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1 DISCIPLINA: Processo Penal - Noturno XXI EXAME DA OAB NOME DO PROFESSOR: Joana D Arc Alves Trindade 3ª AULA dia 30.09.16 [email protected] - facebook – https://www.facebook.com/joana.darcalvestrindade SENTENÇA – art. 381 do CPP È composta por três partes: relatório: motivação ou parte conclusiva ou parte dispositiva: julga procedente ou improcedente a ação penal. Assim quando o juiz for proferir a sentença deve observar dentre outros os princípios da correlação e da consubstanciação. Princípio da correlação: traduz na necessidade de amoldar a sentença aos fatos descritos na inicial acusatória. Logo, entre o fato descrito na queixa ou denúncia e aquele pelo qual o réu será sentenciado deve haver correlação. Assim, o juiz não pode se desvincular dos fatos imputados ao réu, não podendo ficar aquém, nem ir além destes fatos, assegurando destarte o direito de defesa. Desta feita a adoção do princípio da consubstanciação, segundo o qual o réu se defende dos fatos descritos na denúncia ou queixa e não da capitulação descrita na peça. Desta forma, esses dois princípios estão ligados aos institutos da emendatio libelli e da mutatio libelli, previstos nos artigos 383 e 384 do CPP. Emendatio libelli - Trata-se da hipótese na qual o juiz, verifica que o fato narrado se encontra devidamente comprovado, mas discorda da capitulação jurídica constante da inicial. Neste caso, poderá proferir sentença condenatória com base em dispositivo penal que entende correto, ainda que em consequência, tenha que aplicar pena mais grave. Logo, não há ofensa ao princípio da correlação, pois o fato narrado é o mesmo. Obs: Pode o juiz reconhecer qualificadoras e causas de aumento de pena que, embora não capituladas, tenham sido descritas na peça inicial. Em relação às agravantes, poderão ser reconhecidas ainda que não descritas e capituladas. - art. 385 do CPP. - Se da nova classificação do crime resultar: a) a possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo o juiz deverá abrir vista ao MP. Se este entender que não é caso de efetuar a proposta ou sendo ela efetuada e recusada pelo réu retornarão os autos ao juiz para a sentença – art. 383, § 1º do CPP e Súmula 337 do STJ. b) a possibilidade de desclassificar o crime o juiz deverá remeter os autos ao juízo que seja competente. art. 383, § 2º do CPP. É decisão definitiva sendo apelável – art. 593, II do CPP. A emendatio libelli pode ser reconhecida em 2º grau, porém se houver recurso exclusivo da defesa o tribunal não poderá impor pena mais grave, diante do princípio que veda a reformatio in pejus – art. 617 do CPP. Mutatio libelli Trata-se da hipótese na qual o juiz, após encerrada a instrução criminal, reconhece o surgimento de elementos ou circunstâncias do fato não contidos na peça acusatória, que importam na alteração do fato. Como

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SENTENÇA – art. 381 do CPP

È composta por três partes: relatório: motivação ou parte conclusiva ou parte dispositiva: julga procedente ou

improcedente a ação penal.

Assim quando o juiz for proferir a sentença deve observar dentre outros os princípios da correlação e da

consubstanciação.

Princípio da correlação: traduz na necessidade de amoldar a sentença aos fatos descritos na inicial acusatória.

Logo, entre o fato descrito na queixa ou denúncia e aquele pelo qual o réu será sentenciado deve haver correlação.

Assim, o juiz não pode se desvincular dos fatos imputados ao réu, não podendo ficar aquém, nem ir além destes

fatos, assegurando destarte o direito de defesa.

Desta feita a adoção do princípio da consubstanciação, segundo o qual o réu se defende dos fatos descritos na

denúncia ou queixa e não da capitulação descrita na peça.

Desta forma, esses dois princípios estão ligados aos institutos da emendatio libelli e da mutatio libelli, previstos nos

artigos 383 e 384 do CPP.

Emendatio libelli - Trata-se da hipótese na qual o juiz, verifica que o fato narrado se encontra devidamente

comprovado, mas discorda da capitulação jurídica constante da inicial. Neste caso, poderá proferir sentença

condenatória com base em dispositivo penal que entende correto, ainda que em consequência, tenha que aplicar

pena mais grave. Logo, não há ofensa ao princípio da correlação, pois o fato narrado é o mesmo.

Obs: Pode o juiz reconhecer qualificadoras e causas de aumento de pena que, embora não capituladas, tenham

sido descritas na peça inicial. Em relação às agravantes, poderão ser reconhecidas ainda que não descritas e

capituladas. - art. 385 do CPP.

- Se da nova classificação do crime resultar:

a) a possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo o juiz deverá abrir vista ao MP. Se

este entender que não é caso de efetuar a proposta ou sendo ela efetuada e recusada pelo réu retornarão os autos

ao juiz para a sentença – art. 383, § 1º do CPP e Súmula 337 do STJ.

b) a possibilidade de desclassificar o crime o juiz deverá remeter os autos ao juízo que seja competente. art.

383, § 2º do CPP. É decisão definitiva sendo apelável – art. 593, II do CPP.

A emendatio libelli pode ser reconhecida em 2º grau, porém se houver recurso exclusivo da defesa o tribunal

não poderá impor pena mais grave, diante do princípio que veda a reformatio in pejus – art. 617 do CPP.

Mutatio libelli – Trata-se da hipótese na qual o juiz, após encerrada a instrução criminal, reconhece o surgimento

de elementos ou circunstâncias do fato não contidos na peça acusatória, que importam na alteração do fato. Como

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há evidente prejuízo ao acusado, deve ser adotado o procedimento do artigo 384 do CPP.

Assim, o MP deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 dias, podendo arrolar até 3 testemunhas, se em

virtude desta houver sido instaurado o crime de ação pública.

Se o MP recusar-se ao aditamento será aplicado por analogia o artigo 28 do CPP.

Realizado o aditamento a defesa será intimada para se manifestar em 5 dias, podendo arrolar até 3 testemunhas –

art. 384, § 2º do CPP.

Após, conclusos os autos, o juiz decidirá se recebe ou não o aditamento.

Recebido – o juiz designará dia e hora para a continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo

interrogatório do acusado e realização de debates e julgamento.

Se o aditamento não for recebido (caso ocorra uma das hipóteses do art. 395 do CPP), o processo prosseguirá

seu curso e o juiz proferirá a sentença, considerando os fatos descritos na peça inicial.

Obs. as regras dos parágrafos 1º e 2º do art. 383 do CPP são aplicáveis a mutatio libelli.

Obs. 2- A mutatio libelli não é aplicada em 2ª instância e nem nas ações penais privadas, somente nas ações penais

subsidiárias da pública – Súmula 453 do STF e art. 384 da CPP.

Reformatio in pejus (reforma para pior): é um princípio dirigido ao tribunal, ou seja, este não pode impor

situação mais gravosa ao acusado quando este apenas tiver recorrido, ou seja, quando houver recurso que for

exclusivo da defesa, é o que se depreende do disposto no art. 617 do CPP.

Reformatio in pejus indireta: anulada a sentença condenatória em recurso exclusivo da defesa, a nova decisão

não pode impor situação mais gravosa do que aquela imposta na sentença anulada. Logo, o juiz, na nova sentença,

não pode fixar pena mais severa do que a anulada, é o chamado efeito prodrômico da sentença.

