SemináRio De Sociologia

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Sociologia Década de 80 90 00

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  • 1. A HISTRIA DO NOVO SINDICALISMO NO BRASIL E SUA EVOLUO DESDE A DCADA DE 80.

2. INTRODUO
No presente trabalho ser tratada a histria do sindicalismo no Brasil, sua evoluo desde a dcada de 80 at os dias atuais.
O aumento de poder do capital, em virtude do excedente de mo-de-obra, deixou bastante vulnervel o trabalhador, visto que este ficou a merc da vontade do capitalista, pois este comeou a reduzir os salrios e aumentar a carga horria de trabalho medida que almejava mais lucro, sem, no entanto nenhum constrangimento, pois havia muitos trabalhadores desempregados que poderiam substituir a mo-de-obra de algum trabalhador que eventualmente pudesse no concordar com tais imposies.
Na contra mo destes fatos, surgiu o movimento sindical, buscando garantir salrios no mnimo suficientes para a subsistncia do trabalhador.
Norteia-se este trabalho a partir da definio de sindicalismo dada por ANTUNES (199?, p.14) "sindicatos so, portanto, associaes criadas pelos operrios para sua prpria segurana, para a defesa contra a usurpao incessante do capitalista, para manuteno de um salrio digno e de uma jornada de trabalho menos extenuante".
3. fundamental entender e pesquisar o movimento sindicalista, pois se pensa que o sindicalismo eficiente, que consegue de fato melhorias nas condies de vida e trabalho dos trabalhadores, s pode ser alcanado se os mais diversos aspectos do sindicalismo forem entendidos.
importante entender a evoluo do sindicalismo no Brasil aps a dcada de 80, buscando a compreenso das vertentes do mesmo, para descrever sua histria e contribuio classe trabalhadora no Brasil.
Este trabalho visa resolver o seguinte problema de pesquisa: entender a atuao dos sindicatos na classe trabalhadora brasileira durante a dcada de 80 at atualmente.
Para responder ao problema de pesquisa, estabelece-se como objetivo geral deste estudo, descrever atuao dos sindicatos na classe trabalhadora brasileira durante a dcada de 80 at atualmente. Para ajudar a responder ao objetivo geral, traam-se os seguintes objetivos especficos:
4. - verificar a relao dos sindicatos com os governos pertinentes poca pesquisada.
-descrever os desafios do sindicalismo atual no neoliberalismo e na globalizao.
O presente trabalho poder ser utilizado posteriormente por outros que desejarem um maior aprofundamento do tema, visto que nas ltimas dcadas o mercado de trabalho tanto no Brasil quanto no mundo tornou-se mais flexvel, as novas formas precrias de trabalho e os novos modos de produo tem alterado cada vez mais as relaes entre a classe detentora dos meios de produo e a classe dos trabalhadores. O movimento sindical brasileiro em sua trajetria passou por diversos momentos tanto de grandes conquistas como de algumas derrotas.
5. REFERENCIAL TERICO
Como referencial terico ser utilizado conceitos como sindicalismo, novo sindicalismo, neoliberalismo, globalizao e alguns conceitos pertinentes ao tema que embasaro a descrio do tema proposto no incio deste trabalho.
6. Alves (2002, p 74) postula que no Brasil

a dcada neoliberal teve inicio com uma profunda recesso decorrente do Plano Collor I. Em fevereiro de 1990, a economia brasileira di atingida pelos fracassados Planos de estabilizao do Brasil Novo, os planos Collor I e II, que conduziram o paiz a uma profunda recesso (1990-1992), com o PIB acusando uma queda acumulada de quase 10% entre 1990 e 1992. Comprometido com a poltica neoliberal, Collor de Mello deu incio abertura comercial, via eliminao de barreiras no-tarifrias s compras externas e progressiva reduo das alquotas de importao. Cabe salientar que essa estratgia teve incio quase no apagar das luzes do governo Sarney em 1988, sendo mantido pelo governo Collor e aprofundado e 1994, antecipando os acordos fixados o mbito do MErcosul, rumo adoo da Tarifa Externa Comum e aderindo aos requisitos definidos pelos movimentos pr liberalizao comercial da OMC (Organizao Mundial do Comrcio).

