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8/18/2019 São Tomás de Aquino Os Princípios Da Realidade Natural Porto Editora Portugal
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SÃO TOMÁS DE AQUINO
PRINCÍPI
D RELID DE NURL
ENE E EÊNCI
Introdução tradução poáio
HNRQU PNTO MA
ELEMENTOS@ SUDOESTE
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sta edição de Os Princípios da Realidade Naturalfoi composta em caracteres inion
desenhados po Robert Slimbach
e impressa no Bloco Gráco, Lda.
Rua da Restauraão 387
4050506 Porto- Portugal
em Novembro de 2003
Caa: José Badão/ Atelie B2
Copyright © Porto Editora- 2003 9245568
Rua da Restauração, 365
4099-023 POTO • POTUGAL
f 35 22 6o8 83 oo
F 35 22 6o8 83 0- [email protected]
wportoeditorapt
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SUMÁRO
INTRODUÇÃO 9
O PRNCPOS DA REALDAD NATURL
I Ser em acto e em potência 19
matéria a forma e a privaão 2
III s qatro casas os três princípiose o elemeto 29
IV Interdependência das casas 5
V Diversas maneiras de ser das qatro casas 41
V s sentidos nívoco eqívoco e analógico 45
0 NTE E A ESSlNCAPrólogo
I Denição do ente e da essência
II Sbstâncias compostas e essência
II énero, espécie e diferena
IV Sbstâcias separadas
V Essências nas diversas realidades
V Essência nos acidentes
OSFÁCO
pensamento osóco de São omáscentrado no Ser
Peqeno vocablário da escolástica medievaltores e obras citadas
Esboo biográco de São omás de qino
7
51
5
5
69
5
83
89
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105 121
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NTRODUÇÃO
Os opúscuos e principiis naturae ou e rincipiis rerum naturaium e e ente et essentia
em português «Üs princípios da reaidade natura» e«Ü ente e a essência» pertencem ao número dasobras menores de São Tomás de Auino ue s teráredigido em Paris no começo da década de 125,nos primeiros anos de magistério quando comen-tava na Universidade o primeiro ivro das entençasde Pedro Lombardo
Há quem avente a hipótese de a pequenina obrs rincípios da eaidade atura constituir umapontamento redigido por Tomás de Auino ainda
na ualidade de estudante ao er na versão atina de
Utiizamos o texto latino de Opera Omnia (Obas Completas) de SãoTomás de Aquino, editadas po odem do Papa eão XIII etiadodo tomo pepaado pelos ades pegadoes ou dominicanos,paa os Editoi di San Tomaso, Roma, 976: De Principiis naturae adFatem Silvestem pp 3947) e De ente et essentia (36938). Enteas edições destes dois opúsculos, salientamos a edição bilingue (latim
e ancês) de Jean Madian, do pimeio, com o título Les principesde la ralit naturelle, ntoduction, taduction et notes Pais Nou-velles Éditions atines, 963; e a de ain de ibea et Cyille Michon,do segundo, Être et Essence Pais, Éditions du Seu, 996
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Migue scoto e com o comentário de Averróis osivros I e II da ísica de Aristótees e o ivro V da
etafísica do mesmo Aristóteles Por se tratar de uma introdução sumária e muito
cara sobre temas da mais ura osoa os manuscri-tos mutilicaramse e hoe guardamse em aruivosde numerosas cidades europeias incluindo Lisboae facto na Bibioteca Naciona de Lisboa este no
códice 2299 folhas 73ra a 76rb uma cóia da segundametade do sécuo XIV em ae 300 x 220 mm emduas counas com o títuo ncip t de prncipsrerum ste manuscrito foi comrado em Paris noano de 427 ( 309v)
Quando no sécuo surge a imrensa o e prn
cpis naturaetem uma rimeira edição em Colónia
em 472 Até ao m do sécuo publicaramse maisnove incunábulos desta obra
Tanto os 82 manuscritos conhecidos como as múltilas edições feitas a partir de 472 registam imensasvariantes A edição crítica citada de 976 ue seguimos rocura obter um texto o mais próxmo ossí
vel do original saído das mãos de Tomás de AuinoOs manuscritos dos séculos X e XIV oferecem um
texto contínuo Os modernos editores adoptam asua divisão em seis caítulos Para facilitar a eituraatemonos aos arágrafos abertos ea edição latinade 976
2 C Sanc hoae de Aquno Opera Omnia, 6 e 33· Iidem 8 n0 31
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Não houve nunca quaquer esécie de dúvidaacerca da autenticidade do «Sermo seu tractatus de
ente et essentia» um dos muitos títuos que searranou ara esta equenina obra de São Tomás deAquino Os destinatários são os confrades e os coegas ou estudantes quando ainda não eistia rofessor como escreveu Ptoomeu de Lucca na sua Historia eccesiastica noa Aqui também se arma que o
Santo outor a terá redigido quando iniciava omagistério em Paris Os eseciaistas debruçaramsesobre a ossíve interretação das aavras de Ptoomeu ara concuírem que a data da comosição doe ente et essentia osciará entre os anos de 1252 a256 , possivemente depois do e principiis naturae
O ano não ossui o rigor de uma questão disutada epois de aresentada a denição da essênciao Autor passa a distinguir as substâncias comostasas substâncias simes (ama inteigência e eus) eos acidentes rocurando saber em cada um destescasos onde está o género a esécie e a diferença Aamidão do horizonte e a importância das osições
tomadas onde se aborda o robema dos universaisa distinção entre o ente e a essência em todas ascriaturas e se recusa o hiemorsmo das criaturasesirituais tornam diíci a cassificação destepequeno compêndio onde a ógica e a metafísica sedão as mãos
Cf Opera Omnia ibide Ibidem 20
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A noção de essência é central no sistema de Aicena, o principal expositor de Aristóteles. A maneira
como Tomás de Aquino pega no tema prooca oextraordinário sucesso de um escrito que parece nãoter sido destinado ao público e cedo acabou por sercopiado, recolhido no orpus de Aristóteles, traduzido para grego e até hebraico. Conhecese umatrintena de cópias do século X e princípios do
século XV e perto de uma centena do sécuo Também a Biblioteca Nacional de Lisboa guardadois códices o códice 2241 (olhas 114ra7a ), do mdo século X em pergaminho, 22 x 15 mm, a duascolunas; e o códice 2299 , olhas 114ra12ora, do m doséculo XV com o título ncpt ber de qudtate
encum.Este códice 2299, como se apontou acima,
contém ainda o e principiis rerum.As edições impressas do ractatus de ente et essen
tia sancti home de quno principiam em Pádua noano de 1475. Só os incunábulos são 16 ou 17 (umdesta época não tem data). No século publicaramse algumas edições escolares com o texto atio
e respectia tradução, inclusie em japonês.Naturalmente, com tantos manuscritos e com
tantas edições, as ariantes do texto multiplicamse.Algumas glosas passam, nas cópias, para o texto;trocams e umas palaras por outras s inónimas(solum=tantum); experimentase a correcção do
texto (principium=causa); explicitase o comple
6 Ibidem 326, nn 68 e 69
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mento subentendido. Assim, tornase extremamente diícil e complicado obter a ersão primigé
nia do Autor e azer um aparato crítico completoNesta tradução portuguesa seguimos o texto latino
das pera mnia de São Tomás de Aquino da citadaedição crítica de 1976 O texto arquétipo não oerecediisões é absolutamente contínuo. O seu conteúdoimpôs bem cedo a utilização de alíneas separadoras
á a edição rinceps de Pádua, de 1475, reimpressa em1482, destacou o prólogo e inaugurou uma diisãoem sete capítulos. O Padre RolandGosselin, em1926, diide a obrinha da orma aqui seguida prólogo, signicado de essência substâncias compostas substâncias simples e acidentes i.
Nos opúsculos e principiis naturae e e ente etessentia São Tomás de Aquino coloca as pedrasessenciais da construção das grandes sumas que odenirão como o outor omum O tema undamental do primeiro são as quatro causas causamaterial, causa ormal, causa eciente e causa nal;
no segundo ornece as bases da ontologia puramente losóca, ao ponto de nunca citar a Bíblianem os Padres da greja.
Na suposição de que só l ê São Tomás de Aquinoquem domina bem o latim medieal, nunca abun
daram as traduções das suas obras em ernáculo,muito menos as consideradas menores, como é ocaso destes opúsculos Acresce o acto de o latim,
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nos dias de hoje, estar a ser deixado para poucosespecialistas. Desta orma, os grandes monumentos
de cultura de um passado em que a língua eicularera o latim tornaramse inacessíeis ao grandepúblico. A tradução para uma língua ulgar é omeio para o atingir
Vericamos, por outro lado, que a cultura gregachegou ao ocidente medieal mediante traduções
latinas, incusie as obras de Aristóteles. Estas, porsina, chegaramnos atraés da língua árabe. As traduções, porém, são sempre, de alguma orma, traições ao pensamento original, mesmo para quemdomine as duas línguas em presença. Tal acontece,com sobeja razão, relatiamente a textos antigos,que separam ciilizações e maneiras de exprimir.Tornar totalmente inteigíel a um leitor do nossotempo um texto de São Tomás de Aquino, não obstante a clareza que põe em tudo quanto escree, ésempre tarea arriscada. De acto, uma tradução iteral tornase de muito diícil compreensão para osdesconhecedores da língua de São Tomás. «Há pas
sos que embaraçam lósoos [ . . ; há passos a respeito dos quais os maiores tomistas ainda discordam. . . . Todo o sistema de São Tomás assentanuma ideia gigantesca e, no entanto, simples, quearange todas as coisas existentes e as que poderiamexistir. Ele representou esta concepção cósmica pela
palar es » de sentido óbio para quem sabe um7. G K Chesteton Tomás de Aquino ivaia Cu Baga
20220
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ouco de latim mas sem tradução satisfatória aravernáculo de quaquer lngua moderna elo que a
deixamos no original ete A terminologia losócamedieval tem ouco a ver com a terminologia lo-sóca moderna. Notese or exemlo o sentido de«forma» e de «matéria» na linguagem tomista Arimeira é a quaidade real e decisiva que faz comque uma coisa sea ela e não outra; a matéria é o ee-
mento mais misterioso indenido e informe queidentica erfeitamente uma coisa e é a sua formaA forma é o acto aquilo que faz com que um tiolosea tiolo uma estátua sea uma estátua e não umamassa informe Já o dominicano M. D Chenuesecialista na obra de São Tomás não se coibiu dearmar que as formas literárias e o estilo técnico daobra de São Tomás «Ó serão inteigveis como aexressão omogénea das insirações dos métodosdos rocessos do ensino coevo» do seu temoAcresce o facto de os mltilos exemos tirados davida quotidiana tornarem óbvio o que em teoria enuma linguagem muito rória da éoca seria bem
difcil de entenderNão obstante todas as diculdades e hesitações na
escolha dos vocábuos ortugueses que ossam tra-duzir melhor o ensamento de Tomás de Aquinoousamos tentar a sorte. O breve vocabuário no naaudará orventura a comreender mehor a densa
literatura dos dois textos traduzidos.8. M D Chenu, St. Thomas d'Aqin et la théologie Mates spiituels,
Bouges, 197, p 79
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De qualquer forma outros arriscaram a traduçãoara lnguas modernas ntendeu o editor da tradu-
ção ortuguesa deste osculo arriscar tambémconsciente de restar um aulio à história do en-samento Assim como São Tomás dezasseis séculosaós a morte de Aristóteles se aventurou a levar aosleitores do seu temo o ensamento do stagiritanão nos areceu descabido a ouco mais de sete
séculos de distância da morte de São Tomás deAquino levar ao leitor ortuguês de hoje o ensa-mento do Doutor Angélico
Juntamos um Posfácio a seguir à tradução ortu-guesa dos dois textos anunciados rinciiando orum aontamento sobre a losoa de São Tomás deAquino seguido de breve vocabulário da losoamedieval mais referenciada nestes osculos araterminar com um esboço biográco do Santo Dou-tor
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OS PNCÍPOS
DA EALDADE NATUAL
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I
[SER EM E EM
1 Há coisas que odem existir e não existem e hácoisas que á existem Camase ser em potêcia aoque ode existir e não existe e ser em acto ao que jáexiste Po outo lado há duas esécies de ser: o ser
essecial ou substacialde uma coisa or exemo
se um homem e isto é o ser considerado em simesmo; e o ser acietal como é o caso de o homemse branco e isto é o ser considerado sob relaçãoarticular
Nestas duas esécies de ser há aguma coisa em
otência ois alguma coisa existe em otência ara
que o omem exista: o eserma e o sangue mens-trual ; há alguma coisa em otência ara que seabanco: o omem tanto o que existe em otênciaara ser substacial como o que existe em otência j
ara ser acietal ode chamarse matéria tal comoo eserma do homem e o homem de ele branca
* Nós diamos hoje o gâmea masculino ou espemaoóide e ogâmea feminino ou óvulo [N do T]
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Mas diferem no seguinte o que eise em otênciaara ser substancial chamase matéria de que é feita;
mas o que eiste em otência ara ser acidentalchamase matéria em que se actualiza.
[2.] Em termos adequados o que eiste em otênciaara ser acidental chamase sujeito; mas o que eisteem otência ara ser substancial chmase roria-
mente matéria ois o sueito dá ser ao acidente isto é dálhe eistência orque o acidente só tem sermediante o sueito Da o aarse que os aciden-tes estão no sueito mas não se armar que a forasubstancial estea no sueito. Assim sendo a matériadiere do sueito orque o sujeito é o que não ro
vém de qualquer coisa que se lhe acrescente aseiste or si e ossui um ser comleto tal como ohome não deve a sua eistência à cor branca daele . Mas arase que a matéria obtém o ser a artir do que se lhe acrescenta uma vez que or si é ser
" incomleto melhor não ossui qualquer estênciacomo escreve o Comentador ao segundo catulo de
e ima De onde se conclui utilizando uma lin-guagem simles que a forma dá o ser à matériaas o acidente não dá o ser ao sueito é o sueito
que dá o ser ao acidente ainda que às vezes se toeum elo outro ou sea a matéria elo sueito ouinversamente.
[3 ] Assim como tudo o que eiste em otência ode ser chamado matéria também tudo o que tem exis
zo
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ência qualquer que sea a eistência subsancial ouacidental ode chamarse forma O homem or
eemlo sendo branco em otência tornasebranco em acto ela cor branca; o eserma sendohomem em oência tornase homem em acto
mediane a alma E orque a forma orna o ser emaco eis a razão de se armar que a forma é aco Aforma substacial orém é aquela que faz eistir em
acto um ser substancial; a forma acietal é aquelaque faz estir em aco um ser acidental
[ 4. ] E orque a geração de um ser é movimento araa forma uma dula geração resonde a uma dulaforma à forma substncil resonde a geração roriamene dia; à forma acidental resonde a gera
ção sob uma relação aricular Quando ois seraa de forma subsncial afirmase que algumacoisa aconeceu simlesmente como or eemloum homem nasceu ou um homem é concebidoQuando orém se rata de forma acidenal não se "arma que alguma coisa aconeceu simlesmente
mas que iso aconteceu Quando o homem nasceubranco não armamos simlesmente que o homemnasceu ou foi concebido mas que nasceu e foi con-cebido branco
A esta dula geração corresonde uma dula corrupção: simles ou acidental Mas a geração e a cor
rução simles exisem aenas no género da subsância; a geração e a corrução acidenal eisem emodos os ouros géneros
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E orque a geração envolve uma certa mudançado não ser [ou do não ente ara o ser [ou ara o
ente ao contrário a corrução envove a assagemdo ser ara o não ser A geração não rovém de
qualquer não ser mas de não ente que é ente emotência ta como a estátua feita de cobre eiste emoência e não em acto
[5 Portanto ara haver geração requeremse três coisas: o ser em otência que é a matéria; o não serem acto que é a privação; e aquilo mediante o qualse torna em acto que é a forma Assim quando docobre se faz uma estátua o cobre que é otênciaara a forma de estátua é maéria o asecto sem
gura ou sem disosição é a rivação a gura a artir da qual se chama estátua é a forma Não éporém a forma substacial orque o cobre antes deossuir figura tem ser em acto e o seu ser nãodeende daquela gura mas é forma acietal ois
todas as formas articiais são acidentais De facto aarte só opera no que á eiste constitudo em ser
erfeito ela natureza
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II
ÉR FR E RVÇÃ
[ 6.] São três os pricípios a atureza: a matéria aforma e a privação Um dos três, a forma, é o queprovoca a geração; os outros dois são, por sua arte, onde provém a geração. Por isso, a matéria aprivação são a mesma coisa no sujeito ou realidade; a razão é que as distingue. De facto, o bronze, semguração, é o mesmo antes de receber a forma, maspor uma razão se chama bronze e por outra razão sediz sem figuração. Por isso, a privação chamasepricípio no por si, mas por acidente, por coincidir "com a matéria Da mesma forma dizemos que um
médico constrói a sua casa, não por ser médico, maspor ser construtor No mesmo sujeito, o médico,coincide o construtor.
