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Sem Terrinha de Marco de 2011
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Ano 4 • № 31 • Março de 2011
Nossa, como o tempo passa rápido... outro dia mesmo o ano estava começando
e agora está quase chegando a Páscoa! E tanta coisa já aconteceu! O que mais gostei foi a movimentação que teve aqui por causa do 8 de março. É o Dia Internacional da Mulher, né? Eu nunca tinha visto minha mãe tão animada! Era reunião, acampamento só de mulheres, e tanta música e palavra de ordem legal!
Que imagem mais linda! E foi uma semana de clima bom, de protesto, e também de cantoria, de cartazes, de oficinas... Aqui no meu assentamento as mulheres são muito guerreiras. No seu também?
Ai, ai, era tanta coisa que elas falavam... Deixa ver se eu lembro. Ah, o principal era o cuidado que a gente precisa ter com a comida. Porque hoje em dia tem muito veneno nas coisas que vêm dos
supermercados. E por isso temos que valorizar a produção nossa, que é mais saudável e tudo fica mais gostoso. Mas não é só valorizar. É também lutar para que a gente tenha condições de produzir bastante, de levar para as cidades. Pelo que entendi, é lutar por Reforma Agrária para que quem não tem terra possa ter, e quem já conquistou possa viver bem e produzir sem veneno, em grande quantidade.
Também falamos de exemplos de lutas e de pessoas muito corajosas que fizeram a diferença em seu tempo. Teve uma mulher,
a Rosa Luxemburgo, que enfrentou tanta coisa e tanta gente! Quero muito saber mais sobre a Rosa! Lá dentro do jornal tem mais.
Sabe o que é mais legal? É saber que no Movimento sempre vai ter mais encontro, mais música, mais passeata, mais palavras novas!
Até a próxima!
Viva a Luta das Mulheres!!!
O espaço também é seu!Escreva você também para o Jornal das
Crianças Sem Terrinha. Mande suas críticas, elogios, sugestões, poesias e desenhos. Anote aí o nosso endereço:
Alameda Barão de Limeira, 1232, Campos Elíseos, São Paulo, SP CEP 01202 - 002 Correio eletrônico: [email protected]
O é elaborado coletivamente pelos Setores de Educação, Comunicação e Cultura.
Os desenhos são feitos por crianças Sem Terrinha de todo o Brasil. Agradecemos também a todas as pessoas
que de alguma forma contribuíram para este trabalho, em especial às Escola Itinerantes do MST-Paraná.
Esta edição faz parte do Jornal Sem Terra nº 311
Correio eletrônico: [email protected] Página na internet: www.mst.org.br
2 Jornal SEM TERRINHA • Março 2011
R osa Luxemburgo nasceu na Polônia no dia 5 de março de 1971, caçula de quatro
irmãos. Sua família era judia, o pai tinha uma serralheria e a mãe era muito estudiosa. Aos cinco anos, Rosa já sabia ler e escrever, mas a saúde dela era fraquinha, ela ficou doente, de cama, por quase um ano e depois ficou um pouco manca de uma perna pela vida toda.
Aos 13 anos, Rosa entrou para uma escola de mulheres em Vasórvia. Durante seus estudos tirou notas excelentes, mas tinha uma atitude rebelde diante das autoridades escolares. No ensino médio ela iniciou sua militância política, que naquela época era proibida. Ela precisou ir embora de seu país, e foi continuar seus estudos na Suíça. Ela foi uma das primeiras mulheres a concluir um curso de Doutorado.
Ela escreveu diversos livros, sendo o mais conhecido “Reforma Social ou Revolução?”. Foi educadora durante muitos anos em cursos de
formação. Isso porque ela defendia que todo mundo, trabalhadores e trabalhadoras, tinha condições de
entender, de refletir e tomar decisões sobre o que fazer para combater as injustiças.
Abaixo a Guerra!
Quando a primeira Guerra Mundial começou, lá na Europa em 1914, ela achou um absurdo que os representantes do povo
fossem a favor da guerra. Dizia que a guerra tinha que ser contra a exploração, e não do povo de um país contra o outro. E foi presa por causa disso! Mas nem assim ela desistiu da luta: acreditava que nem tudo está perdido se os trabalhadores
e trabalhadoras souberem aprender com a experiência e tirar lições
dos próprios erros.
“Liberdade é Sempre a Liberdade de Quem Pensa
de Modo Diferente”
No ano de 1917 aconteceu uma revolução de verdade, na Rússia. E Rosa ainda estava presa, então, como não podia estar lá, ela escreveu cartas aos companheiros e companheiras, para elogiar a coragem revolucionária e lembrar que o socialismo tem que ser como a construção de uma casa: de baixo pra cima, e não de cima pra baixo (que telhado sem parede cai bem na nossa cabeça!).
Quando finalmente ela foi solta, continuou lutando, mas logo em seguida foi assassinada, em 1919.
Hoje, em 2011, comemoramos 140 anos do seu nascimento, de uma menina que se tornou uma das mulheres mais importantes do nosso tempo, com ações e idéias que servem de inspiração para nós, trabalhadoras e trabalhadores.
Olha que Rosa mais linda!
É a Rosa Branca, que nasce no jardim da dona Sandra!Mas também é a Rosa Amarela que nasce na varanda da capela!E que tal a rosa cor de rosa que brota no caminho que eu faço para ir a escola?Olha que coisa mais linda! A Rosa Vermelha!Cor do sangue que corre na veia e às vezes me faz ficar vermelha!Olha que coisa mais linda!E a Rosa Luxemburgo?É gente que tem nome de flor!Porque a flor deu nome pra gente?Talvez seja porque a gente precisa da flor... mais do que a flor precisa da gente!Solidária esta flor Rosa Luxemburgo que aceitou “ser gente” que cuida da gente!Corajosa esta flor Rosa Luxemburgo que espalhou o “aroma de gente” que organiza a gente!Educadora esta mulher, que disse que não podemos desaprender a aprender.Esta é Rosa Luxemburgo, uma mulher, lutadora, militante!Dura com os opressores Educadora com os oprimidos.Uma mulher com nome de flor!Que brota todo dia, onde estiver acontecendo a organização do povo!E este povo?São os Sem Teto, os operários, os professores...Os Sem Terra... Os Sem Terrinha...