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Recursos Hídricos
Um Compêndio das Políticas de Gestão das Águas
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Recursos Hídricos - Um Compêndio Das Políticas De
Gestão Das Águas
Mestranda em Gestão Econômica do Meio Ambiente Cláudia Regina S. Magnani
Março/2004
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Sumário
Unidade I - Bases da Análise Econômica do MeioAmbiente.
Unidade II - Experiências Jurídicas BrasileirasPregressas às Atuais.
Unidade III - Princípios de Gestão dos RecursosHídricos.
Unidade IV - Instrumentos de Gestão dosRecursos Hídricos.
Unidade V - Criação de Mercados para o Uso daÁgua.
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Sumário
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos noMundo e no Brasil.
Unidade VII - Avaliação da Lei Federal n.º9.433/97.
Unidade VIII - Interface dos Instrumentos da Lei6.938/81 (PNMA) e a Lei 9.433/97 (PNRH).
Unidade IX - Conclusões.
Unidade X - Discussões.
Unidade XI - Referências.
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Unidade I - Bases da Análise Econômica do Meio Ambiente
1.1 Desenvolvimento Sustentável.
1.2 Contribuição da Análise Econômica.
1.3 Gestão Ambiental.
1.4 Processos de Negociação Social e oGerenciamento Ambiental.
1.5 Instrumentos de Negociação Social para aSolução de Conflitos.
1.6 Bases do Processo de Planejamento Ambiental.
1.7 Instrumentos para o Gerenciamento Ambiental.
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1.1 Desenvolvimento Sustentável
Para evitarmos muitos conflitos definimosdesenvolvimento sustentável como a manutençãodas funções ambientais importantes; capital físico sóseria substituto do capital ambiental se eledesempenhar as mesmas funções ambientais docapital natural; caso contrário deve-se assumir aexistência de “trade-offs”. Em certas situações,“trade-offs” são aceitáveis; nem todas as funçõesambientais devem ser preservadas. Entretanto,ignorância e irreversibilidades recomendam cautela(Nogueira, 1998).
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1.2 Contribuição da Análise Econômica
A contribuição da análise econômica à conceituaçãodo desenvolvimento sustentado é considerar osrecursos ambientais que sustentam ocrescimento econômico e viabilizam a busca daeqüidade social tal como um estoque global decapital ambiental. O desenvolvimento de umaregião pode ser mantido indefinidamente caso esteestoque não seja deplecionado. Ele é formado pelo:i) capital natural, Ka, representado pelos recursosnaturais; ii) capital humano, Kb, formado pelaengenhosidade e conhecimentos humanos; iii) capitalfísico ou tecnológico, Kt,
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1.2 Contribuição da Análise Econômica
formado pela infraestrutura criada pelo homem e ocapital moral (ético) e cultural, Kc (Lanna, 2000).
Quando determinado tipo de capital é reduzido, istopoderá ser compensado pelo incremento de outro,mantendo assim constante o estoque global decapital ambiental. Por exemplo, regiões comcarência de capital natural podem compensa-lo peloincremento do capital físico ou humano. Em outroscasos, a carência dos demais tipos de capital poderáser compensada pelo aumento de capital moral ecultural, a partir de comportamentos e estilos de vidamais sintonizados com o ambiente.
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1.2 Contribuição da Análise Econômica
De acordo com Turner (1993), “dada airreversibilidade e a incerteza sobre os impactos daatividade econômica sobre o funcionamento dosecossistemas, o Padrão Mínimo de Segurança (PMS)estabelece uma linha divisória, socialmentenegociada, entre os imperativos morais dasustentabilidade e a livre transação de recursos. Parasatisfazer o contrato social intergeracional, a geraçãoatual deve antecipadamente restringir (dependendodos custos de oportunidade sociais envolvidos) açõesque possam resultar em impactos adversos além decertos níveis de custo e irreversibilidade.”
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1.2 Contribuição da Análise Econômica
O valor do ambiente é avaliado por sua utilidade parao ser humano, mas devem ser consideradas as falhasdo livre mercado na promoção da eqüidade nageração contemporânea, ou seja, as diferenças debem-estar entre pobres e ricos, e os compromissoscom as futuras gerações. Portanto, assume-sesempre uma perspectiva humana nas questões devaloração e, por isto, tal posicionamento édenominado de antropocêntrico (Lanna, 2000).
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1.3 Gestão Ambiental
Antecipando-se em vários anos a estasconsiderações, o economista Keneth Boulding(Boulding, 1966) cunhou a expressão Espaçonave-Terra para se referir à situação, cada vez maispróxima, do ambiente tornar-se um recursoescasso enquanto fonte de insumos paraatividades produtivas, meio receptor deresíduos destas atividades e origem deamenidades ambientais, ou seja, da satisfaçãoproporcionada pela existência, com ou sem usufruto,de ambiente não degradado. O problema deutilização do ambiente deverá ser tratado através deuma gestão integral e espacialmente globalizada.
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1.3 Gestão Ambiental
Em locais em que se acha indicada a sua escassez,ou limitações, a gestão do ambiente já setornou tarefa importante e inadiável. Comoqualquer recurso escasso, o ambiente, local ouglobalmente, requer uma gestão que vise acompatibilização entre a disponibilidade e asdemandas de seus bens.
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1.3 Gestão Ambiental
Uma proposta de uniformização dos termos econceitos relacionados a esta gestão é apresentada aseguir (Lanna, 1995):
Gestão Ambiental é o processo de articulaçãodas ações dos diferentes agentes sociais queinteragem em um dado espaço com vistas a garantira adequação dos meios de exploração dos recursosambientais - naturais, econômicos e sócio-culturais -às especificidades do meio ambiente, com base emprincípios e diretrizes previamenteacordados/definidos.
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1.3 Gestão Ambiental
Fazem Parte da Gestão Ambiental
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1.3 Gestão Ambiental
Política Ambiental - Trata-se do conjuntoconsistente de princípios doutrinários queconformam as aspirações sociais e/ougovernamentais no que concerne à regulamentaçãoou modificação no uso, controle, proteção econservação do ambiente.
Planejamento Ambiental - visa a promoção daharmonização da oferta e do uso dos recursosambientais no espaço e no tempo.
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1.3 Gestão Ambiental
Gerenciamento Ambiental - Conjunto de açõesdestinado a regular na prática operacional o uso,controle proteção e conservação do meio ambiente, ea avaliar a conformidade da situação corrente com osprincípios doutrinários estabelecidos pela PolíticaAmbiental.
Método de Gerenciamento Ambiental -referencial teórico que orienta os procedimentos,os papéis e as participações dos diversos agentessociais envolvidos no Gerenciamento Ambiental.
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1.3 Gestão Ambiental
Sistema de Gerenciamento Ambiental - conjuntode organismos, agências e instalaçõesgovernamentais e privadas, estabelecido com oobjetivo de executar a Política Ambiental atravésdo Método de Gerenciamento Ambientaladotado e tendo por instrumento o PlanejamentoAmbiental.
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1.3 Gestão Ambiental
Uma Gestão Ambiental eficiente deve serconstituída por uma Política Ambiental, queestabelece as diretrizes gerais, por um Método deGerenciamento Ambiental que orienta as açõesgerenciais, e por um Sistema de GerenciamentoAmbiental, que articula instituições e aplica osinstrumentos legais e metodológicos para o preparo eexecução do Planejamento Ambiental.
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1.3 Gestão Ambiental
Gerenciamento de Bacia Hidrográfica - é oinstrumento orientador das ações do poder público eda sociedade, no longo prazo, no controle do uso dosrecursos ambientais - naturais, econômicos e sócio-culturais - pelo homem, na área de abrangências deuma bacia hidrográfica (BH), com vistas aodesenvolvimento sustentável.
