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Luiz Fernando MainardiSecretário da Agricultura do RS
Uma instituição que se reconstrói
Quando assumimos a Secretaria da Agricul-
tura, Pecuária e Agronegócio, em março de
2011, recebemos a missão do governador Tarso
Genro de desenvolver ações para revitalizar a
Fepagro. A entidade estava sendo transferida
da Secretaria de Ciência e Tecnologia para nos-
so comando. Uma tarefa difícil diante do que
encontramos, de esvaziamento daquele órgão
que deveria, em conjunto com outras entidades,
responder aos desafios de modernização da ati-
vidade agropecuária gaúcha. Resgatar o papel
da Fepagro, entidade enraizada no desenvolvi-
mento do setor primário do Estado, passou a
Sempre tive grande admiração pela Fepagro,
pelo trabalho desenvolvido na unidade de Hulha
Negra, pelo pesquisador Iwar Beckmann. Suas
pesquisas deram origem ao trigo nacional. O
primeiro cruzamento de linhagens nativas, em
1925, resultou na variedade clássica, a Frontana,
considerada a base genética de quase todas as
variedades de trigo cultivadas atualmente.
A reestruturação iniciou com o chamamento
dos pesquisadores concursados no governo an-
terior, na maioria, doutores. Chamamos também
profissionais para a área de apoio. Esse movi-
mento era fundamental para reativar a Fepagro.
Recuperamos convênios que estavam pratica-
mente perdidos, renovamos outros e celebra-
mos novos. Também buscamos parcerias com
entidades de pesquisa e ensino, com as quais
partilhamos nossas unidades para desenvolver
Temos clara a importância da pesquisa a-
gropecuária. Sabemos que fortalecer a atividade
primária passa pela implementação de novas
tecnologias e práticas de exploração, o que só
se consegue com o fortalecimento dos órgãos
de pesquisa. Em nosso Estado, tão dependente
da economia rural e carente de novos espaços
que oportunizem a ampliação das fronteiras a-
grícolas e pecuárias, temos que investir no ga-
nho de produtividade, no crescimento vertical
da produção, buscando, além da sustentabilida-
de ambiental, a geração de mais renda para o
E esse é o papel que deve ser exercido pela
Fepagro, através de sua direção, pesquisadores
e servidores de apoio. Por isso, não medimos
esforços para transformar em realidade o que
planejamos no início da atual gestão. Para isso,
além da renovação de pessoal e resgate dos in-
vestimentos, estamos priorizando a reestrutura-
De uma entidade sucateada, fadada ao ex-
termínio, a Fepagro se revitaliza e reconstrói.
Com o apoio do governo do Estado, dos servi-
dores, entidades parceiras e governo federal,
estamos ressuscitando a Fepagro.
ser um de nossos desafios. produtor.
projetos ou validar pesquisas.
ção física e funcional das unidades.
Danilo Rheinheimer – A Fepagro é uma insti-
tuição de pesquisa agropecuária histórica e,
creio eu, todos os professores universitários das
Ciências Agrárias a conhecem. No entanto, uma
instituição não vive somente de sua história. Há
necessidade de fazer acontecer no dia a dia. Es-
te foi o problema da Fepagro nas últimas déca-
das: deixou de ser prioritária para as estratégias
do Estado do Rio Grande do Sul. Suas funções
foram sendo ocupadas pelas universidades fe-
derais, com o crescimento exponencial dos pro-
gramas de pós-graduação e, a partir de 1974,
A falta de investimento em infraestrutura e
equipamentos levou ao sucateamento; a falta
de concurso público e, ainda, a perda dos pou-
cos doutores, paralisaram as pesquisas. A pro-
dutividade científica tornou-se desprezível nu-
Ao assumir a presidência da Fepagro, en-
contrei uma instituição desvirtuada de sua mis-
são e não integrada às demais instituições de
pesquisa, ensino e extensão; administrativa-
mente parada no tempo, com servidores em
processo de aposentadoria; um plano de cargos
e salários que não reconhecia a titulação dos
Como pesquisador e professor da Univer-
sidade Federal de Santa Maria, o senhor já
conhecia o trabalho da Fepagro? O que
encontrou na sua chegada aqui?
seus pesquisadores; ocupação das terras e imó-
É claro que também encontrei muita coisa
boa. Em especial, um grupo de jovens pesquisa-
dores e servidores técnico-administrativos que
resistiram aos desestímulos e aguardavam uma
oportunidade para auxiliar na revitalização da
Fundação. Também foi muito positivo receber
um banco de concursados à espera de serem
nomeados pelo governo do Estado. Com relação
às nomeações, até o final deste ano concluire-
mos o processo e vamos nomear todos os con-
cursados.
veis por terceiros.
pela Embrapa.
mericamente.
‘‘Minha vinda para a Fepagrofoi para mudar, modernizar
e revitalizar''.
Houve resistência às novas propostas?
Como elas foram superadas?
va do futuro da instituição.
O que mudou desde a sua posse?
Rheinheimer – Muita coisa. Em poucas pala-
vras, diria que resgatamos a missão da Fepagro
como uma instituição de pesquisa, inovação e
validação de tecnologia. Eliminamos todas as
parcerias agrícolas e integramos a Fundação às
demais instituições de pesquisa e ensino.
Modernizamos administrativamente a
Fundação, aplicando os princípios básicos da
administração pública. Efetivamos uma equipe
de comunicação social; recuperamos a capaci-
dade de investimento; nomeamos 122 novos
servidores, dentre eles, 48 novos doutores. Via-
bilizamos o processo de promoções e progres-
sões no plano de carreira e, em junho de 2013,
os servidores que progrediram ou foram pro-
movidos já receberam em seus contracheques
um representativo e merecido aumento salarial.
Estamos investindo os recursos advindos do go-
verno federal (PAC Embrapa/OEPAS, MDA,
MAPA, FINEP, MCTI) e do governo estadual, em
especial com recursos advindos do BNDES e as
contrapartidas, como nunca antes na história da
Fepagro. E por fim, o mais importante é a apro-
ximação da pesquisa de quem mais precisa: es-
tamos interiorizando os pesquisadores, aproxi-
mando-os da realidade do campo, reestruturan-
do os Centros de Pesquisa no interior do Estado
para melhor oferecer nossos serviços aos tão
sofridos homens e mulheres do campo, peque-
nos e médios produtores rurais. Estamos pondo
em prática um modelo moderno de gestão pú-
blica de uma organização estadual de pesquisa
agropecuária: integrada e não isolada, produto-
ra de conhecimento e não de produtos agrope-
cuários, estimuladora na formação de recursos
humanos, entre outros avanços.
Quais são os planos para os próximos
anos?
Rheinheimer – Executar à risca o Programa de
Gestão Estratégica para o período 2011-2014,
como consta no sítio web da Fundação. Recupe-
raremos a infraestrutura de vários Centros de
Pesquisa. Para tal, não faltarão recursos finan-
ceiros. Estamos vencendo a burocracia e dificul-
Rheinheimer – Naturalmente, toda mudança
de governo gera apreensão e, em alguns casos,
resistência. A minha vinda para a Fepagro foi
para mudar, modernizar e revitalizar. Portanto,
foram necessárias atitudes fortes e trabalho ár-
duo. Imagino que resistências tenham ocorrido,
porém foram todas superadas com argumenta-
ção e forte embasamento técnico e visão objeti-
No lado técnico-científico, também foram
imprescindíveis muitas mudanças, com destaque
para o resgate da real missão dos pesquisado-
res: fazer pesquisa, inovar e validar tecnologias,
e principalmente fazer pesquisa nos Centros de
Pesquisa do interior, perto da comunidade e da
realidade do campo
Boa Leitura!
dades normais dos órgãos públicos, e evoluindo
na gestão a cada dia, sem nunca descuidar dos
princípios que norteiam a administração pública.
Estamos mudando para sempre a Fepagro com
a criação de unidades mistas de pesquisa e en-
sino, consolidando cooperações com pratica-
mente todas as instituições públicas de pesquisa
e ensino, com destaque para os Institutos
Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, as
universidades federais, a Embrapa e outras Or-
ganizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária.
Estamos dotando a Fepagro da capacidade de
captar recursos via projetos de pesquisas. Dis-
ponibilizaremos os resultados de grandes proje-
tos como Mais Água, Centro Estadual de Meteo-
rologia, Sanidade Animal, Agroenergia,
Dissemina, Programa Estadual de Correção de
Acidez do Solo, Inoculantes, Banco Ativo de
A Fepagro está melhor hoje e a política im-
plementada é muito sólida, pois está sendo
construída com parcerias institucionais fortes, e
não isoladamente. A Fepagro vem recuperando
sua autoestima junto às comunidades locais no
interior. A credibilidade dos serviços prestados e
o resgate de sua imagem consolidam um novo
tecido, uma nova Fepagro que está cada vez
mais institucionalizada e com políticas e projetos
de Estado, portanto perenes. Diria que a
Fepagro está pronta: qualquer gestor que assu-
mir terá todas as ferramentas necessárias para
produzir pesquisa de qualidade.
