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Segurança e Saúde no Trabalho
Mestrado em Direito e Segurança
MS005 – OUTROS SISTEMAS DE SEGURANÇA
PROGRAMA
1. O surgimento das regras de segurança e saúde no trabalho
2. Finalidade das normas de segurança e saúde no trabalho
3. As normas internacionais de segurança e saúde no trabalho: em especial o Direito da União Europeia
4. A tutela constitucional da segurança e saúde no trabalho
5. A segurança e saúde no trabalho na legislação jurídico-laboral
6. Legislação especial sobre segurança e saúde no trabalho
7. Prevenção Vs Reparação
8. Responsabilidade
1. O surgimento das regras de segurança e saúde no trabalho
Surgiram pela necessidadeRevolução Industrial: impacto social e nas condições de trabalho
Preocupações com a garantia da saúde e segurança, especialmente das mulheres e crianças
Séc. XIX, Reino Unido, primeiras leis SST, com rápida expansão a outros países como Alemanha, França, e também Portugal
Portugal: Decreto de 14 de Abril de 1891, sobre condições de trabalho; Lei 83/1913, acidentes de trabalho; De. 5637/1919, seguro.
Criação OIT 1919: Conv 17 (1925); Conv. 18; Conv. 81 (1947), Rec. 112 (1959); Conv. 155 (1981)
Lei 1942, de 1936 (transferência da responsabilidade patronal através de um seguro privado)(ubi commoda, ibi incommoda)
Diretiva 89/391/CEEPortugal: DL 441/91, de 14/11Código do Trabalho e legislação regulamentar
2. Finalidade das normas de segurança e saúde no trabalho
Qualidade de vida do trabalho• Realização pessoal e profissional
Prevenção de riscos profissionais• Aumento da competitividade com
diminuição da sinistralidade
3. As normas internacionais de segurança e saúde no trabalho: em especial o Direito da União Europeia
Conv. 155 OIT, ratificada por PT (Decreto n.º 1/85, de 16/01)
Locais, máquinas, materiais e processos de trabalho, no
máximo possível, sem riscos
Vestuário e equipamento de
proteção adequados
Prever situações de urgência e acidentes, com
meios suficientes para administração de 1.ºs
socorros
Proteção contra agentes
químicos, físicos e biológicos
3. As normas internacionais de segurança e saúde no trabalho: em especial o Direito da União Europeia
Diretiva 89/391/CEE
Aplica-se, em regra, a todos os setores
de atividade, públicos e privados
Para estes efeitos, trabalhador é
qualquer pessoa ao serviço de uma
entidade patronal, assim como os estagiários e os
aprendizes
Entidade patronal é a pessoa singular ou
coletiva titular da relação de trabalho
3. As normas internacionais de segurança e saúde no trabalho: em especial o Direito da União Europeia
Diretiva 89/391/CEE
O empregador é o responsável por assegurar a
segurança e saúde dos trabalhadores, ainda que
recorra a entidades externas
Contudo, os EM podem prever casos de
exclusão/diminuição de responsabilidade
relativamente a factos devidos a circunstâncias que lhe são estranhas, anormais
imprevisíveis, acontecimentos
excepcionais, cujas consequências não podiam
ser evitadas
Obrigações gerais do empregador:
- Prevenção de riscos profissionais;
- Informação e formação;- Criação de um sistema organizado e de meios
necessários
3. As normas internacionais de segurança e saúde no trabalho: em especial o Direito da União Europeia
Diretiva 89/391/CEE: Prevenção de riscos profissionais
- Evitar os riscos- Avaliar os riscos que
não podem ser evitados- Combater os riscos na
origem
- Adaptar o trabalho ao homem (conceção dos
postos de trabalho, equipamentos e métodos
de trabalho e de produção), atenuando o
trabalho monótono e cadenciado
- Ter em conta o estado de evolução da técnica
- Substituir o que é perigoso pelo que é
isento de perigo
- Planificar a prevenção- Dar prioridade às
medidas de proteção coletiva em relação Às medidas de proteção
individual- Dar instruções adequadas aos
trabalhadores (e assegurar, quando lhe confia uma tarefa, das suas capacidades em
matéria de SST)
Havendo trabalhadores de diferentes empresas
no mesmo local de trabalho, os vários
empregadores devem cooperar e coordenar as atividades de prevenção,
informando os trabalhadores
3. As normas internacionais de segurança e saúde no trabalho: em especial o Direito da União Europeia
Diretiva 89/391/CEE: Informação e formação
Informação sobre os riscos, medidas e atividades de
prevenção, medidas especiais de proteção
contra incêndios, riscos graves e imediatos, primeiros socorros
Consulta e participação dos trabalhadores
Representantes dos trabalhadores em SST
Acesso dos representantes à informação relevante
Formação dos trabalhadores:- Contratação- Transferência- Mudanças de
equipamento/tecnologia- Formação especial dos
representantes(custeada pela entidade
empregadora e dentro do horário de trabalho??)
