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www.semmaisjornal.com semanário - edição n.º 805 • 6.ª série - 0,50 € região de setúbal Sábado | 05. Abril.2014 Director: Raul Tavares Distribuído com o VENDA INTERDITA É actualmente uma das grandes preocupações das autoridades policiais, que só o ano passado registaram um total de 460 participações. Há casos de extrema violência, com jovens vítimas de verdadeiros espancamentos e até troca de tiros. ACTUAL PÁG. 4 NEGÓCIOS O presidente do Por- to de Setúbal e Sesimbra está apos- tado em tornar a plataforma líder do segmento ‘short sea panamax’. Os investimentos do GTIEVA são estratégicos para atingir este ob- jectivo. Vítor Caldeirinha quer Porto de Setúbal ‘rei’ dos panamax PÁG. 12 Actual GNR ataca roubo de cobre 5 Fotos: DR Cultura Nástio Mosquito primeiro a aportar no FM 11 ACTUAL O alerta surge pela voz do pároco Constantino Alves, que tem acompanhado o drama das famílias que habitam clandestina- mento a antiga ‘Mecânica Setuba- lense’, onde mora o desespero. 30 famílias de Vila Maria vivem sem água e sem luz PÁG. 4 ABERTURA O número de casos de tuberculose caiu em média em 2013, comparado com o regista- do no ano anterior. Actualmente o distrito apresenta 20 casos por cada cem mil habitantes. Região reduz tuberculose mas ainda é dos mais afectados PÁG. 2 ACTUAL Na sua primeira grande conferência, após ter sido eleito nas últimas Autárquicas, o presi- dente da Câmara de Santiago quer aproveitar a força da indústria de Sines para captar empresas. Álvaro Beijinha quer Santiago com mais gente e empresas PÁG. 6 POLÍTICA O cabeça de lista do PS às eleições europeias, Francis- co Assis, foi o primeiro a pisar o terreno da região no arranque da pré-campanha. Em entrevista do Semmais, acredita na eleição de Amélia Antunes. Assis em Setúbal ‘garante’ Amélia Antunes na Europa PÁG. 7 Pub. Desporto Ouro para jovens atletas da região 15 Violência extrema aumentou nas escolas do distrito

Semmais 05 abr

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www.semmaisjornal.comsemanário - edição n.º 805 • 6.ª série - 0,50 € • região de setúbalSábado | 05. Abril.2014 Director: Raul Tavares

Distribuído com o

VENDA INTERDITA

É actualmente uma das grandes preocupações das autoridades policiais, que só o ano passado registaram um total de 460 participações. Há casos de extrema violência, com jovens vítimas de verdadeiros espancamentos e até troca de tiros.

ACTUAL PÁG. 4

NEGÓCIOS O presidente do Por-to de Setúbal e Sesimbra está apos-tado em tornar a plataforma líder do segmento ‘short sea panamax’. Os investimentos do GTIEVA são estratégicos para atingir este ob-jectivo.

Vítor Caldeirinha quer Porto de Setúbal ‘rei’ dos panamax

PÁG. 12

ActualGNR ataca roubo de cobre

5 Foto

s: D

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CulturaNástio Mosquito primeiro a aportar no FM

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ACTUAL O alerta surge pela voz do pároco Constantino Alves, que tem acompanhado o drama das famílias que habitam clandestina-mento a antiga ‘Mecânica Setuba-lense’, onde mora o desespero.

30 famílias de Vila Maria vivem sem água e sem luz

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ABERTURA O número de casos de tuberculose caiu em média em 2013, comparado com o regista-do no ano anterior. Actualmente o distrito apresenta 20 casos por cada cem mil habitantes.

Região reduz tuberculose mas ainda é dos mais afectados

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ACTUAL Na sua primeira grande conferência, após ter sido eleito nas últimas Autárquicas, o presi-dente da Câmara de Santiago quer aproveitar a força da indústria de Sines para captar empresas.

Álvaro Beijinha quer Santiago com mais gente e empresas

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POLÍTICA O cabeça de lista do PS às eleições europeias, Francis-co Assis, foi o primeiro a pisar o terreno da região no arranque da pré-campanha. Em entrevista do Semmais, acredita na eleição de Amélia Antunes.

Assis em Setúbal ‘garante’ Amélia Antunes na Europa

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Pub.

DesportoOuro para jovens atletas da região

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Violência extrema aumentou nas escolas do distrito

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ABERTURA

Sábado //05 . Abr . 2014 //

www.semmaisjornal.com

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ficha técnicaDirector: Raul Tavares; Editor-Chefe: Roberto Dores; Redacção: Anabela Ventura, António Luís, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projecto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Natália Mendes. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redacção: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. Email: [email protected]; [email protected]. Administração e Comercial: Telem.: 93 53 88 102; Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

Os concelhos da região continuam a assistir à queda dos casos de

tuberculose, apesar do distrito

A região apresenta ainda as taxas mais elevadas em relação ao resto do país, apenas atrás de Lisboa e Porto. Mas as médias têm vindo a baixar. Resultados animadores de uma batalha que não desarma.Pub.

Distrito reduz casos de tuberculosemas ainda é dos mais afectados

Cuidados com as crianças

Setúbal está entre os distritos que registaram o maior número de casos em crianças até aos qua-tro anos. “São poucos ca-sos, mas não devíamos ter nenhuns porque traduz infecção recente”, diz Ra-quel Duarte, coordenado-ra do Centro Nacional de Tuberculose, alertando ainda que a doença sur-giu em pessoas com mais idade, o que significa que o risco de transmissão na comunidade é menor. «O risco maior de desenvol-ver a doença surge dois anos após a infecção. Em 5% pode ocorrer no res-to da vida. O que vemos é isso. São pessoas mais velhas, com um sistema mais debilitado em que surge a doença”, disse Ra-quel Duarte.

ainda estar entre as zonas do país com maior incidência da patologia. A península, que em 2012 exibia uma média de 26 casos por cada cem mil habi-tantes, baixou para próximo dos 20 em 2013, aproximando-se a passos largos da meta estabelecida pela Direcção-Geral de Saúde (DGS), que quer baixa das duas dezenas de infectados.

Os especialistas alertam que apesar dos resultados animadores a «batalha não está ganha». Ainda assim, o resultado obtido agora já pouco ou nada tem a ver com a preocupante realidade exis-tente no ano 2000, quando a tuberculose atingia entre 47 a 51 pessoas por cem mil habitantes na região.

Porém, se é verdade que a redução do número de ca-sos de tuberculose - infec-ção que ataca os pulmões e que pode surgir noutros ór-gãos – aproxima o distrito dos valores europeus, Setú-bal também continua a per-manecer entre o grupo dos mais preocupantes, apenas atrás de Lisboa e Porto, man-tendo o amargo estatuto de região com «alta incidência», embora não se tendo con-firmado o receio das auto-ridades de saúde, quando no ano passado alertaram que

a crise poderia agravar o ce-nário já em 2013.

Aumento do flagelo emperíodos mais conturbados

Isto porque há uma his-tórica tendência, segundo a médica da DGS Raquel Bes-sa de Melo, que aponta para o aumento da tuberculose em períodos socialmente mais conturbados, embora se verificasse uma diminui-ção dos casos de «tubercu-lose multirresistente». De resto, há vários anos que as autoridades de saúde aler-tavam para a «preocupação» de continuar a haver uma proporção de casos extre-mamente resistentes.

Segundo António Diniz, coordenador do Programa Nacional para o VIH e do programa da tuberculose, os resultados positivos são atribuídos ao empenho que as pessoas têm demonstra-do no seguimento dos do-entes, mas «também à arti-culação entre os serviços, ao rastreio dos contactos dos doentes. Se temos pio-res condições económicas, uma das formas de dar res-posta é através das estru-turas de saúde», sublinha, o que se traduz na identifi-cação dos casos «mais pre-

cocemente para evitar trans-missão e fazerem correcta-mente o tratamento».

Ao contrário do que acontecia há uma década, a maioria dos casos em zo-nas rurais regista- se em pessoas entre os 45 e os 54 anos, o que tem muito a ver com altos índices do pas-sado e que são potencial-mente geradores de doen-ça activa.

Roberto Dores

DR

Média por cem mil habitantes reduziu para 20 pessoas

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Sábado // 05 . Abr . 2014 // www.semmaisjornal.com 3

O indicador de risco de pobreza subiu para o valor mais alto desde 2005, segundos os últimos dados do INE. A diferença entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres aumen-tou. Porque das estatísticas se pode extrair uma coisa e o seu contrário – como, em jeito malicioso, lembrou Alice – fixemo-nos no relatório do FMI: em estudo publicado este mês defendia-se aí que Portugal tinha sido um dos países em que a auste-ridade mais tinha poupado os de me-nores rendimentos. Em que ficamos: desde a chegada da troika a Portu-gal aumentou ou não a desigualda-de de rendimentos?

Vejamos os factos tal como nos é dado ver: os escalões mais baixos de rendimento têm sido poupados aos cortes (e até têm tido aumentos residuais)? Sim, mas, em contrapar-tida, deu-se uma redução significa-tiva das prestações no âmbito do Rendimento Social de Inserção (RSI) e no Complemento de Solidarieda-de para Idosos. Junte-se o factor de-semprego (que aumentou significa-tivamente em resultado da recessão económica) e estão reunidas todas as condições, conforme sublinha o economista Carlos Farinha Rodri-gues, para que tenham vindo a au-

mentar o número de pessoas em ris-co de pobreza em 2012 e pelo incre-mento do indicador privatização ma-terial em 2013. Ou seja, o relatório do FMI representa neste caso o copo meio cheio dos optimistas…

(Também aqui Alice não se ficou sem um dixote: “deves acrescentar que o que ficou dito não se aplica a certos casos como o do ex-ministro Catroga – e tantos outros cuja lógi-ca decorre do clientelismo partidá-rio – que ganham fortunas nos Con-selhos Gerais de empresas, pratelei-ras douradas que não dignificam o sistema democrático”…)

Saber o papel da família neste contexto parece fazer também todo o sentido. Gosta Esping-Andersen num estudo seminal de 1993 mos-tra como o Estado em sociedades como a nossa (do sul da Europa) não provê suficientemente aos milhares de desempregados que deixaram de receber subsídio de desemprego. E aqui – antes que Alice tivesse tem-po de me interpelar… – há que dizer que faz toda a diferença receber um

subsídio a que por lei se tem direito do que beneficiar da “sopa dos po-bres, ou cantinas sociais” (sem pôr em causa a motivação genuína e al-truísta de muitas pessoas e institui-ções que as ajudam a pôr de pé)

Por muito que se mascare, exis-te a percepção (não só dos outros, como dos próprios) de que os que a elas têm de recorrer fracassaram em assegurar o seu bem-estar. Perpas-sa uma ideologia que se traduz nos conceitos anglo-saxónicos de insi-ders e outsiders – estes últimos sen-do estigmatizados pela necessida-de de recorrer à caridade.

Não temos hoje a mesma ideia utópica que partilhávamos quando toda “a ilusão ainda era possível”, mas arrepia-nos, pois já não julgá-vamos ser possível no Portugal de hoje, rever a letra da canção inter-pretada por José Barata-Moura, numa canção de 74 (antes ainda do 25 de Abril) sobre a “caridadezinha”. En-tretanto, continuamos a pagar o BPN, o BPP (e quejandos) e quando a te-levisão nos mostra Oliveira e Costa passeando tranquilamente na rua, não podemos deixar de nos interro-gar onde é que errámos na constru-ção desta sociedade que atira para a miséria gente válida que quer ga-nhar o seu sustento, enquanto paga, como se de direito fosse, as malfei-torias praticadas por uns tantos que, desse modo, ilicitamente enrique-ceram?

47,4%. Este foi o valor da absten-ção, em Portugal, nas últimas elei-ções autárquicas (2013). No Distri-to de Setúbal, e para as mesmas elei-ções, foi de 58,3%. Em Sesimbra che-gou aos 62,2%, e em Palmela aos 61,4%. Números que por si só são um sinal de alerta. E um alerta que não é de agora. Antes persiste, ga-nha intensidade e não dá quaisquer sinais de abrandar. Senão vejamos: nas últimas legislativas (2011) a abs-tenção foi, em Portugal, de 41,9%. E nas últimas europeias (2009), 63,2%. Imaginem nas próximas: as de maio. Imaginem que atinge um novo “má-ximo”. E esse máximo será sinóni-mo de um mínimo de participação e de envolvimento.