Testes:

01. João foi denunciado pela prática de crime de furto simples. Na denúncia, o Ministério Público apenas

narrou que houve a subtração do cordão da vítima, indicando hora e local. Na audiência de instrução e

julgamento, a vítima narrou que João empurrou-a em direção ao chão dizendo que se gritasse "o bicho ia pegar",

arrancando, em seguida, o seu cordão.

Diante da narrativa da violência e da grave ameaça, o juiz fica convencido de que houve crime de roubo e não de

furto.

Sobre o caso apresentado, de acordo com o Código de Processo Penal, assinale a afirmativa correta.

a) O juiz na sentença poderá condenar João pelo crime de roubo, com base no artigo 383 do CPP, que assim

dispõe: "O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa,

ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave".

b) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a denúncia em 5 (cinco) dias. Se o

Ministério Público ficar inerte, o juiz deve aplicar o artigo 28 do CPP.

c) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a denúncia em 5 (cinco) dias. Se o

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Ministério Público ficar inerte, o juiz poderá condenar João pelo crime de roubo, tendo em vista que a vítima

narrou a agressão em juízo.

d) O juiz poderá condenar João pelo crime de roubo, independentemente de qualquer providência, em

homenagem ao princípio da verdade real.

02. Wilson está sendo regularmente processado pela prática do crime de furto. Durante a instrução criminal,

entretanto, as testemunhas foram uníssonas ao afirmar que, para a subtração, Wilson utilizou-se de grave ameaça,

exercida por meio de uma faca.

A partir do caso narrado, assinale a opção correta.

a) A hipótese é de emendatio libelli e o juiz deve absolver o réu relativamente ao crime que lhe foi imputado.

b) Não haverá necessidade de aditamento da inicial acusatória, haja vista o fato de que as alegações finais orais

acontecem após a oitiva das testemunhas e, com isso, respeitam-se os princípios do contraditório e da ampla

defesa.

c) A hipótese é de mutatio libelli e, nos termos da lei, o Ministério Público deverá fazer o respectivo aditamento.

d) Caso o magistrado entenda que deve ocorrer o aditamento da inicial acusatória, se o promotor de justiça e,

recusar-se a fazê-lo, o juiz estará obrigado a absolver o réu da imputação que lhe foi originalmente atribuída.

03. A jurisprudência uníssona do Supremo Tribunal Federal admite a proibição da reformatio in pejus indireta. Por

este instituto entende-se que

a) o Tribunal não poderá agravar a pena do réu, se somente o réu houver recorrido - não havendo, portanto,

recurso por parte da acusação.

b) o juiz está proibido de prolatar sentença com condenação superior à que foi dada no primeiro julgamento

quando o Tribunal, ao julgar recurso interposto apenas pela defesa, anula a sentença proferida pelo juízo a quo.

c) o Tribunal não poderá tornar pior a situação do réu, quando não só o réu houver recorrido.

d) o Tribunal está proibido de exarar acórdão com condenação superior à que foi dada no julgamento a quo

quando julga recurso da acusação.

04. Antônio Ribeiro foi denunciado pela prática de homicídio qualificado, pronunciado nos mesmos moldes da

denúncia e submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri em 25/05/2005, tendo sido condenado à pena de 15

anos de reclusão em regime integralmente fechado. A decisão transita em julgado para o Ministério Público,

mas a defesa de Antônio apela, alegando que a decisão dos Jurados é manifestamente contrária à prova dos

autos. A apelação é provida, sendo o réu submetido a novo Júri. Neste segundo Júri, Antônio é novamente

condenado e sua pena é agravada, mas fixado regime mais vantajoso (inicial fechado).

A esse respeito, assinale a afirmativa correta.

a) Não cabe nova apelação no caso concreto, em respeito ao princípio da soberania dos veredictos.

b) A decisão do juiz togado foi incorreta, pois violou o princípio do ne reformatio in pejus, cabendo apelação.

c) A decisão dos jurados foi incorreta, pois violou o princípio do tantum devolutum quantum appelatum.

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d) Não cabe apelação por falta de interesse jurídico, já que a fixação do regime inicial fechado é mais vantajosa

do que uma pena a ser cumprida em regime integralmente fechado.

Questões:

1. Quantas partes compõe a sentença? Tem alguma exceção?

2. O que mutatio libelli

3. O que é emendatio libelli?

4. Qual providencia deve ser tomada, pelo juiz, em caso de recusa pelo MP em realizar o aditamento em face da

mutatio libelli?

5. Quantas testemunhas podem ser arroladas em caso de aditamento da denúncia?

6. O que é reformatio in pejus indireta?

7. O que reformatio in pejus?

8. O que significa o princípio da correlação/ congruencia?

9. O que significa o princípio da consubstanciação/

RECURSOS

Pressupostos

Podem ser:

A) Objetivos

1. Cabimento ou previsão legal: está ligado ao princípio da taxatividade dispondo que todos os recursos

devem estar previstos em lei.

Está adstrito a dois princípios:

- Fungibilidade (é chamado também de Teoria do Recurso Diferente): é a aceitação pelo tribunal de

um recurso por outro - art. 579 do Código de Processo Penal, salvo hipótese de má-fé ou erro grosseiro,

quando há dúvida na própria doutrina, o recurso deve ser considerado correto.

- Unicidade, unirrecorribilidade ou singularidade das decisões: proíbe que a mesma parte interponha

mais de um recurso contra a mesma decisão, quando previsto em lei.

2. Tempestividade: a lei estabelece os prazos recursais que, se inobservados, determinarão o não-conhecimento

do recurso interposto. Não é demais lembrar que os prazos recursais são contínuos e peremptórios, não se

interrompendo por férias, domingo ou feriado, salvo se houver impedimento do juiz, por força maior ou

obstáculo judicial oposto pela parte contrária (art. 798, § 4º).

Os prazos só começam a correr a partir do primeiro dia útil após a intimação. Logo, não se computa o dia do

começo (dies a quo), incluindo-se o dia do vencimento (dies ad quem).

Vide Súmulas 216 do STJ, 310, 428 e 448 do STF.

Atenção – vide - Súmula 710 do STF – “No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos

autos do mandado ou da carta de ordem”.

3. Regularidade Procedimental- Art. 578 do CPP - a interposição do recurso pode ser de duas formas por

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escrito precatória ou ou por termo nos autos. Ex. Rese e Apelação.

4. Ausência de fatos impeditivos ou extintivos:

Fatos impeditivos: – são aqueles que surgem antes do recebimento do recurso, impedindo seu

prosseguimento.

Renúncia: refere-se antes a manifestação anterior à interposição do recurso e que resulta na preclusão ou no

trânsito em julgado e, consequentemente, na coisa julgada.

Caso haja divergência entre o réu sucumbente e seu advogado quanto à renúncia, a jurisprudência predominante

inclina-se em aceitar a vontade do defensor, visto como, não ser o réu tecnicamente habilitado. Súmula 705 do

STF.

Fatos extintivos: são fatos supervenientes à interposição do recurso que impedem seu conhecimento. Ex:

desistência e deserção.

