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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO – PATO BRANCOCOLÉGIO ESTADUAL MONTEIRO LOBATO – EFM
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
PPP elaborado em cumprimento às orientações relativas ao processo de reformas político-educacionais no Estado do Paraná.E.E. C. R. – E.F / NRE / SEED.
Coronel Domingos Soares, Setembro de 2010.
2
ÍNDICE
1. APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 4
2. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 6
2.1. IDENTIFICAÇÃO......................................................................................................... 6
2.2. LEGISLAÇÃO............................................................................................................... 6
2.3. ASPECTOS HISTORICOS .......................................................................................... 6
2.4 ESPAÇO FISICO ......................................................................................................... 7
2.5 OFERTA DE CURSOS E TURMAS .......................................................................... 7
2.6 ENSINO FUNDAMENTAL ....................................................................................... 7
2.7. POPULAÇÃO ............................................................................................................ 8
2.8. RECURSOS HUMANOS .......................................................................................... 8
3. OBJETIVOS .............................................................................................................. 9
3.1. OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 9
3.2.BJETIVOS ESPECIFICOS.......................................................................................... 9
4. MARCO SITUACIONAL ............................................................................................. 10
5. MARCO CONCEITUAL .......................................................................................... 19
5.1 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE ........................................................................... 19
5.2. CONCEPÇÃO DE HOMEM ................................................................................... 21
5.3. CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO ........................................................................... 21
5.4. CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO .................................................................. 24
5.5. CONCEPÇÃO DE ESCOLA ................................................................................... 25
5.6.CONCEPÇÃO DE ENSINO APRENDIZAGEM .................................................... 25
5.7. CONCEPÇÃO TÉCNOLOGICA ............................................................................ 26
5.8. CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO ........................................................................... 27
5.9. CONCEPÇÃO DE RECUPERAÇÃO ...................................................................... 30
5.10. CONCEPÇÃO DE INCLUSÃO ............................................................................. 30
6. CRITERIOS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DA ESCOLA ................................ 37
7. PRINCIPIOS DE GESTÃO DEMOCRATICA ........................................................ 38
8.. O CURRICULO DA ESCOLA PUBLICA ............................................................... 40
8.1. DINÂMICA DO CURRICULO ................................................................................ 40
8.2. O TRABALHO PEDAGOGICO ............................................................................... 41
8.3 CONFIGURAR A MATRIZ TEORICA ................................................................... 41
3
9. O TRABALHO COLETIVO ...................................................................................... 44
9.1. PRÁTICA TRANSFORMADORA ............................................................................ 44
9.2 O QUE A ESCOLA PRETENTE DO PONTO DE VISTA PEDAGOGICO ............ 44
9.3.DIVERSIDADE........................................................................................................... 45
9.4. DESAFIOS EDUCACIONAIS................................................................................... 47
9.5 EDUCAÇÃO FISCAL ................................................................................................. 48
10..INTÂNCIAS COLEGIADAS ...................................................................................... 49
10.1. APMF ........................................................................................................................ 49
10.2. CONSELHO ESCOLAR ........................................................................................... 50
10.3. GRÊMIO ESTUDANTIL............................................................................................ 50
10.4. CONSELHO DE CLASSE ........................................................................................ 52
11.. MARCO OPERACIONAL ........................................................................................ 53
11.1 REDIMENCIONAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
PEDAGOGICO...................................................................................................................... 53
112. TIPO DE GESTÃO .................................................................................................... 54
11.3PAPEL ESPECÍFICO DE CADA SEGMENTO DA COMUNIDADE ESCOLAR.... 54
11.4. RELAÇÃO ENTRE ASPECTOS PEDAGÓGICOS E ADMINISTRATIVOS ........ 55
11.5 O PAPEL DAS INTÂNCIAS COLEGIADAS ........................................................... 55
11.6. RECURSO QUE A ESCOLA DISPÕE PARA REALIZAR SEU PROJETO .......... 55
11.7. CRITERIOS DE ELABORAÇÃO DO CALENDÁRIO ESCOLAR......................... 56
11.8.CRITERIOS PARA A ORGANIZAÇÃO E UTILIZAÇAO DOS ESPAÇOS
EDUCATIVOS.................................................................................................................. 56
11.9. CRITERIOS PARA ORG. DE TURMAS E DISTRIBUIÇÃO POR PROFESSOR EM
RAZÃO DE ESPECIFICIDADES ................................................................................... 56
12. DIRETRIZES DAS ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES E DO PROJETO
POLÍTICO PEDAGÓGICO................................................................................................. 56
12.1.AVALIAÇÃO PESSOAL DOCENTE E NÃO DOCENTE........................................ 56
12.2. CURRICULO .............................................................................................................. 56
12.3. ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES ............................................................ 57
12.4. PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO..................................................................... 57
12.5. PRÁTICAS AVALIATIVAS ................................................................................... 57
13.. REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 59
14. ANEXO....................................................................................................................... 62
4
1. APRESENTAÇÃO
O Projeto Político-Pedagógico (PPP) compreende a organização, construção e ação
coletiva da comunidade escolar com vistas à realização do trabalho pedagógico de modo
democrático, participativo e transformador, tendo como objetivo geral à instauração de uma
sociedade mais justa e igualitária. Para SEVERINO (1998), a elaboração e a execução do PPP
devem estar vinculadas a um projeto histórico e social, de maneira que haja um
entrecruzamento do projeto coletivo da sociedade com os projetos pessoais e existenciais de
educando e educadores. Este entrecruzamento se dá na instituição escolar.
SAVIANI (1992) considera a escola a instituição que proporciona à criança, jovem ou
adulto o acesso ao saber sistemático, produzido historicamente pela humanidade. Nesse
sentido, há que se levar em conta à inter-relação das dimensões pedagógica e política, e suas
especificidades no decorrer do processo. A inter-relação tem em vista, sobretudo a formação
de um cidadão crítico, responsável, criativo e participativo nos aspectos econômico, social,
político, cultural, educacional. Já as especificidades se cumprem enquanto ação pedagógica.
VEIGA (1995) é aval dessa afirmativa, explicando que o PPP deve estar
fundamentado numa teoria que esteja ligada aos interesses político-educacionais da maioria
da população. A construção é coletiva, participam os diversos segmentos que compõem a
comunidade escolar. O PPP deve considerar: a finalidade cultural, a finalidade política e
social, a finalidade de formação profissional e a finalidade humanística que a escola oferece
ao aluno.
Do mesmo modo é preciso levar em conta o aspecto legal, ou seja, as legislações e
diretrizes norteadoras do processo educativo na escola. Para tanto, cabe ao sistema
educacional delegar à instituição princípios de autonomia e de gestão democráticas
necessárias à sua funcionalidade, respeitadas as intenções que emanam do processo ensino-
aprendizagem. Estão inclusas neste contexto atividades de cunho pedagógico, administrativo,
financeiro e físico, oriundos da mantenedora ou do produto de parcerias firmadas com outros
órgãos e/ou instituições.
Durante décadas o contexto educativo viveu um ambiente de conflitos de ordem
setorial e/ou hierárquica, onde a prática autoritária implementada no período ditatorial no
Brasil (1964-1985) intensificou a repressão e a exclusão através da centralização de poder nos
cargos de confiança das três esferas governamentais. De lição, restou a divergência de idéias,
o individualismo, a resistência ao novo e a omissão aos compromissos com o exercício da
5
função. Uma perspectiva ainda nítida nos dias de hoje, embora com menos intensidade, mas,
que só contribui com a desvalorização do profissional em educação e com o fracasso escolar.
É salutar, pois, observar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96, artigo 12,
inciso I, que regulamentam a prática da autonomia e da gestão democrática no interior das
escolas. Para RIOS (1982) a idéia de autonomia representa a relação democrática entre todos
os envolvidos no processo educativo: escola, família e comunidade.
A construção do PPP da Escola Estadual Monteiro Lobato – Ensino Fundamental e
Médio enfatiza a existência de três atos bem distintos, porém, interdependentes, abordados
por VEIGA (1998): a) ato situacional; b) ato conceitual; c) ato operacional.
O ato situacional busca descrever a realidade sociopolítica, econômica, educacional e
ocupacional da comunidade onde está inserida a escola, de modo que se proponha, em sala de
aula, uma reflexão teórico- prática com fins de qualidade. Ou seja, é o estudo da realidade
como meio de transformação em favor das necessidades sociais vigentes.
O ato conceitual diz respeito à concepção ou visão de sociedade, homem, educação,
escola, currículo, ensino e aprendizagem, considerando o quê, por que, para quê e para quem
ensinar.
Por fim, o ato operacional visa orientar a forma de realização das ações propostas pela
instituição constantes no PPP. Nesta perspectiva, leva em conta as atividades, finalidades,
objetivos, metas e tomadas de decisões com vistas à transformação da realidade escolar.
Respeitada a ação coletiva do processo, verificam-se as decisões tomadas, revendo-as e/ou
reformulando-as, uma vez que se trata de documento passível de (re)avaliação.
6
2. INTRODUÇÃO
2.1 Identificação
Estabelecimento:00428 – Colégio Estadual Monteiro Lobato– EFM
Município: 0644 – Coronel Domingos Soares
N.R.E.:23 –Pato Branco
Mantenedora: Governo do Estado do Paraná
Endereço: Linha Pedregulho
Coronel Domingos Soares
CEP: 85.557.000
2.2 Legislação
Autorização de Funcionamento nº 428, Portaria
2.3 Aspectos Históricos
Localizado na área rural do município, a 34 km do município de Coronel Domingos
Soares e a 200 Km da sede do Núcleo Regional de Educação de Pato Branco. AEscola
Estadual Monteiro Lobato – Ensino Fundamental foi criada em nove de março de mil
novecentos e noventa e nove (09/03/1999). Surgiu da necessidade da comunidade aperfeiçoar
seus estudos e também pela sua localização. De inicio servia como extensão do Colégio
Estadual Santa Catarina – Ensino Fundamental, do município de Coronel Domingos Soares –
Paraná.
No ano de 2010 tivemos a conquista da implementação do Ensino Médio, com tudo a
escola deixa de ser escola e se formaliza como Colégio Estadual Monteiro Lobato vindo à
contribuir com a comunidade do pedregulho, para que os alunos permaneçam próximo a sua
família valorizando suas terras e o trabalho do campo, aqui se incentivam a permanecer e e
concluir o Ensino Médio sobre os olhos dos pais.
Escolheu-se o nome da instituição em homenagem ao grande escritor Monteiro Lobato
ao qual nos incentiva com suas obras.
Sendo o primeiro diretor o professor Luiz Armando Antonelli, que permanece na
direção.
O quadro administrativo é formado hoje por:
-Direção: Luiz Armando Antonelli
7
-Equipe Pedagógica: Rubisvania Ferreira da Costa
-Auxiliares Administrativos: Luciane Aparecida da Luz
-Auxiliares de Serviços Gerais:
Nerci Correá de Almeida
Marli Aparecida Furquim da Silva
Rosângela dos Santos Valstrich
2.5 Espaço físico
O Colégio Estadual Monteiro Lobato– Ensino Fundamental conta com a construção de 01
Ala, a saber: sala de direção em conjunto com a sala de professores e depósito de merenda,
01 cozinha. 01 secretaria,01 biblioteca, que ocupa uma sala de aula, 05 salas de aula,01
banheiro masculino e 01 banheiro feminino, 01 laboratório de informática, 01 almoxarifado.
No espaço aberto a escola conta com a quadra de esportes com cobertura ampla área de lazer
e um deposito de materiais, sendo a área de 10.000,00m², pertencente a FUNDEPAR.
2.6 Oferta de Cursos e Turmas
Ensino Fundamental:
5ª série
01 turma - total de alunos - 18
6ª série
01 turmas - total de alunos - 36
7ª série
01 turmas - total de alunos- 28
8ª série
01 turmas - total de alunos-32
O Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série é ofertado no turno matutino.
Ensino Médio
1ª ano 01 turma – total de alunos- 27
2ª ano01 turma – total de alunos – 12
8
3ª ano01 turma – total de alunos – 13
O Ensino Médio de 1ª a 3ª ano é ofertado no turno vespertino .
2.7 População
A realidade do município é semelhante a muitas regiões do país, onde a
desestruturação do núcleo familiar se faz presente. Na área rural a base econômica principal é
a agricultura e a pecuária e tudo que dela se origina.
A maior parte da clientela escolar vem de assentamentos,ou são ribeirinhos. Os
profissionais da instituição, residem em Palmas e em Coronel Domingos Soares. O transporte
é dividido pelos professores no trajeto de Palmas e ao entrar em território de Coronel
Domingos Soares o município é responsável pelo transporte dos mesmos até a escola.
2.8 Recursos Humanos
O quadro de Recursos Humanos é composto de:
a) 01 Diretor
b) 01 Técnico Pedagógico
c) 09 Professores
d) 02 auxiliar de serviços gerais
e) 01 Merendeira
f) 01 Auxiliar Administrativo
Sendo que o diretor tem sua formação em nível de mestrado, a pedagoga a concluir o
mestrado, a auxiliar de técnico administrativo cursando a graduação, os professores são
especialistas em sua área de atuação.
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3.OBJETIVO
3.1 Objetivo Geral
• Com base na LDB 9394/96, bem como, das orientações normativas de sua
mantenedora, o Colégio Estadual Monteiro Lobato – Ensino Fundamental e
Médio tem por objetivo assegurar ao educando o direito ao saber e à
participação integral do espaço social, com o anseio de dias melhores.
Compete aos profissionais em educação deste estabelecimento, atender aos
anseios dos alunos de modo a propiciar o desenvolvimento de um espírito
responsável, criativo, político e participativo frente ao contexto de sua
interação, tendo por base o princípio de transformação social.
3.2 Objetivos Específicos
• Preparar para o exercício da cidadania;
• Utilizar métodos e recursos variados conforme as fases de desenvolvimento do
educando facilitando a aprendizagem;
• Valorizar e respeitar a cultura local;
• Desenvolver as potencialidades do educando oferecendo condições para a
auto-realização;
• Efetivar a ação educacional, valorizando a ética, a formação de atitudes, a
solidariedade, o sentido de liberdade com responsabilidade;
• Desenvolver o espírito de respeito pelo meio ambiente;
• Valorizar o espaço da escola.
10
4. MARCO SITUACIONAL
A partir dos anos 90, a crescente aceleração impregnada pela revolução tecnológica
somada à política global da economia, tem promovido mudanças e transformações
consideráveis no contexto geral da sociedade.
No aspecto econômico as nações procuraram se adequar às nova realidade que se
anunciava; iniciando o ciclo da competitividade nas mais diferentes dimensões, e que até hoje
predomina. A educação também sofreu influências, e foi adequada de modo a contribuir no
processo de instauração da política vigente.
A política de globalização1 foi um tema muito discutido, pois, influiu no contexto de
todas as nações, dando vazão ao fortalecimento de grupos economicamente dominantes no
mercado mundial. Com a ascensão das corporações transnacionais2 nos diferentes continentes,
percebese a necessidade de criação de mecanismos de qualificação mão-de-obra adequada à
nova realidade. Para tanto, o MEC autorizou a criação e/ou ampliação de instituições de
ensino superior em todos os recantos do país de modo a atender a demanda. A partir disso, os
cursos universitários passaram por um processo avaliativo através do MEC a fim de se
garantir a qualidade do ensino.
A prática da competitividade se propagou pelos países e pelo mundo, alcançando todas
as dimensões de interação humana: social, política, econômica, cultural, educacional,
religiosa. No setor educacional, acordos internacionais alavancaram a aplicabilidade de
decretos, leis e orientações inerentes à oferta de um ensino de maior qualidade às crianças,
jovens e adultos. Não foi diferente para o Brasil, que buscou a tomada de novas medidas na
política educacional em função de determinadas exigências contratuais.
Através de uma política de diretrizes específicas, reformulou -se a prática pedagógica
nas escolas depois de sancionada a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB 9394/96). Em sincronia com demais legislações e programas nacionais voltados ao
desenvolvimento social, a LDB propõe, entre outras medidas: tornar criança, jovem e adulto
cidadãos responsáveis, críticos, participativos, capazes. Algumas observações que estão
contidas no documento merecem atenção: a) garantia de toda criança ao acesso e permanência
1 Globalização: processo de integração econômica mundial que acontece com a abertura do comércio internacional, dando propulsão as empresas transnacionais. Almanaque Abril (2002) 2 Termo utilizado para conceituar a expansão de empresas multinacionais tendo livre acesso sobre o mercantilismo no interior de diferentes nações (MELHEM, 2002).
11
na escola; b) continuidade em estudos posteriores; c) preparação para o trabalho e para a vida
cidadã.
É importante salientar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)
tem sua parcela de contribuição em diferentes perspectivas. O DUDH é documento regente de
medidas que visam organizar diferentes sociedades, em todo planeta, salvaguardando os
direitos humanos nos seus mais diferentes aspectos e áreas de interação humana. O direito à
educação, entre outros, é fato e está contido na Constituição Federal do Brasil, Art. 227.
ARAÚJO & AQUINO (2001) dividem a DUDH em quatro partes ou etapas: a
primeira é dedicada aos direitos fundamentais – à liberdade, à igualdade e à vida; a Segunda é
voltada aos direitos civis e políticos – o direito à não escravidão ou servidão, à não-violência,
à cidadania, à proteção e reparação legais, à não ingerência na liberdade, à defesa, à presunção
de inocência, à privacidade e à honra, à liberdade de locomoção e de residência, a asilo e à
nacionalidade; a terceira engloba os direitos econômicos, sociais e culturais – o direito à livre
união, à propriedade, à liberdade de pensamento e crença, de opinião e expressão, de reunião
e associação, de participação no governo, à segurança social, ao trabalho, ao descanso e lazer,
à educação e à participação cultural; a quarta cita os mecanismos de manutenção dos direitos
promulgados pela DUDH: o direito à realização dos direitos; à limitação dos direitos; e à
proteção dos direitos.
Do mesmo modo, importantes considerações pertinentes a área educacional merecem
ser citadas: a inclusão de alunos portadores de necessidades educacionais especiais em salas
de aula do ensino regular, com apoio especializado (LDB 9394/96 Art. 58) ; a cultura
indígena e afro-brasileira e a educação do campo inseridas no programa curricular. Constata
-se que há uma atenção maior com o aspecto humano, priorizando o desenvolvimento integral
do cidadão.
Para a rede pública do Paraná, a Secretaria da Educação (SEED) criou mecanismo que
atendam ao aluno portador de necessidades educacionais especiais, incluso no ensino regular:
a Sala se Recursos. Este programa é desenvolvido com a atuação de profissional habilitado na
área de Educação Especial, cuja função compreende atender distúrbios de aprendizagem
detectada em alunos do Ensino Fundamental de 5º a 8º serie. Do mesmo modo, grande parte
das escolas estaduais conta com a existência se outro projeto de cunho pedagógico ; a sala de
apoio. Nesta, atuam profissionais habilitados para as disciplinas de Português e matemática, o
publico alvo soa alunos de 5º series com dificuldades e deficiência na aprendizagem.