Germoplasma, entre outros.
Convido o leitor a ler atentamente a revista
, onde ten-
tamos sintetizar o trabalho que vem sendo rea-
lizado, e visitar nossos Centros de Pesquisa,
nossa sede administrativa e laboratórios para
constatar que consolidamos uma nova Fepagro.
desenvolvimento de nosso Estado.
‘‘Resgatamos a missão da Fepagro como uma instituição de pesquisa, inovação e validação de tecnologia''.
Rheinheimer – A pesquisa está afinada e dire-
cionada para os projetos estratégicos do desen-
volvimento sustentável no campo. A reestrutu-
ação da Fepagro é um sinal claro de que esta-
mos fazendo nossa parte e contribuindo para o
Para finalizar?
Panorama Fepagro 2013 – Volume 1
Durante anos, a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária foi, paulatinamente, sendo deixa-
da de lado. Falta de investimentos para as pesquisas, falta de estímulo à produção dos pesquisado-
res, quadro funcional em redução, sem reposição de novos servidores – inúmeros problemas se
acumularam, fazendo com que a Fepagro, no início de 2011, atuasse com apenas 10% de sua ca-
pacidade operacional. O processo de degradação foi tão intenso que a atual gestão ficou diante de
uma encruzilhada: ou se encontrava uma maneira de a Fepagro voltar a funcionar, ou a instituição
de pesquisa, com quase 100 anos de história, teria que fechar as portas de vez.
Felizmente, os novos gestores acreditavam no potencial da Fepagro e não viam o encerramen-
to de suas atividades como uma opção. Nos primeiros meses da atual gestão, seguiu-se um amplo
diagnóstico da situação da Fepagro, levando em consideração a gestão de seus recursos humanos,
As ações também tinham o objetivo de acertar o rumo da Fundação em sua finalidade essen-
cial de estimular, planejar, promover e executar projetos e programas de pesquisa agropecuária.
A partir dessa análise, um Programa de Gestão Estratégica (PGE) foi elaborado e lançado em
julho de 2011, listando as medidas a serem tomadas para a revitalização da Fepagro – medidas
Antes de assumir, a atual gestão encontrou uma instituição com pouca produção científica e
uma série de parcerias que utilizavam áreas da Fepagro em projetos sem qualquer relação com a
pesquisa agropecuária. Todas as ações delineadas pelo PGE tiveram como nova diretriz o resgate
da finalidade principal da Fepagro, da sua razão de ser e existir como órgão público estadual.
essas a serem concluídas até o final de 2014.
lógica; e Comunicação.
agropecuária gaúcha. É o registro do recomeço de uma nova Fepagro.
passos largos em direção ao cumprimento de sua missão.
apresenta um balanço das ações estratégicas já cum-
pridas desde então e mostrar o atual cenário dentro da Fepagro. Muita coisa mudou e mais ainda
está por ser feito, fazendo com que a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária caminhe a
Esta publicação abordará a reestruturação da Fepagro em seu plano maior, observando as mu-
danças e adequações administrativas ocorridas em todos os níveis da instituição. As ações estão
divididas nas seguintes áreas: Modernização Administrativa; Pesquisa, Inovação e Validação Tecno-
Mais que um balanço de gestão, este é um percurso por todas as ações tomadas nos últimos
dois anos para resgatar nosso papel como produtores de novos conhecimentos e tecnologias para a
materiais e condições de infraestrutura e funcionamento de suas unidades.
O Panorama Fepagro 2013 – Volume 1
Danilo Rheinheimer dos Santos
Diretor Técnico: Ivan R. C. KrolowDiretor Administrativo: Romeu Felipe Ortiz
Tarso Genro
Daniel Meireles da Rocha
Bernadete Radin
Nara Regina da Costa
Charlotte Sievers Tostes
André Schuler; Andréia Sá Brito; Roberto Matte
Luiz Fernando Mainardi
Adriane Campello
Caxias do Sul: Caren Regina Lamb
Eldorado do Sul: Alexander Cenci
Encruzilhada do Sul: Elder Joel Coelho Lopes
Hulha Negra: Adriana Kroef Tarouco
Júlio de Castilhos: Liege Camargo da Costa
Maquiné: Rodrigo Favreto
Rio Grande: Ivan R. C. Krolow
Santa Maria: Roberto Trevisan
Santa Rosa: Dejair Jose Tomazzi
São Borja: Nilton Luis Gabe
São Gabriel: Júlio Kuhn da Trindade
Taquari: Raul Fernando Becker
Veranópolis: Cláudia Marllet Fogaça
Terra de Areia: Marcia Regina Stech
Uruguaiana: Delci Rodrigues de Azambuja
Vacaria: Mário Antônio Carbonera
Viamão: José Átila Feijó
A INTERIORIZAÇÃO DA PESQUISA...................................................................................
MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA.................................................................................
Recursos humanos.............................................................................................................
Novos concursados................................................................................................................
Promoções e progressão horizontal.........................................................................................
Formação continuada.............................................................................................................
Insalubridade........................................................................................................................
Gerenciamento e controle.................................................................................................
Revitalização da infraestrutura.........................................................................................
Modernização dos laboratórios................................................................................................
Acesso à internet e telefonia VOIP...........................................................................................
Recursos financeiros..........................................................................................................
Prestação de Serviços........................................................................................................
PESQUISA, INOVAÇÃO E VALIDAÇÃO TECNOLÓGICA....................................................................................................................
Produção vegetal...............................................................................................................
Produção animal................................................................................................................
Recursos naturais renováveis e clima..............................................................................
Sistemas integrados..........................................................................................................
Bolsas.................................................................................................................................
Relações institucionais......................................................................................................
14
17
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18
20
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39
Incentivo à produtividade científica..................................................................................
Validação de Tecnologias...................................................................................................
Adequação Ambiental.........................................................................................................
Centros com produção animal...........................................................................................
Centros com produção vegetal..........................................................................................
Melhoramento genético.....................................................................................................
Apoio à sanidade agropecuária..........................................................................................
COMUNICAÇÃO...................................................................................................................
Novo site e nova identidade visual...........................................................................................
Calendário de eventos............................................................................................................
Canais da Fepagro na internet.................................................................................................
Periódicos Capes....................................................................................................................
Publicações............................................................................................................................
CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................
43
43
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52
A produção agropecuária é uma força que se espalha pelos mais diversos rincões do Rio
Grande do Sul. Em muitas regiões do interior, constitui sua principal atividade econômica, de onde
milhares de famílias extraem o seu sustento. Realizar pesquisa agropecuária de qualidade pressu-
põe o entendimento dos anseios e necessidades desses pequenos produtores, trazendo melhorias e
desenvolvimento no setor agropecuário. Para isso, é necessário que os pesquisadores estejam real-
mente perto desse público, beneficiários finais das linhas de pesquisa que desenvolvem.
Essa, porém, não era a realidade da Fepagro no início da atual gestão, em 2011. Se nada fosse
feito, mesmo com a nomeação de pesquisadores aprovados no concurso público, a maior parte de
seus pesquisadores doutores ainda ficaria em Porto Alegre: seriam 30 doutores, 11 mestres e 13
especialistas - 67% dos pesquisadores atuando na sede da Fepagro. Enquanto isso, os Centros de
Pesquisa da Fepagro no interior do Estado continuariam apresentando marcas de abandono pela
Com o Programa de Gestão Estratégico aprovado para o período 2011-2014, foi estabelecida a
necessidade de se colocar em prática a interiorização da pesquisa agropecuária desenvolvida pela
Fepagro. Até o momento, foram realocados da sede para o interior do Estado, além 24 servidores
de outros 19 que foram remanejados entre os Centros do interior, de acordo com as linhas de pes-
Hoje, com linhas de pesquisa bem definidas entre os Centros e a realocação de pesquisadores
no interior do Estado, a Fepagro começa a trilhar o caminho de volta à pesquisa agropecuária dire-
REDISTRIBUIÇÃO DE SERVIDORES
quisa atribuídas a cada Centro de Pesquisa da Fepagro.
Taquari (3), Júlio de Castilhos (3),Viamão (3), São Gabriel (2), Vacaria (2), Santa Maria (2), Veranópolis (2), Santa Rosa, Rio Grande, Terra de Areia e Hulha Negra
cionada a resultados concretos na vida de milhares de pequenos produtores gaúchos.
Sede (2) e Eldorado do Sul (3)
quantidade insuficiente de servidores para mantê-los funcionando.
