensação, diferente das outras vezes em que havia
feito sexo, quando ele preferia manter certa distância.
—Eu gostei muito.— As palavras dela aqueceram seu coração. E
as palavras seguintes fizeram o coração dele bater mais rápido. —
Podemos fazer isso de novo?
—Dê-me dez minutos e podemos fazer o que você quiser.— Era
tudo que Dante queria também. Viola debaixo dele, Viola em cima
dele, Viola na frente dele. Viola, Viola. Até que ele estivesse
completamente bêbado em seu cheiro e seu gosto.
90
CAPÍTULO 15
Apesar da noite maravilhosa que tinha tido com Dante, Viola
acordou com dor de cabeça. Não querendo alertá-lo para sua dor, ela
se esgueirou para fora da cama e tomou uma das pílulas de sua
bolsa. O médico as tinha dado para ela, mas disse que não iriam
ajudá-la por muito tempo. Uma vez que a dor se tornasse muito
intensa, as pílulas não teriam mais efeito.
Sabendo que levaria um tempo antes de o medicamento
combater a dor, ela desceu as escadas até a sala vestindo apenas
uma camisola. A casa estava em silêncio. Nem mesmo os funcionários
pareciam estar acordados. Era uma casa estranha, ela teve que
admitir.
Para começar, ninguém se recolhia para dormir até que fosse
bastante tarde da noite, exceto, talvez, Isabella, e nem Raphael nem
Dante deixavam a cama na parte da manhã.
Era também estranho que nunca os dois homens se juntavam a
elas para todas as refeições. Eles sempre pareciam ter outros planos.
Isso não parecia perturbar Isabella, e ela nunca tinha deixado
transparecer que se chateava com o marido por ele não jantar com
ela. No entanto, Isabella sempre demonstrava estar bastante feliz por
ter Viola como companhia no jantar. E, considerando que ela e Dante
praticavam bastante atividade física em grande parte da noite, Viola
sempre estava com fome.
Viola não estava certa sobre o que Dante ou Raphael faziam
para ganhar a vida, mas ambos pareciam ridiculamente ricos. O fato
de eles dividirem a mesma casa parecia ser bastante curioso.
Uma nova onda de dor interrompeu seu processo de pensamento
e a fez ir em direção ao sofá.
91
Ela conseguiu sentar-se antes que a dor a fizesse cair. Ela
fechou os olhos, agradecida que, mesmo durante o dia os servos
mantinham as cortinas das janelas fechadas, permitindo que entrasse
um mínimo de luz na casa. Apesar de ter achado estranho no início,
ela era grata por isso agora, porque a luz parecia fazer suas dores de
cabeça piorar.
Viola se recostou contra os travesseiros e começou um exercício
respiratório, inalando e exalando lentamente. Se pelo ritmo da sua
respiração ou o efeito da pílula que ela tinha engolido, a dor diminuiu
e se acalmou para uma dor surda, que - embora não fosse agradável -
era suportável e a permitiu deixar a mente vagar de volta até Dante.
Ela tevê a sorte de conhecê-lo. Apesar da dor inicial que ele a fez
sentir - que ela percebeu que qualquer homem teria provavelmente
causado - ela não poderia ter encontrado um amante melhor para
apresentá-la aos maravilhosos prazeres que um homem e uma
mulher podiam dar um ao outro. Inicialmente, ela havia ficado
constrangida pela reação do seu corpo para ele, e por tudo que ela
permitiu que ele lhe fizesse. Mas, considerando a sua situação única,
ela empurrou esses pensamentos de lado.
Ela não tinha nada a perder. Nada era importante para ela de
qualquer maneira. Sua reputação não significava nada. Não era como
se ela tivesse uma vida longa pela frente, durante a qual lamentaria a
perda de sua virgindade ou a vida devassa que ela estava vivendo:
compartilhando a casa e a cama de um estranho que, mesmo que ela
vivesse, nunca ia oferecer um compromisso a ela. Não quando ela
tinha sido uma virgem, e certamente não agora, depois de todas as
coisas que ela tinha feito. Ninguém iria querer uma mulher suja como
ela - não para uma esposa de qualquer maneira.
92
Viola balançou a cabeça, tentando empurrar os pensamentos
estúpidos para longe. Ela não devia pensar em casamento e todas as
coisas que isso implicava quando ela sabia que estava fora de seu
alcance. Ela devia ser grata: pelo menos ela conheceu a verdadeira
felicidade nos braços de um homem, um homem tão apaixonado, que
fazia seus joelhos fracos e seu coração vibrar cada vez que ele lançava
aquele olhar lascivo sobre ela que dizia que ele queria comê-la viva.
Por mais alguns dias ela iria agarrar tudo o que ele estava lhe
dando tão livremente, ela absorveria todas as sensações que Dante
despertava nela. Mas ela sabia que não podia durar. Nesse instante
ela já sentia a dor de cabeça crescendo. Talvez o fim estivesse
chegando mais cedo do que o médico esperava. Seu plano para
acabar com sua própria vida enquanto ela ainda era capaz de assumir
o controle de seu próprio corpo não havia mudado. Ela iria por um
fim a tudo quando soubesse que o inevitável estava por vir.
**********
Dante virou-se nos lençóis esticando as mãos para puxar Viola
em seus braços. Mas a cama estava vazia. Ele abriu os olhos, um
flash de decepção acertou-o do nada. Depois de ter experimentado o
sexo mais incrível em sua vida nos braços de Viola, ele queria os
braços ao redor dele de novo. Agora. Instantaneamente. Sua fome por
ela era ainda mais forte do que sua sede por sangue. E considerando
que ele não tinha se alimentado por duas noites e estava faminto,
essa foi uma revelação assustadora para ele.
Ele rolou de costas e simplesmente olhou para o teto. O que
estava acontecendo com ele? Ele nunca foi o tipo de homem que
93
passou noite após noite com a mesma mulher. Ele gostava de
variedade. Ele amava todos os diferentes tipos de mulheres.
Depois da noite passada, ele sabia que seu ego estava
firmemente de volta no lugar, e a culpa que o atormentava por
machucá-la pela primeira vez tinha sido apagada por uma declaração
entusiasmada de Viola que ela queria fazê-lo novamente. E eles
fizeram isso de novo. E mais uma vez. E novamente, até que ele
perdeu a conta. E cada vez, ela olhou para ele com os olhos brilhantes
e sorriu como um gatinho que tinha acabado de descobrir uma tigela
interminável de leite morno.
Seu peito inchou com o pensamento de que ele tinha sido o
único que ia colocar aquele sorriso no rosto bonito. Dante sorriu. Ele
queria fazê-lo novamente, porque ele não se cansava de ver seu
sorriso. Estranhamente, o pensamento não o fez sair correndo para se
esconder como se o sol estivesse prestes a subir. Talvez passar mais
de uma noite com a mesma mulher não fosse tão ruim quanto ele
pensava.
