27
 SEMANA 01

sem_01.pdf

Embed Size (px)

Citation preview

  • SEMANA 01

  • 2SumrioBem-vindo ................................................................................................3

    Introduo ................................................................................................3

    Concepo de economia e finanas Parte 1 .........................................4

    Concepo de economia e finanas Parte 2 .........................................5

    Concepo de economia e finanas Parte 3 .........................................6

    Concepo de economia e finanas Parte 4 .........................................7

    Concepo de economia e finanas Parte 5 .........................................8

    Concepo de economia e finanas Parte 6 .........................................9

    Concepo de economia e finanas Parte 7 .......................................10

    Concepo de economia e finanas Parte 8 .......................................13

    Concepo de economia e finanas Parte 9 .......................................14

    Concepo de economia e finanas Parte 10 .....................................15

    Concepo de economia e finanas Parte 11 .....................................16

    Concepo de economia e finanas Parte 12 .....................................17

    Demanda e oferta Parte 1 ...................................................................18

    Demanda e oferta Parte 2 ...................................................................21

    Demanda e oferta Parte 3 ...................................................................23

    Demanda e oferta Parte 4 ...................................................................24

  • 3Bem-vindoOl! Seja bem-vindo ao componente curricular Elementos de Economia e Finanas!Conhecer os princpios bsicos de economia e finanas tem se tornado cada vez mais importante no dia a dia dos profissionais ligados rea administrativa de qualquer organizao. O facilita-do e rpido acesso s informaes caractersticas do globalizado mundo contemporneo tem exigido dos administradores uma maior capacidade de leitura e interpretao das recorrentes mudanas conjunturais.

    Conhecer e entender o comportamento dos mercados e o ambiente operacional no qual a em-presa est inserida significa visualizar horizontes de expanso em meio a momentos de crise, realizar aplicaes com maior segurana, perceber novas oportunidades de investimentos, den-tre uma srie de outros aspectos bastante valorizados pelo atual mercado de trabalho. Conforme j destacado ao longo deste curso, a funo finanas consiste em uma das mais importantes funes gerenciais, relacionando-se direta ou indiretamente com praticamente todas as tomadas de decises ocorridas no interior de uma organizao.

    Bons estudos e contem conosco ao longo dessa caminhada!

    IntroduoAo longo das prximas semanas, iremos abordar e debater diversos aspectos relacionados aos conceitos bsicos de economia e finanas com o objetivo de permitir ao aluno desenvolver uma viso ampla e integrada acerca do planejamento da empresa, seus resultados e a atual conjun-tura econmica.

    Nesse sentido, o material disponibilizado para leitura e as respectivas atividades a serem desen-volvidas estaro semanalmente divididos da seguinte forma:

    Semana 1: conceitos, objetivos e elementos bsicos de economia, fi-nanas, oferta e demanda;

    Semana 2: comportamento do consumidor, metas de poltica macroe-conmica e ambiente operacional da empresa (instituies financeiras, sistema financeiro nacional e mercado financeiro);

    Semana 3: aplicaes financeiras, noes de administrao de caixa (decises de curto prazo);

    Semana 4: noes de administrao financeira (ndices econmico-fi-nanceiros, fluxo de caixa, anlise e decises de investimento)

  • 4O contedo disponibilizado foi elaborado com base nas referncias bibliogrficas indicadas no nosso plano de curso, sendo associados, sempre quando possvel, os conceitos apresentados a exemplos prticos presentes no mundo contemporneo.

    As atividades a distncia e presenciais serviro para reforar o contedo semanalmente aborda-do, portanto, a efetiva participao do aluno na realizao das mesmas de suma importncia para o sucesso do processo de aprendizagem proposto em um curso na modalidade EAD.

    Concepo de economia e finanas Parte 1

    Conceitos bsicos de economia

    A economia uma cincia social que tem como ques-to-chave compatibilizar a administrao de recursos escassos com as necessidades ilimitadas dos indiv-duos. Nas economias capitalistas, os recursos no so alocados por um nico planejador central (Estado), mas pelos atos combinados de milhes de famlias e empre-sas. Assim, os economistas estudam como as pessoas tomam decises: o quanto trabalham, o que compram, quanto poupam e como investem suas economias. Tam-bm estudam como elas interagem umas com as outras: por exemplo, como as aes conjuntas de compradores e vendedores iro definir as quantidades a serem produzidas e os preos a serem cobrados por determinado bem ou servio. Alm disso, os economistas analisam as foras e tendncias que afetam a economia como um todo, incluindo o crescimento da renda mdia, a evoluo do desemprego e a variao de preos ocorrida em determinado perodo. A partir desses diferentes enfoques, a economia divide-se em dois grandes campos de anlise: a microeconomia e a macroeconomia.