3. As normas internacionais de segurança e saúde no trabalho: em especial o Direito da União Europeia
Diretiva 89/391/CEE: Serviços SST
A entidade empregadora designará um ou mais
trabalhadores (em número suficiente) para se ocuparem das
atividades de prevenção na empresa e/ou estabelecimento,
disponibilizando-lhes tempo adequado para o
efeito e nunca os prejudicando por esse
motivo
Se os meios forem
insuficientes, o empregador deve recorrer a entidades
exteriores (pessoas ou serviços)
Nalguns casos, poderá ser o próprio
empregador a assumir essas funções
Primeiros socorros, luta contra incêndios,
evacuação de trabalhadores, perigo
grave e imediato
3. As normas internacionais de segurança e saúde no trabalho: em especial o Direito da União Europeia
Diretiva 89/391/CEE: Obrigações dos trabalhadores
Cada trabalhador deve cuidar
da sua segurança e saúde, bem
como daqueles que pode afetar
Utilizar corretamente as máquinas,
equipamentos, substâncias, transportes
Manusear corretamente
os dispositivos
de segurança
Contribuir para a SST e Comunicar
situações de perigo
3. As normas internacionais de segurança e saúde no trabalho: em especial o Direito da União Europeia
Diretiva 89/391/CEE: Controlo da saúde
Vigilância da saúde dos
trabalhadores tendo em conta
os riscos
Pode estar incluído no SNS
3. As normas internacionais de segurança e saúde no trabalho: em especial o Direito da União Europeia
Diretiva 89/391/CEE: Diretivas especiais - exemplos
Locais de Trabalho – Dir. 89/654/CEE
Equipamentos de trabalho –
Dir. 2009/104/CE e 89/656/CEE
Grávidas, puérperas ou lactantes –
Dir. 92/85/CEE
3. As normas internacionais de segurança e saúde no trabalho: em especial o Direito da União Europeia
Diretiva 89/654/CEE – Locais de trabalho
As vias de circulação
que conduzem às saídas
devem estar desobstruída
s
Manutenção técnica dos
locais de trabalho,
instalações e
dispositivos
Limpeza periódica
Evolução em função do progresso
técnico
3. As normas internacionais de segurança e saúde no trabalho: em especial o Direito da União Europeia
Diretiva 2009/104/CE – Equipamentos de trabalho
Condições de
instalação
MAnutenção
Princípios ergonómic
os
3. As normas internacionais de segurança e saúde no trabalho: em especial o Direito da União Europeia
Diretiva 89/656/CEE – EPIs de trabalho
Os equipamentos de protecção individual devem ser utilizados
quando os riscos existentes não
puderem ser evitados ou suficientemente limitados por meios
técnicos de protecção colectiva ou por
medidas, métodos ou processos de
organização do trabalho
Têm de ser adequados ao risco, e
nunca implicar um aumento do mesmo
Ter em conta as condições existentes no local de trabalho,
as exigências ergonómicas e de
saúde do trabalhador
Em regra, são de uso individual
Informações adequadas sobre o
uso
Gratuitidade (admitem-se
exceções)
3. As normas internacionais de segurança e saúde no trabalho: em especial o Direito da União Europeia
Diretiva 92/85/CEE – GPLs
Avaliação e informação dos Riscos
ConsequÊncias
Agentes proibidos
Trabalho noturno Licença
Proteção especial
despedimento
4. A tutela constitucional da segurança e saúde no trabalho
Direito à liberdade de empresa
61.º, n.º 1 e 80.º, alínea c) da CRP
Direito à vida, à integridade física e moral, à saúde e a
prestar trabalho em condições de higiene, segurança e saúde
Artigos 24.º, 25.º, 59.º, 64.º CRP
5. A segurança e saúde no trabalho na legislação jurídico-laboral
Seto
r Pri
vado
Código do Trabalho
Lei 102/2009
5. A segurança e saúde no trabalho na legislação jurídico-laboral
Seto
r Públic
o
Lei 59/2008
Regulamento
SETOR PRIVADO – CÓDIGO DO TRABALHO
Âmbito de aplicação: Artigo 10.º CT – Situações equiparadas a contrato de trabalho – dependência económica sem subordinação jurídica – trabalho no domicílio (Lei n.º 101/2009, de 8 de setembro)
SETOR PRIVADO – CÓDIGO DO TRABALHO