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1.4 Processos de Negociação Social e o Gerenciamento
Ambiental
Figura 1 - PLANOS DE NEGOCIAÇÃO SOCIAL
NEGOCIAÇÃO JURÍDICAValores: ética e costumes
NEGOCIAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVAValor: interesse social (?)
NEGOCIAÇÃO POLÍTICA DIRETAValor: interesse social local ou regional
NEGOCIAÇÃO ECONÔMICAValor: preço
Instrumento: dinheiroLocal: mercados
Instrumento: decisões do coletivoLocal: colegiados ou audiências públicas
Instrumento: decretos, portarias, resoluções e demais determinações administrativas
Local: esfera dos executivos-federal, estaduais e municipais
Instrumentos: legislação e jurisprudênciaLocal: Congresso Nacional, Assembléias Legislativas Estaduais, Câmara de
Vereadores Municipais
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1.4 Processos de Negociação Social e o Gerenciamento Ambiental
Um programa de despoluição hídrica de uma baciahidrográfica é um exemplo típico. Parte substancialdas negociações devem ser realizadas nos planoseconômicos, relacionados as questões de mercadoque afetam às partes individuais e corporações, nopolítico direto, relacionadas às decisões de interessesmais gerais do Estado ou Nação. Este processodesaguará na negociação jurídica, donde seráoriginada lei que estabelecerá o Plano Estadual ouNacional por Bacia Hidrográfica ou similar (contratosocial).
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1.5 Instrumentos de Negociação Social para Solução de Conflitos
Instrumentos para a solução de conflitosadaptado de Williams, 1985.
1) Negociação Direta - Negociação política direta,com possibilidade de envolver instrumentoseconômicos, ou transações em mercados, acertoslivremente entre as partes, ou de acordo com anorma legal (negociação jurídica).
2) Busca de Suprimento ou UsuárioAlternativo - Ver item n.º 1.
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1.5 Instrumentos de Negociação Social para Solução de Conflitos
3) Modificação no Sistema Tributário paraAumentar os Incentivos/Desincentivos -Instrumento econômico, que altera condições demercado instituído na negociação política-representativa, de acordo com a norma legal(negociação jurídica). Exemplo: princípio-poluidor ouusuário-pagador.
4) Mudança do Sistema de Subsídios com osMesmos Objetivos Acima - Ver item n.º 3.Exemplo: princípio-beneficiário-pagador.
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1.5 Instrumentos de Negociação Social para Solução de Conflitos
5) Litigância Através de Tribunais -Interpretação da norma legal resultante danegociação jurídica, realizada no poder judiciário,com possibilidade de adoção de instrumentoeconômico, extra-mercado, na forma depenalidades pecuniárias.
6) Aplicação de Atitudes Coercitivas Informaisnão-Violentas - Negociação direta, usando deconvencimento ou ameaças, com possibilidade deadoção de instrumentos econômicos pararestringir ou induzir uma parte a determinadoscomportamentos.
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1.5 Instrumentos de Negociação Social para Solução de Conflitos
7) Busca de Arbitração por AutoridadeSuperior - Negociação político-representativa. Emgeral a autoridade pode ser um departamento oufundação pública, com atribuição de aplicaradministrativamente a norma legal.
8) Busca de Apoio Público para Mudanças nosPoderes Constituídos ou Complementações daNorma Legal - Negociação político-representativa,quando surge de ameaças de perda de apoioeleitoral, ou jurídica (alteração da norma legal).
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1.5 Instrumentos de Negociação Social para Solução de Conflitos
9) Uso de Violência ou ameaça de Violência -Política direta.
A análise realizada mostra a necessidade decriação de instâncias de negociação social do tipopolítica direta no Gerenciamento Ambiental. Istoatuaria no sentido de evitar que a solução depotenciais conflitos saísse do âmbito dosinstrumentos suaves, do tipo 1 e 2, e eventualmente3 e 4, atingindo os instrumentos duros, do tipo 5 a 9.
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1.6 Bases do Processo de Planejamento Ambiental
A figura 2 apresenta uma ilustração do processo dematerialização de ações através da passagem pordiversos fases que são expandidas sucessivamenteem termos de concretitude, na medida em que sepassa de valores sociais aos programas deintervenção (Costello, 1974).
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1.6 Bases do Processo de Planejamento Ambiental
Figura 2 - Fluxo de Materialização de Ações
Intervenção e Monitoramento
ProjetosProgramas
Planos
Políticas
Padrões/Indicadores
Objetivos
Cenários
Valores
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1.6 Bases do Processo de Planejamento Ambiental
Valores - O processo de materialização é iniciado naidentificação de valores sociais. Estes são osdesejos e motivações básicas que governam ocomportamento humano. Podem ser identificadostrês classes de valores que podem ser atribuídos aomeio ambiente. Valor de Uso : é o valor derivadodo uso do ambiente como recurso para promover obem-estar da sociedade. Valor Opção de Uso : évalor derivado do uso potencial do ambiente parapromover o bem-estar da sociedade. Valor deExistência : é o valor estabelecido pela sociedadepela simples existência de um bem ambiental.
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1.6 Bases do Processo de Planejamento Ambiental
Metas - são declarações genéricas relacionando osvalores sociais ao ambiente. São metas; ocrescimento econômico, a segurança nacional, aeqüidade social, a proteção ambiental, por exemplo.
Objetivos - são dados em função das metas ereferem-se especificamente a característicasdefinidas do mundo físico. Por exemplo atrelada aproteção ambiental, a despoluição dos rios.
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1.6 Bases do Processo de Planejamento Ambiental
Padrões e Indicadores - Os padrões (ouindicadores) são a quantificação de objetivos de talforma que se possa identificar a sua concretização.Por exemplo as classes de uso preponderante comque se deseja enquadrar os corpos de água, segundoa resolução n.º 20 de 18 de junho de 1986 doCONAMA.
Políticas - são fundamentadas nos padrões, eestabelecem cursos de ação para serem usados noatendimento dos objetivos. Uma política ambientalpoderia estabelecer as formas de se levar os cursosde água às classes em que foram enquadrados.
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1.6 Bases do Processo de Planejamento Ambiental
Planos - constituem-se no detalhamento daspolíticas, ou seja, dos cursos de ação, e identificaçãodetalhada das ações que ao longo do período deintervenção levarão o ambiente ao cenárioestabelecido nas metas.
Programas - são traduções no curto prazo dosplanos, estabelecendo o empenho de recursos paraum projeto de acordo com um cronograma.
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1.6 Bases do Processo de Planejamento Ambiental
Intervenções e Monitoramento - finalmente,havendo ultrapassado todas as fases com sucesso, amaterialização do projeto é efetivada pelasintervenções planejadas e programadas, sendoacompanhadas pelo monitoramento. É o final, masnão a conclusão deste processo de materialização deações pois o monitoramento é a continuidade desteprocesso, realizado em outros níveis e instantes,determinará a sua continuidade, em outras bases(Lanna, 2000).
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1.7 Instrumentos para o Gerenciamento Ambiental
Os instrumentos de gerenciamento ambiental podemser classificados, de forma não exaustiva, emjurídicos e econômicos (Lanna-Cánepa, 1994).Suas adoções tem por objetivo atingir objetivosestratégicos de planejamento.
Pelos instrumentos jurídicos seriam estabelecidoslimites á atuação dos agentes, cuja obediência seriaestimulada por penalização dos infratores, ou atravésde critérios de compensação, conjugados aomonitoramento e polícia ambiental.
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1.7 Instrumentos para o Gerenciamento Ambiental
Instrumentos econômicos - procuramestabelecer, através da imposição de preços, taxas,subsídios, rateios e outros instrumentos econômicoso mesmo equilíbrio buscado pela aplicação dosinstrumentos legais. Algumas orientações podem seradotadas, as quais foram adaptadas de Turner, 1993.