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Por falar em deficiência de aprendizagem, é sabido que problemas desta ordem têm
sido o cenário de angústias de muitos educadores, principalmente após a adoção do
construtivismo como “verdade pedagógica”. Mal interpretado, o construtivismo foi idolatrado
durante o período de hegemonia da política neoliberal3. Na verdade, a prática equivocada do
construtivismo gerou profunda redução no rendimento dos alunos e, consequentemente, nos
resultados finais. Em outros termos, ocorreu uma tentativa de dês construtivismo da educação
pública. Depois das consequências experiência das pelos educadores, ficou clara a sua
verdadeira intenção dessa medida no Brasil, como explica CORAZZA:
Desconstrutivismo/desmontagem promovidos por meio de uma política educacional
nacional que objetiva submeter o sistema público de ensino a mecanismos de mercado e à
privatização, colonizando o campo educacional através de esquemas empresariais, tais como
os de produtividade, gerência, avaliação, qualidade total. (...) (1996, p.221)
Ingenuamente, a escola avalizou essas medidas que, quando aplicadas, promoveram
perdas no plano social.
Com as reformas instauradas, a educação hoje se volta para questões de cunho social,
e busca contemplar todas as camadas. A escola pública, como previsto na legislação, oferta o
ensino gratuito (LDB 9394/96, Art. 4º). O discurso diário de órgãos sociais e autoridades
legislativas é assegurar a toda população condições de vida melhores. Segundo informações
provindas do Banco Mundial, há 5 milhões de crianças mal nutridas no Brasil, o equivalente a
25% da população infantil com menos de cinco anos. 45 milhões de crianças e adolescentes
vivem no País em condições subumanas (...). A taxa de mortalidade infantil é de 61 por mil
(...). Em cada mil brasileiros que nascem vivos, 90 morrem antes de 5 anos de idade, por fome
ou por doenças endêmicas. (ARAÚJO & AQUINO, 2001, p. 40)
Como se pode perceber, nos últimos anos a educação passou a dar maior atenção ao
ser humano, valorizando suas experiências, particularidades, qualidades, emoções. E, se antes
o problema parecia estar somente na esfera familiar, agora passa a ser também pedagógico, e
o professor, que antes tinha a função de ministrar conteúdos, hoje precisa associá -los à tarefa
de educar com base no todo social. Isso significa que é preciso conhecer a realidade dos seus
alunos, seus valores pessoais, suas dificuldades, enfim, seu contexto vivencial.
O Paraná degustou o sabor amargo do poder neoliberal por oito anos (1995-2002),
tempo suficiente para desmontar todo um rol de políticas públicas de favorecimento das
3 Conceito político-econômico, que diz respeito à liberdade econômica em relação às políticas do Estado, sendo que neo significa novo. DALAROSA, Adair A. In: LOMBARDI (s/d).
13
classes menos favorecidas. Felizmente, hoje ideias reformistas com base em pensadores
progressistas, como SAVIANI, tornaram -se alvo de constante discussão, até porque esta linha
de pensamento revela um interesse político de reverter à realidade caótica na qual a sociedade
tem sido envolvida.
Ao se fundamentar na pedagogia dialética4, SAVIANI procura justificar que a
Pedagogia Histórico –Crítica concebe a sociedade como um organismo interativo onde o
modo de produção é responsável pela realização das necessidades humanas. Porquanto, sua
intenção é restabelecer o discurso da ação cidadã, outrora distorcida em favor de grupos
econômicos. Atualmente, as escolas públicas estaduais experiência uma política educacional
com vistas a concretizar os anseios da população o menos favorecida - justiça e igualdade
social.
Dentre as modificações educacionais necessárias para esse fim, a SEED tem
promovido: a criação do plano de carreira do professor; capacitações continuadas para todos
os profissionais; elaboração das Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE’s)5; (re)construção do
Projeto Político Pedagógico (PPP), da Proposta Pedagógica e do Regimento Escolar (Ato
Administrativo de aprovação n° 499de 18/12/2001) , melhoria da infraestrutura das escolas
públicas estaduais; ampliação do acervo de bibliotecas e dos laboratórios de Ciências e de
Informática.
Assim como todas as escolas públicas estaduais, o Colégio Estadual Monteiro Lobato-
Ensino Fundamental e Médio, tem reunido sua comunidade a fim de realizar os estudos
inerentes às modificações promovidas pelo sistema educacional e de elaborar seu plano de
ação. A capacitação avançada tem propiciado estudos teóricos com posterior análise acerca do
que seja e do que propõe a Pedagogia Histórico -Crítica. Além disso, os estudos apontaram
caminhos que buscam aproximar as ações profissionais do que a sociedade requer como ideal.
O ponto de partida é a qualidade do processo de ensino e de aprendizagem e, para tanto,
participaram professores, funcionários e pais de alunos representantes dos colegiados (APM e
Conselho Escolar). Os encontros proporcionaram a obtenção de conhecimentos e
compreensão correspondentes à realização dos anseios.
É claro que, com isso, tem se esperança que a escola possa realmente atingir a
qualidade tão desejada. Mas, como possibilitar isso? Ora, numa relação de 4 Conceito dado por SAVIANI (1998) à forma dialógica do homem agir com a natureza e em sociedade - com base nos escritos de Marx -, a fim de explicar a articulação do trabalho pedagógico com as relações sociais. 5 Diretrizes Curriculares Estaduais do Ensino Fundamental e do Médio. Reformulação Curricular nas Escolas Públicas do Paraná com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), após a decadência da Pedagogia Empresarial instaurada pelos governos neoliberais.
14
corresponsabilidade política propiciada pela gestão democrática6, que possibilita a
participação coletiva da comunidade escolar. Além de demonstrar o exercício da democracia
no interior das escolas, esta postura contribui para a integração dos sujeitos que a
representam.
Muito se questiona sobre os problemas existentes no interior da escola pública,
reconhecendo que a maioria destes refere se ao desempenho dos alunos, especialmente
daqueles que provêm de famílias economicamente carentes. Considerando essa perspectiva,
surgem novas indagações sobre a condução do processo educativo, quais sejam: Como
alcançar o nível ideal na construção do saber? Que método seria adequado para que o pensar e
o fazer pedagógico atinjam esse ideal?
Fatores com o baixo rendimento escolar, a evasão e a repetência, têm sido a principal
angústia das escolas. Para tanto, se redobrou a atenção depois de alterada a síntese do sistema
de avaliação, que atualmente requer nota mínima de 6,0 (seis vírgula zero) para promoção de
alunos com freqüência igual ou superior a 75%. Esta modificação foi sancionada pela SEED
através da Resolução nº 3794/04, e revoga a anterior – nº 5206/93, que havia promovido uma
redução da média, há doze anos.
Por isso, quando se fala em qualidade educativa, há que se considerar a importância de
dois extremos no processo: de um lado o trabalho da escola, e, de outro, o desempenho do
aluno. Sob o ponto de vista dos professores, muitos alunos não conseguem aprender, não
sabem interpretar, leem sem coerência e sem coesão, além de problemas com a escrita. Esta é
uma realidade presente na maioria das escolas públicas. Mas não só isso, o aspecto
biopsicossocial também influi na estrutura da aprendizagem como noutras áreas de relação
humana.
Na concepção da família, por exemplo, os pais reconhecem que os professores são
capacitados e oferecem boa qualidade no ensino ministrado. Por outro lado, acreditam que
pode haver avanços, quando citam alguns pontos que carecem de maior atenção no exercício
do magistério: seriedade, ética profissional, melhor explicação de conteúdos, autoridade em
sala de aula, mais oportunidades de recuperação.
Com relação ao desempenho discente, tanto pais quanto professores e alunos se
sentem impotentes diante de algumas circunstâncias vividas em sala de aula, como a
indisciplina, o desinteresse e a dificuldade de aprendizagem.
6 Fundamentada nos princípios da autonomia, com ênfase ao trabalho coletivo. (VEIGA, 1995).
15
A indisciplina é uma das principais causas de conflito no âmbito das relações
humanas, pois, conduz ambas as partes a desgastes desnecessários. A comunidade entende
que é preciso repensar e delinear estratégias com vistas a evitar ocorrências desta ordem.
O desinteresse parece ocorrer em função da gama de experiências trazidas pelo aluno
em sala de aula. Como administrar essa perspectiva? Ora, sabe-se que a instituição tem
recebido capacitação inerente aos problemas peculiares dos alunos. Para tanto, entende-se que
é da competência de todos os profissionais, juntamente com a família, encontrar alternativas
de viabilização. Nesse âmbito, é fundamental a atuação do professor regente e dos alunos
representantes de turma. Como líderes, auxiliam na política de ações e resultados pertinentes
ao processo educativo na instituição e na sala de aula.
A dificuldade de aprendizagem tem sido uma constante, porém, a instituição já conta
com algumas alternativas de solução, como por exemplo, os planos de recuperação paralela7e
projetos educacionais extra curriculares.
Somadas todas essas dificuldades, o processo de avaliação carece de cuidados
específicos para cada caso, pois, é através dela que são atribuídas notas aos alunos. Esta
perspectiva, portanto, precisa ser revista no que tange ao conceito e aos procedimentos
práticos.
Tendo por base o processo avaliativo abordado por BOAS (In: VEIGA, 2001) quando afirma
que a avaliação formativa (contínua, diagnóstica, permanente, cumulativa) permite ao
professor avaliar o aluno de modo integral, levando em conta não só o aspecto cognitivo, mas,
também o interesse, a participação, a assiduidade, a pontualidade..., a instituição entende que
os procedimentos tomados estão de acordo com os princípios sugeridos pela Pedagogia
Histórico - Crítica. No entanto, o que ocorre é a não capacitação adequada a peculiaridade de
determinado número de alunos, pois, uma vez tendo uma equipe bem preparada, acredita-se
que a avaliação cumprirá a tarefa de superar a visão estática e classificatória que a nota
promove, ao mesmo tempo em que o aluno sentirá estimulado a avançar sempre, ajudando a
localizar as suas dificuldades e a progredir em sua aprendizagem.
Segundo alguns professores, é preciso rever alguns procedimentos tomados no
Conselho de Classe, sugerindo, inclusive, que a avaliação, nesse âmbito, assuma uma
característica mais séria, dispensando assuntos ou comentários desnecessários, tendo em vista
7 A recuperação paralela segue regimento interno e busca atender à recuperação do aluno frente aos conteúdos não aprendidos.
16
a busca de soluções práticas relativas ao aprendizado do aluno. Além do que, sugerem a
inclusão dos alunos e dos pais nesse processo (avaliação participativa).
Se, por um lado, a ideia de incluir alunos na realização dos Conselhos de Classe pode
contribuir com a qualidade do processo educativo, por outro lado, é certo que a participação
das famílias na Avaliação Institucional promovida pela SEED, irá proporcionar ganhos para
toda a comunidade escolar.
Do mesmo modo, a instituição é contemplada em alguns procedimentos de ordem
prática, necessários ao enriquecimento do exercício do magistério. Exemplo disso é a
instauração da Hora atividade, um instrumento pedagógico relevante. Segundo orientações
normativas, o professor é oportunizado a preparar aulas na própria instituição, organizar e
planejar avaliações, atender alunos com dificuldades, dialogar com a equipe, auxiliar a
instituição em projetos e eventos educativos. A instituição procurou organizar a Hora
atividade de maneira que professores de uma mesma disciplina ou área compartilhassem do
mesmo momento estar presentes, contudo, alguns fatores de ordem de contratação
interferiram nesse processo.
De um modo geral, a instituição conta com excelente equipe de trabalho, isso possibilita o
amadurecimento de uma prática pedagógica coerente com as necessidades da comunidade.
Seja em sala de aula, nos diferentes setores de competência educacional, a grande maioria dos
profissionais demonstram interesse e boa vontade. Com isso, tanto a tarefa curricular quanto à
realização do ensino ganham qualidade.
No âmbito da realização de projetos, a instituição tem procurado oferecer o suporte
necessário ao desenvolvimento integral dos alunos. Nessa perspectiva, toda a comunidade
escolar tem participado da organização e da execução das atividades. Fazem parte do rol de
projetos desenvolvidos: Datas Comemorativas, Leitura, Poesia, Feira de Ciências, Hora
Cívica, Informática Educacional. Além do que, a instituição tem contemplado outros projetos,
de iniciativa da mantenedora, como a Conferência do Meio Ambiente, FERA, “Com
Ciência”. Em análise feita recentemente pela instituição, levantou-se uma questão muito
importante com relação aos projetos: organizá-los de tal modo que os mesmos não afetem a
qualidade do processo de ensino e de aprendizagem.
Para atingir o ideal, a instituição ainda carece de alguns recursos, o físico e o humano
são insuficientes para atender à qualidade requerida pela comunidade. Tanto a área
administrativa como a pedagógica enfrenta essa realidade. A instituição não dispõe de salas
para a Direção, Biblioteca, sala para a Equipe Pedagógica, quadra para as aulas de Educação
17
física. O espaço físico e os recursos apropriados para a merenda escolar são insuficientes. Há
a necessidade da sala de recursos e para tanto requer aumento de carga horária, para o
atendimento destas turmas. Considerando que a mesma funciona em contra turno e que a
maioria dos alunos com problemas de aprendizagem não dispõem de transporte escolar no
horário a ser ofertado. Com relação ao pessoal de apoio, é premente a necessidade de
contratação de um Inspetor de Alunos para que a área de assessoramento pedagógico obtenha
maior qualidade.
Com relação às cantinas, bastante mencionadas pelos alunos durante os últimos dois
anos de desativação por determinação da SEED, estas voltarão a funcionar em 2006, quando
as escolas receberão nova autorização. Para tanto, a APMF deverá observar alguns critérios
que dizem respeito à espécie de produtos que podem se comercializados.
O patrimônio escolar é um bem público, e deve ser preservado por todos que dele
usufruem.
É importante salientar que a atuação conjunta dos profissionais em educação do
Colégio Estadual Monteiro Lobato, tem sido fundamental para a tarefa escolar. Por isso
ressalta-se a importância da integração existente entre setores – administrativo e pedagógico
–, a assessoria dos Professores Pedagogos, a liderança da Direção, o empenho dos Docentes, a
participação efetiva da Família, a representação dos colegiados – Conselho Escolar, APMF –
e, na possibilidade, com a reativação do Grêmio Estudantil. Enfim, a dedicação de toda a
comunidade sobre o objetivo maior, a formação plena dos alunos.
Discussões a respeito da participação da família no seio escolar sempre foi uma
constante, especialmente depois que o sistema educacional contou com o fator inclusão, seja
em nível social, econômico, cultural, político, seja em nível de estrutura cerebral do
indivíduo. De um modo geral, a família se faz ausente da corresponsabilidade educacional dos
filhos. Diariamente, a instituição tenta encontrar meios para que essa ótica se minimize,
porque sem a presença do pai, da mãe ou do responsável junto ao compromisso normativo da
educação escolar torna difícil o alcance dos resultados esperados. Na ausência da família,
muitos alunos se omitem a atender normas regimentares e atividades diárias.
GASPARIN (2003) menciona que as características desse comportamento podem ser
revertidas com aulas mais atrativas, por isso criou uma didática para a Pedagogia Histórico
Crítica, onde aborda os cinco níveis de evolução dialética teorizados por SAVIANI. A
didática mostra caminhos que podem auxiliar o contexto do ensino e da aprendizagem, é de
fácil compreensão e expressa a ideia de que a Pedagogia Histórico Crítica seja a mais
18
apropriada para dar conta da realidade social vigente. Ela explica a história sob diferentes
contextos, analisa, critica, sugere formas, métodos e técnicas educacionais. CORAZZA
esclarece e complementa:
Se a teoria dialética do conhecimento afirma que: 1º) o processo de conhecimento tem como ponto de partida a prática social; 2º) a teoria está em função do conhecimento científico da prática social e serve como guia para ações transformadoras e 3º) a prática social é o critério de verdade e o fim último de todo o processo cognitivo, a concepção metodológica dialética adota o mesmo paradigma, qual seja – 1º) partir da prática; 2º) teorizar sobre ela e 3º) voltar à prática para transformá-la. (In: GASPARIN, 2003, p. 6)
A Proposta Pedagógica do Colégio Estadual Monteiro Lobato – Ensino Fundamental
está sendo elaborada dentro dessa perspectiva, contemplando conhecimentos pertinentes ao
Ensino Fundamental. Compete à instituição, pois, repensar a prática pedagógica, se necessário
re-estrutura la, adequando à intencionalidade da linha de pensamento pedagógico constante
deste projeto. Até porque, o próprio profissional admite que sua leitura ainda é insuficiente
para compreender com profundidade todo o rol de funcionalidade acerca de formas, métodos
e técnicas de ensino e de aprendizagem. Pois, se é tarefa da instituição proporcionar aos seus
alunos conhecimento científico com base na evolução histórica, é compromisso da
comunidade escolar assegurar esse direito.
19
5. MARCO CONCEITUAL
5.1 Concepção de sociedade
Segundo Demerval Saviani, o entendimento do modo como funciona a sociedade não
pode se limitar as aparências. È necessário compreender as leis que regem o desenvolvimento
da sociedade. Obviamente que não se trata aqui de leis naturais, mas sim de leis históricas, ou
seja, as leis que se constituem historicamente.
Para se compreender a função específica da educação escolar, é preciso antes,
conceber o conceito de sociedade e dos elementos que a compõem. Isso porque, a educação
escolar não se esgota em si mesma, ela atua de maneira interdependente com outras
instituições, ao mesmo tempo em que intervém na ação das pessoas, dando o sentido
necessário à evolução humana.
Do ponto de vista sociológico, OLIVEIRA (1994) explica que, a sociedade é composta
de pessoas que caminham, correm, dormem, respiram, cooperam umas com as outras,
trabalham, recebem salários, reúnem se, constituem família, estudam, se divertem. As pessoas
apresentam os mais variados comportamentos, sejam individuais ou sociais.
Os comportamentos individuais alimentam os sociais, que, por sua vez, só existem
porque existe a sociedade, porque na sua evolução histórica, as pessoas aprenderam a viver
em grupos organizados. Dessa organização em grupos surgiu a cultura, que também é uma
forma de comportamento. Com o tempo, aprenderam umas com as outras, propagaram
saberes, pensamentos, ações. Assim vive a sociedade, numa relação de comportamentos onde
fatores de ordem política, cultural, econômica e social os tornam interdependentes.
Ao retratarmos aqui a educação do campo, abordamos a educação que é ofertada aos
alunos oriundos do campo, entendendo as necessidades desses trabalhadores rurais seja ele
filho de agricultores, ribeirinhos, assentados e outros. Para que a Educação do Campo seja de
qualidade, é necessário considerar os educandos como sujeitos da sua própria história,
considerando a escola como local de apropriação do conhecimento científico historicamente
produzido, ficando a escola a trabalhar conteúdos e metodologias significativas e
acompanhadas por uma avaliação diagnostica e contínua.