Âmbito de aplicação:
Trabalhadores em regime de teletrabalho: princípio da igualdade de tratamento (artigo 169.º, n.º 1, CT)
SETOR PRIVADO – CÓDIGO DO TRABALHO
Âmbito de aplicação-Trabalhadores com contrato de trabalho temporário: - 185.º/2 CT: regime aplicável ao utilizador;- 186.º CT: informação do utilizador à ETT e
desta ao trabalhador; exames de saúde – ETT, com informação ao utilizador (atividades com risco elevado, vigilância pelo utilizador)
- Formação: utilizador
Art.º 13.º do Decreto -Lei n.º 260/2009, de 25 de setembro3 — A empresa de trabalho temporário é obrigada a transferir a responsabilidade pela indemnização devida por acidente de trabalho para empresas legalmente autorizadas a realizar este seguro
Artigo 177.º, n.º 3, CT
O contrato de utilização de trabalho temporário deve ter em anexo cópia da apólice de seguro de acidentes de trabalho que englobe o trabalhador temporário e a actividade a exercer por este, sem o que o utilizador é solidariamente responsável pela reparação dos danos emergentes de acidente de trabalho.
Acórdão nº TRL_8685/2006-4 de 24-01-2007
Artigo 175.º, n.º 4, CT
Não é permitida a utilização de trabalhador temporário em posto de trabalho particularmente perigoso para a sua segurança ou saúde, salvo se for essa a sua qualificação profissional. (neste caso, 186.º, n.º 7)
A infracção a esta disposição constitui contra-ordenação muito grave imputável ao utilizador.
Constatou-se estatisticamente que os trabalhadores com vínculos menos estáveis são vítimas de sinistralidade numa ratio superior à dos trabalhadores permanentes
Acórdão nº TRL_8135/2003-4 de 10-12-2003
O conceito é indeterminado e a análise deve ser casuística
SETOR PRIVADO – CÓDIGO DO TRABALHO
Âmbito de aplicação-Trabalhadores ocasionalmente cedidos: - 291.º/1: regime aplicável ao cessionário- Informação dos riscos ao cedente e ao
trabalhador- Proibição de afetação a posto
particularmente perigoso
SETOR PRIVADO – CÓDIGO DO TRABALHO
Artigo 127.º, n.º 1, alíneas c) g), h) e i), e n.º 2 – Obrigações gerais do empregador. Outras: 212.º/2/a; 222.º (pode ser justa causa de resolução: 394.º/2/d CT)
VsArtigo 128.º, n.º 1, alíneas e), i) e j) – Deveres do trabalhador (no limite, é justa causa de despedimento – 351.º/2/h CT)
SETOR PRIVADO – CÓDIGO DO TRABALHO
Artigo 281.º - Princípios gerais
- O empregador tem uma obrigação de segurança
- Prevenção técnica + Informação, formação e consulta + Serviços adequados
SETOR PRIVADO – CÓDIGO DO TRABALHO
Artigo 282.º - Informação, formação e consulta- Informação dos trabalhadores- Consulta aos representantes ou aos
próprios trabalhadores (ex: 225.º/6)- Formação dos trabalhadores e dos seus
representantes
SETOR PRIVADO – CÓDIGO DO TRABALHO
284.º CT
Na parte da SST, Lei
n.º 102/2009
SETOR PRIVADO – LEI 102/2009
Responsável pela segurança
Empregador ou quem detenha a gestão das instalações (para os casos de prestação de atividade noutra empresa)
Obrigações gerais do empregador: art.º 15.º
Identificar e tentar evitar todos os riscos; se não forem
evitáveis, reduzi-los ao mínimo. Isto relativamente às
várias fases do processo produtivo, incluindo
atividades preparatórias, de manutenção e de reparação
Combater os riscos na origem; substituir o que é
perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
adaptar o trabalho ao homem
Planificar a prevenção e integrar a avaliação e
prevenção dos riscos no conjunto de atividades da
empresa
Adaptar-se ao estado da evolução da técnica e a
novas formas de organização do trabalho
Dar prioridade às medidas de proteção coletiva
relativamente às de proteção individual
Dar instruções claras e adequadas aos trabalhadores
Zonas de risco elevado ou Situações de risco grave ou iminente
-O acesso a zonas de risco elevado apenas deve ser permitido trabalhadores com aptidão e formação necessárias, e pelo mínimo período de tempo possível.