Talvez seu irmão Raphael estivesse certo por decidir se
estabelecer e se casar com uma boa mulher. Ele parecia feliz, e pelo
que Dante tinha visto brevemente através do espelho na noite
anterior, sua vida sexual certamente era invejável. Ele nunca tinha
pensado nisso antes. Bem, ideias como essas eram prematuras de
qualquer maneira. Talvez sua paixão por Viola rapidamente esfriasse
agora que ele tinha, finalmente, feito amor com ela com tanto
cuidado.
Sim, completamente. E talvez tenha sido exatamente a razão por
que ele a queria de novo agora: o seu corpo tinha ficado com vontade
de sexo e queria mais. Ele tinha quase certeza que esse era o motivo.
Quase.
94
Dante levantou-se e lavou-se rapidamente antes de se vestir e
descer, queimando suas narinas quando ele pegou o cheiro dela. Ele
encontrou Viola na sala, deitada no sofá, de olhos fechados. A subir e
descer suave do peito indicava que ela estava dormindo.
Ele abaixou-se no sofá e a aconchegou em seus braços,
levantando-a para o seu colo. Ela se mexeu, mas ele simplesmente a
inclinou contra seu peito e acariciou a mão sobre as costas dela. Ela
resmungou alguma coisa em seu sono, mas ele não teve coragem de
acordá-la. Ela parecia tão calma e satisfeita. Ele fechou os olhos e
relaxou. Com Viola em seus braços, tudo parecia muito melhor.
95
CAPÍTULO 16
—Vocês dois tem certeza que não querem se juntar a nós?—
Isabella perguntou quando Raphael colocou a capa preta em seus
ombros e entregou-lhe um par de luvas longas.
Seu irmão tinha finalmente percebido que Dante só tinha Viola
em seus pensamentos.
E se ele interpretou os sorrisos ocasionais de Raphael
corretamente, significava que ele ficou satisfeito com o
relacionamento dos dois.
Raphael havia dito no dia anterior:
—Se eu não conhecesse você melhor, eu diria que você está
totalmente apaixonado por ela.
Dante tinha apenas bufado e se recusou a responder à pergunta
implícita de seu irmão.
—Temos certeza.— Dante estava sentado em sua poltrona
favorita em frente à lareira agora, e o que tornou a situação ainda
mais confortável era o fato de que Viola foi aconchegar-se contra ele,
sentada em seu colo. Por que ele iria querer sair quando tinha tudo o
que desejava aqui?
—Divirtam-se. Vou levar Viola para dançar alguma outra
noite.— Quando a porta da frente, finalmente se fechou atrás deles,
ele olhou para as bochechas rosadas de Viola e lábios vermelhos,
morrendo por prová-los.
—Você não quer ir, não é?— Ela balançou seus longos cabelos,
que caiam em cascata sobre os ombros nus. Ela usava um vestido de
corte baixo que ele tinha providenciado para ela. Ela não trouxe
muitas roupas, e o vestido azul que ela tinha usado quando ele a
conheceu tinha começado a tornar-se enrugado e sujo.
96
Além disso, ele gostava de vê-la em peças de vestuário que
revelavam mais de sua pele, diferente do seu próprio vestido.
Eles haviam caído em uma rotina confortável ao longo da
semana passada e, para surpresa de Dante, ele ainda não estava
entediado. Pelo contrário, quanto mais tempo passava com ela, mais
ele desejava sua companhia.
—Eu prefiro estar aqui com você.— Ela fez uma pausa. —
Sozinhos. — No tom sugestivo da voz dela, seu pau estremeceu
ansiosamente. Ele conhecia esse tom rouco e o que ele implicava. E
ele estava mais do que pronto para o que ela tinha em mente.
—Eu sou seu escravo.
Ela riu.
—Você não quis dizer isso.
Dante bateu no nariz dela com o dedo.
—Eu quero dizer isso. Você é a dona do meu corpo e meu c...—
Coração, ele quase deixou escapar. Mesmo em tom de brincadeira, ele
não poderia se permitir dizer algo parecido.
Doce como Viola era, ela não insistiu para que ele completasse a
declaração. Em vez disso, ela deu-lhe um beijo suave nos lábios e
deslizou fora do seu colo.
—Não vá. — ele implorou.
O sorriso dela estava de volta, não apenas em seu rosto, também
em seus olhos.
—Eu não vou a lugar nenhum.— Ela caiu no chão entre as
pernas, empurrando os joelhos dele mais afastados para que ela
pudesse chegar mais perto.
Quando o olhar dela caiu para sua virilha, ele quase engasgou.
Ela nunca o tinha chupado.
97
Ele nunca exigiu isso, nunca pediu apesar de todas as coisas
que tinham feito dentro e fora da cama. De alguma forma, ele sempre
sentiu que não estava preparada para isso. No entanto, ela parecia
pronta agora.
—Você quer fazer isso?
Ela assentiu com a cabeça.
—Aqui?
Outro aceno de cabeça.
—Agora?
Seu pênis cresceu e pressionou contra as calças, desesperado
para ser deixado fora de seus limites. Ele desabotoou o primeiro
botão. Em seguida, a mão dela o parou.
—Deixe-me fazê-lo.
Dante deixou cair a cabeça contra o encosto de sua poltrona e
exalou.
—Por que agora?— Ele sentiu como se ele tivesse morrido e ido
para o céu.
—Eu quero dar-lhe algo que você nunca me pediu.— Ele
acariciou-lhe o rosto com a palma da mão e deslizou o dedo nos
lábios.
—Você sabe que você não tem que fazer isso.— Mas ele queria.
Por Deus, como ele queria sentir os lábios dela em torno de seu pênis.
Viola abriu os demais botões e libertou o seu eixo rígido.
—Você é linda. — Ele falou com uma voz rouca.
A respiração dela sussurrou contra sua pele nua, acariciando-o,
provocando-o. Viu-a embrulhar a mão pequena em torno dele e puxar
suas calças mais para baixo, permitindo-lhe um melhor acesso não
apenas ao seu pênis, mas também suas bolas. Ela o ajudou a puxar o
98
tecido até os tornozelos para que ele pudesse espalhar suas coxas
largas, abrindo-se para ela.
Quando ela se moveu mais perto e se inclinou sobre sua virilha,
ele soltou um gemido.
Ela deu uma risadinha.
—Eu ainda nem sequer comecei.
—Eu sei, meu doce, mas você não tem ideia do que o poder da
sugestão pode fazer a um homem. Se você não me levar em sua boca
linda logo, eu vou gozar, mesmo sem você me tocar.