O indivíduo, ao longo de sua vida, participa de vários grupos sociais, quais sejam: a
família, a vizinhança, a escola, a Igreja, clubes e associações, empresa, Estado. Foi com o
20
objetivo de propiciar uma interação harmônica, que as pessoas instituíram normas de controle
da ordem, da proteção e da eficiência social da convivência em grupo.
Ao viver em sociedade, o indivíduo participa diretamente da produção, da distribuição
e do consumo de bens e serviços, isto é, da vida econômica da sociedade. Para SAVIANI
(1997), o processo de produção da existência humana implica, primeiramente, a garantia da
sua subsistência material com a consequente produção, em escalas cada vez mais amplas e
complexas, de bens materiais. Dessa relação, surge o trabalho como fator indispensável para a
sua realização. Entre os diversos modos de produção já existentes, o econômico é hoje o
principal, senão o único modo que caracteriza as relações sociais. É através da produção
capitalista que as pessoas realizam a força do trabalho e mantém suas relações umas com as
outras.
É importante lembrar que todos os aspectos de uma sociedade estão interligados,
contudo, o poder econômico é predominante. De acordo com a cultura ou com a intenção da
liderança de um grupo é possível entender porque há ou não divisão de classes e o modo
como ele acontece. Num país capitalista, por exemplo, é comum a desigualdade social em
função da distribuição da renda econômica. Assim como ocorre em muitos países, no Brasil
se tem uma perspectiva onde as pessoas vivem diferentes realidades.
A sociedade sempre buscou transmitir sua cultura às novas gerações como meio de
assegurar a sua evolução. Ela procura ajustar os mais jovens de acordo com as formas mais
coerentes de adequação à herança deixada pelos mais velhos, ao mesmo tempo em que busca
desenvolver seu potencial tendo em vista a herança cultural. A transmissão de saberes é
desenvolvida por dois meios: a educação assistemática e a educação sistemática.
A educação assistemática se dá de modo difuso ou informal, onde o aprendizado
acontece diariamente através da relação interpessoal. “(...) a educação sempre expressa uma
doutrina pedagógica, a qual implícita ou explicitamente se baseia em uma filosofia de vida,
concepção de homem e sociedade”. (DURKHEIM, In: FREITAG, s/d, p. 15).
Nessa doutrina, o indivíduo conhece e se apropria de hábitos, costumes, crenças,
formas de pensar, de sentir e de agir, próprios do grupo social onde está inserido. A família, a
Igreja, a comunidade e os meios de comunicação de massa tornam-se porta-vozes de uma
doutrina pedagógica, exercendo grande influência na condução do processo educacional
assistemático. Nas últimas décadas a desestruturação da família nuclear tem influenciado nas
mudanças de comportamento social.
21
A Secretaria do Estado do Paraná cria cadernos temáticos para subsidiar a pratica
educacional, na inserção dos temas relacionados a diversidade, conteúdos que devem ser
trabalhados em todas as disciplinas previsto na matriz curricular sendo eles: Historia e
Cultura afro – brasileira e africana, Educação para as relações étnico – racionais, Educação
Escolar Indígena, Educação do Campo, Gênero e diversidade sexual, nos currículos escolares
Lei nº 10,639/03. Assim trabalhar com a diversidade cultural no contexto das diferenças se
faz necessário, para que o aluno possa refletir criticamente a partir de seu lugar, de suas lutas
e experiencias de vida, e aprofundar conceitos nos mais diferentes campos do conhecimento.
5.2 Concepção de homem
Todo o ser humano sofre o processo de se humanizar desenvolver e aprender a utilizar
os instrumentos culturais necessários para as práticas mais comuns da vida cotidiana até a
invenção de novos instrumentos, para a apropriação do conhecimento historico.
Segundo Lima (2008) "A especie humana , subsiste, exatamente pela transmissão que
seus membros mais velhos fazem aos bebês, ás crianças e aos jovens das ações humanas, dos
conhecimentos, dos valores, da cultura.
O homem é um ser natural e social, ele age na natureza transformando tudo segundo
suas necessidades e para além delas. Nesse processo de transformação, ele envolve múltiplas
relações em determinado momento histórico, assim, acumula experiências e em decorrência
destas, ele produz conhecimentos. Sua ação é intencional e planejada, mediada pelo trabalho,
produzindo bens materiais e não materiais que são apropriados de diferentes formas pelo
homem, conforme Saviani(1992).
5.3 Concepção de Educação
No plano da educação sistemática compete à escola a responsabilidade pela formação
cidadã e humana do indivíduo. Sua característica é formal, e sua função social procede de
normas e padrões altamente valorizados pela sociedade. Seu objetivo principal é a
socialização do indivíduo, a transmissão de conhecimentos historicamente acumulados,
lembrando que “(...) o homem que a educação deve realizar, em cada um de nós, não é
homem que a natureza fez, mas o homem que a sociedade quer que ele seja; e ela o quer
conforme reclame a sua economia interna, o seu equilíbrio”. (DURKHEIM, 1967, p. 5).
22
No contexto histórico da educação, diferentes linhas pedagógicas foram teorizadas
com vistas a assegurar o controle de evolução social. No início o controle sobre a educação
escolar era da Igreja e, após a ascensão da burguesia (fins do século XVIII), o poder passou a
ser do Estado que, por sua vez, é representado pela política partidária. Essa análise possibilita
compreender porque a educação hoje assume um perfil ideológico, onde a função da escola é
atrelada a fins econômicos.
No Brasil a ótica não é diferente. A história deu conta de modificar a educação com o
objetivo de atender a demanda do mercado de trabalho, responsável pelo crescimento e pelo
desenvolvimento econômico. No decorrer do século XIX, o governo brasileiro promoveu
diversas políticas desse nível, associando fator trabalho ao contexto geral da nação. A
educação, nesse âmbito sofreu mudanças legislativas em favor da evolução do país. A escola
pública, por exemplo, foi contemplada por diretrizes em todos os níveis de ensino. As últimas
reformas educacionais no Brasil foram promovidas pela LDB 9394/96, sancionada pela
Presidência da República, em 1990, com vistas a readequar a sociedade num novo plano
econômico, a globalização, que tem por finalidade “(...) a lógica de concentração,
acumulação e centralização de capital”. (BIANCHETTI, 1997, p. 9).
Essa mesma realidade é vivida em todo planeta, influindo no contexto geral da
sociedade e priorizando o conhecimento e a comunicação como fatores indispensáveis pela
interação entre os povos. Contudo, assim como a política global prepondera no campo
econômico e se faz numa relação de poder dessa mesma ordem, muitos países
subdesenvolvidos, como o Brasil, sofrem consequências no plano social, trazendo
desigualdade entre as classes.
Planos de emergência têm sido implantados de modo a tentar minimizar essa
problemática, porém, o Brasil, sendo um país economicamente dependente, tem sérias
dificuldades de atender essa tarefa. Apesar dos esforços, os resultados não foram satisfatórios,
uma vez que a política neoliberal não dá conta de todas as áreas, como a saúde, educação,
habitação e previdência social, considerando que à secundárias em relação ao fator lucro. Na
visão neoliberal “(...) a noção de justiça social é considerada como uma forma de
intervenção externa na busca de uma igualdade de resultados, contrariando a concepção
liberal que defende a idéia de igualdade de resultados”. (BIANCHETTI, 1997, p.91).
No Brasil, nas últimas décadas, lamentáveis acontecimentos impediram investimentos
no plano social, como a corrupção na área político-partidária, desvios de dinheiro público e
conseqüente impunidade administrativa. Por outro lado, tomou conta da vida dos brasileiros a
23
violência, o tráfico e o consumo de drogas que passaram a afetar a vida das famílias.
Provavelmente, levará muito tempo até que as políticas sociais consigam minimizar essa
ótica.
Atualmente, o Poder Público está convocando seus órgãos e instituições,
principalmente a educacional, no afã de agilizar a execução de programas dessa ordem. Por
seu lado, mantém a atividade de projetos como o programa Fome Zero, Merenda Escolar e
Bolsa Família, que visam complementar as necessidades das famílias mais carentes. Até
porque, a cada ano cresce o número de famílias sem expectativas de vida em razão do alto
índice de desemprego. Consequentemente, tornam se alvo de uma série de fatores que
influenciam negativamente na qualidade de vida.
Por isso, a escola pública hoje é convocada a incluir toda a criança,
independentemente da sua condição social. Frequentam o espaço escolar alunos com os mais
variados problemas que se possa imaginar: econômico, familiar, biopsicossocial... Porém, as
dificuldades estruturais na escola também são imensas, restando o compromisso de se
adequar a essa realidade.
Educar hoje requer atitudes humanas, e, para tanto, é preciso levar em conta as
legislações que salvaguardam os direitos sociais dos indivíduos – Declaração Universal dos
Direitos Humanos – DUDH, Constituição Federal, LDB 9394/96, Estatuto da Criança e do
Adolescente, Lei Federal nº 10.639/2003, que inclui a história e a cultura afro-brasileira, entre
outros que tem por objetivo a não exclusão social. A execução político pedagógica deve
contemplar tais conhecimentos, inserindo se no contexto de suas ações. Exemplo disso é a
elaboração do Projeto Político Pedagógico e da Proposta Pedagógica, e revisão do Regimento
Escolar.
LUCKESI (2003) faz uma crítica importante sobre as diferenças sociais, explicando
que, na perspectiva global é preciso educar através de atividades que levem o aluno a
compreender os complexos processos de produção dentro da realidade vigente, hoje galgada
no consumismo, na competitividade, na exclusão.
“Sem esse nível de entendimento, não há nem mesmo como
exigir os próprios direitos, pois sem ele, nem mesmo esses
direitos chegam a formular-se ao nível da consciência das
pessoas”. (LUCKESI, 2003, p. 61).
24
Num processo de democratização do ensino, há que se pensar na possibilidade de
assegurar o ingresso, o acesso e a permanência da criança junto ao processo de escolarização.
O objetivo desse processo é desenvolver planos de ação voltados à formação integral do
aluno, tornando o cidadão participativo, responsável, político, capaz de atuar na sua realidade
e o transformando.
O vínculo entre escola e família é fundamental nesse processo, uma vez que à primeira
é atribuída a função de educar com base numa pedagogia de inclusão e de igualdade, e, à
segunda, a tarefa de contribuir com essa responsabilidade. Também há que se mencionar que
a atuação dos colegiados – Conselho Escolar, APMF, Grêmio Estudantil – são relevantes para
o sucesso escolar. A participação coletiva da comunidade escolar assegura a prática da gestão
democrática, onde todos respondem de igual modo.
5.4 Concepção de conhecimento
O processo de ensino e de aprendizagem requer, a partir desta perspectiva, um perfil
dinâmico onde o conhecimento transmitido deve estar atrelado às reais necessidades do
cidadão. Para tanto, é preciso delinear ações cujos métodos e técnicas de ensino repercutam
numa aprendizagem qualitativa, pois, “(...) não basta a existência do saber sistematizado. É
necessário viabilizar condições de sua transmissão e assimilação”. SAVIANI (1997, p. 18).
Segundo Veiga(1995), o conhecimento escolar é dinâmico e não uma mera
simplificação do conhecimento cientifico, que se adequaria à faixa etária e aos interesses dos
alunos.
Portanto o conhecimento escolar é resultado de fatos, conceitos e generalizações
constituido no objeto de trabalho do professor.
Conhecimento se torna uma atividade humana que busca explicitar as relações entre os
homens e a natureza. Desta forma, o conhecimento é produzido nas relações sociais mediadas
pelo trabalho.
Para Boff, “Conhecer implica pois, fazer uma experiência e a partir dela ganhar
consciência e capacidade de conceptualização. O ato de conhecer, portanto, representa um
caminho privilegiado para a compreensão da realidade, o conhecimento sozinho não
transforma a realidade; transforma a realidade somente a conversão do conhecimento em
ação.” (2000,p.82)
25
5.5 Concepção de Escola
A escola a serviço da sociedade é aquela que através de seus objetivos contribui para a
construção de uma sociedade diferente na justiça social, na igualdade e democracia
organizando o acesso ao conhecimento, sua construção e recriação permanente envolvendo a
realidade dos alunos, suas experiências, saberes, cultura, estabelecendo constante relação
entre a teoria e a pratica.
A escola é uma instituição social inserida num contexto concreto e historicamente
definido. A relação escola e sociedade na qual está inserida é prioridade para a organização da
pratica pedagógica.
A escola tem função social de garantir o acesso de todos os saberes científicos
produzidos pela humanidade.
Na atualidade, uma escola se faz necessária, quando está a serviço da construção do
conhecimento e consequentemente a serviço da comunidade, assim ela será entendida como
“espaço vivo e democrático privilegiado da ação educativa garantindo a todos o acesso ao
ensino de qualidade que favoreça a permanência do aluno. Voltada para o trabalho com as
classes populares, propiciando praticas coletivas de discussão, garantindo a participação de
toda a comunidade escolar. (cadernos pedagógicos, 1996)”.
5.6 Concepção de ensino-aprendizagem
Aprendizagem está relacionada ao desenvolvimento desde o inicio da vida humana. O
percurso de desenvolvimento do ser humano é, em parte, definido pelos processos de
maturação do organismo individual. Mas, é a aprendizagem que possibilita o despertar dos
processos internos de desenvolvimento.
A concepção de ensino-aprendizagem de Vygotsky (1988) inclui dois aspectos
relevantes: primeiro, a ideia de um processo que envolve, ao mesmo tempo, quem ensina e
quem aprende não se refere necessariamente nas situações em que haja um educador
fisicamente presente. Segundo, quando a aprendizagem vem de um resultado desejável de um
processo deliberado, explicito, intencional.
Ainda para Vygotsky (1988) a escola tem por excelência o processo intencional de
ensino-aprendizagem ocorre: ela é a instituição criada pela sociedade letrada para transmitir
determinados conhecimentos e formas de ação no mundo: sua finalidade envolve, por
26
definição, processos de intervenção que conduzam à aprendizagem.
Na escola, o professor é uma pessoa real, fisicamente presente diante daquele que
aprende, com o papel explicito de intervir no processo de aprendizagem (logo, de
desenvolvimento).
O processo de ensino-aprendizagem ocorre às vezes de maneira informal, por meio de
interação do sujeito em situações da vida cultural. Pode acontecer de forma deliberada, pela
ação clara e voluntária de um educador que dirige este processo.
Embora processos de aprendizagem ocorram constantemente na relação do indivíduo
com o meio, quando existe a intervenção deliberada de um ato social nesse processo, ensino e
aprendizagem passam a fazer parte de um todo único, indissociável, envolvendo quem ensina,
quem aprende e a relação entre essas pessoas.
Desta forma, o conhecimento não é algo situado fora do individuo, a ser adquirido por
meio da cópia do real, tampouco algo que o individuo constrói independente da realidade
exterior, dos demais indivíduos e de suas próprias capacidades pessoais. É, antes de tudo, uma
construção histórica e social, na qual interferem fatores de ordem antropológica, cultural e
psicológica, entre outras.
As reflexões acima ajudam a conhecer os fatores que interferem na aprendizagem dos
alunos. Ao serem considerados provocam mudanças significativas no dialogo entre ensino e
aprendizagem e repercutem de maneira positiva no ambiente escolar, na comunidade, na
família, pois os envolvidos passam a atribuir sentido ao que fazem e ao que aprendem.
5.7 Concepção Tecnológica
As concepções tecnológicas, além de serem veículos de informações, possibilitam
novas formas de ordenação da experiência humana, com múltiplos reflexos, particularmente
na cognição e na atuação humana sobre o meio e sobre si mesmo. A utilização de produtos do
mercado da informação – revistas, jornais, livros, CD-ROM, programas de rádio e televisão, ,
sites, correio eletrônico -, além de possibilitar novas formas de comunicação, gera novas
formas de produzir o conhecimento. Há alguns anos não existia a possibilidade de
comunicação on-line entre pessoas fisicamente distantes, nem de compartilhar imagens
instantaneamente em vários lugares do mundo, assim como não era possível conceber que
uma pessoa pudesse aprender, tendo como interlocutor uma máquina, como é o caso da
aprendizagem intermediada pelo computador. Essas mudanças nos processos de comunicação
27
e produção de conhecimento geram transformações na consciência individual, na percepção
de mundo, nos valores e nas formas de atuação social.
O domínio da tecnologia só faz sentido, quando se torna parte do contexto das relações
entre homem e sociedade. Assim, ela representa formas de manutenção e de transformação
das relações sociais, políticas e econômicas, acentuando a barreira entre os que podem e os
que não podem ter acesso a evolução tecnologica.
Embora a realidade nacional esteja longe de corresponder a uma sociedade
tecnológica, é inegável o fato de que se vive um processo irreversível de acelerado
desenvolvimento tecnológico, que traz consigo mudanças substanciais para a vida em
sociedade e nas formas do trabalho humano.
O mercado de trabalho vem sofrendo alterações substanciais, em relação à forma de
desenvolver muitos dos trabalhos tradicionais, com a utilização, por exemplo, de tratores,
colheitadeiras, planilhas de cálculo, processadores de texto, fax, que realizam as tarefas de
forma mais rápida e eficiente.
Com certeza, a educação pode contribuir para diminuir diferenças e desigualdades, na
medida em que acompanhar os processos de mudanças, oferecendo formação adequada às
novas necessidades da vida moderna.
As demandas atuais exigem que a escola ofereça aos alunos sólida formação cultural e
competência técnica, favorecendo o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e
atitudes que permitam a adaptação e a permanência no mercado de trabalho, como também a
formação de cidadãos críticos e reflexivos, que possam exercer sua cidadania ajudando na
construção de uma sociedade mais justa, fazendo surgir uma nova consciência individual e
coletiva, que tenha a cooperação, a solidariedade, a tolerância e a igualdade como pilares.
5.8 Concepção de Avaliação
Dentro de uma visão democrática, a prática avaliativa abrange não somente a
dimensão do aprendizado do aluno, sobretudo o âmbito da prática pedagógica, através da qual
se dá esse processo. É preciso que a escola, família e colegiados se empenhem no sentido de
realizar a avaliação institucional, analisando, refletindo e estabelecendo linhas de ação que
norteie a conduta dessa dimensão. A SEED elaborou um projeto dessa ordem que, a partir de
2006, entrará em vigor a fim de contribuir com o sucesso escolar.
28
Ao avaliar seus alunos, muitas escolas desconsideram a tarefa de transformação social,
preocupando -se somente com o aspecto cognitivo do aluno. Ora, a sociedade brasileira hoje é
considerada um complexo de realidades, onde a ótica do modo de produção se confunde com
os milhares casos de corrupção, violência, drogas, prostituição infantil, gravidez precoce, etc.
