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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE RENATO HILTON DA SILVA REIS QUALIDADE DA ÁGUA DE POÇOS LOCALIZADOS PRÓXIMOS AO LIXÃO E DO ANTIGO CURTUME NO MUNICÍPIO DE REDENÇÃO PA. REDENÇÃO - PA 2014

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE

RENATO HILTON DA SILVA REIS

QUALIDADE DA ÁGUA DE POÇOS LOCALIZADOS PRÓXIMOS AO LIXÃO E DO

ANTIGO CURTUME NO MUNICÍPIO DE REDENÇÃO – PA.

REDENÇÃO - PA 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE

RENATO HILTON DA SILVA REIS

QUALIDADE DA ÁGUA DE POÇOS LOCALIZADOS PRÓXIMOS AO LIXÃO E DO

ANTIGO CURTUME NO MUNICÍPIO DE REDENÇÃO - PA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós - Graduação em Ciências e Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências e Meio Ambiente. Sob Orientação do Prof. Dr. Waldinei Rosa Monteiro e coorientação do Prof. Dr. Marcelo de Oliveira Lima.

REDENÇÃO - PA

2014

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Reis, Renato Hilton, 1997- Qualidade da água de poços localizados próximos aolixão e do antigo curtume no município de redenção – pa./ Renato Hilton Reis. - 2014.

Orientador: Waldinei Monteiro; Coorientador: Marcelo Lima. Dissertação (Mestrado) - UniversidadeFederal do Pará, Instituto de Ciências Exatas eNaturais, Programa de Pós-Graduação em Ciênciase Meio Ambiente, Belém, 2014.

1. Água-Poluição-Efeito dos metaispesados-Redenção (PA). 2. Águassubterrâneas-Poluição. 3. Curtumes-Efeito daqualidade da água. 4. Responsabilidade por danosambientais. 5. Água-Microbiologia. I. Título.

CDD 22. ed. 571.95098115

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)Sistema de Bibliotecas da UFPA

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201420 09

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DEDICATÓRIA

A Deus e a meus pais Antonino da Silva Reis (in memória), Epitácia da Silva Reis (in

memória) e minha esposa Gracimery Nepomuceno Reis que sempre me incentivaram

e me apoiaram na minha vida acadêmica.

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AGRADECIMENTO

Toda pesquisa científica é tarefa social, produto de esforço compartilhado por seres humanos, tanto de modo direto quanto indireto, na forma de contribuições técnicas e/ou sublimes intenções de êxito! Portanto, neste momento deixo algumas palavras a especiais contribuições:

A DEUS

Pela vida! Pela existência sobre um mundo dotado de possibilidades para atingir a felicidade! Basta segui-lo em palavras e atitudes. A FAMÍLIA

À minha querida família pelo amor incondicional e por estar sempre ao meu lado em todas minhas conquistas. Em especial meu Pai Antonino da Silva Reis e Epitácia da Silva Reis (in memoriam) e meus Irmãos Arnaldo da Silva Reis (in memoriam), meus filhos Ana Victória, Luiz Gabriel, Paulo Henrique e Isabela Regina por estarem sempre ao meu lado me dando muito carinho. E de forma especial aos meus irmãos que sempre me apoiaram na minha vida acadêmica. AOS PROFESSORES ORIENTADORES;

Ao professor Dr. Claudio Nahum pela sabedoria na orientação das ações necessárias ao

trabalho científico. Ao professor Dr. Marcelo Lima, pela generosidade, segurança e competências técnicas nas analises, ao professor Dr. Waldinei Monteiro pelo companheirismo e pelo ser humano que é que me acompanhou nos processos de produção do trabalho e a professora Dr. Regina Muller por suas sabias palavras que sempre me confortavam nas horas mais difíceis. AOS MEUS GESTORES E COLEGAS DE TRABALHO;

Aos gestores Gláucio Ribeiro diretor da EEEM Maria Benta, Antônio Carlos Brito diretor da

EEEM Engº Palma Muniz, Joice Mioto diretora UAB (Universidade Aberta do Brasil), Josilene Fontinelle diretora da FESAR (Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida) e Willy Luz diretor da FIC (Faculdade Integradas Carajás) e a todos os colegas de trabalham que me apoiaram e me incentivaram nesta empreitada. Em especial Prof. Mamede, Israel e Miguel, Jader, Idevilson, Fernado, Huallas, Sylvia Rayanne, Arthur e Roseli. Aos colegas de turma companheiros por muitos finais de semana em especial a Josiane, Kellem, Milaré e Douglas Mello companheiro de pesquisa de Campo e amigo de longas dadas que sei que posso contar a qualquer momento, peça importante no desenvolvimento deste trabalho um agradecimento especial. AOS MORADORES DA ÁREA DE PESQUISA;

A todos os moradores que habitam a área que escolhi para desenvolver a pesquisa em

especial ao Professor Arthur e sua esposa Vanusa, proprietários da Chácara Recanto do Açaí, que abriu as portas de sua propriedade para que todo o trabalho fosse feito. A FESAR (FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA AMAZÔNIA REUNIDA)

Em nome do Proprietário Celso de Melo e da Diretora Josilene Fontinelle. Por me proporcionar as realizações de um sonho que para muitos seria impossível mais sabiam que seriamos capazes de fazer um convênio com UFPA para trazer o mestrado para nossa cidade. A UMA PESSOA MUITO ESPECIAL

Ela que vem há dezenove anos ao meu lado sempre me apoiando, se dedicando como esposa, amiga, companheira de estudo que me fez descobrir os vários sentidos da palavra amor, da época de namoro era a mulher dos seus sonhos e depois do casamento se tornou a mulher pra toda a minha vida Gracimery Reis meu muito obrigado por esta ao meu lado.

MUITO OBRIGADO

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RESUMO

Favorecido pelas condições que o país oferece em termos de disponibilidade de área, clima favorável, raças adaptadas à aplicação de tecnologias de manejo do rebanho e melhoria genética, servindo como principal fornecedor de matéria-prima para indústria coureira, que junto com os lixões, são uma das principais fontes poluidoras das águas subterrâneas hoje no Brasil. Com os rejeitos ricos em substâncias fortemente alcalinas e esbranquiçadas com cal em excesso além de conter sebo, pêlos, tecido muscular, gordura e sangue em suspensão. Em solução, sais (principais ânions - sulfeto, sulfato, cloreto; principais cátions - sódio, cálcio, amônio) e metais pesados como o Cromo. Com o lixão os prejuízos mais graves ocorrem em função da contaminação do solo e dos lençóis freáticos pelos líquidos percolados (chorume). Estes líquidos, carregados de matéria orgânica decomposta e de produtos químicos tóxicos disseminados no lixo, acabam sendo levados por via subterrânea ou superficial até os rios e poços artesianos localizados próximos dessas áreas. Cenário que se repete na Cidade de Redenção – PA, com a ocupação de uma área da antiga indústria Curte France, localizada ao lado do lixão da cidade, com objetivo de avaliar a extensão dos danos ambientais causados por estas fontes poluidoras e enquadrar os poços na RESOLUÇÃO CONAMA nº 396, de 3 de abril de 2008, que estabelece o enquadramento em cinco classes diferentes. Para isso foi feito o monitoramento desses poços em dois períodos (chuvoso e de seca) durante um ano, através de analise físico, químico, microbiológico e metais. Com os resultados encontrados, verificou-se que todos os poços se encontram fora dos parâmetros estabelecidos pelos órgãos oficiais. Da análise de similaridade (Dendograma de Cluster) foi observado que o poço 3 (três) é o que possui maior similaridade com o poço de montante (padrão) com relação as suas propriedades físico-química, microbiológicas e metais o poço 1 (um) é o poço que não apresentou nenhuma semelhança com os poços em estudo, através dos resultados obtidos podemos chegar a conclusão que poços artesianos localizados nessa área estão, sofrendo algum tipo de contaminação provavelmente provenientes do rejeito do antigo curtume ou do chorume do lixão. Palavras–chave: Água, Chorume, metais pesados, microbiológicas, físico- química.

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ABSTRACT

Today, Brazil has the largest commercial cattle herd in the world, with 205 million heads of power. This position was favored by the conditions that the country offers in terms of availability area, favorable climate, adapted breeds and the application of technologies of herd management and genetic improvement serving as the main supplier of raw materials for leather industry, which along with the dumps are a major pollutant sources of underground waters in Brazil today. With rich tailings in alkaline and strongly whitened with lime and contain excess sebum, hair, muscle tissue, fat and blood, suspended substances. In solution, salts (major anions - sulphide, sulphate, chloride; main cations - sodium, calcium, ammonium) and heavy metals as chromium. To dump the most severe damage occurring due to contamination of soil and groundwater by leachate liquid (slurry). These liquids laden with decomposed organic matter and toxic chemicals spread in the trash, end up being carried by underground or surface route to the rivers and wells located near these areas. Senario that repeats in the City of Redenção - PA, with the occupation of an area of former industry Likes France, located next to the city dump, to evaluate the extent of environmental damage caused by these pollution sources and frame the wells CONAMA Resolution No. 396 of April 3, 2008, establishing the framework in five different classes. To do this, a monitoring wells in these two periods (rainy and dry) for one year through physical, chemical and microbiological analysis. Through the results it was found that all wells are outside the parameters established by official agencies. Analysis of similarity (graphic Cluster) was observed that the well three (3) is the one with highest similarity with the well upstream (standard) with respect to its physico-chemical and microbiological properties and the well 1 (one) is well that showed no similarity to the wells in the study through the results obtained we can reach the conclusion that wells located in this area are suffering some kind of contamination from the tailings of the old tannery or leachate from landfill. Keywords: Water. Manure. Tanning. Landfill. Heavy metals.

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LISTA DE FIGURA

Figura 1 - A distribuição relativa das águas no nosso planeta. ................................. 19

Figura 2 - Localização do lençol freático ................................................................... 21

Figura 3 – Sulfato de Cromo Cr2 (SO4)3 usado na indústria de curtume. .................. 41

Figura 4 - Área de estudo .......................................................................................... 47

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LISTA DE FOTOGRAFIAS

Fotografia 1 - Piscinas de rejeitos do Curtume Curti France Redenção – PA ........... 40

Fotografia 2 - Piscinas de rejeitos do Curtume Curti France Redenção – PA ........... 40

Fotografia 3 - Lixão de Redenção - PA ..................................................................... 44

Fotografia 4 - Lixão de Redenção - PA. .................................................................... 44

Fotografia 5 - Poço 1: S 8º 3`14” e O 40º 58`42”....................................................... 48

Fotografia 6 - Poço 2: S 8º 3`15” e O 49º 58`30”....................................................... 49

Fotografia 7 - Poço 3: S 8º 3`31” e O 49º 53`41”....................................................... 49

Fotografia 8 - Poço 4: S 8º 3`32” e O 49º 58`40”....................................................... 49

Fotografia 9 – Poço 5: S 8º 4`16” e O 49º 56`28 ....................................................... 50

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LISTA DE TABELA

Tabela 1 - Propriedades físico-químicas das águas subterrâneas modificado de..... 38

Tabela 2 - Parâmetros Físico – Químico e Microbiológica coleta em Abril de 2014. . 52

Tabela 3 - Resultado para Metais em Abril de 2014 ................................................. 53

Tabela 4 - Parâmetros Físico – Químico e microbiológica coleta em Agosto de 2014.

.................................................................................................................................. 60

Tabela 5 - Resultado para Metais em Agosto de 2014. ............................................ 60

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Dendograma das propriedades Físico–químico da 1ª Coleta. ................. 57

Gráfico 2 - Dendograma das propriedades Microbiológicas na 1ª Coleta. ............... 57

Gráfico 3 - Dendograma das propriedades Metais na 1ª Coleta. .............................. 58

Gráfico 4 - Dendograma das propriedades Físico-Químico e microbiológica na 1ª

Coleta. ....................................................................................................................... 59

Gráfico 5 - Dendograma das propriedades Físico – Químico da 2ª Coleta. .............. 65

Gráfico 6 - Dendograma de Metais na 2ª Coleta. ...................................................... 66

Gráfico 7 - Dendograma de todas as propriedades na 2ª Coleta. ............................. 66

Gráfico 8 - Dendograma (Cruster) ............................................................................. 72

Gráfico 9 - Similaridade entre os poços jusantes nos dois períodos de coleta.......... 73

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LISTA DE ABREVIATURAS

pH – Potencial hidrogênionico

OD – Oxigênio dissolvido

DQO – Demanda bioquímica de oxigênio.

ACP – Análise de componentes principais.

AF – Análise fatorial.

ACC – Análise de correlação canônica.

AA – Análise de agrupamento.

AD – Análise discriminante.

AC – Análise de correspondência.

BRS – Bactérias redutoras de sulfato.

CONAMA – Conselho Nacional de meio ambiente.

ONU – Organização das Nações Unidas.

Opas – Organização Pan – Amazônica de saúde.

Aidis – Associação Interamericana de Eng.ª Sanitária e Ambiental.

UNT – Unidade nefelómetrica de turbidez.

ST – Sólidos totais.

H2S – Sulfeto de hidrogênio.

ATP – Adenosina trifosfato.

µg / L – micrograma por lito

mg / L – miligrama por litro

OMS – Organização Mundial de Saúde.

PNRS – Politica Nacional de resíduos Sólidos.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

STS – Sólidos Totais Suspensos.

ORP – Potencial de oxi – redução.

TDS – Sólidos Toais dissolvidos.

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SUMÁRIO

1 Introdução ................................................................................................. 16

2 Referêncial teórico ................................................................................... 18

2.1 Água .......................................................................................................... 19

2.2 Água para consumo humano .................................................................. 20

2.2.1 Histórico da problemática da água no brasil ............................................... 20

2.2.2 A importância da vigilância e do controle da qualidade da água para consumo

humano na prevenção das doenças relacionadas com a água. ................. 22

2.2.3 Água e saúde ............................................................................................. 23

2.3 Principais parâmetros físicos, químicos e microbiológicos para

monitoramento da qualidade da água. ................................................... 25

2.3.1 Turbidez...................................................................................................... 25

2.3.2 Sólidos totais .............................................................................................. 25

2.3.3 Temperatura ............................................................................................... 26

2.3.4 Potencial hidrogeniônico (pH) ..................................................................... 26

2.3.5 Demanda bioquímica de oxigênio (DBO) ................................................... 27

2.3.6 Sulfeto (s2-) ................................................................................................. 27

2.3.7 Fósforo total ................................................................................................ 28

2.3.8 Oxigênio dissolvido (OD) ............................................................................ 29

2.3.9 Nitrogênio total ........................................................................................... 29

2.3.10 Coliformes termotolerantes......................................................................... 30

2.3.11 Salinidade ................................................................................................... 30

2.4 Metais traço ............................................................................................... 30

2.4.1 Níquel (Ni) .................................................................................................. 31

2.4.2 Cádmio (Cd) ............................................................................................... 31

2.4.3 Chumbo (Pb) .............................................................................................. 32

2.4.4 Cobre (Cu) .................................................................................................. 32

2.4.5 Mercúrio (Hg) .............................................................................................. 33

2.4.6 Zinco (Zn) ................................................................................................... 33

2.4.7 Cromo (Cr) .................................................................................................. 34

2.4.8 Bário (Ba) ................................................................................................... 34

2.5 Águas subterrâneas ................................................................................. 35

2.5.1 Lençol freático ............................................................................................ 35

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2.5.2 Classificação das águas subterrâneas ....................................................... 36