7. Os desafios do sindicalismo atual no neoliberalismo e na globalizao.
Com o processo de integrao mundial iniciado a partir dos anos oitenta denominado de globalizao e os governos brasileiros neoliberais na dcada de noventa o sindicalismo brasileiro entrou num momento de profundas transformaes em todos os seus contextos. A nova etapa de mundializao do capital e a conseqente alterao das relaes de trabalho desvirtuaram de forma substancial a maneira de atuao dos sindicatos nas relaes trabalhistas. A dcada de noventa a da insero subalterna do Brasil na mundializao do capital por meio de polticas neoliberais que acentuaram a lgica destrutiva do capital no pas. (ALVES, 2002)
8. O desemprego e a terceirizao acabaram com as bases no movimento sindical no Brasil e a principal central sindical do pas, a CUT acabou perdendo seu poder de negociao, pois, A CUT, perdeu seu cariz socialista e de confronto de classe, assumindo cada vez mais estratgias sindicais propositivas no interior da ordem do capital. (ANTUNES, 2006, p.465).
Alm desses fatores podemos tambm citar a descentralizao das negociaes coletivas do trabalho e a atual acomodao das aes sindicais encontra reflexo na classe trabalhadora devido s mudanas na gesto produtiva principalmente nas grandes corporaes (POCHMANN, 2005).
Principalmente a partir do Plano Real em 1994 surgem as formas de negociaes coletivas de trabalho, ou seja, a descentralizao das negociaes coletivas onde os sindicatos tornaram-se incapaz de realizar greves por categoria, pois as negociaes so descentralizadas e por empresa (ANTUNES, 2006, p.467).
9. Nos pases de primeiro mundo como Estados Unidos, Europa a utilizao de novas tecnologias no tem ajudado na reduo da jornada de trabalho e nos pases quem tem sofrido maior influncia do neoliberalismo como Brasil e Argentina, por exemplo, so os pases onde mais se trabalha. Os sindicatos de cariz corporativista sem reao ofensiva do capital no tem conseguido superar o processo de descentralizao produtiva, terceirizao e precarizao do trabalho onde os trabalhadores no conseguem enfrentar o poder do governo e do patronato. Se por um lado convivemos com um mito de que o brasileiro preguioso, mas na verdade possumos uma das maiores jornadas de trabalho do planeta. (SOARES, 2005, p. 241-242)
10. afirma (ANTUNES,2006):
tal como o neoliberalismo, ela atinge a base da mobilizao sindical, pois tende, atravs das inovaes tecnolgicas, a enxugar as plantas industriais e a criar, atravs da terceirizao, um amplo mundo do trabalho precrio, de prestadores de servios e de empresas subcontratadas.Como podemos observar o sindicalismo brasileiro no decorrer das dcadas de 1990 e 2000 passou a enfrentar grandes dificuldades e desafios com o advento do neoliberalismo dos governos dessas dcadas e da nova forma de reestruturao do trabalho.

11. A CUT e as lutas sociais dos trabalhadores frente aos governos desde a dcada de 80
A CUT (Central nicados Trabalhadores), distintos de lderes, uns defendiam o sindicalismo combativo sem iluso a pactos com os patres, outros eram chamados de pelegos, acusados de serem inimigos da classe operria, tendo interesses obscuros e ligaes com empresrios.

12. segundo Giannotti (2007 p. 235)
foi um ano decisivo para o sindicalismo brasileiro, a greve da Scania Vabis, em So Bernardo do Campo na Grande So Paulo, coordenada pela diretoria do Sindicatos dos Metalrgicos, deu um efeito domin, duas semanas aps, as greves chegam capital paulista, espalhando rapidamente com a articulao de outros sindicatos para o restante do pas.


13. No final da dcada de 70, a economia do pas estava em decadncia:
Dvida externa era gigante, greves pipocavam por todo o pas, clamor generalizado de organizaes internacionais

A Ditadura perde a fora, a classe operria comea a ter algumas vitrias, retorno de exilados polticos e criao de partidos polticos.
As centenas de greves dos anos de 1978, 1979, e 1980 mostram a necessidade da criao de um grande e sindicato, assim a ideia de criao da CUT

Em 28 de agosto de 1983 criada a CUT - influncia do PT, abrigava filiados do PDT, PSB, PMDB e PCB. Os pelegos retiram-se

Em 1984 uma emenda que propunha a eleio direta, derrotada.