Há duas espécies de acietes: os ecessários
quando não se separam da realidade, como é afaculdade de o ser humano rir; e os ão ecessários
quando se separam, como é o caso da cor branca dohomem Embora a privação seja um princípio poracidente, no se segue, no entanto, daí que não seja
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necessária à geração, porque a matéria nunca éibertada da privação. Efectivamente, enquanto per
manece sob certa forma, tem privação de uma outraforma e, ao contrário, assim como no fogo há priva
ção de ar, também no ar há privação de fogo.
[7 ] Advirta-se que sendo a geração feita a partir donão ser, não dizemos que a egação seja um pricí
pio sim a privação porque a negação não tem' necessidade do sujeito ao qual se apica Não verpode armarse também de coisas que não existem:uma quimera não vê. O mesmo se pode armar deentes que não nasceram para ver, como acontececom as pedras A privação só se arma acerca de
determinado sujeito nascido para existir, ta como acegueira só se arma acerca de quem nasceu paraver.
A geração não se opera a partir do que pura e simpesmente não existe, mas a partir de um não ente
que existe em determinado sujeito e não em quaquer sujeito Não se faz fogo a partir de quaquer
matéria não inamável, mas a partir de determinadamatéria inamáve Daí o dizer-se que a privação éprincípio Mas a privação distingue-se de outros
pricípios na medida em que uns são princípios noestao e ser acabao e outros são princípios noestao e ser em evolução Para haver estátua, é
necessário haver bronze e, ulteriormente, a gura daestátua. Depois de feita a estátua, para esta existir é
necessário ue estas duas coisas, o bronze e a gura,
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permaneçam A privação é princípio em evolução enão em estado de ser acabado, porque enquanto se
faz a esttua, ela não é ainda uma esttua. De facto,se o fosse j, não se tornaria em esttua, porquetudo aquilo que se faz não existe, a não ser em
momentos sucessivos, como acontece no tempo eno movimento. Mas a partir do momento em que aesttua exste, deia de haver a privação da esttua,
porque a armação e a negação não são simultâneas, tal como não se pode estar ao mesmo tempo privado de alguma coisa e em posse dessa mesmacoisa. Assim, a privação é princípio por acidete,como acima se expôs. Os outros dois são princípiospor si mesmos
8. De tudo o que foi dito se deduz que a matéria,segundo a razão, distinguese a forma e da privação. A matéria de facto, é aquilo em que existe aforma e a privação tal como no cobre existe a forma
)
e a não guração Todavia, umas vezes a matéria é entendida com privação, outras vezes sem privação.
O bronze, sendo matéria da esttua, não evoca aideia de privação, porque do facto de ser bronze nãose entende sem forma nem gura. Mas a farinha,sendo matéria de que se faz pão, evoca em si a priva- ção da forma de pão, porque do facto de ser «farinha» indica um estado que não é o de pão Na gera
ção, a matéria (ou sujeito material) permanece, masnão a privação; o composto de certa matéria e decerta privação desaparece. Por isso, a matéria que
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não impica necessariamente uma certa privaçãopermanece; a matéria que impica necessariamente
uma certa privação é transitória.
9 ] Advirta-se que toda a matéria tem composiçãode forma O bronze, por exempo, é matéria a respeito da estátua; todava, o próprio bronze é composto de matéria e forma e, por isso, o bronze não é
chamado matéria prima porque tem forma. Porém, aquea matéria que é entendida sem quaquer formae prvação, mas é sujeita à orma e à privação,chama-se matéria prima, porque antes dea não háoutra matéria. Esta também se chama hylé isto é,caos ou confusão, em grego. E porque toda a ei-
çãoe todo o conhecimento se obtêm pea forma, eis
o motivo de a matéria prima não poder denir-seou conhecer-se por si mesma, mas em reação àforma, ao ponto de se dizer que a matéria prima éaquio que é e que se mantém assim reativamente a
todas as formas e privações, ta como o bronze éreativamente à estátua e à privação de guração. E
esta é a matéria prima sem mais. Pode também chamar-se matéria prima reativamente a um certogéero como acontece com a água reativamente às
diversas souções aquosas. Todavia, não é matériaprima sem mais, porque é composto de matéria eforma, o que supõe uma matéria anterior.
* A palava gega À signica, em linguagem losóca, maéia; maso pimeio signicado é madeia, oesa [N do T]
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[10.] Advirtase que a matéria prima e tambm aforma no se gera nem se corrompe, porque toda a
geraço parte de aguma coisa para outra O pontode partda da geraço a matria; o ponto de chegada da geraço a forma Portanto, se a matra e a forma se gerassem, haveria matria de matria eforma de forma, e assim de seguida at ao innitoDaí que a geraço, falando com propriedade, só
pode partir de um composto
[] Advirta-se ainda que a matéria prima chamada numericamente una em todas as coisas Mas onumericamente uno pode entender-se de duasmaneiras: possuir uma forma determinada emnúmero, como acontece em Sócrates Deste modo, a
matria prima no coisa numercamente una, porem si no comportar forma aguma Tambm se dizque aguma coisa numericamente una, quandono dispõe de estruturas que a fazem diferirsegundo o número Assim, dizse que a matria prima coisa numercamente una, porque enten
dida fora de todas aqueas estruturas que criam umamutiplicidade numrica
12] Advirtase que, embora a matéria no com- porte, na sua natureza, quaquer forma ou privaçãocomo a noço de bronze no envove guraço ou
ausência de figuraço, todavia, a matria nuncadea de ser forma e privaço, pois existe umas vezessob ma forma e outras vezes sob otra forma Por
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si mesma, porém, a matéria nunca pode existir, poisa noção de matéria não comporta quaquer forma,
não pode existir em acto, uma vez que é a forma qedá existência ao acto A matéria só exste em potên- cia Por isso, qualquer coisa que exsta em acto não
pode chamar-se matéria prima
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III
(AS QUATRO CAUSAS, OS RÊS PRINCÍPIOSE O ELEENTO]
13. Do que se aaba de de se dedu que são têsos pricípios da ealidade natual: a matéria a formae a privação Mas estes tês pnípios não são suentes paa a geação
De fato, o que existe empotêcia
não pode po i
s mesmo passa a acto tal omo o obe que exsteem potêna paa se estátua não se fa po simesmo estátua, mas pesa de um opeado paaque a foma da estátua saia da potênia ao atoTambém a foma não pode po s mesma passa da potêna ao ato (falo da foma do objeto geado,
da foma que é ponto de hegada da geação), poisa foma só exste no se do objeto poduido. Oque é tabalhado existe em mudança enquanto oobjeto não fo teminado Impota, potanto, que,
paa além da matéia e foma, haja algum pnípoatvo. o que se hama causa eciete ou motoa,
ou agente, ou de onde suge o pnípio do movmento.
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14] E porque, na palavra de Aristóteles no segundoivro da etafísica tudo o que age só age em vista de
alguma coisa, importa que exista um quarto princípio, entendido pelo operador, e este chama-se m
Advirta-se que, emora todo o agente, tanto naturalcomo voluntrio, tenda a um fim, não se segue,todavia, que todo o agente conheça o m ou soreele deliere Conhecer, porém, o m é necessrio no
respeitante a acções que não são determinadas, mas se escolhem entre possiilidades opostas, comoacontece com os age tes vol utários Por isso,importa conhecerem o m pelo qual determinem aspróprias acções Mas nos agetes aturais s acçõessão determinadas; daí a necessidade de escoher
aques que convêm ao mAvicena cita o exemplo do tocador de cítara, que
não tem necessidade de deiberar sore qual a cord apercutir, por as percussões serem determinadas dentro de si próprio Caso contrrio, haveria demora
entre as percussões, o que não podia ser A delieração, porém, é mais perceptível no caso do agente
voluntrio do que no caso do agente natural Se compreendemos que o agente voluntrio, que nos é maisbem conhecido, pode agir algumas vezes sem deie-
ração, então devemos admitir, com mais forte rão,que um agente natura tenda para o seu m sem qualquer delieração tender para o seu m não é mais do
que ter uma inclinação natural numa certa direcçãoDo sobredito se deduz a existência de quatro cau
sas material eciete formal eal
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15. mbora se diga que o pricípio e a causa sãoconvertíveis, segundo se lê no livro quinto da etafí
sica de Aristóteles, todavia o mesmo Aristóteles, nolivro da ísca estabelece a exstência de quatro causas e de três princípios Considera as causas tanto por realidades extrínsecas como por realidadesintrínsecas A matéria e a forma são consideradasintrínsecas, por serem partes constitutivas de uma
coisa; a causa eciente e a causa nal são chamadasextrínsecas, porque são externas ao objecto produ zido Mas por pricípios considera só as causasintrínsecas Não se nomeia entre as causas a privação, por ser princípio acidental, como foi dito quando armamos a existência de quatro causas,entendemos tratar-se de causas por si, a que se redu zem todas as causas por acidente, porque tudo o queexste por acidente é reduzido ao que existe por i
16. mbora Aristóteles, no primeiro livro da ísicaconsidere os pricípios causas intrínsecas, todavia, "como escreve no livro undécimo da etafísica o
princípio propriamente dito respeita às causasextrínsecas, e chama elemeto às causas que são partes do objecto, ou seja, causas intrínsecas, e chamacausa a ambas Acontece, no entanto, que por vezes toma um pelo outro De facto, toda a causa podechamar-se princípio, e todo o princípio pode cha
mar-se causa Todavia, a palavra causa parece dizermais do que princípio tomado na acepção comum,porque o que é princípio, quer tendo, quer não
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tendo por conequênca outro er pode chamareprncípo ta como o operáro é chamado o prncí
po do cutelo porque do eu trabalho reulta ocutelo. Ma quando aguma coa e muda da bran-
cura para a negrura dze que a brancura é o prncípo daquela mudança. De manera geral chamaeprncípo a tudo aquo de que é ponto de partda amudança. Toaa a brancura não é aquo de cuja
extênca reulta o etao poteror to é a negrura. Só é chamao caua aquele prncípo eque procee o etado poteror. Por o chamaecaua aqulo de cujo er reulta outro er. Por oaquee prncípo que é ponto de partda damudança não pode por s chamar-se causa
embora e lhe chame prncípo. Por ee moto aprivação é coocada entre o prncípo e não entrea caua porque a pração é aqulo e que tomaorgem a geração. Ma pode também chamar-ecaua por acdente enquanto conce com a maté-
ra como acma fo expoto.
17 lemento no entdo própro ó e refere acaua erdaderamente matera que entram nacompoção de um objecto. Ma não e refere a
quaquer caua matera ma ó à que entra na prmera compoção. Am não zemo que omembro ão elemento do homem porqe o
membro também ão compoto a partr de outroma dzemo que a terra e a água ão elemento
w porque não ão compoto a partr e outro corpo
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mas a partir dees é que há a primeira composiçãodos corpos aturais. Da Aristótees escrever, oquito ivro de etafísica que «eemeto é o pri
meiro compoete imaete de um ser e ão sedivide segudo a forma».A eposição da primeira parte «primeiro compo
ete», está patete o que acaba de ser dio. Aseguda parte <<imaete», sigica que o eemeoé distito daquea matéria que é totamete corrompida ou desitegrada por meio da geração ou ciação 'de um objecto. O pão, por eempo, é matéria emreação ao sague, mas só se gera ou produz saguequado o pão se corromper ou desitegrar. Da odierse ue o pão ão permaece, como a, o sague; de ode o ão poder dizerse que o pão é ee meto do sague. ecessário que os eemeos de
aguma forma permaeçam e ão sejam iteiramete desitegrados, como se ê o ivro da eraçãoA terceira parte <<e ão se divide segudo a forma»,marca a difereça do que tem partes diversas a forma, isto é, a espécie, como acotece o caso damão, cujas partes são care e ossos, que diferem
segudo a espécie. Mas o eemeto ão se divide empartes diversas segudo a espécie, como acoececom a água, de que todas as pares são água. De facto, pouco importa ue um eemeto se divida ouão segudo a quatidade; basta que se ão dividasegudo a espécie. Se ão pode ser dividido de ua
uer forma é chamado eemeto, ta como as etrasdo afabeto são os eemetos das paavras
CL-PRN-
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Do sobedito, potnto, se conclui que o pincípioé de gum modo mis do que cus, e cus
mis do que o elemento E isto é o que iz oComentdo [Aveóis] o quinto livo d etafí-
sica [de Aistóteles] .
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IV
INTERDEPENDÊNCIA DAS CAUSAS]
18 Depois do estudo dos quatro géeros e causasadvirta-se que ão é impossíve ter o mesmo obetovárias ausas. A estátua tem por ausa o obre e oartista: o artista omo ausa efiiete e o obreomo ausa materia. Também ão é impossível ser o mesmo obeto ausa de otrários pois assimomo o pioto é ausa de salvação de um aviotambém é ausa do seu afudameto. ausa doseu afudameto pela sua ausêia; é ausa da suasalvação pela sua preseça omo esreve o ilóofo [Aristóteles o segudo livro da ísica
19. Advirtase aida que ão é impossível ser umamesma oisa causa e efeito ão sob o mesmoaspeto mas sob aspetos diferetes. Assim é que o adar é ausa de saúde omo ausa eiete mas asaúde é ausa do adar omo causa fial pois o
adar é por vees ausa de saúde para se ser saudáve. Também o orpo é matéria da alma ma a almaé forma do orpo. De fato a causa eciete éo em
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relação ao m, porque o m não existiria em acto aão ser pela operação do agente. Mas a causa nal é
causa da causa eciente, sendo que a causa ecientesó opera para atingir o m Daí a causa eciente ser
causa daquilo que constitui o m, como acontececom o adar, para haver saúde. No entanto, a causaeciente não faz que o m seja m, ou seja, não fazque o m seja a causa al. Assim é que o médico
faz que a saúde exista em acto, mas não faz que a saúde seja uma causa nal.O fim também não é causa do que é casa e
ciente, mas é causa da eciência da causa eciente,pois a saúde não faz o médico ser médico (falo dasaúde recuperada pelo médico), mas faz que o
médico seja causa eficiente, ou seja, a saúde é arazão pela qual o médico age. O m é, portanto, acausa da causalidade eciente, porque ela é a razãopela qual age a causa eciente. Do mesmo modo, faza matéria ser matéria e a forma ser forma, pois que é
em vista do m que a matéria toma forma. A formasó aperfeiçoa a matéria mediante o m. De onde o
armarse que o m é a casa das causas, porque écausa da causalidade em todas as causas.
De facto, a matéria chama-se causa da forma, enquanto a forma só existe na matéria; de igual
modo, a forma é causa da matéria, enquanto amatéria só tem ser em acto por meio da forma. De
facto, matéria e forma existem em relação uma coma outra, como se lê no segundo livro da ísica pois,
quanto ao seu composto, assemelhamse s partes,
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elatiamente ao todo, e ao simples, elativamenteao composto.
[20] Mas poque toda a causa enquanto causa, énatualmente anteio ao seu efeito advita-se que a
anteioidade se entende de dois modos, comoesceve istóteles no écimo sexto ivo os imais Po sua divesidae, uma coisa pode dizese
ao mesmo tempo aterior e posterior a uma outa, epode se ao mesmo tempo causa e efeito anteio- 'idade entende-se, que na odem da geação e dotempo, que na odem da substância e do que acompleta. De facto, a natueza pocede do impereito ao pereito e o incompleto ao completo Oimpefeito é anteio ao pefeito, pela geação e pelo
tempo. Mas o pefeito é anteio ao impefeito naodem a substância, tal como se pode dize que ohomem existe antes da ciança segundo a substânciae do que a completa, mas a ciança é antes dohomem na odem da geação e do tempo.
Mas, emboa, em temos geais, o impereito sea
anteio ao perfeito e a potência anteio ao acto,consideando que num e mesmo se o impefeitopecede o pefeito e a potência pecede o acto, todavia, em temos simples, é necessáio que o pefeito e
o acto seam pioitáios, poque o que leva a potência a acto é um se em acto, e o que apefeiçoa o
impefeito é o se pefeito. Na vedade, a matéria éanteio à forma na odem da geação e do tempo,pois existe pimeio aquio a que alguma coisa chega
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e depois auio a ue chega. Mas a forma é anterior àmatéria pea substância e peo que a competa, por
ue a matéria só possui ser competo pea forma. Deigual modo, também a causa eciente, ue é motor
para um m, é anterior ao m na ordem da geraço edo tempo. Mas o m é primeiro na ordem da causaeciente, enquanto eciente na ordem da substânciae do ue a completa, porue a acço da causa e
ciente somente existe competamente peo m. Por tanto, estas duas causas, a materia e a eciente, existem prioritariamente por via de geraço; mas a formae o m so prioritários segundo a via da perfeiço.