2.5.3 Propriedades físicas e químicas das águas subterrâneas ......................... 37

3 Rejeitos de curtumes ............................................................................... 39

3.1 Estudo do elemento cromo ..................................................................... 41

3.2 Qual a diferença entre lixão e aterro sanitário? ..................................... 42

3.3 Estudo do chorume .................................................................................. 43

4 A estatística multivariada ........................................................................ 46

4.1 Análise de cluster ..................................................................................... 46

5 Materiais e métodos ................................................................................. 48

6 Resultados e discussão ........................................................................... 52

6.1 Estudo dos resultados alcançados no poço montante com padrão do

CONAMA 357/05, portaria 2914/11 do Ministério do Meio Ambiente e

portaria 518/04. ......................................................................................... 53

6.1.1 Estudo dos parâmetros físicos – química do poço montante na 1ª coleta.. 53

6.1.2 Estudo dos parâmetros microbiológicos do poço montante na 1ª coleta.. 533

6.1.3 Estudo dos parâmetros de metais do poço montante na 1ª coleta. ............ 54

6.2 Estudo comparativo dos parâmetros dos poços de jusante e montante.

................................................................................................................... 54

6.2.1 Estudo dos parâmetros físicos – química na 1ª coleta. ............................ 544

6.2.2 Estudo dos parâmetros microbiológicos na 1ª coleta. .............................. 544

6.2.3 Estudo dos parâmetros de metais na 1ª coleta. ....................................... 544

6.3 Estudo dos resultados dos poços de amostra com os padrões conama

e portarias. ................................................................................................ 55

6.3.1 Estudo dos parâmetros físico-químicos na 1ª coleta. ............................... 555

6.3.2 Estudo dos parâmetros microbiológicos na 1ª coleta. ................................ 56

6.4 Estudo dos parâmetros de metais na 1ª coleta ..................................... 56

6.5 Análise estatística .................................................................................... 57

6.6 Estudo dos resultados alcançados no poço montante com padrão do

CONAMA 357/05, portaria 2914/11do Ministério do Meio Ambiente e

portaria 518/04 na 2ª coleta. .................................................................... 59

6.7 Estudo dos resultados alcançados no poço montante com padrão do

CONAMA 357/05, portaria 2914/11 do Ministério do Meio Ambiente e

portaria 518/04. ......................................................................................... 60

6.7.1 Estudo dos Parâmetros Físico – química do poço Montante na 2ª Coleta. 61

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6.7.2 Estudo dos Parâmetros Microbiológicos do Poço Montante na 2ª Coleta. . 61

6.7.3 Estudo dos Parâmetros de Metais do Poço Montante na 2ª Coleta. ........ 611

6.8 Estudo comparativo dos parâmetros dos poços de jusante e montante.

................................................................................................................... 62

6.8.1 Estudo dos Parâmetros Físicos – química na 2ª Coleta. ............................ 62

6.8.2 Estudo dos Parâmetros Microbiológicos na 2ª Coleta. ............................... 63

6.8.3 Estudo dos Parâmetros de Metais na 2ª Coleta. ........................................ 63

6.9 Estudo dos resultados dos poços de amostra com os padrões

CONAMA e portarias. ............................................................................... 63

6.9.1 Estudo dos Parâmetros físico-químicos na 2ª Coleta. ................................ 63

6.9.2 Estudo dos Parâmetros microbiológicos na 2ª Coleta. ............................... 64

6.10 Estudo dos parâmetros de metais na 2ª coleta ..................................... 64

6.11 Analise estatística .................................................................................... 65

6.12 Resultado nos dois períodos de coletas ................................................ 67

6.12.1 Análise Microbiológica para o Poço Montante ............................................ 67

6.12.2 Análise das propriedades físico – química para o Poço Montante ........... 677

6.12.3 Análise para Metais para o Poço Montante ................................................ 68

6.13 Resultados para os poços jusantes ....................................................... 68

6.13.1 Análise para Enquadramento de poços ...................................................... 68

6.13.2 Análise de Sulfeto ....................................................................................... 68

6.13.3 Oxigênio Dissolvido (OD) ........................................................................... 69

6.13.4 Nitrogênio (N) ............................................................................................. 69

6.13.5 Potencial hidrogeniônico (pH) ..................................................................... 69

6.13.6 Turbidez...................................................................................................... 70

6.13.7 Sólidos Totais ............................................................................................. 70

6.13.8 Condutividade ............................................................................................. 70

6.13.9 Coliformes Termotolerantes ....................................................................... 71

6.13.10 Bário (Ba) ................................................................................................... 71

6.14 Análise estatística .................................................................................... 72

7 CONCLUSÃO ............................................................................................ 73

8 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 73

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16

1 INTRODUÇÃO

Em países como o Brasil os curtumes raramente possuem tecnologias para

o tratamento de efluentes, havendo negligência no tratamento de seus rejeitos antes

de despejá-los nos rios, seja por acidentes e descuidos cada vez mais frequentes que

propiciam o lançamento de muitos poluentes nos ambientes aquáticos tornando no

principal e na mais diversificada fonte de introdução de metais pesados no ambiente

aquático. As principais características qualitativas dos efluentes de curtumes são: cal

e sulfetos livres, elevado pH, cromo potencialmente tóxico, elevada demanda

bioquímica de oxigênio (DBO) sangue, soro e subprodutos da decomposição de

proteínas, elevado teor de sólidos em suspensão (pelos, graxa, fibras e sujeira),

coloração leitosa devido à cal, verde ou azul devido aos corantes de tingimento,

elevada salinidade, elevada demanda química de oxigênio (DQO). (RODRIGUES et

al, 2010)

Os efluentes de curtume agridem o meio ambiente provocando poluição e

contaminação da água, morte de animais aquáticos, biocumulação em alimentos

produzidos a base dessa água e no organismo humano, além de outros prejuízos.

(RODRIGUES et al, 2010)

Um dos maiores passivos ambientais públicos atuais é a situação dos

depósitos de lixo urbano, constituindo-se em um dos principais entraves a qualquer

iniciativa de desenvolvimento econômico e social equilibrado, que se projete para uma

determinada região. O problema, caracterizado pelo projeto inadequado dos aterros e

consequente contaminação de meio ambiente, se agrava dia a dia, com uma ação em

cadeia que compromete a terra, o ar, a água dos rios e muitas vezes, a própria saúde

da população. Os prejuízos mais graves ocorrem em função da contaminação do solo

e dos lençóis freáticos pelos líquidos percolados (chorume). Estes líquidos,

carregados de matéria orgânica decomposta e de produtos químicos tóxicos

disseminados no lixo, acabam sendo levados por via subterrânea ou superficial até os

rios e poços artesianos localizados próximos dessas áreas. Em termos gerais, a

grande maioria dos aterros possuem sistemas falhos de manejo do lixo e quase

nenhum tem sistema de drenagem de líquidos percolados (chorume). (COELHO,

2002)

Assim, possuindo dados suficientes para o enquadramento dos poços nos

parâmetros estabelecido pela resolução CONAMA N° 396/2008. O presente estudo

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17

tem por objetivo analisar os parâmetros físico-químicos, microbiológicos e metais nas

águas subterrânea, próximo ao curtume Curte France já desativada e ao lixão, no

Município de Redenção no Estado do Pará.

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18

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

A cidade de Redenção, localizada no sudeste Paraense a uma 08º01’43” sul e

a uma 50º 01’53” oeste, estando a uma altitude de 227 metros. Sua população

estimada em 2012 era de 75556 habitantes, com território de 3.823,809 Km2. (IBGE,

2014). O clima do Município é do tipo equatorial. Possui temperatura média anual de

32,35°C, apresentando temperaturas máximas em torno de 37,01°C e mínima de

22,71°C.

A umidade relativa do ar é elevada, variando de 52% a 90%. O período

chuvoso ocorre, notadamente, de novembro a maio, e o mais seco, de junho a

outubro, estando o índice pluviométrico anual em torno de 2.000 m3 (IBGE, 2014). A

vegetação do Município apresenta manchas de Cerrado e Cerradão. Grande área de

vegetação tem sido desmatada anualmente, para a prática da agropecuária. (IBGE,

2014). A hidrografia do Município de Redenção é representada por três rios principais,

os quais nascem na da Serra dos Gradaús. São eles: Salobro, ao norte do Município

e limite natural com o Município de Rio Maria; o rio Pau d'Arco, que constitui o rio mais

importante do Município, e que também recebe o Ribeirão e o Pau d' Arquinho,

bastante utilizado pela população para lazer; ao sul do Município, está o rio Arraias,

que faz limite natural entre os Municípios de Redenção e Santa Maria das Barreiras

(IBGE, 2014).

Com o término da corrida do ouro na década de 80, teve início a grande

exploração de madeira para comercialização e abertura de grandes áreas de

pastagem tornando a Região de Redenção uma grande produtora de gado de corte.

Com a abertura de frigoríficos na cidade e em cidades vizinhas Redenção se tornou

uma grande fornecedora de matéria prima para a indústria de couros, onde foi aberta

a Indústria de couro “Curte France”, localizada na entrada da cidade pela PA – 155,

08º02’60” sul e a uma 49º 58’ 25” oeste, do lado do lixão da cidade que circunda as

margens do córrego Bretas, devido sua localização e o cheiro desagradável emitido

principalmente no período matutino, a indústria passou a ser alvo de muitas críticas

da população em geral.

Por diversas irregularidades a indústria foi fechada no ano de 2005,

deixando um legado de três piscinas de rejeitos provenientes do processo de

curtimento do couro. Estes resíduos são classificados como classe I (perigosos),

devido à presença de cromo e constituem um grave problema ambiental devido às

restrições cada vez mais rigorosas para sua destinação final (NUNES, 2012). A opção

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mais utilizada pelas empresas do setor é dispor seus resíduos em aterros, o que

apresenta vários inconvenientes, como possíveis contaminações ao solo, água

superficiais, lençol freático (NUNES, 2012).

Nove anos após o fechamento da indústria a área que pertencia a mesma,

foi invadida e loteada, tornando-se o lar de muitas famílias que hoje tiram o seu

sustento da mesma, o que traz grande perigo devido as piscinas se encontrarem com

um grande volume de rejeitos e ficando dentro das terras dos assentados, o que pode

estar causando contaminação da água do local. Durante o processo de povoamento

da área, foram abertos diversos poços pelos assentados para seu consumo e irrigação

das suas áreas de plantio e por estarem próximos da área, da antiga indústria e do

lixão da Cidade é um objeto importante de estudo sobre a toxicologia das águas

subterrâneas presentes naquele ambiente que os assentados habitam.

Fonte: O Autor, (2014)

2.1 Água

A água é fonte de vida, e dela dependem o crescimento e a sobrevivência

da biota e do homem. Em defesa da água e no sentido de preservar os mananciais,

em 1988, o parlamento europeu promulgou a carta europeia da água. Ainda nesse

Figura 1 - Área de estudo

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sentido, a ONU a partir de recomendações da conferência RIO/1992, criou o dia

internacional da água, comemorado no dia 22 de março de cada ano e publicou a

declaração universal dos direitos da água. (LENZI, 2012)

2.2 Água para consumo humano

2.2.1 Histórico da Problemática da Água No Brasil

O abastecimento público de água em termos de quantidade e qualidade é

uma preocupação crescente da humanidade, em função da escassez do recurso água

e da deterioração da qualidade dos mananciais e dos aquíferos. Organismos

internacionais, a exemplo da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da

Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (Aidis), e nacional,

como o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), têm

reconhecido a problemática da água neste final de século. Nessa perspectiva, em

1992 foi assinada em Havana uma declaração para a proteção da qualidade da água,

sendo instituído o Dia Interamericano da Água. Segundo a Declaração Universal dos

Direitos da Água, “o direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o

direito à vida, tal qual é estipulado no artigo 30 da Declaração Universal dos Direitos

do Homem” (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2000 apud (SAÚDE, 2006)).

É fato que as atividades humanas, respaldadas em um estilo de vida e

desenvolvimento, têm determinado alterações significativas no meio ambiente,

influenciando a disponibilidade de uma série de recursos. A água, em alguns

territórios, tem-se tornado um recurso escasso e com qualidade comprometida. Os

crescentes desmatamentos, os processos de erosão/assoreamento dos mananciais

superficiais, os lançamentos de efluentes e detritos industriais e domésticos nos

recursos hídricos têm contribuído para tal situação. Nos países em desenvolvimento

essa problemática é agravada em razão da baixa cobertura da população com

serviços de abastecimento de água com qualidade e quantidade. No Brasil, os

potenciais de água doce são extremamente favoráveis para os diversos usos; no

entanto, as características de recurso natural renovável, em várias regiões do país,

têm sido drasticamente afetadas. (SAÚDE, 2006)

Por muito tempo no Brasil a problemática da qualidade da água foi deixada

de lado. O déficit na cobertura da população brasileira com sistemas de abastecimento

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de água dirigiu as políticas de saneamento para o atendimento da demanda reprimida,

com a implantação e a ampliação de sistemas. Em função disso, as ações de controle

e vigilância da qualidade da água foram colocadas em segundo plano. O volume de

recursos aplicados a esse componente do saneamento fez elevar o número de

domicílios com canalização interna e ligados à rede geral. Dados de 1997 indicam que

90,4% dos domicílios urbanos têm acesso à rede de distribuição, enquanto apenas

16,7% dos rurais o são (MPO, 1997 apud (SAÚDE, 2006)). No entanto, existe uma

distribuição desigual do serviço entre regiões do país, entre a população urbana e a

rural e ainda entre os municípios. O acesso aos serviços de abastecimento de água

decresce das Regiões Sudeste e Sul para o Nordeste e Norte, tendo-se os menores

índices nesta última. O acesso também diminui da população urbana para a rural e

dos municípios de maior população para os de menor. Nas áreas urbanas a cobertura

decai do centro para a periferia. Decai ainda dos ricos para os pobres (Opas b, 1998

apud (SAÚDE, 2006)). Os dados da última Pesquisa Nacional de Amostras de

Domicílios (Pnad/1998 apud (SAÚDE, 2006)) confirmam essa realidade.

A figura 2 apresenta a distribuição das águas no nosso planeta,

mostrando a pequena porcentagem de água disponível para abastecimento e a

importância da preservação das águas subterrâneas.

Figura 2 - A distribuição relativa das águas no nosso planeta.

Fonte: (modificado de MINDRISZ, 2006).

O Brasil é um país privilegiado porque possui 12% das reservas mundiais

de água doce e 53% do total da América do Sul, apresentando a rede hidrográfica

mais extensa do Globo, com 55.457 km2 de águas internas e muitos de seus rios

são classificados entre os maiores do planeta (MINDRISZ, 2006).

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Aproximadamente 69,2% das águas brasileiras estão concentradas na

região Norte. Entretanto, como no resto do mundo, as interferências no ciclo de

renovação, principalmente das águas superficiais, têm diminuindo a quantidade e

qualidade de água disponível para consumo. (MINDRISZ, 2006)

Apesar da disponibilidade hídrica na região, a cidade de Redenção

enfrenta uma crise de abastecimento por não possui rios com grande volume de água

que durante o período de estiagem praticamente secam quase por completo, se

tornando inadequado para se construir uma estação de tratamento de água na

cidade, restando apenas para o consumo da população água subterrânea consumida

sem tratamento. A própria companhia de saneamento abastece a cidade com água

subterrânea através poços distribuídos em diversos setores. Nesse cenário, a água

subterrânea vem assumindo importância relevante como fonte de abastecimento

doméstico, industrial e agrícola em nossa região.

2.2.2 A Importância da Vigilância e do Controle da Qualidade da Água para Consumo

Humano na Prevenção das Doenças Relacionadas com a Água.

A água pode veicular um elevado número de enfermidades e essa

transmissão pode se dar por diferentes mecanismos. O mecanismo de transmissão

de doenças mais comumente lembrado e diretamente relacionado à qualidade da

água é o da ingestão, por meio do qual um indivíduo sadio ingere água que contenha

componente nocivo à saúde e a presença desse componente no organismo humano

provoca o aparecimento de doença. Um segundo mecanismo refere-se à quantidade

insuficiente de água, gerando hábitos higiênicos insatisfatórios e daí doenças

relacionadas à inadequada higiene dos utensílios de cozinha, do corpo, do ambiente

domiciliar. Outro mecanismo compreende a situação da água no ambiente físico,

proporcionando condições propícias à vida e à reprodução de vetores ou reservatórios

de doenças. Um importante exemplo é o da água empoçada, contaminada por

esgotos, como habitat para o molusco hospedeiro intermediário da esquistossomose.