    MicroeconomiaA microeconomia o estudo de como as famlias e empresas tomam decises e de como elas in-teragem em mercados especficos. So exemplos de objeto de anlise da microeconomia: como as escolhas dos consumidores so influenciadas pelas variaes de preos e de rendas; de que maneira as empresas determinam o nmero de trabalhadores que iro contratar, o preo que iro cobrar por seus produtos e a quantidade total que iro disponibilizar no mercado.

  • 5MacroeconomiaA macroeconomia corresponde ao estudo dos fenmenos da economia como um todo, ou seja, trata das quantidades econmicas agregadas, tais como o nvel e a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), taxas de juros, desemprego e inflao. Muitas vezes a distino en-tre microeconomia e macroeconomia torna-se bastante complicada, em virtude da inter-relao demandada em determinadas anlises, como, por exemplo, identificar quais so os impactos de uma reduo de impostos sobre as contas do governo (macroeconomia) e sobre a produo e o consumo geral de bens e servios (microeconomia).

    Concepo de economia e finanas Parte 2

    O diagrama do fluxo circularA economia abarca milhes de pessoas envolvidas em muitas atividades: comprar, vender, traba-lhar, contratar, fabricar etc. Para entendermos melhor como funciona esse sistema, precisamos de um modelo que explique, em termos gerais, como a economia est organizada e como seus participantes interagem uns com os outros. No geral, os modelos consistem em simplificaes da realidade visando a facilitar o entendimento de situaes prticas mais complexas. Assim como as maquetes utilizadas em um curso de astronomia no mostram todas as estrelas existentes no sistema solar, os modelos econmicos tambm no conseguem incluir todas as caractersticas presentes no mundo real, centrando-se nos principais aspectos que movimentam a economia.

    Nesse sentido, o diagrama do fluxo circular consiste em uma simplificao bastante utilizada na compreenso de como funciona um sistema econmico. Esse modelo considera apenas dois tomadores de decises: as empresas que produzem bens e servios usando insumos como tra-balho, terra e capital (prdios e mquinas), os quais so chamados de fatores de produo; e as famlias que so proprietrias dos referidos fatores de produo e consomem todos os bens e servios que as empresas produzem.

  • 6O conjunto externo de setas do diagrama representa o fluxo de dinheiro gerado entre as famlias e as empresas, enquanto o conjunto interno de setas indica o correspondente fluxo de insumos e produtos. Esses fluxos ou interaes ocorrem em dois tipos de mercado. No mercado de bens e servios, as famlias so compradoras e as empresas so produtoras. Por outro lado, no mer-cado de fatores de produo, as famlias so vendedoras e as empresas so compradoras. As empresas usam parte da receita de suas vendas para o pagamento de fatores de produo, como salrios e aluguis. O que sobra o lucro dos proprietrios, que por outro lado tambm so membros de famlias. Conforme pode ser percebido, o diagrama do fluxo circular um modelo simples da economia, no incluindo governo, sistema financeiro, comrcio internacional, dentre outros fatores. Contudo, justamente a sua simplicidade que permite um fcil entendimento de como os componentes bsicos da economia se encaixam.

    Concepo de economia e finanas Parte 3

    Problema da escassez: a fronteira de possibilidades de produoConforme inicialmente destacado, a cincia econmica tem por natureza administrar o problema da escassez. Um modelo bastante simples que ajuda a explicar as implicaes da escassez sobre o conjunto de toda uma economia o chamado fronteira ou curva de possibilidades de produo (CPP). Esse modelo demonstra graficamente as combinaes de produtos que uma economia pode produzir de maneira conjunta, dados os fatores de produo e a tecnologia dis-ponveis. Assim como os demais modelos, a CPP simplifica a economia real a partir da suposio de que apenas dois bens sejam fabricados e que seus processos produtivos consomem todos os fatores de produo disponveis.