[1.] Note-se a existência de dupa necessidade a asoluta e a condiciona. A
ecessiae absolutaé a
ue procede de causas anteriores na ordem da geraço, a saber a causa material e a causa eciente. Anecessidade da morte, por exempo, provém damatéria e do facto de sermos um composto de con-
trários. Chama-se-he necessidade absouta, porueno pode ser impedida. Também se lhe dá o nome
de necessidade materia. A ecessiae coicioalprocede de causas posteriores na ordem da geraço,a saber a causa formal e a causa na. Dizemos ue
é necessário haver concepço para ser gerado umhomem. Chamase-lhe necessidade condicional,porue no é necessário em si ue esta muer con
ceba, mas é condiço para ue nasça um homemue a muher conceba. Também se he dá o nome
de necessidade em nço de um m.
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22.] Advirtase que três causas: a causa forma, acausa nal e a causa eciente podem incidir um só
objecto como é patente na geração ou produção dofogo. De acto, o ogo gera ou produz o fogo. Portanto, o ogo é causa eciente, enquanto gera; e é causa formal, enquanto faz existir em acto o queantes existia em potência; e é causa nal, enquantoas operações do agente terminam nele e enquanto é
requerido peo agente.Há uas espéces e fs : o da geração e o do 'objecto gerado, como se verica na eitura de umcutelo. De facto, a forma do cuteo é o m do que sequer produzir quando se faz o cuteo; mas o cortar,que é a nção própria do cuteo, é o m do objectoproduzido. O m do objecto gerado ou produzido, porém, coincide s vezes com as duas causas sobreditas, ou seja, quando a geração se faz por um ser damesma espécie, tal como o homem gera um serhumano e uma oliveira dá origem a uma oliveira.Isto não pode entenderse acerca do m do objecto
produzido.
Advirta-se, no entanto, que o e a forma nãoformam senão uma só coisa, no sentido de que aorma do objecto gerado ou produzido e o m dageração ou produção são uma única e mesma coisa. Mas com a causa eciente não acontece o mesmo.Ea não é um único e mesmo indivíduo com a
forma e o m: ea pertence apenas à mesma espécieDe facto, é impossíve que o construtor e o objectoconstrudo sejam o mesmo no número, mas podem
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se o mesmo na espécie Assim sucee quano oomem gea um omem O omem que gea e o
omem geao são ivesos em númeo, mas são osmesmos na espéce A matéria poém, não se et- ca com as tês outas causas, poque a matéia, po
se um ente em potência, tem a maca o impefeito as as outas causas, po existiem em acto,têm a maca o pefeito O perfeito poém, e o
imperfeito não coinciem no mesmo
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v
DIVERSAS MANEIRAS DE SERDAS QUARO CAUSAS]
[23 Dao são quatro as causas: a nt aforma a matria a na airta-s aras s po ntnr mitas manras Dfao ma causa po sr atror ou postror aomo armamos a art miina o mio
são a asa a saú Mas a art miina asaantror o mo asa postror O msmoaont na asa fora nas otras asas Not-s mos smpr ar a stão à causa prmera para ao prgntar-s: Por moto
st omm s ro? -s rsponr: Por
o mio o ro E aina: Por motio oro? Por possi a art rar
[24 irta-s ana a asa postror a-
maa causa próxma a asa antrior causa remotaDa stas as sõs asas amas om o
msmo sgnao: ma antrior otra postror;ma próxima as asas otra rmota D-sporm osrar o sgint: Smpr o mais
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universal se chama causa remota; o que é mais particular, causa próxima. Assim, afirmamos que a
forma próxma do homem é a sua denição, ou seja,animal racional. O animal é mais remoto e a subs-
tância ainda mais remota. Efectivamente, todas asformas superiores são formas das inferiores. Deigual modo, a matéria próxma da esttua é o cobre,mas a matéria remota é o metal e, por isso, mais
remoto ainda é o corpo sólido.
25 guaente, uma é causa das causas por si; outra écausa das causas por acidente. Chama-se causa por siaquela que é causa de algum objecto enquanto tal, talcomo o aruitecto é casa eciente da casa e a madeira
,
é causa materia do escabeo. Chama-se causa por aciete aquela que acontece à causa por si, quando amamos, por exemplo, que o gratico é construtor Ogramtico construtor é causa por acidente, pois não oé enquanto gramtico, mas enquanto construtor. O
mesmo acontece nas outras causas.
26 H causas simples e causas compostas. A causasimples é a causa só por si, ou então, é a causa só poracidente. Tal acontece quando, por exemplo, arma-
mos que o construtor é causa da casa e, de igualmodo, quando armamos que o médico é causa dacasa A causa composta porém, é quando ambas se
chamam causa, como quando armamos qe o construtor médico é causa da casa. Pode também chamar
w -se causa simples, conforme o que se lê em Avcena,
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aquio que é causa sem recurso de uma outra Ocobre, por exemplo, é causa da estátua sem adjunção
de outra matéria, pois do cobre se faz a estátua, talcomo se arma que o médico cura as doenças ou queo fogo aquece Porém, a causa composta existequando há necessidade de ajuntar diversas coisaspara haver causa: um só homem não é causa domovimento do navio, mas muitos, tal como uma só
pedra não é causa materia de uma casa, mas muitas
27] Há causas em acto e causas em potêcia Acausa em acto é aquela que produz actualmente oseu efeito, como o construtor que edifica, ou ocobre com que se faz a esttua A causa em potêciaé aquela que, embora não produza actualmente quaquer efeito, pode todavia provocálo, como é ocaso do construtor que não constrói, mas poeconstruir, e o cobre enquanto não é esttuaAvirtase que, faando de causas em acto, é necessário que a causa e o efeito sejam simultâneos, de modo que se há um, haja o outro De facto, se hou
ver um construtor em acto, é necessário que eleconstrua; e se há edicio em acto, é necessário queexsta um construtor em acto Mas isto não é necessário para as causas que só existem em potência
Advirtase, porém, que uma causa uiversal écomparada a um efeito universa, e uma causa si
gular corresponde a um efeito sigular tal comoarmamos que o construtor é causa a casa e esteconstrutor é causa desta casa
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VI
OS SENTIDOS UNÍOCOEQUÍOCO E ANALÓGICO]
28. Avirtase ainda que alano e princípiosntrínsecos, isto é, matéra e orma, há uma ietiae e uma istição de prncípios relativamente auma entiae e uma distinção de prncipiados oueeitos Alguns eles são iênticos em número, como acontece com Sócrates e «este homem» dadocomo seno Sócrates; há outros que são diversos emnúmero e iênticos pela espécie Sócrates e Platão,por exemplo, embora dierentes em número, convêm toava na espécie humana; outros ainda die rem na espéce, mas são idênticos no géero como o
homem e o burro, que convêm no género animal;outros, nalmente, divergem no género, mas identicamse segundo a aalogia como é o caso da substância e a quantae, que não convêm em nenhum género, mas convêm apenas segundo aanalogia, pois só têm em comum o ser. O ser,
porém, não é género, porque o ser não se aplica aosdiversos seres e maneira unívoca, mas de maneiraanalógica
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[29 ] Para comreender o qe acaba de ser ditoadvirtase qe h três maneiras diferentes de alicar
ma mesma denominação a ma lralidade deseres: de forma nívoca, eqívoca e analógica
Emregase a forma uívoca ao mesmo nome e aomesmo signicado, isto é, eição como aconteceà alavra animal, alicada ao homem e ao burroAmbos são animais e ambos são sbstância animada
sensível, qe é a denição de animalEmregase a forma equívoca qando se alica aseres diversos m mesmo nome, empregado comsentido diferente Assim é qe o «cão» tanto podeser m animal qe ladra, como ma constelaçãoceleste Convêm no nome, mas não na denção,
nem no signicado De facto, o signicado de umaalavra é a sa denição, conforme se lê no qartolivro da etafísica [de Aristóteles
Emregase a forma aalógica quando se aplicauma mesma alavra a realidades qe diferem por
sua natreza e denição, mas são vistas sob marelação qe lhes é comum, tal como a palavra «são»
se diz de m coro de animal, da urina e da bebida,mas não tem o mesmo sentido nos três casos Defacto, dizse qe a urina é sã no sentido de nela se
encontrar m sintoma de saúde falase de corposão enqanto é sjeito de saúde falase de bebida sãno sentido de ser casa de saúde Mas estes três sen-
tidos distintos referemse a m só m: à saúde
[3 ] Efectivamente, as coisas qe têm ma relação
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de analogia isto é, de roporção, o de comaração, o de conveniência, referemse a m m único,
como se verifico no exemlo da saúde otrasvezes, referemse a m só agente o causa ecienteAssim é chamado «médico» não só o qe sabe medicina, como também aqele qe a não conhece,como m charlatão falase ainda de instrmentosmédicos, por referência a m só género de acto, o
acto médico, qe é a medicina; otras vezes, orém,é or referência a m só sjeito nte vem de subs tância mas também reseita à qualiae à quantiae e a otros atribtos Mas a qalidade e todas asotras coisas não são totalmente ente no mesmosentido qe a sbstância o é Todas as coisas sedizem entes a partir do facto de serem atribtos da sbstância, qe é o sjeito das otras coisas Daí odizerse qe o ente provém, rimeiramente, dasbstância e, osteriormente, de otras coisas Porconseginte, o ente não é comm à sbstância e àqantidade e aos otros atribtos, orqe nenhm '
género ode ser atribído dessa maneira às sas ró
rias espécies o seja, rimeiramente a ma de entreelas e deois às otras or via de conseqência, maso ente é atribído à sbstância e aos acidentes demaneira analógica Esta é a nossa conclsão A sbs
tância e a qantidade diferem no género, mas élhescomm a analogia
[31] Pelas denominações múltilas qe designamm só e mesmo indivído, h uma só forma e uma
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só matéria como acontece com Túlio e Cícero, qesão a mesma essoa Para aqeas denominações
qe designam indivídos diversos ertencendo ama mesma espécie mtilicidade de matéria e de forma, mas não de esécie, como acontece com
Sócrates e Platão, qe são dois lósofos distintosgalmente, ara aqeas denominações qe desig-nam m mesmo géero e cjos rincíios erten-cem ao mesmo género, como é o caso da alma e do
1" coro do brro e do cavalo, diferem ela esécie,mas são do mesmo género dêntico raciocínio seaica àqelas denominações qe são emregadas sóde maneira anloga o roorcional os ses rincí-ios são os mesmos somente or analogia o ro
orção De facto, a matéria a forma e a privaçãoor otras alavras, a potêcia e o acto são rincí-ios da substâcia e dos otros géeros Todavia, amatéria, a forma e a rivação diferem do género,conforme se trate de sbstânca o de acidente. Se
as mesmas noções de matéria, forma e rivação sealicam tanto aos acidentes como à sbstância, é
or analogia de roorcionalidade, isto é, qe amesma reação, or m lado, entre a matéria dasbstância e a rória sbstância, e, or otro lado,
entre a matéria de m acidente, tal como a qanti-dade e a qantidade em si rória Todavia, assimcomo a sbstância é casa de todos os acidentes,
assim os rincíios da sbstância são os rincíiosde todos os acidentes
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O ENTE E A ESSÊNCA
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1] Porque um erro pequeno no prncío acabapor ser grande no fim, como afirma o FlósofoArstóteles] no lvro I do tratado éu e o uoe que o ente e a essênca são o que o ntelecto con-cebe em prmero lugar, como escreve Avcena no
começo da sua etafísica para que não nos acon-teça car no erro da ignorânca, devemos, a m deresolver a dculdade, denr a essênca e o ente ecomo se encontram nas diversas realidades e se rela-conam com as intenções lógcas, a saber, o géero aespécie e a ifereça
2 ] Mas porque devemos trar dos compostos oconhecmento do que é simples e atngr, a partr doposteror, o que é anteror, para que, prncpandodo que é mas fácl, o estudo se torne mas acessível,vamos proceder do sgncado do ente para o sgn-
cado da essênca
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CAPÍTUO
(DFINIÇÃO DO NT DA SS�NCIA]
Advirtase que, como escreve o ilósofo no livro V da etasica o ete por si é entendido de duasmaneiras a primeira divide-se em dez géneros; asegunda signica a verdade das proposiçes A diferença destes dois sentidos est em que, no segundo,
pode chamar-se ente tudo aquilo de que uma proposição armativa pode ser formada, mesmo que talnão ponha nada na realidade Assim é que as privaçes e as negaçes podem chamar-se entes De facto,dizemos que a armação se opõe à negação e que a cegueira est no olho No primeiro sentido, porém,
só pode chamar-se ente o que pe alguma coisa narealidade Assim é que a cegueira e outras privaçõesou negaçes deste tipo não são entes
2 ] O nome de essêcia por seu lado, não é tiradode ente no segundo sentido, pois deste modo são
chamados alguns entes que não têm essência, comoé evidente nas privaçes Mas a essência é tirada deente no primeiro sentido Daí a palavra do Comen
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tador Averróis], no mesmo gar: O ente, no ri-meiro sentido, signica a essência do obecto E or
qe, como foi dito, o ente, tomado neste sentido, sedivide or dez géneros, imorta qe a essência sig
niqe agma coisa de comm a todas as natrezaseas qais os diversos entes são colocados nosdiversos géneros e esécies A hmanidade, orexemo, é a essência do homem e assim or diante
3] E orqe aqilo eo qa ma coisa é consti-tída no rório género o esécie é o qe é signi-cado ea eição indicando o qe é a coisa, daíconcírem os ósofos qe o nome da essência émdado ara quiiae Isto é també o qe o
Filósofo freqentemente chama o qe era ser qalqer coisa, isto é, aqilo or qe agma coisa temde ser ma coisa qaqer. Chamasee tambémforma na edida em qe ea forma é signicadaa certeza de cada coisa, como escreve Avicena no
ivro da sa etafísica Também isto se chama,or otro nome, atureza entendendo natreza no
rimeiro dos qatro sentidos qe Boécio assinaa noivro s uas aturezas o sea, no sentido de qese chama natreza a tdo o qe ode, de agm
modo, ser areendido ea inteigência, ois macoisa só é inteigíve mediante a sa definição eessência. Também o Fiósofo, no ivro V da etafí
sica arma qe toda a sbstância é natreza Toda-via, a alavra natreza, assim entendida, arece sig
nicar a essência da coisa segndo a qa é orde
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nada à sa oeração rória, ois nenhma coisaerde a oeração rória, enqanto a alavra qidi-
dade rovém do facto de ser signicada ela deni-ção Chamaselhe, orém, essência, enqanto é orela e é nela qe o ente ossi o ser
4 Mas orqe o ente toma o nome, de maneiraabsolta e em rimeiro lgar, a artir das substâ
cias e, deois, de maneira relativa, dos acidetes daíse sege qe também a essência existe de maneira prória e verdadeiramente na sbstância de certomodo e de maneira relativa, nos acidentes De entreas sbstâncias, mas são simples e otras compostasEm ambas existe a essência. Nas sbstâncias sim-les, orém, existe de modo mais verdadeiro e
nobre, na medida em qe também ossem m sermais nobre, ois são casa do qe é comosto, elomenos a substâcia primeira simples qe é eusMas orqe as essências daqelas sbstâncias j nãonos são ocltas, devemos começar elas essências das sbstâncias comostas, ara qe, artindo do
mais fcil, se torne o assnto de melhor comreen-são
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CAPÍTULO
SUBSÂNCIAS COMPOSAS E ESS�NCIA]
[1] Nas substâcias compostas conecese a forma ea matéria tal como no omem se conece a alma eo coro Mas não se ode dzer que só uma das duasse cama essênca De acto, é evdente que a maté-ra solada do objecto não é essênca, orque não só
um objecto é reconecível ela sua essênca, mastambém é ordenado numa eséce ou num géneroA matéra nem é rncío de conecmento, nem,segundo ela, cosa alguma é determnada ara umgénero ou uma eséce, mas segundo o que alguma cosa é em acto Também a orma sozna não ode
camarse essênca da substânca comosta, andaque alguns se esorcem or o sustentar Do que odto se nere claramente que a essêcia é o que é sg-ncado ela denção da cosa Porém, a eição
das substâcias aturais contém não só a orma, mastambém a matéra, os, caso contráro, não avera
derença entre as eições aturais e matemáticasE não se ode armar que a matéra se encontre nadenção da substânca natural como acrescento à
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sa essência, o como m ser exterior à sa essência,orqe esta esécie de denições é rória dos aci-
dentes, qe não têm essência erfeita. Daí, a necessi-dade de receberem na sa denição m sujeito qe é
exteror ao se género. É ortanto, evidente qe aessência comreende a matria e a forma
2] Não se ode armar, orém, qe a essêcia sig-
niqe ma reação entre a matria e a forma o qalqer coisa qe lhe fosse ajntado, orqe issoseria necessariamente acidenta e estranho à cosa, eesta não seria conhecda or esta relação Tdo stofaz arte da essênca. De facto, mediante a forma,qe é o acto da matéria, esta tornase ente em acto, e
este tornase agma coisa O qe lhe é ajntado nãodá à matéria o ser em acto de maneira absota, masser em acto como cosa determinada, tal como acon-tece com os acidentes. Por exemo, a brancra faz obranco em acto. Daí também qe, qando adqre
determinada forma, não se arma qe é gerada demaneira absolta, mas de manera relativa.
