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SEMINÁRIO DE ATUALIZAÇÃO SOBRE O MERCÚRIO
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
SEMINÁRIO DE ATUALIZAÇÃO
SOBRE O MERCÚRIO
A SITUAÇÃO DA DESTINAÇÃO PÓS-CONSUMO DE LÂMPADAS
DE MERCÚRIO NO BRASIL
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
LÂMPADAS DE MERCÚRIO
A lâmpada de mercúrio utiliza uma descarga elétrica conduzida por uma substância volátil (mercúrio líquido ou um gás) para produzir luminosidade através da excitação de um composto de fósforo (fluorescencia) ou de um gás (QUERCUS, 2001).
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
LÂMPADAS DE MERCÚRIO
FLUORESCENTE (baixa pressão);
LÂMPADAS DE DESCARGA À ALTA PRESSÃO (HID):
VAPOR DE MERCÚRIO;
LUZ MISTA;
VAPOR DE SÓDIO, E
MULTIVAPOR METÁLICO
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
FONTE: Philips, 2004
LÂMPADAS FLUORESCENTES
ESQUEMA SIMPLIFICADO DO PRINCÍPIO DE GERAÇÃO DE LUZ EM UMA LÂMPADA FLUORESCENTE
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Componentes Lâmpada tubular Lâmpada compacta
Base Al, pino de latão,
isolante (fenolite)
Al, latão, vidro
(isolante), Ni
Cimento CaO, MgO, SiO2, PbO, resina CaCO3, MgCO3, resina
Eletrodo Cu, Ni, Fe, B Cu, Ni, Fe
Filamento W W
Enchimento Ar, Hg Ar, Ne, Hg
Revestimento Interno
Ca5(F,Cl)(PO4)3:Sb:Mn e
Ca5F(PO4)3:Sb
Camada de preparação: Al2O3, HCl,
Fe2O3, SiO2, TiO2 e Al(NO3)3.9H2O
Y, Eu, Ba, Mg, Al, La, Ce,
Tb, P (halofosfatos)
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
FONTE: ABILUX, 2001
COMPONENTES TÍPICOS DAS LÂMPADAS FLUORESCENTES
COMPONENTES TÍPICOS DAS LÂMPADAS FLUORESCENTES
Componentes Lâmpada tubular Lâmpada compacta
Emissor Óxidos de Ba, Ca, Sr Óxidos de Ba, Ca
Solda Pb, Sn Pb,Sn
Vidro Óxidos de Si, Na, K, Mg, Sb, Ca, Pb Óxidos de Si, Na, K, Ca,
Ba, Pb
Revestimento Externo Resina de silicone -
Conectores - Cu, Sn
Invólucro do Reator - Plástico
Placa de Circuito Impresso - Fenolite, latão,
componentes
eletrônicos
(transistores, diodos,
capacitores, bobinas,
resistores)
Placa de Contato - Latão
Fusível - Vidro, Fe, Cu, Monel
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL
O uso de fontes de iluminação artificial pelo homem é muito antiga;
A iluminação artificial à base de combustíveis, tais como velas, lampiões a querosene, gás, etc. é anterior ao uso de lâmpadas elétricas;
No século II a.C. já se utilizava o gás natural em sistemas de iluminação.
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL
Cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo, utiliza lâmpadas à base de combustíveis.
iluminação de baixa eficiência luminosa;
altamente poluidor para o meio ambiente, e
Emissões de 244 milhões de ton. CO2 no globo terrestre por ano.
(MILLS, 2002).
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Em 2001 com o advento do apagão, a utilização de lâmpadas de mercúrio alcançou 80 milhões de unidades por ano, sendo:
56 milhões de tubulares;
14 milhões compactas (CFL), e
10 milhões de descarga a alta pressão (HID).
(ABILUX, 2001)
USOS DAS LÂMPADAS DE MERCÚRIO NO BRASIL
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
No BRASIL, o consumo anual em 2012 alcançou 290 milhões de unidades, sendo:
200 milhões /ano, fluorescentes compactas, e
90 milhões /ano, fluorescentes tubulares,
(ABILUX, 2013)
USOS DAS LÂMPADAS DE MERCÚRIO NO BRASIL
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
As lâmpadas de mercúrio são
mais econômicas que as
incandescentes, têm longa
durabilidade e alta eficiência.