—Nós não podemos deixar isso acontecer.
Um instante depois de sua resposta murmurada, Dante entrou
no céu. Em vez de uma primeira tentativa de lamber seu pau, como
ele esperava, Viola fechou os lábios em torno dele e deslizou seu
comprimento total, capturando-o dentro de seu calor e umidade.
Gemidos eram lançados contra sua carne sensível, misturando-se aos
seus próprios. A mão dela circulava em torno da base do seu membro
a outra estava firme em sua coxa.
Dante segurou a cabeça dela com as palmas das mãos e firmou-
a suavemente, sem guiá-la.
Ele queria que ela o chupasse como ela desejasse: lento ou
rápido, não importava para ele.
Agora já sabia que não iria durar. Seu corpo estava queimando
como se tivesse sido banhado pelos raios do sol, mas este era um tipo
agradável de fogo. Um fogo que nunca tinha sentido antes. Não o fogo
que destrói, mas o fogo que nutre.
Ele reconheceu que se tratava de Viola, que alimentou o fogo
nele e acendeu a chama: com a língua lambendo para cima e para
baixo o seu membro, os lábios sugando, os dedos se movendo para
cima e para baixo em compasso com a boca. Ela deu-lhe suavidade e
99
calor. Quanto ao desejo que ele sentia por ela? Sabia agora que só
cresceria com o tempo ao invés de diminuir. Ele nunca poderia deixá-
la ir.
—Viola. — ele gritou. —Eu preciso de você.— Não importa quão
jovem ela era ou quão inexperiente. Tudo o que importava era que nos
braços dela ele se sentia completo.
Dante olhou para o rosto dela. Seus olhos estavam fechados
como se ela realmente amasse o que fazia com ele. Ele não podia se
afastar da visão de seu pau desaparecendo entre os lábios vermelhos,
em seguida, reaparecendo quando ela se retirava.
—Eu nunca me senti tão bem.— Para todas as outras mulheres
suas palavras teriam sido faladas como um incentivo para sugá-lo
mais duro, mas tudo que ele quis dizer a Viola era que ela estava
deixando-o de joelhos. Quando ela mudou a mão dela e segurou suas
bolas tão delicadamente quanto podia, ele tomou uma respiração
profunda, sabendo que seria a sua última antes de seu clímax rasgá-
lo ao meio.
—Eu vou gozar. — disse asperamente, tentando sair de sua
boca. Para sua surpresa, ela manteve sua boca firmemente apertada
ao seu redor. Ele explodiu dentro dela e sentiu-a engolir a sua
semente. Nem uma única gota escapou de seus lábios.
Assim que ele recuperou o fôlego, puxou-a para cima e em seu
colo, cobrindo os lábios inchados dela com os seus e mergulhando a
língua em sua boca mostrar o quanto isso significava para ele. Ele
estava sem fôlego quando ele se separou do beijo.
Dante descansou sua testa contra a dela, tentando abrandar os
batimentos acelerados do seu coração, mas não desacelerou. Havia
muitas emoções bombeando em suas veias, muitas descobertas
atingindo-o de uma só vez.
100
—Viola?
—Dante. — Seu nome saiu dos lábios dela como uma carícia.
Tudo o que ele queria dizer desapareceu. Apenas um
pensamento prevaleceu.
—Case-se comigo.
101
CAPÍTULO 17
Viola remexeu-se no colo de Dante, os olhos arregalados em
choque, como se ele tivesse dito algo verdadeiramente assustador.
Sua boca escancarada quando ela deu alguns passos para trás, o
braço estendido como se estivesse tentando afastá-lo. Ela estava?
—Viola. — firmou os pés no chão enquanto ajeitava as calças e
se levantava da cadeira.
—Não, por favor. Eu não acredito... você não pode...
—Dante, você está aí?— Dante girou nos calcanhares em direção
à voz e viu seu amigo Lorenzo entrar na sala. Quando o olhar de
Lorenzo caiu sobre ele e, em seguida, sobre Viola, ele curvou-se
brevemente.
—Eu espero não estar interrompendo nada. — Disse Lorenzo.
Dante podia vê-lo inalar e sabia que ele já teria sentido o cheiro
de sexo no ar. Quando os olhos de Lorenzo brilharam de luxúria,
Dante lançou-lhe um brilho de advertência. A sugestão lasciva que
tinha aparecido claramente nos lábios de seu amigo, morreu
instantaneamente.
Pelo menos um desastre foi evitado, porque ele não poderia
admitir que seu amigo sugerisse que eles compartilhassem Viola. Sim,
ele e Lorenzo tinham compartilhado muitas mulheres - e de todas as
maneiras possivelmente imagináveis – mas não havia nenhuma
maneira no inferno que ele permitiria que outro homem colocasse
suas patas em Viola. Nem mesmo seu melhor amigo.
Dante limpou a garganta. A interrupção de Lorenzo não poderia
ter vindo em pior hora. Inferno, ele havia proposto a Viola algo que ele
pensou que nunca ia fazer até que as palavras tinham realmente
102
derramado de seus lábios. E pelo olhar dela, ela não acreditava que
ele estava falando sério. Mas ele estava.
—Lorenzo, que tal da próxima vez você enviar um bilhete por um
servo dizendo que quer falar comigo ao invés de vir direto e
interromper-me quando estou tratando de assuntos mais
importantes?
Lorenzo se aproximou com um sorriso.
—Se eu fizesse isso, raramente o veria. Onde você esteve toda a
semana? Ninguém viu você.
Dante olhou para Viola, que estava junto à lareira, a sua
expressão em branco. Ele passeou um longo olhar sobre ela.
—Eu estava ocupado com coisas mais importantes. — Os
olhares se encontraram. —Coisas muito mais importantes. — O ar
arrepiou com a tensão entre eles. Cortando o contato com ela, ele
virou a cabeça de volta para o seu amigo, cujo rosto ficou colorido de
surpresa.
—Gostaria de lhe apresentar a senhorita Costa. Viola, este é o
meu amigo Lorenzo.
—Encantado. — Lorenzo respondeu e se inclinou na direção de
Viola.
—Senhor. — respondeu ela educadamente.
—Agora que você já se assegurou que eu estou bem, eu gostaria
de...
Lorenzo ergueu a mão.
—Por mais que eu respeite a sua privacidade, você vai ter que
me ouvir em primeiro lugar. Algo está acontecendo na cidade.
Dante levantou uma sobrancelha.
103
—Acontecendo?— Pela primeira vez ele não estava interessado
em se envolver em qualquer coisa que possa estar acontecendo fora
das quatro paredes do seu quarto.
—Nico veio a mim uma hora atrás. Aparentemente você
enfureceu algum homem que agora está gritando que irá matá-lo de
forma lenta e sangrenta. Alguma coisa sobre você roubar sua mulher.