- Em caso de risco grave ou iminente, o trabalhador deve estar instruído para abandonar o seu local de trabalho e não regressar enquanto o perigo persistir.
Trabalhadores de várias empresas no mesmo local de trabalho: art.º 16.º
Para
alé
m d
a
resp
on
sab
ilid
ad
e d
e c
ad
a
em
pre
gad
or
Trabalho temporário – empresa utilizadora
CedÊncia de trabalhadores –
empresa cessionária
CPS – trabalhadores onde o trabalho se
desenvolve
Empresa adjudicatária da obra ou serviço
A empresa em cujas instalações é prestado um serviço deve informar os respetivos empregadores e trabalhadores sobre fatores que afetem a segurança e saúde e todas as matérias referidas nas alíneas a) a g) do n.º 1 do art.º 18.º: avaliação dos riscos, medidas, trabalhadores responsáveis pelo combate a incêndios….
Comunicações obrigatórias do empregador
Acidentes mortais, ao ACT, nas 24 horas seguintes, com
indicação dos factos e registos dos tempos de
trabalho nos 30 dias anteriores: art.º 111.º
Informação sobre a atividade anual de SST em cada
estabelecimento: art.º 112.º (anexo D do relatório único,
a entregar até 15/04); portaria 55/2010, de 21/01
Admissão de trabalhadores com contratos de duração determinada, em comissão de serviço ou em cedência ocasional (ao serviço SST e
aos trabalhadores com funções específicas SST):
art.º 19.º/6
Obrigações do trabalhador: art.º 17.º
Cumprir as prescrições de SST
Zelar pela sua segurança e pela
dos outros, especialmente se tem funções de
chefia
Utilizar corretamente todos os equipamentos e
materiais
Cooperar e comunicar
Em caso de perigo grave e iminente,
cumprir as medidas previstas e comunicar
O trabalhador não pode ser prejudicado em virtude de se ter afastado do seu posto de
trabalho ou de uma área perigosa em caso de perigo grave e iminente nem por ter adotado
medidas para a sua própria segurança ou para a segurança de outrem.
O trabalhador pode ser responsabilizado civil, disciplinar e contra-ordenacionalmente: artigo
17.º/ 4 e 5
Organização de serviços de SST: artigos 73.º ss Lei 102/2009
Serviço interno: preferência
Serviço comum: na falta de meios… ATT: não isenta a responsabilidade do empregador
Serviço externo: na falta de meios… ATT: não isenta a responsabilidade do empregador
Estrutura interna para assegurar as atividades de primeiros socorros, combate a incêndios e evacuação
Serviço Interno: art.ºs 78.ºss
Serviço interno
Instituído pelo empregador
Para os trabalhadores sob a sua responsabilidade
Faz parte da estrutura da empresa
Serviço interno
Serviço interno (poderá ser prestado por outra empresa em relação de domínio ou
de grupo)
Estabelecimento com pelo menos
400 trabalhadores
Conjunto de estabelecimentos distanciados até
50 km daquele que tem mais
trabalhadores e que, no conjunto, têm, pelo menos,
400 trabalhadores
Estabelecimento ou conjunto de
estabelecimentos que desenvolvam
atividades de RISCO ELEVADO (art.º 79.º), a que estejam expostos, pelo menos, 30 trabalhadores
Dispensa de serviço interno
Com autorização administrativa,mediante requerimento acompanhado de parecer dos representantes dos trabalhadores, e se:
Não exercer atividade de risco elevado
Taxas de sinistralidade e gravidade não superiores à média do setor nos últimos dois anos
Não existam registos de doenças profissionais provocadas pelos trabalho na empresa
O empregador não tenha sido punido por infrações muito graves praticadas no mesmo estabelecimento nos últimos dois anosVerificação dos limites de exposição a substâncias ou fatores de risco (se necessário, vistoria)
Dispensa de serviço interno
45 dias posteriores ao requerimento
• Marcação vistoria e notificação com antecedência mínima de 10 dias; notif. pagamento
60 dias a contar da data
do requerimento
• Autorização
A empresa tem 6 meses para instituir
serviços internos
• Caso haja revogação da autorização
Serviço interno pelo próprio empregador ou por trabalhadores designados??