IMPORTÂNCIA DAS LÂMPADAS DE MERCÚRIO
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Segundo a ABILUX (2001) as vantagens
das lâmpadas de mercúrio em relação
às incandescentes são:
o consumo de energia elétrica alcança uma redução de até 80%;
têm vida útil entre 4 e 15 vezes mais longa, e
a eficiência luminosa é de 3 a 6 vezes superior.
IMPORTÂNCIA DAS LÂMPADAS DE MERCÚRIO
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
No Brasil o consumo anual é cerca
de 290 milhões e tem
aumentando a cada ano, com
estimativas de crescimento de
20% ao ano;
Consequentemente, o risco de
contaminação do meio ambiente
também tende a aumentar;
IMPORTÂNCIA DAS LÂMPADAS DE MERCÚRIO
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
os resíduos podem poluir o meio
ambiente em seu pós-uso devido à
presença de seu componente vital: o
mercúrio, e
há necessidade de estabelecer formas
para sua destinação pós-consumo, que
sejam ambientalmente seguras e
sanitariamente adequadas: legislação
específica.
IMPORTÂNCIA DAS LÂMPADAS DE MERCÚRIO
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Teor de mercúrio nas lâmpadas fluorescentes e de descarga à alta pressão
Tipo de lâmpada Teor de mercúrio em mg
Média
inferior
Média Média
superior
Fluorescente tubular (15 W a 110 W) 8 15 25
Fluorescente compacta (5 W a 42 W) 3 4 10
Luz mista (160 W a 500 W) 11 17 45
Vapor de mercúrio (80 W a 400 W) 13 32 80
Vapor de sódio (70 W a 1000 W) 15 19 30
Multivapor metálico (35 W a 200 W) 10 45 170
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
FONTE: ABILUX, 2001
RISCOS ASSOCIADOS AO USO DE LÂMPADAS DE MERCÚRIO
RISCOS ASSOCIADOS AO USO DE LÂMPADAS DE MERCÚRIO
Estudos realizados nos EUA e no Brasil, indicaram uma ampla variedade de elementos, bem como a presença de vários metais pesados, entre eles: o mercúrio.
Segundo Quercus (2001) pelo menos, 12 elementos usados nas lâmpadas que podem causar impactos negativos ao meio ambiente, são: mercúrio, antimônio, bário, chumbo, cádmio, índio, sódio, estrôncio, tálio, vanádio, ítrio e elementos de terras raras.
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
FONTE: NEMA, 2005.
48,2
41,6
22,8
11,6
8,2
0
10
20
30
40
50
60 M
ILIG
RA
MA
S
1985 1990 1994 1999 2001
ANO
Redução do teor de mercúrio em lâmpada fluorescente tubular
LÂMPADAS DE MERCÚRIO
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
REDUÇÃO DO TEOR DE MERCÚRIO
Nos EUA, União Europeia, há um esforço crescente para reduzir o teor de mercúrio em produtos de uso residencial e comercial.
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
REDUÇÃO DO TEOR DE MERCÚRIO
O teor de mercúrio nas lâmpadas fluorescentes varia (tipo de lâmpada, fabricante e data de fabricação), mas oscila entre 1,7 mg e 15 mg.
(USEPA, 2009)
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Sistemas de iluminação requerem eletridade;
Eletricidade requer plantas de geração de energia.
Leibol e Audin: “ a fonte relevante de poluição
de um sistema de iluminação não é a lâmpada ou o reator, mas os resíduos sólidos, líquidos e gasosos produzidos nas plantas que geram energia elétrica para operar a lâmpada ou o sistema de funcionamento da lâmpada”
(LEIBOL e AUDIN apud BEGLEY e LINDERSON, 1991)
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
RISCOS ASSOCIADOS À GERAÇÃO DE ENERGIA
O mercúrio (encontrado nas cinzas e equipamentos de controle de poluição) é um poluente comum nas usinas de geração de energia que utilizam carvão, óleo ou gás como combustíveis (NEMA, 2001; NEMA, 2005.
o uso de iluminação energeticamente eficiente contribui para reduzir, proporcionalmente, as emissões de poluentes atmosféricos provenientes dessas plantas, e
na geração de energia hidráulica, comumente usada no Brasil, não há poluentes como o mercúrio.