Viamão
Pesquisador doutor
Pesquisador mestre
Graduados
Servidor Número Local de trabalho atual
21(maioriasede)
1 (sede)
5 (maioria sede)
Rio Grande
Porto Alegre
Viamão
Maquiné
Terra de Areia
Eldoradodo Sul
Taquari
Vacaria
Veranópolis
Santa Rosa
São Borja
Uruguaiana Santa Maria
São Gabriel
Encruzilhadado Sul
Dom Pedrito
Hulha Negra
Júlio Castilhos Caxiasdo Sul
Sede Administrativa
Centros de Pesquisa
Campo de Recria
Nível médio
Nível fundamental
Servidor Número Local de trabalho atual
11 (maioriasede)
6 (interior)
Viamão (5), Santa Rosa (2),Vacaria, Júlio de Castilhos,São Gabriel e Santa Maria.
Hulha Negra (5) e Rio Grande
Já foram desativadas várias ditas unidades, que não tinham sequer pesquisadores alocados.
Hoje, 15 Centros de Pesquisa possuem pesquisadores doutores. Dos Centros estratégicos para a a-
tual direção da Fepagro, São Borja e Encruzilhada do Sul infelizmente não possuem ainda pesqui-
sadores doutores.
A Fepagro precisava de muitas mudanças para poder corresponder ao perfil de instituição públi-
ca do século XXI: dinâmica, efetiva e eficaz, orientada a resultados. Para isso, o Programa de Ges-
tão Estratégica elencou várias ações necessárias para a modernização da estrutura administrativa,
divididas em quatro frentes: recursos humanos, gerenciamento e controle dos procedimentos inter-
nos, revitalização da infraestrutura da Fepagro e captação de recursos financeiros.
Não há como desenvolver pesquisa sem um bom corpo de pesquisadores, além de servidores
nas áreas de apoio. E a Fepagro tinha um histórico problemático com relação a um quadro de ser-
vidores deficitário. Mesmo a Fundação tendo sido criada em 1994, a formação do seu quadro de
servidores próprios só ocorreu sete anos depois, em 2001, com a Lei 11.630/01. O primeiro con-
curso público da Fepagro, realizado em 2002, chegou a convocar 105 servidores, mas muitos pedi-
ram exoneração. Quando a atual gestão assumiu, em 2011, homologou o segundo concurso públi-
co da instituição, para preenchimento de 172 vagas. A próxima ação a ser tomada, então, foi inici-
ar a nomeação dos aprovados nesse concurso público. Até julho de 2013, fo-122 concursados
ram nomeados. As administrações da Fepagro e da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agrone-
gócio (SEAPA) vêm negociando junto ao governo do Estado autorização para realizar o restante das
nomeações. Com as novas contratações, houve um salto qualitativo e quantitativo na composição
do corpo de pesquisadores da Fepagro, que passou a contar com mais 48 doutores e quatro mes-
tres. No total, a Fundação conta com 61 doutores, 26 mestres, cinco espe-105 pesquisadores:
cialistas e 13 graduados.
19
Nomeados com exercício desde o início da gestão 2011/2014
Pesquisadores
Doutores
Mestres
Servidores – Nível Superior
Administrador
Contador
Analista de sistema
Comunicação Social - Jornalismo
Letras
Secretária executiva
Bibliotecária
Servidores – Nível Médio
Técnico em Pesquisa – Laboratório
Agente Administrativo – Administração
Agente Administrativo – Contabilidade
Agente Administrativo – Informática
Servidores – Nível Fundamental
Auxiliar de Serviços Complementares
Auxiliar Administrativo
Total
48
4
4
3
2
1
1
1
1
8
7
3
1
23
2
108
O sistema de promoções e movimentação
dos servidores da Fepagro, como descrito na Lei
de Planos de Cargos e Salários da instituição
(Lei 11.630/01), precisava de ajustes. Com a
aprovação da Lei 13.963 em fevereiro de 2012,
que alterou parte da Lei 11.630, foi atualizado
o número de vagas nos graus dos cargos.
Além disso, a mudança de nível dentro de um
cargo agora se dá por progressão horizontal,
anualmente, e não mais por movimentação ver-
tical, que acontecia a cada três anos. Em janeiro
de 2013, saiu o resultado do primeiro processo
de promoções e progressões horizontais realiza-
do após a alteração da Lei. Foram reconhecidos
os diplomas de pós-doutorado, doutorado, mes-
trado e especialização, e concedidas 14 pro-
A correção dessas distorções estimula a formação continuada dos servidores da Fepagro, que
incentiva, inclusive, o pós-doutoramento, patamar incluído na última revisão realizada na Lei
11.630. Ao obter essa titulação, o servidor pode mais do que dobrar o salário básico.
Tipo de Progressão Ganho salarialNúmero de contemplados
14
Graduação EspecializaçãoGraduação Mestrado
Mestrado Doutorado
Doutorado Pós-doutorado
Especialização Mestrado
15%38%20%19,5%39%
35
1
gressões horizontais, 26 promoções por an-
tiguidade e 23 por merecimento.
As promoções horizontais, principalmente,
corrigiram injustiças com servidores que rece-
biam num grau inferior às suas verdadeiras qua-
lificações. Por exemplo, um pesquisador da
Fepagro, que recebia como mestre e já possuía
doutorado, prestou novamente concurso para a
Fundação, em 2010, apenas para que pudesse
progredir na carreira e passasse a ser remune-
rado de acordo com sua titulação. Seu caso re-
presenta o disparate daquela época: era mais
"fácil" avançar no Plano de Cargos e Salários a-
través de concurso público do que pelo sistema
de promoções.
o curso de operador de máquinas realizado em Capela de Santana, numa parceria entre o Centro
Estadual de Formação Profissional e a Associação Gaúcha dos Professores Técnicos Agrícolas.
Além de produzir pesquisa, a Fepagro quer difundir conhecimento, com a criação do mestrado
acadêmico em Saúde Animal no Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF –
Fepagro Saúde Animal). O mestrado terá os pesquisadores da Fepagro Saúde Animal como profes-
sores orientadores e linhas de pesquisa relacionadas aos aspectos sanitários das cadeias produtivas
animais do Rio Grande do Sul. O regimento do Programa de Pós-graduação foi aprovado pelo
Conselho de Planejamento da Fepagro em abril de 2013 e encaminhado para a Capes, que analisa-
rá sua viabilidade.
Não há como uma instituição, cuja atividade-fim seja a pesquisa e a inovação tecnológica, pres-
cindir da formação dos seus servidores. No entanto, a Fepagro não contava com nenhum pro-
grama de formação continuada, o que inviabilizava a busca por mais qualificação e conhecimento
de seus servidores. Um programa nesses moldes foi constituído e, no biênio 2012-2013, oito
pesquisadores obtiveram licença para estudo em doutorado e pós-doutorado. Por meio do pro-
grama Rede Escola de Governo, da Fundação de Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH),
da área administrativo-financeira participaram de cursos de capacitação e qualifi-12 servidores
cação profissional. No final de 2012, de diversos Centros de Pesquisa frequentaram 15 servidores
Em 2004, a Divisão de Saúde do Trabalhador emitiu um laudo sobre as concessões de insalu-
bridade dentro da Fepagro, mas suas determinações não foram cumpridas pelas gestões anteriores
da Fundação. Em 2011, com a nova gestão, o Tribunal de Contas do Estado apresentou aponta-
mentos sobre a concessão de insalubridade, tendo como base o laudo emitido em 2004. Seguindo
a solicitação do TCE, as concessões de insalubridade no quadro da Fepagro foram revisadas e re-
gularizadas, principalmente nos casos em que adicionais de insalubridade eram pagos a servido-
A modernização na administração da Fepagro passou também pela adoção de sistemas infor-
matizados de gerenciamento e controle. Alguns ainda estão em processo de aquisição e implanta-
ção, mas outros já funcionam plenamente, facilitando a administração dos recursos humanos e ma-
teriais da Fundação.
Após um longo período sem poder utilizar o , a seção de Recursos Humanos da Sistema RHE
Fepagro finalmente conseguiu acesso ao sistema que administra as informações de todos os servi-
dores públicos estaduais. A seção de RH agora tem autonomia para lançar averbações de tempo de
serviço, fazer atualização das pastas funcionais e dados pessoais dos servidores da Fepagro. A
Fundação também não tinha um controle de assiduidade dos servidores. Portanto, outro avanço foi
a implantação do , que já está funcionando na Fepagro Sede e será instalado ponto biométrico
nos demais Centros de Pesquisa assim que recursos pleiteados junto ao BNDES sejam liberados.
Os servidores e patrimônio dos Centros de Pesquisa antes sofriam com a falta de segurança.