Outro exemplo desse mecanismo é o da água como habitat de larvas de mosquitos

vetores de doenças, como o mosquito Aedes aegypti e a dengue. O Aedes aegypti

necessita de coleções de água para o seu ciclo de reprodução. (MALLMANN, 2010)

É importante destacar que tanto a qualidade da água quanto a sua

quantidade e regularidade de fornecimento são fatores determinantes para o

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acometimento de doenças no homem. Conforme mostram os mecanismos de

transmissão descritos, a insuficiente quantidade de água pode resultar em (i)

deficiências na higiene; (ii) acondicionamento da água em vasilhames, para fins de

reserva, podendo esses recipientes tornarem-se ambientes para procriação de

vetores e vulneráveis à deterioração da qualidade, e (iii) procura por fontes alternativas

de abastecimento, que constituem potenciais riscos à saúde, seja pelo contato das

pessoas com tais fontes (risco para esquistossomose, por exemplo), seja pelo uso de

águas de baixa qualidade microbiológica (risco de adoecer pela ingestão).

(MALLMANN, 2010)

2.2.3 Água e saúde

Existem padrões muito bem conhecidos de relacionamento entre a

incidência de moléstias no homem e nos animais, com a abundância ou deficiência de

elementos maiores, menores e traços no meio ambiente, particularmente nas águas.

Exemplos são: a relação entre o bócio (hipertrofia da tireóide) e a deficiência em iodo;

anemias severas, nanismo e hiperpigmentação da pele e a deficiência em zinco;

fluorose esqueletal e dentária e excesso de flúor; maior incidência de cáries dentárias

e deficiência em flúor; anencefalia e mercúrio; inapetência e selênio. Outras

correlações com aceitação controversa ocorrem, como por exemplo, entre a dureza

da água e algumas moléstias cardiovasculares; entre o chumbo e a esclerose múltipla,

entre o cádmio e a hipertensão e arteriosclerose; entre uma gama ampla de elementos

e diversos tipos de câncer. Contudo estes relacionamentos são possíveis quando as

manifestações clínicas são evidentes por estarmos diante de exposições anormais a

produtos resultantes de atividades humanas. Muitas vezes o desequilíbrio em

elementos traços se manifesta em debilitações subclínicas, sendo de difícil diagnose.

(LENZI, 2012)

As fontes de contaminação antropogênica em águas subterrâneas são em

geral diretamente associadas a despejos domésticos, industriais e ao chorume

oriundo de aterros de lixo que contaminam os lençóis freáticos com microorganismos

patogênicos (Freitas & Almeida,1998 apud (FREITAS, 2010)). Além de promoverem

a mobilização de metais naturalmente contidos no solo, como alumínio, ferro e

manganês (Nordberg, 1985 apud (FREITAS, 2010)), também são potenciais fontes de

nitrato e substâncias orgânicas extremamente tóxicas ao homem e ao meio ambiente.

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Os constituintes químicos das águas subterrâneas podem ser influenciados

por vários fatores, entre os quais deposição atmosférica, processos químicos de

dissolução e/ou hidrólise no aquífero e mistura com esgoto e/ou águas salinas por

intrusão, fatores esses que modificam as características qualitativas e quantitativas

dos mananciais subterrâneos.

Nos países em desenvolvimento, em virtude das precárias condições de

saneamento e da má qualidade das águas, as doenças diarreicas de veiculação

hídrica, como, por exemplo, febre tifóide, cólera, salmonelose, shigelose e outras

gastroenterites, poliomielite, hepatite A, verminoses, amebíase e giardíase, têm sido

responsáveis por vários surtos epidêmicos e pelas elevadas taxas de mortalidade

infantil, relacionadas à água de consumo humano (Leseret, 1985 apud (FREITAS,

2010)).

Outro composto importante para a saúde, humano cada vez mais

encontrado em água de poços é o nitrato. Este íon geralmente ocorre em baixos teores

nas águas superficiais, mas pode atingir altas concentrações em águas subterrâneas.

O seu consumo por meio das águas de abastecimento está associado a dois efeitos

adversos à saúde: a indução à metemoglobinemia, especialmente em crianças, e a

formação potencial de nitrosaminas e nitrosamidas carcinogênicas (Bouchard, 1992

apud (FREITAS, 2010)). O desenvolvimento da metemoglobinemia a partir do nitrato

nas águas potáveis depende da conversão bacteriana deste para nitrito durante a

digestão, o que pode ocorrer na saliva e no trato gastrointestinal (Mato, 1996 apud

(FREITAS, 2010)). As crianças pequenas, principalmente as menores de três meses

de idade, são bastante suscetíveis ao desenvolvimento desta doença por causa das

condições mais alcalinas do seu sistema gastrointestinal fato também observado em

pessoas adultas que apresentam gastroenterites, anemia, porções do estômago

cirurgicamente removidas e mulheres grávidas (BOUCHARD, 1992 apud (FREITAS,

2010)).

A disposição de efluentes industriais contendo metais pesados em fontes

hídricas é o maior fator antropogênico, responsável pela poluição em vários ambientes

aquáticos. A natureza geoquímica do solo é importante fator causal de poluição por

metais, particularmente em fontes de águas subterrâneas. Metais pesados em água

persistem por mais tempo que poluentes e percolam da superfície para a camada

subterrânea de água (PATHAK, 1994 apud (FREITAS, 2010)).

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Metais na água são absorvidos pelo organismo humano através do trato

gastrintestinal. Esta absorção pode ser afetada pelo pH, pelas taxas de movimentação

no trato digestivo e pela presença de outros materiais; combinações particulares

desses fatores podem contribuir para fazer a absorção de metais ser muito alta ou

muito baixa no homem. Os efeitos tóxicos dos metais podem expressar- se de forma

aguda ou crônica. Dentre os mecanismos de toxicidade dos metais estão incluídas as

interações com sistemas enzimáticos, interações com membranas celulares e efeitos

específicos sobre certos órgãos e sobre o metabolismo celular em geral. (FREITAS,

2010)

2.3 Principais parâmetros físicos, químicos e microbiológicos para

monitoramento da qualidade da água

2.3.1 Turbidez

A turbidez de uma amostra de água é o grau de atenuação de intensidade

que um feixe de luz sofre ao atravessá-la (esta redução dá-se por absorção e

espalhamento, uma vez que as partículas que provocam turbidez nas águas são

maiores que o comprimento de onda da luz branca), devido à presença de sólidos em

suspensão, tais como partículas inorgânicas (areia, silte, argila) e de detritos

orgânicos, algas e bactérias, plâncton em geral, entre outros (CETESB, 2008). A

turbidez de origem natural não representa riscos, porém a de origem antropogênica

pode estar associada a compostos tóxicos e microorganismos patogênicos. Nos

corpos d’água, reduz a penetração da luz, prejudicando a fotossíntese. A unidade mais

utilizada é a UNT (ou NTU em inglês) que é Unidade Nefelométrica de Turbidez. Um

turbidímetro é utilizado neste tipo de medição (XAVIER, 2010).

2.3.2 Sólidos Totais

Os sólidos nas águas correspondem a toda matéria que permanece como

resíduo, após evaporação, secagem ou calcinação da amostra a uma temperatura

pré-estabelecida durante um tempo fixado sendo classificados em: sólidos filtráveis

(dissolvidos); sólidos não filtráveis (em suspensão), sólidos totais (dissolvidos +

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suspensos) (CETESB, 2008). Os sólidos na água aumentam sua turbidez, diminuindo

sua transparência.

O aumento na turbidez reduz as taxas de fotossíntese influenciando na

produção primária, e o oxigênio dissolvido na água. Águas com alta concentração de

sólidos dissolvidos geralmente apresentam potabilidade inferior e podem conduzir a

reação fisiológica adversas no consumidor. Por estas razões, um limite máximo de

500 mgL-1 de sólidos dissolvidos é desejável para potabilidade das águas. Altas

concentrações de sólidos suspensos poderão ser esteticamente insatisfatórias para

fins de consumo. (XAVIER, 2010)

2.3.3 Temperatura

Os processos físicos - químicos e biológicos são influenciados pela

temperatura da água. As variações na água podem se dá em função da sazonalidade

climática, variação diurna e estratificação vertical do corpo de água. A vida aquática

está condicionada a limites inferiores e superiores da temperatura da água. A

elevação da temperatura em um corpo d’água geralmente é provocada por despejos

industriais (indústrias canavieiras, por exemplo) e usinas termoelétricas. A

temperatura desempenha um papel principal de controle no meio aquático,

condicionando as influências de uma série de variáveis físicas e químicas. Em

geral, à medida que a temperatura aumenta de 0 a 30°C, a viscosidade, tensão

superficial, compressibilidade, calor específico, constante de ionização e calor

latente de vaporização diminuem, enquanto a condutividade térmica e a pressão

de vapor aumentam. Organismos aquáticos possuem limites de tolerância térmica

superior e inferior, temperaturas ótimas para crescimento, temperatura preferida em

gradientes térmicos e limitações de temperatura para migração, desova e incubação

do ovo (CETESB, 2008)

2.3.4 Potencial hidrogeniônico (pH)

O pH é um parâmetro que indica se a água tem caráter ácido (pH < 7) ou

alcalino (pH >7). Ele é decorrente da concentração de íons de hidrogênio na água. As

alterações nesse valor podem afetar a vida aquática (flora e fauna). Os valores de pH

estão relacionados a fontes naturais, como dissolução de rochas, absorção de gases

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atmosféricos, oxidação da matéria orgânica e fotossíntese, e a fatores antropogênicos

pelos despejos de esgotos domésticos e industriais, devido a oxidação da matéria

orgânica e a lavagem ácida de tanques, respectivamente (SPERLING, 2005 apud

(XAVIER, 2010)).

Quando o pH ultrapassa os limites entre 6.0 e 9.0, interfere no ciclo da vida

aquática, provocando a morte dos peixes. Existem fatores físicos, químicos e

biológicos que isolados ou não, são responsáveis pelas alterações do pH, como o

aumento de CO2 e até a variação dia/noite associada ao processo de fotossíntese

(FERREIRA, 2005 apud (XAVIER, 2010)).

2.3.5 Demanda bioquímica de oxigênio (DBO)

A capacidade dos microrganismos presentes em uma amostra de água

natural em consumir oxigênio é chamada de Demanda Bioquímica de Oxigênio, DBO.

A substância mais habitualmente oxidada pelo oxigênio dissolvido em água é a

matéria orgânica de origem biológica, como a procedente de plantas mortas e restos

de animais (LIMA, 2004 apud (XAVIER, 2010)). É normalmente considerada como a

quantidade de oxigênio consumido durante um determinado período de tempo, em

uma temperatura de incubação específica. Um período de tempo de cinco dias em

uma temperatura de incubação de 20 ºC é usado e referido como DBO (SIMÕES,

2006 apud (XAVIER, 2010)).

Os maiores aumentos em termos de DBO, num corpo d’água, são

provocados por despejos de origem predominantemente orgânica. A presença de um

alto teor de matéria orgânica pode induzir ao completo esgotamento do oxigênio na

água, provocando o desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática

(XAVIER, 2010).

2.3.6 Sulfeto (S2-)

Em química, um sulfeto é a combinação do enxofre (estado de oxidação -

2) com um elemento químico ou um radical. Há poucos compostos covalentes do

enxofre, como o dissulfeto de carbono (CS2) e o sulfeto de hidrogênio (H2S) que

também são considerados como sulfetos (MAINIER, 2005).

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Os mecanismos de geração de H2S necessitam de uma fonte de enxofre,

tais como: sulfato solúvel (SO42−) em sedimentos marinhos, sulfato de cálcio (CaSO4)

ou sulfato de bário (BaSO4); um mediador como as bactérias ou as elevadas

temperaturas de sub superfície e um agente catalisador cuja presença implicará na

velocidade da reação de oxirredução. No caso das bactérias redutoras de sulfato

(BRS), outros parâmetros como pH, teor de matéria orgânica, salinidade, temperatura

e ausência de oxigênio são fundamentais no desenvolvimento do processo de

geração de H2S, conforme mostra a reação a seguir:

2 CH2O+ S42-

BRS→ H2S↑ +2HCO3

-

O sulfeto de hidrogênio devido a sua toxidez é capaz de irritar os olhos e/ou

atuar no sistema nervoso e respiratório dos seres humanos e, dependendo da

concentração, pode matar um ser humano em questão de minutos. Quando se respira,

o H2S penetra pelos pulmões e alcança a corrente sanguínea. Rapidamente o sistema

de proteção oxida o H2S, transformando-o em um produto praticamente inócuo na

corrente sanguínea. Mas também pode reagir com enzimas essenciais que contêm

elementos metálicos, como o cobre, o zinco e o ferro formando sulfetos metálicos, e,

consequentemente, acarretando a perda de sensibilidades importantes na vida do

homem. Entretanto, à medida que a concentração de H2S aumenta rapidamente, o

organismo não consegue oxidá-lo totalmente, e então, o excesso de H2S age no

centro nervoso do cérebro que comanda a respiração, resultando na paralisação do

sistema respiratório. Os pulmões param de trabalhar e a pessoa se asfixia e acaba

morrendo. (MAINIER, 2005)

2.3.7 Fósforo total

Há muito tempo é conhecida à importância do fósforo nos sistemas

biológicos. Esta importância deve-se a participação deste elemento em processos

fundamentais do metabolismo dos seres vivos, tais como: armazenamento de energia

(forma uma fração essencial da molécula de ATP) e estruturação da membrana celular

(através dos fosfolipídios) (LIMA, 2004 apud (XAVIER, 2010)).

O fósforo pode se apresentar nas águas sob três formas diferentes. Os

fosfatos orgânicos são a forma em que o fósforo compõe moléculas orgânicas, como

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a de um detergente, por exemplo. Os ortofosfatos que são representados pelos

radicais, que se combina com cátions formando sais inorgânicos nas águas e os

polifosfatos, ou fosfatos condensados, polímeros de ortofosfatos (CETESB, 2008).

2.3.8 Oxigênio dissolvido (OD)

O Oxigênio Dissolvido é necessário para a respiração de microorganismos

aeróbicos, bem como outras formas aeróbicas de vida. A quantidade de oxigênio que

pode estar presente na água é regulada por vários fatores, tais como: a solubilidade

do gás, a pressão parcial do gás na atmosfera, a temperatura, a salinidade, sólidos

em suspensão, etc. (BASTOS, 2007 apud (XAVIER, 2010))

Elemento essencial para a manutenção da vida aquática, a concentração

de oxigênio dissolvido pode atingir até 11mg/L. Os valores acima de 8mg/L são

encontrados em águas livres da poluição. As principais causas da queda da

quantidade de OD nas águas subterrâneas estão associadas ao esgoto doméstico e

industrial lançados, na maioria dos casos, sem nenhum tratamento prévio.

(FERREIRA, 2005 apud (XAVIER, 2010)).

2.3.9 Nitrogênio total

O nitrogênio pode ser encontrado nas águas nas formas de nitrogênio

orgânico, amoniacal, nitrito e nitrato. As duas primeiras chamam-se formas reduzidas

e as duas últimas, oxidadas. Pode-se associar a idade da poluição com relação entre

as formas de nitrogênio. Ou seja, se for coletada uma amostra de água e as análises

demonstrarem predominância das formas reduzidas significa que o foco de poluição

se encontra próximo; se prevalecer nitrito e nitrato denotam que a origem das

contaminações se encontra distantes. Nas zonas de autodepuração natural em rios,

distinguem-se as presenças de nitrogênio orgânico na zona de degradação,

amoniacal na zona de decomposição ativa, nitrito na zona de recuperação e nitrato na

zona de águas limpas (CETESB, 2008).