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1.7 Instrumentos para o Gerenciamento Ambiental
1) Abordagem econômica tradicional: análisecusto-benefício - domínio dos instrumentoseconômicos; correção das falhas de mercado e dasintervenções via preços de eficiência; soberania doconsumidor; substituição infinita entre classes decapital.
Instrumentos - PPP e PUP, eliminação desubsídios, adoção de direitos de propriedade comoforma de proteger o ambiente.
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1.7 Instrumentos para o Gerenciamento Ambiental
2) Abordagem econômica alternativa: análisecusto-efetividade - dominância dos instrumentosjurídicos sobre os econômicos; introdução de padrõesde qualidade ambiental; princípios de precaução;regra do capital natural constante; preferênciascoletivas; versão escrita dos Padrões Mínimos deSegurança (PMS).
Instrumentos - Padrões ambientais, áreas deconservação ou de proteção ambiental, padrões deemissão baseados na oferta tecnológica;licenciamento ambiental, imposto verde (PPP; PUP ePBP).
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1.7 Instrumentos para o Gerenciamento Ambiental
3) Análise Custo - Benefício - Efetividade -equilíbrio entre instrumentos jurídicos e econômicos;aplicação mais ampla dos métodos de avaliaçãoeconômica buscando quantificar externalidades ebens públicos: disposição agregada de pagamentocorrigida; critérios de compensação entre parte,projetos sombra; abordagem sistêmica; versão maisatenuada dos PMS.
Instrumentos - PPP, PUP e PBP, licenciamentoambiental, padrões ambientais.
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1.7 Instrumentos para o Gerenciamento Ambiental
Ambientalismo Radical
4) Análise Custo-Efetividade SeveramenteRestrita - abandono dos instrumentos econômicos euso exclusivo dos instrumentos jurídicos.
Instrumentos - Padrões e regulamento, restriçãoao aumento demográfico através de licençapaternidade, como na China.
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Unidade II - Experiências Jurídicas Brasileiras Pregressas às Atuais
POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE
Lei 6.938/81, dispõe sobre a Política Nacional do
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação, e dá outras providências.
Lei 10.165/00, altera a Lei 6.938/81 e institui e Taxa
de Controle e Fiscalização Ambiental - TCFA.
Decreto 99.274/90, regulamenta a Lei 6.902, de 27
de Abril de 1981, e a Lei 6.938, de 31 de Agosto de
1981, que dispõem, respectivamente, sobre a
criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção
Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, e dá outras providências.
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Unidade II - Experiências Jurídicas Brasileiras Pregressas às Atuais
POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
O Código das Águas, estabelecido pelo Decreto
Federal n.º 24.643, de 10/07/1934, consubstancia a
legislação básica brasileira de águas, sendo o
primeiro Código de Águas no Brasil.
Na Constituição Federal de 1988 uma das
alterações foi a extinção do domínio privado das
águas. Todos os corpos de águas, a partir de
outubro de 1988, passaram a ser de domínio público.
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Unidade II - Experiências Jurídicas Brasileiras Pregressas às Atuais
Lei n.º 6.938/81 - dispõe da Política Nacional doMeio Ambiente, preocupando com aracionalização do uso das águas, bem como deoutros recursos naturais, planejamento e fiscalizaçãodos mesmos.
Resolução CONAMA 20/86, dispõe sobre o
enquadramento dos corpos d'água e dá outras
providências.
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Unidade II - Experiências Jurídicas Brasileiras Pregressas às Atuais
Em 1995, o então Ministério do Meio Ambiente e daAmazônia Legal passou a denominar-se Ministériodo Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos eAmazônia Legal e criou, no âmbito de suaestrutura, a Secretaria Nacional de RecursosHídricos. A atribuição principal da Secretaria deRecursos Hídricos era o gerenciamento dosrecursos hídricos e a coordenação do PlanoNacional de Recursos Hídricos.
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Unidade II - Experiências Jurídicas Brasileiras Pregressas às Atuais
Lei Federal n.º 9.433, de 08/01/1997, que instituia Política Nacional de Recursos Hídricos, cria oSistema Nacional de Gerenciamento de RecursosHídricos, e dá outras providências.
Lei Estadual (MT) n.º 6.945, 05/11/1997, dispõesobre a Política Estadual de Recursos Hídricos.Institui o Sistema Estadual de Recursos Hídricos e dáoutras providências.
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Unidade II - Experiências Jurídicas Brasileiras Pregressas às Atuais
Decreto 2.612/98 (alterado pelos Decretos 3.978/01
e 4.174/02), regulamenta o Conselho Nacional de
Recursos Hídricos.
Lei 9.966/00, dispõe sobre a prevenção, o controle e
a fiscalização da poluição causada por lançamento
de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas
em águas sob jurisdição nacional e dá outras
providências.
Resolução CONAMA 274/00, dispõe sobre a
balneabilidade das águas doces, salinas e salobras.
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Unidade II - Experiências Jurídicas Brasileiras Pregressas às Atuais
Lei 9.984/00, dispõe sobre a criação da Agência
Nacional de Águas (ANA), entidade federal de
implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos, e dá outras
providências.
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Unidade II - Experiências Jurídicas Brasileiras Pregressas às Atuais
Lei Federal n.º 9.433, em relação ao arranjoinstitucional, os organismos criados pelo novosistema são:
Conselho Nacional de Recursos Hídricos- CNRH.
Os comitês de bacias hidrográficas.
As Agência de Água.
Não se consideram novas instituições osconselhos estaduais de recursos hídricos e asorganizações civis de recursos hídricos(Carrera-Fernadez, 2002).
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Figura 3 - Sistema Nacional de Recursos Hídricos
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Figura 4 - Sistema Estadual de Recursos Hídricos
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Unidade II - Experiências Jurídicas Brasileiras Pregressas às Atuais
Sistema Nacional de Recursos Hídricos -sistematização dos órgão referente aos RH.
Conselhos - subsidiar a formulação da Política deRecursos Hídricos e dirimir conflitos.
MMA/SRH - formular a Política Nacional deRecursos Hídricos e subsidiar a formulação doOrçamento da União.
ANA - implementar o Sistema Nacional de RecursosHídricos, outorgar e fiscalizar o uso de recursoshídricos de domínio da União.
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Unidade II - Experiências Jurídicas Brasileiras Pregressas às Atuais
Órgão Estadual - outorgar e fiscalizar o uso derecursos hídricos de domínio do Estado.
Comitê de Bacia - decidir sobre o Plano deRecursos Hídricos (quando, quanto e para que cobrarpelo uso de recursos hídricos).
Agência de Água - escritório técnico do comitê deBacia.
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Unidade III - Princípios de Gestão dos Recursos Hídricos
3.1 Bacia Hidrográfica como Unidade Físico Territorialde Planejamento.
3.2 Usos Múltiplos da Água.
3.3 Água como um Bem Econômico.
3.4 Gestão Descentralizada e Participativa.
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3.1 Bacia Hidrográfica como Unidade Físico Territorial de Planejamento
A BH resultou assim como a unidade deplanejamento, desde que aceitasse as sugestõesrecebidas, ou seja, todos os efeitos ou impactos quelhe causassem o comportamento dos aqüíferos, bemcomo os problemas existentes em bacias adjacentes.
A bacia é o lugar geométrico sobre o qual se podecolocar o ponto de vista de todos os problemas aserem evitados, de preferência, ou resolvidos, quantojá instalado (Carrera-Fernandez, 2002).
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3.2 Usos Múltiplos da Água
A disponibilidade dos RH deve ser repartida entreos múltiplos usuários com igualdade deoportunidades, mas de tal modo tal que obenefício social líquido seja maximizado(Carrera-Fernandez, 2002).
• No processo de gestão os usuários tendem a sertratados desigualmente.
