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------------------------ ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ----------------------- ----- SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA, INICIADA NO DIA 29 DE JUNHO E CONTINUADA NOS DIAS 13 E 27 DE JULHO DE 2010. --------------------------------------------------------------------------------- ----------------------------- ACTA NÚMERO VINTE E TRÊS ----------------------------- ----- No dia 27 de Julho de 2010, reuniu na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, a Assembleia Municipal de Lisboa, sob a presidência da sua Presidente efectiva, Excelentíssima Senhora Dra. Maria Simonetta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, coadjuvada pelo Excelentíssimo Senhor Nelson Pinto Antunes e pela Excelentíssima Senhora Dra. Deolinda Carvalho Machado, respectivamente Primeiro Secretário e Segunda Secretária. ----------------------------------------------------- ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, para além dos mencionados, os seguintes Deputados Municipais: ---------------------------------------------------------------------------- ----- Adolfo Miguel Baptista Mesquita Nunes, Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Bela Burt Magro Pires Marques, Ana Maria Gaspar Marques, António José do Amaral Ferreira de Lemos, António Manuel, António Manuel Dias Baptista, António Manuel Freitas Arruda, António Manuel de Sousa Ferreira Pereira, António Manuel Pimenta Prôa, António Modesto Fernandes Navarro, António Paulo Duarte de Almeida, António Paulo Quadrado Afonso, Armando Dias Estácio, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Diogo Vasco Gonçalves Nunes de Bastos, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Fernando Pereira Duarte, Filipe António Osório de Almeida Pontes, Filipe Mário Lopes, Francisco Carlos de Jesus Vasconcelos Maia, Francisco David Carvalho da Silva Dias, Gonçalo Maria Pacheco da Câmara Pereira, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Inês de Drummond Ludovice Mendes Gomes, Inês Lopes Cavalheiro Ponce Dentinho de Albuquerque D’Orey, Ismael do Nascimento Fonseca, João Álvaro Bau, João Augusto Martins Taveira, João Manuel Costa de Magalhães Pereira, João Mário Amaral Mourato Grave, Joaquim Emanuel da Silva Guerra de Sousa, Joaquim Lopes Ramos, John Law Rosas da Costa Jones Baker, José Alberto Ferreira Franco, José Joaquim Vieira Pires, José Manuel Marques Casimiro, José Maria Bento de Sousa, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, Luís Filipe da Silva Monteiro, Luís Filipe Graça Gonçalves, Manuel Luís de Sousa Silva Medeiros, Maria Albertina de Carvalho Simões Ferreira, Maria Alexandra Dias Figueira, Maria Cândida Rio Freitas Cavaleiro Madeira, Maria Clara Currito Gargalo Ferreira da Silva, Maria da Graça Rezende Pinto Ferreira, Maria de Lurdes de Jesus Pinheiro, Maria Elisa Madureira de Carvalho, Maria Filomena Dias Moreira Lobo, Maria José Pinheiro Cruz, Maria Luísa Rodrigues Neves Vicente Mendes, Maria Margarida Matos Mota, Maria Teresa Cruz de Almeida, Maria Virgínia Martins Laranjeiro Estorninho, Mariana Raquel Aguiar Mendes Teixeira, Nuno Roque, Patrocínia da Conceição Alves Rodrigues do Vale César, Paulo Alexandre da Silva Quaresma, Pedro Manuel Tenreiro Biscaia Pereira, Pedro Miguel de Sousa Barrocas Martinho Cegonho, Pedro Miguel Ribeiro Duarte dos Reis, Rita Susana da Silva Guimarães Neves e Sá, Rogério da Silva e Sousa, Rui

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------------------------ ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ----------------------- ----- SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA, INICIADA NO DIA 29 DE JUNHO E CONTINUADA NOS DIAS 1 3 E 27 DE JULHO DE 2010. --------------------------------------------------------------------------------- ----------------------------- ACTA NÚMERO VINTE E TRÊS ----------------------------- ----- No dia 27 de Julho de 2010, reuniu na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, a Assembleia Municipal de Lisboa, sob a presidência da sua Presidente efectiva, Excelentíssima Senhora Dra. Maria Simonetta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, coadjuvada pelo Excelentíssimo Senhor Nelson Pinto Antunes e pela Excelentíssima Senhora Dra. Deolinda Carvalho Machado, respectivamente Primeiro Secretário e Segunda Secretária. ----------------------------------------------------- ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, para além dos mencionados, os seguintes Deputados Municipais: ---------------------------------------------------------------------------- ----- Adolfo Miguel Baptista Mesquita Nunes, Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Bela Burt Magro Pires Marques, Ana Maria Gaspar Marques, António José do Amaral Ferreira de Lemos, António Manuel, António Manuel Dias Baptista, António Manuel Freitas Arruda, António Manuel de Sousa Ferreira Pereira, António Manuel Pimenta Prôa, António Modesto Fernandes Navarro, António Paulo Duarte de Almeida, António Paulo Quadrado Afonso, Armando Dias Estácio, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Diogo Vasco Gonçalves Nunes de Bastos, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Fernando Pereira Duarte, Filipe António Osório de Almeida Pontes, Filipe Mário Lopes, Francisco Carlos de Jesus Vasconcelos Maia, Francisco David Carvalho da Silva Dias, Gonçalo Maria Pacheco da Câmara Pereira, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Inês de Drummond Ludovice Mendes Gomes, Inês Lopes Cavalheiro Ponce Dentinho de Albuquerque D’Orey, Ismael do Nascimento Fonseca, João Álvaro Bau, João Augusto Martins Taveira, João Manuel Costa de Magalhães Pereira, João Mário Amaral Mourato Grave, Joaquim Emanuel da Silva Guerra de Sousa, Joaquim Lopes Ramos, John Law Rosas da Costa Jones Baker, José Alberto Ferreira Franco, José Joaquim Vieira Pires, José Manuel Marques Casimiro, José Maria Bento de Sousa, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, Luís Filipe da Silva Monteiro, Luís Filipe Graça Gonçalves, Manuel Luís de Sousa Silva Medeiros, Maria Albertina de Carvalho Simões Ferreira, Maria Alexandra Dias Figueira, Maria Cândida Rio Freitas Cavaleiro Madeira, Maria Clara Currito Gargalo Ferreira da Silva, Maria da Graça Rezende Pinto Ferreira, Maria de Lurdes de Jesus Pinheiro, Maria Elisa Madureira de Carvalho, Maria Filomena Dias Moreira Lobo, Maria José Pinheiro Cruz, Maria Luísa Rodrigues Neves Vicente Mendes, Maria Margarida Matos Mota, Maria Teresa Cruz de Almeida, Maria Virgínia Martins Laranjeiro Estorninho, Mariana Raquel Aguiar Mendes Teixeira, Nuno Roque, Patrocínia da Conceição Alves Rodrigues do Vale César, Paulo Alexandre da Silva Quaresma, Pedro Manuel Tenreiro Biscaia Pereira, Pedro Miguel de Sousa Barrocas Martinho Cegonho, Pedro Miguel Ribeiro Duarte dos Reis, Rita Susana da Silva Guimarães Neves e Sá, Rogério da Silva e Sousa, Rui

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Jorge Gama Cordeiro, Salvador Posser de Andrade, Vasco André Lopes Alves Veiga Morgado, Rosa Maria Carvalho da Silva, Sara Luísa Sousa Santos, Guilherme Diaz Bérrio, José Marcelino Carvalho, Daniel Paulo Pereira Gomes de Castro, Pedro Manuel da Cunha da Silva Ribeiro, Alexandre Frank, Maria do Rosário Severino Sobreiro Passos Roberto, Gil Horácio Ferreira dos Santos, Luís Jorge Teixeira Mendes Silva, Manuel José Figueiredo, Vítor Manuel Cardoso Formiga, Eunice Gonçalves, Pedro Nuno Lopes Mendes, Vítor Manuel Avelar Simões, Maria Augusta da Conceição Barata Marques de Oliveira, Joaquim da Conceição Jerónimo, Pedro Paulo Machado Alves Mendes, Ana Paula Sabina Santos, Rui Paulo Figueiredo, Ana Maria Lopes Figueiredo Páscoa Baptista, António José Gouveia Duarte, João Capelo, Maria Luísa de Aguiar Aldim, Joana Rodrigues Mortágua, Tiago Miguel Nunes Teixeira, Paulo Manuel Bernardes Moreira, Miguel Belo Marques, Nuno Vasco Franco e Mafalda Ascensão Cambeta. ---------------------------------------------------------- ----- Faltaram à reunião os seguintes Deputados Municipais: ------------------------------- ----- Idália Maria Jorge Poucochinho Morgado Aparício, Jorge Telmo Cabral Saraiva Chaves de Matos, Valdemar António Fernandes de Abreu Salgado e Vítor Manuel Alves Agostinho.------------------------------------------------------------------------------------ ----- Pediram suspensão do mandato, que foi apreciada e aceite pelo Plenário da Assembleia Municipal nos termos da Lei 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção dada pela Lei 5-A/2002, de 11 de Janeiro, os seguintes Deputados Municipais:---------- ----- Manuel Falcão (PSD), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Sara Luísa Sousa Santos. ------------------------------------------------------------ ----- António Pinheiro Torres (PSD), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Rosa Carvalho da Silva. -------------------------------------------------------------- ----- João Mota Lopes (PSD), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal Tiago Miguel Teixeira. --------------------------------------------------------------- ----- Gonçalo Velho (PS), de 19 de Julho a 16 de Setembro, sendo substituído pela Deputada Municipal Maria Margarida Matos Mota. ------------------------------------------ ----- Miguel Teixeira (PS), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Ana Paula Santos. --------------------------------------------------------------------- ----- José Roque Alexandre (PS), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal Rui Paulo Figueiredo. ---------------------------------------------------------------- ----- Renata Andreia Lajas, António Maria Henrique e Maria Helena Sobral Sousa Ribeiro, Carla Sofia Lopes de Almeida, Maria da Glória Borges Teixeira e José Manuel Dias Ferreira, Deputados Municipais suplentes do PS, pediram a suspensão do mandato por um dia (27 de Julho de 2010). ------------------------------------------------ ----- Paulo Ferrero Santos (IND-PS), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal Pedro Paulo Mendes. ---------------------------------------------------- ----- Maria do Céu Guerra (IND-PS), por um dia, tendo sido substituída pelo Deputado Municipal Nuno Franco. -------------------------------------------------------------- ----- Rita Magrinho (PCP), por um dia, tendo sido substituída pela Deputada Municipal Ana Páscoa Baptista. -----------------------------------------------------------------

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----- Carlos Carvalho, Deputado Municipal suplente do PCP, suspendeu o seu mandato por um dia (27 de Julho de 2010). ---------------------------------------------------- ----- Diogo Moura (CDS-PP), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Maria Luísa Aldim. ------------------------------------------------------------------- ----- João Oliveira Martins, Deputado Municipal suplente do CDS-PP, pediu a suspensão do mandato por um dia (27 de Julho de 2010). ----------------------------------- ----- Rita Silva (BE), de 23 de Julho 10 de Agosto, sendo substituída pela Deputada Municipal Joana Mortágua. ----------------------------------------------------------------------- ----- Foram justificadas as faltas e admitidas as substituições dos seguintes Deputados Municipais, Presidentes de Junta de Freguesia: ----------------------------------------------- ----- Ana Bravo de Campos (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de São Mamede, por Paulo Moreira. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Idalina Flora (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, por Guilherme Diaz Bérrio. ------------------------------------------------------------- ----- João Neves Ferro (PSD), Presidente da Junta de Freguesia da Lapa, por José Marcelino Carvalho. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Rui Pessanha da Silva (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de São João de Deus, por Daniel Gomes de Castro. ------------------------------------------------------------- ----- Rodrigo Gonçalves da Silva (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, por Pedro da Silva Ribeiro. ------------------------------------------- ----- Athayde de Carvalhosa (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de São Francisco Xavier, por Alexandre Frank. -------------------------------------------------------------------- ----- Isabel Leal de Faria (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, por Maria do Rosário Passos Roberto. --------------------------------------------------------------- ----- Joaquim Fernandes Marques (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de São João de Brito, por Gil Horácio dos Santos. ----------------------------------------------------- ----- João Serra (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de Santa Isabel, por Mafalda Ascensão Cambeta. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Rosa do Egipto (PS), Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais, por Luís Jorge Silva --------------------------------------------------------------------- ----- Ermelinda Brito (PS), Presidente da Junta de Freguesia de São Cristóvão e São Lourenço, por Joaquim Jerónimo. --------------------------------------------------------------- ----- Irene Lopes (PS), Presidente da Junta de Freguesia de Santa Catarina, por Maria Augusta Marques de Oliveira. -------------------------------------------------------------------- ----- Belarmino Silva (PS), Presidente da Junta de Freguesia de Marvila, por Vítor Manuel Simões. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Hugo Xambre Pereira (PS), Presidente da Junta de Freguesia do Beato, por Pedro Lopes Mendes. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Alberto Bento (PS), Presidente da Junta de Freguesia das Mercês, por Eunice Gonçalves. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Maria João Correia (PS), Presidente da Junta de Freguesia do Socorro, por Manuel José Figueiredo. --------------------------------------------------------------------------

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----- José António Videira (PS), Presidente da Junta de Freguesia da Ajuda, por Vítor Formiga. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- André Couto (PS), Presidente da Junta de Freguesia de Campolide, por Miguel Belo Marques. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Jorge Ferreira (PCP), Presidente da Junta de Freguesia da Madalena, por António Gouveia Duarte. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Carlos Lima (PCP), Presidente da Junta de Freguesia do Castelo, por João Capelo. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Justificaram faltas os seguintes Deputados Municipais: -------------------------------- ----- Valdemar Salgado (PSD), relativamente à presente reunião. -------------------------- ----- Jorge Ferreira (PCP), relativamente à reunião realizada no passado dia 13 de Julho. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Carlos Lima (PCP), relativamente à reunião realizada no passado dia 13 de Julho. ----- A Câmara esteve representada pelo Sr. Vice-Presidente e pelos Srs. Vereadores: Manuel Brito, Maria João Mendes, Graça Fonseca, Catarina Vaz Pinto, Sá Fernandes e Madalena Braz Teixeira. ------------------------------------------------------------------------ ----- Estiveram ainda presentes os Srs. Vereadores da oposição: Victor Gonçalves, António Monteiro e Carlos Moura. -------------------------------------------------------------- ----- Às 15 horas e 30 minutos, constatada a existência de quorum, a Senhora Presidente declarou aberta a reunião, terceira da quarta Sessão Ordinária iniciada no passado dia 29 de Junho. -------------------------------------------------------------------------- ------------------------- CONTINUAÇÃO DA ORDEM DO DIA -------------------------- ----- Foi distribuído um quarto aditamento com os seguintes pontos: ---------------------- ----- Ponto 15 – Proposta 368/2010 ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 16 – Proposta 369/2010 ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 17 – Proposta 371/2010 ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 18 – Proposta 377/2010 ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 19 – Proposta 411/2010 ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 20 – Proposta 415/2010 ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 21 – Proposta 418/2010 ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 22 – Proposta 419/2010 ------------------------------------------------------------ ----- A Senhora Presidente disse que em Conferência de Representantes ficara acordado que dada a urgência da Câmara Municipal na aprovação de algumas propostas, designadamente a proposta 415/2010, ponto 20 da Ordem de Trabalhos, e a proposta 419/2010, ponto 22, iriam começar exactamente por estas duas propostas. --- ----- Contudo, quanto à proposta 419/2010, que tinha a ver com a isenção de taxas relativamente à realização do Rock in Rio, a Conferência, por unanimidade, decidira que não era necessário que ela fosse presente a Plenário porquanto as alterações propostas pela Assembleia na anterior proposta que tratava desta matéria já foram aprovadas em Câmara, e, portanto, ela vinha agora apenas para conhecimento e para que tomassem nota que efectivamente as alterações foram introduzidas e aprovadas pela Câmara. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Nesse sentido, a proposta 419/2010 foi retirada da Ordem de Trabalhos. -----------

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----- PONTO 20 – PROPOSTA 415/2010 – APROVAR A REPARTIÇÃO DE ENCARGOS REFERENTE AOS CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS COM PESSOAS SINGULARES PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÕES DE TÉCNICOS DE NATAÇÃO E DE HIDROGINÁSTICA, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA R) DO N.º 1 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO. --------------- ------------------------------------- PROPOSTA 415/2010 -------------------------------------- ----- Pelouros: Vereador Manuel Brito e Vereadora Maria João Azevedo Mendes ------ ----- Serviços: Departamento de Desporto e Direcção Municipal de Recursos Humanos. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- 1. A concretização do princípio constitucional expresso no artigo 79.º da Constituição da República Portuguesa (CRP) exige a conjugação de esforços, nomeadamente, do Governo e das Autarquias Locais, das Escolas, dos organismos da administração pública desportiva, das colectividades, das federações, das associações e dos clubes desportivos, com vista à promoção da actividade física e do desporto. ---- ----- 2. A promoção e o apoio ao Desporto, consubstanciada na criação de condições para a prática da actividade física e desportiva, é uma das competências e obrigações das Autarquias na prossecução dos interesses próprios, comuns e específicos das populações respectivas. --------------------------------------------------------------------------- ----- 3. As autarquias desempenham um papel fundamental no desenvolvimento desportivo e no incremento da prática desportiva. Para a prossecução dos seus objectivos necessitam de juntar esforços com várias entidades públicas e privadas, no sentido de atingir plenamente e de forma conjugada tais objectivos. ---------------------- ----- 4. Importa, assim, estruturar as condições dessa atribuição e participação, sendo inequívoca a vantagem de garantir uma mais eficaz, lógica e transparente mobilização e utilização dos recursos públicos, com vista à sua optimização. --------------------------- ----- 5. Neste contexto, o Pelouro do Desporto tem assumido um papel importante na concretização do Projecto Educacional e Desportivo do Concelho, em articulação com várias entidades, nomeadamente Juntas de Freguesia, Escolas, Associações de Cultura e Desporto, Federações, Clubes, Grupos Informais, entre outros, com um papel social, cultural, formativo e desportivo de inestimável significado. -------------------------------- ----- 6. O desempenho de funções de enquadramento técnico de actividades aquáticas e, bem assim, de vigilância de plano de água, deverá ser assegurado por pessoas singulares que demonstrem elevadas qualificações de índole técnica e pedagógica para a missão, nomeadamente ao nível da respectiva experiência e formação. ----------- ----- 7. O serviço em causa é prestado com autonomia, sem subordinação hierárquica e sem cumprimento de horário compatível com o horário normal de trabalho; ------------- ----- 8. Nos termos e para os efeitos do disposto no n.º 2 do artigo 35.º da Lei n.º 12-A/2008, de 28 de Fevereiro, que estabelece os regimes de vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas, podem ser outorgados por serviços públicos contratos de prestação de serviços. ------------------------------------

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----- 9. A alínea b) do n.º 2 do artigo 35.º da já referida Lei n.º 12-A/2008, de 28 de Fevereiro, que impunha como requisito preferencial para a celebração de contratos de avença e de tarefa a contratação de uma pessoa colectiva, foi revogada pelo artigo 18.º da Lei n.º 3-B/2010, de 28 de Abril, que aprovou o Orçamento de Estado para 2010. -- ----- 10. O artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 209/2009, de 3 de Setembro, viu a respectiva redacção alterada pelo artigo 20.º da Lei n.º 3-B/2010, de 28 de Abril, que aprovou o Orçamento de Estado para 2010, estabelecendo agora que a celebração de contratos de avença e de tarefa por parte dos municípios depende de prévio parecer favorável por parte do órgão executivo – fazendo, no entanto, depender os termos desse parecer de portaria que ainda não foi publicada. ------------------------------------------------------------ ----- 11. Aquando do início dos procedimentos para a contratação dos prestadores de serviços a que se reporta a presente proposta, o Departamento de Desporto, através do ofício n.º 881/DD/2010, remetido em conjunto com a informação n.º 649/DD/UJ/2010 através do protocolo n.º 517/10, auscultou a Direcção Municipal de Recursos Humanos, no âmbito das respectivas competências, em virtude da indisponibilidade de recursos humanos em número suficiente e com o perfil funcional adequado aos desideratos em apreço, não existindo no quadro de pessoal funcionários que possam assegurar estas funções. --------------------------------------------------------------------------- ----- 12. Existe, nas funções que ora se pretendem assegurar, uma fortíssima componente técnico-pedagógica, por um lado, ao que acresce, naturalmente, uma inegável responsabilidade em termos de saúde e segurança pública – indissociáveis, uma e outra, de uma relação insofismavelmente fiduciária entre o Município e os técnicos que tiverem de desenvolver tais tarefas. --------------------------------------------- ----- 13. Tais funções deverão passar por um escrutínio tão rigoroso quanto possível por parte do serviço público, em nome da fidúcia associada a estas funções. ------------ ----- 14. No Programa da Câmara Municipal para a área desportiva se prevê ainda a promoção da prática desportiva nos termos do princípio «Desporto para Todos» e a introdução do «Programa de Apoio à natação curricular nas escolas do 1º ciclo do ensino básico» em articulação com as Escolas. ----------------------------------------------- ----- 15. Este Programa contempla um conjunto de objectivos programáticos de adaptação ao meio aquático e aprendizagem da natação que se encontram incluídos na área da natação do Programa de Expressão e Educação Físico-Motora. ------------------- ----- 16. A organização conjunta entre o Departamento de Desporto e o Departamento de Educação da Câmara Municipal de Lisboa de um programa denominado: «Programa de Natação para as Escolas do 1º ciclo do ensino básico», destinado aos alunos das escolas públicas da cidade, já passou por uma fase experimental no ano lectivo de 2007/2008, tendo obtido êxito assinalável e adesão ao mesmo por parte de diversos Agrupamentos de Escolas. ------------------------------------------------------------- ----- 17. Só no presente ano lectivo, dos 14.903 alunos do 1.º ciclo do ensino básico matriculados em escolas do Município, 7.948 beneficiam do programa, sendo ainda certo que das 87 escolas do 1.º ciclo existentes em Lisboa, 59 aderiram à iniciativa. No âmbito dos agrupamentos de escolas, os números são ainda mais esmagadores: do