Riscos associados à geração de energia elétrica
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Oferta de energia no mundo, por fonte, em 2004
FONTE: Agencia Internacional de Energia apud Brasil, 2005.
Petróleo e derivados, carvão mineral e gás natural = 79,6%
Brasil: oferta interna de energia, por fonte, em 2004
FONTE: Brasil, 2005.
Energia hidráulica e eletricidade, biomassa, petróleo e derivados = 83%
Brasil: Matriz Energética, 2012
FONTE: Brasil, 2013
Energia hidráulica = 76,9%
Hidráulica, 76,9%;
Gás natural, 7,9%;
Biomassa, 6,8%;
Derivados de Petróleo, 3,3%;
Nuclear, 2,7%;
Carvão e derivados, 1,6%, e
Eólica, 0,9%.
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
USO DE ENERGIA ELÉTRICA PARA ILUMINAÇÃO
Do total de energia elétrica mundial destinada à iluminação:
setor residencial, 28%;
setor de serviços, 48%;
setor industrial, 16%;
iluminação de ruas e de outros setores, 8%.
FONTE: Mills (2002).
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Estimativas do Banco Mundial, indicam que falta energia elétrica para:
24% da população mundial urbana, e
67% da população mundial rural dos países em desenvolvimento. (BANCO MUNDIAL apud MILLS, 2002).
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
LEGISLAÇÃO PARA DISPOSIÇÃO DE LÂMPADAS DE MERCÚRIO
GESTÃO DO PÓS-USO
POLITICA NACIONAL DE RESIDUOS SOLIDOS – PNRS
Lei 12305/2010
Gestão compartilhada
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
PNRS
Um dos Princípios da PNRS, diz:
“o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania”.
LEI Nº 12.305 - CAPÍTULO II, Art. 6º, inciso VIII.
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
PNRS
Entre os Objetivos da PNRS, temos:
não gerar,
reduzir,
reutilizar,
reciclar,
tratar, e
disposição final adequada.
LEI Nº 12.305 - CAPÍTULO II, Art. 7º, inciso II.
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LOGÍSTICA REVERSA - PNRS
Lei 12.305 /2010 - São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, os:
Fabricantes Importadores
Distribuidores Comerciantes
de:
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Agrotóxicos, seus
resíduos e embalagens
Pilhas e baterias
Pneus
Lâmpadas
Eletroe-letrônicos
Óleos lubrificantes, seus resíduos
e embalagens
LOGÍSTICA REVERSA – SETORES INDUSTRIAIS
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
OUTROS PRODUTOS CUJA EMBALAGEM, PÓS USO, CONSTITUA RESÍDUO PERIGOSO
BRASIL - RSU
Em 2007 foram geradas 61,5 milhões de toneladas /ano;
Coletados 51,4 milhões toneladas /ano;
NÃO coletados 10,1 milhões de toneladas /ano ou 16,4%.
(ABRELPE, 2007)
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
São Paulo. Lei 12.300/2006 da Política Estadual de Resíduos Sólidos.
Lei 10.888 /2001
Trata do descarte de produtos potencialmente perigosos junto ao resíduo urbano, baterias, lâmpadas fluorescentes e frascos de aerossóis em geral.
Art. 2º cabe aos fabricantes, distribuidores, importadores, comerciantes ou revendedores, a responsabilidade pelo recolhimento, descontaminação e pela destinação final de resíduos contendo produtos potencialmente perigosos junto ao resíduo urbano.
Legislação nos Estados
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Legislação nos Estados e Municípios
Alguns estados e Municípios há alguns anos regulamentaram o descarte de pilhas, baterias e lâmpadas que contenham mercúrio, são:
Rio Grande do Sul. Lei 11.187/1998.
