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Sessão Clínica de Pediatria
Tema: Dengue HemorrágicoAlunos: André Gustavo Ferreira
Luciano Nascimento
Márcia Reis
Orientadora: Dra Cristiana Nascimento de Carvalho
Convidados: Dra Nanci Silva (EBMSP, HCRS, HA)
Dra Isa Lyra ( CPPHO, HEMOBA, HA)
Sessão Clínica de Pediatria – Caso clínico
ID: W.C.S., 3 anos, masculino, mulato claro, natural e procedente de Salvador.
QP: Febre há ± 4 dias.
HMA: Paciente atendido no dia 04/03/02 no PA do CPPHO com história de febre contínua há ± 4 dias, em torno de 40ºC, em uso deTylenol® sem melhora. A partir do 3º dia de doença, quando foi introduzido Nimesulid® , houve remissão da febre e surgimento de fezes amolecidas, com aspecto de “borra de café”, odor fétido, 3 a 4 episódios/dia. No 4º dia de evolução surgiram artralgia em joelhos,rash cutâneo avermelhado de aspecto morbiliforme e sangramento nasal importante. Não há descrição de sintomas semelhantes na vida pregressa da criança.
Sessão Clínica de Pediatria – Caso clínico
IS: Nada contributivo.
AM: Genitora refere que a criança já teve suspeita de dengue em duas oportunidades sendo a última há ± 01 mês, quando foram solicitadas sorologias. Nega alergia medicamentosa e alimentar. Nega internamentos prévios e outras patologias.
AMF: Genitora com 38 anos, saúde aparente e relato de dengue há ±01 semana. Nega história familiar compatível com coagulopatia.
Sessão Clínica de Pediatria – Caso clínico
Exame físicoPeso – 15Kg Estatura – 99cm
Fr – 28ipm Fc – 118bpm Temp – 36,5ºC
Ectoscopia – Paciente em regular estado geral e bom estado nutricional, lúcido, acianótico, anictérico, hidratado, descorado +/IV.
Pele – Rash cutâneo com eritema e áreas esbranquiçadas, de aspecto mosqueado, sobretudo em membros, com eritema e palmar e plantar.
Orofaringe – Tonsilas avermelhadas e com pontos hemorrágicos; palato com petéquias.
Sessão Clínica de Pediatria – Caso clínico
Exame físico
Pescoço – Gânglios palpáveis sem características patológicas, em cadeia cervical anterior e posterior bilateralmente.
AR – MVBD sem RA.
ACV – BRNF em 2T sem sopros.
ABD – Flácido, indolor à palpação, com fígado palpável a 3,0cm do RCD, borda fina, superfície lisa, Traube livre, RHA presentes.
EXT – Bem perfundidas e sem edemas. Prova do laço positiva.
Sessão Clínica de Pediatria – Caso clínico
Formulação diagnóstica
Paciente masculino, 3 anos e 3 meses, com quadro agudo de febre que após remissão evoluiu com rash cutâneo e manifestações hemorrágicas espontâneas apresentando ao exame prova do laço positiva.
Sessão Clínica de Pediatria
Hipóteses diagnósticasSíndrome infecciosa com
manifestações hemorrágicasSíndrome hemorrágica no curso
de quadro febril
Viral- Dengue - Outras
Bacteriana- Meningococcemia- Sepse
Angiopatia
Coagulopatia
Trombocitopatia
Sessão Clínica de Pediatria
Angiopatias
• Púrpura de Henoch- Schönlein
Púrpura não trombocitopênica;Artrite e artralgia;Dor abdominal e hemorragia digestiva;Nefrite;Lesão purpúrica palpável essencial ao diagnóstico.