Desistência – representa a manifestação expressa do réu, promovida após a interposição do recurso, o que

impossibilita seu julgamento. É vedado ao MP, em face do princípio da indisponibilidade da ação penal.

B) Subjetivos

1.Interesse jurídico: se firma na utilidade e necessidade de se recorrer da sentença. É o prejuízo que a parte tem

com a decisão. Em face desse gravame, ela terá interesse em recorrer. A sucumbência faz surgir o interesse – art.

577, parágrafo único do CPP.

2. Legitimidade: O MP, o querelante, o réu, seu procurador ou seu defensor (art. 577 do CPP) assistente de

acusação em alguns casos - art. 268 do CPP.

É deferida também a legitimidade a qualquer pessoa que questione a idoneidade de um jurado incluído na lista

geral – art. 581, XIV do CPP, quem julga o recurso é o próprio Presidente do Tribunal do Júri.

Efeitos dos recursos

- Devolutivo: trata-se da devolução ao órgão jurisdicional para o reexame da matéria objeto da decisão.

- Suspensivo: o recurso funciona como condição suspensiva da eficácia de decisão, que não pode ser executada até

que ocorra julgamento final.

- Extensivo: está previsto no art. 580 do Código de Processo Penal - no caso de concurso de agentes, a decisão do

recurso interposto por um dos réus, se fundados em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal,

aproveitará aos demais. Esse efeito é aplicável a todos os recursos às ações impugnativas autônomas Habeas Corpus

e revisão criminal.

- Regressivo/iterativo/diferido: Juízo de retração - quem prolatou decisório o reexaminará. v.g., RESE – Art. 589

do CPP.

RECURSO DE OFICIO

Decisões que obrigam ao reexame:

A sentença que concede habeas corpus (art. 574, inciso I do CPP).

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A decisão absolutória e de arquivamento em processos de crimes contra a economia popular ou saúde pública (art. 7º da Lei

1.521/51).

A sentença concessiva de reabilitação crimina (art. 93 e ss do CP).

Características desse recurso:

- Busca um exame confirmatório pelo tribunal.

- Não é fundamentado.

- Não existem razões. O juiz no final de sua decisão dirá: “desta decisão, recorro de ofício”.

- O juiz não é sucumbente e não tem interesse jurídico.

- é uma condição de eficácia da decisão sob pena de nulidade (art. 564, III, “n” do CPP).

Fundamento: interesse público, pois certas decisões em face do interesse social presumem um prejuízo social,

razão pela qual deve passar pelo tribunal para o reexame.

APELAÇÃO

Cabimento: nas hipóteses previstas no art. 593, I, II e III do CPP

Legitimidade: o ministério público, assistente de acusação; o réu e o curador; defensor público ou dativo não

está obrigado a recorrer em face do princípio da voluntariedade e no caso de falecimento do acusado O C

(cônjuge), A (ascendente), D (descendente),I (irmão), não têm legitimidade para recorrer, ou mesmo para

continuar no processo já apresentado pelo acusado, pois a sentença não transitou em julgado e sendo assim

nenhum reflexo subsistirá ao C.A.D.I.

Forma de apresentação – por petição ou termo nos autos

Prazo: como regra 5 dias para a interposição.

Exceção

- Assistente não habilitado -15 dias – art. 598, do CPP

- JECRIM – 10 dias (interposição e razões apresentadas de forma simultânea e interposição por petição escrita)

Efeitos:

a) Devolutivo

b) Pode ter efeito suspensivo:

Apelação de sentença absolutória própria não possui efeito suspensivo.

Apelação de sentença absolutória imprópria possui efeito suspensivo (nada impede que seja decretada a prisão

preventiva).

Apelação de sentença condenatória sempre suspende a execução da pena , seja ela de multa (nada impede que seja

decretada a prisão preventiva).

Súmula 347 do STJ – o conhecimento do recurso de apelação independe de sua prisão.

c) Extensivo é aquele que beneficia acusado não recorrente, salvo se for de caráter pessoal (artigo 580 do CPP).

d) Não tem efeito regressivo.

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RESE – Arts. 581 a 592 do CPP

É o recurso mediante o qual se procede ao reexame de uma decisão nas matérias especificadas em lei,

possibilitando ao próprio juiz recorrido uma nova apreciação da questão antes da remessa dos autos à segunda

instância.

Procedimento:

1) Prazo: interposição 5 dias, contados da intimação da decisão (art.586, do CPP)

2) Razões 2 dias, não se exigindo a resposta do recorrido, conforme se verifica pelo disposto no artigo 589 do

CPP.

Exceção. O prazo será de 20 dias, no caso do art. 581, XIV, do CPP, que começará a contar a partir da

publicação da lista geral de jurados.

3) Contrarrazões – 2 dias

Competência. O recurso deve ser endereçado ao tribunal competente para apreciá-lo, mas a interposição far-se-á

perante o juiz recorrido (juiz de 1º grau) para que este possa rever a decisão em sede de juízo de retratação.

Exceção: na hipótese do inciso XIV do art. 581 do Código de Processo Penal, a competência para julgar o RESE

é do Juiz Presidente do Tribunal do Júri.

Após a manifestação das partes, o juiz no prazo de 2 dias poderá manter ou reformar a sua decisão .

Se o julgador mantiver sua decisão, os autos, ou o traslado, subirão ao Juízo ad quem ( ou seja ao tribunal);

Se reformar sua decisão, o recorrido, por simples petição, e dentro de 5 dias, poderá requerer a subida dos

autos. O recorrido deverá ser intimado, no caso de retratação do juiz (art. 589 parágrafo único)

O recurso em sentido estrito é interposto perante o Juiz, mas endereçado ao Tribunal de Justiça ou ao Tribunal

Regional Federal da 3ª Região de acordo com sua competência, podendo subir por instrumento ou nos próprios

autos conforme arts. 583 e 587 do Código de Processo Penal.

Nos próprios autos (art. 583, do CPP). É elaborado o recurso e o juiz remeterá todo o processo para o tribunal

(vide art. 581, I, III, IV, VIII e X, do CPP);

Por instrumento (art. 587 do CPP) Formação de novo processo com cópias do processo original (nas demais

hipóteses do art. 581, do CPP). Neste caso a parte deverá indicar, na petição de interposição, quais as peças que

deverão ser trasladadas (copiadas), para a formação do instrumento.

Efeitos do RESE:

1. Devolutivo. Devolve-se ao tribunal ad quem a matéria que foi objeto da impugnação;

2. Poderá ter ou não efeito extensivo. É o que possibilita a extensão dos efeitos da decisão do RESE, interposto

por um recorrente, aos demais corréus que não recorreram desde que não tenha sido fundada em caráter

pessoal (art. 580, do CPP)

3. Regressivo (diferido, interativo). Consiste na possibilidade do próprio juiz a quo reapreciar a decisão recorrida,

por meio do juízo de retratação.

4. Suspensivo, como regra, o RESE não produz este efeito. Contudo, o artigo 584, §§2º e 3º, do CPP, traz as

possibilidades em que poderão se dar este efeito.

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Ex. No caso de RESE contra decisão que decretou a quebra da fiança, ficam suspensos somente os efeitos

decorrentes da perda da metade de seu valor.