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2.3.10 Coliformes termotolerantes

Os intestinos humanos e os de animais de sangue quente alojam uma

grande quantidade de bactérias denominadas coliformes fecais, que mesmo

inofensivas, estão presentes nos esgotos domésticos juntamente com uma série de

outras bactérias patogênicas, causadoras de hepatite, diarreias e cólera entre outras.

Portanto a análise de coliformes fecais está associada aos microorganismos

patogênicos. (FERREIRA, 2005 apud (XAVIER, 2010)).

2.3.11 Salinidade

A salinidade é a concentração de sais minerais dissolvidos na água. Sendo

de fundamental importância em estudos de regiões estuarinas e costeiras, pois a

mesma é função direta da propagação das ondas de maré e do volume de contribuição

fluvial, além de atuar diretamente sobre a liberação e/ou remoção de elementos na

coluna d’água e nas interfaces. Isso torna ao estuário totalmente instável sobre o

ponto de vista químico (COSTA, 2008 apud (XAVIER, 2010)).

2.4 Metais traço

Os metais apesar de alguns serem essenciais, para plantas, animais, entre

outros seres vivos, ocorrem de forma natural no ambiente, mas estes vêm sendo

encarados como um dos grandes problemas da sociedade moderna devido ao

elevado uso de substâncias que contém esses elementos, impulsionado

principalmente pelos setores industriais e agrícolas (PINTO FILHO, 2010 apud

(FREITAS, 2010)).

Em geral, metais tóxicos estão presentes em quantidades diminutas no

meio aquático por ação de fenômenos naturais, mas podem ser despejados em

quantidades significativas por atividades industriais, agrícolas e por chorume (LIMA,

2004 apud (CRISTELLOTTI, 2011)).

Os metais diferenciam-se dos compostos orgânicos tóxicos por não serem

degradáveis, de maneira que podem acumular-se nos componentes dos ambientes

onde manifesta a sua toxicidade. A toxidade de uma dada concentração de metal

presente em um curso de água natural depende do pH e da quantidade de carbono

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dissolvido e em suspensão. A ocorrência dos metais nos corpos de água é devido a

despejos decorrentes principalmente de processos industriais na forma de

substâncias químicas orgânicas e/ou inorgânicas ou ainda de origem natural, oriunda

da própria rocha matriz (VIANA, 2006 apud (XAVIER, 2010)).

A ação química desses elementos tem despertado grande interesse

ambiental. Isto se deve, em parte, ao fato de não possuírem caráter de

biodegradabilidade, o que determina que permaneçam em ciclos biogeoquímicos

globais nos quais as águas naturais são seus principais meios de condução, podendo-

se acumular na biota aquática em níveis significativamente elevados (SILVA, 2002

apud (XAVIER, 2010)).

Alguns elementos como Co, Fe, Mn, Mo, Ni, Se e V são essenciais em

funções fisiológicas e bioquímicas. O Cu, Cr e Zn também podem ser considerados

essenciais, porém, em altas concentrações passam a ser tóxicos. Outros elementos

como Hg, Ag, As, Cd e Pb não têm funções biológicas conhecidas e são

comprovadamente tóxicos para o homem (DANTAS, 2009 apud (XAVIER, 2010)).

2.4.1 Níquel (Ni)

O níquel puro é um metal duro, branco prateado que pode combinar-se com

outros metais, tais como ferro, cobre, cromo e zinco para formar ligações (LIMA, 2004

apud (MINDRISZ, 2006)). Aproximadamente 65% do níquel consumido são

empregados na fabricação de aço inoxidável austênico e, outros 12%, em superligas

de níquel. O restante, 23%, é repartido na produção de outras ligas metálicas, baterias

recarregáveis, reações de catálise, cunhagens de moedas, revestimentos metálicos e

fundição. O níquel sofre mudanças no seu estado de oxidação indicando que o núcleo

de níquel é a parte ativa da enzima. Também está presente na enzima metil-CoM-

redutase e em bactérias metanogênicas. Possui papel biológico parecido com o ferro

por serem muito próximos (VIANA, 2006 apud (XAVIER, 2010)).

2.4.2 Cádmio (Cd)

O cádmio pode ser encontrado nas águas naturais não poluídas, em

sedimentos de fundo de leito e em partículas suspensas em concentrações inferiores

a 1 μg/L. A solubilidade do cádmio na água é determinada pela acidez. O metal é

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usado em pigmentos, em plásticos, anticorrosivos, placas elétricas, ou aço, sendo

os seus compostos utilizados em baterias elétricas, componentes eletrônicos e

fertilizantes (HADDAD, 2007 apud (XAVIER, 2010)).

No ambiente aquático, o cádmio é oxifílico e sulfofílico. Muitos tipos de

matéria orgânica, como açúcares, aminoácidos, polissacarídeos, ácidos

hidroxílicos de natureza aromática e alifática, complexam o referido metal

(COELHO, 2002).

A exposição humana ao cádmio ocorre pela ingestão de água e alimentos

contaminados (é um elemento bioacumulativo). Os efeitos agudos da contaminação

por cádmio em humanos são muito sérios e abrangem irritação local nas vias aéreas,

tosse persistente, dispnéia, dores toráxicas, náuseas e vômito quando o Cd é

inalado. O cádmio não apresenta até o presente, alguma função biológica conhecida

que o torne necessário ou essencial para os seres vivos (DANTAS, 2009).

2.4.3 Chumbo (Pb)

É considerado, um metal tóxico, pesado, macio, maleável e pobre condutor

de eletricidade. Apresenta coloração branco-azulada quando recentemente cortado,

porém adquire coloração acinzentada quando exposto ao ar. O mineral de chumbo

mais comum é o sulfeto denominado de galena (com 86,6% deste metal) (VIANA,

2006 apud (XAVIER, 2010)).

O Pb é vastamente utilizado na produção de baterias, soldas, ligas

metálicas, protetor de cabos, pigmentos, inibidor de ferrugem, munição, vidraria e

estabilizante plástico (GARLIPP, 2006 apud (XAVIER, 2010)).

Os efeitos do chumbo à saúde humana ocorrem pelos fatos dos alimentos

conterem chumbo por contaminação dos pesticidas e é um dos principais

componentes de chorume. O chumbo decorre do fato quando ingerido em

quantidades acima do limite considerado “normal”, pode ser muito prejudiciais à saúde

e até mesmo letal, pelo fato de ser acumulativo (LENZI, 2012).

2.4.4 Cobre (Cu)

De aparência metálica e cor marrom avermelhada, o cobre é um dos

poucos metais que ocorrem na natureza em estado puro. A exceção da prata é o metal

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que melhor conduz eletricidade. Destaca-se também por sua elevada condutividade

térmica, o que faz com que, devido a sua resistência à deformação e à ruptura, ele

seja matéria-prima preferencial para a fabricação de cabos, fios e lâminas (VIANA,

2006 apud (XAVIER, 2010)).

Em ambientes aquáticos o cobre ocorre tanto na forma solúvel como na

particulada e coloidal, sendo estas duas últimas as mais frequentes. A fração solúvel

pode conter tanto o íon livre, como o cobre complexado a ligantes orgânicos e

inorgânicos. Sua especiação em águas naturais é determinada pelas características

físicas, químicas e biológicas do ambiente (LENZI, 2012)

2.4.5 Mercúrio (Hg)

O mercúrio é usado na produção eletrolítica do cloro, em equipamentos

elétricos, amalgamas e como matéria-prima para compostos de mercúrio. Está

presente na forma inorgânica na água superficial e subterrânea. As concentrações

geralmente estão abaixo de 0,5µg/L, embora depósitos de minérios possam elevar a

concentração do metal na água subterrânea. A principal via de exposição humana ao

mercúrio é por ingestão de alimentos. O metal é altamente tóxico ao homem, sendo

que doses de 3 a 30 gramas são letais. Apresenta efeito cumulativo e provoca lesões

cerebrais.

A intoxicação aguda é caracterizada por náuseas, vômitos, dores

abdominais, diarreia, danos nos ossos e morte. Essa intoxicação pode ser fatal em 10

dias. O pescado é um dos maiores contribuintes para a transferência de mercúrio para

o homem, sendo que este se mostra mais tóxico na forma de compostos

organometálicos. O padrão de potabilidade fixado pela Portaria 518 do Ministério da

Saúde é de 0,001 mg/L (CETESB, 2008).

2.4.6 Zinco (Zn)

O zinco é oriundo de processos naturais e antropogênicos, dentre os quais

se destacam a produção de zinco primário, combustão de madeira, incineração de

resíduos, siderurgias, cimento, concreto, cal e gesso, indústrias têxteis, termoelétricas

e produção de vapor, além dos efluentes domésticos. Alguns compostos orgânicos de

zinco são aplicados como pesticidas. O metal é usado principalmente como

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revestimento protetor ou galvanizador para o ferro e o aço, e como componente de

diferentes ligas, especialmente de latão (VIANA, 2006 apud (XAVIER, 2010)).

O zinco só se torna prejudicial à saúde quando ingerido em concentrações

muito elevadas, o que é extremamente raro, e, neste caso, pode acumular-se em

outros tecidos do organismo humano. Nos animais, a deficiência em zinco pode

conduzir ao atraso no crescimento. O valor máximo permitido de zinco na água potável

é de 5 mg/L. A água com elevada concentração de zinco tem aparência leitosa e

produz um sabor metálico ou adstringente quando aquecida (CETESB, 2008).

2.4.7 Cromo (Cr)

Por estar presente na crosta terrestre, a principal fonte natural de cobre são

as poeiras. Outras fontes naturais são os vulcões, incêndios florestais e névoas

aquáticas. Como os outros metais, são também distribuídos através do meio ambiente

pela precipitação e fluxo das águas que transportam as partículas. Dependendo deste

fluxo, as partículas se depositam e formam os sedimentos (MEDEIROS, 2009 apud

(XAVIER, 2010)).

O cromo é utilizado na produção de ligas metálicas, estruturas da

construção civil, fertilizantes, tintas, pigmentos, curtumes, preservativos para madeira,

entre outros usos. A maioria das águas superficiais contem entre 1 e 10 µg/L de cromo.

Na forma trivalente, o cromo é essencial ao metabolismo humano e sua carência

causa doenças. Na forma hexavalente, é tóxico e cancerígeno. Os limites máximos

são estabelecidos basicamente em função do cromo hexavalente. A Portaria 518

estabelece um valor máximo permitido de 0,05 mg/L de cromo na água potável

(CETESB, 2008).

2.4.8 Bário (Ba)

O Bário é um elemento raro nas águas naturais, em teores de 0,0007 a 0,9

mg/L. As principais fontes naturais são: intemperismo e erosão de depósitos naturais,

normalmente veios, onde ocorre na forma de barita (BaSO4), ou feldspatos (BaAlSi2O3

) ricos em Ba. Entre as atividades humanas que introduzem bário no meio ambiente,

podemos citar: perfuração de poços, onde é empregado em lamas de perfuração;

produção de pigmentos, fogos de artifício, vidros e defensivos agrícolas. Pela

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resolução 20 do CONAMA, o limite permitido de Ba em águas de abastecimento, é de

1,0 mg/L. É um elemento muito tóxico acima deste teor. Sua ingestão provoca

elevação da pressão sanguínea, por vasoconstrição e bloqueio do sistema nervoso.

(CETESB, 2008)

2.5 Águas subterrâneas

2.5.1 Lençol freático

O lençol freático é caracterizado como um reservatório de água

subterrânea decorrente da infiltração da água da chuva no solo nos chamados locais

de recarga.

Abaixo dele há o que chamamos de zona de saturação: local onde o solo

(ou rochas) está encharcado pela água e que constitui o limite inferior do lençol

freático; e, como limite superior do lençol, existe a zona de aeração: local onde os

poros do solo (ou rochas) estão preenchidos parte por água e parte por ar. (LENZI,

2012)

O lençol freático é diretamente afetado pela topografia e vegetação do local

onde se encontra. Seu formato é delineado de acordo com o relevo do terreno e o tipo

de rochas e sua vazão varia de acordo com a vegetação, as características do terreno,

a vazão de descarga e a quantidade de chuvas. (LENZI, 2012)

A vegetação influi no lençol freático principalmente nos locais de recarga.

É ela que permite que a água das chuvas escorra lentamente pela superfície do solo

evitando a erosão, e faz com que a temperatura se mantenha relativamente baixa,

evitando a evaporação muito rápida, o que prejudicaria a infiltração. (LENZI, 2012)

Os lençóis freáticos são um tipo de reservatório das águas subterrâneas

chamados, também, de “aquíferos artesianos livres” aquífero é uma massa rochosa

que acumula água em quantidade elevada devido a alta porosidade e permeabilidade

do solo (ou rochas) onde se encontra. Quando eles se encontram a uma pressão

elevada, maior que 1 atm. (atmosfera), dá-se o nome de “artesianos”. Os “artesianos

livres” são aqueles que possuem pressão atmosférica igual a da superfície. (LENZI,

2012)

Essa diferença de pressão entre um tipo e outro de reservatório

subterrâneo se deve a ocorrência de desnível da superfície do aquífero e do

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confinamento de uma ou mais camadas de baixa permeabilidade que fazem pressão

sobre o líquido acumulado. Nos lençóis freáticos ou “aquíferos artesianos livres” não

há confinamento, a água flui livremente e, eles geralmente se encontram há uma

profundidade não muito grande. Quando isso ocorre e eles se encontram muito

próximos à superfície, pode acontecer da água “brotar” formando uma nascente.

(LENZI, 2012)

Os reservatórios subterrâneos geralmente têm uma água bastante limpa

devido à filtração natural que ela sofre ao escorrer pelo solo poroso. Tanto é que as

águas minerais podem ser consumidas sem necessidade de tratamento. Mas, nas

grandes cidades, ou mesmo no campo devido ao uso de agrotóxicos, a qualidade da

água presente nos lençóis freáticos é bastante prejudicada, principalmente junto aos

lixões. (LENZI, 2012)

A água subterrânea, por exemplo, além de ser um bem econômico, é

considerada mundialmente uma fonte imprescindível de abastecimento para consumo

humano, para as populações que não têm acesso à rede pública de abastecimento

ou para aqueles que, tendo acesso a uma rede de abastecimento, têm o fornecimento

com frequência irregular. No Brasil, o aquífero subterrâneo abastece 6.549.363

domicílios (19% do total), e, destes, 68,78% estão localizados na área rural,

abrangendo 11,94% de toda a população nacional (FREITAS, 2010).

2.5.2 Classificação das águas subterrâneas

RESOLUÇÃO CONAMA nº 396, de 3 de abril de 2008 Publicada no DOU nº

66, de 7 de abril de 2008, Seção 1, páginas 64-68. Dispõe sobre a classificação e

diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras

providências:

Art. 3º As águas subterrâneas são classificadas em:

I - Classe Especial: águas dos aquíferos, conjunto de aquíferos ou porção desses destinadas a preservação de ecossistemas em unidades de conservação de proteção integral e as que contribuam diretamente para os trechos de corpos de agua superficial enquadrados como classe especial;

II - Classe 1: águas dos aquíferos, conjunto de aquíferos ou porção desses, sem alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, e que não exigem tratamento para quaisquer usos preponderantes devido as suas características hidrogeoquímicas naturais;

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III - Classe 2: águas dos aquíferos, conjunto de aquíferos ou porção desses, sem alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, e que podem exigir tratamento adequado, dependendo do uso preponderante, devido as suas características hidro geoquímica naturais;

IV - Classe 3: águas dos aquíferos, conjunto de aquíferos ou porção desses, com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, para as quais não e necessário o tratamento em função dessas alterações, mas que podem exigir tratamento adequado, dependendo do uso preponderante, devido as suas características hidrogeoquímicas naturais;

V - Classe 4: águas dos aquíferos, conjunto de aquíferos ou porção desses, com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, e que somente possam ser utilizadas, sem tratamento, para o uso preponderante menos restritivo;

VI - Classe 5: águas dos aquíferos, conjunto de aquíferos ou porção desses, que possam estar com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, destinadas a atividades que não tem requisitos de qualidade para uso.