• A avaliação das demandas dos usuários tem queser feita em um plano de igualdade de observação.
• Os custos e benefícios devem ser consideradosda forma mais ampla e abrangente possível, tendocomo o objetivo o bem estar social.
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3.3 Água como um Bem Econômico
A água bruta é um recurso que está disposto nanatureza sem qualquer compromisso com volumes eformas regulares em sua distribuição, no espaço e notempo, ou mesmo de acordo com as necessidades dohomem.
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3.3 Água como um Bem Econômico
Em sendo um recurso escasso, a água bruta é umbem econômico. E como todo bem econômico, aágua tem um valor intrínseco de uso e um valor detroca. O valor de uso da água é variável e estáassociado à capacidade desta em satisfazer asnecessidades de seus usuários. Por outro lado, ovalor de troca depende das condições de oferta edemanda desse recurso (Carrera-Fernandez, 2002).
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3.3 Água como um Bem Econômico
O conjunto de normas, regulamentos, leis, decretose portarias são úteis para indicar o que vem a sersocial e economicamente correto. Estes instrumentostem sido utilizados mas não se têm mostradoeficiente. Neste ponto que deve entrar a cobrançapelo uso da água.
Cobrar pelo uso da água bruta é apenas umaextensão do conceito do valor econômico járeconhecido em relação a outros bens, como osrecursos minerais, o alimento, o solo entre outros.Todo os bens são insumos básicos para as atividadeshumanas e estão sujeitos a escassez.
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3.4 Gestão Descentralizada e Participativa
Democracia Participativa - Além dos tomadoresoficiais de decisões, a oportunidade é aberta aosusuários grandes, médios e pequenos, aosrepresentantes de organismos de classe, deorganizações não governamentais, às universidades,aos técnicos, pesquisadores, ao cidadão comum e atodos os demais interessados.
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3.4 Gestão Descentralizada e Participativa
A participação dos integrantes é dado no debate enas resoluções referentes aos programas a seremexecutados na bacia, aos usuários, aos requisitos dapreservação do meio ambiente, enfim noplanejamento do uso e ao uso dos recursos hídricos,na unidade hidrográfica.
Vantagem da gestão descentralizada eparticipativa - é que ela reduz vigorosamente aquantidade de decisões que precisa ser levada àconsideração superior, tornando-as melhoresplanejadas, sobre temas mais relevantes, permitindo-lhes o tempo necessário à reflexão.
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Unidade IV - Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos
4.1 Planos de Recursos Hídricos.
4.2 Outorga de Direito de Uso dos Recursos Hídricos.
4.3 Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos.
4.4 Sistema de Informações em Recursos Hídricos.
4.5 Enquadramento dos Corpos d'água em Classes deUsos Preponderantes.
4.6 Compensação aos Municípios.
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4.1 Planos de Recursos Hídricos
Planos (Diretores) de Recursos Hídricos (PRH),é um plano pactuado entre o Poder Público, osusuários e as comunidades, que visa fundamentar eorientar a implementação da política e ogerenciamento dos RH, propondo as diretrizes egrandes metas para a gestão dos mesmos.
Devem apresentar: diagnóstico da situação, adisponibilidade hídrica e as linhas gerais de ação paraampliar ou melhorar a utilização de recursos hídricos,devem ter horizontes de tempo bem definidos emetas factíveis de serem alcançadas, bem comocompatíveis com os RH disponíveis.
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4.1 Planos de Recursos Hídricos
Devem constar ainda, os programas a seremimplementados, os projetos a serem realizados e asprioridades para a outorga e direito de uso dos RH,considerando-se as potencialidades econômicas daregião e as disponibilidades desses recursos na bacia.
Além do mais, os planos diretores devem contercritérios para a cobrança pelo uso dos recursoshídricos e a indicação de áreas a serem classificadascomo reservas para proteção contra açõesdegradantes.
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4.1 Planos de Recursos Hídricos
Elementos a serem apresentados nos PRH - (i) osobjetivos e diretrizes de ações conjugadas do estadoe dos municípios com relação ao aproveitamentomúltiplo, controle, conservação, proteção erecuperação dos RH; (ii) o processo de planejamentointerativo das ações e intervenções, resultante dediscussão dos planos gerais, regionais, urbanos esetoriais do uso da água; (iii) as diretrizes e critériospara a participação financeira do estado no fomentoaos programas, definidos mediante articulaçãoinstitucional, técnica e financeira com a União,estados vizinhos, municípios e entidadesinternacionais de cooperação;
64
4.1 Planos de Recursos Hídricos
(iv) o monitoramento climático, zoneamento dasdisponibilidades hídricas efetivas, usos prioritários eprevisão dos impactos ambientais do conjunto deprogramas e projetoss propostos; (v) os programasde desenvolvimento institucional, tecnológicos egerencial, de valorização profissional e decomunicação social no campo dos recursos hídricos;(vi) a compatibilização das questões interbacias e aconsolidação dos programas anuiais e plurianuais dasbacias hidrográficas; e (vii) as normas relativas domeio ambiente (Carrera-Fernandez, 2002).
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4.1 Planos de Recursos Hídricos
De acordo com a Lei nº 9.984, de 17 de julho de2000, ficou acordado na Câmara Técnicacompetente do CNRH, que o PNRH será composto decinco volumes, cada um com conteúdo definido nodocumento “Proposta de Estruturação eConteúdo do Plano Nacional de RecursosHídricos”.
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4.2 Outorga de Direito de Uso dos Recursos Hídricos
Ato administrativo de autorização, mediante o qualo poder outorgante faculta ao autorgado o direitode uso de RH, por prazo determinado, nos termos enas condições expressas no respectivo ato.
Visa assegurar o controle quantitativo e qualitativodos usos da água e o efetivo exercício dos direitos deacesso à água.
Estão sujeitos a outorga os seguintes usos:captação, lançamento e outros usos que alterem oregime, a qualidade ou a quantidade do corpohídrico.
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4.2 Outorga de Direito de Uso dos Recursos Hídricos
Usos que independem de outorga: - pequenosnúcleos populacionais; usos e acumulaçõesconsiderados insignificantes; usos não consultivos daágua, tais como recreação, pesca, navegação,recreação, lazer e o turismo (Hora, 2001).
A importância da outorga reside em atenuar oumesmo eliminar conflitos de uso, via de regramotivados pela escassez da água em relação a suademanda em algumas bacias hidrográficas (Carrera-Fernandez, 2002).
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4.2 Outorga de Direito de Uso
dos Recursos Hídricos
A experiência brasileira mostra que as outorgas têma faculdade de reduzir conflitos. Exemplo.: Além-SãoFrancisco e a bacia do rio Salitre. “Juiz perto dosjogadores” (Carrera-Fernandez, 2002).
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4.3 Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos
Segundo Lanna (1999) a água apresenta quatropreços distintos, sendo que em grandes cidadesbrasileiras, um consumidor urbano paga dois preços(1º e 2º) de água potável que consome:
1º Preço correspondente à captação, potabilização edistribuição da água tratada;
2º Preço correspondente ao esgotamento sanitário eo transporte da água residuária;
70
4.3 Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos
Na escassez da água a intervenção do Poder
Público no sentido de racionar e racionalizar os usos.
Aqui, por sua vez, surge o PPP/PUP como
instrumento desse racionamento e racionalização,
implicando mais dois preços:
3º Preço correspondente à retirada, que será
acrescido à conta de água tratada, no sentido de
frear o consumo, viabilizando inclusive o
investimento em dispositivos poupadores de água; e
71
4.3 Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos
4º Preço correspondente ao despejo de esgotos no
rio, e que acompanhará a tarifa de esgoto, no sentido
também, de refrear o seu lançamento (se a tarifa, for
unidade de despejo, for suficientemente alta, custará
menos ao município tratar ponderável parcela do
esgoto e pagar pela poluição residual, do que pagar
pelo despejo total do esgoto gerado).