3 ] Portanto, a alavra essência nas sbstânciascomostas signica o qe é comosto de matéria e
forma Com isto concorda a alavra de Boécio·
nose comentário das ategorias onde escreve que
* Esta afmação é de facto atiuda a Boécio po Santo AletoMagno, po São Boaventua e po São Tomás No entanto comotaem em odapé os editoes das Opera Omnia, p 370 não seenconta em Boécio [N do T
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usya signica o comosto Com efeito, a ara os gregos é o mesmo qe essência ara
nós, como ele rório o diz no livro s uas aturezas Avicena também arma qe a qididade dassbstâncias comostas é a rória comosição da matéria e da forma O Comentador Averróis] também escreve acerca do livro VI da etafísica: «Anatreza qe têm as esécies nas coisas sjeitas à
geração é m intermedirio, isto é, m comosto dematéria e forma» Também a razão est de acordo, orqe o ser da sbstância comosta não é só o daforma, nem só o da matéria mas o do rório com-osto Ora, a essêcia é aqilo segndo o qal macoisa se chama ser Por isso, importa qe a essência,ela qal ma coisa é denominada ser, não seja só forma, nem seja só matéria, mas ma coisa e otra,ainda qe só a forma seja, à sa maneira, casa desteser Assim, de facto, vemos nas otras realidades,formadas or vrios rincíios, qe a coisa não échamada só a artir de m otro destes rincíios, mas daqele qe abrange a ambos, como é evidente
nos sabores A acção do calor na digestão da hmidade casa a doçra, e embora deste modo o calorseja casa da doçra, todavia não se chama corodoce elo calor mas elo sabor, qe abrange o qente e o húmido
4· Mas orqe a matéria é o pricípio a iiviuação areceria dedzirse daí qe a essência, qe emsi comreende ao mesmo temo a matéria e a forma,
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fosse apenas particuar e não universa. Disto seseguiria que os uiversais não teriam denição se a
essência é o que é signicado pea denição Adirtase, por isso, que a atéria não é entendida, sem
mais, princípio de individuação, mas só o é a matériadesignada. Cao matéria esigaa aquela que seconsidera sob determinadas dimensões. Esta matéria, poré, não se põe na denição dada ao omem
enquanto omem, mas seria posta na denição de Sócrates, se Sócrates tivesse uma denição. Na denição do oe põese a matéria ão esigaapois na denição do omem não se põe este osso eesta carne, mas o osso e a carne tomados absouta-ente, que são a atéria não designada do omem.
[. Assim, portanto, é evidente que a essência dooem só difere da essência de Sócrates pelo esigao e o ão esigao Por isso, o Comentador[Averróis escreve a respeito do livro V da etafí-
sica: «Sócrates não é nada mais do que animalidadee racionaidade, que são a sua quididade.» Assi
também diferem a essência do géero e da espéciesegundo o designado e o não designado, ainda quenestes dois casos aja outro odo de designação.
De facto, a designação do indivíduo em reação àespécie é feita da matéria designada por dimensões,enquanto que a designação da espécie em reação ao
género fazse pela ifereça constitutiva, tirada daforma da coisa. Ora, esta deterinação ou designa
ção, que se encontra na espécie em reação ao
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género, não se faz or qalqer coisa existente naessência da esécie qe não esteja de modo nenhm
na essência do género Antes, tdo o qe existe naespéce existe também no géero como não determi-nado Com efeito, se o animal não fosse o todo qe
é o homem, mas arte dele, não se lhe alicaria, oisqe nenhma arte integral se alica ao se todo
6 Poderse ver de qe modo isto acontece, aoexaminarse a diferença existente entre o corpo
tomado enqanto arte animal e o coro tomadoenqanto género, orqe não ode ser género damaneira qe é arte integral A alavra corpo odeassmir vrios sentidos De facto, chamase corpono género da sbstância, o qe ossi determinada natreza, de modo qe nele ossam designarse odeterminarse as três dimensões, ois as rriastrês dimensões designadas são o coro qe existe nogénero da qantidade Acontece, orém, nas coisasqe o ossidor de ma erfeição atinja também ma erfeição lterior, como se verica no homemqe ossi ma atureza sesitiva e, além disso,ma atureza itelectiva De igal modo, também, eacima da erfeição de ossir determinada formaara qe nela ossam assinalarse as três dimensões, ode ajntarse otra erfeição, or exemlo, a vidae o mais A alavra coro, ortanto, ode signicar
ma determinada coisa com ma determinadaforma, da qal sege nela a ossibilidade de assinalar com recisão as três dimensões, a saber qe
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nenhma perfeição lterior reslte daqela forma,mas, se algma coisa lhe é antada, tal não sea
compreendido na denição do corpo assim enten-dido O corpo será ma parte integral e material do
animal, porqe, neste sentido, a alma não estarácompreendida no qe é significado pela palavracorpo ela será algma coisa de antado ao própriocorpo, de tal modo qe de dois , da alma e do corpo,
seja constitído o animal, como de das partes
7.) Pode também entenderse a palavra corpo como signicado de certa coisa, qe possi determinadaforma, de modo qe as três imesões nela possamser designadas, qalqer qe seja aqela forma, qer
dela possa provir algma perfeição lterior, qernão Deste modo, o corpo será género animal, por-qe no animal não precisará de entender nada qenão esteja implicitamente contido no corpo Defacto, a alma não é ma forma diferente daqela
pela qal, nesta coisa, podiam ser designadas as trêsdimensões Por isso, qando se dizia qe o corpo é o
qe possi determinada forma de qe podem serdesignadas as três dimensões nele, entendiase qalfosse a forma o a alma, o a pedreira, o qais
qer otras coisas Assim, a forma do animal éimplicitamente contida na forma do corpo, namedida em qe o corpo é o se género
8.) Tal é também a relação de aimal a homem Se, de facto, animal fosse nome qe apenas indicasse
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uma certa realidade com determinada erfeição,como sentir e moverse or um rincíio existente
nele mesmo, com exclusão de qualquer outra erfei-ção, então qualquer outra erfeição ulterior que lhefosse ajuntada relacionarseia com o animal a modo de um comarte e não imlicitamente con-tida na noção de animal Desta forma, o anima nãoseria género Mas é um género, na medida em que
signica uma certa realidade com uma forma de queodem rovir a sensação e o movimento, qualquer
que seja essa forma: aenas alma sensível, ou aomesmo temo alma sensível e racional
9 Assim, ortanto, o género signica indetermina-damente tudo o que existe na
espécieois não signi
ca só a matéria De igual modo, também a diferença signica o todo e não significa só a formatambém a definição signica o todo; o mesmo sediga da esécie, mas de modo diferente, orque ogénero signica o todo como uma certa denomina ção que determina o que é material na coisa, sem
determinação da rória forma Por isso, o género étomado a artir da matéria - embora não seja maté-ria como é evidente ara o coro, assim chamadoor ter uma erfeição tal, que as três dimensões odem ser designadas nele, erfeição que se relaciona com a erfeição ulterior como sua matéria
Mas a diferença, ao contrrio, é uma certa denomi-nação feita a artir de forma determinada, sem con-siderar no seu rimeiro conceito o que é matéria J
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deterinada Isto é claro qando se chaa aniadoo qe te a ala, ois não se deterina qe
coisa seja se coro o qalquer outra coisa Daí,a aração de Avicena de qe o género não é en
sado na diferença coo fazendo arte da sa essência, as aenas coo ente fora da essência, talcoo tabé o sjeito existe a artir da inteligência das aixões É tabé or isso qe o género não
se alica or si à diferença, coo escreve o Fiósofo no livro III da etafsica e no IV dos óicos a nãoser talvez no sentido e que o sujeito se alica àaixão Mas a denição o esécie abrange eotro, a saber, deterinada atéria, qe designa onoe do género, e deterinada fora, qe designa
o noe da diferença
10] Daqi aarece claraente a razão ela qal ogéero a esécie e a difereça se relaciona deaneira roorcional co a matéria a forma e o
'" comosto na natreza, ebora não seja idênticosDe facto, o género não é atéria, as é toado a
artir da atéria coo signicando o todo; e a dife-rença não é fora, as é toada a artir da fora,coo signicando o todo Daí o dizeros qe o
hoe é anial racional, e não qe é coosto deanial e de racional, coo dizeos que é coostode ala e coro De facto, dizse qe o hoe é
coosto de ala e coro, coo a artir de dascoi sas é const i tu ída a terce i ra , que não é
nenhua das das, ois o hoe em é coo em
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alma. Mas se se diz que o homem é de uma certamaneira composto de anima e de raciona, ta não
ser como uma terceira coisa a partir de duas coisas,mas como um terceiro conceito a partir de doisconceitos Com efeito, o conceito de animal é sem determinação de uma forma especia, mas exprime anatureza da coisa a partir do que é materia relativa-mente à perfeição útima Mas o conceito desta dife-
rença raciona consiste na determinação de umaforma especia A partir destes dois conceitos é for mado o conceito da espécie o da definição Porisso, assim como uma reaidade constituída poroutras reaidades não recebe deas a sua identica-ção, também o conceito não recebe de outros con-ceitos a sua identicação, pois não armamos que a denição seja género o u diferença
[] Do facto de o gero signicar toda a essênciada epcie não se concui que diversas espécies domesmo género tenham uma só essência, porque a unidade do género procede da própria indetermina
ção ou indiferença O que é signicado peo géneronão é necessariamente uma natureza numericamente una em diversas espécies, à qua se ajuntariaoutra reaidade, a diferença determinante, à maneira da forma que determina a matéria nmericamenteuna O género signica uma forma sem todavia
determinar esta ou aquea , uma forma expressapor diferença determinada, não distinta da signi-cada, de maneira indeterminada, pelo género Por
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isso, o Comentador ao ivro XI da etafísica armaqe a matéria prima chamase na or negação de
todas as formas, enqanto qe o género se chamano eo carcter comm da forma significada
Tornase assim evidente qe, ma vez ajntada adiferença e afastada a indeterminação, qe era acasa da nidade do género, as esécies ermane-çam diversas ea essência
12 E orqe, como se disse, a natreza da espécie éindeterminada em reação ao indivíduo ta como anatreza do género o é em reação à esécie, segeseqe da mesma forma qe o género, na medida mqe se apica à esécie, impica no seu signicado,
I embora de maneira indistinta, tdo o qe é demaneira determinada na esécie Também o qe éesécie, na medida em qe o qe se aica ao indiví-do, deve signicar tdo o qe essenciamente existeno indivído, embora de maneira indistinta Assim, a
essência da espécie é signicada ea alavra homemDaí, o aicarse a Sócrates a aavra homem Se,
orém, a natreza da esécie é signicada com aexcsão da matéria designada qe é princípio deindividuação ea se ter como arte Deste modo, é
signicado ea aavra hmanidade, ois a hma-nidade signica o orqê de o homem ser homemOra, a matéria designada não é o orqê de o
homem ser homem, e não é, ortanto, de modoagm contida entre aqees rincíios a artir dos
qais o homem é homem Uma vez qe a hmani
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dade inci só no se conceito aqilo de onde ohomem tem de ser homem, é evidente qe a matéria
designada é excída o rejeitada do signicado dehmanidade E como a arte não se alica ao todo,reslta daí qe a hmanidade não se alica nem ao homem nem a Sócrates Por isso, Avicena escreveqe a qididade do comosto não é o rório com-osto de qe ela é a qididade, embora a mesma
qididade seja comosta Por exemo, a hmani-dade, embora seja comosta, não é o homem Pre cisa, ao contrário, qe seja recebida em algmacoisa, qe é a matéria designada
[13 Mas orqe, como foi dito, a designação daespécie relativamente ao género se faz ela forma a designação do indivíduo relativamente à esécie,fazse ela matéria. necessário, ortanto, qe aalavra qe signica aqilo de onde é tirada a nat-reza do género, com exclsão da forma determinadaqe aerfeiçoa a esécie, signiqe a arte material do todo, assim como o coro é a arte material do
homem A aavra, orém, qe signica aqilo deonde é tomada a natreza da esécie, com excsãoda matéria designada, signica a arte forma Porisso, a hmanidade é signicada como forma deter minada e chamaselhe forma do todo, não certamente como se fosse forma ajntada às artes essen
ciais, a saber, forma e matéria, tal como a forma dema casa se ajnta às sas artes integrais ela éantes a forma qe é m todo, isto é, abrange a
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forma e a matéria Exci, no entanto, o qe é designado or matéria
14 Assim, ois, é evidente qe as aavras omem e hmanidade signicam a essênia do omem, mas
de modo diverso, como foi dito, orqe a aavrahomem signica a essência mana como m todo,enqanto qe não exci a designação da matéria,
mas imícita e indistintamente a contém, ta como s disse qe o género contém a diferença Por isso, aaavra omem aicase aos indivdos Mas aaavra humanidade significa a essência manacomo ma arte, orqe não contém no se signicado senão aqi o qe é rório do omem
enqanto omem, e exci toda a designação, eloqe não se aica a indivídos da esécie mana Éor isso qe a aavra essência se encontra masvezes aicada à reaidade, qando dizemos, orexemo, qe Sócrates é ma certa essência otras
vezes negase, como acontece qando dizemos qe aessência de Sócrates não é Sócrates
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CAPÍTULO
GÉNERO ESPÉCIE E DIFERENÇA]
[ ] Deo is de ter visto o s ignificado da aavraessência nas sbstâncias comostas, vejamos de qemodo se reacionam as noções de géner espécie eierença Ora, orqe aqio a qe convém a noçãode género o de esécie o de diferença é aicado a este singular designado, é imossíve qe a noçãouniersal de género e de esécie convena à essên-cia, na medida em qe signica ma arte, como é ocaso das aavras manidade o animaidade Porisso, arma Avicena qe a racionaidade não é ife-
rença mas princípi de diferença Pea mesma razão,
a hmanidade não é esécie, nem a animaidade égénero Também não se ode armar qe a noçãode género e de esécie convena à essência tomadacomo determinada reaidade existente fora dos indi-
ídus como sstentavam os Patónicos, orqeentão o género e a esécie não se aicariam ao indi-
vído De facto, não se ode dizer qe Sócrates éaqio qe é searado dee, nem essa reaidade sea-rada serviria ao conecimento deste indivído
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Resta, or isso, qe a noção de género o de esécieconvenha à essência na medida em qe signica m
todo, como acontece nas alavras homem o animal, qe contêm imlícita e indistintamente tdo o
qe existe no indivído
2 ] Ora, a natureza o essncia assim entendidaode ser considerada de das maneiras Segndo a
noção rória, só ode ser considerada de ma maneira, e esta é a sa consideração absolta Destamaneira, nada é verdadeiro acerca dela senão o qelhe convém como tal Daí, tdo qanto se lhe atriba de otras realidades, ser falsa atribição. Porexemlo, ao homem como tal convém ser racional e
animal e otras determinações ertencentes à sadefinição; mas ser branco o reto, o qalqerotra coisa qe não ertença à noção de hmanidade, não convém ao homem como tal Daí a er-gnta: Se esta natreza assim considerada ode ser
na o múltila A resosta é qe não ode ser nemma nem otra coisa, orqe ambas estão fora do
conceito de hmanidade e ambas odem alicarselhe Se a lralidade ertencesse ao se conceito,nnca oderia ser na, sendo todavia na, como
existe em Sócrates De igal modo, se a nidade ertencesse ao se conceito, então seria na e a mesmaa natreza de Sócrates e de Platão, e não oderia ser
mltilicada em vrios indivídos Por otras alavras, se se considera a essência segndo o ser qe
tem nisto o naqilo, então qalqer coisa lhe ode
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ser alicada or acidente em razão daquilo em queexiste Armarse que o homem é branco orque
Sócrates é branco não convém ao homem enquantohomem
3] Ora, esta natureza tem um ser dulo: um nossingulares e o outro na alma Conforme cada umdees, os acidentes acomanham a dita natureza
Nos singulares também ea tem um ser múltilo,consoante a diversidade dos singulares Todavia, segundo a sua rimeira consideração, a consideração absoluta, nenhum destes acidentes é devido aesta natureza Com efeito, é falso afirmar que aessência do homem enquanto ta, tena o ser nestesingular, orque se o tivesse conviria ao homem
enquanto homem e nunca estaria fora deste singu-lar De igual modo também, se conviesse aohomem, enquanto homem, não estar neste singular,nunca estaria nele Mas é verdade armar que er-tence ao homem, não enquanto homem, estar neste ou naquele singular, ou na alma É ortanto, evi-
dente que a natureza do homem considerada abso-utamente, faz abstracção de todo o ser, mas de tamaneira que não exclua algum dees Esta naturezaassim considerada alicase a todos os indivíduos c
4] Contudo, não se ode armar que a noção do
universal convenha à natureza assim entendida, orque a unidade e a comunidade ertencem à noção douniversal, mas nenhum dos dois convém à natureza
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hmana segndo a sa consideração absolta. Comefeito, se a comnidade ertencesse ao conceito de
homem, então a comnidade encontrarseia emtdo aqio em qe a hmanidade se encontrasse
também E isto é falso, orqe em Sócrates não seencontra qalqer comnidade, mas tdo o qeexiste nele é individado galmente também nãose ode armar qe a noção de género o de esécie
aconteça à natreza hmana segndo o ser qe tem nos indivídos, orqe a natreza hmana não seencontra nos indivídos segndo a nidade, demodo qe sea no aqilo qe convém a todos,como o exige a noção de niversal. Resta, ortanto,qe a noção de esécie aconteça à natreza hana
segndo aqee ser qe tem no intelecto.