— Lorenzo desviou o olhar para Viola. —Não é que eu posso culpá-lo.
Dante não tinha que ser um leitor de mentes para saber quem
poderia estar o ameaçando.
—Eu estou supondo que você está se referindo a um homem
chamado Salvatore. — Ele ouviu a respiração pesada de Viola atrás
dele.
—O próprio.
—Ele não é ameaça para mim.
—E para ela?
Dante respirou.
—Viola está sob minha proteção. Ela não vai deixar esta casa
sem mim.
Ele ouviu um suspiro atrás dele e se virou. Os olhos dela
estavam arregalados em descrença.
—Eu ainda sou sua prisioneira? Eu pensei...
—Você a está mantendo em cativeiro? — Lorenzo perguntou
antes que Dante pudesse acalmar as preocupações de Viola.
—Fique fora disso, Lorenzo. E além disso, não é verdade.
—Como você pôde? — A voz dela era baixa, sem fôlego. Lágrimas
não derramadas encheram seus olhos enquanto ela passou por ele
em direção à porta.
Ele não tentou detê-la, mas ele não quis mudar de assunto.
104
—Você não me deu uma resposta ainda, Viola, e eu vou ter essa
resposta. Falaremos quando Lorenzo sair. — Ela não reconheceu suas
palavras e correu para fora da sala. Ele ouviu quando ela subia as
escadas antes de se voltar para seu amigo.
—Uma resposta a quê? —Perguntou Lorenzo.
—Desde quando você se transformou em uma lavadeira
intrometida?
—Desde que você começou se comportar de forma muito
estranha. — Lorenzo respondeu.
—Eu não estou agindo de forma estranha.
—Claro que você está. E eu suspeito que a garota tenha algo a
ver com isso. Desde quando você dá a mínima para o que alguma
prostituta pensa?
Mais rápido que um piscar de olho, Dante pegou Lorenzo pelo
colarinho e arreganhou os dentes.
—Ela não é uma prostituta! Ela é a mulher com quem eu vou me
casar!— A expressão no rosto atordoado de Lorenzo quase compensou
a interrupção rude, quase, mas não completamente. Dante deixou
cair sua mão.
—Você? Primeiro seu irmão, agora você. Que porra há no sangue
que vocês estão bebendo? Porque eu quero ter a certeza de evitar essa
fonte como a peste. Estão todos ficando loucos?
—Asseguro-lhe, estou me sentindo muito bem. Agora se você me
desculpar eu preciso falar com Viola e obter sua resposta.
—Você quer dizer que ela não aceitou você?
—Ainda. — Dante corrigiu com firmeza. Ainda. Porque não
poderia haver qualquer razão para que ela não o quisesse. Eles
passaram uma semana incrível juntos, dando um ao outro prazer
105
indescritível. Por que ela não iria querer continuar com ele? Por que
ela não iria querer a segurança que o casamento lhe daria?
Claro, o fato de que ele era um vampiro seria um ponto contra
ele, mas ela nem sabia sobre isso. Obviamente, essa não poderia ser a
razão para a sua objeção.
—Bem, boa sorte para você. No entanto, eu gostaria de trazer de
volta sua atenção para aquele sujeito Salvatore. Minha sugestão é
cortar o mal pela raiz e cuidar de qualquer ameaça antes que ela
piore.
Dante passou os dedos pelos cabelos e suspirou.
—O que você sugere?
**********
Viola enfiou seu vestido na sacola e puxou o cordão apertado.
Ela não sabia o que Dante fez com sua pistola, mas não importava.
Ela obteria uma nova logo. Tudo que importava agora era sair
daquela casa e ficar longe dele.
Ele queria casar com ela. Como ele pôde fazer isso com ela?
Como ele poderia balançar esse sonho na frente dela quando ela não
poderia segurá-lo, quando ela sabia que estaria morta em poucas
semanas? Ela não podia nem culpá-lo. Afinal, ela manteve suas dores
de cabeça em segredo para ele, certificando-se que ele nunca teria
qualquer razão para acreditar que ela não estava bem.
Case-se comigo. As palavras ecoavam na mente dela, acariciando
seu coração. Ele levou-a para uma nuvem de felicidade temporária
apenas para fazê-la cair em terra logo em seguida. Ele não tinha dito
que a amava, mas estava em seus olhos. Apesar do fato de que o seu
clímax tomou conta dele apenas momentos antes, ela havia
106
reconhecido que a sua proposta de casamento tinha sido genuína.
Não tinha sido apenas o efeito colateral de seu estado de luxúria. Ela
pôde ver a alma dele através de seus olhos.
Um soluço rasgou de seu peito.
Não, ela não podia se perder pensando em uma vida que ela
poderia ter se ela fosse saudável, se ela não estivesse condenada. Isso
somente fariam as coisas mais dolorosas - tanto para ela quanto para
ele. Se ela o deixasse agora, pelo menos ela não iria quebrar seu
coração. Ele ficaria irritado e decepcionado, mas o amor dele por ela
ainda não podia ser profundo o suficiente para danificar o seu
coração. Mas se ela permitisse que ele se casasse com ela, ele iria vê-
la definhar com o passar das próximas semanas.
Ela não queria machucá-lo assim. Ele tinha feito demais por ela.
Ela não iria recompensá-lo fazendo-o passar por momentos tão
dolorosos.
Sua explicação para seu amigo Lorenzo que ela não teria
permissão para sair de casa por conta própria só tinha dado a ela
munição para afastá-lo. Iria tornar mais fácil convencê-lo de que esse
era o motivo pelo qual ela partia. Ele não iria persegui-la se ela o
insultasse afirmando que eles só estavam juntos porque ela não tinha
outra escolha já que era uma prisioneira. Seu orgulho ficaria ferido,
seu ego ferido, pois Dante acreditava - com razão - que ela estava com
ele de espontânea vontade.
Dante pode tê-la mantido como prisioneira na primeira noite, e
talvez até mesmo na segunda, mas depois disso, a escolha de
permanecer fora dela. Eles nunca tinham falado disso, mas ela nunca
o ouviu pronunciar uma palavra para os funcionários ou seu irmão
ou sua cunhada que ela não tinha permissão para sair.
107
Viola lamentava que tudo tivesse que acabar tão cedo. Ela
lançou um último olhar para a cama que eles tinham compartilhado
durante uma semana, e seu corpo instantaneamente lembrou-se do
prazer que ele tinha dado a ela, a ternura com que ele a segurava.
Mesmo agora, seu ventre se contraiu com a necessidade desesperada
do toque dele. De um último beijo. Mas ela não podia arriscar. Se ela
permitisse que ele a beijasse, que a abraçasse, ela nunca iria deixá-lo.
