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Sentir Pensar e Agir

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SUMÁRIO

_ Introdução _ ............................................................................. Pág. 03

_ Capítulo 1 _ Crenças Limitantes................................................. Pág. 07

_ Capítulo 2 _ Valores – (Missão e Visão) ................................... Pág. 14

_ Capítulo 3 _ Ansiedade e Metas –(o processo de decisão)......... Pág.17

_ Capítulo 4 _ Medo e Metas – (a culpa, o erro e o fracasso)........ Pág. 30

_ Capítulo 5 _ Autoestima e Metas –(a liderança) ........................ Pág.40

_ Capítulo 6 _ Amor e Metas- (a Motivação)................................. Pág.67

_ Capítulo 7 _ Tristeza e Metas – (a sabotagem e a mudança)...... Pág.71

_ Capítulo 8 _ Felicidade e Metas – (a criatividade)....................... Pág.83

_ Capítulo 9 _ EU e as Metas _ (tarefas, princípios e ferramentas). Pág.94

_ Capítulo 10 _ Autodesenvolvimento Sustentável (ADS)............... Pág.121

. e o processo de coaching aberto (plano de ação)

- Quem Somos – ELEVER BRASIL ................................................... Pág. 131

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Introdução:

Sentir, Pensar e Agir é uma viagem para dentro do leitor, para que ele observe em que

situações e momentos foram geradas crenças que viraram sentimentos que interferem no corpo,

que viram atitudes e bloqueiam áreas da vida. Além disso, mostra como criar estratégias para

implementar um plano, conduzido pela própria pessoa, e que pode mudar sua vida.

Sentir, Pensar e Agir não é um livro de autoajuda, que tem como objetivo inflar o

leitor como uma bola de encher de aniversário e que, com o passar do tempo, perde sua energia e

se esvazia. O livro tem em seu bojo uma gama de conhecimentos de diversos segmentos que visa a

um crescimento sustentável, que o ajudará no desenvolvimento pessoal e na realização de seus

objetivos pelo conhecimento da linguagem de comunicação do nosso cérebro, através do processo

de coaching, unido a exercícios, técnicas de programação neurolinguística (PNL) e auto-hipnose,

baseado em recentes estudos e conceitos modernos de neurociência e psicologia positiva.

Utilizando uma metodologia simples e acessível, tem como público alvo estudantes

de ensino médio e fundamental, universitários, esportistas, professores, educadores, pais,

profissionais liberais e qualquer pessoa que queira aprender a se desenvolver, alcançar metas e

crescer como ser humano, para aprender a conviver com outros e interagir da melhor forma

possível.

Para isso, traz um conceito novo de auto coaching, que se baseia em capacitar o leitor

a passar por situações de vida que poderiam limitá-lo gerando bloqueios, utilizando fórmulas de

sucesso antes restritas ao conhecimento de poucos e inacessíveis ao público em geral e métodos

que não necessitam de um grande conhecimento, para que possam assimilar e entender os

processos mentais de funcionamento da nossa máquina mais importante, o cérebro, bem como

formas de potencializá-lo, desenvolvê-lo e “desatar seus nós”.

A grande maioria desses “nós” tem origens que não nos pertencem, que foram se

incorporado e agora fazem parte do nosso dia a dia, por meio de sentimentos que afloraram na

sociedade moderna.

Nesse caminho, vamos nos deparar com nomes conhecidos: ansiedade, medo,

autoestima, baixa autoestima, amor, felicidade e tristeza, sentimentos que, junto a crenças

limitantes, fazem com que nossas metas dancem com os estados emocionais, seguindo rumos

diferentes dos planejados e impedindo que utilizemos as ferramentas (decisão, liderança,

criatividade, motivação, adaptação etc.), escondidas nessas emoções a nosso favor.

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4 Como sentimos e reconhecemos essas emoções?

As emoções estão sempre ligadas à natureza humana e perceptíveis nas situações da

vida.

Como percebemos as situações da vida que acontecem ao nosso redor?

Elas são percebidas pelos nossos sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar).

Ou seja, quando olhamos, ouvimos, sentimos ou cheiramos alguma coisa, criamos

um conceito: grande/pequeno, feio/bonito, rico/pobre, bom/ruim, gosto/não gosto.

Tudo é percebido por meio dos sentidos e gera uma carga emocional.

Toda carga emocional cria caminhos neurais em nosso cérebro, gera um julgamento

e um sentimento associado ao julgamento.

Situações iguais ou semelhantes reforçam esses caminhos neurais, transformam

esse julgamento em verdade, confirmam esse sentimento e geram uma ação ou atitude.

Então, em momentos similares, teremos atitudes ou ações já programadas

anteriormente em nosso cérebro e reforçadas pela repetição (inprint). Estamos programados a

tomar certas decisões pelo método automático da repetição de processos mentais, o que pode

limitar determinados segmentos de nossa vida.

Existem segmentos da vida em que nos sentimos limitados (financeiro, amoroso,

profissional, familiar, social etc.) e essas situações tornam a se repetir de forma contrária aos

nossos interesses.

E, se mudássemos os programas cerebrais, de forma a criarmos atalhos neurais que

tivessem novas percepções, julgamentos, sentimentos e atitudes ou ações, esses favoráveis a

nossos objetivos e desejos?

Mas como reprogramar o cérebro para que tenha respostas diferentes em situações

em que me vejo limitado?

A ideia deste E-book é que o leitor passe por um processo de consciência e

definição de metas. O processo se chama Coaching, trabalha inicialmente com a tomada de

conhecimento de sua situação atual e a definição de seus pontos fortes; numa segunda etapa, a

definição de estratégias e objetivos do leitor e, na terceira etapa, a implantação de um plano de

ação para a realização de suas metas e técnicas para o acompanhamento dos resultados.

E como reverter e descobrir formas de se comunicar consigo e com os outros de

maneira mais produtiva e utilizando recursos para obter os resultados desejados?

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5 Vamos analisar o paradoxo que a afirmação abaixo nos causa:

“O nosso cérebro é como se fosse o gênio da lâmpada mágica, pois realiza todos os

nossos pedidos.”

Por que, em determinados segmentos de nossa vida, nossos sonhos não se realizam

da maneira como queremos?

Por que os nossos pedidos não estão sendo realizados?

Porque nós comunicamos de maneira errada com nosso cérebro. Da forma como

fazemos os nossos pedidos, obtemos resultados diferentes dos desejados por nós. Como

continuamos a fazer os pedidos da mesma maneira, passamos a ter resultados diferentes dos

nossos objetivos. O somatório desses pedidos cada vez mais nos afasta do que queremos, gerando

sentimentos negativos, confirmando crenças que nos foram colocadas, nos envolvendo numa bola

de neve e nos fazendo reforçar os caminhos neurais que nos levam a esse caminho.

Agora, chegou o momento de desconstruirmos crenças e obtermos os resultados que

queremos, desejamos e merecemos. Com o objetivo de ampliarmos o nosso conhecimento em nós

mesmos e na procura de nosso crescimento pessoal, vou propor ao leitor ao fim de cada capítulo a

execução de tarefas simples, que ajudarão a desenvolver e potencializar segmentos da vida por

meio do autoconhecimento.

No último capítulo, todas essas tarefas e alguns ensinamentos vão ser englobados,

dentro desse conceito de auto coaching, que propõe ao leitor um processo entre o E-BOOK e ele.

O que é exatamente o processo de auto coaching?

O processo de auto coaching consiste na utilização de técnicas que tem por objetivo

facilitar a realização de suas metas e transportar o leitor para levá-lo da situação atual para a

situação ideal, por meio da definição de valores, da diminuição das interferências que possam criar

bloqueios (filtros, crenças limitantes, histórico de vida, memória etc.), induzindo você a um novo

mapa mental, para superar barreiras e criar um plano de ação para a realização de seus objetivos

pessoais e profissionais, dos mais simples aos mais complexos, utilizando-se da unificação dos

diversos métodos que serão devidamente exemplificadas nos próximos capítulos, sustentando esse

ideal.

Considere esse um E-book de trabalho, em que a meta é seu bem-estar, marque

partes que sejam mais interessantes para você e retorne a leitura de páginas que já foram lidas.

Essas experiências serão de grande importância, pois pode haver insights que necessitam, às vezes,

de tempo para que maturem. Espero que todos tirem grande proveito dos ensinamentos para si e

para outros.

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6 Mãos à obra! O caminho é longo, mas os benefícios serão vantajosos para todos os

que completarem o percurso. Lembre-se: uma grande caminhada começa a ser vencida com um

pequeno passo. BOA VIAGEM!...

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Capítulo 1: CRENÇAS

Nossa viagem começa agora! Coloque o cinto e respeite o aviso de não fumar.

Como as pessoas veem o mundo? Pensamos no mundo como o vemos? Vemos o

mundo como acreditamos? Ou como nos fizeram acreditar? Nós somos o que comemos? O que

pensamos? Ou como outros nos fizeram pensar?

Para a nossa surpresa, na verdade vemos o mundo com os olhos de outros, que

nos passaram a sua visão e suas crenças como uma herança. Na grande maioria das vezes, com a

melhor das intenções, mas nos desestabiliza e, por vezes, bloqueia o nosso potencial.

Como?

Quando somos crianças, os adultos nos colocam pequenas crenças: papai Noel,

coelhinho da Páscoa, monstro do armário, o velho do saco, citando as mais conhecidas. Algumas

dessas crenças têm a intenção de estimular o lado lúdico e outras, de inibir uma possível

curiosidade da parte das crianças em se afastar demais de seus responsáveis. É claro que não são

essas crenças que limitariam a vida de ninguém, acredito que todos superaram essa fase com maior

ou menor facilidade. Então, vimos que existem crenças que são positivas e crenças que são

negativas.

E o que são crenças?

Todas as pessoas têm valores e crenças. Não podemos falar de crenças sem uma

breve explicação sobre o que são valores. Valores compõem o nosso círculo principal em volta do

nosso EU. Amor, felicidade, fé, prosperidade e solidariedade são alguns dos nossos valores e

representam os nossos guias de conduta em relação a nós mesmos e à sociedade. Existem valores

fins (principais) e valores meios (que podem mudar nossa vida em função de crescimento pessoal

ou mudança de conceitos da sociedade como um todo). Esses valores variam para cada pessoa em

função da família, da criação, da sociedade e do país. Vamos falar mais deles e descobrir quais os

principais para você mais à frente.

As crenças também fazem parte de um círculo que envolve o nosso EU, mas seria

uma segunda esfera que estaria ligada a conceitos que recebemos de outros e igualmente da

sociedade. Crenças seriam mensagens com diversos significados e sentidos passados por pessoas

próximas que tenham alguma autoridade em relação a quem as recebem, elas têm como objetivo

ser uma bússola de conduta. O problema é que determinadas crenças, às vezes, tornam-se uma

verdade absoluta e acabam por trazer alguma limitação em vários aspectos, tais como a vida

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8 financeira, amorosa, sentimental, social ou em qualquer outro segmento em que estejam

vinculadas.

Temos ainda outros dois círculos que compreendem o nosso EU. A terceira esfera é a

missão e a quarta é a visão, que completam o nosso EU pleno e que abordaremos quando falarmos

de valores.

As crenças são divididas em três tipos: crenças sobre causa, crenças sobre significado e

crenças sobre identidade.

_ Crenças sobre causa _ São crenças sobre o que causa alguma coisa como, por

exemplo, as citações: “Beleza é a porta do sucesso”, “Dinheiro não traz felicidade”, “Felicidade é

para poucos”, “Os ricos não entram no céu” ou “Trocar de parceiro é trocar de problema”. Essas

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9 crenças fazem com que, se o indivíduo acredite que “X” seja o causador de alguma coisa, defina seu

comportamento a fazer “X” se for ensinado a ele como resultado positivo ou fazer parar de

acontecer se “X” tem consequências negativas.

_ Crenças sobre significado _ São crenças que vêm como se tivessem um significado

associado. Como exemplos, teríamos as seguintes situações: “Fulano tem câncer”, “Fulano é viciado

em cigarro” ou “Fulano não consegue viver sem determinada pessoa ou coisa”. Esses comentários

teriam uma associação negativa em relação à doença (câncer), já que a pessoa seria ruim ou

mereceria ser punida, ao vicio do cigarro, visto que a pessoa seria fraca e em relação a outra pessoa

ou algo, pois não teria vontade própria.

_ Crenças sobre identidades _ São crenças que envolvem causas, significados e limites.

São as mais difíceis de desconstruir, especialmente quando o indivíduo não tem consciência delas e

as incorporou por identificação como, por exemplo, as frases “Não valho nada”, “Não mereço ter

sucesso”, “Tudo é tão difícil para mim”, “Tenho espírito de pobreza”, “Sou azarado no amor”. A

pessoa se identifica com esses termos e considera-os como uma verdade absoluta e limitante.

Essas definições de crenças são reforçadas por estudos recentes no campo da

neurociência e descobriu-se que as conexões em nosso cérebro são ativadas em grande parte pela

associação de uma rede interligada a outra e assim, sucessivamente e quanto mais recorrentes e

constantes essas ligações, mais fortalecidos são os circuitos sinápticos e mais fácil é a fixação na

memória da origem que desencadeia essa associação e, quanto mais vínculos e relações são

armazenados, mais reforçado fica esse conteúdo, sendo gravado em nosso cérebro, o que provoca

um mesmo estado fisiológico sempre que uma situação semelhante se repete.

O que isso quer dizer?

Em outras palavras, quando acreditamos que algo é uma verdade irrefutável, ela cria em

nosso cérebro conexões que determinam padrões de comportamento que nos remetem a sempre

tirarmos as mesmas conclusões.

E o que fazer para reverter isso?

Podemos descontruir essas ideias substituindo os padrões anteriores e criando um atalho

neural, associando uma nova informação ao ponto na memória onde se originam o entendimento

dessas verdades, vinculando um novo conteúdo, reforçando e armazenando uma informação

positiva em nosso arquivo de conhecimento.

Ou seja, para deixarmos de acreditar em uma verdade que consideramos suprema e

que nos traga alguma limitação, temos de desconstruí-la, atribuindo outro significado e

substituindo-a por uma nova crença que nos traga uma sensação positiva, devendo reforçá-la,

ligando-a a um valor que para nós tenha importância significativa.

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10 A Neurociência acredita que o cérebro se desenvolva com a interação do corpo com o

meio e que, quando uma pessoa tem acesso a duas situações, uma com carga emocional e outra

neutra, o evento com maior peso emocional é o que ficará gravado em nosso cérebro. Essa é uma

das razões pelas quais as crenças, sejam positivas ou negativas, consolidam-se em nossas vidas.

Crenças que nos limitem à vida financeira, estética, amorosa ou social acabam por

restringir nosso potencial e nos direcionam para onde não queremos ir. O mundo como

aprendemos a ver é um reflexo do nosso mundo interior e reflete os pensamentos do nosso íntimo.

Se crescermos num ambiente onde nós somos desvalorizados, teremos dificuldades em relação à

nossa autoestima. Se nos fizeram acreditar que somos incapazes, será mais complicado realizar

ações e, se fomos taxados de sem atrativos, nossas relações com os outros se tornarão mais

difíceis.

Quem nos faria isso?

Pessoas próximas como pais, mães, avôs, avós, parentes, professores, amigos e pessoas

as quais tenhamos um sentimento de autoridade em relação a nós.

Mas por que pessoas que nos são tão importantes fariam isso conosco?

Sem saber, essas pessoas nos colocam crenças que podem ser positivas ou negativas, que

nos limitam ou nos diminuem, pelo simples desconhecimento da linguagem e do funcionamento do

nosso cérebro.

Um exemplo disso pode ser dado através de uma historinha rápida.

Um grupo de pesquisadores fez uma simples pergunta a alunos do ensino infantil,

fundamental e médio, em ambiente escolar e na presença dos alunos e dos professores:

_ Quem é inteligente levante a mão?

Na educação infantil (entre 5 e 6 anos), quase a totalidade das crianças levantaram

a mão.

No ensino fundamental básico (entre 7 e 12 anos), um número bem menor de

crianças levantou a mão.

Nas crianças do ensino fundamental final e do ensino médio (entre 13 e 17 anos), a

mesma pergunta foi feita e poucos levantaram as mãos.

Como conclusão, poderíamos imaginar que, quanto mais estudamos, mais

ignorantes nos tornamos. Isso seria uma falácia!

Na verdade, muitas dessas crianças e adolescentes sofreram pela introdução de

crenças que as limitavam ou que diminuíam seu potencial. As crianças quando ouvem um

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11 comentário ou uma ordem de um adulto são encorajadas a segui-lo, independente de pensarem

sobre o assunto, mas se agem de forma contrária ao comentário são recriminadas e

desencorajadas. Quando ouvimos as opiniões limitantes de parentes, amigos e professores,

estamos encampando suas verdades, mesmo que essas verdades desrespeitem o tempo de

aprendizado e o tempo de resposta de cada um, criando bloqueios que nos levam a acreditar

nessas crenças como se fosse uma verdade.

Então, preste muita atenção às mensagens que você passa a crianças, filhos ou

alunos, pois podemos estar criando mapas e programas mentais através da linguagem que, quando

ouvidos, podem de alguma maneira se transformar em crenças, que viram verdades e

desencadeiam sentimentos limitadores.

Quando um comentário é limitador?

Quando contem uma mensagem que possa incutir uma restrição a algum

seguimento da vida que, por algum motivo, ainda está por se desenvolver na pessoa. Como

exemplo, citaremos alguns aleatoriamente:

Pelo visto, matemática não entra na sua cabeça.

Assim você vai ter de trabalhar na enxada.

Fulano é melhor que você em tudo.

Dessa forma, o sucesso vai ser difícil para você.

Acho que você não é inteligente.

Comentários desse tipo geram crenças que se associam a sentimentos, criando

muralhas emocionais que nos levam a pensar de forma negativa e ter comportamentos iguais,

gerando resultados que não são o que desejamos.

E como funciona o nosso cérebro em relação à percepção da realidade?

A nossa máquina, embora tenha milhares de anos de evolução, guarda dentro dela

um formato relacionado a suas reações primitivas e interpreta a realidade através dos nossos

sentidos, que passam por filtros, valores, crenças, pelos históricos de vida, que provocam emoções

e geram reações fisiológicas e tomadas de decisões em função desse caminho. As interpretações

criam mapas mentais por meio de ligações sinápticas em nosso cérebro, que se consolidam com a

repetição.

Que negócio complicado!

Então, vamos descomplicar.

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12 Quando uma situação acontece ao nosso redor, nós a percebemos através de nossos

sentidos (visão, audição, olfato, toque ou tátil e do sabor ou gustativa). Nesse momento, ela é

recebida pelo cérebro que a faz passar por nossos filtros, que a definem em três partes (omissão,

generalização ou distorção), ou seja, não damos importância (omissão), a colocamos num sentido

amplo (generalização) e adaptamos o seu sentido conforme imaginamos (distorção). Esses filtros e

suas conclusões estão ligados aos nossos valores, crenças, memórias e histórico de vida. Essas

conclusões definem um mapa mental que cria hábitos e provocam em nós reações: emoções e

sentimentos, que desencadeiam no nosso corpo comportamentos e ações. A constância dessas

situações definem padrões de comportamento similares e por vezes prejudiciais.

Um mesmo tipo de acontecimento externo tem interpretação diferente para cada

pessoa, pois cada um tem um tipo de filtragem diferente para cada situação, em função de seus

valores, memórias e seu próprio mapa mental. Isso provoca diferentes tipos de sentimentos e, em

função disso, ações distintas.

Outro tipo de comunicação errada com o nosso cérebro diz respeito à nossa forma de

linguagem negativa, que é interpretada inversamente por ele. Frases do tipo:

NÃO vá sair com aquela pessoa.

NÃO vai engravidar aquela menina.

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13 NÃO gaste dinheiro na rua.

NÃO vá repetir o ano.

O nosso cérebro não visualiza mentalmente a palavra NÃO, apenas a sua grafia, ou seja,

a sua forma escrita, interpretando as frases acima da seguinte maneira:

Vá sair com aquela pessoa.

Vai engravidar aquela menina.

Gaste dinheiro na rua.

Vá repetir o ano.

Procure ser mais específico em suas mensagens, associe o que você quer dizer a um

valor que a pessoa que vai recebê-la tenha.

Essa pessoa é perigosa, preste atenção.

Se for transar, use camisinha.

Poupe, pois estamos precisando de dinheiro.

Estude, você tem condições de passar de ano direto e ter mais dias de férias.

Nesse capítulo, vimos as CRENÇAS e algumas formas de nos comunicarmos com o nosso

cérebro. Mais à frente, veremos as diferenças entre SONHOS E METAS e, com isso, facilitar a

realização de seus objetivos. Abaixo, temos uma tarefa.

Vamos aproveitar esse momento para refletirmos sobre nós mesmos. Você se sente de

alguma maneira limitado em relação a algo ou alguém? Pense se, em algum segmento de sua vida,

você não consegue se sentir realizado (dinheiro, relacionamentos amorosos, amizades, confiança,

sexo, trabalho, vida social, família, negócios...) Sem pressa, pois olhar para nós mesmo requer

atenção e carinho, existem pontos que às vezes não desejamos mexer e, de certa maneira,

bloqueiam nossa vida.

Nossa tarefa nesse fim de caminho é relacionar os segmentos que sentimos dificuldades.

Muitas vezes, são mais de um. Anote-os. Tente se lembrar de algum desses assuntos, se estariam

relacionados a crenças que recebeu de alguém, parentes, amigos, professores ou pessoas que

tiveram relevância em sua vida. Às vezes, levaremos um tempo para defini-los e teremos de esperar

“a ficha cair”. Não se esqueça de anotar os sentimentos, sensações, período da vida e pessoas

relacionadas a ele, pois mais adiante iremos trabalhá-los.

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Capitulo 2: VALORES:

Inicialmente, vamos ilustrar os valores através de histórias para que o leitor possa

melhor entender o seu sentido.

Uma pessoa tem o seu telefone cortado indevidamente pela companhia

telefônica e, também neste dia, perde um familiar ao qual era muito ligado, não podendo ser

avisado do enterro no dia seguinte ao falecimento e, por conseguinte, faltando nesse dia que ele

considera muito importante.

Então, ele entra com uma ação contra a companhia telefônica e comprova o

corte indevido através do histórico de suas ligações e a grande afinidade com o parente falecido.

Durante o julgamento, no qual ele pleiteia uma indenização em dinheiro de valor considerável, a

companhia telefônica reconhece a sua falha e oferece um valor de 15% do pretendido para nosso

personagem. O juiz informa que considera a proposta boa e que ele próprio dificilmente chegaria a

um valor maior, pois considerava que o motivo do corte de um aparelho telefônico não justificava o

valor total pedido. O seu próprio advogado argumenta para que aceitasse a proposta.

Ele pergunta se poderia se dirigir para o juiz, que concorda, e argumenta dizendo

que nessa situação existiam duas opiniões: a do juiz, que achava o valor justo, e a dele, que achava

que apenas o valor integral seria o suficiente. Continuando a sua explanação, justificou a sua

posição da seguinte forma: preferiria não aceitar e deixar que o juiz definisse, mesmo que o valor

fosse menor ou inexistente, pois assim ele saberia na hora em que fosse se deitar em sua cama e

recostar sua cabeça para descansar. Ele pensaria: “A justiça errou”. E dormiria tranquilamente.

O juiz o ouviu e se pronunciou: diante de sua explicação, tinha reformulado o seu

pensamento vendo o sentimento do declarante e concedeu o valor pedido pelo mesmo.

A história acima retrata que o valor dentro dessa situação é o da FAMÍLIA e o

interesse nada tinha a ver com o lado material. O objetivo da ação era para evitar novamente o

acontecido, pois o sentimento de perda e de não poder se despedir de um ente querido se

transforma numa situação irreversível.

Outra história, muito mais conhecida, retrata outro tipo de valor e vamos

descrevê-la abaixo:

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15 No reinado de Salomão, duas mulheres declaram ser a mãe da mesma criança,

uma declara que teve o filho roubado e o encontrou em posse da outra, enquanto a segunda diz

que a mulher era louca e queria roubar o seu filho.

O rei Salomão então decidiu que se cortasse a criança ao meio e que se entregasse

metade a cada uma. A primeira mulher se desespera e pede então que entregue a criança para a

segunda. A segunda mulher, por sua vez, concorda com a solução do rei.

Salomão, com toda a sua sapiência, ordena que a criança seja entregue à primeira

mulher e manda que a segunda seja presa.

Essa história tem como valor central o AMOR de forma incondicional, inclusive

com o desapego à criança em troca de sua vida.

Em função dessas histórias, percebesse que VALOR é o eixo central de cada ser.

Cada pessoa tem dentro de si uma série de valores que foram passados por seus familiares e

também por um consenso geral (sociedade). Amor, família, honestidade, ética, liberdade, alegria,

segurança, conforto, fé são alguns dos valores que as pessoas têm. Esses valores são norteados

pelas ideias de convívio em sociedade, são guias de conduta para se viver em grupo e consigo

mesmo.

Transgredir seus valores principais pode gerar sentimentos negativos e transformar

a vida de uma pessoa em um grande desconforto, sem um sentido, e levá-la a se sabotar.

O valor principal de uma pessoa é seu verdadeiro EU e a leva a seguir adiante na

vida de forma segura. Alguns valores podem ser substituídos por outros, desde que num processo

de crescimento e desenvolvimento da pessoa em relação a si, a sociedade ou outras pessoas que

para ela sejam importantes.

O VALOR vem numa tríade, junto a ele vem a MISSÃO e a VISÃO de cada um nós.

Missão _ É o seu proposito, é a forma ardente expressa por sua vontade, é ela que

determina os fatores que sustentam seus valores e determina a necessidade de mudanças de

crenças que limitem a realização de objetivos. É a busca e a tentativa da realização dos sonhos

pessoais. A missão varia de acordo com os desejos de cada pessoa, podendo ser mais simples ou

mais complexas. Está ligada a quem você é e o que você quer.

Visão _ Diz respeito às perspectivas maiores do futuro e do mundo. Refere-se ao

legado, ao sentido mais amplo, à ciência de pertencermos a um sistema maior que nós próprios. É o

nível onde está tudo em que acreditamos, o que queremos e o que somos, projetado em um

ambiente onde desejamos que todos estejam juntos e bem.

Como um exemplo meramente ilustrativo, podemos citar a vida das abelhas.

Para alguns, a sua curta vida se resumiria a apenas nos dar o mel e preservar sua espécie, essa seria

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16 uma definição da missão. Em um sentido mais amplo, a polinização das flores, frutos e suas

diversidades seriam seu legado, sua visão.

Em outro capítulo, vamos desenvolver mais o assunto e definir qual é a sua missão e

visão.

Como tarefa, queria pedir ao leitor que escolhesse, entre alguns valores, aqueles

que mais se identificassem com você. Se por acaso existirem para você outros valores que não

estejam relacionados, fique à vontade para acrescentá-los:

Honra - Felicidade - Honestidade – Integridade – Amor – Coragem - Conexão – Saúde – Paz

Conforto – Segurança – Fé – Contribuição – Alegria – Aventura –Disciplina – Prosperidade

Criatividade - Amizade – Espiritualidade- Solidariedade – Respeito – Confiança

Família – Assertividade – Altruísmo – Perseverança – Resiliência - Camaradagem

Desses valores, escolha os 10 mais importantes para você, pode sublinhá-los ou anotar

em algum lugar de sua preferência, pois essas marcações vão ajudá-lo a melhor definir sua MISSÃO

e VISÃO quando discutirmos sobre esses assuntos. Não se preocupe em marcar o livro, considere-o

um livro de trabalho, cujo objetivo é se conhecer melhor, se autodesenvolver para poder realizar

suas metas sem barreiras.

Depois de escolher os 10 valores, defina os 03 que considere ser os mais importantes para

você e anote-os. Esses são seus valores mais íntimos e é importante conhecê-los e respeitá-los. Não

tenha pressa! Esse momento é todo seu. Bom trabalho!

Essa é a primeira escala de nossa viagem, demos uma volta pelo nosso cérebro.

Agora iremos mais para o interior rumo aos nossos sentimentos. Espero que tenhamos tirado

proveito dessa parte. Vejo vocês mais à frente. Preparar para zarpar...

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Capítulo 3:

ANSIEDADE e METAS

Você decide o quê? O que decidem para você? Ou decide o que é melhor para

você?

A ansiedade, embora seja um nome conhecido, citado como um dos males da

sociedade moderna, vem nos protegendo desde nossa origem. É ela que, ainda nas cavernas,

deixava-nos em estado de alerta em situações que não conhecíamos e pegava-nos de surpresa

quando saíamos para a caçada.

Hoje em dia, o fato de não sabermos aproveitá-la como um mecanismo de

defesa e também de ataque é que faz com que ela nos deixe paralisados, bloqueados diante de

situações do dia a dia. Essa incerteza, fruto, na maioria das vezes, de crenças que nós temos e que

nos levam a não aproveitá-la e melhor usufruir das vantagens que a ansiedade controlada nos traria

na obtenção de nossas metas e na tomada de decisões.

Mas por que a ansiedade é boa para as decisões?

A ansiedade bem controlada é uma excelente base para se tomar as melhores

decisões. O estado de alerta e força que envolve esse sentimento favorece as escolhas e divide

entre os hemisférios direito e esquerdo a oportunidade de participar ativamente no processo

decisório, de forma analítica e criativa. Esse somatório traz novas e importantes soluções quando

implantado de maneira correta.

