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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1 1

SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário

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ANAIS DA VIII SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

CENTRO UNIVERSITÁRIO AVANTIS – UNIAVAN

FACULDADE AVANTIS DE DIREITO DE ITAPEMA

EDIÇÃO 2020

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Ficha catalográfica elaborada na fonte

Aline Medeiros d’Oliveira CRB 14 – 1063

CDD 21ª ed.

001.4 – Produção científica.

Centro Universitário Avantis – UNIAVAN. Faculdade AVANTIS de Direito de Itapema. Núcleo de Pesquisa Científica. C397a Anais da VIII Semana de Iniciação Científica. [Recurso Eletrônico]

Centro Universitário Avantis – UniAvan; Faculdade AVANTIS de Direito de Itapema; Núcleo de Pesquisa Científica. Balneário Camboriú: Editora Faculdade Avantis, 2020.

230 p. il. Inclui Índice Disponível em: https://www.uniavan.edu.br/semana-iniciacao-cientifica ISBN: 978-65-5901-007-3 ISBNe: 978-65-5901-006-6

1. Anais – Eventos. 2. Iniciação Científica. 3. Conhecimento científico – Ensino Superior. 4. Produção científica. I. Faculdade AVANTIS de Direito de Itapema. II. Núcleo de Pesquisa Científica. III. Título

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5

CDD 21ª ed.

001.4 – Produção científica.

CENTRO UNIVERSITÁRIO AVANTIS – UNIAVAN

FACULDADE AVANTIS DE DIREITO DE ITAPEMA

NÚCLEO DE PESQUISA CIENTÍFICA - NPC

VII SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – 2020

Publicação Anual – Editora Avantis

EXPEDIENTE

COMISSÃO ORGANIZADORA

André Gobbo

Gabriella Depiné Poffo

Isabel Regina Depiné Poffo

COMISSÃO CIENTÍFICA

Cibeli Viana Maria Júlia Leardini

Daniel da Costa Junior Marina Bertoli

Daniele Carine Zanluca Roberta Tavares Thome

Davide Chareun Rodrigo Capitanio Goldoni

Demilson Rodrigues de Oliveira Rosane Cristina Coelho Pisa

Geisiele Ghisleni Silvana de Moura Pereira

Jaine de Oliveira Thais Regina Uhlig

Karen Cristine Marin Viviane Gonçalves Bidone

Larissa Steiger de Freitas Wilmer Lobato

Leonardo Costa Schevinsky

Avenida Marginal Leste, 3.600, Bairro dos Estados

Balneário Camboriú (SC) – CEP: 88.339-125

Fone: (47) 3363-0631

www.univan.edu.br

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7

APRESENTAÇÃO

Queridos colegas professores e estudantes.

om alegria encerramos mais

uma edição da Semana de

Iniciação Científica (SIC), do

nosso UniAvan, evento este que cresce a cada

ano graças ao empenho de todos vocês que

compreendem que o ensino de excelência se

alcança por meio da pesquisa e também da

extensão.

Como forma de guardar e divulgar os

trabalhos apresentados durante esta semana,

organizamos esse Anais, o qual poderá servir

de consulta aos interessados. Além disso, tal

feito se transforma em um instrumento para

todos aqueles que desejarem aprofundar os

seus conhecimentos sobre

‘Empreendedorismo, Inovação

Tecnológica & Excelência Educativa’ –

nosso tema institucional eleito para 2020.

Sei que vivemos um ano atípico e

nada fácil. Tivemos que ser fortes para nos

reinventarmos. As adversidades nos fizeram,

cada um de seu modo, a se apropriarem das

tecnologias para empreenderem novos

rumos às suas vidas pessoais e profissionais.

Vivemos tempos difíceis os quais nos

mostraram o quanto somos capazes.

Coincidentemente, no final de 2019, sem

antevermos essa pandemia que aflige a

todos, elegemos esse tema para ser

trabalhado de modo transdisciplinar durante

2020, que ora se finda, com a realização da

presente edição da SIC. Naquela época jamais

imaginávamos que teríamos escolhido um

tem tão propício para esses tempos

extraordinários.

No entanto, ao chegarmos até aqui,

significa que, apesar dos sofrimentos, dos

desgastes e aflições, todos nós fomos capazes

de nos superar.

E, por falar em superação, anuncio que

2021 será para todos nós, da UniAvan, um

tempo de refletirmos, estudarmos,

compartilharmos conhecimentos e

desenvolvermos pesquisas sobre essa tão

nobre ação humana: a superação. Acolhendo

a sugestão da Comissão Organizadora da SIC

anuncio que 2021 será o ‘Ano da Superação

& Excelência Educativa’.

Como todos foram protagonistas

deste tempo fulcral da história humana,

estamos cônscios de que este novo tema nos

fará refletir e compreender os próprios

sofrimentos e nos compadecermos com as

dores dos nossos irmãos.

Neste sentido, a SIC 2021 aceitará a

submissão de trabalhos que versem sobre a

pandemia da COVID-19, suas interferências

nas diferentes ciências, nas interfaces das

diferentes organizações/profissões e da

sociedade de modo geral.

Dentre as possibilidades de estudos a

serem desenvolvidos sobre essa temática,

listamos:

a) os impactos da COVID-19: no

desempenho organizacional; na saúde

pública; no mercado financeiro; na

assistência à comunidade; nas

finanças corporativas, públicas e

pessoais; nos relacionamentos; na

C

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educação; na comunicação; no

comportamento humano, dentre

outros;

b) enfrentamento aos impactos da

COVID-19 nos diversos contextos;

c) oportunidades no pós-COVID-19; e

d) relatos de superação de

profissional/pessoal vivenciados nos

tempos da pandemia.

Justifica-se a eleição desse tema pela

sua atualidade no cotidiano de todos nós,

professores e estudantes, bem como por

incluir a ação de superar, para que 2021 seja

um tempo em que possamos ultrapassar esta

situação desagradável que acomete a todos;

encorajando lhes para que se lancem à ação

de vencer nesses ‘novo normal’ que se

avizinha.

Faço votos que a luz do Espírito Santo

ilumine vocês, nossos cientistas, para que, à

luz da ciência, possam fazer da SIC 2021 um

momento de reflexão e de revelação de novas

descobertas.

Que depois de tudo isso que

testemunhamos, todos possam se reanimar e

superar! Que o próximo ano seja um tempo

de colheitas de tudo aquilo que

corajosamente fomos capazes de semear

nesse ano que se finda: a serenidade, a pausa,

o recolhimento, a reflexão e, até mesmo, o

autodescobrimento.

Ao encerrar, deixo registrados os

meus cumprimentos a todos os professores e

estudantes que estiveram envolvidos na

produção destes estudos que ora são

compartilhados e que abrilhantaram essa

edição da SIC. Sem a dedicação e

perseverança de vocês nada disso seria

possível!

Também agradeço a todos os que

estiveram envolvidos na organização do

evento, desde a sua concepção até o seu

encerramento.

Aos leitores dessa obra o UniAvan

oferece parte do que produz cotidianamente

para o nosso desenvolvimento regional, por

meio de uma formação com excelência.

Por fim, apropriando-me das palavras

da imortal Cora Coralina, deixo registrado

que:

Não sei se a vida é curta ou longa para nós,

mas sei que nada do que vivemos tem sentido,

se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser: colo que acolhe,

braço que envolve, palavra que conforta,

silencio que respeita, alegria que contagia,

lágrima que corre, olhar que acaricia,

desejo que sacia, amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,

é o que dá sentido à vida.

É o que faz com que ela não seja nem curta,

nem longa demais, mas que seja intensa,

verdadeira, pura enquanto durar.

Feliz aquele que transfere o que sabe

e aprende o que ensina”.

Um afetuoso abraço e votos de que

2021 seja, verdadeiramente, um tempo de

superação & excelência educativa para

todos nós.

Dra. h. c. Isabel Regina Depiné Poffo

Reitora

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SUMÁRIO

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: EMPRESA DÖHLER S.A............................ 15

Felipe Carlos Vargas; Paola Cristina Carpi; Osmar Vinícius Eduardo da Silva e

Alessandra Menezes da Luz Machado

BIOTECNOLOGIA E A SAÚDE: O IMPACTO NA ENFERMAGEM .......................................... 19

Rafaela Loch da Silva e Juliana Vieira Raimondi

BIOMEDICINA ESTÉTICA: INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA ABORDAGEM CLÍNICA

RELACIONADA AO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO FACIAL COM O ÁCIDO

HIALURÔNICO ......................................................................................................................... 25

Alessandra Xavier de Liz; Tuanne Alves da Silva e Alessandra Menezes da Luz Machado

COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA POR TRÁS DOS

SOFTWARES BIM QUE AUXILIAM NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................... 31

Iago Bilk Dos Santos; Loiana Zoboli Dias; Talia Trindade da Anunciação e Alessandra

Menezes da Luz Machado

A ARQUITETURA EMERGENCIAL EM MEIO ÀS CRISES HUMANITÁRIAS: A UTILIZAÇÃO DE

SOLUÇÕES MODULARES ATRAVÉS DA PRÉ-FABRICAÇÃO ESTRUTURAL VISANDO A

EMPREGABILIDADE DO REUSO ADAPTATIVO ..................................................................... 37

Karina Fernanda de Souza Batista; Lucas Mario Lonheski; Maria Eduarda Brites

Cardoso e Alessandra Menezes da Luz Machado

O DILEMA DA PIRATARIA DE SOFTWARE NA VIDA DO ARQUITETO EMPREENDEDOR . 43

Bruna Luiza Junges Solarenko Vicente; Gabriel Urcino Gonçalves; Paulo Vinícius da

Silva Reis e Alessandra Menezes da Luz Machado

TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS: INOVAÇÃO NA FORMAÇÃO EDUCACIONAL .................... 49

Natasha Emanuelle Xavier Fabrício Vieira; Andressa Nathalia Birello; Stefani da Rosa

dos Santos e Alessandra Menezes da Luz Machado

O USO DAS TECNOLOGIAS DURANTE A INFÂNCIA ............................................................ 55

Fernanda Maciel Scheuer; Francielli Maciel Scheuer e Alessandra Menezes da Luz

Machado

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INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E EMPREENDEDORISMO NO BRASIL ................................. 59

Gabriel Cordeiro Vilas Boas de Andrade; Gabriel Jose Venâncio; Daniella de Paula

Heidler e Alessandra Menezes da Luz Machado

A TECNOLOGIA NO AUXÍLIO DA EDUCAÇÃO...................................................................... 63

Mateus de Freitas; Marcelo Gabriel Soares Berlanda e Alessandra Menezes da Luz

Machado

EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DO APARELHO CELULAR ......................................................... 67

João Pedro Regado; Lucas Gustavo Cabral; Oswaldo de Souza Mendes e Alessandra

Menezes da Luz Machado

OS DESAFIOS E A TECNOLOGIA PARA OS ACADÊMICOS FRENTE À EDUCAÇÃO A

DISTÂNCIA EM UM CENÁRIO DE PANDEMIA ..................................................................... 71

Jéssica Alessandra Bastos; Elisa Nila dos Passos; Nataly Martins Nogueira e Alessandra

Menezes da Luz Machado

INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA ÁREA DA BIOMEDICINA ............................................... 75

Ingrid Karolina Schorck; João Vitor Goulart Marcelino; Rodrigo de Quadros Killes e

Alessandra Menezes da Luz Machado

INOVAR E EMPREENDER NA ALIMENTAÇÃO: O USO DE DETERMINADOS ADITIVOS

ALIMENTARES, SEUS MALEFÍCIOS E PROPOSTA DE DIMINUIÇÃO NO USO .................... 79

Julia Coninck de Oliveira; Ana Gabriela Flores Borges e Bruna Jaime Feiden

USO DO LOKOMAT NA REABILITAÇÃO DA MARCHA DE PACIENTES PÓS ACIDENTE

VASCULAR ENCEFÁLICO ........................................................................................................ 85

Ana Carolina de Borba Vieira; Carolina Ponick; Natan Macedo dos Santos e Altair

Argentino Pereira Junior

DESENVOLVIMENTO DE UM APLICATIVO PARA DOAÇÃO DE DENTE DE LEITE E

PESQUISAS EM CÉLULAS-TRONCO ....................................................................................... 89

Fernanda Castellain; Elis Regina Cercal Wartha; Demilson Rodrigues de Oliveira e

Horace Houw

ALTERAÇÃO ESTRUTURAL EM CAIXAS DE PRODUÇÃO DE MEL DE ABELHAS AFRICANAS:

IMPACTOS DE MANEJO ......................................................................................................... 95

Tifani Steil; Vitor Hugo Tridapalli; Maria Luiza Voltolini Pacheco e Clarissa Barretta

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MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS E O SARS-COV-2: OS REFLEXOS IDENTIFICADOS

NA REGIÃO DA FOZ DO RIO ITAJAÍ .................................................................................... 101

Davi Antônio Faria; Priscila Faria; Felipe Carlos Vargas e Juliana Andressa Negri

CESTA BÁSICA: A INFLUÊNCIA DOS ALIMENTOS NA SAÚDE DOS DIABÉTICOS

CORRELACIONADA COM UMA PROPOSTA DE INOVAÇÃO NOS PRODUTOS OFERTADOS

................................................................................................................................................ 109

Milena Rita de Quadros Cursino e Bruna Jaime Feiden

ELABORAÇÃO DE PÃO DE AIPIM SEM GLÚTEN: EMPREENDEDORISMO NO RAMO

ALIMENTÍCIO ......................................................................................................................... 115

Bruna Helena Marquioli; Thais Hanzen e Bruna Jaime Feiden

REALIDADE VIRTUAL COMO COMPLEMENTO DA FISIOTERAPIA PARA TRATAMENTO DE

PACIENTES COM ENCEFALOPATIA CRÔNICA NÃO EVOLUTIVA: REVISÃO DE LITERATURA

................................................................................................................................................ 121

Ágata Floriani; Amanda Lourin Mila Pereira; Daniele Borges de Paula Cristofolini e

Angelise Mozerle

SMART GARDENS ................................................................................................................. 127

Luciano Rother; Leandro Luiz Lopes e Miguel Gustavo Filippi

MARKETING DIGITAL POR NUTRICIONISTAS NO INSTAGRAM® ................................... 133

João Pedro Pereira; Larissa Giovanna Miranda e Renata Carvalho de Oliveira

A TECNOLOGIA ALIADA AOS EXERCÍCIOS FÍSICOS EM UMA PERSPECTIVA

EMPREENDEDORA INOVADORA ......................................................................................... 139

Daiane Schimidt de Souza e Tiago Martins Coelho

CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS IN NATURA POR PELÍCULA DA FÉCULA DE MANDIOCA

................................................................................................................................................ 143

Bruna Oliveira Godoy Leite; Sarah Emilli Costa e Tatiana de Souza Izidio

O ESPAÇO ARQUITETÔNICO TECNOLÓGICO POTENCIALIZANDO A EDUCAÇÃO

EMPREENDEDORA ................................................................................................................ 147

Natan Carlos Reimers e Suzane Concatto

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO CICLO DE RANQUINE,

UTILIZANDO A BIOMASSA DA CANA DE AÇÚCAR COMO BIOCOMBUSTÍVEL .............. 151

Alexander Zeferino; William Mallmann Denovaro e Marshell Ferreira Almeida Ferraz

AULAS REMOTAS NO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DURANTE A PANDEMIA DE COVID-

19: UM ESTUDO DE CASO .................................................................................................... 157

Yuri Andrey Pedroso Alves Costa e Talita Banck Dalcin

ACESSIBILIDADE MECÂNICA: ELEVADOR PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA.......... 163

João Vitor Luczinski da Rocha; Guilherme Wajda; Luis Cesar Eves e Marshell Ferreira

Almeida Ferraz

ACESSIBILIDADE NO MEIO URBANO: O DESIGN UNIVERSAL COMO RESPOSTA PARA A

PROBLEMÁTICA DAS BARREIRAS ARQUITETÔNICAS ...................................................... 169

Thalita Neres Barbosa e Pâmella Souza Pereira Hornburg

EMPREENDEDORISMO NO MERCADO DE CAPITAIS ........................................................ 173

Érika Gabriela de Alvarenga; Claudinei da Silva Gomes e Tânia Cristina Chiarello

INOVAÇÃO NO PROCESSO PENAL: O BLOCKCHAIN ........................................................ 177

Leydyani Mendes da Silva e Felipe André Dani

PLANTÃO PSICOLÓGICO: ACOLHIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DE

FUNCIONÁRIOS DAS ESTRATÉGIAS DA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) ................................ 183

Julio Cesar Godoy e Maria Balbina de Magalhães

AÇÃO EDUCATIVA SOBRE LEISHMANIOSE VISCERAL EM ESCOLAS DE ENSINO

FUNDAMENTAL DO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ ....................................................................... 187

Ana Paula Scandolara; Kezia Ramos Pinheiro; Kelly Valcarenghi Nitz e Clarissa

Barretta

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA OU VIOLAÇÃO DO CÓDIGO DE ÉTICA? PSICOLOGXS QUE SE

APROPRIAM DE ARTES PARA SE AUTOPROMOVER ........................................................ 193

Carolina Louise Baroni Brocardo e Anna Maria Dalmonico Moser

NOVAS TECNOLOGIAS NA PRODUÇÃO DE PROTEÍNAS: UMA ALTERNATIVA

SUSTENTÁVEL? ..................................................................................................................... 197

Amanda Regina Arruda; Larissa Mendes Lima e Clarissa Barretta

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13

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GRUPO: UMA METODOLOGIA DE EXCELÊNCIA DE

ENSINO? ................................................................................................................................. 203

Daniela Otávio Rodrigues e Maria Balbina de Magalhães

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NO ACESSO À NUTRIÇÃO ESPORTIVA PARA ATLETAS DE

BAIXA RENDA EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ/SC ................................................................. 207

Beatriz Serra Perez e Bruna Jaime Feiden

EMPREENDER E INOVAR NA EDUCAÇÃO COMO UMA MUDANÇA PESSOAL ................ 213

Isadora Puntel Rohde e Eliz Marine Wiggers

OPTATIVAS SUSTENTÁVEIS DE SUBSTITUIÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA ........................... 217

Débora Amanda Santana e Pâmella Souza Pereira Hornburg

A PARTICIPAÇÃO DO INVESTIDOR NA CONSTRUÇÃO CIVIL ........................................... 221

Jean Carlo Valdivia Meza; Rodrigo Ferreira dos Santos e Pâmella Souza Pereira

Hornburg

OUTRIGGER: ANÁLISE DA METODOLOGIA E EFICÁCIA COMO MÉTODO DE

CONTRAVENTAMENTO ........................................................................................................ 225

Gabriel Garcia; Gléber José Ludwichak; Simão Martins da Veiga Neto e Pâmella Souza

Pereira Hornburg

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15

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS:

EMPRESA DÖHLER S.A.

Felipe Carlos Vargas

Paola Cristina Carpi

Osmar Vinícius Eduardo da Silva

Alessandra Menezes da Luz Machado

INTRODUÇÃO

a sociedade atual,

empreendedorismo é um tema

assíduo para várias áreas de

estudos. Sonhado por muitos, empreender

remete à ideia de ter o próprio negócio,

trabalhar com o que gosta, criar e

desenvolver, mas, para que isso se torne uma

realidade tangível, é necessário trabalho duro,

dedicação, tempo, criatividade e

investimento. É imprescindível para o sucesso

que o empreendedor entenda sobre seu

negócio e sua a área de atuação, para torná-

lo diferente dos demais concorrentes e, pelo

menos, alguns conceitos básicos sobre

finanças.

O sucesso é cobiçado por todos que

empreendem e com isso é necessário que o

empresário desenvolva certa inteligência

financeira. Para tanto, os índices de liquidez

serão expostos neste artigo juntamente com

a Rentabilidade do Patrimônio Líquido, uma

vez que auxiliará o empreendedor dando-lhe

uma visão mais ampla e concreta sobre seus

negócios, expondo pontos chave, seu

impacto nas empresas e dentre outros

motivos que fazem com que o sucesso das

mesmas seja inevitável.

A pesquisa de abordagem

quantitativa foi realizada durante os meses de

outubro e novembro 2019. Para a coleta de

dados, utilizou-se a base de dados da Bolsa

de Valores B3 de onde foram extraídas as

demonstrações contábeis publicadas com o

objetivo de analisar o desempenho

econômico-financeiro entre os anos de 2016

a 2018 da organização Döhler S.A.

A análise realizada neste estudo

baseou-se nos balanços e na verificação das

demonstrações contábeis, os índices de

Liquidez e o índice de Rentabilidade, que é o

de rendimento do patrimônio líquido da

empresa em estudo, buscando levar ao leitor

um conhecimento estratégico sobre a

importância referente às finanças e o

empreendedorismo, respondendo à

pergunta: Qual o comportamento

econômico-financeiro da empresa Döhler S.A.

nos anos de 2016 a 2018?

N

1

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

16

DISCUSSÕES

tualmente, nota-se que a

busca pela inteligência

financeira vem se tornando

algo discutido na sociedade, por exemplo nas

empresas, com objetivo da geração do lucro,

podendo assim prever e projetar planos para

o futuro das organizações. A análise realizada

neste estudo baseou-se nas demonstrações

contábeis da Empresa Döhler S.A buscando

levar ao leitor um conhecimento maior sobre

a importância da ciência em finanças e a

relevância e diferença dos indicadores

anteriormente citados.

Analisou-se assim os índices da

Empresa Döhler S.A. registrada no CNPJ n°

84.683.408/0001-03, que tem como atividade

preponderante a fabricação de tecidos de

fibra de algodão, sendo eles: artificiais,

sintéticos ou mistos para uso doméstico ou

industrial, seus artefatos e a respectiva

comercialização. Fundada em 1881, a Döhler

conta com tecnologia de ponta em seus

teares além do pioneirismo em pesquisa e o

desenvolvimento e práticas sustentáveis em

seu ramo.

Os indicadores de Liquidez têm por

objetivo medir a capacidade que a empresa

tem de executar suas atribuições de curto

prazo em sua devida data de vencimento. Por

sua vez, os índices de rentabilidade buscam

informar os lucros da empresa sobre um

determinado nível de vendas, ativos e capital

investido considerado útil para a comparação

entre períodos diversos (IUDÍCIBUS, 2017).

Para tanto, neste artigo analisou-se a

Liquidez Corrente que, de acordo com Marion

(2002), aponta o quanto a empresa tem a

receber comparando com o quanto tem a

pagar no curto prazo (ativo circulante /

passivo circulante). A Liquidez Seca, por sua

vez, segundo Ribeiro (2018), não contabiliza o

estoque, considerando que o mesmo não está

atrelado diretamente ao patrimônio (ativo

circulante – estoque / passivo circulante).

Já a Liquidez Geral, conforme

Iudícibus (2017), está ligada ao médio e longo

prazo, possibilitando traçar planos com

previsões mais concretas ((ativo circulante +

realizável a longo prazo) / (passivo circulante

+ passivo não circulante)). E, por fim, para

Ribeiro (2018), a Rentabilidade do Patrimônio

Líquido mede o potencial de agregar valor da

empresa com seus próprios recursos (lucro

líquido / patrimônio líquido).

Após a coleta dos dados, exportaram-

se essas informações para o software

Microsoft Excel®, onde foram calculados os

indicadores que podem ser visualizados na

Tabela abaixo sendo que se considera que

quanto maior os índices, melhor o resultado

da empresa.

Tabela 1 - Índices de liquidez e rentabilidade

INDICADORES 2016 2017 2018

Liquidez Corrente 7,5 6,4 6,1

Liquidez Seca 4,7 4 3,5

Liquidez Geral 4,9 4,8 4,7

Rentabilidade do Patrimônio

Liquido 3% 6% 9%

Fonte: Dados pesquisados, 2019.

A empresa analisada contou com uma

liquidez corrente de 7,5 em 2016; 6,4 em 2017

e 6,1 em 2018 dispondo, em média, de R$

6,66 de Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de

A

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

17

Passivo Circulante nos anos analisados. Tais

dados indicam uma folga financeira de curto

prazo correspondente ao Capital Circulante

Líquido, o que possibilita à empresa, sem

prejudicar sua liquidez, a efetuação de

transações na aquisição de estoques e

aplicações financeiras de curto prazo.

A liquidez seca, por sua vez, em 2016

foi de 4,7; 4,0 em 2017 e 3,5 em 2018. Ainda

que não venda seus estoques, a Döhler S.A

conta com R$ 3,50 para cada R$ 1,00 de

obrigação de curto prazo não dependendo da

venda de estoque para liquidar seus deveres.

A liquidez geral da organização é de

4,9 em 2016; em 2017 4,8 e 4,7 em 2018. Para

cada R$ 1,00 de dívidas a empresa dispõe de

R$ 4,70 de recursos a curto prazo o que

significa que a empresa se encontra bem

estruturada contando que a disposição do

capital é superior a 1 (um).

Logo, a organização estudada contou

com uma rentabilidade de Patrimônio Líquido

de 3% em 2016, em 2017 6% e 9% em 2018.

Concluindo que os sócios obtiveram em

média, 6% de remuneração sobre o capital

investido na empresa neste período. Onde,

para cada R$ 100,00 de capital próprio

investido, gerou-se R$ 6,00 de lucro líquido.

A Tabela 1 expõe que a empresa em

estudo é uma organização sólida, mas ao

analisarmos a projeção dos três últimos

exercícios, verifica-se uma diminuição dos

índices de liquidez e um aumento no índice

de rentabilidade, variações que se dão pelo

aumento da participação de capital de

terceiros representado pelo passivo circulante

e não circulante.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

presente artigo abordou um

tema que vem ganhando

relevância social: a forma de inovar em meios

profissionais. O Centro Universitário Avantis,

para mostrar que está atualizado perante a

sociedade, tomou como tema do ano letivo

de 2020: “Empreendedorismo, Inovação

Tecnológica & Excelência Educativa”.

Há várias formas de empreender, uma

das mais conhecidas é a de investimento de

bolsa de valores onde são negociadas as

ações de diversas empresas. Para ter certeza

de que o investimento terá um retorno é

necessário compreender a situação da

empresa, por isso é analisado e utilizado

como exemplo os relatórios contábeis da

empresa Döhler S.A.

Para finalizar, foi percebido mediante

o desempenho econômico-financeiro, entre

os anos de 2016 a 2018, que a empresa

demonstra estar viável podendo atender

todas as necessidades e continuar gerando

lucro, onde os investidores podem investir

que terão retorno, mas foi visualizada uma

previsão que daqui alguns anos, esse quadro

se altere. Conclui-se que respondendo à

pergunta problema, o comportamento dos

indicadores econômico-financeiro de

empresa Döhler S.A. nos anos de 2016 a 2018

pioraram, apesar de seus resultados elevados.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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19

BIOTECNOLOGIA E A SAÚDE: O IMPACTO NA ENFERMAGEM

Rafaela Loch da Silva

Juliana Vieira Raimondi

INTRODUÇÃO

Biotecnologia é o conjunto de

tecnologias que favorecem os

seres vivos. Segundo Pereira

Júnior, Bon e Ferrara (2008), sua aplicação vai

desde o setor alimentício e principalmente na

área da saúde, onde o uso de células tronco

ou sistemas bioquímicos em processos de

produção de remédios são as técnicas mais

utilizadas.

Nosso planeta está rodeado de

descobertas, sendo elas de diversas áreas,

inclusive a de biotecnologia que com o tempo

vem se desenvolvendo rapidamente. A

mesma tem a capacidade de melhorar a vida

do ser humano com os seus

aprofundamentos (OLIVEIRA; SPENGLER,

2014). A expectativa atual e futura é de que a

biotecnologia possa proporcionar melhorias

na qualidade de vida das pessoas.

No âmbito da saúde, a biotecnologia

pode ser aplicada em todas as áreas. Não é

diferente na enfermagem, onde o uso dessas

tecnologias aumentou de uma forma muito

eficaz para o cuidado em saúde. Como

explicam Monteiro, Curado e Queirós (2017,

p. 143) “Diagnósticos clínicos mais precisos,

resultantes de algoritmos e análise de

elementos de Big data, são já utilizados em

cenários de hipercomplexidade clínica quer

nos diagnósticos quer nas propostas de

intervenção terapêutica”. Em parte, suas

utilidades são de grande importância,

trazendo inovações para a saúde da

população.

Fora do contexto hospitalar, torna-se

acessível e econômico a

monitorização de dados clínicos

essenciais em doentes de risco ou

com patologias de evolução

prolongada, através de sensores

microimplantados, lentes de

contacto que permitem avaliar o

nível de glicemia de pessoas com

diabetes, com ligação de dados a

aplicações de telemóvel facilmente

disponíveis. Estes dados permitem

fazer a gestão terapêutica de

situações clínicas complexas em

tempo real tornando possível a

funcionalidade no cotidiano das

pessoas afetadas, reduzindo fatores

de risco, internamentos agudos e

mortalidade em situações críticas

(GHASSEMI; CELI; STONE, 2015, p.

118).

A biotecnologia possui aplicações

abrangentes na saúde humana como

inseminação artificial, clonagem, engenharia

genética, células troncos, entre outros. A

inseminação artificial é uma das técnicas

biotecnológicas mais conhecidas entre os

seres humanos, pois sua área já é bem

estudada e possui uma grande população

que faz uso desta técnica. A clonagem pode

ser considerada benéfica dependendo do

ponto de vista de quem a vê, levando em

A

2

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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consideração os dois tipos: clonagem

reprodutiva e clonagem terapêutica.

De acordo com Varella (2004), a

clonagem reprodutiva é aquela onde o núcleo

de uma célula adulta é colocado dentro de

um óvulo ‘vazio’ e transferido para uma

barriga de aluguel, com a conclusão de gerar

um ser humano com o mesmo DNA do

doador, tornando-o idêntico. Ainda para

Varella (2004, s.p.) a clonagem terapêutica é

parecida “O DNA retirado de uma célula

adulta do doador também é introduzido num

óvulo ‘vazio’, mas, depois de algumas

divisões, as células-tronco são direcionadas

no laboratório para fabricar tecidos idênticos

aos do doador”.

Na engenharia genética, a qual estará

mais aprofundada neste trabalho, tem-se

uma pequena parcela de clonagem em seu

fundamento, chamada ‘clonagem molecular’

auxiliando em diversos procedimentos, como

na eliminação de doenças humanas,

colaborando com a qualidade de vida do ser

humano. E, por fim, as células troncos, que

têm uma ampla utilidade de seus

procedimentos, ajudam também a combater

doenças humanas através de medula óssea e

outras maneiras que serão abordadas neste

texto.

O objetivo deste trabalho é apresentar

na forma de uma revisão bibliográfica

assuntos acerca da aplicação da

biotecnologia na área da saúde com foco na

enfermagem.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

presente estudo foi baseado

em revisões bibliográficas,

tendo como base de dados

livros, artigos, revistas e sites especializados

na área.

CÉLULAS TRONCO

s células tronco possuem

diversas utilidades para a

saúde humana, sendo elas

muito estudadas pelo ser humano desde a

sua descoberta com as células embrionárias.

Elas podem ser classificadas em vários tipos,

como totipotentes, podendo se diferenciar

em todo tipo celular, as pluripotentes e as

multipotentes que são capazes de se

diferenciar em quase todos os tipos celulares,

as oligopotentes que se diferenciam em

poucos tecidos e as unipotentes que se

diferenciam apenas em um único tecido

(BARROSO, 2007). As células tronco

conhecidas pela população são aquelas

retiradas da medula óssea, cordão umbilical,

tecido adiposo etc., onde encontram-se

células hematopoiéticas que ajudam em

diversos procedimentos, originando-se para

as células do sangue, sendo elas, linfócitos,

hemácias e plaquetas (PEREIRA, 2008).

As células tronco são células não

especializadas, que se renovam por meio de

divisão celular por períodos longos. As células

tronco totipotentes e pluripotentes (ou

multipotentes) só são encontradas nos

embriões. As totipotentes são aquelas

presentes nas primeiras fases da divisão,

quando o embrião tem até 16-32 células, ou

seja, de três a quatro dias de vida (CARLO,

2005). Ainda sobre os tipos de células tronco,

para Ricardo (2005) as células pluripotentes

ou multipotentes aparecem quando o

embrião atinge a partir de 32-64 células da

fase de blastocisto, aproximadamente no

quinto dia de vida do embrião. Tem-se ainda

O

A

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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a utilização de células através de tecido

adiposo, ambas coexistindo para a mesma

função.

Utilizada em diversos procedimentos, tem

como principal foco a regeneração de tecidos,

como no tratamento da leucemia, um novo

tecido cardíaco, importante para pessoas com

diabetes em estado crítico - onde o sistema

imunológico não consegue mais regenerar o

tecido nas feridas (células tronco que fazem

esse papel).

ENGENHARIA GENÉTICA

sociedade é colocada à

muitas doenças - que com o

tempo vem sendo estudadas,

estando cada dia mais perto da ‘cura’. O uso

da engenharia genética é importante, pois de

acordo com Barth (2005), através dela,

estaremos, pela primeira vez, tratando uma

doença antes mesmo que ela se manifeste.

A engenharia genética permite obter

o medicamento de forma eficaz e de baixo

custo. De acordo com Barth (2005),

conhecendo o código genético de cada

pessoa, pode-se criar remédios em medidas

exatas de acordo com a necessidade do

organismo de cada paciente, em vez de

aplicar doses comuns. Aí estão as produções,

em larga escala, de insulina, de hormônio do

crescimento “[...] contra algumas formas de

tumores malignos humanos, de vacinas e de

reagentes biológicos usados na identificação

e quantificação de proteínas específicas [...]”

(CANDEIAS, 1991, p. 05).

Outra importante aplicação é o auxílio

em diagnósticos e laudos médicos através de

marcadores moleculares ou imuno

procedimentos.

Por conta disso, na área da engenharia

genética, percebemos o avanço com os

diagnósticos de patologias, como a Síndrome

de Down (KAPLAM; SADOCK; GREBB, 1997).

Mas para Fortes (2000) o diagnóstico precoce

pode ser polêmico na sociedade,

possibilitando assim aos pais que, ao saber da

doença, queiram interromper a gravidez, na

eliminação de possíveis nascituros doentes.

BIOTECNOLOGIA NA ENFERMAGEM

enfermagem evolui junto

com os avanços tecnológicos

e o equilíbrio das duas é muito

importante, não só para o profissional que

consegue um diagnóstico e um tratamento

mais específico, como também para o

paciente, que necessita de melhorias para a

sua saúde. Para Monteiro, Curado e Queirós

(2017, p. 141) “Em ambientes

hipertecnológicos, cuidar em enfermagem

implica o gesto terapêutico ancorado na

competência técnica e no manejo de

equipamento sofisticado”. O enfermeiro (a)

quer o bem do paciente. O uso de

medicamentos, células troncos, fertilização

etc., faz com que o paciente se sinta mais

confortável ao saber que algumas doenças

possuem cura, graças à biotecnologia. A

presença de tecnologias no ambiente da

saúde é indispensável, necessário e

importante para o desenvolvimento no

cuidado humano, quando os profissionais se

adequam a essas inovações pode-se obter

um bom resultado no ato de zelar pelo

paciente (BAGGIO; ERDMANN; SASSO, 2010).

O uso das novas tecnologias e os

avanços exponenciais da investigação

biomédica aumentaram de forma drástica a

A

A

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eficácia dos cuidados de saúde (MONTEIRO;

CURADO; QUEIRÓS, 2017). Assim como a

tecnologia pode favorecer, tem-se que tomar

muito cuidado, pois nenhuma tecnologia

pode substituir o ato do cuidado humanizado

em enfermagem (BAGGIO; ERDMANN;

SASSO, 2010).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

ntende-se, portanto, que a

compreensão sobre o assunto

biotecnologia através de células

tronco e a engenharia genética são

imprescindíveis para o profissional da

enfermagem.

Ficaram evidentes as vantagens acerca

da possibilidade de tratamento de algumas

doenças, e/ou diagnóstico e produção de

medicamentos. No entanto, muitos autores

expõe a importância de inserir a

biotecnologia com cautela, com protocolos

de pesquisa e aplicações corretas deste tipo

de categoria científica e, por conta disso,

enaltecem ainda mais a posição que a

enfermagem se coloca, ao progredir lado a

lado com a tecnologia. São inúmeros, os

benefícios, etapas ascendidas, e novas

técnicas que, acompanhadas de excelentes

profissionais, termina por levar a área da

saúde a outro patamar.

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E

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BIOMEDICINA ESTÉTICA: INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA

ABORDAGEM CLÍNICA RELACIONADA AO PROCESSO DE

ENVELHECIMENTO FACIAL COM O ÁCIDO HIALURÔNICO

Alessandra Xavier de Liz

Tuanne Alves da Silva

Alessandra Menezes da Luz Machado

INTRODUÇÃO

ste trabalho levará em

consideração a atuação do

Biomédico na abordagem

clínica com a aplicação de preenchedores

semipermanentes de ácido Hialurônico para

tratar alterações provenientes do

envelhecimento e buscar organizar, de forma

sistemática, a evolução tecnológica da

indústria farmacêutica e cosmetológica por

métodos cada vez mais eficazes e eficientes

na harmonização facial.

Esta pesquisa se caracteriza por ser

uma revisão sistemática, baseada na busca de

periódicos nacionais e internacionais

publicados nos últimos cinco anos. Neste

sentido, o objetivo deste artigo é avaliar as

principais abordagens clínicas relacionadas à

inovação tecnológica em Biomedicina na

aplicação do preenchedor semipermanente

como o ácido Hialurônico no processo de

envelhecimento para a harmonização facial.

Muito embora os avanços

tecnológicos das últimas décadas vêm

proporcionando excelentes resultados no

tratamento estético facial, cabe frisar que o

envelhecimento cutâneo é um processo

biológico complexo, contínuo e irreversível

influenciado por alterações produzidas por

fatores intrínsecos e extrínsecos. Neste

sentido, cabe salientar que os fatores

intrínsecos como as alterações hormonais e

proteicas, associadas aos fatores extrínsecos

como a exposição excessiva a radiação UV,

aumenta sobremaneira a formação de

radicais livres que potencializam o

surgimento de glicos e perda do turgor da

pele. Tais fatores, associados à ação da

gravidade e à sarcopenia, tornam a face

humana o local de maior expressão das

marcas do tempo (TOBIN, 2017).

Embora seja um produto oriundo da

inovação tecnológica recente da indústria

farmacêutica, o ácido Hialurônico (AH) tem

sido utilizado há mais de uma década no

preenchimento de rugas, sulcos, entre outros.

Uma vez que o comportamento biológico do

AH é bem conhecido, conforme pesquisas

histológicas disponíveis, este composto é

absorvido gradativamente ao longo dos

meses pelo organismo (SALLES, et. al, 2009).

Diante deste cenário amplamente

positivo, elabora-se o seguinte

questionamento: Qual é o papel do

Biomédico na abordagem clínica relacionada

ao processo de envelhecimento facial por

ácido Hialurônico?

E

3

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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DISCUSSÃO

harmonização facial é um

importante mecanismo para o

tratamento das alterações

provenientes do envelhecimento, o qual

proporciona um ganho primordial no sentido

de minimizar os efeitos maléficos do tempo.

É importante frisar que estes aspectos,

embora irreversíveis, podem ser minimizados

com técnicas farmacológicas minimamente

invasivas que utilizam fármacos que atuam

melhorando o aspecto estético, através do

preenchimento do espaço intercelular,

proporcionando jovialidade, melhora da

autoestima e da funcionalidade facial

(BUKHARI, et. al, 2018).

Sabemos que o envelhecimento é um

processo irreversível nos últimos anos. Se

analisarmos o envelhecimento e a velhice

dentro de um contexto sociológico, torna-se

indiscutível a busca incessante para frear,

retardar e até mesmo impedir o avanço do

tempo, quer seja pelos mitos do filósofo

Homero, quer seja pelas fontes mágicas do

século XVI, ou ainda pelos banhos de leite de

Cleópatra. Durante os séculos uma gama

enorme de novos procedimentos e novas

tecnologias surgiram para minimizar os

efeitos do envelhecimento cutâneo

(FAIRCLOUGH, 2001).

Atualmente, a harmonização facial

vem crescendo com suas novas técnicas,

buscando como enfoque harmonizar a face

de forma mais natural possível, deixando suas

modificações de maneira discreta, com o

designo de atender as expectativas e reduzir

os sinais de envelhecimento (RIOS, 2017).

Este crescimento tem relação direta

com o avanço sistemático da nanotecnologia

associada ao avanço das ciências

farmacêuticas e cosmecêuticas. Ambas têm

obtido nas últimas décadas importantes

achados científicos que, se por um lado não

impedem o avanço da velhice, por outro lado,

tornam este processo mais prazeroso e

menos traumático. Dentre os inúmeros

métodos e técnicas, os preenchedores faciais

surgem como um grande precursor dentre

estas práticas (PASCHOARELLI; CAMPOS;

SANTOS, 2015).

Neste contexto, a aplicação de

preenchedores faciais como o ácido

Hialurônico possui tanto indicações estéticas

quanto clínicas, pois além do aspecto estético

e funcional, é coadjuvante de alguns

tratamentos como a distonia e volume facial

(RIOS, 2017).

Considerando que exista no mercado

uma variedade de preenchedores faciais, a

Biomedicina vem optando pelo uso deste

ácido como agente farmacológico de

primeira linha nas alterações relacionadas ao

preenchimento de cavidades faciais surgidas

com a senescência (CHEN, et. al, 2018).

Cabe salientar, no entanto, que a

escolha deste produto ocorre devido a sua

biodisponibilidade no organismo, uma vez

que a pele contém em sua composição 56%

do total deste ácido. Como o avanço dos

processos fisiológicos do envelhecimento

ocorrem em uma substancial perda, há assim

a necessidade de administração exógena

(FAKHARI; BERKLAND, 2013).

Assim sendo, o ácido Hialurônico

(hialuronano) é um biomaterial disposto na

forma de polímero natural polianiônico

composto de ácido glucurônico e repetições

de N-acetilglucosamina por meio de uma

ligação β-1,4. De textura viscosa, pode ser

encontrado em vários segmentos do corpo

humano, principalmente no líquido sinovial e

em diversos tecidos conjuntivos compostos

por colágeno (MARIKO, et. al, 2017;

AGOSTINI; SILVA, 2010).

A

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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Figura 1: Efeitos do Ácido Hialurônico

Fonte: Agostini; Silva (2010, p. 08)

Além de serem amplamente utilizadas

em procedimentos minimamente invasivos na

Biomedicina, as aplicações são variadas,

desde: infiltração para osteoartrite, cirurgia

ocular, cirurgia plástica, engenharia de

tecidos e administração de medicamentos;

tudo isto devido a sua forma química, a qual

possibilita extrema facilidade de se ligar à

água e ao tecido, proporcionando

lubrificação e preenchendo os espaços

intercelulares restaurando o tecido (CYPHERT;

TREMPUS; GARANTZIOTIS, 2015).

Como fator determinante seus

benefícios são multifatoriais na Biomedicina.

Sua aplicabilidade está baseada na clínica

estética na qual devem ser priorizadas

aplicações que contemplem a restauração da

jovialidade. Desta forma, locais específicos

como sulco naso-labial, região supralabial,

goteira lacrimal, contornos da mandíbula,

além de reparações estéticas relacionadas ao

preenchimento de cicatrizes da face, devem

ser priorizados pelo profissional (AFORNALI

et. al, 2017).

Diante este contexto, destaca-se a

importância do profissional Biomédico em

realizar uma abordagem clínica e

individualizada levando em consideração os

aspectos fisiológicos e anatômicos da face, a

fim de proporcionar um resultado harmônico

com traços de jovialidade (FELIPE; REDONDO,

2015).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

este estudo, vimos que o

envelhecimento cutâneo é

uma atividade natural,

gradativa e contínua, que com o passar dos

anos essas alterações conduz-se ao declínio.

Com isso, ao tratar as alterações

provenientes do envelhecimento com o uso

do ácido Hialurônico injetável, proporciona-

se um ganho primordial no sentido de

minimizar os efeitos maléficos do tempo, com

técnicas minimamente invasivas por ser um

tratamento em que os resultados são

imediatamente visíveis.

Pode-se perceber que a harmonização

facial está em desenvolvimento contínuo,

com a aplicação de novas técnicas trazendo

N

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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como principal foco harmonizar a face de

maneira mais natural possível, resultando em

um resgate significativo da autoestima.

Em virtude dos fatos mencionados,

destacamos a importância do profissional

Biomédico, que dentre as 37 áreas de atuação

na saúde, está inclusive apto para atuar na

área estética, com aplicação de

preenchedores semipermanentes como o uso

do ácido Hialurônico aprimorando, através de

novas tecnologias, tratamentos e métodos

cada vez mais eficazes na harmonização

facial.

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COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

POR TRÁS DOS SOFTWARES BIM QUE AUXILIAM NA CONSTRUÇÃO

CIVIL

Iago Bilk Dos Santos

Loiana Zoboli Dias

Talia Trindade da Anunciação

Alessandra Menezes da Luz Machado

INTRODUÇÃO

inovação tecnológica foi

chave para o desenvolvimento

de projetos na área da

construção civil, com crescente evolução, nos

últimos 20 anos; permitindo que diversos

processos fossem encurtados e/ou

facilitados, desde o desenho arquitetônico

até os diversos desenhos técnicos

complementares que compõem um projeto.

O computador permitiu, juntamente com os

softwares, que os projetos fossem

desenvolvidos de forma rápida e precisa, e a

busca por melhoria nos processos de

conferência e compatibilização, levou à

criação da Modelagem da Informação da

Construção ou Building Information Modeling

(BIM).

BIM são softwares de base de dados

em formato digital, que facilitam a

apresentação, bem como o entendimento do

projeto como um todo, visto que o modelo

permite visualizar o 3D e outras plantas

técnicas solicitadas, sendo desenvolvido em

sincronia com a planta baixa. Torna-se um

avanço positivo para o profissional usuário da

ferramenta, que otimiza seu tempo de

projeto, podendo desenvolver o lado artístico

e resolver o interior da planta como

circulação, conforto térmico, acústico e outras

partes que, por vezes, são deixadas de lado

devido ao curto prazo que o mercado propõe.

Além disso, diminui os erros antes da

execução da obra, visto a facilidade de

compatibilizar os diversos projetos

necessários para a construção civil, que são:

estruturais, hidrossanitários, elétricos, de

telecomunicação, segurança, climatização,

preventivo de incêndio e outros (JUNIOR,

2016).

Tem-se por objetivo analisar a

importância da compatibilização de projetos

e sua relação com o avanço tecnológico nos

softwares BIM que atuam como facilitador na

construção civil; também, expor a deficiência

encontrada pelas empresas na falta de

capacitação profissional para implementação

nos projetos. Utiliza-se como metodologia o

levantamento bibliográfico para o

embasamento teórico das pautas abordadas

no decorrer do artigo, de modo a se

responder ao seguinte questionamento: a

universidade e os novos profissionais da área

da construção civil estão se adequando às

necessidades do mercado quanto à inovação

tecnológica?

A

4

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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DISCUSSÕES

o considerar a faculdade o

primeiro contato do

acadêmico com o seu futuro

profissional, é necessário que os cursos de

Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil,

amparem e capacitem seus discentes para

que estejam preparados para atuarem no

mercado de trabalho, com excelência. Além

de implementar no ensino a ferramenta BIM,

é necessário incentivar o uso do software

desde o início das atividades curriculares, pois

a abordagem deve ir além da capacitação

instrumental dada nas determinadas

disciplinas de informática básica.

Na prática, estes programas

possibilitam arquitetar simulações e definir

soluções sustentáveis antes da concepção da

obra, acarretando vantagens para o cliente e

para o construtor. Sendo assim, o mercado

está exigindo uma nova postura dos

profissionais que, por sua vez, sentem

dificuldades em mudar de metodologia após

formados, além dos gastos que geram para as

empresas com treinamento e o medo de

retrocesso em relação às práticas atuais e

conflitos internos.

Para Nascimento (2014), os erros na

execução são consequência de um processo

falho e de baixa qualidade projetual,

acarretando altos custos durante a obra que,

por sua vez, poderiam ser evitados com uma

análise mais profunda na elaboração dos

projetos e se fossem acompanhados de uma

compatibilização rigorosa. O crescimento da

utilização de softwares BIM ainda é lento,

porém, constante e necessário.

Sob esta visão, Barison (2015), propõe

descobrir formas eficazes de introduzir este

conceito nos currículos de cursos de

Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil

no Brasil. Como esta prática segue nos

estágios iniciais no país, optou-se por se

embasar na literatura técnica internacional.

A primeira pesquisa analisada, foi

realizada por Thomas, Graham e Wall (2007),

juntamente com sua equipe de profissionais

da Universidade e Instituto de Tecnologia

Waterford, na Irlanda, com o intuito de

identificar a qualidade e implantação de

treinamento de TI e BIM nas universidades.

Buscou-se averiguar se as mesmas estão se

adaptando aos novos softwares da

tecnologia, exigidos pelo mercado, aos

conteúdos programáticos. Conclui-se que

54% dos entrevistados afirmou ter sim o

domínio do software, mas não ficou claro se

o departamento, que atualmente inclui o BIM

em seus programas, está fazendo isso de

forma prática e introduzindo da maneira

adequada.