Não havia sequer um controle de quem entrava e saía dos prédios e propriedades da Fepagro.
Dessa forma, mau uso das instalações, desvios, invasões, depredações e os roubos de bens da
Fundação eram frequentes e geravam danos irreparáveis para as pesquisas conduzidas. Garantir a
segurança nos Centros de Pesquisa da Fepagro é um desafio que a Fepagro está solucionando aos
poucos. Um já foi implantado na sede em Porto Alegre e Eldorado do Sul, Sistema de Segurança
e houve a de uma empresa de vigilância para a unidade de Viamão. contratação emergencial
Além disso, também está em fase de aquisição um sistema de vigilância por câmeras de se-
res afastados, licenciados ou em cedência.
gurança, que será instalado em todas as unidades da Fepagro.
Havia na Fepagro uma falta de clareza quanto às regras de utilização das moradias e outras
construções da instituição. Por causa dessa falta de regulamentação, em muitas situações, as ins-
talações não estavam sendo utilizadas para os fins a que se destinam. A atual gestão fez o levan-
tamento de ocupação das casas construídas nas unidades de pesquisa, destinadas a abrigar os ser-
vidores da Fepagro, e cancelou 100% dos contratos de parceria agrícola que existiam, além de en-
trar com pedidos de reintegração de posse de áreas da Fepagro ocupadas irregularmente. A nor-
matização para utilização das casas que existem dentro dos Centros de Pesquisa deverá ocorrer
O controle de estoques era caótico e a Fundação, até 2011, não havia implantado o sistema de
dispensa eletrônica de preços, como requerido por lei. Para corrigir tais distorções, o Sistema de
Controle de Estoques foi implantado no final de 2012, e um novo sistema de interligação dos
Centros será desenvolvido. Também foi adotado o , e os Cen-Sistema de Compras Eletrônicas
tros de Pesquisa estão passando por readequações para se adaptar à nova modalidade.
até o final de 2013.
Para sanar o total descontrole que anteriormente existia sobre os bens da Fepagro, a Divisão
Administrativa iniciou, em 2013, o levantamento de patrimônio da Fundação, para registro no Sis-
tema de Controle correspondente. Os servidores da Divisão Administrativa já estão visitando os
Centros de Pesquisa no interior, numa força-tarefa para o cadastramento dos bens de todas as uni-
A Fepagro não contava com um sistema de controle do uso de sua frota, o que acarretava em
ineficiência no controle de gastos com combustíveis e manutenções dos veículos, assim como o u-
so indevido dos veículos oficiais. Para disciplinar seu uso e impedir o uso dos veículos para fins par-
dades no sistema.
Durante décadas, a Fepagro foi uma instituição respeitada e renomada, com um crescimento
sólido e constante. Na década de 1970, em seu auge, contava com mais de 1.500 servidores e
dezenas de Centros de Pesquisa espalhados pelo Rio Grande do Sul. Com a criação da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em 1974, houve um entendimento de que o gover-
no federal iria se encarregar da pesquisa agropecuária em todo o país, o que enfraqueceu o inves-
timento nas organizações estaduais que realizavam pesquisas nesta área – entre elas, a própria
Fepagro. Com a política de Estado mínimo promovida pelos últimos governos estaduais, a situação
ficou ainda mais difícil, com decréscimo de investimentos e um orçamento baixo para os custos
relacionados à manutenção de toda a Fepagro. Tantos anos de abandono a uma estrutura física tão
vasta cobram o seu preço. O Centro de Pesquisa da Fepagro em Veranópolis, por exemplo, fundado
em 1919, uma construção tombada pelo patrimônio histórico do Estado, nunca passou por uma
Hoje, os Centros de Pesquisa da Fepagro e sua sede precisam de reformas e reestruturações
físicas, mas são tantas as intervenções a serem feitas que não será possível executá-las todas nu-
ma mesma gestão. Porém, diversas ações estão sendo desenvolvidas e postas em prática para que
a revitalização da infraestrutura da Fepagro esteja bem encaminhada e consiga finalmente se con-
cretizar a longo prazo. A aquisição de veículos, maquinário agrícola, equipamentos de laboratório,
computadores e novo mobiliário também foram essenciais para a retomada e condução do trabalho
de pesquisa dentro da instituição. A seguir, as ações desenvolvidas nos últimos dois anos e os pro-
No início da atual gestão, em 2011, a Fepagro estava impedida de receber recursos federais,
pelo fato de a Fundação e o próprio Estado estarem com certidões positivadas. Isso se refletiu em
baixíssimos investimentos: apenas R$ 195 mil, talvez a mais baixa da história recente da Fepagro.
Graças ao empenho do Centro de Governo, inclusive com a atuação direta do governador Tarso
Genro, em poucos meses foi possível reverter a situação. A partir de então, abriram-se as portas
para a busca de recursos federais, como o PAC/Embrapa/OEPAS e o Mais Água - Finep/MCTI, entre
ticulares, foi desenvolvida uma minuta de , que deve ser preenchida pelo servi-ordem de serviço
dores que for utilizar o veículo.
reforma em seus quase 100 anos de existência.
jetos que estão sendo delineados para a revitalização da infraestrutura da Fepagro.
outros grandes projetos.
Através do PAC/Embrapa/OEPAS, a Fepagro recebeu para a compra de veí-R$ 11,1 milhões
culos, máquinas agrícolas, equipamentos laboratoriais, móveis para escritórios, equipamentos de
informática, construção de cercas e renovação da rede elétrica. O parque de informática de toda a
Fepagro já foi renovado, com a aquisição de O mobiliário também foi 176 novos computadores.
trocado por – cadeiras, mesas, estantes, gabinetes e armários. Estão em pro- 809 novos móveis
cesso final de aquisição tablets para os pesquisadores e impressoras a laser multifuncionais.
Os Centros de Pesquisa da Fepagro passaram por um processo intenso de degradação, mas os
danos causados pelo abandono estão sendo revertidos. A recuperação da infraestrutura dos Cen-
tros de Pesquisa está sendo feita com recursos conquistados através do projeto BNDES. Foram
concedidos para a reestruturação de todos os Centros de Pesquisa da Fepagro.R$ 22 milhões
As novas sedes de Viamão, Maquiné, Vacaria e Santa Rosa estão sendo licitadas com recursos
do BNDES. Os investimentos também tornaram possível a execução de grandes projetos, que serão
tratados de forma mais detalhada em outro volume do Panorama Fepagro.
Antes da atual gestão, a frota da Fepagro
estava em condição crítica, com poucos veículos
e máquinas agrícolas em péssimo estado de
conservação. Com recursos liberados pelos PACs
2009 e 2010 para a reestruturação das OEPAS, a
Fepagro pôde renovar sua frota de veículos
e máquinas agrícolas, com a aquisição de
duas picapes e 18 carros de passeio, além de
dois caminhões para transporte de animais e
sementes, um caminhão caçamba, uma retroes-
cavadeira, três braços valetadores, uma colhei-
tadeira automotriz com plataforma para grãos
para a Fepagro Sementes em Júlio de Castilhos
e nove tratores agrícolas, distribuídos pelos se-
guintes Centros de Pesquisa: Fepagro
Campanha (Hulha Negra), Fepagro Sul (Rio
Grande), Fepagro Viamão, Fepagro Serra
(Veranópolis), Fepagro Florestas (Santa Maria),
Fepagro Sementes, Fepagro Nordeste (Vacaria)
e dois tratores para a Fepagro Forrageiras (São
Gabriel). Estão em processo de licitação mais de
em equipamentos agrícolas, uni-R$ 8 milhões
dades de beneficiamento de sementes para os
Centros de Pesquisa de Vacaria e Júlio de
Castilhos, e galpões para abrigar máquinas e im-
plementos. Cerca de foram investi-R$ 740 mil
dos na aquisição de sistemas de irrigação para
os Centros de Júlio de Castilhos, Dom Pedrito,
Hulha Negra, Vacaria e São Gabriel.
A sede conta com três laboratórios registra-
dos – Tecnologia de Sementes, Solos e Microbio-
logia Agrícola – mas, no interior, a Fepagro pos-
suía apenas um laboratório funcional. A interiori-
zação dos pesquisadores, a revitalização da es-
trutura física e o aporte de recursos estão dando
suporte para que os laboratórios do interior vol-
tem a funcionar. Os nove laboratórios do IPVDF
– Fepagro Saúde Animal, em Eldorado do Sul,
contam com uma estrutura moderna e atualiza-
da. A maioria já está credenciada – aguarda-se
apenas o credenciamento do Laboratório de
Brucelose. Os servidores dos laboratórios estão
sendo capacitados para a certificação ISO IEC
17025, que acredita laboratórios de ensaio e ca-
libração. O objetivo é que todos os laboratórios
da Fepagro sejam acreditados até 2014.