Minas Gerais. Lei 13.766/2000.
Santa Catarina. Lei 11.347/2000.
Curitiba. Lei 13.509/2010.
Brasília. Lei 4.154/2008.
Americana. Lei 3.578/2001.
Campinas. Lei 11..294/2002.
Caxias do sul. Lei 5.873/2002.
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
CONSUMO x RECICLAGEM NOS EUA E NO MUNDO
Os programas de coleta e Reciclagem de CFLs avaliam os resultados de formas diferentes
Pelo número de lâmpadas;
dados copilados pelo peso, e
pela quantidade de mercúrio recuperado.
(NEWMOA, 2009)
(Northeast Waste Management Officials’ Association)
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
BRASIL - do consumo total anual, 290 milhões, apenas 6% é reciclado;
a reciclagem de lâmpadas de mercúrio é uma tendência mundial. O Brasil tende a acompanhar e aumentar a reciclagem de lâmpadas, e
o tratamento em unidades recicladoras é a possibilidade de contenção, em um único local, de todo o mercúrio que seria disperso pelo ambiente caso a destinação fosse inadequada.
O custo da reciclagem varia entre R$ 1,00 e R$ 1,20, varia de acordo com a quantidade a ser reciclada (R$ 1,52 com transporte).
CONSUMO X RECICLAGEM
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
CONSUMO x RECICLAGEM NA EUROPA
O consumo de lâmpadas de mercúrio na Europa, alcançou o patamar de 850 milhões, dessas 600 milhões eram fluorescentes (REIMER, 1999).
A Europa, como um todo, recicla 50% de suas lâmpadas, mas, oscila entre os países europeus.
o Reino Unido recicla apenas 5%,
os países escandinavos, reciclam 80%
(LAMPCARE, 2006).
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
SISTEMAS DE TRATAMENTO PÓS-CONSUMO DE LÂMPADAS DE MERCÚRIO NO MUNDO
Aterros de resíduos sólidos (descarte em aterros com ou sem pré-tratamento);
Incineração juntamente com os resíduos urbanos;
Trituração e descarte sem separação dos componentes;
Encapsulamento,
Reciclagem e recuperação de componentes.
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
ATERROS
Nos EUA, pesquisas por uma década indicaram que a disposição em aterros não oferece risco à saúde humana e ao meio ambiente. As emissões durante o aterramento de lâmpadas representam um pequeno acréscimo nas emissões totais de mercúrio nos EUA (NEMA, 2005).
No Brasil, 94% das lâmpadas vão para aterros de resíduos urbanos (Romero, 2006).
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
INCINERAÇÃO DE RESÍDUOS URBANOS
Oxidação de um determinado resíduo a altas temperaturas (>900ºC). É um processo de combustão que visa transformar resíduos sólidos, líquidos e gases combustíveis, em dióxido de carbono e água, bem como a redução de peso e volume iniciais.
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
INCINERAÇÃO DE RESÍDUOS URBANOS
A incineração ou queima de lâmpadas em fornos de combustão não é recomendável por ter o grave inconveniente de ser altamente poluidora (>90% do Hg é liberado para a atmosfera) se não houver medidas rígidas de controle de poluição junto ao equipamento (NEMA, 2005).
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Trituração e descarte sem separação dos componentes
Técnica usada nas instalações de indústrias para triturar em bruto suas lâmpadas fluorescentes, visando a redução de até 80% do volume de resíduos sólidos antes da disposição final em aterros (NEMA, 2001)
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Trituração e descarte sem separação dos componentes
FONTE: Balcan, 2006
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Encapsulamento
Técnica usada como alternativa de tratamento de resíduos contendo poluentes iônicos como os metais pesados.
As lâmpadas podem ser trituradas ou moídas por via seca ou úmida e os materiais resultantes encapsuados em concreto e/ou ligantes orgânicos (ZANICHELI, et al. 2004)
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
RECICLAGEM DE LÂMPADAS DE MERCÚRIO
TRITURAÇÃO E SEPARAÇÃO MECÂNICA DE MATERIAIS
Consiste na trituração e separação mecânica dos componentes das lâmpadas, previamente à recuperação do mercúrio.