A pesquisa elaborada por Guidera e

Mutai (2008), buscou saber em 23

universidades norte-americanas a relevância

que o software BIM tem para a preparação

acadêmica e qualificação profissional dos

discentes das instituições. Entendeu-se que

os cursos não desempenham habilidades

básicas no quesito de qualificação curricular e

compilação de sistemas.

A estes fatores, Barison (2015, p. 79),

desenvolveu uma linha do tempo, em que:

[...] a introdução de BIM nos

currículos se deu, inicialmente, por

meio de disciplinas especializadas,

durante o segundo nível das práticas

colaborativas, momento em que

predominavam a criação e o uso de

modelos BIM parciais. As abordagens

colaboração intracurso,

interdisciplinar e à distância surgiram

na terceira fase das práticas

colaborativas, quando a indústria

passou a utilizar o modelo BIM

integrado. Mais tarde, em 2010,

surgiram os modelos de colaboração

transdisciplinar, interníveis,

bi/multinacional à distância e

semipresencial, época do

lançamento de servidores BIM (livres

e proprietários) baseado em

A

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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tecnologia de computação em

nuvem e no uso de BIM para

gerenciamento do ciclo de vida da

edificação.

A partir desta linha do tempo, nota-se

a demanda e constante atualização dos

softwares, contrastando com a metodologia e

aplicação desta ferramenta necessária para a

formação de profissionais capacitados dentro

das universidades, até a terceira fase, quando

convergem - de maneira não linear, como

demonstra a Figura a seguir:

Figura 1: A evolução de ensino BIM.

Fonte: Barison (2015)

Diante da realidade apresentada,

presume-se a convergência da ferramenta

BIM às necessidades inerentes da profissão,

porém ainda há um desvio na aplicação

desses softwares dentro das universidades,

que optam pela utilização do BIM apenas

para as modelagens 3D, enquanto o mercado

de trabalho carece de outras utilizações desta

ferramenta tão completa (BARISON, 2015)

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

presente artigo trouxe como

tema principal a inovação

tecnológica como o ponto

chave para a demanda do crescimento e

evolução dos discentes, bem como a

utilização correta das ferramentas nas áreas

de Arquitetura, Engenharia e Construção

(AEC), identificando as barreiras dos

acadêmicos e das universidades diante dessas

inovações tecnológicas como fator de

competitividade para o mercado de trabalho.

De modo geral, observa-se na prática

que o processo de inserção do BIM nas

universidades brasileiras ainda não aconteceu

de forma significativa, o que por sua vez

impede que as demandas do mercado sejam

devidamente atendidas pelos novos

profissionais. Esta lacuna entre o mercado de

trabalho e a universidade dificulta o novo

profissional de manter-se em um contexto em

que o avanço tecnológico é tão dinâmico e

intenso.

Apesar de a tecnologia fornecer

mecanismos facilitadores, estes ainda podem

ser considerados incipientes, sendo

necessário o treinamento da mão de obra e

investimento para tal, exigindo um percentual

elevado de tempo gasto com atividades de

ordem prática. Assim, diante da evolução e

implementação de softwares BIM, os futuros

profissionais com maior capacitação por

parte das universidades estarão prontos para

o competitivo mercado de trabalho.

Conclui-se através desse

levantamento que foi possível investigar as

características relevantes para a aplicação da

implantação do sistema BIM, e apesar dos

fatores que minam grande parte dos esforços

de modernização no planejamento e

execução de projetos na AEC, a necessidade

de melhoria é grande e possui desafios,

porém, com uma base indispensável que é

facilitar a compatibilização de projetos, no

intuito de facilitar tais tarefas de ambientes

heterogêneos tornando o tempo mais

proveitoso e rentável, sendo altamente

factível.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARISON, Maria Bernardete. Introdução de Modelagem da Construção (BIM) no currículo

- uma contribuição para a formação do projetista. 2015. 390 f. Tese (Doutorado) - Curso de

Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica de Universidade de São Paulo, São Paulo,

2015. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/tde-21032016-

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compatibilizacao-de-projetos-na-construcao-

civil/#:~:text=Os%20processos%20de%20compatibiliza%C3%A7%C3%A3o%20de%20projeto

O

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35

s%20na%20constru%C3%A7%C3%A3o%20civil,-

Por%20Francisco%20Gon%C3%A7alves&text=A%20compatibiliza%C3%A7%C3%A3o%20de

%20projetos%20na,hidrossanit%C3%A1rio%20e%20estrutural%2C%20por%20exemplo.

Acesso em: 25 maio 2020.

NASCIMENTO, José. A importância da compatibilização de projetos como fator de redução de

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007 Vol.01/2014 Julho/2014. Disponível em: http://www.ipog.edu..br/download-arquivo-

site.sp?arquivo=a-importancia-da-compatibilizacao-de-projetos-como-fator-de-recucao-de-

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A ARQUITETURA EMERGENCIAL EM MEIO ÀS CRISES

HUMANITÁRIAS: A UTILIZAÇÃO DE SOLUÇÕES MODULARES

ATRAVÉS DA PRÉ-FABRICAÇÃO ESTRUTURAL VISANDO A

EMPREGABILIDADE DO REUSO ADAPTATIVO

Karina Fernanda de Souza Batista

Lucas Mario Lonheski

Maria Eduarda Brites Cardoso

Alessandra Menezes da Luz Machado

INTRODUÇÃO

m meio às crises humanitárias,

um dos principais alvos a serem

impactados pelo

congestionamento de serviços é o sistema de

saúde. Atualmente, durante a pandemia da

COVID-19, o mundo inteiro enfrenta um dos

piores momentos da humanidade, em

questão da alta demanda de centros

hospitalares bem equipados e com uma

qualidade estrutural que suporte os números

exponenciais de afetados. Além da

precarização do atendimento por conta da

infraestrutura inadequada, temos como

resultado a superlotação dos centros de

saúde. Para Feres (2014), como forma de

contenção do colapso do sistema hospitalar,

uma das alternativas mais eficazes é a

arquitetura emergencial que, historicamente,

é utilizada na construção de alicerces

efêmeros como modo de suprir as

necessidades hospitalares e habitacionais em

momentos de crises humanitárias.

Destarte, o objetivo primordial dessa

pesquisa é compreender a relevância da

arquitetura emergencial e sua devida

aplicabilidade frente às situações de

instabilidade na infraestrutura hospitalar e

habitacional em crises humanitárias. Os

objetivos específicos, consequentemente,

são: averiguar a adaptabilidade arquitetônica

dos estados para suprir as necessidades da

população em situações emergenciais;

analisar soluções viáveis para as

problemáticas estruturais encontradas

durante e após as crises humanitárias e, por

fim; relacionar o avanço tecnológico com o

surgimento das inovações sustentáveis feitas

nos projetos arquitetônicos de cunho

emergencial.

Em síntese, a relevância acerca da

arquitetura emergencial, em decorrência de

crises humanitárias, corresponde à maior

eficiência na infraestrutura hospitalar e,

consequentemente, do atendimento aos

infectados. Através da montagem de

estruturas pré-fabricadas, esse nicho se

fundamenta na solução “[...] empregando

tecnologias simples, estruturas leves, de fácil

transporte (terrestre, marítimo e aéreo) e

montagem expedita” (GONÇALVES, 2015, p.

E

5

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

38

144). A pesquisa, realizada através de cunho

exploratório-bibliográfico, busca responder a

seguinte questão: De que modo a arquitetura

emergencial, visando o reuso adaptativo e a

sustentabilidade, pode auxiliar em situações

extraordinárias como crises humanitárias?

A CRONOLOGIA DA ARQUITETURA EMERGENCIAL

ronologicamente, desde os

tempos primitivos, as

definições de habitação

sofreram inúmeras metamorfoses conforme a

adequação do período em questão. Segundo

Gonçalves (2015), anteriormente, com as

deslocações periódicas, os povos

desenvolveram técnicas de moradias

temporárias que se aperfeiçoaram na medida

que enfrentaram novos ambientes e situações

adversas, e utilizaram desde as cavernas até

tendas, com aprimorações na durabilidade,

flexibilidade e transporte. Com a descoberta

da agricultura, os povos adeptos do

nomadismo converteram-se para um estilo

de vida sedentário, abandonando a migração

esporádica e estabelecendo-se em regiões

com potencial fértil.

Eventualmente, em meados do século

XVIII, com a substituição da mão de obra

operária pelo uso de máquinas — a

Revolução Industrial —, surgiram novas

possibilidades para a arquitetura graças aos

materiais que agora podiam ser facilmente

manuseados devido à modernização na

indústria europeia, contrastando com os

países em desenvolvimento ou

subdesenvolvidos (GONÇALVES, 2015). Essa

conquista possibilitou, assim, os primeiros

elementos pré-fabricados que,

posteriormente, em decorrência das crises

humanitárias, se tornaram eficazes para a

aplicação da arquitetura emergencial,

ocasionando uma mudança significativa na

sua utilidade, como a aplicação na contenção

da COVID-19.

A ADAPTABILIDADE BRASILEIRA EM CRISES HUMANITÁRIAS

o estudar momentos de crises

humanitárias no Brasil, é

notável a necessidade de

adaptações planejadas que supram as

necessidades das populações atingidas. Um

desses exemplos é a crise dos refugiados

venezuelanos para o Brasil, que aumenta o

seu fluxo em proporções exponenciais desde

2017 (LANGLOIS, 2019), e demandou ações

de prefeituras de diversos municípios

brasileiros. Paralelamente, temos o

rompimento da barragem da Vale

(mineradora multinacional brasileira) em

Brumadinho, Estado de Minas Gerais, que em

2019 provocou uma avalanche de rejeitos de

minério de ferro, e ainda permanece com 138

atingidos sem realocação própria,

aproximadamente (AGÊNCIA BRASIL, 2020).

Nada obstante, é incitador perscrutar

o atual momento pelo qual o mundo passa. A

pandemia da COVID-19 careceu do Brasil

medidas drásticas para conseguir atender ao

crescimento célere de infectados, e

demonstrou a necessidade de adaptações e

inovações, como por exemplo os hospitais de

campanha, que consistem em instalações

temporárias que buscam desafogar o sistema

de saúde, abrigando as pessoas em

tratamento (ROCHA, 2020).

C

A

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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A APLICABILIDADE DO REUSO ADAPTATIVO

a análise de soluções viáveis

para problemáticas

estruturais recorrentes nas

crises humanitárias, indubitavelmente, pelo

anseio por novas táticas e medidas mais

eficientes no amparo a determinado grupo,

arquitetos enfrentam esses cenários com o

propósito de criar estruturas passíveis de

mobilidade, flexibilidade, conforto ambiental,

adequação cultural, adaptabilidade e

segurança (LEMES; REZENDE, 2019). De

acordo com Feres (2014), por meio da

arquitetura emergencial como medida

paliativa, cabe aos profissionais da

arquitetura a tarefa de desenvolver estudos

locais e projetos que correspondam às

principais necessidades, assegurando

condições dignas durante a reabilitação dos

afetados.

Confirma-se, então, a necessidade de

uma atenção devidamente satisfatória na

resolução de problemáticas dessas situações.

Considerando o exposto, essas estruturas

efêmeras podem ser tanto projetadas a partir

do zero (com tendas, barracas e abrigos)

quanto por intermédio do reuso adaptativo,

uma técnica que transforma estruturas não

convencionais para uso diversificado, como o

Ônibus de Saúde Imediata (O-SI) — projeto

brasileiro do estúdio de arquitetura

Democratic Architects para atender os casos

graves da COVID-19, segundo o Conselho de

Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro

(2020).

Para Anders (2007), as propostas de

intervenção seguem duas linhas de

pensamento: a primeira sem interferências

drásticas no ambiente, priorizando o suporte

à vida; e a segunda com mudanças maiores,

que exigem e dependem de assistências a

longo prazo. Assim, se dividem as

construções emergenciais dos tipos

‘construção in loco’ (com materiais

disponíveis na localidade) e ‘fornecimento de

kits’ (unidades desenvolvidas e

transportáveis).

O EMPREGO DE INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS SUSTENTÁVEIS

om o avanço acelerado da

tecnologia, novos materiais e

técnicas são descobertos para

melhorar as construções emergenciais,

buscando que as mesmas sejam não apenas

eficazes durante as crises, mas também

ecologicamente equilibradas para que não

agravem indiretamente situações críticas

após o uso.

Todavia, visando os recursos

necessários para a aplicabilidade desses

abrigos, alguns exemplos de materiais

alternativos que estão sendo testados nos

últimos anos por serem ecologicamente

corretos são: tubos de papelão com um

sistema de encaixe (não precisam de mão de

obra qualificada), o bambu (abundante e

resistente a compressão e flexão) e o alumínio

(de fácil manuseio e alta capacidade de

transformação) (REMPEL, 2017).

Por sua vez, Manzini (2011 apud

REMPEL, 2017, p. 40) afirma que, “[...] o

projeto de novos produtos intrinsecamente

sustentáveis, trata-se de oferecer uma nova

maneira, [...] que busque a obtenção de

resultados socialmente apreciados, e ao

mesmo tempo, radicalmente favoráveis ao

meio ambiente [...]”.

Sendo assim, as catástrofes não

podem ser dadas como justificativa para

ignorar as medidas ecológicas a serem

tomadas, pois é sempre necessário que haja

uma preocupação com o meio ambiente,

tornando o uso de novos materiais e técnicas

N

C

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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sustentáveis de suma importância para a preservação da área habitada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

onforme o presente artigo, a

arquitetura emergencial

ampara através de instalações

efêmeras devidamente equipadas e

projetadas, contribuindo efetivamente para a

ciência como objeto de estudo. Ao avaliar a

conjuntura dos estados brasileiros e suas

medidas paliativas inabituais, pela

perspectiva do desenvolvimento humano, a

vulnerabilidade socioeconômica é enfatizada,

acarretando infinitos danos, denunciando a

má gestão e insuficiência administrativa na

adaptabilidade dos órgãos públicos

brasileiros frente às crises.

Em relação à aplicação do reuso

adaptativo, percebe-se a versatilidade à

disposição dos arquitetos na introdução de

suas propostas específicas para os cenários

dos prejudicados. A suscetibilidade com que

novas abordagens podem se apropriar de

estruturas inconvencionais, corresponde à

uma gama imensurável de novos conceitos e

alternativas. Quanto ao uso de novas

tecnologias, pode-se afirmar que é necessário

estabelecer uma preocupação com a natureza

em sua aplicação, pois manter um equilíbrio

com o meio ambiente colabora com a

prevenção de certas crises humanitárias

geradas pela má administração do

ecossistema.

A arquitetura emergencial, aliada ao

reuso adaptativo e às questões sustentáveis,

sintetiza as necessidades básicas dos

confrangidos nos momentos de crise,

proporcionando-lhes estruturas que

provejam apoio emocional, social,

habitacional e hospitalar, auxiliando assim no

processo de recuperação, além de consolidar

uma mutualidade com o meio ambiente.

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C

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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43

O DILEMA DA PIRATARIA DE SOFTWARE NA VIDA DO ARQUITETO

EMPREENDEDOR

Bruna Luiza Junges Solarenko Vicente

Gabriel Urcino Gonçalves

Paulo Vinícius da Silva Reis

Alessandra Menezes da Luz Machado

INTRODUÇÃO

om o empreendedorismo

ganhando ascendência entre os

jovens, é uma consequência o

debate dos desafios encontrados, sendo algo

relativo entre as profissões. De acordo com

Couto (2010, p. 11) “[...] é comum que os

escritórios de arquitetura e urbanismo

contem inicialmente com pouco recurso

financeiro”, desta maneira, é notória a grande

dificuldade envolvendo os custos, o que

ocasiona jovens arquitetos empreendedores

optarem por versões falsificadas de softwares

ímpares à profissão, o que é um problema na

sociedade.

Entretanto, os custos aos programas

também se tornam inadequados a ponto de

gerar pouca inclusão aos arquitetos iniciantes

na profissão. Essa problemática prejudica o

profissional, pois desde o início de sua

carreira é obrigado a analisar a pirataria como

solução, observando-a como o recurso mais

lucrativo possível, embora seja na verdade

uma opção criminal e prejudicial, sendo assim

um motivo influenciador para o crescimento

de softwares pirateados.

Frente ao exposto, o presente artigo

foi elaborado a partir de análise exploratória

bibliográfica, com o objetivo geral de refletir

sobre os motivos que levam os jovens

empreendedores a optarem por softwares

piratas. Portanto, o artigo busca responder o

seguinte questionamento: O que leva os

arquitetos empreendedores a optarem por

software pirata ao invés do produto original?

A PIRATARIA DE SOFTWARE DENTRO DA ARQUITETURA

o considerar a enorme

expansão que a tecnologia

adquiriu através da

informática nas últimas décadas, não é um

assombro os softwares ocuparem posições

cruciais na arquitetura e urbanismo, na qual o

processo projetual adotou ferramentas de

computação gráfica, agregando simulações e

recursos alheios que seriam impossíveis por

meios tradicionais (BRITO, 2011).

Paralelamente a esta necessidade dos

softwares na profissão, é concernente em

C

A

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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cada país a eventual pirataria dos mesmos

para muitos profissionais, por conta dos

custos dos programas originais. Além do

mais, segundo a Business Software Aliance

(BSA), em 2015 quase metade dos softwares

instalados no país não eram licenciados, o

que, segundo Peixoto (2012), a motivação da

prática vem através do adjetivo ‘barato’, pois

os usuários alegam que os preços abusivos

dos programas originais trazem justificativa à

pirataria.

Ademais, para o ramo da arquitetura e

urbanismo é imprescindível o uso de

softwares como o AutoCad da Autodesk que

no ano de 2020 tem valor anual de R$

8.667,00 (AUTODESK, 2020). No entanto, de

acordo com Tigre e Marques (2009), mesmo

se a pirataria fosse extinta os usuários não

estariam dispostos a pagar pelos produtos

originais.

Partindo deste contexto, dados do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE), de 2016, indicam que metade da

população brasileira vive com menos de um

salário mínimo o que categoriza a

incompatibilidade dos valores de softwares

com a condição de grande parte da

população nacional e, sem dúvidas, também

envolve a arquitetura. Deste modo, conforme

Peixoto (2012) os usuários podem recorrer a

softwares gratuitos para recorrência de

necessidades e realizações básicas, portanto

deveria haver mais ações por parte das

desenvolvedoras, visando a inibição gradativa

dos softwares pirateados.

AS ADVERSIDADES DO EMPREENDEDORISMO AO JOVEM ARQUITETO

entro do ramo da arquitetura

e urbanismo, tem-se visto

muitos escritórios surgindo,

pois de acordo com o anuário do Conselho de

Arquitetura e Urbanismo (CAU, 2019) 1.781

novas empresas surgiram em 2018 chegando

a ter no Brasil uma empresa para cada sete

profissionais. Ou seja, um número enorme de

arquitetos empreendedores. Isso decorre do

fato de que “[...] o Brasil concentra sua força

empreendedora na juventude” (GOMES, et al,

2014, p. 329)

No entanto, existem barreiras para os

jovens arquitetos empreendedores, pois no

início, os negócios estão mais suscetíveis à

mortalidade (HANNAN; FREEMAN, 1997) e

essa contrariedade pode vir através dos altos

custos para abrir um escritório, como uma

análise feita por Fritzen (2009), por meio da

qual orçou em R$ 25.167,00 a abertura de um

escritório de arquitetura. Portanto, para não

ocorrer desastres financeiros, uma alternativa

que escolhem dentro da arquitetura é a

utilização dos softwares piratas, tornando-se

um meio mais econômico, contudo, é uma

prática que infringe a lei, sendo assim uma

necessidade encontrar alternativas como por

exemplo a utilização de softwares livres.

O SOFTWARE LIVRE COMO POSSÍVEL SOLUÇÃO À PIRATARIA DE PROGRAMAS

ORIGINAIS

o pensar em software livre

logo vem o pensamento de

que ele é gratuito, porém a

realidade é justamente o oposto, uma vez que

segundo Perens (1999, p. 18) “[...] nem todo

programa disponível gratuitamente é um

software livre”. O autor conclui também que o

software livre, na verdade, se trata de que seu

código-fonte está disponível para ser

modificado e compartilhado.

D

A

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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Vale ressaltar também que para o

software livre se tornar uma solução, várias

barreiras devem ser ultrapassadas, como

demonstrado por Garcia et al. (2010), que

apresentam dados sobre as vantagens e

desvantagens do programa livre. Dentre os

pontos positivos estão em sua maioria ligadas

ao custo de aquisição, porém os fatores

negativos são grandes e devem ser levados

em consideração, como: a escassez de

suporte técnico atrelada à pouca

popularização dos programas e à dificuldade

de adaptação dos usuários.

Ademais, tais circunstâncias

demonstram, diante de tantos problemas, a

necessidade de desenvolver a alternativa para

que assim consiga se tornar uma opção viável,

a fim de solucionar a alta taxa de pirataria de

softwares no ramo da arquitetura.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

ediante ao exposto, o tema

abordado é de grande

relevância tanto para os

usuários de softwares quanto criadores e

fornecedores, a fim de entender que com

preços abusivos, dificilmente, será extinto a

pirataria. Sendo assim, uma justificativa para

praticar este crime é o estopim para a

sociedade desenvolver uma solução ao

problema.

Soube-se que na arquitetura tal efeito

se sobressai, desfavorecendo quem não tem

condições em um cenário onde o software é

decisivo, por isso o uso de programas falsos é

extenso, são vistos como solução, no entanto,

nada inibe a prática criminal, o que ocasiona

procurar opções.

Portanto, tal estudo visou demonstrar

que mesmo a pirataria sendo criminal, há

poucas alternativas para que ela não seja

considerada pelos jovens empreendedores,

todavia, o software livre mostrou-se uma

possibilidade se desenvolvido, mas o estudo

ainda deixa espaços, permitindo que autores

interessados o desenvolvam futuramente,

fazendo jus a essa causa.

Por fim, dentre todos os fatores o

custo é o mais abrangente e dificultador à

democratização da arquitetura entre os

empreendedores, problematizando o

momento da aquisição de um programa e a

permanência do mesmo, o que não torna a

aquisição de um software original

economicamente viável, evitando também

um possível encerramento de atividades.

M

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

47

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TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS: INOVAÇÃO NA FORMAÇÃO

EDUCACIONAL

Natasha Emanuelle Xavier Fabrício Vieira

Andressa Nathalia Birello

Stefani da Rosa dos Santos

Alessandra Menezes da Luz Machado

INTRODUÇÃO

conceito disruptivo se refere

àquilo que interrompe um

processo. Tratando-se das

tecnologias pode ser entendido como a

inovação de processos já existentes que

transformam o mercado, gerando novas

demandas, novos produtos e novas

necessidades de consumo. Por ser

extremamente acessível. Esse tipo de

inovação é capaz de impactar a sociedade nos

mais diversos âmbitos, seja ele econômico,

cultural ou social.

Ao contextualizar as tecnologias

disruptivas, nota-se a correlação da inovação

e desenvolvimento de vários parâmetros. No

meio estudantil, este contexto influencia na

formação intelectual e no ato de

desenvolvimento de melhorias nas

habilidades. Tendo isso em mente, esse artigo

tem por objetivo avaliar o papel dessas

tecnologias na formação educacional, por

meio do método exploratório de pesquisa.

Para isso buscar-se-á apontar as

tecnologias disruptivas mais utilizadas no

âmbito estudantil, além de examinar como as

mesmas podem auxiliar na formação

acadêmica e, ainda, constatar alguns métodos

de ensino a distância, a fim de responder a

seguinte questão: como a tecnologia

disruptiva corrobora com as instituições de

ensino?

DISCUSSÕES

os primórdios da revolução

industrial fica clara a

necessidade de melhorias

para a resolução de produção e

desenvolvimento. Foi um período marcado

pelo desenvolvimento tecnológico, do qual

interveio a economia e a sociedade. Um

período dividido em três fases, sendo: a

primeira fase marcada pela substituição do

trabalho manual, para a introdução das

máquinas; a segunda período do qual levou a

industrialização a mais países da Europa e

com o processo científico e tecnológico

houveram as criações dos meios de

comunicação, avanços na medicina,

melhorias no ramo farmacêutico e a invenção

O

N

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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de lâmpadas incandescentes, conforme

Bezerra (2018).

E a terceira fase da revolução

industrial teve início em meados do século XX

(abrange o período de 1950 até a atualidade),

fase de grande avanço e aprimoramento

tecnológico, científico, informático, eletrônico

e robótico. Ao ponderar todos esses avanços,

ocasionaram a quarta revolução industrial ou

indústria 4.0, fase que implementa inovações

e melhorias, conforme Klaus Schwab (2016).

Neste novo período destacam-se as

tecnologias disruptivas.

No meio educacional, o método

digital e o tradicional de ensino estão

interligados, sendo um o complemento do

outro. Segundo Christensen, Horn e Johnson

(2012), há uma necessidade em reorganizar

os métodos de ensino voltados às

necessidades individuais e não mais o ensino

padronizado. A tecnologia disruptiva é um

meio que abrange melhor a diversidade, tal

como acessibilidade, custo-benefício e as

inúmeros formas de adaptação na rede. O

ideal é a conjunção dessa inovação ocorrer já

nas séries iniciais para assim moldar um

discente com um nível de desenvolvimento

constante e curiosidade intelectual.

De acordo com Neri (2010), a Classe C

teve um amadurecimento no nível de

consumo. Com a ajuda da tecnologia o

mercado teve mudanças. Os meios para gerar

dinheiro estão mais diversificados, sendo

assim, ocasionou o aumento no índice de

nível superior na referida classe. Atualmente a

demanda de acadêmicos desse corpo teve

um avanço no nível superior. Com a ajuda

disruptiva houve a possibilidade de suprir

necessidades aos discentes, como a

acessibilidade a livros didáticos na web e

aplicativos complementares, muitas vezes

gratuitos ou de custo mais acessível.

O futuro precisa dessa inovação

tecnológica, juntamente com os acadêmicos

que nele agregarão avanços. A inovação

nasce da necessidade de ultrapassar a

concorrência, buscando um modo similar ao

original, porém versátil. O uso do disruptivo

no meio acadêmico motiva a independência

intelectual dos discentes, os quais

desenvolvem pensamentos e ideias distintos

viabilizando uma ampla melhoria econômica

e inovações que continuem desdobrando

necessidades do mercado. Conforme Bencke,

Gilioli e Royer (2017), a tecnologia disruptiva

veio com o intuito de alavancar o mercado.

Contudo, o acadêmico precisa estar situado

para uma melhor empregabilidade e

possibilidades futuras.

Para Christensen, Horn e Johnson

(2012), disruptivo pode ser definido como um

processo simplificador do mercado, onde o

tradicional é deixado de lado e dá lugar a um

novo mercado mais acessível, sustentável e

conveniente. Já tecnologia se trata da

transformação de insumos em serviços de

alto valor. Logo, pode-se definir tecnologias

disruptivas como ferramentas de cunho

tecnológico capazes inovar inúmeros setores

da sociedade tornando-os mais acessíveis e

funcionais, dentre eles o ambiente

educacional.

No âmbito escolar e acadêmico, para

Artigas, Pereira e Vosgerau (2016, p. 257) “[...]

a tecnologia unicamente não promove

aprendizagem, mas, pode ser caracterizada

como educacional quando alinhada aos

objetivos de aprendizagem e às abordagens

pedagógicas”. Sendo assim, tais ferramentas

agregam valor ao ambiente que se encontram

aplicadas quando utilizadas com

planejamento e propósito, onde são capazes

de aprimorar e aperfeiçoar as práticas

educacionais.

Nota-se, ainda, que por se tratarem de

módulos inovadores, para que se obtenha os

resultados esperados não devem ser

implantadas de acordo com os métodos

tradicionais, mas em todo um novo cenário e

com novas práticas, segundo Christensen,

Horn e Johnson (2012). Para tanto, o objetivo

dessa metodologia consiste em evidenciar

novas práticas a serem aplicadas no meio

educacional, não em apenas executar

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

51

atividades tradicionais com auxílio

tecnológico.

Dentre os exemplos mais visíveis de

disrupção no sistema educacional atual estão

computadores com software, exemplo

clássico da inovação disruptiva, segundo

Christensen, Horn e Johnson (2012). Uma vez

que substituem as antigas máquinas de

datilografia, compreendendo não só editores

de texto, mas diversas ferramentas e funções

em um único aparelho, as quais têm sido cada

vez mais empregadas no âmbito estudantil

por simplificarem atividades costumeiras e,

ainda, trazer novas possibilidades de

aprendizagem.

Levando em consideração o cenário

mundial atual, a ferramenta disruptiva com

maior visibilidade aplicada na educação são

as vídeo chamadas. Nesse contexto, em que o

contato físico tem sido restrito, tais

tecnologias têm se mostrado de grande valor

a fim de manter a educação em andamento.

Tendo em vista que 74,9% da população

brasileira já possuía acesso à internet em

2017, de acordo com os dados da Pesquisa

Nacional por Amostra de Domicílios, realizada

pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (2017), esse método pode ser

considerado viável para a maioria da

população.

Os tutores on-line, mais frequentes na

educação superior, também são considerados

uma forma de inovação disruptiva através da

maneira pela qual atuam, pois conseguem

desempenhar o papel de educador tirando

dúvidas, aplicando conteúdo ou matérias

extracurriculares mesmo à distância, através

de mídias e softwares. Apesar de terem mais

visibilidade no Ensino à Distância (EaD), o qual

será apresentado posteriormente, algumas

faculdades e universidades do Vale do Itajaí,

por exemplo, aplicam tutoria on-line até

mesmo nos cursos presenciais, a fim de atuar

como fixação e ampliação de conteúdo.

Tratando-se do ensino a distância, o

mesmo sofre certo preconceito em questão a

qualidade do ensino ofertado, porém, “Esse

fato foi desmistificado nos resultados do

Exame Nacional de Desempenho dos

Estudantes (ENADE), em um estudo de 2007”,

conforme Machado e Schneider (2019, p. 23).

Mostrando que o EaD é capaz de formar

profissionais para o mercado de trabalho tão

qualificados quanto aos graduados em cursos

na modalidade presencial. Acentua-se ainda

que em relação à validade do diploma

ofertado pela instituição a distância é de

mesmo valor quanto ao modulo presencial

perante o Ministério da Educação.

A disrupção voltada ao ensino a

distância se desenvolve a partir da

necessidade de mudança. Conforme

abordado por Machado e Schneider (2019, p.

17) “[...] a oferta de serviços de educação,

praticamente, em qualquer local do planeta,

fornecendo acesso à educação a grupos que,

convencionalmente não teriam”, os quais

abordam a oportunidade de graduação a

público que por exemplo residem em cidades

afastadas de instituições de ensino, ou de

baixa renda.

Mediante este contexto, observa-se

então uma disrupção tanto para o graduando

quanto para a instituição de ensino, pois ao

invés de fazer investimentos nas instalações e

gastos com custos e despesas, aplica esse

valor em materiais didáticos para o ensino a

distância. Outro ponto positivo para a

instituição está na quantidade de

profissionais que irá formar comparado ao

ensino na modalidade presencial.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

bservando as tecnologias

disruptivas já aplicadas ao

ensino, nota-se que ambos

funcionam como ferramentas simplificadoras,

uma vez que promovem acesso ao ensino em

locais e horários que melhor convêm ao

educando. Observando o Ensino à Distância,

pode-se citar a exponencial adoção desse

método que, por se tratar de uma tecnologia

disruptiva, é acessível tanto na questão valor,

quanto viabilidade.

Em vista dos argumentos

apresentados, pondera-se que a disrupção é

benéfica em uma via de mão dupla

correlacionada ao estudante e a instituição de

ensino, dado que cada vez mais pessoas

podem ter acesso ao ensino e uma melhor

colocação no mercado de trabalho. Já para a

instituição assiste ao empreendedorismo,

pois gastos poderão ser revistos e realocados

para a qualidade de ensino fornecida.

Em virtude ao preconceito que ainda

há pelo ensino a distância, outrora

desmistificado via exames comparativos, é

possível reconhecer que a inovação

tecnológica facilita não somente o cotidiano,

mas também o acesso ao conhecimento,

deixando uma velha visão dar lugar ao novo,

onde as instituições em parceria com a

tecnologia podem fornecer excelência

educativa de forma cada vez mais acessível

para ambas as partes.

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O

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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maio, 2020. [ebook]

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55

O USO DAS TECNOLOGIAS DURANTE A INFÂNCIA

Fernanda Maciel Scheuer

Francielli Maciel Scheuer

Alessandra Menezes da Luz Machado

INTRODUÇÃO

os dias atuais a tecnologia

está em evidência, trazendo

mais acesso para a

sociedade, porém atingindo cada vez mais

um público específico: as crianças. Não se

pode negar que as tecnologias estão

avançando rapidamente e que a inclusão da

mesma na vida das pessoas está começando

de forma precoce.

É notável que as crianças do século XXI

estão deixando para trás hábitos como

brincadeiras lúdicas, saudáveis e ao ar livre

para ficarem em casa no mundo virtual,

muitas vezes não por escolha própria, mas da

sociedade que já nasceram inseridas.

Este artigo tem como objetivo

principal analisar os benefícios e malefícios

das tecnologias nas fases iniciais da vida

desses indivíduos, sendo utilizado como

método para o modelo exploratório e

bibliográfico.

Esse tema vem sendo necessário, pois

as tecnologias estão sendo inseridas de

maneira muito antecipada na vida desses

indivíduos, na maioria das vezes ocasionadas

por já ser um hábito na vida dos pais os quais

repassam para seus filhos sem se

questionarem do que isso vai ocasionar.

Portanto esse artigo visa encontrar e propor a

resposta da seguinte pergunta: como a

tecnologia vai afetar a vida dessas crianças?

DISCUSSÕES

s tecnologias digitais tiveram

seu aceleramento registrado

depois da segunda guerra

mundial, acarretando diversas mudanças no

cotidiano social, sendo vistas de forma

propícia e como ocasionadoras de possíveis

mudanças no bem-estar das pessoas,

trazendo junto a elas gerações conectadas e

a indispensabilidade da navegação (SILVEIRA;

BAZZO, 2006).

Entende-se que antigamente a

tecnologia surgiu para auxiliar o homem, o

ajudando com máquinas que faziam alguns

de seus trabalhos manuais, tecnologias

realmente ligadas ao bem-estar e feitas para

auxiliar no dia-a-dia dos indivíduos e visando

deixar a parte monótona e repetitiva de suas

funções para as máquinas.

A partir de 1989 a tecnologia obteve

ainda mais visibilidade, trazendo uma onda

de diversos aplicativos e acendendo nas

pessoas novos hábitos junto aos seus

aparelhos celulares e à internet. Tal feito

ocasionou na geração uma nova forma de

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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estarem conectados que vão além de seu

computador e sim aparelhos mais completos,

como celulares, tablets e diversos aparelhos

tecnológicos (CRUZ et. al, 2018).

Entretanto, nos tempos atuais a

tecnologia está se tornando habitual para um

novo público sendo esse as crianças que, aos

poucos, na era da tecnologia, estão deixando

para trás brincadeiras saudáveis.

As atividades recreativas tradicionais

que envolvem a brincadeira de

amarelinha, esconde-esconde, pega-

pega, estão cada vez mais raras,

portanto, a bola, bicicleta, bonecas, e

patins, já não se constituem como

brinquedos favoritos da infância

moderna, visto que, a tecnologia na

sociedade contemporânea é a

referência do lazer, trabalho e

conhecimento (COSTA; PAIVA, 2015,

p. 1).

Portanto, entende-se que a internet e

a tecnologia estão sim de forma precoce

presentes na vida das crianças, pois antes

mesmo de aprenderem a falar e caminhar, já

estão tendo seu primeiro contato com o

celular (COSTA; PAIVA, 2015). Sendo assim, a

tecnologia vem influenciando as crianças a

trocarem os hábitos que antigamente eram

comuns e saudáveis por meios mais fáceis,

pois a tecnologia acompanha com ela

diversas facilidades o que acarreta alguns de

seus malefícios.

Alguns malefícios encontrados no uso

indevido ou acima do normal da tecnologia

durante a infância estão ligados ao

sedentarismo, pois com os celulares e jogos

virtuais a tendência é que as crianças fiquem

mais em casa e não pratiquem atividades

físicas, muitas vezes levando-as à obesidade

(COSTA; PAIVA, 2015). Já na visão de Silva

(2011) essas crianças e jovens nascidos a

partir de 1990 possuem características

parecidas, pois, normalmente, ao crescerem,

se tornam pessoas sem paciência, que não

possuem ambição e possuem incontáveis

dificuldades para se concentrar.

Outros fatores que podem prejudicar

essas crianças com o uso indevido da

tecnologia estão ligados ao isolamento

ocasionado pela realidade virtual, já que

nessa realidade se possui infinitas

possibilidades, que na vida real não se tem.

Esse isolamento social pode desencadear

uma série de problemas psicológicos como a

depressão e ansiedade nas crianças (COSTA;

PAIVA, 2015).

Não se pode negar que além dos seus

malefícios a tecnologia durante a infância

também possui diversos benefícios, visto que

trabalha o intelectual e a criatividade das

mesmas. É sabido que a utilização da

tecnologia de forma equilibrada e se focada

no aprendizado faz com que essas crianças

criem capacidades de estimular a criatividade

e a independência que, juntas, vão colaborar

para o desenvolvimento, pois com o auxílio

da tecnologia poderão obter novos

conhecimentos, aprendendo a ponderar e

interrogar desde cedo (MACHADO, 2013).

É notório que a criança, ao ter contato

com as tecnologias desde cedo, tem um

estímulo maior nos seus sentidos,

principalmente com os aplicativos que

possuem cores e sons, já que assim elas

conseguem descobrir várias coisas jogando,

mexendo com seu lúdico e seu

desenvolvimento, pois fixam as cores e os

sons.

Portanto, também existe uma imensa

quantidade de prós e contras da utilização da

tecnologia durante a infância, mas tudo

dependerá do tempo estipulado pelos pais

para que a internet não seja apenas para lazer,

mas sim utiliza para a produção de

conhecimento, desta forma alcançando o

equilíbrio desejado em relação às tecnologias.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

ste artigo buscou demonstrar e

evidenciar algumas vantagens e

desvantagens do uso da

tecnologia pelas crianças, demonstrando

como o uso da internet e aplicativos podem

de certa forma ser auxiliares desde cedo para

as mesmas, porém se não houver equilíbrio

deste uso, pode resultar em diversos

problemas para essas crianças. Entretanto, o

equilíbrio citado deve ser inserido na vida dos

pequenos desde cedo para que entendam

que a tecnologia pode e deve ser usada, mas

com moderação e não apenas para

divertimento.

Mediante tais colocações, é possível

entender que a tecnologia tem diferentes

formas de afetar a vida dessas crianças

podendo ser de forma positiva ou negativa,

mas dependendo também do jeito que for

administrada, seu excesso pode ser causador

de diversas doenças e problemas para esses

indivíduos. Já se usada de forma moderada

pode tornar essas crianças mais inteligentes e

desenvolvidas.

Sendo assim, a tecnologia não deve

ser vista como algo ruim visto que tudo

dependerá da forma que for utilizada, o que

cabe aos pais é saber delimitar e impor os

horários para seus filhos e, o mais importante,

serem exemplos, não exagerando no uso das

tecnologias.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, Johnatan da Silva; PAIVA, Natalia Moraes Nolêto de. A influência da tecnologia

na infância: desenvolvimento ou ameaça? Teresina: O portal dos psicólogos, 2015.

Disponível em: < https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0839.pdf >. Acesso em: 14

jun. 2020.

CRUZ, Bruna et. al. “Não me ligue, mande mensagem”: os novos hábitos da Geração Z ao

telefone. Juazeiro: Intercom, 2018. Disponível em: <

http://portalintercom.org.br/anais/nordeste2018/resumos/R62-1025- 1.pdf >. Acesso em: 14

jun. 2020.

MACHADO, Márcia Regina. A inclusão da tecnologia na educação infantil. Curitiba:

Educere, 2013. Disponível em:

<https://educere.bruc.com.br/ANAIS2013/pdf/9701_5615.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2020.

SILVA, Cicero Inacio da. A Geração Z. Mundo Digital, 2011. Disponível em:

<https://www.ufjf.br/revistaa3/files/2014/02/small_youblisher.com-183638-

Revista_A3_01_45_45.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2020.

SILVEIRA, Rosemari Monteiro Castilho Foggiatto; BAZZO, Walter Antonio. Ciência e

Tecnologia: transformando o homem e sua relação com o mundo. Ponta Grossa: Revista

Gestão Industrial, 2006. Disponível em: http://www.uel.br/grupo-

estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais9/artigos/workshop/art19.pdf.

Acesso em: 14 jun. 2020.

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INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E EMPREENDEDORISMO NO BRASIL

Gabriel Cordeiro Vilas Boas de Andrade

Gabriel Jose Venâncio

Daniella de Paula Heidler

Alessandra Menezes da Luz Machado

INTRODUÇÃO

ste artigo tem como objetivo

demonstrar as inovações

tecnológicas que estão

ocorrendo e ocorreram nos últimos anos no

Brasil, bem como as suas adaptações que

estão na atual situação de pandemia, devido

a COVID-19.

Diante a necessidade de manter os

trabalhadores, os empreendedores de

empresas de pequeno, médio e grande porte,

acabam buscando desenvolver meios para se

manterem no mercado, inovando suas

estratégias de empreendedorismo e meios de

trabalho.

Neste tema aborda-se não só as

inovações tecnológicas que são essenciais

devido a pandemia recentemente instalada

em todo o país, mas também o

empreendedorismo, onde atende se ajustar

através de novas tecnologias e inovações

indispensáveis que afetam a grande parte da

população. Resultando em mudanças, tanto

no meio econômico e no meio

socioeconômico do país.

Ao decorrer da pesquisa se avalia a

importância de estar à frente do

conhecimento e o formato como os cidadãos

se reinventam, como por exemplo um banco

que utiliza de aplicativos novos, para manter

contato com seus clientes, ou uma pequena

loja que precisa vender por redes sociais ou

delivery. Com isto é preciso ressaltar uma

questão: como as empresas através de

inovações podem se adaptar a esta crise?

DISCUSSÕES

inovação tecnológica no

Brasil, embora venha se

desenvolvendo ao decorrer

dos últimos anos, é inferior aos outros países,

segundo uma pesquisa feita pela Revista de

Gestão USP (2007) apenas 1% das empresas

brasileiras investem em novas tecnologias.

Cabe frisar também que a falta de inovação e

desenvolvimento tecnológico afeta o

mercado, o qual fica desatualizado ou

ineficiente.

Mediante este contexto, as

tecnologias que hoje são vistas de diferentes

formatos, como celulares e aplicativos que

facilitam a vida de todos, são fruto de

investimentos anteriores e da procura e

demanda. Sabendo disso é primordial

identificar as diferentes inovações que no

presente estão em todos os lugares, como em

decorrência do coronavírus, por exemplo,

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quando o trabalho de home office, as vídeos

aulas com transmissão ao vivo, os aplicativos

para fazer compras ou para solicitar o auxílio

emergencial; ou então no caso de fábricas,

empresas, faculdades ou trabalhadores

autônomos que produzem grande parte das

máscaras e demais equipamentos de

proteção, são os mais comuns e eficazes na

atualidade.

A necessidade de um determinado

grupo, seja ele grande ou pequeno, faz

mudanças. Apesar da triste e dificultosa

realidade em que todos estão vivendo no

país, muitos acabam mudando os meios de

trabalhos e muitas empresas acabam fazendo

cortes para conservar seus negócios. Essas

mudanças afetam o comércio, tanto para o

consumidor quanto para o colaborador,

empresário ou profissional autônomo e, com

isso, novos empregos e novas formas de

sobreviver começam a existir, como os

exemplos citados anteriormente.

Ao sofrerem modificações nos

padrões de consumo, faz se

necessário que as empresas e

empreendedores pensem na

modificação e adaptação de

estratégias, de modo a buscar meios

de atender às novas exigências do

mercado. De certo modo, inovar é

preciso, principalmente em

ambientes de restrições de recursos,

o que vêm se tornando uma

realidade cada vez mais presente e

necessária, muitas vezes, para manter

o nível mínimo de operação com

vistas à manutenção do negócio

(NASSIF, 2020, p. 01).

O Brasil, no entanto, é um país

emergente, que possui uma economia

fragilizada e em meio a pandemia as

empresas tendem a inovar em suas formas de

comércio, trabalho e logística. Em razão do

alto índice de contágio do COVID-19, muitas

empresas de pequeno, médio e grande porte

entrem em colapso, fragilizando o mercado e

desempregando milhares de pessoas.

Como decorrência da pandemia,

cientistas e empresários estão iniciando

pesquisas para ajudar no combate contra o

vírus, fabricando ventiladores pulmonares e

equipamentos de proteção individual (EPI)

para profissionais de saúde. As pesquisas tem

apoio da Finep, empresa pública vinculada ao

Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e

Comunicações (MCTIC), no quadro ‘Ciência é

Astronomia’, estão desenvolvendo um

aplicativo que identifica o nível de

aglomeração de um determinado ambiente,

com base na posição das pessoas, sendo

possível acessar o aplicativo antes de sair de

casa.

A pesquisa apresenta muitos casos

reais que toda a população brasileira está

vivenciando, independentemente dos

diferentes setores de trabalhos, sendo na

saúde ou no comércio se adaptam em meio a

um vírus desconhecido por todos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

or meio dos diversos casos

apresentados é possível

identificar uma falha na

inovação tecnológica no Brasil, visto que não

é costume desenvolver novas tecnologias, o

que ocorre na falta de recursos e investimento

em tecnologias e pesquisas. Entretanto,

devido à crise a obrigação de mudança

imediata foi crucial para manter o mercado

em atividade suprindo as necessidades da

população.

De maneira geral a pesquisa

apresentada é um caso ainda vivenciado pela

população brasileira, portanto traz ao leitor

algumas informações que ajudam a pensar ou

desenvolver melhorias para voltar ao

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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mercado de trabalho mesmo com

dificuldades, por meio da inovação.

A estes fatores cabe salientar que a

pandemia ainda está instalada pelo país e

será fundamental que a sociedade consiga

encontrar informações que auxiliam o meio a

continuar desenvolvendo e produzindo, ou

seja, mantendo os empregos. A pesquisa

também apresentou situações que podem ser

melhoradas no dia a dia e também num

futuro próximo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORREIO BRAZILIENSE. A corrida empresarial na pandemia exige reinvenção para

superar a crise. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-

estudante/trabalho-e-formacao/2020/04/19/interna-trabalhoeformacao-2019,846230/a-

corrida-empresarial-na-pandemia-exige-reinvencao-para-superar-crise.shtml/ Acesso em: 15

de jun. 2020.

GRECO, Simara de S.S. (Org). Empreendedorismo no Brasil. SEBRAE-SC, 2018. Disponível

em: https://atendimento.sebrae-sc.com.br/wpcontent/uploads/2019/05/1551466386GEM_

2018.pdf. Acesso em: 14 de jun. 2020.

INFORME ENSP. Covid-19 e avanço tecnológico: nasce um outro mundo do trabalho,

avaliam especialistas. Disponível em:

https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/41227/2/Covid-

19Avan%c3%a7oTecnol%c3%b3gico.pdf/ Acesso em: 14 de jun. 2020.

JORNAL DA USP. São Paulo 2018. Disponível em: https://jornal.usp.br/especiais/brasil-sta-no-

fim-da-fila-quando-o-assunto-e-inovacao-2/. Acesso em: 14 de jun. 2020.

NASSIF, Vânia. Corrêa, Victor. Rossetto, Dennys. Estão os empreendedores e as pequenas

empresas preparadas para as adversidades contextuais? Uma reflexão à luz da pandemia do

COVID-19. REGEPE, são Paulo, V.9, n.2(2020) janeiro-abril.

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A TECNOLOGIA NO AUXÍLIO DA EDUCAÇÃO

Mateus de Freitas

Marcelo Gabriel Soares Berlanda

Alessandra Menezes da Luz Machado

INTRODUÇÃO

possível constatar que os

primeiros meses de 2020 foi um

período de grande evolução na

produção de conhecimento, com inúmeras

transformações na metodologia de ensino,

devido ao surgimento de uma pandemia da

Covid-19 (Coronavírus). Neste sentido, é

inegável reconhecer a importância das

inovações tecnológicas no contexto

educacional e, principalmente, no cotidiano

de alunos e professores.

O presente trabalho é uma pesquisa

bibliográfica-exploratória e a coleta das

informações foi realizada através do

levantamento e análise de ideias diferentes,

trazidas por artigos e materiais

disponibilizados na internet que tratam a

temática apresentada. Este artigo tem como

objetivo geral apresentar a eficiência dos

professores do ensino presencial e a

adaptação no ensino à distância por meio da

internet.

Na década de 90 do século XX, com a

expansão da internet nas Instituições de

Ensino Superior (IES) e a definição e

publicação da Lei de Diretrizes e Bases para a

Educação Nacional (LDB), em dezembro de

1996, o Ensino a Distância (EaD) passou a ser

considerado oficialmente como uma

modalidade de educação. Com este passo, a

partir de 1997, as IES e centros de pesquisa

passaram a gerar ambientes virtuais de

aprendizagem (AVA) iniciando a oferta de

cursos de pós-graduação via internet. Pode-

se dizer, com isso, que o surgimento da

universidade virtual no Brasil remonta os anos

de 1996 e 1997, e nesse sentido busca-se

responder a seguinte questão: o ensino a

distância é eficiente como a modalidade

presencial?