72
4.3 Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos
É um dos instrumentos mais importantes na Gestãodos RH.
Concorre para o equilíbrio entre a (Lei da) oferta edemanda desses recursos na bacia ou regiãohidrográfica.
Finalidade de racionalizar o uso, como mecanismoeficiente de redistribuir os custos sociais de formamais eqüitativa: para disciplinar a localização dosusuários; promover o desenvolvimento regionalintegrado nas suas dimensões social e ambiental; eincentivar a melhoria nos níveis de qualidade dosefluentes lançados nos mananciais (Carrera-Fernandez, 2002).
73
4.4 Sistemas de Informações em Recursos Hídricos
É um mecanismo pelo qual os dados, índices einformações de interesse para o planejamento e agestão do uso da água são coletados, tratados,armazenados e recuperados, servindo comoinstrumento para a tomada de decisão em planos,projetos, ações e intervenções do setor.
As informações são referenciadas em mapas sobrecoordenadas geográficas de pontos de captação,lançamento, obras hidráulicas e dadoshidrometeorológicos; cadastros de usuários dosrecursos hídricos e de qualidade da água;
74
4.4 Sistemas de Informações em Recursos Hídricos
de modelos chuva-deflúvio ou outros modeloscalibrados para a bacia para a bacia e de simulaçãode operação de reservatórios, informações relativas ademografia e à atividade econômica, sobretudoaquelas atividades intensivas no uso da água, dadosrelativos a solos, vegetação e outros recursos(Carrera-Fernandez, 2002).
Sistemas instalados no Brasil - setor elétrico,setor de saneamento, universidades (pesquisa), entreoutros sistemas setoriais, que continuarão a operaros sistemas com os vieses de interesse para suasrespectivas tomadas de decisão
75
4.4 Sistemas de Informações em Recursos Hídricos
O Governo da União deverá consolidar os dados einformações de todos os sistemas em um único edinâmico cadastro de informações e banco deconhecimento, ao qual toda a sociedade brasileiradeverá ter acesso.
Esse sistema nacional de informações em RHconstituirá o ingrediente mais rico para oentendimento da dinâmica do setor, estabelecendoas bases de um processo que constituirá, emúltima análise, a própria política nacional derecursos hídricos (Carrera-Fernandez, 2002).
76
4.5 Enquadramento dos Corpos d’água em Classes de Usos Preponderantes
É um instrumento que permite manter ativo ovínculo entre o setor de gerenciamento do uso daágua e o setor ambiental. A gestão dos RH é parte deum conjunto mais amplo que é a gestão ambiental(Carrera-Fernandez, 2002).
É capaz de assegurar às águas o nível de qualidadecompatível com os usos mais exigentes a que foremdestinadas, estão divididos em nove classes. (cinco -água doce, duas - águas salinas e duas - águassalobras).
77
4.5 Enquadramento dos Corpos d’água em Classes de Usos Preponderantes
O CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente)Resolução 20/86 - estabelece critérios debalneabilidade, permitindo a diminuição dos custosde combate à poluição das águas, mediante açõespreventivas permanentes.
78
4.6 Compensação aos Municípios
O objetivo era o de ressarci-los das perdas impostaspelas inundações artificiais, até o momento em queos mesmos estivessem recuperados desse “passivoambiental”.
O pagamento deve ser feito pelo agente proprietáriodo empreendimento causador da perda.
Seu cálculo deveria ser feito com base na privaçãodas rendas futuras que os terrenos inundados, ousujeitos à restrição do uso do solo, poderiam gerarpara o município (Carrera-Fernandez, 2002).
79
Unidade V - Criação de Mercados para o Uso da Água.
O intercâmbio entre mercados constitui uma formade alocação de água. Em muitas situações estemétodo possui um maior número de atributosdesejáveis do que mecanismos alocativosalternativos: flexibilidade , segurança , previsibilidadee justiça. Os mercados possuem falhas que pode serminimizado através de mudança na estruturaadministrativa.
Alocação de água economicamente eficiente deveintegrar o gerenciamento da quantidade e qualidadeda água.
80
Unidade V - Criação de Mercados para o Uso da Água.
Formas simplificadas de organizaçãoeconômica nacional em termos de algunscritérios:
1º Flexibilidade na alocação de suprimentos d´águaexistente. Isto é de importância vital, de forma queos tipos de uso da água podem ser trocados, delugar para lugar , à medida que o clima e condiçõesdemográficas e econômicas mudam com o tempo.Há necessidade de flexibilidade à longo ou curtoprazo;
81
Unidade V - Criação de Mercados para o Uso da Água.
2º Segurança do direito de posse para usuáriosestabelecidos. Somente se o usuário de água tiver agarantia de que o uso terá continuidade, o usuárioinvestirá e manterá o sistema de uso d´água;
3º Custo de oportunidade real dos recursosdisponíveis para seu uso;
4º Previsibilidade de resultados do processo;
5º Um processo de alocação de água deveria serentendido pelo público como justo e claro (Howe,2002).
82
Unidade V - Criação de Mercados para o Uso da Água.
Qual é a relação entre os seis critérios e anoção de eficiência econômica ?
Na sua definição mais fundamental (e rígida) umadeterminada alocação de recursos é consideradaeconomicamente eficiente se, e somente se, nenhumindividuo puder ficar em melhores condições sem queoutro indivíduo fique em piores condições (Ótimo dePareto).
83
Unidade V - Criação de Mercados para o Uso da Água.
Uma segunda definição que é bem mais usada naprática e que subentende a análise custo –benefício é , na verdade, uma condição necessáriapara que ocorra a Ótimo de Pareto : uma alocação Aé eficiente relativa a alocação B se, e somente se, namudança de B para A os vencedores possam sercapazes de compensar completamente quaisquerperdedores e ainda estar à frente. (Hicks-Kaldor ).Esta é uma definição menos rígida pois não requerque todos os perdedores sejam compensados,somente se este potencial existir.
84
Unidade V - Criação de Mercados para o Uso da Água.
Os critérios acima se relacionam intimamente com asduas definições de eficiência econômica. Aflexibilidade permite assimilar os valoresmarginais com os vários usos de recursos. Asegurança do direito de posse e aprevisibilidade estimulam a realização deoportunidades de investimento a longo-prazoque vão gerar benefícios líquidos positivos.
85
Unidade V - Criação de Mercados para o Uso da Água.
Característica dos Mecanismos de Alocação deRecursos e suas Implicações para o Mercadosde Água:
1º O aspecto principal ao fazer mercadosfuncionarem mais eficientemente é identificar equantificar estes efeitos mais precisamente erapidamente chegar a um acordo sobre suasmagnitudes de forma que compensações e/ouajustes aos direitos de propriedade possam serefetuados sem excessivos custos de transação.
86
Unidade V - Criação de Mercados para o Uso da Água.
2º Um segundo problema dos mercados de água éa dificuldade de comunicação entre os compradores evendedores em potencial, resultado de grandeseparação geográfica.
Sistemas de Direitos Prioritários eProporcionais
- Direito de Prioritários/Apropriação - oprimeiro a usar é o primeiro a ter o direito ao uso dosrecursos hídricos;
- Direito Proporcionais – compartilha águadisponível entre vários proprietários de acordo comum percentual determinado pelo número de direitosadquiridos.
87
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
88
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
89
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
90
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
Vários países tem adotado a cobrança da água pordiferentes propósitos, os mais adotados entre ospaíses são:
Recuperação de custo visando a viabilizaçãofinanceira dos sistemas hídricos;
Aumento de receitas a serem destinadas ainvestimentos que, não necessariamente, beneficiamos pagadores da cobrança;
Incentivos à racionalização econômica do uso daágua através do estímulo a economias via cobrançapelo seu uso;
91
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
Substituição de tributos: parte de programasdenominados Reforma Tributária Verde (Green TaxReform) que visam desonerar o trabalho e a rendade tributos, orientado-os a atividades que façam usode recursos naturais e poluam o ambiente (Serôa daMota, 1998).