Sessão Clínica de Pediatria
Coagulopatias
• Coagulação Intravascular Disseminada
Coagulopatia de consumoFreqüentemente acompanha processos patológicos gravesRápido desenvolvimento de anemia sec.à hemólise
Trombocitopatias
• Púrpura Trombocitopênica Idiopática
Infecção viral prévia em 70% dos casos;Início agudo;Equimoses e erupção petequial generalizada;Sangramento assimétrico e mais proeminente nas pernasHemorragia em mucosas e epistaxes significativasFígado, baço e linfonodos não palpáveisPlaquetopenia inferior a 20.000/mm3
Sessão Clínica de Pediatria
Infecção Bacteriana
• Meningococcemia
Gravidade x resposta terapêuticaEvoluçãoQuadro clinico
Meningococcemia com e sem meningiteMeningococcemia crônica
Sessão Clínica de Pediatria
Infecção Bacteriana
• Sepse
Temperatura maior que 38ºC ou menor que 36ºCTaquicardia TaquipnéiaLeucocitose ou leucopeniaFoco infeccioso definido
Sessão Clínica de Pediatria
Sessão Clínica de Pediatria – Caso clínico
Dengue• Arbovirose – Gênero Flavivírus – Sorotipos 1,2,3 e 4• Aedes aegypti e Aedes albopictus• Primeiro relato no Brasil em 1846• Campanha Brasileira de erradicação do Aedes aegypti - 1903, 1904 e 1920 X ausência de surtos de dengue entre 1923 e 1981• Fatores causais das epidemias de dengue:
Intensificação do processo de urbanização X Reinfestação do vetor
Facilidade de transporteFatores sociaisFatores climáticos
• FisiopatologiaPrimoinfecção X Infecção secundária por outro sorotipo
• Quadro Clínico:Infecção assintomáticaFebre do dengue
Febre indiferenciadaFebre do dengue clássico
Febre hemorrágica do dengue e Síndrome de choqueQuadros menos frequentes: Hepatites e acometimento de
sistema nervoso
Sessão Clínica de Pediatria
Febre clássica do dengue
Início abrupto, temp. 39 a 40ºCCefaléia intensa e dor retrocularMialgias e artralgiasManifestações gastrintestinaisExantema morbiliforme centrífugo
Fenômenos hemorrágicos discretosMicropoliadenopatia e hepatomegalia
1º e 2º dias de evolução
3º e 4º dias de evolução
Sessão Clínica de Pediatria
Sessão Clínica de Pediatria – Caso clínico
Febre hemorrágica do dengue
Início abrupto, febre altaNáuseas e vômitosMialgias e artralgiasManifestações gastrintestinaisFenômenos hemorrágicos: prova do laço positiva, petéquias
em face, véu palatino, axilas e extremidades, púrpuras e grandesequimoses na pele, epistaxe, gengivorragia, metrorragia, hemorragias digestivas moderadas
Hepatoesplenomegalia em alguns casos
1º e 2º dias de evolução
Sessão Clínica de Pediatria – Caso clínico
• Caso confirmado clinicamente de febre hemorrágica do dengue é aquele em que todos os critérios abaixo estão presentes:
Febre ou história recente de febre há 7 dias ou menosTendência hemorrágica: prova do laço positiva, presença de
petéquias, equimoses, púrpuras, sangramento do TGI ou outros sangramentos
Plaquetopenia inferior a 100.000/mm3
Aumento do hematócrito em 20% sobre o basal na admissão, ou queda do Ht em 20% após tratamento ou efusão plasmática (derrame pleural, ascite ou hipoproteinemia)
Sessão Clínica de Pediatria – Caso clínico
Síndrome do choque
• Ocorre entre o 3º e o 7º dia de evoluçãoSinais de insuficiência circulatóriaAcidose metabólica CIVDÓbito com 4-6h se não for instituído tratamento
Sessão Clínica de Pediatria – Caso clínico
Classificação de gravidade do dengue hemorrágico
Grau I – Febre e sintomas inespecíficos, tendo como única manifestação hemorrágica a prova do laço positiva
Grau II – Presença de fenômenos hemorrágicos espontâneosGrau III – Insuficiência circulatória manifesta por pulso fraco
e rápido, redução da pressão de pulso a 20mmHg, hipotensão, pele pegajosa e fria, agitação
Grau IV – Choque profuso, com ausência de pulso e PA
Sessão Clínica de Pediatria – Caso clínico
Dengue• Diagnóstico:
Sorológico: Após o 4º dia de evolução – ELISAVirológico: Até o 6º dia de evolução – PCR ou
imunohistoquímica
• Tratamento:Casos benignos – sintomáticosDengue hemorrágico sem choque – Hidratação oral X venosaDengue hemorrágico com choque – Expansão cristalóide X
colóide, hemotransfusões
Sessão Clínica de Pediatria – Caso clínico
Dengue• Profilaxia
VacinaErradicação do vetor
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
34(3): 269-274, mai-jun,2001
Epidemiologia do Dengue em Salvador Bahia,1995-1999
Maria da Glória Teixeira, Maria da Conceição Nascimento , Maurício Lima Barreto e Florisneide R.