Em 1985 o Colgio Eleitoral elege de forma indireta dois polticos ligados aos militares e empresrios, Tancredo Neves e o vice Jos Sarney
14. SARNEY 15 DE MARO DE 1985 AT 15 DE MARO DE 1990

Profundas crises, arrocho salarial, inflao incontrolvel, criao do Plano Cruzado, que fracassou com a inflao chegando a 800% ao ano.

Cria-se o plano Cruzado II, que mais adiante h uma nova exploso de preos com a inflao chegando a 1900% ao ano (158,3% ao ms).

Sarney trouxe consigo algumas liberdades importantes, para os sindicatos, caem a maioria das proibies das legislaes impostas pela Ditadura.

A constituio no alterou uma vrgula da legislao que regia a propriedade da terra.

A CUT se recusou a apoiar a constituio, por ter sido to conservadora.

Comeo da onda neoliberal, demisses de funcionrios pblicos e privatizao de estatais.
15. FERNANDO COLLOR E ITAMAR FRANCO: 15 DE MARO DE 1990 AT JANEIRO DE 1995

Collor mostrava-se para as massas miserveis como Caador de Marajs

Ao lado de Collor, est a direita assumida, destacando-se: FIESP, Organizaes Globo e Grupo Abril. Collor eleito com 53% dos votos.

Comea projeto neoliberal com o anncio do Plano Collor, confiscando a poupana, congelamento dos salrios. Passa-se, sob aplausos da mdia, a aplicao do projeto em sua totalidade.

O dogma central: reduo dos gastos pblicos nas reas da sade, educao e servios pblicos, abertura para o capital estrangeiro, fim das tarifas alfandegrias sobre a importao, privatizao dos servios pblicos, dentre outras.

Alguns setores da Central saem imediata s ruas. Dois meses aps a posse do Sindicato dos Servidores Pblicos Federais de Braslia aparece a faixa Fora Collor que toma o pas.

Um impeachment aberto em maio de 1992, Collor foi abandonado por quase todas as foras sociais, apenas a FIESP e a Fora Sindical ousaram em defend-lo abertamente.

Collor cai e Itamar Franco, seu vice, assume a presidncia tornando FHC ministro da Fazenda, abrindo caminho para prosseguir o projeto neoliberal.

A burguesia no consegue algum que possa vencer Lula e seu projeto, a classe dominante escolhe FHC, a partir dessa escolha, montada uma operao em plena campanha eleitoral que visava garantir a qualquer preo sua vitria.

FHC ento ministro da Fazenda, pega emprestado 20 bilhes de dlares do FMI, capaz de salvar as finanas do governo, lanado bases para uma nova moeda, que garantiria baixssima inflao e congelamento dos salrios.

No dia da eleio, Lula e o PT ainda no tinham um projeto claro e convincente, FHC vence no primeiro turno.
16. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO: 1 DE JANEIRO DE 1995 AT JANEIRO DE 2003

Acelerao grande do neoliberalismo com sucateamento do setor pblico, privatizaes e pretenses de mudanas na Constituio de 1988.

Sucatear para privatizar palavra chave

H poucas manifestaes, no entanto, as greves do setor pblico aumentaram;

Greves no setor privado se tornaram cada vez mais raras. Dentro da CUT havia a discusso se a falta de greve seria pela nova poltica da Central, que priorizava a negociao ao confronto.

Privatizao das grandes estatais, a Vale do Rio Doce por 3,4 bilhes de dlares, somente as reservas do Par eram avaliadas em 150 bilhes de dlares.

Estudo da ONU com o Banco Mundial aponta o Brasil como o vice-campeo em desigualdade social no mundo.

FHC reeleito com uma emenda na constituio, a campanha no empolga esquerdistas ou petistas, tenta-se completar o projeto neoliberal, dentre elas: a Reforma Trabalhista, ao qual valia mais o negociado que o legislado.

Em 2001, o projeto de FHC comea a entrar em uma profunda crise. Com o resultado das privatizaes que duravam quase 10 anos. O pas sofre com uma grave crise de energia.

A insatisfao crescente com o desemprego e com essa crise torna-se explosiva, as greves do setor pblico se avolumam por quase oito anos sem aumento e contra a retirada sistemtica de direitos, durante mais de cem dias professores, funcionrios administrativos das 52 universidades federais do pas e das escolas tcnicas ficaram paralisados.