DISCUSSÕES

s tecnologias de informação e

comunicação (TICs), surgiram

no contexto da terceira

revolução industrial, na segunda metade da

década de 1970 (SCHAFF,1990), mas somente

a partir da década de 1990 foram sendo

incorporadas ao cotidiano das pessoas.

Segundo Kneller (1980, p. 245-246) “[...] a

tecnologia é essencialmente uma atividade

prática, a qual consiste mais em alterar do que

em compreender o mundo. Onde a ciência

persegue a verdade, a tecnologia prega a

eficiência”.

No meio educacional o uso das TICs

reflete em todas as áreas do conhecimento

humano, trazendo significativas mudanças na

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forma de agir e de fazer educação (KENSKI,

2003). Na atualidade, devido a pandemia do

coronavirus COVID-19, milhares de

professores (presenciais) estão gravando

aulas diárias, oferecidas de forma síncrona e

assíncrona, e preparam atividades de

feedback e avaliações a fim de manterem

contato com seus alunos e darem

continuidade ao processo educacional.

Conforme os autores Correia e Santos

(2013), ao uso das Tecnologias de Informação

e Comunicação (TICs) se faz uma breve

denominação: são caminhos e ferramentas

utilizados para agilizar as informações através

das redes (internet) comunicar assim seus

interessados. A Educação a Distância e as TICs

caminham lado a lado para solucionar as

diferenças que há, como por exemplo, o

tempo e o espaço, pois com essas ferramentas

os professores conseguem chegar próximo do

que realmente querem passar aos seus

alunos. Isso porque, no momento que se vive,

não há a possibilidade de encontros físicos e

sim virtuais, com isso houve uma grande

movimentação na melhoria tardia do ensino

EaD; para suportar tal crescimento da procura

pelos professores e alunos para que o ensino

não parasse.

Graças às TICs o processo que pareceu

caminhar lentamente, está na verdade a

‘passos largos’ e, assim, os alunos estão cada

vez mais se acostumando com o novo ensino,

mas como nem todos se agradam há aqueles

que ainda questionam o ensino pela falta das

aulas práticas. Não se pode dizer com exata

certeza que a eficiência do ensino EaD está

comprovada, há um caminho a ser percorrido

para tal comprovação, mas as inúmeras

respostas sobre as dificuldades que se

encontram nesta modalidade serão

solucionadas pouco a pouco, a medida que a

sociedade vai evoluindo seu conhecimento

sobre tal (CORREIA; SANTOS, 2013).

O que deve ocorrer é na igualdade do

ensino a todos, na qualidade perante a cada

indivíduo independentemente da sua

situação seja financeira, raça, cor ou qualquer

outro estereótipo, além da liberdade para que

todos possam desfrutar de tal ensino a fim de

que aja crescimento e desenvolvimento

intelectual da sociedade perante as

dificuldades enfrentadas neste momento

(CORREIA; SANTOS, 2013).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

ropõe-se que o ensino a

distância foi o mais adequado à

situação em que se passa os

discentes de 2020, pois assim, mesmo em

meio à pandemia do coronavirus os alunos

não se afastaram dos seus objetivos na busca

do conhecimento. Não se tem comprovações

de que o modelo de estudo seja de fato o mais

eficiente quando se refere à adaptação do

ensino presencial para o a distância.

Dando espaço para a eficiência

profissional dos educadores, pois mesmo

desacostumados com a modalidade e pelo

aumento excessivo na demanda de trabalhos,

mostraram-se cada vez mais efetivos em suas

matérias, seja na preparação de videoaulas

para explicações ou na preparação de

conteúdos. Apesar de terem sido pegos de

surpresa e devido às dificuldades iniciais de

adaptação, pode-se dizer que estão muito

preparados, conseguindo não só ter

dominado a modalidade EaD, mas também

dar um ensino de qualidade, conforme

requerido pelos órgãos estudantis.

Com o auxílio das tecnologias os

professores conseguem fazer com que seus

conteúdos sejam transmitidos aos alunos no

conforto e segurança de suas casas sem

serem expostos aos agentes contaminantes

do coronavirus. Ainda conseguem fazer com

maior aptidão a preparação de suas aulas com

a utilização de plataformas de edição de

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vídeos. De outro lado, os alunos podem

acompanhar as aulas tanto de forma móvel

quanto de forma fixa, sem perder os

conteúdos, pois os professores unem a

excelência de ensino com o avanço da

tecnologia para gravarem as aulas e

disponibilizarem aos alunos para acessarem

sempre que desejarem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORREIA, R. L.; SANTOS, J. G. A importância da Tecnologia da Informação e Comunicação

(TIC) na Educação a Distância (EAD) do Ensino Superior (IES). Revista Aprendizagem em

EAD – Ano 2013 – Volume 2 – Taguatinga – DF novembro /2013.

KENSKI, V. M. Tecnologia e ensino presencial e a distância. 5. ed. Campinas: Papirus, 2003.

[série prática pedagógica]

KNELLER, G. F. A ciência como atividade humana. Rio de janeiro: Zahar; São Paulo: Edusp,

1980.

SCHAFF, A. A sociedade informática. São Paulo: UNESP; Brasiliense, 1990.

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EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DO APARELHO CELULAR

João Pedro Regado

Lucas Gustavo Cabral

Oswaldo de Souza Mendes

Alessandra Menezes da Luz Machado

INTRODUÇÃO

este artigo será apresentada

a evolução tecnológica que

os aparelhos celulares

sofreram ao longo do tempo, desde sua

criação até os smartphone dos dias de hoje,

por meio de uma pesquisa bibliográfica

exploratória. Sendo isso, será relatada a

importância que este equipamento tem em

nossas vidas, a facilidade e praticidade que

nos traz em todos os âmbitos sociais e

práticas cotidianas.

Será demonstrado de formar

cronológica toda a sua trajetória desde sua

invenção e os aperfeiçoamentos que foi

sofrendo com o passar dos anos até os dias

atuais, bem como suas diversas

funcionalidades que dispõe, com ele sendo

possível mover ideias, assuntos e até mesmo

negociações, uma vez que todos têm acesso

a essa mesma ferramenta. Um único

equipamento foi capaz de substituir diversos

outros e com isso acabou fazendo que outros

itens caíssem em desuso.

Por fim, questiona-se: já imaginou

como seria viver nos dias de hoje com toda

essa tecnologia que nos rodeia sem o uso do

smartphone e as facilidades que ele nos traz?

DISCUSSÕES

udo começou em 03 de abril de

1973, em Nova Iorque, onde

surgiu o primeiro telefone

celular, criado por Martin Cooper a ‘Motorola

DyanaTAC 8000X’, porém aqui no Brasil sua

história só teve início nos anos de 1990,

quando foi implementada a primeira rede de

celular brasileira, no Rio de Janeiro, pela

empresa TELERJ utilizando a tecnologia

Advanced Mobile Phone (AMPS), ou também

denominada como 1G (JORDÃO, 2009).

No início era bem diferente

comparado aos dias atuais. Essa tecnologia

1G se tratava de um telefone móvel analógico

que era possível somente receber e realizar

chamadas, o qual sofria com muitas

interferências e, com isso, tornava as ligações

de baixa qualidade. Com o passar dos anos e

já na década de 80 do século XX, surge uma

nova tecnologia: Global System for Mobile

(GSM), que foi a segunda geração, também

chamada de 2G. Esta nos permitiu realizar e

receber chamadas em países estrangeiros,

funcionalidade essa conhecida como roaming

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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internacional, e enviar e receber SMS, ou seja,

mensagens de texto (JORDÃO, 2009).

A terceira geração, ou seja, a 3G, teve

início na Europa em 2003 e se comparada à

anterior representou um grande avanço

tecnológico. Com ela foi proporcionado taxas

de dados muito mais elevadas. Segundo Di

Renna (2019, p. 162) “[...] a terceira geração

proporcionou maiores taxas teóricas no

uplink e downlink e quatro tecnologias se

destacam, constando banda, técnica de

acesso, taxa de dados, canalização e tempo

de latência na transmissão”.

A 3G chegou e com isso usufrui-se de

tudo que ela oferecia, dentre as vantagens,

como: vídeo chamada, conexão de internet de

alta velocidade, economia de energia nos

aparelhos e funcionalidade de internet sem a

necessidade de um aparelho celular

(JORDÃO, 2009).

A evolução continuou e as fabricantes

não pararam de lançar aparelhos cada vez

mais sofisticados e com funções inusitadas.

Em 2008 a Samsung lançou o Ombia HD o

qual possuía configurações tão incríveis que

ninguém acreditava. Esse novo aparelho

prometia trazer uma câmera de 8 MP (com

recursos de detecção de face), receptor para

TV Digital (ele grava o sinal digital em

qualidade de 720), tela de 3,7” (polegadas)

com direito a resolução de 360x640, até 32 GB

de armazenamento, tecnologia que simula 5.1

canais de áudio, acesso às redes 3G e muito

mais (JORDÃO, 2009)

Os smartphones atuais têm uma

grande importância na vida das pessoas, por

muitas das vezes, fazendo parte do cotidiano

e em tarefas básicas como despertador,

relógio, calendário, câmera fotográfica,

dentro muitas outras finalidades.

Anteriormente, sem esse avanço tecnológico

era necessário o uso de diversos dispositivos,

os quais foram todos substituído por um

único em questão, podendo ter sua aplicação

também voltada à atividade profissional

(SOUZA, 2018)

Por exemplo: uma empresa de

televendas em que antes era possível realizar

vendas somente via telefone (chamada de

voz), com tal tecnologia pôde utilizar de

aplicativos que estão disponíveis para envios

de fotos, ou até mesmo fazer vídeos

conferências entre duas pessoas ou mais

pessoas, gerando uma dinâmica muito maior

para todos (SOUZA, 2018).

Outro grande impacto na vida social

no âmbito da comunicação atual é que a

tecnologia que temos tornou tudo muito

rápido e dinâmico. Apresentamos toda

facilidade de mandar um e-mail por exemplo,

onde podemos contar com o auxílio de

corretores ortográficos e chegando ao seu

destinatário em questão de segundo, com

isso substituindo a carta postal que depende

de toda uma logística de empresas e um

grande tempo de espera (TÁGIDES, 2010)

Com isso surgiram novos aplicativos

de mensagens de textos, internet banking,

rede sociais, dentro muitos outros que

acabaram por facilitar a vida das pessoas.

Conforme a Academia Nacional de Medicina

(ANM):

Ninguém mais consegue viver sem a

mobilidade, a facilidade e a

conveniência que nos permitem os

telefones celulares e computadores.

Com certeza chegaram para ficar, se

tornaram nossos melhores amigos e

não conseguimos viver mais sem a

sua companhia. São raros os que não

os consideram objetos de primeira

necessidade. Hoje não saímos de

casa sem eles. Assim como não

podemos esquecer as chaves, a

carteira e os documentos, também

não podemos deixar de levar o

computador e o telefone celular

(KING; NARDI; CARDOSO, 2015, p.

63)

Ou seja, estamos ‘presos’ diretamente

a essas tecnologias, já que nos adaptamos e

colocamos esses aparelhos dentro das nossas

vidas, como algo de essencial para o nosso

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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cotidiano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

á imaginou como seria viver nos

dias de hoje com toda essa

tecnologia que nos rodeia sem o

uso do smartphone e as facilidades que ele

nos traz? Nos dias atuais é impossível viver

sem o smartphone, pois sua funcionalidade é

muito eficaz e de muita importância para

todas as pessoas. Com ele é possível mover

ideias, assuntos e até mesmo negociações,

uma vez que todos têm acesso a essa mesma

ferramenta. Um único equipamento é capaz

de substituir diversos outros e com ele fica

fácil comunicar-se com qualquer parte do

mundo. As barreiras são quase mínimas para

esse equipamento.

Por consequência da maioria das

pessoas terem ao menos um aparelho celular

se está fechando o ciclo de antes quando era

usado o telefone residencial como uma das

únicas formas de comunicação rápida. Hoje

temos a agilidade de vários desses recursos

em um único aparelho: o smartphone.

Sendo assim ‘obriga’ a quem não tem

de adaptar-se à essa nova modalidade de

vida e automaticamente comprar o aparelho.

E aqueles que já possuem acabam utilizando

com mais intensidade, por ser uma das vias

mais acessíveis para trabalhar, dispensando

em vários momentos ter que estar

carregando computador, facilitando e

tornando a vida mais prática e dinâmica para

todos os usuários.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DI RENNA, R. B. Evolução da Tecnologia Móvel Celular e o Impacto nos Resíduos de

Eletroeletrônicos. Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro, n, 3, p. 97-100. Disponível

em: <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/22231/22231.PDF>, Acesso em: 10 Julho 2020.

JORDÃO, F. História: a evolução do celular. 2009. [plataforma digital]. Disponível em:

<https://www.tecmundo.com.br/celular/2140-historia-a-evolucao-do-celular.htm> Acesso

em: 01 jul. 2020.

KING, A.L.; NARDI, A. E.; CARDOSO, A. Nomofobia: Dependência do Computador, Internet,

Redes Sociais? Dependência do Telefone Celular? Impacto das Novas no Cotidiano dos

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celular-completa-45-anos-relembre-a-historia-

111152/#:~:text=A%20primeira%20liga%C3%A7%C3%A3o%20efetuada%20atrav%C3%A9s,p

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

70

telemovel#:~:text=Evolução%20do%20telemóvel,e%20por%20último%20a%203G>. Acesso

em: 30 maio 2020.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

71

OS DESAFIOS E A TECNOLOGIA PARA OS ACADÊMICOS

FRENTE À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA EM UM

CENÁRIO DE PANDEMIA

Jéssica Alessandra Bastos

Elisa Nila dos Passos

Nataly Martins Nogueira

Alessandra Menezes da Luz Machado

INTRODUÇÃO

iante da situação do COVID-

19, houve a necessidade de

instituições de ensino, desde

março de 2020, transferirem todos os

acadêmicos para a educação a distância,

alterando-se assim as estratégias de

aprendizagem. Sabendo-se disso, os

estudantes enfrentam a dura realidade e os

desafios individuais e coletivos que este novo

método acarreta, principalmente os discentes

do ensino superior privado, onde as

universidades vêm buscando meios para

proceder perante a grande demanda de

dúvidas e questionamentos.

A tecnologia em momentos críticos

como este é de suma importância, mas deve-

se atentar também sobre as desigualdades,

pois nem todos os indivíduos possuem os

mesmos tipos de privilégios. De acordo com

isto, este artigo tem como objetivo analisar as

dificuldades e desafios recorrentes da

educação a distância frente aos acadêmicos

com a problemática da pandemia. Para tanto,

o estudo se destina a desenvolver um artigo

de revisão, utilizando livros, artigos

científicos, sites e outros documentos que

fazem jus ao assunto abordado no trabalho,

procurando conceituar a excelência educativa

conjuntamente com a inovação tecnológica, à

vista disso, será utilizado o método de

pesquisa bibliográfica.

Diante o exposto, cabe considerar

que, segundo Barreto e Rocha (2020, p. 02)

“[...] a educação em época de COVID-19 passa

a entender a tecnologia como um espaço de

luta, transformação, mas também de

desigualdades [...]”. Deste modo, para a

transformação de educação presencial em

educação a distância, é necessário empatia e

equidade, sendo assim, o presente estudo

visa responder o seguinte questionamento:

quais os desafios da didática a distância na

vivência atual?

D

12

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

72

DISCUSSÕES

egundo o dicionário on-line

Dicio da Língua Portuguesa

(2020), a definição de

‘excelência’ é apresentada como “[...]

característica do que é excelente; em que há

excelência; de teor elevado”, ou seja, uma

instituição de excelência educativa é aquela

que em todos os âmbitos cumpre o papel de

máxima qualidade, que rege em sanar todas

as dúvidas, questionamentos, necessidades e

dificuldades dos seus alunos.

No ambiente virtual não deve ser

diferente, de acordo com Moran (2008, p. 02)

“[...] educação a distância é o processo de

ensino-aprendizagem, mediado por

tecnologias, onde professores e alunos estão

separados espacial e/ou temporalmente”.

Com a inovação tecnológica é imprescindível

que haja uma atenção redobrada às

necessidades dos discentes, visto que existem

diversos tipos de classes econômicas,

gerando uma desigualdade social.

A Educação a Distância (EaD) é um

método relevante que visa suprir uma grande

demanda de estudantes de maneira mais

satisfatória que outros modos, sem que haja

o risco de que a qualidade do ensino e dos

serviços seja perdida (OLIVEIRA, 2007). Sendo

assim, essa é uma metodologia de ensino

procurada pela praticidade de poder estudar

em casa e pelo seu baixo custo. Com a

problemática da pandemia do COVID-19 isto

se tornou uma realidade na vida de milhares

de estudantes, causando a suspensão das

atividades letivas presenciais por conta do

risco de contaminação.

Desta maneira, pode-se observar que

muitos alunos desde a educação básica até o

ensino superior estão com dificuldades para

encararem esse ‘novo mundo’, por

conseguinte, o ensino a distância enfrenta

vários desafios. Algumas pessoas consideram

que o EaD faz jus a uma educação maçante,

exaustiva e que não possui uma boa

qualidade tanto quanto ter aulas presenciais

(LEMGRUBER, 2008), isso acontece pois o

aprendizado de forma presencial é

considerado mais didático, sendo possível

uma maior relação entre alunos e professores,

auxiliando no entendimento e fixação do

conteúdo.

Segundo Oliveira (2007) a educação a

distância também possui empecilhos, como

por exemplo: o lugar onde irá ocorrer a

interação e as diversas ferramentas

disponíveis para o aprendizado do estudante

que podem ser aproveitadas, desde que este

tenha a possibilidade de utilizá-las e as

mesmas sejam de fácil aquisição. Desta forma,

é importante salientar que existem

estudantes que possuem acesso a todos os

meios e materiais necessários, mas também

aqueles que não têm, assim sendo, uma

instituição só é de excelência quando inclui a

todos de forma igualitária.

Para ser uma universidade de

qualidade, a voz e o direito de escolher

também devem ser dados aos estudantes.

Kenski (2002) confirma isso dizendo que os

estudantes devem ter a possibilidade de

utilizar os meios cabíveis que estão ao alcance

de cada indivíduo, e que estes podem

escolher se irão ter as atividades presenciais

ou remotamente, sem que ocorram atrasos

ou prejuízos em suas respectivas formações.

Posto isto, é perceptível a importância da

participação dos alunos nas decisões que

envolvem suas vidas acadêmicas e seus

futuros, pois cada estudante tem consciência

das metodologias que o é mais favorável para

o entendimento dos conteúdos.

Pode-se notar que os desafios citados

anteriormente são muito relevantes, segundo

a terceira etapa da pesquisa ‘Covid-19 vs.

Educação Superior: o que pensam alunos e

como sua IES deve se preparar’, realizada pela

Associação Brasileira de Mantenedoras de

Ensino Superior (ABMES), juntamente com a

empresa de pesquisas educacionais Educa

Insights (2020), 47% dos alunos matriculados

S

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

73

no ensino superior presencial privado tem a

intenção de continuar estudando, porém,

com risco de desistência, ocasionado em

grande maioria por conta do emprego ter

sido o maior afetado perante a pandemia.

Constata-se que, por conta do

isolamento social, muitos dos

estabelecimentos precisaram ser fechados

temporariamente, o que ocasionou uma

diminuição dos lucros, fazendo com que

muitos funcionários fossem demitidos e

trabalhadores autônomos perdessem grande

parte de sua renda. Com isso, é possível

perceber que um dos desafios para aqueles

que fazem faculdade privada também é a

forma como irá ocorrer o pagamento das

mensalidades, existindo o risco de uma

parcela de acadêmicos trancarem seus

estudos. A estes fatores, cabe ressaltar que o

auxílio da universidade em momentos como

este também é de suma importância.

Moran (2008) afirma que todo o

processo de mudança para o funcionamento

da EaD é irregular e trabalhoso, tal mudança

ocorre paulatinamente, desde a educação

básica até a superior. Existe ainda uma

desigualdade social, de disponibilidade, de

responsabilidade e de incentivo das pessoas.

Alguns estão aptos para transformações,

outros não. A caótica pandemia do COVID-19

aconteceu repentinamente e coube a cada

indivíduo se adaptar às mudanças

decorrentes da mesma.

O autor também ressalta que “[...] por

isso, é da maior relevância possibilitar que

todos tenham acesso à informação significava

e à mediação de professores efetivamente

preparados para a sua utilização inovadora”

(MORAN, 2008, p. 05). Portanto, entende-se

que para a mudança de aulas presenciais para

aulas remotas é necessário tempo e

determinação. Desta maneira, com a

tecnologia sendo inovada constantemente, é

dever de cada universidade disponibilizar

capacitações para os professores e estar por

dentro desse ‘mundo de inovação’ para

oferecer um ambiente virtual que supra todas

as necessidades dos acadêmicos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

presente artigo trata de

questões muito relevantes,

visto que a Educação a

Distância está sendo a metodologia utilizada

pelas instituições de ensino por conta do

isolamento social ocasionado pela pandemia

do Covid-19, método este que auxilia muito

na aprendizagem e na continuação dos

estudos. Porém, deve-se ater a todos os tipos

de necessidades e dificuldades dos discentes,

pois a transição de aulas presenciais para

remotas exige determinação dos alunos e das

instituições.

Em relação à pergunta que direcionou

o estudo, durante o mesmo foi possível notar

diversos desafios recorrentes da didática a

distância, como: questões de desigualdade

social, onde nem todos têm acesso aos

materiais, ferramentas e até tecnologias; o

receio dos estudantes quanto a este ensino,

por vezes ser considerado maçante pela falta

de interação; dificuldades em arcar com as

mensalidades, pois muitas pessoas perderam

seus empregos, ocasionando o risco de

desistência da faculdade. Entende-se também

que cabe às instituições darem todo o auxílio

necessário aos estudantes, e estes também se

esforçarem.

Visto isto, conclui-se que este estudo

serve como motivação para que as

instituições em momentos como os atuais já

tenham todo o preparo necessário e

busquem cada vez melhorar mais em relação

às tecnologias e também ter empatia quanto

aos estudantes. A inovação tecnológica pode

ser utilizada para melhores estratégias,

fazendo com que as universidades não

percam sua marca de excelência educativa,

O

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

74

visando em todos os âmbitos a melhor qualidade de ensino para os acadêmicos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARRETO, Andreia Cristina Freitas; ROCHA, Daniele Santos. Covid 19 e educação: resistências,

desafios e (im)possibilidades. Revista Encantar - Educação, Cultura e Sociedade, Bom Jesus

da Lapa, v. 2, p. 01-11, maio 2020. Disponível em:

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2020.

COVID-19 vs. educação superior: o que pensam alunos e como sua IES deve se preparar?

ABMES, 2020. Disponível em: <https://abmes.org.br/abmes-pesquisas/detalhe/39/onda-3-

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KENSKI, Vani Moreira. O desafio da educação a distância no Brasil. Revista Educação em

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LEMGRUBER, Márcio Silveira. Educação a Distância: para além dos caixas eletrônicos. 2008,

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MORAN, Jose. Novos caminhos do ensino a distância. Informe CEAD – Centro de Educação a

Distância. SENAI, Rio de Janeiro, n. 5, out/dez., 1994, páginas 1-3. Foi atualizado tanto o

texto como a bibliografia em 2002. [adaptado 2008]. Disponível em: <

https://www.researchgate.net/profile/Jose_Moran5/publication/228846830_O_que_e_educaca

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em: 01 jul. 2020.

OLIVEIRA, Marluce Alves Nunes. Educação à Distância como estratégia para a educação

permanente em saúde: possibilidades e desafios. Revista brasileira de enfermagem,

Brasília, v. 60, n. 5, p. 585-589, out., 2007. Disponível em

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71672007000500019&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 13 jun. 2020.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA

ÁREA DA BIOMEDICINA

Ingrid Karolina Schorck

João Vitor Goulart Marcelino

Rodrigo de Quadros Killes

Alessandra Menezes da Luz Machado

INTRODUÇÃO

resentemente na sociedade é

possível perceber grandes

avanços tecnológicos que

ocorrem em diversas áreas profissionais e

como esse desenvolvimento pode fornecer

suporte para os especialistas e estudantes em

diferentes campos de estudo. A Biomedicina,

por ser uma profissão considerada recente,

alcança a mesma relevância e competência de

outras profissões mais subsistentes, a partir

das inovações tecnológicas dos últimos anos.

Observa-se que os estudos na

graduação de Biomedicina com os

equipamentos mais específicos e sensíveis

nesta área, ao decorrer do avanço da

tecnologia melhorará o diagnóstico e

acompanhamentos de doenças de forma

ainda mais precisa. Desse modo, torna-se

possível obter resultados ainda mais

específicos sobre as doenças. A estes fatores,

o exposto artigo será fundamentado a partir

de pesquisas de índole exploratória.

Diante disso, tem-se por objetivo

analisar as tecnologias envolvidas no entorno

dessa área e os mais variados benefícios.

Sendo assim, a questão norteadora deste

artigo buscará evidenciar: o que essas

inovações no campo da Biomedicina

representam tanto para os acadêmicos bem

como para pacientes?

DISCUSSÕES

fundamental na presente

pesquisa, considerar as

circunstâncias históricas

evolutivas em que a Biomedicina como

ciência alcançou ao longo dos séculos.

Enfatiza-se que nenhuma área do

conhecimento diante da evolução científica

se constrói de forma autônoma. Na verdade,

a ciência biomédica tornou-se o que é a partir

do trabalho de diversas equipes

multidisciplinares e interdisciplinares da área

da saúde (CAVALCANTI, 2017).

Diante dessa afirmação, é possível

seguir um curso histórico e observar no

século XVI e meados do XVIII, onde a análise

e o conhecimento sobre doenças

possibilitaram a aplicação dos estudos

científicos às carências em relação à saúde

P

É

13

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

76

das comunidades da época. Neste momento,

manifestações políticas exigem melhorias nas

condições de saúde pública para grupos não

privilegiados (RIBEIRO, 2004). O

entendimento de organismos

microbiológicos como causa de muitas

doenças transmissíveis começa a ganhar

relevância. Vale salientar que, conforme o

conhecimento do corpo humano e das

doenças atingiam avanços evolutivos, levou-

se certo tempo até que a prática médica

tivesse o reconhecimento enquanto ciência.

Sabe-se que durante muito tempo a

atuação dos médicos era diferentemente

interpretada das práticas cientistas. Além

disso, muitos avanços tecnológicos e

científicos que efetivamente revolucionaram

a medicina vieram ocorrer depois do século

XX, principalmente após a Segunda Guerra

Mundial, onde sucederam-se avanços

tecnológicos crescentes conforme o

desenvolvimento da eletrônica e da

computação. A medicina moderna apresenta-

se claramente interligada com essa revolução

científica que propôs equipamentos cada vez

mais precisos e com melhores técnicas de

análise e dados (LEITE; PEREIRA; RICARDO,

2019).

Na Biomedicina, como sendo uma

área recente das ciências biológicas, tendo

sua primeira aula em 10 de março de 1966,

com o Prof. Jose Leal Prado, vê-se que há

inúmeras tecnologias envolvidas. Porém, a

ciência está em constante mudança,

aperfeiçoamento e constantemente apta à

inovações, sendo assim, é de extrema

importância que institutos, assim como o tão

reconhecido Instituto Oswaldo Cruz (IOC)

apostem mais e divulguem a Biomedicina

para a população, pois diariamente pessoas

realizam exames e não sabem que por trás

das pesquisas de resultados está um

biomédico.

Inovações tecnológicas são essenciais

para todas as profissões, entretanto, como

dito, a ciência não é inerte, e a Biomedicina

como área abordada demonstra diversas

contribuições para o mundo atual, sendo de

grande valia sua valorização e implementação

no mercado das biotecnologias.

De acordo com o Conselho Federal de

Biomedicina (CFBM), de 2015, a Biomedicina

está entre uma das ciências que mais se

destaca na área da saúde nos últimos cinco

anos. Recentemente, é visto que tal afirmação

ainda é válida, onde diversas faculdades

adotam este curso e há grande procura de

estudantes desejosos a ingressarem nesta

área. Acerca disso, o principal benefício de

tais equipamentos avançados é o auxílio de

diagnóstico de doenças tanto em estado

avançado quanto as crônicas, sendo assim,

uma melhor eficácia no tratamento do

paciente objetivando seu conforto.

Com o avanço e inovações

tecnológicas na área, tal ciência ganha mais

destaque, sendo possível a descrição das

doenças que possuem sintomas similares uns

aos outros, sendo capaz de ter uma chance

maior de prognósticos. A Biomedicina,

durante as últimas quatro décadas, sofreu

intensas transformações que estão

relacionadas com os conteúdos teóricos de

estudos como a bioinformática e da

nanotecnologia e sua associação com a

virologia, a bacteriologia e a parasitologia.

Dentre tantas especializações

possíveis com a graduação de Biomedicina,

observa-se que há mais investimentos nesta

área da saúde. Com isso, novas tecnologias

são incorporadas para uma melhor formação

dos estudantes para tornar-se um profissional

de excelência. Na qual também é visto

inúmeras inovações para os benefícios aos

pacientes, nas áreas forense e àqueles que

procuram cada vez mais a simetria orofacial,

ramo da estética que está em constante

crescimento, o que é afirmado por Barros e

Oliveira (2017, p. 66), “O crescimento da

procura por tratamentos estéticas no mundo

vem crescendo largamente desde a última

década”, onde mesmo diante de uma

pandemia, os números de procura para a

realização do procedimento com um

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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biomédico ou cirurgião dentista aumentam.

Diante de tantos investimentos e

tecnologias aplicadas na Biomedicina,

segundo Rose (2010), este ramo possui suas

maravilhas e tecnologias de última ponta que

realiza feitos surpreendentes e algo que pode

ser inimaginado. Nesta concepção, como por

exemplo ler o sequenciamento de um

genoma, assim como aconteceu no dia 2 de

março de 2020 onde a biomédica Jaqueline

Goes de Jesus, juntamente com sua equipe,

sequenciou o genoma do COVID-19 em dois

dias após o primeiro caso registrado no Brasil.

Assim também, como é viável descobrir

novos micro-organismos, quebrar códigos e

trabalhar na cura de doenças existentes com

células e organismos do próprio indivíduo.

Ainda em concordância com Rose

(2010), em breve através da reprodução

humana será possível modificar e ‘moldar’

bebês, objetivando tratar doenças e o adaptar

ainda estando no útero da mãe. Também,

com as tecnologias já disponíveis, já foi

possível clonar uma ovelha (Dolly), com

células-tronco embrionárias com sucesso, a

clonagem “[...] perene premissa da ficção

científica, a entrée moderna na fascinação

humana primordial com os gêmeos, os

duplos, o disfarce, a duplicidade e a mudança

de identidade” (BROWN, 2000, p. 97, apud

MEDEIROS, 2012, p.93), já está no mundo

atual, nas mãos de cientistas, o que antes era

algo impossível para o ser humano, pode ser

realizado atualmente através das inovações

tecnológicas na Biomedicina.

Entretanto, para Rose (2010), para se

realizar tantas inovações e descobertas há um

custo, e nas áreas biológicas é de altíssimo

custo. Infelizmente, mesmo com o feito de

vacinas e medicamentos inovadores, tal não é

de possível acesso a todos. Visto que nem

todo o investimento, vacinas e medicamentos

são aplicados de forma íntegra e justa, sendo

que apenas uma pequena parcela da

população é direcionada às novas tecnologias

biomédicas. Há problemas ilimitados para a

disponibilização de recursos limitados,

funestamente, é possível notar que quem

possui um maior subsídio recebe tais

inovações.

Atualmente a Biomedicina se encontra

muito presente na rotina do biomédico,

abarcando conhecimentos das ciências

básicas, ciências aplicadas e diversas

tecnologias. A própria Engenharia Genética

ganha notoriedade em estudos avançados

por ser considerada uma tecnologia moderna.

No momento presente, os avanços das

ciências biomédicas são caracterizados pelo

fornecimento do suporte de diversos outros

estudos, desde equipamentos mais simples

até tecnologias mais complexas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

ortanto, é possível concluir que

a Biomedicina em seu contexto

histórico-evolutivo, recebeu o

suporte teórico e tecnológico de diversas

disciplinas antecessoras e que, semelhante à

essas outras áreas científicas, teve seu intenso

ápice progressivo entres os períodos da

Segunda Grande Guerra que trouxe

profundas descobertas na área médica.

Com isso, por meio das pesquisas

realizadas, conclui-se que a Biomedicina tem

passado por vários processos de

desenvolvimento ao longo dos anos e esse

avanço na tecnologia tem demostrado que é

de suma importância para auxiliar nas

pesquisas e para obter novas descobertas,

sendo ela um avanço constante.

Por fim, as inovações no campo da

Biomedicina representam novas experiências,

novos progressos e o futuro das ciências

biológicas, tanto para os acadêmicos, bem

como para pacientes, norteando sempre seu

bem-estar. De tempos em tempos, cresce o

número de profissionais na Biomedicina,

P

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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presente nos mais diversos ramos disponíveis,

desse modo, à auxiliar o desenvolvimento de

tecnologias no ramo da saúde e evidente no

desenvolvimento humano.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS, Mateus Domingues de; OLIVEIRA, Rita Patrícia Almeida de. Tratamento estético e o

conceito do belo. Ciências Biológicas e de Saúde Unit. Facipe, v. 3, n. 1, p. 65-74, 2017.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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INOVAR E EMPREENDER NA ALIMENTAÇÃO:

O USO DE DETERMINADOS ADITIVOS ALIMENTARES,

SEUS MALEFÍCIOS E PROPOSTA DE DIMINUIÇÃO NO USO

Julia Coninck de Oliveira

Ana Gabriela Flores Borges

Bruna Jaime Feiden

INTRODUÇÃO

limentação é por definição,

segundo Rodrigues et. al

(2007), um ato voluntário e

consciente que depende totalmente da

vontade e escolha do indivíduo, e também

está relacionada às práticas e hábitos

alimentares que acompanham. Assim como

sua função vai além de manter o corpo

saciado, uma dieta adequada e saudável

garante um bom funcionamento do

organismo e uma boa nutrição.

Com as transformações sociais,

tornou-se necessária a adaptação e

modificação dos alimentos a fim de facilitar o

acesso e o consumo. Além de tornarem os

mesmos mais duráveis para transporte e

estocagem, os alimentos industrializados

tornaram muito mais prática a rotina dos

seres humanos com seus lanches rápidos e

aprazível ao paladar. Deste modo, os

produtos in natura acabaram sendo

gradativamente substituídos pelos alimentos

processados e os aditivos alimentares foram

acrescentados à essa produção (CONTE,

2016).

De acordo com o artigo 2º do Decreto

nº 55.871, de 26 de março de 1965, é

considerado aditivo a substância adicionada

com o intuito de conservar, intensificar ou

modificar as propriedades do alimento. Este

que tem trazido sérias consequências à saúde

da população e que leva ao questionamento:

quais são os principais malefícios à saúde que

podem ser correlacionados ao uso

continuado de aditivos alimentares como os

conservantes, antioxidantes, corantes e

edulcorantes? O objeto deste estudo é

identificar os principais problemas de saúde

relacionados aos aditivos, especificamente

conservantes, antioxidantes, corantes e

edulcorantes, consumidos diariamente na

alimentação atual.

O QUE SÃO ADITIVOS ALIMENTARES?

om o aumento da produção e

consumo de alimentos

processados e ultra

processados, tornou-se necessária a adição

de químicos nos alimentos a fim de torná-los

mais práticos e aprazíveis ao paladar. Essas

substâncias são denominadas aditivos

alimentares e são facilmente encontradas na

A

C

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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alimentação diária do ser humano (DE SOUZA

et. al, 2019).

Segundo a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), aditivo

alimentar é:

Qualquer ingrediente adicionado

intencionalmente aos alimentos, sem

propósito de nutrir, com o objetivo

de modificar as características físicas,

químicas, biológicas ou sensoriais,

durante a fabricação, processamento,

preparação, tratamento, embalagem,

acondicionamento, armazenagem,

transporte ou manipulação de um

alimento. Ao agregar-se poderá

resultar em que o próprio aditivo ou

seus derivados se convertam em um

componente de tal alimento

(ANVISA, 1997, s.p.).

O uso dos aditivos é justificado pelas

necessidades tecnológicas que apresentem

vantagens no processo de produção. Embora

sejam facilmente encontrados nos alimentos

presentes no dia-a-dia do ser humano,

existem regulamentações que controlam o

uso dos mesmos. Desta forma, a Anvisa

declara que “[...] o uso dos aditivos deve ser

limitado a alimentos específicos, em

condições específicas e ao menor nível para

alcançar o efeito desejado para que a

ingestão do aditivo não supere os valores de

ingestão diária aceitável” (BRASIL, 1997, p. 2).

CONSERVANTES E ANTIOXIDANTES

entre as funções dos

conservadores e

antioxidantes elas podem

prevenir, conservar e impedir a deterioração

causadas por microrganismos, enzimas e a

rancificação dos alimentos (GAVA, 1998).

O benzonato de sódio é muito

utilizado em refrigerantes, encontrados

também em recheio de biscoitos com sabor

de frutas, peixes industrializados, molhos para

saladas (SAVIOLI, 2019).

O Hidroxianisol butilado (BHA) e Butil-

hidroxitolueno (BTH), são conservantes e

antioxidantes, utilizados como principal

substância para impedir a oxidação. São

encontrados em alimentos que contêm

gorduras, como queijos e sopas (SAVIOLI,

2019).

CORANTES

orantes podem ser pigmentos

isolados de origem animal,

vegetal ou artificiais que

modificam ou intensificam as cores dos

alimentos visando com isso melhorar suas

características físicas. E segundo o Art. 13 do

Decreto nº 55871, de 26 de março de 1965, só

é permitida a venda de substâncias que

apresentem, no máximo, três corantes

(BRASIL, 1965). Os corantes artificiais são

permitidos em alguns produtos, dentro de

certas porcentagens, sendo a máxima de 0,01

% (GAVA, 1998). No processo de fabricação

os alimentos perdem cor e essa substância é

utilizada para ressaltar as cores melhorando a

aparência dos produtos (SAVIOLI, 2019).

D

C

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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EDULCORANTES

s edulcorantes, popularmente

conhecidos como adoçantes,

podem ser classificados como

naturais e sintéticos, são diferentes dos

açúcares e utilizados em produtos dietéticos,

principalmente para realçar o sabor doce no

alimento. A legislação brasileira permite o uso

de sacarina até uma quantidade de 0,05%

(GAVA, 1998).

Um exemplo dessas substâncias é o

aspartame, adoçante artificial, com poder 200

vezes maior que a sacarose, porém com faixa

calórica menor (TEIXEIRA; GONÇALVES;

VIEIRA, 2011).

RISCOS À SAÚDE RELACIONADOS AOS ADITIVOS ALIMENTARES: COMO INOVAR

E EMPREENDER NA ALIMENTAÇÃO?

studos ressaltam que dentre as

reações dos aditivos como

exemplo dos conservantes,

estão a hipersensibilidade e transtorno de

déficit de atenção em crianças que

consomem alimentos que contém essa

substância (POLÔNIO; PERES, 2009).

A seguir, no Quadro 1 é possível

observar alguns aditivos alimentares, os

principais usos e os possíveis efeitos na saúde

humana.

Quadro 1: Aditivos: utilizações e efeitos.

Fonte: Adaptado Conte (2016, p. 74-75).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

om base no guia alimentar para

a população brasileira é

fundamental que os alimentos

in natura ou minimamente processados

sejam a base da alimentação do indivíduo, já

que são provenientes diretamente da

natureza e sofrem pouca ou nenhuma

alteração antes do consumo. Além de

O

E

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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fornecerem as quantidades energéticas

necessárias, também provém vitaminas e

minerais essenciais ao bom funcionamento

do corpo humano (BRASIL, 2014).

Para Sichieri et al. (2000), é

fundamental que em uma alimentação

saudável os alimentos processados e

ultraprocessados sejam evitados e

substituídos. Assim como é importante

consultar a lista de ingredientes contidos nos

rótulos dos alimentos embalados visando

encontrar o menor número de ingredientes

possível em sua composição (BRASIL, 2014).

A produção da alimentação caseira,

voltou a ganhar lugar de destaque. Nas redes

sociais há muita informação e dicas para

preparar alimentos com maior

aproveitamento de seus nutrientes e crescem

muito os números de restaurantes de

comidas saudáveis, principalmente on-line. É

uma boa opção para quem curte cozinhar,

preparar pratos saudáveis para vender, o

empreendedorismo nesse ramo cresce muito

atualmente.

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USO DO LOKOMAT NA REABILITAÇÃO DA MARCHA DE PACIENTES

PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

Ana Carolina de Borba Vieira

Carolina Ponick

Natan Macedo dos Santos

Altair Argentino Pereira Junior

INTRODUÇÃO

s deficiências relacionadas ao

aparelho locomotor têm

crescido com o passar dos

anos. No Brasil, em 2010, mais de 13,2

milhões de pessoas afirmaram possuir algum

tipo de deficiência motora, sendo as mais

comuns adquiridas, como as sequelas

decorrentes de um Acidente Vascular

Encefálico (AVE), as quais podem gerar

limitações, principalmente, de mobilidade.

Deste modo, o desenvolvimento de

novas tecnologias, sobretudo na área da

saúde, se tornou um grande aliado na

reabilitação de pessoas portadoras de

deficiência locomotora. A robótica

proporciona a integração desses indivíduos

ao convívio social e profissional,

influenciando na qualidade de vida e na

diminuição da dependência nas atividades do

dia a dia. O Lokomat é uma órtese robotizada

que controla a posição do paciente, auxilia na

simulação da marcha e traz grandes

benefícios na reabilitação de indivíduos que

sofreram AVE.

O AVE é uma doença de origem

vascular que provoca alterações cognitivas e

sensório motoras de acordo com a área e a

extensão da lesão. Pode ser isquêmico, no

qual há obstrução de um vaso sanguíneo e

limitação do fluxo para as células cerebrais; ou

hemorrágico, que resulta da ruptura de um

vaso, com consequente sangramento

intraparenquimatoso ou subaracnóideo. As

alterações musculoesqueléticas geradas

interferem nas habilidades motoras,

sobretudo na marcha.

Diante disso, o presente estudo tem

como objetivo analisar o uso da assistência

robótica, Lokomat, na reabilitação da marcha

de pacientes pós-acidente vascular

encefálico.

CONTEXTUALIZAÇÃO

diminuição na mobilidade de

pacientes que sofreram AVE

afeta diretamente na

qualidade de vida e na dependência desses

indivíduos nas tarefas do cotidiano. Dessa

forma, a criação de novas tecnologias que

visam a melhora da mobilidade e auxiliam na

reaprendizagem da marcha e de outras

A

A

15

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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funções acometidas são importantes.

O AVE é um evento agudo e gera um

déficit neurológico, o qual tem ligação direta

com a corrente sanguínea, podendo, na

maioria dos casos, deixar sequelas

permanentes, com alterações motoras e

neurológicas. O grupo mais afetado pela

patologia é o adulto de meia idade e o idoso,

sendo 85% das mortes em países de baixa

renda (ARRAIS JÚNIOR; LIMA; SILVA, 2016).

A marcha hemiparética é característica

e apresenta déficits na percepção, força,

controle motor, mobilidade articular,

equilíbrio e tônus muscular. Além disso, pode

haver déficit cognitivo e comorbidades

metabólicas e cardiovasculares.

Dessa forma, como aliada na

reabilitação, a marcha robótica assistida tem

como objetivo ampliar e auxiliar terapeutas,

de modo que o paciente possa atingir uma

recuperação otimizada e rápida através da

utilização de robôs. O Lokomat é uma órtese

robotizada desenvolvida pela empresa

Hocoma, na Suíça, e tem como objetivo

controlar a posição do paciente e auxiliar no

treino de marcha. O paciente é posicionado

no exoesqueleto composto por um suporte

da cintura pélvica e sustentação interligada às

pernas sobre um tapete rolante em

movimento que permite suporte parcial do

peso corporal (COLOMBO et. al,2001).

Por fim, o uso da órtese robótica

Lokomat para treino de marcha assistido

proporciona estímulos proprioceptivos e

padrões fisiológicos próximos dos normais

em vários níveis de dificuldade,

acompanhando a aprendizagem motora e

aspectos como as repetições, tarefa e

intensidade de cada treino. Porém, apesar do

uso crescente em pacientes pós-AVE poucas

são as evidências sobre os efeitos na marcha

e a viabilidade no processo de reabilitação.

DISCUSSÕES

estudo realizado por Ovando

et. al (2010) apresentou que,

no Brasil, 30% dos indivíduos

necessitam de auxílio para caminhar e 20%

fica com efeitos residuais e incapacitados. A

utilização da órtese Lokomat para Mayr et. al

(2007) auxilia na fisioterapia convencional,

pois confere maior estabilidade para

execução de determinado movimento.

Koenig et. al (2011) afirmam que além de

melhorar a marcha, o treinamento com o

Lokomat pode trazer benefícios

cardiovasculares a pacientes que sofreram

AVE e, desse modo, prevenir um novo

episódio da doença.

No estudo de Husemann et. al (2007)

o treino com Lokomat melhorou a marcha

parética de indivíduos com AVE,

proporcionou aumento da massa muscular e

maior independência motora em torno de

quatro semanas de treinamento. Segundo

Gonçalves e Siqueira (2013), no tratamento de

marcha regular, as articulações estão de

forma fixa na órtese robótica, porém é

importante que o paciente esteja executando

o movimento e não apenas sendo movido

passivamente pelo exoesqueleto. Diante

destes fatores foram desenvolvidos três

algoritmos que permitem a adaptação direta

das trajetórias angulares, através do desvio de

posição medido ou toques estimados que se

adaptam ao caso do paciente e eliminam a

forma robotizada fixa de reabilitação.

O

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

robótica é uma grande

ferramenta no processo de

reabilitação e suas aplicações

futuras são promissoras na área da saúde.

Além disso, podemos analisar que o uso da

órtese robótica Lokomat melhora a marcha,

mobilidade e qualidade de vida de indivíduos

que sofreram AVE. Contudo os dados

analisados são poucos e antigos e, com isso,

são necessários novos estudos e

investimentos na utilização dessa ferramenta.

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A

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DESENVOLVIMENTO DE UM APLICATIVO PARA DOAÇÃO DE DENTE

DE LEITE E PESQUISAS EM CÉLULAS-TRONCO

Fernanda Castellain

Elis Regina Cercal Wartha

Demilson Rodrigues de Oliveira

Horace Houw

INTRODUÇÃO

tecnologia móvel é uma

realidade crescente na nossa

sociedade, influenciando um

novo perfil de entrega de informação e

interatividade com seus usuários. Em todo o

planeta, 5,1 bilhões de pessoas usam algum

tipo de aparelho celular, o que corresponde a

cerca de 67% da população mundial. A

estimativa é que até 2025 este número

chegue a 5,8 bilhões, equivalente a 71% da

população (OKELEKE; ROGERS; PEDROS,

2017).

Os primeiros dispositivos móveis

existentes eram completamente fechados em

termos de programação. Porém, a partir dos

últimos anos, as grandes empresas de

softwares e fabricantes de sistemas

operacionais mudaram este processo,

passando a abrir seus códigos para que

programadores e pessoas com um pouco de

conhecimento sejam capazes de produzir

aplicativos (PESSOA; RAMALHO; BATTAIOLA,

2001).

Como os dispositivos móveis estão

sofrendo melhorias, como o grande aumento

no poder de processamento, gerando

mudanças que ajudam a lançar novos

caminhos para a utilização destes

dispositivos, percebe-se uma grande

oportunidade de se utilizar o dispositivo na

aprendizagem (MARÇAL; ANDRADE; RIOS,

2005).

Frente o exposto, o objetivo deste

trabalho é relatar a experiência no processo

de desenvolvimento de um aplicativo para

dispositivos móveis, o Tooth-Guide, no intuito

de coletar dentes de leite para bancos de

dentes humanos e laboratórios de pesquisas

em células-tronco por meio do FabApp.

O método utilizado para o

desenvolvimento do aplicativo foi

experimental, quantitativo e qualitativo,

somado à uma revisão bibliográfica, para

fazer a fundamentação teórica.

CÉLULAS-TRONCO (CTs)

or definição, as CTs são células

indiferenciadas capazes de se

proliferar indefinidamente,

gerando células filhas idênticas à célula mãe.

Entretanto, estas células podem ser induzidas

a diferenciação e, neste caso, são

A

P

16

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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responsáveis por originar células

especializadas como osteoblastos,

condrócitos, células musculares, epidérmicas,

neurais, entre outras (WATT; HOGAN, 2000;

MOTA; SOARES; SANTOS, 2005). As células

presentes no organismo, células somáticas,

em geral sofrem processos proliferativos

limitados, e estão previamente

comprometidas e um determinado ramo de

diferenciação celular tecido-específica, e de

acordo com a origem embriológica das

células (MORRISSON; SHAN; ANDERSON,

1997).