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universo de 30 agrupamentos de escolas existentes na área do Município, 26 aderiram ao programa. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- 18. Os resultados amplamente positivos apurados e verificados a todos os níveis tanto nos anos lectivos anteriores como no presente impõem não só a continuidade do programa mas, sobretudo, encorajam e responsabilizam a autarquia para o seu alargamento no ano lectivo de 2010/2011. ----------------------------------------------------- ----- 19. A época desportiva 2010/2011 abrangerá os planos de água de 9 piscinas municipais (Alfama, Ameixoeira, Boavista, Casal Vistoso, Oriente, Penha de França, Rego, Restelo e Vale Fundão), no período compreendido entre 1 de Setembro de 2010 e 31 de Julho de 2011, num total de 122504 horas de enquadramento técnico e vigilância de plano de água distribuídas por 49 semanas, nos termos do mapa anexo à proposta. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 20. As carências de pessoal munido com as habilitações técnicas constantes do artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 271/2009, de 1 de Outubro e, bem assim, do Decreto-Lei n.º 248-A/2008, de 31 de Dezembro, para o exercício das funções de enquadramento técnico de actividades desportivas no meio aquático vão naturalmente manter-se. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 21. Acresce ainda, por importante, que tal carência se alarga às carências de pessoal munido com as habilitações constantes do Decreto-Lei n.º 118/2008, de 10 de Julho, para o exercício de funções de vigilância da segurança e integridade física dos utentes do plano de água. ------------------------------------------------------------------------- ----- 22. Por conseguinte, torna-se mister assegurar, em permanência, até final da próxima época desportiva (final de Julho de 2011) um mínimo de elementos dotados de habilitações académicas, formação profissional, experiência profissional e demais requisitos constantes de legislação desportiva específica para o exercício de funções como técnicos de natação e de nadadores-salvadores, para o exercício de funções em 122504 horas, divididas por 49 semanas nas piscinas identificadas supra, nos termos do mapa anexo à proposta, no montante de € 875.193,00 (oitocentos e setenta e cinco mil cento e noventa e três euros), correspondente a € 321.919,00 (trezentos e vinte e um mil novecentos e dezanove euros) para o ano económico de 2010 e € 553.722,00 (quinhentos e cinquenta e três mil setecentos e vinte e dois euros) para o ano económico de 2011. -------------------------------------------------------------------------------- ----- 23. Impõe-se ainda a emissão de parecer favorável por parte da Câmara Municipal de Lisboa para a contratação do acervo de recursos humanos indispensável à manutenção dos projectos desportivos da cidade, enquanto não for possível concretizar a contratação de trabalhadores em funções públicas para o exercício de funções de enquadramento técnico e de vigilância do plano de água. ---------------------- ----- Assim, tenho a honra de propor, nos termos do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 209/2009, de 3 de Setembro, conjugado com o disposto no artigo 35.º da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de Fevereiro, ambos com a redacção atribuída pela Lei n.º 3-B/2010, de 28 de Abril (respectivamente artigos 20.º e 18.º), que a Câmara Municipal delibere: --- ----- 1. Emitir parecer favorável à celebração de contratos de prestação de serviços com pessoas singulares para o exercício de funções técnicos de natação e de

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hidroginástica, bem como de nadadores-salvadores, de modo a garantir a presença, em permanência, de um mínimo de prestadores que assegurem o enquadramento técnico de actividades aquáticas e a vigilância do plano de água para a época desportiva 2010/2011 e, bem assim, para a época balnear, correspondentes ao mês de Agosto; ---- ----- 2. Aprovar a realização de despesa, referida no mapa em anexo, que faz parte integrante para todos os efeitos legais da presente proposta, no valor de € 875.193,00 (oitocentos e setenta e cinco mil cento e noventa e três euros), acrescido de IVA à taxa legal em vigor, para o exercício das funções de enquadramento técnico e vigilância de plano de água, e submeter à Assembleia Municipal, para aprovação por este órgão deliberativo, a seguinte repartição de encargos: ----------------------------------------------- ----- (i) O valor de € 321.919,00 (trezentos e vinte e um mil novecentos e dezanove euros), acrescido de IVA à taxa legal em vigor, para o ano económico de 2010; -------- ----- (ii) O valor de € 553.722,00 (quinhentos e cinquenta e três mil setecentos e vinte e dois euros), acrescido de IVA à taxa legal em vigor, para o ano económico de 2011, a incluir no respectivo projecto de orçamento.” ----------------------------------------------- ----- O Senhor Vereador Manuel Brito, no uso da palavra para apresentação da proposta, disse que ela respeitava à contratação de técnicos de natação e nadadores salvadores, não só para o conjunto de utentes das piscinas municipais, como mais especificamente para o programa de natação destinado ao primeiro ciclo do ensino básico, que no ano lectivo que agora terminara tinha cerca de oito mil alunos, e as inscrições para o próximo ano indiciavam que esse número seria largamente ultrapassado. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que foram seguidos os passos usuais para a contratação. Tratava-se de uma contratação apenas até Julho, dentro do que era usual nos Recursos Humanos foi interrogado se havia técnicos para esta função e não havia. Havia uma outra hipótese, que em reunião anterior de Câmara se chegara a ventilar, que era os próprios técnicos constituírem-se como empresa mas eles não aceitaram isso, de modo que tinham este recurso que era uma contratação temporária para uma prestação de serviços, cuja natureza era de uma forte componente pedagógica, pelo que se exigia técnicos bem qualificados para esse efeito. --------------------------------------------------------------------- ----- Havia, evidentemente, uma outra hipótese que era aquela que estava agora em marcha para os meses de Verão, Julho e Agosto, que era a contratação de uma empresa de prestação de serviços, mas esse serviço era bem mais caro, cerca de 30%. Mas numa próxima oportunidade veriam o que fazer. ---------------------------------------- ----- Portanto, o que se tratava hoje era, em suma, a Assembleia Municipal pronunciar-se sobre este processo e, em particular, sobre a repartição de encargos para o próximo ano civil. ------------------------------------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal João Bau (BE), no uso da palavra, disse que tinham em análise uma proposta para contratação de prestadores de serviços para o enquadramento de actividades aquáticas e vigilância de plano de água, e, em primeiro lugar, queria dizer que louvavam a preocupação do Executivo com a promoção e o apoio ao incremento da prática desportiva, através do programa municipal Desporto para Todos, e o programa de Apoio à Natação Curricular das Escolas do 1º Ciclo do

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Ensino Básico, programa esse que, de acordo com as informações que lhes eram prestadas, beneficiaria cerca de 15 mil alunos. Portanto esse programa de incentivo à prática desportiva merecia todo o apoio do BE. ----------------------------------------------- ----- Mas a forma como isso se fazia é que de facto não poderia merecer o apoio do BE. A proposta visava a contratação de 55 técnicos superiores na área da educação física e desporto e 27 assistentes técnicos nadadores, em regime de prestação de serviços. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Era óbvio que esses 25 técnicos mais os 27 assistentes técnicos, não eram prestadores de serviços, eram pessoas que iriam obedecer a uma hierarquia, teriam de cumprir um horário de trabalho, iriam exercer as suas funções em instalações da Câmara, os seus instrumentos de trabalho seriam fornecidos pela Autarquia, e iriam receber uma remuneração pelo seu trabalho. Tudo isso configurava que não se tratava de uma prestação de serviços. -------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que esta proposta representava uma regressão relativamente à anterior situação que se vivia na Câmara Municipal de Lisboa. O BE tivera uma acção determinante ao fazer cessar uma situação que se arrastava há cerca de 20 anos, que tinha a ver com a existência de falsos recibos verdes. Foi possível pôr cobro a essa situação, e não fazia sentido, neste momento, que sob a capa de contratar pessoas que eram necessárias para levar a cabo o programa de fomento desportivo, se voltasse a uma situação anterior que era manifestamente ilegal e politicamente reprovável. ------- ----- Não esperavam ver o Executivo voltar a cair em propostas deste tipo. -------------- ----- Referiu que na discussão da proposta em Câmara, foi referido que haveria um obstáculo à contratação desses trabalhadores para os quadros da Câmara, em virtude do Orçamento para 2010 ter sido reprovado pela Assembleia. ------------------------------ ----- Bom, foi reprovado, e quanto ao BE foi muito bem reprovado. Na altura própria exprimiram a posição do Grupo, o Orçamento era a expressão quantificada da política da Câmara e um instrumento para a sua aplicação, e não estavam de acordo com essa política porque ela deixava de lado as principais questões da Cidade. Por isso, votaram contra, como votaram contra todas as forças políticas excepto o PS. ------------ ----- Disse que o PS viera para essa discussão com o propósito – que aliás estava expresso nas actas da reunião onde o Orçamento fora debatido – de não fazer aprovar o Orçamento, porque isso lhe permitia ter limites de despesa superiores àqueles que orçamentara para 2010. E mais: ficava com a faculdade de poder fazer aprovar as alterações orçamentais em Câmara, onde tinha a maioria, e não ter que as trazer à Assembleia Municipal. Portanto, não fizera o mínimo esforço de concertação de posições para que o Orçamento pudesse ser aprovado. --------------------------------------- ----- Aliás, depois de reprovado, não fizera nenhuma tentativa para apresentar uma nova proposta de Orçamento na Assembleia, pelo que o argumento que tinha que recorrer a uma prática ilegal de contratação porque o Orçamento não fora aprovado, não colhia já que a responsabilidade da não aprovação do Orçamento cabia, por inteiro, ao Executivo do PS.----------------------------------------------------------------------- ----- Por outro lado, o Executivo prescindia também de fazer uma contratação, a termo certo, para os trabalhadores que eram necessários para a execução do programa,

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contratação essa que, do ponto de vista legal, seria perfeitamente possível e muito mais adequada que aquilo que lhes era proposto, até porque o que lhes era proposto era voltar a uma situação de violação da Lei e de ataque aos direitos dos trabalhadores que iriam prestar serviços ao abrigo do programa que lhes foi apresentado. -------------- ----- Referiu que, do ponto de vista político, com a apresentação desta proposta se vivera uma situação paradoxal na reunião de Câmara. Era ver os partidos à direita do PS a atacar o PS por estar a defender a precariedade do trabalho, o que era uma realidade, mas era paradoxal que fosse a direita a tomar essa posição. -------------------- ----- Curiosamente, esta proposta era apresentada no momento em que, face ao anúncio da apresentação, por parte do PSD, de uma proposta de revisão constitucional, o PS, através do seu Secretário-Geral e da sua Comissão Nacional, fazia grandes ataques à proposta do PSD porque ela estaria imbuída dos princípios do neoliberalismo. No essencial, essas críticas que o PS fazia à anunciada proposta pareciam-lhes correctas, mas havia ali algo que era paradoxal, é que as palavras do Secretário-Geral e da Comissão Nacional do PS, não eram ouvidas pelo Primeiro-Ministro e pelos Ministros do actual Governo, porque o actual Governo, para além de uma prática neoliberal anterior, continuava a avançar com medidas de carácter neoliberal, como as anunciadas privatizações do sector energético e dos correios, empresas essenciais, empresas estratégicas de serviço público. ----------------------------- ----- Disse que o Ministro das Finanças era outro dos que não ouvia a palavra do Secretário-Geral do PS, até anunciava que essas privatizações se fariam sem golden share. Mas também a palavra do Secretário-Geral do PS e da Comissão Nacional não eram ouvidas pelo Executivo da Câmara Municipal de Lisboa, pelo Sr. Presidente e pelos Srs. Vereadores, porque em matéria de complexos desportivos, ainda não há muito tempo, vieram à Assembleia propostas de parcerias público-privadas. O supra-sumo do neoliberalismo. -------------------------------------------------------------------------- ----- E agora vinham propostas de precariedade na contratação de trabalhadores, propostas que eram ilegais, propostas que, a serem aprovadas, representariam uma violação da Lei, propostas que dariam origem a contratos que, nos termos da Lei, seriam nulos. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Portanto, diria que, em matéria de neoliberalismo, a posição do PS lhe fazia recordar um velho aforismo popular: “bem prega Frei Tomás, faz como ele diz, mas não faças como ele faz”. -------------------------------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Dias Baptista (PS), no uso da palavra, disse que não tinham pensado intervir sobre esta matéria, mas a intervenção do Sr. Deputado Municipal João Bau, do BE, obrigava-os a intervir para repor a verdade dos factos. E a verdade dos factos era a seguinte. ------------------------------------------------------------- ----- Esta proposta, que a Câmara Municipal apresentava pelo Sr. Vereador Manuel Brito, era uma proposta que o PS apoiava e com a qual se sentiam confortados, porque, fundamentalmente, o que estava em causa para a Assembleia Municipal deliberar era a repartição de encargos para as despesas, apenas e tão só! Era isso que a Assembleia Municipal ia votar, não ia votar rigorosamente mais nada! -------------------

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---- Não ia votar nenhumas contratações, mas, já agora, mesmo que fosse, só para que ficasse registado para situar os factos, estavam perfeitamente convencidos de que não havia a mínima ilegalidade nessa situação. Pelo contrário, ela era perfeitamente legal, era uma situação tipificada na Lei, era uma situação que aquilo que pretendia era inviabilizar que as crianças ficassem sem praticar a ginástica e a hidroginástica. -------- ----- Portanto, o que estava em causa era a Câmara continuar a prestar serviços às crianças e aos jovens da Cidade, e era por isso que iriam votar favoravelmente. -------- ----- O Senhor Vereador Manuel Brito, em resposta às questões colocadas, começou por dizer, quanto à questão da ilegalidade referida pelo Deputado Municipal João Bau, que não fazia propostas ilegais, não só do ponto de vista da ética e da moral, como do ponto de vista do plano cívico, do plano criminal e do plano patrimonial. ----- ----- Disse que se tratava de uma proposta que foi vista e revista pelos diversos serviços camarários, a saber: o Departamento de Desporto, os Aprovisionamentos e a área das Finanças. Portanto, não era uma proposta ilegal. ----------------------------------- ----- E diria mesmo mais. Havia dúvidas se havia necessidade objectiva desta proposta ter ido à reunião de Câmara ou não. Ele próprio e a Sra. Vereadora Maria João Mendes acharam que era mais confortável que fosse, e apesar de não ser claro na Lei que isso era necessário, levaram-na. ------------------------------------------------------------ ----- Depois de repetir que não era ilegal, disse que não era uma falsa contratação de recibos verdes, mas tratava-se de uma contratação limitada no tempo, não abrangia doze meses. Não eram recibos verdes, não era uma mescambilha que tentasse disfarçar uma situação de falsos recibos verdes. Não havia, no conceito usual, uma relação hierárquica, tratava-se de professores e o conceito de relação hierárquica para uma relação pedagógica não era adequado. ---------------------------------------------------- ----- Referiu que se houvesse possibilidade, do ponto de vista orçamental, para contratar alguns técnicos com este perfil, não seria necessário este número, tanto mais que ele era flutuante, dependia da procura. Tinham a expectativa que a procura este ano seria de um determinado modo, mas poderia não ser. ----------------------------------- ----- E o Sr. Deputado Municipal João Bau confundira uma outra questão, porque na discussão que tiveram oportunamente, quer na Assembleia, quer na Comissão, nunca ouvira da parte do Sr. Deputado Municipal uma alternativa àquilo que disse que era o supra-sumo do neoliberalismo de uma parceria público-privada. Nunca o vira com uma proposta alternativa para três equipamentos degradados, com delinquentes e marginais, para uma Câmara que não tinha dinheiro. ----------------------------------------- ----- Em suma, não era nenhum esquema neoliberal, não era ilegal, e tratava-se de dar uma solução a um problema objectivo e necessário que nem era de matéria desportiva. O ensino da natação deveria ser considerado hoje em dia como um pré-requisito dos cidadãos, porque deveria ser uma conquista, um comportamento de vida. Portanto, era uma Câmara Municipal que tentava proporcionar a todos os alunos um programa curricular, o que era uma novidade em relação ao que se passava em todo o País quanto ao ensino da natação. --------------------------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal João Bau (BE), novamente no uso da palavra, disse que o que estava em causa não era evidentemente o programa, e não valia a pena refugiar-

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se atrás das crianças para esconder a realidade dos factos, porque relativamente ao programa estavam de acordo e até louvaram a preocupação do Executivo com o seu lançamento. Essa era matéria pacífica. ---------------------------------------------------------- ----- O que contestavam era a forma como se estava a propor contratar as pessoas, porque, de facto, as pessoas iriam obedecer a uma hierarquia – essa coisa de dizer que os professores não tinham hierarquia conviria discutir com a Ministra da Educação, do PS – teriam de cumprir um horário de trabalho, como era óbvio, iriam exercer as suas funções em instalações da Autarquia, os seus instrumentos de trabalhos seriam fornecidos pela Câmara e iriam auferir uma remuneração. Portanto, tudo isso configurava que não era uma prestação de serviços. Era ir à Lei, é uma coisa muito simples. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- E era contra essa ultrapassagem da Lei e contra a apresentação de uma proposta que contrariava a Lei que o BE se levantara. Em relação ao programa, pois com certeza. Agora, que contratassem as pessoas como devia ser. ------------------------------- ----- A Senhora Presidente, visto que mais ninguém desejara intervir, encerrou o debate e de seguida submeteu à votação a proposta 415/2010, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS, PCP e 5 IND-PS, votos contra do CDS-PP e BE, e a abstenção do PSD, PPM, MPT e PEV. --------------- ----- Os Deputados Municipais Álvaro Carneiro e Sara Luísa Santos, ambos do PSD, entregaram na Mesa declarações de impedimento, pelo que não tomaram parte na discussão e votação desta proposta. ------------------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal João Bau (BE), apresentou, por escrito, a seguinte declaração de voto: --------------------------------------------------------------------------------- ----- “O Bloco de Esquerda louva a preocupação deste Executivo com a promoção e o apoio ao incremento da prática desportiva, através do Programa Municipal “Desporto para Todos” e o Programa de apoio à Natação Curricular nas Escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico. Com este programa estaria a beneficiar cerca de 15.000 mil alunos. ---- ----- De facto é necessário incentivar a prática desportiva junto dos munícipes. --------- ----- Mas, esta proposta visa a contratação de 55 técnicos superiores na área de educação física e desporto e 27 assistentes técnicos nadadores salvadores, em regime de prestação de serviços. -------------------------------------------------------------------------- ----- Contrariamente ao que subjaz a esta proposta, o que se pretende é a contratação de pessoas que irão obedecer a uma hierarquia, terão de cumprir um horário de trabalho, irão exercer as suas funções em instalações da autarquia, os seus instrumentos de trabalho serão fornecidos pela autarquia e irão auferir uma retribuição pelo seu trabalho. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Com esta proposta o Município de Lisboa de forma encapuçada quer contratar trabalhadores como prestadores de serviços. --------------------------------------------------- ----- O Bloco de Esquerda orgulha-se de ter desencadeado o processo de legalização de cerca de 800 precários existentes neste município, no anterior mandato. E, ---------- ----- Para o Bloco combater a precariedade é um compromisso democrático. ------------ ----- Ora, em nome da proclamada fidúcia defendida nesta proposta, o Bloco de Esquerda votou contra este tipo de políticas laborais.” ---------------------------------------