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
FLUXOGRAMA DO TRITURADOR E SEPARADOR COMPACTO DE LÂMPADAS FLUORESCENTES DA MRT SYSTEM
FONTE: AMBICARE apud QUERCUS, 2001
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
SEPARAÇÃO DE MERCÚRIO POR VIA QUÍMICA
Processo químico denominado Ecolux. Todas as fases do processo ocorrem sob sistema de lavagem. Consiste em triturar as lâmpadas sob sistema de cortina d’água, seguido de separação do vidro e alumínio e remoção para reciclagem. O líquido de lavagem contendo Hg e o pó de fósforo é precipitado pela adição de produtos químicos. O precipitado é filtrado e a lama resultante contendo Hg insolúvel vão para disposição final.
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
FLUXOGRAMA DO PROCESSO QUÍMICO “ECOLUX 2000” PARA RECICLAGEM DE LÂMPADAS
FLUORESCENTES
FONTE: Ekoteho, 2006
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
SEPARARAÇÃO DE MERCÚRIO POR LIXIVIAÇÃO ÁCIDA
Consiste em dissolver em um ácido (clorídrico ou nítrico) os compostos sólidos contidos no resíduo, para concentrar o mercúrio na solução ácida.
A lixiviação ácida é apenas aplicável para as formas oxidadas de mercúrio, no entanto, o mercúrio elementar pode ser transformado na forma solúvel de cloreto mercúrico por oxidação com hipoclorito de sódio.
Neste processo, os resíduos sólidos são removidos por filtração e o mercúrio é neutralizado e precipitado.
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
RECUPERAÇÃO DE MERCÚRIO POR LIXIVIAÇÃO ÁCIDA
FONTE: Truesdale, Beaulieu e Pierson, 1993
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
RECUPERAÇÃO DE MERCÚRIO POR VIA TÉRMICA
Consiste na destilação dessa substância. O resíduo é aquecido para vaporizar o mercúrio, com subseqüente resfriamento para condensar o vapor de mercúrio e coletá-lo como mercúrio líquido elementar.
Há variações, mas em todas, o material é aquecido para vaporizar o mercúrio e recuperá-lo como líquido.
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
ESQUEMA SIMPLIFICADO DO PROCESSO DE RETORTAGEM SEM COLUNA DE LAVAGEM E SEM SUBSEQÜENTE
DESCARGA DE EFLUENTES LÍQUIDOS
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
FONTE: TRUESDALE, BEAULIEU E PIERSON, 1993
TRATAMENTO POR SOPRO
É exclusivo para lâmpadas fluorescentes tubulares, mantendo a integridade do tubo de vidro durante a separação dos componentes da lâmpada.
Consiste em cortar as duas extremidades contendo as bases de alumínio, que são separadas nesta fase do processo. O tubo de vidro, recebe internamente, um sopro de ar que arrasta e retira de seu interior o pó de fósforo contendo mercúrio. O pó removido pelo sopro é coletado através de ciclones acoplados a filtros de carvão ativado.
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
EQUIPAMENTO DE TRATAMENTO POR SOPRO PARA LÂMPADAS FLUORESCENTES TUBULARES
UTILIZADO PELA WEREC WERTSTOFF-RECYCLING DA ALEMANHA
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
FONTE: Reimer, 1999
Empresas recicladoras no Brasil
Apliquim Equipamentos e Produtos Químicos Ltda.
Brasil Recicle Ltda.
Ambiensys Gestão Ambiental (Bulbox)
HG Descontaminação Ltda.
Mega Reciclagem de Materiais Ltda.
Naturalis Brasil Desenvolvimento de Negócios
Recitec - Reciclagem Técnica do Brasil Ltda.
Rodrigues & Almeida Moagem de vidros
Sílex Indústria e Comércio de Produtos Químicos e Minerais Ltda.
