3
Matola, 15 de Abril de 2013 - Edição n. 0 28 . E-mail: [email protected]/ [email protected] Propriedade: Imagem Editorial, Lda - Av. Heróis Moçambicanos, 834 - Matola/ GABINFO-Dispensa n. 0 151/DEC/2008 Opin ião Reflexão, Análises, Comentários e Actualidade INDIGNAÇÃO Leia, comente e colabore! I O jornal Opinião é um meio de comu- nicação social publicado, a partir da Matola, com uma informação basica- mente nacional, abrangendo assun- tos de interesse social, económico, cultural, político e desportivo; II O jornal Opinião é propriedade da Im- agem Editorial, Lda, uma sociedade nacional sediada na Matola, ope- rando nas áreas de Imprensa, Artes, Letras, Música e Imagem, criada e registada à luz da legislação moçam- bicana; III O jornal Opinião, na sua acção, res- peita escrupulosamente à lei; IV O jornal Opinião aposta na difusão da opinião pública livre como fonte de in- spiração na busca de informação ver- dadeira e de interesse da sociedade; V O jornal Opinião gere-se por princí- pios éticos e de deontologia profis- sional que norteiam a actividade de comunicação social, tendo por ob- jectivo supremo, contribuir para o desenvolvimento económico e para a estabilidade social e política do país; VI O jornal Opinião defende e promove o direito à opinião e à liberdade de expressão e informação; defende e promove o direito de acesso às fon- tes de informação pública para todos os cidadãos sem distinção, tal como consagra a Constituição da Repúbli- ca de Moçambique e a Lei 18/91- Lei de Imprensa. ESTATUTO EDITORIAL Semanário Electrónico disponível nas 2ªs feiras V I S Ã O * I M A G I N A ÇÃ O * C R I A T I V I D A D E Imagem Editorial, Lda Criação e prestação de Serviços Gráficos GUERRA, NÃO SENHORES Apelo do Jornal OPINIÃO Os últimos acontecimentos políticos no país que vão desde a re- cusa de Renamo em fazer parte da Comissão Nacional de Eleições -CNE, ameaçando boicotar as eleições autárquicas deste ano e gerais do próximo, o que veio culminar com os incidentes armados no centro, traçam um cenário preocupante e de incerteza para todos os moçambicanos. O presidente República emitiu os primeiros pronunciamentos a partir de Malawi em visita de Estado, culpando exclusivamente a Renamo a quem instou a não continuar a assustar as pessoas. “O nosso povo não pode continuar a viver assustado pela Renamo”, sâo palavras de Guebuza, ainda com a sua homóloga Joice Banda. Mas em Muxúngue não houve susto, houve sim, mortes, num con- flito exclusivo entre o governo e a Renamo. São nove pessoas mortas confirmadas (civis,polícias e um elemento da Renamo), outras dezenas feridas e alguns membros da Renamo detidos no saldo dos acontecimentos de Muxúngue, província cen- tral de Sofala. A situação veio renovar recordações tristes de guerra terminada há 20 anos, envolvendo os mesmos protagonistas- gov- erno da Frelimo e a Renamo. A população local abandonou as suas casas, os seus negócios e a sua vida normal em busca de refúgio em sítios mais seguros e a pequena vila de Muxúngue e o troço entre Inchope e Rio Save viagiados pela Polícia de Intervenção Rápida- FIR, com a mobilização de material bélico só compreensível em tempo de conflito declarado. Diálogo, aqui,sem radicalismos!

Semanário electrónico de Reflexão e Actualidade IA Opinião S Ã …¢o_edicao28.pdf · Apelo do Jornal OPINIÃO Os últimos acontecimentos políticos no país que vão desde a

Embed Size (px)

Citation preview

Semanário electrónico de Reflexão e Actualidade Opinião

Matola, 15 de Abril de 2013 - Edição n.0 28 . E-mail: [email protected]/ [email protected]: Imagem Editorial, Lda - Av. Heróis Moçambicanos, 834 - Matola/ GABINFO-Dispensa n.0 151/DEC/2008

OpiniãoReflexão, Análises, Comentários e Actualidade

INDIGNAÇÃO

Leia, comente e colabore!

