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JANEIRO 2013 | N.º 04 | ANO I | MENSAL + Este jornal é gratuito, pelo que não pode ser comercializado + diretora-geral: Ana Santos www.facebook.com/saudenoticias CANCRO DO PULMãO O TABACO é O PRINCIPAL RESPONSáVEL COMO MANUEL MARQUES DEIXOU DE FUMAR E O RISCO AUMENTA COM … O TABACO “Fumar, fica-te a matar” é o mote da campa- nha da Pulmonale, uma associação que ajuda doentes, prestando di- versos apoios a nível social, psicológico, entre outros. O cancro do pul- mão pode levar muitos anos a desenvolver-se e em 80% dos casos surge por causa do tabaco. O CANCRO NãO A AFASTOU DA VONTADE DE VIVER Conheça o testemunho da Vanessa Bastos que, aos 24 anos e com o casamento à porta, re- cebeu a notícia de que tinha um tumor no pul- mão. Apesar do choque, da angústia e do mal- estar físico e psicológi- co diz que se agarrou à vida. O apoio dos fami- liares, dos amigos e do noivo foi essencial. pág. 10 CONHEçA MELHOR O CANCRO DO PULMãO Os avanços da medicina permitem, hoje em dia, melhorar a qualidade de vida dos doentes com cancro do pulmão. Em conversa com o pneu- mologista Dr. Fernando Barata, o Saúde No- tícias falou da doen- ça, dos tratamentos, do grupo de estudos a que preside e dos mitos que existem à volta do taba- co, a principal causa do cancro do pulmão. Entrevista Dr. Fernando Barata pág. 12

Saúde Notícias

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Cancro do Pulmão

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JANEIRO 2013 | N.º 04 | ANO I | MENSAL + Este jornal é gratuito, pelo que não pode ser comercializado + diretora-geral: Ana Santos

www.facebook.com/saudenoticias

CanCro do Pulmão o tabaCo é o PrinCiPal resPonsável

Como manuel marques deixou de fumar

e o risCo aumenta Com … o tabaCo

“Fumar, fica-te a matar” é o mote da campa- nha da Pulmonale, uma associação que ajuda doentes, prestando di-versos apoios a nível social, psicológico, entre outros. O cancro do pul-mão pode levar muitos anos a desenvolver-se e em 80% dos casos surge por causa do tabaco.

o CanCro não a afastou da vontade de viver

Conheça o testemunho da Vanessa Bastos que, aos 24 anos e com o casamento à porta, re-cebeu a notícia de que tinha um tumor no pul-mão. Apesar do choque, da angústia e do mal- estar físico e psicológi-co diz que se agarrou à vida. O apoio dos fami-liares, dos amigos e do noivo foi essencial. pág. 10

Conheça melhor o CanCro do Pulmão

Os avanços da medicina permitem, hoje em dia, melhorar a qualidade de vida dos doentes com cancro do pulmão. Em conversa com o pneu-mologista Dr. Fernando Barata, o Saúde No- tícias falou da doen-ça, dos tratamentos, do grupo de estudos a que preside e dos mitos que existem à volta do taba-co, a principal causa do cancro do pulmão.

Entrevista Dr. Fernando Barata pág. 12

2 Janeiro 2013

editorial

breves

Ano I – 2013ProPrIEDADE Guess What Comunicação, Lda Rua Francisco Sanches, nº55 2ºEsq 1000 Lisboa

DIrEtorAAna [email protected] E PAGINAÇÃoAlexandra Miguel

SEDE DA rEDAÇÃoRua Ramalho Ortigão, nº8 3ºEsq 1070-230 LisboaTel.: 21 386 15 82Email: [email protected]

tIrAGEm25 mil exemplares

PErIoDICIDADEMensal

DEPóSIto LEGAL: DL 319617/10ErC rEGISto: 125983Nº CoNtrIBuINtE508521211

ImPrESSÃoFunchalense - Empresa Gráfica, SARua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº50 Morelena 2715-028 Pêro Pinheiro

CoLABorADorESMaria João RamiresCarla FonsecaMário ToméSónia Morais

As opiniões, notas e comentários são da exclusiva responsabilidade dos autores ou das entidades que produziram os dados. Nos termos da Lei, está proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos.

fiCha téCniCa | esta edição é de distribuição gratuita, pelo que não pode ser vendida

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“É por milagre que eu ainda não renunciei a todas as minhas esperanças, na verdade tão absurdas e irrealizá-veis. Mas eu agarro-me a elas, apesar de todos e de tudo, porque tenho fé no que há de bom no homem. Não me é possível construir a vida tomando como base a morte, a miséria e a confusão. Vejo o mundo transformar-se, pou-co a pouco, num deserto; ouço, cada vez mais forte, a trovoada que se aproxima, essa trovoada que nos há de matar; sinto o sofrimento de milhões de seres e, mesmo assim, quando ergo os olhos para o Céu, penso que, um dia, tudo isto voltará a ser bom, que a crueldade chegará ao seu fim e que o Mundo virá a conhecer de novo a ordem, a paz, a tranquilidade. Até lá tenho que manter firme os meus ideais - talvez ainda os possa realizar nos tempos que hão de vir”. Trecho extraído do dia 15 de julho de 1944, Diário de Anne Frank

E é com esperança num mundo melhor que entramos em 2013, saber construir novos sonhos, cada dia ser uma etapa a alcançar, seja porque temos saúde ou porque não a temos, seja porque nos encontramos com tantos obstáculos e adversidades que não conseguimos ver uma luz ao fundo do túnel, ou porque nos sentimos tão bem que podemos olhar para o lado e ajudar o outro. Olhar o mundo na sua verdade, mas sem nos deixar-mos abater pelas dificuldades. E, apesar das frustrações provenientes da crise atual, que “quase parece que um manto de escuridão terá descido sobre o nosso tempo, impedindo de ver com clareza a luz do dia”, temos que ter uma atitude confiante e positiva.Podemos mudar o nosso estilo de vida, podemos andar mais sem precisar de ir a um ginásio, fazer uma alimen-tação saudável, olhar para os alimentos como nossos aliados sem ter que ter custos acrescidos.Sermos voluntários, sermos fortes e determinados.Para quem está doente, ter confiança na terapêutica, na investigação, na procura de novas soluções, em novos tratamentos, nova esperança de vida.Que não desista, questione e alcance mais uma etapa.Não podemos lutar contra o tempo mas podemos vivê-lo intensamente.Nesta edição Especial do “Saúde Notícias” abordamos o tema Cancro do Pulmão, queremos começar o ano a mostrar como algumas opções da nossa adolescência, como fumar, podem tornar a nossa vida mais curta, ou terminá-la sem qualidade de vida. Herança negativa para os nossos filhos, gastos desne-cessários, falta de energia, saúde. Porque eles e quem nos rodeia são fumadores passivos.Quantas vezes fizeram a promessa de começar o ano novo com a frase “vou deixar de fumar”?Eu deixei de fumar durante 5 anos e voltei no último Verão ao cigarro social.Acredito que 2013 será diferente, não porque prometi a todos que ia deixar de fumar, mas sim, porque fiz um compromisso com o meu corpo, a minha mente.Porque tenho consciência e porque adoro viver!Porque não quero ouvir os meus filhos dizerem: Mãe tu pro-meteste! O Tabaco mata e eu não quero que tu morras!Está na altura de lançar o desafio nesta edição, escreva--me um e-mail, uma carta, com a sua decisão e o porquê da mesma.Fico à espera! E já agora um excelente ano 2013.

ana [email protected]

breves

Todos os dias são diagnosticados, em Portugal, dez no-vos casos de cancro do pulmão em Portugal e a maior parte em estadios avançados, o que diminui as hipóteses de cura. Quem o afirma é o Dr. Fernando Barata, diretor do Serviço de Pneumologia do Hospital Geral do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e presi-dente do Grupo de Estudos para o Cancro do Pulmão (GECP).