Apesar disso, a avaliação mantém -se no ritual de se atribuir ao aluno uma média aritmética
ou ponderada correspondente ao conteúdo que ele aprendeu durante o ano letivo. Porquanto, é
sabido que essa forma de avaliação não caracteriza o nível real do aprendizado, falseando -o e
promovendo a classificação escolar.
BOAS (In: VEIGA, 2001) propõe uma avaliação através da qual, o professor tem a
possibilidade de conhecer seus alunos em dimensões amplas. A avaliação formativa permite
diagnosticar e acompanhar o desenvolvimento escolar do aluno de modo contínuo,
permanente e cumulativo. Para tanto, o processo de ensino deve levar em conta não só o
aspecto cognitivo, mas, também, princípios de desenvolvimento humano. Interesse,
participação, socialização, assiduidade, também são aspectos formativos que devem ser
observados.
O objetivo do programa curricular é propiciar ao aluno, o conhecimento acerca da
cultura humana acumulada ao longo da sua história. De acordo com o nível de ensino ofertado
– Fundamental e/ou Médio –, a Proposta Pedagógica é constituída de fundamentação teórica
correspondente à disciplina, metodologia, conteúdos e técnicas de avaliação. Para elaborar os
seus Planos de Ação, Direção, Equipe Pedagógica, Docentes e Funcionários devem ter ciência
do teor do Projeto Político -Pedagógico da escola. Esta observação possibilita uma coerência
entre o que se pretende ensinar, com a formação que se deseja alcançar. Desse modo, a escola
estará cumprindo com a sua função, ou seja, possibilitando a criação de ideais
transformadores. LUCKESI explica que,
“transportando essa compreensão para a aprendizagem, podemos entender a
avaliação da aprendizagem como um ato amoroso, na medida em que a
avaliação tem por objetivo diagnosticar e incluir o educando, pelo mais
variados meios, no curso da aprendizagem satisfatória, que integre todas
as suas experiências de vida.” (2003, p. 173).
A SEED tem promovido e coordenado ações que buscam viabilizar o trabalho escolar.
Reformas no currículo (DCE´s) e na prática pedagógica com base na Pedagogia Histórico-
Crítica, capacitação continuada de seus profissionais, valorização do magistério com a
29
implantação de um plano de carreira, elaboração do livro didático para o Ensino Médio,
reposição de acervo bibliográfico, científico e tecnológico (informatização), reformas e
ampliação da estrutura física de alguns estabelecimentos de ensino são exemplos de ações
com essa finalidade. Embora essas medidas ainda estejam bem distantes do ideal, a educação
pública estadual tem alcançado considerável avanço em favor das comunidades escolares.
O maior desafio do momento encontra -se na perspectiva gestão escolar. Sabe -se o
quanto a participação coletiva no desempenho da prática pedagógica é difícil em função da
resistência a mudanças, porque modificar uma prática significa mudar radicalmente de
pensamento sobre uma realidade que fomenta a competitividade típica do capitalismo
selvagem. Nesse sentido, o trabalho da escola pública precisa atingir um nível de
amadurecimento organizacional capaz de incluir a participação de sua comunidade na
totalidade da pertinência de suas ações. O poder de decisão, por exemplo, precisa ser dividido
na medida em que haja o estabelecimento de critérios que venham a respeitar a ética funcional
da instituição escolar na sua amplitude. Afinal, a administração colegiada está intrinsecamente
atrelada “ao cumprimento da função social e política da educação escolar, que é a formação
do cidadão participativo, responsável, crítico e criativo, através da transmissão e
socialização da herança cultural acumulada”. (PRAIS, 1990, p. 82).
A comunidade escolar tem como pretensão político -pedagógica: a) modificar práticas
pedagógicas voltadas aos interesses da comunidade escolar que, quando obedeciam a políticas
neoliberais, tiveram seu sentido de transformação esgotado, promovendo mais acréscimo nas
diferenças sociais; b) atender aos anseios da sociedade, que clama por melhores condições de
vida. Diante disso, o Projeto Político- Pedagógico prevê a realização de um trabalho com
vistas ao amadurecimento de ideias e de práticas administrativas e pedagógicas compatíveis
às necessidades sociais vigentes.
Desta forma as praticas avaliativas são conduzidas pelo professor que se destina a
promover a aprendizagem, levando em conta o progresso individual, pois, o importante não é
a transmissão de conteúdos específicos, mas despertar uma nova relação com a experiência
vivida.
Os critérios de avaliação serão efetuados com base nos objetivos do plano de trabalho
docente, sendo portanto, sempre emergencial.
Sendo ainda considerados os seguintes aspectos:
• Avanços e crescimento na construção dos conhecimentos;
30
• Participação efetiva dos alunos em todas as atividades de classe e extra - classe;
• Criatividade nas produções e apresentações;
• Logicidade, coerência, argumentação e fundamentação nos trabalhos produzidos;
• Interesse e dedicação nas atividades teóricas e praticas;
• Espírito investigativo, bem como senso crítico demonstrando no decorrer das
atividades;
• Pontualidade;
• Assiduidade;
• Auto - avaliação;
• A avaliação será, instrumento de medida da evolução no processo de apropriação
do conhecimento e não no sentido de medir os acertos e os erros do aluno.
5.9 Concepção de Recuperação de conteúdos
A recuperação de estudos dar- se -á de forma permanente e concomitante ao processo
de ensino aprendizagem. A recuperação será organizada com atividades significativas, por
meio de procedimentos didáticos -metodológicos diversificados. A proposta de recuperação
deverá indicar a área de estudos e os conteúdos da disciplina. A avaliação da aprendizagem
terá os registros de notas expressos em uma escala de 0(zero) a 10,0(dez).
5.10 Concepção de Inclusão
Sabe -se que o ato de aprender acompanha a história da humanidade, e o processo de
aprendizagem insere -se na dinâmica de transmissão da cultura, onde devem estar claras as
funções da educação.
Considera -se que a escola tem o poder de ajudar a criança mostrando -lhe a
possibilidade de uma nova leitura de mundo, e desenvolvendo nela a esperança de um mundo
mais justo.
Acredita -se que quando o enfoque educacional está centrado no aluno como sujeito
do processo educativo, valoriza a personalidade, percebe -o como um todo, integro com
possibilidades e dificuldades que não o capacitam, mas pelo contrário dão -lhe peculiaridades
que o tornam único.
31
Constata -se que ao se reunir, os profissionais do Fórum Mundial de Educação,
percebem que existem nichos progressistas, includentes nos sistemas educacionais de diversos
países, mas que apesar dos esforços de alguns, muitos ainda não conseguem sair dos bancos
escolares agentes de sua própria história.
Considerando -se o conhecimento como resultado da ação progressiva das inúmeras
interações do sujeito com o meio, observa -se que o processo de afastamento do(a) Alunos
Portadores de Necessidades Educativas Especiais está na contramão do processo ensino-
aprendizagem, todos aprendem em seu ritmo convivendo com as inúmeras diferenças entre os
seres de uma mesma espécie.
Segundo Morin (2001,p. 57):
A vida só pode ter nascido de uma mistura de acaso e de necessidade,
cuja composição não sabemos dosar. Ainda estamos profundamente
inseguros quanto ao caráter inevitável ou fortuito, necessário ou
miraculoso, do aparecimento da vida e essa incerteza se reflete
evidentemente no sentido de nossas vidas humanas.
Complementando deve se ter presente que em educação é necessário desenvolver as
habilidades humanas, na certeza que não existe verdades absolutas, que conhecer e pensar
conduzem dialogicamente a incertezas o pensamento.
Conforme Morim (2001, p. 59):
Tudo que há de precioso na terra é frágil, raro e destinado a futuro
incerto. O mesmo ocorre com a nossa consciência. Assim, quando
conservamos e descobrimos novos arquipélagos de certezas, devemos
saber que navegaremos em um oceano de incertezas.
Deve-se observar a organização social que concebe:
-Alfabetização como instrumento a aquisição de outros conhecimentos, bem como a
comunicação fundamental entre seres humanos que vivem em sociedade, onde a escrita tem o
exercício de poder.
-Dificuldade de grande parte dos professores na alfabetização de crianças com atraso no
desenvolvimento, que muitas vezes levam a evasão, reprovação ou de liquescência
-No contato com pesquisas de Emilia Ferreiro, Luria e outros, se percebe a existência de uma
psicogênese da escrita do aluno, de acordo com os estímulos frequentes de inúmeros escritos.
32
-No testemunho de Piaget sobre a possibilidade de uma construção operatória, ainda que
inacabada aos Portadores de Necessidades Educativas Especiais.
-Pesquisas de Inhelder que comprovaram de que há Deficientes Mentais que conseguem
chegar ao pensamento lógico, embora a nível concreto, subordinado a presença de objeto.
-Na realidade do Deficiente Mental Educável, que muitas vezes não tem informantes
alfabetizados ao seu redor, e são, também discriminados, estigmatizados em relação a
alfabetização e tidos como incapazes.
-Crianças que fracassam constantemente na alfabetização do ensino regular, passando a ser
rotuladas como Deficientes Mentais, sem o ser.
Ao observar que as famílias esperam, sonham em ver seus filhos lendo e escrevendo, e
que os professores incentivem o aspecto linguístico, onde na espontaneidade do diálogo a
criança adquira segurança.
Segundo Freire (1997, p. 177):
A questão da linguagem está implicada no ato do conhecimento. Em
outras palavras, precisamos partir das percepções do aluno (...).
Porém, partindo de sua, linguagem, de seus níveis de percepção e
conhecimento da realidade, procuramos, com eles, atingir um nível de
compreensão e expressão da realidade muito mais rigorosa.
Percebe-se a grande relação entre conhecimento e linguagem que levará o professor a
observar atentamente a evolução de seus alunos, a fim de planejar intervenções apropriadas.
Observa-se que o ato educacional precisa de novo colorido, a fim de abranger todos e
não apenas os alunos com perfil mediando e positivo, pois o conjunto de um grupo tem
muitas ideias e infinitos sentimentos que podem estar reprimidos no isolamento de alguns ou
no agito de outros. A ação pedagógica precisa partir da espontaneidade da criança, de maneira
a integrar o aspecto cognitivo, afetivo, social e percepto motor do desenvolvimento,
enfatizando particularmente, o contato leitura/escrita.
Acompanhando-se diversas publicações de Emilia Ferreiro percebe-se a ênfase ao fato
de que as crianças não aprendem a escrever, simplesmente porque tentam compreender que
classe de atividade é essa. Não aprendem porque vêem letras escritas, mas porque tentam
compreender, elaboram diversas hipóteses ou possibilidades para saber porque essas marcas
são diferentes de outras.
33
Considera-se que desta forma os educadores devem esperar pelo tempo de cada
criança elaborar seus conceitos, orientando-os onde for necessário, completando esta teia
construtiva.
Julga-se que não temos crianças deficientes, temos muitas crianças em diferentes
estágios evolutivos que merecem registros e observações, afetividade, sensibilidade,
linguagem, leitura, escrita, modelação de formas, elaboração de movimentos, entre outros
aspectos.
Freire(1993,p.10), diz que:
É preciso ousar, no sentido pleno da palavra, para falar em amor sem
temer ser chamado de piegas, de meloso, de a-cientifico, senão de
anticientifico. É preciso ousar para dizer cientificamente que
estudamos, aprendemos, ensinamos, conhecemos com nosso corpo
inteiro. Com sentimentos, com as emoções, com os desejos, com os
medos, com as dúvidas, com a paixão e também com a razão crítica.
Jamais com esta apenas. É preciso ousar sem jamais dicotomizar o
cognitivo de emocional.
Percebe-se que a sociedade apresenta diversas ideologias na sua organização política,
e também na aceitação dos variados aspectos da vida diária. Alguns ainda hoje, concebem
educação como neutra.
Questiona-se onde está a neutralidade em um processo de construção do ser, de
elaboração e reelaboração de pensamentos, idéias e escritos?
Em contraposição, pois ao mesmo tempo a educação pode reproduzir idéias, valores, o
modo de produção do sistema capitalista como também pode constituir um espaço para lutar
contra esse próprio sistema, e acredita-se que ela assim o faz quando oferece a classe
trabalhadora o que esta vem procurar na escola: um espaço para aquisição e produção social
do conhecimento.
Pressupõem-se que o educando é o agente, o sujeito do processo de ensino-
aprendizagem, e a aprendizagem que não se esgota em si mesma, mas que lhe de instrumentos
para uma luta maior, que contribua de certa forma, para que ele seja o agente de
transformação social. A proposta é partir do saber da classe popular, acreditando na evolução
dele.
Entende-se por educação inclusiva o processo de inclusão dos Portadores de
Necessidades Educativas Especiais ou de distúrbios de aprendizagem na rede comum de
34
ensino em todos os seus graus. Através dela se privilegiam os projetos da escola que
apresentam as seguintes características:
-Na escola inclusiva o processo educativo é entendido como um processo social, onde as
crianças Portadoras de Necessidades Educativas Especiais e de distúrbios de aprendizagem
têm o direito a escolarização o mais próximo possível do normal. O alvo a ser alcançado é a
integração da criança portadora de deficiência na comunidade.
-Uma escola inclusiva é uma escola líder em relação as demais. Ela se apresenta como a
vanguarda do processo educacional. O seu objetivo maior é fazer com que a escola atue
através de todos os seus escalões para possibilitar a integração das crianças que dela fazem
pane.
-Há em relação as escolas inclusivas altas expectativas de desempenho por parte de todas as
crianças envolvidas. O objetivo é fazer com que as crianças atinjam o seu potencial máximo.
O processo deverá ser dosado as necessidades de cada criança.
-Há um privilegiamento das relações sociais entre todos os participantes da escola, tendo em
vista a criança de uma rede de auto-ajuda.
-A escola inclusiva muda os papéis tradicionais dos professores e da equipe técnica da escola.
Os professores tornam-se mais próximos dos alunos dos alunos, na captação das suas maiores
dificuldades. O suporte aos professores da classe comum é essencial, para o bom andamento
do processo ensino-aprendizagem.
-Gradativamente a escola inclusiva irá criando uma rede de suporte para superação das suas
maiores dificuldades.
-A escola inclusiva é uma escola integrada a comunidade.
-Os pais são os parceiros essenciais no processo de inclusão da criança na escola.
-Os ambientes educacionais têm que visar o processo de ensino-aprendizagem do aluno.
-As modificações na escola deverão ser introduzidas a partir das discussões coma a equipe
técnica, os alunos, pais e professores.
-Os critérios de avaliação antigos deverão ser mudados para atender as necessidades dos
alunos portadores de deficiência.
-O acesso físico a escola deverá ser facilitado aos indivíduos portadores de deficiência.
-Os participantes da escola inclusiva deverão procurar dar continuidade aos seus estudos,
aprofundando-os.
Precisa-se ter claro que a inclusão não é:
-Levar crianças as classes comuns sem o acompanhamento do professor especializado.
35
-Ignorar as necessidades especificas da criança.
-Fazer as crianças seguirem um processo único de desenvolvimento, ao mesmo tempo e para
todas as idades.
-Extinguir o atendimento de Educação Espacial antes do tempo.
-Esperar que os professores de classe regular ensinem as Crianças Portadoras de Necessidades
Educativas Especiais sem um suporte técnico.
Sente-se a necessidade de mudança dos sistemas regular e especial em um todo
unificado.
Entende-se que a escola para todos como uma escola não excludente de alguns, de
minorias das quais os Portadores de Deficiência fazem parte, mas uma escola aberta a todas as
crianças, jovens e adultos, inclusive os Portadores de Necessidades Educativas Especiais,
dando assim, novo rumo as expectativas educacionais destes indivíduos.
Percebe-se que nesse sentido, educação para todos seria o resultado da transformação e
mudança da visão atual da prática pedagógica e da ação docente, e a passagem para um novo
paradigma que assuma a diversidade dos educandos, de modo a contemplar as suas
necessidades e potencialidades, tendo como suporte um projeto pedagógico que oportunize o
seu acesso e permanência no ambiente escolar com êxito.
Montoan (1998), entende que para haver educação para todos, deve haver também o
respeito a diversidade de todos, e isto implica na não segregação do diferente, do fora-do-
padrão, em ambientes restritos como os até aqui oferecidos pela Educação Especial.
Montoan (1998, p. 30), considera que: “a diversidade no meio social e especialmente,
no ambiente escolar, é fator determinante no enriquecimento das trocas dos intercâmbios
intelectuais, sociais e culturais que ocorrem entre os sujeitos que neles interagem”.
Portanto, esta é uma boa justificativa para a inclusão de todos num mesmo ambiente.
Identifica-se no pensamento de Montoan (1998), que a Educação Especial precisa
adquirir um novo significado, assim como a escola terá um novo significado.
Ainda para Montoan (1998, p.30), “a Educação Especial será na escola inclusiva, uma
modalidade de ensino especializada, com técnicas de ensino adequadas a heterogeneidade dos
aprendizes e conciliável com os ideais democráticos de uma educação para todos”.
Acredita-se que a inclusão de alunos Portadores de Necessidades Educacionais
Especiais no ensino regular exige, a promoção de um ensino que corresponda aos interesses e
necessidades de todos os alunos.
36
Observa-se que além das mudanças físico-estruturais e da alocação de recursos
humanos, entende-se que sejam aspectos prioritários no redimensionamento da instituição
escolar: um projeto pedagógico que contemple os diferentes níveis de escolaridade na
perspectiva de um processo coletivo inter e transdisciplinar, adaptações curriculares para a
real efetividade de uma educação inclusiva e a escola enquanto comunidade consciente para
explicar melhor este sentido de comunidade.
Percebe-se que as escolas regulares, seguindo as orientações da educação inclusiva,
utilizam meios capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando comunidades
abertas e solidárias, constituindo uma sociedade inclusiva e atingindo educação para todos.
Sabe-se que efetivamente, a inclusão não ocorre em função das leis, mas quando a
escola discute valores e deficiências, tem processo de atuação pedagógica que fortaleça a
auto-estima das crianças em classes especiais, ou salas de recursos e desenvolva no ensino
regular formas de avaliação que permitam as diferenças, figurando como diferenças
individuais. Muitos professores não percebem ou não acreditam nos avanços na clientela da
Educação Especial.
Acredita-se que quando a legislação da Educação Inclusiva foi elaborada falando de
educação direito de todos, preferencialmente no ensino regular, aponta que temos diferenças
que devem ser respeitadas. Entretanto, os legisladores ignoram as desigualdades sociais que
existem na sociedade, e que normalmente a escola pública ou privada, tem perpetuado. O
interior das escolas encobre lutas, contradições, discussões amplas, fazeres distintos que nem
sempre a sociedade percebe e se porventura for abraçado pela comunidade não consegue
alterar a estrutura social.
Observa-se que no momento que as escolas tiveram abertura para elaborar seu Projeto
Político Pedagógico, de acordo com necessidades e valores da comunidade a qual estão
inseridas, revestiu-se de democracia, impregnou-se de conhecimento social, mas não tem
possibilidade de emancipar socialmente a comunidade.