Apenas se:Empresa,
estabelecimento ou conjunto de
estabelecimentos distanciados até 50
km do de maior dimensão que empregue, no
máximo, 9 trabalhadores
Cuja atividade não seja de risco elevado
Se o empregador possuir formação
adequada e permanecer
habitualmente nos estabelecimentos (ou se os trabalhadores possuírem formação adequada e tiverem
tempo e meios adequados)
Com autorização administrativa, pelo período de 5 anos,
renovável mediante requerimento
entregue com 60 dias de antecedência. A
autorização pode ser revogada nos casos do n.º 6 do art.º 81.º
Serviço Comum: art.º 82.º
Acordo entre várias empresas ou estabelecimentos que não pertençam a sociedades em relação de domínio ou de grupo nem se insiram no âmbito do 78.º/3
Só tem como âmbito os trabalhadores sob a responsabilidade dessas empresas
Carece de autorização administrativa (art.ºs 82.º, 2 e 3 e 84.º ss)
Serviço Externo
Cooperativos
Modalidades
Convencionados
Privados
Associativos
Autorização de serviço externo
Requerimento
• Modelo próprio; indicação da área, setor e atividades de risco elevado
Junção de documentos
• Artigo 86.º, n.ºs 3 e 4 CT
Vistoria e Autorização
• Artigos 88.º a 96.º CT
Funcionamento dos serviços de SST
ObjetivosAssegurar as condições de trabalho que
salvaguardem a segurança e a saúde física e mental dos
trabalhadores
Desenvolver as condições técnicas que assegurem as
medidas de prevenção
Informar e formar os trabalhadores no domínio da
segurança e saúde no trabalho
Informar e consultar os
representantes dos trabalhadores para a segurança
e saúde no trabalho (ou, caso não existam, os
próprios trabalhadores)
Funcionamento dos serviços de SST
Principais atividades: art.º 98.º
Avaliar riscos, implementar as
medidas, elaborar o plano de
prevenção e os relatórios,
participar na elaboração do
plano de emergência; colaborar na
conceção dos locais
Supervisionar os EPIs, coordenar as medidas a adotar em caso de perigo grave e iminente;
acompanhar a execução das
medidas
Realizar exames de vigilância da saúde,
elaborando os relatórios e fichas e
manter registos atualizados; Desenvolver atividades de
promoção da saúde
Programas de informação e
formação; apoiar as atividades de informação e consulta dos
representantes
Organizar os elementos
necessários Às notificações
obrigatórias e as participações em caso de acidente
ou doença profissional; coordenar e acompanhar
auditorias; analisar as causas do
acidente e doença; recolher e organizar elementos estatísticos
Manter atualizados e disponíveis para
consulta os elementos do n.º 2
do art.º 98.º
Instalações, equipamento e técnica dos serviços
Instalações adequadas e equipadas para o exercício da atividade
Equipamentos e utensílios de avaliação das condições de SST e EPIS a utilizar pelo pessoal técnico
Qualidade técnica dos procedimentos
Capacidade para exercício das suas atividades principais, podendo haver subcontratação em relação a tarefas de elevada complexidade ou pouco frequentes
Recursos humanos dos serviços: serviço de segurança
Técnicos superiores ou técnicos de SHT, devidamente certificados (Lei n.º 42/2012)
Estabelecimento industrial: até 50 trabalhadores, um técnico; mais, 2 técnicos por cada 1500 trabalhadores ou fração, sendo pelo menos um deles técnico superiorRestantes estabelecimentos: até 50 trabalhadores, 1 técnico; mais, 2 técnicos por cada 3000 trabalhadores ou fração, sendo pelo menos 1 deles técnico superior
A atividade deve ser assegurada regularmente, no próprio estabelecimento, pelo período necessário
Recursos humanos dos serviços: serviço de saúde
Médico do trabalho: licenciado em medicina com especialidade em medicina do trabalho reconhecida pela Ordem dos Médicos ou aquele a quem lhe for reconhecida idoneidade, nos termos da lei