  • 7No hipottico exemplo acima, estamos supondo que sejam produzidos apenas computadores e televisores na economia. Os extremos da CPP nos mostram que, caso todos os recursos fossem utilizados para fabricao de computadores, seriam produzidas 1.000 unidades desse produto e nenhuma televiso. Do contrrio, caso fossem produzidos apenas televisores, teramos 4.000 unidades desse produto e nenhum computador.

    O ponto A representa uma alternativa intermediria para a sociedade, onde a diviso dos fatores produtivos resultaria em uma produo conjunta de 800 computadores e 2.000 televisores. O ponto B representa uma situao de ineficincia econmica, uma vez que, por algum motivo, os recursos produtivos disponveis na economia no esto sendo utilizados da melhor maneira pos-svel, havendo, por exemplo, um alto nvel de desemprego ou um baixo nvel de produtividade. Por outro lado, o ponto C identifica uma situao impossvel de ser alcanada pela economia, seja em virtude da insuficincia de recursos disponveis, seja em virtude da tecnologia disponvel. Por ltimo, o ponto D d uma ideia dos custos envolvidos em nossas tomadas de decises. O custo de se aumentar a produo de televisores de 2.000 para 2.500 unidades equivale dimi-nuio de cem unidades de computadores. Em linhas gerais, o custo de alguma coisa aquilo de que desistimos para obt-la, comumente chamado de custo de oportunidade (mais adiante iremos retomar esse conceito).

    Concepo de economia e finanas Parte 4

    ndices de preos no Brasilndices de preos so nmeros que agregam e representam os preos de uma determinada ces-ta de produtos. Sua variao mede, portanto, a variao mdia dos preos dos produtos dessa cesta. Podem se referir, por exemplo, a preos ao consumidor, preos ao produtor, custos de produo ou preos de exportao e importao. No Brasil, existem diversos ndices que medem as variaes de diferentes preos. Contudo, os ndices mais difundidos so os de preos ao consumidor, os quais medem a variao do custo de vida de variados segmentos da populao brasileira.

    Quais so os principais ndices de preos utilizados no pas?

    Os diversos ndices de preos construdos no Brasil ao longo de nossa histria visaram a atender diferentes finalidades. O ndice Geral de Preos de Mercado (IGP-M), calculado pela Funda-o Getulio Vargas (FGV), foi criado originalmente para ser utilizado no reajuste de operaes financeiras. Por sua vez, o ndice Nacional de Preos ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), o ndice balizador dos reajustes de sa-lrios. J o ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo (IPCA), tambm calculado pelo IBGE, corrige os balanos e as demonstraes financeiras trimestrais das companhias abertas, alm de ser o medidor oficial da inflao no pas. A tabela abaixo contm as caractersticas cen-trais dos principais ndices de preos utilizados no Brasil (instituto responsvel, rea de abran-gncia, perodo de coleta de dados e faixa de renda pesquisada).

  • 8Fonte: IBGE, FGV e Fipe.

    Concepo de economia e finanas Parte 5Como calcular e interpretar as variaes de preos a partir de nmeros-ndices?

    Vamos supor que voc possua alguma despesa fixa, como o aluguel, por exemplo, cuja correo anual esteja vinculada variao do IGP-M. Interessado em acompanhar a evoluo do referido ndice, voc teve acesso seguinte tabela:

    ndices mensais do IGP-M (data-base agosto de 1994)

    Meses ndice

    nov/09 405,98

    dez/09 404,92

    jan/10 407,48

    fev/10 412,28

    mar/10 416,16

  • 9abr/10 419,36

    mai/10 424,35jun/10 427,96jul/10 428,60

    ago/10 431,90set/10 436,87out/10 441,28nov/10 447,68

    Sabendo que o aniversrio do seu contrato de aluguel corresponde ao ms de novembro, qual ser o percentual de reajuste a ser considerado para o prximo ano? A partir dos ndices situados na segunda coluna da tabela, torna-se bastante simples calcular a variao percentual do IGP--M ocorrida entre os meses de dezembro de 2009 e novembro de 2010, conforme demonstrado abaixo:

    Essa regra pode ser utilizada para calcular a variao entre qualquer intervalo de tempo. Por exemplo, a variao do IGP-M ocorrida no ms de novembro de 2010 foi de 1,45%, enquanto a variao acumulada nos ltimos trs meses foi de 3,65% e, entre o perodo de agosto de 1994 (data-base de clculo correspondente a um ndice igual a 100) e novembro de 2010, houve uma variao total de aproximadamente 348%.