2.5.3 Propriedades Físicas e Químicas das Águas Subterrâneas

A percepção do homem das alterações da qualidade da água através de

seus sentidos dá-se pelas características físicas da água, pois se espera que esta

seja transparente, sem cor e sem cheiro. Na verdade, na natureza a água usualmente

possui cor, cheiro e até mesmo gosto (MINDRISZ, 2006)

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Tabela 1 - Propriedades Físico-Químicas das águas subterrâneas

Propriedades físicas e

químicas das águas

subterrâneas

Variação

Portaria 518/04

Ministério da Saúde VMP*

Observação

Temperatura

NÃO TEM – em profundidades

maiores: 1 oC a cada 30m

Aqüífero Botucatu:40-50 oC

- -

Cor

PURA – azulada

15 UH

- RICA Fe – arroxeada

RICA Mn – negra RICA ácidos húmicos -

Amarelada

Odor e sabor

NÃO TEM –

-

- Algumas fontes termais exalam

H2S Alguns compostos químicos –

dão odor e ou sabor

Turbidez - 5 UT -

Sólidos em suspensão

Sólidos Totais

NÃO TEM -

1000 mg L-1

-

Dissolvidos (STD)

pH Entre 5,5 e 8,5 - -

Ba elemento

muito tóxico

Raro nas águas naturais

0,0007 a 0,9 mg L-1 0,7 mg L-1

Ingestão eleva a pressão sanguínea e bloqueio do

Sistema nervoso

Ca 10 a 100 mg L-1 0,005 mg L-1

-

Cd elevado

potencial tóxico

Presente nas águas naturais

< 0,001 mg L-1 0,7 mg L-1

Acumula em organismos aquáticos entrada pela cadeia alimentar Sua

ingestão provoca disfunção renal,

hipertensão,

Pb

- 0,01 mg L-1

Aterosclerose e câncer Tem efeito acumulativo no homem, causa tonturas, irritabilidade, dor de cabeça, perda de memória

Cloreto (Cl-) < 100 mg L-1

-

Teores anômalos são indicadores de contaminação por água do mar, e por compostos muito solúveis Cu

Baixas concentrações devido a

pequena solubilidade

< 1 µg L-1

2,0 mg L-1 Aterros sanitários. A ingestão de altas doses irritação e corrosão da mucosa, problemas hepáticos, renais e depressão

Fe < 0,3 mg L-1 elemento persiste 0,3 mg L-1

Em contato com oxigênio o ar fica amarelo

Na Acompanhado sempre com Mg

Sempre presente

0,1 a 100 mg L-1

200 mg L-1

- Fonte: (MINDRISZ, 2006)

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3 REJEITOS DE CURTUMES

As indústrias de couro são conhecidas por utilizarem grande número de

substâncias químicas poluidoras em seus processos de secagem, curtimento e outras

preparações de couros e peles (BERGESCH & COSTA, 2010 apud (NUNES, 2012)).

O processo de transformação de peles em couros é normalmente dividido

em cinco etapas principais, conhecidas por ribeira, curtimento, acabamento molhado,

pré-acabamento e acabamento final. Estas etapas, em sua maioria, são processos

químicos, nos quais as peles ou couros reagem com os produtos utilizados

(BERGESCH & COSTA, 2010 apud (NUNES, 2012)).

O curtimento é um processo a parte que torna o couro inerte e

imputrescível, esse podendo ser mineral usando o cromo, vegetal usando extratos de

casca de angico e sintéticos usando resinas. Na maioria dos curtumes brasileiros o

curtimento mineral com cromo é o mais utilizado, pelo tempo relativamente curto de

processo e pela qualidade que confere aos couros em suas principais aplicações. A

fonte de cromo normalmente utilizada é o sulfato básico de cromo, onde este se

encontra no estado trivalente, essa matéria-prima liga-se as proteínas acidificadas da

pele impedindo sua biodegradação e gerando o couro, que é a pele já curtida. No

entanto, esforços crescentes para sua substituição são verificados, devido ao seu

impacto ambiental potencialmente negativo. (OGATA, 2010 apud (NUNES, 2012)).

Estes resíduos, provenientes do setor Coureiro Calçadistas, são

classificados como classe I (perigosos), devido à presença de cromo e constituem um

grave problema ambiental devido às restrições cada vez mais rigorosas para sua

destinação final. A opção mais utilizada pelas empresas do setor é dispor seus

resíduos em aterros, o que apresenta vários inconvenientes, como possíveis

contaminações ao solo, água superficiais, lençol freático (MORAES & BIDONE, 2002)

e os metais pesados serem absorvidos pelas plantas, contaminando a cadeia

alimentar (BRITO, 1999 apud (NUNES, 2012)). Senário que se observa na antiga

fabrica Curti France conforme fotografias 1 e 2.

A presença do cromo nas águas, no solo e no ar, é prejudicial ao meio

ambiente e a saúde dos seres vivos, esse metal pesado em excesso pode causar

inúmeras doenças, temos como exemplo o câncer. Para tanto se faz necessário uma

maior conscientização por parte dos geradores deste resíduo, para com o correto

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tratamento do mesmo, com o intuito de minimizar os impactos causados por esse e

outros metais pesados. (LENZI, 2012)

Fonte: o Autor (2014)

Fonte: o Autor (2014)

Fotografia 1 - Piscinas de rejeitos do Curtume Curti France Redenção – PA

Fotografia 2 - Piscinas de rejeitos do Curtume Curti France Redenção – PA

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3.1 Estudo do elemento cromo

Para o cromo, o número de oxidação mais alto corresponde ao total de

elétrons dos subniveis 3d e 4s. Os estados de oxidação variam de 2- a 6+ mas apenas

o 3+ e o 6+ são os mais estáveis no ambiente. O estado trivalente é a forma mais

estável sob condições de redução e está presente como espécies catiônicas -

produtos de primeira e segunda hidrólises [Cr(OH)2+ ; Cr(OH)3] na faixa de pH de 4 a

8. Esta hidrolização está diretamente correlacionada com a reatividade do íon uma

vez que a ruptura da esfera de coordenação simétrica que o metal forma com a água

diminui progressivamente a sua reatividade. (BARROS, 2012)

A concentração deste elemento varia grandemente com a natureza da

rocha ou sedimentos. As maiores concentrações de cromo são encontradas

geralmente associadas há sólidos bastante pequenos. (BARROS, 2012)

O cromo no meio ambiente ocorre naturalmente como mistura de diversos

isótopos 50Cr(4,31%), 52Cr(83,76%), 53Cr(9,55%) e 54Cr(2,38%). O cromo em sistemas

aquáticos para águas não poluídas ou marinhas a concentração típica é de 50nmol/L.

No entanto, tem-se observado concentrações bastante altas como 4µmol/L. Tal

fenômeno pode ser explicado devido a espécies cromato muito solúvel. Tem sido

detectada a presença de Cr2O3, Cr2(SO4)3 além de CrO2, H2CrO4 e Na2Cr2O7

(BARROS, 2012). A figura 3 mostra o aspecto do Sulfato de Cromo (Cr2 (SO4)3 )

usado na indústria de Couros.

Figura 3 – Cr2 (SO4)3 usado na indústria de curtume.

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Para a maioria das águas não poluídas, a concentração de cromo é de

50µg/L. Este valor é recomendado como água potável pela Comissão de

Comunidades Europeias e OMS.

3.2 Qual a diferença entre lixão e aterro sanitário?

O Brasil ainda destina grande parte do lixo de forma incorreta. Cerca de

1.600 municípios brasileiros destinam seus resíduos em lixões. A maior parte deles,

855, está localizada no Nordeste (ABRELPE, 2012). Segundo o (IBGE, 2014) afirma

que a região, junto com o Norte do país, leva mais de 80% dos seus resíduos para

lixões. Todas as regiões, no entanto, vivem o problema. A Política Nacional dos

Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em 2010, prevê a extinção dos lixões no Brasil

até 2014.

A produção de lixo vem aumentando cada vez mais. Em 2010, a geração

de resíduos sólidos urbanos cresceu 6,8% em relação a 2009 (ABRELPE, 2012).

Aliado a isso, os números do (IBGE apud (ABRELPE, 2012)) não são tão animadores:

apenas 27,7% dos resíduos no Brasil vão, de fato, para aterros sanitários. Mas qual é

a diferença entre lixão e aterro sanitário?

O lixão é um grande espaço destinado apenas a receber lixo. Isso significa

que nada é planejado para “abrigar” os resíduos de forma menos agressiva ao meio

ambiente. Não há tratamento para o chorume, líquido liberado pelo lixo, que

contamina o solo e a água. Por lá, não é difícil encontrar ratos e insetos circulando

livremente. Os resíduos ficam, literalmente, a céu aberto. (ABRELPE, 2012)

Já no aterro sanitário, o lixo é depositado em local impermeabilizado por

uma base de argila e lona plástica, o que impede o vazamento de chorume para o

subsolo. Diariamente, o material é aterrado com equipamentos específicos para este

fim. Existem, também, tubulações que captam o metano, gás liberado pela

decomposição de matéria orgânica e que pode ser usado para gerar energia.

(ABRELPE, 2012)

Os aterros controlados são intermediários entre lixão e aterro sanitário.

Neles, há cobertura diária do lixo com terra, importante para evitar mau cheiro e

proliferação de insetos e animais, mas a capacidade de impedir a contaminação do

solo e águas subterrâneas não é completa. (ABRELPE, 2012)

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Mesmo com determinação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos

(PNRS), instituída em 2010, prevê a extinção dos lixões no Brasil até 2014 (ABRELPE,

2012), não se vê nenhum movimento das autoridades Estadual e Municipal para a

extinção do mesmo ou para transformação em aterro sanitário. Com isso a cidade que

passa por uma expansão habitacional que pode comprovar através de aparecimento

de novos bairros e condomínios na região próxima ao lixão, sem que as pessoas

residentes nos mesmo tenham a dimensão do perigo que podem está exposta.

3.3 Estudo do chorume

O chorume é um resíduo líquido de elevada carga orgânica e forte

coloração, produzido pela decomposição química e microbiológica dos resíduos

sólidos depositados em um aterro. A sua composição química apresenta grande

variabilidade, uma vez que, além de depender da natureza dos resíduos depositados,

da forma de disposição, manejo e da idade do aterro, é extremamente influenciada

por fatores climáticos, dentre os quais se podem destacar a quantidade de chuva e a

temperatura (MORAIS, 2005)

De maneira geral, o chorume pode ser considerado como uma matriz de

extrema complexidade, composta por quatro frações principais: matéria orgânica

dissolvida (formada principalmente por metano, ácidos graxos voláteis, compostos

húmicos e fúlvicos), compostos orgânicos xenobióticos (representados por

hidrocarbonetos aromáticos, compostos de natureza fenólica e compostos

organoclorados alifáticos), macrocomponentes inorgânicos (dentre os quais se

destacam Ca, Mg, Na, K ,NH4+ , Fe, Mn, Cl, SO4

2−e CO32−) e metais potencialmente

tóxicos (ex. Cd, Cr, Cu, Pb, Ni e Zn) (MORAIS, 2005). As fotografias 3 e 4 mostram o

Lixão da Cidade de Redenção.

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44

Fonte: O Autor, (2014)

Fonte: O Autor, (2014)

O impacto produzido pelo chorume no meio ambiente é bastante

acentuado. Estudos recentes demonstram que efeitos adversos podem ser

observados no solo, mesmo a distâncias superiores a 100 m do aterro, assim como

alterações na biota aquática, principalmente nas imediações da descarga. Por este

motivo, a implementação de sistemas de coleta e tratamento é essencial.

Fotografia 3 - Lixão de Redenção - PA

Fotografia 4 - Lixão de Redenção - PA.

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45

No Brasil, a forma de tratamento mais comum é de natureza biológica. Este

tipo de processo pode ser considerado eficiente no tratamento de chorume de aterro

novo, rico em ácidos graxos voláteis e elevado valor de Demanda Bioquímica de

Oxigênio (DBO). Entretanto, inúmeros problemas são detectados no tratamento de

chorume de celas mais antigas (chorume maduro), o qual costuma apresentar

reduzida disponibilidade de matéria orgânica biodegradável, altas concentrações de

nitrogênio amoniacal, metais potencialmente tóxicos e substâncias húmicas, além de

outras espécies complexas que resultam da condensação de núcleos aromáticos. Em

geral, admite-se que a permanência de compostos de alta massa molecular no

lixiviado de aterro sanitário é um dos fatores responsáveis pela redução considerável

de sua biodegradabilidade (determinada pela relação DBO/DQO) ao longo do tempo.

(MORAIS, 2005)

O Chorume pode causar sérios riscos às plantas e aos animais que irão

consumi-las. Quando se ingere estes animais entra-se em contato também com os

metais pesados, afetando seriamente nossa saúde. A presença destes metais em alta

concentração no organismo pode causar, por exemplo, vômitos, diarreia, tumores no

fígado, tumores na tireoide, dermatoses, rinites, problemas pulmonares e também

sérias alterações gastrointestinais e neurológicas. (MORAIS, 2005)

Para evitar esta agressão à natureza e aos seres vivos o Chorume deve

ser tratado, evitando assim que ele atinja manancial e outros seres vivos. Além do

problema do Chorume em si, outros problemas e doenças podem decorrer de sua

presença, pois o Chorume costuma atrair insetos como baratas, mosquitos, moscas e

alguns roedores que podem transmitir diversas doenças aos seres humanos.

(MORAIS, 2005)

Diante destes fatos, fica clara a necessidade de se manejar os resíduos

sólidos de maneira eficaz, tanto de forma doméstica, adotando hábitos diferenciados

em casa; quanto em grande escala, com aterros sanitários seguros, por exemplo.

Além de, evitar o desperdício de alimentos, separar o lixo reciclável, e destinar

corretamente o óleo de cozinha, pilhas e baterias, são algumas medidas simples que

podem ser executadas no dia a dia. Se toda a população as tomasse, o chorume não

seria um grande poluidor, já que grande parte do seu perigo advém das substâncias

tóxicas que contém, e não do lixo orgânico em si. Quanto a este último, pode ser

utilizado para adubar plantas, a partir de compostagens. (MORAIS, 2005)

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Aterros sanitários mais atuais, além de serem construídos em locais

distantes de fontes de água (mesmo subterrâneas), são revestidos por mantas que

captam o chorume, sendo coletado e transportado a estações de tratamento de

esgoto. Uma medida interessante que vem sendo cada vez mais discutida e

empregada é a utilização deste líquido para a produção de gás natural. (MORAIS,

2005)

Com o auxílio de uma bomba pneumática, o chorume dos aterros pode ser

captado, e seus gases utilizados para a produção de energia em usinas

termoelétricas. Assim é reduzida a emissão de poluentes, ao mesmo tempo em que é

produzida energia mais limpa e barata. (MORAIS, 2005)

4 A ESTATÍSTICA MULTIVARIADA

A Estatística Multivariada é definida como um conjunto de métodos

estatísticos utilizados em situações nas quais várias variáveis são medidas

simultaneamente em cada unidade experimental, ou seja, é o ramo da estatística que

tem por objetivo o resumo, a representação, a análise e a interpretação de dados

amostrados de populações nas quais para cada unidade experimental são avaliadas

diversas variáveis respostas, contínuas ou não.