Enfermeiro do Trabalho: nas empresas com mais de 250 trabalhadores, o médico do trabalho deve ser coadjuvado por um enfermeiro do trabalho
Número de horas necessário: estabelecimento industrial, pelo menos 1 hora por mês por cada grupo de 10 trabalhadores ou fração; restantes estabelecimentos, pelo menos 1 hora/mês por cada grupo de 20 trabalhadores ou fração
Não pode um médico do trabalho assegurar a vigilância de um número de trabalhadores a que correspondam mais de 150 horas de atividade por mês
Vigilância da saúde
Objetivos• Comprovar e avaliar a aptidão física do trabalhador para o exercício da atividade
• Aferir da repercussão da atividade e das condições em que é prestada na saúde do trabalhador
Exames• Admissão, antes do início da prestação de trabalho ou, em caso de urgência na admissão, nos 15 dias seguintes
• Periódicos, de 2 em 2 anos (para os menores e pessoas com mais de 50 anos, anuais)
• Ocasionais: sempre que haja alterações substanciais nos componentes materiais de trabalho; no caso de regresso ao trabalho depois de uma ausência superior a 30 dias por motivo de doença ou acidente
Vigilância da saúde
Ficha clínica•Com as observações clínicas
•Sigilo profissional, não é facultada ao empregador
Ficha de aptidão• Aptidão/Inaptidão• É enviada cópia aos recursos humanos• Se inaptidão, indicação de outras funções• Se a atividade laboral for nociva, isso é comunicado ao
responsável pelo serviço de SST e pode ser solicitado o acompanhamento do médico assistente do centro de saúde
Representantes dos Trabalhadores
< 61 trabalhadores:
1 Representante
61-150 trabalhadores:
2 representante
s
151 a 300 trabalhadores:
3 representante
s301 a 500
trabalhadores: 4
representantes
501 a 1000 trabalhadores:
5 representante
s
1001 a 1500 trabalhadores:
6 representante
s> 1500
trabalhadores: 7
representantes
Representantes dos trabalhadores
Eleição para mandatos de 3 anos
São eleitos pelos trabalhadores por voto
direto e secreto, segundo o princípio
proporcional do método de Hondt
Concorrem listas apresentadas:
-pelos sindicatos que tenham trabalhadores
representados na empresa;
- Que sejam subscritas, no mínimo, por 20% dos trabalhadores da
empresa
Cada lista deve indicar o número de candidatos
efetivos igual ao dos lugares elegíveis e igual
número de suplentes
Os resultados são publicados no BTE
Representantes dos trabalhadores
Direitos
Crédito de 5 horas por mês
Formação adequada; se necessário licença com
retribuição (ou sem
retribuição, se outra entidade
atribuir subsídio
específico)
Instalações adequadas,
meios materiais e
técnicos
Distribuir e afixar
informação na empresa
Reunir com o órgão de gestão da
empresa, pelo menos uma vez por mês
(sem redução do crédito de
horas)
Apresentação de propostas
para minimizar riscos
Informação e consulta
Consulta dos Representantes dos Trabalhadores (na sua falta, os próprios trabalhadores)
Consulta por escrito, pelo menos duas vezes por ano: o parecer é emitido no
prazo de 15 dias
Avaliação dos Riscos
Medidas de SST
Equipamento de Proteção
Programa e organização da
formação em SST
Designação do representante do empregador que
acompanha a atividade dos
serviços de SST
Designação e exoneração de trabalhadores que prestem
funções específicas nos
domínios da SST
Designação dos trabalhadores responsáveis
pelos primeiros socorros, combate a
incêndios e de evacuação
Modalidades de serviços de SST e
recurso a serviços
exteriores
Lista anual de acidentes de
trabalho mortais ou incapacitantes em mais de 3 dias e
respetivos relatórios
Informação dos trabalhadores e representantes
Riscos e medidas de prevenção
Medidas e instruções a adotar em caso de
perigo grave e iminente
Medidas de primeiros socorros, combate a
incêndios e de evacuação e