MODERNIZAÇÃO DOS LABORATÓRIOS
Em 2011, a maioria dos Centros de Pesquisa
da Fepagro não dispunha de internet, um cená-
rio inimaginável para uma instituição de pesqui-
sa e inovação tecnológica. Hoje, quase todos
contam com acesso à internet (com exceção
de Uruguaiana, cuja instalação está sendo provi-
denciada, e Encruzilhada do Sul, onde a única
alternativa é a internet via satélite, inviável eco-
nomicamente para a Fundação). Está sendo lici-
tado junto ao BNDES um projeto de implantação
de telefonia VOIP, com o objetivo de reduzir con
sideravelmente os custos de ligação para a
Fepagro.
Para manter sua estrutura funcionando e sa-
tisfazer suas necessidades orçamentárias, a
Fepagro estabeleceu algumas ações a serem
desenvolvidas, já levando em consideração o
aumento no número de servidores. Por isso, o
orçamento foi adaptado às novas diretrizes pro-
postas pela atual gestão, ou seja, o enfoque na
pesquisa e na validação de tecnologia.
No primeiro orçamento feito pelo atual governo do Estado, em 2012, já foi possível aumentar
os recursos de custeio, uma vez que a nomeação dos novos servidores, em especial dos pesquisa-
dores doutores, possibilitou reiniciar as pesquisas em vários Centros, o que, obviamente, acarretou
incrementos significativos nos custos.
Uma das formas de captar recursos financeiros para a Fepagro é submetendo projetos à apro-
vação de entidades financiadoras. Nesse aspecto, a Fepagro era extremamente deficitária, pois ha-
via poucos doutores e todos estavam concentrados na sede, em Porto Alegre. A Fepagro conseguiu
conquistar recursos junto aos Conselhos Regionais de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul
(COREDES), à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), nos Ministérios do Desenvolvimento
Agrário (MDA), da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Ciência, Tecnologia e Inova-
ção (MCTI) e, em especial, no PAC, por intermédio da Embrapa e das OEPAS.
Investimentos
durante os três
últimos governos
estaduais.
10
8
6
4
2
0
2003-2006
2007-2010
desde 2011
até
01/0
8/1
3
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano Total
milh
ões
de r
eais
Outra fonte de ingresso de recursos era os contratos de parcerias agrícolas. Os valores arreca-
dados, no entanto, eram desprezíveis e incompatíveis com uma instituição de pesquisa, sendo con-
tratos extremamente desvantajosos para a Fundação. Hoje, grande parte dos contratos de produ-
ção e/ou prestação de serviços que a Fepagro tinha firmado já foi Em 2012, todos os revisada.
contratos de parceria com pessoas físicas foram rescindidos (com exceção de dois, que estão sob
Além de uma fonte de arrecadação, os serviços laboratoriais constituem uma grande contribui-
ção da Fepagro para o desenvolvimento da agropecuária gaúcha e brasileira. A Fepagro possui
vários laboratórios credenciados pelo MAPA para diagnóstico em programas sanitários oficiais e
O IPVDF é o órgão oficial da SEAPA responsável pelo serviço diagnóstico de apoio aos pro-
gramas de sanidade animal desenvolvidos no Estado. Seu credenciamento junto ao MAPA atende
às exigências da norma ISO/IEC 17.025, que trata dos Requisitos Gerais para a Competência de
Laboratórios de Ensaio e Calibração. Os exames realizados dão suporte aos programas de Sani-
dade Suína, Sanidade Avícola, Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose, Sanidade de
Ovinos e Raiva dos Herbívoros. O IPVDF também é o responsável pela realização dos exames de
monitoramento e diagnóstico da raiva urbana, programa coordenado pela Secretaria Estadual da
Saúde. O IPVDF ainda realiza exames diagnósticos de enfermidades de interesse das cadeias
produtivas, cujas amostras são encaminhadas diretamente por produtores rurais, médicos veteri-
nários, instituições de assistência técnica, clínicas veterinárias e empresas do setor agropecuário.
litígio judicial). Em vez de permissão para que terceiros usufruíssem das terras da Fepagro, a atual
administração está firmando com instituições de ensino e pes-termos de cooperação técnica
quisa, como são os casos dos Colégios de Teutônia, Encruzilhada do Sul e São Leopoldo.
Prestação de Serviços
prestação de serviços, a exemplo do IPVDF.
Atualmente, o IPVDF disponibiliza 89 exames diagnósticos.
Prestação de serviços do Laboratório de Microbiologia Agrícola em 2012
Atividades do Laboratório de Tecnologia de Sementes em 2012
Amostras Ensaios Determinações
637 1347 4350
* Depositária das estirpes autorizadas para a produção de inoculantes comerciais no Brasil.
Serviço Solicitante Quantidade
Análises fiscais de inoculantes Ministério da Agricultura 130
Análises periciais de inoculantes Ministério da Agricultura 3
Testes sorológicos Ministério da Agricultura 130
Ministério da Agricultura 96
Ministério da Agricultura 1000
103
27
Liofilização de estirpes Vários 591
Remessa de estirpes
para indústria
Remessa de estirpes para
instituições de ensino e pesquisa
Experimento em casa de vege-
tação (unidades experimentais)
Manutenção da Coleção
SEMIA*
Análises químicas de solo
realizadas pelo Laboratório
de Química Agrícola
Análise Química do Solo
2010 2011 2012
1740 1944
406845004000350030002500200015001000
5000
Vários
Vários
Exames realizados no IPVDF2010 a 2013/1
Exames realizados no IPVDF - 2013/1
2010 2011 2012
42162
48881
59688
70000
60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
32
5197
12868
411 99
80
846
54
Histopatologia
Saúde das Aves
Virologia
Bacteriologia
Parasitologia
Brucelose
Leptospirose
No início da atual gestão, os maiores problemas administrativos da pesquisa na Fepagro eram
a grande quantidade de acordos de produção, cedência de áreas e utilização de patrimônio público
por terceiros, todos com fins diferentes dos da pesquisa. A atividade-fim da Fundação Estadual de
Com as novas diretrizes estabelecidas por as atividades desenvolvidas na Fepagro, várias pro-
postas foram feitas para resgatar a missão central da Fundação – pesquisa, inovação e validação
A primeira proposta foi organizar as linhas de pesquisa da Fepagro em quatro grandes progra-
mas: Produção Vegetal, Produção Animal, Recursos Naturais Renováveis e Clima e Sistemas Integra-
dos. Vários grupos de pesquisas intercentros e interinstitucionais já estão devidamente cadastrados
O Programa de Pesquisa em Produção Ve-
getal da Fepagro envolve 12 Centros de Pes-
quisa 60 pesquisadores e ações de . As ativi-
dades englobam dois grandes grupos de ação:
. Em torno deCulturas Anuais e Horticultura
60% das atividades do programa são com cultu-
ras anuais, envolvendo cinco programas de
melhoramento genético – trigo, feijão, soja,
sorgo e forrageiras – e uma rede de ensaios
de oito culturas. Em torno de 40% das ativi-
dades estão aplicadas em Horticultura, sendo
que há dois programas de melhoramento gené-
tico, em . Em 2012, akiwi e hortaliças
Fepagro teve um projeto aprovado pela Finep,
viabilizando a organização dos Bancos de Ger-
Pesquisa Agropecuária precisava urgentemente de um redirecionamento.
moplasma que existem na instituição.
de tecnologia.
no CNPq.
PRODUÇÃO ANIMAL
O Programa de Pesquisa em Produção Animal envolve e ações de três Centros de Pesquisa
. Desde o início da atual gestão, os pesquisadores ligados à produção animal 35 pesquisadores
na Fepagro vêm conduzindo , a maioria ainda em curso, dentro das 39 projetos de pesquisa 16
linhas de pesquisa do grupo. Durante o período que vai do início de 2011 ao primeiro semestre
de 2013, a produção científica do grupo de pesquisadores aumentou, contabilizando 163 traba-
Durante esse período, as pesquisas relacionadas ao Programa de Pesquisa em Produção Ani-
mal conseguiram desenvolver , que estão à disposição novos testes diagnósticos e produtos
da Fepagro para serem incluídos na rotina diagnóstica, oferecidos a terceiros ou encaminhados a
registro ou patenteamento. São técnicas de detecção de vírus que atacam , , suínos bovinos aves
e camarões. A relação a seguir detalha esses avanços tecnológicos do Programa de Produção
Animal.
lhos publicados em revistas científicas nacionais (61) e internacionais (102).