Tramppo Comércio e Reciclagem de Produtos Industriais Ltda. - ME
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Empresa UF Processo
Apliquim SP Fragmentação seca + recuperação térmica de Hg
Brasil Recicle SC Corte de terminais + separação de componentes
Ambiensys (Bulbox) PR Trituração no próprio cliente
HG Descontaminação MG Trituração e separação química
Mega Reciclagem PR Trituração e separação química
Naturalis Brasil SP Trituração no próprio cliente e disposição dos filtros contaminados em aterro de resíduos Classe 1
Recitec MG Fragmentação seca + recuperação térmica de Hg
Rodrigues & Almeida Moagem de Vidros
SP
Sílex SC Fragmentação seca + recuperação térmica Hg, no próprio cliente
Tramppo SP Sopro + recuperação térmica Hg
Tecnologias e custos da reciclagem no Brasil
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
FONTE: Adaptado de CAMBESES POLANCO, 2007
As emissões de um equipamento e instalação de reciclagem bem gerenciada, varia de 0,2 a 0,4% (NEMA, 2005).
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Impacto dos processos de destinação de lâmpadas nas emissões antrópicas de mercúrio
no Brasil, diversos órgãos no âmbito Federal, Estadual e Municipal têm atribuições para fiscalizar e exigir um rigor no controle de riscos decorrentes de atividades industriais com substâncias de elevada toxicidade;
a Norma Regulamentadora NR-2 do MTE prevê que, todo estabelecimento novo, antes do início de suas atividades, deverá solicitar ao MTE, à aprovação de suas instalações, e
à análise do projeto e proposta das adequações pertinentes, pelos órgão públicos, deve dar-se previamente ao início para evitar impactos negativos.
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Ação dos órgãos de fiscalização
as recicladoras adotam nomenclaturas diferentes para atividades similares;
a nomenclatura utilizada na licença emitida pelo órgão responsável, varia nos estados brasileiros;
não foi identificado um instrumento normativo que ordene e descreva a atividade, e
a padronização de termos ao conceder a licença pelo órgão ambiental, pode ser muito útil para identificar o processo que a empresa utiliza e os requisitos que devem ser atendidos em cada tipo de atividade.
Falta de nomenclatura padronizada nas licenças
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
A Lei (12.305/2010) que estabelece PNRS com políticas públicas é recente. A disposição final inadequada é o resultado da falta de legislação específica e de políticas públicas ambientalmente corretas e sustentáveis, em todos os níveis governamentais: Federal, Estadual e Municipal;
Vários estados e Municípios há alguns anos incluíram na regulamentação a destinação final das lâmpadas de mercúrio, e
há requisitos legais para o transporte no pós-consumo, como resíduo perigoso. Mas o transporte da lâmpada nova, que tem pelo menos um componente considerado perigoso não está incluso.
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Falta de regulamentação específica para a destinação final de lâmpadas fluorescentes
Trituração sem separação de componentes
Há vários pontos vulneráveis de emissões de
mercúrio e material particulado: a boca de alimentação de lâmpadas, a desconexão do saco plástico do fragmentador, a montagem e o ajuste do saco plástico interno no tambor e a selagem do filtro de carvão ativado no equipamento.
Inadequações nos processos de reciclagem de lâmpadas de mercúrio
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Trituração seca com recuperação de mercúrio via térmica
As fontes potenciais de emissões são:
fragmentador: a boca de alimentação de lâmpadas, a selagem e a retirada de bombonas do fragmentador, a retirada do filtro de carvão ativado para recuperação de mercúrio.
retorta: as áreas de manipulação para alimentação de resíduos e recuperação de mercúrio e a abertura do tanque com mercúrio recuperado quando completa o volume previsto.
Inadequações nos processos de reciclagem de lâmpadas de mercúrio
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Processo químico
o lodo resultante requer tratamento adicional para recuperação de mercúrio;
os efluentes líquidos podem conter pequenas quantidades de mercúrio, e
a não geração de material particulado seco não deve ser entendida como ausência de fontes de contaminação.