Perante esta problemática, o GECP organizou o 5º Congresso Português do Cancro do Pulmão, em Albufei-ra, onde reuniu os mais diversos profissionais de saúde em torno deste problema de saúde, que tem agravado com o tabagismo, ainda de acordo com o mesmo res-ponsável.

esPeCialistas debatem CanCro do Pulmão

“Fumar fica-te a matar” é o nome da campanha lançada pela Pulmonale – Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão. O objetivo deste projeto é sensibilizar os jovens para os malefícios do tabaco, que podem surgir a curto prazo ou ao fim de muitos anos, como é o caso do cancro do pulmão.

A iniciativa teve início em Novembro, o Mês do Cancro do Pulmão, e contou com o apoio da Global Lung Cancer Coalition (GLCC) e do Instituto Português do Desporto e Ju-ventude (IPDJ).

Os fumadores passivos também estão sujeitos a um risco elevado de vir a ter complicações cardíacas, segundo al-guns estudos recentes, divulgados pelo Professor Vítor Gil, cardiologista do Hospital dos Lusíadas, em Lisboa. “O fumo do tabaco mesmo que inalado passivamente, promove a libertação de radicais livres e diminui os níveis de antioxi-dantes, expondo as artérias aos efeitos negativos do cha-mado stress oxidativo”, salienta.

O cardiologista deixa mais um aviso: “Os esposos de fuma-dores têm um risco aumentado de cancro do pulmão, calcula-do em 20 por cento nas mulheres e 30 por cento nos homens, segundo a Agência Internacional de Pesquisa do Cancro”.

Jennifer Wederell, de 27 anos, sofria de fibrose cística desde os dois anos e, nos últimos tempos, precisava de receber oxigénio 24 horas por dia. A solução podia passar pelo transplante de pulmão, mas tal não aconteceu porque recebeu um órgão de um fumador compulsivo. Em vez de uma nova vida, a jovem acabou por morrer de cancro do pulmão.

Os pais estão indignados e apresentaram queixa, já que nunca informaram a filha de que o dador era fumador. Em comunicado, a administração do hospital reconhece que a paciente deveria ter tido a opção de escolher e “pede des-culpas sinceras”.

Juntos no Combate ao tabagismo

fumo Passivo ProvoCa risCo de Problemas CardíaCos

morre Por reCeber Pulmão de fumador

Pub

Os nOssOs ObjectivOs

1. Combate ao tabagismo, com principal factor causador da doença, através de acções de sensibilização escolar e disponibilização de consultas de cessação tabágica;

2. Aconselhamento e apoio a pessoas que sofram de cancro pulmão, a nível psicológico, nutricional, social e de reabilitação funcional;

3. Aconselhamento e apoio aos familiares destes doentes, psicológico e social;4. Difusão de informação sobre esta doença para o público;5. Promoção de investigação sobre as causas e tratamento desta doença.

Os nOssOs PrincíPiOs e valOres

Os profissionais e os voluntários que desenvolvem as suas actividades na Pulmonale regem-se pelos princípios da Solidariedade, da Humanização dos Cuidados e da Disponibilidade para com o seu semelhante.Todos nós defendemos os seguintes valores: Respeito, Sensibilidade, Responsabilidade, Compromisso e a Ética.

as nOssas actividades

1. Acções escolares, de sensibilização dos jovens para a importância de “não fumar”

2. Consulta de cessação tabágica para jovens, gratuita3. Consulta de psico-oncologia para o doente e família, gratuita4. Consultas de nutricionismo e de apoio social (brevemente)5. Apoio domiciliário a doentes com cancro do pulmão (brevemente)6. Campanha de divulgação da doença durante todo o mês de Novembro,

implementando-o como o Mês do Cancro do Pulmão7. Apoio à formação e investigação em cancro do pulmão

PULMONALE Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão

Av. Antunes de Guimarães, 554 – 4100-077 PortoTel.: 22 616 54 50 – Fax 22 618 95 39Email: [email protected]: www.pulmonale.ptFacebook: www.facebook.com/Pulmonale

a nossa Missão: a Pulmonale é uma instituição Particular de solidariedade social, de âmbito nacional, que existe pelos doentes, para os doentes e com os doentes que sofrem de cancro do pul-mão, e que desenvolve todos os seus esforços no sentido de diminuir a incidência desta doença.

não acontece só aos outros. o cancro do pulmão existe e as pessoas que estão mais em risco são as que fumam, registando-se um total de 10 mil pessoas a morrerem por dia devido ao tabagismo a nível mundial. Como a doença muda de forma radical a vida de qualquer pessoa, foi criada a Pulmonale, uma associação que ajuda doentes, prestando diversos apoios a nível social, psicológico, entre outros.

quando o CanCro do Pulmão bate à Porta

a Pulmonale

reforçou a consulta de

cessação tabágica para

jovens. está disponível às

terças-feiras, das 14h às

17h, e às quintas-feiras,

das 10h às 13h, no instituto

Português do desporto e

Juventude, no Porto.

o serviço é gratuito

“Porquê eu?” Esta é a per-gunta que se costuma fazer mal se recebe o diagnóstico de cancro do pulmão. Os sintomas estavam lá, mas, na maioria das vezes, asso-ciavam-se a outras doenças até ao momento em que se chega ao médico e ele diz: “Tem cancro do pulmão.”“O choque é muito forte. O doente pensa na morte, no sofrimento e sente uma enor-me culpa, porque, em 80% dos casos, o cancro deve-se ao consumo de tabaco”, con-ta ao Saúde Notícias o presi-dente da Pulmonale, Profes-sor Doutor António Araújo, a associação que representa os doentes que vivem com esta doença. E continua: “A sensação de morte imi-nente é terrível e, como os

exames não conseguem ser feitos de um dia para o outro, a angústia aumenta”, acrescenta. Mal se deteta o cancro, é ini-ciado todo um processo de acompanhamento médico, para que se saiba qual é o estadiamento do carcinoma, ou seja, se as células can-cerosas se encontram loca-lizadas numa determinada área ou se já se espalharam (metastização) para outros tecidos e órgãos. O facto de ser maligno ou benigno também ajuda a delinear um prognóstico e qual o trata-mento mais adequado. “É um processo muito do-loroso, que afeta a vida do doente e dos familiares e amigos que estão à sua volta”, refere o Professor

Doutor António Araújo.

todo o apoio é necessárioApós o diagnóstico há um longo caminho a percorrer e, a melhor forma de o fazer, é com a ajuda de terceiros. A Pulmonale foi criada há cer-ca de dois anos por se achar “que havia uma lacuna na sociedade portuguesa, por-que não existia qualquer en-tidade dedicada apenas aos doentes”, afirma o Professor Doutor António Araújo, que também é o Director do Ser-viço de Oncologia Médica do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga – Santa Maria da Feira.