Em virtude da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84), o rol do artigo 581, ficou reduzido, pois esta lei

estabeleceu o recurso de Agravo de Execução para as hipóteses que tratam de decisões proferidas em fase da

execução da pena, ou seja, os incisos XI (2ª parte), XII, XVII, XIX ao XXIII de mencionado artigo, portanto não

será cabível a interposição do recurso em sentido estrito.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – arts. 382 e 619 do CPP

Cabimento

É prevista sua oposição com base nos artigos 382 e 619 do CPP, quando constar do acórdão ou da sentença

ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão (AOCO) no prazo 2 dias.

A sua interposição interrompe o prazo para interpor os demais recursos.

Quando dirigido ao tribunal o próprio Relator do recurso (2ª instância) no qual foi proferida a decisão deve

esclarecer. O Relator apresentará o requerimento, independentemente de revisão, julgado na primeira sessão

conforme o artigo 620 do Código de Processo Penal.

Se o requerimento dos embargos de declaração não preencher os requisitos previstos no artigo 620 do Código de

Processo Penal, o Relator poderá indeferi-lo in limine. De tal decisão caberá Agravo Regimental.

EMBARGOS INFRINGENTES E/OU DE NULUDADE – ART. 609, § ÚNICO DO CPP

Trata-se de recurso PRIVATIVO DA DEFESA.

São oponíveis contra acórdãos não unânimes proferidos por tribunais de segundo grau desfavoráveis ao réu (art.

609, parágrafo único de CPP).

Acórdãos RESE, AGRAVO EM EXECUÇAO e APELAÇÃO, os demais acórdãos não admitem a oposição

desse recurso.

Obs. Não será possível a oposição dos embargos infringentes ou de nulidade das decisões das turmas recursais

(JECRIM) mesmo que as decisões sejam oriundas de recurso em sentido estrito ou apelação.

Logo, são três os requisitos:

a) a existência de decisão não unânime;

b) que essa decisão seja desfavorável à defesa;

c) que tenha sido proferida no julgamento de recurso em sentido estrito, apelação e agravo em execução.

Prazo: 10 dias (da publicação do acórdão embargado).

Efeito devolutivo limitado a divergência do voto vencido.

Competência: a petição deve ser endereçada ao Relator.

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Quando a divergência versar sobre matéria estritamente processual, capaz de tornar inválido todo o processo.

Nesse caso, os embargos visam à anulação do feito, possibilitando a sua renovação, recebem a denominação de

EMBARGOS DE NULIDADE. Quando a divergência se fundamentar sobre o mérito, recebem a denominação

de EMBARGOS INFRINGENTES.

Procedimento: art. 613 do CPP – os embargos seguirão o procedimento das apelações. interpostas das sentenças

proferidas em processo por crime que a lei comine pena de reclusão. Os regimentos internos dos tribunais

disciplinarão as regras de processamento dos recursos, bem como a competência interna para sua apreciação- art.

618 do CPP.

Não há necessidade de recolhimento a prisão para opor os embargos e caso esteja preso e fuja não poderá se

tornar deserto.

CARTA TESTEMUNHÁVEL – ARTS. 639 E 646 DO CPP

É um recurso cabível da decisão denegatória dos recursos de RESE e do Agravo em Execução ou da que os

admitindo obstar o seu seguimento.

É subsidiário somente cabível quando não houver possibilidade de outro recurso.

Prazo:

Interposição 48 horas da intimação da decisão que denega o recurso ou obsta seu seguimento (art. 640 do CPP).

Razões e Contrarrazões. Prazo de 2 dias (arts. 588 e 589 do CPP). Obs. Não se aplicando somente o § único do

art. 589 do CPP, pois se o juiz reformar a decisão não cabe recurso.

A falta de razões na carta não impede seu conhecimento.

Procedimento:

A petição de interposição é endereçada ao Escrivão do Cartório indicando as peças do processo a serem

trasladadas. O escrivão dará recibo da petição à parte e no prazo de 5 dias, fará entrega da carta devidamente

conferida e concertada (art. 641 do CPP).

Formada a carta o escrivão deverá submetê-la a apreciação do juiz que poderá modificar ou não a sua decisão. Art.

640.

Se modificar a carta perde seu objeto.

Se não modificar o escrivão deverá remetê-la ao Tribunal para julgamento.

Efeito não tem efeito suspensivo

Endereçamento ao Escrivão do Cartório indicando as peças do processo a serem trasladadas na peça de

interposição.

Vide art. 644 do CPP. Se a carta estiver suficientemente instruída (com as peças que possibilitem ao tribunal

apreciar o recurso não admitido e com as razões expressamente nesse sentido) permite-se ao tribunal decida a

respeito do recurso denegado.

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO – ART. 102, III, “a”, “b”, “c” e “d” da CF

É interposto junto ao Supremo Tribunal Federal e tem por finalidade tutelar o direito objetivo de natureza

constitucional. Adequado para questões de direito constitucional federal permitem sua interposição e, tem por

finalidade, assegurar a supremacia da Constituição Federal.

Cabimento

As causas decididas em única e última instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo da Constituição Federal (ex: indeferir o depoimento da testemunha, arrolada pelo

acusado, sem qualquer justificativa, mantida a decisão pelo tribunal, pode ensejá-lo; contrariar significa ofender,

contestar);

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal (para tanto é necessário que a decisão recorrida afirme

a incompatibilidade com a Constituição Federal);

c) julgar válida lei ou ato do governo local contestado em face desta Constituição;

d) julgar válida a lei local contestada em face de lei federal.

Pressuposto novo introduzido pela Emenda Constitucional 45/04 para admissão do recurso extraordinário - vide

artigo 102 parágrafo 3º da CF: O recorrente deverá demonstrar a repercussão geral da questão constitucional

discutida, ou seja, a matéria constitucional deduzida não pode estar restrita ao âmbito do feito examinado, mas

deve haver uma probabilidade de que se apresente também em situações futuras.

Ainda quanto a admissibilidade e ao processamento, exige-se que a matéria objeto do recurso tenha sido

apreciada, de algum modo, na decisão recorrida, é o que se denomina – prequestionamento – um dos

pressupostos recursais.

Ademais não se discute matéria de fato somente de direito. Súmulas 279 do STF e Súmula 07, STJ.

Efeito: serão recebidos apenas no efeito devolutivo. Pela doutrina e jurisprudência é reconhecida a

impossibilidade do efeito suspensivo.

Recurso: O recurso cabível contra a decisão denegatória do recurso extraordinário é o agravo de instrumento

Prazo: 15 (quinze) dias.

Interposição: é composta por duas peças (interposição e razões) a interposição dirigida ao presidente do tribunal

“a quo” com a indicação expressa do cabimento do recurso e razões ao Supremo Tribunal Federal.

RECURSO ESPECIAL – ART. 105, III, “a”. “b” e “c” da CF

Conceito: é um recurso destinado a devolver ao STJ questão federal de legislação de natureza infraconstitucional,

suscita pelos Tribunais Regionais Federais, Tribunais dos Estados, do Distrito Federal.

Pressupostos específicos:

1. Causa decidida em única e última instância.

2. Prequestionamento – esgotamento prévio de todas as vias recursais (também exigível no REXT).

3. Questões federais de natureza infraconstitucional. Estas estão arroladas no artigo 105, III da CF:

a) que contrariarem tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

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b) que julgar válida lei ato de governo local contestado em face de lei federal;

c) que der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído por outro Tribunal.