IO jornal Opinião é um meio de comu-nicação social publicado, a partir da Matola, com uma informação basica-mente nacional, abrangendo assun-tos de interesse social, económico, cultural, político e desportivo;

IIO jornal Opinião é propriedade da Im-agem Editorial, Lda, uma sociedade nacional sediada na Matola, ope-rando nas áreas de Imprensa, Artes, Letras, Música e Imagem, criada e registada à luz da legislação moçam-bicana;

IIIO jornal Opinião, na sua acção, res-peita escrupulosamente à lei;

IVO jornal Opinião aposta na difusão da opinião pública livre como fonte de in-spiração na busca de informação ver-dadeira e de interesse da sociedade;

VO jornal Opinião gere-se por princí-pios éticos e de deontologia profis-sional que norteiam a actividade de comunicação social, tendo por ob-jectivo supremo, contribuir para o desenvolvimento económico e para a estabilidade social e política do país;

VIO jornal Opinião defende e promove o direito à opinião e à liberdade de expressão e informação; defende e promove o direito de acesso às fon-tes de informação pública para todos os cidadãos sem distinção, tal como consagra a Constituição da Repúbli-ca de Moçambique e a Lei 18/91- Lei de Imprensa.

ESTATUTO EDITORIAL

Semanário Electrónico disponível nas 2ªs feiras

VISÃ

O * IMAGINAÇÃO * CRIATIVIDADEImagem Editorial, LdaCriação e prestação de Serviços Gráficos

GUERRA, NÃO SENHORES

Apelo do Jornal OPINIÃO

Os últimos acontecimentos políticos no país que vão desde a re-cusa de Renamo em fazer parte da Comissão Nacional de Eleições -CNE, ameaçando boicotar as eleições autárquicas deste ano e gerais do próximo, o que veio culminar com os incidentes armados no centro, traçam um cenário preocupante e de incerteza para todos os moçambicanos. O presidente República emitiu os primeiros pronunciamentos a partir de Malawi em visita de Estado, culpando exclusivamente a Renamo a quem instou a não continuar a assustar as pessoas. “O nosso povo não pode continuar a viver assustado pela Renamo”, sâo palavras de Guebuza, ainda com a sua homóloga Joice Banda. Mas em Muxúngue não houve susto, houve sim, mortes, num con-flito exclusivo entre o governo e a Renamo.São nove pessoas mortas confirmadas (civis,polícias e um elemento da Renamo), outras dezenas feridas e alguns membros da Renamo detidos no saldo dos acontecimentos de Muxúngue, província cen-tral de Sofala. A situação veio renovar recordações tristes de guerra terminada há 20 anos, envolvendo os mesmos protagonistas- gov-erno da Frelimo e a Renamo. A população local abandonou as suas casas, os seus negócios e a sua vida normal em busca de refúgio em sítios mais seguros e a pequena vila de Muxúngue e o troço entre Inchope e Rio Save viagiados pela Polícia de Intervenção Rápida-FIR, com a mobilização de material bélico só compreensível em tempo de conflito declarado.

Diálogo, aqui,sem radicalismos!

Semanário electrónico de Refl exão e Actualidade Opinião

Refl exão e ActualidadeE-mail: [email protected]

Propriedade: Imagem Editorial, Lda

Editor: Fernão PengapengaE-mail: [email protected] & Design: Leopoldino AmoresE-mail: [email protected]

Cell.: +258 844123098Promoção e publicidade: Roberto Valente - Cell.: 842853592

Opinião

OpiniãoAssinaturas

Mensal 60,00 MTTrimestral 180,00 MTSemestral 360,00 MTAnual 720,00 MT

2

Farmacia FomentoCasa n.º8, quarteirao nr 13, celula 4Bairro Fomento-Matola

Farmacia LuisaAv. Das IndustriasMachava

Farmacia MachavaRua de Mocambique, 8 cell: 82 30 03 010Machava

Farmacia Matola RioAv. De NamaachaMatola

Farmacia 5 de FevereiroCinema 700- Matola

POLICIA DA REPUBLICA DE MOCAMBIQUE

Comando Provincial da PRMAv. 25 de Setembro, 477Fomento

1ª Esquadra da PRMAv. Zedequias Manganhela, 497Matola

2ª Esquadra da PRMAv. 5 de FevereiroBairro da Matola B

3ª Esquadra da PRMRua Escultor Chissano, Bairro Fomento

7ª Esquadra da PRMBairro T3

FARMACIAS

MATOLA UTILIDADES PUBLICAS

INDIGNAÇÃO

Uma vez mais, o Chefe do Estado, de regresso ao país, continuou a imputar responsabilidades a Re-namo e refere-se ao diálogo como sendo virtude sempre presente do seu governo e do partido Frelimo. Acusou a Renamo de querer impor regras de jogo ao enumerar uma série de exigências a serem cum-pridas pelo governo.O discurso do Presidente da Repúblicafoi logo em seguida re-produzido, de diferentes maneiras, por alguns membros da Frelimo, com destaque para o seu porta-voz. Damião José parece nâo ter lido qualquer dossier ligado ao pro-cesso politico moçambicano, fa-lando apenas com base em recados de improviso. Do mesmo modo, dirigentes da Polícia e das FADM prometeram prontidão para a ma-nutenção da ordem, lei, tranquili-dade e defesa da soberania sem, no entanto, justifi carem a incapacidade combativarevelada na esquadra de Muxúngue em que polícias foram mortos sem qualquer resistência.Para o Presidente Guebuza “os ataques da Renamo … representam um acto criminal dos indivíduos que fi zeram o ataque. Nos conde-namos seriamente estes ataques”.