Com a Pulmonale, os do-entes têm acesso a vários serviços, como apoio psi-cológico, nutricional e so-cial, além de poderem ser acompanhados em consul-tas de cessação tabágica. “Os doentes precisam de

quem os oiça e oriente nesta fase complicada da sua vida e todo o apoio psicológico é necessário. Além disso, é fundamental ter uma ali-mentação adequada, ajudar quando há problemas finan-ceiros e incentivar o doente a deixar de fumar, porque isso

contribui para a melhoria do seu estado de saúde”, expli-ca. Estas consultas são mul-tidisciplinares, envolvendo di-versos profissionais de saúde e pretendendo-se ainda vir a fornecer, de forma gratuita, uma parte dos medicamen-tos da cessação tabágica”.

maria João ramires

pulmonale

4 Janeiro 2013

o que é a Pulmonale?

É a Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão que tem o seu âmbito de ação a nível nacional e por objetivos:

a) Promover o rastreio e o diagnóstico precoce do cancro pulmão;

b) Aconselhamento e apoio a pessoas que sofram de cancro pulmão;

c) Melhoria e alargamento dos cuidados médicos;d) Difusão de informação sobre esta doença para

o público;e) Promoção de investigação sobre as causas

e tratamento desta doença;f) Cooperação com a classe médica, pessoal de

enfermagem e paramédicos, indústria farmacêutica, serviços e entidades públicas ou privadas;

g) Integração nos Organismos Internacionais representativos de associações nacionais de doentes com cancro do pulmão;

h) Cooperação com associações congéneres;i) Instalação de um centro de informação para os

doentes e todos os interessados e emissão de um boletim informativo periódico.

Como apoiar a Pulmonale?l Sendo sóciol Parcerias (com entidades relacionadas com

as atividades da associação)l Voluntariadol Donativos (ver www.pulmonale.pt)

1.º Congresso da Pulmonale realizou- -se em novembro

Especialistas em diversas áreas reuniram-se, nos dias 16 e 17 de Novembro de 2012, no auditório da Universidade Católica Portuguesa, no Porto, em torno do tema «Pelo Doente com Cancro do Pulmão», no 1º Congresso da Pulmonale. “Sendo a Pulmonale uma instituição de doentes, cujo lema é pelo e para o doente com cancro do pulmão, o seu primeiro congresso funcionou como um foco sobre o doente e toda a sua envolvente”, esclarece Professor Doutor António Araújo.Como que seguindo cronologicamente o trajeto que a pessoa a quem é diagnosticado um cancro do pulmão percorre, os trabalhos começaram por abordar causas («O Tabagismo em Portugal»), prosseguiram com a doença («O Doente com Cancro do Pulmão»), os tratamento e recuperação («A Reabilitação do Doente com Cancro do Pulmão») e o papel de quem está ao lado do doente («O Cuidador do Doente com Cancro do Pulmão»), terminando com o papel da sociedade civil no apoio a este tipo de pacientes («A Importância das Estruturas de Apoio ao Doente com Cancro do Pulmão»).O balanço da iniciativa é positivo e Professor Doutor António Araújo espera “que haja verbas suficientes para que se possa realizar mais um congresso, onde se reúna, como no primeiro, várias pessoas ligadas à problemática.”

Com a Pulmonale, os doentes têm aces-so a vários serviços, como apoio psicológico, nutricional e social, além de poderem ser acompa-nhados em consultas de cessação tabágica

A assistência social é fulcral, já que, na maioria dos casos, o cancro do pulmão surge entre os 50 e os 60 anos, o que obriga a um maior ab-sentismo laboral, a reformas antecipadas por invalidez e, muitas vezes, à necessida-de de se ter um cuidador a tempo inteiro”. Outra valência a ter em con-ta é a reabilitação. “A tosse constante, a atrofia muscu-lar, a necessidade que exis-te, por vezes, de receber oxigénio durante 24 horas por dia são algumas das no-

vas realidades da vida dos doentes. Se não tiverem aju-da, é muito mais complicado lutarem contra a doença”. O apoio não se cinge ape-nas aos doentes desta for-ma bem direta, mas também à investigação. O cancro do pulmão é uma doença complexa, cuja origem e desenvolvimento têm sido extensivamente estudados, permanecendo por elucidar

Professor Doutor António Araújo, presidente da Pulmonale.

muitos dos mecanismos en-volvidos nestes processos.“Neste sentido, a investi-gação nesta área é funda-mental, para que se possa melhorar quer o diagnóstico quer o tratamento desta do-ença. No entanto, os custos associados a este tipo de investigação são elevados, pelo que um dos propósitos da Pulmonale é a angaria-ção de fundos para apoiar os estudos realizados, que estão frequentemente subfi-nanciados no nosso país, e criar bolsas de estudo”, afirma Professor Doutor An-tónio Araújo.

Campanhas de informação junto dos mais novosComo o ideal é nunca se vir a fumar, a Pulmonale tem reali-zado ações de educação para a saúde, a fim de sensibilizar os jovens para os malefícios do tabaco, o principal fator de risco para se vir a ter um cancro do pulmão, além de outros tipos de cancro e de doenças, nomeadamente do foro respiratório. As reações não podiam ser mais preocupantes. “Nes-tas campanhas percebe-mos que as pessoas, nome-adamente as mais jovens, não têm qualquer noção da ligação que existe entre ta-bagismo e doença. No caso do cancro do pulmão há um desconhecimento quase to-

tal”, sublinha o presidente da Pulmonale. Uma das possíveis razões para esta falta de conheci-mento deve-se, no seu en-tender, ao facto de “a doen-ça só surgir ao fim de 20 ou 30 anos após se começar a fumar”. A ideia que persiste é: “não vamos pensar nisso, isso acontece aos outros”. Ao longo dos últimos anos têm sido realizados diver-sos estudos que levam a crer que os jovens come-çam a fumar por acharem que assim vão conseguir fazer parte de determinado grupo social, já que, “para eles, fumar é fixe”. Outra ra-zão é a vontade de descobrir algo novo e de experimentar o que é perigoso e proibido. “É nestes pontos que temos de agir. Há que dizer aos jo-vens que fumar não os torna fixes e que correm, de facto, riscos ao fazê-lo, mesmo que não os sintam na pele de imediato”. A última cam-panha tem o nome sugesti-vo de “Fumar, fica-te a ma-tar!”, dando a conhecer que, por dia, morrem, em todo o mundo, 10 mil pessoas de-vido ao tabaco. A jeito de mensagem final, reforça, mais uma vez, a im-portância de “nunca se experi-mentar fumar”. Caso já se seja um fumador, “deve procurar-se ajuda junto do médico assisten-te, para que se inicie um trata-mento de cessação tabágica”. Tudo porque um dia podemos ser nós a fazer a tal pergunta: “Porquê eu?”.