As experiências selecionadas são aquelas cujanatureza e resultados nos pareceram relevantes parao caso brasileiro. Os países selecionados para osistema de cobrança são França, Alemanha,México, Espanha e Portugal e para a criação demercado, os Estados Unidos e Chile.
92
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
FRANÇA
A preocupação com os Recursos Hídricos surgiu coma Lei de 1964 que revolucionou por completo osistema de planejamento e gerenciamento dosrecursos do país:
Alguns pontos a serem destacados:
(i) Reforço do poder de política, até então limitados;
(ii) Adoção da bacia hidrográfica como unidade deplanejamento e gestão, com criação de seis regiõeshidrográficas;
93
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
FRANÇA
(iii) Criação de um fundo de investimento formado dacontribuição dos usuários, base do atual sistema decobrança, através das redevances.
Essa Lei foi aperfeiçoada em 1992, que vigoraatualmente. Busca recuperar todos os custos dossistemas. Na fatura inclui os serviços de água eesgotamento, como também um certo número detaxas e redevances, para cobrir o: Abastecimento,Combate à poluição, Investimentos e
Operação (Serôa da Mota, 1998).
94
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
ALEMANHA
Neste país cobra-se das fontes industriais e
municipais que lançam diretamente seus efluentes
em águas superficiais (rios, lagos e mares) e águas
subterrâneas. Os lançamentos indiretos, como os
das fontes que descarregam efluentes em sistemas
de tratamento dos municípios, não são cobrados. A
cobrança funciona conjuntamente com o sistema de
permissões, é administrada por cada Estado e a
arrecadação utilizada na melhoria da qualidade de
água. Os preços aprovados são fruto de um
compromisso entre o fornecedor e usuários.
95
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
MÉXICO
O sistema de gestão mexicano de RH é centralizado
pela Comissão Nacional de Água, embora os
municípios sejam responsáveis pelo abastecimento
de água e saneamento. As cobranças sobre a
poluição no México já vigoram desde 1991 e vêm
revelando enormes problemas quanto ao seu
cumprimento.
96
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
MÉXICO
A legislação mexicana sobre a água permite que a
Comissão Nacional da Água (CNA) aplique o
princípio do poluidor pagador aos despejos
efetuados por municipalidades ou indústrias que
excedam determinados padrões de matéria orgânica
ou de partículas sólidas em suspensão. As receitas
são depositadas no Tesouro, embora a CNA tenha
uma dotação orçamentária para gastos na gestão de
RH e financiar investimentos de oferta e controle da
qualidade da água para os usuários urbanos e
industriais.
97
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
MÉXICO
Resumindo, o caso mexicano é um bom exemplo da
importância da capacidade institucional na
implementação de um sistema de cobrança. Essa
experiência também revela as dificuldades de um
sistema nacional centralizado. Uma nova revisão
desse sistema de cobrança está em curso para
remover essas barreiras políticas, enfatizando a
participação, a informação e a capacidade
institucional (Carrera-Fernandez, 2002).
98
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
ESPANHA
O território está dividido em onze agências de bacias,instaladas em 1926, com o objetivo de desenvolver egestionar as águas. As agências são responsáveis pordesenvolver, planejar a disponibilidade hídrica paraas minucipalidades, indústrias e associações deirrigantes. As unidades locais são responsáveis peladistribuição, coleta e tratamento de efluentes.
As agências de bacia aplicam três tipos de tarifas:
99
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
ESPANHA
(i) regulação - aplicada aos beneficiários dosistema de abastecimento de água, aplicada com ointuito de recuperar os investimentos e custos deoperação e manutenção do sistema;
(ii) tarifa de uso - se aplica aos usuáriosdomésticos e indústrias em m3; aos irrigantes, ocálculo é em função da área plantada; e a produçãode energia por hidrelétrica, o cálculo se efetua emfunção da quantidade de kilowatt produzido.
100
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
ESPANHA
(iii) lançamento de efluentes - se calcula,considerando as externalidades ambientais causadaspor usuário.
A arrecadação é feita pelas conferênciashidrográficas;
Cobra dos usuários cerca de 60% do totaldevido, sendo os restantes 40% subvencionados;
O arrecadado é para obras e intervenções sobreo meio hídrico (Carrera-Fernandez, 2002).
101
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
PORTUGAL
É um país rico em água, 40% dos recursos hídricosvem do território da Espanha, tendo necessidade demanter acordos permanentemente renovados.
Pratica-se, no país a cobrança pelo uso dos recursoshídricos. Os serviços são cobrados pelo custooperacional, não incluindo, portanto, a amortizaçãodos investimentos que são altamentesubvencionados, a água potável é cobrada porvolume e o saneamento é pago através dos impostoslocais (Carrera-Fernandez, 2002)
102
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
ESTADOS UNIDOS
A experiência americana é mais ilustrada na
literatura na área de criação de mercados. Existe
uma política bem-estabelecida de precificação da
água para a agricultura. Esta política é comandada
de forma centralizada pelo governo federal pelo
Bureau de Reclamation (BOR) que desenvolve os
projetos de provisão de água.
103
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
ESTADOS UNIDOS
De acordo com Knazawa (1994), a política de
precificação e de comercialização de direitos da
água nos Estados Unidos é incipiente e ainda tem de
desenvolver mecanismos para engendrar os ganhos
de eficiência esperados.
Necessita-se da criação de condições de credibilidadepara os direitos transacionados, isto é, quem vendehoje poderá comprar amanhã. Para tal, surge anecessidade de criação de mercados futurostambém.
104
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
ESTADOS UNIDOS
Resumindo, a experiência americana com criação demercados, embora nem sempre bem sucedida, temoferecido lições e recomendações para que sistemassimilares possam atingir os benefícios esperados. As
mais importantes são as garantias de direitos e
competitividade. De qualquer forma, essas
experiências também revelam que enquanto os
objetivos econômicos não foram totalmente
alcançados, o uso de direitos, devido a sua natureza
quantitativa, foram eficazes na consecução de
objetivos ambientais (Serôa da Mota, 1998).
105
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
CHILE
A experiência chilena com direitos comercializáveis
de uso da água data dos anos 20. Uma base legal
geral foi, entretanto, estabelecida no Código da Água
de 1951, que permite ao Estado outorgar
concessões a particulares conforme prioridades de
uso da água. As transferências de água eram
permitidas, contanto que o uso permanecesse o
mesmo. Em 1969, durante a reforma agrária, a água
tornou-se propriedade do Estado, proibindo-se a
comercialização das concessões.
106
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
CHILE
O novo Código da Água de 1981 reintroduziu os
direitos permanentes sobre a água, que eram
completamente separados dos direitos sobre o solo e
poderiam ser livremente comercializados para usos
de consumo ou não. O uso condicional foi abolido e
os requerimentos simultâneos eram arbitrados por
concorrência.
107
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
CHILE
No Chile, os direitos de comercialização sobre a
água têm sido politicamente aceitáveis e aplicáveis
por conta da longa tradição da propriedade desses
direitos no país. Respeitam-se e comercializam-se,
inclusive, os direitos desprovidos de documentação
legal. Relata-se, no entanto, que a comercialização
tem evitado disputas políticas e reduzido os gastos
com investimentos.
108
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
CHILE
Resumindo, a garantia e a aceitação de direitos são
especialmente importantes para comercializar (ou
mesmo tributar) os direitos sobre a água. Legalizar
os títulos de propriedade existentes e definir os
critérios para novas concessões, são primordiais. Os
direitos de água já vigentes em muitos países podem
fornecer os subsídios iniciais. Além disso, as taxas
de concessão podem ser consideradas uma fonte
recorrente de financiamento para as atividades de
gestão e monitoramento.