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----- A Senhora Presidente, seguidamente, colocou à consideração da Assembleia fazer-se a discussão das propostas 250/2010 e 251/2010 em conjunto, já que tratavam de matéria semelhante, sendo que a votação se faria em separado, obviamente. --------- ----- Obtida a concordância, pôs em apreciação as referidas propostas: ------------------- ----- PONTO 6 – PROPOSTA 250/2010 – APROVAR A ALIENAÇÃO, SOB A FORMA DE HASTA PÚBLICA, DO EDIFÍCIO MUNICIPAL PALÁC IO PANCAS PALHA OU PALÁCIO VAN ZELLER, DESTINADO EXCLUSIVAMENTE AO USO DE UNIDADE HOTELEIRA, NOS TER MOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA I) DO N.º 2 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO. ---------------------------------- ------------------------------------- PROPOSTA 250/2010 -------------------------------------- ----- Pelouro: Vereadora Maria João Azevedo Mendes -------------------------------------- ----- Serviços: DPI --------------------------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- Compete à Câmara, como Órgão de gestão do Município, proceder a uma correcta definição do uso dos bens móveis e imóveis de sua pertença; -------------------- ----- A alienação dos activos dispensáveis para o exercício das competências que lhe são cometidas por lei, constitui uma medida adequada, podendo contribuir através da sua reutilização para a revitalização sócio-económica das áreas onde se integram; ----- ----- Existem vários imóveis municipais, edifícios notáveis, de valor arquitectónico acrescido, que se encontram em fase de evidente degradação física, actualmente sem ocupação, ou com ocupações parciais e desadequadas, os quais, dada a sua localização privilegiada, são passíveis de alienação; -------------------------------------------------------- ----- A utilização destes imóveis como unidades hoteleiras, é potenciadora do seu valor patrimonial, permitindo através do investimento privado, a sua recuperação e valorização, bem como a fruição pública destes espaços; ------------------------------------ ----- A alienação por hasta pública favorece os princípios gerais da concorrência, da igualdade, da imparcialidade e da transparência da actividade e do procedimento administrativo; -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara Municipal delibere, ao abrigo das disposições conjugadas dos artigos 64º, n.º 6, alínea a) e 53º, n.º 2, alínea i), ambos da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, na redacção conferida pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, aprovar e submeter à Assembleia Municipal: ------------------------------------ ----- A autorização da alienação, sob a forma de hasta pública, do seguinte edifício municipal destinado, exclusivamente, ao uso de unidade hoteleira: ------------------------ ----- - Palácio Pancas Palha ou Palácio Van Zeller sito na Travessa do Recolhimento de Lázaro Leitão nº 1/Rua de Santa Apolónia, 12/18, trata-se de um prédio urbano com a área total de 3.945,00m2 (área coberta – 1243 m2 e área descoberta – 2702 m2), demarcado à cor verde na cópia da Planta nº 08/072A/02 do Departamento do Património Imobiliário, descrito na 1ª Conservatória do Registo Predial de Lisboa sob a descrição nº 2225 do Livro B-16 e inscrito na matriz predial urbana da freguesia de Santa Engrácia sob o artigo nº 390, -------------------------------------------------------------

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----- A determinação, como preço base de licitação, o seguinte valor: --------------------- ----- - Palácio Pancas Palha ou Van Zeller sito na Travessa do Recolhimento de Lázaro Leitão nº 1, Rua de Santa Apolónia nº 12 a 18 - € 4.083.000,00 (quatro milhões e oitenta e três mil euros) --------------------------------------------------------------- ----- Devendo a alienação respeitar as Condições Gerais e Especiais constantes do documento anexo, que constitui parte integrante desta Proposta; --------------------------- ----- 1. O condicionamento da eficácia da presente proposta à verificação da autorização do procedimento de alienação em hasta pública pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, I. P. (IGESPAR, I.P) nos termos e para os efeitos das disposições conjugadas dos artigos 35º, 37º e 113º, n.º 2 da Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro (Lei de bases da política e do regime de protecção e valorização do património cultural), e dos artigos 4º a 7º do Decreto n.º 20:985, de 7 de Março de 1932; --------------------------------------------------------------------------------- ----- 2. Caso a Câmara venha a aprovar projecto que contemple aumento de edificabilidade do prédio alienado, em relação às condições da presente hasta pública, haverá lugar a ajustamento do preço que dela resulte, através da aplicação de um valor que terá por base o valor unitário/m2 nesta praticado, actualizado de acordo com o coeficiente resultante da Portaria de desvalorização da moeda, vigente ao tempo da emissão da respectiva licença. -------------------------------------------------------------------- ----- Processo Privativo: Palácio Pancas Palha – n.º 30/DPI/08 ----------------------------- ------------------ JUSTIFICAÇÃO DO VALOR BASE DE LICITAÇÃO ----------------- ----- Com vista a determinar o valor base de licitação para o imóvel em questão, foi solicitada a respectiva análise valorativa a 2 empresas de avaliação, em termos de valor real de mercado actual e em termos de Valor de Mercado Potencial, considerando o seu uso definido para Turismo/Hotelaria. ----------------------------------- ----- O valor resultante, com base em condições e premissas semelhantes, foi obtido a partir da utilização das metodologias de avaliação internacionalmente aceites (Método Comparativo de Mercado, Método do Custo, e Método do Rendimento). ---------------- ----- Após análise do valor apresentado, considerando o objectivo da alienação do bem presente, e atendendo à conjuntura actual em termos económicos, considerou-se ser adequada a adopção do valor resultante do método do valor de mercado de liquidação, sendo este, por definição, o valor de venda imediata, resultante de venda pública forçada, para fixação do valor base de licitação, tal como consta do seguinte quadro:” - Designação Valor Base Licitação Palácio Pancas-Palha – R: Stª Apolónia € 4.083.000,00

----- PONTO 7 – PROPOSTA 251/2010 – APROVAR A ALIENAÇÃO, SOB FORMA DE HASTA PÚBLICA, DO EDIFÍCIO MUNICIPAL PALÁC IO DO MACHADINHO, DESTINADO EXCLUSIVAMENTE AO USO DE UNID ADE HOTELEIRA, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DIS POSTO NA ALÍNEA I) DO N.º 2 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002 , DE 11 DE JANEIRO . ------------------------------------------------------------------------------------------ ------------------------------------- PROPOSTA 251/2010 --------------------------------------

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----- Pelouro: Vereadora Maria João Azevedo Mendes -------------------------------------- ----- Serviços: DPI --------------------------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- Compete à Câmara, como Órgão de gestão do Município, proceder a uma correcta definição do uso dos bens móveis e imóveis de sua pertença; -------------------- ----- A alienação dos activos dispensáveis para o exercício das competências que lhe são cometidas por lei, constitui uma medida adequada, podendo contribuir através da sua reutilização para a revitalização sócio-económica das áreas onde se integram; ----- ----- Existem vários imóveis municipais, edifícios notáveis, de valor arquitectónico acrescido, que se encontram em fase de evidente degradação física, actualmente sem ocupação, ou com ocupações parciais e desadequadas, os quais, dada a sua localização privilegiada, são passíveis de alienação; -------------------------------------------------------- ----- A utilização destes imóveis como unidades hoteleiras é potenciadora do seu valor patrimonial, permitindo através do investimento privado, a sua recuperação e valorização, bem como a fruição pública destes espaços; ------------------------------------ ----- A alienação por hasta pública favorece os princípios gerais da concorrência, da igualdade, da imparcialidade e da transparência da actividade e do procedimento administrativo; -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara Municipal delibere, ao abrigo das disposições conjugadas dos artigos 64º, n.º 6, alínea a) e 53º, n.º 2, alínea i), ambos da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, na redacção conferida pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, aprovar e submeter à Assembleia Municipal: ------------------------------------ ----- A autorização da alienação, sob a forma de hasta pública, do seguinte edifício municipal destinado, exclusivamente, ao uso de unidade hoteleira: ------------------------ ----- - Palácio do Machadinho na Rua do Machadinho, nº 12 a 22, com uma área total de 3504,00 m2 (constituído por um conjunto de quatro prédios distintos e individualizados registralmente), demarcado à cor verde na cópia da Planta n.º08/069/02 do Departamento do Património Imobiliário, descrito na 3ª Conservatória do Registo Predial de Lisboa sob as descrições nº 1583, 1584 e 1588 do Livro B-16 e ainda o nº 856 da freguesia de Santos-o-Velho, correspondendo a primeira descrição ao prédio sito na Travessa dos Inglesinhos nº 21 e 23, a segunda ao prédio também da Travessa dos Inglesinhos nº 25 a 29, a terceira ao prédio sito na Rua dos Machadinhos com o nº 8 a 10 e a quarta corresponde ao prédio sito na Rua dos Machadinhos nº 12 a 22. --------------------------------------------------------------------- ----- A determinação, como preço base de licitação, o seguinte valor: --------------------- ----- - Palácio do Machadinho sito na Rua do Machadinho nº 12 a 22 - € 3.373.000,00 (três milhões trezentos e setenta e três mil euros) --------------------------------------------- Devendo a alienação respeitar as Condições Gerais e Especiais constantes do documento anexo, que constitui parte integrante desta Proposta; --------------------------- ----- 1. O condicionamento da eficácia da presente proposta à verificação da autorização do procedimento de alienação em hasta pública pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, I. P. (IGESPAR, I.P) nos termos e para os efeitos das disposições conjugadas dos artigos 35º, 37º e 113º, n.º 2 da Lei n.º

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107/2001, de 8 de Setembro (Lei de bases da política e do regime de protecção e valorização do património cultural), e dos artigos 4º a 7º do Decreto n.º 20:985, de 7 de Março de 1932; --------------------------------------------------------------------------------- ----- 2. Caso a Câmara venha a aprovar projecto que contemple aumento de edificabilidade do prédio alienado, em relação às condições da presente hasta pública, haverá lugar a ajustamento do preço que dela resulte, através da aplicação de um valor que terá por base o valor unitário/m2 nesta praticado, actualizado de acordo com o coeficiente resultante da Portaria de desvalorização da moeda, vigente ao tempo da emissão da respectiva licença. -------------------------------------------------------------------- ----- Processo Privativo: - Palácio do Machadinho - n.º 26/DPI/08 ------------------------ ------------------ JUSTIFICAÇÃO DO VALOR BASE DE LICITAÇÃO ----------------- ----- Com vista a determinar o valor base de licitação para o imóvel em questão, foi solicitada a respectiva análise valorativa a 2 empresas de avaliação, em termos de valor real de mercado actual e em termos de Valor de Mercado Potencial, considerando o seu uso definido para Turismo/Hotelaria. ----------------------------------- ----- O valor resultante, com base em condições e premissas semelhantes, foi obtido a partir da utilização das metodologias de avaliação internacionalmente aceites (Método Comparativo de Mercado, Método do Custo, e Método do Rendimento). ---------------- ----- Após análise do valor apresentado, considerando o objectivo da alienação do bem presente, e atendendo à conjuntura actual em termos económicos, considerou-se ser adequada a adopção do valor resultante do método do valor de mercado de liquidação, sendo este, por definição, o valor de venda imediata, resultante de venda pública forçada, para fixação do valor base de licitação, tal como consta do seguinte quadro:” - Designação Valor Base Licitação Palácio do Machadinho – R: do Machadinho € 3.373.000,00

----- A Senhora Vereadora Maria João Mendes, no uso da palavra para apresentação das propostas, disse que elas diziam respeito à alienação, em hasta pública, dos palácios Pancas Palha ou Van Zeller e do Machadinho. Tratava-se de dois imóveis que após a avaliação pela Câmara se consideravam dispensáveis para o exercício das competências que lhe estavam cometidas, no âmbito das diferente áreas de intervenção municipal, podendo contribuir, através da sua reutilização para o fim proposto, hotéis de charme, para a revitalização sócio-económica das áreas da Cidade onde ambos se integravam. ----------------------------------------------------------------------- ----- Eram dois edifícios municipais de valor arquitectónico acrescido, que se encontravam em fase de degradação física, ou por não terem ocupação, como era o caso do Palácio Pancas Palha, ou por terem uma ocupação parcial inadequada, como era o caso do Palácio do Machadinho, que estava ocupado por serviços municipais da área da educação, e que dada a sua localização na Cidade eram passíveis de alienação e de valorização em cada uma das zonas onde se encontravam. ---------------------------- ----- Na realidade, a utilização desses imóveis como unidades hoteleiras de pequena dimensão, hotéis de charme, era potenciadora do seu valor patrimonial, permitindo, através do investimento privado, quer a sua recuperação e valorização, quer a

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valorização das próprias áreas e a fruição pública de ambos espaços, que hoje não tinham. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- De relevar que a alienação por hasta pública favorecia os princípios gerais da concorrência, da igualdade, da imparcialidade e da transparência da actividade e do procedimento administrativo. -------------------------------------------------------------------- ----- Avançando alguns dados dos imóveis, disse que estas duas propostas eram conhecidas de todos, eram, aliás, propostas que se integraram num conjunto de seis palácios que foram definidos em anos anteriores, eventualmente destinados a hotéis de charme, e que foram avaliados na altura em termos dessa finalidade. ------------------ ----- Quanto aos dois que hoje eram propostos, o Pancas Palha estava situado na Freguesia de Santa Engrácia, Rua de Santa Apolónia na esquina com a Travessa do Recolhimento de Lázaro Leitão, tinha uma área total de 3.945 m2, e o valor proposto para a hasta pública era de 4.083.000 euros. Era um palácio cuja origem remontava ao século XVI, tivera intervenções nos séculos seguintes, sendo a traça actual datada do século XVIII. Foi adquirido pela Câmara em 1968 e recuperado em 1992, com apoios de fundos europeus, tendo tido depois utilização precária, e estando efectivamente desocupado e em situação de degradação. Aliás, a Comissão de Finanças e a Comissão de Cultura tiveram oportunidade de visitar estes dois palácios e ver efectivamente qual era a sua situação. De qualquer maneira, era um palácio com um activo arquitectónico e que poderia, sem dúvida, ser reabilitado em boas condições para fruição da Cidade e para o destino a que a Câmara o propunha. ---------------------- ----- Por outro lado, o Palácio do Machadinho estava situado na Freguesia de Santos-o-Velho, estava localizado na zona protegida do Museu de Arte Antiga, portanto numa zona histórica por definição, tinha uma área de 3.504 m2 e era constituído por um conjunto de quatro prédios distintos e individualizados do ponto de vista registral, e o preço base que a Câmara propunha era de 3.373.000 euros. Tratava-se de um palácio também pós-terramoto, representativo da arquitectura pombalina, com elementos decorativos rococó e tectos em gesso trabalhado, aliás tinha uns tectos importantes do Grossi, fora reconstruído no século XVIII e tivera uma grande obra de restauro já no século XX, onde se incluíra elementos arquitectónicos como azulejaria proveniente de igrejas e outros palácios da Cidade. Fora adquirido pela Câmara em 1948, tivera várias utilizações posteriores, e hoje encontravam-se lá instalados serviços municipais, sendo que não era de todo a utilização condigna para aquele palácio. De resto, quem o visitara pudera ver que se encontravam estantes e vários armários de arquivo encostados às paredes com azulejo, ou seja, uma situação que não era de todo a mais recomendável. ---------------------------------------------------------------- ----- Disse, ainda, que em ambas as propostas a sua eficácia estava dependente da autorização do IGESPAR, e que em ambos os casos ficava desde já definido que no caso da Câmara vir a aprovar um projecto que contemplasse o aumento da edificabilidade que estava prevista na hasta pública, haveria lugar e um aumento no preço que dela resultasse, através da aplicação proporcional do valor unitário por metro quadrado. ------------------------------------------------------------------------------------

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----- Por fim, disse que esta era uma oportunidade que a Cidade tinha para valorizar estes imóveis. O Município tem feito a reabilitação e o restauro de um conjunto de outros edifícios também arquitectonicamente importantes para utilização em termos de cultura, desporto e outro tipo de finalidades também válidas. Mas para estes dois edifícios, neste momento, não se vislumbrava uma utilização que pudesse ser consentânea e, infelizmente, à semelhança de muitos outros edifícios com características que também seriam muito defensáveis e que teriam que pensar muito bem sobre eles, encontravam-se neste momento numa situação que num deles não era exactamente abandono mas de que qualquer maneira era degradação, e no outro era efectivamente abandono. Portanto, pensavam que esta solução era de todo defensável.- ----- A Deputada Municipal Luísa Vicente Mendes (PS), na qualidade de Presidente da Comissão Permanente de Cultura, Educação, Juventude e Desporto, apresentou o Relatório que a seguir se transcreve: ------------------------------ ------------------------------------------ RELATÓRIO ------------------------------------------ ----- “A Comissão Permanente de Cultura, Educação, Juventude e Desporto, reuniu em 22 de Junho para análise das Propostas nºs: 250/2010 e 251/2010. Foi considerada a necessidade de serem efectuadas visitas aos Palácios do Machadinho e Pancas Palha. Estas visitas efectuaram-se em 1 de Julho, em conjunto com a Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo e contando igualmente com a presença da Sra. Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Em 6 de Julho a Comissão reuniu, reflectiu sobre as Propostas e as visitas realizadas e emitiu o seguinte parecer: ---------------------------------------------------------- ----- Em Bairros históricos e noutras zonas da Cidade a Câmara Municipal de Lisboa é proprietária de palácios com interesse patrimonial ou arquitectónico, muitos deles devolutos ou incorrectamente ocupados. A sua transformação em hotéis de charme pode ser uma tentativa de valorização da Cidade, sendo que a alienação do património é sempre uma opção política e a instalação de hotéis de charme em zonas históricas, pode contribuir para a reabilitação urbana dessas áreas. ------------------------------------- ----- No entanto foi também considerado o facto dos palácios serem imóveis de interesse público, de não serem necessários mais hotéis de charme na cidade, de serem demasiado baixos os preços propostos para a alienação e de no caso do palácio Pancas Palha terem sido na sua recuperação (na década de 90) gastas verbas significativas da Câmara Municipal de Lisboa e da União Europeia. Foi sugerida a possibilidade de em vez de se proceder às suas alienações, estes possam vir a ser utilizados como pólos de PME(s), ou de outras actividades (culturais, educacionais ou científicas) que dariam àqueles locais da cidade uma nova dinâmica. -------------------------------------------------- ----- A Comissão deliberou recomendar à Câmara Municipal de Lisboa, que seja assegurada a preservação do património arquitectónico, decorativo e os jardins destes palácios (nomeadamente no palácio do Machadinho, os gessos do escultor João Grossi, os azulejos dos Séculos XVII e XVIII, a Casa de Fresco, o miradouro, os jardins e a escadaria de entrada e o oratório do Palácio Pancas Palha). --------------------

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----- Foi considerado que as propostas estão aptas a serem discutidas e votadas em sede de plenário. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Este relatório foi aprovado por maioria com os votos favoráveis do PS e do PSD, abstenção do MPT e os votos contra do PCP, tendo estado ausentes da reunião os representantes do CDS-PP, BE e a Deputada Municipal Independente.” ------------------ ----- Finda a leitura, disse que o PCP ditara para o relatório a seguinte declaração de voto: -------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- “O PCP votou contra este relatório por entender, que a segunda parte do terceiro parágrafo do relatório, é excessiva em relação à discussão efectuada em sede de Comissão.” ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- A Deputada Municipal Teresa Almeida (PS), na qualidade de Secretária da Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, na ausência do Presidente da Comissão, apresentou o Relatório que a seguir se transcreve: ------------------------------------------------------------------------ ------------------------------------------ RELATÓRIO ------------------------------------------ ----- “A Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo reuniu em 12 de Julho de 2010, a fim de analisar e emitir parecer sobre as propostas em apreço, que visam alienar os referidos imóveis, sob a forma de hasta pública, exclusivamente, ao uso de unidades hoteleiras. Ambos os palácios forem objecto de visita da Comissão, em conjunto com a Comissão Permanente de Cultura, Educação, Juventude e Desporto, no passado dia 1 de Julho de 2010. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- De referir ainda que a Comissão recebeu algumas informações adicionais da Senhora Vereadora Maria João Azevedo Mendes sobre os imóveis, informações essas que serviram, em parte, para a elaboração do presente relatório e parecer. --------------- ----- Neste contexto, a Comissão deliberou o seguinte: -------------------------------------- ----- 1. Pronunciar-se pela alienação dos Palácios Pancas Palha (ou Van Zeller) e do Machadinho (aprovada por maioria, com os votos contra do PCP e BE); ----------------- ----- 2. Solicitar à CML que retire a exclusividade ao uso de unidade hoteleira, em relação aos dois Palácios, a fim de alargar a possibilidade de oferta em hasta pública (aprovada por maioria com o voto contra do PS); --------------------------------------------- ----- 3. Solicitar à CML que agregue os imóveis das antigas cavalariças do Palácio do Machadinho à respectiva proposta, a fim de valorizar o património objecto de alienação (aprovada por maioria, com o voto contra o PS); --------------------------------- ----- 4. Quanto às avaliações dos dois Palácios, a Comissão entende que as mesmas estão desactualizadas, tento em conta quando foram realizadas, em relação às presentes propostas (aprovada por maioria, com os votos contra do PS e do Deputado Independente José Franco); ----------------------------------------------------------------------- ----- 5. A Comissão solicita à CML que salvaguarde o património cultural existente nos palácios, independentemente do seu valor quantitativo, tendo em conta a vertente turística da Cidade de Lisboa (aprovada por unanimidade). ---------------------------------