De facto, a rória natreza hana tem nointelecto m ser searado de todas as realidadesidividuates. Daí o ossir ma noção niforme
com todos os idivíduos existentes fora da alma, namedida em qe, no mesmo gra, ela é ma seme-
hança de cada m e condcente ao conhecimentode todos enqanto homens E do facto de ossir talreação com todos os indivídos, o inteecto desco
bre a noção de esécie e a atribi a si Daí a alavrado Comentador [Averróis] no rincíio do tratadoa lma: «É o intelecto qe rodz nas coisas a
niversalidade» Também Avicena diz o mesmo nasa etafísia Ainda qe esta natreza ensada
" tenha a noção do niversa enqanto se comra às
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coisas fora da ama, ore é na a semehança detodas, no entanto, na medida em e tem o ser
neste o notro inteecto, ea é ma certa esécieensada articar Por isso, é evidente o erro doComentador no ivro a lma e retende
concir da niversaidade da forma ensada a nidade do inteecto em todos os homens, ore aniversaidade não ertence àea forma segndo
o ser e tem no inteecto, mas segndo o e serefere às coisas como sa semehança É como se
hovesse ma estta corora a reresentar mitoshomens Essa imagem o esécie da estta reresentaria m ser singar e rório consoante o eexistisse nesta matéria, mas teria a reresentaçãocomm de vrios homens
[6 A natreza hmana, considerada absotamente, convém a Sócrates, enanto e a noção deespécie não he convém segndo a sa consideraçãoabsota, mas é rória dos acidentes e a acom anham segndo o ser e tem no inteecto Sege-
se, ortanto, e a aavra esécie não é aicada aSócrates como se dissesse e Sócrates é maesécie Ta aconteceria necessariamente se a noçãode esécie conviesse ao homem segndo o ser e tem em Sócrates, o segndo a sa consideraçãoabsota, a saber, enanto é homem De facto,
tdo anto convém ao homem como ta se aica aSócrates
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7 ] Todavia, convém aicarse ao gnero or si ,orqe está na sa denição A aicação o predi
cação é, com efeito, qaqer coisa qe se cometamediante a acção do inteecto Este comõe e divide,
tendo como fndamento, na rória reaidade, anidade do qe é dito m do otro Por isso, anoção de predicabilidade ode ser incída na noçãodesta intenção de género, formado igamente or
m acto do inteecto Não obstante aqio a qe o inteecto atribi a intenção da redicabiidade, com-ondo m com otro, não é a rória intenção dogénero, mas antes aqio a qe o inteecto atribi aintenção de género, or exemo, o qe é signicado ea aavra anima
Assim, ortanto, se torna caro como a essênciao naurea se reaciona com a noção de espcie or-qe a noção de esécie não faz arte das qe econvêm segndo a sa absota consideração, nem
se trata dos acidentes qe a acomanam segndo oser qe tem fora da ama, ta como a brancra o a
negrra mas trata dos acidentes qe a acomanamsegndo o ser qe tem no inteecto Por esta formae convém também a noção de gnero o de dife
rença
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CAPÍTLO
[SUBSTÂNCIAS SEPARADAS
[1 ] Resta agora ver or qe modo h essência emsubstâncis seprds a saber, na lm na inteligênci e na cus primeir Embora todos aceitem asimlicidade da casa primeira, algns esforçamse,no entanto, or introdzir a comosição de forma e
de matéria nas inteligências e na ama O iniciadordesta osição arece ter sido Avicebron, no se livroonte d id sto, orém, oõese em geral àsdotrinas dos ósofos, qe consideram estas sbs-tâncias searadas da matéria e rovam qe não têm matéria algma A sa demonstração mais forte é
tirada da caacidade do entender nelas existente Defacto, vemos qe as formas não são inteligíveis emacto a não ser na medida em qe são searadas damatéria e das sas condições, nem se tornam inteli gíveis em acto a não ser em virtde da ubstânciinteligente na medida em qe são recebidas nela e
movidas or ela morta, ois, qe em qaqersbstância inteligente haja ma tota imnidade areseito da matéria, de ta modo qe nem tenha ·
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matéria como parte dela, nem também seja comoforma impressa na matéria, como acontece nas for-
mas materiais
[2 ] Ningém pode dizer qe qalqer matériapossa impedir a inteligibilidade Só o pode fazer amatéria corporal De facto, se isto não pertencessesenão à noção da matéria corporal, como a matéria
só se chama corporal enqanto se mantém sob forma corporal , seria necessrio qe a matériativesse a propriedade de impedir, a partir da formamateria, a inteligibiidade Tal não pode acontecer,porqe também a própria forma corporal é inteligí-ve em acto como as otras formas, enqanto é
tirada da matéria Por isso, nem na ama nem nainteligência h, de maneira algma, composição dematéria e forma, para qe a inteligência aí seja recebida do mesmo modo qe nas sbstâncias corporais Mas na alma e na inteligência h composição
de forma e de ser Por isso, no comentrio da nonaproposição do livro as ausas lêse qe a inteli-
gência tem a forma e o ser, entendendose aí aforma pea própria qididade o natreza simples
[ 3 ] É fcil de ver como pode ser assim Se das rea-lidades, qaisqer qe elas sejam, estão nma rela-ção tal, qe ma é casa do ser da otra, aqela qe
tem a razão de casa pode ter o ser sem a otra, masnão viceversa Ora, ma tal reação encontrase
entre forma e matéria, porqe a forma d o ser à
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matéria, e é, ortanto, imossíve a matéria existirsem agma forma todavia, não é imossível existir
agma forma sem matéria, ois a forma, enqantoforma, não tem deendência a reseito da matériaMas se se encontram agmas formas qe só odem
existir na matéria, isso acontecelhes na medida emqe são afastadas do primeiro princípio qe é acoprimeiro e puro. É or isso, qe as formas mais ró-
ximas do rimeiro rincíio são formas or si sb-sistentes sem matéria, ois a forma, segndo todo o se género, não recisa de matéria, coo foi dito, edeste modo as formas são inteligências, e or issonão é reciso qe as essências o qididades destassbstâncias sejam distintas da rória forma
4 ] Nisto, ortanto, difere a essência da subsânciacomposa e da subsância simples a essência da sbstância comosta não é aenas forma mas abrangeforma e matéria a essência da sbstância simes,or se ado, é aenas forma Deste facto decorrem
otras das diferenças A rimeira é qe a essência
da sbstância comosta ode ser signicada cootodo o coo arte, o qe acontece or casa dadesignação da matéria, coo acima se disse Porisso, não se aica, de qaqer modo, a essência da coisa comosta à mesma coisa comosta, ois nãoode armarse qe o homem é a sa rória qidi-
dade Mas a essência de a coisa simes, qe é asa forma, não ode ser significada senão comotodo, or nada existir a i aém da forma ara a rece
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ber Por conseqência, seja qal for o modo comose tome a essência da sbstância simles, qe é a sa
forma, a ea se alica. Daí a armação de A vi cena:«A qididade do simles é o rório simles», or
qe não h otra coisa ara a receber A segndadiferença é qe as essências das coisas comostas,do facto de serem recebidas na matéria designada,mltilicamse segndo as divisões da matéria, do
qe acontece serem algmas da mesma esécie e nmericamente diferentes. Mas como a essência da
sbstância simles não é recebida na matéria, nãoode haver aí ta mtilicação e não se ode encon-trar naqelas sbstâncias vrios indivídos damesma esécie Aí h tantos indivídos qantas as
esécies, como escreve exressamente Avicena
[. Portanto, estas substâncs embora sejam formas sem matéra não têm, contdo, ma simlici-dade total, nem são acto puro mas têm mistra de
potênca Eis como o facto é manifesto: Tdo o qenão ertence ao conceito da essênca o da quddade vem do exterior e entra na comosição jnta-mente com a essência, orqe nenhma essênciaode ser comreendida sem aqio qe constiti as
artes da essência. Ora, toda a essência o qidi-dade ode ser comreendida sem qe agma coisaseja comreendida acerca do se ser, ois e osso
comreender o qe é o homem o a fénix e, todavia, ignorar se existe na natreza É ortanto, claro
qe o ser é dferente de essênca ou quddade A
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menos qe haja algma coisa cja qididade seja ose próprio ser, esta coisa não pode ser senão na e
primeira, porqe é impossível ma coisa ser mlti-plicada de maneira diferente da adição de ma dife-rença, tal como a natreza do género se mtipica
em espécies, o pelo facto de ma forma ser rece-bida em diversas matérias, tal como a natreza daespécie se mltiplica em diversos indivídos, o
então, pelo facto de m ser absolto e o otro serrecebido em otrem É como se hovesse m deter minado calor separado de m calor não separado dasa própria separação Se, porém, se apresenta macoisa qe seja apenas ser, de modo qe o mesmo serseja sbsistente este ser não receberá a adição da
diferença, porqe já não seria apenas ser mas ser e, além disso, ma forma determinada e mito menosreceberia a adição de matéria, porqe então seria sernão sbsistente mas material Daí se concli qe tacoisa, qe é o se ser, não pode ser senão únicaImporta, pois, qe em qalqer otra coisa para além dela, ma coisa é o se ser e otra coisa é a sa
qididade o natreza o forma Por isso é precisoqe nas inteligências haja m ser para aém daforma Eis a razão por qe se diz qe a inteligência éforma e ser
[6] Tdo o qe convém a qaqer coisa é casado
pelos princípios da sa natreza, como a capacidadede rir no homem, o provém de algm princípioetrínseco como a lz na atmosfera, proveniente do l"
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Sol. Ora, é impossíve que o mesmo ser sea causadopela mesma forma ou quddade da coisa falo
coo de causa eciente porque assm determi-nada coisa seria causa de s própria e se produzria a
si própria na estência. Portanto, iporta que todaa realdade, cuo ser é dierente da su natureza,receba o ser de outrem. E porque tudo o que é poroutrem se reduz ao que or s coo à sua causa
prmeira, imorta que haja alguma realidade que' seja causa de ser de todas as realidades, porque earópria é apenas er Aliás, rseia até ao nntonas causas, porque tudo o que não é apenas Ser temcausa do seu ser, coo se disse. É claro, portanto,que a inteligência é forma e ser e que te o ser a
artir do prmero nte que é apenas Ser Este Ser éa causa prmera Deus.
[7 Tudo o que recee alguma coisa de outremexiste em potênca a respeito desse outrem, e o que é
recebido nee é seu acto É necessário, portanto, quea própria quddade ou forma que é a ntegência,
estea em potência relativamente ao ser que recebede Deus. Esse ser é recebido à maneira do acto.Assi, encontrase o acto e a potência nas nteligên
cias, que não a forma e a matéria, a não ser em sen-tdo equvoco. Por sso, tamém o padecer, o rece-ber, o ser sueito e tudo o mais, que parecem convir
às cosas em razão da matéra, convêm de maneiraequvoca às substâncas ntelectuas e às ubstâncas
corporas como escreve o Comentador no livro
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a lma E porque, como foi dito, a quididade dainteigência é a própria inteligência, por isso a quidi
dade ou sua essência é o mesmo que ela própria, e oseu ser recebido de Deus é aquilo em que subsiste nanaturea das coisas Por este motivo, alguns diem
que estas substâncias são compostas a partir do queé e do por que é, ou então, daquilo que é ser, comoescreve Boécio
[ 8 E porque nas inteigências se coloca a potênia e o ato não será difcil encontrar uma multidão deinteligências, o que seria impossvel se nelas nãohouvesse alguma potência Da a afirmação doomentador no lvro III a lma Se a naturea dointelecto possvel fosse gnorada, não poderamos •
encontrar multiplicidade nas substânias separadasElas distinguemse, portanto, entre si segundo ograu de potência e acto, de que a inteigência superior, que é mais próima do primeiro princpio, temmais acto e menos potência, e assim por diante
[9.] Isto completase na alma humana, que assegurao último grau entre as substânias espirituais Porisso, o seu intelecto possvel relacionase com as formas inteigveis, como a matéria prima, que asse '
gura o útimo grau no ser sensvel, e com as formassensveis, como escreve o Comentador Averróis]
no III livro a lma É por esse motivo que o Filósofo Aristóteles] a compara à tábua em que nadaestá escrito E porque ea tem mais potência do que
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as outras substâncias in telectuais ela tornase a talponto prxima das coisas materiais que a realidade
material levada a participar no seu ser de modoque da alma e do corpo resulte um s ser num s
composto embora esse ser enquanto pertence àalma não sej a dependente do corpo . P or isso depois desta forma que a alma encontramseoutras formas que têm mais potência e são prxi-
mas da matria equanto o seu ser não existe sem matria. Entre estas formas encontrase uma formae graus at às primeiras formas dos elementos quesão as formas mais prximas da matria. Da o nãoterem alguma actividade a não ser segundo a exi-gência das qualidades activas e passivas e outras
pelas quais a matria se dispõe a receber a forma.