E como a ansiedade pode prejudicar as decisões e dificultar as metas?

Os hormônios são as armas extremamente poderosas do arsenal da ansiedade

e a relação entre controle e descontrole dela. Eles podem potencializar ou impedir o processo

decisório, bem como a realização de metas. As barreiras mentais e físicas que a ansiedade impõe

quando desafiada criam muralhas que parecem intransponíveis. A ansiedade não deve ser

enfrentada, a melhor solução é pedir licença, reconhecer todo seu poder e ela será concedida.

E pior, essa sequência de situações em que não conseguimos controlá-la

desencadeiam outros sentimentos que, somados e em escala, afastam-nos de nossas metas e

reforçam crenças, criando o espiral descendente de nossas emoções. Em breve, falaremos sobre os

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18 sentimentos gerados pela falta de controle da ansiedade e do espiral descendente e como

transformá-lo em algo positivo, através do espiral ascendente.

O desvio do alvo provocado pela ansiedade, quando gerada por crenças, tira o

foco de sua vida para a realização de seus objetivos e o coloca em problemas. Quando focamos em

alguma coisa, fazemos com que ela aumente de tamanho Então, quando colocamos nossa atenção

nos problemas, temos a noção que as dificuldades serão maiores e começamos a nos desfocar de

nossas metas. O foco é como uma lente de aumento, tudo que está no foco fica maior e tem maior

carga emocional envolvida.

Não se foque nos problemas, não coloque a culpa em outros ou em algo. As

soluções estão em você, concentre sua atenção na conquista de seus resultados e direcione suas

atitudes para seu alvo minimizando as interferências. Insista em suas atitudes produtivas e

mantenha-se na direção certa.

Qual a diferença entre metas e sonhos?

Sonhos são fantasias ou ideias que poderiam ser geniais se postas em prática. As

metas são sonhos com prazos determinados e estratégias elaboradas que devem ser colocadas em

prática imediatamente ao desenho de sua realização.

E em que o processo de coaching pode ajudar em nossas metas?

O processo de coaching é realizado entre o coach (técnico - tradução do inglês),

aquele que vai facilitar o processo, e o player (alguns preferem o termo coachee para definir o

nome dado ao cliente, que se beneficiará do processo). Sua origem vem do esporte e tem a função

de ultrapassar dificuldades em busca de um resultado desejado.

Esse processo saiu das quadras esportivas e foi transportada para a vida com a

mesma função de interpretar a realidade do player (cliente), diminuir as interferências

(emocionais), criar um plano de ação para atingir suas metas (estratégias), superar as

barreiras e monitorar seu desempenho até a realização do objetivo final, as metas (se

necessário, realizando correção de rumos).

A ideia do processo é desenvolver um plano que seja desenvolvido

rapidamente pelo player, posto em prática imediatamente e tendo um período

definido para ser realizado. Quando existe mais de uma meta, o ideal é que se faça

um alinhamento delas, uma definição de curto, médio e longo prazo e a criação de

submetas para que haja um monitoramento mais fácil de suas realizações e

andamento.

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19 Vou ilustrar o processo de coaching contando uma história sobre

esporte que devido à sua dinâmica e envolvimento emocional nos ajudará a

reconhecer o processo de ansiedade, o reforço de crenças negativas e algumas

emoções atreladas que provocam interferências que dificultam a realização dos

objetivos e como conseguimos entendê-los e reverter a situação.

A nossa história retrata a vida de um jovem atleta. Vamos

chamá-lo de Lucas. Ele é um jogador de basquete considerado pelos que o

acompanham como um prodígio e nome de futuro para as olimpíadas. Lucas treina

diariamente com muito afinco, é parceiro de seus colegas de equipe e considerado

por eles um líder. Ele utiliza a sua individualidade em função do coletivo, criando um

espírito de equipe e unindo todos de forma positiva. Ele tinha como meta tornar se

campeão e, com isso, ser convocado para a seleção nacional.

Jovem, forte e alto, ele chama a atenção de todos ao seu redor.

Paulo Brito, seu treinador, era um técnico experiente e um grande incentivador desse

atleta. Ele aposta nesse jovem pelo seu talento e por suas qualidades fora da quadra,

embora repare que Lucas é um pouco introvertido.

Lucas, embora sinta muita confiança em si mesmo, guarda

consigo um segredo no qual procura não mexer. Vai vivendo com isso, pois acredita

que com o tempo ele sumirá. Na verdade, foi lhe colocada uma crença. Seu pai,

chamado Agnaldo, mesmo sendo seu amigo, sempre teve insucesso nos negócios e,

assim como o avô de Lucas, também não dera sorte como comerciante. Hoje,

Agnaldo trabalha em uma repartição pública municipal numa função simples e

honesta, mas que o deixa frustrado, sentindo-se derrotado pela vida. Por vezes,

quando Lucas ainda era uma criança e na sua adolescência, ouvia o pai se lamuriar e

repetir que era um derrotado. Como seu pai, inconscientemente, Lucas foi

incorporando essas reclamações como se fosse um mantra. Essa herança negativa ia

aos poucos penetrando no seu íntimo e estava apenas à espera de um

acontecimento para se manifestar.

Lucas nunca tinha jogado numa grande equipe, apenas em

times pequenos. Com isso, não queria perder essa oportunidade, treinando com

muito afinco. O campeonato vinha se desenrolando e sua equipe ganhando os jogos.

Ele se destacava cada vez mais.

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20 Aproximavam-se, então, as finais do primeiro turno. Seria a

primeira final que Lucas disputaria em sua vida e, era um momento muito

importante para sua carreira. Seria seu primeiro título. Paulo Brito, o técnico,

observava Lucas nos treinamentos. Ele analisava sua técnica apurada e observava

que todos os seus fundamentos eram refinados, principalmente seus arremessos de

lance-livre, o que exige grande concentração, pois são arremessos de uma mesma

distância fixa. Nesse momento, a torcida se manifesta intensamente para incomodar

os adversários, tirando a concentração deles.

É chegado o grande dia: toda a equipe está ansiosa. As finais de

turno garantem ao vencedor o passaporte para a final do campeonato. É um grande

passo para ser o campeão brasileiro e uma possível convocação para a seleção

nacional. Com isso, melhores negociações salariais, mais divulgações e aparecimento

nas mídias (televisão, internet, jornais e revistas especializadas).

No vestiário, todos conversam sobre táticas, jogadas e motivam-se

uns aos outros. Chega o momento de ir para a quadra. Ginásio lotado, muitos

torcedores, camisas, bandeiras, imprensa... Sem dúvida, um jogo especial com duas

equipes muito qualificadas.

Começa o jogo e, de cara, percebe-se que as equipes são muito

parelhas. O jogo será definido no final. Lucas se porta muito bem durante o jogo,

fazendo pontos e ajudando seu time de todas as maneiras. Encerra-se o primeiro

tempo do confronto. O placar está empatado.

Os times vão para os vestiários. Recebem as últimas instruções

para o retorno à quadra e a definição do primeiro turno e, enfim, o campeão será

conhecido.

Os atletas dão as mãos e gritam os seus brados de guerra. Começa

o segundo tempo e, como no período anterior, o jogo se desenrola duro e igual. As

duas equipes se alternam no placar e o tempo vai passando e vai chegando ao fim.

Restam, então, pouco menos de um (01) minuto. A equipe de Lucas

está vencendo por apenas dois (02) pontos. A posse da bola está com o time

adversário, que adentra a quadra da equipe de Lucas. Trabalham uma jogada. Os

jogadores se movimentam muito até a bola sobrar para o melhor jogador adversário.

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21 Ele arremessa da linha de três pontos e converte a cesta. Ficam na frente do jogo por

um (01) ponto.

Paulo Brito para o jogo. Pede um tempo para que possa conversar

com sua equipe e definir a melhor estratégia. Como faltam poucos segundos, pede

que seu time faça uma jogada combinada e que a definição fique a cargo de Lucas, o

melhor jogador da partida.

As equipes retornam a quadra para o fim do jogo. O time de Lucas

começa a realizar a jogada combinada. A defesa do outro time está bem aguerrida.

Faltam oito (08) segundos. A bola chega até Lucas. Ele bate a bola. A marcação do

outro time se aproxima, restam cinco (05) segundos. Ele tem de mudar de direção.

Novamente, a defesa se posiciona. Lucas dá um drible e se aproxima da cesta. Ao

fundo, ouve-se a torcida gritar. O tempo passa, 03...02...FALTA EM LUCAS. E resta um

(01) segundo.

Lucas vai bater a falta. Serão dois lances livres, cada um valendo

um (01) ponto. Se converter os dois (02), será campeão. Se fizer apenas um (01), o

jogo ficará empatado e irá para a prorrogação. Paulo Brito está tranquilo, pois Lucas

é um grande arremessador de lance livre.

Enquanto se encaminhava para arremessar a bola da linha do lance

livre, Lucas lembrou-se de seu pai Agnaldo, de suas lamentações em relação às

derrotas de sua vida. Nesse momento, sentiu o seu coração bater mais rápido e uma

sensação de desconforto tomou seu corpo.

Lucas tentou se concentrar, mas a palavra derrota vinha a todo o

momento em sua mente. Já estava posicionado para arremessar a bola, enquanto

sentia seu coração batendo forte. Balançou a cabeça de um lado para o outro e, sem

perceber, fazia um movimento de negação que foi percebido pelo seu técnico Paulo

Brito.

Recebeu a bola e a arremessou... A bola sequer chegou a bater no

aro. A torcida adversária gritava ensandecida sem acreditar no erro tão crasso. Ainda

restava um arremesso e o jogo poderia ir para a prorrogação se a cesta fosse

convertida. Nesse momento, a torcida gritava cada vez mais alto.

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22 Mas Lucas sequer ouvia o barulho fora da quadra, só ouvia a sua

mente.

`Sou de uma linhagem de perdedores: avô perdedor, pai perdedor

e filho perdedor ``

Lucas sentia um forte peso no peito, que se tornava cada fez

mais forte. Tentava se concentrar, mas a palavra “derrotado” se tornava maior e

maior a cada momento: DERROTADO.

Lucas recebe a bola, respira e arremessa... Errou. A equipe

adversária já sai a comemorar. Repórteres saem à procura dos campeões.

Lucas se sente só. Alguém lhe dá um tapinha nas costas, mas

agora nada importa. Ele já sabe que é um perdedor. Vai paro o vestiário, lá alguns

colegas de time tentam confortá-lo. Mas, nesse momento, ele não escuta mais nada,

só a voz de sua mente e vai embora, o peso no peito não some, aliás dificulta até sua

respiração. Ele vai para sua casa, o lar dos derrotados.

Lucas não consegue dormir. Toda a ansiedade se transforma em

angústia. Essa angústia, traduzida pelo peso no peito, vem da sua convicção de ser

um derrotado. Uma noite sem dormir, sem banho. Seus pais estão preocupados, ele

não tem fome, comer para quê?

Ele está estressado. Já é a segunda noite sem sono, sem banho,

sem comida. Está num processo de desilusão apreendida, quando a crença faz com

que o indivíduo acredite firmemente em sua verdade.

Lucas não foi treinar, aliás, não saiu de sua cama. Comeu

qualquer porcaria. Logo ele, tão preocupado com sua alimentação. Tomou uma

chuveirada, mas não fez a barba. Mal dormiu pela terceira noite. Hoje tem treino,

treinar para quê? Não foi treinar.

Seus pais estão preocupados. Lucas cai em profunda depressão.

Se a história acabasse agora, o esporte perderia mais um grande

talento, como já aconteceu com muitos jovens nos mais variados esportes. Não só

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23 nós esportes, mas em todas as áreas da vida: com estudantes, jovens profissionais

(médicos, administradores, dentistas, advogados etc.).

Mas a história não acaba agora, como diria, “vamos dar um

tempo” para podermos analisar todos esses sentimentos em tão poucas linhas.

Lucas, o nosso personagem, era um jovem atleta que convivia

com uma crença limitadora. Essa convivência pacífica teve seu fim quando ele foi

exposto a uma situação a qual ele teve de confrontá-la. Deve ter acontecido em

outros momentos também, mas de forma mais amena, de maneira que Lucas não

teria percebido a sua intensidade na situação do lance livre. Ela tomou um vulto

maior se manifestando de forma física e mental, tornou-se uma verdade. Chamamos

isso de “desilusão apreendida”, algo que se enraizou no seu ser de forma definitiva e

incontestável.

A ansiedade gerada nesse momento fez com que seu cérebro

inundasse seu corpo de adrenalina. A falta de controle desse sentimento fez com que

ele não se beneficiasse dessa reação e, assim, produzisse cada vez mais adrenalina,

bloqueando-o fisicamente em vez de dá-lo mais força. Lembre-se que, no começo do

capítulo, dissemos que a adrenalina era usada por nós humanos em situações

desconhecidas. Ou que nos pegassem de surpresa e para a caça.

Após esse momento, Lucas começou a sentir-se angustiado, fato

comprovado pelo peso que ele sentia no peito e a sensação de desconforto em seu

corpo. Todos esses sentimentos que se apoderaram de sua mente e seu corpo

geraram estresse e o levaram a se focar no problema e aumentar a sua dimensão.

Resumindo, uma crença de origem familiar se transforma em uma

desilusão apreendida que gera ansiedade. A falta de controle desse sentimento

bloqueia o seu potencial físico e seu conhecimento técnico (para arremessar a bola

de basquete na cesta do lance livre). Essa situação leva à angústia e, o continuar

desse estado, se transforma em estresse. Esse é um caso clássico de espiral

descendente.

Espiral descendente e uma reação em cadeia que faz que o

indivíduo entre num processo de depreciação.

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24 Desempenho negativo gera baixa autoestima , provoca uma

reação inadequada do corpo, que faz um feedback negativo (análise de retorno

pessoal) da situação e determina uma autodepreciação, num processo em espiral. Ele

retorna a ter desempenho negativo, dando prosseguimento a todos os outros

sintomas. Esse processo o tira do foco e suas metas parecem se tornar impossíveis de

alcançar.

Aprender a identificar a crença limitadora que origina todo esse

processo, desconstruí-la substituindo- a por outra crença positiva, associá-la a um

valor importante para ancorar e fixar essa nova crença é o fator chave para resolver

a questão.

Identificados os sentimentos e todo o seu desenrolar, vamos

continuar a história e ver, na prática, como Lucas vai sair dessa situação, quem irá

ajudá-lo e de que forma.

Lucas acorda de um sono que não o revigorou. Teve sonhos

estranhos que o deixaram com uma sensação de cansaço. Sua mãe, ao vê-lo

acordado, trouxe um copo grande de leite com achocolatado e um misto quente.

Lucas diz que não queria e sua mãe o obriga a comer. Ela o avisa que tem treino, mas

Lucas está em silêncio e pensativo.

Treinar para quê? Ele se pergunta mais uma vez.

Seu silêncio é interrompido pela campainha da casa. Ele ouve sua

mãe abrindo a porta e conversando com alguém, mas novamente ele se distancia.

Começa a ouvir sua mente em um monólogo próprio, uma conversa interna. Quando

olha para a porta do quarto, vê o seu técnico Paulo Brito entrando e se dirigindo à

sua cama.

- Por que não foi treinar ontem? - pergunta com firmeza.

- Levante-se dessa cama e vá tomar um banho, que vamos juntos

ao treino. - sentencia ele.

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25 Resignado, Lucas se levanta e se direciona ao banheiro. Pensa em

dizer alguma coisa, mas, antes de ameaçar pronunciar qualquer coisa, ouve mais um

comando de seu técnico.

- Faça a barba e mude essa postura corporal. Parece que o mundo

acabou. Perdeu-se uma batalha, mas temos uma guerra pela frente. - diz Paulo Brito.

Lucas fecha a porta do banheiro. “Que guerra?” - pensa ele.

Alguns minutos depois, Lucas entra na sala de sua casa e vê seu

técnico e sua mãe conversando animadamente. Ele já esta arrumado para o treino e

com a barba feita, mas ainda desanimado.

Descem até o carro de Paulo Brito e, ao entrar, Lucas se senta no

banco do carona cabisbaixo e apenas sente o carro saindo do lugar.

- Qual a razão de tamanho abatimento? - pergunta Paulo Brito.

Lucas não sabe o que responder.

- Era apenas um jogo, ainda virão muitos outros. - complementa seu

técnico.

- Qual a razão de você ter balançado a cabeça antes dos lances

livres? - dispara Paulo Brito.

Após segundos de silêncio, Lucas responde que não estava

conseguindo se concentrar e balançou a cabeça para que sumissem os pensamentos.

- Quais pensamentos? - rapidamente questiona seu técnico.

- Pensamentos negativos. - balbucia ele.

- Especificamente, que pensamentos negativos? - interpela Paulo

Brito.

- Sobre derrotas. - responde Lucas.

- Qual razão lhe faz pensar sobre isso? - continua Paulo Brito.

- Acredito que é um problema de família.

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26 - O que lhe faz acreditar nisso?

- Meu avô era um fracassado, meu pai é um derrotado e acho que

essa é minha sina.

Paulo Brito percebe em seu atleta um valor em relação à família e

argumenta:

- Pelo que vejo, seu avô criou muito bem seu pai, que é uma ótima

pessoa. Ele criou muito bem você. Seu pai é uma pessoa correta, tem um trabalho

simples, mas digno e é seu fã como também sua mãe.

Paulo Brito prepara uma pergunta poderosa:

- O que você tem de fazer para ser um campeão?

Um grande silêncio toma o carro. Lucas reflete e tem um insight.

Relembra-se que, mesmo jovem, já enfrentara inúmeros desafios. Já fora campeão

no colégio. Lembra-se do carinho que sempre seus pais tiveram com ele e responde:

- Acreditar em mim!

Nesse momento, Lucas sente uma corrente passando pelo corpo

todo, como se uma lâmpada se acendesse. Descobre que as soluções estão dentro

dele. Paulo Brito para o carro, pois chegaram à quadra. Os dois saem do carro e

Lucas, sorrindo e já correndo, fala ao técnico:

- Aguardo-te lá dentro, tenho muito que treinar.

Paulo Brito está sorrindo e pensa consigo: “A maior parte do

treino ele já fez.”

O segundo turno está para começar e Lucas recuperou a vontade

de jogar. Jogo a jogo, ele exibe seu talento, vencendo, ajudando sua equipe e

consolidando sua nova crença.

Lucas cada vez mais acredita em si e, com a sequência de vitórias,

mais uma vez são chegadas as partidas das finais.

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27 O grande dia chega. Todo o time de Lucas está pronto para o

jogo. Eles entram em quadra para jogar contra a mesma equipe com a qual

disputaram o primeiro turno. Dessa vez, eles vencem com facilidade. Lucas joga

muito bem. Seu time é campeão do segundo turno do campeonato, Lucas tem seu

primeiro título. O time se classificou para as finais do campeonato e novamente

contra a mesma equipe.

Os times têm agora uma grande rivalidade entre si. Todos querem

sentir o gosto de ser campeão mais uma vez. Em alguns dias, eles se enfrentarão

novamente. Lucas está muito motivado e tem treinado como nunca.

Hoje é o dia da grande final. Os jogadores estão no vestiário se

arrumando para o jogo. Paulo Brito está fazendo a preleção. Lembra a todos dos

sacrifícios que cada um fez para estar agora disputando essa partida. Pede que

joguem com muita vontade e determinação, mandando os jogadores para quadra em

seguida.

O jogo tem seu início e, como da última vez em que se

enfrentaram, a partida está muito disputada. O jogo vai caminhando para o fim. Deve

ser decidido apenas no final. A cada lance, a partida ganha novas emoções. Faltando

poucos segundos, o adversário está na frente. Dessa vez, Paulo Brito não pode pedir

tempo para orientar sua equipe e os jogadores terão de resolver por conta própria.

A poucos segundos do fim, Lucas recebe a bola precisando da

cesta para a vitória e recebe a falta para bater os lances livres, precisando converter

os dois.

Enquanto se encaminha para arremessar a bola, Lucas se recorda

do primeiro jogo e seu coração volta a bater mais forte. Ele se lembra de seu pai e de

todo o carinho que um tem pelo outro. Lucas recebe a bola, percebe a torcida a gritar

ao longe, arremessa a bola e... Cesta. Ele precisa fazer mais uma cesta, recebe a bola,

respira, arremessa e... A bola entra de chuá. Lucas é campeão e está pronto para

seguir em frente.

A nossa história tem o seu fim, mas nós podemos analisar agora

toda a trajetória de recuperação do nosso personagem.

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28 Em um primeiro momento, seu técnico fez um trabalho de

COACHING, transportando Lucas do estado em que se encontrava para um estado

desejado, através de perguntas poderosas. Foi identificado um valor (família) e

desconstruída uma crença. Essa foi substituída por outra positiva. Livre dessa crença

e agarrado a seus valores como forma de âncora, Lucas superou os obstáculos.

Passou a usar sua ansiedade em seu favor num espiral ascendente, onde ele

ACREDITA, tem POTENCIAL, parte para a AÇÃO e chega ao RESULTADO, retornando a

acreditar e, assim por diante, numa direção ascendente e pronto para realizar suas

metas.

Aqui, encerramos esse capítulo. Falamos num primeiro momento

da ansiedade, da crença limitante, da desilusão apreendida, do processo da angústia,

estresse, depressão e o espiral descendente (desempenho negativo, baixa

autoestima, reação inadequada, feedback negativo e autodepreciação). Num

segundo momento, vimos um trabalho de coaching com perguntas que levam à

reflexão, à desconstrução de uma crença, à substituição por uma crença positiva

ligada a um valor pessoal e ao processo de espiral positivo (acreditar, potencial, ação

e resultado).

Agora, como tarefa, faremos um trabalho de auto-hipnose

(relaxamento). Não se preocupe, você não parecera nem sonâmbulo, nem zumbi,

apenas poderá melhorar sua concentração e o conhecimento de seu corpo. Em

momentos de ansiedade, pode ser um grande aliado e, para sair desse estado, basta

abrir seus olhos quando desejar, você estará sempre consciente, o ideal é que da

primeira vez que você fizer o exercício alguém comande para que você mentalize os

comandos e possa depois realizá-los sozinho. Preparado? Então vamos...

Em um local calmo, coloque-se numa posição confortável, pode ser sentado,

em pé ou deitado, feche os olhos e ouça os barulhos, acostume-se com eles. Se

houver novos sons, não se distraia, são apenas sons. Comece a se concentrar na sua

respiração, inspire e expire lentamente, inspire pelo nariz e expire pela boca...

Aprofunde a respiração, não respire só com os pulmões, encha a barriga com o ar

(respiração abdominal) e depois expire esvaziando a barriga, inspire e expire,

concentre-se no seus pés... Nos dedos dos pés... Sinta-os levemente formigando,

continue respirando... Sinta o peito do pé, o formigamento vai ficando mais forte...

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29 Sinta os tornozelos, espalhe esse formigamento... Canela... Concentre-se e continue

respirando... Depois a batata da perna, tudo formigando, sinta os joelhos... Suba para

as coxas, continue expandindo o formigamento... Pélvis, subindo até o abdômen... A

ponta dos dedos da mão... Sinta a sensação de tranquilidade tomando seu corpo,

continue subindo, antebraço... Braço... Peitoral... Ombros... Pescoço... Sinta o

relaxamento do seu corpo... A face... O topo da cabeça... Sinta todo seu corpo

relaxado... Conte 3, 2, 1 e abra os olhos.

Qual local você sentiu o maior formigamento? Esse é o seu ponto mais forte

de relaxamento, anote ou guarde na memoria esse local, pois vamos usá-los outras

vezes para um trabalho de relaxamento mais rápido.

O que você achou? Gostou? Você pode usá-lo sempre que quiser. Se

preferir, peça para alguém fazer os comandos para você, falando em tom baixo e sem

pressa, no ritmo da sua respiração. Esse exercício é bom antes de dormir, quando

estiver tenso, antes de uma prova, se for praticar esportes, faça-o antes do

alongamento e depois faça um aquecimento. Isso prepara você para se manter

focado e tranquilo e é um grande aliado para a obtenção de suas metas. Aproveite...

Em breve, falaremos sobre a RODA DA VIDA e como ela pode servir para

você ter informações importantes sobre vários aspectos da sua vida e como

alavancar as partes que podem influenciar positivamente na conquista de suas

metas.

Nossa viagem pelos sentimentos continua. Agora é a vez do

Medo, a forma com que ele pode dificultar a realização de nossas metas pela culpa, o

erro e o fracasso. Iremos mais para dentro das cavernas escuras do seu ser. Vamos

descobrir e enfrentar a aura de mistério desse sentimento em especial. Vamos mais

fundo, baixem o periscópio...

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30

Capítulo 4 :

O MEDO e as METAS

Você tem medo de quê? Você tem medo dos outros ou de você?

Você tem medo do fracasso, do erro ou do sucesso?

O medo nos acompanha provavelmente desde a época em que

éramos humanoides, andando em pé ou ainda nas árvores ou remonta períodos

anteriores que originaram a nossa espécie. É um sentimento que tem a ver com o

instinto de preservação da vida, protegendo-nos do inesperado e do desconhecido. O

medo dos ratos e das baratas tem sua origem na Idade Média, está relacionado às

doenças e a sujeira. O medo do escuro vem de períodos anteriores à descoberta do

fogo, quando andávamos na escuridão e virávamos alimentos de predadores com

melhor visão que a nossa à noite. O medo de cobras vem da origem dos mamíferos e

provavelmente do fim dos dinossauros.

Na verdade, o medo deveria ser considerado uma qualidade para

nossa espécie. Quando bem controlado, nos torna mais prudentes e eficazes. Mas,

para os humanos, tudo que funciona para o bem, se potencializa e acaba

prejudicando.

E o que o medo tem a ver com as metas?

Tudo. Nós somos seres emocionais e, quando sentimos medo, ficamos

paralisados, temos a nossa criatividade bloqueada, evitamos correr riscos e

acabamos presos à culpa, ao erro e ao fracasso. Com isso, deixamos de ir direto ao

nosso alvo e ficamos ligados a uma sequência de outros sentimentos ligados ao

medo.

Quando vimos no capitulo 1 sobre como interpretamos a realidade por

meio dos sentidos e decidimos pelo mapa mental e o estado emocional para ter

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31 ações e comportamentos padronizados, a realidade marca o nosso cérebro criando

caminhos que se consolidam e o estado emocional é que determina os

comportamentos e as ações.

Nos dias de hoje, aprendemos a classificar o medo por graduação, em

forma de escalas. Elas começam por uma leve ansiedade e passam por emoções

bem mais complexas como inveja, raiva, ódio (a raiva canalizada a alguém ou a

alguma coisa) e tem como seu maior grau da escala o pavor. Algumas dessas

emoções ainda vêm acompanhadas de um novo elemento que nos liga ao

desconhecido e ao sentimento de perda, a violência.

Crenças limitantes podem estar ligadas a esse sentimento e acabam

por fazer com que os nossos objetivos passeiem por essas emoções que citamos

acima e dificultem ou impossibilitem a realização das metas traçadas.

O medo do erro é um dos principais meios de interferência para

realizar o trajeto correto para se chegar ao objetivo final. O erro deve ser encarado

como passo para o acerto.

Uma pequena história remonta a descoberta da lâmpada por Thomas

Edison, que teria realizado 5000 (cinco mil) experiências que deram resultado errado

para a realização de sua meta. Quando confrontado por outros para que desistisse,

pois já errara um número enorme de vezes, ele comentou que agora estaria 5000

(cinco mil) vezes mais perto de sua meta e acabou por realizá-la. A nossa relação com

o erro é que nos tira do caminho certo e parece ter um fundo cultural, pois em

outros países essa concepção do erro é semelhante à história acima.

Mais forte ainda é o medo do fracasso que, além do sentimento de

culpa, gera ainda a preocupação com o prejuízo financeiro e limita a criatividade e as

adaptações que são necessárias a realização das metas.

Mas como o medo do fracasso entra em nossa mente?

O cérebro entende como fracasso quando nos comprometemos a

fazer uma coisa e deixamos de fazê-las, mesmo que sejam coisas simples e pequenas

do dia a dia, tais como: trocar uma lâmpada que está queimada num cômodo pouco

usado da casa, pendurar um quadro que fica no chão da casa, ajeitar a caixinha do

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32 correio que precisa de um parafuso novo no portão da entrada, comprar uma lixeira

nova para substituir a antiga, sem tampa, que exala mau cheiro, ou colocar o espelho

no banheiro das crianças.

Essas atitudes bobas criam caminhos e conexões entre os neurônios

(sinapses) que relacionam essas experiências a sensações negativas que já foram

vividas. Quando passamos na vida por situações que se assemelham às vividas,

utilizamos os mesmos caminhos e conexões que produzem resultados que se

relacionam diretamente àquelas pequenas experiências, provocando ações

indesejadas no corpo, no pensamento, nos sentimentos e na vida da pessoa.

A mudança dessas atitudes cria atalhos (novos caminhos neurais) em

nosso cérebro que se associam a lembranças positivas anteriores e desvinculam das

sensações negativas passadas, proporcionando um sentimento de realização,

inversamente proporcional e extremamente positivo. A manutenção dessas atitudes

consolida as novas conexões neurais (sinapses), mantendo a associação e um

sentimento positivo da situação.

As interferências no ambiente e nas experiências faz com que se

provoquem mudanças anatômicas e funcionais no cérebro, criando reconexões

sinápticas, reprogramando as experiências, criando uma sensação positiva e obtendo

novos resultados.