Possui efeito devolutivo.

Prazo. 15 (quinze) dias.

Interposição. é composto por duas peças (interposição e razões) por petição dirigida ao presidente do tribunal “a

quo” com a indicação expressa do cabimento do recurso e razões ao Superior Tribunal de Justiça.

Da mesma forma que o recurso Extraordinário não é permitido o reexame de matéria de fato – Súmula 07 do STJ.

Por não ser o Colégio Recursal (JECRIM) um tribunal de suas decisões não cabe recurso especial - Súmula 203

STJ.

Distinção fundamental entre o recurso extraordinário e especial, segundo Ada, Magalhães e Scarance: para o

primeiro não é necessário que tenha sido a decisão proferida por um tribunal, contudo para o especial é

indispensável.

Por esta razão das decisões do Juizado Especial Criminal caberá recurso extraordinário para o STF. Da mesma

forma quando se trata de HC deve ser impetrado no STF e não no STJ – Vide súmulas 640 do STF e 203 do STJ.

INTERPOSIÇÃO SIMULTÂNEA DO RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO

Neste caso o recorrente deverá interpô-los em petições distintas. Se admitidos, os autos serão encaminhados ao

STJ, para julgamento do Recurso especial. Julgado este os autos serão remetidos ao STF, se o recurso

extraordinário já não se encontrar prejudicado.

Obs. O julgamento do recurso especial ficará sobrestado, se o relator do RESP considerar que o REXT é

prejudicial àquele. Neste deverá remeter os autos ao STF para julgamento do REXT.

Se o relator do REXT discordar com o relator do RESP, devolverá os autos ao STJ.

Das decisões de remessa do relator do RESP para o STF, bem como a decisão a decisão do Relator deste,

devolvendo os autos para julgamento do recurso especial, são decisões irrecorríveis.

Recurso: contra a decisão denegatória do recurso especial é o agravo de instrumento

AÇÃO DE REVISÃO CRIMINAL - ART. 621 e ss do CPP

Natureza jurídica. Não é recurso, é ação própria, autônoma impugnativa com o objetivo de desconstituir uma

sentença penal condenatória já transitada em julgado.

Certidão. A petição deverá ser instruída com certidão de transito em julgado da sentença.

Meio privativo da defesa. Não existe revisão pro societate (em favor da sociedade) e sim pro reo( em favor do réu).

Prazo. Pode ser proposta durante o cumprimento de pena, ou seja, antes ou após extinção da pena, e, ainda, após

a morte, hipótese esta de representatividade por seus legitimados objetivando o resgate da honra do condenado.

Logo, não há prazo.

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Requisitos para a propositura (art. 621 do CPP)

a) Legitimidade. Pode ser requerida pelo próprio réu, por seu procurador habilitado e no caso de sua morte,

pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

b) Interesse de agir. A existência de coisa julgada – sentença condenatória transitada em julgado, comprovada

através de certidão cartorária.

Embora seja pressuposto essencial da revisão existência de uma sentença condenatória definitiva, admite-se, da

sentença absolutória imprópria, aquela que impõe ao inimputável aplica uma medida de segurança.

c) possibilidade jurídica do pedido e causa de pedir. O primeiro traduz pela existência de uma sentença

condenatória e o segundo deve ser analisado segundo a possibilidade jurídica da causa de pedir, ou seja, a petição

deve conter um dos vícios arrolados nos incisos do artigo 621 do CPP:

I. quando a sentença condenatória a ser desconstituída for contrária ao texto expresso da lei penal ou

à evidência dos autos;

II. quando a sentença condenatória a ser desconstituída se fundar em depoimentos, exames ou

documentos comprovadamente falsos;

III. quando, após a sentença, forem descobertas novas provas de inocência do condenado ou de

circunstância que determine ou autorize diminuição da pena estabelecida.

Competência. O requerimento deve ser dirigido ao Presidente do Tribunal Competente. Vide artigo 624 do

Código de Processo Penal.

1. Via de regra, a competência para conhecer, processar e julgar a Revisão Criminal é dos Tribunais em segunda

instância (Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal) .

ou

2. Das cortes superiores (STF, art. 102, I, “j” e STJ art. 105, I, “e”, ambos da Constituição Federal), quando

tiverem apreciado o mérito da decisão condenatória. A decisão assim proferida substituiria aquela recorrida, estaria

afirmada a sua competência para a revisão das condenações por eles proferidas.

Pedido de indenização. O peticionário poderá cumular na ação de revisão o pedido de indenização pelos

prejuízos sofridos (art. 630 do CPP).

Desnecessidade de recolhimento da prisão (Súmula 393 do STF).

Efeitos: julgada procedente, a revisão poderá absolver o condenado, reduzir a pena, alterar a classificação da

infração ou anular o processo. Em caso de absolvição, há o restabelecimento de todos os direitos perdidos em

virtude da condenação (art. 626 do CPP).

Vedação. É defeso o agravamento da pena imposta pela decisão revista, ou seja, a reformatio in pejus - artigo 626,

parágrafo único do CPP.

Renovação do pedido. Poderá ser proposta uma única vez, salvo se fundado em novas provas. É possível o

pedido de revisão dos veredictos do júri, bem como das decisões condenatórias proferidas pelo JECRIM.

Empate na decisão: prevalecerá a mais benéfica para o réu.

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CORREIÇÃO PARCIAL – REGIMENTO INTERNO DOS TRIBUNAIS

Finalidade. É um recurso contra despachos do juiz que importem em inversão tumultuária do processo, ou seja,

voltado à correção dos erros de procedimento adotados pelo Juiz de primeira instância, na condução do processo.

Somente deverá ser utilizado quando não houver outros recursos mais específicos, previstos em lei.

Tendo por objeto somente o erro cometido pelo juiz em ato processual - error in procedendo e não error in judicando

(quando se pretende impugnar decisão que envolve matéria de mérito).

Legitimidade, O réu, o Ministério Público, o querelante e, segundo alguns doutrinadores o assistente da

acusação. Qualquer deles pode ser prejudicado pela inversão, possibilitando causa de nulidade.

Competência. Câmara do Tribunal de Justiça.

Prazo. 5 dias do despacho ou ato impugnado. Contudo, a questão não é pacífica prevalecendo o entendimento

que o procedimento deste recurso, não segue o RESE e sim o agravo de instrumento do processo civil, logo seu

prazo seria de 10 dias. (Fernando Capez).

Existem alguns casos mais frequentes em que a jurisprudência tem aceitado a correição parcial:

a. decisão que excluir o assistente de acusação anteriormente habilitado;

b. de despachos que indeferem pedido de incidente de insanidade;

c. da decisão que dispensa de testemunha arrolada na denúncia sem desistência do promotor.

d. não envio de inquérito à polícia, após ter sido encerrado, para novas diligências requisitadas pelo Promotor

Público.

e. Decisão que, no momento de ser recebida a denúncia altera a classificação do delito.

f. Da decisão que indeferir o retorno dos autos à Delegacia para diligências e outros tantos.

Este recurso não possui efeito suspensivo, salvo se demonstrada a existência de periculum in mora ou dano

irreparável.