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APÍTULO
ESSÊNCIA NAS DIVERSAS REALIDADES
[] Depois de visto o que precede, compreendesecaramente de que maneira a essência se encontranas diversas reaidades Com efeito, há três modosde haver essênci nas subsânias Em primeiro ugr,há quaquer coisa, à semehança de eus cuja essên cia é o seu próprio ser Por isso, há aguns ósofos aarmar que Deus não possui quididade ou essênciapor a sua essência se confundir com o seu ser. Dofacto se concui Ee não estar num género, porquetudo o que está num género precisa de ter quididade 'para aém do próprio ser, uma vez que a quididade
ou natureza do género ou da espécie não se distin-gue segundo a razão da natureza naquio de que égénero ou espécie, mas é o ser diverso em seresdiversos
[2. Mas se armamos que eus é apenas ser não
caiamos no erro daquees que disseram que Ee é oser universa peo qua quaquer coisa este forma-mente. De facto, o ser de Deus é ta, que não pode
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serlhe feita adição alguma Pela sua própria purea,é ser distinto de todo o ser Por isso, no comentário
à nona proposição do livro as ausas armaseque a individuação da primeira causa, que é apenas
ser, se fa por sua pura bondade Ora, o ser comum,da mesma forma que não incui no seu conceitoqualquer adição, também não inclui no seu conceitoa exclusão da adição, porque, se fosse o caso, nada
poderia entenderse como ser o que ao ser se ajun tasse alguma coisa
[3 . De igual modo também, embora Deus seja apenas ser, não se segue lhe faltem as restantes perfei-ções e noeas Antes, possui todas as pefeições
existentes em todos os géneros, porque se armasimplesmente perfeito, como o diem o Filósofo e oComentador no livro V a etafísca Possuias,porém, de modo mais excelente do que todas as rea-lidades, porque nEle são um só e nas outras têm
" diversidade Isto acontece, porque todas as perfei-ções lhe convêm segundo o seu ser simples, como se
alguém, por uma só qualidade, pudesse realiar asoperações de todas as qualidades, possusse naquelaúnica qualiae todas as outras qualidades Assim,
l\ Deus, no seu ser, possui todas as perfeições
[ 4 ] Há um segundo modo de encontrar a ssênca
nas substâncas ntelectuas cradas Neas, o ser éuma coisa e a essência é outra, embora a essência
' exista sem matéria É que o ser das substâncias não é
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absoluto, mas recebdo e, por sso, lmtado e ntorelatvamente à capacdade da natureza do que as
recebe Por outro lado, a natureza ou quddade dassubstâncas é absoluta, não recebda em determ-nada matéra Por sso, escrevese no lvro as ausas que as ntelgêncas são nferormente nntas esuperormente ntas, pos são ntas quanto ao serque recebem do que lhe é superor, mas não são
nferormente ntas, porque as suas formas não selmtam à capacdade de qualquer matéra que as w
recebe Por sso, em tas sustâncas não se encontrauma multdão de ndvduos numa só espéce, comose dsse, a não ser na alma humana por causa docrpo a que se une posto que a sua indiiduaçãodependa ocasonalmente do corpo quanto ao seu come ço, porque só adqure ser ndvduado nocrpo de que é acto, todava da não se segue que,desaparecdo o corpo, pereça a ndvduação Possundo um ser absoluto a partr do qual adquru oser indiiduado de onde fo feta a forma deste "corpo, aquele ser permanece sempre ndvduad
Por sso, afrma Avcena que a indiiduação dasalmas e a sua multpcação dependem do corpoquanto ao seu prncp, mas nã quant ao seu m
[ 5 E porque nestas substâncas a quddade não é omesmo que ser, eas podem ordenarse numa cate
goria. Por sso, encontrase nelas o género, a espécee a dferença, embora as suas dferenças próprasnos seam ocultas Com efeto, mesmo nas cosas
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sensves as própras diferenças essenciais são desco-nhecdas; da serem sgncadas peas diferenças aci
dentais que provêm das essencas, ta como a causaé sgncada pelo seu efeto e o bpede é apresentado
como a dferença do homem. Ora, os acdentes pró-pros das substâncas materas sãonos desconhec-dos Assm é que não podemos apontar as suas dfe-renças nem por s nem pelas dferenças acdentas
6 . Devese , no entanto , advertr que não é domesmo modo que se toma o género e a dferençanaqueas substâncas e nas substâncas sensves Nassubstâncias sensíveis o género é tomado a partr doque é materal na cosa, e a dferença a partr do que
é forma na mesma. Por sso, Avcena escreve nocomeço do seu lvro a lma que a forma nas cosascompostas de matéra e orma «é diferença simplesdaqulo que se consttu a parr dea». Não se trata,porém, de que esa orma sea a dferença, mas por
que é prncpo da dferença, como o mesmo dz nasua etafísica Chamase à ta dferença uma «dfe-
rença smpes», porque é tomada do que é parte daquddade da cosa, ou sea, é tomada da forma.Como, porém, as substâncias imateriais são qudda
des smpes, a dferença não pode ser tomada nelasde uma parte da quddade, mas deve ser tomada detoda a quddade. Por sso, no começo do vro a
lma escreve Avcena que «Ó têm dferença smpesas espéces cuas essêncas são compostas de matéra
e forma»
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7] Iguamente é a partir de toda a essência que setoma o género mas de modo dierente De acto
uma ubtância eparada convém com uma outrana imaterialidade Dierem entre si pelo grau depeeição segundo o seu aastamento da potenciali dade e aproximação ao acto puro É portanto apartir daquilo que as acompanha enquanto sãoimateriais que o género é tomado nelas como
acontece com a intelectualidade ou quaquer outracoisa do mesmo tipo Porém é a partir daquilo que acompanha nelas o seu grau de pereição que étomada neas a diferença aliás por nós desconhe-cida E não importa que estas dierenças seam aci-dentais porque são segundo uma maior ou menorpereição o que não diversifica a espécie pois o grau de pereição ao receer a mesma orma nãodiversica a espécie assim como o mais ranco e omenos ranco participam de uma rancura damesma natureza Mas o diverso grau de perfeiçãonestas mesmas ormas ou naturezas participadas diversica a espécie tal como a natureza procede
por graus das plantas aos animais Há seres inter-médios entre animais e plantas segundo o iósoono livro VII do tratado o nimai Tamém nãoé necessário que a divisão das substâncias intelec tuais se aça sempre por duas diferenças verdadei-ras porque é impossve tal acontecer em todas as
coisas como escreve o iósoo no ivro XI do tra-tado o nimai
I
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[8. Há um terceiro modo de a essência se encontrarnas substâncias compostas de matéria e forma, onde
o ser é recebido e nito, peo facto de possuir ser poroutrem ta como a sua natureza ou quididade é recebida na matéria designada. Por isso, são nitas
pea parte superior e pela parte inferior Neas, porcausa da divisão da matéria designada, é possíve amutipicação de indivduos numa única espécie Já
escrevemos acima como nisto a essência se reaciona com as intenções ógicas
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CAPTULO
[ESSÊNCIA NOS ACIDENTES
1 Agora resta er de que modo a essência exstenos acidentes pos já se falou do modo de ela estarem todas as substâncas. E porque, como se dsse, aessênca é o que se sgnca pela denção, mortaque os acdentes tenham uma essênca tal como
têm uma defnção. Têm, porém, uma definiçãoincompleta porque só pode defnrse um suetoposto na sua denção É assm, porque os acdentes não têm um ser por si separado do sujeto Mas,assm como um ser substancal resulta de matéra e 10
forma quando estas entram na composção, gual
mente o ser acdental resulta do acdente e dosujeto uando o acdente chega ao sujeto Por sso,também nem a forma substancal nem a matératêm essência completa pos na denção da forma
substancal mporta pôr aqulo de ue é forma, eassm a sua denção é por adção de alguma cosa
que é exteror ao seu género, como acontece com adenção do acdente. Esta a razão de colocar nadenção da alma o corpo a partr do natural ue
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consdera a alma só enquanto é orma de um corposco.
[2 . Todava, há uma derença entre as formas subs-\ tanciais e acidentais porque, assm como a orma
substancal não tem por s um ser absoluto sem oque lhe advém, o mesmo acontece com a matéria.Por sso, é pela conunção de ambas que resulta
aquele ser em que a realdade subsste por s e nelas se torna uno por s . Uma determnada essêncaresulta da sua conunção. Da que a orma, embora,em s consderada, não tenha a noção completa daessênca, todava é parte da essência completa. Masaqulo a ue o acdente advém é um ente, em s
i completo, subsstente no seu ser, verdaderamenteum ser que precede naturalmente o acdente que lheé auntado. Por sso, o acidente ajuntado a partr dasua conunção com o que lhe advém, não causaaquele ser no qua a realdade subsste e pelo qual a
realdade é um ente por si; mas causa determnadoser segundo sem o qual uma realdade subsstente
não pode ser compreendda, assm como o prmeronão pode ser compreenddo sem o segundo. Deonde se conclu que a partr do acdente e do sueto
não resulta o um por si mas o um por acidente Umadetermnada essênca não resulta da sua conunção,como resulta da conunção da orma relatvamente
matéra. Por esse motvo, o acdente não contém anoção da essênca completa, nem é parte de uma
essênca completa . Mas ass m como é ente de
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manera relata, assm tamém tem uma essêncade manera relata
3 Mas porque aqulo que é máxmo e mas erda-dero em qualquer género é causa do que exste depos naquele género por exemplo, o ogo, queestá no cume da quentura, é causa do calor nas cosas quentes, como se lê no lro da etafísica a
sustânca, que é prmera no género do ente, possundo a essênca no grau máxmo de erdade,
mporta que sea causa dos acdentes que partc-pam, de manera secundára e relata, na noão doente Tal acontece, todaa, de áras maneras Deacto, porque as partes da sustânca são a matéra ea orma, alguns acdentes acompanam soretudo a ;
orma, e outros a matéra Há, porém, uma determ-nada orma cuo ser não depende da matéra, comoé o caso da alma intelectual Mas a matéra só temser medante a orma De onde se deduz que nosacdentes que acompanham a orma há alguma cosa que não tem comuncaão com a matéra,
como é o caso do entender, que não funcona porórgão corporal, como proa o lósoo no lro a lma Mas á outras cosas, de onde resulta aorma, que têm comuncaão com a matéra, como o
é o caso do sentr Mas nenum acdente atnge amatéra sem comuncaão com a orma
4 ] Todaa , naqueles acidentes que atngem amatéra encontra se uma certa dersdade De l
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facto, alguns acidentes atingem a matéria segundo arelação mantida com uma forma especca, como
acotece com o sexo masculino e o sexo femininonos animais, cua diversidade se reduz à matéria,
como se escreve no livro X da etafísca. Por estemotivo, desaparecida a forma animal, os ditos aci-dentes só permanecem de maneira equvoca Outrosacidentes, porém, atingem a matéria segundo a sua
relação com a forma geral Por isso, desaparecida a forma especíca ainda nela permanecem, como é,por exemplo, a negrura da pele no etope, a qualprovém da mistura dos elementos e não da naturezada alma Por isso, mantémse nele depois da morte
] E porque cada coisa é individuada a partir dasua matéria e colocada num género ou espécie pelasua forma, os acidentes que acompanham a matériasão acidentes do indivduo, segundo os quais osindivduos da mesma espécie diferem entre si Os
" acidentes, porém, que acompanham a forma são aspaiões próprias do género ou da espécie, de modo
que se encontram em todos os que participam anatureza do género ou da espécie, tal como a facul-dade de rir no homem acompanha a forma, porque
o rir acontece a partir de certa apreensão da alma dohomem
[ 6 ] Advirtase ainda que os acdentes são causados,às vezes, a partir dos prncípos essencas segundo
l um acto perfeto como é o caso do calor no fogo,
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que é sempre quente; outras vezes, porém, sãonoapenas segundo a aptidão. Um compemento vem
de um agente exterior, como é o caso da diafanei-dade na atmosfera, que se realiza mediante o corpolúcido exterior. Nestes casos, a aptidão é acidente inseparvel; mas é separve o compemento que selhe ajunta de algum princpio exterior à essência darealidade ou que não entra na constituição da reali-
dade, como o moverse ou coisa semehante.
[7. Advirtase também que nos acidentes o géneroa derença e a espéce assumem signicado do quetêm nas substâncias. Com efeito, porque nas sus-tâncias, a partir da foma substancia e da matéria,se faz uma unidade por si, com uma determinada natureza esutante da sua conjunção, natureza queé colocada a justo ttulo na categoia da substância,são as paavras concretas que significam o com-posto, que a justo ttuo se di z estarem no género, tacomo acontece com as espécies ou os géneros, por exemplo, homem ou anima. A forma ou matéia,
porém, só est deste modo na categoria por edu-ção, tal como se arma que os princpios estão nogénero. Mas do acidente e do sujeito não se faz umaunidade por si. Da o não resultar da sua conjunção quaquer natureza a que a intenção do género ou daespécie possa ser atribuda. Esta a razão de as paa-
vras acidentais concretas, por exempo, branco emúsico, não se colocarem numa categoria, comosão as espécies ou os géneros, a não ser por forma
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rdutora Tal acontc somnt quando são signicados m abstra cto , p or xmplo , br ancura
música E porqu os acidnts não s compm dmatéria form a, n ão p od nls s r tomad o o
génro por matéria a difrnça por forma, comoacontc nas substâncias compostas Mas importaqu o génro primiro sja tomado do própriomodo d sr, sgundo o qual o nt assum divrsas
dsignaçs, conform é antrior postrior, rlati vamnt aos dez géneros das categorias Por xmplo,a catgoria quantidade toma ssa dsignação a partirdo facto d sr mdida da substância é qualidadenquanto é uma disposição da substância, assimor diant, sgundo o Filósofo no livro IX da eta
ísica
8 . As dierenças nos acidentes vricams a partirda divrsidad dos princpios qu os causam E porqu as paixs próprias são causadas plos princ
; pios próprios do sujito, o sujito é posto na suadnição m lugar da difrnça s são dnidas no
abstracto, conform xistm d manira própria nogénro Por xmplo, é próprio do camlo tr ofocino curvo Mas acontcria o contrário, s a sua
dnição foss tomada d forma concrta Então, osujito sria posto na sua dnição como génro,porqu ntão sriam dnidos à manira das subs
tâncias compostas, m qu a noção do génro étirada da matéria, como armamos qu o camlo é
d focino curvo Acontc o msmo s um aci
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dente é prncípo de outro acdente, tal como oprncípo da relação é acção, paxão e quantdade É
segundo estes três acdentes que o Flósoo dvde arelação no lvro V da etafísia Mas porque osprncípos própros dos acdentes nem sempre são manestos, algumas vezes tomamos as derençasdos acdentes pelos seus eetos, como, por exemplo,se chama congregante ou dssocante às derenças
de cor, causadas pela muta ou pouca luz, de queprovêm as dversas tonaldades da cor
9 Assm, portanto, se conclu claramente como éque a essênca exste nas substâncas e nos acdentes,nas substâncas compostas e smples, e de que modoem tudo sto se encontram as ntenções lógcas un
versas, à excepção do primeiro prinípio Deus ] , queexste no cmo da smpcdade e ao qua não con-vém a noção de género ou de espéce e, consegunte-mente, também não lhe convém a denção, porcausa da sua smplcdade N Ele, damos por term nado este tratado Assm seja
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POSFÁCO
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O PENSENTO FILOSFICO DE SÃO TOMÁSCENTRADO NO SER
Opensamento losco de São Tomás de Aquno
soretudo estudado a partr do opúscuo nte e a ssência. Complementar a este opúsculo sãos rincpis a eaiae atura porventura demas ácl compreensão e com doutrna que s aor-dará explctamente nos seus comentáros a Arstteles.
Na Idade Mda domnava a losoa do Ser, ouseja, a ntgia Mas o certo que exste não apenasum Ser, mas mutos seres, varados e dstntos entre s,em número e em espce. Gostaramos de saer qul a
sua orgem, por que motvo são mútplos e varados.Tanto Arstteles como Tomás de Aquno têm do ser,não um conceto unvoco, mas análogo. Coneceada o ser em acto e em potênca. O ser, enquantotal, ojecto da losoa prmera e apcase, analoga-mente, a todos os seres. Assm se formuam os trans
cendentas o ser, o uno, o verdadero, o bom, oalguma cosa, os prmeros prcpos, as noções gene-ralssmas que determnam medatamente o conceto
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de se acto e potência essência e existência substân-cia e acidentes causa e efeito
Dento da hieaquia dos sees o nosso Douorcoloca Deus em primeiro lugar: se vivo subsis-tente simplicssimo acto puo; depois os Anjos ealmas humanas separadas seres vivos e subsistenescompostos de acto e potência de essência e existên-cia; em teceiro lugar sees vivos não subsisenes
compostos de matéia e foma; em quato lugarsees não vivos puamente corpóreos composos dematéria e forma; em úlimo lugar os acidentes
São Tomás insiste no caácte análogo do ser:Deus é o homem é a pedra é Os seres convêm emalguma coisa em ser mas disinguemse uns dosoutros em muito Não é a mesma coisa ser subsância e acidente A analogia implica sempe algumasemelhança um temo comum Mas implica ambém alguma dissemelhança
Há palavas unívoca quando se aplicam a diversos objectos com um significado absoutamenteidêntico Ass im a palava animal apl icase no
mesmo sentido a um cavalo a um cão e a um boi A palava euívoca aplicase a diversos objecos
com um signicado completamente distinto Cãotanto pode ser um animal como uma constelaçãoceleste
O se tem duas deteminações pimárias e imedia-
tas: em acto quando tem actualmente a existênciaque lhe coresponde; em potência quando ese nascausas ecientes com capacidade de lhe dar a exisên
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ci ctul Só Deus é cto puro; todos os demis serescegm cto depois de terem existido em potênci
Ms este cto não é pereito pois continu com umno de potencilide que é riz d su cpcidde de munç de moimento de pereição
A essênca de um cois é o que um cois é e oque se express pel su enição A denção porseu ldo signic nturez d espécie A nturez
é o mesmo que essênci ms distinguese delpel rzão enqunto com ess plr se esign essênci em orem à operção
A essênci iiese em sustânci simples (Deus)e compost ( susistente njos lms seprds e não susistente corpóre e cidentl
A essênci dos seres cridos (compostos de cto epotênci de mtéri e orm) é determináel pordois ctos um intrnseco que é o d orm determinnte d mtéri e um outro extrnseco emtodos os seres cridos que é o d existênci qulpõe essênci complet em cto A essênci denese pelo modo próprio de existir que le corres
ponde: em si ou em outremSão Tomás distingue essênca e exstênca A essên
ci identicse com o ser num sentio mplssimoe indetermindo comum todos os seres Ao serdetermindo precem s dierençs ds quisresultm os géneros e s espéces.