    Concepo de economia e finanas Parte 6

    Conceitos bsicos de finanasConforme abordado no componente curricular Teoria e Fundamentos da Administrao, a funo finanas uma das mais importantes atividades gerenciais existentes em uma organizao, na medida em que todas as tomadas de decises realizadas em outras reas acabam de uma certa forma necessitando de aprovao do setor financeiro (contratao de pessoal e treinamento pelo RH, novos investimentos em publicidade demandados pelo marketing, dentre outros).

    Em linhas gerais, podemos afirmar que a rea de finanas afeta diretamente a vida de todas as pessoas e de todas as organizaes, financeiras ou no financeiras, privadas ou pblicas, gran-des ou pequenas, com ou sem fins lucrativos, ou seja, independentemente da tipologia e dos diferentes objetivos implcitos s mesmas. Em termos de conceituao, podemos definir finanas como a arte ou a cincia de administrar fundos. Praticamente todos os indivduos e organizaes

  • 10

    obtm receitas ou levantam fundos, gastam ou investem. Essa rea tem sua ateno voltada para processos, instituies, mercados e instrumentos envolvidos na transferncia de fundos entre pessoas, empresas e governos.

    Mercado de trabalho em finanasAs oportunidades de carreiras na rea de finanas podem ser genericamente divididas em duas grandes reas: administrao financeira e servios financeiros.

    a) Administrao financeira: corresponde s responsabilidades do administrador financeiro em uma empresa, tais como a realizao de oramentos, previses financeiras, administra-o do caixa, administrao de crdito, anlise de investimentos, captao de fundos, anlise de riscos e estudos de viabilidade econmico-financeira. Os profissionais que exercem essas funes em uma organizao so chamados de administradores financeiros.

    b) Servios financeiros: correspondem ao ramo de finanas voltado concepo e pres-tao de assessoria, tanto quanto entrega de produtos financeiros a indivduos, empresas ou governos. Essa rea envolve uma srie de importantes e crescentes oportunidades de trabalho em bancos e instituies correlatas (atendimento a pessoas fsicas e jurdicas), de planejamento das finanas pessoais, de investimento, de bens imveis e de seguros.

    Concepo de economia e finanas Parte 7

    Oportunidades de carreira em administrao financeira

    Cargo Descrio

    Analista financeiro

    Responsvel principalmente pela preparao e anlise dos planos financeiros e oramentrios da empresa. Inclui previso financeira e anlise de desempenho baseadas em ndices.

    Analista/gerente de oramentos de capital

    Responsvel pela avaliao e recomendao de propostas de investimentos em ativos. Tambm se envolve em aspectos financeiros quando da implementao dos investimentos aprovados.

  • 11

    Gerente de projetos financeiros

    Responsvel pela captao de financiamentos para investimentos em ativos. Tambm negocia com consultores, bancos e assessores jurdicos.

    Gerente de caixa

    Controla e mantm os saldos dirios de caixa da empresa, podendo se envolver com os pro-cedimentos de cobrana, pagamentos, contatos com bancos, emprstimos e aplicaes de curto prazo.

    Analista/gerente de crditoAdministra a poltica de crdito da empresa por meio da anlise e avaliao das solicitaes de crdito.

    Administrador de fundos de penso (aposentadoria)

    Responsvel pela coordenao dos ativos e pas-sivos do fundo de penso dos empregados. Ad-ministra investimentos, contrata ou supervisiona o desempenho dessas atividades.

    Oportunidades de carreira em servios financeiros

    rea Oportunidade de carreira Descrio

    Bancos e instituies correlatas

    Analistas de crdito

    Avaliam e fazem reco-mendaes relativas con-cesso de emprstimos (fi-nanciamentos) a empresas e pessoas fsicas (consumo e/ou investimentos).

    Gerentes de bancos de varejo

    Administram agncias e super-visionam os programas ofereci-dos pelo banco a seus clientes.

    Gerentes de conta

    Oferecem diversos servios fi-nanceiros a seus clientes, como planejamento de finanas pes-soais (previdncia, planos de capitalizao etc.), investimen-tos, bens imveis (o crdito imobilirio tem ganhado muita importncia no pas) e seguros.

  • 12

    Planejamento das finanas

    pessoaisConsultores financeiros

    Podem ser profissionais liberais ou trabalhar como empregados, prestando aconselhamento (consultoria) a indivduos, com respeito a todos os aspectos da administrao de suas finanas pessoais, tais como: oramen-to, impostos, investimentos, aquisio de imveis, aposenta-doria etc. Profissionais de diver-sas reas detentores de signifi-cativa quantidade de recursos e com pouco tempo para adminis-trar suas finanas pessoais tm lanado mo de servios dessa natureza (artistas, empresrios, esportistas, dentre outros).

    Bens imveis

    Agentes e corretores

    Relacionam propriedades com-erciais e residenciais para ven-da ou aluguel, pesquisam com-pradores e locatrios, mostram e negociam tais propriedades.

    AvaliadoresEstimam o valor de mercado dos imveis a serem comerciali-zados.

    FinanciadoresAnlise de crdito com relao capacidade de endividamento dos compradores.

    Administradores de imveis (imobilirias)

    Lidam com operaes do dia a dia para que os proprietrios obtenham o mximo retorno.

    Seguros

    Corretores

    Vendem aplices, visitam e prospectam clientes, calculam prmios e franquias e prestam servios de assistncia em caso de sinistros.

    Subscritores ou analistas de riscos

    Selecionam e avaliam os riscos que sua empresa ir segurar, fixando os prmios correspond-entes.

  • 13

    Concepo de economia e finanas Parte 8

    Principais atividades do administrador financeiroBasicamente as atividades de um administrador financeiro podem ser divididas em trs catego-rias principais: realizar anlises e planejamentos financeiros; tomar decises de investimento; e tomar decises de financiamento. Especialmente com relao a essas duas ltimas atividades, destacamos a importncia de se conhecer bem a lgica e o funcionamento de um fluxo de caixa na vida de um administrador financeiro, assunto esse a ser melhor abordado na ltima semana de nosso componente curricular.

    Oportunidades de carreira em servios financeiros

    a) Anlise e planejamento financeiro

    Diz respeito transformao de dados econmicos em informaes que permitam monito-rar a situao financeira da empresa; avaliao da necessidade de aumento ou reduo da capacidade produtiva; e determinao de aumentos ou redues dos financiamentos requeridos. Visa a desenvolver planos que assegurem que os recursos adequados estaro disponveis para o alcance dos objetivos organizacionais.

    b) Decises de investimento

    Em linhas gerais, refere-se s combinaes de ativos permanentes e circulantes em que a or-ganizao deve investir. Conforme visto de maneira mais detalhada no componente curricular de contabilidade, os ativos circulantes e permanentes se diferenciam basicamente pela liqui-dez apresentada, ou seja, pela capacidade de serem convertidos em recursos monetrios (o circulante tem maior liquidez, e o permanente tem menor liquidez). Portanto, tal combinao fundamental para a consecuo dos objetivos organizacionais.

    c) Decises de financiamento

    Se por um lado as decises de investimento esto atreladas ao ativo da organizao, por outro as decises de financiamento esto vinculadas ao passivo. Assim, o administrador deve comparar e analisar as opes de financiamento de curto e longo prazo, bem como as fontes de financiamento a serem utilizadas capital prprio ou de terceiros.

  • 14

    Concepo de economia e finanas Parte 9

    Objetivos da administrao financeiraNo geral, cabe administrao financeira gerir racionalmente os recursos financeiros de uma empresa. Uma vez que tais recursos sejam escassos, cabe ao setor financeiro tomar as decises a fim de obter deles o melhor benefcio futuro. Tomar uma deciso implica fazer uma escolha en-tre duas ou mais alternativas de ao, como: empregar recursos em aplicaes de curto ou longo prazo, investir no aumento da planta produtiva ou na aquisio de maquinrio, dentre diversas outras decises que requeiram desembolsos financeiros.

    O que ir definir a deciso a ser tomada o objetivo da empresa, ou seja, escolher a ao que melhor contribua consecuo dos objetivos organizacionais. O objetivo de uma empresa pode ser descrito de vrias maneiras, como a maximizao dos lucros, maior participao no mercado (sharing), maximizao das vendas e da riqueza de seus proprietrios etc. Na verdade, todos es-ses objetivos esto de certa forma inter-relacionados, especialmente a maximizao dos lucros e da riqueza dos proprietrios, que, apesar de parecerem sinnimos primeira vista, podem ser conflitantes no que se refere s tomadas de decises.

    a) Maximizao dos lucros

    considerada, com bastante frequncia, como o principal objetivo de qualquer empresa. As-sim, as decises da rea financeira teriam como objetivo gerar o maior lucro possvel no curto prazo. Como exemplo, a tomada de decises que resultem em manutenes inadequadas de maquinrio, redues de gastos com publicidade, adiamento de investimentos, contrataes de funcionrios menos qualificados, dentre outras medidas mais imediatistas que visem prio-ritariamente reduo de custos.

    b) Maximizao da riqueza dos proprietrios

    So medidas que no esto focadas no curto prazo, mas, sim, que objetivam valorizar o pre-o de mercado das aes da empresa. Portanto, no importam apenas os lucros presentes, mas principalmente a capacidade de a empresa gerar lucros futuros (viso de longo prazo), sua estrutura de capital, solidez e capacidade de crescimento.

  • 15

    Concepo de economia e finanas Parte 10

    Objetivos da administrao financeira: maximizao do lucro versus ma-ximizao da riqueza dos proprietriosPara ilustrarmos melhor o possvel conflito entre esses dois objetivos, vamos tomar como exem-plo a demonstrao do resultado do exerccio (DRE) abaixo, onde o lucro lquido do perodo foi de R$ 8.100,00 e o valor investido foi de R$ 40.000,00, sendo este exclusivamente oriundo de capital prprio, ou seja, no havendo tomada de emprstimo por parte da empresa.

    Demonstrao do resultado Exerccio - 20XX (em R$)

    Receita operacional 45.000,00

    Custo dos produtosvendidos (20.000,00)

    Lucro bruto 25.000,00

    Despesas administrativas (7.000,00)

    Despesas de vendas (4.500,00)

    Despesas financeiras -

    Lucro antes do Imposto de Renda 13.500,00

    Proviso para o Imposto de Renda* (5.400,00)

    Lucro lquido 8.100,00

  • 16

    *Alquota de IR de 40%Patrimnio lquido = lucro lquido + capital prprio = R$ 48.100,00

    Supondo que o custo de oportunidade isto , a remunerao paga por outros investimentos disponveis no mercado financeiro do capital seja de 15%, podemos calcular o retorno sobre o patrimnio lquido (RSPL), o qual representa a taxa de remunerao obtida pelo prprio capital, da seguinte forma:

    Concepo de economia e finanas Parte 11

    Objetivos da administrao financeira: maximizao do lucro versus ma-ximizao da riqueza dos proprietrios (continuao)Na medida em que a taxa de remunerao obtida foi superior ao referido custo de oportunidade (20,25% > 15%), podemos concluir que nesse caso houve valorizao do preo da ao da em-presa, ou seja, aumento da riqueza de seus proprietrios concomitantemente a uma variao po-sitiva do lucro. Agora, vamos supor que apenas R$ 20.000,00 sejam oriundos de capital prprio e que os R$ 20.000,00 restantes tenham sido tomados no mercado financeiro com juros anuais de 20%.

    Demonstrao do resultado Exerccio - 20XX (em R$)

    Receita operacional 45.000,00

    Custo dos produtosvendidos (20.000,00)

    Lucro bruto 25.000,00

  • 17

    Despesas administrativas (7.000,00)

    Despesas de vendas (4.500,00)

    Despesas financeiras (4.000,00)

    Lucro antes do Imposto de Renda 9.500,00

    Proviso para o Imposto de Renda* (3.800,00)

    Lucro lquido 5.700,00

    *Alquota de IR de 40% Patrimnio lquido = lucro lquido + capital prprio = R$ 25.700,00

    Calculando o novo RPSL, observa-se que, apesar de o lucro da empresa ter cado no curto prazo (R$ 5.700,00 < R$ 8.100,00), o valor de mercado das aes subiu em virtude do maior RPSL alcanado (28,50% > 20,25%). Comprova-se assim que os objetivos de maximizao do lucro e da riqueza dos proprietrios podem, sim, ser conflitantes, resultando no que se convencionou chamar de conflitos de agncia.

    Concepo de economia e finanas Parte 12

    Separao entre propriedade e gesto: possibilidade de conflitos de agncia medida que uma empresa vai crescendo, o proprietrio geralmente vai se distanciando das atividades operacionais, contratando gestores para o desempenho de suas antigas funes. Nos casos onde a empresa cresce muito para ser financiada por apenas uma nica pessoa, ela abre

  • 18

    seu capital, e o antigo empreendedor passa a ser seu acionista, contratando agora administra-dores profissionais, os quais ficam responsveis pelas tomadas de decises da empresa em seus nveis hierrquicos mais altos. Assim, ocorre a separao entre a propriedade e a gesto da empresa, sendo o acionista conhecido como o principal e os administradores seus agentes.

    Em determinados casos, essa distino de papis pode resultar em interesses distintos, sendo as aes do agente incompatveis com os objetivos de longo prazo dos acionistas. Por exemplo, nos casos onde os administradores recebam percentuais de remunerao sobre o lucro, eles poderiam privilegiar ganhos de curto prazo em detrimento de valorizaes de longo prazo (valor das aes). Outra situao seria a adoo de polticas mais conservadoras por parte do admi-nistrador como forma de preservar seu emprego, evitando riscos que viessem a prejudicar sua reputao no mercado. Essas e outras situaes so incentivadas principalmente pela assimetria de informaes que passa a existir entre agente e principal, exigindo do segundo mecanismos que venham a fortalecer seus controles.

    Assim, o conceito de gesto corporativa vem ganhando fora nas organizaes contemporne-as, representando um conjunto de mecanismos internos e externos que visam a harmonizar os interesses e as aes de administradores e acionistas. Um exemplo disso fica por conta das po-lticas de remunerao dos administradores baseadas em participao acionria, incentivando a adoo de estratgias comerciais que objetivem lucros slidos e estruturados de longo prazo. Os conselhos de administrao tambm so um importante mecanismo de controle do qual os ad-ministradores lanam mo. Em linhas gerais, os conselhos de administrao formulam polticas para as empresas, monitorando seus gestores e verificando periodicamente se suas tomadas de decises esto alinhadas com as de seus acionistas. Por ltimo, mas no menos importante, ci-tamos tambm a realizao de auditorias externas e a consequente transparncia dada s aes dos administradores.

    Demanda e oferta Parte 1

    Bsico sobre oferta e demandaConhecer a lgica existente no relacionamento entre oferta e demanda um pr-requisito bsico para a realizao de qualquer anlise microeconmica. A chamada lei da oferta e da demanda estabelece a relao existente entre a oferta de um bem ou servio (quantidade que ser ofere-cida) e a sua demanda (procura). A partir dela possvel determinar as quantidades e os preos que sero estabelecidos para os diferentes bens e servios produzidos em uma economia. Nos perodos em que a oferta supera a demanda, o preo do bem ou servio diminui. Por outro lado, quando a oferta inferior demanda, o preo se eleva. Para uma melhor compreenso dessa lgica de mercado, vamos analisar agora as chamadas curvas de oferta e demanda.

  • 19

    a) Curva de oferta

    A curva de oferta estabelece a relao entre a quantidade de mercadorias que os produtores estaro dispostos a vender e o seu preo. Em outras palavras, preos mais altos incentivam au-mentos de produo, seja pelas empresas j existentes que teriam interesse em aumentar suas vendas, seja pela entrada de novos concorrentes. Assim, a curva de oferta possui inclinao positiva, indicando que maiores preos (eixo vertical do grfico) resultam em maiores quantida-des ofertadas pelos produtores (eixo horizontal do grfico). Cabe ressaltar que, alm do preo, outros fatores tambm influenciam a oferta de qualquer bem ou servio, por exemplo, a reduo dos custos de produo da empresa (salrios, matria-prima, taxa de juros para financiamento etc.). Em suma, conforme visualizado na animao abaixo, quando ocorrem apenas variaes de preo, as quantidades se ajustam ao longo da prpria curva de oferta. Contudo, quando outros fatores impactam a oferta, como a reduo de custos produtivos, o ajuste nas quantidades se d atravs de mudanas ou deslocamentos da curva de oferta.