As crenças também têm forte influência no processo do medo do fracasso

e, muitas vezes, as crenças remetem a um medo que é paradoxal ao fracasso, o

medo do sucesso, que também pode ser descontruído com uma nova programação

mental, por meio da substituição do significado. A técnica de METAPOSIÇÃO com

ancoragem que veremos no capítulo 9, “EU E AS METAS”, nos ajudará a resolver essa

situação.

E como superar metas que nos deixam em conflito?

Veja o preço que você tem de pagar para a realização de seus objetivos.

Defina se estão indo contra seus valores ou alinhados a eles. Supere as dificuldades e

crie estratégias para vencê-las. Pague o preço que tem de pagar e conquiste os seus

objetivos para que possa se realizar.

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33 Quando falamos em metas, temos de estar conectados à realidade, pois

elas têm de ser palpáveis de serem realizadas e estar numa esfera de nossas

possibilidades. O nosso cérebro não consegue processar metas muito difíceis, nem

muito fáceis, as metas têm de ser reais e sustentáveis, mesmo as mais simples e

pessoais até as mais complexas (profissionais), que envolvam aprendizagem e

evidência de retorno.

Para ilustrar algumas dessas emoções e sentimentos ligados a medo e

metas, vamos a mais um caso relacionado a uma meta pessoal, seus

desdobramentos e conclusões.

A nossa personagem chama-se Ana, foi criada pela mãe na casa que

seu pai deixou ao falecer quando Ana ainda era pequena. Ana cursou até o ensino

médio e aprendeu o ofício da mãe que era costureira e trabalhava em casa. Como

estava sempre em casa, aprendeu a cozinhar muito bem e tornou-se, como sua mãe,

uma ótima costureira.

Embora já tenha namorado, Ana nunca se interessou muito por rapazes.

Com o passar do tempo, acabou se acostumando com a vida que levava e colocou

como seus objetivos cuidar de sua mãe na velhice, trabalhar e cozinhar. Mas logo sua

mãe veio a falecer, Ana se sentiu sozinha e colocou como sua meta pessoal ser mãe.

Então, uma de suas clientes, chamada Alzira, muito boa conhecedora de

ervas e plantas, perguntou se ela não gostaria de ser apresentada a um senhor, que

por ela tinha muita admiração. Carlos era viúvo, já fora cliente de sua mãe e

conheceu-a quando pequena. Era bem mais velho e queria companhia. Ana estava

com 33 anos, mas parecia mais experiente e interessou-se em conhecê-lo sem

compromisso.

Com sua meta na cabeça e por Carlos ser uma pessoa gentil e educada,

Ana aprovou a ideia e, com o tempo, passaram a morar na casa de Ana. Carlos tinha a

saúde fraca, mas era boa companhia e, para surpresa de todos, Ana rapidamente

engravidou.

A gravidez trouxe uma alegria extrema para Ana, que agora poderia

realizar sua meta e descobrir o sentido de sua vida, ser mãe. Durante esse período,

ela costurou inúmeras roupas para o bebê e para ela própria, que começou a ganhar

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34 peso e contornos de grávida. Nesse período, a saúde de Carlos foi piorando e, logo

depois do nascimento, ele veio a falecer. A notícia não abalou tanto Ana, pois sabia

da saúde frágil de Carlos e o homenageou dando seu nome ao filho.

Carlinhos cresceu rápido e forte, Ana usava suas economias para criá-lo e

a pensão de Carlos, embora pouca, ajudava bastante. Ele era o grande amor de Ana,

nunca deu trabalho na escola e agora já estava na faculdade e ia ser advogado.

No ano em que iria se formar, Carlinhos acabou por surpreender sua mãe

ao informa-la que estava namorando uma menina da sua sala da faculdade. Pediu

para a mãe fazer um almoço no domingo para conhecê-la e mostrar suas qualidades

na cozinha.

Ana sabia que Carlinhos tinha umas amigas, mas nada sério. A notícia

tinha mexido com ela de forma estranha. Decidiu fazer um almoço caprichado:

frango assado, batatas, macarrão com molho, arroz, feijão, salada e, de sobremesa.

pudim de leite, a sobremesa favorita de seu filho. Chegou o grande dia, a comida

estava caprichada e ela aguardava ansiosa para conhecer a namorada de seu filho.

Eles chegaram juntos e abraçados. Carlinhos, à frente, veio apresentá-la.

- Mãe, esta é Letícia. Letícia, esta é minha mãe, Ana.

Elas se cumprimentaram e Ana não conseguiu deixar de reparar. Letícia

era jovem e bonita, de forma que ela nunca fora. Letícia fora simpática e educada e

dissera que Carlinhos sempre falava da deliciosa comida de sua mãe. Ana agradeceu

e a convidou para entrar e se sentar, pois já iria servir o almoço e se dirigiu para a

cozinha.

Ao chegar à cozinha algo a dominava e remoia o seu pensamento.

“Falante, ‘toda toda’ e cheia de si.”

Quando se faz chegar à voz de Carlinhos na cozinha.

- Mãe, Letícia é uma das melhores alunas da sala e estamos estagiando

juntos num escritório aqui perto de casa.

Letícia elogia seu filho e começa a falar de trabalho, de faculdade, de

prosperidade e futuro.

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35 Ana não acreditava no que ouvia. Cada som era uma facada em seu

coração. Ela não sabia o que falar. Até que uma ideia estranha passa pela sua cabeça

e ela faz um convite:

- Já que vão trabalhar aqui perto, quero que venham almoçar aqui todo dia,

isso se Letícia gostar da minha comida.

E já adentrou a sala com o frango com batatas e o macarrão nas mãos. A

jovem levanta para ajudá-la e ela pede que fique sentada, pois está acostumada a

servir, virando-se em direção à cozinha para pegar os outros pratos.

Na cozinha, Ana entra meio perdida. Mal consegue pensar direito, pega os

outros pratos e retorna à sala já servindo a convidada. Mal ouve os elogios sobre

seus pratos, está perdida em seus pensamentos. Quando viu que a jovem tinha

acabado, apressou-se em trazer a sobremesa favorita de seu filho. Letícia, ao ver a

sobremesa, diz ser a sua favorita e Carlinhos comenta que eles combinam em tudo.

Ana está perplexa e serve aos dois. Consegue vê-la falando e, de repente,

um beijo entre os dois e, em seguida, uma longa troca de olhares. Nesse momento,

Ana fala que pelo visto ela teria gostado de sua comida e que não haveria motivo

para eles deixarem de almoçar ali todos os dias. Letícia tentou argumentar que seria

muito trabalhoso. Ouviu como resposta que seria uma desfeita. A jovem então aceita

e quando vê já esta com uma xícara de café na mão. Ela agradece e diz que adora um

café feito na hora. Carlinhos comenta que nisso eles não combinam.

Ana ouve essa parte com atenção.

A nova namorada de seu filho se oferece para ajudar com a louça. Ana

comenta que eles são jovens e tem de se divertir, sugere que vão ao cinema e,

praticamente colocando-os na porta de casa, despede-se dos dois.

Ana já tem um plano. Agora apenas tem de imaginar como.

“Vou matá-la!”

Chega o momento de uma parada para respirarmos e imaginarmos o que

motivaria uma pessoa correta a cometer uma insanidade.

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36 Um medo irracional seria capaz de gerar uma ansiedade leve. Levá-la a se

transformar num sentimento de inveja em relação a uma pessoa, entrar em um

processo de raiva e usar o ódio extremo com uso de violência para uma solução que

a traria de volta a sua meta.

A nossa personagem tem medo de ficar sozinha em sua velhice e perder o

seu grande amor. Na vida real, vemos episódios semelhantes quase todos os dias,

muda um pouco para lá ou para cá. Muda o enredo ou personagens e o que se vê são

pessoas que não controlam suas emoções, desembocando em ações errôneas e

radicais, que depois de consumadas estão numa via sem retorno.

Voltemos à nossa história. Veremos como se desenrolará esta situação que

mexe com corações e mentes de algumas pessoas, que agora de alguma maneira já

nos são queridas.

Ana sai à procura de Alzira. Acredita que ela irá entendê-la e ajudá-la. Seu

conhecimento de ervas e plantas será muito útil nesse momento. Ao chegar à casa de

Alzira, percebe que ela está bem velhinha, mas continua com a mente em

funcionamento normal. Alzira fala da saudade da amiga, que está bem de saúde,

pergunta por seu filho, sua vida, seu trabalho. Ana responde a todas as perguntas.

Diz que precisa da ajuda da cliente, que virou sua amiga e mudou sua vida com a

chegada de seu filho.

Chega o momento e Ana, sem pensar, abre o jogo com Alzira e explica o

seu plano de matar a jovem namorada de seu filho, colocando um veneno em seu

café após o almoço. Alzira reluta, pondera, mas Ana esta irredutível em seu plano

macabro. Enfim, Alzira concorda em ajudar devido à convicção da amiga. Ela se

levanta, vai até a cozinha e volta com um pó branco, recomenda que coloque uma

quantidade pequena, pois vai intoxicá-la aos poucos. Pede que, durante esse

período, ela trate a jovem muito bem para não chamar atenção e se despede da

amiga desejando-lhe êxito em seu plano.

Letícia passa a frequentar a casa de Ana todos os dias, elogiando os

almoços, ajudando a servir, ajudando com os pratos e as louças, conversando e se

divertindo. Sempre, na hora do café, Ana é a responsável por servir. Ana percebe que

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37 a intimidade entre Carlinhos e a jovem aumenta dia a dia e essa situação lhe deixa

preocupada, pois em breve Letícia estará totalmente intoxicada pelo veneno.

O tempo vai passando e o ambiente da casa continua igual. Os jovens

conversam bastante e ela, orientada por Alzira, mostra-se interessada e participante

para não demonstrar qualquer tipo de suspeita.

Até que um dia Ana se pega pensando em Letícia, em quanto seu filho

está feliz e como sua casa está alegre e movimentada. Ela crê que seu plano não mais

deva ir em frente, quando ouve seu filho Carlinhos a gritar ao lado de fora de casa.

Letícia chega carregada por ele e Ana pensa no pior.

“Meu Deus, eu matei essa jovem.”

Carlinhos entra e vai dizendo que Letícia está passando mal. Ana se

desespera, não sabe o que fazer. Carlinhos continua falando e diz para sua mãe que

ela vai ser vovó. Letícia vomita e Carlinhos a limpa, ela se vira para Ana e diz:

_ Se for menino, chamaremos de Carlos e, se for menina, chamarei de Ana

Letícia.

Nesse instante, Ana sai correndo e vai em direção da casa de Alzira. Pensa

em tudo o que fez, na pessoa maravilhosa que se revelou ser essa jovem, no amor

que seu filho tem por ela e no mal que ela pode estar fazendo ao filho deles. Ana

chega à casa de Alzira aos prantos e lhe explica a situação, perguntando se existe

uma maneira de reverter o mal que ela fizera a todos eles.

Alzira fica em silêncio por um instante, tenta acalmar a amiga e então fala;

- Amiga, não tema, eu não lhe dei nenhum veneno, eu lhe dei um punhado

de açúcar. Quando vi sua convicção em realizar seu intento, tive que lhe enganar, eu

temia que se não a ajudasse você poderia fazer outra loucura. Pedi que a tratasse

bem na intenção de que, com o passar do tempo, você refletisse e visse que estava

errada em seu julgamento dessa jovem.

Ana cai ao chão e se desmorona em lágrimas.

- Como pude ser tão egoísta fazendo mal a uma pessoa que mal conhecia e

a meu filho que tanto amo?

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38 Alzira, com toda sua experiência, lhe ordena.

- Vá e se desculpe com os dois. Conte toda a verdade.

Ana retruca que não será desculpada, que perdera a todos.

Mas, pelo menos, se for verdadeira, você poderá conviver consigo mesmo.

Ana foi para casa e contou a verdade e se desculpou de coração. Disse que

antes do acontecido já estava arrependida e entregava o seu destino a eles. Carlinhos

ficou horrorizado. Quando ia falar, sentiu Letícia colocar as mãos em seus lábios,

disse que a perdoava, que o momento era de comemoração e pediu um tempo para

pensar em tudo.

Ana agradeceu e entendeu. Ela se sentia mais leve. Agora tinha uma meta

real: reconquistar sua nova família.

Nessa história, vimos todos os sentimentos envolvidos num processo de

medo relacionado a uma meta pessoal não palpável, pois ser mãe não é uma meta,

criar os filhos seria uma meta realizável. Essa relação do medo, onde o ódio esteve

presente aparentemente, estava associada a uma crença aparente ligada ao ninho

vazio e a opção de Ana em ficar com a mãe para cuidar dela com a esperança que a

história se repetisse.

O medo, no dito popular, cura-se com o enfrentamento do próprio e, outras

culturas mais espiritualizadas, tem na meditação e no autoconhecimento uma forma

eficaz de por fim nesse sentimento e permitir a plena realização de suas metas.

Queria propor como tarefa, nesse capítulo, um exercício para mostrar a força

que existe dentro de nós e fazer com que vocês descubram a energia que existe em

nosso corpo com um trabalho que une a auto- hipnose (relaxamento) e a bioenergia.

No capítulo anterior, fizemos um exercício de relaxamento e inicialmente

vamos utilizá-lo para acelerar todo o processo.

Primeiro, feche os olhos e concentre-se na sua respiração. Inspire pelo nariz

e expire pela boca, procure fazer a respiração abdominal, enchendo e esvaziando a

barriga, continue respirando. Quando se sentir bem relaxado, ainda com os olhos

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39 fechados, deixe os braços caídos ao lado do corpo, abra as mãos e gire-as com força

rapidamente, virando as palmas da mão para dentro e para fora.

Em seguida levante os braços em paralelo na altura dos ombros e a sua

frente, bata palmas com força de duas a quatro vezes e depois esfregue as mãos com

vigor. Com os braços esticados e as mãos em paralelo sem se tocar, sinta a energia

que começa a aparecer entre elas, sinta como essa energia vai aumentando. Ainda

sem tocar as mãos, gire-as como se tivesse modelando uma bola de neve, continue

sentindo a energia e vá aumentando o tamanho da bola até o de uma bola de futebol

de salão. Faça os movimentos circulares, vá diminuindo o tamanho da bola e volte a

colocar as mãos em paralelo sem se tocarem e dobre os cotovelos, levando as duas

mãos até perto dos seus lábios, conte “3, 2, 1”, sopre com força e estique e abra os

braços. A energia se foi, abra os olhos.

Você sentiu a energia? Sentiu uma sensação positiva? Se achar melhor,

peça a alguém de sua confiança para comandar essa experiência de forma lenta e

vagarosa. No próximo capítulo, usaremos um exercício semelhante que ajudará você

a potencializar seus objetivos. Há alguns milhares de anos, na Grécia antiga, o filósofo

Sócrates já perguntava a seus seguidores: “O que vocês farão com o enorme poder

que tem em suas mãos?”. Vamos procurar coisas positivas e direcionar essa energia

para melhor beneficiar-nos.

Veremos, em um próximo capítulo, o RELÓGIO DO TEMPO, como ele

poderá lhe mostrar onde você está gastando sua energia e como alavancar suas

metas redirecionando melhor as suas atitudes.

Fomos fundo num sentimento que incomoda, assusta e, ao mesmo tempo,

diverte muitas pessoas. Agora iremos em direção à autoestima e a sua meia irmã, a

baixa autoestima. Àqueles que estão nos acompanhado, boa viagem! Soltem os

lastros...

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40

Capítulo 5:

AUTOESTIMA E AS

METAS

Autoestima para quê? Liderar para quem? Liderar para todos e para

você?

Por definição, seria a estima que a pessoa tem por si mesma. É o

conceito ligado ao íntimo de cada um. Se nos aceitamos, se nos aprovamos, se somos

felizes, se representamos o que vemos quando nos olhamos no espelho. Seria a

nossa própria forma de interpretarmos a consciência. O meio em que vivemos,

nossos objetivos, nossa forma de agir conosco e com os outros. As coisas as quais

damos valor e que estão ligados à nossa autoestima, que é um potente estado para

nos ajudar a realizar as metas.

Em nosso cérebro (a autoestima). está ligado o hemisfério direito. No

self 2 (como é conhecido o lado direito do cérebro), essa área é ligada ao lado

artístico, à criatividade e à busca por soluções diferenciadas e inovadoras. A

autoestima é ligada à atração e o processo da liderança se baseia em atrair pessoas

para ajudar na realização de suas metas.

O equilíbrio e a confiança criam condições emocionais para o melhor

estilo de liderança que se apoia no exemplo e no poder de comunicação. A

autoestima permite que, por meio do processo de liderança, seja valorizado o fato de

que, quando não se sabe algo ou alguma coisa, é importante ter a humildade de

reconhecer e perguntar como se faz e aprender uma nova informação do que se

manter no desconhecimento.

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41 O sentimento de autoestima, como tudo em nós, está condicionado a

experiências e crenças que tivemos em nosso passado e ligado à maioria das nossas

emoções. A forma como fomos criados contribui para a maneira com que lidaremos

com a vida.

A autoestima é um sentimento que, no decorrer da vida, pode ser

modificado, se houver interesse do indivíduo num processo de crescimento interno e

busca de conhecimento, ou quando acreditamos que estamos indo na direção

errada, oposta a nossos valores e as metas que queremos alcançar.

Hoje em dia, a autoestima é classificada em três (03) categorias, todas

com características próprias e muitas vezes antagônicas entre si. Tem origens na

forma como o indivíduo foi criado na infância ou na adolescência e são: alta

autoestima, baixa autoestima e a autoestima expandida.

Alta autoestima – O individuo se ama, aceita-se e se valoriza como é.

A alta autoestima tem características muito positivas para a realização de

metas. A pessoa com esse tipo de sentimento sobre si mesmo tem uma grande

facilidade de adaptação ao meio: local de trabalho, casa, vida social etc. É um

indivíduo que tem facilidade para criar projetos, executar tarefas, melhorá-las e

desenvolvê-las, não teme desafios e defende suas posições. Sente-se bem consigo

mesmo, expressa suas opiniões e não teme falar com pessoas. Sabe identificar suas

emoções, bem como as das outras pessoas, são obstinados, gostam de aprender

novas atividades, perguntam quando não sabem, estão cientes de suas qualidades e

de seus defeitos. Aceitam críticas e reconhecem seus erros, assumindo-os. São

líderes natos.

Sua formação tem origem quando ainda pequenos, são tratados com

carinho e amor, num ambiente que transmita segurança e que tenha regras firmes,

mas não violentas. São ensinados a tratar as pessoas com respeito, principalmente

outras crianças e os idosos. Tem permissão para sonhar e sabe que é possível realizar

seus sonhos, utilizando estratégias. É incentivado a ser independente e participativo

e se preocupa com sua saúde e alimentação. Tem o sentimento de participar de uma

família e de um grupo (sociedade) e de ser amado.

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42 Baixa autoestima – O indivíduo não se ama, não se aceita e não se

valoriza.

A baixa autoestima tem características que fazem com que os

indivíduos se sintam diminuídos em relação ao todo. São indecisos e têm dificuldades

de tomar decisões, o que dificulta a realização de suas metas, pois têm medo do erro,

já que o erro expõe suas falhas. Pensam que não podem ou não sabem e, com isso,

não valorizam seus talentos, subestimando-os e se sentindo ansiosos e nervosos.

Temem o novo e evitam o risco, com isso são passivos e sem iniciativa. Isolam-se e

têm poucos amigos, não compartilhando com outros. São introspectivos, têm

dificuldades com as emoções e com críticas. Não aceitam erros e procuram ou criam

culpados para seus erros. Não se sentem atraentes e são pessimistas. Têm

dificuldades com objetivos e procuram se aproximar dos líderes para executá-los.

Não têm sua vida sobre controle.

A origem da baixa estima, normalmente, é vinculada ao

condicionamento de sentimento, a algum tipo de resultado (“Se tirar nota baixa no

colégio, mamãe não vai te amar mais”), a uma grande repetição de negativas (“Não

pode sair, não faça isso, não vai brincar”), a regras conflitantes (um dos pais

determina algo e o outro o contrário), a ambientes repressivos, violentos ou

tumultuados, indiferença de parentes (em relação à escola, alimentação e momentos

de doenças), a regras rígidas e castigos desnecessários que exponham a pessoa, a

diferença do que é dito para o que é feito (“Não roube”- a pessoa que dá o comando

rouba; “Não minta” - a pessoa mente), a perdas importantes (pai e mãe), a abuso

sexual, pais alcoólatras ou drogados e situações estressantes e relacionadas a

problemas financeiros. As crenças limitantes estão fortemente vinculadas a essas

pessoas e a mudança de padrão mental gera uma reciclagem do comportamento.

Autoestima expandida – O indivíduo se ama sobremaneira e valoriza

exageradamente suas virtudes.

A autoestima expandida tem como característica um forte

sentimento de superioridade em relação ao outro, o que o isola e dificulta a

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43 concretização de metas. Desapego aos sentimentos alheios, sensação de poder,

certeza de razão absoluta, segurança extrema e a ultrapassar os limites de risco,

centralizador, tende a afastar as pessoas, fala em excesso porque quer impressionar

os demais. É escandaloso quando contrariado, gosta de elogios, é super otimista e se

acha merecedor de mais que os outros. Tem dificuldade para dividir, não aceita

críticas e, quando erra, culpa os outros e se vangloria de suas posses e realizações.

Como origem, tem na criação um amor doentio que o torna sem

limites e sem normas. Como se fosse o centro das atenções, normalmente não

respeita os outros, principalmente as crianças e os idosos. Recebe como

ensinamentos que os objetivos estão acima de tudo, independentemente dos meios.

Sente a necessidade de satisfazer todas as suas vontades e inferioriza os outros.

Segmenta as pessoas (pobres, feios, ignorantes etc.) e se aproxima por interesse,

sente-se atraente, persegue estereótipos utilizando-se de subterfúgios (mulher

magra - anorexia, bulimia) e homem forte (esteróides). É um líder negativo.

Todas as características acima envolvendo os 3 (três) tipos de

autoestima são genéricas. O leitor pode até reconhecer pessoas que muito se

assemelham a esses tipos, mas são apenas formas de ilustrar esses indivíduos. Não

necessariamente uma pessoa tem que ter todas para estar enquadrada nesse ou

naquele grupo, a criação pode ser diferente e gerar resultados desiguais em qualquer

indivíduo. Os seres humanos são únicos e especiais, desenvolvem características

próprias em cada meio e evoluem a todo o momento seguindo seus desejos.

Como esses sentimentos têm início na infância, muitas dessas

características podem ser também introduzidas como crenças e como tal

desconstruídas e substituídas por outras que nos tornem mais fácil à vida, a relação

com as pessoas, ao nosso trabalho, nossas relações sociais e amorosas.

Independente de suas origens, o ser humano tem um grande poder de adaptação e

sua vontade bem direcionada, o poder de mudar o caminho para onde se deseja ir.

A história que abaixo contaremos tem como cunho o ambiente de

uma empresa. Em função disso, cabe ressaltar particularidades do ambiente

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44 empresarial como a diferença entre ser líder e ser gerente, entre eficácia e eficiência,

sobre o que é beber CHA, o que é zona de conforto e o que é nível de aprendizagem.

Mais para que eu preciso saber disso?

São maneiras de se chegar às metas e, por mais estranho e

complicado que pareça, tudo que se comentou acima, é usado na sua vida o tempo

todo. Uma dona de casa gerencia seu lar, comprando alimentos, produtos de limpeza

e higiene, remédios, mantendo sua casa arejada, limpa e confortável. Gerenciar é

cuidar de processos (no caso da dona de casa, as compras) e controle (para a dona de

casa, sua casa).

Liderar é motivar pessoas e fazer com que elas o sigam e o ajudem a

realizar metas, que o tenha como exemplo. Uma dona de casa, quando incentiva seu

filho a estudar, cuida de sua alimentação balanceada, ensina o valor de escovar os

dentes e de praticar esportes, ensinar a gastar menos energia elétrica e água

tomando banhos mais rápidos, a apagar as luzes quando sair de um cômodo está

liderando sua casa e, ainda mais, está criando um novo líder.

A liderança tem a ver com pessoas e a gerência com processos. Liderar

é motivar a seguir uma ideia por meio do exemplo e da influência do líder sobre o

todo e não ao poder que ele tenha, que limita e desmotiva. O líder tem de criar

novos lideres que vão substitui-lo quando subir de cargo ou patamar.

A gerência tem a ver com gestão de processo e cobrança e,

independente de pessoas, o resultado se baseia em análise de desempenho do

sistema em si.

Qual é a diferença entre eficiência e eficácia?

Eficiência é quando um indivíduo faz parte do processo da empresa e

eficácia é quando ele está comprometido com a empresa. Como exemplo, vamos

imaginar um rapaz, que de dia é zelador de um prédio. À tarde, ele trabalha numa

fábrica de doces, na limpeza. São serviços semelhantes que normalmente gerariam

tédio. Um dia, um morador do prédio onde ele trabalha faz uma visita à fábrica onde

ele também trabalha. Reconhece-o e o vê varrendo o chão, como ele costuma fazer

no prédio e lhe pergunta:

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45 - O que você esta fazendo aqui?

Existem duas respostas para essa pergunta:

- Estou varrendo o chão.

Ele é parte do processo, faz apenas mais um trabalho.

E como seria a segunda resposta?

- Estou ajudando a vender doces.

Ele tem a filosofia da empresa está comprometido com ela. Existe uma

grande diferença entre as duas.

Comprometa-se, seja eficaz em sua vida, isso faz a diferença.

O que é beber CHA?

CHA é a abreviatura de três palavras (conhecimento – habilidade –

atitude). Quando se diz beber CHA, a intenção é implementar um plano de ação,

utilizando seu conhecimento, suas habilidades e a atitude ou ação.

Um exemplo simples seria você se imaginar programando um

churrasco de aniversário de seu filho. Você determina o local e o dia (conhecimento),

compra as carnes, bebidas, acompanhamentos, sobremesa e o bolo, contrata o

churrasqueiro, o assistente, o DJ, e seus apetrechos (habilidades), convida os amigos,

parentes e vizinhos e prepara o local (atitude). Está pronto seu plano de ação. Boa

festa!

O que é zona de conforto?

No ambiente empresarial, zona de conforto é quando um funcionário

se sente sem motivação. Parece estar no local onde se sente seguro, e não tem

interesse em criar situações que possam provocar novas atitudes e correr riscos.

Dentro da empresa, esse é um momento delicado, pois quando notado pode ser

considerado descartável.

Na vida urbana, essa situação lembra a tétrade: sofá, televisão, pizza

por telefone e obesidade. Mexa-se, saia de sua zona de conforto!

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46 O que é nível de aprendizagem?

O nível de aprendizagem mede o quanto um profissional está treinado

para executar suas funções, ela é medida em 4 (quatro) níveis, que citarei abaixo, já

dando um exemplo para não estender demais e entrarmos em nossas histórias.

- Incompetência inconsciente – Não sei que eu não sei.

A empregada doméstica que faz as atividades do lar - Todas as vezes

que passa as roupas acaba queimando uma das peças por desconhecer qual

temperatura. Deve ajustar o ferro para cada tipo de tecido.

- Incompetência consciente – Eu sei que eu não sei.

O ajudante de pedreiro que sabe passar a massa na parede, mas não

coloca os azulejos.

- Competência inconsciente – Eu sei tanto que eu não sei.

O técnico de prensa hidráulica se considera tão acostumado a acionar

a máquina que se esquece das normas de segurança e se envolve em um acidente de

trabalho.

- Competência consciente – Eu sei tanto que eu sei.

A enfermeira que repassa em todos os pacientes a rotina de remédios,

banhos e alimentação indicada na planilha de cada um duas vezes para evitar riscos.

Os exemplos servem para qualquer profissão, das mais complicadas às

mais simples. Tem como objetivo apenas medir em escala o nível de treinamento,

atenção e risco que cada indivíduo está correndo ou colocando terceiros em perigo.

A nossa história começa na infância de Tiago, criado pelos pais. Foi

aguardado com muito amor, pois Teresa tivera alguma dificuldade para engravidar,

Renato seu pai era advogado e trabalhava no fórum da cidade. Ele estudava para

fazer uma prova para defensor público.

Tiago cresce sadio em um ambiente motivador e conectado. Começa o

período escolar e o menino vai se alfabetizar. Ele não apresenta nenhuma

dificuldade. No primeiro dia de aula, quando algumas crianças tem dificuldade de

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47 separar dos pais para entrar no colégio, muitos choram, outros não querem ir para a

sala de aula, Tiago, ao ser colocado no chão, correu para os braços da professora e

perguntou o seu nome.

- Tia Carla - respondeu ela com um sorriso.

- Meu nome é Tiago - rapidamente retrucou ele.

Teresa chegou a ficar decepcionada pelo fato de se sentir descartada

tão fácil. Mas o que fazer, criava-o para o mundo, ela estava ali só para desfrutar

desses pequenos momentos que ficariam para toda sua vida em sua memória. Como

mãe zelosa, cuidava de sua alimentação de forma a sempre introduzir um novo

alimento por semana. Ao terminar as refeições, nem mais era necessário lembrá-lo

de escovar os dentes e passar o fio dental. Renato chegava à casa depois do trabalho

cansado, mas vibrante, pois o fórum era um lugar cheio de novidades e histórias.

Muitas contava para Tiago, que aguardava para ouvi-las e se divertirem com elas. Ao

final, ia dormir e era quando Renato ia estudar para se preparar para o concurso que

estava por vir.