Os métodos de análise de dados multivariados permitem um estudo global

dessas variáveis, colocando em evidência as ligações, semelhanças ou diferenças

entre elas, perdendo o mínimo de informação. (SARTÓRIO, 2008)

4.1 Análise de cluster

A análise de Cluster é um processo de partição de uma população

heterogênea em vários subgrupos mais homogêneos. No agrupamento, não há

classes pré-definidas, os elementos são agrupados de acordo com a semelhança, o

que a diferencia da tarefa de classificação. (DONI, 2004)

A medida de similaridade destaca–se pelo o uso da matriz de similaridade. Em

seguida, a descrição dos métodos com seus algoritmos, funções distância e de

algumas características.

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A análise de Cluster busca agrupar elementos de dados baseando-se na

similaridade entre eles. Os grupos são determinados de forma a obter-se

homogeneidade dentro dos grupos e heterogeneidade entre eles. A necessidade de

classificar elementos em grupos por suas características está presente em várias

áreas do conhecimento, tais como nas ciências biológicas, ciências sociais e

comportamentais, ciências da terra, medicina, informática e entre outras. (DONI,

2004)

Os resultados são dados através de métodos hierárquicos consiste em uma

série de sucessivos agrupamentos ou sucessivas divisões de elementos, onde os

elementos são agregados ou desagregados. Os métodos hierárquicos são

subdivididos em métodos aglomerativos e divisivos. Os grupos, nos métodos

hierárquicos, são geralmente representados por um diagrama bi-dimensional

chamado de dendograma ou diagrama de árvore. Neste diagrama, cada ramo

representa um elemento, enquanto a raiz representa o agrupamento de todos os

elementos. A figura 4 traz um exemplo de dendograma. (DONI, 2004)

Figura 4 – Exemplo de dendograma

Fonte: Modificada de (DONI, 2004)

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5 MATERIAIS E MÉTODOS

Visando identificar os riscos existentes no uso da água subterrânea que

são consumidas e usadas como meio de irrigação por pequenos produtores que

habitam a região que se encontram próximo da antiga indústria de couro curtume Curti

France e vizinho ao lixão que recebe toda a carga de dejetos da cidade de Redenção

– PA foram selecionados quatro poços tubulares com profundidade média de 20m,

localizados na área de estudo que possui a seguinte localização geográfica conforme

as fotografias mostradas abaixo.

Fonte: o Autor (2014)

Fotografia 5 - Poço 1: S 8º 3`14” e O 40º 58`42”

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Fotografia 6 - Poço 2: S 8º 3`15” e O 49º 58`30”

Fonte: o Autor (2014)

Fonte: o Autor (2014)

Fotografia 8 - Poço 4: S 8º 3`32” e O 49º 58`40”

Fonte: o Autor (2014)

Fotografia 7 - Poço 3: S 8º 3`31” e O 49º 53`41”

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Além desses, foi selecionado um Poço denominado de montante afastado

5 Km com a seguinte localização geográfica conforme a fotografia abaixo.

Fonte: o Autor (2014)

Com essa distância não irá sofrer influência do local em estudo, que servirá

de padrão para comparação com os resultados obtidos dos poços localizados na área.

Em poços de abastecimento para as análises físicas – química, microbiológica e de

metais, nos meses de Abril e Agosto de 2014.

A coleta de água seguiu as recomendações da NBR 9898 e do Standart

methods for the examination of water and wastewater (APHA, 2005 apud

(CETESB, 2008)). Todas as amostragens de águas de consumo serão feitas em

replicada. Para coleta de amostras de águas subterrâneas foram utilizados frascos de

polipropileno com capacidade de um (01) litro, sendo analisados in loco parâmetros

físico-químicos como pH, condutividade e temperatura usando o pHmêtro (marca

Quimis modelo Q400mt) e turbidez (marca Hach modelo 2100AN) através de métodos

potenciométricos.

Na sequência, as amostras foram imediatamente transportadas para o

Laboratório de Toxicologia da SAMAM/IEC por via área, onde foram analisados outros

parâmetros físico-químicos como TDS, OD, ORP, turbidez, Cor aparente, Cor Real,

STS (sólido total em suspensão), DBO (demanda bioquímica de oxigênio), DQO

(demanda química de oxigênio), Sulfeto, Alcalinidade Total, Fluoreto, Cloreto, Nitrito,

Nitrato, Sulfato, Fosfato, Lítio, Sódio, Amônio, Potássio, Magnésio, Cálcio, Dureza, N-

amoniacal, Fósforo Total, a partir de métodos espectrofotométricos para metais e

Fotografia 9 – Poço 5: S 8º 4`16” e O 49º 56`28”

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elementos traços utilizou-se métodos espectroanalíticos e comparada com a

legislação federal vigente, por meio de filtração prévia em papel de filtro de porosidade

média, determinando-se os elementos por meio das técnicas de espectrometria de

emissão óptica com fonte de plasma induzido (ICP-OES) - Spectroflame M 120E, da

Spectro Analytical Instruments e, espectrometria de absorção atômica com forno de

grafita (AA), modelo Perkin Elmer Analyst 800. As soluções padrão multi elementares

foram preparadas a partir dos analitos: alumínio (Al), bário (Ba), boro (B), cádmio (Cd),

cálcio (Ca), chumbo (Pb), cromo (Cr), cobalto (Co), cobre (Cu), estrôncio (Sr), fósforo

(P), ferro (Fe), magnésio (Mg), manganês (Mn), molibdênio (Mo), níquel (Ni), potássio

(K), prata (Ag), sódio (Na), vanádio (V) e zinco (Zn).

Nas análises microbiológicas foi utilizada a técnica do substrato

cromogênico definido ONPG-MUG (COLLILERT/QUANTI-TRAY®) de acordo com as

recomendações do fabricante e do Standard Methods for the Examination of Water

and Wastewater (APHA/ AWWA/WEF, 1998).

Em seguida, foi calculada a média dos parâmetros de qualidade da água

para serem utilizados nas comparações com os padrões do CONAMA 357/05 e

portaria 2914/11 do Ministério do Meio Ambiente que serão usadas para o

enquadramento dos poços. Na modelagem estatística usando o software Minitab17

gerando gráficos de similaridade de Cluster para os poços em estudo.

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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na tabela 2 são apesentados os resultados dos parâmetros físico–químicos e na

tabela 3 são apresentados os resultados dos parâmetros para metais.

Tabela 2 - Resultados dos parâmetros físicos – química e microbiológica coleta em Abril de 2014.

Fonte: o Autor (2014)

CONAMA Poço 1 Poço 2 Poço 3 Poço 4 Poço 5

SAL 0.7 0.05 0.2 0.23 0.01

Oxigênio dissolvido (OD) ≥ 5 4.1 3.8 2.8 3.3 5.1

Cor Real NA NA NA NA NA

Alcalinidade - NA NA NA NA NA

Cloro Livre 0,02 a 2 NA NA NA NA NA

Fluoreto 10 0.03 0.07 0.01 0.03 0.03

Cloreto 250 113.53 0.19 84.69 104.88 0.55

Nitrito 1 <LD <LD <LD <LD <LD

Nitrato 10 0.03 1.52 12.31 12.35 0.63

Sulfato 250 <LD <LD <LD 2 <LD

Lítio 2.5 <LD 0.01 0.01 <LD <LD

Sódio 200 71.23 10.66 28.58 72.5 6.14

Potássio 2.16 2.8 6.41 2.24 1.8

Magnésio 2.15 2.69 7.91 2.22 1.35

Cálcio 19.33 7.7 23.68 19.59 4.49

Dureza 500 21.48 10.39 31.59 21.81 5.84

Fosforo-Total <LD <LD <LD <LD <LD

N-Amoniacal 20 <LD <LD <LD <LD <LD

Coliformes totais / 100mL* 24196 10462 >2419,6 19863 >2419,6

Echerichia coli / 100mL* 200/100 mL 1296 1464 275.5 2489 121.1

31

200/100 mL

32 22

Col. Termotolerantes/100mL* 4106 1872 686.7 12033 920.8

≤ 40

100 1236 99.8 373.8 422.5

1000

DQO

5

DBO 20 12 26 19 20

15 70 8 6 1

≤ 5

23 20

Cor

1

Sólidos totais suspenso (STS) 18 4 3 3 2

5 17 2 8 <LD

-

Turbidez

26.3

Sólidos totais dissolvidos (STD) 897 74.1 276.3 310 19.5

Condutividade

6.64 6.65

Temperatura 19.4 18.7 18.7 19 18.9

6 - 9,5pH 6.89 6.82 6.6

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Tabela 3 - Resultado para Metais em Abril de 2014

Fonte: o Autor (2014)

6.1 Estudo dos resultados alcançados no poço montante com padrão do

conama 357/05, portaria 2914/11do ministério do meio ambiente e portaria

518/04.

6.1.1 Estudo dos Parâmetros Físicos – química do poço Montante na 1ª Coleta.

Fazendo uma comparação entre o poço de montante com os padrões do

CONAMA 357/05 e portaria 2914/11 do Ministério do Meio Ambiente para pH,

condutividade, STD, OD, turbidez, DBO, fluoreto, cloreto, nitrito e nitrato todos estão

dentro dos padrões de potabilidade de água subterrânea.

6.1.2 Estudo dos Parâmetros Microbiológicos do Poço Montante na 1ª Coleta.

A Portaria 518/04 do Ministério da Saúde exige ausência em 100 mL de

Escherichia coli ou Coliformes termotolerantes em água para consumo humano em

toda e qualquer situação, incluindo fontes individuais como poços, minas, nascentes,

dentre outras.

Como parâmetros microbiológicos foram utilizados os coliformes totais e

Escherichia coli. Segundo resultados obtidos, a situação do poço montante foi

identificada alterações nos valores de coliformes termotolerantes podendo ser a

provável causa de essa alteração a uma grande concentração de bovinos no local

onde se localiza o mesmo.

AMOSTRAS mg/L Al Ba Cd Co Cr Cu Fe Mn Ni Pb Zn

CONAMA 0.200 0.700 0.005 0.005 2.000 0.300 0.100 0.020 0.010 5.000P1 0.038 0.038 0.038 0.038 0.038 0.038 0.038 0.038 0.038 0.038 0.038P2 0.005 0.176 -0.001 0.002 -0.001 -0.007 0.000 0.000 -0.005 -0.024 -0.043P3 0.010 1.252 0.000 0.001 0.001 -0.006 0.001 0.000 0.003 -0.027 -0.047P4 0.016 0.202 -0.002 0.004 -0.001 -0.005 0.009 0.114 -0.004 -0.024 -0.047P5 0.009 0.038 -0.001 0.000 0.001 -0.008 -0.001 0.001 -0.010 -0.031 -0.042

RESULTADOS PARA METAIS

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6.1.3 Estudo dos Parâmetros de Metais do Poço Montante na 1ª Coleta.

Fazendo uma comparação entre os resultados dos metais do poço

montante com o padrão do CONAMA 357/05, foi observado que todos os metais

encontram-se dentro dos limites estabelecidos.

6.2 Estudo comparativo dos parâmetros dos poços de jusante e montante

6.2.1 Estudo dos Parâmetros Físicos – química na 1ª Coleta.

Fazendo uma comparação entre os poços localizados na área de estudo e

poço montante podemos fazer as seguinte observações, com relação ao pH e a

temperatura, todos possuem valores aproximados se comparado com poço montante.

Comparando-se com o poço montante todos os poços possuem elevados

valores de condutividade, STD, STS e Sódio.

O resultado para cor apenas o poço 1(um) teve um elevado valor quando

comparado com poço montante. Para DBO todos os poços tem o valor próximo com

exceção do poço 2 (dois). Para DQO e Nitrato os poços três e quatro obtiveram os

valores acima do valor para o poço montante.

Para Fluoreto todos os poços obtiveram valores aproximados ao poço

montante. Já para Cloreto, com exceção do poço 2 (dois), todos os outros obtiveram

valores muito acima dos valores obtidos para o poço montante.

Para Potássio, Magnésio, Cálcio e dureza todos os poços obtiveram

valores acima do encontrado para o poço montante.

6.2.2 Estudo dos Parâmetros Microbiológicos na 1ª Coleta.

Para Coliformes totais os poços 1 (um), 2 (dois) e 4 (quatro) obtiveram os

valores muito acima dos valores obtidos para o poço montante. Coliformes termos

tolerantes os poços 1 (um), 2 (dois) e 4 (quatro) obtiveram valores acima do poço

montante e para o poço 3 (três) o valor encontrado foi menor do que o encontrado

para o poço montante.

6.2.3 Estudo dos Parâmetros de Metais na 1ª Coleta.

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Para metais os poços 2 (dois), 3 (três) e 4 (quatro) possuem os valores para

o elemento Bário (Ba) muito acima do valor encontrado para o poço jusante e o poço

1 (um) apresentou o valor acima do poço jusante para o elemento Cromo (Cr).

6.3 Estudo dos resultados dos poços de amostra com os padrões conama e

portarias

6.3.1 Estudo dos Parâmetros físico-químicos na 1ª Coleta.

Fazendo uma comparação com as portarias do ministério do meio ambiente

e padrões do CONAMA 357/05, obtivemos os seguintes resultados.

Quanto ao parâmetro turbidez, segundo a Portaria 518/04 do Ministério da

Saúde, o limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser de 5,0 UT e foi

verificado que os poços 1 (um) e 3 (três) estão dentro dos limites. No entanto, este

parâmetro não apresenta implicações diretas na saúde humana. Podemos observar

também que os poços apresentam o pH dentro do limite estabelecido pela legislação,

que no art. 16 § 1o, recomenda que, no sistema de distribuição, o pH da água seja

mantido na faixa de 6,0 a 9,5. Já os parâmetros cloreto, dureza e sólidos totais

dissolvidos tem seus valores dentro do limite, atendendo às exigências normativas da

legislação. Para cloreto determina-se valores abaixo de 250 mg/L, para dureza

500mg/L e para sólidos totais dissolvidos 1.000 mg/L. Sendo assim, todas as amostras

estão dentro do limite, desses parâmetros.

As concentrações iônicas e a temperatura indicam a quantidade de sais

existentes na coluna d’água e, portanto, representa uma medida indireta da

concentração de poluentes. Em geral, níveis superiores a 100 μS/cm indicam

ambientes impactados. Altos valores podem indicar características corrosivas da

água. Tais características, foram observados nos poços 1 (um), 2 (dois) e 4 (quatro).

Já alcalinidade é um parâmetro apenas complementar, pois elevados

valores de alcalinidade podem significar substâncias que conferem gosto à água, já

que a alcalinidade é causada por sais alcalinos, principalmente de sódio e cálcio

nenhum dos poços apresentou valor detectável para esse parâmetro. A legislação

exige que gosto e odor não devam ser detectados, como ocorreu em todos os poços.

Com relação ao oxigênio dissolvidos OD todos os poços de jusante se

mostraram abaixo do valor mínimo (>5 mg/L) permitido pela resolução do CONAMA.

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Os valores acima de 8 mg/L são encontrados em águas livres da poluição. As

principais causas da queda da quantidade de OD nas águas subterrâneas estão

associadas ao esgoto doméstico e industrial lançados, na maioria dos casos, sem

nenhum tratamento prévio. (FERREIRA, 2005 apud (XAVIER, 2010)).

6.3.2 Estudo dos Parâmetros microbiológicos na 1ª Coleta.

A Portaria 2914/11 do Ministério da Saúde exige ausência em 100 mL de

Escherichia coli ou Coliformes termotolerantes em água para consumo humano em

toda e qualquer situação, incluindo fontes individuais como poços, minas, nascentes,

dentre outras. Como parâmetros microbiológicos deste trabalho, foram utilizados os

coliformes termotolerantes.