Mas esta abstenção é a menor das abstenções. Porque embora mui-to preocupante é o resultado de uma decisão num específico e particular dia. Ir votar ou não. Esgota-se nes-se dia e a vida, de facto, continua.

Outra abstenção é a abstenção do dia-a-dia. De todos e de cada um dos dias. A abstenção em relação à nossa cidade, à escola dos nossos fi-lhos, ao nosso condomínio, à nossa rua. Esta é a mais preocupante das abstenções. Porque não é apenas um momento. É uma atitude. Porque é uma distância cívica. Porque entre-ga a construção da nossa sociedade a uns poucos.

A sociedade civil é a base de uma comunidade. A pertença amplia-se com a participação. A pertença pres-supõe presença, opinião e interven-ção. Somos, neste sentido, o que fa-zemos. Se não fizermos diminuímo-nos a nós próprios.

A abstenção é assim a vitória do vazio. E o vazio é, em muitas circuns-tâncias, uma impossibilidade social. Todo o vazio tende a ser ocupado. Ocupado por quem? Ocupado por que projetos? Ocupado em nome de quê? É exatamente nestes momen-tos que os aventureiros (não de aven-turas reais mas de “outras” aventu-

ras) aparecem. E fazem do vazio cheio. Um cheio de receita feita: populis-mo, culto da personalidade e perfil de ditador. Por isso a abstenção pode ser o primeiro passo para algo de muito diferente e de muito pior. Algo que não conhecemos nem quere-mos conhecer.

Exatamente por estas razões só existe um caminho, porém com mui-tos caminhos dentro: mais partici-pação, mais democracia, mais espa-ço para a cidadania. Quanto maior o estado, sobretudo se um estado que não funciona, maior o vazio. Quanto mais presente o estado (o que é completamente diferente de maior) melhor a relação e a ligação entre a comunidade. Um estado que resolva e não um estado que com-plique. Um estado que inspire e não um estado que controle. Este é o ca-minho para menos abstenção e mais responsabilidade.

Tal como a “maldita cocaína” a maldita abstenção seduz pelo ape-lo ao fácil, ao imediato e ao ilusório. O prazer de hoje é a degradação de amanhã. A fuga do momento ape-nas vai adiar um ainda mais duro choque com a realidade. Cada abs-tenção é assim uma porta fechada. Uma recusa de um dos nossos (cada vez menos) direitos. Quando o dita-dor de amanhã aparecer lembremo-nos da nossa abstenção de ontem.

E, hoje, vamos continuar, alegre-mente, a falar mal de tudo e de todos?

E a semear os “presentes” do nos-so cãozinho nas cidades que dize-mos amar?

E, ainda, a achar que tudo é sem-pre com os outros?

A coragem de uma madrugada. Uma madrugada de abril, apenas nos pede uma coisa: sejamos cidadãos.

Politólogo // Arlindo Mota

Os Outros,os pobres…

Maldita Abstenção.

Turismo Semmais // Jorge Humberto Silva

Trezentos e quarenta e seis alu-nos das escolas de Almada e Sei-xal (e também Lisboa) assistiram à última produção da CTA: Tartu-fo, de Molière.

O que fizemos foi ir às es-colas secundária (todas) dos con-celhos de Almada e do Seixal e in-formar os alunos do que tínhamos para oferecer (“oferecer”, não: pa-garam 6€ de entrada). Achámos que estes jovens alunos estavam na idade de participar na vida cí-vica da cidade, assistindo a um es-pectáculo no Teatro Municipal. A

quem protestava que os jovens não entenderiam Molière respon-demos que se o Autor tinha suces-so na província francesa, no sé-culo XVII, junto de camponeses analfabetos, também os estudan-tes portugueses do século XXI po-deriam entendê-lo. Tivemos ra-zão. Oferecemos livros com a tra-dução de Manuel João Gomes. Tre-ze estudantes quiseram-nos.

É justo sublinhar que estes 346 alunos (cerca de 10% do público que assistiu ao espectáculo) não teriam tido acesso ao Tartufo se não fossem os 20 professores que os acompanharam. Quando há es-paço na opinião pública para cri-ticar algumas posições de deter-minados docentes, importa tam-bém nomear aqueles que consti-tuem um exemplo para a sua clas-se: estou a falar do imbatível An-tónio José da Silva (trouxe 238 alu-nos às nossas duas últimas pro-duções…), professor no Colégio Campo de Flores; de Alexandra Batalha e Adriana German (Secun-dária Cacilhas-Tejo); de Ana Cruz, Ana Maltez Silva e Laura Gabriel (Secundária Emídio Navarro); Ân-gela Quelhas (Secundária Manuel Cargaleiro); Lurdes Trilho (Secun-

dária Francisco Simões); Lurdes Castanheira (Secundária António Damásio); Amélia Pires (Secundá-ria da Amora) Lucília Figueira e Isabel Carvalho (Secundária Ro-meu Correia); Jorge Garcia (Ex-ternato Frei Luís de Sousa); Maria do Rosário e Luís Crispim (Secun-dária Anselmo de Andrade); Mi-guel Luz (Secundária Ruy Luís Go-mes); José Teixeira (Básica 2.3 Vale Rosal); Teresa Esteves (Secundá-ria Fernão Mendes Pinto); Vítor Sezinando (Secundária D. Pedro V) e Filomena Flora (Secundária Alfredo Reis Silveira).

Entre 5 e 13 de Abril o Te-atro Nacional S. João traz a Alma-da dois espectáculos dirigidos por Ricardo Pais e baseados em dois marcos da Literatura Portuguesa: Fernando Pessoa e Almada Ne-

greiros. Turismo infinito é uma re-posição de uma dramaturgia de António M. Feijó sobre a hetero-nímia pessoana: de S. Paulo a Rei-ms, passando por Faro, Compos-tela e Madrid, já quase 22.000 pes-soas assistiram a este espectácu-lo. al mada nada estreou no Dia Mundial do Teatro, no Porto, e cru-za o universo de Almada Negrei-ros com o grupo de breakdancers Momentum Crew.

Graças aos vinte profes-sores que referi, talvez alguns dos estudantes de Almada e do Seixal invistam um par de horas das suas férias da Páscoa para assistir a um destes espectáculos – ou ambos. Graças a estes vinte professores, quem sabe se da próxima vez que ofereçamos livros apareçam mais de 13 alunos para recebê-los.

Rodrigo FranciscoDirector da CTA

E agora Almada, PUM!

Já não é a primeira vez que Isabel Jonet, do seu alto pedes-tal de alma caridosa acima de qualquer suspeita, comete o erro de julgar os mais pobres e os mais

carenciados, afinal, aqueles que a levou a erguer uma instituição exemplar como o Banco Alimen-tar Contra a Fome.

As suas tiradas de mau gos-to, que à primeira vista poderiam ser vistas tão só como infelizes, passam a erro grosseiro que a co-locam a ferro e fogo, nomeada-mente nas redes sociais, que tan-to critica por serem um empeci-lho para os mais pobres.

Mas o pior destas diatribes de Jonet está na vulnerabilidade que lança sobre o Banco Alimentar Contra a Fome, seus dirigentes e milhares de voluntários que não

se reveem nas suas cruzadas sa-pientes e ralhetes desproposita-dos.

O facto é que, como aconte-ceu com Margarida Martins, fun-dadora da Associação Abraço (por razões diferentes), a diligen-te senhora começa a estar a mais. Em primeiro lugar, porque este tipo de instituições, que gerem milhões de euros, e contam com apoios estatais, não são proprie-dade de ninguém. Depois, por-que pessoas com esta inteligên-cia parda deviam saber que há uma hora de chegada e uma hora de partida.

A hora de Jonet

Editorial // Raul Tavares

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Dominguinhos vai tomar posse como presidente do IPS

Por despacho do Secretário de Estado do Ensino Superior, publi-cado em Diário da República a 24 de Março, foi homologada a eleição de Pedro Dominguinhos para presi-dente do Instituto Politécnico de Setúbal. A tomada de posse tem

lugar a 10, às 17 horas, na Escola Superior de Ciências Empresariais.Pedro Dominguinhos, que vai subs-tituir no cargo Armando Pires, foi eleito para o mandato de 2013/14. Publicou 4 artigos em revistas espe-cializadas e 29 trabalhos em actas

de eventos, possui 11 livros publi-cados. Recebeu 1 prémio e/ou homenagem. Actua na área de Economia e Gestão.Nas suas actividades profissionais interagiu com 52 colaboradores em co-autorias de trabalhos científicos.

ACTUAL

Sábado //05 . Abr . 2014 //

www.semmaisjornal.com

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Pub.

Quem assistiu aos violentos murros e pontapés com

que um grupo de cinco jovens agrediu um aluno de 15 anos à porta da Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira, na Torre da Marinha (Seixal), garantia que se não fosse a inter-venção dos professores, que saíram a correr do estabe-lecimento em auxílio do menor, «podia ter acontecido uma tragédia». O menor, que frequenta o 8º ano, foi assistido no hospital Garcia de Orta (Almada), exibindo lesões na cabeça e numa perna, que o obrigaram a andar de muletas ao longo de vários dias

Os amigos chegaram a prometer vingança, mas

aquele que foi mais um caso de violência à porta das escolas do distrito ficaria por aqui, embora se traduzisse no episódio mais mediático de 2013, de um total de 460 participações do género na península de Setúbal, de acordo com o Relatório Anual de Segu-rança Interna (RASI), que se reporta a casos de violência, roubo e uso de arma.

Caso extremo lança pânico no Papa Léguas

Segundo as autoridades, foi ainda no concelho do Seixal que ocorreu outro caso extremo, quando três tiros lançaram o pânico entre dezenas de crianças que frequentam o Exter-nato Papa-Léguas. A rua Sociedade Filarmónica

União Arrentelense, em Arrentela, estava cheia de pessoas. O autor dos disparos pôs-se em fuga, deixando Elvis Pires, de 34 anos, a esvair-se em sangue.

O autor dos disparos, que andou mais de um mês a monte, tinha antece-dentes criminais por intro-dução de moeda falsa e extorsão, estando acusado de um crime do homicídio na forma tentada, sendo um dos responsáveis para que as denúncias de crimes e problemas nas escolas e

imediações tenham aumen-tado 11%.

De acordo com RASI, larga percentagem das queixas feitas aos agentes do Programa “Escola Segura” têm por base natu-reza criminal, tendo ocor-rido no interior das escolas. Aliás duas em cada três participações referiam-se a crimes registados nos estabelecimentos de ensino, seguindo a tendência do ano lectivo anterior, com casos de ofensa à integridade física e furtos.

Casos de violência que estão a preocupar escolas, encarregados de educação e autoridades policiais, que registaram em 2013 cerca de 460 participações.

Roberto Dores

Muitas vezes este tipo de escaramuças têm origem em luta entre grupos com laivos de vinganças e acertos de contas

30 famílias carenciadas sem água e luz na Vila Maria

A DENÚNCIA é feita pelo pároco de Nossa Senhora da Conceição, Constantino Alves. As 35 famílias que habitam clan-destinamente no bairro da Vila Maria, nas ruínas da antiga «Mecânica Setu-balense», estão sem luz há várias semanas, desde que a EDP lhes cortou a elec-tricidade, sendo que mais recentemente ficaram também sem água. «São pessoas, muitas delas, em situação de desemprego ou de trabalho precário», garante o padre, alertando para a presença de 40 crianças entre aquela comunidade carenciada de Setúbal

De acordo com Cons-tantino Alves, além da intervenção que tem vindo a ser realizada por parte da igreja, também outras entidades já se compro-meteram a ajudar, entre elas a Câmara de Setúbal, em conjunto com a Segu-rança Social e o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, a quem pertence o terreno.

Ligações directas e ‘boicotes’

«Estão a estudar medidas e soluções para

transferir as famílias para outros locais», diz o pároco, revelando que as famílias estão na dispo-sição de pagar os respec-tivos consumos, mas o facto de viveram em casas clandestinas inviabiliza os contratos por parte da EDP e das Águas do Sado. «Por essa razão os resi-dentes são forçados a recorrerem a ligações directas», descreve o padre.