Tiago agora estava para concluir o ensino fundamental. Lembrava com

alegria do seu tempo de criança quando comentava sobre que profissões teria

quando adulto:

“Na segunda-feira, serei bombeiro. Na terça-feira, vou ser médico para

tratar dos outros. Na quarta-feira, serei advogado, na quinta-feira, veterinário,

na sexta-feira, serei vendedor, no sábado, vou ser jogador de futebol e no

domingo...”

Nesse momento, era cortado pela sua mãe que sempre lhe dizia:

- Vai cuidar dos meus netos e da sua esposa porque ninguém é de ferro.

E ele morria de rir.

Tiago sentia a curiosidade de trabalhar numa grande empresa quando

terminasse a faculdade, ele colocou isso como uma meta pessoal de cunho

profissional, anotou na porta interna de seu armário e sempre lia para si mesmo. Ele

também queria conhecer pessoas diferentes, ter desafios, vender ideias, mas, como

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48 dizia seu pai, “um passo de cada vez”. Agora era a hora de se preparar e o tempo foi

passando, passando, concluiu o ensino fundamental, chegou ao ensino médio e foi

fazer a prova para o vestibular de administração de empresas.

Estudou com um grupo de amigos, cada dia na casa de um, e o

lanche no fim da tarde ficava por conta do anfitrião. Era o momento que eles mais

aguardavam, pois trocavam suas experiências, compartilhavam seus sonhos e

estabeleciam metas próprias.

O vestibular não era só uma prova, era um teste emocional, uma

competição que determinava o destino ou o começo do destino de cada um. Mas

todos do grupo que estudaram juntos conseguiram superar. Todos foram aprovados

para suas respectivas áreas, o que também representava que se veriam menos.

Representou uma fase importante na vida de cada um deles e agora começava um

novo teste que encaminharia para o início da vida adulta. Tiago se sentia confiante.

Em casa, a comemoração foi grande. Renato e Teresa estavam

extremamente felizes com o resultado de seu filho. Ele fora aprovado para uma

faculdade relativamente perto de casa, o que implicaria num deslocamento menor e

menos cansativo. Desejaram muita sorte. Ele estudou muito e fez por merecer o

resultado. Tinha se esforçado para conseguir.

A faculdade era tudo que Tiago imaginava: gestão, processos, pessoal.

Todas as dinâmicas eram interessantes para ele. No fim do segundo período, ele

sentiu a necessidade de vivenciar essas disciplinas na prática e começou a estagiar

numa empresa de venda de seguros. Ao fim do período, foi contratado antes mesmo

de concluir a faculdade.

Ao se formar, recebeu uma proposta para trabalhar numa grande

empresa na área de venda de consórcios de automóveis e motocicletas, seria gerente

do setor de vendas de consórcios de motos recém-inaugurado. Depois de conversar

com seus pais, ele aceitou o convite e partiu confiante para o novo desafio.

Tiago vai ao seu quarto, abre a porta do armário e vê o bilhete no qual

escrevera ainda no fim do ensino fundamental: a sua meta de trabalhar em uma

grande empresa quando se formasse na faculdade.

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49 Ao chegar à empresa, foi recebido pelo diretor de vendas de

consórcios de automóveis e motos, Sr. Eduardo, raposa velha do setor de vendas,

deu os parabéns pela conquista da vaga. Ele fora muito bem referendado pelo setor

de recursos humanos (RH) da empresa que viu nele qualidades positivas num

processo de seleção, onde sem saber ele teria eliminado muitos concorrentes mais

experientes e bem qualificados.

Sr. Eduardo era responsável pela venda de dois setores de consórcios.

Um ficaria a cargo de Tiago e o outro era gerenciado por Ricardo, jovem e

empreendedor que já estava na empresa há 2 (dois) anos. Ele também passou pelo

processo de seleção para a vaga de Tiago, mas não foi selecionado por opção pessoal

do diretor, que queria uma competição entre os setores e evitar uma zona de

conforto em função da acumulação de cargos por Ricardo. Sr. Eduardo apresentou as

dependências onde Tiago trabalharia e a equipe que já fora selecionada com o

aproveitamento de vendedores do setor de automóveis e novos vendedores

recrutados. Apresentou também sua secretaria Carla, que já estava na empresa há

três (03) anos.

Em seguida, o diretor convidou para almoçar e conhecer o seu novo

colega Ricardo e trocarem ideias. Avisou-o que Ricardo era bastante competitivo e

pediu que procurassem ter um relacionamento profissional. No almoço, Ricardo

sempre demonstrou um sentimento de superioridade em relação ao seu

departamento. Falava efusivamente sobre as suas conquistas e criava algumas

dificuldades em relação ao início do novo setor. No fim do almoço, apertaram as

mãos, mas Tiago percebeu que Ricardo não o olhara nos olhos quando se

despediram e dirigia-se sempre ao diretor.

O diretor acompanhou Tiago ao seu departamento e pediu que

apresentasse um plano de ação até a semana seguinte, despedindo-se e desejando

boa sorte. Tiago foi recebido por Carla com um sorriso e se encaminhou com ela para

sua sala. O departamento era um grande salão com boxes laterais onde cada

vendedor tinha o seu. Um grande espaço central vazio e a sala de Tiago ao fundo,

resguardado pela mesa de Carla, o espaço tinha o mesmo desenho do departamento

de automóveis dirigido por Ricardo.

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50 Tiago chamou Carla para sua sala e conversou demoradamente com ela

sobre a empresa, os vendedores, sobre seu diretor e suas expectativas. Começava ali

a beber CHA (conhecimento – habilidade – ação). Sugando as informações da

secretária, iniciava assim o desenvolvimento do seu plano de ação. Pediu a Carla que

marcasse uma reunião com sua equipe de vendas para o outro dia. Pediu também

que ela conseguisse um novo mobiliário. Carla confirmou ser possível conseguir no

almoxarifado da empresa. Seriam trazidos pela manha antes da reunião. Essa era a

primeira surpresa, 1x0, e Tiago comemorava, pois agora tinha uma nova meta de

desenvolver e ampliar o seu departamento, que seria escrita e checada

constantemente assim que definida.

Quando os vendedores chegaram, tiveram uma surpresa. Uma grande

mesa com muitas cadeiras ocupava o espaço antes vazio do centro do salão. Esse

espaço foi batizado por Tiago como o centro de convivência da equipe, que deveria

ser usado para trocas de experiências e informações. Tiago se apresentou e pediu

que todos fizessem o mesmo. Um pequeno lanche foi trazido por Carla e os

vendedores começaram a se comunicar.

Na reunião, foram definidas as áreas de cada vendedor, os pontos de

venda em concessionárias de motos e as atribuições dos vendedores. No fim da

reunião, Tiago pegou a sua relação de clientes de quando ele vendia seguros

automotivos. Ele dividiu entre os vendedores, o que agradou a todos, pois eram

potenciais clientes. A reunião foi muito proveitosa e, com o passar do tempo, o

centro de convivência era o local mais movimentado do departamento. A troca de

informação de clientes virou uma prática comum e produtiva para todos, rendendo

comissões e estreitando os laços de amizade da equipe.

Tiago apresentou o seu plano de ação ao Sr. Eduardo. Entre as novidades,

estava a contratação de uma equipe de telemarketing ativo (venda de consórcios por

telefone) e telemarketing receptivo (para resolver problemas, renegociar dívidas e

ouvir críticas). O diretor aprovou de imediato e gostou das primeiras informações

sobre as vendas, marcando uma reunião em 60 (sessenta) dias.

Ricardo tinha como meta ocupar o lugar de Eduardo como diretor da

empresa e precisava acumular o cargo que agora estava com Tiago. Quando começa

a ter notícias positivas sobre o departamento dele e sobre sua forma de

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51 administração participativa, imediatamente começa a cobrar cada vez mais da sua

equipe, estabelecendo metas de vendas altas para cada vendedor. Seu linguajar rude

cria atritos em sua equipe, suas atitudes intempestivas como demissões, repercutem

nos profissionais da área de recursos humanos preocupados com a saúde física e

emocional dos funcionários do setor de Ricardo.

Chega o dia da avaliação bimestral feita pelo diretor Eduardo. Ele fica

surpreso com as vendas da equipe de Ricardo, que tiveram aumento, mas é só

elogios para Tiago. Sua equipe teve uma venda fantástica e as projeções são ainda

melhores. As informações sobre o ambiente positivo de seus vendedores e a sua

gestão moderna são motivos de orgulho para a empresa.

Ricardo rebate reclamando que teria condições diferenciadas de Tiago.

Responsabiliza o RH (recursos humanos) por terem retirado vendedores de sua

equipe e passado para Tiago e diz que os que ficaram não rendiam o esperado por

ele.

Sr. Eduardo não concorda com as alegações de Ricardo, pois seus

vendedores tiveram um bom desempenho e que os que foram para a equipe de

Tiago foram por ele mesmo dispensados. Informa que ele pode copiar os métodos de

Tiago, alega que o departamento dele estava sendo eficiente e o de Tiago eficaz.

Ricardo engole em seco o comentário, mas agradece “entre os dentes”, de forma

diplomática. Tiago comemora 2x0 e pede para falar. Ele secretamente desenvolvera

sua nova meta e agora iria expor.

Então, apresenta um plano de negócios para um novo seguimento de

consórcio no setor de imóveis (casas e apartamentos). Apresenta uma planilha de

investimento, seu tempo de retorno e sugere a utilização de espaço ocioso dentro da

própria empresa para esse setor. Eduardo ficou surpreso pela novidade e pela

qualidade de informações do plano. Novamente, elogia Tiago e argumenta que iria

estudar com carinho a implantação do projeto. Tiago é só alegria. Despede-se dos

dois e segue para seu departamento. No trajeto pensa: “Com essa, 3x0.”

Ricardo está estressado. Não tem com quem compartilhar suas

preocupações, pois movimenta seu departamento com mão de ferro, sem delegar

poder a ninguém. Precisa de uma ideia rápida e impactante para recuperar a sua

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52 tranquilidade e melhorar seu conceito com seu diretor. Ele faz algumas ligações. Logo

está sorrindo sozinho, acredita na sua capacidade e acha que encontrou uma solução

para seu problema, pelo menos por hora.

Ricardo entra em contato com uma empresa asiática que recentemente se

instalou no Brasil. Ela tem como vantagem competitiva os preços dos seus veículos.

Ele se associa a ela para ser seu representante exclusivo de consórcios. Copia a ideia

de Tiago e cria uma área de telemarketing ativo e receptivo. Comunica a seus

vendedores e, já estabelecendo altas cotas de vendas como metas, implanta todo o

sistema de vendas sem informar a seu diretor. Queria surpreendê-lo! Os resultados

vêm quase imediatamente, o preço dos veículos potencializam as vendas e o

telemarketing ativo faz com que as vendas decolem ainda mais.

Tiago cuida de seu departamento com carinho e firmeza. Incentiva a sua

secretária a terminar a faculdade, pois ela a trancou no último período. Carla se

anima, ao conhecer os modernos métodos de gestão de seu gerente. O clima dos

vendedores é muito positivo e Carla tem um papel importante, integrando todos os

setores e usando sua sensibilidade para equacionar problemas importantes, antes

que se tornem urgentes, contribuindo para que tudo seja resolvido a contento.

Tiago está um pouco ansioso, pois em breve haverá a nova reunião

bimestral. Suas vendas estão como o planejado nas projeções, até superiores, mas

ele aguarda noticias do seu diretor sobre o seu plano de consórcio para residências.

Ricardo está extremamente feliz com as vendas. Volta e meia, ouve as

reclamações dos vendedores sobre as altas metas, mas pensa que eles só querem

moleza, vendedor com preguiça de vender, depois só falta reclamar da comissão. Ele

está pensando na reunião com seu diretor daqui a quinze (15) dias e resolve dar uma

apertada no ritmo, aumentando ainda mais as metas de vendas.

- Preciso de grandes números para realizar minhas metas pessoais. - pensa

com seus botões.

Começam a chegar reclamações de clientes no tele marketing receptivo,

em relação à qualidade dos acabamentos dos carros asiáticos. A secretária de Ricardo

vai avisá-lo e recebe uma enorme bronca e uma ordem de resolver o problema, pois

ele tinha coisas mais importantes a fazer do que ouvir críticas de carro de pobre.

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53 As criticas e comentários negativos aumentam consideravelmente. Agora

não só sobre acabamento, mas também sobre a segurança dos veículos. O RH recebe

também dos vendedores de Ricardo muitos pedidos de afastamento do serviço e

dispensas. Alegam estafa física e mental. O departamento comunica ao Sr. Eduardo

que coloque na pauta da reunião dali a alguns dias.

Faltam 03 (três) dias para a reunião e Ricardo chega querendo saber

dos números das vendas. Ao chegar ao seu departamento, sente um clima pesado.

Sua secretária está nervosa e ele pergunta de forma grosseira se ela esta de TPM. Ela

responde que não e pergunta se ele viu o jornal da manhã, pois um grave acidente de

carro matou toda uma família que voltava da praia no domingo à tarde.

Ricardo, já aos berros, pergunta por que ele se importaria com isso, pois

acontece todo dia. Na verdade, o que ele queria saber era sobre as vendas do

consórcio. Sua secretária argumenta que o motivo do acidente se devia à falta de

qualidade do veiculo. Ela é bruscamente interrompida por ele, que repete que não

tem interesse no assunto e quer os relatórios de vendas, pois precisa se preparar

para a reunião e adentra a sua sala.

O tele marketing receptivo recebe uma tsunami de reclamações e

pedidos de cancelamentos de consórcios. Encaminha-os ao departamento de

Ricardo, sua secretária recebe esses memorandos e os coloca ao lado dos relatórios

de vendas.

Ricardo está focado unicamente em suas metas. Os números estão

ótimos nas vendas. Ele resolve sair para almoçar com sua glória, passa por sua

secretária e lhe informa que vai sair para um almoço de negócios e voltara à tarde.

Ao sair da empresa, desliga o celular para ter um momento só para curtir seu sucesso

e comprar uma roupa nova para a reunião do dia seguinte.

Ao chegar do almoço, percebe que todos os vendedores estão no

departamento. Vai logo gritando que eles deveriam estar trabalhando, quando é

informado que o governo proibiu a venda dos veículos e os clientes estão cancelando

os consórcios. Ele grita ainda mais se dirigindo para sua secretária, chamando-a de

incompetente por não tê-lo avisado da situação, deixando algo importante se tornar

urgente. Ela se levanta, vai à mesa de seu gerente e pega os memorandos, nos quais

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54 estão relatados todos os acontecimentos que não foram lidos por Ricardo e lhe

informa que o Sr. Eduardo pediu que assim que ele chegasse fosse à sala dele.

Tiago soube da situação e também fora chamado a participar da

reunião com Ricardo. Sua secretária Carla já tinha comunicado a ele sobre o

acontecido, pois soubera pela secretária do outro departamento que a situação só

vinha piorando em função de seu gerente não querer ouvir ninguém e por isso deixar

o problema se agravar. Tiago recebe um telefonema e se dirige à sala de seu diretor.

Sr. Eduardo está com os relatórios em mãos e vê que a situação agora é

bem pior que imaginava. O número de consórcios vendidos era muito grande. Ele

não conhecia a empresa que fabricava os veículos e as informações que obteve era

que ela já teria tido problemas anteriores e estava proibida de comercializar seus

veículos em outros países.

Ricardo chega e logo é autorizado a entrar. O Sr. Eduardo esta em

silêncio lendo alguns relatórios e Ricardo começa a argumentar. Seu diretor olha-o

fixamente e pede que aguarde a chegada de Tiago.

Ricardo diz não entender a necessidade da presença dele e é

interrompido por Eduardo que, por conta da grave situação, acredita que toda a

ajuda é bem vinda. Ricardo retorna a argumentar que já tem uma estratégia para

remediar a situação. Em tom ríspido, Sr. Eduardo diz estar ansioso para saber qual

seria a estratégia, mas que aguardaria Tiago, pois muitas cabeças pensam melhor do

que uma e nesse momento Tiago adentra a sala.

O diretor pede que Tiago se sente, olha para Ricardo e pergunta por

que não havia sido informado do acordo com uma montadora de veículos, que

jamais ouvira falar e que acabara por envolver o nome da empresa numa situação

que jamais tivera passado.

Ricardo, confiante, alega que teria encarregado sua secretária de tomar

as informações de mercado da referida empresa, que a mesma lhe informara ser

uma empresa próspera e segura e que sua intenção era aumentar as vendas do setor

e informá-lo posteriormente, inclusive tinha encaminhado um memorando, mas o

mesmo não devia ter sido entregue pela incompetência de sua secretária.

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55 O diretor ouviu com atenção toda a explicação e perguntou pela

estratégia para solucionar o problema ocorrido. Ricardo, sentindo-se cada vez mais

confiante, disse a seu diretor ter um amigo num alto escalão do governo e que

telefonara para ele pedindo ajuda para resolver o problema da proibição da venda de

veículos. Ele teria pedido que aguardasse uns dias para que a imprensa parasse de

divulgar o acontecido. Depois, com uma módica propina, seria liberada a venda dos

veículos, os asiáticos já tinham concordado com o pagamento e assim estaria

resolvida a questão.

Sr. Eduardo vira-se para Tiago e pergunta se ele concorda com a solução.

Tiago se levanta e diz não entender o que estaria resolvido e pergunta o que seria

feito com os outros clientes que adquiriram os consórcios, se isso seria o ideal para a

empresa e sugere que se tente trocar os consórcios dos veículos por outros, como

forma de passar credibilidade para os clientes e proteger o nome da empresa.

Então, é rispidamente cortado por Ricardo. Aos berros, questiona a

necessidade da opinião dele, pois não tinha a experiência para lidar com esse tipo de

situação, que não conhecia como funcionam as coisas no mundo dos negócios e olha

para Tiago com um ar ameaçador. Em seguida, vira-se para seu diretor para esperar o

apoio devido.

Tiago se sente intimidado e pergunta ao Sr. Eduardo se quer que ele se

retire. Eduardo pede para ele se sentar, vira-se para Ricardo e entrega duas folhas de

papel com algo impresso.

Ricardo lê e pergunta o que era aquilo. Eduardo calmamente explica que um

dos papéis era para demiti-lo. O outro era para ele se demitir e que ele deveria

escolher o seu destino, pois o caminho era o mesmo. Pede que ele se retire e se

encaminhe para o RH (recursos humanos). Ricardo se levanta intempestivamente e

se vai com toda sua empáfia.

- Sr. Eduardo, o que está havendo? - pergunta Tiago.

- Tiago, de agora em diante, me chame apenas de Eduardo. Queria

parabenizá-lo pela sua conduta.

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56 Sua pergunta não era um teste, pois já imaginava a resposta que ele daria,

pretendia que ele acumulasse a gerência que pertencia a Ricardo e providenciasse a

contratação de um subgerente para apoiá-lo nesse momento de crise.

Tiago agradece a confiança e diz já ter a pessoa para o posto, sugerindo

Carla, sua secretária, e que a submeteria ao RH. Eduardo diz que não existe

necessidade e que o cargo é dela. Pede que ele comece imediatamente. Tiago se

levanta e, quando está chegando à porta, volta a ser chamado e se vira para seu

diretor que fala:

- Vamos resolver isso rápido, pois o consórcio de residências já está aprovado

e preciso de você para implementá-lo. Parabéns!

Tiago agradece, fecha a porta e comemora 10x0. Agora ao trabalho...

Acabamos de nos deparar com dois tipos de autoestima e suas formas de

realizar suas metas em dois personagens diferentes.

Ricardo, dono de autoestima expandida, gerencia suas metas de forma

centralizada, sua sensação de superioridade faz com que trate de maneira rude os

funcionários e seu colega gerente do outro departamento. Como só tem olhos para

si, não consegue observar o lado positivo de quem concorre com ele. Quando

confrontado, prefere adotar uma postura de intimidação. Em relação aos problemas,

procura culpar outros ao invés de reconhecer seus erros e recorre a todos os tipos de

métodos para atingir seu objetivo, independentemente dos danos que isso cause a

outros. Em relação ao seu nível de aprendizagem, ele é competente inconsciente,

pois sabe tanto que não sabe, ou seja, arrisca-se acima de seus limites ou

competências, colocando em risco suas metas e também a outros por conta de sua

confiança. Quando descoberto, é facilmente identificado como líder negativo e

precisa ser substituído por essas características.

Tiago tem uma alta autoestima, metas claras e escritas. Sua gestão é

participativa e as funções são delegadas, ficando com ele a cobrança dos resultados e

a avaliação de novas metas. Não tem dificuldade de colocar ideias e aceitar

sugestões, trata a todos com respeito sem perder a autoridade, procurando

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57 estimular o crescimento do grupo através de ações individuais. Está no nível de

treinamento de consciente competente, pois sabe que sabe, tendo uma visão global

de toda a ação, assim minimizando os danos e prejuízos. É um líder nato,

estimulando a outros que estão com ele a também ter o papel da liderança, pois um

líder não cresce sozinho, precisa deixar outro líder em seu lugar quando estiver

subindo, é um criador de líderes.

Repare que Tiago comemora suas vitórias, colocando um placar: 1x0, 2x0,

3x0, 10x0. Esse tipo de atitude cria no cérebro novas conexões que estarão ligadas a

vitórias em sua vida.

Comemore as vitórias da sua vida por menores que sejam e desenvolva em

seu cérebro um caminho neural ligado a suas conquistas.

Vamos desenvolver mais uma história para ilustrar a baixa autoestima e as

metas e usaremos um assunto moderno relacionado à internet.

Gabriel fora criado pela mãe com dificuldade. Ela trabalhava de diarista em

várias residências distantes da sua casa e se ausentava praticamente todo dia, só

retornando à noite, tendo apenas os domingos para cuidar de sua casa e de seu filho.

Guerreira, expulsara o pai de Gabriel de casa quando ele tinha dez (10) anos, cansada

da violência dele para com ela e seu filho. Gabriel estudava pela manhã e, à tarde,

ficava com sua tia-avó, que tomava conta dele na ausência da mãe. Em função da

idade, ela não conseguia participar da vida de Gabriel, que acabou se criando

sozinho.

Quando Gabriel tinha quinze (15) anos, sua mãe ganhou de presente de

uma de suas clientes um antigo computador. Ela, com sacrifício e em etapas, levou o

computador para casa e o deu de presente para o rapaz.

O jovem ficou radiante e passava todo o tempo no equipamento. Com o

passar do tempo, Gabriel montava e desmontava o computador. Aprendeu sozinho a

criar programas cada vez mais sofisticados e, com a chegada da internet e do celular,

não saia mais do quarto, permanecendo nele quase todos os dias e estabelecendo

como sua meta ir para a faculdade de informática, para desenvolver todo seu

potencial.

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58 Gabriel tinha poucos amigos, dentre eles um primo, que sua mãe

classificava como “fumo ruim”. Seu nome era Agnaldo, mas todos o chamavam de

“Camarão” (uns diziam que era porque tinha o tom de pele avermelhado, outros

porque tinha caca na cabeça - o segundo motivo era mais provável).

Camarão começou a estar sempre presente na casa da tia-avó de Gabriel

durante a semana e tentava convencê-lo a fazer umas coisinhas para ganhar dinheiro

fácil com seu conhecimento sobre informática. Primeiro, convenceu Gabriel a criar

um site para receber donativos para uma enchente que acontecera numa cidade do

sudeste, numa conta que ele abrira com documentos roubados de um senhor que

havia falecido há pouco tempo.

O negócio deu certo por um tempo. Mas, como o gerente do banco

estranhou a movimentação da conta, eles tiveram de parar com o intento, embora

tenha ganhado uma boa grana. Camarão comprou roupas e tênis e Gabriel sofisticou

o seu equipamento, tornando-o mais potente e difícil de ser identificado.

Camarão sugeriu a criação de outro site pedindo a contribuição para uma

associação que cuidava de deficientes físicos. Vinculou-a a uma grande empresa de

prestação de saúde, a qual tinham invadido o site e gerado boletos extras solicitando

essa contribuição, tudo ligado a uma conta salário de um produtor rural que mal

sabia ler.

A ideia prosperou, mas logo estava na televisão e o coitado do produtor

estava sendo preso acusado de crimes que sequer sabia que existiam. Gabriel ficou

muito assustado com a repercussão e não queria participar de mais nada, ficou com

medo de ser preso, mas seu primo constantemente pressionava-o a criarem

alternativas e a desenvolver formas de proteção através da aquisição de

equipamentos mais modernos e poderosos. Camarão sentia ser essa uma maneira de

convencer seu primo, pois fazia que ele se sentisse mais confiante e diminuísse as

suas restrições quanto à pratica de crimes pela internet, onde sem fazer nada ele

conseguia uma boa grana.

Gabriel comentou que uma forma interessante seria por meio de telefones

celulares, pois, com os chips, ele poderia conseguir dados bancários e fazer saques

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59 menores sem grandes consequências para terceiros, pois os bancos assumiriam os

prejuízos.

Rapidamente, Camarão se tornou um dos maiores receptadores de

celulares roubados da região. Com isso, contas de clientes foram saqueadas.

Paralelamente, Gabriel criou um vírus que invadia computadores através de spans ou

mensagens falsas e pegava dados pessoais e bancários. Ele desenvolveu também um

sistema que passava essas informações pelos computadores de inúmeros usuários,

inclusive de outros países, o que dificultava a descoberta da origem do vírus.

Camarão cercava de mimos seu primo, enchendo de elogios por sua

capacidade e dando-o o apelido de “Cabeça”, pela sua capacidade de raciocínio, e

brincava que a dupla era Cabeça e Camarão, o que incomodava um pouco Gabriel,

pois da forma como ele falava, com a língua presa, soava como “Cabeça de

Camarão”, mas ele relevava por entender que inteligência não era o forte de seu

primo e a intenção era o que contava.

O dinheiro começou a jorrar como água. Camarão comprou uma moto e

uma casa para morar sozinho num bairro vizinho, roupas novas, relógio, óculos de

marca e tênis. Gabriel pedia que não chamasse tanta atenção. Ele próprio comprara

uma televisão para sua mãe e uma para sua tia-avó, mais uns apetrechos para seus

computadores (uma cadeira ergométrica com encosto de cabeça para ter mais

conforto). Não tinha muitos desejos, nem grandes ambições, e escondia o dinheiro

dentro do estrado de sua cama.

Sua mãe estranhara todos aqueles presentes e como Camarão mudara seu

estilo de vida. Gabriel dizia para ela que tinham uma empresa que fazia programas

para computadores e que Camarão era quem os vendia no comércio, por isso

ganhava mais que ele. Sua mãe tinha dificuldade de acreditar naquilo, mas, como não

entendia do assunto, evitava confrontar o filho, apenas recomendava que ele se

mantivesse longe de problemas, pois era muito novo.

Camarão passou a gastar muito dinheiro. Ia a todos os bares, pagando

bebidas para todos em sua mesa, muitas mulheres e amigos imediatamente surgiram

do nada e ele ficou muito popular. Começou a chamar a atenção da malandragem

local. Em uma boate, numa dessas noites, foi abordado por um cara barra pesada do

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60 bairro, chamado Cotovelo, que tentou puxar conversa para saber a origem da bolada

que ele vinha gastando. Ele tentou desconversar, o negócio acabou ficando quente

entre os dois e o malandro avisou que iria cobrar pela segurança e que ele tratasse

de molhar a mão ou então haveria problemas. Camarão saiu fugido e, no dia

seguinte, estava na casa de Gabriel para pedir socorro ao primo.

- Eu lhe avisei para evitar chamar atenção - disse lhe o amigo.

Camarão argumenta que foi ameaçado, que precisava de dinheiro rápido,

sugerindo uma grande tacada: dar um grande golpe em uma instituição financeira

pública, pois era época de declaração de imposto de renda e fugiriam todos, não só

do bairro, nem da cidade, mas do estado.

Gabriel argumenta que era perigoso e como ele explicaria isso para sua mãe

e sua tia-avó, que iriam querer saber o motivo dessa viagem. Então, pede para que

ele dê algum dinheiro para o bandido. Camarão diz que está sem dinheiro, pois

gastou muito. Seu primo então tira um pacote de dinheiro de debaixo do estrado da

cama. Pede que ele entregue ao cara que o ameaça, ele agradece e se dirige ao local

onde seu algoz está para pagar por sua segurança.

Quando chega, depara-se com Cotovelo e alguns comparsas. Ele entrega a

grana e, quando o meliante recebe e conta o dinheiro, pede dez (10) vezes o valor

que tinha recebido. Camarão fala que esse dinheiro ele não tem e começa a ser

agredido por todos os que estão no local. No final, é ameaçado de morte se o

dinheiro não for pago até o fim do mês.

Com medo, ele vai direto para a casa de seu primo, que se espanta ao vê-

lo todo machucado. Camarão relata que fora ameaçado de morte se deixar de pagar

ao bandido até o fim do mês. Pede que realizem o golpe para poderem fugir com o

dinheiro dali. Gabriel, a contragosto, começa a bolar todo o esquema para retirar

dinheiro por meio de um site fictício que receberia dinheiro de pagamentos de

imposto de renda. Utilizou todo seu conhecimento para aumentar a arrecadação dos

outros golpes, ampliando para cartões de crédito e contas poupança. O fim da data

limite do pagamento dos valores devidos ao imposto de renda está próxima e

rapidamente o faturamento aumenta consideravelmente.