CÉLULAS-TRONCO OBTIDAS DE POLPA DE DENTE DECÍDUO

polpa dentária tem sido

estudada como uma fonte

para obtenção de CTs. São

derivadas de um tecido acessível e também

permitem a obtenção de células para uma

potencial aplicação clínica (MIURA et. al,

2003). Os dentes permanentes, removidos

por razões específicas, também são fontes de

CTs (GRONTHOS et al., 2000; GRONTHOS et.

al, 2002), mas apresentam a desvantagem de

se ter uma população de células menos

imaturas que as do dente decíduo e

apresentam menor capacidade de

proliferação celular, com apacidade de

diferenciação em células neurais,

osteoblásticas, condroblásticas, adipócitos e

miócitos (ESPIRANDELLI, 2018).

BANCO DE DENTES HUMANOS

m Banco de Dentes Humanos

(BDH) é uma instituição sem

fins lucrativos que deve estar

vinculada à uma faculdade, universidade ou

outra instituição. Seu propósito é suprir as

necessidades acadêmicas, fornecendo dentes

humanos para pesquisa ou atividades

didáticas. Para tal, as normas de

implementação devem seguir as

estabelecidas pela instituição de ensino para

a instalação de laboratórios. Não é necessário

estatuto (NASSIF et. al, 2003).

O dente é um órgão do corpo humano

e, como tal, está submetido à Lei de

Transplantes Brasileira, Lei 9.434, de 04 de

fevereiro de 1997, a qual prevê pena de três a

oito anos de reclusão e multa para quem

remover post-mortem, órgãos, tecidos e

partes do corpo humano de pessoas não

identificadas (BRASIL, 1997).

FabApp

FabApp é uma plataforma

digital que permite o

desenvolvimento de

aplicativos por qualquer pessoa, mesmo sem

conhecimento de programação. A interface

segue o modelo ‘arraste e solte’ para a

montagem do aplicativo e oferece diversas

funcionalidades. A FabApp cria aplicativos

híbridos para Android e iOS, assim como

Progressive Web App (PWA).

A plataforma está sendo

permanentemente atualizada com novas

funcionalidades. No começo deste ano

ganhou uma versão móvel para acesso a

indicadores de gestão. Em breve a versão

móvel permitirá também a edição dos Apps.

A

U

A

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

91

DESENVOLVIMENTO DO TOOTH-GUIDE

App será composto de

quatro funcionalidades

principais, a saber: 1)

informações; 2) coleta; 3) mural de

depoimentos e; 4) e-books. Para o usuário ter

acesso a todas as funcionalidades ele

precisará criar um login autenticado. Nos

Quadros que seguem é apresentado o

desenho e as funcionalidades de cada

Informações

Células-

tronco

Armazenamento de células-tronco. O usuário terá acesso às informações

de todo o processo de armazenamento.

Informações sobre células-tronco. O usuário terá acesso a informações

gerais sobre células-tronco.

Dente de

leite

De que forma o dente deve estar para ser coletado? O usuário terá acesso

às informações sobre as condições gerais em que se encontram os dentes

de leite.

O que não fazer com o dente de leite. O usuário terá acesso às

informações sobre o que não deve ser feito com o dente de leite para

que ele possa ser doado.

Quadro 1: Funcionalidade das informações

Fonte: Elaborado pelos autores, 2020

Coleta

Mapa O usuário terá acesso ao local de coleta mais próximo do seu

endereço, com base na sua localização.

Como é feita a

coleta?

O usuário terá acesso aos dentistas, clínicas ou universidades

credenciadas ao projeto.

Forma de

armazenamento

O usuário terá acesso às informações de como armazenar os dentes

de leite para doação

Termo de doação

O usuário terá acesso a um termo de doação que deverá ser

preenchido e assinado no ato da coleta para que o processo seja

concluído.

Quadro 2: Funcionalidade da coleta

Fonte: Elaborado pelos autores, 2020

Mural de

depoimentos

Depoimentos gerais de

quem fez a doação.

O usuário poderá criar e ler depoimentos sobre

experiências nas doações do dente de leite.

Quadro 3: Funcionalidade do mural de depoimentos

Fonte: Elaborado pelos autores, 2020

E-

books

Pais

O usuário poderá baixar e ler livros digitais com

instruções de escovação, benefícios de células-tronco

do dente de leite, etc.

Instruções

Benefícios de células-

tronco do dente de leite

Crianças

O usuário poderá baixar e ler livros digitais educativos

e lúdicos de escovação para maior entendimento do

público infantil.

Livros educativos para

escovação, etc.

Quadro 4: Funcionalidade dos e-books

Fonte: Elaborado pelos autores, 2020

O

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

92

Na Figura 1 abaixo, apresenta-se a

Modelagem Diagrama Entidade

Relacionamento (DER) que foi desenvolvida

para o App Tooth-Guide.

Figura 1 – Modelagem DER – App Tooth-Guide

Fonte: Dados primários, 2020

DISCUSSÕES

o que tange o uso de

aplicativos na área da saúde,

pelo estudo bibliográfico,

não há aplicativos que apresentem

funcionalidade e objetivos semelhantes ao

proposto neste trabalho. Existem, no

mercado, inúmeros aplicativos utilizados em

saúde, mas a maioria mantém-se restrita a

certas especialidades médicas ou voltadas a

tarefas pontuais, como auxiliares no

diagnóstico e acompanhamento individual de

pacientes.

Cabe ressaltar que o mesmo aplicativo

pode ser remodelado para doação e

empréstimos de dentes permanentes em

instituições de ensino superior, pois qualquer

dente pode ser aproveitado nos Bancos de

Dentes Humanos, tanto para a pesquisa como

para o ensino. No sistema, o usuário poderá

ter acesso às informações de todo estoque,

tanto em quantidade como em classificação

(incisivos, caninos, pré-molares e molares)

que estará sempre sendo atualizado.

N

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

93

CONSIDERAÇÕES FINAIS

odemos concluir que é de

grande aplicabilidade o App

Tooth-Guide, pois ele enriquece

e agrega projetos já existentes no que diz

respeito à doação de dente de leite e

pesquisas em células-tronco.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei Federal, n° 9.434 de 04/02/1997. Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e

partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento e dá outras providências.

DOU. Brasília, 1997.

ESPIRANDELLI, V. Células-tronco obtidas a partir de dentes decíduos: Revisão bibliográfica

e caracterização morfológica de célula-tronco mesenquimal. Trabalho de Conclusão de

Curso. Universidade Federal do ABC. Bacharelado em Ciências Biológicas. Santo André, SP -

abril de 2018

GRONTHOS, S. et. al. Postnatal human dental pulp stem cells (DPSCs) in vitro and in vivo.

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MARÇAL, E.; ANDRADE, R.; RIOS, R. Aprendizagem utilizando dispositivos móveis com

sistemas de realidade virtual. RENOTE-Revista Novas Tecnologias na Educação, v. 3, n. 1,

2005.

MIURA M. et al. SHED: stem cells from human exfoliates deciduous teeth. Proc Natl Acad Sci

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MOTA A.C.A.; SOARES M.B.P.; SANTOS R.R. Uso de terapia regenerativa com células da

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NASSIF, A. C. da S. et. al. Estruturação de um banco de dentes humanos. Pesquisa

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OKELEKE, K; ROGERS, M; PEDROS, X. The mobile economy 2017. GSMA Intelligence, 2017.

PESSOA, C.A.C.; RAMALHO, G.L.; BATTAIOLA, A.L. um Framework de Desenvolvimento de

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Software e Hardware. Sociedade Brasileira de Computação (SBC), 2002.

P

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

94

WATT, F.M.; HOGAN, B.L.M. Out of the Eden: Stem cells and their niches. Science, v.287,

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

95

ALTERAÇÃO ESTRUTURAL EM CAIXAS DE PRODUÇÃO DE MEL DE

ABELHAS AFRICANAS: IMPACTOS DE MANEJO

Tifani Steil

Vitor Hugo Tridapalli

Maria Luiza Voltolini Pacheco

Clarissa Barretta

INTRODUÇÃO

s abelhas são consideradas de

extrema importância para a

manutenção da vida no

planeta, pois elas são as principais

encarregadas pela conservação da

biodiversidade vegetal (CAIRES; BARCELOS,

2017). Segundo De Freitas e colaboradores

(2020), as abelhas são a base econômica,

social, cultural e ecológica da população rural

de algumas localidades do Brasil, por conta

da exploração dos seus produtos: o mel,

pólen, cera e própolis.

Levando em conta que a apicultura é

uma atividade que está sendo realizada há

milhares de anos, o homem foi

desenvolvendo diversos meios para

aprimorar a exploração de mel, sendo um

deles, o uso de caixas específicas para a

criação de abelhas. Com a adoção de várias

técnicas a caixa de Langstroth é o modelo

mais utilizado em escala mundial (KERR,

2011). A caixa padrão foi idealizada por

Lorenço Loraine Langstroth em 1851, ele

estabeleceu o espaço onde as abelhas podem

transitar dentro da colmeia (espeço abelha), e

desde então essa caixa vem sendo usada até

os dias atuais (REIS, 2019).

Para um bom provimento do apicultor

no cultivo de abelhas, o manejo é o fator

principal para o sucesso do seu trabalho.

Sendo assim, pesquisas na área da apicultura

relacionadas a formas de diferente manejo

proporciona ao apicultor conhecimento e, ao

mesmo tempo, o melhoramento no manejo

de seu apiário (SILVA, 2004).

Diante disso, o presente estudo teve

como objetivo desenvolver e testar um novo

modelo estrutural de caixas de abelha para

apresentar uma oportunidade de melhoria de

manejo para os apicultores. Dentre outros

aspectos, o projeto buscou aferir a variação

de temperatura, avaliar a população de

abelhas nas colmeias e perceber a

agressividade das abelhas nos diferentes

modelos de caixas.

A pesquisa foi realizada em uma

localidade interior a cinco quilômetros do

centro da cidade de Nova Trento, Santa

Catarina. Os seis núcleos foram doados do

apiário de Nova Trento. Em seguida os

enxames foram levados ao apiário onde foi

realizado o projeto. As mesmas

permaneceram por uma semana no mesmo

núcleo, porém em um ambiente diferente,

onde tiveram que se adaptar ao novo

ambiente durante seus voos.

Quando os enxames já estavam

adaptados no novo apiário, foram

A

17

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

96

transferidas para os dois modelos de caixa,

três caixas do modelo Langstroth e três do

modelo Tridapalli (caixa elaborada), sendo

que cada caixa padrão possui 10 quadros e a

caixa Tridapalli 20 quadros. Apenas a entrada

das abelhas foi modificada se localizando na

região lateral da colmeia, visando facilitar a

entrada de uma maior quantidade de abelhas

e aumentar a temperatura no interior da

caixa. Os quadros utilizados para ambos os

modelos das caixas são do modelo padrão e

foram comprados pelos próprios

pesquisadores.

Ao longo do desenvolvimento da

pesquisa as caixas foram acompanhadas

quinzenalmente avaliando-se parâmetros

como temperatura das colmeias, população

das abelhas dentro das caixas e agressividade

das abelhas. Assim que houve o

preenchimento completo da população em

sua colmeia foi introduzido a melgueira

(apenas nas caixas Langstroth 2 e 3).

As temperaturas em ambas as caixas

foram verificadas por meio de um

termômetro digital que apresentava as

variações de temperatura, entre a mínima e a

máxima dentro das caixas, como também a

verificação da temperatura ambiente.

A população de abelhas foi medida

em porções do preenchimento de postura

nos quadros. Cada quadro foi dividido em

oito partes (quatro partes na frente e quatro

no verso), sendo que cada porção equivale a

25% do quadro. Para a análise do tamanho

populacional das colmeias foram

estabelecidos códigos de 0 a 4 sendo 0=sem

abelhas, 1= população fraca, 2= população

média, 3=população boa ou forte,

4=população ótima (REIS, 2019). Em cada

avaliação foi observada a quantidade de

porções que já estavam preenchidas e/ou que

decaíram e, assim, avaliada a média de acordo

com os códigos de cada caixa. Considera-se

em números o código 0= nenhuma abelha na

caixa, código 1=até 4 mil, código 2=até 8 mil,

código 3=até 12 mil, código 4=acima de 12

mil.

A agressividade foi avaliada de acordo

com o número de vezes que as abelhas

atacaram durante a coleta de dados.

Considera-se ataque o número de vezes que

foi necessária a utilização do fumigador para

acalmá-las. Os parâmetros são: 3 ataques:

baixa agressividade; 6 ataques: média

agressividade; 9 ataques: alta agressividade; e

12 ou mais ataques: muito agressivas.

Após todas as cinco coletas de dados

realizadas, os parâmetros foram avaliados

estatisticamente, sendo que para a avaliação

das temperaturas foi realizada a média das

temperaturas mínimas e temperaturas

máximas dos dois tipos de caixa, e após

calculado o desvio padrão das temperaturas

para que pudéssemos estimar a variância

entre as caixas utilizando o teste T Student.

A agressividade foi descrita em

números levando-se em consideração a

quantidade de ataques em todas as coletas e

realizada uma média para cada caixa

somando o número de ataques de cada

coleta e dividido pelo total de coletas.

A população foi avaliada por meio da

quantidade de postura nos quadros,

comparando as coletas sequencialmente de

duas em duas, quando houve uma variância

de até 10% a postura é considerada fraca, de

10% a 20% de aumento variância é média e

acima de 20% uma variação alta. Para a

diminuição das abelhas foi definida uma baixa

de variância. Foi realizado o cálculo de

porcentagem para a mudança de cada coleta

para cada caixa, assim podendo avaliar o

quanto a caixa cresceu durante esse período

e depois compará-las.

Page 97: SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário

SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

97

RESULTADOS E DISCUSSÕES

presente pesquisa contou

com seis caixas para o experimento,

sendo três Langstroth e três Tridapalli,

porém no decorrer do estudo e das coletas na

caixa identificada com o número 1 de

Langstroth houve a enxameação, que pode

ocorrer pelo fato de perda de controle da

termorregulação, fazendo com que a abelha

rainha deixe sua colônia (DOMINGOS;

GONÇALVES, 2014). Após 15 dias, na seguinte

avaliação, notou-se uma nova realeira

formada, porém, após 28 dias houve outra

enxameação. Sendo assim, a caixa não

conseguiu acompanhar o desenvolvimento

das outras, não possuindo dados suficientes

para realizar análises comparativas.

A temperatura é um fator crucial para

o comportamento e desenvolvimento das

abelhas, sendo que a ideal (dentro das

colmeias) varia de 33 a 36° C (REIS, 2019).

Sendo assim, foram analisadas as

temperaturas máximas e mínimas das caixas

utilizadas na pesquisa. As caixas Langstroth

apresentaram uma média de 36,85°C de

temperatura máxima e 32,23°C de

temperatura mínima. Já as caixas Tridapalli

apresentaram como média a temperatura

máxima de 37,33°C e a mínima de 29,72°C.

Após uma análise estatística

comparativa entre os dois modelos de caixas

por meio do teste T Student, foi possível

concluir que as temperaturas máximas das

duas caixas analisadas não apresentaram uma

variação significativa. Já as temperaturas

mínimas apresentaram uma variação

considerável, sendo possível concluir que as

alterações estruturais realizadas na caixa

Tridapalli alteraram a temperatura mínima em

seu interior.

Com relação à agressividade das

abelhas foi observado que ocorreram

diferenças significativas nas análises

quantitativas realizadas entre os dois

modelos de caixa, concluindo-se que as

abelhas das caixas Tridapalli se mostraram

menos agressivas quando comparadas as de

Langstroth.

Conforme demonstrado no Gráfico 1,

as caixas Langstroth 2 e 3 exibiram média

agressividade, visto que apresentaram como

seu percentual médio 5,2 e 4,8,

respectivamente. As caixas Tridapalli 1 e 3

também apresentaram média agressividade,

tendo como suas médias 3,2 e 5,2,

respectivamente. Já as abelhas da caixa

Tridapalli 2 mostraram-se com baixa

agressividade, apresentando como seu

percentual médio 1,8.

Gráfico 1: Agressividade das abelhas em cada avaliação.

Fonte: Dados primários, 2020

A

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

98

Quando analisada a evolução das

populações entre as duas caixas, as colmeias

das caixas de Langstroth apresentaram um

crescimento populacional maior se

comparadas às que estavam na Tridapalli,

como é possível perceber no Gráfico 2.

Entretanto, até a última análise realizada, as

abelhas que habitavam as caixas Tridapalli

ainda não haviam completado o

preenchimento de suas colmeias, dessa

forma, os resultados foram afetados.

Gráfico 2: Variação de população das abelhas em cada caixa de em cada avaliação.

Fonte: Dados primários, 2020

CONSIDERAÇÕES FINAIS

endo em vista o quão

importante as abelhas são para

a formação do ecossistema e

como o manejo interfere na criação das

mesmas, dentre todos os parâmetros

executados comparando os dois modelos de

caixa foi possível concluir que as abelhas das

caixas Tridapalli apresentaram uma menor

agressividade, assim facilitando o manejo

para o apicultor. As abelhas das caixas de

Langstroth apresentaram um melhor avanço

populacional e, como consequência, uma

maior agressividade do que as das caixas

Tridapalli.

Neste sentido, analisando os dados

coletados até o momento, as caixas do

modelo de Langstroth (tradicionais) se

mostraram mais adequadas nos quesitos

temperatura, por não sofrer grandes

oscilações, e também na variação da

população. Entretanto, o estudo ainda não

está concluído, sendo assim, os resultados

podem ter sido afetados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAIRES, Stephanie Castro; BARCELOS, Denise. Colapso das abelhas: Possíveis causas e

T

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

Avaliação1

Avaliação2

Avaliação3

Avaliação4

Avaliação5

Caixa 2 Langstroth

Caixa 3 Langstroth

Caixa 1 Tridapalli

Caixa 2 Tridapalli

Caixa 3 Tridapalli

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

99

consequências do seu desaparecimento na natureza. ACTA Apícola Brasílica, v. 5, n. 1, p. 11-

15, 2017.

DE FREITAS, Paulo Vitor Divino Xavier et al. Noções básicas para criação de abelhas nativas:

alimentação e multiplicação. Research, Society and Development, v. 9, n. 4, p. e44942815-

e44942815, 2020.

DOMINGOS, Hérica Girlane Tertulino; GONÇALVES, Lionel Segui. Termorregulação de

abelhas com ênfase em Apis mellifera. 2014. Disponível em:

file:///C:/Users/ADM/Downloads/3491-Texto%20do%20artigo-15725-1-10-20150205.pdf.

Acesso em: 12 jun. 2020.

KERR, Warwick Estevam. História apícola no Brasil, UFV, 2011.

REIS, Igor Torres. Adaptabilidade e produção de abelhas (Apis mellifera) em colmeias de

concreto leve com vermiculita expandida. 2019. Tese apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Engenharia Agrícola do Centro de Tecnologia e Recursos Naturais da

Universidade Federal de Campina Grande, em cumprimento às exigências para obtenção do

Título de Doutor. Disponível em:

file:///C:/Users/ADM/Downloads/IGOR%20TORRES%20REIS%20-

TESE%20(PPGEA)%202019%20(1).pdf. Acesso em: 27 maio 2020.

SILVA, Natasha Rovena Da. Aspectos do perfil e do conhecimento de apicultores sobre

manejo e sanidade da abelha africanizada em regiões de apicultura de Santa Catarina.

Repositório Institucional da UFSC, Florianópolis, 2004.

Page 100: SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário
Page 101: SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário

SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

101

MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS E O SARS-COV-2:

OS REFLEXOS IDENTIFICADOS NA REGIÃO DA

FOZ DO RIO ITAJAÍ

Davi Antônio Faria

Priscila Faria

Felipe Carlos Vargas

Juliana Andressa Negri

INTRODUÇÃO

s Microempreendedores

Individuais, ou

simplesmente MEI’s são

empreendimentos derivados e instituídos por

trabalhadores que optam por realizar suas

atividades de forma autônoma. Ingressar no

mercado com essa modalidade de pessoa

jurídica tem certas vantagens que podem ser

observadas por meio de recursos que

invocam nos seguintes incentivos: facilidade

na abertura de contas bancárias, solicitações

de empréstimos e difusão de notas fiscais.

Segundo o sítio eletrônico do

Governo Federal em parceria com o

Ministério da Economia (2020), o MEI é uma

forma inovadora e desburocratizante de

legalização de pequenos negócios e serviços

e do pagamento de um conjunto de impostos

e contribuições, o que resulta em redução de

custos e obrigações acessórias.

Afinal, Moreira (2010) contesta ao

afirmar que os efeitos da informalidade, pois,

conforme ele, trazem prejuízos para todos.

Ou seja, a União arrecada menos, causando

entraves econômicos e empresariais;

consequentemente deixa de aplicar valores

que visam reduzir as desigualdades sociais.

Portanto, mudar a mentalidade das

pessoas a ingressar no mercado formal não é

fácil, situação que se agravou, e muito, com o

advento de uma pandemia global e seus

reflexos no modo de como essas pessoas

jurídicas se portarão com relação as possíveis

mudanças dos cenários; sejam eles

diretamente ou indiretamente relacionados a

esta crise epidemiológica.

As MEI’s são instrumentos

fundamentais para a construção da economia

brasileira. A captação desses elementos é

difundida pelo Instituto Brasileiro de

Geografia Estatística (IBGE) em cooperação

com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas (SEBRAE).

Com o objetivo pré-estabelecido, o

Governo Federal, juntamente com o

Ministério da Economia, manifestou ao

Congresso Nacional uma Lei Complementar

(LC 128/2009), no ano de 2009, para realizar

uma nova proposta de tributação

denominada Microempreendedor Individual.

Tal proposta teve a alcunha de regularizar a

situação de milhões de trabalhadores que

perduravam na informalidade.

Assim, o presente artigo visa

investigar como uma determinada região foi

direta ou indiretamente afetada por esse

O

18

Page 102: SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário

SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

102

fenômeno patológico e quais foram as consequências para o comércio local.

DISCUSSÕES

tualmente, observa-se que

para empreender é preciso

agir; por isso existem neste

meio circunstâncias que não

são propícias e que conduzem nas últimas

décadas a memória da história

contemporânea do Brasil. As crises advindas,

sejam elas políticas ou não, deixaram muitos

empreendedores e até contadores receosos

com relação ao futuro tanto a curto quanto a

longo prazo.

Assim, quando há uma rotina

empresarial, os empreendedores têm uma

visão de desempenhar seu trabalho sem

atingir um outro nível ou quiçá aprimorar

como as engrenagens e as mecânicas dos

setores funcionam. Existe nas entrelinhas,

aquela política do ‘feijão com arroz’, algo

tradicional; neste momento, entra a figura de

um contador, que não deve esquecer do

feeling empreendedor que corre em suas

veias.

É inegável que ao abordar sobre como

e onde empreender, menciona-se a figura de

Muhammad Yunus, conhecido como o pai do

microcrédito e vencedor do prêmio Nobel da

Paz em 2006 (DUARTE, 2017).

Conforme Yunus (2006) todo mundo

nasce empreendedor. Alguns têm a chance de

libertar esse potencial; outros nunca tiveram

esta oportunidade ou nunca souberam que

tinham essa capacidade. Com relação ao

feeling, isto é, o conhecimento, é imensurável

e infinito. É ter embasamento científico e

empírico; saber o que faz e o que fala.

Dentre as perspectivas para

comprovação do fato, o autor ainda afirma

que há fatores externos que podem dificultar

a vida empreendedora. Os juros abusivos,

legislação tributária e o mercado competitivo

são alguns dos fatores externos que

estagnam o empreendedorismo no cenário

global atual.

O sistema é aberto para novos

empreendedores colocarem em prática suas

ideias contemporâneas. Acreditar em uma

pessoa que tenha visão de constituir um novo

negócio, poderá gerar bons resultados no

futuro; para isso o século XXI é marcado pela

‘Revolução Tecnológica’.

É crucial entender que mudanças são

necessárias para tornar acessível novas

possibilidades. Como já mencionado

anteriormente, fatores externos influenciam

diretamente na constituição e nascer de

novos empreendimentos.

O ano de 2020, que corresponde ao

final da segunda década deste presente

século, ficará marcado pelo surgimento de

um dos maiores problemas de seu tempo;

podendo ser superior a crise econômica de

2008.

Esse vilão de características silenciosas

apresenta-se através de um novo vírus com

potencial pandêmico e que já afligiu diversos

países em todos os continentes habitáveis,

onde além do fator vida humana, afetou em

muito a economia em todo o globo,

promulgando desaceleração e retração do

mercado, tornando inevitável sua associação

às entidades, conforme levantada nesse

estudo.

Este vírus foi denominado como uma

mutação de um mesmo já existente. O SARS-

Cov-2 é a Síndrome Respiratória Aguda Grave

e teve seu estopim na cidade chinesa de

Wuhan. Esta endemia pode ser mortal para

pessoas que tenham alguma comorbidade ou

patologia pré-existente. As consequências

advindas fizeram as pessoas alterarem suas

rotinas, levando em consideração um surto

global e um problema de saúde pública.

A

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

103

Segundo o sítio da Organização

Mundial da Saúde (OMS, 2020), esta endemia

é transmitida de humano para humano

através de gotículas ou contato direto;

estima-se que a infecção tenha um período

médio de encubação de aproximadamente

sete dias.

Assim, se define o estado atual de uma

possível cura para a doença da seguinte

forma:

Para diminuir os danos associados ao

COVID-19, são necessárias medidas

urgentes de controle de infecção e

saúde pública para limitar a

disseminação global do vírus [...].

Além disso, as pessoas com sintomas

de infecção respiratória aguda

devem praticar a etiqueta da tosse,

que é manter distância, cobrir tosse e

espirrar com tecidos ou roupas

descartáveis e lavar as mãos [...] Os

governos devem ser responsáveis

por fornecer conhecimento preciso e

esclarecer informações erradas para

ajudar o público a enfrentar essa

nova infecção (LAI; SHIH, 2020, p. 7).

A situação no Brasil com relação a este

fato incomum é de prejuízos que vão desde

curto a longo prazo; podendo até ultrapassar

a década. A chegada desse vírus fez com que

a economia retrocedesse e o Produto Interno

Bruto (PIB) nacional despencasse; suas

consequências causaram prejuízos em todos

os setores possíveis, espalhando-se pelas

cinco regiões do território brasileiro

(GERBELLI, 2020).

Apesar da interpretação um tanto

pessimista sobre o futuro do Brasil, pode-se

constatar que o Sistema Econômico brasileiro

ainda não se encontra ou tende a uma

situação financeiramente insustentável, como

tem sido divulgado por mídias televisivas e

digitais.

A mediana das projeções do

mercado para a variação do Produto

Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020

voltou a subir, agora de -6,10% para

-5,95%, no Relatório Focus, do Banco

Central (BC) [...]. Para 2021, o ponto-

médio das expectativas ficou em

3,50% pela nona semana

consecutiva, com algumas casas

aguardando sinais mais claros sobre

a recuperação da economia, mas

apostando na recuperação de pelo

menos parte das perdas deste ano

(FRISCH, 2020, p. 1).

Voltado para a referida região do

estudo, o órgão que cuida da situação

empresarial é a Associação dos Municípios da

Foz do Rio Itajaí (AMFRI), a qual é uma

associação pública com personalidade

jurídica. Sua criação não é recente; datada em

10 de abril de 1973. Sua composição é

formada por 11 municípios, sendo eles:

Balneário Camboriú, Balneário Piçarras,

Bombinhas, Camboriú, Ilhota, Itajaí, Itapema,

Luiz Alves, Navegantes, Penha e Porto Belo.

O sítio eletrônico da AMFRI (2019)

demonstra que seu objetivo está direcionado

em promover o desenvolvimento regional

por meio de promoções de licitações

compartilhadas; como também, a gestão de

serviços e políticas públicas para o

desenvolvimento sustentável dos municípios

integrantes.

As áreas que mais se destacam e que

têm o apoio e aporte desta referida

associação são: agricultura, pesca,

infraestrutura, mobilidade urbana, segurança

pública, educação, inovação tecnológica,

esporte, cultura e administração tributária.

Dentre as perspectivas de

comprovação de um tal fato, foi realizada

uma pesquisa descritiva e correlacional. Para

a devida coleta de dados utilizou-se de

instrumentos documentais, onde baseia-se

na contribuição de diversos autores.

Formulou-se um comparativo em

relação ao primeiro semestre do ano de 2019

e o mesmo período do ano subsequente; com

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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vistas a identificar possíveis mudanças a

respeito de aumentos ou diminuições de

quantidades de MEI’s abertas.

Quadro 1: Quantidade de abertura de MEI’s

Fonte: Brasil, Portal do Empreendedor, 2019/2020.

Gráfico 1: Cidades destaques – Maior Abertura de MEI’s

Fonte: Brasil, Portal do Empreendedor, 2019/2020

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

105

Gráfico 2: Cidades destaques – Menor Abertura de MEI’s

Fonte: Brasil, Portal do Empreendedor, 2019/2020.

Com relação aos Gráficos acima

mencionados, cabe salientar que houve

alterações nas cidades destaques que têm

amplo polo comercial. Independentemente

do período, houve diminuições e aumentos

na abertura de MEI’s. As cidades que

registraram diminuições são: Balneário

Camboriú (-6,73%), Bombinhas (-31,43%) e

Luiz Alves (-20%). Em contrapartida, as que

aumentaram são: Camboriú (18,04%), Itajaí

(16,24%) e Ilhota (37,10%).

Infere-se que apesar do presente

tempo corroborar para situações desastrosas

em vários ramos, os trabalhadores estão

otimistas para abrirem seus negócios. Estes

têm a alcunha de gerar e despertar o

sentimento empreendedor que corre em suas

veias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

presente artigo abordou

temas que vêm ganhando

grande relevância no meio

social. Os Microempreendedores Individuais

foram uma solução encontrada pela União

por meio do Poder Executivo de resolver o

problema da informalidade no país.

Evidenciou-se a necessidade de

colocar em prática uma ‘mudança’ para que,

assim, a política econômica brasileira passe a

ser mais bem valorizada. Este lançado através

da Lei Complementar (LC 128/2009), se

tornou um dos maiores programas de

inclusão social do país.

Deve-se mencionar que este

programa completou 10 anos de existência;

lembrando que a parceria com o SEBRAE só

fez o projeto se aperfeiçoar, com a fim de

construir e imaginar um novo Brasil.

Há fatores externos que podem

retardar o processo; neste presente ano de

2020 as consequências causadas por um vírus

com potencial pandêmico fizeram tanto

pequenos, médios e até grandes

empreendedores obterem prejuízos em seus

empreendimentos.

Segundo o sítio eletrônico Fundação

Instituto de Administração (2020), no

território nacional cerca de 88% dos

empresários de micro e pequenas empresas

O

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

106

tiveram redução de faturamento. Em uma

perspectiva macroeconômica os

empreendedores relataram perda média de

75% no faturamento mensal desde o início da

crise.

Os fatores internos que contribuem

ainda mais para esses prejuízos são o

desconhecimento de empresários sobre

medidas governamentais para proteger os

pequenos negócios; 29% não conhecem e

57% tiveram apenas uma breve introdução ao

assunto.

As MEI’s se comportam como um dos

pilares importantes para o equilíbrio e

formulação do PIB brasileiro. Assim, os planos

de crescimento propostos foram eficazes e

trouxeram benefícios responsáveis por 27%

das riquezas e bens produzidos no país.

Em suma, este presente documento

buscou discutir e apresentar as

consequências advindas de um fenômeno

que não se sabe até onde pode gerar

prejuízos para uma população num cenário

global.

No campo acadêmico, houve ganhos

tanto como pesquisadores, quanto como

profissionais; observados avidamente na

ampliação dos conhecimentos e de

habilidades tanto práticas como teóricas.

Espera-se que haja mais pesquisas sobre o

tema, pois o mesmo está aberto para novos

complementos tanto estatísticos quanto

científicos.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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109

CESTA BÁSICA: A INFLUÊNCIA DOS ALIMENTOS NA

SAÚDE DOS DIABÉTICOS CORRELACIONADA COM UMA

PROPOSTA DE INOVAÇÃO NOS PRODUTOS OFERTADOS

Milena Rita de Quadros Cursino

Bruna Jaime Feiden

INTRODUÇÃO

presente estudo tem como

objetivos avaliar a influência

dos alimentos ofertados na

Cesta Básica correlacionando-os às

necessidades e restrições nutricionais de

pacientes diabéticos e propor uma possível

metodologia de inovação nos itens contidos

nas cestas com o intuito de suprir as

necessidades desta determinada patologia. A

importância desse assunto se dá

primeiramente pelo fato de que os alimentos

componentes da Cesta Básica brasileira são a

base alimentar de muitas famílias do país,

desde as mais desprovidas financeiramente

até as com um poder aquisitivo maior.

Sabe-se que a desinformação quanto

aos nutrientes ingeridos diariamente pode

servir como agravante na luta contra

inúmeras doenças corriqueiras que a

população brasileira enfrenta, incluindo o

Diabetes Mellitus. Uma vez que a alimentação

estiver quantitativamente suficiente e

qualitativamente completa, harmoniosa e

adequada, inúmeros fatores benéficos para o

corpo humano serão acarretados; então

doenças serão prevenidas e, muitas vezes,

curadas.

Tendo em vista que o Diabetes

Mellitus é uma doença causada pela produção

insuficiente ou má absorção de insulina

(hormônio que regula a glicose no sangue e

garante energia para o organismo por meio

da quebra as moléculas de glicose

transformando-as em energia para a

manutenção das células do organismo

humano) que pode levar a complicações no

coração, nas artérias, nos olhos, nos rins, nos

nervos e em casos mais graves levar à morte,

a melhor forma de prevenção é a prática

regular de atividades físicas e a manutenção

de uma alimentação saudável que pode ser

composta de alimentos simples e básicos.

Desta forma, utilizando-se de uma

natureza básica e abordagem mista, o

presente estudo não tem preocupação com

fins comerciais, apenas exploratórios e

descritivos (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO,

2013).

Quanto aos procedimentos técnicos, o

estudo não contempla contatos pessoais

diretos e/ou indiretos, sendo assim

totalmente bibliográfico tendo em vista que

se apoia em dados científicos e pesquisas já

publicadas por estudiosos da área (BEUREN,

2012).

O

19

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

110

CESTA BÁSICA: MACRO E MICRONUTRIENTES

Cesta Básica brasileira é

composta de produtos

divergentes entre as regiões

definidas pelo Decreto n° 399, de 1938. Esta

divisão considera as particularidades de cada

território e é composta por três áreas: Região

1 (São Paulo; Minas Gerais; Espírito Santo; Rio

de Janeiro; Goiás e Distrito Federal); Região 2

(Pernambuco; Bahia; Ceará; Rio Grande do

Norte; Alagoas; Sergipe; Amazonas; Pará;

Piauí; Tocantins; Acre; Paraíba; Rondônia;

Amapá; Roraima e Maranhão); e Região 3

(Paraná; Santa Catarina; Rio Grande do Sul;

Mato Grosso e Mato Grosso do Sul).

A Região 3 será utilizada como base

para este estudo analítico e, assim como as

demais, é composta de treze alimentos base,

considerando a regionalidade, dos quais dez

são fonte de carboidratos (leite, feijão, arroz,

farinha, batata, tomate, pão francês, café em

pó, banana e açúcar); dois compostos

predominantemente por lipídeos

(banha/óleo e manteiga); e um considerado

do grupo das proteínas (leite). Sabe-se que os

macronutrientes são a principal fonte

alimentar do organismo tendo uma

importância fundamental na alimentação dos

indivíduos, uma vez que fornecem 90% do

peso seco da dieta e 100% da energia desta

(MELDAU, 2020).

Segundo estudos fundamentados nos

valores estabelecidos pela Estimated Average

Requirement (EAR) e baseados na tabela de

composição centesimal de alimentos

provenientes do DIEESE para um dia de

consumo de um indivíduo adulto,

carboidratos e proteínas foram encontrados

com valores adequados (45,14% e 10,43%,

respectivamente). Em contrapartida, lipídeos

estavam acima do valor recomendado

ultrapassando cerca de 10% do estimado uma

vez que o ideal para a EAR seria de 20 a 30%

e a Cesta Básica oferece 44,42% destes

componentes (DIEESE, 2009).

Salienta-se ainda a importância das

vitaminas e minerais para o organismo. Estes

são os conhecidos micronutrientes e são

necessários em menores quantidades no

corpo agindo como facilitadores de reações

químicas metabólicas, por exemplo. Na Cesta

Básica eles são representados no leite, óleos,

ovos, feijão, entre outros (BARRETO, 2018).

Retrocedendo no estudo já citado, da

EAR/DIEESE, os valores de ferro, zinco e

fósforo (13,69mg / 18,55mg / 1420,17mg,

respectivamente) foram considerados

adequados tanto para o gênero masculino

quanto para o feminino, para indivíduos de 18

a 70 anos de idade. Já o valor energético total

de cálcio e vitamina A estavam abaixo do

recomendado posto que o ideal de cálcio é

entre 800mg e 1000mg e na Cesta

encontram-se cerca de 9,04% abaixo do

estimado, bem como para vitamina A, de

500μg a 624μg, encontrou-se apenas

497,371μg o que representa

aproximadamente 23% de déficit.

DIABETES MELLITUS

m geral, o Diabetes Mellitus é

proveniente da pouca produção

de insulina, não sendo uma

doença apenas, mas sim um conglomerado

de distúrbios hormonais que dificultam a

regulação da glicose no sangue, causando a

hiperglicemia e dificultando a estocagem de

energia para o corpo (BRASIL, 2006).

Classifica-se em Diabetes tipo 1 e tipo

2, sendo que o tipo 1, o qual é foco do

A

E

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

111

presente estudo, é presente em 5% a 10% dos

casos totais os quais são causados pela

aniquilação de células beta pancreáticas, um

ato de autoimunidade do corpo, segundo a

Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

Sendo uma condição crônica, o

diabetes constitui consequências

permanentes as quais requerem e demandam

de cuidados contínuos, significando uma

forma de viver que envolve regulamentos

diários (OMS, 2003; NAEMIRATCH;

MANDERSON, 2006).

Ainda assim, o controle desse mal é

realizado pelo trio: cuidados alimentares,

medicamentos regulados e prática de

exercícios físicos. Para os médicos, há a

preocupação com o controle do nível

glicêmico e dietas. Já para os enfermos, a

responsabilidade é por questões práticas nos

contextos culturais, sociais e familiares, que os

auxiliam na promoção de ajustes nos padrões

pessoais a fim de sentir-se física e

mentalmente bem em relação ao

adoecimento (COHEN et. al, 1994;

BARSAGLINI, 2008).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

números estudos epidemiológicos

e clínicos apontam a terapia

nutricional como ponto

imprescindível no tratamento do diabetes

tipo 1. Deve-se ressaltar ainda que a

recomendação para este caso se assemelha à

recomendação da população em geral e deve

ser realizada de forma individualizada

(LOTTENBERG, 2008).

A recomendação nutricional para

pacientes diabéticos é que consumam

Valores Totais Energéticos (VET) de 50 a 60%

de carboidratos; de 15 a 20% de proteínas e

valores inferiores a 30% de lipídeos, sendo

que os óleos de canola e azeite de oliva são

os melhores recomendados. Já os valores de

fibras alimentares devem estar entre 25 e 30g

diárias para indivíduos maiores de cinco anos

de idade. Destaca-se que fibras com viscosas

como a guar, a pectina e o psilium, promovem

o controle da concentração plasmática de

colesterol, normalizando assim a glicemia

(NASCIMENTO et. al, 2002; LOTTENBERG,

2008).

Ainda segundo os autores

pesquisados, estudos nacionais e

internacionais apontam um despropósito na

alimentação de diabéticos por consumirem

poucas hortaliças e frutas e muitos alimentos

ricos em gordura, ato que se assemelha a

comportamentos de crianças saudáveis.

Estudos recentes relatam que a

ingestão de fibras, de forma adequada e

balanceada, eleva os níveis de adiponectina, o

qual é um hormônio regulador metabólico e

glicêmico, melhorando a sensibilidade à

insulina, da mesma forma que mostram o

déficit na função endotelial por conta do

excesso de ácidos graxos saturados e trans

por pacientes diabéticos (FERNÁNDEZ-REAL

et. al, 2003; NAPPO et. al, 2002).

Desta forma, os produtos ofertados na

Cesta Básica poderiam ser repensados,

inovando a variedade de frutas e hortaliças

disponibilizadas de tal maneira que as

quantidades de proteínas continuassem

estáveis, as de lipídios fossem substituídas

por opções mais saudáveis e, finalmente, as

de carboidratos fossem melhor balanceadas

nutricionalmente, apesar de este benefício ser

concedido para a população mais carente,

fato que torna esta discussão voltada

socioeconômica e não apenas à nutrição

pública.

I

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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115

ELABORAÇÃO DE PÃO DE AIPIM SEM GLÚTEN:

EMPREENDEDORISMO NO RAMO ALIMENTÍCIO

Bruna Helena Marquioli

Thais Hanzen

Bruna Jaime Feiden

INTRODUÇÃO

doença celíaca (DC), assim

como a sensibilidade ao

glúten não celíaca (SGNC), é

uma alteração patológica que se desenvolve

de modo gradual em indivíduos

geneticamente predispostos. O glúten é uma

espécie de proteína presente em grãos como

trigo, cevada, aveia, centeio e malte, e seu

componente mais nocivo é denominado

gliadina.

De acordo com a etiologia, na mucosa

do intestino delgado é onde ocorre a maior

absorção de nutrientes do corpo-humano e,

ao entrar em contato com as camadas mais

internas do mesmo, a gliadina causa uma

reação imunológica e, consequentemente,

um processo inflamatório crônico (VARELLA,

2011).

Esse processo inflamatório ocorre

devido ao fato de que a DC é uma doença

autoimune, ou seja, as próprias células do

organismo produzem anticorpos contra o

glúten e, dessa forma, agem se agredindo,

atrofiando o intestino delgado. Em

consequência disso, o celíaco (termo usado

para definir portadores de DC) sofre alguns

sintomas, tais como dores abdominais,

diarreia, vômito, anemia, prisão de ventre,

dermatites, sintomas neurológicos, entre

outros. A longo prazo pode causar câncer em

vários órgãos como o esôfago, o estômago e

o intestino (MINUTO SAUDÁVEL, 2017).

Ainda segundo o autor, alguns

estudos realizados no ano de 1970

apontaram que somente 0,03% da população

mundial possuía tal intolerância. Atualmente

esse número cresceu drasticamente podendo

chegar em 2% da população, contudo, se

desconhece dados explicativos da causa de

tamanho crescimento.

Portanto, os celíacos têm que seguir

uma dieta rigorosa, o que limita seu poder de

escolha, tendo que, muitas vezes, deixar suas

predileções de lado. Isso é necessário devido

ao fato de que o glúten está presente na

composição de grande parte dos alimentos

industrializados, bebidas, medicamentos e até

mesmo cosméticos (CÉSAR et.al, 2006).

Assim sendo, a DC está cada vez mais

em evidência, pelo aumento dos diagnósticos

e, mesmo assim, não há uma formulação de

pão que agrade consideravelmente os

portadores da mesma e que tenha preço

acessível. Segundo uma pesquisa de dados

feita pela Associação de Celíacos do Brasil

(ACELBRA), entidade governamental

responsável em cuidar dos interesses dos

celíacos, o alimento que estes gostariam de

encontrar com mais facilidade é o pão.

Com este estudo tem-se como

A

20

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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objetivo fundamentar a elaboração da receita

de pão de aipim sem glúten, e com isso,

incentivar as indústrias a fabricarem produtos

de tal natureza, proporcionando mais

facilidade para os celíacos e a inclusão destes

entre seus consumidores. Tem-se como

questão problema: Por que no mercado

alimentício atual não se encontra um pão sem

glúten com sabor e textura semelhantes a um

pão que leve trigo em sua formulação e que

possua um preço justo?

Para alcançar os resultados almejados

será utilizado como método a pesquisa de

natureza aplicada, abordagem mista, quanto

aos objetivos é exploratório e, por fim, quanto

aos procedimentos técnicos, experimental

(GIL, 2008). Terá como participante de

pesquisa cinco pessoas, com idade entre 20 e

50 anos, escolhidos por meio de amostragem

probabilística.

O GLÚTEN

glúten é uma substância

elástica responsável pela

estrutura dos alimentos feitos

com cereais como o trigo, a cevada, a aveia, o

centeio e o malte (FRANCO, 2015). Ainda,

segundo referida autora, das proteínas

presentes no trigo a gliadina e a glutenina são

as principais responsáveis pela formação do

glúten. Elas são a base das preparações

industriais e domésticas de produtos de

panificação e massas em geral e determinam

características importantes na aceitação dos

alimentos, afetando significativamente sua

qualidade. Em indivíduos predispostos pode

causar reações, algumas delas graves, como a

alergia ao trigo, a doença celíaca e a

sensibilidade ao glúten não celíaca (CÉSAR,

et.al, 2006).

A doença celíaca (DC) e a sensibilidade

ao glúten não celíaca (SGNC) são dois

diagnósticos diferentes, com alterações

gastrointestinais distintas (SCHAER, 2020).

Segundo este mesmo autor, na DC há o

componente imunológico que gera um

processo inflamatório crônico do intestino

delgado, com consequente diminuição da

absorção de nutrientes e grande prejuízo

orgânico. Os principais sintomas são diarreia

com perda de gordura nas fezes, vômito,

perda de peso, inchaço nas pernas, anemias,

alterações na pele, fraqueza das unhas e

cabelos, diminuição da fertilidade, alterações

do ciclo menstrual e sinais de desnutrição. O

diagnóstico é feito por meio da biópsia do

intestino delgado e exames laboratoriais.

No caso da SGNC não há esse

componente bem definido, portanto, é como

se este tipo de alimento não fosse bem aceito,

sem que isto leve prejuízo ao organismo,

tendo como sintomas somente alguns

desconfortos gastrointestinais e o

diagnóstico é feito de forma clínica (SCHAER,

2020).

HISTÓRICO DA DOENÇA CELÍACA

á mais de 100 anos, mais

precisamente no ano de

1888, o médico londrino

Samuel Gee, observou em crianças e adultos

alguns sintomas como indigestão e um

determinado tipo de diarreia, ficando

conhecida como ‘afecção celíaca’. A única

maneira de se reduzir os sintomas e até

mesmo chegar a uma possível cura para a

doença seria por meio da dieta, reduzindo o

consumo de farináceos no dia a dia do

paciente (MATOS, 2010).

O

H

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

117

Os estudos foram se concretizando

com o passar do tempo. Outro exemplo foi

durante a Segunda Guerra Mundial, quando o

governo alemão passou a racionalizar a

distribuição de pães para a população,

diminuindo consideravelmente a quantidade

antes fornecida. Foi verificado nesta época

que os pacientes diagnosticados com a

‘afecção celíaca’ haviam tido uma melhora

nos sintomas apresentados e, a partir do

momento em que o consumo de pães voltou

ao normal pela população holandesa, os

sintomas retornaram, deixando claro os

efeitos causados pelo trigo nas pessoas que

possuíam a determinada doença

(SDEPANIAN; MORAIS; FAGUNDES-NETO,

1999).

A doença celíaca pode ser

caracterizada como clássica, não-clássica e

assintomática: A doença celíaca clássica é

assim denominada quando os sintomas são

diagnosticados nos primeiros anos de vida do

indivíduo, sejam eles: diarreia crônica,

distensão abdominal, anemia e até mesmo

atrofia na musculatura glútea. Refere-se da

forma não-clássica quando o indivíduo não

apresenta problemas gastrointestinais, ou

quando estes são apresentados, são menos

graves que no exemplo anterior, surgem

geralmente na adolescência dos pacientes

que demonstram, na maioria das vezes,

anemia por falta de ferro no organismo, baixa

estatura se comparado aos demais que não

possuem a doença, artrite ou artralgia,

hipoplasia do esmalte dentário, dentre outros

sintomas isolados. Em subsequência, a forma

assintomática é aquela que é diagnosticada

pelos marcadores sorológicos e quando

apresentam outros casos na família do

paciente (CIANTELLI et. al, 2012).

Ainda segundo referidos autores o

tratamento da doença nos dias atuais

permanece o mesmo desde os estudos

pioneiros iniciados na década de 30, devendo

excluir o glúten da dieta dos pacientes por

toda sua vida, sendo qual for a classificação

da doença do indivíduo, não deixando de

sustentar todas as necessidades específicas

para manter uma vida saudável.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

s indústrias alimentícias

brasileiras carecem de

produtos isentos de glúten,

consequentemente a maior parte destes é

feita de forma caseira, o que demanda tempo

e dedicação dos celíacos (CÉSAR et. al, 2006),

trazendo dificuldades na dieta daqueles que

possuem a vida corrida ou não têm

habilidades na cozinha. Pode-se dizer ainda

que não há um empenho significativo de tais

indústrias quando se trata especificamente

dos pães, pois os tradicionais, que levam trigo

na sua preparação, são muito mais fáceis de

serem fabricados e vendidos, além de

agradarem o paladar da maioria da

população.

Ademais, o custo dos pães, como

ocorre com a maioria dos produtos sem

glúten industrializados, é bastante alto,

fazendo com que os celíacos presentes em

classes de renda mais baixa não tenham o

hábito de consumi-los, tendo que adaptar sua

dieta para que não sofram de desnutrição ou,

em piores casos, continuem ingerindo o

glúten, trazendo grandes prejuízos à sua

saúde.