Após ser julgada a correição parcial, o acórdão será conferido até a sessão seguinte à do julgamento e remetido por

cópia ao juiz de origem, no prazo de 48 horas.

RECURSO DE AGRAVO EM EXECUÇÃO – LEI 7.210/84

A Lei de Execução Penal nº 7.210/84, em seu artigo 66, taxativamente elenca as decisões das quais caberá Recurso

de Agravo em execução.

Algumas das decisões contidas no artigo 66 foram extraídas dos incisos XI (2ª parte), XII, XVII, XIX, XX, XXI,

XXII e XXIII, do artigo 581, do Código de Processo Penal, porém até hoje não houve a reforma em nosso

Código, permanecendo referidos incisos em sua integra, o que pode induzir o aluno a pensar que todas as

hipóteses ali elencadas caberiam o recurso em sentido estrito.

Assim, com a nova lei, foi criado um recurso novo, ou seja, agravo em execução – que é um recurso utilizado para

impugnar toda decisão proferida pelo juiz da Execução Criminal.

Nestas hipóteses e por ocorrerem somente dentro da esfera da Vara das Execuções, o recurso cabível, passou a

ser o Recurso de Agravo que, da mesma forma do RESE, deverá ser dirigido ao Juiz que proferiu a decisão, ou

seja, o da Vara das Execuções, cabendo juízo de retratação.

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Efeito. Devolutivo

Inexiste efeito suspensivo, salvo em um caso, quando o juiz expedir ordem para desinternar ou liberar o indivíduo

sujeito a medida de segurança (art. 179 da LEP).

Legitimidade. Admite-se que o réu o faça diretamente, por termo, e em seguida o juiz determina a abertura de

vista para o advogado, para as apresentações de razões.

Estendem-se ao defensor, ao ministério, ao cônjuge, parente ou descendente – art. 195 LEP.

Consoante dispõe a Súmula 700 do STF o prazo é de cinco dias posto que o Recurso de Agravo segue o

procedimento adotado para o RESE.

HABEAS CORPUS – ART.; 647 a 667 do CPP E ART. LXVIII E ART. 102,I, i da CF

Conceito. É remédio constitucional destinado a tutelar a liberdade de locomoção: o direito de ir, vir e

permanecer, quando violado ou preservá-lo quando sob ameaça concreta, atual ou iminente, contra ilegalidade ou

abuso de poder.

Natureza jurídica. É uma ação penal popular constitucional. No HC temos a seguintes figuras:

Paciente é aquele que sofre ou está ameaçado de sofrer a coação ilegal.

Obs: Apenas as pessoas físicas podem ser pacientes não é possível a impetração em favor das pessoas jurídicas. E

quanto a eventuais diretores, gerentes ou sócios que venham a ter sua liberdade constrangida ou ameaçada podem

ser pacientes no HC, enquanto pessoas físicas.

Impetrante é a pessoa que pede a ordem de “habeas corpus”.

Pode ser qualquer pessoa, inclusive o próprio paciente em seu favor. Não exige capacidade postulatória e por

outro lado, também não se exige capacidade, podendo ser impetrado por um menor, insano mental, ainda que não

assistidos, desde que alguém assine a seu rogo, inclusive o próprio analfabeto.

Reconhece também a legitimidade da pessoa jurídica impetrar HC em favor de pessoa física, inclusive o Ministério

Público (art. 654 do Código de Processo Penal).

Igual faculdade não é conferida ao Delegado de polícia e ao juiz de direito em relação aos quais, na qualidade de

titulares dos cargos mencionados, não se reconhece legitimidade, para impetração do writ.

Os juízes ou tribunais podem expedir ou conceder de ofício, uma ordem de habeas corpus, sempre que verificar, no

curso do processo, que alguém está sofrendo ou se encontra na iminência de sofrer uma coação ilegal (Art. 654,

parágrafo 2º do CPP).

Impetrada é a autoridade a quem é dirigido o pedido, ou seja, hierarquicamente superior à autoridade coatora.

Autoridade coatora é aquela que exerce ou determina o constrangimento ilegal. Pode ser:

a) contra ato ilegal de particular

Exs: Retenção de paciente em hospital, internação compulsória de pessoa não interditada, pessoa retida por

empregador.

b) contra ilegalidade ou abuso de poder de autoridade pública (executivo, legislativo ou judiciário) Ex: O

presidente de uma CPI, no âmbito do Poder Legislativo, determina, fora da hipótese de flagrante, a prisão de “X”

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em razão de suspeita de seu envolvimento em tráfico de influências, desvio de verbas públicas etc.

Prazo: não tem prazo.

Liminar em HC (Art. 660, parágrafo 2º do CPP) é admissível, se os documentos evidenciarem a ilegalidade.

Competência: o HC será endereçado à autoridade hierarquicamente superior àquela tida como coatora.

TJ - art. 74, IV da CE c/c art. 96, II da CF;

TRF – art. 108, I, d CF;

STJ - art. 105, I, “c” da CF;

STF – art. 102, I, “d” e “i” da CF.

Espécies

Preventivo e Liberatório.

Preventivo é aquele que tem por finalidade impedir futuro constrangimento ilegal, pede-se a tutela

antecipadamente, para evitar que ameaça de prisão se efetive - art. 660, § 4º do Código de Processo Penal –

Deferida a ordem é expedido salvo-conduto, impedindo-se, que o paciente seja preso ilegalmente.

Repressivo ou liberatório é aquele que tem como finalidade afastar o constrangimento ilegal à liberdade de

locomoção já existente. O paciente já está sofrendo a coação no direito de ir e vir – razão pela qual será expedido

alvará de soltura com intuito de restabelecimento da liberdade – art. 660, parágrafo 1º, do CPP.

Requisitos

a) Deve ser formulado por escrito e em língua portuguesa.

b) Leia os demais requisitos no art. 654, parágrafo 1º do CPP.

c) Apesar do silêncio da lei é de bom alvitre que a petição de HC seja instruída por documentos aptos a

demonstrar a ilegalidade.

Cabimento. Está previsto no art. 648 do CPP é apenas exemplificativo, admitindo-se outras hipóteses.

Procedimento:

As regras estão disciplinadas no artigo 654 e ss:

a) Oferecimento da petição inicial.

b) Concessão de liminar: embora não prevista em lei é admitida pela jurisprudência, em caráter excepcional

sempre que presentes os requisitos do fumus boni iuris (fumaça do bom direito) e do periculum in mora (perigo da

demora), por analogia do Mandado de segurança que permite a concessão liminar.

Atenção: (Sumula 691 do STF) – Não é admissível o pedido de liminar contra indeferimento de liminar em

HC impetrado perante outro tribunal.

c) Apresentação do preso se o juiz julgar necessário, marcando dia e hora (mas esta prática está em completo

desuso), sendo substituída pelo pedido de informações da autoridade coatora (art. 662 do CPP).

d) Junto com as informações recomenda-se que o coator encaminhe documentos que demonstrem a veracidade

dos fatos alegados.