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61 A polícia local recebe uma denuncia de extorsão e a repassa para a

polícia federal, que é acionada, pois a informação é de que os valores da transação

são muito altos. Quando os federais entram no caso, são informados de que um

bandido local está tentando extorquir um jovem que estaria gastando muito dinheiro

na região. A origem desse dinheiro era desconhecida. A polícia aciona uma

seguradora que estaria sendo lesada em crimes de internet, cobrindo rombos em

muitos bancos cobertos por ela.

Pedro é o diretor da área de crimes financeiros na internet da

seguradora e é convidado para participar da operação dando apoio logístico. Por

meio de escutas telefônicas, consegue informações que ajudam a monitorar as

transações e percebe o alto grau de sofisticação da quadrilha. Em dez (10) dias, eles

monitoram toda a movimentação financeira dos envolvidos e se preparam para

prender a todos os envolvidos, inclusive os bandidos ligados a Cotovelo que querem

extorquir a quadrilha.

É chegado o dia e toda a operação está pronta para começar. Pedro,

que há mais de um (01) ano está envolvido na busca dessa quadrilha, pede

autorização para participar da operação, agora batizada de “Banco Virtual”. Ele

recebe a permissão em função de toda ajuda que dera no caso e vai entrar junto com

os agentes da área de informática da polícia federal, depois que a quadrilha estiver

dominada, para pegar os equipamentos de informática que serviram como provas

dos desvios efetuados pelos mesmos.

São cinco horas da manhã e a operação Banco Virtual está pronta para

se iniciar. Todos os policiais estão a postos para invadir a casa da tia-avó de Gabriel,

como também a de Camarão e o antro de Cotovelo, todas ao mesmo tempo e,

quando a ação é deflagrada em questão de minutos, os locais são dominados por

inúmeros agentes muito bem armados e então rendidos. É sabido pela inteligência da

policia federal que Cabeça está em casa, onde ficam os computadores.

Pedro aguarda ansioso por entrar e conhecer o chefe de uma das mais

eficientes quadrilhas que conhecera. Por sorte, acabaram presos por uma denúncia

de extorsão que nada tinha a ver com os crimes que cometiam. Com o local

dominado, os agentes da área de informática entram para pegar as máquinas e

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62 Pedro vai junto. Ao chegar à casa, encontra duas senhoras assustadas e um garoto

cabisbaixo. Os computadores começam a ser lacrados.

Pedro dirige-se a senhora mais nova, ela lhe informa que seu filho era um

bom menino, que o pai batia muito nele quando criança, que o expulsara e, desde

então, cria o filho com muita dificuldade. Gabriel era muito quieto e, desde então,

tinha apenas como amigo um primo que ela sempre avisara que não era boa coisa e

que recebera o primeiro computador a pouco mais de dois (02) anos.

Pedro vai ao encontro do rapaz que estava na sala ao lado, já sendo

interrogado pelos agentes. Um deles está saindo do cômodo e diz que o rapaz já dera

com a língua nos dentes e Pedro pergunta se poderia falar com ele. Autorizado, ele

se aproxima daquele que era conhecido como Cabeça e que agora sabia seu nome,

Gabriel. Ao vê-lo se aproximar, o jovem abaixa os olhos e Pedro lhe pergunta:

- Onde você estudou informática?

- Aprendi mexendo sozinho, senhor. - responde Gabriel.

- Em quanto tempo? - retruca Pedro.

- Rápido, em uns três (03) meses. - continua o jovem.

- Quantos anos você tem, rapaz? - indaga mais uma vez.

- Faço dezoito em dois meses. - mais uma vez responde.

- Nos vemos no tribunal, até lá você vai ter muito tempo para pensar. -

sentencia Pedro.

Vamos parar a historia por aqui. Esse seria um exemplo de criação que gerou

baixa autoestima. O histórico de violência doméstica praticado pelo pai contra a mãe

e o filho, fruto às vezes do uso de drogas ou álcool. A criação afastada da mãe, por

conta da vida sofrida, e o acompanhamento distante da tia-avó, por conta da idade,

geraram na criança uma sensação de inferioridade, provocando o isolamento e a

contínua incompreensão de seus sentimentos.

A desilusão da não concretização de suas metas, a confirmação de crenças

limitantes e a dificuldade de liderar mais a companhia de um primo que o incentivava

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63 a usar seus potenciais na direção que não era desejada, resultou numa vida de crimes

e facilidades que eram aproveitadas apenas por Camarão, que exercia uma liderança

negativa. Gabriel desconhecia o talento natural que possuía na área de informática

por estar focado apenas nas metas negativas de seu primo.

E agora deixemos a história se desenrolar.

Chega o dia do julgamento e Gabriel está preocupado. Ele é conduzido à

sala onde esta o juiz. Ao se dirigir para uma bancada, avista sua mãe e sua tia-avó.

Logo ao lado delas, está o senhor que conversara rapidamente com ele no dia de sua

prisão. Ele é chamado pelo nome e se dirige à frente do juiz, que estava com uma

roupa preta e com a aparência séria. Ele pergunta se ele sabe da gravidade da

situação e Gabriel responde que sim. O juiz faz outra pergunta: se estava arrependido

do que fizera e, novamente, o rapaz responde que sim.

O juiz chama, então, o senhor que Gabriel vira em sua casa. Ele se dirige

para o lado do rapaz e o magistrado o chama pelo nome.

- Sr. Pedro, recebemos uma petição na qual a empresa seguradora se

responsabilizaria pela guarda restritiva do rapaz. A responsável pelo menor concorda

com a atitude. O senhor poderia explicar ao jovem Gabriel o conteúdo dessa petição

e se ele concorda com a proposta feita pela empresa que o senhor representa?

Pedro vira-se para Gabriel e começa a explicar as condições da proposta

que faria.

- Caro Gabriel, a empresa onde trabalho vê em você um grande potencial na

área de segurança bancária na internet. Todo seu conhecimento do sistema o torna

um expert nesse segmento. Queremos dar-lhe a preparação necessária para

desenvolver o que naturalmente você já tem, junto a isso colocaremos um

profissional na área de coaching para facilitar a obtenção desses resultados e dar

sustentação emocional a você.

Seremos responsáveis também pelo seu aprimoramento escolar e lhe

daremos uma bolsa para a faculdade de informática, enquanto você estiver

estagiando conosco, com uma possível efetivação no final do processo. Gostaria de

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64 saber se você estaria interessado nessa proposta e, se tudo estiver a contento,

retiraremos o processo que depois será avaliado pelo juiz. O que você acha?

Gabriel mal sabia o que falar, mas, entre os dentes, diz que sim e agradece

muito a oportunidade de consertar o mal que fizera. Tinha colocado como meta se

formar na faculdade e acabara por esquecer por deixar se manipular por outros.

Pedro, então, avisa que para alcançar suas metas dependia somente dele

mesmo.

O juiz encerra a sessão e libera o rapaz, que será monitorado diretamente

por ele por meio de relatórios do Sr. Pedro.

Sua mãe corre até ele, abraça-o com carinho e, em seu ouvido, pede que

agarre com unhas e dentes essa oportunidade e, em seguida, dá um beijo nele.

Gabriel olha em seus olhos, pede desculpas por seus erros e diz que esse é

o seu maior sonho e ele irá realizá-lo.

A história mostra a recuperação do personagem do processo de baixa

autoestima através do potencial natural que o mesmo tinha e não acreditava, o que

impossibilitou a realização de suas metas, transformando-as em sonhos. Sua falta de

iniciativa e introspecção fazia com que fosse manipulado por um líder negativo e

ficasse sem o controle de sua vida.

Quando teve o reconhecimento de seu talento, sentiu-se fortalecido e

começou a enfrentar o processo e a poder restabelecer suas metas. Como apoio, terá

a sustentação de sessões por um profissional de coaching, para que reconheça suas

crenças limitantes e as desconstrua e conheça melhor seus sentimentos. A

continuação de seus estudos e o estágio na empresa com a possibilidade de

efetivação completarão o processo.

Finalizamos mais um capítulo e, nesse, vimos como os três tipos de

autoestima que interagem com nossas metas, o processo decisório, as diferenças

entre elas, as relações com a criação e com crenças, conceitos empresariais com

liderança e gerencia, zona de conforto, tomar CHA (conhecimento – habilidade –

ação) e o plano de ação, nível de aprendizagem (inconsciente incompetente –

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65 inconsciente competente – consciente incompetente – consciente competente) e

sua relação com a vida no dia a dia.

No fim de mais um capítulo, gostaria de sugerir mais uma tarefa. Você sabe

dizer NÃO? Você diz SIM, quando gostaria de dizer NÃO? Você tem seu espaço

respeitado? Até onde você tolera situações que acabam por invadi-lo?

Faça uma lista de situações que você tolera e acabam por drenar sua

energia. Podem ser situações de trabalho, em casa, com amigos, parentes, no

trânsito, financeira ou na vida amorosa.

Anote-as e defina um prazo para resolvê-las. Essas pequenas situações do dia

a dia criam vácuos em sua mente, que acabam ocupando seu tempo, sua vontade e

afastando você de seus objetivos. Em um capítulo à frente, veremos como colocar

nossas ideias para outras pessoas de forma harmônica e sem ferir os sentimentos e a

identidade por meio do FEEDBACK.

Abaixo, vamos definir mais uma tarefa, utilizando a auto-hipnose e a

bioenergia, criando um atalho para a realização de objetivos.

Quando fizemos a primeira tarefa de auto-hipnose, pedi para que você

percebesse onde o relaxamento (formigamento) corporal era mais intenso, agora

vamos utilizar esse ponto e expandir para outro local.

Antes de realizar o relaxamento, pense em uma qualidade que você

considera forte em você e depois uma qualidade que você queira melhorar e

memorize-as.

Vamos iniciar o processo. Começamos fechando os olhos e ouvindo os

barulhos a seu redor, acostume-se com eles. Agora vá se concentrando na sua

respiração, inspire pelo nariz e expire pela boca, continue respirando, aprofunde a

respiração e transforme-a na respiração abdominal, inchando a barriga quando

inspirar e esvaziando-a quando expirar. Mantenha a respiração e, quando se sentir

relaxado, procure se concentrar no ponto que tem maior facilidade para sentir o

relaxamento. Comece a sentir o formigamento nesse ponto e, quando o relaxamento

estiver forte, transfira o formigamento para sua mão direita. Quando sentir o

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66 formigamento, mentalize a qualidade que você acha forte em você e transfira essa

energia para sua mão direita. Continue respirando e sentindo o relaxamento.

Canalize essa energia e a transfira para sua mão esquerda. Continue respirando e

mentalize a qualidade que você quer potencializar, direcione-a para sua mão

esquerda, sinta a energia em suas mãos. Mantenha a respiração e, quando a energia

estiver forte, faça com que ela suba pelos dois braços na direção dos seus ombros,

sinta essa energia passando pelo seu corpo e, quando ela estiver na altura dos

ombros, direcione os dois lados para que essas energias se concentrem no seu peito.

Em seguida, junte suas mãos também na direção de seu tórax. Continue sentindo a

energia e mentalize as duas qualidades que pensou anteriormente. Diminua a

respiração, separe as mãos e sopre entre elas, prepare-se para abrir os olhos, conte

3, 2, 1 e abra os olhos.

Esse trabalho pode ser feito com outra pessoa comandando, se você preferir,

e busca criar atalhos mentais valorizando seus pontos fortes e espalhando essa

energia positiva para pontos que você queira desenvolver.

Como foi? Sentiu-se bem? Procure reforçar esse exercício sempre que puder,

inclusive mudando os objetivos para outros pontos que queira melhorar.

Seguimos a nossa caminhada, agora como destino o coração. Falaremos do

amor e da forma como as metas interagem com esses sentimentos por meio da

motivação. Embarcaremos nesse clima de romance, aguardo você no próximo

capítulo para desvendarmos os mistérios e segredos desses sentimentos. Vamos em

paz...

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67

Capítulo 06 :

AMOR e METAS

“Ouça seu coração!” Você já deve ter ouvido essa frase antes, pelo

menos algumas vezes.

Mas você já parou para pensar qual é o sentido mais profundo dessa

pergunta? O que ela tem de mais oculto? Qual seria o segredo que ela nos guarda?

Qual seria a intenção positiva por trás de uma pergunta tão simples?

Quando nos pedem para que ouçamos o nosso coração, pedem para

que olhemos para dentro do nosso ser, que procuremos em nós mesmos as coisas as

quais damos valor, o que realmente é importante em nossa vida e qual é a melhor

atitude a tomar para, assim, determinarmos a melhor forma de nos conduzirmos às

nossas metas.

A paixão é parte incondicional no processo motivacional e na sensação

do bem estar, por meio das endorfinas associadas ao sistema de recompensa que

temos quando estamos motivados e imbuídos de realizar nossos objetivos. A

motivação estimula a interação com o nosso EU e define que nossas metas

representam o que ouvimos do nosso coração.

E o que acontece quando ouvimos nosso coração?

Nós paramos para ouvir o que queremos, nos damos a devida

importância, lembramos que somos o nosso todo, não apenas algumas pequenas

partes que se somam, que somos queridos por nós mesmos, que pensamos em nós

mesmos e que estamos prontos para fazer escolhas, determinar objetivos e ouvir os

outros.

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68 Outro tipo de audição chama-se ESCUTA ATIVA e é um exercício diário

que devemos travar com nós mesmos para nos desenvolver, pois irá nos servir em

todos os seguimentos de nossa vida (no trabalho, em casa, nos relacionamentos e na

vida social) e estimular a nossa capacidade de estar atento quando estamos

recebendo informações de pessoas que podem nos ajudar a executar nossos planos.

Quando interrompemos alguém que está falando, estamos informando

que não estamos interessados no que ele está dizendo, que apenas estamos

preocupados com o que queremos dizer, e enviamos um sinal que evidencia que essa

pessoa não é importante para nós.

Atitudes como essas fecham portas de relacionamentos, negócios,

amizades e acabam por afastar pessoas que poderiam completar nossa vida e ajudar

a obtermos resultados de forma mais fácil.

As pessoas se afastam das pessoas que mantem relacionamentos para

exercer poder e preferem as que convivem numa relação de respeito e igualdade. As

relações em que o poder é a base causam inquietação e, aos poucos, essa sensação

cria a revolta, que provoca mudanças ou determina seu prazo ou fim.

O amor é um sentimento que, embora não possa ser medido em escalas,

tem em seu roteiro uma série de cenários que, por muitas vezes, assemelham-se,

seguindo uma sequência que, mesmo que a ordem seja mudada, são muito

semelhantes entre si: química, paixão, encantamento, romance, carinho, magia,

amor. São partes integrantes desse processo, seguidos depois de outros valores que

vão determinar o tempo de duração deste sentimento: confiança, respeito,

equilíbrio, fidelidade e perdão, que servem para medir o grau de maturidade da

vivência desse sentimento.

Essa sequência de sentimentos e valores pode mudar a direção de seu alvo.

A motivação é a alavanca para a conquista de suas metas e está presa aos

sentimentos que você nutre por seu objetivos, de forma que você tem de estar

apaixonado pelas suas metas e esse fator motivador abre novas perspectivas em

relação ao êxito de suas ações.

Quase todas as metas dizem respeito ao relacionamento com pessoas e,

por ventura, resultam em insucesso, devido ao não conhecimento de como elas

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69 funcionam no seu nível neurológico, onde um dos sentidos básicos é prioritário sobre

os outros. Segundo o PNL (programação neurolinguística), as pessoas são divididas

em três grupos: visuais, auditivas e sinestésicas. Essas informações são importantes

para sabermos como agir com cada grupo de pessoas. Abaixo, segue uma breve

definição de cada um desses grupos e suas características.

Existem ainda as gustativas e olfativas, mas, normalmente, essas também se

enquadram em um dos três grupos acima como segundo sentido básico.

- Visuais são aquelas que têm na visão o seu sentido prioritário,

necessitam de espaço para que possam observar o mundo ao seu redor, pois têm

visão global, conseguem ter um distanciamento de situações que incomodariam aos

auditivos e se sentem incomodados pela proximidade dos sinestésicos. Geralmente,

posiciona-se de frente para os outros e mantem o olhar fixo nos olhos dos

interlocutores.

- Auditivos são aqueles que, por sua vez, têm na audição o seu

sentido mais apurado, tem na proximidade uma das suas características, pois

necessitam estar perto da origem do som, são curiosos, pois são movidos pela

sonoridade. Posicionam-se de forma lateral, para aproximar o som da voz do

interlocutor de seus ouvidos.

- Sinestésicos são aqueles que têm no tato o seu sentido principal,

necessitam do toque, da proximidade, são afetivos, carinhosos, gostam de abraçar,

do contato. Posicionam-se bem perto de seu interlocutor e valorizam a intimidade

como ponto central do relacionamento. Eles têm seus pensamentos ligados à

emoção e, por vezes, riem de uma piada bem depois de ela ter sido contada.

A PNL (Programação Neurolinguística) criou uma forma de criar empatia,

ou seja, uma técnica de quebrar o gelo para a aproximação de pessoas, muito usada

por vendedores e empresários que tiveram o acesso a esse conhecimento, chamado

Rapport.

A abordagem é feita utilizando o espelhamento corporal: o tom de voz e

da respiração do interlocutor e, de forma mais efetiva, quando se tem algum

conhecimento prévio da pessoa, se identifica as características, gostos e valores.

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70 O Rapport cria uma aproximação mais fácil entre as pessoas e é quebrada,

por uma mudança do ritmo do espelhamento, onde a química é desfeita.

Normalmente, quando a venda ou o negócio é efetivado em pessoas sem ética, isso

se torna prejudicial a outros, pois pode virar um vício e uma forma de se beneficiar

envolvendo terceiros em interesses próprios.

A principal forma de estar bem para a conquista de suas metas é o Amor

Próprio. Ele é o sentimento base para se sentir seguro de seus objetivos. Amar-se é

se conhecer e estar pronto para reconhecer nos outros aqueles que compartilham da

realização de seus planos. O Amor Próprio é ligado à autoestima pessoal e a

aceitação de si mesmo.

Como todo sentimento, o amor não se diferencia de sua origem e

herança. A criação transmitida por meio dos familiares, amigos, educadores, bem

como as crenças, algumas limitantes, definem como uma bússola a direção que toma

o nosso coração e nossas metas e, por conseguinte, as nossas vidas.

As metas tiram como lição do amor a motivação e o querer. Esse é o

grande diferencial para a realização delas. A técnica de abordagem chamada Rapport

também pode ajudá-lo na criação da empatia, junto com o conhecimento dos

sentidos prioritários de cada um (visual, auditivo e sinestésico), pode ajudar nas

conclusões do que queremos para nós.

Desbravamos seu coração e nos motivamos a seguir no descobrimento

da importância da consciência do nosso ser, para que possamos encontrar a

verdadeira direção dos nossos caminhos. Seguimos agora em direção ao escuro da

tristeza e a sua perspectiva de mudanças. Vamos para as sombras... Mas sempre para

frente...

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71

Capítulo 7:

TRISTEZA E AS METAS Você é triste por quê? Para quê? Para quem? E o que é tristeza para

você?

Tristeza é o antônimo de felicidade, pelo menos é o que se ensina

nas escolas, mas esse sentimento pode ser gerado de dentro para fora da pessoa,

pela criação, crenças limitantes e experiências de vidas, pela não adaptação ao meio

ou pela exclusão dos outros que vivem nesse meio.

Em pesquisas, a tristeza é apontada como um momento que

representa um grande fator para se tomar decisões acertadas que possam estar

relacionadas a mudanças, seja do meio, de atitudes ou do papel que você

desempenha para o meio, e ao crescimento, focando o individuo no rumo da busca

de melhores formas de encontrar o caminho de saída dos problemas vividos.

O processo de sabotagem de seus objetivos também é muito comum

quando relacionado a esse sentimento. O dualismo provocado pela tristeza é, sem

dúvida, o maior problema para a realização de metas e a adaptação às mudanças é

fator decisivo para a saída desse estado emocional.

A tristeza é o momento da mudança quando nos sentimos

incomodados com a realidade e aptos a nos adaptarmos às exigências que, nessas

novas interpretações da vida, vão ser necessárias para que possamos realizar nossas

metas.

Outras informações sobre estudos ligados à tristeza revelam que o

período da vida onde mais estamos suscetíveis a ela é a meia idade, onde a

inadaptação a fim de relacionamentos, síndrome do ninho vazio (saída dos filhos do

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72 lar), problemas profissionais e sexuais se acentuam, levando a pessoa a experimentar

com maior amplitude esse sentimento.

O sentimento de tristeza provoca reações físicas como choro, dor no

peito, insônia, falta de apetite, taquicardia e, em caso graves, até ataques do

coração. Uma sequência de emoções pode estar associada à tristeza: como o

arrependimento (a tristeza pelo erro, ligada à culpa), a desilusão (a tristeza pala

perda de alguém ou algo onde fora depositada alguma expectativa), o

desapontamento (a tristeza pelo erro do outro), a angústia (a tristeza da alma), a

melancolia (a tristeza pela saudade), a frustração (a tristeza pela não-realização), o

desgosto (a tristeza por deixar de gostar de si), o luto (a tristeza pela morte).

A sensação de um gosto amargo, a insegurança relacionada às trevas e o

sentido de incapacidade podem potencializar a tristeza e gerar depressão. O uso de

remédios antidepressivos ou para dormir são é solução imediata, porém não trata da

raiz do problema, que acaba por ser encoberto diminuindo os questionamentos

sobre emoções mal resolvidas, crenças limitantes e impede a busca do crescimento

pessoal e a realização de seus objetivos de vida. Por isso, é um momento importante

para as mudanças e a adaptação a esses novos rumos.

A baixa autoestima é um dos fatores que se associam ao sentimento de

tristeza e causam em nós a certeza de que não podemos realizar nossos objetivos,

jogando-nos em um espiral descendente, em que acreditamos que nosso

desempenho seja fraco, reforçando a baixa autoestima e fazendo com que tenhamos

um comportamento inadequado e, quando avaliamos o retorno da situação, vemos

como negativa, o que nos leva a autodepreciação e nos faz retornar a um

desempenho abaixo do esperado.

Vamos analisar a história abaixo que pretende ilustrar um viés desse

sentimento ligado a metas.

Bruno começou a ganhar peso desde pequeno, era criado dentro de casa

e passava parte do seu tempo assistindo à televisão, que era sua principal

companhia. Suas aventuras estavam relacionadas ao lado lúdico, que desenvolvera

para se afastar da solidão na qual vivia.

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73 Há muito tempo, não tinha contato com sua mãe, que saíra de casa para

viver com outra pessoa e, desde então, seu pai Humberto o criava, embora sem

muita presença devido ao trabalho, o que o obrigava a se afastar por grande parte do

dia. Sua responsável era uma senhora idosa que fora babá de seu pai ainda quando

criança e que se juntara a eles após a saída de sua mãe.

A amargura de Humberto era sentida pelo filho sempre que ele chegava

do trabalho pelo jeito rude de falar e pelas cobranças que eram feitas, o que gerava

um afastamento entre os dois. A hora do jantar era o momento de maior contato

entre os dois, mas passavam quase todo o tempo em silencio e, pela dificuldade de

se comunicarem entre si, os diálogos ficavam restritos a conversas internas dentro de

cada um, seu pai remoendo suas dores e angústias e ele alimentando seus sonhos e

sua insegurança.

A mudança de colégio que iria ocorrer nesse ano era uma meta que

Bruno escolhera, embora a troca de uma escola pequena para uma maior criasse

expectativas e mexia com a parte emocional de Bruno que, aos treze anos, sentia-se

ansioso e preocupado pela novidade que ocorreria em sua vida.

Sempre estudara no mesmo lugar e, embora não tivesse muitos amigos,

sentia-se seguro pelo apoio dos professores, que controlavam a turma de poucos

alunos. Em breve, estaria entre muitas outras crianças, com turmas cheias, em um

grande colégio que teria muitas instalações e prédios.

O primeiro dia de aula é sempre mais complicado e Bruno tem a

companhia da empregada, o que dá um pouco de confiança ao chegar à frente do

colégio. Ele repara a diferença em relação à escola anterior pela quantidade de

crianças, movimento dos carros e aglomeração de vendedores ambulantes.

Ao passar pela portaria, percebe que os jovens interagem em diversos

grupos, uns trocam figurinhas e outros jogam bola. Grupos de meninas conversam

sem parar e meninos, em bolinhos variados, exibem-se para chamar atenção. É

justamente isso que Bruno não quer fazer, chamar atenção, e por ele estaria pintado

com uma tinta invisível ou vestindo uma capa que pudesse garantir essa

invisibilidade.

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74 A vontade de ir embora só era menor que o medo que tinha de ter de

explicar a seu pai por que não ficara e, por isso, ele se dirige à sala de aula. Escolhe

uma carteira no fundo e em uma lateral da sala perto da janela. A sala vai enchendo

e, aos poucos, vários grupos vão entrando e procurando lugares vagos.

A entrada do professor causa um pequeno alvoroço e, logo a seguir, um

silencio. Ele fica de pé em frente à turma, aproveita o instante de calmaria para se

apresentar e, em seguida, pede para que, quando estiver fazendo a chamada, o

aluno chamado se levante, diga a idade e de que escola está vindo.

Um a um, os alunos vão se apresentando. Como a chamada é feita por

ordem alfabética, o nome de Bruno é logo chamado. Quando ele se levanta e vai se

apresentar, sua voz perde a potência e sai fina. Alguns alunos riem, mas ele se

recupera, engrossa a voz e, mesmo vermelho, consegue terminar a frase com as

informações pedidas pelo professor, que continua a chamada aparentemente sem

reparar ou dar atenção à falha do agora ruborizado rapaz.

Um colega ao lado brinca com ele que o primeiro dia era assim mesmo e o

direciona um sorriso, o que, de certa maneira, dá certa tranquilidade naquele

momento. A aula segue depois da chamada e o mestre inicialmente dá as boas vindas

aos novos alunos, desejando uma rápida adaptação a todos e recomendando que

comecem a estudar para que não fiquem precisando de notas maiores no último

bimestre, quando a matéria dada já tem um grande volume.

Em seguida, faz uma breve apresentação pessoal e da matéria que será

vista durante o ano letivo. Pede para que os alunos abram o livro e, em seguida,

começa uma leitura do primeiro capitulo e ao final manda que eles façam os

exercícios. Quando toca a campainha do término da aula, significa que logo virá o

recreio e rapidamente a sala se esvazia.

O primeiro recreio representa o momento em que os alunos estão apenas

entre eles mesmos, o que deixa Bruno pouco à vontade e se sentido exposto. Ele se

dirige à lanchonete, onde encontra o colega de turma que sorriu para ele e aproveita

para puxar conversa perguntando seu nome. Ouve como resposta que ele se chama

Roberto e também se apresenta, trocam rápidas palavras e ele se vai, aproximando-

se de um grupo de meninos que estava por perto. Bruno se senta sozinho e começa a

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75 comer seu lanche em uma mesa distante dos outros grupos. Pouco depois, ele ouve a

campainha que determina o retorno à sala.

Bruno entra em casa e se sente aliviado, pois sobrevivera ao primeiro dia de

aula que tanto o tinha atormentado nos últimos dias. Conhecera Roberto e tivera a

chance de se apresentar e, embora a voz tenha falhado, ele conseguira consertar e

não chamar muita atenção, como era o seu objetivo. Ia tomar banho e depois iria ver

televisão até seu pai chegar para o jantar, onde teria a chance de conversar com ele

sobre seu dia de aula no novo colégio e todas as mudanças que estavam para ocorrer

em sua vida.

Quando seu pai entra em casa, Bruno se dirige a ele ansioso para falar do seu

primeiro dia de aula, mas logo é cortado pelo pai, que se diz cansado e que iria tomar

um banho para jantar, já se dirigindo ao quarto e fechando a porta ao passar por ela.

O menino se sente frustrado e vai para a sala, para ver televisão.

Na hora do jantar, seu pai se senta à mesa e com ele uma série de cobranças:

pergunta sobre seu excesso de peso, pela televisão, pelos deveres do colégio,

perguntas, perguntas... E não existe tempo para que ele ouça as respostas, todos os

questionamentos se sobrepõem e o menino se apequena diante de tantas críticas.

Bruno ainda tenta mudar o rumo da conversa, mas seu pai não lhe da atenção e

continua com os questionamentos, sem se importar com o que o jovem tenha a

dizer.

A volta à escola, nos dias seguintes, acaba sendo mais fácil que o esperado e,

embora ainda não tenha feito um grande amigo, aos poucos ele vai adquirindo

confiança, com o passar dos dias, e se adapta gradativamente à nova vida. No

recreio, ele observa como são disputadas as partidas de futebol e a grande rivalidade

entre os jogadores.

Bruno não se aventura, pois esporte não é sua atividade preferida, em

função de seu peso que não o permite uma grande movimentação e velocidade. Hoje

é dia da aula de educação física, que será seu primeiro contato só com os meninos

em uma disputa.

Em seguida ao fim do recreio, os alunos se dirigem ao ginásio. Eles vão para

o vestiário se preparar para a prática da atividade física e, depois de prontos, todos

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76 se reúnem no meio da quadra onde se encontra o professor, que os separa em

grupos e pedem que deem as tradicionais voltinhas em torno da quadra para que

aqueçam para a realização da aula.

Bruno enfrenta uma grande dificuldade para correr. Logo para com uma dor

no estomago que o impede de continuar, mas é advertido pelo professor e tenta

persistir. Novamente se vê obrigado a parar pela incapacidade de respirar, em função

do incômodo e da dor que sente em seu abdômen.