Segundo resultados obtidos, a situação atual na maioria dos poços é

alarmante por ter sido, na grande maioria, identificado alto valores de coliformes

termotolerantes. Esses dados são preocupantes, pois indicam risco à saúde humana.

Segundo (FREITAS, 2010) as principais doenças de veiculação hídrica são:

amebíase, giardíase, gastroenterite, febre tifoide e paratifoide, hepatite infecciosa e

cólera.

6.4 Estudo dos parâmetros de metais na 1ª coleta

No poço 3 (três) o metal Bário (Ba) foi encontrado acima do valor

estabelecido pela Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde e a Resolução

CONAMA nº 396/2008 que estabelecem como limite máximo da presença desse

elemento para consumo humano em 0,7 mg/L e o valor encontrado foi de 1.252 mg/L

quase o dobro do valor estabelecido por tal portaria provavelmente devido a família

onde está localizado este poço possui grande atividade pecuária e agricultura fazendo

uso constante de fertilizantes. Em geral, ocorre Bário nas águas naturais em

concentrações muito baixas. Sua ingestão em doses superiores aos valores máximos

permitidos pela legislação vigente para potabilidade pode acarretar aumento da

pressão sanguínea por vasoconstrição, causando sérios efeitos tóxicos sobre o

coração (HELLER (2006) apud (LIMA, 2010)).

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6.5 Análise estatística

Dendograma 1 - Das propriedades físico–química da 1ª Coleta.

OBSERVAÇÃO

SIMILARIDADE

43521

0.00

33.33

66.67

100.00

DENDOGRAMA DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO - QUÍMICAS

Fonte: o Autor (2014)

Observa-se através do gráfico de Cluster que os poços 2 (dois) e 5 (cinco)

possuem a maior similaridade com 54,99% e os poços 3 e 4 também apresentam

grande similaridade com 50,70% valor muito aproximado ao da primeira comparação,

com relação ao poço 1(um) não apresenta nenhuma similaridade com os outros

poços.

Dendograma 2 - Das propriedades Microbiológicas na 1ª Coleta.

OBSERVAÇÃO

SIMILARIDADE

53241

0.00

33.33

66.67

100.00

DENDOGRAMA DAS PROPRIEDADES MICROBIOLÓGICAS

Fonte: o Autor (2014)

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Observa-se através do gráfico de Cluster que os poços 3 (três) e 5 (cinco)

possuem 98,34% de similaridade com relação a suas características microbiológicas,

com uma similaridade de 71,53% o poço 2 (dois) apresenta características muito

parecidas ao poços 3 (três) e 5 (cinco), já os poços 1 (um) e 4 (quatro), apresentam

41,72% de similaridade de suas características microbiológicas não apresentando

nenhuma relação com os outros poços.

Dendograma 3 - Das propriedades Metais na 1ª Coleta.

Observação

Sim

ila

rid

ad

e

34521

0.00

33.33

66.67

100.00

DENDOGRAMA DOS POÇOS COM RELAÇÃO AOS METAIS

Fonte: o Autor (2014)

Observa-se através do gráfico de Cluster que os poços 2 (dois) e 5 (cinco)

possuem a maior similaridade com 57% e o poço 4 com 48,4% e o poço 3 (três) com

48,3% de similaridade com os poços 2 (dois) e 5 (cinco), com relação ao poço 1(um)

não apresenta nenhuma similaridade com os outros poços.

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Dendograma 4 – Das propriedades físico-química e microbiológica na 1ª Coleta.

OBSERVAÇÃO

SIMILARIDADE

43521

0.00

33.33

66.67

100.00

DENDOGRAMA DASPROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICA

Fonte: o Autor (2014)

Observando de uma maneira geral todas as propriedades através do

gráfico de Cluster e sabendo que o poço 5 (cinco) e o poço montante que serviu como

padrão para as comparações chegamos à conclusão que o poço 2 (dois) possui

similaridade em 55,67% de suas propriedades com o poço montante, ou seja, possui

grande parte de suas propriedades físico – químicas e microbiológicas semelhantes

ao do poço montante, com relação ao poço 3 (três) e 4 (quatro) possuem 39,52% de

similaridade em suas propriedades físico-químicas e microbiológicas e 16,22% com

os poços 2 (dois) e 5 (cinco), com relação ao poço 1(um) não apresenta nenhuma

similaridade com os outros poços, este resultado pode ser justificado através de sua

localização já que o mesmo se encontra mais próximo do córrego dos Bretas que

durante o período de cheia recebe toda a carga lixiviada do lixão e do pasto

encontrado na área onde está localizada, podendo ser infiltrado durante o período

chuvoso, fazendo com que suas propriedades físico-químicas e microbiológicas

estejam muito alteradas se comparada com portaria 2914/11do ministério do meio

ambiente e padrões do CONAMA 357/05.

6.6 Estudo dos resultados alcançados no poço montante com padrão do

CONAMA 357/05, portaria 2914/11do Ministério do Meio Ambiente e portaria

518/04 na 2ª coleta

Na tabela 4 são apesentados os resultados dos parâmetros físico–químicos e na

tabela 5 são apresentados os resultados dos parâmetros para metais.

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60

Tabela 4 - Resultados dos parâmetros físico–química e microbiológica coleta em Agosto de 2014.

Tabela 5 - Resultado para Metais em Agosto de 2014.

6.7 Estudo dos resultados alcançados no poço montante com padrão do

CONAMA 357/05, portaria 2914/11do Ministério do Meio Ambiente e portaria

518/04.

CONAMA Poço 1 Poço 2 Poço 3 Poço 4 Poço 5

pH 6 - 9,5 6,075 6,095 5,465 5,825 5,955Temperatura ≤ 40 23.40 23.15 23.10 23.15 23.25

Condutividade 100 333,0 116,7 542,0 370,8 65,4Sólidos totais dissolvidos (STD) 1000 223.25 78.7 364 310.5 44.2

SAL 0.16 0.06 0.27 0.18 0.03Oxigênio dissolvido (OD) ≥ 5 5.42 4.77 4.75 4.895 4.86

Turbidez 5 12.5 8.5 6.5 2 2 Sólidos totais suspenso (STS) - 10.5 6 6.5 2 4.5

Cor Real 15 30 10 16 22 20.5Alcalinidade - 6.5 6.5 7.5 7 7

Sulfeto 14.5 3 2.5 1.5 1

DBO ≤ 5 8 2 2 1 6DQO 8 3 4 2 7

Fluoreto 10 0.0256 0.0506 <LD 0.0203 0.0448Cloreto 250 65.071 0.4213 122.7508 73.8738 0.6114Nitrito 1 <LD <LD <LD <LD <LDNitrato 10 6.0703 0.0141 22.3163 10.5309 0.1065Sulfato 250 2.0673 2.1174 13.4386 0.5545 3.1847Amonio <LD <LD <LD <LD 0.2667Sódio 200 20.884 11.0981 77.3727 27.2722 7.8326

Potássio 5.0246 2.368 2.0527 5.3866 1.4771Magnésio 6.2023 2.5682 1.8805 7.1454 1.026

Cálcio 23.8029 85.4907 4.273 22.1233 4.5052Dureza 500 30.0052 88.0589 6.1535 29.2687 5.5312

Fosforo-Total 0.345 0.5486 0.0588 <LD 0.3555N-Amoniacal 20 <LD <LD <LD <LD 0.2196

Coliformes totais / 100mL* 2419.9 22.8 920.8 <1 <1

Col. Termotolerantes/100mL* 200/100 mL 1553.1 17.5 770.1 <1 <1

Echerichia coli / 100mL* 200/100 mL <1 1 <1 <1 <1

AMOSTRAS mg/L Al Ba Cd Co Cr Cu Fe Mn Ni Pb Zn CONAMA 0.200 0.700 0.005 0.005 2.000 0.300 0.100 0.020 0.010 5.000

P1 0.008 0.757 0.000 -0.002 0.001 -0.007 0.003 0.003 -0.007 -0.023 -0.018P2 0.009 0.177 -0.001 0.002 0.000 -0.007 0.002 0.002 -0.010 -0.017 -0.010P3 0.007 0.560 0.000 0.008 0.001 -0.004 0.000 0.227 -0.003 -0.032 -0.005P4 0.014 1.054 -0.001 -0.002 -0.001 0.001 0.001 0.005 -0.003 -0.032 -0.015P5 0.011 0.071 -0.001 0.001 -0.001 0.001 0.002 0.001 -0.007 -0.035 -0.010

RESULTADOS PARA METAIS

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6.7.1 Estudo dos Parâmetros Físico – química do poço Montante na 2ª Coleta.

Fazendo uma comparação com entre o poço de montante com os padrões

do CONAMA 357/05 e portaria 2914/11 do Ministério do Meio Ambiente para pH com

o valor de 5,95 o poço de montante mostra-se fora da faixa de normalidade que é de

(6,0 a 9,0) para esta propriedade, condutividade, STD, OD, turbidez, DBO, fluoreto,

cloreto, nitrito e nitrato todos estão dentro dos padrões físico – química exigidos de

potabilidade de água subterrânea.

6.7.2 Estudo dos Parâmetros Microbiológicos do Poço Montante na 2ª Coleta.

A Portaria 518/04 do Ministério da Saúde exige ausência em 100 mL de

Escherichia coli ou Coliformes termotolerantes em água para consumo humano em

toda e qualquer situação, incluindo fontes individuais como poços, minas, nascentes,

dentre outras. Como parâmetros microbiológicos deste trabalho, foram utilizados os

coliformes totais e Escherichia coli. Segundo resultados obtidos, a situação do poço

montante foi não identificada alterações nos resultados para coliformes

termotolerantes.

6.7.3 Estudo dos Parâmetros de Metais do Poço Montante na 2ª Coleta.

Ao fazer a comparação entre os resultados dos metais do poço montante

com o padrão do CONAMA 357/05, foi observado que todos os metais encontram-se

dentro dos limites estabelecidos.

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62

6.8 Estudo comparativo dos parâmetros dos poços de jusante e montante

6.8.1 Estudo dos Parâmetros Físicos – química na 2ª Coleta.

Em outra comparação entre os poços localizados na área de estudo e poço

montante podemos fazer as seguintes observações: com relação ao pH e a

temperatura, todos possuem valores aproximados se comparando com poço

montante.

Comparando com o poço montante todos os poços possuem elevados

valores de condutividade, STD, STS e Sódio.

O resultado para cor apenas o poço 1(um) teve um elevado valor quando

comparado com poço montante. Para DBO todos os poços tem o valor próximo com

exceção do poço 2 (dois). Para DQO e Nitrato os poços três e quatro obtiveram os

valores acima do valor para o poço montante.

Para Fluoreto todos os poços obtiveram valores aproximados ao do poço

montante. Já para Cloreto, com exceção do poço 2 (dois), todos os outros obtiveram

valores muito acima dos valores obtidos para o poço montante.

Para Potássio, Magnésio, Cálcio e dureza todos os poços obtiveram

valores acima do encontrado para o poço montante.

Para o Sulfeto, o poço 1 (um) apresentou valor muito acima do valor

apresentado no poço de montante. Segundo (PIVELI, 2010), a principal fonte de

sulfeto em águas naturais é o lançamento de esgotos sanitários e de efluentes

industriais que contenham sulfato, em condições anaeróbias. Como visto, devido à

ação biológica, ocorre à redução do sulfato. Como se trata de uma área próxima de

um antigo Curtume que usava ácido sulfúrico como matéria prima, e ao lixão que

possui grande quantidade de matéria orgânica propícia para formação de sulfeto de

hidrogênio, a mesma pode está sujeita a este tipo de contaminação. O sulfeto de

hidrogênio devido a sua toxidez é capaz de irritar os olhos e/ou atuar no sistema

nervoso e respiratório dos seres humanos e, dependendo da concentração, pode

matar um ser humano em questão de minutos. Quando se respira, o H2S penetra pelos

pulmões e alcança a corrente sanguínea. (MAINIER, 2005)

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63

6.8.2 Estudo dos Parâmetros Microbiológicos na 2ª Coleta.

Para Coliformes totais, o poço 1 (um) e o poço 3 (três) apresentam valores

acima dos valores obtidos para o poço montante. Coliformes termos tolerantes os

poços 1 (um) e o 3 (três) obtiveram valores acima do poço montante e para o poço 2

(dois) o valor encontrado foi próximo ao encontrado para o poço montante e o poço

4 (quatro) o valor encontrado foi o mesmo que o poço jusante.

6.8.3 Estudo dos Parâmetros de Metais na 2ª Coleta.

Para metais os poços 2 (dois), 3 (três) e 4 (quatro) possuem os valores para

o elemento Bário (Ba) muito acima do valor encontrado para o poço montante.

6.9 Estudo dos resultados dos poços de amostra com os padrões CONAMA e

portarias

6.9.1 Estudo dos Parâmetros físico-químicos na 2ª Coleta.

Fazendo uma comparação com as portarias do ministério do meio ambiente

e padrões do CONAMA 357/05, obtivemos os seguintes resultados:

Quanto ao parâmetro turbidez, segundo a Portaria 518/04 do Ministério da

Saúde, o limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser de 5,0 UT e foi

verificado que os poços 1 (um) está acima do valor do CONAMA. No entanto, este

parâmetro não apresenta implicações diretas na saúde humana. Podemos observar

também que os poços 3 (três) e 4 (quatro) apresentam o pH fora do limite estabelecido

pela legislação, que no art. 16 § 1o, recomenda que, no sistema de distribuição, o pH

da água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5. Já os parâmetros cloreto, dureza e sólidos

totais dissolvidos tem seus valores dentro do limite, atendendo as exigências

normativas da legislação. Para cloreto, determina-se valores abaixo de 250 mg/L, para

dureza 500mg/L e para sólidos totais dissolvidos 1.000 mg/L. Sendo assim, todas as

amostras estão dentro do limite, destes parâmetros.

Segundo (CETESB, 2008), condutividade é a expressão numérica da

capacidade da água conduzir a corrente elétrica. Depende das concentrações iônicas

e da temperatura e indica a quantidade de sais existentes na coluna d’água e,

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64

portanto, representa uma medida indireta da concentração de poluentes. Em geral,

níveis superiores a 100 μS/cm indicam ambientes impactados. Altos valores podem

indicar características corrosivas da água. Sendo assim, foram observados altos

valores nos poços 1 (um), 2 (dois), 3 (três) e 4 (quatro) acima da citada portaria.

Já alcalinidade é um parâmetro apenas complementar, pois elevados

valores de alcalinidade podem significar substâncias que conferem gosto à água, já

que a alcalinidade é causada por sais alcalinos, principalmente de sódio e cálcio

nenhum dos poços apresentou valor detectável para esse parâmetro. A legislação

exige que gosto e odor não devam ser detectados, como ocorreu em todas as

localidades com o parâmetro odor.

6.9.2 Estudo dos Parâmetros microbiológicos na 2ª Coleta.

A Portaria 2914/11 do Ministério da Saúde exige ausência em 100 mL de

Escherichia coli ou Coliformes termotolerantes em água para consumo humano em

toda e qualquer situação, incluindo fontes individuais como poços, minas, nascentes,

dentre outras. Como parâmetros microbiológicos deste trabalho, foram utilizados os

coliformes totais e Escherichia coli. Segundo resultados obtidos, a situação atual na

maioria das localidades é alarmante por ter sido, na grande maioria, identificado alto

valores de coliformes termotolerantes e Escherichia coli. Esses dados são

preocupantes, pois indicam risco à saúde humana. Segundo (FREITAS, 2010), as

principais doenças de veiculação hídrica são: amebíase, giardíase, gastroenterite,

febre tifoide e paratifoide, hepatite infecciosa e cólera.