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e) Não é permitida a fase de instrução probatória. Contudo a inicial deve vir acompanhada de prova documental

pré-constituída, pois ao impetrante incumbe o ônus da prova, mas não esqueça que também o coator deverá

encaminhar documentos que evidenciam a não existência de constrangimento ilegal.

f) Intervenção do MP – no procedimento de 1º grau não há previsão legal, contudo, não significa que o MP não

possa intervir em face do disposto no art. 127 da CF. Lembre-se contudo que o MP deve ser intimado de

qualquer decisão, seja denegatória ou concessiva da ordem de HC.

d) Intervenção do assistente – não pode (art. 268 do CPP).

e) Intervenção do querelante – pode.

Efeitos do julgamento:

a. poderá o paciente ser colocado em liberdade (art. 660, parágrafo 1º do CPP);

b. poderá ser concedida a fiança ao acusado (art. 660, parágrafo 3º do CPP);

c. poderá ser expedido salvo-conduto, se for HC preventivo (art. 660, parágrafo 4º do CPP);

d. A decisão favorável do HC pode ser estendida, à outros interessados que estejam em situação idêntica à do

paciente beneficiado – por analogia ao art. 580 do CPP.

e. A renovação do processo ab initio ou partir do ato viciado, se o HC tiver por objeto a anulação do processo.

f. Trancamento do IP ou da ação penal.

Recursos cabíveis das decisões denegatórias:

- Se o pedido de “habeas corpus” for denegado em 1ª instância – caberá recurso em sentido estrito (Art. 581, X

do CPP).

- Se o pedido de habeas corpus for denegado em 2ª instância, cabe ROC endereçado ao:

a) STJ, de acordo com o artigo 105, II, “a” e “b” da Constituição Federal.

Ou

b) STF, de acordo com o artigo 102, II, “a” da Constituição Federal.

- Se o juiz de 1ª instância conceder o habeas corpus deverá recorrer de OFÍCIO (art. 574, I do Código de Processo

Penal), o que não impede que o Ministério Público recorra voluntariamente, ex vi do art. 581, X do Código de

Processo Penal.

Não admissibilidade do Habeas corpus. Art. 142, § 2º, CF – nas punições disciplinares militares quando

pretender discutir o mérito da medida determinada. No entanto nada impede, porém, que ocorra a impetração

quando presentes vícios formais que destaquem a medida como ilegal. Ex: incompetência do detentor da patente

que ordenou a prisão disciplinar

Súmulas do STF: 606 e 690 a 696

Súmula 690 do STF: “compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de habeas corpus contra

decisão de turma recursal de juizados especiais criminais”. Contudo, a partir do julgamento do HC 86.834, esse

entendimento foi alterado, para reconhecer a competência para o HC aos Tribunais de Justiça ou Tribunais

Regionais Federais.

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RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

ART. 102, II, “a” e “b” e art.105, II “a” e “b” da CF e Lei 8.038/90

Órgão julgador

1. STF: no art.102, II, “a” da Constituição Federal: Cabimento:

a) Quando houver uma decisão denegatória proferida em única pelos Tribunais Superiores:

de habeas corpus, mandado de segurança, habeas data e mandado de injunção”.

Assim, impetrada uma ordem de habeas corpus, originariamente, ao STJ, ao TSE ou ao STM, se denegatória

a ordem, cabível será o ROC.

b) Das decisões proferidas pelo juiz Federal nos crimes políticos – Lei de Segurança Nacional – Lei

7.170/83, portanto não é cabível apelação – art. 102, II “b” da CF.

2. STJ - no art. 105, II, “a” e “b” da Constituição Federal: Cabimento: a) Quando houver uma decisão denegatória proferida em única ou última pelos Tribunais Regionais Federais,

pelos Tribunais Estaduais e pelo Tribunal do Distrito Federal.

de habeas corpus

b) Quando houver uma decisão denegatória proferida em única pelos Tribunais Regionais Federais, pelos

Tribunais Estaduais e pelo Tribunal do Distrito Federal.

de mandado de segurança.

NOTA Se a ordem for denegada em primeira instância cabe RESE.

Se o tribunal negar PROVIMENTO ao RESE cabe ROC ao STJ.

Caso o ROC seja denegado pelos Tribunais Superiores não há previsão de ROC ao STF, mas sim de habeas corpus

com fundamento no art. 102, I, “i”, da CF.

Prazo: 1. Competência do STJ: 5 dias (HC); 15 dias (MS) – Lei 8038/90 – arts. 30 e 33

2. Competência do STF: 5 dias (mandado de Segurança ou HC ) – Súmula 319 STF

Interposição e processamento:

Por meio de petição (interposição) e as razões do pedido, dirigida ao Presidente do Tribunal recorrido.

Se o Tribunal denegar ou se retardar injustificadamente por mais de 30 dias (o despacho do Presidente, admitindo-

o ou não), ou se esse mesmo atraso disser à remessa (negar seguimento) dos autos ao Tribunal ad quem, poderá o

interessado interpor Agravo de Instrumento.

Na hipótese do Tribunal também não receber o agravo, caberá reclamação para o STF ou para o STJ, conforme a

competência, para preservar sua competência.

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MANDADO DE SEGURANÇA - ART. 5º LXIX DA CF e Lei 12.016/09

Natureza jurídica é uma ação autônoma de impugnação, pois se instaura uma nova relação jurídica processual,

ao passo que um recurso apenas dá continuidade àquela primeira relação jurídica.

Possibilidade jurídica. O ato jurisdicional eivado de ilegalidade, tem que ter possibilidade real, efetiva ou

iminente, de ferir um direito líquido e certo.

O ato tem que ser ilegal - contrário à lei ou praticado com abuso de poder.

Direito liquido e certo. É o direito comprovado de plano. É o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na

sua extensão e apto a ser exercido no momento da impetração

Interesse de agir está na probabilidade de um dano irreparável. Tem que ser um remédio adequado para

combater um ato ilegal ou praticado com abuso de poder porque não garantido por outro remédio.

Ademais tem que haver legitimidade das partes.

Legitimidade ativa: qualquer pessoa física ou jurídica que se sinta ameaçada ou violada em seu direito, e que

possa comprovar, de plano, essa violação, ou esta ameaça. E deve estar representada por advogado.

Legitimidade passiva: o Estado (não exatamente a autoridade coatora). É importante observar que no polo

passivo, via de regra, haverá a necessidade de se estabelecer um litisconsórcio necessário, sob pena de nulidade do

processo.

Prazo - 120 dias prazo decadencial (art. 23)

No MS não se admite a dilação probatória, assim a parte deve comprovar, de plano, a existência de liquidez e

certeza dos fatos narrados da inicial. É exigível a comprovação documental e pré-constituída da situação que

configura a lesão ou ameaça a direito liquido e certo que se pretende coibir.

Intervenção do Ministério Público quando não for o impetrante (mas, como custos legis) é imprescindível,

sob pena de nulidade processual, no prazo de 10 dias (art. 12).

Concessão de liminar: está prevista muito claramente no art. 7º, III da Lei nº. 12.016/09.

Para a concessão da medida liminar em sede de mandado de segurança é necessária a presença de dois requisitos,

ou seja, prova inequívoca que convença da verossimilhança da alegação e o perigo na demora (com a possibilidade

de se tornar inócua a decisão final).

Mandado de segurança pode ser:

Art. 1º - preventivo: quando houver justo receio de sofrer violação de seu direito por ato de autoridade. È

cabível, desde que comprovada a ameaça objetiva e real, decorrente de existência de comando legal. È muito

utilizado em matéria tributária.