Depois de uma primeira reunião em Março, ficou agendado novo encontro para o dia 8 de Abril, lamentando Constantino Alves que, pelo menos até terça-feira os moradores conti-nuem privados «de meios essenciais à sua sobre-vivência. Será isto humano e cristão?», questiona, sustentando que até existem «solu-ções possíveis e fáceis, basta que os poderes políticos locais assim o queiram». Em cima da mesa está a transferência de alguns agregados familiares. «Sabendo-se o estilo dos procedi-mentos, é de prever que o processo se arraste por mais tempo», insiste o pároco.

DR

Violência extrema aumentou juntoàs escolas da região

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Pub.

GNR promete acção contra roubo de cobreCONTRA o roubo de metais

não preciosos nas zonas rurais do distrito de Setúbal, a GNR avançou no terreno com uma operação destinada a sensibi-lizar os próprios agricultores para os cuidados a terem, a fim de minimizarem o risco de furto. Não é de hoje que as queixas se avolumam, pelo que ao longo de uma semana a campanha «Campo Seguro» contactou dezenas agri-cultores, sobretudo os que são considerados mais vulneráveis.

Fonte da GNR avançou que o objectivo passou por informar alguma da população em maior risco sobre a importância do metal não precioso, alertando que na maioria das vezes o prejuízo verificado acaba por ser grande, nem tanto pelo valor do metal furtado, mas antes pela forma como afecta as empresas.

«Há determinados furtos, como é o caso dos cabos dos pivôs, que têm um grande impacto nos sistemas de rega, com preju-ízos nas próprias culturas», diz a mesma fonte, acrescentando

que também as empresas de tele-comunicações têm sido alvos preferenciais dos ladrões no distrito, além da CP e Refer.

Daí que os militares da GNR tenham andado pelo distrito a distribuir conselhos pelos agri-cultores, alertando-os para os cuidados a ter todos os dias, devendo sempre evitar, por exemplo, deixarem alfaias agrí-colas nos campos, sem estarem acorrentadas a alguma infraes-

trutura. Uma medida que vai difi-cultar a tarefa a quem tente furtar o equipamento.

Combate a este crime passou a ser prioridade

Recorde-se que esta inicia-tiva, que começou em 2012 em todo o país, apostou, inclusiva-mente, no contacto com a própria Direcção Regional de Agricul-tura, sendo que o combate a este

tipo de crime é uma das priori-dades da GNR, o que justificou o aumentado da vigilância e da repressão no terreno registado nos últimos anos.

«Estamos a falar de metais não preciosos, mas que são uma grande fonte de rendimento, porque as economias emergentes, como Índia e China, necessitam deste tipo de metal. Por isso, enquanto houver procura, os furtos vão continuar», justifica ainda a fonte do Semmais, avan-çando que em 2013 foram detidos no país 447 indivíduos e identi-ficados 1283 por suspeita de envolvimento no furto de metal.

Ainda assim, no total nacional, está a descer o número de furtos de metais não preciosos, como é o caso do cobre. Os dados da GNR, mostram que houve uma descida destes crimes de 20,7 por cento no ano passado, em compa-ração com 2012. No ano de 2013 registaram-se 11573 crimes clas-sificados como furtos de metais não preciosos, menos 3034 crimes do que em 2012.

Às escuras no Monte da Cinha Queimada

Um dos últimos casos regis-tados ocorreu, em Dezembro do ano passado, no Monte da Cinha Queimada, na Herdade de Rio Frio, com o roubo de meio quiló-metro de cobre que tem mantido famílias sem energia eléctrica desde então.

O cobre, cujo valor foi calcu-lado em dois mil euros, foi reti-rado de postes com cabos elétricos, causando este emba-raço a cerca de oito famílias. Enquanto a queixa foi apresen-tada junto da GNR, os habitantes do pequeno aglomerado rural repartem a três horas diárias de um gerador cedido pela Câmara de Alcochete.

Nos últimos três anos a GNR não tem mãos a medir com este tipo de queixas

DR

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ACTUAL

«Queremos manter qualidade de vida e atrair pessoas e empresas para o nosso concelho»

NO SEU primeiro balanço desde que tomou conta dos destinos da Câmara de Santiago, Álvaro Beijinha diz-se preocupado com a perda de receitas da autarquia, mas promete manter «a qualidade de vida» dos seus munícipes. Quer mais empresas e pessoas no concelho e promete luta ao Governo nos assuntos mais ‘quentes’.

O presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, iniciou esta semana um périplo pelas freguesias do concelho, numa altura em que se vê confrontado com apertos financeiros que, segundo afirma, «confinam a actu-ação camarária».

As deslocações do executivo arrancou no dia 2 pela freguesia da Abela, num modelo em que se pretende, segundo disse ao Semmais o autarca, «ouvir as popu-lações de modo a criar uma carteira de urgências para o próximo orça-mento do município». E Beijinha garante partir para esta cruzada «com grande abertura», prevendo que a iniciativa, a primeira do género do seu mandato, possa servir para «aproximar ainda mais eleitos e eleitores.

Mas os constrangimentos finan-ceiros dão pouca margem de manobra. «Este ano perdemos só das transferências do Estado cerca de dois milhões de euros e estamos a ser confrontados, como a maioria das autarquias, com transferência de competências sem a respectiva dotação financeira, o que onera ainda mais a nossa actividade, para além das perdas de IVA, em função dos cortes da administração

central», confirmou Álvaro Beijinha. Sem grandes hipóteses de inves-

timento, o autarca lembra não ser possível um nível de obra «igual ao ciclo anterior», mas confia em realizar «o que for fundamental para manter a qualidade do que foi realizado» e não deixar perder even-tuais candidaturas aos fundos do novo quadro comunitário de apoio.

O «negócio possível» das águas públicas

Outra situação que Álvaro Beijinha gostaria de rever prende-se com o facto de o município ter sido obrigado a integrar a AMGAP - Associação de Municípios para a Gestão da Água Pública do Alen-tejo, para gestão das águas, o que

equivale, segundo diz, ao dispêndio de 1,5 milhões por ano. «Se não tivéssemos aderido fica-ríamos à margem dos fundos financeiros e algumas obras fica-riam num impasse, fomos empur-rados para esta situação, mas é um grande peso para a autarquia», afirma.

Com um peso de massa laboral

a baixar, menos 132 trabalhadores num espaço de oito anos, o presi-dente da Câmara de Santiago está também confrontado com um novo problema de operacionali-dade da gestão camarária. «Nos anos 90, em função da obra física que as autarquias foram gerindo, contratámos inúmeros técnicos que hoje já não são tão necessá-rios e, pelo contrário, devido a aposentações, temos vindo a perder funcionários indiferen-ciados, que não podemos substi-tuir por impedimentos de contra-tação decididos pela adminis-tração central».

Com este panorama, diz Beijinha, «há serviços, como o sector da limpeza, ou pessoal de apoio escolar, que estão em deficit, obrigando a uma grande esforço de operacionalização destas actividades. E os cortes das horas extraordinárias aumentam as dificuldades. «Todas estas medidas de cortes e pressão sobre as autarquias não deixam margem para dúvidas, sobre a intenção do Estado em privatizar serviços públicos. E quem perde são as populações», contesta.

E promete luta, «muita luta» nas questões da saúde, da segu-rança e das acessibilidades, assuntos que o têm levado a grandes reivindicações junto das tutelas. «A falta de médicos, o problema do impasse das obras na A26, a ferrovia e já anunciada redução de horário dos dois postos da GNR no concelho, vão merecer da nossa parte uma actu-ação muito firme», garantiu.

Jovem fadista setubalense revela-se grande promessa em apenas um mês

NO ESPAÇO de um mês, Joana Lança ganhou um concurso de fado em Lisboa e ficou em segundo lugar no Concurso de Fado Amador de Setúbal agra-dando aos júris e ao público que a avaliaram e revelando-se como uma promessa da canção nacional.

Apesar de ter estudado formação musical no Conserva-tório Regional de Setúbal, Joana Lança não teve qualquer aula de canto e considera que o facto de pertencer a um projecto deno-minado “Fado ao Vivo” que a tem levado a actuar um pouco por todo o concelho lhe tem dado «uma grande segurança a cantar e, sem dúvida, que tem aumen-

tado a minha maturidade no fado». Maturidade e segurança que têm conquistado o júri e o

público. Assim como a bonita presença e a simpatia que mani-festa em palco.

Joana considera que ganhar em Lisboa, no concurso promo-vido pelo Clube Lisboa Amigos do Fado, «é muito importante pela projecção que dá aos fadistas amadores», até porque Lisboa é a capital também do fado, mas há um «gostinho especial» pelo segundo lugar conquistado em Setúbal. «Ter sido segunda na minha terra, onde comecei a cantar, onde todos me conhecem, foi muito importante. É muito bom quando reconhecem o nosso talento na nossa terra», diz ao Semmais.

Marta David

ETPM mostra oferta formativa na Futurália 2014

A ESCOLA Técnica Profissional da Moita (ETPM) marcou presença na 7ª edição da Futurália, a maior feira nacional da oferta educativa, que decorreu entre os dias 26 e 29 de Março, na FIL, em Lisboa.

A iniciativa teve, segundo os responsáveis, resultados bastante positivos, face ao interesse demons-trado pelos visitantes. No stand da escola foram dinamizadas várias actividades, promovidas por alunos e formadores, com o objectivo de dar a conhecer ensino profissional da região, em especial os cursos ministrados pela ETPM.

«Foram diversos os motivos de interesse que levaram as pessoas ao stand da ETPM, desde o contínuo Show Cooking da equipa dos cursos

técnicos de Restauração, às demons-trações dos cursos técnicos de Ener-gias Renováveis e de Auxiliar de Saúde, passando pela mostra dos produtos da Quinta Pedagógica do Castanheiro, integrada no curso técnico de Produção Agrária».

Para além disso, os alunos do Curso Técnico de Energias Renová-veis realizaram demonstrações no Painel de Alimentação Auto Susten-tável e as alunas do Curso Técnico de Auxiliar de Saúde apresentaram esclarecimentos sobre os cuidados a ter com a separação dos resíduos hospitalares. O espaço da Escola na Futurália foi animado pelos alunos do Grupo de Música e do Grupo de Dança.

Marta David

Finanças desafogadas num mar de dificuldades

Apesar dos constrangimentos orçamentais, o edil de Santiago diz ter a situação financeira sob controlo. «Reduzimos as dívidas em cerca de 2,3 milhões de euros, sendo que 800 mil euros repre-sentavam divida de curto prazo. Nem aderimos ao PAEL, portanto temos ainda grande margem de manobra para endividamento», explica o presidente.

Um dos desafios do município para este mandato é trazer «pessoas e empresas» para o concelho. Desde logo, incrementando os seus três parques empresariais e fazendo a ligação «em trevo – Sines/Santiago/Santo André) de modo a aproveitar as empresas localizadas no complexo industrial e portuário da vizinha Sines.

Joana Lança ganhou em Lisboa

O autarca reuniu os jornalistas na sua primeira grande conferência, durante a apresentação das presidências abertas

DR

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Presidente da Câmara de Santiago, Álvaro Beijinha, no primeiro balanço desde as Autárquicas do ano passado

Page 7: Semmais 05 abr

Eurodeputada do PCP em Santiago PS questiona ministros

A deputada do PCP no Parla-mento Europeu, Inês Zuber, visitou Santiago do Cacém no dia 27 de Março. Inês Zuber prometeu levar a Bruxelas as preocupações do município, enquanto o presidente Álvaro

Beijinha recuperou o tema dos fundos comunitários para dar conta do «receio de um grande diminuição das verbas para os Municípios decor-rentes do novo quadro comu-nitário».

Os deputados do PS eleitos pelo distrito, preocupados com as com as condições degra-dantes em que vivem 30 famí-lias, na antiga fábrica Mecâ-nica Setubalense, questio-naram os Ministros da Soli-

dariedade, da Saúde e da Admi-nistração Interna, sobre as medidas que o Governo tenciona tomar para melhorar as condições daquelas pessoas. Os deputados visitaram o local a semana passada.

POLÍTICA

Sábado //05 . Abr . 2014 //

www.semmaisjornal.com

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Assis no distrito para abrir as hostilidades da pré-campanha

O socialista Francisco Assis, cabeça de lista às próximas Europeias, escolheu a região

para o arranque da pré-campanha, pela «importância que tem no quadro económico do país e pela dimensão populacional que traduz», segundo afirmou, durante o périplo que fez, sábado passado, a Setúbal, Costa da Caparica e Barreiro.