Com o intuito de melhorar a qualidade

de vida dos celíacos o que se busca com este

projeto é produzir pães que tenham textura e

paladar agradáveis, que tornem mais fácil a

aceitação; que tenham durabilidade, pois os

pães sem glúten costumam ser mais

perecíveis e preço acessível, atendendo a

todas as classes.

Além disso, tem-se a intenção de

incentivar e auxiliar as indústrias com a

A

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118

criação de novos produtos para atender esse

mercado, que agradarão mais os

consumidores e aumentar suas vendas,

trazendo benefícios à economia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CÉSAR, A. S. et al. Elaboração de Pão Sem Glúten. Ceres, Minas Gerais, i. 53, n. 306, p.150-

155, mar. 2006. Disponível em:

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MATOS, C. A de O. Doença Celíaca. Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Porto.

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19 de maio de 2020.

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121

REALIDADE VIRTUAL COMO COMPLEMENTO

DA FISIOTERAPIA PARA TRATAMENTO DE

PACIENTES COM ENCEFALOPATIA CRÔNICA

NÃO EVOLUTIVA: REVISÃO DE LITERATURA

Ágata Floriani

Amanda Lourin Mila Pereira

Daniele Borges de Paula Cristofolini

Angelise Mozerle

INTRODUÇÃO

Paralisia Cerebral (PC) é um

distúrbio de caráter não

progressivo, associada a

desordem do movimento e da postura,

devido a alguma lesão ou má formação do

encéfalo permanente, gerando uma série de

complicações, como por exemplo alterações

musculoesqueléticas secundárias e limitações

nas atividades, consequências de lesão

cerebral primária, se caracterizando como

sequelas permanentes e mutáveis (COSTA;

RIBEIRO, 2018).

São observadas alterações do

movimento e postura recorrentes da

espasticidade e fraqueza muscular que levam

a manifestações clínicas secundárias como

contraturas e encurtamentos musculares.

Estes déficits são responsáveis por um dos

sinais clínicos mais relevantes da PC: os

déficits do equilíbrio. Em virtude desse déficit

de equilíbrio ocorre o comprometimento de

habilidades como a marcha e atividades

funcionais cotidianas, que podem resultar em

restrições de participação social (ARNONI et.

al, 2018).

No Brasil não existem dados

epidemiológicos publicados sobre a PC.

Sendo possível encontrar somente variações

nas taxas de prevalência de PC, levando em

conta a imensidão territorial, precárias

condições de saúde e a desigualdade social.

Dois pontos podem ser considerados,

explicando como a incidência da PC pode

estar ligada às condições de assistência

médica insatisfatórias no período pré e

perinatal em grande parte da população, o

que aumenta os riscos de desenvolvimento

da paralisia cerebral. Em contrapartida, a taxa

de mortalidade infantil no Brasil é ainda

considerada alta, sendo que a sobrevivência

dos recém-nascidos prematuros e de baixo

peso é menor ainda, o que gera uma

diminuição da incidência de casos de PC

registradas. Partindo desse raciocínio, no

Brasil tem mais casos de PC do que nos países

desenvolvidos, mas essa frequência vem se

mantendo equilibrada, apesar de melhorias

nos cuidados intensivos neonatais nos

grandes centros urbanos e que não são

acessíveis à todas as classes sociais

(MONTEIRO; ABREU; VALENTI, 2015).

Por se tratar de uma tecnologia

A

21

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inovadora, a Realidade Virtual (RV) permite ao

usuário uma experiência de imagens em três

dimensões, em que o grau de movimento real

é correspondente ao grau de movimento

demonstrado na tela e possibilita ao campo

da abordagem fisioterapêutica uma nova

forma de atendimento. Entre as possíveis

formas de contato com a realidade virtual,

Bondan (2016) destaca o universo dos jogos

eletrônicos. A partir da década de 60 do

século XX os videogames surgiram e tinham

como objetivo inicial somente

entretenimento, porém hoje eles

apresentam-se como mais uma opção de

lazer em nossas vidas, no cenário da cultura

digital. No processo de reabilitação, dentre os

equipamentos de RV mais utilizados, o que

vem se destacando é o Nintendo Wii, sendo

notada através de estudos a melhora no

equilíbrio, amplitude de movimento e

condicionamento físico, além da motivação

do paciente com PC (SILVA; IWABE-

MARCHESE, 2015).

Este estudo se refere a um artigo de

revisão de literatura, onde foram feitas buscas

simples na plataforma Decs, com as palavras-

chave: realidade virtual; paralisia cerebral e

fisioterapia, nas bases de dados nacionais:

Lilacs, Scielo e Plataforma EBSCO dando

preferência para artigos datados acima de

2015. Para critérios de inclusão de artigos na

pesquisa foi verificado o título, as palavras-

chave e o resumo, selecionando-se apenas

artigos que abordassem o uso da Realidade

Virtual para o tratamento de fisioterapia em

pacientes com Paralisia Cerebral.

O objetivo dessa pesquisa será avaliar

como o uso da Realidade Virtual vem se

tornando um aliado da tecnologia, do

desenvolvimento e do tratamento inovador,

por meio do incentivo à prática de atividades

físicas, assim como utilização desta

ferramenta de intervenção na área da

fisioterapia, aplicadas por meio de programas

de reabilitação motora e cognitiva em

pacientes com Paralisia Cerebral (PC).

DISCUSSÕES

Paralisia Cerebral (PC) já é

estudada historicamente e

descrita inicialmente próximo

do ano de 1860, pelo cirurgião Willian John

Little, que se refere à paralisia cerebral sendo

uma desordem médica, a qual atinge as

crianças em seus primeiros anos de vida e que

causa espasticidade dos membros. Ele definiu

também como possíveis causas da PC, até

então chamada de doença de Little e também

conhecida como encefalopatia crônica não

progressiva da infância, a relação direta com

o trabalho de parto, sendo ele prematuro ou

com complicações, o que gerava uma

provável falta de oxigenação para o feto,

prejudicando o transporte de oxigênio ao

cérebro e afetando os tecidos corporais,

responsáveis pelos movimentos (RUSSO,

2016).

A definição mais atual do termo

paralisia cerebral é descrita, segundo Alves

Costa e Ribeiro (2018), por meio de um artigo

de pesquisa bibliográfica de abordagem

qualitativa descritiva. A PC é caracterizada

como um grupo de distúrbios não

progressivos de desordens permanentes que

afetam o desenvolvimento da postura e dos

movimentos, gerados pelo acometimento do

sistema nervoso central imaturo ou em

desenvolvimento, causando a limitação das

atividades e alterações musculoesqueléticas

secundárias. Acomete o desenvolvimento

encefálico fetal ou infantil, ocasionando

desordens de sensações, percepções,

cognição, comunicação e comportamento,

advindas de problemas secundários.

As causas que levam à PC são muitas,

sendo caracterizadas como qualquer

condição que leve a anormalidades cerebrais,

as quais variam conforme a fase gestacional

A

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ou do desenvolvimento infantil; ou seja, pode

acometer a criança nos períodos pré-natais,

perinatais ou neonatais. Sendo as principais

causas evidenciadas no período pré-natal a

hipoxemia, complicações placentárias, má

formação no sistema nervoso central,

infecções e nascimento prematuro, e no

período perinatal e neonatal traumas

cranianos, convulsões metabólicas,

procedimentos vasculares, infecções e

encefalites (ALVES COSTA; RIBEIRO, 2018).

Existem cinco tipos clínicos para

diferenciação de PC. De acordo com Russo

(2016), a PC pode ser do tipo espástica, na

qual o portador apresenta o aumento do

tônus muscular e contraturas articulares; tipo

coreoatetoide, na qual existe o quadro

discinético do paciente, com movimentações

involuntárias e distonia; tipo atáxica, a qual

apresenta distúrbios da coordenação dos

movimentos, mas que apresentam

deambulação e controle cefálico normais;

tipo hipotônica, na qual o portador apresenta

hipotonia muscular, mas permanece com os

reflexos osteotendinosos normais e; por fim,

a tipo mista, na qual se tem a associação dos

tipos supracitados.

Como forma de tratamento

fisioterapêutico, Do Nascimento et. al (2018)

sugere que tem se desenvolvido novas

técnicas para o cuidado dos pacientes

acometidos com algum tipo da PC. Visando a

manutenção e a melhora da capacidade do

equilíbrio látero-lateral e anteroposterior de

forma dinâmica e estática, a eficácia no

consumo de oxigênio, melhora do aporte

físico, melhora postural e ganho de

amplitudes de movimento.

Uma das técnicas que vem sendo

aplicada é a Realidade Virtual (RV), onde o

tratamento terapêutico é feito em um

ambiente totalmente virtual e tridimensional

no qual o paciente consegue realizar sua

sessão por estímulos visuais, táteis, auditivos

e sensoriais; sendo uma recriação da

reabilitação, utilizada para o desenvolvimento

da marcha, coordenação, funções motoras,

como ainda, um complemento da

cinesioterapia (SILVA; IWABE-MARCHESE,

2015).

De acordo com Do Nascimento et. al

(2018) a RV é capaz de unir três elementos em

sua terapia, sendo eles a repetição, a

motivação e o feedback sensorial, assim

caracterizando-se como uma técnica de

caráter lúdico, onde o paciente realiza e

aprende brincando. Os resultados dos

tratamentos feitos por meio da RV têm se

mostrado cada vez mais positivos e são

obtidos através da ativação do sistema de

neurônios-espelho, assim aumentando as

taxas de disparos no cérebro humano,

induzindo à reorganização cortical do

paciente.

As técnicas de RV mais utilizadas são:

os videogames, o Nintendo Wii e os Óculos

de realidade virtual, associados a

instrumentos específicos de pesquisa, como a

Escala de Equilíbrio de Berg, a Medida de

Independência Funcional e testes de

Neurocom Balance Master. Os resultados

dessas técnicas, vem adquirindo benefícios de

motivação durante o tratamento, feedback

imediato e o armazenamento das evoluções

no próprio sistema de RV, aumento da

interatividade do paciente, melhora do

desempenho físico e cognitivo, tornando-os

mais confiantes para realizarem suas

atividades de vida diárias (SILVA; IWABE-

MARCHESE, 2015).

A RV tem utilizado os videogames

ativos e notado grande sucesso terapêutico

adaptativo em crianças portadoras de PC,

pois tem promovido o autoconceito,

autoconhecimento, equilíbrio e desempenho

motor. Essa melhora é assentada no contexto

de uma tarefa proposta que facilita a

associação das tarefas feitas em ambientes

virtuais, com as tarefas feitas nas atividades

de vida diária (ARNONI et. al, 2018)

Apesar dos resultados na sua maioria

trazerem resultados benéficos com a

utilização da tecnologia de RV, o custo ainda

não é tão acessível, com isso, nem todas as

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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clínicas de reabilitação fisioterapêutica

disponibilizam esse tipo de tratamento, como

também, são necessários mais estudos na

área da reabilitação com a RV para se ter uma

real comprovação de sua eficácia completa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

onclui-se que a paralisia

cerebral ocorre devido à má

formação do cérebro, muitas

vezes antes do nascimento. Tem como

sintomas comuns reflexos exagerados,

membros flexíveis ou rígidos e movimentos

involuntários. Devido a esses sintomas

pacientes com PC são encaminhados para a

fisioterapia que, atualmente, com a

tecnologia apresenta a possibilidade da

utilização da realidade virtual, sendo uma

forma inovadora, diferenciada e atrativa na

realização de exercícios das sessões.

Apresentam-se como consequências

efeitos positivos na evolução e no próprio

desenvolvimento motor, pois de uma certa

forma aumenta o interesse dos pacientes na

utilização dessas tecnologias principalmente

na utilização com crianças. Entretanto, não

são todas as clínicas de fisioterapia e locais de

reabilitação que possuem esse recurso devido

aos custos elevados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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C

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

125

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

127

SMART GARDENS

Luciano Rother

Leandro Luiz Lopes

Miguel Gustavo Filippi

INTRODUÇÃO

presente trabalho tem por

objetivo analisar o quão viável

é a implementação dos

chamados “Smart Gardens” em residências

que não dispõem de jardins externos, com

foco em apartamentos buscando atender as

necessidades de manutenção reduzida e

facilitada, necessárias devido à falta de tempo

por parte dos indivíduos, por conta da atual

conjuntura da vida moderna, com rotinas

longas e exaustivas, onde os pequenos

detalhes, como esse, acabam passando

despercebidos. Ter a percepção de como o

projeto é aceito é o principal objetivo, se as

pessoas realmente teriam interesse em

adquirir e se existiria valor real de satisfação

por parte dos que o tiverem em suas

residências.

Por meio de uma ferramenta de

pesquisa com formulários se fez possível

obter alguns indicadores sobre a aceitação e

interesse em jardins inteligentes.

OS ‘SMART GARDENS’

a atual era, em um mundo

globalizado, com tecnologias

sofisticadas, muitas tarefas

que eram realizadas de maneiras manuais

podem ser desenvolvidas com maior

facilidade e agilidade. As rotinas dos

indivíduos se tornam cada vez mais densas e,

com isso, a disponibilidade de tempo para

algumas funções simples e domésticas é

escassa. Tendo isto em vista, com intuito de

facilitar os afazeres do lar, principalmente em

apartamentos, surgiu a ideia de aplicar um

sistema de automação voltada para a

irrigação de pequenos jardins e hortas, que

normalmente se dispõem em sacadas ou

áreas abertas da residência.

Os ‘Smart Gardens’ jardins

inteligentes, são pequenas estruturas que

trazem a riqueza da flora para dentro do lar,

buscando tornar o ambiente mais leve,

aconchegante e sustentável com a

sofisticação de dispositivos que fazem,

automaticamente, o processo de irrigação,

controlada de acordo com as características

de cada planta, buscando facilitar a

manutenção do jardim. O intuito principal do

projeto surge da necessidade de um cuidado

especial para com os jardins pois, muitas

vezes, com a intensa atividade criada pela

rotina, esses pequenos detalhes acabam

passando despercebidos, fazendo com que o

descuido acabe por degradar os mesmos.

O sistema idealizado utiliza de uma

automação focada em irrigar as plantas com

O

N

22

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

128

água reutilizada, que age de maneira cíclica,

ou seja, esta água realiza um ciclo de irrigação

e é armazenada novamente no recipiente de

onde ela é oriunda. O reabastecimento da

água deve ser realizado periodicamente, de

acordo com as características das plantas, do

ambiente (temperatura e umidade) e da

incidência solar no local.

Além de gerar um ambiente

harmonioso e sustentável o ‘Smart Garden’

conta com iluminação própria, com cores

diversas, que podem ser escolhidas ao gosto

do indivíduo, trazendo uma interação ainda

maior da tecnologia com a natureza e criando

um cenário agradável durante a noite,

quando se torna mais visível.

O PRODUTO

jardim é constituído por um

sistema de bombeamento e

armazenamento de água,

iluminação e vasos personalizados para as

plantas, assim como uma estrutura de

madeira envernizada, trazendo um toque

rústico e clássico ao ambiente. Este pode ser

adaptado de acordo com a necessidade de

cada indivíduo e do local onde será realizado

Suas dimensões permitem que ele seja

instalado em lugares de curto espaço, já que

seu objetivo principal é atender apartamentos

os quais, normalmente, não dispõem de

amplas áreas para essa finalidade.

As plantas a serem comportadas no

jardim variam de acordo com o gosto do

cliente, sendo que elas podem ser desde

suculentas até samambaias, o que influencia

na maneira de cuidado e na irrigação, pois a

quantidade de água varia para cada tipo de

planta.

A automação é realizada por meio de

uma placa Arduino, que recebe uma

linguagem de programação e desenvolve

diversas funções com seus atuadores. Essa

placa foi desenvolvida em 2005 com objetivo

de elaborar um meio de acesso à

programação de baixo custo, que serve

principalmente para ensino nas áreas de

engenharia. Com a possibilidade de utilizar

diversos componentes o Arduino é uma

ferramenta que auxilia e torna possível

desenvolver incríveis automações e colocar

em prática projetos diversificados. Sua

linguagem de programação é baseada em “C”

e “C++” que são muito disseminadas no meio

de desenvolvimento de programas e

softwares. Existem diferentes dimensões de

placas Arduino, sendo que o número de

possibilidades de criação varia de acordo com

o tamanho da placa, já que isso dita a

quantidade de atuadores e circuitos que

podem ser associados a ela.

Imagem 1- Arduino Uno

Fonte: Arduino (2015)

O

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

129

Com o uso de uma bomba para água

se faz possível irrigar as plantas em níveis

mais elevados e ter controle da quantidade de

água que será depositada em cada unidade

receptora. Seu sistema de iluminação é

focado em deixar o jardim mais robusto, já

que durante a noite se torna um atrativo aos

olhos e realça a beleza das plantas ali

existentes. Ele será todo composto por ‘LEDs’,

garantindo-se maior eficiência energética.

A estrutura em madeira envernizada

garante uma maior durabilidade, já que as

intempéries como chuva, vento e sol irão

afetá-la de maneira menos severa, pois o

verniz protege e ao mesmo tempo agrega

visualmente à madeira.

A IMPORTÂNCIA DO CONTATO COM A NATUREZA

esquisas apontam que a

interação do ser humano com a

natureza, com as riquezas da

fauna e da flora, são essenciais para uma vida

mais feliz.

Segundo um estudo realizado no ano

de 2009 que entrevistou 2.500

pessoas de 229 bairros diferentes do

estado de Wisconsin, independente

de classe social, idade ou estado civil,

pessoas que viviam em bairros com

menos de 10% de sua área

arborizada eram mais propensas a

desenvolver enfermidades ligadas ao

estresse. Dessa forma, uma pessoa

pobre que vive perto da natureza é

mais feliz do que um rico que mora

em um bairro sem árvores (ROSA,

2014, s.p.).

As plantas são agentes de purificação

do ambiente, responsáveis por filtrar o ar e

dissipar o composto CO2 (gás carbônico). São

os elementos que equilibram a cadeia

alimentar e junto com as algas estão

diretamente ligadas à produção de oxigênio.

Além de toda contribuição para com a saúde

do meio, as plantas também trazem um

conforto visual e tornam os espaços

aconchegantes pois, inconscientemente,

remetem a uma realidade de vida dos

primórdios das civilizações humanas, onde o

homem vivia em contato direto com a

natureza.

Inúmeras maneiras são utilizadas para

se encontrar uma vida mais saudável e feliz,

porém, muitas vezes as pessoas procuram

meios complexos e custosos, em busca de

coisas que, quase sempre, estão nos

principais detalhes, como no contato com a

essência da vida, a natureza.

O PÚBLICO

om intuito de conhecer o

mercado e gerar um público-

alvo, a primeira prospecção se

deu por meio de um questionário com

perguntas variadas com a seguinte temática:

‘Smart Garden - Trazendo a Natureza para seu

Lar’, onde os participantes puderam

demonstrar, por exemplo, o interesse em

jardins inteligentes e se realmente poderiam

adquirir um.

Um total de 16 indivíduos

responderam as questões e de maneira geral

a aceitação foi de mais de 50% em cada item

abordado. Os Gráficos abaixo demonstram

que de fato a facilidade e agilidade trazida

pela automação é o maior atrativo e ponto

forte do produto.

P

C

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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Gráfico 1

Fonte: Dados primários, 2020

Gráfico 2

Fonte: Dados primários, 2020

Pode-se observar que os jardins inteligentes agradam a maior parte dos indivíduos

entrevistados e que suas características e propostas são bem aceitas e almejadas, o que

favorece a disseminação e venda do produto.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

131

CONSIDERAÇÕES FINAIS

s benefícios que um jardim

inteligente pode trazer são

diversos e agregam de

maneira significativa para uma vida mais feliz.

Desta forma sua implementação e aceitação

no mercado se torna facilitada, já que visa ser

um produto que trará, mesmo que de

maneira intuitiva, um conforto e satisfação

que muitos ambicionam.

Por meio de uma ferramenta on-line

de formulários se fez possível identificar

alguns padrões e indícios essenciais para a

realização do projeto, como índice de

aceitação e intenção de compra por parte do

público-alvo.

Os resultados mostram que muitos

indivíduos moram em apartamentos têm uma

área pequena para implementar o jardim, têm

interesse em jardins automatizados e

inteligentes, iluminados e sofisticados, que

atuem como um bom artigo de decoração e

que, principalmente, tenham manutenção

facilitada, pois muitos não possuem tempo

hábil para realizar a mesma. A maior parte dos

entrevistados tem entre 20 e 30 anos, o que

indica que mesmo dentro de uma faixa etária

ativa o tempo hábil para tais funções, como

regar um jardim, é escasso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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uno-tecnologia-2168193/. Acesso em 27 ago. 2020.

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THOMSEN, Adilson. O que é Arduino? 2014. Disponível em:

https://www.filipeflop.com/blog/o-que-e-arduino/. Acesso em 20 ago. 2020.

WOLLARD, Kathy. Plantas produzem o oxigênio que utilizamos na respiração. 1995.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/10/02/folhateen/18.html. Acesso em

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O

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133

MARKETING DIGITAL POR NUTRICIONISTAS

NO INSTAGRAM®

João Pedro Pereira

Larissa Giovanna Miranda

Renata Carvalho de Oliveira

INTRODUÇÃO

s ações de marketing em

mídias sociais vêm se

popularizado no Brasil e em

outros países, como veículo de propaganda e

impulsionador de consumo, especialmente

entre crianças e jovens (SOUZA; SILVA, 2018).

Assim, nos dias de hoje, o uso de

mídias sociais e estratégias de marketing

digital são essenciais como ferramenta para

impactar e atrair maior número de pessoas.

Por conta disso, na área da saúde, as mídias

sociais podem ser utilizadas para estimular a

adoção, por exemplo, de hábitos de vida

saudáveis (GRAHAM et. al, 2019).

A geração de conteúdos voltados à

alimentação saudável e nutrição está

crescendo o que mostra que, cada vez mais,

os nutricionistas precisarão utilizar as mídias

sociais em sua prática profissional, buscando

inovações na forma de disponibilização de

seus conteúdos para que tenham um número

maior de seguidores e relevante impacto na

construção de hábitos alimentares saudáveis

(WINGERT; CASTRO, 2018).

O Instagram é a rede social que vem

crescendo de forma exponencial no Brasil e

no mundo, sendo a terceira rede social com

maior número de usuários no Brasil e seu uso

está em evidência por empresas e perfis

profissionais (COSTA, 2019; WE ARE SOCIAL,

2019). Sendo assim, a presente pesquisa teve

como objetivo analisar as estratégias de

marketing digital adotadas por perfis

profissionais de nutricionistas no Instagram®.

Visando atingir o objetivo proposto, o

estudo foi desenvolvido considerando,

inicialmente, a coleta e registro de dados

sobre ações de marketing em nutrição e de

perfis de nutricionistas na mídia social

Instagram®, por meio de análise documental.

Para tal, foram utilizados os unitermos de

busca: nutri e nutricionista, somente na língua

portuguesa. Posteriormente, foi realizada a

análise das ações e perfis de 85 nutricionistas

brasileiros e seus conteúdos publicados na

rede social Instagram®. Além disso, foi

utilizado um protocolo de registro

estruturado, que foi elaborado pelos próprios

pesquisadores, onde foram anotados todos

os pontos pertinentes à elaboração do

tutorial, como exemplo: iniciais do

nutricionista, número de seguidores, se

apresenta conteúdo técnico-científico e as

referências destes, quais os assuntos são

predominantemente abordados e outras

informações que foram consideradas

pertinentes.

Com base nas informações coletadas

A

23

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

134

a partir da análise documental, os dados

obtidos foram compilados e apresentando

em frequência absoluta e percentual, sendo

analisados para auxiliarem no

desenvolvimento do tutorial.

DISCUSSÕES

presente estudo analisou de

forma aleatória o perfil

profissional e as ações de

marketing de 85 nutricionistas no Brasil, os

quais utilizavam os pronomes “nutri” e

“nutrição”, estando caracterizados na Tabela

1.

Tabela 1 – Características dos perfis profissionais de nutricionistas no Brasil (n=85). Balneário Camboriú

– SC, 2020.

Variável Característica

Número de seguidores

≤1000

1001 – 5000

5001 – 10000

10001 – 50000

50001- 100000

100001 – 500000

500001 – 1 milhão

> 1 milhão

3 (3,5%)

32 (37,6%)

15 (17,6%)

23 (27,1%)

5 (5,9%)

6 (7,1%)

0 (0%)

1 (1,2%)

Apresentação de conteúdo técnico-científico?

Não

Sim

48 (56,5%)

37 (43,5%)

Apresentação de referências nos conteúdos?

Não

Sim

80 (94,1%)

5 (5,9%)

Assuntos predominantemente abordados

Nutrição clínica

Nutrição esportiva

Nutrição funcional

Outros

24 (28,2%)

14 (16,4%)

5 (5,9%)

42 (49,5%)

Apresenta formação profissional no perfil?

Não

Sim

41 (48,2%)

44 (51,8%)

Fonte: Elaborada pelos autores (2020).

Percebe-se que a maioria dos perfis

dos nutricionistas analisados apresenta entre

1001 e 5000 seguidores, sendo considerados

influenciadores em ascensão. Os

O

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

135

influenciadores apresentam milhares a

milhões de seguidores (WIMMER;

GREGGIANIN, 2018). E, segundo Karhawi

(2017), são considerados influenciadores,

aqueles que têm algum poder de discutir

temas e influenciar decisões quanto ao estilo

de vida, gostos e bens culturais daqueles que

estão em sua rede, sendo, portanto,

considerados formadores de opinião digital.

Destaca-se que a maioria dos perfis de

nutricionistas estudados não apresenta

conteúdo técnico-científico (56,5%) e 94,1%

não referenciam os conteúdos apresentados,

o que pode dificultar a comprovação

científica dos assuntos abordados. De acordo

com Lima et. al (2019), em pesquisa realizada

sobre a influência da internet sobre hábitos

alimentares, das 100 pessoas entrevistadas,

84 relataram utilizar a internet para pesquisar

sobre alimentação, bem como a maioria

destacou seguir especialistas sobre o tema,

como nutricionistas. Somado a isso, as

notícias falsas vêm ganhando espaço nas

redes sociais, incluindo informações sobre

saúde, as quais são propagadas até mesmo

por revistas de fake news científicas

espalhadas pela internet (MONARI; BERTOLLI

FILHO, 2019).

Dentre os assuntos abordados pelos

perfis pesquisados, destacam-se a nutrição

clínica, esportiva e funcional. Conforme

Nunes (2019), uma das contribuições das

redes sociais, como o Instagram®, é o

compartilhamento de informações que

possam promover hábitos alimentares e estilo

de vida saudáveis, bem como alertar as

pessoas para a prevenção de doenças, como

tem feito, os perfis de nutricionistas

estudados. A tendência é que profissionais de

saúde em geral, incluindo os nutricionistas,

utilizem, cada vez mais, as redes sociais,

principalmente para esclarecerem mitos e

falarem sobre alimentação saudável (LIMA et.

al, 2019). Segundo Wimmer e Greggianin

(2018), os temas que mais vêm ganhando

destaque nas redes sociais são sobre o cultivo

de hábitos saudáveis, reeducação alimentar,

atividades físicas, além de dicas de saúde.

Conforme Leme (2018), as postagens

apresentam caráter informativo ao público e

os nutricionistas devem sempre lembrar que

muitos dos seus seguidores são leigos, não

possuem qualquer informação sobre o tema

abordado ou, até mesmo, têm uma ideia pré-

concebida que possa ser falsa ou de senso

comum, por isso é importante que se tenha

embasamento científico, e que sempre se

disponibilize a fonte consultada.

Destaca-se, também, entre os

resultados encontrados, que quase 50% dos

perfis de nutricionistas pesquisados não

destacam sua formação profissional. Haja

vista que, segundo Lima et. al (2019), as

pessoas tendem a buscar informações sobre

saúde em perfis de especialistas, os

nutricionistas deveriam destacar sua

formação para que as pessoas que forem

visitar seus perfis saibam que eles formados,

pois há muitos influenciadores digitais

falando sobre alimentação e saúde sem terem

formação acadêmica na área.

Por fim, é necessário que o

profissional esteja atento ao Código de Ética

e de Conduta do Nutricionista para agir com

ética, sem divulgar mensagens enganosas ou

falsas e não infringir nenhum artigo do

referido documento. Como exemplo, é dever

do nutricionista, ao compartilhar informações

sobre alimentação e nutrição, ter como

objetivo a promoção da saúde e a educação

alimentar e nutricional, de forma crítica e

contextualizada e com respaldo técnico-

científico, sem promover mensagens

enganosas ou sensacionalistas (CFN, 2018).

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

136

CONSIDERAÇÕES FINAIS

notória a crescente expansão das

mídias sociais como ferramenta

de marketing, sendo um veículo

de informações que atinge milhares de

pessoas a cada minuto. No âmbito de

profissionais da saúde os mesmos também se

fazem presentes, tanto para promover-se

profissionalmente, quanto para divulgar

informações científicas à população.

Assim, os nutricionistas podem utilizar

destas ferramentas a fim de promover a

alimentação saudável, qualidade de vida e

introdução de hábitos saudáveis indo na

antemão de muitos influenciadores que não

possuem formação profissional.

Existem diversas estratégias de

marketing digital que possam ser utilizadas,

cabendo ao profissional buscar aquela que se

encaixa melhor em suas metas. Com este

espaço em grande ascensão é preciso que o

nutricionista se adapte às novas tendências,

mas respeitando sempre o que é lhe

permitido pelo código de ética da profissão.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

139

A TECNOLOGIA ALIADA AOS EXERCÍCIOS FÍSICOS EM

UMA PERSPECTIVA EMPREENDEDORA INOVADORA

Daiane Schimidt de Souza

Tiago Martins Coelho

INTRODUÇÃO

prática de atividades físicas

está sendo cada vez mais

comum, independente de

idade, gênero, classe social ou qualquer outra

variável. Para conquistar um corpo com

estética diferente da que está no momento,

ter mais qualidade de vida ou mesmo tratar e

prevenir doenças, as modalidades que podem

ser usadas são inúmeras e todas elas podem

ser adaptadas ao nível de condicionamento,

disponibilidade de tempo, idade dos

participantes e contexto social.

Em 2018, a Pesquisa Nacional por

Amostra de Domicílios (PNAD, 2018)

constatou que mais de 87% dos domicílios

analisados tinham acesso à internet, sendo

mais de 56% por meio de smartphones. Isso

mostra que a execução de atividades

cotidianas está cada vez mais facilitada com o

uso da tecnologia e que devido aos dias

incertos e ao receio de muitos em relação ao

Covid-19, os hábitos mudaram em todo o

mundo e o dia a dia precisou ser adaptado em

diversos pontos: o trabalho passou a ser

home office, os serviços passaram a ser

oferecidos remotamente e até o lazer passou

a ser on-line. Levando para dentro da casa das

pessoas os momentos de lazer, como a

atividade física sistematizada (ginástica, ioga,

dança e musculação), tudo com instrução à

distância, seja em vídeos gravados ou com

aulas ao vivo.

Nessa última perspectiva, halteres

foram substituídos por garrafas, cadeiras

viraram acessórios de treino, isso tudo para

que os indivíduos se mantivessem ativos,

colaborando com sua saúde. Segundo o

ACSM (2014), o sedentarismo e a obesidade

são considerados fatores de risco para

doenças crônico degenerativas como a

hipertensão e diabetes, e estudos recentes

têm mostrado que o exercício físico é

fundamental para a saúde física e mental

(RAIOL, 2020) mesmo que em ambiente

doméstico (CHEN et. al, 2020) em tempos de

isolamento social ocasionado pela pandemia.

Para Santos et. al (2001, p. 17):

Ao se fazer um comparativo histórico

entre a quantidade de movimentos

realizados durante o dia a 30 anos atrás e

a quantidade que as pessoas fazem nos

dias de hoje, nitidamente se percebe que

o ser humano está muito inativo e

sedentário. Antigamente as pessoas não

tinham facilidade como as de hoje, no

sentido de cada vez mais ter seus

movimentos reduzidos em prol de

conforto.

Mesmo sabendo que a prática de

atividade física deve ser acompanhada de

orientação especializada e que muitas das

aulas ministradas remotamente nesse

período estão sendo feitas por profissionais

da área, será que as empresas prestadoras

A

24

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

140

desse serviço estão preparadas para esse

momento?

O presente trabalho buscou analisar

se as academias de Balneário Camboriú

disponibilizam a opção de treinos on-line

para que os alunos possam continuar se

exercitando com respaldo de profissionais

capacitados. O estudo trata-se de uma

pesquisa descritiva quantitativa, que,

segundo Gil (2010), é aquela que busca

descrever as características de um fenômeno

ou população utilizando informações

numéricas que sejam interpretadas e

analisadas posteriormente. Foi realizada uma

pesquisa no Conselho Federal de Educação

Física (CONFEF) identificando as academias

devidamente registradas e, posteriormente,

as coletas foram feitas por meio da visitação

dos sites e Instagram® das empresas

cadastradas a fim de verificar quantas destas

apresentavam serviços on-line sistematizados

para a comercialização. As identificações das

empresas foram preservadas.

DISCUSSÕES

urante toda a vida somos

influenciados, de forma direta

ou sutil, seja pelo vestuário,

como os famosos tênis Air Jordan, associados

à imagem do ícone do basquete Michael

Jordan e as roupas largas usadas por

jogadores profissionais do mesmo esporte,

ou através de revistas, antes publicadas

fisicamente e hoje em edições digitais, que

estão sempre à mão do seu público onde ele

estiver e em qualquer horário, e através das

redes sociais, que nada mais são do que redes

colaborativas e comissionada de vendas.

Para Ferreira (2017, p. 02) “Hoje já

existem mais de 2 bilhões de internautas no

mundo, ou seja, um terço da população

planetária. O ambiente virtual está cada dia

mais presente [...], tornando-se uma

ferramenta muito útil para o trabalho,

diversão, informação e comércio”. Houveram

evoluções nas chamadas ‘mídias sociais’,

iniciando com os bate papos on-line que

possibilitavam a troca de mensagens e

informações por meio da internet,

posteriormente com a possibilidade de ver

com quem estava conversando através do

uso de câmeras e ainda mais recente, a

criação de perfis, em que cada usuário edita

suas preferências e informações pessoais,

com fotos, vídeos, amigos virtuais, entre

outras informações. Sendo assim, Ferreira

(2017, p. 03) afirma que “As mídias sociais

reinventaram o mundo virtual caracterizando-

se como veículos interativos, pois são um

meio de compartilhamento ilimitado de

informações e aplicações como textos,

imagens e arquivos multimídia”. Com a

evolução da tecnologia, as mídias sociais

evoluíram e o acesso a produtos e serviços

on-line por meio delas também.

Ao nos reportarmos ao profissional de

educação física ou personal trainer, as redes

sociais podem ser usadas de maneira

informativa, agregando valor ao serviço que é

prestado pela categoria (DA SILVA; DE

OLIVEIRA, 2018). O mesmo vale para

academias e estúdios, que podem, dentre

outras coisas, mostrar o dia a dia de sua

equipe e alunos, as instalações e aparelhos e

usar o meio como uma forma de

comunicação efetiva com o seu público.

O período de quarentena e

paralisação de muitos serviços afetou

consideravelmente a categoria, que foi uma

das últimas a voltar ao trabalho com a

abertura dos espaços para treinamento e a

possibilidade de receber seu público

presencialmente. Com isso, vimos muitas

instituições se adaptarem ao modo on-line,

oferecendo aulas através de vídeos

disponibilizados no Instagram®, ou em aulas

ao vivo, abertas aos interessados, mesmo que

D

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

141

estes não fossem matriculados na academia,

ações que vão ao encontro com o

pensamento de Ferreira Filho, Do Nascimento

e De Sá (2012, p. 14), que dizem que “É

preciso, na nova dinâmica social, criar

conteúdos que atendam a busca e exigências

da sociedade”. E, se hoje as pessoas buscam

tudo na internet, o hábito de se exercitar

pode ser uma dessas buscas.

Para a elaboração do presente artigo,

usamos as mídias digitais, especialmente site

e Instagram®, de 91 instituições cadastradas

no CONFEF. Dessas, 36 instituições não

tiveram seu endereço eletrônico encontrado.

Acreditamos que isso se deva mais ao fato de

o nome cadastrado no CONFEF não ser o

mesmo utilizado nas mídias e menos ao fato

de não possuírem um perfil on-line.

Das 55 instituições restantes,

observamos que 24 ofereceram algum serviço

remoto durante a pandemia, especialmente

no período em que suas unidades não

podiam receber os alunos presencialmente.

Os serviços oferecidos foram, em sua maioria,

aulas coletivas através de lives no

Instagram®. O que chamou a atenção

durante a pesquisa nos meios de

comunicação remoto entre instituições e

alunos foi a falta de praticidade para realizar

a aquisição dos serviços remotos mesmo

após a abertura das academias para o público,

pois mesmo após a possibilidade de retorno

presencial ainda temos pessoas que preferem

seguir realizando as atividades em casa, ou

não têm outra possibilidade ainda, como no

caso do público de risco.

Apenas quatro das 55 instituições que

deram serviços à distância, ofereceram

também o serviço de personal trainer in loco.

Uma instituição tem aplicativo para

acompanhamento de treinos (mas não deixa

claro em sua plataforma se há treinos salvos

para execução conforme a necessidade do

aluno) e uma dá a possibilidade de o aluno

realizar seu cadastro e matrícula de forma

remota, podendo ir à instituição apenas para

a realização do treino. Apenas uma academia

permite a contratação dos serviços e a prática

totalmente de forma remota e on-line.

Segundo o CONFEF, a cidade de

Balneário Camboriú conta atualmente com

mais de 90 instituições entre Estúdios e

Academias de musculação, mas percebemos

que é um meio pouco explorado por

empresas e mais utilizado por profissionais

autônomos, como os personais trainers.

Alguns deles possuem plataformas de treino

personalizadas, em que o aluno adquire o

pacote de serviços de acordo com a sua

necessidade e conta com vídeos didáticos de

como executar cada exercício, entre outros

benefícios como mentorias e recomendações.

Embora já existam plataformas de sucesso

com esse perfil na internet, ainda é um serviço

que pode ser mais bem explorado pelos

profissionais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

o fim deste trabalho, percebe-

se que o uso de tecnologias

por parte dos profissionais da

área ainda pode ser ampliado de várias

formas. Acreditamos que o aluno ir até o local

para contratar os serviços pode ser uma

forma de familiarizá-lo com o ambiente e

motivá-lo à prática de atividade física, porém,

com a escassez de tempo e pelo atual

isolamento social preconizado, a busca por

facilitadores para a execução de atividades

física e a necessidade de remodelagem na

prestação de serviços é algo a ser estudado

pela categoria.

Em última instância, a utilização de

ferramentas tecnológicas que permitam a

entrega de serviços de forma remota ou on-

line já deixaram de ser uma tendência e

passaram a ser uma nova realidade de

mercado, portanto, serviços padronizados e

A

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

142

sistematizados devem ser cada vez mais

ofertados no âmbito do exercício físico e

demais ramos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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<https://www.confef.org.br/confef/pj-registradas/>. Acesso em 24 jul. 2020.

FERREIRA, M. dos S. B. Mídias sociais como ferramenta de comunicação para fortalecimento

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SANTOS, F. V. dos et al. A importância da atividade física na qualidade de vida

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https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/80070/227682.pdf;jsessionid=E

32E5FBA35A1A5658C9DD92D034BA086?sequence=1. Acesso em 23 ago. 2020.

DA SILVA, J. S.; DE OLIVEIRA, L. O personal trainer e sua qualificação profissional. Revista

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS IN NATURA POR

PELÍCULA DA FÉCULA DE MANDIOCA

Bruna Oliveira Godoy Leite

Sarah Emilli Costa

Tatiana de Souza Izidio

INTRODUÇÃO

Brasil ocupa o ranking dos 10

países que mais perdem

alimentos no mundo, com

cerca de 35% da produção sendo

desperdiçada todos os anos (FAO, 2015). Em

um contexto global, é necessário o

entendimento da diferença de perdas e

desperdícios, sendo que as perdas ocorrem

principalmente durante a produção, pós-

colheita e processamento dos alimentos,

como em situações em que o alimento não é

colhido ou é danificado nas etapas de

armazenamentos e transporte, por exemplo.

Esses motivos auxiliam na redução de

alimentos disponíveis para o consumo da

população e são consequências da falta de

competência dentro da cadeia produtiva. No

entanto, o desperdício caracteriza-se pelo

descarte de alimentos apropriados para o

consumo da população, sendo um descarte

intencional, sendo proveniente dos próprios

indivíduos (FAO, 2013).

As frutas e hortaliças in natura são

alimentos extremamente perecíveis, havendo

então muitos problemas na conservação, que

ocorrem desde o momento da colheita, pois

nessa etapa iniciam-se vários processos que

influenciam na qualidade do produto, até que

cheguem à mesa do consumidor (LEMOS et.

al, 2007).

Os biofilmes na área de alimentos

funcionam como barreira para transferência

de gases e umidade, além de auxiliar na

diminuição da degradação dos produtos

alimentícios, causados por fatores ambientais.

A maioria dos filmes utilizados são

elaborados com materiais plásticos, de difícil

degradação e proveniente de fonte não

renovável (DOMÍNAGUEZ-COURTNEY;

JIMÉNEZ-MUNGUÍA, 2012). Com o

crescimento da população, se tornou uma

preocupação existirem meios para a

conservação de alimentos com filmes

plásticos, havendo a necessidade de

desenvolver alternativas, como as

embalagens biodegradáveis que tenham a

capacidade de interagir com o alimento, a fim

de prolongar sua vida de prateleira,

garantindo a segurança dos consumidores.

O objetivo deste trabalho foi analisar

artigos que tragam a fécula de mandioca

como opção de película para conservar o

produto in natura, pois é viável e além de ter

baixo custo é comestível, e identificar sua

eficácia em determinados produtos

perecíveis.

O

25

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

144

DISCUSSÕES

erda pós-colheita significa

qualquer mudança na

qualidade ou na quantidade de

um alimento na etapa de pós-colheita que

afetem seu uso ou reduzem seu valor (VIEIRA,

2019). Segundo Sigrist (1983), no Brasil as

perdas pós-colheita de frutas e hortaliças

situam-se ao redor de 39%. A utilização de

manuseio apropriado e a adesão de

tecnologias adequadas são fundamentais

para a diminuição ou escassez das perdas

pós-colheita.

A prática de atmosfera modificada é

utilizada na preservação da qualidade de

frutas e hortaliças, por conta da sua

contribuição para o declínio do percentual de

perdas pós-colheita, por meio da redução da

atividade metabólica e da perda de água,

resultando em uma melhora no aspecto

visual, o que reflete no aumento do período

de comercialização (VILA, 2004). Os

modificadores de atmosfera utilizados nos

dias de hoje são as ceras comerciais, filmes

plásticos e películas comestíveis.

No momento da escolha do

consumidor, aspectos visuais e sensoriais são

fatores determinantes para que o consumidor

adquira aquele produto. A perda da umidade

é frequente em 5 a 10% dos alimentos,

promovendo um visual enrugado, já que há

perda de turgescência dos tecidos do

alimento. O estresse hídrico ocorre entre os

produtos perecíveis como frutas, acarretando

a perda de água, resultando no ressecamento

e enrugamento do produto (VIEIRA, 2019).

De acordo com Bobbio e Bobbio

(1984), a utilização de películas comestíveis é

uma opção aplicada com o mesmo objetivo

da cera comercial. Nesta técnica a matéria-

prima pode ser usada diretamente sobre os

alimentos, que poderão ser consumidos ainda

com a película. A fécula de mandioca é

considerada como a matéria-prima mais

adequada na formação de biofilmes

comestíveis, devido a sua resistência,

eficiência nas barreiras à perda de água e por

ser transparente, resultando em um bom

aspecto visual, brilho intenso, tornando os

alimentos comercialmente atrativos.

A fécula de mandioca é um produto

amiláceo removido das raízes de mandioca,

podendo ser obtida por decantação ou

centrifugação, ou seja, em palavras mais

populares, é o amido, a goma da mandioca

ou polvilho doce. Já a película é formada a

partir do momento que essa fécula é

dissolvida, geralmente em 1 litro de água

destilada, sendo as suspenções aquecidas a

70ºC e resfriadas a temperatura ambiente,

para a imersão dos frutos (DAMASCENO et.

al, 2003). Antes desta imersão, é necessária a

higienização dos mesmos, sendo feita em

solução clorada com 100mg/L de cloro ativo.

No estudo feito com película de fécula

de mandioca aplicado na pós-colheita de

tomate, uma concentração de 3% de película

de fécula de mandioca trouxe ao fruto melhor

aspecto de conservação, o tornando mais

atraente após 22 dias de armazenamento. Já

em outro estudo, a quantidade de 5% de

fécula de mandioca mostrou-se mais eficiente

em relação a perda de massa, aspecto visual

e qualidade dos tomates. Tal fato foi

postulado por avaliação visual dos frutos e

considerações de perda de massa por análise

estatística, que forneceu diferença

significativa entre a perda de massa nas

diferentes concentrações, postulando a

concentração de 5% como a melhor

formulação. O estudo conclui que a fécula de

mandioca proporcionou um maior tempo de

vida útil para o alimento, sendo o

recobrimento de frutos uma boa alternativa

para este fim (DAMASCENO et. al, 2003).

Oliveira (1996) aplicou testes em

goiabas, com película de fécula de mandioca

(3%) e película de fécula de mandioca (5%)

que impediu a maturação dos frutos,

acarretando distúrbios fisiológicos nos

mesmos, conseguindo prolongar a vida pós-

P

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

145

colheita, concluindo que é viável a

substituição de ceras comerciais por película

de fécula de mandioca, entretanto, ainda

necessitando de ajustes e estudos para sua

eficácia completa.

No estudo feito com mangas ‘Tommy

Atkins’, Santos et. al (2011) analisou que a

associação da utilização da película de

mandioca com o armazenamento refrigerado,

ocorreu uma redução significativa da perda

de massa dos frutos, sendo a concentração de

2% de fécula de mandioca a que apresentou

qualidades mais satisfatórias com relação à

conservação da manga ‘Tommy Atkins’ neste

estudo.

As propriedades nutricionais dos

alimentos submetidos a conservação por

película de mandioca não foram afetadas, o

que é um aspecto positivo já que se trata de

uma técnica não nociva ao organismo

humano no momento de seu consumo.

É possível analisar que a película de

fécula de mandioca apresenta-se como uma

boa alternativa de conservação de alimentos

perecíveis dentro de sua cadeia de

distribuição. Esta estratégia de conservação

dos alimentos perecíveis mostra-se

promissora, já que é proveniente de matéria

orgânica, um tubérculo, contribuindo para a

agroeconomia.

Um estudo que traz como alternativa

os filmes de fécula de mandioca incorporada

com cafeína irradiada mostra que a

incorporação de cafeína permitiu a obtenção

de um filme de boa qualidade mecânica,

porém houve alteração de cor e de resistência

a perfuração dos filmes, onde eles

apresentaram-se mais frágeis e com

coloração mais escura a medida que as doses

de radiação aplicadas foram aumentando

(SILVA, et. al, 2019).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

adesão da película de fécula

de mandioca no ramo da

agroindústria é uma forma de

proporcionar conservação dos alimentos

perecíveis, redução do desperdício devido as

etapas que os alimentos passam desse a

colheita até a comercialização, contribuição

ao meio ambiente, conservando as

qualidades nutricionais dos alimentos e

gerando renda.

Assim é possível, a partir de mais

estudos resultando em melhorias em alguns

aspectos da metodologia do processo, a

substituição de outros conservantes, como a

cera comercial, por película de fécula de

mandioca, sendo mais eficaz em fatores

nutricionais, ambientais e econômicos,

podendo garantir um melhor produto para a

mesa do consumidor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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alimentos. Campinas: Fundação Cargill, 1984. cap. 9, p. 189-202.

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DOMÍNAGUEZ-COURTNEY, M. F; JIMÉNEZ-MUNGUÍA, M. T. Películas comestibles formulados

A

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

146

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VIEIRA, E.L. Apontamentos e práticas de fisiologia pós-colheita de frutos e hortaliças.

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2004.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

147

O ESPAÇO ARQUITETÔNICO TECNOLÓGICO

POTENCIALIZANDO A EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA

Natan Carlos Reimers

Suzane Concatto

INTRODUÇÃO

egundo Vygotsky (1988, apud

CORDEIRO, 2016), existe um

processo dinâmico de relação

sujeito-ambiente. Os espaços arquitetônicos

influenciam os usuários, seja positiva ou

negativamente.

Por muito tempo, os projetos

escolares foram reproduzidos de forma

repetitiva e padronizada. “Além disso,

estamos no século XXI, em plena idade da

informação e o professor deixa de ser o dono

do conhecimento (VALENCIA, 2016). ”

Sabe-se que o modelo antiquado de

sala de aula precisa ser alterado para levar a

uma formação mais empreendedora. Um

caso já aplicado e bastante divulgado é o que

vem ocorrendo na Finlândia. O novo modelo

de educação implantado a partir de 1970

transformou a nação agrícola pobre e com

baixos níveis educacionais e um país exemplo

de educação mundial (VALENCIA, 2016).