A orm dá o ser no sentido de que dá às essêncis su dierenç especc e s constitui em géneros e espéces determinds
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O indeerminad nã pde exisir, e a rma,susancial u acidenal, é a que deermina a essên
cia para que pssa receer ac da exisência quelhe crrespnde A exisência só pde receersesre alguma essência cncrea, deerminada, paricular
Mas há disinçã real enre essência e exsência? Deus é ac pur; a s criauras sã cmpsas de ac
e pência Deus em ser pr essência; as criaurasêmn pr paricipaçã A disinçã real enreessência e exisência, pr Sã Tmás clhida deAlara, Avicena e Maimónides, decrre da eriaarisélica d ac e pência e ainda a parir d seucncei de ser divin e criad Quaquer essência,
excep a divina, nã cném em si a exisênciaacual«As essências ds seres cningenes, an sus
anciais cm acidenais, pdem er u nã er emac a esência, u pdem perdêla depis de a erid Pr cnseguine, nesses seres ac da exsência nã se idenica cm a sua essência nem n cncei nem na reaidade É alg exrnsec» «Nascriauras, essência e exisência sã duas cisas disinas, n cncei e na realidade»
Decrrenes da essência e exisência sã a substânia e s aientes. Pdem cnsiderars e em dis
1 Guillermo Fraile, Historia d e la Filosofa, adrid, BAC, 966 pp851 e 852
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estados potencial ou actual Susistir é o modo pró-prio que corresponde à sustância ( U7Otam�) .
sustância poe ser innita e nita, simples e composta, susisente e não susistente, espiriual e cor-pórea, completa e incompleta
Deus cria primeiramente quatro sustâncias ele-mentares distintas, nitas, limitadas água ar terra
e fogo. Na produção destes quatro elementos entramem jogo a matéria prima as quatro formas substanciais e o acidente de quantiae
matéria prima não preexiste às ormas sustan-ciais é o primeiro sujeito de recepção das ormassustanciais materiis s orms espirituais sãocompletas; as ormas materiais são incompletas e,por isso, comunicáveis a outros sujeitos matéria épotencial, nita, indeerminada e determinável sormas são actos determinantes «Ü resultado daunião da matéria prima e das ormas sustanciais é,não um, mas quatro indivduos sustanciais corpó-reos, com os seus dois princpios essenciais consti-
tutivos» quantidade é um acidente, que supõe jáconstitudo o seu sujeito sustancial
Na losoa tomista assume notável relevo a eoriahilemórca matéria e forma Consiste essencial-mene num conceito dualista da reaidade, em que sedistinguem dois princpios intrnsecos consitutivos
dos seres em potência (matéria) e em acto (orma)
2 Idem Ibidem p 88
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PEQUENO OCABULRIO
A ESCOLSTICA EIEAL
B S U vem do latim absolvere, com dois sentidos bemdistintos o de desligar separar libertar; e o de acabartornar perfeito. O seu antnimo é relativo. Em São Tomásde Aquino aparece com os dois sentidos
B S R , na Escolástica é a noção de uma qualidadeconcebida independentemente dos sujeitos que a poss u e m . É c o m p l e m e n t a d a p e l a n o ç ã o d e c o n c r e t o .Homem por exemplo é ideia concreta; humanidade éideia abstracta.
D E N E , no sentido técnico mais usual é o que pode
ter lugar ou desaparecer sem destruição do sujeito. Assimo dene Porfírio que divide os acidentes em separáveis(por exemplo o homem e o dormir) e inseparáveis (porexemplo o etope e o ser preto). Aristteles considera oacidente uma determinação ou qualidade fortuita quepode ou não pertencer a um sujeito determinado sendocompletamente estranha à essência (ou substância) neces
sária (por exemplo o músico é branco); ou ainda umadeterminação ou qualidade que embora não pertencendoà essência necessária de um sujeito determinado é conexa
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com a sua essência e necessariamente deriva da sua denição (por exemplo, a soma dos ângulos de um triângulo
euclidiano vale dois rectos) . Entre as dez categorias aristotélicas, uma é a substância e nove são os acidentes: qualidade, quantidade, relação, acção, paixão, tempo, lugar,situação e posse O acidente s existe pela substância e nasubstância.
é o prprio exercício da activdade por oposição
potência; é forma, por oposição matéria. Uma possibilidade indeterminada, quando se determina, torna-se actodo mais baixo grau, mas esta espécie de potência actualchega nalmente a uma realidade, que é o acto do maisalto grau.4 O extremo limite inferior da potência é a matéria prima, pura potenciaidade indeterminada, enquantoeus é acto puro, sem mistura de potencialidade. O acto
está para a potência como o construir está para o saberconstruir.
M é o princípio da vida, do pensamento e de ambos aomesmo tempo, enquanto realidade distinta do corpo, peloqual manifesta a sua actividade. Constitui uma entidadeem si, uma substância
N I é a identidade da relação que une dois a doisos termos de dois ou vários pares. São Tomás de Aquinodistingue analogia de atribuição de analogia de proporção
ea Maira oas a Sai homas 'qui Les principes de la réalitnaturelle, Paris pp usu6
4. f ré alae Vocabulaire technique et critique de la PhilosophieParis 1951, 617. Nese peueo oabuário seguimos prefereialmeealae osuámos aia Nioa bbagao Dizionario di Filosofa e urim 971
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(a denida arás). A anaogia de aribuição consise nouso de ermo nem unívoco nem equívoco. Homem apli
cado a Scraes e a Plaão é unívoco; causa em senidojudiciário e em senido físico é ermo equívoco; rideneaplicado a um roso e a um jardim é ermo análogo. O serde eus e o ser das criauras respeia à analogia de proporcionalidade que não à analogia de aribuição na inguagem de São Tomás e dos omisas.
C A T E G O R I A , em laim praedicamentum é palavra dovocabulário arisoélico com o signicado primiivo depredicado da proposição. Caegorias são as diferenesclasses do ser ou as diferenes casses de predicados que sepodem armar de um sujeio qualquer. Ariseles disinguiu dez caegorias a subsância e nove acidenes ( quanidade qualidade relação lugar empo siuação posse
acção e paixão)
C A U S A . A palavra <<causa>> ata, segundo AriselesTomás de Aquino e ouros escolásicos pode ser formalouma, maerial UÂT, eciene aPXT Ç lYTEÇe nal ('EÂOÇ Os escolásicos disinguem a Prima causa(a que não em causa) a causa principal e a causa instru
mental (o operário e o uensíio) a causa directa e a causaindirecta (a que produz e a que deixa fazer) a causa unívoca e a causa equívoca (aquela que coném somene omesmo e a que coném mais do que o efeio) e causa adutiva (que leva ao aco a causa principal). Causa é semprecorrelaiva de efeio. A causa eciene de São Tomás deAquino é apresenada a parir de Avicena um dos princi
pais represenanes da losoa árabe de radição sobreudo arisoélica junamene com Averris. Avicenadecompõe o agene em duas espécies de causas a causa
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motora e a causa eciente. São Tomás tiiza como sinónios os termos agente, causa motora e causa eciente
C O I S A , em latim res, designa tudo o qe pode ser pensado,suposto, armado o negado. Coisa, objecto e realidadesão termos muitas vezes empregados como sinónimosMas rigorosamente os dois útimos são mais extensos,pois se apicam a tudo o que é susceptível de ser percebido Metasicamente falando, há a considerar a coisa em
si, sem supor outra coisa
C O M P O S T O é o formado de várias partes O sentido compost é aquele em que duas partes da mesma expressãodevem ser entenidas como aplicáveis em conjunto aomesmo sujeito Opõe-se ao setdo dvddo, em qe seaplicam separadamente. Por exempo: os cegos não vêem
Mas na passagem evangéica (Mt 11,5 e Lc ,22): «Os cegosvêem, os srdos ouvem», a frase é tomada no sentido dividido. A passagem do sentido composto ao sentido dividido, ou reciprocamente, dá azo aos sosmas, às ambiguidades
C O N C R E T O é correativo de abstracto.
C O R P O é todo o objecto material constituído pea nossapercepção. O corpo humano opõe-se de alguma forma aoespírito e à ama
C O R R U P Ç Ã O emprega-se em losoa para designar o conceito grego de q9opa oposto a yç geração, produ
ção. Tal acontece quando uma coisa deixa de ser, aoponto de ainda poder designarse peo mesmo noeUma tradução mais exacta seria <<destruição>>.
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D E F N I Ç Ã O exprime a essência de uma coisa. Esa essênciaé composa do género e das diferenças. De onde a regra
escolásica segundo a qual a denço se faz pelo géneropróximo e pela diferença especca. Há a deição omial, a que dá a conhecer o senido de um ermo a parir depalavra mais conhecida de perfrase de emologia oudescriço. Exemplo um gládio é uma espada Há depoisas deições reais, que enunciam e designam sem equvocoo que é o objeco expresso pelo ermo a denir Podem ser
extrísecas (pela causa ecene ou pela causa nal a blis éum lquido segregado pelo fel; o relógio é um nsrumenopara indicar a hora; ou ambém pelo modo de produçoo crculo é a superfcie plana obida ea revoluço de umareca à vola de um mesmo pono cenral) e itrísecas(descriivas: o homem é um bpede sem penas e essenciais que se azem pelo género próximo e pela dferença
especca o homem é um animal racional).5
D do pono de visa onológico al como é viso porSo Tomás de Aquino no opúsculo O ete e a essêcia éum princpio único e supremo da exsênca e da acivdade quer seja enendido como subsância imanene dosseres quer seja enendido como causa ranscendena
criando o mundo fora dele quer seja enenddo como mdo universo. eus é o ser dos seres a causa das causas om dos ns o verdadero absoluo.
D I F E R E N Ç A é relaço de aleridade enre cosas que soidênicas sob ouro aspeco. De onde a dsinço escolásica das coisas umericamete diferetes (que no diferem
por qualquer carácer inrnseco mas só pelo faco de
s f ) Madiran Op ci. nota
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sere várias) e as coisas especcamete dferetes ( difere ela sa essncia o enição) A difeença tamé
istinge a espécie das otras esécies do esogéneo é a chaaa iferença especíca.
D I S T I N Ç Ã O é o acto de searar na aração qe seiscte o qe se aite o qe se não adite Chama-sedstção nérica a qe consiste aenas na epetição dea aresentação jlgaa intica qanto ao conteúdo;
específca o intínseca e caso contrário; real, a qeexiste ente ois seres qe po de ser efectivamente separaos; formal, a qe só pode se feita or pensamento mógica dstção alicase e princíio aos inivíos;dfereça, às espécies; dversdade, aos géneos.
D V S Ã O , e ógica é opeação pea qal se epate a
extensão e conceito (chaao géneo) em vriascasses qe são as extensões respectivas de otos conceitos (chaaos géneros)
E E I T O é too o fenóeno conceio coo rodto dea casa e a casa eciente o ecaz
E L E E N T O teve dois signicados pinciais o de coonente rieiro de todo composto; o de temo oresltao e ocesso de anise o de disão. O pieiro estes conceitos é o ais antigo tendo sio areciao or Platão e ais aina o Aistótees. Os eeentos das palavas o exeo são as etas. Noteseoré qe os eeentos odem-se chaar as entidades
ais niversais coo a ága o ar a terra e o fogo consierados siles e inivisíveis como rincípios (não geraos e incorrtíveis) e otros seres.
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E N T E Em latim, ens, particípio presente do verbo sum ouesse (ser), ente traduz o gerúndio portugus sendo. raduz
se habitualmente por ser. A palava Ontologia, que recentemente veio substituir a palavra Metasica, tem origem nocorrespondente particípio presente grego , Sãoomás usa os dois termos (ente e ser), certamente por lhesencontrar aguma diferença Os entes signicam muitas coisas e em sentidos muito diversos. Anda ligada ao termoendade, denida como sendo o que constitui a essncia e a
unidade de um género também é um objecto concreto semunidade ou identidade material é ainda um objecto de pensameto desprovido de qualquer determinação particular.
E Q U v c é uma palavra que pode ser explicada porvárias maneiras diferentes, de natureza incerta. O cão, porexemplo, na medida em que é um animal e um astro, é
uma palavra equívoca.
E S P É E é um conceito considerado como formandoparte ou sendo elemento de outro conceito Platão utilizaa palava ideia por espécie Aristteles confunde espéciecom forma. São omás de Aquino também arma que aespécie é a forma da coisa. <<A doutrina da espécie, ou,
como também se diz, da semelhança, que faria de intermediária entre o objecto e a potncia cognitiva humana,domina o período clássico da Escolástica é aceite por SãoBoaventura e por João uns Escoto, Mas é abandonadapela Escolástica do século V>>. 6 O vocábulo anda ligadoao género, ao ponto de se falar de <<género humano»,quando o s naturalistas falam d e <<espécie humana>>/
6 bbao t p 87 f ae t pp
m ]
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E S S N C I A orma o ndo do ser por oposição às modicações que só o atngem supercal ou temporariamente.
Por oposção à existência a essência é o que constitu anatureza de um ser a natureza conceptual de uma cosa:um poder de ser. Arstóteles dene a essênca como aquilopelo qual qualquer cosa é o que é. Responde geralmente aperguntas como estas: Quem o Sócrates? Um ósoo.Que é o açúcar? Um cosa branca e doce. Qu e é o omem?Um anmal racona Dstngase porém a essência de
uma readade (quaquer que seja a resposta dada à pergunta) da essência necessária ou substância Esta enuncia arealdade do que não pode deixar de ser e é o porquê damesma realdade. Assm o homem dendo como animal raconal é omem porque é racona. Se um omemà pergunta Que és? responde: Sou um músico a sua resposta não exprme verdadeiramente o que ele é de si
mesmo pois pode dear de o ser. Mas se responde que éanmal raconal então exprme o que não pode deiar deser. A teora da essênca embora diversa da substância aela pode conduzr. Alás na linguagem comum o termoconunde-se com a essência necessária ou substânca.
E X I S T N C I A , em geral é qualquer delmtação ou den
ção do ser. Pode assumir três signicados partculares:modo de ser determinado ou determináve; modo de serreal ou de acto; modo de ser própro do omem Opõese à essênca e ao nada a plena actuaidade; aparececomo ajuntamento à essência; é a realdade viva ou vividapor oposição às abstracções e às teoras
E X T E N S , em Lógca é o «conjunto dos objectos (reasou deas concretos ou abstractos) aos quais se aplca umeemento do conecmento; é ainda o «conjunto de
m
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objectos ou de indivíduos considerados numa operaçãoógica como uando se diz ue a extensão do predicado
numa proposição pode não ser senão uma parte da suaextensão tota>>.
I é o termo o imite o ponto aonde se chega a perfeição do ue se uer reaizar o destino de um ser. Opõesea começo e a meio. São omás de Auino distinguiuainda o m bom e o m mau o m comum e o m próprio,
o m o agente (por exempo o ganho do aruitecto) e om a obra (a casa que ee constrói) o m interior e o mexterior o m último e o m próximo
O R A é o princípio de agir em cada uma das coisas. Aforma dá ser à coisa. É muito utiizada peos Escoásticosna sequência de Aristótees com uma grande quantidade
de epítetos: forma substancial, forma exemplar, forma ini-viual O seu oposto é a matéria. Historicamente a paavra eõoç de Aristótees corresponde às duas paavras deorigem atina forma e espécie ainda ue a forma tenha osentido de carácter comum e a espécie o de casse constituída pea posse deste carácter comum Segundo Aristótees forma é o princípio de organização e de unidade de
cada um dos seres; nos Escoásticos é princípio substancia de um ser indivdua. Nesta acepção a forma ou causaforma é tida como um eemento constitutivo. Forma efgura são a mesma coisa como se verica no exempocássico da estátua de mármore em ue o mármore é amatéria e a estátua a forma ou gura ue por seu ado éacidente.
G É E R O é uma casse que se distingue das outras não sópor agumas propriedades defnidas mas também por
J
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uma série desconhecida de propriedades em númeroindenido «Quando duas casses exstem numa reação
ta, que a extensão de uma é uma das partes entre as quaispode ser dividida a extensão da outra, a primeira é chamada espécie, e a segunda, género, ao qual pertence a primeira.>>8 Dois seres dizem-se da mesma espécie, quando sepa r ecem ma is um co m o o ur o ; do mesmo géner o ,quando têm em comum alguns caracteres importantes
E R A Ç Ã O , no sentido epistemoógico, é o modo de produção de um obecto de pensamento, sobretudo o queconstrói uma gura por um movimento determinado deuma outra gura á conhecida. O cilindro, por exemplo, éa gura gerada por um rectângulo que efectua uma revolução completa girando à volta de um dos seus lados Étermo muito usado por Aristóteles, com um sentido bem
mais extenso do que a geração em português, precisando,por isso, de ser traduzida, em muitos casos, por produção.
H I L E M O R F I S M O , termo de origem grega que tem no seuétimo o correspondente aos vocábulos portugueses matéria e forma, é a doutrina que expica os seres, segundo oconceito aristotélico e escoástico neas contido.
I D E N T F I C A Ç Ã O diz respeito à unidade de sbstância noentendimento de Aristótees. ode ser acidental, quandodois atributos acidentais, por exemplo, branco e músico,são referidos à mesma coisa, ao mesmo homem, o quenão signica, de facto, que o homem em geral seja brancoou músico
8 dem Ibidem p 8
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I N D I V D U O , «no senio mais geral e mais complexo apalavra, é um objecto e pensamento concreto, eermi
nao, que orma m oo reconhecível nm real, oerecio quer pea experiência exerna, quer pela experiênciainerna.9
I N D I V I D U A Ç Ã O (princípio e). O princípio e iniviuação, ermo inrouzio na lingagem losóca pelas trauções e Avicena, é o qe az m ser possir não só um
ipo especíco, mas ambém uma existência singular,concrea, eerminaa no empo e no espaço.