As lágrimas em seus olhos ardiam, mas ela as chorou
silenciosamente. Nenhum som veio de seus lábios quando ela desceu
as escadas, os chinelos nas mãos, para não fazer barulho. Quando ela
chegou ao patamar, ela parou e escutou. Dante e Lorenzo ainda
estavam na sala. A porta estava entreaberta, e ela só podia ouvir as
suas vozes abafadas.
Quieto como um rato de igreja, ela chegou à pesada porta de
carvalho da entrada e colocou a mão sobre o trinco. Viola prendeu a
respiração enquanto ela o empurrou para baixo.
108
CAPÍTULO 18
Dante ouviu o baque do fechamento da porta da frente e atirou-
se de sua poltrona.
Sem sequer olhar para Lorenzo ele correu para fora do escritório
em direção à porta que dava para a rua. Seus olhos instantaneamente
ajustaram-se ao escuro enquanto ele vasculhava o beco mal
iluminado.
Viola mal tinha dobrado a esquina quando ele a capturou nos
braços.
—Não, me deixe ir.
Sua resistência era inútil. Ele não iria deixá-la ir. Ele sabia que
ela tinha sentimentos por ele. Só não sabia quão profundos eles eram,
mas ele podia sentir que ela não era indiferente a ele. Então, por que
ela não queria se casar com ele?
—Eu não posso deixar você ir, Viola.
Ela puxou contra seu aperto, e ele abrandou a pressão para não
machucá-la, mas ele não a soltou.
—Por favor. — ela implorou, com os olhos cheios de lágrimas.
—Eu te amo.— Ele deu um voto de fé ao pronunciar as palavras
seguintes. —E eu sei que você me ama também. Então, por que você
está me deixando?
Ela ergueu o queixo, o olhar colidindo com o dele. Seus lábios
tremiam, mas ela separou-os mesmo assim. Seu hálito doce flutuou
para ele, e ele inalou mais dela.
—Isso nunca vai funcionar. Por favor, me deixe ir.
Ele balançou a cabeça e apertou sua mandíbula. Ela estava
escondendo alguma coisa dele, ele podia senti-lo. O ciúme o invadiu.
—Existe alguém mais?
109
—Não!— Seu protesto foi imediato e veemente. —Por favor,
Dante, se você realmente me ama, então você tem que me deixar ir.
—Por quê? Diga-me por que. — Sua voz ricocheteou nas paredes
dos prédios vizinhos.
Viola baixou a cabeça e os ombros, ao mesmo tempo. Ela se
sentia derrotada.
Sua voz era calma e tranquila quando ela finalmente respondeu.
—Porque eu estou morrendo, Dante. Eu tenho um tumor no
cérebro. Em poucas semanas, estarei morta. É por isso que eu não
posso me casar com você. — Ele afrouxou o controle sobre ela, o
choque de sua revelação enfraqueceu-o. Ela saiu de seu domínio,
afastando seu corpo do dele. Era como se um jato de ar frio o tivesse
batido. Por um instante, sentiu-se tonto e confuso. Mas então o seu
sangue fluiu para seu cérebro, e ele começou a trabalhar
freneticamente.
Agora ele entendeu. O cheiro estranho e o gosto de seu sangue
indicavam a sua doença. Tinha sido a maneira do corpo dela dizer
que ela estava doente. E ele não tinha reconhecido. Mas ele sentiu
que precisava protegê-la, que ela era vulnerável.
Quão vulnerável, ele só percebeu agora. Mas ele não permitiria
que ela o afastasse por causa disso.
—Essa é a única razão que você não quer casar comigo? — A
proposta que ele pretendia fazer-lhe exigia que ele tivesse certeza dos
sentimentos dela. Se ela não o amava...
—Não é suficiente? — Ela sussurrou.
Dante penetrou sua alma com os olhos.
—Diga-me a verdade. Você me ama?
Um soluço rompeu da garganta dela, mas Dante conseguiu ouvir
a resposta.
110
—Sim, mais do que eu quero.
Seu coração se alegrou.
—Você está preparada para passar o resto de sua vida comigo?
—Dante, não me torture.
—Responda-me, Viola.
—Sim, eu quero passar minhas últimas semanas com você.
Ele balançou a cabeça.
—Isso não é o que eu quero saber. Estou perguntando sobre a
eternidade.
—Eu não tenho a eternidade, Dante. Você não entende? Eu
estou conformada com isso. Realmente, eu estou. Mas se eu tivesse a
eternidade, não há ninguém nesse mundo com quem eu gostaria de
passá-la além de você.
Dante acenou com a cabeça.
—Isso é tudo que eu precisava saber. — Ela seria sua. Agora que
ele sabia que ela o amava, tudo daria certo. Ele revelaria o que ele
era: um vampiro, uma criatura da noite, uma criatura imortal. E ele
poderia torná-la imortal também a transformando em uma de sua
espécie. Qualquer doença que ela tivesse desapareceria quando ele
drenasse o sangue dela e a alimentasse com o seu. Ela estaria perto
de ser tão indestrutível quanto ele. E ela viveria. E seria sua esposa.
Para sempre.
—Venha, vamos para casa e eu vou falar sobre nossa vida
juntos. Você vai...
—Cuidado, Dante!— O grito de Lorenzo veio de trás dele.
**********
111
As coisas aconteceram rápido demais para os olhos
lacrimejantes de Viola captar tudo.
Lorenzo tinha seguido Dante, mas havia outra sombra também,
que saltou de uma porta que se abriu de repente. Ela o reconheceu
instantaneamente. Salvatore, o homem que a teria levado para cama
se Dante não tivesse interferido.
O luar era suficiente para ela ver que ele estava armado com
uma pistola, uma pistola que estava apontada para Dante agora. Ela
não permitiria isso. Ela aceitava sua própria morte, mas ela não podia
permitir que o homem que amava morresse também. Sem qualquer
outro pensamento, ela pulou na frente de Dante quando um tiro
ecoou.
Ela mal sentiu a dor quando a bala entrou em suas costas. Foi
uma alfinetada simples, uma picada. Talvez isso fosse como a morte
se parecia, toda a dor desapareceu. Seus ouvidos captaram mais
gritos no beco, mais pessoas vieram correndo. Havia sons de luta,
mas tudo que ela sentia era Dante. Seu corpo forte segurando-a.
Sua voz em seu ouvido.
—Oh, Deus, não!
Outras vozes, de Lorenzo.
—Leve-a para a casa. — Muitos passos, pessoas correndo,
muitas vozes ecoando no beco, sua mente não conseguia processar
tudo o que estava acontecendo.
—Estou com ele e ele está morto. — A voz de Raphael soou do
nada. Quando ele tinha voltado do baile?
—...recebeu a bala.— Fragmentos de uma conversa vagavam
para ela.