Referido autor também faz uma ressalva

quanto à reprodução desse modelo, já que

deve ser levado em conta questões culturais

e locais, mas pode-se dizer que se trata de

uma solução de educação empreendedora de

sucesso.

As configurações dos espaços

arquitetônicos podem propor diferentes

experiências e sugerir propostas de

criatividade e motivação aos usuários. Além

disso, associar tecnologias não convencionais,

também podem proporcionar esse novo tipo

de vivência.

O termo sustentabilidade é bastante

discutido dentro da arquitetura, porém, o

conceito de Permacultura é pouco abordado.

A Permacultura busca uma resposta mais

abrangente para a relação sujeito-ambiente-

natureza.

Desta forma, este trabalho busca,

como objetivo principal, construir a relação

existente entre os espaços arquitetônicos

tecnológicos escolares e a educação

empreendedora. Como objetivos específicos

busca apresentar, brevemente, a tecnologia

da arquitetura permacultural e o ensino da

Permacultura como educação

empreendedora.

Os objetivos serão contemplados

através da metodologia de pesquisa

bibliográfica.

S

26

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

148

DISCUSSÕES

Permacultura trata-se da

relação homem natureza,

porém de forma mais

abrangente. Busca o planejamento e

execução de ocupações humanas

sustentáveis através de zonas e potenciais

locais, unindo práticas ancestrais à ciência

atual, provendo de ciências agrárias,

engenharia, arquitetura e abordadas sob a

ótica da ecologia (IPOEMA, 2008).

Segundo Bill Mollison, a

Permacultura consiste na

‘elaboração, implantação e

manutenção de ecossistemas

produtivos que mantenham a

diversidade, a resiliência, e a

estabilidade dos ecossistemas

naturais, promovendo energia,

moradia e alimentação humana de

forma harmoniosa com o ambiente’

(IPOEMA, 2008, s.p.)

A Permacultura visa, por exemplo,

utilizar os melhores posicionamentos quanto

à insolação e ventilação, obtenção de

recursos naturais abundantes, tratar os

efluentes sólidos e líquidos dentro do próprio

terreno, utilizar a água da chuva, produzir o

próprio alimento, entre outros. Observar os

materiais que estão em abundância e

aproveitá-los na edificação. Uma das técnicas

que fazem parte da Permacultura é a

Bioconstrução. Utiliza-se o recurso mais

abundante do local, que tende a ser a terra,

por exemplo (IPOEMA, 2008).

Associa-se, em algumas técnicas, um

método ancestral a um material

contemporâneo como o cimento e obtém-se

uma tecnologia nova, como o tijolo de solo

cimento (IPOEMA, 2008).

A forma de projetar arquitetura,

dentro da Permacultura, deve ser pensada

como uma extensão das pessoas,

expressando seus gostos e valores e como

interagem com seu entorno (NANNI; NÓR,

2019)

A Permacultura pode ser utilizada

como uma estratégia bastante válida para

potencializar a educação empreendedora. A

própria forma de ensinar permacultura, nos

cursos proporcionados, chamados

Permaculture Design Couse (PDC), ocorrem de

forma não tradicional, conforme é relatado

por Nanni e Nór (2019) no livro Ensinando

Permacultura.

Existem doze princípios do

planejamento em Permacultura (NANNI;

NÓR, 2019) os quais podem ser associados à

arquitetura escolar da seguinte forma:

a) Observe e Interaja. Auxilia o

arquiteto, por exemplo a pensar o

espaço antes de agir, ou seja,

pensar o ambiente escolar, para o

usuário, pensando no aluno

empreendedor.

b) Capte e armazene energia. Auxilia a

armazenar os recursos disponíveis.

c) Obtenha um rendimento. Ensina

que é necessário obter

recompensas úteis para o trabalho

que está sendo feito.

d) Aplicar a autorregulação e aceitar o

feedback, no qual o sistema precisa

funcionar bem, ser sustentável.

e) Use e valorize fontes renováveis.

Utilizar materiais que possam voltar

à natureza.

f) Não produza resíduos, ou seja, nada

vai para o lixo.

g) Projete desde os padrões aos

detalhes. Como uma teia de aranha,

que é única, mas com padrões.

h) Integrar, não segregar.

i) Use soluções pequenas e lentas, pois

são fáceis de manter e administrar.

j) Use e valorize a diversidade, pois

enriquece o sistema e o protege.

k) Use limites e valorize o marginal.

l) Use criativamente e responda às

A

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

149

mudanças, que trata da resiliência e

inovação.

Todos os princípios podem ser

aplicados, tanto no momento de projeto

quanto no pós-projeto, em sala de aula, de

forma contínua e interativa.

Desta forma, tanto o espaço

arquitetônico quanto o usuário transformam

e são transformados, uns pelos outros,

constante e holisticamente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

omo abordado anteriormente,

replicar modelos tidos como

ideais foi o que levou à

configuração arquitetônica escolar que temos

hoje e que está obsoleta. É preciso verificar o

contexto histórico, cultural, econômico, social

e natural para que o projeto arquitetônico

seja adequado e aceito pelos usuários.

A Permacultura auxilia quanto a esse

entendimento e observação do local, já que

dá subsídios e métodos de análise e aplicação

de uma arquitetura com funções holísticas.

A arquitetura escolar possui um papel

importante para a sociedade já que pode

potencializar a educação empreendedora e

sustentável. Trata-se de um espaço de troca e

interações sociais entre os alunos, professores

e comunidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORDEIRO, Suzann. Reflexões sobre a ‘autoria do lugar’. Arquitextos, São Paulo, ano 16, n.

187.06, Vitruvius, jan. 2016

<https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.187/5896>. Acesso em: 12 de

ago. de 2020.

IPOEMA. Conceitos de Permacultura. Disponível em <https://ipoema.org.br/conceitos-da-

permacultura/> Acesso em 31 de ago. de 2020.

NANNI, Arthur Schmidt; NÓR, Soraya (Org.). Ensinando permacultura. Florianópolis: Ed. da

UFSC, 2019. 173 p. (Coleção Urbanismo e arquitetura da cidade). Disponível em

<https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/204906/Ensinando%20Permacultur

a%20e-book%2018mar2020.pdf?sequence=1&isAllowed=y> Acesso em 25 de ago. de 2020.

VALENCIA, Nicolás. Arquitetos que projetam prisões são os mesmos que projetam escolas

(ou como pensar a escola do século XXI). Notícias de Arquitetura, São Paulo, abril 2016.

Disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/785131/aqueles-que-desenharam-as-

prisoes-tambem-desenharam-os-colegios-ou-como-pensar-a-escola-do-seculo-xxi> Acesso

em 31 de ago. de 2020.

C

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151

ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA

DO CICLO DE RANQUINE, UTILIZANDO A BIOMASSA

DA CANA DE AÇÚCAR COMO BIOCOMBUSTÍVEL

Alexander Zeferino

William Mallmann Denovaro

Marshell Ferreira Almeida Ferraz

INTRODUÇÃO

s recursos energéticos são o

foco dos interesses do Estado,

gerando disputas geopolíticas

desde a primeira Revolução Industrial. Na

segunda metade do século XX, com a

expansão do ambiente urbano-industrial,

principalmente na América Latina e sudeste

da Ásia, consequentemente com o

crescimento populacional, registrou-se um

aumento exponencial da demanda de

energia. Nos últimos anos, a questão

energética traz novas discussões: agências

internacionais, instituições governamentais e

sociedade, debatem sobre o consumo de

energia, recursos naturais, mudanças

climáticas e, principalmente, a segurança

energética dos países mais ricos (GARCÍA-

OLIVARES et. al, 2012).

Apesar dos avanços tecnológicos das

últimas quatro décadas, proporcionados pela

Revolução Técnico-Científica, o principal

recurso da matriz energética é o mesmo

desde a Segunda Revolução Industrial (1850):

petróleo, carvão e gás natural em terceiro

lugar (GARCÍA-OLIVARES et. al, 2012, apud

MATHIESEN et. al, 2015).

A matriz energética no Brasil é mais

diversificada do que em outros países do

mundo. Quase metade das fontes de energia

brasileiras são renováveis, como hidrelétrica e

a biomassa. A biomassa da cana-de-açúcar é

de longe extremamente vantajosa, devido ao

baixo custo por não ser atrelado ao câmbio,

além de ser cultivado em larga escala tendo

como principal local de cultivo o interior de

São Paulo além de muito sustentável e muito

eficiente, podendo chegar a 16,9% de toda

matriz energética brasileira. Um fator que

gerou estímulo para a produção da cana-de-

açúcar no Brasil, por meio da iniciativa

privada, foi a revolução do biocombustível, a

partir de 2003, onde foram introduzidos

veículos de biocombustíveis através da nova

tecnologia flexfuel (YUSUF; CALDARELLI,

2018).

Atualmente a demanda por novas

fontes de energia é uma busca incessante,

não só devido ao crescente populacional

anual, mas também por bases de

sustentações civilizatórias futuras. Buscas que

podem gerar bônus (energia limpa renovável

e abundante) e ônus ambientais severos

(gestões de resíduos sólidos). Outrossim, o

bagaço de cana-de-açúcar passa a se tornar

O

27

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

152

atrativo aos olhos da ‘fome por energia’, por

ser resíduo sólido obrigatório em um dos

setores industriais mais importantes da

economia brasileira e pilar da matriz de

energia renovável brasileira: a indústria de

etanol.

Esta pesquisa pretende analisar a

viabilidade técnica e econômica de uma usina

de cogeração de energia a base de biomassa,

utilizando o modelo termodinâmico de

Ranquine como modelo teórico. Foi analisada

também a aplicabilidade prática do ensejo

utilizando um estudo de caso real: a empresa

VIRACOOL. A indústria analisada exigia uma

demanda energética de 5,400 MW por mês

para pleno funcionamento em 2019.

A título de comparação científica

foram estabelecidos critérios projecionais

iniciais fixos, como a utilização de uma

caldeira Aquatubular (menor preço de

mercado), com capacidade de geração de

30.000 kg de vapor por hora, pressão de

trabalho de 50 Kgf/cm2 e 480ºC (temperatura

do vapor superaquecido à turbina).

METODOLOGIA

o trabalho, foi utilizado o

método indutivo, pela

utilização da pesquisa

bibliográfica em sites oficiais e

governamentais, obras específicas,

dissertações e monografias já aprovadas e

publicadas sobre o tema desenvolvido.

Sendo a cana-de-açúcar amplamente

cultivada no interior de São Paulo, local de

maior área plantada do país, iremos focar no

estudo mais precisamente na empresa

açucareira VIRACOOL, empresa localizada na

cidade de Pitangueiras, a 513 metros de

altitude, latitude: 20° 59' 53'' Sul, longitude:

48° 12' 56'' Oeste.

Utilizando a quantidade pré-definida

de 75% biomassa moída da cana e de 25% do

palhiço proveniente da sobra da mesma

planta, pudemos avaliar por meio de cálculos

térmicos os módulos necessários para a

planta fabril. Além de termos como

predefinição a caldeira aquatubular, que

segundo Leme e De Almeida (2005), possui a

melhor eficiência do mercado em queima de

material e geração do vapor.

Sabendo o quanto geraríamos de

energia por meio da biomassa e do palhiço e

também os módulos constituintes fabris afins

da produção propriamente da energia

elétrica, foram realizados os cálculos térmicos

e de viabilidade econômica de modo a

analisarmos a quantidade de energia

produzida através do volume de vapor e pela

constatação viável da geração por meio da

análise de payback.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

bservando a equação (1) onde

devemos gerar 28,5 m³/h de

vapor, sabendo que a caldeira

trabalha a 480ºC, em uma pressão de 4,900

KPa, e utilizando uma quantidade de (75%

bagaço de cana-de-açúcar, 25% palha de

cana-de-açúcar), podemos integrar os dados

na equação de combustão com os dados

tabelados de ‘PCI bagaço’ e ‘PCI palha’, que

seria o poder calorífico do material, a fim de

acharmos a combustão total, e assim

sabermos a quantidade que deveremos

queimar de cada material, ou seja biomassa

da cana e palhiço.

N

O

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

153

(1)

Na Tabela 1, podemos observar

através de cálculos termodinâmicos os dados

que obtivemos para cada estágio do

processo. Sendo que cada estágio desse

processo está sendo constituído por um

módulo fabril respectivamente. Bomba:

(Ponto 1 a 2) isentrópico e volume constante,

Caldeira: (Ponto 2 a 3) pressão constante,

Turbina: (Ponto 3 a 4) isentrópico,

Condensador (Ponto 4 a 1) pressão

constante.

Tabela 1 - Dados de temperatura, pressão, volume, entalpia, entropia e título do sistema

Fonte: Dados primários (2020)

Na Tabela 2, temos como resultado os

valores do trabalho da bomba ‘Wb’, o calor da

caldeira ‘QH’, o calor do condensador ‘Qc’,

que como podemos notar está negativado,

uma referência ao trabalho do condensador

uma vez que ele diminui o calor do sistema

de vapor, e o trabalho gerado pela turbina

‘Wt’. Para passarmos para a unidade de

potência seguindo o Sistema Internacional

(SI) e para melhor compreensão ao

pesquisarmos e comprarmos os módulos

fabris multiplicaremos pelo valor de 7,92 kg/s,

para obtermos o valor em Kw.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

154

Tabela 2 - Variáveis finais de potência para cada módulo do sistema.

Fonte: Dados primários (2020)

Na equação 2, o bagaço da cana, com

a umidade de 50% contém um poder

calorífico de 1700 Kcal/kg, e o palhiço a 15%

de umidade tem um poder calorífico de 3100

Kcal/kg, onde 1 Kcal/m³ detém o potencial

energético de 0,001163kW/h, é possível

produzir 1,97 kWh na queima do bagaço da

cana-de-açúcar e 3,60 kWh na queima da

palha.

Sabendo que o sistema apresentado

no trabalho utilizará, por hora, 2723,7 kg,

representando 75% de bagaço da cana-de-

açúcar e 907,9 kg, representando 25% do

palhiço, multiplicando pelo poder calorífico,

obtém-se a energia que é gerada pelo

sistema.

(2)

Com o objetivo de sustentar o

consumo energético da VIRACOOL, onde o

consumo é de 5,400 MW mês, ainda há um

excedente na criação energética de 816,56

MW. Segundo o Jornal da Cana (2019), para

cada produção de 1 MW o preço médio é de

R$ 187,78, totalizando em um lucro de R$

153.333,63 mensais, ou R$ 1.840.003,64 de

lucros anuais (Tabela 3).

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

155

Tabela 3-Análise geral de Payback.

Fonte: Dados primários (2020)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

partir da análise dos cálculos

térmicos e da bibliografia

ficou comprovado que a

energia proveniente do bagaço da cana e do

palhiço foi mais que suficiente, gerando

mensalmente o equivalente a 6.216,56 MW.

Utilizando os 75% de bagaço representados

por 2723,7 kg e 25% do palhiço sendo 907,9

kg, acabou se comprovando que houve

energia sobressalente a ponto de suprir 100%

da energia da empresa e sobrando 816,56

MW excedentes, gerando um lucro de R$

153.333,63 por mês.

Com a obtenção do lucro da energia

sobressalente, ficou claro numericamente que

em cinco anos o investimento dos módulos

fabris que constituem o sistema de geração

de vapor energia será quitado

completamente, sendo assim, um

investimento muito viável.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GARCÍA-OLIVARES, Antônio et al.: A global renewable mix with proven technologies and

common materials. In: Energy Policy 41, 2012. Disponível em

<https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0301421511008950> Acesso em 03

jul. 2020

JORNAL DA CANA. Quanto custa o bagaço? Riberirânia, Ribeirão Preto – SP. 30 mai. 2019.

Disponível em: <https://jornalcana.com.br/quanto-custa-o-bagaco-confira-aqui/>. Acesso

em 03 jul. 2020.

LEME, H. de A.; DE ALMEIDA, J. R. Cálculo da potência dos motores para moendas de cana de

açúcar. SCIELO. Anais eletrônicos da E. S. A. “Luiz de Queiroz”. Disponível em:

A

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

156

https://www.scielo.br/pdf/aesalq/v4/19.pdf. Acesso em: 27 jun. 2020.

MATHIESEN, Brian Vad et al. Smart Energy Systems for coherent 100% renewable energy and

transport solutions. In: Applied Energy 145, 2015. Disponível em

<https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0306261915001117 > Acesso em 03

jul. 2020

YUSUF, K., CALDARELLI, C. Novos desafios para a agroindústria canavieira no Brasil. Revista

de Política Agrícola, 27, dez. 2018. Disponível em:

<https://seer.sede.embrapa.br/index.php/RPA/article/view/1412>. Acesso em: 23 ago. 2020.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

157

AULAS REMOTAS NO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19:

UM ESTUDO DE CASO

Yuri Andrey Pedroso Alves Costa

Talita Banck Dalcin

INTRODUÇÃO

evido a pandemia do novo

coronavírus (Covid-19), as

Instituições de Ensino

Superior precisaram se adaptar rapidamente

e algumas optaram pelo ensino remoto.

Assim, as disciplinas da modalidade

presencial do Centro Universitário Avantis

(UniAvan), passaram a ser ministradas por

diferentes plataformas, como o Zoom® e o

Google Meet®.

Mediante a essa brusca mudança, esse

trabalho visa apontar as percepções de um

acadêmico do primeiro período do curso de

Bacharelado em Educação Física, do UniAvan,

campus Balneário Camboriú (SC), sobre a

contribuição do ensino remoto para a

excelência educacional, por meio do uso de

tecnologias, nas diferentes disciplinas

cursadas no primeiro semestre de 2020.

Para tanto foi utilizada a metodologia

de estudo de caso, que segundo Yin (2001, p.

32) “[...] é uma investigação empírica que

investiga um fenômeno contemporâneo,

dentro do seu contexto na vida real [...]”.

CONTEXTUALIZANDO AS DIFERENÇAS ENTRE ENSINO A DISTÂNCIA E ENSINO

PRESENCIAL

e acordo com a Portaria n°

3431 de 17 de março de 2020

(BRASIL, 2020) foi autorizada

a “[...] substituição das aulas presenciais por

aulas em meios digitais enquanto durar a

situação de pandemia do novo Coronavírus -

COVID-19”, o que pegou os estudantes e

professores de surpresa.

1 Em 16 de junho o MEC, por meio da Portaria n. 544 (BRASIL,

2020) revogou as portarias anteriores (nº 343, nº 345 e nº 473)

e manteve autorização de substituição das aulas presenciais

Sendo assim, o UniAvan se

pronunciou dizendo que as aulas presenciais

estavam suspensas em todas as unidades e

polos, devido ao Covid-19, entre 16 a 23 de

março, (período considerado como

antecipação de férias) e que as aulas

retornariam de forma on-line, a partir de 23

de março. Alguns alunos começaram a

por aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de

pandemia do novo coronavírus - Covid-19.

D

D

28

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

158

discutir sobre o fato de as aulas serem on-line.

Muitos, inclusive eu, desconheciam o ensino

remoto e começamos a nos indagar se isso

afetaria a qualidade do processo de ensino-

aprendizagem.

Diante deste novo cenário, e as

adaptações que foram realizadas, foi muito

importante saber quais eram as diferenças

entre as modalidades de ensino e como isso

afetaria os alunos dos cursos presenciais.

No ensino superior existem duas

modalidades de ensino: a modalidade

presencial (que inclui a metodologia de

ensino híbrido, que já estava sendo aplicada

no UniAvan e, neste momento, o ensino

remoto) e a modalidade à distância (EaD).

Muitos alunos ficaram confusos se existiria

uma diferença entre o EaD e o ensino remoto.

Segundo o Decreto nº 9.057 (BRASIL, 2017,

s.p.) a Educação a Distância é considerada a

modalidade educacional:

[...] na qual a mediação didático-

pedagógica nos processos de ensino

e aprendizagem ocorra com a

utilização de meios e tecnologias de

informação e comunicação, com

pessoal qualificado, com políticas de

acesso, com acompanhamento e

avaliação compatíveis, entre outros, e

desenvolva atividades educativas por

estudantes e profissionais da

educação que estejam em lugares e

tempos diversos.

No ensino EaD o aluno estuda onde e

quando quer, sem ter um cronograma fixo de

aulas, possuindo também uma

regulamentação e metodologia própria, ou

seja, os estudantes se inscrevem sabendo que

farão as aulas a distância e que não haverá um

professor on-line para dar aula, mas sim um

tutor em dias e horários agendados ou

estabelecidos.

Em contrapartida, o Ensino Presencial

é o modelo mais tradicional, cujo currículo é

determinado pela instituição e possui aulas

presenciais, ministradas pelo professor.

Desde 2004, foi permitido que até 20% da

carga horária total do curso presencial fosse

ministrada em EaD. Mas, em 2019, esse

percentual passou para 40%, pela Portaria nº

2.117 (BRASIL, 2019).

Com essa expansão, a hibridização do

ensino tem se tornado cada vez mais

constante nas Instituições de Ensino Superior

brasileiras. “A metodologia híbrida de

aprendizagem também é conhecida como

semipresencial por ter, como característica

principal, a fusão do ensino a distância (EaD)

com o ensino presencial” (SARAIVA, 2019,

s.p.). Nela, se reorganizam tempo e espaço de

formas mais dinâmicas e os professores e

alunos se tornam mais ativos no processo. As

estratégias são mudadas e as habilidades

aprimoradas.

Assim como a metodologia híbrida

tem se mostrado uma realidade no ensino

superior, as aulas remotas são uma boa

alternativa para o ensino durante a pandemia,

pois, diferente do EaD, permitem que as aulas

sejam transmitidas, de forma on-line, usando

diferentes tecnologias, além disto o professor

ministra o conteúdo seguindo o

planejamento estabelecido e mantém a

interação com a turma em tempo real, porém,

em ambiente virtual acessado por cada um de

um lugar diferente (SAE, 2020). Ainda, as aulas

ficam gravadas para serem assistidas

posteriormente por aqueles que não

conseguiram assistir no dia e horário.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

159

A EXPERIÊNCIA DAS AULAS REMOTAS DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19

ensino remoto no UniAvan

foi adotado seguindo todas as

regulamentações do

Ministério da Educação e utilizando meios

digitais e tecnologias da informação. As aulas

foram on-line, transmitidas nos mesmos

horários que aconteciam as aulas presenciais,

seguindo rigorosamente o calendário

acadêmico que fora refeito devido a

pandemia.

Todas as disciplinas analisadas nesse

trabalho correspondem as do primeiro

período do curso. São elas: Atletismo,

Ginástica, Biologia e Anatomia Humana e

Metodologia do Trabalho Acadêmico, sendo

as três primeiras teórico-prática e a última

teórica.

Durante o desenvolvimento dos

conteúdos, os professores foram muito

assíduos e usaram diferentes estratégias para

interagir com a turma. Além de utilizar slides

(Power Point®), vídeos do Youtube® e

Netflix® também foram exibidos durante as

aulas, o que se mostrou uma boa estratégia,

tanto do ponto de vista de uso de diferentes

tecnologias, como em relação ao ensino-

aprendizagem que se tornou algo menos

mecânico e, consequentemente, mais ativo e

atrativo.

Nas aulas remotas de Biologia e

Anatomia Humana, desenvolvemos diversos

trabalhos de desenho e mapas conceituais

sobre ossos, músculos, articulações e alguns

sistemas corporais, os quais foram de suma

importância para fixação do conhecimento.

Também utilizamos um software de anatomia

em três dimensões (largura, altura e

comprimento), por meio do qual aprendemos

conceitos e vimos as estruturas ósseas e

musculares com muitos detalhes. Se não

houvesse essa tecnologia as explicações

ficariam muito abstratas, já que não

2 No final do semestre as práticas presenciais e aulas em

laboratório foram liberadas e aconteceram em suas respectivas

estávamos com as peças anatômicas que

ficam no laboratório, disponíveis para as aulas

presenciais.

Na disciplina de Atletismo, a

professora utilizou o ensino remoto como

diferencial e propôs aos alunos

experimentarem os movimentos que ela fazia

durante as aulas, assim explicando, além da

teoria, algumas práticas de movimentos e

posicionamentos, o que, sem dúvida, ajudou

a entendermos melhor algumas modalidades

do atletismo, visto que, ninguém poderia

dizer na época, se as aulas presenciais ou as

práticas aconteceriam2.

Nesta disciplina, também tivemos a

participação de dois atletas olímpicos numa

conversa on-line, uma oportunidade que só

foi possível graças ao ensino remoto. Uma

delas foi do atleta Rodrigo Pereira do

Nascimento, que foi campeão mundial e pan-

americano no revezamento 4x100m

representando o Brasil. Rodrigo, além de nos

contar sua trajetória, nos relatou a conquista

que obteve com sua equipe de atletismo e os

bastidores de um atleta de alto rendimento.

Posteriormente, contatamos o atleta, o

entrevistamos e escrevemos um artigo para a

disciplina de Metodologia do Trabalho

Acadêmico.

A outra participação foi do atleta

paraolímpico de salto em altura Flávio Reitz,

que também nos contou sobre sua trajetória

e experiências, nos aproximando um pouco

mais sobre a necessidade de inclusão na

sociedade e no esporte e como isto influencia

a vida destes atletas. Rodrigo e Flávio estavam

se preparando para representar o Brasil nas

Olimpíadas e Paraolimpíadas,

respectivamente, em Tóquio (2020). Estas

experiências foram bem marcantes e

contribuíram para a excelência educativa,

mesmo com o ensino remoto.

disciplinas e espaços, respeitando todos os critérios de

segurança orientados pela Instituição.

O

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

160

Nas aulas de Ginástica, o diferencial

foi a sugestão da professora de treinarmos os

tempos musicais utilizando um lápis ou

caneta para entender o quão importante é o

ritmo e a música numa aula em academia, por

exemplo. Além disso, tanto a professora de

Ginástica, quanto a de Atletismo usaram a

criatividade ao adaptar (dentro do possível)

aulas práticas para espaços reduzidos, como

um apartamento, o que fez grande parte dos

alunos terem participação mais evidente

durante o ensino remoto, o que não é

possível ser feito durante as aulas em EaD, por

exemplo.

Na modalidade de arremesso do peso,

do Atletismo, nos foi ensinado criar um peso

com meias e experimentar técnicas de

arremesso. Durante algumas aulas de

Ginástica assistimos vídeos e imitávamos as

batidas do ritmo da música. Sem essas

‘práticas remotas’, dificilmente o

conhecimento das técnicas ficariam claros

somente por meio dos vídeos e explicações

teóricas.

As aulas de Metodologia do Trabalho

Acadêmico foram de suma importância, pois

é uma disciplina de base, cujos estudos

colaboraram com todas as outras disciplinas

do semestre e certamente do curso. Nela

apresentamos alguns trabalhos, o que nos fez

repensar, em grupos, as estratégias de como

fazer as apresentações, para que fossem

eficientes para o ensino remoto.

Neste sentido, todas as disciplinas

impactaram positivamente na aprendizagem

durante o primeiro semestre de 2020. Mesmo

com o ensino remoto (que não é o ideal para

quem busca um curso presencial), os

professores souberam ser dinâmicos e se

reinventaram para garantir nossa

aprendizagem. Os alunos que permaneceram

estudando, em geral, se esforçaram para se

adaptar a esta nova metodologia de ensino e

para aproveitarem o máximo possível das

aulas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

ano de 2020 está sendo

marcado pela Covid-19 e

pelas consequentes

mudanças nas metodologias de ensino que o

distanciamento social obrigou a todos, no

mundo inteiro. Mesmo com todas as

mudanças que foram necessárias, ocorreu

aprendizagem nas disciplinas de Atletismo,

Ginástica, Metodologia do Trabalho

Acadêmico e Biologia e Anatomia Humana,

utilizando as aulas remotas, e houve

excelência no ensino-aprendizagem, mesmo

com pouco tempo para os professores e

alunos se adaptarem a essa nova realidade.

As explicações teóricas e adaptações

práticas, além da assiduidade dos professores

durante as aulas, supriram bem as dúvidas e

garantiram a obtenção de novos

conhecimentos. A experiência corporal é, sem

dúvida, de suma importância para disciplinas

teórico-práticas, pois sem fazer a prática,

alguns alunos têm dificuldades de aprender,

mas os professores souberam adaptar bem as

práticas para a aula on-line sempre que foi

possível, pois nem tudo dá para fazer de

forma remota, em casa.

Algo fundamental foi perceber que há

uma distinção bem clara entre as aulas a

distância (EaD) e aulas utilizando tecnologias,

como o ensino remoto. E, apesar desta

modalidade auxiliar muito, percebeu-se como

são fundamentais as aulas presenciais, nas

quais é possível falar e olhar ‘olho no olho’.

Sendo assim, os professores se

esforçaram com diferentes estratégias para

garantirem a aprendizagem tanto do

conhecimento teórico, quanto do prático, o

que nos tirou muitas dúvidas e contribuiu

para a excelência educacional no ensino

remoto, por meio do uso de tecnologias, nas

O

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

161

diferentes disciplinas cursadas no primeiro semestre de 2020.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9057.htm#art24>.

Acesso em 27 ago. 2020.

_______. Portaria nº 343, de 17 de março de 2020. Disponível em:

<https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-343-de-17-de-marco-de-2020-

248564376>. Acesso em 20 ago. 2020.

______. Portaria nº 2.117, de 6 de dezembro de 2019. Disponível em

<https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-2.117-de-6-de-dezembro-de-2019-

232670913>. Acesso em 28 ago. 2020.

SAE DIGITAL. O que são aulas remotas? Disponível em: <https://sae.digital/aulas-remotas/>.

Acesso em 27 ago. 2020.

SARAIVA EDUCAÇÃO. Ensino híbrido: novas perspectivas para a educação superior.

Publicado em: 22 abr. 2019. Disponível em

<https://www.saraivaeducacao.com.br/post?ensino-hibrido-novas-perspectivas-para-a-

educacao-

superior&id=106&utm_campaign=fluxocomo_preparar_uma_aula_ead2nao_clicou&utm_med

ium=email&utm_source=RD+Station>. Acesso em 28 de ago. 2020.

YIN, R. Estudo de caso: Planejamento e Métodos. 2ª ed. São Paulo: ARTMED, 2001.

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163

ACESSIBILIDADE MECÂNICA: ELEVADOR PARA

PORTADORES DE DEFICIÊNCIA

João Vitor Luczinski da Rocha

Guilherme Wajda

Luis Cesar Eves

Marshell Ferreira Almeida Ferraz

INTRODUÇÃO

implementação da

acessibilidade voltada às

pessoas portadoras de

deficiência é um desafio quando relacionada

ao custo benefício, por consequência, os

meios de acessibilidade não são encontrados

frequentemente em residências ou locais

privados, apenas em instituições voltadas ao

auxílio deste determinado grupo de pessoas.

Deste modo, com este estudo, busca-

se encontrar maneiras alternativas em que a

acessibilidade e o custo benefício cooperem,

permitindo a implementação de

equipamentos em locais antes não viáveis,

possibilitando, aos portadores de deficiência

e auxiliares, segurança e conforto em

atividades cotidianas.

DISCUSSÕES

pública e notória a dificuldade

diária enfrentada por deficientes

físicos. Além de limitações

motoras e cognitivas, este grupo encontra

diversos problemas de acessibilidade em

locais diversos, como: calçadas sem rampas,

mercado de trabalho não adaptado ou até

mesmo em piscinas sem acesso adequado

para deficientes físicos.

Como citado anteriormente, um dos

lugares que tem a possibilidade de trazer

diversos benefícios a estas pessoas é a

piscina, onde os mesmos podem realizar

atividades para diminuir a dor e espasmos

musculares, aumentar a amplitude do

movimento articular, fortalecimento muscular

dentre outros benefícios provenientes da

realização de uma natação terapêutica.

Todos estes benefícios citados são

tolhidos a partir do momento que não há uma

acessibilidade adequada em torno da piscina,

tanto em sua parte interna como externa,

sendo um dos principais limitantes a entrada

do deficiente físico na água, onde escadas

podem não ser suficientemente adequadas e,

muitas vezes, o auxílio de pessoas não é a

maneira mais segura de realizar tal ação.

Para que ocorra a entrada da maneira

mais segura possível do deficiente físico na

piscina a medida encontrada foi uma

A

É

29

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164

plataforma elevatória ou um elevador

específico, pois como dito por Lepore (2004)

os locais e os equipamentos para a prática da

natação de pessoas com deficiência devem

promover estabilidade, segurança e

mobilidade, tornando as atividades bem-

sucedidas e satisfatórias para os portadores e

instrutores.

Por meados dos anos 2000, os

elevadores mecânicos não eram viáveis para

a ocasião. Elevadores hidráulicos operados

eram lentos para baixar ou suspender, o que

poderia causar dificuldade em momentos de

emergência (CAMPION, 2000). Após vinte

anos desta citação, o avanço tecnológico da

mecânica moderna permitiu a otimização do

funcionamento do elevador mecânico,

trazendo benefícios antes não possíveis e

viabilizando a sua utilização.

É possível entender estas afirmações

baseando-se no avanço tecnológico de

determinados equipamentos mecânicos,

como as gruas e as pontes rolantes, que

realizam trabalhos de grande magnitude com

extrema segurança e estabilidade. Devido as

semelhanças dos princípios de

funcionamento entre os dois equipamentos e

o elevador para portadores de deficiência, fica

clara que a utilização do elevador é uma

opção adequada e satisfatória para ser

implementada nestas situações.

Além das vantagens antes citadas, o

elevador não se limita apenas para as pessoas

portadoras de deficiência, mas para todos

que necessitam de um auxílio para o acesso

em piscinas, visto que outros públicos

também desfrutam dos benefícios da natação

terapêutica, como por exemplo as gestantes,

como dito por Baracho (2002, s.p.):

Os benefícios dos exercícios

aquáticos percebidos pelas gestantes

incluem a diminuição de peso nos

movimentos e o alívio das dores nas

costas, durante horas ou dias, e, em

alguns casos, o alívio completo. Elas

relatam que dormem melhor nas

noites após os exercícios e,

adicionalmente, há ativação da

função intestinal por causa da

massagem da parede abdominal pela

água, estimulando os movimentos

peristálticos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

onclui-se que a necessidade de

uma melhor acessibilidade em

piscinas é evidente na presente

sociedade, tornando fundamental a utilização

de um mecanismo que permita o acesso a

água de maneira segura e estável. Levando

em consideração estes conceitos torna-se

vital a produção de um elevador para

portadores de deficiência.

Com base nas estruturas e princípios

mecânicos de gruas e pontes rolantes o

elevador para portadores permite aos

instrutores auxiliar a entrada das pessoas na

água com movimentos precisos e suaves, por

meio de sistemas de polias e contrapeso,

responsáveis pelos movimentos verticais e

horizontais do assento anexo à estrutura.

O avanço tecnológico, junto às

referências já consolidadas na mecânica

contemporânea, permite um custo reduzido

para a implementação de acessibilidade,

tanto em residências como locais antes não

viáveis de serem aplicados tais dispositivos,

ampliando o número de pessoas a serem

beneficiadas, ocasião bem retratada com o

elevador para portadores de deficiência.

Alguns cálculos foram necessários

para se começar o detalhamento do projeto,

tendo os croquis em mãos foram definidos e

calculados:

a) Peso da estrutura: possibilita a

escolha do material da estrutura

(Aço a36);

C

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

165

b) Relação de polias e roldanas:

calculado a redução de forças

proveniente da relação de polias,

torna-se possível definir a potência

dos motores a serem utilizados;

c) Potência do motor: possibilita

definir o motor a ser utilizado

(Guincho elétrico 12V 3000LBS

1360 Kg – NGE3000 – Nagano);

d) Tensão realizada nos cabos de aço:

possibilita definir os cabos de aço a

serem utilizados (Cabo de aço 6x7

– Alma de fibra de 8 mm de

diâmetro);

e) Relação entre volume do

contrapeso e a densidade do seu

material: possibilita a escolha do

material a ser utilizado no

contrapeso (Chumbo).

Com todos os materiais definidos

passa-se ao detalhamento do projeto:

Movimento vertical: é realizado

através de um dos motores, este que está

posicionado na parte inferior do braço maior

da estrutura.

Movimento horizontal: é realizado

com o auxílio do contrapeso que transmite

sua força através dos cabos de aço e roldanas,

tal ação move o motor vertical para a

extremidade do braço maior da estrutura,

onde, para que ocorra o seu retorno, é

utilizado um motor localizado na base da

estrutura, que também através do

cabeamento puxa o contrapeso e o motor

vertical para a posição original.

Contrapeso: será suportado através

de duas bases metálicas, essas interligadas

por barras que sustentarão o seu peso.

Estrutura treliçada: será treliçada

para que mantenha uma boa resistência e ao

mesmo tempo peso reduzido.

Suporte para o motor vertical: o

motor vertical será fixado em um suporte

móvel, este acoplado a duas canaletas

presentes no braço maior da estrutura, o

movimento será realizado por seis rodas fixas

na parte lateral do suporte.

Presilha para fixação do cabo de

aço: para a fixação de um dos cabos de aço

será utilizada uma presilha móvel, ajustada ao

braço maior da estrutura, permitindo ajustes

posteriores.

Barra vertical para suporte do

contrapeso: adicionadas barras de suporte

para o contrapeso, para que este não cause

trepidações, vibrações e outros fenômenos

que possam influir no movimento de todo o

sistema.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARACHO, E. Fisioterapia aplicada à obstetrícia: aspectos de ginecologia e neonatologia. 3ª

ed. Rio de Janeiro: Medse, 2002.

CAMPION, M. R. Hidroterapia: princípios e práticas. São Paulo: Manole Ltda, 2000.

LEPORE, M. Esportes aquáticos. In: WINNICK, J. P. (Org). Educação física e esportes

adaptados. 3ª ed. São Paulo: Manole, 2004.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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APÊNDICE A - Cotação de preço

Estrutura metálica..................................................................................................................................... R$ 793,80

Placa de aço da base da estrutura....................................................................................................... R$ 720,00

Cabos de aço................................................................................................................................................ R$ 14,40

Parafusos e porcas.................................................................................................................................... R$ 323,90

Contrapeso.............................................................................................................................................. R$ 1.800,00

Roldanas....................................................................................................................................................... R$ 300,00

Total......................................................................................................................................................... R$ 3.952,10

APÊNDICE B - Imagens do croqui

Fonte: dos autores (2020).

APÊNDICE C - Imagens do protótipo

Fonte: dos autores (2020).

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169

ACESSIBILIDADE NO MEIO URBANO: O DESIGN UNIVERSAL COMO

RESPOSTA PARA A PROBLEMÁTICA DAS BARREIRAS

ARQUITETÔNICAS

Thalita Neres Barbosa

Pâmella Souza Pereira Hornburg

INTRODUÇÃO

m 2000, o censo populacional

realizado pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE) destacou a presença de 24

milhões de pessoas consideradas com

deficiência. Pelo menos 4,1% são deficientes

físicos e 22,9% são deficientes motores, além

disso, nenhum indivíduo está livre da

possibilidade de, por algum motivo, ficar com

deficiência, temporariamente ou

definitivamente.

Costa e Corrêa (2009), define

deficiência como qualquer

comprometimento que afeta o indivíduo,

limitando e o prejudicando em sua

locomoção, coordenação de movimentos, a

fala, compreensão de informações,

orientação espacial, percepção e

relacionamento com outras pessoas. Esse

grupo é composto por todos aqueles que

possuem mobilidade reduzida como

gestantes, idosos, deficientes físicos e

motores, dentre outros, como pessoas

obesas. Com isso esse grupo está em

desvantagem quando se trata de como

podem acessar um edifício ou espaço público,

visto que nem todos os espaços estão

devidamente preparados para receber todos.

Desta forma, o Design Universal é

visto como uma forma de alcançar

acessibilidade para todos. A transmissão

dessas informações é fundamental para que

as pessoas, organizações, comércio e poder

público saibam que precisam se adaptar à

realidade da inclusão e possam construir

espaços pensando em todos sem distinção,

utilizando normas técnicas, legislações e

desenho universal para apoiar as decisões de

design.

O objetivo deste artigo é informar

sobre o tema, para que todos os agentes da

cidade possam fazer sua parte nessa

transformação, por meio do conhecimento

sobre o tema e consequente ação consciente.

O problema estudado neste artigo é a falta de

conhecimento que algumas pessoas têm

sobre a necessidade.

E

30

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

170

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

metodologia aplicada foi a de

pesquisa bibliográfica,

fazendo um aparato de

principais informações produzidas sobre o

tema. Quanto a parte da estruturação do

artigo, ele está dividido em três principais

partes, sendo elas: os direitos de inclusão das

pessoas com deficiência, que discorre a

respeito das leis de inclusão; a segunda parte

fala sobre a deficiência física e motora e a

relação com as barreiras arquitetônicas, e o

terceiro fala sobre o design universal e a

acessibilidade para todos.

UM APARATO DOS PRINCIPAIS DIREITOS DE INCLUSÃO DAS PESSOAS COM

DEFICIÊNCIA FÍSICA E MOTORA

á algum tempo, o Brasil até

mesmo timidamente busca

incluir as pessoas com

deficiência física e motora, tanto que a

Emenda Constitucional nº 12, publicada em

10 de outubro de 1978, determina que “É

assegurado aos deficientes à melhoria de sua

condição social e econômica especialmente

mediante: II – Assistência, Reabilitação e

Reinserção na vida econômica e social do

país; IV – Possibilidade de acesso a edifícios e

logradouros públicos”.

No começo da década de 2000 o

Decreto de Lei Federal nº 5296 de 2004, em

seu Artigo 10º determina que “[...] a

concepção e a implantação dos projetos

arquitetônicos e urbanísticos devem atender

aos princípios do desenho universal, tendo

como referência básica as normas técnicas de

acessibilidade da ABNT, a legislação

específica e as regras contidas neste Decreto”.

Além disso, a Norma Brasileira 9050

de 2004 que se trata da acessibilidade em

edificações, espaços, equipamentos urbanos

e mobiliários, estipula diretrizes de projeto,

layout e ergonomia para que não haja

barreiras e impedimentos de qualquer

espécie para que pessoas com deficiência

circulam por áreas urbanas, comerciais e

institucionais.

Com base nesse aparato de leis e

orientações, pode-se dizer que há interesse

na inclusão de pessoas com deficiência,

mesmo que na prática em muitas cidades e

edifícios não seja visto.

AS BARREIRAS ARQUITETÔNICAS E AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA E

MOTORA

a definição, barreiras

arquitetônicas são obstáculos

construídos em edifícios ou

no espaço urbano que possam dificultar ou

impedir o livre acesso ou acesso a livre

circulação de pessoas com algum tipo de

deficiência transitória ou permanente

(EMMEL; CASTRO, 2003). É considerado

obstáculo algo que impede ou dificulta o

acesso a edifícios públicos ou privados, bem

como acesso ou circulação do espaço urbano.

De acordo com a NBR 9050:2004,

barreiras ou obstáculos arquitetônicos

também podem ser exemplificados como:

escadas sem corrimão ou corrimão; ausência

de rampas de acesso para cadeiras de rodas;

ausência de telefone público, caixa de correio

ou extintores de incêndio adaptados; falta de

A

H

N

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

171

manutenção de ruas e calçadas, bueiros sem

coberturas ou grades de proteção;

irregularidades nas portas que excedam cinco

centímetros e; falta de abrigos para sol e

chuva em pontos de ônibus.

Dessa maneira pode-se dizer que

quanto mais barreiras arquitetônicas existem

nos edifícios e no meio urbano mais difícil

será para os deficientes fazerem uso dos

locais e terem acesso livre a cidade.

DESIGN UNIVERSAL: A RESPOSTA PARA A PROBLEMÁTICA DAS BARREIRAS

ARQUITETÔNICAS

NBR 9050:2004 refere ao

desenho universal como um

dispositivo que visa atender à

maior variação possível de características

antropométricas e sensoriais da população.

Dessa forma, o mesmo é tido como ação

chave para promover a acessibilidade, já que

seu conceito e aplicação tem como objetivo

atender a todos e promover o livre acesso ao

meio urbano, ao design e arquitetura. A NBR

9050:2004 define acessibilidade como uma

“possibilidade e condição de alcance,

percepção e entendimento para a utilização

com segurança e autonomia de edificações,

espaço, mobiliário, equipamento urbano e

elementos”.

O design universal é uma maneira de

resolver os problemas que causam a falta de

acessibilidade nas cidades, que segundo

Guimarães (2009) são as ações mal

planejadas, estragos recentes, falta de

manutenção, espaços construídos de maneira

ilegal e a falta de punição para os infratores.

Utilizando o design universal será possível

promover acessibilidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

e acordo com todos os

direitos de inclusão de

pessoas com deficiência física

e motora listados acima neste artigo, pode-se

apontar que os problemas que impedem

alcançar acessibilidade total no Brasil são as

barreiras arquitetônicas e urbanas que as

pessoas com deficiência motora enfrentam

nas cidades. E por isso acabam não tendo

acesso total aos direitos que lhes foram

conferidos.

No entanto, uma maneira de garantir

a acessibilidade para as pessoas é o design

universal, que visa atender a maior variação

de pessoas para que elas tenham acesso

gratuito à arquitetura, design de espaço da

cidade. Transmitir tais informações para

todos os agentes das cidades é de suma

importância, pois dessa maneira, utilizando-

as todos podem fazer sua parte para garantir

o direito de acessibilidade para todos.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9050: Acessibilidade de

Pessoas Portadoras de Deficiência a Edificações, Espaços, Mobiliário e Equipamentos

Urbanos. Rio de Janeiro, 2004.

A

D

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

172

BRASIL. Decreto de Lei Federal n° 3298. Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.

Brasília, 1999. Disponível em: Acesso em: abril, 2020

______. Decreto de Lei Federal no. 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Estabelece normas

gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de

deficiência ou com mobilidade reduzida. Diário Oficial da União. Brasília, 2004.

______. Emenda Constitucional n. 12 de 1978. Publicação original. Brasília 1978, Disponível

em: Acesso em: dezembro 2011.

COSTA, A. C. G; CORRÊA, R.M. Cartilha de Inclusão: Direito das Pessoas com Deficiência.

PUC Minas, Belo Horizonte, 2009.

EMMEL, E. M. G; CASTRO, C. B. Barreiras arquitetônicas no campus universitário: o caso

da UFSCAR. In: MARQUEZINI, M. C. et al. (Org.). Educação física, atividades lúdicas e

acessibilidade de pessoas com necessidades especiais. Londrina: Uel, 2003. p.177-183. (Coleção

Perspectivas Multidisciplinares em Educação Especial. v.9)

GUIMARÃES, M. P. Municípios Construindo Acessibilidade: o que todo prefeito deve

saber. Laboratório ADAPTSE – Escola de Arquitetura da UFMG. Belo Horizonte, 2009.

Disponível em: Acesso em: dezembro, 2011.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

173

EMPREENDEDORISMO NO MERCADO DE CAPITAIS

Érika Gabriela de Alvarenga

Claudinei da Silva Gomes

Tânia Cristina Chiarello

INTRODUÇÃO

evando em consideração que o

mercado de capitais

compreende a distribuição de

valores mobiliários, sendo dentre os títulos

negociados as ações de empresas de capital

aberto, constata-se uma maneira e

oportunidade de empreender adquirindo

uma fração do capital social dessas

organizações.

Frente o exposto, o presente estudo,

de natureza qualitativa com utilização de

pesquisa bibliográfica e descritiva, tem em

vista explanar sobre a possibilidade de

empreender tornando-se acionista de

empresas listadas na B3 S.A. – Brasil, Bolsa,

Balcão (“Companhia”), sendo as negociações

realizadas por meio e corretoras e instituições

financeiras.

Indubitavelmente, ao tornar-se

acionista de uma empresa, há direitos como a

participação na distribuição de lucros. Dessa

forma, de que modo o acionista torna-se

sócio de empresas e é remunerado pela sua

participação, considerando que os

procedimentos são realizados virtualmente

através de plataformas dotadas de tecnologia

avançada, sem participação física no negócio?

UMA JORNADA AO EMPREENDEDORISMO

tinente ao conceito de

empreendedorismo, Dornelas

(2008) salienta que

empreendedor faz menção à oportunidade

de criação de novos negócios, bem como em

inovar dentro de empresas já constituídas,

consciente dos riscos existentes.

Outrossim, percebe-se a

oportunidade de empreender no mercado de

capitais uma vez que o acionista está

investindo seu dinheiro na aquisição de

ações, sendo remunerado pela sua

participação na organização, não se tratando

de especulação visto que há

acompanhamento e avaliações constantes no

negócio adquirido, para que o mesmo se

mantenha por longo prazo e lhe seja

oportunizada uma renda passiva através dos

rendimentos satisfatórios oferecidos pelas

empresas.

Dessa forma, ao comprar ações de

uma empresa, o acionista torna-se sócio dela,

porquanto adquire uma fração do seu capital.

A luz dos conhecimentos de Graham (2019, p.

542) “[...] ao comprar uma ação, você se torna

um dos donos da companhia”.

L

A

31

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

174

Pertinente salientar que “[...] qualquer

pessoa, por pequeno que seja o seu capital,

desde que suficiente para comprar uma só

ação, pode tornar-se acionista de empresas

com ações na Bolsa. Como acionista,

participará dos seus lucros” (BAZIN, 2017, p.

54).