ContaCtos: Rua: Av. Antunes Guimarães, 55 44100-077 Porto Telefone: 226165450 Fax: 226189539 Email: [email protected] Website: www.pulmonale.pt

pulmonale

5Janeiro 2013

“O diagnóstico precoce é essencial para se poder ter uma taxa de sobrevivência mais elevada no cancro do pulmão”. Quem o afirma é Dr. Fernando Barata, diretor do Serviço de Pneumologia do Hospital Geral do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e presi-dente do Grupo de Estudos para o Cancro do Pulmão (GECP). O especialista alerta para o desconhecimento que existe relativamente a esta doença muitas vezes assintomáti-ca até uma fase avançada.

“Como não há sintomas, os doentes só recorrem ao mé-dico quando o cancro já está numa fase avançada”, refe-re. E continua: “De facto, tra-ta-se de um cancro que pode evoluir de uma forma rápida e disseminada, mantendo-se assintomática. Não podemos alterar esta realidade, mas, mesmo assim, é possível ter-se um prognóstico mais favorável se o doente con-sultar o médico caso surjam sinais, como tosse persisten-te, rouquidão, expetoração com sangue, febre que não passa, fadiga e emagreci-

mento que se mantém”. Perante estes sintomas, “que podem dever-se também a outras patologias do foro res-piratório”, o médico realizará os meios complementares de diagnóstico necessários e, caso o cancro do pulmão seja confirmado, o tratamen-to deve ser iniciado. “A valorização destes sinto-mas pode fazer, de facto, a diferença, porque pode de-tetar-se o tumor ainda numa fase localizada, ou seja, ain-da não se expandiu (metas-tizou) para outros tecidos e órgãos”, salienta.

Conheça melhor o

CanCro do Pulmãoos avanços da medicina permitem, hoje em dia, melhorar a qualidade de vida dos doentes com cancro do pulmão. em conversa com o pneumologista dr. fernando barata, o saúde notícias falou da doença, dos tratamentos, do grupo de estudos a que preside e dos mitos que existem à volta do tabaco, a principal causa do cancro do pulmão.

a imPortânCia de se Continuar a estudar o CanCro do Pulmão

Apesar dos avanços que se têm feito sentir no cancro do pulmão, ainda há um lon-go caminho a percorrer e “a aposta na investigação continua a ser uma prioridade”. Dr. Fernando Barata, além de pneumologista, está à frente do Grupo de Estudos para o Cancro do Pulmão (www.gepc.pt), que reúne há 12 anos uma equipa multidisciplinar. O grupo está envolvido em várias investigações e ensaios clínicos, fazendo parte de uma rede europeia de estudos corporativos, além de oferecer também bolsas e estágios.

à conversa com...

maria João ramires

os dois tipos de cancro do pulmãoOs tumores que têm início no pulmão dividem-se em dois grupos principais: cancro do pulmão de não-pequenas células e cancro do pulmão

de pequenas células, depen-dendo de qual o aspeto das células envolvidas, quando observadas ao microscópio. Estes dois tipos de cancro do pulmão crescem e metas-tizam de formas diferentes, logo também são tratados de forma diferente.

O cancro do pulmão de não-pequenas células é mais comum que o cancro do pul-mão de pequenas células e, geralmente, cresce e me-tastiza mais lentamente, ou seja, tem um comportamen-to menos agressivo. Dentro deste grupo existem, ainda,

6 Janeiro 2013

mitos:

o pneumologista dr. fernando barata desconstrói alguns dos mitos que existem em torno do tabaco, “o principal responsável pelo cancro do pulmão”: o fumador passivo fuma mais que o não-fumador quando está exposto ao fumo do tabaco?Sim. O fumador passivo fuma mais que aquela pessoa nunca exposta ou não fumadora. O fumador passivo tem um maior risco de contrair um cancro do pulmão ou qualquer outra doença respiratória que um indivíduo que não esteja exposto, regularmente, aos agentes cancerígenos do tabaco.

o tabaco de enrolar é mais saudável?Não. A opção por este tipo de tabaco deve-se ao facto de ser mais barato. Este também contém agentes cancerígenos.

os cigarros light são mais saudáveis?Não. As substâncias cancerígenas continuam a ser inaladas. Além disso, costuma-se fumar mais cigarros por se pensar que faz menos mal.

“Não deixo de fumar, porque pioro da asma quando o tento fazer” Não. Os fumadores asmáticos costumam a afirmar isto, mas, na realidade, o que acontece é que a pessoa ao tentar deixar de fumar, tem mais ansiedade nos primeiros tempos. É normal que a ansiedade possa despoletar uma crise asmática. Nestes casos, é essencial ser acompanhado em consultas de cessação tabágica.

à conversa com...

Dr. Fernando Barata, presidente do Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão.

três subtipos de cancro do pulmão de não-pequenas células: carcinoma de cé-lulas escamosas (também chamado carcinoma epider-móide), adenocarcinoma e cancro pulmonar de grandes células.O cancro do pulmão de pe-quenas células, por vezes chamado de cancro das cé-lulas em “grão de aveia”, é menos comum que o cancro do pulmão de não-pequenas células e cresce mais rapida-mente, sendo mais provável que metastize para outros órgãos.

avanços no tratamento melhoram taxa de sobrevida a 5 anosTer cancro do pulmão hoje em dia ou há 20 anos é, ine-vitavelmente, diferente. Os avanços da medicina têm-se feito sentir nesta área, quer em termos de prevenção, diagnóstico, tratamento e melhoria da qualidade de vida dos doentes, de acordo com o pneumologista. O tratamento a adotar de-pende sempre do estadia-mento do tumor, ou seja, se se encontra localizado numa zona isolada ou se já se metastizou. “Numa fase inicial da doença, opta-se pela cirurgia e por terapêu-ticas adjuvantes e no caso do tumor localmente avan-çado já associamos quimio-terapia e radioterapia”.

“o problema está no diagnóstico tardio que, infelizmente, é o que acontece na maioria dos casos”, afirma o especialista.

A cirurgia permite remover o tumor e não é igual para todos os casos, podendo retirar-se apenas uma parte do pulmão, remover-se um lobo inteiro ou o pulmão por inteiro. Há ainda os casos dos tumores não operáveis, ou seja, que não podem ser removidos por cirurgia, devi-do ao seu tamanho ou loca-lização ou por outros motivos médicos.“Os avanços que têm ocor-rido nos últimos 20 anos têm permitido uma melhoria da taxa de sobrevida aos 5 anos, além de permitirem ao doente viver com uma

melhor qualidade de vida”, aponta Dr. Fernando Barata. E continua: ”Hoje em dia estão disponíveis uma sé-rie de biomarcadores que permitem determinar a me-lhor terapêutica para cada doente”. Apesar das inovações mé-dicas, continua-se a estar perante um cancro que é res-ponsável por várias mortes, estando em terceiro lugar em Portugal e em segundo na Europa. “O problema está no diagnóstico tardio que, in-felizmente, é o que acontece na maioria dos casos”, afir-ma o especialista.

as causas do diagnóstico tardio

A palavra cancro faz parte do vocabulário das pessoas há muitos anos, mas continua a haver um elevado número de diagnósticos tardios de can-cro do pulmão. Para Dr. Fer-nando Barata, esta situação tem mais que uma razão de ser. “Antes de mais, o facto de se tratar de uma doença assintomática na primeira fase. As pessoas sentem-se bem e não desconfiam de nada”. Outra razão é o fac-to de os primeiros sintomas serem similares a outras pa-tologias e de não se poder realizar rastreios. “Nos EUA foi realizado um estudo, que contou com a participação de mais de 52 mil indivíduos, que se sub-

meteram a uma tomografia axial computorizada (TAC). Entre estes foram detetados vários casos de cancro do pulmão numa fase inicial, tendo-se diminuído de for-ma significativa a taxa de mortalidade”. O problema é que “embora as técnicas de rastreio utilizadas até hoje sejam ineficazes, a TAC é um método muito caro e muitas dúvidas precisam ser esclarecidas”. O melhor continua a ser a prevenção. “Não se come-ce a fumar, porque o risco de se ter um cancro do pul-mão é muito elevado, peça-se ajuda para deixar de fu-mar e consulte-se o médico mal surjam sinais de alerta, como a tosse persisten-te, emagrecimento que se mantém, expetoração com sangue, rouquidão e febre persistente”.