Suínos
Avanços tecnológicos da Fepagro na área de produção animal
-PCR para detecção de anelovírus suínos-PCR para detecção de circovírus suíno (PCV2)-PCR para detecção citomegalovírus suíno (PCMV)-PCR para detecção de bocavírus suíno-Diagnóstico e análise genêmica de amostras de influenza suína isoladas no RS
Aves -PCR para detecção do girovírus das aves tipo 2 (CGV2)-PCR para detecção do vírus da anemia das galinhas (CAV)-PCR para detecção do parvovírus das galinhas (ChPV)-PCR em tempo real para detecção de vírus do bico e das penas dos psitacídeos (BFDV)
Bovinos -PCR para detecção de parainfluenza 3 (PI-3) bovino-RT-PCR para análises genômicas de amostras do vírus da raiva para determinação da espécie de origem da amostra viral e da variante viral-PCR para detecção de BoHV-1-PCR para detecção de BoHV-2-PCR para detecção de BoHV-4-PCR para detecção de BoHV-5-PCR para detecção de PvHV-2-PCR para a detecção de parainfluenza 3 bovino-PCR para a detecção de pestivírus (pan-pestivírus)-PCR em tempo real para herpesvírus bovino 1 e5-Sequenciamento completo de vírus da influenza A em criação de suínos no RS
Camarões-Diagnóstico molecular do vírus da síndrome da mancha branca (WSSV) em camarões*PCR - Reação em Cadeia da Polimerase (Polymerase Chain Reaction).
O Sistema de Recursos Naturais Renováveis
e Clima foi beneficiado pela do revitalização
Centro Estadual de Meteorologia (CemetRS),
com a aquisição de novos equipamentos, novos
projetos e chegada de novos pesquisadores.
Hoje, o CemetRS possui uma equipe formada
por cinco meteorologistas, quatro agro-
meteorologistas, bolsistas e estagiários. O
Centro também foi contemplado pelo Projeto
Mais Água, que recebeu da Finep um financia-
mento superior a . Além disso,R$ 11 milhões
uma proposta de pesquisa sobre o Bioma Pam-
pa foi elaborada e encaminhada para criação de
emenda parlamentar. Em 2011, também foi a-
provada uma proposta no MDA para a área de
microbiologia, um investimento de R$ 600 mil
para a elaboração de baseados inoculantes
em bactérias promotoras do crescimento vege-
tal que se associam ao milho e trigo, adaptados
O Programa de Pesquisa em Sistemas Integrados compreende os projetos de pesquisa em sis-
temas que associam diferentes atividades do setor agropecuário, tendo uma visão integradora de
propriedade, núcleo familiar de agricultores, comunidade rural e ecossistema. Foi apresentada uma
proposta para estruturação desse programa e um banco de projetos foi criado junto com os pes-
quisadores. Esses projetos agora serão elaborados e submetidos a editais de financiamento, para
Projeto
Mais
captação de recursos.
à região noroeste do Rio Grande do Sul.
A Fepagro, mesmo depois de 93 anos de
sua fundação, não possuía um programa de Ini-
ciação Científica e Tecnológica. Já no primeiro
ano da atual gestão (2011), a Fepagro conquis-
tou cotas nos programas Institucionais de Ini-
ciação Tecnológica e Inovação (Probiti) e Inicia-
ção Científica (Probic) da Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul
(Fapergs), com respectiva renovação nos anos
de 2012 e 2013. Foram 10 bolsas de inicia-
ção 13 bolsas para o primeiro ano e para a
seleção 2013/2014, ocorrida em julho de 2013.
Da mesma forma, em 2013, a Fepagro ob-
teve aprovação junto ao Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq-MCTI) de cotas no Programa Institucio-
nal de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).
A criação dos três Programas de Bolsas de
Iniciação trouxe para a Fepagro, de forma autô-
noma estudantes de ensino superior com inten-
ção de seguir carreira no campo da pesquisa e
inovação tecnológica, podendo contar com pes-
quisadores que possuem expressiva produção
científica e tecnológica. Hoje, a Fepagro é uma
instituição aberta aos estudantes que desejam
iniciar-se no campo da pesquisa, e também a
atuais pesquisadores, que aproveitam a estrutu-
ra física e intelectual dos seus Centros de Pes-
quisa para elaborar teses e dissertações. A
Fepagro conta com 32 bolsistas (quatro douto-
res, dois mestres, cinco graduados e 21 gra-
duandos), 11 pós-graduandos com bolsa, 44 es-
tagiários contratados através da FDRH, além de
nove doutores e 30 graduandos voluntários.
Aliado ao importante trabalho de iniciação científica, promovido pelas bolsas do Probic e Probiti,
a Fepagro também criou o Salão de Iniciação Científica e Tecnológica da Fepagro (SICIT),
uma oportunidade de divulgação e acompanhamento dos trabalhos de Iniciação Científica e Inova-
ção Tecnológica realizados na Fundação. Durante o Salão, são apresentados trabalhos de estudan-
tes envolvidos em atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico supervisionadas/orienta-
das por um pesquisador vinculado à Fepagro. Na primeira edição, realizada em setembro de 2012,
foram inscritos Uma segunda edição do Salão já está sendo organizada para outu-30 trabalhos.
bro de 2013.
Bolsas de Pesquisa
A interiorização dos pesquisadores e o
consequente reinício das pesquisas nos Centros,
anteriormente abandonados, possibilitou que a
Fepagro consolidasse cooperação técnico-cientí-
fica com praticamente todas as instituições pú-
blicas de pesquisa e ensino presentes no Rio
Grande do Sul, outros Estados brasileiros e até
outros países.
A pesquisa é, essencialmente, um trabalho
de cooperação. Por isso, mais do que necessá-
rio, era imperioso que a Fepagro ampliasse seu
relacionamento com universidades, escolas téc-
nicas e outras instituições de pesquisa. Algumas
dessas cooperações visam qualificar o uso das
áreas e infraestrutura da Fundação; outras po-
tencializam os grupos de pesquisa da Fepagro.
consepa Conselho Nacional dos sistemas Estaduaisde Pesquisa Agropecuária
DEE RF A LE DD
A E D PI
ES
LR OE
TVI A
N S
U
R LS I S- B AR
unipampaUniversidade Federal do Pampa
FUNDAÇÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
UCSUNIVERSIDADEDE CAXIAS DO SUL
Tais parcerias estabelecem o compartilha-
mento do espaço físico da Fundação e a condu-
ção de projetos em conjunto, como é o caso do
da Centro de Ensino e Pesquisa de Ovinos
Fepagro em Viamão, em parceria com UFRGS.
Em Vacaria, um Centro de Pesquisa completa-
mente abandonado – e, inclusive, ocupado por
integrantes do MAB e MST –, hoje é espaço de
criação de uma Unidade Mista de Pesquisa
(Unité Mixte de Recherche - modelo francês).
Lá, além da Fepagro, revitalizada pela alocação
de vários pesquisadores e servidores de apoio,
com cooperação consolidada com a Embrapa
Trigo, também está em construção um campus
do Instituto Federal Rio Grande do Sul
Na mesma localidade, também haverá um
campo experimental da Universidade
Estadual do Rio Grande do Sul e a presença
de experimentos da Universidade de
Caxias do Sul. Além disso, através de parceria
com a prefeitura, estabeleceu-se uma área de
três hectares para o acolhimento de agroin-
dústrias familiares. Com isso, a Fepagro em
Vacaria será um complexo envolvendo o ensino,
a pesquisa, a formação de agricultores e técni-
cos e, inclusive, a agregação de valor nos pro-
Outro exemplo é a instalação do Campo de
Recria André Voisin na Fepagro Campanha
Meridional, em Dom Pedrito. Um projeto que
abrange em seu escopo a prestação de serviço,
validação de tecnologias e pesquisa científica.
Envolve a Fepagro, a Universidade Federal de
Pelotas, o Instituto Federal do Rio Grande do
Sul, a Universidade Federal do Pampa e a Cen-
tral de Cooperativas Terra Livre. Está atraindo,
inclusive, instituições de fora do Estado, como a
Universidade Federal de Santa Catarina e a
Universidade da República do Uruguai. No Cam-
po de Recria, os estudantes dessas instituições
de ensino, por meio de estágio curricular, reali-
zam todo o manejo de terneiras em fase de re-
cria, oriundas de produtores integrantes das co-
operativas, até que os animais estejam em ida-
de própria para reprodução, quando são insemi-
nadas e devolvidas prenhes. O Campo deve a-
colher e recriar até dezembro1.000 terneiras
Outra parceria importante para lançamen-
tos de variedades foi firmada com a Empresa
de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de
Santa Catarina, fortalecendo a atuação da
Fepagro também fora do Rio Grande do Sul.
dutos agropecuários.
deste ano.
que abrigará mais de mil estudantes.