trabalhadores encarregados
Informação adicional aos trabalhadores
com funções específicas em SST
Informação aos serviços e técnicos
exteriores com funções SST à
empresa
Informação específica sobre riscos para o património genético
(art.º 43.º)
Formação
Dos trabalhadores
• Posto de Trabalho
• Atividades de risco elevado
Dos trabalhadores
designados para atividades de
SST• Formação permanente para o exercício das funções
Em número suficiente
• Medidas de primeiros socorros
• Combate a incêndios
• Evacuação
Trabalhadores especialmente protegidos
Trabalhadores que trabalhem com agentes ou fatores que possam afetar o património genético: art.º 41.º ss
• Avaliação dos riscos• Informação específica• Vigilância da saúde
Em especial, trabalhadoras grávidas, puérperas e lactantes
• Código do Trabalho• Artigos 50.º ss Lei 102/2009
Em especial, os menores: - Código do Trabalho: art.º 72.º
- Artigos 61.º ss Lei 102/2009
6. Legislação especial sobre segurança e saúde no trabalho – alguns diplomas
Decreto-Lei 273/2003 e Decreto 41.821, de 1958: Estaleiros de construção
Decreto-Lei 50/2005: Equipamentos de trabalho
Decreto-Lei 347/93 e Portaria 987/93: Locais de Trabalho
Decreto-Lei 348/93 e Portaria 988/93: Equipamentos de Proteção Individual
Decreto-Lei 141/95 e Portaria 1456-A/95: sinalização de segurança
Portaria 922/2006: Ruído
7. Prevenção Vs Reparação
Artigo 283.ºAcidentes de trabalho e doenças profissionais1 - O trabalhador e os seus familiares têm direito à reparação de danos emergentes de acidente de trabalho ou doença profissional.2 - As doenças profissionais constam da lista organizada e publicada no Diário da República.3 - A lesão corporal, perturbação funcional ou a doença não incluídas na lista a que se refere o número anterior são indemnizáveis desde que se prove serem consequência, necessária e directa, da actividade exercida e não representem normal desgaste do organismo.4 - A lei estabelece as situações que excluem o dever de reparação ou que agravam a responsabilidade.5 - O empregador é obrigado a transferir a responsabilidade pela reparação prevista neste capítulo para entidades legalmente autorizadas a realizar este seguro.6 - A garantia do pagamento das prestações que forem devidas por acidentes de trabalho que não possam ser pagas pela entidade responsável, nomeadamente por motivo de incapacidade económica, é assumida pelo Fundo de Acidentes de Trabalho, nos termos da lei.7 - A responsabilidade pela reparação dos danos emergentes de doenças profissionais é assumida pela segurança social, nos termos da lei.8 - O empregador deve assegurar a trabalhador afectado de lesão provocada por acidente de trabalho ou doença profissional que reduza a sua capacidade de trabalho ou de ganho a ocupação em funções compatíveis.
Trabalhadores Independentes
Têm de ter o seu próprio seguro de acidentes de trabalho
Decreto-Lei n.º 159/99, de 11 de maio
Lei Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais: Lei n.º 98/2009, de 4 de setembro
Doenças Profissionais: Artigos 93.º ss
REGIME GERAL DA SEGURANÇA SOCIAL
LISTA DE DOENÇAS PROFISSIONAIS: Dec. Reg. N.º 76/2007. Outras: são indemnizáveis desde que se comprove serem consequência necessária e direta da actividade e não representem um desgaste natural do organismo
Requisitos do direito à reparação: - O trabalhador estar afetado pela doença- O trabalhador ter estado exposto ao respetivo risco pela natureza da indústria,
atividade ou condições, ambiente e técnicas do trabalho habitual
Incapacidade:
- Temporária: as incapacidades temporárias superiores a 18 meses são consideradas permanentes, devendo ser fixado o grau de incapacidade, a não ser que haja parecer clínico em contrário; de qualquer forma, nunca pode ser superior a 30 meses.