Destarte, sobre as observações retro

mencionadas, é oportuno explanar os

inscritos de Bazin (2017, p. 84), o qual

menciona que “[...] investir significa aplicar

capital em empreendimento que produza

mais capital”, bem como, em seguimento,

ratifica que “[...] com o passar do tempo, você

poderá viver exclusivamente dos dividendos

que a empresa paga como parcela de

distribuição dos lucros”.

No que diz respeito a participar de

empresas por meio da compra de suas ações,

apropriado ponderar a importância de avaliar

as mesmas através dos seus demonstrativos

contábeis, que são divulgados de forma

pública, trimestralmente, para assim

consolidar negócios saudáveis e obter

retorno satisfatório no que tange à

remuneração.

A vista disso, adquirir ações trata-se

de um investimento a longo prazo quando o

intuito é receber seus dividendos e tornar-se

sócio, e ao investir assiduamente em

empresas sólidas e sadias, poderá ter

mensalmente uma renda que promete

sempre aumentar.

EMPRESAS DIVIDIDAS EM AÇÕES E SUAS CLASSIFICAÇÕES

onsiderando que as empresas

podem ter seu capital de modo

aberto ou fechado, convém

aludir que quando o capital é aberto o mesmo

é dividido em ações as quais são negociadas

na B3, sendo nesse caso, exposto a ofertas

públicas onde qualquer pessoa física ou

jurídica pode adquirir e negociar as ações.

Oportuno fazer menção às atribuições

das ações, cujas são a menor fração da

propriedade de uma empresa que se pode

adquirir (BAZIN, 2017), sendo essas

classificadas em ações ordinárias e ações

preferenciais.

No tocante às ações ordinárias (ON),

Nigro (2018) corrobora que são aquelas que

dão direito a voto na Assembleia Geral da

empresa. Já as ações preferenciais (PN), dão

preferência ao recebimento de dividendos, no

entanto o direito ao voto é excluso.

REMUNERAÇÃO

onsiderando tratar-se de

operações financeiras em que

os acionistas investem seu

dinheiro na compra de ações de empresas,

esses devem ser remunerados pelo

investimento através do recebimentos de

dividendos, com efeito nos termos do artigo

202 da Lei 6.404/76 que trata sobre a

obrigatoriedade do pagamento dos

dividendos em no mínimo 25% (vinte cinco

por cento) do lucro líquido.

Conforme os inscritos de Nigro (2018)

os dividendos são originários do lucro líquido

da empresa e, por esse motivo, são isentos de

Imposto de Renda ao acionista, uma vez que

são tributados pela empresa. Todavia, outra

forma de remuneração é através do

pagamento de Juros sobre Capital Próprio

(JCP), os quais são tratados como despesa

para a organização, não havendo incidência

do Imposto de Renda para a mesma, no

entanto recai ao acionista.

C

C

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

175

Ademais, convém destacar que as

ações estão sujeitas às mudanças no valor das

suas cotações, uma vez que refletem as

oscilações do mercado em virtude a fatos

relacionados à economia do país e o contexto

atual dele.

Isto posto, os acionistas podem

realizar a venda de suas ações e obter lucro

nessa operação, quando vendidas com preço

superior ao pago originalmente, visto que as

ações se valorizam e aumentam seu índice e

rentabilidade e liquidez. Quaisquer das

formas de remuneração são transferidas para

a conta bancária do acionista listada em seu

cadastro.

B3 E AS NEGOCIAÇÕES DAS EMPRESAS

ssencial abordar sobre a B3 visto

que, a luz dos conhecimentos de

Fogaça (2019), nela se

concentram as negociações de títulos e

valores mobiliários, no que tange às

operações de compra, venda e outras

realizadas com os papeis negociados.

Sendo assim, para que as empresas de

capital aberto listem-se na B3, é necessário

que realizem o Initial Public Offering (IPO),

“[...] que é quando a empresa coloca pela

primeira vez suas ações na Bolsa de Valores,

visando ganhar capital para expandir seus

negócios” (NIGRO, 2018, p. 133).

É válido ressaltar que todas as

operações são regularizadas e fiscalizadas

pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM),

de forma que garanta segurança aos

investidores e bom funcionamento do

mercado. Além do mais, na Companhia

Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) são

alocadas as ações, de forma segura e longe

de riscos.

Assim sendo apropriado fazer menção

que as operações realizadas na B3 ocorrem

através de plataformas digitais dotadas de

alta tecnologia para garantir segurança nas

operações de negociação das ações.

As operações de compra e venda de

ações são realizadas de maneira virtual, não

havendo a necessidade de presença física no

negócio. Ocorre que as plataformas digitais

possuem todo banco de dados suficiente

para o desempenho das atividades.

Portanto, as negociações são

executadas por meio de corretoras e algumas

instituições financeiras, como por exemplo

bancos digitais, que se comportam como

intermediadoras nas operações, cobrando

taxas para realização e administração dos

serviços, percentual variativo, podendo em

algumas ser isento.

Isto posto, o procedimento consiste

em abrir uma conta em uma intermediadora,

de forma que seja possível realizar as

transferências bancárias do recurso

monetário, e proceder com as ordens de

compra ou venda, na plataforma chamada de

Home Broker.

Além do mais, através do Canal

Eletrônico do Investidor (CEI), se “[...]

consegue acompanhar informações

diretamente da CBLC e pode consultar a

posição e movimentação de ativos

negociações na B3, sem correr o risco de as

informações serem manipuladas” (NIGRO

2018, p. 152). No momento em que o

investidor abre uma conta em uma corretora

e registra-se na B3, ele passa a ter acesso ao

CEI e assim negociar as ações.

E

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

176

CONSIDERAÇÕES FINAIS

m vista dos argumentos

apresentados, entende-se que

as operações financeiras no

mercado acionário tratam-se de uma

alternativa de empreendedorismo digital,

uma vez que possui todas as características

observadas no tocante a empreender.

Considerando o que foi observado,

cabe salientar que as operações ocorrem

através de plataformas digitais, sempre

adaptando-se ao melhor das inovações

tecnológicas, tornando o investimento

seguro e prático, uma vez que o acionista é

assegurado pela CVM, CBLC e ainda pelo CEI,

bem como não há a necessidade de presença

física no negócio adquirido.

Conveniente expor que é preciso

apenas recurso financeiro, estudo constante

das demonstrações para escolher boas

empresas, o registro na B3 e uma conta em

uma intermediadora para começar a investir e

iniciar uma jornada ao empreendedorismo no

mercado de ações. Desfrutando, ao longo do

tempo, as remunerações que lhe são

concedidas como proventos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAZIN, Décio. Faça fortunas com ações antes que seja tarde. São Paulo: CLA, 2017.

BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível

em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm>. Acesso em 13 jun. 2020.

DORNELAS, José Carlos de Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de

Janeiro: Elsevier, 2008.

FOGAÇA, André. Bolsa de Valores para leigos. Porto Alegre: Guia Invest, 2019. Disponível em:

<https://site.guiainvest.com.br/materiais-gratuitos/ebook-bolsa-de-valores-para-leigos>. Acesso em

24 jul. 2020.

GRAHAM, Benjamin. O investidor inteligente. Rio de Janeiro: Herper Collins, 2019.

NIGRO, Thiago. Do mil ao milhão sem cortar o cafezinho. Rio de Janeiro: Harper Collins, 2018.

E

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

177

INOVAÇÃO NO PROCESSO PENAL: O BLOCKCHAIN

Leydyani Mendes da Silva

Felipe André Dani

INTRODUÇÃO

presente pesquisa objetiva

verificar os princípios que

devem ser observados para a

realização das provas e custódia de provas

processuais, bem como seus tipos e quais são

admitidas no processo penal. Nesse ínterim,

entende-se que é por meio das provas que o

juiz formará sua convicção sobre a verdade

dos fatos.

Assim, para a elaboração da pesquisa

será adotado o método dedutivo, em que a

produção do conhecimento estará

fundamentada na crítica e opinião dos

doutrinadores penalistas e processualistas

penais. Esta pesquisa envolverá levantamento

bibliográfico, como também legislações

penais e a Constituição Federal, para, assim,

garantir-se o correto estudo sobre o tema,

pois o que se busca nesta pesquisa é analisar

os meios de provas permitidos pelo Código

de Processo Penal comparando-se com o uso

de registros criptografados.

Para tanto, procurar-se-á num

primeiro momento conceituar a palavra e a

tecnologia blockchain; logo após, verificar-se-

á os princípios que norteiam os meios de

provas utilizados no Processo Penal, sendo

eles: o princípio da comunhão da prova, o

princípio da liberdade da prova e, o princípio

da inadmissibilidade das provas obtidas por

meios ilícitos. Pretender-se-á, num terceiro

momento verificar as consequências advindas

do uso de registros criptografados no

andamento do processo penal e se sua

utilização pode ser considerada como risco

para o devido processo.

CONCEITO DE BLOCKCHAIN

riado incialmente para atender

demandas financeiras virtuais,

assim como o bitcoin, o

blockchain surge como uma forma de

registrar os movimentos financeiros gerados

pela moeda virtual. Segundo Sile (2019) seu

principal objetivo é a descentralização,

característica da tecnologia, visando, deste

modo, segurança para o sistema, haja vista

que ele opera na rede mundial de

computadores e não depende de um servidor

central para o armazenamento de

informações. Isso é o que o concede

características de confidencialidade, pois os

registros são feitos não por unidades, mas por

conjuntos de unidades de movimentações

interligadas entre si, também conhecidos

como correntes, estabelecendo conexão com

o bloco anterior e com o bloco seguinte.

Para o Blog Fortes Tecnologia (2019),

em caso de tentativa de alteração de

informações por quaisquer dos

A

C

32

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

178

computadores interligados, o próprio sistema

admitirá irregularidade, descartando-o

deliberadamente, impedindo deste modo

que a integridade das informações seja

violada. Os registros não são inteiramente

públicos, pois há o registro de quem e qual a

transação realizada, porém é realizado

através de códigos, permanecendo oculta a

identidade do agente. Portanto, para

desvendá-los de maneira ilícita, requer que as

informações de todas as transações feitas em

um bloco sejam acessadas e isso significa

dizer que há a necessidade de se realizar uma

busca em milhões de computadores

espalhados por todo o mundo, o que torna

muito difícil hackear o sistema.

Sendo assim, as informações

registradas no blockchain, por serem

armazenadas em inúmeros terminais e fontes

de dados, são impossíveis de serem

apagadas, destruídas; isso traz segurança ao

sistema e às informações nele contidas,

conforme mencionado por Hamideh (2019).

BLOCKCHAIN E SUA APLICAÇÃO NO DIREITO

endo o blockchain o objeto de

estudo da presente pesquisa, é

imperioso analisar os seus

impactos na persecução penal no Brasil no

que tange à colheita de provas e o devido

processo penal. Qualquer sistema que seja

dividido por diversos agentes e que necessite

de integridade de informações, poderá

utilizar esta tecnologia. Exemplo disso é o

registro de documentos na cadeia de

custódia, conforme mencionado no art. 158-

A da Lei 13.964/2019, também conhecida

como ‘Pacote Anticrime’.

Considerando todas as características

de segurança quanto às informações

registradas, doutrinadores como Guariento e

Martins (2020) defendem sua utilização tanto

na coleta de provas, conforme trata o § 5º, art.

13 da Lei 12.965/2014, quanto seu registro na

cadeia de custódia, permitindo a aplicação do

princípio da comunhão das provas bem como

da liberdade de provas, conforme

mencionado no art. 198 do Código de

Processo Penal:

Sendo a rede blockchain dotada de

alto grau de integridade, criptografia

avançada, auditabilidade e

transparência, sendo que os dados ali

inseridos tornam-se imutáveis e à luz

da legislação vigente, convergindo

com os princípios constitucionais

expostos e a legislação

infraconstitucional explicitada, não

resta dúvida de que as provas

documentais geradas no sistema

possuem validade jurídica, cabendo

sua desqualificação apenas com

robusta prova em contrário, da

mesma forma como o documento

certificado por tabelião ou similar. E

essa lógica modifica

substancialmente o que se entende

por documentos, os meios de prova,

enfim, a lógica analógica do Direito e

do processo penal, por exemplo

(ROSA; PRÓSPERO, 2019, s.p.).

O acesso às informações contidas em

uma blockchain é feito de maneira lícita,

conforme versa o art. 22 da Lei 12.965/2014,

afastando o princípio da inadmissibilidade de

prova ilícita.

Outros doutrinadores como Didier Jr.

e Oliveira (2020) defendem a tecnologia

blockchain como ferramenta na organização

da documentação da cadeia de custódia

referida na Lei 13.964/2019, que acrescentou

ao Código de Processo Penal os arts. 158-A a

158-F. Tais dispositivos regulam de forma

detalhada todo o fluxo do tratamento a ser

dado aos vestígios de determinado fato.

S

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

179

Deste modo, autores como Rosa e

Próspero (2019) defendem que a cadeia de

blocos pode e deve ser utilizada para a

preservação e garantia da integridade da

fonte de prova, permitindo sobretudo, a

garantia do devido processo, tal qual

estabelece a constituição em seu inciso LIV,

art. 5º, assegurando a confiabilidade do

elemento probatório, pois conforme

Hamideh (2019), a partir do momento que o

mesmo encontra-se sob a proteção de

criptografias estão afastadas interferências

que poderiam macular, adulterar ou mesmo

excluir documentos resultantes da atividade

probatória.

A INSTRUMENTALIZAÇÃO DESTA TECNOLOGIA NA CADEIA DE CUSTÓDIA

omo pode ser observado ao

longo da presente pesquisa, o

uso da tecnologia blockchain

na preservação de provas pode ser de

fundamental importância, inclusive no que

tange a celeridade e economicidade do

processo, conforme mencionado por

Guariento e Martins (2020). Porém, embora

não seja disponibilizada pelo Poder Judiciário

como ferramenta nos trâmites do processo,

isso não impede ao operador do direito de

utilizá-la, tanto na coleta de provas quanto no

armazenamento da mesma, mantendo hígida

a cadeia de custódia, no que diz respeito ao

conjunto de todos os procedimentos

utilizados para manter e documentar a

história cronológica do vestígio coletado em

locais ou em vítimas de crimes, para rastrear

sua posse e manuseio a partir de seu

reconhecimento até o seu descarte.

Ademais, o próprio usuário, privado

ou público, que contrata o serviço pode

proceder no armazenamento de dados, a

qualquer hora do dia, e coleta de provas sem

depender de terceiros, preservando os dados,

ainda de acordo com os autores Guariento e

Martins (2020). Porém por ser uma tecnologia

recente, doutrina e jurisprudência não fazem

menção de sua validade na preservação de

provas, no Processo Penal, portanto, caberá à

doutrina e ao Judiciário adotarem parâmetros

para a sua utilização, observando os

princípios constitucionais e processuais na

matéria probatória.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

o desenvolver a presente

pesquisa não foi adotado

qualquer procedimento no

sentido de exaurir a discussão a respeito da

temática proposta, sendo possível constatar

que na tecnologia blockchain a violação de

dados é inibida e o acesso às provas em um

processo penal é validado através dos

mecanismos já defesos em lei e observados

pelos doutrinadores.

Vale ressaltar que a tecnologia

blockchain, ao contrário de esconder dados,

lhe cabe a função justamente de registrá-los

em sequência com registro de data e hora e,

mesmo que apagados, criam evidências

muito fortes de que algo existe, conforme

mencionado pela advogada Jay Hamideh

(2019).

Esta tecnologia proporciona

otimização das tarefas tanto no que diz

respeito à economia de tempo como na

eficácia da coleta e armazenamento de

provas, dinamizando a execução das

atividades no que tange o devido tratamento

C

A

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

180

às provas, sem que se perca a segurança

jurídica, o que é de fundamental importância.

Trata-se de uma ferramenta acessível,

bastando a contratação de uma empresa que

preste tal serviço e, assim como qualquer

outro aplicativo, requer uma pequena

dedicação inicial para seu manuseio.

Embora existam inúmeros pontos

positivos ainda não é uma tecnologia

utilizada na cadeia de custódia, haja vista sua

recente existência. Porém implementá-la

significa despir o sistema judiciário das vestes

do conservadorismo, conforme vem fazendo

o Superior Tribunal Federal na implantação da

inteligência artificial batizada como VICTOR,

que tem como intuito inicial dar celeridade no

processamento de recursos no tribunal.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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arquivamento de documentos eletrônicos e negócios probatórios segundo a lei de liberdade

econômica. Meu site jurídico.com.br, [S. l.], p. 1-1, 2 abr. 2020. Disponível em:

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segundo-lei-de-liberdade-economica/. Acesso em: 23 jul. 2020.

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GUARIENTO, Daniel Bittencourt; MARTINS, Ricardo Maffeis. O uso do blockchain na

preservação das provas eletrônicas. Migalhas, [s. l.], 22 maio 2020. Disponível em:

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HAMIDEH, Jay. Blockchain para Advogados: Conforto, Segurança Jurídica e Fé Pública.

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http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=380038. Acesso em: 14

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA-GERAL SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS.

Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Vade Mecum, [S.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

181

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______. Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019. Aperfeiçoa a legislação penal e

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2022/2019/lei/L13964.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%2013.964%2C%20DE%2024%20DE%2

0DEZEMBRO%20DE%202019&text=Aperfei%C3%A7oa%20a%20legisla%C3%A7%C3%A3o%2

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SILE, Daniela Fraba. Blockchain: o que é e como funciona. Época Negócios, [S. l.], p. 1-1, 23

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ZUMAS, Vytautas Fabiano Silva. Criptomoedas, criptocrime e criptoinvestigação. DireitoNet,

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criptoinvestigacao. Acesso em: 23 jul. 2020.

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Page 183: SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário

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183

PLANTÃO PSICOLÓGICO:

ACOLHIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

DE FUNCIONÁRIOS DAS ESTRATÉGIAS DA

SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)

Julio Cesar Godoy

Maria Balbina de Magalhães

INTRODUÇÃO

plantão psicológico é uma

modalidade de atendimento

que visa atender a demanda

não programada, ou seja, o atendimento de

urgência e emergência. Palmieri e Cury (2007),

trazem que esta prática passou a existir tendo

em vista a necessidade de se acolher a pessoa

e não somente seus problemas, trazendo o

sujeito para o centro de toda a atenção.

Diante de um ano atípico, devido a

pandemia do novo coronavírus/ COVID-19,

muitas pessoas estão procurando por ajuda

psicológica devido aos efeitos do isolamento

social, dúvidas e medos que surgiram com a

convivência de uma doença de nível global

que está mexendo com as estruturas

econômicas e de saúde de grandes nações

mundiais.

Frente às tantas incertezas em relação

ao futuro, é natural que as pessoas

apresentem medos e demandas que não

estejam preparadas para trabalharem sem

ajuda profissional. Neste sentido, as

Estratégias da Saúde da Família (ESF)

desenvolveram uma dinâmica de trabalho

visando acolher todos os pacientes que

apresentam os primeiros sintomas da COVID-

19, sem deixar de atender toda a demanda,

programadas e espontâneas, das ESFs, o que

acarretou sobrecarga de trabalho para estes

funcionários.

Neste sentido, o projeto de extensão

do plantão psicológico, vem disponibilizar o

serviço de atendimento de urgência e

emergência para estes funcionários com o

objetivo de fazer um acolhimento com uma

escuta humanizada. Silva e Vasconcelos

(2020) trazem que a escuta assim como o

diálogo podem ser usadas como importantes

ferramentas em saúde, sobretudo quando

são observadas as diretrizes que norteiam as

políticas públicas que direcionam as ações do

Sistema Único de Saúde (SUS).

Este trabalho é um estudo descritivo,

do tipo relato de experiência, e tem como

objetivo relatar a experiência de

atendimentos em plantão psicológico de um

projeto de extensão que está em andamento

em uma cidade litorânea no Estado de Santa

Catarina. O referido projeto visa o

desenvolvimento educacional dos alunos

formandos em Psicologia buscando a

excelência educativa, assim como

proporcionar alívio psicológico aos

O

33

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

184

funcionários das ESFs.

DISCUSSÕES

endo em vista que a pandemia

da COVID-19 mudou a forma

de todos se relacionarem com o

outro, muitos problemas começaram a

aparecer em consequência desta nova forma

de convivência. E para os profissionais das ESF

não foi diferente: problemas de

relacionamentos familiares e do trabalho

estão demandando muito do emocional

destes profissionais.

Neste sentido, a proposta do plantão

psicológico é proporcionar um acolhimento

para estes profissionais no momento em que

eles sentem necessidade de falar. Silva e

Vasconcelos (2020) definem que a escuta,

assim como o diálogo, são ferramentas

necessárias e primordial no processo de

promoção de saúde. Eles seguem dizendo

que no âmbito da atenção primária a escuta e

a fala são ferramentas indispensáveis. Rogers

(1961/1997 apud MIRANDA; FREIRE, 2012)

trazem que todo trabalho de psicoterapia é

uma falha na comunicação. Segundo os

autores o sujeito que se encontra

emocionalmente alterado perde a capacidade

de comunicação consigo mesmo, em

consequência a comunicação com o outro é

prejudicada.

Diante de tais constatações, tendo em

vista que profissionais da atenção básica (ESF)

trabalham se comunicando e essa é sua

principal ferramenta, é que se observou

necessário a disponibilidade de uma nova

forma de atendimento para estes

profissionais e, neste sentido, foi

disponibilizado o acolhimento no formato de

plantão psicológico. Rebouças e Dutra (2010),

abordam que aquela psicologia que era feita

apenas em consultórios com hora marcada já

não atende o sujeito contemporâneo.

Segundo as autoras, este sujeito está

demandando novas formas de atuação dos

profissionais da psicologia exigindo que estes

tenham um novo olhar em relação aos

sujeitos.

Palmieri e Cury (2007) relatam que o

plantão psicológico no contexto brasileiro

está encontrando suas bases e se expandindo

no contexto da psicologia clínica. Para elas, a

base teórica desta modalidade de

atendimento é exclusivamente humanista e

tem origem no serviço de aconselhamento

psicológico da Universidade de São Paulo

(USP).

O projeto de extensão Plantão

Psicológico foi pensado no sentido de

proporcionar a todos os profissionais das ESF

a possibilidade de um ambiente seguro e

acolhedor para que esses profissionais

pudessem falar e serem ouvidos sem

julgamentos. Silva e Vasconcelos (2020)

apontam a importância da psicologia

humanista de Rogers. Segundo eles,

apresentar as atitudes rogerianas, aceitação

incondicional, compreensão empática e

congruência, deste modo quando o ambiente

é favorável a relação é feita de forma sincera

e os sujeitos envolvidos na relação podem ser

de fato o que são sem precisar usar máscaras

ou fingir o que não é.

Os atendimentos são disponibilizados

para os profissionais e um aviso nos grupos

de WhatsApp® é enviado para que todos

saibam do atendimento naquela unidade. No

início, quando foi informado que o plantão

estaria disponibilizado, muitos manifestaram

o interesse nos atendimentos, mas quando de

fato os atendimentos estavam disponíveis a

procura foi pequena, dando a entender que

saber da possibilidade de ser acolhido já

proporcionasse um sentimento de alívio para

estes sujeitos. Rebouças e Dutra (2010),

salientam que independente do que seja, o

psicólogo do plantão está ali para fazer o

T

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

185

atendimento no momento em que a pessoa

precise, tendo a pessoa humana e não o

problema como seu principal foco.

O projeto está sendo realizado por

alunos do 10° período de Psicologia e conta

com orientação de uma professora da

instituição que propicia todo o suporte

teórico e prático necessário para o

desenvolvimento profissional dos

acadêmicos, assim como os capacita para que

tenham ferramentas apropriadas para

fazerem o acolhimento destes profissionais

que venham buscar o atendimento

psicológico. Rebouças e Dutra (2010)

ponderam que o serviço de plantão

psicológico, apesar de não ser a solução para

todos os problemas daquela pessoa, é capaz

de auxiliar o sujeito a ter uma maior

autonomia emocional.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

iante do que foi discutido em

relação ao projeto extensão

denominado ‘Plantão

Psicológico: Acolhimento de Urgência e

Emergência de Funcionários das Estratégias

da Saúde da Família (ESF)’, pode-se analisar

que o atendimento psicológico é considerado

muito importante por todos os funcionários

das ESF.

No princípio muitas demandas

pareciam que emergiriam, mas ao se

depararem com a possibilidade de ter que

encarar seus sentimentos muitos profissionais

preferiram procrastinar seu atendimento, mas

sempre enfatizando a necessidade de ser

atendido. Parece que ninguém quer ser o

primeiro!

Outro fato curioso que foi observado

é a necessidade de atendimento familiar, isto

porque muitas vezes o paciente solicita a

acompanhamento para o cônjuge ou para os

filhos. O plantão psicológico é uma forma de

atendimento e acolhimento que está lá

esperando aquela demanda espontânea ou

de emergência, mas é um atendimento que

visa focar na pessoa e não em seus

problemas, proporcionando um ambiente

acolhedor e seguro para que, ao querer falar,

o sujeito encontre o lugar de fala seguro e

sigiloso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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abordagem centrada na pessoa. 64. ed. Rio de Janeiro: Arquivos Brasileiros de Psicologia,

2012. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-

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D

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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AÇÃO EDUCATIVA SOBRE LEISHMANIOSE VISCERAL

EM ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL

DO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ

Ana Paula Scandolara

Kezia Ramos Pinheiro

Kelly Valcarenghi Nitz

Clarissa Barretta

INTRODUÇÃO

leishmaniose visceral (LV) é

considerada uma zoonose

transmitida por protozoário,

crônica, sistêmica, a qual, quando não tratada,

pode progredir, ocasionando óbito em

aproximadamente 90% dos casos (BRASIL,

2016). É transmitida pelo inseto flebotomíneo,

conhecido popularmente como mosquito

palha (BRASIL, 2014) e a sua transmissão

ocorre pela picada dos vetores infectados

pela Leishmania (L.) chagasi (BRASIL, 2016).

No Brasil a transmissão se dá através

da picada dos mosquitos fêmeas da espécie

(L. longipalpis ou L. cruzi) infectados pela

Leishmaniose, não ocorrendo transmissão da

mesma de pessoa a pessoa. A transmissão vai

ocorrer enquanto tiver parasitismo na pele ou

sangue periférico do hospedeiro (BRASIL,

2014). Essa espécie de mosquito prefere

habitar locais com alta umidade e são mais

avistados nas horas sem luminosidade e

pouco vento. Além disso, geralmente

encontrados em locais protegidos como em

ocos de árvores, buracos no solo, grutas de

animais e em locais onde há ação humana,

podendo ser encontrados também em

abrigos de animais domésticos, chiqueiros e

currais (CRESPO et. al, 2012).

O Brasil está entre os cinco países que

possuem 90% dos casos de leishmaniose

visceral, acompanhado por Bangladesh, Índia,

Nepal e Sudão (CARDIM et. al, 2016), que

possuem alta incidência e letalidade (BRASIL,

2014).

De acordo com Cardim et. al (2016)

existem 350 milhões de pessoas no mundo

em risco de contrair com a leishmaniose

visceral, em suas diferentes formas clínicas,

ocorrendo dois milhões de casos anualmente.

A leishmaniose visceral possui elevada

incidência e uma ampla distribuição, pode se

apresentar de formas graves e até letais

quando relacionadas à má nutrição e a

infecções concomitantes (BENCHIMOL et. al,

2019).

De acordo com Brasil (2016), em

relação à prevenção na população humana,

pode ser usado o uso de mosquiteiro de

malha fina, aplicação de telas em portas e

janelas, como também o uso de repelentes. A

prevenção aplicada ao vetor seria o manejo e

saneamento ambiental, por meio da limpeza

A

34

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

188

urbana, destinação adequada dos resíduos

sólidos orgânicos, evitando umidade, além de

outras ações que reduzam a proliferação

vetor.

Segundo orientação do Ministério da

Saúde (BRASIL, 2016), nos animais de doação,

recomenda-se que, em regiões de situação de

risco epidemiológico, seja realizado exame

sorológico para LV antes mesmo da doação.

Além disso, é muito importante realizar a

conscientização da população acerca da

doença por meio de ações educativas como o

uso indispensável de telas em canis e a

utilização de coleiras com delmatrina a 4%

nos animais. Dessa forma, é possível levar

informações sobre sinais clínicos, tratamento

e diagnóstico em humanos e cães (BRASIL,

2016).

Barros e Recena (2018) destacaram a

aptidão das crianças em assimilar e conduzir

informações para seus ambientes familiares e

colegas. Como também Brasil (2009) citou a

escola como local ideal para conscientizar e

promover a saúde. Sendo assim, as ações

educativas realizadas em escolas têm

demonstrado bons resultados.

Assim, o projeto de extensão aqui

relatado foi realizado em uma parceria entre

o curso de Medicina Veterinária do Centro

Universitário Avantis (UNIAVAN) e o Conselho

Regional de Medicina Veterinária (CRMV-SC),

no período de 26 de setembro a 01 de

outubro de 2019, em comemoração ao mês

do médico veterinário. O CRMV-SC contribuiu

com a disponibilização de cartilhas educativas

sobre doenças zoonóticas, que foram

distribuídas para as crianças. Para desenvolver

o projeto de extensão em forma de teatro,

foram selecionadas seis escolas da rede

pública da cidade de Itajaí (SC), sendo que o

projeto contou com a colaboração de onze

alunos do curso de Medicina Veterinária

(selecionados via edital), sob a orientação da

Professora Clarissa Barretta.

Os alunos que participaram da ação

educativa foram selecionados pelas diretoras

das escolas, utilizando como critério a idade

das crianças, de 6 a 14 anos, o horário

disponível, bem como o interesse acerca do

assunto, tendo como foco principal do teatro

a conscientização das crianças sobre a doença

leishmaniose visceral. A fim de tornar o teatro

mais lúdico, foram utilizados como tema os

super-heróis mais conhecidos, com o intuito

de criar um espaço de interação com as

crianças.

O presente artigo tem como objetivo

relatar a ação de educação sobre LV, por meio

de teatros interativos, realizada nas escolas de

ensino fundamental de Itajaí (SC).

DISCUSSÃO

utilização de recursos

didáticos como a

interatividade já foi

previamente relatada por outros autores,

como por Watanabe et. al (2016) que em seu

projeto destacam as relações sociais como

propulsoras de diversos benefícios para as

crianças, fomentando a participação das

mesmas, através de ações práticas e

dinâmicas.

Da mesma forma, a utilização de

apresentações teatrais como uma ferramenta

para a aprendizagem infantil também já foi

citada por Oliveira e Stoltz (2010), os quais

destacaram o teatro dentro da escola como

um poderoso instrumento, permitindo a

interação, uso da palavra e expressão afetiva.

Sousa et. al (2015) também relatam o

teatro como importante instrumento para

esclarecer a importância de medidas

preventivas no controle de verminoses. E para

Coelho (2014), o teatro, além de promover o

conhecimento, potencializa diversas

habilidades, entre elas a interpretação. Este

tipo de experiência foi alcançado quando as

crianças passaram a entender que as falhas na

A

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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qualidade de saneamento básico são os

principais fatores de enfermidades, como a

LV, trazendo sempre a reflexão das crianças

sobre os assuntos abordados. Nos momentos

das encenações surgiram diálogos onde os

telespectadores indicavam aos atores as

melhores opções para determinada ação,

como o descarte correto de matérias

reciclagem, a fim de evitar o acúmulo de lixo.

Além disso, ferramentas lúdicas, como

o uso de super-heróis conhecidos pelas

crianças, têm sido descritas por diversos

autores, como pelo INC (2016), que

promoveu a criação de máscaras com tema

de super-heróis para crianças com câncer.

Relata que as mesmas se sentiram mais à

vontade, confiando e superando seus medos.

O uso de super-heróis também se tem

mostrado relevante no que se refere às

apresentações teatrais, como descrevem

Ventura et. al (2018) que mencionam o uso de

super-heróis como forma de impactar as

crianças, garantindo o sucesso do teatro aos

telespectadores.

Cabe também ressaltar a importância

da extensão universitária dentro do âmbito

social, onde por meio dela, os autores tiveram

a oportunidade de transpassar novos

conhecimentos para a comunidade. Sendo

assim, obtiveram resposta positiva com

relação à inserção do projeto de extensão nas

escolas.

Segundo Rodrigues et. al (2013), a

extensão universitária funciona como uma via

de mão dupla, onde a universidade leva

informação e recebe da comunidade a

interação e reflexão sobre os problemas

atuais, culturais e valores. Contudo, a

extensão permitiu ainda que os estudantes

tivessem contato direto com a prática

profissional. Como mencionam Santos, Rocha

e Passaglio (2016), que descrevem a extensão

como um importante instrumento que

contribui para a ampliação do entendimento

da teoria e modificou o pensar profissional.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

ado o exposto, conclui-se que

o projeto de extensão

utilizando o teatro como

recurso didático proporcionou aos

estudantes um amplo aprendizado sobre as

zoonoses. A importância da prevenção e as

formas de transmissão da Leishmaniose

visceral foram transmitidas de forma lúdica,

com a utilização de super-heróis conhecidos,

despertando o interesse dos alunos.

Verificou-se, através de perguntas realizadas

aos alunos, que eles obtiveram grande

aprendizado sobre o assunto apresentado,

respondendo as questões de forma correta.

Além disso, o papel do médico

veterinário na saúde única foi ilustrado de

forma leve e divertida, prendendo a atenção

das crianças e promovendo a disseminação

do conhecimento para a comunidade, através

delas.

Preconiza-se a realização de novos

trabalhos abordando outras zoonoses,

envolvendo as crianças no processo de

aprendizado, fazendo com que elas próprias

consigam construir e ampliar os seus

conhecimentos, participando e

compreendendo o que está sendo

transmitido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS, L. V. R. de; RECENA, M. C. P. Conscientizar os alunos da educação infantil sobre a

importância de preservar o meio ambiente. Educação Ambiental em Ação, [S. l.], p. 1-13, 10

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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193

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA OU VIOLAÇÃO DO CÓDIGO DE ÉTICA?

PSICOLOGXS QUE SE APROPRIAM DE ARTES PARA SE

AUTOPROMOVER

Carolina Louise Baroni Brocardo

Anna Maria Dalmonico Moser

INTRODUÇÃO

esde que a internet se

popularizou e ficou mais

acessível, se tornou meio de

divulgação de várias práticas profissionais e

com a psicologia não é diferente. Psicólogos

e psicólogas divulgam seus trabalhos e expõe

suas reflexões nas redes, como forma de se

fazer conhecer. Uma das redes mais

populares, usada para esse tipo de divulgação

é o Instagram®, no entanto muitos/as

profissionais de psicologia e grandes páginas

de divulgação das práticas psicológicas,

utilizam de forma desrespeitosa produções

artísticas sem referência ao artista, se

apropriando da arte de outra pessoa com

objetivo de se autopromover.

Para realização deste escrito será feita

uma pesquisa documental e bibliográfica que

segundo Gil (2002) são métodos semelhantes

que se diferem apenas na fonte da pesquisa,

na qual a pesquisa bibliográfica se baseia em

documentos e produções publicados, e a

documental tem como base a experiência do

pesquisador, que no caso, faz parte da

comunidade artística.

O objetivo é analisar a prática que

profissionais de psicologia fazem ao se

apropriarem de produções artísticas com a

intenção de empreender em suas carreiras e

discutir de que forma isso vai contra o Código

de Ética Profissional do Psicólogo, uma vez

que viola os direitos autorais, desvaloriza e

anula o indivíduo enquanto artista. Debater e

educar sobre como os profissionais da

Psicologia podem utilizar produções artísticas

sem negligenciar os direitos do autor, para

que ao empreender em sua carreira, possa

também valorizar a carreira de outras

profissões, como a de artistas.

DISCUSSÕES

ara iniciar a discussão, será

feito um recorte em resumo

sobre do que trata a Lei de

Direitos Autorais (Lei

9.610/98), que garante e defende os direitos

do autor, seja a obra literária, artística, sonora

ou outra.

O Art. 11 explica que autor é a

pessoa física criadora da obra, que segundo

Art. 12 pode se identificar tanto por nome

completo ou abreviado, bem como por

pseudônimos (BRASIL, 1998).

Ao replicar em seu Instagram® e/ou

outras redes, desenhos, pinturas, tirinhas e

D

P

35

8

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

194

ilustrações sem o devido crédito, o/a

psicólogo(a) está violando os direitos do

autor, no que consiste o Art. 5º, parágrafo VI

que considera violação da lei em questão

reproduzir a obra “[...] incluindo qualquer

armazenamento permanente ou temporário

por meios eletrônicos ou qualquer outro meio

de fixação que venha a ser desenvolvido”.

O Art. 7 da Lei 9.610/98 expressa que

as obras protegidas são “[...] criações do

espírito, expressas por qualquer meio ou

fixadas em qualquer suporte, tangível ou

intangível, conhecido ou que se invente no

futuro”. Percebe-se que na época de criação

da lei, a internet não era algo comum e

acessível e não é citada diretamente, mas

encaixa-se em ‘meios a serem desenvolvidos’.

Com isso o parágrafo I inclui no Art 7º as

obras literárias, artísticas e científicas.

Torna-se importante trazer a Lei

9.610/98 para amparar e exemplificar os

direitos do artista. Ferreira Junior (2008) fala

da dificuldade das leis em acompanhar a

tecnologia, e no difícil controle efetivo, mas

reforça que a rede não deve ser considerada

‘terra sem lei’ e muito menos deve estar fora

do alcance das leis.

O ponto relevante a se discutir é a

prática comum que profissionais de

psicologia vem fazendo ao se apropriarem de

artes e replicá-las em suas redes sem marcar

o perfil do/da artista, nem ao menos

referenciar a autoria ou sequer citar que a

obra não lhe pertence.

É certo que a internet passa uma

sensação de liberdade e de que tudo é

permitido e sem controle, porém ao usar a

arte sem autorização ou referência, o/a

psicólogo/a ou estudante de psicologia, não

está só violando os direitos autorais e de

propriedade intelectual, mas também está

indo contra o Código de Ética da profissão.

Para amparar essa afirmação, faz-se

importante citar de forma direta os três

primeiros princípios fundamentais do Código

de Ética Profissional do Psicólogo:

I. O psicólogo baseará o seu trabalho

no respeito e na promoção da

liberdade, da dignidade, da

igualdade e da integridade do ser

humano, apoiado nos valores que

embasam a Declaração Universal dos

Direitos Humanos.

II. O psicólogo trabalhará visando

promover a saúde e a qualidade de

vida das pessoas e das coletividades

e contribuirá para a eliminação de

quaisquer formas de negligência,

discriminação, exploração, violência,

crueldade e opressão.

III. O psicólogo atuará com

responsabilidade social, analisando

crítica e historicamente a realidade

política, econômica, social e cultural

(CÓDIGO..., 2005).

Além dos princípios fundamentais, o

Art. 2º do Código de Ética Profissional do

Psicólogo (2005, s.p.) é extremamente claro

ao afirmar que “[...] ao psicólogo é vedado: a)

Praticar ou ser conivente com quaisquer atos

que caracterizem negligência, discriminação,

exploração, violência, crueldade ou

opressão”.

Dessa forma, nada mais justo que

levantar o debate acerca da violação do

Código de Ética uma vez que o/a artista é um

ser humano, indivíduo que produz arte, sua

arte consiste no seu trabalho, remunerado ou

não.

Apropriar-se do trabalho de outra

pessoa para se autopromover é violar sua

liberdade e integridade; também consiste em

negligenciar o indivíduo, discriminando-o por

não valorizar a arte como profissão e não

considerá-lo importante como criador, como

alguém que foi ativo no processo de criação

fazendo uso de sua criatividade para idealizar

e produzir uma obra de valor.

A atitude de profissionais de

psicologia, nesse contexto, também pode ser

vista como irresponsabilidade social e

exploração, pois faz uso do trabalho de

outrem para obter ganhos pessoais. No

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

195

entanto isso não significa que profissionais de

psicologia não possam fazer uso do mundo

das artes, apenas que devem fazer isso da

forma correta, com respeito, empatia e

principalmente, com referências.

Devido às inovações tecnológicas e o

grande alcance da rede, é necessário que haja

um equilíbrio, pois o criador de uma obra que

está em um ambiente de largo acesso como

a internet não pode mantê-la reclusa, mas o

direito à propriedade intelectual deve ser

mantido (FERREIRA JUNIOR, 2008).

Pensando nesse equilíbrio, dentro da

comunidade artística na internet, foi se

formando, de forma natural, alguns ‘acordos’

para que as pessoas pudessem fazer uso de

suas artes sem lesar os direitos de

propriedade intelectual. Com uma pesquisa

simples no Instagram®, acessando as páginas

de artistas, principalmente que têm a arte

como renda principal, percebe-se que a

maioria coloca um tópico em suas redes

exemplificando como a arte deve ser

referenciada ao ser divulgada.

Com base nessa pesquisa foram

selecionados alguns passos que devem ser

seguidos ao repostar ou reproduzir uma obra

na rede: a) o @ (assinatura digital/perfil)

do/da artista deve ser marcado na imagem e

nos comentários, indicando a autoria; b)

jamais corte a imagem ou remova a

assinatura do/da artista; c) jamais adicione

logo ou assinatura digital própria na arte de

outra pessoa; d) não adicione filtros ou efeitos

a imagem; e) não use a arte de forma

comercial; f) se não souber a autoria, evite

utilizar a obra.

Artistas, assim como outros

profissionais, passam por um processo de

criação e desenvolvimento, idealizando,

planejando, esboçando, fazendo a escolha de

cada cor a utilizar, escolhendo o material ou

programa a ser usado, utilizando muitas vezes

ferramentas que possuem custo, tudo isso

para alcançar um resultado final satisfatório

ou em processo de evolução.

Uma vez que é dever de profissionais

de psicologia garantir que o indivíduo seja

valorizado e respeitado dentro de sua

individualidade, nada mais justo do que agir

de acordo, identificar o/a artista, marcar seu

perfil para que as outras pessoas saibam de

onde vem a arte e se assim desejar,

encomendem projetos para uso exclusivo dos

quais possam desfrutar sem violar a Lei de

Direitos Autorais e o Código de Ética

Profissional do Psicólogo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

omo estudante de Psicologia e

artista, a escritora deste artigo

se vê na obrigação de levantar

este debate em defesa da referência das artes

na internet, prezando também pela qualidade

nos serviços prestados por colegas e futuros

colegas de profissão, uma vez que muitos se

apropriam de artes de forma não intencional,

por não terem conhecimento sobre a área e

sobre a comunidade artística na internet.

Como citado anteriormente, fazer uso

de artes para divulgar seu trabalho nas redes,

sem referenciar o/a artista, é uma violação

dos direitos de propriedade intelectual, no

entanto, com a internet, as relações obra-

autor precisam ser flexibilizadas devido ao

largo acesso da rede e seu alcance mundial.

Essa flexibilização é um acordo

implícito de benefício mútuo, pois no caso de

profissionais da psicologia, ao divulgar as

artes, tem por objetivo ilustrar suas práticas e

reflexões com a intenção de engajar a rede e

se autopromover, conquistar clientes que,

consequentemente, geram lucro. Ao

referenciar e marcar a autoria das artes estão

também divulgando o trabalho de artistas,

C

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fazendo com que possíveis interessados que

conheçam a arte pela replicação dela na

internet, possam chegar até o perfil do/da

artista, conhecer e desfrutar de sua arte e até

mesmo fazer encomendas, caso o/a artista

disponibilize trabalhos para venda.

Como profissionais da saúde mental,

psicólogos/as devem estar atentos as suas

atitudes e práticas, por mais inocentes ou

bem-intencionadas que pareçam. É um dever

refletir e buscar conhecimento, estar abertos

para novos aprendizados, pois o ato de

aprender e o de educar nunca se encerram,

principalmente em um mundo no qual a

tecnologia fornece muitas possibilidades e

está em constante evolução.

É preciso que os/as profissionais

acompanhem a evolução tecnológica e

busquem conhecimento sobre como agir e

como se posicionar sempre que surgirem

dúvidas, para que não se permitam cair em

contradição com a prática psicológica,

visando sempre o aprendizado e a

atualização, garantindo o respeito a todo

indivíduo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei nº 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Lei de Direitos Autorais. Disponível em:

<https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/92175/lei-de-direitos-autorais-lei-9610-

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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NOVAS TECNOLOGIAS NA PRODUÇÃO DE PROTEÍNAS:

UMA ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL?

Amanda Regina Arruda

Larissa Mendes Lima

Clarissa Barretta

INTRODUÇÃO

egundo a Embrapa (2020) o

Brasil é um dos mais

importantes produtores de

carne bovina no mundo, alcançando o

mercado de mais de 150 países e,

consequentemente, um dos maiores

consumidores de carne bovina (38,6

kg/habitante/ano). Portanto, a carne ganha

forte apelo cultural.

Segundo a Organização das Nações

Unidas (ONU, 2019), a população passará dos

atuais 7,7 bilhões de indivíduos para 9,7

bilhões em 2050, aumentando o consumo de

carne proporcionalmente. Isso significa que

haverá necessidade de maior produção de

alimentos para atender essa demanda

crescente da população. Assim, novas

tecnologias e formas de produção

alternativas que minimizem os impactos

ambientais e no bem-estar dos animais são

cada vez mais necessárias.

Em síntese, a adoção exclusiva de

práticas como a pecuária extensiva e a

agricultura comercial mostram-se como

modelos insustentáveis para o planeta e, com

isso, possibilitam-se novas ideias que surgem

da necessidade de amenizar impactos

ambientais, permitindo a chance de repensar

o atual significado da carne convencional no

prato do brasileiro. Tal fato nos leva ao

seguinte problema de pesquisa: existem

novas tecnologias que viabilizem a produção

de alimentos alternativos e mais sustentáveis?

Diante disso, o presente artigo tem

como objetivo revisar bibliograficamente as

novas tecnologias na produção de alimentos

e sua relação com a sustentabilidade. O

mesmo servirá de subsídio para realização de

uma pesquisa de opinião acerca do tema, a

ser realizada no Centro Universitário Avantis

(UNIAVAN) após aprovação no Comitê de

Ética.

Esta revisão baseou-se em trabalhos

científicos publicados entre os anos de 2005

a 2020 nas plataformas Scielo, Elsevier e

Ebsco. Focando nos assuntos principais

abordados como sustentabilidade,

tecnologias alimentares e crescimento

populacional.

S

36

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

egundo Blanco e Bressani

(1991), a qualidade da proteína

refere-se à sua capacidade de

satisfazer os requerimentos nutricionais do

ser humano, para fins de síntese proteica.

Consequentemente, as proteínas alternativas

podem ser de qualidade se respeitarem a

análise dos aminoácidos essenciais e

nitrogênio não-essencial.

Seguindo o Decreto-Lei nº

9.013/2017, “[...] carnes são as massas

musculares e os demais tecidos que as

acompanham, incluída ou não a base óssea

correspondente, procedentes das diferentes

espécies animais, julgadas aptas para o

consumo pela inspeção veterinária oficial”.

O processo da carne in vitro, de

acordo com Bhat, Kumar e Fayaz (2015) se

denomina pelo cultivo de células-tronco fora

do animal de fazenda. Hocquette (2016)

complementa que esse tipo de carne possui

grande potencial, visto que são necessários

pouquíssimos animais para a produção

devido ao potencial de células-tronco se

multiplicarem e, consequentemente,

poderiam resolver problemas de alimento

suficientes para alimentar a crescente

população humana.

As proteínas vegetais, ou plant made,

proporcionam variados benefícios à saúde.

Com o passar dos anos, o interesse sobre a

inserção de proteínas vegetais em produtos

alimentícios vem crescendo devido as

mudanças de hábitos na dieta humana e

busca a produtos saudáveis (BETORET et. al,

2011).

Devido as novas tecnologias já se

pode verificar hambúrgueres 100% vegetais,

que podem possuir diversas combinações de

componentes, como grão de bico, proteína

isolada de soja, proteína de ervilha e

beterraba, que confere a cor avermelhada ao

produto (TORRES, 2019). Esse produto já está

presente em alguns supermercados físicos e

on-line no Brasil.

Borsato, Tarolli e Marinello (2018)

abordam que os alimentos de origem animal

são os que apresentam uma menor

probabilidade de sustentabilidade,

principalmente devido ao consumo de

energia e água ao longo da produção. E na

visão de Stephens et. al (2018) há uma

necessidade urgente de métodos de

produção alternativos de proteínas que sejam

mais nutritivos e conscientes do bem-estar

animal. Além disso, traz que abordagens

como agricultura celular visam unir o desejo

pela carne tradicional, garantindo uma dieta

nutritiva e ainda assim reduz a carga

ambiental da produção de alimentos.

“A agricultura e o transporte de gado

contemporâneos em larga escala acarretam

um alto risco de doenças infecciosas de

animais e carga ambiental por meio da

emissão de gases de efeito estufa”

(LANGELAAN et. al, 2010, p. 59). Monteiro

(2019) complementa trazendo ser possível

verificar que as atividades agropecuárias dão

origem a concentrações de gases que

contribuem para o aquecimento global de

forma indireta, principalmente metano,

devido ao processo digestivo de ruminantes.

