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Maputo, 18 de Outubro de 2013 • ANO XX • N o  1032 • Preço: 30,00 Mt • Moçambique Pemba, Caixa Postal, 260 E-mail: emcl pemba@teledata.mz M o ç a m b i q u e Cabo Delgado, Nampula, Niassa, Zambézia e Sofala Págs. 2 e 3 J orge Rebelo em grande entrevista “ stou “Estou decepcionado decepcionado com a Frelimo com a F relim o actual” actual” Centrais Grupo M oçamb icano da Dívida fal a sobre a dív ida públ ica “Caminhamos de novo para uma armadilha”    N    a     í    t    a    U    s    s    e    n    e

SAVANA 1032

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Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032 bull Preccedilo 3000 Mt bull MoccedilambiquePemba Caixa Postal 260

E-mail emcl pembateledatamz

M o ccedil a m b i q u e

Cabo Delgado

Nampula Niassa

Zambeacutezia e Sofala

Paacutegs 2 e 3

Jorge Rebelo em grande ent revist a

ldquo s t o uldquoEstoud e c e p c i o n a d odecepcionado

c om a Fr e l im ocom a Frelimoa c t u a l rdquoactualrdquo

Centrais

Grupo M occedilamb icano da Diacutevida fal a sobre a diacutevida puacutebl ica

ldquo Caminhamos denovo para umaarmadilhardquo

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TEM A DA SEM ANA2 Savana 18-10-2013

ldquo A Frelimo de hoje natildeo aceit a a criacutet icae muito menos fazer aut o-criacutet icardquoPor Raul Senda bull Fotos de Naiacuteta Ussene

Visto por muitos como umadas uacuteltimas reservas morais do movimento de liberta- ccedilatildeo Jorge Rebelo diz em

entrevista ao SAVANA que estaacute de-cepcionado com a Frelimo actual masreconhece que neste momento natildeo vecircalternativas Eterno admirador deSamora Rebelo um dos fundadoresda Frelimo onde foi o temido secretaacute-rio do trabalho ideoloacutegico afirma que se o proclamador da independecircnciade Moccedilambique voltasse natildeo ficariacontente com a situaccedilatildeo que se vive no

paiacutes Lamenta o facto de actualmenteo paiacutes estar infestado de lambebotas porque segundo ele as pessoas satildeo es-colhidas na base da sua capacidade delamber as botas do chefe Numa conversa amena onde aideia era falar do legado de S amora(amanhatilde saacutebado passam 27 anosapoacutes a sua morte) Rebelo aceitouabordar o tema de sucessatildeo na Freli-mo e defende que natildeo haacute necessidadede reuniotildees dos oacutergatildeos do partido(Comiteacute Central e reuniatildeo nacionalde Quadros) ldquoporque hoje jaacute haacute um pensamento comumrdquo O tema sobreas criacuteticas dirigidas directamente aalguns colaboradores de Samora na-lguma imprensa em que os apelida

de ldquorevolucionaacuterios da desgraccedilardquo foiincontornaacutevel

Amanhatilde (saacutebado 19 de Outubro)passam 27 anos apoacutes a morte deSamora Machel O sr Jorge Re- belo conviveu muitos anos com opresidente Samora Que recorda-ccedilotildees guarda do homem que procla-mou a independecircncia de Moccedilam- biqueHaacute alguns dias participei nascerimoacutenias do aniversaacuterio do nasci-mento do presidente Samora Nesseencontro alguns defendiam queSamora se ressuscitasse ficaria con-tente com aquilo que estaacute a acon-

tecer no paiacutes Iria elogiar a direcccedilatildeoactualOutros diziam que ficaria decep-cionado de tal forma que quisesseregressar de onde veioNesse encontro natildeo me pronuncieiSe tivesse falado diria que amigostenham calma porque Samora jaacutenatildeo estaacute connosco e natildeo eacute bom in- ventar coisas que iria dizer ou natildeodizer Como a biacuteblia diz que natildeopodemos evocar o nome de Deusem vatildeo Neste caso diria para natildeoevocar o nome de Samora para ob-ter ganhos poliacuteticosPortanto natildeo podemos dizer cat-egoricamente como Samora iria re-

agir perante a situaccedilatildeo actual

O seu sonho estaacute ou natildeo a ser efec-tivadohellipNa base daquilo que sei de Samoraatraveacutes do seu pensamento e actua-ccedilatildeo na luta armada de libertaccedilatildeoonde se forjou a ideologia da Freli-mo e depois na independecircncia ondeo novo Estado comeccedilou a ser con-struiacutedo posso imaginar o seguinteSamora chegaria e perguntariacomo eacute que estatildeo as coisasSe perguntasse a mim diria que

estaacute tudo bem camarada presi-dente porque ultimamente o povoestaacute a ser formatado para avaliaras coisas sempre pela positiva Eacute oque acontece hoje avaliar as coisaspositivamente eacute a palavra de ordemPortanto nunca diria que as coisasestatildeo maacutesContudo ele vai fazer-me vaacuteriasperguntas como Noacutes lutaacutemos paralibertar a terra e os homens A terraestaacute libertada A terra pertence aopovo como era o nosso sonhoAiacute eu diria que sim A Constituiccedilatildeoainda diz que a terra natildeo pode ser vendida pertence ao EstadoMas se ele dissesse que laacute onde

estou vejo que muitos dirigentesapropriam-se da terra e vendem-naagraves grandes multinacionais e a popu-laccedilatildeo fica na miseacuteria sem meiospara ganhar a sua vida Vocecirc estaacute aenganar-me

Eu aiacute ficaria engasgadoDepois levantaria a questatildeo da cor-rupccedilatildeo De certeza que Samora diriaque era implacaacutevel contra a cor-rupccedilatildeo natildeo admitia corruptos e aomiacutenimo sinal de corrupccedilatildeo tomavamedidas eneacutergicas por isso que nomeu tempo natildeo havia corrupccedilatildeoSamora definia a corrupccedilatildeo comoutilizaccedilatildeo de cargos puacuteblicos epoliacuteticos para obter benefiacutecios pes-soais e para familiaresAiacute ele me perguntaria se os dirigen-tes filhos sobrinhos irmatildeos natildeo es-tatildeo a enriquecer e a maioria do povocada vez mais na miseacuteriaPerante os factos natildeo poderia negar

e diria que sim estatildeo a enriquecer eo povo a empobrecerDepois perguntaria se esses que fi-cam ricos ganham a riqueza atraveacutesdo seu trabalho ou se aproveitamdos seus cargos para enriquecer

Se ele insistisse quem eacute o dirigenteque estaacute a ficar cada vez mais ricocom a sua famiacutelia Eu natildeo iria men-cionar os nomes porque toda agente sabeSamora diria mais Por exemplo po-dia dizer que as pessoas andam car-regadas em carrinhas de caixa ab-erta sem qualquer comodidade nemprotecccedilatildeo o emprego natildeo existe aqualidade de ensino eacute baixa (hojeos alunos chegam agrave nona classe semsaber ler nem escrever) a sauacutede eacuteum desastre natildeo haacute medicamen-tos os meacutedicos e todo o pessoal dasauacutede estatildeo desmotivadosPor fim Samora diria que natildeo es-

tou contente pela situaccedilatildeo que viveo meu povo

Com isso podemos concluir quena oacuteptica de Jorge Rebelo os son-hos e os desejos de Samora natildeo es-

tatildeo a ser tidos em conta pela actualdirecccedilatildeo da Frelimo Tudo dependente de como eacute quea pessoa se situa Se estaacute preocu-pado com o enriquecimento de umpequeno grupo diria que o paiacutes estaacuteem franco desenvolvimento Se secoloca de ponto da populaccedilatildeo emgeral diria que este crescimentonatildeo eacute o desejado e natildeo eacute aquilo queSamora defendiaA minha conclusatildeo eacute de que seSamora voltasse natildeo ficaria con-tente com a situaccedilatildeo que se vive no

paiacutes Na nossa sociedade os casosde corrupccedilatildeo aumentam progressi- vamente Ela estaacute a tomar conta detodos e haacute que inverter isso porquepode nos levar ao abismoInfelizmente hoje natildeo podemosdizer isso publicamente porque natildeoencontramos abertura da parte daactual direcccedilatildeo do paiacutesLembro-me de uma conversa comSamora em que num tom de de-sabafo dizia que os camaradas que vieram connosco da luta armadaestavam a ser apanhados pelo viacuterusde corrupccedilatildeo e noacutes tiacutenhamos quetomar medidas para eliminar esse viacuterus

E ele dizia que hoje os camaradasestatildeo preocupados com dinheirocomodidade e regalias que durantea luta de libertaccedilatildeo nunca exigiamNatildeo tiacutenhamos nenhuma preocupa-ccedilatildeo em ficar ricos e lutaacutevamos porum ideal que era a libertaccedilatildeo dopovo e melhoria das condiccedilotildees de vida de todos Agora a situaccedilatildeo eacutediferente

O pensamento de Samora Machelpara Moccedilambique teria estado agravealtura das profundas mudanccedilasque o paiacutes conheceu nos uacuteltimosanosHaacute muitos aspectos poliacuteticas e

princiacutepios que Samora defendiae que hoje natildeo satildeo aplicaacuteveis Porexemplo na aacuterea da sauacutede Samoradizia que o meacutedico natildeo pode serum mercenaacuterio natildeo pode utilizar adoenccedila como meio para enriquecerO meacutedico deve trabalhar soacute para oEstado e receber o seu salaacuterio comoqualquer funcionaacuterio Natildeo se ad-mitia cliacutenicas privadas porque seriautilizaccedilatildeo da doenccedila como meiopara enriquecerIsso hoje natildeo eacute viaacutevel Jaacute naqueletempo eu proacuteprio jaacute me interrogavaporquecirc por exemplo algueacutem queestudou durante sete anos para tiraro curso de medicina e fica limitado

ao salaacuterio que o Estado paga quenormalmente eacute baixo Se um engen-heiro um jurista e outras profissotildeesnatildeo vinculadas exclusivamente aoEstado podiam trabalhar ondequiserem e ganhar muito maisDe certeza que muitos meacutedicos iri-am fugir da profissatildeoOutro exemplo eacute da economia cen-tralizada O Estado eacute que dirigiatodos os sectores econoacutemicos Aexperiecircncia mostrou que isso natildeo eacutebeneacutefico para o paiacutes e natildeo era viaacutevelNessa altura jaacute era possiacutevel aferir

ldquoEstou decepcionado com a Frelimo actu al mas neste momento natildeo vejo alterna tivasrdquo Jorge Rebelo

Os actuais niacuteveis de quali dade de educaccedilatildeo deixar iam Samora en tri stecido caso ressuscitasse

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que o homem eacute mais flexiacutevel e cria-tivo quando motivado pelo lucro enuma economia centralizada a pes-soa sabia que se esforccedilando comonatildeo teria o seu salaacuterio

Samora morreu num periacuteodo departido uacutenico e de uma economiacentralizada Como eacute que con-

viveria com a actual realidade demaior abertura poliacutetica e econoacutemi-ca pelo menos no plano formalTeria que se adaptar porque as so-ciedades avanccedilam De certeza quenatildeo ficaria tranquilo mas teria con-sciecircncia de que aquele modelo desocialismo que noacutes adoptaacutemos natildeoestava a dar resultados Claro quehaacute outros factores que contribuiacuterampara isso porque os paiacuteses imperi-alistas entraram em pacircnico quandoMoccedilambique e Angola se procla-maram paiacuteses socialistas Isso eraum germe aqui na zona porquepoderia influenciar paiacuteses agrave voltaEntatildeo atacaram-nos e isso contri-buiu muito para que o projecto so-cialista de Samora e de muitos denoacutes natildeo avanccedilasse

ldquoDirecccedilatildeo da Frelimoesconde os reais ideiais deSamorardquoUma das coisas que marcaram omandato de Guebuza foi a imor-talizaccedilatildeo da 1047297gura de SamoraForam construiacutedas estaacutetuas emtodo o lado homenagens e dis-cursos benevolentes Contudo deoutro lado os males que Samoracombatia aumentaram Falo dacorrupccedilatildeo e pilhagens dos recur-

sos nacionais Seraacute que a 1047297gura deSamora estaacute mesmo a ser valori-zadaAs estaacutetuas satildeo uma coisa boaporque quando as pessoas passampelas ruas ou praccedilas onde estatildeo er-guidas lembram-se de Samora Maso mal eacute que ficamos por aiacute Se fala-mos do legado de Samora apenasdissemos que foi um grande liacuteder foio primeiro presidente de Moccedilam-bique independente Natildeo entramosno seu pensamento Parece que aactual direcccedilatildeo da Frelimo e do paiacutesnatildeo estaacute interessada no pensamentode Samora Ela esconde o seu pens-amento Nos seus discursos esquece

que Samora era uma figura sensiacutevelagrave corrupccedilatildeo ao sofrimento do povoagrave expropriaccedilatildeo dos bens do povopara satisfazer apetites e ganacircnciade um pequeno grupo de dirigentes

Como eacute que Samora Machel en-cararia o facto de sectores impor-tantes da soberania econoacutemica deMoccedilambique nomeadamente osrecursos naturais estarem hoje nasmatildeos do capital estrangeiroSe ele viesse soacute para visitar ficariadecepcionado Se ele viesse para im-por ordem diria que vamos acabar

com estas coisas mas natildeo no sen-tido de impedir a exploraccedilatildeo dessesrecursos Os recursos existem satildeonossos e devem contribuir para ocrescimento e desenvolvimento dopaiacutes Agora o que ele diria eacute quetemos que dirigir esse processo detal maneira que o povo inteiro natildeosofra e uma pequena minoria ben-eficie

ldquoFalta vontade poliacutetica nainvestigaccedilatildeo da morte deSamorardquoComo eacute que reage a um aparenteesmorecimento do processo deinvestigaccedilatildeo da morte de SamoraMachel depois de alguma euforiasuscitada pelo Presidente Arman-do Guebuza e Jacob ZumaHaacute duas maneiras de analisar a suapergunta Uma pela complexidadedas investigaccedilotildees e outra na falta de vontade Lembro-me do assassinatodo primeiro-ministro da SueacuteciaOlof Palme foi quase no mesmoperiacuteodo com o do presidente Samo-ra mas ateacute hoje ainda natildeo foi desco-berto quem eacute que matouPortanto talvez seja tatildeo difiacutecilPoreacutem exprimindo o meu senti-mento digo que estou desapontadocom o niacutevel das investigaccedilotildees Gos-taria que esse processo avanccedilassepara se descobrir os verdadeiros au-tores do crime

Sente alguma preocupaccedilatildeo da par-te dos Governos de Moccedilambiquee da Aacutefrica do Sul em investigar ocrimeNatildeo sinto Se houvesse esforccedilo decada um dos lados seria divulgadoo que natildeo estaacute a acontecer Haveriaalguns resultados visiacuteveis indicandoque a investigaccedilatildeo estaacute a avan-ccedilar neste ou naquele sentido jaacute sedescobriu isto ou aquilo mas natildeo sefala Isso eacute preocupante

Acha que um dia Samora podiaapertar a matildeo do l iacuteder da Renamo Afonso DhlakamaEm nome dos princiacutepios que de-fendia natildeo iria prejudicar o povo Seele se convencesse de que esse era ouacutenico caminho para conseguir queo paiacutes estivesse em paz ele ia fazerisso

A s criacuteticas dirigidas directamente a colabora-dores de Samora nalguma imprensa natildeo con-1047297guram comportamentos racistas que ele tatildeo veemente denunciou e repreendeu

Samora foi uma pessoa que sempre combateu o racismo

regionalismo e o tribalismo Ele dizia que esses satildeo osnossos piores inimigos porque impedem-nos de assumira grandeza do nosso paiacutes natildeo permitem compreender acomplexidade da nossa paacutetria e sobretudo dispersam asnossas forccedilasNatildeo lutaacutemos por uma raccedila uma religiatildeo uma tribo Lu-taacutemos pela mesma naccedilatildeo pelo ideal uacutenico e pela liber-taccedilatildeo da nossa terra e do nosso povo Satildeo esses pensam-entos que a direcccedilatildeo actual da Frelimo esconde Quandoa actual direcccedilatildeo fala de Samora soacute se limita a dizer queera um grande liacuteder mas aquilo que ele defendia natildeofala escondeQuando o mais alto dirigente do paiacutes diz que temos quedistinguir quem eacute moccedilambicano genuiacuteno e natildeo genuiacutenoa quem se refere e qual eacute que eacute o seu objectivo O queele pretendeEu levantei essa questatildeo no congresso de Pemba Dirigi-me ao presidente e disse camarada presidente o que satildeo

moccedilambicanos genuiacutenos e natildeo genuiacutenos Disse ao ca-marada presidente olha para os membros da ComissatildeoPoliacutetica veja o camarada Manuel Tomeacute Olha paraminha pele e olha para a pele dele eu vejo que ele eacutemais claro do que eu Olha para Graccedila Machel ela eacutemais clara do que eu entatildeo eles natildeo satildeo moccedilambicanosgenuiacutenos Natildeo me respondeu Com isso sente que haacute focos de racismo no seio daFrelimo Natildeo disse isso Citei apenas o que o dirigente maacuteximodo partido e do paiacutes disse e o que eu lhe perguntei Soacuteesse chefe que disse isso pode responder a questatildeoHaacute quem diga que Jorge Rebelo e outros moccedilambi-canos da raccedila natildeo negra eram muito ldquomimadosrdquo porSamora Machel Apoacutes a sua morte essa classe 1047297couoacuterfatilde e hoje natildeo vecirc coisas boas Eacute um grupo de saudo-sistas Concorda com issoHaacute um aspecto que devemos ter em conta que eacute dos

bajuladores e dos lambebotas Hoje o paiacutes infelizmenteestaacute infestado desse tipo de gente O aparelho estatalestaacute infestado por esse tipo de gente porque as pessoassatildeo escolhidas na base da sua capacidade de lamber asbotas do chefe Todos noacutes assistimos isso Basta abriralguns jornais Mas esses que escrevem satildeo encomen-dados Recebem instruccedilotildees para defenderem algumasideias nas linhas e orientaccedilatildeo e aceitamMas os bajuladores estatildeo a empurrar o paiacutes para oabismo Pelo que apelo a essas pessoas para que deixemde serem bajuladores e guiem-se pelo seu pensamentonatural porque isso retira-lhes a sua dignidade

Jaacute imaginou o que o termo lambebotas significa Estarsempre a bajular retira ao indiviacuteduo alguma dignidade eretira a visatildeo do chefe porque fica sem saber o que eacute bome o que eacute mal porque eles continuaratildeo a dizer que tudoestaacute bom para manter as mordomiasMas por outro lado a culpa eacute do proacuteprio chefe porqueele eacute que alimenta esses bajuladores Escolhe aquele tipode gente para serem seus conselheiros Portanto no fimao cabo tudo desemboca no chefe porque ele escolheaqueles que lhe agradam e dizem sempre coisas boasNormalmente esse tipo de chefes natildeo gostam que al-gueacutem diga que camarada presidente aqui estamos a er-rar O actual dirigente natildeo aceita criacuteticasUma das virtudes de Samora eacute que aceitava criacuteticasLembro-me de um episoacutedio Houve uma altura em queSamora andava meio frustrado porque ele natildeo encon-trava nos seus colaboradores respostas para os problemase passou a tomar decisotildees sozinho e noacutes colaboradoresdirectos sentiacuteamos issoUm dia num encontro restrito ele disse que natildeo sabia oque estava a acontecer connosco dizia que natildeo eacuteramosos mesmos Eu atrevi-me e disse o problema eacute que ago-ra o camarada presidente comporta-se como um ditador

e fiquei agrave espera da reacccedilatildeo Fiquei com medo porqueele podia dizer que isso eacute uma ofensa ao mais alto mag-istrado da naccedilatildeo portanto prendam-noSamora natildeo reagiu natildeo me mandou prender e o queeu notei foi que a partir daiacute ele chamava-me constante-mente para conversarmosEm vez de me perseguir marginalizar-me ele mostrouque gostava de pessoas que lhe diziam as coisas frontal-mente e isso eacute uma indicaccedilatildeo da grandeza de um chefeHaacute quem diga que nos uacuteltimos dias haacute tendecircnciaatraveacutes da Comunicaccedilatildeo Social de reduzir os progres-sos de Moccedilambique numa uacutenica 1047297gura enquanto quena realidade o desenvolvimento de Moccedilambique eacute re-sultante do trabalho de todos os moccedilambicanos cada

um agrave sua maneira Qual eacute a sua opiniatildeo acerca dissoEacute uma coisa que me deixa preocupado Esta tendecircnciade tentar endeuzar o chefe Esses bajuladores dizem queo chefe eacute que faz tudo Todos os dias aparecem artigos naimprensa a falar das realizaccedilotildees da sua excelecircncia Tudo

aquilo que estaacute a acontecer eacute obra do chefe Foi o chefeque fez e aquilo Isso cria um mal estar nos cidadatildeosNa nossa altura era completamente diferente Os suces-sos eram de todos Os sucessos do chefe deviam-se aosseus colaboradores e isso estimulavam-nos Quandofaziacuteamos uma coisa certa eacuteramos elogiados quandofaziacuteamos uma coisa errada eacuteramos reprimidos masnunca se apresentou como o uacutenico que faz coisasDe certeza que Samora tambeacutem podia dizer que fui euque libertei o paiacutes fui eu que corri com os colonos masnatildeo Mandela podia dizer que eu sofri na cadeia pelopovo sul-africano agora quero ficar rico Satildeo atitudesdessas que elevam um liacuteder e natildeo endeuzamentosSe estivesse proacuteximo do presidente Guebuza queconselhos dariaNatildeo sou conselheiro e nada posso comentar

Acha que o projecto de justiccedila social ainda estaacute pre-sente na Frelimo tendo em conta as gritantes assime-

trias econoacutemicas vigentes no paiacutesNatildeo A Frelimo de hoje tem caracteriacutesticas muito dife-rentes da Frelimo do tempo de Mondlane e SamoraHoje no papel falamos de justiccedila social igualdade masna praacutetica o que estaacute a acontecer eacute que os pobres estatildeoficar mais pobres e a minoria rica estaacute a ficar cada vezmais ricaMarcelino dos Santos disse numa das suas interven-ccedilotildees no ano passado que esta Frelimo natildeo respondiaaos ideias da sua criaccedilatildeo pelo que natildeo sabia se votarianela em 2014 Qual eacute o posicionamento de Jorge Re-

beloEstou decepcionado com a Frelimo actual mas nestemomento natildeo vejo alternativas Portanto votar pelaqueda da Frelimo sem essa alternativa significa conde-nar o paiacutes ao caos Neste momento apesar de todos osdefeitos que tem a Frelimo actual ainda eacute o uacutenico par-tido que pode garantir o miacutenimo de estabilidade e o de-

senvolvimento embora esse desenvolvimento beneficieapenas uma pequena camadaNatildeo estou a ver a Renamo como alternativa O MDMainda estaacute na fase embrionaacuteria e natildeo pode aparecer adirigir o paiacutes Natildeo conheccedilo os princiacutepios ideoloacutegicos doMDM mas de qualquer forma tem que se afirmarComo eacute que olha o facto de a Frelimo natildeo ter aindaeleito o candidato para as proacuteximas eleiccedilotildees presiden-ciais uma vez que nos processos anteriores tinha c an-didato com maior antecedecircnciaIsto eacute uma preocupaccedilatildeo de muitos de noacutes porque quan-do foi do tempo do presidente Guebuza ele comeccediloua campanha dois anos antes porque tinha que se fazerconhecer nas bases Natildeo eacute em trecircs meses ou seis mesesque um candidato pode percorrer o paiacutes todo e dizer eusou candidato e votem em mim O pais eacute grande Porisso que natildeo compreendo como eacute que haacute este atraso naindicaccedilatildeo do sucessor do presidente GuebuzaA demora natildeo eacute beneacutefica para a Frelimo porque comodisse antes o presidente Guebuza teve dois anos parafazer campanha e isso ajudou que ganhasse as eleiccedilotildeesNatildeo compreendo a razatildeo dessa demora e natildeo creio quehaja algueacutem que compreenda porque jaacute eacute tempo Talvezos chefes saibamQual eacute que seria o candidato ideal da Frelimo para aseleiccedilotildees de 2014Natildeo tenho perfil do candidato da Frelimo Olhando aminha volta natildeo vejo o candidatoUmas da coisas que sempre caracterizaram o partidoFrelimo eacute que sempre reuniu os seus oacutergatildeos centraisduas a trecircs vezes por ano Estranhamente esse habitonatildeo se estaacute a repetir este ano Desde que a Frelimosaiu do congresso soacute se reuniu vez uma em sede deComiteacute Central O que isso signi1047297caPodiacuteamos dizer que natildeo haacute necessidade de reuniotildees dos

oacutergatildeos do partido (Comiteacute Central e reuniatildeo nacionalde Quadros) porque hoje jaacute haacute um pensamento comum Todos pensam da mesma maneira Para quecirc fazer re-uniotildees de quadros gastar-se dinheiro e tempo enquantopensa-se da mesma maneira e jaacute se sabe o que pensamNatildeo vale a pena continuar com essas reuniotildees porque

jaacute sabemos o que se vai decidir Todos tecircm o mesmocaminho a seguirSe a Frelimo eacute um partido apologista de diversidadede ideias porque eacute assim que cresce Eacute atraveacutes da criacuteti-ca e auto-criacutetica que se constroacutei um partido forteEsqueccedila essas coisas de criacuteticas auto-criticas eacute umacoisa do passado A Frelimo de hoje natildeo aceita a criacuteticae muito menos fazer auto-criacutetica

ldquo O nosso chefe foment a lambeboti smordquo

Para Rebelo a Frelimo de hoje tem caracteriacutesticas muito diferentes da Frelimo dotempo de Mondlane e Samora

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TEM A DA SEM ANA4 Savana 18-10-2013

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TEM A DA SEM ANA 5Savana 18-10-2013 TEM A DA SEM ANA

O sorteio dos concorrentes agraveseleiccedilotildees autaacuterquicas do proacute- ximo dia 20 de Novembrocolocou o partido Frelimo na

primeira posiccedilatildeo nos boletins de votoAssim nas 53 autarquias onde vai de-correr o pleito o partido Frelimo e o seucandidato agrave presidecircncia do municiacutepioapareceratildeo em primeiro lugar

Curiosamente o mesmo sorteio co-locou o Movimento Democraacutetico deMoccedilambique (MDM) em segundolugar O MDM eacute o segundo partidomais importante nestas eleiccedilotildees tendoem conta que a Renamo actual maiorpartido da oposiccedilatildeo diz que iraacute boico-tar o pleito em protesto contra a actuallegislaccedilatildeo eleitoral

O movimento Juntos Pela Cidade(JPC) que apoia a candidatura de Is-mael Mussaacute na cidade de Maputo apa-rece no boletim de voto em oitavo lugarNo total satildeo 18 partidos e movimentosciacutevicos que vatildeo disputar as quintas elei-ccedilotildees autaacuterquicasPara aleacutem da Frelimo e MDM o sor-teio definiu em terceira posiccedilatildeo Asso-

ciaccedilatildeo de Jovens Teacutecnicos Portadoresde Deficiecircncia de Moccedilambique (CIN-FORTEacuteCNICA) que vatildeo concorrer nacidade de Maputo Na quarta posiccedilatildeoestaraacute o Partido Ecologista que concor-re pelos municiacutepios de Maputo e Ma-tola A Alianccedila Independente de Mo-ccedilambique (ALIMO) e o partido Verdesde Moccedilambique (PVM) avanccedilam pe-

los municiacutepios da Matola e Maputo o

Partido Trabalhista (PT) que concorreapenas na capital do paiacutes Partido paraa Paz Democracia e Desenvolvimento(PDD) nas cidades de Nampula Mi-lange Marromeu Matola e MaputoPartido de Reconciliaccedilatildeo Nacional(PARENA) que concorre pelos muni-ciacutepios de Quelimane Beira Matola eMaputo Associaccedilatildeo dos Naturais daManhiccedila (NATURMA) que vai pela vila da Manhiccedila Associaccedilatildeo Artesa-nal Uiupi-Pemba Cabo Delgado queconcorre em Chiuacutere Partido Huma-nitaacuterio de Moccedilambique (PAHUMO)em Pemba Montepuez e NampulaPartido do Progresso Liberal de Mo-ccedilambique (PPLM) em Boane Matolae Maputo Associaccedilatildeo dos Transporta-dores de Gaza (ASTROGAZA) que

concorre pela autarquia da Macia As-sociaccedilatildeo para Educaccedilatildeo Moral Ciacutevicana Exploraccedilatildeo de Recursos Naturais(ASSEMONA) que vai pelas cidadesde Nampula Monapo e Ribaacuteuegrave Par-tido Independente de Moccedilambique(PIMO) em Gocircndola e em deacutecimo oi-tavo lugar foi sorteado o Partido para oDesenvolvimento (MPD) que concorreapenas por Montepuez e Gurueacute

Concorrentes satisfeitosA Frelimo e o MDM principais parti-dos moccedilambicanos se fizeram presen-tes ao sorteioA Frelimo foi representada por SeacutergioPantie membro da Comissatildeo Poliacuteticaque referiu que o posicionamento eacute si-

nal de satisfaccedilatildeo porque daacute visibilidadeno boletim de votoSegundo Pantie o desejo dos membrosda Frelimo eacute que no dia da votaccedilatildeo e noapuramento dos resultados o partido eos seus candidatos estejam em primeirolugarDisse que neste momento estaacute a ser fei-to todo o trabalho no sentido de garan-tir vitoacuteria nos 53 municiacutepiosQuestionado se o actual cenaacuterio poliacuteti-co militar natildeo poderaacute prejudicar as elei-ccedilotildees Seacutergio Pantie referiu que o maisimportante eacute que os moccedilambicanosquerem que as eleiccedilotildees decorram numambiente de paz tranquilidade e quesejam eleiccedilotildees livres e transparentesldquoPor isso apelamos agrave Renamo para eli-minar e acabar com o discurso belicista

com a tendecircncia de querer intimidar apopulaccedilatildeo moccedilambicanardquo apelouPor sua vez Joseacute de Sousa porta-vozdo MDM sublinhou que o sorteio queditou o segundo lugar foi transparenteNo entender do representante doMDM o mais importante eacute o trabalhoque deve ser feito no terreno com vistaa convencer o eleitorado para que possaacreditar naquilo que eacute o projecto dopartidoldquoEstar em segundo em quarto ou deacuteci-mo natildeo eacute tatildeo importante que o trabalhoque deve ser feito porque o galo eacute galoem todas as posiccedilotildees O que eacute precisoeacute um trabalho de conscielizaccedilatildeo e deexplicaccedilatildeo para que o eleitorado enten-da qual eacute o siacutembolo do MDMrdquo disseacrescentando que o MDM quer que

estas eleiccedilotildees ocorram num ambientede paz e estaacute convencido que o Estadomoccedilambicano tudo faraacute para que istoaconteccedilaDiz que a meta do MDM eacute consolidara governaccedilatildeo nos dois municiacutepios quecontrola neste momento e conquistaroutras autarquias Joatildeo Massango do partido Ecologistaentende que se a tensatildeo poliacutetica preva-lecer pode manchar o processo eleitoralmas cabe ao Estado garantir a manu-tenccedilatildeo da seguranccedila e estabilidade paraa realizaccedilatildeo das eleiccedilotildeesDiz que garante muitas surpresas nospontos onde vai concorrer

Sort eio coloca Frelimo em primeiro lugarbull Concorrentes agraves eleiccedilotildees autaacuterquicas jaacute conhecem suas posiccedilotildees nos boletin s de voto

Por Raul Senda

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6 Savana 18-10-2013SOCIEDADE

M

occedilambique voltou aregistar uma ligeiramelhoria na categoria

de DesenvolvimentoHumano do Iacutendice Mo Ibrahimdepois da queda registada no anopassado indicam os resultados di-

vulgados nesta segunda-feiraSegundo aquele iacutendice na escala de0 a 100 Moccedilambique obteve uma

pontuaccedilatildeo de 505 igualando a 36ordfposiccedilatildeo global atingida em 2011que continua a ser o melhor resul-

tado desde que a classificaccedilatildeo noMo Ibrahim criada em 2000De acordo com os resultados con-tidos no relatoacuterio deste ano numaavaliaccedilatildeo geral que comporta ascategorias de legislaccedilatildeo e seguran-ccedila participaccedilatildeo e direitos humanos

oportunidades econoacutemicas susten-taacuteveis e desenvolvimento humanoMoccedilambique classificou-se na 20ordf

posiccedilatildeo com 548 pontos o que re-presenta uma subida posicional deum degrau mas que em termos depontuaccedilatildeo a situaccedilatildeo mostra umaperda de um ponto comparativa-mente ao ano passadoNuma anaacutelise por categoriais Mo-

ccedilambique mostra grandes desem-penhos ao niacutevel da sub-categoria deSeguranccedila Pessoal cuja pontuaccedilatildeo

aponta para 85 Direitos Humanose Participaccedilatildeo com 603 o que re-presenta uma ligeira subida com-parativamente ao iacutendice anteriorcontudo ainda aqueacutem do maiorniacutevel de sempre atingido no ano2000 que foram 646 pontos

Liacutederes voltam a falt arPelo segundo ano consecutivo equarta vez na sua histoacuteria o Preacute-

mio Mo Ibrahim voltou a natildeo ter vencedor Segundo os resultadosdivulgados pelo juacuteri os USD 5milhotildees que correspondem ao va-lor monetaacuterio do preacutemio voltam aficar nos cofres pelo facto de natildeoter sido encontrado entre os liacutede-res africanos em exerciacutecio nenhumque corresponda aos criteacuterios defi-nidos nomeadamente a excelecircnciagovernativaldquoDepois de uma consideraccedilatildeo cui-dadosa o comiteacute determinou queo preacutemio de excelecircncia na lideran-ccedila natildeo vai ser atribuiacutedordquo disse oantigo Secretaacuterio Geral da Uniatildeo

Africana e ex-Primeiro Ministroda Tanzacircnia Salim Ahmed Salimpresidente do comiteacute do preacutemioMo Ibrahim em comunicado deimprensaCriado em 2007 para laurear liacutede-res africanos que tenham contri-buiacutedo para o desenvolvimento dosrespectivos paiacuteses ao niacutevel de com-bate agrave pobreza desenvolvimentosustentaacutevel e uma prosperidadeequilibrada apenas por trecircs vezes opreacutemio foi atribuiacutedoNo primeiro ano da sua institui-ccedilatildeo o vencedor foi o antigo Chefede Estado moccedilambicano JoaquimChissano seguido do seu antigohomoacutelogo Tswana Festus Mogaeem 2008Nos dois anos seguintes o preacutemio

voltou a natildeo sair ateacute que o juacuteri des-cobriu o Cabo verdiano Pedro Pi-res em 2011 ateacute aqui o uacuteltimo anode premiaccedilatildeo

(Redacccedilatildeo)

A Associaccedilatildeo de LutaContra o Cancro

(ALCC) em parceriacom a Direcccedilatildeo deSauacutede da Cidade de Maputopromove este saacutebado no Hos-pital Geral de Chamanculo emMaputo uma feira de sauacutede noacircmbito da campanha de sensi-bilizaccedilatildeo sobre as diversas for-mas de cancroO evento aberto ao puacuteblico vaiconsistir em diversas activida-des nomeadamente o rastreiodo cancro da mama divulgaccedilatildeode informaccedilatildeo sobre os diferen-tes tipos de cancro bem comoa sua prevenccedilatildeo doaccedilatildeo de san-gue ginaacutestica mediccedilatildeo de ten-satildeo arterial e avaliaccedilatildeo do iacutendice

de massa corporalPara aleacutem do rastreio do cancroda mama que inclui o examemeacutedico e orientaccedilatildeo se ne-cessaacuterio para outros niacuteveis deatendimento seraacute igualmentepromovido aconselhamento efornecida informaccedilatildeo a respei-to do cancro da proacutestata queafecta os homens a partir dos40 anos de idade e que se natildeofor detectado a tempo podeocasionar graves complicaccedilotildeesde sauacutede

Segundo o relatoacuterio de 201 3

M occedilambique com f raca evoluccedilatildeo no iacutendice M o Ibrahim

ALCC promovefeira de sauacutede

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7Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

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8 Savana 18-10-2013SOCIEDADE

A cantora Neyma foi a gran-de vencedora da V ediccedilatildeodo BCI Mozambique

Music Awards ao vencerquatro estatuetas nas categoriasldquoMelhor Muacutesica Ligeirardquo ldquoMuacutesicamais Popularrdquo Artista mais Popu-larrdquo ldquoMelhor Artista Femininordquocom a muacutesica ldquoComo Anima aMarrabentardquo numa cerimoacutenia queteve lugar na noite de sexta-feirana Fortaleza de Maputo O eventodecorreu na sexta-feira 11 de Ou-tubro e teve lugar na Fortaleza deMaputoO que tem vindo a indignar algu-mas sensibilidades eacute o facto de amuacutesica com a qual a cantora Ney-ma Alfredo concorreu nesta ediccedilatildeo

eacute um spot publicitaacuterio de um bancoo BCI que eacute o principal patrocina-dor do referido evento que visa a

valorizaccedilatildeo da muacutesica nacional Asituaccedilatildeo estaacute a criar um desconfortopor parte de algumas sensibilidadesda sociedade moccedilambicana queconsideram que o facto tira a cre-dibilidade ao programa transpare-cendo que a muacutesica venceu o maiornuacutemero de preacutemios pelo motivo deter alguma relaccedilatildeo com o banco pa-trocinador do programaNas palavras de Christine Rameladirectora Comercial da DDB Mo-ccedilambique ldquoO valor do BCI MMA

natildeo estaacute nos preacutemios mas na parti-cipaccedilatildeo no trabalho e na divulga-ccedilatildeo da muacutesica moccedilambicana feitapor todos os artistasrdquo Entretantopara Rui Ilheacuteu director de Marke-ting do BCI ldquoeste eacute um projectomuito interessante apoiar a muacutesicaldquodaquirdquo eacute uma honra e sentimo-nosmais uma vez privilegiados por fa-

M M A quest ionadoPor Abdul Sulemane

zer parte deste grande projectordquoNo entanto na categoria de ldquoMe-lhor Pandzardquo o preacutemio foi paraMr Cuca enquanto que o galardatildeode ldquoMelhor Viacutedeordquo foi entregue aGabriela A estatueta de ldquoMelhorDance Musicrdquo foi atribuiacuteda a DJFaya com o tema ldquoBondorordquoA artista Gabriela ganhou tambeacutemo preacutemio de ldquoMelhor Muacutesica RampB

Soulrdquo enquanto que Tacircnia Tomeacute venceu a categoria ldquoMelhor MuacutesicaAfrordquo e a cantora de zouk Mimatildeeconquistou o preacutemio de ldquoMelhorMuacutesica Tropicalrdquo tendo ficado DJFaya com o tiacutetulo de ldquoMelhor Ar-tista MasculinordquoO preacutemio de ldquoAacutelbum mais Vendi-dordquo foi para Stewart Sukuma Nas

categorias reservadas a raacutedio e te-levisatildeo ou seja Melhor Animadorde Programas de raacutedio e televisatildeoHeacutelder Leonel da Raacutedio Cidadee Gabriel Juacutenior da Televisatildeo deMoccedilambique (TVM) foram os

vencedores da noiteEntretanto a cerimoacutenia serviutambeacutem para homenagear o muacute-sico Hortecircncio Langa atraveacutes da

atribuiccedilatildeo do ldquoPreacutemio Carreirardquopelos mais de 40 anos de vida ar-tiacutestica O evento contou ainda coma actuaccedilatildeo de alguns muacutesicos quetornaram a noite ainda mais diver-tida como satildeo os casos da Damado Bling e suas bailarinas G-ProHernacircni entre outros

A premiaccedilatildeo potildee em duacutevida a cred ibilidad e do pr ograma pelo f acto de a muacutesica

ser um spot pu blicitaacuterio do BCI

Alice Munro eacute uma escri-tora canadiana de contosconsiderada uma das prin-cipais escritoras da actuali-

dade em liacutengua inglesa Eacute a grande vencedora do Preacutemio Nobel da Li-teratura 2013 anunciado em Esto-colmo no aniversaacuterio da morte doindustrial e filantropo sueco AlfredNobel que o instituiuAlice Munro nasceu em WinghamOntaacuterio em Julho de 1931 Viveuprimeiro numa quinta a oeste des-sa zona numa eacutepoca de depressatildeoeconoacutemica Munro reconheceu ainfluecircncia na sua obra de grandesescritoras como Katherine AnnePorter Flannery OrsquoConnor CarsonMcCullers ou Eudora Welty bemcomo de James Agee e especial-mente William Maxwell Os seusrelatos centram-se nas relaccedilotildees hu-manas analisadas atraveacutes da lenteda vida quotidiana Por isso e pelasua qualidade tem sido chamada ldquoaChekov do CanadaacuterdquoFoi por trecircs vezes vencedora dopreacutemio de ficccedilatildeo literaacuteria laquoGover-nor Generalrsquos Literary Awardsraquo doseu paiacutes Em 1998 Alice Munrofoi premiada pelo National Book

13ordf mulher Nobel de Lit eratura

bull Alice Munr o vencedor a do Preacutemio Nobel da Litera tura 2013 jaacute pensa

em parar na literatura

Critics Circle dos Estados Unidospela obra ldquoO amor de uma mulhergenerosardquo O galardatildeo no valor deoito milhotildees de coroas suecas (925mil euros) foi anunciado pelo se-cretaacuterio da Academia de CiecircnciasSueca no histoacuterico edifiacutecio da Bol-sa na baixa de EstocolmoNos uacuteltimos 10 anos o Nobel daLiteratura distinguiu nomes comoo chinecircs Mo Yan (2012) o sueco

Tomas Transtroumlmer (2011) o pe-ruano Mario Vargas Llosa (2010)a alematilde de origem romena HertaMuumlller (2009) o francecircs Jean--Marie Gustave Le Cleacutezio (2008)

a britacircnica Doris Lessing (2007)o turco Orhan Pamuk (2006) o

britacircnico Harold Pinter (2005) aaustriacuteaca Elfriede Jelinek (2004) eo sul-af ricano JM Coetzee (2003)A liacutengua portuguesa foi laurea-da uma uacutenica vez em 1998 coma atribuiccedilatildeo do preacutemio ao escri-tor Joseacute Saramago justificada pelaAcademia sueca com o facto deele ldquocom paraacutebolas sustentadas emimaginaccedilatildeo compaixatildeo e ironiapermitir mais uma vez apreenderuma realidade evasivardquo AS

I l e c

V i l a n c u l o

Os muacutesicos moccedilambi-canos Timoacuteteo Cuche(saxofonista) e JoatildeoCabral (guitarrista)

encontram-se desde a segun-da-feira dia 08 de Outubrona cidade da Bahia Brasil parauma seacuterie de actividades inse-ridas no projecto MarrasambaOs muacutesicos nacionais seratildeoacompanhados por muacutesicos doBrasil Seacutergio Castanheira no

Trombone Alexandre Mon-tenegro na viola baixo UiraacuteCairo na bateria e MauriacutecioMuntildeoz na percussatildeo

O Marrasamba eacute um projectode intercacircmbio cultural en-tre Brasil e Mocambique quepropotildee a troca de experiecircnciase a mistura entre dois gecircnerosmusicais a Marrabenta mo-ccedilambicana e o Samba brasileirocom o objectivo da divulgaccedilatildeodestes geacuteneros atraveacutes de con-certos musicais e do ensino eminstituiccedilotildees de ensino nos doispaiacuteses e natildeo soacuteO projecto Marrasamba surgiu

a partir de um intercacircmbio cul-tural que levou o trombonistae baixista carioca Seacutergio Cas-tanheira para a cidade de Ma-puto onde conheceu os muacutesi-cos e professores da Escola deComunicaccedilatildeo e Artes da Uni-

versidade Eduardo Mondlane Timoacuteteo Cuche (saxofonista) e Joatildeo Cabral (guitarrista)O projecto foi lanccedilado emMocambique no dia 07 de Se-tembro data das celebraccedilotildees daIndependecirccia do Brasil dentroda programaccedilatildeo da semanacultural Brasil-Mocambiqueorganizada pela Banda TP50No Brasil Joatildeo Cabral e Timoacute-teo Cuche iratildeo orientar oficinasde muacutesica moccedilambicana e par-ticipar em debates sobre muacutesi-ca Africana e educaccedilatildeo musicalO repertoacuterio do show Marra-samba eacute composto de marra-bentas e sambas tradicionaiscom arranjos que misturam asriacutetmicas de cada geacutenero aleacutemde composiccedilotildees originais cria-das pelo grupo jaacute no universodessas experimentaccedilotildees

M uacutesicos nacionaisno Braacutesil

O

Instituto Superior de Ar-tes e Cultura (ISArC) noacircmbito do desenvolvimen-to do processo de ensino e

aprendizagem e produccedilatildeo cientiacutefi-ca realiza nos dias 17 e 18 de Ou-tubro do ano em curso (quinta-feirae sexta-feira) a II Ediccedilatildeo de Jorna-das Cientiacuteficas cujas sessotildees teratildeolugar nas instalaccedilotildees do ISArC apartir das 9H00 agraves 16h00 sob lemaldquoo Papel das Induacutestrias Culturaisna Valorizaccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Artee Cultura Moccedilambicanasrdquo Comeste mote pretende-se que a comu-nidade acadeacutemica e natildeo soacute discutae reflicta sobre como as induacutestrias

II ediccedilatildeo de JornadasCient iacutef icas do ISArC

culturais podem impulsionar a valorizaccedilatildeo das artes e cultura noPaiacutes A participaccedilatildeo nestas jorna-das natildeo se restringe aos estudantese docentes do ISArC mas a todosos interessados pelas artes e culturaque o poderatildeo fazer atraveacutes de umartigo uma instalaccedilatildeo exposiccedilatildeo

workshop ou mesa redondaPara esta ediccedilatildeo de jornadas cientiacute-ficas estatildeo previstos para apresenta-ccedilatildeo e discussatildeo temas de seguintesaacutereas Arte Cultura e EconomiaArte Cultura e educaccedilatildeo Cinemae Economia Patrimoacutenio Cultural esua Comodificaccedilatildeo e Arte Culturae Turismo AS

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9Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

O Congresso de Pem-ba e o fim do Poliacuteti-co em MoccedilambiqueQuando o Embaixador

espanhol no dia seguinte ao despe-dimento por parte do grupo privadoSOICO do chefe da informaccedilatildeo Je-remias Langa de visita agraves instalaccedilotildeesdo mesmo grupo elogia Moccedilambi-que como um paiacutes em que dominao pluralismo e a liberdade de infor-maccedilatildeo ficou claro que a luta pelo re-torno duma democracia mais efectivae menos autoritaacuteria tem que ser de-sempenhada apenas ao niacutevel internosem contar com a contribuiccedilatildeo dossupostos doadores e da comunidadeinternacional

O episoacutedio apenas referido repre-senta o uacuteltimo de uma seacuterie queestaacute abalando o mundo poliacutetico ede reflexo a comunicaccedilatildeo social emMoccedilambique Esta aceleraccedilatildeo co-meccedilou com o Congresso de Pembapor parte da Frelimo em Setembroe desaguou numa mudanccedila que jaacutenatildeo diz respeito apenas ao partidono poder mas sim a toda a socie-dade moccedilambicana Ela pode serresumida com a seguinte expres-satildeo passou-se duma concepccedilatildeo dopoder ldquodiluiacutedordquo (ou seja nas matildeosdas vaacuterias alas da Frelimo) a umade poder ldquoconcentradordquo (ou sejanas matildeos do actual Presidente daRepuacuteblica Armando Emiacutelio Gue-buza e da restrita elite a ele fiel)No Congresso de Pemba Gue-buza conseguiu afastar todos osseus supostos opositores internosempurrando as organizaccedilotildees demassa controladas pela Frelimodo seu lado Daquela que reuacuteneos jovens (OJM) aquela das mu-lheres (OMM) aos Antigos Com-batentes Personagens relevantestais como Luiacutesa Diogo e ManuelTomeacute foram afastados do Comi-teacute Poliacutetico do partido assim comoministros de peso a partir do an-tigo primeiro Aires Ali passandopor muitos outros e por uacuteltimopelo Ministro dos TransportesZucula caiacuteram estrondosamente erepentinamente sem uma explica-ccedilatildeo poliacutetica claraO caso mais recente relativo aoministro Paulo Zucula faltandoapenas poucos meses ao fim domandato de Guebuza (as eleiccedilotildeesgerais satildeo previstas para 2014) eacuteum dos mais obscuros A imprensanatildeo tem abordado a questatildeo me-diante uma leitura poliacutetica masprocurando explicaccedilotildees bastantecomplicadas e dedutivas inerentesaos interesses em jogo e agraves eventu-ais ldquotraiccedilotildeesrdquo do Ministro nalgunsnegoacutecios em que estaria envolvi-do o Presidente da Repuacuteblica Naediccedilatildeo do dia 20 de Setembro osemanaacuterio ldquoSavanardquo assim faz a suamanchete ldquoGuebuza refresca Zu-culardquo No interior do jornal realccedila--se que o despedimento foi comoaconteceu com os outros ministros

A nova sit uaccedilatildeo poliacutet ica de M occedilambique e osseus reexos sobre a liberdade de imprensaPor Luca Bussott i

que tiveram a mesma sorte repen-tino e sem nenhuma explicaccedilatildeomas tenta-se avanccedilar hipoacutetesesA mais acreditada tem a ver comum contrato milionaacuterio o relativo

ao corredor de Mucuze necessaacute-rio para implantar uma ferrovia de525 km de Mutarara (Tete) ateacute agravecidade da Beira com o objectivo deescoar o carvatildeo que estaacute a ser ex-traiacutedo no oeste de Moccedilambique OConselho dos Ministros teria op-tado por uma adjudicaccedilatildeo directado projecto (que vale cerca de 31mil milhotildees de USD) a um consoacuter-cio indo-moccedilambicano que incluia principal sociedade controladapela Frelimo a SPI e a que Zucu-la teria-se oposto Por outro ladoo semanaacuterio ldquoExpressordquo reportano dia 17 de Setembro que houve

demasiada ldquoambiccedilatildeordquo e ao mesmotempo ldquotraiccedilatildeordquo de Zucula relativa-mente agrave figura do Presidente Gue-buza Fontes anoacutenimas citadas poreste jornal destacam que Zuculanatildeo foi dispensado por incompe-tecircncia mas sim porque ldquometeu acolher na panela controlada peloseu chefe neste caso o Presidenteda Repuacuteblicardquo

Tais leituras dizem o seguinte porum lado as disputas internas aopartido no poder tecircm uma com-ponente poliacutetica irrelevante Poroutro tudo se joga em volta de ne-goacutecios bilionaacuterios dos quais a no-

menclatura pretende ter o mono-poacutelio de acordo com a hierarquiaocupada na FrelimoIsso deixa vislumbrar qual foi a

verdadeira natureza do Congressode Pemba pouco falou-se de po-liacutetica mas muito de quem devia epodia dominar os processos eco-noacutemicos no paiacutes para os proacuteximosanos E natildeo resta duacutevidas de queo vencedor foi o actual Presiden-te Guebuza Acima de tudo porele ter conseguido o domiacutenio dopartido tendo sido reeleito Presi-

dente para os proacuteximos cinco anosMas sobretudo por ter elimina-do natildeo apenas os seus adversaacuteriosinternos mas a proacutepria poliacuteticado horizonte da Frelimo Assim

sendo as vozes discordantes tam-beacutem foram caladas passando detal forma dum modelo de laquodemo-cracia autoritaacuteriaraquo a um de laquoauto-ritarismo democraacuteticoraquo em queos mecanismos eleitorais internosagrave Frelimo assim como gerais natildeopassam dum mero formalismoO facto de o actual Presidente daCNE (Comissatildeo Nacional dasEleiccedilotildees) ter sido proposto natildeo porum dos sujeitos indicados pela leipertencentes agrave sociedade civil massim por um indiviacuteduo singular (oantigo Presidente de mesmo oacutergatildeoe antigo Reitor da Universidade

Eduardo Mondlane Brazatildeo Ma-zula) demonstra a inconsistecircnciado aparato legislativo moccedilambica-no nesta fase extremamente criacuteticae delicada que o paiacutes estaacute atraves-sando No entretanto a comunida-de internacional finge de natildeo vercom o uacutenico objectivo de protegeros enormes interesses no carvatildeo nogaacutes e talvez no petroacuteleo que quasetodos os grandes investidores tecircmem Moccedilambique

O silenciament o da comuni-caccedilatildeo socialUma das grandes marcas na his-toacuteria recente de Moccedilambique temsido a vivacidade da comunicaccedilatildeosocial Existem hoje uma dezenade jornais independentes emisso-ras televisivas e radiofoacutenicas tam-beacutem autoacutenomas raacutedios comuni-taacuterias espalhadas por todo o paiacutesEntretanto a situaccedilatildeo efectiva daliberdade de imprensa piorou bas-tante nos uacuteltimos dois anos e no-meadamente a seguir ao Congressode Pemba da FrelimoA estrateacutegia usada tem sido dedupla natureza por um lado ocontrolo directo da comunicaccedilatildeo

social puacuteblica ou seja do diaacuterioldquoNotiacuteciasrdquo do semanaacuterio ldquoDomin-gordquo da emissora televisiva maisantiga e difusa do paiacutes a TVM eda proacutepria Raacutedio Moccedilambique

Por outro o controlo indirecto dacomunicaccedilatildeo social independen-te com vaacuterios meios aquisiccedilatildeopor parte de sociedades anoacutenimasmas controladas pela Frelimo dasquotas de maioria desses jornais(como eacute o caso do semanaacuterio ldquoPuacute-blicordquo) infiltrar pseudo-colunistasnesses oacutergatildeos (cuja lista foi recen-temente publicada pelo ldquoSavanardquo)para diluir o seu potencial criacuteticocortar os anuacutencios das sociedadespuacuteblicas tais como EDM MCELe outras de maneira a reduzir ascapacidades financeiras da impren-sa privada e obrigaacute-la a tornar-se

mais ldquoobedienterdquo ou a fechar de vezMas o niacutevel maacuteximo de ingerecircnciado poder poliacutetico nos assuntos re-lativos agrave comunicaccedilatildeo social priva-da eacute o caso Jeremias Langa e nogeral da SOICO TV Apesar daspressotildees e ateacute ameaccedilas recebidasa Redacccedilatildeo da STV decidiu fazeruma cobertura cabal das duas ma-nifestaccedilotildees violentas que agitarama capital moccedilambicana Mapu-to no dia 5 de Fevereiro de 2008e nos dias 1 e 2 de Setembro de2010 Em particular neste uacuteltimocaso Jeremias Langa na entrevistado dia 19 de Setembro deste anoresistiu agraves pressotildees provenientesdirectamente do partido Frelimo efoi a frente com o programa cujaemissatildeo durou cerca de oito horase graccedilas ao qual todo o paiacutes ficoua par daquilo que estava aconte-cendo nas ruas de Maputo A se-guir ao episoacutedio o grupo SOICOdeixou de receber a publicidadedas sociedades puacuteblicas (como vecirc--se claramente analisando o jornalldquoO Paiacutesrdquo dos uacuteltimos dois anos) ede ser convidado para participarnas ldquoPresidecircncias Abertasrdquo onde oChefe de Estado vai visitar e fazer

auscultaccedilatildeo dos problemas dos seusconcidadatildeos nas vaacuterias proviacutenciasdo paiacutesEm Junho deste ano todavia ogrupo SOICO eacute readmitido agravesPresidecircncias Abertas mas o jor-nalista que devia acompanhar estaactividade presidencial tinha sidoescolhido pela proacutepria equipa doPresidente e natildeo pelo director dainformaccedilatildeo Aleacutem disso JeremiasLanga teve momentos de fortescontrastes com o PCA do gru-po pois a linha editorial estava ater um rumo diferente sugeria-seque a postura criacutetica adoptada ateacuteentatildeo (e que tinha credibilizado o

jornalismo quer da STV quer do jornal ldquoO Paiacutesrdquo) tivesse de sofrersignificativas alteraccedilotildees em proldum relacionamento menos con-flituoso com o poder poliacutetico Umatal opccedilatildeo que negava de facto 11anos de jornalismo comprometidoe investigativo levou a fazer comque Jeremias Langa depois doseu adjunto Joseacute Belmiro tivesseque deixar o cargo que ocupavaembora com a garantia de podercontinuar com dois programastelevisivos de grande audiecircncia eimpacto em total autonomia Umcompromisso que apenas atenuouo sentido das medidas tomadase que aproxima inevitavelmenteo grupo SOICO agrave nomenclaturamoccedilambicana Como demonstrao facto de os anuacutencios das empre-sas puacuteblicas no jorna ldquoO Paiacutesrdquo estarpaulatinamente de voltaNo que diz respeito agrave imprensa puacute-blica os jogos foram ainda mais faacute-ceis As estrateacutegias adoptadas tam-beacutem foram diferentes mas todas

visando o mesmo objectivo pararcom as criacuteticas como claramentemanifestou o proacuteprio PresidenteGuebuza em vaacuterias circunstacircnciasinclusive no recente Congresso daOJM (ver ldquoDomingordquo 15 de Se-tembro de 2013)Primeiros sinais de que a comu-nicaccedilatildeo puacuteblica devia estar com-pletamente amordaccedilada por partedo regime deram-se jaacute no prin-ciacutepio de 2011 O mais destacado

jornalista da TVM Elio Jonasseque costumava ler o noticiaacuterio danoite e conduzia vaacuterios programasde opiniatildeo por causa da sua postu-ra frontal e profissional para comrepresentantes do Governo foiobrigado a deixar a profissatildeo jorna-liacutestica trabalhando actualmente noBanco de Moccedilambique O climana TVM tornou-se gradualmenteinsuportaacutevel Jornalistas por mimentrevistados no mecircs de Setembroe que aceitaram falar sob anonima-to declararam que a TVM natildeo tempassado nos uacuteltimos meses (apro-

ximadamente apoacutes o Congresso dePemba) de mera emissora propa-gandiacutestica do partido no poder enomeadamente da figura do Chefede Estado Notiacutecias ou reporta-gens por eles feitas satildeo geralmente

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10 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

censuradas ou totalmente ignora-das pelos dirigentes da emissoraprincipalmente quando se tratade abordar assuntos inerentes aomaior partido de oposiccedilatildeo a Re-namo Uma entrevista de cerca deduas horas com Dhlakama o liacutederda Renamo foi censurada e nuncachegou a ser transmitidaEste elevado niacutevel de frustraccedilatildeodesagua por vezes na entrega danotiacutecia aos colegas da comunica-ccedilatildeo social privada os quais tecircm apossibilidade de publicar aquiloque os oacutergatildeos controlados peloEstado natildeo conseguem tornarpuacuteblico Esta praacutetica foi confir-mada mediante entrevistas feitasem Maputo junto a jornalistas dacomunicaccedilatildeo social puacuteblica assimcomo independente tendo os doiscomo o uacutenico objectivo a procurada verdade e a tentativa de pautarpelo profissionalismo cuja praacuteticatornou-se impossiacutevel nos oacutergatildeoscontrolados pelo Estado Esta for-ma de resistecircncia a um poder quetende a fechar qualquer espaccedilo dediscussatildeo eacute a uacuteltima que a classedos profissionais da comunicaccedilatildeoespontaneamente encontrou paraconseguir informar os seus con-cidadatildeos daquilo que se passa nomundo poliacutetico e econoacutemico localO jornal ldquoNotiacuteciasrdquo teve a mesmasorte que a TVM O seu antigo di-rector Rogeacuterio Sitoe foi dispensa-do em Junho deste ano depois deter assumido as funccedilotildees em 2003

substituindo Bernardo Mavangaactual Assessor juriacutedico do jornalEste acto foi uma clara conse-quecircncia da nova linha do ldquopoderconcentradordquo ao inveacutes que ldquodiluiacutedordquopautada pela Presidecircncia Comotentou explicar Sitoe numa entre-

vista que nos concedeu no dia 19de Setembro deste ano em Mapu-to a sua aposta sempre foi de fazerum jornalismo com um pouco depropaganda ao passo que agoraestaacute acontecendo exactamente ocontraacuterio Apoacutes a sua saiacuteda da di-recccedilatildeo este diaacuterio eliminou qual-quer sentido criacutetico tatildeo que duran-te as primeiras 16 ediccedilotildees do ldquonovocursordquo a manchete sempre trazia afoto do Presidente Guebuza Estehaacutebito continua ateacute hoje descre-dibilizando ainda mais um jornalque com Sitoe tentou pelo menosmanter alguns espaccedilos de liberda-de por exemplo mediante ruacutebricastais como a das ldquoconjecturasrdquo ascartas dos leitores ou os proacuteprioseditoriais do directorVale a pena recordar a este propoacute-sito os dois editoriais escritos porSitoe ao longo do Congresso dePemba e que certamente chama-ram a atenccedilatildeo do Presidente da Re-puacuteblica e da restrita elite dos seusconselheiros (acima de tudo do seuactual porta-voz Edson Macuaacute-cua) por ter dado pouco espaccedilo agraveproeminente figura de Guebuzaavanccedilando criacuteticas impliacutecitas con-tra a sua maneira de gerir o partido

No editorial do dia 28 de Setem-bro Sitoe defende que a Frelimoestaacute subdividida em alas e que issonatildeo soacute seria normal mas faria parteda tradiccedilatildeo histoacuterica deste partidoUma tal situaccedilatildeo estaria a teste-munhar ldquouma necessidade dialeacutec-tica de movimento e crescimentordquoApesar de Guebuza ter conseguidoquase 99 dos votos da assembleiaSitoe destaca o facto de ldquomembroshistoacutericos deste partido a clamarpor maior diaacutelogo internordquo dandocontinuidade a uma ldquomaior liber-dade de imprensardquo que estaria sobrisco de retrocessos No editorialdo dia 5 de Outubro recordandoa assinatura dos acordos de Romaentre Frelimo e Renamo ocorridano dia 4 de Outubro de 1992 Sitoerealccedila a necessidade e a importacircn-cia vital do diaacutelogo entre as partesnum momento em que a ldquoala durardquoda Frelimo estava prevalecendo noque diz respeito aos pedidos da Re-namo finalizados a encontrar solu-ccedilotildees paciacuteficas para novas proble-maacuteticas que este partido continuaateacute hoje a colocar numa conversaentre surdos O facto de Sitoe terfeito coberturas ldquoabertasrdquo dos uacutelti-mos acontecimentos dando espa-ccedilo mesmo agraves razotildees da Renamo esobretudo da oposiccedilatildeo interna agraveFrelimo (a partir da figura do an-tigo Presidente Joaquim AlbertoChissano) valeu-lhe o afastamentodo cargo de director e a nomeaccedilatildeocomo Assessor do CDA do jornal

A mesma sorte que tinha tocadoao seu predecessor Bernardo Ma-

vanga actual Assessor juriacutedico dogrupo Notiacutecias srl

O ldquoautori tarismo demo-craacuteticordquo e a imprensa emMoccedilambiqueA constante pressatildeo exercida junto

agrave comunicaccedilatildeo social tem desven-dado uma realidade que pareciaconstituir apenas uma lembranccedilada altura do regime a partido uacuteni-co quando o responsaacutevel ideoloacutegi-co da Frelimo Jorge Rebelo ditavaa linha editorial dos oacutergatildeos de co-municaccedilatildeo bypassando na iacutentegrao governo e o ministro competenteO processo de lenta mas progressi-

va abertura democraacutetica que tinhacomeccedilado a afirmar-se em Mo-ccedilambique a partir do princiacutepio dosanos Noventa parou e os princi-pais sinais deste cenaacuterio podem serresumidos nos seguintes pontos1 A concentraccedilatildeo do poder econoacute-mico e poliacutetico nas matildeos do actualChefe de Estado e dos seus maisdirectos colaboradores2 O aniquilamento dos adversaacute-rios internos incapazes de opor-seabertamente agraves decisotildees do Chefede Estado e Presidente da Frelimo3 O total arbiacutetrio e a falta de expli-caccedilatildeo puacuteblica no que diz respeitoaos despedimentos e nomeaccedilotildees detodos os cargos relacionados coma esfera governamental dando azoa ldquofofocasrdquo que tornam ainda mais

turvo o ambiente poliacutetico moccedilam-bicano4 O papel irrelevante do Parla-mento que quase que natildeo discuteassuntos e leis julgados incoacutemodostais como (de recente) tem aconte-cido em relaccedilatildeo agrave lei sobre acesso agraveinformaccedilatildeo

5 A ideia de que o livre exerciacutecioda criacutetica soacute prejudica a actividadedo Governo e portanto tem queser limitada e ateacute banida6 Consequentemente haacute uma ten-tativa bastante evidente e aberta desilenciar a comunicaccedilatildeo social agovernamental de forma directa aprivada mediante pressotildees de vaacuterianatureza junto aos proacuteprios oacutergatildeosa editores ou a jornalistas singula-res7 Fazer com que a questatildeo relati-

va agrave qualidade da democracia e daparticipaccedilatildeo dos cidadatildeos junto agravetomada de decisotildees estrateacutegicaspara o paiacutes passe a ser consideradaa partir da comunidade internacio-nal como assunto secundaacuterio pri-

vilegiando os negoacutecios bilionaacuteriose portanto a vertente econoacutemicado desenvolvimento

Bussoti eacute investigador Auxiliar noCentro de Estudos Internacionais ndash

ISCTEIUL Lisboa Texto retirado do PAMBAZUKA

NEWS

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13Savana 18-10-2013 SOCIEDADE

A experiecircncia do modelo

brasileiro de desenvolvi-mento agraacuterio natildeo cria il-usotildees em Augusto Juncal

do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra do Brasil (MST)sobre o efeito ldquoperversordquo que o Pro-SAVANA vai gerar para os cam-poneses do corredor de Nacala

Presente em Moccedilambique a conviteda Uniatildeo Moccedilambicana dos Cam-poneses (UNAC) para participarna II Conferecircncia InternacionalCamponesa sobre a Terra Juncaldiz que a reacuteplica da chamada agri-cultura do cerrado brasileiro que osgovernos brasileiro moccedilambicano ejaponecircs querem praticar em 19 dis-tritos do centro e norte de Moccedilam-bique vai gerar comunidades desem terras como aconteceu no seupaiacutesldquoO reassentamento eacute um passopara virar sem terra (hellip) Eu achoque a preocupaccedilatildeo dos campone-ses moccedilambicanos em relaccedilatildeo aoProSAVANA eacute pouca para o ta-manho do problema que estaacute a virEu acho que os camponeses aindanatildeo se deram conta do que estaacute avir porque quando se derem con-ta natildeo teratildeo nenhuma negociaccedilatildeopara fazer com o Governordquo disse

Augusto JuncalO activista do MST brasileiro

considera inevitaacutevel que o ProSA-VANA despoje os camponeses dastrecircs proviacutencias abrangidas pela ini-ciativa do uacutenico recurso que detecircmndash precisamente a terra ndash pelas suascaracteriacutesticasldquoProSAVANA vai trabalhar commonoculturas como soja algodatildeo ecriaccedilatildeo extensiva de gado A mono-cultura requer alto uso de agro-toacutex-icos que contaminam a aacutegua o ar

e a terra e mecanizaccedilatildeo intensa enatildeo precisa de camponeses ProSA-

VANA natildeo vai plantar mandioca emapira eacute para culturas que interes-sam ao mercado europeu e norte-americanordquo frisou Augusto Juncal

Quanto agraves garantias do Governomoccedilambicano sobre o respeito dosdireitos dos camponeses da aacuterea deimplementaccedilatildeo da referida iniciati-

va o ldquosem terrardquo recorre ao exemplobrasileiro para fundamentar a sua

duacutevida de que esse compromissoseraacute observado

ldquoTudo o que eles dizem natildeo re-

alizam A reforma agraacuteria era umapauta do Governo Lula mas ficouesquecida Dilma Rousef literal-mente acusou duramente o fal-hanccedilo do Governo Lula na questatildeoagraacuteria mas defende agora a pri-

vatizaccedilatildeo do Preacute-Salrdquo apontou Au-gusto JuncalPara o militante da causa camp-esina a turbulecircncia social causadapela implementaccedilatildeo de projec-tos mineiros em Moccedilambique eacuteum testemunho de que a retoacutericamessiacircnica do ProSAVANA vaiconverter-se num cataclismo socialpara MoccedilambiqueldquoNatildeo precisa de retoacuterica nempoliacutetica para ver o desastre asexperiecircncias estatildeo aiacute vocecircs osmoccedilambicanos tecircm que ler as ex-periecircncias que estatildeo acontecendoaiacuterdquo afirmou Augusto JuncalPara o activista dos direitos doscamponeses brasileiros o projectotriangular vai desferir um golpemortal a um ganho que a inde-pendecircncia de Moccedilambique em1975 conseguiu e que faz inveja aosbrasileiros que eacute a posse da terrapelos mais pobresldquoNoacutes nunca tivemos uma reformaagraacuteria vocecircs tiveram apoacutes a inde-pendecircncia do paiacutes mas vatildeo deitar

tudo a perderrdquo sublinhou Augusto Juncal

Querem impor-nos um fa-

lhanccedil o - UNACPor sua vez a UNAC retomou du-rante a II Conferecircncia Internac-ional Camponesa sobre a Terra osataques cerrados ao ProSAVANAinsistindo na expropriaccedilatildeo da terradestruiccedilatildeo dos ecossistemas locais eemergecircncia de fomeldquoIsto eacute grave Quem conhece a re-alidade brasileira sobre este modeloque foi importado para o ProSA-VANA sabe que 80 por cento dasexportaccedilotildees geradas satildeo detidas pe-las empresas privadas Querem im-por-nos um modelo que fracassouno Brasilrdquo disse Vicente Adrianooficial de Advocacia e Cooperaccedilatildeo

da UNACEm conferecircncia de imprensa reali-zada em Maputo o coordenador doProSAVANA Calisto Bias tentourefrear as preocupaccedilotildees dos rep-resentantes dos camponeses afir-mando ldquoa soberania dos campone-ses sobre a terra seraacute respeitada peloProSAVANArdquoSegundo Calisto Bias que repre-senta o Ministeacuterio da Agriculturamoccedilambicano no ProSAVANA ainiciativa assenta em pilares comoo desenvolvimento integrado einclusivo que tem em conta asrealidades e especificidades agro-ecoloacutegicas e socioculturais de cada

um dos 19 distritos de incidecircnciado projecto

ldquo Sem Terra brasileirordquo daacute o veredict o

ldquo ProSAVANA eacute perverso para os moccedilambicanosrdquondash di z Augu st o Jun cal

Augusto Juncal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terrado Brasil (MST)

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14 Savana 18 -10-2013Savana 18 -10-2013 15NO CENTRO DO FURACAtildeO

ldquo Caminhamos de novo para uma armadilhardquoPor Ricardo Mudaukana O autor procuraraacute neste texto ser pedagoacutegico para facilitar a compreensatildeo dos

leitores menos familiarizados com alguns conceitosEste texto refere-se principalmente ao lado das despesas do orccedilamento eapenas agrave anaacutelise dos principais indicadores macroeconoacutemicos associados ao

orccedilamentoO orccedilamentocomo conta puacuteblica compotildee-se das despesas do Estado para assegurarserviccedilos puacuteblicos aos cidadatildeos (educaccedilatildeosauacutedeseguranccedila socialetc)seguranccedila do paiacutese das pessoasdefesa dos direitos e liberdadesjusticcedila entre outrosEstas funccedilotildees natildeo tecircmporque ser um monopoacutelio estatalRealiza ainda actividades econoacutemicas e de investimen-tocom ou sem parcerias com o sector privado (infra-estruturasserviccedilos de monopoacuteliosnaturais cuja actividade natildeo interessa ao sector privadoetc)Sobre o papel do Estado naeconomia sempre existiu um constante debate inacabado natildeo apenas devido agraves variaccedilotildeesdos contextos no tempo no espaccedilo como ainda por razotildees poliacuteticasideoloacutegicas e outrasOnde se pode encontrar algum pensamento comum eacute na necessidade do Estado de-senvolver os serviccedilos com eficiecircncia e eficaacuteciac onsiderando que utiliza a riqueza doscidadatildeos atraveacutes dos impostos ou da cooperaccedilatildeo (igualmente impostos pagos nos paiacutesesdoadores) e que os serviccedilos sejam de faacutecil acesso isto eacuteestejam proacuteximos dos cidadatildeosExige-se ainda que o Estado natildeo absorva uma elevada percentagem da riqueza nacionalmedido pela percentagem dos gastos puacuteblicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto - in-dicador que mede a riqueza nacional)isto para libertar recursos para as famiacutelias e a ac-tividade privadasupondo o princiacutepio (sempre discutiacutevel)que o sector privado eacute sempree necessariamente mais eficientePor isso o Estado deve possuir uma gestatildeo eficiente dos recursoso que dependeemgrande medidadas opccedilotildees da governaccedilatildeoda competecircncia dos gestores puacuteblicosda ca-pacidade da sociedade em controlar a actividade e as contas puacuteblicas (atraveacutes do Parla-mento ou por outros mecanismos) Por issoo Estado deve ser transparente nas decisotildeese nas contasdisponibilizando informaccedilatildeo aos cidadatildeos e os servidores do Estado devem

reger-se pela eacutetica republicana onde existe uma clara separaccedilatildeo de interesses entre oprivado e o puacuteblicoUma gestatildeo saudaacutevel sugere que os gastos natildeo sejam superiores agraves receitasque a diacutevidaseja sustentaacutevel (possibilidade de ser paga no futuro) e baixa ( para natildeo penalizar as fu-turas geraccedilotildees atraveacutes de impostos acrescidos para pagamento da diacutevida contraiacuteda nopassado)As opccedilotildees do governo (opccedilotildees puacuteblicas) deveriam sempre ter em conta o mel-hor cumprimento das funccedilotildees do Estado em cada fase do desenvolvimentoFeita esta breve apresentaccedilatildeoo autor utilizaraacute principalmente os seguintes indicadores(1) gastos puacuteblicosPIBdestacando os salaacuterios dos funcionaacuterios (2) Deacutefice puacuteblicoPIBfinanciamento do mesmo e a diacutevida puacuteblicaPIB(3) grau de sustentaccedilatildeo do orccedilamentodo Estado atraveacutes de recursos gerados pela economia concretizado pelo indicador recei-tasgastos(em percentagem)e (4) evoluccedilatildeo de alguns gastoscomo forma de observaracerca de algumas opccedilotildees do governoNatildeo haacute consenso sobre os paracircmetros que indiciam situaccedilotildees de estabilidadesustentabi-lidade ou de criseinstabilidadeAs teorias convencionais referem que o Estado deve serldquoleverdquo(o que se reflecte numa baixa percentagem dos gastos puacuteblicossobre o PIB ndash natildeomais que 30) um deacutefice proacuteximo de zero e uma diacutevida que seja possiacutevel de ser pagasem sacrifiacutecios sobre os rendimentos das futuras geraccedilotildeesSegundo as mesmas escolasoestado deve assumir funccedilotildees muito especiacuteficas e que natildeo sejam do interesse do sector pri-

vado (por exemplodefesa e seguranccedila nacionalcerto tipo de investigaccedilatildeo e facilitaccedilatildeo daactividade privada com a criaccedilatildeo de bons ambientes de concorrecircncias) e o que se entendepor estado social deveraacute ser assegurado por sistemas de seguros e pensotildees oferecidos porinstituiccedilotildees financeiras privadasPressupotildee-se que o mercado eacute o mais eficiente alocadorde recursosos agentes econoacutemicos possuem loacutegicas de maximizaccedilatildeo de objectivos (lucroutilidadesetc)num ambiente concorrencial e de negoacutecios

Toda a informaccedilatildeo utlizada neste texto foi obtida do Orccedilamento Geral do Estado e operiacuteodo analisado eacute o de entre 2001 e 2012Por isso natildeo estatildeo indicadas as fontes dosgraacuteficos ao longo do texto

Graacutefico 1Despesas totaisPIBem percentagem

Alertas sobre o Orccedilam ento do EstadoPor Joatildeo Mosca

Graacutefico 2

Despesas com o pessoaldespesas correntesem percentagem

Os dois graacuteficos acima revelam(1) um evidente crescimento dos gastos do Estado comopercentagem do PIB(2) a manutenccedilatildeo percentual dos gastos com o pessoalporeacutem comcrescimentos reais dos gastos considerando o aumento destesa factura dos salaacuterios dosfuncionaacuterios passou de 58 do PIB em 2001 para 102 em 2012o que pode ser con-siderado muito elevado se comparado com outras economias (incluindo as africanas eda SADC)e (3) as despesas do Estado crescem mais rapidamente que o crescimentoeconoacutemicoconsiderando que a relaccedilatildeo GastosPIB estaacute a crescer

Graacutefico 3Deacutefice puacuteblico com e sem recursos externos em percentagem do PIB

Graacutefico 4Diacutevida puacuteblicaPIBem percentagem

Dos dois graacuteficos acimaobserva-se (1) um elevado deacutefice das contas puacuteblicas emos d os g raacute ficos a cm a o s er va -s e 1 um e e va do d eacutefice d as c on ta s uacute c as e m

relaccedilatildeo ao PIB e queem termos e valores absolutostem aumento por efeito do cresci-mento do PIB (2) embora a diacutevida possa natildeo ser considerada elevada assimela eacutedevido agrave cobertura dos deacutefices puacuteblicos dos anos anteriores pela cooperaccedilatildeo externadando por isso uma percepccedilatildeo pouco real (fictiacutecia) da realidadeEntre 2001 e 2012entre 85 e 90 do deacutefice puacuteblico foi coberto por recursos externos

Graacutefico 5Receitasdespesasem percentagem

Graacutefico 6Recursos externosdespesas totaisem percentagemOs graacuteficos 5 e 6 revelam duas evoluccedilotildees positivasUm aumento das receitas do Estado

e um decreacutescimo da dependecircnciaSe os megaprojectos natildeo tivessem os benefiacutecios fiscaisconhecidoseste cenaacuterio poderia ser muito diferentepara melhor

Graacutefico 7Despesas totais por habitante entre 2001 e 2012 Graacutefico 8

Despesas de funcionamento (acircmbito central) de alguns oacutergatildeos centraisa preccedilos con-stantes de 2011

O Graacutefico 7 revela uma grande diferenccedila na alocaccedilatildeo de recursos por habitante As

proviacutencias com taxas de pobreza mais elevadas satildeo as que tecircm menos recursos porhabitantesendo o contraacuterio tambeacutem verdadeiro (Cidade de Maputo e Proviacutencia deMaputo) O graacutefico 8 apresenta e compara os gastos de funcionamento de acircmbitocentral entre alguns oacutergatildeos do EstadoO graacutefico dispensa comentaacuterios

Em resumo pode-se afirmar que a evoluccedilatildeo do Orccedilamento do Estadosegundo os in-dicadores seleccionadosrequere reflexotildees e ajustamentosconsiderando o crescimentodo sector puacuteblico e da massa salarial dos funcionaacuteriosVerifica-se a persistecircncia de umapoliacutetica expansiva do gasto puacuteblicoum elevado do deacutefice sem recursos externos e sinaispreocupantes do endividamento puacuteblico (quando os recursos externos natildeo satildeo contabi-lizados)Parece evidente que satildeo necessaacuterios ajustamentos da distribuiccedilatildeo dos recursosentre proviacutencias e entre os oacutergatildeos do Estado a niacutevel centralComo elemento positivoressalta-se o aumento das receitas fiscaiso que permite a reduccedilatildeo da dependecircncia doorccedilamento em relaccedilatildeo agrave cooperaccedilatildeodonativosO espaccedilo desta coluna natildeo permiteanaacutelise do orccedilamento com a ecircnfase da economia poliacutetica

Outros indicadores de importacircncia analiacutetica natildeo foram apresentados como por ex-emploa alocaccedilatildeo entre sectores de actividadea composiccedilatildeo das receitas e do finan-ciamento do deacutefice e o reflexo no orccedilamento de algumas medidas de descentralizaccedilatildeoadministrativa

A evoluccedilatildeo das contas puacuteblicas de Moccedilambique natildeo pode deixar os cidadatildeos tran-quilosA actual crise em alguns paiacuteses da Europa tem como causa proacuteximao s dese-quiliacutebrios e o mal gastar dos dinheiros dos cidadatildeos derivado de poliacuteticas expansivase eleitoralistas no quadro das lutas partidaacuterias e de defesa dos poderesagrave custa e emprejuiacutezo dos cidadatildeosdas empresas e da economia

ndash c on sid era Grup o M occedil am bi ca no da Diacutevid a so br e o a ct ua l n iacutevel de d iacutevid a p uacuteb li ca

A organizaccedilatildeo mais conhe-cida em mateacuteria de mo-nitoria da diacutevida puacuteblicaem Moccedilambiqueo Grupo

Moccedilambicano da Diacutevida (GMD)co-mentou ao SAVANA o alarme que oTe Economist Intelligent Unit (EIU)

fez soar recentemente sobre a novaespiral de endividamento que o Go-verno moccedilambicano estaacute a seguirde- pois do oxigeacutenio que as contas puacuteblicasreceberam na sequecircncia da Iniciativade Aliacutevio da Diacutevida dos Paiacuteses Alta-mente Endividados (HIPC)haacute cercade 10 anos Para Humberto Zaqueu oficial deadvocacia do GMDa actual lideran- ccedila do paiacutes estaacute ldquoa armadilharrdquo Mo- ccedilambique numa futura asfixia finan-ceira que vai impedir investimentosimportantes em aacutereas essenciais comoa sauacutedeeducaccedilatildeo e abastecimento deaacutegualdquoOs nossos poliacuteticos natildeo resistemquando vecircem dinheiro eacute irrisoacuterioeste despesismo para o luxoVamos aChinaporque eles natildeo exigem requi- sitos natildeo se importam se vais com- prar armas para reprimir o teu povordquoconsidera Humberto Zaqueusobre orecurso ao dinheiro chinecircs apontadocomo um dos novos credores de peso de Moccedilambique

Justi1047297ca-se o alerta do EIU sobre oactual ritmo de endividamento doEstado moccedilambicanoDefinitivamente sim justifica-se enoacutescomo GMDtemos vaacuterios tra-balhos feitos e alguns em cursoquemostram uma tendecircncia de um novopadratildeo preocupante de endivida-mento Como GMDas pessoas en-quadram-nos num acircngulo de anaacutelisee de visatildeo sobre a diacutevida mais socialenquanto o Governo tem uma visatildeomais economicista da questatildeo OGoverno baseia as suas decisotildees so-bre a diacutevida em caacutelculos e indicado-res elaborados conjuntamente como Fundo Monetaacuterio Internacional(FMI) e Banco Mundial (BM)emraacutecios da diacutevida sobre exportaccedilotildeese serviccedilo da diacutevida sobre o Produto

Interno Bruto (PIB) e essa relaccedilatildeomostra que a diacutevida de Moccedilambiqueeacute sustentaacutevelao niacutevel dos nuacutemerosMas se for ver a dinacircmica dos pres-supostos que sustenta os tais raacuteciosque eacute a induacutestria extractiva e os me-gaprojectos que natildeo deixam nadapara Moccedilambiqueou pouco deixampara Moccedilambique entatildeo a partirdesse princiacutepioe stes raacutecios satildeo en-ganadores O nosso Governo estaacute abasear-se numa ldquorealidaderdquoirrealista

Quer dizer que os alicerces sobre osquais o Governo assenta a decisatildeode recorrer a um alegado endivida-mento excessivo natildeo satildeo con1047297aacuteveisO mecanismo de transmissatildeo da-queles raacutecios para a economia real deMoccedilambique eacute muito fraacutegil a basede redistribuiccedilatildeo da renda eacute muitoteacutenue O Governo radica o seu op-timismo em relaccedilatildeo agrave contrataccedilatildeo dadiacutevida a preccedilos elevados em pressu-postos irrealistas porque considera

um grande crescimento da economiaatraveacutes da induacutestria extractiva a umritmo acelerado Isso eacute claramenteilusoacuterio porque a induacutestria extrac-tiva beneficia de tantas isenccedilotildees oemprego gerado eacute limitadiacutessimo Jaacutetemos informaccedilotildees que apontam queo que os megaprojectos declaramcomo facturaccedilatildeo estaacute muito abaixoda real facturaccedilatildeoUsam esse esque-ma para acederem a isenccedilotildees unsconseguiram que o Estado lhes as-segurasse apenas 16 por cento sobreos seus rendimentosoutros natildeo maisde metade quando pela legislaccedilatildeotinham de pagar 32Eacute infantil pensar que a Vale ou outromegaempreendimento qualquer vaidinamizar a economia ao ponto depagar o niacutevel de diacutevida que o paiacutes estaacutea acarretarEstamos a ser confronta-dos com decisotildees politicamente to-madas que natildeo tecircm nada a ver comracionalidade econoacutemicaUm poliacute-tico menos informadoquando ouvedizer que o paiacutes estaacute a descobrir re-cursos naturaisfica na ilusatildeo e tomadecisotildees com fonte nessa ilusatildeoMasalguns politicamente mais prepara-dos em termos econoacutemicos tecircm tidoa sensatez de dizer acutetenham cuidadoo que vai acontecer na economia realnatildeo satildeo os nuacutemeros que estatildeo a serinvestidos pelas multinacionais natildeo

vale a pena pensa r que a induacutestriaextractiva vai gerar benefiacutecios para opaiacutes de hoje para amanhatilde`A expectativa menos remota eacute queesses projectos gerem benefiacutecios in-directos impulsionando alguma ho-telaria e turismoa agricultura pode

vir a beneficiar um pouco esse eacute oalerta que tem sido deixado pelospoliacuteticos mais informados tecnica-mente porque o caminho eacute longo eincertoInfelizmente os poliacuteticos menosinformados soacute vecircem o lado do in-

vestimento que eacute uma fantasia eacuteerradocomo vimos no iniacutecio com aMOZALque fez disparar o PIB aniacuteveis galopantese estaacute a aconteceragora com a Vale e a Rio Tintocomavultados investimentos mas sem

impacto sobre a economiaQuando se analisam os raacutecios usadospelo Governo na sua corrida ao en-dividamentoeacute faacutecil vecirc-se que estatildeoa diminuir enquanto a diacutevida estaacutea subirE statildeo a meter o paiacutes numaarmadilha econoacutemicacujo resultadoeacute esteagora estamos bem perto dosseis biliotildees de doacutelares em termos dediacutevidao niacutevel do HIPChaacute cerca de10 anos

E natildeo passa muito tempo desdeesse niacutevel de diacutevida impagaacutevelhellipNaquele tempo foi em condiccedilotildeesmais ligeiramente favoraacuteveis por-que eram maioritariamente diacutevidasconcessionais de credores bilateraisou sejade paiacutes para paiacutescom ta-

xas de juro ligeiramente acima dasconcessionais mas com periacuteodos dereembolso longos e as outras erammultilaterais com uma taxa de juromais baixa proacutexima de zero e comperiacuteodos de graccedila de 10 a 20Por ou-

tro lado as diacutevidas antes do HIPCforam contraiacutedas em periacuteodos com-parativamente mais longosmais oumenos em duas deacutecadase as actu-ais estatildeo a surgir a um ritmo acele-rado Depois do HIPC natildeo passammuitos anos e estamos perto do picohistoacuterico de cerca de seis biliotildees dedoacutelares

Banca sanguessugaO dinheiro chinecircs eacute mais caroO que se vecirc no recurso a esse di-nheiro eacute que estaacute a ser contratadoa um ritmo muito acelerado e emcondiccedilotildees muito desfavoraacuteveis OEXIMBANK(banco estatal chinecircsde creacutedito externo) empresta dinhei-ro com periacuteodos de reembolso muitocurtospara aiacute 10 anos periacuteodo degraccedila quase nulo e a taxa de juro estaacutebem perto da taxa de mercadoParao contexto do mercado moccedilambica-no10 por cento podem natildeo parecerexcessivos porque a nossa banca co-mercial cobra entre 10 a 12 por centomas essa eacute uma banca de sanguessu-gasporque 10 por cento satildeo proibiti-

vosOs mesmos bancos sul-africanosque caacute cobram issona Aacutefrica do Sulembolsam juros mais suavess abembem que a taxa real de empreacutestimosna Aacutefrica do Sul natildeo passa cinco porcentomas em Moccedilambique aplicam10 ou acima dissoPortanto quandofazemos uma anaacutelise cruzadavemosque a taxa real exigida pela China eacutede banca comercial a taxa de mer-cadocom periacuteodos de graccedila nulos ede desembolsos muito curtosisto vaidesgraccedilar o paiacutesO mais triste eacute que natildeo se compre-ende o recurso a fontes de finan-ciamento tatildeo lesivas aos interessesdo Estado moccedilambicanoporque ostradicionais doadores ainda cobreme ajudam a combater o deacutefice orccedila-mental Temos um orccedilamento comum deacutefice meacutedio de 40 por cento eacuteuma cifra realmente maiormas osdoadores comprometeram-se a de-sembolsar para este anopor exem-plocerca de 700 milhotildees de doacutelares

em apoio directo ao Orccedilamento Ge-ral do EstadoA ajuda externa jaacute estaacuteproacutexima senatildeo capaz de eliminar odeacutefice A pergunta entatildeoeacute porqueessa azaacutefama com o creacutedito chinecircsO que conseguimos perceber eacute quehaacute uma ilusatildeo da nossa ala poliacuteticase se tratasse de comidadiria gulaosnossos poliacuteticos natildeo resistem quando

vecircem dinheiro haacute despesismo Va-mos a china porque natildeo exigem re-quisitos se vais comprar armas parareprimir o teu povo natildeo se impor-tamAgrave Chinao que interessa eacute ga-rantir que o seu creacutedito seraacute pago porcontrapartidas como petroacuteleo dia-mantes carvatildeohellipqualquer dia Mo-ccedilambique ainda hipoteca o seu car-

vatildeopara pagar o que deve agrave ChinaNeste momentoa China natildeo colocaobstaacuteculos no acesso ao seu dinheiro

Mas o Governo justi1047297ca o recursoao endividamentocom o imperati- vo de infra-estruturashellipMas tem de haver prudecircncianatildeo voudeixar de criticar o uso que se faz dodinheiro puacuteblico edifiacutecios puacuteblicos

a serem construiacutedos mas entre fo-mentar a produccedilatildeo interna de arrozque cobre em apenas menos de cincopor cento a procura interna e deixa95 por cento para as importaccedilotildees eos edifiacutecios puacuteblicos e carros de luxopara a elite administrativa do paiacutesqual deve ser a prioridade Eacute oacutebvioo despesismo de luxo algum capri-cho puacuteblico ateacuteporque a fonte dodinheiro eacute faacutecilEste endividamentonatildeo vai para a produccedilatildeose fosse paraas vias de acessocompreendia-se

O EIU diz que o actual serviccedilo dadiacutevida jaacute eacute 40 por cento do PIB Eacutepossiacutevel chegar ao colapso que nosempurrou para o HIPCO risco imediato de natildeo conseguirpagar a diacutevida puacutebica pode natildeo serdaqui a cinco ou 10 anosmas numfuturo breve a capacidade do Esta-do fazer investimentos importantese estrateacutegicos vai reduzir Comeccedilaraacutea faltar dinheiro para a sauacutede edu-

caccedilatildeo e agricultura Esses sectoresessenciais vatildeo ressentir-se e muitoAteacute ao ano passadoa educaccedilatildeo tinhaum fundo para o vector da educaccedilatildeouniversal e Moccedilambique beneficioudurante cinco anos dessa verbamasacabou e soacute uma intervenccedilatildeo de uacutelti-ma hora do Banco Mundial permitiuum socorro de 50 milhotildees de doacutelaresA necessidade de alocar mais fundospara as aacutereas prioritaacuterias natildeo vai mu-darno entantoa capacidade de fi-nanciaacute-los pode retrair-seA reduccedilatildeode alguns fundos pode ser uma rea-lidademas que natildeo seja por isso quese vaacute justificar a corrida ao dinheirochinecircs porque a reduccedilatildeo dos apoiosdos tradicionais parceiros eacute ainda po-tencial os dadores continuam a darao ritmo programadoO que chama a atenccedilatildeo na relaccedilatildeocom os tradicionais parceiros eacute o re-forccedilo dos condicionalismos haacute umcondicionalismo que nem eu consi-dero sustentaacutevelo princiacutepio da tran-che variaacutevel Os doadores datildeo emparcelas o Governo tem de mostrarresultados convencer para tirar mais25 por cento mas tem sido muitotarde e isto compromete a execu-ccedilatildeo completa dos doadores na pers-pectiva de resultadosPor issoelesapostam no financiamento ao fundocomum em que eles mandam a suamissatildeo mandam uma equipa teacutec-nica para ver se as ambulacircncias quefinanciaram foram compradas por-que quando o apoio eacute directamenteao Orccedilamento do Estado eles natildeotecircm essa prerrogativaHaacute esta ten-decircncia de reduccedilatildeo do apoioporquea tranche variaacutevel estaacute a ser difiacutecil derespeitarmas no geralcontinuamoscom os doadores cometidos com osdesembolsosa uacutenica coisa eacute que natildeoestamos a aguentar com os condicio-nalismos cuja imposiccedilatildeo quanto amim justifica-se Quando dinheirospuacuteblicos satildeo usados para comprarmaacutequinas de barbear e outros malescomo os desvios no Ministeacuterio daEducaccedilatildeo entatildeo aperta-se o desem-bolsoe a alternativa eacute o dinheiro su-postamente faacutecil da Chinapara coi-

sas como o negoacutecio dos naviosComo dinheiro dado pelos novos credo-respode estar a fazer-se alguma coi-samas natildeo haacute optimizaccedilatildeo Que asdiacutevidas mobilizem a produccedilatildeodevernatildeo eacute maucontrair uma diacutevida parabeber sem capacidade eacute um crimemorala natildeo ser que tenha capacida-de de pagamentoSe se atingisse essepico de endividamentopara finan-ciar infra-estruturas essenciais natildeoestaacutevamos aqui a criticar

Haacute tambeacutem uma apreensatildeo com oendividamento internoEstamos a criar este cenaacuterio Elescriam condiccedilotildees para que o paiacutes vivaessa situaccedilatildeoE sses casos de corrup-ccedilatildeo que satildeo frequentemente relata-dos deixam os doadores pessimistase se sintam obrigados a impor condi-cionalismos que retardam a chegadade verbas e a multiplicaccedilatildeo de mis-sotildeesA hipoacutetese Chinaagraves vezeslevao seu tempo e o resultado eacute o deacutefice

na tesouraria que justifica emissotildeesde diacutevida interna provocadas pelodeacutefice na tesouraria Satildeo diacutevidas decurto prazomas criam uma enormepressatildeo porque o Governo tem depagar e eacute mais penosoporque eacute nosbancos comerciaisdado que mais de80 por cento dos moccedilambicanos natildeopagam sequer o seu consumo baacutesicologo natildeo compram as obrigaccedilotildees detesouro que o Estado lanccedila para sefinanciarQuem compra a diacutevida doEstado satildeo os bancos comerciaisquepreferem comprar tiacutetulos do Go-

verno porque o Governo nunca vaiagrave falecircncia natildeo precisa de hipotecasmas essas operaccedilotildees estatildeo a prejudi-car o investimentoIsso tudo porque

se criam cenaacuterios de desconfianccedilaque tornam moroso o financiamentotradicional que vem do exterior Oendividamento internopara finan-ciar a reconstruccedilatildeo por danos provo-cados pelas calamidades naturaisporexemplo entende-se eacute um recursode emergecircncia o Governo tem derecorrer a fundos excepcionais masgrande parte eacute deacutefice de tesouraria

Brasil e IacutendiaCentrou-se na China mas fala-sede outros novos credores Comoolha para o per1047297l do creacutedito do Bra-sil e da IacutendiaEles tambeacutem impotildeem condiccedilotildeesmais ou menos proacuteximas do mer-cadomas China eacute China Brasil eacuteBrasil e Iacutendia eacute IacutendiaEles natildeo tecircmcaracteriacutesticas similiaresnatildeo falam amesma liacutengua eacute por isso que o Go-

verno moccedilambic ano natildeo os conse-gue enquadrar na mesma plataformacomo acontece com os Parceiros deApoio Programaacutetico (PAP) Elesnatildeo tecircm procedimentos e caracteriacutes-ticas iguaissatildeo todos eles diferentesO Brasil natildeo daacute dinheiro natildeo eacute sua

vocaccedilatildeo dar directamente dinheirooseu dinheiro eacute em forma de assistecircn-cia teacutecnicase precisas de um teacutecnicoeles trazem o especialistaque traz oconhecimento de que carecesA si-tuaccedilatildeo amarga eacute que o Brasil eacute umcentro de financiamento de projectos

privados que estatildeo a entrar em Mo-ccedilambiquealguns deles como a Valemuito contestados sob o ponto de

vista socialO Brasil dispotildee de linhasde financiamento e paga o segurodos investimentos das suas empresaseacute vocaccedilatildeo do Brasil apoiar grandesprojectos Jaacute a China categoriza osseus devedoresna primeira catego-ria mete os que podem pagar direc-tamente com petroacuteleo ou diamantese paiacuteses como Moccedilambique estatildeo nacategoria trecircsque pagam o dinheirocom dinheiroNos mapas de amorti-zaccedilatildeo da diacutevida de Moccedilambiquequeestatildeo no Ministeacuterio das Financcedilasestaacute laacute que Moccedilambique paga comdinheiro os creacuteditos chinesesMas eacuteuma situaccedilatildeo mista porque o creacutedi-to chines tambeacutem tem laacute um poucodo modelo brasileiroatraveacutes da pre-senccedila em Moccedilambique de empresaschinesas financiadas pelo dinheirodo Estado chinecircs Cada paiacutes tem oseu modelo de financiamento

Humberto Zaqueu o cial de advocacia do GMD

N a

iacute t a U s s e n e

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16 Savana 18-10-2013PUBLICIDADE

A sensivelmente cinco jor-nadas do fim do Moccedilam-bola o presidente da LigaMoccedilambicana de Futebol

(LMF) Alberto Simango Juacutenioraceitou fazer uma breve radiogra-fia da prova e de forma categoacutericagarante haver condiccedilotildees objectivaspara que a verdade desportiva pre- valeccedila Simango diz ainda natildeo ser verdade que a Liga Muccedilulmana es-teja a ser protegida pela arbitragemSeguem os excertos mais relevantesda conversa

Que avaliaccedilatildeo faz das primeirasoito jornadas da segunda volta doMoccedilambola-Faccedilo uma avaliaccedilatildeo positiva namedida em que o certame estaacute a de-correr dentro do previsto Tem sidobastante competitivo e os resultadosfalam por si Na primeira volta ha- via equipas que tinham muito gaacutesmas comeccedilaram a perder forccedilasnesta fase o que eacute normal porqueo Moccedilambola eacute uma prova de re-gularidade Conta-se mais comoa equipa termina a prova do quecomo comeccedila Jaacute fizemos dois terccedilosdo campeonato estamos num bom

caminho e a qualidade estaacute semprea subir Jaacute temos campeatildeo no Moccedilambola-As equipas que estatildeo agrave frente tudofazem para ganhar mas a luta eacutemuito renhida no meio da tabelaclassificativa e essas formaccedilotildees tudofazem para amealhar mais pontose quiccedilaacute evitarem a despromoccedilatildeo Eacuteuma prova de surpresa porque ateacutehoje a questatildeo da conquista do tiacute-tulo continua em aberto emborahaja um clube que avanccedilou bastantena pauta classificativa Pelo menosexistem trecircs a quatro clubes que lu-tam pela conquista do campeonato eisso eacute significativo

Sr presidente ainda continuam osdesacatos e vandalismo nos recintosdesportivos Como acabar com estatriste realidade-A situaccedilatildeo vai sendo paulatina-mente resolvida mas sinto queprecisamos de fazer um trabalho deeducaccedilatildeo ciacutevica por forma a que osclubes comecem por sua vez a tra-balhar com os seus adeptos porquea atitude de arremessar garrafas eoutros objectos para o interior docampo eacute simplesmente condenaacutevelO apelo que faccedilo eacute que natildeo bastaaprovarmos medidas haacute sim queprivilegiarmos a prevenccedilatildeo haacute ne-cessidade de as pessoas terem de

abandonar essas praacuteticas e prima-rem pelo fair playNatildeo acha que a maacute actuaccedilatildeo dos aacuter-bitros leva os adeptos a optarem poressa via o arremesso de garrafaspor exemplo-Eacute normal que haja contestaccedilatildeo daarbitragem isso faz parte de futebolEm qualquer parte do mundo ou- vimos falar de situaccedilotildees do geacuteneromas noacutes estamos a trabalhar com aCNAF e todas as semanas quandonecessaacuterio fazemos um trabalho desensibilizaccedilatildeo para aleacutem da avalia-

Eacute impossiacutevel t ermos Liga fort e com c lubes f racosfinanceiramente-Defende Albert o Simango Juacutenior da LMF

Por Paulo Mubalo

ccedilatildeo do desempenho dos aacuterbitrosO que se nota eacute que os aacuterbitros quecomeccedilam a pocircr em causa a verda-de desportiva estatildeo a ser punidosexemplarmente e isso eacute que incen-tivamos agrave CNAF porque eacute precisodefendermos o futebol de atitudese apetites inconfessaacuteveis de certosgrupos

Julga que a Liga Muccedilulmana estaacute aser bene1047297ciada pela arbitragem ouestaacute a ser viacutetima da sua grandeza- Duvido muito que a Liga Muccedilul-mana esteja a ser beneficiada duvi-

do muito que esse pronunciamentocorresponda agrave verdade A minhapercepccedilatildeo eacute que muitos clubes jaacutebeneficiaram de penaltes jaacute benefi-ciaram de erros de arbitragem Emsegundo lugar jaacute expliquei que osque tentam fabricar resultados estatildeoa ser punidos Eu natildeo vejo as coisasde forma particularizada todos osaacuterbitros podem errar em qualquer jogo que sejaO que a LMF pensa fazer parasalvaguardar a verdade desportivamormente nas derradeiras jorna-

das-Bem como tem sido habitual paraaleacutem do trabalho que temos vindoa realizar as uacuteltimas trecircs jornadasseratildeo disputadas no mesmo dia e agravemesma hora tendo em conta os in-teresses e objectivos de cada clubenessa fase Teraacute que ser assim ateacuteporque isso jaacute consta do nosso re-gulamento Satildeo partidas susceptiacuteveisde mudar a pauta classificativaHaacute treinadores que acusam a LMFde estar a coartar as suas liberdadesusando para tal puniccedilotildees Quer co-

mentar-A puniccedilatildeo faz parte da nossa estra-teacutegia de governaccedilatildeo noacutes natildeo fomoseleitos para natildeo respeitar os regula-mentos e estatutos Os dirigentestreinadores e clubes devem ter umaforma de estar natildeo podem aceitar vilipendiar quem quer que seja empraccedila puacuteblica natildeo podem atentarcontra a geacutenese do clube haacute que terforma e modo de falar Eacute importan-te que as pessoas percebam que aLiga eacute um dos clubes por isso de-fendemos que as pessoas se pronun-ciem com eacutetica que saibam falar Os jovens inspiram-se nos treinadores e jogadores pelas boas praacuteticas e natildeo

pelos insultos por isso tomamosmedidas contra os prevaricadores econtinuaremos a primar por essesprinciacutepios porque queremos umcampeonato satildeo e de disciplinaHaacute condiccedilotildees 1047297nanceiras para queo Moccedilambola termine sem muitosalaridos-Bem como nunca disse que natildeohavia o que posso dizer eacute que tudoestaacute sendo feito para que terminesem qualquer natureza de sobres-saltoPelos vistos a LMF continua a go-

zar de muita credibilidade junto dosparceirosQue trunfo usa para conseguir osseus intentos-O maior segredo eacute o trabalho eacutea nossa dedicaccedilatildeo e credibilidadeNoacutes fazemos de tudo para que ainstituiccedilatildeo seja crediacutevel Somos fieacuteisagrave prestaccedilatildeo de contas e gestatildeo cri-teriosa E por fazermos isso temosum caminho andado trabalhamos365 diasano agrave volta deste projectoEstes pressupostos todos nos levama conseguirmos bons resultados

Como avalia a expulsatildeo de Dia-mantino Miranda do paiacutes-A atitude dele foi de indisciplinagrave ele excedeu na forma comofalou Soacute queria lamentar e apelarpara que situaccedilotildees desta naturezanatildeo voltem a acontecer no nosso fu-tebol Ningueacutem estaacute no futebol paraarranjar problemas cada um tem oseu nome e deve ser chamado poresse nome natildeo podemos chamar aalgueacutem por um nome que natildeo o dig-nificaE a terminarhellip-O apelo que faccedilo eacute um convitequero convidar mais parceiros para

investirem no desporto e no futebolem particular porque atraveacutes do fu-tebol a imagem dos seus produtoschega mais longe Natildeo eacute possiacutevelfazermos a Liga forte com clubesfracos financeiramente Precisamosmais para as nossas equipas mascom a forma como estamos a tra-balhar acredito que a curto prazoteremos os nossos representantes aconseguirem bons resulatados emcompeticcedilotildees internacionais Masfoi bom porque a Liga Muccedilulmanachegou muito longe nas afrotaccedilas

A expulsatildeo do treinadordo Costa de Sol Dia-mantino Miranda poralegados insultos agrave na-

ccedilatildeo no final de jogo realizadocontra o Vilankulo estaacute a divi-dir opiniotildees dos moccedilambicanosCom efeito enquanto alguns ci-dadatildeos ouvidos pelo SAVANAdefendem que a medida tomadapelo Ministeacuterio do Trabalho eacute justa outros dizem ter havidoprecipitaccedilatildeo por parte daquelainstituiccedilatildeo

Para Martinho Vaz estudan-te de direito da UniversidadeSatildeo Tomaacutes de Moccedilambique(USTM) o teacutecnico Diamanti-no Miranda perdeu respeito aosmoccedilambicanosldquoNa minha humilde opiniatildeoconsidero ser grande insultopara os moccedilambicanos proferiraquelas palavras na esfera puacutebli-ca Se fosse num foacuterum privadopoderia compreender porquemuita gente natildeo havia de saberEle passou dos limites mesmo

Expulsatildeo de Diamant ino M iranda di vide opiniotildeesse fosse no seu proacuteprio paiacutes eles natildeohaviam de ponderar essas brincadei-ras Aliaacutes ateacute porque ele vai servir deexemplo para os outros estrangeirosque vecircm ao paiacutes e satildeo bem tratadose meia-volta comeccedilam a maltrataros proacuteprios moccedilambicanosrdquoPara Manuel Muianga tambeacutemestudante de direito da mesma uni- versidade a expulsatildeo do treinadorDiamantino Miranda eacute absurdaldquoEle chamou os moccedilambicanos deladrotildees e isso para mim natildeo eacute novi-dade porque existem muitos treina-

dores ateacute estrangeiros que insultamdentro e fora de campo mas nuncaforam expulsos do paiacutesrdquoldquoNa minha opiniatildeo o Ministeacuterio de Trabalho devia retirar-lhe a licenccedilade trabalho numa primeira fase en-quanto investiga o caso em sumadevia ser mais cauteloso nesta ma-teacuteriardquo observouEnquanto isto Arnaldo Albertoestudante de Ciecircncias Sociais daUniversidade Eduardo Mondlane(UEM) explicou que o caso Dia-mantino Miranda virou tema de

conversa a niacutevel da sua faculdadeEle entende que a medida tomadapelo Ministeacuterio de Trabalho em ex-pulsar o treinador para fora do paiacuteseacute correcta ldquoEu considero como umamedida certa porque ningueacutem podeestar num paiacutes do outro e passar a vida a proferir insultos contra os do-nos do proacuteprio paiacutes Eu acredito quese fosse um treinador moccedilambicanoa fazer o mesmo no paiacutes deles ou emqualquer outro teria sanccedilotildees do geacute-nerordquo anotou o estudantePara Rafael Ernesto comerciante

e adepto da selecccedilatildeo nacional osldquoMambasrdquo o Ministeacuterio do Traba-lho tomou a medida correcta porqueo teacutecnico portuguecircs estava habitua-do a insultar os jogadores de formairresponsaacutevelldquoFoi uma boa medida porque paraaleacutem de jogadores tambeacutem insultoutodos os moccedilambicanos e gostariaque ele natildeo voltasse mais ao nossopaiacutesrdquo Tumar Cumbula empresaacuterio pre-cisou ldquoa atitude do Ministeacuterio foiboa noacutes natildeo podemos admitir es-

sas brincadeiras no nosso paiacutesporque o que ele fez se fosse naAmeacuterica seria preso mas aquiteve sorte Ele foi mais longedemaisrdquo rematou o empresaacuterio Jaacute o advogado Roberto Macha- va precisou ldquohouve um poucode exagero por parte do Mi-nisteacuterio do Trabalho porque haacutemuitas pessoas que falam malnos cafeacutes nos centros de recre-accedilatildeo entre outros mas natildeo satildeoexpulsas do paiacutesAjuntando ldquoa expulsatildeo de um

indiviacuteduo do paiacutes natildeo deve serassim devia haver um moti- vo forte O que poderia fazer oMinisteacuterio do Trabalho era to-mar medidas processuais numaprimeira fase enquanto procuraouvir a outra parte E penso queno seio da proacutepria Liga Mo-ccedilambicana de Futebol e Fede-raccedilatildeo Moccedilambicana de Futeboldeveriam existir alguns espe-cialistas para defender este tipode assuntosrdquo precisou Zaqueu

Massala

Alberto Simango Juacutenior presidente da LMF

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17Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

A TALHE DE FOICEPor Machado da Graccedila

A notiacutecia que me chegou jaacute temmais de um mecircs mas natildeo per-deu infelizmente actualidade

Segundo a Kazinform (provavelmenteuma agecircncia de informaccedilatildeo) um aviatildeoMig 21 num voo de teste depois deuma reparaccedilatildeo incendiou-se ao ater-rar no aeroporto de Bakeu na Romeacute-nia em finais de Agosto passadoMas o mais interessante da notiacutecia eacuteque ela afirma que o aviatildeo sinistradopertencia agrave Forccedila Aeacuterea Moccedilambica-naFiquei assim a saber que a nossa ForccedilaAeacuterea adquiriu pelo menos um aviatildeode combate Mig 21 Mas muito pro- vavelmente adquiriu mais do que umE deve ter adquirido nos saldos emsegunda matildeo porque esse modelo deaviatildeo deixou de ser fabricado em 1985A proacutepria Romeacutenia estaacute a substituir osque ainda tem por aviotildees modernos ese calhar vendeu-nos ao desbarato os velhinhos Mig 21 que para laacute tem E

a avaliar pela notiacutecia o resultado natildeofoi bomComentando a notiacutecia com um cole-ga nomeadamente sobre a razatildeo paraMoccedilambique precisar desse tipo dearmamento o colega disse-me que natildeoeacute soacute isso que estaacute a acontecer Pelo con-traacuterio segundo ele teratildeo sido desem-barcados na Beira tanques de guerrae ao porto de Maputo continuam achegar grande quantidade de viaturasmilitaresOra a pergunta que tem que ser feitaeacute Natildeo tendo o nosso paiacutes conflito comnenhum dos seus vizinhos antes sen-

do excelente a relaccedilatildeo com todos eles

para que precisamos noacutes de todos essesinstrumentos mortiacuteferosE a resposta infelizmente soacute pode serque se natildeo satildeo para usar contra ini-migos externos satildeo para usar dentrodo paiacutes Falando com mais crueza satildeopara matar moccedilambicanos Temos portanto um Governo que

passa a vida a condenar os discursosbelicistas da Renamo e a proclamar oseu enorme amor agrave Paz mas por por-tas e travessas vai comprando armasde guerra para uso em terra e no arUm Governo que natildeo tem dinheiropara pagar decentemente a meacutedicosenfermeiros e professores que natildeo temdinheiro para comprar medicamentospara os hospitais nem material escolarnomeadamente carteiras mas que temdinheiro para comprar aviotildees bombar-deiros e tanques de guerra para matar

moccedilambicanosComeccedila por outro lado a ser maiscompreensiacutevel o impasse que continuanas sessotildees do ldquodiaacutelogordquo entre o Gover-no e a Renamo Muito provavelmentetrata-se apenas de manter a situaccedilatildeoestacionaacuteria nesta paz-podre agrave esperaque chegue ao paiacutes todo o armamentocomprado no exterior para depois im-por uma soluccedilatildeo militarO que pode ser uma peacutessima escolhacomo bem poderia explicar o general vietnamita Vo Nguyen Giap recente-

mente falecido

Armas

pecuacuteliosOra para dispor sem restriccedilotildees do pecuacutelio ou

cuacutemulo de activos ndash nervo da poliacutetica e da guerraconforme aprenderam em longos anos de combateos vencedores da guerra civil angolana ndash importadispor de imagem impoluta e agir sem constrangi-mentos ou ameaccedilas legaisO risco de processos judiciais inquinando a ima-gem de pessoas e do estado eacute altamente prejudicialaos equiliacutebrios de poder em Luanda e ao presi-dente cabe atalhar a direito sempre que a ameaccedilaronde os mais proacuteximos e influentesA provaacute-lo estatildeo o ldquoAngolagaterdquo envolvendo gen-te da alta roda poliacutetica e negocista francesa pela venda ilegal de armas sovieacuteticas a Luanda entre1993 e 1995 ou o reconhecimento no ano pas-sado nas paacuteginas do ldquoFinancial Timesrdquo por ManuelVicente Kopelipa e o general Leopoldino Fragosodo Nascimento da sua participaccedilatildeo na ldquoNazaki Oilamp Gasrdquo que se associou em 2010 agrave ldquoCobalt Inter-national Energyrdquo de Houston para a exploraccedilatildeo daconcessatildeo dos blocos petroliacuteferos 9 e 21Voltaraacute a correr o marfimEduardo dos Santos jaacute afastou Marcolino Mouco Joatildeo Lourenccedilo ou Fernando Nandoacute e cerceou am-biccedilotildees de outros putativos sucessoresNo pinaacuteculo do poder Eduardo dos Santos con-tudo natildeo tem ainda assegurado que a sua sucessatildeopossa vir a garantir a perservaccedilatildeo do justo pecuacutelioe a rede de influecircncias poliacuteticas de interesses patri-moniais de associados e familiaresAacuterbitro e decisor em derradeira instacircncia opresidente de Angola tem consequentemente detomar posiccedilatildeo e assumir atitudes para provar queacima de tudo defenderaacute os interesses da cuacutepulado poder e dos negoacutecios as ldquoelites capazesrdquo quetanto lhe devemMexe com poder eacute poliacutetico portanto o conten-cioso e ao mais alto niacutevel o estado angolano vecircmexigindo desculpas e reparaccedilotildees puacuteblicas que porconstrangimento legal os governantes portu-gueses natildeo podem expressarRui Machete disse em puacuteblico o que apenas po-deria aventar em privado e gerou tamanha contro- veacutersia interna que acabou bloqueando a diploma-cia e dando pretexto agrave ruptura ansiada em LuandaPara o resto o que Machete em puacuteblico natildeo dissemas se sabe agrave boca pequena eacute que bastaraacute a justiccedilaportuguesa continuar inane e ineficaz manter-seigual a si proacutepria para tudo acabar em aacuteguas debacalhau e voltar a correr o marfim

Jornalista barradasjoaocarlosgmailcom

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Aacute rbitro e decisor em derradeira instacircnciao presidente de Angola tem consequen-temente de tomar posiccedilatildeo e assumiratitudes para provar que acima de tudo

defenderaacute os interesses da cuacutepula do poder e dosnegoacuteciosSatildeo literalmente laquoincompreensotildees ao niacutevel dacuacutepularaquo que levam Joseacute Eduardo dos Santos a de-nunciar o acordo de princiacutepio acertado em 2010em Luanda com Cavaco Silva para o desenvolvi-mento de uma parceria estrateacutegica luso-angolanaA indefinida e adiada parceria deveria servir parareforccedilar a cooperaccedilatildeo estado a estado promovercontactos e projectos bilaterais entre instituiccedilotildeesempresas privadas e cooperativas aleacutem de facilitara circulaccedilatildeo de pessoas bens e capitaisApesar das aplicaccedilotildees financeiras em Portugalterem continuado a processar-se a bom ritmo ndashsobretudo nas telecomunicaccedilotildees energia e bancandash legitimando a riqueza receacutem-acumulada dosinvestidores angolanos uma questatildeo poliacutetica in-

quinou a relaccedilatildeoInvestigaccedilotildees judiciais sobre altas personalidadescomo o procurador-geral Joatildeo Maria de Sousa oministro de estado e da coordenaccedilatildeo econoacutemicaManuel Vicente ou o general Manuel HeacutelderVieira Dias laquoKopeliparaquo ministro de estado e chefeda casa militar do presidente nunca foram trava-das pelo poder executivo ndash laquoao niacutevel da cuacutepularaquo SBento e Beleacutem ndash como ainda acabaram tornadaspuacuteblicasA deploraacutevel vergonhosa e ilegal praacutetica de fugasde informaccedilatildeo e violaccedilatildeo reiterada do segredo de justiccedila no DCIAP deu pretexto a criacuteticas de ar-ticulistas e poliacuteticos de Luanda sobre difamaccedilatildeo eintimidaccedilatildeo de cidadatildeos angolanos e a perversatildeodo estado de direito em PortugalO presidente das elites capazesManuel Vicente anunciou em Maio do ano pas-

sado que o investimento de estado em Portugaldeixara de ser prioritaacuterio jaacute que importava privile-giar o mercado angolanoA participaccedilatildeo da ldquoSonangolrdquo no BCP visando acriaccedilatildeo de uma plataforma financeira para suportaro crescimento da empresa fora um dos objectivosatingidos numa fase inicial que apostara forte emPortugal e referia tambeacutem Vicente convinha di- versificar as aplicaccedilotildees directas do estadoAo capital privado caberia assim definir opccedilotildeesde investimento em Portugal e de parcerias emAngola com empresas lusas mas na realidade aimbricaccedilatildeo da elite de negoacutecios e da elite do poderem Luanda eacute tal que a distinccedilatildeo acaba por ser ir-relevanteEacute essa a razatildeo que sustenta as tiradas nacionalistasno discurso de Eduardo dos Santos agrave AssembleiaNacional sobre o Estado da Naccedilatildeo denunciandoa injusticcedila de empresas e bancos estrangeiros queldquolevam biliotildeesrdquo de Angola ao mesmo tempo queLuanda vecirc serem qualificadas como corruptas assuas ldquoelites capazesrdquo que tecircm amealhado justos

Angola cortar a direitoPor Joatildeo Carlos Barradas

A notiacutecia de que a Ruacutessia concedeu asilo tem-poraacuterio a Edward Snowden eacute geralmentediscutida no contexto dos potenciais efeitosda decisatildeo sobre as relaccedilotildees russo-america-

nas Sem duacutevida o caso Snowden desencadeou umaseacuterie de efeitos adversosLevando em conta as revelaccedilotildees do ex-agente da CIApromotores russos estatildeo investigando os serviccedilos do

Google e do Facebook na Ruacutessia As autor idades sus-peitam que ambos violem os acordos internacionaissobre a proteccedilatildeo de dados pessoaisO avanccedilo dessa situaccedilatildeo ameaccedila originar uma atmos-fera toacutexica de longo prazo nas negociaccedilotildees bilateraisem torno de vaacuterias questotildees delicadas Entre elas ointercacircmbio de agentes descobertos a anaacutelise dospedidos para divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre ciber-criminosos e suspeitos de terrorismo ou a troca daspraacuteticas mais eficazes das agecircncias de inteligecircncianorte-americanas e russas no trabalho com grandes volumes de dadosAleacutem disso a Ruacutessia agora pode esquecer as per-spectivas de retorno de Viacutektor Bout ou outros rus-sos que estatildeo enfrentando processos judiciais nosEstados Unidos A Casa Branca por sua vez perdeuo poder de instigar seus principais valores na Ruacutessia ndash

a liberdade na internet e a proteccedilatildeo dos direitos dosusuaacuterios gravemente comprometidos pelas revelaccedilotildeesde SnowdenQuem sabe quantos segredos mais o ldquoex-prisioneirodo aeroporto moscovita de Sheremetievordquo tem guar-dado ou quatildeo difiacutecil seraacute para ele resistir agrave tentaccedilatildeode compartilhaacute-los com os serviccedilos de inteligecircnciarussos

Mas tudo eacute muito complexo e dramaacutetico Seraacuteque o asilo concedido a Snowden realmente traccedila umalinha vermelha nas relaccedilotildees russo-americanasEm primeiro lugar a decisatildeo russa de conceder asilotemporaacuterio a Snowden envia agrave Casa Branca um sinalclaro de que a Ruacutessia estaacute disposta a negociar aindamais ldquoPodemos abrigaacute-lo temporariamente masdeixe-nos pensar aleacutem dissordquoCabe lembrar a condiccedilatildeo anunciada pelo presidenteVladiacutemir Puacutetin no mesmo dia em que os boatos so-bre a possibilidade de asilo vieram agrave tona de que oforagido deveria ldquoparar de prejudicar os interesses dosEstados UnidosrdquoO consentimento de Snowden em seguir essa regraestaacute impliacutecito na aceitaccedilatildeo do asilo O governo russotambeacutem natildeo vai perder o interesse em acessar as in-formaccedilotildees que o ex-agente da CIA estaacute segurando

embora o acordo atual sugira que tais dados continu-aratildeo a ser um aacutes na manga diplomaacutetica da Ruacutessia ndash aser usado em uma hora difiacutecil nas negociaccedilotildees bilate-rais com Washingtonndash e natildeo seraacute compartilhado coma comunidade internacionalEacute ainda mais importante ter em mente que as relaccedilotildeesrusso-americanas satildeo muito diversificadas e estra-teacutegicas para serem deixadas de lado por causa de um

uacutenico escacircndalo independentemente de quatildeo fortepossa ressoarApesar da tendecircncia negativa nas relaccedilotildees bilateraiscom o fim do ldquoresetrdquo uma seacuterie de questotildees demon-stra a enorme capacidade de cooperaccedilatildeo duradourae desenvolvimento construtivo em assuntos intimam-ente relacionados com SnowdenA cooperaccedilatildeo no ciberespaccedilo que apresentou recente-mente um progresso substancial eacute exemplo disso Em17 de junho um dos pontos de discussatildeo da Cuacutepulado G8 na Irlanda foi a declaraccedilatildeo conjunta emitidapor Puacutetin e Obama sobre as medidas de reforccedilo daconfianccedila no ciberespaccedilo que incluiacuteram trecircs acordosEstados Unidos e Ruacutessia satildeo agora obrigados a man-ter contato constante sobre cibercrimes e tentativasde ciberataques para reforccedilar a cooperaccedilatildeo na respostaa tais incidentes bem como fazer uso de uma linha di-

reta para avisar um ao outro sobre alguma emergecircnciaSimbolicamente os mecanismos de notificaccedilatildeo muacute-tua seratildeo parcialmente implementados por meio da jaacute existente linha Moscou-Washington para o avisode ocorrecircncias com armas nucleares a mesma usadadurante a Guerra FriaA continuidade dos acordos exemplifica a crescenteimportacircncia estrateacutegica da cooperaccedilatildeo russo-ameri-

cana no ciberespaccedilo Os dois lados chegaram a umacordo sobre a questatildeo mesmo em meio a condiccedilotildeesdesfavoraacuteveis nas relaccedilotildees bilaterais ndash embora hajaduacutevidas sobre ateacute onde essa cooperaccedilatildeo seria sacrifi-cada por causa do recente escacircndalo diplomaacuteticoApesar do efeito das revelaccedilotildees do ex-agente daCIA os Estados Unidos e a Ruacutessia precisam se en-gajar para estabelecer um clima de boa vizinhanccedila ecolaboraccedilatildeo no ciberespaccedilo ainda que envolto porcriacuteticas e acusaccedilotildees pesadas A colaboraccedilatildeo podeser reduzida ou suspensa em alguns aspectos mas asmedidas de confianccedila devem ser desenvolvidas comoum dos mecanismos viaacuteveis para prevenir uma guerraciberneacutetica Isso eacute algo que tanto o Kremlin como aCasa Branca entendem bem Oleg Demidov eacute coordenador de projetos em segu-ranccedila e governanccedila no Centro de Estudos Poliacuteticosda Ruacutessia

O ciberespaccedilo poacutes-SnowdenPor Oleg Demidov

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

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Distribuiccedilatildeo Miguel Bila(82 4576190 84 0135281)

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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19Savana 18-10-2013

violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

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Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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20 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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24 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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TEM A DA SEM ANA2 Savana 18-10-2013

ldquo A Frelimo de hoje natildeo aceit a a criacutet icae muito menos fazer aut o-criacutet icardquoPor Raul Senda bull Fotos de Naiacuteta Ussene

Visto por muitos como umadas uacuteltimas reservas morais do movimento de liberta- ccedilatildeo Jorge Rebelo diz em

entrevista ao SAVANA que estaacute de-cepcionado com a Frelimo actual masreconhece que neste momento natildeo vecircalternativas Eterno admirador deSamora Rebelo um dos fundadoresda Frelimo onde foi o temido secretaacute-rio do trabalho ideoloacutegico afirma que se o proclamador da independecircnciade Moccedilambique voltasse natildeo ficariacontente com a situaccedilatildeo que se vive no

paiacutes Lamenta o facto de actualmenteo paiacutes estar infestado de lambebotas porque segundo ele as pessoas satildeo es-colhidas na base da sua capacidade delamber as botas do chefe Numa conversa amena onde aideia era falar do legado de S amora(amanhatilde saacutebado passam 27 anosapoacutes a sua morte) Rebelo aceitouabordar o tema de sucessatildeo na Freli-mo e defende que natildeo haacute necessidadede reuniotildees dos oacutergatildeos do partido(Comiteacute Central e reuniatildeo nacionalde Quadros) ldquoporque hoje jaacute haacute um pensamento comumrdquo O tema sobreas criacuteticas dirigidas directamente aalguns colaboradores de Samora na-lguma imprensa em que os apelida

de ldquorevolucionaacuterios da desgraccedilardquo foiincontornaacutevel

Amanhatilde (saacutebado 19 de Outubro)passam 27 anos apoacutes a morte deSamora Machel O sr Jorge Re- belo conviveu muitos anos com opresidente Samora Que recorda-ccedilotildees guarda do homem que procla-mou a independecircncia de Moccedilam- biqueHaacute alguns dias participei nascerimoacutenias do aniversaacuterio do nasci-mento do presidente Samora Nesseencontro alguns defendiam queSamora se ressuscitasse ficaria con-tente com aquilo que estaacute a acon-

tecer no paiacutes Iria elogiar a direcccedilatildeoactualOutros diziam que ficaria decep-cionado de tal forma que quisesseregressar de onde veioNesse encontro natildeo me pronuncieiSe tivesse falado diria que amigostenham calma porque Samora jaacutenatildeo estaacute connosco e natildeo eacute bom in- ventar coisas que iria dizer ou natildeodizer Como a biacuteblia diz que natildeopodemos evocar o nome de Deusem vatildeo Neste caso diria para natildeoevocar o nome de Samora para ob-ter ganhos poliacuteticosPortanto natildeo podemos dizer cat-egoricamente como Samora iria re-

agir perante a situaccedilatildeo actual

O seu sonho estaacute ou natildeo a ser efec-tivadohellipNa base daquilo que sei de Samoraatraveacutes do seu pensamento e actua-ccedilatildeo na luta armada de libertaccedilatildeoonde se forjou a ideologia da Freli-mo e depois na independecircncia ondeo novo Estado comeccedilou a ser con-struiacutedo posso imaginar o seguinteSamora chegaria e perguntariacomo eacute que estatildeo as coisasSe perguntasse a mim diria que

estaacute tudo bem camarada presi-dente porque ultimamente o povoestaacute a ser formatado para avaliaras coisas sempre pela positiva Eacute oque acontece hoje avaliar as coisaspositivamente eacute a palavra de ordemPortanto nunca diria que as coisasestatildeo maacutesContudo ele vai fazer-me vaacuteriasperguntas como Noacutes lutaacutemos paralibertar a terra e os homens A terraestaacute libertada A terra pertence aopovo como era o nosso sonhoAiacute eu diria que sim A Constituiccedilatildeoainda diz que a terra natildeo pode ser vendida pertence ao EstadoMas se ele dissesse que laacute onde

estou vejo que muitos dirigentesapropriam-se da terra e vendem-naagraves grandes multinacionais e a popu-laccedilatildeo fica na miseacuteria sem meiospara ganhar a sua vida Vocecirc estaacute aenganar-me

Eu aiacute ficaria engasgadoDepois levantaria a questatildeo da cor-rupccedilatildeo De certeza que Samora diriaque era implacaacutevel contra a cor-rupccedilatildeo natildeo admitia corruptos e aomiacutenimo sinal de corrupccedilatildeo tomavamedidas eneacutergicas por isso que nomeu tempo natildeo havia corrupccedilatildeoSamora definia a corrupccedilatildeo comoutilizaccedilatildeo de cargos puacuteblicos epoliacuteticos para obter benefiacutecios pes-soais e para familiaresAiacute ele me perguntaria se os dirigen-tes filhos sobrinhos irmatildeos natildeo es-tatildeo a enriquecer e a maioria do povocada vez mais na miseacuteriaPerante os factos natildeo poderia negar

e diria que sim estatildeo a enriquecer eo povo a empobrecerDepois perguntaria se esses que fi-cam ricos ganham a riqueza atraveacutesdo seu trabalho ou se aproveitamdos seus cargos para enriquecer

Se ele insistisse quem eacute o dirigenteque estaacute a ficar cada vez mais ricocom a sua famiacutelia Eu natildeo iria men-cionar os nomes porque toda agente sabeSamora diria mais Por exemplo po-dia dizer que as pessoas andam car-regadas em carrinhas de caixa ab-erta sem qualquer comodidade nemprotecccedilatildeo o emprego natildeo existe aqualidade de ensino eacute baixa (hojeos alunos chegam agrave nona classe semsaber ler nem escrever) a sauacutede eacuteum desastre natildeo haacute medicamen-tos os meacutedicos e todo o pessoal dasauacutede estatildeo desmotivadosPor fim Samora diria que natildeo es-

tou contente pela situaccedilatildeo que viveo meu povo

Com isso podemos concluir quena oacuteptica de Jorge Rebelo os son-hos e os desejos de Samora natildeo es-

tatildeo a ser tidos em conta pela actualdirecccedilatildeo da Frelimo Tudo dependente de como eacute quea pessoa se situa Se estaacute preocu-pado com o enriquecimento de umpequeno grupo diria que o paiacutes estaacuteem franco desenvolvimento Se secoloca de ponto da populaccedilatildeo emgeral diria que este crescimentonatildeo eacute o desejado e natildeo eacute aquilo queSamora defendiaA minha conclusatildeo eacute de que seSamora voltasse natildeo ficaria con-tente com a situaccedilatildeo que se vive no

paiacutes Na nossa sociedade os casosde corrupccedilatildeo aumentam progressi- vamente Ela estaacute a tomar conta detodos e haacute que inverter isso porquepode nos levar ao abismoInfelizmente hoje natildeo podemosdizer isso publicamente porque natildeoencontramos abertura da parte daactual direcccedilatildeo do paiacutesLembro-me de uma conversa comSamora em que num tom de de-sabafo dizia que os camaradas que vieram connosco da luta armadaestavam a ser apanhados pelo viacuterusde corrupccedilatildeo e noacutes tiacutenhamos quetomar medidas para eliminar esse viacuterus

E ele dizia que hoje os camaradasestatildeo preocupados com dinheirocomodidade e regalias que durantea luta de libertaccedilatildeo nunca exigiamNatildeo tiacutenhamos nenhuma preocupa-ccedilatildeo em ficar ricos e lutaacutevamos porum ideal que era a libertaccedilatildeo dopovo e melhoria das condiccedilotildees de vida de todos Agora a situaccedilatildeo eacutediferente

O pensamento de Samora Machelpara Moccedilambique teria estado agravealtura das profundas mudanccedilasque o paiacutes conheceu nos uacuteltimosanosHaacute muitos aspectos poliacuteticas e

princiacutepios que Samora defendiae que hoje natildeo satildeo aplicaacuteveis Porexemplo na aacuterea da sauacutede Samoradizia que o meacutedico natildeo pode serum mercenaacuterio natildeo pode utilizar adoenccedila como meio para enriquecerO meacutedico deve trabalhar soacute para oEstado e receber o seu salaacuterio comoqualquer funcionaacuterio Natildeo se ad-mitia cliacutenicas privadas porque seriautilizaccedilatildeo da doenccedila como meiopara enriquecerIsso hoje natildeo eacute viaacutevel Jaacute naqueletempo eu proacuteprio jaacute me interrogavaporquecirc por exemplo algueacutem queestudou durante sete anos para tiraro curso de medicina e fica limitado

ao salaacuterio que o Estado paga quenormalmente eacute baixo Se um engen-heiro um jurista e outras profissotildeesnatildeo vinculadas exclusivamente aoEstado podiam trabalhar ondequiserem e ganhar muito maisDe certeza que muitos meacutedicos iri-am fugir da profissatildeoOutro exemplo eacute da economia cen-tralizada O Estado eacute que dirigiatodos os sectores econoacutemicos Aexperiecircncia mostrou que isso natildeo eacutebeneacutefico para o paiacutes e natildeo era viaacutevelNessa altura jaacute era possiacutevel aferir

ldquoEstou decepcionado com a Frelimo actu al mas neste momento natildeo vejo alterna tivasrdquo Jorge Rebelo

Os actuais niacuteveis de quali dade de educaccedilatildeo deixar iam Samora en tri stecido caso ressuscitasse

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TEM A DA SEM ANA 3Savana 18-10-2013

que o homem eacute mais flexiacutevel e cria-tivo quando motivado pelo lucro enuma economia centralizada a pes-soa sabia que se esforccedilando comonatildeo teria o seu salaacuterio

Samora morreu num periacuteodo departido uacutenico e de uma economiacentralizada Como eacute que con-

viveria com a actual realidade demaior abertura poliacutetica e econoacutemi-ca pelo menos no plano formalTeria que se adaptar porque as so-ciedades avanccedilam De certeza quenatildeo ficaria tranquilo mas teria con-sciecircncia de que aquele modelo desocialismo que noacutes adoptaacutemos natildeoestava a dar resultados Claro quehaacute outros factores que contribuiacuterampara isso porque os paiacuteses imperi-alistas entraram em pacircnico quandoMoccedilambique e Angola se procla-maram paiacuteses socialistas Isso eraum germe aqui na zona porquepoderia influenciar paiacuteses agrave voltaEntatildeo atacaram-nos e isso contri-buiu muito para que o projecto so-cialista de Samora e de muitos denoacutes natildeo avanccedilasse

ldquoDirecccedilatildeo da Frelimoesconde os reais ideiais deSamorardquoUma das coisas que marcaram omandato de Guebuza foi a imor-talizaccedilatildeo da 1047297gura de SamoraForam construiacutedas estaacutetuas emtodo o lado homenagens e dis-cursos benevolentes Contudo deoutro lado os males que Samoracombatia aumentaram Falo dacorrupccedilatildeo e pilhagens dos recur-

sos nacionais Seraacute que a 1047297gura deSamora estaacute mesmo a ser valori-zadaAs estaacutetuas satildeo uma coisa boaporque quando as pessoas passampelas ruas ou praccedilas onde estatildeo er-guidas lembram-se de Samora Maso mal eacute que ficamos por aiacute Se fala-mos do legado de Samora apenasdissemos que foi um grande liacuteder foio primeiro presidente de Moccedilam-bique independente Natildeo entramosno seu pensamento Parece que aactual direcccedilatildeo da Frelimo e do paiacutesnatildeo estaacute interessada no pensamentode Samora Ela esconde o seu pens-amento Nos seus discursos esquece

que Samora era uma figura sensiacutevelagrave corrupccedilatildeo ao sofrimento do povoagrave expropriaccedilatildeo dos bens do povopara satisfazer apetites e ganacircnciade um pequeno grupo de dirigentes

Como eacute que Samora Machel en-cararia o facto de sectores impor-tantes da soberania econoacutemica deMoccedilambique nomeadamente osrecursos naturais estarem hoje nasmatildeos do capital estrangeiroSe ele viesse soacute para visitar ficariadecepcionado Se ele viesse para im-por ordem diria que vamos acabar

com estas coisas mas natildeo no sen-tido de impedir a exploraccedilatildeo dessesrecursos Os recursos existem satildeonossos e devem contribuir para ocrescimento e desenvolvimento dopaiacutes Agora o que ele diria eacute quetemos que dirigir esse processo detal maneira que o povo inteiro natildeosofra e uma pequena minoria ben-eficie

ldquoFalta vontade poliacutetica nainvestigaccedilatildeo da morte deSamorardquoComo eacute que reage a um aparenteesmorecimento do processo deinvestigaccedilatildeo da morte de SamoraMachel depois de alguma euforiasuscitada pelo Presidente Arman-do Guebuza e Jacob ZumaHaacute duas maneiras de analisar a suapergunta Uma pela complexidadedas investigaccedilotildees e outra na falta de vontade Lembro-me do assassinatodo primeiro-ministro da SueacuteciaOlof Palme foi quase no mesmoperiacuteodo com o do presidente Samo-ra mas ateacute hoje ainda natildeo foi desco-berto quem eacute que matouPortanto talvez seja tatildeo difiacutecilPoreacutem exprimindo o meu senti-mento digo que estou desapontadocom o niacutevel das investigaccedilotildees Gos-taria que esse processo avanccedilassepara se descobrir os verdadeiros au-tores do crime

Sente alguma preocupaccedilatildeo da par-te dos Governos de Moccedilambiquee da Aacutefrica do Sul em investigar ocrimeNatildeo sinto Se houvesse esforccedilo decada um dos lados seria divulgadoo que natildeo estaacute a acontecer Haveriaalguns resultados visiacuteveis indicandoque a investigaccedilatildeo estaacute a avan-ccedilar neste ou naquele sentido jaacute sedescobriu isto ou aquilo mas natildeo sefala Isso eacute preocupante

Acha que um dia Samora podiaapertar a matildeo do l iacuteder da Renamo Afonso DhlakamaEm nome dos princiacutepios que de-fendia natildeo iria prejudicar o povo Seele se convencesse de que esse era ouacutenico caminho para conseguir queo paiacutes estivesse em paz ele ia fazerisso

A s criacuteticas dirigidas directamente a colabora-dores de Samora nalguma imprensa natildeo con-1047297guram comportamentos racistas que ele tatildeo veemente denunciou e repreendeu

Samora foi uma pessoa que sempre combateu o racismo

regionalismo e o tribalismo Ele dizia que esses satildeo osnossos piores inimigos porque impedem-nos de assumira grandeza do nosso paiacutes natildeo permitem compreender acomplexidade da nossa paacutetria e sobretudo dispersam asnossas forccedilasNatildeo lutaacutemos por uma raccedila uma religiatildeo uma tribo Lu-taacutemos pela mesma naccedilatildeo pelo ideal uacutenico e pela liber-taccedilatildeo da nossa terra e do nosso povo Satildeo esses pensam-entos que a direcccedilatildeo actual da Frelimo esconde Quandoa actual direcccedilatildeo fala de Samora soacute se limita a dizer queera um grande liacuteder mas aquilo que ele defendia natildeofala escondeQuando o mais alto dirigente do paiacutes diz que temos quedistinguir quem eacute moccedilambicano genuiacuteno e natildeo genuiacutenoa quem se refere e qual eacute que eacute o seu objectivo O queele pretendeEu levantei essa questatildeo no congresso de Pemba Dirigi-me ao presidente e disse camarada presidente o que satildeo

moccedilambicanos genuiacutenos e natildeo genuiacutenos Disse ao ca-marada presidente olha para os membros da ComissatildeoPoliacutetica veja o camarada Manuel Tomeacute Olha paraminha pele e olha para a pele dele eu vejo que ele eacutemais claro do que eu Olha para Graccedila Machel ela eacutemais clara do que eu entatildeo eles natildeo satildeo moccedilambicanosgenuiacutenos Natildeo me respondeu Com isso sente que haacute focos de racismo no seio daFrelimo Natildeo disse isso Citei apenas o que o dirigente maacuteximodo partido e do paiacutes disse e o que eu lhe perguntei Soacuteesse chefe que disse isso pode responder a questatildeoHaacute quem diga que Jorge Rebelo e outros moccedilambi-canos da raccedila natildeo negra eram muito ldquomimadosrdquo porSamora Machel Apoacutes a sua morte essa classe 1047297couoacuterfatilde e hoje natildeo vecirc coisas boas Eacute um grupo de saudo-sistas Concorda com issoHaacute um aspecto que devemos ter em conta que eacute dos

bajuladores e dos lambebotas Hoje o paiacutes infelizmenteestaacute infestado desse tipo de gente O aparelho estatalestaacute infestado por esse tipo de gente porque as pessoassatildeo escolhidas na base da sua capacidade de lamber asbotas do chefe Todos noacutes assistimos isso Basta abriralguns jornais Mas esses que escrevem satildeo encomen-dados Recebem instruccedilotildees para defenderem algumasideias nas linhas e orientaccedilatildeo e aceitamMas os bajuladores estatildeo a empurrar o paiacutes para oabismo Pelo que apelo a essas pessoas para que deixemde serem bajuladores e guiem-se pelo seu pensamentonatural porque isso retira-lhes a sua dignidade

Jaacute imaginou o que o termo lambebotas significa Estarsempre a bajular retira ao indiviacuteduo alguma dignidade eretira a visatildeo do chefe porque fica sem saber o que eacute bome o que eacute mal porque eles continuaratildeo a dizer que tudoestaacute bom para manter as mordomiasMas por outro lado a culpa eacute do proacuteprio chefe porqueele eacute que alimenta esses bajuladores Escolhe aquele tipode gente para serem seus conselheiros Portanto no fimao cabo tudo desemboca no chefe porque ele escolheaqueles que lhe agradam e dizem sempre coisas boasNormalmente esse tipo de chefes natildeo gostam que al-gueacutem diga que camarada presidente aqui estamos a er-rar O actual dirigente natildeo aceita criacuteticasUma das virtudes de Samora eacute que aceitava criacuteticasLembro-me de um episoacutedio Houve uma altura em queSamora andava meio frustrado porque ele natildeo encon-trava nos seus colaboradores respostas para os problemase passou a tomar decisotildees sozinho e noacutes colaboradoresdirectos sentiacuteamos issoUm dia num encontro restrito ele disse que natildeo sabia oque estava a acontecer connosco dizia que natildeo eacuteramosos mesmos Eu atrevi-me e disse o problema eacute que ago-ra o camarada presidente comporta-se como um ditador

e fiquei agrave espera da reacccedilatildeo Fiquei com medo porqueele podia dizer que isso eacute uma ofensa ao mais alto mag-istrado da naccedilatildeo portanto prendam-noSamora natildeo reagiu natildeo me mandou prender e o queeu notei foi que a partir daiacute ele chamava-me constante-mente para conversarmosEm vez de me perseguir marginalizar-me ele mostrouque gostava de pessoas que lhe diziam as coisas frontal-mente e isso eacute uma indicaccedilatildeo da grandeza de um chefeHaacute quem diga que nos uacuteltimos dias haacute tendecircnciaatraveacutes da Comunicaccedilatildeo Social de reduzir os progres-sos de Moccedilambique numa uacutenica 1047297gura enquanto quena realidade o desenvolvimento de Moccedilambique eacute re-sultante do trabalho de todos os moccedilambicanos cada

um agrave sua maneira Qual eacute a sua opiniatildeo acerca dissoEacute uma coisa que me deixa preocupado Esta tendecircnciade tentar endeuzar o chefe Esses bajuladores dizem queo chefe eacute que faz tudo Todos os dias aparecem artigos naimprensa a falar das realizaccedilotildees da sua excelecircncia Tudo

aquilo que estaacute a acontecer eacute obra do chefe Foi o chefeque fez e aquilo Isso cria um mal estar nos cidadatildeosNa nossa altura era completamente diferente Os suces-sos eram de todos Os sucessos do chefe deviam-se aosseus colaboradores e isso estimulavam-nos Quandofaziacuteamos uma coisa certa eacuteramos elogiados quandofaziacuteamos uma coisa errada eacuteramos reprimidos masnunca se apresentou como o uacutenico que faz coisasDe certeza que Samora tambeacutem podia dizer que fui euque libertei o paiacutes fui eu que corri com os colonos masnatildeo Mandela podia dizer que eu sofri na cadeia pelopovo sul-africano agora quero ficar rico Satildeo atitudesdessas que elevam um liacuteder e natildeo endeuzamentosSe estivesse proacuteximo do presidente Guebuza queconselhos dariaNatildeo sou conselheiro e nada posso comentar

Acha que o projecto de justiccedila social ainda estaacute pre-sente na Frelimo tendo em conta as gritantes assime-

trias econoacutemicas vigentes no paiacutesNatildeo A Frelimo de hoje tem caracteriacutesticas muito dife-rentes da Frelimo do tempo de Mondlane e SamoraHoje no papel falamos de justiccedila social igualdade masna praacutetica o que estaacute a acontecer eacute que os pobres estatildeoficar mais pobres e a minoria rica estaacute a ficar cada vezmais ricaMarcelino dos Santos disse numa das suas interven-ccedilotildees no ano passado que esta Frelimo natildeo respondiaaos ideias da sua criaccedilatildeo pelo que natildeo sabia se votarianela em 2014 Qual eacute o posicionamento de Jorge Re-

beloEstou decepcionado com a Frelimo actual mas nestemomento natildeo vejo alternativas Portanto votar pelaqueda da Frelimo sem essa alternativa significa conde-nar o paiacutes ao caos Neste momento apesar de todos osdefeitos que tem a Frelimo actual ainda eacute o uacutenico par-tido que pode garantir o miacutenimo de estabilidade e o de-

senvolvimento embora esse desenvolvimento beneficieapenas uma pequena camadaNatildeo estou a ver a Renamo como alternativa O MDMainda estaacute na fase embrionaacuteria e natildeo pode aparecer adirigir o paiacutes Natildeo conheccedilo os princiacutepios ideoloacutegicos doMDM mas de qualquer forma tem que se afirmarComo eacute que olha o facto de a Frelimo natildeo ter aindaeleito o candidato para as proacuteximas eleiccedilotildees presiden-ciais uma vez que nos processos anteriores tinha c an-didato com maior antecedecircnciaIsto eacute uma preocupaccedilatildeo de muitos de noacutes porque quan-do foi do tempo do presidente Guebuza ele comeccediloua campanha dois anos antes porque tinha que se fazerconhecer nas bases Natildeo eacute em trecircs meses ou seis mesesque um candidato pode percorrer o paiacutes todo e dizer eusou candidato e votem em mim O pais eacute grande Porisso que natildeo compreendo como eacute que haacute este atraso naindicaccedilatildeo do sucessor do presidente GuebuzaA demora natildeo eacute beneacutefica para a Frelimo porque comodisse antes o presidente Guebuza teve dois anos parafazer campanha e isso ajudou que ganhasse as eleiccedilotildeesNatildeo compreendo a razatildeo dessa demora e natildeo creio quehaja algueacutem que compreenda porque jaacute eacute tempo Talvezos chefes saibamQual eacute que seria o candidato ideal da Frelimo para aseleiccedilotildees de 2014Natildeo tenho perfil do candidato da Frelimo Olhando aminha volta natildeo vejo o candidatoUmas da coisas que sempre caracterizaram o partidoFrelimo eacute que sempre reuniu os seus oacutergatildeos centraisduas a trecircs vezes por ano Estranhamente esse habitonatildeo se estaacute a repetir este ano Desde que a Frelimosaiu do congresso soacute se reuniu vez uma em sede deComiteacute Central O que isso signi1047297caPodiacuteamos dizer que natildeo haacute necessidade de reuniotildees dos

oacutergatildeos do partido (Comiteacute Central e reuniatildeo nacionalde Quadros) porque hoje jaacute haacute um pensamento comum Todos pensam da mesma maneira Para quecirc fazer re-uniotildees de quadros gastar-se dinheiro e tempo enquantopensa-se da mesma maneira e jaacute se sabe o que pensamNatildeo vale a pena continuar com essas reuniotildees porque

jaacute sabemos o que se vai decidir Todos tecircm o mesmocaminho a seguirSe a Frelimo eacute um partido apologista de diversidadede ideias porque eacute assim que cresce Eacute atraveacutes da criacuteti-ca e auto-criacutetica que se constroacutei um partido forteEsqueccedila essas coisas de criacuteticas auto-criticas eacute umacoisa do passado A Frelimo de hoje natildeo aceita a criacuteticae muito menos fazer auto-criacutetica

ldquo O nosso chefe foment a lambeboti smordquo

Para Rebelo a Frelimo de hoje tem caracteriacutesticas muito diferentes da Frelimo dotempo de Mondlane e Samora

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TEM A DA SEM ANA4 Savana 18-10-2013

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TEM A DA SEM ANA 5Savana 18-10-2013 TEM A DA SEM ANA

O sorteio dos concorrentes agraveseleiccedilotildees autaacuterquicas do proacute- ximo dia 20 de Novembrocolocou o partido Frelimo na

primeira posiccedilatildeo nos boletins de votoAssim nas 53 autarquias onde vai de-correr o pleito o partido Frelimo e o seucandidato agrave presidecircncia do municiacutepioapareceratildeo em primeiro lugar

Curiosamente o mesmo sorteio co-locou o Movimento Democraacutetico deMoccedilambique (MDM) em segundolugar O MDM eacute o segundo partidomais importante nestas eleiccedilotildees tendoem conta que a Renamo actual maiorpartido da oposiccedilatildeo diz que iraacute boico-tar o pleito em protesto contra a actuallegislaccedilatildeo eleitoral

O movimento Juntos Pela Cidade(JPC) que apoia a candidatura de Is-mael Mussaacute na cidade de Maputo apa-rece no boletim de voto em oitavo lugarNo total satildeo 18 partidos e movimentosciacutevicos que vatildeo disputar as quintas elei-ccedilotildees autaacuterquicasPara aleacutem da Frelimo e MDM o sor-teio definiu em terceira posiccedilatildeo Asso-

ciaccedilatildeo de Jovens Teacutecnicos Portadoresde Deficiecircncia de Moccedilambique (CIN-FORTEacuteCNICA) que vatildeo concorrer nacidade de Maputo Na quarta posiccedilatildeoestaraacute o Partido Ecologista que concor-re pelos municiacutepios de Maputo e Ma-tola A Alianccedila Independente de Mo-ccedilambique (ALIMO) e o partido Verdesde Moccedilambique (PVM) avanccedilam pe-

los municiacutepios da Matola e Maputo o

Partido Trabalhista (PT) que concorreapenas na capital do paiacutes Partido paraa Paz Democracia e Desenvolvimento(PDD) nas cidades de Nampula Mi-lange Marromeu Matola e MaputoPartido de Reconciliaccedilatildeo Nacional(PARENA) que concorre pelos muni-ciacutepios de Quelimane Beira Matola eMaputo Associaccedilatildeo dos Naturais daManhiccedila (NATURMA) que vai pela vila da Manhiccedila Associaccedilatildeo Artesa-nal Uiupi-Pemba Cabo Delgado queconcorre em Chiuacutere Partido Huma-nitaacuterio de Moccedilambique (PAHUMO)em Pemba Montepuez e NampulaPartido do Progresso Liberal de Mo-ccedilambique (PPLM) em Boane Matolae Maputo Associaccedilatildeo dos Transporta-dores de Gaza (ASTROGAZA) que

concorre pela autarquia da Macia As-sociaccedilatildeo para Educaccedilatildeo Moral Ciacutevicana Exploraccedilatildeo de Recursos Naturais(ASSEMONA) que vai pelas cidadesde Nampula Monapo e Ribaacuteuegrave Par-tido Independente de Moccedilambique(PIMO) em Gocircndola e em deacutecimo oi-tavo lugar foi sorteado o Partido para oDesenvolvimento (MPD) que concorreapenas por Montepuez e Gurueacute

Concorrentes satisfeitosA Frelimo e o MDM principais parti-dos moccedilambicanos se fizeram presen-tes ao sorteioA Frelimo foi representada por SeacutergioPantie membro da Comissatildeo Poliacuteticaque referiu que o posicionamento eacute si-

nal de satisfaccedilatildeo porque daacute visibilidadeno boletim de votoSegundo Pantie o desejo dos membrosda Frelimo eacute que no dia da votaccedilatildeo e noapuramento dos resultados o partido eos seus candidatos estejam em primeirolugarDisse que neste momento estaacute a ser fei-to todo o trabalho no sentido de garan-tir vitoacuteria nos 53 municiacutepiosQuestionado se o actual cenaacuterio poliacuteti-co militar natildeo poderaacute prejudicar as elei-ccedilotildees Seacutergio Pantie referiu que o maisimportante eacute que os moccedilambicanosquerem que as eleiccedilotildees decorram numambiente de paz tranquilidade e quesejam eleiccedilotildees livres e transparentesldquoPor isso apelamos agrave Renamo para eli-minar e acabar com o discurso belicista

com a tendecircncia de querer intimidar apopulaccedilatildeo moccedilambicanardquo apelouPor sua vez Joseacute de Sousa porta-vozdo MDM sublinhou que o sorteio queditou o segundo lugar foi transparenteNo entender do representante doMDM o mais importante eacute o trabalhoque deve ser feito no terreno com vistaa convencer o eleitorado para que possaacreditar naquilo que eacute o projecto dopartidoldquoEstar em segundo em quarto ou deacuteci-mo natildeo eacute tatildeo importante que o trabalhoque deve ser feito porque o galo eacute galoem todas as posiccedilotildees O que eacute precisoeacute um trabalho de conscielizaccedilatildeo e deexplicaccedilatildeo para que o eleitorado enten-da qual eacute o siacutembolo do MDMrdquo disseacrescentando que o MDM quer que

estas eleiccedilotildees ocorram num ambientede paz e estaacute convencido que o Estadomoccedilambicano tudo faraacute para que istoaconteccedilaDiz que a meta do MDM eacute consolidara governaccedilatildeo nos dois municiacutepios quecontrola neste momento e conquistaroutras autarquias Joatildeo Massango do partido Ecologistaentende que se a tensatildeo poliacutetica preva-lecer pode manchar o processo eleitoralmas cabe ao Estado garantir a manu-tenccedilatildeo da seguranccedila e estabilidade paraa realizaccedilatildeo das eleiccedilotildeesDiz que garante muitas surpresas nospontos onde vai concorrer

Sort eio coloca Frelimo em primeiro lugarbull Concorrentes agraves eleiccedilotildees autaacuterquicas jaacute conhecem suas posiccedilotildees nos boletin s de voto

Por Raul Senda

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6 Savana 18-10-2013SOCIEDADE

M

occedilambique voltou aregistar uma ligeiramelhoria na categoria

de DesenvolvimentoHumano do Iacutendice Mo Ibrahimdepois da queda registada no anopassado indicam os resultados di-

vulgados nesta segunda-feiraSegundo aquele iacutendice na escala de0 a 100 Moccedilambique obteve uma

pontuaccedilatildeo de 505 igualando a 36ordfposiccedilatildeo global atingida em 2011que continua a ser o melhor resul-

tado desde que a classificaccedilatildeo noMo Ibrahim criada em 2000De acordo com os resultados con-tidos no relatoacuterio deste ano numaavaliaccedilatildeo geral que comporta ascategorias de legislaccedilatildeo e seguran-ccedila participaccedilatildeo e direitos humanos

oportunidades econoacutemicas susten-taacuteveis e desenvolvimento humanoMoccedilambique classificou-se na 20ordf

posiccedilatildeo com 548 pontos o que re-presenta uma subida posicional deum degrau mas que em termos depontuaccedilatildeo a situaccedilatildeo mostra umaperda de um ponto comparativa-mente ao ano passadoNuma anaacutelise por categoriais Mo-

ccedilambique mostra grandes desem-penhos ao niacutevel da sub-categoria deSeguranccedila Pessoal cuja pontuaccedilatildeo

aponta para 85 Direitos Humanose Participaccedilatildeo com 603 o que re-presenta uma ligeira subida com-parativamente ao iacutendice anteriorcontudo ainda aqueacutem do maiorniacutevel de sempre atingido no ano2000 que foram 646 pontos

Liacutederes voltam a falt arPelo segundo ano consecutivo equarta vez na sua histoacuteria o Preacute-

mio Mo Ibrahim voltou a natildeo ter vencedor Segundo os resultadosdivulgados pelo juacuteri os USD 5milhotildees que correspondem ao va-lor monetaacuterio do preacutemio voltam aficar nos cofres pelo facto de natildeoter sido encontrado entre os liacutede-res africanos em exerciacutecio nenhumque corresponda aos criteacuterios defi-nidos nomeadamente a excelecircnciagovernativaldquoDepois de uma consideraccedilatildeo cui-dadosa o comiteacute determinou queo preacutemio de excelecircncia na lideran-ccedila natildeo vai ser atribuiacutedordquo disse oantigo Secretaacuterio Geral da Uniatildeo

Africana e ex-Primeiro Ministroda Tanzacircnia Salim Ahmed Salimpresidente do comiteacute do preacutemioMo Ibrahim em comunicado deimprensaCriado em 2007 para laurear liacutede-res africanos que tenham contri-buiacutedo para o desenvolvimento dosrespectivos paiacuteses ao niacutevel de com-bate agrave pobreza desenvolvimentosustentaacutevel e uma prosperidadeequilibrada apenas por trecircs vezes opreacutemio foi atribuiacutedoNo primeiro ano da sua institui-ccedilatildeo o vencedor foi o antigo Chefede Estado moccedilambicano JoaquimChissano seguido do seu antigohomoacutelogo Tswana Festus Mogaeem 2008Nos dois anos seguintes o preacutemio

voltou a natildeo sair ateacute que o juacuteri des-cobriu o Cabo verdiano Pedro Pi-res em 2011 ateacute aqui o uacuteltimo anode premiaccedilatildeo

(Redacccedilatildeo)

A Associaccedilatildeo de LutaContra o Cancro

(ALCC) em parceriacom a Direcccedilatildeo deSauacutede da Cidade de Maputopromove este saacutebado no Hos-pital Geral de Chamanculo emMaputo uma feira de sauacutede noacircmbito da campanha de sensi-bilizaccedilatildeo sobre as diversas for-mas de cancroO evento aberto ao puacuteblico vaiconsistir em diversas activida-des nomeadamente o rastreiodo cancro da mama divulgaccedilatildeode informaccedilatildeo sobre os diferen-tes tipos de cancro bem comoa sua prevenccedilatildeo doaccedilatildeo de san-gue ginaacutestica mediccedilatildeo de ten-satildeo arterial e avaliaccedilatildeo do iacutendice

de massa corporalPara aleacutem do rastreio do cancroda mama que inclui o examemeacutedico e orientaccedilatildeo se ne-cessaacuterio para outros niacuteveis deatendimento seraacute igualmentepromovido aconselhamento efornecida informaccedilatildeo a respei-to do cancro da proacutestata queafecta os homens a partir dos40 anos de idade e que se natildeofor detectado a tempo podeocasionar graves complicaccedilotildeesde sauacutede

Segundo o relatoacuterio de 201 3

M occedilambique com f raca evoluccedilatildeo no iacutendice M o Ibrahim

ALCC promovefeira de sauacutede

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7Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

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8 Savana 18-10-2013SOCIEDADE

A cantora Neyma foi a gran-de vencedora da V ediccedilatildeodo BCI Mozambique

Music Awards ao vencerquatro estatuetas nas categoriasldquoMelhor Muacutesica Ligeirardquo ldquoMuacutesicamais Popularrdquo Artista mais Popu-larrdquo ldquoMelhor Artista Femininordquocom a muacutesica ldquoComo Anima aMarrabentardquo numa cerimoacutenia queteve lugar na noite de sexta-feirana Fortaleza de Maputo O eventodecorreu na sexta-feira 11 de Ou-tubro e teve lugar na Fortaleza deMaputoO que tem vindo a indignar algu-mas sensibilidades eacute o facto de amuacutesica com a qual a cantora Ney-ma Alfredo concorreu nesta ediccedilatildeo

eacute um spot publicitaacuterio de um bancoo BCI que eacute o principal patrocina-dor do referido evento que visa a

valorizaccedilatildeo da muacutesica nacional Asituaccedilatildeo estaacute a criar um desconfortopor parte de algumas sensibilidadesda sociedade moccedilambicana queconsideram que o facto tira a cre-dibilidade ao programa transpare-cendo que a muacutesica venceu o maiornuacutemero de preacutemios pelo motivo deter alguma relaccedilatildeo com o banco pa-trocinador do programaNas palavras de Christine Rameladirectora Comercial da DDB Mo-ccedilambique ldquoO valor do BCI MMA

natildeo estaacute nos preacutemios mas na parti-cipaccedilatildeo no trabalho e na divulga-ccedilatildeo da muacutesica moccedilambicana feitapor todos os artistasrdquo Entretantopara Rui Ilheacuteu director de Marke-ting do BCI ldquoeste eacute um projectomuito interessante apoiar a muacutesicaldquodaquirdquo eacute uma honra e sentimo-nosmais uma vez privilegiados por fa-

M M A quest ionadoPor Abdul Sulemane

zer parte deste grande projectordquoNo entanto na categoria de ldquoMe-lhor Pandzardquo o preacutemio foi paraMr Cuca enquanto que o galardatildeode ldquoMelhor Viacutedeordquo foi entregue aGabriela A estatueta de ldquoMelhorDance Musicrdquo foi atribuiacuteda a DJFaya com o tema ldquoBondorordquoA artista Gabriela ganhou tambeacutemo preacutemio de ldquoMelhor Muacutesica RampB

Soulrdquo enquanto que Tacircnia Tomeacute venceu a categoria ldquoMelhor MuacutesicaAfrordquo e a cantora de zouk Mimatildeeconquistou o preacutemio de ldquoMelhorMuacutesica Tropicalrdquo tendo ficado DJFaya com o tiacutetulo de ldquoMelhor Ar-tista MasculinordquoO preacutemio de ldquoAacutelbum mais Vendi-dordquo foi para Stewart Sukuma Nas

categorias reservadas a raacutedio e te-levisatildeo ou seja Melhor Animadorde Programas de raacutedio e televisatildeoHeacutelder Leonel da Raacutedio Cidadee Gabriel Juacutenior da Televisatildeo deMoccedilambique (TVM) foram os

vencedores da noiteEntretanto a cerimoacutenia serviutambeacutem para homenagear o muacute-sico Hortecircncio Langa atraveacutes da

atribuiccedilatildeo do ldquoPreacutemio Carreirardquopelos mais de 40 anos de vida ar-tiacutestica O evento contou ainda coma actuaccedilatildeo de alguns muacutesicos quetornaram a noite ainda mais diver-tida como satildeo os casos da Damado Bling e suas bailarinas G-ProHernacircni entre outros

A premiaccedilatildeo potildee em duacutevida a cred ibilidad e do pr ograma pelo f acto de a muacutesica

ser um spot pu blicitaacuterio do BCI

Alice Munro eacute uma escri-tora canadiana de contosconsiderada uma das prin-cipais escritoras da actuali-

dade em liacutengua inglesa Eacute a grande vencedora do Preacutemio Nobel da Li-teratura 2013 anunciado em Esto-colmo no aniversaacuterio da morte doindustrial e filantropo sueco AlfredNobel que o instituiuAlice Munro nasceu em WinghamOntaacuterio em Julho de 1931 Viveuprimeiro numa quinta a oeste des-sa zona numa eacutepoca de depressatildeoeconoacutemica Munro reconheceu ainfluecircncia na sua obra de grandesescritoras como Katherine AnnePorter Flannery OrsquoConnor CarsonMcCullers ou Eudora Welty bemcomo de James Agee e especial-mente William Maxwell Os seusrelatos centram-se nas relaccedilotildees hu-manas analisadas atraveacutes da lenteda vida quotidiana Por isso e pelasua qualidade tem sido chamada ldquoaChekov do CanadaacuterdquoFoi por trecircs vezes vencedora dopreacutemio de ficccedilatildeo literaacuteria laquoGover-nor Generalrsquos Literary Awardsraquo doseu paiacutes Em 1998 Alice Munrofoi premiada pelo National Book

13ordf mulher Nobel de Lit eratura

bull Alice Munr o vencedor a do Preacutemio Nobel da Litera tura 2013 jaacute pensa

em parar na literatura

Critics Circle dos Estados Unidospela obra ldquoO amor de uma mulhergenerosardquo O galardatildeo no valor deoito milhotildees de coroas suecas (925mil euros) foi anunciado pelo se-cretaacuterio da Academia de CiecircnciasSueca no histoacuterico edifiacutecio da Bol-sa na baixa de EstocolmoNos uacuteltimos 10 anos o Nobel daLiteratura distinguiu nomes comoo chinecircs Mo Yan (2012) o sueco

Tomas Transtroumlmer (2011) o pe-ruano Mario Vargas Llosa (2010)a alematilde de origem romena HertaMuumlller (2009) o francecircs Jean--Marie Gustave Le Cleacutezio (2008)

a britacircnica Doris Lessing (2007)o turco Orhan Pamuk (2006) o

britacircnico Harold Pinter (2005) aaustriacuteaca Elfriede Jelinek (2004) eo sul-af ricano JM Coetzee (2003)A liacutengua portuguesa foi laurea-da uma uacutenica vez em 1998 coma atribuiccedilatildeo do preacutemio ao escri-tor Joseacute Saramago justificada pelaAcademia sueca com o facto deele ldquocom paraacutebolas sustentadas emimaginaccedilatildeo compaixatildeo e ironiapermitir mais uma vez apreenderuma realidade evasivardquo AS

I l e c

V i l a n c u l o

Os muacutesicos moccedilambi-canos Timoacuteteo Cuche(saxofonista) e JoatildeoCabral (guitarrista)

encontram-se desde a segun-da-feira dia 08 de Outubrona cidade da Bahia Brasil parauma seacuterie de actividades inse-ridas no projecto MarrasambaOs muacutesicos nacionais seratildeoacompanhados por muacutesicos doBrasil Seacutergio Castanheira no

Trombone Alexandre Mon-tenegro na viola baixo UiraacuteCairo na bateria e MauriacutecioMuntildeoz na percussatildeo

O Marrasamba eacute um projectode intercacircmbio cultural en-tre Brasil e Mocambique quepropotildee a troca de experiecircnciase a mistura entre dois gecircnerosmusicais a Marrabenta mo-ccedilambicana e o Samba brasileirocom o objectivo da divulgaccedilatildeodestes geacuteneros atraveacutes de con-certos musicais e do ensino eminstituiccedilotildees de ensino nos doispaiacuteses e natildeo soacuteO projecto Marrasamba surgiu

a partir de um intercacircmbio cul-tural que levou o trombonistae baixista carioca Seacutergio Cas-tanheira para a cidade de Ma-puto onde conheceu os muacutesi-cos e professores da Escola deComunicaccedilatildeo e Artes da Uni-

versidade Eduardo Mondlane Timoacuteteo Cuche (saxofonista) e Joatildeo Cabral (guitarrista)O projecto foi lanccedilado emMocambique no dia 07 de Se-tembro data das celebraccedilotildees daIndependecirccia do Brasil dentroda programaccedilatildeo da semanacultural Brasil-Mocambiqueorganizada pela Banda TP50No Brasil Joatildeo Cabral e Timoacute-teo Cuche iratildeo orientar oficinasde muacutesica moccedilambicana e par-ticipar em debates sobre muacutesi-ca Africana e educaccedilatildeo musicalO repertoacuterio do show Marra-samba eacute composto de marra-bentas e sambas tradicionaiscom arranjos que misturam asriacutetmicas de cada geacutenero aleacutemde composiccedilotildees originais cria-das pelo grupo jaacute no universodessas experimentaccedilotildees

M uacutesicos nacionaisno Braacutesil

O

Instituto Superior de Ar-tes e Cultura (ISArC) noacircmbito do desenvolvimen-to do processo de ensino e

aprendizagem e produccedilatildeo cientiacutefi-ca realiza nos dias 17 e 18 de Ou-tubro do ano em curso (quinta-feirae sexta-feira) a II Ediccedilatildeo de Jorna-das Cientiacuteficas cujas sessotildees teratildeolugar nas instalaccedilotildees do ISArC apartir das 9H00 agraves 16h00 sob lemaldquoo Papel das Induacutestrias Culturaisna Valorizaccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Artee Cultura Moccedilambicanasrdquo Comeste mote pretende-se que a comu-nidade acadeacutemica e natildeo soacute discutae reflicta sobre como as induacutestrias

II ediccedilatildeo de JornadasCient iacutef icas do ISArC

culturais podem impulsionar a valorizaccedilatildeo das artes e cultura noPaiacutes A participaccedilatildeo nestas jorna-das natildeo se restringe aos estudantese docentes do ISArC mas a todosos interessados pelas artes e culturaque o poderatildeo fazer atraveacutes de umartigo uma instalaccedilatildeo exposiccedilatildeo

workshop ou mesa redondaPara esta ediccedilatildeo de jornadas cientiacute-ficas estatildeo previstos para apresenta-ccedilatildeo e discussatildeo temas de seguintesaacutereas Arte Cultura e EconomiaArte Cultura e educaccedilatildeo Cinemae Economia Patrimoacutenio Cultural esua Comodificaccedilatildeo e Arte Culturae Turismo AS

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9Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

O Congresso de Pem-ba e o fim do Poliacuteti-co em MoccedilambiqueQuando o Embaixador

espanhol no dia seguinte ao despe-dimento por parte do grupo privadoSOICO do chefe da informaccedilatildeo Je-remias Langa de visita agraves instalaccedilotildeesdo mesmo grupo elogia Moccedilambi-que como um paiacutes em que dominao pluralismo e a liberdade de infor-maccedilatildeo ficou claro que a luta pelo re-torno duma democracia mais efectivae menos autoritaacuteria tem que ser de-sempenhada apenas ao niacutevel internosem contar com a contribuiccedilatildeo dossupostos doadores e da comunidadeinternacional