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Após a análise efectuada às Propostas dos Palácios Pancas Palha (ou Van Zeller) e do Machadinho, baseada nas alíneas citadas, as mesmas encontram-se em condições de serem discutidas em Plenário.” ------------------------------------------------------------------- ----- A Deputada Municipal Virgínia Estorninho (PSD), no uso da palavra, disse que quanto à proposta 250/2010, referente ao Palácio Pancas Palha, edifício do século XVII, após a análise do processo não se lhes ofereciam grandes dúvidas, quer quanto à alienação, quer quanto à preservação do património, uma vez que era um edifício classificado ao abrigo do Decreto-Lei 67/97, e estava sujeito a Parecer vinculativo do IGESPAR, o que lhes dava alguma garantia de preservação do que restava. Isto apesar da desconfiança de princípio no actual IGESPAR, que se vinha comportando ultimamente como uma delegação do Pelouro do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Quanto ao seu interior, disse que a Câmara se encarregara de o “assassinar”, aquando da intervenção efectuada nos anos noventa. Que lhe perdoasse o Arqtº Frederico George, mas não gostava do que ele fizera. Por vezes, o ser público não era sinal de boa recuperação. Restavam as fachadas, salas nobres, com as suas janelas e portas ogivais, os tectos de estuque, a escadaria principal, o oratório e o espaço de entrada. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- No entanto, da visita efectuada, verificaram que as salas nobres davam para um alpendre sustentado por colunas que abriam directamente para o jardim lateral, lado oeste do edifício, ao nível dos salões, mas que não pertenciam à Câmara, e o jardim não fazia parte da hasta pública do palácio. ---------------------------------------------------- ----- Mas a Câmara no seu catálogo publicitário, que era enganador afinal, mostrava uma foto com o alpendre a desembocar no mesmo jardim, sem qualquer ressalva de que o mesmo não fazia parte do palácio em venda. ------------------------------------------- ----- O que era que iam fazer? Emparedar o alpendre? Julgavam que seria ajuizado enquadrar o jardim no processo de hasta pública, tentando adquiri-lo. Porque esse jardim, ao proprietário que adquirisse o edifício, iria trazer-lhe certamente problemas no futuro, que tentariam ser resolvidos aquando do desenvolvimento do projecto. Não via muito bem como resolver, mas não via outra forma que não fosse o emparedar. ---- ----- E ficava-lhes ainda a dúvida quanto ao preço da licitação. Sempre têm ouvido que a Câmara despendera à volta de um milhão de contos, logo 5 milhões de euros, quando a informação que Câmara fornecera à Comissão de Cultura indicava o valor de adjudicação de 2.075.000 euros. Registe-se, valor de adjudicação e não o valor final da obra, porque esse não conheciam. Não sofrera alterações? Não houvera trabalhos a mais? Seria a primeira vez que isso aconteceria numa obra pública, e daí falar-se no tal milhão de contos. Ora, o valor de licitação não seria, como dizia o povo, para desempatar dinheiro? Ficava-lhes essa dúvida. ---------------------------------- ----- Assim, a Câmara deveria ter tido o cuidado de apresentar ao mercado uma proposta com pés e cabeça. ----------------------------------------------------------------------- ----- No entanto, o PSD, quanto a este palácio, não tinha outras objecções em relação à alienação. Deixava apenas o reparo quando à forma como as propostas eram apresentadas à Assembleia Municipal. ----------------------------------------------------------

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----- Passando à proposta 251/2010, Palácio do Machadinho, disse que era um palácio seiscentista com recuperação no Século XVIII, efectuada pelo proprietário José Pinto Machado, cujas armas se encontram sobre o portal de entrada. Após a morte desse fidalgo, foi o mesmo habitado pelo Visconde de Castilho, António Feliciano de Castilho, poeta escritor, jornalista, que criara mesmo um método português de leitura, conhecido pelo Método Castilho, com larga obra publicada em verso e em prosa, e fizera ainda, entre outros, o estudo poético de Camões. -------------------------------------- ----- Vivera igualmente nesse palácio, seu filho Júlio de Castilho, também ele jornalista, poeta, escritor, que se distinguira essencialmente como olisipógrafo com vasta obra publicada sobre a Cidade de Lisboa, não se limitando apenas a publicar mas também a recolher tudo o que havia e toda a documentação de outros autores sobre Lisboa, espólio esse que ele legara e que se encontrava na Biblioteca Nacional de Lisboa, não sendo por isso difícil, se calhar, negociar um dia a vinda desse espólio para a Câmara Municipal de Lisboa. ------------------------------------------------------------ ----- Por que não criar no Palácio do Machadinho, à semelhança da Casa Pessoa, a Casa António e Júlio Castilho, adicionando-se-lhe o Centro de Estudos Olisiponenses. O palácio seria, parafraseando a linguagem erudita do Sr. Vereador Sá Fernandes, “curtido” por milhares de pessoas e não por algumas centenas como num hotel de charme. Mas a Câmara não pensara assim, propunha-lhes a alienação através da proposta 251/2010. --------------------------------------------------------------------------------- ----- A Câmara apresentava-lhes ali uma proposta de hasta pública, no valor de 3.370.000 euros, não discutia o preço mas sim a proposta que tudo remetia para o projecto de readaptação a um hotel de charme. ------------------------------------------------ ----- De notar que esse não era um edifício protegido. No entanto, tratava-se de um palácio em bom estado, com alguns tectos lindíssimos, em madeira e outros decorados a gesso e estuques executados no Século XVIII, atribuídos ao escultor João Grossi. João Grossi, que foi contratado pelo Marquês de Pombal para a decoração dos seus palácios, existindo portanto em Oeiras uma vasta obra deste artista, preservada e toda ela em poder da Câmara. Não havia hotéis, eram museus, eram sítios que podiam ser visitados. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Em Lisboa, porém, poderiam ver-se, para além desse palácio, obras de Grossi na Igreja dos Mártires, na Igreja de S. Paulo, no Palácio Cabral e alguns apontamentos em edifícios particulares. -------------------------------------------------------------------------- ----- O Marquês de Pombal criara então a escola de estucadores, colocando como seu mestre João Grossi, tendo-se destacado um dos seus pupilos, Barros Laborão, igualmente pupilo de Machado de Castro, os quais trabalharam em conjunto na Quinta Real de Caxias, hoje totalmente recuperada. Em Oeiras o património era preservado, em Lisboa vendia-se ao desbarato. -------------------------------------------------------------- ----- Continuando, disse que em Lisboa lhes cabia preservar o património. Desse modo deveria ter pensado o Executivo camarário, quando, em 1948, adquirira o Palácio do Machadinho, o recuperara conservando o existente, e ainda o embelezara trazendo para ali, de outros palácios, azulejos dos séculos XVII e XVIII, adicionando-os aos aí existentes, que estavam lá e tinham igualmente de ser preservados. ------------

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----- E a preservar também o magnifico Jardim das Damas, com os seus bancos namoradeiros na janela que dava para a rua, o lago, o nicho com azulejos do século XVIII, estes do próprio palácio, bem como o jardim com a casa de fresco com a sua magnifica cúpula coberta de azulejos. ---------------------------------------------------------- ----- Referiu que o jardim das traseiras foi requalificado pelo Arqtº Ribeiro Teles, numa altura em que pensavam com certeza ficar com o palácio e não vendê-lo. Era um palácio bonito, que estava bem preservado e que poderia ser aproveitado a nível cultural. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por tudo isto, custava-lhe muito acompanhar a Câmara na nesta alienação, porque certamente ele iria ser danificado na sua estrutura e na sua decoração. Como dizia o Sr. Vereador Sá Fernandes, “há no palácio sítios que não têm interesse arquitectónico, onde se podiam fazer casas de banho”. Ora, como os serviços da DPE admitiam a possibilidade de fazerem trinta unidades de alojamento, estava já a ver as pessoas a sair dos quartos e fazerem bicha nos corredores para terem acesso às casas de banho, colocadas nesse espaço sem interesse arquitectónico. --------------------------- ----- Sabia que não era novo valorizar o património em unidades hoteleiras, mas não acreditava que esse palácio, que não precisava de valorização porque não estava degradado, dada a sua localização em pleno Bairro da Madragoa, com ruas estreitas, sem lugares de estacionamento, para trinta unidades de alojamento fosse o local indicado para um hotel de charme. -------------------------------------------------------------- ----- Tanto mais que, a Câmara, na pressa de apresentar a proposta de alienação, se esquecera de incluir na hasta pública as antigas cavalariças do Palácio do Machadinho, embora no livro panfletário, então publicado, se dissesse textualmente: “no lado oposto da rua existe um anexo que se destinava aos veículos e alojamento do pessoal”. --------------------------------------------------------------------------------------------- ---- Realmente esse edifício existia, mas a Câmara ainda não avaliara as suas capacidades construtivas. No entanto, lançava uma hasta pública sobre o restante do palácio. Ora, não acreditava que alguém comprasse um palácio para um hotel, tendo a vista panorâmica de um edifício degradado mesmo em frente do hotel. ------------------- ----- Assim, aconselhava a Câmara a retirar a proposta e deixava duas reflexões: ------- ----- Primeira: fazer uma reflexão sobre a criação da “Casa António e Júlio Castilho”, pois praticamente não necessitava de obras, apenas alguns trabalhos de manutenção e de pintura; ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Segunda: no caso de prevalecer a manutenção da opção de alienar, a proposta fosse reformulada de forma a incluir os edifícios das cavalariças, que valorizariam imenso essa hasta pública pelas possibilidades que acrescentariam àquela que agora era apresentada, e salvaguardariam assim os estragos no património do palácio. -------- ----- Por isso, apelava aos restantes Grupos Municipais que acompanhassem o PSD nessa retirada, pois o papel dos Deputados Municipais era valorizar o património do Município e defender a Cidade. ------------------------------------------------------------------ ----- Concluiu dizendo que era esse o dever que ali estava a cumprir, era mister que a Câmara cumprisse o seu. --------------------------------------------------------------------------

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----- O Deputado Municipal Diogo Leão (PS), no uso da palavra, disse que relativamente às propostas 250/2010 e 251/2010, que se referiam à autorização para a alienação em hasta pública, com fins exclusivos para instalação de unidades hoteleiras, dos palácios Pancas Palha e Machadinho, o PS desejava tecer as seguintes considerações. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Reconheciam o valor arquitectónico e artístico desses edifícios, não só como património municipal, mas como activos que mereciam ganhar uma nova vida, uma nova função e um novo papel na Cidade de Lisboa. O património não existia para ser meramente acumulado, mas existia para ser potenciado, gerido e usufruído em prol da Cidade. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que a presente utilização e estado desses imóveis não servia condignamente os serviços camarários, o Município e os seus cidadãos, da mesma forma que não promovia e não permitia a dinamização de actividades que os fizessem abrir à Cidade, ao interesse geral de Lisboa. --------------------------------------------------- ----- As propostas sobre as quais agora se debruçavam, diziam respeito à alienação dos dois referidos palácios para exclusiva utilização enquanto actividade hoteleira, o que achavam ser meritório e acreditavam ser uma opção de peso e credível. ------------- ----- Através do investimento privado, podiam assegurar a recuperação desse património votando-o à promoção nacional e internacional da Cidade, e abrindo portas para todos os que quisessem usufruir dos seus serviços. Da mesma forma, as áreas envolventes desses dois palácios podiam receber um impulso ou revigoramento com base na actividade económica potenciada pela actividade hoteleira. ----------------- ----- Disse que foram, como de resto foram todos os Deputados Municipais da 1ª e 7ª Comissões, visitar esses imóveis, tendo constatado e apreciado, presencialmente, o estado físico e de conservação do património, tiveram oportunidade de esclarecer dúvidas e de avaliar a sua importância arquitectónica e artística. --------------------------- ----- Referiu que a maior preocupação do PS face a estas duas propostas, era e é a preservação dos elementos decorativos e artísticos contidos no interior e exterior desses dois palácios, mas tanto o IGESPAR, em resposta à comunicação feita por solicitação da Assembleia Municipal, como a própria Câmara, asseguraram-lhes que quaisquer obras, alterações ou intervenções que visassem os imóveis após a alienação para os fins previstos, seriam escrupulosamente acompanhadas por quem de direito. -- ----- Em suma, fora-lhes assegurado que os elementos decorativos e artísticos iriam ser preservados, continuando esses palácios a ser valorizados pelos traços históricos que os caracterizavam. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Prosseguindo, disse que todo o esforço para a promoção internacional da Cidade em tempos como os que viviam, era sempre importante. E sendo que o turismo era sector estratégico nacional com forte implementação e expressão local, era, mais do que isso, desejável. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Não partilhavam as reticências de outras forças políticas quanto à alienação de património, quando os fins que presidiam a essa mesma alienação eram justos, potenciadores do futuro, dinamizadores das áreas envolventes, preservadores do

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património face à degustação natural do tempo, e promotores da economia local, assim como da dimensão cosmopolita e internacional da Cidade. -------------------------- ----- Acreditavam, ainda, que esses imóveis, que se encontravam no presente estado com défice de utilização e susceptíveis à degradação temporal, podiam ser valorizados e devolvidos à Cidade, aos cidadãos, às actividades económicas que promovessem e premiassem o bom nome da Cidade, aquém e além fronteiras, se estas duas propostas fossem aprovadas. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Era esse o apelo que o PS ali deixava, disse a terminar. -------------------------------- ----- O Deputado Municipal Modesto Navarro (PCP), no uso da palavra, disse que na consulta da matéria que acompanhava estas duas propostas na Assembleia Municipal, verificaram, mais em profundidade, que se tratava de um programa organizado entre o Ministério da Economia e Inovação e a Câmara Municipal de Lisboa para a instalação de hotéis de charme, no centro de Lisboa e nos bairros históricos. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Assim, o principal objectivo do programa era a alienação de património do Estado e do Município de Lisboa. O Ministério da Economia e Inovação tinha em vista a alienação do Palácio Foz, do edifício do Ministério da Justiça, do edifício da Administração Interna, entre outros, património da Cidade. A articulação entre o Ministério, o Governo e a Câmara Municipal estava bem explicita na documentação, e até era citado, na documentação para consulta, que ia ser criado um corredor verde para apressar licenciamentos. Lisboa seria, portanto, capital do charme. ------------------ ----- Havia à cabeça de uma publicação editada pelo Turismo de Lisboa, um texto de apresentação assinado pelo Presidente do Turismo de Lisboa, que é o Presidente da Câmara Municipal, que a dado passo dizia: “Com a reconversão de seis edifícios em pequenas e requintadas unidades hoteleiras, situadas nos bairros históricos, Lisboa ficará dotada de mais hotéis de charme geridos por conceituados grupos nacionais ou internacionais. Esta iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, que conta com o apoio do Turismo de Lisboa, potencia, pois, a qualificação e projecção do destino junto de turistas com elevados padrões de exigência.” -------------------------------------------------- ----- Portanto, eram direccionadas para grupos e pessoas com elevado poder de compra, com elevadas condições financeiras para poderem ocupar hotéis de charme na Cidade de Lisboa, as publicações que tiveram ocasião de consultar. ------------------- ----- Estavam agora em causa os palácios Pancas Palha e Machadinho, e a primeira ideia que tinham era que a base de licitação dos dois, no caso do Palácio Pancas Palha era 4.083.000 euros e no caso do Palácio do Machadinho era 3.373.000 euros, era baixa. E em relação ao Palácio Pancas Palha, tratava-se de um imóvel de interesse público, recuperado, de facto, com custos elevados para o Município na década de noventa, entendiam que não era um bom local para a colocação de um hotel de charme, tinha a via férrea de Santa Apolónia, tinha o rio e tinha os contentores, e havia até um Parecer de uma consultora externa que dizia que era pouco atractivo aquele espaço para hotelaria. --------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que houve dotações da Comunidade Europeia para reabilitação, que provavelmente obrigariam a que o património ficasse ao serviço do Município, era

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uma questão que deixavam. Entendiam que ele não tinha efectivamente condições para o hotel de charme, e que deveria ser considerado para, eventualmente, um projecto de recuperação de empresas para Lisboa, já ali algumas vezes falado, portanto um nicho de empresas em Lisboa. Ou seja, um incentivo aos empresários, ao aparecimento de novos interesses e desenvolvimentos para a Cidade, seria um caminho melhor que este da alienação através da hasta pública. --------------------------- ----- Já bastava o que acontecera no Palácio Pancas Palha com o aluguer daquele espaço, durante anos, a uma empresa que lá realizara acções de formação e que deixara o palácio francamente degradado. Enquanto houvera dinheiros da comunidade europeia funcionaram os grupos, mas depois a empresa abandonara o imóvel deixando-o num estado bastante desgraçado. -------------------------------------------------- ----- Quanto ao Palácio do Machadinho, repetiu que consideravam a base de licitação baixa tendo em conta a valia daquele espaço. É que era preciso mesmo ir ver aquele palácio! Entendiam que, no mínimo, a concessão desse palácio deveria ser considerada, ou seja, continuar como património para a Cidade, porque estava abrangido pela zona do Museu Nacional de Arte Antiga, portanto também tinha a qualidade que já ali foi referida. ----------------------------------------------------------------- ----- Por outro lado, funcionavam lá os serviços municipais e gostavam de saber para onde estava pensado que fossem, em que condições e quanto custaria essa mudança ao Município. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que o palácio tinha património, tinha azulejaria, tinha um jardim excelente, um jardim extraordinário que valia a pena conhecer, e tinha áreas a disponibilizar para a fruição local e da Cidade. A Casa Fernando Pessoa, como já ali foi dito, era um bom exemplo de como servir os interesses da Cidade de Lisboa. --------------------------------- ----- Por isso, pensavam que em relação ao Palácio do Machadinho havia questões fundo que conviria analisar melhor, aprofundar, portanto adiando a votação desta proposta para uma melhor oportunidade, com os dados todos, com as respostas todos, e não rapidamente jogarem na alienação de um espaço que poderia ser essencial de facto para a revitalização daquela zona da Cidade, mas não para o usufruto de 36 privilegiados que de vez em quando viriam ali passar três ou quatro dias, sabia-se lá de onde! ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Portanto, que fosse essencialmente para a Cidade era isso que deveria ser reflectido pela Assembleia e também pela Câmara Municipal. ----------------------------- ----- O Deputado Municipal Ferreira de Lemos (CDS-PP), no uso da palavra, disse que relativamente às propostas n.º 250/2010 e n.º 251/2010, relativas ao Palácio Pancas Palha e Palácio do Machadinho, respectivamente, o CDS-PP nada tinha contra a alienação de activos quando não tivessem utilização para o Município e desde que o produto dessa alienação tivesse um objectivo economicamente útil para o Município. Não eram contra a troca de activos enquanto instrumentos não monetários de gestão patrimonial, aliás gestão patrimonial essa iniciada pelo Presidente Abecasis. ------------ ----- Contudo, esta gestão patrimonial não deveria ser redutora do valor potencial máximo de cada um e de todos os activos municipais. Por isso, não lhes parecia ser do interesse municipal limitar o fim desses palácios, a alienar através de hasta pública, a

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hotéis de charme, mas, como era indicado no relatório da Comissão Permanente de Finanças, diversificando essa oferta de modo a atrair um maior número de potenciais interessados e assim atribuir maior valor aos activos a alienar. ----------------------------- ----- E, a esse propósito, recordava o programa eleitoral “Unir Lisboa”, que passava a reproduzir: “Sem assegurar a capacidade de atrair e reter pessoas e actividades a cidade perde a sua base económica, e degrada-se a qualidade de vida urbana. Por isso, é necessário permitir à actividade económica privada a possibilidade de fornecer e favorecer a reabilitação e a revitalização urbana”. -------------------------------------------- ----- Esses objectivos não eram alcançados apenas com hotéis de charme. Também no mesmo programa eleitoral se dizia: “Lisboa tem de ser mais proactiva na atracção de empresas e de empresários, facilitando, designadamente, o licenciamento de actividades comerciais e empresariais, e em particular a reconversão do espaço para novos usos.” ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- A terminar, solicitou à Sra. Vereador Maria João Mendes, subscritora das propostas, que atendesse às recomendações constantes dos relatórios das Comissões e que, portanto, promovesse o seu adiamento. --------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal José Casimiro (BE), no uso da palavra, começou por dizer que não deixava de ser curioso que em tempo de crise e de aumento de desemprego, diminuição de apoios sociais e aumento da precariezação e da pobreza, se insistisse na ideia de Lisboa Cidade do Charme. ------------------------------------------- ----- O que fazer aos pobres que, nesse contexto, iam aumentando? Mandá-los para fora da Cidade? Escondê-los? É que a cidade do charme não era muito compatível com as duas coisas: por um lado, o aumento da pobreza com a degradação das condições de vida e, por outro, a degradação e o esvaziamento visível da Cidade. Queria construir-se uma cidade dual com profundas assimetrias sociais? ----------------- ----- Portanto, falar em charme, nestas circunstâncias, era realmente curioso. Charme em Lisboa existiria se levassem a sério a defesa do património da Cidade, exigindo ao Governo um programa de reabilitação urbana que reabilitasse a Cidade, gerasse emprego, baixasse as rendas, dinamizasse a economia e os ajudasse a sair do buraco em que se afundavam cada vez mais. Não viam a Sra. Vereadora defender um programa desses, ao contrário, por exemplo, da Sra. Vereadora Helena Roseta. Mas não havia charme que resistisse à degradação do edificado que se tornava cada vez mais evidente. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que uma das justificações apresentadas para a alienação era a reabilitação por parte dos privados. No entanto, ao analisarem os documentos, verificavam que não existia a obrigação efectiva do comprador em fazer a reabilitação dos imóveis. Ou seja, corriam o risco do comprador adquirir o património deixando-o depois parado, contrariando exactamente um dos objectivos apresentados para a reabilitação do edificado dos palácios. ---------------------------------------------------------------------------- ----- A limitação das opções à hotelaria, única e exclusivamente, não seria o melhor para Lisboa, no momento em que esse sector enfrentava dificuldades? É que só nos últimos dois anos perderam-se 3,6 milhões de turistas. Confirmaram-lhes que existiam grandes dificuldades, o Hotel Pena, que era um dos hotéis de charme, despedira