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Inadequações nos processos de reciclagem de lâmpadas de mercúrio
CONCLUSÕES
A primeira conclusão apontada é que a reciclagem das lâmpadas de mercúrio pós-uso pode trazer vários benefícios ambientais e econômicos, entre eles:
eliminação do mercúrio do resíduo sólido, evitando que o mesmo seja liberado para o meio ambiente;
economicamente gera novos negócios pela reutilização dos materiais reciclados (vidro, alumínio, pó de fósforo e, inclusive, mercúrio) e empregos diretos e indiretos;
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
CONCLUSÕES
redução da quantidade de matéria-prima retirada da natureza e de resíduo a ser aterrado como lixo;
diminuição de impactos ambientais, quando comparada ao descarte de lâmpadas sem nenhum tipo de tratamento e que pode contaminar o solo, a água e o ar;
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
A segunda constatação feita é que, há apenas empresas recicladoras nos estados de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Assim, a reciclagem:
para a maioria dos estados do país, é um processo com custo elevado, principalmente devido ao frete pelo transporte;
outra dificuldade é a necessidade de obedecer a legislação ambiental dos estados de origem, destino final e por onde a carga está em trânsito.
CONCLUSÕES
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
A reciclagem de lâmpadas não é um processo auto-sustentável, sendo que o ônus ainda incide no consumidor final.
Faltam incentivos fiscais do governo para as empresas que se proponham a reciclar lâmpadas com tecnologias ambientalmente sustentáveis.
Atualmente os centros de coleta de lâmpadas pós-uso - para o consumidor final residencial ou o pequeno consumidor – são poucos e isto dificulta a adesão destes a algum processo de reciclagem.
O processo químico tem a desvantagem de gerar resíduos e efluentes contaminados e que requerem descontaminação adicional, caso contrário, gera um passivo ambiental.
CONCLUSÕES
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Na disposição adequada de lâmpadas de mercúrio em aterros, o teor de mercúrio é insignificante, mas do ponto de vista ambiental, não é uma alternativa adequada.
O consumo de lâmpadas de mercúrio, no Brasil e no mundo, tem aumentado a cada ano e, em um futuro próximo, pode modificar ou inverter essa situação.
CONCLUSÕES
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
Políticas Federais ambientais específicas para lâmpadas de mercúrio:
negociar e fiscalizar a redução anual do teor de mercúrio na fabricação de lâmpadas;
estabelecer metas de teor máximo dessa substância para o produto nacional e importado;
especificar as tecnologias aceitáveis para descontaminação, tratamento e reciclagem;
SUGESTÕES
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
promover campanhas educativas no âmbito federal, estadual e municipal;
incentivar a negociação coletiva entre os fabricantes de lâmpadas, empresas de reciclagem e representação das categorias dos trabalhadores, para redução do limite de exposição ocupacional ao mercúrio elementar, e
realizar estudo de viabilidade econômica para instalar recicladoras em outros estados do país.
SUGESTÕES
Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
ABRELPE. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil. 2007. Disponível em www.abrelpe.org.br
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE ILUMINAÇÃO (ABILUX). Dados técnicos de lâmpadas contendo mercúrio . In: REUNIÃO DO GRUPO DE TRABALHO SOBRE LÂMPADAS DE MERCÚRIO DA CÂMARA TÉCNICA DO CONAMA. 3., 2001, Brasília, DF. Brasília, DF: CONAMA, 2001.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE ILUMINAÇÃO (ABILUX). Consumo represado in Brasil vai produzir lâmpadas LED, 2013. São Paulo, SP. 2013. Disponível em: http://w.w.w.abilux. Com.br/portal/destaques. Aceso em 26 jul. 2013.
ASSOCIAÇAO NACIONAL DE CONSERVAÇAO DA NATUREZA (QUERCUS). Caracterização da situação de produção e gestão dos resíduos de lâmpadas em Portugal. Portugal: Centro de Informação de Resíduos da QUERCUS. 2001.
BEGLEY, K; LINDERSON, T. Management of mercury in lighting products. In: EUROPEAN CONFERENCE FOR ENERGY EFFICIENCY. Estocolmo, 1991. Right light 1 proceedings.
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Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
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Engª. Sara Leonor Cambeses Polanco
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