Barreto
Material e Métodos:
• Estudo de coorte retrospectivo.
• Determinou a incidência do dengue entre 1995-1998
• Utilizou dados secundários do sistema nacional de agravos de Notificação. (SINAM/SESAB)
Epidemiologia do Dengue em Salvador Bahia,1995-1999
Resultados e discussão
Resultados e discussão
Resultados e discussão
5,8%6,3%1999
4,9%6,5%1998
11,75%17,6%1997
medianamédiaIPP
Resultados e discussão
• A estratégia de combate vetorial adotada não foi capaz de conter a circulação viral e nem mesmo assegura a redução de risco de introdução de outros sorotipo de vírus.
• Os níveis de infestação do mosquito em SSA nesta época já apontavam para a possiblidade de ocorrência de novas epidemias inclusive as de forma grave da doença.
Conclusões
From the Departments of Pediatrics, *Microbiology and **Preventive and Social Medicine, University College of Medical Sciences and GTB Hospital,
Delhi 110 095, India.
Indian Pediatrics 2001; 38: 477-481
Sunil Gomber, V.G. Ramachandran*, Satish Kumar, K.N. Agarwal, P. Gupta**,
Piyush Gupta and D.K. Dewan
Hematological observations as diagnostic markers in dengue hemorrhagic fever - a reappraisal
O presente artigo documenta as observações dos parâmetros clínico-hematológicos durante uma epidemia de dengue com o intuito de avaliar: a utilidade da prova do laço, a associação de manifestações hemorrágicas e a contagem de plaquetas e o valor do ponto de corte para o hematócrito no diagnóstico de DHF na população indiana.
Objetivo
Material e Métodos
• Foi um estudo de corte transversal prospectivo .
• Foi realizada prova do laço e avaliados o hematócrito e os efeitos da trombocitopenia nas manifestações hemorrágicas
• O IgM para dengue foi realizado de forma aleatória em cada 4 pacientes.
• O hematócrito dos pacientes com DHF e o hematócrito dos controles no grupo de 6 a 12 anos obtidos foram comparados.
Resultados e Discussão
• Foi positiva em 25,5% dos casos com critérios da OMS e em 29,3% dos pacientes com sorologia positiva.
Prova do laço
Table I - Association of Bleeding Manifestations and Platelet Count
Bleedingmanifestations
Numbers of subjects with bleedingp-valuePlatelet count <100 X
109/1Platelet count
³100´109/1
Skin 15/115 9/110 0.237
Gums 7/144 4/118 0.393
Epistaxis 26/127 30/103 0.128
Hematemesis 24/119 28/100 0.174
Melena 4/136 7/114 0.219
Non bleeding 119/148 107/122 0.10
Resultados e Discussão
Cut-off do Hematócrito.
•Foi estabelecido em 36,3% com uma sensibilidade de 60% e especificidade de 94%.
Resultados e Discussão