Assis, que se fez acompanhar por uma extensa comitiva, de candi-datos, dirigentes locais, deputados e muitos militantes e simpatizantes, passeou-se pela baixa sadina, reuniu com a direcção da Asso-ciação de Comerciantes, almoçou nos Socorros Mútuos, visitou o Polis da Caparica e o lar e a unidade de cuidados continuados da Santa Casa da Misericórdia do Barreiro.

Com fortes expectativas no círculo eleitoral de Setúbal, o candi-dato referiu a «vantagem» de ter na lista Amélia Antunes, ex-presi-dente da Câmara do Montijo. «Tenho a firma convicção de que vai ser eleita porque acredita na grande vitória do PS nestas elei-ções», disse Francisco Assis, assi-nalando a «grande experiência autárquica» da ex-edil. «Vai ser capaz de fazer a ligação entre a dimensão europeia e a dimensão local», acentuou.

Abrir novo ciclo em Portugal e na Europa

Ainda com a campanha morna, foi frisando, aqui e ali, a impor-tância de «alterar a correlação de forças na Europa» e a necessidade de que os socialistas ganhem as eleições «não só no país mas em

toda a Europa», de modo a mudar «o modelo ideológico vigente».

Para Francisco Assis, é essen-cial «abrir um novo ciclo assente num modelo social europeu onde o crescimento económico e as pessoas estejam no centro».

Anabela Ventura

O cabeça de lista ao SemmaisParte para estas eleições com que objectivos concretosGanharmos as eleições é o nosso grande objectivo. Há neste momen-to um grande descontentamento em relação às políticas do governo, que têm destruído a economia, promo-vido a pobreza, com reflexos num recuo social sem precedentes. O PS aparece a polarizar esse sentimen-to em termos de alternativa à actu-al situação política, social e econó-mica do país.Vencer significará a eleição de quan-tos eurodeputados. Tem uma meta?Não quero quantificar, não faz sen-tido. A nossa expectativa é ganhar as eleições e eleger o maior número de eurodeputados que os portugueses quiserem assegurar, para melhor de-fender as políticas que interessam a Portugal no quadro europeu.É espectável a eleição de Amélia Antunes, que figura em 10.º lugar na lista?É um dos nossos grandes objectivos e julgo que está ao nosso alcance a sua eleição directa. Será um grande reforço dos socialistas no Parlamen-to Europeu, com a sua experiência autárquica. E será também impor-tante para o distrito de Setúbal, que conhece como ninguém.Quais são as vossas maiores preo-cupações em relação à região?Temos que continuar a apostar no desenvolvimento sustentado do distrito. Setúbal continua a ser na actualidade uma região de gran-des oportunidades, é preciso alte-rar o rumo das actuais políticas, com crescimento económico e al-teração das políticas europeias, com efeito no emprego e coesão social, possíveis de compatibilizar com a consolidação orçamental que tam-bém defendemos.

Francisco Assis, cabeça de lista do PS às Europeias, escolheu o distrito para arranque da pré-campanha. Quer a eleição de Amélia Antunes e acredita em Setúbal.

A ex-presidente da Câmara de Montijo é o trunfo do PS no distrito

PP Almada exige melhor segurança na época balnearO PP Almada esteve reunido

quinta-feira com o pelouro de Segurança e Protecção Civil do município, tendo concluído que é preciso reforçar e melhorar os meios de segurança na zona da Costa de Caparica e na Fonte da Telha, sobretudo no Verão, onde existe «caos total» durante a época balnear. «A população precisa de ser sensibilizada para ter outros comportamentos», sublinhou ao Semmais o líder do PP Almada, António Maco, que enalteceu,

contudo a prevenção efectuada pelos bombeiros, naquela altura, com apenas «uma viatura», junto à Fonte da Telha.

De acordo com António Maco, a protecção civil «funciona» em Almada, mas, notou «a ausência de uma coordenação regional de protecção civil». «As coisas estão a funcionar mas esperemos que não haja uma grande catástrofe» no concelho.

O PP mostrou-se preocupado pelo facto de existirem ainda

zonas no concelho de «muito difícil acesso em caso de emer-gência», como é o caso de Almada Velha, que precisam de «melhores acessos e mais estacionamentos».

Esta concelhia tenciona, em breve, visitar a polícia municipal da Amadora, para se inteirar deste projecto no terreno, uma vez que o PP sempre defendeu este tipo de policiamento no concelho de Almada. «A Amadora tem carac-terísticas semelhantes a Almada e queremos saber como estão a

decorrer as coisas na Amadora após a implementação deste tipo de segurança», vinca António Baco.

Desde Fevereiro passado que o PP Almada está a promover o “Mês da Segurança e Protecção Civil”, tendo já sido visitadas as três corporações de bombeiros do concelho, a GNR da Trafaria, estando agendada para breve uma reunião com a Polícia Marítima.

António Luís

Ana Teresa Vicente é a mandatária distrital da CDU nas Europeias

No âmbito das Eleições ao Parlamento Europeu, marcadas para 25 de Maio, a CDU apresentou publicamente, no dia 1, em Setúbal, Ana Teresa Vicente, ex-presidente da Câmara de Palmela, como mandatária distrital, e os quatro candidatos ligados ao distrito, nomeadamente Rui Paixão (PCP), Paula Bravo (PCP), Susana Silva (PEV) e João Geraldes (ID).

No total, a lista da CDU integra 29 candidatos em representação das forças políticas que a consti-tuem: PCP, «Os Verdes» e Inter-venção Democrática. A lista, segundo a CDU, é constituída por «jovens, mulheres e homens traba-lhadores, reconhecidos dirigentes sindicais, cientistas, professores, operários, médicos, agentes cultu-rais e de diversos movimentos asso-ciativos».

Os dois primeiros nomes da Lista da CDU, o deputado João Ferreira e a deputada Inês Zuber, são o «exemplo do trabalho e inter-venção que privilegia o conheci-mento dos problemas, a luta pelos direitos e anseios do povo, que através da sua acção diária procuram contribuir para a concre-tização dos sonhos e resolução dos crescentes problemas dos traba-lhadores, dos jovens, das crianças e dos mais idosos».

Com os candidatos e a manda-tária distrital, a CDU na região dará um «contributo essencial para o esclarecimento dos trabalhadores e da população mobilizando para o voto na CDU que contribui para a ruptura com a política de direita que PS, PSD e PP prosseguem há mais de três décadas».

Apresentação da mandatária

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Pub.

Música com paredes de vidro no Seixal

“Música com paredes de vidro” é o nome do espectáculo que sobe ao palco do Fórum Cultural do Seixal, este sábado, às 21h30. Trata-se de uma recriação livre das canções do repertório revolucionário interna-

cional e português, com Carlos Canhoto nos saxofones soprano e contralto, Fausto Neves e Joana Resende no piano e Manuel Pires da Rocha no violino. Os bilhetes custam 5 euros.

CULTURA

Sábado //5 . Abr . 2014 //

www.semmaisjornal.com

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António Luís

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João Pereira bastos, o director do Forum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, confessa que gostaria de

ver actuar no palco sadino a grande fadista portuguesa Mariza ou o tenor espanhol Plácido Domingo. «É tudo uma questão de cachet», admite.

Em declarações exclusivas ao Semmais Jornal, João Pereira Bastos, após o concerto intimista da alma-dense Sara Tavares, afirmou que a venda de bilhetes para este género de concertos «cresceu» em compa-ração com o ano passado.

«Não podemos defraudar o público e temos de continuar a apostar nos melhores artistas que estejam disponível, mas, sobretudo, dentro das nossas posses financeiras»,

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DISFRUTE DE UM LOCAL APRAZÍVELDENTRO DA CIDADE DE SETÚBAL.

Mariza e Plácido Domingo poderão actuar no Forum Luísa Todi

Stone Dead vencem bandas de garagemOS STONE Dead, de Alcobaça, venceram o 10.º

Concurso de Bandas de Garagem de Setúbal, numa final com cinco grupos em competição realizada no dia 29, na Capricho Setubalense.

«Foram duas noites com concertos espectaculares, muitas amizades travadas e um triunfo na final do concurso. Sinceramente, não estávamos à espera disto tudo», afirmou Jonas Gonçalves, guitarrista da banda com dois anos de vida.

Pela vitória, os Stone Dead foram premiados com actuações na Feira de Sant’Iago e no Festival Rock no Sado, bem como com a gravação de um single e com um cheque de mil euros.

«Vamos aproveitar ao máximo os prémios, sobre-tudo as actuações em palcos de maior dimensão e para um público mais abrangente, até porque sempre

que tocamos ao vivo é uma excelente oportunidade para promover a nossa música», realçou o jovem guitar-rista do grupo.

sublinhou João Pereira Bastos, que considera que «isso é fundamental para se manter um público satis-feito».

Na sua óptica, a renovada sala de espectáculos do Forum Luísa Todi já foi «conquistada» pelo público e passou a ser um «culto» para a comu-nidade. «Já não se vai ao Forum Luísa Todi porque é uma novidade que abriu», conclui João Pereira Bastos, mostrando-se «muito satisfeito» pela forte adesão do público aos espec-

táculos do Forum Luísa Todi. Uma política de preços «moderada» nos ingressos também é realçada por João Pereira Bastos para o bom ‘feed-back’ do público.

Todavia, o director do Forum Luísa Todi reconhece que ainda falta «um arranque para a música clássica da maneira que eu sonhei. Vamos ver se conseguimos. Isso depende da divulgação e do interesse do público. A ajuda do município tem sido fantástica».

Bom ‘feedback’ do público aos concertos

Director do Forum sonha em trazer estrelas internacionais

A fadista Mariza e o tenor Plácido Domingo estão em ‘carteira’

A banda alcobacense brilhou na Capricho

PRIMAVERA/VERÃO NA CASA DO PEIXE COM NOVOS MENUS

FAVADA DE CHOCO

PATA-ROXADE TOMATADA

PELINS COM ARROZDE TOMATE

ENSOPADODE XARROCO

RAIA FRITA COM ARROZ DE GRELOS

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Sábado // 05 . Abr . 2014 // www.semmaisjornal.com 9

Cartaz...

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O CANTOR setubalense Clemente, esteve no dia 15 de Março, em Wollongong, na Austrália, a participar num espectáculo para recolha de fundos a favor de doentes com Leucemia, a convite da Associação Australiana da Leucemia.

E no dia 23, em Melbourne, cantou para as comunidades de emigrantes portugueses, a convite da Associação Portuguesa de Vitória.

Estes dois concertos estão inte-grados na digressão internacional que o cantor está a fazer para promover o seu mais recente trabalho discográfico “Clemente Essencial”, que foi lançado em Março, sob a batuta da editora Ovação. O disco, que tem o apoio da SIC Internacional, reúne alguns dos maiores sucessos do cantor e

assinala os seus 40 anos de carreira. Clemente faz um balanço

«muito positivo» da sua digressão australiana, onde espera regressar em 2015 para uma nova série de concertos a convite de outras enti-dades. «Gostei muito de estar, pela quinta vez, na Austrália, a cantar para a comunidade portuguesa e não só. O público de Austrália

recebe-me sempre de braços abertos. Tenho sempre à minha espera um público muito atento e participativo».

Este ano, Clemente ainda irá dar concertos nos Estados Unidos, Brasil, África do Sul, Venezuela e em alguns países europeus. Em Portugal, a tournée “Clemente Essencial” começa a 1 de Junho. Mas, entretanto, o artista continua a promover o seu novo álbum nas principais estações de rádio e tele-visão portuguesas.

Clemente, que já conquistou vários discos de Prata, Ouro e Platina, relembra “Vais Partir”, “Canção dos teus Cabelos”, “Bolero”, “Marinheiro”, “Amore Mio”, “Colmeia do Amor”, entre outros êxitos da sua carreira, no seu mais recente trabalho disco-gráfico.

Clemente ajuda pessoas com Leucemia

A comédia “Boeing, Boeing”, protagonizada por Sofia Ribeiro, Patrícia Tavares, Melânia Gomes, Elsa Galvão, Luís Esparteiro e João Didelet, continua a divertir toda a gente no Teatro da Trindade, em Lisboa.Trata-se de uma hilariante comédia de enganos sobre a trajectória de um Casa-nova da Era do Jacto, Bernardo um arqui-tecto que está noivo de três mulheres, Janete, Julietta e Judite, três hospedeiras

de bordo, de diferentes países com quem vive sem que saibam a existência umas das outras. Berta, a fiel empregada domés-tica de Bernardo, é cúmplice neste jogo

amoroso, trocando as fotografias, roupas de cama e ementas para que nenhuma das noivas desconfie da presença de outras mulheres. Até que um dia os seus amores vão chegar à sua casa ao mesmo tempo. Dada a azáfama vivida na casa de Bernardo, Berta está à beira de um ataque de nervos. Um amigo de longa data do arquitecto, Roberto Seguro, veio visitá-lo e vê-se apanhado na maior trama amorosa que alguma vez viu e que terá um fim inespe-rado.

Comédia “Boeing, Boeing”

Mariza e Plácido Domingo poderão actuar no Forum Luísa Todi

Ópera de MozartO estúdio de ópera criado recentemente na Metropoli-tana sob a responsabilidade formativa e de desenvolvi-mento artístico de Jorge Vaz de Carvalho apresenta como primeira produção a ópera, em dois actos, “Così Fan Tutte”. Jovens intérpretes constam no elenco.Forum Luísa Todi, Setúbal | 21 horas.

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Rock e blues dos Legendary

The Legendary Tigerman apresenta o mais recente álbum “True”, inspirado no rock’n’roll e nos blues, regis-tos habituais no projecto a solo do músico de Coimbra. No alinhamento do álbum, constituído por 13 temas, a banda destaca-se pela apresentação de versões de temas famosos.Forum Luísa Todi, Setúbal | 22 horas.

Os ‘covers’ de KátiaKátia Moreira venceu o “Popstars”, da SIC, e fez parte das NonStop. Em 2006 venceu o Festival da Canção, representando Portugal na Eurovisão em Atenas. Em 2007 integrou o elenco do musical “Jesus Cristo Super-star”. Actualmente, actua reg-ularmente com a sua banda de covers, os “Souless”.Casino de Tróia | 23 horas.

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As cantigas de AlbuquerqueNuno Albuquerque apresenta o seu segundo álbum a solo que assinala os 25 anos de carreira. Residente em Almada, o cantor e produtor musical, arranca em Sesimbra com a tournée de 2014. Teatro João Mota, Sesimbra | 21h30.

CD de estreiade CalhazMiguel Calhaz, vence-dor dos Prémios José Afonso, no 3.º Festival Cantar Abril 2011, apresenta o seu CD de estreia intitulado “Estas Palavras”, com o selo da Antena 1. Auditório Fernando Lopes-Graça,Almada | 21h30.

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Artista andou em digressão

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Mafalda Veiga apresenta no Forum Luísa Todi, em Setúbal, dia 12, às 21h30, um espectáculo acústico em que as palavras de cada canção ficam mais à super-fície, mais visíveis, como se fossem pele, capazes de ser tocadas e de tocar, nesse caminho único, tão misteriosamente evocativo e

extraordinário, que é a música. Com Filipe Raposo no piano e arranjos, Lars Arens no trombone e eufónio, Cláudio Silva no trom-pete e no flugel e Mafalda Veiga na guitarra, a escolha do alinha-mento tem como critério a relação de afecto da autora com as suas próprias canções e com o público

que sempre as tornou, também, “coisa sua”, e com as canções de alguns outros autores e compo-sitores que fazem parte da sua vida. Haverá seguramente, como em tudo o que tem esse imenso e frágil poder da intimidade, momentos surpreendentes, únicos e irrepetíveis.

Ganhe convites para Mafalda Veiga no Forum Luísa Todi

Hesitação

Dicionário Íntimo // Maria Teresa Meireles

Hesita-acção: a acção de hesitar, a inacção ou o tempo-espaço que antecede a acção? Quem hesita, não age, antes prevê e avalia as várias acções em opção. É um momento de interregno, de indeterminação, de clarificação.

Verbos da hesitação: duvidar, vacilar, titubear, recuar, avaliar, reflectir.

Antónimo de hesitação: acção, certeza, decisão, firmeza, convicção, resolução - «sem a menor hesitação», dizemos, quando sabemos o que queremos.

«Freeze», pausa, a hesitação pode ser apenas o momento da não-acção, anteceder a acção, indicar o valor e o receio que a acção-decisão implica.

Graficamente, a hesitação é representada pelas reticên-cias, recti-ciências.

No Brasil, «exitar» significa «ter êxito». Em termos foné-ticos: «eu hesito» e «eu êxito» equivalem-se.

Hesitação é o momento em que refazemos o que ainda nem fizemos. Hesitar é pesar, sopesar, medir consequências. Hesitar e prosseguir, perseguir, permitir a continuidade ou a continuação. Hesitar e realizar.

A hesitação pode ter também a ver com a memória e o esquecimento. Hesitamos num nome, numa data, numa citação - falha momentânea ou galopante desmemorização.

Hesitamos por perplexidade ou indecisão. Por sensibili-dade, também, ou insegurança. Hesitamos por complexidade e dicotomia; hesitamos quando pensamos o que sentimos se sentimos o que pensamos. Hesitamos por defeito ou feitio; por excesso ou obsessão.

Quem hesita, perde ou ganha? O oposto do hesitante será o impulsivo?

Eu hesito, logo existo. Duvidar é colocar sobre os outros os nossos medos. A hesitação é uma forma mais benigna de descrer. Na dúvida, a suspeição recai sobre o objecto; na hesi-tação, quem hesita é o sujeito - sobre si próprio. A dúvida é uma forma grosseira de hesitação. Em vez da dúvida metó-dica ou existencial, apelemos e exercitemos a hesitação como instrumento e método vital.

A hesitação pode ter a ver com o medo, com o desconhe-cimento, com a desconfiança. A hesitação pode também ser uma forma de auto-protecção. A hesitação tem por vezes a ver com a indagação da verdade ou da mentira do que nos perguntam ou contam; com a capacidade que temos de clari-ficar os dados recebidos e processar o emaranhado de situ-ações que a vida e os seus intervenientes nos apresentam.

Hesitar tem o movimento do pêndulo, mas pára como a agulha presa por um fio na adivinhação do sexo da criança. Para alguns, o sexo é uma hesitação.

Hesitante: adjectivo uniforme. Hesitante é o homem e a mulher por igual? «Ela flutua, ela hesita: em suma, ela é mulher», escreveu Racine, para quem a hesitação é uma questão de género.

Paul Valéry descreve o poema como «essa hesitação prolon-gada entre o som e o sentido.» E se a hesitação for breve, escreveremos antes prosa?

Para Oscar Wilde, a hesitação é uma fraqueza em qual-quer estádio ou idade: «Uma hesitação, seja ela qual for, é um sinal de decrepitude mental nos jovens e de fraqueza física nos velhos.» Mas a vida, não será toda ela «uma hesi-tação entre uma exclamação e uma interrogação» como ensina Bernardo Soares? A vida é não é, toda ela, desassossego?

[email protected]

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Barreiro abre portas a moinhos O livro em festa no Seixal

Para assinalar o Dia Nacional dos Moinhos, o município abre, este sábado, das 15 às 18 horas, as portas do Moinho do Jim a visitas. A iniciativa é gratuita. Mais informações no Posto de Turismo da CMB

– Mercado Municipal 1º de Maio. Deste modo, o público poderá conhecer o interior de um dos ex-libris do concelho, situado na Avenida Bento Gonçalves, agora requalificada.

A 9.ª edição d’O Livro em Festa continua a decorrer até ao dia 27, no jardim do Fogueteiro, com ateliês didácticos, encontros com escritores, peças de teatro, música ao vivo, horas do

conto, e muitas outras acti-vidades educativas e cultu-rais. A abertura oficial decorreu ontem, sexta-feira, com a actuação dos Tocá Rufar. Estão representadas na feira 52 editoras.

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ATÉ DOMINGO, S. Gonçalo, vive o 20.º Festival Queijo, Pão e Vinho. O queijo de ovelha, o pão tradicional e os vinhos regionais são os reis do certame, não esquecendo a doçaria, o mel, a gastronomia, os produtos agrícolas e o artesanato.

É visitado por milhares de pessoas, que ali encontram um espaço de lazer e descontracção para toda a família, em profunda ligação com o mundo rural. Passeios pedestres, de BTT, a cavalo e em charrete, demonstrações de tosquia, as divertidas corridas de ovelhas e um leque de actividades equestres constam no programa.

Também há o Museu do

Ovelheiro, provas de vinhos, labo-ratórios do gosto, showcookings, animação, dança e desporto. No domingo, ao meio-dia, tem lugar a missa de campo e bênção dos rebanhos.

Moita revive história local

Seixal abre concurso para quiosques sazonais

Santiago provao bom vinho

Palmela promove produtos típicos de Quinta do Anjo

CERCA de 300 figurantes trajados a rigor convidam-nos para uma viagem através dos tempos, em Alhos Vedros, este domingo, às 15 horas. É no âmbito das comemorações dos 500 Anos do Foral Manuelino que surge o cortejo histórico etnográfico “Alhos Vedros Através dos Tempos”, que conta com a parti-cipação da população, grupos musicais, bandas, ranchos folcló-ricos, cavaleiros e movimento associativo.

O cortejo inicia-se no mercado de Alhos Vedros e percorre a rua Afonso de Albuquerque, Av.ª Bela Rosa, Av.ª Humberto Delgado, Praça da República, Cais do Descarregador, Praça da Repú-blica, rua 5 de Outubro, termi-nando na igreja de S. Lourenço.

De referir que as comemora-ções dos 500 Anos do Foral de Alhos Vedros decorrem durante todo o ano, com um conjunto diver-sificado de iniciativas, preparado por uma comissão executiva.

ESTÁ a decorrer o concurso para a concessão de licença de uso priva-tivo para a implantação de quios-ques e esplanadas. O regulamento está disponível para consulta dos interessados nos serviços centrais do município, até dia 11.

A participação no concurso depende da pré-adesão à Plataforma Electrónica SaphetyGov, que deverá ser efectuada em saphety.com.

Foram escolhidos para a implan-tação dos quiosque espaços que se consideram interessantes para a instalação sazonal de um apoio à utilização e fruição de diversas áreas públicas durante o Verão.

A SOCIEDADE Recreativa 3 de Maio recebe, este sábado, a 11.ª Prova de Vinhos de Santa Cruz, que conta com provas dos pequenos produtores regionais e também de adegas comerciais da região. O início das provas está marcado para as 15 horas e, às 16 horas, terá lugar a actuação do Grupo Coral e Instrumental Os Afluentes do Sado. Estão ainda assegurados os petiscos regionais e bar aberto ao vinho. O presi-dente do município, Álvaro Beijinha, faz parte do júri da prova de vinhos. A organização do evento está a cargo do Grupo Desportivo de Santa Cruz.

Mário Costa, director do Imochan, e Maria das Dores Meira, durante a inauguração dos novos parques de estacionamento do Shopping Alegro

Abertura do novo centro comercial está prevista para antes do Natal

Três dos quatro novos parques de estacionamento do futuro Centro Comercial Alegro já

foram abertos ao público. São 80 mil metros quadrados de espaço distribuídos por 4 pisos de esta-cionamento, num total de 2 600 lugares. A inauguração aconteceu recentemente com as presenças de Mário Costa, director geral do grupo Imochan, de Dores Meira, edil sadina, e de alguns jovens artistas plásticos que vão decorar com o seu talento vários espaços do novo projecto comercial.

Mário Costa revelou que está «bastante orgulhoso e entusias-mado» com o novo projecto comer-cial para Setúbal, perspectivando que o Alegro abrirá as portas daqui a sete meses. «É um projecto que vai revitalizar a cidade. Está dentro dos timings e orçamentos previstos».

Dores Meira agradeceu o empe-nhamento dos trabalhadores e o investimento do Imochan em Setúbal, cuja 1.ª pedra foi lançada há cerca de um ano atrás. «É um equipamento que fazia muita falta

em Setúbal e que vai, certamente, contribuir para a criação de postos de trabalho e para o desenvolvi-mento económico da região», subli-nhou, destacando ainda o «enorme talento» dos jovens artistas plás-ticos.

Entretanto, o velho parque de estacionamento do Jumbo, está já encerrado ao público e a ser remo-delado, bem como o parque à superfície que vai dar lugar a um «espaço de lazer, com jardim e algum estacionamento», explicou Mário Costa.

Quinta do Anjo em festa

São 2600 lugares no total das quatro zonas de estacionamento. A direcção da unidade garante a abertura do Centro Comercial dentro de sete meses, como tem estado previsto.

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Grândola estreia filme com gente da terra

CERCA de 850 pessoas assistiram recentemente, no auditório municipal, à estreia do filme de Ricardo Trindade, “A Lenda do Cavalo Castiço”. A afluência há bilheteira foi tão intensa, que foi necessário realizar três sessões de cinema, para que todos pudessem assistir ao filme com produção, realização e interpretação de grandolenses.

Trata-se de um western em português e com pronúncia local. Uma história de Ricardo Trindade, filmada em Grândola com atores grandolenses.

Reza a lenda, que na Herdade do Cavalo Castiço, foi encontrado ouro noutros tempos. Fausto, o dono da propriedade, é então avisado que a lenda se confirma. Devido a esta descoberta inesperada, a ganância e febre do ouro cai sobre a pacata terra, trazendo consigo morte e destruição. Apenas o temível ajudante do Xerife, Espingarda John, poderá restaurar a ordem.

António Luís

Alegro de Setúbalabre parques de estacionamento

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Montijo apresenta contas positivas

Hortas municipais são êxito em Almada

Primeiros cantores do FMM Sines

Barreiro promove jovens bandas

‘Música’ de Sesimbra festeja 100 anos

Alcochete revive tradição secular dos marítimos

NA REUNIÃO de câmara do dia 2, foi aprovada, com os votos a favor do PS e as abstenções da CDU e PSD, a prestação de contas de 2013.

O presidente Nuno Canta realçou que o documento reflecte a «conjun-tura de recessão económica e de brutal austeridade em que todos foram obrigados a gerir os seus orça-mentos».

«Não obstante este quadro de políticas austeritárias, o município apresentou um resultado líquido positivo de 763 mil euros», acres-centou o edil.

Por seu lado, a execução orça-mental da receita e da despesa foi

de 25.434.403,01 euros e de 25.116.796,96 euros, respectivamente. Relativamente ao orçado, a taxa de realização da receita foi de cerca de 89 por cento e a da despesa de 82 por cento.

A receita corrente arrecadada foi de 23.736.626,39 euros, dos quais 10.575.049,24 euros correspondem a impostos directos, que alcançaram uma taxa de execução de 89 por cento. Entre os impostos directos, a maior subida foi do IMI, que cresceu 24 por cento relativamente a 2012.

O edil promete manter «gestão rigorosa e de proximidade para não defraudar as expectativas».

HÁ SETE meses que funcionam, com sucesso, as Hortas de S. João, na Costa da Caparica, as primeiras da Rede de Hortas Municipais, com a envolvência de mais de 200 pessoas. Foram atribuídos 73 talhões em Setembro de 2013.

Os hortelões seleccionados rece-beram formação para usarem no seu talhão o modo de produção bioló-gico e, regularmente, recebem visitas técnicas de apoio, essenciais para tirar dúvidas e aprender mais sobre as culturas e métodos sustentáveis.

A experiência tem sido um «êxito, nomeadamente em termos socioe-conómicos e culturais», refere fonte do município.

A diversidade de hortelões, desempregados, reformados e activos, constitui igualmente «uma experi-ência enriquecedora».

O projecto tem-se também reve-lado como «um valor acrescido em termos da promoção da biodiversi-dade, do reforço da estrutura hortí-cola do território e da protecção dos solos».

O ANGOLANO Nástio Mosquito e os portugueses Gisela João, Júlio Pereira e The Soaked Lamb são os primeiros artistas de língua portu-guesa confirmados para a 16.ª edição do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo, que decorre entre 18 e 26 de Julho, em Sines e Porto Covo. Também está confir-mada a presença em Sines da artista franco-cabo-verdiana Mó Kala-mity, um dos nomes emergentes do “reggae roots” gaulês.

O FMM é organizado pelo município, conta com apoios de empresas, e atrai milhares de pessoas todos os anos.

O PARQUE Catarina Eufémia recebe no dia 12, às 15h30, o Jovens Músicos Live, com vários concertos de bandas. O projecto permite a qualquer jovem residente na Margem Sul ter acesso gratuito a um estúdio totalmente equipado para ensaios, com todos os instru-mentos necessários. Os ensaios são gravados e oferecidos, em mp3, às bandas. O principal objectivo desta iniciativa é a promoção e melhoria das condições para a criação musical. O patrocínio é da Baía do Tejo e a promoção é da Fábrica de Música, em parceria com a Hey, Pachuco! e o Estúdio King.

A SOCIEDADE Musical Sesim-brense, ou a ‘Música’, como é cari-nhosamente conhecida, come-mora os seus 100 anos no próximo dia 19. Inicialmente composta por 24 músicos, a banda filarmónica viria a tornar-se a principal refe-rência desta popular colectivi-dade, e está indissociavelmente ligada ao ensino da música na vila.

Do vasto e brilhante historial sobressaem as várias actuações em todo o país, e a formação musical de várias gerações, como ainda hoje está bem patente na actual formação da banda.

Os 100 anos da “Música” traduzem a própria identidade e vivência da comunidade sesim-brense, muito ligada ao mar e às tradições festivas, como o Carnaval, onde os bailes eram e são intensamente vividos.

É esta herança e património que se assinalam no centenário da ‘Musica’, com iniciativas que se prolongam até Maio.

DE 19 a 22, decorre em Alco-chete e Atalaia, o “Círio dos Marí-timos”, uma tradição secular que mantém viva a fé dos marítimos na N.ª S.ª da Atalaia. Dada a sua importância e interesse municipal, o executivo aprovou esta semana, por unanimidade, em reunião de Câmara, apoiar o referido Círio.

Neste contexto, o município vai conceder apoio logístico, a isenção do pagamento de licença especial de ruído no lançamento de fogo de estalaria e vai assegurar

as despesas para a aquisição desse mesmo fogo de estalaria, no valor estimado de 861 euros, e que vai ser lançado durante os quatro dias de celebração.

Este Círio tem origens ante-riores a 1512 e mantém um conjunto de momentos singulares como o desfile de casadas e solteiras montadas em burros pela vila, a arrematação de bandeiras e fogaças e almoços de confra-ternização entre os participantes do Círio.

INICIATIVAS

Este sábado é o último dia para a actuação de bandas, às 22 horas, no Salão do Povo. O evento visa dar a conhecer novos projectos de música moderna e envolve a participação de 13 bandas. The Unemployed Generation, The Ginskeys, Suicídio Social, Since Today e Fábrica dos Brinquedos são algumas das bandas.

Retomando a Temporada de Música Erudita do Club Setu-balense, Francisco Moser, violino, e Duarte Lamas, viola, actuam este sábado, às 21 horas.No programa constam obras de Fernando Lopes Graça, Franz Schubert, Astor Piazzolla, e Nuccio d’Angelo .

A 4.ª Exposição Canina Nacional decorre este domingo, às 10 horas, no Parque de Exposições do Montijo. É aberta aos exemplares de todas as raças e variedades oficialmente reconhecidas, regis-tados em Livros de Origens ou com Registos Iniciais emitidos por organismos reconhecidos pela Fédération Cynologique.

A 9.ª edição da Quinzena Ond@Jovem, em Sesimbra, tem como lema “Desperdiçar, Nem Pensar!”. O envolvimento de 42 organizações que desen-volvem actividades dirigidas aos jovens é, uma vez mais, um dos grandes objectivos do projecto, que se estende até ao dia 9 deste mês.

Bandasem Sines

Música erudiva

Exposição canina

Quinzenada Juventude

O saldo positivo no Município não reuniu consenso da oposição

Alcácer do Sal sensibiliza para a violência e os maus tratos

O MÊS da prevenção dos maus-tratos arrancou no dia 1, com a apresentação de traba-lhos realizados pelos alunos do Agrupamento de Escolas de Alcácer e do Torrão sobre a violência e os vícios.

A iniciativa resulta do apelo lançado às escolas no âmbito da campanha da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, que pretende alertar e sensibilizar para a importância da prevenção dos maus-tratos na infância e juventude.

De acordo com Ana Núncio, presidente da CPCJ de Alcácer, as «entidades de primeira linha na

área do acompanhamento destes casos fazem a diferença e o trabalho desenvolvido em Alcácer é bastante positivo». Apesar de não quanti-ficar o número de crianças e jovens vítimas de maus-tratos referen-ciadas e acompanhadas no concelho, adianta que surgem novos processos e refere a impor-tância da sociedade estar atenta a estes casos que podem ser detec-tados e denunciados por todos.

Já a vereador Ana Chaves, alertou para a importância de «sensibilizar os mais novos para estas questões», tendo em vista a formação de «adultos muito mais capazes de intervir».

O angolano Nástio Mosquito

Bandas actuam no Parque da cidade42 associações envolvidas

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NEGÓCIOS

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Semmais – O ano de 2013 foi um ano de grandes recordes no Porto...Vítor Caldeirinha – Passámos a bar-reira das sete milhões de toneladas, que representou um crescimento de 16 por cento. Um recorde absoluto.

A que se deveu esse crescimento?Cresceram os contentores, que é car-ga geral e também a carga geral frac-cionada. Cerca de 39% na contento-rização e 32% na restante carga ge-ral. São números fantásticos. Por exemplo, só os granéis sólidos (ci-mento e minérios de alumínio e con-centrado de cobre), que são o nosso maior produto, cresceram seis%. Su-biram também, na carga fracciona-da, o cimento ensacado e o ferro da Siderurgia Nacional.

A subida do movimento de conten-tores é expressiva, como se explicam esses valores?Foi sobretudo devido às nossas duas novas linhas. Para além das linhas de África e norte da Europa e mediter-râneo, passámos a ter mais uma bis-semanal importantíssima para o nor-te da Europa e outra para Moçambi-que disparou.

Podemos falar em conquista de no-vos tipos de carga? O nosso maior ‘cord business’ tem sido os granéis como o cimento, e de-pois o cimento ensacado, papel e os ferros. O que se passa é que têm au-mentado em grande, com a exporta-ção, nomeadamente o cimento. Ali-ás, prevê-se que continue a aumen-tar, pelo que precisamos melhorar a ferrovia, porque este sector necessi-ta em particular deste transporte.

Como assim…Está previsto no GTIEVA - Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado. Ficámos em quarto no projecto de investimen-to de melhoria das acessibilidades marítimas, para manter Setúbal no segmento dos ‘short sea panamax’, porque os navios estão a crescer nes-se segmento, e para mantermos o po-sicionamento a nível iberico.

Esse é, aliás, um dos grandes objec-tivos da sua administração... Sem dúvida. A ideia é diferenciarmo-nos, para não termos aqueles objec-tivos que todos têm: serem os maio-

res, os melhores no ‘deep sea’, inter-continentais, onde estão já posicio-nados os portos de Lisboa e Sines.

Há ai um novo conceito estratégico, Sim, a nossa estratégia é sermos os melhores no ‘short sea’ e continuar-mos a ser complementares.

E o rol-on rol-off, que tem dado fama e proveito à plataforma, nomeada-mente com a Autoeuropa…O ro-ro tem aqui uma diferença. Como somos o único porto a nível nacio-nal com essas características somos ‘deep sea’, porque os navios não pre-cisam de tanto calado, os navios des-se segmento entram aqui. Somos o líder ‘deep sea’ nessa valência.

Mas houve crescimento em 2013, mesmo com a queda de produção da unidade de Palmela?Desceu um pouco, exactamente de-vido às paragens da Autoeuropa. Mas como se sabe o novo modelo está para vingar, espera-se crescimento. Daí estarem previstos novos investimen-tos também no âmbito do GTIEVA, nomeadamente, já com concurso pú-blico para breve, a pavimentação de cinco hectares de terraplenos, para actividades de valor acrescentado para os automóveis. Vai ser possível proceder no porto a pequenas ope-

rações nos carros, antes da saída para venda. Repintar, colocar auto-rádios, tejadilhos e outros.

A ideia é realizar essas operações finais no porto, antes da transfega?Exacto, porque isso já se faz em qua-se todos os grandes portos. Aqui é que não fazíamos por não termos es-paço suficiente. Isso representa um factor de atracção das linhas para mo-vimentar carros aqui em Setúbal, por-que deixa de haver o custo de trans-portar as viaturas de camião até cen-tros intermédios. Vão logo para o des-tino final. E ao mesmo tempo poten-cia o ‘transshipment’ de carros que sejam deixados aqui para entrar ou-tra vez para outro lado do navio, já que podem fazer aqui alguns ajustes enquanto estão a espera. Isso, como já referi, acontece em mui-tos países da europa. Por exemplo, os nossos da Autoeuropa, fazem isso muitas vezes no porto de Zeebrug-

ge, no ‘transshipment’ para Inglater-ra, com este tipo de ajustes para res-ponder às encomendas inglesas.

Isso é articulado com a Autoeuropa?Tem sido uma reinvindicação da em-presa há uns anos. Já está em anda-mento o concurso, ainda este mês ou em maio. Vai ficar situado entre o ter-minal ro-ro e o terminal de conten-tores. A obra ainda deve começar este ano e orça 3,5 milhões de euros.

E os outros projectos que ia refe-renciar, nomeadamente da ferrovia…São dois na área ferroviária. Um de-les é a ligação ao cais da Eurominas.

É o que se anda a falar há anos? São quatro quilómetros que faltam. Ficou no GTIEVA por acaso nos últi-mos lugares, porque não é conside-rado prioritário.

Outra vez para as calendas gregas…Acredito que possa avançar. Esse em particular, estamos a estudar a via-bilidade económica. Em princípio, os quatro quilómetros avançarão, mas também depende do compromisso da própria Secil e da Cimpor, em ra-zão dos seus tráfegos futuros. Se hou-ver retracção nessas empresas, a coi-sa complica, e imagine-se que dei-xam de exportar…Mas, atenção que nos primeiros trin-ta lugares do GTIEVA está a melho-ria das ligações ferroviárias à zona central. Porque somos o porto com maior número de utilização de com-boios, transporte amigo do ambien-te, e o facto é que estamos a crescer nesta área. O cimento, os ferros, os contentores querem mais comboios.

E um troço fundamental da rede interna no porto, mas a a Refer tem uma palavra a dizer?Também, claro. E não conheço os ti-mings da empresa, presumo que ocor-ram neste período de 2016 a 2020. Não posso deixar de referir que, no entanto, há financiamento comuni-tário das redes transeuropeias que vai ser especialmente utilizado na fer-rovia. Portanto, temos que ir buscar o dinheiro e gastá-lo nesta rede tran-seuropeia.

Parece muito optimista com o GTIE-VA. Quais são as outras prioridades neste campo?

Além da ferrovia, o GTIEVA dá tam-bém prioridade às próprias platafor-mas portuárias, e aqui as principais prioridades são os terminais de con-tentores. Nos últimos trinta anos, o tráfego neste segmento tem estado a duplicar a cada dez anos. Isto é, nos próximos dez anos vamos ter que dis-por do dobro da capacidade em re-lação aos terminais existentes, até porque os navios estão sempre a au-mentar a sua capacidade de carga. Ou seja, aqueles projectos, incluindo os que dizem respeito às acessibili-dades, têm mesmo que avançar. Por isso acredito, até porque o próprio mercado o vai exigir. A ferrovia no que diz respeito à liga-ção pendular com as indústrias é fun-damental, porque é o meio que deve ser utilizado e é o mais barato. O resto são pequenos projectos nas rodovias. Nesta área não está previs-to nada de grande dimensão.

Tem referido que cerca de 90% dos grandes navios podem escalar Se-túbal, logo às acessibilidades marí-timas não devem ser um grande constrangimento. Estou correcto?Sim, os grandes navios da região po-dem entrar aqui. Mas tendencialmen-te vão aumentando de calado, daí que queiramos melhorar a acessibilida-des marítima, mas não para atrair grandes navios, mas antes para os pa-namax, que é o nosso mercado.

Significa que estão também previs-tos investimentos nas zonas marí-timas, nos canais do estuário, por exemplo?É o quarto projecto classificado no GTIEVA, que prevê a melhoria das acessibilidades aqui no rio de um a dois metros. Muito pouco, para per-mitir a entrada de alguns navios que já entram à maré, mas queremos que entrem em qualquer condição de maré, porque não podem estar à es-pera. São navios de linha regular, tipo autocarro, que param em todas as paragens. Têm que chegar e entrar sem grandes esperas.

Mesmo com essa dimensão, normal-mente são investimentos onerosos. Quanto está previsto?Não deixam de ser pequenas inter-venções, neste caso em concreto. Está previsto 25 milhões de euros, mas vai ficar bastante menos.

O presidente do Porto de Setúbal, Vítor Caldeirinha, aposta numa estratégia focada no segmento 'short sea panamax' e não entra em loucuras. Promete mudanças e aproveitar o GTIEVA.

Queremos ser líderes do 'short

see panamax'

Devolver áreas urbanas, aquaculturae dar operacionalidade às pescas

A administração de Vítor Caldeirinha está empenhada em contribuir para dar usufruto das zonas sem grande actividade portuária à cidade. «Estamos a estudar com a Câmara e Comu-nidade Portuária a devolução de áreas urbanas, na sequência do Polis. Há-que repensar tudo isto, através de um plano territorial misto, das Fontaínhas para o inte-rior». Há várias ideias e algumas com implementação imediata, nomeadamente tornar o Edifício do Cais 3 aberto ao público e fazer da zona «uma espécie de docas, com esplanadas e eventualmente, no futuro, uma gare para pequenos cruzeiros», adianta.

As pescas e a aquacultura são duas outras actividades de exce-lência e tradição para o presi-dente do Porto de Setúbal e Sesimbra. E justificam investi-mentos que, no caso de Setúbal, ofereçam «maior operacionali-dade ao sector». E está aí a carta de bolsa de terrenos para incre-mentar a aquicultura. «Não tenho dúvidas que esta actividade vai explodir nas próximas décadas e no que diz respeito vamos contribuir para isso», afiança.

Encaixado numa apetência turística, o porto deve ser, segundo Caldeirinha, «uma plata-forma de coabitação sustentada» de todas estas actividades.

Orgulho no centro de formação

Inaugurado em finais do ano passado, o Centro de Formação do Porto de Setúbal é um caso exemplar no pano-rama nacional. A funcionar sem custos para a APSS, o centro é único a nível nacional a formar técnicos para as áreas opera-cionais da actividade portu-ária, como mestres de embar-cações, na estiva ou na segu-rança. «Estamos a funcionar em parcerias com várias enti-dades com as quais firmamos protocolos e temos formandos oriundos de todo o país», sustenta o presidente.

“A ferrovia, no que diz respeito à ligação pendular com as nossas indústrias é fundamental. É a mais utilizada e a mais barata”

Entrevista ao presidente do Porto de Setúbal e Sesimbra

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NEGÓCIOS

5ª) GLOBALIZAÇÃO – Ilusão que países de elevada demografia(China) eram mercados consumidores de bens Ocidentais aproveitando MO barata (China salá-rios 10% Ocidente) e anular capaci-dade reivindicativa sindicatos, Multinacionais(EUA) transferem produção para Ásia. FMI promove Globalização moderna levando a EU (Maastricht-1992) a manter trans-ferência produção bens para serviços com argumento de elevar Qualidade de Vida Europeia, menos poluída e prestar mais serviços/menos bens, mas potenciando Desemprego Europeu. Foi bom para Alemanha de forte produtividade/bens de elevado valor tecnológico, mas péssimo para Portugal contrariando Michael Porter “Desenvolvam 1º o que sabem fazer melhor”. Não é por acaso que EUA/Alemanha são as maiores potências Ocidentais e Alemanha maior contribuinte EU.

Decisores portugueses aplicaram subservientemente políticas EU. China aproveitou abertura com: Revolução Industrial Japonesa, Contentorização, Automatizar rastreio bens permitindo reduzir tempos/custos produção/movi-mentação de cargas. Servidores-internet para ordens logísticas globais (proc.encomendas/pagamentos) para Crescimento Astronómico da China que soube aproveitar estes factores, reduzindo significativa-mente custos produção/logísticos permitindo praticar preços atrativos elevando competitividade, sendo 2ª Economia Global com previsão de ser 1ª nos anos 30. Não é por acaso que dos 9 maiores portos do Mundo 8 são Chineses. Mesmo com “redução distâncias geográficas” China aposta na rota marítima Ártico ligando China-Roterdão menos 7000km(-12dias) e investe no canal Nicarágua permitindo ligar mais rapidamente

China-Costa Leste América. CHINA consegue maximizar CADEIA de VALOR da ECONOMIA REAL. De Singapura, a PSA além do porto Antu-érpia tem concessão TContentores porto Sines. BE-Blocos Económicos trazem elevado crescimento econó-mico a países associados, assistindo-se a parcerias inter-BE. Após queda regime Soviético(1990) grandes potências sentem necessidade de integrarem BE p.ex: EUA, China, Japão na APEC(1993) expandindo-se para o mega TTPacífico. Não é acaso que 4 dos 5 países BRICS fazem parte de grandes BE e nenhum faz parte da EU. Portugal com “relaxar músculo produtivo” devido: desva-lorização do Ensino Técnico Profis-sional(1974) subserviência às limi-tações produtivas CEE(1986) ausência de políticas EU para esta-belecer parcerias com outros BE, mas defendendo interesses EU (deus queira que o mega BE TransAtlân-ticoTTIP-2015-EUA(NAFTA-1994)/EU não nos venha a sair mais uma vez cara, se tivermos em atenção o maior protecionismo dos EUA/MÉXICO, p.ex. nos produtos agrí-

colas. Por alguma razão EUA são a maior Economia entrando em todos os mega BE das regiões Atlântica e Pacífico. Esperemos que não acon-teça com a Europa o mesmo que aconteceu com o Japão “pai da revo-lução industrial Asiática” que após uma época dourada de industriali-zação/desenvolvimento entrou num longo período de 20 anos de deflação? Excepção da Alemanha que continua a vender os seus produtos de elevada gama tecnológica à Europa, América e Ásia. P.ex. China: Automóveis, MAGLEV, 18 acordos bilaterais de alta tecnologia Alemanha/China, comboio mercadorias que os ligará em metade tempo via marítima. Ilus-trando a frágil economia Portuguesa: A criação da CPLP(1996) por inefi-cácia política tem-se limitado ao político/sócio-cultural. A preocu-pante tx. alfandegária que Angola impõe no âmbito do BE-Africa Austral SADC(1992) para promover o seu desenvolvimento económico, vai obrigar as empresas portuguesas a implantar fábricas em Angola, contribuindo para o aumento do desemprego e redução das expor-

tações em Portugal. Foi pena a CPLP não ter acordado um BE (Brasil lidera o MERCOSUL). Alemanha para proteger a sua economia no sector da energia solar quis aumentar tx.alfandegárias UE a produtos China, esta ameaçou retaliar aumentando tx.alfandegárias aos vinhos, afetando Portugal (recentemente UE chegou acordo c/ China). O exce-dente comercial Europeu deve-se à Alemanha, enquanto Portugal tem défice comercial (excepto 2013). Portugal perdeu a oportunidade de entrar no “comboio” dos BE excepto EU, e só recentemente impulsiona acordos comerciais bilaterais com países fora da EU, que a experiência nos diz defender melhor os nossos interesses preferencialmente com países ricos, não ficando excessiva-mente dependente da EU o nosso maior mercado de exportação. Promoveu-se o DESEMPREGO nos países periféricos da EU, “SAÍNDO O TIRO PELA CULATRA” à EU, excepto a Alemanha que nesta matéria parece não ter culpa da “ingenuidade/penacho” de países como Portugal.

Causas que trouxeram portugal à situação atual(O paradigma da economia neoliberal — parte 2)

Caldeira Lucas // Ex-gestor

Autoeuropa vai criar mais 500 empregos e fabricar um novo modelo de automóvel

COM O apoio de Bruxelas, a Volkswagen pretende investir 670 milhões de euros na fábrica da Autoeuropa de Palmela para duplicar a produção, fabricar um novo automóvel e criar 500 novos postos de trabalho.

A criação dos 500 novos empregos deverá acontecer entre 2014 e 2019, ao abrigo de um acordo com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), com incentivos que garantem o referido investimento.

António Melo Pires, o líder da Autoeuropa, garante que a empresa está «a apostar numa nova plata-forma tendo em vista a produção de um novo ou novos modelos automóveis». A revelação foi feita pelo director-geral da Autoeuropa, no início da semana, ao lado ainda presidente da AICEP, Pedro Reis, e do ministro da Economia, Pires de Lima, numa cerimónia que decorreu em Lisboa, onde a Autoeu-ropa formalizou uma candidatura a incentivos nacionais, junto da AICEP, entidade pública ligada aos investimentos e ao fomento à inter-nacionalização das empresas portu-guesas.

Nova tecnologia na Autoeuropa para manter tradição

António Melo Pires realçou que a «mais-valia deste inves-timento é poder adaptar a fábrica para uma nova tecnologia de plataformas onde poderão vir a ser construídos modelos de uma nova geração».

Pedro Reis considerou que se trata de um «momento de viragem na economia e de um novo investimento em Portugal».

A candidatura de incentivos entre a empresa produtora da Volkswagen e a AICEP terá de ter o apoio de Bruxelas para poder avançar, após a formalização do contrato entre o Estado e a fábrica.

Já António Chora, líder da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, vê com bons olhos os novos investimentos anun-ciados e recorda que, há «imenso tempo» que a comissão de traba-lhadores andava a solicitar a montagem de uma plataforma modular, uma vez que permite à Autoeuropa produzir «qual-quer tipo de carro, com maior rapidez». Os novos investimentos serão ainda mais positivos, acres-centa, se «a participação de forne-cedores portugueses, de primeira linha, acontecer em grande número, o que contribuirá para

uma triplicação do número de postos de trabalho previstos». O porta-voz dos trabalhadores alerta, todavia, que ainda vai demorar cerca de um ano e meio até que estejam criados no terreno os 500 empregos que foram anunciados. O número de postos de trabalho indirectos deverá ser «muito mais elevado», admite António Chora.

Mais de 3,5 milhões de euros investidos em Portugal

A fábrica da Autoeuropa foi criada na base de uma parceria entre a Ford (50 por cento) e a Volkswagen (50 por cento), em 1991. Actualmente emprega mais de 3 mil trabalhadores. Ao longo dos últimos anos, a Autoeuropa investiu mais de 3,5 milhões de euros em Portugal. No final de 2012, a fábrica representou 1,4 por cento no Produto Interno Bruto. As duas últimas versões do modelo SCIROCCO, que estão a ser produzidas em Palmela, devem chegar ao mercado no final do Verão.

António Luís

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O ministro Pires de Lima e o líder da AICEP testemunharam novidade

Transtejo transfere ferries para Trafaria –– Belém

A TRANSTEJO, vai proceder, já dia 26, à transferência de serviço de transporte de veículos da ligação Cacilhas – Cais do Sodré para a ligação Trafaria - Porto Brandão – Belém.

Com esta melhoria de acessibi-lidade entre as duas margens do Tejo a Transtejo oferece agora aos seus passageiros novas opções na utili-zação do transporte fluvial de veículos, descongestionando os centros urbanos e históricos de Almada e Lisboa.

Este novo percurso – Trafaria – Porto Brandão – Belém - vai oferecer algumas vantagens em termos econó-micos como o desconto de 10 por cento na aquisição do novo pack de 10 bilhetes.

Segundo o presidente da Trans-tejo, João Pintassilgo, «com esta alte-ração da rota vamos contribuir para a melhoria da qualidade do serviço, aumentar a capacidade de oferta no transporte de veículos, aproximar populações, encorajar a escolha de caminhos alternativos e promover hábitos de vida saudáveis, nomea-damente com o aumento da capa-cidade de transporte de bicicletas, com maior articulação natural entre as ciclovias de Lisboa e Almada».

Com rapidez, fáceis acessos e fluidez de tráfego, o trajecto entre as duas margens poderá efectuar-se de forma mais cómoda e tranquila.

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Russos estagiaram em Setúbal Férias desportivas em Alcácer

A selecção russa de andebol escolheu Setúbal para o estágio de preparação para a qualifi-cação para o Campeonato da Europa de Sub-20, que decorre na Áustria em Julho. Os atletas estagiaram entre 27 de Março

e 3 de Abril treinando regular-mente no Pavilhão das Mantei-gadas onde realizaram dois jogos de preparação, frente à equipa B do Sport Lisboa e Benfica e a selecção nacional de andebol de juniores A.

A Câmara de Alcácer promove o programa Férias Despor-tivas da Páscoa entre 7 a 14 de Abril, durante as manhãs. A iniciativa que vai decorrer no Pavilhão Gimnodespor-tivo, no Parque Desportivo

e na Piscina Coberta de Alcácer do Sal visa ocupar os jovens do concelho durante as férias da Páscoa promo-vendo actividades como natação, futebol, basquetebol, ginástica e hóquei em campo.

DESPORTO

Sábado //05 . Abr . 2014 //

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Ao 5º dia do nosso Verão (enga-nador Inverno de além-Atlântico) Portugal jogará a “cartada” deci-siva do próximo “Mundial” de futebol em Brasília, frente à robusta e bem cotada selecção do Ghana. A data de 26 de Junho p.f. assume excepcional importância na expec-tativa de acesso da turma nacional aos 1/8 de final do tão expectante Campeonato.

Independentemente do que tiver acontecido nas jornadas ante-riores, frente à Alemanha de Low e aos Estados Unidos, do consa-grado Klinsmann (também alemão, recorde-se), esse Portugal-Ghana é importantíssimo, sendo de temer a qualidade e pujança do conjunto africano, recheado de valores de muito boa “rodagem” na Europa. Estamos a lembrar-nos de Gyan, o goleador, dos irmãos Ayew e Boateng, de reconhecida experi-ência em campeonatos na Europa, até ao progressivo Atsu que o F.C. Porto não soube (ou não pôde) aproveitar convenientemente na passagem pelos “azuis e brancos”.

A partir das camadas jovens, de óptimas prestações, as selec-ções do Ghana têm marcado notá-veis níveis de qualidade e eficácia de resultados, razão mais do que suficiente para considerarmos de máxima importância esse confronto de Brasília, com tempe-raturas altas e humidade indese-jável contrários aos desígnios de Portugal. Mas… haja confiança!

Extra futebol, sem prosápias indesejáveis de devaneios cultu-rais, julgamos vir a propósito evocar o muito antigo contacto entre Portugal e o território que é hoje o Ghana, tendo Accra por capital. No final do século XV por acção de Diogo de Azambuja, um navio de D.João II, o do “Mostrengo”, implantou-se por essas bandas, nas proximidades

da capital ghanesa, a importan-tíssima Feitoria de São Jorge da Mina, baluarte do comércio do ouro que veio a financiar a Expansão Portuguesa. Passados mais de 5 séculos subsiste a lembrança física desse século áureo (na perfeita acepção da palavra) através das ruínas do castelo que musculava a Feitoria, debruçada sobre as águas límpidas do Golfo da Guiné.

Permita-se-me um breve parên-tesis quanto à tentativa pessoal de visitar Accra há dúzia e meia de anos, para viver a emotiva expe-riência de ver e fotografar o Castelo da Feitoria de 1482. Não consegui autorização formal mas daí resulta esta evocação de laços históricos entre Portugal e Ghana, os adver-sários directos e ambiciosos em 26 de Junho, bem longe, em Brasília.

De um modo geral tem-se falado muito do reconhecido poderio da Alemanha, no jogo inicial e da surpresa de há tempos quando não fomos capazes de superar uma muito “atrevida” Selecção dos Estados Unidos (desaire por 3-2, de má memória na edição de 2002). Quanto ao Portugal-Ghana há quem pense em facilidade de cumprir calen-dário - e nada mais.

Somos de opinião contrária a tais arremedos de optimismo, prevendo extremamente difícil o confronto com essa voluntariosa Selecção africana, com mais de 50% de jogadores bem “rodados” na Europa. Há que ter isso em conta e acumular as ganas de ganhar ao Ghana, na tarde de 26 de Junho. Falta ainda muito tempo mas afigura-se-nos desde já oportuna esta atitude cautelar.

David SequerraColaborador

As ganasde ganhar ao Ghana

Alunos da Península conquistam três medalhas de ouro

Os estudantes da Península de Setúbal conquistaram três vitórias e mais cinco

lugares no pódio na Final Nacional do Torneio Mega que decorreu no passado fim-de-semana no Parchal, no concelho de Lagoa, e que incluía as provas de Mega Sprinter, Mega Salto e Mega quilómetro.

Gonçalo Vieira, nos 40 metros - Infantis B Masculinos, e Filipe Nascimento, nos 1.000 metros - Iniciados Masculinos, ambos do Seixal, e João Patrício, nos 40 metros - Iniciados Masculinos, de Palmela, foram os três atletas que conquistaram o ouro.

Filipe Nascimento, do Agru-pamento de Escolas de Pinhal de Frades, junta o título agora conquistado ao de vencedor do Corta Mato Nacional Escolar, reali-zado no início de Março, em Porta-legre.

Ao segundo lugar do pódio chegaram Élvio Almeida, da Amora, na prova de 40 metros - Infantis A Masculinos, assim como Tomás Gonçalves, de Almada, nos 40 metros - Infantis B Masculinos, e Cláudio Ribeiro, da Quinta do Conde, vice-campeão nacional nos 1.000 metros - Juvenis Masculinos.

Atletas femininastambém brilharam

Em femininos, a equipa da Penín-sula de Setúbal conquistou dois terceiros lugares. Patrícia Rodri-gues, do Barreiro, nos 40 metros - Iniciados Femininos, e Rositinay Mata, da Amora, na prova de Salto em Comprimento - Iniciados Femi-ninos, fecharam o pódio.

As provas, destinadas a atletas masculinos e femininos dos esca-lões infantis, iniciados e juvenis, juntaram no Algarve perto de um milhar de alunos oriundos de escolas de todo o país divididos nas várias sub-regiões, que foram apurados através de eliminatórias locais e distritais.

A iniciativa inserida no programa de Desporto Escolar vai já na 10ª edição com o objectivo de promover o atletismo e a prática desportiva junto dos estudantes. Nélson Évora, Francis Obikwelu e o Rui Silva foram, este ano, os padrinhos da iniciativa e integraram a comitiva que esteve no Algarve mostrando-se sempre disponíveis para os jovens atletas que não resistiram a tirar fotogra-fias com os seus ídolos a e solicitar autógrafos.

Foi uma jornada de glória para os atletas da península, com escolas do concelho do Seixal em grande, que continua com largas tradições no atletismo.

Marta DavidFim-de-semana em cheio para os jovens atletas da região

Duas atletas do distrito na selecção nacional que vai disputar a Taça do Mundo de Ginástica Rítmica

As atletas Ana Barata e Rafaela Valente, da União Piedense, inte-gram o conjunto de atletas que cons-titui a selecção nacional sénior de ginástica rítmica que participa, desde quinta-feira, na Taça do Mundo de Ginástica Rítmica, a decorrer no Pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa, e onde estão presentes mais de 300

ginastas provenientes de 26 países. A par da Taça do Mundo realiza-

se também a competição interna-cional para ginastas juniores por equipas e que visa a preparação para o Campeonato Europeu. Entre as 40 ginastas inscritas para esta competição há três jovens atletas do Recreativo Piedense e da União

Piedense que integram a formação lusa. Adriana Santos, da União Piedense, integra a primeira equipa nacional, enquanto Maria Leonor Testas, do Recreativo Piedense, integra a equipa número dois. Bruna Canilhas, da União Piedense, parti-cipa extraconcurso nesta compe-tição.

Meia Maratona de Almada quer chegar aos 5 mil atletas

Cinco mil atletas à partida é o objectivo definido pela organização da Meia Maratona de Almada para a segunda edição da corrida, marcada para o dia 27 de Abril.

Apesar de ser uma época do ano em que se realizam várias provas do género e da prova almadense ainda não ter muita tradição, a organização

acredita que se trata de um número possível de atingir se tivermos em consideração que na primeira edição da prova se inscreveram quatro mil atletas. Até ao momento, a organi-zação já recebeu mais de duas mil inscrições para a prova que é apadri-nhada pelos atletas Naide Gomes. e Arnaldo.

Francis Obikwelu

O apoio de Rui Silva

Três padrinhos de peso

DR

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