7Janeiro 2013

CanCro do Pulmão: sintomas de alerta

os sintomas e sinais mais comuns de cancro do pulmão incluem:l Tosse que não desaparece e que piora com o passar do tempo;l Dor constante no peito;l Tosse acompanhada de sangue;l Falta de ar, asma ou rouquidão;l Problemas recorrentes, como pneumonia ou bronquite;l Inchaço do pescoço e rosto;l Perda de apetite ou de peso;l Fadiga.

Na maioria das vezes, estes sintomas não estão relacionados com um cancro, e podem, ainda, ser provocados por tumores benignos ou outros problemas. Só o médico poderá confirmar. Qualquer pessoa com estes sintomas, ou quaisquer outras alterações de saúde relevantes, deve consultar o médico, para diagnosticar e tratar o problema tão cedo quanto possível.Geralmente, as fases iniciais do cancro não causam dor. Se tem estes sintomas, não espere até ter dor, para consultar o médico.

Fonte: InfoCancro

a prevenção e o tratamento do tabagismo continuam a ser as melhores vias para se evitar o consumo de tabaco ou para se levar os fumadores a deixarem o cigarro. Para falar sobre estratégias de prevenção e controlo vai realizar-se uma conferência, em Portugal, associada à qual haverá um Concurso de ideias para os mais jovens. saiba também o que pensam os responsáveis da iniciativa sobre a evolução do tabagismo em Portugal.

maria João ramires

esPeCialistas reúnem-se Para debater o tabagismo

“Fumar já há muito que deixou de ser cool”. As palavras são da Professora Doutora Fátima Reis, do Instituto de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) e responsável pela International Conference on Tobacco Prevention and Control (ICTPC), um evento que vai decorrer nos dias 14 e 15 de novembro. A principal causa do cancro do pulmão é o tabaco e, para a Professora Doutora Fátima Reis, nunca é demais relembrar este facto. Nesta conferência, dar-se-á destaque às estratégias mais adequadas para se prevenir o tabagismo entre os mais no-vos e para se ajudar os atu-ais fumadores a deixarem de lado o cigarro.

iCtPC: um evento centrado na prevençãoA conferência internacional conta com a participação de especialistas nacionais e in-ternacionais e o objetivo é “partilhar experiências e as mais recentes novidades, por forma a melhorar as aborda-gens na investigação, preven-ção e tratamento”, refere a Pro-fessora Doutora Fátima Reis. Para a Professora Doutora Cris- tina Bárbara, diretora do Servi-ço de Pneumologia do Cen-tro Hospitalar Lisboa Norte e também uma das organiza-doras do evento, é a opor-tunidade de se falar sobre diferentes estratégias de pre-venção, já que “Portugal tem muito a melhorar nesta área, porque o dinheiro dos impos-

A ICTPC vai contar ainda com a participação dos mais novos, através do Concurso de Ideias, que se propõe le-vá-los a a agir, no sentido de contribuirem para se criar um mundo sem tabaco. As inscri-ções para o concurso podem ser feitas em www.fm.ul.pt/tobacco-conference/.

indústria taba-queira de olhos postos no leste

As mensagens antitabaco já não são novidade para nin-guém. Ao longo destes anos, qual é, então, o balanço que se pode fazer do tabagismo em Portugal? Para o Profes-sor Doutor José Precioso, da Universidade do Minho e co-organizador da conferência, “estamos numa situação que se carateriza por uma esta-bilização do consumo nos homens e um aumento nas mulheres”, de acordo com os vários inquéritos nacionais de saúde, e “na generalidade, podemos afirmar que, nos últimos 12 anos, ocorreu uma diminuição das prevalências nos adolescentes de ambos os sexos, entre os 13 e 15 anos”. Todavia, “verificou-se um aumento considerável da prevalência de consumo de tabaco aos 30 dias, entre 2006 e 2011, nos adolescen-tes de 16 anos”.

“Portugal tem muito a melhorar nesta área, porque o dinheiro dos impostos que se obtém através do tabaco não cobre os gastos associados com as doenças causadas pelo tabagismo”.

A nível mundial, “tem havido uma clara redução nos pa-íses desenvolvidos, devido a uma maior consciência da população em relação aos riscos, com particular des-taque para os EUA, Reino Unido e Suécia”. O proble-ma é que ”a indústria taba-queira virou-se para outros mercados, como a antiga URSS, a China e outros pa-íses de leste, para compen-

sar a redução das vendas no ocidente”, explica.

legislação apenas ajudou fuma-dores passivosOlhando para a realidade portuguesa, a Professora Dou-tora Fátima Reis e o Professor Doutor José Precioso não estão satisfeitos com a legislação antitabaco. “Não teve impacte na redução da prevalência de fumadores, quer na faixa etá-ria dos adolescentes, quer nos adultos”, afirmam. No entanto, parece ter contri-buído para a redução da ex-posição ao fumo ambiental de tabaco. De acordo com dados do Eurobarómetro de 2012, 82 por cento dos portugueses declara que, com a nova legislação, nun-ca (ou raramente) está ex-posto a fumo ambiental do tabaco no local de trabalho.

Ainda segundo a mesma fonte, a percentagem de por-tugueses que afirmava que era permitido fumar em casa desceu, entre 2006 e 2009, de 71 por cento para 34 por cento. Quanto às crianças, e de acordo com um estudo re-alizado em Braga e liderado pelo Professor Doutor José Precioso, verificou-se que, entre 2007 e 2011, houve um decréscimo das crianças expostas ao fumo do tabaco em casa”. Um dos maiores problemas é o setor da res-tauração e similares, já que, segundo as conclusões dum estudo liderado pela Profes-sora Doutora Fátima Reis, em mais de um quarto dos estabelecimentos do sector ainda é possível fumar, o que “é prejudicial para a saúde dos trabalhadores”. Por esse motivo, ambos os investiga-dores defendem a proibição de fumar em todo o setor da restauração e similares, sem exceções.

de aCordo Com dados do

eurobarómetro de 2012,

82 por cento dos portugueses

declara que, com a nova

legislação, nunca

(ou raramente) está

exposto a fumo ambiental

do tabaco no local

de trabalho

tos que se obtém através do tabaco não cobre os gastos associados com as doenças causadas pelo tabagismo”. O mesmo pensa a Dr.ª Teresa Almodovar, co-organizadora do evento e pneumologista no Instituto Português de Oncolo-gia de Lisboa. Para a espe-cialista, esta iniciativa é ain-da um local privilegiado para troca de experiências, já que “Portugal tem muito a melho-rar nas campanhas de pre-venção, que são realizadas de forma pouco coordenada, apesar da boa vontade”.