Aparentemente, este discurso de ocasião revela um afastamento da possibilidade de diálogo, optando por uma acção judicial. É isso?ARROGÂNCIA COLOCA O

PAIS TENSO- AfonsoDlhakamaEm conferência de imprensa, con-cedida no passado dia 10 de Abril, o presidenteda Renamo voltou a reiterar o seu compromisso de não regressar à guerra, mas classifi cou o ambiente politico de tenso e à beira do colapso. Culpou o gov-erno de Armando Guebuza de ar-rogante, falta de seriedade e de não encetar um diálogo efectivo. Afonso Dlhakama falou na sua base central em Santungira, en-caixada na serra, a 30 quilómetros

da vila da Gorongosa, cerca de 20 dos quais percorridossobre picada. Até lá, passa-se por quatro can-celas, uma da FIR e as restantes controladas por homens da Rena-mo.Dlhakama revelou ter cedido à pressão dos seus homens para atacar a posição da Polícia em Muxúngue, depois de a FIR atacar a sede local da Renamo, dispersan-do os seus membros que se concen-traram para concertações políticas pacífi cas. Conforme confessou, era sua cabeça em causa, “os homens disseram ou demita-se ou assassi-namos. Então, ataquem.”O líder da Renamo considerou os ataques contra civis como sendo um incidente próprio do ambiente

Semanário electrónico de Refl exão e Actualidade Opinião

3

Fernão Pengapenga

INDIGNAÇÃO

Visão Imaginação CriatividadeIMAGEM EditoriaL, Lda

Design e arte fi nalPesquisas e sondagens de opiniãoProjectos e estudos de viabilidadeConcepção e produção de brochuras,cartazes e folhetos para educação cívicaConcepção de programas educativos para rádio

Executamos trabalhos de:

Para casamentos, baptizados, aniversários, conferências, seminários, outros eventos!

Fotografi aFilmagensVídeosMúsicaSom

PUBLICIDADE

de instabilidade criada, mas que não assumia responsabilidades, porque para ele a guerra jamais. Dlhakama, contudo,ameaçou re-sponder pela mesma medida a qualquer ataque às suas sedes ou posições. O futuro estável do país, segundo o presidente da Renamo depende da vontade efectiva do governo em sentar à mesa para um diálogo sério sobre questões pendentes do Acordo Geral da Paz-AGP. “O AGP preconiza um exército único apartidário, que não existe. Este exército seria um instrumento de reconciliação entre os moçam-bicanos. Um processo de democ-ratização inclusive e equilibrado, o que não acontece. Hoje a CNE tem mais membros da Frelimo e uma sociedade civil fatonche.”, reclama Afonso DlhakamaLogo a seguir aos incidentes de

Muxúngue, conforme disse Dl-hakama, recebeu uma mensagem do presidente Guebuza contendo cinco pontos, dois dos quais, pe-diam ao líder da Renamo para ces-sar com os ataques e um encontro a dois.“Eu respondi que não tinha nada a cessar porque não estou a atacar ninguém e que para já não queria mais um encontro. Já tivemos en-contros anteriores que não produz-iram nada depois. Parece que estou aí a mendigar ou a pedir dinheiro e favores.” Referiu-se Afonso Dl-hakama, acrescentando ter três comissões disponíves para o diál-ogo.

GOVERNO TEM MAIS POTENCIAL

Quanto a nós, a solução passa mes-mo por diálogo. E as iniciativas de diálogo cabem mais ao governo que tem muitas ferramentas que

pode utilizar, incluindo o envol-vimento da sociedade civil, imp-rensa, igrejas, individualidades, comunidade internacional entre outros actores. Todo este potencial esta disponível do lado do governo e não do lado da Renamo cuja cap-ital político hoje, se situa na serra de Gorongosa. A guerra seja quais forem as suas razões altera todo o quadro po-litico e jurídico normal do país. É preciso dialogar, sem radical-ismos e triunfalismos para tornar Moçambique, um país normal para as instituições funcionarem, não só com legalidade, mas também com justiça e legitimidade. Não quererão que morram, no-vamente mais de um milhão de moçambicanos, para depois inicia-rem o diálogo, depois se abraçarem como obreiros da nova paz!Foi as-sim no passado. Desta vez, não!