109
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
BRASIL
O Brasil vem encaminhando a solução para a políticados recursos hídricos, a partir da abordagemregional, com avanço dos estados na estruturação deseus sistemas de gestão.
A vantagem nesta inversão do processo surge do fatode que a legislação federal traz consigo uma forteinclinação para refletir o verdadeiro quadro denecessidades do país, no âmbito do setor.
110
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
BRASIL
O estado de São Paulo atuou como líder desseprocesso, discutindo amplamente e promulgando aLei nº. 7.663 de 30 de dezembro de 1991.
Logo em seguida, veio o Ceará, que, pressionadopela escassez absoluta de água, desenvolveu comrapidez o debate sobre a natureza da organizaçãoque deveria ser estruturada no estado (Carrera-Fernandez, 2002).
111
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
BRASIL
No Ceará, a cobrança pelo uso da água já vêmsendo feita a alguns anos.
A arrecadação ainda não foram aplicados emprogramas de recuperação e preservação do meioambiente, foram utilizados na construção de obrashidráulicas.
A participação da sociedade civil em todo o
processo, na prática, também não parece ser tão
efetiva.
112
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
BRASIL
Cobrança pelo uso da água na bacia do Rio Paraíba do Sul.- Início da cobrança março de 2003.
A arrecadação será arremetida para um fundo de recuperação dos rios.
Implementação da Cobrança na bacia do Alto Iguaçu - 2002 (ANA, 2003).
113
Unidade VI - Gestão dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil
MATO GROSSO
O modelo de gestão em fase de implantação noEstado desde o ano de 1998, viabilizou recursos deorganismos financiadores internacionais e nacionais,como o Banco Mundial, o Global Environment Facility- GEF, o Programa Piloto do grupo dos Sete - PPG7,Programa Pantanal com o Banco Interamericano deDesenvolvimento - BID e convênio com a AgênciaNacional de Águas (Curvo, 2002).
114
Unidade VII - Avaliação da Lei Federal n.º 9.433/97
Diversos são as classificações dos Instrumentos dasPolíticas de Gestão Ambiental, a avaliação efetuadaneste trabalho foi baseado nas considerações deBaumol e Oates (1979), Field (1995) e Jacobs(1995). Os critérios de eficácia, eficiência,motivação, custo administrativos, aceitação política,eqüidade, mínimo de interferência e confiabilidadeserão analisados e descritos com referência na LeiFederal n.º 9.433/97, de Política Nacional deRecursos Hídricos.
115
Unidade VII - Avaliação da Lei Federal n.º 9.433/97
Eficácia – Não se pode pensar em gestão de baciashidrográficas tendo em vista apenas os recursoshídricos, pois a abordagem adotada deve integrar osaspectos ambientais, sociais, econômicos e políticos,com ênfase no primeiro, pois a capacidade ambientalde dar apoio ao desenvolvimento possui sempre umlimite, a partir do qual todos os outros aspectosserão, inevitavelmente, afetados.
116
Unidade VII - Avaliação da Lei Federal n.º 9.433/97
Para atingir os objetivos/as metas estabelecidas comelevado grau de certeza, deve-se fazer com que omonitoramento das fontes de degradação,lançamento de efluentes e resíduos sólidos nosrecursos hídricos, sejam efetivos e respeitados pelasunidades poluidoras.
Eficiência – Refere-se a relação custo/benefíciopara se atingir uma meta, no caso o ambiental. Paraos economistas ambientalistas, é o primeiro critério aser escolhido entre diferentes políticas.
117
Unidade VII - Avaliação da Lei Federal n.º 9.433/97
Principalmente os economistas neoclássicosambientais, quanto menor a intervenção daautoridade pública em mercado livres, maior acapacidade destes atingirem a eficiência econômicaque conduzirá à sustentabilidade ambiental.
Motivação – Almeida (1998), diz que a discussãosobre avaliação de instrumento de política ambientalno Brasil ainda é muito fraca. Faltam mecanismosinternos e externos que promovam incentivo àatender os limites e padrões impostos pela legislaçãoem vigor.
118
Unidade VII - Avaliação da Lei Federal n.º 9.433/97
Custo Administrativo – As iniciativas dos governosdevem ser tomadas de preferência depois quealgumas análises de custo e benefício foremrealizadas para comparar as vantagens relativas deuma iniciativa (ou instrumento) sobre as demais.Quando a informação for insuficiente, outros critériosdevem ser usados para assegurar a eficácia e aeficiência econômica. O custo administrativo decolocar em prática uma legislação, principalmente aambiental é elevado, pois tem-se altos custo emequipamentos, capital humano, legislativo e social.
119
Unidade VII - Avaliação da Lei Federal n.º 9.433/97
Aceitação Política – Os objetivos ambientaisprecisam ser realistas e coerentes com o climapolítico predominante. Se um governo der prioridadeà manutenção da produção e do emprego, osobjetivos ambientais que ameaçarem estas metasserão ignorados. As iniciativas dos órgãos de controleambiental devem estar coordenados com os outrosorganismos governamentais, em todos os níveis degoverno. As políticas ambientais têm mais chance deimplementação bem-sucedida quando os governos,os agentes produtivos, as populações afetadas e os
120
Unidade VII - Avaliação da Lei Federal n.º 9.433/97
detentores de informação e especialização relevantes(universidades, cientistas, ONGs e os meios deinformação) participarem de sua elaboração. Aspolíticas serão mais realistas e conterão uma basemais ampla de conhecimento, compreensão ecompromisso da parte dos grupos envolvidos. Asempresas e os demais interessados tendem aobedecer mais os instrumentos quandocompreendem como eles foram escolhidos ouparticiparam de processo de tomada de decisão.
121
Unidade VII - Avaliação da Lei Federal n.º 9.433/97
Eqüidade – Quando tratado da eqüidade emlegislação ambiental, deve-se ter muita cautela,procurando conhecer quem são os poluidores e seestão fazendo e como estão fazendo para melhorar oseu controle de emissão de resíduos (líquidos, sólidose/ou gasosos). O Art. 50 incisivo II da legislação n.º9.433/97, traz os valores monetários com escala deR$ 100,00 (cem reais) à R$10.000,00 (dez mil reais),sendo proporcional a gravidade da infração,considera-se uma escala alternativa sem parâmetrosdefinidos, a necessidade de ser aplicado de formacorreta ou seja equânime é grande e preocupante,
122
Unidade VII - Avaliação da Lei Federal n.º 9.433/97
os órgãos gestores tem que estar muito bemfundamentado e preparado para cada caso, para quenão ocorram injustiças.
Mínimo de Interferência – A fraqueza dossistemas de controle motiva os poluidores e outrostransgressores a adiar seus investimentos namelhoria ambiental, e em outras situações podemocorrer o fechamento de unidades produtivas. Umsistema judiciário forte, portanto, pode ajudar a obteruma anuência oportuna e eficaz às leis e regrasambientais.
123
Unidade VII - Avaliação da Lei Federal n.º 9.433/97
Para os poluidores privados, por exemplo, a ameaçade multas e penas de prisão pode ser uma forçapoderosa na limitação dos danos ambientais. Lidarcom as empresas públicas é mais difícil, e assimcláusulas especiais devem ser criadas para tratar desua eventual desobediência à legislação ambiental.
124
Unidade VII - Avaliação da Lei Federal n.º 9.433/97
Confiabilidade – O órgão gestor responsável pelagestão de Recursos Hídricos (federal, estadual emunicipal), deve definir níveis de padrões dequalidade, quantidade e legislativo relevante a cadabacia hidrográfica a qual atuar. Possuir seriedade ecapacidade de monitoramento das unidadespoluidoras é um começo para que o processo tenha aconfiabilidade dos agentes envolvidos.