Merece destaque a integração com a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, por ser tam-
bém uma instituição vinculada à estrutura do Estado que atua em pesquisa, mas ainda se encontra
desprovida de infraestrutura. Em três cidades, a Fepagro está doando áreas para que a universida-
de possa investir em infraestrutura (Caxias do Sul, 7 ha; Santana do Livramento, 28 ha; e Vacaria,
21 ha). Nesses mesmos locais, as duas instituições compartilharão toda sua infraestrutura, com
destaque para Caxias do Sul, onde há Usina Escola, laboratórios e até alojamento. Vários projetos
de pesquisa poderão ser desenvolvidos nessa cooperação, cuja realidade já se materializou no Pro-
jeto Mais Água, em que a Fepagro está repassando mais de R$ 500 mil à Uergs para execução da
Outros acordos envolveram a utilização dos materiais da Fepagro em avaliações e ativida-
des didáticas de escolas técnicas, como a Escola Estadual Técnica Zeno Pereira Luz, em
Encruzilhada do Sul; Escola Estadual Técnica Visconde de São Leopoldo, em São Leopoldo e Capela
de Santana; e o Colégio Teutônia. Além de colaborar para a estruturação produtiva e didática des-
sas escolas, tais acordos permitiram monitorar quantitativa e qualitativamente rebanhos bovinos de
leite que há anos estavam nas áreas de Fepagro sem qualquer tratamento específico com exceção
temática socioeconômica do projeto.
Da mesma forma que com as universidades,
buscou-se aproximação da recentemente estru-
turada Rede Federal de Ensino Tecnológico, a-
tualmente em franca expansão. Entendendo a
importância dos Institutos Federais de Educação
Técnica e Tecnológica (IFETs) para a qualifica-
ção de recursos humanos voltados às especifici-
IFETs
ESCOLAS TÉCNICAS
dades das demandas locais e consequentemen-
te para o desenvolvimento regional, já foram
formalizados Termos de Cooperação Técnico-
Científicos com dois dos três Institutos
(Farroupilha e Rio Grande do Sul). Foram doa-
dos 60 ha em Vacaria e 18 ha em Tupanciretã.
do manejo sanitário obrigatório.
Em 2012, a Fepagro assinou um Acordo de
Cooperação Geral com a Embrapa, que irá
abranger todas as cooperações técnicas especí-
ficas que o sucederem. Foram assinados Termos
de Cooperação específicos para melhoramento e
validação de materiais de trigo e outras temáti-
cas de pesquisa com a Embrapa Trigo, para de-
senvolvimento de pesquisas; com as unidades
da Embrapa Clima Temperado, para frutas e
hortaliças; e com a Embrapa Arroz e Feijão, para
o feijão. Atualmente, a Fepagro está delineando
novas parcerias com a Embrapa Milho e Sorgo,
Em 2011, a parceria do CemetRS com a
Embrapa Clima Temperado e a Embrapa Trigo
tornou possível o lançamento do Atlas Climáti-
co do Rio Grande do Sul. A publicação, dispo-
nível gratuitamente no site do CemetRS, mostra
o histórico de variáveis climáticas, como tempe-
ratura do ar, radiação solar global, umidade rela-
tiva do ar e precipitação pluvial, compilando da-
dos coletados durante 30 anos em vários locais
do Estado.
Embrapa Pecuária Sul e Embrapa Uva e Vinho.
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
A Fepagro está coordenando, junto com a
Assessoria de Cooperação e Relações Interna-
cionais do Governo do Estado, o projeto de coo-
peração agrícola Rio Grande do Sul-Cuba.
Fruto de uma missão a Cuba no ano passado, a
primeira etapa do projeto já foi realizada, com a
visita de um grupo de agricultores, pesquisado-
res e funcionários do governo cubano. A comiti-
va ficou durante dois meses no Rio Grande do
Sul, visitando instituições estaduais ligadas à
produção, pesquisa e extensão agropecuária –
entre elas, a Fepagro. A próxima etapa aconte-
ce em setembro de 2013, com a visita da comi-
A Fepagro também está elaborando projetos
de cooperação agrícola entre o Rio Grande do
Sul e , sobre biofábricas, irrigação e me-Israel
lhoramento do trigo, e também com países da
África.
tiva gaúcha a Cuba.
Validação de Tecnologia
A produção e validação de tecnologias são fundamentais para a verificação dos dados consoli-
dados nas pesquisas da Fepagro. Infelizmente, no início da atual gestão, essas atividades encon-
travam-se desorganizadas, espalhadas de forma irregular nas unidades e Centros de Pesquisa.
Uma série de medidas se fizeram necessárias para ordenar a produção e validação de tecnologias.
A ausência de um planejamento para o uso das áreas da Fepagro motivou a criação de um
plano de utilização das unidades e Centros de Pesquisa da Fundação. A redefinição das ativida-
des de produção e validação desenvolvidas em cada unidade ou Centro de Pesquisa levou em con-
sideração a vocação agropecuária natural da região em que cada unidade está localizada. Houve o
entre os Centros de Pesquisa e fechamento remanejamento de animais e materiais vivos
temporário de algumas unidades, para avaliação de linhas de pesquisa que possam ser desenvol-
Também estão em andamento o das Áreas de Pre-mapeamento e georreferenciamento
servação Permanente, reservas legais, áreas de exploração agrícola, pecuária, silvicultural e a rein-
corporação, ao processo produtivo, de áreas abandonadas e tomadas pela vegetação nativa.
Incentivo à produtividade científica
Em gestões anteriores, a Fepagro tinha muita dificuldade em captar recursos através de editais
de financiamento. Era necessário fazer um levantamento e organizar as linhas de pesquisa desen-
volvidas na instituição, para otimizar a elaboração de projetos dentro desses parâmetros. Com pro-
jetos bem delineados e dentro de um plano maior, a captação de recursos ficou mais fácil.
A nomeação de um grande número de pesquisadores doutores, a revitalização dos Centros de
Pesquisa no interior do Estado e a determinação da direção em não mais estimular e financiar pro-
jetos isolados e fora da temática dos Centros de Pesquisa possibilitou a construção de projetos es-
truturantes, como o Agroenergia, Banco de Germoplasma, Horticultura, Piscicultura e, em breve, o
Bioma Pampa. É preciso ter sempre bons projetos de pesquisa prontos para quando forem aber-
tos editais, facilitando sua aprovação.
vidas nesses locais.
CENTROS COM PRODUÇÃO ANIMAL
O plano de utilização definiu as unidades
e Centros de Pesquisa da Fepagro que acomoda-
rão a produção animal. Em Dom Pedrito, a uni-
dade de pesquisa da Fepagro abriga, hoje, o
Campo de Recria André Voisin, com termi-
nação de bovinos em pastoreio sobre campo
nativo e pastagens cultivadas, em áreas de se-
queiro e irrigadas. A Fepagro Campanha, em
Hulha Negra, terá o Centro de Biotécnicas
Reprodutivas (CBR) – onde funcionará a
Central Riograndense de Inseminação Artificial
(CRIA) –, trabalhando com terminação de bovi-
nos em pastoreio rotativo sobre pastagem nati-
ção e implementação das ações e adequação do uso e manejo dos solos.
va e pastagem cultivada.
ADEQUAÇÃO AMBIENTAL
Como instituição de pesquisa agropecuária, é de interesse da própria Fepagro adequar suas á-
reas às leis ambientais e código florestal vigentes. Para tanto, a atual gestão elaborou um plano
de adequação ambiental da Fepagro Fruticultura, em Taquari, além de realizar tratativas com
uma empresa de projetos de reflorestamento para o plantio de mudas nos Centros de Pesquisa.
Uma dissertação de mestrado da Universidade Federal de Santa Maria fez o levantamento da ocu-
pação do solo e adequação ambiental na Fepagro Florestas, e a Fepagro buscará a continuidade
dessa estudos similares em seus outros Centros de Pesquisa. A Fundação parceria com a UFSM
também submeteu, para aprovação através de emenda parlamentar, a elaboração de uma proposta
de adequação ambiental dos seus Centros de Pesquisa. Caso aprovado o recurso proveniente dessa
emenda, a Fepagro criará um grupo de estudo para elaboração de para defplano de trabalho ini-
Confira no quadro abaixo a distribuição de atividades de produção animal e validação de tecno-
logia pelas demais unidades da Fepagro:
CENTROS COMPRODUÇÃO VEGETAL
A reestruturação dos Centros de Pesquisa definiu que em Vacaria, Júlio de Castilhos, São Borja
e Santa Rosa terão prioridade as culturas de grãos anuais e bioenergéticas; Veranópolis e Taquari
abrigarão todas as pesquisas com frutíferas; Rio Grande, com as olerícolas; Maquiné centralizará os
cultivos com feijão; e Santa Maria e Encruzilhada do Sul, as florestas. Obviamente, há Centros de
Pesquisa que poderão abrigar outros cultivos de interesse regional e dos grandes projetos da
Fundação, como é o caso dos sistemas agroflorestais em Maquiné ou os cultivos em solos de vár-
Unidade Município Produção animal
Produção e validação de tecnologia com caprinos. Manutenção de lote de bovinos para manejo de áreas.Fepagro Serra do Sudeste Encruzilhada do Sul
Fepagro Forrageiras São Gabriel Núcleo de cria de gado Devon.