O 'justo receio' para justificar a segurança, há de revestir-se dos atributos da objetividade e da atualidade e não por

meras suposições; exige-se a prova da existência de atos ou situações atuais que evidenciem a ameaça remida.

Repressivo: se estiver sofrendo os efeitos da legalidade.

JECRIM

E quando a autoridade coatora for a Turma Recursal? O Mandado de Segurança deve ser impetrado perante qual

órgão?

Em primeira análise, cumpre aqui destacar a Súmula 690 do Supremo Tribunal Federal, que expressamente

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dispunha competir ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de “habeas corpus" contra decisão de Turma

Recursal de Juizados Especiais Criminais".

Contudo, tal súmula foi revogada tacitamente, em face do atual entendimento da Corte, ao se posicionar no

sentido de que tal competência cabe aos Tribunais de Justiça ou Tribunais Regionais Federais.

Logo, em relação ao Mandado de Segurança, o Supremo Tribunal Federal também já entendeu que contra ato da

Turma Recursal a competência é do respectivo Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal.

Recursos:

Da denegação de MS nos tribunais cabe ROC para O STJ OU STF, conforme o caso, no prazo de 15 dias.

Nos demais casos poderão caber o recurso especial ou o extraordinário (art. 18).

Hipóteses de cabimento de mandado de segurança em matéria criminal.

1) para garantir o direito vista dos autos fora do cartório;

2) para garantir o direito de o advogado conversar com seu cliente preso

3) para o advogado ser admitido como assistente de acusação;

4) contra apreensão de objetos para instruir a ação penal nos crimes contra a propriedade material;

5) para obter efeito suspensivo ao recurso de agravo em execução e ao recurso em sentido estrito;

6) para se obter a restituição de coisas apreendidas;

7) contra a decisão que denegou a produção antecipada de prova material considerada urgente, na forma do art.

366 do Código de Processo Penal;

8) para assegurar a permanência de presidiária com filho lactante, na forma do art. 5º., L, da CF/88.

QUESTÕES:

01. Tiago e Andrea agiram em concurso de agentes em determinado crime. O processo segue seu curso natural,

culminando com sentença condenatória, na qual os dois são condenados. Quando da interposição do recurso,

apenas Andrea apela. O recurso é julgado. Na decisão, fundada em motivos que não são de caráter

exclusivamente pessoal, os julgadores decidem pela absolvição de Andrea.

Nesse sentido, diante apenas das informações apresentadas pelo enunciado, assinale a afirmativa correta.

a) Andrea será absolvida e Tiago continuará condenado, devido ao fato de a decisão ter sido fundada em motivos

que não são de caráter exclusivamente pessoal.

b) Andrea e Tiago serão absolvidos, pois os efeitos da decisão serão estendidos a este, devido ao fato de a decisão

ter sido fundada em motivos que não são de caráter exclusivamente pessoal.

c) Andrea e Tiago serão absolvidos, porém, será necessário interpor Recurso Especial.

d) Andrea será absolvida e Tiago continuará condenado, pois não interpôs recurso. 02. Eduardo foi denunciado pelo crime de estupro de vulnerável. Durante a instrução, negou a autoria do crime,

afirmando estar, na época dos fatos, no município “C”, distante dois quilômetros do local dos fatos. Como a

afirmativa não foi corroborada por outros elementos de convicção, o Juiz entendeu que a palavra da vítima

deveria ser considerada, condenando Eduardo. A defesa recorreu, mas após longo debate nos Tribunais

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Superiores, a decisão transitou em julgado desfavoravelmente ao réu. Eduardo dirigiu-se, então, ao município

“C”, em busca de provas que pudessem apontar a sua inocência, e, depois de muito procurar, conseguiu as

filmagens de um estabelecimento comercial, que estavam esquecidas em um galpão velho. Nas filmagens,

Eduardo aparece comprando lanche em uma padaria. Com a prova em mãos, procura seu advogado.

Assinale a opção que apresenta a providência a ser adotada pelo advogado de Eduardo. a) O advogado deve ingressar com agravo em execução, pois Eduardo descobriu uma prova que atesta a sua

inocência de forma inconteste.

b) O advogado deve ingressar com revisão criminal, pois Eduardo descobriu uma prova que atesta a sua

inocência de forma inconteste.

c) O advogado deve ingressar com reclamação constitucional, pois Eduardo descobriu uma prova que atesta a

sua inocência de forma inconteste.

d) O advogado deve ingressar com ação de habeas corpus, pois Eduardo descobriu uma prova que atesta a sua

inocência de forma inconteste.

0 03. José, após responder ao processo cautelarmente preso, foi condenado à pena de oito anos e sete meses de

prisão em regime inicialmente fechado. Após alguns anos no sistema carcerário, seu advogado realizou um

pedido de livramento condicional, que foi deferido pelo magistrado competente. O membro do parquet

entendeu que tal benefício era incabível no momento e deseja recorrer da decisão.

Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa que menciona o recurso correto. a) Agravo em Execução, no prazo de 10 (dez dias); b) Recurso em Sentido Estrito, no prazo de 05 (cinco dias);

c) Agravo em Execução, no prazo de 05 (cinco dias);

d) Recurso em Sentido Estrito, no prazo de 10 (dez dias).

04. Joel foi condenado pela prática do crime de extorsão mediante sequestro. A defesa interpôs recurso de

Apelação, que foi recebido e processado, sendo certo que o tribunal, de forma não unânime, manteve a

condenação imposta pelo juízo a quo. O advogado do réu verifica que o acórdão viola, de forma direta,

dispositivos constitucionais, razão pela qual decide continuar recorrendo da decisão exarada pela Segunda

Instância.

De acordo com as informações acima, assinale a alternativa que indica o recurso a ser interposto.

a) Recurso em Sentido Estrito.

b) Recurso Ordinário Constitucional.

c) Recurso Extraordinário.

d) Embargos Infringentes

05. Em relação aos meios de impugnação de decisões judiciais, assinale a afirmativa INCORRETA.

a) Caberá recurso em sentido estrito contra a decisão que rejeitar a denúncia, podendo o magistrado, entretanto,

após a apresentação das razões recursais, reconsiderar a decisão proferida.

b) Caberá apelação contra a decisão que impronunciar o acusado, a qual terá efeito meramente devolutivo.

c) Caberá recurso em sentido estrito contra a decisão que receber a denúncia oferecida contra funcionário

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público por delito próprio, o qual terá duplo efeito.

d) Caberá apelação contra a decisão que rejeitar a queixa-crime oferecida perante o Juizado Especial Criminal, a

qual terá efeito meramente devolutivo.

06. Com base no Código de Processo Penal, acerca dos recursos, assinale a alternativa correta.

a) Todos os recursos têm efeito devolutivo, e alguns têm também os efeitos suspensivo e iterativo.

b) O recurso de apelação sempre deve ser interposto no prazo de cinco dias a contar da intimação, devendo as

razões ser interpostas no prazo de oito dias.

c) Apesar do princípio da complementaridade, é defeso ao recorrente complementar a fundamentação de seu

recurso quando houver complementação da decisão recorrida.

d) A carta testemunhável tem o objetivo de provocar o reexame da decisão que denegar ou impedir seguimento

de recurso em sentido estrito, agravo em execução e apelação.