ICTPC

8 Janeiro 2013

Pub

10 Janeiro 2013

será que a taxa de sobrevivência do cancro do pulmão é elevada ou este é um dos carcinomas mais letais? Conheça melhor este cancro, os fatores que contribuem para o seu aparecimento e saiba o que pensa o Presidente do núcleo regional do Centro da liga Portuguesa Contra o Cancro (lPCC), sobre a legislação antitabaco.

CanCro do Pulmão

maria João ramires

“Em Portugal, a evolução do cancro do pulmão não é tão nefasta como no resto do mundo, mas a mortalidade continua a ser muito eleva-da”, afirma, preocupado, o vogal da Liga Portuguesa Con-tra o Cancro (LPCC), o Profes-sor Doutor Carlos Oliveira. O cancro do pulmão é a terceira causa de morte por cancro em Portugal e a se-gunda nos restantes países da Europa. “A prevalência aos 5 anos é de 3700 ca-sos, ou seja, são poucas as pessoas que conseguem

vencer este cancro, que costuma ser detetado numa fase avançada”. A não deteção precoce da doença é um dos fatores que levam a uma baixa taxa de sobrevivência, segundo o responsável da LPCC. Mas “o grande culpado é o ta-bagismo”. Professor Doutor Carlos Oliveira refere que “quando o tabaco apareceu, se as pessoas tivessem pre-visto os problemas de saúde que iriam surgir, teriam proi-bido, de imediato, a sua co-mercialização”. E acrescen-

ta: “Para agravar a situação, os estudos epidemiológicos que estabeleceram uma correlação entre consumo de tabaco e cancro do pul-mão levaram muitos anos e, entretanto, o consumo do tabaco foi incentivado com extensa publicidade”.De facto, o tabaco, no mun-do, provoca cerca de 3,5 milhões de mortes por ano, cerca de 10 mil mortes por dia. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que, em 2020, o tabaco se torne a maior causa de mortalidade

e invalidez, causando mais mortes que a tuberculose, o VIH, a mortalidade infantil e os acidentes de viação em conjunto.

um problema grave que não afeta apenas fumadoresEm Portugal, entre 1994 e 1998, verificou-se que 32,7% dos homens e 7,6 % das mulheres fumava, en-quanto no período de 1999 a 2001 eram 32,8% e 9,5% respetivamente a fumar. Entre os adolescentes por-tugueses, de 2002 a 2005, havia 17,6% de rapazes e 26,2% de raparigas a fumar, segundo dados divulgados pelo site InfoCancro.

de facto, o tabaco, no mundo, provoca cerca de 3,5 milhões de mortes por ano, cerca de 10 mil mortes por dia

tabaCo é o grande resPonsável Pela doença

Professor Doutor Carlos oliveira, Vogal da LPCC e Presidente do Núcleo Regional do Centro da LPCC.

O tabaco é considerado “o principal fator que leva ao surgimento do cancro do pulmão”, afetando os fuma-dores, mas também quem está exposto ao fumo passi-vo. “Têm que ser assumidos os riscos associados ao con-sumo do tabaco, inclusive de quem é obrigado a respirar o fumo e não é fumador”, sa-lienta o Professor Doutor Car-los Oliveira. A atual legislação, que proíbe o fumo em locais públicos, tem trazido grandes benefícios, mas “o mais impor-tante é mudar a mentalidade dos portugueses”.

“As pessoas têm que per-ceber que o tabagismo faz mal a si e aos outros”, con-tinua. No seu entender, uma boa consciencialização do

problema e a mudança de hábitos tabágicos são os passos mais importantes para se combater “o flagelo do tabagismo”, mas “como isso não tem acontecido, é necessário recorrer à cria-ção de leis”. Relativamente à discussão que houve recentemente sobre a possível proibição, por lei, de se fumar no carro quando se transporta crian-ças, o Professor Doutor Car-los Oliveira é peremptório: “Se os pais não mudam os seus comportamentos, deve ser o Estado a proteger as crianças”. O vogal da LPCC considera que “o simples gesto de se fumar, já é um mau exem-plo dos pais, porque estão a incentivar, de alguma for-

LPCC

11Janeiro 2013

ma, os seus filhos a virem a ser possíveis fumadores”. O ideal seria “acabar totalmen-te com o tabagismo”, mas como isso não é possível a 100 por cento, “deve fazer-se tudo para evitar novos consumidores e ajudar os fumadores a deixarem este vício”. O Professor Doutor Carlos Oli-veira é também a favor do alar- gamento da lei antitabaco a locais como casinos, “pois os trabalhadores estão ex-postos, frequentemente, ao fumo, o que aumenta a pro-babilidade de virem a ter um cancro do pulmão, entre ou-tros problemas respiratórios”.

as campanhas da lPCC: lutar contra o can-cro do pulmãoSão várias as campanhas de sensibilização e infor-mação desenvolvidas pela LPCC. Não se foca apenas no cancro do pulmão, mas este é um dos problemas que mais preocupações traz à equipa da LPCC. “As nos-sas atividades acontecem um pouco por todo o país e, no caso do cancro do pul-mão, damos informação so-bre a doença, falamos do ta-bagismo e das consultas de cessação tabágica.” Para os mais jovens foi também lan-çada a banda desenhada “A

em 2030 deverá registar-se mais 24 por cento de novos casos de cancro do pulmão em ambos os sexos.

Fonte: International Agency for research on Cancer, organização mundial de Saúde (omS).

quais os fatores de risCo do CanCro do Pulmão?

Fumo de tabaco: Fumar é o principal fator de risco para cancro do pulmão. Cerca de 87 por cento das mortes por cancro do pulmão estão relacionadas com o tabaco. O risco de desenvolver cancro do pulmão nos fumadores é várias vezes superior ao dos não fumadores.

Os não fumadores que vivem com um fumador ou num ambiente de fumadores são chamados fumadores secundários, e têm um risco de vir a desenvolver a doença cerca de 20 a 30 por cento maior.

radiações: Os trabalhadores devem usar o equipamento de proteção adequado e seguir as normas em vigor nas empresas. Atualmente, na generalidade dos países há uma muito reduzida utilização destes produtos, que em muitos casos foram mesmo proibidos. Em algumas casas e edifícios públicos mais antigos ainda existem revestimentos anti-incêndio à base de amianto, mas que não se consideram perigosos a não ser quando são removidos durante obras de renovação, demolição ou por deterioração desses edifícios.

Poluição: Foi identificada, ainda que não esteja bem definida, a possível ligação entre o cancro do pulmão e a exposição a certos poluentes do ar, como os subprodutos da combustão de combustíveis e outros elementos químicos como: arsénio, bretilium, cádmio, sílica, níquel.

História pessoal e familiar: uma pessoa que já tenha tido cancro do pulmão tem maior probabilidade de desenvolver um segundo cancro do pulmão do que as que nunca tiveram. Deixar de fumar, quando o cancro do pulmão é diagnosticado, pode diminuir a probabilidade de desenvolvimento de um segundo cancro do pulmão.