O professor pede para que ele se sente ao lado da quadra e divide os outros

alunos em equipes de futebol. Os meninos se agrupam e começam a jogar,

demonstrando a mesma determinação e disposição que jogam no recreio. Roberto,

aquele que sorrira para Bruno, era o que mais se destacava e um dos mais

competitivos, o jogo pegava fogo e as divididas de bolas eram muito fortes.

Bruno fica assustado com tanta agressividade. Quando ele vê o

professor se aproximar e perguntar se ele gostaria de jogar, ele responde que não

está se sentindo bem, o que é uma mentira, pois na verdade ele está com medo de

se machucar em função da disposição dos outros meninos e pelo fato de não gostar

de praticar esporte por nunca ter sido incentivado a tal.

Seu professor o avisa que ele deverá entrar nas próximas aulas e que iria

colocá-lo na divisão dos times do campeonato do colégio, que era aguardado por

todos e se iniciaria na próxima semana durante as aulas de educação física. Ele o

sugeriu que desse umas caminhadas para perder um pouco de peso. Bruno

continuou assistindo às partidas e, ao final dos jogos, o professor dividiu os times

para um pequeno campeonato, para a alegria de todos. Bruno ficou no time de

Roberto, em um dos quatro times e, na semana seguinte, as equipes que vencessem

disputariam a final do campeonato.

Bruno até tentou caminhar durante o fim de semana, mas seu sobrepeso

dificultava e lhe assava a pele por entre as coxas, o que o desanimou e fez com que

ele se desligasse da ideia da caminhada e se entregasse à sua atividade favorita, ficar

em frente da televisão.

Durante a semana, não houve novidades e a adaptação gradativamente vinha

se realizando a contento para Bruno. A única nota complicada era a insistência de

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77 Roberto para que ele participasse dos jogos no recreio, mas ele constantemente se

negava a participar, alegando uma contusão que na verdade inexistia. As desculpas

estavam acabando, o que fizera com que ele até se escondesse no banheiro durante

todo o recreio para fugir da insistência do amigo de time.

Chega o dia da aula de educação física e junto vinha o primeiro jogo das

equipes. Bruno não teve como fugir de jogar no recreio, pois Roberto o cercou e o

levou para a quadra. Quando a pelada começou, logo se percebeu a falta de jeito do

menino para o futebol, o que enfureceu Roberto, seu parceiro de time, que começou

a reclamar constantemente da falta de coordenação e das constantes falhas dele. Ao

fim do recreio, as críticas continuaram e Bruno se sentia pressionado e inseguro pela

insistência e agressividade de Roberto.

Mal tendo tempo para se recuperar, pois logo depois viriam os jogos do

campeonato do colégio, os alunos partem para a quadra onde já se encontra o

professor com as bolas e o apito, pois ele acumulava a função de juiz para controlar

os garotos.

O primeiro jogo era de dois outros times e a equipe de Roberto e Bruno

jogaria em seguida. Roberto falava constantemente cobrando mais atitude e vontade

de Bruno, que estava prestando atenção, porém em estado de pânico. O primeiro

jogo acaba e a equipe favorita vence com facilidade. Eles aproveitam para provocar

Roberto, dizendo que o esperam na final. O time dele é favorito à vitória, pois ele é o

melhor jogador.

O segundo jogo tem seu inicio e logo Roberto começa a se destacar

chutando bolas perigosas e numa dessas acaba por fazer um gol. Ele orientara a

Bruno a chutar as bolas e não tentar dominá-las. Na primeira jogada depois do gol, a

bola vai à sua direção e ele dá uma furada e a bola sobra para um adversário que faz

o gol de empate. Roberto começa a gritar como um louco reclamando da falha do

colega de time.

A partida recomeça e novamente o melhor do time assume as melhores

jogadas, criando perigo constante para o time adversário, que tem no goleiro seu

melhor jogador e, depois de uma grande defesa em um forte chute de Roberto, a

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78 bola rebatida permite um contra-ataque e Bruno sem querer faz um gol contra,

praticamente no mesmo momento que acaba o primeiro tempo.

Roberto corre na direção de Bruno e o dá um safanão. Os outros atletas da

equipe reclamam e decidem colocá-lo no gol no segundo tempo. O jovem está

inseguro e o encontrão que levara do craque do time mexera com sua autoestima e

agora estava com os olhos marejados.

O começo do segundo tempo não podia ser pior, pois a primeira bola que foi

na direção do gol passou por entre as pernas de Bruno, além das cobranças e

reclamações de toda a equipe, que agora perdia de 3x1.

No novo recomeço, a equipe ataca constantemente e o goleiro do outro time

se destaca defendendo de todas as maneiras as bolas que vão à direção do seu gol. O

tempo está acabando e, em um chute de longe contra o gol de Bruno, ele se enrola e

a bola entra. O gol leva à loucura os colegas de equipe, que o culpam mais uma vez e,

em seguida, o professor encerra a partida, porem não se encerram as reclamações,

que prosseguem até o vestiário, onde Roberto começa a hostilizar Bruno, colocando

apelidos como “rolha de poço”, “saco de banha” e “peitinho de moça”; As ofensas

levam-no às lágrimas, mas não representam o fim e outros do time também se

aproveitam da situação para humilhá-lo e espezinhá-lo. Ele acaba sendo defendido

pelo professor, que percebe situação e sai em sua defesa, acabando com as

hostilidades.

Arrasado, Bruno vai para casa, mas não sem antes ouvir mais algumas

piadinhas dos jogadores dos outros times enquanto saia do ginásio e se dirigia para a

saída do colégio. Ele não esperava passar por essa situação, principalmente por achar

que tudo ia bem. Sentia-se sozinho por não ter com quem compartilhar a sua dor

nesse momento difícil. Acreditava que, com a vinda do fim de semana, na segunda-

feira tudo estaria mais tranquilo e de certa maneira esquecido.

Os finais de semana eram sempre complicados, pois Humberto destilava

toda sua frustração em cima de Bruno, por meio de cobranças que, embora

pudessem ter fundamento, não apontavam uma solução para o menino que se

refugiava cada vez mais na sala de televisão.

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79 Começa a semana e a expectativa da aula tortura Bruno, que caminha até o

colégio a passos lentos. Ao chegar, de longe avista Roberto e, como uma espécie de

fuga, direciona-se para o banheiro, onde vai ao sanitário, fecha a porta e se senta

nele para ganhar coragem para enfrentar a turma.

Para sua surpresa, começa a ouvir seu nome gritado em coro por alguns

garotos que adentraram o banheiro. Sente a porta ser forçada por alguém, seu

instinto faz com que ele se coloque contra a porta, o coro continua e agora seguem

insultos relacionados ao seu peso e começam a jogar água por cima da porta,

acabando por deixá-lo molhado. A chegada de outras pessoas faz com que os

agressores sumam rapidamente, mas Bruno nessa hora já está molhado e assustado.

Ele sai de dentro do reservado e vai à frente do espelho e tenta se secar

com o papel absorvente, sem muito êxito. Nesse momento, escuta a campainha que

avisa do início da aula e corre para sua sala. Ao entrar, ainda molhado, é recebido

com uma grande gargalhada pela turma e o professor pergunta se teria vindo

correndo, pois estava todo suado. Ele assenta com a cabeça em sinal afirmativo e se

dirige para seu lugar.

Durante toda a semana, Bruno vinha sendo motivo de piadinhas e

gozações por parte de um grupo de meninos e, aos poucos, via que o número de

pessoas que falavam com ele de forma jocosa ia aumentando. Sentia-se como alvo

de inúmeras brincadeiras que partiam de todos os cantos da turma e, por vezes, até

dos professores que, por conta de indiretas ou implicâncias dos outros alunos,

sentiam-se na liberdade de participar das chacotas praticadas pelo grupo.

Roberto liderava um grupo de meninos e meninas e, de certa maneira,

comandava as situações que deixavam Bruno exposto ao resto da turma: desenhos

no quadro em que um elefante tinha como legenda o nome do garoto, fotos de

baleia que eram coladas na frente da carteira onde ele se sentava, bem como

petelecos, pescotapas e outras leves agressões e ameaças em relação ao próximo

jogo de futebol que decidiria quem seria o terceiro colocado e o último (o quarto

colocado) na aula de sexta-feira na educação física.

Chega o dia em que teria a aula de educação física e o jogo. Bruno simulou

estar doente e conseguiu faltar ao colégio e, com isso, sentiu-se mais confortável,

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80 pois não precisaria jogar e assim estaria livre da responsabilidade pelo resultado e

das gozações da turma e de Roberto, podendo ter alguma tranquilidade e a sensação

de perseguição aliviada.

Tudo o que ele estava passando deixava-o triste e assustado, a lembrança

do episódio que passara no banheiro e as piadas a que era submetido na turma

faziam com que ele acabasse comendo cada vez mais e ficasse inerte em frente à

televisão, muitas vezes perdido em suas lembranças e se remoendo dentro de sua

cabeça sobre a sua insignificância.

A chegada de mais um final de semana também servia para que ficasse

mais amedrontado pelas críticas que viriam de seu pai sobre coisas que não tinha

motivação para resolver. Sua postura física vinha se modificando, encurvando suas

costas e fazendo com que ele sempre estivesse olhando para o chão, cabisbaixo e

desanimado, devido talvez à tamanha carga negativa que carregava em seus ombros.

O inicio da semana trazia também a esperança de que as coisas teriam

mudado e tudo entraria em uma nova rotina menos desgastante e mais produtiva.

Ledo engano! Ao adentrar a sala, já fora questionado por Roberto por que não fora

participar do jogo e que sua ausência seria a responsável pela derrota do time, por

não ter o número mínimo de jogadores, o que ocasionara a eliminação da equipe que

ficará em último colocado no campeonato.

Começaram as agressões verbais, chamavam-no de covarde, amarelão e,

como um vírus se propagando um canto unissônico, espalhava-se pela sala,

espezinhando o menino e transferindo uma enorme culpa. Uma grande pressão

dentro dele começa a se formar, até que ele não aguenta mais e estoura em um grito

de revolta e, em um movimento brusco, sem querer acerta o rosto de Roberto com

as costas da mão.

O acontecido pega a todos de surpresa, inclusive Bruno, que tenta se

desculpar, mas recebe imediatamente um violento tapa no rosto. Alguns garotos se

aproximam com a intenção de machucá-lo. Nesse momento, entra na sala o

professor que percebe a movimentação, mas não a intenção do grupo e, em voz alta

e firme, manda que todos se sentem. Começa uma breve bronca generalizada, ainda

não se dando conta da situação ocorrida e, em seguida, começa a aula.

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81 Enquanto o professor está dando a matéria, Roberto ao fundo ameaça o

agora rival e avisa que vai pegá-lo na saída. Alguns meninos ajudam a criar um clima

de guerra entre os dois. Bruno entra em pânico, não sabe o que fazer, pois nunca

tinha passado por uma situação parecida. Imagina que teria de fugir para não

apanhar de Roberto, que era maior e mais forte. Mentalmente, em seu desespero,

acredita poder no recreio tentar ir embora do colégio e se lembra de uma janela no

banheiro, que pela posição daria para a lateral da escola e seria uma rota de fuga

provável.

A campainha do recreio e a saída do mestre da sala era sinal do início do

terrorismo por parte de alguns alunos e o canto de “Vai morrer, vai morrer...”ecoava

na sala e eram direcionados a Bruno, que rapidamente se levanta e sai debaixo do

mesmo cântico. Direciona-se à cantina e sorrateiramente, enquanto o espaço vai se

enchendo de outras crianças, encaminha-se para o banheiro em busca da fuga para

evitar o confronto que Bruno queria evitar.

O banheiro estava cheio de garotos e Bruno aproveita para observar

como chegar à janela que dá acesso à lateral do colégio. Ele vê que um dos

reservados fica embaixo da janela que está entreaberta. Bruno entra no reservado,

sobe no sanitário, tenta abri-la e percebe que ela está bloqueada por um prego que

impede a sua abertura. Nesse instante, ele ouve uma voz que denuncia sua intenção

gritando: “Gordo fujão, gordo fujão”. Imediatamente, Roberto entra no banheiro

junto com outros garotos e, enquanto isso, Bruno abre a porta do reservado

tentando sair. Ele é empurrado por Roberto de volta, é esmurrado, recebe joelhadas

e, em um movimento rápido, Bruno é virado e colocado de cabeça para baixo dentro

do vaso sanitário, sendo filmado pelo celular de um dos garotos que está dentro do

banheiro sob as gargalhadas e gritos de todos. O aviso da aproximação do inspetor

faz com que rapidamente o banheiro seja evacuado e Bruno, machucado, molhado e

humilhado, tranca-se no reservado. Quando o inspetor chega, observa que não há

nada e vai embora.

Bruno enxuga as lágrimas e, envergonhado, aguarda no mesmo local até

que o sinal da saída dos alunos toque e vá para casa. No caminho, encontra com

alguns grupos de meninos e meninas que estão rindo e olhando para os seus

celulares e ouve deles que ele estaria bonito na internet. Um dos grupos inclusive

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82 mostra a cena em que é mergulhado no vaso do banheiro. No caminho, triste,

desiludido e tomado por um gosto amargo, sente-se impotente e desanimado,

jurando que não mais voltaria ao colégio.

Em casa, vai para o chuveiro e depois para o quarto e, quando seu pai

chega à noite para jantar, Bruno se diz sem fome e permanece no quarto até o dia

seguinte, muito embora não tenha conseguido dormir devido à conversa interna em

sua cabeça, que remoía a sensação de fracasso. Pela manhã, ouve o barulho da saída

de seu pai e vai até seu quarto à procura de algo e, quando encontra, dirige-se para o

colégio.

Bruno chega cedo e fica perto do banheiro. Alguns garotos da galera de

Roberto também chegaram cedo, foram zoar o menino e foram avisados por ele que

estaria esperando Roberto e o faria sentir o mesmo que ele estava sentindo. Ao

entrar no colégio, Roberto é avisado e se dirige junto a um grande grupo na direção

de Bruno que, ao avistá-lo, entra no banheiro.

O clima se acirra e todos se aglomeram para entrar no banheiro. Quando

todos estão lá dentro, ouve-se o barulho de um tiro e todos saem correndo e, por

último, vem Roberto com a expressão de desespero em seu rosto. Em breve, ele

saberá o que Bruno estava sentindo e sentirá essa TRISTEZA para sempre...

A história acima ilustra de forma irrefutável a exclusão pelo meio, que

gera um espiral descendente de emoções, reforçando crenças de não aceitação,

gerando a falta de prazer e entusiasmo, a baixa autoestima, a autoimagem negativa,

sensação física de um gosto amargo e insônia e um desfecho indesejado.

Em um capítulo à frente, veremos como substituir o termo crítica

construtiva e colocar nossas ideias para outras pessoas de forma harmônica e sem

ferir os sentimentos e a identidade por meio do FEEDBACK.

E a nossa viagem segue agora se despedindo da tristeza. Em algumas

trajetórias, encontraremos caminhos pedregosos e deles devemos tirar os melhores

ensinamentos e vislumbrar os atalhos para melhor nos adaptarmos às mudanças do

caminho. No próximo capítulo, falaremos sobre a felicidade e o que ela pode fazer

para a plenitude do desenvolvimento da criatividade. Segure a emoção e respire

porque nosso vagão está saindo...

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83

Capitulo 08:

FELICIDADE E METAS

Quem é feliz? O que é felicidade? Você é feliz para você ou para

alguém? Ser feliz é ter as necessidades atendidas? Ou atender as necessidades que

nos colocam? Ser feliz é realizar suas metas.

Ser feliz é estar em contato com seu verdadeiro EU, é se sentir pleno,

unificando todos os “eus” e tendo a evidência do seu EU consciente. É ter

conhecimento dos seus valores, de suas crenças positivas e das que limitam o

percurso do caminho da felicidade.

É ir em frente, controlar a ansiedade, enfrentar o medo, manter a

energia da autoestima e estar preparado para amar e ser amado. Quase tão

importante quanto ser feliz e estar pronto para percorrer o trajeto da felicidade e se

sentir realizado no fim, mesmo sabendo que o fim não existe e você deve estar alerta

para continuar sempre por essa peregrinação.

Em nosso cérebro, revelam estudos recentes, existem centros de

prazer, que estão ligados ao querer, ao gostar e ao prazer consciente e todos estão

ligados ao sentimento de felicidade e com isso maximizam o processo de criação. O

prazer envolve e potencializa todo o processo que faz com que o cérebro tenha de

trabalhar com várias áreas em conjunto para criar essa emoção e que liga desde o

desejo, a compulsão e a satisfação da sensação de felicidade.

É o melhor sentimento para elaborar e concluir metas pelo equilíbrio

emocional, que permite racionalizar as ações e superar barreiras utilizando a

criatividade e decidindo os passos de forma consciente e determinada. O processo

criativo contribui para recompensas financeiras e para o sucesso e, em épocas de

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84 crise, é o insumo que pode criar um diferencial extremamente positivo para a

realização de projetos.

Hoje em dia, a criatividade não é mais considerada um dom de poucos

felizardos, e sim um processo psíquico, que pode ser induzido por meio de processos

de estimulação e indução de um estado criativo. Uma sequência de ações visa a

aumentar o processo de criação que se faz até dormindo e de forma controlada.

A indução ao cérebro para que saia do processo de concentração quando

estamos resolvendo um problema faz com que se inibam as chamadas ondas beta e

passe a funcionar com as ondas alfa no córtex pré- frontal, diminuindo o controle

cognitivo e facilitando os processos do pensamento inconsciente que potencializam o

surgimento de novas ideias.

Existem formas também de induzirmos mentalmente o processo da felicidade

e, assim, facilitar a realização de metas. Nossas emoções são controladas pelo

hemisfério direito do cérebro e, nele, existem 3 (três) níveis que levam ao caminho

da felicidade. Essas sensações unificadas fortalecem o indivíduo potencializando esse

sentimento e criando condições para a realização de objetivos que são: aceitação,

prazer e entusiasmo.

- Aceitação _ É o fato de se reconhecer como pessoa, aceitar-se e gostar

de si mesmo, de suas atitudes, de se respeitar e se fazer respeitar pelos outros

apenas pela sua presença. É o respeito a seus valores principais. É a base da

liderança.

- Prazer _ É ter a ciência de seus objetivos, para onde se quer ir, como

chegar lá e o que se tem de fazer para se manter lá. Diz respeito à missão e o

conhecimento dessa missão pela pessoa.

- Entusiasmo _ É a motivação para atingir os resultados mais

importantes, o querer, o fato de se adaptar para vencer as adversidades e se superar.

Segue a linha da visão do indivíduo, o que ele tem reservado como maior carinho e

cuidado em sua relação com os outros, com o mundo e consigo mesmo.

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85 Definidos esses conhecimentos, podemos então entender o que seria

o Princípio da Manifestação da Felicidade, onde existe uma sequência de relações

que deve estar enraizada no indivíduo no caminho para a felicidade. Autoestima,

autoimagem, autoideal (valor, crenças, atitudes) e autoconsciência (vejo, sinto e

ouço).

Esses são a tétrade que assegura a manutenção do estado pleno de

felicidade e realização do indivíduo, e a procura do equilíbrio delas é a garantia do

bem estar que condiciona o indivíduo a se manter nesse estado e manter um mapa

mental positivo.

O bom humor, a alegria, atitudes proativas e a flexibilidade diante das

situações do cotidiano representam um mapa mental positivo em relação à vida e à

procura por sua essência. Algumas atitudes simples sinalizam que você está bem, um

exemplo disso é sorrir.

O sorriso é uma mensagem na qual dizemos para o cérebro que está tudo

bem conosco, além de ser um ótimo exercício para o rosto pela quantidade de

músculos que se movimenta. Sorria mais para a vida e sinalize sua felicidade.

A preocupação e a reflexão têm efeitos diretos na felicidade. Falar em

preocupação na vida parece ser uma redundância, pois nos preocupamos com tudo

e, na grande maioria das vezes, não conseguimos sequer dormir em função das

lembranças que a preocupação nos traz. Mas, se pudéssemos fracionar a

preocupação, como seria?

Como assim fracionar a preocupação?

Para simplificar seu significado vamos fracionar apenas a palavra

PREOCUPAÇÃO, pré- ocupação, seria a pré ocupação da mente por um problema

que ainda esta por vir e que pode até não acontecer. Um exemplo para dar uma

clareada na ideia poderia ser explicado assim: pré-ocupação é como pagar juros de

uma dívida que ainda sequer foi feita. Vamos tentar substituir a pré-ocupação pela

reflexão.

O que é refletir?

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86 Refletir é pensar em como EU penso e buscar soluções que possam viabilizar

problemas, dando tempo para que soluções apareçam. Você é o que você pensa. Não

sofra com o que você não sabe se lhe vai ser cobrado, planeje e desenvolva ideias

que possam ser desenvolvidas por você. Refletir é usar os sentidos internamente e

criar estratégias para solucionar problemas.

Outra coisa que nos tira o sono é a decepção. As grandes expectativas geram

grandes decepções. A maior parte das decepções diz respeito à nossa interação com

outras pessoas. Essas interações criam sensações negativas que nos jogam para baixo

em função das frustações que vêm juntas.

E como proceder para sair dessas situações que nos consome?

Perdoar é, sem dúvida, o melhor caminho. Perdoar é se libertar do problema,

mas perdoar de forma verdadeira. Isso não quer dizer que teremos que voltar a

conviver ou retornar a situação como era anteriormente, apenas sair da prisão em

que estávamos e acabar com o ciclo negativo a que estávamos presos, isto é, estar

livre do problema. O perdão é o retorno ao caminho da felicidade.

O estado mental positivo facilita o processo de criação induzindo a pessoa a

abordar problemas com a mente aberta e sem restrição de pensamentos,

comportamentos e ações. Em algumas empresas, trabalha-se com um sistema de

captação de ideias chamado brainstorming (a tradução literal seria “chuva de

cérebros” e visa a que vários setores da empresa contribuam para a elucidação de

um problema através de várias ideias que são colocadas sem restrições, de forma a

obter ideias inovadoras), muito embora, às vezes, isso limite ou iniba o potencial

criativo individual, em função do julgamento social.

Edson já se formara na faculdade e, em breve, faria a prova para exercer a advocacia. Ele colocara como meta de vida ocupar o lugar de seu pai no escritório, mas por enquanto ele tratava de aproveitar a vida com os amigos, praia e boate. Era a tríade que envolvia sua vida de solteiro nesse momento.

Aprendera a viver com o exemplo de seu pai nas muitas festas que vira em sua

casa e que, Invariavelmente, terminavam com o dia clareando e muita gente saindo engatinhando em função do excesso de bebidas.

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87 Romeu também lhe ensinara o outro lado da moeda. Implantando no escritório um ritmo de excelência e muita competência em relação aos clientes e seus processos. Romeu liderava seus comandados, sócios e estagiários de forma dinâmica, delegando poderes e cobrando a responsabilidade na execução das tarefas diárias de cada um.

Quando Edson estava no escritório, seu pai o explicava calmamente todos os

processos, individualmente, num passo a passo, para que entendesse a padronização das atitudes na busca da perfeição. Ele participava de reuniões com clientes e na elaboração de todo o controle de pagamentos para que tivesse uma visão global da

firma. Edson, quando não estava no escritório, vivia cercado de amigos, de paqueras,

aproveitando a vida de solteiro. Naquele fim de semana, haveria a inauguração da boate e ele já fora convidado para a área vip, com tudo liberado e direito a uma balada especial.

Os amigos combinaram de se encontrar antes para o aquecimento, que eles

chamavam de pré night. Em um barzinho perto da casa noturna. Ao anoitecer, a galera estava animada e começaram os preparativos com muita bebida rolando até a hora de partir para a noite na festa propriamente dita.

A boate era exuberante, muito luxuosa, a área reservada estava lotada de

gente bonita e animada e Edson, naquela altura, estava turbinado. Quando um dos amigos colocou alguma coisa em sua boca mandando que ele engolisse, ele o fez. Rapidamente, tudo ficou mais colorido, a música era especial e as pessoas eram mais lindas, e Edson bebia cada vez mais e não se sentia embriagado. O ambiente todo foi ficando cada vez mais descontraído.

Ora rolava um beijinho, partia para outra, ora dava uns amassinhos. “ - Que vida, isso é que é felicidade!” – pensava ele. E a festa não para. Três, quatro, cinco horas da manhã e Edson resolve ir

embora. “ ‘Tô’ louco e perdi a minha ‘periguete’. Vou nessa!” – ele fala consigo. Vai saindo da boate e indo para o carro com as chaves na mão. Entra no carro e

continua com sua conversa interna. Dialogando sozinho e distraindo a mente, não se dá conta que está acelerando cada vez mais seu carro. Quando faz uma curva, o

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88 veículo sai da pista e capota. Edson está sem o cinto de segurança. O carro capota mais duas vezes e para de cabeça para baixo.

Romeu é acordado com o telefone tocando, são sete horas. Ele ainda está com

sono quando atende a ligação, imagina que seja algum cliente que se enrolou na

malha fina. Uma voz firme pergunta se ele seria pai de Edson, que o jovem sofrera um acidente de carro e estava em um hospital.

Romeu imediatamente se arruma, dirige-se ao hospital e, ao chegar, é

encaminhado para o centro cirúrgico.

É informado pelo médico responsável que o rapaz teve múltiplas fraturas e

que, provavelmente, ficará paralítico. Ele está em coma induzido até que tenha condições de ser operado. As notícias são como uma facada no peito de Romeu, ele se lembra de todo o carinho com que criou seu filho, de todo amor que sempre demonstrou, dos ensinamentos.

Mas se lembra que o rapaz estava constantemente dirigindo depois de beber.

Ele mesmo também tinha essa mania e, por isso, não se sentia à vontade para recriminá-lo e essa lembrança fez com que ele se sentisse culpado pela situação que agora se presentava sem solução que dependesse dele.

A família se reúne na sala ao lado ao centro médico aguardando notícias sobre

Edson. Já se passaram dois dias e ele esta na CTI do hospital. Enquanto esperam,

recebem ligações de amigos e parentes, apenas uma pessoa pode entrar por vez e as noticias só chegam ao fim do dia e pela manhã.

Romeu está, vendo-o todo intubado e imóvel e isso provoca um enorme

sofrimento. “ - Ele é jovem e forte, vai sair dessa” – pensa ele.

Nunca fora muito religioso, mas a situação em que Edson se encontra faz com

que buscasse energia e força positiva enquanto aguarda a chegada do médico. Ele olha para o rapaz deitado na cama do hospital esperando algum tipo de movimento. Imagina-se vendo-o abrir os olhos e sorrindo, quando nota que está sendo observado pelo médico de plantão, que acabara de chegar.

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89 Ele logo começa a examinar Edson em silêncio. O médico, após o exame, vira-se para Romeu e diz que iria diminuir a sedação para o garoto começar a sair do coma induzido, mas isso não queria dizer muita coisa ainda.

Passaram-se 33 (trinta e três) dias e Edson não tinha saído do coma. Romeu ia

trabalhar apenas pela manhã e praticamente abandonou o escritório nesse período para se dedicar a ficar ao lado do filho. Revezava-se com duas enfermeiras que ele contratara, indicada pelos hospital, e uma fisioterapeuta que trabalhava para que a musculatura do jovem não atrofiasse ao longo tempo parado.

Várias músicas que o rapaz ouvia anteriormente tocavam durante o dia como forma de estimular o despertar dele. Em alguns momentos, percebiam-se movimentos nos olhos e eventualmente alguma movimentação corporal. Romeu ficava toda tarde com Edson e seu passatempo era a leitura em voz alta dos processos que pertenciam ao escritório, que eles, pai e filho, discutiam. passo a passo, cada um dos casos. Os médicos não alimentavam esperanças sobre a saída do coma, muito embora acreditassem na possibilidade. Viam na dedicação do pai um fator que potencializava a situação.

Miriam era uma jovem fisioterapeuta. Ela se empenhava em seu trabalho na

manutenção corporal de Edson e, naquela tarde, durante a sessão, percebeu que o

rapaz reagira de forma mais evidente ao tratamento. Para sua surpresa, percebe que ele a está olhando com os olhos totalmente abertos.

Calmamente, chama a enfermeira. Ela imediatamente aciona o medico de

plantão e o pai do jovem que estavam conversando do lado de fora do quarto. Ambos entram apressadamente e se deparam com Edson começando a sair do estado de coma. O médico faz uma rápida avaliação e pede a enfermeira que o prepare para uma bateria de exames. Ele vira-se para Romeu e diz que aquele era o provavelmente o fim da primeira fase e, em breve, teria de reforçar o tratamento de fisioterapia e a adaptação do rapaz para que pudesse voltar à vida normal com as limitações que seriam impostas a ele pelas sequelas do acidente.

Após os exames, o médico avaliou que Edson não teria sequelas mentais e que,

infelizmente, perderia os movimentos das pernas, mas que, como previra antes com fisioterapia, o jovem seria reinserido à vida normal. Romeu chamou Miriam e perguntou se a jovem poderia ajudá-lo na recuperação de seu filho, pois sabia que ela tinha experiência com a reabilitação de pessoas vindo do estado de coma. A

fisioterapeuta se mostra disponível e motivada na recuperação do rapaz.

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90 Os dias se seguiam e Miriam se mantinha incansável no intuito de recuperar

Edson. Ele teve de reaprender a falar, a comer, a reforçar a musculatura superior e depois a aprender a andar de cadeira de rodas. Gradativamente vinha evoluindo e acelerando os procedimentos e novas aprendizagens do processo de reinserção à

vida. Edson já se dá conta de sua situação. Em um primeiro momento, revolta-se

com o fato de ficar paraplégico devido ao acidente automobilístico, principalmente pelo fato de ter

bebido e se drogado antes de dirigir. Por essa atitude irresponsável, pagaria o preço por toda a vida.