Monteiro (2019) comenta que os

fatores de crescimento populacional e urbano

junto com alterações climáticas podem afetar

a procura e a oferta de alimentos

futuramente, pressionando os limites

biofísicos do planeta. Na opinião de Martins

et. al (2019), a expansão territorial urbana e o

crescimento populacional aliados à ampliação

do sistema de produção têm contribuído

significativamente para agravar as condições

ambientais do planeta.

Com os níveis de produção

aumentando para alimentar a população

mundial, existem altos riscos de eliminar

florestas e exterminar espécies do planeta,

aumentando a emissão de gases de efeito

estufa que ultrapassariam as metas do

Acordo de Paris, na visão de Searchinger et. al

S

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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(2018).

Silva (2005) destaca que a sociedade

tende a criar significados para tudo aquilo

que o motiva, incluindo o quê e como come.

Cada região faz a sua própria cultura, na

forma como prepara o alimento e faz dele

uma representação, refletindo a própria

cultura miscigenada brasileira.

Portanto, percebe-se a alienação do

consumidor quanto ao consumo de carne,

visto que as representações culturais da carne

e o fácil acesso desvinculam o produto do

animal vivo e do abate, havendo assim o

consumo de carne com insensibilidade

(RIBEIRO; CORÇÃO, 2013). Conforme Slade

(2018), mesmo que fosse possível que ambos

os hamburgueres tivesse o mesmo sabor,

ainda assim, a escolha acentuada seria pelo

hamburger de carne bovina.

A pesquisa de Wilks e Phillips feita em

2017 demonstrou também que indivíduos

com maior consumo de carne em sua

alimentação apresentaram uma perspectiva

mais negativa em relação à carne de

laboratório que os de menor consumo

(OLIVEIRA et. al, 2019). Nesses termos, “[...]

esses confrontos ideológicos ultrapassam

dados específicos, como do valor nutricional

da carne, demonstrando justamente os

valores simbólicos que permeiam esse

alimento” (RIBEIRO; CORÇÃO, 2013, p. 436).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

onsiderando que o ciclo

carnívoro remete ao

desmatamento para aumento

da área de criação do gado para a produção

de carne para consumo mundial, cuja

população está em crescimento,

consequentemente, o ciclo carnívoro é

insustentável.

O Brasil possui um desempenho

respeitável nos contextos de produção,

consumo e venda de carne bovina, porém

com o surto da Covid-19 já percebemos

mudanças nos gostos dos consumidores e a

indústria de alimentos tem plena capacidade

de adequação às novas demandas.

Através dos conteúdos abordados,

conclui-se que as novas tecnologias possuem

maior índice de sustentabilidade por

reduzirem a necessidade do desmatamento,

consequentemente da emissão dos gases que

aceleram o aquecimento global, além da

quantidade possível de produção e

renovação do solo, quantidade de água e

energia envolvidos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Science & Technology, v. 22, n. 9, p. 498-508, 2011.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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cultivada-e-%E2%80%9Ccarne%E2%80%9D-vegetal:-voce-sabe-a-diferenca>. Acesso em 05

mai. 2020.

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203

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GRUPO:

UMA METODOLOGIA DE EXCELÊNCIA DE ENSINO?

Daniela Otávio Rodrigues

Maria Balbina de Magalhães

INTRODUÇÃO

formação do psicólogo é um

processo gradual e contínuo

cheio de marcas profundas,

confusas e vividas intensamente. No entanto,

a aprendizagem só acontece quando o

estagiário se coloca à frente, num movimento

que o tire do lugar conhecido e familiar e lhe

faça olhar para o estranho que se apresenta.

Esta aventura, por sua vez, é

encorajada pelo suporte encontrado na

supervisão, tornando possível viver o risco de

se conhecer e poder ajudar o outro a se

conhecer também. Além disso, conta com o

apoio e trocas realizadas na supervisão em

grupo.

Este artigo tem por objetivo não

apenas refletir sobre o estágio como também

sobre a supervisão em psicologia, a partir da

perspectiva de que esta atividade se constitui

como método de excelência educativa. Para

isso, será apresentado um relato de

experiência vivida no campo de estágio.

Este estudo pode ser classificado

como um estudo descritivo de abordagem

qualitativa, pois, de acordo Raupp e Beuren

(2012) a pesquisa qualitativa é mais adequada

para o conhecimento de um fenômeno social,

olhando no contexto do qual está inserido.

DISCUSSÕES

o que se refere ao estágio

específico, Costa Junior e

Holanda (1996) explicam que

o estágio obrigatório supervisionado é um

procedimento prático que contribui para o

futuro exercício profissional do psicólogo.

Barreto e Barletta (2010), por sua vez,

acrescentam que o estágio traz a

possibilidade de um pensamento clínico,

como também um papel de destaque, pois

potencializa esse contexto crucial na

formação do psicoterapeuta, isso pensando

no desenvolvimento de competências, assim

como a postura teórica, prática, metodológica

e ética. Comentam ainda que é importante

ressaltar que os supervisores não são os

únicos responsáveis pela preparação do

aluno. O corpo docente, a partir de sua

atuação cotidiana em sala de aula, discutindo

a teoria e a dedicação e envolvimento do

próprio aluno também contribuem na

formação do futuro profissional.

A partir destas premissas, o estudo de

caso escolhido demonstra como essa prática

do estágio supervisionado ilustra a excelência

de ensino dentro desse contexto. Para

A

N

37

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

204

preservar o cliente, alguns pontos da história

foram alterados, porém nenhum dado

modificado intervém para a compreensão do

estudo.

Entre todos clientes da estagiária, o

escolhido para este estudo foi o caso de M,

em função de sua complexidade de manejo.

M, é casado há quase 40 anos, com conflitos

em seu relacionamento desde o começo da

relação. Por conta desses conflitos, M

procurou o CAPS de cidade onde residia e foi

atendido durante dois anos. M retornou ao

CAPS no ano de 2019 por ter tido, segundo

ele, um ‘acesso de raiva’ muito grande por

conta de uma traição. Nesse momento, M foi

encaminhado do CAPS para o Núcleo de

Prática de Psicologia (NPP) da UniAvan.

Ao total foram feitos cerca de seis

encontros presenciais com M. A principal

questão trazida para o atendimento foi a

tentativa frustrada de matar o amante de sua

esposa e depois suicidar-se. M trouxe nas

sessões todas as formas que tinha planejado

de tirar a própria vida. No entanto, foi

colocado para M a questão ética do psicólogo

quando existe risco de vida, seja contra o

próprio cliente ou contra outra pessoa.

O Código de Ética Profissional do

Psicólogo, instituído pela Resolução CFP nº

010/2005 afirma que

[...] é DEVER do psicólogo respeitar o

sigilo profissional a fim de proteger,

por meio da confidencialidade, a

intimidade das pessoas, grupos ou

organizações a que tenha acesso no

exercício profissional. Porém, o

Profissional PODERÁ DECIDIR, pela

quebra de sigilo, baseando sua

decisão na busca de menor prejuízo.

Foi certificado que o cliente entendeu

e depois dos atendimentos sempre foi

checado se estava bem para poder ir pra casa.

Nas sessões seguintes, M continuou

trazendo seus pensamentos de suicídio e as

intervenções foram realizadas no sentido de

dar ao cliente, além do acolhimento, a

sensação de sentir-se compreendido e

respeitado.

Kinget e Rogers (1977) comentam que

esta intervenção (resposta reflexo) é a uma

resposta característica da Abordagem

Centrada na Pessoa (ACP), assim,

contribuindo para que o cliente perceba a si

mesmo, de modo a reorganizar sua fala e,

consequentemente, seus sentimentos. Várias

questões foram trabalhadas a partir do que o

cliente trouxe para a sessão, mas com foco

sempre na questão da preservação da vida.

Ou seja, o cuidado com uma pessoa que

estava em intenso sofrimento por não

encontrar uma outra saída para suas questões

existenciais, a não ser tirar a própria vida.

Kinget e Rogers (1977) apresentam

uma lista de sete itens a serem observados

para se fazer uma avaliação de como o cliente

se encontra no seu processo. M apresenta

cinco condições de que seu processo

terapêutico segue avançando, no sentido de

que já consegue pensar em outras

alternativas diferentes de tirar a vida de outra

pessoa e depois cometer suicídio. A

consideração incondicional positiva, dentro

deste trabalho, foi vital para essa nova

percepção do cliente.

Agora, o cliente já consegue ver

possibilidades para um futuro que até então

era incerto. Com o encerramento do ano

letivo, foi conversado com M sobre as redes

de apoio mais próximas a ele, por conta desse

período de recesso da instituição. O cliente

disse que voltaria para atendimento no

semestre seguinte.

No primeiro semestre deste ano, o

cliente iniciaria seus atendimentos em

meados de março, porém, com a pandemia

do novo coronavírus instaurada no país, o

atendimento presencial apenas foi possível

três meses depois, com toda a segurança

necessária para a prevenção acerca do vírus.

No retorno das sessões, M continua

trazendo os conflitos no seu relacionamento

conjugal, porém relata que pretende focar-se

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

205

mais no trabalho e parar de pensar em ‘coisas

ruins’. Disse que lutar por algo que lhe

prejudica apenas o levará a fazer algo pior.

Mesmo depois de aproximadamente sete

meses sem consulta psicológica, M afirma

não pensar mais em suicídio e nem quer falar

sobre essa ‘época ruim’, que agora se sente

tranquilo e calmo.

A psicoterapia pode ser entendida

como uma relação interpessoal, onde

acontece um encontro existencial envolvendo

o cliente e terapeuta e onde se estabelece

uma relação de ajuda com o objetivo de

acompanhar os clientes a se conhecerem e

descobrirem suas potencialidades. A partir daí

o cliente constrói ou reconstrói seu auto

suporte para poder resolver suas dificuldades

que o trouxeram para a psicoterapia.

Analogicamente, pode-se pensar que

também é caminho que o estagiário percorre

para construir seu fazer na psicologia.

A supervisão habilita o estagiário a

olhar para si, se reconhecer enquanto pessoa,

e a partir daí, acolher o terapeuta que se

encontra em construção. O encontro

estagiário e supervisor acontece no acolher

das angustiantes dúvidas e incertezas do

estagiário, frente à demanda de pedidos de

ajuda dos clientes, como no relato acima. E,

nesse processo, o grupo formado pelos

demais colegas estagiários atua como um

continente, pois os medos, ansiedade e

dificuldades fazem um eco em seus rostos e

falas. Sem dúvida, o estagiário de psicologia

vive momentos de sobrecarga de muitos

sentimentos e emoções, pois o seu objeto de

estudo é semelhante a si próprio, e para dar

conta desse campo de sensações, ou seja,

estar na relação com outro ser humano

também como ser humano e, ao mesmo

tempo, abrir mão de si mesmo, estando

totalmente presente no encontro, demanda

um conhecimento além da teoria.

O estagiário só poderá se aproximar e

apropriar a partir da supervisão, tarefa nada

simples, mas que é facilitada pela discussão

que acontece no grupo de supervisão. Esta

experiência possibilita ao terapeuta em

construção, por sua vez, aprimorar seu

encontro com o outro (o cliente), desenvolver

habilidades de compreensão, confiança, a

capacidade de aceitação, empatia e

congruência genuína, e não uma atitude

onipotente, mesmo sentindo a necessidade

de ampliar seus conhecimentos teóricos e

técnicos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

ontudo, compreende-se a

importância do estágio

específico como também a

supervisão para o crescimento do acadêmico

no que se diz respeito à excelência em

educação. Vale ressaltar que essa prática

permite ao estagiário/orientando

possibilidades de estar mais próximo das

vivências de um terapeuta, contribuindo de

forma a agregar experiências ao acadêmico.

As experiências vividas no estágio

supervisionado em grupo contribuem para

que o estagiário consiga uma harmonização

entre prática e teoria, vivência pessoal e

terapêutica, possibilidade de observar o outro

e a si mesmo e utilizar recursos técnicos de

acordo com o aporte teórico escolhido pela

estagiária para subsidiar seu trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARRETO, M. C; BARLETTA, J. B. A Supervisão de Estágio em Psicologia Clínica sob as

C

Page 206: SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário

SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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RAUPP, F. M; BEUREN, I. M. Metodologia da Pesquisa Aplicável às Ciências Sociais. In:

BEUREN, I. M. Como Elaborar Trabalhos Monográficos em Contabilidade: Teoria e Prática.

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KINGET, G. M; ROGERS. C. R. Psicoterapias e Relações Humanas 2. 2ª Ed. Belo Horizonte:

Interlivros, 1977.

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

207

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NO ACESSO À NUTRIÇÃO

ESPORTIVA PARA ATLETAS DE BAIXA RENDA EM

BALNEÁRIO CAMBORIÚ/SC

Beatriz Serra Perez

Bruna Jaime Feiden

INTRODUÇÃO

estudo e a viabilização do

acesso à nutrição ligada ao

esporte denota grande valor

atualmente frente ao intenso aumento das

práticas esportivas e a formação de atletas

desde a infância. Alguns esportes necessitam

de mais esforço que outros, porém todos,

sem exceção, requerem um amparo

nutricional para que haja bom proveito em

seus resultados e, principalmente, em seu

estado de saúde.

É de conhecimento que o acesso à

nutrição para atletas de baixa renda é muito

inferior ao de atletas de classes sociais mais

altas. Além disso, em um panorama geral,

atletas de times maiores recebem maiores

auxílios e patrocínios onde é incluso um

nutricionista para assessorar os mesmos,

onde entra, portanto, o caso de que, na

maioria das vezes, não existe essa mesma

ajuda para aqueles que estão iniciando sua

carreira, que não têm uma boa renda, ou no

caso de crianças e jovens, condições

econômicas que estão fora de seu controle.

Neste viés, surge o fator nutrição

como possível dificultador do seu processo

de aprimoramento e, fundamentalmente

falando, sua saúde e bem-estar. O consumo

de alimentos em famílias de renda baixa é

composto por, principalmente, alimentos

industrializados e açúcares, tornando assim a

absorção de nutrientes e o funcionamento de

seus metabolismos passíveis de serem

afetados, causando abalo na saúde como um

todo.

O objetivo desse estudo é identificar e

desenvolver, por meio de pesquisa

bibliográfica juntamente a uma análise de

campo social e de desenvolvimento em

tecnologia, um meio de tornar consultas a

nutricionistas esportivos um acesso possível a

todos os atletas, colocando em questão os de

baixa renda, como o meio previamente

idealizado. Portanto, no presente estudo,

propõe-se o desenvolvimento de uma

ferramenta em forma de aplicativo que

facilitará a coleta de dados, o processamento

e o acesso a um acompanhamento nutricional

voltado para a inclusão social. Indo além, que

torne esse projeto algo que incentive

profissionais da área da nutrição a

procurarem por esse ramo de atendimento

que se mostra carente e tão necessário

quanto qualquer outro, colocando-se em

vista a saúde desses atletas e, principalmente,

o viés crucial de prevenção de doenças, tanto

metabólicas quanto ligadas às lesões e

complicações advindas com a prática

O

38

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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esportiva, por meio da nutrição.

O estudo tem sua natureza aplicada,

pois pretende trazer um produto/serviço

como aliado na questão social de acesso à

nutrição frente à realidade dos atletas das

classes mais baixas. Quanto à abordagem,

segundo Gil (2008), o estudo é qualitativo e

seu objetivo de caráter exploratório e

descritivo.

O VÍNCULO DA ALIMENTAÇÃO APROPRIADA E O ESPORTE

alimentação saudável está

diretamente ligada com o alto

desempenho de atletas. De

acordo com treinadores e especialistas em

nutrição esportiva o alimento, muitas vezes,

pode ser mais importante que o próprio

treino, pois o resultado só será significativo se

a alimentação contribuir para isto (CLARK,

1998).

Neste viés, é notório que as aplicações

da nutrição na área do esporte e nas

atividades físicas representa forte

importância, criando-se assim uma

identidade e um vínculo ainda mais relevante

entre alimentação e atividade física e,

consequentemente, a atuação de um

profissional da nutrição neste processo

(VIEBIG; NACIF, 2007).

Portanto, a atuação de um

nutricionista esportivo se mostra necessária a

todos os atletas, já que é este profissional que

possui os conhecimentos necessários para

aplicar uma dieta que supra as necessidades

alimentares do mesmo de acordo com seu

esporte, pois há modalidades como luta que

exigem que seu praticante possua mais massa

muscular que um praticante de corrida, por

exemplo, por questões de força e resistência

respectivamente (ROBERG; ROBERTS, 2002).

Diante desse cenário surge um

problema, uma vez que o acesso de atletas a

nutricionistas esportivos é limitado, sendo

possível muitas vezes somente para aqueles

que possuam boas condições financeiras e

acesso a um plano de saúde ou atendimento

privado a um nutricionista especialista na

área.

OS ATLETAS DE BAIXA RENDA

iante da situação atual da

nação brasileira, constata-se

que 54,8 milhões de

brasileiros estão abaixo da linha da pobreza

(IBGE, 2019). Segundo Borges et. al (2015),

para que famílias de baixa renda (tanto no

caso de renda menor ou igual a US$ 1,00 per

capita/dia, quanto renda menor ou igual a R$

415,00) consigam atingir as recomendações

base para uma dieta saudável, os gastos com

alimentação aumentariam basicamente em

58% e 39%, respectivamente.

Portanto, conclui-se inviável a garantia

de uma alimentação saudável, dentro das

recomendações do Guia Alimentar para a

População brasileira (BRASIL, 2014), a essas

famílias.

A condição de vida das classes baixas

na região de Santa Catarina reflete-se

nitidamente nos dados de incidência de

pobreza no Estado (SEBRAE, 2013), onde ela

tem cerca de 9% da população com renda

familiar per capita de até R$ 70; 15,2% com

renda familiar per capita de até meio salário

mínimo e 3,9% da população com renda

familiar per capita de até 1/4 salário mínimo.

Frente a essa prévia realidade, surge o

jovem ou adolescente atleta que, em meio a

A

D

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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uma condição de vida limitada e uma

alimentação nutricionalmente insuficiente, é

prejudicado em seu desempenho no esporte

que pratica e corre risco de saúde por conta

de possíveis deficiências nutricionais que

acarretariam possíveis lesões desportivas

como, por exemplo, a carência de vitamina D

e minerais como o cálcio, principalmente, que

podem causar falha na proteção óssea,

aumentando a chance de fraturas ósseas

(BASTOS, 2009).

Outra questão relevante ao presente

estudo que é a desigualdade social e a falta

de oportunidades de emergir socialmente,

por exemplo. A questão do esporte na

sociedade brasileira pode ser vista, muitas

vezes, como meio de mudar de vida, de cuidar

da família e de crescer em vários âmbitos,

conceito chamado de mobilidade social

(HELLER, 2018).

Assim, torna-se de extrema relevância

o estudo e que algo seja feito em relação a

situação dos atletas desta classe, visando

garantir sua saúde e permitir que

mantenham-se no esporte, atividade de suma

importância para a qualidade de vida, que

traz incontáveis benefícios como, por

exemplo, no caso dos adolescentes e jovens,

o combate saudável ao sedentarismo e

consequentemente a quadros de obesidade e

estilos de vida errôneos que impedem a

garantia da saúde e a prevenção de doenças

(BOTTCHER, 2019).

A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA COMO ALIADA

m um contexto como o atual, a

tecnologia se torna cada dia

mais aliada ao desenvolvimento

e aprimoramento do homem e suas práticas,

destacando um aspecto das redes e da

internet que é a existência de um universo

que permite às pessoas conectadas

construírem e partilharem inteligência

coletiva sem submeter-se a qualquer tipo de

restrição político-ideológica (LÉVY, 1999).

Dessa forma, a internet e a tecnologia

se tornaram agentes humanizadoras - porque

democratizam a informação - e humanitárias,

porque neste caso levam a saúde às pessoas

onde muitas vezes um profissional não

consegue chegar, levando em conta a

valorização das competências e

particularidades de cada grupo e a defesa dos

interesses e do bem-estar e saúde da

população.

Por fim, a ideia da criação de um

aplicativo tem como foco o desenvolvimento

de um sistema em formato de banco de

armazenamento e processamento de dados,

onde informações de atletas seriam

primeiramente cadastradas por qualquer um,

podendo ser ou o próprio treinador do atleta

ou algum membro de sua família com acesso

a um celular como exemplo. E o aplicativo

geraria um ‘norte’ nutricional àquele paciente,

visto que seria programado com diretrizes

nutricionais e voltado intencionalmente para

a inclusão social.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

acesso aos profissionais da

nutrição atualmente vem

tornando-se cada vez mais

popular. O desenvolvimento da profissão, que

é relativamente nova, regulamentada em

1991, mostra-se muito promissor frente ao

avanço da tecnologia e a suma importância

da garantia da saúde em sociedade.

E

O

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

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Entretanto, a realidade dos atletas de classe

baixa não se aplica a essa popularidade.

Conclui-se então, que o projeto de

estudo e desenvolvimento de um aplicativo

que visa acessibilidade à nutrição esportiva

tendo em vista a condição brasileira de falta

de acompanhamento nutricional dos atletas,

com fim de possibilitar o imprescindível

acesso a um programa de nutrição social por

meio da inovação tecnológica, frente à

realidade enfrentada pelos atletas da cidade

de Balneário Camboriú, é uma prática

necessária e viável. Tal constatação torna este

projeto de forte e notável relevância,

contribuindo para avanços no processo de

inclusão, com foco na responsabilidade e

atenção social à saúde.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BASTOS, A. Nutrição e Lesões Desportivas. Monografia Porto, 2009.

BORGES, C; et al. Quanto custa para as famílias de baixa renda obterem uma dieta saudável no

Brasil? Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 31(1):137-148, jan, 2015.

BOTTCHER, L. Atividade Física como ação para promoção da saúde: Um ensaio crítico. Rev.

Gestão & Saúde (Brasília) Edição Especial, fev. 2019. Ver Bras Ativ Fis e Saúde • Pelotas/RS •

19(4):455-456 • Jul/2014

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CLARK, N. Guia de Nutrição Desportiva: Alimentação para uma vida ativa. 2. Ed. Porto Alegre:

Artmed, 1998.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

HELLER, C. Futebol profissional: saída da pobreza? Mosaico – Volume 9 – Número 14 –2018.

IBGE. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população

brasileira: 2019 / IBGE, Coordenação de População e Indicadores Sociais. - Rio de Janeiro: 2019.

LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

ROBERG, R. A.; ROBERTS, S. O. Princípios fundamentais de fisiologia do exercício: para

aptidão, desempenho e saúde (coordenação de tradução Antonio Carlos da Silva). São Paulo:

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SEBRAE. Santa Catarina em Números: Santa Catarina / Sebrae/ SC. Florianópolis: Sebrae/SC,

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

211

2013.

VIEBIG, R.; NACIF, M. Nutrição Aplicada à atividade física e ao esporte. In: SILVA, S. M. C. S.;

MURA, J. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. 2ª ed. São Paulo: Editora Roca,

2007, cap. 16, p. 216-220.

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213

EMPREENDER E INOVAR NA EDUCAÇÃO

COMO UMA MUDANÇA PESSOAL

Isadora Puntel Rohde

Eliz Marine Wiggers

INTRODUÇÃO

inovação requer modificar ou

modernizar algo já existente,

portanto, o objetivo da

presente pesquisa científica é compreender

como ocorre o processo de flexibilização de

um arquétipo que possibilite inovação

tecnológica no contexto da educação. Mas,

cabe ressaltar que empreender para educar

com excelência requer inovar o modo de

educar e saber arcar com possíveis riscos.

O tema inovação tecnológica é

relevante à medida que ao compreendê-lo

pode nos direcionar de melhor maneira a

exprimir nossas capacidades em diversos

contextos, tal como está ocorrendo na

pandemia de COVID-19. O Resgate da

Psicologia Analítica se deu pelo interesse em

resgatar aspectos teóricos ainda pouco

abordados nesta perspectiva.

Para tanto, se fará uso de uma revisão

bibliográfica, a partir de pesquisa realizada na

base de dados da EBSCO, utilizando-se das

palavras-chave, em uma pesquisa avançada:

‘inovação tecnológica e Psicologia Analítica’;

‘inovação tecnológica e Jung’ e ‘Processo de

inovar e Jung’. Foram selecionadas as

publicações científicas que estavam de modo

coerente como o objetivo a que se propõe

com este trabalho. Também se realizou uma

pesquisa e análise bibliográfica dos livros das

Obras Completas de Carl Gustav Jung.

DISCUSSÕES

mpreendedorismo é uma

atitude em que se implementam

mudanças, das quais gera-se

inovação, mas também riscos. Esse conceito

aplicado no âmbito de saúde é atual visto a

pandemia. Trabalhar com saúde precisou

mudar e gerou inúmeras inovações

tecnológicas, como a realidade do

atendimento on-line no contexto da

psicologia, da nutrição e, ainda, no âmbito da

medicina. Já na educação, as aulas passaram

a ser ministradas em plataformas on-line,

entre outros.

Para Jung 17 (2018) o novo é

desconfortável e indica algo a ser

experimentado, por isso requer maturidade

em julgar com ponto de vista estável de

profundo conhecimento da questão e do

contexto histórico. Já em outra publicação,

Jung 8/2 (2018) percebe que a educação afeta

a dimensão da consciência, à medida que

pode gerar complexos duradouros que

limitam a visão de mundo das pessoas, bem

como pode desenvolver diversas qualidades

A

E

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e autonomia. Para tanto “[...] é preciso levá-lo

à assimilação de todas as funções que bem

pouco ou mesmo nenhum desenvolvimento

consciente alcançaram” (JUNG 8/2, 2018, p.

196).

Assim, o caminho de

empreendimento de uma educação de

excelência envolve propiciar uma educação

libertária, visto que “O homem só passa a ser

responsável e capaz de agir, quando existe a

seu modo” (JUNG 16/2, 2018, p. 38). Essa

autonomia, essa liberdade é possibilitada na

homeostase do aparelho psíquico, propiciada

no ensino libertário, em se que contemple a

individualidade, o desenvolvimento do

indivíduo e de suas quatro funções psíquicas,

e um meio que possibilite o desenvolvimento

dos demais aspectos da vida humana, como

o social, o cultural, o afetivo e o econômico.

A inovação parece como um processo

que resulta na exteriorização da pessoa que

muda, como a representação da mudança

dela, como um ato de criação. Jung 17 (2018)

aponta o novo como algo problemático e, por

isso, o verdadeiro progresso requer

maturidade no julgamento, ponto de vista

estável com conhecimento histórico, para que

não sucumba ao ofuscamento da novidade.

Inovar envolve modificar ou

modernizar algo e da mesma forma se dá com

a inovação tecnológica. Mas, na perspectiva

da Psicologia Analítica, a mudança se dá pelo

desenvolvimento de um processo e aceitação

do próximo processo, processo representado

pelos arquétipos, o que conduz a

compreensão de que inovar é resultado da

ação de quem criou, é a totalidade do homem

(JUNG, 17, 2018).

Cabe destacar que a educação para

inovar não se reduza ao conceito de

tecnologia, como uma teoria geral e/ou

estudo sistemático sobre técnicas, processos,

métodos, meios e instrumentos, mas que seja

praticada como um ou mais ofícios ou

domínios da atividade humana. Que a

inovação tecnológica seja vivenciada como

aquela que “[...] resulta da ação de seus

criadores e operadores, contempla a

totalidade do homem, seus sentimentos, seus

desejos e seu destino” (JONAS, 1997, p. 16).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

omo percebido nos

apontamentos da pesquisa

bibliográfica realizada, a partir

da perspectiva da Psicologia Analítica,

empreender envolve riscos; assim como

educar a partir da inovação tecnológica em

um contexto de exceção, como na pandemia

do COVID-19, que modifica as relações

humanas, a dimensão do trabalho e que

implica em um profundo processo de reflexão

e conhecimento histórico.

Carl Gustav Jung aponta que a

educação gera mudanças na consciência e

defende-se, a partir desta pesquisa, que a

vivência educativa para a excelência pode

oportunizar o desenvolvimento de diferentes

qualidades e promover autonomia, tanto de

acadêmicos, como de docentes, ao invés de

gerar complexos que limitem a visão de

mundo das pessoas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

JUNG, C. G. 17. O Desenvolvimento da Personalidade. Tradução Frei Valdemar do Amaral.

14ª ed., Petrópolis -RJ: Vozes, 7ª reimpressão, 2018.

C

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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1

215

______. 8/2. A Natureza da Psique. Tradução Mateus Ramalho Rocha. 10ª ed., 9ª reimpressão.

Petrópolis-RJ: Vozes, 2018.

______. 16/2. Ab-reação, análise dos sonhos e transferência 16/2. Tradução Maria Luiza

Appy. 9ª ed. 8ª reimpressão. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018.

OLIVEIRA, J. R. de. O homem como objeto da técnica segundo Hans Jonas: o desafio da

biotécnica. R. Intern. Fil. Vol. 04. No. 02. (2013), p. 13­38, ISSN 1516­9219. DOI:

http://dx.doi.org/10.7443/problemata.v4i2.16966

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OPTATIVAS SUSTENTÁVEIS DE SUBSTITUIÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA

Débora Amanda Santana

Pâmella Souza Pereira Hornburg

INTRODUÇÃO

través deste trabalho

acadêmico buscamos

identificar e conhecer

informações relacionadas à extração e

utilização de matéria prima nas construções

civis, como também ser capaz de idealizar

novas propostas que possam ser inseridas e

aplicadas durante as obras, buscando reduzir

de forma considerável o impacto ambiental

causado por resíduos e materiais não-

renováveis.

Na contemporaneidade, se torna mais

acessível o desenvolvimento da engenharia,

seus métodos e tecnologias. Atualmente

disserta-se, abundantemente, no que se

refere a sustentabilidade, este que se exibe

sendo o grande desafio na construção civil.

Mediante todas as questões

mencionadas o artigo terá como objetivo

buscar a resposta para o seguinte

questionamento: Quais são os métodos

construtivos mais sustentáveis existentes para

a construção civil?

QUAIS MATÉRIAS-PRIMAS SÃO UTILIZADAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

ilha; Costa; Rocha (2011)

Expressam que materiais cujo

mercado é constituído por

grandes empresas de capital intensivo e

grande produtividade, como o cimento,

coexistem com outros em que os produtos

são fornecidos por empresas em que os

processos produtivos ainda se baseiam em

produção com pouco valor agregado, baixa

produtividade e pouca qualificação de mão

de obra, como as olarias e a extração de areia.

“O aspecto, no entanto, que distingue

a madeira dos demais materiais é a

possibilidade de produção sustentada nas

florestas nativas e plantadas e nas modernas

técnicas silviculturais empregadas nos

reflorestamentos, que permitem alterar a

qualidade da matéria-prima de acordo com o

uso final desejado” (ZENID, 2015. p.1).

“A extração de recursos naturais como

a argila é uma prática realizada a milhares de

anos e faz parte da história humana e seria

indispensável o nosso dia a dia sem esta

preciosa matéria-prima” (JACOMETI, 2011, p.

5).

Conforme Peterson (2016) a principal

matéria prima do cimento é o calcário, ele é

extraído de jazidas e pedreiras. Para reduzir os

custos de transporte, as cavas são localizadas

próximo as fábricas.

A

F

40

Page 218: SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário

218

IMPACTOS GERADOS PELA EXTRAÇÃO E CONSTRUÇÃO

indústria da construção civil

ocupa posição de destaque na

economia do Brasil, porém

apresenta-se como grande geradora de

impactos ambientais que resultam na

formação de áreas degradadas” (GARCIAS;

ROTH, 2011, p. 112).

“Durante a fase de extração de

materiais ou matérias-primas para a

construção civil o volume das áreas

degradadas depende do tipo de mineração,

da quantidade de materiais retirados e dos

rejeitos produzidos” (BRASIL, 2007 apud

GARCIAS, 2009, p. 118).

Segundo o Sindicato Nacional da

Industria do Cimento (2006) o cimento tem

tipo um processo produtivo realizado de

forma apontada para a causa de impactos

sociais e ambientais quando analisado as

comunidades residentes ao redor das

fábricas, problemas essas como

contaminações do ar, solo e água, tais que

afetam de maneira significativa as questões

relacionadas à saúde.

O impacto negativo que provém da

extração de matéria-prima para uso

na indústria da construção civil é

considerável. Em todo o mundo, a

mineração e o processamento de

minerais desempenham um

importante papel na determinação

de problemas do meio ambiente

como o desmatamento, a erosão do

solo e a poluição do ar e da água.

Globalmente, o setor minerário é um

dos maiores usuários de energia,

contribuindo assim para a poluição

do ar e o aquecimento global

(YOUNG, 1992 apud SCHNEIDER,

2003, p. 46).

MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL

e acordo com Oliveira et al

(1999), no setor da construção

civil uma grande variedade de

materiais vem sendo introduzidos,

contribuindo para a melhoria de vários

aspectos de organização, conduzem a uma

maior qualidade, reduzindo o desperdício, um

dos grandes problemas enfrentados pelas

empresas do setor.

Uma das maiores potencialidades do

uso da cinza de casca de arroz está

na fabricação de materiais refratários

à base de sílica. O alto ponto de

fusão, a baixa densidade

picnométrica e a alta porosidade,

aliados à grande disponibilidade e ao

baixo custo da cinza, são indicativos

de um material em potencial para a

fabricação de tijolos refratários como

os necessários em fornos

siderúrgicos (DELLA et al, 2001).

Em uma obra utilizando containers, há

a possibilidade de se levar o módulo ao

terreno pronto para ser utilizado. Segundo

Fossoux et Chevriot (2013), essa possibilidade

se deve ao fato de o container já possuir

paredes, piso e cobertura, formando uma

única estrutura.

Por fim como exemplo temos Mateus

e Bragança (2006) que mencionam:

A lã animal pode ser utilizada em

isolamentos térmicos e acústicos.

Apresenta inúmeras vantagens,

como: controla as condensações,

absorvendo e libertando umidade

sem que haja perda das suas

características térmicas; aquece até 7

ºC quando absorve umidade,

reduzindo o risco de condensações;

absorve até 30% do seu peso em

A

D

Page 219: SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário

219

água, evitando recorrer a uma

proteção contra o vapor; absorve

gases perigosos, como CO2,

retendo-os permanentemente; tem

grande durabilidade, pois em

contato com umidade não se

degrada; provém de fontes

renováveis; é biodegradável após o

seu fim de vida útil; pode ser

reutilizado se estiver em boas

condições; é reciclável; e não provoca

problemas respiratórios ou de pele

durante a sua aplicação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

sta pesquisa se propôs como

objetivo geral, apresentar ao

leitor as principais matérias-

primas utilizadas na construção civil, como

também seus respectivos impactos no meio

ambiente, ponderamos que a pesquisa

realizada apresenta apenas alguns dos

principais aspectos relacionados ao tema

proposto. É de conhecimento dos autores que

a pesquisa apresenta algumas lacunas que

podem e devem ser preenchidas com base no

tema proposto, entretanto consideramos que

os objetivos propostos foram contemplados e

alcançados de maneira abrangente.

Através dos autores aqui

mencionados percebemos que para se obter

alguns dos materiais considerados

indispensáveis na construção civil como o

cimento, traz para o meio ambientes diversos

impactos. Esses impactos são consequência

da extração de minérios e areia, estes quando

são retirados de seu local de origem geram

um desequilíbrio na área degradada. A

poluição e geração de resíduos também é

outro aspecto importante que afetam

diretamente o meio ambiente, hoje não há

um controle relacionado a este quesito.

A Engenharia está em constante

evolução, lã animal, casca de arroz e

containers são algumas das alternativas já

existentes que podem ser introduzidas

durante o projeto e a execução da obra que

consequentemente irão gerar menor

quantidade de entulhos, a poluição será

reduzida em uma escala considerável como

também uma redução de custos com relação

aos materiais utilizados, sendo assim uma

proposta favorável aos dois lados, tanto do

meio ambiente quanto do Engenheiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 221: SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário

221

A PARTICIPAÇÃO DO INVESTIDOR NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Jean Carlo Valdivia Meza

Rodrigo Ferreira dos Santos

Pâmella Souza Pereira Hornburg

INTRODUÇÃO

presente artigo visa

identificar as principais

características do investidor

no setor da construção civil. Para isso

buscamos apresentar as principais formas de

associação para se participar como investidor

desse tipo de negócio no setor da construção

civil, buscando caracterizar e classificar os

investidores em grupos: Não Especialistas

que são os investidores de capital que não

necessariamente possuem conhecimento e

formação sobre área da Engenharia Civil e;

Especialistas que são os investidores que não

necessariamente possuem formação em

Engenharia Civil, mas atuam diretamente com

a cadeia produtiva, como gestores e

associados de empresas especialistas na área.

O estudo busca, por meio de pesquisa

qualitativa e bibliográfica, caracterizar e

qualificar de forma clara e objetiva sua

importância e participação no setor, visando

responder o seguinte questionamento: qual a

importância da participação dos investidores

na construção civil?

INVESTIDOR ESPECIALISTA

este tipo de investimento, a

participação do investidor

pode ser pela criação de

Consórcios ou Sociedades de Propósito

Específico (SPE). No SPE a participação é

proporcional ao capital investido ou à

responsabilidade assumida dentro da

sociedade. Já no Consórcio, por ser uma

associação de empresas, fica impedida a

participação direta do investidor como

pessoa física. Independentemente da forma

escolhida a finalidade é sempre aumentar as

condições de sucesso dos futuros projetos

(FIGUEIREDO; CATARINA, 2016).

CONSÓRCIOS

consórcio é uma forma legal

de parceria entre empresas

com o mesmo interesse

(PLISSON et al., 2007, apud FIGUEIREDO;

CATARINA, 2016). A interdependência entre

empresas tem se tornado uma tendência nos

últimos anos para o aumento da

competitividade em todas as áreas e a

construção civil segue o mesmo rumo

(FIGUEIREDO; CATARINA, 2016). A

O

N

O

41

Page 222: SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário

222

complexidade e os diferentes tipos de

projetos e processos produtivos têm

contribuído no aumento das incertezas dos

associados (ANVUUR, KUMARASWAMY,

2007, apud FIGUEIREDO; CATARINA, 2016), o

que justifica a criação de consórcios.

SPE - SOCIEDADE DE PROJETO ESPECÍFICO

SPE é outra forma de

associação para investidores

onde é criada uma empresa,

sendo ela, sociedade limitada ou anônima

com o objetivo de explorar determinada

oportunidade de negócio (FIGUEIREDO;

CATARINA, 2016).

De acordo com a Lei Complementar

nº 123, de 14 de dezembro de 2006, Art. 56,

“[...] SPE é constituída para a realização de um

ou mais projetos específicos e já

determinados [...]”. A SPE é formada para o

cumprimento de um determinado objetivo. A

sociedade possuirá um CNPJ e registros

contábeis próprios, se comprometendo com

a sua extinção após a conclusão, ou a ser

renovados para novos negócios (MAIA, 2010,

apud FIGUEIREDO; SANTA CATARINA, 2016).

INVESTIDOR NÃO ESPECIALISTA

condomínio é um tipo de

sociedade na qual os sócios

investidores são os

proprietários das unidades residenciais ou

comerciais a serem construídas. É chamada

de sociedade de condomínio fechado

(FIGUEIREDO; CATARINA, 2016). É

regulamentado pela Lei nº 4.591, de 16 de

dezembro de 1964, a qual no Art. 58

estabelece que “Nas incorporações em que a

construção for contratada pelo regime de

administração, também chamado ‘a preço de

custo’, será de responsabilidade dos

proprietários ou adquirentes o pagamento do

custo integral de obra”.

Dentre as diferenças entre o

consórcio, a SPE e o condomínio é que para

este último é necessário contratar uma

construtora para executar e administrar a

obra, no caso do consórcio e da SPE é possível

que um dos sócios assuma a responsabilidade

de administrar e construir o empreendimento

(FIGUEIREDO; CATARINA, 2016).

A quantidade de sócios de um

condomínio só pode ser igual ou menor à

quantidade de unidades oferecidas no

empreendimento e cada condômino detém o

percentual de participação correspondente à

sua unidade (LIMA JÚNIOR, 2001, apud

FIGUEIREDO; CATARINA, 2016).

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

ara melhor entendimento da

importância dos investidores

no setor da construção civil, se

faz necessária a análise e interpretação de

dados sobre investimentos e investidores no

mercado da construção civil realizado por

investidores ou grupos de investidores

qualificados.

Segundo SINDUSCON-SP/FGV (2015)

a construção civil apresentou um grande

crescimento nos anos anteriores, tendo um

crescimento significativo de

aproximadamente 50% entre os anos de 2007

e 2011. A instituição, ainda na época,

A

O

P

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223

estimava um crescimento de 2,8% no ano de

2014. Originando assim um crescimento

significativo dos investidores do setor da

construção civil durante esse período e nos

anos seguintes.

Para justificar esse crescimento

podemos citar como exemplo o lançamento

da primeira torre Interlagos, lançado pela

Construtora Morena, na cidade de Maringá

(PR), que teve seis em cada dez unidades

vendidas comercializada para investidores.

Ainda segundo CEO da Construtora Morena,

os investidores representam 60% dos clientes

e imóveis negociados pela empresa

(SINDUSCON-PR/NOROESTE, 2018).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

construção civil é um negócio

que pode estar disponível

para investidores com

diversos perfis e trazer, assim, retornos dentro

do esperado para este segmento da

economia.

Goldman (2004, apud FIGUEIREDO;

CATARINA, 2016) considera que os

investimentos na área imobiliária são

considerados um dos melhores e mais

seguros do país, pois o valor dos imóveis

consegue superar as correções monetárias

resultantes da inflação.

Como este tipo de investimento em

geral é feito em colaboração com outros

investidores, a escolha da forma de

associação é determinante para limitar os

riscos assumidos e garantir os direitos do

investidor. Portanto, pode-se concluir que a

participação de investidores na indústria da

construção civil é de suma importância, mas

embora possa representar uma oportunidade

de investimentos, deve ser precedida de uma

pesquisa de mercado.

O assunto discutido neste artigo é

vasto e está longe de estar encerrado.

Portanto, se promoveu uma discussão sucinta

e estudos futuros podem ser realizados

principalmente buscando-se quantificar a

influência dos investidores mediante suas

características técnicas no mercado da

construção civil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei Complementar nº 123 de 14 de dezembro de 2006. Estabelece normas gerais

relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e

empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito

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passou-a-ser-um-bom-investimento-na-crise-diz-sinduscon/> Acesso em 20 jun. 2020

SINDUSCON/PR NOROESTE. Construtoras miram em alta renda e investidores em

lançamentos. Revista Eletrônica SindusCon/PR- Noroeste, 2020. Disponível em:

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investidores-em-lancamentos/29/> Acesso em 20 jun. 2020

SINDUSCON/SP. Sindicato da Indústria da Construção Civil. São Paulo, 2015. Disponível

em: https://sindusconsp.com.br/piora-o-deficit-habitacional-nacional-segundo-o-sinduscon-

sp/. Acesso em 20 jun 2020.

Page 225: SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário

225

OUTRIGGER: ANÁLISE DA METODOLOGIA E EFICÁCIA COMO

MÉTODO DE CONTRAVENTAMENTO

Gabriel Garcia

Gléber José Ludwichak

Simão Martins da Veiga Neto

Pâmella Souza Pereira Hornburg

INTRODUÇÃO

outrigger traz inovação e

eficiência em termos de

efetividade estrutural,

tornando-se um grande aliado à engenharia

civil. Demonstra-se que além de eficaz, este

método é também extremamente seguro e

pode ser utilizado sempre que a construção

demandar maior rigidez na estrutura.

Fundamentada em estudos já

realizados sobre o tema, esta pesquisa tem

como objetivo geral a análise da metodologia

e eficácia, bem como a possibilidade de êxito

do outrigger como método de

contraventamento. Quantos aos objetivos

metodológicos o estudo possui característica

qualitativa e bibliográfica.

Diante o exposto, um dos problemas

de estruturas esbeltas é a sensibilidade a ação

dos ventos, além de vibrações recorrentes de

muitos fatores, que fazem com que estas

estruturas oscilem, dessa forma formula-se a

seguinte pergunta problema: como resolver o

problema do carregamento horizontal

externo (ação do vento) que atua na fachada

do edifício?

A AÇÃO DO VENTO

Os aspectos que

envolvem a ação do

vento são os

meteorológicos e os aerodinâmicos, os

fatores aerodinâmicos definem como o vento

irá afetar a estrutura, já o fator meteorológico

é responsável pela velocidade do vento a ser

considerada no projeto” (CAMARGO, 2012,

apud BRANCO, 2019, p. 28). “As ações do

vento são divididas em estática e dinâmica,

uma simplificação para determinar as cargas

de vento sobre a estrutura aceitável, sendo

obtidas de coeficientes aerodinâmicos

achados em normas” (MARTINS, 2018 apud

BRANCO, 2019, p. 21-22).

O

42

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226

INOVAÇÃO OUTRIGGER

busca por inovações em

esquemas estruturais é um

processo constante, o objetivo

de limitar o deslocamento lateral dos edifícios

a limite aceitável, sem aumentar em demasia

o consumo de aço, faz com que o sistema de

outriggers como contraventamento seja

muito utilizado em edifícios altos e ultra altos.

Constituído por um núcleo central reforçado

com treliças horizontais, ‘estabilizadoras’, que

o conectam às colunas periféricas da fachada,

podendo ser localizado no centro da

edificação com outriggers que se estendem

para as duas direções, Figura 1 (a), ou em um

dos lados com outriggers perpassando a outra

extremidade, Figura 1(b) (NASIR; PATIL, 2016).

Figura 1- Núcleo e sistema de outriggers: (a) núcleo centralizado; (b) núcleo lateral.

Fonte: Taranath (2012, p. 45)

SOBRE O OUTRIGGER

egundo Choi et. al (2014, apud

BRANCO, 2019, p. 41), “[...]

outriggers são estruturas

horizontais rígidas projetadas para melhorar

a estabilidade e a resistência de um edifício,

conectando o núcleo rígido aos pilares

periféricos da estrutura”. Para Camargo (2012,

apud BRANCO, 2019, p. 41), “[...] o outrigger é

indicado para estruturas com elevadas alturas

e esbeltez, comumente utilizados duas linhas

horizontais, sendo uma no topo e outra na

metade da altura da edificação”.

A estrutura que utiliza esse sistema

de contraventamento aumenta

consideravelmente sua rigidez lateral

e resistência ao momento fletor,

porém, à influência dessas treliças

dependem de suas posições,

rigidezes e quantidades. O aumento

de resistência diminui conforme o

aumento no número de outriggers,

sendo 4 ou 5 níveis o limite

econômico e recomendados para

edifícios entre 40 e 70 pavimentos

(LOPES, 2003, apud BRANCO, 2019, p.

42).

“Uma edificação alta que utiliza o

sistema de contraventamento outrigger pode

reduzir entre 30 e 40 porcento os momentos

fletores comparado ao uso somente do

núcleo rígido” (LAME, 2008, apud BRANCO,

2019, p. 43). Para Choi (2014, apud BRANCO,

2019, p. 43), “[...] edifícios super altos que no

A

S

Page 227: SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário

227

seu perímetro utilizam pilares paredes,

juntamente com o sistema outrigger pode

chegar até 60% de redução”.

Pelo exposto, nota-se que o

carregamento horizontal externo que atua na

estrutura de edifício esbeltos, cria a demanda

de novos recursos para reduzir a carga da

estrutura. Nesse sentido, o outrigger

demonstra eficácia entregando uma

percentagem satisfatória de redução da

oscilação na estrutura causada pela ação dos

ventos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

sta pesquisa, mediante sua

proposta de objetivo geral,

buscou reunir de pronto e de

maneira coesa, uma síntese para apresentar

ao leitor a principal causa de ocorrência de

oscilações em estruturas esbeltas, bem como

a metodologia e eficácia do outrigger como

método de contraventamento.

Nota-se que o trabalho deixa algumas

questões em aberto, as quais, desta maneira,

podem e devem ser preenchidas ao longo

dos anos, com base em novas pesquisas

baseadas no tema proposto. Contudo, a

pesquisa demonstra clareza ao tratar dos

objetivos propostos, contemplando a todos

de maneira compacta, porém abrangente.

A partir dos autores citados ao longo

da pesquisa, fica esclarecido que um dos

maiores responsáveis por exercer cargas

horizontais que resultam em oscilações nas

estruturas de um edifício é o vento. Desta

maneira, em estruturas esbeltas, que

demandam maior rigidez estrutural, os

autores apresentam um método de

contraventamento que consiste na utilização

de maiores quantidades de concreto e aço em

um mesmo pavimento, para maior

estabilidade na estrutura. Neste sentido, os

dados apresentados pelos autores

demonstram um percentual satisfatório de

eficácia do outrigger como técnica para

combater o carregamento horizontal externo

(ação dos ventos), sanando assim a principal

indagação desta pesquisa.

De fato, deve-se dar atenção a pouca

disponibilidade de material bibliográfico para

pesquisa. Isso se dá, principalmente, pela

recente técnica de construção que foi objeto

desta pesquisa, apenas uma pequena

quantidade de autores produziu algo neste

sentido. Dito isto, este objeto se torna uma

grande oportunidade para novas pesquisas

que visam agregar em conhecimento para

com a engenharia civil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRANCO, João Guilherme. Uso de Outrigger no Controle dos Efeitos das Forças

Dinâmicas do Vento Segundo NBR 6123:1988. Trabalho de Conclusão de Curso. Centro

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