Fonte: Portal de Oncologia Português

se teve problemas, e é fácil pensar que só acontece aos outros”, aponta. As campanhas vão continu-ar, “apesar das dificuldades em se obter verbas” e o Pro-fessor Doutor Carlos Olivei-

ra relembra que o tabagismo “não provoca apenas cancro do pulmão, mas também da bexiga, orofaringe, boca, pâncreas, entre outros”. As ações da Liga desenvol-vem-se simultaneamente através de várias inicia-tivas, como clubes de jo-vens, ações de formação sobre sensibilização e pre- venção primária da doença oncológica dirigidas a po-tenciais agentes ativos na luta contra o cancro, como o tabaco; e atividades de sensibilização em dias alu-sivos à problemática do can-cro. No caso do cancro do pulmão são programadas iniciativas no Dia do Não Fumador, que se assinala a 17 de novembro. A LPCC é ainda responsá-

vel pela realização de palestras/colóquios/seminários de de-bate e reflexão e dá resposta particular aos contatos da comunidade, sobretudo a escolar (alunos, encarregados de educação e professores),para ações pontuais de eclarecimento e sen-sibilização sobre a pre-venção, estilos de vida e a prevenção do cancro.Como mensagem final, real-ça a importância de se evitar o consumo de tabaco junto dos mais novos, assim como a aposta no apoio a fumado-res para deixarem este vício.

“O melhor é nunca experi-mentar fumar, mas se já o faz, peça ajuda. A diminui-ção do risco de vir a pade-cer de um cancro do pulmão diminui, de imediato, no dia em que se deixa de fumar”.

Liga dos 4”, que fala sobre os vários tipos de cancro, entre os quais o do pulmão, que, regra geral, é secunda-rizado pelas pessoas.

“Como o cancro do pulmão leva muitos anos a desen-volver-se, as pessoas continuam alheias a este problema, à sua baixa taxa de so-brevivência e não param de fumar”

“Como o cancro do pulmão leva muitos anos a desen-volver-se, as pessoas con-tinuam alheias a este pro-blema, à sua baixa taxa de sobrevivência e não param de fumar”. No seu entender, é este um dos principais problemas no combate a este tipo de cancro: “apa-rece muito tarde, prevale-ce a ideia de se continuar a fumar, porque até aí não

“o melhor é nunCa exPerimentar fumar,

mas se já o faz, peça ajuda.

a diminuição do risco de vir

a padecer de um cancro do

pulmão diminui, de imediato,

no dia em que se deixa

de fumar”.

LPCC

12 Janeiro 2013

na realidade e chorei muito”, conta. Mas acabou por re-agir: “Ia casar e não podia desistir. Isso deu-me muita força!”, garante.

do diagnóstico à cirurgiaSe o diagnóstico foi uma surpresa, mais ainda o foi saber que o tumor já esta-va no seu pulmão há quatro anos. “Não tive sintomas que indiciassem a existência de um tumor, apenas me foi dia- gnosticada asma”. A asma era afinal um dos sintomas de um carcinoide do pulmão de origem atípica e que tem um desenvolvimento muito lento, segundo lhe explica-ram. De facto, os sintomas estavam lá, apesar de jamais a levarem a pensar que este seria o diagnóstico final. “Andava sempre constipada e com infeções pulmonares. Andava constantemente no hospital, a fazer raios-X e a ser medicada, mas pensava que estes problemas se de-viam à exposição constante a ar condicionado no local

de trabalho”, explica Vanes-sa Bastos. Esteve de baixa e visitou muitas vezes as ur-gências do hospital, sempre com problemas respiratórios. “Uma situação que se consi-derava minimamente normal, se se tiver em conta que era, supostamente, asmática”. Supostamente, já que a falta de ar não era mais do que um dos sintomas do tumor e que deixou de existir após a remoção do mesmo. Vanessa não desistiu e insis-tiu em procurar ajuda médica. Mesmo assim continuava-se a pensar que não se tratava de nada de muito grave. Até ao dia em que a situação co-meçou a piorar. No início do ano passado, começou a ter febre alta, que não passa-va com os medicamentos, e muitas dores no fundo das costas. Foi ao médico e aca-bou por ficar internada 11 dias. “A febre não baixava de maneira nenhuma”, conta-nos. Acabou por fazer uma TAC (tomografia axial com-putorizada) que detetou uma mancha “estranha” no lobo inferior esquerdo do pulmão.

Como tinha crises asmáticas não pode realizar a TAC com contraste, para se ver bem do que se tratava. Os médi-cos optaram, então, por uma broncoscopia, um exame vi-sual directo da cavidade dos órgãos da fonação (laringe) e das vias aéreas através de um um broncoscópio. Vanessa foi, ainda, submetida a uma bió- psia e chegou-se finalmente ao diagnóstico correto.

vanessa bastos acre-dita que a sua história tem um final feliz, porque não desistiu O tumor foi detetado a 16 de fevereiro e no dia 6 de março já estava a ser operada no Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho. “A equipa foi excecional!”, relembra. “Tive um grande apoio de todo o pessoal de saúde e,

claro, dos meus amigos, fa-miliares e do meu noivo”. Após a cirurgia, foi a vez da recuperação, principalmen-te de aprender a respirar. Apesar de não ser nada fácil aprender a respirar de novo, não foi preciso fazer radio-terapia, como se pensara. “Foi uma ótima notícia”.

a insistência foi essencial para um diagnóstico precoce Desde, então, realiza exa-mes de três em três meses. Já lá vai um ano e nunca mais teve crises asmáticas. Casou na data prevista e já voltou a trabalhar, embora já não esteja num local com ar condicionado e a atender o público, “para evitar o con-tato permanente com pos-síveis agentes infeciosos”. Além disso, não fuma (como não o fazia anteriormente) e não se pode expor ao fumo passivo. Vanessa Bastos acredita que a sua história tem um

final feliz, porque não desis-tiu. “Insistir é muito impor-tante, mesmo que o médico diga que não é nada. Se não tivesse sido persisten-te, a história podia ser outra. Aconselho todas as pessoas a insistirem com os médicos para verem exatamente qual é o seu problema sempre que surjam sintomas que não desaparecem”. O apoio de todos os que viviam à sua volta também foi um fator es-sencial, assim como o casa-mento. “O meu noivo (atual marido) foi maravilhoso, uma grande ajuda!”Atualmente vê a vida de ma-neira totalmente diferente. “Mudou muita coisa. Não me chateio tanto por coisas mínimas, sou mais direta, não perco tempo. Posso dizer que aprendi a viver e a dar muito valor à vida”. A todos os doentes com can-cro do pulmão deixa uma men-sagem de força e esperança: “Não é nada fácil, mas é muito importante acreditar no dia de amanhã. Não nos podemos ir abaixo, caso contrário a doen-ça consome-nos”.

Com 24 anos e com o casamento à porta, a notícia de que tinha um tumor no pulmão foi ainda mais difícil de enfrentar. apesar do choque, da angústia e do mal-estar físico e psicológico diz que se

agarrou à vida. o apoio dos familiares, dos amigos e do noivo foi essencial.

maria João ramires

“não nos Podemos ir abaixo, Caso Contrário a doença Consome-nos”

Vanessa Bastos, Testemunho de cancro no pulmão

Com apenas 24 anos e a menos de seis meses do ca-samento, o diagnóstico não podia ser pior: cancro do pulmão. Vanessa Bastos, em fevereiro de 2012, viu a sua vida mudar em pou-co tempo, mas conseguiu vencer a doença e realizar o sonho de casar. Receber uma notícia destas nunca é fácil. “Só a palavra cancro assusta”, afirma. E continua: “Primeiro senti-me perdida e sem noção do que poderia acontecer. Depois caí

12 Janeiro 2013

testemunho

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14 Janeiro 2013

entrevista VIP

Saúde Notícias (SN) - Fumou durante quantos anos? manuel marques (mm) - Fu-mei durante 10 anos.