  • 20

  • 21

    Demanda e oferta Parte 2b) Curva de demanda

    A curva de demanda estabelece a relao entre a quantidade de um bem ou servio que os con-sumidores desejam adquirir e o seu preo. Em outras palavras, quanto maior for o preo de deter-minado bem ou servio, menos os indivduos iro consumir. Do contrrio, quanto menores forem os preos, maior ser a procura. Assim, diferentemente da curva de oferta, a curva de demanda possui inclinao negativa, indicando que quanto maior for o preo (eixo vertical do grfico) de um bem ou servio, menor ser a quantidade demandada do mesmo (eixo horizontal do grfico). Cabe ressaltar que, alm do preo, outros fatores tambm influenciam a demanda de qualquer bem ou servio, como, por exemplo, o aumento da renda dos indivduos, o preo de outros bens, sazonalidades e clima. Em suma, conforme visualizado na animao abaixo, quando ocorrem apenas variaes de preo, as quantidades se ajustam ao longo da prpria curva de demanda. Contudo, quando outros fatores impactam a demanda, como a renda, o ajuste nas quantidades se d atravs de mudanas ou deslocamentos da curva de demanda.

  • 22

  • 23

    Demanda e oferta Parte 3c) Mecanismo de mercado

    Conhecidas as curvas de demanda e de oferta e as relaes que as mesmas indicam entre preos e quantidade, cabe agora coloc-las juntas em um mesmo grfico. A combinao dessas duas curvas permite identificarmos como se d o equilbrio entre oferta e demanda no mercado. No ponto de equilbrio, a oferta e a demanda de um determinado bem ou servio so iguais, ou seja, indicando que no existe escassez ou excesso de oferta. Essa tendncia dos preos a se modificarem em livre mercado at que haja a igualdade entre oferta e demanda chamada de mecanismo de mercado, ou ainda, a mo invisvel do mercado, originalmente citada pelo economista Adam Smith no sculo XVIII. Alm do preo e da quantidade de equilbrio identifica-dos no grfico abaixo (P0,Q0), interessante destacarmos que os preos P1 e P2 apresentam respectivamente as referidas situaes de excesso e escassez de oferta.

    No preo P1, os produtores disponibilizariam no mercado quantidades superiores s que seriam demandadas pelos consumidores. Como efeito, para que todo esse excedente fosse vendido, os preos seriam reduzidos at o ponto P0. Por fim, a reduo de preo diminuiria a quantidade ofertada pelos produtores, conduzindo o mercado situao de equilbrio (mecanismo de merca-do). Raciocnio inverso vale para o ponto P2, onde a escassez de oferta ocasionaria um natural aumento de preo enquanto os consumidores estivessem dispostos a pagar mais pelo bem ou servio em questo, conduzindo novamente o mercado a uma situao de equilbrio.

  • 24

    Demanda e oferta Parte 4d) Mudanas no equilbrio do mercado

    A partir de uma situao de equilbrio, as condies de oferta e demanda podem ser modificadas, implicando deslocamentos de suas respectivas curvas conforme anteriormente explicado. A ttulo de exemplo, vamos supor que em um determinado mercado o lucro auferido pelas empresas tenha chamado a ateno de novos empreendedores. Com o ingresso de novas empresas (con-correntes), o mercado passou a ofertar uma maior quantidade desse produto, deslocando a curva de oferta para a direita, conforme mostrado na animao abaixo. Como consequncia disso, o preo do produto diminuiu, gerando um novo ponto de equilbrio onde os preos so mais baixos e a quantidade produzida maior na comparao com a situao original.

  • 25

    Agora vamos supor que a partir de uma situao de equilbrio ocorra um aumento significativo de demanda ao ponto de deslocar sua respectiva curva para direita. Vamos tomar como exemplo o recente caso do lcool gel, que em virtude do vrus H1N1 teve o seu perfil de demanda fantas-ticamente alterado. Conforme demonstrado na animao abaixo, o deslocamento da demanda ocasionou um novo equilbrio onde o preo e as quantidades ficaram acima dos nveis originais.

  • 26