Fepagro Viamão Viamão Centro de ovinocultura.
Fepagro Fronteira Oeste Uruguaiana
Núcleos de cria de gado Bradford, equinosCardal e ovinos. Terminação de bovinos em
campo nativo (annoni) e sistema agrossilvipastoril.
A Fepagro ainda possui plantéis de vacas leiteiras em Encruzilhada do Sul, no Colégio Teutônia
e Escola Técnica de São Leopoldo.
zeas em Uruguaiana, Eldorado do Sul, São Gabriel e Taquari.
O Programa de Resgate, Registro e Proteção de Materiais Genéticos está com sérias dificulda-
des para organizar o caos herdado. Esse programa tem como missão zelar pelo patrimônio genético
público da Fepagro, com foco na documentação visando o registro, proteção e lançamento de no-
vos materiais genéticos desenvolvidos pelos pesquisadores. Há muito tempo que a Fepagro deixou
de ser uma referência na disponibilização de novos materiais aos agropecuaristas. As poucas varie-
dades liberadas nos últimos anos, com raras exceções, não foram protegidas. No entanto, há espa-
ço e qualidade nos materiais de feijão, sorgo, trigo, mandioca, citros, azevém, milho varietal, cebola
e outras hortaliças. Está em fase adiantada a regularização das parcerias com empresas multiplica-
doras de sementes, zelando pelo patrimônio genético da Fepagro.
MELHORAMENTO GENÉTICO
Determinante para a competitividade de produtos e proteção da saúde de pessoas, plantas e
animais, a sanidade agropecuária tem sido objeto de maior atenção da Fepagro. Na área animal,
por exemplo, foi ampliada a ação com o Departamento de Defesa Agropecuária da SEAPA, através
de iniciativas conjuntas de apoio laboratorial e prestação de serviços para as áreas de ovinocultura
Também na área de suínos, destaca-se o trabalho do IPVDF, que atende 97% das Granjas de
Reprodutores Suídeos Certificadas 100% da vigilância em exames de certificação e executa
do Plano Nacional de Sanidade Suídea no Rio Grande do Sul. O IPVDF é também responsável
pela vigilância do descarte de matrizes de suínos oriundas do RS e abatidas em SC. O IPVDF ainda
recebe os exames relacionados ao programa de raiva naquele Estado. É significativo o aumento do
número de exames nos laboratórios da Fepagro Saúde Animal entre 2010 e 2013, que passaram de
Técnicos da Fepagro têm participado de reuniões das cadeias temáticas, além de estarem pre-
sentes no comitê gestor do Instituto Gaúcho do Leite e FUNDOLEITE. Projetos conjuntos foram
Apoio à sanidade agropecuária
e suínos.
implantados, utilizando dados da prestação de serviços para sanidade agropecuária.
47
42.162, em 2010, para , em 2012.59.688
Para dar maior visibilidade às ações da Fepagro perante a sociedade e divulgar o conhecimen-
to produzido na instituição, a Divisão de Comunicação Social tem trabalhado na atualização cons-
tante do site, divulgação de pesquisas junto aos órgãos de imprensa, publicação de materiais téc-
nicos e científicos, elaboração de produtos internos e externos com a identidade visual da Fepagro,
além de dar presença à instituição nos principais eventos do setor agropecuário do Estado.
Em 2011, o site da Fepagro teve uma refor-
mulação, modernizando-se e passando a divul-
gar mais intensamente as atividades da
Fundação. O , além de ser atuali-novo portal
zado pela Divisão de Comunicação Social com
notícias sobre a Fepagro, congrega a versão di-
gital dos últimos boletins técnicos, todas as edi-
ções da Revista Pesquisa Agropecuária Gaúcha
(PAG) e informações sobre os pesquisadores da
Fepagro e seus Centros de Pesquisa. O portal
da Fepagro também abriga os subsites do
No mesmo período, a identidade visual
da Fepagro foi mudada, traduzindo, em formas
e cores, a visão de modernidade e vanguardis-
mo que um órgão de pesquisa deve possuir.
CemetRS e IPVDF.
Identidade Visual
A participação da Fepagro em eventos ligados ao setor agropecuário no Rio Grande do Sul é
uma forma de se comunicar com o público externo e reforçar a imagem da instituição. Desde 2011,
a Fepagro tem marcado presença em exposições de grande importância no Estado, como a Ex-
pointer Expoagro Afubra Expodireto , a e a .
A Divisão de Comunicação Social também organizou a participação da Fepagro em reuniões téc-
nicas, dias de campo e seminários por todo o Estado.
Expointer - Esteio | Expoagro - Rio Pardo
www.fepagro.rs.gov.br
www.facebook.com/fepagro
www.twitter.com/fepagrors
www.issuu.com/fepagro
Parece incrível que um órgão de pesquisa fique, durante anos, sem acesso à principal platafor-
ma de publicações científicas do Brasil, o portal de periódicos da Capes. No entanto, essa era a
realidade vivenciada pelos pesquisadores da Fepagro até 2011. Um importante passo dado pela a-
tual gestão foi a correção desse entrave, com a ao portal de periódicos da aquisição de acesso
Após um período de abandono, a Revista
PAG – Pesquisa Agropecuária Gaúcha – está
sendo , com a impressão de números retomada
pendentes e a continuidade do processo edito-
rial da revista. O conselho editorial da PAG in-
cluirá ainda pesquisadores de outras instituições
no seu conselho editorial. Visando atingir um
número maior de leitores e melhor atender às
necessidades dos pesquisadores contemporâ-
neos, a PAG também foi disponibilizada em for-
mato digital, através do site da Fepagro. A
Divisão de Comunicação Social também disponi-
biliza no endereço http://issuu.com/fepagro
as publicações técnico-científicas da Fundação.
Capes, disponibilizado a todos os pesquisadores da Fundação.
A renovação e ampliação do quadro de pessoal, com a nomeação de doutores e servidores de
todas as áreas, potencializaram a capacidade de pesquisa e gestão. O massivo investimento dos
recursos advindos do governo federal, com contrapartida do Estado, e os destraves da burocracia,
sem descuidos com os processos e a legalidade, viabilizaram a aquisição de máquinas, veículos e
equipamentos, modernizando a sede administrativa, os laboratórios e Centros de Pesquisa no inte-
É visível o quanto a reestruturação da Fepagro nestes dois últimos anos vem trazendo benefí-
cios para a pesquisa agropecuária sul-riograndense. Os novos equipamentos, novos servidores,
nova estrutura, nova relação com a sociedade foram ações que oxigenaram a Fepagro, trouxeram
ânimo renovado à instituição e fundaram os alicerces para a busca por mais pesquisas, de mais
O desenvolvimento das regiões deprimidas no meio rural de nosso Estado passa essencialmen-
te pela inclusão produtiva. A promoção de igualdade de condições é que faz a diferença e garante o
desenvolvimento. Nesse sentido, a Fepagro vem cumprindo seu papel, com o enfoque na interiori-
zação da pesquisa, aproximando os pesquisadores da realidade no campo, e aproximando a pesqui-
Neste Panorama Fepagro 2013 – Volume 1, foi apresentado o cenário mais amplo da situação
atual da Fepagro. Mas a história não termina aqui. Nos próximos números, serão abordadas as mu-
danças profundas pelas quais os Centros de Pesquisa e as Unidades de Validação de Tecnologias da
Além disso, os projetos estratégicos da Fepagro como o Mais Água, o Dissemina, o Programa
de Correção de Acidez do Solo, o Projeto Campo de Recria, entre outros, também terão espaço em
É por isso que este Panorama Fepagro 2013 – Volume 1, em vez de finalizar com um ponto fi-
nal, termina com um convite à sociedade gaúcha para acompanhar a renovação da Fepagro em seu
trabalho de impulsionar a pesquisa agropecuária no Estado. Muito mais está por vir.
rior do Estado.
Fundação passaram pelos últimos dois anos.
uma edição especial.
qualidade.
sa de quem mais precisa dela, que é o pequeno e médio produtor rural.
Comunicação Social - FEPAGRO
Coordenação: Daniel da Rocha
Jornalista: Elaine Pinto
Revisão: Antônio José Trevisan Teixeira
Fotografias e imagens: Fernando Dias; Shutterstock
Projeto Gráfico e Diagramação: Rafaela de Felippe