Identifica-se que as ações pedagógicas estão mais sensíveis, menos autoritárias, mas
os tempos e os espaços ainda estão engessados no modelo histórico vigente no país. Em
muitos momentos a sociedade não distingue diferenças e desigualdades. As diferenças são de
ordem biológica, inata ou adquirida, portanto cada ser humano tem ritmo e tempo diferente do
outro. As desigualdades decorrem das relações estabelecidas entre homens, entre homem e
natureza, e as relações capazes e possíveis com o meio ambiente e com outros homens.
37
Entende-se que a lei deve ter preceitos amplos a fim de possibilitar que as escolas e a
sociedade contemplem as inúmeras diferenças, que assegure espaço, qualificação de
professores, forma de participação e avaliação que emancipe alunos tornando-os cidadãos
dignos, valorizados no seio da comunidade.
Considera-se que as ações que valorizam as manifestações distintas da individualidade
humana, acabam por jogar apenas sobre a escola o processo de inclusão eximindo a sociedade
de modificar-se, de organizar e planejar espaços adaptados a necessidades dos diferentes bens,
como de constituir equipes multi e interdisciplinar que flexibilizem acessos e oportunidades
de atuação onde sejam superadas as desigualdades sociais.
6. Critérios de organização interna da escola
A Escola tem sua organização em séries/ano com carga horária mínima anual de 800hs
distribuídas por um mínimo de 200 dias letivos.
A organização interna escolar deve dispor de dois tipos básicos de estruturas: Estrutura
administrativa e estrutura pedagógica.
A Estrutura Administrativa tem como parâmetros a locação e a gestão de recursos
humanos, físicos e financeiros..
Segundo Veiga(1995) fazem parte das estruturas administrativas todos os elementos
que tem uma forma material como por exemplo, a arquitetura do edifício escolar e a maneira
como ele se apresenta do ponto de vista de sua imagem: equipamentos e materiais didáticos,
mobiliário, distribuição das dependências escolares e espaços livres, cores, limpeza e
saneamento básico.
As estruturas pedagógicas determinam a ação das administrativas. São elas que
organizam as ações educativas para que a escola atinja de forma eficiente e eficaz as suas
finalidades.
Na estrutura organizacional as estruturas administrativas estão em função das
estruturas pedagógicas.
38
7. Princípios de gestão democrática: acesso, permanência, capacitação continuada de
educadores e qualidade do ensino-apredizagem.
A gestão democrática esta garantida em Lei conforme elencamos abaixo:
CF/88:
Art.206.: O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
VI – gestão democrática do ensino publico, na forma da Lei.
LDB/96:
Art.30.: O ensino será ministrado nos seguintes princípios.
VIII – gestão democrática do ensino publico, na forma desta Lei e da Legislação dos sistemas
de ensino.
Art.14.: Os sistemas de ensino definirão as normas de GD(...):
I – participação dos profissionais da educação na elaboração da proposta pedagógica;
II –participação das comunidades escolares e locais em conselhos escolares ou equivalentes.
Art.15.: Os sistemas de ensino assegurarão às escolas progressivos graus de autonomia
pedagógica, administrativa e de gestão financeira.
Segundo Gouveia & Souza (2004), a gestão democrática tem seus princípios nos
próprios princípios da democracia “A democracia sustentando as relações humanas, tendo o
dialogo e a alteridade como base para a sua edificação.”
A organização formal da democracia com os devidos procedimentos que garantem a
efetivação do principio, nos procedimentos de gestão da coisa publica e das relações sociais.
Portanto Gestão Democrática é o processo político através do qual as pessoas na
escola discutem, deliberam e planejam, solucionam problemas e os encaminham,
acompanham, controlam e avaliam o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da
própria escola. Este processo, sustentado no dialogo e na alteridade, tem como base a
participação efetiva de todos os seguimentos da comunidade escolar, o respeito a normas
coletivamente construídas para os processos de tomada de decisões e a garantia de amplo
acesso às informações aos sujeitos da escola.
A gestão democrática tem que ter uma visão clara e ver a educação como direito de
todos; a escola como serviço público.
Não haverá gestão democrática se não houver os mecanismos indispensáveis á
realização da mesma. São eles:
Conferencia Municipal de Educação;
39
Conselho Municipal de Educação;
Conselho de FUNDEF(CACS);
Outros Conselhos;
Orçamento participativo na Educação;
Eleições para diretores;
Conferencia local da comunidade escolar/ assembléia escolar;
Conselho da escola;
Orçamento participativo local;
Associação de pais;
Grêmio Estudantil;
Rotatividade do quadro de diretores da escola.
Na gestão democrática também não pode faltar a formação continuada dos docentes. A
formação continuada consiste em encontros para:
-Estudar temas pedagógicos e das áreas do saber.
-Fazer, refazer, refletir, realimentar no coletivo, o Projeto Político Pedagógico.
-Desenvolver nas horas atividades uma pratica de colaboração.
-Proporcionar momentos de reflexão.
A partir da observação dos critérios e princípios de uma gestão democrática que
garanta o acesso e a permanência dos alunos na escola, ofereça oportunidade de capacitação
aos professores para melhorarem cada vez mais a sua pratica teremos um ensino de
qualidade. O ensino de qualidade é aquele que possibilita ao aluno realmente aprender,
desperta o gosto pela descoberta do conhecimento. O aluno aprende para a vida, uma vez que
a teoria esta interligada a pratica.
40
8. O currículo da Escola Pública
8.1 Dinâmica do Currículo
Define Veiga (1996), Currículo é um importante elemento constitutivo da organização
escolar. Currículo implica, necessariamente, a interação entre sujeitos que tem um mesmo
objetivo e a opção por um referencial teórico que o sustente. É uma construção social do
conhecimento, pressupondo a sistematização dos meios para que esta construção se efetive; a
transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e as formas de assimilá-los,
portanto, produção, transmissão e assimilação são processos que compõe uma metodologia de
construção coletiva do conhecimento escolar.
Fator indispensável na elaboração do currículo é de que ele não pode ser separado do
contexto social , uma vez que ele é historicamente situado e culturalmente determinado.
O currículo é também um repassador de ideologias, ele representa os ideais que a
escola como instituição social deseja trabalhar. Por isso é importante que a proposta
pedagógica quanto a elaboração curricular seja um trabalho de decisão coletiva a fim de que
possa representar com maior legitimidade aquilo que a sociedade almeja da instituição
escolar.
A organização também deve estabelecer uma relação aberta e integradora, procurando
integrar o trabalho disciplinar. Não se concebe um trabalho fragmentado e sim
interdisciplinar.
Ainda segundo Moreira 1992 (in Veiga, 1996) o contexto apropriado ao
desenvolvimento de praticas curriculares que favoreçam o bom rendimento e a autonomia dos
estudantes e, em particular, que reduzam os elevados índices de evasão e repetência de nossa
escola.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº9394/96 em seu artigo 14,
regulariza o trabalho de elaboração das matrizes curriculares. Os sistemas de ensino definirão
as normas da gestão democrática do ensino publico na educação básica, de acordo com as
suas peculiaridades conforme os seguintes princípios:
I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola.
O Conselho Estadual de Educação através da Deliberação 14/99 dispõe sobre a
normalização para a elaboração da proposta pedagógica dos estabelecimentos de ensino da
educação básica em suas diferentes modalidades.
41
Artigo 5º - A matriz curricular decorrente da proposta pedagógica deve ser utilizada
como instrumento gerencial, respeitando a obrigatoriedade do estudo da língua portuguesa, da
matemática, da arte e de educação física, o conhecimento de mundo físico e da realidade
social e política.
8.2 O trabalho pedagógico
Coordenação pedagógica é dirigente na medida em que é responsável por articular o
conjunto dos envolvidos diretamente na atividade fim da escola, no planejamento das ações
que levem a realização da função da escola.
Professores pedagogos, devem articular o trabalho coletivo em função de sua
especialidade, qual seja, o método, a organização do conhecimento em forma de saber escolar
didaticamente orientado à construção do conhecimento pelo aluno.
Este trabalho só se realiza de forma plena se a articulação entre coordenação
pedagógica e coordenação política administrativa da escola for construída em sentido
democrático.
O trabalho pedagógico organizado traz muitas vantagens contribuindo para que a
instituição escolar cumpra com sua função educacional entre elas:
-Orientação ao trabalho do professor;
-Conhecimento da Grade Curricular;
-Desenvolvimento organizado e seqüenciado dos conteúdos;
-Possibilidade de atualização do conteúdo e da metodologia;
-Integração e entrosamento entre professor e disciplinas;
-Reflexão sistemática da pratica educativa;
-Acompanhamento do trabalho do professor e da aprendizagem dos alunos;
-Possibilidade de o aluno preparar-se com antecedência para as aulas;
-Aulas dinâmicas e com metodologias e recursos variados;
-Auxilio na definição de conteúdos para tratamento especial;
-A retomada permanente permite atender as exigências atuais do profissional.
8.3 Configurar a matriz teórica
A matriz teórica curricular segue normas e instruções da Secretaria da Educação e do
MEC estando dividida em parte comum e parte diversificada.
42
À parte diversificada tem por finalidade atender as necessidades regionais com
disciplinas que apropriadas.
A parte comum determina disciplinas em todo o território nacional e normalmente
fazem parte às disciplinas básicas do ensino fundamental.
ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO
NRE:23 MUNICIPIO:0644–CORONEL DOMINGOS SOARESESTABELECIMENTO: 00428 –MONTEIRO LOBATO- E. E. – E FUND
ENT. MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁB
A
S
E
N
A
C
I
O
N
A
L
C
O
M
U
M
DISCIPLINAS / SERIE 5 6 7 8
CIENCIAS 3 3 4 3
EDUCAÇÃO ARTISTICA 2 2 2 2
EDUCAÇÃO FISICA 3 3 3 3
ENSINO RELIGIOSO 1 1
GEOGRAFIA 3 3 3 3
HISTORIA 3 3 3 4
LINGUA PORTUGUESA 4 4 4 4
MATEMATICA 4 4 4 4
SUB – TOTAL 22 22 23 23P
D
L.E.-INGLES 2 2 2 2
SUB – TOTAL 2 2 2 2TOTAL GERAL 24 24 25 25
43
NRE:23 MUNICIPIO:0644–CORONEL DOMINGOS SOARESESTABELECIMENTO: 00428 –MONTEIRO LOBATO- E. E. – E FUND
ENT. MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
BASE NACIONAL
COMUM
DISCIPLINAS SERIES
1ª 2ª 3ª
ARTE 2 2 2
BIOLOGIA 2 2 2
EDUCAÇÃO FISICA 2 2 2
FILOSOFIA 2 2 2
FISICA 2 2 2
GEOGRAFIA 2 2 2
HISTORIA 2 2 2
LÍNGUA PORTUGUESA 2 2 3
MATEMATICA 3 3 2
QUIMICA 2 2 2
SOCIOLOGIA 2 2 2
SUG-TOTAL 23 23 23
PARTE DIVERSIFICAD
A
LEM - INGLÊS 2 2 2
*LEM-ESPANHOL
SUB-TOTAL 2 2 2
TOTAL GERAL 25 25 25
Observaçôes:Matriz Curricular de acordo com a LDB n.º 9394/96*Disciplina de matricula facultativa ofertado no turno contrario CELEM./ LEM-Espanhol
9. O trabalho coletivo
9.1 Pratica transformadora
O trabalho é uma atividade humana intencional que envolve forma de organização,
objetivando a produção dos bens necessários à vida.
Em relação ao trabalho pedagógico, as relações de trabalho no interior da escola
deverão estar calcadas nas atitudes de solidariedade, de reciprocidade e de participação
coletiva. Segundo Veiga(1996), é nesse movimento que se verifica o confronto de interesses
44
no interior da escola. Por isso todo esforço de se gestar uma nova organização deve levar em
conta as condições concretas presentes na escola. Há uma correlação de forças e é nesse
embate que se originam os conflitos, as tensões, as rupturas, propiciando a construção de
novas formas de relações de trabalho, com espaços abertos à reflexão coletiva que favoreçam
o dialogo, a comunicação horizontal entre os diferentes segmentos envolvidos com o processo
educativo, a descentralização do poder.
Sendo assim, contemplamos a pedagogia progressista, que afirma que o homem é
“sujeito da história” que o autoritarismo e o paternalismo, típicos de nossa tradição colonial
escravista, impedem que o povo explicite essa vocação de sujeito. Daí a necessidade de
“libertar o povo”do silêncio imposto pelas classes dominantes. Cabia a Pedagogia forjar uma
nova mentalidade, trabalhando, para a “conscientização do homem brasileiro”, frente aos
problemas concretos, e engajá-lo na luta política.
Procurando identificar-se com aqueles “sem voz e sem vez”na sociedade, mas que
também “produzem cultura”, a Pedagogia progressista busca uma Educação comprometida
com problemas da comunidade – ponto de partida e de chegada da educação. Por isso,
defender a tese de um ensino regionalizado, comunitário, ligado aos costumes e a cultura do
local de vida da população ser educada.
Além disso, a Pedagogia Progressiva pronunciava -se contra a “manipulação dos
meios de massa”, propondo a “desalie nação do povo”através de uma “pedagogia do diálogo”,
baseada na horizontalidade entre educador e educando. É o que Paulo Freire denomina de
“diálogo amoroso”- o encontro de homens que se amam e desejam transformar o mundo”. O
diálogo deve partir das situações vividas pelo educando, problematizando a e levando a uma
“visão crítica da sua realidade – processo denominado “conscientização”.
No processo educativo, o trabalho é uma atividade intencional, que envolve formas de
organização necessária para a formação do ser humano.
9.2 O que a escola pretende do ponto de vista político pedagógico
O trabalho coletivo, nas escolas, devera envolver a comunidade escolar a fim de que
reflita e se posicione frente aos descaminhos da escola. Não é fácil, mas pode e deve ser
coletivo.
A base desse trabalho devera estar na participação consciente e na liberdade
responsável. Só se garante a eficácia coletiva, se a participação for centrada na
45
responsabilidade. Não se trata, contudo, de delega poderes, mas exercê-los em todos os níveis
da ação escolar. Assim para que haja participação há que se ter consciência e responsabilidade
e esse trabalho exigirá de todos: presença, reflexão e criticas constantes.
O trabalho coletivo é o responsável pela participação geral no processo decisório de
alunos, professores, funcionários e pais na escola. Ele é também, responsável pela revolução
nas relações professor-aluno, pois envolve um processo no qual os indivíduos participam
porque a eles são entregues não apenas as decisões especificas, mas também os próprios
rumos da escola. Os demais saberes, no trabalho coletivo são valorizados e posto em ação e
reflexão.
A escola, como parte da sociedade, local de formação e exercício da cidadania , devera
estar comprometida com a melhoria da sociedade em geral. É preciso possibilitar aos
membros dessa comunidade, a atuação no planejamento e na avaliação de suas ações e não
apenas na execução. Caberá a escola, liderada pela direção, possibilitar reflexões conjuntas
sobre o conhecimento critico da realidade e buscar alternativas de solução.
Quando há faltas de sete dias consecutivos, sem justificativa ou 7 alterando no período
de um mês, os professores deverão comunicar a Equipe Pedagógica, que fará a relação dos
alunos menores de idade e encaminhar ao conselho Tutelar através do Fica, um programa de
mobilização para a inclusão escolar e a valorização da vida, criado para o enfrentamento à
evasão, promovendo a inserção,no sistema educacional, das crianças e dos adolescente que
tenha sido excluídos. O FICA tem como apoio o ECA, que atribui ao conselho tutelar a
verificação de medidas de caráter protetivo ou preventivo, previsto no art. 129 do ECA.
9.3 Diversidade
Sabe- se que trabalhar a Diversidade nas Escola, requer um cuidado especial, diante
uma sociedade marcada pelo preconceito. Sendo assim a Escola Estadual Monteiro Lobato,
em consonância com a implementação da Lei 10.639/03, no respeito a diversidade, pretende
propiciar estudos na escola em relação a temática em sentido de possibilitar reflexões no
aluno ao decorrer de sua vivencia e a partir das problemáticas que aparecem no dia a dia da
escola, comunidade, ou nação.
Estudar a historia do povo africano e da cultura afro - brasileira, ou os povos
indígenas servira de base para a compreensão do porque de muitas injustiças sociais e
explicitar com clareza as representações desse povo em nossa cultura. Trabalhar as datas
46
comemorativas se faz necessário mas não suficientes para a construção do conhecimento
critico do aluno. Os professores que aqui atuam juntamente com a equipe pedagógica,
procuraram trabalhar a partir do conhecimento do aluno , e buscar fazer com que ele perceba
e respeite as diferenças em busca da transformação de seu aluno e da sociedade em que ele
vive.
Ao trabalhar as disciplinas sempre surge temas relacionados a diversidade, seja em
historia, com os acontecimentos históricos, ou Ensino religioso com crenças, Matemática
trabalhando com as datas, Português com leituras, analises e produção de textos, Artes com
teatros, Educação Física com jogos e brincadeiras referente esses povos
A educação do Campo tem suas diferenciações, sua forma de trabalhar e de interagir
com a sociedade, onde está inserida, tem possibilidades de estudar sem necessidade de sair do
ambiente em que reside.
Sendo este Colégio inserida no campo à ainda mais a preocupação de fortalecer sua
cultura, sua estrutura familiar, sua organização cultural. E para manter esta organização de
produtividade familiar à necessidade da escola desenvolver trabalhos diferenciados com estes
alunos, assim como em qualquer escola do campo que esteja comprometida com sua clientela.
Trabalhar a educação do campo nas disciplinas, vem a calhar para a apropriação do
conhecimento cientifico que vem sendo construída pela historia, mas á necessidade de se
trabalhar projetos que sejam desenvolvidos na escola, e venham beneficiar e contribuir com
as famílias, seja através de hortas, pomares que podem ser ministrado pela disciplina de
ciências, contribuindo na realidade dos nossos alunos e permitir na escola palestras
pertinentes ao ambiente que esta inserida, podendo a geografia trabalhar o espaço geográfico,
solo, plantas, Artes com fotos e pinturas da região da escola, língua Portuguesa com texto
cartas protestos, satisfações ou reclamações diante seus direitos de cidadãos, entre muitos
outros métodos que podem ser usados em qualquer das disciplinas.
Até mesmo falar da educação inclusiva neste momento esclarece o direito de todos na
escola, e atingir a maneira de pensar, e refletir sobre os preconceitos. Seja ele portador de
necessidades especiais, raça, religião crenças, sexo, que deve ser trabalhado de maneira
esclarecedora e preventiva de situações que a família por muito das vezes não esclarece.
Fazer este trabalho, é ultrapassar as DCEs, e desenvolver no aluno condições de
sobrevivência diante sua realidade, e despertar no mesmo o senso critico para lutar pelas
representações sociais de seu povo.