6.10 Estudo dos parâmetros de metais na 2ª coleta

Foram encontradas concentrações com limite superior ao estabelecido pela

legislação vigente do metal Cromo (Cr) no poço 1 (Um) possivelmente por estarem

localizados em zona próximo a antiga indústria de curtume que tem o Sulfato de

Cromo (Cr2(SO4)3 ) como matéria prima para o curtimento do couro. A maioria das

águas superficiais contêm entre 1 e 10 µg/L de cromo. Na forma trivalente, o cromo é

essencial ao metabolismo humano e sua carência causa doenças. Na forma

hexavalente, é tóxico e cancerígeno. Os limites máximos são estabelecidos

basicamente em função do cromo hexavalente. A Portaria nº 518 / 2004 estabelece

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um valor máximo permitido de 0,005 mg/L de cromo na água potável (CETESB, 2008).

O valor encontrado pelas análises foi de 0,038 mg/L, valor acima estabelecido pela

portaria. No poço 3 (três) o metal Bário (Ba) foi encontrado acima do valor estabelecido

pela Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde e a Resolução CONAMA nº

396/2008 que estabelecem como limite máximo da presença desse elemento para

consumo humano em 0,7 mg/L e o valor encontrado foi de 1.252 mg/L, quase o dobro

do valor estabelecido por tal portaria, provavelmente devido a família onde está

localizado este poço possui grande atividade pecuária e agricultura fazendo uso

constante de fertilizantes. Em geral, ocorre Bário nas águas naturais em

concentrações muito baixas. Sua ingestão em doses superiores aos valores máximos

permitidos pela legislação vigente para potabilidade pode acarretar aumento da

pressão sanguínea por vasoconstrição, causando sérios efeitos tóxicos sobre o

coração (HELLER (2006) apud (LIMA, 2010)).

6.11 Analise estatística

Dendograma 1 - Das propriedades físico–química da 2ª Coleta.

OBSERVAÇÃO

SIM

ILA

RID

AD

E

43521

0.00

33.33

66.67

100.00

DENDOGRAMA DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO - QUÍMICA

Fonte: o Autor (2014)

Observa-se através do gráfico de Cluster que os poços 2 (dois) e 5 (cinco)

possuem a maior similaridade com 38,50% e os poços 3 e 4 também apresentam

grande similaridade com 32,00% valor muito aproximado ao da primeira comparação,

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66

com relação ao poço 1(um) não apresenta nenhuma similaridade com os outros

poços.

Dendograma 2 - De Metais na 2ª Coleta.

OBSERVAÇÃO

SIM

ILAR

IDA

DE

35421

0.00

33.33

66.67

100.00

DENDOGRAMA DOS METAIS NA 2ª COLETA

Fonte: o Autor (2014)

Observa-se através do gráfico de Cluster que os poços 4 (quatro) e 2

(cinco) possuem a maior similaridade com 41% e os poços 1 (um) e 2 (dois)

apresentam 38% de similaridade, com relação ao poço 3 (três) não apresenta

nenhuma similaridade com os outros poços.

Dendograma 3 - De todas as propriedades na 2ª Coleta.

OBSERVAÇÃO

SIM

ILAR

IDAD

E

43521

0.00

33.33

66.67

100.00

DENDOGRAMA DAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA

Fonte: o Autor (2014)

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67

Observando de uma maneira geral todas as propriedades através do

gráfico de Cluster e sabendo que o poço 5 (cinco) e o poço montante que serviu como

padrão para as comparações chegamos à conclusão que o poço 2 (dois) possui

similaridade em 38,50% de suas propriedades com o poço montante, ou seja, possui

grande parte se suas propriedades físico – químicas e microbiológicas semelhantes

ao do poço 5 (cinco), com relação ao poço 3 (três) e 4 (quatro) possuem 32,00% de

similaridade em suas propriedades físico-químicas e microbiológicas e não

apresentam nenhuma relação de similaridade com os outros poços. Analisando pela

proximidade que os poços se encontram seria de se esperar os resultados com grande

similaridade entre eles. Com relação ao poço 1(um) não apresenta nenhuma

similaridade com os outros poços 3 (três) e 4 (quatro) e apresentam pequena

similaridade de 14% com os poços 2 (dois) e 5 (cinco).

6.12 Resultado nos dois períodos de coletas

6.12.1 Análise Microbiológica para o Poço Montante

A Portaria 518/04 do Ministério da Saúde exige ausência em 100 mL de

Escherichia coli ou Coliformes termotolerantes em água para consumo humano em

toda e qualquer situação, incluindo fontes individuais como poços. Como parâmetros

microbiológicos deste trabalho, foi utilizado o coliforme termotolerantes. Segundo

resultados obtidos, no poço montante foram identificadas alterações não muito

significativas nos valores de coliformes termotolerantes somente na 1ª Coleta no mês

de Abril podendo ser a provável causa dessa alteração o período chuvoso e a uma

grande concentração de bovinos no local onde se localiza o mesmo.

6.12.2 Análise das propriedades físico – química para o Poço Montante

Fazendo uma comparação entre o poço de montante com os padrões do

CONAMA 357/05 e portaria 2914/11 do Ministério do Meio Ambiente para pH,

condutividade, STD, OD, turbidez, DBO, fluoreto, cloreto, nitrito e nitrato todos estão

dentro dos padrões de potabilidade de água subterrânea nas duas coletas feitas

durante os meses de Abril e Agosto de 2014.

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6.12.3 Análise para Metais para o Poço Montante

Fazendo uma comparação entre os resultados dos metais do poço

montante nos dois períodos de coletas com o padrão do CONAMA 357/05, foi

observado que todos os metais analisados encontram-se dentro dos limites

estabelecidos.

6.13 Resultados para os poços jusantes

6.13.1 Análise para Enquadramento de poços

Para o enquadramento dos poços em suas respectivas classes devemos

levar em consideração as características hidrogeológicas, hidrogeoquímicas das

fontes de poluição. Dentre os parâmetros selecionados, deverão ser considerados, no

mínimo, Sólidos Totais Dissolvidos, nitrato e coliformes termotolerantes, pH, turbidez,

condutividade elétrica e medição de nível de água. Conforme art. 12 e 13 da

RESOLUÇÃO CONAMA nº 396 de 2008.

6.13.2 Análise de Sulfeto

Com relação ao Sulfeto, não foi detectado na 1ª coleta possivelmente pela

sua baixa concentração. Já na segunda coleta o poço 1 (um) apresentou valor muito

acima do valor apresentado no poço de montante. Segundo (MAINIER, 2005), as

literaturas ainda não deixam bem claras a quantidade desta substância em água

subterrânea. Para (PIVELI, 2010), a principal fonte de sulfeto em águas naturais é o

lançamento de esgotos sanitários e de efluentes industriais que contenham sulfato,

em condições anaeróbias. Como se trata de uma área próxima de um antigo Curtume

que usava ácido sulfúrico como matéria prima e ao lixão que possui grande quantidade

de matéria orgânica propícia para formação de sulfeto de hidrogênio a mesma pode

está sujeita a esse tipo de contaminação. O sulfeto de hidrogênio devido a sua toxidez

é capaz de irritar os olhos e/ou atuar no sistema nervoso e respiratório dos seres

humanos e, dependendo da concentração, pode matar um ser humano em questão

de minutos. Quando se respira, o H2S penetra pelos pulmões e alcança a corrente

sanguínea. (MAINIER, 2005).

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6.13.3 Oxigênio Dissolvido (OD)

Com relação ao oxigênio dissolvidos (OD), todos os poços de jusante se

mostraram abaixo do valor mínimo ( > 5 mg/L) permitido pela resolução do CONAMA.

Os valores acima de 8mg/L são encontrados em águas livres da poluição. As

principais causas da queda da quantidade de OD nas águas subterrâneas estão

associadas ao esgoto doméstico e industrial lançados, na maioria dos casos, sem

nenhum tratamento prévio. (FERREIRA, 2005 apud (XAVIER, 2010)).

6.13.4 Nitrogênio (N)

O nitrogênio pode ser encontrado nas águas nas formas de nitrogênio

orgânico, amoniacal, nitrito e nitrato. As duas primeiras, chamam-se formas reduzidas

e as duas últimas, oxidadas. Pode-se associar a idade da poluição com relação às

formas de nitrogênio. O Nitrato (NO3−) foi a única forma de nitrogênio encontradas nas

amostras dos poços 3 (três) e 4 (quatro) nos dois períodos de coleta. Como a forma

deste elemento está relacionada com distância do foco de contaminação, ou seja, a

forma oxidada desde elemento indica que a fonte poluidora encontra-se a grande

distância dos poços onde foram encontrados provavelmente do lixão. (CETESB,

2008).

6.13.5 Potencial hidrogeniônico (pH)

Ele é decorrente da concentração de íons de hidrogênio na água. Os

valores de pH estão relacionados a oxidação da matéria orgânica e fotossíntese, e a

fatores antropogênicos pelos despejos de esgotos domésticos e industriais, devido a

oxidação da matéria orgânica e a lavagem ácida de tanques, respectivamente

(SPERLING, 2005 apud (XAVIER, 2010)). Durante as análises nos dois períodos,

observou-se uma pequena diminuição do pH, ou seja, aumento da concentração de

hidrogênio, fazendo que os poços 3 (três) e 4 (quatro) ficassem com os seus

respectivos valores abaixo da RESOLUÇÃO CONAMA nº 396 de 2008.

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70

6.13.6 Turbidez

A turbidez de uma amostra de água é o grau de atenuação de intensidade

que um feixe de luz sofre ao atravessá-la devido à presença de sólidos em suspensão,

tais como partículas inorgânicas (areia, silte, argila) e de detritos orgânicos, algas e

bactérias, plâncton em geral, entre outros (CETESB, 2008). O padrão de turbidez é

de 5 UNT (Unidade Nefelométrica de Turbidez) na 1º coleta os poços 1 (um), 2 (dois)

e 3 (três) obtiveram valores acima do padrão possuindo grande quantidade de material

em suspensão o que se pode evidenciar através da análise do resultados para STS

(sólidos totais em suspenção) que é diretamente proporcional ao valor da turbidez e

na segunda coleta apenas o poço 2 (dois) teve uma diminuição significativa em seus

valores, ficando dentro dos parâmetros.

6.13.7 Sólidos Totais

Os sólidos nas águas correspondem a toda matéria que permanece como

resíduo, após evaporação, secagem ou calcinação da amostra a uma temperatura

pré-estabelecida durante um tempo fixado sendo classificados em: sólidos filtráveis

(dissolvidos); sólidos não filtráveis (em suspensão), sólidos totais (dissolvidos +

suspensos) (CETESB, 2008). Os sólidos na água aumentam sua turbidez, diminuindo

sua transparência. O padrão este tipo de análise é de 500 mg L-1 . Com os resultados

obtidos podemos verificar que apenas o poço 1 (um) na 1ª coleta teve um valor acima

do padrão.

6.13.8 Condutividade

Segundo (CETESB, 2008), condutividade é a expressão numérica da

capacidade da água conduzir a corrente elétrica. Representa uma medida indireta da

concentração de poluentes. Níveis superiores a 100 μS/cm indicam ambientes

impactados. Na 1ª coleta apenas o poço 2 (dois) estava dentro dos parâmetros. O

que chama a atenção é o resultado para o poço 1 (um) que teve um valor 1200%

maior que o valor de referência este resultados possivelmente por causa da

dissolução dos compostos iônicos provenientes solo ou de compostos contaminantes

que podem está atingindo lençol freático. Na segunda coleta, os poços 1(um) e 4

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(quatro) tiveram uma diminuição de seus valores mais em compensação os poços 2

(dois) e 3 (três) tiveram um acréscimo desses valores com isso todos os poços ficaram

fora dos padrões de referência.

6.13.9 Coliformes Termotolerantes

A Portaria 2914/11 do Ministério da Saúde exige ausência em 100 mL de

Escherichia coli ou Coliformes termotolerantes em água para consumo humano em

toda e qualquer situação. Analisando os resultados da 1ª coleta, a situação no período

chuvoso nos poços de jusantes é alarmante por ter sido, na grande maioria,

identificado alto valores de coliformes termotolerantes. Esses dados são

preocupantes, pois indicam risco à saúde humana. Segundo (FREITAS, 2010), as

principais doenças de veiculação hídrica são: amebíase, giardíase, gastroenterite,

febre tifoide e paratifoide, hepatite infecciosa e cólera. Na 2ª coleta, no período de

estiagem, a quantidade de coliformes termotolerantes teve uma queda significativa,

onde o poço 1 (um) foi o único que se manteve fora do padrão estabelecido.

6.13.10 Bário (Ba)

No poço 3 (três), o metal Bário (Ba) foi encontrado acima do valor

estabelecido pela Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde e a Resolução

CONAMA nº 396/2008 que estabelecem como limite máximo da presença desse

elemento para consumo humano em 0,7 mg/L e o valor encontrado foi de 1,252 mg/L

quase o dobro do valor estabelecido por tal portaria. Na área em que se localiza o

poço possui grande atividade pecuária e agricultura que fazem uso constante de

fertilizantes. Em geral, ocorre Bário nas águas naturais em concentrações muito

baixas. Sua ingestão em doses superiores aos valores máximos permitidos pela

legislação vigente para potabilidade pode acarretar aumento da pressão sanguínea

por vasoconstrição, causando sérios efeitos tóxicos sobre o coração (HELLER (2006)

apud (LIMA, 2010)).

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6.14 Análise estatística

DENDOGRAMA 4 – DENDOGRAMA DE CRUSTER

Fonte: o Autor (2014)

Observando o gráfico de similaridade de Cruster, de maneira geral, para

todas as propriedades físico–química e microbiológica nos dois períodos de coletas,

e, sabendo que o poço 5 (cinco) e o poço montante que serviu como padrão para as

comparações, chegamos a conclusão que o poço 2 (dois) possui similaridade em

43,80% de suas propriedades com o poço montante, ou seja, possui grande parte se

suas propriedades físico–químicas e microbiológicas semelhantes ao do poço 5

(cinco), com relação ao poço 3 (três) e 4 (quatro) possuem 30,60% de similaridade

em suas propriedades físico-químicas e microbiológicas e não apresentam nenhuma

relação de similaridade com os outros poços. Analisando pela proximidade que os

poços se encontram seria de se esperar os resultados com grande similaridade entre

eles. Com relação ao poço 1(um) apresenta 10% similaridade com os outros poços 3

(três) e 4 (quatro) e não apresenta similaridade com os poços 3 (três) e 5 (quatro).

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DENODOGRAMA 5 - Dos poços jusantes nos dois períodos de coleta.

OBSERVAÇÃO

SIM

ILA

RID

AD

E

34521

0.00

33.33

66.67

100.00

DENDOGRAMA DOS POÇOS PARA METAIS

Fonte: o Autor (2014)

Observando o gráfico de similaridade de Cruster, de maneira geral, para

metais nos dois períodos de coletas e sabendo que o poço 5 (cinco) e o poço montante

que serviu como padrão para as comparações, chega-se a conclusão que o poço 2

(dois) possui 60,00% de similaridade com o poço montante, o poço 4(quatro) possui

25,00% de similaridade com o conjunto formado pelos poços 2 (dois) e 5 (cinco) com

relação ao poço 3 (três) possui 25,00% de similaridade com o conjunto formado pelos

poços 2 (dois), 5 (cinco) e 4 (quatro) e presença de metais, o poço 1 (um) não

apresenta nenhuma semelhança com os outros poços.

7 CONCLUSÃO

Feitas todos os estudos das propriedades físicas – químicas,

microbiológicas e de metais das amostras de água de poços localizadas na área de

estudo verificou-se que o poço 2 (dois), 3 (três) e 4 (quatro) se enquadra na classe 3

e o poço 1 (um) na classe 4 já que o mesmo foi o que apresentou resultados

discrepantes segundo RESOLUÇÃO CONAMA nº 396, art. 12 e paragrafo único

dentre os parâmetros selecionados para o seu enquadramento.

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