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pessoas e enfrentava grandes dificuldades financeiras, e os hotéis de cinco estrela alugavam quartos ao preço dos hotéis de três e quatro estrelas, para tentarem sobreviver. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Iam reservar os centros históricos para os turistas? Iam produzir mais gentrificação? Seria cidade de charme a cidade que ia arrasando com a diversidade dos serviços sociais e culturais, com a diversidade de funções, com as condições para uma cidade de vida, transformando-a na cidade do lucro, na cidade que expulsava os pobres para a periferia e que preservava o usufruto público, no entanto restrito ao elevado poder de compra? ------------------------------------------------------------------------ ----- Contudo, o Sr. Presidente da Câmara considerava que com esta iniciativa Lisboa iria ter mais charme para todos aqueles que a visitavam, que nela faziam os seus negócios, ou nela viviam. Quase diriam que essa afirmação era como o charme discreto da burguesia. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Disse que o BE não era favorável à alienação do património de elevado valor patrimonial e cultural. Seriam mais favoráveis a uma solução que passasse pela concessão por um determinado período de tempo, podendo mais tarde a Câmara reaver os espaços e alterar os seus usos de maneira definitiva. É que aquilo que hoje era moda ou obsessão pelos hotéis de charme, amanhã poderia ser encarado como uma opção que importava corrigir. -------------------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Ferreira Pereira (PPM), no uso da palavra, disse que estavam perante duas propostas de alienação de património, e desejava fazer algumas considerações sobre elas, começando pelas avaliações. -------------------------------------- ----- Lera com atenção a questão das avaliações, feitas por empresas diferentes, e notara que a diferença entre os valores encontrados por uma e por outra ultrapassava, na maior parte dos casos, os 10% e chegava mesmo a ultrapassar os 20%, o que lhe retirava alguma confiança a avaliações desse tipo. -------------------------------------------- ----- Por outro lado, não era altura para se estar a vender património. Qualquer pessoa sabia disso e a Câmara deveria saber também. Aliás, tanto sabia, que ia tentar vender por preços bastante inferiores ao valor mais baixo que fora encontrado nas avaliações.- ----- Disse que não sabia o que era que a Câmara pensava sobre as sugestões feitas pela Comissão de Finanças, mas efectivamente vender apenas para hotel de charme não lhe parecia que fosse economicamente viável já que assim se estava a restringir o campo de venda. A venda, a efectuar-se, deveria abrir o leque para outras actividades por forma a aumentar o número de interessados. ---------------------------------------------- ----- E porque o Palácio Pancas Palha fora objecto de obras de recuperação, nos anos noventa, com financiamento comunitário, desejava saber o que era que se passaria com esse financiamento comunitário se a Câmara vendesse o imóvel. Teria que ser devolvido, ou não? --------------------------------------------------------------------------------- ----- A terminar, depois de referir que, tal como já dissera o Sr. Deputado Municipal Modesto Navarro, havia uma empresa que achava que estes palácios não eram apelativos para efeitos de hotelaria, pediu que a Câmara respondesse às questões que colocara para que depois indicassem o sentido de voto do Grupo. -------------------------

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----- O Deputado Municipal António Arruda (MPT) , no uso da palavra, disse que em relação às propostas de alienação dos palácios Pancas Palha e Machadinho, para já o MPT era contra. E era contra porque achavam que as bases de licitação da hasta pública eram extremamente baixas, dando até a impressão que a Câmara queria vender para arranjar dinheiro. Mas se era por causa da dívida que a Câmara tinha, sete ou oito milhões era uma gota de água! ---------------------------------------------------------- ----- Depois, disse que nenhum dos palácios tinha condições para hotel de charme. Por exemplo, no Pancas Palha, um turista, que seria um turista que tinha exigências acima de média porque se tratava de um hotel de charme, chegava à janela e o que via era o movimento portuário com a carga e descarga dos contentores, os comboios a passar e a lavagem de carruagens porque mesmo em frente havia um parque da CP. E depois, se ia até aos salões, via o jardim queria ir lá mas não podia porque o jardim era privado. Ou seja, acabava por não ir para lá ninguém. --------------------------------------- ----- Também já ouvira dizer que Lisboa precisava de camas, quando era certo que neste momento havia hotéis em risco de fecharem. Abriram vários, e os hotéis de charme não traziam aquele turismo que Lisboa e o País precisavam, que era o turismo que lhes deixava divisas. Esses não iam para hotéis de charme, era uma minoria que os hotéis de charme poderiam trazer de benefícios para o turismo. ------------------------ ----- Quanto ao Palácio do Machadinho, disse que também não via que fosse um sítio bom para um hotel de charme. Primeiro, porque se fossem fazer um hotel, tal como referira a Deputada Municipal Virgínia Estorninho teriam que destruir muito do que lá estava dentro e algum património se perderia. ------------------------------------------------- ----- Por outro lado, os acessos para um hotel eram péssimos, e parques de estacionamento ali não havia. -------------------------------------------------------------------- ----- Portanto, achavam que havia outras maneiras para se aproveitar esses espaços, que não a alienação. Se em Portugal os governos têm copiado coisas que se passavam na Europa, por que não copiaram uma que era boa e que se fazia com os edifícios públicos? As autarquias ou os governos não tinham dinheiro para os manter, e então concessionavam-se a quem necessitava por um determinado prazo, ficando os concessionários obrigados a recuperar e a fazer a sua conservação, através do pagamento de uma renda. Aí a Câmara ia buscar algum dinheiro e continuaria a ter património público, mas em Lisboa, pelo caminho que estavam a andar, os vindouros não deixariam de dizer que desbarataram tudo, porque o património cultural desaparecera. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Deputada Municipal Cláudia Madeira (PEV), no uso da palavra, disse que as propostas n.º 250/2010 e n.º 251/2010, agora em análise, tinham em vista a alienação, em hasta pública, de dois edifícios municipais, respectivamente, o Palácio Pancas Palha e o Palácio do Machadinho, de modo a permitir que aí se viessem a instalar hotéis ditos de charme. ------------------------------------------------------------------ ----- Em ambos os casos tratava-se do remake de propostas anteriores, mais concretamente, das nºs 153/2009 e 154/2009, que já decorriam do fraccionamento de uma proposta ainda mais antiga, de 2008, na qual a Câmara tencionava alienar meia dúzia de edifícios públicos, alguns de notável valor arquitectónico, a maior parte deles

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palácios, para a indústria hoteleira, alegando que, através do investimento privado e para além do encaixe financeiro para o Município, ficaria garantida a fruição pública. Argumento que lhes parecia fortuito, considerando que essas alienações iriam privatizar aqueles imóveis históricos municipais. --------------------------------------------- ----- Recordou, também, que já anteriormente o Executivo apresentara na Assembleia Municipal outras propostas semelhantes, tendentes à alienação de outros edifícios de interesse patrimonial e arquitectónico, como o Palácio Braamcamp, o edifício da Rua da Atalaia e o Palácio Benagazil, que muito em breve, regressaria também ao Plenário. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Qual a justificação fulcral apresentada pela Câmara em 2008? Uma parte dos palácios era usada por serviços da Câmara e outra parte estava a ser alugada a diferentes tipos de entidades, com rendas baixas. Por exemplo, dos 15 palácios de que ainda hoje seria proprietária, a Câmara estaria a receber rendas mensais entre valores tão díspares como 664,35 euros e 7,11 euros. -------------------------------------------------- ----- Uma primeira observação de estratégia de política patrimonial: em todos estes anos, o Executivo nunca explicitara, cabalmente, como chegara a essa lista de meia dúzia de edifícios apalaçados a alienar. Teria sido por moeda ao ar? Por sugestão dos compradores interessados? A verdade era que a Assembleia Municipal continuava a desconhecer os critérios da selecção. ------------------------------------------------------------ ----- Grupos turísticos como o Pestana, o Grupo Vila Galé e o Lágrimas Hotéis & Emotions, eram alguns dos interessados na compra dos palácios detidos pelo Município, mas colocaram-lhes, desde o início, algumas reservas, como a viabilidade dos empreendimentos turísticos ter de ser muito bem equacionada, pois tudo dependia do valor e das restrições quanto ao número de quartos. -------------------------------------- ----- Levantavam então uma segunda questão: após a alienação, o Executivo ficaria disponível para permitir projectos profundos de alteração que ampliassem o número de quartos? A resposta estava na página três da própria proposta onde se lia: “caso a Câmara venha a aprovar projecto que contemple aumento de edificabilidade, haverá lugar a ajustamento do preço”, o que seria ouro sobre azul para o Executivo, mas poderia subverter a história do património! ---------------------------------------------------- ----- Argumentava ainda a Câmara que “precisaria desse dinheiro, até porque esse património não rendia nada e só gastava meios financeiros, pelo que, recorrendo à alienação, poderia valorizar a cidade através do turismo”. Pois claro, segundo esclarecia, em 2008, um Vereador do actual Executivo. ------------------------------------- ----- E foi nessa óptica da comercialização turística que foi criada a designação “Lisboa, Capital do Charme”, projecto que visava a “reabilitação patrimonial de edifícios históricos, salvaguardando o seu usufruto público, e o aumento da oferta hoteleira personalizada para turistas com elevados padrões de exigência”, como referiam, em comunicado, a Câmara e a Associação de Turismo de Lisboa, da qual fazia parte a mesma personagem: o Dr. António Costa. -------------------------------------- ----- Mais: o projecto “Lisboa, Capital do Charme” fora colado ao Plano Estratégico Nacional do Turismo, por recomendar o crescimento moderado da oferta hoteleira até

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2017, ano em que Lisboa deveria oferecer um total de 42.521 camas, enquanto, em 2008, a cidade apenas dispunha de pouco mais de 26.000. ---------------------------------- ----- Todas as partes – Governo, Turismo e Câmara – esqueceram-se, porém, que a crise do sector viera para ficar, pois ainda a semana passada uma agência turística fechara os seus balcões em Lisboa. -------------------------------------------------------------- ----- Ora, no caso presente do Palácio do Machadinho, tratava-se de um imóvel seiscentista, constituído por quatro prédios distintos, que se encontrava na zona especial de protecção do Museu Nacional de Arte Antiga e numa área de potencial valor arqueológico, que se encontrava em bom estado de conservação, possuindo alguns valores patrimoniais interessantes, no qual têm funcionado os serviços municipais do Departamento de Acção Social. ------------------------------------------------ ----- Por seu turno, o Palácio Pancas Palha era também um imóvel sito numa área de potencial valor arqueológico, que sofrera obras relativamente recentes, sobre o qual pendia um arrendamento comercial a uma instituição que entrara em processo de insolvência, motivo pelo qual se aguardava uma decisão sobre o direito de trespasse, e que poderia estar dependente de um levantamento topográfico do edificado e logradouro para efeito das devidas correcções de registo na matriz. ----------------------- ----- Para ambos os casos, o IGESPAR já comunicara, por carta de 5 de Julho de 2010 dirigida à Assembleia Municipal, que detinha o direito de preferência e que, para além da obrigatória comunicação das alienações em geral, seria necessária a consulta a esse Instituto para efeitos de aprovação de quaisquer projectos de alterações. ----------------- ----- Em terceiro lugar, a Câmara também não garantia impedir qualquer posterior eventual adulteração dos traços arquitectónicos daqueles palácios. Bem pelo contrário, visto que, em ambas as propostas, a Câmara manifestava que tal não era preocupante ao admitir que alterações de edificabilidade seriam compensadas monetariamente através do ajustamento do preço de venda, o que, obviamente, cairia que nem mel no Orçamento municipal. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Em quarto lugar, nunca na Assembleia Municipal lhes foi apresentada uma caracterização de “hotel de charme”, de qual a sua definição, tipologia ou quais os seus componentes característicos. Portanto, o comprador até poderia neles instalar os equipamentos que melhor entendesse, não prevenindo a Câmara qualquer eventual deturpação daqueles espaços históricos e seus usos. Se os promotores adulterassem ou destruíssem parte do edificado com obras de beneficiação e/ou reabilitação, onde estavam previstas as medidas de salvaguarda? ------------------------------------------------ ----- Em quinto lugar, sendo ambos os edifícios do século XVI, requeriam a defesa, não apenas das características arquitectónicas, como do seu património artístico. Por exemplo, fora feito algum inventário do recheio ou descrição do interior dos imóveis? Integravam esses arrolamentos a Carta de Património Municipal do PDM? Sobre tudo isso pouco sabiam, porque estas propostas nada previam e pouco mais os esclareciam. ----- Em sexto lugar, perguntavam: perante a actual conjuntura económico-financeira desfavorável para os mercados imobiliário e turístico, não parecia assaz difícil surgirem ofertas suficientemente significativas – para o Município, claro –, na venda de tão precioso património? Recordava que, enquadradas na actual conjuntura, as

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receitas de hotelaria em Portugal caíram 14% de 2008 para 2009, face ao período homólogo. E, em termos de receita da hotelaria, Lisboa, com uma quebra de 18%, fora a região mais afectada nos primeiros meses de 2009. ----------------------------------- ----- Em sétimo lugar: o Executivo nem sequer indicava que destino daria ao dinheiro da venda deste património. Destinar-se-ia à reabilitação urbana? E o alarmante era a Câmara apenas visionar a venda dos seus haveres histórico-culturais com o objectivo imediatista de equilibrar as suas finanças. Por isso, “Os Verdes” questionavam-se se não chegaria um dia a vez de alienar também, em hasta pública, a própria sede do Município ou o Museu da Cidade! -------------------------------------------------------------- ----- Portanto, era neste contexto que “Os Verdes” questionavam se não seriam preferíveis soluções alternativas à irreversível alienação, e sem critério, deste ou qualquer outro património, tais como o arrendamento dos palácios ou a sua cedência a instituições, mas mantendo a Câmara a sua propriedade efectiva. -------------------------- ----- Pretendiam, assim, demonstrar que outras soluções seriam economicamente viáveis para a Câmara, mas o Executivo preferia alienar em hasta pública a privados, desbaratando o património histórico municipal. Como já ali o disseram repetidamente, tratava-se da lamentável “estória” patrimonial do “vão-se os anéis, mas também os dedos juntamente com eles”. --------------------------------------------------------------------- ----- Concluiu dizendo que era por estes motivos que o Grupo Municipal de “Os Verdes” não votaria favoravelmente estas propostas. ---------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Filipe Lopes (IND-PS), no uso da palavra, disse que depois de tudo o que já ouviram era difícil acrescentar mais aos argumentos contra estas propostas. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Efectivamente, este processo de alienação, por parte do Município, de algum do seu mais valioso património, levantava questões que teriam de examinar. A venda de património imobiliário, efectuada por entidades oficiais, Governo e Câmaras, constituía, no seu entender, um egoísmo de geração já que comprometia, irreversivelmente, a possibilidade de o território evoluir porque estava nas mãos de quem comandava, cerceando-lhe a capacidade de se adaptar às necessidades dependentes do domínio fundiário. Isto para as futuras gerações. -------------------------- ----- A ser ver, isso não teria sido suficientemente acentuado e era um dos argumentos mais ponderosos a favor da não alienação do património. ----------------------------------- ----- Essas entidades, Governo e Câmaras, que representavam a população na defesa dos seus interesses, punham, desse modo, nas mãos de particulares os tais interesses que lhe foram confiados, e esses iam desde a capacidade de gestão do património, de que todos dependiam, até ao direito de verem respeitados os valores de memória que os identificavam no património. ----------------------------------------------------------------- ----- Esta, como sabiam, não era a solução para o défice camarário. A alienação deste património da Câmara não resolvia os seus problemas financeiros, tanto mais que a actual conjuntura tornava estas vendas ruinosas. A soma dos valores que foram ali avançados andava na ordem dos sete milhões de euros, e lembrava que as taxas do Rock in Rio para 2012 e 2014 eram mais de seis milhões, portanto só essas taxas cobriam o que se poderia cobrar com a venda deste património. ---------------------------

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----- Isso não lhe parecia certo dado que o Rock in Rio era uma coisa passageira, e o património era para ficar. ------------------------------------------------------------------------- ----- Disse, ainda, que se sabia que a falta de luz era prejudicial à conservação do património, e que, por outro lado, era difícil encontrar usos compatíveis com a preservação dos valores patrimoniais e com a possibilidade de usufruto pelo público desses valores. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que falava com conhecimento de causa principalmente quanto ao Palácio Pancas Palha, porque ele foi reabilitado no tempo em que ele próprio dirigia a reabilitação urbana, e foi sob a responsabilidade da Câmara que esse património foi reabilitado. Aliás, a esse propósito, tinha que dizer que ele poderia estar mal por não ter sido bem conservado pelo utilizador durante os últimos 15 anos, no entanto não tinha nada a ver com o estado em que se encontrava quando iniciaram a reabilitação, porque o telhado estava ruído sobre as escadas principais, o tecto da sala principal, que dava para o jardim, também estava arruinado, mas tudo isso fora recuperado. No entanto, havia uma recuperação a fazer, mas não era já reabilitação, era conservação dos edifícios, pois tanto um como o outro estavam em bom estado do ponto de vista de reabilitação. Faltava-lhes, talvez, umas limpezas e umas pinturas. --------------------- ----- Por outro lado, esses dois imóveis não tinham condições nenhumas para serem unidades hoteleiras, sem destruir o seu ambiente, o que faria o contrário do que era um edifício de um hotel de charme, porque as condições para instalar quartos não existiam naqueles edifícios. Estava prevista a possibilidade de fazer aumentos, portanto alterações profundas em património que não o sustentava. ----------------------- ----- Era fundamental cultivar o gosto por instalações em património antigo, prescindindo até de certas vantagens das instalações actuais, tendo em conta a mais-valia do ambiente requintado e cultural que esse património proporcionava. ------------- ----- Por exemplo, a utilização desses espaços por serviços, era um mal menor. Inclusivamente, havia maneira de evitar aquilo que a Sra. Vereadora citara dos armários encostados aos azulejos, porque havia sempre maneira de organizar as coisas sem pôr nada encostado às paredes e deixar os painéis de azulejos visíveis. Era tudo uma questão de um bocadinho de gosto na instalação. --------------------------------------- ----- Disse que neste momento nem a Câmara nem o Estado podiam fazer aí um museu ou outra coisa qualquer, mas havia dinheiro para fazer um novo Museu dos Coches, quando já havia um! Entretanto, havia um Museu da Música que não se sabia onde se havia instalar. Ou seja, iam fazer um edifício novo para instalar o Museu dos Coches, quando um destes palácios dava perfeitamente para isso. Portanto, era uma questão de querer. Era evidente que se não havia dinheiro procurava-se de todas as maneiras nos fundos das gavetas, e os fundos das gavetas eram estes palácios. ---------- ----- Portanto, estes palácios poderiam ser utilizados para serviços com contacto público, enquanto não surgissem outras necessidades, como, por exemplo, instituições diversas, nomeadamente estrangeiras, que normalmente nos seus países sabiam apreciar este tipo de instalações. Em vez daquela coisa que fizeram ali no Cais do Sodré por que era que não foram para um destes palácios? ----------------------------------

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----- Terminou dizendo que apesar de perceberem todas as razões que estavam por trás destas propostas, não as poderiam votar favoravelmente. ------------------------------------ ----- A Deputada Municipal Luísa Vicente Mendes (PS), no uso da palavra, disse que o PS ia votar favoravelmente estas propostas, porque consideravam que elas eram um contributo da Câmara para a qualificação da oferta turística em Lisboa. ------------- ----- Em bairros históricos e noutras zonas da Cidade, a Câmara era proprietária de palácios e outros edifícios de interesse patrimonial, ou arquitectónico, muitos deles devolutos ou incorrectamente ocupados. Dois desses imóveis estavam nestas duas propostas para serem disponibilizados, com determinadas contrapartidas financeiras, para a sua transformação em hotéis de charme, e a criação de hotéis de charme na Cidade contribuiria para a criação de uma imagem positiva de Lisboa. ------------------- ----- Lisboa, além de ser uma capital europeia, uma cidade autêntica com uma grande riqueza humana, com charme visível nos monumentos, história e tradição que continha, também o era nas iniciativas culturais e, simultaneamente, era uma Cidade que se modernizara e que todos queriam que continuasse a modernizar-se. -------------- ----- Referiu que os indicadores relacionados com hotéis demonstravam que Lisboa vivia hoje em dia um invulgar período de atracção junto da comunidade global, sendo que um dos frutos dessa capacidade de atracção era o reforço da oferta diversificada de hotelaria. Por isso, a necessidade de enriquecer essa oferta com novas unidades no seguimento dos hotéis de charme, em localizações preferencialmente coincidentes com as microcentralidades turísticas. Aumentava-se a oferta de qualidade e enriquecia-se o património imobiliário disponível. ------------------------------------------- ----- Consideravam, assim, que com estas propostas a Câmara estava a contribuir para a oferta turística de Lisboa, e, simultaneamente, a instalação destes hotéis, neste caso no Palácio do Machadinho e no Palácio Pancas Palha, iria também contribuir para a reabilitação urbana dessas áreas, para além da recuperação e preservação desses palácios, da sua arquitectura e do património histórico e de arte que albergavam. Ou seja, a Câmara ia contribuir para valorizar o aspecto cultural existente naqueles espaços. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Aliás, lembrava o exemplo notável das Pousadas de Portugal, edifícios históricos que, como era sabido, estavam abandonados, alguns completamente em ruínas, e hoje estavam recuperados para a memória colectiva. ----------------------------------------------- ----- A terminar, lembrou a criação de emprego qualificado a que essas unidades hoteleiras iriam de certeza obrigar, dada a especialização exigida actualmente pelo sector turístico. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, terminadas as intervenções, solicitou a intervenção do Sr. Vice-Presidente da Câmara porque, segundo disse, foram ali levantadas questões a que lhe parecia que só ele poderia responder. -------------------------------------------------- ----- O Senhor Vice-Presidente da Câmara, no uso da palavra para responder às questões colocadas, disse que julgava que já quase tudo ali foi dito, pelo que apenas, sinteticamente, desejava referir o seguinte. ---------------------------------------------------- ----- Quando se decidira lançar este programa, já há cerca de dois anos, no fundo ele tinha três objectivos: dois mais importantes e um secundário. E esses dois objectivos