O episoacutedio apenas referido repre-senta o uacuteltimo de uma seacuterie queestaacute abalando o mundo poliacutetico ede reflexo a comunicaccedilatildeo social emMoccedilambique Esta aceleraccedilatildeo co-meccedilou com o Congresso de Pembapor parte da Frelimo em Setembroe desaguou numa mudanccedila que jaacutenatildeo diz respeito apenas ao partidono poder mas sim a toda a socie-dade moccedilambicana Ela pode serresumida com a seguinte expres-satildeo passou-se duma concepccedilatildeo dopoder ldquodiluiacutedordquo (ou seja nas matildeosdas vaacuterias alas da Frelimo) a umade poder ldquoconcentradordquo (ou sejanas matildeos do actual Presidente daRepuacuteblica Armando Emiacutelio Gue-buza e da restrita elite a ele fiel)No Congresso de Pemba Gue-buza conseguiu afastar todos osseus supostos opositores internosempurrando as organizaccedilotildees demassa controladas pela Frelimodo seu lado Daquela que reuacuteneos jovens (OJM) aquela das mu-lheres (OMM) aos Antigos Com-batentes Personagens relevantestais como Luiacutesa Diogo e ManuelTomeacute foram afastados do Comi-teacute Poliacutetico do partido assim comoministros de peso a partir do an-tigo primeiro Aires Ali passandopor muitos outros e por uacuteltimopelo Ministro dos TransportesZucula caiacuteram estrondosamente erepentinamente sem uma explica-ccedilatildeo poliacutetica claraO caso mais recente relativo aoministro Paulo Zucula faltandoapenas poucos meses ao fim domandato de Guebuza (as eleiccedilotildeesgerais satildeo previstas para 2014) eacuteum dos mais obscuros A imprensanatildeo tem abordado a questatildeo me-diante uma leitura poliacutetica masprocurando explicaccedilotildees bastantecomplicadas e dedutivas inerentesaos interesses em jogo e agraves eventu-ais ldquotraiccedilotildeesrdquo do Ministro nalgunsnegoacutecios em que estaria envolvi-do o Presidente da Repuacuteblica Naediccedilatildeo do dia 20 de Setembro osemanaacuterio ldquoSavanardquo assim faz a suamanchete ldquoGuebuza refresca Zu-culardquo No interior do jornal realccedila--se que o despedimento foi comoaconteceu com os outros ministros

A nova sit uaccedilatildeo poliacutet ica de M occedilambique e osseus reexos sobre a liberdade de imprensaPor Luca Bussott i

que tiveram a mesma sorte repen-tino e sem nenhuma explicaccedilatildeomas tenta-se avanccedilar hipoacutetesesA mais acreditada tem a ver comum contrato milionaacuterio o relativo

ao corredor de Mucuze necessaacute-rio para implantar uma ferrovia de525 km de Mutarara (Tete) ateacute agravecidade da Beira com o objectivo deescoar o carvatildeo que estaacute a ser ex-traiacutedo no oeste de Moccedilambique OConselho dos Ministros teria op-tado por uma adjudicaccedilatildeo directado projecto (que vale cerca de 31mil milhotildees de USD) a um consoacuter-cio indo-moccedilambicano que incluia principal sociedade controladapela Frelimo a SPI e a que Zucu-la teria-se oposto Por outro ladoo semanaacuterio ldquoExpressordquo reportano dia 17 de Setembro que houve

demasiada ldquoambiccedilatildeordquo e ao mesmotempo ldquotraiccedilatildeordquo de Zucula relativa-mente agrave figura do Presidente Gue-buza Fontes anoacutenimas citadas poreste jornal destacam que Zuculanatildeo foi dispensado por incompe-tecircncia mas sim porque ldquometeu acolher na panela controlada peloseu chefe neste caso o Presidenteda Repuacuteblicardquo

Tais leituras dizem o seguinte porum lado as disputas internas aopartido no poder tecircm uma com-ponente poliacutetica irrelevante Poroutro tudo se joga em volta de ne-goacutecios bilionaacuterios dos quais a no-

menclatura pretende ter o mono-poacutelio de acordo com a hierarquiaocupada na FrelimoIsso deixa vislumbrar qual foi a

verdadeira natureza do Congressode Pemba pouco falou-se de po-liacutetica mas muito de quem devia epodia dominar os processos eco-noacutemicos no paiacutes para os proacuteximosanos E natildeo resta duacutevidas de queo vencedor foi o actual Presiden-te Guebuza Acima de tudo porele ter conseguido o domiacutenio dopartido tendo sido reeleito Presi-

dente para os proacuteximos cinco anosMas sobretudo por ter elimina-do natildeo apenas os seus adversaacuteriosinternos mas a proacutepria poliacuteticado horizonte da Frelimo Assim

sendo as vozes discordantes tam-beacutem foram caladas passando detal forma dum modelo de laquodemo-cracia autoritaacuteriaraquo a um de laquoauto-ritarismo democraacuteticoraquo em queos mecanismos eleitorais internosagrave Frelimo assim como gerais natildeopassam dum mero formalismoO facto de o actual Presidente daCNE (Comissatildeo Nacional dasEleiccedilotildees) ter sido proposto natildeo porum dos sujeitos indicados pela leipertencentes agrave sociedade civil massim por um indiviacuteduo singular (oantigo Presidente de mesmo oacutergatildeoe antigo Reitor da Universidade

Eduardo Mondlane Brazatildeo Ma-zula) demonstra a inconsistecircnciado aparato legislativo moccedilambica-no nesta fase extremamente criacuteticae delicada que o paiacutes estaacute atraves-sando No entretanto a comunida-de internacional finge de natildeo vercom o uacutenico objectivo de protegeros enormes interesses no carvatildeo nogaacutes e talvez no petroacuteleo que quasetodos os grandes investidores tecircmem Moccedilambique

O silenciament o da comuni-caccedilatildeo socialUma das grandes marcas na his-toacuteria recente de Moccedilambique temsido a vivacidade da comunicaccedilatildeosocial Existem hoje uma dezenade jornais independentes emisso-ras televisivas e radiofoacutenicas tam-beacutem autoacutenomas raacutedios comuni-taacuterias espalhadas por todo o paiacutesEntretanto a situaccedilatildeo efectiva daliberdade de imprensa piorou bas-tante nos uacuteltimos dois anos e no-meadamente a seguir ao Congressode Pemba da FrelimoA estrateacutegia usada tem sido dedupla natureza por um lado ocontrolo directo da comunicaccedilatildeo

social puacuteblica ou seja do diaacuterioldquoNotiacuteciasrdquo do semanaacuterio ldquoDomin-gordquo da emissora televisiva maisantiga e difusa do paiacutes a TVM eda proacutepria Raacutedio Moccedilambique

Por outro o controlo indirecto dacomunicaccedilatildeo social independen-te com vaacuterios meios aquisiccedilatildeopor parte de sociedades anoacutenimasmas controladas pela Frelimo dasquotas de maioria desses jornais(como eacute o caso do semanaacuterio ldquoPuacute-blicordquo) infiltrar pseudo-colunistasnesses oacutergatildeos (cuja lista foi recen-temente publicada pelo ldquoSavanardquo)para diluir o seu potencial criacuteticocortar os anuacutencios das sociedadespuacuteblicas tais como EDM MCELe outras de maneira a reduzir ascapacidades financeiras da impren-sa privada e obrigaacute-la a tornar-se

mais ldquoobedienterdquo ou a fechar de vezMas o niacutevel maacuteximo de ingerecircnciado poder poliacutetico nos assuntos re-lativos agrave comunicaccedilatildeo social priva-da eacute o caso Jeremias Langa e nogeral da SOICO TV Apesar daspressotildees e ateacute ameaccedilas recebidasa Redacccedilatildeo da STV decidiu fazeruma cobertura cabal das duas ma-nifestaccedilotildees violentas que agitarama capital moccedilambicana Mapu-to no dia 5 de Fevereiro de 2008e nos dias 1 e 2 de Setembro de2010 Em particular neste uacuteltimocaso Jeremias Langa na entrevistado dia 19 de Setembro deste anoresistiu agraves pressotildees provenientesdirectamente do partido Frelimo efoi a frente com o programa cujaemissatildeo durou cerca de oito horase graccedilas ao qual todo o paiacutes ficoua par daquilo que estava aconte-cendo nas ruas de Maputo A se-guir ao episoacutedio o grupo SOICOdeixou de receber a publicidadedas sociedades puacuteblicas (como vecirc--se claramente analisando o jornalldquoO Paiacutesrdquo dos uacuteltimos dois anos) ede ser convidado para participarnas ldquoPresidecircncias Abertasrdquo onde oChefe de Estado vai visitar e fazer

auscultaccedilatildeo dos problemas dos seusconcidadatildeos nas vaacuterias proviacutenciasdo paiacutesEm Junho deste ano todavia ogrupo SOICO eacute readmitido agravesPresidecircncias Abertas mas o jor-nalista que devia acompanhar estaactividade presidencial tinha sidoescolhido pela proacutepria equipa doPresidente e natildeo pelo director dainformaccedilatildeo Aleacutem disso JeremiasLanga teve momentos de fortescontrastes com o PCA do gru-po pois a linha editorial estava ater um rumo diferente sugeria-seque a postura criacutetica adoptada ateacuteentatildeo (e que tinha credibilizado o

jornalismo quer da STV quer do jornal ldquoO Paiacutesrdquo) tivesse de sofrersignificativas alteraccedilotildees em proldum relacionamento menos con-flituoso com o poder poliacutetico Umatal opccedilatildeo que negava de facto 11anos de jornalismo comprometidoe investigativo levou a fazer comque Jeremias Langa depois doseu adjunto Joseacute Belmiro tivesseque deixar o cargo que ocupavaembora com a garantia de podercontinuar com dois programastelevisivos de grande audiecircncia eimpacto em total autonomia Umcompromisso que apenas atenuouo sentido das medidas tomadase que aproxima inevitavelmenteo grupo SOICO agrave nomenclaturamoccedilambicana Como demonstrao facto de os anuacutencios das empre-sas puacuteblicas no jorna ldquoO Paiacutesrdquo estarpaulatinamente de voltaNo que diz respeito agrave imprensa puacute-blica os jogos foram ainda mais faacute-ceis As estrateacutegias adoptadas tam-beacutem foram diferentes mas todas

visando o mesmo objectivo pararcom as criacuteticas como claramentemanifestou o proacuteprio PresidenteGuebuza em vaacuterias circunstacircnciasinclusive no recente Congresso daOJM (ver ldquoDomingordquo 15 de Se-tembro de 2013)Primeiros sinais de que a comu-nicaccedilatildeo puacuteblica devia estar com-pletamente amordaccedilada por partedo regime deram-se jaacute no prin-ciacutepio de 2011 O mais destacado

jornalista da TVM Elio Jonasseque costumava ler o noticiaacuterio danoite e conduzia vaacuterios programasde opiniatildeo por causa da sua postu-ra frontal e profissional para comrepresentantes do Governo foiobrigado a deixar a profissatildeo jorna-liacutestica trabalhando actualmente noBanco de Moccedilambique O climana TVM tornou-se gradualmenteinsuportaacutevel Jornalistas por mimentrevistados no mecircs de Setembroe que aceitaram falar sob anonima-to declararam que a TVM natildeo tempassado nos uacuteltimos meses (apro-

ximadamente apoacutes o Congresso dePemba) de mera emissora propa-gandiacutestica do partido no poder enomeadamente da figura do Chefede Estado Notiacutecias ou reporta-gens por eles feitas satildeo geralmente

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10 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

censuradas ou totalmente ignora-das pelos dirigentes da emissoraprincipalmente quando se tratade abordar assuntos inerentes aomaior partido de oposiccedilatildeo a Re-namo Uma entrevista de cerca deduas horas com Dhlakama o liacutederda Renamo foi censurada e nuncachegou a ser transmitidaEste elevado niacutevel de frustraccedilatildeodesagua por vezes na entrega danotiacutecia aos colegas da comunica-ccedilatildeo social privada os quais tecircm apossibilidade de publicar aquiloque os oacutergatildeos controlados peloEstado natildeo conseguem tornarpuacuteblico Esta praacutetica foi confir-mada mediante entrevistas feitasem Maputo junto a jornalistas dacomunicaccedilatildeo social puacuteblica assimcomo independente tendo os doiscomo o uacutenico objectivo a procurada verdade e a tentativa de pautarpelo profissionalismo cuja praacuteticatornou-se impossiacutevel nos oacutergatildeoscontrolados pelo Estado Esta for-ma de resistecircncia a um poder quetende a fechar qualquer espaccedilo dediscussatildeo eacute a uacuteltima que a classedos profissionais da comunicaccedilatildeoespontaneamente encontrou paraconseguir informar os seus con-cidadatildeos daquilo que se passa nomundo poliacutetico e econoacutemico localO jornal ldquoNotiacuteciasrdquo teve a mesmasorte que a TVM O seu antigo di-rector Rogeacuterio Sitoe foi dispensa-do em Junho deste ano depois deter assumido as funccedilotildees em 2003

substituindo Bernardo Mavangaactual Assessor juriacutedico do jornalEste acto foi uma clara conse-quecircncia da nova linha do ldquopoderconcentradordquo ao inveacutes que ldquodiluiacutedordquopautada pela Presidecircncia Comotentou explicar Sitoe numa entre-

vista que nos concedeu no dia 19de Setembro deste ano em Mapu-to a sua aposta sempre foi de fazerum jornalismo com um pouco depropaganda ao passo que agoraestaacute acontecendo exactamente ocontraacuterio Apoacutes a sua saiacuteda da di-recccedilatildeo este diaacuterio eliminou qual-quer sentido criacutetico tatildeo que duran-te as primeiras 16 ediccedilotildees do ldquonovocursordquo a manchete sempre trazia afoto do Presidente Guebuza Estehaacutebito continua ateacute hoje descre-dibilizando ainda mais um jornalque com Sitoe tentou pelo menosmanter alguns espaccedilos de liberda-de por exemplo mediante ruacutebricastais como a das ldquoconjecturasrdquo ascartas dos leitores ou os proacuteprioseditoriais do directorVale a pena recordar a este propoacute-sito os dois editoriais escritos porSitoe ao longo do Congresso dePemba e que certamente chama-ram a atenccedilatildeo do Presidente da Re-puacuteblica e da restrita elite dos seusconselheiros (acima de tudo do seuactual porta-voz Edson Macuaacute-cua) por ter dado pouco espaccedilo agraveproeminente figura de Guebuzaavanccedilando criacuteticas impliacutecitas con-tra a sua maneira de gerir o partido

No editorial do dia 28 de Setem-bro Sitoe defende que a Frelimoestaacute subdividida em alas e que issonatildeo soacute seria normal mas faria parteda tradiccedilatildeo histoacuterica deste partidoUma tal situaccedilatildeo estaria a teste-munhar ldquouma necessidade dialeacutec-tica de movimento e crescimentordquoApesar de Guebuza ter conseguidoquase 99 dos votos da assembleiaSitoe destaca o facto de ldquomembroshistoacutericos deste partido a clamarpor maior diaacutelogo internordquo dandocontinuidade a uma ldquomaior liber-dade de imprensardquo que estaria sobrisco de retrocessos No editorialdo dia 5 de Outubro recordandoa assinatura dos acordos de Romaentre Frelimo e Renamo ocorridano dia 4 de Outubro de 1992 Sitoerealccedila a necessidade e a importacircn-cia vital do diaacutelogo entre as partesnum momento em que a ldquoala durardquoda Frelimo estava prevalecendo noque diz respeito aos pedidos da Re-namo finalizados a encontrar solu-ccedilotildees paciacuteficas para novas proble-maacuteticas que este partido continuaateacute hoje a colocar numa conversaentre surdos O facto de Sitoe terfeito coberturas ldquoabertasrdquo dos uacutelti-mos acontecimentos dando espa-ccedilo mesmo agraves razotildees da Renamo esobretudo da oposiccedilatildeo interna agraveFrelimo (a partir da figura do an-tigo Presidente Joaquim AlbertoChissano) valeu-lhe o afastamentodo cargo de director e a nomeaccedilatildeocomo Assessor do CDA do jornal

A mesma sorte que tinha tocadoao seu predecessor Bernardo Ma-

vanga actual Assessor juriacutedico dogrupo Notiacutecias srl

O ldquoautori tarismo demo-craacuteticordquo e a imprensa emMoccedilambiqueA constante pressatildeo exercida junto

agrave comunicaccedilatildeo social tem desven-dado uma realidade que pareciaconstituir apenas uma lembranccedilada altura do regime a partido uacuteni-co quando o responsaacutevel ideoloacutegi-co da Frelimo Jorge Rebelo ditavaa linha editorial dos oacutergatildeos de co-municaccedilatildeo bypassando na iacutentegrao governo e o ministro competenteO processo de lenta mas progressi-

va abertura democraacutetica que tinhacomeccedilado a afirmar-se em Mo-ccedilambique a partir do princiacutepio dosanos Noventa parou e os princi-pais sinais deste cenaacuterio podem serresumidos nos seguintes pontos1 A concentraccedilatildeo do poder econoacute-mico e poliacutetico nas matildeos do actualChefe de Estado e dos seus maisdirectos colaboradores2 O aniquilamento dos adversaacute-rios internos incapazes de opor-seabertamente agraves decisotildees do Chefede Estado e Presidente da Frelimo3 O total arbiacutetrio e a falta de expli-caccedilatildeo puacuteblica no que diz respeitoaos despedimentos e nomeaccedilotildees detodos os cargos relacionados coma esfera governamental dando azoa ldquofofocasrdquo que tornam ainda mais

turvo o ambiente poliacutetico moccedilam-bicano4 O papel irrelevante do Parla-mento que quase que natildeo discuteassuntos e leis julgados incoacutemodostais como (de recente) tem aconte-cido em relaccedilatildeo agrave lei sobre acesso agraveinformaccedilatildeo

5 A ideia de que o livre exerciacutecioda criacutetica soacute prejudica a actividadedo Governo e portanto tem queser limitada e ateacute banida6 Consequentemente haacute uma ten-tativa bastante evidente e aberta desilenciar a comunicaccedilatildeo social agovernamental de forma directa aprivada mediante pressotildees de vaacuterianatureza junto aos proacuteprios oacutergatildeosa editores ou a jornalistas singula-res7 Fazer com que a questatildeo relati-

va agrave qualidade da democracia e daparticipaccedilatildeo dos cidadatildeos junto agravetomada de decisotildees estrateacutegicaspara o paiacutes passe a ser consideradaa partir da comunidade internacio-nal como assunto secundaacuterio pri-

vilegiando os negoacutecios bilionaacuteriose portanto a vertente econoacutemicado desenvolvimento

Bussoti eacute investigador Auxiliar noCentro de Estudos Internacionais ndash

ISCTEIUL Lisboa Texto retirado do PAMBAZUKA

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13Savana 18-10-2013 SOCIEDADE

A experiecircncia do modelo

brasileiro de desenvolvi-mento agraacuterio natildeo cria il-usotildees em Augusto Juncal

do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra do Brasil (MST)sobre o efeito ldquoperversordquo que o Pro-SAVANA vai gerar para os cam-poneses do corredor de Nacala

Presente em Moccedilambique a conviteda Uniatildeo Moccedilambicana dos Cam-poneses (UNAC) para participarna II Conferecircncia InternacionalCamponesa sobre a Terra Juncaldiz que a reacuteplica da chamada agri-cultura do cerrado brasileiro que osgovernos brasileiro moccedilambicano ejaponecircs querem praticar em 19 dis-tritos do centro e norte de Moccedilam-bique vai gerar comunidades desem terras como aconteceu no seupaiacutesldquoO reassentamento eacute um passopara virar sem terra (hellip) Eu achoque a preocupaccedilatildeo dos campone-ses moccedilambicanos em relaccedilatildeo aoProSAVANA eacute pouca para o ta-manho do problema que estaacute a virEu acho que os camponeses aindanatildeo se deram conta do que estaacute avir porque quando se derem con-ta natildeo teratildeo nenhuma negociaccedilatildeopara fazer com o Governordquo disse

Augusto JuncalO activista do MST brasileiro

considera inevitaacutevel que o ProSA-VANA despoje os camponeses dastrecircs proviacutencias abrangidas pela ini-ciativa do uacutenico recurso que detecircmndash precisamente a terra ndash pelas suascaracteriacutesticasldquoProSAVANA vai trabalhar commonoculturas como soja algodatildeo ecriaccedilatildeo extensiva de gado A mono-cultura requer alto uso de agro-toacutex-icos que contaminam a aacutegua o ar

e a terra e mecanizaccedilatildeo intensa enatildeo precisa de camponeses ProSA-

VANA natildeo vai plantar mandioca emapira eacute para culturas que interes-sam ao mercado europeu e norte-americanordquo frisou Augusto Juncal

Quanto agraves garantias do Governomoccedilambicano sobre o respeito dosdireitos dos camponeses da aacuterea deimplementaccedilatildeo da referida iniciati-

va o ldquosem terrardquo recorre ao exemplobrasileiro para fundamentar a sua

duacutevida de que esse compromissoseraacute observado

ldquoTudo o que eles dizem natildeo re-

alizam A reforma agraacuteria era umapauta do Governo Lula mas ficouesquecida Dilma Rousef literal-mente acusou duramente o fal-hanccedilo do Governo Lula na questatildeoagraacuteria mas defende agora a pri-

vatizaccedilatildeo do Preacute-Salrdquo apontou Au-gusto JuncalPara o militante da causa camp-esina a turbulecircncia social causadapela implementaccedilatildeo de projec-tos mineiros em Moccedilambique eacuteum testemunho de que a retoacutericamessiacircnica do ProSAVANA vaiconverter-se num cataclismo socialpara MoccedilambiqueldquoNatildeo precisa de retoacuterica nempoliacutetica para ver o desastre asexperiecircncias estatildeo aiacute vocecircs osmoccedilambicanos tecircm que ler as ex-periecircncias que estatildeo acontecendoaiacuterdquo afirmou Augusto JuncalPara o activista dos direitos doscamponeses brasileiros o projectotriangular vai desferir um golpemortal a um ganho que a inde-pendecircncia de Moccedilambique em1975 conseguiu e que faz inveja aosbrasileiros que eacute a posse da terrapelos mais pobresldquoNoacutes nunca tivemos uma reformaagraacuteria vocecircs tiveram apoacutes a inde-pendecircncia do paiacutes mas vatildeo deitar

tudo a perderrdquo sublinhou Augusto Juncal

Querem impor-nos um fa-

lhanccedil o - UNACPor sua vez a UNAC retomou du-rante a II Conferecircncia Internac-ional Camponesa sobre a Terra osataques cerrados ao ProSAVANAinsistindo na expropriaccedilatildeo da terradestruiccedilatildeo dos ecossistemas locais eemergecircncia de fomeldquoIsto eacute grave Quem conhece a re-alidade brasileira sobre este modeloque foi importado para o ProSA-VANA sabe que 80 por cento dasexportaccedilotildees geradas satildeo detidas pe-las empresas privadas Querem im-por-nos um modelo que fracassouno Brasilrdquo disse Vicente Adrianooficial de Advocacia e Cooperaccedilatildeo

da UNACEm conferecircncia de imprensa reali-zada em Maputo o coordenador doProSAVANA Calisto Bias tentourefrear as preocupaccedilotildees dos rep-resentantes dos camponeses afir-mando ldquoa soberania dos campone-ses sobre a terra seraacute respeitada peloProSAVANArdquoSegundo Calisto Bias que repre-senta o Ministeacuterio da Agriculturamoccedilambicano no ProSAVANA ainiciativa assenta em pilares comoo desenvolvimento integrado einclusivo que tem em conta asrealidades e especificidades agro-ecoloacutegicas e socioculturais de cada

um dos 19 distritos de incidecircnciado projecto

ldquo Sem Terra brasileirordquo daacute o veredict o

ldquo ProSAVANA eacute perverso para os moccedilambicanosrdquondash di z Augu st o Jun cal

Augusto Juncal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terrado Brasil (MST)

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14 Savana 18 -10-2013Savana 18 -10-2013 15NO CENTRO DO FURACAtildeO

ldquo Caminhamos de novo para uma armadilhardquoPor Ricardo Mudaukana O autor procuraraacute neste texto ser pedagoacutegico para facilitar a compreensatildeo dos

leitores menos familiarizados com alguns conceitosEste texto refere-se principalmente ao lado das despesas do orccedilamento eapenas agrave anaacutelise dos principais indicadores macroeconoacutemicos associados ao

orccedilamentoO orccedilamentocomo conta puacuteblica compotildee-se das despesas do Estado para assegurarserviccedilos puacuteblicos aos cidadatildeos (educaccedilatildeosauacutedeseguranccedila socialetc)seguranccedila do paiacutese das pessoasdefesa dos direitos e liberdadesjusticcedila entre outrosEstas funccedilotildees natildeo tecircmporque ser um monopoacutelio estatalRealiza ainda actividades econoacutemicas e de investimen-tocom ou sem parcerias com o sector privado (infra-estruturasserviccedilos de monopoacuteliosnaturais cuja actividade natildeo interessa ao sector privadoetc)Sobre o papel do Estado naeconomia sempre existiu um constante debate inacabado natildeo apenas devido agraves variaccedilotildeesdos contextos no tempo no espaccedilo como ainda por razotildees poliacuteticasideoloacutegicas e outrasOnde se pode encontrar algum pensamento comum eacute na necessidade do Estado de-senvolver os serviccedilos com eficiecircncia e eficaacuteciac onsiderando que utiliza a riqueza doscidadatildeos atraveacutes dos impostos ou da cooperaccedilatildeo (igualmente impostos pagos nos paiacutesesdoadores) e que os serviccedilos sejam de faacutecil acesso isto eacuteestejam proacuteximos dos cidadatildeosExige-se ainda que o Estado natildeo absorva uma elevada percentagem da riqueza nacionalmedido pela percentagem dos gastos puacuteblicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto - in-dicador que mede a riqueza nacional)isto para libertar recursos para as famiacutelias e a ac-tividade privadasupondo o princiacutepio (sempre discutiacutevel)que o sector privado eacute sempree necessariamente mais eficientePor isso o Estado deve possuir uma gestatildeo eficiente dos recursoso que dependeemgrande medidadas opccedilotildees da governaccedilatildeoda competecircncia dos gestores puacuteblicosda ca-pacidade da sociedade em controlar a actividade e as contas puacuteblicas (atraveacutes do Parla-mento ou por outros mecanismos) Por issoo Estado deve ser transparente nas decisotildeese nas contasdisponibilizando informaccedilatildeo aos cidadatildeos e os servidores do Estado devem

reger-se pela eacutetica republicana onde existe uma clara separaccedilatildeo de interesses entre oprivado e o puacuteblicoUma gestatildeo saudaacutevel sugere que os gastos natildeo sejam superiores agraves receitasque a diacutevidaseja sustentaacutevel (possibilidade de ser paga no futuro) e baixa ( para natildeo penalizar as fu-turas geraccedilotildees atraveacutes de impostos acrescidos para pagamento da diacutevida contraiacuteda nopassado)As opccedilotildees do governo (opccedilotildees puacuteblicas) deveriam sempre ter em conta o mel-hor cumprimento das funccedilotildees do Estado em cada fase do desenvolvimentoFeita esta breve apresentaccedilatildeoo autor utilizaraacute principalmente os seguintes indicadores(1) gastos puacuteblicosPIBdestacando os salaacuterios dos funcionaacuterios (2) Deacutefice puacuteblicoPIBfinanciamento do mesmo e a diacutevida puacuteblicaPIB(3) grau de sustentaccedilatildeo do orccedilamentodo Estado atraveacutes de recursos gerados pela economia concretizado pelo indicador recei-tasgastos(em percentagem)e (4) evoluccedilatildeo de alguns gastoscomo forma de observaracerca de algumas opccedilotildees do governoNatildeo haacute consenso sobre os paracircmetros que indiciam situaccedilotildees de estabilidadesustentabi-lidade ou de criseinstabilidadeAs teorias convencionais referem que o Estado deve serldquoleverdquo(o que se reflecte numa baixa percentagem dos gastos puacuteblicossobre o PIB ndash natildeomais que 30) um deacutefice proacuteximo de zero e uma diacutevida que seja possiacutevel de ser pagasem sacrifiacutecios sobre os rendimentos das futuras geraccedilotildeesSegundo as mesmas escolasoestado deve assumir funccedilotildees muito especiacuteficas e que natildeo sejam do interesse do sector pri-

vado (por exemplodefesa e seguranccedila nacionalcerto tipo de investigaccedilatildeo e facilitaccedilatildeo daactividade privada com a criaccedilatildeo de bons ambientes de concorrecircncias) e o que se entendepor estado social deveraacute ser assegurado por sistemas de seguros e pensotildees oferecidos porinstituiccedilotildees financeiras privadasPressupotildee-se que o mercado eacute o mais eficiente alocadorde recursosos agentes econoacutemicos possuem loacutegicas de maximizaccedilatildeo de objectivos (lucroutilidadesetc)num ambiente concorrencial e de negoacutecios

Toda a informaccedilatildeo utlizada neste texto foi obtida do Orccedilamento Geral do Estado e operiacuteodo analisado eacute o de entre 2001 e 2012Por isso natildeo estatildeo indicadas as fontes dosgraacuteficos ao longo do texto

Graacutefico 1Despesas totaisPIBem percentagem

Alertas sobre o Orccedilam ento do EstadoPor Joatildeo Mosca

Graacutefico 2

Despesas com o pessoaldespesas correntesem percentagem

Os dois graacuteficos acima revelam(1) um evidente crescimento dos gastos do Estado comopercentagem do PIB(2) a manutenccedilatildeo percentual dos gastos com o pessoalporeacutem comcrescimentos reais dos gastos considerando o aumento destesa factura dos salaacuterios dosfuncionaacuterios passou de 58 do PIB em 2001 para 102 em 2012o que pode ser con-siderado muito elevado se comparado com outras economias (incluindo as africanas eda SADC)e (3) as despesas do Estado crescem mais rapidamente que o crescimentoeconoacutemicoconsiderando que a relaccedilatildeo GastosPIB estaacute a crescer

Graacutefico 3Deacutefice puacuteblico com e sem recursos externos em percentagem do PIB

Graacutefico 4Diacutevida puacuteblicaPIBem percentagem

Dos dois graacuteficos acimaobserva-se (1) um elevado deacutefice das contas puacuteblicas emos d os g raacute ficos a cm a o s er va -s e 1 um e e va do d eacutefice d as c on ta s uacute c as e m

relaccedilatildeo ao PIB e queem termos e valores absolutostem aumento por efeito do cresci-mento do PIB (2) embora a diacutevida possa natildeo ser considerada elevada assimela eacutedevido agrave cobertura dos deacutefices puacuteblicos dos anos anteriores pela cooperaccedilatildeo externadando por isso uma percepccedilatildeo pouco real (fictiacutecia) da realidadeEntre 2001 e 2012entre 85 e 90 do deacutefice puacuteblico foi coberto por recursos externos

Graacutefico 5Receitasdespesasem percentagem

Graacutefico 6Recursos externosdespesas totaisem percentagemOs graacuteficos 5 e 6 revelam duas evoluccedilotildees positivasUm aumento das receitas do Estado

e um decreacutescimo da dependecircnciaSe os megaprojectos natildeo tivessem os benefiacutecios fiscaisconhecidoseste cenaacuterio poderia ser muito diferentepara melhor

Graacutefico 7Despesas totais por habitante entre 2001 e 2012 Graacutefico 8

Despesas de funcionamento (acircmbito central) de alguns oacutergatildeos centraisa preccedilos con-stantes de 2011

O Graacutefico 7 revela uma grande diferenccedila na alocaccedilatildeo de recursos por habitante As

proviacutencias com taxas de pobreza mais elevadas satildeo as que tecircm menos recursos porhabitantesendo o contraacuterio tambeacutem verdadeiro (Cidade de Maputo e Proviacutencia deMaputo) O graacutefico 8 apresenta e compara os gastos de funcionamento de acircmbitocentral entre alguns oacutergatildeos do EstadoO graacutefico dispensa comentaacuterios

Em resumo pode-se afirmar que a evoluccedilatildeo do Orccedilamento do Estadosegundo os in-dicadores seleccionadosrequere reflexotildees e ajustamentosconsiderando o crescimentodo sector puacuteblico e da massa salarial dos funcionaacuteriosVerifica-se a persistecircncia de umapoliacutetica expansiva do gasto puacuteblicoum elevado do deacutefice sem recursos externos e sinaispreocupantes do endividamento puacuteblico (quando os recursos externos natildeo satildeo contabi-lizados)Parece evidente que satildeo necessaacuterios ajustamentos da distribuiccedilatildeo dos recursosentre proviacutencias e entre os oacutergatildeos do Estado a niacutevel centralComo elemento positivoressalta-se o aumento das receitas fiscaiso que permite a reduccedilatildeo da dependecircncia doorccedilamento em relaccedilatildeo agrave cooperaccedilatildeodonativosO espaccedilo desta coluna natildeo permiteanaacutelise do orccedilamento com a ecircnfase da economia poliacutetica

Outros indicadores de importacircncia analiacutetica natildeo foram apresentados como por ex-emploa alocaccedilatildeo entre sectores de actividadea composiccedilatildeo das receitas e do finan-ciamento do deacutefice e o reflexo no orccedilamento de algumas medidas de descentralizaccedilatildeoadministrativa

A evoluccedilatildeo das contas puacuteblicas de Moccedilambique natildeo pode deixar os cidadatildeos tran-quilosA actual crise em alguns paiacuteses da Europa tem como causa proacuteximao s dese-quiliacutebrios e o mal gastar dos dinheiros dos cidadatildeos derivado de poliacuteticas expansivase eleitoralistas no quadro das lutas partidaacuterias e de defesa dos poderesagrave custa e emprejuiacutezo dos cidadatildeosdas empresas e da economia

ndash c on sid era Grup o M occedil am bi ca no da Diacutevid a so br e o a ct ua l n iacutevel de d iacutevid a p uacuteb li ca

A organizaccedilatildeo mais conhe-cida em mateacuteria de mo-nitoria da diacutevida puacuteblicaem Moccedilambiqueo Grupo

Moccedilambicano da Diacutevida (GMD)co-mentou ao SAVANA o alarme que oTe Economist Intelligent Unit (EIU)

fez soar recentemente sobre a novaespiral de endividamento que o Go-verno moccedilambicano estaacute a seguirde- pois do oxigeacutenio que as contas puacuteblicasreceberam na sequecircncia da Iniciativade Aliacutevio da Diacutevida dos Paiacuteses Alta-mente Endividados (HIPC)haacute cercade 10 anos Para Humberto Zaqueu oficial deadvocacia do GMDa actual lideran- ccedila do paiacutes estaacute ldquoa armadilharrdquo Mo- ccedilambique numa futura asfixia finan-ceira que vai impedir investimentosimportantes em aacutereas essenciais comoa sauacutedeeducaccedilatildeo e abastecimento deaacutegualdquoOs nossos poliacuteticos natildeo resistemquando vecircem dinheiro eacute irrisoacuterioeste despesismo para o luxoVamos aChinaporque eles natildeo exigem requi- sitos natildeo se importam se vais com- prar armas para reprimir o teu povordquoconsidera Humberto Zaqueusobre orecurso ao dinheiro chinecircs apontadocomo um dos novos credores de peso de Moccedilambique

Justi1047297ca-se o alerta do EIU sobre oactual ritmo de endividamento doEstado moccedilambicanoDefinitivamente sim justifica-se enoacutescomo GMDtemos vaacuterios tra-balhos feitos e alguns em cursoquemostram uma tendecircncia de um novopadratildeo preocupante de endivida-mento Como GMDas pessoas en-quadram-nos num acircngulo de anaacutelisee de visatildeo sobre a diacutevida mais socialenquanto o Governo tem uma visatildeomais economicista da questatildeo OGoverno baseia as suas decisotildees so-bre a diacutevida em caacutelculos e indicado-res elaborados conjuntamente como Fundo Monetaacuterio Internacional(FMI) e Banco Mundial (BM)emraacutecios da diacutevida sobre exportaccedilotildeese serviccedilo da diacutevida sobre o Produto

Interno Bruto (PIB) e essa relaccedilatildeomostra que a diacutevida de Moccedilambiqueeacute sustentaacutevelao niacutevel dos nuacutemerosMas se for ver a dinacircmica dos pres-supostos que sustenta os tais raacuteciosque eacute a induacutestria extractiva e os me-gaprojectos que natildeo deixam nadapara Moccedilambiqueou pouco deixampara Moccedilambique entatildeo a partirdesse princiacutepioe stes raacutecios satildeo en-ganadores O nosso Governo estaacute abasear-se numa ldquorealidaderdquoirrealista

Quer dizer que os alicerces sobre osquais o Governo assenta a decisatildeode recorrer a um alegado endivida-mento excessivo natildeo satildeo con1047297aacuteveisO mecanismo de transmissatildeo da-queles raacutecios para a economia real deMoccedilambique eacute muito fraacutegil a basede redistribuiccedilatildeo da renda eacute muitoteacutenue O Governo radica o seu op-timismo em relaccedilatildeo agrave contrataccedilatildeo dadiacutevida a preccedilos elevados em pressu-postos irrealistas porque considera

um grande crescimento da economiaatraveacutes da induacutestria extractiva a umritmo acelerado Isso eacute claramenteilusoacuterio porque a induacutestria extrac-tiva beneficia de tantas isenccedilotildees oemprego gerado eacute limitadiacutessimo Jaacutetemos informaccedilotildees que apontam queo que os megaprojectos declaramcomo facturaccedilatildeo estaacute muito abaixoda real facturaccedilatildeoUsam esse esque-ma para acederem a isenccedilotildees unsconseguiram que o Estado lhes as-segurasse apenas 16 por cento sobreos seus rendimentosoutros natildeo maisde metade quando pela legislaccedilatildeotinham de pagar 32Eacute infantil pensar que a Vale ou outromegaempreendimento qualquer vaidinamizar a economia ao ponto depagar o niacutevel de diacutevida que o paiacutes estaacutea acarretarEstamos a ser confronta-dos com decisotildees politicamente to-madas que natildeo tecircm nada a ver comracionalidade econoacutemicaUm poliacute-tico menos informadoquando ouvedizer que o paiacutes estaacute a descobrir re-cursos naturaisfica na ilusatildeo e tomadecisotildees com fonte nessa ilusatildeoMasalguns politicamente mais prepara-dos em termos econoacutemicos tecircm tidoa sensatez de dizer acutetenham cuidadoo que vai acontecer na economia realnatildeo satildeo os nuacutemeros que estatildeo a serinvestidos pelas multinacionais natildeo

vale a pena pensa r que a induacutestriaextractiva vai gerar benefiacutecios para opaiacutes de hoje para amanhatilde`A expectativa menos remota eacute queesses projectos gerem benefiacutecios in-directos impulsionando alguma ho-telaria e turismoa agricultura pode

vir a beneficiar um pouco esse eacute oalerta que tem sido deixado pelospoliacuteticos mais informados tecnica-mente porque o caminho eacute longo eincertoInfelizmente os poliacuteticos menosinformados soacute vecircem o lado do in-

vestimento que eacute uma fantasia eacuteerradocomo vimos no iniacutecio com aMOZALque fez disparar o PIB aniacuteveis galopantese estaacute a aconteceragora com a Vale e a Rio Tintocomavultados investimentos mas sem

impacto sobre a economiaQuando se analisam os raacutecios usadospelo Governo na sua corrida ao en-dividamentoeacute faacutecil vecirc-se que estatildeoa diminuir enquanto a diacutevida estaacutea subirE statildeo a meter o paiacutes numaarmadilha econoacutemicacujo resultadoeacute esteagora estamos bem perto dosseis biliotildees de doacutelares em termos dediacutevidao niacutevel do HIPChaacute cerca de10 anos

E natildeo passa muito tempo desdeesse niacutevel de diacutevida impagaacutevelhellipNaquele tempo foi em condiccedilotildeesmais ligeiramente favoraacuteveis por-que eram maioritariamente diacutevidasconcessionais de credores bilateraisou sejade paiacutes para paiacutescom ta-

xas de juro ligeiramente acima dasconcessionais mas com periacuteodos dereembolso longos e as outras erammultilaterais com uma taxa de juromais baixa proacutexima de zero e comperiacuteodos de graccedila de 10 a 20Por ou-

tro lado as diacutevidas antes do HIPCforam contraiacutedas em periacuteodos com-parativamente mais longosmais oumenos em duas deacutecadase as actu-ais estatildeo a surgir a um ritmo acele-rado Depois do HIPC natildeo passammuitos anos e estamos perto do picohistoacuterico de cerca de seis biliotildees dedoacutelares

Banca sanguessugaO dinheiro chinecircs eacute mais caroO que se vecirc no recurso a esse di-nheiro eacute que estaacute a ser contratadoa um ritmo muito acelerado e emcondiccedilotildees muito desfavoraacuteveis OEXIMBANK(banco estatal chinecircsde creacutedito externo) empresta dinhei-ro com periacuteodos de reembolso muitocurtospara aiacute 10 anos periacuteodo degraccedila quase nulo e a taxa de juro estaacutebem perto da taxa de mercadoParao contexto do mercado moccedilambica-no10 por cento podem natildeo parecerexcessivos porque a nossa banca co-mercial cobra entre 10 a 12 por centomas essa eacute uma banca de sanguessu-gasporque 10 por cento satildeo proibiti-

vosOs mesmos bancos sul-africanosque caacute cobram issona Aacutefrica do Sulembolsam juros mais suavess abembem que a taxa real de empreacutestimosna Aacutefrica do Sul natildeo passa cinco porcentomas em Moccedilambique aplicam10 ou acima dissoPortanto quandofazemos uma anaacutelise cruzadavemosque a taxa real exigida pela China eacutede banca comercial a taxa de mer-cadocom periacuteodos de graccedila nulos ede desembolsos muito curtosisto vaidesgraccedilar o paiacutesO mais triste eacute que natildeo se compre-ende o recurso a fontes de finan-ciamento tatildeo lesivas aos interessesdo Estado moccedilambicanoporque ostradicionais doadores ainda cobreme ajudam a combater o deacutefice orccedila-mental Temos um orccedilamento comum deacutefice meacutedio de 40 por cento eacuteuma cifra realmente maiormas osdoadores comprometeram-se a de-sembolsar para este anopor exem-plocerca de 700 milhotildees de doacutelares

em apoio directo ao Orccedilamento Ge-ral do EstadoA ajuda externa jaacute estaacuteproacutexima senatildeo capaz de eliminar odeacutefice A pergunta entatildeoeacute porqueessa azaacutefama com o creacutedito chinecircsO que conseguimos perceber eacute quehaacute uma ilusatildeo da nossa ala poliacuteticase se tratasse de comidadiria gulaosnossos poliacuteticos natildeo resistem quando

vecircem dinheiro haacute despesismo Va-mos a china porque natildeo exigem re-quisitos se vais comprar armas parareprimir o teu povo natildeo se impor-tamAgrave Chinao que interessa eacute ga-rantir que o seu creacutedito seraacute pago porcontrapartidas como petroacuteleo dia-mantes carvatildeohellipqualquer dia Mo-ccedilambique ainda hipoteca o seu car-

vatildeopara pagar o que deve agrave ChinaNeste momentoa China natildeo colocaobstaacuteculos no acesso ao seu dinheiro

Mas o Governo justi1047297ca o recursoao endividamentocom o imperati- vo de infra-estruturashellipMas tem de haver prudecircncianatildeo voudeixar de criticar o uso que se faz dodinheiro puacuteblico edifiacutecios puacuteblicos

a serem construiacutedos mas entre fo-mentar a produccedilatildeo interna de arrozque cobre em apenas menos de cincopor cento a procura interna e deixa95 por cento para as importaccedilotildees eos edifiacutecios puacuteblicos e carros de luxopara a elite administrativa do paiacutesqual deve ser a prioridade Eacute oacutebvioo despesismo de luxo algum capri-cho puacuteblico ateacuteporque a fonte dodinheiro eacute faacutecilEste endividamentonatildeo vai para a produccedilatildeose fosse paraas vias de acessocompreendia-se

O EIU diz que o actual serviccedilo dadiacutevida jaacute eacute 40 por cento do PIB Eacutepossiacutevel chegar ao colapso que nosempurrou para o HIPCO risco imediato de natildeo conseguirpagar a diacutevida puacutebica pode natildeo serdaqui a cinco ou 10 anosmas numfuturo breve a capacidade do Esta-do fazer investimentos importantese estrateacutegicos vai reduzir Comeccedilaraacutea faltar dinheiro para a sauacutede edu-

caccedilatildeo e agricultura Esses sectoresessenciais vatildeo ressentir-se e muitoAteacute ao ano passadoa educaccedilatildeo tinhaum fundo para o vector da educaccedilatildeouniversal e Moccedilambique beneficioudurante cinco anos dessa verbamasacabou e soacute uma intervenccedilatildeo de uacutelti-ma hora do Banco Mundial permitiuum socorro de 50 milhotildees de doacutelaresA necessidade de alocar mais fundospara as aacutereas prioritaacuterias natildeo vai mu-darno entantoa capacidade de fi-nanciaacute-los pode retrair-seA reduccedilatildeode alguns fundos pode ser uma rea-lidademas que natildeo seja por isso quese vaacute justificar a corrida ao dinheirochinecircs porque a reduccedilatildeo dos apoiosdos tradicionais parceiros eacute ainda po-tencial os dadores continuam a darao ritmo programadoO que chama a atenccedilatildeo na relaccedilatildeocom os tradicionais parceiros eacute o re-forccedilo dos condicionalismos haacute umcondicionalismo que nem eu consi-dero sustentaacutevelo princiacutepio da tran-che variaacutevel Os doadores datildeo emparcelas o Governo tem de mostrarresultados convencer para tirar mais25 por cento mas tem sido muitotarde e isto compromete a execu-ccedilatildeo completa dos doadores na pers-pectiva de resultadosPor issoelesapostam no financiamento ao fundocomum em que eles mandam a suamissatildeo mandam uma equipa teacutec-nica para ver se as ambulacircncias quefinanciaram foram compradas por-que quando o apoio eacute directamenteao Orccedilamento do Estado eles natildeotecircm essa prerrogativaHaacute esta ten-decircncia de reduccedilatildeo do apoioporquea tranche variaacutevel estaacute a ser difiacutecil derespeitarmas no geralcontinuamoscom os doadores cometidos com osdesembolsosa uacutenica coisa eacute que natildeoestamos a aguentar com os condicio-nalismos cuja imposiccedilatildeo quanto amim justifica-se Quando dinheirospuacuteblicos satildeo usados para comprarmaacutequinas de barbear e outros malescomo os desvios no Ministeacuterio daEducaccedilatildeo entatildeo aperta-se o desem-bolsoe a alternativa eacute o dinheiro su-postamente faacutecil da Chinapara coi-

sas como o negoacutecio dos naviosComo dinheiro dado pelos novos credo-respode estar a fazer-se alguma coi-samas natildeo haacute optimizaccedilatildeo Que asdiacutevidas mobilizem a produccedilatildeodevernatildeo eacute maucontrair uma diacutevida parabeber sem capacidade eacute um crimemorala natildeo ser que tenha capacida-de de pagamentoSe se atingisse essepico de endividamentopara finan-ciar infra-estruturas essenciais natildeoestaacutevamos aqui a criticar

Haacute tambeacutem uma apreensatildeo com oendividamento internoEstamos a criar este cenaacuterio Elescriam condiccedilotildees para que o paiacutes vivaessa situaccedilatildeoE sses casos de corrup-ccedilatildeo que satildeo frequentemente relata-dos deixam os doadores pessimistase se sintam obrigados a impor condi-cionalismos que retardam a chegadade verbas e a multiplicaccedilatildeo de mis-sotildeesA hipoacutetese Chinaagraves vezeslevao seu tempo e o resultado eacute o deacutefice

na tesouraria que justifica emissotildeesde diacutevida interna provocadas pelodeacutefice na tesouraria Satildeo diacutevidas decurto prazomas criam uma enormepressatildeo porque o Governo tem depagar e eacute mais penosoporque eacute nosbancos comerciaisdado que mais de80 por cento dos moccedilambicanos natildeopagam sequer o seu consumo baacutesicologo natildeo compram as obrigaccedilotildees detesouro que o Estado lanccedila para sefinanciarQuem compra a diacutevida doEstado satildeo os bancos comerciaisquepreferem comprar tiacutetulos do Go-

verno porque o Governo nunca vaiagrave falecircncia natildeo precisa de hipotecasmas essas operaccedilotildees estatildeo a prejudi-car o investimentoIsso tudo porque

se criam cenaacuterios de desconfianccedilaque tornam moroso o financiamentotradicional que vem do exterior Oendividamento internopara finan-ciar a reconstruccedilatildeo por danos provo-cados pelas calamidades naturaisporexemplo entende-se eacute um recursode emergecircncia o Governo tem derecorrer a fundos excepcionais masgrande parte eacute deacutefice de tesouraria

Brasil e IacutendiaCentrou-se na China mas fala-sede outros novos credores Comoolha para o per1047297l do creacutedito do Bra-sil e da IacutendiaEles tambeacutem impotildeem condiccedilotildeesmais ou menos proacuteximas do mer-cadomas China eacute China Brasil eacuteBrasil e Iacutendia eacute IacutendiaEles natildeo tecircmcaracteriacutesticas similiaresnatildeo falam amesma liacutengua eacute por isso que o Go-

verno moccedilambic ano natildeo os conse-gue enquadrar na mesma plataformacomo acontece com os Parceiros deApoio Programaacutetico (PAP) Elesnatildeo tecircm procedimentos e caracteriacutes-ticas iguaissatildeo todos eles diferentesO Brasil natildeo daacute dinheiro natildeo eacute sua

vocaccedilatildeo dar directamente dinheirooseu dinheiro eacute em forma de assistecircn-cia teacutecnicase precisas de um teacutecnicoeles trazem o especialistaque traz oconhecimento de que carecesA si-tuaccedilatildeo amarga eacute que o Brasil eacute umcentro de financiamento de projectos

privados que estatildeo a entrar em Mo-ccedilambiquealguns deles como a Valemuito contestados sob o ponto de

vista socialO Brasil dispotildee de linhasde financiamento e paga o segurodos investimentos das suas empresaseacute vocaccedilatildeo do Brasil apoiar grandesprojectos Jaacute a China categoriza osseus devedoresna primeira catego-ria mete os que podem pagar direc-tamente com petroacuteleo ou diamantese paiacuteses como Moccedilambique estatildeo nacategoria trecircsque pagam o dinheirocom dinheiroNos mapas de amorti-zaccedilatildeo da diacutevida de Moccedilambiquequeestatildeo no Ministeacuterio das Financcedilasestaacute laacute que Moccedilambique paga comdinheiro os creacuteditos chinesesMas eacuteuma situaccedilatildeo mista porque o creacutedi-to chines tambeacutem tem laacute um poucodo modelo brasileiroatraveacutes da pre-senccedila em Moccedilambique de empresaschinesas financiadas pelo dinheirodo Estado chinecircs Cada paiacutes tem oseu modelo de financiamento

Humberto Zaqueu o cial de advocacia do GMD

N a

iacute t a U s s e n e

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16 Savana 18-10-2013PUBLICIDADE

A sensivelmente cinco jor-nadas do fim do Moccedilam-bola o presidente da LigaMoccedilambicana de Futebol

(LMF) Alberto Simango Juacutenioraceitou fazer uma breve radiogra-fia da prova e de forma categoacutericagarante haver condiccedilotildees objectivaspara que a verdade desportiva pre- valeccedila Simango diz ainda natildeo ser verdade que a Liga Muccedilulmana es-teja a ser protegida pela arbitragemSeguem os excertos mais relevantesda conversa

Que avaliaccedilatildeo faz das primeirasoito jornadas da segunda volta doMoccedilambola-Faccedilo uma avaliaccedilatildeo positiva namedida em que o certame estaacute a de-correr dentro do previsto Tem sidobastante competitivo e os resultadosfalam por si Na primeira volta ha- via equipas que tinham muito gaacutesmas comeccedilaram a perder forccedilasnesta fase o que eacute normal porqueo Moccedilambola eacute uma prova de re-gularidade Conta-se mais comoa equipa termina a prova do quecomo comeccedila Jaacute fizemos dois terccedilosdo campeonato estamos num bom

caminho e a qualidade estaacute semprea subir Jaacute temos campeatildeo no Moccedilambola-As equipas que estatildeo agrave frente tudofazem para ganhar mas a luta eacutemuito renhida no meio da tabelaclassificativa e essas formaccedilotildees tudofazem para amealhar mais pontose quiccedilaacute evitarem a despromoccedilatildeo Eacuteuma prova de surpresa porque ateacutehoje a questatildeo da conquista do tiacute-tulo continua em aberto emborahaja um clube que avanccedilou bastantena pauta classificativa Pelo menosexistem trecircs a quatro clubes que lu-tam pela conquista do campeonato eisso eacute significativo

Sr presidente ainda continuam osdesacatos e vandalismo nos recintosdesportivos Como acabar com estatriste realidade-A situaccedilatildeo vai sendo paulatina-mente resolvida mas sinto queprecisamos de fazer um trabalho deeducaccedilatildeo ciacutevica por forma a que osclubes comecem por sua vez a tra-balhar com os seus adeptos porquea atitude de arremessar garrafas eoutros objectos para o interior docampo eacute simplesmente condenaacutevelO apelo que faccedilo eacute que natildeo bastaaprovarmos medidas haacute sim queprivilegiarmos a prevenccedilatildeo haacute ne-cessidade de as pessoas terem de

abandonar essas praacuteticas e prima-rem pelo fair playNatildeo acha que a maacute actuaccedilatildeo dos aacuter-bitros leva os adeptos a optarem poressa via o arremesso de garrafaspor exemplo-Eacute normal que haja contestaccedilatildeo daarbitragem isso faz parte de futebolEm qualquer parte do mundo ou- vimos falar de situaccedilotildees do geacuteneromas noacutes estamos a trabalhar com aCNAF e todas as semanas quandonecessaacuterio fazemos um trabalho desensibilizaccedilatildeo para aleacutem da avalia-

Eacute impossiacutevel t ermos Liga fort e com c lubes f racosfinanceiramente-Defende Albert o Simango Juacutenior da LMF

Por Paulo Mubalo

ccedilatildeo do desempenho dos aacuterbitrosO que se nota eacute que os aacuterbitros quecomeccedilam a pocircr em causa a verda-de desportiva estatildeo a ser punidosexemplarmente e isso eacute que incen-tivamos agrave CNAF porque eacute precisodefendermos o futebol de atitudese apetites inconfessaacuteveis de certosgrupos

Julga que a Liga Muccedilulmana estaacute aser bene1047297ciada pela arbitragem ouestaacute a ser viacutetima da sua grandeza- Duvido muito que a Liga Muccedilul-mana esteja a ser beneficiada duvi-

do muito que esse pronunciamentocorresponda agrave verdade A minhapercepccedilatildeo eacute que muitos clubes jaacutebeneficiaram de penaltes jaacute benefi-ciaram de erros de arbitragem Emsegundo lugar jaacute expliquei que osque tentam fabricar resultados estatildeoa ser punidos Eu natildeo vejo as coisasde forma particularizada todos osaacuterbitros podem errar em qualquer jogo que sejaO que a LMF pensa fazer parasalvaguardar a verdade desportivamormente nas derradeiras jorna-

das-Bem como tem sido habitual paraaleacutem do trabalho que temos vindoa realizar as uacuteltimas trecircs jornadasseratildeo disputadas no mesmo dia e agravemesma hora tendo em conta os in-teresses e objectivos de cada clubenessa fase Teraacute que ser assim ateacuteporque isso jaacute consta do nosso re-gulamento Satildeo partidas susceptiacuteveisde mudar a pauta classificativaHaacute treinadores que acusam a LMFde estar a coartar as suas liberdadesusando para tal puniccedilotildees Quer co-

mentar-A puniccedilatildeo faz parte da nossa estra-teacutegia de governaccedilatildeo noacutes natildeo fomoseleitos para natildeo respeitar os regula-mentos e estatutos Os dirigentestreinadores e clubes devem ter umaforma de estar natildeo podem aceitar vilipendiar quem quer que seja empraccedila puacuteblica natildeo podem atentarcontra a geacutenese do clube haacute que terforma e modo de falar Eacute importan-te que as pessoas percebam que aLiga eacute um dos clubes por isso de-fendemos que as pessoas se pronun-ciem com eacutetica que saibam falar Os jovens inspiram-se nos treinadores e jogadores pelas boas praacuteticas e natildeo

pelos insultos por isso tomamosmedidas contra os prevaricadores econtinuaremos a primar por essesprinciacutepios porque queremos umcampeonato satildeo e de disciplinaHaacute condiccedilotildees 1047297nanceiras para queo Moccedilambola termine sem muitosalaridos-Bem como nunca disse que natildeohavia o que posso dizer eacute que tudoestaacute sendo feito para que terminesem qualquer natureza de sobres-saltoPelos vistos a LMF continua a go-

zar de muita credibilidade junto dosparceirosQue trunfo usa para conseguir osseus intentos-O maior segredo eacute o trabalho eacutea nossa dedicaccedilatildeo e credibilidadeNoacutes fazemos de tudo para que ainstituiccedilatildeo seja crediacutevel Somos fieacuteisagrave prestaccedilatildeo de contas e gestatildeo cri-teriosa E por fazermos isso temosum caminho andado trabalhamos365 diasano agrave volta deste projectoEstes pressupostos todos nos levama conseguirmos bons resultados

Como avalia a expulsatildeo de Dia-mantino Miranda do paiacutes-A atitude dele foi de indisciplinagrave ele excedeu na forma comofalou Soacute queria lamentar e apelarpara que situaccedilotildees desta naturezanatildeo voltem a acontecer no nosso fu-tebol Ningueacutem estaacute no futebol paraarranjar problemas cada um tem oseu nome e deve ser chamado poresse nome natildeo podemos chamar aalgueacutem por um nome que natildeo o dig-nificaE a terminarhellip-O apelo que faccedilo eacute um convitequero convidar mais parceiros para

investirem no desporto e no futebolem particular porque atraveacutes do fu-tebol a imagem dos seus produtoschega mais longe Natildeo eacute possiacutevelfazermos a Liga forte com clubesfracos financeiramente Precisamosmais para as nossas equipas mascom a forma como estamos a tra-balhar acredito que a curto prazoteremos os nossos representantes aconseguirem bons resulatados emcompeticcedilotildees internacionais Masfoi bom porque a Liga Muccedilulmanachegou muito longe nas afrotaccedilas

A expulsatildeo do treinadordo Costa de Sol Dia-mantino Miranda poralegados insultos agrave na-

ccedilatildeo no final de jogo realizadocontra o Vilankulo estaacute a divi-dir opiniotildees dos moccedilambicanosCom efeito enquanto alguns ci-dadatildeos ouvidos pelo SAVANAdefendem que a medida tomadapelo Ministeacuterio do Trabalho eacute justa outros dizem ter havidoprecipitaccedilatildeo por parte daquelainstituiccedilatildeo

Para Martinho Vaz estudan-te de direito da UniversidadeSatildeo Tomaacutes de Moccedilambique(USTM) o teacutecnico Diamanti-no Miranda perdeu respeito aosmoccedilambicanosldquoNa minha humilde opiniatildeoconsidero ser grande insultopara os moccedilambicanos proferiraquelas palavras na esfera puacutebli-ca Se fosse num foacuterum privadopoderia compreender porquemuita gente natildeo havia de saberEle passou dos limites mesmo

Expulsatildeo de Diamant ino M iranda di vide opiniotildeesse fosse no seu proacuteprio paiacutes eles natildeohaviam de ponderar essas brincadei-ras Aliaacutes ateacute porque ele vai servir deexemplo para os outros estrangeirosque vecircm ao paiacutes e satildeo bem tratadose meia-volta comeccedilam a maltrataros proacuteprios moccedilambicanosrdquoPara Manuel Muianga tambeacutemestudante de direito da mesma uni- versidade a expulsatildeo do treinadorDiamantino Miranda eacute absurdaldquoEle chamou os moccedilambicanos deladrotildees e isso para mim natildeo eacute novi-dade porque existem muitos treina-

dores ateacute estrangeiros que insultamdentro e fora de campo mas nuncaforam expulsos do paiacutesrdquoldquoNa minha opiniatildeo o Ministeacuterio de Trabalho devia retirar-lhe a licenccedilade trabalho numa primeira fase en-quanto investiga o caso em sumadevia ser mais cauteloso nesta ma-teacuteriardquo observouEnquanto isto Arnaldo Albertoestudante de Ciecircncias Sociais daUniversidade Eduardo Mondlane(UEM) explicou que o caso Dia-mantino Miranda virou tema de

conversa a niacutevel da sua faculdadeEle entende que a medida tomadapelo Ministeacuterio de Trabalho em ex-pulsar o treinador para fora do paiacuteseacute correcta ldquoEu considero como umamedida certa porque ningueacutem podeestar num paiacutes do outro e passar a vida a proferir insultos contra os do-nos do proacuteprio paiacutes Eu acredito quese fosse um treinador moccedilambicanoa fazer o mesmo no paiacutes deles ou emqualquer outro teria sanccedilotildees do geacute-nerordquo anotou o estudantePara Rafael Ernesto comerciante

e adepto da selecccedilatildeo nacional osldquoMambasrdquo o Ministeacuterio do Traba-lho tomou a medida correcta porqueo teacutecnico portuguecircs estava habitua-do a insultar os jogadores de formairresponsaacutevelldquoFoi uma boa medida porque paraaleacutem de jogadores tambeacutem insultoutodos os moccedilambicanos e gostariaque ele natildeo voltasse mais ao nossopaiacutesrdquo Tumar Cumbula empresaacuterio pre-cisou ldquoa atitude do Ministeacuterio foiboa noacutes natildeo podemos admitir es-

sas brincadeiras no nosso paiacutesporque o que ele fez se fosse naAmeacuterica seria preso mas aquiteve sorte Ele foi mais longedemaisrdquo rematou o empresaacuterio Jaacute o advogado Roberto Macha- va precisou ldquohouve um poucode exagero por parte do Mi-nisteacuterio do Trabalho porque haacutemuitas pessoas que falam malnos cafeacutes nos centros de recre-accedilatildeo entre outros mas natildeo satildeoexpulsas do paiacutesAjuntando ldquoa expulsatildeo de um

indiviacuteduo do paiacutes natildeo deve serassim devia haver um moti- vo forte O que poderia fazer oMinisteacuterio do Trabalho era to-mar medidas processuais numaprimeira fase enquanto procuraouvir a outra parte E penso queno seio da proacutepria Liga Mo-ccedilambicana de Futebol e Fede-raccedilatildeo Moccedilambicana de Futeboldeveriam existir alguns espe-cialistas para defender este tipode assuntosrdquo precisou Zaqueu

Massala

Alberto Simango Juacutenior presidente da LMF

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17Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

A TALHE DE FOICEPor Machado da Graccedila

A notiacutecia que me chegou jaacute temmais de um mecircs mas natildeo per-deu infelizmente actualidade

Segundo a Kazinform (provavelmenteuma agecircncia de informaccedilatildeo) um aviatildeoMig 21 num voo de teste depois deuma reparaccedilatildeo incendiou-se ao ater-rar no aeroporto de Bakeu na Romeacute-nia em finais de Agosto passadoMas o mais interessante da notiacutecia eacuteque ela afirma que o aviatildeo sinistradopertencia agrave Forccedila Aeacuterea Moccedilambica-naFiquei assim a saber que a nossa ForccedilaAeacuterea adquiriu pelo menos um aviatildeode combate Mig 21 Mas muito pro- vavelmente adquiriu mais do que umE deve ter adquirido nos saldos emsegunda matildeo porque esse modelo deaviatildeo deixou de ser fabricado em 1985A proacutepria Romeacutenia estaacute a substituir osque ainda tem por aviotildees modernos ese calhar vendeu-nos ao desbarato os velhinhos Mig 21 que para laacute tem E

a avaliar pela notiacutecia o resultado natildeofoi bomComentando a notiacutecia com um cole-ga nomeadamente sobre a razatildeo paraMoccedilambique precisar desse tipo dearmamento o colega disse-me que natildeoeacute soacute isso que estaacute a acontecer Pelo con-traacuterio segundo ele teratildeo sido desem-barcados na Beira tanques de guerrae ao porto de Maputo continuam achegar grande quantidade de viaturasmilitaresOra a pergunta que tem que ser feitaeacute Natildeo tendo o nosso paiacutes conflito comnenhum dos seus vizinhos antes sen-

do excelente a relaccedilatildeo com todos eles

para que precisamos noacutes de todos essesinstrumentos mortiacuteferosE a resposta infelizmente soacute pode serque se natildeo satildeo para usar contra ini-migos externos satildeo para usar dentrodo paiacutes Falando com mais crueza satildeopara matar moccedilambicanos Temos portanto um Governo que

passa a vida a condenar os discursosbelicistas da Renamo e a proclamar oseu enorme amor agrave Paz mas por por-tas e travessas vai comprando armasde guerra para uso em terra e no arUm Governo que natildeo tem dinheiropara pagar decentemente a meacutedicosenfermeiros e professores que natildeo temdinheiro para comprar medicamentospara os hospitais nem material escolarnomeadamente carteiras mas que temdinheiro para comprar aviotildees bombar-deiros e tanques de guerra para matar

moccedilambicanosComeccedila por outro lado a ser maiscompreensiacutevel o impasse que continuanas sessotildees do ldquodiaacutelogordquo entre o Gover-no e a Renamo Muito provavelmentetrata-se apenas de manter a situaccedilatildeoestacionaacuteria nesta paz-podre agrave esperaque chegue ao paiacutes todo o armamentocomprado no exterior para depois im-por uma soluccedilatildeo militarO que pode ser uma peacutessima escolhacomo bem poderia explicar o general vietnamita Vo Nguyen Giap recente-

mente falecido

Armas

pecuacuteliosOra para dispor sem restriccedilotildees do pecuacutelio ou

cuacutemulo de activos ndash nervo da poliacutetica e da guerraconforme aprenderam em longos anos de combateos vencedores da guerra civil angolana ndash importadispor de imagem impoluta e agir sem constrangi-mentos ou ameaccedilas legaisO risco de processos judiciais inquinando a ima-gem de pessoas e do estado eacute altamente prejudicialaos equiliacutebrios de poder em Luanda e ao presi-dente cabe atalhar a direito sempre que a ameaccedilaronde os mais proacuteximos e influentesA provaacute-lo estatildeo o ldquoAngolagaterdquo envolvendo gen-te da alta roda poliacutetica e negocista francesa pela venda ilegal de armas sovieacuteticas a Luanda entre1993 e 1995 ou o reconhecimento no ano pas-sado nas paacuteginas do ldquoFinancial Timesrdquo por ManuelVicente Kopelipa e o general Leopoldino Fragosodo Nascimento da sua participaccedilatildeo na ldquoNazaki Oilamp Gasrdquo que se associou em 2010 agrave ldquoCobalt Inter-national Energyrdquo de Houston para a exploraccedilatildeo daconcessatildeo dos blocos petroliacuteferos 9 e 21Voltaraacute a correr o marfimEduardo dos Santos jaacute afastou Marcolino Mouco Joatildeo Lourenccedilo ou Fernando Nandoacute e cerceou am-biccedilotildees de outros putativos sucessoresNo pinaacuteculo do poder Eduardo dos Santos con-tudo natildeo tem ainda assegurado que a sua sucessatildeopossa vir a garantir a perservaccedilatildeo do justo pecuacutelioe a rede de influecircncias poliacuteticas de interesses patri-moniais de associados e familiaresAacuterbitro e decisor em derradeira instacircncia opresidente de Angola tem consequentemente detomar posiccedilatildeo e assumir atitudes para provar queacima de tudo defenderaacute os interesses da cuacutepulado poder e dos negoacutecios as ldquoelites capazesrdquo quetanto lhe devemMexe com poder eacute poliacutetico portanto o conten-cioso e ao mais alto niacutevel o estado angolano vecircmexigindo desculpas e reparaccedilotildees puacuteblicas que porconstrangimento legal os governantes portu-gueses natildeo podem expressarRui Machete disse em puacuteblico o que apenas po-deria aventar em privado e gerou tamanha contro- veacutersia interna que acabou bloqueando a diploma-cia e dando pretexto agrave ruptura ansiada em LuandaPara o resto o que Machete em puacuteblico natildeo dissemas se sabe agrave boca pequena eacute que bastaraacute a justiccedilaportuguesa continuar inane e ineficaz manter-seigual a si proacutepria para tudo acabar em aacuteguas debacalhau e voltar a correr o marfim

Jornalista barradasjoaocarlosgmailcom

httpmaneatsemperblogspotpt Top of Form

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Aacute rbitro e decisor em derradeira instacircnciao presidente de Angola tem consequen-temente de tomar posiccedilatildeo e assumiratitudes para provar que acima de tudo

defenderaacute os interesses da cuacutepula do poder e dosnegoacuteciosSatildeo literalmente laquoincompreensotildees ao niacutevel dacuacutepularaquo que levam Joseacute Eduardo dos Santos a de-nunciar o acordo de princiacutepio acertado em 2010em Luanda com Cavaco Silva para o desenvolvi-mento de uma parceria estrateacutegica luso-angolanaA indefinida e adiada parceria deveria servir parareforccedilar a cooperaccedilatildeo estado a estado promovercontactos e projectos bilaterais entre instituiccedilotildeesempresas privadas e cooperativas aleacutem de facilitara circulaccedilatildeo de pessoas bens e capitaisApesar das aplicaccedilotildees financeiras em Portugalterem continuado a processar-se a bom ritmo ndashsobretudo nas telecomunicaccedilotildees energia e bancandash legitimando a riqueza receacutem-acumulada dosinvestidores angolanos uma questatildeo poliacutetica in-

quinou a relaccedilatildeoInvestigaccedilotildees judiciais sobre altas personalidadescomo o procurador-geral Joatildeo Maria de Sousa oministro de estado e da coordenaccedilatildeo econoacutemicaManuel Vicente ou o general Manuel HeacutelderVieira Dias laquoKopeliparaquo ministro de estado e chefeda casa militar do presidente nunca foram trava-das pelo poder executivo ndash laquoao niacutevel da cuacutepularaquo SBento e Beleacutem ndash como ainda acabaram tornadaspuacuteblicasA deploraacutevel vergonhosa e ilegal praacutetica de fugasde informaccedilatildeo e violaccedilatildeo reiterada do segredo de justiccedila no DCIAP deu pretexto a criacuteticas de ar-ticulistas e poliacuteticos de Luanda sobre difamaccedilatildeo eintimidaccedilatildeo de cidadatildeos angolanos e a perversatildeodo estado de direito em PortugalO presidente das elites capazesManuel Vicente anunciou em Maio do ano pas-

sado que o investimento de estado em Portugaldeixara de ser prioritaacuterio jaacute que importava privile-giar o mercado angolanoA participaccedilatildeo da ldquoSonangolrdquo no BCP visando acriaccedilatildeo de uma plataforma financeira para suportaro crescimento da empresa fora um dos objectivosatingidos numa fase inicial que apostara forte emPortugal e referia tambeacutem Vicente convinha di- versificar as aplicaccedilotildees directas do estadoAo capital privado caberia assim definir opccedilotildeesde investimento em Portugal e de parcerias emAngola com empresas lusas mas na realidade aimbricaccedilatildeo da elite de negoacutecios e da elite do poderem Luanda eacute tal que a distinccedilatildeo acaba por ser ir-relevanteEacute essa a razatildeo que sustenta as tiradas nacionalistasno discurso de Eduardo dos Santos agrave AssembleiaNacional sobre o Estado da Naccedilatildeo denunciandoa injusticcedila de empresas e bancos estrangeiros queldquolevam biliotildeesrdquo de Angola ao mesmo tempo queLuanda vecirc serem qualificadas como corruptas assuas ldquoelites capazesrdquo que tecircm amealhado justos

Angola cortar a direitoPor Joatildeo Carlos Barradas

A notiacutecia de que a Ruacutessia concedeu asilo tem-poraacuterio a Edward Snowden eacute geralmentediscutida no contexto dos potenciais efeitosda decisatildeo sobre as relaccedilotildees russo-america-

nas Sem duacutevida o caso Snowden desencadeou umaseacuterie de efeitos adversosLevando em conta as revelaccedilotildees do ex-agente da CIApromotores russos estatildeo investigando os serviccedilos do

Google e do Facebook na Ruacutessia As autor idades sus-peitam que ambos violem os acordos internacionaissobre a proteccedilatildeo de dados pessoaisO avanccedilo dessa situaccedilatildeo ameaccedila originar uma atmos-fera toacutexica de longo prazo nas negociaccedilotildees bilateraisem torno de vaacuterias questotildees delicadas Entre elas ointercacircmbio de agentes descobertos a anaacutelise dospedidos para divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre ciber-criminosos e suspeitos de terrorismo ou a troca daspraacuteticas mais eficazes das agecircncias de inteligecircncianorte-americanas e russas no trabalho com grandes volumes de dadosAleacutem disso a Ruacutessia agora pode esquecer as per-spectivas de retorno de Viacutektor Bout ou outros rus-sos que estatildeo enfrentando processos judiciais nosEstados Unidos A Casa Branca por sua vez perdeuo poder de instigar seus principais valores na Ruacutessia ndash

a liberdade na internet e a proteccedilatildeo dos direitos dosusuaacuterios gravemente comprometidos pelas revelaccedilotildeesde SnowdenQuem sabe quantos segredos mais o ldquoex-prisioneirodo aeroporto moscovita de Sheremetievordquo tem guar-dado ou quatildeo difiacutecil seraacute para ele resistir agrave tentaccedilatildeode compartilhaacute-los com os serviccedilos de inteligecircnciarussos

Mas tudo eacute muito complexo e dramaacutetico Seraacuteque o asilo concedido a Snowden realmente traccedila umalinha vermelha nas relaccedilotildees russo-americanasEm primeiro lugar a decisatildeo russa de conceder asilotemporaacuterio a Snowden envia agrave Casa Branca um sinalclaro de que a Ruacutessia estaacute disposta a negociar aindamais ldquoPodemos abrigaacute-lo temporariamente masdeixe-nos pensar aleacutem dissordquoCabe lembrar a condiccedilatildeo anunciada pelo presidenteVladiacutemir Puacutetin no mesmo dia em que os boatos so-bre a possibilidade de asilo vieram agrave tona de que oforagido deveria ldquoparar de prejudicar os interesses dosEstados UnidosrdquoO consentimento de Snowden em seguir essa regraestaacute impliacutecito na aceitaccedilatildeo do asilo O governo russotambeacutem natildeo vai perder o interesse em acessar as in-formaccedilotildees que o ex-agente da CIA estaacute segurando

embora o acordo atual sugira que tais dados continu-aratildeo a ser um aacutes na manga diplomaacutetica da Ruacutessia ndash aser usado em uma hora difiacutecil nas negociaccedilotildees bilate-rais com Washingtonndash e natildeo seraacute compartilhado coma comunidade internacionalEacute ainda mais importante ter em mente que as relaccedilotildeesrusso-americanas satildeo muito diversificadas e estra-teacutegicas para serem deixadas de lado por causa de um

uacutenico escacircndalo independentemente de quatildeo fortepossa ressoarApesar da tendecircncia negativa nas relaccedilotildees bilateraiscom o fim do ldquoresetrdquo uma seacuterie de questotildees demon-stra a enorme capacidade de cooperaccedilatildeo duradourae desenvolvimento construtivo em assuntos intimam-ente relacionados com SnowdenA cooperaccedilatildeo no ciberespaccedilo que apresentou recente-mente um progresso substancial eacute exemplo disso Em17 de junho um dos pontos de discussatildeo da Cuacutepulado G8 na Irlanda foi a declaraccedilatildeo conjunta emitidapor Puacutetin e Obama sobre as medidas de reforccedilo daconfianccedila no ciberespaccedilo que incluiacuteram trecircs acordosEstados Unidos e Ruacutessia satildeo agora obrigados a man-ter contato constante sobre cibercrimes e tentativasde ciberataques para reforccedilar a cooperaccedilatildeo na respostaa tais incidentes bem como fazer uso de uma linha di-

reta para avisar um ao outro sobre alguma emergecircnciaSimbolicamente os mecanismos de notificaccedilatildeo muacute-tua seratildeo parcialmente implementados por meio da jaacute existente linha Moscou-Washington para o avisode ocorrecircncias com armas nucleares a mesma usadadurante a Guerra FriaA continuidade dos acordos exemplifica a crescenteimportacircncia estrateacutegica da cooperaccedilatildeo russo-ameri-

cana no ciberespaccedilo Os dois lados chegaram a umacordo sobre a questatildeo mesmo em meio a condiccedilotildeesdesfavoraacuteveis nas relaccedilotildees bilaterais ndash embora hajaduacutevidas sobre ateacute onde essa cooperaccedilatildeo seria sacrifi-cada por causa do recente escacircndalo diplomaacuteticoApesar do efeito das revelaccedilotildees do ex-agente daCIA os Estados Unidos e a Ruacutessia precisam se en-gajar para estabelecer um clima de boa vizinhanccedila ecolaboraccedilatildeo no ciberespaccedilo ainda que envolto porcriacuteticas e acusaccedilotildees pesadas A colaboraccedilatildeo podeser reduzida ou suspensa em alguns aspectos mas asmedidas de confianccedila devem ser desenvolvidas comoum dos mecanismos viaacuteveis para prevenir uma guerraciberneacutetica Isso eacute algo que tanto o Kremlin como aCasa Branca entendem bem Oleg Demidov eacute coordenador de projetos em segu-ranccedila e governanccedila no Centro de Estudos Poliacuteticosda Ruacutessia

O ciberespaccedilo poacutes-SnowdenPor Oleg Demidov

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

CartoonEDITORIAL

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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19Savana 18-10-2013

violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

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Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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20 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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TEM A DA SEM ANA 3Savana 18-10-2013

que o homem eacute mais flexiacutevel e cria-tivo quando motivado pelo lucro enuma economia centralizada a pes-soa sabia que se esforccedilando comonatildeo teria o seu salaacuterio

Samora morreu num periacuteodo departido uacutenico e de uma economiacentralizada Como eacute que con-

viveria com a actual realidade demaior abertura poliacutetica e econoacutemi-ca pelo menos no plano formalTeria que se adaptar porque as so-ciedades avanccedilam De certeza quenatildeo ficaria tranquilo mas teria con-sciecircncia de que aquele modelo desocialismo que noacutes adoptaacutemos natildeoestava a dar resultados Claro quehaacute outros factores que contribuiacuterampara isso porque os paiacuteses imperi-alistas entraram em pacircnico quandoMoccedilambique e Angola se procla-maram paiacuteses socialistas Isso eraum germe aqui na zona porquepoderia influenciar paiacuteses agrave voltaEntatildeo atacaram-nos e isso contri-buiu muito para que o projecto so-cialista de Samora e de muitos denoacutes natildeo avanccedilasse

ldquoDirecccedilatildeo da Frelimoesconde os reais ideiais deSamorardquoUma das coisas que marcaram omandato de Guebuza foi a imor-talizaccedilatildeo da 1047297gura de SamoraForam construiacutedas estaacutetuas emtodo o lado homenagens e dis-cursos benevolentes Contudo deoutro lado os males que Samoracombatia aumentaram Falo dacorrupccedilatildeo e pilhagens dos recur-

sos nacionais Seraacute que a 1047297gura deSamora estaacute mesmo a ser valori-zadaAs estaacutetuas satildeo uma coisa boaporque quando as pessoas passampelas ruas ou praccedilas onde estatildeo er-guidas lembram-se de Samora Maso mal eacute que ficamos por aiacute Se fala-mos do legado de Samora apenasdissemos que foi um grande liacuteder foio primeiro presidente de Moccedilam-bique independente Natildeo entramosno seu pensamento Parece que aactual direcccedilatildeo da Frelimo e do paiacutesnatildeo estaacute interessada no pensamentode Samora Ela esconde o seu pens-amento Nos seus discursos esquece

que Samora era uma figura sensiacutevelagrave corrupccedilatildeo ao sofrimento do povoagrave expropriaccedilatildeo dos bens do povopara satisfazer apetites e ganacircnciade um pequeno grupo de dirigentes

Como eacute que Samora Machel en-cararia o facto de sectores impor-tantes da soberania econoacutemica deMoccedilambique nomeadamente osrecursos naturais estarem hoje nasmatildeos do capital estrangeiroSe ele viesse soacute para visitar ficariadecepcionado Se ele viesse para im-por ordem diria que vamos acabar

com estas coisas mas natildeo no sen-tido de impedir a exploraccedilatildeo dessesrecursos Os recursos existem satildeonossos e devem contribuir para ocrescimento e desenvolvimento dopaiacutes Agora o que ele diria eacute quetemos que dirigir esse processo detal maneira que o povo inteiro natildeosofra e uma pequena minoria ben-eficie

ldquoFalta vontade poliacutetica nainvestigaccedilatildeo da morte deSamorardquoComo eacute que reage a um aparenteesmorecimento do processo deinvestigaccedilatildeo da morte de SamoraMachel depois de alguma euforiasuscitada pelo Presidente Arman-do Guebuza e Jacob ZumaHaacute duas maneiras de analisar a suapergunta Uma pela complexidadedas investigaccedilotildees e outra na falta de vontade Lembro-me do assassinatodo primeiro-ministro da SueacuteciaOlof Palme foi quase no mesmoperiacuteodo com o do presidente Samo-ra mas ateacute hoje ainda natildeo foi desco-berto quem eacute que matouPortanto talvez seja tatildeo difiacutecilPoreacutem exprimindo o meu senti-mento digo que estou desapontadocom o niacutevel das investigaccedilotildees Gos-taria que esse processo avanccedilassepara se descobrir os verdadeiros au-tores do crime

Sente alguma preocupaccedilatildeo da par-te dos Governos de Moccedilambiquee da Aacutefrica do Sul em investigar ocrimeNatildeo sinto Se houvesse esforccedilo decada um dos lados seria divulgadoo que natildeo estaacute a acontecer Haveriaalguns resultados visiacuteveis indicandoque a investigaccedilatildeo estaacute a avan-ccedilar neste ou naquele sentido jaacute sedescobriu isto ou aquilo mas natildeo sefala Isso eacute preocupante

Acha que um dia Samora podiaapertar a matildeo do l iacuteder da Renamo Afonso DhlakamaEm nome dos princiacutepios que de-fendia natildeo iria prejudicar o povo Seele se convencesse de que esse era ouacutenico caminho para conseguir queo paiacutes estivesse em paz ele ia fazerisso

A s criacuteticas dirigidas directamente a colabora-dores de Samora nalguma imprensa natildeo con-1047297guram comportamentos racistas que ele tatildeo veemente denunciou e repreendeu

Samora foi uma pessoa que sempre combateu o racismo

regionalismo e o tribalismo Ele dizia que esses satildeo osnossos piores inimigos porque impedem-nos de assumira grandeza do nosso paiacutes natildeo permitem compreender acomplexidade da nossa paacutetria e sobretudo dispersam asnossas forccedilasNatildeo lutaacutemos por uma raccedila uma religiatildeo uma tribo Lu-taacutemos pela mesma naccedilatildeo pelo ideal uacutenico e pela liber-taccedilatildeo da nossa terra e do nosso povo Satildeo esses pensam-entos que a direcccedilatildeo actual da Frelimo esconde Quandoa actual direcccedilatildeo fala de Samora soacute se limita a dizer queera um grande liacuteder mas aquilo que ele defendia natildeofala escondeQuando o mais alto dirigente do paiacutes diz que temos quedistinguir quem eacute moccedilambicano genuiacuteno e natildeo genuiacutenoa quem se refere e qual eacute que eacute o seu objectivo O queele pretendeEu levantei essa questatildeo no congresso de Pemba Dirigi-me ao presidente e disse camarada presidente o que satildeo

moccedilambicanos genuiacutenos e natildeo genuiacutenos Disse ao ca-marada presidente olha para os membros da ComissatildeoPoliacutetica veja o camarada Manuel Tomeacute Olha paraminha pele e olha para a pele dele eu vejo que ele eacutemais claro do que eu Olha para Graccedila Machel ela eacutemais clara do que eu entatildeo eles natildeo satildeo moccedilambicanosgenuiacutenos Natildeo me respondeu Com isso sente que haacute focos de racismo no seio daFrelimo Natildeo disse isso Citei apenas o que o dirigente maacuteximodo partido e do paiacutes disse e o que eu lhe perguntei Soacuteesse chefe que disse isso pode responder a questatildeoHaacute quem diga que Jorge Rebelo e outros moccedilambi-canos da raccedila natildeo negra eram muito ldquomimadosrdquo porSamora Machel Apoacutes a sua morte essa classe 1047297couoacuterfatilde e hoje natildeo vecirc coisas boas Eacute um grupo de saudo-sistas Concorda com issoHaacute um aspecto que devemos ter em conta que eacute dos

bajuladores e dos lambebotas Hoje o paiacutes infelizmenteestaacute infestado desse tipo de gente O aparelho estatalestaacute infestado por esse tipo de gente porque as pessoassatildeo escolhidas na base da sua capacidade de lamber asbotas do chefe Todos noacutes assistimos isso Basta abriralguns jornais Mas esses que escrevem satildeo encomen-dados Recebem instruccedilotildees para defenderem algumasideias nas linhas e orientaccedilatildeo e aceitamMas os bajuladores estatildeo a empurrar o paiacutes para oabismo Pelo que apelo a essas pessoas para que deixemde serem bajuladores e guiem-se pelo seu pensamentonatural porque isso retira-lhes a sua dignidade

Jaacute imaginou o que o termo lambebotas significa Estarsempre a bajular retira ao indiviacuteduo alguma dignidade eretira a visatildeo do chefe porque fica sem saber o que eacute bome o que eacute mal porque eles continuaratildeo a dizer que tudoestaacute bom para manter as mordomiasMas por outro lado a culpa eacute do proacuteprio chefe porqueele eacute que alimenta esses bajuladores Escolhe aquele tipode gente para serem seus conselheiros Portanto no fimao cabo tudo desemboca no chefe porque ele escolheaqueles que lhe agradam e dizem sempre coisas boasNormalmente esse tipo de chefes natildeo gostam que al-gueacutem diga que camarada presidente aqui estamos a er-rar O actual dirigente natildeo aceita criacuteticasUma das virtudes de Samora eacute que aceitava criacuteticasLembro-me de um episoacutedio Houve uma altura em queSamora andava meio frustrado porque ele natildeo encon-trava nos seus colaboradores respostas para os problemase passou a tomar decisotildees sozinho e noacutes colaboradoresdirectos sentiacuteamos issoUm dia num encontro restrito ele disse que natildeo sabia oque estava a acontecer connosco dizia que natildeo eacuteramosos mesmos Eu atrevi-me e disse o problema eacute que ago-ra o camarada presidente comporta-se como um ditador

e fiquei agrave espera da reacccedilatildeo Fiquei com medo porqueele podia dizer que isso eacute uma ofensa ao mais alto mag-istrado da naccedilatildeo portanto prendam-noSamora natildeo reagiu natildeo me mandou prender e o queeu notei foi que a partir daiacute ele chamava-me constante-mente para conversarmosEm vez de me perseguir marginalizar-me ele mostrouque gostava de pessoas que lhe diziam as coisas frontal-mente e isso eacute uma indicaccedilatildeo da grandeza de um chefeHaacute quem diga que nos uacuteltimos dias haacute tendecircnciaatraveacutes da Comunicaccedilatildeo Social de reduzir os progres-sos de Moccedilambique numa uacutenica 1047297gura enquanto quena realidade o desenvolvimento de Moccedilambique eacute re-sultante do trabalho de todos os moccedilambicanos cada

um agrave sua maneira Qual eacute a sua opiniatildeo acerca dissoEacute uma coisa que me deixa preocupado Esta tendecircnciade tentar endeuzar o chefe Esses bajuladores dizem queo chefe eacute que faz tudo Todos os dias aparecem artigos naimprensa a falar das realizaccedilotildees da sua excelecircncia Tudo

aquilo que estaacute a acontecer eacute obra do chefe Foi o chefeque fez e aquilo Isso cria um mal estar nos cidadatildeosNa nossa altura era completamente diferente Os suces-sos eram de todos Os sucessos do chefe deviam-se aosseus colaboradores e isso estimulavam-nos Quandofaziacuteamos uma coisa certa eacuteramos elogiados quandofaziacuteamos uma coisa errada eacuteramos reprimidos masnunca se apresentou como o uacutenico que faz coisasDe certeza que Samora tambeacutem podia dizer que fui euque libertei o paiacutes fui eu que corri com os colonos masnatildeo Mandela podia dizer que eu sofri na cadeia pelopovo sul-africano agora quero ficar rico Satildeo atitudesdessas que elevam um liacuteder e natildeo endeuzamentosSe estivesse proacuteximo do presidente Guebuza queconselhos dariaNatildeo sou conselheiro e nada posso comentar

Acha que o projecto de justiccedila social ainda estaacute pre-sente na Frelimo tendo em conta as gritantes assime-

trias econoacutemicas vigentes no paiacutesNatildeo A Frelimo de hoje tem caracteriacutesticas muito dife-rentes da Frelimo do tempo de Mondlane e SamoraHoje no papel falamos de justiccedila social igualdade masna praacutetica o que estaacute a acontecer eacute que os pobres estatildeoficar mais pobres e a minoria rica estaacute a ficar cada vezmais ricaMarcelino dos Santos disse numa das suas interven-ccedilotildees no ano passado que esta Frelimo natildeo respondiaaos ideias da sua criaccedilatildeo pelo que natildeo sabia se votarianela em 2014 Qual eacute o posicionamento de Jorge Re-

beloEstou decepcionado com a Frelimo actual mas nestemomento natildeo vejo alternativas Portanto votar pelaqueda da Frelimo sem essa alternativa significa conde-nar o paiacutes ao caos Neste momento apesar de todos osdefeitos que tem a Frelimo actual ainda eacute o uacutenico par-tido que pode garantir o miacutenimo de estabilidade e o de-

senvolvimento embora esse desenvolvimento beneficieapenas uma pequena camadaNatildeo estou a ver a Renamo como alternativa O MDMainda estaacute na fase embrionaacuteria e natildeo pode aparecer adirigir o paiacutes Natildeo conheccedilo os princiacutepios ideoloacutegicos doMDM mas de qualquer forma tem que se afirmarComo eacute que olha o facto de a Frelimo natildeo ter aindaeleito o candidato para as proacuteximas eleiccedilotildees presiden-ciais uma vez que nos processos anteriores tinha c an-didato com maior antecedecircnciaIsto eacute uma preocupaccedilatildeo de muitos de noacutes porque quan-do foi do tempo do presidente Guebuza ele comeccediloua campanha dois anos antes porque tinha que se fazerconhecer nas bases Natildeo eacute em trecircs meses ou seis mesesque um candidato pode percorrer o paiacutes todo e dizer eusou candidato e votem em mim O pais eacute grande Porisso que natildeo compreendo como eacute que haacute este atraso naindicaccedilatildeo do sucessor do presidente GuebuzaA demora natildeo eacute beneacutefica para a Frelimo porque comodisse antes o presidente Guebuza teve dois anos parafazer campanha e isso ajudou que ganhasse as eleiccedilotildeesNatildeo compreendo a razatildeo dessa demora e natildeo creio quehaja algueacutem que compreenda porque jaacute eacute tempo Talvezos chefes saibamQual eacute que seria o candidato ideal da Frelimo para aseleiccedilotildees de 2014Natildeo tenho perfil do candidato da Frelimo Olhando aminha volta natildeo vejo o candidatoUmas da coisas que sempre caracterizaram o partidoFrelimo eacute que sempre reuniu os seus oacutergatildeos centraisduas a trecircs vezes por ano Estranhamente esse habitonatildeo se estaacute a repetir este ano Desde que a Frelimosaiu do congresso soacute se reuniu vez uma em sede deComiteacute Central O que isso signi1047297caPodiacuteamos dizer que natildeo haacute necessidade de reuniotildees dos

oacutergatildeos do partido (Comiteacute Central e reuniatildeo nacionalde Quadros) porque hoje jaacute haacute um pensamento comum Todos pensam da mesma maneira Para quecirc fazer re-uniotildees de quadros gastar-se dinheiro e tempo enquantopensa-se da mesma maneira e jaacute se sabe o que pensamNatildeo vale a pena continuar com essas reuniotildees porque

jaacute sabemos o que se vai decidir Todos tecircm o mesmocaminho a seguirSe a Frelimo eacute um partido apologista de diversidadede ideias porque eacute assim que cresce Eacute atraveacutes da criacuteti-ca e auto-criacutetica que se constroacutei um partido forteEsqueccedila essas coisas de criacuteticas auto-criticas eacute umacoisa do passado A Frelimo de hoje natildeo aceita a criacuteticae muito menos fazer auto-criacutetica

ldquo O nosso chefe foment a lambeboti smordquo

Para Rebelo a Frelimo de hoje tem caracteriacutesticas muito diferentes da Frelimo dotempo de Mondlane e Samora

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TEM A DA SEM ANA4 Savana 18-10-2013

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TEM A DA SEM ANA 5Savana 18-10-2013 TEM A DA SEM ANA

O sorteio dos concorrentes agraveseleiccedilotildees autaacuterquicas do proacute- ximo dia 20 de Novembrocolocou o partido Frelimo na

primeira posiccedilatildeo nos boletins de votoAssim nas 53 autarquias onde vai de-correr o pleito o partido Frelimo e o seucandidato agrave presidecircncia do municiacutepioapareceratildeo em primeiro lugar

Curiosamente o mesmo sorteio co-locou o Movimento Democraacutetico deMoccedilambique (MDM) em segundolugar O MDM eacute o segundo partidomais importante nestas eleiccedilotildees tendoem conta que a Renamo actual maiorpartido da oposiccedilatildeo diz que iraacute boico-tar o pleito em protesto contra a actuallegislaccedilatildeo eleitoral

O movimento Juntos Pela Cidade(JPC) que apoia a candidatura de Is-mael Mussaacute na cidade de Maputo apa-rece no boletim de voto em oitavo lugarNo total satildeo 18 partidos e movimentosciacutevicos que vatildeo disputar as quintas elei-ccedilotildees autaacuterquicasPara aleacutem da Frelimo e MDM o sor-teio definiu em terceira posiccedilatildeo Asso-

ciaccedilatildeo de Jovens Teacutecnicos Portadoresde Deficiecircncia de Moccedilambique (CIN-FORTEacuteCNICA) que vatildeo concorrer nacidade de Maputo Na quarta posiccedilatildeoestaraacute o Partido Ecologista que concor-re pelos municiacutepios de Maputo e Ma-tola A Alianccedila Independente de Mo-ccedilambique (ALIMO) e o partido Verdesde Moccedilambique (PVM) avanccedilam pe-

los municiacutepios da Matola e Maputo o

Partido Trabalhista (PT) que concorreapenas na capital do paiacutes Partido paraa Paz Democracia e Desenvolvimento(PDD) nas cidades de Nampula Mi-lange Marromeu Matola e MaputoPartido de Reconciliaccedilatildeo Nacional(PARENA) que concorre pelos muni-ciacutepios de Quelimane Beira Matola eMaputo Associaccedilatildeo dos Naturais daManhiccedila (NATURMA) que vai pela vila da Manhiccedila Associaccedilatildeo Artesa-nal Uiupi-Pemba Cabo Delgado queconcorre em Chiuacutere Partido Huma-nitaacuterio de Moccedilambique (PAHUMO)em Pemba Montepuez e NampulaPartido do Progresso Liberal de Mo-ccedilambique (PPLM) em Boane Matolae Maputo Associaccedilatildeo dos Transporta-dores de Gaza (ASTROGAZA) que

concorre pela autarquia da Macia As-sociaccedilatildeo para Educaccedilatildeo Moral Ciacutevicana Exploraccedilatildeo de Recursos Naturais(ASSEMONA) que vai pelas cidadesde Nampula Monapo e Ribaacuteuegrave Par-tido Independente de Moccedilambique(PIMO) em Gocircndola e em deacutecimo oi-tavo lugar foi sorteado o Partido para oDesenvolvimento (MPD) que concorreapenas por Montepuez e Gurueacute

Concorrentes satisfeitosA Frelimo e o MDM principais parti-dos moccedilambicanos se fizeram presen-tes ao sorteioA Frelimo foi representada por SeacutergioPantie membro da Comissatildeo Poliacuteticaque referiu que o posicionamento eacute si-

nal de satisfaccedilatildeo porque daacute visibilidadeno boletim de votoSegundo Pantie o desejo dos membrosda Frelimo eacute que no dia da votaccedilatildeo e noapuramento dos resultados o partido eos seus candidatos estejam em primeirolugarDisse que neste momento estaacute a ser fei-to todo o trabalho no sentido de garan-tir vitoacuteria nos 53 municiacutepiosQuestionado se o actual cenaacuterio poliacuteti-co militar natildeo poderaacute prejudicar as elei-ccedilotildees Seacutergio Pantie referiu que o maisimportante eacute que os moccedilambicanosquerem que as eleiccedilotildees decorram numambiente de paz tranquilidade e quesejam eleiccedilotildees livres e transparentesldquoPor isso apelamos agrave Renamo para eli-minar e acabar com o discurso belicista

com a tendecircncia de querer intimidar apopulaccedilatildeo moccedilambicanardquo apelouPor sua vez Joseacute de Sousa porta-vozdo MDM sublinhou que o sorteio queditou o segundo lugar foi transparenteNo entender do representante doMDM o mais importante eacute o trabalhoque deve ser feito no terreno com vistaa convencer o eleitorado para que possaacreditar naquilo que eacute o projecto dopartidoldquoEstar em segundo em quarto ou deacuteci-mo natildeo eacute tatildeo importante que o trabalhoque deve ser feito porque o galo eacute galoem todas as posiccedilotildees O que eacute precisoeacute um trabalho de conscielizaccedilatildeo e deexplicaccedilatildeo para que o eleitorado enten-da qual eacute o siacutembolo do MDMrdquo disseacrescentando que o MDM quer que

estas eleiccedilotildees ocorram num ambientede paz e estaacute convencido que o Estadomoccedilambicano tudo faraacute para que istoaconteccedilaDiz que a meta do MDM eacute consolidara governaccedilatildeo nos dois municiacutepios quecontrola neste momento e conquistaroutras autarquias Joatildeo Massango do partido Ecologistaentende que se a tensatildeo poliacutetica preva-lecer pode manchar o processo eleitoralmas cabe ao Estado garantir a manu-tenccedilatildeo da seguranccedila e estabilidade paraa realizaccedilatildeo das eleiccedilotildeesDiz que garante muitas surpresas nospontos onde vai concorrer

Sort eio coloca Frelimo em primeiro lugarbull Concorrentes agraves eleiccedilotildees autaacuterquicas jaacute conhecem suas posiccedilotildees nos boletin s de voto

Por Raul Senda

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6 Savana 18-10-2013SOCIEDADE

M

occedilambique voltou aregistar uma ligeiramelhoria na categoria

de DesenvolvimentoHumano do Iacutendice Mo Ibrahimdepois da queda registada no anopassado indicam os resultados di-

vulgados nesta segunda-feiraSegundo aquele iacutendice na escala de0 a 100 Moccedilambique obteve uma

pontuaccedilatildeo de 505 igualando a 36ordfposiccedilatildeo global atingida em 2011que continua a ser o melhor resul-

tado desde que a classificaccedilatildeo noMo Ibrahim criada em 2000De acordo com os resultados con-tidos no relatoacuterio deste ano numaavaliaccedilatildeo geral que comporta ascategorias de legislaccedilatildeo e seguran-ccedila participaccedilatildeo e direitos humanos

oportunidades econoacutemicas susten-taacuteveis e desenvolvimento humanoMoccedilambique classificou-se na 20ordf

posiccedilatildeo com 548 pontos o que re-presenta uma subida posicional deum degrau mas que em termos depontuaccedilatildeo a situaccedilatildeo mostra umaperda de um ponto comparativa-mente ao ano passadoNuma anaacutelise por categoriais Mo-

ccedilambique mostra grandes desem-penhos ao niacutevel da sub-categoria deSeguranccedila Pessoal cuja pontuaccedilatildeo

aponta para 85 Direitos Humanose Participaccedilatildeo com 603 o que re-presenta uma ligeira subida com-parativamente ao iacutendice anteriorcontudo ainda aqueacutem do maiorniacutevel de sempre atingido no ano2000 que foram 646 pontos

Liacutederes voltam a falt arPelo segundo ano consecutivo equarta vez na sua histoacuteria o Preacute-

mio Mo Ibrahim voltou a natildeo ter vencedor Segundo os resultadosdivulgados pelo juacuteri os USD 5milhotildees que correspondem ao va-lor monetaacuterio do preacutemio voltam aficar nos cofres pelo facto de natildeoter sido encontrado entre os liacutede-res africanos em exerciacutecio nenhumque corresponda aos criteacuterios defi-nidos nomeadamente a excelecircnciagovernativaldquoDepois de uma consideraccedilatildeo cui-dadosa o comiteacute determinou queo preacutemio de excelecircncia na lideran-ccedila natildeo vai ser atribuiacutedordquo disse oantigo Secretaacuterio Geral da Uniatildeo

Africana e ex-Primeiro Ministroda Tanzacircnia Salim Ahmed Salimpresidente do comiteacute do preacutemioMo Ibrahim em comunicado deimprensaCriado em 2007 para laurear liacutede-res africanos que tenham contri-buiacutedo para o desenvolvimento dosrespectivos paiacuteses ao niacutevel de com-bate agrave pobreza desenvolvimentosustentaacutevel e uma prosperidadeequilibrada apenas por trecircs vezes opreacutemio foi atribuiacutedoNo primeiro ano da sua institui-ccedilatildeo o vencedor foi o antigo Chefede Estado moccedilambicano JoaquimChissano seguido do seu antigohomoacutelogo Tswana Festus Mogaeem 2008Nos dois anos seguintes o preacutemio

voltou a natildeo sair ateacute que o juacuteri des-cobriu o Cabo verdiano Pedro Pi-res em 2011 ateacute aqui o uacuteltimo anode premiaccedilatildeo

(Redacccedilatildeo)

A Associaccedilatildeo de LutaContra o Cancro

(ALCC) em parceriacom a Direcccedilatildeo deSauacutede da Cidade de Maputopromove este saacutebado no Hos-pital Geral de Chamanculo emMaputo uma feira de sauacutede noacircmbito da campanha de sensi-bilizaccedilatildeo sobre as diversas for-mas de cancroO evento aberto ao puacuteblico vaiconsistir em diversas activida-des nomeadamente o rastreiodo cancro da mama divulgaccedilatildeode informaccedilatildeo sobre os diferen-tes tipos de cancro bem comoa sua prevenccedilatildeo doaccedilatildeo de san-gue ginaacutestica mediccedilatildeo de ten-satildeo arterial e avaliaccedilatildeo do iacutendice

de massa corporalPara aleacutem do rastreio do cancroda mama que inclui o examemeacutedico e orientaccedilatildeo se ne-cessaacuterio para outros niacuteveis deatendimento seraacute igualmentepromovido aconselhamento efornecida informaccedilatildeo a respei-to do cancro da proacutestata queafecta os homens a partir dos40 anos de idade e que se natildeofor detectado a tempo podeocasionar graves complicaccedilotildeesde sauacutede

Segundo o relatoacuterio de 201 3

M occedilambique com f raca evoluccedilatildeo no iacutendice M o Ibrahim

ALCC promovefeira de sauacutede

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7Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

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8 Savana 18-10-2013SOCIEDADE

A cantora Neyma foi a gran-de vencedora da V ediccedilatildeodo BCI Mozambique

Music Awards ao vencerquatro estatuetas nas categoriasldquoMelhor Muacutesica Ligeirardquo ldquoMuacutesicamais Popularrdquo Artista mais Popu-larrdquo ldquoMelhor Artista Femininordquocom a muacutesica ldquoComo Anima aMarrabentardquo numa cerimoacutenia queteve lugar na noite de sexta-feirana Fortaleza de Maputo O eventodecorreu na sexta-feira 11 de Ou-tubro e teve lugar na Fortaleza deMaputoO que tem vindo a indignar algu-mas sensibilidades eacute o facto de amuacutesica com a qual a cantora Ney-ma Alfredo concorreu nesta ediccedilatildeo

eacute um spot publicitaacuterio de um bancoo BCI que eacute o principal patrocina-dor do referido evento que visa a

valorizaccedilatildeo da muacutesica nacional Asituaccedilatildeo estaacute a criar um desconfortopor parte de algumas sensibilidadesda sociedade moccedilambicana queconsideram que o facto tira a cre-dibilidade ao programa transpare-cendo que a muacutesica venceu o maiornuacutemero de preacutemios pelo motivo deter alguma relaccedilatildeo com o banco pa-trocinador do programaNas palavras de Christine Rameladirectora Comercial da DDB Mo-ccedilambique ldquoO valor do BCI MMA

natildeo estaacute nos preacutemios mas na parti-cipaccedilatildeo no trabalho e na divulga-ccedilatildeo da muacutesica moccedilambicana feitapor todos os artistasrdquo Entretantopara Rui Ilheacuteu director de Marke-ting do BCI ldquoeste eacute um projectomuito interessante apoiar a muacutesicaldquodaquirdquo eacute uma honra e sentimo-nosmais uma vez privilegiados por fa-

M M A quest ionadoPor Abdul Sulemane

zer parte deste grande projectordquoNo entanto na categoria de ldquoMe-lhor Pandzardquo o preacutemio foi paraMr Cuca enquanto que o galardatildeode ldquoMelhor Viacutedeordquo foi entregue aGabriela A estatueta de ldquoMelhorDance Musicrdquo foi atribuiacuteda a DJFaya com o tema ldquoBondorordquoA artista Gabriela ganhou tambeacutemo preacutemio de ldquoMelhor Muacutesica RampB

Soulrdquo enquanto que Tacircnia Tomeacute venceu a categoria ldquoMelhor MuacutesicaAfrordquo e a cantora de zouk Mimatildeeconquistou o preacutemio de ldquoMelhorMuacutesica Tropicalrdquo tendo ficado DJFaya com o tiacutetulo de ldquoMelhor Ar-tista MasculinordquoO preacutemio de ldquoAacutelbum mais Vendi-dordquo foi para Stewart Sukuma Nas

categorias reservadas a raacutedio e te-levisatildeo ou seja Melhor Animadorde Programas de raacutedio e televisatildeoHeacutelder Leonel da Raacutedio Cidadee Gabriel Juacutenior da Televisatildeo deMoccedilambique (TVM) foram os

vencedores da noiteEntretanto a cerimoacutenia serviutambeacutem para homenagear o muacute-sico Hortecircncio Langa atraveacutes da

atribuiccedilatildeo do ldquoPreacutemio Carreirardquopelos mais de 40 anos de vida ar-tiacutestica O evento contou ainda coma actuaccedilatildeo de alguns muacutesicos quetornaram a noite ainda mais diver-tida como satildeo os casos da Damado Bling e suas bailarinas G-ProHernacircni entre outros

A premiaccedilatildeo potildee em duacutevida a cred ibilidad e do pr ograma pelo f acto de a muacutesica

ser um spot pu blicitaacuterio do BCI

Alice Munro eacute uma escri-tora canadiana de contosconsiderada uma das prin-cipais escritoras da actuali-

dade em liacutengua inglesa Eacute a grande vencedora do Preacutemio Nobel da Li-teratura 2013 anunciado em Esto-colmo no aniversaacuterio da morte doindustrial e filantropo sueco AlfredNobel que o instituiuAlice Munro nasceu em WinghamOntaacuterio em Julho de 1931 Viveuprimeiro numa quinta a oeste des-sa zona numa eacutepoca de depressatildeoeconoacutemica Munro reconheceu ainfluecircncia na sua obra de grandesescritoras como Katherine AnnePorter Flannery OrsquoConnor CarsonMcCullers ou Eudora Welty bemcomo de James Agee e especial-mente William Maxwell Os seusrelatos centram-se nas relaccedilotildees hu-manas analisadas atraveacutes da lenteda vida quotidiana Por isso e pelasua qualidade tem sido chamada ldquoaChekov do CanadaacuterdquoFoi por trecircs vezes vencedora dopreacutemio de ficccedilatildeo literaacuteria laquoGover-nor Generalrsquos Literary Awardsraquo doseu paiacutes Em 1998 Alice Munrofoi premiada pelo National Book

13ordf mulher Nobel de Lit eratura

bull Alice Munr o vencedor a do Preacutemio Nobel da Litera tura 2013 jaacute pensa

em parar na literatura

Critics Circle dos Estados Unidospela obra ldquoO amor de uma mulhergenerosardquo O galardatildeo no valor deoito milhotildees de coroas suecas (925mil euros) foi anunciado pelo se-cretaacuterio da Academia de CiecircnciasSueca no histoacuterico edifiacutecio da Bol-sa na baixa de EstocolmoNos uacuteltimos 10 anos o Nobel daLiteratura distinguiu nomes comoo chinecircs Mo Yan (2012) o sueco

Tomas Transtroumlmer (2011) o pe-ruano Mario Vargas Llosa (2010)a alematilde de origem romena HertaMuumlller (2009) o francecircs Jean--Marie Gustave Le Cleacutezio (2008)

a britacircnica Doris Lessing (2007)o turco Orhan Pamuk (2006) o

britacircnico Harold Pinter (2005) aaustriacuteaca Elfriede Jelinek (2004) eo sul-af ricano JM Coetzee (2003)A liacutengua portuguesa foi laurea-da uma uacutenica vez em 1998 coma atribuiccedilatildeo do preacutemio ao escri-tor Joseacute Saramago justificada pelaAcademia sueca com o facto deele ldquocom paraacutebolas sustentadas emimaginaccedilatildeo compaixatildeo e ironiapermitir mais uma vez apreenderuma realidade evasivardquo AS

I l e c

V i l a n c u l o

Os muacutesicos moccedilambi-canos Timoacuteteo Cuche(saxofonista) e JoatildeoCabral (guitarrista)

encontram-se desde a segun-da-feira dia 08 de Outubrona cidade da Bahia Brasil parauma seacuterie de actividades inse-ridas no projecto MarrasambaOs muacutesicos nacionais seratildeoacompanhados por muacutesicos doBrasil Seacutergio Castanheira no

Trombone Alexandre Mon-tenegro na viola baixo UiraacuteCairo na bateria e MauriacutecioMuntildeoz na percussatildeo

O Marrasamba eacute um projectode intercacircmbio cultural en-tre Brasil e Mocambique quepropotildee a troca de experiecircnciase a mistura entre dois gecircnerosmusicais a Marrabenta mo-ccedilambicana e o Samba brasileirocom o objectivo da divulgaccedilatildeodestes geacuteneros atraveacutes de con-certos musicais e do ensino eminstituiccedilotildees de ensino nos doispaiacuteses e natildeo soacuteO projecto Marrasamba surgiu

a partir de um intercacircmbio cul-tural que levou o trombonistae baixista carioca Seacutergio Cas-tanheira para a cidade de Ma-puto onde conheceu os muacutesi-cos e professores da Escola deComunicaccedilatildeo e Artes da Uni-

versidade Eduardo Mondlane Timoacuteteo Cuche (saxofonista) e Joatildeo Cabral (guitarrista)O projecto foi lanccedilado emMocambique no dia 07 de Se-tembro data das celebraccedilotildees daIndependecirccia do Brasil dentroda programaccedilatildeo da semanacultural Brasil-Mocambiqueorganizada pela Banda TP50No Brasil Joatildeo Cabral e Timoacute-teo Cuche iratildeo orientar oficinasde muacutesica moccedilambicana e par-ticipar em debates sobre muacutesi-ca Africana e educaccedilatildeo musicalO repertoacuterio do show Marra-samba eacute composto de marra-bentas e sambas tradicionaiscom arranjos que misturam asriacutetmicas de cada geacutenero aleacutemde composiccedilotildees originais cria-das pelo grupo jaacute no universodessas experimentaccedilotildees

M uacutesicos nacionaisno Braacutesil

O

Instituto Superior de Ar-tes e Cultura (ISArC) noacircmbito do desenvolvimen-to do processo de ensino e

aprendizagem e produccedilatildeo cientiacutefi-ca realiza nos dias 17 e 18 de Ou-tubro do ano em curso (quinta-feirae sexta-feira) a II Ediccedilatildeo de Jorna-das Cientiacuteficas cujas sessotildees teratildeolugar nas instalaccedilotildees do ISArC apartir das 9H00 agraves 16h00 sob lemaldquoo Papel das Induacutestrias Culturaisna Valorizaccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Artee Cultura Moccedilambicanasrdquo Comeste mote pretende-se que a comu-nidade acadeacutemica e natildeo soacute discutae reflicta sobre como as induacutestrias

II ediccedilatildeo de JornadasCient iacutef icas do ISArC

culturais podem impulsionar a valorizaccedilatildeo das artes e cultura noPaiacutes A participaccedilatildeo nestas jorna-das natildeo se restringe aos estudantese docentes do ISArC mas a todosos interessados pelas artes e culturaque o poderatildeo fazer atraveacutes de umartigo uma instalaccedilatildeo exposiccedilatildeo

workshop ou mesa redondaPara esta ediccedilatildeo de jornadas cientiacute-ficas estatildeo previstos para apresenta-ccedilatildeo e discussatildeo temas de seguintesaacutereas Arte Cultura e EconomiaArte Cultura e educaccedilatildeo Cinemae Economia Patrimoacutenio Cultural esua Comodificaccedilatildeo e Arte Culturae Turismo AS

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9Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

O Congresso de Pem-ba e o fim do Poliacuteti-co em MoccedilambiqueQuando o Embaixador

espanhol no dia seguinte ao despe-dimento por parte do grupo privadoSOICO do chefe da informaccedilatildeo Je-remias Langa de visita agraves instalaccedilotildeesdo mesmo grupo elogia Moccedilambi-que como um paiacutes em que dominao pluralismo e a liberdade de infor-maccedilatildeo ficou claro que a luta pelo re-torno duma democracia mais efectivae menos autoritaacuteria tem que ser de-sempenhada apenas ao niacutevel internosem contar com a contribuiccedilatildeo dossupostos doadores e da comunidadeinternacional

O episoacutedio apenas referido repre-senta o uacuteltimo de uma seacuterie queestaacute abalando o mundo poliacutetico ede reflexo a comunicaccedilatildeo social emMoccedilambique Esta aceleraccedilatildeo co-meccedilou com o Congresso de Pembapor parte da Frelimo em Setembroe desaguou numa mudanccedila que jaacutenatildeo diz respeito apenas ao partidono poder mas sim a toda a socie-dade moccedilambicana Ela pode serresumida com a seguinte expres-satildeo passou-se duma concepccedilatildeo dopoder ldquodiluiacutedordquo (ou seja nas matildeosdas vaacuterias alas da Frelimo) a umade poder ldquoconcentradordquo (ou sejanas matildeos do actual Presidente daRepuacuteblica Armando Emiacutelio Gue-buza e da restrita elite a ele fiel)No Congresso de Pemba Gue-buza conseguiu afastar todos osseus supostos opositores internosempurrando as organizaccedilotildees demassa controladas pela Frelimodo seu lado Daquela que reuacuteneos jovens (OJM) aquela das mu-lheres (OMM) aos Antigos Com-batentes Personagens relevantestais como Luiacutesa Diogo e ManuelTomeacute foram afastados do Comi-teacute Poliacutetico do partido assim comoministros de peso a partir do an-tigo primeiro Aires Ali passandopor muitos outros e por uacuteltimopelo Ministro dos TransportesZucula caiacuteram estrondosamente erepentinamente sem uma explica-ccedilatildeo poliacutetica claraO caso mais recente relativo aoministro Paulo Zucula faltandoapenas poucos meses ao fim domandato de Guebuza (as eleiccedilotildeesgerais satildeo previstas para 2014) eacuteum dos mais obscuros A imprensanatildeo tem abordado a questatildeo me-diante uma leitura poliacutetica masprocurando explicaccedilotildees bastantecomplicadas e dedutivas inerentesaos interesses em jogo e agraves eventu-ais ldquotraiccedilotildeesrdquo do Ministro nalgunsnegoacutecios em que estaria envolvi-do o Presidente da Repuacuteblica Naediccedilatildeo do dia 20 de Setembro osemanaacuterio ldquoSavanardquo assim faz a suamanchete ldquoGuebuza refresca Zu-culardquo No interior do jornal realccedila--se que o despedimento foi comoaconteceu com os outros ministros

A nova sit uaccedilatildeo poliacutet ica de M occedilambique e osseus reexos sobre a liberdade de imprensaPor Luca Bussott i

que tiveram a mesma sorte repen-tino e sem nenhuma explicaccedilatildeomas tenta-se avanccedilar hipoacutetesesA mais acreditada tem a ver comum contrato milionaacuterio o relativo

ao corredor de Mucuze necessaacute-rio para implantar uma ferrovia de525 km de Mutarara (Tete) ateacute agravecidade da Beira com o objectivo deescoar o carvatildeo que estaacute a ser ex-traiacutedo no oeste de Moccedilambique OConselho dos Ministros teria op-tado por uma adjudicaccedilatildeo directado projecto (que vale cerca de 31mil milhotildees de USD) a um consoacuter-cio indo-moccedilambicano que incluia principal sociedade controladapela Frelimo a SPI e a que Zucu-la teria-se oposto Por outro ladoo semanaacuterio ldquoExpressordquo reportano dia 17 de Setembro que houve

demasiada ldquoambiccedilatildeordquo e ao mesmotempo ldquotraiccedilatildeordquo de Zucula relativa-mente agrave figura do Presidente Gue-buza Fontes anoacutenimas citadas poreste jornal destacam que Zuculanatildeo foi dispensado por incompe-tecircncia mas sim porque ldquometeu acolher na panela controlada peloseu chefe neste caso o Presidenteda Repuacuteblicardquo

Tais leituras dizem o seguinte porum lado as disputas internas aopartido no poder tecircm uma com-ponente poliacutetica irrelevante Poroutro tudo se joga em volta de ne-goacutecios bilionaacuterios dos quais a no-

menclatura pretende ter o mono-poacutelio de acordo com a hierarquiaocupada na FrelimoIsso deixa vislumbrar qual foi a

verdadeira natureza do Congressode Pemba pouco falou-se de po-liacutetica mas muito de quem devia epodia dominar os processos eco-noacutemicos no paiacutes para os proacuteximosanos E natildeo resta duacutevidas de queo vencedor foi o actual Presiden-te Guebuza Acima de tudo porele ter conseguido o domiacutenio dopartido tendo sido reeleito Presi-

dente para os proacuteximos cinco anosMas sobretudo por ter elimina-do natildeo apenas os seus adversaacuteriosinternos mas a proacutepria poliacuteticado horizonte da Frelimo Assim

sendo as vozes discordantes tam-beacutem foram caladas passando detal forma dum modelo de laquodemo-cracia autoritaacuteriaraquo a um de laquoauto-ritarismo democraacuteticoraquo em queos mecanismos eleitorais internosagrave Frelimo assim como gerais natildeopassam dum mero formalismoO facto de o actual Presidente daCNE (Comissatildeo Nacional dasEleiccedilotildees) ter sido proposto natildeo porum dos sujeitos indicados pela leipertencentes agrave sociedade civil massim por um indiviacuteduo singular (oantigo Presidente de mesmo oacutergatildeoe antigo Reitor da Universidade

Eduardo Mondlane Brazatildeo Ma-zula) demonstra a inconsistecircnciado aparato legislativo moccedilambica-no nesta fase extremamente criacuteticae delicada que o paiacutes estaacute atraves-sando No entretanto a comunida-de internacional finge de natildeo vercom o uacutenico objectivo de protegeros enormes interesses no carvatildeo nogaacutes e talvez no petroacuteleo que quasetodos os grandes investidores tecircmem Moccedilambique

O silenciament o da comuni-caccedilatildeo socialUma das grandes marcas na his-toacuteria recente de Moccedilambique temsido a vivacidade da comunicaccedilatildeosocial Existem hoje uma dezenade jornais independentes emisso-ras televisivas e radiofoacutenicas tam-beacutem autoacutenomas raacutedios comuni-taacuterias espalhadas por todo o paiacutesEntretanto a situaccedilatildeo efectiva daliberdade de imprensa piorou bas-tante nos uacuteltimos dois anos e no-meadamente a seguir ao Congressode Pemba da FrelimoA estrateacutegia usada tem sido dedupla natureza por um lado ocontrolo directo da comunicaccedilatildeo

social puacuteblica ou seja do diaacuterioldquoNotiacuteciasrdquo do semanaacuterio ldquoDomin-gordquo da emissora televisiva maisantiga e difusa do paiacutes a TVM eda proacutepria Raacutedio Moccedilambique

Por outro o controlo indirecto dacomunicaccedilatildeo social independen-te com vaacuterios meios aquisiccedilatildeopor parte de sociedades anoacutenimasmas controladas pela Frelimo dasquotas de maioria desses jornais(como eacute o caso do semanaacuterio ldquoPuacute-blicordquo) infiltrar pseudo-colunistasnesses oacutergatildeos (cuja lista foi recen-temente publicada pelo ldquoSavanardquo)para diluir o seu potencial criacuteticocortar os anuacutencios das sociedadespuacuteblicas tais como EDM MCELe outras de maneira a reduzir ascapacidades financeiras da impren-sa privada e obrigaacute-la a tornar-se

mais ldquoobedienterdquo ou a fechar de vezMas o niacutevel maacuteximo de ingerecircnciado poder poliacutetico nos assuntos re-lativos agrave comunicaccedilatildeo social priva-da eacute o caso Jeremias Langa e nogeral da SOICO TV Apesar daspressotildees e ateacute ameaccedilas recebidasa Redacccedilatildeo da STV decidiu fazeruma cobertura cabal das duas ma-nifestaccedilotildees violentas que agitarama capital moccedilambicana Mapu-to no dia 5 de Fevereiro de 2008e nos dias 1 e 2 de Setembro de2010 Em particular neste uacuteltimocaso Jeremias Langa na entrevistado dia 19 de Setembro deste anoresistiu agraves pressotildees provenientesdirectamente do partido Frelimo efoi a frente com o programa cujaemissatildeo durou cerca de oito horase graccedilas ao qual todo o paiacutes ficoua par daquilo que estava aconte-cendo nas ruas de Maputo A se-guir ao episoacutedio o grupo SOICOdeixou de receber a publicidadedas sociedades puacuteblicas (como vecirc--se claramente analisando o jornalldquoO Paiacutesrdquo dos uacuteltimos dois anos) ede ser convidado para participarnas ldquoPresidecircncias Abertasrdquo onde oChefe de Estado vai visitar e fazer

auscultaccedilatildeo dos problemas dos seusconcidadatildeos nas vaacuterias proviacutenciasdo paiacutesEm Junho deste ano todavia ogrupo SOICO eacute readmitido agravesPresidecircncias Abertas mas o jor-nalista que devia acompanhar estaactividade presidencial tinha sidoescolhido pela proacutepria equipa doPresidente e natildeo pelo director dainformaccedilatildeo Aleacutem disso JeremiasLanga teve momentos de fortescontrastes com o PCA do gru-po pois a linha editorial estava ater um rumo diferente sugeria-seque a postura criacutetica adoptada ateacuteentatildeo (e que tinha credibilizado o

jornalismo quer da STV quer do jornal ldquoO Paiacutesrdquo) tivesse de sofrersignificativas alteraccedilotildees em proldum relacionamento menos con-flituoso com o poder poliacutetico Umatal opccedilatildeo que negava de facto 11anos de jornalismo comprometidoe investigativo levou a fazer comque Jeremias Langa depois doseu adjunto Joseacute Belmiro tivesseque deixar o cargo que ocupavaembora com a garantia de podercontinuar com dois programastelevisivos de grande audiecircncia eimpacto em total autonomia Umcompromisso que apenas atenuouo sentido das medidas tomadase que aproxima inevitavelmenteo grupo SOICO agrave nomenclaturamoccedilambicana Como demonstrao facto de os anuacutencios das empre-sas puacuteblicas no jorna ldquoO Paiacutesrdquo estarpaulatinamente de voltaNo que diz respeito agrave imprensa puacute-blica os jogos foram ainda mais faacute-ceis As estrateacutegias adoptadas tam-beacutem foram diferentes mas todas

visando o mesmo objectivo pararcom as criacuteticas como claramentemanifestou o proacuteprio PresidenteGuebuza em vaacuterias circunstacircnciasinclusive no recente Congresso daOJM (ver ldquoDomingordquo 15 de Se-tembro de 2013)Primeiros sinais de que a comu-nicaccedilatildeo puacuteblica devia estar com-pletamente amordaccedilada por partedo regime deram-se jaacute no prin-ciacutepio de 2011 O mais destacado

jornalista da TVM Elio Jonasseque costumava ler o noticiaacuterio danoite e conduzia vaacuterios programasde opiniatildeo por causa da sua postu-ra frontal e profissional para comrepresentantes do Governo foiobrigado a deixar a profissatildeo jorna-liacutestica trabalhando actualmente noBanco de Moccedilambique O climana TVM tornou-se gradualmenteinsuportaacutevel Jornalistas por mimentrevistados no mecircs de Setembroe que aceitaram falar sob anonima-to declararam que a TVM natildeo tempassado nos uacuteltimos meses (apro-

ximadamente apoacutes o Congresso dePemba) de mera emissora propa-gandiacutestica do partido no poder enomeadamente da figura do Chefede Estado Notiacutecias ou reporta-gens por eles feitas satildeo geralmente

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10 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

censuradas ou totalmente ignora-das pelos dirigentes da emissoraprincipalmente quando se tratade abordar assuntos inerentes aomaior partido de oposiccedilatildeo a Re-namo Uma entrevista de cerca deduas horas com Dhlakama o liacutederda Renamo foi censurada e nuncachegou a ser transmitidaEste elevado niacutevel de frustraccedilatildeodesagua por vezes na entrega danotiacutecia aos colegas da comunica-ccedilatildeo social privada os quais tecircm apossibilidade de publicar aquiloque os oacutergatildeos controlados peloEstado natildeo conseguem tornarpuacuteblico Esta praacutetica foi confir-mada mediante entrevistas feitasem Maputo junto a jornalistas dacomunicaccedilatildeo social puacuteblica assimcomo independente tendo os doiscomo o uacutenico objectivo a procurada verdade e a tentativa de pautarpelo profissionalismo cuja praacuteticatornou-se impossiacutevel nos oacutergatildeoscontrolados pelo Estado Esta for-ma de resistecircncia a um poder quetende a fechar qualquer espaccedilo dediscussatildeo eacute a uacuteltima que a classedos profissionais da comunicaccedilatildeoespontaneamente encontrou paraconseguir informar os seus con-cidadatildeos daquilo que se passa nomundo poliacutetico e econoacutemico localO jornal ldquoNotiacuteciasrdquo teve a mesmasorte que a TVM O seu antigo di-rector Rogeacuterio Sitoe foi dispensa-do em Junho deste ano depois deter assumido as funccedilotildees em 2003

substituindo Bernardo Mavangaactual Assessor juriacutedico do jornalEste acto foi uma clara conse-quecircncia da nova linha do ldquopoderconcentradordquo ao inveacutes que ldquodiluiacutedordquopautada pela Presidecircncia Comotentou explicar Sitoe numa entre-

vista que nos concedeu no dia 19de Setembro deste ano em Mapu-to a sua aposta sempre foi de fazerum jornalismo com um pouco depropaganda ao passo que agoraestaacute acontecendo exactamente ocontraacuterio Apoacutes a sua saiacuteda da di-recccedilatildeo este diaacuterio eliminou qual-quer sentido criacutetico tatildeo que duran-te as primeiras 16 ediccedilotildees do ldquonovocursordquo a manchete sempre trazia afoto do Presidente Guebuza Estehaacutebito continua ateacute hoje descre-dibilizando ainda mais um jornalque com Sitoe tentou pelo menosmanter alguns espaccedilos de liberda-de por exemplo mediante ruacutebricastais como a das ldquoconjecturasrdquo ascartas dos leitores ou os proacuteprioseditoriais do directorVale a pena recordar a este propoacute-sito os dois editoriais escritos porSitoe ao longo do Congresso dePemba e que certamente chama-ram a atenccedilatildeo do Presidente da Re-puacuteblica e da restrita elite dos seusconselheiros (acima de tudo do seuactual porta-voz Edson Macuaacute-cua) por ter dado pouco espaccedilo agraveproeminente figura de Guebuzaavanccedilando criacuteticas impliacutecitas con-tra a sua maneira de gerir o partido

No editorial do dia 28 de Setem-bro Sitoe defende que a Frelimoestaacute subdividida em alas e que issonatildeo soacute seria normal mas faria parteda tradiccedilatildeo histoacuterica deste partidoUma tal situaccedilatildeo estaria a teste-munhar ldquouma necessidade dialeacutec-tica de movimento e crescimentordquoApesar de Guebuza ter conseguidoquase 99 dos votos da assembleiaSitoe destaca o facto de ldquomembroshistoacutericos deste partido a clamarpor maior diaacutelogo internordquo dandocontinuidade a uma ldquomaior liber-dade de imprensardquo que estaria sobrisco de retrocessos No editorialdo dia 5 de Outubro recordandoa assinatura dos acordos de Romaentre Frelimo e Renamo ocorridano dia 4 de Outubro de 1992 Sitoerealccedila a necessidade e a importacircn-cia vital do diaacutelogo entre as partesnum momento em que a ldquoala durardquoda Frelimo estava prevalecendo noque diz respeito aos pedidos da Re-namo finalizados a encontrar solu-ccedilotildees paciacuteficas para novas proble-maacuteticas que este partido continuaateacute hoje a colocar numa conversaentre surdos O facto de Sitoe terfeito coberturas ldquoabertasrdquo dos uacutelti-mos acontecimentos dando espa-ccedilo mesmo agraves razotildees da Renamo esobretudo da oposiccedilatildeo interna agraveFrelimo (a partir da figura do an-tigo Presidente Joaquim AlbertoChissano) valeu-lhe o afastamentodo cargo de director e a nomeaccedilatildeocomo Assessor do CDA do jornal

A mesma sorte que tinha tocadoao seu predecessor Bernardo Ma-

vanga actual Assessor juriacutedico dogrupo Notiacutecias srl

O ldquoautori tarismo demo-craacuteticordquo e a imprensa emMoccedilambiqueA constante pressatildeo exercida junto

agrave comunicaccedilatildeo social tem desven-dado uma realidade que pareciaconstituir apenas uma lembranccedilada altura do regime a partido uacuteni-co quando o responsaacutevel ideoloacutegi-co da Frelimo Jorge Rebelo ditavaa linha editorial dos oacutergatildeos de co-municaccedilatildeo bypassando na iacutentegrao governo e o ministro competenteO processo de lenta mas progressi-

va abertura democraacutetica que tinhacomeccedilado a afirmar-se em Mo-ccedilambique a partir do princiacutepio dosanos Noventa parou e os princi-pais sinais deste cenaacuterio podem serresumidos nos seguintes pontos1 A concentraccedilatildeo do poder econoacute-mico e poliacutetico nas matildeos do actualChefe de Estado e dos seus maisdirectos colaboradores2 O aniquilamento dos adversaacute-rios internos incapazes de opor-seabertamente agraves decisotildees do Chefede Estado e Presidente da Frelimo3 O total arbiacutetrio e a falta de expli-caccedilatildeo puacuteblica no que diz respeitoaos despedimentos e nomeaccedilotildees detodos os cargos relacionados coma esfera governamental dando azoa ldquofofocasrdquo que tornam ainda mais

turvo o ambiente poliacutetico moccedilam-bicano4 O papel irrelevante do Parla-mento que quase que natildeo discuteassuntos e leis julgados incoacutemodostais como (de recente) tem aconte-cido em relaccedilatildeo agrave lei sobre acesso agraveinformaccedilatildeo

5 A ideia de que o livre exerciacutecioda criacutetica soacute prejudica a actividadedo Governo e portanto tem queser limitada e ateacute banida6 Consequentemente haacute uma ten-tativa bastante evidente e aberta desilenciar a comunicaccedilatildeo social agovernamental de forma directa aprivada mediante pressotildees de vaacuterianatureza junto aos proacuteprios oacutergatildeosa editores ou a jornalistas singula-res7 Fazer com que a questatildeo relati-

va agrave qualidade da democracia e daparticipaccedilatildeo dos cidadatildeos junto agravetomada de decisotildees estrateacutegicaspara o paiacutes passe a ser consideradaa partir da comunidade internacio-nal como assunto secundaacuterio pri-

vilegiando os negoacutecios bilionaacuteriose portanto a vertente econoacutemicado desenvolvimento

Bussoti eacute investigador Auxiliar noCentro de Estudos Internacionais ndash

ISCTEIUL Lisboa Texto retirado do PAMBAZUKA

NEWS

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11Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

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13Savana 18-10-2013 SOCIEDADE

A experiecircncia do modelo

brasileiro de desenvolvi-mento agraacuterio natildeo cria il-usotildees em Augusto Juncal

do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra do Brasil (MST)sobre o efeito ldquoperversordquo que o Pro-SAVANA vai gerar para os cam-poneses do corredor de Nacala

Presente em Moccedilambique a conviteda Uniatildeo Moccedilambicana dos Cam-poneses (UNAC) para participarna II Conferecircncia InternacionalCamponesa sobre a Terra Juncaldiz que a reacuteplica da chamada agri-cultura do cerrado brasileiro que osgovernos brasileiro moccedilambicano ejaponecircs querem praticar em 19 dis-tritos do centro e norte de Moccedilam-bique vai gerar comunidades desem terras como aconteceu no seupaiacutesldquoO reassentamento eacute um passopara virar sem terra (hellip) Eu achoque a preocupaccedilatildeo dos campone-ses moccedilambicanos em relaccedilatildeo aoProSAVANA eacute pouca para o ta-manho do problema que estaacute a virEu acho que os camponeses aindanatildeo se deram conta do que estaacute avir porque quando se derem con-ta natildeo teratildeo nenhuma negociaccedilatildeopara fazer com o Governordquo disse

Augusto JuncalO activista do MST brasileiro

considera inevitaacutevel que o ProSA-VANA despoje os camponeses dastrecircs proviacutencias abrangidas pela ini-ciativa do uacutenico recurso que detecircmndash precisamente a terra ndash pelas suascaracteriacutesticasldquoProSAVANA vai trabalhar commonoculturas como soja algodatildeo ecriaccedilatildeo extensiva de gado A mono-cultura requer alto uso de agro-toacutex-icos que contaminam a aacutegua o ar

e a terra e mecanizaccedilatildeo intensa enatildeo precisa de camponeses ProSA-

VANA natildeo vai plantar mandioca emapira eacute para culturas que interes-sam ao mercado europeu e norte-americanordquo frisou Augusto Juncal

Quanto agraves garantias do Governomoccedilambicano sobre o respeito dosdireitos dos camponeses da aacuterea deimplementaccedilatildeo da referida iniciati-

va o ldquosem terrardquo recorre ao exemplobrasileiro para fundamentar a sua

duacutevida de que esse compromissoseraacute observado

ldquoTudo o que eles dizem natildeo re-

alizam A reforma agraacuteria era umapauta do Governo Lula mas ficouesquecida Dilma Rousef literal-mente acusou duramente o fal-hanccedilo do Governo Lula na questatildeoagraacuteria mas defende agora a pri-

vatizaccedilatildeo do Preacute-Salrdquo apontou Au-gusto JuncalPara o militante da causa camp-esina a turbulecircncia social causadapela implementaccedilatildeo de projec-tos mineiros em Moccedilambique eacuteum testemunho de que a retoacutericamessiacircnica do ProSAVANA vaiconverter-se num cataclismo socialpara MoccedilambiqueldquoNatildeo precisa de retoacuterica nempoliacutetica para ver o desastre asexperiecircncias estatildeo aiacute vocecircs osmoccedilambicanos tecircm que ler as ex-periecircncias que estatildeo acontecendoaiacuterdquo afirmou Augusto JuncalPara o activista dos direitos doscamponeses brasileiros o projectotriangular vai desferir um golpemortal a um ganho que a inde-pendecircncia de Moccedilambique em1975 conseguiu e que faz inveja aosbrasileiros que eacute a posse da terrapelos mais pobresldquoNoacutes nunca tivemos uma reformaagraacuteria vocecircs tiveram apoacutes a inde-pendecircncia do paiacutes mas vatildeo deitar

tudo a perderrdquo sublinhou Augusto Juncal

Querem impor-nos um fa-

lhanccedil o - UNACPor sua vez a UNAC retomou du-rante a II Conferecircncia Internac-ional Camponesa sobre a Terra osataques cerrados ao ProSAVANAinsistindo na expropriaccedilatildeo da terradestruiccedilatildeo dos ecossistemas locais eemergecircncia de fomeldquoIsto eacute grave Quem conhece a re-alidade brasileira sobre este modeloque foi importado para o ProSA-VANA sabe que 80 por cento dasexportaccedilotildees geradas satildeo detidas pe-las empresas privadas Querem im-por-nos um modelo que fracassouno Brasilrdquo disse Vicente Adrianooficial de Advocacia e Cooperaccedilatildeo

da UNACEm conferecircncia de imprensa reali-zada em Maputo o coordenador doProSAVANA Calisto Bias tentourefrear as preocupaccedilotildees dos rep-resentantes dos camponeses afir-mando ldquoa soberania dos campone-ses sobre a terra seraacute respeitada peloProSAVANArdquoSegundo Calisto Bias que repre-senta o Ministeacuterio da Agriculturamoccedilambicano no ProSAVANA ainiciativa assenta em pilares comoo desenvolvimento integrado einclusivo que tem em conta asrealidades e especificidades agro-ecoloacutegicas e socioculturais de cada

um dos 19 distritos de incidecircnciado projecto

ldquo Sem Terra brasileirordquo daacute o veredict o

ldquo ProSAVANA eacute perverso para os moccedilambicanosrdquondash di z Augu st o Jun cal

Augusto Juncal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terrado Brasil (MST)

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14 Savana 18 -10-2013Savana 18 -10-2013 15NO CENTRO DO FURACAtildeO

ldquo Caminhamos de novo para uma armadilhardquoPor Ricardo Mudaukana O autor procuraraacute neste texto ser pedagoacutegico para facilitar a compreensatildeo dos

leitores menos familiarizados com alguns conceitosEste texto refere-se principalmente ao lado das despesas do orccedilamento eapenas agrave anaacutelise dos principais indicadores macroeconoacutemicos associados ao

orccedilamentoO orccedilamentocomo conta puacuteblica compotildee-se das despesas do Estado para assegurarserviccedilos puacuteblicos aos cidadatildeos (educaccedilatildeosauacutedeseguranccedila socialetc)seguranccedila do paiacutese das pessoasdefesa dos direitos e liberdadesjusticcedila entre outrosEstas funccedilotildees natildeo tecircmporque ser um monopoacutelio estatalRealiza ainda actividades econoacutemicas e de investimen-tocom ou sem parcerias com o sector privado (infra-estruturasserviccedilos de monopoacuteliosnaturais cuja actividade natildeo interessa ao sector privadoetc)Sobre o papel do Estado naeconomia sempre existiu um constante debate inacabado natildeo apenas devido agraves variaccedilotildeesdos contextos no tempo no espaccedilo como ainda por razotildees poliacuteticasideoloacutegicas e outrasOnde se pode encontrar algum pensamento comum eacute na necessidade do Estado de-senvolver os serviccedilos com eficiecircncia e eficaacuteciac onsiderando que utiliza a riqueza doscidadatildeos atraveacutes dos impostos ou da cooperaccedilatildeo (igualmente impostos pagos nos paiacutesesdoadores) e que os serviccedilos sejam de faacutecil acesso isto eacuteestejam proacuteximos dos cidadatildeosExige-se ainda que o Estado natildeo absorva uma elevada percentagem da riqueza nacionalmedido pela percentagem dos gastos puacuteblicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto - in-dicador que mede a riqueza nacional)isto para libertar recursos para as famiacutelias e a ac-tividade privadasupondo o princiacutepio (sempre discutiacutevel)que o sector privado eacute sempree necessariamente mais eficientePor isso o Estado deve possuir uma gestatildeo eficiente dos recursoso que dependeemgrande medidadas opccedilotildees da governaccedilatildeoda competecircncia dos gestores puacuteblicosda ca-pacidade da sociedade em controlar a actividade e as contas puacuteblicas (atraveacutes do Parla-mento ou por outros mecanismos) Por issoo Estado deve ser transparente nas decisotildeese nas contasdisponibilizando informaccedilatildeo aos cidadatildeos e os servidores do Estado devem

reger-se pela eacutetica republicana onde existe uma clara separaccedilatildeo de interesses entre oprivado e o puacuteblicoUma gestatildeo saudaacutevel sugere que os gastos natildeo sejam superiores agraves receitasque a diacutevidaseja sustentaacutevel (possibilidade de ser paga no futuro) e baixa ( para natildeo penalizar as fu-turas geraccedilotildees atraveacutes de impostos acrescidos para pagamento da diacutevida contraiacuteda nopassado)As opccedilotildees do governo (opccedilotildees puacuteblicas) deveriam sempre ter em conta o mel-hor cumprimento das funccedilotildees do Estado em cada fase do desenvolvimentoFeita esta breve apresentaccedilatildeoo autor utilizaraacute principalmente os seguintes indicadores(1) gastos puacuteblicosPIBdestacando os salaacuterios dos funcionaacuterios (2) Deacutefice puacuteblicoPIBfinanciamento do mesmo e a diacutevida puacuteblicaPIB(3) grau de sustentaccedilatildeo do orccedilamentodo Estado atraveacutes de recursos gerados pela economia concretizado pelo indicador recei-tasgastos(em percentagem)e (4) evoluccedilatildeo de alguns gastoscomo forma de observaracerca de algumas opccedilotildees do governoNatildeo haacute consenso sobre os paracircmetros que indiciam situaccedilotildees de estabilidadesustentabi-lidade ou de criseinstabilidadeAs teorias convencionais referem que o Estado deve serldquoleverdquo(o que se reflecte numa baixa percentagem dos gastos puacuteblicossobre o PIB ndash natildeomais que 30) um deacutefice proacuteximo de zero e uma diacutevida que seja possiacutevel de ser pagasem sacrifiacutecios sobre os rendimentos das futuras geraccedilotildeesSegundo as mesmas escolasoestado deve assumir funccedilotildees muito especiacuteficas e que natildeo sejam do interesse do sector pri-

vado (por exemplodefesa e seguranccedila nacionalcerto tipo de investigaccedilatildeo e facilitaccedilatildeo daactividade privada com a criaccedilatildeo de bons ambientes de concorrecircncias) e o que se entendepor estado social deveraacute ser assegurado por sistemas de seguros e pensotildees oferecidos porinstituiccedilotildees financeiras privadasPressupotildee-se que o mercado eacute o mais eficiente alocadorde recursosos agentes econoacutemicos possuem loacutegicas de maximizaccedilatildeo de objectivos (lucroutilidadesetc)num ambiente concorrencial e de negoacutecios

Toda a informaccedilatildeo utlizada neste texto foi obtida do Orccedilamento Geral do Estado e operiacuteodo analisado eacute o de entre 2001 e 2012Por isso natildeo estatildeo indicadas as fontes dosgraacuteficos ao longo do texto

Graacutefico 1Despesas totaisPIBem percentagem

Alertas sobre o Orccedilam ento do EstadoPor Joatildeo Mosca

Graacutefico 2

Despesas com o pessoaldespesas correntesem percentagem

Os dois graacuteficos acima revelam(1) um evidente crescimento dos gastos do Estado comopercentagem do PIB(2) a manutenccedilatildeo percentual dos gastos com o pessoalporeacutem comcrescimentos reais dos gastos considerando o aumento destesa factura dos salaacuterios dosfuncionaacuterios passou de 58 do PIB em 2001 para 102 em 2012o que pode ser con-siderado muito elevado se comparado com outras economias (incluindo as africanas eda SADC)e (3) as despesas do Estado crescem mais rapidamente que o crescimentoeconoacutemicoconsiderando que a relaccedilatildeo GastosPIB estaacute a crescer

Graacutefico 3Deacutefice puacuteblico com e sem recursos externos em percentagem do PIB

Graacutefico 4Diacutevida puacuteblicaPIBem percentagem

Dos dois graacuteficos acimaobserva-se (1) um elevado deacutefice das contas puacuteblicas emos d os g raacute ficos a cm a o s er va -s e 1 um e e va do d eacutefice d as c on ta s uacute c as e m

relaccedilatildeo ao PIB e queem termos e valores absolutostem aumento por efeito do cresci-mento do PIB (2) embora a diacutevida possa natildeo ser considerada elevada assimela eacutedevido agrave cobertura dos deacutefices puacuteblicos dos anos anteriores pela cooperaccedilatildeo externadando por isso uma percepccedilatildeo pouco real (fictiacutecia) da realidadeEntre 2001 e 2012entre 85 e 90 do deacutefice puacuteblico foi coberto por recursos externos

Graacutefico 5Receitasdespesasem percentagem

Graacutefico 6Recursos externosdespesas totaisem percentagemOs graacuteficos 5 e 6 revelam duas evoluccedilotildees positivasUm aumento das receitas do Estado

e um decreacutescimo da dependecircnciaSe os megaprojectos natildeo tivessem os benefiacutecios fiscaisconhecidoseste cenaacuterio poderia ser muito diferentepara melhor

Graacutefico 7Despesas totais por habitante entre 2001 e 2012 Graacutefico 8

Despesas de funcionamento (acircmbito central) de alguns oacutergatildeos centraisa preccedilos con-stantes de 2011

O Graacutefico 7 revela uma grande diferenccedila na alocaccedilatildeo de recursos por habitante As

proviacutencias com taxas de pobreza mais elevadas satildeo as que tecircm menos recursos porhabitantesendo o contraacuterio tambeacutem verdadeiro (Cidade de Maputo e Proviacutencia deMaputo) O graacutefico 8 apresenta e compara os gastos de funcionamento de acircmbitocentral entre alguns oacutergatildeos do EstadoO graacutefico dispensa comentaacuterios

Em resumo pode-se afirmar que a evoluccedilatildeo do Orccedilamento do Estadosegundo os in-dicadores seleccionadosrequere reflexotildees e ajustamentosconsiderando o crescimentodo sector puacuteblico e da massa salarial dos funcionaacuteriosVerifica-se a persistecircncia de umapoliacutetica expansiva do gasto puacuteblicoum elevado do deacutefice sem recursos externos e sinaispreocupantes do endividamento puacuteblico (quando os recursos externos natildeo satildeo contabi-lizados)Parece evidente que satildeo necessaacuterios ajustamentos da distribuiccedilatildeo dos recursosentre proviacutencias e entre os oacutergatildeos do Estado a niacutevel centralComo elemento positivoressalta-se o aumento das receitas fiscaiso que permite a reduccedilatildeo da dependecircncia doorccedilamento em relaccedilatildeo agrave cooperaccedilatildeodonativosO espaccedilo desta coluna natildeo permiteanaacutelise do orccedilamento com a ecircnfase da economia poliacutetica

Outros indicadores de importacircncia analiacutetica natildeo foram apresentados como por ex-emploa alocaccedilatildeo entre sectores de actividadea composiccedilatildeo das receitas e do finan-ciamento do deacutefice e o reflexo no orccedilamento de algumas medidas de descentralizaccedilatildeoadministrativa

A evoluccedilatildeo das contas puacuteblicas de Moccedilambique natildeo pode deixar os cidadatildeos tran-quilosA actual crise em alguns paiacuteses da Europa tem como causa proacuteximao s dese-quiliacutebrios e o mal gastar dos dinheiros dos cidadatildeos derivado de poliacuteticas expansivase eleitoralistas no quadro das lutas partidaacuterias e de defesa dos poderesagrave custa e emprejuiacutezo dos cidadatildeosdas empresas e da economia

ndash c on sid era Grup o M occedil am bi ca no da Diacutevid a so br e o a ct ua l n iacutevel de d iacutevid a p uacuteb li ca

A organizaccedilatildeo mais conhe-cida em mateacuteria de mo-nitoria da diacutevida puacuteblicaem Moccedilambiqueo Grupo

Moccedilambicano da Diacutevida (GMD)co-mentou ao SAVANA o alarme que oTe Economist Intelligent Unit (EIU)

fez soar recentemente sobre a novaespiral de endividamento que o Go-verno moccedilambicano estaacute a seguirde- pois do oxigeacutenio que as contas puacuteblicasreceberam na sequecircncia da Iniciativade Aliacutevio da Diacutevida dos Paiacuteses Alta-mente Endividados (HIPC)haacute cercade 10 anos Para Humberto Zaqueu oficial deadvocacia do GMDa actual lideran- ccedila do paiacutes estaacute ldquoa armadilharrdquo Mo- ccedilambique numa futura asfixia finan-ceira que vai impedir investimentosimportantes em aacutereas essenciais comoa sauacutedeeducaccedilatildeo e abastecimento deaacutegualdquoOs nossos poliacuteticos natildeo resistemquando vecircem dinheiro eacute irrisoacuterioeste despesismo para o luxoVamos aChinaporque eles natildeo exigem requi- sitos natildeo se importam se vais com- prar armas para reprimir o teu povordquoconsidera Humberto Zaqueusobre orecurso ao dinheiro chinecircs apontadocomo um dos novos credores de peso de Moccedilambique

Justi1047297ca-se o alerta do EIU sobre oactual ritmo de endividamento doEstado moccedilambicanoDefinitivamente sim justifica-se enoacutescomo GMDtemos vaacuterios tra-balhos feitos e alguns em cursoquemostram uma tendecircncia de um novopadratildeo preocupante de endivida-mento Como GMDas pessoas en-quadram-nos num acircngulo de anaacutelisee de visatildeo sobre a diacutevida mais socialenquanto o Governo tem uma visatildeomais economicista da questatildeo OGoverno baseia as suas decisotildees so-bre a diacutevida em caacutelculos e indicado-res elaborados conjuntamente como Fundo Monetaacuterio Internacional(FMI) e Banco Mundial (BM)emraacutecios da diacutevida sobre exportaccedilotildeese serviccedilo da diacutevida sobre o Produto

Interno Bruto (PIB) e essa relaccedilatildeomostra que a diacutevida de Moccedilambiqueeacute sustentaacutevelao niacutevel dos nuacutemerosMas se for ver a dinacircmica dos pres-supostos que sustenta os tais raacuteciosque eacute a induacutestria extractiva e os me-gaprojectos que natildeo deixam nadapara Moccedilambiqueou pouco deixampara Moccedilambique entatildeo a partirdesse princiacutepioe stes raacutecios satildeo en-ganadores O nosso Governo estaacute abasear-se numa ldquorealidaderdquoirrealista

Quer dizer que os alicerces sobre osquais o Governo assenta a decisatildeode recorrer a um alegado endivida-mento excessivo natildeo satildeo con1047297aacuteveisO mecanismo de transmissatildeo da-queles raacutecios para a economia real deMoccedilambique eacute muito fraacutegil a basede redistribuiccedilatildeo da renda eacute muitoteacutenue O Governo radica o seu op-timismo em relaccedilatildeo agrave contrataccedilatildeo dadiacutevida a preccedilos elevados em pressu-postos irrealistas porque considera

um grande crescimento da economiaatraveacutes da induacutestria extractiva a umritmo acelerado Isso eacute claramenteilusoacuterio porque a induacutestria extrac-tiva beneficia de tantas isenccedilotildees oemprego gerado eacute limitadiacutessimo Jaacutetemos informaccedilotildees que apontam queo que os megaprojectos declaramcomo facturaccedilatildeo estaacute muito abaixoda real facturaccedilatildeoUsam esse esque-ma para acederem a isenccedilotildees unsconseguiram que o Estado lhes as-segurasse apenas 16 por cento sobreos seus rendimentosoutros natildeo maisde metade quando pela legislaccedilatildeotinham de pagar 32Eacute infantil pensar que a Vale ou outromegaempreendimento qualquer vaidinamizar a economia ao ponto depagar o niacutevel de diacutevida que o paiacutes estaacutea acarretarEstamos a ser confronta-dos com decisotildees politicamente to-madas que natildeo tecircm nada a ver comracionalidade econoacutemicaUm poliacute-tico menos informadoquando ouvedizer que o paiacutes estaacute a descobrir re-cursos naturaisfica na ilusatildeo e tomadecisotildees com fonte nessa ilusatildeoMasalguns politicamente mais prepara-dos em termos econoacutemicos tecircm tidoa sensatez de dizer acutetenham cuidadoo que vai acontecer na economia realnatildeo satildeo os nuacutemeros que estatildeo a serinvestidos pelas multinacionais natildeo

vale a pena pensa r que a induacutestriaextractiva vai gerar benefiacutecios para opaiacutes de hoje para amanhatilde`A expectativa menos remota eacute queesses projectos gerem benefiacutecios in-directos impulsionando alguma ho-telaria e turismoa agricultura pode

vir a beneficiar um pouco esse eacute oalerta que tem sido deixado pelospoliacuteticos mais informados tecnica-mente porque o caminho eacute longo eincertoInfelizmente os poliacuteticos menosinformados soacute vecircem o lado do in-

vestimento que eacute uma fantasia eacuteerradocomo vimos no iniacutecio com aMOZALque fez disparar o PIB aniacuteveis galopantese estaacute a aconteceragora com a Vale e a Rio Tintocomavultados investimentos mas sem

impacto sobre a economiaQuando se analisam os raacutecios usadospelo Governo na sua corrida ao en-dividamentoeacute faacutecil vecirc-se que estatildeoa diminuir enquanto a diacutevida estaacutea subirE statildeo a meter o paiacutes numaarmadilha econoacutemicacujo resultadoeacute esteagora estamos bem perto dosseis biliotildees de doacutelares em termos dediacutevidao niacutevel do HIPChaacute cerca de10 anos

E natildeo passa muito tempo desdeesse niacutevel de diacutevida impagaacutevelhellipNaquele tempo foi em condiccedilotildeesmais ligeiramente favoraacuteveis por-que eram maioritariamente diacutevidasconcessionais de credores bilateraisou sejade paiacutes para paiacutescom ta-

xas de juro ligeiramente acima dasconcessionais mas com periacuteodos dereembolso longos e as outras erammultilaterais com uma taxa de juromais baixa proacutexima de zero e comperiacuteodos de graccedila de 10 a 20Por ou-

tro lado as diacutevidas antes do HIPCforam contraiacutedas em periacuteodos com-parativamente mais longosmais oumenos em duas deacutecadase as actu-ais estatildeo a surgir a um ritmo acele-rado Depois do HIPC natildeo passammuitos anos e estamos perto do picohistoacuterico de cerca de seis biliotildees dedoacutelares

Banca sanguessugaO dinheiro chinecircs eacute mais caroO que se vecirc no recurso a esse di-nheiro eacute que estaacute a ser contratadoa um ritmo muito acelerado e emcondiccedilotildees muito desfavoraacuteveis OEXIMBANK(banco estatal chinecircsde creacutedito externo) empresta dinhei-ro com periacuteodos de reembolso muitocurtospara aiacute 10 anos periacuteodo degraccedila quase nulo e a taxa de juro estaacutebem perto da taxa de mercadoParao contexto do mercado moccedilambica-no10 por cento podem natildeo parecerexcessivos porque a nossa banca co-mercial cobra entre 10 a 12 por centomas essa eacute uma banca de sanguessu-gasporque 10 por cento satildeo proibiti-

vosOs mesmos bancos sul-africanosque caacute cobram issona Aacutefrica do Sulembolsam juros mais suavess abembem que a taxa real de empreacutestimosna Aacutefrica do Sul natildeo passa cinco porcentomas em Moccedilambique aplicam10 ou acima dissoPortanto quandofazemos uma anaacutelise cruzadavemosque a taxa real exigida pela China eacutede banca comercial a taxa de mer-cadocom periacuteodos de graccedila nulos ede desembolsos muito curtosisto vaidesgraccedilar o paiacutesO mais triste eacute que natildeo se compre-ende o recurso a fontes de finan-ciamento tatildeo lesivas aos interessesdo Estado moccedilambicanoporque ostradicionais doadores ainda cobreme ajudam a combater o deacutefice orccedila-mental Temos um orccedilamento comum deacutefice meacutedio de 40 por cento eacuteuma cifra realmente maiormas osdoadores comprometeram-se a de-sembolsar para este anopor exem-plocerca de 700 milhotildees de doacutelares

em apoio directo ao Orccedilamento Ge-ral do EstadoA ajuda externa jaacute estaacuteproacutexima senatildeo capaz de eliminar odeacutefice A pergunta entatildeoeacute porqueessa azaacutefama com o creacutedito chinecircsO que conseguimos perceber eacute quehaacute uma ilusatildeo da nossa ala poliacuteticase se tratasse de comidadiria gulaosnossos poliacuteticos natildeo resistem quando

vecircem dinheiro haacute despesismo Va-mos a china porque natildeo exigem re-quisitos se vais comprar armas parareprimir o teu povo natildeo se impor-tamAgrave Chinao que interessa eacute ga-rantir que o seu creacutedito seraacute pago porcontrapartidas como petroacuteleo dia-mantes carvatildeohellipqualquer dia Mo-ccedilambique ainda hipoteca o seu car-

vatildeopara pagar o que deve agrave ChinaNeste momentoa China natildeo colocaobstaacuteculos no acesso ao seu dinheiro

Mas o Governo justi1047297ca o recursoao endividamentocom o imperati- vo de infra-estruturashellipMas tem de haver prudecircncianatildeo voudeixar de criticar o uso que se faz dodinheiro puacuteblico edifiacutecios puacuteblicos

a serem construiacutedos mas entre fo-mentar a produccedilatildeo interna de arrozque cobre em apenas menos de cincopor cento a procura interna e deixa95 por cento para as importaccedilotildees eos edifiacutecios puacuteblicos e carros de luxopara a elite administrativa do paiacutesqual deve ser a prioridade Eacute oacutebvioo despesismo de luxo algum capri-cho puacuteblico ateacuteporque a fonte dodinheiro eacute faacutecilEste endividamentonatildeo vai para a produccedilatildeose fosse paraas vias de acessocompreendia-se

O EIU diz que o actual serviccedilo dadiacutevida jaacute eacute 40 por cento do PIB Eacutepossiacutevel chegar ao colapso que nosempurrou para o HIPCO risco imediato de natildeo conseguirpagar a diacutevida puacutebica pode natildeo serdaqui a cinco ou 10 anosmas numfuturo breve a capacidade do Esta-do fazer investimentos importantese estrateacutegicos vai reduzir Comeccedilaraacutea faltar dinheiro para a sauacutede edu-

caccedilatildeo e agricultura Esses sectoresessenciais vatildeo ressentir-se e muitoAteacute ao ano passadoa educaccedilatildeo tinhaum fundo para o vector da educaccedilatildeouniversal e Moccedilambique beneficioudurante cinco anos dessa verbamasacabou e soacute uma intervenccedilatildeo de uacutelti-ma hora do Banco Mundial permitiuum socorro de 50 milhotildees de doacutelaresA necessidade de alocar mais fundospara as aacutereas prioritaacuterias natildeo vai mu-darno entantoa capacidade de fi-nanciaacute-los pode retrair-seA reduccedilatildeode alguns fundos pode ser uma rea-lidademas que natildeo seja por isso quese vaacute justificar a corrida ao dinheirochinecircs porque a reduccedilatildeo dos apoiosdos tradicionais parceiros eacute ainda po-tencial os dadores continuam a darao ritmo programadoO que chama a atenccedilatildeo na relaccedilatildeocom os tradicionais parceiros eacute o re-forccedilo dos condicionalismos haacute umcondicionalismo que nem eu consi-dero sustentaacutevelo princiacutepio da tran-che variaacutevel Os doadores datildeo emparcelas o Governo tem de mostrarresultados convencer para tirar mais25 por cento mas tem sido muitotarde e isto compromete a execu-ccedilatildeo completa dos doadores na pers-pectiva de resultadosPor issoelesapostam no financiamento ao fundocomum em que eles mandam a suamissatildeo mandam uma equipa teacutec-nica para ver se as ambulacircncias quefinanciaram foram compradas por-que quando o apoio eacute directamenteao Orccedilamento do Estado eles natildeotecircm essa prerrogativaHaacute esta ten-decircncia de reduccedilatildeo do apoioporquea tranche variaacutevel estaacute a ser difiacutecil derespeitarmas no geralcontinuamoscom os doadores cometidos com osdesembolsosa uacutenica coisa eacute que natildeoestamos a aguentar com os condicio-nalismos cuja imposiccedilatildeo quanto amim justifica-se Quando dinheirospuacuteblicos satildeo usados para comprarmaacutequinas de barbear e outros malescomo os desvios no Ministeacuterio daEducaccedilatildeo entatildeo aperta-se o desem-bolsoe a alternativa eacute o dinheiro su-postamente faacutecil da Chinapara coi-

sas como o negoacutecio dos naviosComo dinheiro dado pelos novos credo-respode estar a fazer-se alguma coi-samas natildeo haacute optimizaccedilatildeo Que asdiacutevidas mobilizem a produccedilatildeodevernatildeo eacute maucontrair uma diacutevida parabeber sem capacidade eacute um crimemorala natildeo ser que tenha capacida-de de pagamentoSe se atingisse essepico de endividamentopara finan-ciar infra-estruturas essenciais natildeoestaacutevamos aqui a criticar

Haacute tambeacutem uma apreensatildeo com oendividamento internoEstamos a criar este cenaacuterio Elescriam condiccedilotildees para que o paiacutes vivaessa situaccedilatildeoE sses casos de corrup-ccedilatildeo que satildeo frequentemente relata-dos deixam os doadores pessimistase se sintam obrigados a impor condi-cionalismos que retardam a chegadade verbas e a multiplicaccedilatildeo de mis-sotildeesA hipoacutetese Chinaagraves vezeslevao seu tempo e o resultado eacute o deacutefice

na tesouraria que justifica emissotildeesde diacutevida interna provocadas pelodeacutefice na tesouraria Satildeo diacutevidas decurto prazomas criam uma enormepressatildeo porque o Governo tem depagar e eacute mais penosoporque eacute nosbancos comerciaisdado que mais de80 por cento dos moccedilambicanos natildeopagam sequer o seu consumo baacutesicologo natildeo compram as obrigaccedilotildees detesouro que o Estado lanccedila para sefinanciarQuem compra a diacutevida doEstado satildeo os bancos comerciaisquepreferem comprar tiacutetulos do Go-

verno porque o Governo nunca vaiagrave falecircncia natildeo precisa de hipotecasmas essas operaccedilotildees estatildeo a prejudi-car o investimentoIsso tudo porque

se criam cenaacuterios de desconfianccedilaque tornam moroso o financiamentotradicional que vem do exterior Oendividamento internopara finan-ciar a reconstruccedilatildeo por danos provo-cados pelas calamidades naturaisporexemplo entende-se eacute um recursode emergecircncia o Governo tem derecorrer a fundos excepcionais masgrande parte eacute deacutefice de tesouraria

Brasil e IacutendiaCentrou-se na China mas fala-sede outros novos credores Comoolha para o per1047297l do creacutedito do Bra-sil e da IacutendiaEles tambeacutem impotildeem condiccedilotildeesmais ou menos proacuteximas do mer-cadomas China eacute China Brasil eacuteBrasil e Iacutendia eacute IacutendiaEles natildeo tecircmcaracteriacutesticas similiaresnatildeo falam amesma liacutengua eacute por isso que o Go-

verno moccedilambic ano natildeo os conse-gue enquadrar na mesma plataformacomo acontece com os Parceiros deApoio Programaacutetico (PAP) Elesnatildeo tecircm procedimentos e caracteriacutes-ticas iguaissatildeo todos eles diferentesO Brasil natildeo daacute dinheiro natildeo eacute sua

vocaccedilatildeo dar directamente dinheirooseu dinheiro eacute em forma de assistecircn-cia teacutecnicase precisas de um teacutecnicoeles trazem o especialistaque traz oconhecimento de que carecesA si-tuaccedilatildeo amarga eacute que o Brasil eacute umcentro de financiamento de projectos

privados que estatildeo a entrar em Mo-ccedilambiquealguns deles como a Valemuito contestados sob o ponto de

vista socialO Brasil dispotildee de linhasde financiamento e paga o segurodos investimentos das suas empresaseacute vocaccedilatildeo do Brasil apoiar grandesprojectos Jaacute a China categoriza osseus devedoresna primeira catego-ria mete os que podem pagar direc-tamente com petroacuteleo ou diamantese paiacuteses como Moccedilambique estatildeo nacategoria trecircsque pagam o dinheirocom dinheiroNos mapas de amorti-zaccedilatildeo da diacutevida de Moccedilambiquequeestatildeo no Ministeacuterio das Financcedilasestaacute laacute que Moccedilambique paga comdinheiro os creacuteditos chinesesMas eacuteuma situaccedilatildeo mista porque o creacutedi-to chines tambeacutem tem laacute um poucodo modelo brasileiroatraveacutes da pre-senccedila em Moccedilambique de empresaschinesas financiadas pelo dinheirodo Estado chinecircs Cada paiacutes tem oseu modelo de financiamento

Humberto Zaqueu o cial de advocacia do GMD

N a

iacute t a U s s e n e

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16 Savana 18-10-2013PUBLICIDADE

A sensivelmente cinco jor-nadas do fim do Moccedilam-bola o presidente da LigaMoccedilambicana de Futebol

(LMF) Alberto Simango Juacutenioraceitou fazer uma breve radiogra-fia da prova e de forma categoacutericagarante haver condiccedilotildees objectivaspara que a verdade desportiva pre- valeccedila Simango diz ainda natildeo ser verdade que a Liga Muccedilulmana es-teja a ser protegida pela arbitragemSeguem os excertos mais relevantesda conversa

Que avaliaccedilatildeo faz das primeirasoito jornadas da segunda volta doMoccedilambola-Faccedilo uma avaliaccedilatildeo positiva namedida em que o certame estaacute a de-correr dentro do previsto Tem sidobastante competitivo e os resultadosfalam por si Na primeira volta ha- via equipas que tinham muito gaacutesmas comeccedilaram a perder forccedilasnesta fase o que eacute normal porqueo Moccedilambola eacute uma prova de re-gularidade Conta-se mais comoa equipa termina a prova do quecomo comeccedila Jaacute fizemos dois terccedilosdo campeonato estamos num bom

caminho e a qualidade estaacute semprea subir Jaacute temos campeatildeo no Moccedilambola-As equipas que estatildeo agrave frente tudofazem para ganhar mas a luta eacutemuito renhida no meio da tabelaclassificativa e essas formaccedilotildees tudofazem para amealhar mais pontose quiccedilaacute evitarem a despromoccedilatildeo Eacuteuma prova de surpresa porque ateacutehoje a questatildeo da conquista do tiacute-tulo continua em aberto emborahaja um clube que avanccedilou bastantena pauta classificativa Pelo menosexistem trecircs a quatro clubes que lu-tam pela conquista do campeonato eisso eacute significativo

Sr presidente ainda continuam osdesacatos e vandalismo nos recintosdesportivos Como acabar com estatriste realidade-A situaccedilatildeo vai sendo paulatina-mente resolvida mas sinto queprecisamos de fazer um trabalho deeducaccedilatildeo ciacutevica por forma a que osclubes comecem por sua vez a tra-balhar com os seus adeptos porquea atitude de arremessar garrafas eoutros objectos para o interior docampo eacute simplesmente condenaacutevelO apelo que faccedilo eacute que natildeo bastaaprovarmos medidas haacute sim queprivilegiarmos a prevenccedilatildeo haacute ne-cessidade de as pessoas terem de

abandonar essas praacuteticas e prima-rem pelo fair playNatildeo acha que a maacute actuaccedilatildeo dos aacuter-bitros leva os adeptos a optarem poressa via o arremesso de garrafaspor exemplo-Eacute normal que haja contestaccedilatildeo daarbitragem isso faz parte de futebolEm qualquer parte do mundo ou- vimos falar de situaccedilotildees do geacuteneromas noacutes estamos a trabalhar com aCNAF e todas as semanas quandonecessaacuterio fazemos um trabalho desensibilizaccedilatildeo para aleacutem da avalia-

Eacute impossiacutevel t ermos Liga fort e com c lubes f racosfinanceiramente-Defende Albert o Simango Juacutenior da LMF

Por Paulo Mubalo

ccedilatildeo do desempenho dos aacuterbitrosO que se nota eacute que os aacuterbitros quecomeccedilam a pocircr em causa a verda-de desportiva estatildeo a ser punidosexemplarmente e isso eacute que incen-tivamos agrave CNAF porque eacute precisodefendermos o futebol de atitudese apetites inconfessaacuteveis de certosgrupos

Julga que a Liga Muccedilulmana estaacute aser bene1047297ciada pela arbitragem ouestaacute a ser viacutetima da sua grandeza- Duvido muito que a Liga Muccedilul-mana esteja a ser beneficiada duvi-

do muito que esse pronunciamentocorresponda agrave verdade A minhapercepccedilatildeo eacute que muitos clubes jaacutebeneficiaram de penaltes jaacute benefi-ciaram de erros de arbitragem Emsegundo lugar jaacute expliquei que osque tentam fabricar resultados estatildeoa ser punidos Eu natildeo vejo as coisasde forma particularizada todos osaacuterbitros podem errar em qualquer jogo que sejaO que a LMF pensa fazer parasalvaguardar a verdade desportivamormente nas derradeiras jorna-

das-Bem como tem sido habitual paraaleacutem do trabalho que temos vindoa realizar as uacuteltimas trecircs jornadasseratildeo disputadas no mesmo dia e agravemesma hora tendo em conta os in-teresses e objectivos de cada clubenessa fase Teraacute que ser assim ateacuteporque isso jaacute consta do nosso re-gulamento Satildeo partidas susceptiacuteveisde mudar a pauta classificativaHaacute treinadores que acusam a LMFde estar a coartar as suas liberdadesusando para tal puniccedilotildees Quer co-

mentar-A puniccedilatildeo faz parte da nossa estra-teacutegia de governaccedilatildeo noacutes natildeo fomoseleitos para natildeo respeitar os regula-mentos e estatutos Os dirigentestreinadores e clubes devem ter umaforma de estar natildeo podem aceitar vilipendiar quem quer que seja empraccedila puacuteblica natildeo podem atentarcontra a geacutenese do clube haacute que terforma e modo de falar Eacute importan-te que as pessoas percebam que aLiga eacute um dos clubes por isso de-fendemos que as pessoas se pronun-ciem com eacutetica que saibam falar Os jovens inspiram-se nos treinadores e jogadores pelas boas praacuteticas e natildeo

pelos insultos por isso tomamosmedidas contra os prevaricadores econtinuaremos a primar por essesprinciacutepios porque queremos umcampeonato satildeo e de disciplinaHaacute condiccedilotildees 1047297nanceiras para queo Moccedilambola termine sem muitosalaridos-Bem como nunca disse que natildeohavia o que posso dizer eacute que tudoestaacute sendo feito para que terminesem qualquer natureza de sobres-saltoPelos vistos a LMF continua a go-

zar de muita credibilidade junto dosparceirosQue trunfo usa para conseguir osseus intentos-O maior segredo eacute o trabalho eacutea nossa dedicaccedilatildeo e credibilidadeNoacutes fazemos de tudo para que ainstituiccedilatildeo seja crediacutevel Somos fieacuteisagrave prestaccedilatildeo de contas e gestatildeo cri-teriosa E por fazermos isso temosum caminho andado trabalhamos365 diasano agrave volta deste projectoEstes pressupostos todos nos levama conseguirmos bons resultados

Como avalia a expulsatildeo de Dia-mantino Miranda do paiacutes-A atitude dele foi de indisciplinagrave ele excedeu na forma comofalou Soacute queria lamentar e apelarpara que situaccedilotildees desta naturezanatildeo voltem a acontecer no nosso fu-tebol Ningueacutem estaacute no futebol paraarranjar problemas cada um tem oseu nome e deve ser chamado poresse nome natildeo podemos chamar aalgueacutem por um nome que natildeo o dig-nificaE a terminarhellip-O apelo que faccedilo eacute um convitequero convidar mais parceiros para

investirem no desporto e no futebolem particular porque atraveacutes do fu-tebol a imagem dos seus produtoschega mais longe Natildeo eacute possiacutevelfazermos a Liga forte com clubesfracos financeiramente Precisamosmais para as nossas equipas mascom a forma como estamos a tra-balhar acredito que a curto prazoteremos os nossos representantes aconseguirem bons resulatados emcompeticcedilotildees internacionais Masfoi bom porque a Liga Muccedilulmanachegou muito longe nas afrotaccedilas

A expulsatildeo do treinadordo Costa de Sol Dia-mantino Miranda poralegados insultos agrave na-

ccedilatildeo no final de jogo realizadocontra o Vilankulo estaacute a divi-dir opiniotildees dos moccedilambicanosCom efeito enquanto alguns ci-dadatildeos ouvidos pelo SAVANAdefendem que a medida tomadapelo Ministeacuterio do Trabalho eacute justa outros dizem ter havidoprecipitaccedilatildeo por parte daquelainstituiccedilatildeo

Para Martinho Vaz estudan-te de direito da UniversidadeSatildeo Tomaacutes de Moccedilambique(USTM) o teacutecnico Diamanti-no Miranda perdeu respeito aosmoccedilambicanosldquoNa minha humilde opiniatildeoconsidero ser grande insultopara os moccedilambicanos proferiraquelas palavras na esfera puacutebli-ca Se fosse num foacuterum privadopoderia compreender porquemuita gente natildeo havia de saberEle passou dos limites mesmo

Expulsatildeo de Diamant ino M iranda di vide opiniotildeesse fosse no seu proacuteprio paiacutes eles natildeohaviam de ponderar essas brincadei-ras Aliaacutes ateacute porque ele vai servir deexemplo para os outros estrangeirosque vecircm ao paiacutes e satildeo bem tratadose meia-volta comeccedilam a maltrataros proacuteprios moccedilambicanosrdquoPara Manuel Muianga tambeacutemestudante de direito da mesma uni- versidade a expulsatildeo do treinadorDiamantino Miranda eacute absurdaldquoEle chamou os moccedilambicanos deladrotildees e isso para mim natildeo eacute novi-dade porque existem muitos treina-

dores ateacute estrangeiros que insultamdentro e fora de campo mas nuncaforam expulsos do paiacutesrdquoldquoNa minha opiniatildeo o Ministeacuterio de Trabalho devia retirar-lhe a licenccedilade trabalho numa primeira fase en-quanto investiga o caso em sumadevia ser mais cauteloso nesta ma-teacuteriardquo observouEnquanto isto Arnaldo Albertoestudante de Ciecircncias Sociais daUniversidade Eduardo Mondlane(UEM) explicou que o caso Dia-mantino Miranda virou tema de

conversa a niacutevel da sua faculdadeEle entende que a medida tomadapelo Ministeacuterio de Trabalho em ex-pulsar o treinador para fora do paiacuteseacute correcta ldquoEu considero como umamedida certa porque ningueacutem podeestar num paiacutes do outro e passar a vida a proferir insultos contra os do-nos do proacuteprio paiacutes Eu acredito quese fosse um treinador moccedilambicanoa fazer o mesmo no paiacutes deles ou emqualquer outro teria sanccedilotildees do geacute-nerordquo anotou o estudantePara Rafael Ernesto comerciante

e adepto da selecccedilatildeo nacional osldquoMambasrdquo o Ministeacuterio do Traba-lho tomou a medida correcta porqueo teacutecnico portuguecircs estava habitua-do a insultar os jogadores de formairresponsaacutevelldquoFoi uma boa medida porque paraaleacutem de jogadores tambeacutem insultoutodos os moccedilambicanos e gostariaque ele natildeo voltasse mais ao nossopaiacutesrdquo Tumar Cumbula empresaacuterio pre-cisou ldquoa atitude do Ministeacuterio foiboa noacutes natildeo podemos admitir es-

sas brincadeiras no nosso paiacutesporque o que ele fez se fosse naAmeacuterica seria preso mas aquiteve sorte Ele foi mais longedemaisrdquo rematou o empresaacuterio Jaacute o advogado Roberto Macha- va precisou ldquohouve um poucode exagero por parte do Mi-nisteacuterio do Trabalho porque haacutemuitas pessoas que falam malnos cafeacutes nos centros de recre-accedilatildeo entre outros mas natildeo satildeoexpulsas do paiacutesAjuntando ldquoa expulsatildeo de um

indiviacuteduo do paiacutes natildeo deve serassim devia haver um moti- vo forte O que poderia fazer oMinisteacuterio do Trabalho era to-mar medidas processuais numaprimeira fase enquanto procuraouvir a outra parte E penso queno seio da proacutepria Liga Mo-ccedilambicana de Futebol e Fede-raccedilatildeo Moccedilambicana de Futeboldeveriam existir alguns espe-cialistas para defender este tipode assuntosrdquo precisou Zaqueu

Massala

Alberto Simango Juacutenior presidente da LMF

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17Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

A TALHE DE FOICEPor Machado da Graccedila

A notiacutecia que me chegou jaacute temmais de um mecircs mas natildeo per-deu infelizmente actualidade

Segundo a Kazinform (provavelmenteuma agecircncia de informaccedilatildeo) um aviatildeoMig 21 num voo de teste depois deuma reparaccedilatildeo incendiou-se ao ater-rar no aeroporto de Bakeu na Romeacute-nia em finais de Agosto passadoMas o mais interessante da notiacutecia eacuteque ela afirma que o aviatildeo sinistradopertencia agrave Forccedila Aeacuterea Moccedilambica-naFiquei assim a saber que a nossa ForccedilaAeacuterea adquiriu pelo menos um aviatildeode combate Mig 21 Mas muito pro- vavelmente adquiriu mais do que umE deve ter adquirido nos saldos emsegunda matildeo porque esse modelo deaviatildeo deixou de ser fabricado em 1985A proacutepria Romeacutenia estaacute a substituir osque ainda tem por aviotildees modernos ese calhar vendeu-nos ao desbarato os velhinhos Mig 21 que para laacute tem E

a avaliar pela notiacutecia o resultado natildeofoi bomComentando a notiacutecia com um cole-ga nomeadamente sobre a razatildeo paraMoccedilambique precisar desse tipo dearmamento o colega disse-me que natildeoeacute soacute isso que estaacute a acontecer Pelo con-traacuterio segundo ele teratildeo sido desem-barcados na Beira tanques de guerrae ao porto de Maputo continuam achegar grande quantidade de viaturasmilitaresOra a pergunta que tem que ser feitaeacute Natildeo tendo o nosso paiacutes conflito comnenhum dos seus vizinhos antes sen-

do excelente a relaccedilatildeo com todos eles

para que precisamos noacutes de todos essesinstrumentos mortiacuteferosE a resposta infelizmente soacute pode serque se natildeo satildeo para usar contra ini-migos externos satildeo para usar dentrodo paiacutes Falando com mais crueza satildeopara matar moccedilambicanos Temos portanto um Governo que

passa a vida a condenar os discursosbelicistas da Renamo e a proclamar oseu enorme amor agrave Paz mas por por-tas e travessas vai comprando armasde guerra para uso em terra e no arUm Governo que natildeo tem dinheiropara pagar decentemente a meacutedicosenfermeiros e professores que natildeo temdinheiro para comprar medicamentospara os hospitais nem material escolarnomeadamente carteiras mas que temdinheiro para comprar aviotildees bombar-deiros e tanques de guerra para matar

moccedilambicanosComeccedila por outro lado a ser maiscompreensiacutevel o impasse que continuanas sessotildees do ldquodiaacutelogordquo entre o Gover-no e a Renamo Muito provavelmentetrata-se apenas de manter a situaccedilatildeoestacionaacuteria nesta paz-podre agrave esperaque chegue ao paiacutes todo o armamentocomprado no exterior para depois im-por uma soluccedilatildeo militarO que pode ser uma peacutessima escolhacomo bem poderia explicar o general vietnamita Vo Nguyen Giap recente-

mente falecido

Armas

pecuacuteliosOra para dispor sem restriccedilotildees do pecuacutelio ou

cuacutemulo de activos ndash nervo da poliacutetica e da guerraconforme aprenderam em longos anos de combateos vencedores da guerra civil angolana ndash importadispor de imagem impoluta e agir sem constrangi-mentos ou ameaccedilas legaisO risco de processos judiciais inquinando a ima-gem de pessoas e do estado eacute altamente prejudicialaos equiliacutebrios de poder em Luanda e ao presi-dente cabe atalhar a direito sempre que a ameaccedilaronde os mais proacuteximos e influentesA provaacute-lo estatildeo o ldquoAngolagaterdquo envolvendo gen-te da alta roda poliacutetica e negocista francesa pela venda ilegal de armas sovieacuteticas a Luanda entre1993 e 1995 ou o reconhecimento no ano pas-sado nas paacuteginas do ldquoFinancial Timesrdquo por ManuelVicente Kopelipa e o general Leopoldino Fragosodo Nascimento da sua participaccedilatildeo na ldquoNazaki Oilamp Gasrdquo que se associou em 2010 agrave ldquoCobalt Inter-national Energyrdquo de Houston para a exploraccedilatildeo daconcessatildeo dos blocos petroliacuteferos 9 e 21Voltaraacute a correr o marfimEduardo dos Santos jaacute afastou Marcolino Mouco Joatildeo Lourenccedilo ou Fernando Nandoacute e cerceou am-biccedilotildees de outros putativos sucessoresNo pinaacuteculo do poder Eduardo dos Santos con-tudo natildeo tem ainda assegurado que a sua sucessatildeopossa vir a garantir a perservaccedilatildeo do justo pecuacutelioe a rede de influecircncias poliacuteticas de interesses patri-moniais de associados e familiaresAacuterbitro e decisor em derradeira instacircncia opresidente de Angola tem consequentemente detomar posiccedilatildeo e assumir atitudes para provar queacima de tudo defenderaacute os interesses da cuacutepulado poder e dos negoacutecios as ldquoelites capazesrdquo quetanto lhe devemMexe com poder eacute poliacutetico portanto o conten-cioso e ao mais alto niacutevel o estado angolano vecircmexigindo desculpas e reparaccedilotildees puacuteblicas que porconstrangimento legal os governantes portu-gueses natildeo podem expressarRui Machete disse em puacuteblico o que apenas po-deria aventar em privado e gerou tamanha contro- veacutersia interna que acabou bloqueando a diploma-cia e dando pretexto agrave ruptura ansiada em LuandaPara o resto o que Machete em puacuteblico natildeo dissemas se sabe agrave boca pequena eacute que bastaraacute a justiccedilaportuguesa continuar inane e ineficaz manter-seigual a si proacutepria para tudo acabar em aacuteguas debacalhau e voltar a correr o marfim

Jornalista barradasjoaocarlosgmailcom

httpmaneatsemperblogspotpt Top of Form

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Aacute rbitro e decisor em derradeira instacircnciao presidente de Angola tem consequen-temente de tomar posiccedilatildeo e assumiratitudes para provar que acima de tudo

defenderaacute os interesses da cuacutepula do poder e dosnegoacuteciosSatildeo literalmente laquoincompreensotildees ao niacutevel dacuacutepularaquo que levam Joseacute Eduardo dos Santos a de-nunciar o acordo de princiacutepio acertado em 2010em Luanda com Cavaco Silva para o desenvolvi-mento de uma parceria estrateacutegica luso-angolanaA indefinida e adiada parceria deveria servir parareforccedilar a cooperaccedilatildeo estado a estado promovercontactos e projectos bilaterais entre instituiccedilotildeesempresas privadas e cooperativas aleacutem de facilitara circulaccedilatildeo de pessoas bens e capitaisApesar das aplicaccedilotildees financeiras em Portugalterem continuado a processar-se a bom ritmo ndashsobretudo nas telecomunicaccedilotildees energia e bancandash legitimando a riqueza receacutem-acumulada dosinvestidores angolanos uma questatildeo poliacutetica in-

quinou a relaccedilatildeoInvestigaccedilotildees judiciais sobre altas personalidadescomo o procurador-geral Joatildeo Maria de Sousa oministro de estado e da coordenaccedilatildeo econoacutemicaManuel Vicente ou o general Manuel HeacutelderVieira Dias laquoKopeliparaquo ministro de estado e chefeda casa militar do presidente nunca foram trava-das pelo poder executivo ndash laquoao niacutevel da cuacutepularaquo SBento e Beleacutem ndash como ainda acabaram tornadaspuacuteblicasA deploraacutevel vergonhosa e ilegal praacutetica de fugasde informaccedilatildeo e violaccedilatildeo reiterada do segredo de justiccedila no DCIAP deu pretexto a criacuteticas de ar-ticulistas e poliacuteticos de Luanda sobre difamaccedilatildeo eintimidaccedilatildeo de cidadatildeos angolanos e a perversatildeodo estado de direito em PortugalO presidente das elites capazesManuel Vicente anunciou em Maio do ano pas-

sado que o investimento de estado em Portugaldeixara de ser prioritaacuterio jaacute que importava privile-giar o mercado angolanoA participaccedilatildeo da ldquoSonangolrdquo no BCP visando acriaccedilatildeo de uma plataforma financeira para suportaro crescimento da empresa fora um dos objectivosatingidos numa fase inicial que apostara forte emPortugal e referia tambeacutem Vicente convinha di- versificar as aplicaccedilotildees directas do estadoAo capital privado caberia assim definir opccedilotildeesde investimento em Portugal e de parcerias emAngola com empresas lusas mas na realidade aimbricaccedilatildeo da elite de negoacutecios e da elite do poderem Luanda eacute tal que a distinccedilatildeo acaba por ser ir-relevanteEacute essa a razatildeo que sustenta as tiradas nacionalistasno discurso de Eduardo dos Santos agrave AssembleiaNacional sobre o Estado da Naccedilatildeo denunciandoa injusticcedila de empresas e bancos estrangeiros queldquolevam biliotildeesrdquo de Angola ao mesmo tempo queLuanda vecirc serem qualificadas como corruptas assuas ldquoelites capazesrdquo que tecircm amealhado justos

Angola cortar a direitoPor Joatildeo Carlos Barradas

A notiacutecia de que a Ruacutessia concedeu asilo tem-poraacuterio a Edward Snowden eacute geralmentediscutida no contexto dos potenciais efeitosda decisatildeo sobre as relaccedilotildees russo-america-

nas Sem duacutevida o caso Snowden desencadeou umaseacuterie de efeitos adversosLevando em conta as revelaccedilotildees do ex-agente da CIApromotores russos estatildeo investigando os serviccedilos do

Google e do Facebook na Ruacutessia As autor idades sus-peitam que ambos violem os acordos internacionaissobre a proteccedilatildeo de dados pessoaisO avanccedilo dessa situaccedilatildeo ameaccedila originar uma atmos-fera toacutexica de longo prazo nas negociaccedilotildees bilateraisem torno de vaacuterias questotildees delicadas Entre elas ointercacircmbio de agentes descobertos a anaacutelise dospedidos para divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre ciber-criminosos e suspeitos de terrorismo ou a troca daspraacuteticas mais eficazes das agecircncias de inteligecircncianorte-americanas e russas no trabalho com grandes volumes de dadosAleacutem disso a Ruacutessia agora pode esquecer as per-spectivas de retorno de Viacutektor Bout ou outros rus-sos que estatildeo enfrentando processos judiciais nosEstados Unidos A Casa Branca por sua vez perdeuo poder de instigar seus principais valores na Ruacutessia ndash

a liberdade na internet e a proteccedilatildeo dos direitos dosusuaacuterios gravemente comprometidos pelas revelaccedilotildeesde SnowdenQuem sabe quantos segredos mais o ldquoex-prisioneirodo aeroporto moscovita de Sheremetievordquo tem guar-dado ou quatildeo difiacutecil seraacute para ele resistir agrave tentaccedilatildeode compartilhaacute-los com os serviccedilos de inteligecircnciarussos

Mas tudo eacute muito complexo e dramaacutetico Seraacuteque o asilo concedido a Snowden realmente traccedila umalinha vermelha nas relaccedilotildees russo-americanasEm primeiro lugar a decisatildeo russa de conceder asilotemporaacuterio a Snowden envia agrave Casa Branca um sinalclaro de que a Ruacutessia estaacute disposta a negociar aindamais ldquoPodemos abrigaacute-lo temporariamente masdeixe-nos pensar aleacutem dissordquoCabe lembrar a condiccedilatildeo anunciada pelo presidenteVladiacutemir Puacutetin no mesmo dia em que os boatos so-bre a possibilidade de asilo vieram agrave tona de que oforagido deveria ldquoparar de prejudicar os interesses dosEstados UnidosrdquoO consentimento de Snowden em seguir essa regraestaacute impliacutecito na aceitaccedilatildeo do asilo O governo russotambeacutem natildeo vai perder o interesse em acessar as in-formaccedilotildees que o ex-agente da CIA estaacute segurando

embora o acordo atual sugira que tais dados continu-aratildeo a ser um aacutes na manga diplomaacutetica da Ruacutessia ndash aser usado em uma hora difiacutecil nas negociaccedilotildees bilate-rais com Washingtonndash e natildeo seraacute compartilhado coma comunidade internacionalEacute ainda mais importante ter em mente que as relaccedilotildeesrusso-americanas satildeo muito diversificadas e estra-teacutegicas para serem deixadas de lado por causa de um

uacutenico escacircndalo independentemente de quatildeo fortepossa ressoarApesar da tendecircncia negativa nas relaccedilotildees bilateraiscom o fim do ldquoresetrdquo uma seacuterie de questotildees demon-stra a enorme capacidade de cooperaccedilatildeo duradourae desenvolvimento construtivo em assuntos intimam-ente relacionados com SnowdenA cooperaccedilatildeo no ciberespaccedilo que apresentou recente-mente um progresso substancial eacute exemplo disso Em17 de junho um dos pontos de discussatildeo da Cuacutepulado G8 na Irlanda foi a declaraccedilatildeo conjunta emitidapor Puacutetin e Obama sobre as medidas de reforccedilo daconfianccedila no ciberespaccedilo que incluiacuteram trecircs acordosEstados Unidos e Ruacutessia satildeo agora obrigados a man-ter contato constante sobre cibercrimes e tentativasde ciberataques para reforccedilar a cooperaccedilatildeo na respostaa tais incidentes bem como fazer uso de uma linha di-

reta para avisar um ao outro sobre alguma emergecircnciaSimbolicamente os mecanismos de notificaccedilatildeo muacute-tua seratildeo parcialmente implementados por meio da jaacute existente linha Moscou-Washington para o avisode ocorrecircncias com armas nucleares a mesma usadadurante a Guerra FriaA continuidade dos acordos exemplifica a crescenteimportacircncia estrateacutegica da cooperaccedilatildeo russo-ameri-

cana no ciberespaccedilo Os dois lados chegaram a umacordo sobre a questatildeo mesmo em meio a condiccedilotildeesdesfavoraacuteveis nas relaccedilotildees bilaterais ndash embora hajaduacutevidas sobre ateacute onde essa cooperaccedilatildeo seria sacrifi-cada por causa do recente escacircndalo diplomaacuteticoApesar do efeito das revelaccedilotildees do ex-agente daCIA os Estados Unidos e a Ruacutessia precisam se en-gajar para estabelecer um clima de boa vizinhanccedila ecolaboraccedilatildeo no ciberespaccedilo ainda que envolto porcriacuteticas e acusaccedilotildees pesadas A colaboraccedilatildeo podeser reduzida ou suspensa em alguns aspectos mas asmedidas de confianccedila devem ser desenvolvidas comoum dos mecanismos viaacuteveis para prevenir uma guerraciberneacutetica Isso eacute algo que tanto o Kremlin como aCasa Branca entendem bem Oleg Demidov eacute coordenador de projetos em segu-ranccedila e governanccedila no Centro de Estudos Poliacuteticosda Ruacutessia

O ciberespaccedilo poacutes-SnowdenPor Oleg Demidov

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

CartoonEDITORIAL

Reg istado s ob nuacutemer o 007 RRA DNI 93NUIT 40010 9001

Propr iedade da

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

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Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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20 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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TEM A DA SEM ANA4 Savana 18-10-2013

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TEM A DA SEM ANA 5Savana 18-10-2013 TEM A DA SEM ANA

O sorteio dos concorrentes agraveseleiccedilotildees autaacuterquicas do proacute- ximo dia 20 de Novembrocolocou o partido Frelimo na

primeira posiccedilatildeo nos boletins de votoAssim nas 53 autarquias onde vai de-correr o pleito o partido Frelimo e o seucandidato agrave presidecircncia do municiacutepioapareceratildeo em primeiro lugar

Curiosamente o mesmo sorteio co-locou o Movimento Democraacutetico deMoccedilambique (MDM) em segundolugar O MDM eacute o segundo partidomais importante nestas eleiccedilotildees tendoem conta que a Renamo actual maiorpartido da oposiccedilatildeo diz que iraacute boico-tar o pleito em protesto contra a actuallegislaccedilatildeo eleitoral

O movimento Juntos Pela Cidade(JPC) que apoia a candidatura de Is-mael Mussaacute na cidade de Maputo apa-rece no boletim de voto em oitavo lugarNo total satildeo 18 partidos e movimentosciacutevicos que vatildeo disputar as quintas elei-ccedilotildees autaacuterquicasPara aleacutem da Frelimo e MDM o sor-teio definiu em terceira posiccedilatildeo Asso-

ciaccedilatildeo de Jovens Teacutecnicos Portadoresde Deficiecircncia de Moccedilambique (CIN-FORTEacuteCNICA) que vatildeo concorrer nacidade de Maputo Na quarta posiccedilatildeoestaraacute o Partido Ecologista que concor-re pelos municiacutepios de Maputo e Ma-tola A Alianccedila Independente de Mo-ccedilambique (ALIMO) e o partido Verdesde Moccedilambique (PVM) avanccedilam pe-

los municiacutepios da Matola e Maputo o

Partido Trabalhista (PT) que concorreapenas na capital do paiacutes Partido paraa Paz Democracia e Desenvolvimento(PDD) nas cidades de Nampula Mi-lange Marromeu Matola e MaputoPartido de Reconciliaccedilatildeo Nacional(PARENA) que concorre pelos muni-ciacutepios de Quelimane Beira Matola eMaputo Associaccedilatildeo dos Naturais daManhiccedila (NATURMA) que vai pela vila da Manhiccedila Associaccedilatildeo Artesa-nal Uiupi-Pemba Cabo Delgado queconcorre em Chiuacutere Partido Huma-nitaacuterio de Moccedilambique (PAHUMO)em Pemba Montepuez e NampulaPartido do Progresso Liberal de Mo-ccedilambique (PPLM) em Boane Matolae Maputo Associaccedilatildeo dos Transporta-dores de Gaza (ASTROGAZA) que

concorre pela autarquia da Macia As-sociaccedilatildeo para Educaccedilatildeo Moral Ciacutevicana Exploraccedilatildeo de Recursos Naturais(ASSEMONA) que vai pelas cidadesde Nampula Monapo e Ribaacuteuegrave Par-tido Independente de Moccedilambique(PIMO) em Gocircndola e em deacutecimo oi-tavo lugar foi sorteado o Partido para oDesenvolvimento (MPD) que concorreapenas por Montepuez e Gurueacute

Concorrentes satisfeitosA Frelimo e o MDM principais parti-dos moccedilambicanos se fizeram presen-tes ao sorteioA Frelimo foi representada por SeacutergioPantie membro da Comissatildeo Poliacuteticaque referiu que o posicionamento eacute si-

nal de satisfaccedilatildeo porque daacute visibilidadeno boletim de votoSegundo Pantie o desejo dos membrosda Frelimo eacute que no dia da votaccedilatildeo e noapuramento dos resultados o partido eos seus candidatos estejam em primeirolugarDisse que neste momento estaacute a ser fei-to todo o trabalho no sentido de garan-tir vitoacuteria nos 53 municiacutepiosQuestionado se o actual cenaacuterio poliacuteti-co militar natildeo poderaacute prejudicar as elei-ccedilotildees Seacutergio Pantie referiu que o maisimportante eacute que os moccedilambicanosquerem que as eleiccedilotildees decorram numambiente de paz tranquilidade e quesejam eleiccedilotildees livres e transparentesldquoPor isso apelamos agrave Renamo para eli-minar e acabar com o discurso belicista

com a tendecircncia de querer intimidar apopulaccedilatildeo moccedilambicanardquo apelouPor sua vez Joseacute de Sousa porta-vozdo MDM sublinhou que o sorteio queditou o segundo lugar foi transparenteNo entender do representante doMDM o mais importante eacute o trabalhoque deve ser feito no terreno com vistaa convencer o eleitorado para que possaacreditar naquilo que eacute o projecto dopartidoldquoEstar em segundo em quarto ou deacuteci-mo natildeo eacute tatildeo importante que o trabalhoque deve ser feito porque o galo eacute galoem todas as posiccedilotildees O que eacute precisoeacute um trabalho de conscielizaccedilatildeo e deexplicaccedilatildeo para que o eleitorado enten-da qual eacute o siacutembolo do MDMrdquo disseacrescentando que o MDM quer que

estas eleiccedilotildees ocorram num ambientede paz e estaacute convencido que o Estadomoccedilambicano tudo faraacute para que istoaconteccedilaDiz que a meta do MDM eacute consolidara governaccedilatildeo nos dois municiacutepios quecontrola neste momento e conquistaroutras autarquias Joatildeo Massango do partido Ecologistaentende que se a tensatildeo poliacutetica preva-lecer pode manchar o processo eleitoralmas cabe ao Estado garantir a manu-tenccedilatildeo da seguranccedila e estabilidade paraa realizaccedilatildeo das eleiccedilotildeesDiz que garante muitas surpresas nospontos onde vai concorrer

Sort eio coloca Frelimo em primeiro lugarbull Concorrentes agraves eleiccedilotildees autaacuterquicas jaacute conhecem suas posiccedilotildees nos boletin s de voto

Por Raul Senda

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6 Savana 18-10-2013SOCIEDADE

M

occedilambique voltou aregistar uma ligeiramelhoria na categoria

de DesenvolvimentoHumano do Iacutendice Mo Ibrahimdepois da queda registada no anopassado indicam os resultados di-

vulgados nesta segunda-feiraSegundo aquele iacutendice na escala de0 a 100 Moccedilambique obteve uma

pontuaccedilatildeo de 505 igualando a 36ordfposiccedilatildeo global atingida em 2011que continua a ser o melhor resul-

tado desde que a classificaccedilatildeo noMo Ibrahim criada em 2000De acordo com os resultados con-tidos no relatoacuterio deste ano numaavaliaccedilatildeo geral que comporta ascategorias de legislaccedilatildeo e seguran-ccedila participaccedilatildeo e direitos humanos

oportunidades econoacutemicas susten-taacuteveis e desenvolvimento humanoMoccedilambique classificou-se na 20ordf

posiccedilatildeo com 548 pontos o que re-presenta uma subida posicional deum degrau mas que em termos depontuaccedilatildeo a situaccedilatildeo mostra umaperda de um ponto comparativa-mente ao ano passadoNuma anaacutelise por categoriais Mo-

ccedilambique mostra grandes desem-penhos ao niacutevel da sub-categoria deSeguranccedila Pessoal cuja pontuaccedilatildeo

aponta para 85 Direitos Humanose Participaccedilatildeo com 603 o que re-presenta uma ligeira subida com-parativamente ao iacutendice anteriorcontudo ainda aqueacutem do maiorniacutevel de sempre atingido no ano2000 que foram 646 pontos

Liacutederes voltam a falt arPelo segundo ano consecutivo equarta vez na sua histoacuteria o Preacute-

mio Mo Ibrahim voltou a natildeo ter vencedor Segundo os resultadosdivulgados pelo juacuteri os USD 5milhotildees que correspondem ao va-lor monetaacuterio do preacutemio voltam aficar nos cofres pelo facto de natildeoter sido encontrado entre os liacutede-res africanos em exerciacutecio nenhumque corresponda aos criteacuterios defi-nidos nomeadamente a excelecircnciagovernativaldquoDepois de uma consideraccedilatildeo cui-dadosa o comiteacute determinou queo preacutemio de excelecircncia na lideran-ccedila natildeo vai ser atribuiacutedordquo disse oantigo Secretaacuterio Geral da Uniatildeo

Africana e ex-Primeiro Ministroda Tanzacircnia Salim Ahmed Salimpresidente do comiteacute do preacutemioMo Ibrahim em comunicado deimprensaCriado em 2007 para laurear liacutede-res africanos que tenham contri-buiacutedo para o desenvolvimento dosrespectivos paiacuteses ao niacutevel de com-bate agrave pobreza desenvolvimentosustentaacutevel e uma prosperidadeequilibrada apenas por trecircs vezes opreacutemio foi atribuiacutedoNo primeiro ano da sua institui-ccedilatildeo o vencedor foi o antigo Chefede Estado moccedilambicano JoaquimChissano seguido do seu antigohomoacutelogo Tswana Festus Mogaeem 2008Nos dois anos seguintes o preacutemio

voltou a natildeo sair ateacute que o juacuteri des-cobriu o Cabo verdiano Pedro Pi-res em 2011 ateacute aqui o uacuteltimo anode premiaccedilatildeo

(Redacccedilatildeo)

A Associaccedilatildeo de LutaContra o Cancro

(ALCC) em parceriacom a Direcccedilatildeo deSauacutede da Cidade de Maputopromove este saacutebado no Hos-pital Geral de Chamanculo emMaputo uma feira de sauacutede noacircmbito da campanha de sensi-bilizaccedilatildeo sobre as diversas for-mas de cancroO evento aberto ao puacuteblico vaiconsistir em diversas activida-des nomeadamente o rastreiodo cancro da mama divulgaccedilatildeode informaccedilatildeo sobre os diferen-tes tipos de cancro bem comoa sua prevenccedilatildeo doaccedilatildeo de san-gue ginaacutestica mediccedilatildeo de ten-satildeo arterial e avaliaccedilatildeo do iacutendice

de massa corporalPara aleacutem do rastreio do cancroda mama que inclui o examemeacutedico e orientaccedilatildeo se ne-cessaacuterio para outros niacuteveis deatendimento seraacute igualmentepromovido aconselhamento efornecida informaccedilatildeo a respei-to do cancro da proacutestata queafecta os homens a partir dos40 anos de idade e que se natildeofor detectado a tempo podeocasionar graves complicaccedilotildeesde sauacutede

Segundo o relatoacuterio de 201 3

M occedilambique com f raca evoluccedilatildeo no iacutendice M o Ibrahim

ALCC promovefeira de sauacutede

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7Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

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8 Savana 18-10-2013SOCIEDADE

A cantora Neyma foi a gran-de vencedora da V ediccedilatildeodo BCI Mozambique

Music Awards ao vencerquatro estatuetas nas categoriasldquoMelhor Muacutesica Ligeirardquo ldquoMuacutesicamais Popularrdquo Artista mais Popu-larrdquo ldquoMelhor Artista Femininordquocom a muacutesica ldquoComo Anima aMarrabentardquo numa cerimoacutenia queteve lugar na noite de sexta-feirana Fortaleza de Maputo O eventodecorreu na sexta-feira 11 de Ou-tubro e teve lugar na Fortaleza deMaputoO que tem vindo a indignar algu-mas sensibilidades eacute o facto de amuacutesica com a qual a cantora Ney-ma Alfredo concorreu nesta ediccedilatildeo

eacute um spot publicitaacuterio de um bancoo BCI que eacute o principal patrocina-dor do referido evento que visa a

valorizaccedilatildeo da muacutesica nacional Asituaccedilatildeo estaacute a criar um desconfortopor parte de algumas sensibilidadesda sociedade moccedilambicana queconsideram que o facto tira a cre-dibilidade ao programa transpare-cendo que a muacutesica venceu o maiornuacutemero de preacutemios pelo motivo deter alguma relaccedilatildeo com o banco pa-trocinador do programaNas palavras de Christine Rameladirectora Comercial da DDB Mo-ccedilambique ldquoO valor do BCI MMA

natildeo estaacute nos preacutemios mas na parti-cipaccedilatildeo no trabalho e na divulga-ccedilatildeo da muacutesica moccedilambicana feitapor todos os artistasrdquo Entretantopara Rui Ilheacuteu director de Marke-ting do BCI ldquoeste eacute um projectomuito interessante apoiar a muacutesicaldquodaquirdquo eacute uma honra e sentimo-nosmais uma vez privilegiados por fa-

M M A quest ionadoPor Abdul Sulemane

zer parte deste grande projectordquoNo entanto na categoria de ldquoMe-lhor Pandzardquo o preacutemio foi paraMr Cuca enquanto que o galardatildeode ldquoMelhor Viacutedeordquo foi entregue aGabriela A estatueta de ldquoMelhorDance Musicrdquo foi atribuiacuteda a DJFaya com o tema ldquoBondorordquoA artista Gabriela ganhou tambeacutemo preacutemio de ldquoMelhor Muacutesica RampB

Soulrdquo enquanto que Tacircnia Tomeacute venceu a categoria ldquoMelhor MuacutesicaAfrordquo e a cantora de zouk Mimatildeeconquistou o preacutemio de ldquoMelhorMuacutesica Tropicalrdquo tendo ficado DJFaya com o tiacutetulo de ldquoMelhor Ar-tista MasculinordquoO preacutemio de ldquoAacutelbum mais Vendi-dordquo foi para Stewart Sukuma Nas

categorias reservadas a raacutedio e te-levisatildeo ou seja Melhor Animadorde Programas de raacutedio e televisatildeoHeacutelder Leonel da Raacutedio Cidadee Gabriel Juacutenior da Televisatildeo deMoccedilambique (TVM) foram os

vencedores da noiteEntretanto a cerimoacutenia serviutambeacutem para homenagear o muacute-sico Hortecircncio Langa atraveacutes da

atribuiccedilatildeo do ldquoPreacutemio Carreirardquopelos mais de 40 anos de vida ar-tiacutestica O evento contou ainda coma actuaccedilatildeo de alguns muacutesicos quetornaram a noite ainda mais diver-tida como satildeo os casos da Damado Bling e suas bailarinas G-ProHernacircni entre outros

A premiaccedilatildeo potildee em duacutevida a cred ibilidad e do pr ograma pelo f acto de a muacutesica

ser um spot pu blicitaacuterio do BCI

Alice Munro eacute uma escri-tora canadiana de contosconsiderada uma das prin-cipais escritoras da actuali-

dade em liacutengua inglesa Eacute a grande vencedora do Preacutemio Nobel da Li-teratura 2013 anunciado em Esto-colmo no aniversaacuterio da morte doindustrial e filantropo sueco AlfredNobel que o instituiuAlice Munro nasceu em WinghamOntaacuterio em Julho de 1931 Viveuprimeiro numa quinta a oeste des-sa zona numa eacutepoca de depressatildeoeconoacutemica Munro reconheceu ainfluecircncia na sua obra de grandesescritoras como Katherine AnnePorter Flannery OrsquoConnor CarsonMcCullers ou Eudora Welty bemcomo de James Agee e especial-mente William Maxwell Os seusrelatos centram-se nas relaccedilotildees hu-manas analisadas atraveacutes da lenteda vida quotidiana Por isso e pelasua qualidade tem sido chamada ldquoaChekov do CanadaacuterdquoFoi por trecircs vezes vencedora dopreacutemio de ficccedilatildeo literaacuteria laquoGover-nor Generalrsquos Literary Awardsraquo doseu paiacutes Em 1998 Alice Munrofoi premiada pelo National Book

13ordf mulher Nobel de Lit eratura

bull Alice Munr o vencedor a do Preacutemio Nobel da Litera tura 2013 jaacute pensa

em parar na literatura

Critics Circle dos Estados Unidospela obra ldquoO amor de uma mulhergenerosardquo O galardatildeo no valor deoito milhotildees de coroas suecas (925mil euros) foi anunciado pelo se-cretaacuterio da Academia de CiecircnciasSueca no histoacuterico edifiacutecio da Bol-sa na baixa de EstocolmoNos uacuteltimos 10 anos o Nobel daLiteratura distinguiu nomes comoo chinecircs Mo Yan (2012) o sueco

Tomas Transtroumlmer (2011) o pe-ruano Mario Vargas Llosa (2010)a alematilde de origem romena HertaMuumlller (2009) o francecircs Jean--Marie Gustave Le Cleacutezio (2008)

a britacircnica Doris Lessing (2007)o turco Orhan Pamuk (2006) o

britacircnico Harold Pinter (2005) aaustriacuteaca Elfriede Jelinek (2004) eo sul-af ricano JM Coetzee (2003)A liacutengua portuguesa foi laurea-da uma uacutenica vez em 1998 coma atribuiccedilatildeo do preacutemio ao escri-tor Joseacute Saramago justificada pelaAcademia sueca com o facto deele ldquocom paraacutebolas sustentadas emimaginaccedilatildeo compaixatildeo e ironiapermitir mais uma vez apreenderuma realidade evasivardquo AS

I l e c

V i l a n c u l o

Os muacutesicos moccedilambi-canos Timoacuteteo Cuche(saxofonista) e JoatildeoCabral (guitarrista)

encontram-se desde a segun-da-feira dia 08 de Outubrona cidade da Bahia Brasil parauma seacuterie de actividades inse-ridas no projecto MarrasambaOs muacutesicos nacionais seratildeoacompanhados por muacutesicos doBrasil Seacutergio Castanheira no

Trombone Alexandre Mon-tenegro na viola baixo UiraacuteCairo na bateria e MauriacutecioMuntildeoz na percussatildeo

O Marrasamba eacute um projectode intercacircmbio cultural en-tre Brasil e Mocambique quepropotildee a troca de experiecircnciase a mistura entre dois gecircnerosmusicais a Marrabenta mo-ccedilambicana e o Samba brasileirocom o objectivo da divulgaccedilatildeodestes geacuteneros atraveacutes de con-certos musicais e do ensino eminstituiccedilotildees de ensino nos doispaiacuteses e natildeo soacuteO projecto Marrasamba surgiu

a partir de um intercacircmbio cul-tural que levou o trombonistae baixista carioca Seacutergio Cas-tanheira para a cidade de Ma-puto onde conheceu os muacutesi-cos e professores da Escola deComunicaccedilatildeo e Artes da Uni-

versidade Eduardo Mondlane Timoacuteteo Cuche (saxofonista) e Joatildeo Cabral (guitarrista)O projecto foi lanccedilado emMocambique no dia 07 de Se-tembro data das celebraccedilotildees daIndependecirccia do Brasil dentroda programaccedilatildeo da semanacultural Brasil-Mocambiqueorganizada pela Banda TP50No Brasil Joatildeo Cabral e Timoacute-teo Cuche iratildeo orientar oficinasde muacutesica moccedilambicana e par-ticipar em debates sobre muacutesi-ca Africana e educaccedilatildeo musicalO repertoacuterio do show Marra-samba eacute composto de marra-bentas e sambas tradicionaiscom arranjos que misturam asriacutetmicas de cada geacutenero aleacutemde composiccedilotildees originais cria-das pelo grupo jaacute no universodessas experimentaccedilotildees

M uacutesicos nacionaisno Braacutesil

O

Instituto Superior de Ar-tes e Cultura (ISArC) noacircmbito do desenvolvimen-to do processo de ensino e

aprendizagem e produccedilatildeo cientiacutefi-ca realiza nos dias 17 e 18 de Ou-tubro do ano em curso (quinta-feirae sexta-feira) a II Ediccedilatildeo de Jorna-das Cientiacuteficas cujas sessotildees teratildeolugar nas instalaccedilotildees do ISArC apartir das 9H00 agraves 16h00 sob lemaldquoo Papel das Induacutestrias Culturaisna Valorizaccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Artee Cultura Moccedilambicanasrdquo Comeste mote pretende-se que a comu-nidade acadeacutemica e natildeo soacute discutae reflicta sobre como as induacutestrias

II ediccedilatildeo de JornadasCient iacutef icas do ISArC

culturais podem impulsionar a valorizaccedilatildeo das artes e cultura noPaiacutes A participaccedilatildeo nestas jorna-das natildeo se restringe aos estudantese docentes do ISArC mas a todosos interessados pelas artes e culturaque o poderatildeo fazer atraveacutes de umartigo uma instalaccedilatildeo exposiccedilatildeo

workshop ou mesa redondaPara esta ediccedilatildeo de jornadas cientiacute-ficas estatildeo previstos para apresenta-ccedilatildeo e discussatildeo temas de seguintesaacutereas Arte Cultura e EconomiaArte Cultura e educaccedilatildeo Cinemae Economia Patrimoacutenio Cultural esua Comodificaccedilatildeo e Arte Culturae Turismo AS

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9Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

O Congresso de Pem-ba e o fim do Poliacuteti-co em MoccedilambiqueQuando o Embaixador

espanhol no dia seguinte ao despe-dimento por parte do grupo privadoSOICO do chefe da informaccedilatildeo Je-remias Langa de visita agraves instalaccedilotildeesdo mesmo grupo elogia Moccedilambi-que como um paiacutes em que dominao pluralismo e a liberdade de infor-maccedilatildeo ficou claro que a luta pelo re-torno duma democracia mais efectivae menos autoritaacuteria tem que ser de-sempenhada apenas ao niacutevel internosem contar com a contribuiccedilatildeo dossupostos doadores e da comunidadeinternacional

O episoacutedio apenas referido repre-senta o uacuteltimo de uma seacuterie queestaacute abalando o mundo poliacutetico ede reflexo a comunicaccedilatildeo social emMoccedilambique Esta aceleraccedilatildeo co-meccedilou com o Congresso de Pembapor parte da Frelimo em Setembroe desaguou numa mudanccedila que jaacutenatildeo diz respeito apenas ao partidono poder mas sim a toda a socie-dade moccedilambicana Ela pode serresumida com a seguinte expres-satildeo passou-se duma concepccedilatildeo dopoder ldquodiluiacutedordquo (ou seja nas matildeosdas vaacuterias alas da Frelimo) a umade poder ldquoconcentradordquo (ou sejanas matildeos do actual Presidente daRepuacuteblica Armando Emiacutelio Gue-buza e da restrita elite a ele fiel)No Congresso de Pemba Gue-buza conseguiu afastar todos osseus supostos opositores internosempurrando as organizaccedilotildees demassa controladas pela Frelimodo seu lado Daquela que reuacuteneos jovens (OJM) aquela das mu-lheres (OMM) aos Antigos Com-batentes Personagens relevantestais como Luiacutesa Diogo e ManuelTomeacute foram afastados do Comi-teacute Poliacutetico do partido assim comoministros de peso a partir do an-tigo primeiro Aires Ali passandopor muitos outros e por uacuteltimopelo Ministro dos TransportesZucula caiacuteram estrondosamente erepentinamente sem uma explica-ccedilatildeo poliacutetica claraO caso mais recente relativo aoministro Paulo Zucula faltandoapenas poucos meses ao fim domandato de Guebuza (as eleiccedilotildeesgerais satildeo previstas para 2014) eacuteum dos mais obscuros A imprensanatildeo tem abordado a questatildeo me-diante uma leitura poliacutetica masprocurando explicaccedilotildees bastantecomplicadas e dedutivas inerentesaos interesses em jogo e agraves eventu-ais ldquotraiccedilotildeesrdquo do Ministro nalgunsnegoacutecios em que estaria envolvi-do o Presidente da Repuacuteblica Naediccedilatildeo do dia 20 de Setembro osemanaacuterio ldquoSavanardquo assim faz a suamanchete ldquoGuebuza refresca Zu-culardquo No interior do jornal realccedila--se que o despedimento foi comoaconteceu com os outros ministros

A nova sit uaccedilatildeo poliacutet ica de M occedilambique e osseus reexos sobre a liberdade de imprensaPor Luca Bussott i

que tiveram a mesma sorte repen-tino e sem nenhuma explicaccedilatildeomas tenta-se avanccedilar hipoacutetesesA mais acreditada tem a ver comum contrato milionaacuterio o relativo

ao corredor de Mucuze necessaacute-rio para implantar uma ferrovia de525 km de Mutarara (Tete) ateacute agravecidade da Beira com o objectivo deescoar o carvatildeo que estaacute a ser ex-traiacutedo no oeste de Moccedilambique OConselho dos Ministros teria op-tado por uma adjudicaccedilatildeo directado projecto (que vale cerca de 31mil milhotildees de USD) a um consoacuter-cio indo-moccedilambicano que incluia principal sociedade controladapela Frelimo a SPI e a que Zucu-la teria-se oposto Por outro ladoo semanaacuterio ldquoExpressordquo reportano dia 17 de Setembro que houve

demasiada ldquoambiccedilatildeordquo e ao mesmotempo ldquotraiccedilatildeordquo de Zucula relativa-mente agrave figura do Presidente Gue-buza Fontes anoacutenimas citadas poreste jornal destacam que Zuculanatildeo foi dispensado por incompe-tecircncia mas sim porque ldquometeu acolher na panela controlada peloseu chefe neste caso o Presidenteda Repuacuteblicardquo

Tais leituras dizem o seguinte porum lado as disputas internas aopartido no poder tecircm uma com-ponente poliacutetica irrelevante Poroutro tudo se joga em volta de ne-goacutecios bilionaacuterios dos quais a no-

menclatura pretende ter o mono-poacutelio de acordo com a hierarquiaocupada na FrelimoIsso deixa vislumbrar qual foi a

verdadeira natureza do Congressode Pemba pouco falou-se de po-liacutetica mas muito de quem devia epodia dominar os processos eco-noacutemicos no paiacutes para os proacuteximosanos E natildeo resta duacutevidas de queo vencedor foi o actual Presiden-te Guebuza Acima de tudo porele ter conseguido o domiacutenio dopartido tendo sido reeleito Presi-

dente para os proacuteximos cinco anosMas sobretudo por ter elimina-do natildeo apenas os seus adversaacuteriosinternos mas a proacutepria poliacuteticado horizonte da Frelimo Assim

sendo as vozes discordantes tam-beacutem foram caladas passando detal forma dum modelo de laquodemo-cracia autoritaacuteriaraquo a um de laquoauto-ritarismo democraacuteticoraquo em queos mecanismos eleitorais internosagrave Frelimo assim como gerais natildeopassam dum mero formalismoO facto de o actual Presidente daCNE (Comissatildeo Nacional dasEleiccedilotildees) ter sido proposto natildeo porum dos sujeitos indicados pela leipertencentes agrave sociedade civil massim por um indiviacuteduo singular (oantigo Presidente de mesmo oacutergatildeoe antigo Reitor da Universidade

Eduardo Mondlane Brazatildeo Ma-zula) demonstra a inconsistecircnciado aparato legislativo moccedilambica-no nesta fase extremamente criacuteticae delicada que o paiacutes estaacute atraves-sando No entretanto a comunida-de internacional finge de natildeo vercom o uacutenico objectivo de protegeros enormes interesses no carvatildeo nogaacutes e talvez no petroacuteleo que quasetodos os grandes investidores tecircmem Moccedilambique

O silenciament o da comuni-caccedilatildeo socialUma das grandes marcas na his-toacuteria recente de Moccedilambique temsido a vivacidade da comunicaccedilatildeosocial Existem hoje uma dezenade jornais independentes emisso-ras televisivas e radiofoacutenicas tam-beacutem autoacutenomas raacutedios comuni-taacuterias espalhadas por todo o paiacutesEntretanto a situaccedilatildeo efectiva daliberdade de imprensa piorou bas-tante nos uacuteltimos dois anos e no-meadamente a seguir ao Congressode Pemba da FrelimoA estrateacutegia usada tem sido dedupla natureza por um lado ocontrolo directo da comunicaccedilatildeo

social puacuteblica ou seja do diaacuterioldquoNotiacuteciasrdquo do semanaacuterio ldquoDomin-gordquo da emissora televisiva maisantiga e difusa do paiacutes a TVM eda proacutepria Raacutedio Moccedilambique

Por outro o controlo indirecto dacomunicaccedilatildeo social independen-te com vaacuterios meios aquisiccedilatildeopor parte de sociedades anoacutenimasmas controladas pela Frelimo dasquotas de maioria desses jornais(como eacute o caso do semanaacuterio ldquoPuacute-blicordquo) infiltrar pseudo-colunistasnesses oacutergatildeos (cuja lista foi recen-temente publicada pelo ldquoSavanardquo)para diluir o seu potencial criacuteticocortar os anuacutencios das sociedadespuacuteblicas tais como EDM MCELe outras de maneira a reduzir ascapacidades financeiras da impren-sa privada e obrigaacute-la a tornar-se

mais ldquoobedienterdquo ou a fechar de vezMas o niacutevel maacuteximo de ingerecircnciado poder poliacutetico nos assuntos re-lativos agrave comunicaccedilatildeo social priva-da eacute o caso Jeremias Langa e nogeral da SOICO TV Apesar daspressotildees e ateacute ameaccedilas recebidasa Redacccedilatildeo da STV decidiu fazeruma cobertura cabal das duas ma-nifestaccedilotildees violentas que agitarama capital moccedilambicana Mapu-to no dia 5 de Fevereiro de 2008e nos dias 1 e 2 de Setembro de2010 Em particular neste uacuteltimocaso Jeremias Langa na entrevistado dia 19 de Setembro deste anoresistiu agraves pressotildees provenientesdirectamente do partido Frelimo efoi a frente com o programa cujaemissatildeo durou cerca de oito horase graccedilas ao qual todo o paiacutes ficoua par daquilo que estava aconte-cendo nas ruas de Maputo A se-guir ao episoacutedio o grupo SOICOdeixou de receber a publicidadedas sociedades puacuteblicas (como vecirc--se claramente analisando o jornalldquoO Paiacutesrdquo dos uacuteltimos dois anos) ede ser convidado para participarnas ldquoPresidecircncias Abertasrdquo onde oChefe de Estado vai visitar e fazer

auscultaccedilatildeo dos problemas dos seusconcidadatildeos nas vaacuterias proviacutenciasdo paiacutesEm Junho deste ano todavia ogrupo SOICO eacute readmitido agravesPresidecircncias Abertas mas o jor-nalista que devia acompanhar estaactividade presidencial tinha sidoescolhido pela proacutepria equipa doPresidente e natildeo pelo director dainformaccedilatildeo Aleacutem disso JeremiasLanga teve momentos de fortescontrastes com o PCA do gru-po pois a linha editorial estava ater um rumo diferente sugeria-seque a postura criacutetica adoptada ateacuteentatildeo (e que tinha credibilizado o

jornalismo quer da STV quer do jornal ldquoO Paiacutesrdquo) tivesse de sofrersignificativas alteraccedilotildees em proldum relacionamento menos con-flituoso com o poder poliacutetico Umatal opccedilatildeo que negava de facto 11anos de jornalismo comprometidoe investigativo levou a fazer comque Jeremias Langa depois doseu adjunto Joseacute Belmiro tivesseque deixar o cargo que ocupavaembora com a garantia de podercontinuar com dois programastelevisivos de grande audiecircncia eimpacto em total autonomia Umcompromisso que apenas atenuouo sentido das medidas tomadase que aproxima inevitavelmenteo grupo SOICO agrave nomenclaturamoccedilambicana Como demonstrao facto de os anuacutencios das empre-sas puacuteblicas no jorna ldquoO Paiacutesrdquo estarpaulatinamente de voltaNo que diz respeito agrave imprensa puacute-blica os jogos foram ainda mais faacute-ceis As estrateacutegias adoptadas tam-beacutem foram diferentes mas todas

visando o mesmo objectivo pararcom as criacuteticas como claramentemanifestou o proacuteprio PresidenteGuebuza em vaacuterias circunstacircnciasinclusive no recente Congresso daOJM (ver ldquoDomingordquo 15 de Se-tembro de 2013)Primeiros sinais de que a comu-nicaccedilatildeo puacuteblica devia estar com-pletamente amordaccedilada por partedo regime deram-se jaacute no prin-ciacutepio de 2011 O mais destacado

jornalista da TVM Elio Jonasseque costumava ler o noticiaacuterio danoite e conduzia vaacuterios programasde opiniatildeo por causa da sua postu-ra frontal e profissional para comrepresentantes do Governo foiobrigado a deixar a profissatildeo jorna-liacutestica trabalhando actualmente noBanco de Moccedilambique O climana TVM tornou-se gradualmenteinsuportaacutevel Jornalistas por mimentrevistados no mecircs de Setembroe que aceitaram falar sob anonima-to declararam que a TVM natildeo tempassado nos uacuteltimos meses (apro-

ximadamente apoacutes o Congresso dePemba) de mera emissora propa-gandiacutestica do partido no poder enomeadamente da figura do Chefede Estado Notiacutecias ou reporta-gens por eles feitas satildeo geralmente

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10 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

censuradas ou totalmente ignora-das pelos dirigentes da emissoraprincipalmente quando se tratade abordar assuntos inerentes aomaior partido de oposiccedilatildeo a Re-namo Uma entrevista de cerca deduas horas com Dhlakama o liacutederda Renamo foi censurada e nuncachegou a ser transmitidaEste elevado niacutevel de frustraccedilatildeodesagua por vezes na entrega danotiacutecia aos colegas da comunica-ccedilatildeo social privada os quais tecircm apossibilidade de publicar aquiloque os oacutergatildeos controlados peloEstado natildeo conseguem tornarpuacuteblico Esta praacutetica foi confir-mada mediante entrevistas feitasem Maputo junto a jornalistas dacomunicaccedilatildeo social puacuteblica assimcomo independente tendo os doiscomo o uacutenico objectivo a procurada verdade e a tentativa de pautarpelo profissionalismo cuja praacuteticatornou-se impossiacutevel nos oacutergatildeoscontrolados pelo Estado Esta for-ma de resistecircncia a um poder quetende a fechar qualquer espaccedilo dediscussatildeo eacute a uacuteltima que a classedos profissionais da comunicaccedilatildeoespontaneamente encontrou paraconseguir informar os seus con-cidadatildeos daquilo que se passa nomundo poliacutetico e econoacutemico localO jornal ldquoNotiacuteciasrdquo teve a mesmasorte que a TVM O seu antigo di-rector Rogeacuterio Sitoe foi dispensa-do em Junho deste ano depois deter assumido as funccedilotildees em 2003

substituindo Bernardo Mavangaactual Assessor juriacutedico do jornalEste acto foi uma clara conse-quecircncia da nova linha do ldquopoderconcentradordquo ao inveacutes que ldquodiluiacutedordquopautada pela Presidecircncia Comotentou explicar Sitoe numa entre-

vista que nos concedeu no dia 19de Setembro deste ano em Mapu-to a sua aposta sempre foi de fazerum jornalismo com um pouco depropaganda ao passo que agoraestaacute acontecendo exactamente ocontraacuterio Apoacutes a sua saiacuteda da di-recccedilatildeo este diaacuterio eliminou qual-quer sentido criacutetico tatildeo que duran-te as primeiras 16 ediccedilotildees do ldquonovocursordquo a manchete sempre trazia afoto do Presidente Guebuza Estehaacutebito continua ateacute hoje descre-dibilizando ainda mais um jornalque com Sitoe tentou pelo menosmanter alguns espaccedilos de liberda-de por exemplo mediante ruacutebricastais como a das ldquoconjecturasrdquo ascartas dos leitores ou os proacuteprioseditoriais do directorVale a pena recordar a este propoacute-sito os dois editoriais escritos porSitoe ao longo do Congresso dePemba e que certamente chama-ram a atenccedilatildeo do Presidente da Re-puacuteblica e da restrita elite dos seusconselheiros (acima de tudo do seuactual porta-voz Edson Macuaacute-cua) por ter dado pouco espaccedilo agraveproeminente figura de Guebuzaavanccedilando criacuteticas impliacutecitas con-tra a sua maneira de gerir o partido

No editorial do dia 28 de Setem-bro Sitoe defende que a Frelimoestaacute subdividida em alas e que issonatildeo soacute seria normal mas faria parteda tradiccedilatildeo histoacuterica deste partidoUma tal situaccedilatildeo estaria a teste-munhar ldquouma necessidade dialeacutec-tica de movimento e crescimentordquoApesar de Guebuza ter conseguidoquase 99 dos votos da assembleiaSitoe destaca o facto de ldquomembroshistoacutericos deste partido a clamarpor maior diaacutelogo internordquo dandocontinuidade a uma ldquomaior liber-dade de imprensardquo que estaria sobrisco de retrocessos No editorialdo dia 5 de Outubro recordandoa assinatura dos acordos de Romaentre Frelimo e Renamo ocorridano dia 4 de Outubro de 1992 Sitoerealccedila a necessidade e a importacircn-cia vital do diaacutelogo entre as partesnum momento em que a ldquoala durardquoda Frelimo estava prevalecendo noque diz respeito aos pedidos da Re-namo finalizados a encontrar solu-ccedilotildees paciacuteficas para novas proble-maacuteticas que este partido continuaateacute hoje a colocar numa conversaentre surdos O facto de Sitoe terfeito coberturas ldquoabertasrdquo dos uacutelti-mos acontecimentos dando espa-ccedilo mesmo agraves razotildees da Renamo esobretudo da oposiccedilatildeo interna agraveFrelimo (a partir da figura do an-tigo Presidente Joaquim AlbertoChissano) valeu-lhe o afastamentodo cargo de director e a nomeaccedilatildeocomo Assessor do CDA do jornal

A mesma sorte que tinha tocadoao seu predecessor Bernardo Ma-

vanga actual Assessor juriacutedico dogrupo Notiacutecias srl

O ldquoautori tarismo demo-craacuteticordquo e a imprensa emMoccedilambiqueA constante pressatildeo exercida junto

agrave comunicaccedilatildeo social tem desven-dado uma realidade que pareciaconstituir apenas uma lembranccedilada altura do regime a partido uacuteni-co quando o responsaacutevel ideoloacutegi-co da Frelimo Jorge Rebelo ditavaa linha editorial dos oacutergatildeos de co-municaccedilatildeo bypassando na iacutentegrao governo e o ministro competenteO processo de lenta mas progressi-

va abertura democraacutetica que tinhacomeccedilado a afirmar-se em Mo-ccedilambique a partir do princiacutepio dosanos Noventa parou e os princi-pais sinais deste cenaacuterio podem serresumidos nos seguintes pontos1 A concentraccedilatildeo do poder econoacute-mico e poliacutetico nas matildeos do actualChefe de Estado e dos seus maisdirectos colaboradores2 O aniquilamento dos adversaacute-rios internos incapazes de opor-seabertamente agraves decisotildees do Chefede Estado e Presidente da Frelimo3 O total arbiacutetrio e a falta de expli-caccedilatildeo puacuteblica no que diz respeitoaos despedimentos e nomeaccedilotildees detodos os cargos relacionados coma esfera governamental dando azoa ldquofofocasrdquo que tornam ainda mais

turvo o ambiente poliacutetico moccedilam-bicano4 O papel irrelevante do Parla-mento que quase que natildeo discuteassuntos e leis julgados incoacutemodostais como (de recente) tem aconte-cido em relaccedilatildeo agrave lei sobre acesso agraveinformaccedilatildeo

5 A ideia de que o livre exerciacutecioda criacutetica soacute prejudica a actividadedo Governo e portanto tem queser limitada e ateacute banida6 Consequentemente haacute uma ten-tativa bastante evidente e aberta desilenciar a comunicaccedilatildeo social agovernamental de forma directa aprivada mediante pressotildees de vaacuterianatureza junto aos proacuteprios oacutergatildeosa editores ou a jornalistas singula-res7 Fazer com que a questatildeo relati-

va agrave qualidade da democracia e daparticipaccedilatildeo dos cidadatildeos junto agravetomada de decisotildees estrateacutegicaspara o paiacutes passe a ser consideradaa partir da comunidade internacio-nal como assunto secundaacuterio pri-

vilegiando os negoacutecios bilionaacuteriose portanto a vertente econoacutemicado desenvolvimento

Bussoti eacute investigador Auxiliar noCentro de Estudos Internacionais ndash

ISCTEIUL Lisboa Texto retirado do PAMBAZUKA

NEWS

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11Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

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13Savana 18-10-2013 SOCIEDADE

A experiecircncia do modelo

brasileiro de desenvolvi-mento agraacuterio natildeo cria il-usotildees em Augusto Juncal

do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra do Brasil (MST)sobre o efeito ldquoperversordquo que o Pro-SAVANA vai gerar para os cam-poneses do corredor de Nacala

Presente em Moccedilambique a conviteda Uniatildeo Moccedilambicana dos Cam-poneses (UNAC) para participarna II Conferecircncia InternacionalCamponesa sobre a Terra Juncaldiz que a reacuteplica da chamada agri-cultura do cerrado brasileiro que osgovernos brasileiro moccedilambicano ejaponecircs querem praticar em 19 dis-tritos do centro e norte de Moccedilam-bique vai gerar comunidades desem terras como aconteceu no seupaiacutesldquoO reassentamento eacute um passopara virar sem terra (hellip) Eu achoque a preocupaccedilatildeo dos campone-ses moccedilambicanos em relaccedilatildeo aoProSAVANA eacute pouca para o ta-manho do problema que estaacute a virEu acho que os camponeses aindanatildeo se deram conta do que estaacute avir porque quando se derem con-ta natildeo teratildeo nenhuma negociaccedilatildeopara fazer com o Governordquo disse

Augusto JuncalO activista do MST brasileiro

considera inevitaacutevel que o ProSA-VANA despoje os camponeses dastrecircs proviacutencias abrangidas pela ini-ciativa do uacutenico recurso que detecircmndash precisamente a terra ndash pelas suascaracteriacutesticasldquoProSAVANA vai trabalhar commonoculturas como soja algodatildeo ecriaccedilatildeo extensiva de gado A mono-cultura requer alto uso de agro-toacutex-icos que contaminam a aacutegua o ar

e a terra e mecanizaccedilatildeo intensa enatildeo precisa de camponeses ProSA-

VANA natildeo vai plantar mandioca emapira eacute para culturas que interes-sam ao mercado europeu e norte-americanordquo frisou Augusto Juncal

Quanto agraves garantias do Governomoccedilambicano sobre o respeito dosdireitos dos camponeses da aacuterea deimplementaccedilatildeo da referida iniciati-

va o ldquosem terrardquo recorre ao exemplobrasileiro para fundamentar a sua

duacutevida de que esse compromissoseraacute observado

ldquoTudo o que eles dizem natildeo re-

alizam A reforma agraacuteria era umapauta do Governo Lula mas ficouesquecida Dilma Rousef literal-mente acusou duramente o fal-hanccedilo do Governo Lula na questatildeoagraacuteria mas defende agora a pri-

vatizaccedilatildeo do Preacute-Salrdquo apontou Au-gusto JuncalPara o militante da causa camp-esina a turbulecircncia social causadapela implementaccedilatildeo de projec-tos mineiros em Moccedilambique eacuteum testemunho de que a retoacutericamessiacircnica do ProSAVANA vaiconverter-se num cataclismo socialpara MoccedilambiqueldquoNatildeo precisa de retoacuterica nempoliacutetica para ver o desastre asexperiecircncias estatildeo aiacute vocecircs osmoccedilambicanos tecircm que ler as ex-periecircncias que estatildeo acontecendoaiacuterdquo afirmou Augusto JuncalPara o activista dos direitos doscamponeses brasileiros o projectotriangular vai desferir um golpemortal a um ganho que a inde-pendecircncia de Moccedilambique em1975 conseguiu e que faz inveja aosbrasileiros que eacute a posse da terrapelos mais pobresldquoNoacutes nunca tivemos uma reformaagraacuteria vocecircs tiveram apoacutes a inde-pendecircncia do paiacutes mas vatildeo deitar

tudo a perderrdquo sublinhou Augusto Juncal

Querem impor-nos um fa-

lhanccedil o - UNACPor sua vez a UNAC retomou du-rante a II Conferecircncia Internac-ional Camponesa sobre a Terra osataques cerrados ao ProSAVANAinsistindo na expropriaccedilatildeo da terradestruiccedilatildeo dos ecossistemas locais eemergecircncia de fomeldquoIsto eacute grave Quem conhece a re-alidade brasileira sobre este modeloque foi importado para o ProSA-VANA sabe que 80 por cento dasexportaccedilotildees geradas satildeo detidas pe-las empresas privadas Querem im-por-nos um modelo que fracassouno Brasilrdquo disse Vicente Adrianooficial de Advocacia e Cooperaccedilatildeo

da UNACEm conferecircncia de imprensa reali-zada em Maputo o coordenador doProSAVANA Calisto Bias tentourefrear as preocupaccedilotildees dos rep-resentantes dos camponeses afir-mando ldquoa soberania dos campone-ses sobre a terra seraacute respeitada peloProSAVANArdquoSegundo Calisto Bias que repre-senta o Ministeacuterio da Agriculturamoccedilambicano no ProSAVANA ainiciativa assenta em pilares comoo desenvolvimento integrado einclusivo que tem em conta asrealidades e especificidades agro-ecoloacutegicas e socioculturais de cada

um dos 19 distritos de incidecircnciado projecto

ldquo Sem Terra brasileirordquo daacute o veredict o

ldquo ProSAVANA eacute perverso para os moccedilambicanosrdquondash di z Augu st o Jun cal

Augusto Juncal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terrado Brasil (MST)

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14 Savana 18 -10-2013Savana 18 -10-2013 15NO CENTRO DO FURACAtildeO

ldquo Caminhamos de novo para uma armadilhardquoPor Ricardo Mudaukana O autor procuraraacute neste texto ser pedagoacutegico para facilitar a compreensatildeo dos

leitores menos familiarizados com alguns conceitosEste texto refere-se principalmente ao lado das despesas do orccedilamento eapenas agrave anaacutelise dos principais indicadores macroeconoacutemicos associados ao

orccedilamentoO orccedilamentocomo conta puacuteblica compotildee-se das despesas do Estado para assegurarserviccedilos puacuteblicos aos cidadatildeos (educaccedilatildeosauacutedeseguranccedila socialetc)seguranccedila do paiacutese das pessoasdefesa dos direitos e liberdadesjusticcedila entre outrosEstas funccedilotildees natildeo tecircmporque ser um monopoacutelio estatalRealiza ainda actividades econoacutemicas e de investimen-tocom ou sem parcerias com o sector privado (infra-estruturasserviccedilos de monopoacuteliosnaturais cuja actividade natildeo interessa ao sector privadoetc)Sobre o papel do Estado naeconomia sempre existiu um constante debate inacabado natildeo apenas devido agraves variaccedilotildeesdos contextos no tempo no espaccedilo como ainda por razotildees poliacuteticasideoloacutegicas e outrasOnde se pode encontrar algum pensamento comum eacute na necessidade do Estado de-senvolver os serviccedilos com eficiecircncia e eficaacuteciac onsiderando que utiliza a riqueza doscidadatildeos atraveacutes dos impostos ou da cooperaccedilatildeo (igualmente impostos pagos nos paiacutesesdoadores) e que os serviccedilos sejam de faacutecil acesso isto eacuteestejam proacuteximos dos cidadatildeosExige-se ainda que o Estado natildeo absorva uma elevada percentagem da riqueza nacionalmedido pela percentagem dos gastos puacuteblicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto - in-dicador que mede a riqueza nacional)isto para libertar recursos para as famiacutelias e a ac-tividade privadasupondo o princiacutepio (sempre discutiacutevel)que o sector privado eacute sempree necessariamente mais eficientePor isso o Estado deve possuir uma gestatildeo eficiente dos recursoso que dependeemgrande medidadas opccedilotildees da governaccedilatildeoda competecircncia dos gestores puacuteblicosda ca-pacidade da sociedade em controlar a actividade e as contas puacuteblicas (atraveacutes do Parla-mento ou por outros mecanismos) Por issoo Estado deve ser transparente nas decisotildeese nas contasdisponibilizando informaccedilatildeo aos cidadatildeos e os servidores do Estado devem

reger-se pela eacutetica republicana onde existe uma clara separaccedilatildeo de interesses entre oprivado e o puacuteblicoUma gestatildeo saudaacutevel sugere que os gastos natildeo sejam superiores agraves receitasque a diacutevidaseja sustentaacutevel (possibilidade de ser paga no futuro) e baixa ( para natildeo penalizar as fu-turas geraccedilotildees atraveacutes de impostos acrescidos para pagamento da diacutevida contraiacuteda nopassado)As opccedilotildees do governo (opccedilotildees puacuteblicas) deveriam sempre ter em conta o mel-hor cumprimento das funccedilotildees do Estado em cada fase do desenvolvimentoFeita esta breve apresentaccedilatildeoo autor utilizaraacute principalmente os seguintes indicadores(1) gastos puacuteblicosPIBdestacando os salaacuterios dos funcionaacuterios (2) Deacutefice puacuteblicoPIBfinanciamento do mesmo e a diacutevida puacuteblicaPIB(3) grau de sustentaccedilatildeo do orccedilamentodo Estado atraveacutes de recursos gerados pela economia concretizado pelo indicador recei-tasgastos(em percentagem)e (4) evoluccedilatildeo de alguns gastoscomo forma de observaracerca de algumas opccedilotildees do governoNatildeo haacute consenso sobre os paracircmetros que indiciam situaccedilotildees de estabilidadesustentabi-lidade ou de criseinstabilidadeAs teorias convencionais referem que o Estado deve serldquoleverdquo(o que se reflecte numa baixa percentagem dos gastos puacuteblicossobre o PIB ndash natildeomais que 30) um deacutefice proacuteximo de zero e uma diacutevida que seja possiacutevel de ser pagasem sacrifiacutecios sobre os rendimentos das futuras geraccedilotildeesSegundo as mesmas escolasoestado deve assumir funccedilotildees muito especiacuteficas e que natildeo sejam do interesse do sector pri-

vado (por exemplodefesa e seguranccedila nacionalcerto tipo de investigaccedilatildeo e facilitaccedilatildeo daactividade privada com a criaccedilatildeo de bons ambientes de concorrecircncias) e o que se entendepor estado social deveraacute ser assegurado por sistemas de seguros e pensotildees oferecidos porinstituiccedilotildees financeiras privadasPressupotildee-se que o mercado eacute o mais eficiente alocadorde recursosos agentes econoacutemicos possuem loacutegicas de maximizaccedilatildeo de objectivos (lucroutilidadesetc)num ambiente concorrencial e de negoacutecios

Toda a informaccedilatildeo utlizada neste texto foi obtida do Orccedilamento Geral do Estado e operiacuteodo analisado eacute o de entre 2001 e 2012Por isso natildeo estatildeo indicadas as fontes dosgraacuteficos ao longo do texto

Graacutefico 1Despesas totaisPIBem percentagem

Alertas sobre o Orccedilam ento do EstadoPor Joatildeo Mosca

Graacutefico 2

Despesas com o pessoaldespesas correntesem percentagem

Os dois graacuteficos acima revelam(1) um evidente crescimento dos gastos do Estado comopercentagem do PIB(2) a manutenccedilatildeo percentual dos gastos com o pessoalporeacutem comcrescimentos reais dos gastos considerando o aumento destesa factura dos salaacuterios dosfuncionaacuterios passou de 58 do PIB em 2001 para 102 em 2012o que pode ser con-siderado muito elevado se comparado com outras economias (incluindo as africanas eda SADC)e (3) as despesas do Estado crescem mais rapidamente que o crescimentoeconoacutemicoconsiderando que a relaccedilatildeo GastosPIB estaacute a crescer

Graacutefico 3Deacutefice puacuteblico com e sem recursos externos em percentagem do PIB

Graacutefico 4Diacutevida puacuteblicaPIBem percentagem

Dos dois graacuteficos acimaobserva-se (1) um elevado deacutefice das contas puacuteblicas emos d os g raacute ficos a cm a o s er va -s e 1 um e e va do d eacutefice d as c on ta s uacute c as e m

relaccedilatildeo ao PIB e queem termos e valores absolutostem aumento por efeito do cresci-mento do PIB (2) embora a diacutevida possa natildeo ser considerada elevada assimela eacutedevido agrave cobertura dos deacutefices puacuteblicos dos anos anteriores pela cooperaccedilatildeo externadando por isso uma percepccedilatildeo pouco real (fictiacutecia) da realidadeEntre 2001 e 2012entre 85 e 90 do deacutefice puacuteblico foi coberto por recursos externos

Graacutefico 5Receitasdespesasem percentagem

Graacutefico 6Recursos externosdespesas totaisem percentagemOs graacuteficos 5 e 6 revelam duas evoluccedilotildees positivasUm aumento das receitas do Estado

e um decreacutescimo da dependecircnciaSe os megaprojectos natildeo tivessem os benefiacutecios fiscaisconhecidoseste cenaacuterio poderia ser muito diferentepara melhor

Graacutefico 7Despesas totais por habitante entre 2001 e 2012 Graacutefico 8

Despesas de funcionamento (acircmbito central) de alguns oacutergatildeos centraisa preccedilos con-stantes de 2011

O Graacutefico 7 revela uma grande diferenccedila na alocaccedilatildeo de recursos por habitante As

proviacutencias com taxas de pobreza mais elevadas satildeo as que tecircm menos recursos porhabitantesendo o contraacuterio tambeacutem verdadeiro (Cidade de Maputo e Proviacutencia deMaputo) O graacutefico 8 apresenta e compara os gastos de funcionamento de acircmbitocentral entre alguns oacutergatildeos do EstadoO graacutefico dispensa comentaacuterios

Em resumo pode-se afirmar que a evoluccedilatildeo do Orccedilamento do Estadosegundo os in-dicadores seleccionadosrequere reflexotildees e ajustamentosconsiderando o crescimentodo sector puacuteblico e da massa salarial dos funcionaacuteriosVerifica-se a persistecircncia de umapoliacutetica expansiva do gasto puacuteblicoum elevado do deacutefice sem recursos externos e sinaispreocupantes do endividamento puacuteblico (quando os recursos externos natildeo satildeo contabi-lizados)Parece evidente que satildeo necessaacuterios ajustamentos da distribuiccedilatildeo dos recursosentre proviacutencias e entre os oacutergatildeos do Estado a niacutevel centralComo elemento positivoressalta-se o aumento das receitas fiscaiso que permite a reduccedilatildeo da dependecircncia doorccedilamento em relaccedilatildeo agrave cooperaccedilatildeodonativosO espaccedilo desta coluna natildeo permiteanaacutelise do orccedilamento com a ecircnfase da economia poliacutetica

Outros indicadores de importacircncia analiacutetica natildeo foram apresentados como por ex-emploa alocaccedilatildeo entre sectores de actividadea composiccedilatildeo das receitas e do finan-ciamento do deacutefice e o reflexo no orccedilamento de algumas medidas de descentralizaccedilatildeoadministrativa

A evoluccedilatildeo das contas puacuteblicas de Moccedilambique natildeo pode deixar os cidadatildeos tran-quilosA actual crise em alguns paiacuteses da Europa tem como causa proacuteximao s dese-quiliacutebrios e o mal gastar dos dinheiros dos cidadatildeos derivado de poliacuteticas expansivase eleitoralistas no quadro das lutas partidaacuterias e de defesa dos poderesagrave custa e emprejuiacutezo dos cidadatildeosdas empresas e da economia

ndash c on sid era Grup o M occedil am bi ca no da Diacutevid a so br e o a ct ua l n iacutevel de d iacutevid a p uacuteb li ca

A organizaccedilatildeo mais conhe-cida em mateacuteria de mo-nitoria da diacutevida puacuteblicaem Moccedilambiqueo Grupo

Moccedilambicano da Diacutevida (GMD)co-mentou ao SAVANA o alarme que oTe Economist Intelligent Unit (EIU)

fez soar recentemente sobre a novaespiral de endividamento que o Go-verno moccedilambicano estaacute a seguirde- pois do oxigeacutenio que as contas puacuteblicasreceberam na sequecircncia da Iniciativade Aliacutevio da Diacutevida dos Paiacuteses Alta-mente Endividados (HIPC)haacute cercade 10 anos Para Humberto Zaqueu oficial deadvocacia do GMDa actual lideran- ccedila do paiacutes estaacute ldquoa armadilharrdquo Mo- ccedilambique numa futura asfixia finan-ceira que vai impedir investimentosimportantes em aacutereas essenciais comoa sauacutedeeducaccedilatildeo e abastecimento deaacutegualdquoOs nossos poliacuteticos natildeo resistemquando vecircem dinheiro eacute irrisoacuterioeste despesismo para o luxoVamos aChinaporque eles natildeo exigem requi- sitos natildeo se importam se vais com- prar armas para reprimir o teu povordquoconsidera Humberto Zaqueusobre orecurso ao dinheiro chinecircs apontadocomo um dos novos credores de peso de Moccedilambique

Justi1047297ca-se o alerta do EIU sobre oactual ritmo de endividamento doEstado moccedilambicanoDefinitivamente sim justifica-se enoacutescomo GMDtemos vaacuterios tra-balhos feitos e alguns em cursoquemostram uma tendecircncia de um novopadratildeo preocupante de endivida-mento Como GMDas pessoas en-quadram-nos num acircngulo de anaacutelisee de visatildeo sobre a diacutevida mais socialenquanto o Governo tem uma visatildeomais economicista da questatildeo OGoverno baseia as suas decisotildees so-bre a diacutevida em caacutelculos e indicado-res elaborados conjuntamente como Fundo Monetaacuterio Internacional(FMI) e Banco Mundial (BM)emraacutecios da diacutevida sobre exportaccedilotildeese serviccedilo da diacutevida sobre o Produto

Interno Bruto (PIB) e essa relaccedilatildeomostra que a diacutevida de Moccedilambiqueeacute sustentaacutevelao niacutevel dos nuacutemerosMas se for ver a dinacircmica dos pres-supostos que sustenta os tais raacuteciosque eacute a induacutestria extractiva e os me-gaprojectos que natildeo deixam nadapara Moccedilambiqueou pouco deixampara Moccedilambique entatildeo a partirdesse princiacutepioe stes raacutecios satildeo en-ganadores O nosso Governo estaacute abasear-se numa ldquorealidaderdquoirrealista

Quer dizer que os alicerces sobre osquais o Governo assenta a decisatildeode recorrer a um alegado endivida-mento excessivo natildeo satildeo con1047297aacuteveisO mecanismo de transmissatildeo da-queles raacutecios para a economia real deMoccedilambique eacute muito fraacutegil a basede redistribuiccedilatildeo da renda eacute muitoteacutenue O Governo radica o seu op-timismo em relaccedilatildeo agrave contrataccedilatildeo dadiacutevida a preccedilos elevados em pressu-postos irrealistas porque considera

um grande crescimento da economiaatraveacutes da induacutestria extractiva a umritmo acelerado Isso eacute claramenteilusoacuterio porque a induacutestria extrac-tiva beneficia de tantas isenccedilotildees oemprego gerado eacute limitadiacutessimo Jaacutetemos informaccedilotildees que apontam queo que os megaprojectos declaramcomo facturaccedilatildeo estaacute muito abaixoda real facturaccedilatildeoUsam esse esque-ma para acederem a isenccedilotildees unsconseguiram que o Estado lhes as-segurasse apenas 16 por cento sobreos seus rendimentosoutros natildeo maisde metade quando pela legislaccedilatildeotinham de pagar 32Eacute infantil pensar que a Vale ou outromegaempreendimento qualquer vaidinamizar a economia ao ponto depagar o niacutevel de diacutevida que o paiacutes estaacutea acarretarEstamos a ser confronta-dos com decisotildees politicamente to-madas que natildeo tecircm nada a ver comracionalidade econoacutemicaUm poliacute-tico menos informadoquando ouvedizer que o paiacutes estaacute a descobrir re-cursos naturaisfica na ilusatildeo e tomadecisotildees com fonte nessa ilusatildeoMasalguns politicamente mais prepara-dos em termos econoacutemicos tecircm tidoa sensatez de dizer acutetenham cuidadoo que vai acontecer na economia realnatildeo satildeo os nuacutemeros que estatildeo a serinvestidos pelas multinacionais natildeo

vale a pena pensa r que a induacutestriaextractiva vai gerar benefiacutecios para opaiacutes de hoje para amanhatilde`A expectativa menos remota eacute queesses projectos gerem benefiacutecios in-directos impulsionando alguma ho-telaria e turismoa agricultura pode

vir a beneficiar um pouco esse eacute oalerta que tem sido deixado pelospoliacuteticos mais informados tecnica-mente porque o caminho eacute longo eincertoInfelizmente os poliacuteticos menosinformados soacute vecircem o lado do in-

vestimento que eacute uma fantasia eacuteerradocomo vimos no iniacutecio com aMOZALque fez disparar o PIB aniacuteveis galopantese estaacute a aconteceragora com a Vale e a Rio Tintocomavultados investimentos mas sem

impacto sobre a economiaQuando se analisam os raacutecios usadospelo Governo na sua corrida ao en-dividamentoeacute faacutecil vecirc-se que estatildeoa diminuir enquanto a diacutevida estaacutea subirE statildeo a meter o paiacutes numaarmadilha econoacutemicacujo resultadoeacute esteagora estamos bem perto dosseis biliotildees de doacutelares em termos dediacutevidao niacutevel do HIPChaacute cerca de10 anos

E natildeo passa muito tempo desdeesse niacutevel de diacutevida impagaacutevelhellipNaquele tempo foi em condiccedilotildeesmais ligeiramente favoraacuteveis por-que eram maioritariamente diacutevidasconcessionais de credores bilateraisou sejade paiacutes para paiacutescom ta-

xas de juro ligeiramente acima dasconcessionais mas com periacuteodos dereembolso longos e as outras erammultilaterais com uma taxa de juromais baixa proacutexima de zero e comperiacuteodos de graccedila de 10 a 20Por ou-

tro lado as diacutevidas antes do HIPCforam contraiacutedas em periacuteodos com-parativamente mais longosmais oumenos em duas deacutecadase as actu-ais estatildeo a surgir a um ritmo acele-rado Depois do HIPC natildeo passammuitos anos e estamos perto do picohistoacuterico de cerca de seis biliotildees dedoacutelares

Banca sanguessugaO dinheiro chinecircs eacute mais caroO que se vecirc no recurso a esse di-nheiro eacute que estaacute a ser contratadoa um ritmo muito acelerado e emcondiccedilotildees muito desfavoraacuteveis OEXIMBANK(banco estatal chinecircsde creacutedito externo) empresta dinhei-ro com periacuteodos de reembolso muitocurtospara aiacute 10 anos periacuteodo degraccedila quase nulo e a taxa de juro estaacutebem perto da taxa de mercadoParao contexto do mercado moccedilambica-no10 por cento podem natildeo parecerexcessivos porque a nossa banca co-mercial cobra entre 10 a 12 por centomas essa eacute uma banca de sanguessu-gasporque 10 por cento satildeo proibiti-

vosOs mesmos bancos sul-africanosque caacute cobram issona Aacutefrica do Sulembolsam juros mais suavess abembem que a taxa real de empreacutestimosna Aacutefrica do Sul natildeo passa cinco porcentomas em Moccedilambique aplicam10 ou acima dissoPortanto quandofazemos uma anaacutelise cruzadavemosque a taxa real exigida pela China eacutede banca comercial a taxa de mer-cadocom periacuteodos de graccedila nulos ede desembolsos muito curtosisto vaidesgraccedilar o paiacutesO mais triste eacute que natildeo se compre-ende o recurso a fontes de finan-ciamento tatildeo lesivas aos interessesdo Estado moccedilambicanoporque ostradicionais doadores ainda cobreme ajudam a combater o deacutefice orccedila-mental Temos um orccedilamento comum deacutefice meacutedio de 40 por cento eacuteuma cifra realmente maiormas osdoadores comprometeram-se a de-sembolsar para este anopor exem-plocerca de 700 milhotildees de doacutelares

em apoio directo ao Orccedilamento Ge-ral do EstadoA ajuda externa jaacute estaacuteproacutexima senatildeo capaz de eliminar odeacutefice A pergunta entatildeoeacute porqueessa azaacutefama com o creacutedito chinecircsO que conseguimos perceber eacute quehaacute uma ilusatildeo da nossa ala poliacuteticase se tratasse de comidadiria gulaosnossos poliacuteticos natildeo resistem quando

vecircem dinheiro haacute despesismo Va-mos a china porque natildeo exigem re-quisitos se vais comprar armas parareprimir o teu povo natildeo se impor-tamAgrave Chinao que interessa eacute ga-rantir que o seu creacutedito seraacute pago porcontrapartidas como petroacuteleo dia-mantes carvatildeohellipqualquer dia Mo-ccedilambique ainda hipoteca o seu car-

vatildeopara pagar o que deve agrave ChinaNeste momentoa China natildeo colocaobstaacuteculos no acesso ao seu dinheiro

Mas o Governo justi1047297ca o recursoao endividamentocom o imperati- vo de infra-estruturashellipMas tem de haver prudecircncianatildeo voudeixar de criticar o uso que se faz dodinheiro puacuteblico edifiacutecios puacuteblicos

a serem construiacutedos mas entre fo-mentar a produccedilatildeo interna de arrozque cobre em apenas menos de cincopor cento a procura interna e deixa95 por cento para as importaccedilotildees eos edifiacutecios puacuteblicos e carros de luxopara a elite administrativa do paiacutesqual deve ser a prioridade Eacute oacutebvioo despesismo de luxo algum capri-cho puacuteblico ateacuteporque a fonte dodinheiro eacute faacutecilEste endividamentonatildeo vai para a produccedilatildeose fosse paraas vias de acessocompreendia-se

O EIU diz que o actual serviccedilo dadiacutevida jaacute eacute 40 por cento do PIB Eacutepossiacutevel chegar ao colapso que nosempurrou para o HIPCO risco imediato de natildeo conseguirpagar a diacutevida puacutebica pode natildeo serdaqui a cinco ou 10 anosmas numfuturo breve a capacidade do Esta-do fazer investimentos importantese estrateacutegicos vai reduzir Comeccedilaraacutea faltar dinheiro para a sauacutede edu-

caccedilatildeo e agricultura Esses sectoresessenciais vatildeo ressentir-se e muitoAteacute ao ano passadoa educaccedilatildeo tinhaum fundo para o vector da educaccedilatildeouniversal e Moccedilambique beneficioudurante cinco anos dessa verbamasacabou e soacute uma intervenccedilatildeo de uacutelti-ma hora do Banco Mundial permitiuum socorro de 50 milhotildees de doacutelaresA necessidade de alocar mais fundospara as aacutereas prioritaacuterias natildeo vai mu-darno entantoa capacidade de fi-nanciaacute-los pode retrair-seA reduccedilatildeode alguns fundos pode ser uma rea-lidademas que natildeo seja por isso quese vaacute justificar a corrida ao dinheirochinecircs porque a reduccedilatildeo dos apoiosdos tradicionais parceiros eacute ainda po-tencial os dadores continuam a darao ritmo programadoO que chama a atenccedilatildeo na relaccedilatildeocom os tradicionais parceiros eacute o re-forccedilo dos condicionalismos haacute umcondicionalismo que nem eu consi-dero sustentaacutevelo princiacutepio da tran-che variaacutevel Os doadores datildeo emparcelas o Governo tem de mostrarresultados convencer para tirar mais25 por cento mas tem sido muitotarde e isto compromete a execu-ccedilatildeo completa dos doadores na pers-pectiva de resultadosPor issoelesapostam no financiamento ao fundocomum em que eles mandam a suamissatildeo mandam uma equipa teacutec-nica para ver se as ambulacircncias quefinanciaram foram compradas por-que quando o apoio eacute directamenteao Orccedilamento do Estado eles natildeotecircm essa prerrogativaHaacute esta ten-decircncia de reduccedilatildeo do apoioporquea tranche variaacutevel estaacute a ser difiacutecil derespeitarmas no geralcontinuamoscom os doadores cometidos com osdesembolsosa uacutenica coisa eacute que natildeoestamos a aguentar com os condicio-nalismos cuja imposiccedilatildeo quanto amim justifica-se Quando dinheirospuacuteblicos satildeo usados para comprarmaacutequinas de barbear e outros malescomo os desvios no Ministeacuterio daEducaccedilatildeo entatildeo aperta-se o desem-bolsoe a alternativa eacute o dinheiro su-postamente faacutecil da Chinapara coi-

sas como o negoacutecio dos naviosComo dinheiro dado pelos novos credo-respode estar a fazer-se alguma coi-samas natildeo haacute optimizaccedilatildeo Que asdiacutevidas mobilizem a produccedilatildeodevernatildeo eacute maucontrair uma diacutevida parabeber sem capacidade eacute um crimemorala natildeo ser que tenha capacida-de de pagamentoSe se atingisse essepico de endividamentopara finan-ciar infra-estruturas essenciais natildeoestaacutevamos aqui a criticar

Haacute tambeacutem uma apreensatildeo com oendividamento internoEstamos a criar este cenaacuterio Elescriam condiccedilotildees para que o paiacutes vivaessa situaccedilatildeoE sses casos de corrup-ccedilatildeo que satildeo frequentemente relata-dos deixam os doadores pessimistase se sintam obrigados a impor condi-cionalismos que retardam a chegadade verbas e a multiplicaccedilatildeo de mis-sotildeesA hipoacutetese Chinaagraves vezeslevao seu tempo e o resultado eacute o deacutefice

na tesouraria que justifica emissotildeesde diacutevida interna provocadas pelodeacutefice na tesouraria Satildeo diacutevidas decurto prazomas criam uma enormepressatildeo porque o Governo tem depagar e eacute mais penosoporque eacute nosbancos comerciaisdado que mais de80 por cento dos moccedilambicanos natildeopagam sequer o seu consumo baacutesicologo natildeo compram as obrigaccedilotildees detesouro que o Estado lanccedila para sefinanciarQuem compra a diacutevida doEstado satildeo os bancos comerciaisquepreferem comprar tiacutetulos do Go-

verno porque o Governo nunca vaiagrave falecircncia natildeo precisa de hipotecasmas essas operaccedilotildees estatildeo a prejudi-car o investimentoIsso tudo porque

se criam cenaacuterios de desconfianccedilaque tornam moroso o financiamentotradicional que vem do exterior Oendividamento internopara finan-ciar a reconstruccedilatildeo por danos provo-cados pelas calamidades naturaisporexemplo entende-se eacute um recursode emergecircncia o Governo tem derecorrer a fundos excepcionais masgrande parte eacute deacutefice de tesouraria

Brasil e IacutendiaCentrou-se na China mas fala-sede outros novos credores Comoolha para o per1047297l do creacutedito do Bra-sil e da IacutendiaEles tambeacutem impotildeem condiccedilotildeesmais ou menos proacuteximas do mer-cadomas China eacute China Brasil eacuteBrasil e Iacutendia eacute IacutendiaEles natildeo tecircmcaracteriacutesticas similiaresnatildeo falam amesma liacutengua eacute por isso que o Go-

verno moccedilambic ano natildeo os conse-gue enquadrar na mesma plataformacomo acontece com os Parceiros deApoio Programaacutetico (PAP) Elesnatildeo tecircm procedimentos e caracteriacutes-ticas iguaissatildeo todos eles diferentesO Brasil natildeo daacute dinheiro natildeo eacute sua

vocaccedilatildeo dar directamente dinheirooseu dinheiro eacute em forma de assistecircn-cia teacutecnicase precisas de um teacutecnicoeles trazem o especialistaque traz oconhecimento de que carecesA si-tuaccedilatildeo amarga eacute que o Brasil eacute umcentro de financiamento de projectos

privados que estatildeo a entrar em Mo-ccedilambiquealguns deles como a Valemuito contestados sob o ponto de

vista socialO Brasil dispotildee de linhasde financiamento e paga o segurodos investimentos das suas empresaseacute vocaccedilatildeo do Brasil apoiar grandesprojectos Jaacute a China categoriza osseus devedoresna primeira catego-ria mete os que podem pagar direc-tamente com petroacuteleo ou diamantese paiacuteses como Moccedilambique estatildeo nacategoria trecircsque pagam o dinheirocom dinheiroNos mapas de amorti-zaccedilatildeo da diacutevida de Moccedilambiquequeestatildeo no Ministeacuterio das Financcedilasestaacute laacute que Moccedilambique paga comdinheiro os creacuteditos chinesesMas eacuteuma situaccedilatildeo mista porque o creacutedi-to chines tambeacutem tem laacute um poucodo modelo brasileiroatraveacutes da pre-senccedila em Moccedilambique de empresaschinesas financiadas pelo dinheirodo Estado chinecircs Cada paiacutes tem oseu modelo de financiamento

Humberto Zaqueu o cial de advocacia do GMD

N a

iacute t a U s s e n e

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16 Savana 18-10-2013PUBLICIDADE

A sensivelmente cinco jor-nadas do fim do Moccedilam-bola o presidente da LigaMoccedilambicana de Futebol

(LMF) Alberto Simango Juacutenioraceitou fazer uma breve radiogra-fia da prova e de forma categoacutericagarante haver condiccedilotildees objectivaspara que a verdade desportiva pre- valeccedila Simango diz ainda natildeo ser verdade que a Liga Muccedilulmana es-teja a ser protegida pela arbitragemSeguem os excertos mais relevantesda conversa

Que avaliaccedilatildeo faz das primeirasoito jornadas da segunda volta doMoccedilambola-Faccedilo uma avaliaccedilatildeo positiva namedida em que o certame estaacute a de-correr dentro do previsto Tem sidobastante competitivo e os resultadosfalam por si Na primeira volta ha- via equipas que tinham muito gaacutesmas comeccedilaram a perder forccedilasnesta fase o que eacute normal porqueo Moccedilambola eacute uma prova de re-gularidade Conta-se mais comoa equipa termina a prova do quecomo comeccedila Jaacute fizemos dois terccedilosdo campeonato estamos num bom

caminho e a qualidade estaacute semprea subir Jaacute temos campeatildeo no Moccedilambola-As equipas que estatildeo agrave frente tudofazem para ganhar mas a luta eacutemuito renhida no meio da tabelaclassificativa e essas formaccedilotildees tudofazem para amealhar mais pontose quiccedilaacute evitarem a despromoccedilatildeo Eacuteuma prova de surpresa porque ateacutehoje a questatildeo da conquista do tiacute-tulo continua em aberto emborahaja um clube que avanccedilou bastantena pauta classificativa Pelo menosexistem trecircs a quatro clubes que lu-tam pela conquista do campeonato eisso eacute significativo

Sr presidente ainda continuam osdesacatos e vandalismo nos recintosdesportivos Como acabar com estatriste realidade-A situaccedilatildeo vai sendo paulatina-mente resolvida mas sinto queprecisamos de fazer um trabalho deeducaccedilatildeo ciacutevica por forma a que osclubes comecem por sua vez a tra-balhar com os seus adeptos porquea atitude de arremessar garrafas eoutros objectos para o interior docampo eacute simplesmente condenaacutevelO apelo que faccedilo eacute que natildeo bastaaprovarmos medidas haacute sim queprivilegiarmos a prevenccedilatildeo haacute ne-cessidade de as pessoas terem de

abandonar essas praacuteticas e prima-rem pelo fair playNatildeo acha que a maacute actuaccedilatildeo dos aacuter-bitros leva os adeptos a optarem poressa via o arremesso de garrafaspor exemplo-Eacute normal que haja contestaccedilatildeo daarbitragem isso faz parte de futebolEm qualquer parte do mundo ou- vimos falar de situaccedilotildees do geacuteneromas noacutes estamos a trabalhar com aCNAF e todas as semanas quandonecessaacuterio fazemos um trabalho desensibilizaccedilatildeo para aleacutem da avalia-

Eacute impossiacutevel t ermos Liga fort e com c lubes f racosfinanceiramente-Defende Albert o Simango Juacutenior da LMF

Por Paulo Mubalo

ccedilatildeo do desempenho dos aacuterbitrosO que se nota eacute que os aacuterbitros quecomeccedilam a pocircr em causa a verda-de desportiva estatildeo a ser punidosexemplarmente e isso eacute que incen-tivamos agrave CNAF porque eacute precisodefendermos o futebol de atitudese apetites inconfessaacuteveis de certosgrupos

Julga que a Liga Muccedilulmana estaacute aser bene1047297ciada pela arbitragem ouestaacute a ser viacutetima da sua grandeza- Duvido muito que a Liga Muccedilul-mana esteja a ser beneficiada duvi-

do muito que esse pronunciamentocorresponda agrave verdade A minhapercepccedilatildeo eacute que muitos clubes jaacutebeneficiaram de penaltes jaacute benefi-ciaram de erros de arbitragem Emsegundo lugar jaacute expliquei que osque tentam fabricar resultados estatildeoa ser punidos Eu natildeo vejo as coisasde forma particularizada todos osaacuterbitros podem errar em qualquer jogo que sejaO que a LMF pensa fazer parasalvaguardar a verdade desportivamormente nas derradeiras jorna-

das-Bem como tem sido habitual paraaleacutem do trabalho que temos vindoa realizar as uacuteltimas trecircs jornadasseratildeo disputadas no mesmo dia e agravemesma hora tendo em conta os in-teresses e objectivos de cada clubenessa fase Teraacute que ser assim ateacuteporque isso jaacute consta do nosso re-gulamento Satildeo partidas susceptiacuteveisde mudar a pauta classificativaHaacute treinadores que acusam a LMFde estar a coartar as suas liberdadesusando para tal puniccedilotildees Quer co-

mentar-A puniccedilatildeo faz parte da nossa estra-teacutegia de governaccedilatildeo noacutes natildeo fomoseleitos para natildeo respeitar os regula-mentos e estatutos Os dirigentestreinadores e clubes devem ter umaforma de estar natildeo podem aceitar vilipendiar quem quer que seja empraccedila puacuteblica natildeo podem atentarcontra a geacutenese do clube haacute que terforma e modo de falar Eacute importan-te que as pessoas percebam que aLiga eacute um dos clubes por isso de-fendemos que as pessoas se pronun-ciem com eacutetica que saibam falar Os jovens inspiram-se nos treinadores e jogadores pelas boas praacuteticas e natildeo

pelos insultos por isso tomamosmedidas contra os prevaricadores econtinuaremos a primar por essesprinciacutepios porque queremos umcampeonato satildeo e de disciplinaHaacute condiccedilotildees 1047297nanceiras para queo Moccedilambola termine sem muitosalaridos-Bem como nunca disse que natildeohavia o que posso dizer eacute que tudoestaacute sendo feito para que terminesem qualquer natureza de sobres-saltoPelos vistos a LMF continua a go-

zar de muita credibilidade junto dosparceirosQue trunfo usa para conseguir osseus intentos-O maior segredo eacute o trabalho eacutea nossa dedicaccedilatildeo e credibilidadeNoacutes fazemos de tudo para que ainstituiccedilatildeo seja crediacutevel Somos fieacuteisagrave prestaccedilatildeo de contas e gestatildeo cri-teriosa E por fazermos isso temosum caminho andado trabalhamos365 diasano agrave volta deste projectoEstes pressupostos todos nos levama conseguirmos bons resultados

Como avalia a expulsatildeo de Dia-mantino Miranda do paiacutes-A atitude dele foi de indisciplinagrave ele excedeu na forma comofalou Soacute queria lamentar e apelarpara que situaccedilotildees desta naturezanatildeo voltem a acontecer no nosso fu-tebol Ningueacutem estaacute no futebol paraarranjar problemas cada um tem oseu nome e deve ser chamado poresse nome natildeo podemos chamar aalgueacutem por um nome que natildeo o dig-nificaE a terminarhellip-O apelo que faccedilo eacute um convitequero convidar mais parceiros para

investirem no desporto e no futebolem particular porque atraveacutes do fu-tebol a imagem dos seus produtoschega mais longe Natildeo eacute possiacutevelfazermos a Liga forte com clubesfracos financeiramente Precisamosmais para as nossas equipas mascom a forma como estamos a tra-balhar acredito que a curto prazoteremos os nossos representantes aconseguirem bons resulatados emcompeticcedilotildees internacionais Masfoi bom porque a Liga Muccedilulmanachegou muito longe nas afrotaccedilas

A expulsatildeo do treinadordo Costa de Sol Dia-mantino Miranda poralegados insultos agrave na-

ccedilatildeo no final de jogo realizadocontra o Vilankulo estaacute a divi-dir opiniotildees dos moccedilambicanosCom efeito enquanto alguns ci-dadatildeos ouvidos pelo SAVANAdefendem que a medida tomadapelo Ministeacuterio do Trabalho eacute justa outros dizem ter havidoprecipitaccedilatildeo por parte daquelainstituiccedilatildeo

Para Martinho Vaz estudan-te de direito da UniversidadeSatildeo Tomaacutes de Moccedilambique(USTM) o teacutecnico Diamanti-no Miranda perdeu respeito aosmoccedilambicanosldquoNa minha humilde opiniatildeoconsidero ser grande insultopara os moccedilambicanos proferiraquelas palavras na esfera puacutebli-ca Se fosse num foacuterum privadopoderia compreender porquemuita gente natildeo havia de saberEle passou dos limites mesmo

Expulsatildeo de Diamant ino M iranda di vide opiniotildeesse fosse no seu proacuteprio paiacutes eles natildeohaviam de ponderar essas brincadei-ras Aliaacutes ateacute porque ele vai servir deexemplo para os outros estrangeirosque vecircm ao paiacutes e satildeo bem tratadose meia-volta comeccedilam a maltrataros proacuteprios moccedilambicanosrdquoPara Manuel Muianga tambeacutemestudante de direito da mesma uni- versidade a expulsatildeo do treinadorDiamantino Miranda eacute absurdaldquoEle chamou os moccedilambicanos deladrotildees e isso para mim natildeo eacute novi-dade porque existem muitos treina-

dores ateacute estrangeiros que insultamdentro e fora de campo mas nuncaforam expulsos do paiacutesrdquoldquoNa minha opiniatildeo o Ministeacuterio de Trabalho devia retirar-lhe a licenccedilade trabalho numa primeira fase en-quanto investiga o caso em sumadevia ser mais cauteloso nesta ma-teacuteriardquo observouEnquanto isto Arnaldo Albertoestudante de Ciecircncias Sociais daUniversidade Eduardo Mondlane(UEM) explicou que o caso Dia-mantino Miranda virou tema de

conversa a niacutevel da sua faculdadeEle entende que a medida tomadapelo Ministeacuterio de Trabalho em ex-pulsar o treinador para fora do paiacuteseacute correcta ldquoEu considero como umamedida certa porque ningueacutem podeestar num paiacutes do outro e passar a vida a proferir insultos contra os do-nos do proacuteprio paiacutes Eu acredito quese fosse um treinador moccedilambicanoa fazer o mesmo no paiacutes deles ou emqualquer outro teria sanccedilotildees do geacute-nerordquo anotou o estudantePara Rafael Ernesto comerciante

e adepto da selecccedilatildeo nacional osldquoMambasrdquo o Ministeacuterio do Traba-lho tomou a medida correcta porqueo teacutecnico portuguecircs estava habitua-do a insultar os jogadores de formairresponsaacutevelldquoFoi uma boa medida porque paraaleacutem de jogadores tambeacutem insultoutodos os moccedilambicanos e gostariaque ele natildeo voltasse mais ao nossopaiacutesrdquo Tumar Cumbula empresaacuterio pre-cisou ldquoa atitude do Ministeacuterio foiboa noacutes natildeo podemos admitir es-

sas brincadeiras no nosso paiacutesporque o que ele fez se fosse naAmeacuterica seria preso mas aquiteve sorte Ele foi mais longedemaisrdquo rematou o empresaacuterio Jaacute o advogado Roberto Macha- va precisou ldquohouve um poucode exagero por parte do Mi-nisteacuterio do Trabalho porque haacutemuitas pessoas que falam malnos cafeacutes nos centros de recre-accedilatildeo entre outros mas natildeo satildeoexpulsas do paiacutesAjuntando ldquoa expulsatildeo de um

indiviacuteduo do paiacutes natildeo deve serassim devia haver um moti- vo forte O que poderia fazer oMinisteacuterio do Trabalho era to-mar medidas processuais numaprimeira fase enquanto procuraouvir a outra parte E penso queno seio da proacutepria Liga Mo-ccedilambicana de Futebol e Fede-raccedilatildeo Moccedilambicana de Futeboldeveriam existir alguns espe-cialistas para defender este tipode assuntosrdquo precisou Zaqueu

Massala

Alberto Simango Juacutenior presidente da LMF

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17Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

A TALHE DE FOICEPor Machado da Graccedila

A notiacutecia que me chegou jaacute temmais de um mecircs mas natildeo per-deu infelizmente actualidade

Segundo a Kazinform (provavelmenteuma agecircncia de informaccedilatildeo) um aviatildeoMig 21 num voo de teste depois deuma reparaccedilatildeo incendiou-se ao ater-rar no aeroporto de Bakeu na Romeacute-nia em finais de Agosto passadoMas o mais interessante da notiacutecia eacuteque ela afirma que o aviatildeo sinistradopertencia agrave Forccedila Aeacuterea Moccedilambica-naFiquei assim a saber que a nossa ForccedilaAeacuterea adquiriu pelo menos um aviatildeode combate Mig 21 Mas muito pro- vavelmente adquiriu mais do que umE deve ter adquirido nos saldos emsegunda matildeo porque esse modelo deaviatildeo deixou de ser fabricado em 1985A proacutepria Romeacutenia estaacute a substituir osque ainda tem por aviotildees modernos ese calhar vendeu-nos ao desbarato os velhinhos Mig 21 que para laacute tem E

a avaliar pela notiacutecia o resultado natildeofoi bomComentando a notiacutecia com um cole-ga nomeadamente sobre a razatildeo paraMoccedilambique precisar desse tipo dearmamento o colega disse-me que natildeoeacute soacute isso que estaacute a acontecer Pelo con-traacuterio segundo ele teratildeo sido desem-barcados na Beira tanques de guerrae ao porto de Maputo continuam achegar grande quantidade de viaturasmilitaresOra a pergunta que tem que ser feitaeacute Natildeo tendo o nosso paiacutes conflito comnenhum dos seus vizinhos antes sen-

do excelente a relaccedilatildeo com todos eles

para que precisamos noacutes de todos essesinstrumentos mortiacuteferosE a resposta infelizmente soacute pode serque se natildeo satildeo para usar contra ini-migos externos satildeo para usar dentrodo paiacutes Falando com mais crueza satildeopara matar moccedilambicanos Temos portanto um Governo que

passa a vida a condenar os discursosbelicistas da Renamo e a proclamar oseu enorme amor agrave Paz mas por por-tas e travessas vai comprando armasde guerra para uso em terra e no arUm Governo que natildeo tem dinheiropara pagar decentemente a meacutedicosenfermeiros e professores que natildeo temdinheiro para comprar medicamentospara os hospitais nem material escolarnomeadamente carteiras mas que temdinheiro para comprar aviotildees bombar-deiros e tanques de guerra para matar

moccedilambicanosComeccedila por outro lado a ser maiscompreensiacutevel o impasse que continuanas sessotildees do ldquodiaacutelogordquo entre o Gover-no e a Renamo Muito provavelmentetrata-se apenas de manter a situaccedilatildeoestacionaacuteria nesta paz-podre agrave esperaque chegue ao paiacutes todo o armamentocomprado no exterior para depois im-por uma soluccedilatildeo militarO que pode ser uma peacutessima escolhacomo bem poderia explicar o general vietnamita Vo Nguyen Giap recente-

mente falecido

Armas

pecuacuteliosOra para dispor sem restriccedilotildees do pecuacutelio ou

cuacutemulo de activos ndash nervo da poliacutetica e da guerraconforme aprenderam em longos anos de combateos vencedores da guerra civil angolana ndash importadispor de imagem impoluta e agir sem constrangi-mentos ou ameaccedilas legaisO risco de processos judiciais inquinando a ima-gem de pessoas e do estado eacute altamente prejudicialaos equiliacutebrios de poder em Luanda e ao presi-dente cabe atalhar a direito sempre que a ameaccedilaronde os mais proacuteximos e influentesA provaacute-lo estatildeo o ldquoAngolagaterdquo envolvendo gen-te da alta roda poliacutetica e negocista francesa pela venda ilegal de armas sovieacuteticas a Luanda entre1993 e 1995 ou o reconhecimento no ano pas-sado nas paacuteginas do ldquoFinancial Timesrdquo por ManuelVicente Kopelipa e o general Leopoldino Fragosodo Nascimento da sua participaccedilatildeo na ldquoNazaki Oilamp Gasrdquo que se associou em 2010 agrave ldquoCobalt Inter-national Energyrdquo de Houston para a exploraccedilatildeo daconcessatildeo dos blocos petroliacuteferos 9 e 21Voltaraacute a correr o marfimEduardo dos Santos jaacute afastou Marcolino Mouco Joatildeo Lourenccedilo ou Fernando Nandoacute e cerceou am-biccedilotildees de outros putativos sucessoresNo pinaacuteculo do poder Eduardo dos Santos con-tudo natildeo tem ainda assegurado que a sua sucessatildeopossa vir a garantir a perservaccedilatildeo do justo pecuacutelioe a rede de influecircncias poliacuteticas de interesses patri-moniais de associados e familiaresAacuterbitro e decisor em derradeira instacircncia opresidente de Angola tem consequentemente detomar posiccedilatildeo e assumir atitudes para provar queacima de tudo defenderaacute os interesses da cuacutepulado poder e dos negoacutecios as ldquoelites capazesrdquo quetanto lhe devemMexe com poder eacute poliacutetico portanto o conten-cioso e ao mais alto niacutevel o estado angolano vecircmexigindo desculpas e reparaccedilotildees puacuteblicas que porconstrangimento legal os governantes portu-gueses natildeo podem expressarRui Machete disse em puacuteblico o que apenas po-deria aventar em privado e gerou tamanha contro- veacutersia interna que acabou bloqueando a diploma-cia e dando pretexto agrave ruptura ansiada em LuandaPara o resto o que Machete em puacuteblico natildeo dissemas se sabe agrave boca pequena eacute que bastaraacute a justiccedilaportuguesa continuar inane e ineficaz manter-seigual a si proacutepria para tudo acabar em aacuteguas debacalhau e voltar a correr o marfim

Jornalista barradasjoaocarlosgmailcom

httpmaneatsemperblogspotpt Top of Form

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Aacute rbitro e decisor em derradeira instacircnciao presidente de Angola tem consequen-temente de tomar posiccedilatildeo e assumiratitudes para provar que acima de tudo

defenderaacute os interesses da cuacutepula do poder e dosnegoacuteciosSatildeo literalmente laquoincompreensotildees ao niacutevel dacuacutepularaquo que levam Joseacute Eduardo dos Santos a de-nunciar o acordo de princiacutepio acertado em 2010em Luanda com Cavaco Silva para o desenvolvi-mento de uma parceria estrateacutegica luso-angolanaA indefinida e adiada parceria deveria servir parareforccedilar a cooperaccedilatildeo estado a estado promovercontactos e projectos bilaterais entre instituiccedilotildeesempresas privadas e cooperativas aleacutem de facilitara circulaccedilatildeo de pessoas bens e capitaisApesar das aplicaccedilotildees financeiras em Portugalterem continuado a processar-se a bom ritmo ndashsobretudo nas telecomunicaccedilotildees energia e bancandash legitimando a riqueza receacutem-acumulada dosinvestidores angolanos uma questatildeo poliacutetica in-

quinou a relaccedilatildeoInvestigaccedilotildees judiciais sobre altas personalidadescomo o procurador-geral Joatildeo Maria de Sousa oministro de estado e da coordenaccedilatildeo econoacutemicaManuel Vicente ou o general Manuel HeacutelderVieira Dias laquoKopeliparaquo ministro de estado e chefeda casa militar do presidente nunca foram trava-das pelo poder executivo ndash laquoao niacutevel da cuacutepularaquo SBento e Beleacutem ndash como ainda acabaram tornadaspuacuteblicasA deploraacutevel vergonhosa e ilegal praacutetica de fugasde informaccedilatildeo e violaccedilatildeo reiterada do segredo de justiccedila no DCIAP deu pretexto a criacuteticas de ar-ticulistas e poliacuteticos de Luanda sobre difamaccedilatildeo eintimidaccedilatildeo de cidadatildeos angolanos e a perversatildeodo estado de direito em PortugalO presidente das elites capazesManuel Vicente anunciou em Maio do ano pas-

sado que o investimento de estado em Portugaldeixara de ser prioritaacuterio jaacute que importava privile-giar o mercado angolanoA participaccedilatildeo da ldquoSonangolrdquo no BCP visando acriaccedilatildeo de uma plataforma financeira para suportaro crescimento da empresa fora um dos objectivosatingidos numa fase inicial que apostara forte emPortugal e referia tambeacutem Vicente convinha di- versificar as aplicaccedilotildees directas do estadoAo capital privado caberia assim definir opccedilotildeesde investimento em Portugal e de parcerias emAngola com empresas lusas mas na realidade aimbricaccedilatildeo da elite de negoacutecios e da elite do poderem Luanda eacute tal que a distinccedilatildeo acaba por ser ir-relevanteEacute essa a razatildeo que sustenta as tiradas nacionalistasno discurso de Eduardo dos Santos agrave AssembleiaNacional sobre o Estado da Naccedilatildeo denunciandoa injusticcedila de empresas e bancos estrangeiros queldquolevam biliotildeesrdquo de Angola ao mesmo tempo queLuanda vecirc serem qualificadas como corruptas assuas ldquoelites capazesrdquo que tecircm amealhado justos

Angola cortar a direitoPor Joatildeo Carlos Barradas

A notiacutecia de que a Ruacutessia concedeu asilo tem-poraacuterio a Edward Snowden eacute geralmentediscutida no contexto dos potenciais efeitosda decisatildeo sobre as relaccedilotildees russo-america-

nas Sem duacutevida o caso Snowden desencadeou umaseacuterie de efeitos adversosLevando em conta as revelaccedilotildees do ex-agente da CIApromotores russos estatildeo investigando os serviccedilos do

Google e do Facebook na Ruacutessia As autor idades sus-peitam que ambos violem os acordos internacionaissobre a proteccedilatildeo de dados pessoaisO avanccedilo dessa situaccedilatildeo ameaccedila originar uma atmos-fera toacutexica de longo prazo nas negociaccedilotildees bilateraisem torno de vaacuterias questotildees delicadas Entre elas ointercacircmbio de agentes descobertos a anaacutelise dospedidos para divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre ciber-criminosos e suspeitos de terrorismo ou a troca daspraacuteticas mais eficazes das agecircncias de inteligecircncianorte-americanas e russas no trabalho com grandes volumes de dadosAleacutem disso a Ruacutessia agora pode esquecer as per-spectivas de retorno de Viacutektor Bout ou outros rus-sos que estatildeo enfrentando processos judiciais nosEstados Unidos A Casa Branca por sua vez perdeuo poder de instigar seus principais valores na Ruacutessia ndash

a liberdade na internet e a proteccedilatildeo dos direitos dosusuaacuterios gravemente comprometidos pelas revelaccedilotildeesde SnowdenQuem sabe quantos segredos mais o ldquoex-prisioneirodo aeroporto moscovita de Sheremetievordquo tem guar-dado ou quatildeo difiacutecil seraacute para ele resistir agrave tentaccedilatildeode compartilhaacute-los com os serviccedilos de inteligecircnciarussos

Mas tudo eacute muito complexo e dramaacutetico Seraacuteque o asilo concedido a Snowden realmente traccedila umalinha vermelha nas relaccedilotildees russo-americanasEm primeiro lugar a decisatildeo russa de conceder asilotemporaacuterio a Snowden envia agrave Casa Branca um sinalclaro de que a Ruacutessia estaacute disposta a negociar aindamais ldquoPodemos abrigaacute-lo temporariamente masdeixe-nos pensar aleacutem dissordquoCabe lembrar a condiccedilatildeo anunciada pelo presidenteVladiacutemir Puacutetin no mesmo dia em que os boatos so-bre a possibilidade de asilo vieram agrave tona de que oforagido deveria ldquoparar de prejudicar os interesses dosEstados UnidosrdquoO consentimento de Snowden em seguir essa regraestaacute impliacutecito na aceitaccedilatildeo do asilo O governo russotambeacutem natildeo vai perder o interesse em acessar as in-formaccedilotildees que o ex-agente da CIA estaacute segurando

embora o acordo atual sugira que tais dados continu-aratildeo a ser um aacutes na manga diplomaacutetica da Ruacutessia ndash aser usado em uma hora difiacutecil nas negociaccedilotildees bilate-rais com Washingtonndash e natildeo seraacute compartilhado coma comunidade internacionalEacute ainda mais importante ter em mente que as relaccedilotildeesrusso-americanas satildeo muito diversificadas e estra-teacutegicas para serem deixadas de lado por causa de um

uacutenico escacircndalo independentemente de quatildeo fortepossa ressoarApesar da tendecircncia negativa nas relaccedilotildees bilateraiscom o fim do ldquoresetrdquo uma seacuterie de questotildees demon-stra a enorme capacidade de cooperaccedilatildeo duradourae desenvolvimento construtivo em assuntos intimam-ente relacionados com SnowdenA cooperaccedilatildeo no ciberespaccedilo que apresentou recente-mente um progresso substancial eacute exemplo disso Em17 de junho um dos pontos de discussatildeo da Cuacutepulado G8 na Irlanda foi a declaraccedilatildeo conjunta emitidapor Puacutetin e Obama sobre as medidas de reforccedilo daconfianccedila no ciberespaccedilo que incluiacuteram trecircs acordosEstados Unidos e Ruacutessia satildeo agora obrigados a man-ter contato constante sobre cibercrimes e tentativasde ciberataques para reforccedilar a cooperaccedilatildeo na respostaa tais incidentes bem como fazer uso de uma linha di-

reta para avisar um ao outro sobre alguma emergecircnciaSimbolicamente os mecanismos de notificaccedilatildeo muacute-tua seratildeo parcialmente implementados por meio da jaacute existente linha Moscou-Washington para o avisode ocorrecircncias com armas nucleares a mesma usadadurante a Guerra FriaA continuidade dos acordos exemplifica a crescenteimportacircncia estrateacutegica da cooperaccedilatildeo russo-ameri-

cana no ciberespaccedilo Os dois lados chegaram a umacordo sobre a questatildeo mesmo em meio a condiccedilotildeesdesfavoraacuteveis nas relaccedilotildees bilaterais ndash embora hajaduacutevidas sobre ateacute onde essa cooperaccedilatildeo seria sacrifi-cada por causa do recente escacircndalo diplomaacuteticoApesar do efeito das revelaccedilotildees do ex-agente daCIA os Estados Unidos e a Ruacutessia precisam se en-gajar para estabelecer um clima de boa vizinhanccedila ecolaboraccedilatildeo no ciberespaccedilo ainda que envolto porcriacuteticas e acusaccedilotildees pesadas A colaboraccedilatildeo podeser reduzida ou suspensa em alguns aspectos mas asmedidas de confianccedila devem ser desenvolvidas comoum dos mecanismos viaacuteveis para prevenir uma guerraciberneacutetica Isso eacute algo que tanto o Kremlin como aCasa Branca entendem bem Oleg Demidov eacute coordenador de projetos em segu-ranccedila e governanccedila no Centro de Estudos Poliacuteticosda Ruacutessia

O ciberespaccedilo poacutes-SnowdenPor Oleg Demidov

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

CartoonEDITORIAL

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Propr iedade da

KOK NAMDirector Emeacuterito

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

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Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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20 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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24 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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TEM A DA SEM ANA 5Savana 18-10-2013 TEM A DA SEM ANA

O sorteio dos concorrentes agraveseleiccedilotildees autaacuterquicas do proacute- ximo dia 20 de Novembrocolocou o partido Frelimo na

primeira posiccedilatildeo nos boletins de votoAssim nas 53 autarquias onde vai de-correr o pleito o partido Frelimo e o seucandidato agrave presidecircncia do municiacutepioapareceratildeo em primeiro lugar

Curiosamente o mesmo sorteio co-locou o Movimento Democraacutetico deMoccedilambique (MDM) em segundolugar O MDM eacute o segundo partidomais importante nestas eleiccedilotildees tendoem conta que a Renamo actual maiorpartido da oposiccedilatildeo diz que iraacute boico-tar o pleito em protesto contra a actuallegislaccedilatildeo eleitoral

O movimento Juntos Pela Cidade(JPC) que apoia a candidatura de Is-mael Mussaacute na cidade de Maputo apa-rece no boletim de voto em oitavo lugarNo total satildeo 18 partidos e movimentosciacutevicos que vatildeo disputar as quintas elei-ccedilotildees autaacuterquicasPara aleacutem da Frelimo e MDM o sor-teio definiu em terceira posiccedilatildeo Asso-

ciaccedilatildeo de Jovens Teacutecnicos Portadoresde Deficiecircncia de Moccedilambique (CIN-FORTEacuteCNICA) que vatildeo concorrer nacidade de Maputo Na quarta posiccedilatildeoestaraacute o Partido Ecologista que concor-re pelos municiacutepios de Maputo e Ma-tola A Alianccedila Independente de Mo-ccedilambique (ALIMO) e o partido Verdesde Moccedilambique (PVM) avanccedilam pe-

los municiacutepios da Matola e Maputo o

Partido Trabalhista (PT) que concorreapenas na capital do paiacutes Partido paraa Paz Democracia e Desenvolvimento(PDD) nas cidades de Nampula Mi-lange Marromeu Matola e MaputoPartido de Reconciliaccedilatildeo Nacional(PARENA) que concorre pelos muni-ciacutepios de Quelimane Beira Matola eMaputo Associaccedilatildeo dos Naturais daManhiccedila (NATURMA) que vai pela vila da Manhiccedila Associaccedilatildeo Artesa-nal Uiupi-Pemba Cabo Delgado queconcorre em Chiuacutere Partido Huma-nitaacuterio de Moccedilambique (PAHUMO)em Pemba Montepuez e NampulaPartido do Progresso Liberal de Mo-ccedilambique (PPLM) em Boane Matolae Maputo Associaccedilatildeo dos Transporta-dores de Gaza (ASTROGAZA) que

concorre pela autarquia da Macia As-sociaccedilatildeo para Educaccedilatildeo Moral Ciacutevicana Exploraccedilatildeo de Recursos Naturais(ASSEMONA) que vai pelas cidadesde Nampula Monapo e Ribaacuteuegrave Par-tido Independente de Moccedilambique(PIMO) em Gocircndola e em deacutecimo oi-tavo lugar foi sorteado o Partido para oDesenvolvimento (MPD) que concorreapenas por Montepuez e Gurueacute

Concorrentes satisfeitosA Frelimo e o MDM principais parti-dos moccedilambicanos se fizeram presen-tes ao sorteioA Frelimo foi representada por SeacutergioPantie membro da Comissatildeo Poliacuteticaque referiu que o posicionamento eacute si-

nal de satisfaccedilatildeo porque daacute visibilidadeno boletim de votoSegundo Pantie o desejo dos membrosda Frelimo eacute que no dia da votaccedilatildeo e noapuramento dos resultados o partido eos seus candidatos estejam em primeirolugarDisse que neste momento estaacute a ser fei-to todo o trabalho no sentido de garan-tir vitoacuteria nos 53 municiacutepiosQuestionado se o actual cenaacuterio poliacuteti-co militar natildeo poderaacute prejudicar as elei-ccedilotildees Seacutergio Pantie referiu que o maisimportante eacute que os moccedilambicanosquerem que as eleiccedilotildees decorram numambiente de paz tranquilidade e quesejam eleiccedilotildees livres e transparentesldquoPor isso apelamos agrave Renamo para eli-minar e acabar com o discurso belicista

com a tendecircncia de querer intimidar apopulaccedilatildeo moccedilambicanardquo apelouPor sua vez Joseacute de Sousa porta-vozdo MDM sublinhou que o sorteio queditou o segundo lugar foi transparenteNo entender do representante doMDM o mais importante eacute o trabalhoque deve ser feito no terreno com vistaa convencer o eleitorado para que possaacreditar naquilo que eacute o projecto dopartidoldquoEstar em segundo em quarto ou deacuteci-mo natildeo eacute tatildeo importante que o trabalhoque deve ser feito porque o galo eacute galoem todas as posiccedilotildees O que eacute precisoeacute um trabalho de conscielizaccedilatildeo e deexplicaccedilatildeo para que o eleitorado enten-da qual eacute o siacutembolo do MDMrdquo disseacrescentando que o MDM quer que

estas eleiccedilotildees ocorram num ambientede paz e estaacute convencido que o Estadomoccedilambicano tudo faraacute para que istoaconteccedilaDiz que a meta do MDM eacute consolidara governaccedilatildeo nos dois municiacutepios quecontrola neste momento e conquistaroutras autarquias Joatildeo Massango do partido Ecologistaentende que se a tensatildeo poliacutetica preva-lecer pode manchar o processo eleitoralmas cabe ao Estado garantir a manu-tenccedilatildeo da seguranccedila e estabilidade paraa realizaccedilatildeo das eleiccedilotildeesDiz que garante muitas surpresas nospontos onde vai concorrer

Sort eio coloca Frelimo em primeiro lugarbull Concorrentes agraves eleiccedilotildees autaacuterquicas jaacute conhecem suas posiccedilotildees nos boletin s de voto

Por Raul Senda

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6 Savana 18-10-2013SOCIEDADE

M

occedilambique voltou aregistar uma ligeiramelhoria na categoria

de DesenvolvimentoHumano do Iacutendice Mo Ibrahimdepois da queda registada no anopassado indicam os resultados di-

vulgados nesta segunda-feiraSegundo aquele iacutendice na escala de0 a 100 Moccedilambique obteve uma

pontuaccedilatildeo de 505 igualando a 36ordfposiccedilatildeo global atingida em 2011que continua a ser o melhor resul-

tado desde que a classificaccedilatildeo noMo Ibrahim criada em 2000De acordo com os resultados con-tidos no relatoacuterio deste ano numaavaliaccedilatildeo geral que comporta ascategorias de legislaccedilatildeo e seguran-ccedila participaccedilatildeo e direitos humanos

oportunidades econoacutemicas susten-taacuteveis e desenvolvimento humanoMoccedilambique classificou-se na 20ordf

posiccedilatildeo com 548 pontos o que re-presenta uma subida posicional deum degrau mas que em termos depontuaccedilatildeo a situaccedilatildeo mostra umaperda de um ponto comparativa-mente ao ano passadoNuma anaacutelise por categoriais Mo-

ccedilambique mostra grandes desem-penhos ao niacutevel da sub-categoria deSeguranccedila Pessoal cuja pontuaccedilatildeo

aponta para 85 Direitos Humanose Participaccedilatildeo com 603 o que re-presenta uma ligeira subida com-parativamente ao iacutendice anteriorcontudo ainda aqueacutem do maiorniacutevel de sempre atingido no ano2000 que foram 646 pontos

Liacutederes voltam a falt arPelo segundo ano consecutivo equarta vez na sua histoacuteria o Preacute-

mio Mo Ibrahim voltou a natildeo ter vencedor Segundo os resultadosdivulgados pelo juacuteri os USD 5milhotildees que correspondem ao va-lor monetaacuterio do preacutemio voltam aficar nos cofres pelo facto de natildeoter sido encontrado entre os liacutede-res africanos em exerciacutecio nenhumque corresponda aos criteacuterios defi-nidos nomeadamente a excelecircnciagovernativaldquoDepois de uma consideraccedilatildeo cui-dadosa o comiteacute determinou queo preacutemio de excelecircncia na lideran-ccedila natildeo vai ser atribuiacutedordquo disse oantigo Secretaacuterio Geral da Uniatildeo

Africana e ex-Primeiro Ministroda Tanzacircnia Salim Ahmed Salimpresidente do comiteacute do preacutemioMo Ibrahim em comunicado deimprensaCriado em 2007 para laurear liacutede-res africanos que tenham contri-buiacutedo para o desenvolvimento dosrespectivos paiacuteses ao niacutevel de com-bate agrave pobreza desenvolvimentosustentaacutevel e uma prosperidadeequilibrada apenas por trecircs vezes opreacutemio foi atribuiacutedoNo primeiro ano da sua institui-ccedilatildeo o vencedor foi o antigo Chefede Estado moccedilambicano JoaquimChissano seguido do seu antigohomoacutelogo Tswana Festus Mogaeem 2008Nos dois anos seguintes o preacutemio

voltou a natildeo sair ateacute que o juacuteri des-cobriu o Cabo verdiano Pedro Pi-res em 2011 ateacute aqui o uacuteltimo anode premiaccedilatildeo

(Redacccedilatildeo)

A Associaccedilatildeo de LutaContra o Cancro

(ALCC) em parceriacom a Direcccedilatildeo deSauacutede da Cidade de Maputopromove este saacutebado no Hos-pital Geral de Chamanculo emMaputo uma feira de sauacutede noacircmbito da campanha de sensi-bilizaccedilatildeo sobre as diversas for-mas de cancroO evento aberto ao puacuteblico vaiconsistir em diversas activida-des nomeadamente o rastreiodo cancro da mama divulgaccedilatildeode informaccedilatildeo sobre os diferen-tes tipos de cancro bem comoa sua prevenccedilatildeo doaccedilatildeo de san-gue ginaacutestica mediccedilatildeo de ten-satildeo arterial e avaliaccedilatildeo do iacutendice

de massa corporalPara aleacutem do rastreio do cancroda mama que inclui o examemeacutedico e orientaccedilatildeo se ne-cessaacuterio para outros niacuteveis deatendimento seraacute igualmentepromovido aconselhamento efornecida informaccedilatildeo a respei-to do cancro da proacutestata queafecta os homens a partir dos40 anos de idade e que se natildeofor detectado a tempo podeocasionar graves complicaccedilotildeesde sauacutede

Segundo o relatoacuterio de 201 3

M occedilambique com f raca evoluccedilatildeo no iacutendice M o Ibrahim

ALCC promovefeira de sauacutede

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7Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

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8 Savana 18-10-2013SOCIEDADE

A cantora Neyma foi a gran-de vencedora da V ediccedilatildeodo BCI Mozambique

Music Awards ao vencerquatro estatuetas nas categoriasldquoMelhor Muacutesica Ligeirardquo ldquoMuacutesicamais Popularrdquo Artista mais Popu-larrdquo ldquoMelhor Artista Femininordquocom a muacutesica ldquoComo Anima aMarrabentardquo numa cerimoacutenia queteve lugar na noite de sexta-feirana Fortaleza de Maputo O eventodecorreu na sexta-feira 11 de Ou-tubro e teve lugar na Fortaleza deMaputoO que tem vindo a indignar algu-mas sensibilidades eacute o facto de amuacutesica com a qual a cantora Ney-ma Alfredo concorreu nesta ediccedilatildeo

eacute um spot publicitaacuterio de um bancoo BCI que eacute o principal patrocina-dor do referido evento que visa a

valorizaccedilatildeo da muacutesica nacional Asituaccedilatildeo estaacute a criar um desconfortopor parte de algumas sensibilidadesda sociedade moccedilambicana queconsideram que o facto tira a cre-dibilidade ao programa transpare-cendo que a muacutesica venceu o maiornuacutemero de preacutemios pelo motivo deter alguma relaccedilatildeo com o banco pa-trocinador do programaNas palavras de Christine Rameladirectora Comercial da DDB Mo-ccedilambique ldquoO valor do BCI MMA

natildeo estaacute nos preacutemios mas na parti-cipaccedilatildeo no trabalho e na divulga-ccedilatildeo da muacutesica moccedilambicana feitapor todos os artistasrdquo Entretantopara Rui Ilheacuteu director de Marke-ting do BCI ldquoeste eacute um projectomuito interessante apoiar a muacutesicaldquodaquirdquo eacute uma honra e sentimo-nosmais uma vez privilegiados por fa-

M M A quest ionadoPor Abdul Sulemane

zer parte deste grande projectordquoNo entanto na categoria de ldquoMe-lhor Pandzardquo o preacutemio foi paraMr Cuca enquanto que o galardatildeode ldquoMelhor Viacutedeordquo foi entregue aGabriela A estatueta de ldquoMelhorDance Musicrdquo foi atribuiacuteda a DJFaya com o tema ldquoBondorordquoA artista Gabriela ganhou tambeacutemo preacutemio de ldquoMelhor Muacutesica RampB

Soulrdquo enquanto que Tacircnia Tomeacute venceu a categoria ldquoMelhor MuacutesicaAfrordquo e a cantora de zouk Mimatildeeconquistou o preacutemio de ldquoMelhorMuacutesica Tropicalrdquo tendo ficado DJFaya com o tiacutetulo de ldquoMelhor Ar-tista MasculinordquoO preacutemio de ldquoAacutelbum mais Vendi-dordquo foi para Stewart Sukuma Nas

categorias reservadas a raacutedio e te-levisatildeo ou seja Melhor Animadorde Programas de raacutedio e televisatildeoHeacutelder Leonel da Raacutedio Cidadee Gabriel Juacutenior da Televisatildeo deMoccedilambique (TVM) foram os

vencedores da noiteEntretanto a cerimoacutenia serviutambeacutem para homenagear o muacute-sico Hortecircncio Langa atraveacutes da

atribuiccedilatildeo do ldquoPreacutemio Carreirardquopelos mais de 40 anos de vida ar-tiacutestica O evento contou ainda coma actuaccedilatildeo de alguns muacutesicos quetornaram a noite ainda mais diver-tida como satildeo os casos da Damado Bling e suas bailarinas G-ProHernacircni entre outros

A premiaccedilatildeo potildee em duacutevida a cred ibilidad e do pr ograma pelo f acto de a muacutesica

ser um spot pu blicitaacuterio do BCI

Alice Munro eacute uma escri-tora canadiana de contosconsiderada uma das prin-cipais escritoras da actuali-

dade em liacutengua inglesa Eacute a grande vencedora do Preacutemio Nobel da Li-teratura 2013 anunciado em Esto-colmo no aniversaacuterio da morte doindustrial e filantropo sueco AlfredNobel que o instituiuAlice Munro nasceu em WinghamOntaacuterio em Julho de 1931 Viveuprimeiro numa quinta a oeste des-sa zona numa eacutepoca de depressatildeoeconoacutemica Munro reconheceu ainfluecircncia na sua obra de grandesescritoras como Katherine AnnePorter Flannery OrsquoConnor CarsonMcCullers ou Eudora Welty bemcomo de James Agee e especial-mente William Maxwell Os seusrelatos centram-se nas relaccedilotildees hu-manas analisadas atraveacutes da lenteda vida quotidiana Por isso e pelasua qualidade tem sido chamada ldquoaChekov do CanadaacuterdquoFoi por trecircs vezes vencedora dopreacutemio de ficccedilatildeo literaacuteria laquoGover-nor Generalrsquos Literary Awardsraquo doseu paiacutes Em 1998 Alice Munrofoi premiada pelo National Book

13ordf mulher Nobel de Lit eratura

bull Alice Munr o vencedor a do Preacutemio Nobel da Litera tura 2013 jaacute pensa

em parar na literatura

Critics Circle dos Estados Unidospela obra ldquoO amor de uma mulhergenerosardquo O galardatildeo no valor deoito milhotildees de coroas suecas (925mil euros) foi anunciado pelo se-cretaacuterio da Academia de CiecircnciasSueca no histoacuterico edifiacutecio da Bol-sa na baixa de EstocolmoNos uacuteltimos 10 anos o Nobel daLiteratura distinguiu nomes comoo chinecircs Mo Yan (2012) o sueco

Tomas Transtroumlmer (2011) o pe-ruano Mario Vargas Llosa (2010)a alematilde de origem romena HertaMuumlller (2009) o francecircs Jean--Marie Gustave Le Cleacutezio (2008)

a britacircnica Doris Lessing (2007)o turco Orhan Pamuk (2006) o

britacircnico Harold Pinter (2005) aaustriacuteaca Elfriede Jelinek (2004) eo sul-af ricano JM Coetzee (2003)A liacutengua portuguesa foi laurea-da uma uacutenica vez em 1998 coma atribuiccedilatildeo do preacutemio ao escri-tor Joseacute Saramago justificada pelaAcademia sueca com o facto deele ldquocom paraacutebolas sustentadas emimaginaccedilatildeo compaixatildeo e ironiapermitir mais uma vez apreenderuma realidade evasivardquo AS

I l e c

V i l a n c u l o

Os muacutesicos moccedilambi-canos Timoacuteteo Cuche(saxofonista) e JoatildeoCabral (guitarrista)

encontram-se desde a segun-da-feira dia 08 de Outubrona cidade da Bahia Brasil parauma seacuterie de actividades inse-ridas no projecto MarrasambaOs muacutesicos nacionais seratildeoacompanhados por muacutesicos doBrasil Seacutergio Castanheira no

Trombone Alexandre Mon-tenegro na viola baixo UiraacuteCairo na bateria e MauriacutecioMuntildeoz na percussatildeo

O Marrasamba eacute um projectode intercacircmbio cultural en-tre Brasil e Mocambique quepropotildee a troca de experiecircnciase a mistura entre dois gecircnerosmusicais a Marrabenta mo-ccedilambicana e o Samba brasileirocom o objectivo da divulgaccedilatildeodestes geacuteneros atraveacutes de con-certos musicais e do ensino eminstituiccedilotildees de ensino nos doispaiacuteses e natildeo soacuteO projecto Marrasamba surgiu

a partir de um intercacircmbio cul-tural que levou o trombonistae baixista carioca Seacutergio Cas-tanheira para a cidade de Ma-puto onde conheceu os muacutesi-cos e professores da Escola deComunicaccedilatildeo e Artes da Uni-

versidade Eduardo Mondlane Timoacuteteo Cuche (saxofonista) e Joatildeo Cabral (guitarrista)O projecto foi lanccedilado emMocambique no dia 07 de Se-tembro data das celebraccedilotildees daIndependecirccia do Brasil dentroda programaccedilatildeo da semanacultural Brasil-Mocambiqueorganizada pela Banda TP50No Brasil Joatildeo Cabral e Timoacute-teo Cuche iratildeo orientar oficinasde muacutesica moccedilambicana e par-ticipar em debates sobre muacutesi-ca Africana e educaccedilatildeo musicalO repertoacuterio do show Marra-samba eacute composto de marra-bentas e sambas tradicionaiscom arranjos que misturam asriacutetmicas de cada geacutenero aleacutemde composiccedilotildees originais cria-das pelo grupo jaacute no universodessas experimentaccedilotildees

M uacutesicos nacionaisno Braacutesil

O

Instituto Superior de Ar-tes e Cultura (ISArC) noacircmbito do desenvolvimen-to do processo de ensino e

aprendizagem e produccedilatildeo cientiacutefi-ca realiza nos dias 17 e 18 de Ou-tubro do ano em curso (quinta-feirae sexta-feira) a II Ediccedilatildeo de Jorna-das Cientiacuteficas cujas sessotildees teratildeolugar nas instalaccedilotildees do ISArC apartir das 9H00 agraves 16h00 sob lemaldquoo Papel das Induacutestrias Culturaisna Valorizaccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Artee Cultura Moccedilambicanasrdquo Comeste mote pretende-se que a comu-nidade acadeacutemica e natildeo soacute discutae reflicta sobre como as induacutestrias

II ediccedilatildeo de JornadasCient iacutef icas do ISArC

culturais podem impulsionar a valorizaccedilatildeo das artes e cultura noPaiacutes A participaccedilatildeo nestas jorna-das natildeo se restringe aos estudantese docentes do ISArC mas a todosos interessados pelas artes e culturaque o poderatildeo fazer atraveacutes de umartigo uma instalaccedilatildeo exposiccedilatildeo

workshop ou mesa redondaPara esta ediccedilatildeo de jornadas cientiacute-ficas estatildeo previstos para apresenta-ccedilatildeo e discussatildeo temas de seguintesaacutereas Arte Cultura e EconomiaArte Cultura e educaccedilatildeo Cinemae Economia Patrimoacutenio Cultural esua Comodificaccedilatildeo e Arte Culturae Turismo AS

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9Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

O Congresso de Pem-ba e o fim do Poliacuteti-co em MoccedilambiqueQuando o Embaixador

espanhol no dia seguinte ao despe-dimento por parte do grupo privadoSOICO do chefe da informaccedilatildeo Je-remias Langa de visita agraves instalaccedilotildeesdo mesmo grupo elogia Moccedilambi-que como um paiacutes em que dominao pluralismo e a liberdade de infor-maccedilatildeo ficou claro que a luta pelo re-torno duma democracia mais efectivae menos autoritaacuteria tem que ser de-sempenhada apenas ao niacutevel internosem contar com a contribuiccedilatildeo dossupostos doadores e da comunidadeinternacional

O episoacutedio apenas referido repre-senta o uacuteltimo de uma seacuterie queestaacute abalando o mundo poliacutetico ede reflexo a comunicaccedilatildeo social emMoccedilambique Esta aceleraccedilatildeo co-meccedilou com o Congresso de Pembapor parte da Frelimo em Setembroe desaguou numa mudanccedila que jaacutenatildeo diz respeito apenas ao partidono poder mas sim a toda a socie-dade moccedilambicana Ela pode serresumida com a seguinte expres-satildeo passou-se duma concepccedilatildeo dopoder ldquodiluiacutedordquo (ou seja nas matildeosdas vaacuterias alas da Frelimo) a umade poder ldquoconcentradordquo (ou sejanas matildeos do actual Presidente daRepuacuteblica Armando Emiacutelio Gue-buza e da restrita elite a ele fiel)No Congresso de Pemba Gue-buza conseguiu afastar todos osseus supostos opositores internosempurrando as organizaccedilotildees demassa controladas pela Frelimodo seu lado Daquela que reuacuteneos jovens (OJM) aquela das mu-lheres (OMM) aos Antigos Com-batentes Personagens relevantestais como Luiacutesa Diogo e ManuelTomeacute foram afastados do Comi-teacute Poliacutetico do partido assim comoministros de peso a partir do an-tigo primeiro Aires Ali passandopor muitos outros e por uacuteltimopelo Ministro dos TransportesZucula caiacuteram estrondosamente erepentinamente sem uma explica-ccedilatildeo poliacutetica claraO caso mais recente relativo aoministro Paulo Zucula faltandoapenas poucos meses ao fim domandato de Guebuza (as eleiccedilotildeesgerais satildeo previstas para 2014) eacuteum dos mais obscuros A imprensanatildeo tem abordado a questatildeo me-diante uma leitura poliacutetica masprocurando explicaccedilotildees bastantecomplicadas e dedutivas inerentesaos interesses em jogo e agraves eventu-ais ldquotraiccedilotildeesrdquo do Ministro nalgunsnegoacutecios em que estaria envolvi-do o Presidente da Repuacuteblica Naediccedilatildeo do dia 20 de Setembro osemanaacuterio ldquoSavanardquo assim faz a suamanchete ldquoGuebuza refresca Zu-culardquo No interior do jornal realccedila--se que o despedimento foi comoaconteceu com os outros ministros

A nova sit uaccedilatildeo poliacutet ica de M occedilambique e osseus reexos sobre a liberdade de imprensaPor Luca Bussott i

que tiveram a mesma sorte repen-tino e sem nenhuma explicaccedilatildeomas tenta-se avanccedilar hipoacutetesesA mais acreditada tem a ver comum contrato milionaacuterio o relativo

ao corredor de Mucuze necessaacute-rio para implantar uma ferrovia de525 km de Mutarara (Tete) ateacute agravecidade da Beira com o objectivo deescoar o carvatildeo que estaacute a ser ex-traiacutedo no oeste de Moccedilambique OConselho dos Ministros teria op-tado por uma adjudicaccedilatildeo directado projecto (que vale cerca de 31mil milhotildees de USD) a um consoacuter-cio indo-moccedilambicano que incluia principal sociedade controladapela Frelimo a SPI e a que Zucu-la teria-se oposto Por outro ladoo semanaacuterio ldquoExpressordquo reportano dia 17 de Setembro que houve

demasiada ldquoambiccedilatildeordquo e ao mesmotempo ldquotraiccedilatildeordquo de Zucula relativa-mente agrave figura do Presidente Gue-buza Fontes anoacutenimas citadas poreste jornal destacam que Zuculanatildeo foi dispensado por incompe-tecircncia mas sim porque ldquometeu acolher na panela controlada peloseu chefe neste caso o Presidenteda Repuacuteblicardquo

Tais leituras dizem o seguinte porum lado as disputas internas aopartido no poder tecircm uma com-ponente poliacutetica irrelevante Poroutro tudo se joga em volta de ne-goacutecios bilionaacuterios dos quais a no-

menclatura pretende ter o mono-poacutelio de acordo com a hierarquiaocupada na FrelimoIsso deixa vislumbrar qual foi a

verdadeira natureza do Congressode Pemba pouco falou-se de po-liacutetica mas muito de quem devia epodia dominar os processos eco-noacutemicos no paiacutes para os proacuteximosanos E natildeo resta duacutevidas de queo vencedor foi o actual Presiden-te Guebuza Acima de tudo porele ter conseguido o domiacutenio dopartido tendo sido reeleito Presi-

dente para os proacuteximos cinco anosMas sobretudo por ter elimina-do natildeo apenas os seus adversaacuteriosinternos mas a proacutepria poliacuteticado horizonte da Frelimo Assim

sendo as vozes discordantes tam-beacutem foram caladas passando detal forma dum modelo de laquodemo-cracia autoritaacuteriaraquo a um de laquoauto-ritarismo democraacuteticoraquo em queos mecanismos eleitorais internosagrave Frelimo assim como gerais natildeopassam dum mero formalismoO facto de o actual Presidente daCNE (Comissatildeo Nacional dasEleiccedilotildees) ter sido proposto natildeo porum dos sujeitos indicados pela leipertencentes agrave sociedade civil massim por um indiviacuteduo singular (oantigo Presidente de mesmo oacutergatildeoe antigo Reitor da Universidade

Eduardo Mondlane Brazatildeo Ma-zula) demonstra a inconsistecircnciado aparato legislativo moccedilambica-no nesta fase extremamente criacuteticae delicada que o paiacutes estaacute atraves-sando No entretanto a comunida-de internacional finge de natildeo vercom o uacutenico objectivo de protegeros enormes interesses no carvatildeo nogaacutes e talvez no petroacuteleo que quasetodos os grandes investidores tecircmem Moccedilambique

O silenciament o da comuni-caccedilatildeo socialUma das grandes marcas na his-toacuteria recente de Moccedilambique temsido a vivacidade da comunicaccedilatildeosocial Existem hoje uma dezenade jornais independentes emisso-ras televisivas e radiofoacutenicas tam-beacutem autoacutenomas raacutedios comuni-taacuterias espalhadas por todo o paiacutesEntretanto a situaccedilatildeo efectiva daliberdade de imprensa piorou bas-tante nos uacuteltimos dois anos e no-meadamente a seguir ao Congressode Pemba da FrelimoA estrateacutegia usada tem sido dedupla natureza por um lado ocontrolo directo da comunicaccedilatildeo

social puacuteblica ou seja do diaacuterioldquoNotiacuteciasrdquo do semanaacuterio ldquoDomin-gordquo da emissora televisiva maisantiga e difusa do paiacutes a TVM eda proacutepria Raacutedio Moccedilambique

Por outro o controlo indirecto dacomunicaccedilatildeo social independen-te com vaacuterios meios aquisiccedilatildeopor parte de sociedades anoacutenimasmas controladas pela Frelimo dasquotas de maioria desses jornais(como eacute o caso do semanaacuterio ldquoPuacute-blicordquo) infiltrar pseudo-colunistasnesses oacutergatildeos (cuja lista foi recen-temente publicada pelo ldquoSavanardquo)para diluir o seu potencial criacuteticocortar os anuacutencios das sociedadespuacuteblicas tais como EDM MCELe outras de maneira a reduzir ascapacidades financeiras da impren-sa privada e obrigaacute-la a tornar-se

mais ldquoobedienterdquo ou a fechar de vezMas o niacutevel maacuteximo de ingerecircnciado poder poliacutetico nos assuntos re-lativos agrave comunicaccedilatildeo social priva-da eacute o caso Jeremias Langa e nogeral da SOICO TV Apesar daspressotildees e ateacute ameaccedilas recebidasa Redacccedilatildeo da STV decidiu fazeruma cobertura cabal das duas ma-nifestaccedilotildees violentas que agitarama capital moccedilambicana Mapu-to no dia 5 de Fevereiro de 2008e nos dias 1 e 2 de Setembro de2010 Em particular neste uacuteltimocaso Jeremias Langa na entrevistado dia 19 de Setembro deste anoresistiu agraves pressotildees provenientesdirectamente do partido Frelimo efoi a frente com o programa cujaemissatildeo durou cerca de oito horase graccedilas ao qual todo o paiacutes ficoua par daquilo que estava aconte-cendo nas ruas de Maputo A se-guir ao episoacutedio o grupo SOICOdeixou de receber a publicidadedas sociedades puacuteblicas (como vecirc--se claramente analisando o jornalldquoO Paiacutesrdquo dos uacuteltimos dois anos) ede ser convidado para participarnas ldquoPresidecircncias Abertasrdquo onde oChefe de Estado vai visitar e fazer

auscultaccedilatildeo dos problemas dos seusconcidadatildeos nas vaacuterias proviacutenciasdo paiacutesEm Junho deste ano todavia ogrupo SOICO eacute readmitido agravesPresidecircncias Abertas mas o jor-nalista que devia acompanhar estaactividade presidencial tinha sidoescolhido pela proacutepria equipa doPresidente e natildeo pelo director dainformaccedilatildeo Aleacutem disso JeremiasLanga teve momentos de fortescontrastes com o PCA do gru-po pois a linha editorial estava ater um rumo diferente sugeria-seque a postura criacutetica adoptada ateacuteentatildeo (e que tinha credibilizado o

jornalismo quer da STV quer do jornal ldquoO Paiacutesrdquo) tivesse de sofrersignificativas alteraccedilotildees em proldum relacionamento menos con-flituoso com o poder poliacutetico Umatal opccedilatildeo que negava de facto 11anos de jornalismo comprometidoe investigativo levou a fazer comque Jeremias Langa depois doseu adjunto Joseacute Belmiro tivesseque deixar o cargo que ocupavaembora com a garantia de podercontinuar com dois programastelevisivos de grande audiecircncia eimpacto em total autonomia Umcompromisso que apenas atenuouo sentido das medidas tomadase que aproxima inevitavelmenteo grupo SOICO agrave nomenclaturamoccedilambicana Como demonstrao facto de os anuacutencios das empre-sas puacuteblicas no jorna ldquoO Paiacutesrdquo estarpaulatinamente de voltaNo que diz respeito agrave imprensa puacute-blica os jogos foram ainda mais faacute-ceis As estrateacutegias adoptadas tam-beacutem foram diferentes mas todas

visando o mesmo objectivo pararcom as criacuteticas como claramentemanifestou o proacuteprio PresidenteGuebuza em vaacuterias circunstacircnciasinclusive no recente Congresso daOJM (ver ldquoDomingordquo 15 de Se-tembro de 2013)Primeiros sinais de que a comu-nicaccedilatildeo puacuteblica devia estar com-pletamente amordaccedilada por partedo regime deram-se jaacute no prin-ciacutepio de 2011 O mais destacado

jornalista da TVM Elio Jonasseque costumava ler o noticiaacuterio danoite e conduzia vaacuterios programasde opiniatildeo por causa da sua postu-ra frontal e profissional para comrepresentantes do Governo foiobrigado a deixar a profissatildeo jorna-liacutestica trabalhando actualmente noBanco de Moccedilambique O climana TVM tornou-se gradualmenteinsuportaacutevel Jornalistas por mimentrevistados no mecircs de Setembroe que aceitaram falar sob anonima-to declararam que a TVM natildeo tempassado nos uacuteltimos meses (apro-

ximadamente apoacutes o Congresso dePemba) de mera emissora propa-gandiacutestica do partido no poder enomeadamente da figura do Chefede Estado Notiacutecias ou reporta-gens por eles feitas satildeo geralmente

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10 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

censuradas ou totalmente ignora-das pelos dirigentes da emissoraprincipalmente quando se tratade abordar assuntos inerentes aomaior partido de oposiccedilatildeo a Re-namo Uma entrevista de cerca deduas horas com Dhlakama o liacutederda Renamo foi censurada e nuncachegou a ser transmitidaEste elevado niacutevel de frustraccedilatildeodesagua por vezes na entrega danotiacutecia aos colegas da comunica-ccedilatildeo social privada os quais tecircm apossibilidade de publicar aquiloque os oacutergatildeos controlados peloEstado natildeo conseguem tornarpuacuteblico Esta praacutetica foi confir-mada mediante entrevistas feitasem Maputo junto a jornalistas dacomunicaccedilatildeo social puacuteblica assimcomo independente tendo os doiscomo o uacutenico objectivo a procurada verdade e a tentativa de pautarpelo profissionalismo cuja praacuteticatornou-se impossiacutevel nos oacutergatildeoscontrolados pelo Estado Esta for-ma de resistecircncia a um poder quetende a fechar qualquer espaccedilo dediscussatildeo eacute a uacuteltima que a classedos profissionais da comunicaccedilatildeoespontaneamente encontrou paraconseguir informar os seus con-cidadatildeos daquilo que se passa nomundo poliacutetico e econoacutemico localO jornal ldquoNotiacuteciasrdquo teve a mesmasorte que a TVM O seu antigo di-rector Rogeacuterio Sitoe foi dispensa-do em Junho deste ano depois deter assumido as funccedilotildees em 2003

substituindo Bernardo Mavangaactual Assessor juriacutedico do jornalEste acto foi uma clara conse-quecircncia da nova linha do ldquopoderconcentradordquo ao inveacutes que ldquodiluiacutedordquopautada pela Presidecircncia Comotentou explicar Sitoe numa entre-

vista que nos concedeu no dia 19de Setembro deste ano em Mapu-to a sua aposta sempre foi de fazerum jornalismo com um pouco depropaganda ao passo que agoraestaacute acontecendo exactamente ocontraacuterio Apoacutes a sua saiacuteda da di-recccedilatildeo este diaacuterio eliminou qual-quer sentido criacutetico tatildeo que duran-te as primeiras 16 ediccedilotildees do ldquonovocursordquo a manchete sempre trazia afoto do Presidente Guebuza Estehaacutebito continua ateacute hoje descre-dibilizando ainda mais um jornalque com Sitoe tentou pelo menosmanter alguns espaccedilos de liberda-de por exemplo mediante ruacutebricastais como a das ldquoconjecturasrdquo ascartas dos leitores ou os proacuteprioseditoriais do directorVale a pena recordar a este propoacute-sito os dois editoriais escritos porSitoe ao longo do Congresso dePemba e que certamente chama-ram a atenccedilatildeo do Presidente da Re-puacuteblica e da restrita elite dos seusconselheiros (acima de tudo do seuactual porta-voz Edson Macuaacute-cua) por ter dado pouco espaccedilo agraveproeminente figura de Guebuzaavanccedilando criacuteticas impliacutecitas con-tra a sua maneira de gerir o partido

No editorial do dia 28 de Setem-bro Sitoe defende que a Frelimoestaacute subdividida em alas e que issonatildeo soacute seria normal mas faria parteda tradiccedilatildeo histoacuterica deste partidoUma tal situaccedilatildeo estaria a teste-munhar ldquouma necessidade dialeacutec-tica de movimento e crescimentordquoApesar de Guebuza ter conseguidoquase 99 dos votos da assembleiaSitoe destaca o facto de ldquomembroshistoacutericos deste partido a clamarpor maior diaacutelogo internordquo dandocontinuidade a uma ldquomaior liber-dade de imprensardquo que estaria sobrisco de retrocessos No editorialdo dia 5 de Outubro recordandoa assinatura dos acordos de Romaentre Frelimo e Renamo ocorridano dia 4 de Outubro de 1992 Sitoerealccedila a necessidade e a importacircn-cia vital do diaacutelogo entre as partesnum momento em que a ldquoala durardquoda Frelimo estava prevalecendo noque diz respeito aos pedidos da Re-namo finalizados a encontrar solu-ccedilotildees paciacuteficas para novas proble-maacuteticas que este partido continuaateacute hoje a colocar numa conversaentre surdos O facto de Sitoe terfeito coberturas ldquoabertasrdquo dos uacutelti-mos acontecimentos dando espa-ccedilo mesmo agraves razotildees da Renamo esobretudo da oposiccedilatildeo interna agraveFrelimo (a partir da figura do an-tigo Presidente Joaquim AlbertoChissano) valeu-lhe o afastamentodo cargo de director e a nomeaccedilatildeocomo Assessor do CDA do jornal

A mesma sorte que tinha tocadoao seu predecessor Bernardo Ma-

vanga actual Assessor juriacutedico dogrupo Notiacutecias srl

O ldquoautori tarismo demo-craacuteticordquo e a imprensa emMoccedilambiqueA constante pressatildeo exercida junto

agrave comunicaccedilatildeo social tem desven-dado uma realidade que pareciaconstituir apenas uma lembranccedilada altura do regime a partido uacuteni-co quando o responsaacutevel ideoloacutegi-co da Frelimo Jorge Rebelo ditavaa linha editorial dos oacutergatildeos de co-municaccedilatildeo bypassando na iacutentegrao governo e o ministro competenteO processo de lenta mas progressi-

va abertura democraacutetica que tinhacomeccedilado a afirmar-se em Mo-ccedilambique a partir do princiacutepio dosanos Noventa parou e os princi-pais sinais deste cenaacuterio podem serresumidos nos seguintes pontos1 A concentraccedilatildeo do poder econoacute-mico e poliacutetico nas matildeos do actualChefe de Estado e dos seus maisdirectos colaboradores2 O aniquilamento dos adversaacute-rios internos incapazes de opor-seabertamente agraves decisotildees do Chefede Estado e Presidente da Frelimo3 O total arbiacutetrio e a falta de expli-caccedilatildeo puacuteblica no que diz respeitoaos despedimentos e nomeaccedilotildees detodos os cargos relacionados coma esfera governamental dando azoa ldquofofocasrdquo que tornam ainda mais

turvo o ambiente poliacutetico moccedilam-bicano4 O papel irrelevante do Parla-mento que quase que natildeo discuteassuntos e leis julgados incoacutemodostais como (de recente) tem aconte-cido em relaccedilatildeo agrave lei sobre acesso agraveinformaccedilatildeo

5 A ideia de que o livre exerciacutecioda criacutetica soacute prejudica a actividadedo Governo e portanto tem queser limitada e ateacute banida6 Consequentemente haacute uma ten-tativa bastante evidente e aberta desilenciar a comunicaccedilatildeo social agovernamental de forma directa aprivada mediante pressotildees de vaacuterianatureza junto aos proacuteprios oacutergatildeosa editores ou a jornalistas singula-res7 Fazer com que a questatildeo relati-

va agrave qualidade da democracia e daparticipaccedilatildeo dos cidadatildeos junto agravetomada de decisotildees estrateacutegicaspara o paiacutes passe a ser consideradaa partir da comunidade internacio-nal como assunto secundaacuterio pri-

vilegiando os negoacutecios bilionaacuteriose portanto a vertente econoacutemicado desenvolvimento

Bussoti eacute investigador Auxiliar noCentro de Estudos Internacionais ndash

ISCTEIUL Lisboa Texto retirado do PAMBAZUKA

NEWS

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11Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

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13Savana 18-10-2013 SOCIEDADE

A experiecircncia do modelo

brasileiro de desenvolvi-mento agraacuterio natildeo cria il-usotildees em Augusto Juncal

do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra do Brasil (MST)sobre o efeito ldquoperversordquo que o Pro-SAVANA vai gerar para os cam-poneses do corredor de Nacala

Presente em Moccedilambique a conviteda Uniatildeo Moccedilambicana dos Cam-poneses (UNAC) para participarna II Conferecircncia InternacionalCamponesa sobre a Terra Juncaldiz que a reacuteplica da chamada agri-cultura do cerrado brasileiro que osgovernos brasileiro moccedilambicano ejaponecircs querem praticar em 19 dis-tritos do centro e norte de Moccedilam-bique vai gerar comunidades desem terras como aconteceu no seupaiacutesldquoO reassentamento eacute um passopara virar sem terra (hellip) Eu achoque a preocupaccedilatildeo dos campone-ses moccedilambicanos em relaccedilatildeo aoProSAVANA eacute pouca para o ta-manho do problema que estaacute a virEu acho que os camponeses aindanatildeo se deram conta do que estaacute avir porque quando se derem con-ta natildeo teratildeo nenhuma negociaccedilatildeopara fazer com o Governordquo disse

Augusto JuncalO activista do MST brasileiro

considera inevitaacutevel que o ProSA-VANA despoje os camponeses dastrecircs proviacutencias abrangidas pela ini-ciativa do uacutenico recurso que detecircmndash precisamente a terra ndash pelas suascaracteriacutesticasldquoProSAVANA vai trabalhar commonoculturas como soja algodatildeo ecriaccedilatildeo extensiva de gado A mono-cultura requer alto uso de agro-toacutex-icos que contaminam a aacutegua o ar

e a terra e mecanizaccedilatildeo intensa enatildeo precisa de camponeses ProSA-

VANA natildeo vai plantar mandioca emapira eacute para culturas que interes-sam ao mercado europeu e norte-americanordquo frisou Augusto Juncal

Quanto agraves garantias do Governomoccedilambicano sobre o respeito dosdireitos dos camponeses da aacuterea deimplementaccedilatildeo da referida iniciati-

va o ldquosem terrardquo recorre ao exemplobrasileiro para fundamentar a sua

duacutevida de que esse compromissoseraacute observado

ldquoTudo o que eles dizem natildeo re-

alizam A reforma agraacuteria era umapauta do Governo Lula mas ficouesquecida Dilma Rousef literal-mente acusou duramente o fal-hanccedilo do Governo Lula na questatildeoagraacuteria mas defende agora a pri-

vatizaccedilatildeo do Preacute-Salrdquo apontou Au-gusto JuncalPara o militante da causa camp-esina a turbulecircncia social causadapela implementaccedilatildeo de projec-tos mineiros em Moccedilambique eacuteum testemunho de que a retoacutericamessiacircnica do ProSAVANA vaiconverter-se num cataclismo socialpara MoccedilambiqueldquoNatildeo precisa de retoacuterica nempoliacutetica para ver o desastre asexperiecircncias estatildeo aiacute vocecircs osmoccedilambicanos tecircm que ler as ex-periecircncias que estatildeo acontecendoaiacuterdquo afirmou Augusto JuncalPara o activista dos direitos doscamponeses brasileiros o projectotriangular vai desferir um golpemortal a um ganho que a inde-pendecircncia de Moccedilambique em1975 conseguiu e que faz inveja aosbrasileiros que eacute a posse da terrapelos mais pobresldquoNoacutes nunca tivemos uma reformaagraacuteria vocecircs tiveram apoacutes a inde-pendecircncia do paiacutes mas vatildeo deitar

tudo a perderrdquo sublinhou Augusto Juncal

Querem impor-nos um fa-

lhanccedil o - UNACPor sua vez a UNAC retomou du-rante a II Conferecircncia Internac-ional Camponesa sobre a Terra osataques cerrados ao ProSAVANAinsistindo na expropriaccedilatildeo da terradestruiccedilatildeo dos ecossistemas locais eemergecircncia de fomeldquoIsto eacute grave Quem conhece a re-alidade brasileira sobre este modeloque foi importado para o ProSA-VANA sabe que 80 por cento dasexportaccedilotildees geradas satildeo detidas pe-las empresas privadas Querem im-por-nos um modelo que fracassouno Brasilrdquo disse Vicente Adrianooficial de Advocacia e Cooperaccedilatildeo

da UNACEm conferecircncia de imprensa reali-zada em Maputo o coordenador doProSAVANA Calisto Bias tentourefrear as preocupaccedilotildees dos rep-resentantes dos camponeses afir-mando ldquoa soberania dos campone-ses sobre a terra seraacute respeitada peloProSAVANArdquoSegundo Calisto Bias que repre-senta o Ministeacuterio da Agriculturamoccedilambicano no ProSAVANA ainiciativa assenta em pilares comoo desenvolvimento integrado einclusivo que tem em conta asrealidades e especificidades agro-ecoloacutegicas e socioculturais de cada

um dos 19 distritos de incidecircnciado projecto

ldquo Sem Terra brasileirordquo daacute o veredict o

ldquo ProSAVANA eacute perverso para os moccedilambicanosrdquondash di z Augu st o Jun cal

Augusto Juncal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terrado Brasil (MST)

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14 Savana 18 -10-2013Savana 18 -10-2013 15NO CENTRO DO FURACAtildeO

ldquo Caminhamos de novo para uma armadilhardquoPor Ricardo Mudaukana O autor procuraraacute neste texto ser pedagoacutegico para facilitar a compreensatildeo dos

leitores menos familiarizados com alguns conceitosEste texto refere-se principalmente ao lado das despesas do orccedilamento eapenas agrave anaacutelise dos principais indicadores macroeconoacutemicos associados ao

orccedilamentoO orccedilamentocomo conta puacuteblica compotildee-se das despesas do Estado para assegurarserviccedilos puacuteblicos aos cidadatildeos (educaccedilatildeosauacutedeseguranccedila socialetc)seguranccedila do paiacutese das pessoasdefesa dos direitos e liberdadesjusticcedila entre outrosEstas funccedilotildees natildeo tecircmporque ser um monopoacutelio estatalRealiza ainda actividades econoacutemicas e de investimen-tocom ou sem parcerias com o sector privado (infra-estruturasserviccedilos de monopoacuteliosnaturais cuja actividade natildeo interessa ao sector privadoetc)Sobre o papel do Estado naeconomia sempre existiu um constante debate inacabado natildeo apenas devido agraves variaccedilotildeesdos contextos no tempo no espaccedilo como ainda por razotildees poliacuteticasideoloacutegicas e outrasOnde se pode encontrar algum pensamento comum eacute na necessidade do Estado de-senvolver os serviccedilos com eficiecircncia e eficaacuteciac onsiderando que utiliza a riqueza doscidadatildeos atraveacutes dos impostos ou da cooperaccedilatildeo (igualmente impostos pagos nos paiacutesesdoadores) e que os serviccedilos sejam de faacutecil acesso isto eacuteestejam proacuteximos dos cidadatildeosExige-se ainda que o Estado natildeo absorva uma elevada percentagem da riqueza nacionalmedido pela percentagem dos gastos puacuteblicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto - in-dicador que mede a riqueza nacional)isto para libertar recursos para as famiacutelias e a ac-tividade privadasupondo o princiacutepio (sempre discutiacutevel)que o sector privado eacute sempree necessariamente mais eficientePor isso o Estado deve possuir uma gestatildeo eficiente dos recursoso que dependeemgrande medidadas opccedilotildees da governaccedilatildeoda competecircncia dos gestores puacuteblicosda ca-pacidade da sociedade em controlar a actividade e as contas puacuteblicas (atraveacutes do Parla-mento ou por outros mecanismos) Por issoo Estado deve ser transparente nas decisotildeese nas contasdisponibilizando informaccedilatildeo aos cidadatildeos e os servidores do Estado devem

reger-se pela eacutetica republicana onde existe uma clara separaccedilatildeo de interesses entre oprivado e o puacuteblicoUma gestatildeo saudaacutevel sugere que os gastos natildeo sejam superiores agraves receitasque a diacutevidaseja sustentaacutevel (possibilidade de ser paga no futuro) e baixa ( para natildeo penalizar as fu-turas geraccedilotildees atraveacutes de impostos acrescidos para pagamento da diacutevida contraiacuteda nopassado)As opccedilotildees do governo (opccedilotildees puacuteblicas) deveriam sempre ter em conta o mel-hor cumprimento das funccedilotildees do Estado em cada fase do desenvolvimentoFeita esta breve apresentaccedilatildeoo autor utilizaraacute principalmente os seguintes indicadores(1) gastos puacuteblicosPIBdestacando os salaacuterios dos funcionaacuterios (2) Deacutefice puacuteblicoPIBfinanciamento do mesmo e a diacutevida puacuteblicaPIB(3) grau de sustentaccedilatildeo do orccedilamentodo Estado atraveacutes de recursos gerados pela economia concretizado pelo indicador recei-tasgastos(em percentagem)e (4) evoluccedilatildeo de alguns gastoscomo forma de observaracerca de algumas opccedilotildees do governoNatildeo haacute consenso sobre os paracircmetros que indiciam situaccedilotildees de estabilidadesustentabi-lidade ou de criseinstabilidadeAs teorias convencionais referem que o Estado deve serldquoleverdquo(o que se reflecte numa baixa percentagem dos gastos puacuteblicossobre o PIB ndash natildeomais que 30) um deacutefice proacuteximo de zero e uma diacutevida que seja possiacutevel de ser pagasem sacrifiacutecios sobre os rendimentos das futuras geraccedilotildeesSegundo as mesmas escolasoestado deve assumir funccedilotildees muito especiacuteficas e que natildeo sejam do interesse do sector pri-

vado (por exemplodefesa e seguranccedila nacionalcerto tipo de investigaccedilatildeo e facilitaccedilatildeo daactividade privada com a criaccedilatildeo de bons ambientes de concorrecircncias) e o que se entendepor estado social deveraacute ser assegurado por sistemas de seguros e pensotildees oferecidos porinstituiccedilotildees financeiras privadasPressupotildee-se que o mercado eacute o mais eficiente alocadorde recursosos agentes econoacutemicos possuem loacutegicas de maximizaccedilatildeo de objectivos (lucroutilidadesetc)num ambiente concorrencial e de negoacutecios

Toda a informaccedilatildeo utlizada neste texto foi obtida do Orccedilamento Geral do Estado e operiacuteodo analisado eacute o de entre 2001 e 2012Por isso natildeo estatildeo indicadas as fontes dosgraacuteficos ao longo do texto

Graacutefico 1Despesas totaisPIBem percentagem

Alertas sobre o Orccedilam ento do EstadoPor Joatildeo Mosca

Graacutefico 2

Despesas com o pessoaldespesas correntesem percentagem

Os dois graacuteficos acima revelam(1) um evidente crescimento dos gastos do Estado comopercentagem do PIB(2) a manutenccedilatildeo percentual dos gastos com o pessoalporeacutem comcrescimentos reais dos gastos considerando o aumento destesa factura dos salaacuterios dosfuncionaacuterios passou de 58 do PIB em 2001 para 102 em 2012o que pode ser con-siderado muito elevado se comparado com outras economias (incluindo as africanas eda SADC)e (3) as despesas do Estado crescem mais rapidamente que o crescimentoeconoacutemicoconsiderando que a relaccedilatildeo GastosPIB estaacute a crescer

Graacutefico 3Deacutefice puacuteblico com e sem recursos externos em percentagem do PIB

Graacutefico 4Diacutevida puacuteblicaPIBem percentagem

Dos dois graacuteficos acimaobserva-se (1) um elevado deacutefice das contas puacuteblicas emos d os g raacute ficos a cm a o s er va -s e 1 um e e va do d eacutefice d as c on ta s uacute c as e m

relaccedilatildeo ao PIB e queem termos e valores absolutostem aumento por efeito do cresci-mento do PIB (2) embora a diacutevida possa natildeo ser considerada elevada assimela eacutedevido agrave cobertura dos deacutefices puacuteblicos dos anos anteriores pela cooperaccedilatildeo externadando por isso uma percepccedilatildeo pouco real (fictiacutecia) da realidadeEntre 2001 e 2012entre 85 e 90 do deacutefice puacuteblico foi coberto por recursos externos

Graacutefico 5Receitasdespesasem percentagem

Graacutefico 6Recursos externosdespesas totaisem percentagemOs graacuteficos 5 e 6 revelam duas evoluccedilotildees positivasUm aumento das receitas do Estado

e um decreacutescimo da dependecircnciaSe os megaprojectos natildeo tivessem os benefiacutecios fiscaisconhecidoseste cenaacuterio poderia ser muito diferentepara melhor

Graacutefico 7Despesas totais por habitante entre 2001 e 2012 Graacutefico 8

Despesas de funcionamento (acircmbito central) de alguns oacutergatildeos centraisa preccedilos con-stantes de 2011

O Graacutefico 7 revela uma grande diferenccedila na alocaccedilatildeo de recursos por habitante As

proviacutencias com taxas de pobreza mais elevadas satildeo as que tecircm menos recursos porhabitantesendo o contraacuterio tambeacutem verdadeiro (Cidade de Maputo e Proviacutencia deMaputo) O graacutefico 8 apresenta e compara os gastos de funcionamento de acircmbitocentral entre alguns oacutergatildeos do EstadoO graacutefico dispensa comentaacuterios

Em resumo pode-se afirmar que a evoluccedilatildeo do Orccedilamento do Estadosegundo os in-dicadores seleccionadosrequere reflexotildees e ajustamentosconsiderando o crescimentodo sector puacuteblico e da massa salarial dos funcionaacuteriosVerifica-se a persistecircncia de umapoliacutetica expansiva do gasto puacuteblicoum elevado do deacutefice sem recursos externos e sinaispreocupantes do endividamento puacuteblico (quando os recursos externos natildeo satildeo contabi-lizados)Parece evidente que satildeo necessaacuterios ajustamentos da distribuiccedilatildeo dos recursosentre proviacutencias e entre os oacutergatildeos do Estado a niacutevel centralComo elemento positivoressalta-se o aumento das receitas fiscaiso que permite a reduccedilatildeo da dependecircncia doorccedilamento em relaccedilatildeo agrave cooperaccedilatildeodonativosO espaccedilo desta coluna natildeo permiteanaacutelise do orccedilamento com a ecircnfase da economia poliacutetica

Outros indicadores de importacircncia analiacutetica natildeo foram apresentados como por ex-emploa alocaccedilatildeo entre sectores de actividadea composiccedilatildeo das receitas e do finan-ciamento do deacutefice e o reflexo no orccedilamento de algumas medidas de descentralizaccedilatildeoadministrativa

A evoluccedilatildeo das contas puacuteblicas de Moccedilambique natildeo pode deixar os cidadatildeos tran-quilosA actual crise em alguns paiacuteses da Europa tem como causa proacuteximao s dese-quiliacutebrios e o mal gastar dos dinheiros dos cidadatildeos derivado de poliacuteticas expansivase eleitoralistas no quadro das lutas partidaacuterias e de defesa dos poderesagrave custa e emprejuiacutezo dos cidadatildeosdas empresas e da economia

ndash c on sid era Grup o M occedil am bi ca no da Diacutevid a so br e o a ct ua l n iacutevel de d iacutevid a p uacuteb li ca

A organizaccedilatildeo mais conhe-cida em mateacuteria de mo-nitoria da diacutevida puacuteblicaem Moccedilambiqueo Grupo

Moccedilambicano da Diacutevida (GMD)co-mentou ao SAVANA o alarme que oTe Economist Intelligent Unit (EIU)

fez soar recentemente sobre a novaespiral de endividamento que o Go-verno moccedilambicano estaacute a seguirde- pois do oxigeacutenio que as contas puacuteblicasreceberam na sequecircncia da Iniciativade Aliacutevio da Diacutevida dos Paiacuteses Alta-mente Endividados (HIPC)haacute cercade 10 anos Para Humberto Zaqueu oficial deadvocacia do GMDa actual lideran- ccedila do paiacutes estaacute ldquoa armadilharrdquo Mo- ccedilambique numa futura asfixia finan-ceira que vai impedir investimentosimportantes em aacutereas essenciais comoa sauacutedeeducaccedilatildeo e abastecimento deaacutegualdquoOs nossos poliacuteticos natildeo resistemquando vecircem dinheiro eacute irrisoacuterioeste despesismo para o luxoVamos aChinaporque eles natildeo exigem requi- sitos natildeo se importam se vais com- prar armas para reprimir o teu povordquoconsidera Humberto Zaqueusobre orecurso ao dinheiro chinecircs apontadocomo um dos novos credores de peso de Moccedilambique

Justi1047297ca-se o alerta do EIU sobre oactual ritmo de endividamento doEstado moccedilambicanoDefinitivamente sim justifica-se enoacutescomo GMDtemos vaacuterios tra-balhos feitos e alguns em cursoquemostram uma tendecircncia de um novopadratildeo preocupante de endivida-mento Como GMDas pessoas en-quadram-nos num acircngulo de anaacutelisee de visatildeo sobre a diacutevida mais socialenquanto o Governo tem uma visatildeomais economicista da questatildeo OGoverno baseia as suas decisotildees so-bre a diacutevida em caacutelculos e indicado-res elaborados conjuntamente como Fundo Monetaacuterio Internacional(FMI) e Banco Mundial (BM)emraacutecios da diacutevida sobre exportaccedilotildeese serviccedilo da diacutevida sobre o Produto

Interno Bruto (PIB) e essa relaccedilatildeomostra que a diacutevida de Moccedilambiqueeacute sustentaacutevelao niacutevel dos nuacutemerosMas se for ver a dinacircmica dos pres-supostos que sustenta os tais raacuteciosque eacute a induacutestria extractiva e os me-gaprojectos que natildeo deixam nadapara Moccedilambiqueou pouco deixampara Moccedilambique entatildeo a partirdesse princiacutepioe stes raacutecios satildeo en-ganadores O nosso Governo estaacute abasear-se numa ldquorealidaderdquoirrealista

Quer dizer que os alicerces sobre osquais o Governo assenta a decisatildeode recorrer a um alegado endivida-mento excessivo natildeo satildeo con1047297aacuteveisO mecanismo de transmissatildeo da-queles raacutecios para a economia real deMoccedilambique eacute muito fraacutegil a basede redistribuiccedilatildeo da renda eacute muitoteacutenue O Governo radica o seu op-timismo em relaccedilatildeo agrave contrataccedilatildeo dadiacutevida a preccedilos elevados em pressu-postos irrealistas porque considera

um grande crescimento da economiaatraveacutes da induacutestria extractiva a umritmo acelerado Isso eacute claramenteilusoacuterio porque a induacutestria extrac-tiva beneficia de tantas isenccedilotildees oemprego gerado eacute limitadiacutessimo Jaacutetemos informaccedilotildees que apontam queo que os megaprojectos declaramcomo facturaccedilatildeo estaacute muito abaixoda real facturaccedilatildeoUsam esse esque-ma para acederem a isenccedilotildees unsconseguiram que o Estado lhes as-segurasse apenas 16 por cento sobreos seus rendimentosoutros natildeo maisde metade quando pela legislaccedilatildeotinham de pagar 32Eacute infantil pensar que a Vale ou outromegaempreendimento qualquer vaidinamizar a economia ao ponto depagar o niacutevel de diacutevida que o paiacutes estaacutea acarretarEstamos a ser confronta-dos com decisotildees politicamente to-madas que natildeo tecircm nada a ver comracionalidade econoacutemicaUm poliacute-tico menos informadoquando ouvedizer que o paiacutes estaacute a descobrir re-cursos naturaisfica na ilusatildeo e tomadecisotildees com fonte nessa ilusatildeoMasalguns politicamente mais prepara-dos em termos econoacutemicos tecircm tidoa sensatez de dizer acutetenham cuidadoo que vai acontecer na economia realnatildeo satildeo os nuacutemeros que estatildeo a serinvestidos pelas multinacionais natildeo

vale a pena pensa r que a induacutestriaextractiva vai gerar benefiacutecios para opaiacutes de hoje para amanhatilde`A expectativa menos remota eacute queesses projectos gerem benefiacutecios in-directos impulsionando alguma ho-telaria e turismoa agricultura pode

vir a beneficiar um pouco esse eacute oalerta que tem sido deixado pelospoliacuteticos mais informados tecnica-mente porque o caminho eacute longo eincertoInfelizmente os poliacuteticos menosinformados soacute vecircem o lado do in-

vestimento que eacute uma fantasia eacuteerradocomo vimos no iniacutecio com aMOZALque fez disparar o PIB aniacuteveis galopantese estaacute a aconteceragora com a Vale e a Rio Tintocomavultados investimentos mas sem

impacto sobre a economiaQuando se analisam os raacutecios usadospelo Governo na sua corrida ao en-dividamentoeacute faacutecil vecirc-se que estatildeoa diminuir enquanto a diacutevida estaacutea subirE statildeo a meter o paiacutes numaarmadilha econoacutemicacujo resultadoeacute esteagora estamos bem perto dosseis biliotildees de doacutelares em termos dediacutevidao niacutevel do HIPChaacute cerca de10 anos

E natildeo passa muito tempo desdeesse niacutevel de diacutevida impagaacutevelhellipNaquele tempo foi em condiccedilotildeesmais ligeiramente favoraacuteveis por-que eram maioritariamente diacutevidasconcessionais de credores bilateraisou sejade paiacutes para paiacutescom ta-

xas de juro ligeiramente acima dasconcessionais mas com periacuteodos dereembolso longos e as outras erammultilaterais com uma taxa de juromais baixa proacutexima de zero e comperiacuteodos de graccedila de 10 a 20Por ou-

tro lado as diacutevidas antes do HIPCforam contraiacutedas em periacuteodos com-parativamente mais longosmais oumenos em duas deacutecadase as actu-ais estatildeo a surgir a um ritmo acele-rado Depois do HIPC natildeo passammuitos anos e estamos perto do picohistoacuterico de cerca de seis biliotildees dedoacutelares

Banca sanguessugaO dinheiro chinecircs eacute mais caroO que se vecirc no recurso a esse di-nheiro eacute que estaacute a ser contratadoa um ritmo muito acelerado e emcondiccedilotildees muito desfavoraacuteveis OEXIMBANK(banco estatal chinecircsde creacutedito externo) empresta dinhei-ro com periacuteodos de reembolso muitocurtospara aiacute 10 anos periacuteodo degraccedila quase nulo e a taxa de juro estaacutebem perto da taxa de mercadoParao contexto do mercado moccedilambica-no10 por cento podem natildeo parecerexcessivos porque a nossa banca co-mercial cobra entre 10 a 12 por centomas essa eacute uma banca de sanguessu-gasporque 10 por cento satildeo proibiti-

vosOs mesmos bancos sul-africanosque caacute cobram issona Aacutefrica do Sulembolsam juros mais suavess abembem que a taxa real de empreacutestimosna Aacutefrica do Sul natildeo passa cinco porcentomas em Moccedilambique aplicam10 ou acima dissoPortanto quandofazemos uma anaacutelise cruzadavemosque a taxa real exigida pela China eacutede banca comercial a taxa de mer-cadocom periacuteodos de graccedila nulos ede desembolsos muito curtosisto vaidesgraccedilar o paiacutesO mais triste eacute que natildeo se compre-ende o recurso a fontes de finan-ciamento tatildeo lesivas aos interessesdo Estado moccedilambicanoporque ostradicionais doadores ainda cobreme ajudam a combater o deacutefice orccedila-mental Temos um orccedilamento comum deacutefice meacutedio de 40 por cento eacuteuma cifra realmente maiormas osdoadores comprometeram-se a de-sembolsar para este anopor exem-plocerca de 700 milhotildees de doacutelares

em apoio directo ao Orccedilamento Ge-ral do EstadoA ajuda externa jaacute estaacuteproacutexima senatildeo capaz de eliminar odeacutefice A pergunta entatildeoeacute porqueessa azaacutefama com o creacutedito chinecircsO que conseguimos perceber eacute quehaacute uma ilusatildeo da nossa ala poliacuteticase se tratasse de comidadiria gulaosnossos poliacuteticos natildeo resistem quando

vecircem dinheiro haacute despesismo Va-mos a china porque natildeo exigem re-quisitos se vais comprar armas parareprimir o teu povo natildeo se impor-tamAgrave Chinao que interessa eacute ga-rantir que o seu creacutedito seraacute pago porcontrapartidas como petroacuteleo dia-mantes carvatildeohellipqualquer dia Mo-ccedilambique ainda hipoteca o seu car-

vatildeopara pagar o que deve agrave ChinaNeste momentoa China natildeo colocaobstaacuteculos no acesso ao seu dinheiro

Mas o Governo justi1047297ca o recursoao endividamentocom o imperati- vo de infra-estruturashellipMas tem de haver prudecircncianatildeo voudeixar de criticar o uso que se faz dodinheiro puacuteblico edifiacutecios puacuteblicos

a serem construiacutedos mas entre fo-mentar a produccedilatildeo interna de arrozque cobre em apenas menos de cincopor cento a procura interna e deixa95 por cento para as importaccedilotildees eos edifiacutecios puacuteblicos e carros de luxopara a elite administrativa do paiacutesqual deve ser a prioridade Eacute oacutebvioo despesismo de luxo algum capri-cho puacuteblico ateacuteporque a fonte dodinheiro eacute faacutecilEste endividamentonatildeo vai para a produccedilatildeose fosse paraas vias de acessocompreendia-se

O EIU diz que o actual serviccedilo dadiacutevida jaacute eacute 40 por cento do PIB Eacutepossiacutevel chegar ao colapso que nosempurrou para o HIPCO risco imediato de natildeo conseguirpagar a diacutevida puacutebica pode natildeo serdaqui a cinco ou 10 anosmas numfuturo breve a capacidade do Esta-do fazer investimentos importantese estrateacutegicos vai reduzir Comeccedilaraacutea faltar dinheiro para a sauacutede edu-

caccedilatildeo e agricultura Esses sectoresessenciais vatildeo ressentir-se e muitoAteacute ao ano passadoa educaccedilatildeo tinhaum fundo para o vector da educaccedilatildeouniversal e Moccedilambique beneficioudurante cinco anos dessa verbamasacabou e soacute uma intervenccedilatildeo de uacutelti-ma hora do Banco Mundial permitiuum socorro de 50 milhotildees de doacutelaresA necessidade de alocar mais fundospara as aacutereas prioritaacuterias natildeo vai mu-darno entantoa capacidade de fi-nanciaacute-los pode retrair-seA reduccedilatildeode alguns fundos pode ser uma rea-lidademas que natildeo seja por isso quese vaacute justificar a corrida ao dinheirochinecircs porque a reduccedilatildeo dos apoiosdos tradicionais parceiros eacute ainda po-tencial os dadores continuam a darao ritmo programadoO que chama a atenccedilatildeo na relaccedilatildeocom os tradicionais parceiros eacute o re-forccedilo dos condicionalismos haacute umcondicionalismo que nem eu consi-dero sustentaacutevelo princiacutepio da tran-che variaacutevel Os doadores datildeo emparcelas o Governo tem de mostrarresultados convencer para tirar mais25 por cento mas tem sido muitotarde e isto compromete a execu-ccedilatildeo completa dos doadores na pers-pectiva de resultadosPor issoelesapostam no financiamento ao fundocomum em que eles mandam a suamissatildeo mandam uma equipa teacutec-nica para ver se as ambulacircncias quefinanciaram foram compradas por-que quando o apoio eacute directamenteao Orccedilamento do Estado eles natildeotecircm essa prerrogativaHaacute esta ten-decircncia de reduccedilatildeo do apoioporquea tranche variaacutevel estaacute a ser difiacutecil derespeitarmas no geralcontinuamoscom os doadores cometidos com osdesembolsosa uacutenica coisa eacute que natildeoestamos a aguentar com os condicio-nalismos cuja imposiccedilatildeo quanto amim justifica-se Quando dinheirospuacuteblicos satildeo usados para comprarmaacutequinas de barbear e outros malescomo os desvios no Ministeacuterio daEducaccedilatildeo entatildeo aperta-se o desem-bolsoe a alternativa eacute o dinheiro su-postamente faacutecil da Chinapara coi-

sas como o negoacutecio dos naviosComo dinheiro dado pelos novos credo-respode estar a fazer-se alguma coi-samas natildeo haacute optimizaccedilatildeo Que asdiacutevidas mobilizem a produccedilatildeodevernatildeo eacute maucontrair uma diacutevida parabeber sem capacidade eacute um crimemorala natildeo ser que tenha capacida-de de pagamentoSe se atingisse essepico de endividamentopara finan-ciar infra-estruturas essenciais natildeoestaacutevamos aqui a criticar

Haacute tambeacutem uma apreensatildeo com oendividamento internoEstamos a criar este cenaacuterio Elescriam condiccedilotildees para que o paiacutes vivaessa situaccedilatildeoE sses casos de corrup-ccedilatildeo que satildeo frequentemente relata-dos deixam os doadores pessimistase se sintam obrigados a impor condi-cionalismos que retardam a chegadade verbas e a multiplicaccedilatildeo de mis-sotildeesA hipoacutetese Chinaagraves vezeslevao seu tempo e o resultado eacute o deacutefice

na tesouraria que justifica emissotildeesde diacutevida interna provocadas pelodeacutefice na tesouraria Satildeo diacutevidas decurto prazomas criam uma enormepressatildeo porque o Governo tem depagar e eacute mais penosoporque eacute nosbancos comerciaisdado que mais de80 por cento dos moccedilambicanos natildeopagam sequer o seu consumo baacutesicologo natildeo compram as obrigaccedilotildees detesouro que o Estado lanccedila para sefinanciarQuem compra a diacutevida doEstado satildeo os bancos comerciaisquepreferem comprar tiacutetulos do Go-

verno porque o Governo nunca vaiagrave falecircncia natildeo precisa de hipotecasmas essas operaccedilotildees estatildeo a prejudi-car o investimentoIsso tudo porque

se criam cenaacuterios de desconfianccedilaque tornam moroso o financiamentotradicional que vem do exterior Oendividamento internopara finan-ciar a reconstruccedilatildeo por danos provo-cados pelas calamidades naturaisporexemplo entende-se eacute um recursode emergecircncia o Governo tem derecorrer a fundos excepcionais masgrande parte eacute deacutefice de tesouraria

Brasil e IacutendiaCentrou-se na China mas fala-sede outros novos credores Comoolha para o per1047297l do creacutedito do Bra-sil e da IacutendiaEles tambeacutem impotildeem condiccedilotildeesmais ou menos proacuteximas do mer-cadomas China eacute China Brasil eacuteBrasil e Iacutendia eacute IacutendiaEles natildeo tecircmcaracteriacutesticas similiaresnatildeo falam amesma liacutengua eacute por isso que o Go-

verno moccedilambic ano natildeo os conse-gue enquadrar na mesma plataformacomo acontece com os Parceiros deApoio Programaacutetico (PAP) Elesnatildeo tecircm procedimentos e caracteriacutes-ticas iguaissatildeo todos eles diferentesO Brasil natildeo daacute dinheiro natildeo eacute sua

vocaccedilatildeo dar directamente dinheirooseu dinheiro eacute em forma de assistecircn-cia teacutecnicase precisas de um teacutecnicoeles trazem o especialistaque traz oconhecimento de que carecesA si-tuaccedilatildeo amarga eacute que o Brasil eacute umcentro de financiamento de projectos

privados que estatildeo a entrar em Mo-ccedilambiquealguns deles como a Valemuito contestados sob o ponto de

vista socialO Brasil dispotildee de linhasde financiamento e paga o segurodos investimentos das suas empresaseacute vocaccedilatildeo do Brasil apoiar grandesprojectos Jaacute a China categoriza osseus devedoresna primeira catego-ria mete os que podem pagar direc-tamente com petroacuteleo ou diamantese paiacuteses como Moccedilambique estatildeo nacategoria trecircsque pagam o dinheirocom dinheiroNos mapas de amorti-zaccedilatildeo da diacutevida de Moccedilambiquequeestatildeo no Ministeacuterio das Financcedilasestaacute laacute que Moccedilambique paga comdinheiro os creacuteditos chinesesMas eacuteuma situaccedilatildeo mista porque o creacutedi-to chines tambeacutem tem laacute um poucodo modelo brasileiroatraveacutes da pre-senccedila em Moccedilambique de empresaschinesas financiadas pelo dinheirodo Estado chinecircs Cada paiacutes tem oseu modelo de financiamento

Humberto Zaqueu o cial de advocacia do GMD

N a

iacute t a U s s e n e

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16 Savana 18-10-2013PUBLICIDADE

A sensivelmente cinco jor-nadas do fim do Moccedilam-bola o presidente da LigaMoccedilambicana de Futebol

(LMF) Alberto Simango Juacutenioraceitou fazer uma breve radiogra-fia da prova e de forma categoacutericagarante haver condiccedilotildees objectivaspara que a verdade desportiva pre- valeccedila Simango diz ainda natildeo ser verdade que a Liga Muccedilulmana es-teja a ser protegida pela arbitragemSeguem os excertos mais relevantesda conversa

Que avaliaccedilatildeo faz das primeirasoito jornadas da segunda volta doMoccedilambola-Faccedilo uma avaliaccedilatildeo positiva namedida em que o certame estaacute a de-correr dentro do previsto Tem sidobastante competitivo e os resultadosfalam por si Na primeira volta ha- via equipas que tinham muito gaacutesmas comeccedilaram a perder forccedilasnesta fase o que eacute normal porqueo Moccedilambola eacute uma prova de re-gularidade Conta-se mais comoa equipa termina a prova do quecomo comeccedila Jaacute fizemos dois terccedilosdo campeonato estamos num bom

caminho e a qualidade estaacute semprea subir Jaacute temos campeatildeo no Moccedilambola-As equipas que estatildeo agrave frente tudofazem para ganhar mas a luta eacutemuito renhida no meio da tabelaclassificativa e essas formaccedilotildees tudofazem para amealhar mais pontose quiccedilaacute evitarem a despromoccedilatildeo Eacuteuma prova de surpresa porque ateacutehoje a questatildeo da conquista do tiacute-tulo continua em aberto emborahaja um clube que avanccedilou bastantena pauta classificativa Pelo menosexistem trecircs a quatro clubes que lu-tam pela conquista do campeonato eisso eacute significativo

Sr presidente ainda continuam osdesacatos e vandalismo nos recintosdesportivos Como acabar com estatriste realidade-A situaccedilatildeo vai sendo paulatina-mente resolvida mas sinto queprecisamos de fazer um trabalho deeducaccedilatildeo ciacutevica por forma a que osclubes comecem por sua vez a tra-balhar com os seus adeptos porquea atitude de arremessar garrafas eoutros objectos para o interior docampo eacute simplesmente condenaacutevelO apelo que faccedilo eacute que natildeo bastaaprovarmos medidas haacute sim queprivilegiarmos a prevenccedilatildeo haacute ne-cessidade de as pessoas terem de

abandonar essas praacuteticas e prima-rem pelo fair playNatildeo acha que a maacute actuaccedilatildeo dos aacuter-bitros leva os adeptos a optarem poressa via o arremesso de garrafaspor exemplo-Eacute normal que haja contestaccedilatildeo daarbitragem isso faz parte de futebolEm qualquer parte do mundo ou- vimos falar de situaccedilotildees do geacuteneromas noacutes estamos a trabalhar com aCNAF e todas as semanas quandonecessaacuterio fazemos um trabalho desensibilizaccedilatildeo para aleacutem da avalia-

Eacute impossiacutevel t ermos Liga fort e com c lubes f racosfinanceiramente-Defende Albert o Simango Juacutenior da LMF

Por Paulo Mubalo

ccedilatildeo do desempenho dos aacuterbitrosO que se nota eacute que os aacuterbitros quecomeccedilam a pocircr em causa a verda-de desportiva estatildeo a ser punidosexemplarmente e isso eacute que incen-tivamos agrave CNAF porque eacute precisodefendermos o futebol de atitudese apetites inconfessaacuteveis de certosgrupos

Julga que a Liga Muccedilulmana estaacute aser bene1047297ciada pela arbitragem ouestaacute a ser viacutetima da sua grandeza- Duvido muito que a Liga Muccedilul-mana esteja a ser beneficiada duvi-

do muito que esse pronunciamentocorresponda agrave verdade A minhapercepccedilatildeo eacute que muitos clubes jaacutebeneficiaram de penaltes jaacute benefi-ciaram de erros de arbitragem Emsegundo lugar jaacute expliquei que osque tentam fabricar resultados estatildeoa ser punidos Eu natildeo vejo as coisasde forma particularizada todos osaacuterbitros podem errar em qualquer jogo que sejaO que a LMF pensa fazer parasalvaguardar a verdade desportivamormente nas derradeiras jorna-

das-Bem como tem sido habitual paraaleacutem do trabalho que temos vindoa realizar as uacuteltimas trecircs jornadasseratildeo disputadas no mesmo dia e agravemesma hora tendo em conta os in-teresses e objectivos de cada clubenessa fase Teraacute que ser assim ateacuteporque isso jaacute consta do nosso re-gulamento Satildeo partidas susceptiacuteveisde mudar a pauta classificativaHaacute treinadores que acusam a LMFde estar a coartar as suas liberdadesusando para tal puniccedilotildees Quer co-

mentar-A puniccedilatildeo faz parte da nossa estra-teacutegia de governaccedilatildeo noacutes natildeo fomoseleitos para natildeo respeitar os regula-mentos e estatutos Os dirigentestreinadores e clubes devem ter umaforma de estar natildeo podem aceitar vilipendiar quem quer que seja empraccedila puacuteblica natildeo podem atentarcontra a geacutenese do clube haacute que terforma e modo de falar Eacute importan-te que as pessoas percebam que aLiga eacute um dos clubes por isso de-fendemos que as pessoas se pronun-ciem com eacutetica que saibam falar Os jovens inspiram-se nos treinadores e jogadores pelas boas praacuteticas e natildeo

pelos insultos por isso tomamosmedidas contra os prevaricadores econtinuaremos a primar por essesprinciacutepios porque queremos umcampeonato satildeo e de disciplinaHaacute condiccedilotildees 1047297nanceiras para queo Moccedilambola termine sem muitosalaridos-Bem como nunca disse que natildeohavia o que posso dizer eacute que tudoestaacute sendo feito para que terminesem qualquer natureza de sobres-saltoPelos vistos a LMF continua a go-

zar de muita credibilidade junto dosparceirosQue trunfo usa para conseguir osseus intentos-O maior segredo eacute o trabalho eacutea nossa dedicaccedilatildeo e credibilidadeNoacutes fazemos de tudo para que ainstituiccedilatildeo seja crediacutevel Somos fieacuteisagrave prestaccedilatildeo de contas e gestatildeo cri-teriosa E por fazermos isso temosum caminho andado trabalhamos365 diasano agrave volta deste projectoEstes pressupostos todos nos levama conseguirmos bons resultados

Como avalia a expulsatildeo de Dia-mantino Miranda do paiacutes-A atitude dele foi de indisciplinagrave ele excedeu na forma comofalou Soacute queria lamentar e apelarpara que situaccedilotildees desta naturezanatildeo voltem a acontecer no nosso fu-tebol Ningueacutem estaacute no futebol paraarranjar problemas cada um tem oseu nome e deve ser chamado poresse nome natildeo podemos chamar aalgueacutem por um nome que natildeo o dig-nificaE a terminarhellip-O apelo que faccedilo eacute um convitequero convidar mais parceiros para

investirem no desporto e no futebolem particular porque atraveacutes do fu-tebol a imagem dos seus produtoschega mais longe Natildeo eacute possiacutevelfazermos a Liga forte com clubesfracos financeiramente Precisamosmais para as nossas equipas mascom a forma como estamos a tra-balhar acredito que a curto prazoteremos os nossos representantes aconseguirem bons resulatados emcompeticcedilotildees internacionais Masfoi bom porque a Liga Muccedilulmanachegou muito longe nas afrotaccedilas

A expulsatildeo do treinadordo Costa de Sol Dia-mantino Miranda poralegados insultos agrave na-

ccedilatildeo no final de jogo realizadocontra o Vilankulo estaacute a divi-dir opiniotildees dos moccedilambicanosCom efeito enquanto alguns ci-dadatildeos ouvidos pelo SAVANAdefendem que a medida tomadapelo Ministeacuterio do Trabalho eacute justa outros dizem ter havidoprecipitaccedilatildeo por parte daquelainstituiccedilatildeo

Para Martinho Vaz estudan-te de direito da UniversidadeSatildeo Tomaacutes de Moccedilambique(USTM) o teacutecnico Diamanti-no Miranda perdeu respeito aosmoccedilambicanosldquoNa minha humilde opiniatildeoconsidero ser grande insultopara os moccedilambicanos proferiraquelas palavras na esfera puacutebli-ca Se fosse num foacuterum privadopoderia compreender porquemuita gente natildeo havia de saberEle passou dos limites mesmo

Expulsatildeo de Diamant ino M iranda di vide opiniotildeesse fosse no seu proacuteprio paiacutes eles natildeohaviam de ponderar essas brincadei-ras Aliaacutes ateacute porque ele vai servir deexemplo para os outros estrangeirosque vecircm ao paiacutes e satildeo bem tratadose meia-volta comeccedilam a maltrataros proacuteprios moccedilambicanosrdquoPara Manuel Muianga tambeacutemestudante de direito da mesma uni- versidade a expulsatildeo do treinadorDiamantino Miranda eacute absurdaldquoEle chamou os moccedilambicanos deladrotildees e isso para mim natildeo eacute novi-dade porque existem muitos treina-

dores ateacute estrangeiros que insultamdentro e fora de campo mas nuncaforam expulsos do paiacutesrdquoldquoNa minha opiniatildeo o Ministeacuterio de Trabalho devia retirar-lhe a licenccedilade trabalho numa primeira fase en-quanto investiga o caso em sumadevia ser mais cauteloso nesta ma-teacuteriardquo observouEnquanto isto Arnaldo Albertoestudante de Ciecircncias Sociais daUniversidade Eduardo Mondlane(UEM) explicou que o caso Dia-mantino Miranda virou tema de

conversa a niacutevel da sua faculdadeEle entende que a medida tomadapelo Ministeacuterio de Trabalho em ex-pulsar o treinador para fora do paiacuteseacute correcta ldquoEu considero como umamedida certa porque ningueacutem podeestar num paiacutes do outro e passar a vida a proferir insultos contra os do-nos do proacuteprio paiacutes Eu acredito quese fosse um treinador moccedilambicanoa fazer o mesmo no paiacutes deles ou emqualquer outro teria sanccedilotildees do geacute-nerordquo anotou o estudantePara Rafael Ernesto comerciante

e adepto da selecccedilatildeo nacional osldquoMambasrdquo o Ministeacuterio do Traba-lho tomou a medida correcta porqueo teacutecnico portuguecircs estava habitua-do a insultar os jogadores de formairresponsaacutevelldquoFoi uma boa medida porque paraaleacutem de jogadores tambeacutem insultoutodos os moccedilambicanos e gostariaque ele natildeo voltasse mais ao nossopaiacutesrdquo Tumar Cumbula empresaacuterio pre-cisou ldquoa atitude do Ministeacuterio foiboa noacutes natildeo podemos admitir es-

sas brincadeiras no nosso paiacutesporque o que ele fez se fosse naAmeacuterica seria preso mas aquiteve sorte Ele foi mais longedemaisrdquo rematou o empresaacuterio Jaacute o advogado Roberto Macha- va precisou ldquohouve um poucode exagero por parte do Mi-nisteacuterio do Trabalho porque haacutemuitas pessoas que falam malnos cafeacutes nos centros de recre-accedilatildeo entre outros mas natildeo satildeoexpulsas do paiacutesAjuntando ldquoa expulsatildeo de um

indiviacuteduo do paiacutes natildeo deve serassim devia haver um moti- vo forte O que poderia fazer oMinisteacuterio do Trabalho era to-mar medidas processuais numaprimeira fase enquanto procuraouvir a outra parte E penso queno seio da proacutepria Liga Mo-ccedilambicana de Futebol e Fede-raccedilatildeo Moccedilambicana de Futeboldeveriam existir alguns espe-cialistas para defender este tipode assuntosrdquo precisou Zaqueu

Massala

Alberto Simango Juacutenior presidente da LMF

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17Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

A TALHE DE FOICEPor Machado da Graccedila

A notiacutecia que me chegou jaacute temmais de um mecircs mas natildeo per-deu infelizmente actualidade

Segundo a Kazinform (provavelmenteuma agecircncia de informaccedilatildeo) um aviatildeoMig 21 num voo de teste depois deuma reparaccedilatildeo incendiou-se ao ater-rar no aeroporto de Bakeu na Romeacute-nia em finais de Agosto passadoMas o mais interessante da notiacutecia eacuteque ela afirma que o aviatildeo sinistradopertencia agrave Forccedila Aeacuterea Moccedilambica-naFiquei assim a saber que a nossa ForccedilaAeacuterea adquiriu pelo menos um aviatildeode combate Mig 21 Mas muito pro- vavelmente adquiriu mais do que umE deve ter adquirido nos saldos emsegunda matildeo porque esse modelo deaviatildeo deixou de ser fabricado em 1985A proacutepria Romeacutenia estaacute a substituir osque ainda tem por aviotildees modernos ese calhar vendeu-nos ao desbarato os velhinhos Mig 21 que para laacute tem E

a avaliar pela notiacutecia o resultado natildeofoi bomComentando a notiacutecia com um cole-ga nomeadamente sobre a razatildeo paraMoccedilambique precisar desse tipo dearmamento o colega disse-me que natildeoeacute soacute isso que estaacute a acontecer Pelo con-traacuterio segundo ele teratildeo sido desem-barcados na Beira tanques de guerrae ao porto de Maputo continuam achegar grande quantidade de viaturasmilitaresOra a pergunta que tem que ser feitaeacute Natildeo tendo o nosso paiacutes conflito comnenhum dos seus vizinhos antes sen-

do excelente a relaccedilatildeo com todos eles

para que precisamos noacutes de todos essesinstrumentos mortiacuteferosE a resposta infelizmente soacute pode serque se natildeo satildeo para usar contra ini-migos externos satildeo para usar dentrodo paiacutes Falando com mais crueza satildeopara matar moccedilambicanos Temos portanto um Governo que

passa a vida a condenar os discursosbelicistas da Renamo e a proclamar oseu enorme amor agrave Paz mas por por-tas e travessas vai comprando armasde guerra para uso em terra e no arUm Governo que natildeo tem dinheiropara pagar decentemente a meacutedicosenfermeiros e professores que natildeo temdinheiro para comprar medicamentospara os hospitais nem material escolarnomeadamente carteiras mas que temdinheiro para comprar aviotildees bombar-deiros e tanques de guerra para matar

moccedilambicanosComeccedila por outro lado a ser maiscompreensiacutevel o impasse que continuanas sessotildees do ldquodiaacutelogordquo entre o Gover-no e a Renamo Muito provavelmentetrata-se apenas de manter a situaccedilatildeoestacionaacuteria nesta paz-podre agrave esperaque chegue ao paiacutes todo o armamentocomprado no exterior para depois im-por uma soluccedilatildeo militarO que pode ser uma peacutessima escolhacomo bem poderia explicar o general vietnamita Vo Nguyen Giap recente-

mente falecido

Armas

pecuacuteliosOra para dispor sem restriccedilotildees do pecuacutelio ou

cuacutemulo de activos ndash nervo da poliacutetica e da guerraconforme aprenderam em longos anos de combateos vencedores da guerra civil angolana ndash importadispor de imagem impoluta e agir sem constrangi-mentos ou ameaccedilas legaisO risco de processos judiciais inquinando a ima-gem de pessoas e do estado eacute altamente prejudicialaos equiliacutebrios de poder em Luanda e ao presi-dente cabe atalhar a direito sempre que a ameaccedilaronde os mais proacuteximos e influentesA provaacute-lo estatildeo o ldquoAngolagaterdquo envolvendo gen-te da alta roda poliacutetica e negocista francesa pela venda ilegal de armas sovieacuteticas a Luanda entre1993 e 1995 ou o reconhecimento no ano pas-sado nas paacuteginas do ldquoFinancial Timesrdquo por ManuelVicente Kopelipa e o general Leopoldino Fragosodo Nascimento da sua participaccedilatildeo na ldquoNazaki Oilamp Gasrdquo que se associou em 2010 agrave ldquoCobalt Inter-national Energyrdquo de Houston para a exploraccedilatildeo daconcessatildeo dos blocos petroliacuteferos 9 e 21Voltaraacute a correr o marfimEduardo dos Santos jaacute afastou Marcolino Mouco Joatildeo Lourenccedilo ou Fernando Nandoacute e cerceou am-biccedilotildees de outros putativos sucessoresNo pinaacuteculo do poder Eduardo dos Santos con-tudo natildeo tem ainda assegurado que a sua sucessatildeopossa vir a garantir a perservaccedilatildeo do justo pecuacutelioe a rede de influecircncias poliacuteticas de interesses patri-moniais de associados e familiaresAacuterbitro e decisor em derradeira instacircncia opresidente de Angola tem consequentemente detomar posiccedilatildeo e assumir atitudes para provar queacima de tudo defenderaacute os interesses da cuacutepulado poder e dos negoacutecios as ldquoelites capazesrdquo quetanto lhe devemMexe com poder eacute poliacutetico portanto o conten-cioso e ao mais alto niacutevel o estado angolano vecircmexigindo desculpas e reparaccedilotildees puacuteblicas que porconstrangimento legal os governantes portu-gueses natildeo podem expressarRui Machete disse em puacuteblico o que apenas po-deria aventar em privado e gerou tamanha contro- veacutersia interna que acabou bloqueando a diploma-cia e dando pretexto agrave ruptura ansiada em LuandaPara o resto o que Machete em puacuteblico natildeo dissemas se sabe agrave boca pequena eacute que bastaraacute a justiccedilaportuguesa continuar inane e ineficaz manter-seigual a si proacutepria para tudo acabar em aacuteguas debacalhau e voltar a correr o marfim

Jornalista barradasjoaocarlosgmailcom

httpmaneatsemperblogspotpt Top of Form

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Aacute rbitro e decisor em derradeira instacircnciao presidente de Angola tem consequen-temente de tomar posiccedilatildeo e assumiratitudes para provar que acima de tudo

defenderaacute os interesses da cuacutepula do poder e dosnegoacuteciosSatildeo literalmente laquoincompreensotildees ao niacutevel dacuacutepularaquo que levam Joseacute Eduardo dos Santos a de-nunciar o acordo de princiacutepio acertado em 2010em Luanda com Cavaco Silva para o desenvolvi-mento de uma parceria estrateacutegica luso-angolanaA indefinida e adiada parceria deveria servir parareforccedilar a cooperaccedilatildeo estado a estado promovercontactos e projectos bilaterais entre instituiccedilotildeesempresas privadas e cooperativas aleacutem de facilitara circulaccedilatildeo de pessoas bens e capitaisApesar das aplicaccedilotildees financeiras em Portugalterem continuado a processar-se a bom ritmo ndashsobretudo nas telecomunicaccedilotildees energia e bancandash legitimando a riqueza receacutem-acumulada dosinvestidores angolanos uma questatildeo poliacutetica in-

quinou a relaccedilatildeoInvestigaccedilotildees judiciais sobre altas personalidadescomo o procurador-geral Joatildeo Maria de Sousa oministro de estado e da coordenaccedilatildeo econoacutemicaManuel Vicente ou o general Manuel HeacutelderVieira Dias laquoKopeliparaquo ministro de estado e chefeda casa militar do presidente nunca foram trava-das pelo poder executivo ndash laquoao niacutevel da cuacutepularaquo SBento e Beleacutem ndash como ainda acabaram tornadaspuacuteblicasA deploraacutevel vergonhosa e ilegal praacutetica de fugasde informaccedilatildeo e violaccedilatildeo reiterada do segredo de justiccedila no DCIAP deu pretexto a criacuteticas de ar-ticulistas e poliacuteticos de Luanda sobre difamaccedilatildeo eintimidaccedilatildeo de cidadatildeos angolanos e a perversatildeodo estado de direito em PortugalO presidente das elites capazesManuel Vicente anunciou em Maio do ano pas-

sado que o investimento de estado em Portugaldeixara de ser prioritaacuterio jaacute que importava privile-giar o mercado angolanoA participaccedilatildeo da ldquoSonangolrdquo no BCP visando acriaccedilatildeo de uma plataforma financeira para suportaro crescimento da empresa fora um dos objectivosatingidos numa fase inicial que apostara forte emPortugal e referia tambeacutem Vicente convinha di- versificar as aplicaccedilotildees directas do estadoAo capital privado caberia assim definir opccedilotildeesde investimento em Portugal e de parcerias emAngola com empresas lusas mas na realidade aimbricaccedilatildeo da elite de negoacutecios e da elite do poderem Luanda eacute tal que a distinccedilatildeo acaba por ser ir-relevanteEacute essa a razatildeo que sustenta as tiradas nacionalistasno discurso de Eduardo dos Santos agrave AssembleiaNacional sobre o Estado da Naccedilatildeo denunciandoa injusticcedila de empresas e bancos estrangeiros queldquolevam biliotildeesrdquo de Angola ao mesmo tempo queLuanda vecirc serem qualificadas como corruptas assuas ldquoelites capazesrdquo que tecircm amealhado justos

Angola cortar a direitoPor Joatildeo Carlos Barradas

A notiacutecia de que a Ruacutessia concedeu asilo tem-poraacuterio a Edward Snowden eacute geralmentediscutida no contexto dos potenciais efeitosda decisatildeo sobre as relaccedilotildees russo-america-

nas Sem duacutevida o caso Snowden desencadeou umaseacuterie de efeitos adversosLevando em conta as revelaccedilotildees do ex-agente da CIApromotores russos estatildeo investigando os serviccedilos do

Google e do Facebook na Ruacutessia As autor idades sus-peitam que ambos violem os acordos internacionaissobre a proteccedilatildeo de dados pessoaisO avanccedilo dessa situaccedilatildeo ameaccedila originar uma atmos-fera toacutexica de longo prazo nas negociaccedilotildees bilateraisem torno de vaacuterias questotildees delicadas Entre elas ointercacircmbio de agentes descobertos a anaacutelise dospedidos para divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre ciber-criminosos e suspeitos de terrorismo ou a troca daspraacuteticas mais eficazes das agecircncias de inteligecircncianorte-americanas e russas no trabalho com grandes volumes de dadosAleacutem disso a Ruacutessia agora pode esquecer as per-spectivas de retorno de Viacutektor Bout ou outros rus-sos que estatildeo enfrentando processos judiciais nosEstados Unidos A Casa Branca por sua vez perdeuo poder de instigar seus principais valores na Ruacutessia ndash

a liberdade na internet e a proteccedilatildeo dos direitos dosusuaacuterios gravemente comprometidos pelas revelaccedilotildeesde SnowdenQuem sabe quantos segredos mais o ldquoex-prisioneirodo aeroporto moscovita de Sheremetievordquo tem guar-dado ou quatildeo difiacutecil seraacute para ele resistir agrave tentaccedilatildeode compartilhaacute-los com os serviccedilos de inteligecircnciarussos

Mas tudo eacute muito complexo e dramaacutetico Seraacuteque o asilo concedido a Snowden realmente traccedila umalinha vermelha nas relaccedilotildees russo-americanasEm primeiro lugar a decisatildeo russa de conceder asilotemporaacuterio a Snowden envia agrave Casa Branca um sinalclaro de que a Ruacutessia estaacute disposta a negociar aindamais ldquoPodemos abrigaacute-lo temporariamente masdeixe-nos pensar aleacutem dissordquoCabe lembrar a condiccedilatildeo anunciada pelo presidenteVladiacutemir Puacutetin no mesmo dia em que os boatos so-bre a possibilidade de asilo vieram agrave tona de que oforagido deveria ldquoparar de prejudicar os interesses dosEstados UnidosrdquoO consentimento de Snowden em seguir essa regraestaacute impliacutecito na aceitaccedilatildeo do asilo O governo russotambeacutem natildeo vai perder o interesse em acessar as in-formaccedilotildees que o ex-agente da CIA estaacute segurando

embora o acordo atual sugira que tais dados continu-aratildeo a ser um aacutes na manga diplomaacutetica da Ruacutessia ndash aser usado em uma hora difiacutecil nas negociaccedilotildees bilate-rais com Washingtonndash e natildeo seraacute compartilhado coma comunidade internacionalEacute ainda mais importante ter em mente que as relaccedilotildeesrusso-americanas satildeo muito diversificadas e estra-teacutegicas para serem deixadas de lado por causa de um

uacutenico escacircndalo independentemente de quatildeo fortepossa ressoarApesar da tendecircncia negativa nas relaccedilotildees bilateraiscom o fim do ldquoresetrdquo uma seacuterie de questotildees demon-stra a enorme capacidade de cooperaccedilatildeo duradourae desenvolvimento construtivo em assuntos intimam-ente relacionados com SnowdenA cooperaccedilatildeo no ciberespaccedilo que apresentou recente-mente um progresso substancial eacute exemplo disso Em17 de junho um dos pontos de discussatildeo da Cuacutepulado G8 na Irlanda foi a declaraccedilatildeo conjunta emitidapor Puacutetin e Obama sobre as medidas de reforccedilo daconfianccedila no ciberespaccedilo que incluiacuteram trecircs acordosEstados Unidos e Ruacutessia satildeo agora obrigados a man-ter contato constante sobre cibercrimes e tentativasde ciberataques para reforccedilar a cooperaccedilatildeo na respostaa tais incidentes bem como fazer uso de uma linha di-

reta para avisar um ao outro sobre alguma emergecircnciaSimbolicamente os mecanismos de notificaccedilatildeo muacute-tua seratildeo parcialmente implementados por meio da jaacute existente linha Moscou-Washington para o avisode ocorrecircncias com armas nucleares a mesma usadadurante a Guerra FriaA continuidade dos acordos exemplifica a crescenteimportacircncia estrateacutegica da cooperaccedilatildeo russo-ameri-

cana no ciberespaccedilo Os dois lados chegaram a umacordo sobre a questatildeo mesmo em meio a condiccedilotildeesdesfavoraacuteveis nas relaccedilotildees bilaterais ndash embora hajaduacutevidas sobre ateacute onde essa cooperaccedilatildeo seria sacrifi-cada por causa do recente escacircndalo diplomaacuteticoApesar do efeito das revelaccedilotildees do ex-agente daCIA os Estados Unidos e a Ruacutessia precisam se en-gajar para estabelecer um clima de boa vizinhanccedila ecolaboraccedilatildeo no ciberespaccedilo ainda que envolto porcriacuteticas e acusaccedilotildees pesadas A colaboraccedilatildeo podeser reduzida ou suspensa em alguns aspectos mas asmedidas de confianccedila devem ser desenvolvidas comoum dos mecanismos viaacuteveis para prevenir uma guerraciberneacutetica Isso eacute algo que tanto o Kremlin como aCasa Branca entendem bem Oleg Demidov eacute coordenador de projetos em segu-ranccedila e governanccedila no Centro de Estudos Poliacuteticosda Ruacutessia

O ciberespaccedilo poacutes-SnowdenPor Oleg Demidov

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

CartoonEDITORIAL

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Propr iedade da

KOK NAMDirector Emeacuterito

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

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Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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20 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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24 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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6 Savana 18-10-2013SOCIEDADE

M

occedilambique voltou aregistar uma ligeiramelhoria na categoria

de DesenvolvimentoHumano do Iacutendice Mo Ibrahimdepois da queda registada no anopassado indicam os resultados di-

vulgados nesta segunda-feiraSegundo aquele iacutendice na escala de0 a 100 Moccedilambique obteve uma

pontuaccedilatildeo de 505 igualando a 36ordfposiccedilatildeo global atingida em 2011que continua a ser o melhor resul-

tado desde que a classificaccedilatildeo noMo Ibrahim criada em 2000De acordo com os resultados con-tidos no relatoacuterio deste ano numaavaliaccedilatildeo geral que comporta ascategorias de legislaccedilatildeo e seguran-ccedila participaccedilatildeo e direitos humanos

oportunidades econoacutemicas susten-taacuteveis e desenvolvimento humanoMoccedilambique classificou-se na 20ordf

posiccedilatildeo com 548 pontos o que re-presenta uma subida posicional deum degrau mas que em termos depontuaccedilatildeo a situaccedilatildeo mostra umaperda de um ponto comparativa-mente ao ano passadoNuma anaacutelise por categoriais Mo-

ccedilambique mostra grandes desem-penhos ao niacutevel da sub-categoria deSeguranccedila Pessoal cuja pontuaccedilatildeo

aponta para 85 Direitos Humanose Participaccedilatildeo com 603 o que re-presenta uma ligeira subida com-parativamente ao iacutendice anteriorcontudo ainda aqueacutem do maiorniacutevel de sempre atingido no ano2000 que foram 646 pontos

Liacutederes voltam a falt arPelo segundo ano consecutivo equarta vez na sua histoacuteria o Preacute-

mio Mo Ibrahim voltou a natildeo ter vencedor Segundo os resultadosdivulgados pelo juacuteri os USD 5milhotildees que correspondem ao va-lor monetaacuterio do preacutemio voltam aficar nos cofres pelo facto de natildeoter sido encontrado entre os liacutede-res africanos em exerciacutecio nenhumque corresponda aos criteacuterios defi-nidos nomeadamente a excelecircnciagovernativaldquoDepois de uma consideraccedilatildeo cui-dadosa o comiteacute determinou queo preacutemio de excelecircncia na lideran-ccedila natildeo vai ser atribuiacutedordquo disse oantigo Secretaacuterio Geral da Uniatildeo

Africana e ex-Primeiro Ministroda Tanzacircnia Salim Ahmed Salimpresidente do comiteacute do preacutemioMo Ibrahim em comunicado deimprensaCriado em 2007 para laurear liacutede-res africanos que tenham contri-buiacutedo para o desenvolvimento dosrespectivos paiacuteses ao niacutevel de com-bate agrave pobreza desenvolvimentosustentaacutevel e uma prosperidadeequilibrada apenas por trecircs vezes opreacutemio foi atribuiacutedoNo primeiro ano da sua institui-ccedilatildeo o vencedor foi o antigo Chefede Estado moccedilambicano JoaquimChissano seguido do seu antigohomoacutelogo Tswana Festus Mogaeem 2008Nos dois anos seguintes o preacutemio

voltou a natildeo sair ateacute que o juacuteri des-cobriu o Cabo verdiano Pedro Pi-res em 2011 ateacute aqui o uacuteltimo anode premiaccedilatildeo

(Redacccedilatildeo)

A Associaccedilatildeo de LutaContra o Cancro

(ALCC) em parceriacom a Direcccedilatildeo deSauacutede da Cidade de Maputopromove este saacutebado no Hos-pital Geral de Chamanculo emMaputo uma feira de sauacutede noacircmbito da campanha de sensi-bilizaccedilatildeo sobre as diversas for-mas de cancroO evento aberto ao puacuteblico vaiconsistir em diversas activida-des nomeadamente o rastreiodo cancro da mama divulgaccedilatildeode informaccedilatildeo sobre os diferen-tes tipos de cancro bem comoa sua prevenccedilatildeo doaccedilatildeo de san-gue ginaacutestica mediccedilatildeo de ten-satildeo arterial e avaliaccedilatildeo do iacutendice

de massa corporalPara aleacutem do rastreio do cancroda mama que inclui o examemeacutedico e orientaccedilatildeo se ne-cessaacuterio para outros niacuteveis deatendimento seraacute igualmentepromovido aconselhamento efornecida informaccedilatildeo a respei-to do cancro da proacutestata queafecta os homens a partir dos40 anos de idade e que se natildeofor detectado a tempo podeocasionar graves complicaccedilotildeesde sauacutede

Segundo o relatoacuterio de 201 3

M occedilambique com f raca evoluccedilatildeo no iacutendice M o Ibrahim

ALCC promovefeira de sauacutede

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8 Savana 18-10-2013SOCIEDADE

A cantora Neyma foi a gran-de vencedora da V ediccedilatildeodo BCI Mozambique

Music Awards ao vencerquatro estatuetas nas categoriasldquoMelhor Muacutesica Ligeirardquo ldquoMuacutesicamais Popularrdquo Artista mais Popu-larrdquo ldquoMelhor Artista Femininordquocom a muacutesica ldquoComo Anima aMarrabentardquo numa cerimoacutenia queteve lugar na noite de sexta-feirana Fortaleza de Maputo O eventodecorreu na sexta-feira 11 de Ou-tubro e teve lugar na Fortaleza deMaputoO que tem vindo a indignar algu-mas sensibilidades eacute o facto de amuacutesica com a qual a cantora Ney-ma Alfredo concorreu nesta ediccedilatildeo

eacute um spot publicitaacuterio de um bancoo BCI que eacute o principal patrocina-dor do referido evento que visa a

valorizaccedilatildeo da muacutesica nacional Asituaccedilatildeo estaacute a criar um desconfortopor parte de algumas sensibilidadesda sociedade moccedilambicana queconsideram que o facto tira a cre-dibilidade ao programa transpare-cendo que a muacutesica venceu o maiornuacutemero de preacutemios pelo motivo deter alguma relaccedilatildeo com o banco pa-trocinador do programaNas palavras de Christine Rameladirectora Comercial da DDB Mo-ccedilambique ldquoO valor do BCI MMA

natildeo estaacute nos preacutemios mas na parti-cipaccedilatildeo no trabalho e na divulga-ccedilatildeo da muacutesica moccedilambicana feitapor todos os artistasrdquo Entretantopara Rui Ilheacuteu director de Marke-ting do BCI ldquoeste eacute um projectomuito interessante apoiar a muacutesicaldquodaquirdquo eacute uma honra e sentimo-nosmais uma vez privilegiados por fa-

M M A quest ionadoPor Abdul Sulemane

zer parte deste grande projectordquoNo entanto na categoria de ldquoMe-lhor Pandzardquo o preacutemio foi paraMr Cuca enquanto que o galardatildeode ldquoMelhor Viacutedeordquo foi entregue aGabriela A estatueta de ldquoMelhorDance Musicrdquo foi atribuiacuteda a DJFaya com o tema ldquoBondorordquoA artista Gabriela ganhou tambeacutemo preacutemio de ldquoMelhor Muacutesica RampB

Soulrdquo enquanto que Tacircnia Tomeacute venceu a categoria ldquoMelhor MuacutesicaAfrordquo e a cantora de zouk Mimatildeeconquistou o preacutemio de ldquoMelhorMuacutesica Tropicalrdquo tendo ficado DJFaya com o tiacutetulo de ldquoMelhor Ar-tista MasculinordquoO preacutemio de ldquoAacutelbum mais Vendi-dordquo foi para Stewart Sukuma Nas

categorias reservadas a raacutedio e te-levisatildeo ou seja Melhor Animadorde Programas de raacutedio e televisatildeoHeacutelder Leonel da Raacutedio Cidadee Gabriel Juacutenior da Televisatildeo deMoccedilambique (TVM) foram os

vencedores da noiteEntretanto a cerimoacutenia serviutambeacutem para homenagear o muacute-sico Hortecircncio Langa atraveacutes da

atribuiccedilatildeo do ldquoPreacutemio Carreirardquopelos mais de 40 anos de vida ar-tiacutestica O evento contou ainda coma actuaccedilatildeo de alguns muacutesicos quetornaram a noite ainda mais diver-tida como satildeo os casos da Damado Bling e suas bailarinas G-ProHernacircni entre outros

A premiaccedilatildeo potildee em duacutevida a cred ibilidad e do pr ograma pelo f acto de a muacutesica

ser um spot pu blicitaacuterio do BCI

Alice Munro eacute uma escri-tora canadiana de contosconsiderada uma das prin-cipais escritoras da actuali-

dade em liacutengua inglesa Eacute a grande vencedora do Preacutemio Nobel da Li-teratura 2013 anunciado em Esto-colmo no aniversaacuterio da morte doindustrial e filantropo sueco AlfredNobel que o instituiuAlice Munro nasceu em WinghamOntaacuterio em Julho de 1931 Viveuprimeiro numa quinta a oeste des-sa zona numa eacutepoca de depressatildeoeconoacutemica Munro reconheceu ainfluecircncia na sua obra de grandesescritoras como Katherine AnnePorter Flannery OrsquoConnor CarsonMcCullers ou Eudora Welty bemcomo de James Agee e especial-mente William Maxwell Os seusrelatos centram-se nas relaccedilotildees hu-manas analisadas atraveacutes da lenteda vida quotidiana Por isso e pelasua qualidade tem sido chamada ldquoaChekov do CanadaacuterdquoFoi por trecircs vezes vencedora dopreacutemio de ficccedilatildeo literaacuteria laquoGover-nor Generalrsquos Literary Awardsraquo doseu paiacutes Em 1998 Alice Munrofoi premiada pelo National Book

13ordf mulher Nobel de Lit eratura

bull Alice Munr o vencedor a do Preacutemio Nobel da Litera tura 2013 jaacute pensa

em parar na literatura

Critics Circle dos Estados Unidospela obra ldquoO amor de uma mulhergenerosardquo O galardatildeo no valor deoito milhotildees de coroas suecas (925mil euros) foi anunciado pelo se-cretaacuterio da Academia de CiecircnciasSueca no histoacuterico edifiacutecio da Bol-sa na baixa de EstocolmoNos uacuteltimos 10 anos o Nobel daLiteratura distinguiu nomes comoo chinecircs Mo Yan (2012) o sueco

Tomas Transtroumlmer (2011) o pe-ruano Mario Vargas Llosa (2010)a alematilde de origem romena HertaMuumlller (2009) o francecircs Jean--Marie Gustave Le Cleacutezio (2008)

a britacircnica Doris Lessing (2007)o turco Orhan Pamuk (2006) o

britacircnico Harold Pinter (2005) aaustriacuteaca Elfriede Jelinek (2004) eo sul-af ricano JM Coetzee (2003)A liacutengua portuguesa foi laurea-da uma uacutenica vez em 1998 coma atribuiccedilatildeo do preacutemio ao escri-tor Joseacute Saramago justificada pelaAcademia sueca com o facto deele ldquocom paraacutebolas sustentadas emimaginaccedilatildeo compaixatildeo e ironiapermitir mais uma vez apreenderuma realidade evasivardquo AS

I l e c

V i l a n c u l o

Os muacutesicos moccedilambi-canos Timoacuteteo Cuche(saxofonista) e JoatildeoCabral (guitarrista)

encontram-se desde a segun-da-feira dia 08 de Outubrona cidade da Bahia Brasil parauma seacuterie de actividades inse-ridas no projecto MarrasambaOs muacutesicos nacionais seratildeoacompanhados por muacutesicos doBrasil Seacutergio Castanheira no

Trombone Alexandre Mon-tenegro na viola baixo UiraacuteCairo na bateria e MauriacutecioMuntildeoz na percussatildeo

O Marrasamba eacute um projectode intercacircmbio cultural en-tre Brasil e Mocambique quepropotildee a troca de experiecircnciase a mistura entre dois gecircnerosmusicais a Marrabenta mo-ccedilambicana e o Samba brasileirocom o objectivo da divulgaccedilatildeodestes geacuteneros atraveacutes de con-certos musicais e do ensino eminstituiccedilotildees de ensino nos doispaiacuteses e natildeo soacuteO projecto Marrasamba surgiu

a partir de um intercacircmbio cul-tural que levou o trombonistae baixista carioca Seacutergio Cas-tanheira para a cidade de Ma-puto onde conheceu os muacutesi-cos e professores da Escola deComunicaccedilatildeo e Artes da Uni-

versidade Eduardo Mondlane Timoacuteteo Cuche (saxofonista) e Joatildeo Cabral (guitarrista)O projecto foi lanccedilado emMocambique no dia 07 de Se-tembro data das celebraccedilotildees daIndependecirccia do Brasil dentroda programaccedilatildeo da semanacultural Brasil-Mocambiqueorganizada pela Banda TP50No Brasil Joatildeo Cabral e Timoacute-teo Cuche iratildeo orientar oficinasde muacutesica moccedilambicana e par-ticipar em debates sobre muacutesi-ca Africana e educaccedilatildeo musicalO repertoacuterio do show Marra-samba eacute composto de marra-bentas e sambas tradicionaiscom arranjos que misturam asriacutetmicas de cada geacutenero aleacutemde composiccedilotildees originais cria-das pelo grupo jaacute no universodessas experimentaccedilotildees

M uacutesicos nacionaisno Braacutesil

O

Instituto Superior de Ar-tes e Cultura (ISArC) noacircmbito do desenvolvimen-to do processo de ensino e

aprendizagem e produccedilatildeo cientiacutefi-ca realiza nos dias 17 e 18 de Ou-tubro do ano em curso (quinta-feirae sexta-feira) a II Ediccedilatildeo de Jorna-das Cientiacuteficas cujas sessotildees teratildeolugar nas instalaccedilotildees do ISArC apartir das 9H00 agraves 16h00 sob lemaldquoo Papel das Induacutestrias Culturaisna Valorizaccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Artee Cultura Moccedilambicanasrdquo Comeste mote pretende-se que a comu-nidade acadeacutemica e natildeo soacute discutae reflicta sobre como as induacutestrias

II ediccedilatildeo de JornadasCient iacutef icas do ISArC

culturais podem impulsionar a valorizaccedilatildeo das artes e cultura noPaiacutes A participaccedilatildeo nestas jorna-das natildeo se restringe aos estudantese docentes do ISArC mas a todosos interessados pelas artes e culturaque o poderatildeo fazer atraveacutes de umartigo uma instalaccedilatildeo exposiccedilatildeo

workshop ou mesa redondaPara esta ediccedilatildeo de jornadas cientiacute-ficas estatildeo previstos para apresenta-ccedilatildeo e discussatildeo temas de seguintesaacutereas Arte Cultura e EconomiaArte Cultura e educaccedilatildeo Cinemae Economia Patrimoacutenio Cultural esua Comodificaccedilatildeo e Arte Culturae Turismo AS

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9Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

O Congresso de Pem-ba e o fim do Poliacuteti-co em MoccedilambiqueQuando o Embaixador

espanhol no dia seguinte ao despe-dimento por parte do grupo privadoSOICO do chefe da informaccedilatildeo Je-remias Langa de visita agraves instalaccedilotildeesdo mesmo grupo elogia Moccedilambi-que como um paiacutes em que dominao pluralismo e a liberdade de infor-maccedilatildeo ficou claro que a luta pelo re-torno duma democracia mais efectivae menos autoritaacuteria tem que ser de-sempenhada apenas ao niacutevel internosem contar com a contribuiccedilatildeo dossupostos doadores e da comunidadeinternacional

O episoacutedio apenas referido repre-senta o uacuteltimo de uma seacuterie queestaacute abalando o mundo poliacutetico ede reflexo a comunicaccedilatildeo social emMoccedilambique Esta aceleraccedilatildeo co-meccedilou com o Congresso de Pembapor parte da Frelimo em Setembroe desaguou numa mudanccedila que jaacutenatildeo diz respeito apenas ao partidono poder mas sim a toda a socie-dade moccedilambicana Ela pode serresumida com a seguinte expres-satildeo passou-se duma concepccedilatildeo dopoder ldquodiluiacutedordquo (ou seja nas matildeosdas vaacuterias alas da Frelimo) a umade poder ldquoconcentradordquo (ou sejanas matildeos do actual Presidente daRepuacuteblica Armando Emiacutelio Gue-buza e da restrita elite a ele fiel)No Congresso de Pemba Gue-buza conseguiu afastar todos osseus supostos opositores internosempurrando as organizaccedilotildees demassa controladas pela Frelimodo seu lado Daquela que reuacuteneos jovens (OJM) aquela das mu-lheres (OMM) aos Antigos Com-batentes Personagens relevantestais como Luiacutesa Diogo e ManuelTomeacute foram afastados do Comi-teacute Poliacutetico do partido assim comoministros de peso a partir do an-tigo primeiro Aires Ali passandopor muitos outros e por uacuteltimopelo Ministro dos TransportesZucula caiacuteram estrondosamente erepentinamente sem uma explica-ccedilatildeo poliacutetica claraO caso mais recente relativo aoministro Paulo Zucula faltandoapenas poucos meses ao fim domandato de Guebuza (as eleiccedilotildeesgerais satildeo previstas para 2014) eacuteum dos mais obscuros A imprensanatildeo tem abordado a questatildeo me-diante uma leitura poliacutetica masprocurando explicaccedilotildees bastantecomplicadas e dedutivas inerentesaos interesses em jogo e agraves eventu-ais ldquotraiccedilotildeesrdquo do Ministro nalgunsnegoacutecios em que estaria envolvi-do o Presidente da Repuacuteblica Naediccedilatildeo do dia 20 de Setembro osemanaacuterio ldquoSavanardquo assim faz a suamanchete ldquoGuebuza refresca Zu-culardquo No interior do jornal realccedila--se que o despedimento foi comoaconteceu com os outros ministros

A nova sit uaccedilatildeo poliacutet ica de M occedilambique e osseus reexos sobre a liberdade de imprensaPor Luca Bussott i

que tiveram a mesma sorte repen-tino e sem nenhuma explicaccedilatildeomas tenta-se avanccedilar hipoacutetesesA mais acreditada tem a ver comum contrato milionaacuterio o relativo

ao corredor de Mucuze necessaacute-rio para implantar uma ferrovia de525 km de Mutarara (Tete) ateacute agravecidade da Beira com o objectivo deescoar o carvatildeo que estaacute a ser ex-traiacutedo no oeste de Moccedilambique OConselho dos Ministros teria op-tado por uma adjudicaccedilatildeo directado projecto (que vale cerca de 31mil milhotildees de USD) a um consoacuter-cio indo-moccedilambicano que incluia principal sociedade controladapela Frelimo a SPI e a que Zucu-la teria-se oposto Por outro ladoo semanaacuterio ldquoExpressordquo reportano dia 17 de Setembro que houve

demasiada ldquoambiccedilatildeordquo e ao mesmotempo ldquotraiccedilatildeordquo de Zucula relativa-mente agrave figura do Presidente Gue-buza Fontes anoacutenimas citadas poreste jornal destacam que Zuculanatildeo foi dispensado por incompe-tecircncia mas sim porque ldquometeu acolher na panela controlada peloseu chefe neste caso o Presidenteda Repuacuteblicardquo

Tais leituras dizem o seguinte porum lado as disputas internas aopartido no poder tecircm uma com-ponente poliacutetica irrelevante Poroutro tudo se joga em volta de ne-goacutecios bilionaacuterios dos quais a no-

menclatura pretende ter o mono-poacutelio de acordo com a hierarquiaocupada na FrelimoIsso deixa vislumbrar qual foi a

verdadeira natureza do Congressode Pemba pouco falou-se de po-liacutetica mas muito de quem devia epodia dominar os processos eco-noacutemicos no paiacutes para os proacuteximosanos E natildeo resta duacutevidas de queo vencedor foi o actual Presiden-te Guebuza Acima de tudo porele ter conseguido o domiacutenio dopartido tendo sido reeleito Presi-

dente para os proacuteximos cinco anosMas sobretudo por ter elimina-do natildeo apenas os seus adversaacuteriosinternos mas a proacutepria poliacuteticado horizonte da Frelimo Assim

sendo as vozes discordantes tam-beacutem foram caladas passando detal forma dum modelo de laquodemo-cracia autoritaacuteriaraquo a um de laquoauto-ritarismo democraacuteticoraquo em queos mecanismos eleitorais internosagrave Frelimo assim como gerais natildeopassam dum mero formalismoO facto de o actual Presidente daCNE (Comissatildeo Nacional dasEleiccedilotildees) ter sido proposto natildeo porum dos sujeitos indicados pela leipertencentes agrave sociedade civil massim por um indiviacuteduo singular (oantigo Presidente de mesmo oacutergatildeoe antigo Reitor da Universidade

Eduardo Mondlane Brazatildeo Ma-zula) demonstra a inconsistecircnciado aparato legislativo moccedilambica-no nesta fase extremamente criacuteticae delicada que o paiacutes estaacute atraves-sando No entretanto a comunida-de internacional finge de natildeo vercom o uacutenico objectivo de protegeros enormes interesses no carvatildeo nogaacutes e talvez no petroacuteleo que quasetodos os grandes investidores tecircmem Moccedilambique

O silenciament o da comuni-caccedilatildeo socialUma das grandes marcas na his-toacuteria recente de Moccedilambique temsido a vivacidade da comunicaccedilatildeosocial Existem hoje uma dezenade jornais independentes emisso-ras televisivas e radiofoacutenicas tam-beacutem autoacutenomas raacutedios comuni-taacuterias espalhadas por todo o paiacutesEntretanto a situaccedilatildeo efectiva daliberdade de imprensa piorou bas-tante nos uacuteltimos dois anos e no-meadamente a seguir ao Congressode Pemba da FrelimoA estrateacutegia usada tem sido dedupla natureza por um lado ocontrolo directo da comunicaccedilatildeo

social puacuteblica ou seja do diaacuterioldquoNotiacuteciasrdquo do semanaacuterio ldquoDomin-gordquo da emissora televisiva maisantiga e difusa do paiacutes a TVM eda proacutepria Raacutedio Moccedilambique

Por outro o controlo indirecto dacomunicaccedilatildeo social independen-te com vaacuterios meios aquisiccedilatildeopor parte de sociedades anoacutenimasmas controladas pela Frelimo dasquotas de maioria desses jornais(como eacute o caso do semanaacuterio ldquoPuacute-blicordquo) infiltrar pseudo-colunistasnesses oacutergatildeos (cuja lista foi recen-temente publicada pelo ldquoSavanardquo)para diluir o seu potencial criacuteticocortar os anuacutencios das sociedadespuacuteblicas tais como EDM MCELe outras de maneira a reduzir ascapacidades financeiras da impren-sa privada e obrigaacute-la a tornar-se

mais ldquoobedienterdquo ou a fechar de vezMas o niacutevel maacuteximo de ingerecircnciado poder poliacutetico nos assuntos re-lativos agrave comunicaccedilatildeo social priva-da eacute o caso Jeremias Langa e nogeral da SOICO TV Apesar daspressotildees e ateacute ameaccedilas recebidasa Redacccedilatildeo da STV decidiu fazeruma cobertura cabal das duas ma-nifestaccedilotildees violentas que agitarama capital moccedilambicana Mapu-to no dia 5 de Fevereiro de 2008e nos dias 1 e 2 de Setembro de2010 Em particular neste uacuteltimocaso Jeremias Langa na entrevistado dia 19 de Setembro deste anoresistiu agraves pressotildees provenientesdirectamente do partido Frelimo efoi a frente com o programa cujaemissatildeo durou cerca de oito horase graccedilas ao qual todo o paiacutes ficoua par daquilo que estava aconte-cendo nas ruas de Maputo A se-guir ao episoacutedio o grupo SOICOdeixou de receber a publicidadedas sociedades puacuteblicas (como vecirc--se claramente analisando o jornalldquoO Paiacutesrdquo dos uacuteltimos dois anos) ede ser convidado para participarnas ldquoPresidecircncias Abertasrdquo onde oChefe de Estado vai visitar e fazer

auscultaccedilatildeo dos problemas dos seusconcidadatildeos nas vaacuterias proviacutenciasdo paiacutesEm Junho deste ano todavia ogrupo SOICO eacute readmitido agravesPresidecircncias Abertas mas o jor-nalista que devia acompanhar estaactividade presidencial tinha sidoescolhido pela proacutepria equipa doPresidente e natildeo pelo director dainformaccedilatildeo Aleacutem disso JeremiasLanga teve momentos de fortescontrastes com o PCA do gru-po pois a linha editorial estava ater um rumo diferente sugeria-seque a postura criacutetica adoptada ateacuteentatildeo (e que tinha credibilizado o

jornalismo quer da STV quer do jornal ldquoO Paiacutesrdquo) tivesse de sofrersignificativas alteraccedilotildees em proldum relacionamento menos con-flituoso com o poder poliacutetico Umatal opccedilatildeo que negava de facto 11anos de jornalismo comprometidoe investigativo levou a fazer comque Jeremias Langa depois doseu adjunto Joseacute Belmiro tivesseque deixar o cargo que ocupavaembora com a garantia de podercontinuar com dois programastelevisivos de grande audiecircncia eimpacto em total autonomia Umcompromisso que apenas atenuouo sentido das medidas tomadase que aproxima inevitavelmenteo grupo SOICO agrave nomenclaturamoccedilambicana Como demonstrao facto de os anuacutencios das empre-sas puacuteblicas no jorna ldquoO Paiacutesrdquo estarpaulatinamente de voltaNo que diz respeito agrave imprensa puacute-blica os jogos foram ainda mais faacute-ceis As estrateacutegias adoptadas tam-beacutem foram diferentes mas todas

visando o mesmo objectivo pararcom as criacuteticas como claramentemanifestou o proacuteprio PresidenteGuebuza em vaacuterias circunstacircnciasinclusive no recente Congresso daOJM (ver ldquoDomingordquo 15 de Se-tembro de 2013)Primeiros sinais de que a comu-nicaccedilatildeo puacuteblica devia estar com-pletamente amordaccedilada por partedo regime deram-se jaacute no prin-ciacutepio de 2011 O mais destacado

jornalista da TVM Elio Jonasseque costumava ler o noticiaacuterio danoite e conduzia vaacuterios programasde opiniatildeo por causa da sua postu-ra frontal e profissional para comrepresentantes do Governo foiobrigado a deixar a profissatildeo jorna-liacutestica trabalhando actualmente noBanco de Moccedilambique O climana TVM tornou-se gradualmenteinsuportaacutevel Jornalistas por mimentrevistados no mecircs de Setembroe que aceitaram falar sob anonima-to declararam que a TVM natildeo tempassado nos uacuteltimos meses (apro-

ximadamente apoacutes o Congresso dePemba) de mera emissora propa-gandiacutestica do partido no poder enomeadamente da figura do Chefede Estado Notiacutecias ou reporta-gens por eles feitas satildeo geralmente

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censuradas ou totalmente ignora-das pelos dirigentes da emissoraprincipalmente quando se tratade abordar assuntos inerentes aomaior partido de oposiccedilatildeo a Re-namo Uma entrevista de cerca deduas horas com Dhlakama o liacutederda Renamo foi censurada e nuncachegou a ser transmitidaEste elevado niacutevel de frustraccedilatildeodesagua por vezes na entrega danotiacutecia aos colegas da comunica-ccedilatildeo social privada os quais tecircm apossibilidade de publicar aquiloque os oacutergatildeos controlados peloEstado natildeo conseguem tornarpuacuteblico Esta praacutetica foi confir-mada mediante entrevistas feitasem Maputo junto a jornalistas dacomunicaccedilatildeo social puacuteblica assimcomo independente tendo os doiscomo o uacutenico objectivo a procurada verdade e a tentativa de pautarpelo profissionalismo cuja praacuteticatornou-se impossiacutevel nos oacutergatildeoscontrolados pelo Estado Esta for-ma de resistecircncia a um poder quetende a fechar qualquer espaccedilo dediscussatildeo eacute a uacuteltima que a classedos profissionais da comunicaccedilatildeoespontaneamente encontrou paraconseguir informar os seus con-cidadatildeos daquilo que se passa nomundo poliacutetico e econoacutemico localO jornal ldquoNotiacuteciasrdquo teve a mesmasorte que a TVM O seu antigo di-rector Rogeacuterio Sitoe foi dispensa-do em Junho deste ano depois deter assumido as funccedilotildees em 2003

substituindo Bernardo Mavangaactual Assessor juriacutedico do jornalEste acto foi uma clara conse-quecircncia da nova linha do ldquopoderconcentradordquo ao inveacutes que ldquodiluiacutedordquopautada pela Presidecircncia Comotentou explicar Sitoe numa entre-

vista que nos concedeu no dia 19de Setembro deste ano em Mapu-to a sua aposta sempre foi de fazerum jornalismo com um pouco depropaganda ao passo que agoraestaacute acontecendo exactamente ocontraacuterio Apoacutes a sua saiacuteda da di-recccedilatildeo este diaacuterio eliminou qual-quer sentido criacutetico tatildeo que duran-te as primeiras 16 ediccedilotildees do ldquonovocursordquo a manchete sempre trazia afoto do Presidente Guebuza Estehaacutebito continua ateacute hoje descre-dibilizando ainda mais um jornalque com Sitoe tentou pelo menosmanter alguns espaccedilos de liberda-de por exemplo mediante ruacutebricastais como a das ldquoconjecturasrdquo ascartas dos leitores ou os proacuteprioseditoriais do directorVale a pena recordar a este propoacute-sito os dois editoriais escritos porSitoe ao longo do Congresso dePemba e que certamente chama-ram a atenccedilatildeo do Presidente da Re-puacuteblica e da restrita elite dos seusconselheiros (acima de tudo do seuactual porta-voz Edson Macuaacute-cua) por ter dado pouco espaccedilo agraveproeminente figura de Guebuzaavanccedilando criacuteticas impliacutecitas con-tra a sua maneira de gerir o partido

No editorial do dia 28 de Setem-bro Sitoe defende que a Frelimoestaacute subdividida em alas e que issonatildeo soacute seria normal mas faria parteda tradiccedilatildeo histoacuterica deste partidoUma tal situaccedilatildeo estaria a teste-munhar ldquouma necessidade dialeacutec-tica de movimento e crescimentordquoApesar de Guebuza ter conseguidoquase 99 dos votos da assembleiaSitoe destaca o facto de ldquomembroshistoacutericos deste partido a clamarpor maior diaacutelogo internordquo dandocontinuidade a uma ldquomaior liber-dade de imprensardquo que estaria sobrisco de retrocessos No editorialdo dia 5 de Outubro recordandoa assinatura dos acordos de Romaentre Frelimo e Renamo ocorridano dia 4 de Outubro de 1992 Sitoerealccedila a necessidade e a importacircn-cia vital do diaacutelogo entre as partesnum momento em que a ldquoala durardquoda Frelimo estava prevalecendo noque diz respeito aos pedidos da Re-namo finalizados a encontrar solu-ccedilotildees paciacuteficas para novas proble-maacuteticas que este partido continuaateacute hoje a colocar numa conversaentre surdos O facto de Sitoe terfeito coberturas ldquoabertasrdquo dos uacutelti-mos acontecimentos dando espa-ccedilo mesmo agraves razotildees da Renamo esobretudo da oposiccedilatildeo interna agraveFrelimo (a partir da figura do an-tigo Presidente Joaquim AlbertoChissano) valeu-lhe o afastamentodo cargo de director e a nomeaccedilatildeocomo Assessor do CDA do jornal

A mesma sorte que tinha tocadoao seu predecessor Bernardo Ma-

vanga actual Assessor juriacutedico dogrupo Notiacutecias srl

O ldquoautori tarismo demo-craacuteticordquo e a imprensa emMoccedilambiqueA constante pressatildeo exercida junto

agrave comunicaccedilatildeo social tem desven-dado uma realidade que pareciaconstituir apenas uma lembranccedilada altura do regime a partido uacuteni-co quando o responsaacutevel ideoloacutegi-co da Frelimo Jorge Rebelo ditavaa linha editorial dos oacutergatildeos de co-municaccedilatildeo bypassando na iacutentegrao governo e o ministro competenteO processo de lenta mas progressi-

va abertura democraacutetica que tinhacomeccedilado a afirmar-se em Mo-ccedilambique a partir do princiacutepio dosanos Noventa parou e os princi-pais sinais deste cenaacuterio podem serresumidos nos seguintes pontos1 A concentraccedilatildeo do poder econoacute-mico e poliacutetico nas matildeos do actualChefe de Estado e dos seus maisdirectos colaboradores2 O aniquilamento dos adversaacute-rios internos incapazes de opor-seabertamente agraves decisotildees do Chefede Estado e Presidente da Frelimo3 O total arbiacutetrio e a falta de expli-caccedilatildeo puacuteblica no que diz respeitoaos despedimentos e nomeaccedilotildees detodos os cargos relacionados coma esfera governamental dando azoa ldquofofocasrdquo que tornam ainda mais

turvo o ambiente poliacutetico moccedilam-bicano4 O papel irrelevante do Parla-mento que quase que natildeo discuteassuntos e leis julgados incoacutemodostais como (de recente) tem aconte-cido em relaccedilatildeo agrave lei sobre acesso agraveinformaccedilatildeo

5 A ideia de que o livre exerciacutecioda criacutetica soacute prejudica a actividadedo Governo e portanto tem queser limitada e ateacute banida6 Consequentemente haacute uma ten-tativa bastante evidente e aberta desilenciar a comunicaccedilatildeo social agovernamental de forma directa aprivada mediante pressotildees de vaacuterianatureza junto aos proacuteprios oacutergatildeosa editores ou a jornalistas singula-res7 Fazer com que a questatildeo relati-

va agrave qualidade da democracia e daparticipaccedilatildeo dos cidadatildeos junto agravetomada de decisotildees estrateacutegicaspara o paiacutes passe a ser consideradaa partir da comunidade internacio-nal como assunto secundaacuterio pri-

vilegiando os negoacutecios bilionaacuteriose portanto a vertente econoacutemicado desenvolvimento

Bussoti eacute investigador Auxiliar noCentro de Estudos Internacionais ndash

ISCTEIUL Lisboa Texto retirado do PAMBAZUKA

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A experiecircncia do modelo

brasileiro de desenvolvi-mento agraacuterio natildeo cria il-usotildees em Augusto Juncal

do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra do Brasil (MST)sobre o efeito ldquoperversordquo que o Pro-SAVANA vai gerar para os cam-poneses do corredor de Nacala

Presente em Moccedilambique a conviteda Uniatildeo Moccedilambicana dos Cam-poneses (UNAC) para participarna II Conferecircncia InternacionalCamponesa sobre a Terra Juncaldiz que a reacuteplica da chamada agri-cultura do cerrado brasileiro que osgovernos brasileiro moccedilambicano ejaponecircs querem praticar em 19 dis-tritos do centro e norte de Moccedilam-bique vai gerar comunidades desem terras como aconteceu no seupaiacutesldquoO reassentamento eacute um passopara virar sem terra (hellip) Eu achoque a preocupaccedilatildeo dos campone-ses moccedilambicanos em relaccedilatildeo aoProSAVANA eacute pouca para o ta-manho do problema que estaacute a virEu acho que os camponeses aindanatildeo se deram conta do que estaacute avir porque quando se derem con-ta natildeo teratildeo nenhuma negociaccedilatildeopara fazer com o Governordquo disse

Augusto JuncalO activista do MST brasileiro

considera inevitaacutevel que o ProSA-VANA despoje os camponeses dastrecircs proviacutencias abrangidas pela ini-ciativa do uacutenico recurso que detecircmndash precisamente a terra ndash pelas suascaracteriacutesticasldquoProSAVANA vai trabalhar commonoculturas como soja algodatildeo ecriaccedilatildeo extensiva de gado A mono-cultura requer alto uso de agro-toacutex-icos que contaminam a aacutegua o ar

e a terra e mecanizaccedilatildeo intensa enatildeo precisa de camponeses ProSA-

VANA natildeo vai plantar mandioca emapira eacute para culturas que interes-sam ao mercado europeu e norte-americanordquo frisou Augusto Juncal

Quanto agraves garantias do Governomoccedilambicano sobre o respeito dosdireitos dos camponeses da aacuterea deimplementaccedilatildeo da referida iniciati-

va o ldquosem terrardquo recorre ao exemplobrasileiro para fundamentar a sua

duacutevida de que esse compromissoseraacute observado

ldquoTudo o que eles dizem natildeo re-

alizam A reforma agraacuteria era umapauta do Governo Lula mas ficouesquecida Dilma Rousef literal-mente acusou duramente o fal-hanccedilo do Governo Lula na questatildeoagraacuteria mas defende agora a pri-

vatizaccedilatildeo do Preacute-Salrdquo apontou Au-gusto JuncalPara o militante da causa camp-esina a turbulecircncia social causadapela implementaccedilatildeo de projec-tos mineiros em Moccedilambique eacuteum testemunho de que a retoacutericamessiacircnica do ProSAVANA vaiconverter-se num cataclismo socialpara MoccedilambiqueldquoNatildeo precisa de retoacuterica nempoliacutetica para ver o desastre asexperiecircncias estatildeo aiacute vocecircs osmoccedilambicanos tecircm que ler as ex-periecircncias que estatildeo acontecendoaiacuterdquo afirmou Augusto JuncalPara o activista dos direitos doscamponeses brasileiros o projectotriangular vai desferir um golpemortal a um ganho que a inde-pendecircncia de Moccedilambique em1975 conseguiu e que faz inveja aosbrasileiros que eacute a posse da terrapelos mais pobresldquoNoacutes nunca tivemos uma reformaagraacuteria vocecircs tiveram apoacutes a inde-pendecircncia do paiacutes mas vatildeo deitar

tudo a perderrdquo sublinhou Augusto Juncal

Querem impor-nos um fa-

lhanccedil o - UNACPor sua vez a UNAC retomou du-rante a II Conferecircncia Internac-ional Camponesa sobre a Terra osataques cerrados ao ProSAVANAinsistindo na expropriaccedilatildeo da terradestruiccedilatildeo dos ecossistemas locais eemergecircncia de fomeldquoIsto eacute grave Quem conhece a re-alidade brasileira sobre este modeloque foi importado para o ProSA-VANA sabe que 80 por cento dasexportaccedilotildees geradas satildeo detidas pe-las empresas privadas Querem im-por-nos um modelo que fracassouno Brasilrdquo disse Vicente Adrianooficial de Advocacia e Cooperaccedilatildeo

da UNACEm conferecircncia de imprensa reali-zada em Maputo o coordenador doProSAVANA Calisto Bias tentourefrear as preocupaccedilotildees dos rep-resentantes dos camponeses afir-mando ldquoa soberania dos campone-ses sobre a terra seraacute respeitada peloProSAVANArdquoSegundo Calisto Bias que repre-senta o Ministeacuterio da Agriculturamoccedilambicano no ProSAVANA ainiciativa assenta em pilares comoo desenvolvimento integrado einclusivo que tem em conta asrealidades e especificidades agro-ecoloacutegicas e socioculturais de cada

um dos 19 distritos de incidecircnciado projecto

ldquo Sem Terra brasileirordquo daacute o veredict o

ldquo ProSAVANA eacute perverso para os moccedilambicanosrdquondash di z Augu st o Jun cal

Augusto Juncal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terrado Brasil (MST)

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14 Savana 18 -10-2013Savana 18 -10-2013 15NO CENTRO DO FURACAtildeO

ldquo Caminhamos de novo para uma armadilhardquoPor Ricardo Mudaukana O autor procuraraacute neste texto ser pedagoacutegico para facilitar a compreensatildeo dos

leitores menos familiarizados com alguns conceitosEste texto refere-se principalmente ao lado das despesas do orccedilamento eapenas agrave anaacutelise dos principais indicadores macroeconoacutemicos associados ao

orccedilamentoO orccedilamentocomo conta puacuteblica compotildee-se das despesas do Estado para assegurarserviccedilos puacuteblicos aos cidadatildeos (educaccedilatildeosauacutedeseguranccedila socialetc)seguranccedila do paiacutese das pessoasdefesa dos direitos e liberdadesjusticcedila entre outrosEstas funccedilotildees natildeo tecircmporque ser um monopoacutelio estatalRealiza ainda actividades econoacutemicas e de investimen-tocom ou sem parcerias com o sector privado (infra-estruturasserviccedilos de monopoacuteliosnaturais cuja actividade natildeo interessa ao sector privadoetc)Sobre o papel do Estado naeconomia sempre existiu um constante debate inacabado natildeo apenas devido agraves variaccedilotildeesdos contextos no tempo no espaccedilo como ainda por razotildees poliacuteticasideoloacutegicas e outrasOnde se pode encontrar algum pensamento comum eacute na necessidade do Estado de-senvolver os serviccedilos com eficiecircncia e eficaacuteciac onsiderando que utiliza a riqueza doscidadatildeos atraveacutes dos impostos ou da cooperaccedilatildeo (igualmente impostos pagos nos paiacutesesdoadores) e que os serviccedilos sejam de faacutecil acesso isto eacuteestejam proacuteximos dos cidadatildeosExige-se ainda que o Estado natildeo absorva uma elevada percentagem da riqueza nacionalmedido pela percentagem dos gastos puacuteblicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto - in-dicador que mede a riqueza nacional)isto para libertar recursos para as famiacutelias e a ac-tividade privadasupondo o princiacutepio (sempre discutiacutevel)que o sector privado eacute sempree necessariamente mais eficientePor isso o Estado deve possuir uma gestatildeo eficiente dos recursoso que dependeemgrande medidadas opccedilotildees da governaccedilatildeoda competecircncia dos gestores puacuteblicosda ca-pacidade da sociedade em controlar a actividade e as contas puacuteblicas (atraveacutes do Parla-mento ou por outros mecanismos) Por issoo Estado deve ser transparente nas decisotildeese nas contasdisponibilizando informaccedilatildeo aos cidadatildeos e os servidores do Estado devem

reger-se pela eacutetica republicana onde existe uma clara separaccedilatildeo de interesses entre oprivado e o puacuteblicoUma gestatildeo saudaacutevel sugere que os gastos natildeo sejam superiores agraves receitasque a diacutevidaseja sustentaacutevel (possibilidade de ser paga no futuro) e baixa ( para natildeo penalizar as fu-turas geraccedilotildees atraveacutes de impostos acrescidos para pagamento da diacutevida contraiacuteda nopassado)As opccedilotildees do governo (opccedilotildees puacuteblicas) deveriam sempre ter em conta o mel-hor cumprimento das funccedilotildees do Estado em cada fase do desenvolvimentoFeita esta breve apresentaccedilatildeoo autor utilizaraacute principalmente os seguintes indicadores(1) gastos puacuteblicosPIBdestacando os salaacuterios dos funcionaacuterios (2) Deacutefice puacuteblicoPIBfinanciamento do mesmo e a diacutevida puacuteblicaPIB(3) grau de sustentaccedilatildeo do orccedilamentodo Estado atraveacutes de recursos gerados pela economia concretizado pelo indicador recei-tasgastos(em percentagem)e (4) evoluccedilatildeo de alguns gastoscomo forma de observaracerca de algumas opccedilotildees do governoNatildeo haacute consenso sobre os paracircmetros que indiciam situaccedilotildees de estabilidadesustentabi-lidade ou de criseinstabilidadeAs teorias convencionais referem que o Estado deve serldquoleverdquo(o que se reflecte numa baixa percentagem dos gastos puacuteblicossobre o PIB ndash natildeomais que 30) um deacutefice proacuteximo de zero e uma diacutevida que seja possiacutevel de ser pagasem sacrifiacutecios sobre os rendimentos das futuras geraccedilotildeesSegundo as mesmas escolasoestado deve assumir funccedilotildees muito especiacuteficas e que natildeo sejam do interesse do sector pri-

vado (por exemplodefesa e seguranccedila nacionalcerto tipo de investigaccedilatildeo e facilitaccedilatildeo daactividade privada com a criaccedilatildeo de bons ambientes de concorrecircncias) e o que se entendepor estado social deveraacute ser assegurado por sistemas de seguros e pensotildees oferecidos porinstituiccedilotildees financeiras privadasPressupotildee-se que o mercado eacute o mais eficiente alocadorde recursosos agentes econoacutemicos possuem loacutegicas de maximizaccedilatildeo de objectivos (lucroutilidadesetc)num ambiente concorrencial e de negoacutecios

Toda a informaccedilatildeo utlizada neste texto foi obtida do Orccedilamento Geral do Estado e operiacuteodo analisado eacute o de entre 2001 e 2012Por isso natildeo estatildeo indicadas as fontes dosgraacuteficos ao longo do texto

Graacutefico 1Despesas totaisPIBem percentagem

Alertas sobre o Orccedilam ento do EstadoPor Joatildeo Mosca

Graacutefico 2

Despesas com o pessoaldespesas correntesem percentagem

Os dois graacuteficos acima revelam(1) um evidente crescimento dos gastos do Estado comopercentagem do PIB(2) a manutenccedilatildeo percentual dos gastos com o pessoalporeacutem comcrescimentos reais dos gastos considerando o aumento destesa factura dos salaacuterios dosfuncionaacuterios passou de 58 do PIB em 2001 para 102 em 2012o que pode ser con-siderado muito elevado se comparado com outras economias (incluindo as africanas eda SADC)e (3) as despesas do Estado crescem mais rapidamente que o crescimentoeconoacutemicoconsiderando que a relaccedilatildeo GastosPIB estaacute a crescer

Graacutefico 3Deacutefice puacuteblico com e sem recursos externos em percentagem do PIB

Graacutefico 4Diacutevida puacuteblicaPIBem percentagem

Dos dois graacuteficos acimaobserva-se (1) um elevado deacutefice das contas puacuteblicas emos d os g raacute ficos a cm a o s er va -s e 1 um e e va do d eacutefice d as c on ta s uacute c as e m

relaccedilatildeo ao PIB e queem termos e valores absolutostem aumento por efeito do cresci-mento do PIB (2) embora a diacutevida possa natildeo ser considerada elevada assimela eacutedevido agrave cobertura dos deacutefices puacuteblicos dos anos anteriores pela cooperaccedilatildeo externadando por isso uma percepccedilatildeo pouco real (fictiacutecia) da realidadeEntre 2001 e 2012entre 85 e 90 do deacutefice puacuteblico foi coberto por recursos externos

Graacutefico 5Receitasdespesasem percentagem

Graacutefico 6Recursos externosdespesas totaisem percentagemOs graacuteficos 5 e 6 revelam duas evoluccedilotildees positivasUm aumento das receitas do Estado

e um decreacutescimo da dependecircnciaSe os megaprojectos natildeo tivessem os benefiacutecios fiscaisconhecidoseste cenaacuterio poderia ser muito diferentepara melhor

Graacutefico 7Despesas totais por habitante entre 2001 e 2012 Graacutefico 8

Despesas de funcionamento (acircmbito central) de alguns oacutergatildeos centraisa preccedilos con-stantes de 2011

O Graacutefico 7 revela uma grande diferenccedila na alocaccedilatildeo de recursos por habitante As

proviacutencias com taxas de pobreza mais elevadas satildeo as que tecircm menos recursos porhabitantesendo o contraacuterio tambeacutem verdadeiro (Cidade de Maputo e Proviacutencia deMaputo) O graacutefico 8 apresenta e compara os gastos de funcionamento de acircmbitocentral entre alguns oacutergatildeos do EstadoO graacutefico dispensa comentaacuterios

Em resumo pode-se afirmar que a evoluccedilatildeo do Orccedilamento do Estadosegundo os in-dicadores seleccionadosrequere reflexotildees e ajustamentosconsiderando o crescimentodo sector puacuteblico e da massa salarial dos funcionaacuteriosVerifica-se a persistecircncia de umapoliacutetica expansiva do gasto puacuteblicoum elevado do deacutefice sem recursos externos e sinaispreocupantes do endividamento puacuteblico (quando os recursos externos natildeo satildeo contabi-lizados)Parece evidente que satildeo necessaacuterios ajustamentos da distribuiccedilatildeo dos recursosentre proviacutencias e entre os oacutergatildeos do Estado a niacutevel centralComo elemento positivoressalta-se o aumento das receitas fiscaiso que permite a reduccedilatildeo da dependecircncia doorccedilamento em relaccedilatildeo agrave cooperaccedilatildeodonativosO espaccedilo desta coluna natildeo permiteanaacutelise do orccedilamento com a ecircnfase da economia poliacutetica

Outros indicadores de importacircncia analiacutetica natildeo foram apresentados como por ex-emploa alocaccedilatildeo entre sectores de actividadea composiccedilatildeo das receitas e do finan-ciamento do deacutefice e o reflexo no orccedilamento de algumas medidas de descentralizaccedilatildeoadministrativa

A evoluccedilatildeo das contas puacuteblicas de Moccedilambique natildeo pode deixar os cidadatildeos tran-quilosA actual crise em alguns paiacuteses da Europa tem como causa proacuteximao s dese-quiliacutebrios e o mal gastar dos dinheiros dos cidadatildeos derivado de poliacuteticas expansivase eleitoralistas no quadro das lutas partidaacuterias e de defesa dos poderesagrave custa e emprejuiacutezo dos cidadatildeosdas empresas e da economia

ndash c on sid era Grup o M occedil am bi ca no da Diacutevid a so br e o a ct ua l n iacutevel de d iacutevid a p uacuteb li ca

A organizaccedilatildeo mais conhe-cida em mateacuteria de mo-nitoria da diacutevida puacuteblicaem Moccedilambiqueo Grupo

Moccedilambicano da Diacutevida (GMD)co-mentou ao SAVANA o alarme que oTe Economist Intelligent Unit (EIU)

fez soar recentemente sobre a novaespiral de endividamento que o Go-verno moccedilambicano estaacute a seguirde- pois do oxigeacutenio que as contas puacuteblicasreceberam na sequecircncia da Iniciativade Aliacutevio da Diacutevida dos Paiacuteses Alta-mente Endividados (HIPC)haacute cercade 10 anos Para Humberto Zaqueu oficial deadvocacia do GMDa actual lideran- ccedila do paiacutes estaacute ldquoa armadilharrdquo Mo- ccedilambique numa futura asfixia finan-ceira que vai impedir investimentosimportantes em aacutereas essenciais comoa sauacutedeeducaccedilatildeo e abastecimento deaacutegualdquoOs nossos poliacuteticos natildeo resistemquando vecircem dinheiro eacute irrisoacuterioeste despesismo para o luxoVamos aChinaporque eles natildeo exigem requi- sitos natildeo se importam se vais com- prar armas para reprimir o teu povordquoconsidera Humberto Zaqueusobre orecurso ao dinheiro chinecircs apontadocomo um dos novos credores de peso de Moccedilambique

Justi1047297ca-se o alerta do EIU sobre oactual ritmo de endividamento doEstado moccedilambicanoDefinitivamente sim justifica-se enoacutescomo GMDtemos vaacuterios tra-balhos feitos e alguns em cursoquemostram uma tendecircncia de um novopadratildeo preocupante de endivida-mento Como GMDas pessoas en-quadram-nos num acircngulo de anaacutelisee de visatildeo sobre a diacutevida mais socialenquanto o Governo tem uma visatildeomais economicista da questatildeo OGoverno baseia as suas decisotildees so-bre a diacutevida em caacutelculos e indicado-res elaborados conjuntamente como Fundo Monetaacuterio Internacional(FMI) e Banco Mundial (BM)emraacutecios da diacutevida sobre exportaccedilotildeese serviccedilo da diacutevida sobre o Produto

Interno Bruto (PIB) e essa relaccedilatildeomostra que a diacutevida de Moccedilambiqueeacute sustentaacutevelao niacutevel dos nuacutemerosMas se for ver a dinacircmica dos pres-supostos que sustenta os tais raacuteciosque eacute a induacutestria extractiva e os me-gaprojectos que natildeo deixam nadapara Moccedilambiqueou pouco deixampara Moccedilambique entatildeo a partirdesse princiacutepioe stes raacutecios satildeo en-ganadores O nosso Governo estaacute abasear-se numa ldquorealidaderdquoirrealista

Quer dizer que os alicerces sobre osquais o Governo assenta a decisatildeode recorrer a um alegado endivida-mento excessivo natildeo satildeo con1047297aacuteveisO mecanismo de transmissatildeo da-queles raacutecios para a economia real deMoccedilambique eacute muito fraacutegil a basede redistribuiccedilatildeo da renda eacute muitoteacutenue O Governo radica o seu op-timismo em relaccedilatildeo agrave contrataccedilatildeo dadiacutevida a preccedilos elevados em pressu-postos irrealistas porque considera

um grande crescimento da economiaatraveacutes da induacutestria extractiva a umritmo acelerado Isso eacute claramenteilusoacuterio porque a induacutestria extrac-tiva beneficia de tantas isenccedilotildees oemprego gerado eacute limitadiacutessimo Jaacutetemos informaccedilotildees que apontam queo que os megaprojectos declaramcomo facturaccedilatildeo estaacute muito abaixoda real facturaccedilatildeoUsam esse esque-ma para acederem a isenccedilotildees unsconseguiram que o Estado lhes as-segurasse apenas 16 por cento sobreos seus rendimentosoutros natildeo maisde metade quando pela legislaccedilatildeotinham de pagar 32Eacute infantil pensar que a Vale ou outromegaempreendimento qualquer vaidinamizar a economia ao ponto depagar o niacutevel de diacutevida que o paiacutes estaacutea acarretarEstamos a ser confronta-dos com decisotildees politicamente to-madas que natildeo tecircm nada a ver comracionalidade econoacutemicaUm poliacute-tico menos informadoquando ouvedizer que o paiacutes estaacute a descobrir re-cursos naturaisfica na ilusatildeo e tomadecisotildees com fonte nessa ilusatildeoMasalguns politicamente mais prepara-dos em termos econoacutemicos tecircm tidoa sensatez de dizer acutetenham cuidadoo que vai acontecer na economia realnatildeo satildeo os nuacutemeros que estatildeo a serinvestidos pelas multinacionais natildeo

vale a pena pensa r que a induacutestriaextractiva vai gerar benefiacutecios para opaiacutes de hoje para amanhatilde`A expectativa menos remota eacute queesses projectos gerem benefiacutecios in-directos impulsionando alguma ho-telaria e turismoa agricultura pode

vir a beneficiar um pouco esse eacute oalerta que tem sido deixado pelospoliacuteticos mais informados tecnica-mente porque o caminho eacute longo eincertoInfelizmente os poliacuteticos menosinformados soacute vecircem o lado do in-

vestimento que eacute uma fantasia eacuteerradocomo vimos no iniacutecio com aMOZALque fez disparar o PIB aniacuteveis galopantese estaacute a aconteceragora com a Vale e a Rio Tintocomavultados investimentos mas sem

impacto sobre a economiaQuando se analisam os raacutecios usadospelo Governo na sua corrida ao en-dividamentoeacute faacutecil vecirc-se que estatildeoa diminuir enquanto a diacutevida estaacutea subirE statildeo a meter o paiacutes numaarmadilha econoacutemicacujo resultadoeacute esteagora estamos bem perto dosseis biliotildees de doacutelares em termos dediacutevidao niacutevel do HIPChaacute cerca de10 anos

E natildeo passa muito tempo desdeesse niacutevel de diacutevida impagaacutevelhellipNaquele tempo foi em condiccedilotildeesmais ligeiramente favoraacuteveis por-que eram maioritariamente diacutevidasconcessionais de credores bilateraisou sejade paiacutes para paiacutescom ta-

xas de juro ligeiramente acima dasconcessionais mas com periacuteodos dereembolso longos e as outras erammultilaterais com uma taxa de juromais baixa proacutexima de zero e comperiacuteodos de graccedila de 10 a 20Por ou-

tro lado as diacutevidas antes do HIPCforam contraiacutedas em periacuteodos com-parativamente mais longosmais oumenos em duas deacutecadase as actu-ais estatildeo a surgir a um ritmo acele-rado Depois do HIPC natildeo passammuitos anos e estamos perto do picohistoacuterico de cerca de seis biliotildees dedoacutelares

Banca sanguessugaO dinheiro chinecircs eacute mais caroO que se vecirc no recurso a esse di-nheiro eacute que estaacute a ser contratadoa um ritmo muito acelerado e emcondiccedilotildees muito desfavoraacuteveis OEXIMBANK(banco estatal chinecircsde creacutedito externo) empresta dinhei-ro com periacuteodos de reembolso muitocurtospara aiacute 10 anos periacuteodo degraccedila quase nulo e a taxa de juro estaacutebem perto da taxa de mercadoParao contexto do mercado moccedilambica-no10 por cento podem natildeo parecerexcessivos porque a nossa banca co-mercial cobra entre 10 a 12 por centomas essa eacute uma banca de sanguessu-gasporque 10 por cento satildeo proibiti-

vosOs mesmos bancos sul-africanosque caacute cobram issona Aacutefrica do Sulembolsam juros mais suavess abembem que a taxa real de empreacutestimosna Aacutefrica do Sul natildeo passa cinco porcentomas em Moccedilambique aplicam10 ou acima dissoPortanto quandofazemos uma anaacutelise cruzadavemosque a taxa real exigida pela China eacutede banca comercial a taxa de mer-cadocom periacuteodos de graccedila nulos ede desembolsos muito curtosisto vaidesgraccedilar o paiacutesO mais triste eacute que natildeo se compre-ende o recurso a fontes de finan-ciamento tatildeo lesivas aos interessesdo Estado moccedilambicanoporque ostradicionais doadores ainda cobreme ajudam a combater o deacutefice orccedila-mental Temos um orccedilamento comum deacutefice meacutedio de 40 por cento eacuteuma cifra realmente maiormas osdoadores comprometeram-se a de-sembolsar para este anopor exem-plocerca de 700 milhotildees de doacutelares

em apoio directo ao Orccedilamento Ge-ral do EstadoA ajuda externa jaacute estaacuteproacutexima senatildeo capaz de eliminar odeacutefice A pergunta entatildeoeacute porqueessa azaacutefama com o creacutedito chinecircsO que conseguimos perceber eacute quehaacute uma ilusatildeo da nossa ala poliacuteticase se tratasse de comidadiria gulaosnossos poliacuteticos natildeo resistem quando

vecircem dinheiro haacute despesismo Va-mos a china porque natildeo exigem re-quisitos se vais comprar armas parareprimir o teu povo natildeo se impor-tamAgrave Chinao que interessa eacute ga-rantir que o seu creacutedito seraacute pago porcontrapartidas como petroacuteleo dia-mantes carvatildeohellipqualquer dia Mo-ccedilambique ainda hipoteca o seu car-

vatildeopara pagar o que deve agrave ChinaNeste momentoa China natildeo colocaobstaacuteculos no acesso ao seu dinheiro

Mas o Governo justi1047297ca o recursoao endividamentocom o imperati- vo de infra-estruturashellipMas tem de haver prudecircncianatildeo voudeixar de criticar o uso que se faz dodinheiro puacuteblico edifiacutecios puacuteblicos

a serem construiacutedos mas entre fo-mentar a produccedilatildeo interna de arrozque cobre em apenas menos de cincopor cento a procura interna e deixa95 por cento para as importaccedilotildees eos edifiacutecios puacuteblicos e carros de luxopara a elite administrativa do paiacutesqual deve ser a prioridade Eacute oacutebvioo despesismo de luxo algum capri-cho puacuteblico ateacuteporque a fonte dodinheiro eacute faacutecilEste endividamentonatildeo vai para a produccedilatildeose fosse paraas vias de acessocompreendia-se

O EIU diz que o actual serviccedilo dadiacutevida jaacute eacute 40 por cento do PIB Eacutepossiacutevel chegar ao colapso que nosempurrou para o HIPCO risco imediato de natildeo conseguirpagar a diacutevida puacutebica pode natildeo serdaqui a cinco ou 10 anosmas numfuturo breve a capacidade do Esta-do fazer investimentos importantese estrateacutegicos vai reduzir Comeccedilaraacutea faltar dinheiro para a sauacutede edu-

caccedilatildeo e agricultura Esses sectoresessenciais vatildeo ressentir-se e muitoAteacute ao ano passadoa educaccedilatildeo tinhaum fundo para o vector da educaccedilatildeouniversal e Moccedilambique beneficioudurante cinco anos dessa verbamasacabou e soacute uma intervenccedilatildeo de uacutelti-ma hora do Banco Mundial permitiuum socorro de 50 milhotildees de doacutelaresA necessidade de alocar mais fundospara as aacutereas prioritaacuterias natildeo vai mu-darno entantoa capacidade de fi-nanciaacute-los pode retrair-seA reduccedilatildeode alguns fundos pode ser uma rea-lidademas que natildeo seja por isso quese vaacute justificar a corrida ao dinheirochinecircs porque a reduccedilatildeo dos apoiosdos tradicionais parceiros eacute ainda po-tencial os dadores continuam a darao ritmo programadoO que chama a atenccedilatildeo na relaccedilatildeocom os tradicionais parceiros eacute o re-forccedilo dos condicionalismos haacute umcondicionalismo que nem eu consi-dero sustentaacutevelo princiacutepio da tran-che variaacutevel Os doadores datildeo emparcelas o Governo tem de mostrarresultados convencer para tirar mais25 por cento mas tem sido muitotarde e isto compromete a execu-ccedilatildeo completa dos doadores na pers-pectiva de resultadosPor issoelesapostam no financiamento ao fundocomum em que eles mandam a suamissatildeo mandam uma equipa teacutec-nica para ver se as ambulacircncias quefinanciaram foram compradas por-que quando o apoio eacute directamenteao Orccedilamento do Estado eles natildeotecircm essa prerrogativaHaacute esta ten-decircncia de reduccedilatildeo do apoioporquea tranche variaacutevel estaacute a ser difiacutecil derespeitarmas no geralcontinuamoscom os doadores cometidos com osdesembolsosa uacutenica coisa eacute que natildeoestamos a aguentar com os condicio-nalismos cuja imposiccedilatildeo quanto amim justifica-se Quando dinheirospuacuteblicos satildeo usados para comprarmaacutequinas de barbear e outros malescomo os desvios no Ministeacuterio daEducaccedilatildeo entatildeo aperta-se o desem-bolsoe a alternativa eacute o dinheiro su-postamente faacutecil da Chinapara coi-

sas como o negoacutecio dos naviosComo dinheiro dado pelos novos credo-respode estar a fazer-se alguma coi-samas natildeo haacute optimizaccedilatildeo Que asdiacutevidas mobilizem a produccedilatildeodevernatildeo eacute maucontrair uma diacutevida parabeber sem capacidade eacute um crimemorala natildeo ser que tenha capacida-de de pagamentoSe se atingisse essepico de endividamentopara finan-ciar infra-estruturas essenciais natildeoestaacutevamos aqui a criticar

Haacute tambeacutem uma apreensatildeo com oendividamento internoEstamos a criar este cenaacuterio Elescriam condiccedilotildees para que o paiacutes vivaessa situaccedilatildeoE sses casos de corrup-ccedilatildeo que satildeo frequentemente relata-dos deixam os doadores pessimistase se sintam obrigados a impor condi-cionalismos que retardam a chegadade verbas e a multiplicaccedilatildeo de mis-sotildeesA hipoacutetese Chinaagraves vezeslevao seu tempo e o resultado eacute o deacutefice

na tesouraria que justifica emissotildeesde diacutevida interna provocadas pelodeacutefice na tesouraria Satildeo diacutevidas decurto prazomas criam uma enormepressatildeo porque o Governo tem depagar e eacute mais penosoporque eacute nosbancos comerciaisdado que mais de80 por cento dos moccedilambicanos natildeopagam sequer o seu consumo baacutesicologo natildeo compram as obrigaccedilotildees detesouro que o Estado lanccedila para sefinanciarQuem compra a diacutevida doEstado satildeo os bancos comerciaisquepreferem comprar tiacutetulos do Go-

verno porque o Governo nunca vaiagrave falecircncia natildeo precisa de hipotecasmas essas operaccedilotildees estatildeo a prejudi-car o investimentoIsso tudo porque

se criam cenaacuterios de desconfianccedilaque tornam moroso o financiamentotradicional que vem do exterior Oendividamento internopara finan-ciar a reconstruccedilatildeo por danos provo-cados pelas calamidades naturaisporexemplo entende-se eacute um recursode emergecircncia o Governo tem derecorrer a fundos excepcionais masgrande parte eacute deacutefice de tesouraria

Brasil e IacutendiaCentrou-se na China mas fala-sede outros novos credores Comoolha para o per1047297l do creacutedito do Bra-sil e da IacutendiaEles tambeacutem impotildeem condiccedilotildeesmais ou menos proacuteximas do mer-cadomas China eacute China Brasil eacuteBrasil e Iacutendia eacute IacutendiaEles natildeo tecircmcaracteriacutesticas similiaresnatildeo falam amesma liacutengua eacute por isso que o Go-

verno moccedilambic ano natildeo os conse-gue enquadrar na mesma plataformacomo acontece com os Parceiros deApoio Programaacutetico (PAP) Elesnatildeo tecircm procedimentos e caracteriacutes-ticas iguaissatildeo todos eles diferentesO Brasil natildeo daacute dinheiro natildeo eacute sua

vocaccedilatildeo dar directamente dinheirooseu dinheiro eacute em forma de assistecircn-cia teacutecnicase precisas de um teacutecnicoeles trazem o especialistaque traz oconhecimento de que carecesA si-tuaccedilatildeo amarga eacute que o Brasil eacute umcentro de financiamento de projectos

privados que estatildeo a entrar em Mo-ccedilambiquealguns deles como a Valemuito contestados sob o ponto de

vista socialO Brasil dispotildee de linhasde financiamento e paga o segurodos investimentos das suas empresaseacute vocaccedilatildeo do Brasil apoiar grandesprojectos Jaacute a China categoriza osseus devedoresna primeira catego-ria mete os que podem pagar direc-tamente com petroacuteleo ou diamantese paiacuteses como Moccedilambique estatildeo nacategoria trecircsque pagam o dinheirocom dinheiroNos mapas de amorti-zaccedilatildeo da diacutevida de Moccedilambiquequeestatildeo no Ministeacuterio das Financcedilasestaacute laacute que Moccedilambique paga comdinheiro os creacuteditos chinesesMas eacuteuma situaccedilatildeo mista porque o creacutedi-to chines tambeacutem tem laacute um poucodo modelo brasileiroatraveacutes da pre-senccedila em Moccedilambique de empresaschinesas financiadas pelo dinheirodo Estado chinecircs Cada paiacutes tem oseu modelo de financiamento

Humberto Zaqueu o cial de advocacia do GMD

N a

iacute t a U s s e n e

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16 Savana 18-10-2013PUBLICIDADE

A sensivelmente cinco jor-nadas do fim do Moccedilam-bola o presidente da LigaMoccedilambicana de Futebol

(LMF) Alberto Simango Juacutenioraceitou fazer uma breve radiogra-fia da prova e de forma categoacutericagarante haver condiccedilotildees objectivaspara que a verdade desportiva pre- valeccedila Simango diz ainda natildeo ser verdade que a Liga Muccedilulmana es-teja a ser protegida pela arbitragemSeguem os excertos mais relevantesda conversa

Que avaliaccedilatildeo faz das primeirasoito jornadas da segunda volta doMoccedilambola-Faccedilo uma avaliaccedilatildeo positiva namedida em que o certame estaacute a de-correr dentro do previsto Tem sidobastante competitivo e os resultadosfalam por si Na primeira volta ha- via equipas que tinham muito gaacutesmas comeccedilaram a perder forccedilasnesta fase o que eacute normal porqueo Moccedilambola eacute uma prova de re-gularidade Conta-se mais comoa equipa termina a prova do quecomo comeccedila Jaacute fizemos dois terccedilosdo campeonato estamos num bom

caminho e a qualidade estaacute semprea subir Jaacute temos campeatildeo no Moccedilambola-As equipas que estatildeo agrave frente tudofazem para ganhar mas a luta eacutemuito renhida no meio da tabelaclassificativa e essas formaccedilotildees tudofazem para amealhar mais pontose quiccedilaacute evitarem a despromoccedilatildeo Eacuteuma prova de surpresa porque ateacutehoje a questatildeo da conquista do tiacute-tulo continua em aberto emborahaja um clube que avanccedilou bastantena pauta classificativa Pelo menosexistem trecircs a quatro clubes que lu-tam pela conquista do campeonato eisso eacute significativo

Sr presidente ainda continuam osdesacatos e vandalismo nos recintosdesportivos Como acabar com estatriste realidade-A situaccedilatildeo vai sendo paulatina-mente resolvida mas sinto queprecisamos de fazer um trabalho deeducaccedilatildeo ciacutevica por forma a que osclubes comecem por sua vez a tra-balhar com os seus adeptos porquea atitude de arremessar garrafas eoutros objectos para o interior docampo eacute simplesmente condenaacutevelO apelo que faccedilo eacute que natildeo bastaaprovarmos medidas haacute sim queprivilegiarmos a prevenccedilatildeo haacute ne-cessidade de as pessoas terem de

abandonar essas praacuteticas e prima-rem pelo fair playNatildeo acha que a maacute actuaccedilatildeo dos aacuter-bitros leva os adeptos a optarem poressa via o arremesso de garrafaspor exemplo-Eacute normal que haja contestaccedilatildeo daarbitragem isso faz parte de futebolEm qualquer parte do mundo ou- vimos falar de situaccedilotildees do geacuteneromas noacutes estamos a trabalhar com aCNAF e todas as semanas quandonecessaacuterio fazemos um trabalho desensibilizaccedilatildeo para aleacutem da avalia-

Eacute impossiacutevel t ermos Liga fort e com c lubes f racosfinanceiramente-Defende Albert o Simango Juacutenior da LMF

Por Paulo Mubalo

ccedilatildeo do desempenho dos aacuterbitrosO que se nota eacute que os aacuterbitros quecomeccedilam a pocircr em causa a verda-de desportiva estatildeo a ser punidosexemplarmente e isso eacute que incen-tivamos agrave CNAF porque eacute precisodefendermos o futebol de atitudese apetites inconfessaacuteveis de certosgrupos

Julga que a Liga Muccedilulmana estaacute aser bene1047297ciada pela arbitragem ouestaacute a ser viacutetima da sua grandeza- Duvido muito que a Liga Muccedilul-mana esteja a ser beneficiada duvi-

do muito que esse pronunciamentocorresponda agrave verdade A minhapercepccedilatildeo eacute que muitos clubes jaacutebeneficiaram de penaltes jaacute benefi-ciaram de erros de arbitragem Emsegundo lugar jaacute expliquei que osque tentam fabricar resultados estatildeoa ser punidos Eu natildeo vejo as coisasde forma particularizada todos osaacuterbitros podem errar em qualquer jogo que sejaO que a LMF pensa fazer parasalvaguardar a verdade desportivamormente nas derradeiras jorna-

das-Bem como tem sido habitual paraaleacutem do trabalho que temos vindoa realizar as uacuteltimas trecircs jornadasseratildeo disputadas no mesmo dia e agravemesma hora tendo em conta os in-teresses e objectivos de cada clubenessa fase Teraacute que ser assim ateacuteporque isso jaacute consta do nosso re-gulamento Satildeo partidas susceptiacuteveisde mudar a pauta classificativaHaacute treinadores que acusam a LMFde estar a coartar as suas liberdadesusando para tal puniccedilotildees Quer co-

mentar-A puniccedilatildeo faz parte da nossa estra-teacutegia de governaccedilatildeo noacutes natildeo fomoseleitos para natildeo respeitar os regula-mentos e estatutos Os dirigentestreinadores e clubes devem ter umaforma de estar natildeo podem aceitar vilipendiar quem quer que seja empraccedila puacuteblica natildeo podem atentarcontra a geacutenese do clube haacute que terforma e modo de falar Eacute importan-te que as pessoas percebam que aLiga eacute um dos clubes por isso de-fendemos que as pessoas se pronun-ciem com eacutetica que saibam falar Os jovens inspiram-se nos treinadores e jogadores pelas boas praacuteticas e natildeo

pelos insultos por isso tomamosmedidas contra os prevaricadores econtinuaremos a primar por essesprinciacutepios porque queremos umcampeonato satildeo e de disciplinaHaacute condiccedilotildees 1047297nanceiras para queo Moccedilambola termine sem muitosalaridos-Bem como nunca disse que natildeohavia o que posso dizer eacute que tudoestaacute sendo feito para que terminesem qualquer natureza de sobres-saltoPelos vistos a LMF continua a go-

zar de muita credibilidade junto dosparceirosQue trunfo usa para conseguir osseus intentos-O maior segredo eacute o trabalho eacutea nossa dedicaccedilatildeo e credibilidadeNoacutes fazemos de tudo para que ainstituiccedilatildeo seja crediacutevel Somos fieacuteisagrave prestaccedilatildeo de contas e gestatildeo cri-teriosa E por fazermos isso temosum caminho andado trabalhamos365 diasano agrave volta deste projectoEstes pressupostos todos nos levama conseguirmos bons resultados

Como avalia a expulsatildeo de Dia-mantino Miranda do paiacutes-A atitude dele foi de indisciplinagrave ele excedeu na forma comofalou Soacute queria lamentar e apelarpara que situaccedilotildees desta naturezanatildeo voltem a acontecer no nosso fu-tebol Ningueacutem estaacute no futebol paraarranjar problemas cada um tem oseu nome e deve ser chamado poresse nome natildeo podemos chamar aalgueacutem por um nome que natildeo o dig-nificaE a terminarhellip-O apelo que faccedilo eacute um convitequero convidar mais parceiros para

investirem no desporto e no futebolem particular porque atraveacutes do fu-tebol a imagem dos seus produtoschega mais longe Natildeo eacute possiacutevelfazermos a Liga forte com clubesfracos financeiramente Precisamosmais para as nossas equipas mascom a forma como estamos a tra-balhar acredito que a curto prazoteremos os nossos representantes aconseguirem bons resulatados emcompeticcedilotildees internacionais Masfoi bom porque a Liga Muccedilulmanachegou muito longe nas afrotaccedilas

A expulsatildeo do treinadordo Costa de Sol Dia-mantino Miranda poralegados insultos agrave na-

ccedilatildeo no final de jogo realizadocontra o Vilankulo estaacute a divi-dir opiniotildees dos moccedilambicanosCom efeito enquanto alguns ci-dadatildeos ouvidos pelo SAVANAdefendem que a medida tomadapelo Ministeacuterio do Trabalho eacute justa outros dizem ter havidoprecipitaccedilatildeo por parte daquelainstituiccedilatildeo

Para Martinho Vaz estudan-te de direito da UniversidadeSatildeo Tomaacutes de Moccedilambique(USTM) o teacutecnico Diamanti-no Miranda perdeu respeito aosmoccedilambicanosldquoNa minha humilde opiniatildeoconsidero ser grande insultopara os moccedilambicanos proferiraquelas palavras na esfera puacutebli-ca Se fosse num foacuterum privadopoderia compreender porquemuita gente natildeo havia de saberEle passou dos limites mesmo

Expulsatildeo de Diamant ino M iranda di vide opiniotildeesse fosse no seu proacuteprio paiacutes eles natildeohaviam de ponderar essas brincadei-ras Aliaacutes ateacute porque ele vai servir deexemplo para os outros estrangeirosque vecircm ao paiacutes e satildeo bem tratadose meia-volta comeccedilam a maltrataros proacuteprios moccedilambicanosrdquoPara Manuel Muianga tambeacutemestudante de direito da mesma uni- versidade a expulsatildeo do treinadorDiamantino Miranda eacute absurdaldquoEle chamou os moccedilambicanos deladrotildees e isso para mim natildeo eacute novi-dade porque existem muitos treina-

dores ateacute estrangeiros que insultamdentro e fora de campo mas nuncaforam expulsos do paiacutesrdquoldquoNa minha opiniatildeo o Ministeacuterio de Trabalho devia retirar-lhe a licenccedilade trabalho numa primeira fase en-quanto investiga o caso em sumadevia ser mais cauteloso nesta ma-teacuteriardquo observouEnquanto isto Arnaldo Albertoestudante de Ciecircncias Sociais daUniversidade Eduardo Mondlane(UEM) explicou que o caso Dia-mantino Miranda virou tema de

conversa a niacutevel da sua faculdadeEle entende que a medida tomadapelo Ministeacuterio de Trabalho em ex-pulsar o treinador para fora do paiacuteseacute correcta ldquoEu considero como umamedida certa porque ningueacutem podeestar num paiacutes do outro e passar a vida a proferir insultos contra os do-nos do proacuteprio paiacutes Eu acredito quese fosse um treinador moccedilambicanoa fazer o mesmo no paiacutes deles ou emqualquer outro teria sanccedilotildees do geacute-nerordquo anotou o estudantePara Rafael Ernesto comerciante

e adepto da selecccedilatildeo nacional osldquoMambasrdquo o Ministeacuterio do Traba-lho tomou a medida correcta porqueo teacutecnico portuguecircs estava habitua-do a insultar os jogadores de formairresponsaacutevelldquoFoi uma boa medida porque paraaleacutem de jogadores tambeacutem insultoutodos os moccedilambicanos e gostariaque ele natildeo voltasse mais ao nossopaiacutesrdquo Tumar Cumbula empresaacuterio pre-cisou ldquoa atitude do Ministeacuterio foiboa noacutes natildeo podemos admitir es-

sas brincadeiras no nosso paiacutesporque o que ele fez se fosse naAmeacuterica seria preso mas aquiteve sorte Ele foi mais longedemaisrdquo rematou o empresaacuterio Jaacute o advogado Roberto Macha- va precisou ldquohouve um poucode exagero por parte do Mi-nisteacuterio do Trabalho porque haacutemuitas pessoas que falam malnos cafeacutes nos centros de recre-accedilatildeo entre outros mas natildeo satildeoexpulsas do paiacutesAjuntando ldquoa expulsatildeo de um

indiviacuteduo do paiacutes natildeo deve serassim devia haver um moti- vo forte O que poderia fazer oMinisteacuterio do Trabalho era to-mar medidas processuais numaprimeira fase enquanto procuraouvir a outra parte E penso queno seio da proacutepria Liga Mo-ccedilambicana de Futebol e Fede-raccedilatildeo Moccedilambicana de Futeboldeveriam existir alguns espe-cialistas para defender este tipode assuntosrdquo precisou Zaqueu

Massala

Alberto Simango Juacutenior presidente da LMF

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17Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

A TALHE DE FOICEPor Machado da Graccedila

A notiacutecia que me chegou jaacute temmais de um mecircs mas natildeo per-deu infelizmente actualidade

Segundo a Kazinform (provavelmenteuma agecircncia de informaccedilatildeo) um aviatildeoMig 21 num voo de teste depois deuma reparaccedilatildeo incendiou-se ao ater-rar no aeroporto de Bakeu na Romeacute-nia em finais de Agosto passadoMas o mais interessante da notiacutecia eacuteque ela afirma que o aviatildeo sinistradopertencia agrave Forccedila Aeacuterea Moccedilambica-naFiquei assim a saber que a nossa ForccedilaAeacuterea adquiriu pelo menos um aviatildeode combate Mig 21 Mas muito pro- vavelmente adquiriu mais do que umE deve ter adquirido nos saldos emsegunda matildeo porque esse modelo deaviatildeo deixou de ser fabricado em 1985A proacutepria Romeacutenia estaacute a substituir osque ainda tem por aviotildees modernos ese calhar vendeu-nos ao desbarato os velhinhos Mig 21 que para laacute tem E

a avaliar pela notiacutecia o resultado natildeofoi bomComentando a notiacutecia com um cole-ga nomeadamente sobre a razatildeo paraMoccedilambique precisar desse tipo dearmamento o colega disse-me que natildeoeacute soacute isso que estaacute a acontecer Pelo con-traacuterio segundo ele teratildeo sido desem-barcados na Beira tanques de guerrae ao porto de Maputo continuam achegar grande quantidade de viaturasmilitaresOra a pergunta que tem que ser feitaeacute Natildeo tendo o nosso paiacutes conflito comnenhum dos seus vizinhos antes sen-

do excelente a relaccedilatildeo com todos eles

para que precisamos noacutes de todos essesinstrumentos mortiacuteferosE a resposta infelizmente soacute pode serque se natildeo satildeo para usar contra ini-migos externos satildeo para usar dentrodo paiacutes Falando com mais crueza satildeopara matar moccedilambicanos Temos portanto um Governo que

passa a vida a condenar os discursosbelicistas da Renamo e a proclamar oseu enorme amor agrave Paz mas por por-tas e travessas vai comprando armasde guerra para uso em terra e no arUm Governo que natildeo tem dinheiropara pagar decentemente a meacutedicosenfermeiros e professores que natildeo temdinheiro para comprar medicamentospara os hospitais nem material escolarnomeadamente carteiras mas que temdinheiro para comprar aviotildees bombar-deiros e tanques de guerra para matar

moccedilambicanosComeccedila por outro lado a ser maiscompreensiacutevel o impasse que continuanas sessotildees do ldquodiaacutelogordquo entre o Gover-no e a Renamo Muito provavelmentetrata-se apenas de manter a situaccedilatildeoestacionaacuteria nesta paz-podre agrave esperaque chegue ao paiacutes todo o armamentocomprado no exterior para depois im-por uma soluccedilatildeo militarO que pode ser uma peacutessima escolhacomo bem poderia explicar o general vietnamita Vo Nguyen Giap recente-

mente falecido

Armas

pecuacuteliosOra para dispor sem restriccedilotildees do pecuacutelio ou

cuacutemulo de activos ndash nervo da poliacutetica e da guerraconforme aprenderam em longos anos de combateos vencedores da guerra civil angolana ndash importadispor de imagem impoluta e agir sem constrangi-mentos ou ameaccedilas legaisO risco de processos judiciais inquinando a ima-gem de pessoas e do estado eacute altamente prejudicialaos equiliacutebrios de poder em Luanda e ao presi-dente cabe atalhar a direito sempre que a ameaccedilaronde os mais proacuteximos e influentesA provaacute-lo estatildeo o ldquoAngolagaterdquo envolvendo gen-te da alta roda poliacutetica e negocista francesa pela venda ilegal de armas sovieacuteticas a Luanda entre1993 e 1995 ou o reconhecimento no ano pas-sado nas paacuteginas do ldquoFinancial Timesrdquo por ManuelVicente Kopelipa e o general Leopoldino Fragosodo Nascimento da sua participaccedilatildeo na ldquoNazaki Oilamp Gasrdquo que se associou em 2010 agrave ldquoCobalt Inter-national Energyrdquo de Houston para a exploraccedilatildeo daconcessatildeo dos blocos petroliacuteferos 9 e 21Voltaraacute a correr o marfimEduardo dos Santos jaacute afastou Marcolino Mouco Joatildeo Lourenccedilo ou Fernando Nandoacute e cerceou am-biccedilotildees de outros putativos sucessoresNo pinaacuteculo do poder Eduardo dos Santos con-tudo natildeo tem ainda assegurado que a sua sucessatildeopossa vir a garantir a perservaccedilatildeo do justo pecuacutelioe a rede de influecircncias poliacuteticas de interesses patri-moniais de associados e familiaresAacuterbitro e decisor em derradeira instacircncia opresidente de Angola tem consequentemente detomar posiccedilatildeo e assumir atitudes para provar queacima de tudo defenderaacute os interesses da cuacutepulado poder e dos negoacutecios as ldquoelites capazesrdquo quetanto lhe devemMexe com poder eacute poliacutetico portanto o conten-cioso e ao mais alto niacutevel o estado angolano vecircmexigindo desculpas e reparaccedilotildees puacuteblicas que porconstrangimento legal os governantes portu-gueses natildeo podem expressarRui Machete disse em puacuteblico o que apenas po-deria aventar em privado e gerou tamanha contro- veacutersia interna que acabou bloqueando a diploma-cia e dando pretexto agrave ruptura ansiada em LuandaPara o resto o que Machete em puacuteblico natildeo dissemas se sabe agrave boca pequena eacute que bastaraacute a justiccedilaportuguesa continuar inane e ineficaz manter-seigual a si proacutepria para tudo acabar em aacuteguas debacalhau e voltar a correr o marfim

Jornalista barradasjoaocarlosgmailcom

httpmaneatsemperblogspotpt Top of Form

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Aacute rbitro e decisor em derradeira instacircnciao presidente de Angola tem consequen-temente de tomar posiccedilatildeo e assumiratitudes para provar que acima de tudo

defenderaacute os interesses da cuacutepula do poder e dosnegoacuteciosSatildeo literalmente laquoincompreensotildees ao niacutevel dacuacutepularaquo que levam Joseacute Eduardo dos Santos a de-nunciar o acordo de princiacutepio acertado em 2010em Luanda com Cavaco Silva para o desenvolvi-mento de uma parceria estrateacutegica luso-angolanaA indefinida e adiada parceria deveria servir parareforccedilar a cooperaccedilatildeo estado a estado promovercontactos e projectos bilaterais entre instituiccedilotildeesempresas privadas e cooperativas aleacutem de facilitara circulaccedilatildeo de pessoas bens e capitaisApesar das aplicaccedilotildees financeiras em Portugalterem continuado a processar-se a bom ritmo ndashsobretudo nas telecomunicaccedilotildees energia e bancandash legitimando a riqueza receacutem-acumulada dosinvestidores angolanos uma questatildeo poliacutetica in-

quinou a relaccedilatildeoInvestigaccedilotildees judiciais sobre altas personalidadescomo o procurador-geral Joatildeo Maria de Sousa oministro de estado e da coordenaccedilatildeo econoacutemicaManuel Vicente ou o general Manuel HeacutelderVieira Dias laquoKopeliparaquo ministro de estado e chefeda casa militar do presidente nunca foram trava-das pelo poder executivo ndash laquoao niacutevel da cuacutepularaquo SBento e Beleacutem ndash como ainda acabaram tornadaspuacuteblicasA deploraacutevel vergonhosa e ilegal praacutetica de fugasde informaccedilatildeo e violaccedilatildeo reiterada do segredo de justiccedila no DCIAP deu pretexto a criacuteticas de ar-ticulistas e poliacuteticos de Luanda sobre difamaccedilatildeo eintimidaccedilatildeo de cidadatildeos angolanos e a perversatildeodo estado de direito em PortugalO presidente das elites capazesManuel Vicente anunciou em Maio do ano pas-

sado que o investimento de estado em Portugaldeixara de ser prioritaacuterio jaacute que importava privile-giar o mercado angolanoA participaccedilatildeo da ldquoSonangolrdquo no BCP visando acriaccedilatildeo de uma plataforma financeira para suportaro crescimento da empresa fora um dos objectivosatingidos numa fase inicial que apostara forte emPortugal e referia tambeacutem Vicente convinha di- versificar as aplicaccedilotildees directas do estadoAo capital privado caberia assim definir opccedilotildeesde investimento em Portugal e de parcerias emAngola com empresas lusas mas na realidade aimbricaccedilatildeo da elite de negoacutecios e da elite do poderem Luanda eacute tal que a distinccedilatildeo acaba por ser ir-relevanteEacute essa a razatildeo que sustenta as tiradas nacionalistasno discurso de Eduardo dos Santos agrave AssembleiaNacional sobre o Estado da Naccedilatildeo denunciandoa injusticcedila de empresas e bancos estrangeiros queldquolevam biliotildeesrdquo de Angola ao mesmo tempo queLuanda vecirc serem qualificadas como corruptas assuas ldquoelites capazesrdquo que tecircm amealhado justos

Angola cortar a direitoPor Joatildeo Carlos Barradas

A notiacutecia de que a Ruacutessia concedeu asilo tem-poraacuterio a Edward Snowden eacute geralmentediscutida no contexto dos potenciais efeitosda decisatildeo sobre as relaccedilotildees russo-america-

nas Sem duacutevida o caso Snowden desencadeou umaseacuterie de efeitos adversosLevando em conta as revelaccedilotildees do ex-agente da CIApromotores russos estatildeo investigando os serviccedilos do

Google e do Facebook na Ruacutessia As autor idades sus-peitam que ambos violem os acordos internacionaissobre a proteccedilatildeo de dados pessoaisO avanccedilo dessa situaccedilatildeo ameaccedila originar uma atmos-fera toacutexica de longo prazo nas negociaccedilotildees bilateraisem torno de vaacuterias questotildees delicadas Entre elas ointercacircmbio de agentes descobertos a anaacutelise dospedidos para divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre ciber-criminosos e suspeitos de terrorismo ou a troca daspraacuteticas mais eficazes das agecircncias de inteligecircncianorte-americanas e russas no trabalho com grandes volumes de dadosAleacutem disso a Ruacutessia agora pode esquecer as per-spectivas de retorno de Viacutektor Bout ou outros rus-sos que estatildeo enfrentando processos judiciais nosEstados Unidos A Casa Branca por sua vez perdeuo poder de instigar seus principais valores na Ruacutessia ndash

a liberdade na internet e a proteccedilatildeo dos direitos dosusuaacuterios gravemente comprometidos pelas revelaccedilotildeesde SnowdenQuem sabe quantos segredos mais o ldquoex-prisioneirodo aeroporto moscovita de Sheremetievordquo tem guar-dado ou quatildeo difiacutecil seraacute para ele resistir agrave tentaccedilatildeode compartilhaacute-los com os serviccedilos de inteligecircnciarussos

Mas tudo eacute muito complexo e dramaacutetico Seraacuteque o asilo concedido a Snowden realmente traccedila umalinha vermelha nas relaccedilotildees russo-americanasEm primeiro lugar a decisatildeo russa de conceder asilotemporaacuterio a Snowden envia agrave Casa Branca um sinalclaro de que a Ruacutessia estaacute disposta a negociar aindamais ldquoPodemos abrigaacute-lo temporariamente masdeixe-nos pensar aleacutem dissordquoCabe lembrar a condiccedilatildeo anunciada pelo presidenteVladiacutemir Puacutetin no mesmo dia em que os boatos so-bre a possibilidade de asilo vieram agrave tona de que oforagido deveria ldquoparar de prejudicar os interesses dosEstados UnidosrdquoO consentimento de Snowden em seguir essa regraestaacute impliacutecito na aceitaccedilatildeo do asilo O governo russotambeacutem natildeo vai perder o interesse em acessar as in-formaccedilotildees que o ex-agente da CIA estaacute segurando

embora o acordo atual sugira que tais dados continu-aratildeo a ser um aacutes na manga diplomaacutetica da Ruacutessia ndash aser usado em uma hora difiacutecil nas negociaccedilotildees bilate-rais com Washingtonndash e natildeo seraacute compartilhado coma comunidade internacionalEacute ainda mais importante ter em mente que as relaccedilotildeesrusso-americanas satildeo muito diversificadas e estra-teacutegicas para serem deixadas de lado por causa de um

uacutenico escacircndalo independentemente de quatildeo fortepossa ressoarApesar da tendecircncia negativa nas relaccedilotildees bilateraiscom o fim do ldquoresetrdquo uma seacuterie de questotildees demon-stra a enorme capacidade de cooperaccedilatildeo duradourae desenvolvimento construtivo em assuntos intimam-ente relacionados com SnowdenA cooperaccedilatildeo no ciberespaccedilo que apresentou recente-mente um progresso substancial eacute exemplo disso Em17 de junho um dos pontos de discussatildeo da Cuacutepulado G8 na Irlanda foi a declaraccedilatildeo conjunta emitidapor Puacutetin e Obama sobre as medidas de reforccedilo daconfianccedila no ciberespaccedilo que incluiacuteram trecircs acordosEstados Unidos e Ruacutessia satildeo agora obrigados a man-ter contato constante sobre cibercrimes e tentativasde ciberataques para reforccedilar a cooperaccedilatildeo na respostaa tais incidentes bem como fazer uso de uma linha di-

reta para avisar um ao outro sobre alguma emergecircnciaSimbolicamente os mecanismos de notificaccedilatildeo muacute-tua seratildeo parcialmente implementados por meio da jaacute existente linha Moscou-Washington para o avisode ocorrecircncias com armas nucleares a mesma usadadurante a Guerra FriaA continuidade dos acordos exemplifica a crescenteimportacircncia estrateacutegica da cooperaccedilatildeo russo-ameri-

cana no ciberespaccedilo Os dois lados chegaram a umacordo sobre a questatildeo mesmo em meio a condiccedilotildeesdesfavoraacuteveis nas relaccedilotildees bilaterais ndash embora hajaduacutevidas sobre ateacute onde essa cooperaccedilatildeo seria sacrifi-cada por causa do recente escacircndalo diplomaacuteticoApesar do efeito das revelaccedilotildees do ex-agente daCIA os Estados Unidos e a Ruacutessia precisam se en-gajar para estabelecer um clima de boa vizinhanccedila ecolaboraccedilatildeo no ciberespaccedilo ainda que envolto porcriacuteticas e acusaccedilotildees pesadas A colaboraccedilatildeo podeser reduzida ou suspensa em alguns aspectos mas asmedidas de confianccedila devem ser desenvolvidas comoum dos mecanismos viaacuteveis para prevenir uma guerraciberneacutetica Isso eacute algo que tanto o Kremlin como aCasa Branca entendem bem Oleg Demidov eacute coordenador de projetos em segu-ranccedila e governanccedila no Centro de Estudos Poliacuteticosda Ruacutessia

O ciberespaccedilo poacutes-SnowdenPor Oleg Demidov

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

CartoonEDITORIAL

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

346

Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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20 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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24 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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7Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

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8 Savana 18-10-2013SOCIEDADE

A cantora Neyma foi a gran-de vencedora da V ediccedilatildeodo BCI Mozambique

Music Awards ao vencerquatro estatuetas nas categoriasldquoMelhor Muacutesica Ligeirardquo ldquoMuacutesicamais Popularrdquo Artista mais Popu-larrdquo ldquoMelhor Artista Femininordquocom a muacutesica ldquoComo Anima aMarrabentardquo numa cerimoacutenia queteve lugar na noite de sexta-feirana Fortaleza de Maputo O eventodecorreu na sexta-feira 11 de Ou-tubro e teve lugar na Fortaleza deMaputoO que tem vindo a indignar algu-mas sensibilidades eacute o facto de amuacutesica com a qual a cantora Ney-ma Alfredo concorreu nesta ediccedilatildeo

eacute um spot publicitaacuterio de um bancoo BCI que eacute o principal patrocina-dor do referido evento que visa a

valorizaccedilatildeo da muacutesica nacional Asituaccedilatildeo estaacute a criar um desconfortopor parte de algumas sensibilidadesda sociedade moccedilambicana queconsideram que o facto tira a cre-dibilidade ao programa transpare-cendo que a muacutesica venceu o maiornuacutemero de preacutemios pelo motivo deter alguma relaccedilatildeo com o banco pa-trocinador do programaNas palavras de Christine Rameladirectora Comercial da DDB Mo-ccedilambique ldquoO valor do BCI MMA

natildeo estaacute nos preacutemios mas na parti-cipaccedilatildeo no trabalho e na divulga-ccedilatildeo da muacutesica moccedilambicana feitapor todos os artistasrdquo Entretantopara Rui Ilheacuteu director de Marke-ting do BCI ldquoeste eacute um projectomuito interessante apoiar a muacutesicaldquodaquirdquo eacute uma honra e sentimo-nosmais uma vez privilegiados por fa-

M M A quest ionadoPor Abdul Sulemane

zer parte deste grande projectordquoNo entanto na categoria de ldquoMe-lhor Pandzardquo o preacutemio foi paraMr Cuca enquanto que o galardatildeode ldquoMelhor Viacutedeordquo foi entregue aGabriela A estatueta de ldquoMelhorDance Musicrdquo foi atribuiacuteda a DJFaya com o tema ldquoBondorordquoA artista Gabriela ganhou tambeacutemo preacutemio de ldquoMelhor Muacutesica RampB

Soulrdquo enquanto que Tacircnia Tomeacute venceu a categoria ldquoMelhor MuacutesicaAfrordquo e a cantora de zouk Mimatildeeconquistou o preacutemio de ldquoMelhorMuacutesica Tropicalrdquo tendo ficado DJFaya com o tiacutetulo de ldquoMelhor Ar-tista MasculinordquoO preacutemio de ldquoAacutelbum mais Vendi-dordquo foi para Stewart Sukuma Nas

categorias reservadas a raacutedio e te-levisatildeo ou seja Melhor Animadorde Programas de raacutedio e televisatildeoHeacutelder Leonel da Raacutedio Cidadee Gabriel Juacutenior da Televisatildeo deMoccedilambique (TVM) foram os

vencedores da noiteEntretanto a cerimoacutenia serviutambeacutem para homenagear o muacute-sico Hortecircncio Langa atraveacutes da

atribuiccedilatildeo do ldquoPreacutemio Carreirardquopelos mais de 40 anos de vida ar-tiacutestica O evento contou ainda coma actuaccedilatildeo de alguns muacutesicos quetornaram a noite ainda mais diver-tida como satildeo os casos da Damado Bling e suas bailarinas G-ProHernacircni entre outros

A premiaccedilatildeo potildee em duacutevida a cred ibilidad e do pr ograma pelo f acto de a muacutesica

ser um spot pu blicitaacuterio do BCI

Alice Munro eacute uma escri-tora canadiana de contosconsiderada uma das prin-cipais escritoras da actuali-

dade em liacutengua inglesa Eacute a grande vencedora do Preacutemio Nobel da Li-teratura 2013 anunciado em Esto-colmo no aniversaacuterio da morte doindustrial e filantropo sueco AlfredNobel que o instituiuAlice Munro nasceu em WinghamOntaacuterio em Julho de 1931 Viveuprimeiro numa quinta a oeste des-sa zona numa eacutepoca de depressatildeoeconoacutemica Munro reconheceu ainfluecircncia na sua obra de grandesescritoras como Katherine AnnePorter Flannery OrsquoConnor CarsonMcCullers ou Eudora Welty bemcomo de James Agee e especial-mente William Maxwell Os seusrelatos centram-se nas relaccedilotildees hu-manas analisadas atraveacutes da lenteda vida quotidiana Por isso e pelasua qualidade tem sido chamada ldquoaChekov do CanadaacuterdquoFoi por trecircs vezes vencedora dopreacutemio de ficccedilatildeo literaacuteria laquoGover-nor Generalrsquos Literary Awardsraquo doseu paiacutes Em 1998 Alice Munrofoi premiada pelo National Book

13ordf mulher Nobel de Lit eratura

bull Alice Munr o vencedor a do Preacutemio Nobel da Litera tura 2013 jaacute pensa

em parar na literatura

Critics Circle dos Estados Unidospela obra ldquoO amor de uma mulhergenerosardquo O galardatildeo no valor deoito milhotildees de coroas suecas (925mil euros) foi anunciado pelo se-cretaacuterio da Academia de CiecircnciasSueca no histoacuterico edifiacutecio da Bol-sa na baixa de EstocolmoNos uacuteltimos 10 anos o Nobel daLiteratura distinguiu nomes comoo chinecircs Mo Yan (2012) o sueco

Tomas Transtroumlmer (2011) o pe-ruano Mario Vargas Llosa (2010)a alematilde de origem romena HertaMuumlller (2009) o francecircs Jean--Marie Gustave Le Cleacutezio (2008)

a britacircnica Doris Lessing (2007)o turco Orhan Pamuk (2006) o

britacircnico Harold Pinter (2005) aaustriacuteaca Elfriede Jelinek (2004) eo sul-af ricano JM Coetzee (2003)A liacutengua portuguesa foi laurea-da uma uacutenica vez em 1998 coma atribuiccedilatildeo do preacutemio ao escri-tor Joseacute Saramago justificada pelaAcademia sueca com o facto deele ldquocom paraacutebolas sustentadas emimaginaccedilatildeo compaixatildeo e ironiapermitir mais uma vez apreenderuma realidade evasivardquo AS

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V i l a n c u l o

Os muacutesicos moccedilambi-canos Timoacuteteo Cuche(saxofonista) e JoatildeoCabral (guitarrista)

encontram-se desde a segun-da-feira dia 08 de Outubrona cidade da Bahia Brasil parauma seacuterie de actividades inse-ridas no projecto MarrasambaOs muacutesicos nacionais seratildeoacompanhados por muacutesicos doBrasil Seacutergio Castanheira no

Trombone Alexandre Mon-tenegro na viola baixo UiraacuteCairo na bateria e MauriacutecioMuntildeoz na percussatildeo

O Marrasamba eacute um projectode intercacircmbio cultural en-tre Brasil e Mocambique quepropotildee a troca de experiecircnciase a mistura entre dois gecircnerosmusicais a Marrabenta mo-ccedilambicana e o Samba brasileirocom o objectivo da divulgaccedilatildeodestes geacuteneros atraveacutes de con-certos musicais e do ensino eminstituiccedilotildees de ensino nos doispaiacuteses e natildeo soacuteO projecto Marrasamba surgiu

a partir de um intercacircmbio cul-tural que levou o trombonistae baixista carioca Seacutergio Cas-tanheira para a cidade de Ma-puto onde conheceu os muacutesi-cos e professores da Escola deComunicaccedilatildeo e Artes da Uni-

versidade Eduardo Mondlane Timoacuteteo Cuche (saxofonista) e Joatildeo Cabral (guitarrista)O projecto foi lanccedilado emMocambique no dia 07 de Se-tembro data das celebraccedilotildees daIndependecirccia do Brasil dentroda programaccedilatildeo da semanacultural Brasil-Mocambiqueorganizada pela Banda TP50No Brasil Joatildeo Cabral e Timoacute-teo Cuche iratildeo orientar oficinasde muacutesica moccedilambicana e par-ticipar em debates sobre muacutesi-ca Africana e educaccedilatildeo musicalO repertoacuterio do show Marra-samba eacute composto de marra-bentas e sambas tradicionaiscom arranjos que misturam asriacutetmicas de cada geacutenero aleacutemde composiccedilotildees originais cria-das pelo grupo jaacute no universodessas experimentaccedilotildees

M uacutesicos nacionaisno Braacutesil

O

Instituto Superior de Ar-tes e Cultura (ISArC) noacircmbito do desenvolvimen-to do processo de ensino e

aprendizagem e produccedilatildeo cientiacutefi-ca realiza nos dias 17 e 18 de Ou-tubro do ano em curso (quinta-feirae sexta-feira) a II Ediccedilatildeo de Jorna-das Cientiacuteficas cujas sessotildees teratildeolugar nas instalaccedilotildees do ISArC apartir das 9H00 agraves 16h00 sob lemaldquoo Papel das Induacutestrias Culturaisna Valorizaccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Artee Cultura Moccedilambicanasrdquo Comeste mote pretende-se que a comu-nidade acadeacutemica e natildeo soacute discutae reflicta sobre como as induacutestrias

II ediccedilatildeo de JornadasCient iacutef icas do ISArC

culturais podem impulsionar a valorizaccedilatildeo das artes e cultura noPaiacutes A participaccedilatildeo nestas jorna-das natildeo se restringe aos estudantese docentes do ISArC mas a todosos interessados pelas artes e culturaque o poderatildeo fazer atraveacutes de umartigo uma instalaccedilatildeo exposiccedilatildeo

workshop ou mesa redondaPara esta ediccedilatildeo de jornadas cientiacute-ficas estatildeo previstos para apresenta-ccedilatildeo e discussatildeo temas de seguintesaacutereas Arte Cultura e EconomiaArte Cultura e educaccedilatildeo Cinemae Economia Patrimoacutenio Cultural esua Comodificaccedilatildeo e Arte Culturae Turismo AS

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9Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

O Congresso de Pem-ba e o fim do Poliacuteti-co em MoccedilambiqueQuando o Embaixador

espanhol no dia seguinte ao despe-dimento por parte do grupo privadoSOICO do chefe da informaccedilatildeo Je-remias Langa de visita agraves instalaccedilotildeesdo mesmo grupo elogia Moccedilambi-que como um paiacutes em que dominao pluralismo e a liberdade de infor-maccedilatildeo ficou claro que a luta pelo re-torno duma democracia mais efectivae menos autoritaacuteria tem que ser de-sempenhada apenas ao niacutevel internosem contar com a contribuiccedilatildeo dossupostos doadores e da comunidadeinternacional

O episoacutedio apenas referido repre-senta o uacuteltimo de uma seacuterie queestaacute abalando o mundo poliacutetico ede reflexo a comunicaccedilatildeo social emMoccedilambique Esta aceleraccedilatildeo co-meccedilou com o Congresso de Pembapor parte da Frelimo em Setembroe desaguou numa mudanccedila que jaacutenatildeo diz respeito apenas ao partidono poder mas sim a toda a socie-dade moccedilambicana Ela pode serresumida com a seguinte expres-satildeo passou-se duma concepccedilatildeo dopoder ldquodiluiacutedordquo (ou seja nas matildeosdas vaacuterias alas da Frelimo) a umade poder ldquoconcentradordquo (ou sejanas matildeos do actual Presidente daRepuacuteblica Armando Emiacutelio Gue-buza e da restrita elite a ele fiel)No Congresso de Pemba Gue-buza conseguiu afastar todos osseus supostos opositores internosempurrando as organizaccedilotildees demassa controladas pela Frelimodo seu lado Daquela que reuacuteneos jovens (OJM) aquela das mu-lheres (OMM) aos Antigos Com-batentes Personagens relevantestais como Luiacutesa Diogo e ManuelTomeacute foram afastados do Comi-teacute Poliacutetico do partido assim comoministros de peso a partir do an-tigo primeiro Aires Ali passandopor muitos outros e por uacuteltimopelo Ministro dos TransportesZucula caiacuteram estrondosamente erepentinamente sem uma explica-ccedilatildeo poliacutetica claraO caso mais recente relativo aoministro Paulo Zucula faltandoapenas poucos meses ao fim domandato de Guebuza (as eleiccedilotildeesgerais satildeo previstas para 2014) eacuteum dos mais obscuros A imprensanatildeo tem abordado a questatildeo me-diante uma leitura poliacutetica masprocurando explicaccedilotildees bastantecomplicadas e dedutivas inerentesaos interesses em jogo e agraves eventu-ais ldquotraiccedilotildeesrdquo do Ministro nalgunsnegoacutecios em que estaria envolvi-do o Presidente da Repuacuteblica Naediccedilatildeo do dia 20 de Setembro osemanaacuterio ldquoSavanardquo assim faz a suamanchete ldquoGuebuza refresca Zu-culardquo No interior do jornal realccedila--se que o despedimento foi comoaconteceu com os outros ministros

A nova sit uaccedilatildeo poliacutet ica de M occedilambique e osseus reexos sobre a liberdade de imprensaPor Luca Bussott i

que tiveram a mesma sorte repen-tino e sem nenhuma explicaccedilatildeomas tenta-se avanccedilar hipoacutetesesA mais acreditada tem a ver comum contrato milionaacuterio o relativo

ao corredor de Mucuze necessaacute-rio para implantar uma ferrovia de525 km de Mutarara (Tete) ateacute agravecidade da Beira com o objectivo deescoar o carvatildeo que estaacute a ser ex-traiacutedo no oeste de Moccedilambique OConselho dos Ministros teria op-tado por uma adjudicaccedilatildeo directado projecto (que vale cerca de 31mil milhotildees de USD) a um consoacuter-cio indo-moccedilambicano que incluia principal sociedade controladapela Frelimo a SPI e a que Zucu-la teria-se oposto Por outro ladoo semanaacuterio ldquoExpressordquo reportano dia 17 de Setembro que houve

demasiada ldquoambiccedilatildeordquo e ao mesmotempo ldquotraiccedilatildeordquo de Zucula relativa-mente agrave figura do Presidente Gue-buza Fontes anoacutenimas citadas poreste jornal destacam que Zuculanatildeo foi dispensado por incompe-tecircncia mas sim porque ldquometeu acolher na panela controlada peloseu chefe neste caso o Presidenteda Repuacuteblicardquo

Tais leituras dizem o seguinte porum lado as disputas internas aopartido no poder tecircm uma com-ponente poliacutetica irrelevante Poroutro tudo se joga em volta de ne-goacutecios bilionaacuterios dos quais a no-

menclatura pretende ter o mono-poacutelio de acordo com a hierarquiaocupada na FrelimoIsso deixa vislumbrar qual foi a

verdadeira natureza do Congressode Pemba pouco falou-se de po-liacutetica mas muito de quem devia epodia dominar os processos eco-noacutemicos no paiacutes para os proacuteximosanos E natildeo resta duacutevidas de queo vencedor foi o actual Presiden-te Guebuza Acima de tudo porele ter conseguido o domiacutenio dopartido tendo sido reeleito Presi-

dente para os proacuteximos cinco anosMas sobretudo por ter elimina-do natildeo apenas os seus adversaacuteriosinternos mas a proacutepria poliacuteticado horizonte da Frelimo Assim

sendo as vozes discordantes tam-beacutem foram caladas passando detal forma dum modelo de laquodemo-cracia autoritaacuteriaraquo a um de laquoauto-ritarismo democraacuteticoraquo em queos mecanismos eleitorais internosagrave Frelimo assim como gerais natildeopassam dum mero formalismoO facto de o actual Presidente daCNE (Comissatildeo Nacional dasEleiccedilotildees) ter sido proposto natildeo porum dos sujeitos indicados pela leipertencentes agrave sociedade civil massim por um indiviacuteduo singular (oantigo Presidente de mesmo oacutergatildeoe antigo Reitor da Universidade

Eduardo Mondlane Brazatildeo Ma-zula) demonstra a inconsistecircnciado aparato legislativo moccedilambica-no nesta fase extremamente criacuteticae delicada que o paiacutes estaacute atraves-sando No entretanto a comunida-de internacional finge de natildeo vercom o uacutenico objectivo de protegeros enormes interesses no carvatildeo nogaacutes e talvez no petroacuteleo que quasetodos os grandes investidores tecircmem Moccedilambique

O silenciament o da comuni-caccedilatildeo socialUma das grandes marcas na his-toacuteria recente de Moccedilambique temsido a vivacidade da comunicaccedilatildeosocial Existem hoje uma dezenade jornais independentes emisso-ras televisivas e radiofoacutenicas tam-beacutem autoacutenomas raacutedios comuni-taacuterias espalhadas por todo o paiacutesEntretanto a situaccedilatildeo efectiva daliberdade de imprensa piorou bas-tante nos uacuteltimos dois anos e no-meadamente a seguir ao Congressode Pemba da FrelimoA estrateacutegia usada tem sido dedupla natureza por um lado ocontrolo directo da comunicaccedilatildeo

social puacuteblica ou seja do diaacuterioldquoNotiacuteciasrdquo do semanaacuterio ldquoDomin-gordquo da emissora televisiva maisantiga e difusa do paiacutes a TVM eda proacutepria Raacutedio Moccedilambique

Por outro o controlo indirecto dacomunicaccedilatildeo social independen-te com vaacuterios meios aquisiccedilatildeopor parte de sociedades anoacutenimasmas controladas pela Frelimo dasquotas de maioria desses jornais(como eacute o caso do semanaacuterio ldquoPuacute-blicordquo) infiltrar pseudo-colunistasnesses oacutergatildeos (cuja lista foi recen-temente publicada pelo ldquoSavanardquo)para diluir o seu potencial criacuteticocortar os anuacutencios das sociedadespuacuteblicas tais como EDM MCELe outras de maneira a reduzir ascapacidades financeiras da impren-sa privada e obrigaacute-la a tornar-se

mais ldquoobedienterdquo ou a fechar de vezMas o niacutevel maacuteximo de ingerecircnciado poder poliacutetico nos assuntos re-lativos agrave comunicaccedilatildeo social priva-da eacute o caso Jeremias Langa e nogeral da SOICO TV Apesar daspressotildees e ateacute ameaccedilas recebidasa Redacccedilatildeo da STV decidiu fazeruma cobertura cabal das duas ma-nifestaccedilotildees violentas que agitarama capital moccedilambicana Mapu-to no dia 5 de Fevereiro de 2008e nos dias 1 e 2 de Setembro de2010 Em particular neste uacuteltimocaso Jeremias Langa na entrevistado dia 19 de Setembro deste anoresistiu agraves pressotildees provenientesdirectamente do partido Frelimo efoi a frente com o programa cujaemissatildeo durou cerca de oito horase graccedilas ao qual todo o paiacutes ficoua par daquilo que estava aconte-cendo nas ruas de Maputo A se-guir ao episoacutedio o grupo SOICOdeixou de receber a publicidadedas sociedades puacuteblicas (como vecirc--se claramente analisando o jornalldquoO Paiacutesrdquo dos uacuteltimos dois anos) ede ser convidado para participarnas ldquoPresidecircncias Abertasrdquo onde oChefe de Estado vai visitar e fazer

auscultaccedilatildeo dos problemas dos seusconcidadatildeos nas vaacuterias proviacutenciasdo paiacutesEm Junho deste ano todavia ogrupo SOICO eacute readmitido agravesPresidecircncias Abertas mas o jor-nalista que devia acompanhar estaactividade presidencial tinha sidoescolhido pela proacutepria equipa doPresidente e natildeo pelo director dainformaccedilatildeo Aleacutem disso JeremiasLanga teve momentos de fortescontrastes com o PCA do gru-po pois a linha editorial estava ater um rumo diferente sugeria-seque a postura criacutetica adoptada ateacuteentatildeo (e que tinha credibilizado o

jornalismo quer da STV quer do jornal ldquoO Paiacutesrdquo) tivesse de sofrersignificativas alteraccedilotildees em proldum relacionamento menos con-flituoso com o poder poliacutetico Umatal opccedilatildeo que negava de facto 11anos de jornalismo comprometidoe investigativo levou a fazer comque Jeremias Langa depois doseu adjunto Joseacute Belmiro tivesseque deixar o cargo que ocupavaembora com a garantia de podercontinuar com dois programastelevisivos de grande audiecircncia eimpacto em total autonomia Umcompromisso que apenas atenuouo sentido das medidas tomadase que aproxima inevitavelmenteo grupo SOICO agrave nomenclaturamoccedilambicana Como demonstrao facto de os anuacutencios das empre-sas puacuteblicas no jorna ldquoO Paiacutesrdquo estarpaulatinamente de voltaNo que diz respeito agrave imprensa puacute-blica os jogos foram ainda mais faacute-ceis As estrateacutegias adoptadas tam-beacutem foram diferentes mas todas

visando o mesmo objectivo pararcom as criacuteticas como claramentemanifestou o proacuteprio PresidenteGuebuza em vaacuterias circunstacircnciasinclusive no recente Congresso daOJM (ver ldquoDomingordquo 15 de Se-tembro de 2013)Primeiros sinais de que a comu-nicaccedilatildeo puacuteblica devia estar com-pletamente amordaccedilada por partedo regime deram-se jaacute no prin-ciacutepio de 2011 O mais destacado

jornalista da TVM Elio Jonasseque costumava ler o noticiaacuterio danoite e conduzia vaacuterios programasde opiniatildeo por causa da sua postu-ra frontal e profissional para comrepresentantes do Governo foiobrigado a deixar a profissatildeo jorna-liacutestica trabalhando actualmente noBanco de Moccedilambique O climana TVM tornou-se gradualmenteinsuportaacutevel Jornalistas por mimentrevistados no mecircs de Setembroe que aceitaram falar sob anonima-to declararam que a TVM natildeo tempassado nos uacuteltimos meses (apro-

ximadamente apoacutes o Congresso dePemba) de mera emissora propa-gandiacutestica do partido no poder enomeadamente da figura do Chefede Estado Notiacutecias ou reporta-gens por eles feitas satildeo geralmente

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10 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

censuradas ou totalmente ignora-das pelos dirigentes da emissoraprincipalmente quando se tratade abordar assuntos inerentes aomaior partido de oposiccedilatildeo a Re-namo Uma entrevista de cerca deduas horas com Dhlakama o liacutederda Renamo foi censurada e nuncachegou a ser transmitidaEste elevado niacutevel de frustraccedilatildeodesagua por vezes na entrega danotiacutecia aos colegas da comunica-ccedilatildeo social privada os quais tecircm apossibilidade de publicar aquiloque os oacutergatildeos controlados peloEstado natildeo conseguem tornarpuacuteblico Esta praacutetica foi confir-mada mediante entrevistas feitasem Maputo junto a jornalistas dacomunicaccedilatildeo social puacuteblica assimcomo independente tendo os doiscomo o uacutenico objectivo a procurada verdade e a tentativa de pautarpelo profissionalismo cuja praacuteticatornou-se impossiacutevel nos oacutergatildeoscontrolados pelo Estado Esta for-ma de resistecircncia a um poder quetende a fechar qualquer espaccedilo dediscussatildeo eacute a uacuteltima que a classedos profissionais da comunicaccedilatildeoespontaneamente encontrou paraconseguir informar os seus con-cidadatildeos daquilo que se passa nomundo poliacutetico e econoacutemico localO jornal ldquoNotiacuteciasrdquo teve a mesmasorte que a TVM O seu antigo di-rector Rogeacuterio Sitoe foi dispensa-do em Junho deste ano depois deter assumido as funccedilotildees em 2003

substituindo Bernardo Mavangaactual Assessor juriacutedico do jornalEste acto foi uma clara conse-quecircncia da nova linha do ldquopoderconcentradordquo ao inveacutes que ldquodiluiacutedordquopautada pela Presidecircncia Comotentou explicar Sitoe numa entre-

vista que nos concedeu no dia 19de Setembro deste ano em Mapu-to a sua aposta sempre foi de fazerum jornalismo com um pouco depropaganda ao passo que agoraestaacute acontecendo exactamente ocontraacuterio Apoacutes a sua saiacuteda da di-recccedilatildeo este diaacuterio eliminou qual-quer sentido criacutetico tatildeo que duran-te as primeiras 16 ediccedilotildees do ldquonovocursordquo a manchete sempre trazia afoto do Presidente Guebuza Estehaacutebito continua ateacute hoje descre-dibilizando ainda mais um jornalque com Sitoe tentou pelo menosmanter alguns espaccedilos de liberda-de por exemplo mediante ruacutebricastais como a das ldquoconjecturasrdquo ascartas dos leitores ou os proacuteprioseditoriais do directorVale a pena recordar a este propoacute-sito os dois editoriais escritos porSitoe ao longo do Congresso dePemba e que certamente chama-ram a atenccedilatildeo do Presidente da Re-puacuteblica e da restrita elite dos seusconselheiros (acima de tudo do seuactual porta-voz Edson Macuaacute-cua) por ter dado pouco espaccedilo agraveproeminente figura de Guebuzaavanccedilando criacuteticas impliacutecitas con-tra a sua maneira de gerir o partido

No editorial do dia 28 de Setem-bro Sitoe defende que a Frelimoestaacute subdividida em alas e que issonatildeo soacute seria normal mas faria parteda tradiccedilatildeo histoacuterica deste partidoUma tal situaccedilatildeo estaria a teste-munhar ldquouma necessidade dialeacutec-tica de movimento e crescimentordquoApesar de Guebuza ter conseguidoquase 99 dos votos da assembleiaSitoe destaca o facto de ldquomembroshistoacutericos deste partido a clamarpor maior diaacutelogo internordquo dandocontinuidade a uma ldquomaior liber-dade de imprensardquo que estaria sobrisco de retrocessos No editorialdo dia 5 de Outubro recordandoa assinatura dos acordos de Romaentre Frelimo e Renamo ocorridano dia 4 de Outubro de 1992 Sitoerealccedila a necessidade e a importacircn-cia vital do diaacutelogo entre as partesnum momento em que a ldquoala durardquoda Frelimo estava prevalecendo noque diz respeito aos pedidos da Re-namo finalizados a encontrar solu-ccedilotildees paciacuteficas para novas proble-maacuteticas que este partido continuaateacute hoje a colocar numa conversaentre surdos O facto de Sitoe terfeito coberturas ldquoabertasrdquo dos uacutelti-mos acontecimentos dando espa-ccedilo mesmo agraves razotildees da Renamo esobretudo da oposiccedilatildeo interna agraveFrelimo (a partir da figura do an-tigo Presidente Joaquim AlbertoChissano) valeu-lhe o afastamentodo cargo de director e a nomeaccedilatildeocomo Assessor do CDA do jornal

A mesma sorte que tinha tocadoao seu predecessor Bernardo Ma-

vanga actual Assessor juriacutedico dogrupo Notiacutecias srl

O ldquoautori tarismo demo-craacuteticordquo e a imprensa emMoccedilambiqueA constante pressatildeo exercida junto

agrave comunicaccedilatildeo social tem desven-dado uma realidade que pareciaconstituir apenas uma lembranccedilada altura do regime a partido uacuteni-co quando o responsaacutevel ideoloacutegi-co da Frelimo Jorge Rebelo ditavaa linha editorial dos oacutergatildeos de co-municaccedilatildeo bypassando na iacutentegrao governo e o ministro competenteO processo de lenta mas progressi-

va abertura democraacutetica que tinhacomeccedilado a afirmar-se em Mo-ccedilambique a partir do princiacutepio dosanos Noventa parou e os princi-pais sinais deste cenaacuterio podem serresumidos nos seguintes pontos1 A concentraccedilatildeo do poder econoacute-mico e poliacutetico nas matildeos do actualChefe de Estado e dos seus maisdirectos colaboradores2 O aniquilamento dos adversaacute-rios internos incapazes de opor-seabertamente agraves decisotildees do Chefede Estado e Presidente da Frelimo3 O total arbiacutetrio e a falta de expli-caccedilatildeo puacuteblica no que diz respeitoaos despedimentos e nomeaccedilotildees detodos os cargos relacionados coma esfera governamental dando azoa ldquofofocasrdquo que tornam ainda mais

turvo o ambiente poliacutetico moccedilam-bicano4 O papel irrelevante do Parla-mento que quase que natildeo discuteassuntos e leis julgados incoacutemodostais como (de recente) tem aconte-cido em relaccedilatildeo agrave lei sobre acesso agraveinformaccedilatildeo

5 A ideia de que o livre exerciacutecioda criacutetica soacute prejudica a actividadedo Governo e portanto tem queser limitada e ateacute banida6 Consequentemente haacute uma ten-tativa bastante evidente e aberta desilenciar a comunicaccedilatildeo social agovernamental de forma directa aprivada mediante pressotildees de vaacuterianatureza junto aos proacuteprios oacutergatildeosa editores ou a jornalistas singula-res7 Fazer com que a questatildeo relati-

va agrave qualidade da democracia e daparticipaccedilatildeo dos cidadatildeos junto agravetomada de decisotildees estrateacutegicaspara o paiacutes passe a ser consideradaa partir da comunidade internacio-nal como assunto secundaacuterio pri-

vilegiando os negoacutecios bilionaacuteriose portanto a vertente econoacutemicado desenvolvimento

Bussoti eacute investigador Auxiliar noCentro de Estudos Internacionais ndash

ISCTEIUL Lisboa Texto retirado do PAMBAZUKA

NEWS

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13Savana 18-10-2013 SOCIEDADE

A experiecircncia do modelo

brasileiro de desenvolvi-mento agraacuterio natildeo cria il-usotildees em Augusto Juncal

do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra do Brasil (MST)sobre o efeito ldquoperversordquo que o Pro-SAVANA vai gerar para os cam-poneses do corredor de Nacala

Presente em Moccedilambique a conviteda Uniatildeo Moccedilambicana dos Cam-poneses (UNAC) para participarna II Conferecircncia InternacionalCamponesa sobre a Terra Juncaldiz que a reacuteplica da chamada agri-cultura do cerrado brasileiro que osgovernos brasileiro moccedilambicano ejaponecircs querem praticar em 19 dis-tritos do centro e norte de Moccedilam-bique vai gerar comunidades desem terras como aconteceu no seupaiacutesldquoO reassentamento eacute um passopara virar sem terra (hellip) Eu achoque a preocupaccedilatildeo dos campone-ses moccedilambicanos em relaccedilatildeo aoProSAVANA eacute pouca para o ta-manho do problema que estaacute a virEu acho que os camponeses aindanatildeo se deram conta do que estaacute avir porque quando se derem con-ta natildeo teratildeo nenhuma negociaccedilatildeopara fazer com o Governordquo disse

Augusto JuncalO activista do MST brasileiro

considera inevitaacutevel que o ProSA-VANA despoje os camponeses dastrecircs proviacutencias abrangidas pela ini-ciativa do uacutenico recurso que detecircmndash precisamente a terra ndash pelas suascaracteriacutesticasldquoProSAVANA vai trabalhar commonoculturas como soja algodatildeo ecriaccedilatildeo extensiva de gado A mono-cultura requer alto uso de agro-toacutex-icos que contaminam a aacutegua o ar

e a terra e mecanizaccedilatildeo intensa enatildeo precisa de camponeses ProSA-

VANA natildeo vai plantar mandioca emapira eacute para culturas que interes-sam ao mercado europeu e norte-americanordquo frisou Augusto Juncal

Quanto agraves garantias do Governomoccedilambicano sobre o respeito dosdireitos dos camponeses da aacuterea deimplementaccedilatildeo da referida iniciati-

va o ldquosem terrardquo recorre ao exemplobrasileiro para fundamentar a sua

duacutevida de que esse compromissoseraacute observado

ldquoTudo o que eles dizem natildeo re-

alizam A reforma agraacuteria era umapauta do Governo Lula mas ficouesquecida Dilma Rousef literal-mente acusou duramente o fal-hanccedilo do Governo Lula na questatildeoagraacuteria mas defende agora a pri-

vatizaccedilatildeo do Preacute-Salrdquo apontou Au-gusto JuncalPara o militante da causa camp-esina a turbulecircncia social causadapela implementaccedilatildeo de projec-tos mineiros em Moccedilambique eacuteum testemunho de que a retoacutericamessiacircnica do ProSAVANA vaiconverter-se num cataclismo socialpara MoccedilambiqueldquoNatildeo precisa de retoacuterica nempoliacutetica para ver o desastre asexperiecircncias estatildeo aiacute vocecircs osmoccedilambicanos tecircm que ler as ex-periecircncias que estatildeo acontecendoaiacuterdquo afirmou Augusto JuncalPara o activista dos direitos doscamponeses brasileiros o projectotriangular vai desferir um golpemortal a um ganho que a inde-pendecircncia de Moccedilambique em1975 conseguiu e que faz inveja aosbrasileiros que eacute a posse da terrapelos mais pobresldquoNoacutes nunca tivemos uma reformaagraacuteria vocecircs tiveram apoacutes a inde-pendecircncia do paiacutes mas vatildeo deitar

tudo a perderrdquo sublinhou Augusto Juncal

Querem impor-nos um fa-

lhanccedil o - UNACPor sua vez a UNAC retomou du-rante a II Conferecircncia Internac-ional Camponesa sobre a Terra osataques cerrados ao ProSAVANAinsistindo na expropriaccedilatildeo da terradestruiccedilatildeo dos ecossistemas locais eemergecircncia de fomeldquoIsto eacute grave Quem conhece a re-alidade brasileira sobre este modeloque foi importado para o ProSA-VANA sabe que 80 por cento dasexportaccedilotildees geradas satildeo detidas pe-las empresas privadas Querem im-por-nos um modelo que fracassouno Brasilrdquo disse Vicente Adrianooficial de Advocacia e Cooperaccedilatildeo

da UNACEm conferecircncia de imprensa reali-zada em Maputo o coordenador doProSAVANA Calisto Bias tentourefrear as preocupaccedilotildees dos rep-resentantes dos camponeses afir-mando ldquoa soberania dos campone-ses sobre a terra seraacute respeitada peloProSAVANArdquoSegundo Calisto Bias que repre-senta o Ministeacuterio da Agriculturamoccedilambicano no ProSAVANA ainiciativa assenta em pilares comoo desenvolvimento integrado einclusivo que tem em conta asrealidades e especificidades agro-ecoloacutegicas e socioculturais de cada

um dos 19 distritos de incidecircnciado projecto

ldquo Sem Terra brasileirordquo daacute o veredict o

ldquo ProSAVANA eacute perverso para os moccedilambicanosrdquondash di z Augu st o Jun cal

Augusto Juncal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terrado Brasil (MST)

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14 Savana 18 -10-2013Savana 18 -10-2013 15NO CENTRO DO FURACAtildeO

ldquo Caminhamos de novo para uma armadilhardquoPor Ricardo Mudaukana O autor procuraraacute neste texto ser pedagoacutegico para facilitar a compreensatildeo dos

leitores menos familiarizados com alguns conceitosEste texto refere-se principalmente ao lado das despesas do orccedilamento eapenas agrave anaacutelise dos principais indicadores macroeconoacutemicos associados ao

orccedilamentoO orccedilamentocomo conta puacuteblica compotildee-se das despesas do Estado para assegurarserviccedilos puacuteblicos aos cidadatildeos (educaccedilatildeosauacutedeseguranccedila socialetc)seguranccedila do paiacutese das pessoasdefesa dos direitos e liberdadesjusticcedila entre outrosEstas funccedilotildees natildeo tecircmporque ser um monopoacutelio estatalRealiza ainda actividades econoacutemicas e de investimen-tocom ou sem parcerias com o sector privado (infra-estruturasserviccedilos de monopoacuteliosnaturais cuja actividade natildeo interessa ao sector privadoetc)Sobre o papel do Estado naeconomia sempre existiu um constante debate inacabado natildeo apenas devido agraves variaccedilotildeesdos contextos no tempo no espaccedilo como ainda por razotildees poliacuteticasideoloacutegicas e outrasOnde se pode encontrar algum pensamento comum eacute na necessidade do Estado de-senvolver os serviccedilos com eficiecircncia e eficaacuteciac onsiderando que utiliza a riqueza doscidadatildeos atraveacutes dos impostos ou da cooperaccedilatildeo (igualmente impostos pagos nos paiacutesesdoadores) e que os serviccedilos sejam de faacutecil acesso isto eacuteestejam proacuteximos dos cidadatildeosExige-se ainda que o Estado natildeo absorva uma elevada percentagem da riqueza nacionalmedido pela percentagem dos gastos puacuteblicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto - in-dicador que mede a riqueza nacional)isto para libertar recursos para as famiacutelias e a ac-tividade privadasupondo o princiacutepio (sempre discutiacutevel)que o sector privado eacute sempree necessariamente mais eficientePor isso o Estado deve possuir uma gestatildeo eficiente dos recursoso que dependeemgrande medidadas opccedilotildees da governaccedilatildeoda competecircncia dos gestores puacuteblicosda ca-pacidade da sociedade em controlar a actividade e as contas puacuteblicas (atraveacutes do Parla-mento ou por outros mecanismos) Por issoo Estado deve ser transparente nas decisotildeese nas contasdisponibilizando informaccedilatildeo aos cidadatildeos e os servidores do Estado devem

reger-se pela eacutetica republicana onde existe uma clara separaccedilatildeo de interesses entre oprivado e o puacuteblicoUma gestatildeo saudaacutevel sugere que os gastos natildeo sejam superiores agraves receitasque a diacutevidaseja sustentaacutevel (possibilidade de ser paga no futuro) e baixa ( para natildeo penalizar as fu-turas geraccedilotildees atraveacutes de impostos acrescidos para pagamento da diacutevida contraiacuteda nopassado)As opccedilotildees do governo (opccedilotildees puacuteblicas) deveriam sempre ter em conta o mel-hor cumprimento das funccedilotildees do Estado em cada fase do desenvolvimentoFeita esta breve apresentaccedilatildeoo autor utilizaraacute principalmente os seguintes indicadores(1) gastos puacuteblicosPIBdestacando os salaacuterios dos funcionaacuterios (2) Deacutefice puacuteblicoPIBfinanciamento do mesmo e a diacutevida puacuteblicaPIB(3) grau de sustentaccedilatildeo do orccedilamentodo Estado atraveacutes de recursos gerados pela economia concretizado pelo indicador recei-tasgastos(em percentagem)e (4) evoluccedilatildeo de alguns gastoscomo forma de observaracerca de algumas opccedilotildees do governoNatildeo haacute consenso sobre os paracircmetros que indiciam situaccedilotildees de estabilidadesustentabi-lidade ou de criseinstabilidadeAs teorias convencionais referem que o Estado deve serldquoleverdquo(o que se reflecte numa baixa percentagem dos gastos puacuteblicossobre o PIB ndash natildeomais que 30) um deacutefice proacuteximo de zero e uma diacutevida que seja possiacutevel de ser pagasem sacrifiacutecios sobre os rendimentos das futuras geraccedilotildeesSegundo as mesmas escolasoestado deve assumir funccedilotildees muito especiacuteficas e que natildeo sejam do interesse do sector pri-

vado (por exemplodefesa e seguranccedila nacionalcerto tipo de investigaccedilatildeo e facilitaccedilatildeo daactividade privada com a criaccedilatildeo de bons ambientes de concorrecircncias) e o que se entendepor estado social deveraacute ser assegurado por sistemas de seguros e pensotildees oferecidos porinstituiccedilotildees financeiras privadasPressupotildee-se que o mercado eacute o mais eficiente alocadorde recursosos agentes econoacutemicos possuem loacutegicas de maximizaccedilatildeo de objectivos (lucroutilidadesetc)num ambiente concorrencial e de negoacutecios

Toda a informaccedilatildeo utlizada neste texto foi obtida do Orccedilamento Geral do Estado e operiacuteodo analisado eacute o de entre 2001 e 2012Por isso natildeo estatildeo indicadas as fontes dosgraacuteficos ao longo do texto

Graacutefico 1Despesas totaisPIBem percentagem

Alertas sobre o Orccedilam ento do EstadoPor Joatildeo Mosca

Graacutefico 2

Despesas com o pessoaldespesas correntesem percentagem

Os dois graacuteficos acima revelam(1) um evidente crescimento dos gastos do Estado comopercentagem do PIB(2) a manutenccedilatildeo percentual dos gastos com o pessoalporeacutem comcrescimentos reais dos gastos considerando o aumento destesa factura dos salaacuterios dosfuncionaacuterios passou de 58 do PIB em 2001 para 102 em 2012o que pode ser con-siderado muito elevado se comparado com outras economias (incluindo as africanas eda SADC)e (3) as despesas do Estado crescem mais rapidamente que o crescimentoeconoacutemicoconsiderando que a relaccedilatildeo GastosPIB estaacute a crescer

Graacutefico 3Deacutefice puacuteblico com e sem recursos externos em percentagem do PIB

Graacutefico 4Diacutevida puacuteblicaPIBem percentagem

Dos dois graacuteficos acimaobserva-se (1) um elevado deacutefice das contas puacuteblicas emos d os g raacute ficos a cm a o s er va -s e 1 um e e va do d eacutefice d as c on ta s uacute c as e m

relaccedilatildeo ao PIB e queem termos e valores absolutostem aumento por efeito do cresci-mento do PIB (2) embora a diacutevida possa natildeo ser considerada elevada assimela eacutedevido agrave cobertura dos deacutefices puacuteblicos dos anos anteriores pela cooperaccedilatildeo externadando por isso uma percepccedilatildeo pouco real (fictiacutecia) da realidadeEntre 2001 e 2012entre 85 e 90 do deacutefice puacuteblico foi coberto por recursos externos

Graacutefico 5Receitasdespesasem percentagem

Graacutefico 6Recursos externosdespesas totaisem percentagemOs graacuteficos 5 e 6 revelam duas evoluccedilotildees positivasUm aumento das receitas do Estado

e um decreacutescimo da dependecircnciaSe os megaprojectos natildeo tivessem os benefiacutecios fiscaisconhecidoseste cenaacuterio poderia ser muito diferentepara melhor

Graacutefico 7Despesas totais por habitante entre 2001 e 2012 Graacutefico 8

Despesas de funcionamento (acircmbito central) de alguns oacutergatildeos centraisa preccedilos con-stantes de 2011

O Graacutefico 7 revela uma grande diferenccedila na alocaccedilatildeo de recursos por habitante As

proviacutencias com taxas de pobreza mais elevadas satildeo as que tecircm menos recursos porhabitantesendo o contraacuterio tambeacutem verdadeiro (Cidade de Maputo e Proviacutencia deMaputo) O graacutefico 8 apresenta e compara os gastos de funcionamento de acircmbitocentral entre alguns oacutergatildeos do EstadoO graacutefico dispensa comentaacuterios

Em resumo pode-se afirmar que a evoluccedilatildeo do Orccedilamento do Estadosegundo os in-dicadores seleccionadosrequere reflexotildees e ajustamentosconsiderando o crescimentodo sector puacuteblico e da massa salarial dos funcionaacuteriosVerifica-se a persistecircncia de umapoliacutetica expansiva do gasto puacuteblicoum elevado do deacutefice sem recursos externos e sinaispreocupantes do endividamento puacuteblico (quando os recursos externos natildeo satildeo contabi-lizados)Parece evidente que satildeo necessaacuterios ajustamentos da distribuiccedilatildeo dos recursosentre proviacutencias e entre os oacutergatildeos do Estado a niacutevel centralComo elemento positivoressalta-se o aumento das receitas fiscaiso que permite a reduccedilatildeo da dependecircncia doorccedilamento em relaccedilatildeo agrave cooperaccedilatildeodonativosO espaccedilo desta coluna natildeo permiteanaacutelise do orccedilamento com a ecircnfase da economia poliacutetica

Outros indicadores de importacircncia analiacutetica natildeo foram apresentados como por ex-emploa alocaccedilatildeo entre sectores de actividadea composiccedilatildeo das receitas e do finan-ciamento do deacutefice e o reflexo no orccedilamento de algumas medidas de descentralizaccedilatildeoadministrativa

A evoluccedilatildeo das contas puacuteblicas de Moccedilambique natildeo pode deixar os cidadatildeos tran-quilosA actual crise em alguns paiacuteses da Europa tem como causa proacuteximao s dese-quiliacutebrios e o mal gastar dos dinheiros dos cidadatildeos derivado de poliacuteticas expansivase eleitoralistas no quadro das lutas partidaacuterias e de defesa dos poderesagrave custa e emprejuiacutezo dos cidadatildeosdas empresas e da economia

ndash c on sid era Grup o M occedil am bi ca no da Diacutevid a so br e o a ct ua l n iacutevel de d iacutevid a p uacuteb li ca

A organizaccedilatildeo mais conhe-cida em mateacuteria de mo-nitoria da diacutevida puacuteblicaem Moccedilambiqueo Grupo

Moccedilambicano da Diacutevida (GMD)co-mentou ao SAVANA o alarme que oTe Economist Intelligent Unit (EIU)

fez soar recentemente sobre a novaespiral de endividamento que o Go-verno moccedilambicano estaacute a seguirde- pois do oxigeacutenio que as contas puacuteblicasreceberam na sequecircncia da Iniciativade Aliacutevio da Diacutevida dos Paiacuteses Alta-mente Endividados (HIPC)haacute cercade 10 anos Para Humberto Zaqueu oficial deadvocacia do GMDa actual lideran- ccedila do paiacutes estaacute ldquoa armadilharrdquo Mo- ccedilambique numa futura asfixia finan-ceira que vai impedir investimentosimportantes em aacutereas essenciais comoa sauacutedeeducaccedilatildeo e abastecimento deaacutegualdquoOs nossos poliacuteticos natildeo resistemquando vecircem dinheiro eacute irrisoacuterioeste despesismo para o luxoVamos aChinaporque eles natildeo exigem requi- sitos natildeo se importam se vais com- prar armas para reprimir o teu povordquoconsidera Humberto Zaqueusobre orecurso ao dinheiro chinecircs apontadocomo um dos novos credores de peso de Moccedilambique

Justi1047297ca-se o alerta do EIU sobre oactual ritmo de endividamento doEstado moccedilambicanoDefinitivamente sim justifica-se enoacutescomo GMDtemos vaacuterios tra-balhos feitos e alguns em cursoquemostram uma tendecircncia de um novopadratildeo preocupante de endivida-mento Como GMDas pessoas en-quadram-nos num acircngulo de anaacutelisee de visatildeo sobre a diacutevida mais socialenquanto o Governo tem uma visatildeomais economicista da questatildeo OGoverno baseia as suas decisotildees so-bre a diacutevida em caacutelculos e indicado-res elaborados conjuntamente como Fundo Monetaacuterio Internacional(FMI) e Banco Mundial (BM)emraacutecios da diacutevida sobre exportaccedilotildeese serviccedilo da diacutevida sobre o Produto

Interno Bruto (PIB) e essa relaccedilatildeomostra que a diacutevida de Moccedilambiqueeacute sustentaacutevelao niacutevel dos nuacutemerosMas se for ver a dinacircmica dos pres-supostos que sustenta os tais raacuteciosque eacute a induacutestria extractiva e os me-gaprojectos que natildeo deixam nadapara Moccedilambiqueou pouco deixampara Moccedilambique entatildeo a partirdesse princiacutepioe stes raacutecios satildeo en-ganadores O nosso Governo estaacute abasear-se numa ldquorealidaderdquoirrealista

Quer dizer que os alicerces sobre osquais o Governo assenta a decisatildeode recorrer a um alegado endivida-mento excessivo natildeo satildeo con1047297aacuteveisO mecanismo de transmissatildeo da-queles raacutecios para a economia real deMoccedilambique eacute muito fraacutegil a basede redistribuiccedilatildeo da renda eacute muitoteacutenue O Governo radica o seu op-timismo em relaccedilatildeo agrave contrataccedilatildeo dadiacutevida a preccedilos elevados em pressu-postos irrealistas porque considera

um grande crescimento da economiaatraveacutes da induacutestria extractiva a umritmo acelerado Isso eacute claramenteilusoacuterio porque a induacutestria extrac-tiva beneficia de tantas isenccedilotildees oemprego gerado eacute limitadiacutessimo Jaacutetemos informaccedilotildees que apontam queo que os megaprojectos declaramcomo facturaccedilatildeo estaacute muito abaixoda real facturaccedilatildeoUsam esse esque-ma para acederem a isenccedilotildees unsconseguiram que o Estado lhes as-segurasse apenas 16 por cento sobreos seus rendimentosoutros natildeo maisde metade quando pela legislaccedilatildeotinham de pagar 32Eacute infantil pensar que a Vale ou outromegaempreendimento qualquer vaidinamizar a economia ao ponto depagar o niacutevel de diacutevida que o paiacutes estaacutea acarretarEstamos a ser confronta-dos com decisotildees politicamente to-madas que natildeo tecircm nada a ver comracionalidade econoacutemicaUm poliacute-tico menos informadoquando ouvedizer que o paiacutes estaacute a descobrir re-cursos naturaisfica na ilusatildeo e tomadecisotildees com fonte nessa ilusatildeoMasalguns politicamente mais prepara-dos em termos econoacutemicos tecircm tidoa sensatez de dizer acutetenham cuidadoo que vai acontecer na economia realnatildeo satildeo os nuacutemeros que estatildeo a serinvestidos pelas multinacionais natildeo

vale a pena pensa r que a induacutestriaextractiva vai gerar benefiacutecios para opaiacutes de hoje para amanhatilde`A expectativa menos remota eacute queesses projectos gerem benefiacutecios in-directos impulsionando alguma ho-telaria e turismoa agricultura pode

vir a beneficiar um pouco esse eacute oalerta que tem sido deixado pelospoliacuteticos mais informados tecnica-mente porque o caminho eacute longo eincertoInfelizmente os poliacuteticos menosinformados soacute vecircem o lado do in-

vestimento que eacute uma fantasia eacuteerradocomo vimos no iniacutecio com aMOZALque fez disparar o PIB aniacuteveis galopantese estaacute a aconteceragora com a Vale e a Rio Tintocomavultados investimentos mas sem

impacto sobre a economiaQuando se analisam os raacutecios usadospelo Governo na sua corrida ao en-dividamentoeacute faacutecil vecirc-se que estatildeoa diminuir enquanto a diacutevida estaacutea subirE statildeo a meter o paiacutes numaarmadilha econoacutemicacujo resultadoeacute esteagora estamos bem perto dosseis biliotildees de doacutelares em termos dediacutevidao niacutevel do HIPChaacute cerca de10 anos

E natildeo passa muito tempo desdeesse niacutevel de diacutevida impagaacutevelhellipNaquele tempo foi em condiccedilotildeesmais ligeiramente favoraacuteveis por-que eram maioritariamente diacutevidasconcessionais de credores bilateraisou sejade paiacutes para paiacutescom ta-

xas de juro ligeiramente acima dasconcessionais mas com periacuteodos dereembolso longos e as outras erammultilaterais com uma taxa de juromais baixa proacutexima de zero e comperiacuteodos de graccedila de 10 a 20Por ou-

tro lado as diacutevidas antes do HIPCforam contraiacutedas em periacuteodos com-parativamente mais longosmais oumenos em duas deacutecadase as actu-ais estatildeo a surgir a um ritmo acele-rado Depois do HIPC natildeo passammuitos anos e estamos perto do picohistoacuterico de cerca de seis biliotildees dedoacutelares

Banca sanguessugaO dinheiro chinecircs eacute mais caroO que se vecirc no recurso a esse di-nheiro eacute que estaacute a ser contratadoa um ritmo muito acelerado e emcondiccedilotildees muito desfavoraacuteveis OEXIMBANK(banco estatal chinecircsde creacutedito externo) empresta dinhei-ro com periacuteodos de reembolso muitocurtospara aiacute 10 anos periacuteodo degraccedila quase nulo e a taxa de juro estaacutebem perto da taxa de mercadoParao contexto do mercado moccedilambica-no10 por cento podem natildeo parecerexcessivos porque a nossa banca co-mercial cobra entre 10 a 12 por centomas essa eacute uma banca de sanguessu-gasporque 10 por cento satildeo proibiti-

vosOs mesmos bancos sul-africanosque caacute cobram issona Aacutefrica do Sulembolsam juros mais suavess abembem que a taxa real de empreacutestimosna Aacutefrica do Sul natildeo passa cinco porcentomas em Moccedilambique aplicam10 ou acima dissoPortanto quandofazemos uma anaacutelise cruzadavemosque a taxa real exigida pela China eacutede banca comercial a taxa de mer-cadocom periacuteodos de graccedila nulos ede desembolsos muito curtosisto vaidesgraccedilar o paiacutesO mais triste eacute que natildeo se compre-ende o recurso a fontes de finan-ciamento tatildeo lesivas aos interessesdo Estado moccedilambicanoporque ostradicionais doadores ainda cobreme ajudam a combater o deacutefice orccedila-mental Temos um orccedilamento comum deacutefice meacutedio de 40 por cento eacuteuma cifra realmente maiormas osdoadores comprometeram-se a de-sembolsar para este anopor exem-plocerca de 700 milhotildees de doacutelares

em apoio directo ao Orccedilamento Ge-ral do EstadoA ajuda externa jaacute estaacuteproacutexima senatildeo capaz de eliminar odeacutefice A pergunta entatildeoeacute porqueessa azaacutefama com o creacutedito chinecircsO que conseguimos perceber eacute quehaacute uma ilusatildeo da nossa ala poliacuteticase se tratasse de comidadiria gulaosnossos poliacuteticos natildeo resistem quando

vecircem dinheiro haacute despesismo Va-mos a china porque natildeo exigem re-quisitos se vais comprar armas parareprimir o teu povo natildeo se impor-tamAgrave Chinao que interessa eacute ga-rantir que o seu creacutedito seraacute pago porcontrapartidas como petroacuteleo dia-mantes carvatildeohellipqualquer dia Mo-ccedilambique ainda hipoteca o seu car-

vatildeopara pagar o que deve agrave ChinaNeste momentoa China natildeo colocaobstaacuteculos no acesso ao seu dinheiro

Mas o Governo justi1047297ca o recursoao endividamentocom o imperati- vo de infra-estruturashellipMas tem de haver prudecircncianatildeo voudeixar de criticar o uso que se faz dodinheiro puacuteblico edifiacutecios puacuteblicos

a serem construiacutedos mas entre fo-mentar a produccedilatildeo interna de arrozque cobre em apenas menos de cincopor cento a procura interna e deixa95 por cento para as importaccedilotildees eos edifiacutecios puacuteblicos e carros de luxopara a elite administrativa do paiacutesqual deve ser a prioridade Eacute oacutebvioo despesismo de luxo algum capri-cho puacuteblico ateacuteporque a fonte dodinheiro eacute faacutecilEste endividamentonatildeo vai para a produccedilatildeose fosse paraas vias de acessocompreendia-se

O EIU diz que o actual serviccedilo dadiacutevida jaacute eacute 40 por cento do PIB Eacutepossiacutevel chegar ao colapso que nosempurrou para o HIPCO risco imediato de natildeo conseguirpagar a diacutevida puacutebica pode natildeo serdaqui a cinco ou 10 anosmas numfuturo breve a capacidade do Esta-do fazer investimentos importantese estrateacutegicos vai reduzir Comeccedilaraacutea faltar dinheiro para a sauacutede edu-

caccedilatildeo e agricultura Esses sectoresessenciais vatildeo ressentir-se e muitoAteacute ao ano passadoa educaccedilatildeo tinhaum fundo para o vector da educaccedilatildeouniversal e Moccedilambique beneficioudurante cinco anos dessa verbamasacabou e soacute uma intervenccedilatildeo de uacutelti-ma hora do Banco Mundial permitiuum socorro de 50 milhotildees de doacutelaresA necessidade de alocar mais fundospara as aacutereas prioritaacuterias natildeo vai mu-darno entantoa capacidade de fi-nanciaacute-los pode retrair-seA reduccedilatildeode alguns fundos pode ser uma rea-lidademas que natildeo seja por isso quese vaacute justificar a corrida ao dinheirochinecircs porque a reduccedilatildeo dos apoiosdos tradicionais parceiros eacute ainda po-tencial os dadores continuam a darao ritmo programadoO que chama a atenccedilatildeo na relaccedilatildeocom os tradicionais parceiros eacute o re-forccedilo dos condicionalismos haacute umcondicionalismo que nem eu consi-dero sustentaacutevelo princiacutepio da tran-che variaacutevel Os doadores datildeo emparcelas o Governo tem de mostrarresultados convencer para tirar mais25 por cento mas tem sido muitotarde e isto compromete a execu-ccedilatildeo completa dos doadores na pers-pectiva de resultadosPor issoelesapostam no financiamento ao fundocomum em que eles mandam a suamissatildeo mandam uma equipa teacutec-nica para ver se as ambulacircncias quefinanciaram foram compradas por-que quando o apoio eacute directamenteao Orccedilamento do Estado eles natildeotecircm essa prerrogativaHaacute esta ten-decircncia de reduccedilatildeo do apoioporquea tranche variaacutevel estaacute a ser difiacutecil derespeitarmas no geralcontinuamoscom os doadores cometidos com osdesembolsosa uacutenica coisa eacute que natildeoestamos a aguentar com os condicio-nalismos cuja imposiccedilatildeo quanto amim justifica-se Quando dinheirospuacuteblicos satildeo usados para comprarmaacutequinas de barbear e outros malescomo os desvios no Ministeacuterio daEducaccedilatildeo entatildeo aperta-se o desem-bolsoe a alternativa eacute o dinheiro su-postamente faacutecil da Chinapara coi-

sas como o negoacutecio dos naviosComo dinheiro dado pelos novos credo-respode estar a fazer-se alguma coi-samas natildeo haacute optimizaccedilatildeo Que asdiacutevidas mobilizem a produccedilatildeodevernatildeo eacute maucontrair uma diacutevida parabeber sem capacidade eacute um crimemorala natildeo ser que tenha capacida-de de pagamentoSe se atingisse essepico de endividamentopara finan-ciar infra-estruturas essenciais natildeoestaacutevamos aqui a criticar

Haacute tambeacutem uma apreensatildeo com oendividamento internoEstamos a criar este cenaacuterio Elescriam condiccedilotildees para que o paiacutes vivaessa situaccedilatildeoE sses casos de corrup-ccedilatildeo que satildeo frequentemente relata-dos deixam os doadores pessimistase se sintam obrigados a impor condi-cionalismos que retardam a chegadade verbas e a multiplicaccedilatildeo de mis-sotildeesA hipoacutetese Chinaagraves vezeslevao seu tempo e o resultado eacute o deacutefice

na tesouraria que justifica emissotildeesde diacutevida interna provocadas pelodeacutefice na tesouraria Satildeo diacutevidas decurto prazomas criam uma enormepressatildeo porque o Governo tem depagar e eacute mais penosoporque eacute nosbancos comerciaisdado que mais de80 por cento dos moccedilambicanos natildeopagam sequer o seu consumo baacutesicologo natildeo compram as obrigaccedilotildees detesouro que o Estado lanccedila para sefinanciarQuem compra a diacutevida doEstado satildeo os bancos comerciaisquepreferem comprar tiacutetulos do Go-

verno porque o Governo nunca vaiagrave falecircncia natildeo precisa de hipotecasmas essas operaccedilotildees estatildeo a prejudi-car o investimentoIsso tudo porque

se criam cenaacuterios de desconfianccedilaque tornam moroso o financiamentotradicional que vem do exterior Oendividamento internopara finan-ciar a reconstruccedilatildeo por danos provo-cados pelas calamidades naturaisporexemplo entende-se eacute um recursode emergecircncia o Governo tem derecorrer a fundos excepcionais masgrande parte eacute deacutefice de tesouraria

Brasil e IacutendiaCentrou-se na China mas fala-sede outros novos credores Comoolha para o per1047297l do creacutedito do Bra-sil e da IacutendiaEles tambeacutem impotildeem condiccedilotildeesmais ou menos proacuteximas do mer-cadomas China eacute China Brasil eacuteBrasil e Iacutendia eacute IacutendiaEles natildeo tecircmcaracteriacutesticas similiaresnatildeo falam amesma liacutengua eacute por isso que o Go-

verno moccedilambic ano natildeo os conse-gue enquadrar na mesma plataformacomo acontece com os Parceiros deApoio Programaacutetico (PAP) Elesnatildeo tecircm procedimentos e caracteriacutes-ticas iguaissatildeo todos eles diferentesO Brasil natildeo daacute dinheiro natildeo eacute sua

vocaccedilatildeo dar directamente dinheirooseu dinheiro eacute em forma de assistecircn-cia teacutecnicase precisas de um teacutecnicoeles trazem o especialistaque traz oconhecimento de que carecesA si-tuaccedilatildeo amarga eacute que o Brasil eacute umcentro de financiamento de projectos

privados que estatildeo a entrar em Mo-ccedilambiquealguns deles como a Valemuito contestados sob o ponto de

vista socialO Brasil dispotildee de linhasde financiamento e paga o segurodos investimentos das suas empresaseacute vocaccedilatildeo do Brasil apoiar grandesprojectos Jaacute a China categoriza osseus devedoresna primeira catego-ria mete os que podem pagar direc-tamente com petroacuteleo ou diamantese paiacuteses como Moccedilambique estatildeo nacategoria trecircsque pagam o dinheirocom dinheiroNos mapas de amorti-zaccedilatildeo da diacutevida de Moccedilambiquequeestatildeo no Ministeacuterio das Financcedilasestaacute laacute que Moccedilambique paga comdinheiro os creacuteditos chinesesMas eacuteuma situaccedilatildeo mista porque o creacutedi-to chines tambeacutem tem laacute um poucodo modelo brasileiroatraveacutes da pre-senccedila em Moccedilambique de empresaschinesas financiadas pelo dinheirodo Estado chinecircs Cada paiacutes tem oseu modelo de financiamento

Humberto Zaqueu o cial de advocacia do GMD

N a

iacute t a U s s e n e

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16 Savana 18-10-2013PUBLICIDADE

A sensivelmente cinco jor-nadas do fim do Moccedilam-bola o presidente da LigaMoccedilambicana de Futebol

(LMF) Alberto Simango Juacutenioraceitou fazer uma breve radiogra-fia da prova e de forma categoacutericagarante haver condiccedilotildees objectivaspara que a verdade desportiva pre- valeccedila Simango diz ainda natildeo ser verdade que a Liga Muccedilulmana es-teja a ser protegida pela arbitragemSeguem os excertos mais relevantesda conversa

Que avaliaccedilatildeo faz das primeirasoito jornadas da segunda volta doMoccedilambola-Faccedilo uma avaliaccedilatildeo positiva namedida em que o certame estaacute a de-correr dentro do previsto Tem sidobastante competitivo e os resultadosfalam por si Na primeira volta ha- via equipas que tinham muito gaacutesmas comeccedilaram a perder forccedilasnesta fase o que eacute normal porqueo Moccedilambola eacute uma prova de re-gularidade Conta-se mais comoa equipa termina a prova do quecomo comeccedila Jaacute fizemos dois terccedilosdo campeonato estamos num bom

caminho e a qualidade estaacute semprea subir Jaacute temos campeatildeo no Moccedilambola-As equipas que estatildeo agrave frente tudofazem para ganhar mas a luta eacutemuito renhida no meio da tabelaclassificativa e essas formaccedilotildees tudofazem para amealhar mais pontose quiccedilaacute evitarem a despromoccedilatildeo Eacuteuma prova de surpresa porque ateacutehoje a questatildeo da conquista do tiacute-tulo continua em aberto emborahaja um clube que avanccedilou bastantena pauta classificativa Pelo menosexistem trecircs a quatro clubes que lu-tam pela conquista do campeonato eisso eacute significativo

Sr presidente ainda continuam osdesacatos e vandalismo nos recintosdesportivos Como acabar com estatriste realidade-A situaccedilatildeo vai sendo paulatina-mente resolvida mas sinto queprecisamos de fazer um trabalho deeducaccedilatildeo ciacutevica por forma a que osclubes comecem por sua vez a tra-balhar com os seus adeptos porquea atitude de arremessar garrafas eoutros objectos para o interior docampo eacute simplesmente condenaacutevelO apelo que faccedilo eacute que natildeo bastaaprovarmos medidas haacute sim queprivilegiarmos a prevenccedilatildeo haacute ne-cessidade de as pessoas terem de

abandonar essas praacuteticas e prima-rem pelo fair playNatildeo acha que a maacute actuaccedilatildeo dos aacuter-bitros leva os adeptos a optarem poressa via o arremesso de garrafaspor exemplo-Eacute normal que haja contestaccedilatildeo daarbitragem isso faz parte de futebolEm qualquer parte do mundo ou- vimos falar de situaccedilotildees do geacuteneromas noacutes estamos a trabalhar com aCNAF e todas as semanas quandonecessaacuterio fazemos um trabalho desensibilizaccedilatildeo para aleacutem da avalia-

Eacute impossiacutevel t ermos Liga fort e com c lubes f racosfinanceiramente-Defende Albert o Simango Juacutenior da LMF

Por Paulo Mubalo

ccedilatildeo do desempenho dos aacuterbitrosO que se nota eacute que os aacuterbitros quecomeccedilam a pocircr em causa a verda-de desportiva estatildeo a ser punidosexemplarmente e isso eacute que incen-tivamos agrave CNAF porque eacute precisodefendermos o futebol de atitudese apetites inconfessaacuteveis de certosgrupos

Julga que a Liga Muccedilulmana estaacute aser bene1047297ciada pela arbitragem ouestaacute a ser viacutetima da sua grandeza- Duvido muito que a Liga Muccedilul-mana esteja a ser beneficiada duvi-

do muito que esse pronunciamentocorresponda agrave verdade A minhapercepccedilatildeo eacute que muitos clubes jaacutebeneficiaram de penaltes jaacute benefi-ciaram de erros de arbitragem Emsegundo lugar jaacute expliquei que osque tentam fabricar resultados estatildeoa ser punidos Eu natildeo vejo as coisasde forma particularizada todos osaacuterbitros podem errar em qualquer jogo que sejaO que a LMF pensa fazer parasalvaguardar a verdade desportivamormente nas derradeiras jorna-

das-Bem como tem sido habitual paraaleacutem do trabalho que temos vindoa realizar as uacuteltimas trecircs jornadasseratildeo disputadas no mesmo dia e agravemesma hora tendo em conta os in-teresses e objectivos de cada clubenessa fase Teraacute que ser assim ateacuteporque isso jaacute consta do nosso re-gulamento Satildeo partidas susceptiacuteveisde mudar a pauta classificativaHaacute treinadores que acusam a LMFde estar a coartar as suas liberdadesusando para tal puniccedilotildees Quer co-

mentar-A puniccedilatildeo faz parte da nossa estra-teacutegia de governaccedilatildeo noacutes natildeo fomoseleitos para natildeo respeitar os regula-mentos e estatutos Os dirigentestreinadores e clubes devem ter umaforma de estar natildeo podem aceitar vilipendiar quem quer que seja empraccedila puacuteblica natildeo podem atentarcontra a geacutenese do clube haacute que terforma e modo de falar Eacute importan-te que as pessoas percebam que aLiga eacute um dos clubes por isso de-fendemos que as pessoas se pronun-ciem com eacutetica que saibam falar Os jovens inspiram-se nos treinadores e jogadores pelas boas praacuteticas e natildeo

pelos insultos por isso tomamosmedidas contra os prevaricadores econtinuaremos a primar por essesprinciacutepios porque queremos umcampeonato satildeo e de disciplinaHaacute condiccedilotildees 1047297nanceiras para queo Moccedilambola termine sem muitosalaridos-Bem como nunca disse que natildeohavia o que posso dizer eacute que tudoestaacute sendo feito para que terminesem qualquer natureza de sobres-saltoPelos vistos a LMF continua a go-

zar de muita credibilidade junto dosparceirosQue trunfo usa para conseguir osseus intentos-O maior segredo eacute o trabalho eacutea nossa dedicaccedilatildeo e credibilidadeNoacutes fazemos de tudo para que ainstituiccedilatildeo seja crediacutevel Somos fieacuteisagrave prestaccedilatildeo de contas e gestatildeo cri-teriosa E por fazermos isso temosum caminho andado trabalhamos365 diasano agrave volta deste projectoEstes pressupostos todos nos levama conseguirmos bons resultados

Como avalia a expulsatildeo de Dia-mantino Miranda do paiacutes-A atitude dele foi de indisciplinagrave ele excedeu na forma comofalou Soacute queria lamentar e apelarpara que situaccedilotildees desta naturezanatildeo voltem a acontecer no nosso fu-tebol Ningueacutem estaacute no futebol paraarranjar problemas cada um tem oseu nome e deve ser chamado poresse nome natildeo podemos chamar aalgueacutem por um nome que natildeo o dig-nificaE a terminarhellip-O apelo que faccedilo eacute um convitequero convidar mais parceiros para

investirem no desporto e no futebolem particular porque atraveacutes do fu-tebol a imagem dos seus produtoschega mais longe Natildeo eacute possiacutevelfazermos a Liga forte com clubesfracos financeiramente Precisamosmais para as nossas equipas mascom a forma como estamos a tra-balhar acredito que a curto prazoteremos os nossos representantes aconseguirem bons resulatados emcompeticcedilotildees internacionais Masfoi bom porque a Liga Muccedilulmanachegou muito longe nas afrotaccedilas

A expulsatildeo do treinadordo Costa de Sol Dia-mantino Miranda poralegados insultos agrave na-

ccedilatildeo no final de jogo realizadocontra o Vilankulo estaacute a divi-dir opiniotildees dos moccedilambicanosCom efeito enquanto alguns ci-dadatildeos ouvidos pelo SAVANAdefendem que a medida tomadapelo Ministeacuterio do Trabalho eacute justa outros dizem ter havidoprecipitaccedilatildeo por parte daquelainstituiccedilatildeo

Para Martinho Vaz estudan-te de direito da UniversidadeSatildeo Tomaacutes de Moccedilambique(USTM) o teacutecnico Diamanti-no Miranda perdeu respeito aosmoccedilambicanosldquoNa minha humilde opiniatildeoconsidero ser grande insultopara os moccedilambicanos proferiraquelas palavras na esfera puacutebli-ca Se fosse num foacuterum privadopoderia compreender porquemuita gente natildeo havia de saberEle passou dos limites mesmo

Expulsatildeo de Diamant ino M iranda di vide opiniotildeesse fosse no seu proacuteprio paiacutes eles natildeohaviam de ponderar essas brincadei-ras Aliaacutes ateacute porque ele vai servir deexemplo para os outros estrangeirosque vecircm ao paiacutes e satildeo bem tratadose meia-volta comeccedilam a maltrataros proacuteprios moccedilambicanosrdquoPara Manuel Muianga tambeacutemestudante de direito da mesma uni- versidade a expulsatildeo do treinadorDiamantino Miranda eacute absurdaldquoEle chamou os moccedilambicanos deladrotildees e isso para mim natildeo eacute novi-dade porque existem muitos treina-

dores ateacute estrangeiros que insultamdentro e fora de campo mas nuncaforam expulsos do paiacutesrdquoldquoNa minha opiniatildeo o Ministeacuterio de Trabalho devia retirar-lhe a licenccedilade trabalho numa primeira fase en-quanto investiga o caso em sumadevia ser mais cauteloso nesta ma-teacuteriardquo observouEnquanto isto Arnaldo Albertoestudante de Ciecircncias Sociais daUniversidade Eduardo Mondlane(UEM) explicou que o caso Dia-mantino Miranda virou tema de

conversa a niacutevel da sua faculdadeEle entende que a medida tomadapelo Ministeacuterio de Trabalho em ex-pulsar o treinador para fora do paiacuteseacute correcta ldquoEu considero como umamedida certa porque ningueacutem podeestar num paiacutes do outro e passar a vida a proferir insultos contra os do-nos do proacuteprio paiacutes Eu acredito quese fosse um treinador moccedilambicanoa fazer o mesmo no paiacutes deles ou emqualquer outro teria sanccedilotildees do geacute-nerordquo anotou o estudantePara Rafael Ernesto comerciante

e adepto da selecccedilatildeo nacional osldquoMambasrdquo o Ministeacuterio do Traba-lho tomou a medida correcta porqueo teacutecnico portuguecircs estava habitua-do a insultar os jogadores de formairresponsaacutevelldquoFoi uma boa medida porque paraaleacutem de jogadores tambeacutem insultoutodos os moccedilambicanos e gostariaque ele natildeo voltasse mais ao nossopaiacutesrdquo Tumar Cumbula empresaacuterio pre-cisou ldquoa atitude do Ministeacuterio foiboa noacutes natildeo podemos admitir es-

sas brincadeiras no nosso paiacutesporque o que ele fez se fosse naAmeacuterica seria preso mas aquiteve sorte Ele foi mais longedemaisrdquo rematou o empresaacuterio Jaacute o advogado Roberto Macha- va precisou ldquohouve um poucode exagero por parte do Mi-nisteacuterio do Trabalho porque haacutemuitas pessoas que falam malnos cafeacutes nos centros de recre-accedilatildeo entre outros mas natildeo satildeoexpulsas do paiacutesAjuntando ldquoa expulsatildeo de um

indiviacuteduo do paiacutes natildeo deve serassim devia haver um moti- vo forte O que poderia fazer oMinisteacuterio do Trabalho era to-mar medidas processuais numaprimeira fase enquanto procuraouvir a outra parte E penso queno seio da proacutepria Liga Mo-ccedilambicana de Futebol e Fede-raccedilatildeo Moccedilambicana de Futeboldeveriam existir alguns espe-cialistas para defender este tipode assuntosrdquo precisou Zaqueu

Massala

Alberto Simango Juacutenior presidente da LMF

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17Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

A TALHE DE FOICEPor Machado da Graccedila

A notiacutecia que me chegou jaacute temmais de um mecircs mas natildeo per-deu infelizmente actualidade

Segundo a Kazinform (provavelmenteuma agecircncia de informaccedilatildeo) um aviatildeoMig 21 num voo de teste depois deuma reparaccedilatildeo incendiou-se ao ater-rar no aeroporto de Bakeu na Romeacute-nia em finais de Agosto passadoMas o mais interessante da notiacutecia eacuteque ela afirma que o aviatildeo sinistradopertencia agrave Forccedila Aeacuterea Moccedilambica-naFiquei assim a saber que a nossa ForccedilaAeacuterea adquiriu pelo menos um aviatildeode combate Mig 21 Mas muito pro- vavelmente adquiriu mais do que umE deve ter adquirido nos saldos emsegunda matildeo porque esse modelo deaviatildeo deixou de ser fabricado em 1985A proacutepria Romeacutenia estaacute a substituir osque ainda tem por aviotildees modernos ese calhar vendeu-nos ao desbarato os velhinhos Mig 21 que para laacute tem E

a avaliar pela notiacutecia o resultado natildeofoi bomComentando a notiacutecia com um cole-ga nomeadamente sobre a razatildeo paraMoccedilambique precisar desse tipo dearmamento o colega disse-me que natildeoeacute soacute isso que estaacute a acontecer Pelo con-traacuterio segundo ele teratildeo sido desem-barcados na Beira tanques de guerrae ao porto de Maputo continuam achegar grande quantidade de viaturasmilitaresOra a pergunta que tem que ser feitaeacute Natildeo tendo o nosso paiacutes conflito comnenhum dos seus vizinhos antes sen-

do excelente a relaccedilatildeo com todos eles

para que precisamos noacutes de todos essesinstrumentos mortiacuteferosE a resposta infelizmente soacute pode serque se natildeo satildeo para usar contra ini-migos externos satildeo para usar dentrodo paiacutes Falando com mais crueza satildeopara matar moccedilambicanos Temos portanto um Governo que

passa a vida a condenar os discursosbelicistas da Renamo e a proclamar oseu enorme amor agrave Paz mas por por-tas e travessas vai comprando armasde guerra para uso em terra e no arUm Governo que natildeo tem dinheiropara pagar decentemente a meacutedicosenfermeiros e professores que natildeo temdinheiro para comprar medicamentospara os hospitais nem material escolarnomeadamente carteiras mas que temdinheiro para comprar aviotildees bombar-deiros e tanques de guerra para matar

moccedilambicanosComeccedila por outro lado a ser maiscompreensiacutevel o impasse que continuanas sessotildees do ldquodiaacutelogordquo entre o Gover-no e a Renamo Muito provavelmentetrata-se apenas de manter a situaccedilatildeoestacionaacuteria nesta paz-podre agrave esperaque chegue ao paiacutes todo o armamentocomprado no exterior para depois im-por uma soluccedilatildeo militarO que pode ser uma peacutessima escolhacomo bem poderia explicar o general vietnamita Vo Nguyen Giap recente-

mente falecido

Armas

pecuacuteliosOra para dispor sem restriccedilotildees do pecuacutelio ou

cuacutemulo de activos ndash nervo da poliacutetica e da guerraconforme aprenderam em longos anos de combateos vencedores da guerra civil angolana ndash importadispor de imagem impoluta e agir sem constrangi-mentos ou ameaccedilas legaisO risco de processos judiciais inquinando a ima-gem de pessoas e do estado eacute altamente prejudicialaos equiliacutebrios de poder em Luanda e ao presi-dente cabe atalhar a direito sempre que a ameaccedilaronde os mais proacuteximos e influentesA provaacute-lo estatildeo o ldquoAngolagaterdquo envolvendo gen-te da alta roda poliacutetica e negocista francesa pela venda ilegal de armas sovieacuteticas a Luanda entre1993 e 1995 ou o reconhecimento no ano pas-sado nas paacuteginas do ldquoFinancial Timesrdquo por ManuelVicente Kopelipa e o general Leopoldino Fragosodo Nascimento da sua participaccedilatildeo na ldquoNazaki Oilamp Gasrdquo que se associou em 2010 agrave ldquoCobalt Inter-national Energyrdquo de Houston para a exploraccedilatildeo daconcessatildeo dos blocos petroliacuteferos 9 e 21Voltaraacute a correr o marfimEduardo dos Santos jaacute afastou Marcolino Mouco Joatildeo Lourenccedilo ou Fernando Nandoacute e cerceou am-biccedilotildees de outros putativos sucessoresNo pinaacuteculo do poder Eduardo dos Santos con-tudo natildeo tem ainda assegurado que a sua sucessatildeopossa vir a garantir a perservaccedilatildeo do justo pecuacutelioe a rede de influecircncias poliacuteticas de interesses patri-moniais de associados e familiaresAacuterbitro e decisor em derradeira instacircncia opresidente de Angola tem consequentemente detomar posiccedilatildeo e assumir atitudes para provar queacima de tudo defenderaacute os interesses da cuacutepulado poder e dos negoacutecios as ldquoelites capazesrdquo quetanto lhe devemMexe com poder eacute poliacutetico portanto o conten-cioso e ao mais alto niacutevel o estado angolano vecircmexigindo desculpas e reparaccedilotildees puacuteblicas que porconstrangimento legal os governantes portu-gueses natildeo podem expressarRui Machete disse em puacuteblico o que apenas po-deria aventar em privado e gerou tamanha contro- veacutersia interna que acabou bloqueando a diploma-cia e dando pretexto agrave ruptura ansiada em LuandaPara o resto o que Machete em puacuteblico natildeo dissemas se sabe agrave boca pequena eacute que bastaraacute a justiccedilaportuguesa continuar inane e ineficaz manter-seigual a si proacutepria para tudo acabar em aacuteguas debacalhau e voltar a correr o marfim

Jornalista barradasjoaocarlosgmailcom

httpmaneatsemperblogspotpt Top of Form

Bottom of Form

Aacute rbitro e decisor em derradeira instacircnciao presidente de Angola tem consequen-temente de tomar posiccedilatildeo e assumiratitudes para provar que acima de tudo

defenderaacute os interesses da cuacutepula do poder e dosnegoacuteciosSatildeo literalmente laquoincompreensotildees ao niacutevel dacuacutepularaquo que levam Joseacute Eduardo dos Santos a de-nunciar o acordo de princiacutepio acertado em 2010em Luanda com Cavaco Silva para o desenvolvi-mento de uma parceria estrateacutegica luso-angolanaA indefinida e adiada parceria deveria servir parareforccedilar a cooperaccedilatildeo estado a estado promovercontactos e projectos bilaterais entre instituiccedilotildeesempresas privadas e cooperativas aleacutem de facilitara circulaccedilatildeo de pessoas bens e capitaisApesar das aplicaccedilotildees financeiras em Portugalterem continuado a processar-se a bom ritmo ndashsobretudo nas telecomunicaccedilotildees energia e bancandash legitimando a riqueza receacutem-acumulada dosinvestidores angolanos uma questatildeo poliacutetica in-

quinou a relaccedilatildeoInvestigaccedilotildees judiciais sobre altas personalidadescomo o procurador-geral Joatildeo Maria de Sousa oministro de estado e da coordenaccedilatildeo econoacutemicaManuel Vicente ou o general Manuel HeacutelderVieira Dias laquoKopeliparaquo ministro de estado e chefeda casa militar do presidente nunca foram trava-das pelo poder executivo ndash laquoao niacutevel da cuacutepularaquo SBento e Beleacutem ndash como ainda acabaram tornadaspuacuteblicasA deploraacutevel vergonhosa e ilegal praacutetica de fugasde informaccedilatildeo e violaccedilatildeo reiterada do segredo de justiccedila no DCIAP deu pretexto a criacuteticas de ar-ticulistas e poliacuteticos de Luanda sobre difamaccedilatildeo eintimidaccedilatildeo de cidadatildeos angolanos e a perversatildeodo estado de direito em PortugalO presidente das elites capazesManuel Vicente anunciou em Maio do ano pas-

sado que o investimento de estado em Portugaldeixara de ser prioritaacuterio jaacute que importava privile-giar o mercado angolanoA participaccedilatildeo da ldquoSonangolrdquo no BCP visando acriaccedilatildeo de uma plataforma financeira para suportaro crescimento da empresa fora um dos objectivosatingidos numa fase inicial que apostara forte emPortugal e referia tambeacutem Vicente convinha di- versificar as aplicaccedilotildees directas do estadoAo capital privado caberia assim definir opccedilotildeesde investimento em Portugal e de parcerias emAngola com empresas lusas mas na realidade aimbricaccedilatildeo da elite de negoacutecios e da elite do poderem Luanda eacute tal que a distinccedilatildeo acaba por ser ir-relevanteEacute essa a razatildeo que sustenta as tiradas nacionalistasno discurso de Eduardo dos Santos agrave AssembleiaNacional sobre o Estado da Naccedilatildeo denunciandoa injusticcedila de empresas e bancos estrangeiros queldquolevam biliotildeesrdquo de Angola ao mesmo tempo queLuanda vecirc serem qualificadas como corruptas assuas ldquoelites capazesrdquo que tecircm amealhado justos

Angola cortar a direitoPor Joatildeo Carlos Barradas

A notiacutecia de que a Ruacutessia concedeu asilo tem-poraacuterio a Edward Snowden eacute geralmentediscutida no contexto dos potenciais efeitosda decisatildeo sobre as relaccedilotildees russo-america-

nas Sem duacutevida o caso Snowden desencadeou umaseacuterie de efeitos adversosLevando em conta as revelaccedilotildees do ex-agente da CIApromotores russos estatildeo investigando os serviccedilos do

Google e do Facebook na Ruacutessia As autor idades sus-peitam que ambos violem os acordos internacionaissobre a proteccedilatildeo de dados pessoaisO avanccedilo dessa situaccedilatildeo ameaccedila originar uma atmos-fera toacutexica de longo prazo nas negociaccedilotildees bilateraisem torno de vaacuterias questotildees delicadas Entre elas ointercacircmbio de agentes descobertos a anaacutelise dospedidos para divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre ciber-criminosos e suspeitos de terrorismo ou a troca daspraacuteticas mais eficazes das agecircncias de inteligecircncianorte-americanas e russas no trabalho com grandes volumes de dadosAleacutem disso a Ruacutessia agora pode esquecer as per-spectivas de retorno de Viacutektor Bout ou outros rus-sos que estatildeo enfrentando processos judiciais nosEstados Unidos A Casa Branca por sua vez perdeuo poder de instigar seus principais valores na Ruacutessia ndash

a liberdade na internet e a proteccedilatildeo dos direitos dosusuaacuterios gravemente comprometidos pelas revelaccedilotildeesde SnowdenQuem sabe quantos segredos mais o ldquoex-prisioneirodo aeroporto moscovita de Sheremetievordquo tem guar-dado ou quatildeo difiacutecil seraacute para ele resistir agrave tentaccedilatildeode compartilhaacute-los com os serviccedilos de inteligecircnciarussos

Mas tudo eacute muito complexo e dramaacutetico Seraacuteque o asilo concedido a Snowden realmente traccedila umalinha vermelha nas relaccedilotildees russo-americanasEm primeiro lugar a decisatildeo russa de conceder asilotemporaacuterio a Snowden envia agrave Casa Branca um sinalclaro de que a Ruacutessia estaacute disposta a negociar aindamais ldquoPodemos abrigaacute-lo temporariamente masdeixe-nos pensar aleacutem dissordquoCabe lembrar a condiccedilatildeo anunciada pelo presidenteVladiacutemir Puacutetin no mesmo dia em que os boatos so-bre a possibilidade de asilo vieram agrave tona de que oforagido deveria ldquoparar de prejudicar os interesses dosEstados UnidosrdquoO consentimento de Snowden em seguir essa regraestaacute impliacutecito na aceitaccedilatildeo do asilo O governo russotambeacutem natildeo vai perder o interesse em acessar as in-formaccedilotildees que o ex-agente da CIA estaacute segurando

embora o acordo atual sugira que tais dados continu-aratildeo a ser um aacutes na manga diplomaacutetica da Ruacutessia ndash aser usado em uma hora difiacutecil nas negociaccedilotildees bilate-rais com Washingtonndash e natildeo seraacute compartilhado coma comunidade internacionalEacute ainda mais importante ter em mente que as relaccedilotildeesrusso-americanas satildeo muito diversificadas e estra-teacutegicas para serem deixadas de lado por causa de um

uacutenico escacircndalo independentemente de quatildeo fortepossa ressoarApesar da tendecircncia negativa nas relaccedilotildees bilateraiscom o fim do ldquoresetrdquo uma seacuterie de questotildees demon-stra a enorme capacidade de cooperaccedilatildeo duradourae desenvolvimento construtivo em assuntos intimam-ente relacionados com SnowdenA cooperaccedilatildeo no ciberespaccedilo que apresentou recente-mente um progresso substancial eacute exemplo disso Em17 de junho um dos pontos de discussatildeo da Cuacutepulado G8 na Irlanda foi a declaraccedilatildeo conjunta emitidapor Puacutetin e Obama sobre as medidas de reforccedilo daconfianccedila no ciberespaccedilo que incluiacuteram trecircs acordosEstados Unidos e Ruacutessia satildeo agora obrigados a man-ter contato constante sobre cibercrimes e tentativasde ciberataques para reforccedilar a cooperaccedilatildeo na respostaa tais incidentes bem como fazer uso de uma linha di-

reta para avisar um ao outro sobre alguma emergecircnciaSimbolicamente os mecanismos de notificaccedilatildeo muacute-tua seratildeo parcialmente implementados por meio da jaacute existente linha Moscou-Washington para o avisode ocorrecircncias com armas nucleares a mesma usadadurante a Guerra FriaA continuidade dos acordos exemplifica a crescenteimportacircncia estrateacutegica da cooperaccedilatildeo russo-ameri-

cana no ciberespaccedilo Os dois lados chegaram a umacordo sobre a questatildeo mesmo em meio a condiccedilotildeesdesfavoraacuteveis nas relaccedilotildees bilaterais ndash embora hajaduacutevidas sobre ateacute onde essa cooperaccedilatildeo seria sacrifi-cada por causa do recente escacircndalo diplomaacuteticoApesar do efeito das revelaccedilotildees do ex-agente daCIA os Estados Unidos e a Ruacutessia precisam se en-gajar para estabelecer um clima de boa vizinhanccedila ecolaboraccedilatildeo no ciberespaccedilo ainda que envolto porcriacuteticas e acusaccedilotildees pesadas A colaboraccedilatildeo podeser reduzida ou suspensa em alguns aspectos mas asmedidas de confianccedila devem ser desenvolvidas comoum dos mecanismos viaacuteveis para prevenir uma guerraciberneacutetica Isso eacute algo que tanto o Kremlin como aCasa Branca entendem bem Oleg Demidov eacute coordenador de projetos em segu-ranccedila e governanccedila no Centro de Estudos Poliacuteticosda Ruacutessia

O ciberespaccedilo poacutes-SnowdenPor Oleg Demidov

8202019 SAVANA 1032

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

CartoonEDITORIAL

Reg istado s ob nuacutemer o 007 RRA DNI 93NUIT 40010 9001

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

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Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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8 Savana 18-10-2013SOCIEDADE

A cantora Neyma foi a gran-de vencedora da V ediccedilatildeodo BCI Mozambique

Music Awards ao vencerquatro estatuetas nas categoriasldquoMelhor Muacutesica Ligeirardquo ldquoMuacutesicamais Popularrdquo Artista mais Popu-larrdquo ldquoMelhor Artista Femininordquocom a muacutesica ldquoComo Anima aMarrabentardquo numa cerimoacutenia queteve lugar na noite de sexta-feirana Fortaleza de Maputo O eventodecorreu na sexta-feira 11 de Ou-tubro e teve lugar na Fortaleza deMaputoO que tem vindo a indignar algu-mas sensibilidades eacute o facto de amuacutesica com a qual a cantora Ney-ma Alfredo concorreu nesta ediccedilatildeo

eacute um spot publicitaacuterio de um bancoo BCI que eacute o principal patrocina-dor do referido evento que visa a

valorizaccedilatildeo da muacutesica nacional Asituaccedilatildeo estaacute a criar um desconfortopor parte de algumas sensibilidadesda sociedade moccedilambicana queconsideram que o facto tira a cre-dibilidade ao programa transpare-cendo que a muacutesica venceu o maiornuacutemero de preacutemios pelo motivo deter alguma relaccedilatildeo com o banco pa-trocinador do programaNas palavras de Christine Rameladirectora Comercial da DDB Mo-ccedilambique ldquoO valor do BCI MMA

natildeo estaacute nos preacutemios mas na parti-cipaccedilatildeo no trabalho e na divulga-ccedilatildeo da muacutesica moccedilambicana feitapor todos os artistasrdquo Entretantopara Rui Ilheacuteu director de Marke-ting do BCI ldquoeste eacute um projectomuito interessante apoiar a muacutesicaldquodaquirdquo eacute uma honra e sentimo-nosmais uma vez privilegiados por fa-

M M A quest ionadoPor Abdul Sulemane

zer parte deste grande projectordquoNo entanto na categoria de ldquoMe-lhor Pandzardquo o preacutemio foi paraMr Cuca enquanto que o galardatildeode ldquoMelhor Viacutedeordquo foi entregue aGabriela A estatueta de ldquoMelhorDance Musicrdquo foi atribuiacuteda a DJFaya com o tema ldquoBondorordquoA artista Gabriela ganhou tambeacutemo preacutemio de ldquoMelhor Muacutesica RampB

Soulrdquo enquanto que Tacircnia Tomeacute venceu a categoria ldquoMelhor MuacutesicaAfrordquo e a cantora de zouk Mimatildeeconquistou o preacutemio de ldquoMelhorMuacutesica Tropicalrdquo tendo ficado DJFaya com o tiacutetulo de ldquoMelhor Ar-tista MasculinordquoO preacutemio de ldquoAacutelbum mais Vendi-dordquo foi para Stewart Sukuma Nas

categorias reservadas a raacutedio e te-levisatildeo ou seja Melhor Animadorde Programas de raacutedio e televisatildeoHeacutelder Leonel da Raacutedio Cidadee Gabriel Juacutenior da Televisatildeo deMoccedilambique (TVM) foram os

vencedores da noiteEntretanto a cerimoacutenia serviutambeacutem para homenagear o muacute-sico Hortecircncio Langa atraveacutes da

atribuiccedilatildeo do ldquoPreacutemio Carreirardquopelos mais de 40 anos de vida ar-tiacutestica O evento contou ainda coma actuaccedilatildeo de alguns muacutesicos quetornaram a noite ainda mais diver-tida como satildeo os casos da Damado Bling e suas bailarinas G-ProHernacircni entre outros

A premiaccedilatildeo potildee em duacutevida a cred ibilidad e do pr ograma pelo f acto de a muacutesica

ser um spot pu blicitaacuterio do BCI

Alice Munro eacute uma escri-tora canadiana de contosconsiderada uma das prin-cipais escritoras da actuali-

dade em liacutengua inglesa Eacute a grande vencedora do Preacutemio Nobel da Li-teratura 2013 anunciado em Esto-colmo no aniversaacuterio da morte doindustrial e filantropo sueco AlfredNobel que o instituiuAlice Munro nasceu em WinghamOntaacuterio em Julho de 1931 Viveuprimeiro numa quinta a oeste des-sa zona numa eacutepoca de depressatildeoeconoacutemica Munro reconheceu ainfluecircncia na sua obra de grandesescritoras como Katherine AnnePorter Flannery OrsquoConnor CarsonMcCullers ou Eudora Welty bemcomo de James Agee e especial-mente William Maxwell Os seusrelatos centram-se nas relaccedilotildees hu-manas analisadas atraveacutes da lenteda vida quotidiana Por isso e pelasua qualidade tem sido chamada ldquoaChekov do CanadaacuterdquoFoi por trecircs vezes vencedora dopreacutemio de ficccedilatildeo literaacuteria laquoGover-nor Generalrsquos Literary Awardsraquo doseu paiacutes Em 1998 Alice Munrofoi premiada pelo National Book

13ordf mulher Nobel de Lit eratura

bull Alice Munr o vencedor a do Preacutemio Nobel da Litera tura 2013 jaacute pensa

em parar na literatura

Critics Circle dos Estados Unidospela obra ldquoO amor de uma mulhergenerosardquo O galardatildeo no valor deoito milhotildees de coroas suecas (925mil euros) foi anunciado pelo se-cretaacuterio da Academia de CiecircnciasSueca no histoacuterico edifiacutecio da Bol-sa na baixa de EstocolmoNos uacuteltimos 10 anos o Nobel daLiteratura distinguiu nomes comoo chinecircs Mo Yan (2012) o sueco

Tomas Transtroumlmer (2011) o pe-ruano Mario Vargas Llosa (2010)a alematilde de origem romena HertaMuumlller (2009) o francecircs Jean--Marie Gustave Le Cleacutezio (2008)

a britacircnica Doris Lessing (2007)o turco Orhan Pamuk (2006) o

britacircnico Harold Pinter (2005) aaustriacuteaca Elfriede Jelinek (2004) eo sul-af ricano JM Coetzee (2003)A liacutengua portuguesa foi laurea-da uma uacutenica vez em 1998 coma atribuiccedilatildeo do preacutemio ao escri-tor Joseacute Saramago justificada pelaAcademia sueca com o facto deele ldquocom paraacutebolas sustentadas emimaginaccedilatildeo compaixatildeo e ironiapermitir mais uma vez apreenderuma realidade evasivardquo AS

I l e c

V i l a n c u l o

Os muacutesicos moccedilambi-canos Timoacuteteo Cuche(saxofonista) e JoatildeoCabral (guitarrista)

encontram-se desde a segun-da-feira dia 08 de Outubrona cidade da Bahia Brasil parauma seacuterie de actividades inse-ridas no projecto MarrasambaOs muacutesicos nacionais seratildeoacompanhados por muacutesicos doBrasil Seacutergio Castanheira no

Trombone Alexandre Mon-tenegro na viola baixo UiraacuteCairo na bateria e MauriacutecioMuntildeoz na percussatildeo

O Marrasamba eacute um projectode intercacircmbio cultural en-tre Brasil e Mocambique quepropotildee a troca de experiecircnciase a mistura entre dois gecircnerosmusicais a Marrabenta mo-ccedilambicana e o Samba brasileirocom o objectivo da divulgaccedilatildeodestes geacuteneros atraveacutes de con-certos musicais e do ensino eminstituiccedilotildees de ensino nos doispaiacuteses e natildeo soacuteO projecto Marrasamba surgiu

a partir de um intercacircmbio cul-tural que levou o trombonistae baixista carioca Seacutergio Cas-tanheira para a cidade de Ma-puto onde conheceu os muacutesi-cos e professores da Escola deComunicaccedilatildeo e Artes da Uni-

versidade Eduardo Mondlane Timoacuteteo Cuche (saxofonista) e Joatildeo Cabral (guitarrista)O projecto foi lanccedilado emMocambique no dia 07 de Se-tembro data das celebraccedilotildees daIndependecirccia do Brasil dentroda programaccedilatildeo da semanacultural Brasil-Mocambiqueorganizada pela Banda TP50No Brasil Joatildeo Cabral e Timoacute-teo Cuche iratildeo orientar oficinasde muacutesica moccedilambicana e par-ticipar em debates sobre muacutesi-ca Africana e educaccedilatildeo musicalO repertoacuterio do show Marra-samba eacute composto de marra-bentas e sambas tradicionaiscom arranjos que misturam asriacutetmicas de cada geacutenero aleacutemde composiccedilotildees originais cria-das pelo grupo jaacute no universodessas experimentaccedilotildees

M uacutesicos nacionaisno Braacutesil

O

Instituto Superior de Ar-tes e Cultura (ISArC) noacircmbito do desenvolvimen-to do processo de ensino e

aprendizagem e produccedilatildeo cientiacutefi-ca realiza nos dias 17 e 18 de Ou-tubro do ano em curso (quinta-feirae sexta-feira) a II Ediccedilatildeo de Jorna-das Cientiacuteficas cujas sessotildees teratildeolugar nas instalaccedilotildees do ISArC apartir das 9H00 agraves 16h00 sob lemaldquoo Papel das Induacutestrias Culturaisna Valorizaccedilatildeo e Promoccedilatildeo da Artee Cultura Moccedilambicanasrdquo Comeste mote pretende-se que a comu-nidade acadeacutemica e natildeo soacute discutae reflicta sobre como as induacutestrias

II ediccedilatildeo de JornadasCient iacutef icas do ISArC

culturais podem impulsionar a valorizaccedilatildeo das artes e cultura noPaiacutes A participaccedilatildeo nestas jorna-das natildeo se restringe aos estudantese docentes do ISArC mas a todosos interessados pelas artes e culturaque o poderatildeo fazer atraveacutes de umartigo uma instalaccedilatildeo exposiccedilatildeo

workshop ou mesa redondaPara esta ediccedilatildeo de jornadas cientiacute-ficas estatildeo previstos para apresenta-ccedilatildeo e discussatildeo temas de seguintesaacutereas Arte Cultura e EconomiaArte Cultura e educaccedilatildeo Cinemae Economia Patrimoacutenio Cultural esua Comodificaccedilatildeo e Arte Culturae Turismo AS

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9Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

O Congresso de Pem-ba e o fim do Poliacuteti-co em MoccedilambiqueQuando o Embaixador

espanhol no dia seguinte ao despe-dimento por parte do grupo privadoSOICO do chefe da informaccedilatildeo Je-remias Langa de visita agraves instalaccedilotildeesdo mesmo grupo elogia Moccedilambi-que como um paiacutes em que dominao pluralismo e a liberdade de infor-maccedilatildeo ficou claro que a luta pelo re-torno duma democracia mais efectivae menos autoritaacuteria tem que ser de-sempenhada apenas ao niacutevel internosem contar com a contribuiccedilatildeo dossupostos doadores e da comunidadeinternacional

O episoacutedio apenas referido repre-senta o uacuteltimo de uma seacuterie queestaacute abalando o mundo poliacutetico ede reflexo a comunicaccedilatildeo social emMoccedilambique Esta aceleraccedilatildeo co-meccedilou com o Congresso de Pembapor parte da Frelimo em Setembroe desaguou numa mudanccedila que jaacutenatildeo diz respeito apenas ao partidono poder mas sim a toda a socie-dade moccedilambicana Ela pode serresumida com a seguinte expres-satildeo passou-se duma concepccedilatildeo dopoder ldquodiluiacutedordquo (ou seja nas matildeosdas vaacuterias alas da Frelimo) a umade poder ldquoconcentradordquo (ou sejanas matildeos do actual Presidente daRepuacuteblica Armando Emiacutelio Gue-buza e da restrita elite a ele fiel)No Congresso de Pemba Gue-buza conseguiu afastar todos osseus supostos opositores internosempurrando as organizaccedilotildees demassa controladas pela Frelimodo seu lado Daquela que reuacuteneos jovens (OJM) aquela das mu-lheres (OMM) aos Antigos Com-batentes Personagens relevantestais como Luiacutesa Diogo e ManuelTomeacute foram afastados do Comi-teacute Poliacutetico do partido assim comoministros de peso a partir do an-tigo primeiro Aires Ali passandopor muitos outros e por uacuteltimopelo Ministro dos TransportesZucula caiacuteram estrondosamente erepentinamente sem uma explica-ccedilatildeo poliacutetica claraO caso mais recente relativo aoministro Paulo Zucula faltandoapenas poucos meses ao fim domandato de Guebuza (as eleiccedilotildeesgerais satildeo previstas para 2014) eacuteum dos mais obscuros A imprensanatildeo tem abordado a questatildeo me-diante uma leitura poliacutetica masprocurando explicaccedilotildees bastantecomplicadas e dedutivas inerentesaos interesses em jogo e agraves eventu-ais ldquotraiccedilotildeesrdquo do Ministro nalgunsnegoacutecios em que estaria envolvi-do o Presidente da Repuacuteblica Naediccedilatildeo do dia 20 de Setembro osemanaacuterio ldquoSavanardquo assim faz a suamanchete ldquoGuebuza refresca Zu-culardquo No interior do jornal realccedila--se que o despedimento foi comoaconteceu com os outros ministros

A nova sit uaccedilatildeo poliacutet ica de M occedilambique e osseus reexos sobre a liberdade de imprensaPor Luca Bussott i

que tiveram a mesma sorte repen-tino e sem nenhuma explicaccedilatildeomas tenta-se avanccedilar hipoacutetesesA mais acreditada tem a ver comum contrato milionaacuterio o relativo

ao corredor de Mucuze necessaacute-rio para implantar uma ferrovia de525 km de Mutarara (Tete) ateacute agravecidade da Beira com o objectivo deescoar o carvatildeo que estaacute a ser ex-traiacutedo no oeste de Moccedilambique OConselho dos Ministros teria op-tado por uma adjudicaccedilatildeo directado projecto (que vale cerca de 31mil milhotildees de USD) a um consoacuter-cio indo-moccedilambicano que incluia principal sociedade controladapela Frelimo a SPI e a que Zucu-la teria-se oposto Por outro ladoo semanaacuterio ldquoExpressordquo reportano dia 17 de Setembro que houve

demasiada ldquoambiccedilatildeordquo e ao mesmotempo ldquotraiccedilatildeordquo de Zucula relativa-mente agrave figura do Presidente Gue-buza Fontes anoacutenimas citadas poreste jornal destacam que Zuculanatildeo foi dispensado por incompe-tecircncia mas sim porque ldquometeu acolher na panela controlada peloseu chefe neste caso o Presidenteda Repuacuteblicardquo

Tais leituras dizem o seguinte porum lado as disputas internas aopartido no poder tecircm uma com-ponente poliacutetica irrelevante Poroutro tudo se joga em volta de ne-goacutecios bilionaacuterios dos quais a no-

menclatura pretende ter o mono-poacutelio de acordo com a hierarquiaocupada na FrelimoIsso deixa vislumbrar qual foi a

verdadeira natureza do Congressode Pemba pouco falou-se de po-liacutetica mas muito de quem devia epodia dominar os processos eco-noacutemicos no paiacutes para os proacuteximosanos E natildeo resta duacutevidas de queo vencedor foi o actual Presiden-te Guebuza Acima de tudo porele ter conseguido o domiacutenio dopartido tendo sido reeleito Presi-

dente para os proacuteximos cinco anosMas sobretudo por ter elimina-do natildeo apenas os seus adversaacuteriosinternos mas a proacutepria poliacuteticado horizonte da Frelimo Assim

sendo as vozes discordantes tam-beacutem foram caladas passando detal forma dum modelo de laquodemo-cracia autoritaacuteriaraquo a um de laquoauto-ritarismo democraacuteticoraquo em queos mecanismos eleitorais internosagrave Frelimo assim como gerais natildeopassam dum mero formalismoO facto de o actual Presidente daCNE (Comissatildeo Nacional dasEleiccedilotildees) ter sido proposto natildeo porum dos sujeitos indicados pela leipertencentes agrave sociedade civil massim por um indiviacuteduo singular (oantigo Presidente de mesmo oacutergatildeoe antigo Reitor da Universidade

Eduardo Mondlane Brazatildeo Ma-zula) demonstra a inconsistecircnciado aparato legislativo moccedilambica-no nesta fase extremamente criacuteticae delicada que o paiacutes estaacute atraves-sando No entretanto a comunida-de internacional finge de natildeo vercom o uacutenico objectivo de protegeros enormes interesses no carvatildeo nogaacutes e talvez no petroacuteleo que quasetodos os grandes investidores tecircmem Moccedilambique

O silenciament o da comuni-caccedilatildeo socialUma das grandes marcas na his-toacuteria recente de Moccedilambique temsido a vivacidade da comunicaccedilatildeosocial Existem hoje uma dezenade jornais independentes emisso-ras televisivas e radiofoacutenicas tam-beacutem autoacutenomas raacutedios comuni-taacuterias espalhadas por todo o paiacutesEntretanto a situaccedilatildeo efectiva daliberdade de imprensa piorou bas-tante nos uacuteltimos dois anos e no-meadamente a seguir ao Congressode Pemba da FrelimoA estrateacutegia usada tem sido dedupla natureza por um lado ocontrolo directo da comunicaccedilatildeo

social puacuteblica ou seja do diaacuterioldquoNotiacuteciasrdquo do semanaacuterio ldquoDomin-gordquo da emissora televisiva maisantiga e difusa do paiacutes a TVM eda proacutepria Raacutedio Moccedilambique

Por outro o controlo indirecto dacomunicaccedilatildeo social independen-te com vaacuterios meios aquisiccedilatildeopor parte de sociedades anoacutenimasmas controladas pela Frelimo dasquotas de maioria desses jornais(como eacute o caso do semanaacuterio ldquoPuacute-blicordquo) infiltrar pseudo-colunistasnesses oacutergatildeos (cuja lista foi recen-temente publicada pelo ldquoSavanardquo)para diluir o seu potencial criacuteticocortar os anuacutencios das sociedadespuacuteblicas tais como EDM MCELe outras de maneira a reduzir ascapacidades financeiras da impren-sa privada e obrigaacute-la a tornar-se

mais ldquoobedienterdquo ou a fechar de vezMas o niacutevel maacuteximo de ingerecircnciado poder poliacutetico nos assuntos re-lativos agrave comunicaccedilatildeo social priva-da eacute o caso Jeremias Langa e nogeral da SOICO TV Apesar daspressotildees e ateacute ameaccedilas recebidasa Redacccedilatildeo da STV decidiu fazeruma cobertura cabal das duas ma-nifestaccedilotildees violentas que agitarama capital moccedilambicana Mapu-to no dia 5 de Fevereiro de 2008e nos dias 1 e 2 de Setembro de2010 Em particular neste uacuteltimocaso Jeremias Langa na entrevistado dia 19 de Setembro deste anoresistiu agraves pressotildees provenientesdirectamente do partido Frelimo efoi a frente com o programa cujaemissatildeo durou cerca de oito horase graccedilas ao qual todo o paiacutes ficoua par daquilo que estava aconte-cendo nas ruas de Maputo A se-guir ao episoacutedio o grupo SOICOdeixou de receber a publicidadedas sociedades puacuteblicas (como vecirc--se claramente analisando o jornalldquoO Paiacutesrdquo dos uacuteltimos dois anos) ede ser convidado para participarnas ldquoPresidecircncias Abertasrdquo onde oChefe de Estado vai visitar e fazer

auscultaccedilatildeo dos problemas dos seusconcidadatildeos nas vaacuterias proviacutenciasdo paiacutesEm Junho deste ano todavia ogrupo SOICO eacute readmitido agravesPresidecircncias Abertas mas o jor-nalista que devia acompanhar estaactividade presidencial tinha sidoescolhido pela proacutepria equipa doPresidente e natildeo pelo director dainformaccedilatildeo Aleacutem disso JeremiasLanga teve momentos de fortescontrastes com o PCA do gru-po pois a linha editorial estava ater um rumo diferente sugeria-seque a postura criacutetica adoptada ateacuteentatildeo (e que tinha credibilizado o

jornalismo quer da STV quer do jornal ldquoO Paiacutesrdquo) tivesse de sofrersignificativas alteraccedilotildees em proldum relacionamento menos con-flituoso com o poder poliacutetico Umatal opccedilatildeo que negava de facto 11anos de jornalismo comprometidoe investigativo levou a fazer comque Jeremias Langa depois doseu adjunto Joseacute Belmiro tivesseque deixar o cargo que ocupavaembora com a garantia de podercontinuar com dois programastelevisivos de grande audiecircncia eimpacto em total autonomia Umcompromisso que apenas atenuouo sentido das medidas tomadase que aproxima inevitavelmenteo grupo SOICO agrave nomenclaturamoccedilambicana Como demonstrao facto de os anuacutencios das empre-sas puacuteblicas no jorna ldquoO Paiacutesrdquo estarpaulatinamente de voltaNo que diz respeito agrave imprensa puacute-blica os jogos foram ainda mais faacute-ceis As estrateacutegias adoptadas tam-beacutem foram diferentes mas todas

visando o mesmo objectivo pararcom as criacuteticas como claramentemanifestou o proacuteprio PresidenteGuebuza em vaacuterias circunstacircnciasinclusive no recente Congresso daOJM (ver ldquoDomingordquo 15 de Se-tembro de 2013)Primeiros sinais de que a comu-nicaccedilatildeo puacuteblica devia estar com-pletamente amordaccedilada por partedo regime deram-se jaacute no prin-ciacutepio de 2011 O mais destacado

jornalista da TVM Elio Jonasseque costumava ler o noticiaacuterio danoite e conduzia vaacuterios programasde opiniatildeo por causa da sua postu-ra frontal e profissional para comrepresentantes do Governo foiobrigado a deixar a profissatildeo jorna-liacutestica trabalhando actualmente noBanco de Moccedilambique O climana TVM tornou-se gradualmenteinsuportaacutevel Jornalistas por mimentrevistados no mecircs de Setembroe que aceitaram falar sob anonima-to declararam que a TVM natildeo tempassado nos uacuteltimos meses (apro-

ximadamente apoacutes o Congresso dePemba) de mera emissora propa-gandiacutestica do partido no poder enomeadamente da figura do Chefede Estado Notiacutecias ou reporta-gens por eles feitas satildeo geralmente

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10 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

censuradas ou totalmente ignora-das pelos dirigentes da emissoraprincipalmente quando se tratade abordar assuntos inerentes aomaior partido de oposiccedilatildeo a Re-namo Uma entrevista de cerca deduas horas com Dhlakama o liacutederda Renamo foi censurada e nuncachegou a ser transmitidaEste elevado niacutevel de frustraccedilatildeodesagua por vezes na entrega danotiacutecia aos colegas da comunica-ccedilatildeo social privada os quais tecircm apossibilidade de publicar aquiloque os oacutergatildeos controlados peloEstado natildeo conseguem tornarpuacuteblico Esta praacutetica foi confir-mada mediante entrevistas feitasem Maputo junto a jornalistas dacomunicaccedilatildeo social puacuteblica assimcomo independente tendo os doiscomo o uacutenico objectivo a procurada verdade e a tentativa de pautarpelo profissionalismo cuja praacuteticatornou-se impossiacutevel nos oacutergatildeoscontrolados pelo Estado Esta for-ma de resistecircncia a um poder quetende a fechar qualquer espaccedilo dediscussatildeo eacute a uacuteltima que a classedos profissionais da comunicaccedilatildeoespontaneamente encontrou paraconseguir informar os seus con-cidadatildeos daquilo que se passa nomundo poliacutetico e econoacutemico localO jornal ldquoNotiacuteciasrdquo teve a mesmasorte que a TVM O seu antigo di-rector Rogeacuterio Sitoe foi dispensa-do em Junho deste ano depois deter assumido as funccedilotildees em 2003

substituindo Bernardo Mavangaactual Assessor juriacutedico do jornalEste acto foi uma clara conse-quecircncia da nova linha do ldquopoderconcentradordquo ao inveacutes que ldquodiluiacutedordquopautada pela Presidecircncia Comotentou explicar Sitoe numa entre-

vista que nos concedeu no dia 19de Setembro deste ano em Mapu-to a sua aposta sempre foi de fazerum jornalismo com um pouco depropaganda ao passo que agoraestaacute acontecendo exactamente ocontraacuterio Apoacutes a sua saiacuteda da di-recccedilatildeo este diaacuterio eliminou qual-quer sentido criacutetico tatildeo que duran-te as primeiras 16 ediccedilotildees do ldquonovocursordquo a manchete sempre trazia afoto do Presidente Guebuza Estehaacutebito continua ateacute hoje descre-dibilizando ainda mais um jornalque com Sitoe tentou pelo menosmanter alguns espaccedilos de liberda-de por exemplo mediante ruacutebricastais como a das ldquoconjecturasrdquo ascartas dos leitores ou os proacuteprioseditoriais do directorVale a pena recordar a este propoacute-sito os dois editoriais escritos porSitoe ao longo do Congresso dePemba e que certamente chama-ram a atenccedilatildeo do Presidente da Re-puacuteblica e da restrita elite dos seusconselheiros (acima de tudo do seuactual porta-voz Edson Macuaacute-cua) por ter dado pouco espaccedilo agraveproeminente figura de Guebuzaavanccedilando criacuteticas impliacutecitas con-tra a sua maneira de gerir o partido

No editorial do dia 28 de Setem-bro Sitoe defende que a Frelimoestaacute subdividida em alas e que issonatildeo soacute seria normal mas faria parteda tradiccedilatildeo histoacuterica deste partidoUma tal situaccedilatildeo estaria a teste-munhar ldquouma necessidade dialeacutec-tica de movimento e crescimentordquoApesar de Guebuza ter conseguidoquase 99 dos votos da assembleiaSitoe destaca o facto de ldquomembroshistoacutericos deste partido a clamarpor maior diaacutelogo internordquo dandocontinuidade a uma ldquomaior liber-dade de imprensardquo que estaria sobrisco de retrocessos No editorialdo dia 5 de Outubro recordandoa assinatura dos acordos de Romaentre Frelimo e Renamo ocorridano dia 4 de Outubro de 1992 Sitoerealccedila a necessidade e a importacircn-cia vital do diaacutelogo entre as partesnum momento em que a ldquoala durardquoda Frelimo estava prevalecendo noque diz respeito aos pedidos da Re-namo finalizados a encontrar solu-ccedilotildees paciacuteficas para novas proble-maacuteticas que este partido continuaateacute hoje a colocar numa conversaentre surdos O facto de Sitoe terfeito coberturas ldquoabertasrdquo dos uacutelti-mos acontecimentos dando espa-ccedilo mesmo agraves razotildees da Renamo esobretudo da oposiccedilatildeo interna agraveFrelimo (a partir da figura do an-tigo Presidente Joaquim AlbertoChissano) valeu-lhe o afastamentodo cargo de director e a nomeaccedilatildeocomo Assessor do CDA do jornal

A mesma sorte que tinha tocadoao seu predecessor Bernardo Ma-

vanga actual Assessor juriacutedico dogrupo Notiacutecias srl

O ldquoautori tarismo demo-craacuteticordquo e a imprensa emMoccedilambiqueA constante pressatildeo exercida junto

agrave comunicaccedilatildeo social tem desven-dado uma realidade que pareciaconstituir apenas uma lembranccedilada altura do regime a partido uacuteni-co quando o responsaacutevel ideoloacutegi-co da Frelimo Jorge Rebelo ditavaa linha editorial dos oacutergatildeos de co-municaccedilatildeo bypassando na iacutentegrao governo e o ministro competenteO processo de lenta mas progressi-

va abertura democraacutetica que tinhacomeccedilado a afirmar-se em Mo-ccedilambique a partir do princiacutepio dosanos Noventa parou e os princi-pais sinais deste cenaacuterio podem serresumidos nos seguintes pontos1 A concentraccedilatildeo do poder econoacute-mico e poliacutetico nas matildeos do actualChefe de Estado e dos seus maisdirectos colaboradores2 O aniquilamento dos adversaacute-rios internos incapazes de opor-seabertamente agraves decisotildees do Chefede Estado e Presidente da Frelimo3 O total arbiacutetrio e a falta de expli-caccedilatildeo puacuteblica no que diz respeitoaos despedimentos e nomeaccedilotildees detodos os cargos relacionados coma esfera governamental dando azoa ldquofofocasrdquo que tornam ainda mais

turvo o ambiente poliacutetico moccedilam-bicano4 O papel irrelevante do Parla-mento que quase que natildeo discuteassuntos e leis julgados incoacutemodostais como (de recente) tem aconte-cido em relaccedilatildeo agrave lei sobre acesso agraveinformaccedilatildeo

5 A ideia de que o livre exerciacutecioda criacutetica soacute prejudica a actividadedo Governo e portanto tem queser limitada e ateacute banida6 Consequentemente haacute uma ten-tativa bastante evidente e aberta desilenciar a comunicaccedilatildeo social agovernamental de forma directa aprivada mediante pressotildees de vaacuterianatureza junto aos proacuteprios oacutergatildeosa editores ou a jornalistas singula-res7 Fazer com que a questatildeo relati-

va agrave qualidade da democracia e daparticipaccedilatildeo dos cidadatildeos junto agravetomada de decisotildees estrateacutegicaspara o paiacutes passe a ser consideradaa partir da comunidade internacio-nal como assunto secundaacuterio pri-

vilegiando os negoacutecios bilionaacuteriose portanto a vertente econoacutemicado desenvolvimento

Bussoti eacute investigador Auxiliar noCentro de Estudos Internacionais ndash

ISCTEIUL Lisboa Texto retirado do PAMBAZUKA

NEWS

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13Savana 18-10-2013 SOCIEDADE

A experiecircncia do modelo

brasileiro de desenvolvi-mento agraacuterio natildeo cria il-usotildees em Augusto Juncal

do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra do Brasil (MST)sobre o efeito ldquoperversordquo que o Pro-SAVANA vai gerar para os cam-poneses do corredor de Nacala

Presente em Moccedilambique a conviteda Uniatildeo Moccedilambicana dos Cam-poneses (UNAC) para participarna II Conferecircncia InternacionalCamponesa sobre a Terra Juncaldiz que a reacuteplica da chamada agri-cultura do cerrado brasileiro que osgovernos brasileiro moccedilambicano ejaponecircs querem praticar em 19 dis-tritos do centro e norte de Moccedilam-bique vai gerar comunidades desem terras como aconteceu no seupaiacutesldquoO reassentamento eacute um passopara virar sem terra (hellip) Eu achoque a preocupaccedilatildeo dos campone-ses moccedilambicanos em relaccedilatildeo aoProSAVANA eacute pouca para o ta-manho do problema que estaacute a virEu acho que os camponeses aindanatildeo se deram conta do que estaacute avir porque quando se derem con-ta natildeo teratildeo nenhuma negociaccedilatildeopara fazer com o Governordquo disse

Augusto JuncalO activista do MST brasileiro

considera inevitaacutevel que o ProSA-VANA despoje os camponeses dastrecircs proviacutencias abrangidas pela ini-ciativa do uacutenico recurso que detecircmndash precisamente a terra ndash pelas suascaracteriacutesticasldquoProSAVANA vai trabalhar commonoculturas como soja algodatildeo ecriaccedilatildeo extensiva de gado A mono-cultura requer alto uso de agro-toacutex-icos que contaminam a aacutegua o ar

e a terra e mecanizaccedilatildeo intensa enatildeo precisa de camponeses ProSA-

VANA natildeo vai plantar mandioca emapira eacute para culturas que interes-sam ao mercado europeu e norte-americanordquo frisou Augusto Juncal

Quanto agraves garantias do Governomoccedilambicano sobre o respeito dosdireitos dos camponeses da aacuterea deimplementaccedilatildeo da referida iniciati-

va o ldquosem terrardquo recorre ao exemplobrasileiro para fundamentar a sua

duacutevida de que esse compromissoseraacute observado

ldquoTudo o que eles dizem natildeo re-

alizam A reforma agraacuteria era umapauta do Governo Lula mas ficouesquecida Dilma Rousef literal-mente acusou duramente o fal-hanccedilo do Governo Lula na questatildeoagraacuteria mas defende agora a pri-

vatizaccedilatildeo do Preacute-Salrdquo apontou Au-gusto JuncalPara o militante da causa camp-esina a turbulecircncia social causadapela implementaccedilatildeo de projec-tos mineiros em Moccedilambique eacuteum testemunho de que a retoacutericamessiacircnica do ProSAVANA vaiconverter-se num cataclismo socialpara MoccedilambiqueldquoNatildeo precisa de retoacuterica nempoliacutetica para ver o desastre asexperiecircncias estatildeo aiacute vocecircs osmoccedilambicanos tecircm que ler as ex-periecircncias que estatildeo acontecendoaiacuterdquo afirmou Augusto JuncalPara o activista dos direitos doscamponeses brasileiros o projectotriangular vai desferir um golpemortal a um ganho que a inde-pendecircncia de Moccedilambique em1975 conseguiu e que faz inveja aosbrasileiros que eacute a posse da terrapelos mais pobresldquoNoacutes nunca tivemos uma reformaagraacuteria vocecircs tiveram apoacutes a inde-pendecircncia do paiacutes mas vatildeo deitar

tudo a perderrdquo sublinhou Augusto Juncal

Querem impor-nos um fa-

lhanccedil o - UNACPor sua vez a UNAC retomou du-rante a II Conferecircncia Internac-ional Camponesa sobre a Terra osataques cerrados ao ProSAVANAinsistindo na expropriaccedilatildeo da terradestruiccedilatildeo dos ecossistemas locais eemergecircncia de fomeldquoIsto eacute grave Quem conhece a re-alidade brasileira sobre este modeloque foi importado para o ProSA-VANA sabe que 80 por cento dasexportaccedilotildees geradas satildeo detidas pe-las empresas privadas Querem im-por-nos um modelo que fracassouno Brasilrdquo disse Vicente Adrianooficial de Advocacia e Cooperaccedilatildeo

da UNACEm conferecircncia de imprensa reali-zada em Maputo o coordenador doProSAVANA Calisto Bias tentourefrear as preocupaccedilotildees dos rep-resentantes dos camponeses afir-mando ldquoa soberania dos campone-ses sobre a terra seraacute respeitada peloProSAVANArdquoSegundo Calisto Bias que repre-senta o Ministeacuterio da Agriculturamoccedilambicano no ProSAVANA ainiciativa assenta em pilares comoo desenvolvimento integrado einclusivo que tem em conta asrealidades e especificidades agro-ecoloacutegicas e socioculturais de cada

um dos 19 distritos de incidecircnciado projecto

ldquo Sem Terra brasileirordquo daacute o veredict o

ldquo ProSAVANA eacute perverso para os moccedilambicanosrdquondash di z Augu st o Jun cal

Augusto Juncal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terrado Brasil (MST)

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14 Savana 18 -10-2013Savana 18 -10-2013 15NO CENTRO DO FURACAtildeO

ldquo Caminhamos de novo para uma armadilhardquoPor Ricardo Mudaukana O autor procuraraacute neste texto ser pedagoacutegico para facilitar a compreensatildeo dos

leitores menos familiarizados com alguns conceitosEste texto refere-se principalmente ao lado das despesas do orccedilamento eapenas agrave anaacutelise dos principais indicadores macroeconoacutemicos associados ao

orccedilamentoO orccedilamentocomo conta puacuteblica compotildee-se das despesas do Estado para assegurarserviccedilos puacuteblicos aos cidadatildeos (educaccedilatildeosauacutedeseguranccedila socialetc)seguranccedila do paiacutese das pessoasdefesa dos direitos e liberdadesjusticcedila entre outrosEstas funccedilotildees natildeo tecircmporque ser um monopoacutelio estatalRealiza ainda actividades econoacutemicas e de investimen-tocom ou sem parcerias com o sector privado (infra-estruturasserviccedilos de monopoacuteliosnaturais cuja actividade natildeo interessa ao sector privadoetc)Sobre o papel do Estado naeconomia sempre existiu um constante debate inacabado natildeo apenas devido agraves variaccedilotildeesdos contextos no tempo no espaccedilo como ainda por razotildees poliacuteticasideoloacutegicas e outrasOnde se pode encontrar algum pensamento comum eacute na necessidade do Estado de-senvolver os serviccedilos com eficiecircncia e eficaacuteciac onsiderando que utiliza a riqueza doscidadatildeos atraveacutes dos impostos ou da cooperaccedilatildeo (igualmente impostos pagos nos paiacutesesdoadores) e que os serviccedilos sejam de faacutecil acesso isto eacuteestejam proacuteximos dos cidadatildeosExige-se ainda que o Estado natildeo absorva uma elevada percentagem da riqueza nacionalmedido pela percentagem dos gastos puacuteblicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto - in-dicador que mede a riqueza nacional)isto para libertar recursos para as famiacutelias e a ac-tividade privadasupondo o princiacutepio (sempre discutiacutevel)que o sector privado eacute sempree necessariamente mais eficientePor isso o Estado deve possuir uma gestatildeo eficiente dos recursoso que dependeemgrande medidadas opccedilotildees da governaccedilatildeoda competecircncia dos gestores puacuteblicosda ca-pacidade da sociedade em controlar a actividade e as contas puacuteblicas (atraveacutes do Parla-mento ou por outros mecanismos) Por issoo Estado deve ser transparente nas decisotildeese nas contasdisponibilizando informaccedilatildeo aos cidadatildeos e os servidores do Estado devem

reger-se pela eacutetica republicana onde existe uma clara separaccedilatildeo de interesses entre oprivado e o puacuteblicoUma gestatildeo saudaacutevel sugere que os gastos natildeo sejam superiores agraves receitasque a diacutevidaseja sustentaacutevel (possibilidade de ser paga no futuro) e baixa ( para natildeo penalizar as fu-turas geraccedilotildees atraveacutes de impostos acrescidos para pagamento da diacutevida contraiacuteda nopassado)As opccedilotildees do governo (opccedilotildees puacuteblicas) deveriam sempre ter em conta o mel-hor cumprimento das funccedilotildees do Estado em cada fase do desenvolvimentoFeita esta breve apresentaccedilatildeoo autor utilizaraacute principalmente os seguintes indicadores(1) gastos puacuteblicosPIBdestacando os salaacuterios dos funcionaacuterios (2) Deacutefice puacuteblicoPIBfinanciamento do mesmo e a diacutevida puacuteblicaPIB(3) grau de sustentaccedilatildeo do orccedilamentodo Estado atraveacutes de recursos gerados pela economia concretizado pelo indicador recei-tasgastos(em percentagem)e (4) evoluccedilatildeo de alguns gastoscomo forma de observaracerca de algumas opccedilotildees do governoNatildeo haacute consenso sobre os paracircmetros que indiciam situaccedilotildees de estabilidadesustentabi-lidade ou de criseinstabilidadeAs teorias convencionais referem que o Estado deve serldquoleverdquo(o que se reflecte numa baixa percentagem dos gastos puacuteblicossobre o PIB ndash natildeomais que 30) um deacutefice proacuteximo de zero e uma diacutevida que seja possiacutevel de ser pagasem sacrifiacutecios sobre os rendimentos das futuras geraccedilotildeesSegundo as mesmas escolasoestado deve assumir funccedilotildees muito especiacuteficas e que natildeo sejam do interesse do sector pri-

vado (por exemplodefesa e seguranccedila nacionalcerto tipo de investigaccedilatildeo e facilitaccedilatildeo daactividade privada com a criaccedilatildeo de bons ambientes de concorrecircncias) e o que se entendepor estado social deveraacute ser assegurado por sistemas de seguros e pensotildees oferecidos porinstituiccedilotildees financeiras privadasPressupotildee-se que o mercado eacute o mais eficiente alocadorde recursosos agentes econoacutemicos possuem loacutegicas de maximizaccedilatildeo de objectivos (lucroutilidadesetc)num ambiente concorrencial e de negoacutecios

Toda a informaccedilatildeo utlizada neste texto foi obtida do Orccedilamento Geral do Estado e operiacuteodo analisado eacute o de entre 2001 e 2012Por isso natildeo estatildeo indicadas as fontes dosgraacuteficos ao longo do texto

Graacutefico 1Despesas totaisPIBem percentagem

Alertas sobre o Orccedilam ento do EstadoPor Joatildeo Mosca

Graacutefico 2

Despesas com o pessoaldespesas correntesem percentagem

Os dois graacuteficos acima revelam(1) um evidente crescimento dos gastos do Estado comopercentagem do PIB(2) a manutenccedilatildeo percentual dos gastos com o pessoalporeacutem comcrescimentos reais dos gastos considerando o aumento destesa factura dos salaacuterios dosfuncionaacuterios passou de 58 do PIB em 2001 para 102 em 2012o que pode ser con-siderado muito elevado se comparado com outras economias (incluindo as africanas eda SADC)e (3) as despesas do Estado crescem mais rapidamente que o crescimentoeconoacutemicoconsiderando que a relaccedilatildeo GastosPIB estaacute a crescer

Graacutefico 3Deacutefice puacuteblico com e sem recursos externos em percentagem do PIB

Graacutefico 4Diacutevida puacuteblicaPIBem percentagem

Dos dois graacuteficos acimaobserva-se (1) um elevado deacutefice das contas puacuteblicas emos d os g raacute ficos a cm a o s er va -s e 1 um e e va do d eacutefice d as c on ta s uacute c as e m

relaccedilatildeo ao PIB e queem termos e valores absolutostem aumento por efeito do cresci-mento do PIB (2) embora a diacutevida possa natildeo ser considerada elevada assimela eacutedevido agrave cobertura dos deacutefices puacuteblicos dos anos anteriores pela cooperaccedilatildeo externadando por isso uma percepccedilatildeo pouco real (fictiacutecia) da realidadeEntre 2001 e 2012entre 85 e 90 do deacutefice puacuteblico foi coberto por recursos externos

Graacutefico 5Receitasdespesasem percentagem

Graacutefico 6Recursos externosdespesas totaisem percentagemOs graacuteficos 5 e 6 revelam duas evoluccedilotildees positivasUm aumento das receitas do Estado

e um decreacutescimo da dependecircnciaSe os megaprojectos natildeo tivessem os benefiacutecios fiscaisconhecidoseste cenaacuterio poderia ser muito diferentepara melhor

Graacutefico 7Despesas totais por habitante entre 2001 e 2012 Graacutefico 8

Despesas de funcionamento (acircmbito central) de alguns oacutergatildeos centraisa preccedilos con-stantes de 2011

O Graacutefico 7 revela uma grande diferenccedila na alocaccedilatildeo de recursos por habitante As

proviacutencias com taxas de pobreza mais elevadas satildeo as que tecircm menos recursos porhabitantesendo o contraacuterio tambeacutem verdadeiro (Cidade de Maputo e Proviacutencia deMaputo) O graacutefico 8 apresenta e compara os gastos de funcionamento de acircmbitocentral entre alguns oacutergatildeos do EstadoO graacutefico dispensa comentaacuterios

Em resumo pode-se afirmar que a evoluccedilatildeo do Orccedilamento do Estadosegundo os in-dicadores seleccionadosrequere reflexotildees e ajustamentosconsiderando o crescimentodo sector puacuteblico e da massa salarial dos funcionaacuteriosVerifica-se a persistecircncia de umapoliacutetica expansiva do gasto puacuteblicoum elevado do deacutefice sem recursos externos e sinaispreocupantes do endividamento puacuteblico (quando os recursos externos natildeo satildeo contabi-lizados)Parece evidente que satildeo necessaacuterios ajustamentos da distribuiccedilatildeo dos recursosentre proviacutencias e entre os oacutergatildeos do Estado a niacutevel centralComo elemento positivoressalta-se o aumento das receitas fiscaiso que permite a reduccedilatildeo da dependecircncia doorccedilamento em relaccedilatildeo agrave cooperaccedilatildeodonativosO espaccedilo desta coluna natildeo permiteanaacutelise do orccedilamento com a ecircnfase da economia poliacutetica

Outros indicadores de importacircncia analiacutetica natildeo foram apresentados como por ex-emploa alocaccedilatildeo entre sectores de actividadea composiccedilatildeo das receitas e do finan-ciamento do deacutefice e o reflexo no orccedilamento de algumas medidas de descentralizaccedilatildeoadministrativa

A evoluccedilatildeo das contas puacuteblicas de Moccedilambique natildeo pode deixar os cidadatildeos tran-quilosA actual crise em alguns paiacuteses da Europa tem como causa proacuteximao s dese-quiliacutebrios e o mal gastar dos dinheiros dos cidadatildeos derivado de poliacuteticas expansivase eleitoralistas no quadro das lutas partidaacuterias e de defesa dos poderesagrave custa e emprejuiacutezo dos cidadatildeosdas empresas e da economia

ndash c on sid era Grup o M occedil am bi ca no da Diacutevid a so br e o a ct ua l n iacutevel de d iacutevid a p uacuteb li ca

A organizaccedilatildeo mais conhe-cida em mateacuteria de mo-nitoria da diacutevida puacuteblicaem Moccedilambiqueo Grupo

Moccedilambicano da Diacutevida (GMD)co-mentou ao SAVANA o alarme que oTe Economist Intelligent Unit (EIU)

fez soar recentemente sobre a novaespiral de endividamento que o Go-verno moccedilambicano estaacute a seguirde- pois do oxigeacutenio que as contas puacuteblicasreceberam na sequecircncia da Iniciativade Aliacutevio da Diacutevida dos Paiacuteses Alta-mente Endividados (HIPC)haacute cercade 10 anos Para Humberto Zaqueu oficial deadvocacia do GMDa actual lideran- ccedila do paiacutes estaacute ldquoa armadilharrdquo Mo- ccedilambique numa futura asfixia finan-ceira que vai impedir investimentosimportantes em aacutereas essenciais comoa sauacutedeeducaccedilatildeo e abastecimento deaacutegualdquoOs nossos poliacuteticos natildeo resistemquando vecircem dinheiro eacute irrisoacuterioeste despesismo para o luxoVamos aChinaporque eles natildeo exigem requi- sitos natildeo se importam se vais com- prar armas para reprimir o teu povordquoconsidera Humberto Zaqueusobre orecurso ao dinheiro chinecircs apontadocomo um dos novos credores de peso de Moccedilambique

Justi1047297ca-se o alerta do EIU sobre oactual ritmo de endividamento doEstado moccedilambicanoDefinitivamente sim justifica-se enoacutescomo GMDtemos vaacuterios tra-balhos feitos e alguns em cursoquemostram uma tendecircncia de um novopadratildeo preocupante de endivida-mento Como GMDas pessoas en-quadram-nos num acircngulo de anaacutelisee de visatildeo sobre a diacutevida mais socialenquanto o Governo tem uma visatildeomais economicista da questatildeo OGoverno baseia as suas decisotildees so-bre a diacutevida em caacutelculos e indicado-res elaborados conjuntamente como Fundo Monetaacuterio Internacional(FMI) e Banco Mundial (BM)emraacutecios da diacutevida sobre exportaccedilotildeese serviccedilo da diacutevida sobre o Produto

Interno Bruto (PIB) e essa relaccedilatildeomostra que a diacutevida de Moccedilambiqueeacute sustentaacutevelao niacutevel dos nuacutemerosMas se for ver a dinacircmica dos pres-supostos que sustenta os tais raacuteciosque eacute a induacutestria extractiva e os me-gaprojectos que natildeo deixam nadapara Moccedilambiqueou pouco deixampara Moccedilambique entatildeo a partirdesse princiacutepioe stes raacutecios satildeo en-ganadores O nosso Governo estaacute abasear-se numa ldquorealidaderdquoirrealista

Quer dizer que os alicerces sobre osquais o Governo assenta a decisatildeode recorrer a um alegado endivida-mento excessivo natildeo satildeo con1047297aacuteveisO mecanismo de transmissatildeo da-queles raacutecios para a economia real deMoccedilambique eacute muito fraacutegil a basede redistribuiccedilatildeo da renda eacute muitoteacutenue O Governo radica o seu op-timismo em relaccedilatildeo agrave contrataccedilatildeo dadiacutevida a preccedilos elevados em pressu-postos irrealistas porque considera

um grande crescimento da economiaatraveacutes da induacutestria extractiva a umritmo acelerado Isso eacute claramenteilusoacuterio porque a induacutestria extrac-tiva beneficia de tantas isenccedilotildees oemprego gerado eacute limitadiacutessimo Jaacutetemos informaccedilotildees que apontam queo que os megaprojectos declaramcomo facturaccedilatildeo estaacute muito abaixoda real facturaccedilatildeoUsam esse esque-ma para acederem a isenccedilotildees unsconseguiram que o Estado lhes as-segurasse apenas 16 por cento sobreos seus rendimentosoutros natildeo maisde metade quando pela legislaccedilatildeotinham de pagar 32Eacute infantil pensar que a Vale ou outromegaempreendimento qualquer vaidinamizar a economia ao ponto depagar o niacutevel de diacutevida que o paiacutes estaacutea acarretarEstamos a ser confronta-dos com decisotildees politicamente to-madas que natildeo tecircm nada a ver comracionalidade econoacutemicaUm poliacute-tico menos informadoquando ouvedizer que o paiacutes estaacute a descobrir re-cursos naturaisfica na ilusatildeo e tomadecisotildees com fonte nessa ilusatildeoMasalguns politicamente mais prepara-dos em termos econoacutemicos tecircm tidoa sensatez de dizer acutetenham cuidadoo que vai acontecer na economia realnatildeo satildeo os nuacutemeros que estatildeo a serinvestidos pelas multinacionais natildeo

vale a pena pensa r que a induacutestriaextractiva vai gerar benefiacutecios para opaiacutes de hoje para amanhatilde`A expectativa menos remota eacute queesses projectos gerem benefiacutecios in-directos impulsionando alguma ho-telaria e turismoa agricultura pode

vir a beneficiar um pouco esse eacute oalerta que tem sido deixado pelospoliacuteticos mais informados tecnica-mente porque o caminho eacute longo eincertoInfelizmente os poliacuteticos menosinformados soacute vecircem o lado do in-

vestimento que eacute uma fantasia eacuteerradocomo vimos no iniacutecio com aMOZALque fez disparar o PIB aniacuteveis galopantese estaacute a aconteceragora com a Vale e a Rio Tintocomavultados investimentos mas sem

impacto sobre a economiaQuando se analisam os raacutecios usadospelo Governo na sua corrida ao en-dividamentoeacute faacutecil vecirc-se que estatildeoa diminuir enquanto a diacutevida estaacutea subirE statildeo a meter o paiacutes numaarmadilha econoacutemicacujo resultadoeacute esteagora estamos bem perto dosseis biliotildees de doacutelares em termos dediacutevidao niacutevel do HIPChaacute cerca de10 anos

E natildeo passa muito tempo desdeesse niacutevel de diacutevida impagaacutevelhellipNaquele tempo foi em condiccedilotildeesmais ligeiramente favoraacuteveis por-que eram maioritariamente diacutevidasconcessionais de credores bilateraisou sejade paiacutes para paiacutescom ta-

xas de juro ligeiramente acima dasconcessionais mas com periacuteodos dereembolso longos e as outras erammultilaterais com uma taxa de juromais baixa proacutexima de zero e comperiacuteodos de graccedila de 10 a 20Por ou-

tro lado as diacutevidas antes do HIPCforam contraiacutedas em periacuteodos com-parativamente mais longosmais oumenos em duas deacutecadase as actu-ais estatildeo a surgir a um ritmo acele-rado Depois do HIPC natildeo passammuitos anos e estamos perto do picohistoacuterico de cerca de seis biliotildees dedoacutelares

Banca sanguessugaO dinheiro chinecircs eacute mais caroO que se vecirc no recurso a esse di-nheiro eacute que estaacute a ser contratadoa um ritmo muito acelerado e emcondiccedilotildees muito desfavoraacuteveis OEXIMBANK(banco estatal chinecircsde creacutedito externo) empresta dinhei-ro com periacuteodos de reembolso muitocurtospara aiacute 10 anos periacuteodo degraccedila quase nulo e a taxa de juro estaacutebem perto da taxa de mercadoParao contexto do mercado moccedilambica-no10 por cento podem natildeo parecerexcessivos porque a nossa banca co-mercial cobra entre 10 a 12 por centomas essa eacute uma banca de sanguessu-gasporque 10 por cento satildeo proibiti-

vosOs mesmos bancos sul-africanosque caacute cobram issona Aacutefrica do Sulembolsam juros mais suavess abembem que a taxa real de empreacutestimosna Aacutefrica do Sul natildeo passa cinco porcentomas em Moccedilambique aplicam10 ou acima dissoPortanto quandofazemos uma anaacutelise cruzadavemosque a taxa real exigida pela China eacutede banca comercial a taxa de mer-cadocom periacuteodos de graccedila nulos ede desembolsos muito curtosisto vaidesgraccedilar o paiacutesO mais triste eacute que natildeo se compre-ende o recurso a fontes de finan-ciamento tatildeo lesivas aos interessesdo Estado moccedilambicanoporque ostradicionais doadores ainda cobreme ajudam a combater o deacutefice orccedila-mental Temos um orccedilamento comum deacutefice meacutedio de 40 por cento eacuteuma cifra realmente maiormas osdoadores comprometeram-se a de-sembolsar para este anopor exem-plocerca de 700 milhotildees de doacutelares

em apoio directo ao Orccedilamento Ge-ral do EstadoA ajuda externa jaacute estaacuteproacutexima senatildeo capaz de eliminar odeacutefice A pergunta entatildeoeacute porqueessa azaacutefama com o creacutedito chinecircsO que conseguimos perceber eacute quehaacute uma ilusatildeo da nossa ala poliacuteticase se tratasse de comidadiria gulaosnossos poliacuteticos natildeo resistem quando

vecircem dinheiro haacute despesismo Va-mos a china porque natildeo exigem re-quisitos se vais comprar armas parareprimir o teu povo natildeo se impor-tamAgrave Chinao que interessa eacute ga-rantir que o seu creacutedito seraacute pago porcontrapartidas como petroacuteleo dia-mantes carvatildeohellipqualquer dia Mo-ccedilambique ainda hipoteca o seu car-

vatildeopara pagar o que deve agrave ChinaNeste momentoa China natildeo colocaobstaacuteculos no acesso ao seu dinheiro

Mas o Governo justi1047297ca o recursoao endividamentocom o imperati- vo de infra-estruturashellipMas tem de haver prudecircncianatildeo voudeixar de criticar o uso que se faz dodinheiro puacuteblico edifiacutecios puacuteblicos

a serem construiacutedos mas entre fo-mentar a produccedilatildeo interna de arrozque cobre em apenas menos de cincopor cento a procura interna e deixa95 por cento para as importaccedilotildees eos edifiacutecios puacuteblicos e carros de luxopara a elite administrativa do paiacutesqual deve ser a prioridade Eacute oacutebvioo despesismo de luxo algum capri-cho puacuteblico ateacuteporque a fonte dodinheiro eacute faacutecilEste endividamentonatildeo vai para a produccedilatildeose fosse paraas vias de acessocompreendia-se

O EIU diz que o actual serviccedilo dadiacutevida jaacute eacute 40 por cento do PIB Eacutepossiacutevel chegar ao colapso que nosempurrou para o HIPCO risco imediato de natildeo conseguirpagar a diacutevida puacutebica pode natildeo serdaqui a cinco ou 10 anosmas numfuturo breve a capacidade do Esta-do fazer investimentos importantese estrateacutegicos vai reduzir Comeccedilaraacutea faltar dinheiro para a sauacutede edu-

caccedilatildeo e agricultura Esses sectoresessenciais vatildeo ressentir-se e muitoAteacute ao ano passadoa educaccedilatildeo tinhaum fundo para o vector da educaccedilatildeouniversal e Moccedilambique beneficioudurante cinco anos dessa verbamasacabou e soacute uma intervenccedilatildeo de uacutelti-ma hora do Banco Mundial permitiuum socorro de 50 milhotildees de doacutelaresA necessidade de alocar mais fundospara as aacutereas prioritaacuterias natildeo vai mu-darno entantoa capacidade de fi-nanciaacute-los pode retrair-seA reduccedilatildeode alguns fundos pode ser uma rea-lidademas que natildeo seja por isso quese vaacute justificar a corrida ao dinheirochinecircs porque a reduccedilatildeo dos apoiosdos tradicionais parceiros eacute ainda po-tencial os dadores continuam a darao ritmo programadoO que chama a atenccedilatildeo na relaccedilatildeocom os tradicionais parceiros eacute o re-forccedilo dos condicionalismos haacute umcondicionalismo que nem eu consi-dero sustentaacutevelo princiacutepio da tran-che variaacutevel Os doadores datildeo emparcelas o Governo tem de mostrarresultados convencer para tirar mais25 por cento mas tem sido muitotarde e isto compromete a execu-ccedilatildeo completa dos doadores na pers-pectiva de resultadosPor issoelesapostam no financiamento ao fundocomum em que eles mandam a suamissatildeo mandam uma equipa teacutec-nica para ver se as ambulacircncias quefinanciaram foram compradas por-que quando o apoio eacute directamenteao Orccedilamento do Estado eles natildeotecircm essa prerrogativaHaacute esta ten-decircncia de reduccedilatildeo do apoioporquea tranche variaacutevel estaacute a ser difiacutecil derespeitarmas no geralcontinuamoscom os doadores cometidos com osdesembolsosa uacutenica coisa eacute que natildeoestamos a aguentar com os condicio-nalismos cuja imposiccedilatildeo quanto amim justifica-se Quando dinheirospuacuteblicos satildeo usados para comprarmaacutequinas de barbear e outros malescomo os desvios no Ministeacuterio daEducaccedilatildeo entatildeo aperta-se o desem-bolsoe a alternativa eacute o dinheiro su-postamente faacutecil da Chinapara coi-

sas como o negoacutecio dos naviosComo dinheiro dado pelos novos credo-respode estar a fazer-se alguma coi-samas natildeo haacute optimizaccedilatildeo Que asdiacutevidas mobilizem a produccedilatildeodevernatildeo eacute maucontrair uma diacutevida parabeber sem capacidade eacute um crimemorala natildeo ser que tenha capacida-de de pagamentoSe se atingisse essepico de endividamentopara finan-ciar infra-estruturas essenciais natildeoestaacutevamos aqui a criticar

Haacute tambeacutem uma apreensatildeo com oendividamento internoEstamos a criar este cenaacuterio Elescriam condiccedilotildees para que o paiacutes vivaessa situaccedilatildeoE sses casos de corrup-ccedilatildeo que satildeo frequentemente relata-dos deixam os doadores pessimistase se sintam obrigados a impor condi-cionalismos que retardam a chegadade verbas e a multiplicaccedilatildeo de mis-sotildeesA hipoacutetese Chinaagraves vezeslevao seu tempo e o resultado eacute o deacutefice

na tesouraria que justifica emissotildeesde diacutevida interna provocadas pelodeacutefice na tesouraria Satildeo diacutevidas decurto prazomas criam uma enormepressatildeo porque o Governo tem depagar e eacute mais penosoporque eacute nosbancos comerciaisdado que mais de80 por cento dos moccedilambicanos natildeopagam sequer o seu consumo baacutesicologo natildeo compram as obrigaccedilotildees detesouro que o Estado lanccedila para sefinanciarQuem compra a diacutevida doEstado satildeo os bancos comerciaisquepreferem comprar tiacutetulos do Go-

verno porque o Governo nunca vaiagrave falecircncia natildeo precisa de hipotecasmas essas operaccedilotildees estatildeo a prejudi-car o investimentoIsso tudo porque

se criam cenaacuterios de desconfianccedilaque tornam moroso o financiamentotradicional que vem do exterior Oendividamento internopara finan-ciar a reconstruccedilatildeo por danos provo-cados pelas calamidades naturaisporexemplo entende-se eacute um recursode emergecircncia o Governo tem derecorrer a fundos excepcionais masgrande parte eacute deacutefice de tesouraria

Brasil e IacutendiaCentrou-se na China mas fala-sede outros novos credores Comoolha para o per1047297l do creacutedito do Bra-sil e da IacutendiaEles tambeacutem impotildeem condiccedilotildeesmais ou menos proacuteximas do mer-cadomas China eacute China Brasil eacuteBrasil e Iacutendia eacute IacutendiaEles natildeo tecircmcaracteriacutesticas similiaresnatildeo falam amesma liacutengua eacute por isso que o Go-

verno moccedilambic ano natildeo os conse-gue enquadrar na mesma plataformacomo acontece com os Parceiros deApoio Programaacutetico (PAP) Elesnatildeo tecircm procedimentos e caracteriacutes-ticas iguaissatildeo todos eles diferentesO Brasil natildeo daacute dinheiro natildeo eacute sua

vocaccedilatildeo dar directamente dinheirooseu dinheiro eacute em forma de assistecircn-cia teacutecnicase precisas de um teacutecnicoeles trazem o especialistaque traz oconhecimento de que carecesA si-tuaccedilatildeo amarga eacute que o Brasil eacute umcentro de financiamento de projectos

privados que estatildeo a entrar em Mo-ccedilambiquealguns deles como a Valemuito contestados sob o ponto de

vista socialO Brasil dispotildee de linhasde financiamento e paga o segurodos investimentos das suas empresaseacute vocaccedilatildeo do Brasil apoiar grandesprojectos Jaacute a China categoriza osseus devedoresna primeira catego-ria mete os que podem pagar direc-tamente com petroacuteleo ou diamantese paiacuteses como Moccedilambique estatildeo nacategoria trecircsque pagam o dinheirocom dinheiroNos mapas de amorti-zaccedilatildeo da diacutevida de Moccedilambiquequeestatildeo no Ministeacuterio das Financcedilasestaacute laacute que Moccedilambique paga comdinheiro os creacuteditos chinesesMas eacuteuma situaccedilatildeo mista porque o creacutedi-to chines tambeacutem tem laacute um poucodo modelo brasileiroatraveacutes da pre-senccedila em Moccedilambique de empresaschinesas financiadas pelo dinheirodo Estado chinecircs Cada paiacutes tem oseu modelo de financiamento

Humberto Zaqueu o cial de advocacia do GMD

N a

iacute t a U s s e n e

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16 Savana 18-10-2013PUBLICIDADE

A sensivelmente cinco jor-nadas do fim do Moccedilam-bola o presidente da LigaMoccedilambicana de Futebol

(LMF) Alberto Simango Juacutenioraceitou fazer uma breve radiogra-fia da prova e de forma categoacutericagarante haver condiccedilotildees objectivaspara que a verdade desportiva pre- valeccedila Simango diz ainda natildeo ser verdade que a Liga Muccedilulmana es-teja a ser protegida pela arbitragemSeguem os excertos mais relevantesda conversa

Que avaliaccedilatildeo faz das primeirasoito jornadas da segunda volta doMoccedilambola-Faccedilo uma avaliaccedilatildeo positiva namedida em que o certame estaacute a de-correr dentro do previsto Tem sidobastante competitivo e os resultadosfalam por si Na primeira volta ha- via equipas que tinham muito gaacutesmas comeccedilaram a perder forccedilasnesta fase o que eacute normal porqueo Moccedilambola eacute uma prova de re-gularidade Conta-se mais comoa equipa termina a prova do quecomo comeccedila Jaacute fizemos dois terccedilosdo campeonato estamos num bom

caminho e a qualidade estaacute semprea subir Jaacute temos campeatildeo no Moccedilambola-As equipas que estatildeo agrave frente tudofazem para ganhar mas a luta eacutemuito renhida no meio da tabelaclassificativa e essas formaccedilotildees tudofazem para amealhar mais pontose quiccedilaacute evitarem a despromoccedilatildeo Eacuteuma prova de surpresa porque ateacutehoje a questatildeo da conquista do tiacute-tulo continua em aberto emborahaja um clube que avanccedilou bastantena pauta classificativa Pelo menosexistem trecircs a quatro clubes que lu-tam pela conquista do campeonato eisso eacute significativo

Sr presidente ainda continuam osdesacatos e vandalismo nos recintosdesportivos Como acabar com estatriste realidade-A situaccedilatildeo vai sendo paulatina-mente resolvida mas sinto queprecisamos de fazer um trabalho deeducaccedilatildeo ciacutevica por forma a que osclubes comecem por sua vez a tra-balhar com os seus adeptos porquea atitude de arremessar garrafas eoutros objectos para o interior docampo eacute simplesmente condenaacutevelO apelo que faccedilo eacute que natildeo bastaaprovarmos medidas haacute sim queprivilegiarmos a prevenccedilatildeo haacute ne-cessidade de as pessoas terem de

abandonar essas praacuteticas e prima-rem pelo fair playNatildeo acha que a maacute actuaccedilatildeo dos aacuter-bitros leva os adeptos a optarem poressa via o arremesso de garrafaspor exemplo-Eacute normal que haja contestaccedilatildeo daarbitragem isso faz parte de futebolEm qualquer parte do mundo ou- vimos falar de situaccedilotildees do geacuteneromas noacutes estamos a trabalhar com aCNAF e todas as semanas quandonecessaacuterio fazemos um trabalho desensibilizaccedilatildeo para aleacutem da avalia-

Eacute impossiacutevel t ermos Liga fort e com c lubes f racosfinanceiramente-Defende Albert o Simango Juacutenior da LMF

Por Paulo Mubalo

ccedilatildeo do desempenho dos aacuterbitrosO que se nota eacute que os aacuterbitros quecomeccedilam a pocircr em causa a verda-de desportiva estatildeo a ser punidosexemplarmente e isso eacute que incen-tivamos agrave CNAF porque eacute precisodefendermos o futebol de atitudese apetites inconfessaacuteveis de certosgrupos

Julga que a Liga Muccedilulmana estaacute aser bene1047297ciada pela arbitragem ouestaacute a ser viacutetima da sua grandeza- Duvido muito que a Liga Muccedilul-mana esteja a ser beneficiada duvi-

do muito que esse pronunciamentocorresponda agrave verdade A minhapercepccedilatildeo eacute que muitos clubes jaacutebeneficiaram de penaltes jaacute benefi-ciaram de erros de arbitragem Emsegundo lugar jaacute expliquei que osque tentam fabricar resultados estatildeoa ser punidos Eu natildeo vejo as coisasde forma particularizada todos osaacuterbitros podem errar em qualquer jogo que sejaO que a LMF pensa fazer parasalvaguardar a verdade desportivamormente nas derradeiras jorna-

das-Bem como tem sido habitual paraaleacutem do trabalho que temos vindoa realizar as uacuteltimas trecircs jornadasseratildeo disputadas no mesmo dia e agravemesma hora tendo em conta os in-teresses e objectivos de cada clubenessa fase Teraacute que ser assim ateacuteporque isso jaacute consta do nosso re-gulamento Satildeo partidas susceptiacuteveisde mudar a pauta classificativaHaacute treinadores que acusam a LMFde estar a coartar as suas liberdadesusando para tal puniccedilotildees Quer co-

mentar-A puniccedilatildeo faz parte da nossa estra-teacutegia de governaccedilatildeo noacutes natildeo fomoseleitos para natildeo respeitar os regula-mentos e estatutos Os dirigentestreinadores e clubes devem ter umaforma de estar natildeo podem aceitar vilipendiar quem quer que seja empraccedila puacuteblica natildeo podem atentarcontra a geacutenese do clube haacute que terforma e modo de falar Eacute importan-te que as pessoas percebam que aLiga eacute um dos clubes por isso de-fendemos que as pessoas se pronun-ciem com eacutetica que saibam falar Os jovens inspiram-se nos treinadores e jogadores pelas boas praacuteticas e natildeo

pelos insultos por isso tomamosmedidas contra os prevaricadores econtinuaremos a primar por essesprinciacutepios porque queremos umcampeonato satildeo e de disciplinaHaacute condiccedilotildees 1047297nanceiras para queo Moccedilambola termine sem muitosalaridos-Bem como nunca disse que natildeohavia o que posso dizer eacute que tudoestaacute sendo feito para que terminesem qualquer natureza de sobres-saltoPelos vistos a LMF continua a go-

zar de muita credibilidade junto dosparceirosQue trunfo usa para conseguir osseus intentos-O maior segredo eacute o trabalho eacutea nossa dedicaccedilatildeo e credibilidadeNoacutes fazemos de tudo para que ainstituiccedilatildeo seja crediacutevel Somos fieacuteisagrave prestaccedilatildeo de contas e gestatildeo cri-teriosa E por fazermos isso temosum caminho andado trabalhamos365 diasano agrave volta deste projectoEstes pressupostos todos nos levama conseguirmos bons resultados

Como avalia a expulsatildeo de Dia-mantino Miranda do paiacutes-A atitude dele foi de indisciplinagrave ele excedeu na forma comofalou Soacute queria lamentar e apelarpara que situaccedilotildees desta naturezanatildeo voltem a acontecer no nosso fu-tebol Ningueacutem estaacute no futebol paraarranjar problemas cada um tem oseu nome e deve ser chamado poresse nome natildeo podemos chamar aalgueacutem por um nome que natildeo o dig-nificaE a terminarhellip-O apelo que faccedilo eacute um convitequero convidar mais parceiros para

investirem no desporto e no futebolem particular porque atraveacutes do fu-tebol a imagem dos seus produtoschega mais longe Natildeo eacute possiacutevelfazermos a Liga forte com clubesfracos financeiramente Precisamosmais para as nossas equipas mascom a forma como estamos a tra-balhar acredito que a curto prazoteremos os nossos representantes aconseguirem bons resulatados emcompeticcedilotildees internacionais Masfoi bom porque a Liga Muccedilulmanachegou muito longe nas afrotaccedilas

A expulsatildeo do treinadordo Costa de Sol Dia-mantino Miranda poralegados insultos agrave na-

ccedilatildeo no final de jogo realizadocontra o Vilankulo estaacute a divi-dir opiniotildees dos moccedilambicanosCom efeito enquanto alguns ci-dadatildeos ouvidos pelo SAVANAdefendem que a medida tomadapelo Ministeacuterio do Trabalho eacute justa outros dizem ter havidoprecipitaccedilatildeo por parte daquelainstituiccedilatildeo

Para Martinho Vaz estudan-te de direito da UniversidadeSatildeo Tomaacutes de Moccedilambique(USTM) o teacutecnico Diamanti-no Miranda perdeu respeito aosmoccedilambicanosldquoNa minha humilde opiniatildeoconsidero ser grande insultopara os moccedilambicanos proferiraquelas palavras na esfera puacutebli-ca Se fosse num foacuterum privadopoderia compreender porquemuita gente natildeo havia de saberEle passou dos limites mesmo

Expulsatildeo de Diamant ino M iranda di vide opiniotildeesse fosse no seu proacuteprio paiacutes eles natildeohaviam de ponderar essas brincadei-ras Aliaacutes ateacute porque ele vai servir deexemplo para os outros estrangeirosque vecircm ao paiacutes e satildeo bem tratadose meia-volta comeccedilam a maltrataros proacuteprios moccedilambicanosrdquoPara Manuel Muianga tambeacutemestudante de direito da mesma uni- versidade a expulsatildeo do treinadorDiamantino Miranda eacute absurdaldquoEle chamou os moccedilambicanos deladrotildees e isso para mim natildeo eacute novi-dade porque existem muitos treina-

dores ateacute estrangeiros que insultamdentro e fora de campo mas nuncaforam expulsos do paiacutesrdquoldquoNa minha opiniatildeo o Ministeacuterio de Trabalho devia retirar-lhe a licenccedilade trabalho numa primeira fase en-quanto investiga o caso em sumadevia ser mais cauteloso nesta ma-teacuteriardquo observouEnquanto isto Arnaldo Albertoestudante de Ciecircncias Sociais daUniversidade Eduardo Mondlane(UEM) explicou que o caso Dia-mantino Miranda virou tema de

conversa a niacutevel da sua faculdadeEle entende que a medida tomadapelo Ministeacuterio de Trabalho em ex-pulsar o treinador para fora do paiacuteseacute correcta ldquoEu considero como umamedida certa porque ningueacutem podeestar num paiacutes do outro e passar a vida a proferir insultos contra os do-nos do proacuteprio paiacutes Eu acredito quese fosse um treinador moccedilambicanoa fazer o mesmo no paiacutes deles ou emqualquer outro teria sanccedilotildees do geacute-nerordquo anotou o estudantePara Rafael Ernesto comerciante

e adepto da selecccedilatildeo nacional osldquoMambasrdquo o Ministeacuterio do Traba-lho tomou a medida correcta porqueo teacutecnico portuguecircs estava habitua-do a insultar os jogadores de formairresponsaacutevelldquoFoi uma boa medida porque paraaleacutem de jogadores tambeacutem insultoutodos os moccedilambicanos e gostariaque ele natildeo voltasse mais ao nossopaiacutesrdquo Tumar Cumbula empresaacuterio pre-cisou ldquoa atitude do Ministeacuterio foiboa noacutes natildeo podemos admitir es-

sas brincadeiras no nosso paiacutesporque o que ele fez se fosse naAmeacuterica seria preso mas aquiteve sorte Ele foi mais longedemaisrdquo rematou o empresaacuterio Jaacute o advogado Roberto Macha- va precisou ldquohouve um poucode exagero por parte do Mi-nisteacuterio do Trabalho porque haacutemuitas pessoas que falam malnos cafeacutes nos centros de recre-accedilatildeo entre outros mas natildeo satildeoexpulsas do paiacutesAjuntando ldquoa expulsatildeo de um

indiviacuteduo do paiacutes natildeo deve serassim devia haver um moti- vo forte O que poderia fazer oMinisteacuterio do Trabalho era to-mar medidas processuais numaprimeira fase enquanto procuraouvir a outra parte E penso queno seio da proacutepria Liga Mo-ccedilambicana de Futebol e Fede-raccedilatildeo Moccedilambicana de Futeboldeveriam existir alguns espe-cialistas para defender este tipode assuntosrdquo precisou Zaqueu

Massala

Alberto Simango Juacutenior presidente da LMF

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17Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

A TALHE DE FOICEPor Machado da Graccedila

A notiacutecia que me chegou jaacute temmais de um mecircs mas natildeo per-deu infelizmente actualidade

Segundo a Kazinform (provavelmenteuma agecircncia de informaccedilatildeo) um aviatildeoMig 21 num voo de teste depois deuma reparaccedilatildeo incendiou-se ao ater-rar no aeroporto de Bakeu na Romeacute-nia em finais de Agosto passadoMas o mais interessante da notiacutecia eacuteque ela afirma que o aviatildeo sinistradopertencia agrave Forccedila Aeacuterea Moccedilambica-naFiquei assim a saber que a nossa ForccedilaAeacuterea adquiriu pelo menos um aviatildeode combate Mig 21 Mas muito pro- vavelmente adquiriu mais do que umE deve ter adquirido nos saldos emsegunda matildeo porque esse modelo deaviatildeo deixou de ser fabricado em 1985A proacutepria Romeacutenia estaacute a substituir osque ainda tem por aviotildees modernos ese calhar vendeu-nos ao desbarato os velhinhos Mig 21 que para laacute tem E

a avaliar pela notiacutecia o resultado natildeofoi bomComentando a notiacutecia com um cole-ga nomeadamente sobre a razatildeo paraMoccedilambique precisar desse tipo dearmamento o colega disse-me que natildeoeacute soacute isso que estaacute a acontecer Pelo con-traacuterio segundo ele teratildeo sido desem-barcados na Beira tanques de guerrae ao porto de Maputo continuam achegar grande quantidade de viaturasmilitaresOra a pergunta que tem que ser feitaeacute Natildeo tendo o nosso paiacutes conflito comnenhum dos seus vizinhos antes sen-

do excelente a relaccedilatildeo com todos eles

para que precisamos noacutes de todos essesinstrumentos mortiacuteferosE a resposta infelizmente soacute pode serque se natildeo satildeo para usar contra ini-migos externos satildeo para usar dentrodo paiacutes Falando com mais crueza satildeopara matar moccedilambicanos Temos portanto um Governo que

passa a vida a condenar os discursosbelicistas da Renamo e a proclamar oseu enorme amor agrave Paz mas por por-tas e travessas vai comprando armasde guerra para uso em terra e no arUm Governo que natildeo tem dinheiropara pagar decentemente a meacutedicosenfermeiros e professores que natildeo temdinheiro para comprar medicamentospara os hospitais nem material escolarnomeadamente carteiras mas que temdinheiro para comprar aviotildees bombar-deiros e tanques de guerra para matar

moccedilambicanosComeccedila por outro lado a ser maiscompreensiacutevel o impasse que continuanas sessotildees do ldquodiaacutelogordquo entre o Gover-no e a Renamo Muito provavelmentetrata-se apenas de manter a situaccedilatildeoestacionaacuteria nesta paz-podre agrave esperaque chegue ao paiacutes todo o armamentocomprado no exterior para depois im-por uma soluccedilatildeo militarO que pode ser uma peacutessima escolhacomo bem poderia explicar o general vietnamita Vo Nguyen Giap recente-

mente falecido

Armas

pecuacuteliosOra para dispor sem restriccedilotildees do pecuacutelio ou

cuacutemulo de activos ndash nervo da poliacutetica e da guerraconforme aprenderam em longos anos de combateos vencedores da guerra civil angolana ndash importadispor de imagem impoluta e agir sem constrangi-mentos ou ameaccedilas legaisO risco de processos judiciais inquinando a ima-gem de pessoas e do estado eacute altamente prejudicialaos equiliacutebrios de poder em Luanda e ao presi-dente cabe atalhar a direito sempre que a ameaccedilaronde os mais proacuteximos e influentesA provaacute-lo estatildeo o ldquoAngolagaterdquo envolvendo gen-te da alta roda poliacutetica e negocista francesa pela venda ilegal de armas sovieacuteticas a Luanda entre1993 e 1995 ou o reconhecimento no ano pas-sado nas paacuteginas do ldquoFinancial Timesrdquo por ManuelVicente Kopelipa e o general Leopoldino Fragosodo Nascimento da sua participaccedilatildeo na ldquoNazaki Oilamp Gasrdquo que se associou em 2010 agrave ldquoCobalt Inter-national Energyrdquo de Houston para a exploraccedilatildeo daconcessatildeo dos blocos petroliacuteferos 9 e 21Voltaraacute a correr o marfimEduardo dos Santos jaacute afastou Marcolino Mouco Joatildeo Lourenccedilo ou Fernando Nandoacute e cerceou am-biccedilotildees de outros putativos sucessoresNo pinaacuteculo do poder Eduardo dos Santos con-tudo natildeo tem ainda assegurado que a sua sucessatildeopossa vir a garantir a perservaccedilatildeo do justo pecuacutelioe a rede de influecircncias poliacuteticas de interesses patri-moniais de associados e familiaresAacuterbitro e decisor em derradeira instacircncia opresidente de Angola tem consequentemente detomar posiccedilatildeo e assumir atitudes para provar queacima de tudo defenderaacute os interesses da cuacutepulado poder e dos negoacutecios as ldquoelites capazesrdquo quetanto lhe devemMexe com poder eacute poliacutetico portanto o conten-cioso e ao mais alto niacutevel o estado angolano vecircmexigindo desculpas e reparaccedilotildees puacuteblicas que porconstrangimento legal os governantes portu-gueses natildeo podem expressarRui Machete disse em puacuteblico o que apenas po-deria aventar em privado e gerou tamanha contro- veacutersia interna que acabou bloqueando a diploma-cia e dando pretexto agrave ruptura ansiada em LuandaPara o resto o que Machete em puacuteblico natildeo dissemas se sabe agrave boca pequena eacute que bastaraacute a justiccedilaportuguesa continuar inane e ineficaz manter-seigual a si proacutepria para tudo acabar em aacuteguas debacalhau e voltar a correr o marfim

Jornalista barradasjoaocarlosgmailcom

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Aacute rbitro e decisor em derradeira instacircnciao presidente de Angola tem consequen-temente de tomar posiccedilatildeo e assumiratitudes para provar que acima de tudo

defenderaacute os interesses da cuacutepula do poder e dosnegoacuteciosSatildeo literalmente laquoincompreensotildees ao niacutevel dacuacutepularaquo que levam Joseacute Eduardo dos Santos a de-nunciar o acordo de princiacutepio acertado em 2010em Luanda com Cavaco Silva para o desenvolvi-mento de uma parceria estrateacutegica luso-angolanaA indefinida e adiada parceria deveria servir parareforccedilar a cooperaccedilatildeo estado a estado promovercontactos e projectos bilaterais entre instituiccedilotildeesempresas privadas e cooperativas aleacutem de facilitara circulaccedilatildeo de pessoas bens e capitaisApesar das aplicaccedilotildees financeiras em Portugalterem continuado a processar-se a bom ritmo ndashsobretudo nas telecomunicaccedilotildees energia e bancandash legitimando a riqueza receacutem-acumulada dosinvestidores angolanos uma questatildeo poliacutetica in-

quinou a relaccedilatildeoInvestigaccedilotildees judiciais sobre altas personalidadescomo o procurador-geral Joatildeo Maria de Sousa oministro de estado e da coordenaccedilatildeo econoacutemicaManuel Vicente ou o general Manuel HeacutelderVieira Dias laquoKopeliparaquo ministro de estado e chefeda casa militar do presidente nunca foram trava-das pelo poder executivo ndash laquoao niacutevel da cuacutepularaquo SBento e Beleacutem ndash como ainda acabaram tornadaspuacuteblicasA deploraacutevel vergonhosa e ilegal praacutetica de fugasde informaccedilatildeo e violaccedilatildeo reiterada do segredo de justiccedila no DCIAP deu pretexto a criacuteticas de ar-ticulistas e poliacuteticos de Luanda sobre difamaccedilatildeo eintimidaccedilatildeo de cidadatildeos angolanos e a perversatildeodo estado de direito em PortugalO presidente das elites capazesManuel Vicente anunciou em Maio do ano pas-

sado que o investimento de estado em Portugaldeixara de ser prioritaacuterio jaacute que importava privile-giar o mercado angolanoA participaccedilatildeo da ldquoSonangolrdquo no BCP visando acriaccedilatildeo de uma plataforma financeira para suportaro crescimento da empresa fora um dos objectivosatingidos numa fase inicial que apostara forte emPortugal e referia tambeacutem Vicente convinha di- versificar as aplicaccedilotildees directas do estadoAo capital privado caberia assim definir opccedilotildeesde investimento em Portugal e de parcerias emAngola com empresas lusas mas na realidade aimbricaccedilatildeo da elite de negoacutecios e da elite do poderem Luanda eacute tal que a distinccedilatildeo acaba por ser ir-relevanteEacute essa a razatildeo que sustenta as tiradas nacionalistasno discurso de Eduardo dos Santos agrave AssembleiaNacional sobre o Estado da Naccedilatildeo denunciandoa injusticcedila de empresas e bancos estrangeiros queldquolevam biliotildeesrdquo de Angola ao mesmo tempo queLuanda vecirc serem qualificadas como corruptas assuas ldquoelites capazesrdquo que tecircm amealhado justos

Angola cortar a direitoPor Joatildeo Carlos Barradas

A notiacutecia de que a Ruacutessia concedeu asilo tem-poraacuterio a Edward Snowden eacute geralmentediscutida no contexto dos potenciais efeitosda decisatildeo sobre as relaccedilotildees russo-america-

nas Sem duacutevida o caso Snowden desencadeou umaseacuterie de efeitos adversosLevando em conta as revelaccedilotildees do ex-agente da CIApromotores russos estatildeo investigando os serviccedilos do

Google e do Facebook na Ruacutessia As autor idades sus-peitam que ambos violem os acordos internacionaissobre a proteccedilatildeo de dados pessoaisO avanccedilo dessa situaccedilatildeo ameaccedila originar uma atmos-fera toacutexica de longo prazo nas negociaccedilotildees bilateraisem torno de vaacuterias questotildees delicadas Entre elas ointercacircmbio de agentes descobertos a anaacutelise dospedidos para divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre ciber-criminosos e suspeitos de terrorismo ou a troca daspraacuteticas mais eficazes das agecircncias de inteligecircncianorte-americanas e russas no trabalho com grandes volumes de dadosAleacutem disso a Ruacutessia agora pode esquecer as per-spectivas de retorno de Viacutektor Bout ou outros rus-sos que estatildeo enfrentando processos judiciais nosEstados Unidos A Casa Branca por sua vez perdeuo poder de instigar seus principais valores na Ruacutessia ndash

a liberdade na internet e a proteccedilatildeo dos direitos dosusuaacuterios gravemente comprometidos pelas revelaccedilotildeesde SnowdenQuem sabe quantos segredos mais o ldquoex-prisioneirodo aeroporto moscovita de Sheremetievordquo tem guar-dado ou quatildeo difiacutecil seraacute para ele resistir agrave tentaccedilatildeode compartilhaacute-los com os serviccedilos de inteligecircnciarussos

Mas tudo eacute muito complexo e dramaacutetico Seraacuteque o asilo concedido a Snowden realmente traccedila umalinha vermelha nas relaccedilotildees russo-americanasEm primeiro lugar a decisatildeo russa de conceder asilotemporaacuterio a Snowden envia agrave Casa Branca um sinalclaro de que a Ruacutessia estaacute disposta a negociar aindamais ldquoPodemos abrigaacute-lo temporariamente masdeixe-nos pensar aleacutem dissordquoCabe lembrar a condiccedilatildeo anunciada pelo presidenteVladiacutemir Puacutetin no mesmo dia em que os boatos so-bre a possibilidade de asilo vieram agrave tona de que oforagido deveria ldquoparar de prejudicar os interesses dosEstados UnidosrdquoO consentimento de Snowden em seguir essa regraestaacute impliacutecito na aceitaccedilatildeo do asilo O governo russotambeacutem natildeo vai perder o interesse em acessar as in-formaccedilotildees que o ex-agente da CIA estaacute segurando

embora o acordo atual sugira que tais dados continu-aratildeo a ser um aacutes na manga diplomaacutetica da Ruacutessia ndash aser usado em uma hora difiacutecil nas negociaccedilotildees bilate-rais com Washingtonndash e natildeo seraacute compartilhado coma comunidade internacionalEacute ainda mais importante ter em mente que as relaccedilotildeesrusso-americanas satildeo muito diversificadas e estra-teacutegicas para serem deixadas de lado por causa de um

uacutenico escacircndalo independentemente de quatildeo fortepossa ressoarApesar da tendecircncia negativa nas relaccedilotildees bilateraiscom o fim do ldquoresetrdquo uma seacuterie de questotildees demon-stra a enorme capacidade de cooperaccedilatildeo duradourae desenvolvimento construtivo em assuntos intimam-ente relacionados com SnowdenA cooperaccedilatildeo no ciberespaccedilo que apresentou recente-mente um progresso substancial eacute exemplo disso Em17 de junho um dos pontos de discussatildeo da Cuacutepulado G8 na Irlanda foi a declaraccedilatildeo conjunta emitidapor Puacutetin e Obama sobre as medidas de reforccedilo daconfianccedila no ciberespaccedilo que incluiacuteram trecircs acordosEstados Unidos e Ruacutessia satildeo agora obrigados a man-ter contato constante sobre cibercrimes e tentativasde ciberataques para reforccedilar a cooperaccedilatildeo na respostaa tais incidentes bem como fazer uso de uma linha di-

reta para avisar um ao outro sobre alguma emergecircnciaSimbolicamente os mecanismos de notificaccedilatildeo muacute-tua seratildeo parcialmente implementados por meio da jaacute existente linha Moscou-Washington para o avisode ocorrecircncias com armas nucleares a mesma usadadurante a Guerra FriaA continuidade dos acordos exemplifica a crescenteimportacircncia estrateacutegica da cooperaccedilatildeo russo-ameri-

cana no ciberespaccedilo Os dois lados chegaram a umacordo sobre a questatildeo mesmo em meio a condiccedilotildeesdesfavoraacuteveis nas relaccedilotildees bilaterais ndash embora hajaduacutevidas sobre ateacute onde essa cooperaccedilatildeo seria sacrifi-cada por causa do recente escacircndalo diplomaacuteticoApesar do efeito das revelaccedilotildees do ex-agente daCIA os Estados Unidos e a Ruacutessia precisam se en-gajar para estabelecer um clima de boa vizinhanccedila ecolaboraccedilatildeo no ciberespaccedilo ainda que envolto porcriacuteticas e acusaccedilotildees pesadas A colaboraccedilatildeo podeser reduzida ou suspensa em alguns aspectos mas asmedidas de confianccedila devem ser desenvolvidas comoum dos mecanismos viaacuteveis para prevenir uma guerraciberneacutetica Isso eacute algo que tanto o Kremlin como aCasa Branca entendem bem Oleg Demidov eacute coordenador de projetos em segu-ranccedila e governanccedila no Centro de Estudos Poliacuteticosda Ruacutessia

O ciberespaccedilo poacutes-SnowdenPor Oleg Demidov

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

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Distribuiccedilatildeo Miguel Bila(82 4576190 84 0135281)

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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19Savana 18-10-2013

violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

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Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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20 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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24 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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9Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

O Congresso de Pem-ba e o fim do Poliacuteti-co em MoccedilambiqueQuando o Embaixador

espanhol no dia seguinte ao despe-dimento por parte do grupo privadoSOICO do chefe da informaccedilatildeo Je-remias Langa de visita agraves instalaccedilotildeesdo mesmo grupo elogia Moccedilambi-que como um paiacutes em que dominao pluralismo e a liberdade de infor-maccedilatildeo ficou claro que a luta pelo re-torno duma democracia mais efectivae menos autoritaacuteria tem que ser de-sempenhada apenas ao niacutevel internosem contar com a contribuiccedilatildeo dossupostos doadores e da comunidadeinternacional

O episoacutedio apenas referido repre-senta o uacuteltimo de uma seacuterie queestaacute abalando o mundo poliacutetico ede reflexo a comunicaccedilatildeo social emMoccedilambique Esta aceleraccedilatildeo co-meccedilou com o Congresso de Pembapor parte da Frelimo em Setembroe desaguou numa mudanccedila que jaacutenatildeo diz respeito apenas ao partidono poder mas sim a toda a socie-dade moccedilambicana Ela pode serresumida com a seguinte expres-satildeo passou-se duma concepccedilatildeo dopoder ldquodiluiacutedordquo (ou seja nas matildeosdas vaacuterias alas da Frelimo) a umade poder ldquoconcentradordquo (ou sejanas matildeos do actual Presidente daRepuacuteblica Armando Emiacutelio Gue-buza e da restrita elite a ele fiel)No Congresso de Pemba Gue-buza conseguiu afastar todos osseus supostos opositores internosempurrando as organizaccedilotildees demassa controladas pela Frelimodo seu lado Daquela que reuacuteneos jovens (OJM) aquela das mu-lheres (OMM) aos Antigos Com-batentes Personagens relevantestais como Luiacutesa Diogo e ManuelTomeacute foram afastados do Comi-teacute Poliacutetico do partido assim comoministros de peso a partir do an-tigo primeiro Aires Ali passandopor muitos outros e por uacuteltimopelo Ministro dos TransportesZucula caiacuteram estrondosamente erepentinamente sem uma explica-ccedilatildeo poliacutetica claraO caso mais recente relativo aoministro Paulo Zucula faltandoapenas poucos meses ao fim domandato de Guebuza (as eleiccedilotildeesgerais satildeo previstas para 2014) eacuteum dos mais obscuros A imprensanatildeo tem abordado a questatildeo me-diante uma leitura poliacutetica masprocurando explicaccedilotildees bastantecomplicadas e dedutivas inerentesaos interesses em jogo e agraves eventu-ais ldquotraiccedilotildeesrdquo do Ministro nalgunsnegoacutecios em que estaria envolvi-do o Presidente da Repuacuteblica Naediccedilatildeo do dia 20 de Setembro osemanaacuterio ldquoSavanardquo assim faz a suamanchete ldquoGuebuza refresca Zu-culardquo No interior do jornal realccedila--se que o despedimento foi comoaconteceu com os outros ministros

A nova sit uaccedilatildeo poliacutet ica de M occedilambique e osseus reexos sobre a liberdade de imprensaPor Luca Bussott i

que tiveram a mesma sorte repen-tino e sem nenhuma explicaccedilatildeomas tenta-se avanccedilar hipoacutetesesA mais acreditada tem a ver comum contrato milionaacuterio o relativo

ao corredor de Mucuze necessaacute-rio para implantar uma ferrovia de525 km de Mutarara (Tete) ateacute agravecidade da Beira com o objectivo deescoar o carvatildeo que estaacute a ser ex-traiacutedo no oeste de Moccedilambique OConselho dos Ministros teria op-tado por uma adjudicaccedilatildeo directado projecto (que vale cerca de 31mil milhotildees de USD) a um consoacuter-cio indo-moccedilambicano que incluia principal sociedade controladapela Frelimo a SPI e a que Zucu-la teria-se oposto Por outro ladoo semanaacuterio ldquoExpressordquo reportano dia 17 de Setembro que houve

demasiada ldquoambiccedilatildeordquo e ao mesmotempo ldquotraiccedilatildeordquo de Zucula relativa-mente agrave figura do Presidente Gue-buza Fontes anoacutenimas citadas poreste jornal destacam que Zuculanatildeo foi dispensado por incompe-tecircncia mas sim porque ldquometeu acolher na panela controlada peloseu chefe neste caso o Presidenteda Repuacuteblicardquo

Tais leituras dizem o seguinte porum lado as disputas internas aopartido no poder tecircm uma com-ponente poliacutetica irrelevante Poroutro tudo se joga em volta de ne-goacutecios bilionaacuterios dos quais a no-

menclatura pretende ter o mono-poacutelio de acordo com a hierarquiaocupada na FrelimoIsso deixa vislumbrar qual foi a

verdadeira natureza do Congressode Pemba pouco falou-se de po-liacutetica mas muito de quem devia epodia dominar os processos eco-noacutemicos no paiacutes para os proacuteximosanos E natildeo resta duacutevidas de queo vencedor foi o actual Presiden-te Guebuza Acima de tudo porele ter conseguido o domiacutenio dopartido tendo sido reeleito Presi-

dente para os proacuteximos cinco anosMas sobretudo por ter elimina-do natildeo apenas os seus adversaacuteriosinternos mas a proacutepria poliacuteticado horizonte da Frelimo Assim

sendo as vozes discordantes tam-beacutem foram caladas passando detal forma dum modelo de laquodemo-cracia autoritaacuteriaraquo a um de laquoauto-ritarismo democraacuteticoraquo em queos mecanismos eleitorais internosagrave Frelimo assim como gerais natildeopassam dum mero formalismoO facto de o actual Presidente daCNE (Comissatildeo Nacional dasEleiccedilotildees) ter sido proposto natildeo porum dos sujeitos indicados pela leipertencentes agrave sociedade civil massim por um indiviacuteduo singular (oantigo Presidente de mesmo oacutergatildeoe antigo Reitor da Universidade

Eduardo Mondlane Brazatildeo Ma-zula) demonstra a inconsistecircnciado aparato legislativo moccedilambica-no nesta fase extremamente criacuteticae delicada que o paiacutes estaacute atraves-sando No entretanto a comunida-de internacional finge de natildeo vercom o uacutenico objectivo de protegeros enormes interesses no carvatildeo nogaacutes e talvez no petroacuteleo que quasetodos os grandes investidores tecircmem Moccedilambique

O silenciament o da comuni-caccedilatildeo socialUma das grandes marcas na his-toacuteria recente de Moccedilambique temsido a vivacidade da comunicaccedilatildeosocial Existem hoje uma dezenade jornais independentes emisso-ras televisivas e radiofoacutenicas tam-beacutem autoacutenomas raacutedios comuni-taacuterias espalhadas por todo o paiacutesEntretanto a situaccedilatildeo efectiva daliberdade de imprensa piorou bas-tante nos uacuteltimos dois anos e no-meadamente a seguir ao Congressode Pemba da FrelimoA estrateacutegia usada tem sido dedupla natureza por um lado ocontrolo directo da comunicaccedilatildeo

social puacuteblica ou seja do diaacuterioldquoNotiacuteciasrdquo do semanaacuterio ldquoDomin-gordquo da emissora televisiva maisantiga e difusa do paiacutes a TVM eda proacutepria Raacutedio Moccedilambique

Por outro o controlo indirecto dacomunicaccedilatildeo social independen-te com vaacuterios meios aquisiccedilatildeopor parte de sociedades anoacutenimasmas controladas pela Frelimo dasquotas de maioria desses jornais(como eacute o caso do semanaacuterio ldquoPuacute-blicordquo) infiltrar pseudo-colunistasnesses oacutergatildeos (cuja lista foi recen-temente publicada pelo ldquoSavanardquo)para diluir o seu potencial criacuteticocortar os anuacutencios das sociedadespuacuteblicas tais como EDM MCELe outras de maneira a reduzir ascapacidades financeiras da impren-sa privada e obrigaacute-la a tornar-se

mais ldquoobedienterdquo ou a fechar de vezMas o niacutevel maacuteximo de ingerecircnciado poder poliacutetico nos assuntos re-lativos agrave comunicaccedilatildeo social priva-da eacute o caso Jeremias Langa e nogeral da SOICO TV Apesar daspressotildees e ateacute ameaccedilas recebidasa Redacccedilatildeo da STV decidiu fazeruma cobertura cabal das duas ma-nifestaccedilotildees violentas que agitarama capital moccedilambicana Mapu-to no dia 5 de Fevereiro de 2008e nos dias 1 e 2 de Setembro de2010 Em particular neste uacuteltimocaso Jeremias Langa na entrevistado dia 19 de Setembro deste anoresistiu agraves pressotildees provenientesdirectamente do partido Frelimo efoi a frente com o programa cujaemissatildeo durou cerca de oito horase graccedilas ao qual todo o paiacutes ficoua par daquilo que estava aconte-cendo nas ruas de Maputo A se-guir ao episoacutedio o grupo SOICOdeixou de receber a publicidadedas sociedades puacuteblicas (como vecirc--se claramente analisando o jornalldquoO Paiacutesrdquo dos uacuteltimos dois anos) ede ser convidado para participarnas ldquoPresidecircncias Abertasrdquo onde oChefe de Estado vai visitar e fazer

auscultaccedilatildeo dos problemas dos seusconcidadatildeos nas vaacuterias proviacutenciasdo paiacutesEm Junho deste ano todavia ogrupo SOICO eacute readmitido agravesPresidecircncias Abertas mas o jor-nalista que devia acompanhar estaactividade presidencial tinha sidoescolhido pela proacutepria equipa doPresidente e natildeo pelo director dainformaccedilatildeo Aleacutem disso JeremiasLanga teve momentos de fortescontrastes com o PCA do gru-po pois a linha editorial estava ater um rumo diferente sugeria-seque a postura criacutetica adoptada ateacuteentatildeo (e que tinha credibilizado o

jornalismo quer da STV quer do jornal ldquoO Paiacutesrdquo) tivesse de sofrersignificativas alteraccedilotildees em proldum relacionamento menos con-flituoso com o poder poliacutetico Umatal opccedilatildeo que negava de facto 11anos de jornalismo comprometidoe investigativo levou a fazer comque Jeremias Langa depois doseu adjunto Joseacute Belmiro tivesseque deixar o cargo que ocupavaembora com a garantia de podercontinuar com dois programastelevisivos de grande audiecircncia eimpacto em total autonomia Umcompromisso que apenas atenuouo sentido das medidas tomadase que aproxima inevitavelmenteo grupo SOICO agrave nomenclaturamoccedilambicana Como demonstrao facto de os anuacutencios das empre-sas puacuteblicas no jorna ldquoO Paiacutesrdquo estarpaulatinamente de voltaNo que diz respeito agrave imprensa puacute-blica os jogos foram ainda mais faacute-ceis As estrateacutegias adoptadas tam-beacutem foram diferentes mas todas

visando o mesmo objectivo pararcom as criacuteticas como claramentemanifestou o proacuteprio PresidenteGuebuza em vaacuterias circunstacircnciasinclusive no recente Congresso daOJM (ver ldquoDomingordquo 15 de Se-tembro de 2013)Primeiros sinais de que a comu-nicaccedilatildeo puacuteblica devia estar com-pletamente amordaccedilada por partedo regime deram-se jaacute no prin-ciacutepio de 2011 O mais destacado

jornalista da TVM Elio Jonasseque costumava ler o noticiaacuterio danoite e conduzia vaacuterios programasde opiniatildeo por causa da sua postu-ra frontal e profissional para comrepresentantes do Governo foiobrigado a deixar a profissatildeo jorna-liacutestica trabalhando actualmente noBanco de Moccedilambique O climana TVM tornou-se gradualmenteinsuportaacutevel Jornalistas por mimentrevistados no mecircs de Setembroe que aceitaram falar sob anonima-to declararam que a TVM natildeo tempassado nos uacuteltimos meses (apro-

ximadamente apoacutes o Congresso dePemba) de mera emissora propa-gandiacutestica do partido no poder enomeadamente da figura do Chefede Estado Notiacutecias ou reporta-gens por eles feitas satildeo geralmente

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10 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

censuradas ou totalmente ignora-das pelos dirigentes da emissoraprincipalmente quando se tratade abordar assuntos inerentes aomaior partido de oposiccedilatildeo a Re-namo Uma entrevista de cerca deduas horas com Dhlakama o liacutederda Renamo foi censurada e nuncachegou a ser transmitidaEste elevado niacutevel de frustraccedilatildeodesagua por vezes na entrega danotiacutecia aos colegas da comunica-ccedilatildeo social privada os quais tecircm apossibilidade de publicar aquiloque os oacutergatildeos controlados peloEstado natildeo conseguem tornarpuacuteblico Esta praacutetica foi confir-mada mediante entrevistas feitasem Maputo junto a jornalistas dacomunicaccedilatildeo social puacuteblica assimcomo independente tendo os doiscomo o uacutenico objectivo a procurada verdade e a tentativa de pautarpelo profissionalismo cuja praacuteticatornou-se impossiacutevel nos oacutergatildeoscontrolados pelo Estado Esta for-ma de resistecircncia a um poder quetende a fechar qualquer espaccedilo dediscussatildeo eacute a uacuteltima que a classedos profissionais da comunicaccedilatildeoespontaneamente encontrou paraconseguir informar os seus con-cidadatildeos daquilo que se passa nomundo poliacutetico e econoacutemico localO jornal ldquoNotiacuteciasrdquo teve a mesmasorte que a TVM O seu antigo di-rector Rogeacuterio Sitoe foi dispensa-do em Junho deste ano depois deter assumido as funccedilotildees em 2003

substituindo Bernardo Mavangaactual Assessor juriacutedico do jornalEste acto foi uma clara conse-quecircncia da nova linha do ldquopoderconcentradordquo ao inveacutes que ldquodiluiacutedordquopautada pela Presidecircncia Comotentou explicar Sitoe numa entre-

vista que nos concedeu no dia 19de Setembro deste ano em Mapu-to a sua aposta sempre foi de fazerum jornalismo com um pouco depropaganda ao passo que agoraestaacute acontecendo exactamente ocontraacuterio Apoacutes a sua saiacuteda da di-recccedilatildeo este diaacuterio eliminou qual-quer sentido criacutetico tatildeo que duran-te as primeiras 16 ediccedilotildees do ldquonovocursordquo a manchete sempre trazia afoto do Presidente Guebuza Estehaacutebito continua ateacute hoje descre-dibilizando ainda mais um jornalque com Sitoe tentou pelo menosmanter alguns espaccedilos de liberda-de por exemplo mediante ruacutebricastais como a das ldquoconjecturasrdquo ascartas dos leitores ou os proacuteprioseditoriais do directorVale a pena recordar a este propoacute-sito os dois editoriais escritos porSitoe ao longo do Congresso dePemba e que certamente chama-ram a atenccedilatildeo do Presidente da Re-puacuteblica e da restrita elite dos seusconselheiros (acima de tudo do seuactual porta-voz Edson Macuaacute-cua) por ter dado pouco espaccedilo agraveproeminente figura de Guebuzaavanccedilando criacuteticas impliacutecitas con-tra a sua maneira de gerir o partido

No editorial do dia 28 de Setem-bro Sitoe defende que a Frelimoestaacute subdividida em alas e que issonatildeo soacute seria normal mas faria parteda tradiccedilatildeo histoacuterica deste partidoUma tal situaccedilatildeo estaria a teste-munhar ldquouma necessidade dialeacutec-tica de movimento e crescimentordquoApesar de Guebuza ter conseguidoquase 99 dos votos da assembleiaSitoe destaca o facto de ldquomembroshistoacutericos deste partido a clamarpor maior diaacutelogo internordquo dandocontinuidade a uma ldquomaior liber-dade de imprensardquo que estaria sobrisco de retrocessos No editorialdo dia 5 de Outubro recordandoa assinatura dos acordos de Romaentre Frelimo e Renamo ocorridano dia 4 de Outubro de 1992 Sitoerealccedila a necessidade e a importacircn-cia vital do diaacutelogo entre as partesnum momento em que a ldquoala durardquoda Frelimo estava prevalecendo noque diz respeito aos pedidos da Re-namo finalizados a encontrar solu-ccedilotildees paciacuteficas para novas proble-maacuteticas que este partido continuaateacute hoje a colocar numa conversaentre surdos O facto de Sitoe terfeito coberturas ldquoabertasrdquo dos uacutelti-mos acontecimentos dando espa-ccedilo mesmo agraves razotildees da Renamo esobretudo da oposiccedilatildeo interna agraveFrelimo (a partir da figura do an-tigo Presidente Joaquim AlbertoChissano) valeu-lhe o afastamentodo cargo de director e a nomeaccedilatildeocomo Assessor do CDA do jornal

A mesma sorte que tinha tocadoao seu predecessor Bernardo Ma-

vanga actual Assessor juriacutedico dogrupo Notiacutecias srl

O ldquoautori tarismo demo-craacuteticordquo e a imprensa emMoccedilambiqueA constante pressatildeo exercida junto

agrave comunicaccedilatildeo social tem desven-dado uma realidade que pareciaconstituir apenas uma lembranccedilada altura do regime a partido uacuteni-co quando o responsaacutevel ideoloacutegi-co da Frelimo Jorge Rebelo ditavaa linha editorial dos oacutergatildeos de co-municaccedilatildeo bypassando na iacutentegrao governo e o ministro competenteO processo de lenta mas progressi-

va abertura democraacutetica que tinhacomeccedilado a afirmar-se em Mo-ccedilambique a partir do princiacutepio dosanos Noventa parou e os princi-pais sinais deste cenaacuterio podem serresumidos nos seguintes pontos1 A concentraccedilatildeo do poder econoacute-mico e poliacutetico nas matildeos do actualChefe de Estado e dos seus maisdirectos colaboradores2 O aniquilamento dos adversaacute-rios internos incapazes de opor-seabertamente agraves decisotildees do Chefede Estado e Presidente da Frelimo3 O total arbiacutetrio e a falta de expli-caccedilatildeo puacuteblica no que diz respeitoaos despedimentos e nomeaccedilotildees detodos os cargos relacionados coma esfera governamental dando azoa ldquofofocasrdquo que tornam ainda mais

turvo o ambiente poliacutetico moccedilam-bicano4 O papel irrelevante do Parla-mento que quase que natildeo discuteassuntos e leis julgados incoacutemodostais como (de recente) tem aconte-cido em relaccedilatildeo agrave lei sobre acesso agraveinformaccedilatildeo

5 A ideia de que o livre exerciacutecioda criacutetica soacute prejudica a actividadedo Governo e portanto tem queser limitada e ateacute banida6 Consequentemente haacute uma ten-tativa bastante evidente e aberta desilenciar a comunicaccedilatildeo social agovernamental de forma directa aprivada mediante pressotildees de vaacuterianatureza junto aos proacuteprios oacutergatildeosa editores ou a jornalistas singula-res7 Fazer com que a questatildeo relati-

va agrave qualidade da democracia e daparticipaccedilatildeo dos cidadatildeos junto agravetomada de decisotildees estrateacutegicaspara o paiacutes passe a ser consideradaa partir da comunidade internacio-nal como assunto secundaacuterio pri-

vilegiando os negoacutecios bilionaacuteriose portanto a vertente econoacutemicado desenvolvimento

Bussoti eacute investigador Auxiliar noCentro de Estudos Internacionais ndash

ISCTEIUL Lisboa Texto retirado do PAMBAZUKA

NEWS

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11Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

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13Savana 18-10-2013 SOCIEDADE

A experiecircncia do modelo

brasileiro de desenvolvi-mento agraacuterio natildeo cria il-usotildees em Augusto Juncal

do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra do Brasil (MST)sobre o efeito ldquoperversordquo que o Pro-SAVANA vai gerar para os cam-poneses do corredor de Nacala

Presente em Moccedilambique a conviteda Uniatildeo Moccedilambicana dos Cam-poneses (UNAC) para participarna II Conferecircncia InternacionalCamponesa sobre a Terra Juncaldiz que a reacuteplica da chamada agri-cultura do cerrado brasileiro que osgovernos brasileiro moccedilambicano ejaponecircs querem praticar em 19 dis-tritos do centro e norte de Moccedilam-bique vai gerar comunidades desem terras como aconteceu no seupaiacutesldquoO reassentamento eacute um passopara virar sem terra (hellip) Eu achoque a preocupaccedilatildeo dos campone-ses moccedilambicanos em relaccedilatildeo aoProSAVANA eacute pouca para o ta-manho do problema que estaacute a virEu acho que os camponeses aindanatildeo se deram conta do que estaacute avir porque quando se derem con-ta natildeo teratildeo nenhuma negociaccedilatildeopara fazer com o Governordquo disse

Augusto JuncalO activista do MST brasileiro

considera inevitaacutevel que o ProSA-VANA despoje os camponeses dastrecircs proviacutencias abrangidas pela ini-ciativa do uacutenico recurso que detecircmndash precisamente a terra ndash pelas suascaracteriacutesticasldquoProSAVANA vai trabalhar commonoculturas como soja algodatildeo ecriaccedilatildeo extensiva de gado A mono-cultura requer alto uso de agro-toacutex-icos que contaminam a aacutegua o ar

e a terra e mecanizaccedilatildeo intensa enatildeo precisa de camponeses ProSA-

VANA natildeo vai plantar mandioca emapira eacute para culturas que interes-sam ao mercado europeu e norte-americanordquo frisou Augusto Juncal

Quanto agraves garantias do Governomoccedilambicano sobre o respeito dosdireitos dos camponeses da aacuterea deimplementaccedilatildeo da referida iniciati-

va o ldquosem terrardquo recorre ao exemplobrasileiro para fundamentar a sua

duacutevida de que esse compromissoseraacute observado

ldquoTudo o que eles dizem natildeo re-

alizam A reforma agraacuteria era umapauta do Governo Lula mas ficouesquecida Dilma Rousef literal-mente acusou duramente o fal-hanccedilo do Governo Lula na questatildeoagraacuteria mas defende agora a pri-

vatizaccedilatildeo do Preacute-Salrdquo apontou Au-gusto JuncalPara o militante da causa camp-esina a turbulecircncia social causadapela implementaccedilatildeo de projec-tos mineiros em Moccedilambique eacuteum testemunho de que a retoacutericamessiacircnica do ProSAVANA vaiconverter-se num cataclismo socialpara MoccedilambiqueldquoNatildeo precisa de retoacuterica nempoliacutetica para ver o desastre asexperiecircncias estatildeo aiacute vocecircs osmoccedilambicanos tecircm que ler as ex-periecircncias que estatildeo acontecendoaiacuterdquo afirmou Augusto JuncalPara o activista dos direitos doscamponeses brasileiros o projectotriangular vai desferir um golpemortal a um ganho que a inde-pendecircncia de Moccedilambique em1975 conseguiu e que faz inveja aosbrasileiros que eacute a posse da terrapelos mais pobresldquoNoacutes nunca tivemos uma reformaagraacuteria vocecircs tiveram apoacutes a inde-pendecircncia do paiacutes mas vatildeo deitar

tudo a perderrdquo sublinhou Augusto Juncal

Querem impor-nos um fa-

lhanccedil o - UNACPor sua vez a UNAC retomou du-rante a II Conferecircncia Internac-ional Camponesa sobre a Terra osataques cerrados ao ProSAVANAinsistindo na expropriaccedilatildeo da terradestruiccedilatildeo dos ecossistemas locais eemergecircncia de fomeldquoIsto eacute grave Quem conhece a re-alidade brasileira sobre este modeloque foi importado para o ProSA-VANA sabe que 80 por cento dasexportaccedilotildees geradas satildeo detidas pe-las empresas privadas Querem im-por-nos um modelo que fracassouno Brasilrdquo disse Vicente Adrianooficial de Advocacia e Cooperaccedilatildeo

da UNACEm conferecircncia de imprensa reali-zada em Maputo o coordenador doProSAVANA Calisto Bias tentourefrear as preocupaccedilotildees dos rep-resentantes dos camponeses afir-mando ldquoa soberania dos campone-ses sobre a terra seraacute respeitada peloProSAVANArdquoSegundo Calisto Bias que repre-senta o Ministeacuterio da Agriculturamoccedilambicano no ProSAVANA ainiciativa assenta em pilares comoo desenvolvimento integrado einclusivo que tem em conta asrealidades e especificidades agro-ecoloacutegicas e socioculturais de cada

um dos 19 distritos de incidecircnciado projecto

ldquo Sem Terra brasileirordquo daacute o veredict o

ldquo ProSAVANA eacute perverso para os moccedilambicanosrdquondash di z Augu st o Jun cal

Augusto Juncal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terrado Brasil (MST)

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14 Savana 18 -10-2013Savana 18 -10-2013 15NO CENTRO DO FURACAtildeO

ldquo Caminhamos de novo para uma armadilhardquoPor Ricardo Mudaukana O autor procuraraacute neste texto ser pedagoacutegico para facilitar a compreensatildeo dos

leitores menos familiarizados com alguns conceitosEste texto refere-se principalmente ao lado das despesas do orccedilamento eapenas agrave anaacutelise dos principais indicadores macroeconoacutemicos associados ao

orccedilamentoO orccedilamentocomo conta puacuteblica compotildee-se das despesas do Estado para assegurarserviccedilos puacuteblicos aos cidadatildeos (educaccedilatildeosauacutedeseguranccedila socialetc)seguranccedila do paiacutese das pessoasdefesa dos direitos e liberdadesjusticcedila entre outrosEstas funccedilotildees natildeo tecircmporque ser um monopoacutelio estatalRealiza ainda actividades econoacutemicas e de investimen-tocom ou sem parcerias com o sector privado (infra-estruturasserviccedilos de monopoacuteliosnaturais cuja actividade natildeo interessa ao sector privadoetc)Sobre o papel do Estado naeconomia sempre existiu um constante debate inacabado natildeo apenas devido agraves variaccedilotildeesdos contextos no tempo no espaccedilo como ainda por razotildees poliacuteticasideoloacutegicas e outrasOnde se pode encontrar algum pensamento comum eacute na necessidade do Estado de-senvolver os serviccedilos com eficiecircncia e eficaacuteciac onsiderando que utiliza a riqueza doscidadatildeos atraveacutes dos impostos ou da cooperaccedilatildeo (igualmente impostos pagos nos paiacutesesdoadores) e que os serviccedilos sejam de faacutecil acesso isto eacuteestejam proacuteximos dos cidadatildeosExige-se ainda que o Estado natildeo absorva uma elevada percentagem da riqueza nacionalmedido pela percentagem dos gastos puacuteblicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto - in-dicador que mede a riqueza nacional)isto para libertar recursos para as famiacutelias e a ac-tividade privadasupondo o princiacutepio (sempre discutiacutevel)que o sector privado eacute sempree necessariamente mais eficientePor isso o Estado deve possuir uma gestatildeo eficiente dos recursoso que dependeemgrande medidadas opccedilotildees da governaccedilatildeoda competecircncia dos gestores puacuteblicosda ca-pacidade da sociedade em controlar a actividade e as contas puacuteblicas (atraveacutes do Parla-mento ou por outros mecanismos) Por issoo Estado deve ser transparente nas decisotildeese nas contasdisponibilizando informaccedilatildeo aos cidadatildeos e os servidores do Estado devem

reger-se pela eacutetica republicana onde existe uma clara separaccedilatildeo de interesses entre oprivado e o puacuteblicoUma gestatildeo saudaacutevel sugere que os gastos natildeo sejam superiores agraves receitasque a diacutevidaseja sustentaacutevel (possibilidade de ser paga no futuro) e baixa ( para natildeo penalizar as fu-turas geraccedilotildees atraveacutes de impostos acrescidos para pagamento da diacutevida contraiacuteda nopassado)As opccedilotildees do governo (opccedilotildees puacuteblicas) deveriam sempre ter em conta o mel-hor cumprimento das funccedilotildees do Estado em cada fase do desenvolvimentoFeita esta breve apresentaccedilatildeoo autor utilizaraacute principalmente os seguintes indicadores(1) gastos puacuteblicosPIBdestacando os salaacuterios dos funcionaacuterios (2) Deacutefice puacuteblicoPIBfinanciamento do mesmo e a diacutevida puacuteblicaPIB(3) grau de sustentaccedilatildeo do orccedilamentodo Estado atraveacutes de recursos gerados pela economia concretizado pelo indicador recei-tasgastos(em percentagem)e (4) evoluccedilatildeo de alguns gastoscomo forma de observaracerca de algumas opccedilotildees do governoNatildeo haacute consenso sobre os paracircmetros que indiciam situaccedilotildees de estabilidadesustentabi-lidade ou de criseinstabilidadeAs teorias convencionais referem que o Estado deve serldquoleverdquo(o que se reflecte numa baixa percentagem dos gastos puacuteblicossobre o PIB ndash natildeomais que 30) um deacutefice proacuteximo de zero e uma diacutevida que seja possiacutevel de ser pagasem sacrifiacutecios sobre os rendimentos das futuras geraccedilotildeesSegundo as mesmas escolasoestado deve assumir funccedilotildees muito especiacuteficas e que natildeo sejam do interesse do sector pri-

vado (por exemplodefesa e seguranccedila nacionalcerto tipo de investigaccedilatildeo e facilitaccedilatildeo daactividade privada com a criaccedilatildeo de bons ambientes de concorrecircncias) e o que se entendepor estado social deveraacute ser assegurado por sistemas de seguros e pensotildees oferecidos porinstituiccedilotildees financeiras privadasPressupotildee-se que o mercado eacute o mais eficiente alocadorde recursosos agentes econoacutemicos possuem loacutegicas de maximizaccedilatildeo de objectivos (lucroutilidadesetc)num ambiente concorrencial e de negoacutecios

Toda a informaccedilatildeo utlizada neste texto foi obtida do Orccedilamento Geral do Estado e operiacuteodo analisado eacute o de entre 2001 e 2012Por isso natildeo estatildeo indicadas as fontes dosgraacuteficos ao longo do texto

Graacutefico 1Despesas totaisPIBem percentagem

Alertas sobre o Orccedilam ento do EstadoPor Joatildeo Mosca

Graacutefico 2

Despesas com o pessoaldespesas correntesem percentagem

Os dois graacuteficos acima revelam(1) um evidente crescimento dos gastos do Estado comopercentagem do PIB(2) a manutenccedilatildeo percentual dos gastos com o pessoalporeacutem comcrescimentos reais dos gastos considerando o aumento destesa factura dos salaacuterios dosfuncionaacuterios passou de 58 do PIB em 2001 para 102 em 2012o que pode ser con-siderado muito elevado se comparado com outras economias (incluindo as africanas eda SADC)e (3) as despesas do Estado crescem mais rapidamente que o crescimentoeconoacutemicoconsiderando que a relaccedilatildeo GastosPIB estaacute a crescer

Graacutefico 3Deacutefice puacuteblico com e sem recursos externos em percentagem do PIB

Graacutefico 4Diacutevida puacuteblicaPIBem percentagem

Dos dois graacuteficos acimaobserva-se (1) um elevado deacutefice das contas puacuteblicas emos d os g raacute ficos a cm a o s er va -s e 1 um e e va do d eacutefice d as c on ta s uacute c as e m

relaccedilatildeo ao PIB e queem termos e valores absolutostem aumento por efeito do cresci-mento do PIB (2) embora a diacutevida possa natildeo ser considerada elevada assimela eacutedevido agrave cobertura dos deacutefices puacuteblicos dos anos anteriores pela cooperaccedilatildeo externadando por isso uma percepccedilatildeo pouco real (fictiacutecia) da realidadeEntre 2001 e 2012entre 85 e 90 do deacutefice puacuteblico foi coberto por recursos externos

Graacutefico 5Receitasdespesasem percentagem

Graacutefico 6Recursos externosdespesas totaisem percentagemOs graacuteficos 5 e 6 revelam duas evoluccedilotildees positivasUm aumento das receitas do Estado

e um decreacutescimo da dependecircnciaSe os megaprojectos natildeo tivessem os benefiacutecios fiscaisconhecidoseste cenaacuterio poderia ser muito diferentepara melhor

Graacutefico 7Despesas totais por habitante entre 2001 e 2012 Graacutefico 8

Despesas de funcionamento (acircmbito central) de alguns oacutergatildeos centraisa preccedilos con-stantes de 2011

O Graacutefico 7 revela uma grande diferenccedila na alocaccedilatildeo de recursos por habitante As

proviacutencias com taxas de pobreza mais elevadas satildeo as que tecircm menos recursos porhabitantesendo o contraacuterio tambeacutem verdadeiro (Cidade de Maputo e Proviacutencia deMaputo) O graacutefico 8 apresenta e compara os gastos de funcionamento de acircmbitocentral entre alguns oacutergatildeos do EstadoO graacutefico dispensa comentaacuterios

Em resumo pode-se afirmar que a evoluccedilatildeo do Orccedilamento do Estadosegundo os in-dicadores seleccionadosrequere reflexotildees e ajustamentosconsiderando o crescimentodo sector puacuteblico e da massa salarial dos funcionaacuteriosVerifica-se a persistecircncia de umapoliacutetica expansiva do gasto puacuteblicoum elevado do deacutefice sem recursos externos e sinaispreocupantes do endividamento puacuteblico (quando os recursos externos natildeo satildeo contabi-lizados)Parece evidente que satildeo necessaacuterios ajustamentos da distribuiccedilatildeo dos recursosentre proviacutencias e entre os oacutergatildeos do Estado a niacutevel centralComo elemento positivoressalta-se o aumento das receitas fiscaiso que permite a reduccedilatildeo da dependecircncia doorccedilamento em relaccedilatildeo agrave cooperaccedilatildeodonativosO espaccedilo desta coluna natildeo permiteanaacutelise do orccedilamento com a ecircnfase da economia poliacutetica

Outros indicadores de importacircncia analiacutetica natildeo foram apresentados como por ex-emploa alocaccedilatildeo entre sectores de actividadea composiccedilatildeo das receitas e do finan-ciamento do deacutefice e o reflexo no orccedilamento de algumas medidas de descentralizaccedilatildeoadministrativa

A evoluccedilatildeo das contas puacuteblicas de Moccedilambique natildeo pode deixar os cidadatildeos tran-quilosA actual crise em alguns paiacuteses da Europa tem como causa proacuteximao s dese-quiliacutebrios e o mal gastar dos dinheiros dos cidadatildeos derivado de poliacuteticas expansivase eleitoralistas no quadro das lutas partidaacuterias e de defesa dos poderesagrave custa e emprejuiacutezo dos cidadatildeosdas empresas e da economia

ndash c on sid era Grup o M occedil am bi ca no da Diacutevid a so br e o a ct ua l n iacutevel de d iacutevid a p uacuteb li ca

A organizaccedilatildeo mais conhe-cida em mateacuteria de mo-nitoria da diacutevida puacuteblicaem Moccedilambiqueo Grupo

Moccedilambicano da Diacutevida (GMD)co-mentou ao SAVANA o alarme que oTe Economist Intelligent Unit (EIU)

fez soar recentemente sobre a novaespiral de endividamento que o Go-verno moccedilambicano estaacute a seguirde- pois do oxigeacutenio que as contas puacuteblicasreceberam na sequecircncia da Iniciativade Aliacutevio da Diacutevida dos Paiacuteses Alta-mente Endividados (HIPC)haacute cercade 10 anos Para Humberto Zaqueu oficial deadvocacia do GMDa actual lideran- ccedila do paiacutes estaacute ldquoa armadilharrdquo Mo- ccedilambique numa futura asfixia finan-ceira que vai impedir investimentosimportantes em aacutereas essenciais comoa sauacutedeeducaccedilatildeo e abastecimento deaacutegualdquoOs nossos poliacuteticos natildeo resistemquando vecircem dinheiro eacute irrisoacuterioeste despesismo para o luxoVamos aChinaporque eles natildeo exigem requi- sitos natildeo se importam se vais com- prar armas para reprimir o teu povordquoconsidera Humberto Zaqueusobre orecurso ao dinheiro chinecircs apontadocomo um dos novos credores de peso de Moccedilambique

Justi1047297ca-se o alerta do EIU sobre oactual ritmo de endividamento doEstado moccedilambicanoDefinitivamente sim justifica-se enoacutescomo GMDtemos vaacuterios tra-balhos feitos e alguns em cursoquemostram uma tendecircncia de um novopadratildeo preocupante de endivida-mento Como GMDas pessoas en-quadram-nos num acircngulo de anaacutelisee de visatildeo sobre a diacutevida mais socialenquanto o Governo tem uma visatildeomais economicista da questatildeo OGoverno baseia as suas decisotildees so-bre a diacutevida em caacutelculos e indicado-res elaborados conjuntamente como Fundo Monetaacuterio Internacional(FMI) e Banco Mundial (BM)emraacutecios da diacutevida sobre exportaccedilotildeese serviccedilo da diacutevida sobre o Produto

Interno Bruto (PIB) e essa relaccedilatildeomostra que a diacutevida de Moccedilambiqueeacute sustentaacutevelao niacutevel dos nuacutemerosMas se for ver a dinacircmica dos pres-supostos que sustenta os tais raacuteciosque eacute a induacutestria extractiva e os me-gaprojectos que natildeo deixam nadapara Moccedilambiqueou pouco deixampara Moccedilambique entatildeo a partirdesse princiacutepioe stes raacutecios satildeo en-ganadores O nosso Governo estaacute abasear-se numa ldquorealidaderdquoirrealista

Quer dizer que os alicerces sobre osquais o Governo assenta a decisatildeode recorrer a um alegado endivida-mento excessivo natildeo satildeo con1047297aacuteveisO mecanismo de transmissatildeo da-queles raacutecios para a economia real deMoccedilambique eacute muito fraacutegil a basede redistribuiccedilatildeo da renda eacute muitoteacutenue O Governo radica o seu op-timismo em relaccedilatildeo agrave contrataccedilatildeo dadiacutevida a preccedilos elevados em pressu-postos irrealistas porque considera

um grande crescimento da economiaatraveacutes da induacutestria extractiva a umritmo acelerado Isso eacute claramenteilusoacuterio porque a induacutestria extrac-tiva beneficia de tantas isenccedilotildees oemprego gerado eacute limitadiacutessimo Jaacutetemos informaccedilotildees que apontam queo que os megaprojectos declaramcomo facturaccedilatildeo estaacute muito abaixoda real facturaccedilatildeoUsam esse esque-ma para acederem a isenccedilotildees unsconseguiram que o Estado lhes as-segurasse apenas 16 por cento sobreos seus rendimentosoutros natildeo maisde metade quando pela legislaccedilatildeotinham de pagar 32Eacute infantil pensar que a Vale ou outromegaempreendimento qualquer vaidinamizar a economia ao ponto depagar o niacutevel de diacutevida que o paiacutes estaacutea acarretarEstamos a ser confronta-dos com decisotildees politicamente to-madas que natildeo tecircm nada a ver comracionalidade econoacutemicaUm poliacute-tico menos informadoquando ouvedizer que o paiacutes estaacute a descobrir re-cursos naturaisfica na ilusatildeo e tomadecisotildees com fonte nessa ilusatildeoMasalguns politicamente mais prepara-dos em termos econoacutemicos tecircm tidoa sensatez de dizer acutetenham cuidadoo que vai acontecer na economia realnatildeo satildeo os nuacutemeros que estatildeo a serinvestidos pelas multinacionais natildeo

vale a pena pensa r que a induacutestriaextractiva vai gerar benefiacutecios para opaiacutes de hoje para amanhatilde`A expectativa menos remota eacute queesses projectos gerem benefiacutecios in-directos impulsionando alguma ho-telaria e turismoa agricultura pode

vir a beneficiar um pouco esse eacute oalerta que tem sido deixado pelospoliacuteticos mais informados tecnica-mente porque o caminho eacute longo eincertoInfelizmente os poliacuteticos menosinformados soacute vecircem o lado do in-

vestimento que eacute uma fantasia eacuteerradocomo vimos no iniacutecio com aMOZALque fez disparar o PIB aniacuteveis galopantese estaacute a aconteceragora com a Vale e a Rio Tintocomavultados investimentos mas sem

impacto sobre a economiaQuando se analisam os raacutecios usadospelo Governo na sua corrida ao en-dividamentoeacute faacutecil vecirc-se que estatildeoa diminuir enquanto a diacutevida estaacutea subirE statildeo a meter o paiacutes numaarmadilha econoacutemicacujo resultadoeacute esteagora estamos bem perto dosseis biliotildees de doacutelares em termos dediacutevidao niacutevel do HIPChaacute cerca de10 anos

E natildeo passa muito tempo desdeesse niacutevel de diacutevida impagaacutevelhellipNaquele tempo foi em condiccedilotildeesmais ligeiramente favoraacuteveis por-que eram maioritariamente diacutevidasconcessionais de credores bilateraisou sejade paiacutes para paiacutescom ta-

xas de juro ligeiramente acima dasconcessionais mas com periacuteodos dereembolso longos e as outras erammultilaterais com uma taxa de juromais baixa proacutexima de zero e comperiacuteodos de graccedila de 10 a 20Por ou-

tro lado as diacutevidas antes do HIPCforam contraiacutedas em periacuteodos com-parativamente mais longosmais oumenos em duas deacutecadase as actu-ais estatildeo a surgir a um ritmo acele-rado Depois do HIPC natildeo passammuitos anos e estamos perto do picohistoacuterico de cerca de seis biliotildees dedoacutelares

Banca sanguessugaO dinheiro chinecircs eacute mais caroO que se vecirc no recurso a esse di-nheiro eacute que estaacute a ser contratadoa um ritmo muito acelerado e emcondiccedilotildees muito desfavoraacuteveis OEXIMBANK(banco estatal chinecircsde creacutedito externo) empresta dinhei-ro com periacuteodos de reembolso muitocurtospara aiacute 10 anos periacuteodo degraccedila quase nulo e a taxa de juro estaacutebem perto da taxa de mercadoParao contexto do mercado moccedilambica-no10 por cento podem natildeo parecerexcessivos porque a nossa banca co-mercial cobra entre 10 a 12 por centomas essa eacute uma banca de sanguessu-gasporque 10 por cento satildeo proibiti-

vosOs mesmos bancos sul-africanosque caacute cobram issona Aacutefrica do Sulembolsam juros mais suavess abembem que a taxa real de empreacutestimosna Aacutefrica do Sul natildeo passa cinco porcentomas em Moccedilambique aplicam10 ou acima dissoPortanto quandofazemos uma anaacutelise cruzadavemosque a taxa real exigida pela China eacutede banca comercial a taxa de mer-cadocom periacuteodos de graccedila nulos ede desembolsos muito curtosisto vaidesgraccedilar o paiacutesO mais triste eacute que natildeo se compre-ende o recurso a fontes de finan-ciamento tatildeo lesivas aos interessesdo Estado moccedilambicanoporque ostradicionais doadores ainda cobreme ajudam a combater o deacutefice orccedila-mental Temos um orccedilamento comum deacutefice meacutedio de 40 por cento eacuteuma cifra realmente maiormas osdoadores comprometeram-se a de-sembolsar para este anopor exem-plocerca de 700 milhotildees de doacutelares

em apoio directo ao Orccedilamento Ge-ral do EstadoA ajuda externa jaacute estaacuteproacutexima senatildeo capaz de eliminar odeacutefice A pergunta entatildeoeacute porqueessa azaacutefama com o creacutedito chinecircsO que conseguimos perceber eacute quehaacute uma ilusatildeo da nossa ala poliacuteticase se tratasse de comidadiria gulaosnossos poliacuteticos natildeo resistem quando

vecircem dinheiro haacute despesismo Va-mos a china porque natildeo exigem re-quisitos se vais comprar armas parareprimir o teu povo natildeo se impor-tamAgrave Chinao que interessa eacute ga-rantir que o seu creacutedito seraacute pago porcontrapartidas como petroacuteleo dia-mantes carvatildeohellipqualquer dia Mo-ccedilambique ainda hipoteca o seu car-

vatildeopara pagar o que deve agrave ChinaNeste momentoa China natildeo colocaobstaacuteculos no acesso ao seu dinheiro

Mas o Governo justi1047297ca o recursoao endividamentocom o imperati- vo de infra-estruturashellipMas tem de haver prudecircncianatildeo voudeixar de criticar o uso que se faz dodinheiro puacuteblico edifiacutecios puacuteblicos

a serem construiacutedos mas entre fo-mentar a produccedilatildeo interna de arrozque cobre em apenas menos de cincopor cento a procura interna e deixa95 por cento para as importaccedilotildees eos edifiacutecios puacuteblicos e carros de luxopara a elite administrativa do paiacutesqual deve ser a prioridade Eacute oacutebvioo despesismo de luxo algum capri-cho puacuteblico ateacuteporque a fonte dodinheiro eacute faacutecilEste endividamentonatildeo vai para a produccedilatildeose fosse paraas vias de acessocompreendia-se

O EIU diz que o actual serviccedilo dadiacutevida jaacute eacute 40 por cento do PIB Eacutepossiacutevel chegar ao colapso que nosempurrou para o HIPCO risco imediato de natildeo conseguirpagar a diacutevida puacutebica pode natildeo serdaqui a cinco ou 10 anosmas numfuturo breve a capacidade do Esta-do fazer investimentos importantese estrateacutegicos vai reduzir Comeccedilaraacutea faltar dinheiro para a sauacutede edu-

caccedilatildeo e agricultura Esses sectoresessenciais vatildeo ressentir-se e muitoAteacute ao ano passadoa educaccedilatildeo tinhaum fundo para o vector da educaccedilatildeouniversal e Moccedilambique beneficioudurante cinco anos dessa verbamasacabou e soacute uma intervenccedilatildeo de uacutelti-ma hora do Banco Mundial permitiuum socorro de 50 milhotildees de doacutelaresA necessidade de alocar mais fundospara as aacutereas prioritaacuterias natildeo vai mu-darno entantoa capacidade de fi-nanciaacute-los pode retrair-seA reduccedilatildeode alguns fundos pode ser uma rea-lidademas que natildeo seja por isso quese vaacute justificar a corrida ao dinheirochinecircs porque a reduccedilatildeo dos apoiosdos tradicionais parceiros eacute ainda po-tencial os dadores continuam a darao ritmo programadoO que chama a atenccedilatildeo na relaccedilatildeocom os tradicionais parceiros eacute o re-forccedilo dos condicionalismos haacute umcondicionalismo que nem eu consi-dero sustentaacutevelo princiacutepio da tran-che variaacutevel Os doadores datildeo emparcelas o Governo tem de mostrarresultados convencer para tirar mais25 por cento mas tem sido muitotarde e isto compromete a execu-ccedilatildeo completa dos doadores na pers-pectiva de resultadosPor issoelesapostam no financiamento ao fundocomum em que eles mandam a suamissatildeo mandam uma equipa teacutec-nica para ver se as ambulacircncias quefinanciaram foram compradas por-que quando o apoio eacute directamenteao Orccedilamento do Estado eles natildeotecircm essa prerrogativaHaacute esta ten-decircncia de reduccedilatildeo do apoioporquea tranche variaacutevel estaacute a ser difiacutecil derespeitarmas no geralcontinuamoscom os doadores cometidos com osdesembolsosa uacutenica coisa eacute que natildeoestamos a aguentar com os condicio-nalismos cuja imposiccedilatildeo quanto amim justifica-se Quando dinheirospuacuteblicos satildeo usados para comprarmaacutequinas de barbear e outros malescomo os desvios no Ministeacuterio daEducaccedilatildeo entatildeo aperta-se o desem-bolsoe a alternativa eacute o dinheiro su-postamente faacutecil da Chinapara coi-

sas como o negoacutecio dos naviosComo dinheiro dado pelos novos credo-respode estar a fazer-se alguma coi-samas natildeo haacute optimizaccedilatildeo Que asdiacutevidas mobilizem a produccedilatildeodevernatildeo eacute maucontrair uma diacutevida parabeber sem capacidade eacute um crimemorala natildeo ser que tenha capacida-de de pagamentoSe se atingisse essepico de endividamentopara finan-ciar infra-estruturas essenciais natildeoestaacutevamos aqui a criticar

Haacute tambeacutem uma apreensatildeo com oendividamento internoEstamos a criar este cenaacuterio Elescriam condiccedilotildees para que o paiacutes vivaessa situaccedilatildeoE sses casos de corrup-ccedilatildeo que satildeo frequentemente relata-dos deixam os doadores pessimistase se sintam obrigados a impor condi-cionalismos que retardam a chegadade verbas e a multiplicaccedilatildeo de mis-sotildeesA hipoacutetese Chinaagraves vezeslevao seu tempo e o resultado eacute o deacutefice

na tesouraria que justifica emissotildeesde diacutevida interna provocadas pelodeacutefice na tesouraria Satildeo diacutevidas decurto prazomas criam uma enormepressatildeo porque o Governo tem depagar e eacute mais penosoporque eacute nosbancos comerciaisdado que mais de80 por cento dos moccedilambicanos natildeopagam sequer o seu consumo baacutesicologo natildeo compram as obrigaccedilotildees detesouro que o Estado lanccedila para sefinanciarQuem compra a diacutevida doEstado satildeo os bancos comerciaisquepreferem comprar tiacutetulos do Go-

verno porque o Governo nunca vaiagrave falecircncia natildeo precisa de hipotecasmas essas operaccedilotildees estatildeo a prejudi-car o investimentoIsso tudo porque

se criam cenaacuterios de desconfianccedilaque tornam moroso o financiamentotradicional que vem do exterior Oendividamento internopara finan-ciar a reconstruccedilatildeo por danos provo-cados pelas calamidades naturaisporexemplo entende-se eacute um recursode emergecircncia o Governo tem derecorrer a fundos excepcionais masgrande parte eacute deacutefice de tesouraria

Brasil e IacutendiaCentrou-se na China mas fala-sede outros novos credores Comoolha para o per1047297l do creacutedito do Bra-sil e da IacutendiaEles tambeacutem impotildeem condiccedilotildeesmais ou menos proacuteximas do mer-cadomas China eacute China Brasil eacuteBrasil e Iacutendia eacute IacutendiaEles natildeo tecircmcaracteriacutesticas similiaresnatildeo falam amesma liacutengua eacute por isso que o Go-

verno moccedilambic ano natildeo os conse-gue enquadrar na mesma plataformacomo acontece com os Parceiros deApoio Programaacutetico (PAP) Elesnatildeo tecircm procedimentos e caracteriacutes-ticas iguaissatildeo todos eles diferentesO Brasil natildeo daacute dinheiro natildeo eacute sua

vocaccedilatildeo dar directamente dinheirooseu dinheiro eacute em forma de assistecircn-cia teacutecnicase precisas de um teacutecnicoeles trazem o especialistaque traz oconhecimento de que carecesA si-tuaccedilatildeo amarga eacute que o Brasil eacute umcentro de financiamento de projectos

privados que estatildeo a entrar em Mo-ccedilambiquealguns deles como a Valemuito contestados sob o ponto de

vista socialO Brasil dispotildee de linhasde financiamento e paga o segurodos investimentos das suas empresaseacute vocaccedilatildeo do Brasil apoiar grandesprojectos Jaacute a China categoriza osseus devedoresna primeira catego-ria mete os que podem pagar direc-tamente com petroacuteleo ou diamantese paiacuteses como Moccedilambique estatildeo nacategoria trecircsque pagam o dinheirocom dinheiroNos mapas de amorti-zaccedilatildeo da diacutevida de Moccedilambiquequeestatildeo no Ministeacuterio das Financcedilasestaacute laacute que Moccedilambique paga comdinheiro os creacuteditos chinesesMas eacuteuma situaccedilatildeo mista porque o creacutedi-to chines tambeacutem tem laacute um poucodo modelo brasileiroatraveacutes da pre-senccedila em Moccedilambique de empresaschinesas financiadas pelo dinheirodo Estado chinecircs Cada paiacutes tem oseu modelo de financiamento

Humberto Zaqueu o cial de advocacia do GMD

N a

iacute t a U s s e n e

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16 Savana 18-10-2013PUBLICIDADE

A sensivelmente cinco jor-nadas do fim do Moccedilam-bola o presidente da LigaMoccedilambicana de Futebol

(LMF) Alberto Simango Juacutenioraceitou fazer uma breve radiogra-fia da prova e de forma categoacutericagarante haver condiccedilotildees objectivaspara que a verdade desportiva pre- valeccedila Simango diz ainda natildeo ser verdade que a Liga Muccedilulmana es-teja a ser protegida pela arbitragemSeguem os excertos mais relevantesda conversa

Que avaliaccedilatildeo faz das primeirasoito jornadas da segunda volta doMoccedilambola-Faccedilo uma avaliaccedilatildeo positiva namedida em que o certame estaacute a de-correr dentro do previsto Tem sidobastante competitivo e os resultadosfalam por si Na primeira volta ha- via equipas que tinham muito gaacutesmas comeccedilaram a perder forccedilasnesta fase o que eacute normal porqueo Moccedilambola eacute uma prova de re-gularidade Conta-se mais comoa equipa termina a prova do quecomo comeccedila Jaacute fizemos dois terccedilosdo campeonato estamos num bom

caminho e a qualidade estaacute semprea subir Jaacute temos campeatildeo no Moccedilambola-As equipas que estatildeo agrave frente tudofazem para ganhar mas a luta eacutemuito renhida no meio da tabelaclassificativa e essas formaccedilotildees tudofazem para amealhar mais pontose quiccedilaacute evitarem a despromoccedilatildeo Eacuteuma prova de surpresa porque ateacutehoje a questatildeo da conquista do tiacute-tulo continua em aberto emborahaja um clube que avanccedilou bastantena pauta classificativa Pelo menosexistem trecircs a quatro clubes que lu-tam pela conquista do campeonato eisso eacute significativo

Sr presidente ainda continuam osdesacatos e vandalismo nos recintosdesportivos Como acabar com estatriste realidade-A situaccedilatildeo vai sendo paulatina-mente resolvida mas sinto queprecisamos de fazer um trabalho deeducaccedilatildeo ciacutevica por forma a que osclubes comecem por sua vez a tra-balhar com os seus adeptos porquea atitude de arremessar garrafas eoutros objectos para o interior docampo eacute simplesmente condenaacutevelO apelo que faccedilo eacute que natildeo bastaaprovarmos medidas haacute sim queprivilegiarmos a prevenccedilatildeo haacute ne-cessidade de as pessoas terem de

abandonar essas praacuteticas e prima-rem pelo fair playNatildeo acha que a maacute actuaccedilatildeo dos aacuter-bitros leva os adeptos a optarem poressa via o arremesso de garrafaspor exemplo-Eacute normal que haja contestaccedilatildeo daarbitragem isso faz parte de futebolEm qualquer parte do mundo ou- vimos falar de situaccedilotildees do geacuteneromas noacutes estamos a trabalhar com aCNAF e todas as semanas quandonecessaacuterio fazemos um trabalho desensibilizaccedilatildeo para aleacutem da avalia-

Eacute impossiacutevel t ermos Liga fort e com c lubes f racosfinanceiramente-Defende Albert o Simango Juacutenior da LMF

Por Paulo Mubalo

ccedilatildeo do desempenho dos aacuterbitrosO que se nota eacute que os aacuterbitros quecomeccedilam a pocircr em causa a verda-de desportiva estatildeo a ser punidosexemplarmente e isso eacute que incen-tivamos agrave CNAF porque eacute precisodefendermos o futebol de atitudese apetites inconfessaacuteveis de certosgrupos

Julga que a Liga Muccedilulmana estaacute aser bene1047297ciada pela arbitragem ouestaacute a ser viacutetima da sua grandeza- Duvido muito que a Liga Muccedilul-mana esteja a ser beneficiada duvi-

do muito que esse pronunciamentocorresponda agrave verdade A minhapercepccedilatildeo eacute que muitos clubes jaacutebeneficiaram de penaltes jaacute benefi-ciaram de erros de arbitragem Emsegundo lugar jaacute expliquei que osque tentam fabricar resultados estatildeoa ser punidos Eu natildeo vejo as coisasde forma particularizada todos osaacuterbitros podem errar em qualquer jogo que sejaO que a LMF pensa fazer parasalvaguardar a verdade desportivamormente nas derradeiras jorna-

das-Bem como tem sido habitual paraaleacutem do trabalho que temos vindoa realizar as uacuteltimas trecircs jornadasseratildeo disputadas no mesmo dia e agravemesma hora tendo em conta os in-teresses e objectivos de cada clubenessa fase Teraacute que ser assim ateacuteporque isso jaacute consta do nosso re-gulamento Satildeo partidas susceptiacuteveisde mudar a pauta classificativaHaacute treinadores que acusam a LMFde estar a coartar as suas liberdadesusando para tal puniccedilotildees Quer co-

mentar-A puniccedilatildeo faz parte da nossa estra-teacutegia de governaccedilatildeo noacutes natildeo fomoseleitos para natildeo respeitar os regula-mentos e estatutos Os dirigentestreinadores e clubes devem ter umaforma de estar natildeo podem aceitar vilipendiar quem quer que seja empraccedila puacuteblica natildeo podem atentarcontra a geacutenese do clube haacute que terforma e modo de falar Eacute importan-te que as pessoas percebam que aLiga eacute um dos clubes por isso de-fendemos que as pessoas se pronun-ciem com eacutetica que saibam falar Os jovens inspiram-se nos treinadores e jogadores pelas boas praacuteticas e natildeo

pelos insultos por isso tomamosmedidas contra os prevaricadores econtinuaremos a primar por essesprinciacutepios porque queremos umcampeonato satildeo e de disciplinaHaacute condiccedilotildees 1047297nanceiras para queo Moccedilambola termine sem muitosalaridos-Bem como nunca disse que natildeohavia o que posso dizer eacute que tudoestaacute sendo feito para que terminesem qualquer natureza de sobres-saltoPelos vistos a LMF continua a go-

zar de muita credibilidade junto dosparceirosQue trunfo usa para conseguir osseus intentos-O maior segredo eacute o trabalho eacutea nossa dedicaccedilatildeo e credibilidadeNoacutes fazemos de tudo para que ainstituiccedilatildeo seja crediacutevel Somos fieacuteisagrave prestaccedilatildeo de contas e gestatildeo cri-teriosa E por fazermos isso temosum caminho andado trabalhamos365 diasano agrave volta deste projectoEstes pressupostos todos nos levama conseguirmos bons resultados

Como avalia a expulsatildeo de Dia-mantino Miranda do paiacutes-A atitude dele foi de indisciplinagrave ele excedeu na forma comofalou Soacute queria lamentar e apelarpara que situaccedilotildees desta naturezanatildeo voltem a acontecer no nosso fu-tebol Ningueacutem estaacute no futebol paraarranjar problemas cada um tem oseu nome e deve ser chamado poresse nome natildeo podemos chamar aalgueacutem por um nome que natildeo o dig-nificaE a terminarhellip-O apelo que faccedilo eacute um convitequero convidar mais parceiros para

investirem no desporto e no futebolem particular porque atraveacutes do fu-tebol a imagem dos seus produtoschega mais longe Natildeo eacute possiacutevelfazermos a Liga forte com clubesfracos financeiramente Precisamosmais para as nossas equipas mascom a forma como estamos a tra-balhar acredito que a curto prazoteremos os nossos representantes aconseguirem bons resulatados emcompeticcedilotildees internacionais Masfoi bom porque a Liga Muccedilulmanachegou muito longe nas afrotaccedilas

A expulsatildeo do treinadordo Costa de Sol Dia-mantino Miranda poralegados insultos agrave na-

ccedilatildeo no final de jogo realizadocontra o Vilankulo estaacute a divi-dir opiniotildees dos moccedilambicanosCom efeito enquanto alguns ci-dadatildeos ouvidos pelo SAVANAdefendem que a medida tomadapelo Ministeacuterio do Trabalho eacute justa outros dizem ter havidoprecipitaccedilatildeo por parte daquelainstituiccedilatildeo

Para Martinho Vaz estudan-te de direito da UniversidadeSatildeo Tomaacutes de Moccedilambique(USTM) o teacutecnico Diamanti-no Miranda perdeu respeito aosmoccedilambicanosldquoNa minha humilde opiniatildeoconsidero ser grande insultopara os moccedilambicanos proferiraquelas palavras na esfera puacutebli-ca Se fosse num foacuterum privadopoderia compreender porquemuita gente natildeo havia de saberEle passou dos limites mesmo

Expulsatildeo de Diamant ino M iranda di vide opiniotildeesse fosse no seu proacuteprio paiacutes eles natildeohaviam de ponderar essas brincadei-ras Aliaacutes ateacute porque ele vai servir deexemplo para os outros estrangeirosque vecircm ao paiacutes e satildeo bem tratadose meia-volta comeccedilam a maltrataros proacuteprios moccedilambicanosrdquoPara Manuel Muianga tambeacutemestudante de direito da mesma uni- versidade a expulsatildeo do treinadorDiamantino Miranda eacute absurdaldquoEle chamou os moccedilambicanos deladrotildees e isso para mim natildeo eacute novi-dade porque existem muitos treina-

dores ateacute estrangeiros que insultamdentro e fora de campo mas nuncaforam expulsos do paiacutesrdquoldquoNa minha opiniatildeo o Ministeacuterio de Trabalho devia retirar-lhe a licenccedilade trabalho numa primeira fase en-quanto investiga o caso em sumadevia ser mais cauteloso nesta ma-teacuteriardquo observouEnquanto isto Arnaldo Albertoestudante de Ciecircncias Sociais daUniversidade Eduardo Mondlane(UEM) explicou que o caso Dia-mantino Miranda virou tema de

conversa a niacutevel da sua faculdadeEle entende que a medida tomadapelo Ministeacuterio de Trabalho em ex-pulsar o treinador para fora do paiacuteseacute correcta ldquoEu considero como umamedida certa porque ningueacutem podeestar num paiacutes do outro e passar a vida a proferir insultos contra os do-nos do proacuteprio paiacutes Eu acredito quese fosse um treinador moccedilambicanoa fazer o mesmo no paiacutes deles ou emqualquer outro teria sanccedilotildees do geacute-nerordquo anotou o estudantePara Rafael Ernesto comerciante

e adepto da selecccedilatildeo nacional osldquoMambasrdquo o Ministeacuterio do Traba-lho tomou a medida correcta porqueo teacutecnico portuguecircs estava habitua-do a insultar os jogadores de formairresponsaacutevelldquoFoi uma boa medida porque paraaleacutem de jogadores tambeacutem insultoutodos os moccedilambicanos e gostariaque ele natildeo voltasse mais ao nossopaiacutesrdquo Tumar Cumbula empresaacuterio pre-cisou ldquoa atitude do Ministeacuterio foiboa noacutes natildeo podemos admitir es-

sas brincadeiras no nosso paiacutesporque o que ele fez se fosse naAmeacuterica seria preso mas aquiteve sorte Ele foi mais longedemaisrdquo rematou o empresaacuterio Jaacute o advogado Roberto Macha- va precisou ldquohouve um poucode exagero por parte do Mi-nisteacuterio do Trabalho porque haacutemuitas pessoas que falam malnos cafeacutes nos centros de recre-accedilatildeo entre outros mas natildeo satildeoexpulsas do paiacutesAjuntando ldquoa expulsatildeo de um

indiviacuteduo do paiacutes natildeo deve serassim devia haver um moti- vo forte O que poderia fazer oMinisteacuterio do Trabalho era to-mar medidas processuais numaprimeira fase enquanto procuraouvir a outra parte E penso queno seio da proacutepria Liga Mo-ccedilambicana de Futebol e Fede-raccedilatildeo Moccedilambicana de Futeboldeveriam existir alguns espe-cialistas para defender este tipode assuntosrdquo precisou Zaqueu

Massala

Alberto Simango Juacutenior presidente da LMF

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17Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

A TALHE DE FOICEPor Machado da Graccedila

A notiacutecia que me chegou jaacute temmais de um mecircs mas natildeo per-deu infelizmente actualidade

Segundo a Kazinform (provavelmenteuma agecircncia de informaccedilatildeo) um aviatildeoMig 21 num voo de teste depois deuma reparaccedilatildeo incendiou-se ao ater-rar no aeroporto de Bakeu na Romeacute-nia em finais de Agosto passadoMas o mais interessante da notiacutecia eacuteque ela afirma que o aviatildeo sinistradopertencia agrave Forccedila Aeacuterea Moccedilambica-naFiquei assim a saber que a nossa ForccedilaAeacuterea adquiriu pelo menos um aviatildeode combate Mig 21 Mas muito pro- vavelmente adquiriu mais do que umE deve ter adquirido nos saldos emsegunda matildeo porque esse modelo deaviatildeo deixou de ser fabricado em 1985A proacutepria Romeacutenia estaacute a substituir osque ainda tem por aviotildees modernos ese calhar vendeu-nos ao desbarato os velhinhos Mig 21 que para laacute tem E

a avaliar pela notiacutecia o resultado natildeofoi bomComentando a notiacutecia com um cole-ga nomeadamente sobre a razatildeo paraMoccedilambique precisar desse tipo dearmamento o colega disse-me que natildeoeacute soacute isso que estaacute a acontecer Pelo con-traacuterio segundo ele teratildeo sido desem-barcados na Beira tanques de guerrae ao porto de Maputo continuam achegar grande quantidade de viaturasmilitaresOra a pergunta que tem que ser feitaeacute Natildeo tendo o nosso paiacutes conflito comnenhum dos seus vizinhos antes sen-

do excelente a relaccedilatildeo com todos eles

para que precisamos noacutes de todos essesinstrumentos mortiacuteferosE a resposta infelizmente soacute pode serque se natildeo satildeo para usar contra ini-migos externos satildeo para usar dentrodo paiacutes Falando com mais crueza satildeopara matar moccedilambicanos Temos portanto um Governo que

passa a vida a condenar os discursosbelicistas da Renamo e a proclamar oseu enorme amor agrave Paz mas por por-tas e travessas vai comprando armasde guerra para uso em terra e no arUm Governo que natildeo tem dinheiropara pagar decentemente a meacutedicosenfermeiros e professores que natildeo temdinheiro para comprar medicamentospara os hospitais nem material escolarnomeadamente carteiras mas que temdinheiro para comprar aviotildees bombar-deiros e tanques de guerra para matar

moccedilambicanosComeccedila por outro lado a ser maiscompreensiacutevel o impasse que continuanas sessotildees do ldquodiaacutelogordquo entre o Gover-no e a Renamo Muito provavelmentetrata-se apenas de manter a situaccedilatildeoestacionaacuteria nesta paz-podre agrave esperaque chegue ao paiacutes todo o armamentocomprado no exterior para depois im-por uma soluccedilatildeo militarO que pode ser uma peacutessima escolhacomo bem poderia explicar o general vietnamita Vo Nguyen Giap recente-

mente falecido

Armas

pecuacuteliosOra para dispor sem restriccedilotildees do pecuacutelio ou

cuacutemulo de activos ndash nervo da poliacutetica e da guerraconforme aprenderam em longos anos de combateos vencedores da guerra civil angolana ndash importadispor de imagem impoluta e agir sem constrangi-mentos ou ameaccedilas legaisO risco de processos judiciais inquinando a ima-gem de pessoas e do estado eacute altamente prejudicialaos equiliacutebrios de poder em Luanda e ao presi-dente cabe atalhar a direito sempre que a ameaccedilaronde os mais proacuteximos e influentesA provaacute-lo estatildeo o ldquoAngolagaterdquo envolvendo gen-te da alta roda poliacutetica e negocista francesa pela venda ilegal de armas sovieacuteticas a Luanda entre1993 e 1995 ou o reconhecimento no ano pas-sado nas paacuteginas do ldquoFinancial Timesrdquo por ManuelVicente Kopelipa e o general Leopoldino Fragosodo Nascimento da sua participaccedilatildeo na ldquoNazaki Oilamp Gasrdquo que se associou em 2010 agrave ldquoCobalt Inter-national Energyrdquo de Houston para a exploraccedilatildeo daconcessatildeo dos blocos petroliacuteferos 9 e 21Voltaraacute a correr o marfimEduardo dos Santos jaacute afastou Marcolino Mouco Joatildeo Lourenccedilo ou Fernando Nandoacute e cerceou am-biccedilotildees de outros putativos sucessoresNo pinaacuteculo do poder Eduardo dos Santos con-tudo natildeo tem ainda assegurado que a sua sucessatildeopossa vir a garantir a perservaccedilatildeo do justo pecuacutelioe a rede de influecircncias poliacuteticas de interesses patri-moniais de associados e familiaresAacuterbitro e decisor em derradeira instacircncia opresidente de Angola tem consequentemente detomar posiccedilatildeo e assumir atitudes para provar queacima de tudo defenderaacute os interesses da cuacutepulado poder e dos negoacutecios as ldquoelites capazesrdquo quetanto lhe devemMexe com poder eacute poliacutetico portanto o conten-cioso e ao mais alto niacutevel o estado angolano vecircmexigindo desculpas e reparaccedilotildees puacuteblicas que porconstrangimento legal os governantes portu-gueses natildeo podem expressarRui Machete disse em puacuteblico o que apenas po-deria aventar em privado e gerou tamanha contro- veacutersia interna que acabou bloqueando a diploma-cia e dando pretexto agrave ruptura ansiada em LuandaPara o resto o que Machete em puacuteblico natildeo dissemas se sabe agrave boca pequena eacute que bastaraacute a justiccedilaportuguesa continuar inane e ineficaz manter-seigual a si proacutepria para tudo acabar em aacuteguas debacalhau e voltar a correr o marfim

Jornalista barradasjoaocarlosgmailcom

httpmaneatsemperblogspotpt Top of Form

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Aacute rbitro e decisor em derradeira instacircnciao presidente de Angola tem consequen-temente de tomar posiccedilatildeo e assumiratitudes para provar que acima de tudo

defenderaacute os interesses da cuacutepula do poder e dosnegoacuteciosSatildeo literalmente laquoincompreensotildees ao niacutevel dacuacutepularaquo que levam Joseacute Eduardo dos Santos a de-nunciar o acordo de princiacutepio acertado em 2010em Luanda com Cavaco Silva para o desenvolvi-mento de uma parceria estrateacutegica luso-angolanaA indefinida e adiada parceria deveria servir parareforccedilar a cooperaccedilatildeo estado a estado promovercontactos e projectos bilaterais entre instituiccedilotildeesempresas privadas e cooperativas aleacutem de facilitara circulaccedilatildeo de pessoas bens e capitaisApesar das aplicaccedilotildees financeiras em Portugalterem continuado a processar-se a bom ritmo ndashsobretudo nas telecomunicaccedilotildees energia e bancandash legitimando a riqueza receacutem-acumulada dosinvestidores angolanos uma questatildeo poliacutetica in-

quinou a relaccedilatildeoInvestigaccedilotildees judiciais sobre altas personalidadescomo o procurador-geral Joatildeo Maria de Sousa oministro de estado e da coordenaccedilatildeo econoacutemicaManuel Vicente ou o general Manuel HeacutelderVieira Dias laquoKopeliparaquo ministro de estado e chefeda casa militar do presidente nunca foram trava-das pelo poder executivo ndash laquoao niacutevel da cuacutepularaquo SBento e Beleacutem ndash como ainda acabaram tornadaspuacuteblicasA deploraacutevel vergonhosa e ilegal praacutetica de fugasde informaccedilatildeo e violaccedilatildeo reiterada do segredo de justiccedila no DCIAP deu pretexto a criacuteticas de ar-ticulistas e poliacuteticos de Luanda sobre difamaccedilatildeo eintimidaccedilatildeo de cidadatildeos angolanos e a perversatildeodo estado de direito em PortugalO presidente das elites capazesManuel Vicente anunciou em Maio do ano pas-

sado que o investimento de estado em Portugaldeixara de ser prioritaacuterio jaacute que importava privile-giar o mercado angolanoA participaccedilatildeo da ldquoSonangolrdquo no BCP visando acriaccedilatildeo de uma plataforma financeira para suportaro crescimento da empresa fora um dos objectivosatingidos numa fase inicial que apostara forte emPortugal e referia tambeacutem Vicente convinha di- versificar as aplicaccedilotildees directas do estadoAo capital privado caberia assim definir opccedilotildeesde investimento em Portugal e de parcerias emAngola com empresas lusas mas na realidade aimbricaccedilatildeo da elite de negoacutecios e da elite do poderem Luanda eacute tal que a distinccedilatildeo acaba por ser ir-relevanteEacute essa a razatildeo que sustenta as tiradas nacionalistasno discurso de Eduardo dos Santos agrave AssembleiaNacional sobre o Estado da Naccedilatildeo denunciandoa injusticcedila de empresas e bancos estrangeiros queldquolevam biliotildeesrdquo de Angola ao mesmo tempo queLuanda vecirc serem qualificadas como corruptas assuas ldquoelites capazesrdquo que tecircm amealhado justos

Angola cortar a direitoPor Joatildeo Carlos Barradas

A notiacutecia de que a Ruacutessia concedeu asilo tem-poraacuterio a Edward Snowden eacute geralmentediscutida no contexto dos potenciais efeitosda decisatildeo sobre as relaccedilotildees russo-america-

nas Sem duacutevida o caso Snowden desencadeou umaseacuterie de efeitos adversosLevando em conta as revelaccedilotildees do ex-agente da CIApromotores russos estatildeo investigando os serviccedilos do

Google e do Facebook na Ruacutessia As autor idades sus-peitam que ambos violem os acordos internacionaissobre a proteccedilatildeo de dados pessoaisO avanccedilo dessa situaccedilatildeo ameaccedila originar uma atmos-fera toacutexica de longo prazo nas negociaccedilotildees bilateraisem torno de vaacuterias questotildees delicadas Entre elas ointercacircmbio de agentes descobertos a anaacutelise dospedidos para divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre ciber-criminosos e suspeitos de terrorismo ou a troca daspraacuteticas mais eficazes das agecircncias de inteligecircncianorte-americanas e russas no trabalho com grandes volumes de dadosAleacutem disso a Ruacutessia agora pode esquecer as per-spectivas de retorno de Viacutektor Bout ou outros rus-sos que estatildeo enfrentando processos judiciais nosEstados Unidos A Casa Branca por sua vez perdeuo poder de instigar seus principais valores na Ruacutessia ndash

a liberdade na internet e a proteccedilatildeo dos direitos dosusuaacuterios gravemente comprometidos pelas revelaccedilotildeesde SnowdenQuem sabe quantos segredos mais o ldquoex-prisioneirodo aeroporto moscovita de Sheremetievordquo tem guar-dado ou quatildeo difiacutecil seraacute para ele resistir agrave tentaccedilatildeode compartilhaacute-los com os serviccedilos de inteligecircnciarussos

Mas tudo eacute muito complexo e dramaacutetico Seraacuteque o asilo concedido a Snowden realmente traccedila umalinha vermelha nas relaccedilotildees russo-americanasEm primeiro lugar a decisatildeo russa de conceder asilotemporaacuterio a Snowden envia agrave Casa Branca um sinalclaro de que a Ruacutessia estaacute disposta a negociar aindamais ldquoPodemos abrigaacute-lo temporariamente masdeixe-nos pensar aleacutem dissordquoCabe lembrar a condiccedilatildeo anunciada pelo presidenteVladiacutemir Puacutetin no mesmo dia em que os boatos so-bre a possibilidade de asilo vieram agrave tona de que oforagido deveria ldquoparar de prejudicar os interesses dosEstados UnidosrdquoO consentimento de Snowden em seguir essa regraestaacute impliacutecito na aceitaccedilatildeo do asilo O governo russotambeacutem natildeo vai perder o interesse em acessar as in-formaccedilotildees que o ex-agente da CIA estaacute segurando

embora o acordo atual sugira que tais dados continu-aratildeo a ser um aacutes na manga diplomaacutetica da Ruacutessia ndash aser usado em uma hora difiacutecil nas negociaccedilotildees bilate-rais com Washingtonndash e natildeo seraacute compartilhado coma comunidade internacionalEacute ainda mais importante ter em mente que as relaccedilotildeesrusso-americanas satildeo muito diversificadas e estra-teacutegicas para serem deixadas de lado por causa de um

uacutenico escacircndalo independentemente de quatildeo fortepossa ressoarApesar da tendecircncia negativa nas relaccedilotildees bilateraiscom o fim do ldquoresetrdquo uma seacuterie de questotildees demon-stra a enorme capacidade de cooperaccedilatildeo duradourae desenvolvimento construtivo em assuntos intimam-ente relacionados com SnowdenA cooperaccedilatildeo no ciberespaccedilo que apresentou recente-mente um progresso substancial eacute exemplo disso Em17 de junho um dos pontos de discussatildeo da Cuacutepulado G8 na Irlanda foi a declaraccedilatildeo conjunta emitidapor Puacutetin e Obama sobre as medidas de reforccedilo daconfianccedila no ciberespaccedilo que incluiacuteram trecircs acordosEstados Unidos e Ruacutessia satildeo agora obrigados a man-ter contato constante sobre cibercrimes e tentativasde ciberataques para reforccedilar a cooperaccedilatildeo na respostaa tais incidentes bem como fazer uso de uma linha di-

reta para avisar um ao outro sobre alguma emergecircnciaSimbolicamente os mecanismos de notificaccedilatildeo muacute-tua seratildeo parcialmente implementados por meio da jaacute existente linha Moscou-Washington para o avisode ocorrecircncias com armas nucleares a mesma usadadurante a Guerra FriaA continuidade dos acordos exemplifica a crescenteimportacircncia estrateacutegica da cooperaccedilatildeo russo-ameri-

cana no ciberespaccedilo Os dois lados chegaram a umacordo sobre a questatildeo mesmo em meio a condiccedilotildeesdesfavoraacuteveis nas relaccedilotildees bilaterais ndash embora hajaduacutevidas sobre ateacute onde essa cooperaccedilatildeo seria sacrifi-cada por causa do recente escacircndalo diplomaacuteticoApesar do efeito das revelaccedilotildees do ex-agente daCIA os Estados Unidos e a Ruacutessia precisam se en-gajar para estabelecer um clima de boa vizinhanccedila ecolaboraccedilatildeo no ciberespaccedilo ainda que envolto porcriacuteticas e acusaccedilotildees pesadas A colaboraccedilatildeo podeser reduzida ou suspensa em alguns aspectos mas asmedidas de confianccedila devem ser desenvolvidas comoum dos mecanismos viaacuteveis para prevenir uma guerraciberneacutetica Isso eacute algo que tanto o Kremlin como aCasa Branca entendem bem Oleg Demidov eacute coordenador de projetos em segu-ranccedila e governanccedila no Centro de Estudos Poliacuteticosda Ruacutessia

O ciberespaccedilo poacutes-SnowdenPor Oleg Demidov

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

CartoonEDITORIAL

Reg istado s ob nuacutemer o 007 RRA DNI 93NUIT 40010 9001

Propr iedade da

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

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Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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20 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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10 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

censuradas ou totalmente ignora-das pelos dirigentes da emissoraprincipalmente quando se tratade abordar assuntos inerentes aomaior partido de oposiccedilatildeo a Re-namo Uma entrevista de cerca deduas horas com Dhlakama o liacutederda Renamo foi censurada e nuncachegou a ser transmitidaEste elevado niacutevel de frustraccedilatildeodesagua por vezes na entrega danotiacutecia aos colegas da comunica-ccedilatildeo social privada os quais tecircm apossibilidade de publicar aquiloque os oacutergatildeos controlados peloEstado natildeo conseguem tornarpuacuteblico Esta praacutetica foi confir-mada mediante entrevistas feitasem Maputo junto a jornalistas dacomunicaccedilatildeo social puacuteblica assimcomo independente tendo os doiscomo o uacutenico objectivo a procurada verdade e a tentativa de pautarpelo profissionalismo cuja praacuteticatornou-se impossiacutevel nos oacutergatildeoscontrolados pelo Estado Esta for-ma de resistecircncia a um poder quetende a fechar qualquer espaccedilo dediscussatildeo eacute a uacuteltima que a classedos profissionais da comunicaccedilatildeoespontaneamente encontrou paraconseguir informar os seus con-cidadatildeos daquilo que se passa nomundo poliacutetico e econoacutemico localO jornal ldquoNotiacuteciasrdquo teve a mesmasorte que a TVM O seu antigo di-rector Rogeacuterio Sitoe foi dispensa-do em Junho deste ano depois deter assumido as funccedilotildees em 2003

substituindo Bernardo Mavangaactual Assessor juriacutedico do jornalEste acto foi uma clara conse-quecircncia da nova linha do ldquopoderconcentradordquo ao inveacutes que ldquodiluiacutedordquopautada pela Presidecircncia Comotentou explicar Sitoe numa entre-

vista que nos concedeu no dia 19de Setembro deste ano em Mapu-to a sua aposta sempre foi de fazerum jornalismo com um pouco depropaganda ao passo que agoraestaacute acontecendo exactamente ocontraacuterio Apoacutes a sua saiacuteda da di-recccedilatildeo este diaacuterio eliminou qual-quer sentido criacutetico tatildeo que duran-te as primeiras 16 ediccedilotildees do ldquonovocursordquo a manchete sempre trazia afoto do Presidente Guebuza Estehaacutebito continua ateacute hoje descre-dibilizando ainda mais um jornalque com Sitoe tentou pelo menosmanter alguns espaccedilos de liberda-de por exemplo mediante ruacutebricastais como a das ldquoconjecturasrdquo ascartas dos leitores ou os proacuteprioseditoriais do directorVale a pena recordar a este propoacute-sito os dois editoriais escritos porSitoe ao longo do Congresso dePemba e que certamente chama-ram a atenccedilatildeo do Presidente da Re-puacuteblica e da restrita elite dos seusconselheiros (acima de tudo do seuactual porta-voz Edson Macuaacute-cua) por ter dado pouco espaccedilo agraveproeminente figura de Guebuzaavanccedilando criacuteticas impliacutecitas con-tra a sua maneira de gerir o partido

No editorial do dia 28 de Setem-bro Sitoe defende que a Frelimoestaacute subdividida em alas e que issonatildeo soacute seria normal mas faria parteda tradiccedilatildeo histoacuterica deste partidoUma tal situaccedilatildeo estaria a teste-munhar ldquouma necessidade dialeacutec-tica de movimento e crescimentordquoApesar de Guebuza ter conseguidoquase 99 dos votos da assembleiaSitoe destaca o facto de ldquomembroshistoacutericos deste partido a clamarpor maior diaacutelogo internordquo dandocontinuidade a uma ldquomaior liber-dade de imprensardquo que estaria sobrisco de retrocessos No editorialdo dia 5 de Outubro recordandoa assinatura dos acordos de Romaentre Frelimo e Renamo ocorridano dia 4 de Outubro de 1992 Sitoerealccedila a necessidade e a importacircn-cia vital do diaacutelogo entre as partesnum momento em que a ldquoala durardquoda Frelimo estava prevalecendo noque diz respeito aos pedidos da Re-namo finalizados a encontrar solu-ccedilotildees paciacuteficas para novas proble-maacuteticas que este partido continuaateacute hoje a colocar numa conversaentre surdos O facto de Sitoe terfeito coberturas ldquoabertasrdquo dos uacutelti-mos acontecimentos dando espa-ccedilo mesmo agraves razotildees da Renamo esobretudo da oposiccedilatildeo interna agraveFrelimo (a partir da figura do an-tigo Presidente Joaquim AlbertoChissano) valeu-lhe o afastamentodo cargo de director e a nomeaccedilatildeocomo Assessor do CDA do jornal

A mesma sorte que tinha tocadoao seu predecessor Bernardo Ma-

vanga actual Assessor juriacutedico dogrupo Notiacutecias srl

O ldquoautori tarismo demo-craacuteticordquo e a imprensa emMoccedilambiqueA constante pressatildeo exercida junto

agrave comunicaccedilatildeo social tem desven-dado uma realidade que pareciaconstituir apenas uma lembranccedilada altura do regime a partido uacuteni-co quando o responsaacutevel ideoloacutegi-co da Frelimo Jorge Rebelo ditavaa linha editorial dos oacutergatildeos de co-municaccedilatildeo bypassando na iacutentegrao governo e o ministro competenteO processo de lenta mas progressi-

va abertura democraacutetica que tinhacomeccedilado a afirmar-se em Mo-ccedilambique a partir do princiacutepio dosanos Noventa parou e os princi-pais sinais deste cenaacuterio podem serresumidos nos seguintes pontos1 A concentraccedilatildeo do poder econoacute-mico e poliacutetico nas matildeos do actualChefe de Estado e dos seus maisdirectos colaboradores2 O aniquilamento dos adversaacute-rios internos incapazes de opor-seabertamente agraves decisotildees do Chefede Estado e Presidente da Frelimo3 O total arbiacutetrio e a falta de expli-caccedilatildeo puacuteblica no que diz respeitoaos despedimentos e nomeaccedilotildees detodos os cargos relacionados coma esfera governamental dando azoa ldquofofocasrdquo que tornam ainda mais

turvo o ambiente poliacutetico moccedilam-bicano4 O papel irrelevante do Parla-mento que quase que natildeo discuteassuntos e leis julgados incoacutemodostais como (de recente) tem aconte-cido em relaccedilatildeo agrave lei sobre acesso agraveinformaccedilatildeo

5 A ideia de que o livre exerciacutecioda criacutetica soacute prejudica a actividadedo Governo e portanto tem queser limitada e ateacute banida6 Consequentemente haacute uma ten-tativa bastante evidente e aberta desilenciar a comunicaccedilatildeo social agovernamental de forma directa aprivada mediante pressotildees de vaacuterianatureza junto aos proacuteprios oacutergatildeosa editores ou a jornalistas singula-res7 Fazer com que a questatildeo relati-

va agrave qualidade da democracia e daparticipaccedilatildeo dos cidadatildeos junto agravetomada de decisotildees estrateacutegicaspara o paiacutes passe a ser consideradaa partir da comunidade internacio-nal como assunto secundaacuterio pri-

vilegiando os negoacutecios bilionaacuteriose portanto a vertente econoacutemicado desenvolvimento

Bussoti eacute investigador Auxiliar noCentro de Estudos Internacionais ndash

ISCTEIUL Lisboa Texto retirado do PAMBAZUKA

NEWS

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11Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

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13Savana 18-10-2013 SOCIEDADE

A experiecircncia do modelo

brasileiro de desenvolvi-mento agraacuterio natildeo cria il-usotildees em Augusto Juncal

do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra do Brasil (MST)sobre o efeito ldquoperversordquo que o Pro-SAVANA vai gerar para os cam-poneses do corredor de Nacala

Presente em Moccedilambique a conviteda Uniatildeo Moccedilambicana dos Cam-poneses (UNAC) para participarna II Conferecircncia InternacionalCamponesa sobre a Terra Juncaldiz que a reacuteplica da chamada agri-cultura do cerrado brasileiro que osgovernos brasileiro moccedilambicano ejaponecircs querem praticar em 19 dis-tritos do centro e norte de Moccedilam-bique vai gerar comunidades desem terras como aconteceu no seupaiacutesldquoO reassentamento eacute um passopara virar sem terra (hellip) Eu achoque a preocupaccedilatildeo dos campone-ses moccedilambicanos em relaccedilatildeo aoProSAVANA eacute pouca para o ta-manho do problema que estaacute a virEu acho que os camponeses aindanatildeo se deram conta do que estaacute avir porque quando se derem con-ta natildeo teratildeo nenhuma negociaccedilatildeopara fazer com o Governordquo disse

Augusto JuncalO activista do MST brasileiro

considera inevitaacutevel que o ProSA-VANA despoje os camponeses dastrecircs proviacutencias abrangidas pela ini-ciativa do uacutenico recurso que detecircmndash precisamente a terra ndash pelas suascaracteriacutesticasldquoProSAVANA vai trabalhar commonoculturas como soja algodatildeo ecriaccedilatildeo extensiva de gado A mono-cultura requer alto uso de agro-toacutex-icos que contaminam a aacutegua o ar

e a terra e mecanizaccedilatildeo intensa enatildeo precisa de camponeses ProSA-

VANA natildeo vai plantar mandioca emapira eacute para culturas que interes-sam ao mercado europeu e norte-americanordquo frisou Augusto Juncal

Quanto agraves garantias do Governomoccedilambicano sobre o respeito dosdireitos dos camponeses da aacuterea deimplementaccedilatildeo da referida iniciati-

va o ldquosem terrardquo recorre ao exemplobrasileiro para fundamentar a sua

duacutevida de que esse compromissoseraacute observado

ldquoTudo o que eles dizem natildeo re-

alizam A reforma agraacuteria era umapauta do Governo Lula mas ficouesquecida Dilma Rousef literal-mente acusou duramente o fal-hanccedilo do Governo Lula na questatildeoagraacuteria mas defende agora a pri-

vatizaccedilatildeo do Preacute-Salrdquo apontou Au-gusto JuncalPara o militante da causa camp-esina a turbulecircncia social causadapela implementaccedilatildeo de projec-tos mineiros em Moccedilambique eacuteum testemunho de que a retoacutericamessiacircnica do ProSAVANA vaiconverter-se num cataclismo socialpara MoccedilambiqueldquoNatildeo precisa de retoacuterica nempoliacutetica para ver o desastre asexperiecircncias estatildeo aiacute vocecircs osmoccedilambicanos tecircm que ler as ex-periecircncias que estatildeo acontecendoaiacuterdquo afirmou Augusto JuncalPara o activista dos direitos doscamponeses brasileiros o projectotriangular vai desferir um golpemortal a um ganho que a inde-pendecircncia de Moccedilambique em1975 conseguiu e que faz inveja aosbrasileiros que eacute a posse da terrapelos mais pobresldquoNoacutes nunca tivemos uma reformaagraacuteria vocecircs tiveram apoacutes a inde-pendecircncia do paiacutes mas vatildeo deitar

tudo a perderrdquo sublinhou Augusto Juncal

Querem impor-nos um fa-

lhanccedil o - UNACPor sua vez a UNAC retomou du-rante a II Conferecircncia Internac-ional Camponesa sobre a Terra osataques cerrados ao ProSAVANAinsistindo na expropriaccedilatildeo da terradestruiccedilatildeo dos ecossistemas locais eemergecircncia de fomeldquoIsto eacute grave Quem conhece a re-alidade brasileira sobre este modeloque foi importado para o ProSA-VANA sabe que 80 por cento dasexportaccedilotildees geradas satildeo detidas pe-las empresas privadas Querem im-por-nos um modelo que fracassouno Brasilrdquo disse Vicente Adrianooficial de Advocacia e Cooperaccedilatildeo

da UNACEm conferecircncia de imprensa reali-zada em Maputo o coordenador doProSAVANA Calisto Bias tentourefrear as preocupaccedilotildees dos rep-resentantes dos camponeses afir-mando ldquoa soberania dos campone-ses sobre a terra seraacute respeitada peloProSAVANArdquoSegundo Calisto Bias que repre-senta o Ministeacuterio da Agriculturamoccedilambicano no ProSAVANA ainiciativa assenta em pilares comoo desenvolvimento integrado einclusivo que tem em conta asrealidades e especificidades agro-ecoloacutegicas e socioculturais de cada

um dos 19 distritos de incidecircnciado projecto

ldquo Sem Terra brasileirordquo daacute o veredict o

ldquo ProSAVANA eacute perverso para os moccedilambicanosrdquondash di z Augu st o Jun cal

Augusto Juncal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terrado Brasil (MST)

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14 Savana 18 -10-2013Savana 18 -10-2013 15NO CENTRO DO FURACAtildeO

ldquo Caminhamos de novo para uma armadilhardquoPor Ricardo Mudaukana O autor procuraraacute neste texto ser pedagoacutegico para facilitar a compreensatildeo dos

leitores menos familiarizados com alguns conceitosEste texto refere-se principalmente ao lado das despesas do orccedilamento eapenas agrave anaacutelise dos principais indicadores macroeconoacutemicos associados ao

orccedilamentoO orccedilamentocomo conta puacuteblica compotildee-se das despesas do Estado para assegurarserviccedilos puacuteblicos aos cidadatildeos (educaccedilatildeosauacutedeseguranccedila socialetc)seguranccedila do paiacutese das pessoasdefesa dos direitos e liberdadesjusticcedila entre outrosEstas funccedilotildees natildeo tecircmporque ser um monopoacutelio estatalRealiza ainda actividades econoacutemicas e de investimen-tocom ou sem parcerias com o sector privado (infra-estruturasserviccedilos de monopoacuteliosnaturais cuja actividade natildeo interessa ao sector privadoetc)Sobre o papel do Estado naeconomia sempre existiu um constante debate inacabado natildeo apenas devido agraves variaccedilotildeesdos contextos no tempo no espaccedilo como ainda por razotildees poliacuteticasideoloacutegicas e outrasOnde se pode encontrar algum pensamento comum eacute na necessidade do Estado de-senvolver os serviccedilos com eficiecircncia e eficaacuteciac onsiderando que utiliza a riqueza doscidadatildeos atraveacutes dos impostos ou da cooperaccedilatildeo (igualmente impostos pagos nos paiacutesesdoadores) e que os serviccedilos sejam de faacutecil acesso isto eacuteestejam proacuteximos dos cidadatildeosExige-se ainda que o Estado natildeo absorva uma elevada percentagem da riqueza nacionalmedido pela percentagem dos gastos puacuteblicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto - in-dicador que mede a riqueza nacional)isto para libertar recursos para as famiacutelias e a ac-tividade privadasupondo o princiacutepio (sempre discutiacutevel)que o sector privado eacute sempree necessariamente mais eficientePor isso o Estado deve possuir uma gestatildeo eficiente dos recursoso que dependeemgrande medidadas opccedilotildees da governaccedilatildeoda competecircncia dos gestores puacuteblicosda ca-pacidade da sociedade em controlar a actividade e as contas puacuteblicas (atraveacutes do Parla-mento ou por outros mecanismos) Por issoo Estado deve ser transparente nas decisotildeese nas contasdisponibilizando informaccedilatildeo aos cidadatildeos e os servidores do Estado devem

reger-se pela eacutetica republicana onde existe uma clara separaccedilatildeo de interesses entre oprivado e o puacuteblicoUma gestatildeo saudaacutevel sugere que os gastos natildeo sejam superiores agraves receitasque a diacutevidaseja sustentaacutevel (possibilidade de ser paga no futuro) e baixa ( para natildeo penalizar as fu-turas geraccedilotildees atraveacutes de impostos acrescidos para pagamento da diacutevida contraiacuteda nopassado)As opccedilotildees do governo (opccedilotildees puacuteblicas) deveriam sempre ter em conta o mel-hor cumprimento das funccedilotildees do Estado em cada fase do desenvolvimentoFeita esta breve apresentaccedilatildeoo autor utilizaraacute principalmente os seguintes indicadores(1) gastos puacuteblicosPIBdestacando os salaacuterios dos funcionaacuterios (2) Deacutefice puacuteblicoPIBfinanciamento do mesmo e a diacutevida puacuteblicaPIB(3) grau de sustentaccedilatildeo do orccedilamentodo Estado atraveacutes de recursos gerados pela economia concretizado pelo indicador recei-tasgastos(em percentagem)e (4) evoluccedilatildeo de alguns gastoscomo forma de observaracerca de algumas opccedilotildees do governoNatildeo haacute consenso sobre os paracircmetros que indiciam situaccedilotildees de estabilidadesustentabi-lidade ou de criseinstabilidadeAs teorias convencionais referem que o Estado deve serldquoleverdquo(o que se reflecte numa baixa percentagem dos gastos puacuteblicossobre o PIB ndash natildeomais que 30) um deacutefice proacuteximo de zero e uma diacutevida que seja possiacutevel de ser pagasem sacrifiacutecios sobre os rendimentos das futuras geraccedilotildeesSegundo as mesmas escolasoestado deve assumir funccedilotildees muito especiacuteficas e que natildeo sejam do interesse do sector pri-

vado (por exemplodefesa e seguranccedila nacionalcerto tipo de investigaccedilatildeo e facilitaccedilatildeo daactividade privada com a criaccedilatildeo de bons ambientes de concorrecircncias) e o que se entendepor estado social deveraacute ser assegurado por sistemas de seguros e pensotildees oferecidos porinstituiccedilotildees financeiras privadasPressupotildee-se que o mercado eacute o mais eficiente alocadorde recursosos agentes econoacutemicos possuem loacutegicas de maximizaccedilatildeo de objectivos (lucroutilidadesetc)num ambiente concorrencial e de negoacutecios

Toda a informaccedilatildeo utlizada neste texto foi obtida do Orccedilamento Geral do Estado e operiacuteodo analisado eacute o de entre 2001 e 2012Por isso natildeo estatildeo indicadas as fontes dosgraacuteficos ao longo do texto

Graacutefico 1Despesas totaisPIBem percentagem

Alertas sobre o Orccedilam ento do EstadoPor Joatildeo Mosca

Graacutefico 2

Despesas com o pessoaldespesas correntesem percentagem

Os dois graacuteficos acima revelam(1) um evidente crescimento dos gastos do Estado comopercentagem do PIB(2) a manutenccedilatildeo percentual dos gastos com o pessoalporeacutem comcrescimentos reais dos gastos considerando o aumento destesa factura dos salaacuterios dosfuncionaacuterios passou de 58 do PIB em 2001 para 102 em 2012o que pode ser con-siderado muito elevado se comparado com outras economias (incluindo as africanas eda SADC)e (3) as despesas do Estado crescem mais rapidamente que o crescimentoeconoacutemicoconsiderando que a relaccedilatildeo GastosPIB estaacute a crescer

Graacutefico 3Deacutefice puacuteblico com e sem recursos externos em percentagem do PIB

Graacutefico 4Diacutevida puacuteblicaPIBem percentagem

Dos dois graacuteficos acimaobserva-se (1) um elevado deacutefice das contas puacuteblicas emos d os g raacute ficos a cm a o s er va -s e 1 um e e va do d eacutefice d as c on ta s uacute c as e m

relaccedilatildeo ao PIB e queem termos e valores absolutostem aumento por efeito do cresci-mento do PIB (2) embora a diacutevida possa natildeo ser considerada elevada assimela eacutedevido agrave cobertura dos deacutefices puacuteblicos dos anos anteriores pela cooperaccedilatildeo externadando por isso uma percepccedilatildeo pouco real (fictiacutecia) da realidadeEntre 2001 e 2012entre 85 e 90 do deacutefice puacuteblico foi coberto por recursos externos

Graacutefico 5Receitasdespesasem percentagem

Graacutefico 6Recursos externosdespesas totaisem percentagemOs graacuteficos 5 e 6 revelam duas evoluccedilotildees positivasUm aumento das receitas do Estado

e um decreacutescimo da dependecircnciaSe os megaprojectos natildeo tivessem os benefiacutecios fiscaisconhecidoseste cenaacuterio poderia ser muito diferentepara melhor

Graacutefico 7Despesas totais por habitante entre 2001 e 2012 Graacutefico 8

Despesas de funcionamento (acircmbito central) de alguns oacutergatildeos centraisa preccedilos con-stantes de 2011

O Graacutefico 7 revela uma grande diferenccedila na alocaccedilatildeo de recursos por habitante As

proviacutencias com taxas de pobreza mais elevadas satildeo as que tecircm menos recursos porhabitantesendo o contraacuterio tambeacutem verdadeiro (Cidade de Maputo e Proviacutencia deMaputo) O graacutefico 8 apresenta e compara os gastos de funcionamento de acircmbitocentral entre alguns oacutergatildeos do EstadoO graacutefico dispensa comentaacuterios

Em resumo pode-se afirmar que a evoluccedilatildeo do Orccedilamento do Estadosegundo os in-dicadores seleccionadosrequere reflexotildees e ajustamentosconsiderando o crescimentodo sector puacuteblico e da massa salarial dos funcionaacuteriosVerifica-se a persistecircncia de umapoliacutetica expansiva do gasto puacuteblicoum elevado do deacutefice sem recursos externos e sinaispreocupantes do endividamento puacuteblico (quando os recursos externos natildeo satildeo contabi-lizados)Parece evidente que satildeo necessaacuterios ajustamentos da distribuiccedilatildeo dos recursosentre proviacutencias e entre os oacutergatildeos do Estado a niacutevel centralComo elemento positivoressalta-se o aumento das receitas fiscaiso que permite a reduccedilatildeo da dependecircncia doorccedilamento em relaccedilatildeo agrave cooperaccedilatildeodonativosO espaccedilo desta coluna natildeo permiteanaacutelise do orccedilamento com a ecircnfase da economia poliacutetica

Outros indicadores de importacircncia analiacutetica natildeo foram apresentados como por ex-emploa alocaccedilatildeo entre sectores de actividadea composiccedilatildeo das receitas e do finan-ciamento do deacutefice e o reflexo no orccedilamento de algumas medidas de descentralizaccedilatildeoadministrativa

A evoluccedilatildeo das contas puacuteblicas de Moccedilambique natildeo pode deixar os cidadatildeos tran-quilosA actual crise em alguns paiacuteses da Europa tem como causa proacuteximao s dese-quiliacutebrios e o mal gastar dos dinheiros dos cidadatildeos derivado de poliacuteticas expansivase eleitoralistas no quadro das lutas partidaacuterias e de defesa dos poderesagrave custa e emprejuiacutezo dos cidadatildeosdas empresas e da economia

ndash c on sid era Grup o M occedil am bi ca no da Diacutevid a so br e o a ct ua l n iacutevel de d iacutevid a p uacuteb li ca

A organizaccedilatildeo mais conhe-cida em mateacuteria de mo-nitoria da diacutevida puacuteblicaem Moccedilambiqueo Grupo

Moccedilambicano da Diacutevida (GMD)co-mentou ao SAVANA o alarme que oTe Economist Intelligent Unit (EIU)

fez soar recentemente sobre a novaespiral de endividamento que o Go-verno moccedilambicano estaacute a seguirde- pois do oxigeacutenio que as contas puacuteblicasreceberam na sequecircncia da Iniciativade Aliacutevio da Diacutevida dos Paiacuteses Alta-mente Endividados (HIPC)haacute cercade 10 anos Para Humberto Zaqueu oficial deadvocacia do GMDa actual lideran- ccedila do paiacutes estaacute ldquoa armadilharrdquo Mo- ccedilambique numa futura asfixia finan-ceira que vai impedir investimentosimportantes em aacutereas essenciais comoa sauacutedeeducaccedilatildeo e abastecimento deaacutegualdquoOs nossos poliacuteticos natildeo resistemquando vecircem dinheiro eacute irrisoacuterioeste despesismo para o luxoVamos aChinaporque eles natildeo exigem requi- sitos natildeo se importam se vais com- prar armas para reprimir o teu povordquoconsidera Humberto Zaqueusobre orecurso ao dinheiro chinecircs apontadocomo um dos novos credores de peso de Moccedilambique

Justi1047297ca-se o alerta do EIU sobre oactual ritmo de endividamento doEstado moccedilambicanoDefinitivamente sim justifica-se enoacutescomo GMDtemos vaacuterios tra-balhos feitos e alguns em cursoquemostram uma tendecircncia de um novopadratildeo preocupante de endivida-mento Como GMDas pessoas en-quadram-nos num acircngulo de anaacutelisee de visatildeo sobre a diacutevida mais socialenquanto o Governo tem uma visatildeomais economicista da questatildeo OGoverno baseia as suas decisotildees so-bre a diacutevida em caacutelculos e indicado-res elaborados conjuntamente como Fundo Monetaacuterio Internacional(FMI) e Banco Mundial (BM)emraacutecios da diacutevida sobre exportaccedilotildeese serviccedilo da diacutevida sobre o Produto

Interno Bruto (PIB) e essa relaccedilatildeomostra que a diacutevida de Moccedilambiqueeacute sustentaacutevelao niacutevel dos nuacutemerosMas se for ver a dinacircmica dos pres-supostos que sustenta os tais raacuteciosque eacute a induacutestria extractiva e os me-gaprojectos que natildeo deixam nadapara Moccedilambiqueou pouco deixampara Moccedilambique entatildeo a partirdesse princiacutepioe stes raacutecios satildeo en-ganadores O nosso Governo estaacute abasear-se numa ldquorealidaderdquoirrealista

Quer dizer que os alicerces sobre osquais o Governo assenta a decisatildeode recorrer a um alegado endivida-mento excessivo natildeo satildeo con1047297aacuteveisO mecanismo de transmissatildeo da-queles raacutecios para a economia real deMoccedilambique eacute muito fraacutegil a basede redistribuiccedilatildeo da renda eacute muitoteacutenue O Governo radica o seu op-timismo em relaccedilatildeo agrave contrataccedilatildeo dadiacutevida a preccedilos elevados em pressu-postos irrealistas porque considera

um grande crescimento da economiaatraveacutes da induacutestria extractiva a umritmo acelerado Isso eacute claramenteilusoacuterio porque a induacutestria extrac-tiva beneficia de tantas isenccedilotildees oemprego gerado eacute limitadiacutessimo Jaacutetemos informaccedilotildees que apontam queo que os megaprojectos declaramcomo facturaccedilatildeo estaacute muito abaixoda real facturaccedilatildeoUsam esse esque-ma para acederem a isenccedilotildees unsconseguiram que o Estado lhes as-segurasse apenas 16 por cento sobreos seus rendimentosoutros natildeo maisde metade quando pela legislaccedilatildeotinham de pagar 32Eacute infantil pensar que a Vale ou outromegaempreendimento qualquer vaidinamizar a economia ao ponto depagar o niacutevel de diacutevida que o paiacutes estaacutea acarretarEstamos a ser confronta-dos com decisotildees politicamente to-madas que natildeo tecircm nada a ver comracionalidade econoacutemicaUm poliacute-tico menos informadoquando ouvedizer que o paiacutes estaacute a descobrir re-cursos naturaisfica na ilusatildeo e tomadecisotildees com fonte nessa ilusatildeoMasalguns politicamente mais prepara-dos em termos econoacutemicos tecircm tidoa sensatez de dizer acutetenham cuidadoo que vai acontecer na economia realnatildeo satildeo os nuacutemeros que estatildeo a serinvestidos pelas multinacionais natildeo

vale a pena pensa r que a induacutestriaextractiva vai gerar benefiacutecios para opaiacutes de hoje para amanhatilde`A expectativa menos remota eacute queesses projectos gerem benefiacutecios in-directos impulsionando alguma ho-telaria e turismoa agricultura pode

vir a beneficiar um pouco esse eacute oalerta que tem sido deixado pelospoliacuteticos mais informados tecnica-mente porque o caminho eacute longo eincertoInfelizmente os poliacuteticos menosinformados soacute vecircem o lado do in-

vestimento que eacute uma fantasia eacuteerradocomo vimos no iniacutecio com aMOZALque fez disparar o PIB aniacuteveis galopantese estaacute a aconteceragora com a Vale e a Rio Tintocomavultados investimentos mas sem

impacto sobre a economiaQuando se analisam os raacutecios usadospelo Governo na sua corrida ao en-dividamentoeacute faacutecil vecirc-se que estatildeoa diminuir enquanto a diacutevida estaacutea subirE statildeo a meter o paiacutes numaarmadilha econoacutemicacujo resultadoeacute esteagora estamos bem perto dosseis biliotildees de doacutelares em termos dediacutevidao niacutevel do HIPChaacute cerca de10 anos

E natildeo passa muito tempo desdeesse niacutevel de diacutevida impagaacutevelhellipNaquele tempo foi em condiccedilotildeesmais ligeiramente favoraacuteveis por-que eram maioritariamente diacutevidasconcessionais de credores bilateraisou sejade paiacutes para paiacutescom ta-

xas de juro ligeiramente acima dasconcessionais mas com periacuteodos dereembolso longos e as outras erammultilaterais com uma taxa de juromais baixa proacutexima de zero e comperiacuteodos de graccedila de 10 a 20Por ou-

tro lado as diacutevidas antes do HIPCforam contraiacutedas em periacuteodos com-parativamente mais longosmais oumenos em duas deacutecadase as actu-ais estatildeo a surgir a um ritmo acele-rado Depois do HIPC natildeo passammuitos anos e estamos perto do picohistoacuterico de cerca de seis biliotildees dedoacutelares

Banca sanguessugaO dinheiro chinecircs eacute mais caroO que se vecirc no recurso a esse di-nheiro eacute que estaacute a ser contratadoa um ritmo muito acelerado e emcondiccedilotildees muito desfavoraacuteveis OEXIMBANK(banco estatal chinecircsde creacutedito externo) empresta dinhei-ro com periacuteodos de reembolso muitocurtospara aiacute 10 anos periacuteodo degraccedila quase nulo e a taxa de juro estaacutebem perto da taxa de mercadoParao contexto do mercado moccedilambica-no10 por cento podem natildeo parecerexcessivos porque a nossa banca co-mercial cobra entre 10 a 12 por centomas essa eacute uma banca de sanguessu-gasporque 10 por cento satildeo proibiti-

vosOs mesmos bancos sul-africanosque caacute cobram issona Aacutefrica do Sulembolsam juros mais suavess abembem que a taxa real de empreacutestimosna Aacutefrica do Sul natildeo passa cinco porcentomas em Moccedilambique aplicam10 ou acima dissoPortanto quandofazemos uma anaacutelise cruzadavemosque a taxa real exigida pela China eacutede banca comercial a taxa de mer-cadocom periacuteodos de graccedila nulos ede desembolsos muito curtosisto vaidesgraccedilar o paiacutesO mais triste eacute que natildeo se compre-ende o recurso a fontes de finan-ciamento tatildeo lesivas aos interessesdo Estado moccedilambicanoporque ostradicionais doadores ainda cobreme ajudam a combater o deacutefice orccedila-mental Temos um orccedilamento comum deacutefice meacutedio de 40 por cento eacuteuma cifra realmente maiormas osdoadores comprometeram-se a de-sembolsar para este anopor exem-plocerca de 700 milhotildees de doacutelares

em apoio directo ao Orccedilamento Ge-ral do EstadoA ajuda externa jaacute estaacuteproacutexima senatildeo capaz de eliminar odeacutefice A pergunta entatildeoeacute porqueessa azaacutefama com o creacutedito chinecircsO que conseguimos perceber eacute quehaacute uma ilusatildeo da nossa ala poliacuteticase se tratasse de comidadiria gulaosnossos poliacuteticos natildeo resistem quando

vecircem dinheiro haacute despesismo Va-mos a china porque natildeo exigem re-quisitos se vais comprar armas parareprimir o teu povo natildeo se impor-tamAgrave Chinao que interessa eacute ga-rantir que o seu creacutedito seraacute pago porcontrapartidas como petroacuteleo dia-mantes carvatildeohellipqualquer dia Mo-ccedilambique ainda hipoteca o seu car-

vatildeopara pagar o que deve agrave ChinaNeste momentoa China natildeo colocaobstaacuteculos no acesso ao seu dinheiro

Mas o Governo justi1047297ca o recursoao endividamentocom o imperati- vo de infra-estruturashellipMas tem de haver prudecircncianatildeo voudeixar de criticar o uso que se faz dodinheiro puacuteblico edifiacutecios puacuteblicos

a serem construiacutedos mas entre fo-mentar a produccedilatildeo interna de arrozque cobre em apenas menos de cincopor cento a procura interna e deixa95 por cento para as importaccedilotildees eos edifiacutecios puacuteblicos e carros de luxopara a elite administrativa do paiacutesqual deve ser a prioridade Eacute oacutebvioo despesismo de luxo algum capri-cho puacuteblico ateacuteporque a fonte dodinheiro eacute faacutecilEste endividamentonatildeo vai para a produccedilatildeose fosse paraas vias de acessocompreendia-se

O EIU diz que o actual serviccedilo dadiacutevida jaacute eacute 40 por cento do PIB Eacutepossiacutevel chegar ao colapso que nosempurrou para o HIPCO risco imediato de natildeo conseguirpagar a diacutevida puacutebica pode natildeo serdaqui a cinco ou 10 anosmas numfuturo breve a capacidade do Esta-do fazer investimentos importantese estrateacutegicos vai reduzir Comeccedilaraacutea faltar dinheiro para a sauacutede edu-

caccedilatildeo e agricultura Esses sectoresessenciais vatildeo ressentir-se e muitoAteacute ao ano passadoa educaccedilatildeo tinhaum fundo para o vector da educaccedilatildeouniversal e Moccedilambique beneficioudurante cinco anos dessa verbamasacabou e soacute uma intervenccedilatildeo de uacutelti-ma hora do Banco Mundial permitiuum socorro de 50 milhotildees de doacutelaresA necessidade de alocar mais fundospara as aacutereas prioritaacuterias natildeo vai mu-darno entantoa capacidade de fi-nanciaacute-los pode retrair-seA reduccedilatildeode alguns fundos pode ser uma rea-lidademas que natildeo seja por isso quese vaacute justificar a corrida ao dinheirochinecircs porque a reduccedilatildeo dos apoiosdos tradicionais parceiros eacute ainda po-tencial os dadores continuam a darao ritmo programadoO que chama a atenccedilatildeo na relaccedilatildeocom os tradicionais parceiros eacute o re-forccedilo dos condicionalismos haacute umcondicionalismo que nem eu consi-dero sustentaacutevelo princiacutepio da tran-che variaacutevel Os doadores datildeo emparcelas o Governo tem de mostrarresultados convencer para tirar mais25 por cento mas tem sido muitotarde e isto compromete a execu-ccedilatildeo completa dos doadores na pers-pectiva de resultadosPor issoelesapostam no financiamento ao fundocomum em que eles mandam a suamissatildeo mandam uma equipa teacutec-nica para ver se as ambulacircncias quefinanciaram foram compradas por-que quando o apoio eacute directamenteao Orccedilamento do Estado eles natildeotecircm essa prerrogativaHaacute esta ten-decircncia de reduccedilatildeo do apoioporquea tranche variaacutevel estaacute a ser difiacutecil derespeitarmas no geralcontinuamoscom os doadores cometidos com osdesembolsosa uacutenica coisa eacute que natildeoestamos a aguentar com os condicio-nalismos cuja imposiccedilatildeo quanto amim justifica-se Quando dinheirospuacuteblicos satildeo usados para comprarmaacutequinas de barbear e outros malescomo os desvios no Ministeacuterio daEducaccedilatildeo entatildeo aperta-se o desem-bolsoe a alternativa eacute o dinheiro su-postamente faacutecil da Chinapara coi-

sas como o negoacutecio dos naviosComo dinheiro dado pelos novos credo-respode estar a fazer-se alguma coi-samas natildeo haacute optimizaccedilatildeo Que asdiacutevidas mobilizem a produccedilatildeodevernatildeo eacute maucontrair uma diacutevida parabeber sem capacidade eacute um crimemorala natildeo ser que tenha capacida-de de pagamentoSe se atingisse essepico de endividamentopara finan-ciar infra-estruturas essenciais natildeoestaacutevamos aqui a criticar

Haacute tambeacutem uma apreensatildeo com oendividamento internoEstamos a criar este cenaacuterio Elescriam condiccedilotildees para que o paiacutes vivaessa situaccedilatildeoE sses casos de corrup-ccedilatildeo que satildeo frequentemente relata-dos deixam os doadores pessimistase se sintam obrigados a impor condi-cionalismos que retardam a chegadade verbas e a multiplicaccedilatildeo de mis-sotildeesA hipoacutetese Chinaagraves vezeslevao seu tempo e o resultado eacute o deacutefice

na tesouraria que justifica emissotildeesde diacutevida interna provocadas pelodeacutefice na tesouraria Satildeo diacutevidas decurto prazomas criam uma enormepressatildeo porque o Governo tem depagar e eacute mais penosoporque eacute nosbancos comerciaisdado que mais de80 por cento dos moccedilambicanos natildeopagam sequer o seu consumo baacutesicologo natildeo compram as obrigaccedilotildees detesouro que o Estado lanccedila para sefinanciarQuem compra a diacutevida doEstado satildeo os bancos comerciaisquepreferem comprar tiacutetulos do Go-

verno porque o Governo nunca vaiagrave falecircncia natildeo precisa de hipotecasmas essas operaccedilotildees estatildeo a prejudi-car o investimentoIsso tudo porque

se criam cenaacuterios de desconfianccedilaque tornam moroso o financiamentotradicional que vem do exterior Oendividamento internopara finan-ciar a reconstruccedilatildeo por danos provo-cados pelas calamidades naturaisporexemplo entende-se eacute um recursode emergecircncia o Governo tem derecorrer a fundos excepcionais masgrande parte eacute deacutefice de tesouraria

Brasil e IacutendiaCentrou-se na China mas fala-sede outros novos credores Comoolha para o per1047297l do creacutedito do Bra-sil e da IacutendiaEles tambeacutem impotildeem condiccedilotildeesmais ou menos proacuteximas do mer-cadomas China eacute China Brasil eacuteBrasil e Iacutendia eacute IacutendiaEles natildeo tecircmcaracteriacutesticas similiaresnatildeo falam amesma liacutengua eacute por isso que o Go-

verno moccedilambic ano natildeo os conse-gue enquadrar na mesma plataformacomo acontece com os Parceiros deApoio Programaacutetico (PAP) Elesnatildeo tecircm procedimentos e caracteriacutes-ticas iguaissatildeo todos eles diferentesO Brasil natildeo daacute dinheiro natildeo eacute sua

vocaccedilatildeo dar directamente dinheirooseu dinheiro eacute em forma de assistecircn-cia teacutecnicase precisas de um teacutecnicoeles trazem o especialistaque traz oconhecimento de que carecesA si-tuaccedilatildeo amarga eacute que o Brasil eacute umcentro de financiamento de projectos

privados que estatildeo a entrar em Mo-ccedilambiquealguns deles como a Valemuito contestados sob o ponto de

vista socialO Brasil dispotildee de linhasde financiamento e paga o segurodos investimentos das suas empresaseacute vocaccedilatildeo do Brasil apoiar grandesprojectos Jaacute a China categoriza osseus devedoresna primeira catego-ria mete os que podem pagar direc-tamente com petroacuteleo ou diamantese paiacuteses como Moccedilambique estatildeo nacategoria trecircsque pagam o dinheirocom dinheiroNos mapas de amorti-zaccedilatildeo da diacutevida de Moccedilambiquequeestatildeo no Ministeacuterio das Financcedilasestaacute laacute que Moccedilambique paga comdinheiro os creacuteditos chinesesMas eacuteuma situaccedilatildeo mista porque o creacutedi-to chines tambeacutem tem laacute um poucodo modelo brasileiroatraveacutes da pre-senccedila em Moccedilambique de empresaschinesas financiadas pelo dinheirodo Estado chinecircs Cada paiacutes tem oseu modelo de financiamento

Humberto Zaqueu o cial de advocacia do GMD

N a

iacute t a U s s e n e

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16 Savana 18-10-2013PUBLICIDADE

A sensivelmente cinco jor-nadas do fim do Moccedilam-bola o presidente da LigaMoccedilambicana de Futebol

(LMF) Alberto Simango Juacutenioraceitou fazer uma breve radiogra-fia da prova e de forma categoacutericagarante haver condiccedilotildees objectivaspara que a verdade desportiva pre- valeccedila Simango diz ainda natildeo ser verdade que a Liga Muccedilulmana es-teja a ser protegida pela arbitragemSeguem os excertos mais relevantesda conversa

Que avaliaccedilatildeo faz das primeirasoito jornadas da segunda volta doMoccedilambola-Faccedilo uma avaliaccedilatildeo positiva namedida em que o certame estaacute a de-correr dentro do previsto Tem sidobastante competitivo e os resultadosfalam por si Na primeira volta ha- via equipas que tinham muito gaacutesmas comeccedilaram a perder forccedilasnesta fase o que eacute normal porqueo Moccedilambola eacute uma prova de re-gularidade Conta-se mais comoa equipa termina a prova do quecomo comeccedila Jaacute fizemos dois terccedilosdo campeonato estamos num bom

caminho e a qualidade estaacute semprea subir Jaacute temos campeatildeo no Moccedilambola-As equipas que estatildeo agrave frente tudofazem para ganhar mas a luta eacutemuito renhida no meio da tabelaclassificativa e essas formaccedilotildees tudofazem para amealhar mais pontose quiccedilaacute evitarem a despromoccedilatildeo Eacuteuma prova de surpresa porque ateacutehoje a questatildeo da conquista do tiacute-tulo continua em aberto emborahaja um clube que avanccedilou bastantena pauta classificativa Pelo menosexistem trecircs a quatro clubes que lu-tam pela conquista do campeonato eisso eacute significativo

Sr presidente ainda continuam osdesacatos e vandalismo nos recintosdesportivos Como acabar com estatriste realidade-A situaccedilatildeo vai sendo paulatina-mente resolvida mas sinto queprecisamos de fazer um trabalho deeducaccedilatildeo ciacutevica por forma a que osclubes comecem por sua vez a tra-balhar com os seus adeptos porquea atitude de arremessar garrafas eoutros objectos para o interior docampo eacute simplesmente condenaacutevelO apelo que faccedilo eacute que natildeo bastaaprovarmos medidas haacute sim queprivilegiarmos a prevenccedilatildeo haacute ne-cessidade de as pessoas terem de

abandonar essas praacuteticas e prima-rem pelo fair playNatildeo acha que a maacute actuaccedilatildeo dos aacuter-bitros leva os adeptos a optarem poressa via o arremesso de garrafaspor exemplo-Eacute normal que haja contestaccedilatildeo daarbitragem isso faz parte de futebolEm qualquer parte do mundo ou- vimos falar de situaccedilotildees do geacuteneromas noacutes estamos a trabalhar com aCNAF e todas as semanas quandonecessaacuterio fazemos um trabalho desensibilizaccedilatildeo para aleacutem da avalia-

Eacute impossiacutevel t ermos Liga fort e com c lubes f racosfinanceiramente-Defende Albert o Simango Juacutenior da LMF

Por Paulo Mubalo

ccedilatildeo do desempenho dos aacuterbitrosO que se nota eacute que os aacuterbitros quecomeccedilam a pocircr em causa a verda-de desportiva estatildeo a ser punidosexemplarmente e isso eacute que incen-tivamos agrave CNAF porque eacute precisodefendermos o futebol de atitudese apetites inconfessaacuteveis de certosgrupos

Julga que a Liga Muccedilulmana estaacute aser bene1047297ciada pela arbitragem ouestaacute a ser viacutetima da sua grandeza- Duvido muito que a Liga Muccedilul-mana esteja a ser beneficiada duvi-

do muito que esse pronunciamentocorresponda agrave verdade A minhapercepccedilatildeo eacute que muitos clubes jaacutebeneficiaram de penaltes jaacute benefi-ciaram de erros de arbitragem Emsegundo lugar jaacute expliquei que osque tentam fabricar resultados estatildeoa ser punidos Eu natildeo vejo as coisasde forma particularizada todos osaacuterbitros podem errar em qualquer jogo que sejaO que a LMF pensa fazer parasalvaguardar a verdade desportivamormente nas derradeiras jorna-

das-Bem como tem sido habitual paraaleacutem do trabalho que temos vindoa realizar as uacuteltimas trecircs jornadasseratildeo disputadas no mesmo dia e agravemesma hora tendo em conta os in-teresses e objectivos de cada clubenessa fase Teraacute que ser assim ateacuteporque isso jaacute consta do nosso re-gulamento Satildeo partidas susceptiacuteveisde mudar a pauta classificativaHaacute treinadores que acusam a LMFde estar a coartar as suas liberdadesusando para tal puniccedilotildees Quer co-

mentar-A puniccedilatildeo faz parte da nossa estra-teacutegia de governaccedilatildeo noacutes natildeo fomoseleitos para natildeo respeitar os regula-mentos e estatutos Os dirigentestreinadores e clubes devem ter umaforma de estar natildeo podem aceitar vilipendiar quem quer que seja empraccedila puacuteblica natildeo podem atentarcontra a geacutenese do clube haacute que terforma e modo de falar Eacute importan-te que as pessoas percebam que aLiga eacute um dos clubes por isso de-fendemos que as pessoas se pronun-ciem com eacutetica que saibam falar Os jovens inspiram-se nos treinadores e jogadores pelas boas praacuteticas e natildeo

pelos insultos por isso tomamosmedidas contra os prevaricadores econtinuaremos a primar por essesprinciacutepios porque queremos umcampeonato satildeo e de disciplinaHaacute condiccedilotildees 1047297nanceiras para queo Moccedilambola termine sem muitosalaridos-Bem como nunca disse que natildeohavia o que posso dizer eacute que tudoestaacute sendo feito para que terminesem qualquer natureza de sobres-saltoPelos vistos a LMF continua a go-

zar de muita credibilidade junto dosparceirosQue trunfo usa para conseguir osseus intentos-O maior segredo eacute o trabalho eacutea nossa dedicaccedilatildeo e credibilidadeNoacutes fazemos de tudo para que ainstituiccedilatildeo seja crediacutevel Somos fieacuteisagrave prestaccedilatildeo de contas e gestatildeo cri-teriosa E por fazermos isso temosum caminho andado trabalhamos365 diasano agrave volta deste projectoEstes pressupostos todos nos levama conseguirmos bons resultados

Como avalia a expulsatildeo de Dia-mantino Miranda do paiacutes-A atitude dele foi de indisciplinagrave ele excedeu na forma comofalou Soacute queria lamentar e apelarpara que situaccedilotildees desta naturezanatildeo voltem a acontecer no nosso fu-tebol Ningueacutem estaacute no futebol paraarranjar problemas cada um tem oseu nome e deve ser chamado poresse nome natildeo podemos chamar aalgueacutem por um nome que natildeo o dig-nificaE a terminarhellip-O apelo que faccedilo eacute um convitequero convidar mais parceiros para

investirem no desporto e no futebolem particular porque atraveacutes do fu-tebol a imagem dos seus produtoschega mais longe Natildeo eacute possiacutevelfazermos a Liga forte com clubesfracos financeiramente Precisamosmais para as nossas equipas mascom a forma como estamos a tra-balhar acredito que a curto prazoteremos os nossos representantes aconseguirem bons resulatados emcompeticcedilotildees internacionais Masfoi bom porque a Liga Muccedilulmanachegou muito longe nas afrotaccedilas

A expulsatildeo do treinadordo Costa de Sol Dia-mantino Miranda poralegados insultos agrave na-

ccedilatildeo no final de jogo realizadocontra o Vilankulo estaacute a divi-dir opiniotildees dos moccedilambicanosCom efeito enquanto alguns ci-dadatildeos ouvidos pelo SAVANAdefendem que a medida tomadapelo Ministeacuterio do Trabalho eacute justa outros dizem ter havidoprecipitaccedilatildeo por parte daquelainstituiccedilatildeo

Para Martinho Vaz estudan-te de direito da UniversidadeSatildeo Tomaacutes de Moccedilambique(USTM) o teacutecnico Diamanti-no Miranda perdeu respeito aosmoccedilambicanosldquoNa minha humilde opiniatildeoconsidero ser grande insultopara os moccedilambicanos proferiraquelas palavras na esfera puacutebli-ca Se fosse num foacuterum privadopoderia compreender porquemuita gente natildeo havia de saberEle passou dos limites mesmo

Expulsatildeo de Diamant ino M iranda di vide opiniotildeesse fosse no seu proacuteprio paiacutes eles natildeohaviam de ponderar essas brincadei-ras Aliaacutes ateacute porque ele vai servir deexemplo para os outros estrangeirosque vecircm ao paiacutes e satildeo bem tratadose meia-volta comeccedilam a maltrataros proacuteprios moccedilambicanosrdquoPara Manuel Muianga tambeacutemestudante de direito da mesma uni- versidade a expulsatildeo do treinadorDiamantino Miranda eacute absurdaldquoEle chamou os moccedilambicanos deladrotildees e isso para mim natildeo eacute novi-dade porque existem muitos treina-

dores ateacute estrangeiros que insultamdentro e fora de campo mas nuncaforam expulsos do paiacutesrdquoldquoNa minha opiniatildeo o Ministeacuterio de Trabalho devia retirar-lhe a licenccedilade trabalho numa primeira fase en-quanto investiga o caso em sumadevia ser mais cauteloso nesta ma-teacuteriardquo observouEnquanto isto Arnaldo Albertoestudante de Ciecircncias Sociais daUniversidade Eduardo Mondlane(UEM) explicou que o caso Dia-mantino Miranda virou tema de

conversa a niacutevel da sua faculdadeEle entende que a medida tomadapelo Ministeacuterio de Trabalho em ex-pulsar o treinador para fora do paiacuteseacute correcta ldquoEu considero como umamedida certa porque ningueacutem podeestar num paiacutes do outro e passar a vida a proferir insultos contra os do-nos do proacuteprio paiacutes Eu acredito quese fosse um treinador moccedilambicanoa fazer o mesmo no paiacutes deles ou emqualquer outro teria sanccedilotildees do geacute-nerordquo anotou o estudantePara Rafael Ernesto comerciante

e adepto da selecccedilatildeo nacional osldquoMambasrdquo o Ministeacuterio do Traba-lho tomou a medida correcta porqueo teacutecnico portuguecircs estava habitua-do a insultar os jogadores de formairresponsaacutevelldquoFoi uma boa medida porque paraaleacutem de jogadores tambeacutem insultoutodos os moccedilambicanos e gostariaque ele natildeo voltasse mais ao nossopaiacutesrdquo Tumar Cumbula empresaacuterio pre-cisou ldquoa atitude do Ministeacuterio foiboa noacutes natildeo podemos admitir es-

sas brincadeiras no nosso paiacutesporque o que ele fez se fosse naAmeacuterica seria preso mas aquiteve sorte Ele foi mais longedemaisrdquo rematou o empresaacuterio Jaacute o advogado Roberto Macha- va precisou ldquohouve um poucode exagero por parte do Mi-nisteacuterio do Trabalho porque haacutemuitas pessoas que falam malnos cafeacutes nos centros de recre-accedilatildeo entre outros mas natildeo satildeoexpulsas do paiacutesAjuntando ldquoa expulsatildeo de um

indiviacuteduo do paiacutes natildeo deve serassim devia haver um moti- vo forte O que poderia fazer oMinisteacuterio do Trabalho era to-mar medidas processuais numaprimeira fase enquanto procuraouvir a outra parte E penso queno seio da proacutepria Liga Mo-ccedilambicana de Futebol e Fede-raccedilatildeo Moccedilambicana de Futeboldeveriam existir alguns espe-cialistas para defender este tipode assuntosrdquo precisou Zaqueu

Massala

Alberto Simango Juacutenior presidente da LMF

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17Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

A TALHE DE FOICEPor Machado da Graccedila

A notiacutecia que me chegou jaacute temmais de um mecircs mas natildeo per-deu infelizmente actualidade

Segundo a Kazinform (provavelmenteuma agecircncia de informaccedilatildeo) um aviatildeoMig 21 num voo de teste depois deuma reparaccedilatildeo incendiou-se ao ater-rar no aeroporto de Bakeu na Romeacute-nia em finais de Agosto passadoMas o mais interessante da notiacutecia eacuteque ela afirma que o aviatildeo sinistradopertencia agrave Forccedila Aeacuterea Moccedilambica-naFiquei assim a saber que a nossa ForccedilaAeacuterea adquiriu pelo menos um aviatildeode combate Mig 21 Mas muito pro- vavelmente adquiriu mais do que umE deve ter adquirido nos saldos emsegunda matildeo porque esse modelo deaviatildeo deixou de ser fabricado em 1985A proacutepria Romeacutenia estaacute a substituir osque ainda tem por aviotildees modernos ese calhar vendeu-nos ao desbarato os velhinhos Mig 21 que para laacute tem E

a avaliar pela notiacutecia o resultado natildeofoi bomComentando a notiacutecia com um cole-ga nomeadamente sobre a razatildeo paraMoccedilambique precisar desse tipo dearmamento o colega disse-me que natildeoeacute soacute isso que estaacute a acontecer Pelo con-traacuterio segundo ele teratildeo sido desem-barcados na Beira tanques de guerrae ao porto de Maputo continuam achegar grande quantidade de viaturasmilitaresOra a pergunta que tem que ser feitaeacute Natildeo tendo o nosso paiacutes conflito comnenhum dos seus vizinhos antes sen-

do excelente a relaccedilatildeo com todos eles

para que precisamos noacutes de todos essesinstrumentos mortiacuteferosE a resposta infelizmente soacute pode serque se natildeo satildeo para usar contra ini-migos externos satildeo para usar dentrodo paiacutes Falando com mais crueza satildeopara matar moccedilambicanos Temos portanto um Governo que

passa a vida a condenar os discursosbelicistas da Renamo e a proclamar oseu enorme amor agrave Paz mas por por-tas e travessas vai comprando armasde guerra para uso em terra e no arUm Governo que natildeo tem dinheiropara pagar decentemente a meacutedicosenfermeiros e professores que natildeo temdinheiro para comprar medicamentospara os hospitais nem material escolarnomeadamente carteiras mas que temdinheiro para comprar aviotildees bombar-deiros e tanques de guerra para matar

moccedilambicanosComeccedila por outro lado a ser maiscompreensiacutevel o impasse que continuanas sessotildees do ldquodiaacutelogordquo entre o Gover-no e a Renamo Muito provavelmentetrata-se apenas de manter a situaccedilatildeoestacionaacuteria nesta paz-podre agrave esperaque chegue ao paiacutes todo o armamentocomprado no exterior para depois im-por uma soluccedilatildeo militarO que pode ser uma peacutessima escolhacomo bem poderia explicar o general vietnamita Vo Nguyen Giap recente-

mente falecido

Armas

pecuacuteliosOra para dispor sem restriccedilotildees do pecuacutelio ou

cuacutemulo de activos ndash nervo da poliacutetica e da guerraconforme aprenderam em longos anos de combateos vencedores da guerra civil angolana ndash importadispor de imagem impoluta e agir sem constrangi-mentos ou ameaccedilas legaisO risco de processos judiciais inquinando a ima-gem de pessoas e do estado eacute altamente prejudicialaos equiliacutebrios de poder em Luanda e ao presi-dente cabe atalhar a direito sempre que a ameaccedilaronde os mais proacuteximos e influentesA provaacute-lo estatildeo o ldquoAngolagaterdquo envolvendo gen-te da alta roda poliacutetica e negocista francesa pela venda ilegal de armas sovieacuteticas a Luanda entre1993 e 1995 ou o reconhecimento no ano pas-sado nas paacuteginas do ldquoFinancial Timesrdquo por ManuelVicente Kopelipa e o general Leopoldino Fragosodo Nascimento da sua participaccedilatildeo na ldquoNazaki Oilamp Gasrdquo que se associou em 2010 agrave ldquoCobalt Inter-national Energyrdquo de Houston para a exploraccedilatildeo daconcessatildeo dos blocos petroliacuteferos 9 e 21Voltaraacute a correr o marfimEduardo dos Santos jaacute afastou Marcolino Mouco Joatildeo Lourenccedilo ou Fernando Nandoacute e cerceou am-biccedilotildees de outros putativos sucessoresNo pinaacuteculo do poder Eduardo dos Santos con-tudo natildeo tem ainda assegurado que a sua sucessatildeopossa vir a garantir a perservaccedilatildeo do justo pecuacutelioe a rede de influecircncias poliacuteticas de interesses patri-moniais de associados e familiaresAacuterbitro e decisor em derradeira instacircncia opresidente de Angola tem consequentemente detomar posiccedilatildeo e assumir atitudes para provar queacima de tudo defenderaacute os interesses da cuacutepulado poder e dos negoacutecios as ldquoelites capazesrdquo quetanto lhe devemMexe com poder eacute poliacutetico portanto o conten-cioso e ao mais alto niacutevel o estado angolano vecircmexigindo desculpas e reparaccedilotildees puacuteblicas que porconstrangimento legal os governantes portu-gueses natildeo podem expressarRui Machete disse em puacuteblico o que apenas po-deria aventar em privado e gerou tamanha contro- veacutersia interna que acabou bloqueando a diploma-cia e dando pretexto agrave ruptura ansiada em LuandaPara o resto o que Machete em puacuteblico natildeo dissemas se sabe agrave boca pequena eacute que bastaraacute a justiccedilaportuguesa continuar inane e ineficaz manter-seigual a si proacutepria para tudo acabar em aacuteguas debacalhau e voltar a correr o marfim

Jornalista barradasjoaocarlosgmailcom

httpmaneatsemperblogspotpt Top of Form

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Aacute rbitro e decisor em derradeira instacircnciao presidente de Angola tem consequen-temente de tomar posiccedilatildeo e assumiratitudes para provar que acima de tudo

defenderaacute os interesses da cuacutepula do poder e dosnegoacuteciosSatildeo literalmente laquoincompreensotildees ao niacutevel dacuacutepularaquo que levam Joseacute Eduardo dos Santos a de-nunciar o acordo de princiacutepio acertado em 2010em Luanda com Cavaco Silva para o desenvolvi-mento de uma parceria estrateacutegica luso-angolanaA indefinida e adiada parceria deveria servir parareforccedilar a cooperaccedilatildeo estado a estado promovercontactos e projectos bilaterais entre instituiccedilotildeesempresas privadas e cooperativas aleacutem de facilitara circulaccedilatildeo de pessoas bens e capitaisApesar das aplicaccedilotildees financeiras em Portugalterem continuado a processar-se a bom ritmo ndashsobretudo nas telecomunicaccedilotildees energia e bancandash legitimando a riqueza receacutem-acumulada dosinvestidores angolanos uma questatildeo poliacutetica in-

quinou a relaccedilatildeoInvestigaccedilotildees judiciais sobre altas personalidadescomo o procurador-geral Joatildeo Maria de Sousa oministro de estado e da coordenaccedilatildeo econoacutemicaManuel Vicente ou o general Manuel HeacutelderVieira Dias laquoKopeliparaquo ministro de estado e chefeda casa militar do presidente nunca foram trava-das pelo poder executivo ndash laquoao niacutevel da cuacutepularaquo SBento e Beleacutem ndash como ainda acabaram tornadaspuacuteblicasA deploraacutevel vergonhosa e ilegal praacutetica de fugasde informaccedilatildeo e violaccedilatildeo reiterada do segredo de justiccedila no DCIAP deu pretexto a criacuteticas de ar-ticulistas e poliacuteticos de Luanda sobre difamaccedilatildeo eintimidaccedilatildeo de cidadatildeos angolanos e a perversatildeodo estado de direito em PortugalO presidente das elites capazesManuel Vicente anunciou em Maio do ano pas-

sado que o investimento de estado em Portugaldeixara de ser prioritaacuterio jaacute que importava privile-giar o mercado angolanoA participaccedilatildeo da ldquoSonangolrdquo no BCP visando acriaccedilatildeo de uma plataforma financeira para suportaro crescimento da empresa fora um dos objectivosatingidos numa fase inicial que apostara forte emPortugal e referia tambeacutem Vicente convinha di- versificar as aplicaccedilotildees directas do estadoAo capital privado caberia assim definir opccedilotildeesde investimento em Portugal e de parcerias emAngola com empresas lusas mas na realidade aimbricaccedilatildeo da elite de negoacutecios e da elite do poderem Luanda eacute tal que a distinccedilatildeo acaba por ser ir-relevanteEacute essa a razatildeo que sustenta as tiradas nacionalistasno discurso de Eduardo dos Santos agrave AssembleiaNacional sobre o Estado da Naccedilatildeo denunciandoa injusticcedila de empresas e bancos estrangeiros queldquolevam biliotildeesrdquo de Angola ao mesmo tempo queLuanda vecirc serem qualificadas como corruptas assuas ldquoelites capazesrdquo que tecircm amealhado justos

Angola cortar a direitoPor Joatildeo Carlos Barradas

A notiacutecia de que a Ruacutessia concedeu asilo tem-poraacuterio a Edward Snowden eacute geralmentediscutida no contexto dos potenciais efeitosda decisatildeo sobre as relaccedilotildees russo-america-

nas Sem duacutevida o caso Snowden desencadeou umaseacuterie de efeitos adversosLevando em conta as revelaccedilotildees do ex-agente da CIApromotores russos estatildeo investigando os serviccedilos do

Google e do Facebook na Ruacutessia As autor idades sus-peitam que ambos violem os acordos internacionaissobre a proteccedilatildeo de dados pessoaisO avanccedilo dessa situaccedilatildeo ameaccedila originar uma atmos-fera toacutexica de longo prazo nas negociaccedilotildees bilateraisem torno de vaacuterias questotildees delicadas Entre elas ointercacircmbio de agentes descobertos a anaacutelise dospedidos para divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre ciber-criminosos e suspeitos de terrorismo ou a troca daspraacuteticas mais eficazes das agecircncias de inteligecircncianorte-americanas e russas no trabalho com grandes volumes de dadosAleacutem disso a Ruacutessia agora pode esquecer as per-spectivas de retorno de Viacutektor Bout ou outros rus-sos que estatildeo enfrentando processos judiciais nosEstados Unidos A Casa Branca por sua vez perdeuo poder de instigar seus principais valores na Ruacutessia ndash

a liberdade na internet e a proteccedilatildeo dos direitos dosusuaacuterios gravemente comprometidos pelas revelaccedilotildeesde SnowdenQuem sabe quantos segredos mais o ldquoex-prisioneirodo aeroporto moscovita de Sheremetievordquo tem guar-dado ou quatildeo difiacutecil seraacute para ele resistir agrave tentaccedilatildeode compartilhaacute-los com os serviccedilos de inteligecircnciarussos

Mas tudo eacute muito complexo e dramaacutetico Seraacuteque o asilo concedido a Snowden realmente traccedila umalinha vermelha nas relaccedilotildees russo-americanasEm primeiro lugar a decisatildeo russa de conceder asilotemporaacuterio a Snowden envia agrave Casa Branca um sinalclaro de que a Ruacutessia estaacute disposta a negociar aindamais ldquoPodemos abrigaacute-lo temporariamente masdeixe-nos pensar aleacutem dissordquoCabe lembrar a condiccedilatildeo anunciada pelo presidenteVladiacutemir Puacutetin no mesmo dia em que os boatos so-bre a possibilidade de asilo vieram agrave tona de que oforagido deveria ldquoparar de prejudicar os interesses dosEstados UnidosrdquoO consentimento de Snowden em seguir essa regraestaacute impliacutecito na aceitaccedilatildeo do asilo O governo russotambeacutem natildeo vai perder o interesse em acessar as in-formaccedilotildees que o ex-agente da CIA estaacute segurando

embora o acordo atual sugira que tais dados continu-aratildeo a ser um aacutes na manga diplomaacutetica da Ruacutessia ndash aser usado em uma hora difiacutecil nas negociaccedilotildees bilate-rais com Washingtonndash e natildeo seraacute compartilhado coma comunidade internacionalEacute ainda mais importante ter em mente que as relaccedilotildeesrusso-americanas satildeo muito diversificadas e estra-teacutegicas para serem deixadas de lado por causa de um

uacutenico escacircndalo independentemente de quatildeo fortepossa ressoarApesar da tendecircncia negativa nas relaccedilotildees bilateraiscom o fim do ldquoresetrdquo uma seacuterie de questotildees demon-stra a enorme capacidade de cooperaccedilatildeo duradourae desenvolvimento construtivo em assuntos intimam-ente relacionados com SnowdenA cooperaccedilatildeo no ciberespaccedilo que apresentou recente-mente um progresso substancial eacute exemplo disso Em17 de junho um dos pontos de discussatildeo da Cuacutepulado G8 na Irlanda foi a declaraccedilatildeo conjunta emitidapor Puacutetin e Obama sobre as medidas de reforccedilo daconfianccedila no ciberespaccedilo que incluiacuteram trecircs acordosEstados Unidos e Ruacutessia satildeo agora obrigados a man-ter contato constante sobre cibercrimes e tentativasde ciberataques para reforccedilar a cooperaccedilatildeo na respostaa tais incidentes bem como fazer uso de uma linha di-

reta para avisar um ao outro sobre alguma emergecircnciaSimbolicamente os mecanismos de notificaccedilatildeo muacute-tua seratildeo parcialmente implementados por meio da jaacute existente linha Moscou-Washington para o avisode ocorrecircncias com armas nucleares a mesma usadadurante a Guerra FriaA continuidade dos acordos exemplifica a crescenteimportacircncia estrateacutegica da cooperaccedilatildeo russo-ameri-

cana no ciberespaccedilo Os dois lados chegaram a umacordo sobre a questatildeo mesmo em meio a condiccedilotildeesdesfavoraacuteveis nas relaccedilotildees bilaterais ndash embora hajaduacutevidas sobre ateacute onde essa cooperaccedilatildeo seria sacrifi-cada por causa do recente escacircndalo diplomaacuteticoApesar do efeito das revelaccedilotildees do ex-agente daCIA os Estados Unidos e a Ruacutessia precisam se en-gajar para estabelecer um clima de boa vizinhanccedila ecolaboraccedilatildeo no ciberespaccedilo ainda que envolto porcriacuteticas e acusaccedilotildees pesadas A colaboraccedilatildeo podeser reduzida ou suspensa em alguns aspectos mas asmedidas de confianccedila devem ser desenvolvidas comoum dos mecanismos viaacuteveis para prevenir uma guerraciberneacutetica Isso eacute algo que tanto o Kremlin como aCasa Branca entendem bem Oleg Demidov eacute coordenador de projetos em segu-ranccedila e governanccedila no Centro de Estudos Poliacuteticosda Ruacutessia

O ciberespaccedilo poacutes-SnowdenPor Oleg Demidov

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

CartoonEDITORIAL

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

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Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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20 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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24 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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13Savana 18-10-2013 SOCIEDADE

A experiecircncia do modelo

brasileiro de desenvolvi-mento agraacuterio natildeo cria il-usotildees em Augusto Juncal

do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra do Brasil (MST)sobre o efeito ldquoperversordquo que o Pro-SAVANA vai gerar para os cam-poneses do corredor de Nacala

Presente em Moccedilambique a conviteda Uniatildeo Moccedilambicana dos Cam-poneses (UNAC) para participarna II Conferecircncia InternacionalCamponesa sobre a Terra Juncaldiz que a reacuteplica da chamada agri-cultura do cerrado brasileiro que osgovernos brasileiro moccedilambicano ejaponecircs querem praticar em 19 dis-tritos do centro e norte de Moccedilam-bique vai gerar comunidades desem terras como aconteceu no seupaiacutesldquoO reassentamento eacute um passopara virar sem terra (hellip) Eu achoque a preocupaccedilatildeo dos campone-ses moccedilambicanos em relaccedilatildeo aoProSAVANA eacute pouca para o ta-manho do problema que estaacute a virEu acho que os camponeses aindanatildeo se deram conta do que estaacute avir porque quando se derem con-ta natildeo teratildeo nenhuma negociaccedilatildeopara fazer com o Governordquo disse

Augusto JuncalO activista do MST brasileiro

considera inevitaacutevel que o ProSA-VANA despoje os camponeses dastrecircs proviacutencias abrangidas pela ini-ciativa do uacutenico recurso que detecircmndash precisamente a terra ndash pelas suascaracteriacutesticasldquoProSAVANA vai trabalhar commonoculturas como soja algodatildeo ecriaccedilatildeo extensiva de gado A mono-cultura requer alto uso de agro-toacutex-icos que contaminam a aacutegua o ar

e a terra e mecanizaccedilatildeo intensa enatildeo precisa de camponeses ProSA-

VANA natildeo vai plantar mandioca emapira eacute para culturas que interes-sam ao mercado europeu e norte-americanordquo frisou Augusto Juncal

Quanto agraves garantias do Governomoccedilambicano sobre o respeito dosdireitos dos camponeses da aacuterea deimplementaccedilatildeo da referida iniciati-

va o ldquosem terrardquo recorre ao exemplobrasileiro para fundamentar a sua

duacutevida de que esse compromissoseraacute observado

ldquoTudo o que eles dizem natildeo re-

alizam A reforma agraacuteria era umapauta do Governo Lula mas ficouesquecida Dilma Rousef literal-mente acusou duramente o fal-hanccedilo do Governo Lula na questatildeoagraacuteria mas defende agora a pri-

vatizaccedilatildeo do Preacute-Salrdquo apontou Au-gusto JuncalPara o militante da causa camp-esina a turbulecircncia social causadapela implementaccedilatildeo de projec-tos mineiros em Moccedilambique eacuteum testemunho de que a retoacutericamessiacircnica do ProSAVANA vaiconverter-se num cataclismo socialpara MoccedilambiqueldquoNatildeo precisa de retoacuterica nempoliacutetica para ver o desastre asexperiecircncias estatildeo aiacute vocecircs osmoccedilambicanos tecircm que ler as ex-periecircncias que estatildeo acontecendoaiacuterdquo afirmou Augusto JuncalPara o activista dos direitos doscamponeses brasileiros o projectotriangular vai desferir um golpemortal a um ganho que a inde-pendecircncia de Moccedilambique em1975 conseguiu e que faz inveja aosbrasileiros que eacute a posse da terrapelos mais pobresldquoNoacutes nunca tivemos uma reformaagraacuteria vocecircs tiveram apoacutes a inde-pendecircncia do paiacutes mas vatildeo deitar

tudo a perderrdquo sublinhou Augusto Juncal

Querem impor-nos um fa-

lhanccedil o - UNACPor sua vez a UNAC retomou du-rante a II Conferecircncia Internac-ional Camponesa sobre a Terra osataques cerrados ao ProSAVANAinsistindo na expropriaccedilatildeo da terradestruiccedilatildeo dos ecossistemas locais eemergecircncia de fomeldquoIsto eacute grave Quem conhece a re-alidade brasileira sobre este modeloque foi importado para o ProSA-VANA sabe que 80 por cento dasexportaccedilotildees geradas satildeo detidas pe-las empresas privadas Querem im-por-nos um modelo que fracassouno Brasilrdquo disse Vicente Adrianooficial de Advocacia e Cooperaccedilatildeo

da UNACEm conferecircncia de imprensa reali-zada em Maputo o coordenador doProSAVANA Calisto Bias tentourefrear as preocupaccedilotildees dos rep-resentantes dos camponeses afir-mando ldquoa soberania dos campone-ses sobre a terra seraacute respeitada peloProSAVANArdquoSegundo Calisto Bias que repre-senta o Ministeacuterio da Agriculturamoccedilambicano no ProSAVANA ainiciativa assenta em pilares comoo desenvolvimento integrado einclusivo que tem em conta asrealidades e especificidades agro-ecoloacutegicas e socioculturais de cada

um dos 19 distritos de incidecircnciado projecto

ldquo Sem Terra brasileirordquo daacute o veredict o

ldquo ProSAVANA eacute perverso para os moccedilambicanosrdquondash di z Augu st o Jun cal

Augusto Juncal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terrado Brasil (MST)

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14 Savana 18 -10-2013Savana 18 -10-2013 15NO CENTRO DO FURACAtildeO

ldquo Caminhamos de novo para uma armadilhardquoPor Ricardo Mudaukana O autor procuraraacute neste texto ser pedagoacutegico para facilitar a compreensatildeo dos

leitores menos familiarizados com alguns conceitosEste texto refere-se principalmente ao lado das despesas do orccedilamento eapenas agrave anaacutelise dos principais indicadores macroeconoacutemicos associados ao

orccedilamentoO orccedilamentocomo conta puacuteblica compotildee-se das despesas do Estado para assegurarserviccedilos puacuteblicos aos cidadatildeos (educaccedilatildeosauacutedeseguranccedila socialetc)seguranccedila do paiacutese das pessoasdefesa dos direitos e liberdadesjusticcedila entre outrosEstas funccedilotildees natildeo tecircmporque ser um monopoacutelio estatalRealiza ainda actividades econoacutemicas e de investimen-tocom ou sem parcerias com o sector privado (infra-estruturasserviccedilos de monopoacuteliosnaturais cuja actividade natildeo interessa ao sector privadoetc)Sobre o papel do Estado naeconomia sempre existiu um constante debate inacabado natildeo apenas devido agraves variaccedilotildeesdos contextos no tempo no espaccedilo como ainda por razotildees poliacuteticasideoloacutegicas e outrasOnde se pode encontrar algum pensamento comum eacute na necessidade do Estado de-senvolver os serviccedilos com eficiecircncia e eficaacuteciac onsiderando que utiliza a riqueza doscidadatildeos atraveacutes dos impostos ou da cooperaccedilatildeo (igualmente impostos pagos nos paiacutesesdoadores) e que os serviccedilos sejam de faacutecil acesso isto eacuteestejam proacuteximos dos cidadatildeosExige-se ainda que o Estado natildeo absorva uma elevada percentagem da riqueza nacionalmedido pela percentagem dos gastos puacuteblicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto - in-dicador que mede a riqueza nacional)isto para libertar recursos para as famiacutelias e a ac-tividade privadasupondo o princiacutepio (sempre discutiacutevel)que o sector privado eacute sempree necessariamente mais eficientePor isso o Estado deve possuir uma gestatildeo eficiente dos recursoso que dependeemgrande medidadas opccedilotildees da governaccedilatildeoda competecircncia dos gestores puacuteblicosda ca-pacidade da sociedade em controlar a actividade e as contas puacuteblicas (atraveacutes do Parla-mento ou por outros mecanismos) Por issoo Estado deve ser transparente nas decisotildeese nas contasdisponibilizando informaccedilatildeo aos cidadatildeos e os servidores do Estado devem

reger-se pela eacutetica republicana onde existe uma clara separaccedilatildeo de interesses entre oprivado e o puacuteblicoUma gestatildeo saudaacutevel sugere que os gastos natildeo sejam superiores agraves receitasque a diacutevidaseja sustentaacutevel (possibilidade de ser paga no futuro) e baixa ( para natildeo penalizar as fu-turas geraccedilotildees atraveacutes de impostos acrescidos para pagamento da diacutevida contraiacuteda nopassado)As opccedilotildees do governo (opccedilotildees puacuteblicas) deveriam sempre ter em conta o mel-hor cumprimento das funccedilotildees do Estado em cada fase do desenvolvimentoFeita esta breve apresentaccedilatildeoo autor utilizaraacute principalmente os seguintes indicadores(1) gastos puacuteblicosPIBdestacando os salaacuterios dos funcionaacuterios (2) Deacutefice puacuteblicoPIBfinanciamento do mesmo e a diacutevida puacuteblicaPIB(3) grau de sustentaccedilatildeo do orccedilamentodo Estado atraveacutes de recursos gerados pela economia concretizado pelo indicador recei-tasgastos(em percentagem)e (4) evoluccedilatildeo de alguns gastoscomo forma de observaracerca de algumas opccedilotildees do governoNatildeo haacute consenso sobre os paracircmetros que indiciam situaccedilotildees de estabilidadesustentabi-lidade ou de criseinstabilidadeAs teorias convencionais referem que o Estado deve serldquoleverdquo(o que se reflecte numa baixa percentagem dos gastos puacuteblicossobre o PIB ndash natildeomais que 30) um deacutefice proacuteximo de zero e uma diacutevida que seja possiacutevel de ser pagasem sacrifiacutecios sobre os rendimentos das futuras geraccedilotildeesSegundo as mesmas escolasoestado deve assumir funccedilotildees muito especiacuteficas e que natildeo sejam do interesse do sector pri-

vado (por exemplodefesa e seguranccedila nacionalcerto tipo de investigaccedilatildeo e facilitaccedilatildeo daactividade privada com a criaccedilatildeo de bons ambientes de concorrecircncias) e o que se entendepor estado social deveraacute ser assegurado por sistemas de seguros e pensotildees oferecidos porinstituiccedilotildees financeiras privadasPressupotildee-se que o mercado eacute o mais eficiente alocadorde recursosos agentes econoacutemicos possuem loacutegicas de maximizaccedilatildeo de objectivos (lucroutilidadesetc)num ambiente concorrencial e de negoacutecios

Toda a informaccedilatildeo utlizada neste texto foi obtida do Orccedilamento Geral do Estado e operiacuteodo analisado eacute o de entre 2001 e 2012Por isso natildeo estatildeo indicadas as fontes dosgraacuteficos ao longo do texto

Graacutefico 1Despesas totaisPIBem percentagem

Alertas sobre o Orccedilam ento do EstadoPor Joatildeo Mosca

Graacutefico 2

Despesas com o pessoaldespesas correntesem percentagem

Os dois graacuteficos acima revelam(1) um evidente crescimento dos gastos do Estado comopercentagem do PIB(2) a manutenccedilatildeo percentual dos gastos com o pessoalporeacutem comcrescimentos reais dos gastos considerando o aumento destesa factura dos salaacuterios dosfuncionaacuterios passou de 58 do PIB em 2001 para 102 em 2012o que pode ser con-siderado muito elevado se comparado com outras economias (incluindo as africanas eda SADC)e (3) as despesas do Estado crescem mais rapidamente que o crescimentoeconoacutemicoconsiderando que a relaccedilatildeo GastosPIB estaacute a crescer

Graacutefico 3Deacutefice puacuteblico com e sem recursos externos em percentagem do PIB

Graacutefico 4Diacutevida puacuteblicaPIBem percentagem

Dos dois graacuteficos acimaobserva-se (1) um elevado deacutefice das contas puacuteblicas emos d os g raacute ficos a cm a o s er va -s e 1 um e e va do d eacutefice d as c on ta s uacute c as e m

relaccedilatildeo ao PIB e queem termos e valores absolutostem aumento por efeito do cresci-mento do PIB (2) embora a diacutevida possa natildeo ser considerada elevada assimela eacutedevido agrave cobertura dos deacutefices puacuteblicos dos anos anteriores pela cooperaccedilatildeo externadando por isso uma percepccedilatildeo pouco real (fictiacutecia) da realidadeEntre 2001 e 2012entre 85 e 90 do deacutefice puacuteblico foi coberto por recursos externos

Graacutefico 5Receitasdespesasem percentagem

Graacutefico 6Recursos externosdespesas totaisem percentagemOs graacuteficos 5 e 6 revelam duas evoluccedilotildees positivasUm aumento das receitas do Estado

e um decreacutescimo da dependecircnciaSe os megaprojectos natildeo tivessem os benefiacutecios fiscaisconhecidoseste cenaacuterio poderia ser muito diferentepara melhor

Graacutefico 7Despesas totais por habitante entre 2001 e 2012 Graacutefico 8

Despesas de funcionamento (acircmbito central) de alguns oacutergatildeos centraisa preccedilos con-stantes de 2011

O Graacutefico 7 revela uma grande diferenccedila na alocaccedilatildeo de recursos por habitante As

proviacutencias com taxas de pobreza mais elevadas satildeo as que tecircm menos recursos porhabitantesendo o contraacuterio tambeacutem verdadeiro (Cidade de Maputo e Proviacutencia deMaputo) O graacutefico 8 apresenta e compara os gastos de funcionamento de acircmbitocentral entre alguns oacutergatildeos do EstadoO graacutefico dispensa comentaacuterios

Em resumo pode-se afirmar que a evoluccedilatildeo do Orccedilamento do Estadosegundo os in-dicadores seleccionadosrequere reflexotildees e ajustamentosconsiderando o crescimentodo sector puacuteblico e da massa salarial dos funcionaacuteriosVerifica-se a persistecircncia de umapoliacutetica expansiva do gasto puacuteblicoum elevado do deacutefice sem recursos externos e sinaispreocupantes do endividamento puacuteblico (quando os recursos externos natildeo satildeo contabi-lizados)Parece evidente que satildeo necessaacuterios ajustamentos da distribuiccedilatildeo dos recursosentre proviacutencias e entre os oacutergatildeos do Estado a niacutevel centralComo elemento positivoressalta-se o aumento das receitas fiscaiso que permite a reduccedilatildeo da dependecircncia doorccedilamento em relaccedilatildeo agrave cooperaccedilatildeodonativosO espaccedilo desta coluna natildeo permiteanaacutelise do orccedilamento com a ecircnfase da economia poliacutetica

Outros indicadores de importacircncia analiacutetica natildeo foram apresentados como por ex-emploa alocaccedilatildeo entre sectores de actividadea composiccedilatildeo das receitas e do finan-ciamento do deacutefice e o reflexo no orccedilamento de algumas medidas de descentralizaccedilatildeoadministrativa

A evoluccedilatildeo das contas puacuteblicas de Moccedilambique natildeo pode deixar os cidadatildeos tran-quilosA actual crise em alguns paiacuteses da Europa tem como causa proacuteximao s dese-quiliacutebrios e o mal gastar dos dinheiros dos cidadatildeos derivado de poliacuteticas expansivase eleitoralistas no quadro das lutas partidaacuterias e de defesa dos poderesagrave custa e emprejuiacutezo dos cidadatildeosdas empresas e da economia

ndash c on sid era Grup o M occedil am bi ca no da Diacutevid a so br e o a ct ua l n iacutevel de d iacutevid a p uacuteb li ca

A organizaccedilatildeo mais conhe-cida em mateacuteria de mo-nitoria da diacutevida puacuteblicaem Moccedilambiqueo Grupo

Moccedilambicano da Diacutevida (GMD)co-mentou ao SAVANA o alarme que oTe Economist Intelligent Unit (EIU)

fez soar recentemente sobre a novaespiral de endividamento que o Go-verno moccedilambicano estaacute a seguirde- pois do oxigeacutenio que as contas puacuteblicasreceberam na sequecircncia da Iniciativade Aliacutevio da Diacutevida dos Paiacuteses Alta-mente Endividados (HIPC)haacute cercade 10 anos Para Humberto Zaqueu oficial deadvocacia do GMDa actual lideran- ccedila do paiacutes estaacute ldquoa armadilharrdquo Mo- ccedilambique numa futura asfixia finan-ceira que vai impedir investimentosimportantes em aacutereas essenciais comoa sauacutedeeducaccedilatildeo e abastecimento deaacutegualdquoOs nossos poliacuteticos natildeo resistemquando vecircem dinheiro eacute irrisoacuterioeste despesismo para o luxoVamos aChinaporque eles natildeo exigem requi- sitos natildeo se importam se vais com- prar armas para reprimir o teu povordquoconsidera Humberto Zaqueusobre orecurso ao dinheiro chinecircs apontadocomo um dos novos credores de peso de Moccedilambique

Justi1047297ca-se o alerta do EIU sobre oactual ritmo de endividamento doEstado moccedilambicanoDefinitivamente sim justifica-se enoacutescomo GMDtemos vaacuterios tra-balhos feitos e alguns em cursoquemostram uma tendecircncia de um novopadratildeo preocupante de endivida-mento Como GMDas pessoas en-quadram-nos num acircngulo de anaacutelisee de visatildeo sobre a diacutevida mais socialenquanto o Governo tem uma visatildeomais economicista da questatildeo OGoverno baseia as suas decisotildees so-bre a diacutevida em caacutelculos e indicado-res elaborados conjuntamente como Fundo Monetaacuterio Internacional(FMI) e Banco Mundial (BM)emraacutecios da diacutevida sobre exportaccedilotildeese serviccedilo da diacutevida sobre o Produto

Interno Bruto (PIB) e essa relaccedilatildeomostra que a diacutevida de Moccedilambiqueeacute sustentaacutevelao niacutevel dos nuacutemerosMas se for ver a dinacircmica dos pres-supostos que sustenta os tais raacuteciosque eacute a induacutestria extractiva e os me-gaprojectos que natildeo deixam nadapara Moccedilambiqueou pouco deixampara Moccedilambique entatildeo a partirdesse princiacutepioe stes raacutecios satildeo en-ganadores O nosso Governo estaacute abasear-se numa ldquorealidaderdquoirrealista

Quer dizer que os alicerces sobre osquais o Governo assenta a decisatildeode recorrer a um alegado endivida-mento excessivo natildeo satildeo con1047297aacuteveisO mecanismo de transmissatildeo da-queles raacutecios para a economia real deMoccedilambique eacute muito fraacutegil a basede redistribuiccedilatildeo da renda eacute muitoteacutenue O Governo radica o seu op-timismo em relaccedilatildeo agrave contrataccedilatildeo dadiacutevida a preccedilos elevados em pressu-postos irrealistas porque considera

um grande crescimento da economiaatraveacutes da induacutestria extractiva a umritmo acelerado Isso eacute claramenteilusoacuterio porque a induacutestria extrac-tiva beneficia de tantas isenccedilotildees oemprego gerado eacute limitadiacutessimo Jaacutetemos informaccedilotildees que apontam queo que os megaprojectos declaramcomo facturaccedilatildeo estaacute muito abaixoda real facturaccedilatildeoUsam esse esque-ma para acederem a isenccedilotildees unsconseguiram que o Estado lhes as-segurasse apenas 16 por cento sobreos seus rendimentosoutros natildeo maisde metade quando pela legislaccedilatildeotinham de pagar 32Eacute infantil pensar que a Vale ou outromegaempreendimento qualquer vaidinamizar a economia ao ponto depagar o niacutevel de diacutevida que o paiacutes estaacutea acarretarEstamos a ser confronta-dos com decisotildees politicamente to-madas que natildeo tecircm nada a ver comracionalidade econoacutemicaUm poliacute-tico menos informadoquando ouvedizer que o paiacutes estaacute a descobrir re-cursos naturaisfica na ilusatildeo e tomadecisotildees com fonte nessa ilusatildeoMasalguns politicamente mais prepara-dos em termos econoacutemicos tecircm tidoa sensatez de dizer acutetenham cuidadoo que vai acontecer na economia realnatildeo satildeo os nuacutemeros que estatildeo a serinvestidos pelas multinacionais natildeo

vale a pena pensa r que a induacutestriaextractiva vai gerar benefiacutecios para opaiacutes de hoje para amanhatilde`A expectativa menos remota eacute queesses projectos gerem benefiacutecios in-directos impulsionando alguma ho-telaria e turismoa agricultura pode

vir a beneficiar um pouco esse eacute oalerta que tem sido deixado pelospoliacuteticos mais informados tecnica-mente porque o caminho eacute longo eincertoInfelizmente os poliacuteticos menosinformados soacute vecircem o lado do in-

vestimento que eacute uma fantasia eacuteerradocomo vimos no iniacutecio com aMOZALque fez disparar o PIB aniacuteveis galopantese estaacute a aconteceragora com a Vale e a Rio Tintocomavultados investimentos mas sem

impacto sobre a economiaQuando se analisam os raacutecios usadospelo Governo na sua corrida ao en-dividamentoeacute faacutecil vecirc-se que estatildeoa diminuir enquanto a diacutevida estaacutea subirE statildeo a meter o paiacutes numaarmadilha econoacutemicacujo resultadoeacute esteagora estamos bem perto dosseis biliotildees de doacutelares em termos dediacutevidao niacutevel do HIPChaacute cerca de10 anos

E natildeo passa muito tempo desdeesse niacutevel de diacutevida impagaacutevelhellipNaquele tempo foi em condiccedilotildeesmais ligeiramente favoraacuteveis por-que eram maioritariamente diacutevidasconcessionais de credores bilateraisou sejade paiacutes para paiacutescom ta-

xas de juro ligeiramente acima dasconcessionais mas com periacuteodos dereembolso longos e as outras erammultilaterais com uma taxa de juromais baixa proacutexima de zero e comperiacuteodos de graccedila de 10 a 20Por ou-

tro lado as diacutevidas antes do HIPCforam contraiacutedas em periacuteodos com-parativamente mais longosmais oumenos em duas deacutecadase as actu-ais estatildeo a surgir a um ritmo acele-rado Depois do HIPC natildeo passammuitos anos e estamos perto do picohistoacuterico de cerca de seis biliotildees dedoacutelares

Banca sanguessugaO dinheiro chinecircs eacute mais caroO que se vecirc no recurso a esse di-nheiro eacute que estaacute a ser contratadoa um ritmo muito acelerado e emcondiccedilotildees muito desfavoraacuteveis OEXIMBANK(banco estatal chinecircsde creacutedito externo) empresta dinhei-ro com periacuteodos de reembolso muitocurtospara aiacute 10 anos periacuteodo degraccedila quase nulo e a taxa de juro estaacutebem perto da taxa de mercadoParao contexto do mercado moccedilambica-no10 por cento podem natildeo parecerexcessivos porque a nossa banca co-mercial cobra entre 10 a 12 por centomas essa eacute uma banca de sanguessu-gasporque 10 por cento satildeo proibiti-

vosOs mesmos bancos sul-africanosque caacute cobram issona Aacutefrica do Sulembolsam juros mais suavess abembem que a taxa real de empreacutestimosna Aacutefrica do Sul natildeo passa cinco porcentomas em Moccedilambique aplicam10 ou acima dissoPortanto quandofazemos uma anaacutelise cruzadavemosque a taxa real exigida pela China eacutede banca comercial a taxa de mer-cadocom periacuteodos de graccedila nulos ede desembolsos muito curtosisto vaidesgraccedilar o paiacutesO mais triste eacute que natildeo se compre-ende o recurso a fontes de finan-ciamento tatildeo lesivas aos interessesdo Estado moccedilambicanoporque ostradicionais doadores ainda cobreme ajudam a combater o deacutefice orccedila-mental Temos um orccedilamento comum deacutefice meacutedio de 40 por cento eacuteuma cifra realmente maiormas osdoadores comprometeram-se a de-sembolsar para este anopor exem-plocerca de 700 milhotildees de doacutelares

em apoio directo ao Orccedilamento Ge-ral do EstadoA ajuda externa jaacute estaacuteproacutexima senatildeo capaz de eliminar odeacutefice A pergunta entatildeoeacute porqueessa azaacutefama com o creacutedito chinecircsO que conseguimos perceber eacute quehaacute uma ilusatildeo da nossa ala poliacuteticase se tratasse de comidadiria gulaosnossos poliacuteticos natildeo resistem quando

vecircem dinheiro haacute despesismo Va-mos a china porque natildeo exigem re-quisitos se vais comprar armas parareprimir o teu povo natildeo se impor-tamAgrave Chinao que interessa eacute ga-rantir que o seu creacutedito seraacute pago porcontrapartidas como petroacuteleo dia-mantes carvatildeohellipqualquer dia Mo-ccedilambique ainda hipoteca o seu car-

vatildeopara pagar o que deve agrave ChinaNeste momentoa China natildeo colocaobstaacuteculos no acesso ao seu dinheiro

Mas o Governo justi1047297ca o recursoao endividamentocom o imperati- vo de infra-estruturashellipMas tem de haver prudecircncianatildeo voudeixar de criticar o uso que se faz dodinheiro puacuteblico edifiacutecios puacuteblicos

a serem construiacutedos mas entre fo-mentar a produccedilatildeo interna de arrozque cobre em apenas menos de cincopor cento a procura interna e deixa95 por cento para as importaccedilotildees eos edifiacutecios puacuteblicos e carros de luxopara a elite administrativa do paiacutesqual deve ser a prioridade Eacute oacutebvioo despesismo de luxo algum capri-cho puacuteblico ateacuteporque a fonte dodinheiro eacute faacutecilEste endividamentonatildeo vai para a produccedilatildeose fosse paraas vias de acessocompreendia-se

O EIU diz que o actual serviccedilo dadiacutevida jaacute eacute 40 por cento do PIB Eacutepossiacutevel chegar ao colapso que nosempurrou para o HIPCO risco imediato de natildeo conseguirpagar a diacutevida puacutebica pode natildeo serdaqui a cinco ou 10 anosmas numfuturo breve a capacidade do Esta-do fazer investimentos importantese estrateacutegicos vai reduzir Comeccedilaraacutea faltar dinheiro para a sauacutede edu-

caccedilatildeo e agricultura Esses sectoresessenciais vatildeo ressentir-se e muitoAteacute ao ano passadoa educaccedilatildeo tinhaum fundo para o vector da educaccedilatildeouniversal e Moccedilambique beneficioudurante cinco anos dessa verbamasacabou e soacute uma intervenccedilatildeo de uacutelti-ma hora do Banco Mundial permitiuum socorro de 50 milhotildees de doacutelaresA necessidade de alocar mais fundospara as aacutereas prioritaacuterias natildeo vai mu-darno entantoa capacidade de fi-nanciaacute-los pode retrair-seA reduccedilatildeode alguns fundos pode ser uma rea-lidademas que natildeo seja por isso quese vaacute justificar a corrida ao dinheirochinecircs porque a reduccedilatildeo dos apoiosdos tradicionais parceiros eacute ainda po-tencial os dadores continuam a darao ritmo programadoO que chama a atenccedilatildeo na relaccedilatildeocom os tradicionais parceiros eacute o re-forccedilo dos condicionalismos haacute umcondicionalismo que nem eu consi-dero sustentaacutevelo princiacutepio da tran-che variaacutevel Os doadores datildeo emparcelas o Governo tem de mostrarresultados convencer para tirar mais25 por cento mas tem sido muitotarde e isto compromete a execu-ccedilatildeo completa dos doadores na pers-pectiva de resultadosPor issoelesapostam no financiamento ao fundocomum em que eles mandam a suamissatildeo mandam uma equipa teacutec-nica para ver se as ambulacircncias quefinanciaram foram compradas por-que quando o apoio eacute directamenteao Orccedilamento do Estado eles natildeotecircm essa prerrogativaHaacute esta ten-decircncia de reduccedilatildeo do apoioporquea tranche variaacutevel estaacute a ser difiacutecil derespeitarmas no geralcontinuamoscom os doadores cometidos com osdesembolsosa uacutenica coisa eacute que natildeoestamos a aguentar com os condicio-nalismos cuja imposiccedilatildeo quanto amim justifica-se Quando dinheirospuacuteblicos satildeo usados para comprarmaacutequinas de barbear e outros malescomo os desvios no Ministeacuterio daEducaccedilatildeo entatildeo aperta-se o desem-bolsoe a alternativa eacute o dinheiro su-postamente faacutecil da Chinapara coi-

sas como o negoacutecio dos naviosComo dinheiro dado pelos novos credo-respode estar a fazer-se alguma coi-samas natildeo haacute optimizaccedilatildeo Que asdiacutevidas mobilizem a produccedilatildeodevernatildeo eacute maucontrair uma diacutevida parabeber sem capacidade eacute um crimemorala natildeo ser que tenha capacida-de de pagamentoSe se atingisse essepico de endividamentopara finan-ciar infra-estruturas essenciais natildeoestaacutevamos aqui a criticar

Haacute tambeacutem uma apreensatildeo com oendividamento internoEstamos a criar este cenaacuterio Elescriam condiccedilotildees para que o paiacutes vivaessa situaccedilatildeoE sses casos de corrup-ccedilatildeo que satildeo frequentemente relata-dos deixam os doadores pessimistase se sintam obrigados a impor condi-cionalismos que retardam a chegadade verbas e a multiplicaccedilatildeo de mis-sotildeesA hipoacutetese Chinaagraves vezeslevao seu tempo e o resultado eacute o deacutefice

na tesouraria que justifica emissotildeesde diacutevida interna provocadas pelodeacutefice na tesouraria Satildeo diacutevidas decurto prazomas criam uma enormepressatildeo porque o Governo tem depagar e eacute mais penosoporque eacute nosbancos comerciaisdado que mais de80 por cento dos moccedilambicanos natildeopagam sequer o seu consumo baacutesicologo natildeo compram as obrigaccedilotildees detesouro que o Estado lanccedila para sefinanciarQuem compra a diacutevida doEstado satildeo os bancos comerciaisquepreferem comprar tiacutetulos do Go-

verno porque o Governo nunca vaiagrave falecircncia natildeo precisa de hipotecasmas essas operaccedilotildees estatildeo a prejudi-car o investimentoIsso tudo porque

se criam cenaacuterios de desconfianccedilaque tornam moroso o financiamentotradicional que vem do exterior Oendividamento internopara finan-ciar a reconstruccedilatildeo por danos provo-cados pelas calamidades naturaisporexemplo entende-se eacute um recursode emergecircncia o Governo tem derecorrer a fundos excepcionais masgrande parte eacute deacutefice de tesouraria

Brasil e IacutendiaCentrou-se na China mas fala-sede outros novos credores Comoolha para o per1047297l do creacutedito do Bra-sil e da IacutendiaEles tambeacutem impotildeem condiccedilotildeesmais ou menos proacuteximas do mer-cadomas China eacute China Brasil eacuteBrasil e Iacutendia eacute IacutendiaEles natildeo tecircmcaracteriacutesticas similiaresnatildeo falam amesma liacutengua eacute por isso que o Go-

verno moccedilambic ano natildeo os conse-gue enquadrar na mesma plataformacomo acontece com os Parceiros deApoio Programaacutetico (PAP) Elesnatildeo tecircm procedimentos e caracteriacutes-ticas iguaissatildeo todos eles diferentesO Brasil natildeo daacute dinheiro natildeo eacute sua

vocaccedilatildeo dar directamente dinheirooseu dinheiro eacute em forma de assistecircn-cia teacutecnicase precisas de um teacutecnicoeles trazem o especialistaque traz oconhecimento de que carecesA si-tuaccedilatildeo amarga eacute que o Brasil eacute umcentro de financiamento de projectos

privados que estatildeo a entrar em Mo-ccedilambiquealguns deles como a Valemuito contestados sob o ponto de

vista socialO Brasil dispotildee de linhasde financiamento e paga o segurodos investimentos das suas empresaseacute vocaccedilatildeo do Brasil apoiar grandesprojectos Jaacute a China categoriza osseus devedoresna primeira catego-ria mete os que podem pagar direc-tamente com petroacuteleo ou diamantese paiacuteses como Moccedilambique estatildeo nacategoria trecircsque pagam o dinheirocom dinheiroNos mapas de amorti-zaccedilatildeo da diacutevida de Moccedilambiquequeestatildeo no Ministeacuterio das Financcedilasestaacute laacute que Moccedilambique paga comdinheiro os creacuteditos chinesesMas eacuteuma situaccedilatildeo mista porque o creacutedi-to chines tambeacutem tem laacute um poucodo modelo brasileiroatraveacutes da pre-senccedila em Moccedilambique de empresaschinesas financiadas pelo dinheirodo Estado chinecircs Cada paiacutes tem oseu modelo de financiamento

Humberto Zaqueu o cial de advocacia do GMD

N a

iacute t a U s s e n e

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16 Savana 18-10-2013PUBLICIDADE

A sensivelmente cinco jor-nadas do fim do Moccedilam-bola o presidente da LigaMoccedilambicana de Futebol

(LMF) Alberto Simango Juacutenioraceitou fazer uma breve radiogra-fia da prova e de forma categoacutericagarante haver condiccedilotildees objectivaspara que a verdade desportiva pre- valeccedila Simango diz ainda natildeo ser verdade que a Liga Muccedilulmana es-teja a ser protegida pela arbitragemSeguem os excertos mais relevantesda conversa

Que avaliaccedilatildeo faz das primeirasoito jornadas da segunda volta doMoccedilambola-Faccedilo uma avaliaccedilatildeo positiva namedida em que o certame estaacute a de-correr dentro do previsto Tem sidobastante competitivo e os resultadosfalam por si Na primeira volta ha- via equipas que tinham muito gaacutesmas comeccedilaram a perder forccedilasnesta fase o que eacute normal porqueo Moccedilambola eacute uma prova de re-gularidade Conta-se mais comoa equipa termina a prova do quecomo comeccedila Jaacute fizemos dois terccedilosdo campeonato estamos num bom

caminho e a qualidade estaacute semprea subir Jaacute temos campeatildeo no Moccedilambola-As equipas que estatildeo agrave frente tudofazem para ganhar mas a luta eacutemuito renhida no meio da tabelaclassificativa e essas formaccedilotildees tudofazem para amealhar mais pontose quiccedilaacute evitarem a despromoccedilatildeo Eacuteuma prova de surpresa porque ateacutehoje a questatildeo da conquista do tiacute-tulo continua em aberto emborahaja um clube que avanccedilou bastantena pauta classificativa Pelo menosexistem trecircs a quatro clubes que lu-tam pela conquista do campeonato eisso eacute significativo

Sr presidente ainda continuam osdesacatos e vandalismo nos recintosdesportivos Como acabar com estatriste realidade-A situaccedilatildeo vai sendo paulatina-mente resolvida mas sinto queprecisamos de fazer um trabalho deeducaccedilatildeo ciacutevica por forma a que osclubes comecem por sua vez a tra-balhar com os seus adeptos porquea atitude de arremessar garrafas eoutros objectos para o interior docampo eacute simplesmente condenaacutevelO apelo que faccedilo eacute que natildeo bastaaprovarmos medidas haacute sim queprivilegiarmos a prevenccedilatildeo haacute ne-cessidade de as pessoas terem de

abandonar essas praacuteticas e prima-rem pelo fair playNatildeo acha que a maacute actuaccedilatildeo dos aacuter-bitros leva os adeptos a optarem poressa via o arremesso de garrafaspor exemplo-Eacute normal que haja contestaccedilatildeo daarbitragem isso faz parte de futebolEm qualquer parte do mundo ou- vimos falar de situaccedilotildees do geacuteneromas noacutes estamos a trabalhar com aCNAF e todas as semanas quandonecessaacuterio fazemos um trabalho desensibilizaccedilatildeo para aleacutem da avalia-

Eacute impossiacutevel t ermos Liga fort e com c lubes f racosfinanceiramente-Defende Albert o Simango Juacutenior da LMF

Por Paulo Mubalo

ccedilatildeo do desempenho dos aacuterbitrosO que se nota eacute que os aacuterbitros quecomeccedilam a pocircr em causa a verda-de desportiva estatildeo a ser punidosexemplarmente e isso eacute que incen-tivamos agrave CNAF porque eacute precisodefendermos o futebol de atitudese apetites inconfessaacuteveis de certosgrupos

Julga que a Liga Muccedilulmana estaacute aser bene1047297ciada pela arbitragem ouestaacute a ser viacutetima da sua grandeza- Duvido muito que a Liga Muccedilul-mana esteja a ser beneficiada duvi-

do muito que esse pronunciamentocorresponda agrave verdade A minhapercepccedilatildeo eacute que muitos clubes jaacutebeneficiaram de penaltes jaacute benefi-ciaram de erros de arbitragem Emsegundo lugar jaacute expliquei que osque tentam fabricar resultados estatildeoa ser punidos Eu natildeo vejo as coisasde forma particularizada todos osaacuterbitros podem errar em qualquer jogo que sejaO que a LMF pensa fazer parasalvaguardar a verdade desportivamormente nas derradeiras jorna-

das-Bem como tem sido habitual paraaleacutem do trabalho que temos vindoa realizar as uacuteltimas trecircs jornadasseratildeo disputadas no mesmo dia e agravemesma hora tendo em conta os in-teresses e objectivos de cada clubenessa fase Teraacute que ser assim ateacuteporque isso jaacute consta do nosso re-gulamento Satildeo partidas susceptiacuteveisde mudar a pauta classificativaHaacute treinadores que acusam a LMFde estar a coartar as suas liberdadesusando para tal puniccedilotildees Quer co-

mentar-A puniccedilatildeo faz parte da nossa estra-teacutegia de governaccedilatildeo noacutes natildeo fomoseleitos para natildeo respeitar os regula-mentos e estatutos Os dirigentestreinadores e clubes devem ter umaforma de estar natildeo podem aceitar vilipendiar quem quer que seja empraccedila puacuteblica natildeo podem atentarcontra a geacutenese do clube haacute que terforma e modo de falar Eacute importan-te que as pessoas percebam que aLiga eacute um dos clubes por isso de-fendemos que as pessoas se pronun-ciem com eacutetica que saibam falar Os jovens inspiram-se nos treinadores e jogadores pelas boas praacuteticas e natildeo

pelos insultos por isso tomamosmedidas contra os prevaricadores econtinuaremos a primar por essesprinciacutepios porque queremos umcampeonato satildeo e de disciplinaHaacute condiccedilotildees 1047297nanceiras para queo Moccedilambola termine sem muitosalaridos-Bem como nunca disse que natildeohavia o que posso dizer eacute que tudoestaacute sendo feito para que terminesem qualquer natureza de sobres-saltoPelos vistos a LMF continua a go-

zar de muita credibilidade junto dosparceirosQue trunfo usa para conseguir osseus intentos-O maior segredo eacute o trabalho eacutea nossa dedicaccedilatildeo e credibilidadeNoacutes fazemos de tudo para que ainstituiccedilatildeo seja crediacutevel Somos fieacuteisagrave prestaccedilatildeo de contas e gestatildeo cri-teriosa E por fazermos isso temosum caminho andado trabalhamos365 diasano agrave volta deste projectoEstes pressupostos todos nos levama conseguirmos bons resultados

Como avalia a expulsatildeo de Dia-mantino Miranda do paiacutes-A atitude dele foi de indisciplinagrave ele excedeu na forma comofalou Soacute queria lamentar e apelarpara que situaccedilotildees desta naturezanatildeo voltem a acontecer no nosso fu-tebol Ningueacutem estaacute no futebol paraarranjar problemas cada um tem oseu nome e deve ser chamado poresse nome natildeo podemos chamar aalgueacutem por um nome que natildeo o dig-nificaE a terminarhellip-O apelo que faccedilo eacute um convitequero convidar mais parceiros para

investirem no desporto e no futebolem particular porque atraveacutes do fu-tebol a imagem dos seus produtoschega mais longe Natildeo eacute possiacutevelfazermos a Liga forte com clubesfracos financeiramente Precisamosmais para as nossas equipas mascom a forma como estamos a tra-balhar acredito que a curto prazoteremos os nossos representantes aconseguirem bons resulatados emcompeticcedilotildees internacionais Masfoi bom porque a Liga Muccedilulmanachegou muito longe nas afrotaccedilas

A expulsatildeo do treinadordo Costa de Sol Dia-mantino Miranda poralegados insultos agrave na-

ccedilatildeo no final de jogo realizadocontra o Vilankulo estaacute a divi-dir opiniotildees dos moccedilambicanosCom efeito enquanto alguns ci-dadatildeos ouvidos pelo SAVANAdefendem que a medida tomadapelo Ministeacuterio do Trabalho eacute justa outros dizem ter havidoprecipitaccedilatildeo por parte daquelainstituiccedilatildeo

Para Martinho Vaz estudan-te de direito da UniversidadeSatildeo Tomaacutes de Moccedilambique(USTM) o teacutecnico Diamanti-no Miranda perdeu respeito aosmoccedilambicanosldquoNa minha humilde opiniatildeoconsidero ser grande insultopara os moccedilambicanos proferiraquelas palavras na esfera puacutebli-ca Se fosse num foacuterum privadopoderia compreender porquemuita gente natildeo havia de saberEle passou dos limites mesmo

Expulsatildeo de Diamant ino M iranda di vide opiniotildeesse fosse no seu proacuteprio paiacutes eles natildeohaviam de ponderar essas brincadei-ras Aliaacutes ateacute porque ele vai servir deexemplo para os outros estrangeirosque vecircm ao paiacutes e satildeo bem tratadose meia-volta comeccedilam a maltrataros proacuteprios moccedilambicanosrdquoPara Manuel Muianga tambeacutemestudante de direito da mesma uni- versidade a expulsatildeo do treinadorDiamantino Miranda eacute absurdaldquoEle chamou os moccedilambicanos deladrotildees e isso para mim natildeo eacute novi-dade porque existem muitos treina-

dores ateacute estrangeiros que insultamdentro e fora de campo mas nuncaforam expulsos do paiacutesrdquoldquoNa minha opiniatildeo o Ministeacuterio de Trabalho devia retirar-lhe a licenccedilade trabalho numa primeira fase en-quanto investiga o caso em sumadevia ser mais cauteloso nesta ma-teacuteriardquo observouEnquanto isto Arnaldo Albertoestudante de Ciecircncias Sociais daUniversidade Eduardo Mondlane(UEM) explicou que o caso Dia-mantino Miranda virou tema de

conversa a niacutevel da sua faculdadeEle entende que a medida tomadapelo Ministeacuterio de Trabalho em ex-pulsar o treinador para fora do paiacuteseacute correcta ldquoEu considero como umamedida certa porque ningueacutem podeestar num paiacutes do outro e passar a vida a proferir insultos contra os do-nos do proacuteprio paiacutes Eu acredito quese fosse um treinador moccedilambicanoa fazer o mesmo no paiacutes deles ou emqualquer outro teria sanccedilotildees do geacute-nerordquo anotou o estudantePara Rafael Ernesto comerciante

e adepto da selecccedilatildeo nacional osldquoMambasrdquo o Ministeacuterio do Traba-lho tomou a medida correcta porqueo teacutecnico portuguecircs estava habitua-do a insultar os jogadores de formairresponsaacutevelldquoFoi uma boa medida porque paraaleacutem de jogadores tambeacutem insultoutodos os moccedilambicanos e gostariaque ele natildeo voltasse mais ao nossopaiacutesrdquo Tumar Cumbula empresaacuterio pre-cisou ldquoa atitude do Ministeacuterio foiboa noacutes natildeo podemos admitir es-

sas brincadeiras no nosso paiacutesporque o que ele fez se fosse naAmeacuterica seria preso mas aquiteve sorte Ele foi mais longedemaisrdquo rematou o empresaacuterio Jaacute o advogado Roberto Macha- va precisou ldquohouve um poucode exagero por parte do Mi-nisteacuterio do Trabalho porque haacutemuitas pessoas que falam malnos cafeacutes nos centros de recre-accedilatildeo entre outros mas natildeo satildeoexpulsas do paiacutesAjuntando ldquoa expulsatildeo de um

indiviacuteduo do paiacutes natildeo deve serassim devia haver um moti- vo forte O que poderia fazer oMinisteacuterio do Trabalho era to-mar medidas processuais numaprimeira fase enquanto procuraouvir a outra parte E penso queno seio da proacutepria Liga Mo-ccedilambicana de Futebol e Fede-raccedilatildeo Moccedilambicana de Futeboldeveriam existir alguns espe-cialistas para defender este tipode assuntosrdquo precisou Zaqueu

Massala

Alberto Simango Juacutenior presidente da LMF

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17Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

A TALHE DE FOICEPor Machado da Graccedila

A notiacutecia que me chegou jaacute temmais de um mecircs mas natildeo per-deu infelizmente actualidade

Segundo a Kazinform (provavelmenteuma agecircncia de informaccedilatildeo) um aviatildeoMig 21 num voo de teste depois deuma reparaccedilatildeo incendiou-se ao ater-rar no aeroporto de Bakeu na Romeacute-nia em finais de Agosto passadoMas o mais interessante da notiacutecia eacuteque ela afirma que o aviatildeo sinistradopertencia agrave Forccedila Aeacuterea Moccedilambica-naFiquei assim a saber que a nossa ForccedilaAeacuterea adquiriu pelo menos um aviatildeode combate Mig 21 Mas muito pro- vavelmente adquiriu mais do que umE deve ter adquirido nos saldos emsegunda matildeo porque esse modelo deaviatildeo deixou de ser fabricado em 1985A proacutepria Romeacutenia estaacute a substituir osque ainda tem por aviotildees modernos ese calhar vendeu-nos ao desbarato os velhinhos Mig 21 que para laacute tem E

a avaliar pela notiacutecia o resultado natildeofoi bomComentando a notiacutecia com um cole-ga nomeadamente sobre a razatildeo paraMoccedilambique precisar desse tipo dearmamento o colega disse-me que natildeoeacute soacute isso que estaacute a acontecer Pelo con-traacuterio segundo ele teratildeo sido desem-barcados na Beira tanques de guerrae ao porto de Maputo continuam achegar grande quantidade de viaturasmilitaresOra a pergunta que tem que ser feitaeacute Natildeo tendo o nosso paiacutes conflito comnenhum dos seus vizinhos antes sen-

do excelente a relaccedilatildeo com todos eles

para que precisamos noacutes de todos essesinstrumentos mortiacuteferosE a resposta infelizmente soacute pode serque se natildeo satildeo para usar contra ini-migos externos satildeo para usar dentrodo paiacutes Falando com mais crueza satildeopara matar moccedilambicanos Temos portanto um Governo que

passa a vida a condenar os discursosbelicistas da Renamo e a proclamar oseu enorme amor agrave Paz mas por por-tas e travessas vai comprando armasde guerra para uso em terra e no arUm Governo que natildeo tem dinheiropara pagar decentemente a meacutedicosenfermeiros e professores que natildeo temdinheiro para comprar medicamentospara os hospitais nem material escolarnomeadamente carteiras mas que temdinheiro para comprar aviotildees bombar-deiros e tanques de guerra para matar

moccedilambicanosComeccedila por outro lado a ser maiscompreensiacutevel o impasse que continuanas sessotildees do ldquodiaacutelogordquo entre o Gover-no e a Renamo Muito provavelmentetrata-se apenas de manter a situaccedilatildeoestacionaacuteria nesta paz-podre agrave esperaque chegue ao paiacutes todo o armamentocomprado no exterior para depois im-por uma soluccedilatildeo militarO que pode ser uma peacutessima escolhacomo bem poderia explicar o general vietnamita Vo Nguyen Giap recente-

mente falecido

Armas

pecuacuteliosOra para dispor sem restriccedilotildees do pecuacutelio ou

cuacutemulo de activos ndash nervo da poliacutetica e da guerraconforme aprenderam em longos anos de combateos vencedores da guerra civil angolana ndash importadispor de imagem impoluta e agir sem constrangi-mentos ou ameaccedilas legaisO risco de processos judiciais inquinando a ima-gem de pessoas e do estado eacute altamente prejudicialaos equiliacutebrios de poder em Luanda e ao presi-dente cabe atalhar a direito sempre que a ameaccedilaronde os mais proacuteximos e influentesA provaacute-lo estatildeo o ldquoAngolagaterdquo envolvendo gen-te da alta roda poliacutetica e negocista francesa pela venda ilegal de armas sovieacuteticas a Luanda entre1993 e 1995 ou o reconhecimento no ano pas-sado nas paacuteginas do ldquoFinancial Timesrdquo por ManuelVicente Kopelipa e o general Leopoldino Fragosodo Nascimento da sua participaccedilatildeo na ldquoNazaki Oilamp Gasrdquo que se associou em 2010 agrave ldquoCobalt Inter-national Energyrdquo de Houston para a exploraccedilatildeo daconcessatildeo dos blocos petroliacuteferos 9 e 21Voltaraacute a correr o marfimEduardo dos Santos jaacute afastou Marcolino Mouco Joatildeo Lourenccedilo ou Fernando Nandoacute e cerceou am-biccedilotildees de outros putativos sucessoresNo pinaacuteculo do poder Eduardo dos Santos con-tudo natildeo tem ainda assegurado que a sua sucessatildeopossa vir a garantir a perservaccedilatildeo do justo pecuacutelioe a rede de influecircncias poliacuteticas de interesses patri-moniais de associados e familiaresAacuterbitro e decisor em derradeira instacircncia opresidente de Angola tem consequentemente detomar posiccedilatildeo e assumir atitudes para provar queacima de tudo defenderaacute os interesses da cuacutepulado poder e dos negoacutecios as ldquoelites capazesrdquo quetanto lhe devemMexe com poder eacute poliacutetico portanto o conten-cioso e ao mais alto niacutevel o estado angolano vecircmexigindo desculpas e reparaccedilotildees puacuteblicas que porconstrangimento legal os governantes portu-gueses natildeo podem expressarRui Machete disse em puacuteblico o que apenas po-deria aventar em privado e gerou tamanha contro- veacutersia interna que acabou bloqueando a diploma-cia e dando pretexto agrave ruptura ansiada em LuandaPara o resto o que Machete em puacuteblico natildeo dissemas se sabe agrave boca pequena eacute que bastaraacute a justiccedilaportuguesa continuar inane e ineficaz manter-seigual a si proacutepria para tudo acabar em aacuteguas debacalhau e voltar a correr o marfim

Jornalista barradasjoaocarlosgmailcom

httpmaneatsemperblogspotpt Top of Form

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Aacute rbitro e decisor em derradeira instacircnciao presidente de Angola tem consequen-temente de tomar posiccedilatildeo e assumiratitudes para provar que acima de tudo

defenderaacute os interesses da cuacutepula do poder e dosnegoacuteciosSatildeo literalmente laquoincompreensotildees ao niacutevel dacuacutepularaquo que levam Joseacute Eduardo dos Santos a de-nunciar o acordo de princiacutepio acertado em 2010em Luanda com Cavaco Silva para o desenvolvi-mento de uma parceria estrateacutegica luso-angolanaA indefinida e adiada parceria deveria servir parareforccedilar a cooperaccedilatildeo estado a estado promovercontactos e projectos bilaterais entre instituiccedilotildeesempresas privadas e cooperativas aleacutem de facilitara circulaccedilatildeo de pessoas bens e capitaisApesar das aplicaccedilotildees financeiras em Portugalterem continuado a processar-se a bom ritmo ndashsobretudo nas telecomunicaccedilotildees energia e bancandash legitimando a riqueza receacutem-acumulada dosinvestidores angolanos uma questatildeo poliacutetica in-

quinou a relaccedilatildeoInvestigaccedilotildees judiciais sobre altas personalidadescomo o procurador-geral Joatildeo Maria de Sousa oministro de estado e da coordenaccedilatildeo econoacutemicaManuel Vicente ou o general Manuel HeacutelderVieira Dias laquoKopeliparaquo ministro de estado e chefeda casa militar do presidente nunca foram trava-das pelo poder executivo ndash laquoao niacutevel da cuacutepularaquo SBento e Beleacutem ndash como ainda acabaram tornadaspuacuteblicasA deploraacutevel vergonhosa e ilegal praacutetica de fugasde informaccedilatildeo e violaccedilatildeo reiterada do segredo de justiccedila no DCIAP deu pretexto a criacuteticas de ar-ticulistas e poliacuteticos de Luanda sobre difamaccedilatildeo eintimidaccedilatildeo de cidadatildeos angolanos e a perversatildeodo estado de direito em PortugalO presidente das elites capazesManuel Vicente anunciou em Maio do ano pas-

sado que o investimento de estado em Portugaldeixara de ser prioritaacuterio jaacute que importava privile-giar o mercado angolanoA participaccedilatildeo da ldquoSonangolrdquo no BCP visando acriaccedilatildeo de uma plataforma financeira para suportaro crescimento da empresa fora um dos objectivosatingidos numa fase inicial que apostara forte emPortugal e referia tambeacutem Vicente convinha di- versificar as aplicaccedilotildees directas do estadoAo capital privado caberia assim definir opccedilotildeesde investimento em Portugal e de parcerias emAngola com empresas lusas mas na realidade aimbricaccedilatildeo da elite de negoacutecios e da elite do poderem Luanda eacute tal que a distinccedilatildeo acaba por ser ir-relevanteEacute essa a razatildeo que sustenta as tiradas nacionalistasno discurso de Eduardo dos Santos agrave AssembleiaNacional sobre o Estado da Naccedilatildeo denunciandoa injusticcedila de empresas e bancos estrangeiros queldquolevam biliotildeesrdquo de Angola ao mesmo tempo queLuanda vecirc serem qualificadas como corruptas assuas ldquoelites capazesrdquo que tecircm amealhado justos

Angola cortar a direitoPor Joatildeo Carlos Barradas

A notiacutecia de que a Ruacutessia concedeu asilo tem-poraacuterio a Edward Snowden eacute geralmentediscutida no contexto dos potenciais efeitosda decisatildeo sobre as relaccedilotildees russo-america-

nas Sem duacutevida o caso Snowden desencadeou umaseacuterie de efeitos adversosLevando em conta as revelaccedilotildees do ex-agente da CIApromotores russos estatildeo investigando os serviccedilos do

Google e do Facebook na Ruacutessia As autor idades sus-peitam que ambos violem os acordos internacionaissobre a proteccedilatildeo de dados pessoaisO avanccedilo dessa situaccedilatildeo ameaccedila originar uma atmos-fera toacutexica de longo prazo nas negociaccedilotildees bilateraisem torno de vaacuterias questotildees delicadas Entre elas ointercacircmbio de agentes descobertos a anaacutelise dospedidos para divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre ciber-criminosos e suspeitos de terrorismo ou a troca daspraacuteticas mais eficazes das agecircncias de inteligecircncianorte-americanas e russas no trabalho com grandes volumes de dadosAleacutem disso a Ruacutessia agora pode esquecer as per-spectivas de retorno de Viacutektor Bout ou outros rus-sos que estatildeo enfrentando processos judiciais nosEstados Unidos A Casa Branca por sua vez perdeuo poder de instigar seus principais valores na Ruacutessia ndash

a liberdade na internet e a proteccedilatildeo dos direitos dosusuaacuterios gravemente comprometidos pelas revelaccedilotildeesde SnowdenQuem sabe quantos segredos mais o ldquoex-prisioneirodo aeroporto moscovita de Sheremetievordquo tem guar-dado ou quatildeo difiacutecil seraacute para ele resistir agrave tentaccedilatildeode compartilhaacute-los com os serviccedilos de inteligecircnciarussos

Mas tudo eacute muito complexo e dramaacutetico Seraacuteque o asilo concedido a Snowden realmente traccedila umalinha vermelha nas relaccedilotildees russo-americanasEm primeiro lugar a decisatildeo russa de conceder asilotemporaacuterio a Snowden envia agrave Casa Branca um sinalclaro de que a Ruacutessia estaacute disposta a negociar aindamais ldquoPodemos abrigaacute-lo temporariamente masdeixe-nos pensar aleacutem dissordquoCabe lembrar a condiccedilatildeo anunciada pelo presidenteVladiacutemir Puacutetin no mesmo dia em que os boatos so-bre a possibilidade de asilo vieram agrave tona de que oforagido deveria ldquoparar de prejudicar os interesses dosEstados UnidosrdquoO consentimento de Snowden em seguir essa regraestaacute impliacutecito na aceitaccedilatildeo do asilo O governo russotambeacutem natildeo vai perder o interesse em acessar as in-formaccedilotildees que o ex-agente da CIA estaacute segurando

embora o acordo atual sugira que tais dados continu-aratildeo a ser um aacutes na manga diplomaacutetica da Ruacutessia ndash aser usado em uma hora difiacutecil nas negociaccedilotildees bilate-rais com Washingtonndash e natildeo seraacute compartilhado coma comunidade internacionalEacute ainda mais importante ter em mente que as relaccedilotildeesrusso-americanas satildeo muito diversificadas e estra-teacutegicas para serem deixadas de lado por causa de um

uacutenico escacircndalo independentemente de quatildeo fortepossa ressoarApesar da tendecircncia negativa nas relaccedilotildees bilateraiscom o fim do ldquoresetrdquo uma seacuterie de questotildees demon-stra a enorme capacidade de cooperaccedilatildeo duradourae desenvolvimento construtivo em assuntos intimam-ente relacionados com SnowdenA cooperaccedilatildeo no ciberespaccedilo que apresentou recente-mente um progresso substancial eacute exemplo disso Em17 de junho um dos pontos de discussatildeo da Cuacutepulado G8 na Irlanda foi a declaraccedilatildeo conjunta emitidapor Puacutetin e Obama sobre as medidas de reforccedilo daconfianccedila no ciberespaccedilo que incluiacuteram trecircs acordosEstados Unidos e Ruacutessia satildeo agora obrigados a man-ter contato constante sobre cibercrimes e tentativasde ciberataques para reforccedilar a cooperaccedilatildeo na respostaa tais incidentes bem como fazer uso de uma linha di-

reta para avisar um ao outro sobre alguma emergecircnciaSimbolicamente os mecanismos de notificaccedilatildeo muacute-tua seratildeo parcialmente implementados por meio da jaacute existente linha Moscou-Washington para o avisode ocorrecircncias com armas nucleares a mesma usadadurante a Guerra FriaA continuidade dos acordos exemplifica a crescenteimportacircncia estrateacutegica da cooperaccedilatildeo russo-ameri-

cana no ciberespaccedilo Os dois lados chegaram a umacordo sobre a questatildeo mesmo em meio a condiccedilotildeesdesfavoraacuteveis nas relaccedilotildees bilaterais ndash embora hajaduacutevidas sobre ateacute onde essa cooperaccedilatildeo seria sacrifi-cada por causa do recente escacircndalo diplomaacuteticoApesar do efeito das revelaccedilotildees do ex-agente daCIA os Estados Unidos e a Ruacutessia precisam se en-gajar para estabelecer um clima de boa vizinhanccedila ecolaboraccedilatildeo no ciberespaccedilo ainda que envolto porcriacuteticas e acusaccedilotildees pesadas A colaboraccedilatildeo podeser reduzida ou suspensa em alguns aspectos mas asmedidas de confianccedila devem ser desenvolvidas comoum dos mecanismos viaacuteveis para prevenir uma guerraciberneacutetica Isso eacute algo que tanto o Kremlin como aCasa Branca entendem bem Oleg Demidov eacute coordenador de projetos em segu-ranccedila e governanccedila no Centro de Estudos Poliacuteticosda Ruacutessia

O ciberespaccedilo poacutes-SnowdenPor Oleg Demidov

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

CartoonEDITORIAL

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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19Savana 18-10-2013

violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

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Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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20 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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12 Savana 18-10-2013PUBLICIDADE

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13Savana 18-10-2013 SOCIEDADE

A experiecircncia do modelo

brasileiro de desenvolvi-mento agraacuterio natildeo cria il-usotildees em Augusto Juncal

do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra do Brasil (MST)sobre o efeito ldquoperversordquo que o Pro-SAVANA vai gerar para os cam-poneses do corredor de Nacala

Presente em Moccedilambique a conviteda Uniatildeo Moccedilambicana dos Cam-poneses (UNAC) para participarna II Conferecircncia InternacionalCamponesa sobre a Terra Juncaldiz que a reacuteplica da chamada agri-cultura do cerrado brasileiro que osgovernos brasileiro moccedilambicano ejaponecircs querem praticar em 19 dis-tritos do centro e norte de Moccedilam-bique vai gerar comunidades desem terras como aconteceu no seupaiacutesldquoO reassentamento eacute um passopara virar sem terra (hellip) Eu achoque a preocupaccedilatildeo dos campone-ses moccedilambicanos em relaccedilatildeo aoProSAVANA eacute pouca para o ta-manho do problema que estaacute a virEu acho que os camponeses aindanatildeo se deram conta do que estaacute avir porque quando se derem con-ta natildeo teratildeo nenhuma negociaccedilatildeopara fazer com o Governordquo disse

Augusto JuncalO activista do MST brasileiro

considera inevitaacutevel que o ProSA-VANA despoje os camponeses dastrecircs proviacutencias abrangidas pela ini-ciativa do uacutenico recurso que detecircmndash precisamente a terra ndash pelas suascaracteriacutesticasldquoProSAVANA vai trabalhar commonoculturas como soja algodatildeo ecriaccedilatildeo extensiva de gado A mono-cultura requer alto uso de agro-toacutex-icos que contaminam a aacutegua o ar

e a terra e mecanizaccedilatildeo intensa enatildeo precisa de camponeses ProSA-

VANA natildeo vai plantar mandioca emapira eacute para culturas que interes-sam ao mercado europeu e norte-americanordquo frisou Augusto Juncal

Quanto agraves garantias do Governomoccedilambicano sobre o respeito dosdireitos dos camponeses da aacuterea deimplementaccedilatildeo da referida iniciati-

va o ldquosem terrardquo recorre ao exemplobrasileiro para fundamentar a sua

duacutevida de que esse compromissoseraacute observado

ldquoTudo o que eles dizem natildeo re-

alizam A reforma agraacuteria era umapauta do Governo Lula mas ficouesquecida Dilma Rousef literal-mente acusou duramente o fal-hanccedilo do Governo Lula na questatildeoagraacuteria mas defende agora a pri-

vatizaccedilatildeo do Preacute-Salrdquo apontou Au-gusto JuncalPara o militante da causa camp-esina a turbulecircncia social causadapela implementaccedilatildeo de projec-tos mineiros em Moccedilambique eacuteum testemunho de que a retoacutericamessiacircnica do ProSAVANA vaiconverter-se num cataclismo socialpara MoccedilambiqueldquoNatildeo precisa de retoacuterica nempoliacutetica para ver o desastre asexperiecircncias estatildeo aiacute vocecircs osmoccedilambicanos tecircm que ler as ex-periecircncias que estatildeo acontecendoaiacuterdquo afirmou Augusto JuncalPara o activista dos direitos doscamponeses brasileiros o projectotriangular vai desferir um golpemortal a um ganho que a inde-pendecircncia de Moccedilambique em1975 conseguiu e que faz inveja aosbrasileiros que eacute a posse da terrapelos mais pobresldquoNoacutes nunca tivemos uma reformaagraacuteria vocecircs tiveram apoacutes a inde-pendecircncia do paiacutes mas vatildeo deitar

tudo a perderrdquo sublinhou Augusto Juncal

Querem impor-nos um fa-

lhanccedil o - UNACPor sua vez a UNAC retomou du-rante a II Conferecircncia Internac-ional Camponesa sobre a Terra osataques cerrados ao ProSAVANAinsistindo na expropriaccedilatildeo da terradestruiccedilatildeo dos ecossistemas locais eemergecircncia de fomeldquoIsto eacute grave Quem conhece a re-alidade brasileira sobre este modeloque foi importado para o ProSA-VANA sabe que 80 por cento dasexportaccedilotildees geradas satildeo detidas pe-las empresas privadas Querem im-por-nos um modelo que fracassouno Brasilrdquo disse Vicente Adrianooficial de Advocacia e Cooperaccedilatildeo

da UNACEm conferecircncia de imprensa reali-zada em Maputo o coordenador doProSAVANA Calisto Bias tentourefrear as preocupaccedilotildees dos rep-resentantes dos camponeses afir-mando ldquoa soberania dos campone-ses sobre a terra seraacute respeitada peloProSAVANArdquoSegundo Calisto Bias que repre-senta o Ministeacuterio da Agriculturamoccedilambicano no ProSAVANA ainiciativa assenta em pilares comoo desenvolvimento integrado einclusivo que tem em conta asrealidades e especificidades agro-ecoloacutegicas e socioculturais de cada

um dos 19 distritos de incidecircnciado projecto

ldquo Sem Terra brasileirordquo daacute o veredict o

ldquo ProSAVANA eacute perverso para os moccedilambicanosrdquondash di z Augu st o Jun cal

Augusto Juncal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terrado Brasil (MST)

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14 Savana 18 -10-2013Savana 18 -10-2013 15NO CENTRO DO FURACAtildeO

ldquo Caminhamos de novo para uma armadilhardquoPor Ricardo Mudaukana O autor procuraraacute neste texto ser pedagoacutegico para facilitar a compreensatildeo dos

leitores menos familiarizados com alguns conceitosEste texto refere-se principalmente ao lado das despesas do orccedilamento eapenas agrave anaacutelise dos principais indicadores macroeconoacutemicos associados ao

orccedilamentoO orccedilamentocomo conta puacuteblica compotildee-se das despesas do Estado para assegurarserviccedilos puacuteblicos aos cidadatildeos (educaccedilatildeosauacutedeseguranccedila socialetc)seguranccedila do paiacutese das pessoasdefesa dos direitos e liberdadesjusticcedila entre outrosEstas funccedilotildees natildeo tecircmporque ser um monopoacutelio estatalRealiza ainda actividades econoacutemicas e de investimen-tocom ou sem parcerias com o sector privado (infra-estruturasserviccedilos de monopoacuteliosnaturais cuja actividade natildeo interessa ao sector privadoetc)Sobre o papel do Estado naeconomia sempre existiu um constante debate inacabado natildeo apenas devido agraves variaccedilotildeesdos contextos no tempo no espaccedilo como ainda por razotildees poliacuteticasideoloacutegicas e outrasOnde se pode encontrar algum pensamento comum eacute na necessidade do Estado de-senvolver os serviccedilos com eficiecircncia e eficaacuteciac onsiderando que utiliza a riqueza doscidadatildeos atraveacutes dos impostos ou da cooperaccedilatildeo (igualmente impostos pagos nos paiacutesesdoadores) e que os serviccedilos sejam de faacutecil acesso isto eacuteestejam proacuteximos dos cidadatildeosExige-se ainda que o Estado natildeo absorva uma elevada percentagem da riqueza nacionalmedido pela percentagem dos gastos puacuteblicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto - in-dicador que mede a riqueza nacional)isto para libertar recursos para as famiacutelias e a ac-tividade privadasupondo o princiacutepio (sempre discutiacutevel)que o sector privado eacute sempree necessariamente mais eficientePor isso o Estado deve possuir uma gestatildeo eficiente dos recursoso que dependeemgrande medidadas opccedilotildees da governaccedilatildeoda competecircncia dos gestores puacuteblicosda ca-pacidade da sociedade em controlar a actividade e as contas puacuteblicas (atraveacutes do Parla-mento ou por outros mecanismos) Por issoo Estado deve ser transparente nas decisotildeese nas contasdisponibilizando informaccedilatildeo aos cidadatildeos e os servidores do Estado devem

reger-se pela eacutetica republicana onde existe uma clara separaccedilatildeo de interesses entre oprivado e o puacuteblicoUma gestatildeo saudaacutevel sugere que os gastos natildeo sejam superiores agraves receitasque a diacutevidaseja sustentaacutevel (possibilidade de ser paga no futuro) e baixa ( para natildeo penalizar as fu-turas geraccedilotildees atraveacutes de impostos acrescidos para pagamento da diacutevida contraiacuteda nopassado)As opccedilotildees do governo (opccedilotildees puacuteblicas) deveriam sempre ter em conta o mel-hor cumprimento das funccedilotildees do Estado em cada fase do desenvolvimentoFeita esta breve apresentaccedilatildeoo autor utilizaraacute principalmente os seguintes indicadores(1) gastos puacuteblicosPIBdestacando os salaacuterios dos funcionaacuterios (2) Deacutefice puacuteblicoPIBfinanciamento do mesmo e a diacutevida puacuteblicaPIB(3) grau de sustentaccedilatildeo do orccedilamentodo Estado atraveacutes de recursos gerados pela economia concretizado pelo indicador recei-tasgastos(em percentagem)e (4) evoluccedilatildeo de alguns gastoscomo forma de observaracerca de algumas opccedilotildees do governoNatildeo haacute consenso sobre os paracircmetros que indiciam situaccedilotildees de estabilidadesustentabi-lidade ou de criseinstabilidadeAs teorias convencionais referem que o Estado deve serldquoleverdquo(o que se reflecte numa baixa percentagem dos gastos puacuteblicossobre o PIB ndash natildeomais que 30) um deacutefice proacuteximo de zero e uma diacutevida que seja possiacutevel de ser pagasem sacrifiacutecios sobre os rendimentos das futuras geraccedilotildeesSegundo as mesmas escolasoestado deve assumir funccedilotildees muito especiacuteficas e que natildeo sejam do interesse do sector pri-

vado (por exemplodefesa e seguranccedila nacionalcerto tipo de investigaccedilatildeo e facilitaccedilatildeo daactividade privada com a criaccedilatildeo de bons ambientes de concorrecircncias) e o que se entendepor estado social deveraacute ser assegurado por sistemas de seguros e pensotildees oferecidos porinstituiccedilotildees financeiras privadasPressupotildee-se que o mercado eacute o mais eficiente alocadorde recursosos agentes econoacutemicos possuem loacutegicas de maximizaccedilatildeo de objectivos (lucroutilidadesetc)num ambiente concorrencial e de negoacutecios

Toda a informaccedilatildeo utlizada neste texto foi obtida do Orccedilamento Geral do Estado e operiacuteodo analisado eacute o de entre 2001 e 2012Por isso natildeo estatildeo indicadas as fontes dosgraacuteficos ao longo do texto

Graacutefico 1Despesas totaisPIBem percentagem

Alertas sobre o Orccedilam ento do EstadoPor Joatildeo Mosca

Graacutefico 2

Despesas com o pessoaldespesas correntesem percentagem

Os dois graacuteficos acima revelam(1) um evidente crescimento dos gastos do Estado comopercentagem do PIB(2) a manutenccedilatildeo percentual dos gastos com o pessoalporeacutem comcrescimentos reais dos gastos considerando o aumento destesa factura dos salaacuterios dosfuncionaacuterios passou de 58 do PIB em 2001 para 102 em 2012o que pode ser con-siderado muito elevado se comparado com outras economias (incluindo as africanas eda SADC)e (3) as despesas do Estado crescem mais rapidamente que o crescimentoeconoacutemicoconsiderando que a relaccedilatildeo GastosPIB estaacute a crescer

Graacutefico 3Deacutefice puacuteblico com e sem recursos externos em percentagem do PIB

Graacutefico 4Diacutevida puacuteblicaPIBem percentagem

Dos dois graacuteficos acimaobserva-se (1) um elevado deacutefice das contas puacuteblicas emos d os g raacute ficos a cm a o s er va -s e 1 um e e va do d eacutefice d as c on ta s uacute c as e m

relaccedilatildeo ao PIB e queem termos e valores absolutostem aumento por efeito do cresci-mento do PIB (2) embora a diacutevida possa natildeo ser considerada elevada assimela eacutedevido agrave cobertura dos deacutefices puacuteblicos dos anos anteriores pela cooperaccedilatildeo externadando por isso uma percepccedilatildeo pouco real (fictiacutecia) da realidadeEntre 2001 e 2012entre 85 e 90 do deacutefice puacuteblico foi coberto por recursos externos

Graacutefico 5Receitasdespesasem percentagem

Graacutefico 6Recursos externosdespesas totaisem percentagemOs graacuteficos 5 e 6 revelam duas evoluccedilotildees positivasUm aumento das receitas do Estado

e um decreacutescimo da dependecircnciaSe os megaprojectos natildeo tivessem os benefiacutecios fiscaisconhecidoseste cenaacuterio poderia ser muito diferentepara melhor

Graacutefico 7Despesas totais por habitante entre 2001 e 2012 Graacutefico 8

Despesas de funcionamento (acircmbito central) de alguns oacutergatildeos centraisa preccedilos con-stantes de 2011

O Graacutefico 7 revela uma grande diferenccedila na alocaccedilatildeo de recursos por habitante As

proviacutencias com taxas de pobreza mais elevadas satildeo as que tecircm menos recursos porhabitantesendo o contraacuterio tambeacutem verdadeiro (Cidade de Maputo e Proviacutencia deMaputo) O graacutefico 8 apresenta e compara os gastos de funcionamento de acircmbitocentral entre alguns oacutergatildeos do EstadoO graacutefico dispensa comentaacuterios

Em resumo pode-se afirmar que a evoluccedilatildeo do Orccedilamento do Estadosegundo os in-dicadores seleccionadosrequere reflexotildees e ajustamentosconsiderando o crescimentodo sector puacuteblico e da massa salarial dos funcionaacuteriosVerifica-se a persistecircncia de umapoliacutetica expansiva do gasto puacuteblicoum elevado do deacutefice sem recursos externos e sinaispreocupantes do endividamento puacuteblico (quando os recursos externos natildeo satildeo contabi-lizados)Parece evidente que satildeo necessaacuterios ajustamentos da distribuiccedilatildeo dos recursosentre proviacutencias e entre os oacutergatildeos do Estado a niacutevel centralComo elemento positivoressalta-se o aumento das receitas fiscaiso que permite a reduccedilatildeo da dependecircncia doorccedilamento em relaccedilatildeo agrave cooperaccedilatildeodonativosO espaccedilo desta coluna natildeo permiteanaacutelise do orccedilamento com a ecircnfase da economia poliacutetica

Outros indicadores de importacircncia analiacutetica natildeo foram apresentados como por ex-emploa alocaccedilatildeo entre sectores de actividadea composiccedilatildeo das receitas e do finan-ciamento do deacutefice e o reflexo no orccedilamento de algumas medidas de descentralizaccedilatildeoadministrativa

A evoluccedilatildeo das contas puacuteblicas de Moccedilambique natildeo pode deixar os cidadatildeos tran-quilosA actual crise em alguns paiacuteses da Europa tem como causa proacuteximao s dese-quiliacutebrios e o mal gastar dos dinheiros dos cidadatildeos derivado de poliacuteticas expansivase eleitoralistas no quadro das lutas partidaacuterias e de defesa dos poderesagrave custa e emprejuiacutezo dos cidadatildeosdas empresas e da economia

ndash c on sid era Grup o M occedil am bi ca no da Diacutevid a so br e o a ct ua l n iacutevel de d iacutevid a p uacuteb li ca

A organizaccedilatildeo mais conhe-cida em mateacuteria de mo-nitoria da diacutevida puacuteblicaem Moccedilambiqueo Grupo

Moccedilambicano da Diacutevida (GMD)co-mentou ao SAVANA o alarme que oTe Economist Intelligent Unit (EIU)

fez soar recentemente sobre a novaespiral de endividamento que o Go-verno moccedilambicano estaacute a seguirde- pois do oxigeacutenio que as contas puacuteblicasreceberam na sequecircncia da Iniciativade Aliacutevio da Diacutevida dos Paiacuteses Alta-mente Endividados (HIPC)haacute cercade 10 anos Para Humberto Zaqueu oficial deadvocacia do GMDa actual lideran- ccedila do paiacutes estaacute ldquoa armadilharrdquo Mo- ccedilambique numa futura asfixia finan-ceira que vai impedir investimentosimportantes em aacutereas essenciais comoa sauacutedeeducaccedilatildeo e abastecimento deaacutegualdquoOs nossos poliacuteticos natildeo resistemquando vecircem dinheiro eacute irrisoacuterioeste despesismo para o luxoVamos aChinaporque eles natildeo exigem requi- sitos natildeo se importam se vais com- prar armas para reprimir o teu povordquoconsidera Humberto Zaqueusobre orecurso ao dinheiro chinecircs apontadocomo um dos novos credores de peso de Moccedilambique

Justi1047297ca-se o alerta do EIU sobre oactual ritmo de endividamento doEstado moccedilambicanoDefinitivamente sim justifica-se enoacutescomo GMDtemos vaacuterios tra-balhos feitos e alguns em cursoquemostram uma tendecircncia de um novopadratildeo preocupante de endivida-mento Como GMDas pessoas en-quadram-nos num acircngulo de anaacutelisee de visatildeo sobre a diacutevida mais socialenquanto o Governo tem uma visatildeomais economicista da questatildeo OGoverno baseia as suas decisotildees so-bre a diacutevida em caacutelculos e indicado-res elaborados conjuntamente como Fundo Monetaacuterio Internacional(FMI) e Banco Mundial (BM)emraacutecios da diacutevida sobre exportaccedilotildeese serviccedilo da diacutevida sobre o Produto

Interno Bruto (PIB) e essa relaccedilatildeomostra que a diacutevida de Moccedilambiqueeacute sustentaacutevelao niacutevel dos nuacutemerosMas se for ver a dinacircmica dos pres-supostos que sustenta os tais raacuteciosque eacute a induacutestria extractiva e os me-gaprojectos que natildeo deixam nadapara Moccedilambiqueou pouco deixampara Moccedilambique entatildeo a partirdesse princiacutepioe stes raacutecios satildeo en-ganadores O nosso Governo estaacute abasear-se numa ldquorealidaderdquoirrealista

Quer dizer que os alicerces sobre osquais o Governo assenta a decisatildeode recorrer a um alegado endivida-mento excessivo natildeo satildeo con1047297aacuteveisO mecanismo de transmissatildeo da-queles raacutecios para a economia real deMoccedilambique eacute muito fraacutegil a basede redistribuiccedilatildeo da renda eacute muitoteacutenue O Governo radica o seu op-timismo em relaccedilatildeo agrave contrataccedilatildeo dadiacutevida a preccedilos elevados em pressu-postos irrealistas porque considera

um grande crescimento da economiaatraveacutes da induacutestria extractiva a umritmo acelerado Isso eacute claramenteilusoacuterio porque a induacutestria extrac-tiva beneficia de tantas isenccedilotildees oemprego gerado eacute limitadiacutessimo Jaacutetemos informaccedilotildees que apontam queo que os megaprojectos declaramcomo facturaccedilatildeo estaacute muito abaixoda real facturaccedilatildeoUsam esse esque-ma para acederem a isenccedilotildees unsconseguiram que o Estado lhes as-segurasse apenas 16 por cento sobreos seus rendimentosoutros natildeo maisde metade quando pela legislaccedilatildeotinham de pagar 32Eacute infantil pensar que a Vale ou outromegaempreendimento qualquer vaidinamizar a economia ao ponto depagar o niacutevel de diacutevida que o paiacutes estaacutea acarretarEstamos a ser confronta-dos com decisotildees politicamente to-madas que natildeo tecircm nada a ver comracionalidade econoacutemicaUm poliacute-tico menos informadoquando ouvedizer que o paiacutes estaacute a descobrir re-cursos naturaisfica na ilusatildeo e tomadecisotildees com fonte nessa ilusatildeoMasalguns politicamente mais prepara-dos em termos econoacutemicos tecircm tidoa sensatez de dizer acutetenham cuidadoo que vai acontecer na economia realnatildeo satildeo os nuacutemeros que estatildeo a serinvestidos pelas multinacionais natildeo

vale a pena pensa r que a induacutestriaextractiva vai gerar benefiacutecios para opaiacutes de hoje para amanhatilde`A expectativa menos remota eacute queesses projectos gerem benefiacutecios in-directos impulsionando alguma ho-telaria e turismoa agricultura pode

vir a beneficiar um pouco esse eacute oalerta que tem sido deixado pelospoliacuteticos mais informados tecnica-mente porque o caminho eacute longo eincertoInfelizmente os poliacuteticos menosinformados soacute vecircem o lado do in-

vestimento que eacute uma fantasia eacuteerradocomo vimos no iniacutecio com aMOZALque fez disparar o PIB aniacuteveis galopantese estaacute a aconteceragora com a Vale e a Rio Tintocomavultados investimentos mas sem

impacto sobre a economiaQuando se analisam os raacutecios usadospelo Governo na sua corrida ao en-dividamentoeacute faacutecil vecirc-se que estatildeoa diminuir enquanto a diacutevida estaacutea subirE statildeo a meter o paiacutes numaarmadilha econoacutemicacujo resultadoeacute esteagora estamos bem perto dosseis biliotildees de doacutelares em termos dediacutevidao niacutevel do HIPChaacute cerca de10 anos

E natildeo passa muito tempo desdeesse niacutevel de diacutevida impagaacutevelhellipNaquele tempo foi em condiccedilotildeesmais ligeiramente favoraacuteveis por-que eram maioritariamente diacutevidasconcessionais de credores bilateraisou sejade paiacutes para paiacutescom ta-

xas de juro ligeiramente acima dasconcessionais mas com periacuteodos dereembolso longos e as outras erammultilaterais com uma taxa de juromais baixa proacutexima de zero e comperiacuteodos de graccedila de 10 a 20Por ou-

tro lado as diacutevidas antes do HIPCforam contraiacutedas em periacuteodos com-parativamente mais longosmais oumenos em duas deacutecadase as actu-ais estatildeo a surgir a um ritmo acele-rado Depois do HIPC natildeo passammuitos anos e estamos perto do picohistoacuterico de cerca de seis biliotildees dedoacutelares

Banca sanguessugaO dinheiro chinecircs eacute mais caroO que se vecirc no recurso a esse di-nheiro eacute que estaacute a ser contratadoa um ritmo muito acelerado e emcondiccedilotildees muito desfavoraacuteveis OEXIMBANK(banco estatal chinecircsde creacutedito externo) empresta dinhei-ro com periacuteodos de reembolso muitocurtospara aiacute 10 anos periacuteodo degraccedila quase nulo e a taxa de juro estaacutebem perto da taxa de mercadoParao contexto do mercado moccedilambica-no10 por cento podem natildeo parecerexcessivos porque a nossa banca co-mercial cobra entre 10 a 12 por centomas essa eacute uma banca de sanguessu-gasporque 10 por cento satildeo proibiti-

vosOs mesmos bancos sul-africanosque caacute cobram issona Aacutefrica do Sulembolsam juros mais suavess abembem que a taxa real de empreacutestimosna Aacutefrica do Sul natildeo passa cinco porcentomas em Moccedilambique aplicam10 ou acima dissoPortanto quandofazemos uma anaacutelise cruzadavemosque a taxa real exigida pela China eacutede banca comercial a taxa de mer-cadocom periacuteodos de graccedila nulos ede desembolsos muito curtosisto vaidesgraccedilar o paiacutesO mais triste eacute que natildeo se compre-ende o recurso a fontes de finan-ciamento tatildeo lesivas aos interessesdo Estado moccedilambicanoporque ostradicionais doadores ainda cobreme ajudam a combater o deacutefice orccedila-mental Temos um orccedilamento comum deacutefice meacutedio de 40 por cento eacuteuma cifra realmente maiormas osdoadores comprometeram-se a de-sembolsar para este anopor exem-plocerca de 700 milhotildees de doacutelares

em apoio directo ao Orccedilamento Ge-ral do EstadoA ajuda externa jaacute estaacuteproacutexima senatildeo capaz de eliminar odeacutefice A pergunta entatildeoeacute porqueessa azaacutefama com o creacutedito chinecircsO que conseguimos perceber eacute quehaacute uma ilusatildeo da nossa ala poliacuteticase se tratasse de comidadiria gulaosnossos poliacuteticos natildeo resistem quando

vecircem dinheiro haacute despesismo Va-mos a china porque natildeo exigem re-quisitos se vais comprar armas parareprimir o teu povo natildeo se impor-tamAgrave Chinao que interessa eacute ga-rantir que o seu creacutedito seraacute pago porcontrapartidas como petroacuteleo dia-mantes carvatildeohellipqualquer dia Mo-ccedilambique ainda hipoteca o seu car-

vatildeopara pagar o que deve agrave ChinaNeste momentoa China natildeo colocaobstaacuteculos no acesso ao seu dinheiro

Mas o Governo justi1047297ca o recursoao endividamentocom o imperati- vo de infra-estruturashellipMas tem de haver prudecircncianatildeo voudeixar de criticar o uso que se faz dodinheiro puacuteblico edifiacutecios puacuteblicos

a serem construiacutedos mas entre fo-mentar a produccedilatildeo interna de arrozque cobre em apenas menos de cincopor cento a procura interna e deixa95 por cento para as importaccedilotildees eos edifiacutecios puacuteblicos e carros de luxopara a elite administrativa do paiacutesqual deve ser a prioridade Eacute oacutebvioo despesismo de luxo algum capri-cho puacuteblico ateacuteporque a fonte dodinheiro eacute faacutecilEste endividamentonatildeo vai para a produccedilatildeose fosse paraas vias de acessocompreendia-se

O EIU diz que o actual serviccedilo dadiacutevida jaacute eacute 40 por cento do PIB Eacutepossiacutevel chegar ao colapso que nosempurrou para o HIPCO risco imediato de natildeo conseguirpagar a diacutevida puacutebica pode natildeo serdaqui a cinco ou 10 anosmas numfuturo breve a capacidade do Esta-do fazer investimentos importantese estrateacutegicos vai reduzir Comeccedilaraacutea faltar dinheiro para a sauacutede edu-

caccedilatildeo e agricultura Esses sectoresessenciais vatildeo ressentir-se e muitoAteacute ao ano passadoa educaccedilatildeo tinhaum fundo para o vector da educaccedilatildeouniversal e Moccedilambique beneficioudurante cinco anos dessa verbamasacabou e soacute uma intervenccedilatildeo de uacutelti-ma hora do Banco Mundial permitiuum socorro de 50 milhotildees de doacutelaresA necessidade de alocar mais fundospara as aacutereas prioritaacuterias natildeo vai mu-darno entantoa capacidade de fi-nanciaacute-los pode retrair-seA reduccedilatildeode alguns fundos pode ser uma rea-lidademas que natildeo seja por isso quese vaacute justificar a corrida ao dinheirochinecircs porque a reduccedilatildeo dos apoiosdos tradicionais parceiros eacute ainda po-tencial os dadores continuam a darao ritmo programadoO que chama a atenccedilatildeo na relaccedilatildeocom os tradicionais parceiros eacute o re-forccedilo dos condicionalismos haacute umcondicionalismo que nem eu consi-dero sustentaacutevelo princiacutepio da tran-che variaacutevel Os doadores datildeo emparcelas o Governo tem de mostrarresultados convencer para tirar mais25 por cento mas tem sido muitotarde e isto compromete a execu-ccedilatildeo completa dos doadores na pers-pectiva de resultadosPor issoelesapostam no financiamento ao fundocomum em que eles mandam a suamissatildeo mandam uma equipa teacutec-nica para ver se as ambulacircncias quefinanciaram foram compradas por-que quando o apoio eacute directamenteao Orccedilamento do Estado eles natildeotecircm essa prerrogativaHaacute esta ten-decircncia de reduccedilatildeo do apoioporquea tranche variaacutevel estaacute a ser difiacutecil derespeitarmas no geralcontinuamoscom os doadores cometidos com osdesembolsosa uacutenica coisa eacute que natildeoestamos a aguentar com os condicio-nalismos cuja imposiccedilatildeo quanto amim justifica-se Quando dinheirospuacuteblicos satildeo usados para comprarmaacutequinas de barbear e outros malescomo os desvios no Ministeacuterio daEducaccedilatildeo entatildeo aperta-se o desem-bolsoe a alternativa eacute o dinheiro su-postamente faacutecil da Chinapara coi-

sas como o negoacutecio dos naviosComo dinheiro dado pelos novos credo-respode estar a fazer-se alguma coi-samas natildeo haacute optimizaccedilatildeo Que asdiacutevidas mobilizem a produccedilatildeodevernatildeo eacute maucontrair uma diacutevida parabeber sem capacidade eacute um crimemorala natildeo ser que tenha capacida-de de pagamentoSe se atingisse essepico de endividamentopara finan-ciar infra-estruturas essenciais natildeoestaacutevamos aqui a criticar

Haacute tambeacutem uma apreensatildeo com oendividamento internoEstamos a criar este cenaacuterio Elescriam condiccedilotildees para que o paiacutes vivaessa situaccedilatildeoE sses casos de corrup-ccedilatildeo que satildeo frequentemente relata-dos deixam os doadores pessimistase se sintam obrigados a impor condi-cionalismos que retardam a chegadade verbas e a multiplicaccedilatildeo de mis-sotildeesA hipoacutetese Chinaagraves vezeslevao seu tempo e o resultado eacute o deacutefice

na tesouraria que justifica emissotildeesde diacutevida interna provocadas pelodeacutefice na tesouraria Satildeo diacutevidas decurto prazomas criam uma enormepressatildeo porque o Governo tem depagar e eacute mais penosoporque eacute nosbancos comerciaisdado que mais de80 por cento dos moccedilambicanos natildeopagam sequer o seu consumo baacutesicologo natildeo compram as obrigaccedilotildees detesouro que o Estado lanccedila para sefinanciarQuem compra a diacutevida doEstado satildeo os bancos comerciaisquepreferem comprar tiacutetulos do Go-

verno porque o Governo nunca vaiagrave falecircncia natildeo precisa de hipotecasmas essas operaccedilotildees estatildeo a prejudi-car o investimentoIsso tudo porque

se criam cenaacuterios de desconfianccedilaque tornam moroso o financiamentotradicional que vem do exterior Oendividamento internopara finan-ciar a reconstruccedilatildeo por danos provo-cados pelas calamidades naturaisporexemplo entende-se eacute um recursode emergecircncia o Governo tem derecorrer a fundos excepcionais masgrande parte eacute deacutefice de tesouraria

Brasil e IacutendiaCentrou-se na China mas fala-sede outros novos credores Comoolha para o per1047297l do creacutedito do Bra-sil e da IacutendiaEles tambeacutem impotildeem condiccedilotildeesmais ou menos proacuteximas do mer-cadomas China eacute China Brasil eacuteBrasil e Iacutendia eacute IacutendiaEles natildeo tecircmcaracteriacutesticas similiaresnatildeo falam amesma liacutengua eacute por isso que o Go-

verno moccedilambic ano natildeo os conse-gue enquadrar na mesma plataformacomo acontece com os Parceiros deApoio Programaacutetico (PAP) Elesnatildeo tecircm procedimentos e caracteriacutes-ticas iguaissatildeo todos eles diferentesO Brasil natildeo daacute dinheiro natildeo eacute sua

vocaccedilatildeo dar directamente dinheirooseu dinheiro eacute em forma de assistecircn-cia teacutecnicase precisas de um teacutecnicoeles trazem o especialistaque traz oconhecimento de que carecesA si-tuaccedilatildeo amarga eacute que o Brasil eacute umcentro de financiamento de projectos

privados que estatildeo a entrar em Mo-ccedilambiquealguns deles como a Valemuito contestados sob o ponto de

vista socialO Brasil dispotildee de linhasde financiamento e paga o segurodos investimentos das suas empresaseacute vocaccedilatildeo do Brasil apoiar grandesprojectos Jaacute a China categoriza osseus devedoresna primeira catego-ria mete os que podem pagar direc-tamente com petroacuteleo ou diamantese paiacuteses como Moccedilambique estatildeo nacategoria trecircsque pagam o dinheirocom dinheiroNos mapas de amorti-zaccedilatildeo da diacutevida de Moccedilambiquequeestatildeo no Ministeacuterio das Financcedilasestaacute laacute que Moccedilambique paga comdinheiro os creacuteditos chinesesMas eacuteuma situaccedilatildeo mista porque o creacutedi-to chines tambeacutem tem laacute um poucodo modelo brasileiroatraveacutes da pre-senccedila em Moccedilambique de empresaschinesas financiadas pelo dinheirodo Estado chinecircs Cada paiacutes tem oseu modelo de financiamento

Humberto Zaqueu o cial de advocacia do GMD

N a

iacute t a U s s e n e

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16 Savana 18-10-2013PUBLICIDADE

A sensivelmente cinco jor-nadas do fim do Moccedilam-bola o presidente da LigaMoccedilambicana de Futebol

(LMF) Alberto Simango Juacutenioraceitou fazer uma breve radiogra-fia da prova e de forma categoacutericagarante haver condiccedilotildees objectivaspara que a verdade desportiva pre- valeccedila Simango diz ainda natildeo ser verdade que a Liga Muccedilulmana es-teja a ser protegida pela arbitragemSeguem os excertos mais relevantesda conversa

Que avaliaccedilatildeo faz das primeirasoito jornadas da segunda volta doMoccedilambola-Faccedilo uma avaliaccedilatildeo positiva namedida em que o certame estaacute a de-correr dentro do previsto Tem sidobastante competitivo e os resultadosfalam por si Na primeira volta ha- via equipas que tinham muito gaacutesmas comeccedilaram a perder forccedilasnesta fase o que eacute normal porqueo Moccedilambola eacute uma prova de re-gularidade Conta-se mais comoa equipa termina a prova do quecomo comeccedila Jaacute fizemos dois terccedilosdo campeonato estamos num bom

caminho e a qualidade estaacute semprea subir Jaacute temos campeatildeo no Moccedilambola-As equipas que estatildeo agrave frente tudofazem para ganhar mas a luta eacutemuito renhida no meio da tabelaclassificativa e essas formaccedilotildees tudofazem para amealhar mais pontose quiccedilaacute evitarem a despromoccedilatildeo Eacuteuma prova de surpresa porque ateacutehoje a questatildeo da conquista do tiacute-tulo continua em aberto emborahaja um clube que avanccedilou bastantena pauta classificativa Pelo menosexistem trecircs a quatro clubes que lu-tam pela conquista do campeonato eisso eacute significativo

Sr presidente ainda continuam osdesacatos e vandalismo nos recintosdesportivos Como acabar com estatriste realidade-A situaccedilatildeo vai sendo paulatina-mente resolvida mas sinto queprecisamos de fazer um trabalho deeducaccedilatildeo ciacutevica por forma a que osclubes comecem por sua vez a tra-balhar com os seus adeptos porquea atitude de arremessar garrafas eoutros objectos para o interior docampo eacute simplesmente condenaacutevelO apelo que faccedilo eacute que natildeo bastaaprovarmos medidas haacute sim queprivilegiarmos a prevenccedilatildeo haacute ne-cessidade de as pessoas terem de

abandonar essas praacuteticas e prima-rem pelo fair playNatildeo acha que a maacute actuaccedilatildeo dos aacuter-bitros leva os adeptos a optarem poressa via o arremesso de garrafaspor exemplo-Eacute normal que haja contestaccedilatildeo daarbitragem isso faz parte de futebolEm qualquer parte do mundo ou- vimos falar de situaccedilotildees do geacuteneromas noacutes estamos a trabalhar com aCNAF e todas as semanas quandonecessaacuterio fazemos um trabalho desensibilizaccedilatildeo para aleacutem da avalia-

Eacute impossiacutevel t ermos Liga fort e com c lubes f racosfinanceiramente-Defende Albert o Simango Juacutenior da LMF

Por Paulo Mubalo

ccedilatildeo do desempenho dos aacuterbitrosO que se nota eacute que os aacuterbitros quecomeccedilam a pocircr em causa a verda-de desportiva estatildeo a ser punidosexemplarmente e isso eacute que incen-tivamos agrave CNAF porque eacute precisodefendermos o futebol de atitudese apetites inconfessaacuteveis de certosgrupos

Julga que a Liga Muccedilulmana estaacute aser bene1047297ciada pela arbitragem ouestaacute a ser viacutetima da sua grandeza- Duvido muito que a Liga Muccedilul-mana esteja a ser beneficiada duvi-

do muito que esse pronunciamentocorresponda agrave verdade A minhapercepccedilatildeo eacute que muitos clubes jaacutebeneficiaram de penaltes jaacute benefi-ciaram de erros de arbitragem Emsegundo lugar jaacute expliquei que osque tentam fabricar resultados estatildeoa ser punidos Eu natildeo vejo as coisasde forma particularizada todos osaacuterbitros podem errar em qualquer jogo que sejaO que a LMF pensa fazer parasalvaguardar a verdade desportivamormente nas derradeiras jorna-

das-Bem como tem sido habitual paraaleacutem do trabalho que temos vindoa realizar as uacuteltimas trecircs jornadasseratildeo disputadas no mesmo dia e agravemesma hora tendo em conta os in-teresses e objectivos de cada clubenessa fase Teraacute que ser assim ateacuteporque isso jaacute consta do nosso re-gulamento Satildeo partidas susceptiacuteveisde mudar a pauta classificativaHaacute treinadores que acusam a LMFde estar a coartar as suas liberdadesusando para tal puniccedilotildees Quer co-

mentar-A puniccedilatildeo faz parte da nossa estra-teacutegia de governaccedilatildeo noacutes natildeo fomoseleitos para natildeo respeitar os regula-mentos e estatutos Os dirigentestreinadores e clubes devem ter umaforma de estar natildeo podem aceitar vilipendiar quem quer que seja empraccedila puacuteblica natildeo podem atentarcontra a geacutenese do clube haacute que terforma e modo de falar Eacute importan-te que as pessoas percebam que aLiga eacute um dos clubes por isso de-fendemos que as pessoas se pronun-ciem com eacutetica que saibam falar Os jovens inspiram-se nos treinadores e jogadores pelas boas praacuteticas e natildeo

pelos insultos por isso tomamosmedidas contra os prevaricadores econtinuaremos a primar por essesprinciacutepios porque queremos umcampeonato satildeo e de disciplinaHaacute condiccedilotildees 1047297nanceiras para queo Moccedilambola termine sem muitosalaridos-Bem como nunca disse que natildeohavia o que posso dizer eacute que tudoestaacute sendo feito para que terminesem qualquer natureza de sobres-saltoPelos vistos a LMF continua a go-

zar de muita credibilidade junto dosparceirosQue trunfo usa para conseguir osseus intentos-O maior segredo eacute o trabalho eacutea nossa dedicaccedilatildeo e credibilidadeNoacutes fazemos de tudo para que ainstituiccedilatildeo seja crediacutevel Somos fieacuteisagrave prestaccedilatildeo de contas e gestatildeo cri-teriosa E por fazermos isso temosum caminho andado trabalhamos365 diasano agrave volta deste projectoEstes pressupostos todos nos levama conseguirmos bons resultados

Como avalia a expulsatildeo de Dia-mantino Miranda do paiacutes-A atitude dele foi de indisciplinagrave ele excedeu na forma comofalou Soacute queria lamentar e apelarpara que situaccedilotildees desta naturezanatildeo voltem a acontecer no nosso fu-tebol Ningueacutem estaacute no futebol paraarranjar problemas cada um tem oseu nome e deve ser chamado poresse nome natildeo podemos chamar aalgueacutem por um nome que natildeo o dig-nificaE a terminarhellip-O apelo que faccedilo eacute um convitequero convidar mais parceiros para

investirem no desporto e no futebolem particular porque atraveacutes do fu-tebol a imagem dos seus produtoschega mais longe Natildeo eacute possiacutevelfazermos a Liga forte com clubesfracos financeiramente Precisamosmais para as nossas equipas mascom a forma como estamos a tra-balhar acredito que a curto prazoteremos os nossos representantes aconseguirem bons resulatados emcompeticcedilotildees internacionais Masfoi bom porque a Liga Muccedilulmanachegou muito longe nas afrotaccedilas

A expulsatildeo do treinadordo Costa de Sol Dia-mantino Miranda poralegados insultos agrave na-

ccedilatildeo no final de jogo realizadocontra o Vilankulo estaacute a divi-dir opiniotildees dos moccedilambicanosCom efeito enquanto alguns ci-dadatildeos ouvidos pelo SAVANAdefendem que a medida tomadapelo Ministeacuterio do Trabalho eacute justa outros dizem ter havidoprecipitaccedilatildeo por parte daquelainstituiccedilatildeo

Para Martinho Vaz estudan-te de direito da UniversidadeSatildeo Tomaacutes de Moccedilambique(USTM) o teacutecnico Diamanti-no Miranda perdeu respeito aosmoccedilambicanosldquoNa minha humilde opiniatildeoconsidero ser grande insultopara os moccedilambicanos proferiraquelas palavras na esfera puacutebli-ca Se fosse num foacuterum privadopoderia compreender porquemuita gente natildeo havia de saberEle passou dos limites mesmo

Expulsatildeo de Diamant ino M iranda di vide opiniotildeesse fosse no seu proacuteprio paiacutes eles natildeohaviam de ponderar essas brincadei-ras Aliaacutes ateacute porque ele vai servir deexemplo para os outros estrangeirosque vecircm ao paiacutes e satildeo bem tratadose meia-volta comeccedilam a maltrataros proacuteprios moccedilambicanosrdquoPara Manuel Muianga tambeacutemestudante de direito da mesma uni- versidade a expulsatildeo do treinadorDiamantino Miranda eacute absurdaldquoEle chamou os moccedilambicanos deladrotildees e isso para mim natildeo eacute novi-dade porque existem muitos treina-

dores ateacute estrangeiros que insultamdentro e fora de campo mas nuncaforam expulsos do paiacutesrdquoldquoNa minha opiniatildeo o Ministeacuterio de Trabalho devia retirar-lhe a licenccedilade trabalho numa primeira fase en-quanto investiga o caso em sumadevia ser mais cauteloso nesta ma-teacuteriardquo observouEnquanto isto Arnaldo Albertoestudante de Ciecircncias Sociais daUniversidade Eduardo Mondlane(UEM) explicou que o caso Dia-mantino Miranda virou tema de

conversa a niacutevel da sua faculdadeEle entende que a medida tomadapelo Ministeacuterio de Trabalho em ex-pulsar o treinador para fora do paiacuteseacute correcta ldquoEu considero como umamedida certa porque ningueacutem podeestar num paiacutes do outro e passar a vida a proferir insultos contra os do-nos do proacuteprio paiacutes Eu acredito quese fosse um treinador moccedilambicanoa fazer o mesmo no paiacutes deles ou emqualquer outro teria sanccedilotildees do geacute-nerordquo anotou o estudantePara Rafael Ernesto comerciante

e adepto da selecccedilatildeo nacional osldquoMambasrdquo o Ministeacuterio do Traba-lho tomou a medida correcta porqueo teacutecnico portuguecircs estava habitua-do a insultar os jogadores de formairresponsaacutevelldquoFoi uma boa medida porque paraaleacutem de jogadores tambeacutem insultoutodos os moccedilambicanos e gostariaque ele natildeo voltasse mais ao nossopaiacutesrdquo Tumar Cumbula empresaacuterio pre-cisou ldquoa atitude do Ministeacuterio foiboa noacutes natildeo podemos admitir es-

sas brincadeiras no nosso paiacutesporque o que ele fez se fosse naAmeacuterica seria preso mas aquiteve sorte Ele foi mais longedemaisrdquo rematou o empresaacuterio Jaacute o advogado Roberto Macha- va precisou ldquohouve um poucode exagero por parte do Mi-nisteacuterio do Trabalho porque haacutemuitas pessoas que falam malnos cafeacutes nos centros de recre-accedilatildeo entre outros mas natildeo satildeoexpulsas do paiacutesAjuntando ldquoa expulsatildeo de um

indiviacuteduo do paiacutes natildeo deve serassim devia haver um moti- vo forte O que poderia fazer oMinisteacuterio do Trabalho era to-mar medidas processuais numaprimeira fase enquanto procuraouvir a outra parte E penso queno seio da proacutepria Liga Mo-ccedilambicana de Futebol e Fede-raccedilatildeo Moccedilambicana de Futeboldeveriam existir alguns espe-cialistas para defender este tipode assuntosrdquo precisou Zaqueu

Massala

Alberto Simango Juacutenior presidente da LMF

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17Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

A TALHE DE FOICEPor Machado da Graccedila

A notiacutecia que me chegou jaacute temmais de um mecircs mas natildeo per-deu infelizmente actualidade

Segundo a Kazinform (provavelmenteuma agecircncia de informaccedilatildeo) um aviatildeoMig 21 num voo de teste depois deuma reparaccedilatildeo incendiou-se ao ater-rar no aeroporto de Bakeu na Romeacute-nia em finais de Agosto passadoMas o mais interessante da notiacutecia eacuteque ela afirma que o aviatildeo sinistradopertencia agrave Forccedila Aeacuterea Moccedilambica-naFiquei assim a saber que a nossa ForccedilaAeacuterea adquiriu pelo menos um aviatildeode combate Mig 21 Mas muito pro- vavelmente adquiriu mais do que umE deve ter adquirido nos saldos emsegunda matildeo porque esse modelo deaviatildeo deixou de ser fabricado em 1985A proacutepria Romeacutenia estaacute a substituir osque ainda tem por aviotildees modernos ese calhar vendeu-nos ao desbarato os velhinhos Mig 21 que para laacute tem E

a avaliar pela notiacutecia o resultado natildeofoi bomComentando a notiacutecia com um cole-ga nomeadamente sobre a razatildeo paraMoccedilambique precisar desse tipo dearmamento o colega disse-me que natildeoeacute soacute isso que estaacute a acontecer Pelo con-traacuterio segundo ele teratildeo sido desem-barcados na Beira tanques de guerrae ao porto de Maputo continuam achegar grande quantidade de viaturasmilitaresOra a pergunta que tem que ser feitaeacute Natildeo tendo o nosso paiacutes conflito comnenhum dos seus vizinhos antes sen-

do excelente a relaccedilatildeo com todos eles

para que precisamos noacutes de todos essesinstrumentos mortiacuteferosE a resposta infelizmente soacute pode serque se natildeo satildeo para usar contra ini-migos externos satildeo para usar dentrodo paiacutes Falando com mais crueza satildeopara matar moccedilambicanos Temos portanto um Governo que

passa a vida a condenar os discursosbelicistas da Renamo e a proclamar oseu enorme amor agrave Paz mas por por-tas e travessas vai comprando armasde guerra para uso em terra e no arUm Governo que natildeo tem dinheiropara pagar decentemente a meacutedicosenfermeiros e professores que natildeo temdinheiro para comprar medicamentospara os hospitais nem material escolarnomeadamente carteiras mas que temdinheiro para comprar aviotildees bombar-deiros e tanques de guerra para matar

moccedilambicanosComeccedila por outro lado a ser maiscompreensiacutevel o impasse que continuanas sessotildees do ldquodiaacutelogordquo entre o Gover-no e a Renamo Muito provavelmentetrata-se apenas de manter a situaccedilatildeoestacionaacuteria nesta paz-podre agrave esperaque chegue ao paiacutes todo o armamentocomprado no exterior para depois im-por uma soluccedilatildeo militarO que pode ser uma peacutessima escolhacomo bem poderia explicar o general vietnamita Vo Nguyen Giap recente-

mente falecido

Armas

pecuacuteliosOra para dispor sem restriccedilotildees do pecuacutelio ou

cuacutemulo de activos ndash nervo da poliacutetica e da guerraconforme aprenderam em longos anos de combateos vencedores da guerra civil angolana ndash importadispor de imagem impoluta e agir sem constrangi-mentos ou ameaccedilas legaisO risco de processos judiciais inquinando a ima-gem de pessoas e do estado eacute altamente prejudicialaos equiliacutebrios de poder em Luanda e ao presi-dente cabe atalhar a direito sempre que a ameaccedilaronde os mais proacuteximos e influentesA provaacute-lo estatildeo o ldquoAngolagaterdquo envolvendo gen-te da alta roda poliacutetica e negocista francesa pela venda ilegal de armas sovieacuteticas a Luanda entre1993 e 1995 ou o reconhecimento no ano pas-sado nas paacuteginas do ldquoFinancial Timesrdquo por ManuelVicente Kopelipa e o general Leopoldino Fragosodo Nascimento da sua participaccedilatildeo na ldquoNazaki Oilamp Gasrdquo que se associou em 2010 agrave ldquoCobalt Inter-national Energyrdquo de Houston para a exploraccedilatildeo daconcessatildeo dos blocos petroliacuteferos 9 e 21Voltaraacute a correr o marfimEduardo dos Santos jaacute afastou Marcolino Mouco Joatildeo Lourenccedilo ou Fernando Nandoacute e cerceou am-biccedilotildees de outros putativos sucessoresNo pinaacuteculo do poder Eduardo dos Santos con-tudo natildeo tem ainda assegurado que a sua sucessatildeopossa vir a garantir a perservaccedilatildeo do justo pecuacutelioe a rede de influecircncias poliacuteticas de interesses patri-moniais de associados e familiaresAacuterbitro e decisor em derradeira instacircncia opresidente de Angola tem consequentemente detomar posiccedilatildeo e assumir atitudes para provar queacima de tudo defenderaacute os interesses da cuacutepulado poder e dos negoacutecios as ldquoelites capazesrdquo quetanto lhe devemMexe com poder eacute poliacutetico portanto o conten-cioso e ao mais alto niacutevel o estado angolano vecircmexigindo desculpas e reparaccedilotildees puacuteblicas que porconstrangimento legal os governantes portu-gueses natildeo podem expressarRui Machete disse em puacuteblico o que apenas po-deria aventar em privado e gerou tamanha contro- veacutersia interna que acabou bloqueando a diploma-cia e dando pretexto agrave ruptura ansiada em LuandaPara o resto o que Machete em puacuteblico natildeo dissemas se sabe agrave boca pequena eacute que bastaraacute a justiccedilaportuguesa continuar inane e ineficaz manter-seigual a si proacutepria para tudo acabar em aacuteguas debacalhau e voltar a correr o marfim

Jornalista barradasjoaocarlosgmailcom

httpmaneatsemperblogspotpt Top of Form

Bottom of Form

Aacute rbitro e decisor em derradeira instacircnciao presidente de Angola tem consequen-temente de tomar posiccedilatildeo e assumiratitudes para provar que acima de tudo

defenderaacute os interesses da cuacutepula do poder e dosnegoacuteciosSatildeo literalmente laquoincompreensotildees ao niacutevel dacuacutepularaquo que levam Joseacute Eduardo dos Santos a de-nunciar o acordo de princiacutepio acertado em 2010em Luanda com Cavaco Silva para o desenvolvi-mento de uma parceria estrateacutegica luso-angolanaA indefinida e adiada parceria deveria servir parareforccedilar a cooperaccedilatildeo estado a estado promovercontactos e projectos bilaterais entre instituiccedilotildeesempresas privadas e cooperativas aleacutem de facilitara circulaccedilatildeo de pessoas bens e capitaisApesar das aplicaccedilotildees financeiras em Portugalterem continuado a processar-se a bom ritmo ndashsobretudo nas telecomunicaccedilotildees energia e bancandash legitimando a riqueza receacutem-acumulada dosinvestidores angolanos uma questatildeo poliacutetica in-

quinou a relaccedilatildeoInvestigaccedilotildees judiciais sobre altas personalidadescomo o procurador-geral Joatildeo Maria de Sousa oministro de estado e da coordenaccedilatildeo econoacutemicaManuel Vicente ou o general Manuel HeacutelderVieira Dias laquoKopeliparaquo ministro de estado e chefeda casa militar do presidente nunca foram trava-das pelo poder executivo ndash laquoao niacutevel da cuacutepularaquo SBento e Beleacutem ndash como ainda acabaram tornadaspuacuteblicasA deploraacutevel vergonhosa e ilegal praacutetica de fugasde informaccedilatildeo e violaccedilatildeo reiterada do segredo de justiccedila no DCIAP deu pretexto a criacuteticas de ar-ticulistas e poliacuteticos de Luanda sobre difamaccedilatildeo eintimidaccedilatildeo de cidadatildeos angolanos e a perversatildeodo estado de direito em PortugalO presidente das elites capazesManuel Vicente anunciou em Maio do ano pas-

sado que o investimento de estado em Portugaldeixara de ser prioritaacuterio jaacute que importava privile-giar o mercado angolanoA participaccedilatildeo da ldquoSonangolrdquo no BCP visando acriaccedilatildeo de uma plataforma financeira para suportaro crescimento da empresa fora um dos objectivosatingidos numa fase inicial que apostara forte emPortugal e referia tambeacutem Vicente convinha di- versificar as aplicaccedilotildees directas do estadoAo capital privado caberia assim definir opccedilotildeesde investimento em Portugal e de parcerias emAngola com empresas lusas mas na realidade aimbricaccedilatildeo da elite de negoacutecios e da elite do poderem Luanda eacute tal que a distinccedilatildeo acaba por ser ir-relevanteEacute essa a razatildeo que sustenta as tiradas nacionalistasno discurso de Eduardo dos Santos agrave AssembleiaNacional sobre o Estado da Naccedilatildeo denunciandoa injusticcedila de empresas e bancos estrangeiros queldquolevam biliotildeesrdquo de Angola ao mesmo tempo queLuanda vecirc serem qualificadas como corruptas assuas ldquoelites capazesrdquo que tecircm amealhado justos

Angola cortar a direitoPor Joatildeo Carlos Barradas

A notiacutecia de que a Ruacutessia concedeu asilo tem-poraacuterio a Edward Snowden eacute geralmentediscutida no contexto dos potenciais efeitosda decisatildeo sobre as relaccedilotildees russo-america-

nas Sem duacutevida o caso Snowden desencadeou umaseacuterie de efeitos adversosLevando em conta as revelaccedilotildees do ex-agente da CIApromotores russos estatildeo investigando os serviccedilos do

Google e do Facebook na Ruacutessia As autor idades sus-peitam que ambos violem os acordos internacionaissobre a proteccedilatildeo de dados pessoaisO avanccedilo dessa situaccedilatildeo ameaccedila originar uma atmos-fera toacutexica de longo prazo nas negociaccedilotildees bilateraisem torno de vaacuterias questotildees delicadas Entre elas ointercacircmbio de agentes descobertos a anaacutelise dospedidos para divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre ciber-criminosos e suspeitos de terrorismo ou a troca daspraacuteticas mais eficazes das agecircncias de inteligecircncianorte-americanas e russas no trabalho com grandes volumes de dadosAleacutem disso a Ruacutessia agora pode esquecer as per-spectivas de retorno de Viacutektor Bout ou outros rus-sos que estatildeo enfrentando processos judiciais nosEstados Unidos A Casa Branca por sua vez perdeuo poder de instigar seus principais valores na Ruacutessia ndash

a liberdade na internet e a proteccedilatildeo dos direitos dosusuaacuterios gravemente comprometidos pelas revelaccedilotildeesde SnowdenQuem sabe quantos segredos mais o ldquoex-prisioneirodo aeroporto moscovita de Sheremetievordquo tem guar-dado ou quatildeo difiacutecil seraacute para ele resistir agrave tentaccedilatildeode compartilhaacute-los com os serviccedilos de inteligecircnciarussos

Mas tudo eacute muito complexo e dramaacutetico Seraacuteque o asilo concedido a Snowden realmente traccedila umalinha vermelha nas relaccedilotildees russo-americanasEm primeiro lugar a decisatildeo russa de conceder asilotemporaacuterio a Snowden envia agrave Casa Branca um sinalclaro de que a Ruacutessia estaacute disposta a negociar aindamais ldquoPodemos abrigaacute-lo temporariamente masdeixe-nos pensar aleacutem dissordquoCabe lembrar a condiccedilatildeo anunciada pelo presidenteVladiacutemir Puacutetin no mesmo dia em que os boatos so-bre a possibilidade de asilo vieram agrave tona de que oforagido deveria ldquoparar de prejudicar os interesses dosEstados UnidosrdquoO consentimento de Snowden em seguir essa regraestaacute impliacutecito na aceitaccedilatildeo do asilo O governo russotambeacutem natildeo vai perder o interesse em acessar as in-formaccedilotildees que o ex-agente da CIA estaacute segurando

embora o acordo atual sugira que tais dados continu-aratildeo a ser um aacutes na manga diplomaacutetica da Ruacutessia ndash aser usado em uma hora difiacutecil nas negociaccedilotildees bilate-rais com Washingtonndash e natildeo seraacute compartilhado coma comunidade internacionalEacute ainda mais importante ter em mente que as relaccedilotildeesrusso-americanas satildeo muito diversificadas e estra-teacutegicas para serem deixadas de lado por causa de um

uacutenico escacircndalo independentemente de quatildeo fortepossa ressoarApesar da tendecircncia negativa nas relaccedilotildees bilateraiscom o fim do ldquoresetrdquo uma seacuterie de questotildees demon-stra a enorme capacidade de cooperaccedilatildeo duradourae desenvolvimento construtivo em assuntos intimam-ente relacionados com SnowdenA cooperaccedilatildeo no ciberespaccedilo que apresentou recente-mente um progresso substancial eacute exemplo disso Em17 de junho um dos pontos de discussatildeo da Cuacutepulado G8 na Irlanda foi a declaraccedilatildeo conjunta emitidapor Puacutetin e Obama sobre as medidas de reforccedilo daconfianccedila no ciberespaccedilo que incluiacuteram trecircs acordosEstados Unidos e Ruacutessia satildeo agora obrigados a man-ter contato constante sobre cibercrimes e tentativasde ciberataques para reforccedilar a cooperaccedilatildeo na respostaa tais incidentes bem como fazer uso de uma linha di-

reta para avisar um ao outro sobre alguma emergecircnciaSimbolicamente os mecanismos de notificaccedilatildeo muacute-tua seratildeo parcialmente implementados por meio da jaacute existente linha Moscou-Washington para o avisode ocorrecircncias com armas nucleares a mesma usadadurante a Guerra FriaA continuidade dos acordos exemplifica a crescenteimportacircncia estrateacutegica da cooperaccedilatildeo russo-ameri-

cana no ciberespaccedilo Os dois lados chegaram a umacordo sobre a questatildeo mesmo em meio a condiccedilotildeesdesfavoraacuteveis nas relaccedilotildees bilaterais ndash embora hajaduacutevidas sobre ateacute onde essa cooperaccedilatildeo seria sacrifi-cada por causa do recente escacircndalo diplomaacuteticoApesar do efeito das revelaccedilotildees do ex-agente daCIA os Estados Unidos e a Ruacutessia precisam se en-gajar para estabelecer um clima de boa vizinhanccedila ecolaboraccedilatildeo no ciberespaccedilo ainda que envolto porcriacuteticas e acusaccedilotildees pesadas A colaboraccedilatildeo podeser reduzida ou suspensa em alguns aspectos mas asmedidas de confianccedila devem ser desenvolvidas comoum dos mecanismos viaacuteveis para prevenir uma guerraciberneacutetica Isso eacute algo que tanto o Kremlin como aCasa Branca entendem bem Oleg Demidov eacute coordenador de projetos em segu-ranccedila e governanccedila no Centro de Estudos Poliacuteticosda Ruacutessia

O ciberespaccedilo poacutes-SnowdenPor Oleg Demidov

8202019 SAVANA 1032

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

CartoonEDITORIAL

Reg istado s ob nuacutemer o 007 RRA DNI 93NUIT 40010 9001

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

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Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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13Savana 18-10-2013 SOCIEDADE

A experiecircncia do modelo

brasileiro de desenvolvi-mento agraacuterio natildeo cria il-usotildees em Augusto Juncal

do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra do Brasil (MST)sobre o efeito ldquoperversordquo que o Pro-SAVANA vai gerar para os cam-poneses do corredor de Nacala

Presente em Moccedilambique a conviteda Uniatildeo Moccedilambicana dos Cam-poneses (UNAC) para participarna II Conferecircncia InternacionalCamponesa sobre a Terra Juncaldiz que a reacuteplica da chamada agri-cultura do cerrado brasileiro que osgovernos brasileiro moccedilambicano ejaponecircs querem praticar em 19 dis-tritos do centro e norte de Moccedilam-bique vai gerar comunidades desem terras como aconteceu no seupaiacutesldquoO reassentamento eacute um passopara virar sem terra (hellip) Eu achoque a preocupaccedilatildeo dos campone-ses moccedilambicanos em relaccedilatildeo aoProSAVANA eacute pouca para o ta-manho do problema que estaacute a virEu acho que os camponeses aindanatildeo se deram conta do que estaacute avir porque quando se derem con-ta natildeo teratildeo nenhuma negociaccedilatildeopara fazer com o Governordquo disse

Augusto JuncalO activista do MST brasileiro

considera inevitaacutevel que o ProSA-VANA despoje os camponeses dastrecircs proviacutencias abrangidas pela ini-ciativa do uacutenico recurso que detecircmndash precisamente a terra ndash pelas suascaracteriacutesticasldquoProSAVANA vai trabalhar commonoculturas como soja algodatildeo ecriaccedilatildeo extensiva de gado A mono-cultura requer alto uso de agro-toacutex-icos que contaminam a aacutegua o ar

e a terra e mecanizaccedilatildeo intensa enatildeo precisa de camponeses ProSA-

VANA natildeo vai plantar mandioca emapira eacute para culturas que interes-sam ao mercado europeu e norte-americanordquo frisou Augusto Juncal

Quanto agraves garantias do Governomoccedilambicano sobre o respeito dosdireitos dos camponeses da aacuterea deimplementaccedilatildeo da referida iniciati-

va o ldquosem terrardquo recorre ao exemplobrasileiro para fundamentar a sua

duacutevida de que esse compromissoseraacute observado

ldquoTudo o que eles dizem natildeo re-

alizam A reforma agraacuteria era umapauta do Governo Lula mas ficouesquecida Dilma Rousef literal-mente acusou duramente o fal-hanccedilo do Governo Lula na questatildeoagraacuteria mas defende agora a pri-

vatizaccedilatildeo do Preacute-Salrdquo apontou Au-gusto JuncalPara o militante da causa camp-esina a turbulecircncia social causadapela implementaccedilatildeo de projec-tos mineiros em Moccedilambique eacuteum testemunho de que a retoacutericamessiacircnica do ProSAVANA vaiconverter-se num cataclismo socialpara MoccedilambiqueldquoNatildeo precisa de retoacuterica nempoliacutetica para ver o desastre asexperiecircncias estatildeo aiacute vocecircs osmoccedilambicanos tecircm que ler as ex-periecircncias que estatildeo acontecendoaiacuterdquo afirmou Augusto JuncalPara o activista dos direitos doscamponeses brasileiros o projectotriangular vai desferir um golpemortal a um ganho que a inde-pendecircncia de Moccedilambique em1975 conseguiu e que faz inveja aosbrasileiros que eacute a posse da terrapelos mais pobresldquoNoacutes nunca tivemos uma reformaagraacuteria vocecircs tiveram apoacutes a inde-pendecircncia do paiacutes mas vatildeo deitar

tudo a perderrdquo sublinhou Augusto Juncal

Querem impor-nos um fa-

lhanccedil o - UNACPor sua vez a UNAC retomou du-rante a II Conferecircncia Internac-ional Camponesa sobre a Terra osataques cerrados ao ProSAVANAinsistindo na expropriaccedilatildeo da terradestruiccedilatildeo dos ecossistemas locais eemergecircncia de fomeldquoIsto eacute grave Quem conhece a re-alidade brasileira sobre este modeloque foi importado para o ProSA-VANA sabe que 80 por cento dasexportaccedilotildees geradas satildeo detidas pe-las empresas privadas Querem im-por-nos um modelo que fracassouno Brasilrdquo disse Vicente Adrianooficial de Advocacia e Cooperaccedilatildeo

da UNACEm conferecircncia de imprensa reali-zada em Maputo o coordenador doProSAVANA Calisto Bias tentourefrear as preocupaccedilotildees dos rep-resentantes dos camponeses afir-mando ldquoa soberania dos campone-ses sobre a terra seraacute respeitada peloProSAVANArdquoSegundo Calisto Bias que repre-senta o Ministeacuterio da Agriculturamoccedilambicano no ProSAVANA ainiciativa assenta em pilares comoo desenvolvimento integrado einclusivo que tem em conta asrealidades e especificidades agro-ecoloacutegicas e socioculturais de cada

um dos 19 distritos de incidecircnciado projecto

ldquo Sem Terra brasileirordquo daacute o veredict o

ldquo ProSAVANA eacute perverso para os moccedilambicanosrdquondash di z Augu st o Jun cal

Augusto Juncal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terrado Brasil (MST)

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14 Savana 18 -10-2013Savana 18 -10-2013 15NO CENTRO DO FURACAtildeO

ldquo Caminhamos de novo para uma armadilhardquoPor Ricardo Mudaukana O autor procuraraacute neste texto ser pedagoacutegico para facilitar a compreensatildeo dos

leitores menos familiarizados com alguns conceitosEste texto refere-se principalmente ao lado das despesas do orccedilamento eapenas agrave anaacutelise dos principais indicadores macroeconoacutemicos associados ao

orccedilamentoO orccedilamentocomo conta puacuteblica compotildee-se das despesas do Estado para assegurarserviccedilos puacuteblicos aos cidadatildeos (educaccedilatildeosauacutedeseguranccedila socialetc)seguranccedila do paiacutese das pessoasdefesa dos direitos e liberdadesjusticcedila entre outrosEstas funccedilotildees natildeo tecircmporque ser um monopoacutelio estatalRealiza ainda actividades econoacutemicas e de investimen-tocom ou sem parcerias com o sector privado (infra-estruturasserviccedilos de monopoacuteliosnaturais cuja actividade natildeo interessa ao sector privadoetc)Sobre o papel do Estado naeconomia sempre existiu um constante debate inacabado natildeo apenas devido agraves variaccedilotildeesdos contextos no tempo no espaccedilo como ainda por razotildees poliacuteticasideoloacutegicas e outrasOnde se pode encontrar algum pensamento comum eacute na necessidade do Estado de-senvolver os serviccedilos com eficiecircncia e eficaacuteciac onsiderando que utiliza a riqueza doscidadatildeos atraveacutes dos impostos ou da cooperaccedilatildeo (igualmente impostos pagos nos paiacutesesdoadores) e que os serviccedilos sejam de faacutecil acesso isto eacuteestejam proacuteximos dos cidadatildeosExige-se ainda que o Estado natildeo absorva uma elevada percentagem da riqueza nacionalmedido pela percentagem dos gastos puacuteblicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto - in-dicador que mede a riqueza nacional)isto para libertar recursos para as famiacutelias e a ac-tividade privadasupondo o princiacutepio (sempre discutiacutevel)que o sector privado eacute sempree necessariamente mais eficientePor isso o Estado deve possuir uma gestatildeo eficiente dos recursoso que dependeemgrande medidadas opccedilotildees da governaccedilatildeoda competecircncia dos gestores puacuteblicosda ca-pacidade da sociedade em controlar a actividade e as contas puacuteblicas (atraveacutes do Parla-mento ou por outros mecanismos) Por issoo Estado deve ser transparente nas decisotildeese nas contasdisponibilizando informaccedilatildeo aos cidadatildeos e os servidores do Estado devem

reger-se pela eacutetica republicana onde existe uma clara separaccedilatildeo de interesses entre oprivado e o puacuteblicoUma gestatildeo saudaacutevel sugere que os gastos natildeo sejam superiores agraves receitasque a diacutevidaseja sustentaacutevel (possibilidade de ser paga no futuro) e baixa ( para natildeo penalizar as fu-turas geraccedilotildees atraveacutes de impostos acrescidos para pagamento da diacutevida contraiacuteda nopassado)As opccedilotildees do governo (opccedilotildees puacuteblicas) deveriam sempre ter em conta o mel-hor cumprimento das funccedilotildees do Estado em cada fase do desenvolvimentoFeita esta breve apresentaccedilatildeoo autor utilizaraacute principalmente os seguintes indicadores(1) gastos puacuteblicosPIBdestacando os salaacuterios dos funcionaacuterios (2) Deacutefice puacuteblicoPIBfinanciamento do mesmo e a diacutevida puacuteblicaPIB(3) grau de sustentaccedilatildeo do orccedilamentodo Estado atraveacutes de recursos gerados pela economia concretizado pelo indicador recei-tasgastos(em percentagem)e (4) evoluccedilatildeo de alguns gastoscomo forma de observaracerca de algumas opccedilotildees do governoNatildeo haacute consenso sobre os paracircmetros que indiciam situaccedilotildees de estabilidadesustentabi-lidade ou de criseinstabilidadeAs teorias convencionais referem que o Estado deve serldquoleverdquo(o que se reflecte numa baixa percentagem dos gastos puacuteblicossobre o PIB ndash natildeomais que 30) um deacutefice proacuteximo de zero e uma diacutevida que seja possiacutevel de ser pagasem sacrifiacutecios sobre os rendimentos das futuras geraccedilotildeesSegundo as mesmas escolasoestado deve assumir funccedilotildees muito especiacuteficas e que natildeo sejam do interesse do sector pri-

vado (por exemplodefesa e seguranccedila nacionalcerto tipo de investigaccedilatildeo e facilitaccedilatildeo daactividade privada com a criaccedilatildeo de bons ambientes de concorrecircncias) e o que se entendepor estado social deveraacute ser assegurado por sistemas de seguros e pensotildees oferecidos porinstituiccedilotildees financeiras privadasPressupotildee-se que o mercado eacute o mais eficiente alocadorde recursosos agentes econoacutemicos possuem loacutegicas de maximizaccedilatildeo de objectivos (lucroutilidadesetc)num ambiente concorrencial e de negoacutecios

Toda a informaccedilatildeo utlizada neste texto foi obtida do Orccedilamento Geral do Estado e operiacuteodo analisado eacute o de entre 2001 e 2012Por isso natildeo estatildeo indicadas as fontes dosgraacuteficos ao longo do texto

Graacutefico 1Despesas totaisPIBem percentagem

Alertas sobre o Orccedilam ento do EstadoPor Joatildeo Mosca

Graacutefico 2

Despesas com o pessoaldespesas correntesem percentagem

Os dois graacuteficos acima revelam(1) um evidente crescimento dos gastos do Estado comopercentagem do PIB(2) a manutenccedilatildeo percentual dos gastos com o pessoalporeacutem comcrescimentos reais dos gastos considerando o aumento destesa factura dos salaacuterios dosfuncionaacuterios passou de 58 do PIB em 2001 para 102 em 2012o que pode ser con-siderado muito elevado se comparado com outras economias (incluindo as africanas eda SADC)e (3) as despesas do Estado crescem mais rapidamente que o crescimentoeconoacutemicoconsiderando que a relaccedilatildeo GastosPIB estaacute a crescer

Graacutefico 3Deacutefice puacuteblico com e sem recursos externos em percentagem do PIB

Graacutefico 4Diacutevida puacuteblicaPIBem percentagem

Dos dois graacuteficos acimaobserva-se (1) um elevado deacutefice das contas puacuteblicas emos d os g raacute ficos a cm a o s er va -s e 1 um e e va do d eacutefice d as c on ta s uacute c as e m

relaccedilatildeo ao PIB e queem termos e valores absolutostem aumento por efeito do cresci-mento do PIB (2) embora a diacutevida possa natildeo ser considerada elevada assimela eacutedevido agrave cobertura dos deacutefices puacuteblicos dos anos anteriores pela cooperaccedilatildeo externadando por isso uma percepccedilatildeo pouco real (fictiacutecia) da realidadeEntre 2001 e 2012entre 85 e 90 do deacutefice puacuteblico foi coberto por recursos externos

Graacutefico 5Receitasdespesasem percentagem

Graacutefico 6Recursos externosdespesas totaisem percentagemOs graacuteficos 5 e 6 revelam duas evoluccedilotildees positivasUm aumento das receitas do Estado

e um decreacutescimo da dependecircnciaSe os megaprojectos natildeo tivessem os benefiacutecios fiscaisconhecidoseste cenaacuterio poderia ser muito diferentepara melhor

Graacutefico 7Despesas totais por habitante entre 2001 e 2012 Graacutefico 8

Despesas de funcionamento (acircmbito central) de alguns oacutergatildeos centraisa preccedilos con-stantes de 2011

O Graacutefico 7 revela uma grande diferenccedila na alocaccedilatildeo de recursos por habitante As

proviacutencias com taxas de pobreza mais elevadas satildeo as que tecircm menos recursos porhabitantesendo o contraacuterio tambeacutem verdadeiro (Cidade de Maputo e Proviacutencia deMaputo) O graacutefico 8 apresenta e compara os gastos de funcionamento de acircmbitocentral entre alguns oacutergatildeos do EstadoO graacutefico dispensa comentaacuterios

Em resumo pode-se afirmar que a evoluccedilatildeo do Orccedilamento do Estadosegundo os in-dicadores seleccionadosrequere reflexotildees e ajustamentosconsiderando o crescimentodo sector puacuteblico e da massa salarial dos funcionaacuteriosVerifica-se a persistecircncia de umapoliacutetica expansiva do gasto puacuteblicoum elevado do deacutefice sem recursos externos e sinaispreocupantes do endividamento puacuteblico (quando os recursos externos natildeo satildeo contabi-lizados)Parece evidente que satildeo necessaacuterios ajustamentos da distribuiccedilatildeo dos recursosentre proviacutencias e entre os oacutergatildeos do Estado a niacutevel centralComo elemento positivoressalta-se o aumento das receitas fiscaiso que permite a reduccedilatildeo da dependecircncia doorccedilamento em relaccedilatildeo agrave cooperaccedilatildeodonativosO espaccedilo desta coluna natildeo permiteanaacutelise do orccedilamento com a ecircnfase da economia poliacutetica

Outros indicadores de importacircncia analiacutetica natildeo foram apresentados como por ex-emploa alocaccedilatildeo entre sectores de actividadea composiccedilatildeo das receitas e do finan-ciamento do deacutefice e o reflexo no orccedilamento de algumas medidas de descentralizaccedilatildeoadministrativa

A evoluccedilatildeo das contas puacuteblicas de Moccedilambique natildeo pode deixar os cidadatildeos tran-quilosA actual crise em alguns paiacuteses da Europa tem como causa proacuteximao s dese-quiliacutebrios e o mal gastar dos dinheiros dos cidadatildeos derivado de poliacuteticas expansivase eleitoralistas no quadro das lutas partidaacuterias e de defesa dos poderesagrave custa e emprejuiacutezo dos cidadatildeosdas empresas e da economia

ndash c on sid era Grup o M occedil am bi ca no da Diacutevid a so br e o a ct ua l n iacutevel de d iacutevid a p uacuteb li ca

A organizaccedilatildeo mais conhe-cida em mateacuteria de mo-nitoria da diacutevida puacuteblicaem Moccedilambiqueo Grupo

Moccedilambicano da Diacutevida (GMD)co-mentou ao SAVANA o alarme que oTe Economist Intelligent Unit (EIU)

fez soar recentemente sobre a novaespiral de endividamento que o Go-verno moccedilambicano estaacute a seguirde- pois do oxigeacutenio que as contas puacuteblicasreceberam na sequecircncia da Iniciativade Aliacutevio da Diacutevida dos Paiacuteses Alta-mente Endividados (HIPC)haacute cercade 10 anos Para Humberto Zaqueu oficial deadvocacia do GMDa actual lideran- ccedila do paiacutes estaacute ldquoa armadilharrdquo Mo- ccedilambique numa futura asfixia finan-ceira que vai impedir investimentosimportantes em aacutereas essenciais comoa sauacutedeeducaccedilatildeo e abastecimento deaacutegualdquoOs nossos poliacuteticos natildeo resistemquando vecircem dinheiro eacute irrisoacuterioeste despesismo para o luxoVamos aChinaporque eles natildeo exigem requi- sitos natildeo se importam se vais com- prar armas para reprimir o teu povordquoconsidera Humberto Zaqueusobre orecurso ao dinheiro chinecircs apontadocomo um dos novos credores de peso de Moccedilambique

Justi1047297ca-se o alerta do EIU sobre oactual ritmo de endividamento doEstado moccedilambicanoDefinitivamente sim justifica-se enoacutescomo GMDtemos vaacuterios tra-balhos feitos e alguns em cursoquemostram uma tendecircncia de um novopadratildeo preocupante de endivida-mento Como GMDas pessoas en-quadram-nos num acircngulo de anaacutelisee de visatildeo sobre a diacutevida mais socialenquanto o Governo tem uma visatildeomais economicista da questatildeo OGoverno baseia as suas decisotildees so-bre a diacutevida em caacutelculos e indicado-res elaborados conjuntamente como Fundo Monetaacuterio Internacional(FMI) e Banco Mundial (BM)emraacutecios da diacutevida sobre exportaccedilotildeese serviccedilo da diacutevida sobre o Produto

Interno Bruto (PIB) e essa relaccedilatildeomostra que a diacutevida de Moccedilambiqueeacute sustentaacutevelao niacutevel dos nuacutemerosMas se for ver a dinacircmica dos pres-supostos que sustenta os tais raacuteciosque eacute a induacutestria extractiva e os me-gaprojectos que natildeo deixam nadapara Moccedilambiqueou pouco deixampara Moccedilambique entatildeo a partirdesse princiacutepioe stes raacutecios satildeo en-ganadores O nosso Governo estaacute abasear-se numa ldquorealidaderdquoirrealista

Quer dizer que os alicerces sobre osquais o Governo assenta a decisatildeode recorrer a um alegado endivida-mento excessivo natildeo satildeo con1047297aacuteveisO mecanismo de transmissatildeo da-queles raacutecios para a economia real deMoccedilambique eacute muito fraacutegil a basede redistribuiccedilatildeo da renda eacute muitoteacutenue O Governo radica o seu op-timismo em relaccedilatildeo agrave contrataccedilatildeo dadiacutevida a preccedilos elevados em pressu-postos irrealistas porque considera

um grande crescimento da economiaatraveacutes da induacutestria extractiva a umritmo acelerado Isso eacute claramenteilusoacuterio porque a induacutestria extrac-tiva beneficia de tantas isenccedilotildees oemprego gerado eacute limitadiacutessimo Jaacutetemos informaccedilotildees que apontam queo que os megaprojectos declaramcomo facturaccedilatildeo estaacute muito abaixoda real facturaccedilatildeoUsam esse esque-ma para acederem a isenccedilotildees unsconseguiram que o Estado lhes as-segurasse apenas 16 por cento sobreos seus rendimentosoutros natildeo maisde metade quando pela legislaccedilatildeotinham de pagar 32Eacute infantil pensar que a Vale ou outromegaempreendimento qualquer vaidinamizar a economia ao ponto depagar o niacutevel de diacutevida que o paiacutes estaacutea acarretarEstamos a ser confronta-dos com decisotildees politicamente to-madas que natildeo tecircm nada a ver comracionalidade econoacutemicaUm poliacute-tico menos informadoquando ouvedizer que o paiacutes estaacute a descobrir re-cursos naturaisfica na ilusatildeo e tomadecisotildees com fonte nessa ilusatildeoMasalguns politicamente mais prepara-dos em termos econoacutemicos tecircm tidoa sensatez de dizer acutetenham cuidadoo que vai acontecer na economia realnatildeo satildeo os nuacutemeros que estatildeo a serinvestidos pelas multinacionais natildeo

vale a pena pensa r que a induacutestriaextractiva vai gerar benefiacutecios para opaiacutes de hoje para amanhatilde`A expectativa menos remota eacute queesses projectos gerem benefiacutecios in-directos impulsionando alguma ho-telaria e turismoa agricultura pode

vir a beneficiar um pouco esse eacute oalerta que tem sido deixado pelospoliacuteticos mais informados tecnica-mente porque o caminho eacute longo eincertoInfelizmente os poliacuteticos menosinformados soacute vecircem o lado do in-

vestimento que eacute uma fantasia eacuteerradocomo vimos no iniacutecio com aMOZALque fez disparar o PIB aniacuteveis galopantese estaacute a aconteceragora com a Vale e a Rio Tintocomavultados investimentos mas sem

impacto sobre a economiaQuando se analisam os raacutecios usadospelo Governo na sua corrida ao en-dividamentoeacute faacutecil vecirc-se que estatildeoa diminuir enquanto a diacutevida estaacutea subirE statildeo a meter o paiacutes numaarmadilha econoacutemicacujo resultadoeacute esteagora estamos bem perto dosseis biliotildees de doacutelares em termos dediacutevidao niacutevel do HIPChaacute cerca de10 anos

E natildeo passa muito tempo desdeesse niacutevel de diacutevida impagaacutevelhellipNaquele tempo foi em condiccedilotildeesmais ligeiramente favoraacuteveis por-que eram maioritariamente diacutevidasconcessionais de credores bilateraisou sejade paiacutes para paiacutescom ta-

xas de juro ligeiramente acima dasconcessionais mas com periacuteodos dereembolso longos e as outras erammultilaterais com uma taxa de juromais baixa proacutexima de zero e comperiacuteodos de graccedila de 10 a 20Por ou-

tro lado as diacutevidas antes do HIPCforam contraiacutedas em periacuteodos com-parativamente mais longosmais oumenos em duas deacutecadase as actu-ais estatildeo a surgir a um ritmo acele-rado Depois do HIPC natildeo passammuitos anos e estamos perto do picohistoacuterico de cerca de seis biliotildees dedoacutelares

Banca sanguessugaO dinheiro chinecircs eacute mais caroO que se vecirc no recurso a esse di-nheiro eacute que estaacute a ser contratadoa um ritmo muito acelerado e emcondiccedilotildees muito desfavoraacuteveis OEXIMBANK(banco estatal chinecircsde creacutedito externo) empresta dinhei-ro com periacuteodos de reembolso muitocurtospara aiacute 10 anos periacuteodo degraccedila quase nulo e a taxa de juro estaacutebem perto da taxa de mercadoParao contexto do mercado moccedilambica-no10 por cento podem natildeo parecerexcessivos porque a nossa banca co-mercial cobra entre 10 a 12 por centomas essa eacute uma banca de sanguessu-gasporque 10 por cento satildeo proibiti-

vosOs mesmos bancos sul-africanosque caacute cobram issona Aacutefrica do Sulembolsam juros mais suavess abembem que a taxa real de empreacutestimosna Aacutefrica do Sul natildeo passa cinco porcentomas em Moccedilambique aplicam10 ou acima dissoPortanto quandofazemos uma anaacutelise cruzadavemosque a taxa real exigida pela China eacutede banca comercial a taxa de mer-cadocom periacuteodos de graccedila nulos ede desembolsos muito curtosisto vaidesgraccedilar o paiacutesO mais triste eacute que natildeo se compre-ende o recurso a fontes de finan-ciamento tatildeo lesivas aos interessesdo Estado moccedilambicanoporque ostradicionais doadores ainda cobreme ajudam a combater o deacutefice orccedila-mental Temos um orccedilamento comum deacutefice meacutedio de 40 por cento eacuteuma cifra realmente maiormas osdoadores comprometeram-se a de-sembolsar para este anopor exem-plocerca de 700 milhotildees de doacutelares

em apoio directo ao Orccedilamento Ge-ral do EstadoA ajuda externa jaacute estaacuteproacutexima senatildeo capaz de eliminar odeacutefice A pergunta entatildeoeacute porqueessa azaacutefama com o creacutedito chinecircsO que conseguimos perceber eacute quehaacute uma ilusatildeo da nossa ala poliacuteticase se tratasse de comidadiria gulaosnossos poliacuteticos natildeo resistem quando

vecircem dinheiro haacute despesismo Va-mos a china porque natildeo exigem re-quisitos se vais comprar armas parareprimir o teu povo natildeo se impor-tamAgrave Chinao que interessa eacute ga-rantir que o seu creacutedito seraacute pago porcontrapartidas como petroacuteleo dia-mantes carvatildeohellipqualquer dia Mo-ccedilambique ainda hipoteca o seu car-

vatildeopara pagar o que deve agrave ChinaNeste momentoa China natildeo colocaobstaacuteculos no acesso ao seu dinheiro

Mas o Governo justi1047297ca o recursoao endividamentocom o imperati- vo de infra-estruturashellipMas tem de haver prudecircncianatildeo voudeixar de criticar o uso que se faz dodinheiro puacuteblico edifiacutecios puacuteblicos

a serem construiacutedos mas entre fo-mentar a produccedilatildeo interna de arrozque cobre em apenas menos de cincopor cento a procura interna e deixa95 por cento para as importaccedilotildees eos edifiacutecios puacuteblicos e carros de luxopara a elite administrativa do paiacutesqual deve ser a prioridade Eacute oacutebvioo despesismo de luxo algum capri-cho puacuteblico ateacuteporque a fonte dodinheiro eacute faacutecilEste endividamentonatildeo vai para a produccedilatildeose fosse paraas vias de acessocompreendia-se

O EIU diz que o actual serviccedilo dadiacutevida jaacute eacute 40 por cento do PIB Eacutepossiacutevel chegar ao colapso que nosempurrou para o HIPCO risco imediato de natildeo conseguirpagar a diacutevida puacutebica pode natildeo serdaqui a cinco ou 10 anosmas numfuturo breve a capacidade do Esta-do fazer investimentos importantese estrateacutegicos vai reduzir Comeccedilaraacutea faltar dinheiro para a sauacutede edu-

caccedilatildeo e agricultura Esses sectoresessenciais vatildeo ressentir-se e muitoAteacute ao ano passadoa educaccedilatildeo tinhaum fundo para o vector da educaccedilatildeouniversal e Moccedilambique beneficioudurante cinco anos dessa verbamasacabou e soacute uma intervenccedilatildeo de uacutelti-ma hora do Banco Mundial permitiuum socorro de 50 milhotildees de doacutelaresA necessidade de alocar mais fundospara as aacutereas prioritaacuterias natildeo vai mu-darno entantoa capacidade de fi-nanciaacute-los pode retrair-seA reduccedilatildeode alguns fundos pode ser uma rea-lidademas que natildeo seja por isso quese vaacute justificar a corrida ao dinheirochinecircs porque a reduccedilatildeo dos apoiosdos tradicionais parceiros eacute ainda po-tencial os dadores continuam a darao ritmo programadoO que chama a atenccedilatildeo na relaccedilatildeocom os tradicionais parceiros eacute o re-forccedilo dos condicionalismos haacute umcondicionalismo que nem eu consi-dero sustentaacutevelo princiacutepio da tran-che variaacutevel Os doadores datildeo emparcelas o Governo tem de mostrarresultados convencer para tirar mais25 por cento mas tem sido muitotarde e isto compromete a execu-ccedilatildeo completa dos doadores na pers-pectiva de resultadosPor issoelesapostam no financiamento ao fundocomum em que eles mandam a suamissatildeo mandam uma equipa teacutec-nica para ver se as ambulacircncias quefinanciaram foram compradas por-que quando o apoio eacute directamenteao Orccedilamento do Estado eles natildeotecircm essa prerrogativaHaacute esta ten-decircncia de reduccedilatildeo do apoioporquea tranche variaacutevel estaacute a ser difiacutecil derespeitarmas no geralcontinuamoscom os doadores cometidos com osdesembolsosa uacutenica coisa eacute que natildeoestamos a aguentar com os condicio-nalismos cuja imposiccedilatildeo quanto amim justifica-se Quando dinheirospuacuteblicos satildeo usados para comprarmaacutequinas de barbear e outros malescomo os desvios no Ministeacuterio daEducaccedilatildeo entatildeo aperta-se o desem-bolsoe a alternativa eacute o dinheiro su-postamente faacutecil da Chinapara coi-

sas como o negoacutecio dos naviosComo dinheiro dado pelos novos credo-respode estar a fazer-se alguma coi-samas natildeo haacute optimizaccedilatildeo Que asdiacutevidas mobilizem a produccedilatildeodevernatildeo eacute maucontrair uma diacutevida parabeber sem capacidade eacute um crimemorala natildeo ser que tenha capacida-de de pagamentoSe se atingisse essepico de endividamentopara finan-ciar infra-estruturas essenciais natildeoestaacutevamos aqui a criticar

Haacute tambeacutem uma apreensatildeo com oendividamento internoEstamos a criar este cenaacuterio Elescriam condiccedilotildees para que o paiacutes vivaessa situaccedilatildeoE sses casos de corrup-ccedilatildeo que satildeo frequentemente relata-dos deixam os doadores pessimistase se sintam obrigados a impor condi-cionalismos que retardam a chegadade verbas e a multiplicaccedilatildeo de mis-sotildeesA hipoacutetese Chinaagraves vezeslevao seu tempo e o resultado eacute o deacutefice

na tesouraria que justifica emissotildeesde diacutevida interna provocadas pelodeacutefice na tesouraria Satildeo diacutevidas decurto prazomas criam uma enormepressatildeo porque o Governo tem depagar e eacute mais penosoporque eacute nosbancos comerciaisdado que mais de80 por cento dos moccedilambicanos natildeopagam sequer o seu consumo baacutesicologo natildeo compram as obrigaccedilotildees detesouro que o Estado lanccedila para sefinanciarQuem compra a diacutevida doEstado satildeo os bancos comerciaisquepreferem comprar tiacutetulos do Go-

verno porque o Governo nunca vaiagrave falecircncia natildeo precisa de hipotecasmas essas operaccedilotildees estatildeo a prejudi-car o investimentoIsso tudo porque

se criam cenaacuterios de desconfianccedilaque tornam moroso o financiamentotradicional que vem do exterior Oendividamento internopara finan-ciar a reconstruccedilatildeo por danos provo-cados pelas calamidades naturaisporexemplo entende-se eacute um recursode emergecircncia o Governo tem derecorrer a fundos excepcionais masgrande parte eacute deacutefice de tesouraria

Brasil e IacutendiaCentrou-se na China mas fala-sede outros novos credores Comoolha para o per1047297l do creacutedito do Bra-sil e da IacutendiaEles tambeacutem impotildeem condiccedilotildeesmais ou menos proacuteximas do mer-cadomas China eacute China Brasil eacuteBrasil e Iacutendia eacute IacutendiaEles natildeo tecircmcaracteriacutesticas similiaresnatildeo falam amesma liacutengua eacute por isso que o Go-

verno moccedilambic ano natildeo os conse-gue enquadrar na mesma plataformacomo acontece com os Parceiros deApoio Programaacutetico (PAP) Elesnatildeo tecircm procedimentos e caracteriacutes-ticas iguaissatildeo todos eles diferentesO Brasil natildeo daacute dinheiro natildeo eacute sua

vocaccedilatildeo dar directamente dinheirooseu dinheiro eacute em forma de assistecircn-cia teacutecnicase precisas de um teacutecnicoeles trazem o especialistaque traz oconhecimento de que carecesA si-tuaccedilatildeo amarga eacute que o Brasil eacute umcentro de financiamento de projectos

privados que estatildeo a entrar em Mo-ccedilambiquealguns deles como a Valemuito contestados sob o ponto de

vista socialO Brasil dispotildee de linhasde financiamento e paga o segurodos investimentos das suas empresaseacute vocaccedilatildeo do Brasil apoiar grandesprojectos Jaacute a China categoriza osseus devedoresna primeira catego-ria mete os que podem pagar direc-tamente com petroacuteleo ou diamantese paiacuteses como Moccedilambique estatildeo nacategoria trecircsque pagam o dinheirocom dinheiroNos mapas de amorti-zaccedilatildeo da diacutevida de Moccedilambiquequeestatildeo no Ministeacuterio das Financcedilasestaacute laacute que Moccedilambique paga comdinheiro os creacuteditos chinesesMas eacuteuma situaccedilatildeo mista porque o creacutedi-to chines tambeacutem tem laacute um poucodo modelo brasileiroatraveacutes da pre-senccedila em Moccedilambique de empresaschinesas financiadas pelo dinheirodo Estado chinecircs Cada paiacutes tem oseu modelo de financiamento

Humberto Zaqueu o cial de advocacia do GMD

N a

iacute t a U s s e n e

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16 Savana 18-10-2013PUBLICIDADE

A sensivelmente cinco jor-nadas do fim do Moccedilam-bola o presidente da LigaMoccedilambicana de Futebol

(LMF) Alberto Simango Juacutenioraceitou fazer uma breve radiogra-fia da prova e de forma categoacutericagarante haver condiccedilotildees objectivaspara que a verdade desportiva pre- valeccedila Simango diz ainda natildeo ser verdade que a Liga Muccedilulmana es-teja a ser protegida pela arbitragemSeguem os excertos mais relevantesda conversa

Que avaliaccedilatildeo faz das primeirasoito jornadas da segunda volta doMoccedilambola-Faccedilo uma avaliaccedilatildeo positiva namedida em que o certame estaacute a de-correr dentro do previsto Tem sidobastante competitivo e os resultadosfalam por si Na primeira volta ha- via equipas que tinham muito gaacutesmas comeccedilaram a perder forccedilasnesta fase o que eacute normal porqueo Moccedilambola eacute uma prova de re-gularidade Conta-se mais comoa equipa termina a prova do quecomo comeccedila Jaacute fizemos dois terccedilosdo campeonato estamos num bom

caminho e a qualidade estaacute semprea subir Jaacute temos campeatildeo no Moccedilambola-As equipas que estatildeo agrave frente tudofazem para ganhar mas a luta eacutemuito renhida no meio da tabelaclassificativa e essas formaccedilotildees tudofazem para amealhar mais pontose quiccedilaacute evitarem a despromoccedilatildeo Eacuteuma prova de surpresa porque ateacutehoje a questatildeo da conquista do tiacute-tulo continua em aberto emborahaja um clube que avanccedilou bastantena pauta classificativa Pelo menosexistem trecircs a quatro clubes que lu-tam pela conquista do campeonato eisso eacute significativo

Sr presidente ainda continuam osdesacatos e vandalismo nos recintosdesportivos Como acabar com estatriste realidade-A situaccedilatildeo vai sendo paulatina-mente resolvida mas sinto queprecisamos de fazer um trabalho deeducaccedilatildeo ciacutevica por forma a que osclubes comecem por sua vez a tra-balhar com os seus adeptos porquea atitude de arremessar garrafas eoutros objectos para o interior docampo eacute simplesmente condenaacutevelO apelo que faccedilo eacute que natildeo bastaaprovarmos medidas haacute sim queprivilegiarmos a prevenccedilatildeo haacute ne-cessidade de as pessoas terem de

abandonar essas praacuteticas e prima-rem pelo fair playNatildeo acha que a maacute actuaccedilatildeo dos aacuter-bitros leva os adeptos a optarem poressa via o arremesso de garrafaspor exemplo-Eacute normal que haja contestaccedilatildeo daarbitragem isso faz parte de futebolEm qualquer parte do mundo ou- vimos falar de situaccedilotildees do geacuteneromas noacutes estamos a trabalhar com aCNAF e todas as semanas quandonecessaacuterio fazemos um trabalho desensibilizaccedilatildeo para aleacutem da avalia-

Eacute impossiacutevel t ermos Liga fort e com c lubes f racosfinanceiramente-Defende Albert o Simango Juacutenior da LMF

Por Paulo Mubalo

ccedilatildeo do desempenho dos aacuterbitrosO que se nota eacute que os aacuterbitros quecomeccedilam a pocircr em causa a verda-de desportiva estatildeo a ser punidosexemplarmente e isso eacute que incen-tivamos agrave CNAF porque eacute precisodefendermos o futebol de atitudese apetites inconfessaacuteveis de certosgrupos

Julga que a Liga Muccedilulmana estaacute aser bene1047297ciada pela arbitragem ouestaacute a ser viacutetima da sua grandeza- Duvido muito que a Liga Muccedilul-mana esteja a ser beneficiada duvi-

do muito que esse pronunciamentocorresponda agrave verdade A minhapercepccedilatildeo eacute que muitos clubes jaacutebeneficiaram de penaltes jaacute benefi-ciaram de erros de arbitragem Emsegundo lugar jaacute expliquei que osque tentam fabricar resultados estatildeoa ser punidos Eu natildeo vejo as coisasde forma particularizada todos osaacuterbitros podem errar em qualquer jogo que sejaO que a LMF pensa fazer parasalvaguardar a verdade desportivamormente nas derradeiras jorna-

das-Bem como tem sido habitual paraaleacutem do trabalho que temos vindoa realizar as uacuteltimas trecircs jornadasseratildeo disputadas no mesmo dia e agravemesma hora tendo em conta os in-teresses e objectivos de cada clubenessa fase Teraacute que ser assim ateacuteporque isso jaacute consta do nosso re-gulamento Satildeo partidas susceptiacuteveisde mudar a pauta classificativaHaacute treinadores que acusam a LMFde estar a coartar as suas liberdadesusando para tal puniccedilotildees Quer co-

mentar-A puniccedilatildeo faz parte da nossa estra-teacutegia de governaccedilatildeo noacutes natildeo fomoseleitos para natildeo respeitar os regula-mentos e estatutos Os dirigentestreinadores e clubes devem ter umaforma de estar natildeo podem aceitar vilipendiar quem quer que seja empraccedila puacuteblica natildeo podem atentarcontra a geacutenese do clube haacute que terforma e modo de falar Eacute importan-te que as pessoas percebam que aLiga eacute um dos clubes por isso de-fendemos que as pessoas se pronun-ciem com eacutetica que saibam falar Os jovens inspiram-se nos treinadores e jogadores pelas boas praacuteticas e natildeo

pelos insultos por isso tomamosmedidas contra os prevaricadores econtinuaremos a primar por essesprinciacutepios porque queremos umcampeonato satildeo e de disciplinaHaacute condiccedilotildees 1047297nanceiras para queo Moccedilambola termine sem muitosalaridos-Bem como nunca disse que natildeohavia o que posso dizer eacute que tudoestaacute sendo feito para que terminesem qualquer natureza de sobres-saltoPelos vistos a LMF continua a go-

zar de muita credibilidade junto dosparceirosQue trunfo usa para conseguir osseus intentos-O maior segredo eacute o trabalho eacutea nossa dedicaccedilatildeo e credibilidadeNoacutes fazemos de tudo para que ainstituiccedilatildeo seja crediacutevel Somos fieacuteisagrave prestaccedilatildeo de contas e gestatildeo cri-teriosa E por fazermos isso temosum caminho andado trabalhamos365 diasano agrave volta deste projectoEstes pressupostos todos nos levama conseguirmos bons resultados

Como avalia a expulsatildeo de Dia-mantino Miranda do paiacutes-A atitude dele foi de indisciplinagrave ele excedeu na forma comofalou Soacute queria lamentar e apelarpara que situaccedilotildees desta naturezanatildeo voltem a acontecer no nosso fu-tebol Ningueacutem estaacute no futebol paraarranjar problemas cada um tem oseu nome e deve ser chamado poresse nome natildeo podemos chamar aalgueacutem por um nome que natildeo o dig-nificaE a terminarhellip-O apelo que faccedilo eacute um convitequero convidar mais parceiros para

investirem no desporto e no futebolem particular porque atraveacutes do fu-tebol a imagem dos seus produtoschega mais longe Natildeo eacute possiacutevelfazermos a Liga forte com clubesfracos financeiramente Precisamosmais para as nossas equipas mascom a forma como estamos a tra-balhar acredito que a curto prazoteremos os nossos representantes aconseguirem bons resulatados emcompeticcedilotildees internacionais Masfoi bom porque a Liga Muccedilulmanachegou muito longe nas afrotaccedilas

A expulsatildeo do treinadordo Costa de Sol Dia-mantino Miranda poralegados insultos agrave na-

ccedilatildeo no final de jogo realizadocontra o Vilankulo estaacute a divi-dir opiniotildees dos moccedilambicanosCom efeito enquanto alguns ci-dadatildeos ouvidos pelo SAVANAdefendem que a medida tomadapelo Ministeacuterio do Trabalho eacute justa outros dizem ter havidoprecipitaccedilatildeo por parte daquelainstituiccedilatildeo

Para Martinho Vaz estudan-te de direito da UniversidadeSatildeo Tomaacutes de Moccedilambique(USTM) o teacutecnico Diamanti-no Miranda perdeu respeito aosmoccedilambicanosldquoNa minha humilde opiniatildeoconsidero ser grande insultopara os moccedilambicanos proferiraquelas palavras na esfera puacutebli-ca Se fosse num foacuterum privadopoderia compreender porquemuita gente natildeo havia de saberEle passou dos limites mesmo

Expulsatildeo de Diamant ino M iranda di vide opiniotildeesse fosse no seu proacuteprio paiacutes eles natildeohaviam de ponderar essas brincadei-ras Aliaacutes ateacute porque ele vai servir deexemplo para os outros estrangeirosque vecircm ao paiacutes e satildeo bem tratadose meia-volta comeccedilam a maltrataros proacuteprios moccedilambicanosrdquoPara Manuel Muianga tambeacutemestudante de direito da mesma uni- versidade a expulsatildeo do treinadorDiamantino Miranda eacute absurdaldquoEle chamou os moccedilambicanos deladrotildees e isso para mim natildeo eacute novi-dade porque existem muitos treina-

dores ateacute estrangeiros que insultamdentro e fora de campo mas nuncaforam expulsos do paiacutesrdquoldquoNa minha opiniatildeo o Ministeacuterio de Trabalho devia retirar-lhe a licenccedilade trabalho numa primeira fase en-quanto investiga o caso em sumadevia ser mais cauteloso nesta ma-teacuteriardquo observouEnquanto isto Arnaldo Albertoestudante de Ciecircncias Sociais daUniversidade Eduardo Mondlane(UEM) explicou que o caso Dia-mantino Miranda virou tema de

conversa a niacutevel da sua faculdadeEle entende que a medida tomadapelo Ministeacuterio de Trabalho em ex-pulsar o treinador para fora do paiacuteseacute correcta ldquoEu considero como umamedida certa porque ningueacutem podeestar num paiacutes do outro e passar a vida a proferir insultos contra os do-nos do proacuteprio paiacutes Eu acredito quese fosse um treinador moccedilambicanoa fazer o mesmo no paiacutes deles ou emqualquer outro teria sanccedilotildees do geacute-nerordquo anotou o estudantePara Rafael Ernesto comerciante

e adepto da selecccedilatildeo nacional osldquoMambasrdquo o Ministeacuterio do Traba-lho tomou a medida correcta porqueo teacutecnico portuguecircs estava habitua-do a insultar os jogadores de formairresponsaacutevelldquoFoi uma boa medida porque paraaleacutem de jogadores tambeacutem insultoutodos os moccedilambicanos e gostariaque ele natildeo voltasse mais ao nossopaiacutesrdquo Tumar Cumbula empresaacuterio pre-cisou ldquoa atitude do Ministeacuterio foiboa noacutes natildeo podemos admitir es-

sas brincadeiras no nosso paiacutesporque o que ele fez se fosse naAmeacuterica seria preso mas aquiteve sorte Ele foi mais longedemaisrdquo rematou o empresaacuterio Jaacute o advogado Roberto Macha- va precisou ldquohouve um poucode exagero por parte do Mi-nisteacuterio do Trabalho porque haacutemuitas pessoas que falam malnos cafeacutes nos centros de recre-accedilatildeo entre outros mas natildeo satildeoexpulsas do paiacutesAjuntando ldquoa expulsatildeo de um

indiviacuteduo do paiacutes natildeo deve serassim devia haver um moti- vo forte O que poderia fazer oMinisteacuterio do Trabalho era to-mar medidas processuais numaprimeira fase enquanto procuraouvir a outra parte E penso queno seio da proacutepria Liga Mo-ccedilambicana de Futebol e Fede-raccedilatildeo Moccedilambicana de Futeboldeveriam existir alguns espe-cialistas para defender este tipode assuntosrdquo precisou Zaqueu

Massala

Alberto Simango Juacutenior presidente da LMF

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17Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

A TALHE DE FOICEPor Machado da Graccedila

A notiacutecia que me chegou jaacute temmais de um mecircs mas natildeo per-deu infelizmente actualidade

Segundo a Kazinform (provavelmenteuma agecircncia de informaccedilatildeo) um aviatildeoMig 21 num voo de teste depois deuma reparaccedilatildeo incendiou-se ao ater-rar no aeroporto de Bakeu na Romeacute-nia em finais de Agosto passadoMas o mais interessante da notiacutecia eacuteque ela afirma que o aviatildeo sinistradopertencia agrave Forccedila Aeacuterea Moccedilambica-naFiquei assim a saber que a nossa ForccedilaAeacuterea adquiriu pelo menos um aviatildeode combate Mig 21 Mas muito pro- vavelmente adquiriu mais do que umE deve ter adquirido nos saldos emsegunda matildeo porque esse modelo deaviatildeo deixou de ser fabricado em 1985A proacutepria Romeacutenia estaacute a substituir osque ainda tem por aviotildees modernos ese calhar vendeu-nos ao desbarato os velhinhos Mig 21 que para laacute tem E

a avaliar pela notiacutecia o resultado natildeofoi bomComentando a notiacutecia com um cole-ga nomeadamente sobre a razatildeo paraMoccedilambique precisar desse tipo dearmamento o colega disse-me que natildeoeacute soacute isso que estaacute a acontecer Pelo con-traacuterio segundo ele teratildeo sido desem-barcados na Beira tanques de guerrae ao porto de Maputo continuam achegar grande quantidade de viaturasmilitaresOra a pergunta que tem que ser feitaeacute Natildeo tendo o nosso paiacutes conflito comnenhum dos seus vizinhos antes sen-

do excelente a relaccedilatildeo com todos eles

para que precisamos noacutes de todos essesinstrumentos mortiacuteferosE a resposta infelizmente soacute pode serque se natildeo satildeo para usar contra ini-migos externos satildeo para usar dentrodo paiacutes Falando com mais crueza satildeopara matar moccedilambicanos Temos portanto um Governo que

passa a vida a condenar os discursosbelicistas da Renamo e a proclamar oseu enorme amor agrave Paz mas por por-tas e travessas vai comprando armasde guerra para uso em terra e no arUm Governo que natildeo tem dinheiropara pagar decentemente a meacutedicosenfermeiros e professores que natildeo temdinheiro para comprar medicamentospara os hospitais nem material escolarnomeadamente carteiras mas que temdinheiro para comprar aviotildees bombar-deiros e tanques de guerra para matar

moccedilambicanosComeccedila por outro lado a ser maiscompreensiacutevel o impasse que continuanas sessotildees do ldquodiaacutelogordquo entre o Gover-no e a Renamo Muito provavelmentetrata-se apenas de manter a situaccedilatildeoestacionaacuteria nesta paz-podre agrave esperaque chegue ao paiacutes todo o armamentocomprado no exterior para depois im-por uma soluccedilatildeo militarO que pode ser uma peacutessima escolhacomo bem poderia explicar o general vietnamita Vo Nguyen Giap recente-

mente falecido

Armas

pecuacuteliosOra para dispor sem restriccedilotildees do pecuacutelio ou

cuacutemulo de activos ndash nervo da poliacutetica e da guerraconforme aprenderam em longos anos de combateos vencedores da guerra civil angolana ndash importadispor de imagem impoluta e agir sem constrangi-mentos ou ameaccedilas legaisO risco de processos judiciais inquinando a ima-gem de pessoas e do estado eacute altamente prejudicialaos equiliacutebrios de poder em Luanda e ao presi-dente cabe atalhar a direito sempre que a ameaccedilaronde os mais proacuteximos e influentesA provaacute-lo estatildeo o ldquoAngolagaterdquo envolvendo gen-te da alta roda poliacutetica e negocista francesa pela venda ilegal de armas sovieacuteticas a Luanda entre1993 e 1995 ou o reconhecimento no ano pas-sado nas paacuteginas do ldquoFinancial Timesrdquo por ManuelVicente Kopelipa e o general Leopoldino Fragosodo Nascimento da sua participaccedilatildeo na ldquoNazaki Oilamp Gasrdquo que se associou em 2010 agrave ldquoCobalt Inter-national Energyrdquo de Houston para a exploraccedilatildeo daconcessatildeo dos blocos petroliacuteferos 9 e 21Voltaraacute a correr o marfimEduardo dos Santos jaacute afastou Marcolino Mouco Joatildeo Lourenccedilo ou Fernando Nandoacute e cerceou am-biccedilotildees de outros putativos sucessoresNo pinaacuteculo do poder Eduardo dos Santos con-tudo natildeo tem ainda assegurado que a sua sucessatildeopossa vir a garantir a perservaccedilatildeo do justo pecuacutelioe a rede de influecircncias poliacuteticas de interesses patri-moniais de associados e familiaresAacuterbitro e decisor em derradeira instacircncia opresidente de Angola tem consequentemente detomar posiccedilatildeo e assumir atitudes para provar queacima de tudo defenderaacute os interesses da cuacutepulado poder e dos negoacutecios as ldquoelites capazesrdquo quetanto lhe devemMexe com poder eacute poliacutetico portanto o conten-cioso e ao mais alto niacutevel o estado angolano vecircmexigindo desculpas e reparaccedilotildees puacuteblicas que porconstrangimento legal os governantes portu-gueses natildeo podem expressarRui Machete disse em puacuteblico o que apenas po-deria aventar em privado e gerou tamanha contro- veacutersia interna que acabou bloqueando a diploma-cia e dando pretexto agrave ruptura ansiada em LuandaPara o resto o que Machete em puacuteblico natildeo dissemas se sabe agrave boca pequena eacute que bastaraacute a justiccedilaportuguesa continuar inane e ineficaz manter-seigual a si proacutepria para tudo acabar em aacuteguas debacalhau e voltar a correr o marfim

Jornalista barradasjoaocarlosgmailcom

httpmaneatsemperblogspotpt Top of Form

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Aacute rbitro e decisor em derradeira instacircnciao presidente de Angola tem consequen-temente de tomar posiccedilatildeo e assumiratitudes para provar que acima de tudo

defenderaacute os interesses da cuacutepula do poder e dosnegoacuteciosSatildeo literalmente laquoincompreensotildees ao niacutevel dacuacutepularaquo que levam Joseacute Eduardo dos Santos a de-nunciar o acordo de princiacutepio acertado em 2010em Luanda com Cavaco Silva para o desenvolvi-mento de uma parceria estrateacutegica luso-angolanaA indefinida e adiada parceria deveria servir parareforccedilar a cooperaccedilatildeo estado a estado promovercontactos e projectos bilaterais entre instituiccedilotildeesempresas privadas e cooperativas aleacutem de facilitara circulaccedilatildeo de pessoas bens e capitaisApesar das aplicaccedilotildees financeiras em Portugalterem continuado a processar-se a bom ritmo ndashsobretudo nas telecomunicaccedilotildees energia e bancandash legitimando a riqueza receacutem-acumulada dosinvestidores angolanos uma questatildeo poliacutetica in-

quinou a relaccedilatildeoInvestigaccedilotildees judiciais sobre altas personalidadescomo o procurador-geral Joatildeo Maria de Sousa oministro de estado e da coordenaccedilatildeo econoacutemicaManuel Vicente ou o general Manuel HeacutelderVieira Dias laquoKopeliparaquo ministro de estado e chefeda casa militar do presidente nunca foram trava-das pelo poder executivo ndash laquoao niacutevel da cuacutepularaquo SBento e Beleacutem ndash como ainda acabaram tornadaspuacuteblicasA deploraacutevel vergonhosa e ilegal praacutetica de fugasde informaccedilatildeo e violaccedilatildeo reiterada do segredo de justiccedila no DCIAP deu pretexto a criacuteticas de ar-ticulistas e poliacuteticos de Luanda sobre difamaccedilatildeo eintimidaccedilatildeo de cidadatildeos angolanos e a perversatildeodo estado de direito em PortugalO presidente das elites capazesManuel Vicente anunciou em Maio do ano pas-

sado que o investimento de estado em Portugaldeixara de ser prioritaacuterio jaacute que importava privile-giar o mercado angolanoA participaccedilatildeo da ldquoSonangolrdquo no BCP visando acriaccedilatildeo de uma plataforma financeira para suportaro crescimento da empresa fora um dos objectivosatingidos numa fase inicial que apostara forte emPortugal e referia tambeacutem Vicente convinha di- versificar as aplicaccedilotildees directas do estadoAo capital privado caberia assim definir opccedilotildeesde investimento em Portugal e de parcerias emAngola com empresas lusas mas na realidade aimbricaccedilatildeo da elite de negoacutecios e da elite do poderem Luanda eacute tal que a distinccedilatildeo acaba por ser ir-relevanteEacute essa a razatildeo que sustenta as tiradas nacionalistasno discurso de Eduardo dos Santos agrave AssembleiaNacional sobre o Estado da Naccedilatildeo denunciandoa injusticcedila de empresas e bancos estrangeiros queldquolevam biliotildeesrdquo de Angola ao mesmo tempo queLuanda vecirc serem qualificadas como corruptas assuas ldquoelites capazesrdquo que tecircm amealhado justos

Angola cortar a direitoPor Joatildeo Carlos Barradas

A notiacutecia de que a Ruacutessia concedeu asilo tem-poraacuterio a Edward Snowden eacute geralmentediscutida no contexto dos potenciais efeitosda decisatildeo sobre as relaccedilotildees russo-america-

nas Sem duacutevida o caso Snowden desencadeou umaseacuterie de efeitos adversosLevando em conta as revelaccedilotildees do ex-agente da CIApromotores russos estatildeo investigando os serviccedilos do

Google e do Facebook na Ruacutessia As autor idades sus-peitam que ambos violem os acordos internacionaissobre a proteccedilatildeo de dados pessoaisO avanccedilo dessa situaccedilatildeo ameaccedila originar uma atmos-fera toacutexica de longo prazo nas negociaccedilotildees bilateraisem torno de vaacuterias questotildees delicadas Entre elas ointercacircmbio de agentes descobertos a anaacutelise dospedidos para divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre ciber-criminosos e suspeitos de terrorismo ou a troca daspraacuteticas mais eficazes das agecircncias de inteligecircncianorte-americanas e russas no trabalho com grandes volumes de dadosAleacutem disso a Ruacutessia agora pode esquecer as per-spectivas de retorno de Viacutektor Bout ou outros rus-sos que estatildeo enfrentando processos judiciais nosEstados Unidos A Casa Branca por sua vez perdeuo poder de instigar seus principais valores na Ruacutessia ndash

a liberdade na internet e a proteccedilatildeo dos direitos dosusuaacuterios gravemente comprometidos pelas revelaccedilotildeesde SnowdenQuem sabe quantos segredos mais o ldquoex-prisioneirodo aeroporto moscovita de Sheremetievordquo tem guar-dado ou quatildeo difiacutecil seraacute para ele resistir agrave tentaccedilatildeode compartilhaacute-los com os serviccedilos de inteligecircnciarussos

Mas tudo eacute muito complexo e dramaacutetico Seraacuteque o asilo concedido a Snowden realmente traccedila umalinha vermelha nas relaccedilotildees russo-americanasEm primeiro lugar a decisatildeo russa de conceder asilotemporaacuterio a Snowden envia agrave Casa Branca um sinalclaro de que a Ruacutessia estaacute disposta a negociar aindamais ldquoPodemos abrigaacute-lo temporariamente masdeixe-nos pensar aleacutem dissordquoCabe lembrar a condiccedilatildeo anunciada pelo presidenteVladiacutemir Puacutetin no mesmo dia em que os boatos so-bre a possibilidade de asilo vieram agrave tona de que oforagido deveria ldquoparar de prejudicar os interesses dosEstados UnidosrdquoO consentimento de Snowden em seguir essa regraestaacute impliacutecito na aceitaccedilatildeo do asilo O governo russotambeacutem natildeo vai perder o interesse em acessar as in-formaccedilotildees que o ex-agente da CIA estaacute segurando

embora o acordo atual sugira que tais dados continu-aratildeo a ser um aacutes na manga diplomaacutetica da Ruacutessia ndash aser usado em uma hora difiacutecil nas negociaccedilotildees bilate-rais com Washingtonndash e natildeo seraacute compartilhado coma comunidade internacionalEacute ainda mais importante ter em mente que as relaccedilotildeesrusso-americanas satildeo muito diversificadas e estra-teacutegicas para serem deixadas de lado por causa de um

uacutenico escacircndalo independentemente de quatildeo fortepossa ressoarApesar da tendecircncia negativa nas relaccedilotildees bilateraiscom o fim do ldquoresetrdquo uma seacuterie de questotildees demon-stra a enorme capacidade de cooperaccedilatildeo duradourae desenvolvimento construtivo em assuntos intimam-ente relacionados com SnowdenA cooperaccedilatildeo no ciberespaccedilo que apresentou recente-mente um progresso substancial eacute exemplo disso Em17 de junho um dos pontos de discussatildeo da Cuacutepulado G8 na Irlanda foi a declaraccedilatildeo conjunta emitidapor Puacutetin e Obama sobre as medidas de reforccedilo daconfianccedila no ciberespaccedilo que incluiacuteram trecircs acordosEstados Unidos e Ruacutessia satildeo agora obrigados a man-ter contato constante sobre cibercrimes e tentativasde ciberataques para reforccedilar a cooperaccedilatildeo na respostaa tais incidentes bem como fazer uso de uma linha di-

reta para avisar um ao outro sobre alguma emergecircnciaSimbolicamente os mecanismos de notificaccedilatildeo muacute-tua seratildeo parcialmente implementados por meio da jaacute existente linha Moscou-Washington para o avisode ocorrecircncias com armas nucleares a mesma usadadurante a Guerra FriaA continuidade dos acordos exemplifica a crescenteimportacircncia estrateacutegica da cooperaccedilatildeo russo-ameri-

cana no ciberespaccedilo Os dois lados chegaram a umacordo sobre a questatildeo mesmo em meio a condiccedilotildeesdesfavoraacuteveis nas relaccedilotildees bilaterais ndash embora hajaduacutevidas sobre ateacute onde essa cooperaccedilatildeo seria sacrifi-cada por causa do recente escacircndalo diplomaacuteticoApesar do efeito das revelaccedilotildees do ex-agente daCIA os Estados Unidos e a Ruacutessia precisam se en-gajar para estabelecer um clima de boa vizinhanccedila ecolaboraccedilatildeo no ciberespaccedilo ainda que envolto porcriacuteticas e acusaccedilotildees pesadas A colaboraccedilatildeo podeser reduzida ou suspensa em alguns aspectos mas asmedidas de confianccedila devem ser desenvolvidas comoum dos mecanismos viaacuteveis para prevenir uma guerraciberneacutetica Isso eacute algo que tanto o Kremlin como aCasa Branca entendem bem Oleg Demidov eacute coordenador de projetos em segu-ranccedila e governanccedila no Centro de Estudos Poliacuteticosda Ruacutessia

O ciberespaccedilo poacutes-SnowdenPor Oleg Demidov

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

CartoonEDITORIAL

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

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Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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20 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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24 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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14 Savana 18 -10-2013Savana 18 -10-2013 15NO CENTRO DO FURACAtildeO

ldquo Caminhamos de novo para uma armadilhardquoPor Ricardo Mudaukana O autor procuraraacute neste texto ser pedagoacutegico para facilitar a compreensatildeo dos

leitores menos familiarizados com alguns conceitosEste texto refere-se principalmente ao lado das despesas do orccedilamento eapenas agrave anaacutelise dos principais indicadores macroeconoacutemicos associados ao

orccedilamentoO orccedilamentocomo conta puacuteblica compotildee-se das despesas do Estado para assegurarserviccedilos puacuteblicos aos cidadatildeos (educaccedilatildeosauacutedeseguranccedila socialetc)seguranccedila do paiacutese das pessoasdefesa dos direitos e liberdadesjusticcedila entre outrosEstas funccedilotildees natildeo tecircmporque ser um monopoacutelio estatalRealiza ainda actividades econoacutemicas e de investimen-tocom ou sem parcerias com o sector privado (infra-estruturasserviccedilos de monopoacuteliosnaturais cuja actividade natildeo interessa ao sector privadoetc)Sobre o papel do Estado naeconomia sempre existiu um constante debate inacabado natildeo apenas devido agraves variaccedilotildeesdos contextos no tempo no espaccedilo como ainda por razotildees poliacuteticasideoloacutegicas e outrasOnde se pode encontrar algum pensamento comum eacute na necessidade do Estado de-senvolver os serviccedilos com eficiecircncia e eficaacuteciac onsiderando que utiliza a riqueza doscidadatildeos atraveacutes dos impostos ou da cooperaccedilatildeo (igualmente impostos pagos nos paiacutesesdoadores) e que os serviccedilos sejam de faacutecil acesso isto eacuteestejam proacuteximos dos cidadatildeosExige-se ainda que o Estado natildeo absorva uma elevada percentagem da riqueza nacionalmedido pela percentagem dos gastos puacuteblicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto - in-dicador que mede a riqueza nacional)isto para libertar recursos para as famiacutelias e a ac-tividade privadasupondo o princiacutepio (sempre discutiacutevel)que o sector privado eacute sempree necessariamente mais eficientePor isso o Estado deve possuir uma gestatildeo eficiente dos recursoso que dependeemgrande medidadas opccedilotildees da governaccedilatildeoda competecircncia dos gestores puacuteblicosda ca-pacidade da sociedade em controlar a actividade e as contas puacuteblicas (atraveacutes do Parla-mento ou por outros mecanismos) Por issoo Estado deve ser transparente nas decisotildeese nas contasdisponibilizando informaccedilatildeo aos cidadatildeos e os servidores do Estado devem

reger-se pela eacutetica republicana onde existe uma clara separaccedilatildeo de interesses entre oprivado e o puacuteblicoUma gestatildeo saudaacutevel sugere que os gastos natildeo sejam superiores agraves receitasque a diacutevidaseja sustentaacutevel (possibilidade de ser paga no futuro) e baixa ( para natildeo penalizar as fu-turas geraccedilotildees atraveacutes de impostos acrescidos para pagamento da diacutevida contraiacuteda nopassado)As opccedilotildees do governo (opccedilotildees puacuteblicas) deveriam sempre ter em conta o mel-hor cumprimento das funccedilotildees do Estado em cada fase do desenvolvimentoFeita esta breve apresentaccedilatildeoo autor utilizaraacute principalmente os seguintes indicadores(1) gastos puacuteblicosPIBdestacando os salaacuterios dos funcionaacuterios (2) Deacutefice puacuteblicoPIBfinanciamento do mesmo e a diacutevida puacuteblicaPIB(3) grau de sustentaccedilatildeo do orccedilamentodo Estado atraveacutes de recursos gerados pela economia concretizado pelo indicador recei-tasgastos(em percentagem)e (4) evoluccedilatildeo de alguns gastoscomo forma de observaracerca de algumas opccedilotildees do governoNatildeo haacute consenso sobre os paracircmetros que indiciam situaccedilotildees de estabilidadesustentabi-lidade ou de criseinstabilidadeAs teorias convencionais referem que o Estado deve serldquoleverdquo(o que se reflecte numa baixa percentagem dos gastos puacuteblicossobre o PIB ndash natildeomais que 30) um deacutefice proacuteximo de zero e uma diacutevida que seja possiacutevel de ser pagasem sacrifiacutecios sobre os rendimentos das futuras geraccedilotildeesSegundo as mesmas escolasoestado deve assumir funccedilotildees muito especiacuteficas e que natildeo sejam do interesse do sector pri-

vado (por exemplodefesa e seguranccedila nacionalcerto tipo de investigaccedilatildeo e facilitaccedilatildeo daactividade privada com a criaccedilatildeo de bons ambientes de concorrecircncias) e o que se entendepor estado social deveraacute ser assegurado por sistemas de seguros e pensotildees oferecidos porinstituiccedilotildees financeiras privadasPressupotildee-se que o mercado eacute o mais eficiente alocadorde recursosos agentes econoacutemicos possuem loacutegicas de maximizaccedilatildeo de objectivos (lucroutilidadesetc)num ambiente concorrencial e de negoacutecios

Toda a informaccedilatildeo utlizada neste texto foi obtida do Orccedilamento Geral do Estado e operiacuteodo analisado eacute o de entre 2001 e 2012Por isso natildeo estatildeo indicadas as fontes dosgraacuteficos ao longo do texto

Graacutefico 1Despesas totaisPIBem percentagem

Alertas sobre o Orccedilam ento do EstadoPor Joatildeo Mosca

Graacutefico 2

Despesas com o pessoaldespesas correntesem percentagem

Os dois graacuteficos acima revelam(1) um evidente crescimento dos gastos do Estado comopercentagem do PIB(2) a manutenccedilatildeo percentual dos gastos com o pessoalporeacutem comcrescimentos reais dos gastos considerando o aumento destesa factura dos salaacuterios dosfuncionaacuterios passou de 58 do PIB em 2001 para 102 em 2012o que pode ser con-siderado muito elevado se comparado com outras economias (incluindo as africanas eda SADC)e (3) as despesas do Estado crescem mais rapidamente que o crescimentoeconoacutemicoconsiderando que a relaccedilatildeo GastosPIB estaacute a crescer

Graacutefico 3Deacutefice puacuteblico com e sem recursos externos em percentagem do PIB

Graacutefico 4Diacutevida puacuteblicaPIBem percentagem

Dos dois graacuteficos acimaobserva-se (1) um elevado deacutefice das contas puacuteblicas emos d os g raacute ficos a cm a o s er va -s e 1 um e e va do d eacutefice d as c on ta s uacute c as e m

relaccedilatildeo ao PIB e queem termos e valores absolutostem aumento por efeito do cresci-mento do PIB (2) embora a diacutevida possa natildeo ser considerada elevada assimela eacutedevido agrave cobertura dos deacutefices puacuteblicos dos anos anteriores pela cooperaccedilatildeo externadando por isso uma percepccedilatildeo pouco real (fictiacutecia) da realidadeEntre 2001 e 2012entre 85 e 90 do deacutefice puacuteblico foi coberto por recursos externos

Graacutefico 5Receitasdespesasem percentagem

Graacutefico 6Recursos externosdespesas totaisem percentagemOs graacuteficos 5 e 6 revelam duas evoluccedilotildees positivasUm aumento das receitas do Estado

e um decreacutescimo da dependecircnciaSe os megaprojectos natildeo tivessem os benefiacutecios fiscaisconhecidoseste cenaacuterio poderia ser muito diferentepara melhor

Graacutefico 7Despesas totais por habitante entre 2001 e 2012 Graacutefico 8

Despesas de funcionamento (acircmbito central) de alguns oacutergatildeos centraisa preccedilos con-stantes de 2011

O Graacutefico 7 revela uma grande diferenccedila na alocaccedilatildeo de recursos por habitante As

proviacutencias com taxas de pobreza mais elevadas satildeo as que tecircm menos recursos porhabitantesendo o contraacuterio tambeacutem verdadeiro (Cidade de Maputo e Proviacutencia deMaputo) O graacutefico 8 apresenta e compara os gastos de funcionamento de acircmbitocentral entre alguns oacutergatildeos do EstadoO graacutefico dispensa comentaacuterios

Em resumo pode-se afirmar que a evoluccedilatildeo do Orccedilamento do Estadosegundo os in-dicadores seleccionadosrequere reflexotildees e ajustamentosconsiderando o crescimentodo sector puacuteblico e da massa salarial dos funcionaacuteriosVerifica-se a persistecircncia de umapoliacutetica expansiva do gasto puacuteblicoum elevado do deacutefice sem recursos externos e sinaispreocupantes do endividamento puacuteblico (quando os recursos externos natildeo satildeo contabi-lizados)Parece evidente que satildeo necessaacuterios ajustamentos da distribuiccedilatildeo dos recursosentre proviacutencias e entre os oacutergatildeos do Estado a niacutevel centralComo elemento positivoressalta-se o aumento das receitas fiscaiso que permite a reduccedilatildeo da dependecircncia doorccedilamento em relaccedilatildeo agrave cooperaccedilatildeodonativosO espaccedilo desta coluna natildeo permiteanaacutelise do orccedilamento com a ecircnfase da economia poliacutetica

Outros indicadores de importacircncia analiacutetica natildeo foram apresentados como por ex-emploa alocaccedilatildeo entre sectores de actividadea composiccedilatildeo das receitas e do finan-ciamento do deacutefice e o reflexo no orccedilamento de algumas medidas de descentralizaccedilatildeoadministrativa

A evoluccedilatildeo das contas puacuteblicas de Moccedilambique natildeo pode deixar os cidadatildeos tran-quilosA actual crise em alguns paiacuteses da Europa tem como causa proacuteximao s dese-quiliacutebrios e o mal gastar dos dinheiros dos cidadatildeos derivado de poliacuteticas expansivase eleitoralistas no quadro das lutas partidaacuterias e de defesa dos poderesagrave custa e emprejuiacutezo dos cidadatildeosdas empresas e da economia

ndash c on sid era Grup o M occedil am bi ca no da Diacutevid a so br e o a ct ua l n iacutevel de d iacutevid a p uacuteb li ca

A organizaccedilatildeo mais conhe-cida em mateacuteria de mo-nitoria da diacutevida puacuteblicaem Moccedilambiqueo Grupo

Moccedilambicano da Diacutevida (GMD)co-mentou ao SAVANA o alarme que oTe Economist Intelligent Unit (EIU)

fez soar recentemente sobre a novaespiral de endividamento que o Go-verno moccedilambicano estaacute a seguirde- pois do oxigeacutenio que as contas puacuteblicasreceberam na sequecircncia da Iniciativade Aliacutevio da Diacutevida dos Paiacuteses Alta-mente Endividados (HIPC)haacute cercade 10 anos Para Humberto Zaqueu oficial deadvocacia do GMDa actual lideran- ccedila do paiacutes estaacute ldquoa armadilharrdquo Mo- ccedilambique numa futura asfixia finan-ceira que vai impedir investimentosimportantes em aacutereas essenciais comoa sauacutedeeducaccedilatildeo e abastecimento deaacutegualdquoOs nossos poliacuteticos natildeo resistemquando vecircem dinheiro eacute irrisoacuterioeste despesismo para o luxoVamos aChinaporque eles natildeo exigem requi- sitos natildeo se importam se vais com- prar armas para reprimir o teu povordquoconsidera Humberto Zaqueusobre orecurso ao dinheiro chinecircs apontadocomo um dos novos credores de peso de Moccedilambique

Justi1047297ca-se o alerta do EIU sobre oactual ritmo de endividamento doEstado moccedilambicanoDefinitivamente sim justifica-se enoacutescomo GMDtemos vaacuterios tra-balhos feitos e alguns em cursoquemostram uma tendecircncia de um novopadratildeo preocupante de endivida-mento Como GMDas pessoas en-quadram-nos num acircngulo de anaacutelisee de visatildeo sobre a diacutevida mais socialenquanto o Governo tem uma visatildeomais economicista da questatildeo OGoverno baseia as suas decisotildees so-bre a diacutevida em caacutelculos e indicado-res elaborados conjuntamente como Fundo Monetaacuterio Internacional(FMI) e Banco Mundial (BM)emraacutecios da diacutevida sobre exportaccedilotildeese serviccedilo da diacutevida sobre o Produto

Interno Bruto (PIB) e essa relaccedilatildeomostra que a diacutevida de Moccedilambiqueeacute sustentaacutevelao niacutevel dos nuacutemerosMas se for ver a dinacircmica dos pres-supostos que sustenta os tais raacuteciosque eacute a induacutestria extractiva e os me-gaprojectos que natildeo deixam nadapara Moccedilambiqueou pouco deixampara Moccedilambique entatildeo a partirdesse princiacutepioe stes raacutecios satildeo en-ganadores O nosso Governo estaacute abasear-se numa ldquorealidaderdquoirrealista

Quer dizer que os alicerces sobre osquais o Governo assenta a decisatildeode recorrer a um alegado endivida-mento excessivo natildeo satildeo con1047297aacuteveisO mecanismo de transmissatildeo da-queles raacutecios para a economia real deMoccedilambique eacute muito fraacutegil a basede redistribuiccedilatildeo da renda eacute muitoteacutenue O Governo radica o seu op-timismo em relaccedilatildeo agrave contrataccedilatildeo dadiacutevida a preccedilos elevados em pressu-postos irrealistas porque considera

um grande crescimento da economiaatraveacutes da induacutestria extractiva a umritmo acelerado Isso eacute claramenteilusoacuterio porque a induacutestria extrac-tiva beneficia de tantas isenccedilotildees oemprego gerado eacute limitadiacutessimo Jaacutetemos informaccedilotildees que apontam queo que os megaprojectos declaramcomo facturaccedilatildeo estaacute muito abaixoda real facturaccedilatildeoUsam esse esque-ma para acederem a isenccedilotildees unsconseguiram que o Estado lhes as-segurasse apenas 16 por cento sobreos seus rendimentosoutros natildeo maisde metade quando pela legislaccedilatildeotinham de pagar 32Eacute infantil pensar que a Vale ou outromegaempreendimento qualquer vaidinamizar a economia ao ponto depagar o niacutevel de diacutevida que o paiacutes estaacutea acarretarEstamos a ser confronta-dos com decisotildees politicamente to-madas que natildeo tecircm nada a ver comracionalidade econoacutemicaUm poliacute-tico menos informadoquando ouvedizer que o paiacutes estaacute a descobrir re-cursos naturaisfica na ilusatildeo e tomadecisotildees com fonte nessa ilusatildeoMasalguns politicamente mais prepara-dos em termos econoacutemicos tecircm tidoa sensatez de dizer acutetenham cuidadoo que vai acontecer na economia realnatildeo satildeo os nuacutemeros que estatildeo a serinvestidos pelas multinacionais natildeo

vale a pena pensa r que a induacutestriaextractiva vai gerar benefiacutecios para opaiacutes de hoje para amanhatilde`A expectativa menos remota eacute queesses projectos gerem benefiacutecios in-directos impulsionando alguma ho-telaria e turismoa agricultura pode

vir a beneficiar um pouco esse eacute oalerta que tem sido deixado pelospoliacuteticos mais informados tecnica-mente porque o caminho eacute longo eincertoInfelizmente os poliacuteticos menosinformados soacute vecircem o lado do in-

vestimento que eacute uma fantasia eacuteerradocomo vimos no iniacutecio com aMOZALque fez disparar o PIB aniacuteveis galopantese estaacute a aconteceragora com a Vale e a Rio Tintocomavultados investimentos mas sem

impacto sobre a economiaQuando se analisam os raacutecios usadospelo Governo na sua corrida ao en-dividamentoeacute faacutecil vecirc-se que estatildeoa diminuir enquanto a diacutevida estaacutea subirE statildeo a meter o paiacutes numaarmadilha econoacutemicacujo resultadoeacute esteagora estamos bem perto dosseis biliotildees de doacutelares em termos dediacutevidao niacutevel do HIPChaacute cerca de10 anos

E natildeo passa muito tempo desdeesse niacutevel de diacutevida impagaacutevelhellipNaquele tempo foi em condiccedilotildeesmais ligeiramente favoraacuteveis por-que eram maioritariamente diacutevidasconcessionais de credores bilateraisou sejade paiacutes para paiacutescom ta-

xas de juro ligeiramente acima dasconcessionais mas com periacuteodos dereembolso longos e as outras erammultilaterais com uma taxa de juromais baixa proacutexima de zero e comperiacuteodos de graccedila de 10 a 20Por ou-

tro lado as diacutevidas antes do HIPCforam contraiacutedas em periacuteodos com-parativamente mais longosmais oumenos em duas deacutecadase as actu-ais estatildeo a surgir a um ritmo acele-rado Depois do HIPC natildeo passammuitos anos e estamos perto do picohistoacuterico de cerca de seis biliotildees dedoacutelares

Banca sanguessugaO dinheiro chinecircs eacute mais caroO que se vecirc no recurso a esse di-nheiro eacute que estaacute a ser contratadoa um ritmo muito acelerado e emcondiccedilotildees muito desfavoraacuteveis OEXIMBANK(banco estatal chinecircsde creacutedito externo) empresta dinhei-ro com periacuteodos de reembolso muitocurtospara aiacute 10 anos periacuteodo degraccedila quase nulo e a taxa de juro estaacutebem perto da taxa de mercadoParao contexto do mercado moccedilambica-no10 por cento podem natildeo parecerexcessivos porque a nossa banca co-mercial cobra entre 10 a 12 por centomas essa eacute uma banca de sanguessu-gasporque 10 por cento satildeo proibiti-

vosOs mesmos bancos sul-africanosque caacute cobram issona Aacutefrica do Sulembolsam juros mais suavess abembem que a taxa real de empreacutestimosna Aacutefrica do Sul natildeo passa cinco porcentomas em Moccedilambique aplicam10 ou acima dissoPortanto quandofazemos uma anaacutelise cruzadavemosque a taxa real exigida pela China eacutede banca comercial a taxa de mer-cadocom periacuteodos de graccedila nulos ede desembolsos muito curtosisto vaidesgraccedilar o paiacutesO mais triste eacute que natildeo se compre-ende o recurso a fontes de finan-ciamento tatildeo lesivas aos interessesdo Estado moccedilambicanoporque ostradicionais doadores ainda cobreme ajudam a combater o deacutefice orccedila-mental Temos um orccedilamento comum deacutefice meacutedio de 40 por cento eacuteuma cifra realmente maiormas osdoadores comprometeram-se a de-sembolsar para este anopor exem-plocerca de 700 milhotildees de doacutelares

em apoio directo ao Orccedilamento Ge-ral do EstadoA ajuda externa jaacute estaacuteproacutexima senatildeo capaz de eliminar odeacutefice A pergunta entatildeoeacute porqueessa azaacutefama com o creacutedito chinecircsO que conseguimos perceber eacute quehaacute uma ilusatildeo da nossa ala poliacuteticase se tratasse de comidadiria gulaosnossos poliacuteticos natildeo resistem quando

vecircem dinheiro haacute despesismo Va-mos a china porque natildeo exigem re-quisitos se vais comprar armas parareprimir o teu povo natildeo se impor-tamAgrave Chinao que interessa eacute ga-rantir que o seu creacutedito seraacute pago porcontrapartidas como petroacuteleo dia-mantes carvatildeohellipqualquer dia Mo-ccedilambique ainda hipoteca o seu car-

vatildeopara pagar o que deve agrave ChinaNeste momentoa China natildeo colocaobstaacuteculos no acesso ao seu dinheiro

Mas o Governo justi1047297ca o recursoao endividamentocom o imperati- vo de infra-estruturashellipMas tem de haver prudecircncianatildeo voudeixar de criticar o uso que se faz dodinheiro puacuteblico edifiacutecios puacuteblicos

a serem construiacutedos mas entre fo-mentar a produccedilatildeo interna de arrozque cobre em apenas menos de cincopor cento a procura interna e deixa95 por cento para as importaccedilotildees eos edifiacutecios puacuteblicos e carros de luxopara a elite administrativa do paiacutesqual deve ser a prioridade Eacute oacutebvioo despesismo de luxo algum capri-cho puacuteblico ateacuteporque a fonte dodinheiro eacute faacutecilEste endividamentonatildeo vai para a produccedilatildeose fosse paraas vias de acessocompreendia-se

O EIU diz que o actual serviccedilo dadiacutevida jaacute eacute 40 por cento do PIB Eacutepossiacutevel chegar ao colapso que nosempurrou para o HIPCO risco imediato de natildeo conseguirpagar a diacutevida puacutebica pode natildeo serdaqui a cinco ou 10 anosmas numfuturo breve a capacidade do Esta-do fazer investimentos importantese estrateacutegicos vai reduzir Comeccedilaraacutea faltar dinheiro para a sauacutede edu-

caccedilatildeo e agricultura Esses sectoresessenciais vatildeo ressentir-se e muitoAteacute ao ano passadoa educaccedilatildeo tinhaum fundo para o vector da educaccedilatildeouniversal e Moccedilambique beneficioudurante cinco anos dessa verbamasacabou e soacute uma intervenccedilatildeo de uacutelti-ma hora do Banco Mundial permitiuum socorro de 50 milhotildees de doacutelaresA necessidade de alocar mais fundospara as aacutereas prioritaacuterias natildeo vai mu-darno entantoa capacidade de fi-nanciaacute-los pode retrair-seA reduccedilatildeode alguns fundos pode ser uma rea-lidademas que natildeo seja por isso quese vaacute justificar a corrida ao dinheirochinecircs porque a reduccedilatildeo dos apoiosdos tradicionais parceiros eacute ainda po-tencial os dadores continuam a darao ritmo programadoO que chama a atenccedilatildeo na relaccedilatildeocom os tradicionais parceiros eacute o re-forccedilo dos condicionalismos haacute umcondicionalismo que nem eu consi-dero sustentaacutevelo princiacutepio da tran-che variaacutevel Os doadores datildeo emparcelas o Governo tem de mostrarresultados convencer para tirar mais25 por cento mas tem sido muitotarde e isto compromete a execu-ccedilatildeo completa dos doadores na pers-pectiva de resultadosPor issoelesapostam no financiamento ao fundocomum em que eles mandam a suamissatildeo mandam uma equipa teacutec-nica para ver se as ambulacircncias quefinanciaram foram compradas por-que quando o apoio eacute directamenteao Orccedilamento do Estado eles natildeotecircm essa prerrogativaHaacute esta ten-decircncia de reduccedilatildeo do apoioporquea tranche variaacutevel estaacute a ser difiacutecil derespeitarmas no geralcontinuamoscom os doadores cometidos com osdesembolsosa uacutenica coisa eacute que natildeoestamos a aguentar com os condicio-nalismos cuja imposiccedilatildeo quanto amim justifica-se Quando dinheirospuacuteblicos satildeo usados para comprarmaacutequinas de barbear e outros malescomo os desvios no Ministeacuterio daEducaccedilatildeo entatildeo aperta-se o desem-bolsoe a alternativa eacute o dinheiro su-postamente faacutecil da Chinapara coi-

sas como o negoacutecio dos naviosComo dinheiro dado pelos novos credo-respode estar a fazer-se alguma coi-samas natildeo haacute optimizaccedilatildeo Que asdiacutevidas mobilizem a produccedilatildeodevernatildeo eacute maucontrair uma diacutevida parabeber sem capacidade eacute um crimemorala natildeo ser que tenha capacida-de de pagamentoSe se atingisse essepico de endividamentopara finan-ciar infra-estruturas essenciais natildeoestaacutevamos aqui a criticar

Haacute tambeacutem uma apreensatildeo com oendividamento internoEstamos a criar este cenaacuterio Elescriam condiccedilotildees para que o paiacutes vivaessa situaccedilatildeoE sses casos de corrup-ccedilatildeo que satildeo frequentemente relata-dos deixam os doadores pessimistase se sintam obrigados a impor condi-cionalismos que retardam a chegadade verbas e a multiplicaccedilatildeo de mis-sotildeesA hipoacutetese Chinaagraves vezeslevao seu tempo e o resultado eacute o deacutefice

na tesouraria que justifica emissotildeesde diacutevida interna provocadas pelodeacutefice na tesouraria Satildeo diacutevidas decurto prazomas criam uma enormepressatildeo porque o Governo tem depagar e eacute mais penosoporque eacute nosbancos comerciaisdado que mais de80 por cento dos moccedilambicanos natildeopagam sequer o seu consumo baacutesicologo natildeo compram as obrigaccedilotildees detesouro que o Estado lanccedila para sefinanciarQuem compra a diacutevida doEstado satildeo os bancos comerciaisquepreferem comprar tiacutetulos do Go-

verno porque o Governo nunca vaiagrave falecircncia natildeo precisa de hipotecasmas essas operaccedilotildees estatildeo a prejudi-car o investimentoIsso tudo porque

se criam cenaacuterios de desconfianccedilaque tornam moroso o financiamentotradicional que vem do exterior Oendividamento internopara finan-ciar a reconstruccedilatildeo por danos provo-cados pelas calamidades naturaisporexemplo entende-se eacute um recursode emergecircncia o Governo tem derecorrer a fundos excepcionais masgrande parte eacute deacutefice de tesouraria

Brasil e IacutendiaCentrou-se na China mas fala-sede outros novos credores Comoolha para o per1047297l do creacutedito do Bra-sil e da IacutendiaEles tambeacutem impotildeem condiccedilotildeesmais ou menos proacuteximas do mer-cadomas China eacute China Brasil eacuteBrasil e Iacutendia eacute IacutendiaEles natildeo tecircmcaracteriacutesticas similiaresnatildeo falam amesma liacutengua eacute por isso que o Go-

verno moccedilambic ano natildeo os conse-gue enquadrar na mesma plataformacomo acontece com os Parceiros deApoio Programaacutetico (PAP) Elesnatildeo tecircm procedimentos e caracteriacutes-ticas iguaissatildeo todos eles diferentesO Brasil natildeo daacute dinheiro natildeo eacute sua

vocaccedilatildeo dar directamente dinheirooseu dinheiro eacute em forma de assistecircn-cia teacutecnicase precisas de um teacutecnicoeles trazem o especialistaque traz oconhecimento de que carecesA si-tuaccedilatildeo amarga eacute que o Brasil eacute umcentro de financiamento de projectos

privados que estatildeo a entrar em Mo-ccedilambiquealguns deles como a Valemuito contestados sob o ponto de

vista socialO Brasil dispotildee de linhasde financiamento e paga o segurodos investimentos das suas empresaseacute vocaccedilatildeo do Brasil apoiar grandesprojectos Jaacute a China categoriza osseus devedoresna primeira catego-ria mete os que podem pagar direc-tamente com petroacuteleo ou diamantese paiacuteses como Moccedilambique estatildeo nacategoria trecircsque pagam o dinheirocom dinheiroNos mapas de amorti-zaccedilatildeo da diacutevida de Moccedilambiquequeestatildeo no Ministeacuterio das Financcedilasestaacute laacute que Moccedilambique paga comdinheiro os creacuteditos chinesesMas eacuteuma situaccedilatildeo mista porque o creacutedi-to chines tambeacutem tem laacute um poucodo modelo brasileiroatraveacutes da pre-senccedila em Moccedilambique de empresaschinesas financiadas pelo dinheirodo Estado chinecircs Cada paiacutes tem oseu modelo de financiamento

Humberto Zaqueu o cial de advocacia do GMD

N a

iacute t a U s s e n e

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16 Savana 18-10-2013PUBLICIDADE

A sensivelmente cinco jor-nadas do fim do Moccedilam-bola o presidente da LigaMoccedilambicana de Futebol

(LMF) Alberto Simango Juacutenioraceitou fazer uma breve radiogra-fia da prova e de forma categoacutericagarante haver condiccedilotildees objectivaspara que a verdade desportiva pre- valeccedila Simango diz ainda natildeo ser verdade que a Liga Muccedilulmana es-teja a ser protegida pela arbitragemSeguem os excertos mais relevantesda conversa

Que avaliaccedilatildeo faz das primeirasoito jornadas da segunda volta doMoccedilambola-Faccedilo uma avaliaccedilatildeo positiva namedida em que o certame estaacute a de-correr dentro do previsto Tem sidobastante competitivo e os resultadosfalam por si Na primeira volta ha- via equipas que tinham muito gaacutesmas comeccedilaram a perder forccedilasnesta fase o que eacute normal porqueo Moccedilambola eacute uma prova de re-gularidade Conta-se mais comoa equipa termina a prova do quecomo comeccedila Jaacute fizemos dois terccedilosdo campeonato estamos num bom

caminho e a qualidade estaacute semprea subir Jaacute temos campeatildeo no Moccedilambola-As equipas que estatildeo agrave frente tudofazem para ganhar mas a luta eacutemuito renhida no meio da tabelaclassificativa e essas formaccedilotildees tudofazem para amealhar mais pontose quiccedilaacute evitarem a despromoccedilatildeo Eacuteuma prova de surpresa porque ateacutehoje a questatildeo da conquista do tiacute-tulo continua em aberto emborahaja um clube que avanccedilou bastantena pauta classificativa Pelo menosexistem trecircs a quatro clubes que lu-tam pela conquista do campeonato eisso eacute significativo

Sr presidente ainda continuam osdesacatos e vandalismo nos recintosdesportivos Como acabar com estatriste realidade-A situaccedilatildeo vai sendo paulatina-mente resolvida mas sinto queprecisamos de fazer um trabalho deeducaccedilatildeo ciacutevica por forma a que osclubes comecem por sua vez a tra-balhar com os seus adeptos porquea atitude de arremessar garrafas eoutros objectos para o interior docampo eacute simplesmente condenaacutevelO apelo que faccedilo eacute que natildeo bastaaprovarmos medidas haacute sim queprivilegiarmos a prevenccedilatildeo haacute ne-cessidade de as pessoas terem de

abandonar essas praacuteticas e prima-rem pelo fair playNatildeo acha que a maacute actuaccedilatildeo dos aacuter-bitros leva os adeptos a optarem poressa via o arremesso de garrafaspor exemplo-Eacute normal que haja contestaccedilatildeo daarbitragem isso faz parte de futebolEm qualquer parte do mundo ou- vimos falar de situaccedilotildees do geacuteneromas noacutes estamos a trabalhar com aCNAF e todas as semanas quandonecessaacuterio fazemos um trabalho desensibilizaccedilatildeo para aleacutem da avalia-

Eacute impossiacutevel t ermos Liga fort e com c lubes f racosfinanceiramente-Defende Albert o Simango Juacutenior da LMF

Por Paulo Mubalo

ccedilatildeo do desempenho dos aacuterbitrosO que se nota eacute que os aacuterbitros quecomeccedilam a pocircr em causa a verda-de desportiva estatildeo a ser punidosexemplarmente e isso eacute que incen-tivamos agrave CNAF porque eacute precisodefendermos o futebol de atitudese apetites inconfessaacuteveis de certosgrupos

Julga que a Liga Muccedilulmana estaacute aser bene1047297ciada pela arbitragem ouestaacute a ser viacutetima da sua grandeza- Duvido muito que a Liga Muccedilul-mana esteja a ser beneficiada duvi-

do muito que esse pronunciamentocorresponda agrave verdade A minhapercepccedilatildeo eacute que muitos clubes jaacutebeneficiaram de penaltes jaacute benefi-ciaram de erros de arbitragem Emsegundo lugar jaacute expliquei que osque tentam fabricar resultados estatildeoa ser punidos Eu natildeo vejo as coisasde forma particularizada todos osaacuterbitros podem errar em qualquer jogo que sejaO que a LMF pensa fazer parasalvaguardar a verdade desportivamormente nas derradeiras jorna-

das-Bem como tem sido habitual paraaleacutem do trabalho que temos vindoa realizar as uacuteltimas trecircs jornadasseratildeo disputadas no mesmo dia e agravemesma hora tendo em conta os in-teresses e objectivos de cada clubenessa fase Teraacute que ser assim ateacuteporque isso jaacute consta do nosso re-gulamento Satildeo partidas susceptiacuteveisde mudar a pauta classificativaHaacute treinadores que acusam a LMFde estar a coartar as suas liberdadesusando para tal puniccedilotildees Quer co-

mentar-A puniccedilatildeo faz parte da nossa estra-teacutegia de governaccedilatildeo noacutes natildeo fomoseleitos para natildeo respeitar os regula-mentos e estatutos Os dirigentestreinadores e clubes devem ter umaforma de estar natildeo podem aceitar vilipendiar quem quer que seja empraccedila puacuteblica natildeo podem atentarcontra a geacutenese do clube haacute que terforma e modo de falar Eacute importan-te que as pessoas percebam que aLiga eacute um dos clubes por isso de-fendemos que as pessoas se pronun-ciem com eacutetica que saibam falar Os jovens inspiram-se nos treinadores e jogadores pelas boas praacuteticas e natildeo

pelos insultos por isso tomamosmedidas contra os prevaricadores econtinuaremos a primar por essesprinciacutepios porque queremos umcampeonato satildeo e de disciplinaHaacute condiccedilotildees 1047297nanceiras para queo Moccedilambola termine sem muitosalaridos-Bem como nunca disse que natildeohavia o que posso dizer eacute que tudoestaacute sendo feito para que terminesem qualquer natureza de sobres-saltoPelos vistos a LMF continua a go-

zar de muita credibilidade junto dosparceirosQue trunfo usa para conseguir osseus intentos-O maior segredo eacute o trabalho eacutea nossa dedicaccedilatildeo e credibilidadeNoacutes fazemos de tudo para que ainstituiccedilatildeo seja crediacutevel Somos fieacuteisagrave prestaccedilatildeo de contas e gestatildeo cri-teriosa E por fazermos isso temosum caminho andado trabalhamos365 diasano agrave volta deste projectoEstes pressupostos todos nos levama conseguirmos bons resultados

Como avalia a expulsatildeo de Dia-mantino Miranda do paiacutes-A atitude dele foi de indisciplinagrave ele excedeu na forma comofalou Soacute queria lamentar e apelarpara que situaccedilotildees desta naturezanatildeo voltem a acontecer no nosso fu-tebol Ningueacutem estaacute no futebol paraarranjar problemas cada um tem oseu nome e deve ser chamado poresse nome natildeo podemos chamar aalgueacutem por um nome que natildeo o dig-nificaE a terminarhellip-O apelo que faccedilo eacute um convitequero convidar mais parceiros para

investirem no desporto e no futebolem particular porque atraveacutes do fu-tebol a imagem dos seus produtoschega mais longe Natildeo eacute possiacutevelfazermos a Liga forte com clubesfracos financeiramente Precisamosmais para as nossas equipas mascom a forma como estamos a tra-balhar acredito que a curto prazoteremos os nossos representantes aconseguirem bons resulatados emcompeticcedilotildees internacionais Masfoi bom porque a Liga Muccedilulmanachegou muito longe nas afrotaccedilas

A expulsatildeo do treinadordo Costa de Sol Dia-mantino Miranda poralegados insultos agrave na-

ccedilatildeo no final de jogo realizadocontra o Vilankulo estaacute a divi-dir opiniotildees dos moccedilambicanosCom efeito enquanto alguns ci-dadatildeos ouvidos pelo SAVANAdefendem que a medida tomadapelo Ministeacuterio do Trabalho eacute justa outros dizem ter havidoprecipitaccedilatildeo por parte daquelainstituiccedilatildeo

Para Martinho Vaz estudan-te de direito da UniversidadeSatildeo Tomaacutes de Moccedilambique(USTM) o teacutecnico Diamanti-no Miranda perdeu respeito aosmoccedilambicanosldquoNa minha humilde opiniatildeoconsidero ser grande insultopara os moccedilambicanos proferiraquelas palavras na esfera puacutebli-ca Se fosse num foacuterum privadopoderia compreender porquemuita gente natildeo havia de saberEle passou dos limites mesmo

Expulsatildeo de Diamant ino M iranda di vide opiniotildeesse fosse no seu proacuteprio paiacutes eles natildeohaviam de ponderar essas brincadei-ras Aliaacutes ateacute porque ele vai servir deexemplo para os outros estrangeirosque vecircm ao paiacutes e satildeo bem tratadose meia-volta comeccedilam a maltrataros proacuteprios moccedilambicanosrdquoPara Manuel Muianga tambeacutemestudante de direito da mesma uni- versidade a expulsatildeo do treinadorDiamantino Miranda eacute absurdaldquoEle chamou os moccedilambicanos deladrotildees e isso para mim natildeo eacute novi-dade porque existem muitos treina-

dores ateacute estrangeiros que insultamdentro e fora de campo mas nuncaforam expulsos do paiacutesrdquoldquoNa minha opiniatildeo o Ministeacuterio de Trabalho devia retirar-lhe a licenccedilade trabalho numa primeira fase en-quanto investiga o caso em sumadevia ser mais cauteloso nesta ma-teacuteriardquo observouEnquanto isto Arnaldo Albertoestudante de Ciecircncias Sociais daUniversidade Eduardo Mondlane(UEM) explicou que o caso Dia-mantino Miranda virou tema de

conversa a niacutevel da sua faculdadeEle entende que a medida tomadapelo Ministeacuterio de Trabalho em ex-pulsar o treinador para fora do paiacuteseacute correcta ldquoEu considero como umamedida certa porque ningueacutem podeestar num paiacutes do outro e passar a vida a proferir insultos contra os do-nos do proacuteprio paiacutes Eu acredito quese fosse um treinador moccedilambicanoa fazer o mesmo no paiacutes deles ou emqualquer outro teria sanccedilotildees do geacute-nerordquo anotou o estudantePara Rafael Ernesto comerciante

e adepto da selecccedilatildeo nacional osldquoMambasrdquo o Ministeacuterio do Traba-lho tomou a medida correcta porqueo teacutecnico portuguecircs estava habitua-do a insultar os jogadores de formairresponsaacutevelldquoFoi uma boa medida porque paraaleacutem de jogadores tambeacutem insultoutodos os moccedilambicanos e gostariaque ele natildeo voltasse mais ao nossopaiacutesrdquo Tumar Cumbula empresaacuterio pre-cisou ldquoa atitude do Ministeacuterio foiboa noacutes natildeo podemos admitir es-

sas brincadeiras no nosso paiacutesporque o que ele fez se fosse naAmeacuterica seria preso mas aquiteve sorte Ele foi mais longedemaisrdquo rematou o empresaacuterio Jaacute o advogado Roberto Macha- va precisou ldquohouve um poucode exagero por parte do Mi-nisteacuterio do Trabalho porque haacutemuitas pessoas que falam malnos cafeacutes nos centros de recre-accedilatildeo entre outros mas natildeo satildeoexpulsas do paiacutesAjuntando ldquoa expulsatildeo de um

indiviacuteduo do paiacutes natildeo deve serassim devia haver um moti- vo forte O que poderia fazer oMinisteacuterio do Trabalho era to-mar medidas processuais numaprimeira fase enquanto procuraouvir a outra parte E penso queno seio da proacutepria Liga Mo-ccedilambicana de Futebol e Fede-raccedilatildeo Moccedilambicana de Futeboldeveriam existir alguns espe-cialistas para defender este tipode assuntosrdquo precisou Zaqueu

Massala

Alberto Simango Juacutenior presidente da LMF

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17Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

A TALHE DE FOICEPor Machado da Graccedila

A notiacutecia que me chegou jaacute temmais de um mecircs mas natildeo per-deu infelizmente actualidade

Segundo a Kazinform (provavelmenteuma agecircncia de informaccedilatildeo) um aviatildeoMig 21 num voo de teste depois deuma reparaccedilatildeo incendiou-se ao ater-rar no aeroporto de Bakeu na Romeacute-nia em finais de Agosto passadoMas o mais interessante da notiacutecia eacuteque ela afirma que o aviatildeo sinistradopertencia agrave Forccedila Aeacuterea Moccedilambica-naFiquei assim a saber que a nossa ForccedilaAeacuterea adquiriu pelo menos um aviatildeode combate Mig 21 Mas muito pro- vavelmente adquiriu mais do que umE deve ter adquirido nos saldos emsegunda matildeo porque esse modelo deaviatildeo deixou de ser fabricado em 1985A proacutepria Romeacutenia estaacute a substituir osque ainda tem por aviotildees modernos ese calhar vendeu-nos ao desbarato os velhinhos Mig 21 que para laacute tem E

a avaliar pela notiacutecia o resultado natildeofoi bomComentando a notiacutecia com um cole-ga nomeadamente sobre a razatildeo paraMoccedilambique precisar desse tipo dearmamento o colega disse-me que natildeoeacute soacute isso que estaacute a acontecer Pelo con-traacuterio segundo ele teratildeo sido desem-barcados na Beira tanques de guerrae ao porto de Maputo continuam achegar grande quantidade de viaturasmilitaresOra a pergunta que tem que ser feitaeacute Natildeo tendo o nosso paiacutes conflito comnenhum dos seus vizinhos antes sen-

do excelente a relaccedilatildeo com todos eles

para que precisamos noacutes de todos essesinstrumentos mortiacuteferosE a resposta infelizmente soacute pode serque se natildeo satildeo para usar contra ini-migos externos satildeo para usar dentrodo paiacutes Falando com mais crueza satildeopara matar moccedilambicanos Temos portanto um Governo que

passa a vida a condenar os discursosbelicistas da Renamo e a proclamar oseu enorme amor agrave Paz mas por por-tas e travessas vai comprando armasde guerra para uso em terra e no arUm Governo que natildeo tem dinheiropara pagar decentemente a meacutedicosenfermeiros e professores que natildeo temdinheiro para comprar medicamentospara os hospitais nem material escolarnomeadamente carteiras mas que temdinheiro para comprar aviotildees bombar-deiros e tanques de guerra para matar

moccedilambicanosComeccedila por outro lado a ser maiscompreensiacutevel o impasse que continuanas sessotildees do ldquodiaacutelogordquo entre o Gover-no e a Renamo Muito provavelmentetrata-se apenas de manter a situaccedilatildeoestacionaacuteria nesta paz-podre agrave esperaque chegue ao paiacutes todo o armamentocomprado no exterior para depois im-por uma soluccedilatildeo militarO que pode ser uma peacutessima escolhacomo bem poderia explicar o general vietnamita Vo Nguyen Giap recente-

mente falecido

Armas

pecuacuteliosOra para dispor sem restriccedilotildees do pecuacutelio ou

cuacutemulo de activos ndash nervo da poliacutetica e da guerraconforme aprenderam em longos anos de combateos vencedores da guerra civil angolana ndash importadispor de imagem impoluta e agir sem constrangi-mentos ou ameaccedilas legaisO risco de processos judiciais inquinando a ima-gem de pessoas e do estado eacute altamente prejudicialaos equiliacutebrios de poder em Luanda e ao presi-dente cabe atalhar a direito sempre que a ameaccedilaronde os mais proacuteximos e influentesA provaacute-lo estatildeo o ldquoAngolagaterdquo envolvendo gen-te da alta roda poliacutetica e negocista francesa pela venda ilegal de armas sovieacuteticas a Luanda entre1993 e 1995 ou o reconhecimento no ano pas-sado nas paacuteginas do ldquoFinancial Timesrdquo por ManuelVicente Kopelipa e o general Leopoldino Fragosodo Nascimento da sua participaccedilatildeo na ldquoNazaki Oilamp Gasrdquo que se associou em 2010 agrave ldquoCobalt Inter-national Energyrdquo de Houston para a exploraccedilatildeo daconcessatildeo dos blocos petroliacuteferos 9 e 21Voltaraacute a correr o marfimEduardo dos Santos jaacute afastou Marcolino Mouco Joatildeo Lourenccedilo ou Fernando Nandoacute e cerceou am-biccedilotildees de outros putativos sucessoresNo pinaacuteculo do poder Eduardo dos Santos con-tudo natildeo tem ainda assegurado que a sua sucessatildeopossa vir a garantir a perservaccedilatildeo do justo pecuacutelioe a rede de influecircncias poliacuteticas de interesses patri-moniais de associados e familiaresAacuterbitro e decisor em derradeira instacircncia opresidente de Angola tem consequentemente detomar posiccedilatildeo e assumir atitudes para provar queacima de tudo defenderaacute os interesses da cuacutepulado poder e dos negoacutecios as ldquoelites capazesrdquo quetanto lhe devemMexe com poder eacute poliacutetico portanto o conten-cioso e ao mais alto niacutevel o estado angolano vecircmexigindo desculpas e reparaccedilotildees puacuteblicas que porconstrangimento legal os governantes portu-gueses natildeo podem expressarRui Machete disse em puacuteblico o que apenas po-deria aventar em privado e gerou tamanha contro- veacutersia interna que acabou bloqueando a diploma-cia e dando pretexto agrave ruptura ansiada em LuandaPara o resto o que Machete em puacuteblico natildeo dissemas se sabe agrave boca pequena eacute que bastaraacute a justiccedilaportuguesa continuar inane e ineficaz manter-seigual a si proacutepria para tudo acabar em aacuteguas debacalhau e voltar a correr o marfim

Jornalista barradasjoaocarlosgmailcom

httpmaneatsemperblogspotpt Top of Form

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Aacute rbitro e decisor em derradeira instacircnciao presidente de Angola tem consequen-temente de tomar posiccedilatildeo e assumiratitudes para provar que acima de tudo

defenderaacute os interesses da cuacutepula do poder e dosnegoacuteciosSatildeo literalmente laquoincompreensotildees ao niacutevel dacuacutepularaquo que levam Joseacute Eduardo dos Santos a de-nunciar o acordo de princiacutepio acertado em 2010em Luanda com Cavaco Silva para o desenvolvi-mento de uma parceria estrateacutegica luso-angolanaA indefinida e adiada parceria deveria servir parareforccedilar a cooperaccedilatildeo estado a estado promovercontactos e projectos bilaterais entre instituiccedilotildeesempresas privadas e cooperativas aleacutem de facilitara circulaccedilatildeo de pessoas bens e capitaisApesar das aplicaccedilotildees financeiras em Portugalterem continuado a processar-se a bom ritmo ndashsobretudo nas telecomunicaccedilotildees energia e bancandash legitimando a riqueza receacutem-acumulada dosinvestidores angolanos uma questatildeo poliacutetica in-

quinou a relaccedilatildeoInvestigaccedilotildees judiciais sobre altas personalidadescomo o procurador-geral Joatildeo Maria de Sousa oministro de estado e da coordenaccedilatildeo econoacutemicaManuel Vicente ou o general Manuel HeacutelderVieira Dias laquoKopeliparaquo ministro de estado e chefeda casa militar do presidente nunca foram trava-das pelo poder executivo ndash laquoao niacutevel da cuacutepularaquo SBento e Beleacutem ndash como ainda acabaram tornadaspuacuteblicasA deploraacutevel vergonhosa e ilegal praacutetica de fugasde informaccedilatildeo e violaccedilatildeo reiterada do segredo de justiccedila no DCIAP deu pretexto a criacuteticas de ar-ticulistas e poliacuteticos de Luanda sobre difamaccedilatildeo eintimidaccedilatildeo de cidadatildeos angolanos e a perversatildeodo estado de direito em PortugalO presidente das elites capazesManuel Vicente anunciou em Maio do ano pas-

sado que o investimento de estado em Portugaldeixara de ser prioritaacuterio jaacute que importava privile-giar o mercado angolanoA participaccedilatildeo da ldquoSonangolrdquo no BCP visando acriaccedilatildeo de uma plataforma financeira para suportaro crescimento da empresa fora um dos objectivosatingidos numa fase inicial que apostara forte emPortugal e referia tambeacutem Vicente convinha di- versificar as aplicaccedilotildees directas do estadoAo capital privado caberia assim definir opccedilotildeesde investimento em Portugal e de parcerias emAngola com empresas lusas mas na realidade aimbricaccedilatildeo da elite de negoacutecios e da elite do poderem Luanda eacute tal que a distinccedilatildeo acaba por ser ir-relevanteEacute essa a razatildeo que sustenta as tiradas nacionalistasno discurso de Eduardo dos Santos agrave AssembleiaNacional sobre o Estado da Naccedilatildeo denunciandoa injusticcedila de empresas e bancos estrangeiros queldquolevam biliotildeesrdquo de Angola ao mesmo tempo queLuanda vecirc serem qualificadas como corruptas assuas ldquoelites capazesrdquo que tecircm amealhado justos

Angola cortar a direitoPor Joatildeo Carlos Barradas

A notiacutecia de que a Ruacutessia concedeu asilo tem-poraacuterio a Edward Snowden eacute geralmentediscutida no contexto dos potenciais efeitosda decisatildeo sobre as relaccedilotildees russo-america-

nas Sem duacutevida o caso Snowden desencadeou umaseacuterie de efeitos adversosLevando em conta as revelaccedilotildees do ex-agente da CIApromotores russos estatildeo investigando os serviccedilos do

Google e do Facebook na Ruacutessia As autor idades sus-peitam que ambos violem os acordos internacionaissobre a proteccedilatildeo de dados pessoaisO avanccedilo dessa situaccedilatildeo ameaccedila originar uma atmos-fera toacutexica de longo prazo nas negociaccedilotildees bilateraisem torno de vaacuterias questotildees delicadas Entre elas ointercacircmbio de agentes descobertos a anaacutelise dospedidos para divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre ciber-criminosos e suspeitos de terrorismo ou a troca daspraacuteticas mais eficazes das agecircncias de inteligecircncianorte-americanas e russas no trabalho com grandes volumes de dadosAleacutem disso a Ruacutessia agora pode esquecer as per-spectivas de retorno de Viacutektor Bout ou outros rus-sos que estatildeo enfrentando processos judiciais nosEstados Unidos A Casa Branca por sua vez perdeuo poder de instigar seus principais valores na Ruacutessia ndash

a liberdade na internet e a proteccedilatildeo dos direitos dosusuaacuterios gravemente comprometidos pelas revelaccedilotildeesde SnowdenQuem sabe quantos segredos mais o ldquoex-prisioneirodo aeroporto moscovita de Sheremetievordquo tem guar-dado ou quatildeo difiacutecil seraacute para ele resistir agrave tentaccedilatildeode compartilhaacute-los com os serviccedilos de inteligecircnciarussos

Mas tudo eacute muito complexo e dramaacutetico Seraacuteque o asilo concedido a Snowden realmente traccedila umalinha vermelha nas relaccedilotildees russo-americanasEm primeiro lugar a decisatildeo russa de conceder asilotemporaacuterio a Snowden envia agrave Casa Branca um sinalclaro de que a Ruacutessia estaacute disposta a negociar aindamais ldquoPodemos abrigaacute-lo temporariamente masdeixe-nos pensar aleacutem dissordquoCabe lembrar a condiccedilatildeo anunciada pelo presidenteVladiacutemir Puacutetin no mesmo dia em que os boatos so-bre a possibilidade de asilo vieram agrave tona de que oforagido deveria ldquoparar de prejudicar os interesses dosEstados UnidosrdquoO consentimento de Snowden em seguir essa regraestaacute impliacutecito na aceitaccedilatildeo do asilo O governo russotambeacutem natildeo vai perder o interesse em acessar as in-formaccedilotildees que o ex-agente da CIA estaacute segurando

embora o acordo atual sugira que tais dados continu-aratildeo a ser um aacutes na manga diplomaacutetica da Ruacutessia ndash aser usado em uma hora difiacutecil nas negociaccedilotildees bilate-rais com Washingtonndash e natildeo seraacute compartilhado coma comunidade internacionalEacute ainda mais importante ter em mente que as relaccedilotildeesrusso-americanas satildeo muito diversificadas e estra-teacutegicas para serem deixadas de lado por causa de um

uacutenico escacircndalo independentemente de quatildeo fortepossa ressoarApesar da tendecircncia negativa nas relaccedilotildees bilateraiscom o fim do ldquoresetrdquo uma seacuterie de questotildees demon-stra a enorme capacidade de cooperaccedilatildeo duradourae desenvolvimento construtivo em assuntos intimam-ente relacionados com SnowdenA cooperaccedilatildeo no ciberespaccedilo que apresentou recente-mente um progresso substancial eacute exemplo disso Em17 de junho um dos pontos de discussatildeo da Cuacutepulado G8 na Irlanda foi a declaraccedilatildeo conjunta emitidapor Puacutetin e Obama sobre as medidas de reforccedilo daconfianccedila no ciberespaccedilo que incluiacuteram trecircs acordosEstados Unidos e Ruacutessia satildeo agora obrigados a man-ter contato constante sobre cibercrimes e tentativasde ciberataques para reforccedilar a cooperaccedilatildeo na respostaa tais incidentes bem como fazer uso de uma linha di-

reta para avisar um ao outro sobre alguma emergecircnciaSimbolicamente os mecanismos de notificaccedilatildeo muacute-tua seratildeo parcialmente implementados por meio da jaacute existente linha Moscou-Washington para o avisode ocorrecircncias com armas nucleares a mesma usadadurante a Guerra FriaA continuidade dos acordos exemplifica a crescenteimportacircncia estrateacutegica da cooperaccedilatildeo russo-ameri-

cana no ciberespaccedilo Os dois lados chegaram a umacordo sobre a questatildeo mesmo em meio a condiccedilotildeesdesfavoraacuteveis nas relaccedilotildees bilaterais ndash embora hajaduacutevidas sobre ateacute onde essa cooperaccedilatildeo seria sacrifi-cada por causa do recente escacircndalo diplomaacuteticoApesar do efeito das revelaccedilotildees do ex-agente daCIA os Estados Unidos e a Ruacutessia precisam se en-gajar para estabelecer um clima de boa vizinhanccedila ecolaboraccedilatildeo no ciberespaccedilo ainda que envolto porcriacuteticas e acusaccedilotildees pesadas A colaboraccedilatildeo podeser reduzida ou suspensa em alguns aspectos mas asmedidas de confianccedila devem ser desenvolvidas comoum dos mecanismos viaacuteveis para prevenir uma guerraciberneacutetica Isso eacute algo que tanto o Kremlin como aCasa Branca entendem bem Oleg Demidov eacute coordenador de projetos em segu-ranccedila e governanccedila no Centro de Estudos Poliacuteticosda Ruacutessia

O ciberespaccedilo poacutes-SnowdenPor Oleg Demidov

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

CartoonEDITORIAL

Reg istado s ob nuacutemer o 007 RRA DNI 93NUIT 40010 9001

Propr iedade da

KOK NAMDirector Emeacuterito

Conselho de AdministraccedilatildeoFernando B de Lima (Presidente)

e Naita Ussene

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Maquet izaccedilatildeo A S MRevisatildeo Gervaacutesio Nhalical e

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Delegaccedilatildeo da Beira

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Distribuiccedilatildeo Miguel Bila(82 4576190 84 0135281)

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

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Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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20 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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16 Savana 18-10-2013PUBLICIDADE

A sensivelmente cinco jor-nadas do fim do Moccedilam-bola o presidente da LigaMoccedilambicana de Futebol

(LMF) Alberto Simango Juacutenioraceitou fazer uma breve radiogra-fia da prova e de forma categoacutericagarante haver condiccedilotildees objectivaspara que a verdade desportiva pre- valeccedila Simango diz ainda natildeo ser verdade que a Liga Muccedilulmana es-teja a ser protegida pela arbitragemSeguem os excertos mais relevantesda conversa

Que avaliaccedilatildeo faz das primeirasoito jornadas da segunda volta doMoccedilambola-Faccedilo uma avaliaccedilatildeo positiva namedida em que o certame estaacute a de-correr dentro do previsto Tem sidobastante competitivo e os resultadosfalam por si Na primeira volta ha- via equipas que tinham muito gaacutesmas comeccedilaram a perder forccedilasnesta fase o que eacute normal porqueo Moccedilambola eacute uma prova de re-gularidade Conta-se mais comoa equipa termina a prova do quecomo comeccedila Jaacute fizemos dois terccedilosdo campeonato estamos num bom

caminho e a qualidade estaacute semprea subir Jaacute temos campeatildeo no Moccedilambola-As equipas que estatildeo agrave frente tudofazem para ganhar mas a luta eacutemuito renhida no meio da tabelaclassificativa e essas formaccedilotildees tudofazem para amealhar mais pontose quiccedilaacute evitarem a despromoccedilatildeo Eacuteuma prova de surpresa porque ateacutehoje a questatildeo da conquista do tiacute-tulo continua em aberto emborahaja um clube que avanccedilou bastantena pauta classificativa Pelo menosexistem trecircs a quatro clubes que lu-tam pela conquista do campeonato eisso eacute significativo

Sr presidente ainda continuam osdesacatos e vandalismo nos recintosdesportivos Como acabar com estatriste realidade-A situaccedilatildeo vai sendo paulatina-mente resolvida mas sinto queprecisamos de fazer um trabalho deeducaccedilatildeo ciacutevica por forma a que osclubes comecem por sua vez a tra-balhar com os seus adeptos porquea atitude de arremessar garrafas eoutros objectos para o interior docampo eacute simplesmente condenaacutevelO apelo que faccedilo eacute que natildeo bastaaprovarmos medidas haacute sim queprivilegiarmos a prevenccedilatildeo haacute ne-cessidade de as pessoas terem de

abandonar essas praacuteticas e prima-rem pelo fair playNatildeo acha que a maacute actuaccedilatildeo dos aacuter-bitros leva os adeptos a optarem poressa via o arremesso de garrafaspor exemplo-Eacute normal que haja contestaccedilatildeo daarbitragem isso faz parte de futebolEm qualquer parte do mundo ou- vimos falar de situaccedilotildees do geacuteneromas noacutes estamos a trabalhar com aCNAF e todas as semanas quandonecessaacuterio fazemos um trabalho desensibilizaccedilatildeo para aleacutem da avalia-

Eacute impossiacutevel t ermos Liga fort e com c lubes f racosfinanceiramente-Defende Albert o Simango Juacutenior da LMF

Por Paulo Mubalo

ccedilatildeo do desempenho dos aacuterbitrosO que se nota eacute que os aacuterbitros quecomeccedilam a pocircr em causa a verda-de desportiva estatildeo a ser punidosexemplarmente e isso eacute que incen-tivamos agrave CNAF porque eacute precisodefendermos o futebol de atitudese apetites inconfessaacuteveis de certosgrupos

Julga que a Liga Muccedilulmana estaacute aser bene1047297ciada pela arbitragem ouestaacute a ser viacutetima da sua grandeza- Duvido muito que a Liga Muccedilul-mana esteja a ser beneficiada duvi-

do muito que esse pronunciamentocorresponda agrave verdade A minhapercepccedilatildeo eacute que muitos clubes jaacutebeneficiaram de penaltes jaacute benefi-ciaram de erros de arbitragem Emsegundo lugar jaacute expliquei que osque tentam fabricar resultados estatildeoa ser punidos Eu natildeo vejo as coisasde forma particularizada todos osaacuterbitros podem errar em qualquer jogo que sejaO que a LMF pensa fazer parasalvaguardar a verdade desportivamormente nas derradeiras jorna-

das-Bem como tem sido habitual paraaleacutem do trabalho que temos vindoa realizar as uacuteltimas trecircs jornadasseratildeo disputadas no mesmo dia e agravemesma hora tendo em conta os in-teresses e objectivos de cada clubenessa fase Teraacute que ser assim ateacuteporque isso jaacute consta do nosso re-gulamento Satildeo partidas susceptiacuteveisde mudar a pauta classificativaHaacute treinadores que acusam a LMFde estar a coartar as suas liberdadesusando para tal puniccedilotildees Quer co-

mentar-A puniccedilatildeo faz parte da nossa estra-teacutegia de governaccedilatildeo noacutes natildeo fomoseleitos para natildeo respeitar os regula-mentos e estatutos Os dirigentestreinadores e clubes devem ter umaforma de estar natildeo podem aceitar vilipendiar quem quer que seja empraccedila puacuteblica natildeo podem atentarcontra a geacutenese do clube haacute que terforma e modo de falar Eacute importan-te que as pessoas percebam que aLiga eacute um dos clubes por isso de-fendemos que as pessoas se pronun-ciem com eacutetica que saibam falar Os jovens inspiram-se nos treinadores e jogadores pelas boas praacuteticas e natildeo

pelos insultos por isso tomamosmedidas contra os prevaricadores econtinuaremos a primar por essesprinciacutepios porque queremos umcampeonato satildeo e de disciplinaHaacute condiccedilotildees 1047297nanceiras para queo Moccedilambola termine sem muitosalaridos-Bem como nunca disse que natildeohavia o que posso dizer eacute que tudoestaacute sendo feito para que terminesem qualquer natureza de sobres-saltoPelos vistos a LMF continua a go-

zar de muita credibilidade junto dosparceirosQue trunfo usa para conseguir osseus intentos-O maior segredo eacute o trabalho eacutea nossa dedicaccedilatildeo e credibilidadeNoacutes fazemos de tudo para que ainstituiccedilatildeo seja crediacutevel Somos fieacuteisagrave prestaccedilatildeo de contas e gestatildeo cri-teriosa E por fazermos isso temosum caminho andado trabalhamos365 diasano agrave volta deste projectoEstes pressupostos todos nos levama conseguirmos bons resultados

Como avalia a expulsatildeo de Dia-mantino Miranda do paiacutes-A atitude dele foi de indisciplinagrave ele excedeu na forma comofalou Soacute queria lamentar e apelarpara que situaccedilotildees desta naturezanatildeo voltem a acontecer no nosso fu-tebol Ningueacutem estaacute no futebol paraarranjar problemas cada um tem oseu nome e deve ser chamado poresse nome natildeo podemos chamar aalgueacutem por um nome que natildeo o dig-nificaE a terminarhellip-O apelo que faccedilo eacute um convitequero convidar mais parceiros para

investirem no desporto e no futebolem particular porque atraveacutes do fu-tebol a imagem dos seus produtoschega mais longe Natildeo eacute possiacutevelfazermos a Liga forte com clubesfracos financeiramente Precisamosmais para as nossas equipas mascom a forma como estamos a tra-balhar acredito que a curto prazoteremos os nossos representantes aconseguirem bons resulatados emcompeticcedilotildees internacionais Masfoi bom porque a Liga Muccedilulmanachegou muito longe nas afrotaccedilas

A expulsatildeo do treinadordo Costa de Sol Dia-mantino Miranda poralegados insultos agrave na-

ccedilatildeo no final de jogo realizadocontra o Vilankulo estaacute a divi-dir opiniotildees dos moccedilambicanosCom efeito enquanto alguns ci-dadatildeos ouvidos pelo SAVANAdefendem que a medida tomadapelo Ministeacuterio do Trabalho eacute justa outros dizem ter havidoprecipitaccedilatildeo por parte daquelainstituiccedilatildeo

Para Martinho Vaz estudan-te de direito da UniversidadeSatildeo Tomaacutes de Moccedilambique(USTM) o teacutecnico Diamanti-no Miranda perdeu respeito aosmoccedilambicanosldquoNa minha humilde opiniatildeoconsidero ser grande insultopara os moccedilambicanos proferiraquelas palavras na esfera puacutebli-ca Se fosse num foacuterum privadopoderia compreender porquemuita gente natildeo havia de saberEle passou dos limites mesmo

Expulsatildeo de Diamant ino M iranda di vide opiniotildeesse fosse no seu proacuteprio paiacutes eles natildeohaviam de ponderar essas brincadei-ras Aliaacutes ateacute porque ele vai servir deexemplo para os outros estrangeirosque vecircm ao paiacutes e satildeo bem tratadose meia-volta comeccedilam a maltrataros proacuteprios moccedilambicanosrdquoPara Manuel Muianga tambeacutemestudante de direito da mesma uni- versidade a expulsatildeo do treinadorDiamantino Miranda eacute absurdaldquoEle chamou os moccedilambicanos deladrotildees e isso para mim natildeo eacute novi-dade porque existem muitos treina-

dores ateacute estrangeiros que insultamdentro e fora de campo mas nuncaforam expulsos do paiacutesrdquoldquoNa minha opiniatildeo o Ministeacuterio de Trabalho devia retirar-lhe a licenccedilade trabalho numa primeira fase en-quanto investiga o caso em sumadevia ser mais cauteloso nesta ma-teacuteriardquo observouEnquanto isto Arnaldo Albertoestudante de Ciecircncias Sociais daUniversidade Eduardo Mondlane(UEM) explicou que o caso Dia-mantino Miranda virou tema de

conversa a niacutevel da sua faculdadeEle entende que a medida tomadapelo Ministeacuterio de Trabalho em ex-pulsar o treinador para fora do paiacuteseacute correcta ldquoEu considero como umamedida certa porque ningueacutem podeestar num paiacutes do outro e passar a vida a proferir insultos contra os do-nos do proacuteprio paiacutes Eu acredito quese fosse um treinador moccedilambicanoa fazer o mesmo no paiacutes deles ou emqualquer outro teria sanccedilotildees do geacute-nerordquo anotou o estudantePara Rafael Ernesto comerciante

e adepto da selecccedilatildeo nacional osldquoMambasrdquo o Ministeacuterio do Traba-lho tomou a medida correcta porqueo teacutecnico portuguecircs estava habitua-do a insultar os jogadores de formairresponsaacutevelldquoFoi uma boa medida porque paraaleacutem de jogadores tambeacutem insultoutodos os moccedilambicanos e gostariaque ele natildeo voltasse mais ao nossopaiacutesrdquo Tumar Cumbula empresaacuterio pre-cisou ldquoa atitude do Ministeacuterio foiboa noacutes natildeo podemos admitir es-

sas brincadeiras no nosso paiacutesporque o que ele fez se fosse naAmeacuterica seria preso mas aquiteve sorte Ele foi mais longedemaisrdquo rematou o empresaacuterio Jaacute o advogado Roberto Macha- va precisou ldquohouve um poucode exagero por parte do Mi-nisteacuterio do Trabalho porque haacutemuitas pessoas que falam malnos cafeacutes nos centros de recre-accedilatildeo entre outros mas natildeo satildeoexpulsas do paiacutesAjuntando ldquoa expulsatildeo de um

indiviacuteduo do paiacutes natildeo deve serassim devia haver um moti- vo forte O que poderia fazer oMinisteacuterio do Trabalho era to-mar medidas processuais numaprimeira fase enquanto procuraouvir a outra parte E penso queno seio da proacutepria Liga Mo-ccedilambicana de Futebol e Fede-raccedilatildeo Moccedilambicana de Futeboldeveriam existir alguns espe-cialistas para defender este tipode assuntosrdquo precisou Zaqueu

Massala

Alberto Simango Juacutenior presidente da LMF

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17Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

A TALHE DE FOICEPor Machado da Graccedila

A notiacutecia que me chegou jaacute temmais de um mecircs mas natildeo per-deu infelizmente actualidade

Segundo a Kazinform (provavelmenteuma agecircncia de informaccedilatildeo) um aviatildeoMig 21 num voo de teste depois deuma reparaccedilatildeo incendiou-se ao ater-rar no aeroporto de Bakeu na Romeacute-nia em finais de Agosto passadoMas o mais interessante da notiacutecia eacuteque ela afirma que o aviatildeo sinistradopertencia agrave Forccedila Aeacuterea Moccedilambica-naFiquei assim a saber que a nossa ForccedilaAeacuterea adquiriu pelo menos um aviatildeode combate Mig 21 Mas muito pro- vavelmente adquiriu mais do que umE deve ter adquirido nos saldos emsegunda matildeo porque esse modelo deaviatildeo deixou de ser fabricado em 1985A proacutepria Romeacutenia estaacute a substituir osque ainda tem por aviotildees modernos ese calhar vendeu-nos ao desbarato os velhinhos Mig 21 que para laacute tem E

a avaliar pela notiacutecia o resultado natildeofoi bomComentando a notiacutecia com um cole-ga nomeadamente sobre a razatildeo paraMoccedilambique precisar desse tipo dearmamento o colega disse-me que natildeoeacute soacute isso que estaacute a acontecer Pelo con-traacuterio segundo ele teratildeo sido desem-barcados na Beira tanques de guerrae ao porto de Maputo continuam achegar grande quantidade de viaturasmilitaresOra a pergunta que tem que ser feitaeacute Natildeo tendo o nosso paiacutes conflito comnenhum dos seus vizinhos antes sen-

do excelente a relaccedilatildeo com todos eles

para que precisamos noacutes de todos essesinstrumentos mortiacuteferosE a resposta infelizmente soacute pode serque se natildeo satildeo para usar contra ini-migos externos satildeo para usar dentrodo paiacutes Falando com mais crueza satildeopara matar moccedilambicanos Temos portanto um Governo que

passa a vida a condenar os discursosbelicistas da Renamo e a proclamar oseu enorme amor agrave Paz mas por por-tas e travessas vai comprando armasde guerra para uso em terra e no arUm Governo que natildeo tem dinheiropara pagar decentemente a meacutedicosenfermeiros e professores que natildeo temdinheiro para comprar medicamentospara os hospitais nem material escolarnomeadamente carteiras mas que temdinheiro para comprar aviotildees bombar-deiros e tanques de guerra para matar

moccedilambicanosComeccedila por outro lado a ser maiscompreensiacutevel o impasse que continuanas sessotildees do ldquodiaacutelogordquo entre o Gover-no e a Renamo Muito provavelmentetrata-se apenas de manter a situaccedilatildeoestacionaacuteria nesta paz-podre agrave esperaque chegue ao paiacutes todo o armamentocomprado no exterior para depois im-por uma soluccedilatildeo militarO que pode ser uma peacutessima escolhacomo bem poderia explicar o general vietnamita Vo Nguyen Giap recente-

mente falecido

Armas

pecuacuteliosOra para dispor sem restriccedilotildees do pecuacutelio ou

cuacutemulo de activos ndash nervo da poliacutetica e da guerraconforme aprenderam em longos anos de combateos vencedores da guerra civil angolana ndash importadispor de imagem impoluta e agir sem constrangi-mentos ou ameaccedilas legaisO risco de processos judiciais inquinando a ima-gem de pessoas e do estado eacute altamente prejudicialaos equiliacutebrios de poder em Luanda e ao presi-dente cabe atalhar a direito sempre que a ameaccedilaronde os mais proacuteximos e influentesA provaacute-lo estatildeo o ldquoAngolagaterdquo envolvendo gen-te da alta roda poliacutetica e negocista francesa pela venda ilegal de armas sovieacuteticas a Luanda entre1993 e 1995 ou o reconhecimento no ano pas-sado nas paacuteginas do ldquoFinancial Timesrdquo por ManuelVicente Kopelipa e o general Leopoldino Fragosodo Nascimento da sua participaccedilatildeo na ldquoNazaki Oilamp Gasrdquo que se associou em 2010 agrave ldquoCobalt Inter-national Energyrdquo de Houston para a exploraccedilatildeo daconcessatildeo dos blocos petroliacuteferos 9 e 21Voltaraacute a correr o marfimEduardo dos Santos jaacute afastou Marcolino Mouco Joatildeo Lourenccedilo ou Fernando Nandoacute e cerceou am-biccedilotildees de outros putativos sucessoresNo pinaacuteculo do poder Eduardo dos Santos con-tudo natildeo tem ainda assegurado que a sua sucessatildeopossa vir a garantir a perservaccedilatildeo do justo pecuacutelioe a rede de influecircncias poliacuteticas de interesses patri-moniais de associados e familiaresAacuterbitro e decisor em derradeira instacircncia opresidente de Angola tem consequentemente detomar posiccedilatildeo e assumir atitudes para provar queacima de tudo defenderaacute os interesses da cuacutepulado poder e dos negoacutecios as ldquoelites capazesrdquo quetanto lhe devemMexe com poder eacute poliacutetico portanto o conten-cioso e ao mais alto niacutevel o estado angolano vecircmexigindo desculpas e reparaccedilotildees puacuteblicas que porconstrangimento legal os governantes portu-gueses natildeo podem expressarRui Machete disse em puacuteblico o que apenas po-deria aventar em privado e gerou tamanha contro- veacutersia interna que acabou bloqueando a diploma-cia e dando pretexto agrave ruptura ansiada em LuandaPara o resto o que Machete em puacuteblico natildeo dissemas se sabe agrave boca pequena eacute que bastaraacute a justiccedilaportuguesa continuar inane e ineficaz manter-seigual a si proacutepria para tudo acabar em aacuteguas debacalhau e voltar a correr o marfim

Jornalista barradasjoaocarlosgmailcom

httpmaneatsemperblogspotpt Top of Form

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Aacute rbitro e decisor em derradeira instacircnciao presidente de Angola tem consequen-temente de tomar posiccedilatildeo e assumiratitudes para provar que acima de tudo

defenderaacute os interesses da cuacutepula do poder e dosnegoacuteciosSatildeo literalmente laquoincompreensotildees ao niacutevel dacuacutepularaquo que levam Joseacute Eduardo dos Santos a de-nunciar o acordo de princiacutepio acertado em 2010em Luanda com Cavaco Silva para o desenvolvi-mento de uma parceria estrateacutegica luso-angolanaA indefinida e adiada parceria deveria servir parareforccedilar a cooperaccedilatildeo estado a estado promovercontactos e projectos bilaterais entre instituiccedilotildeesempresas privadas e cooperativas aleacutem de facilitara circulaccedilatildeo de pessoas bens e capitaisApesar das aplicaccedilotildees financeiras em Portugalterem continuado a processar-se a bom ritmo ndashsobretudo nas telecomunicaccedilotildees energia e bancandash legitimando a riqueza receacutem-acumulada dosinvestidores angolanos uma questatildeo poliacutetica in-

quinou a relaccedilatildeoInvestigaccedilotildees judiciais sobre altas personalidadescomo o procurador-geral Joatildeo Maria de Sousa oministro de estado e da coordenaccedilatildeo econoacutemicaManuel Vicente ou o general Manuel HeacutelderVieira Dias laquoKopeliparaquo ministro de estado e chefeda casa militar do presidente nunca foram trava-das pelo poder executivo ndash laquoao niacutevel da cuacutepularaquo SBento e Beleacutem ndash como ainda acabaram tornadaspuacuteblicasA deploraacutevel vergonhosa e ilegal praacutetica de fugasde informaccedilatildeo e violaccedilatildeo reiterada do segredo de justiccedila no DCIAP deu pretexto a criacuteticas de ar-ticulistas e poliacuteticos de Luanda sobre difamaccedilatildeo eintimidaccedilatildeo de cidadatildeos angolanos e a perversatildeodo estado de direito em PortugalO presidente das elites capazesManuel Vicente anunciou em Maio do ano pas-

sado que o investimento de estado em Portugaldeixara de ser prioritaacuterio jaacute que importava privile-giar o mercado angolanoA participaccedilatildeo da ldquoSonangolrdquo no BCP visando acriaccedilatildeo de uma plataforma financeira para suportaro crescimento da empresa fora um dos objectivosatingidos numa fase inicial que apostara forte emPortugal e referia tambeacutem Vicente convinha di- versificar as aplicaccedilotildees directas do estadoAo capital privado caberia assim definir opccedilotildeesde investimento em Portugal e de parcerias emAngola com empresas lusas mas na realidade aimbricaccedilatildeo da elite de negoacutecios e da elite do poderem Luanda eacute tal que a distinccedilatildeo acaba por ser ir-relevanteEacute essa a razatildeo que sustenta as tiradas nacionalistasno discurso de Eduardo dos Santos agrave AssembleiaNacional sobre o Estado da Naccedilatildeo denunciandoa injusticcedila de empresas e bancos estrangeiros queldquolevam biliotildeesrdquo de Angola ao mesmo tempo queLuanda vecirc serem qualificadas como corruptas assuas ldquoelites capazesrdquo que tecircm amealhado justos

Angola cortar a direitoPor Joatildeo Carlos Barradas

A notiacutecia de que a Ruacutessia concedeu asilo tem-poraacuterio a Edward Snowden eacute geralmentediscutida no contexto dos potenciais efeitosda decisatildeo sobre as relaccedilotildees russo-america-

nas Sem duacutevida o caso Snowden desencadeou umaseacuterie de efeitos adversosLevando em conta as revelaccedilotildees do ex-agente da CIApromotores russos estatildeo investigando os serviccedilos do

Google e do Facebook na Ruacutessia As autor idades sus-peitam que ambos violem os acordos internacionaissobre a proteccedilatildeo de dados pessoaisO avanccedilo dessa situaccedilatildeo ameaccedila originar uma atmos-fera toacutexica de longo prazo nas negociaccedilotildees bilateraisem torno de vaacuterias questotildees delicadas Entre elas ointercacircmbio de agentes descobertos a anaacutelise dospedidos para divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre ciber-criminosos e suspeitos de terrorismo ou a troca daspraacuteticas mais eficazes das agecircncias de inteligecircncianorte-americanas e russas no trabalho com grandes volumes de dadosAleacutem disso a Ruacutessia agora pode esquecer as per-spectivas de retorno de Viacutektor Bout ou outros rus-sos que estatildeo enfrentando processos judiciais nosEstados Unidos A Casa Branca por sua vez perdeuo poder de instigar seus principais valores na Ruacutessia ndash

a liberdade na internet e a proteccedilatildeo dos direitos dosusuaacuterios gravemente comprometidos pelas revelaccedilotildeesde SnowdenQuem sabe quantos segredos mais o ldquoex-prisioneirodo aeroporto moscovita de Sheremetievordquo tem guar-dado ou quatildeo difiacutecil seraacute para ele resistir agrave tentaccedilatildeode compartilhaacute-los com os serviccedilos de inteligecircnciarussos

Mas tudo eacute muito complexo e dramaacutetico Seraacuteque o asilo concedido a Snowden realmente traccedila umalinha vermelha nas relaccedilotildees russo-americanasEm primeiro lugar a decisatildeo russa de conceder asilotemporaacuterio a Snowden envia agrave Casa Branca um sinalclaro de que a Ruacutessia estaacute disposta a negociar aindamais ldquoPodemos abrigaacute-lo temporariamente masdeixe-nos pensar aleacutem dissordquoCabe lembrar a condiccedilatildeo anunciada pelo presidenteVladiacutemir Puacutetin no mesmo dia em que os boatos so-bre a possibilidade de asilo vieram agrave tona de que oforagido deveria ldquoparar de prejudicar os interesses dosEstados UnidosrdquoO consentimento de Snowden em seguir essa regraestaacute impliacutecito na aceitaccedilatildeo do asilo O governo russotambeacutem natildeo vai perder o interesse em acessar as in-formaccedilotildees que o ex-agente da CIA estaacute segurando

embora o acordo atual sugira que tais dados continu-aratildeo a ser um aacutes na manga diplomaacutetica da Ruacutessia ndash aser usado em uma hora difiacutecil nas negociaccedilotildees bilate-rais com Washingtonndash e natildeo seraacute compartilhado coma comunidade internacionalEacute ainda mais importante ter em mente que as relaccedilotildeesrusso-americanas satildeo muito diversificadas e estra-teacutegicas para serem deixadas de lado por causa de um

uacutenico escacircndalo independentemente de quatildeo fortepossa ressoarApesar da tendecircncia negativa nas relaccedilotildees bilateraiscom o fim do ldquoresetrdquo uma seacuterie de questotildees demon-stra a enorme capacidade de cooperaccedilatildeo duradourae desenvolvimento construtivo em assuntos intimam-ente relacionados com SnowdenA cooperaccedilatildeo no ciberespaccedilo que apresentou recente-mente um progresso substancial eacute exemplo disso Em17 de junho um dos pontos de discussatildeo da Cuacutepulado G8 na Irlanda foi a declaraccedilatildeo conjunta emitidapor Puacutetin e Obama sobre as medidas de reforccedilo daconfianccedila no ciberespaccedilo que incluiacuteram trecircs acordosEstados Unidos e Ruacutessia satildeo agora obrigados a man-ter contato constante sobre cibercrimes e tentativasde ciberataques para reforccedilar a cooperaccedilatildeo na respostaa tais incidentes bem como fazer uso de uma linha di-

reta para avisar um ao outro sobre alguma emergecircnciaSimbolicamente os mecanismos de notificaccedilatildeo muacute-tua seratildeo parcialmente implementados por meio da jaacute existente linha Moscou-Washington para o avisode ocorrecircncias com armas nucleares a mesma usadadurante a Guerra FriaA continuidade dos acordos exemplifica a crescenteimportacircncia estrateacutegica da cooperaccedilatildeo russo-ameri-

cana no ciberespaccedilo Os dois lados chegaram a umacordo sobre a questatildeo mesmo em meio a condiccedilotildeesdesfavoraacuteveis nas relaccedilotildees bilaterais ndash embora hajaduacutevidas sobre ateacute onde essa cooperaccedilatildeo seria sacrifi-cada por causa do recente escacircndalo diplomaacuteticoApesar do efeito das revelaccedilotildees do ex-agente daCIA os Estados Unidos e a Ruacutessia precisam se en-gajar para estabelecer um clima de boa vizinhanccedila ecolaboraccedilatildeo no ciberespaccedilo ainda que envolto porcriacuteticas e acusaccedilotildees pesadas A colaboraccedilatildeo podeser reduzida ou suspensa em alguns aspectos mas asmedidas de confianccedila devem ser desenvolvidas comoum dos mecanismos viaacuteveis para prevenir uma guerraciberneacutetica Isso eacute algo que tanto o Kremlin como aCasa Branca entendem bem Oleg Demidov eacute coordenador de projetos em segu-ranccedila e governanccedila no Centro de Estudos Poliacuteticosda Ruacutessia

O ciberespaccedilo poacutes-SnowdenPor Oleg Demidov

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

CartoonEDITORIAL

Reg istado s ob nuacutemer o 007 RRA DNI 93NUIT 40010 9001

Propr iedade da

KOK NAMDirector Emeacuterito

Conselho de AdministraccedilatildeoFernando B de Lima (Presidente)

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

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Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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20 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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24 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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17Savana 18-10-2013 PUBLICIDADE

A TALHE DE FOICEPor Machado da Graccedila

A notiacutecia que me chegou jaacute temmais de um mecircs mas natildeo per-deu infelizmente actualidade

Segundo a Kazinform (provavelmenteuma agecircncia de informaccedilatildeo) um aviatildeoMig 21 num voo de teste depois deuma reparaccedilatildeo incendiou-se ao ater-rar no aeroporto de Bakeu na Romeacute-nia em finais de Agosto passadoMas o mais interessante da notiacutecia eacuteque ela afirma que o aviatildeo sinistradopertencia agrave Forccedila Aeacuterea Moccedilambica-naFiquei assim a saber que a nossa ForccedilaAeacuterea adquiriu pelo menos um aviatildeode combate Mig 21 Mas muito pro- vavelmente adquiriu mais do que umE deve ter adquirido nos saldos emsegunda matildeo porque esse modelo deaviatildeo deixou de ser fabricado em 1985A proacutepria Romeacutenia estaacute a substituir osque ainda tem por aviotildees modernos ese calhar vendeu-nos ao desbarato os velhinhos Mig 21 que para laacute tem E

a avaliar pela notiacutecia o resultado natildeofoi bomComentando a notiacutecia com um cole-ga nomeadamente sobre a razatildeo paraMoccedilambique precisar desse tipo dearmamento o colega disse-me que natildeoeacute soacute isso que estaacute a acontecer Pelo con-traacuterio segundo ele teratildeo sido desem-barcados na Beira tanques de guerrae ao porto de Maputo continuam achegar grande quantidade de viaturasmilitaresOra a pergunta que tem que ser feitaeacute Natildeo tendo o nosso paiacutes conflito comnenhum dos seus vizinhos antes sen-

do excelente a relaccedilatildeo com todos eles

para que precisamos noacutes de todos essesinstrumentos mortiacuteferosE a resposta infelizmente soacute pode serque se natildeo satildeo para usar contra ini-migos externos satildeo para usar dentrodo paiacutes Falando com mais crueza satildeopara matar moccedilambicanos Temos portanto um Governo que

passa a vida a condenar os discursosbelicistas da Renamo e a proclamar oseu enorme amor agrave Paz mas por por-tas e travessas vai comprando armasde guerra para uso em terra e no arUm Governo que natildeo tem dinheiropara pagar decentemente a meacutedicosenfermeiros e professores que natildeo temdinheiro para comprar medicamentospara os hospitais nem material escolarnomeadamente carteiras mas que temdinheiro para comprar aviotildees bombar-deiros e tanques de guerra para matar

moccedilambicanosComeccedila por outro lado a ser maiscompreensiacutevel o impasse que continuanas sessotildees do ldquodiaacutelogordquo entre o Gover-no e a Renamo Muito provavelmentetrata-se apenas de manter a situaccedilatildeoestacionaacuteria nesta paz-podre agrave esperaque chegue ao paiacutes todo o armamentocomprado no exterior para depois im-por uma soluccedilatildeo militarO que pode ser uma peacutessima escolhacomo bem poderia explicar o general vietnamita Vo Nguyen Giap recente-

mente falecido

Armas

pecuacuteliosOra para dispor sem restriccedilotildees do pecuacutelio ou

cuacutemulo de activos ndash nervo da poliacutetica e da guerraconforme aprenderam em longos anos de combateos vencedores da guerra civil angolana ndash importadispor de imagem impoluta e agir sem constrangi-mentos ou ameaccedilas legaisO risco de processos judiciais inquinando a ima-gem de pessoas e do estado eacute altamente prejudicialaos equiliacutebrios de poder em Luanda e ao presi-dente cabe atalhar a direito sempre que a ameaccedilaronde os mais proacuteximos e influentesA provaacute-lo estatildeo o ldquoAngolagaterdquo envolvendo gen-te da alta roda poliacutetica e negocista francesa pela venda ilegal de armas sovieacuteticas a Luanda entre1993 e 1995 ou o reconhecimento no ano pas-sado nas paacuteginas do ldquoFinancial Timesrdquo por ManuelVicente Kopelipa e o general Leopoldino Fragosodo Nascimento da sua participaccedilatildeo na ldquoNazaki Oilamp Gasrdquo que se associou em 2010 agrave ldquoCobalt Inter-national Energyrdquo de Houston para a exploraccedilatildeo daconcessatildeo dos blocos petroliacuteferos 9 e 21Voltaraacute a correr o marfimEduardo dos Santos jaacute afastou Marcolino Mouco Joatildeo Lourenccedilo ou Fernando Nandoacute e cerceou am-biccedilotildees de outros putativos sucessoresNo pinaacuteculo do poder Eduardo dos Santos con-tudo natildeo tem ainda assegurado que a sua sucessatildeopossa vir a garantir a perservaccedilatildeo do justo pecuacutelioe a rede de influecircncias poliacuteticas de interesses patri-moniais de associados e familiaresAacuterbitro e decisor em derradeira instacircncia opresidente de Angola tem consequentemente detomar posiccedilatildeo e assumir atitudes para provar queacima de tudo defenderaacute os interesses da cuacutepulado poder e dos negoacutecios as ldquoelites capazesrdquo quetanto lhe devemMexe com poder eacute poliacutetico portanto o conten-cioso e ao mais alto niacutevel o estado angolano vecircmexigindo desculpas e reparaccedilotildees puacuteblicas que porconstrangimento legal os governantes portu-gueses natildeo podem expressarRui Machete disse em puacuteblico o que apenas po-deria aventar em privado e gerou tamanha contro- veacutersia interna que acabou bloqueando a diploma-cia e dando pretexto agrave ruptura ansiada em LuandaPara o resto o que Machete em puacuteblico natildeo dissemas se sabe agrave boca pequena eacute que bastaraacute a justiccedilaportuguesa continuar inane e ineficaz manter-seigual a si proacutepria para tudo acabar em aacuteguas debacalhau e voltar a correr o marfim

Jornalista barradasjoaocarlosgmailcom

httpmaneatsemperblogspotpt Top of Form

Bottom of Form

Aacute rbitro e decisor em derradeira instacircnciao presidente de Angola tem consequen-temente de tomar posiccedilatildeo e assumiratitudes para provar que acima de tudo

defenderaacute os interesses da cuacutepula do poder e dosnegoacuteciosSatildeo literalmente laquoincompreensotildees ao niacutevel dacuacutepularaquo que levam Joseacute Eduardo dos Santos a de-nunciar o acordo de princiacutepio acertado em 2010em Luanda com Cavaco Silva para o desenvolvi-mento de uma parceria estrateacutegica luso-angolanaA indefinida e adiada parceria deveria servir parareforccedilar a cooperaccedilatildeo estado a estado promovercontactos e projectos bilaterais entre instituiccedilotildeesempresas privadas e cooperativas aleacutem de facilitara circulaccedilatildeo de pessoas bens e capitaisApesar das aplicaccedilotildees financeiras em Portugalterem continuado a processar-se a bom ritmo ndashsobretudo nas telecomunicaccedilotildees energia e bancandash legitimando a riqueza receacutem-acumulada dosinvestidores angolanos uma questatildeo poliacutetica in-

quinou a relaccedilatildeoInvestigaccedilotildees judiciais sobre altas personalidadescomo o procurador-geral Joatildeo Maria de Sousa oministro de estado e da coordenaccedilatildeo econoacutemicaManuel Vicente ou o general Manuel HeacutelderVieira Dias laquoKopeliparaquo ministro de estado e chefeda casa militar do presidente nunca foram trava-das pelo poder executivo ndash laquoao niacutevel da cuacutepularaquo SBento e Beleacutem ndash como ainda acabaram tornadaspuacuteblicasA deploraacutevel vergonhosa e ilegal praacutetica de fugasde informaccedilatildeo e violaccedilatildeo reiterada do segredo de justiccedila no DCIAP deu pretexto a criacuteticas de ar-ticulistas e poliacuteticos de Luanda sobre difamaccedilatildeo eintimidaccedilatildeo de cidadatildeos angolanos e a perversatildeodo estado de direito em PortugalO presidente das elites capazesManuel Vicente anunciou em Maio do ano pas-

sado que o investimento de estado em Portugaldeixara de ser prioritaacuterio jaacute que importava privile-giar o mercado angolanoA participaccedilatildeo da ldquoSonangolrdquo no BCP visando acriaccedilatildeo de uma plataforma financeira para suportaro crescimento da empresa fora um dos objectivosatingidos numa fase inicial que apostara forte emPortugal e referia tambeacutem Vicente convinha di- versificar as aplicaccedilotildees directas do estadoAo capital privado caberia assim definir opccedilotildeesde investimento em Portugal e de parcerias emAngola com empresas lusas mas na realidade aimbricaccedilatildeo da elite de negoacutecios e da elite do poderem Luanda eacute tal que a distinccedilatildeo acaba por ser ir-relevanteEacute essa a razatildeo que sustenta as tiradas nacionalistasno discurso de Eduardo dos Santos agrave AssembleiaNacional sobre o Estado da Naccedilatildeo denunciandoa injusticcedila de empresas e bancos estrangeiros queldquolevam biliotildeesrdquo de Angola ao mesmo tempo queLuanda vecirc serem qualificadas como corruptas assuas ldquoelites capazesrdquo que tecircm amealhado justos

Angola cortar a direitoPor Joatildeo Carlos Barradas

A notiacutecia de que a Ruacutessia concedeu asilo tem-poraacuterio a Edward Snowden eacute geralmentediscutida no contexto dos potenciais efeitosda decisatildeo sobre as relaccedilotildees russo-america-

nas Sem duacutevida o caso Snowden desencadeou umaseacuterie de efeitos adversosLevando em conta as revelaccedilotildees do ex-agente da CIApromotores russos estatildeo investigando os serviccedilos do

Google e do Facebook na Ruacutessia As autor idades sus-peitam que ambos violem os acordos internacionaissobre a proteccedilatildeo de dados pessoaisO avanccedilo dessa situaccedilatildeo ameaccedila originar uma atmos-fera toacutexica de longo prazo nas negociaccedilotildees bilateraisem torno de vaacuterias questotildees delicadas Entre elas ointercacircmbio de agentes descobertos a anaacutelise dospedidos para divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre ciber-criminosos e suspeitos de terrorismo ou a troca daspraacuteticas mais eficazes das agecircncias de inteligecircncianorte-americanas e russas no trabalho com grandes volumes de dadosAleacutem disso a Ruacutessia agora pode esquecer as per-spectivas de retorno de Viacutektor Bout ou outros rus-sos que estatildeo enfrentando processos judiciais nosEstados Unidos A Casa Branca por sua vez perdeuo poder de instigar seus principais valores na Ruacutessia ndash

a liberdade na internet e a proteccedilatildeo dos direitos dosusuaacuterios gravemente comprometidos pelas revelaccedilotildeesde SnowdenQuem sabe quantos segredos mais o ldquoex-prisioneirodo aeroporto moscovita de Sheremetievordquo tem guar-dado ou quatildeo difiacutecil seraacute para ele resistir agrave tentaccedilatildeode compartilhaacute-los com os serviccedilos de inteligecircnciarussos

Mas tudo eacute muito complexo e dramaacutetico Seraacuteque o asilo concedido a Snowden realmente traccedila umalinha vermelha nas relaccedilotildees russo-americanasEm primeiro lugar a decisatildeo russa de conceder asilotemporaacuterio a Snowden envia agrave Casa Branca um sinalclaro de que a Ruacutessia estaacute disposta a negociar aindamais ldquoPodemos abrigaacute-lo temporariamente masdeixe-nos pensar aleacutem dissordquoCabe lembrar a condiccedilatildeo anunciada pelo presidenteVladiacutemir Puacutetin no mesmo dia em que os boatos so-bre a possibilidade de asilo vieram agrave tona de que oforagido deveria ldquoparar de prejudicar os interesses dosEstados UnidosrdquoO consentimento de Snowden em seguir essa regraestaacute impliacutecito na aceitaccedilatildeo do asilo O governo russotambeacutem natildeo vai perder o interesse em acessar as in-formaccedilotildees que o ex-agente da CIA estaacute segurando

embora o acordo atual sugira que tais dados continu-aratildeo a ser um aacutes na manga diplomaacutetica da Ruacutessia ndash aser usado em uma hora difiacutecil nas negociaccedilotildees bilate-rais com Washingtonndash e natildeo seraacute compartilhado coma comunidade internacionalEacute ainda mais importante ter em mente que as relaccedilotildeesrusso-americanas satildeo muito diversificadas e estra-teacutegicas para serem deixadas de lado por causa de um

uacutenico escacircndalo independentemente de quatildeo fortepossa ressoarApesar da tendecircncia negativa nas relaccedilotildees bilateraiscom o fim do ldquoresetrdquo uma seacuterie de questotildees demon-stra a enorme capacidade de cooperaccedilatildeo duradourae desenvolvimento construtivo em assuntos intimam-ente relacionados com SnowdenA cooperaccedilatildeo no ciberespaccedilo que apresentou recente-mente um progresso substancial eacute exemplo disso Em17 de junho um dos pontos de discussatildeo da Cuacutepulado G8 na Irlanda foi a declaraccedilatildeo conjunta emitidapor Puacutetin e Obama sobre as medidas de reforccedilo daconfianccedila no ciberespaccedilo que incluiacuteram trecircs acordosEstados Unidos e Ruacutessia satildeo agora obrigados a man-ter contato constante sobre cibercrimes e tentativasde ciberataques para reforccedilar a cooperaccedilatildeo na respostaa tais incidentes bem como fazer uso de uma linha di-

reta para avisar um ao outro sobre alguma emergecircnciaSimbolicamente os mecanismos de notificaccedilatildeo muacute-tua seratildeo parcialmente implementados por meio da jaacute existente linha Moscou-Washington para o avisode ocorrecircncias com armas nucleares a mesma usadadurante a Guerra FriaA continuidade dos acordos exemplifica a crescenteimportacircncia estrateacutegica da cooperaccedilatildeo russo-ameri-

cana no ciberespaccedilo Os dois lados chegaram a umacordo sobre a questatildeo mesmo em meio a condiccedilotildeesdesfavoraacuteveis nas relaccedilotildees bilaterais ndash embora hajaduacutevidas sobre ateacute onde essa cooperaccedilatildeo seria sacrifi-cada por causa do recente escacircndalo diplomaacuteticoApesar do efeito das revelaccedilotildees do ex-agente daCIA os Estados Unidos e a Ruacutessia precisam se en-gajar para estabelecer um clima de boa vizinhanccedila ecolaboraccedilatildeo no ciberespaccedilo ainda que envolto porcriacuteticas e acusaccedilotildees pesadas A colaboraccedilatildeo podeser reduzida ou suspensa em alguns aspectos mas asmedidas de confianccedila devem ser desenvolvidas comoum dos mecanismos viaacuteveis para prevenir uma guerraciberneacutetica Isso eacute algo que tanto o Kremlin como aCasa Branca entendem bem Oleg Demidov eacute coordenador de projetos em segu-ranccedila e governanccedila no Centro de Estudos Poliacuteticosda Ruacutessia

O ciberespaccedilo poacutes-SnowdenPor Oleg Demidov

8202019 SAVANA 1032

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

CartoonEDITORIAL

Reg istado s ob nuacutemer o 007 RRA DNI 93NUIT 40010 9001

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

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Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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18 Savana 18-10-2013OPINIAtildeO

CartoonEDITORIAL

Reg istado s ob nuacutemer o 007 RRA DNI 93NUIT 40010 9001

Propr iedade da

KOK NAMDirector Emeacuterito

Conselho de AdministraccedilatildeoFernando B de Lima (Presidente)

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Maquet izaccedilatildeo A S MRevisatildeo Gervaacutesio Nhalical e

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Maputo-Repuacuteblica de Moccedilambique

Meu ser original Ivone Soares

H oje recordei-me de cada pro-fessor que me preparou paraos desafios da vida E porisso por ocasiatildeo da semana

do Professor achei pertinente olharpara o esforccedilo e dedicaccedilatildeo deles Se

antes de entrar para a escola primaacute-ria recebemos em casa os primeirosensinamentos com o passar dos anos

vaacuterios professores vatildeo moldando onosso pensar e agir Aprendemosformas de articular com pessoasmais novas que noacutes com aquelas danossa idade bem como com as mais

velhas Aprendemos a pedir perdatildeopelas nossas culpas aprendemos aagradecer a contar escrever calcularfazer composiccedilotildees redacccedilotildees etc etcHaacute quem tenha decorado a tabuadaoutros (ateacute hoje) usam os dedos paraobter resultados nos seus caacutelculosmatemaacuteticos Vai-se ultrapassandocada niacutevel de dificuldade adquire-se

maturidade e laacute estatildeo os professoresprontos para mais uma liccedilatildeo Apesarde trabalharem em condiccedilotildees precaacute-rias agraves vezes sem uma sala de aulaquadro giz apagador livros do aluno(os de distribuiccedilatildeo gratuiacuteta) manuaisdo professor casa condigna salaacuteriotodo o santo mecircs subsiacutedios incluin-do o pagamento de horas extras essesheroacuteis natildeo desistem de oferecer edu-caccedilatildeo Sem esquecer que enfrentamtambeacutem longa demora na mudanccedilade categoria e carreira justificada pelafalta de cabimento orccedilamental Haacuteprofessores que continuam vincula-dos ao Estado na qualidade de con-tratados mesmo depois de expiradoo periacuteodo de 2 anos que lhe podiaconferir outro estatutoEsses professores que produziram e

continuam produzindo liacutederes nos vaacuterios sectores queixam-se dos cortesautomaacuteticos feitos nos seus salaacuteriosalegadamente para custear a sua as-sistecircncia meacutedica e medicamentosaNo entanto fica uma questatildeo como e

onde obter esses privileacutegios se as far-maacutecias puacuteblicas muitas vezes natildeo tecircmmedicamentos de que os professoresprecisam de acordo com as necessi-dades individuais que eventualmentesurjam Dizem eles que satildeo descon-tados mensalmente todavia natildeo sebeneficiam desse tipo de assistecircnciaSomos um paiacutes que se orgulha de es-tar a reduzir as elevadas taxas de anal-fabetismo que havia no poacutes-indepen-decircncia mas a qualidade de ensinoainda natildeo atingiu os niacuteveis desejaacuteveisOs professores salvo algumas ex-cepccedilotildees estudam por esforccedilo econta proacutepria ldquonatildeo haacute incentivosclareza na atribuiccedilatildeo de bolsasrdquo

confidenciou-me uma professorapara depois avanccedilar ldquoHaacute professo-res que estatildeo haacute mais de 30 anos naEducaccedilatildeo mas que natildeo tecircm o niacutevelde licenciatura e gostariam de tecirc-loNatildeo obstante ouvirem-se as jus-tas lamentaccedilotildees dos professo-res a mim desde sempre preo-cupou o raacutecio professor-alunoComo pode um paiacutes esperar quali-dade de educaccedilatildeo quando as salas deaulas satildeo numerosas Como pode umpaiacutes contentar-se quando um profes-sor estaacute para 63 alunos havendo casosem que as turmas chegam a ter 80alunos Eacute possiacutevel exigir-se quali-dade de educaccedilatildeo quando existe emMoccedilambique um nuacutemero consideraacute-

vel de alunos que estudam sentadosno chatildeo

Eacute criacutevel que haveraacute qualidade naeducaccedilatildeo quando haacute escolas ondesoacute se pode estudar quando faz calorporque quando chove as salas ficaminundadas Nessas mesmas escolasquando faz frio os alunos mal podem

suportaacute-lo e acabam natildeo indo as au-las porque as salas natildeo tecircm janelasnem portas que os protejam do frioApesar destas dificuldades os pro-fessores continuam a formar quadrosneste paiacutes Muitos Professores gosta-riam de participar em conferecircnciaspara discutir interpretar repensar oscurriacuteculos e poder transmitir conhe-cimentos aos alunos da melhor formaIsso eacute possiacutevel mesmo reconhecendoque alguns alunos hoje deixam--se dominar pelos viacutecios (dado queabunda aacutelcool e drogas nas redonde-zas das escolas) o que dificulta o pro-cesso de ensino e aprendizagemMas porque nem tudo satildeo lamuacuteriasnatildeo nos esqueccedilamos que educar ouensinar eacute diferente de sair de casa eir sentar num ministeacuterio E se que-remos a qualidade de educaccedilatildeo queum dia tivemos haacute que apostar a seacuterioneste sector Os nuacutemeros constantesdo Plano Econoacutemico e Social 2014deviam revelar o compromisso deMoccedilambique com a educaccedilatildeo dosmoccedilambicanos Ainda se vai a tem-po de garantir uma educaccedilatildeo satilde comqualidade e profissionalismo Umaeducaccedilatildeo cativante inclusiva bem re-munerada e que compense o esforccediloempreendido pelo Professor

Comunicoacuteloga Deputada da Assem-bleia da Repuacuteblica pela Bancada Par-lamentar da Renamo

Prof essor serimprescindiacutevel

O abandono por parte da Renamo das negociaccedilotildees com o governo nauacuteltima segunda-feira significa em termos praacuteticos que se instalouuma situaccedilatildeo de impasse que soacute uma postura mais construtiva e dedeterminaccedilatildeo em alcanccedilar uma soluccedilatildeo de ambos os lados poderaacute

vir a salvarA delegaccedilatildeo da Renamo jaacute havia indicado desde a uacuteltima sessatildeo da sema-na passada que natildeo voltaria mais agraves negociaccedilotildees a menos que o governoreconhecesse a necessidade do envolvimento de facilitadores para ajudar adesbloquear as diferenccedilas entre as duas partesPor sua vez o governo manteve-se irredutiacutevel na sua posiccedilatildeo de que natildeohavia necessidade para tais facilitadores e que se a Renamo tivesse neces-sidade de reforccedilar a sua equipa o podia fazer convidando para esse fimquem ela quisesseUma abordagem superficial sobre este processo pode nos levar a suspeitara Renamo de ter optado por uma estrateacutegia de tentar desgastar o governoapresentando posiccedilotildees extremas que natildeo permitem ao executivo qualquerespaccedilo de manobraMas uma avaliaccedilatildeo mais atenta vai revelar que eacute o governo quem estaacute a ten-tar entreter os homens da Renamo com as suas respostas evasivas e despidasde qualquer interesse em registar avanccedilos no processo negocialO governo tem responsabilidades sobre o paiacutes e seria de todo o seu interes-se criar as condiccedilotildees para que um clima de estabilidade e de previsibilidadedo ambiente poliacutetico nacional prevaleccedila em todo o paiacutesEncontrando-se na oposiccedilatildeo a Renamo natildeo tem chaves para abrir as portasque devem ser abertas para que se possa avanccedilarEacute importante destacar que desde o iniacutecio o governo tem estado a reiterar aposiccedilatildeo de que algumas das exigecircncias da Renamo natildeo podem ser satisfeitaspor razotildees que se prendem com o respeito pelas leis do paiacutes e do princiacutepioconstitucional de separaccedilatildeo de poderesEste posicionamento eacute tiacutepico quando se pretende fechar as portas a qual-quer possibilidade de se obter uma soluccedilatildeo negociada Na verdade se nasnegociaccedilotildees de Roma o governo tivesse entrado com a preacute-disposiccedilatildeo dedefender ateacute agraves uacuteltimas consequecircncias a Constituiccedilatildeo e outras leis de entatildeopodemos ter a certeza que ateacute hoje ainda estariacuteamos em guerraAs leis nunca podem ser um entrave para processos poliacuteticos que preten-dem conduzir agrave estabilidade de um paiacutes As leis satildeo feitas pelos homens e

estes as podem alterar sempre que o interesse nacional assim o imporAo partir para uma negociaccedilatildeo qualquer das partes deve estar ciente de queteraacute que ceder em algumas das suas posiccedilotildees do mesmo modo que deveobter concessotildees da outra parteEsta natildeo tem sido infelizmente a atitude do governoO governo pode estar convencido que estaacute em condiccedilotildees de ir agraves eleiccedilotildeessem a Renamo que basta a participaccedilatildeo de outros partidos para que o pro-cesso seja julgado legiacutetimo Mas as implicaccedilotildees de uma tal estrateacutegia seratildeomuito graves para a estabilidade e credibilidade internacional do paiacutesPode natildeo querer reconhecer isto mas na Renamo ele deve ter um parceiroespecial que difere da relaccedilatildeo que manteacutem com outros partidos incluindoalguns que satildeo para todos os efeitos praacuteticos suas extensotildeesA diferenccedila substancial na relaccedilatildeo entre o governo e a Renamo por umlado e entre o governo e os outros partidos por outro funda-se no facto deque o governo e a Renamo satildeo signataacuterios de um Acordo Geral de Paz doqual decorre todo o processo de desanuviamento militar e de instituciona-lizaccedilatildeo da democracia em MoccedilambiqueEstes dois processos satildeo cruciais para a estabilidade do paiacutes sem a qual natildeo

haveraacute espaccedilo nem para investimentos nem para eleiccedilotildees Daiacute que se a Re-namo manteacutem ateacute aos dias de hoje uma forccedila armada capaz de desetabilizaro paiacutes eacute importante ouvi-la sobre em que termos eacute que ela estaacute disposta aaceitar o desarmamento dessa forccedila O governo natildeo tem meios para desar-mar a Renamo sem ser pela via das negociaccedilotildees e qualquer pretensatildeo deque isso eacute possiacutevel deve ser entendida como uma grande ilusatildeo alimentadapelo espiacutetiro aventureiro de indiviacuteduos imbuiacutedos de um falso sentido de valentia e bravuraAteacute aqui a delegaccedilatildeo do governo nas negociaccedilotildees com a Renamo ainda natildeoconseguiu apresentar um argumento suficientemente persuasivo para natildeoaceitar o envolvimento de facilitadoresDizer agrave Renamo que ela pode incluir na sua delegaccedilatildeo quem quer que elaquiser referindo-se agrave questatildeo dos facilitadores eacute quase que um insulto agraveinteligecircncia das pessoas que compotildeem a delegaccedilatildeo da Renamo Eacute dizer-lhes que eles natildeo sabem qual eacute a funccedilatildeo de um facilitador num processonegocialAliaacutes estes facilitadores jaacute existem e o governo tem estado a servir-se delespara comunicar com o liacuteder da Renamo Talvez a uacutenica coisa que natildeo quer eacute

que eles sejam oficializados Por razotildees que soacute ele deve saber

Que razotildees t em o governo paranatildeo acei tar fac i l i tadores

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violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

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Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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20 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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23Savana 18-10-2013 DIVULGACcedilAtildeO

mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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24 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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19Savana 18-10-2013

violecircncia estivesse a aumentar onuacutemero de mortes ainda estava na

casa dos milhares e natildeo das dezenasde milharesA segunda fase comeccedilou quando osEstados Unidos ajudaram a organi-zar um grande grupo de paiacuteses paraapoiarem a rebeliatildeo Num encontroentre ministros dos Negoacutecios Es-trangeiros em Istambul em 1 deAbril de 2012 os Estados Unidose outros paiacuteses comprometeram-secom apoio financeiro e logiacutestico ac-tivo ao Exeacutercito Livre da Siacuteria Maisimportante a entatildeo secretaacuteria deEstado Hillary Clinton afirmouldquoPensamos que Assad deve sairrdquoAquela declaraccedilatildeo aberta sem ummeio claro para alcanccedilar o objectivo

que anunciava contribuiu em muitopara intensificar a escalada militar eaumentar o nuacutemero de mortes naSiacuteria enquanto obrigou os EstadosUnidos a defenderem repetidamen-te a sua ldquocredibilidaderdquo face a umalinha na areia que natildeo deveria tertraccediladoNa altura e agora os Estados Uni-dos argumentaram falar em nomedo interesse do povo da Siacuteria Istoeacute muito duvidoso Os Estados Uni-dos vecircem a Siacuteria sobretudo atraveacutesdas lentes do Iratildeo procurando de-por Assad com o objectivo de privaros liacutederes do Iratildeo de um importante

aliado na regiatildeo que faz fronteiracom Israel O esforccedilo liderado pelosEstados Unidos na Siacuteria eacute assimmelhor entendido como um man-dato de guerra com o Iratildeo ndash umaestrateacutegia ciacutenica que tem contri-buiacutedo para o aumento massivo da violecircnciaA iniciativa do governo dos Esta-dos Unidos de passar de potencialmediador e procurar resolver osproblemas ao defender activamentea insurreiccedilatildeo siacuteria foi previsivel-mente um erro terriacutevel Colocouos Estados Unidos na oposiccedilatildeo agraveiniciativa de paz das Naccedilotildees Unidas(ONU) entatildeo liderada pelo antigo

secretaacuterio-geral da ONU Kofi An-nan cuja atitude foi apelar por umcessar-fogo seguido de uma transi-

OPINIAtildeO

carlosserra_maputoyahoocomhttpwwwoficinadesociologiablogspotcom

346

Ele comeccedilou a mostrarsinais de fadiga aos 33anos de idade tinhacrises intermitentes de

depressotildees neuroacuteticas e irri-tabilidade e impaciecircncia cres-centes e lapsos de memoacuteriaincontrolaacuteveisO pai apercebeu-se disso emandou o mordomo levaacute-lopara uma temporada nas cata-

O milagre de JCratas da Namaacha com um menurigorosoBanhos de aacutegua fria longos pas-seios pelas margens do lago nafronteira com Suazilacircndia muitafruta peixe muito sol pouco ra-ciociacutenio sobre coisas seacuterias muitoamor (quer dizer muito sexo) epouco falatoacuterioEle chama-se JCEle voltou mais do que curado e

fazia muitos milagresUm dos milagres que o tor-nou mais famoso foi o de quequando o seu vizinho pisouuma mina e amputaram-lhe aperna essa mesma perna vol-tou a crescer de tal forma queficou mais cumprida que a ou-traIngratidatildeo humanaCrucificaram-no

Aretirada do apoio financei-ro e logiacutestico dos Estados

Unidos agrave rebeliatildeo con- vidando outros a fazer omesmo natildeo resolveria o autoritaris-mo da Siacuteria ou as questotildees dos Es-tados Unidos com o Iratildeo mas para-ria ou reduziria bastante as mortes edestruiccedilatildeo em larga escala na SiacuteriaCom o Congresso dos EstadosUnidos a ponderar se autoriza umaintervenccedilatildeo militar na Siacuteria os seusmembros devem ter em conta umaverdade fundamental enquanto opresidente siacuterio Bashar Al-Assadtem repetidamente recorrido agrave vio-lecircncia extrema para manter o poderos Estados Unidos ndash e outros go-vernos no Meacutedio Oriente e na Eu-

ropa ndash partilham responsabilidadesao terem transformado a Siacuteria numcampo de morteEstes governos liderados pelosEstados Unidos tecircm procuradoexplicitamente a queda violenta deAssad Sem o seu envolvimento oregime de Assad teria muito pro-vavelmente permanecido repres-sivo com o seu envolvimento aSiacuteria tornou-se um local de mortee destruiccedilatildeo massiva Mais de cemmil pessoas morreram e muitos dostesouros culturais e arqueoloacutegicosmundiais foram demolidosA guerra civil da Siacuteria ocorreu emduas fases A primeira fase entreJaneiro de 2011 e Marccedilo de 2012foi em grande medida um assuntointerno Quando a Primavera Aacutera-be eclodiu na Tuniacutesia e no Egiptoem Janeiro de 2011 os protestosemergiram na Siacuteria tambeacutem Aleacutemdas queixas habituais no seio de umregime brutal os siacuterios sofriam deuma seca generalizada e da subidados preccedilos dos alimentosOs protestos transformaram-senuma rebeliatildeo militar quando par-te do exeacutercito siacuterio rompeu com oregime e estabeleceu o ExeacutercitoLivre Siacuterio A vizinha Turquia foiprovavelmente o primeiro paiacutes a

apoiar a rebeliatildeo ao oferecer refuacute-gio agraves forccedilas rebeldes ao longo dafronteira com a Siacuteria Embora a

Todos os muitos canais deinformaccedilatildeo dos escritosaos audiovisuais estatildeocheios de publicidade

A publicidade aparece comofenoacutemeno teacutecnicoPoreacutem a publicidade eacute maisbem do que um conjunto deteacutecnicas destinadas a conven-cer potenciais clientes a aceitarideias e a comprar coisasNo caso da publicidade poliacuteti-ca eacute bem mais do que um con-

junto de teacutecnicas destinadas a

convencer n pessoas de que opartido X ou Y e o liacuteder Z ou

W satildeo os mais indicados paradirigir um paiacutesNa verdade a publicidade eacuteimanentemente uma faacutebricade ideologia e de estereoacutetiposA sua funccedilatildeo baacutesica consisteem adaptar o cidadatildeo a umacerta ordem do mundo e a cau-terizar nele os nuacutecleos de duacute-

vida e resistecircncia O objectivouacuteltimo natildeo eacute o de fazer pensarmas o de ensinar a ser pensadoanestesiado

Publicidade

ccedilatildeo poliacutetica negociada Os EstadosUnidos prejudicaram esse processo

ao apoiar a rebeliatildeo militar e insistirna saiacuteda imediata de AssadEacute difiacutecil entender este erro Mesmoque os Estados Unidos tenham emuacuteltima instacircncia procurando forccedilarAssad a abandonar o cargo a suaacccedilatildeo brusca endureceu a resistecircn-cia de Assad bem como de dois dosseus aliados no Conselho de Segu-ranccedila da ONU a Ruacutessia e a ChinaAleacutem de procurar defender os seusproacuteprios interesses na regiatildeo ambosos paiacuteses rejeitaram compreensivel-mente a ideia de uma mudanccedila noregime da Siacuteria liderada pelos Es-tados Unidos A Ruacutessia argumen-tou que a insistecircncia dos Estados

Unidos na saiacuteda imediata de Assadera um impedimento agrave paz Nisto aRuacutessia estava certaDe facto a Ruacutessia teve um louvaacutevelpapel construtivo na altura emborauma das premissas fosse que Assadpermanecesse no poder durantepelo menos um periacuteodo de tran-siccedilatildeo se natildeo indefinidamente ARuacutessia procurou uma abordagempragmaacutetica que protegeria os seusinteresses comerciais na Siacuteria e asua base naval no porto de Tartusao trazer um fim ao derramamen-to de sangue Os russos apoiaramabertamente a iniciativa de paz de

Annan No entanto como os Esta-dos Unidos e outros financiaram osrebeldes a Ruacutessia (e o Iratildeo) propor-cionaram mais armas ndash e mais sofis-ticadas ndash ao regimeAgora com o uso de armas quiacutemi-cas provavelmente pelo governo daSiacuteria (e possivelmente por ambosos lados) os Estados Unidos au-mentaram novamente as apostasIgnorando a ONU mais uma vezos Estados Unidos declaram a suaintenccedilatildeo de intervir directamentebombardeando a Siacuteria suposta-mente para impedir o uso futuro dearmas quiacutemicasAs motivaccedilotildees dos Estados Unidos

natildeo satildeo completamente claras Tal- vez natildeo haja uma loacutegica de poliacuteti-ca externa subjacente mas apenas

Economia e Just iccedilaPor Jeffrey D Sachs

descuido Se houver algum tipo deloacutegica ainda que fraca parece girar

em torno do Iratildeo e Israel mais doque da Siacuteria laquoper seraquo Haacute muitas di-taduras no mundo que os EstadosUnidos natildeo tentam derrubar Pelocontraacuterio muitas delas satildeo aliadasproacuteximas dos Estados Unidos En-tatildeo porque eacute que os Estados Uni-dos continuam a apoiar uma rebe-liatildeo da morte numa guerra civil quecontinua a escalar perigosamenteagora ao ponto de ataques de armasquiacutemicasDito de forma simples a adminis-traccedilatildeo do presidente Barack Oba-ma herdou a filosofia conservadorada mudanccedila de regime no MeacutedioOriente A ideia primordial eacute a de

que os Estados Unidos e os seusaliados comecem a escolher os go- vernos na regiatildeo Assad deve sairnatildeo porque eacute autoritaacuterio mas por-que eacute aliado do Iratildeo o que da pers-pectiva dos Estados Unidos Israel Turquia e alguns paiacuteses do Golfofaz dele uma ameaccedila para a regiatildeoDe facto os Estados Unidos dei- xaram-se seduzir por favorecer osestreitos interesses desses paiacutesesainda que se trate da nada convin-cente concepccedilatildeo da seguranccedila porparte de Israel ou da oposiccedilatildeo dossunitas aos xiitas do Iratildeo Mas nolongo prazo a poliacutetica externa dosEstados Unidos divorciada do di-reito internacional natildeo pode pro-duzir nada mais do que guerraOs Estados Unidos devem invertero seu caminho Um ataque directo agraveSiacuteria sem o apoio da ONU eacute muitomais provaacutevel que inflame a regiatildeoem vez de resolver a crise ndash um pon-to bem entendido no Reino Unidoonde o Parlamento contrariou ogoverno ao rejeitar a participaccedilatildeobritacircnica numa intervenccedilatildeo militarEm vez disso os Estados Unidosdevem proporcionar evidecircncia dosataques quiacutemicos agrave ONU apelar aoConselho de Seguranccedila para con-

denar os criminosos e acusar estas violaccedilotildees ao Tribunal Criminal In-

ternacional Aleacutem disso a adminis-traccedilatildeo Obama deve tentar trabalharcom a Ruacutessia e a China para impora aplicaccedilatildeo da Convenccedilatildeo de ArmasQuiacutemicas Se os Estados Unidos fa-lharem ainda que agindo de formadiplomaacutetica e transparente (sem umataque unilateral) a Ruacutessia e a Chi-na ver-se-iam isoladas mundial-mente neste assunto importanteDe uma forma mais geral os Es-tados Unidos devem parar de usarpaiacuteses como a Siacuteria como meiosindirectos contra o Iratildeo A retiradado apoio financeiro e logiacutestico dosEstados Unidos agrave rebeliatildeo convi-dando outros a fazer o mesmo natildeo

resolveria o autoritarismo da Siacuteriaou as questotildees dos Estados Unidoscom o Iratildeo mas pararia ou reduziriabastante as mortes e destruiccedilatildeo emlarga escala na SiacuteriaIsso tambeacutem permitiria que o pro-cesso de paz da ONU retomassenesta altura com os Estados Unidose a Ruacutessia a trabalharem em con- junto para travar a violecircncia man-tendo a Al Qaeda agrave margem (uminteresse partilhado) e encontraremuma soluccedilatildeo de longo prazo prag-maacutetica para as profundas divisotildeesinternas na Siacuteria E a procura porum laquomodus vivendiraquo com o Iratildeo ndashonde um novo presidente sugereuma mudanccedila de rumo na poliacuteticaexterna ndash seria reactivadaEacute tempo de os Estados Unidos aju-darem a travar as mortes na SiacuteriaIsso significa abandonar a fantasiade que podem ou devem determinarquem governa no Meacutedio Oriente

Jeffrey D Sachs eacute professor de Eco-nomia e director do Earth Institute

na Universidade de Columbia Eacutetambeacutem conselheiro especial do Secre-

tariado Geral da ONU no acircmbito dosObjectivos de Desenvolvimento do

Mileacutenio

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As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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20 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

As acusaccedilotildees de ldquoagitadoresrdquo ldquodesinformadoresrdquo e ldquocontra o desenvolvi-mentordquo feitas contra os teacutecnicos do Centro Terra Viva (CTV) especialmentecontra a sua Directora Geral (DG) satildeo a estrateacutegia encontrada por algunsmembros do governo provincial de Cabo Delgado e do Distrito de Palmapara ocultar as grandes questotildees e irregularidades do licenciamento dosprojectos de exploraccedilatildeo de gaacutes em Cabo Delgado (Palma) e noutros pontosdo paiacutes Satildeo acusaccedilotildees feitas com o simples intuito de fugir ao facto de queum pouco por todo o paiacutes tecircm estado a ser tomadas posiccedilotildees e decisotildeespor agentes do governo que de forma inaceitaacutevel desrespeitam os direitoslegiacutetimos dos cidadatildeos especialmente os cidadatildeos e comunidades ruraisAproveitando-se da falta de informaccedilatildeo e conhecimento sobretudo conhe-cimento legal nestas zonas desconsideram a imposiccedilatildeo legal de prevenccedilatildeode impactos sociais e ambientais negativos no licenciamento de projectosde investimento e desviam-se da obrigaccedilatildeo de priorizaccedilatildeo de benefiacutecioseconoacutemicos e nanceiros para estas comunidadesEstas acusaccedilotildees porque repetidamente feitas em puacuteblico impotildeem que se- jam esclarecidos tambeacutem publicamente os factos ateacute aqui deliberadamenteomitidos e camuados por de traacutes de grandes discursos e entrevistas supos-tamente de combate agrave pobreza rural Satildeo estes factos que originaram a cam-panha policial contra aDG do CTV que agora seestendeu para os Parale-gais do distrito formadospela Iniciativa para Ter-ras Comunitaacuterias (iTC)os quais trabalham com o

CTV na disseminaccedilatildeo delegislaccedilatildeo ambiental e so- bre terras e na preparaccedilatildeodas comunidades da Pe-niacutensula de Afungi para aparticipaccedilatildeo nas consultasorganizadas nos diferen-tes processos de licencia-mento em cursoAs proacuteprias comunidadestecircm sido viacutetimas de inti-midaccedilatildeo e asseacutedio cons-tante por parte da poliacutecialocal por terem saiacutedo daldquoescuridatildeordquo que a igno-racircncia total sobre os seus

direitos representava Nomomento em que escreve-mos este artigo o Coman-dante da Poliacutecia do Distri-to de Palma continuava aimpor reuniotildees quase diaacute-rias aacute aldeia de Quitupo a mais visada para o reassentamento com o ob- jectivo uacutenico de dissuadir os membros daquela comunidade de levantaremquestotildees relativas aos seus direitos sobre a terra e de se oporem ao reassen-tamento A poliacutecia eacute hoje o instrumento atraveacutes do qual se pretende imporo poder e os interesses dos investidores manipulando processos parali-sando mentes e silenciando vozes Eacute com a escolta da poliacutecia que circulamos teacutecnicos e consultores da empresa Anadarko responsaacuteveis por abordaro assunto do reassentamento junto das comunidades porque se consideraque as comunidades natildeo devem apresentar as suas inquietaccedilotildees mesmosendo absolutamente legiacutetimas porque isso constitui ldquoviolecircncia contra ogoverno Aliaacutes da boca dos governantes do Distrito de Palma teacutecnicos doCTV e doutras ONGs locais ouviram pronunciamentos como

bullldquoDesde quando eacute que um membro da comunidade de Quitupo sabe oque eacute leirdquo

bullldquoO Governo e a empresa decidiram que as pessoas tecircm de ser reassen-tadas e isso vai acontecer quer queiram quer natildeordquo

bullldquoO CTV e as comunidades devem saber que natildeo tecircm o poder de travarum projecto e que nem tudo deve ser feito dentro da leirdquo

Parece-nos muito simplista coacutemodo e conveniente cultivar a percepccedilatildeo deque os moccedilambicanos que ocupam cargos puacuteblicos satildeo necessariamente

os moccedilambicanos mais patriotas e que por ocuparem esses cargos estatildeoautomaticamente mais preocupados com a protecccedilatildeo e desenvolvimentodo paiacutes e das comunidades do que todos os outros cidadatildeos do paiacutes Apraacutetica infelizmente tem dado inuacutemeras mostras de como funcionaacuterios dogoverno lideram actos ilegais e ateacute criminosos em prejuiacutezo de todos noacutesincluindo dos proacuteprios investidores A 13 de Setembro passado a aldeiade Quitupo foi o palco donde se exibiram dados do que poderaacute revelar-secomo uma das maiores fraudes montadas dentro do governo nos uacuteltimostempos para burlar e prejudicar os cidadatildeos e interesses nacionais numchocante negoacutecio de accedilambarcamento de terras O proacuteprio governo exibiudocumentos supostamente actas de consultas sobre assuntos claramentedistintos da ocupaccedilatildeo de terras e onde constavam assinaturas de pessoasque disseram nunca terem pegado numa caneta nas suas vidas Eacute de inte-resse puacuteblico que se esclareccedila como e por quem teratildeo sido produzidas assupostas actas e apostas as assinaturas que constam daqueles documentosNatildeo fazer ou natildeo dizer nada sobre esta situaccedilatildeo natildeo eacute opccedilatildeo para o CTVPor isso indicamos abaixo as questotildees de direito e de facto que na nossaopiniatildeo merecem atenccedilatildeo e intervenccedilatildeo urgente de todos mas sobretu-do das instituiccedilotildees do Estado responsaacuteveis por assegurar a legalidade e

a proteccedilatildeo dos direitos einteresses dos cidadatildeosdeste paiacutes

1 Legitimidade das Ac-tividades das Organiza-ccedilotildees da Sociedade Civil

A liberdade de associa-ccedilatildeo estaacute consagrada noartigo 52 da Constitui-ccedilatildeo e os cidadatildeos satildeolivres de exercer e gozardesta liberdade desdeque natildeo contrariem oslimites constitucionaisnatildeo violem a lei e natildeoperturbem a ordem etranquilidade puacuteblicasPara aleacutem disso as or-ganizaccedilotildees da socieda-de civil que intervecircmna aacuterea do ambiente e

recursos naturais tecircm asua existecircncia e acccedilotildeeslegitimadas por instru-mentos legais como aLei das Associaccedilotildees (LeiNordm891 de 18 de Agos-

to) e a Lei do Ambiente (Lei Nordm2097 de 1 de Outubro)Como tivemos a oportunidade de esclarecer em comunicado de imprensapublicado nos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo social no passado mecircs de Agosto otrabalho que o CTV estaacute a realizar foi expressamente solicitado pelo Admi-nistrador do Distrito de Palma No entanto como resposta agraves reclamaccedilotildeesda comunidade de Quitupo sobre a maneira irregular como os processos delicenciamento dos projectos de gaacutes estatildeo a acontecer especialmente o factode natildeo terem sido consultadas no processo de atribuiccedilatildeo da licenccedila de usoda terra para os investidores o governo distrital decidiu questionar a legi-timidade de o CTV e outras Organizaccedilotildees da Sociedade Civil defenderemos direitos das comunidades

De facto no momento em que este artigo eacute publicado uma equipa de ONGsintegrando o CTV a MULEIDE (Associaccedilatildeo Mulher Lei e Desenvolvimen-to) e a ASPACAD (Associaccedilatildeo dos Paralegais de Cabo Delgado) estaacute a serproibida pelo Administrador do Distrito de Palma de preparar as comuni-dades para os processos de consultas sobre o licenciamento ambiental por-que essa preparaccedilatildeo segundo ele ldquoestaacute a dicultar o trabalho do governoporque as comunidades agora fazem muitas perguntas sobre leisrdquo Por issoexigem-se credenciais autorizaccedilotildees guias de marcha e outros documen-tos mesmo a organizaccedilotildees que como o CTV existem haacute mais de dez anosdevidamente autorizadas pelo proacuteprio governo para operarem em todo o

PROJECTOS DE EXPLORACcedilAtildeO DE GAacuteS NATURAL EM PALMA

- AS QUESTOtildeES DE FUNDO POR DE TRAacuteS DASACUSACcedilOtildeES DE ldquoAGITADORESrdquoPROFERIDAS

CONTRA O CENTRO TERRA VIVAPor Alda Salomatildeo ()

Directora Geral do CTV conversando com membros da comunidade de Quitupo

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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territoacuterio nacionalEstranhamos tambeacutem que depois de encontros de apresentaccedilatildeo do trabalhodo CTV tambeacutem na sua qualidade de coordenador do secretariado da Pla-taforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Induacutestria Extractivarealizados com representantes do Governo central provincial e distritaldesde Fevereiro de 2013 estas mesmas instituiccedilotildees venham hoje declararque ldquoa Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeiade Quitupo sem se apresentar ao Governo Provincial e Distritalrdquo Quandorecordados sobre os encontros acima mencionados ocorreu-lhes apenas di-

zer que ldquoa apresentaccedilatildeo foi verbal e natildeo escritardquo como se os documentossejam eles credenciais autorizaccedilotildees ou guias de marcha (que soacute poderatildeovir do proacuteprio CTV) possam resolver as questotildees de fundo que a seguirmencionamos Ningueacutem ateacute hoje respondeu agrave pergunta colocada pelo CTVsobre se o governo a qualquer niacutevel tem legitimidade para impedir queo CTV ou outra organizaccedilatildeo desenvolva as suas actividades em qualquerparte deste paiacutes quando tais actividades sejam legais e integradas na agen-da do desenvolvimento nacional Aguardamos esclarecimentos sobre esteassunto que sabemos ser preocupaccedilatildeo de vaacuterias ONGs nacionais em todoo paiacutesPrecisamos de saber donde vem a proibiccedilatildeo de as ONGs legalmenteconstituiacutedas visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste paiacutesPrecisamos de saber porque eacute que precisamos de pedir mais autorizaccedilotildeesao governo fora do processo da aprovaccedilatildeo dos nossos estatutos e da apre-sentaccedilatildeo dos nossos planos de trabalho aos diferentes niacuteveis do governoAinda que tivesse sido esse o caso qual a base legal da proibiccedilatildeo de se sairdirectamente de Maputo a QuitupoEsquecendo-se de que muitos dos teacutecnicos do proacuteprio governo que traba-lham nos ministeacuterios nas direccedilotildees provinciais e nas administraccedilotildees dosdistritos natildeo satildeo oriundos dos territoacuterios onde actuam as Organizaccedilotildees daSociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tecircm sido apontadas comosendo ldquopessoas e organizaccedilotildees ldquode forardquo que vecircm a Palma envenenar as comunida-des contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidadesrdquoQuando questionada pela comunidade de Quitupo a 13 de Setembro so- bre os motivos que ditaram o interrogatoacuterio da DG do CTV pela poliacutecia dePalma a Secretaacuteria Permanente do Governo da Proviacutencia de Cabo-Delgadocomentou que ldquoningueacutem eacute proibido de ser interrogado pela poliacutecia mas ningueacutemdeve entrar na casa dos outros sem pedir licenccedilardquo Isto natildeo soacute natildeo respondeu agravepergunta como faz subentender que as aacutereas das comunidades satildeo ldquocasasrdquodos membros do governo geridas por estes onde os residentes natildeo tecircmcara voz ou opiniatildeoAgrave mesma pergunta feita pela DG do CTV agrave Ministra dos Recursos Minerais

esta governante comentou que lhe chegaram informaccedilotildees de que a equi-pa do governo liderada pela Secretaacuteria Permanente provincial havia sidoagredida Educar e informar cidadatildeos eacute violecircncia contra o governoTanto quanto sabemos na ordem juriacutedica moccedilambicana ningueacutem tem o po-der de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividadesem qualquer parte deste paiacutes sendo tais actividades legais Nestes termoseacute importante que se esclareccedila a razatildeo pela qual o Governo tem estado aproibir que as organizaccedilotildees da sociedade civil legalmente constituiacutedas re-alizem as suas actividades em qualquer comunidade deste paiacutes Apesar das barreiras ilegais impostas as OSCs estatildeo determinadas a continuar rmesna realizaccedilatildeo daquela que consideram ser uma das mais nobres acccedilotildees quequalquer cidadatildeo eou instituiccedilatildeo pode realizar partilhar de forma cons-trutiva conhecimento e informaccedilatildeo Se isto agora constitui crime aguarda-mos que o digam publicamente

2 Precedecircncia da Licenccedila Ambiental

O nosso entendimento em relaccedilatildeo aos processos de licenciamento de gran-des e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos tem sidoguiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente que abaixo transcrevemos naiacutentegra com destaque e sublinhado nosso

Artigo 15ordm(Licenciamento Ambiental)

1O licenciamento e o registo das actividades que pela sua naturezalocalizaccedilatildeo ou dimensatildeo sejam susceptiacuteveis de provocar impactossignicativos sobre o ambiente satildeo feitos de acordo com o regimea estabelecer pelo governo por regulamento especiacuteco

2A emissatildeo da licenccedila ambiental eacute baseada numa avaliaccedilatildeo do im-pacto ambiental da proposta de actividade e precede a emissatildeode quaisquer outras licenccedilas legalmente exigidas para cada caso

Eacute com base nesta e noutras disposiccedilotildees da Lei do Ambiente que temos de-fendido que a Licenccedila para o Uso e Aproveitamento da Terra emitida peloMinistro da Agricultura em Dezembro de 2012 foi feita em violaccedilatildeo doprinciacutepio da precedecircncia da licenccedila ambiental acima exposto pois natildeo de-veria ter sido emitida antes da emissatildeo desta licenccedila A explicaccedilatildeo obtida junto do MICOA que pensamos corroborar a nossa posiccedilatildeo eacute de que foidecidido que se deveria ldquoabrir uma excepccedilatildeordquo ao projecto da Anadarkopara acelerar o processo de licenciamento desta empresa e assim permitirque a mesma conseguisse os nanciamentos necessaacuterios para a implemen-taccedilatildeo do projecto de exploraccedilatildeo de gaacutes natural Quanto a noacutes esta excepccedilatildeofeita por um oacutergatildeo sem competecircncia para o efeito representa a primeira

irregularidade grave nomeadamente a ilegitimidade do Executivo de abrirexcepccedilotildees a leis quando estas natildeo o fazem no seu proacuteprio texto ou quandoo Parlamento uacutenico oacutergatildeo competente para esse efeito natildeo o tenha feitopor lei ulterior

O que para noacutes eacute mais surpreendente eacute que tanto do lado do MICOA comodo lado dos assessores da proacutepria empresa parece haver desconhecimentoda loacutegica por de traacutes da determinaccedilatildeo legal de que a licenccedila ambiental devepreceder as demais licenccedilas Ambos defenderam recentemente em puacuteblico

a posiccedilatildeo de que era preciso atribuir o DUAT agrave empresa para que se pu-desse realizar o estudo de impacto ambiental Quanto a noacutes o princiacutepioda precedecircncia da licenccedila ambiental eacute a expressatildeo legal dum importantepilar da sustentabilidade ambiental o princiacutepio da prevenccedilatildeo De facto aLei do Ambiente no Artigo 1 Nordm5 esclarece que a Avaliaccedilatildeo do Impac-to Ambiental (AIA) que serve de base para o licenciamento ambiental eacuteum instrumento de gestatildeo ambiental PREVENTIVA A falta de entendimentodestes princiacutepios baacutesicos da poliacutetica e da legislaccedilatildeo ambiental representamuma fragilidade grave e inaceitaacutevel da parte dum ministeacuterio que tem comomandato entre outros ldquoVelar pela introduccedilatildeo de uma cultura de sustenta- bilidade no processo de tomada de decisotildees em mateacuteria de gestatildeo e uso derecursos naturais principalmente na fase de planicaccedilatildeo e exploraccedilatildeordquohellip(Veja-se Estatutos do MICOA)

Durante a consulta puacuteblica sobre a AIA realizada em Maputo a 9 de Se-tembro de 2013 e em encontros com o MICOA antes e depois disso fomosinformados ainda de que se decidira inverter a ordem de precedecircncia daslicenccedilas porque ldquoseria complicado para o investidor realizar a AIA sem ter oDUAT da aacutereardquo Este argumento preocupou-nos porque para aleacutem de con-rmar que o licenciamento de projectos estaacute a ser conduzido agrave margem dalei deixou transparecer a existecircncia de uma confusatildeo entre a necessidadede determinaccedilatildeo da base territorial para a realizaccedilatildeo da AIA e a neces-sidade de emissatildeo do DUAT sobre a aacuterea pretendida Parece-nos que oMICOA e os assessores da empresa confundiram ldquoidenticaccedilatildeo preacutevia doterrenordquo com ldquoobtenccedilatildeo preacutevia do DUATrdquo (Vejam-se Artigos 25 e 27 doRegulamento da Lei de Terras)Eacute nosso entender que o investidor precisa apenas de indicar ao governo aaacuterea que podendo tenciona ocupar para a implantaccedilatildeo do seu projectoCom base nessa indicaccedilatildeo o governo pode nos termos da lei determinarque seja realizada a AIA sobre a zona pretendida Em situaccedilatildeo ideal o go-verno jaacute deveria ter os instrumentos necessaacuterios para orientar os investido-

res para os lugares certos (apropriados para a actividade em causa e com omiacutenimo de conitos) nomeadamente o zoneamento ecoloacutegico e os planosde uso da terra acompanhados da respectiva avaliaccedilatildeo ambiental estrateacute-gica Em alguns casos estes instrumentos ateacute jaacute existem mas simplesmentenatildeo satildeo usados Achamos por isso que a AIA pode e deve ser realizadaantes da emissatildeo do DUAT ateacute porque o processo da AIA pode e deveinviabilizar qualquer pretensatildeo de ocupaccedilatildeo de terras que natildeo tenha sidodevidamente aprovada naquele processo No caso de Palma a possibilida-de de afectar negativamente vaacuterias famiacutelias forccedilando-as a um reassenta-mento involuntaacuterio com todos os efeitos perniciosos destes processos podeser considerada um risco fatal do projecto inviabilizador da sua implanta-ccedilatildeo na aacuterea sobre a qual jaacute recai o DUAT emitido precocemente a favor daempresa ou da sua implantaccedilatildeo nos moldes ateacute aqui pretendidos Nestecaso a pergunta legiacutetima a colocar seraacute porquecirc se gastou tempo e recursosnanceiros num processo de licenciamento com valor precaacuterio e utilidadeduvidosa Ou seja se a Licenccedila Ambiental eacute que determina a validade das

demais licenccedilas como prescreve o Artigo 15 supracitado qual teraacute sido oobjectivo e utilidade da emissatildeo antecipada duma licenccedila do uso da terraPor outro lado qual a utilidade do processo de licenciamento ambientalse a ocupaccedilatildeo da terra para os ns e nos moldes pretendidos pela empresa jaacute foi autorizada sem que antes tivessem sido identicados e avaliados osimpactos sociais e ambientais do projecto como determina a leiEstamos perante mais um caso que justicadamente levanta duacutevidas sobreo papel e relevacircncia do MICOA e exacerba desconanccedilas sobre o jaacute muitopropalado negoacutecio de accedilambarcamento de terras sob a capa de investimen-tos para o combate agrave pobreza Aliaacutes a pressa com que o DUAT foi emitidoagrave entidade a favor de quem o DUAT foi emitido e o facto de o beneciaacuteriodesse direito ser uma outra entidade ainda impotildeem que se esclareccedila publi-camente a razatildeo pela qual foi necessaacuterio retirar o DUAT das comunidadesespalhando o espectro e a incerteza do reassentamento sobre as mesmasEstamos perplexos com a tamanha confusatildeo demonstrada no processo delicenciamento do uso da terra em benefiacutecio das empresas de exploraccedilatildeo degaacutes em Palma O negoacutecio entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH) e a Anadarko para a obtenccedilatildeo do DUAT em nome da Rovuma Ba-sin Logistics (de que ambas satildeo soacutecias) assim como o contrato de cessatildeodo DUAT subsequentemente rmado entre a RBL e a Anadarko levantamquestotildees eacuteticas e legais da maior seriedade e certamente caratildeo registadoscomo uma das maiores acrobacias legais e empresariais da histoacuteria da pro-moccedilatildeo de investimentos estrangeiros no paiacutes

3 Atribuiccedilatildeo do DUAT para Investimentos em Aacutereas Comunitaacuterias

A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica a Lei de Terras e o respectivo regulamentocontecircm disposiccedilotildees claras que orientam o licenciamento da ocupaccedilatildeo de

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terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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24 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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22 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

terras por investidores puacuteblicos ou privados em aacutereas ocupadas por comu-nidades rurais Em nosso entender satildeo as seguintes as regraspassos princi-pais para a atribuiccedilatildeo de DUATs para ns econoacutemicos em sequecircncia legal-mente prescrita e as irregularidades cometidas no caso de Palma

a) Consultas comunitaacuterias Para aleacutem do prescrito na Lei de Terras e no seuRegulamento (Artigos 25 e 27) o Ministeacuterio da Agricultura aprovou em2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impotildee a realizaccedilatildeo depelo menos duas consultas comunitaacuterias Neste ponto importa fazer no-

tar que para aleacutem da obrigaccedilatildeo de um aviso preacutevio de 15 dias e da reali-zaccedilatildeo de pelo menos duas reuniotildees para consulta esta tem um conteuacutedodeterminado por lei nomeadamente ldquo a conrmaccedilatildeo de que a aacuterea estaacutelivre e natildeo tem ocupantesrdquo Ademais o parecer do administrador sub-sequente a esta consulta tem igualmente um conteuacutedo legalmente preacute--determinado ou seja ldquoo parecer do Administrador do Distrito incidiraacutesobre a existecircncia ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e apro-veitamento da terra por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacute a par-ceria entre os titulares da terra com direitos adquiridos por ocupaccedilatildeo eo requerente

No caso de Palma eacute jaacute sobejamente sabido que a aacuterea pretendida pelo pro- jecto tem ocupantes que natildeo foram consultados quer sobre a pretensatildeodos investidores de ocuparem a sua terra como sobre a consequecircncia detais ocupantes terem de ser reassentados Neste caso e por muito esforccedilofeito pelo governo para mostrar o contraacuterio a verdade eacute que natildeo houveuma uacutenica consulta sobre a atribuiccedilatildeo do DUAT para o projecto tantoquanto agrave forma como quanto agrave substacircncia De facto nestes aspectosas duas reuniotildees realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012 enfermaram deviacutecios graves que salvo melhor entendimento impotildeem a nulidade doDUAT especialmente depois de ter sido exibido publicamente a 13 deSetembro de 2013 na Aldeia de Quitupo perante cacircmaras da televisatildeonacional (TVM) e blocos de notas de jornalistas o esquema com o qual sepretendeu burlar o Estado e os seus cidadatildeos

Teacutecnicos da Direcccedilatildeo Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado associa-dos a teacutecnicos da ENH mostraram que foram forjados documentos e fal-sicadas assinaturas para ldquocomporrdquo actas de consultas comunitaacuterias epermitir assim a emissatildeo do DUAT Este acto ainda constitui crime nonosso paiacutes e estamos convictos de que o Ministeacuterio Puacuteblico encetaraacute as

diligecircncias necessaacuterias para o apuramento de responsabilidades Em pa-ralelo estamos esperanccedilosos de que Sua Excelecircncia o Ministro da Agri-cultura tomaraacute a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e comisso repor a legalidade no licenciamento do projecto Para benefiacutecio detodo o puacuteblico a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a l-magem do referido encontro cuja coacutepia pode ser tambeacutem obtida no CTV

b) Parcerias entre investidores e comunidades Hoje sabe-se tambeacutem quepara aleacutem de natildeo ter sido realizada nenhuma consulta comunitaacuteria sobreo licenciamento do uso da terra nos termos e para os efeitos determina-dos na lei natildeo foi discutida nem negociada qualquer parceria entre ascomunidades e os investidores quer no acircmbito da consulta quer noutrocontexto qualquer Na verdade vezes sem conta ouvimos os aldeotildees co-mentarem que apenas queriam saber as razotildees porque teratildeo de ser reas-sentados o tamanho da faacutebrica que os obriga a sair o destino que segui-ratildeo e os termos e condiccedilotildees em que a sua mudanccedila seraacute efectuada

Por uma questatildeo de coerecircncia do proacuteprio governo e outros sectores impor-ta fazer notar que muito recentemente o Foacuterum de Consultas sobre a Terra(FCT) no documento intitulado ldquoDirectrizes para o Reforccedilo da Seguranccedila dePosse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunida-des e Investidoresrdquo aprovado na generalidade na sua IV sessatildeo (realizadaem Inhambane em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadasparcerias em que se manteacutem o DUAT na posse das comunidades mas possi- bilitando com base em condiccedilotildees e termos previamente acordados entre aspartes que os investidores usem terras comunitaacuterias para os seus projectosEacute tambeacutem entender dos membros do FCT que o reassentamento deve seruma decisatildeo excepcional devidamente fundamentada O FCT recomendouigualmente que ao contraacuterio do que acontece actualmente as parcerias se- jam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes con-ram valor legal sendo um deles oldquoContrato de Cessatildeo de Exploraccedilatildeordquo (queem nosso entender melhor seria designado por ldquoContrato de Cessatildeo doDUATrdquo) previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras mas aindanatildeo regulamentado

No caso de Palma foi este contrato que segundo a ENH o governormou com a Anadarko Estranhamente ao inveacutes de organizar e apoiaras comunidades locais jaacute detentoras do DUAT por direito constitucio-nal o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse dascomunidades para que fosse uma empresa privada criada exclusiva-mente com esse propoacutesito a negociar um contrato de cessatildeo do DUATcom a Anadarko sem conhecimento ou qualquer benefiacutecio nanceiroou doutra natureza para as comunidades afectadas A maneira comoas comunidades foram marginalizadas deste processo levanta tambeacutem

questotildees sobre o papel e relevacircncia das recomendaccedilotildees do FCT Estamostodos ansiosos por conhecer os termos e condiccedilotildees em que este negoacuteciofoi rmado e num contexto em que se aventa a hipoacutetese de reassenta-mento a informaccedilatildeo sobre o valor deste contrato seraacute de muita utilidadecomo referecircncia para as negociaccedilotildees de compensaccedilotildees e ou indemniza-ccedilotildees para as comunidades afectadas

Tanto quanto muitos de noacutes sabemos o FCT constituiu um grupo detrabalho que estaacute ainda a trabalhar na regulamentaccedilatildeo deste tipo de

contrato para que haja uma base legal para a sua operacionalizaccedilatildeoNa ausecircncia de qualquer instrumento regulador seraacute de todo uacutetil que aENH ou o Ministeacuterio da Agricultura (MINAG) venham a puacuteblico escla-recer as bases legais que possibilitaram a conclusatildeo do contrato com aAnadarko Natildeo podemos deixar de recordar neste contexto e ainda com bastante estranheza que o MINAG retirou da agenda da V Sessatildeo Ordi-naacuteria do FCT realizada em Gondola em Abril do ano corrente os pontosrelativos agrave adopccedilatildeo formal das Directrizes acima citadas e agrave propostade Regulamento da Cessatildeo do DUAT Porque esta supressatildeo foi feitaunilateralmente e em pleno decurso da referida sessatildeo sem qualquer justicaccedilatildeo dada aos participantes perguntamo-nos se isso teraacute tido al-guma coisa a ver com este casoIndicamos abaixo algumas das disposiccedilotildees mais relevantes sobre con-sultas comunitaacuterias parcerias e contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo

Artigo 15 (Regulamento da Lei de Terras)(Transaccedilotildees relativos a preacutedios ruacutesticos)

(hellip)4 A celebraccedilatildeo de contrato de cessatildeo de exploraccedilatildeo estaacute igualmente

sujeita a aprovaccedilatildeo preacutevia da entidade que autorizou o pedido deaquisiccedilatildeo ou de reconhecimento do direito de uso e aproveitamen-to da terra e no caso das comunidades locais depende do consen-timento dos seus membros

5 Os contratos de cessatildeo de exploraccedilatildeo soacute satildeo validos quando cele- brados por escritura puacuteblica

Artigo 25 (Regulamento da Lei de Terras)(Projectos de investimento Privado)

1 Para a realizaccedilatildeo de projectos de investimentos privados que im-pliquem a aquisiccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terraseraacute feito um trabalho para a identicaccedilatildeo preacutevia do terreno en-volvendo os Serviccedilos de Cadastro as autoridades locais o qual

seraacute documentado no esboccedilo e memoacuteria descritiva seguindo-sedo disposto no artigo 24 do presente Regulamento

Artigo 27 (Regulamento da Lei de Terras)(Parecer da Administraccedilatildeo do Distrito e consulta agraves comunidades

locais)1 Os Serviccedilos de Cadastro enviaratildeo ao Administrador do respecti-

vo distrito um exemplar do pedido para efeitos de axaccedilatildeo dorespectivo Edital e obtenccedilatildeo do seu parecer prestando-lhe a as-sistecircncia teacutecnica necessaacuteria para a recolha de informaccedilotildees sobre oterreno pretendido e os terrenos limiacutetrofes

2 Seraacute feito um trabalho conjunto envolvendo os Serviccedilos de Cadas-tro o Administrador do Distrito ou seu representante e as comuni-dades locais O resultado desse trabalho seraacute reduzido a escrito eassinado por um miacutenimo de trecircs a um maacuteximo de nove represen-tantes da comunidade local bem como pelos titulares ou ocupan-

tes dos terrenos limiacutetrofes3 O parecer do Administrador do Distrito incidiraacute sobre a existecircncia

ou natildeo na aacuterea requerida do direito de uso e aproveitamento daterra adquirido por ocupaccedilatildeo Caso sobre a aacuterea requerida recaiamoutros direitos o parecer incluiraacute os termos pelos quais se regeraacutea parceria entre os titulares da terra adquiridos por ocupaccedilatildeo e orequerente

c) Processo de extinccedilatildeo do DUAT por interesse puacuteblico O Artigo 18 da Leide Terras determina de forma taxativa as circunstacircncias em que o DUATpode ser extinto Foram ateacute agora infrutiacuteferas as tentativas do CTV deobter esclarecimentos sobre qual dos fundamentos teraacute determinado aextinccedilatildeo do DUAT das comunidades e a sua transferecircncia para a RBLe sobre o processo de expropriaccedilatildeo seguido e legalmente imposto comocondiccedilatildeo sine qua non para a emissatildeo da licenccedila de uso da terra Osdados que temos ateacute ao momento indicam ter havido tambeacutem irregu-laridades em relaccedilatildeo a este aspecto pois o DUAT foi emitido sem queparalelamente se tenha conduzido o processo de expropriaccedilatildeo e sem opagamento preacutevio de indemnizaccedilotildees ou compensaccedilotildees como impotildee oArtigo 19 Nordms3 e 4 do Regulamento da Lei de Terras Supomos que oMinistro da Agricultura deveraacute ter emitido a declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo doDUAT das comunidades mas aguardamos haacute jaacute trecircs meses por respostaao pedido de esclarecimentos sobre este assunto Quanto agrave retirada doDUAT da posse das comunidades esclarecimentos obtidos da Ministrados Recursos Minerais e do Ministro da Agricultura indicam que o factodeveu-se agrave preocupaccedilatildeo de se natildeo emitir o DUAT a favor de uma empresaestrangeira e de mantecirc-lo nas matildeos do Estado No entanto estes argu-

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mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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23Savana 18-10-2013 DIVULGACcedilAtildeO

mentos satildeo destruiacutedos pelo facto de o DUAT de facto ter sido emitido afavor de uma empresa privada com participaccedilatildeo estrangeira cujo soacutecioestrangeiro recebeu da sua contra-parte o direito exclusivo de usar e fruirdesse direito Mas o que eacute realmente curioso eacute a razatildeo que teraacute levado oEstado titular do direito de propriedade da terra a sentir a necessidadede se atribuir a si proacuteprio um direito de uso e aproveitamento da terra

Artigo 18 (Lei de Terras)

(Extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra)1 O direito de uso e aproveitamento da terra extingue-sea) pelo natildeo cumprimento do plano de exploraccedilatildeo ou do projecto de

investimento sem motivo justicado no calendaacuterio estabelecidona aprovaccedilatildeo do pedido mesmo que as obrigaccedilotildees scais estejama ser cumpridas

b) por revogaccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra pormotivos de interesse puacuteblico precedida do pagamento de justaindemnizaccedilatildeo eou compensaccedilatildeo

c) no termo do prazo ou da sua renovaccedilatildeod) por renuncia do titular2No caso de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da terra

as benfeitorias natildeo removiacuteveis revertem a favor do Estado

Artigo 19 (Regulamento da Lei de Terras)()

3 O processo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento da ter-ra por motivo de interesse puacuteblico seraacute paralelo ao processo deexpropriaccedilatildeo e eacute precedido do pagamento de justa indemnizaccedilatildeoeou compensaccedilatildeo

4 A declaraccedilatildeo de extinccedilatildeo do direito de uso e aproveitamento daterra eacute feita pela entidade que autorizou o pedido de emissatildeo dotiacutetulo ou reconheceu o direito de uso e aproveitamento da terraadquirido por ocupaccedilatildeo

d) Delimitaccedilatildeo preacutevia e prioritaacuteria de terras comunitaacuterias para efeitos deimplantaccedilatildeo de projectos Como se disse acima a legislaccedilatildeo sobre terrasorienta a ocupaccedilatildeo de terras comunitaacuterias atraveacutes de vaacuterios mecanismossendo por isso de lamentar que o governo ignore tais orientaccedilotildees e optepor gerir o uso e ocupaccedilatildeo da terra rural como se houvesse um total vaziolegal De facto um dos mecanismos previstos para a prevenccedilatildeo de coni-

tos e para o reforccedilo da seguranccedila de posse de terras pelas comunidadesrurais no contexto de projectos econoacutemicos e promoccedilatildeo do desenvolvi-mento rural sustentaacutevel eacute a delimitaccedilatildeo das terras das comunidades OAnexo Teacutecnico ao Regulamento da Lei de Terras aprovado pelo DiplomaMinisterial Nordm29-A2000 de 17 de Marccedilo indica no Artigo 7 Nordm1 quea delimitaccedilatildeo de terras deve ser feita prioritariamente nos casos (a) ondehaja conitos (b) nas aacutereas das comunidades locais onde o Estado eououtros investidores pretendem lanccedilar novas actividades econoacutemicas e ou projectos e planos de desenvolvimento (c) a pedido das comunida-des O mesmo Artigo determina no seu Nordm4 que ldquoquando a delimitaccedilatildeo forefectuada por causa da existecircncia de novas actividades econoacutemicas eou projectose planos de desenvolvimento os custos satildeo suportados pelos investidores

Apesar de a Iniciativa para Terras Comunitaacuterias (iTC) ter programado a deli-mitaccedilatildeo de terras das comunidades de Palma em cumprimento dos ditamesdo Anexo Teacutecnico em termos de prioridades nem a Administraccedilatildeo do Dis-

trito nem o governo provincial de Cabo delgado mostraram ateacute aqui qual-quer interesse em que esta actividade fosse realizada com prioridade paraas comunidades da Peniacutensula de Afungi aacuterea sobre a qual recai o DUATemitido a favor do projecto Na verdade parece ter havido um desincentivopara que isso acontecesse tendo a intervenccedilatildeo da iTC sido restringida agraves ac-tividades integradas na componente de divulgaccedilatildeo da legislaccedilatildeo advocaciae comunicaccedilatildeo desenvolvidas pelo CTV (na sua qualidade de membro doconsoacutercio da iTC e responsaacutevel por esta componente)O CTV tem estado a chamar a atenccedilatildeo de todos para a importacircncia e urgecircn-cia da delimitaccedilatildeo das terras das comunidades da Peniacutensula de Afungi espe-cialmente a comunidade de Quitupo para que quando o eventual processode reassentamento tiver de ser discutido e decidido estejam jaacute claricados eacautelados os aspectos legais relevantes e se tenha realizado a devida pre-paraccedilatildeo social para o efeitoOs ataques contra o CTV resultam tambeacutem da falta de entendimento porparte dos agentes do governo provincial e local do facto de que a prepara-ccedilatildeo social que o CTViTC estatildeo a realizar bem como a delimitaccedilatildeo de terrastambeacutem planeada satildeo uma imposiccedilatildeo legal dada a previsatildeo de implantaccedilatildeode um grande projecto econoacutemico no distrito Esperamos por isso que aoinveacutes de ver inimigos onde natildeo existem a Administraccedilatildeo do Distrito aprecieo esforccedilo que o CTViTC e seus parceiros estatildeo a desenvolver para apoiara sua preparaccedilatildeo para os desaos que os investimentos actuais e futuros re-presentam

e) Proibiccedilatildeo de titulaccedilatildeo do direito de uso da terra em aacutereas ocupadas porinfra-estruturas petroliacuteferas e de gaacutes O caso de Palma encerra uma si-tuaccedilatildeo legal caricata porquanto nos termos do Artigo 20 Nordm3 da Lei dePetroacuteleos ldquoos terrenos onde se encontram as instalaccedilotildees e uma faixa

circundante a ser denida por regulamento consideram-se zonas deproteccedilatildeo parcial nos termos da legislaccedilatildeo sobre o uso e aproveitamentode terrasrdquo Por sua vez o Artigo 9 da Lei de Terras determina que ldquonaszonas de proteccedilatildeo total e parcial natildeo podem ser adquiridos direitos deuso e aproveitamento da terra podendo no entanto ser emitidas li-cenccedilas especiais para o exerciacutecio de actividades determinadasrdquo A nos-sa conclusatildeo salvo melhor entendimento eacute de que anal a Anadarkoapenas pode ter uma licenccedila especial para a ocupaccedilatildeo de terras para aimplantaccedilatildeo de infra-estruturas

Por isso eacute que natildeo conseguimos calar a seguinte pergunta anal porque seentrou nesta azaacutefama de retirada do DUAT das comunidades para a RBL seningueacutem pode ter DUAT em aacutereas onde sejam implantadas infra-estruturaspetroliacuteferas ou de gaacutes Por outro lado a outra pergunta que temos feito deforma insistente em todas as consultas sobre a AIA sem termos obtido aindaqualquer resposta eacute anal qual o tipo e dimensatildeo das infra-estruturas doprojecto da Anadarko e ENI e qual a aacuterea de terra efectivamente requeridapara a sua implantaccedilatildeo Ainda que nos digam que provavelmente tratar-se-aacuteda maior faacutebrica de liquefaccedilatildeo de gaacutes natural do mundo seraacute que ela preci-saraacute de ocupar 7000ha de terra para esse efeito acrescida de 18000ha parauma cidadela industrial Estranhamente o Relatoacuterio do Estudo de ImpactoAmbiental (REIA) que foi circulado para comentaacuterios puacuteblicos conteacutem estalacuna grave que em nosso entender deveria ter simplesmente impedido oiniacutecio das consultasOu seja natildeo existem dados neste momento que justiquem a indicaccedilatildeo feitapela IMPACTO Lda de que ldquomuito provavelmente a aldeia de Quitupo eos seus dois acampamentos de pesca (Milamba I e Milamba II) teratildeo de serreassentadosrdquo Isto eacute iniciou-se um processo de profunda desestabilizaccedilatildeoe perturbaccedilatildeo social nas comunidades da peniacutensula de Afungi sem que asempresas e o governo tenham qualquer fundamento para aterrorizar as po-pulaccedilotildees da zona com o espectro do reassentamento A ligeireza com queeste assunto estaacute a ser tratado deveria em nosso entender ter jaacute despoletadouma auditoria ao processo da AIA Nem o processo de DUAT nem o proces-so da AIA deveriam ter iniciado sem a apresentaccedilatildeo das especicidades doprojecto tal como impotildee a lei mas isso natildeo aconteceu Porquecirc Mais umaexcepccedilatildeo feita agrave lei Com que fundamento

3 Autorizaccedilatildeo do Reassentamento

De acordo com comentaacuterios do MICOA depois do jaacute tristemente famoso

Caso Cateme (Tete) o governo decidiu aprovar um regulamento para orien-tar a tomada de decisotildees sobre os reassentamentos resultantes da implemen-taccedilatildeo de projectos econoacutemicosEste regulamento aprovado pelo Decreto No 312012 de 8 de Agosto inte-grou correctamente a avaliaccedilatildeo da necessidade de reassentamento no pro-cesso de licenciamento ambiental Fazemos notar que nos termos do Artigo15 deste Decreto a aprovaccedilatildeo do Plano de Reassentamento precede a emis-satildeo da licenccedila ambiental No caso de Palma o reassentamento eacute o principalimpacto negativo signicativo da pretensatildeo da Anadarko e ENI de ocupar aPeniacutensula de Afungi para a implantaccedilatildeo da faacutebrica de gaacutes liquefeito e infra--estruturas de apoio incluindo aacutereas de habitaccedilatildeo para trabalhadoresDo ponto de vista processual a combinaccedilatildeo entre o Regulamento sobre Ava-liaccedilatildeo do Impacto Ambiental e o Regulamento sobre Reassentamento im-potildeem que o processo de licenciamento ambiental seja conduzido de formasubstancialmente cuidadosa e participativa exigindo vaacuterias consultas e au-diecircncias puacuteblicas e consequentemente um niacutevel adequado de preparaccedilatildeo

de todos os intervenientes como determinam os Artigos 13 e 14 O caso dePalma mostrou as seguintes situaccedilotildees preocupantes e irregularidades

a) Falta de preparaccedilatildeo da Administraccedilatildeo para a compreensatildeo dos vaacuteriosprocessos de licenciamento e procedimentos inerentesPensamos que foieste facto que fez com que em momento inoportuno e sem consciecircncia doerro a 18 de Setembro de 2013 o Secretaacuterio Permanente do Distrito (SPD)tenha ido agrave aldeia de Quitupo na companhia de representantes da ImpactoLda e da Anadarko comunicar alto e em bom som que ldquoestamos aqui parainformar que o governo e a empresa decidiram que a comunidade de Quitupo tem deser reassentada para a implantaccedilatildeo do projecto e a empresa vai explicar como eacute queo processo de reassentamento vai acontecerrdquo Perante a insistecircncia dos mem- bros da comunidade em receber esclarecimentos sobre a razatildeo pela qual afaacutebrica natildeo poderia co-existir com a aldeia o SPD respondeu exasperadoque ldquoa decisatildeo jaacute foi tomada e teratildeo de sair quer queiram quer natildeordquo Estas arma-ccedilotildees revelaram que por um lado os teacutecnicos do Distrito natildeo compreendemos vaacuterios processos de licenciamento nem tatildeo pouco a interligaccedilatildeo entre osmesmos O CTV participou nesse encontro e tem o registo do mesmo paraquem queira ver e ouvir por si proacuteprio

b) Falta de uma estrateacutegia de comunicaccedilatildeo adequada tanto da Administra-ccedilatildeo como das empresas Eacute muito preocupante a falta de uma estrateacutegia decomunicaccedilatildeo que permita compreender as informaccedilotildees que a cada momen-to devem ser passadas para o puacuteblico especialmente para as comunidadesafectadasTanto quanto entendemos e isto foi conrmado vaacuterias vezes peloMICOA a decisatildeo sobre reassentamento ainda natildeo foi tomada simplesmen-te porque ainda natildeo foi concluiacutedo o processo que poderaacute permitir ao governotomar tal decisatildeo Entatildeo a pergunta eacute porque seraacute que o governo provincial

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24 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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24 Savana 18-10-2013DIVULGACcedilAtildeO

e distrital natildeo paacutera de ir agrave aldeia de Quitupo e de anunciar o inicio do proces-so de reassentamento quando de facto a uacutenica coisa que pode acontecer le-galmente neste momento eacute o levantamento de dados soacutecio-econoacutemicos paraa produccedilatildeo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vaacuteriasconsultas puacuteblicas antes que a decisatildeo sobre se vai ou natildeo haver reassen-tamento seja tomada A informaccedilatildeo sobre o assunto do reassentamento foiateacute aqui gerida da pior maneira possiacutevel facto injusticado e absolutamen-te inaceitaacutevel especialmente quando se tenta impedir que as comunidadesrecebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as

suas vidas Na aldeia de Quitupo a escola ruiu mas ningueacutem se interessaem reconstruiacute-la porque ldquodizem que vamos ser reassentadosrdquo As casas dosaldeotildees estatildeo muitas delas em degradaccedilatildeo e nada se faz porque ldquodizem quevamos ser reassentadosrdquo Nas machambas o trabalho decorre a meio gaacutes eas mulheres dizem que haacute meses que natildeo conseguem dormirldquoporque natildeosabemos quando vamos ter de sairrdquo Isto natildeo eacute justo

c) Falta de preparaccedilatildeo das comunidades A iniciativa do CTV e doutras OSCsde esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processosde licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo por razotildeesque ainda natildeo conseguimos entender Tambeacutem natildeo conseguimos entendercomo eacute que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos pro-cessos Em vez do MICOA quem estaacute a desdobrar-se em esforccedilos de co-municaccedilatildeo com as comunidades eacute a Policia mas com objectivos diferentesdo fornecimento de esclarecimentos A Poliacutecia estaacute determinada a silenciare intimidar a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaccedilotildees queas possam apoiar e esclarecer e a assegurar que a empresa continue a fazercorta-matos aos procedimentos legais Existe muita pressa por parte daempresa em obter a licenccedila ambiental prevendo inclusivamente que issoaconteccedila ateacute ao m de 2013 ou iniacutecios de 2014 No entanto eacute importanteque se esclareccedila que se o processo do reassentamento for minimamente bem conduzido esta licenccedila dicilmente poderaacute ser obtida em menos de12 meses tal como armaram os proacuteprios consultores da empresa afectosao processo A menos que o MICOA abra mais exceccedilotildees

d) Resistecircncia no uso de Instrumentos de Gestatildeo Ambiental e de TerrasA legislaccedilatildeo do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territoacuterioindicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o de-senvolvimento sustentaacutevel com destaque para os planos de uso da terraEntre noacutes levantam-se duacutevidas sobre a maneira como estes instrumentosestatildeo a ser usados para informar atempadamente os processos de licen-

ciamento e para prevenir e minimizar con

itos entre os diferentes sectorese interesses sociais e econoacutemicos Em que medida eacute que estes instrumentosforam produzidos considerados e usados no licenciamento do projecto dePalma Estamos haacute 8 meses tentando perceber qual o ponto de situaccedilatildeodo Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que no iniacutecio do ano nosdisseram que estava em fase de nalizaccedilatildeo Natildeo conseguimos ateacute aquiobter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi eouestaacute sendo seguido para a sua elaboraccedilatildeo nem sobre o papel do Plano naorientaccedilatildeo das decisotildees sobre o local de implantaccedilatildeo das infraestruturasdos projectos de gaacutes Suspeitamos que se trata de um plano que quandofor aprovado natildeo teraacute outra opccedilatildeo senatildeo acomodar a realidade do terre-no em termos de ocupaccedilatildeo de terras ao inveacutes de orientaacute-la

O governo do Distrito comentou no iniacutecio do ano que estava muito preocu-pado com a demora na nalizaccedilatildeo do plano por parte do MICOA pois natildeotinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupaccedilatildeo de

terras recebidos como resultado da existecircncia do projecto de gaacutesEm nossoentender o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada dedecisotildees sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocar- bonetos e outros interesses econoacutemicos e sociais A previsatildeo de ocupaccedilatildeo dasterras das comunidades circunvizinhas agrave de Quitupo numa aacuterea de 18000hapara a construccedilatildeo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gaacutescom possiacutevel reassentamento dessas comunidades segundo comentaacuterios deteacutecnicos da ENH soacute nos pode fazer prever que a confusatildeo estaacute apenas no iniacute-cio A ENH arma que essas comunidades teratildeo de ser reassentadas porqueldquonunca teratildeo qualicaccedilotildees teacutecnicas para se integrarem na dinacircmica que seraacutecriada na aacuterea por isso teratildeo de sairrdquoO que signica isto Vamos comeccedilar a construir guetos para os ldquoexternos eestrangeirosrdquo afastando os ocupantes originaacuterios simplesmente porque satildeocamponeses e pescadores Camponeses e pescadores que sempre viveramnaquela regiatildeo vatildeo deixar de laacute poder continuar porque natildeo tecircm ldquoperlrdquopara viver em cidades modernas Vindo da boca de assessores do governoestas armaccedilotildees levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarccedilado deagente governamentalQuanto a noacutes e ateacute prova em contraacuterio natildeo existe qualquer justicaccedilatildeo danecessidade de reassentar nem os aldeotildees de Quitupo muito menos os ocu-pantes da aacuterea pretendida para a edicaccedilatildeo de uma cidadela industrial Eacuteperfeitamente possiacutevel e recomendaacutevel que estas pessoas sejam mantidas nassuas aacutereas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente seratildeoerguidos Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas em termosde dimensatildeo e necessidade de terra a prioridade da ocupaccedilatildeo dos espaccedilosprevistos para habitaccedilatildeo moderna e convencional deveraacute ser dada agraves pessoaslocais Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona porqueseraacute que os locais tecircm de sair Vamos permitir isto Defendemos a integraccedilatildeo

e priorizaccedilatildeo dos locais tanto na sua preparaccedilatildeo teacutecnica para o aproveita-mento das oportunidades de negoacutecios que os projectos estatildeo e continuaratildeo acriar como para a elevaccedilatildeo das suas condiccedilotildees de vida mantendo a coesatildeo eestabilidade social necessaacuterias para o seu desenvolvimento equilibradoContinuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidadeque ainda existe de serem projectos de referecircncia em termos de boas praacuteticase boa governaccedilatildeo ambiental social e econoacutemica Ao nosso governo soacute nosresta esperar que tome a lideranccedila na correcccedilatildeo dos erros cometidos para queos seus discursos sobre combate agrave pobreza promoccedilatildeo do desenvolvimento

rural e proteccedilatildeo das comunidades rurais natildeo continuem a ser contrariadospor exibiccedilotildees de fraudes burlas e coaccedilatildeo

4 Modelo de desenvolvimento democracia e justiccedila

Infelizmente o caso de Palma natildeo eacute o uacutenico onde agentes do governo lideramprocessos de tomada de decisatildeo em moldes que prejudicam as populaccedilotildeesSem educaccedilatildeo e acesso agrave informaccedilatildeo as pessoas do campo satildeo tratadas comoinexistentes sem caras sem voz sem espaccedilo e sem opiniatildeo Porque satildeo po- bres e analfabetas diz-se com desprezo como ouvimos o Comandante daPoliacutecia de Palma dizer ldquoas comunidades satildeo como crianccedilasrdquo pelo que natildeo haacutenecessidade de consultaacute-las ou entatildeo que ldquoas comunidades dizem uma coisahoje e amanhatilde esquecem-se do que disseramrdquo Seraacute mesmo Eacute que para noacutesos membros dessas comunidades satildeo como os nossos pais as nossas tias e osnossos avoacutes e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pes-soas ignorantes e estuacutepidas Vemos tudo menos pessoas que natildeo percebamos assuntos Vemos tudo menos pessoas amneacutesicas que se possam esquecerda notiacutecia de que amanhatilde poderatildeo acordar sem casaQuem se esqueceria deuma notiacutecia como estaEste e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o mo-delo de desenvolvimento que estamos a seguir sobre a nossa proacutepria iden-tidade e sobre a nossa noccedilatildeo de democracia Quando violentamos as nossascomunidades rurais sem quaisquer escruacutepulos por interesses individuais eexternos que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar Quando impe-dimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades quedemocracia e inclusatildeo estamos a praticar Quando impedimos que pessoasafectadas por projectos manifestem as suas preocupaccedilotildees e exijam os seusdireitos a que povo estamos a servir

5 A Poliacutecia como instrumento de intimidaccedilatildeo e coaccedilatildeo

Como resultado da divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo sobre legislaccedilatildeoambiental e gestatildeo de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comu-

nidades da Peniacutensula de Afungi estas comunidades passaram a ser interlo-cutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo ecom a empresa Este facto estaacute a desagradar profundamente todos os niacuteveisdo governo assim como a empresa Anadarko que reclama que ldquoantes as co-munidades natildeo levantavam nenhuma questatildeo e estavam satisfeitas com oprojecto mas de repente estatildeo a levantar questotildees e a mostrar muita resis-tecircncia agrave nossa presenccedilardquoEacute por isso que o Comandante da Poliacutecia do Distrito de Palma que apesar deter armado veementemente na presenccedila de membros da Plataforma da So-ciedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva no dia 18 de Se-tembro que eacute uma poliacutecia de todos os cidadatildeos parece ter assumido a missatildeoexclusiva de assegurar que os investidores natildeo sejam incomodados e que oprocesso do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade emenor perturbaccedilatildeo possiacutevel ainda que isso implique atropelos agrave lei De factoa poliacutecia local natildeo soacute manteacutem uma presenccedila quase diaacuteria nas aldeias lideran-do encontros de mobilizaccedilatildeo das comunidades a favor dos projectos de gaacutes

como tambeacutem se desdobra em noti

caccedilotildees e interrogatoacuterios a membros dasONGs a quem inclusivamente proiacutebe de realizar as suas actividadesDe quecirc eacute que as empresas tecircm medo para precisarem de escolta policial paracircularem nas aacutereas das comunidades onde natildeo haacute qualquer sinal de desor-dem ou violecircncia De quecirc eacute que o governo distrital tem medo para impedirque as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas deforma informadaApesar das ameaccedilas mal disfarccediladas incluindo ameaccedilas contra a integridadefiacutesica da sua DG o Centro Terra Viva manteacutem-se determinado a prosseguircom as suas actividades de divulgaccedilatildeo de legislaccedilatildeo e assessoria juriacutedica agravescomunidades rurais em Palma e noutros pontos do paiacutes e a denunciar irre-gularidades sempre que isso seja detectado Sempre estivemos e continuare-mos tambeacutem interessados e dispostos a registar reconhecer e publicitar casosde boas praacuteticas na atracccedilatildeo e implementaccedilatildeo de projectos de investimentosem aacutereas comunitaacuterias infelizmente ainda muito raros entre noacutes Em conjun-to com outras ONGs especialmente no acircmbito da Plataforma da SociedadeCivil sobre Recursos Naturais e Induacutestria Extractiva continuaremos a pro-curar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacionalou estrangeiro sejam concebidos licenciados e implementados com respeitopela legislaccedilatildeo nacional e priorizando o interesse nacional Os cidadatildeos destepaiacutes satildeo a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos eacute umaobrigaccedilatildeo legal e moral Por isso recorreremos a todas as instacircncias com-petentes para assegurar que tal aconteccedila e para que a legalidade e a justiccedilaprevaleccedilamO Gabinete Juriacutedico do CTV pode ser contactado atraveacutes do nuacutemero823002496 pelo email ctvtvcabocomz pelo nuacutemero xo 21416131 ou pelofax 21416134

() Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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SUPLEMENTO HUMORIacuteST

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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SUPLEMENTO2 Savana 18-10-2013Savana 18-10-2013

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

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i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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27Savana 18-10-2013 OPINIAtildeO

Fernando Manuel (texto)

Naita Ussene (Fotos)

e Naita Ussene fotos)e Naita Ussene (fotos)

Houve tempos em que tudo se fazia por amor agrave camisola Jogar futebol bas-quetebol nadar ou dar aulas de materialismo-dialeacutectico aos camponeses emRapale sob a luz de um candieiroHouve esses temposEu sou testemunha desses tempos

Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembedo Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumarsorumaConheci pessoas interessantes como Luiacutes Filipe Carvalho Mota vulgo Cheacute e passei tardesbonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a muacutesica dos Pingos de Chuvacom Filipe Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar

a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portugaacutelia comprar duas duacutezias de bananas comcerveja familiar 2MBons tempos

Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que quando se deu o quese deu no Uganda de Idi Amin Dada o Naiacuteta Ussene esteve laacute em 1979 e eacute aqui visto nacompanhia de dois militares 34 anos depoisFoi agoraO Idi Amin Dada jaacute foi O Naiacuteta ainda caacute estaacute entre noacutes e ainda se lembra do que aconte-ceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabirque era jornalista da Raacutedio Moccedilambique no meio de sono comeccedilou a gritar ldquoDirecta-mente de Kampala fala-vos Sulemane KabirldquoHaacute geacutemeos e geacutemeos Todos noacutes conhecemos alguns geacutemeos Normalmente satildeo muitocriativos Os irmatildeos Parruque satildeo muacutesicos que se celebrizaram com a muacutesica ldquoHi papainhankadheldquoPara dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que aliaacutes eacute

vulgarDe modo geral toda a gente que bebe tontonto ou tentaccedilatildeo ou caravela parece que carregaem si um estigma para natildeo falar de Chibuco o que eacute bom e de bom tom eacute beber whisky

mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregorE por falar em MacGregor vamos laacute ver o que eacute que estes ilustres senhores estatildeo a beberUns como Joseacute Tembe jornalista da Raacutedio Moccedilambique conseguimos ver que eacute cervejaE os outros Agostinho Milton conselheiro da Embaixada de Moccedilambique no QueacuteniaHenrique Banze vice-ministro dos Negoacutecios Estrangeiros Dickson Siyakulima em-presaacuterio moccedilambicano que vive no Uganda haacute mais de 30 anos que nos digamHaacute um bicho excepcional Eacute pulgaA pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu proacuteprio corpo e cria matequenhaA pessoa espanta-se ldquocomo eacute que eu tenho matenquenha se ando sempre calccediladoldquoA questatildeo eacute que a pulga salta e entra sempre no sapato depois salta e multiplica-se a custado sangue da viacutetima Pior que uma caraccedilaHaacute pessoas que sem ser pulgas nem caraccedilas tecircm essa grande vir tude de saber saltar e so-breviver agraves grandes crisesHouve um jornal chamado Fim-de-Semana outro chamado Popular houve um programachamado isso e aquilo Tudo acabou e as pessoas estatildeo vivas Mas bem vivasUm moacutedulo Leandro Poul e Ar lindo Lopes e Samira Chicalia satildeo o exemplo Aliaacutes comodiz Naiacuteta Ussene nenhuma mulher eacute feia Que o diga a minha matildeeO Fernando Lima esteve haacute pouco tempo na Sueacutecia O Fernando Lima em tempos tra-balhou na AIM Agecircncia de Informaccedilatildeo de Moccedilambique Nessa altura foi camarada dearmas de Seacutergio SantimanoO Seacutergio Santimano fotoacutegrafo estaacute agora radicado em Uppsala na Sueacutecia Foi um reen-contro E eacute bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar comodizem os marongas ldquomais importante do que ser bonito eacute ser conhecidoldquoA gente conhece-se

A gente conhece-se

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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IMAGEM DA SEMANA

Agrave HORA DO FECHOwwwsavanacomz

Foto Naiacuteta Ussene

18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

D i z - s

e D

i z - s e

Enquanto em Maputo a de-legaccedilatildeo da Renamo rompecom o diaacutelogo poliacutetico emprotesto contra a recusa do

Governo em aceitar a presenccedila de

facilitadores e observadores na saladas negociaccedilotildees em Sofala ele-mentos eis a Afonso Dhlakamae as Forccedilas de Defesa e Seguranccedila(FDS) continuam envolvidos em

violentos conf rontos situaccedilatildeo queameaccedila agudizar a actual tensatildeopoliacutetico-militar que reina no paiacuteshaacute pouco mais de um anoO episoacutedio mais fresco da refregaentre as duas forccedilas teve lugar namadrugada de saacutebado passado nalocalidade de Samacueza distritode Muanza proviacutencia central deSofala Homens armados supos-tamente da Renamo assaltaram

um posto policial tendo causadobaixas nas forccedilas governamentais elevado consigo material beacutelicoSamacueza ca a cerca de 80 km dacidade da Beira capital provincialde Sofala local onde o Presidenteda Repuacuteblica Armando Guebuzaaterra proacutexima segunda-feira paradar iniacutecio a mais uma PresidecircnciaAberta e Inclusiva Acredita-seque seraacute nesta proviacutencia que o PR

visita de 21 a 24 de Outubro ondedeveraacute ter lugar a tatildeo almejada ci-meira Guebuza-Dhlakama

Aversatildeo aos pleitos

eleitoraisEntretanto o presidente do Ob-

ldquoTensatildeo eleitoral pode trazer aversatildeo agraves eleiccedilotildeesrdquo

servatoacuterio Eleitoral (OE) Reve-rendo Dinis Matsolo consideraque a actual crise poliacutetico-militarpode criar aversatildeo dos cidadatildeosaos pleitos eleitorais ldquopois natildeo haacutegarantias de um processo paciacuteficoface agraves ameaccedilas que estatildeo a surgirrdquoMatsolo acredita que caso esta si-tuaccedilatildeo natildeo seja ultrapassada corre--se o risco de as eleiccedilotildees terem ele-

vados iacutendices de abstenccedilotildees factoque de certa maneira vai enfraque-cer os dirigentes por saberem queforam eleitos um universo popula-cional natildeo representativoNo entender de Matsolo natildeo bastaapenas afirmar que tudo seraacute feitopara que as eleiccedilotildees decorram comnormalmente enquanto haacute mortesque se verificam no paiacutes devido agravetensatildeo que se viveldquoEacute preciso que haja garantias clarasde ambas as partes de modo que ocidadatildeo esteja a vontade para parti-cipar nas eleiccedilotildeesrdquo notou Matsolo

que nos uacuteltimos dias tem se des-dobrado entre Maputo e Satunji-

ra num esforccedilo para aproximar asduas partes

Diaacutelogo deve trazerresultados

Em conversa com o SAVANAnesta terccedila-feira Matsolo demons-trou total inconformidade com oactual rumo do diaacutelogo poliacuteticoentre o Governo e a RenamoldquoParece-me que as duas partes reuacute-nem-se apenas para obter impassese a cada dia extremam mais as suasposiccedilotildees de modo a cansar a con-traparterdquo frisou Matsolo apelandoagraves duas partes a enveredar por umacultura de diaacutelogoMatsolo entende que o diaacutelogo eacutea uacutenica via possiacutevel para a resolu-ccedilatildeo de diferendos o que significaque eacute preciso aproveitar da melhormaneira os encontros que se rea-lizam todas as segundas-feiras noCentro de Conferecircncias JoaquimChissanoldquoEm nada valeraacute deixar o sanguederramar para depois recorrer no-

vamente ao diaacutelogo para a busca deconsensosrdquo disseNo que toca agraves proposta do Ob-servatoacuterio Eleitoral para composi-ccedilatildeo dos oacutergatildeos eleitorais Matsolodeclinou entrar em detalhes masem nome da paz admitiu que a suaorganizaccedilatildeo aplaude um reajusta-mento do calendaacuterio eleitoral para

permitir que todos entrem em jogocom regras claras e consensuais

bull Em Angola a tecnologia israelita foi a desgraccedila de JonasSavimbi localizado nas matas do Moxico atraveacutes

das comunicaccedilotildees do seu telefone-sateacutelite Em

Moccedilambique uma novel empresa israelita estaacute a pocircr a suatecnologia agrave prova oferecendo serviccedilos agraves operadoras moacuteveispara localizar as chamadas originadas pela uorescente induacutes-tria dos raptos Haacute business para todos hellip

bull Mesmo assim aqueles que um dia foram atraiacutedos pela matildeoestendida de um presidente que diziam do deixa-andar as-sustados com os raptos que lhe baterem agrave porta extemporane-amente parece estarem a fazer a viagem de regresso deixan-do para traacutes o impeacuterio do arroz e a arte do import-export Omagniacutefico que jaacute experimentou o fausto das andanccedilas eleito-rais espera natildeo ser afectado pelos ventos da debanda hellip

bull Por causa dos ventos kamba Zeacutedu que jurou um dia que eratempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso natildeo estaacutesatisfeito que o judiciaacuterio tuga ainda mantenha a sua separa-ccedilatildeo dos outros poderes mesmo que um representante do exe-cutivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-matildeo de vassalagemComo ainda haacute imprensa que natildeo foi comprada pelos petro--doacutelares Zeacutedu implacaacutevel acha que natildeo haacute parceria possiacutevelcom o paiacutes que via em Luanda a sua taacutebua de salvaccedilatildeo Laacute dizo ditado de tanto se abaixar hellip

bull O que corre mal para uns eacute uma benesse para outros devecogitar o nosso jovem tigre solitaacuterio vendo mais de longe oterminal de carvatildeo que um dia sonhou construir com os seusamigos brasileiros Como no ministeacuterio que decide habitaagora um comissaacuterio da casa branca correm de novo de feiccedilatildeoos ventos a favor do primogeacutenito que com a ajuda chinesa

quer mesmo o carvatildeo a sair do porto que natildeo haacute dragagem queo safe Algueacutem jaacute disse um dia o Estado sou eu hellip

bull Por isso se podem construir estoacuterias fantasiosas de conspira-dores goeses e tiros natildeo menos fantasiosos sobre o general doprimeiro tiro Seraacute tanta sujeira necessaacuteria para abrir alas agraveimposiccedilatildeo do candidato para 2014

Em voz baixabull Um ex-jogador mediano feito treinador de representantes de

electricidades puacuteblicas foi expulso da paacutetria amadapor ter dito entre outras coisas que um par de

escribas se vendia por um prato de sopa Por quantose vendem outros escribas que oferecem as suas paacuteginas paraataques racistas a soldo do velhonovo porta-voz da peacuterola doIacutendico

- Reverendo Dinis Matsolo

Por Argunaldo Nhampossa

ldquoEncontro Guebuza-Dhlakama natildeo eacute varinhamaacutegicardquoPor trecircs vezes este ano uma equipado Observatoacuterio Eleitoral escalouSatunjira onde se reuniu com oliacuteder da Renamo Afonso Dhlaka-ma por forma a traccedilar estrateacutegiaspara ultrapassar a tensatildeo poliacutetico--militar reinante no paiacutes O Obser-

vatoacuterio Eleitoral tambeacutem manteveencontros com o PR ArmandoGuebuza

Matsolo fez notar que a sua orga-nizaccedilatildeo estaacute a trabalhar para viabi-

lizar a cimeira Guebuza-Dhlaka-ma mas reconheceu que haacute aindabarreiras por ultrapassarO Reverendo tambeacutem eacute de opiniatildeoque o encontro pode concorrer paradesanuviar a actual tensatildeo poliacutetico--militar no paiacutes poreacutem reconheceque ldquonatildeo eacute uma varinha maacutegicardquoMatsolo aanccedilou ao SAVANA queneste momento aguardam nos proacute-

ximos dias uma audiecircncia com oPR para apresentarem as propostasde Afonso Dhlakama recolhidas napassada sexta-feira em Satunjira

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS

EVENTOS

Maputo 18 de Outubro de 2013 bull ANO XX bull No 1032

todas as sextas-feiras agraves 20h30min comFernando Lima e Leonardo Chauacuteque

A AJCA (Associaccedilatildeo JuvenilContra a Pobreza Absoluta)elegeu recentemente a em-presa Aacutegua da Namaacha

propriedade da Sociedade de Aacuteguasde Moccedilambique como a MelhorMarca do Ano

Este Preacutemio entregue no uacuteltimo dia11 de Outubro no decurso da GalaNacional de Personalidades 2013 emhomenagem ao Dr Rosaacuterio Fernan-des Presidente da Autoridade Tribu-taacuteria de Moccedilambique por ocasiatildeo do

10ordm Aniversaacuterio da AJCA vem maisuma vez colocar a marca no topo dasmarcas moccedilambicanas como prove-dora de profissionalismo e de cresci-mentoGani Omar Jr responsaacutevel pelo sectorGES20 em representaccedilatildeo da Socie-dade de Aacuteguas de Moccedilambique refe-riu na ocasiatildeo ldquofoi uma honra recebero galardatildeo que elege a Marca Aacutegua daNamaacha como a Melhor do ano naminha opiniatildeo o preacutemio eacute um esforccediloconjunto e crescente de uma equipaaltamente profissional e motivadardquoGani Jr referiu ainda que ao ser con-

Aacutegua da Namaacha cont inua

a somarsiderada a Melhor Marca do Ano aAacutegua da Namaacha que tem sido me-recedora de vaacuterias premiaccedilotildees vecirc as-sim valorizado o seu esforccedilo e qualida-de de desempenho interpretando estepreacutemio em concreto como de grande

valor pelo empenho que a Marca temcolocado no apoio ao desenvolvimen-to nacionalPara a AJCA estaacute afeiccedilatildeo foi sim-plesmente merecida em virtude daavaliaccedilatildeo de indicadores valorativosem termos de acccedilatildeo directa e indirec-ta na aacuterea da responsabilidade social

inovaccedilatildeo em produtos ndash onde se des-tacam os roacutetulos com pormenores daobra do Mestre Malangatana e a linhaNamaacha Juacutenior que pretende in-centivar os mais jovens a consumiremaacutegua mineral com grandes benefiacuteciospara a sauacutede e para o desenvolvimen-to sustentado do paiacutes atraveacutes da boaformaccedilatildeo dos seus recursos humanosndash e elevaccedilatildeo do nome valores e orgu-lho nacional E ainda considera quea marca tem grande meacuterito por cada

vez mais se assumir como uma refe-recircncia nacional em Moccedilambique e nomundo

O parque imobiliaacuterio na cidadede Maputo poderaacute crescer apartir do primeiro trimestrede 2016 data limite para a

entrega do Plutinum Beyond Timecuja construccedilatildeo teve iniacutecio a 16 deAgosto do ano em curso

Trata-se de um conjunto de mora-dias e escritoacuterios orccedilado em cerca deUSD40 milhotildees que estaacute a cargo doGrupo empresarial de origem por-tuguesa Promovalor Investimentosespecializado na aacuterea imobiliaacuteria queabarca os serviccedilos de escritoacuterios e ar-mazeacutens assim como hoteacuteis e risortsNo mercado nacional desde Novem-bro de 2012 a Promovalor Investi-mentos Moccedilambique iniciou a cons-truccedilatildeo do referido edifiacutecio em parceriacom a Rioforte uma sociedade de in-vestimentos do Grupo Espiacuterito Santoe com o Grupo MMD parceiro localSegundo o administrador do Gru-

po Promovalor Investimentos TiagoVieira o Platinum marca a entradadeste grupo no mercado moccedilambica-

Conjunt o habit acional cresce como Edi f iacutec io Pla t inum

no assim como traduz de forma claraa qualidade e perspectiva dos projec-tos habitacionais adequando a sua ar-quitectura agrave modernidade do parqueimobiliaacuterio e fundamentalmente agraverealidade do espaccediloPor seu turno Frederico Valsassinaarquitecto responsaacutevel pelo projec-to do referido ediacutefico fez saber quea grande preocupaccedilatildeo ao concebereste empreendimento foi nos cuida-dos no ponto de vista ecoloacutegico paraaleacutem da sua mobilidade multifuncio-nal com os mais elevados padrotildees dequalidade combinando deste modo acomponente residencial denominadaPlatinum Residences e a componenteescritoacuterios Platinum CorporateO Plutinum Beyond Time depois deedificado contaraacute com 58 apartamen-tos distribuiacutedos em tipo 1 (T1) T2

T3 e T4 parque de estacionamentoprivado espaccedilos para lazer e comer-ciais nomeadamente Club Platinum

e Platinum Shops proporcionandocerca de 1000 empregos directos e in-directos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS2

Cerca de 480 visitantes diaacuteriossatildeo esperados para a 3ordf edi-

ccedilatildeo do Festival de vinhos aacontecer nos proacuteximos dias24 25 e 26 do mecircs em curso numadas estacircncias hoteleiras do paiacutes

Trata-se de um evento organizadopela DK Eventos que tem comopatrocinador oficial o First NationalBank (FNB) onde a grande novidadepara a presente ediccedilatildeo passaraacute a asso-ciar a habitual degustaccedilatildeo de vinhos aaperitivos e jazz como seraacute o caso dasala ldquoWine Jazz and food rdquo onde asprovas seratildeo feitas em privadoKelvin Inaacutecio representante da DKeventos disse durante o lanccedilamentodo referido festival que vem impul-sionar ainda mais o mercado de vi-nhos no paiacutes e natildeo soacute como tambeacutempossibilita o crescimento da produ-tividade dos fabricantes factor esteajuda e dinamiza o potencial econoacute-micoldquoApesar da afinidade cultural quemuitas vezes pesa na hora da escolhade um vinho para o de origem portu-guesa jaacute se tem desmistificado devidoao alto grau de qualidade de outrosprodutores como eacute o caso dos vinhossul-africanos chilenosrdquo enfatizouInaacutecioPor seu turno o representante da

FNB III Wine Festival c om dat a marcada

Mercury Joatildeo Lopes referiu a im-portacircncia de eventos desta natureza

como sendo uma oportunidade paraos comerciantes do vinho e seus deri- vados darem a conhecer o que de me-lhor tem na sua adega com o uacutenicoobjectivo de conquistar o consumidorcom a qualidade e o requinte de umbom vinho

Jaacute em outro desenvolvimento o re-

O portal SAPO Moccedilam-bique acaba de inovar asua plataforma mobileoferecendo a todos os

seus utilizadores uma nova versatildeomobile desenvolvida para ofere-cer a todos os utilizadores umamelhor experiecircncia de utilizaccedilatildeoe de interactividade

A sua missatildeo como provedor deinformaccedilatildeo eacute dar seguimento agravesnovas tecnologias e novas ten-decircncias do mercado assim comoacompanhar a sua evoluccedilatildeo pro-porcionando ao utilizador opor-tunidade de desfrutar de todo oconteuacutedo do SAPO indepen-

dentemente do equipamento queestiver a usarO SAPO Moccedilambique mobi-le pretende oferecer aos clientesuma total comodidade na suautilizaccedilatildeoA versatildeo mobile do SAPO Mo-ccedilambique agora disponiacutevel parasmartphones tem como novo eprincipal enfoque a oferta de ummaior nuacutemero de imagens e deum maior dinamismo enquantopara os restantes equipamentosa aposta faz-se ao niacutevel da rapi-

Nova versatildeo do ServiccediloSapo M obi le

dez de acesso e da compilaccedilatildeoda informaccedilatildeo permitindo umacesso directo ao que se pre-tende verNesta versatildeo mobile o SAPOaposta essencialmente na ofer-ta de conteuacutedos de Multimeacutediae Lifestyle Txiling (Muacutesica eFestas) Viacutedeos e Fotos Ho-roacutescopo Desporto Receitase Mulher (Moda DecoraccedilatildeoCarreira)

A caminho da comemoraccedilatildeodo seu deacutecimo aniversaacuterioo Moccedilambique Fashion

Week reconhece o seu papelna sociedade em que estaacute inseridacomo tambeacutem pretende ser veiacuteculode promoccedilatildeo de novas ideias novasplataformas Surpresas atraacutes de sur-presas inovaccedilotildees e crescimento quea mesma tem vindo semear ano apoacutesano o MFW na sua nona ediccedilatildeo natildeofaraacute diferente Em conferecircncia deimprensa no iniacutecio da semana Vas-co Rocha Director Geral da DDBagecircncia responsaacutevel pelo MFW enu-merou algumas das novidades queiratildeo acontecer na altura mais quentedo ano Na semana de moda a ocorrerde 28 de Novembro a 8 de Dezem-bro iratildeo desfilar cerca de 100 estilis-tas entre nacionais nas categoria de

Young Designers e Estabelecidosestilistas Internacionais e os Pan--africanos sem esquecer do concursoMFW School que vai envolver algu-mas escolas da capital ldquoe quem sabede mais uma ou duas proviacutenciasrdquo as-sim confirmou RochaEste ano o Vodacom MozambiqueFashion Week propotildee aos estilistas

VM FW a cam inho dos 10 anosque faccedilam roupas para crianccedilas etambeacutem no tamanho XXL ldquopoacutes aocontraacuterio do que se pensa a modadeve ser feita para todos e o conceitode descriminaccedilatildeo deve ser afastadodeste eventordquo disse Rocha O mesmoavanccedilou igualmente que seratildeo desa-fiados os vaacuterios amantes da fotogra-fia para que possam captar das ruasas vaacuterias formas de moda urbana ourural para que possam ser expostasdurante o showPara a Vodacom que comemora esteano os seus 10 anos de existecircncia emMoccedilambique estar aliada ao cres-cimento do Mozambique Fashion

Week eacute acreditar que tudo eacute possiacute- vel A vodacom aliou-se agrave semana demoda em Moccedilambique um ano apoacuteso seu surgimento ldquoe como sempreacreditou que o projecto ia longerdquo as-sim disse Claudia Chirindza repre-sentante da Vodacom certificandoque para o ano estaratildeo de matildeos dadascom MFW para juntos verem o fogode artiacutecio dos 10 anosComo a Moda eacute festa educaccedilatildeo cordanccedila e interacccedilatildeo o Vodacom Mo-zambique Fashion Week vai surpre-ender a todos com muito mais no-

vidades ldquoEsteano mudaacutemosum pouco oconceito doVMFW temosno leque mui-tas novidadespois este eacute onosso objecti-

vo - inovaccedilatildeoe irreverecircncia acada anordquo ter-minou VascoRocha

Edson Bernardo

presentante do FNB Warren Adamsfrisou que a sua instituiccedilatildeo abraccedila

esta iniciativa pois natildeo soacute se preocu-pa com nuacutemeros como tambeacutem emse socializar com as pessoas e que oFNB Wine Festival serviraacute tambeacutemcomo uma oacuteptima oportunidade paraestabelecer parcerias de negoacutecios en-tre os expositores e empresariado lo-cal envolvidos na comercializaccedilatildeo de

vinhos

I l e c

V i l a n c u

l o

D urante o periacuteodo201112 cerca de 2800pessoas perderam vidano paiacutes devido agrave malaacute-

ria pelo facto de o Ministeacuterio daSauacutede (MISAU) natildeo ter execu-tado o seu programa de pulveri-zaccedilatildeo intradomiciliar por forma acombater os mosquitosDe acordo com Graccedila Matsi-

nhe directora do Programa Na-cional de Controlo da Malaacuteria(PNCM) estes dados represen-tam uma subida de cerca de 10de casos quando comparadoscom igual periacuteodo de 201011Matsinhe que falava na passadasexta-feira no decurso do lan-ccedilamento da campanha nacionalde pulverizaccedilatildeo no povoado de

Tchemanine posto administra-tivo de Chidenguele na proviacuten-cia de Gaza refere que devido agravechegada tardia de insecticidas eproblemas logiacutesticos para distri-buiccedilatildeo natildeo foi possiacutevel realizar acampanha de pulverizaccedilatildeo ano

passado e as consequecircncias foramdesastrosaslaquoApelamos a todas as famiacuteliaspara aderirem ao programa dei-

xando os nossos teacutecnicos pulve-rizarem as casas como forma deprevenir casos de malaacuterias e re-duzir as mortes que advecircm destadoenccedila que mais vidas ceifa nopaiacutesraquo disseSegundo Matsinhe eacute preciso queas populaccedilotildees ganhem consciecircn-cia que esta doenccedila pode ser pre-

venida atraveacutes da pulverizaccedilatildeo

M ISAU lanccedila campanha de pul verizaccedilatildeoPor Argunaldo Nhampossa

uso da rede mosquiteira o que poderesultar na reduccedilatildeo de longas filas nasunidades sanitaacuterias e concorrer namelhoria da prestaccedilatildeo dos serviccedilos desauacutede no paiacutesDeste modo a presente campanhaespera abranger cerca de dois milhotildeesde famiacutelias em 58 distritos do paiacutesPor sua vez o Ministro de SauacutedeAlexandre Manguele que fez o lan-

ccedilamento da campanha considera quea escolha de povoado eacute estrateacutegicana medida em que estes tecircm sido osmais afectados pelos casos de malaacute-ria Por outro lado disse que o en-

volvimento dos liacutederes comunitaacuteriosneste tipo de acccedilotildees surge como umdos resultados das recomendaccedilotildees doconselho coordenador visto que elestecircm um grande poder de persuasatildeonas comunidadesPara simbolizar o lanccedilamento dacampanha de pulverizaccedilatildeo 201314Manguele escalou quatro residecircnciasdo povoado de Tchemanine incluin-do a do liacuteder comunitaacuterio onde expli-cou os chefes de famiacutelias que aquelas

campanhas visam prevenir a malaacuteriae combater o mosquito sendo queuma das preocupaccedilotildees do MISAU eacutereduzir ateacute mais da metade os iacutendi-ces da doenccedila provocada pela picadado mosquito e pede a colaboraccedilatildeo detodosDe seguida instou todos os liacutederescomunitaacuterios do distrito de Manja-caze presentes no evento para fazema reacuteplica da sua mensagem nos res-pectivos povoadosEstes por sua vez demonstraram suatotal disponibilidade em apoiar os

agentes pulverizadores para que acampanha tenha sucesso

Continuar com diaacutelogo francoe abertoSob o lema laquoo nosso maior valoreacute a vidaraquo decorreu agrave margem dolanccedilamento da campanha nacio-nal de pulverizaccedilatildeo o 38ordm Con-selho Coordenador do MISAUpor sinal o primeiro fora da cida-de de Maputo onde passaram emrevista os principais problemas edesafios desta instituiccedilatildeoDurante o encerramento doevento o ministro de Sauacutede Ale-

xandre Manguele congratulouos trabalhadores que de formaabnegada garantiram o normalfuncionamento das instituiccedilotildeesde sauacutede durante a greve da classemeacutedica e nas cheias que assola-ram o paiacutesManguele disse que o MISAU

vai continuar a apostar num di-aacutelogo franco e aberto como me-lhor forma para resoluccedilatildeo dos

problemas que assolam a insti-tuiccedilatildeoApontou tambeacutem que apesarda sua instituiccedilatildeo ter registadomuitos avanccedilos no que toca aocumprimento das metas traccediladasainda haacute muitos desafios por en-frentar principalmente nas aacutereasde apoio ao sistema e na qualida-de das actividades Assim apelou aos profissionaisde sauacutede para natildeo se deixarem le-

var pelos avanccedilos e se esqueceremdos desafios

ldquoWine Jazz and food rdquo onde as provas satildeo feitas em privado

Por Neacutelia Jamaldime

Vasco Rocha garante que vatildeo des lar cerca de 100 estilistas en- tre nacionais nas categorias de Young Designers e Estabelecidos

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS 11

O

Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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Savana 18-10-2013EVENTOS EVENTOS12

E

ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

bricado um memorando de entendi-

M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos

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Banco ProCredit afirmater investido mais de 500milhotildees de meticais parafinanciamento agraves Pequenas

e Meacutedias Empresas PMEs de Ja-neiro a esta parte

Para dar maior suporte agraves PMEsna sazonalidade que caracteriza ouacuteltimo trimestre do ano o bancodiz ter adicionalmente agrave disposiccedilatildeopara esta camada mais 400 milhotildeesde meticais As taxas de juros satildeo

ProCredit investe pert o de cem mi lhotildees em PM Esestabelecidas em funccedilatildeo das carac-teriacutesticas especiacuteficas do creacuteditoPor outro lado a maturidade e o re-embolso satildeo especificamente adop-

tados para atender a capacidade depagamento e necessidade especiacutefi-cas do negoacutecio financiadoO ProCredit considera que a actu-al conjuntura macro econoacutemica dopaiacutes traz consigo inuacutemeras oportu-nidades e relevacircncia para o desen-

volvimento das PMEs como formade diversificar a base de produccedilatildeo

a criaccedilatildeo do emprego e formaccedilatildeode pessoal desempenhado destaforma um papel importante no de-senvolvimento econoacutemico e social

do paiacutesE eacute nesta prisma que o ProCreditorgulha-se de ser o primeiro ban-co operacionalmente orientadopara o desenvolvimento das PMEsem Moccedilambique Para aleacutem daactividade de financiamentos ba-seada numa anaacutelise tomando emconta as condiccedilotildees especiacuteficas decada cleinte o banco oferece umagama de serviccedilos a preccedilos acessiacute-

veis desenhados especificamentepara a satisfaccedilatildeo das necesidadesquotidianas destas empresas in-cluindo contas correntes chequestransferecircncias nacionais e interna-cionais compra e venda de moedaestrangeira cartatildeo VISA seguroeBanking e muito mais

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rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

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M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

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formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

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Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

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ram oito horas da manhatilde douacuteltimo saacutebado quando pes-soas de todas as faixas etaacute-

rias vindas de quase todas asdirecccedilotildees dos bairros de Hulene eLaulane com andar perfilado e ale-gre que soacute ganha comparaccedilatildeo emum conjunto de formigas nas suasescavaccedilotildees partiram com destino agraveescola Primaacuteria da Imaculada O ob- jectivo era para assistirem o fim doseu sofrimento O salatildeo foi minuacutescu-lo para acolher mais de 500 pessoasque afluiacuteram ao recinto escolar paraacompanharem o processo do encer-ramento da lixeira de Hulene Juacutelio Pacule teacutecnico de Fundo Na-cional do Ambiente (FUNAB)asseverou ao SAVANA que no 1ordmsemestre do proacuteximo ano vai ser ru-

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M oradores de Hulene sent em-se enganados pelo M unic iacutepio

mento entre os governos moccedilambi-cano e sul-coreano para construccedilatildeodo aterro avaliado em USD60 mil

onde a parte moccedilambicana vai parti-cipar em 20 por cento e os restantes80 por cento da contraparte sul--coreanaAquele representante garantiu que oMuniciacutepio jaacute concedeu um DUATde 100 hectares para se erguer oaterro sanitaacuterio em Matlhemele naMatola para servir os dois municiacute-piosO discurso de Pacule tirou forccedilasaos moradores que estavam esperan-ccedilados em ver a lixeira a passar paralonge das suas residecircnciasRicardo Armando um dos residen-tes do bairro de Hulene haacute 18 anosdesesperou-se ao ouvir tais pronun-

ciamentos ldquoAfinal natildeo era para in-

formar que vatildeo encerrar no proacuteximomecircs ou depois do proacuteximo mecircsrdquolamentou

O processo de encerramento da li- xeira vai concretizar-se depois daconstruccedilatildeo do aterro sanitaacuterio du-rante esse tempo a populaccedilatildeo vaicontinuar a conviver com o lixoimundiacutecie e os problemas que daiacuteadvecircm Dentre esses problemas des-tacam-se as doenccedilas endeacutemicas taiscomo a coacutelera e malaacuterialdquoA saiacuteda da lixeira depende da exis-tecircncia do aterro sanitaacuteriordquo disseDomingos Chivambo Director--adjunto da Salubridade e Sanea-mento Para minimizar a situaccedilatildeodiz Chivambo ldquoestamos a funcionarcom maacutequinas pesadas no sentido decompactar o lixordquo

Questionado sobre o estaacutegio do con-

curso internacional para operaccedilatildeo doencerramento da lixeira Chivambodemonstrou desconhecer o tal con-curso

Agostinho Fernando teacutecnico do

Hermenegildo Timana

Ministeacuterio do Ambiente avanccedilaque ainda se estaacute a realizar estudosambientais o que demonstra umaclara contradiccedilatildeo com os pronun-ciamentos dos seus pares

Lembre-se que em 2007 foram di- vulgados resultados de impacto am-biental onde se fixou o seu segundotempo de vida que termina em 2014A lixeira de Hulene foi concebidacinco anos antes da independecircncianacional para que funcionasse du-rante 25 anosContudo hoje 13 anos depois dofim do prazo a lixeira continua areceber diariamente entre 750 e 800toneladas de lixoldquoEstamos a fazer o nosso trabalhoque eacute pressionar o governo a encer-rar a lixeira pois traz consequecircnciasnefastas agraves pessoas que vivem naszonas circunvizinhasrdquo disse Mauriacute-

cio Sulila oficial de poliacuteticas puacutebli-cas da Livaningo uma organizaccedilatildeonatildeo governamental vocacionada agravedefesa do meio ambiente Sulila fa-lou igualmente dos avanccedilos teoacutericosou seja criaccedilatildeo de uma equipa teacutec-nica da Livaningo que vai monitor oprocesso de encerramentoldquoQuero saber quando vatildeo encerrar alixeira porque estatildeo sempre a dizerproacuteximo ano esse proacuteximo ano nun-ca chegardquo lamentou Cristalina que vive ao peacute da lixeira A separaccedilatildeo dacasa da Cristalina com a lixeira eacute deapenas um metro Outro residenteinterrompeu Cristalina e aos gritoslevantou-se ldquoAcordem meus irmatildeosisso cheira a mais uma campanha

camuflada visto que as eleiccedilotildees seavizinham Mas estatildeo enganadosnatildeo conteacutem com meu votordquo avisouNicolino Mangave estudante de-fende poreacutem que a demora paraencerrar a lixeira mostra a falta desensibilidade do executivo Haacute maisde 13 anos que se fala do encerra-mento mas ateacute entatildeo nada se resolveMangave fez notar que a lixeira eacuteum verdadeiro atentado agrave sauacutede puacute-blica e devia merecer prioridade degovernaccedilatildeo mas ldquoo que vemos eacute quede mandato em mandato se esquecedo problema da lixeira Acho que osnossos governantes natildeo tecircm a sen-sibilidade necessaacuteria para perceber

o sofrimento que as populaccedilotildees aoredor passamrdquoE questiona Mangave estudanteda educaccedilatildeo ambiental na UEMldquoConvido a ver a parte traseira dalixeira o lixo estaacute a uma altura acimadas casas uma chuva torrencial ar-

Morador es de Hulene e Laulane numa ldquoguerrardquo haacute 13 anos