125
Unidade VIII - Interface dos Instrumentos da Lei 6.938/81 (PNMA) e a Lei 9.433/97
(PNRH).
Lei 6.938/81 Lei 9.433/97
1. Licenciamento ambiental 1. Plano Nacional de RH;
2. Estabelecer padrões 2. Enquadramento dos corpos
3. Avaliação dos impactos d’água em classes; ambientais 3. Outorga de direito de uso
4. Zoneamento ambiental dos recursos hídricos;
5. Incentivos à produção e 4. Cobrança pelo uso dos RH; instalação de equipamento 5. Compensação dos municípios;
6. Sistema de informações 6. Sistema de informações em sobre o MA. recursos hídricos.
7. Cadastro técnico federal de atividades e instrumentos de defesa.
126
Unidade IX - Conclusões
Para a implementação efetiva da qualquer políticaambiental, são necessários três níveis de viabilidade:política, econômica-financeira e institucional-administrativa.
Percebe-se que é muito mais fácil o esforço deelaboração do arcabouço jurídico legal do que o desua implementação, especialmente na área ambientalque exige enorme apoio humano, financeiro etécnico. Consequentemente, alternativas àimplementação tradicional reparatória e repressiva,devem ser buscadas com o objetivo de faze-laeficiente.
127
Unidade IX - Conclusões
Alguns elementos devem sempre estar presentes: aidentificação dos sujeitos obrigados ou atingidos pelaregulamentação, o estabelecimento de prioridades, apromoção e o monitoramento do cumprimento da lei,a implementação sancionatória em caso de violação,a transparências dos papéis dos órgãos federais,estaduais e municipais, a criação de um sistema degerenciamento e avaliação dos resultadosalcançados.
128
Unidade IX - Conclusões
A melhor opção é que instrumentos econômicos(IEs) sejam economicamente eficientes eambientalmente eficazes, para assim completar osinstrumentos de comando e controle (CEC) demaneira que possibilite a interação entre as partesenvolvidas com maior eficácia e eficiência. (Magnani,2002)
129
Unidade IX - Conclusões
A Lei Federal n.º 9.433/97 trata-se de uma leiatual, avançada e importante para a ordenaçãoterritorial, em seu sentido mais amplo, caracterizadapôr uma descentralização de ações, contra umaconcentração de poder, claramente ressaltados notexto da referida lei, que proclama os princípiosbásicos praticados hoje em todos os países queavançaram na gestão de seus recursos hídricos(Magnani, 2002).
130
Unidade IX - Conclusões
A cobrança pelo uso de recursos hídricos, mais doque instrumento para gerar receita, é indutora demudanças pela economia da água, pela redução deperdas, pela gestão com justiça ambiental. Issoporque cobra-se de quem usa ou polui.
131
Unidade IX - Conclusões
A experiência em outros países mostra que, embacias que utilizam a cobrança, os indivíduos e firmaspoluidores reagem internalizando custos associados àpoluição ou outro uso da água.
132
Unidade IX - Conclusões
As experiências com criação de mercado, emboraainda pouco expressivas, revelam que as condiçõesde competitividade não foram observadas no casodos mercados de certificados de poluição nos EstadosUnidos. A garantia de direitos, todavia, é o fator maisimportante, ou seja, o sistema de criação de mercadodepende de regras jurídicas muito claras sobre taisdireitos. Quando já existe a percepção de direitoprivado, como no caso da água no Chile, as chancesde êxito são maiores. Mais ainda, é positivoidentificar se os requisitos de competitividadeexistem para engendrar as forças de mercado.
133
Unidade X - Discussões
1º Discute-se, hoje no Brasil, com grande ênfase, anatureza do Plano Nacional de Recursos Hídricos,documento programático do setor. Seria estedocumento apresentado à sociedade brasileira sob aforma de um “produto” ou como parte de um“processo”?
134
Unidade X - Discussões
2º Se existe, qual(is) é (são) a(s) diferença(s) dostermos Recursos Hídricos e Água?
135
Unidade X - Discussões
Resp 2º.: Recursos hídricos é a água destinada ausos; quando se tratar das águas em geral,incluindo aquelas que não devem ser usadas porquestões ambientais (ver conceitos de valores deopção de uso, intrínseco e de existência atribuídos àágua) o termo correto é simplesmente águas(Pompeu, 1995). As questões ambientais referentes àproteção das águas, é usado o termo Águas em lugarde Recursos Hídricos.
136
Unidade X - Discussões
3º Quais as diferenças entre as abordagem jurídicae a análise custo-benefício na gestão de recursoshídricos?
137
Unidade X - Discussões
Resp 3º.: Uma diferença entre essas duasabordagens é que na jurídica deve ser previamenteestabelecido um cenário a ser atingido, em termos depadrões de qualidade ambiental. Na abordagemcusto-benefício o cenário não é estipulado em termosde padrão de qualidade: busca-se valorareconomicamente todos os benefícios e custos e ocenário perseguido é aquele que maximiza osbenefícios líquidos globais para a sociedade (Lanna,2001).
138
Unidade X - Discussões
4º Quais são as críticas a análise custo benefício nagestão ambiental ?
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Unidade X - Discussões
Resp 4º.: O problema de quantificação, em baseseconômicas, dos custos e benefícios ambientais deintervenções é a principal restrição que pode ser feitaà esta abordagem. O desconhecimento da dinâmicaambiental impede projeções confiáveis a médio elongo prazos, quanto por dificuldades de introduçãodas necessidades e demandas das futuras gerações,quanto pelas diferenças de preferências sociais.Outro problema é que ela pode ser eficiente paracontrolar a poluição a ser emitida no futuro. Falha,porém, na recuperação da degradação devido aações passadas.
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Unidade X - Discussões
5º A cobrança pode e deve ser considera umimposto? Justifique a sua resposta.
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Unidade X - Discussões
Resp 5º.: A DESCENTRALIZAÇÃO É A GARANTIA DEQUE A COBRANÇA NÃO É UM IMPOSTO
Para que a cobrança pelo uso da água seja uminstrumento de gestão que possibilite mudançasde comportamento, a melhoria da situaçãoambiental das nossas bacias hidrográficas e riosque possa garantir a disponibilidade de água parapopulação e os demais usos, como produção dealimentos, lazer, transporte e geração de energia,
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Unidade X - Discussões
entre outros, é fundamental que o controle sobreesse instrumento (a cobrança) se dê de formadescentralizada e com ampla participação dasociedade, através dos Comitês de Bacias.
– Para isso é fundamental:
– 1 – A aplicação integral dos recursos nabacia onde foram arrecadados
– Dessa forma estará sendo coerente com toda aestrutura do Sistema de Recursos Hídricos, não sócom o Estadual mas também com o Federal
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Unidade X - Discussões
– A Política de RH foi toda organizada por baciashidrográficas e o SIGRH funciona com base noPlano da Bacia comandado pelo Comitê:tipicamente um problema de economia interna dabacia
– DE FORMA NENHUMA PODERÁ SERCONSIDERADO COMO MAIS UM IMPOSTO.
– 2. Não permitir a retenção de parte dacobrança pelo uso da água para os cofres doEstado
– ISSO SIM: PODERIA SER CONSIDERADO COMOMAIS UM IMPOSTO.
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Unidade X - Discussões
– Os integrantes de cada Comitê de Bacia devemdiscutir as prioridades e necessidades de cadaregião em termos de saneamento, conservação demananciais, educação ambiental, aprimoramentoinstitucional, monitoramento e controle, entreoutros. O Plano de bacia é um instrumentofundamental para orientar a aplicação dosrecursos oriundos da cobrança.
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