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mais importantes consistiam, um, em desenvolver um determinado sector muito específico, um nicho no mercado turístico, e outro, talvez o mais importante, em arranjar uma forma de recuperar o património. Obviamente havia uma terceira componente que não era negligenciável, que era obter uma receita para o Município. -- ----- Para se desenvolver esse programa, o Departamento de Projectos Estratégicos, que era o Departamento a quem cabia a aprovação de unidades hoteleiras, em conjunto com uma equipa do IGESPAR, fizeram o levantamento, edifício a edifício, fizeram um estudo preliminar de avaliação da respectiva capacidade, estudo esse que, como era óbvio, quando passasse a uma fase seguinte de pormenorização, poderia, eventualmente, dar mais um quarto ou menos um quarto, poderia levar a ajustamentos que resultavam de um aprofundar que neste momento não faria sentido desenvolver. -- ----- De facto, tinham neste momento um conjunto de palácios, e dava apenas um exemplo porque lhe parecia que era aquele mais flagrante, que era o edifício do Largo Rodrigues de Freitas, que estava em avançado estado de ruína e julgava que era evidente para todos que com a capacidade de investimento que a Câmara Municipal tinha, capacidade essa que tinha que ser repartida por múltiplas áreas onde, por exemplo, no Bairro Padre Cruz neste momento estavam com um problema complicado de equação financeira, ou a recuperação de outros bairros municipais, alocar verbas à recuperação desse tipo de palácios, pessoalmente estava convicto, como o Executivo estava convicto também, que não era a prioridade. -------------------- ----- Portanto, corriam o risco de uma parte significativa destes edifícios poderem entrar em ruína efectiva. -------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que foi ali dito que nos anos noventa foram feitas obras no Palácio Pancas Palha, o que era verdade e esse palácio estava em relativo bom estado, apesar de necessitar, neste momento, de obras de conservação. Era verdade também que não era o caso do Palácio do Machadinho, que não estava em risco de ruína. Agora, a verdade era que entre utilizar esses edifícios para albergar serviços da Câmara, ou a possibilidade de os potenciar procedendo à sua reabilitação arquitectónica, valorizando o seu património e potenciá-los para uma actividade que neste momento era extremamente importante na economia da Cidade, a Câmara achava que fazia todo o sentido prosseguir com este programa. ------------------------------------------------------- ----- Mas era evidente que, se houvesse sugestões concretas de adaptação do programa, nomeadamente quanto ao Palácio do Machadinho, estavam perfeitamente abertos para adiar a proposta e integrar essas sugestões. Mas era necessário que existissem propostas concretas e sugestões concretas, porque manter essa situação de não fazer nada, era a pior coisa que se podia fazer por Lisboa. ----------------------------- ----- A Senhora Vereadora Maria João Mendes, no uso da palavra para dar esclarecimentos, disse que apenas gostava de acrescentar, relativamente ao que o Sr. Vice-Presidente referira, que entendia que se justificava a opção que tomaram de transformar estes palácios em hotéis de charme, porquanto era efectivamente uma opção adequada. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Não era preciso que entrassem em sonhos, bastava que olhassem para a realidade, porque se olhassem para a realidade dos hotéis de charme existentes viam que talvez

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fossem dos edifícios mais preservados, quer do ponto de vista arquitectónico, quer do ponto de vista dos seus conteúdos. -------------------------------------------------------------- ----- Acrescentava esta faceta porque qualquer um, mesmo não pernoitando num hotel de charme, poderia visitá-los e constatar que eram óptimos exemplares daquilo que era possível fazer, e se deveria fazer, em termos de reabilitação. E, provavelmente, usufruíam mais deles nessa condição do que enquanto serviços da Câmara que lá estivessem instalados. Possivelmente se perguntasse à maioria dos Deputados Municipais se alguma vez visitara esses palácios na sua qualidade de serviços, certamente a maioria não os visitara. ------------------------------------------------------------ ----- Portanto, achava que esta era uma opção que deveria ser valorizada, era uma opção que dignificava não só os edifícios como as próprias zonas, e era uma opção que, ainda que sem grande expressão, criava efectivamente emprego qualificado e dinamizava aquelas zonas da Cidade. ----------------------------------------------------------- ----- Quando à possibilidade de os transformar em equipamentos culturais, disse que valia a pena realçar que a Câmara não conseguia dinamizar todos os seus edifícios históricos em equipamentos culturais. Aliás, ainda há pouco falava com a Vereadora Catarina Vaz Pinto e comentava com ela que neste momento existiam em curso um conjunto de projectos de grande dimensão, e não se podiam esquecer que Lisboa era na realidade a capital do País e que era preciso pôr lado a lado equipamentos de maior dimensão e equipamentos de menor dimensão, mas que Lisboa já requeria, ao nível da sua internacionalização e da sua capitalidade, de uma dimensão e de programação cultural que já não era qualquer edifício que efectivamente a abarcava. ------------------ ----- E estavam em curso não só a dinamização do MUDE, enquanto grande pólo na Baixa, o Museu do Aljube, a Casa/Museu Júlio Pomar, tudo como projectos futuros, o África Cont, que eram efectivamente um esforço grande, quer em termos de património, quer em termos de programação cultural. --------------------------------------- ----- Todos sabiam que tinham um Orçamento limitado, que nunca iria ser infinito, em que tinham “n” prioridades e que não passavam efectivamente só por estas dinamizações. Mas também passavam por elas, e estava a ser feito um grande esforço! ----- Agora, não era possível transformar tudo em equipamentos culturais. Tinham à frente um programa audacioso que iriam tentar cumprir, e pensava que na faceta de hotéis de charme estes palácios também poderiam ser usufruídos pela Cidade, por todos e não só pelo turismo, já que eles estavam abertos, não eram sítios fechados, não eram sítios reservados. ----------------------------------------------------------------------- ----- E punha-se na realidade aquela questão que o Sr. Vice-Presidente ainda há pouco referira, que era os edifícios camarários estarem-se a degradar, e para si, como certamente para muitos dos presentes, era muitíssimo mais triste ver um edifício desses a degradar-se do que aliena-lo para que se pudesse fazer a sua recuperação. Aliás, ainda há pouco uma amiga sua lhe dizia que vira um miúdo saltar para dentro de um edifício que a Câmara tinha fechado para roubar azulejos. -------------------------- ----- No que dizia respeito ao Palácio Pancas Palha, disse que gostava de clarificar, do ponto de vista daquilo que ali foi dito, que efectivamente foram feitas obras, a Comissão de Finanças visitara o edifício e viu que apesar das obras que foram feitas

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em 1992 qual era a sua situação. Era verdade que essas obras foram comparticipadas mas, apesar disso, não decorria daí qualquer ónus relativamente à alteração para a finalidade que se propunha. ----------------------------------------------------------------------- ----- Relativamente aos valores, disse que eles lhes pareciam os adequados e que foram reavaliados neste momento. Aliás, ficara um bocadinho confundida com o que ali ouvira, porquanto tão depressa se dizia que os valores eram excessivos como dizia que eram curtos, enquanto a Câmara achava que, de acordo com os estudos que fizera, eles talvez fossem os adequados, sendo que estes valores eram a base de licitação e, portanto, em função do interesse manifestado as pessoas poderiam ir, ou não, para além deles. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Disse, ainda, que as ditas cavalariças do Palácio do Machadinho nunca fizeram parte desse conjunto nas propostas de finalidade, parecia-lhe que havia toda a capacidade de desenvolver um projecto desse tipo mesmo sem as cavalariças. Se visitaram o palácio viram que havia possibilidade de fazer um estacionamento adequado a esse tipo de utilização através daquilo que presentemente estava a ser utilizado com as salas dos arquivos, que aliás tinham umas portas grandes devido a cavalariças que também existiram no próprio edifício e faziam parte do conjunto. Portanto, também essa situação estava salvaguardada. --------------------------------------- ----- No entanto, estariam na disposição de adiar a proposta 251/2010, referente ao Palácio do Machadinho, para recolher os contributos que achassem por bem fazer-lhes chegar, sendo certo que na opinião do Executivo estavam reunidas as condições para poder alienar o palácio com a finalidade que propuseram. ---------------------------------- ----- Deputado Municipal António Prôa (PSD), no uso da palavra, disse que apenas queria registar a disponibilidade da Câmara para, indo ao encontro da proposta que logo no início do debate o PSD fizera, retirar a proposta. De facto, tinham um conjunto de dúvidas e de discordâncias quanto à proposta de alienação do Palácio do Machadinho, na intervenção que a Deputada Municipal Virgínia Estorninho fizera, em nome do PSD, desde logo se propuseram algumas alternativas à alienação, mas mesmo no cenário da alienação chamara a atenção para uma série de questões que podiam e deviam, com vantagem para o património municipal, serem salvaguardadas com alterações à proposta de alienação. -------------------------------------------------------- ----- Portanto, saudando em primeiro lugar a Câmara, queria também dizer que o PSD estava disponível para contribuir de forma concreta, conforme o apelo do Sr. Vice-Presidente, e da Sra. Vereadora também, no sentido de melhorar a proposta. ------------ ----- O PSD, como sempre o afirmaram, não era contra a alienação do património, e gostava que isso ali ficasse mais uma vez clarificado, mas também como disseram, por exemplo aquando da discussão da proposta de Orçamento, as suas reservas em relação à gestão do património tinham que ver com a má alienação do património. Não dizia que fosse este o caso, mas achava que era possível melhorar. ------------------ ----- Portanto, a Câmara contaria com o empenho do PSD na Assembleia Municipal no sentido de melhorar a proposta 251/2010, para salvaguardar o património e os interesses da Cidade. -------------------------------------------------------------------------------

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----- A Senhora Presidente, terminadas as intervenções, disse que seria retirada da agenda a proposta 251/2010, que depois de receber os contributos dos Srs. Deputados Municipais voltaria à Assembleia. --------------------------------------------------------------- ----- Depois informou que o Deputado Municipal Álvaro Carneiro, do PSD, não tomaria parte na votação da proposta 250/2010, por impedimento. ------------------------ ----- Seguidamente, submeteu à votação a proposta 250/2010, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS, votos contra de 5 IND-PS, BE, PPM, MPT e PEV, e a abstenção do PSD, PCP e CDS-PP. ---------------- ----- O Deputado Municipal Modesto Navarro (PCP), fez a seguinte declaração de voto: -------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- “Nós, em relação ao Palácio Pancas Palha, sempre manifestamos o nosso propósito de abstenção, e abstenção porque entendemos e defendemos, dado o investimento que houve por parte do Município na década de noventa, que tal como estava, e como poderia voltar a estar, este edifício serviria e poderia servir interesses municipais e os próprios munícipes da Cidade. ----------------------------------------------- ----- Numa das reuniões da Comissão de Educação e Cultura, foi aventada a hipótese da sua dedicação a empresas, jovens empresários. Temos falado aqui várias vezes da necessidade de revitalizar o tecido do trabalho na Cidade de Lisboa, e poderia ser um excelente espaço para isso.” ---------------------------------------------------------------------- ----- PONTO 5 – PROPOSTA 224/2010 – APROVAR A AFECTAÇÃO DO DOMÍNIO PÚBLICO PARA O DOMÍNIO PRIVADO DA CÂMARA DE PARCELAS MUNICIPAIS E AFECTAÇÃO DE UMA PARCELA PARA O DOMÍNIO PÚBLICO MUNICIPAL NO ÂMBITO DO PLANO DE PORMENOR DA MALHA 14 – LUMIAR, NOS TERMOS DA PROPOS TA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA B) DO N.º 4 DO ART. º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO. --------------------------------------------------------------- ------------------------------------- PROPOSTA 224/2010 -------------------------------------- ----- Pelouro: Património Vereadora Maria João Mendes e Vice-Presidente Manuel Salgado ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Serviço: DPI/ Divisão de Estudos e Valorização do Património Imobiliário – DEVPI ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- 1. As opções urbanísticas assumidas pela UPAL na sequência do Estudo de Requalificação da Malha 2 e áreas envolventes, tiveram reflexos na Operação de loteamento municipal da Malha 14, julgou-se necessário a elaboração de um plano de pormenor para a Malha 14 do PUAL. ----------------------------------------------------------- ----- 2. O Plano de Pormenor da Malha 14 do PUAL foi publicado no D.R, 2ª série n.º 173 de 7 Setembro de 2009 - Aviso nº 15696/2009, aprovado por deliberação da Assembleia Municipal de Lisboa em reunião de 23 de Junho de 2009 (Deliberação nº 55/AML/2009). ------------------------------------------------------------------------------------- ----- 3. No âmbito do “Reparcelamento da Malha 34” integrada no Plano de Urbanização do Alto do Lumiar (PUAL), foi criado o prédio com a descrição nº 583

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da freguesia da Ameixoeira, de forma a poder ser integrado na Malha 14, mas por alteração superveniente (justificada na proposta do P.P: Malha 14) houve necessidade de reformular a sua configuração/área pelo que, se torna necessário desafectar do domínio público do referido reparcelamento 3 parcelas de terreno para o domínio privado da CML, bem como afectar ao domínio público uma parcela de terreno do prédio 588 da mesma freguesia para integrar o Parque Urbano Oeste. -------------------- ----- 4. A desafectação do domínio público para o domínio privado da Câmara e a afectação ao domínio público das parcelas de terreno anteriormente referidas, resultam da Planta de Proveniências da Divisão de Inventário e Cadastro – Desenho nº 328/AG/DIC/10.09 A, - que se anexa à presente proposta, fazendo dela parte integrante. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara Municipal delibere, ao abrigo das disposições dos artigos nºs 64.º, nº 6, alínea a) e do artigo 53.º, nº 4, alínea b), ambos da Lei nº 169/99 de 18 de Setembro, na redacção conferida pela Lei nº 5-A/2002 de 11 de Janeiro, submeter à Assembleia Municipal: -------------------------------------------- ----- 1. A desafectação do domínio público para o domínio privado municipal das parcelas de terreno 1 - área de 57 m2; 2 – área de 492 m2; 3 – área de 710 m2 que integram o domínio público do reparcelamento da Malha 34 (LM 11/2005), descrito na 5ª CRP. sob o nº 583 da freguesia da Ameixoeira. As parcelas estão representadas a cor rosa na cópia da planta n.º 10/011/02 do Departamento de Património Imobiliário/ DEVPI, às quais se atribui, apenas para efeitos de registo, o valor de 6.295 € (seis mil duzentos e noventa e cinco euros) resultante de um valor simbólico de 5,00 €/m2 de terreno pelo total das 3 parcelas (1259m2); -------------------------------- ----- 2. A afectação ao domínio público da parcela de terreno, com a área de 221,50 m2, correspondente à área remanescente do prédio descrito na 5ª CRP. sob o nº 588, freguesia da Ameixoeira, (após a utilização da restante área na Malha 14), representada a cor cinzenta na cópia da planta n.º 10/011/02 do Departamento de Património Imobiliário/ DEVPI, à qual se atribui, apenas para efeitos de registo, o valor de 1107,5 € (mil cento e sete euros e cinquenta cêntimos). --------------------------- ----- CONFRONTAÇÕES DAS PARCELAS A DESAFECTAR – Azinhaga de Santa Susana ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 1 – Norte: C.M.L /Azinhaga de Santa Susana; ------------------------------------------- ----- Sul – LM 11/2005 – Malha 34; ------------------------------------------------------------ ------ Nascente – CML; ---------------------------------------------------------------------------- ----- Poente – C.M.L. ------------------------------------------------------------------------------ ----- 2 – Norte – LM 11/2005 – Malha 34; ----------------------------------------------------- ----- Sul – LM 11/2005 – Malha 34; ------------------------------------------------------------- ----- Nascente – C.M.L.; -------------------------------------------------------------------------- ----- Poente – C.M.L. ------------------------------------------------------------------------------ ----- 3- Norte – C.M.L.; --------------------------------------------------------------------------- ----- Sul – C.M.L.; ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Nascente – C.M.L.; -------------------------------------------------------------------------- ----- Poente – C.M.L. ------------------------------------------------------------------------------

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----- CONFRONTAÇÕES DAS PARCELAS A AFECTAR ------------------------------- ----- 4- Norte – C.M.L.; --------------------------------------------------------------------------- ----- Sul – Malha 14.; ------------------------------------------------------------------------------ ----- Nascente – Malha 14.; ----------------------------------------------------------------------- ----- Poente – LM 11/2005. ----------------------------------------------------------------------- ----- ANEXOS: ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Planta n.º 10/011/02 -------------------------------------------------------------------------- ----- Planta de Proveniências da DIC – Desenho nº 328/AG/DIC/10 09 ------------------- ----- (Processo n.º 12.979/CML/2010) ---------------------------------------------------------- ----- (P.E. nº 9/DPI/2010).” ----------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente informou que a Comissão Permanente de Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, prescindira de dar qualquer Parecer, por considerar que tal não era necessário. ------------------------------------------- ----- O Senhor Vice-Presidente da Câmara, no uso da palavra para apresentação da proposta, disse que ela extremamente simples e vinha na decorrência de um plano de pormenor que já foi aprovado pela Assembleia Municipal, que era o plano de pormenor da Malha 14, da Alta de Lisboa. ----------------------------------------------------- ----- Portanto, aquilo que se tratava era apenas um pequeno acerto de parcelas, retirando umas parcelas do domínio público para integrar nos novos lotes a constituir. ----- A Deputada Municipal Cláudia Madeira (PEV), no uso da palavra, disse que a Câmara apresentava-lhes, para deliberação, a proposta 224/2010 com o objectivo de, primeiro, desafectar, do domínio público para o domínio privado municipal, três parcelas de terreno do Alto do Lumiar e, segundo, afectar ao domínio público uma outra parcela de terreno correspondente a uma área remanescente de um terreno da Freguesia da Ameixoeira. ------------------------------------------------------------------------- ----- Em anexo à proposta encontrava-se um memorando dos serviços, a partir do qual a Câmara procurava explicar a necessidade dessas desafectações e afectações de parcelas, se deverem aos seguintes factores: às opções urbanísticas assumidas pela UPAL, na sequência da requalificação da Malha 2 e áreas envolventes, e seus reflexos no loteamento municipal, que implicaram a elaboração de um plano de pormenor para a Malha 14 do Plano de Urbanização do Alto do Lumiar (PUAL); e a ter sido criado e integrado no PUAL, no âmbito do reparcelamento da Malha 34, um prédio com a descrição n.º 583 da Freguesia da Ameixoeira, para integrar o Parque Urbano Oeste. -- ----- No entanto, esse memorando não explicava todas as implicações na zona do Alto do Lumiar, e para as quais o Grupo Municipal de “Os Verdes” alertara numa anterior reunião. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Mas relembravam os “antecedentes” referidos na Introdução dos Termos de Referência da Malha 14. Os terrenos da Malha 34 eram, uns propriedade do Município de Lisboa, e outros propriedade da empresa Edifícios Atlântico, incluindo terrenos necessários à execução, quer do Parque Urbano Oeste, quer da área edificável 14, quer do plano de pormenor da Estrada da Torre. Quando foi aprovada a requalificação da Malha 2 e áreas envolventes, foi também preconizada a simplificação da rede viária do PUAL, com mais estacionamento e um novo traçado

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para a Rua 3, de modo a, eufemísticamente, aproximar o Bairro da Cruz Vermelha dos edifícios destinados a venda livre, o que implicara uma nova redefinição da Malha 14. ----- No entanto, a operação de loteamento da Malha 14 e todas essas novas soluções urbanísticas, acabaram por extravasar os limites previstos para construção no PUAL, criando constrangimentos na área mais a sul do Parque Oeste, tendo a Câmara aceitado a ocupação de parte da área desse parque. ------------------------------------------- ----- A todos esses factores juntaram-se a lacuna de emissão do alvará de loteamento da Malha 14 e o facto de o limite da área de intervenção dessa Malha se sobrepor ao limite da área edificável na Malha 6, a que acresciam erros grosseiros em aspectos cartográficos e cadastrais, e alterações na programação dos equipamentos colectivos previstos no PUAL. Sempre em desfavor dos residentes nas freguesias da Alta de Lisboa. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- E, por detrás de toda essa revolução urbanística no Alto do Lumiar, estava ainda o famoso “Contrato Inominado” com a SGAL, a Sociedade Gestora da Alta de Lisboa. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Ora, quando em Junho do ano passado se procedera, na Assembleia Municipal, à análise do plano de pormenor da Malha 14, “Os Verdes” não deixaram de alertar para esse pano de fundo e suas consequências na qualidade de vida da população local. ----- ----- Em síntese, diziam que a construção de edificado de venda livre obrigaria à alteração do traçado da Malha 14, que a Rua David Mourão Ferreira não fazia a aproximação entre o edificado de habitação social do Bairro da Cruz Vermelha e as edificações de venda livre, e perguntavam se, inadvertidamente, não estariam ali a ser criados novos guetos. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Do plano inicial, tal como era mencionado no relatório do Sr. Arqtº José Anselmo Vaz, desaparecera um separador central com dez metros, com carácter de alameda e com uma componente pedonal, passando a separador central reduzido sem utilização pedonal. Mas continha pareceres que dispensavam esse plano de pormenor de alguns Estudos de Impacto Ambiental, situação preocupante, se se lembrassem das cheias do Inverno de há alguns anos atrás. ----------------------------------------------------- ----- Também a área da escola secundária fora reduzida e desapareceram as indicações do espaço para cantoneiros e do jardim-de-infância, bem como um parque infantil, que fora substituído por um ATL, e reduzia o Centro de Saúde a uma mera extensão, o que era manifestamente escasso, não se cumprindo, assim, o inventário de equipamentos colectivos delineados no PUAL original. ------------------------------------- ----- Ou seja, como na altura da sua criação o PUAL teria sido generoso, a Câmara teria decidido adaptá-lo a outras conveniências urbanísticas, que não as da população, optando pela rentabilização dos terrenos, mas reduzindo os tão necessários equipamentos colectivos. ------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que para quem conhecia a situação actual, o aumento extraordinário da edificação no Alto do Lumiar conduzia à consequente impermeabilização das zonas envolventes, que têm provocado enormes problemas de escoamento de águas, nomeadamente inundações na Azinhaga da Cidade e Estrada da Torre. -------------------