- Permanente
Certificação:- O médico assistente que suspeita que o doente tem uma doença profissional deve enviar
a Participação Obrigatória ao Departamento de Proteção contra Riscos Profissionais (DPRP) para a doença ser diagnosticada e certificada; Entretanto, se necessário, CIT
- O beneficiário é chamado para uma avaliação clínica, onde um médico do DPRP o observa e avalia os exames
- Se necessário, o médico do DPRP pede ao Serviço de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho ou ao Departamento de Pessoal da empresa onde o beneficiário trabalha ou trabalhou e suspeita ter contraído a doença, para preencher o modelo de Relatório de Avaliação da Exposição a Riscos de Doença Profissional (Mod. GDP 14-DGSS).- Se necessário, é feita uma avaliação do posto de trabalho do beneficiário pelos serviços competentes do DPRP.- No final, a informação reunida é avaliada por dois médicos do DPRP que caracterizam a
doença como profissional ou não, e graduam a respetiva incapacidade
Doença profissional sem incapacidade: Prestações em espécie; Subsídio para frequência de cursos de formação profissional.
Incapacidade Temporária Absoluta/parcial: Prestações em espécie; Incapacidade Temporária por doença profissional (benefício pago em dinheiro ao trabalhador com suspeita de doença profissional, durante um período de tempo limitado, pela perda ou redução da capacidade de trabalho ou de ganho resultante dessa doença. Consegue-se através do CIT passado pelo SNS
Incapacidade Permanente Parcial: Prestações em Espécie; Pensão por doença profissional; Prestação suplementar à pensão (em certas condições); Subsídio para readaptação da habitação (em certas condições); Subsídio para frequência de cursos de formação profissional (em certas condições).Pensão bonificada (em certas condições); Subsídio de elevada incapacidade (em certas condições).
Incapacidade Permanente Absoluta para o Trabalho Habitual (IPATH): Prestações em Espécie; Pensão por doença profissional; Prestação suplementar à pensão (em certas condições); Subsídio para readaptação da habitação (em certas condições); Subsídio para frequência de cursos de formação profissional (em certas condições); Subsídio de elevada incapacidade (em certas condições).
Incapacidade Permanente Absoluta para Todo e Qualquer Trabalho (IPATQT): Prestações em Espécie; Pensão por doença profissional; Prestação suplementar à pensão (em certas condições); Subsídio para readaptação da habitação (em certas condições); Bonificação de Pensão; Subsídio de elevada incapacidade.
Prestações em Espécie:
- Assistência médica e cirúrgica.- Exames e elementos complementares de diagnóstico.- Tratamentos e visitas domiciliárias.- Medicamentos e produtos farmacêuticos.- Cuidados de enfermagem.- Hospitalização e tratamentos termais.- Próteses e ortóteses (incluindo a sua renovação e reparação).- Reabilitação e reintegração profissional e social, incluindo a adaptação ao posto de trabalho.Apoio psicoterapêutico, sempre que necessário, à família do doente profissional.- Despesas de deslocação, alimentação e alojamento para diagnóstico ou tratamento de doença profissional (por exemplo, para ir a uma consulta, um tratamento ou a uma junta médica) ou comparência a atos judiciais.
Acidentes de Trabalho
NO LOCAL E NO TEMPO DE TRABALHO
COM EXTENSÕES (art.º 9.º): exs: acidentes in itinere; noutro local em que esteja a executar serviços determinados pelo empregador ou
por ele consentidos
Exclusão ou redução da responsabilidade
Artigos 14.º a 18.º:
- Descaracterização do acidente;- Força maior;- Situações especiais;- Acidente causado por outro trabalhador ou terceiro
Agravamento da responsabilidade
Artigo 18.º
Atuação culposa do empregador
Art.º 79.º/3: a seguradora satisfaz o pagamento das prestações que seriam devidas caso não houvesse atuação culposa, sem prejuízo do
direito de regresso
8. Responsabilidade
CIVIL
CONTRA-ORDENACIONAL
PENAL
- Artigo 152.º-B CP- Artigo 277.º CP