—Calma, meu amor. — A voz reconfortante de Dante novamente.
112
—...tanto sangue. Ela não vai suportar isso. — ela ouviu a voz
chorosa de Isabella.
Então a voz suave de Raphael, baixa e estável.
—Dante cuidará disso.— Ela sentiu o movimento dos passos de
Dante, enquanto ele a carregava, mas os olhos dela estavam tão
enevoados que ela não conseguia enxergar a face dele.
—Tão frio. — ela murmurou.
—Eu sei, meu amor. Apenas aguente. Tudo vai ficar bem. Eu
prometo a você.— Mas ela ouviu o medo em sua voz, o desespero. A
dor - a dor da qual ela queria poupá-lo.
—Perdoe-me, Dante. — ela conseguiu sussurrar, as poucas
palavras deixando-a sem fôlego.
—Não! Você vai ficar comigo. Você está me ouvindo? — ele
gritou.
—Aqui, no sofá. Você tem que fazer isso agora. — veio a voz de
Raphael.
—Ela não sabe. – disse Dante.
—Você a ama? — Disse Raphael.
—Sim. — Dante disse, sua voz firme e forte.
Então ela sentiu seus lábios nos dela, beijando-a suavemente.
—Eu te amo. Por favor, confie em mim, eu estou fazendo isso
porque eu amo você. — Então os lábios dele vagaram para seu
pescoço.
Sua pele arrepiou. Ela sentiu os dentes dele arranhando a pele
dela, lembrando-lhe da noite em que ele realmente fez amor com ela
pela primeira vez. Ela gemia baixinho.
—Sim. — Gemeu Viola e quando os dentes perfuraram sua pele,
ela sacudiu, mas o corpo forte de Dante segurou-a para baixo.
113
Ela lutou apenas por um segundo antes de entregar-se à
sensação que lhe lembrava sexo - durante o sexo, a penetração inicial
tinha machucado muito, mas só por um momento. Mais tarde, tinha
sido agradável. Assim como agora.
Viola nunca tinha pensado que ela iria experimentar a morte de
forma tão vívida, mas em vez de simplesmente cair no sono, ela
revivia cada momento de seu tempo com Dante. Como uma imagem
em movimento que passava diante dos seus olhos até que tudo ficou
escuro e silencioso. Escuro.
114
CAPÍTULO 19
O gosto do sangue de Viola ainda estava na língua de Dante,
quando ele furou o próprio pulso com suas presas. Ele drenou tanto
do sangue dela até que seu batimento cardíaco caiu para apenas vinte
batidas por minuto. Ela estava inconsciente, mas, ao menos, ainda
estava viva.
Apesar do fato de seu irmão e Isabella estarem na sala, a casa
estava estranhamente calma. Nenhuma palavra havia sido dita desde
que Dante tinha começado o processo. Toda a sua concentração
estava em Viola. Se ele não transferisse seu sangue para ela no
momento preciso, ela morreria.
Seu corpo ficou tenso enquanto esperava que o batimento
cardíaco dela diminuísse ainda mais, enquanto ele revivia toda a cena
no beco de novo e de novo. Ele tinha visto Salvatore uma fração de
segundo antes de Lorenzo alertá-lo. Ele tinha sido indiferente com a
sua própria segurança - tudo o que ele pensava era em manter Viola
fora de perigo. Ele nunca esperava que ela agisse de forma rápida e
fosse protegê-lo contra a agressão de Salvatore. Ela sacrificou sua
vida pela dele, sem nenhuma razão. O tiro que Salvatore disparou não
o teria machucado. Apenas balas de prata podiam matar um vampiro.
O coração de Viola estava batendo mais lento agora.
Já era tempo. Dante ergueu o punho e o colocou contra os lábios
fechados dela.
—Não! — Lorenzo gritou quando ele entrou na sala. —Pare, você
vai matá-la! — Dante girou a cabeça e grunhiu. —A bala é feita de
prata. — Lorenzo estendeu a palma da mão aberta em direção a ele
mostrando um anel.
115
Choque percorreu o corpo de Dante. Ele puxou seu pulso da
boca de Viola. Ele reconheceu o símbolo no anel de ônix preto: uma
cruz cortada por três ondas. O símbolo dos Guardiões das Águas
Santas, o grupo de venezianos ricos cuja missão era erradicar os
vampiros de seu meio. Uma sociedade secreta que ele e seus
companheiros vampiros vinham lutando contra nos últimos anos.
—Eu encontrei o anel quando estava me livrando do corpo de
Salvatore.
—Ele era um Guardião? — Raphael engasgou.
Lorenzo acenou com a cabeça rapidamente. Saber que Salvatore
tinha sido um membro da sociedade secreta poderia trazer-lhes
alguma nova informação em sua busca pelos outros Guardiões.
Mais tarde, quando Viola estivesse fora de perigo eles cuidariam
disso.
—Você tem que retirar a bala antes de transformá-la. — disse
Raphael.
—Ou ela vai morrer. — Dante sussurrou para si mesmo.
Se ele deixasse a bala de prata nela, no momento em que a
transformasse em um vampiro, o metal mortal iria queimar sua carne
a partir do interior e matá-la. Se ela tivesse sido baleada com
qualquer outra coisa seu corpo vampiro iria apenas expulsar o objeto
estranho e curar-se sozinho.
Sozinho.
Dante acariciou a mão sobre o rosto de Viola. Protegendo-o da
bala de Salvatore ela tinha realmente salvo sua vida. Agora ele tinha
que salvar a dela, ou tudo seria em vão.
Ele deu a seu irmão um olhar desesperado.
—Ajude-me.
116
Sem hesitar, Raphael estava ao seu lado, alongando os dedos em
garras afiadas. Dante balançou a cabeça.
—Não, você a segura. Vou tirar a bala eu mesmo. — Ele mudou
Viola e transferiu-a para os braços de Raphael girando-a de costas
para que a ferida aberta ficasse exposta a ele. Uma vez que ela fosse
transformada em vampiro, seu corpo iria se curar em poucos
minutos.
—Rápido. — Raphael instruiu.
Os dedos de Dante já haviam se transformado em garras. Ele
cortou as camadas superiores de pele e músculo, seguindo o caminho
que a bala tinha tomado. Quando ele tocou a bala alojada próximo a
um osso, a prata enviou um raio de dor através dele.
Ele cerrou os dentes e enrolou sua garra, desalojando a prata do
osso. Com um gemido ele puxou a bala do corpo de Viola e a jogou no
chão. A pele dele estava queimada onde tinha entrado em contato
com o metal. Mas ele ignorou a dor.
Não havia tempo para isso. Ele não podia perdê-la.