47
9.4 Desafios Educacionais
Dentre os desafios educacionais estão expostas a violência e o uso de drogas, situações
estas encontradas no dia a dia da escola e de toda uma sociedade. A gravidade dessas
temáticas vem assustando o colegiado, perfazendo se em uma extensão que atinge os alunos,
professores, funcionários, gestores, patrimônio público e particular, meio ambiente, em fim
toda uma sociedade que hoje aparenta estar desestruturada diante tantos conflitos, sendo estes
roubos brigas verbais ou corporais, indisciplinas humilhação violência moral e física,
desrespeito com o próximo ou com a natureza, e ai vai uma lista interminável de situações que
hoje apontam os desafios contem
porâneos.
Para a Escola Estadual Monteiro Lobato de nada adianta trabalhar conteúdos, se não
houver um comprometimento social perfazendo a mudança do individuo. Por mais abrangente
que seja os desafios contemporâneos, a escola se compromete junto a seus profissionais, fazer
um trabalho de relações sociais, esclarecendo as situações que foram aqui citadas ou tantas
outras que surgem todos os dias. tendo como apoio a:
Lei nº13.986 de 30/12/2002, regulamenta
pelo decreto Estadual nº, de 07/11/203,
que institui no âmbito da Secretaria de
Estado da Justiça e da Cidadania(SEJU), ;
Com esta lei o Estado do Paraná prioriza a qualidade de vida para o cidadão paranaense,
tendo ainda um apoio didático nos cadernos temáticos do Governo do Paraná. que permite
trabalhar com a prevenção e socialização e reflexão das questões temáticas, abordar que a
mesma tras consequências para com o indivíduo e sociedade. As relações étnicas, gênero ou
violência, sexualidade serão desenvolvida de forma contextualizada e sempre que possivel
interdisciplinar.
Á também para um apoio didático os cadernos temáticos do Governo do Paraná, que
nos permite trabalhar com a prevenção e socialização e reflexão das questões temáticas,
abordar as consequências para com o individuo e sociedade. As relações étnicas, gênero ou
violência, sexualidade, serão desenvolvidas de forma contextualizada e sempre que possivel
interdisciplinar.
48
9.5 Educação Fiscal
A relação do Colégio com o mundo vai além das práticas pedagógicas. Cabe a ela
possibilitar que o indivíduo tenha intendimento de onde vem o dinheiro público e pra onde ele
vai. Compreender a necessidade de envolver o aluno no processo econômico do país se faz
necessário para que o mesmo esteja comprometido com o social.
A partir do momento que o aluno adquire este conhecimento, ele poderá fiscalizar e
denunciar, qualquer irregularidade, seja ela nas despesas, orçamentos, sonegação, nas
prestações de conta, seja da escola, do município, estado ou nação.
Para despertar este interesse no aluno, à necessidade da escola desenvolver atividades
interdisciplinares de exercício a cidadania. Todos os docentes devem incluir em sua
disciplina, junto com os conteúdos específicos, atividades inerentes à Educação Fiscal que
venha a contribuir com as políticas públicas:
Sensibilizar o cidadão para função socioeconômica do tributo;
Levar conhecimento aos cidadãos sobre administração pública;
Incentivar o acompanhamento pela sociedade da aplicação dos recursos públicos,
Criar condições para relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão.
Tendo como apoio a PEF/PR, Programa de Educação Fiscal do Paraná que tem como
base a Carta de Brasília, que trata da Reforma Tributária enfatizando que:
”todas as unidades federadas deverão promover
um esforço e trabalho integrados com vistas à
educação fiscal e ao combate à sonegação”.
ARCO-VERDE ,2004.
O Colégio Estadual Monteiro Lobato acradita que de nada adianta trabalhar
conteúdos, se não houver um comprometimento social perfazendo a mudança do individuo. A
escola se compromete junto a seus profissionais, fazer um trabalho que venha a contribuir
com as politicas públicas:
Podendo ser trabalhado algumas disciplinas da seguinte forma:
A disciplina da Lingua Portuguêsa poderá fornecer aos alunos, artigos e reportagens referente
a aprovação de verbas, escandalos de corrupção, e outros relacionados para que aja a leitura,
interpretação, debates, produção de textos, discursos com prática social.
49
Na matemática poderá ser analisado os dados, tabelas gráficos, porcentagens,
problematizações, da distribuição do dinheiro público.
Na história, pesquisar lideres políticos e o desenvolvimento da época de sua liderança,
descobrir de onde vem o dinheiro público, discutir relação de trabalho e poder, o
desenvolvimento da sociedade, fazer entrevistas com o diretor, membros da comunidade que
possuem cargo de poder, fazer histórias em quadrinho, entre outras atividades que poderam
surgir ao decorrer das discussões, ficando o professor responsável para desenvolve-las.
Esperamos que após a realização das atividades propostas, a comunidade escolar passe
a participar ativamente na sociedade e venham a contribuir na transformação do espaço em
que vivem.
10. INSTÂNCIAS COLEGIADAS
10.1 APMF
A APMF – Associação de Pais, Mestres e Funcionários é órgão colegiado regido por
Estatuto Específico e tem como objetivos principais: prestar assistência a direção, aos alunos,
professores e funcionários, buscando sempre a integração dos segmentos da sociedade
organizada no contexto escolar, discutindo a política educacional, visando sempre a realidade
dessa comunidade; proporcionar condições ao aluno para participar de todo o processo
escolar, estimulando a organização do Grêmio Estudantil que será reestruturado, contando
também com o apoio do Conselho Escolar para esses fins. Além de promover o entrosamento
entre pais, alunos, professores, funcionários e toda a comunidade escolar através de atividades
sócio - educativas, culturais e desportivas, a APMF tem a competência de gerir e administrar
recursos financeiros próprios e os provenientes de convênios.
Outra finalidade da APMF é colaborar no aprimoramento do processo educativo, na
assistência ao saber escolar e na integração escola- família- comunidade. Atualmente, uma de
suas principais funções é atuar na gestão da unidade escolar em conjunto com o Conselho
Escolar, participando das decisões relativas à organização e funcionamento da instituição no
que tange aos aspectos administrativo, pedagógico e financeiro.
A contribuição financeira das famílias, através da intervenção da APMF, é sempre
facultativa. No início de cada ano letivo, após o encerramento das matrículas, haverá
campanha de arrecadação das contribuições dos sócios. O Diretor da escola é o presidente
nato do Conselho Deliberativo, cabendo-lhe acompanhar as reuniões.
50
A APMF é regida por Estatuto próprio, aprovado e homologado em
Assembleia Geral, convocada especificamente para este fim.
10.2 Conselho Escolar
Como decorrência do princípio constitucional da democracia e colegialidade, a gestão
democrática terá como órgão máximo de direção o Conselho Escolar.
O Conselho Escolar é um órgão colegiado de natureza deliberativa, consultiva,
avaliativa e fiscalizadora sobre a organização e a realização do trabalho pedagógico e
administrativo do estabelecimento de ensino, em conformidade com a legislação educacional
vigente e orientações da SEED.
O Conselho Escolar é composto por representantes da comunidade escolar e
representantes de movimentos sociais organizados e comprometidos com a educação pública,
presentes na comunidade, sendo presidido por seu membro nato, o diretor escolar.
A comunidade escolar é compreendida como o conjunto dos profissionais da educação
atuantes no estabelecimento de ensino, alunos devidamente matriculados e frequentando
regularmente, pais e /ou responsáveis pelos alunos.
10.3 Grêmio Estudantil
Com relação ao Grêmio Estudantil, indaga-se: Por que um Grêmio na escola? Porque
ele é uma das primeiras oportunidades que os jovens têm de participar da sociedade. Com o
Grêmio, os alunos têm voz na administração da escola, apresentando idéias e sugestões. Toda
participação exige responsabilidade, pois um Grêmio Estudantil compromissado procura
defender os interesses dos alunos e, neste ato é firmado, sempre que possível, parcerias com
todas as pessoas que participam da escola. É importante trabalhar principalmente com os
diretores, pedagogos e professores. Somente assim o Grêmio atuará verdadeiramente em
benefício da instituição e da sua comunidade.
O Grêmio Estudantil será organizado a partir da Lei Federal nº 7398/85, que assegura
a sua atuação efetiva, como unidade autônoma representativa dos estudantes, em toda a
instituição escolar. Ele permite que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras
possibilidades de ação tanto voltadas ao próprio ambiente escolar como à comunidade local.
Também representa importante espaço de aprendizagem, cidadania, convivência,
51
responsabilidade e lutas por direitos, organizar campeonatos, palestras, projetos, o que
contribui para aumentar a sua participação no contexto escolar. Enfim, um Grêmio Estudantil
bem organizado tem o potencial de integrar mais os alunos entre si, com profissionais da
instituição, demais colegiados e segmentos sociais do município.
De modo geral, o Colégio Estadual Monteiro Lobato – Ensino Fundamental e Médio
contará com o uso de uma metodologia de qualidade para proceder com a escolha dos
Representantes de Turmas. A princípio, os Professores explicitarão aos alunos a importância
da eleição de representantes, quais serão as atividades que os eleitos deverão priorizar, bem
como a responsabilidade/seriedade com que os mesmos deverão exercer suas funções.
O processo de escolha do Representante de Turma será realizado através de eleição. Cada
aluno votará no candidato que, a seu ver, melhor dedicará seu empenho em favor da turma.
Todos podem ser votados. Serão eleitos três (3) alunos os quais atenderão aos seguintes
segmentos: a) o aluno que obtiver maior número de votos assumirá a função de Representante
Pedagógico (auxiliará mais diretamente os Professores Regentes); b) o segundo colocado será
o Representante Social (cuidará da organização e manutenção social de sua sala de aula); e c)
o terceiro colocado será o Representante Ambiental (responsável pelo ambiente de sua sala,
organização do mural, cartazes...). Todas as representações trabalharão em conjunto
10.4 Conselho de Classe
O Conselho de Classe refere-se a um órgão colegiado de natureza consultiva e
deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, obedece a critérios estabelecidos no
Regimento Escolar. Tem por objetivo avaliar o processo de ensino e de aprendizagem na
relação professor-aluno com o uso de procedimentos adequados a cada caso.
Considerando que seja o Conselho de Classe a mais importante de todas as instâncias
colegiadas da instituição em função dos seus objetivos, lhe compete dinamizar a
especificidade de suas atividades pela via de gestão do processo de ensino, tendo como foco
central o processo de escolarização.
Na era da tecnologia, é importante observar que o Conselho de Classe só é passível de
ser efetivado quando os elementos que o compõem apoderarem-se conscientemente dos seus
objetivos, colocando-o a serviço de propósitos coletivos, articulados no PPP. Sendo assim,
este colegiado será composto de encaminhamentos eventuais e não eventuais. Ele se
constituirá num momento de avaliação coletiva do trabalho pedagógico: a) na tomada de
52
decisões relativas aos encaminhamentos metodológicos necessários, tendo em vista os
resultados obtidos na aprendizagem e a superação dos problemas diagnosticados; b) num
momento de definir atribuições/ações a serem implementadas para a melhoria do processo de
ensino e de aprendizagem; c) como meio de definir prazos/espaços para implementar
propostas acordadas; d) em concretizar um momento previamente planejado; e) em constante
experimentação. Enfim, é o momento de busca de melhoria de qualidade, momento de feed
back educacional e momento de aperfeiçoamento do processo do ensino e da aprendizagem.
O momento da avaliação da aprendizagem deve permitir análise segundo critérios
amplos, discutidos criticamente, considerando as suas inúmeras contradições. Poderá atingir o
questionamento de aspectos ligados ao papel da instituição e das implicações políticas de seus
processos de decisão na formação do homem, ser social e político.
No Colégio Estadual Monteiro Lobato, o Conselho de Classe será realizado
bimestralmente conforme estabelecido no Regimento Escolar e todas e quaisquer atividades
serão registradas em Ata própria. Na quinzena em que antecede o Conselho de Classe, será
feito um Pré-Conselho em cada sala de aula, com presença da Direção, Equipe Pedagógica e
Professor Regente. Havendo possibilidade, também estarão presentes os demais professores
que lecionam em cada turma. Neste Pré-Conselho se fará uma avaliação geral sobre a
aprendizagem, disciplinas, que atividades foram produtivas, pontos positivos, sugestões para
novas metodologias e/ou atividades. Enfim, proporcionar-se-á um momento de conversação
sobre as individualidades e características de cada turma. O professor Regente encaminhará
relatório desse processo ao conhecimento dos demais professores, quando da realização do
conselho referente ao período bimestral, mencionando os dados levantados nesta instância.
Os professores devem retomar e avaliar os encaminhamentos dos encontros anteriores:
o que se obteve de resultado, o que não foi viável, e alternativas de atividades/procedimentos
em que se obteve êxito. É importante considerar que as decisões tomadas pelo Conselho de
Classe devem estar respaldadas nos princípios pedagógicos expressos no PPP, Proposta
Pedagógica/Regimento Escolar, ou seja, trata-se de um espaço educativo no qual se toma
decisões vinculadas ao projeto maior da educação.
53
11. MARCO OPERACIONAL
11.1 Redimensionamento da organização do trabalho pedagógico
No processo educativo, o trabalho é uma atividade intencional que envolve, formas de
organização necessária para a formação do se humano.
O Colégio Estadual Monteiro Lobato – Ensino Fundamental desenvolve um trabalho
voltado para a formação da cidadania através de princípios de responsabilidade social e
cultural.
Em relação ao trabalho pedagógico, as relações de trabalho no interior da escola
deverão estar calcadas nas atitudes de solidariedade, de reciprocidade e de participação
coletiva. Segundo Veiga (1996) é nesse movimento que se verifica o confronto de interesses
no interior da escola. Por isso todo esforço de se gestar uma nova organização deve levar em
conta as condições concretas presentes na escola. Há uma correlação de forças e é nesse
embate que se originam os conflitos, as tensões, as rupturas, propiciando a construção de
novas formas de relações de trabalho, com espaços abertos à reflexão coletiva que favoreçam
o diálogo, a comunicação horizontal entre os diferentes segmentos envolvidos com o processo
educativo, a descentralização do poder.
Sendo assim, contemplamos a pedagogia progressista, que afirma que o homem é
“sujeito da história” e que o autoritarismo e o paternalismo, típicos de nossa tradição
colonial- escravista, impedem que o povo explicite essa vocação de sujeito. Daí a necessidade
de “libertar o povo” do silêncio imposto pela classes dominantes. Cabia a Pedagogia forjar
uma nova mentalidade, trabalhando para a “conscientização do homem brasileiro”, frente aos
problemas concretos, e engajá- lo na luta política.
A nossa missão é possibilitar o acesso ao conhecimento possibilitando para que o
aluno cresça intelectualmente através da cultura de valores.
Queremos um aluno sonhador, com objetivos e metas reais, possíveis de serem
atingidas. Para que sua vida seja melhor do que seus próprios sonhos, sabendo que tudo é
possível a partir do momento que realmente queremos.
Para que a educação atinja a todos e deixe de ser eletista precisamos fazer uma
avaliação contínua, respeitando e procurando conhecer a cultura do outro para isso precisamos
manter o exercício democrático, com liberdade e ética, respeitando as individualidades de
cada um.
54
11.2 Tipo de gestão
A prática da gestão democrática na instituição compreende a tomada de decisão
coletiva da comunidade escolar no planejamento, execução, acompanhamento e avaliação das
atividades administrativas, pedagógicas e sociais, tendo por finalidade a melhoria na
qualidade do ensino. Esse modo de participação proporciona o conhecimento da
funcionalidade da escola e da função específica dos seus segmentos. Também propicia um
contato permanente entre professores, alunos, funcionários e pais, onde o conhecimento
mútuo tende a aproximar as reais necessidades dos alunos frente aos conteúdos ministrados
em sala de aula.
A gestão democrática é um compromisso social do profissional da educação contra
“concepções educacionais obsoletas”e com ênfase na concepção sócio-histórica de educador,
estimulando a análise política da educação a das lutas históricas destes profissionais
articulados com os movimentos sociais.
11.3 Papel específico de cada segmento da comunidade escolar.
A comunidade escolar tem o seu papel específico conforme estabelece a Deliberação
16/99, CEE/PR em seus artigos.
Art. 4.° - A comunidade escolar é o conjunto constituído pelo corpo docente e discente, pais
de alunos, funcionários e especialistas, todos protagonistas da ação educativa em cada
estabelecimento de ensino.
§ Único: A organização institucional de cada um desses segmentos terá seu espaço de atuação
reconhecido pelo regimento escolar.
Art. 5.° - A Direção do Colégio tem como principal atribuição coordenar a elaboração e a
execução da proposta pedagógica, eixo de toda e qualquer ação a ser desenvolvida pelo
estabelecimento.
Art. 6.º - A gestão escolar do Colégio pública, como decorrência do princípio constitucional
da democracia e colegialidade, terá como órgão máximo de direção um colegiado.
§ 1.º - O órgão colegiado de direção será deliberativo, consultivo e fiscal, tendo como
principal atribuição estabelecer a proposta pedagógica da escola, eixo de toda e qualquer ação
a ser desenvolvida no estabelecimento de ensino.
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§ 2º O órgão colegiado da direção será constituído de acordo com o princípio da
representatividade, devendo abranger toda a comunidade escolar, cujos representantes nele
terão, necessariamente, voz e voto.
§ 3.º Poderão participar do órgão colegiado de direção representantes dos movimentos sociais
organizados, comprometidos com a escola pública, assegurando que sua representação não
ultrapasse 1/5 (um quinto) do colegiado.
11.4 Relação entre aspectos pedagógicos e administrativos
A estrutura administrativa trabalha tendo em função garantir e assegurar a prática
pedagógica de qualidade.
As estruturas pedagógicas é que irão determinar a ação das estruturas administrativas.
Segundo Alves (1992) elas organizam as funções educativas para que a escola atinja de forma
eficiente e eficaz as suas finalidades.
As estruturas pedagógicas estão a serviço das questões de ensino aprendizagem e às de
currículo. Nas estruturas pedagógicas incluem-se todos os setores necessário ao
desenvolvimento do trabalho pedagógico.
11.5 O papel das instâncias colegiadas
Conforme prevê a legislação as instâncias colegiadas terão o papel deliberativo,
consultivo e fiscal e terão como principal atribuição o estabelecimento da proposta
pedagógica da escola, eixo norteador de toda a ação desenvolvida no estabelecimento de
ensino.
11.6 Recurso que o Colégio dispõe para realizar seu projeto
Sendo um colégio Público mantido pelo Governo do Estado do Paraná em parceria
com a Prefeitura Municipal e o Colégio contará com os recursos provenientes desses referidos
órgãos e de fundos adquiridos através de promoções e também possíveis doações.
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11.7 Critérios elaboração do calendário escolar, horários letivos e não letivos.
O calendário escolar seguirá a disposição da Lei de Diretrizes e bases da Educação
Nacional nº 9394/96 que estabelece 200 dias letivos.
Os horários letivos e não letivos serão organizados de acordo com a legislação vigente.
(conforme segue em anexo)
11.8 Critérios para organização e utilização dos espaços educativos
O espaço educativo compreende todo o espaço físico do Colégio a qual se organiza em
salas de aulas, laboratórios, espaço destinado à recreação e lazer (pátio) e biblioteca.
A utilização dos referidos espaços será determinada de acordo com a organização dos
horários letivos.
11.9 Critérios para organização de turmas e distribuição por professor em razão de
especificidades:
A organização das turmas será viabilizada a partir da demanda de matrículas seguindo
instruções da Secretaria Estadual de Educação.
A distribuição de aulas por professor também obedecerá os critérios estabelecidos pela
Secretaria de Educação do Estado do Paraná.
12. Diretrizes das atividades extra- curriculares e do projeto político pedagógico.
12.1 Avaliação pessoal docente e não docente
A avaliação de desempenho docente e não docente como registro interno do Colégio
terá como diretrizes: empenho na realização das atividades propostas, assiduidade,
responsabilidade e sua prática pedagógica mediante resultados obtidos com a clientela.
12.2 Currículo
A avaliação do currículo terá como principal diretriz, atender as expectativas da
clientela em relação à construção do conhecimento.
57
12.3 Atividades Extra Curriculares
Toda atividade extra curricular deverá estar interligada ao currículo assim terá como
principal diretriz de avaliação acrescentar subsídios na efetivação do currículo.
12.4 Projeto político pedagógico
O Projeto Político Pedagógico terá como principal diretriz sua prática voltada para a
emancipação, construção do sucesso escolar e inclusão como princípio e compromisso social.
O Projeto Politico Pedagógico (PPP) é proposto com o objetivo de descentralizar e democratizar a
tomada de decisões pedagógicas, jurídicas e organizacionais na escola, buscando maior participação dos
agentes escolares. Previsto pela LDB/96 como proposta pedagógica (art.12 e 13) ou como projeto
pedagógico (art.14, inciso I), O PPP pode significar uma forma de toda a equipe escolar tornar -se co-
responsável pelo sucesso do aluno e por sua inserção na cidadania critica. (Libâneo,/2009 pg. 178)
12.5 Práticas avaliativas
As práticas avaliativas da Colégio Estadual Monteiro Lobato - Ensino Fundamental e
Médio terá como princípio o acompanhamento da prática pedagógica. A prática pedagógica
deverá ter como meta o sucesso escolar do aluno através da construção do seu próprio
conhecimento.
Os critérios de avaliação do aproveitamento escolar serão elaborados em consonância
com o organização curricular. Sendo ainda considerados os seguintes aspectos:
-Avanços e crescimento na construção dos conhecimentos;
-Participação efetiva dos alunos em todas as atividades de classe e extra – classe;
-Criatividade nas produções e apresentações;
-Logicidade, coerência, argumentação e fundamentação nos trabalhos produzidos;
-Interesse e dedicação nas atividades teóricas e práticas;
-Espírito investigativo, bem como senso crítico demonstrando no decorrer das atividades;
-Pontualidade;
-Assiduidade;
-Auto- avaliação;
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-A avaliação será um instrumento de medida de sua evolução no processo de apropriação do
conhecimento e não no sentido de medir os acertos e os erros do aluno.
O processo de ensino deve levar em conta não só o aspecto cognitivo, mas, também,
princípios de desenvolvimento humano. Interesse, participação, socialização, também são
aspectos formativos que devem ser observados. Diagnosticar e acompanhar o
desenvolvimento escolar do aluno de modo contínuo, permanente e cumulativo são praticas
da avaliação formativa que faz parte desta escola .
A classificação e a reclassificação têm caráter pedagógico centrado na aprendizagem
e exigem medidas administrativas para resguardar os direitos dos alunos, da escola e dos
profissionais respeitando o regimento do colégio, sendo que os registros de 0(zero) a
10,0(dez) e registrados em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a
regularidade e autenticidade de sua vida escolar.
59
13. REFERÊNCIAS
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1996, p. 149-169.
ARCO-VERDE .Yvelise. Educação Fiscal Convite á Cidadania /2004
62
ANEXO
63
SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃONUCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO
PATO BRANCO – PR
PROPOSTA PEDAGOGICA CURRICULARNIVEL FUNDAMENTAL - CIENCIAS
CORONEL DOMINGOS SOARES – PR2007
64
1. ApresentaçãoA influencia cada vez maior da ciência e da tecnologia em nossas vidas e a
rapidez com que surgem as inovações nesses campos vem despertando um intenso
debate acerca do ensino de ciências.
A disciplina de ciências foi inserida no currículo a partir da Reforma Francisco
Campos, pelo Decreto 19.890/31. A partir de então, o Estado passou a organizar o
Sistema de Educação Nacional e propôs o ensino de “Ciências Físicas e Naturais” nas
duas primeiras series do ensino comum e fundamental e, nas três ultimas, as
disciplinas de Física, Química e Historia Natural.
Nas três ultimas décadas, os currículos das disciplinas cientificas sofreram
intensas modificações exemplificando um significativo processo educacional nos
vários níveis de escolaridade. Essa complexidade no processo envolveu analises
teóricas sobre o papel da Física, Química, Biologia e Ciências na educação, pesquisas
sobre a forma de aprendizagem dos conceitos científicos, produção de materiais
didáticos, desenvolvimento de metodologias, estudo do papel da linguagem, da
motivação e do interesse, em alunos de diferentes faixas etárias.
A educação em ciências esta sempre vinculada seja ao desenvolvimento
cientifico do país ou região, também um meio importante de preparar o aluno para
enfrentar os desafios que surgem de uma sociedade preocupada em integrar, mais e
mais as descobertas cientificas para o desenvolvimento cientifico mundial.
No decorrer da historia, praticas fizeram-se para mudar a forma de expressar
seus conhecimentos sobre o mundo e, desse modo, a ciência passou a ser determinada
pela maneira como ele manifesta esse conhecimento.
Do século XI ao XIII, as cruzadas foram importantes na disseminação da
cultura e da ciência entre o Oriente e o Ocidente; o surgimento das universidades
colaborou com a Revolução Cientifica e, posteriormente, para a Revolução Industrial.
No século XIV e XV, destacam-se as grandes navegações e a invenção da Imprensa.
Na Renascença, a partir da Imprensa algumas ciências constituíram novas teorias, sob
a negação do período anterior e suas explicações teológicas do mundo. A Biologia, por
meio da botânica e da zoologia destacaram-se pelas ilustrações detalhadas. A Química
influenciou a mineração, a metalurgia e a produção da pólvora. A Matemática, com a
solução dos problemas dos navegadores e das construções das grandes catedrais.
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A partir dos séculos XV e XVI, alguns nomes se evidenciaram. Elencados a
seguir: Leonardo Da Vince, artista e cientista. Nos séculos XV, XVI e XVII,
destacaram-se Nicolau Copérnico, Galileu Galilei.
Ao criar a Ciência Experimental e pelo método cientifico Francis Bacon, teve mérito
na história. Outro grande cientista foi René Descartes, pois colaborou
significativamente para o desenvolvimento da matemática. Isac Newton, colaborou
sobremaneira por meio de suas leis do movimento, ao ter mostrado a natureza como
algo regular e previsível.
Outro grande momento da historia da Ciência no século XVIII, foi o período
chamado Iluminismo que, além de filosófico, foi um movimento artístico, literário e
político. A partir desse século, a ciência se tornava cada vez mais independente das
diversas religiões.
Merece destaque na historia da ciência a transição definitiva da alquimia para a
química. Ainda no século XVIII, a Revolução Industrial constitui um longo processo
que interferiu no pensamento cientifico e nas relações sociais. Com isso, passaram a
coexistir a mão-de-obra artesanal e a automação com destaque a um importante
conceito na relação entre ciência e industria: a energia. È fundamental mencionar a
descoberta da energia elétrica como propulsora do desenvolvimento de novas
tecnologias.
No século XIX, a ciência foi consolidada. Houve muitos avanços na química,
com Lavoisier e com o químico Dimitri Mendeleiev, que criou a classificação
periódica dos elementos. O avanço também se confirmou, na química orgânica, na
físico-quimica e na física, principalmente com as contribuições da eletricidade,
eletrostática, magnetismo e eletromagnetismo.
Na história da ciência, Charles Darwin, foi nome polemico que mudou a visão
do homem em relação ao passado, com o lançamento do livro A origem das espécies,
que propunha alternativas ao criacionismo, a favor de uma idéia de evolução peça
seleção natural.
Outro cientista importante foi o monge agostiniano botânico austríaco Gregor
Johann Mendel, que descobriu os princípios da hereditariedade, a base da genética.
No século XX, as contribuições da ciência para a humanidade foram incontáveis. O
primeiro vôo de um avião, os avanços da química, da física e da biologia, o
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lançamento do primeiro satélite artificial, o caminhar do homem na lua, foram feitos
essenciais para o avanço da ciência e do pensamento humano.
O desenvolvimento tecnológico movido pelos avanços da ciência ou vice-
versa, entretanto, por influenciar as guerras, a miséria de muitos, a ciência tem
momentos de efeitos negativos.
Nessa perspectiva histórica, é importante que se analise a trajetória do
currículo de Ciências, com destaque a alguns dos acontecimentos que marcaram o
ensino e a aprendizagem dessa disciplina no Brasil. Assim ressalta-se, o ensino das
verdades clássicas da década de 1920; a experiência pela experiência, da década de
1950; a solução de problemas pelo método cientifico, da década de 1960; as umidades
de trabalho com base na tecnologia educacional, nos anos de 1970. (DOMINGUES et al.
2000, p194).
A fim de prosseguir o trabalho de caráter educativo no ensino secundário,
iniciado pela Reforma Francisco Campos e Gustavo Capanema, por meio das leis
Orgânicas do Ensino, ressaltou o merito da legislaçao anterior por ter facilitado o
acesso a esse ensino, antes restrito a poucos. A Reforma Capanema alterou-lhe a
estrutura para dois ciclos: o primeiro com duração de quatro anos, chamado ginasial, e
o segundo, subdividido em dois cursos paralelos, com duração de três anos, o Clássico
e o Cientifico.
Na década de 1950, a importância do ensino de ciências cresceu em todos os
neveis e passou a ser objeto de movimentos em busca de reformas educacionais a
medida que a tecnologia e a ciência foram reconhecidas essenciais para o
desenvolvimento econômico, cultural e social (KRASILCHIK,2000).
Cientificamente, um fato marcante ocorreu durante a Guerra Fria, o Satélite
artificial russo comprometeu a supremacia estadunidense, que passou a promover uma
reforma no seu ensino, preocupada em formar novos cientistas.
Na década de 1960, o progresso da ciência e da tecnologia foi fundamental
para que o Brasil participasse do processo de industrialização, em melhores condições.
A lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional, n. 4.024/61, ampliou o espaço da
disciplina de Ciências Físicas e Naturais, que passou a ser chamada de Iniciação as
Ciências e teve obrigatoriedade extensiva a todas as series do ginasial.
O Ministério da Educação e da Cultura e a Agencia Norte Americana para o
Desenvolvimento Internacional afirmaram acordos que garantiram ao Brasil
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assistência técnica e ajuda financeira para instituir a reforma do ensino universitário e
do ensino de 1º, e 2º graus, respectivamente pelas leis 5.540/68 e 5.692/71, marcos do
advento do ensino tecnicista, que pretendia articular a educação ao sistema produtivo,
para aperfeiçoar o sistema capitalista.
O desenvolvimento industrial desenfreado e as conseqüentes degradações
ambientais, ocasionados pelo avanço do sistema capitalista, resultaram em nova ênfase
nos currículos escolares no final dos anos de 1970.
Na década de 1980, o mundo se encontrava em competição tecnológica,
enquanto o Brasil vivia uma transição política, com o fim da ditadura. Uma
perspectiva critica da educação se expressava por meio da organização de novos
currículos, de modo que a democratização acabaria por influenciar o ensino de
Ciências, sob o enfoque de discussões acerca de sua função social.
Os anos de 1990 marcaram uma grande e profunda crise econômica e social,
expressa no acirramento das desigualdades sociais. Nessa década, o neoliberalismo no
mundo e no Brasil trouxe a discussão da qualidade total e das estratégias empresarias
para o contexto educacional. Essa visão sendo, muito criticada por grupos de
professores de diferentes áreas, cujo o pensamento era de que numa sociedade
solidária e justa, a escola deveria formar cidadão critico, participativo e
transformador(OLIVEIRA, 2004).
Ainda na década de 1990, o Currículo Básico para a Escola Publica do Estado
do Paraná buscou responder as necessidades sociais e históricas no Brasil de então. A
Pedagogia histórico-critica fundamentou o paradigma educacional, por meio da qual a
escola deveria ser valorizada como espaço responsável pela apropriação do saber
sistematizado, e na qual ,os conteúdos passariam a ser indispensáveis à compreensão
da pratica social, por desvelarem a realidade de forma critica e transformadora.
No ensino de Ciências, o Currículo Básico propôs integrar os conteúdos a
partir de três eixos norteadores: noções de Astronomia, transformação e interação da
Matéria e Energia; e Saúde: melhoria da qualidade de vida.
A partir da promulgação da Lei n. 9.394/96, o ensino da Ciência no Currículo
Básico perdeu força como documento orientador da disciplina, que estabeleceu as
Diretrizes e Bases para a Educação Nacional. Isso se deve, além de outros fatores, à
mudança de paradigma da educação. A escola passou a ser vista como empresa e não
mais com caráter de espaço social e transformador.
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A partir de 1996, a luz de políticas publica federal, o ensino de Ciências teve o
objeto de estudo redirecionado. Seus conteúdos clássicos se esvaziaram em
decorrência da publicação e ampla distribuição dos Parâmetros Curriculares Nacionais
para o Ensino Fundamental – Ciências Naturais e Temas Transversais. Os PCN –
Ciências Naturais se valeram de alguns eixos temáticos para orientar o trabalho
pedagógico: Terra e Universo; Vida e Ambiente; Ser Humano e Saúde; Tecnologia e
Sociedade.
A Trajetória do currículo de Ciências sempre esteve alinhada a interesses
políticos, econômicos e sociais, determinantes da proposta pedagógica. Por isso, a
concepção de cidadania, de aluno, professor, ensino, aprendizagem, escola e educação
se alteram historicamente.
A partir de 2003, iniciou-se um novo período na historia da educação paranaense. Isso se deve
a reformulação da política educacional do Estado. Como aspecto relevante dessa mudança,
destaca-se o descrédito à proposta neoliberal, o resgate da função social da escola e o trabalho
pedagógico com os conteúdos específicos das disciplinas escolares.
Assim, os Grupos de Estudos, Seminários Estaduais, Simpósios, os Cadernos Pedagógicos, o
Portal Dia a Dia Educação, o Fera, o Projeto Com Ciência e os Jogos Escolares são de
extrema importância para a formação continuada do professor e para a interação entre escola e
comunidade.
Recomenda-se que os conteúdos no ensino da Ciência, sejam abordados de forma consistente,
critica, histórica e relacionados, à tecnologia e à sociedade. Sendo assim, o currículo de
Ciências pode propiciar condições para que os professores e alunos discutam, analisem,
argumentem a avancem na compreensão de seu papel frente às demandas sociais, pois
questões de saúde, sexualidade e meio ambiente, entre outras, são tradicionalmente
incorporadas aos conteúdos específicos e, portanto, imprescindíveis à disciplina de Ciências.
As ciências de referencia orientam a definição dos conteúdos significativos na
formação dos alunos pois oportunizam o estudo da vida, do ambiente, do corpo humano, do
universo, da tecnologia e da matéria e energia entre outros. Também fornecem subsídios para
a compreensão critica e histórica do mundo natural, do mundo construído e da pratica social.
Os Conteúdos Estruturantes propostos nestas Diretrizes são entendidos como saberes
fundamentais, capazes de organizar teoricamente os campos de estudo da disciplina,
essenciais para compreender seu objeto de estudo e suas áreas afins.
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São Conteúdos Estruturantes da disciplina de Ciências para o Ensino Fundamental:
Corpo humano e saúde; ambiente; matéria e energia; e tecnologia.
A historia da ciência relaciona-se com os processos que constituem a própria historia da sociedade humana.
2. Objetivos Gerais
*Conhecer o próprio corpo e dele cuidar valorizando e adotando hábitos saudáveis
como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em
relação à sua saúde e a saúde coletiva;
*Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente identificando
seus elementos e as interações entre eles contribuindo ativamente para a melhoria do meio
ambiente;
*Saber utilizar conceitos científicos básicos , associados a energia, matéria, espaço,
tempo, sistema, equilíbrio e vida;
*Compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas,
distinguindo usos corretos e necessários daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza e ao
homem.
*Compreender que a Ciência não é um conjunto de conhecimentos definitivamente
estabelecidos, mas que se modifica ao longo do tempo, buscando sempre corrigi-los e
aprimora-los.
3. Conteúdos
CONTEUDOS ESTRUTURANTESCorpo Humano e Saúde – Ambiente – Matéria e Energia – Tecnologia
Inter-relações entre os seres vivos e o ambienteConhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos
População: taxas, densidade demográfica e fatores que influenciam.
Comunidade: ciclos bigeoquimicos, teias e cadeia alimentares; Fotossíntese: importância da produção e armazenamento de energia química.
Seres vivos: seres vivos; Seres vivos- Ambiente; Biosfera – Ecossistema – Comunidade – População – Individuo; Hábitat e nicho ecológico; Divisões da Biosfera: biociclos terrestres, marinho e de água doce; Teias e cadeia alimentares: produtores, consumidores e decompositores; alimentação e saúde: tipos e funções dos alimentos, nutrientes.
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CONTEUDOS ESTRUTURANTESCorpo Humano e Saúde – Ambiente – Matéria e Energia – Tecnologia
Água no EcossistemaConhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos
Estados físicos da água; Forças de atração e repulsão entre as partículas de água; Mudanças de estados físicos da água: ciclo da água; Pressão e temperatura; Densidade; Pressão exercida pelos líquidos; Empuxo; Água como recurso energético.
Composição da água; Ph; Salinidade; Água como solvente universal; Pureza; Soluções e misturas heterogêneas.
Ciclo da água; disponibilidade da água na natureza; Água e os seres vivos; Hábitat aquático; Contaminação da água: doenças – preservação e tratamento; Equilíbrio ecológico.