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----- Só esse facto teria tornado imprescindível a apresentação de um estudo hidrogeológico específico para essa zona, acompanhado das soluções técnicas necessárias para colmatar situações de futuras cheias. Também se reconhecia não ser fácil o acesso ao bairro de viaturas de emergência, ambulâncias e carros de bombeiros e, para uma zona onde estavam previstos viverem 60 mil habitantes, era com apreensão que assistiam a que nada se dissesse sobre as necessidades de transportes públicos locais, o que originava os já diários engarrafamentos do Eixo Norte/Sul, esgotado de veículos nas horas de ponta. ------------------------------------------------------- ----- Curiosamente, ou talvez não, no ano passado, apenas o PS acabaria por votar, na Assembleia Municipal, a favor do plano de pormenor da Malha 14. A que se deviam, então, estas desafectações do domínio público para o domínio privado municipal, e afectação ao domínio público das referidas parcelas de terreno? Destinavam-se a reformular e reconfigurar todas essas sucessivas alterações urbanísticas, a recompor toda essa manta de retalhos que se fora criando ao longo dos anos, a melhor servir a futura comercialização dos novos empreendimentos. ---------------------------------------- ----- E quando seria dada prioridade aos equipamentos colectivos previstos no PUAL? Parecia que nessa vertente os moradores do Alto do Lumiar teriam ainda muito com que se atormentar. Também não parecia difícil crer que, nos tempos mais próximos, novos reordenamentos urbanísticos seriam introduzidos naquela zona da cidade, porque, a partir do momento em que os terrenos eram desafectados do domínio público para o domínio privado municipal, cedo ou tarde seriam alienados pela Câmara, previsivelmente, no âmbito do referido contrato com a SGAL. Contrato que, qual novelo de seda, a Câmara não conseguia ou não tinha poder para desfiar. ---------- ----- A concluir, depois de referir que, deste modo, todas estas apreensões de “Os Verdes” se reflectiriam no seu sentido de voto, requereu que a votação da proposta fosse feita ponto por ponto. ----------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, dado que mais ninguém desejara intervir, encerrou o debate e de seguida submeteu à votação a proposta 224/2010, ponto por ponto, tendo a Assembleia deliberado: ------------------------------------------------------------------------- ----- Ponto 1 – Aprovado, por maioria, com votos favoráveis do PS e 4 IND-PS, votos contra do BE e PEV, e a abstenção do PSD, PCP, CDS-PP e MPT. ----------------------- ----- Ponto 2 – Aprovado, por maioria, com votos favoráveis do PS, 4 IND-PS, BE e PEV, e a abstenção do PSD, PCP, CDS-PP e MPT. ------------------------------------------ ----- O PPM não tomou parte na votação desta proposta por se encontrar ausente da Sala. -------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- PONTO 8 – PROPOSTA 268/2010 – APROVAR A ISENÇÃO DO PAGAMENTO DAS TAXAS PARA AS LICENÇAS MUNICIPAIS RELATIVAS À REALIZAÇÃO DO FESTIVAL DELTA TEJO, NOS TERMOS DA PROPOSTA, ALÍNEA E) DO N.º 2 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5- A/2002, DE 11 DE JANEIRO. --------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------- PROPOSTA 268/2010 -------------------------------------- ----- PELOURO: Ambiente e Espaços Verdes -------------------------------------------------

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----- SERVIÇO: Direcção Municipal de Ambiente Urbano --------------------------------- ----- “Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- A. O Festival DELTA TEJO tem como temática a celebração do mundo do café, da sua produção à comercialização; ------------------------------------------------------------- ----- B. O Festival DELTA TEJO tem entre os seus principais objectivos, a promoção, dinamização e divulgação da música portuguesa, e originária de Países produtores de café, essencialmente Países Lusófonos e de expressão Latina; ----------------------------- ----- C. A experiência do organizador do evento é um factor de garantia de sucesso do mesmo; ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- D. A Requalificação e Revitalização do Parque Florestal de Monsanto constituem uma das preocupações e prioridades da CML, que pretende, sempre que possível, compatibilizar a sua prossecução com o acolhimento de eventos musicais desta natureza; --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- E. O Festival DELTA TEJO é viabilizado, entre outros, por diversos parceiros comerciais cuja presença e imagem importa preservar, quer no Parque Florestal de Monsanto, local de realização do festival, quer na envolvente do mesmo, através da definição de uma área de protecção dos direitos comerciais das diferentes entidades envolvidas no processo. --------------------------------------------------------------------------- ----- Importa, pois, concretizar os termos e as condições em que se irão realizar as edições de 2010 e 2011 do Festival Delta Tejo, assim: --------------------------------------- Tenho a honra de propor que a Câmara delibere: --------------------------------------------- ----- I. Aprovar a minuta de Protocolo a celebrar entre o Município de Lisboa e a Música no Coração, em anexo a esta proposta e que dela faz parte integrante, nos termos do disposto na alínea a) e b) do nº 4 do artigo 64º e do artigo 67º da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção resultante da Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro; ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- II. Aprovar submeter à Assembleia Municipal ao abrigo do artigo 12º da Lei 2/2007, de 15 de Janeiro, para aprovação por este órgão deliberativo e ao abrigo do disposto na alínea e) do nº 2 do artigo 53º da Lei 169/99, de 28 de Setembro, com a redacção resultante da Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro, a isenção do pagamento das Taxas para as Licenças Municipais relativas à efectiva realização do Festival Delta Tejo.” ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- O Senhor Vereador Sá Fernandes, no uso da palavra para apresentação da proposta, disse que o Festival Delta Tejo era um festival conhecido da Cidade de Lisboa, um festival exclusivamente dedicado a música de Língua Portuguesa, todas as edições têm sido melhores que as anteriores, tem-se realizado no antigo sítio onde acontecia a Festa do Avante em tempos remotos. Era um terreno com boas características para esse tipo de actuações, que recentemente fora infra-estruturado numa boa intervenção, quem lá fosse hoje percebia que o terreno estava bem arranjado e no futuro poderia constituir uma excelente entrada para Monsanto e de ligação ao anfiteatro ali existente e ao futuro parque junto ao Bairro 2 de Maio a descer até ao Rio Seco. ----------------------------------------------------------------------------

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----- Disse que têm sido negociadas este tipo de contrapartidas, que julgava terem sido válidas para o local, o festival tem sido um sucesso, e era costume, já há quatro anos, este tipo de propostas ter a isenção de taxas precisamente para poder realizar-se.-------- ----- A Deputada Municipal Teresa Almeida (PS), na qualidade de Secretária da Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, na ausência do Presidente da Comissão, apresentou o Relatório que a seguir se transcreve: ------------------------------------------------------------------------ ------------------------------------------ RELATÓRIO ------------------------------------------ ----- “A Comissão Permanente da Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo reuniu em 28 de Junho e 12 de Julho de 2010, a fim de apreciar e emitir parecer sobre a presente proposta, que visa aprovar o protocolo entre o Município de Lisboa e a Música no Coração, com vista à realização do Festival Delta Tejo em 2010 e 2011, bem como isentar de pagamentos das taxas para as licenças municipais relativas ao evento. ----------------------------------------------- ----- Neste contexto, depois de analisar a presente proposta, a Comissão deliberou o seguinte: --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 1. Alertar a CML para o atraso no envio da documentação solicitada e que estava em falta, nomeadamente nos anexos que fazem parte da proposta; ------------------------ ----- 2. Alertar a CML para que, de futuro, seja equacionada uma menor diferença entre os quantitativos das taxas não cobradas e as contrapartidas pela realização dos eventos desta natureza; ---------------------------------------------------------------------------- ----- 3. Em face do exposto no ponto 2, a Comissão entende que é excessiva a diferenças entre o valor das taxas supostamente cobradas em 2010 e 2011 (num total de cerca de 257.000,00€) e o valor das contrapartidas (100.000,00€); --------------------- ----- 4. Por fim, a Comissão entende que a CML deve intensificar a sua acção de fiscalização na aplicação efectiva das contrapartidas, por ocasião da realização destes eventos ou similares. ------------------------------------------------------------------------------- ----- O presente parecer foi aprovado por maioria, com o voto contra do BE, estando ausente o CDS/PP na votação.” ------------------------------------------------------------------ ----- Finda a leitura do Relatório, a Deputada Municipal Teresa Almeida continuou no uso da palavra, agora na qualidade de membro do Grupo Municipal do PS, dizendo que a bancada do PS estava de acordo com a proposta 268/2010 e que votaria a favor por várias razões. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- O Festival Delta Tejo tinha, entre os seus principais objectivos, a promoção e divulgação da música lusófona. Sendo realizado ao lado de um pólo universitário e querendo Lisboa ser uma Cidade Erasmos, esse festival tinha uma importância acrescida para a dinamização cultural da Cidade, atraindo diversos públicos, internos e externos. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por outro lado, as intervenções no recinto do evento Delta Tejo eram sempre acompanhadas pelos serviços da Câmara Municipal de Lisboa. O terreno em causa sofrera uma degradação nos últimos anos, que estava agora a ser contrariada através das obras em execução que deixariam o espaço arranjado para a utilização de todos os

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utentes e para a futura implementação do previsto parque urbano, obras essas a expensas do promotor do evento. ---------------------------------------------------------------- ----- Contudo, também eram de opinião que em futuros festivais fosse equacionada uma menor diferença entre os quantitativos das taxas não cobradas e as contrapartidas pela realização do festival, e que a aplicação das contrapartidas fosse fiscalizada. ------ ----- Por todas essas razões, disse a terminar, o PS votaria a favor da proposta. ---------- ----- O Deputado Municipal Silva Dias (PCP), no uso da palavra, disse que por mera coincidência ou por capricho do destino, foram confrontados com um conjunto de propostas que os colocavam perante questões que exigiriam uma reflexão que se prolongaria, sem dúvida, para além desta reunião, pois reclamavam inserção no campo do funcionamento e desenvolvimento estratégico da Cidade: ---------------------- ----- - O conceito de taxa ligado ao uso privado e exclusivo do espaço público, suas aplicações e critérios de isenção. ---------------------------------------------------------------- ----- - A política de cedência do espaço público para grandes eventos e os benefícios e malefícios que daí poderiam advir. -------------------------------------------------------------- ----- - A definição de critérios sobre a conservação, uso e transformação do espaço público. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Era à Assembleia que pertencia o local privilegiado para essa reflexão, por para ali trazerem os Presidentes de Junta a geografia dos problemas, e os eleitos directos as correntes de pensamento que animavam as forças políticas a que pertenciam. E não devia haver, em Portugal, Assembleia que albergasse, nesse aspecto, um espectro tão amplo como a Assembleia Municipal de Lisboa. --------------------------------------------- ----- Circunstância que lhes permitia ter uma visão global e comparativa em relação às propostas que o Executivo lhes enviava, e estabelecer comparações, formar conjuntos, detectar incompatibilidades e desajustamentos a que uma evidente sectorização da gestão municipal, por Pelouros, parecia conduzir. -------------------------------------------- ----- Reparassem, pois: ---------------------------------------------------------------------------- ----- Dois Pelouros solicitavam à Assembleia isenção de taxas: ---------------------------- ----- - Para a próxima realização do Festival Delta Tejo, em Monsanto, e o que ali se dissesse sobre isso se aplicava, por similitude, ao Festival Rock in Rio, no Parque da Belavista. O drama era o mesmo. E, já agora, uma nota: o Festival Delta Tejo não se realizava no sítio da antiga Festa do Avante, e podia garantir que o espírito em relação ao sítio era ligeiramente diferente. --------------------------------------------------------------- ----- Outro pedido de isenção era para a realização do Festival dos Oceanos, e um último para as acções de divulgação e prevenção do Instituto Português do Sangue. --- ----- Portanto, quatro entidades e outras tantas acções com características e objectivos tão diversificados, solicitavam o mesmo tratamento. ----------------------------------------- ----- Nos primeiros, no Rock in Rio e também no Delta Tejo, embora semi-oculto, era visível o carácter comercial e era claro que os benefícios materiais eram distribuídos pelos promotores, pelos fabricantes de bebidas e outros patrocinadores, pelos transportadores e pela hotelaria. -----------------------------------------------------------------

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----- Não se negavam as virtudes recreativas dos eventos e o carácter cultural do Delta Tejo, mas recordava que o acesso livre ao espaço público municipal era retirado à população muito antes, durante e após os eventos. -------------------------------------------- ----- Do segundo, o Festival dos Oceanos, inserido no Plano Estratégico do Turismo de Lisboa, beneficiaria o conjunto da Cidade e quem a visitava, e fazia-se notar que a maioria das iniciativas se realizariam em espaço público com acesso livre. -------------- ----- Quanto à isenção solicitada pelo Instituto Português do Sangue, seria redundante apontar o carácter cívico da iniciativa e os benefícios que trazia à vida da Cidade, aqui entendido vida no seu sentido mais lato. -------------------------------------------------------- ----- Referiu que o impacto dos primeiros, do Rock in Rio e do Delta Tejo, era brutal e durável. E ali se punha a questão de conhecer o grau de incompatibilidade que existiria entre um festival que atraía milhares de pessoas e a natureza de um parque urbano. E voltava a pôr-se a questão de saber quando e onde o Plano Director previa espaço adequado a essa função, assim como em relação à desejada Feira Popular. ----- ----- Disse que o impacto negativo do Festival dos Oceanos era reduzido pois tratava-se exclusivamente de uma encenação no espaço público, e o impacto negativo da acção do Instituto Português do Sangue era praticamente nulo. ---------------------------- ----- Portanto, quatro entidades, quatro acções, quatro custos, quatro benefícios diferentes. Seria justo dar aos primeiros e ao último o mesmo tratamento? --------------- ----- Uma segunda série de propostas conduzia-os ao problema da manutenção e conservação dos jardins da Cidade. ------------------------------------------------------------- ----- E aí se deparavam com uma contradição. É que lhes pediam, simultaneamente, isenção para acontecimentos predadores do espaço público, na Bela Vista e em Monsanto – e isso retiraria avultadas quantias dos cofres municipais, só o perdão do Rock in Rio custava-lhes um Palácio do Machadinho, como há pouco foi referido – e ao mesmo tempo pediam-lhes reforço de verbas para conservação e manutenção de outros espaços. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- E era estranho que a reposição do estado actual do Parque da Bela Vista fosse feita pelos serviços municipais, segundo critérios previamente definidos pela Better World, conforme se lia na página 12 da proposta n.º 419/2010 e as restantes acções fossem “dadas fora”, como se costumava dizer. Não adiantava hoje lamentar decisões tomadas, mas era sempre altura, em atitudes futuras, redefinir critérios e apurar doutrina. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Pediu que lhe permitissem relatar uma vivência pessoal, recente, que tinha como cenário o espaço público, no âmbito, pois, da matéria em discussão: ---------------------- ----- Disse, então, que a Escola de Dança do Conservatório Nacional realizara, num passado domingo, o espectáculo final de um curso de Verão no Tivoli que, de forma lenta mas segura, ia reassumindo o papel de foco cultural que já tivera. Alguns se recordariam das semi-clandestinas terças-feiras clássicas do Tivoli. ----------------------- ----- À saída do espectáculo o ambiente de uma Avenida da Liberdade, com poucos carros, quase tranquila no princípio de uma noite de Verão emocionara-o, e também porque se lembrara que há menos de uma vintena de anos aquele passeio era palco da mais sórdida prostituição que uma cidade podia apresentar, e que agora, sem

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concursos estridentes, nem obras dispendiosas e agressivas, só com a sua capacidade de regeneração, Lisboa apresentava uma face cosmopolita e bela. ------------------------- ----- Mas precisava de ser ajudada, porque havia um senão: o passeio, a seus pés, estava sujo, pedras levantadas, restos de obras nunca removidos, e o notável lancil de cantaria tinha as pedras desalinhadas por malfeitoria do estacionamento selvagem. ---- ----- Por isso perguntava se o conforto e a beleza do espaço público não estaria, em parte, nas mãos dos cantoneiros, dos calceteiros e jardineiros e da sua acção paciente e continuada? Quantos se poderiam formar, viver e serem pagos com as taxas que desbaratavam, com o dinheiro que gastavam a contas com os estragos por outros causados? Quantos buracos poderiam ser tapados, quantas árvores plantadas, quantos pavimentos refeitos? ------------------------------------------------------------------------------- ----- Terminou dizendo que votariam as propostas referidas de acordo com o pensamento expresso e a especificidade de cada uma. --------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Ferreira de Lemos (CDS-PP), no uso da palavra, disse que quanto à proposta 268/2010, relativa ao Festival Delta Tejo, o CDS-PP não tinha uma opinião concordante, fundamentalmente por três razões: ------------------------------ ----- Primeira: não lhes parecia correcto continuar a solicitar isenções de taxas à Assembleia Municipal, para eventos já ocorridos ainda que relevantes para a Cidade de Lisboa. Essa forma de tratar os assuntos era susceptível de distorcer a economia dos projectos, com prejuízo para o Município e também para os promotores, e induzir falta de confiança entre as partes. Confiança, aliás, a que apelara o Sr. Presidente da Câmara na última reunião da Assembleia Municipal. ---------------------------------------- ----- Segunda: não parecia tratar-se de uma transacção ou permuta equitativa, uma vez que as taxas a isentar eram superiores às contrapartidas oferecidas pelos empreendedores, e sobre o custo/benefício para a Cidade de Lisboa nada quantificado lhes fora transmitido pela Câmara. -------------------------------------------------------------- ----- Terceira, e talvez decisiva razão, era o local. O Parque de Monsanto, mesmo na zona indicada, não deveria ser utilizado para eventos de massas, existindo em Lisboa muitas alternativas, desde os limites do concelho, em Algés, à zona da Expo, ou mesmo em recintos circunscritos. --------------------------------------------------------------- ----- Recordou que ainda recentemente a Assembleia aprovara, por unanimidade, tolerância zero para o Parque de Monsanto. --------------------------------------------------- ----- A Deputada Municipal Cláudia Madeira (PEV), no uso da palavra, disse que relativamente à proposta 268/2010, sobre o Festival Delta Tejo, a Câmara pretendia isentar o promotor desse festival de todas as taxas para as licenças municipais, bem como do aluguer de equipamentos e materiais relativos à realização do evento, em 2010, que já se realizara, e para 2011, respectivamente, as 4ª e 5ª edições. --------------- ----- Na proposta em análise eram referidos um total de três documentos anexos ao protocolo e que dele faziam parte integrante, nomeadamente, o documento um, que dizia respeito à planta do local para a realização do evento; o documento dois, onde se encontravam as normas de uso do espaço para a realização do evento, definidas pela Câmara, e onde também estava descrita a única contrapartida do promotor à Câmara, a de que este se obrigava a executar melhorias no Parque Florestal de Monsanto e/ou