Tomando-a de Raphael, ele colocou seu pulso sangrando na
boca de Viola e forçou-lhe os lábios a abrirem. O sangue escorreu
enchendo sua boca.
—Engula, Viola. — ele insistiu. —Engula, porra. — Sua boca não
se mexeu. O coração dele se contraiu. Não, ele precisava que ela
vivesse para que ele pudesse viver. Ela era tudo que ele queria.
—Por favor. — sussurrou ele inclinando-se sobre seu rosto, e
uma lágrima solitária desalojou-se de seu olho caindo sobre os lábios
dela. —Não me deixe. — Um murmúrio saiu da garganta dela e Dante
se assustou. Ela engoliu o sangue dele e começou a respirar.
—Viola!
117
As respirações aliviadas de seus companheiros encheram a sala.
Mas tudo que Dante viu foi Viola. Como o peito dela puxava o fôlego.
Como seu rosto ficava rosado. Como sua garganta trabalhava para
engolir o resto do seu sangue.
—Viola, meu amor. — Os olhos dela se abriram, e tudo que ele
poderia fazer era sorrir para ela.
—Dante, Dante oh, você está machucado? Você está sangrando.
— Os olhos de Viola estavam fixos no pulso dele.
Ele balançou a cabeça e riu, cheio de alívio. Ele sabia que os
primeiros pensamentos dela seriam para ele.
—Não, meu amor, eu nunca estive melhor. — Então, ele
abraçou-a apertado junto ao peito. —Eu te amo, Viola, eu te amo
tanto.
—Salvatore. — ela gaguejou. — Será que ele atirou em você?
Dante se afastou apenas o suficiente para que ele pudesse olhar
para seu rosto.
—Você recebeu a bala. Você salvou a minha vida.
Havia uma expressão perplexa no rosto de Viola.
—Mas... eu não entendo. Eu me sinto bem. Na verdade... — Ela
fez uma pausa. —Eu me sinto melhor do que bem. Ele deve ter
errado, embora...Senti quando a bala me atingiu.
Ele lhe deu um beijo suave nos lábios.
—Você recebeu o tiro. Você quase morreu. Eu retirei a bala de
você. Mas, isso não é tudo. — Dante olhou para o irmão. Como ele
deveria dizer a ela o que tinha acontecido? Como ele poderia explicar
a ela o que ele era? O que ela era agora também?
—Diga a ela. — disse Raphael.
Dante engoliu em seco.
—Dizer-me o quê?
118
********** Viola olhou para Dante, que parecia inseguro pela primeira vez
desde que ela o conheceu.
Alguma coisa estava estranha. Enquanto ela poderia jurar que
ela sentiu o impacto da bala e a dor que se seguiu, ela se sentia
melhor do que ela se lembrava em um longo tempo. Ela não estava
cansada, e não havia sequer um indício de sua dor de cabeça de
costume. Nenhum latejar, nenhuma dor surda, nada. Ela se sentia
tão cheia de energia que ela queria correr uma corrida, apenas porque
ela sabia que poderia fazê-lo.
Todos os seus sentidos pareciam mais nítidos também. Sua
visão estava melhor - não que tivesse sido ruim antes, mas agora ela
podia ver o menor pormenor no vestido bordado de Isabella e até
mesmo a filigrana complexa sobre os botões que enfeitavam o colete
de Raphael. Para não falar do seu sentido de olfato. Suas narinas
queimaram quando ela inclinou a cabeça mais na direção de Isabella.
Ela cheirava bem diferente dos três homens na sala.
Ela nunca tinha notado a diferença antes.
—Meu amor. — Com esse termo carinhoso Dante a trouxe de
volta de seus devaneios. —Isso pode parecer estranho à primeira
vista, mas há algo importante que eu tenho que te dizer. — Viola
levantou a mão e segurou o rosto de Dante. O conhecimento de que
ele estava vivo e bem era tudo que ela precisava. Nada mais poderia
ser tão importante.
Dante virou a cabeça e beijou a palma da mão.
—Eu te fiz uma de nós. — As palavras de Dante não faziam
sentido.
—Uma de vocês?
—Sim, você é como eu, Raphael e Lorenzo agora. Imortal.
119
Ela soltou um riso suave.
—Você está brincando.
—Não. Eu te dei meu sangue para que você pudesse viver. Viola,
sou um vampiro.
Em sua afirmação, ela sacudiu a mão e escorregou de seu rosto.
Ela não poderia ter ouvido direito.
—Desculpe, mas você pode dizer isso de novo? Eu acho que não
ouvi.
Dante deu um aceno lento de cabeça.
—Você ouviu direito. Eu sou um vampiro. E a transformei em
um também, caso contrário, você teria morrido. Mesmo se você não
tivesse sido baleada por Salvatore. Sinto muito, mas não houve tempo
para explicar. Eu tinha que agir. Rapidamente.
Viola ouvia suas palavras. Lentamente elas foram entrando em
seu cérebro.
—Você estava se esvaindo. — Continuou Dante. —Eu não
poderia deixá-la morrer. Eu tive que transformá-la imediatamente.
Ela tentou compreender as implicações de suas palavras.
—Você é um vampiro? Imortal?
Ele balançou a cabeça.
—E eu sou um vampiro também? Mas o meu tumor cerebral...
Eu ainda vou morrer.— Um sorriso quente curvou-se em torno dos
lábios de Dante e espalhou-se sobre o rosto inteiro. Esperança
floresceu dentro dela. —Não vou?
—Não. Qualquer doença que você tinha foi erradicada pela
transformação. Você é saudável. O tumor se foi. Você é imortal.
O tumor se foi. Essas foram as únicas palavras que ela
realmente compreendia. Ela viveria. Sua vida não tinha acabado. Ela
120
tinha outra chance. Seu coração encheu-se de alegria, tanto que
poderia estourar.
Lágrimas encheram os olhos dela e caíram por seu rosto.
—Oh, meu Deus.
O rosto de Dante se contorceu como se estivesse com dor.
—Eu sinto muito, Viola. — Ele baixou a cabeça e evitou olhar
para ela. —Perdoe-me.
—Perdoar você? — Ele tinha dado a ela uma nova vida, o maior
presente que ela jamais poderia ter desejado. Ela nunca tinha sido
mais feliz. Ela pegou o queixo dele e o fez olhar para ela.
Havia uma tristeza evidente nos olhos dele. Ele tinha entendido
mal as suas lágrimas.
—Eu gostaria de lhe dar uma resposta à sua pergunta agora.
—A minha pergunta? — Dante indagou confuso.
Ela sorriu e aproximou-se dele.
—Eu quero ser sua esposa. Para a eternidade. — Antes que ela
tivesse terminado de pronunciar a última palavra, os lábios dele
estavam nos dela, beijando-a sem fôlego. Ele só levantou-os o
suficiente para murmurar um sim contra a boca dela antes de invadi-
la com sua língua.
Apenas o barulho de gargantas a fez perceber que eles não
estavam sozinhos.
Dante cortou o beijo e virou a cabeça rapidamente para os
outros na sala.
—Vão embora.
Viola deu uma risadinha.
—Isso foi rude, Dante.
—Eu não me importo. Eu quero fazer amor com você agora.
Raphael deu uma gargalhada.
121
—Da última vez que chequei, você tinha um quarto de dormir,
meu querido irmão. Eu sugiro que você use-o. — Ele hesitou por um
breve segundo antes de continuar. —E, Dante, a sala de
armazenamento vizinha ao meu quarto está fora dos limites de agora
em diante. Procure emoções em outro lugar.
122
CAPÍTULO 20
A porta se fechou com um baque forte que ecoou pela casa
inteira. Dante não se importava com o que os outros poderiam estar
pensando. Ele nem sequer ficou surpreso com o fato de que Raphael
sabia que tinha sido observado enquanto ele e Isabella faziam amor.
Afinal, Viola havia sido bastante vocal, naquela noite, e Raphael
certamente ouviu os sons com a sua audição superior de vampiro.
Mas nada disso importava.
Viola estava viva, e ela aceitou-o apesar do que ele era.
Dante capturou sua futura esposa entre o seu corpo e a porta às
suas costas, pressionando-a contra ele.
—Seu irmão está com raiva de nós?
—Raphael? Dificilmente. Tenho certeza que ele não dá a mínima
pelo fato de ter sido observado.
—Mas não podemos fazê-lo novamente?— Um sorriso perverso
curvou em torno da linda boca de Viola.
Dante apertou seu pau endurecido contra sua barriga macia.
—Não. Mas eu tenho certeza que posso arranjar outras coisas
para nós assistirmos, se quiser. — Seu coração pulou uma batida
quando viu Viola levantar uma sobrancelha. Sua voz ofegante apenas
ressaltou sua emoção.
—Mesmo?
—Qualquer coisa que você quiser meu amor. Mantê-la satisfeita
é a minha missão. — Ele fez com seus dedos mudassem para a forma
de garras. Lentamente, certificando-se que ela visse o que estava
prestes a acontecer, ele colocou suas garras no lugar onde o decote
revelava seus seios exuberantes.
123
Ela inalou, a ação pressionando a carne mais perto de suas
garras afiadas, mas ela não se afastou.
—O que você vai fazer?
Não era uma pergunta, ao contrário, o jeito que ela falou foi um
desafio. Um que ele estava mais que disposto a aceitar. Mais rápido
que o olho de um ser humano poderia processar, ele cortou a frente
de seu corpete, rasgando-o ao meio.
—Você quer dizer o que eu fiz?— Ele corrigiu.
Viola olhou para seu vestido rasgado, então, levantou a cabeça e
olhou para ele, seus olhos brilhando como ouro. Ele sentiu o poder
dentro dela, o poder de um vampiro, e o conhecimento que ela era
sua, que ela seria sua para a eternidade o dominou.
—Deus, você é linda.
Ela levantou a mão. Diante de seus olhos, seus dedos elegantes
transformaram-se em garras. Ela tocou-lhe o pescoço com elas,
acariciou para baixo, onde o botão de cima de sua camisa estava
desfeito.
Com um sorriso malicioso ela cortou a camisa ao meio. E suas
garras continuaram descendo, parando apenas por um momento, em
expectativa.
Dante rosnou a sua aprovação. Ela era sua alma gêmea:
destemida, ousada e insaciável.
Viola cortou o tecido de suas calças, evitando cuidadosamente o
seu comprimento rígido.
Ele respirou fundo quando o ar frio atingiu sua excitação e os
dedos, já sem as garras, enrolaram em torno dele.
—Você é lindo. — ela sussurrou com a voz rouca e cheia de
amor, amor por ele que lhe permitiu enxergar sua alma e deixava
transparecer seus sentimentos por ela.
124
Incapaz de se segurar, Dante rasgou o vestido dela e expôs a sua
nudez para seus olhos famintos.
—Minha, toda minha! — Pressionando-a mais duro contra a
porta, ele capturou suas coxas com as mãos, abriu-as e levantou-a. O
cheiro de sua excitação foi inebriante, esmagador, impossível de
resistir.
Com um gemido profundo, ele posicionou seu pau no seu núcleo
e impulsionou em seu calor, batendo-a contra a porta.
—Sim! — Ela gritou, com os braços pendurados em seu pescoço,
suas pernas em volta dos quadris dele.
Luxúria e desejo percorreram o corpo dele com o conhecimento
de que ele não teria que se segurar mais. Ele impulsionou os quadris
e afundou com mais força. Viola era um vampiro agora, tão forte
como ele era e tão indestrutível quanto. Ele não podia machucá-la.
Agora, ele poderia finalmente mostrar-lhe tudo que sentia: a
ferocidade com que ele a amava, desejava e precisava dela.
Ela era o seu tudo.
—Amanhã — ele empurrou-se nela — você vai ser minha esposa.
— Os olhos dela piscavam de acordo. —Mas hoje, eu vou fazê-la
minha companheira. — Ele levantou a mão em direção ao rosto dela e
esfregou o dedo sobre os seus lábios, empurrando-os para que se
abrissem.
—Quero você. — ela disse sem fôlego. Como se soubesse
exatamente o que ele queria, ela abriu a boca e mostrou os dentes.
—Sim. — ele encorajou-a enquanto seu membro batia cada vez
mais duro contra ela.
As presas dela alongaram-se como se por instinto. Suas íris
eram um tom de ouro puro agora, tal como as dele.
Ele inclinou a cabeça para o lado, oferecendo-lhe o pescoço.
125
—Mais tarde, eu vou levá-la para caçar. — ele disse asperamente
—Mas agora, eu quero que você beba de mim. — Dante sempre se
lembraria do momento exato quando as presas de Viola perfuraram
sua carne pela primeira vez. Foi um momento de felicidade pura e
absoluta, o êxtase. Uma celebração do amor, da paixão, luxúria e
desejo. Quando ela chupou sua essência dentro dela, seu orgasmo
quebrou, derramando sobre ele como um maremoto capaz de encobrir
toda a cidade de Veneza. E com ele veio outra onda, tão poderosa
quanto a sua: o clímax de Viola, os músculos dela apertaram em
torno de seu comprimento, ordenhando-o, exigindo até a última gota
do que ele tinha para dar.
E ele lhe daria tudo o que ele possuía. Sua riqueza, o seu corpo,
e acima de tudo, o seu coração.
Para a eternidade.
—Eternamente. — Viola sussurrou e beijou-o com seus lábios
ensanguentados.
FIM