O que mais lhe chamava a atenção era o fato de, nesse período todo, entre o

coma e a recuperação, os amigos que eram tão próximo terem sumido. A sensação de abandono só era minimizada pela presença constante de Miriam e sua dedicação para seu retorno à convivência social.

Seus pais também tinham uma importância crucial nesse processo de

recuperação, o incentivo constante e os pequenos desafios estimulavam-no a continuar a recuperação.

Praticamente dois meses depois do início do tratamento, Miriam começa a dar

por encerrado o processo de recuperação. Gradativamente, ia integrando Edson ao mundo e fazendo com que ele entendesse as adaptações necessárias para interagir com a sociedade. O carinho da fisioterapeuta fez com que Edson admirasse cada vez mais os valores dessa profissão.

O jovem estava preparado para retornar à fase final da recuperação, a volta ao

escritório e a preparação para a prova que o habilitaria para começar a atividade da advocacia. Aos poucos, começou também a treinar para dirigir um veiculo adaptado para sua deficiência. A revolta inicial tornou-se uma obstinação grande em ajudar aos outros que estavam em situação semelhante e não tinham as condições que ele tinha.

A dedicação aos estudos trouxe retorno imediato, pois Edson passou na prova. Ele começou a trabalhar com o pai no escritório, mas algo dentro dele o incomodava, o deixava inquieto, ele ainda não entendia o seu destino.

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91 Seu pai tinha muitos imóveis pela cidade e os alugava e pediu que Edson visse em que estado estava um imóvel que ele comprara quando ele tinha se acidentado para que pudesse alugá-lo também.

Edson, ao chegar ao imóvel, vê uma casa antiga com uma rampa na frente, o que o proporciona um acesso fácil para a cadeira de rodas. Ao lado, um pequeno

jardim mal cuidado. No fim da rampa, a casa tinha uma porta dupla e um salão grande, os corredores eram largos, bem como as portas internas dos quartos e banheiros. Nos fundos, havia uma piscina coberta e um grande salão com banheiros.

“ - Antiga, mas com muita acessibilidade.” - ele pensou.

Aquelas palavras entraram em seu coração com muita intensidade.

Imediatamente, ligou para Mirian, já tinha algum tempo que não se falavam. Ela atende e o cumprimenta com carinho. Ele diz que queria mostrar algo. A fisioterapeuta se diz livre e se propõe a ir até o local.

Na casa. Edson revela sua intenção a Miriam. De pronto, ela concorda em

participar. O jovem mostra a residência. No fundo, mostra a piscina. Ele expõe a ideia e quer saber sua opinião sobre transformar o local em uma ONG de tratamento para deficientes físicos. A jovem diz que, com poucas adaptações, ela estaria pronta para funcionar. Edson parte para conversar com seu pai no escritório.

Ao chegar ao escritório, ele se dirige à sala de seu pai. Edson informa que. com

poucas adaptações, o imóvel estaria apto a ser alugado. Teria inclusive um pretendente. Ele então conta para Romeu seu plano. Seu pai escuta em silêncio e ao fim pergunta se é isso mesmo que ele queria.

Edson acena com a cabeça um sinal positivo e Romeu se diz contaminado pela ideia e que iria ajudá-lo a realizar esse plano.

Edson e Miriam envolvem várias pessoas no projeto. Todos têm a sensação de

estarem criando algo de uma dimensão maior. Aos poucos, outras pessoas que residem perto e tem filhos e parentes com deficiência se juntam. Um se propõe a cuidar do jardim, outra a tratar da piscina e, assim como uma epidemia, rapidamente, a casa está pronta e a ONG é batizada de “Ser Feliz”. Na inauguração, o grande divulgador é Romeu, que capta recursos e orienta seu filho a desenvolver projetos e parcerias.

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92 Em poucos meses, a casa está em pleno funcionamento. Vários profissionais de diversos segmentos dão ajuda, bem como os pais e parentes dos que se beneficiam do projeto. A casa passa por mais adaptações e inclui crianças especiais atraídas pelo trabalho na piscina.

Logo o espaço fica pequeno e eles necessitam de uma segunda casa, mais mobilizações, mais pessoas, mais amigos do projeto e um novo núcleo começa a surgir. Edson e Miriam se desdobram para atender todas as necessidades. Ele dá assistência jurídica àqueles que precisam. Tornou-se um defensor dos direitos de acessibilidade dos cadeirantes junto aos órgãos municipais.

A contaminação crescia e se multiplicava. O trabalho era elogiado por vários

setores, mas era do olhar daqueles que se sentiam acolhidos que existia o maior retorno. Todos que gravitavam ao redor eram atraídos e compelidos a ajudar. Algumas vezes, Edson ainda se sentia impotente por querer fazer cada vez mais, preenchia seu tempo atendendo e participando de todas as etapas e via em Miriam uma grande companheira e essa atração acabou por juntá-los.

Essa relação, incentivada por todos que estavam ao redor, rendeu frutos. Casaram-se e tiveram filhos e Edson enfim entendeu o que é ser feliz.

A história mostra o altruísmo, a adaptação a novas metas, o processo de liderança pelo exemplo e a procura do seu verdadeiro EU consciente. O processo de

aceitação da situação atual, da recuperação do prazer e entusiasmo pela vida. A redefinição de seus Valores num processo de crescimento, a definição de sua missão e, num sentido mais amplo, a sua visão do mundo. O perdão a si mesmo o liberta da culpa e da frustação e o prepara para viver livre.

Nesse capítulo, vimos os três níveis de do caminho da felicidade: aceitação, prazer e entusiasmo, o que é valor, missão e visão, os princípios da manifestação da felicidade (autoestima, autoimagem, autoideal (valor, crença, atitude), autoconsciência (vejo, sinto, ouço).

A nossa viagem percorreu o nosso corpo, por meio do cérebro e dos nossos

sentimentos e procurou demonstrar que o conhecimento deles e de suas características pode facilitar a nossa vida.

Agora, estamos prontos para explorarmos o nosso EU mais íntimo... Na

procura do caminho desejado.

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93 Aqueles que já superaram alguns dos percalços dessa trajetória, com certeza estarão preparados a melhor definirem a situação em que se encontram e criar estratégias para a realização de seus objetivos.

Vamos rumo a você...

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94

Capitulo 9:

EU E AS METAS

Nos capítulos anteriores, tivemos a oportunidade de conhecer uma

série de fatores que dificultam a realização de nossas metas, muitas fruto de uma

teia de crenças que se ligam a sentimentos e provocam adaptações e mudanças em

metas traçadas por nós e que se direcionam para lugares que não são o que

almejamos e determinamos anteriormente.

Agora, vamos sintetizar as tarefas que realizamos anteriormente e

outras que serão propostas abaixo para que possamos definir como estabelecer

maneiras objetivas de concretizar nossas metas, estabilizando os estados emocionais

e as respostas programadas por nosso cérebro em função do nosso mapa mental,

neutralizando as interferências.

Conheceremos os princípios que regem as metas e que foram

mencionadas no livro, mas serão definidos em ordem de importância em uma

sequência que deve sempre ser respeitada para que possamos monitorar a conclusão

delas, bem como ferramentas que também facilitarão as suas realizações.

Vamos utilizar os exercícios que foram propostos para definir o seu

estado atual, eles serão o ponto de partida para começarmos o processo de coaching

propriamente dito, que almeja chegar à sua situação ideal. Essa fase é chamada

bagagem de mão e ela é importante para a colheita de informações e o

conhecimento de como o leitor está no momento e quais estratégias ele utilizará

para definições da construção do plano de ação que facilitará a realização de suas

metas.

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95 No processo de coaching, o coach (facilitador do processo) não participa

das decisões que são unicamente do player (cliente), apenas desenvolve etapas que

visam à plena realização da meta do seu cliente (no caso, o leitor), por meio da

definição da possibilidade da realização do objetivo, a previsão e eliminação de

barreiras, introdução do plano de ação e o monitoramento deste a sua conclusão. O

player participa ativamente de todo o processo e é o responsável pelo seu

encaminhamento junto ao seu coach. Veremos esse desenrolar no próximo capítulo

sobre o novo conceito de Autodesenvolvimento Sustentável ( ADS ).

Iniciando o trabalho de bagagem de mão, vamos retornar ao capítulo 1 –

Crenças limitantes. A tarefa proposta era que o player realizasse um trabalho de

introspecção e olhasse para dentro de si à procura de áreas de sua vida em relação a

algo ou alguém onde sentisse algum tipo de limitação: o lado financeiro, saúde,

amizade, família, confiança, espiritual, sentimental, do relacionamento social,

amoroso, sexual etc. Também foi pedido para que fosse observado o possível autor

dessas crenças e em que período da vida elas foram criadas.

Espero que tenham sido motivados a fazê-lo; se não, gostaria que o fizesse

agora, pois sem isso nossas informações ficarão defasadas e o resultado

comprometido. Não pule as etapas, elas estão ligadas e o desrespeito à sua

sequência também pode comprometer todo o processo. Não tenha pressa, esse

momento é de grande importância. Bom trabalho!

Se desejar, pode utilizar o trabalho de auto-hipnose (relaxamento) ou o

exercício de bioenergia, ambos ajudarão nesse momento do processo, transmitindo a

concentração e força necessária à ultrapassagem dessa etapa.

Seria interessante você reler o capítulo 1 ou partes dele para relembrar

trechos importantes. Esse retorno pode evocar insights que podem ser de grande

importância no processo, bem como reler os pequenos resumos que são feitos ao fim

de cada capítulo, eles tem como função explicitar todas as técnicas envolvidas no

processo. Essa técnica de releitura se chama back tracking ou eco inteligente, e tem o

objetivo de fixar a aprendizagem e absorção de informação e, por isso, é interessante

de se revisitar.

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96 Definidas as áreas que sinta limitação, estamos caminhando para a

desconstrução das mesmas. Coloque-as no papel ou anote-as onde se sentir mais à

vontade. O mais importante é reconhecer em quais pontos você precisa de uma

alavanca e a tomada de consciência já é parte do processo de desconstrução.

Agora vamos ter de nos questionar sobre as crenças. Você vai ter de se

perguntar sobre as causas e consequências dessas crenças. Trabalhe com perguntas

abertas (não use o porquê, ele sugere respostas como sim ou não). Não precisa ter

cerimônia, você sabe quem você é e não tem como mentir para si mesmo. Utilize

perguntas que iniciem com: onde , quando, como, o que ou quanto. Elas são mais

abrangentes. Questione-se!

Como sua vida estaria melhor se não tivesse essa limitação?

Essa mudança está alinhada a seus valores?

A origem dessa crença certamente não é sua.

Você acha que vale a pena manter essa limitação?

Especificamente o que te impede de mudar algo que te amarra?

Relembre momentos em outras áreas de sua vida em que você viveu

situações que envolviam sentimentos de sucesso e vitória.

Transfira essa sensação para o que o incomoda e substitua a antiga

lembrança por essa mais positiva.

Repita para você: EU posso.

EU quero.

EU MEREÇO.

Você já tem ciência do que precisa ser mudado e é uma escolha inteligente

criar um novo mapa mental onde novas escolhas são bem vindas.

Trabalhe na fixação dessa nova imagem e sempre procure associar essa nova

sensação emocional a um de seus principais valores em relação à sua mudança de

atitude.

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97 Lembre-se: estamos numa época em que as mudanças acontecem em

velocidade e que a única constante é a mudança.

EXERCÍCIO DE METAPOSIÇÃO

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98

Vamos realizar agora um trabalho de metaposição, que visa a criar um

novo significado para situações ou segmentos de sua vida em que você sinta alguma

limitação. Esse novo mapa mental deve ser associado a lembranças positivas que

você tenha e serão explicadas como abaixo:

PASSO 1 – Em local reservado, posicione-se de pé com os braços caídos ao

lado do corpo.

Comece a trabalhar sua respiração abdominal e vá aprofundando-

a.

Imagine-se estar dentro de um círculo de segurança, associe esse

local a algum local que lhe transmita segurança e que você tenha alguma lembrança

emocional e positiva ligada a ela como: sua casa, uma praça, uma praia. Guarde essa

lembrança e a utilize sempre nesse local.

Sinta a sensação de segurança e a espalhe por todo seu corpo.

PASSO 2- Agora, perceba que seu círculo está dentro de um triângulo com as

bases ao seu lado e a ponta à sua frente.

Dê um passo para a sua direita e associe mentalmente esse local a

um lugar ou situação que você tenha vivido ou alguém que você respeite tenha

vivido e você saiba que represente um momento de vitória. Guarde essa lembrança e

a utilize sempre nesse local.

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99 Associe esse sentimento que você está sentindo agora com o que

você quer que mude em sua vida.

Sinta essa sensação de vitória e a espalhe pelo seu corpo.

Agora diga: EU ESTOU FELIZ DE ESTAR AQUI.

Repita para você três vezes: EU QUERO.

Retorne ao círculo de segurança e procure se lembrar do momento

e do local em que você se sente seguro e associe novamente a esse local em que

você está agora.

PASSO 3 – Dê um passo à sua esquerda e associe esse local a uma lembrança

de conquista que o tenha deixado contente e otimista e associe essa lembrança a

esse local. Guarde essa lembrança e a utilize sempre nesse local.

Sinta essa sensação de conquista e a espalhe pelo seu corpo.

Agora diga: EU SEI QUE EU SEI.

Repita para você três vezes: EU POSSO.

Retorne ao círculo de segurança e volte à lembrança desse local.

PASSO 4 – Dê um passo à frente e associe esse local a como seria bom para

você essas mudanças, associe a uma lembrança de mudança positiva e ligue-a a esse

local. Guarde essa lembrança e a utilize nesse local.

Sinta essa sensação de mudança e a espalhe pelo seu corpo.

Agora diga: EU ME IMPORTO COMIGO E ME VALORIZO.

Repita para você três vezes: EU QUERO

EU POSSO

EU MEREÇO.

PASSO 5 - Retorne ao círculo, ele agora é sua zona de confiança.

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100 Imagine-se vivendo esses momentos de felicidade e sem

limitações, associe emoções positivas a esse momento.

SEJA FELIZ.

A metaposição é uma técnica de programação

neurolinguística que trabalha posições mentais com ancoragem (processo que

otimiza a sensação de segurança). que potencializa a uma nova interpretação do

mapa mental. Ele é um potente desconstrutor de crenças e visa a gravar em seu

cérebro um novo significado para a crença, desconstruindo-a por meio dessas novas

posições mentais.

Agora trabalharemos os VALORES e definiremos a sua MISSÃO e a sua

VISÃO.

No capítulo 2, vimos a importância dos valores para a nossa vida e

propusemos a realização de uma tarefa que definiria os nossos valores e, dentro

deles, os nossos principais. Vamos refazer o mesmo exercício sem olhar para o

anterior para ver se houve alguma modificação.

VALORES

Honra - Felicidade - Honestidade – Integridade – Amor – Coragem - Conexão – Saúde

– Paz - Conforto – Segurança – Fé – Contribuição – Alegria – Aventura –Disciplina –

Prosperidade - Criatividade - Amizade – Espiritualidade- Solidariedade – Respeito –

Confiança - Família – Assertividade – Perseverança – Altruísmo - Resiliência

Desses valores, escolha os 10 mais importantes para você, pode sublinhá-

los ou anotar em algum lugar de sua preferência. Essas marcações vão ajudá-los a

melhor definir sua MISSÃO e VISÃO, quando discutirmos sobre esses assuntos. Não

se preocupe em marcar o livro, considere-o um livro de trabalho, cujo objetivo é se

conhecer melhor, autodesenvolver-se para poder realizar suas metas sem barreiras.

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101 Depois de escolher os 10 valores, defina os 3 que considere serem os mais

importantes para você e anote-os. Esses são seus valores mais íntimos e é

importante conhecê-los e respeitá-los. Não tenha pressa, esse momento é todo seu.

Bom trabalho!

Os 10 primeiros valores que você marcou são seus valores-meio, compare com o

exercício anterior e veja se houve alguma variação em relação a seus valores-meio.

Agora, defina entre os 3 valores-fim e coloque-os em um triangulo com

duas bases embaixo e um vértice apontado para cima. Na ponta, coloque aquele

valor que para você é o mais importante e, nas bases seguindo o sentido horário, os

seus dois valores principais e de base. Você tem sua tríade de valores.

*valor principal

*valores principais (base)

Tudo na vida tem um fator de motivação para que aconteça, algo que o

empurra na direção de seus objetivos. Para alguns, seria a felicidade, o conforto, a

honestidade e a espiritualidade, para outros a prosperidade, a solidariedade, a

amizade e a família. Esse querer é a nossa missão e ela tem a ver com o propósito de

cada um. Faça sua declaração de missão, aborde sobre como seus valores podem

ajudar a realizar suas metas e alinhá-las, fazendo com que trabalhem em conjunto

para você.

Propósito:

Minha Missão é

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102 Agora, vamos definir sua Visão. Ela tem a ver com o que você quer deixar

como legado, o que você quer transformar em sua vida que contaminará a outros,

envolvendo os que estiverem ao seu redor.

Propósito: Minha visão de vida é

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

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_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

Definimos suas crenças limitantes, valores, missão e visão. Agora, vamos

fazer uma avaliação da situação atual da sua vida para que possamos aferir mais à

frente as mudanças que estamos nos propondo a realizar.

No fim do capítulo 3, Ansiedade, esse tema foi abordado no resumo e agora

realizaremos uma tarefa que vai medir o grau de satisfação de sua vida em variados

segmentos, chamada RODA DA VIDA. Com ela, teremos um parâmetro inicial de

como sua vida está rodando e em que ponto deverá trabalhar para alavancar

resultados.

O gráfico abaixo, em forma de pizza, está dividido em doze partes. Cada

parte representa um segmento de sua vida e você dará uma nota de 1 a 9 sobre cada

um dos segmentos e depois juntará os raios para que veja como sua vida está

rodando. Você perceberá que a pontuação vai de 0 a 10, mas as notas mínimas serão

de 1 a 9.

Iremos analisar, depois de interligados, os pontos no formato de uma roda,

formas de alavancar áreas que estiverem com uma pontuação baixa. Vamos

considerar baixa pontuação menor que 5, entre 5 e 6, área neutra e, maiores que 7,

partes mais fortes, as quais poderemos mexer para fortalecer outras, fazendo com

que a roda da vida rode de forma mais homogênea.

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103

Vamos identificar as áreas que estão mais fracas e procurar identificar

formas de alavancá-las utilizando segmentos de nossa vida que estão com maior ou

menor pontuação, de forma a potencializar e equilibrar a circunferência de nossa

RODA DA VIDA.

Como?

Por exemplo, se nossa vida financeira está com nota fraca e o relacionamento

social e o lazer estão com nota alta, devemos usar os relacionamentos sociais para

aumentar a rede de network e fazer novos negócios ou saber de novas

oportunidades, bem como, se o lazer está com uma nota alta, seria prudente e

inteligente diminuir os gastos e equilibrar o lado financeiro.

Outros exemplos?

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104 Se seus relacionamentos pessoais estão em baixa, você deve aumentar o

seu relacionamento social e o lazer para alavancar seus relacionamentos e conhecer

mais pessoas.

Se sua saúde está com nota baixa, aumente sua atividade física e

potencialize várias áreas ao mesmo tempo.

Após você terminar de definir as notas e descrever o formato de sua roda,

essa será uma primeira amostra do momento que você está vivendo hoje, por meio

desse tirar conclusões sobre o melhor caminho para sua vida e suas metas.

Olhe para você e defina a melhor estratégia para trazer para o eixo o domínio

do destino de sua RODA chamada VIDA.

No capítulo 4, MEDOS, falamos do RELÓGIO DO TEMPO. Ele serve para

identificarmos onde estamos gastando o nosso tempo e como podemos administrar

melhor para potencializar e canalizar as ações em função de nossas metas. Essas

análises servem para ver onde estão os ralos de nossa vida.

Como referência, vamos imaginar o nosso tempo como um relógio sem

ponteiro, só que com espaço para 16 horas ativas (fora as 8 horas de sono) e vamos

considerar todos os segmentos que utilizamos para o RELÓGIO DA VIDA para

novamente criarmos parâmetros.

Agora, vamos imaginar que teríamos de colocar nessas 16 horas a média de

tempo que gastamos durante a semana (inclua sábado e domingo) para cada uma

das áreas que vimos no exercício anterior (12), ou seja, teremos de somar quantos

minutos ou horas gastamos em cada um dos segmentos durante a semana e tirarmos

uma média para sabermos quanto tempo estamos desprendendo para cada uma das

doze partes.

Por exemplo: dividir as 16 horas para cada uma das áreas (12) pela média

dos 7 dias das semana.

- 6 horas trabalhando, em média, por 7 dias – 06 horas

- 2 horas de lazer _ 02 horas

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105 - 2 horas de espiritualidade _ 02 horas

- 1 hora de saúde _ 01 hora

- outros - X / TOTAL 16

HORAS

No relógio, haverá 16 divisões e você representará o tamanho de cada

hora pelo tempo que gasta para cada coisa e seguirá a numeração ao lado para

identificar cada um dos seguimentos.

Com o RELÓGIO DO TEMPO, podemos analisar como estamos utilizando o

nosso tempo e vermos se estamos com desempenho fraco em determinado

seguimento por falta de maior estímulo de tempo por estarmos gastando mais

energia com coisas que não estão ajudando a trabalhar por nossas metas.

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106 Procure maximizar seu tempo para atividades que sejam produtivas para

você, não seja escravo do tempo, procure ser o senhor do seu relógio e faça o tempo

andar para você não perder o seu tempo.

No capítulo 5, AUTOESTIMA, a tarefa consistia em detectar e anotar situações do seu

dia a dia que drenam suas energias e o tiram de seu foco. Relações familiares,

amizades, vida amorosa, sexual, profissional, espiritual ou qualquer área em que seu

gasto de esforço esteja maior que o necessário.

Quero que anote as situações e pessoas que drenam sua força na

planilha abaixo e as classifique como importantes ou urgentes, estabelecendo prazos

para resolvê-los.

As ações classificadas de importantes não são urgentes e você deve

estabelecer um prazo para resolvê-las. Defina o prazo para solucioná-las. A perda dos

prazos transforma ações importantes em ações urgentes. Resolva suas metas

respeitando o seu prazo.

As ações urgentes devem ter prioridade na resolução dos

problemas, pois já passaram do prazo, deixando de ser importantes. Estabeleça

metas imediatas ou breves para resolver essas ações.

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107

No capítulo 6, AMOR, falamos sobre uma técnica de abordagem que

tem como finalidade facilitar a quebra de gelo chamada RAPPORT. Essa forma de

criar empatia funciona de maneira interessante quando o ambiente é novo ou

quando existe um conflito anterior.

O objetivo do RAPPORT é gerar um ambiente de harmonia na

comunicação em momentos de crise ou de primeiro contato. A técnica se baseia em

um alinhamento de ações e comportamentos onde se faz um trabalho de

espelhamento da expressão facial, da respiração, da voz, do jeito de falar, do corpo,

da postura e dos movimentos corporais.

No primeiro contato, reflita a expressão facial da pessoa (observe se

está sorrindo ou com uma expressão neutra ou séria), ajuste o tom, a velocidade e o

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108 ritmo de sua voz para o mesmo dela, assim como a sua respiração, alinhe seu corpo e

espelhe a mesma posição corporal (se esta em pé ou sentando, a posição dos braços

e pernas - dobradas ou estendidas). Se souber termos ou palavras que o interlocutor

costuma usar, repita-os.

Mantenha-o em seu campo visual e use a escuta ativa para perceber

o conteúdo de suas informações. Quando sentir que foi estabelecido o RAPPORT,

vagarosamente experimente mudar sua posição corporal e veja se seu parceiro o

acompanha na mudança corporal (descruze ou cruze braços ou pernas).

Normalmente, ele irá acompanhá-lo na mudança corporal.

Agora, você está conduzindo a conversa e pode encaminhar as suas

ideias. Continue acompanhando e conduzindo, esse processo é uma dança e, como

tal, presume-se que tenha uma intenção que seja positiva. Para que o processo

continue, é necessário que se tenha muita atenção no comportamento e mantenha a

capacidade de perceber o que vê, ouve e sente seu interlocutor.

Para quebrar o RAPPORT, diminua o contato visual, olhe para um

celular ou um relógio e diga que se perdeu no horário e que tem de sair.

Essa forma de contato é muito eficiente e traz grande retorno em

função de ser um facilitador da abordagem, quando em conflitos familiares,

profissional ou entre amigos.

No capítulo 7, TRISTEZA, falamos de uma técnica que substitui a crítica

construtiva de forma muito mais positiva, o FEEDBACK, onde nos utilizamos de um

desafio para promover as mudanças que achamos pertinentes que sejam feitas.

Quando falamos para alguém que vamos fazer uma crítica construtiva,

o cérebro dela só registrou a palavra CRÍTICA e, com isso, fica refratário a novas

ideias. O FEEDBACK intercala entre o desafio duas características positivas da pessoa,

sendo a segunda a mais forte e, se possível, ligada a um valor importante para ela.

Etapa 1 – Você narra uma característica positiva da pessoa (ressalte se

é pontual, educado, amigo, rápido, trabalhador, criativo etc.)

Etapa 2 – Você lança o desafio que a pessoa terá de enfrentar para a

mudança que você acredita ser oportuna.

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109 Etapa 3 – Você narra a característica positiva mais forte, elogiando a

capacidade do outro de realizar a mudança proposta pelo desafio em função de um

valor dela (Você é inteligente, honesto, corajoso, entre outras qualidades, para

vencer esse desafio com facilidade).

Em muitos casos, a pessoa ainda acredita que a ideia pertence a ela.

No capítulo 8, FELICIDADE, nós falamos sobre o que vimos no capítulo 1

sobre como interpretamos a realidade.

Quando olhamos para alguém ou alguma coisa pela primeira vez, aquela

situação é levada para o nosso cérebro e registrada através de conexões sinápticas e

todas as emoções captadas nesse contato também estão registradas junto, ou seja,

se gostei ou não desse contato (se teve uma impressão boa ou ruim, se achou bonito

ou feio, se atraiu ou trouxe repulsa).

Essa interpretação é registrada e, toda vez que nós nos depararmos com a

mesma situação (algo ou alguém), teremos a mesma impressão, pois a informação

vai percorrer o mesmo caminho de conexões sinápticas e resultar na mesma

fisiologia (corporal) e mesmos comportamentos e ações do processo inicial.

Quando nos deparamos com a realidade, ela é abalizada por nossos

filtros psicológicos em três categorias (Omissão – quando não damos valor/

Generalização – colocando-o em um sentido amplo / Distorção – quando adaptamos

o sentido).

Depois, a realidade passa por nossas crenças, nossos valores, histórico de

vida, memórias e forma o nosso mapa mental que, em função do nosso estado

emocional, desencadeia ações.

Na verdade, decidimos, em função de nosso mapa mental (que acontece

naquele primeiro momento onde são feitas as conexões sinápticas) e em cima da

emoção que estamos vivenciando naquele instante (o que pode mudar todo o

contexto).

Se observarmos quando uma situação que nos incomoda tem seu início,

devemos substituir mentalmente essa sensação por uma positiva e procurar um

valor importante para nós e uma memória de vida que seja similar e compararmos as

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110 situações de forma a criar uma nova conexão mental para essa nova informação,

mudando a interpretação do nosso mapa mental e mudando o resultado das ações

que o incomodam.

Como eu posso potencializar minha inteligência?

Primeiro, temos de ter uma definição do que é a inteligência, ela é a

capacidade de fazer distinções sobre algo ou alguém, utilizando o maior número de

sentidos. Se você quiser aumentar sua inteligência deve treinar para desenvolver

mais todos os seus sentidos.

Uma tarefa interessante é que, em cada dia da semana, você se dedique

a estimular mais um dos seus sentidos. No primeiro dia, estimule a sua visão e

observe com mais atenção e diminua um pouco a sensação de seus outros sentidos.

No outro dia, a audição, depois o toque (experimente fazer tudo com sua mão

contrária), a gustação e o olfato, e perceberá como você às vezes se limita a um

sentido principal.

Abaixo o gráfico para melhor visualização do processo de

interpretação de realidade.

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111

Vamos avaliar como estão seus sentimentos como forma de determinar seu

estado emocional. Complete a tabela abaixo para analisar o que teremos de

equilibrar para potencializar a resolução de nossos objetivos.

Marque na escala como você se sente em relação às suas

emoções:

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112

Quando a avaliação de suas emoções for menor ou igual à nota 4, elas

necessitam de atenção urgente, de 5 a 7 estão em equilíbrio e acima de 8 estão

trabalhando com sobra de reservas.

Acredito que todas as tarefas e informações que obteve até agora já

devam dar subsídios interessantes do seu EU e definir a sua situação atual. Com isso,

podemos passar para como devemos escolher nossas METAS, que princípios teremos

de seguir nessa e que ferramentas deveremos usar para maximizar a concretização

de nossas metas.

Como definir minhas METAS?

Metas devem ser norteadas por objetivos ligados a seus valores, sua

missão e sua visão e devem estar alinhadas para que uma ajude na conquista da

outra, de forma a criar um efeito em cascata de seus benefícios e a sensação de

dever cumprido.

Metas podem ser pessoais ou profissionais?

Metas podem ser pessoais (reatar relações familiares, de amizade,

amorosa, de saúde, de espiritualidade etc.), profissionais (conflitos em empresa de

família, promoção no trabalho, aumento de salário, dificuldade de falar em público

etc.) ou empresariais (falha de comunicação, de delegar poder, zona de conforto,

queda nas metas, inibição etc.)

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113 Que tipos de METAS existem?

Podemos definir em três tipos as metas, sendo elas pessoais, profissionais e

empresarial (empresa):

- METAS de aprendizagem – São ligadas à qualificação, em função do

crescimento pessoal, diz respeito à relação da evolução do processo de vida

(aprender a viver).

- METAS de evidência – São ligadas ao retorno, ao que é palpável e visível

ao que os outros veem.

- METAS de desempenho – São ligadas ao retorno pessoal, ao objetivo, à

conclusão e à conquista.

Quais sãos os princípios das METAS?

- METAS não são sonhos, têm data de nascimento e data de validade.

- METAS têm de ser reais, com possibilidade de realização.

- METAS têm de ser escritas para serem gravadas no seu cérebro e, de

preferência, sempre lidas.

- METAS têm de estar alinhadas aos seus valores.

- METAS longas ou diversificadas devem ter submetas para serem

monitoradas.

- METAS têm de ser positivas.

- METAS têm de vir de dentro para fora, da alma.

- METAS têm de ter avaliação de fora para não perder o foco.

- METAS não são imutáveis ou eternas, são adaptáveis.

- METAS são feitas para serem alcançadas. Não desista de suas metas!

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114 Esses são os 10 princípios das metas. Leia com atenção e veja se suas metas

se encaixam com as regras acima para facilitar a obtenção das mesmas.

Quais as ferramentas que podemos usar para ajudar na realização das

METAS?

Nos já falamos das ferramentas que potencializam as metas e falaremos

agora da criatividade.

Hoje em dia, a criatividade é considerada matéria-prima para a construção de

qualquer ideia em que se planeje sucesso. Mas não uma criatividade passiva, é

necessária a CRIA/TIVIDADE, criar ativamente participando do processo do

nascimento, da implantação e da obtenção do resultado da ideia.

A criatividade, segundo pesquisas no campo da neurociência, não é um dom

que nasce com alguns, mas uma sequência de processos mentais que podem ser

desenvolvidos. Abaixo, vamos ver esses procedimentos em etapas:

ETAPA 1 – Quando você se encontra diante de um problema onde não vê

solução, seu cérebro entra em processo de frustração e o seu hemisfério esquerdo

(analítico) desiste da solução do problema (o cérebro não gosta de atividades nem

muito difíceis, nem muito fáceis) e, nesse momento, o hemisfério direito (criativo)

entra em ação e procura por caminhos pouco usuais para solução do problema.

Nessa fase, podem ocorrer situações de insight onde a solução pode chegar de forma

surpreendente.

ETAPA 2 – A criatividade depende do trabalho duro e é importante você estar

preparado para começar o trabalho inicialmente sozinho, de forma a não limitar sua

abordagem e depois desenvolver em grupo uma ideia, pois isso facilita a tarefa de

sintetização do projeto.

ETAPA 3 - Quando não encontramos a resposta na etapa anterior, não

devemos desistir. A persistência é um fator crucial para a resolução de um problema.

Por vezes, a solução necessita de mais tempo para acontecer, volte e trabalhe duro

para que a resolução se encaixe através de um momento de genialidade.

ETAPA 4 - Quando a persistência e o trabalho duro (individual e em grupo) ainda

não deram o resultado desejado, o ideal é abandonarmos por um tempo à procura

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115 da solução. Dê uma volta de carro, tome um bom banho, passeie em um shopping ou

uma praça. Tire o foco do problema nesse momento, pois, quando a mente está

relaxada, as onda alfa de seu cérebro parecem aumentar e, com isso, eliminam

bloqueios ou frustações e liberam novas ideias.

ETAPA 5 – Quando, ainda na etapa 4, não houve solução para a questão,

devemos utilizar outra estratégia e dormirmos.

Mas como dormindo vamos ter ideias criativas?

Quando dormimos e sonhamos, diminuímos os mecanismos de censura

e da razão, o que acaba por criar um ambiente propício a adaptarmos a realidade,

arrumando-a de forma aleatória e surpreendente. Ao deitar-se, anote em um bloco o

problema e mentalize a pergunta antes de dormir. Se durante o sono você tiver um

insight, ao acordar relembre o sonho em detalhes e depois anote tudo: primeiro os

tópicos principais até pequenos acontecimentos e veja como eles podem ajudar na

elaboração das soluções. Pode demorar mais de uma noite para que esses insights

aconteçam e você absorva o processo mental de indução à resposta em sonho.

Insista!

ETAPA 6 – Se as etapas anteriores ainda não deram resultado faça uma viajem.

Quando estamos em um lugar que nunca estivemos antes, as diferenças culturais

estimulam a nossa criatividade a se expandir. É lógico que eu não iria pedir para que

você fizesse uma viagem internacional para solucionar um problema, mas podemos

fazê-la mentalmente. Escolha o roteiro da viagem e, se precisar recorrer a imagens

desse local, use-as e imagine-se nesse local. Pergunte-se sobre características locais,

como de quanto é a gorjeta que você daria a um garçom ou a um taxista, qual prato

tradicional você pediria em um restaurante e procure se sentir como se realmente

estivesse fora de seu país. Depois da viagem, volte sua atenção para o problema.

ETAPA 7 – Outra forma de ampliar a capacidade criativa é observar como esse

problema é abordado por outros e criar planos alternativos ou compartilhar ideias de

sucesso em outras áreas e tentar adaptá-las para a resolução de suas metas. Procure

também manter o bom humor e atitudes positivas. Outro estímulo ao processo

criativo está ligado à preparação do ambiente de trabalho, e ouvir música clássica é

outro importante recurso.

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116 ETAPA 8 - Na última etapa desse processo, é necessário que procuremos uma

abordagem nova, um novo ponto de observação para o problema. Imagine-se agora

como se você fosse uma criança de 7 anos, procure se lembrar de alguma que você

conheça ou faça um exercício mental para tirar a criança de dentro de você mesmo.

Faça perguntas descompromissadas, relacione o problema a coisas simples e

desfoque ideias iniciais pensando sempre o contrário do que faria.

Essas são as cinco etapas da busca pela criatividade. Se, por acaso, ainda não

sentiu nenhum lampejo dela, comece todo o processo de novo e volte a etapa 1,

frustre-se e assim por diante. Boa sorte...

EXISTEM MAIS FERRAMENTAS PARA METAS?

Sim, temos mais algumas, dentre elas a DECISÃO. Durante o dia inteiro, estamos

decidindo coisas: o que vamos comer, qual o melhor caminho para o trabalho, o

melhor curso de línguas, a todo momento tomamos decisões.

O processo decisório ocorre dentro do nosso cérebro quando a decisão é

simples ou recorrente, o nosso organismo tem um padrão automático para escolher

o caminho que já teve êxito anteriormente, mas, quando nos deparamos com algo

novo, os hemisférios começam a trabalhar e passam a responsabilidade de um para o

outro, na procura da melhor decisão e, normalmente, não fazemos as escolhas só

pelo método analítico, mas contamos também com nossa intuição e experiência de

vida.

Procure trabalhar seu processo decisório, utilizando sempre as informações

concretas e as subjetivas para diminuir as margens de erro, procure o ponto de vista

de alguém que não esteja ligado ao processo para ter um parâmetro e de alguém que

esteja participando do processo para ter um choque de realidade com sua decisão e

terá maior chance de acerto.

Lembre-se: muitas cabeças pensam melhor que uma no processo de decisão.

Outra ferramenta para metas é a MOTIVAÇÃO, seria MOTIVAR/AÇÃO, a força

que nos move em direção de nossos objetivos é o querer, está interligada à nossa

visão e alinhada aos nossos valores, relacionada ao comprometimento que temos

para a conquista do que queremos.

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117 Estudos comprovam que, em nosso cérebro, existe um sistema dedicado à

motivação e à recompensa. Quando a pessoa é afetada positivamente por algo, a

região responsável pelos centros de prazer produz uma substância chamada

dopamina. A ativação desses centros gera bem-estar, que mobiliza a atenção da

pessoa e reforça o comportamento dela em relação ao objeto que o afetou.

A motivação tem a ver com a paixão, que nos faz passar por situações em que

acharíamos impossível de realizar, é não se ater aos problemas e desnudar soluções,

imbuído de uma força interna que impulsiona na direção que nos motiva.

Estar motivado é fator preponderante para a realização de metas e altamente

contaminante, podendo disseminar uma ideia positiva e fazê-la se expandir, gerando

motivação em outros, de forma a facilitar a realização a que todos se propõem.

Temos ainda como ferramenta de grande importância para a realização de

nossas metas a ADAPTAÇÃO, ligada ao poder da mudança, da oscilação. Quando

oscilamos, conseguimos observar de outra posição e percebemos que existem outros

pontos de vista, podendo criar soluções que não sejam estáticas.

Poderíamos usar como exemplo a água: - no frio, ela congela, ficando resistente

e dura.

- no ambiente, ela é maleável e

multiforme.

- no calor, ela evapora e aparece em

outro lugar.

Nos dias atuais, a adaptação a períodos de crise é extremamente valorizada, as

pessoas que se adaptam melhor às situações ultrapassam barreiras com maior

facilidade e, em um mundo onde a única constância é a mudança, essa ferramenta é

de grande valia.

Preste atenção nas características da água. Existem momentos na vida em que

temos de ser duros e resistentes, outros que temos de ser maleáveis e multiformes e,

em outros, temos de ceder espaço para, à frente, tomarmos o controle e fazer as

adaptações necessárias.

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118 Mais alguma ferramenta?

A LIDERANÇA é também uma ferramenta para a realização de metas. Quando

temos metas, somos nós que teremos de conduzir o processo de realização delas.

Então, nós teremos de ter o controle de nossa vida.

Nós somos o piloto do nosso carro chamado vida e, se imaginarmos que

estamos em uma corrida e que estamos à frente de todos, estamos liderando e,

quando olhamos para trás, vemos que os outros estão nos seguindo.

Leve essa sensação para sua vida. Liderar é fazer com que outros lhe sigam,

mas não pelo poder ou pela força, e sim pelas ideias e os exemplos que dá e, assim,

conseguiremos arrebatar aqueles que precisamos para concluir nossos propósitos.

Uma meta vai ser alcançada de forma mais fácil quando conseguimos motivar

outros para nos ajudar a realizá-la. Essa união por uma causa já é o primeiro sinal de

uma conquista.

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119

GRÁFICO DE AVALIAÇÃO ATUAL DE FERRAMENTAS:

Procure manter como nota básica a média entre 5 e 7. Se sua avaliação

for inferior, veja maneiras de alavancar essas ferramentas que facilitarão a efetiva

realização de suas metas.

Estamos chegando ao fim deste capítulo, onde conseguimos realizar todo o

processo de coleta de informações sobre a sua situação de vida atual. Também

falamos sobre os tipos de metas, princípios e ferramentas para realizá-las.

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120 No próximo capítulo, acredito que estejamos prontos para o processo de

coaching com a técnica para implementação de nosso PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO

para a realização de suas metas. Mas, antes, conheceremos alguns dos fundamentos

desse novo conceito denominado AUTODESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, que

certamente vai trazer uma ideia nova em relação a seu lugar no mundo como pessoa.

A viagem se prepara para chegar ao seu destino final. Acredito que tenha

sido de grande valia para todos, mas temos mais uma parada. Ela é muito importante

para completar esse giro por você.

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121

Capitulo 10:

AUTODESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL

O conceito do autodesenvolvimento sustentável se pauta em um processo

de monitoramento constante de sua situação atual, através de gráficos ou

mensurando o estado emocional de forma a acompanhar as interferências que se

apresentam para reestabelecer novas metas ou submetas para a manutenção de

todo o estado pleno de consciência.

O monitoramento traz a luz de escala se houve mudanças no período em

que as metas estavam agindo e que novas estratégias deverão implementar para que

o quadro se mantenha em progressão.

As informações e definições de valores, missão, visão, desconstrução de

crenças limitantes, os gráficos da roda da vida, do relógio do tempo, das emoções e a

lista de tolerância fornecem elementos que ajudam a definir sua situação atual e,

com a exposição dos conceitos sobre metas, seus princípios e ferramentas habilitam

você a escolher as metas de forma correta, que é verdadeiramente importante para

reverter situações que o estejam incomodando.

Agora que você já consegue diagnosticar seu estado e suas metas, precisa

entender seu posicionamento no mundo. O Autodesenvolvimento Sustentável

gostaria que você se colocasse no seu lugar, no centro de seu espaço, de forma a

controlar o destino de sua vida e se preparar para toda sorte de eventualidade.

E como eu posso definir meu lugar?

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122 Seu lugar é definido por suas atitudes e pelo seu querer, e compreender isso

já ajuda a se localizar, mas, como temos a dificuldade de nos colocarmos à frente de

nossa vida, acabamos nos estabelecendo em segundo plano. Para isso, criamos o

conceito de ECO EU CENTRISMO.

É o que é isso?

É um dos pilares de sustentação dessa nova proposta. ECO EU

CENTRISMO visa reposicionar você e o devolve a seu devido lugar, colocando-o no

centro de seu meio ambiente e procura que você acredite que, quando você se

coloca como centro do seu mundo, consegue se notar, valorizar e se preocupar

consigo mesmo.

Em que isso vai poder me ajudar?

Sabendo sua real condição, você pode ajudar de maneira muito mais efetiva.

O objetivo é proteger seu espaço para que você tenha uma margem para manobras

em caso de contratempos e saiba como e de que maneira você possa realmente

resolver problemas para você e para outros.

Como?

Vamos estabelecer um objetivo de quatro passos:

Passo 1 – primeiro EU

Passo 2 – segundo EU

Passo 3 – terceiro EU

Passo 4 – agora posso ajudar os outros, pois já tenho de sobra.

Isso não é egoísmo?

Sim, é o egoísmo consciente, só que ele tem intenção positiva, tem

relação com o consumo consciente (consumir sem destruir suas reservas, tendo

relação com a sustentabilidade). O EGOÍSMO CONCIENTE tem como objetivo

proteger as suas reservas (emocionais, financeiras, afetivas, sociais etc.) para que

você esteja preparado para momentos de crise. Entretanto, só com reservas você

não consegue ajudar a ninguém, pois, se elas acabarem, você começará a doar as

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123 suas reservas e ficará em estado de carência, e carência não atrai, na verdade afasta

e a atração é um processo precioso para a realização de metas. Você só atrai pessoas

iguais a você em consonância com as ondas que esteja enviando, só no magnetismo

que polos opostos se atraem, na vida, pessoas se ligam ao que elas se espelham.

Se só reservas não bastam para ajudar o outro, o que fazer?

Você deve se esforçar mais e criar super reservas. São elas que viabilizaram a

ajuda aos outros, pois a perda dela não representará para você a carência. A carência

faz nascerem em você vácuos mentais que tiram o foco de suas metas.

Evidências neurocientíficas indicam que há uma correlação entre um ambiente

rico e o aumento das sinapses (conexões cerebrais).

Acima, quando colocamos os quatro passos:

Passo 1 – primeiro EU

Passo 2 - segundo EU (é onde criamos as

reservas)

Passo 3 – terceiro EU (é onde passamos a

ter as super reservas)

Passo 4 – Agora, temos condições de

ajudar emocionalmente, financeiramente e de todas as outras formas, pois

estaremos dentro de um equilíbrio que garante a nossa sustentabilidade.

O egoísmo consciente permite que você seja generoso consigo mesmo para

poder ser generoso com outros. Suas ações determinam suas escolhas, opte por

ações produtivas, verdes, e elimine ações vermelhas.

O que são ações vermelhas e ações verdes?

As ações vermelhas são responsáveis pela manutenção das situações que

não queremos mais como crenças que nos tragam alguma limitação, foco caótico em

relação a seus objetivos e o desgoverno de sua vida.

As ações verdes são as responsáveis pela mudança de comportamento e

atitudes através de releitura de situações limitantes, definição do seu conteúdo

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124 íntimo, utilização de técnicas de auto-hipnose para relaxamento e concentração,

escolha de metas pertinentes e suas realizações.

O conceito de Autodesenvolvimento passa então pelo ECO EU CENTRISMO e

seu reposicionamento no mundo, pela definição de reservas e super reservas, pelas

ações vermelhas e ações verdes e se ancora na TEORIA DOS 3 R’s.

O que é a TEORIA DOS 3 R’s?

A TEORIA DOS 3 R’s dá apoio ao Autodesenvolvimento Sustentável,

trabalhando em cima dos elementos ligados diretamente à sustentabilidade do

indivíduo e se baseia em três pontos: REDUZIR – RECICLAR – REUTILIZAR.

_ REDUZIR as ações vermelhas.

– RECICLAR para ações verdes.

– REUTILIZAR as técnicas e informações para monitoramento de sua realidade

e a direção de suas metas.

Para que serve o processo de coaching no Autodesenvolvimento Sustentável?

O Autodesenvolvimento Sustentável se apoia no processo de coaching para se

estabilizar e se manter. Vamos trabalhar em como estabelecer, elaborar e realizar um

plano de ação para que possamos alcançar as nossas metas, finalizando o processo

de coaching.

O primeiro passo é definir suas metas. Trabalhe com até três metas, de

preferência que possam ser alinhadas para que a realização de uma estimule a

realização das próximas.

Se as metas forem de longo prazo, por exemplo, uma promoção que necessita

de aprendizagem (cursos, línguas, treinamentos, desenvolvimento de currículo etc.),

devem ter submetas para aferir o andamento e o progresso de suas metas principais.

A principal parte da realização de metas é estar imbuído do “fazer acontecer”

as suas metas e a perseverança, a resiliência e o altruísmo são valores importantes

nessa etapa de construção de sua meta. Pesquise sua essência e descobrirá

excelentes formas de realizar metas verdadeiras.

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125 Se as metas forem dissonantes, o ideal é criar um plano de ação para cada

meta e desenvolver uma atenção especifica para cada uma delas, de forma a atender

cada uma das exigências para a realização especifica de todas.

Vamos a seu PLANO DE AÇÃO:

_ ETAPA 1 – DEFINIÇÃO DAS METAS.

_ ETAPA 2 – REALIDADE- observar se as metas são possíveis, realizáveis e se

são o reflexo do que está acontecendo ao seu redor.

_ ETAPA 3 – QUAIS AS OPÇÕES? Determine quais estratégias você pode usar

para realizar suas metas. Trabalhe com pelo menos quatro estratégias diferentes

para implantar seu plano de ação.

_ ETAPA 4 – O QUE VOCÊ FARIA? Em função das quatro estratégias, crie um

nível de hierarquia para escolher a melhor, a segunda melhor, a terceira e a quarta

melhor estratégia.

_ ETAPA 5 – SE NÃO SOUBER QUAL É A MELHOR? Se pergunte se você conhece

quem teria essa informação e, se não souber de ninguém, leia biografias de pessoas

famosas e de sucesso ou pesquise sobre como alguém conseguiu definir qual seria a

ordem das melhores estratégias.

_ ETAPA 6 – QUE BARREIRAS PODEM SURGIR? Vislumbre potenciais

dificuldades que possa ter para implementar sua estratégia e se a combinação de

mais de uma estratégia seria necessária ou se só adaptações resolveriam a questão.

Determine seus pontos fortes e pontos fracos. Defina se tem os recursos financeiros,

de tempo, emocionais e de capacitação para viabilizar o seu plano de ação.

_ ETAPA 7 – ESTABELEÇA PRAZOS - Coloque prazos para início e fim das metas.

_ ETAPA 8 – COMEMORE SUAS VITÓRIAS - Pratique o otimismo consciente e

comemore suas vitórias, por menores que sejam.

Abaixo, existem tabelas que irão ajudar a definir seu plano de ação, por meio

de modernos conceitos de planejamento e gestão estratégica, utilizados por

empresas e adaptados ao processo de coaching para o indivíduo.

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126 Estas tabelas ajudarão a preparar suas estratégias para as mais variadas metas

e formas de maximizar e minimizar situações, que devem ser identificadas antes de

sua implementação, diminuindo desvios.

No primeiro quadrante, defina os seus pontos fortes e como eles podem

alavancar suas metas. Com eles, crie estratégias para facilitar e potencializar

seus objetivos.

No segundo quadrante, utilize seus pontos fortes para se defender das

interferências. Essas informações são úteis para se proteger das dificuldades.

No terceiro quadrante, defina seus pontos fracos, veja como eles podem

limitar a realização de suas metas e procure criar estratégias para evitar essas

limitações.

No quarto quadrante, veja como seus pontos fracos podem criar problemas

e que atitudes você deve tomar para evitá-los.

Mapa estratégico

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127 O mapa estratégico serve para que você organize, para cada uma das

situações acima, atitudes que contribuirão para definir as estratégias de seu plano de

ação.

Para cada quadrante da planilha acima, defina formas de alavancar,

defender e limitar os problemas em torno de sua meta.

Crie estratégias para cada uma das situações e formas de atenuar,

minimizar e potencializar cada um dos desdobramentos possíveis.

Situe cada etapa – objetivo estratégico –

alavancar/defender/limitar/prever problemas

Indicadores – quais as informações que sustentam

essas posições.

Situação Atual – pontos fortes e pontos fracos.

Meta – defina para cada meta.

Projeto – Plano de ação.

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128 MAPA

ESTRATÉGICO

ANÁLISE ESTRATÉGICA 5W 3H

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Para cada uma das metas, utilize esse plano estratégico: defina o que fazer

(tópicos do plano de ação), onde fazer (em que segmento), qual o propósito dessa

atitude (o benefício que terá), quem vai fazer (assine e date para o início do

processo), quando será feito (data de início e fim), como o fará ( tópicos das

estratégicas), quanto custará (não deixe nada sem custo, tudo tem um custo, procure

estimar sempre um valor real) e como vai monitorar (procure envolver pessoas que

estejam fora e dentro do processo para obter informações de suas ações e como elas

estão vendo o andamento da conquista de suas metas).

É importante manter o controle dos planos de ação estratégicos, pois são eles

que nortearão a realização de suas metas e o monitoramento constante resulta em

sucesso. A releitura persistente reforça o comprometimento e facilita o processo de

mentalização, bem como o surgimento de insights que podem dar novo impulso a

suas metas, por meio de uma nova avaliação criativa na busca de soluções, melhores

decisões, do trabalho duro, da adaptação e da sua liderança, transformando suas

ações e tornando-as muito mais eficazes.

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130 Acredito que, agora, você esteja bem preparado para reestabelecer e concluir

suas novas metas de vida através dos conhecimentos, informações e técnicas que

vimos durante a nossa viagem, onde visitamos seu íntimo, seus sentimentos, suas

emoções e desnudamos seu EU. Espero que, aqueles que completaram a jornada,

tenham se sentido engrandecidos. Lembre-se que começaram essa viagem com

apenas um pequeno passo e o fizeram com a força de quem quer transformar seus

sonhos em metas.

Desejo-lhes tudo de bom e boa sorte!

E queria lembrá-los que a nossa viagem não tem um FIM...

Até breve!

Mauricio Braz

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Quem somos

A Empresa

A Elever Brasil® nasce com o seu propósito baseado em impulsionar, elevar,

conquistar e avançar uma nova fase de sucesso para seus clientes, tornando eles e

todos os que estão envolvidos cada vez melhores do que já são.

Os serviços oferecidos pela Elever Brasil® são altamente tecnológicos e com

técnicas avançadas que estão focadas em suprir as necessidades demandadas pelo

público alvo, além de ser um impulsionador de realização de sonhos.

Serviços como o de Master Neuro Coaching® e os Neuro Treinamentos® são

exclusivos e estão entre as principais ofertas da Elever Brasil®.

Seus sócios possuem capital intelectual vasto e em espiral crescente, onde,

seus títulos, certificados, diplomas internacionais e experiência transformam seus

conhecimentos, habilidades e atitudes em um know-how que garantem a qualidade

do que a empresa oferecerá.

Os principais serviços da Elever Brasil® possuem embasamento cientifico e

muitos deles com relatórios e comprovação de sua eficácia com comprovação

cientifica.

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Posicionamento estratégico da empresa:

VISÃO:

Ser reconhecida nacionalmente como a empresa que leva seus clientes a

conquistar suas metas e objetivos de forma consistente, prática e duradoura,

tornando-os sustentáveis, felizes e plenos.

MISSÃO:

Oferecer soluções para o desenvolvimento humano e empresarial com

recursos tecnológicos e know-how diferenciado, afim de tornar o nosso cliente único

e admirado.

VALORES:

Os valores da Elever Brasil® são os alicerces nos quais as decisões serão

pautadas. Os valores servirão como uma bússola para orientar a Elever Brasil® na

condução administrativa, estratégica e operacional.

Sendo assim, os valores da Elever Brasil®são:

Respeito com o próximo e conosco.

Integridade moral, física e espiritual.

Pessoas o nosso bem maior.

Qualidade em tudo.

Inovação para estar sempre a frente.

Desenvolvimento humano e empresarial. Prosperidade em 360°.

Bem-estar, viver plenamente e feliz.

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133 SÓCIOS DIRETORES:

Dr°. Helber Nogueira

É empresário, advogado com larga experiência nas áreas empresarial, civil e

relações de consumo. Formado em Direito e pós-graduando em Direito Empresarial

pela Universidade Candido Mendes.

É Master Neuro Coaching pela Elever Brasil com conhecimentos em

Neurociências, Psicologia Positiva, PNL e técnico para operar equipamentos de

vanguarda com alta tecnologia.

Possui formação em Live & Executive Coaching pelo ICE/ISE/ICML e pela

International Corporate Coach U, além de ser consultor e instrutor do Sebrae/RJ em

frente de projetos como, por exemplo, o Sebrae no Pódio para as Olimpíadas Rio

2016.

Vem destacando-se por levar seus coachees a alcançar resultados antes

inesperados. Além de aplicar com eficácia os conhecimentos da PNL e Coaching nas

audiências jurídicas que atua.

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Maurício Braz

É empresário, mas acima de tudo um empreendedor com habilidades e

conhecimentos pela pluralidade conquistada ao logo da experiência no mundo dos

negócios. Empreendedor em vários nichos de mercado como o de tecnologia,

serviços e construção civil.

É Master Neuro Coaching pela Elever Brasil com conhecimentos em

Neurociências, Psicologia Positiva, PNL e técnico para operar equipamentos de

vanguarda com alta tecnologia.

É Master Coach pela ICI - International Association of Coaching Institutes,

onde, este certificado é reconhecido em mais de 40 países, podendo atuar como

Coach e como formador/treinador de novos Coachs.

Formado em Administração de Empresas, é pós-graduado em Psicologia

Positiva ambos pela UCAM. É Coach com certificações por The Inner Game School

Internacional – TIGIS (conclusão na California/USA), hoje é Coach Senior da escola.

Formado em Lider Coach pela Corporate Coach U e Live & Executive Coach pela

ICML. Possui formações em Coaching ainda nas áreas do esporte e treino mental com

o Sérgio Guerreiro de Portugal realizado no INAP/RJ e Coaching Quântico Sistêmico –

Metaforum com Bernd Isert da Alemanhã. Além de possuir várias capacitações em

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135 PNL (Programação Neurolinguística) em várias áreas. É técnico em hipnose formado

por Tesser/SP e hipnose Ericksoniana formado no INAP/RJ. Além da Hipnose

Comportamental Cognitiva formado por Benomy Siberfard/RS. Em sua formação

complementar possui certificações em Gestão e Planejamento Estratégico,

Negociação, Gerenciamento de Projetos todas pela FGV.

Willian Moliari Júnior

É empresário, administrador de empresas e tecnólogo em Processos Gerenciais

com ampla visão de negócios e habilidades para desenvolver estratégias para

gerenciamento de empresas e gestão de pessoas.

Pós-graduado em Gestão de Negócios e Marketing e MBA em Recursos

Humano com ênfase em Gestão de Pessoas, ambos pela Universidade Candido

Mendes e Gestão de Projetos PMI pela Fundação Getúlio Vargas.

É Master Neuro Coach, formação com alicerces em Neurociências,

Programação Neurolinguística, Psicologia Positiva e know-how técnico para operar

alta tecnologia em equipamentos de vanguarda.

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136 É também Master Coach pela ICI - International Association of Coaching

Institutes, formado por Arline Daves/USA, onde, este certificado é reconhecido em

mais de 40 países, podendo atuar como Coach e como formador/treinador de novos

Coaches. Possui mais quatro certificações internacionais: uma pela Ebracoaching em

“The Coaching Clinic” em parceria com a Corporate Coaching U International do

Canadá, como Líder Coach, outra pela The Inner Game School Internacional – TIGIS,

escola do Tim Galwey (Fundamentals) e outra pela World Coaching Council em

parceria com a EbraCoaching (Escola Brasileira de Coaching).

Formação em Life & Executive Coaching pela ICE/ISE/ICML. Além de ter várias

certificações com habilitação em Programação Neurolinguística.

Formado em Neuromarketing pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e

Marketing) no Rio de Janeiro.

É Consultor e Instrutor do SEBRAE/RJ nas áreas de empreendedorismo,

marketing, administração estratégica e recursos humanos, com larga experiência em

consultorias e palestras nas áreas e subáreas acima informadas. E multiplicador de

metodologias formado pela Universidade corporativa Sebrae em Brasilia/DF.