Na poca da flexibilizao de direitos, em todos os canais de televiso acontece um assdio moral declarado nunca visto anteriormente, defendendo o fim dos direitos trabalhistas, h uma invaso de dez em dez minutos da Fora Sindical na televiso.
17. Giannotti (2007, p. 293)
aponta que a Vale do Rio Doce foi vendida a preo de banana, 3,4 bilhes de dlares, somente as reservas do Par eram avaliadas em 150 bilhes de dlares, aos olhos da oposio e dos movimentos populares, contra essa entrega. Enquanto isso, um estudo da Organizaes das Naes Unidas (ONU) com o Banco Mundial, aponta o Brasil como o vice-campeo em desigualdade social no mundo.

18. segundo Giannotti (2007, p. 301)
em todos os canais de televiso acontece um assdio moral declarado nunca visto anteriormente defendendo o fim dos direitos trabalhistas, h uma invaso de dez em dez minutos da Fora Sindical na televiso, defendendo tal flexibilizao, a burguesia, portanto, tentava de todo modo que a lei fosse agarrada pela opinio pblica, no entanto, tal proposta retirada da pauta de aprovao, deixando para o prximo presidente a respectiva deciso.

19. A atuao dos sindicatos na classe trabalhadora brasileira durante a dcada de 80 at atualmente
O movimento sindical brasileiro teve uma intensa participao no processo de transio poltica e reorganizao sindical. Pode ser divida em dois momentos: O primeiro refere-se ao perodo de luta contra a ditadura militar e pela democratizao do Pas. No segundo, questes como o desemprego, trabalho informal e novas tecnologias passam a desafiar as polticas e formas de ao do movimento sindical.
20. Dcada de 80

Expanso significativa dos trabalhadores assalariados mdios;
Constituio de inmeras associaes sindicais e profissionais;
Vivenciou-se o pipocar de inmeras greves de professores, funcionrios pblicos, mdicos, bancrios, trabalhadores em servio;
No mundo rural, o avano tambm foi muito expressivo, aumentando a organizao e resistncia dos trabalhadores do campo.
21. Dcada de 90
Marcada por muitos embates, aes e transformaes;
O sindicalismo brasileiro tendeu a enfrentar imensas dificuldades por causa da ofensiva neoliberal e da desestruturao do trabalho;
O desemprego e a terceirizao fulminaram as bases sindicais;
Queda do nmero de greves.

22. Nmero de greves, grevistas, e mdia de trabalhadores por greve1992-1997
23. segundo Almeida (2001, p. 98):
a estabilidade da moeda foi enaltecida como o grande patrimnio a ser defendido e a modernidade o objetivo a ser perseguido, mesmo que s custas do desemprego, do aumento da informalidade no mercado de trabalho e da misria da maioria da populao, do retorno de doenas j erradicadas e da total dependncia do capital estrangeiro.


24. importante destacar que, a introduo de novas tecnologias de produo e gesto da mo-de-obra, aliada migrao de plantas produtivas para novos plos econmicos s custas de isenes fiscais e eliminao de direitos trabalhistas e a criao de mercados regionais, como o MERCOSUL, trouxeram para o movimento sindical a necessidade de ampliar sua agenda de ao e rever suas formas de atuao. (Almeida, 2001).

Destaca-se a questo do desemprego como o maior desafio para o movimento sindical. A taxa nos centros urbanos brasileiros chegou a atingir percentuais prximos a 20% da fora de trabalho. Os governos tentam vender a idia de que o prprio trabalhador, por sua baixa qualificao e os direitos trabalhistas, o responsvel pelo desemprego, mas as principais causas so as polticas econmicas e o processo de reestruturao produtiva. (Almeida, 2001, p. 100).
25. CONSIDERAES FINAIS
Um dos grandes desafios do movimento sindical ou do sindicalismo no Brasil nos dias atuais de no se tornar um movimento subalterno em meio s constantes mudanas nas diversas formas cada vez maior de precarizao do trabalho e descentralizao produtiva. Os novos processos produtivos surgidos com o neoliberalismo e o advento da globalizao tornaram maior o desejo de lucro por parte dos detentores dos meios de produo. O movimento sindical como podemos observar sempre foi o instrumento de luta dos trabalhadores tanto do Brasil quanto do mundo, movimento que no deve perder seu carter de luta para uma sociedade mais justa.