CONTEUDOS ESTRUTURANTESCorpo Humano e Saúde – Ambiente – Matéria e Energia – Tecnologia
Ar no EcossistemaConhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos
Existência do ar; Ausência do ar: vácuo; Aplicação do vácuo; Atmosfera: camadas; Propriedades: compressibilidade, expansão, exercer pressão; Movimentos do ar: formação dos ventos, tipos de ventos, brisa terrestre e marítima; Velocidade e direção dos ventos; Resistência do ar; Pressão atmosférica; Aparelhos que medem a pressão do ar; Pressão atmosférica e umidade; Metereologia e previsão do tempo; Eletricidade atmosférica; Ar como recurso energético; Tecnologia aeroespacial e aeronáutica; Força de atrito; Aerodinâmica; Deslocamento de veículos automotores; Segurança no Transito: prevenção de acidentes.
Composição do ar; Oxigênio e gás carbônico – fotossíntese, respiração e combustão; Ciclos Bigeoquimicos; Outros elementos presentes no ar; Gases nobres: suas propriedades e aplicações.
O ar e os seres vivos; Pressão atmosférica e a audição; Contaminação do ar: doenças causadas por bactéria e vírus – prevenção e tratamento; Poluição do ar: agentes causadores; Causas e conseqüências: efeitos nocivos resultantes do contato com esses agentes; Medidas para diminuir a poluição do ar.
CONTEUDOS ESTRUTURANTESCorpo Humano e Saúde – Ambiente – Matéria e Energia – Tecnologia
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Solo no EcossistemaConhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos
Tecnologia usada para preparar o solo para o cultivo.
Composição do solo; Tipos de solo; Agentes de transformação do solo; Utilidades do solo; Adubação: orgânica e inorgânica; Correção do Ph; Processos que contribuem para empobrecer o solo: queimadas, desmatamentos e poluição.
Combate à erosão; Tipos de erosão; Mata ciliar; Contaminação do solo; Condições para manter a fertilidade do solo: curvas de nível, faixas de retenção, terraceamento, rotação de culturas, culturas associadas.
CONTEUDOS ESTRUTURANTESCorpo Humano e Saúde – Ambiente – Matéria e Energia – Tecnologia
Poluição e contaminação da água, do ar e do soloConhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos
Poluição térmica; Poluição sonora; Medidas contra poluição – fontes alternativas de energia;
Gases tóxicos, resíduos industriais, metais pesados, chuva ácida, elementos radioativos, dentre outros; Causas e conseqüências da poluição e contaminação da água, do ar, e do solo: efeitos nocivos nos seres vivos e no ambiente; Prevenção e tratamento dos efeitos nocivos resultantes do contato com agentes químicos; Prevenção e recuperação de áreas degradadas por agentes químicos; Substancias puras, misturas homogêneas e heterogêneas; Densidade das substancias; Separação das misturas; Fase química do tratamento da água; Fenômenos: superaquecimento do planeta, efeito estufa, buraco na camada de ozônio e poluentes responsáveis.
Equilíbrio e conservação da natureza: fauna, flora, ar, água e solo; Agentes causadores da contaminação e poluição da água, ar e do solo; Agentes causadores e transmissores de doenças; Prevenção e tratamento das doenças relacionadas à poluição e contaminação do ar, da água e do solo; Saneamento básico; Doenças relacionadas à falta de saneamento básico e prevenção; Biodigestor; Fenômenos: superaquecimento do planeta, efeito estufa, buraco na camada de ozônio e seus efeitos nocivo aos seres vivos e ao ambiente.
CONTEUDOS ESTRUTURANTESCorpo Humano e Saúde – Ambiente – Matéria e Energia – Tecnologia
Níveis de organização dos seres vivos – Organização Celular
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Conhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos Unidades de medida; Equipamentos para observação e descrição de células; microscópios e lupas
Unidades de medida; Conceitos básicos: colóides, osmose, difusão, substancias orgânicas e inorgânicas.
Aspectos morfofisiológicos básicos das células; Células animais e vegetais; Divisão celular: mitose – meiose; Aspectos morfofisiológicos básicos dos tecidos animais e vegetais; Conceitos básicos: biosfera – ecossistema – comunidade – população – individuo – sistemas – órgãos – tecidos – células – organelas – moléculas – átomos.
CONTEUDOS ESTRUTURANTESCorpo Humano e Saúde – Ambiente – Matéria e Energia – Tecnologia
Biodiversidade – classificação e adaptações morfofisiológicasConhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos
Capilaridade; Fototropismo; Geotropismo; Movimento e locomoção: referencial, impulso, velocidade, aceleração.
Osmose; Absorção; Fotossíntese; Respiração; Transpiração; Gutação; Fermentação; Decomposição; Hibridação.
Modos de agrupar os seres vivos; Critérios de classificação; Cinco reinos dos seres vivos; Biosfera; adaptações dos seres vivos nos ambientes terrestres e aquáticos; Biotecnologia da utilização industrial de microorganismos e vegetais: industria farmacêutica, química e alimentícia dentre outras; Vegetais: raiz, caule, folha, flor, fruto e semente: Vegetais; reprodução e hereditariedade – polinização, fecundação, formação do fruto e semente, disseminação; Animais: digestão, respiração, circulação, excreção, locomoção, coordenação, relação com o ambiente, reprodução e hereditariedade.
CONTEUDOS ESTRUTURANTESCorpo Humano e Saúde – Ambiente – Matéria e Energia – Tecnologia
Transformação da matéria e da energiaConhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos
Energia: condutores – tipos, fontes, aplicações, transformações, segurança e
Fotossíntese: Fermentação; Respiração; Decomposição; Combustão.
Cadeia alimentar; Teia alimentar; Relações de interdependência: seres vivos –
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prevenção; Eletricidade: condutores, fontes, aplicações, transformações, segurança e prevenção; Magnetismo: imãs; Bússola.
ambiente; Energia na célula: produção, transferência, fontes, armazenamento, utilização; Nutrientes: tipos e funções.
CONTEUDOS ESTRUTURANTESCorpo Humano e Saúde – Ambiente – Matéria e Energia – Tecnologia
Doenças, infecções, intoxicações e defesas do organismoConhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos
Diagnostico: exames clínicos por imagens; Tratamento: radioterapia; Intoxicações por agentes físicos: elementos radioativos, pilhas, baterias entre outros.
Imunização artificial: soros, vacinas, medicamentos; Diagnósticos: exame clinico; Tratamento: quimioterapia; Intoxicações por agentes químicos; agrotóxicos, inseticidas e metais pesados, dentre outros.
Doenças causadas por animais: parasitoses, zoonoses e verminoses; Doenças causadas por microorganismos: parasitoses, infecções bacterianas, viroses, protozooses e micoses; Intoxicações causadas por plantas tóxicas; Diagnostico: exames clínicos; Prevenção e tratamento: alopatia, homeopatia, fitoterapia, dentre outros; efeitos das intoxicações causadas por agentes físicos e químicos no organismo; Sistema imunológico: imunidade, barreira mecânica, glóbulos brancos, anticorpos.
CONTEUDOS ESTRUTURANTESCorpo Humano e Saúde – Ambiente – Matéria e Energia – Tecnologia
Astronomia e Astronáutica Conhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos
Sol: fonte de luz e calor; Radiação; instrumentos construídos para estudar os astros: astrolábio, lunetas, telescópios, satélites, foguetes, estações espaciais, radiotelescópios; Planeta Terra: movimento de rotação (dias e noites) e movimento de translação (estações do ano); Inclinação do eixo da Terra em relação ao plano da órbita; Força gravitacional; Medidas de tempo – instrumentos construídos
Sol: composição química; Sistema solar: composição da Terra.
Planeta Terra: biosfera; Sol: produção de vitamina D; Movimento da Terra e suas conseqüências – ritmos biológicos; A lua como satélite natural: influencia sobre a biosfera, marés; Diagnostico, tratamento e prevenção dos efeitos das radiações do sol sobre o corpo humano: queimaduras, insolação e câncer de pele; O ser humano no espaço; Relação de adaptação do homem as viagens espaciais; Sol: fonte de
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pelo ser humano para marcar os dias no tempo e no espaço: relógio de sol, ampulhetas, relógios analógicos, digitais e calendários; Desenvolvidos da Astronáutica e suas aplicações; Telecomunicações: satélites, internet,, ondas, fibra óptica, dentre outras;Exploração aerofotogramétrica; Utilização dos satélites na metereologia; Investigação do espaço sideral por meio de foguetes, sondas espaciais, ônibus espacial e estação espacial; Estrelas: constelações e orientação; Sistema solar: posição da Terra e dos demais planetas.
luz e energia; Estrutura da Terra – atmosfera, litosfera e hidrosfera.
CONTEUDOS ESTRUTURANTESCorpo Humano e Saúde – Ambiente – Matéria e Energia – Tecnologia
Segurança no Trânsito Conhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos
Movimento, deslocamento, trajetória e referencial; Velocidade, velocidade media e aceleração; Distancia; tempo; Inércia; Resistência do ar; Força de atrito, aerodinâmica, equipamentos de segurança nos meios de transporte; A relação entre força, massa e aceleração; Maquinas simples.
Teor alcoólico das bebidas e suas conseqüências no transito.
Acidentes de trânsito relacionados ao uso de drogas – causas e conseqüências; Tempo de reação e reflexo comparado entre um organismo que não ingeriu drogas e um embriagado; Efeitos do álcool e outras drogas no organismo; Prevenção de acidentes.
CONTEUDOS ESTRUTURANTESCorpo Humano e Saúde – Ambiente – Matéria e Energia – Tecnologia
Corpo Humano IntegradoConhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos
Ação mecânica da digestão: mastigação, deglutição, movimentos peristálticos; Transporte de nutrientes;
Nutrição: necessidades nutricionais, hábitos alimentares; Alimentos diet e light: Ação química da
Sistema digestorio; Disfunções do sistema digestorio: prevenção; Aspectos preventivos da obesidade, da
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Pressão arterial; Inspiração e expiração; Tecnologia de produção in vitro, inseminação artificial; Tecnologias associadas ao diagnostico e tratamento das DSTs – AIDS; Tecnologias envolvidas na manipulação genética: clonagem e células tronco; Tecnologias associadas ao aconselhamento genético como forma de prevenção à má formação gênica; Tecnologia envolvida na doação de sangue e de órgãos; A luz e a visão; Propagação retilínea da luz e formação de sombras; Reflexo da luz e as cores dos objetos: olho humano como instrumento óptico; Modelo físico do processo de visão; Espelhos, lentes e refração; Poluição visual; Fibras ópticas; Propagação do som no ar; Velocidade do som; O som e audição; A qualidade do som; reflexos sonoros: eco, poluição sonora; Próteses que substituem parte e funções de alguns órgãos do corpo; Aparelhos e instrumentos que o homem constrói para corrigir algumas deficiências físicas; Objetos e aparelhos fabricados para corrigir deficiências dos órgãos dos sentidos; Tecnologias utilizadas para diagnosticar problemas relacionados aos sistemas sensorial, nervoso, endócrino, locomotor, genital, digestório, respiratório, cardiovascular e urinário; Tecnologias que causam danos ao sistema nervoso central: radiação,
digestão: transformação dos alimentos; Aproveitamento dos alimentos; Reações químicas; Equações químicas; Transformação energética; Eliminação de resíduos; Hemodiálise; Sabores, odores e texturas; Ácidos e bases: identificação, nomenclatura e aplicações; Ph de diversos produtos e substancias; Óxidos e sais; Sustâncias tóxicas de uso industrial: soda caustica, cal e acido sulfúrico dentre outras; Substancias tóxicas de uso agrícola: agrotóxicos, fertilizantes e inseticidas, dentre outras; Substancias tóxicas de uso domestico: detergentes, sabões, ceras, solventes, lustra - móveis, tintas e colas, dentre outras; Composição química do álcool; Teor alcoólico das bebidas; reações que ocorrem no sistema nervoso e no organismo com a liberação de neurormônios, como por exemplo a adrenalina.
anorexia e da bulimia, dentre outros; Sistema cardiovascular; Disfunções do sistema cardiovascular: prevenção; Aspectos preventivos de acidente vascular cerebral, enfarte, hipertensão, arteriosclerose, dentre outros; Sistema respiratório; Disfunções do sistema respiratório: prevenção; Aspectos preventivos do enfisema pulmonar, asma, bronquite, dentre outros; Sistema urinário; Disfunções do sistema urinário: prevenção; aspectos preventivos da nefrite, cistite, infecção urinaria, dentre outros; Sistema genital feminino; Disfunções do sistema genital feminino: prevenção; Sistema genital masculino; Disfunções do sistema genital masculino: prevenção; Métodos anticoncepcionais – tipos, ação no organismo, eficácia, acesso, causas e conseqüências do uso; Tecnologia de reprodução in vitro, inseminação artificial; Tecnologias associadas ao diagnostico e tratamento das DSTs – AIDS; Manipulação genética: clonagem e células tronco; Aconselhamento genético como forma de prevenção à má formação gênica; Doação de sangue e órgãos; Reprodução – hereditariedade; Causas e conseqüências da gravidez precoce – prevenção; DSTs, AIDS: prevenção; Defesa do organismo; Sistema sensorial: visão, audição, olfação, gustação e tato; Portadores de necessidades educacionais especiais: deficiência congênita e adquirida; Sistema nervoso:
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metais pesados, drogas, acidentes com armas de fogo, acidentes de trânsito, automedicação, dentre outras; Correção de lesões ósseas e musculares: traumatismo, fraturas e lesões.
central, periférico e autônomo; Disfunções do sistema nervoso: prevenção; Efeitos das drogas no sistema nervoso; Prevenção ao uso de drogas; Sistema endócrino; Glândulas: exócrinas, endócrinas e mistas; Disfunções do sistema endócrino: prevenção; Sistema esquelético; Disfunções do sistema esquelético: prevenção; Sistema muscular; Disfunções do sistema muscular: prevenção.
4. Metodologia da disciplina
Atualmente, considera-se que o ensino de Ciências Naturais proporciona condições
para que o aluno seja capaz de identificar problemas, elaborar hipóteses para explica-los,
planejar e executar ações para investigá-las, analisar e interpretar dados e propor e criticar as
soluções, construindo dessa forma o seu próprio conhecimento.
Piaget e Hunt (in Bethlem, 1970) escreveram que somente por meio da pratica e da
observação das coisas da Ciência o ser humano “se desenvolve integralmente, do mesmo
modo que só os indivíduos desenvolvidos poderão trabalhar pelo bem – estar da sociedade à
qual pertencem. Conscientes, então, dos problemas do mundo moderno, poderão agir
positivamente como simples cidadãos ou como lideres”.
Nestas Diretrizes Curriculares, propõe-se que os conteúdos específicos sejam
encaminhados por meio de uma metodologia critica e histórica, de modo a considerar a
articulação entre os conhecimentos físicos, químicos e biológicos.
O estudo dos conteúdos estruturantes propostos implica uma articulação com os
conhecimentos de outras ciências para explicar os inúmeros fenômenos naturais que ocorrem
no mundo.
É importante que o professor estabeleça as relações entre os diversos conteúdos
específicos e que sugere o engessamento destes, no âmbito escolar, relativo a abordagem
tradicional apresentada em muitos livros didáticos que trata os conteúdos, sem relacionar nem
integrar nem contextualizar os conteúdos de uma mesma serie e desta com as outras series do
Ensino Fundamental.
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Se não houver integração destes conteúdos, a proposta se descaracteriza e perde o
sentido porque a articulação entre os conhecimentos físicos, químicos e biológicos possibilita
ir além da abordagem tradicional dos conteúdos.
Os conteúdos específicos elencados devem ser tratados ao longo dos quatro anos do
Ensino Fundamental, desde que respeitem o nível cognitivo dos alunos, a realidade local, a
diversidade cultural, as diferentes formas de apropriação dos conteúdos específicos por parte
dos alunos e que se adote uma linguagem coerente com a faixa etária, para aumentar
gradativamente o aprofundamento do estudo.
A metodologia do ensino de ciências deve estar voltada para as necessidades
cotidianas dos alunos, alongando seus horizontes e elevando sua imaginação. Para tanto
elencamos algumas possibilidades metodológicas: a observação, o trabalho de campo, os
jogos de simulação e desempenho de papeis, visitas à industrias, fazendas, museus, projetos
individuais e em grupos, redação de cartas para autoridades, palestrantes convidados. Fóruns,
debates, seminários, conversação dirigida, jogos didáticos, historia em quadrinhos,feiras,
murais, dramatização, exposição e painéis.
É de suma importância o registro feito pelos alunos durante o desenvolvimento
de todas as atividades aqui elencadas.
Partindo desses pressupostos, a disciplina de ciências poderá resgatar na escola, a sua
principal função, sendo assim o professor de ciências assume uma postura de especialista e
não de generalista em varias disciplinas, temáticas ou projetos, priorizando os saberes
historicamente construídos, aos quais todos os alunos têm direito.
5. Critérios de Avaliação
Não há duvida de que a avaliação é um dos temas mais controversos e apaixonantes da
educação. A nossa pratica tem mostrado que a idéia de avaliação esta direcionada ao uso de
provas com finalidade de verificação utilizada no final de um determinado conteúdo, com
intenção de classificação e em alguns casos ate mesmo como forma de punição.
A avaliação deve ser pensada como mais um item de nosso currículo e com vários
papeis. Num primeiro momento para diagnosticar o estagio de desenvolvimento do aluno, da
turma, com objetivo de rever o processo de aprendizagem. Enfim toda a avaliação serve como
um diagnostico
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De uma forma geral, a avaliação deve ser formativa, num processo permanente e com
a finalidade de desenvolver toda a potencialidade do aluno e reorienta-lo em sua
aprendizagem e apresentar novos desafios a serem superados.
A avaliação é uma atividade constante n vida de todas as pessoas. É imprescindível,
primeiramente nos libertar da idéia de que o senso comum é suficiente para o julgarmos um
desempenho. Isso nos permite estabelecer parâmetros para um avaliação mais competente,
tornando possível um maior desenvolvimento do individuo, que estamos avaliando.
Para que o processo seja o mais amplo possível, devem-se utilizar instrumentos
variados, cada um com uma intencionalidade, em diversos momentos.
As modalidades de avaliação estão diretamente relacionadas aos objetivos e aos tipos
de conteúdos que o professor deseja medir.
Cabe aos professores escolher a melhor maneira para avaliar seus alunos, lembrando
sempre que não existe forma correta de avaliar, que todas apresentam vantagens e
desvantagens.
Propomos algumas modalidades de avaliação, que são: prova escrita, prova oral, auto-
avaliação, trabalho integrado, participação, comportamento, trabalhos de pesquisa feitos em
casa e tarefas em classe.
7. Bibliografia
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GEWANDSZNAJDER,F. Ciências, A vida na Terra. São Paulo: Ática, 2002
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VALLE,C. Coleção Ciências, Tecnologia e Sociedade. Brasília 2005
FONSECA, A, Caderno do Futuro, Ciências. São Paulo: IBEP
KRASILCHIK, M. O professor e o Currículo de Ciencias: São Paulo. 1987: E.P.U
CURITIBA. Secretaria do Estado de educação. SEED. Diretrizes Curriculares da rede
Publica de Educação Básica do Estado do Paraná. Ciências,. Curitiba,. 2006
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