SN - o que o levou a fumar? mm - Foi, sobretudo, a in-fluência que tive na altura em que andava na Facul-dade. Nessa época até se fumava nas salas de aula.

SN - Quantos maços costu-mava fumar por dia? mm - Em alturas de maior stress chegava a dois ma-ços por dia.

SN - o tabagismo trouxe-lhe alguns problemas de saúde ou de outro âmbito?mm - Felizmente, não.

SN - Quando decidiu deixar de fumar? mm - Quando comecei a sen-tir que a voz não respondia tão bem, a olhar-me ao es-pelho e ter um aspeto pouco

saudável. Era muito magro e, além disso, não queria que a minha filha visse um pai viciado em tabaco … E também deixei pela minha saúde. Apesar de nunca ter tido doenças associadas ao tabagismo, sabia que se continuasse a fazê-lo, es-taria a “condenar” a minha saúde no futuro.

SN - Como decorreu todo esse processo de cessação tabágica? mm - Primeiro e mais im-portante foi a força de vontade, ou seja, tomar a decisão e estar consciente dela. Para complementar a decisão recorri a um medicamento e nos mo-mentos em que me apete-cia um cigarro (sobretudo, depois de tomar café, a seguir ao jantar, entre ou- tros) preenchia essa vontade com pequenas atividades que me faziam esquecer

o fator saúde foi essencial para deixar de fumar, mas manuel marques refere que a filha também o motivou bastante. o ator conta-nos como deixou este vício que o acompanhou durante dez anos e como consegue, já há três anos, dizer “não” a um cigarro. aos mais novos, que ainda não fumam, espera que esse “ainda” continue, porque os malefícios do tabagismo são demasiado elevados.

“não queria que a minha filha visse um Pai viCiado em tabaCo”

entrevista VIP

testemunho

biografia

manuel marquesuma carreira dedicada à representação e ao humorTem estado ligado às Produções Fictícias em projetos como “Manobras de Diversão”, quer em Teatro como em televisão, e com a peça “Antes eles que nós”. Atualmente, assina, com António Machado, a rubrica de rádio “Portugalex”, na Antena1 e na Antena3.Trabalhou com Herman José nos programas Herman SIC, Hora H e Herman 2010. Entrou no filme Julgamento (2007), de Leonel Vieira. Participou em vários projetos como Paraíso Filmes e Chiquititas.Integrou a equipa de humoristas do programa da RTP 1, ‘’Os Contemporâneos’’, e em 2009, fez parte da sitcom “O que se passou foi isto”.Manuel Marques foi, ainda, protagonista da peça “Os Produtores”, apresentada no Teatro Tivoli em Fevereiro de 2009. É autor e apresentador da rubrica radiofónica “Portugalex”, na qual se junta a António Machado para resumir o país em três minutos, na Antena 1.

ou aliviar a ansiedade da carência do tabaco.

SN - Há quanto tempo não fuma? mm - Fez 3 anos em dezem-bro passado.

SN - Ainda há momentos que sente vontade de o fazer? mm – Não costumo sentir vontade de voltar a esses tempos.

SN - o que o impede de vol-tar a pegar no cigarro? mm - O que me impede de voltar a fumar é principal-mente saber que estaria a comprometer a minha saúde. Mas também existe um fator muito importante e até particular que me ajudou a ter uma maior motivação. Era demasiado magro e ao deixar de fumar consegui atingir o peso ideal, o que me faz sentir mais saudável e com uma

melhor ima-gem.

SN - Que men-sagem gostaria de deixar para quem fuma? mm - Para quem fuma não quero passar uma men- sagem moralista e penso que têm de ser os fumadores a tomar a decisão de dei- xar de fumar se assim o entenderem.

SN - E para os jovens que ainda não fumam?mm - Em relação aos jo-vens que ainda não fumam, aconselho a que o “ainda” se prolongue para sempre, pois sabendo que se trata de uma substância alta-mente aditiva e com tantos malefícios para a saúde não vejo qualquer motivo para sequer experimentar.

vox pop

1. Já ouviu falar do cancro do pulmão?2. sabe quais são os sintomas?3. sabe quais são os fatores de risco?4. é fumador?5. Por que não deixa de fumar?

nuno dias, 40 anos, lisboa1. Sim. 2. Não, mas penso que é uma doença que não escolhe idades

e pessoas. 3. O tabaco é, sem dúvida, o principal fator.

É, pelo menos, do que se fala mais.

4. Sou.5. É o vício … É complicado deixar de fumar …

Eu já deixei, mas acabei por voltar…

Apesar de assustar a ideia de se poder ter um cancro do pulmão,

continua-se a fumar pelo gozo que se sente. Não é fácil…

<<

mariana silva, 55 anos, angola

1. Sim. 2. Não.3. Penso que o principal deve ser o tabaco.4. Não.5. É o vício, é o vício … Não sei se há outras razões específicas,

porque nunca fumei.

Yolanda ferreira, 45 anos, alverca

1. Sim.2. Não.3. Fumar. Deve haver outros, porque já ouvi falar

de pessoas que não fumam e que têm esse cancro.

4. Sim. Fumo há 25 anos.5. Estou a pensar em fazê-lo, porque sou hiperten-

sa e a minha médica já me avisou muitas vezes que tenho mesmo de deixar de fumar. Ainda não o fiz, porque falta vontade. O stress é muito grande e é difícil deixar este vício.

<

famata, 25 anos, amadora

1. Não.2. Não.3. O tabaco, penso eu …4. Sim. Há 2 anos. 5. O stress. Já deixei de fumar, mas o stress

não facilita.

<

óscar guimarães, 38 anos, lisboa1. Sim. 2. Sei. Falta de ar, falta de apetite e um cansaço extremo.3. O tabaco é o principal. 4. Sou.5. Falta de vontade … Só fumo há 4 anos e comecei a fazê-lo após a morte do meu pai. Só quem passa por isso é que sabe como é uma situação muito difícil. Neste momento fumo um maço por dia. Mas há 3 semanas estive três dias sem fumar. É mesmo um refúgio, apesar de ter consciência dos riscos.

<

os (des) ConheCimentos sobre o CanCro do Pulmão

15Janeiro 2013

Pub

Av. Antunes Guimarães, 554 Porto

4100-074 Portugal

Email: [email protected]

Telefone: 226 165 450

Fax: 226 189 539

O GECP caracteriza-se pelo empenhamento em multidiscipli-naridade num trabalho assistencial de qualidade, formação, investigação, cooperação, inovação e internacionalização. Núcleo aglutinador das várias especialidades que se dedicam ao diagnóstico e tratamento do cancro do pulmão, somos e queremos continuar a ser um grupo de clínicos que partilham objectivos e projectos com a finalidade de cada vez mais e melhor tratar os que nos procuram.

Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão