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Senso Incomum - ANO 06 - Nº 24 -OUTUBRO/NOVEMBRO 2014

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JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO - UFU - ANO 06 - Nº 24 -OUTUBRO/NOVEMBRO-2014 Nem todo radicalismo é aconselhável e faz bem à saúde. Em toda etapa da vida de um ser humano o equilíbrio entre uma ou outra opção deve ser desejado. Fazer exercícios regularmente é indicado a todos que buscam uma vida mais saudável. Tornar-se escravos deles, porém, é prejudicial a saúde. O mesmo ocorre com a alimentação. Alimentar-se somente de uma única fonte de vitaminas ou nutrientes, seja origem vegetal ou animal, requer atenção, cuidado e supervisão de um profissional. Ninguém nasce gostando ou não de alguma coisa. Essas decisões dependem das vivências, experiências e escolhas de cada ser humano. Essas escolhas, entretanto, não devem necessariamente excluir todas as outras. O equilíbrio e harmonia, portanto, devem integrá-las para que se tenha o mínimo de estabilidade quando a vida mudar outra vez

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Page 1: Senso Incomum - ANO 06 - Nº 24 -OUTUBRO/NOVEMBRO 2014

sen so in com umJORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO - UFU - ANO 06 - Nº 24 -OUTUBRO/NOVEMBRO-201 4

Vegetarianismo

Discussão: espaçosfísicos na UFU5

Consumo alimentar conscienteganha adeptos e compartilhamento

na Universidade p.06 e 07

Vai um rockindependente aí?8

Gratuito! Roteiro turísticoem Belo Horizonte10

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Nem todo radical ismo é aconse-lhável e faz bem à saúde. Em todaetapa da vida de um ser humano oequi l íbrio entre uma ou outra opçãodeve ser desejado. Fazer exercíciosregularmente é indicado a todos quebuscam uma vida mais saudável .Tornar-se escravos deles, porém, éprejudicial a saúde. O mesmo ocorrecom a al imentação. Al imentar-se so-mente de uma única fonte de vitami-nas ou nutrientes, seja origem vegetalou animal , requer atenção, cuidado esupervisão de um profissional .

Mudar os antigos hábitos, buscarpor atividades e al imentos que auxi-l iem nessa mudança e que tragamprazer são motivações e justificati-vas plausíveis e admiráveis. Todavia,o caminho para mudanças é tortuo-so e não imediato. Paciência, perse-verança e determinação são aschaves para qualquer transformaçãoser bem sucedida. Quando, final-mente, se obtém essa nova conquis-ta é preciso dosar até onde ela se faznecessária.

Adotar o vegetarianismo comodieta al imentar é uma mutação radi-cal que pode ser um sucesso ou umfracasso. As inúmeras razões parafazê-lo, que vão desde ética aos ani-mais, preocupação com o meio am-biente, passando até pela prevençãode algumas doenças são nobres eenvolventes. Por outro lado, a carên-cia de substâncias necessárias aocorpo humano e, encontradas emmaior quantidade, ou às vezes ex-clusivamente, em produtos de ori-gem vegetal , transforma o sonho deser mais saudável em pesadelo.

Existem, contudo, al ternativaspara quem quer se tornar vegetaria-no e não sofrer com a falta dessassubstâncias. A troca de alguns al i-mentos, o aumento de refeições pre-

paradas à base de soja e a inclusãode suplementos al imentares na al i-mentação são algumas opções. Oacompanhamento de uma nutricio-nista, porém, é indispensável paraque não haja dúvidas quanto aosal imentos e seus componentes equanto ao seu próprio organismo edo que é mais indicado para ele.

É claro que toda decisão deve serrespeitada e ideologias não devemser questionadas certas ou erradas,do mesmo modo que não convémjulgar rel igião, cultura ou gosto musi-cal . O primordial é buscar o equi l íbrioentre fi losofia de vida, al imentação esaúde. É de suma importância, por-tanto, que antes de adotar qualquerdieta coloquem-se na balança osbenefícios e os malefícios, os objeti-vos reais e as necessidades que va-riam de pessoa para pessoa.

A vida é pautada por transforma-ções. Os hábitos e gostos pessoaisvariam a cada segundo, influenciadospela famíl ia, amigos, rel igião, local ,televisão, internet, l ivros e tudo quecerca o dia a dia de um ser humano,tanto em relação a ele como pessoaracional/emocional , quanto a ele eminteração com a sociedade em quevive, e também a sua personal idadeque tem indicações próprias. Hojeuma criança não gosta de ler l ivros.Amanhã ela pode ser uma cronista.Nada que acontecerá no futuro estápré-estabelecido no presente.

N inguém nasce gostando ou nãode alguma coisa. Essas decisõesdependem das vivências, experiên-cias e escolhas de cada ser humano.Essas escolhas, entretanto, não de-vem necessariamente excluir todasas outras. O equi l íbrio e harmonia,portanto, devem integrá-las para quese tenha o mínimo de estabi l idadequando a vida mudar outra vez.

Editorial

Dieta é que nem rel igião, cada um tem a sua

Luisa Caleffi

2OP IN I ÃO I Nn. 24out/nov

201 4

RReeiittoorr:: Elmiro Santos Resende / DDiirreettoorr ddaaFFaacceedd:: Marcelo Soares Pereira da Silva /CCoooorrddeennaaddoorraa ddoo CCuurrssoo ddee JJoorrnnaalliissmmoo:: AnaCristina Menegotto Spannenberg / PPrrooffeessssoorraaddaa ddiisscciipplliinnaa :: Ingrid Gomes / JJoorrnnaalliissttaarreessppoonnssáávveell:: Ingrid Gomes MTB 41 .336 /EEddiittoorreess--cchheeffee:: Luisa Caleffi e Marcelo França/ PPrroodduuççããoo ddee AArrttee:: Érika Abreu / CCoollaabboorraaççããooddee rreeppoorrttaaggeemm:: Amanda Franciele Silva, BrunaPratali, Caroline Bufelli, Leandro Fernandes,Maria Paula Martins, Mariana Almeida /RReeppóórrtteerreess:: Luisa Caleffi e Marcelo França /CCrrôônniiccaa :: Talita Vital e Jhonatas Elyel Silva /EEddiittoorriiaa ll:: Luisa Caleffi / FFoottooggrraaffiiaa :: CarolineBufelli, Carolina Rodrigues, Érika Abreu,Kennedy Costa, Maria Paula Martins, MarianaAlmeida, Muntaser Khalil e Pixabay/DDiiaaggrraammaaççããoo ee FFiinnaalliizzaaççããoo:: Danielle Buiatti

Expediente

Quando terminei de ler o perfi l do senhorI raci , pipoqueiro de 67 anos que sonhava emser jogador de futebol , fiquei intrigada parasaber mais sobre a vida daquele homemsimples. As belas fotos que compõem o perfi ldo idoso na edição de número 24 do JornalSENSO INCOMUN me deixaram ainda maiscuriosa. O mesmo ocorreu com a matéria dasmeninas que praticam o rugby, esportecaracterizado pelo forte contato físico, e coma i lustração moderna da capa sobre a maté-ria de vegetarianismo na universidade. Queriasaber mais, ler mais, descobrir mais.

E foi então que percebi , ao cl icar nas pró-ximas páginas da versão onl ine do jornal nomeu computador, que o melhor desta ediçãoestá na arte de extrair belas pautas em umambiente cotid iano e “comum” para quem ovive. Olhar e perceber boas histórias na rotinadiária do “ir e vir” da universidade e fazê-lasinteressantes para quem está longe, como eu,em outro estado, é fazer jus ao nome do pe-riódico. Mostrar o INCOMUM naqui lo que pa-rece corriqueiro e banal é o grande desafio,mas o diferencial no jornal ismo de qual idade.

Mas como em todo desafio, o aprimora-mento é essencial . Faltou na matéria de capao “outro lado”, já que foi ci tado o restauranteuniversitário (R.U. ) e alguns alunos gostariamde melhorias nas sugestões vegetarianas.Faltaram fotos do restaurante para diversifi-car a i lustração do texto. Há discordânciaainda no título e na fotografia escolhida namatéria do rugby. Uma chamada mascul inacom fotos de jogadoras. O “gancho” poderiaser o fato de jovens mulheres atuarem em umesporte agressivo e mostrar como elas dãoum toque feminino à modal idade.

Como todo bom jornal ismo universitário, aedição traz matérias de serviço e polêmicassobre a falta de infraestrutura. Destaco ostrechos que tiveram notoriedade em boxes nadiagramação. Enfim, um jornal para ser lapi-dado, mas com potencial para abarcar seuslei tores incomuns.

Camila Ancona – jornalista

Ombudsman

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ILUSTRAÇÃO:P

ixab

ay

Não existe banal idade

EErrrraammooss :: Na edição 23 (agosto/setembro de 201 4) as fontes das chamadas de capa e das páginas 06, 07 e 1 0 saíram erradas.Para visual izar as fontes diagramadas originalmente acesse: http://issuu.com/jornal ismoufu/docs/senso_incomum_23_bx

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Ano novo, vida nova?

Jhonatas Elyel Silva

Sou meio jornal ista em minha essência e só agora perceboisso, não que tenha entrado neste mundo esperando a forma-ção de um teólogo, mas me permita expl icar melhor o quequero dizer.

Deitado no colchão, pele quente em contato com o ar frioda noite entrando sorrateiramente por entre a pequena aber-tura na janela, que me propícia enxergar a vastidão do céu no-turno e me perder em toda sorte de devaneios, enquanto osono, cada vez mais, deriva no oceano de pensamentos quese forma em minha mente. Neste momento, refletindo sobreamizades e amores, muitas risadas e algumas dores, final-mente entendo que não tenho raízes, como uma folha secaque paira ao sabor dos quatro ventos. De estação em estação,de coração em coração. Chego, às vezes querendo ficar. Vou,talvez querendo voltar. Volto apenas para observar, sorrir echorar e para, quem sabe, nunca mais retornar. São apenasdois lados da mesma viagem, mas, mesmo assim, continuopreferindo a metáfora da folha.

Assim é o jornal ista, ou ao menos seu trabalho. E assim,em menor grau, sou eu. É l igeiramente melancól ico afirmar talcoisa, principalmente para alguém cujo elemento do signo so-lar é a Terra. Em horóscopos leio sempre sobre a minha l iga-ção à terra, às raízes, sejam fami l iares, afetivas ou, atémesmo, rel ig iosas, mas em contraponto a isto não paro na vi-da de ninguém, praticamente. Chego, deixo minhas impres-sões e vôo, para nunca mais. Talvez ainda não tenhaencontrado meu lugar no mundo − não é? −, mas posso afir-mar, que o trabalho de um repórter é semelhante. Teria o Jor-nal ismo ascendente em Libra, como eu, então?

É mais ou menos como disse um autor que agora não melembro por nome, mas que me roubou a atenção ao dizer queo mundo profissional de um jornal ista consegue ser amplo erestri to ao mesmo tempo. Uma ideia contraditória à primeiravista, mas bastante coerente e até convincente quando expl i-cada. Amplo por ele estar em constante contato com todas asesferas sociais. Afinal , quem sabe, poderei eu, ou meus atuais

colegas, futuramente, cobrirmos algum novo casamento real ,com sua realeza europeia tediosa, atentamente observada porbi lhões de pessoas ao redor do globo, ou então, e por que não,cobrirmos a invasão de um morro carioca, a prisão de umtraficante ou de um político corrupto − não que as duas últi-mas tenham muito de divergente entre si − , mas o importantea ser sal ientado aqui é isso, a ampl i tude e a forma, aparente-mente, superficial como um jornal ista adentra em todos osmundos dentro do mundo, para criar uma reportagem, maté-ria, perfi l , ou seja lá o que for.

Como a abelha que voa, e voa, e voa, por quilômetros, à pro-cura do pólen, pousando em uma roseira aqui, em uma orquídeaacolá, em uma hortênsia ali , em uma petúnia pra lá, conhecendo-as todas, provando de seu fruto por alguns míseros segundosantes de voar novamente para, nunca mais voltar. É este o jorna-l ista que vai a Londres cobrir o casamento real − porque os ou-tros são virtuais −, e no dia seguinte está em Fernando deNoronha, à procura da espécie de lesma recém-descoberta, queleva o nome da mocinha daquele seriado norte-americano tãofamoso… Qual é mesmo seu nome? A Mãe dos Dragões… Ah!Não me lembro agora, e isto não vem ao caso.

O que me faz lembrar também da restrição, − não que te-nha algo a ver com a lesma ou com a mocinha da história−citada pelo tal autor, na vida profissional dos profissionais dojornal ismo. Senão me engano, o problema da restrição poucotem a ver com minhas metáforas sobre folhas, flores e abe-lhas, ou talvez tenha, mas vejo a necessidade de falar-lhe,uma vez que é a própria profissão e tudo a ela l igado que de-finirá o papel de seus profissionais na sociedade. Difíci l deentender? Pois eu acho que não.

Se somos a folha que dança aos sabores dos ventos, nos-sa restrição está presente no sentido para onde o própriovento social quer soprar! E aqui vamos nós, caindo, no outonode nossas juventudes, rumo às correntes e a ventania destemundo pós-moderno, tão repleto de flores e frutos aos quaisnunca, realmente, tomaremos por nossos.»

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Talita Vital

Parece que foi ontem que algunspularam setes ondas, outros comeramsete favos de romã, ou colocaram trêsuvas na taça de champanhe e fizerampedidos para o ano novo. É, parece quefoi ontem que o ano começou, mas co-mo todos os outros, esse também jáestá no fim.

Pode parecer cl ichê, mas é inevi tá-vel não pensar em metas para 201 5, édo ser humano sempre planejar ou de-sejar o próximo dia. E todo final de ano,ou você bate nas mesmas teclas doano passado ou reinventa novas metaspara serem cumpridas.

Entretanto, é d i fíci l pensar em algoque não seja:

1 ) 201 5 será diferente de 201 42) Em 201 5 vou entrar na academia3) Vou dedicar mais tempo para mi-

nha famíl ia

4) Vou economizar d inhei ro5) Vou encontrar um namorado/na-

moradaTodo fim de ano é assim, sempre

desejamos coisas as quais não iremosreal izar ou, simplesmente, ideal izamostanto que na verdade não precisam demuito esforço, e nem de uma meta oupedido, ou desejo para se real izar.

O problema é que sempre deseja-mos as mesmas coisas e não nos da-mos conta de que o mais importa não éo “paz, amor e dinhei ro no bolso”, massim o amor, o amor próprio, com o pró-ximo, com qualquer ser que exista eque cruze seu caminho. O amor, namaioria das vezes, é a melhor soluçãoe, além de ser um recurso renovável ,não custa nada.

E não só isso, nesse novo ano pode-ríamos pedir mais paciência, tolerância

e l iberdade de expressão e direi tos.Poderíamos agradecer mais, falar mais“bom dia”, pedi r l icença e acei tar o ou-tro como ele é. Poderíamos reclamarmenos e ter determinação para seguirnossos objetivos, poderíamos perdoarmais e encarar a vida de forma adul ta,como se cada dia fosse uma aula emque no começo ninguém sabe de nada,mas no final algum conhecimento foiapreendido.

Enfim, fazer metas para 201 5 não ébestei ra, é sempre bom olhar para opassado e ver os erros e defei tos, maso melhor é enxergar através das metassupérfluas e fúteis algo além de ga-nhos materiais, pois de nada adiantamudar o calendário se você não con-seguir enxergar o outro e mudá-lo in-ternamente primeiro em você. Fel iz anonovo.

Como uma folha ao vento

OP IN I ÃO3I N n. 24out/nov201 4

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4at ual i d ad es I Nn. 24out/nov

201 4

Vídeo-aulas auxiliam no aprendizadode programação

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Marcelo França

O Programa de Educação Tutorial (PET) do curso Sistemasde Informação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)disponibi l iza vídeo-aulas em sua página na internetproduzidas por parceiros, professores e alunos do curso.Alguns dos temas disponibi l izados, até agora, são Introduçãoa Programação de Computadores e Estruturas de Dados 1 .

Os petianos Júl ia Borges Correia Si lva, Matheus Sanches eGui lherme Soares apontam que a intenção do projeto é decobrir a estrutura curricular completa do curso, faci l i tando oaprendizado dosalunos. As vídeo-aulasajudam a evitar que osalunos fiquem retidosnos períodos iniciaisdo curso, o que podecausar desânimo eabandono. O projetofaz parte do Programade Recepção eApadrinhamento aosCalouros doBacharelado emSistemas deInformação, maspodem ser acessadaspor qualquer pessoainteressada emassisti- las. O acessol ivre é um ponto fortedo projeto, visto queos assuntos tratadossão estudados emvários cursos.

Com orientação do professor Mauricio Cunha Escarpinati , oPET produz as aulas em parceria com os professores,responsáveis pelo conteúdo. Uma das justificativas do projetoé oferecer material gratuito em português, visto que o formatode vídeo-aula é bem aceito pelos alunos. O site do PET SI éwww.petsi . facom.ufu.br, é possível encontrar mais de 1 20aulas ministradas pelo professor André Backes, autor doprojeto “Programação Descompl icada”, que foi usado comobase para o projeto do PET.

Marcelo França

Talvez o que exista de mais igual i tá-rio para todos é o tempo. O tempo pas-sa da mesma forma para todos. É nessahora que os problemas aparecem. Amatéria envelhece e, assim como aspessoas, os objetos e construções pre-cisam de cuidados e “manutenção”.

Na Universidade Federal de Uberlân-

dia (UFU) as manutenções precisam serfrequentes. Se até blocos novos, como o5S, apresentam problemas de goteiras einfi l trações, o que esperar de blocos an-tigos? O Mineirão, bloco 1 Q, o mais anti-go do campus Santa Mônica, apresentaproblemas estruturais. É inevitável queum prédio construído a mais de 40 anosnão tenha contratempos devido à estru-tura antiga. Mas é necessário que sejamtomadas as medidas de segurança paraas pessoas, e preservação material , vis-to que no local funciona o Centro de Do-cumentação e História da UFU (CDHIS)e o Museu de Rochas e Minerais.

Outro prédio que apresenta proble-mas é o que abriga a gráfica. As gotei-ras são muitas, o que pode prejudicar otrabalho e atrasar a entrega de materi-ais. Na época de chuva, principalmentedezembro e janeiro, quem passa por lápode ver a quantidade de água que cai

do teto. Sabe-se que algumas máquinaspossuem um elevado valor, o que emtermos econômicos significa o aumentoda depreciação. Mais arriscado para asegurança é o contato de funcionários eoutras pessoas às instalações elétricascom a água, ampl iando a necessidadede reforma.

Sabe-se que em instituições públ icaso caminho para as reformas são maisdetalhados e requerem tempo, entretantoalguns fatores, como essas estruturas deprédios e instalações são mudanças ur-gentes no cotidiano da universidade.Portanto, é louvável que os setores cor-respondentes e responsáveis tenhamatenção, sensibi l idade e agi l idade nomanuseio dessas pendências, que po-dem gerar problemas muito maiorescom o cair das próximas águas. “Preve-nir, restaurar e atender”, um mantra quecombina com a ocasião.

Prédios antigos, problemas estruturais

Na prática. Alunos do PET do curso Sistemas de Informação

FOTO:M

arceloFrança

Artigo

Nota

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ILUSTRAÇÃO:P

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AT UAL I D AD ESI N n. 24out/nov201 4 5

Em outubro de 201 4, membros doDiretório Acadêmico (DA) do curso dezootecnia entraram em confl i to com umdocente, no campus Umuarama, motivo:uma sala, ou melhor, a falta dela. Apesardo local ser de direi to do docente, osalunos registraram um sentimento quenão é exclusivo aos cursos do Umuara-ma, nem tão pouco dos alunos dazootecnia. A falta de espaços na Univer-sidade Federal de Uberlândia (UFU) é al-go que chama a atenção e precisa serdiscutida.

Havendo a sol ici tação por uma sala,por exemplo, o pedido é direcionado àcomissão de espaços físicos, formadapor um representante docente do cam-pus Umuarama, um representante do-cente do campus Santa Mônica, umaarquiteta da Prefeitura Universitária,uma professora do curso de Arquiteturae dois representantes discentes,coordenada pelo professor ErnandoAntonio dos Reis, d iretor de planeja-mento da UFU.

Desde que assumiu o cargo na co-missão, Reis afirma que não recebeunenhum metro quadrado disponível paradistribuição, entre a fi la com mais decem demandas por espaço. Mesmoaqueles “vazios” na universidade já fo-ram distribuídos, segundo o diretor deplanejamento. “Foram distribuídos naépoca do Reuni (Programa de Apoio aoPlano de Reestruturação e Expansãodas Universidades Federais) para várioscursos, para laboratórios de arte, labo-

ratórios da engenharia civi l , para os cur-sos novos que foram criados e queestão sendo gradualmente adequadoscom as ações da Prefeitura Universitá-ria”.

Frente a esse problema, a soluçãoproposta que está em andamento paraefetivação no ano de 201 5 é a transfe-rência de alguns cursos para o cam-pus G lória . Primei ramente, asnegociações são com os cursos daAgronomia, Engenharia Ambiental , Zo-otecn ia e Med icina Veterinária , refe-rentes ao campus Umuarama. Outrasnegociações que estão mais atrasa-das com os cursos do Campus SantaMônica, e que estão para serem tam-bém transferidos para o campus G ló-ria , seriam as Engenharias Mecân ica ,Mecatrôn ica e Aeronáutica. “Temosassim a perspectiva da desocupaçãode pelo menos mi l metros quadradosaqu i no campus Santa Mônica”, afi rmaReis. O d i retor de logística da Prefei tu-ra Un iversi tária , Wesley Marques daSi lva , a inda aponta que no campusUmuarama, a solução seria tambémuma ampl iação a parti r da construçãode novas salas na parte de cima dosDAs, resu l tando no dobro das existen-tes atualmente.

O tamanho do problema da falta desalas para os cursos da UFU, privandolaboratórios, espaços de pesquisa e atémesmo de DAs, se intensifica quando osestacionamentos acabam e a fi la noRestaurante Universitário, RU, aumenta.Reis expl ica que com a saída dos cursospara o campus Glória, haverá espaço

para estacionamentos e também no RU.Alguns projetos de expansão para orestaurante existem, como um possívelsegundo andar no prédio do atual RU. Oque, no entanto, aponta o diretor de pla-nejamento, é sobre restrições judiciaisreferentes a questões antigas de aces-sibi l idade e irregularidades.

“Aqui no campus Santa Mônica eUmuarama existem vários blocos emque as salas se dispõem dos dois ladoscom um corredor no meio. Teorica-mente deveriam ter quatro saídas paratodo o bloco. No entanto, a maioria dasunidades fechou algumas saídas,transformando-as em salas, ficandoassim, com apenas duas saídas, o que éirregular”. Enquanto essas pendênciasnão forem solucionadas, qualquer exe-cução dos projetos de expansão estábarrada, dificultando assim, qualquerampl iação.

Carol Bufelli

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Demanda por espaços físicos na UFUsupera estrutura atual

Estacionamento da UFU lotado de segunda a sexta-feira

FOTO:C

arolBufelli

AAmmppll iiaaççããoo jjáá ::

“Nós criamos mais salas de aula,que traz alunos. Alunos trazem maiscarros, mais necessidade de ler l i -vros, mais necessidade de al imen-tação e tudo isso ficoucomprometido. (. . . ) É provável quenos próximos anos, se não houveruma política de ampl iação dos re-cursos de custeio – l impeza, infor-mática e segurança – teremos umagrande universidade sucateada,com fi las imensas nas bibl iotecas enos laboratórios”, alerta Reis.

Page 6: Senso Incomum - ANO 06 - Nº 24 -OUTUBRO/NOVEMBRO 2014

Vegetariano:ser ounão ser?Muito mais que não comer carne, opção vegetariana torna-se filosofia de vida

para a maioria dos que decidem não consumir produtos derivados da

exploração animal

6 I Nn. 24out/nov

201 4

Luisa Caleffi

O vegetarianismo consiste em uma dietabaseada exclusivamente em produtos de ori-gem vegetal como grãos, cereais, verduras,frutas, sementes entre outros. É necessárioque se faça a correta d iferenciação entre ve-getarian ismo e veganismo. A segunda práti-ca consiste em não consumir qualquerproduto que gere exploração e/ou sofrimentoanimal . O veganismo, portanto, vai além daal imentação, abrangendo produtos de hig ie-ne, vestuário e muitos outros.

A forma mais popular do vegetarian ismoé o ovolactovegetarian ismo, e é ela quempauta o cardápio dos mais de 1 6 mi lhões debrasi lei ros que se dizem vegetarianos. To-mando essa classi ficação devegetarian ismo como base, aUniversidade Federal deUberlândia (UFU) há quatroanos implementou um projetoespecial no cardápio do res-taurante universi tário (R.U) . Aopção vegetariana foi incluídano cardápio em 201 0 comobjetivo de atender alunos eprofessores que buscam essaopção oferecendo qual idade enutrientes para uma al imentação saudável ebalanceada.

Vegetarianismo no R.UNa UFU a opção vegetariana em 201 2

atendia 400 alunos, técnicos e professores.Hoje, mais de 3.000 pessoas são atendidas desegunda a sexta-feira. As refeições servidas

nos Campi Santa Mônica e Umuarama sãouma combinação de arroz integral , um prato àbase de soja e salada.

Cami la Ruth, estudante de teatro da Uni-versidade acreditaque o cardápio ofe-recido pelo restau-rante universitáriosupre as necessida-des básicas de quemprocura a opção ve-getariana. “Mas paraquem é vegano re-almente não temopções, visto que oingrediente princi-

pal que eles oferecem para substi tuir a pro-teína é a Proteína Texturizada de Soja (PTS),que vem sempre com alguma receita quecontém ovo ou leite”. A estudante acreditaainda que legumes e verduras poderiam sermais variados.

De acordo com Kami l la Tavares, nutricio-n ista formada pela UFU e frequentadora do

Muito além de restrição alimentar, vegetarianismo é estilo de vida

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Segundo a Sociedade VegetarianaBrasi leira (SVB) o vegetarianismo podeainda ser classificado em Ovolactovege-tarianismo (inclui ovos, lei te e laticínios naal imentação) , Lactovegetarianismo (incluiapenas lei te) , Ovovegetarianismo (incluisomente ovo na al imentação) e, por fimVegetarianismo estri to que não uti l izanenhum produto de origem animal na al i-mentação.

A dieta vegetarianaprevine doenças

cardiovasculares porconter pouco colesterol

e ser pobre emgorduras saturadas,afirma a nutricionista.

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Vegetariano:ser ounão ser?Muito mais que não comer carne, opção vegetariana torna-se filosofia de vida

para a maioria dos que decidem não consumir produtos derivados da

exploração animal

7I N n. 24out/nov201 4

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R.U durante a graduação, outros produtospodem substi tuir a PTS e, assim, aumentar avariedade no cardápio estudanti l : “Existemoutros produtos no mercado que tambémpodem ser uti l izados neste caso, como porexemplo o Tofu − que pode ser usado em re-ceitas como: berinjela recheada com tofu, to-fu grelhado com vegetais, espetinho de tofu evegetais, tofu a mi lanesa, entro outros”. A nu-tricionista ainda aponta que cereais integraiscomo a quinoa pode ser uti l izada no preparoda salada, buscando variar ainda mais o car-dápio.

RazõesDe acordo com a Organização das Na-

ções Unidas pela Al imentação e Agriculturatodos os anos, mais de 70 bi lhões de animaissão abatidos para consumo na al imentação,ao redor de todo o mundo. No Brasi l ,segundo dados divulgados no site da SVB,são mais de 1 0 mi l animais terrestres mortospor minuto para produzir ovos, carnes e lei te.O combate contra a morte dos animais e, àforma como eles são abatidos, são os princi-pais motivos para que as pessoas decidamse tornar vegetarianas.

Cami la é vegetariana há sete anos e jus-tifica sua escolha: “Me tornei vegetariana,principalmente, pela ética aos animais, e pelamaneira que eles são criados. Além daagressão que a pecuária causa no meio am-biente”. Este é outro argumento muito uti l iza-do pelos vegetarianos.

Para Al ine Salmin, estudante do curso deDança da UFU e vegetariana há seis anos, os

motivos foram além da al imentação: “Eu metornei vegetariana principalmente por ques-tões éticas e espiri tuais, ainda mais por en-tender que o consumo da carne não énecessário na al imentação humana, muitopelo contrário”.

Dados da Organização das Nações Uni-das (ONU) mos-tram que o setorpecuário é oprincipal respon-sável pela conta-minação dasreservas aquífe-ras do mundo eda erosão dossolos. Além disso,cerca de 1 4 % daemissão de gases poluentes são vindas deatividades humanas l igadas ao setor da pe-cuária.

Ética aos animais, consciência ambientale, ainda, precaução com a saúde entram nal ista das razões de quem defende e prega ovegetarianismo. Muitas pessoas justificam aexclusão de carne e seus derivados da al i-mentação diária afirmando buscar um esti lode vida mais saudável .

CuidadosÉ fundamental que a al imentação de

quem não ingere carne deve ser ainda maisrigorosa quanto à quantidade de ferro, proteí-na e vitaminas importantes para uma vidasaudável . Kami l la expl ica que a principal pre-ocupação com a dieta vegetariana estri ta

(vegana) é com a deficiência da vitamina B1 2,que deve ser suplementada ou adquiridaatravés de al imentos enriquecidos.

Para a forma mais popular do vegetaria-n ismo, a nutricionista ind ica os nutrientesque se deve ter mais atenção: ferro, zinco eômega-3. A solução para essas deficiências

está na busca por al imentos ri-cos em vitaminas e vi tamina C,como o suco de laranja e ace-rola, e também procurar con-sumir sementes ricas nosnutrientes, como em nozes e nal inhaça.

Para dieta vegetariana é re-comendado auxíl io com nutri-cionista, nutróloga ou outro

profissional especial izado, quepossa fazer o acompanhamento com o pa-ciente. Uma das maiores dúvidas de quempensa em se tornar vegetariano é a fal ta deproteína proveniente da carne. A nutricio-n ista expl ica: “Sim a carne é principal fontede proteína de al to valor biológico (aquelaproveniente dos animais e que fornecemtodos os aminoácidos essenciais) , mas deuma forma geral a proteína não é o fatormais preocupante nas dietas vegetarianas,já que temos em nosso hábi to al imentaroutros produtos que também nos fornece asproteínas, mesmo que de baixo valor bioló-g ico, mas que quando combinados em umadieta adequada fornece os aminoácidos ne-cessários. Como é o caso do fei jão, soja eoutros al imentos do mesmo grupo − grupodas leguminosas”.

Dieta vegetariana tendea ser mais saudável,

mas é precisopreocupação com adeficiência de alguns

nutrientes.

Vegetais, frutas e alimentos orgânicos, dieta saudável na mesa dos vegetarianos

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8 cot i d i an o I Nn. 24out/nov

201 4

Em meados de 2007, o grupo Nação Zumbi ,de Recife, atualmente uma das maiores bandasindependentes do país, se apresentou em umadas edições do Festival Jambolada, em Uber-lândia. Naquela época, um estudioso das Ciên-cias Sociais, Gabriel Caixeta, o Bibi , recebeu deum amigo o convite para carregar os instru-mentos e caixas de som do Nação em troca deingressos para o show, o que ele, claro, topouna hora.

O tempo passou e o envolvimento de Bibicom a música acabou indo além de carregarcaixas e instrumentos em troca de ingressos.Por meio de um estágio na Diretoria de Cultura(Dicult) da Universidade Federal de Uberlândia(UFU), começou a produzir pequenos eventos eshows até que foi chamado para participar doColetivo Valvulado, grupo que, na época, cuida-va da produção de festivais importantes na ci-dade, como o próprio Jambolada. A jornada deBibi no Valvulado durou alguns anos, até queem 201 1 ele se viu tomado pela ânsia de pro-duzir mais, e foi nesse momento que surgiu aagência Timbre.

O que ele não imaginava era que seus pro-jetos cresceriam tanto a ponto de fazer comque o mesmo Nação voltasse a Uberlândia, sóque agora como uma das bandas contratadaspara sua iniciativa mais ousada: o Festival Tim-bre, um desdobramento da agência que se pro-põe, nas palavras de Bibi , a "trazer música boa"para o palco, sendo a maioria dos músicos queal i se apresentam, independentes.

A proposta que inspirou Bibi se estende aoutros festivais, que assim como o Timbre vêmconquistando cada vez mais espaço. Umexemplo curioso é Goiás, isso mesmo, Goiás! Aterra de tantas duplas sertanejas já consagra-das e que ainda tentam chegar aos holofotes étambém lugar férti l para outros esti los, predo-minantemente o rock'n rol l . Grandes festivaiscomo o Bananada e o Grito Rock acontecemanualmente e param a capital goiana durante

até uma semana.Além dos grandes festiva is , existe

também uma extensa cena de outrospequenos e médios eventos que sebaseiam na orig inal i dade das bandasque neles vão se apresentar, sendo queestas, em sua maioria , tocam músicasautorais e fazem um som experimentalque vem da mistura de esti los e, porvezes, se converte até na criação denovos.

Uma das bandas que se forta lece-ram em meio a estes festiva is , é a goi-ana Space Truck, formada por Fel ipeRoso e os i rmãos Rodrigo e RicardoSobrei ra . Para eles é bem natural a l i -nha que seguem os festiva is "essa éuma coisa mui to interessante, se criouuma cena e um públ ico acostumado aouvi r música autoral " , conta Ricardo.

A banda que apostou nos festivais comoporta de entrada para o mundo da música,participou e ganhou uma espécie de festi-val/concurso e assim, conseguiu gravar o seuprimeiro disco, com o apoio de um selo inde-pendente. O trio está satisfeito e diz não ambi-cionar uma chegada às grandes produtoras dediscos nacionais "acho que o mercado já nãofunciona mais assim, a gente consegue semanter sem isso. O nosso objetivo mesmo écircular, tocar" diz Rodrigo.

A Associação Brasi leira de Músicos Inde-pendentes está com o trio, e em 201 3 reafir-mou essa tendência musical atual "as vendasem formatos físicos, CDs e DVDs, seguem emqueda. Reduziram-se em 1 5,5% em relação aoregistrado em 201 2". Os que se interessam porboa música, independente do formato, podeconferir o novo CD do Space Truck, que já estádisponível e circula nas redes, é só acessar oendereço www.space-truck.com ou o canalSpace Truck, no Youtube.

Mariana Almeida

»

Independentes: dos bastidores aospalcos

FOTOS:É

rika

Abreu

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Alm

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Space Truck no palco da 2° edição do Festival Timbre

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Esport e9I N n. 24out/nov

201 4

Maria Paula Martins

O espíri to do rugby é algo encantador. Os atletas sãocúmpl ices, o treinador é tratado como “senhor” e a paixão decada jogador é razão máxima para tamanha entrega ecompanheirismo.

Mesmo sendo um esporte duro e agressivo, o objetivo dorugby é congregar pessoas diferentes, independente da idadeou porte físico. “É um esporte muito agregador, não hádiferenciação de idade, tamanho, peso ou força. Todos são

sempre muito bem-vindos”, relata Paula Ishibashi , jogadoramais experiente da Seleção Brasi leira de Rugby. A atletacomplementa dizendo tratar-se de um esporte permeado porvalores, no qual o respeito, a discipl ina e a união fazem comque todos se considerem uma grande famíl ia.

Apesar de ser um esporte de extremo contato, o rugby nãoé nenhum culto à violência. Essa é uma discussão que semprevem à tona, visto que a glamorização da violência pela mídia éconstante, ou seja, o foco nos lances mais pegados e atémesmo nas lesões é expressivo. I sso acaba dificultando a lutados rugbiers de difundir o esporte da maneira verdadeira.

“O rugby é um esporte agressivo, mas não é violento e sevocê aprender as técnicas corretas não há perigo. Eu acho queviolência e agressividade são coisas bem diferentes, e ésempre bom ser uma equipe agressiva dentro de campo”,comenta Nick Gourlay, inglês que veio ao Brasi l comandar oprojeto de Try Rugby no SESI Minas.

CrescimentoPela pesquisa “Muito além do futebol – um estudo sobre

esportes no Brasi l ”, fei ta em 201 1 pela insti tuição Deloitte, orugby foi apontado como o esporte que mais crescerá noBrasi l nos próximos anos, com 1 7%.

Mesmo com o apontamento positivo da pesquisa, ainda épossível encontrar muitos que nunca ouviram falar em rugby.“A grande diferença do Brasi l para a Inglaterra é que lá todoscrescem ouvindo falar de rugby e acabam compreendendomais sobre este universo, assim como é o futebol aqui noBrasi l ”, esclarece Gourlay.»

Rugby: esporte de brutos jogado porcavalheiros

FOTO:M

ariaPaula

Martins

LLóóggiiccaa ddoo jjooggoo::

O rugby é o segundo es-porte mais popular do mundo,perdendo apenas para o fute-bol . É comparado com o fute-bol americano, tendo em vistaque ambos possuem esti lo dejogo parecido e um objetivoem comum: cruzar a l inha dein goal e apoiar a bola nochão. O esporte que surgiu naInglaterra, em uma cidadechamada “Rugby”, tem atual-mente o terceiro maior eventoesportivo do planeta: a Copade Mundo de Rugby, atrásapenas da Copa do Mundo deFutebol e das Ol impíadas.

Treino do time feminino de rugby em Uberlândia

OOll iimmppííaaddaass::

Em se tratando de Ol impíadas, vale lembrar – ou contarem primeira mão para os desavisados, que o rugby sevens,modal idade que possui dois tempos de sete minutos e setejogadores de cada lado, estará de volta nas Ol impíadas de201 6, no Rio de Janeiro. No Brasi l , apesar de ser praticadoem 21 estados, conta com apelo popular modesto de cercade 4.763 praticantes, de acordo com o último censo divul-gado pela Associação Brasi leira de Rugby.

FOTO:C

arolineBufelli

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Largar tudo e viajar pelo mundo. Muitaspessoas já pensaram em fazer isso. Enquantosonham com Europa, Ásia e América Latina,as viagens não saem do planejamento porfalta de tempo ou dinheiro. O sonho é de co-nhecer novas culturas, e a cultura brasi leira,tão rica e diversa, é pouco conhecida. Indopara Belo Horizonte, a vontade de fazer umaviagem barata pode ser saciada. De quebra, épossível conhecer um pouco mais da históriade Minas Gerais.

O Conjunto Arquitetônico da Pampulha,construído nos anos 40, por iniciativa deJuscel ino Kubitschek, abriga o prédio pensa-do para ser, in icialmente, um cassino, hoje é oMuseu de Arte da Pampulha e concorre aotítulo de patrimônio da humanidade. LuizaGasparini e Inácio Mariani , mediadores dosetor educativo do Museu, contam que aestrutura do prédio é quase toda original , inclusive o ele-vador do palco do auditório, antigo restaurante docassino.

Todos os eventos promovidos pelo museu são gra-tuitos e as exposições mudam a cada três meses, apro-ximadamente. Os mediadores acreditam que éimportante ter museus gratuitos como forma de promo-ver o acesso à arte. “A arte, muitas vezes é uma coisadistante, se vocês pensarem como lazer. Muitaspessoas têm receio de entrar”, aponta Luiza.

Al i perto, a Casa do Bai le, antigo restaurante dançan-te fundado em 1 943, hoje é espaço de exposições gra-tuitas, após restauração e adaptação. O mediadorMarcelo Alencar diz que o local já foi restaurante parti-cular e passou um período abandonado e habitado por

mendigos, até que, em 2003, a Prefeitura Municipal re-tomasse o prédio.

Ainda na orla da Lagoa da Pampulha, está a Igreja deSão Francisco de Assis, construída entre 1 943 e 1 945com arquitetura e pinturas que saiam dos padrões daépoca. Por isso, a Igreja Catól ica e a sociedade não areconheceram como templo rel ig ioso, assim, a Igreja fi-cou fechada durante 1 4 anos e em 1 947 foi tombadapara evitar demol ição. Em 1 959 foi reconhecida pelaIgreja Catól ica e passou a real izar missas, casamentos ebatizados. Atualmente, a Igreja também recebe visi tasturísticas, as quais custam um real por pessoa, valor quesegundo Laís Fernandes, funcionária da arquidiocese deBelo Horizonte, é cobrado para manutenção do local .

A “Igrej inha da Pampulha”, como é conhecida, possuiobras de Cândido Portinari e Alfredo Ceschiatti e arqui-tetura de Oscar Niemeyer. Laís completa dizendo que aprocura por casamentos é grande. “Já tem noiva procu-rando até para 201 7”.

Outro destino é o Circuito Cultural Praça da Liberda-de. O circuito local izado na região central de Belo Hori-zonte possui , atualmente, 1 2 espaços e museusfuncionando em prédios das antigas secretarias do Go-verno de Minas Gerais. O objetivo do circuito é explorar adiversidade cultural e a história do estado através deações que vão além das exposições de museus tradici-onais.

Davide Chech, mediador do Memorial Minas GeraisVale, d iz que é importante desenvolver projetos educati-vos por meio de tecnologias e produzir material paraatrair a atenção de aproximadamente 1 00 mi l pessoaspor ano. No memorial há, também, o espaço de lei tura emidiateca, onde é possível ler e ouvir música gratuita-mente.

O visi tante tanto do Circuito da Pampulha, quantodos espaços do Circuito Cultural Praça da Liberdade têma possibi l idade de fazer seu próprio roteiro de visi ta oude contar com o auxíl io de mediadores. Para quem esti-ver na cidade, é interessante, também, conferir a Praçado Papa e a vista da cidade. E a noite, quando tudo issofechar, não é difíci l achar boas opções de lazer noturnobaratas e fazer jus à frase: “Já que Minas não tem mar,vamos para o bar”.

Espaço da Casa de Baile recebe exposições após adaptações

10cu lt u raesport elaz er I Nn. 24out/nov

201 4

Marcelo França

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Já que Minas não temmar, vamos para. . .

FOTOS:C

arolineBufelli

Antiga sede da Secretaria do Estado da Fazenda de MGabriga o Memorial Minas Gerais Vale

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cu lt u raesport elaz er11I N n. 24out/nov

201 4

Resenhas

O comentarista esportivo e ex- jogador Wal ter Casa-

grande escreveu , j untamente com o jornal i sta G i lvan Ri-

bei ro, sua biografia : Casagrande e seus demônios. Mas

se engana quem pensa que o foco principal é futebol .

Apesar de ídolo do esporte, Casão tem mais h istória pra

contar.

Como o nome já d iz, o l i vro traz à tona, e não de for-

ma figurativa , os demônios que acompanham o rockei ro

engajado pol i ti camente. Viciado em vários tipos de dro-

ga, descreve detalhadamente como foi parar no fundo

do poço, de onde saiu após ser internado pelo fi l ho,

contra sua própria vontade.

A vida do ex-atacante alvinegro não é contada crono-

logicamente e suas lembranças são usadas quando ne-

cessárias para amarrar a história. I nfância e adolescência

com a Turma do Veneno, amizade com celebridades e

seu ídolo Sócrates, carrei ra no time do coração e luta pela

democracia no país, entre outros, se fazem presentes,

sempre regados com uma sinceridade que rejei ta pudor.

Casagrande não esconde nada, faz questão de es-

cancarar seus demô-

n ios para se manter

lúcido e continuar no

jogo. Tamanha ho-

nesti dade torna o l i-

vro pesado em

densidade, mas de

lei tu ra fáci l , em que

as pág inas passam

rapidamente. Um ro-

tei ro de cinema que

mesmo os não-co-

rinth ianos deveriam

ler.

Amanda Franciele Silva

FOTO:D

ivulga

ção

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O Placar em aberto

Em letras inspi radas, Taylor Swi ft fa l a sobre pa ixões e

relacionamentos por meio de narrati vas bem contadas e

cheias de metáforas. 201 4 é mesmo o ano da jovem can-

tora e composi tora ameri cana de 24 anos que surg iu no

cenário da música em meados de 2006. El a j á ganhou

mais de 1 00 prêmios e lançou a pouco o seu mais novo ál-

bum.

1 989, a lém de ser o ano de nascimento da d iva , cada vez

menos country, é o nome do qu into e mais novo álbum que

consagra a carrei ra da estrela . É também um projeto inspi-

rado, principalmente, pelo pop, o que a afasta da sua ori-

gem mais country apresentada em trabalhos anteriores.

As gravações do proj eto ocorreram entre 201 2 e 201 4 e

contaram com a colaboração de produtores e de arti stas

de peso como Katy Perry e Beyoncé. O supertime na pro-

dução pode ter colaborado com os resu l tados: o á lbum foi

d i sco de ouro no Brasi l a i nda na pré-venda , l evando Taylor

a bater o próprio recorde de vender mais de um mi lhão de

cópias na primei ra semana , assim como em Red , seu d isco

anterior.

Os sing les pré- lançados, “Shake i t Off” e “Blank Space”,

também colaboraram com o sucesso do projeto. Antes

mesmo do d isco chegar às lojas, eles já haviam ating ido o

primei ro lugar de vendas e estavam nas paradas de suces-

so do mundo. I sso se deve a um trabalho autoral e extre-

mamente pessoal que d i ferencia sua música entre tantos

produtos da indústria fonográfica.

CD 1 989 Taylor SwiftLeandro Fernandes

FOTO:D

ivulgação

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O Inhotim surpreende do início ao fim. Al iás, é d i fíci l

a lguém dizer que chegou ao fim da visi ta . A antiga fa-

zenda de uma empresa de mineração abriga um extenso

jard im botân ico reconhecido, desde 201 0, pela Comis-

são Nacional de Jard ins Botân icos (CNJB) e um impor-

tante acervo de arte contemporânea. A área é tão grande

que para uma visi ta completa demora-se mais de um

dia e, a inda assim, fica a sensação de que algo ficou

para trás.

Aberto desde 2006 para visi tação do grande públ ico,

o local abriga obras de artistas d iversos. O mais inte-

ressante é que o rotei ro pode ficar por conta do visi tan-

te. Orientado por placas e pelo mapa d ispon ibi l i zado, é

possível defin i r o tra jeto que mais parecer agradar ou

andar sem rumo certo nos 1 1 0 km de área de visi tação.

I ndependente do modo escolh ido, o encanto é certo.

Local i zado a cerca de 55 km de Belo Horizonte, no

município de Brumadinho, o I nhotim deixou de ser um

lugar de passagem e se tornou um destino de viagens.

Os caminhos são cercados por espécies vegetais de to-

dos os continentes e levam a galerias de arte contem-

porâneas que mexem os sentidos. É bom os d istraídos

se esforçarem para ficarem atentos. Os detalhes são

impressionantes e juntos com a flora e a fauna, que

conta com patos e esqu i los, surpreendem a cada nova

área visi tada.

Marcelo França

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Inhotim

FOTO: Divulgação

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I Nn. 24out/nov

201 412EXPRESSÃO&arT E

FOTOS: Kennedy Costa e Carolina Rodrigues

Seu I ra c i me recebe com seu bon é ad i d a s e oso l h os azu i s . O ca rr i n h o d a p i poca b ran co exa l ach e i ro d e c i n ema e , com ca lma , e l e aba i xa o somda mús i ca q u e toca em seu ce l u l a r e ped e q u e eumesma anote seu nome . I ra c i Vi to M a th i a s tem 67anos e traba l h a com p i poca d esd e os 35 anos . Va ime l embran d o dos tempos d e traba l h o n a roça ,como l avrad or, e d as vezes q u e coz i n h ava pa ra osam i g os no traba l h o .

Ve i o d e Pa tos d e M i n as e j á como p i poq u e i ro ,pa ssou a es ta c i on a r o ca rr i n h o no b l oco d o cu rsod e D i re i to d a UFU , h á 25 anos . Fo i l á q u e g an houos p r ime i ros freg u eses e am i g os . Com uma ri s ad aemot i va , con ta q u e foram os próp r i os a l u n os d ocu rso q u e fi zeram uma campanh a e troca ram seuca rr i n h o d e p i poca pa ra um mel h or. Se son h ava emser p i poq u e i ro? N ão . Seu I ra c i g os tava mesmo é d ej og a r fu tebo l . H o j e , a l ém da p i poca , e l e t re i n a umaeq u i pe amadora e fem i n i n a d o esporte . E o son hocon t i n u a .

N ão se torn ou j og ad or, mas fazer p i poca tam-bém é fe l i c i d a d e . O r i tu a l é es ta c i on a r o ca rr i n h o ,co l oca r o serta n e j o pa ra toca r, esq u en ta r a pan e l ae es tou ra r o m i l h o . “ Fazer p i poca é coz i n h a r tam-bém . Co l oco amor, tem que ter amor” . E é comg ran d e sa t i s fa ção q u e co l oca a p i poca no saq u i-n h o , g an h an d o o d i n h e i ro q u e su s ten tou por anose l e , s u a mu l h er e seu s se i s fi l h os . Vou embora eme d i s ta n c i o d e I ra c i , p en san d o o q u an to p i poca ,a c ima d e g as tron om i a , pod e ser pu ro amor.

Pipoca, amor e muito mais!

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Bruna Pratali