I N T E L E C T O é sinónimo e enenimeno e opõese àrazão, aculae o raciocínio iscursivo.
N T E N Ç Ã O , em linguagem escolstica, é a aplicação o
espírio a m objeco e conhecimeno e ambém o próprio coneúo o pensameno, a que o espírito se aplicaNum ouro senio, no senio éico, a inenção é umaco e vonae, orienao para m m
M A T É R I A é o que num ser consiui o elemeno potencial,ineterminao, por oposição ao que é acalizao, à
orma rimitivamente, isinguiase a matéria prima e amatéria segunda Esa, porém, ornose sinónima a primeira e caiu em esuso, ao mesmo empo que se esbaiana paavra maéria a ieia aristoéica e potencialiaepura
N E C E S S R I O Ese ermo signica a epenência a pro
posição impicaa pela relação ao sisema e proposições
9. dem Ibidem p 495
s
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qu a implicam, o ncadamnto das causas dos fitosnum sistma dtrminado Opõs ao contingnt é
corrlativo da noção d possívl É ncssária a proposição cua contraditória implica contradição, ou é conhcia priori por falsa
P A I X Ã O uma das dz catgorias d Aristótls, é tudo oqu s faz ou acontc a um suito Opõs a acçãoNot-s o caráctr passivo daqula o caráctr activo
dsta As <<paiõs da alma>>, a parir d Dscarts (séculoxvn), suplantaram d todo o sntido aristotélico scolástico da paixão
P E R FE I T O na dnição d Aristótls, sguido plos Escolásticos, é o qu corrspond xactamnt a um concito,a um tipo a uma norma a qu é impnsávl acrscntar
alguma coisa na ordm considrada
P O R S I é o caráctr próprio do conhcimnto qu o srconscint tm d si msmo, por oposição à xistência m si
P O T N C I A iz rspito ao qu pod tal ou tal coisa, ao qupod produzir-s ou sr produzido, mas qu não xist
actualmnt na ralidad Não é um não-sr absoluto,como a privação, mas um não-sr rlativo, uma possibiidad ambígua d contrários Tnd para o sr dsa-oÉ o qu Aristótls diz da matéria, cua potência é umadas caractrísticas principais: la aspira forma, isto é, ralização, ao acto
P R E D I C A Ç Ã O é o acto d armar ou ngar um prdicadod um suito, por oposição qur s simpls dniçõs oudnominaçõs, qur aos uzos indivisos ou impssoais m
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que o predicado não se distingue do sujeito quer enmaos juzos de relação.
PRNP é ponto de partida fonte ou causa de acção oque é primeiro em importância. Os princpios de umaciência são o conjunto das proposições directoras caractersticas às quais todo o desenvolvimento ulterior deve sersubordinado. Os scolásticos distinguiam o rincíio deser, o rincíio de vir a ser e o rincíio de conhecer. Princ
pio designa o que está na origem do raciocnio do ser dotempo. Toda a causa é um princpio mas nem todo oprincpio é uma causa. O princpio é mais geral do que acausa. Os princpios são verdades demonstradas evdentespor si prprios. Os primeiros princpios da razão são orincíio de identidade o rincíio de substância o rincíio de causalidade eciente e o rincíio de nalidade
P R I V Ç é uma relação de um sujeito a um predicadoque de facto não lhe pertence mas que não é incompatvelcom alguma das caractersticas que formam a essênciadeste como acontece com o homem que não está sentado. A negação de privação opõese à negação de incompatibilidade ou de exclusão. No vocabulário de Aristte
les a privação opõe-se a posse e serve para designar aausência num objecto de determinado atributo (privaçãode vista na planta na toupeira em certos animais nos primeiros dias de vda num homem cego) O último exemplo é o mais signicativo de privação. O ponto de partidade toda a geração é a privação da forma tura num sujeitoque é apto a possula e que aspira a possula .
Q U I D D E é a maneira de ser (armada ou negada) deum sujeito. Implica uma certa duração quer permanente
r 117
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(como a cnca e a vrtude), quer passagera (como ocalor, o ro, a doença). Estendese às attudes, às aeções
e aé às guras e aos números. A qualdade é o que pertence essencalmene ao ndvíduo e o az tal. Qualdadesso os aspectos sensíves da percepço. Há qualdades primeiras e segudas ocultas .
Q U N T D D E , uma das categoras arstotél cas , é omeddo ou mensurável; é o conunto de todas as determ
nações de que se ocupam a artmétca, a geometra amecânca (número, grandeza, extenso, massa, movmento . . . ) .
Q U D I D D E (em latm Quidditas, no orgnal grego deArstteles EtVat com traduço lteral latnaquod quid era esse) é um ermo ntroduzdo pelas tradu
ções latnas das oras de Arstteles, etas pelos tradutores de Toledo, no século XII, nclundo Mguel Escoto, apartr do árae de Avcena e de Averrs. Sgnca essnca necessára ou sustancal ou sustânca. Exprme-se nadenço. So Tomás de Aquno tomaa como snnmade orma, de essnca, de natureza.
R A Z Ã O emologcamente lgada a ratus (assegurado,xado), é a aculdade de comnar concetos e proposções.Ela será a prpra actvidade do espírto; é a gua autnomado homem em todos os campos; é a prpra sustânca ou asua denço; é argumento ou prova, quando se dz É precso ouvr a razo do adversáro; é relaço em sentdo matemátco, quando se ala de razo drecta ou razo nversa.
. Há o ser erbo e o ser substatio No prmero caso, étermo smpes, mpossível de denr. Como sustantvo,
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ser é o que existe Por seu ado, o ser de rzão é objecto depensamento articialmente criado pelo esprito para as
necessidades do discurso e sem existência em si, nem narepresentação concreta Neste sentido, todas as ideias abstractas e gerais são, de aguma forma, seres de razão
S M P L E S é o que não tem partes componentes Opõe-se acomposto.
S U B S N C I A é o que há de permanente nas coisas quemudam Ela é a primeira das dez categorias aristotélicas. Anoção de substância nasce da percepção e da análise damudança. Para que uma coisa mude, é preciso que permaneça presente sob os diversos aspectos sucessivos damudança O homem alegre, triste, doente, presente,ausente, é sempre o mesmo homem A substância é o que
existe por si mesmo, sem supor um ser iferente de queseja um atributo ou uma reação. Substância opõe-se aoacidente. A denição de substância não é unvoca, masambgua Os Escolásticos distinguiam substâncias completas (um homem, por exempo e substâncias incompletas(o braço de um homem. Notese, no entanto, que obraço, substância incompleta, só o é relativamente ao
corpo, pois em si é substância completa. Há aina quemdistinga a substância prima ser individual, por exceênciao sujeito dos diversos predicados, e a substância segunda oque pode ser secundariamente o sujeito e uma proposição, como são os termos gerais « O homem>> e <<O cavalo>>.A esta só se he pode chamar substância por analogia
S U J E O é tudo o que é submetido à reexão, à discussão,aquio de que se fala, o ser a que é atribudo o predicado.Há o sujeito gramatical designado pela forma da proposi
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ção; o sujeito lógico ou seja, a ideia a que se aplica a asserção; o sujeito real no sentido aristotélico, o ser individual
Há ainda quem fale de sujeito de inerência sujeito metasico sujeito último um tanto conndidos com o sujeitoreal
N V O C A é a palavra que tem o mesmo sentido em doisempregos diferentes or exemplo, o Ser em eus e o sernas criaturas Opõese a equívoco e , algumas vezes, a aná
ogo
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AUOS E OBS CIAAS
ARISTOTELES (383 a.C.), autor de obra losóca ímpar, quelhe valeu o título de ser por antonomásia <<Ü Filósofo», traduzida para árabe e do árabe para latim sobretudo por MiguelEscoto ( + 135) e nesta língua lido e assimilado por São Tomásde Aquino Dele são aqui citados a Metahysca os Lbr Phys-corum, De Generatone et corrutone, De anma, De anmalbus,De causs, De caelo et mundo e Tócos.
AVERROIS (Ibn Rushd, 1161198) muçulmano espanhol de Córdova, falecido em Marrocos (Marraquexe), é por excelência <<Comentador>> de Aristóteles Dele aqui são citados os comentários à etasca e outras obras de Aristóteles, ainda que semprecom a identicação de <<Comentador>> Aqui são citados principalmente os Comentáros à Metasca e à Físca de Aristóteles
AVICEBRN (Saomão Ibn Gebirol, 11158) judeu espanholde Máaga, escreveu em árabe. Dele é aqui citada a Fons vtae.
AVICENA Ibn Sina, 98137) médico muçulmano, nascido noTurquestão persa, é utilizado com equência por São Tomás,bebendo sobretudo dos seus livros Sufcena e De Metahysca
ÉCI (Mânlio Severino Boécio, nasceu em Roma por 8 emorreu executado em 5) Considerado o primeiro dos ósofos medievais e o último dos flósofos romanos, eminentehumanista, depositário da sabedoria antiga e educador da Idade
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Moderna São omás de Aquino conheceu-he a obra e comentouhe o tratado sobre a rindade Aqui é citada a sua obra De
persona et dualis naturis e o De Hebdomada
CÍCR (Marco úlio 'Ccero 1043 a.C) escritor do maisbeo atim orador de raça e ósofo ao seu jeito embora sem agarra do pensamento grego. Aqu é citado apenas como exempo.
PAÃ (428347 a.C.) a partir de Sócrates é o crador de umalosoa essencialmente dealsta que irá ser aproveitada por
Santo Agostnho e seus dscpuos inclusive os ndadores daescoa ancscana Aqui é citado co mo ósofo.
SOCRAS (470399 aC.) lósofo não escritor nuencioupoderosamente os dois mestres maiores da osoa grega: Patão e Arstótees. Aqui é citado como exempo
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ESBÇ BIGRÁFIC E
SÃ TMÁS E AQUIN
TOMAS , lho de Landolfo e de Teodora, nasce nocomeço de 225 no castelo de Roccasecca, condado de
Aqino (Reino das as Sicíias) Sonhando porventra afamília em vêlo m dia abade do mosteiro de Montecassino, para ali o envia na infância, assmindo então a qali
dade de oblato. e 23 a 239, na célebre abadia, faz os primeiros estdos Frederico II, em 239, explsa os moradores desta casa rel igiosa e transforma -a em fortaleza jovem Tomás, de novo entrege aos cidados paternos, éenviado para Nápoles, onde prossege os estdos Por24, ingressa na rdem dos Pregadores o ominicanos.A família opõe-se e retémno em casa, de Maio de 244 a
Agosto de 245, qando consege fgir para Nápoles, ondetermina o noviciado e de onde sai, a segir, para a Universidade de Paris. Ali é se mestre Santo Alberto Magno, qeo faz oportnamente se acharel o assistente QandoAlberto Magno, em 248, é deslocado para Colónia, a mde, nessa cidade, ndar m Studum o aproveitado alnoacompanhao Em Colónia terá recebido a ordenação
sacerdotal e começado a dar as primeiras lições. Aindacomo estdante parece ter redigido já os primeiros ensaiossobre temas teológicos e losócos.
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Regressado a Pars em 1252 prepara o mestrado emTeooga, so b a regêca do s eu cofrade Fre Eas Bruet,
ao mesmo tempo que esa a quadade de bacharebíbco. Sobe, em 1254 a bachare setecáro. erá sdo,esta quadade, que redgu para o Fre Svestre o opúscuo De inciiis ntue e, para os cofrades e coegas, oopúscuo De ente et essenti Em Feverero de 1256 aos 1
aos de dade, recebe ceça de esar, obtedo assm oprecoso e raro títuo de Mestre in sc gin a Uver
sdade de Pars.Ao ogo do ao de 1256 São omás de Aquo ca aredacção de uma das suas maores obras, a Summ cntGentiles (suma cotra os pagãos), cujo títuo orga oLiv d vedde d fé ctólic cnt s es ds inéis
Em Juho de 1259 omás de Aquo, berto Mago eoutros mestres da Ordem dos Pregadores partcpam o
Capítuo Gera em aecees Nee se decde cremetar os estudos de eooga, e o osso Mestre da Uversdade de Pars é desocado para a Itála peo m desse ao.Terseá xado prmero em Nápoes Em Setembro de1261 ecotrase o coveto domcao de Oeto. Aomesmo tempo que esa, desevove grade actvdadeterára em dversas fretes, respodedo às mutas so
ctações que he são fetas, cusve do Papa Urbao I Oofíco da soedade do Corpo de Crsto, promugado peoctado Papa a 11 de Agosto de 1264 a São Tomás deAquo se deve.
Em Setembro de 1265 os seus superores ecarregamo de orgazar um Estudo Gera o coveto de SataSaba, em Roma, ode cometa, de 1265 a 126 mas
uma vez, as Sentençs de Pedro Lombard A sua eormecapacdade de trabaho e a geerosdade para ateder aquem he pede mafestamse durate o béo passado
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em Roma. Teá então teminado a Summa contra Gentilese iniciado a edacção da famosa e monmental Summa
Theologae, qe deixaá incompleta (na III pate, qestão90 inclsive) Começo a escevê-la dante o ano lectivode 266-26 e nesse taalho se manteve at 2, qandoa doença o impedi de temina as ltimas qesões soeos ns ltimos do homem
Em Setemo de 26 solicitado a volta paa a Univesidade de Pais Só m gnio, então no apoge, como o
de Tomás de Aqino seia capaz de esponde à enomeagitação ali einante O Doto Comm tem de lta conta os impgnadoes das Odens Mendicantes, conta oaistotelismo e aveoísmo heteodoxo, com a Facldadedas Ates (Filosoa) a petende soepo-se à Facldadede Teologia e conta os mantenedoes da petensa tadição agostiniana
As Odens Mendicantes foam ciadas em fnção damoilidade, em contaposição da stablitas Zo (estailidade do lga) dos demais instittos eglaes da pocaNão admia, pois, a moilidade de Tomás de Aqino,qe, em Jnho de 22, encaegado pelos speioes daOdem de oganiza e diigi em Nápoles ma escolaspeio de Teologia Nela começa a ensina no mês de
Oto desse ano, ao mesmo tempo qe possege aSuma de Teologia e edige otos tatados menoes, qetamm deiaá inacaados
Tomás de Aqino temina paicamene a actividadeliteáia (qe foa sempe imensa desde os pimeios tempos de estdane de Pais) em Dezemo de 2, depoisda visão em qe se lhe mosto qe toda a sa oa não
passava de palha. De facto, segndo o estemnho deReginaldo de Pipeno, Tomás de Aqino teia eneciadode ma expeiência espiital dante a celeação da
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missa, no dia 6 de Dezemro de 123 Evocando a relaçãodos dois sentidos da Sarada Escritura, o literal e o espiri
tual, sendo um palha e o outro rão, o Santo condencioua Frei Reinaldo: <<Comparado ao que vi, o que escrevi meparece palha>> A falta de saúde levouo a ir repousar paraa casa da sua irmã Teodora, no castelo de São Severino,não lone de Nápoles Não ostane o seu precário estadode saúde, o Papa Greório X convocouo, na qualidade deteóloo famoso, a assistir ao Conclio de Lião (França),
que principiaria a 1 d e Maio de 124. Põese a caminho emm de Janeiro e adoece quando passa por Maenza e serecolhe em casa de uma sorinha Dali transportam-nopara a abadia cisterciense de Fossanova, perto de Terracina, onde, reconfortado com o sacramento da SantaUnção, morre passados rês dias, a de Março de 124 aos4 anos de idade O apa João XXII canonizao a 18 de
Julho de 1323; São Pio declarao Doutor da Irea universal a 11 de Aril de 156 e Leão XIII, patrono universalde todas as escolas católicas, a 4 de Aosto de 18
O estudante orducho e calado ao ponto de os coleaslhe terem dado o epteto pouco eloioso de <<oi mudo>>10 atine rapidamente, e por mérito próprio, o topo da
carreira universitária Quando lhe dão a palavra, FreiTomás mostra quanto vale
Há quem distriua a sua imensa produção literária emseis rupos:
1 Escritos s istemáticos : Summa contra Gentiles eSumma Theologiae;
2.° Comentários à Sarada Escritura;
1. Cf Jacques Chevalier Histie de la Pense, 2 - La pensée chré-tienne Paris Flammarion 956, p.
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3° omentários a Aristóteles;4.o Esritos polémios;
5 Questões disputadas e quodlibetales;6. Obras menores de onsulta entre as quais poderemosoloar os opúsulos Os Princípios da Realidade Natural eO Ser e a Essência
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ELEMENTOS� SUDOESTE
A Experiência de LerC S. Lewis
Vida de Castruccio Castracani Da LuccaNicolau Maquiavel
Do Esprito Geoétrico e da Arte de PersuadirBlaise Pascal
A Concepção Filosóca do MundoMax Scheler
Os Princpios da Realidade aturalSão Tomás de Aquino