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sua envolvência, as quais deveriam ficar concluídas até 31 de Maio de 2011; e, por fim, existia ainda o documento três, o qual definia os períodos de encerramento do local, estipulados pela Câmara. ------------------------------------------------------------------ ----- Ora, o que “Os Verdes” questionavam era a ausência desses três documentos, indispensáveis à análise da proposta, pela informação que continham e que acabava de referir, inclusive o real valor das contrapartidas do promotor à Câmara. E relativamente a esta questão, tendo em conta o ponto três da Cláusula V, onde era referido que verificando-se a denúncia do presente protocolo o promotor era obrigado ao pagamento de 25.000 euros, que correspondiam a 25% do valor das contrapartidas, tal significava que o valor total das contrapartidas era de 100.000 euros, o que, na perspectiva de “Os Verdes”, parecia ser manifestamente insuficiente, para além de que esse seria o valor total para as duas edições do festival. -------------------------------- ----- Disse que na alínea d) da proposta era referido que, citou: “a requalificação e revitalização do Parque Florestal de Monsanto constituem uma das preocupações e prioridades da Câmara Municipal de Lisboa, que pretende, sempre que possível, compatibilizar a sua prossecução com o acolhimento de eventos musicais desta natureza”. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Mas, como têm vindo a verificar, essa não tem sido de todo a atitude da Câmara em relação a Monsanto, pois, apesar de todas as iniciativas já aprovadas na Assembleia Municipal com vista à preservação do Parque Florestal, tem havido cada vez mais acções com impactos graves nessa mancha verde da Cidade. E não deviam também esquecer a existência de legislação que protegia o parque, assim como um Plano de Ordenamento e Revitalização de Monsanto que, tendo sido aprovado pela Câmara, deveria ser escrupulosamente cumprido pelo Executivo. ------------------------- ----- Referiu que este ano as obras de preparação do terreno para a realização do festival, que incluíram terraplanagens, a alteração radical do relevo e corte do conjunto arbóreo para a montagem das infra-estruturas, ultrapassaram todas as barreiras do ecologicamente admissível, transformando aquele local num autêntico estaleiro de obras. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- A gravidade residia na destruição do solo e da vegetação existente, resultante da passagem constante e intensa de camiões no local, o que produzira graves impactos negativos na vida dos animais e plantas que ali habitavam, que deveriam ter sido acautelados. O Parque Florestal de Monsanto era uma estrutura fundamental para toda a Área Metropolitana de Lisboa, e era essencial para a qualidade de vida da Cidade e para o seu futuro sustentável. Portanto, a Câmara tinha obrigação de zelar pela sua manutenção e defesa, mais ainda no ano em que se comemorava o Ano Internacional da Biodiversidade. --------------------------------------------------------------------------------- ----- E gostariam ainda de questionar o Executivo acerca da constituída Comissão de Acompanhamento do Evento: quais as conclusões que retirara das intervenções feitas no local? Que tipo de acompanhamento prestara antes, durante e após a realização do festival? E, finalmente, o que pretendia fazer para impedir que situações como a que acontecera na edição de 2010 se voltassem a repetir? Iria obrigar os promotores a uma

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pesada compensação financeira e ambiental, ou mesmo, estaria a estudar alternativas de outros locais para a realização das edições futuras desse festival? ---------------------- ----- Terminou dizendo que o que deveria ter sido um simples festival de música, representara mais uma vergonhosa delapidação do Parque Florestal de Monsanto, o principal pulmão verde de Lisboa e seus arredores, a juntar à da construção da subestação da REN no Zambujal ou à projectada transferência das equipas de Protecção Civil para Monsanto. O ecossistema do parque não esqueceria essas agressões ambientais. ------------------------------------------------------------------------------ ----- O Deputado Municipal Modesto Navarro (PCP), no uso da palavra, disse que já que ali foi falada a Festa do Avante e sobre isso gostaria de referir que a última realização da Festa do Avante, no Alto da Ajuda, foi em 1983, e que o argumento utilizado pelo então Presidente da Câmara, Eng.º Kruz Abecasis, foi no sentido da preservação do parque, que o PCP entregava todos os anos, em três dias, completamente limpo exactamente como o tinham tomado, ocupando os espaços entre as árvores e respeitando integralmente aquele espaço da Ajuda. --------------------------- ----- Depois a Festa do Avante passara para Loures, e a seguir, desde 1986/87, passara para uma quinta, que preservavam e gostariam de convidar todos a ir ver o núcleo histórico dessa quinta, a adega e todos os espaços que eram respeitados por quem era de facto proprietário daquele território, que era o PCP. -------------------------------------- ----- Continuando, referiu que lhes disseram que nada seria construído, mas hoje olhavam para aquele espaço da Ajuda e viam lá imensa construção, como viam agora, ao lado da Faculdade de Veterinária, um espaço, que foi rasgado pelas máquinas da Câmara Municipal, que não tinha rigorosamente vegetação nenhuma mas que não era o espaço onde anteriormente se realizara a Festa do Avante. Era ao lado! ---------------- ----- Portanto, havia uma diferença enorme entre aquilo que era a presença da Festa do Avante no Alto da Ajuda, e aquilo que era hoje a realidade. Que passassem por lá para ver, porque ele próprio andara lá no passado domingo, de manhã, pelo meio da terra sem encontrar uma única vegetação. Todo o terreno estava terraplanado e estava, provavelmente, à espera de outros acontecimentos. ------------------------------------------ ----- Ora, o Monsanto era o Monsanto, e num Parecer sobre a suspensão do PDM, em Monsanto, para criação da subestação da Rede Nacional de Transporte de Electricidade, eram os serviços da Câmara que o diziam, citou: “Deste modo, o Parque Florestal de Monsanto, sob pena de violação do regime a que se encontra submetido, não pode albergar no seu seio actividades e equipamentos ou construções que desvirtuem por completo as finalidades de interesse público que levaram à sua criação em 1934, enquanto verdadeira zona verde ao serviço da população de Lisboa, para efeitos de lazer e recreio”. ------------------------------------------------------------------ ----- Por outro lado, a Plataforma por Monsanto dizia, num texto que lhes fora entregue na Assembleia Municipal e do qual lia apenas um parágrafo: “A insistência na realização de grandes eventos no parque, como a realização do Festival Delta Tejo, é altamente nociva para o mesmo. Milhares de pessoas ao mesmo tempo, obras pesadas que destruíam o coberto vegetal, terraplanagens, movimento de grandes veículos pesados, redes que se erguiam privando os utentes da usufruição do espaço,

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ruído excessivo para animais, residentes e visitantes, consequências irreparáveis na biodiversidade do parque, a sobreposição do interesse privado sobre o interesse público, a troco de umas quantas e discutíveis compensações. Uma iniciativa a que urge colocar um final”. ---------------------------------------------------------------------------- ----- E aqui, de facto, punha-se uma questão, que já tinham colocado em discussão anterior sobre o Rock in Rio, que era encontrar um espaço apropriado para a realização desse tipo de iniciativas, que não afectasse o meio e não prejudicasse a Cidade. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que foram à procura de algumas intervenções do então Vereador, que hoje era do Ambiente, e ele dizia, em relação ao Parque da Bela Vista: “Este espaço não é adequado para a realização deste tipo de eventos. Urge encontrar um espaço adequado”. Isso passava-se em 2008, na Câmara Municipal de Lisboa, mas continuavam a ver o Rock in Rio a realizar-se no mesmo sítio. ---------------------------- ----- Mas, para além disso, havia a questão das compensações que, claramente, neste caso, seriam “imensas”: duzentos e tal mil euros de taxas que não seriam cobradas se esta proposta fosse aprovada, e uma compensação de 100 mil euros por parte da empresa, a ver em que termos! ------------------------------------------------------------------- ----- Ora, lembravam-se bem que, ainda recentemente, foram aprovadas pela Assembleia Municipal duas moções, uma apresentada pelo PCP e outra pelo PSD, que iam contra a realização deste tipo de iniciativas no Parque de Monsanto, pelo que não podiam aprovar esta isenção de taxas, e reprovavam, activamente, a realização deste tipo de iniciativas em Monsanto. ---------------------------------------------------------------- ----- Por isso, votariam contra esta proposta. --------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal António Prôa (PSD), no uso da palavra, aludindo à parte da intervenção do orador anterior que falara da moção que o PSD ali apresentara e que foi aprovada pela Assembleia, relativamente a iniciativas no Parque de Monsanto, disse que para ser rigoroso queria referir que o PSD não era contra a realização de eventos em Monsanto. O que o PSD afirmara, e reafirmava, é que era contra a realização de eventos que pusessem em causa as características do Parque de Monsanto. Foi esse o exacto sentido da moção, e era essa, de facto, a posição do PSD de há muito tempo a esta parte. ------------------------------------------------------------------ ----- Referiu que no caso concreto do Festival Delta Tejo, no tocante à realização da última edição desse festival, ocorrida há algumas semanas atrás, o PSD também manifestara a sua crítica e a sua oposição à agressão de que fora alvo o Parque de Monsanto. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- E desejava ali dizer à Câmara Municipal, e em particular ao Sr. Vereador Sá Fernandes, que o PSD entendia que a Câmara não poderia permitir que se repetisse a agressão que este ano, por via da realização do Festival Delta Tejo, o Parque de Monsanto fora alvo. Uma agressão desnecessária além do mais, que colidia com a posição de princípio que o PSD defendia. Era possível realizar eventos, de resto no passado o Festival Delta Tejo também se realizara em Monsanto sem necessidade da agressão a que este ano o parque fora sujeito, e era esse apelo que queria fazer. ---------

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----- Disse, ainda, que o PSD não se opunha às iniciativas no Parque de Monsanto, entendia que era importante que o parque fosse usufruído pelos cidadãos e considerava que a realização de eventos, desde não pusessem em causa as características do parque e desde que não o agredissem, eram positivas para a sua vivência. Consideravam que o exemplo deste ano era um mau exemplo na linha daquilo que defendiam, e, por isso, apelavam a que a Câmara não voltasse a permitir aquele tipo de intervenção agressiva que este ano ocorrera. --------------------------------- ----- O Senhor Vereador Sá Fernandes, no uso da palavra para responder às questões colocadas, disse que apenas deseja esclarecer uma coisa: o território em questão não fazia parte do Parque Florestal de Monsanto. Era um território da Câmara, mas não fazia parte do Parque Florestal de Monsanto! Toda aquela área, incluindo a da universidade, fora desafectada, segundo julgava, em 1988. Sem prejuízo de considerarem que era uma parte importante e constituiria, no futuro, uma excelente entrada no Parque Florestal de Monsanto. Portanto, em termos de usos e de eventuais ilegalidades elas não aconteciam porque pura e simplesmente estava nos limites do Parque Florestal de Monsanto. ------------------------------------------------------ ----- Agora, em termos de futuro, poderia constituir uma excelente entrada para o Parque Florestal de Monsanto, como constituiria uma excelente entrada para o futuro Parque do Rio Seco. E claro que aceitava o apelo do Sr. Deputado Municipal António Prôa, porque, de facto, era intenção da Câmara depois desta intervenção, que foi uma intervenção de infra-estruturação, não haver mais movimentação de terras naquela zona, mas antes, pelo contrário, seriam plantadas árvores, seriam feitos os caminhos que já estavam identificados para ligação ao Keil do Amaral, e iria ser uma excelente entrada de Monsanto. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Mas isto era muito importante para que se percebesse o que se podia ou não podia fazer, porque, de facto, aquilo não fazia parte do Parque Florestal de Monsanto. - ----- O Deputado Municipal Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP), no uso da palavra para um pedido de esclarecimento, disse que gostava que o Sr. Vereador esclarecesse por que era que na sua proposta dizia o seguinte: --------------------------------------------- ----- “O Festival Delta Tejo é viabilizado, entre outros, por diversos parceiros comerciais cuja presença e imagem importa preservar, quer no Parque Florestal de Monsanto, local de realização do festival, quer na envolvente do mesmo, através da definição …”. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Os mapas mudaram, a proposta mudara ou o Festival Delta Tejo realizara-se no Parque Florestal de Monsanto? ------------------------------------------------------------------ ----- O Senhor Vereador Sá Fernandes, em resposta ao pedido de esclarecimento, repetiu que os limites do Parque Florestal de Monsanto não incluíam o terreno onde se desenvolvia o Festival Delta Tejo. Portanto, não fazia parte do Parque Florestal de Monsanto, mas fazia parte da envolvente! E, como referira, era intenção da Câmara que ele fosse a entrada do Parque Florestal de Monsanto, pela Ajuda, e que fosse também a entrada do futuro Parque do Rio Seco. --------------------------------------------- ----- Mas, de facto, não fazia parte, em termos de limites daquilo que era legalmente considerado como área sob regime de parque florestal, no Parque Florestal de

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Monsanto, desde 1988. Era consultarem a desafectação que foi feita na altura em toda essa zona! Agora, que esse terreno estava muito colado ao Parque Florestal de Monsanto, isso estava. E por isso mesmo era que ia ser aí a entrada do Parque Florestal de Monsanto. ---------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente disse que presumia que fora dito Parque Florestal de Monsanto, lato sensu. Talvez fosse essa a explicação. --------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Filipe Lopes (IND-PS), no uso da palavra, disse que estava um bocado confuso com estas coisas porque era Parque de Monsanto, não era Parque de Monsanto, era periferia do Parque de Monsanto. No entanto, o evento a passar-se ali com milhares de pessoas, com transportes, com carros estacionados de qualquer maneira como era o normal nessas coisas, era efectivamente uma sobrecarga sobre Monsanto.------------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que em 1988 não foi a criação do Parque de Monsanto, ela era muito anterior. O que era essa coisa de 1988? Houvera uma nova definição? Venderam um bocado de Monsanto? Cortaram-no, foi para o PCP fazer lá a sua Festa? Não percebia! De qualquer maneira, era uma sobrecarga naquela zona que já estava fragilizada, já fora muito usada e não se via que se regenerasse. --------------------------- ----- Agora, o que é que era a entrada do Parque de Monsanto? A entrada do Parque de Monsanto era por todos os lados, não tinha uma entrada! Ia-se lá de Benfica, ia-se lá por todos os lados! Porquê ali? Iriam fazer um grande parque de estacionamento para as pessoas depois irem a pé? Não percebia nada! --------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP), no uso da palavra, disse que esta proposta, como era evidente, não estava em condições de ser votada pela Assembleia, já que havia uma contradição insanável entre aquilo que ali era afirmado pelo Sr. Vereador de que o terreno em questão não estava no Parque Florestal de Monsanto, e aquilo que resultava literal, textualmente, sistematicamente e historicamente do texto da proposta, no sentido de que o festival se realizaria, e o deste ano já se realizara, em pleno Parque Florestal de Monsanto. ------------------------- ----- Portanto, estavam perante uma proposta de isenção de taxas de um festival que o Sr. Vereador, na Câmara, dizia que se realizara num sítio, e na Assembleia Municipal dizia que se realizara noutro. Por isso, a Assembleia, salvo melhor opinião, não estava em condições de deliberar sobre este assunto. ------------------------------------------------- ----- Disse, ainda, que a geografia e os mapas não estavam à disposição da vontade política num ou noutro momento, os mapas eram unos. Portanto, ou era esta proposta que estava errada na sua formulação, portanto não estava em condições de ser votada, ou a afirmação que o Sr. Vereador ali fizera não correspondia à verdade. ---------------- ----- Por isso, por uma ou por outra razão, parecia-lhe que a Assembleia se deveria recusar a votar esta proposta. --------------------------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Filipe Pontes (PSD), Presidente da Junta de Freguesia da Sé, no uso da palavra, começou por dizer que esta proposta e a forma como foi apresentada, não dignificava a Assembleia nem o Vereador que a apresentara. Lembrou que ela era omissa no ponto referente às contrapartidas, reportava para um

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anexo que não existia, o anexo dois, e em sede de Comissão de Finanças foi pedido que esse anexo fosse disponibilizado para poderem fazer a sua análise. ------------------ ----- Esse anexo chegara efectivamente no dia 1 de Julho, e a Comissão, tal como constava do Relatório, referira que lhe parecia que havia um desequilíbrio entre aquelas que eram as taxas a cobrar que, extrapolando o valor deste ano, seriam mais de 260 mil euros, e as contrapartidas que eram de cerca de 100 mil euros, sendo que, como se referia na resposta do Sr. Vereador chegada no dia 1 de Julho, 40 mil euros seriam para plantação de árvores e 52 mil euros para arranjos exteriores. ---------------- ----- Porém, no dia 2 de Julho, o Sr. Vereador, em entrevista ao semanário Expresso, dizia que, afinal, as contrapartidas eram de 70 mil euros. Em que ficavam, perguntou! À quinta-feira eram 100 mil e à sexta-feira 70 mil euros? ----------------------------------- ----- Afinal de contas as incongruências parecia que não acabavam na questão da forma, e parecia que elas também estavam no conteúdo. ------------------------------------ ----- Portanto, pretendiam que o Sr. Vereador ali esclarecesse quais eram, de facto, as contrapartidas que estavam em causa, porque a Cidade merecia mais rigor. ------------- ----- O Senhor Vereador Sá Fernandes esclareceu dizendo que aquilo que foi respondido à Comissão de Finanças era o que era verdade, eram 100 mil euros de contrapartidas. Aliás, relativamente às árvores muitas delas já foram mesmo plantadas. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse, ainda, que para si o Parque Florestal de Monsanto era uma área muito maior que aquela que estava sob o regime florestal. Agora, havia uma parte que especificamente estava sob o regime florestal. No fundo estava-se a dirigir a algumas interrogações sobre a legalidade ou ilegalidade de fazerem o festival num espaço sob o regime florestal. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Para si o Parque Florestal de Monsanto era muito maior que a área que estava sob o regime florestal, portanto não havia contradição nenhuma sobre essas duas interpretações. Ou seja, o Parque Florestal de Monsanto de facto era maior que aquele que tinha que seguir determinado tipo de regras. ---------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, dado que mais ninguém desejara intervir, encerrou o debate e de seguida submeteu à votação a proposta 268/2010, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS, votos contra do PCP, 5 IND-PS, CDS-PP, BE, MPT e PEV, e a abstenção do PSD e PPM. --------------------- ----- O Deputado Municipal Álvaro Carneiro, do PSD, não tomou parte na discussão e votação desta proposta, por impedimento. ----------------------------------------------------- ----- PONTO 9 – PROPOSTA 303/2010 – APROVAR A REPARTIÇÃO DE ENCARGOS DO VALOR DA DESPESA DECORRENTE DO PROCEDIMENTO DE CONCURSO PÚBLICO PARA A PRESTAÇÃO D E SERVIÇOS DE ALUGUER OPERACIONAL DE 16 A 21 VIATURAS LIGEIRAS TIPO FURGÃO PARA O SERVIÇO “LX PORTA-A-POR TA”, NOS TERMOS DA PROPOSTA, (PROC. Nº 15523/CML/10) AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA R) DO Nº 1 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2 002, DE 11 DE JANEIRO . -------------------------------------------------------------------------------------

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------------------------------------- PROPOSTA 303/2010 -------------------------------------- ----- PELOURO: Transportes – Vereador José Sá Fernandes ------------------------------- ----- SERVIÇO: DMAU/DHURS --------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que a generalidade das 21 viaturas actualmente afectas ao projecto LX Porta-a-Porta são propriedade do Município de Lisboa com o ano de matrícula entre 2003 e 2004 e se encontram com elevado índice de desgaste mecânico e físico; ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que para este segmento de frota, viaturas ligeiras do tipo furgão de 9 lugares, a opção aluguer operacional se revela bastante vantajosa tanto do ponto de vista administrativo como económico, apresentando igualmente um bom leque de soluções do ponto de vista da gestão operacional das viaturas comparada com a opção aquisição da propriedade; ------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que o prolongamento da vida útil destas viaturas implica gastos económicos tecnicamente desaconselháveis por desproporcionais ao tempo de prolongamento da sua utilização em condições de cumprimento do normativo legal em vigor e de segurança; -------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que, a escolha e aprovação do procedimento, a designação e delegação de competências no júri bem como a autorização de contratar a despesa estimada em 700.000,00€ foram autorizadas por meu despacho na INF/354/DMAU/DRMM/DGF/10, nos termos da delegação de competências conferida pelo Despacho nº. 166/P/2009, de 2009/11/12, em I - letra C ponto 5 alínea d), em matéria de gestão da Frota Municipal e III ponto 2 alíneas a), b) e d), em matéria de contratação pública e conexa;------------------------------------------------------ ----- Tenho a honra de propor que, ao abrigo do artigo 64º, nº 7, alínea d) da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro com a redacção introduzida pela Lei nº 5-A/202, de 11 de Janeiro e atento o disposto no nº. 4.2 do artigo 13º do Regulamento do Orçamento em vigor, a Câmara delibere submeter à Assembleia Municipal: ------------------------------- ----- A repartição de encargos do valor estimado da despesa no montante de 700.000,00€ ao qual acresce o IVA à taxa legal em vigor e que no momento actual perfaz o montante de 140.000,00€, ascendendo a despesa ao total de 840.000,00€. ----- ----- Despesa total que se estima repartir da seguinte forma: -------------------------------- ANO SERVIÇOS em € IVA em € 20% TOTAL em € 2010 29.166,67 5.833,33 35.000,00 2011 175.000,00 35.000,00 210.000,00 2012 175.000,00 35.000,00 210.000,00 2013 175.000,00 35.000,00 210.000,00 2014 145.833,33 29.166,67 175.000,00 TOTAL 700.000,00 140.000,00 840.000,00

----- Este encargo inscreve-se na R.O.02.02.06 da Orgânica 09.03 e integra-se na AP15/02/A401/03.” -------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, dado que ninguém desejara intervir, encerrou o debate e de seguida submeteu à votação a proposta 303/2010, tendo a Assembleia deliberado

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aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PSD, PS, PCP, 5 IND-PS, BE e PEV, e a abstenção do CDS-PP, PPM e MPT. -------------------------------------------------------- ----- PONTO 10 – PROPOSTA 304/2010 – APROVAR A AFECTAÇÃO AO DOMÍNIO PÚBLICO MUNICIPAL DA PARCELA DE TERRENO SIT A NA RUA EMÍDIO SANTANA – SÍTIO DOS BALSARES, FREGUESIA DA CHARNECA, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA B) DO Nº 4 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002 , DE 11 DE JANEIRO . ------------------------------------------------------------------------------------------ ------------------------------------- PROPOSTA 304/2010 -------------------------------------- ----- Pelouro: Vereadora Maria João Azevedo Mendes -------------------------------------- ----- Serviços: DPI --------------------------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- A parcela de terreno particular, sita na Rua Emídio Santana – Sítio dos Balsares (Galinheiras), foi parcialmente ocupada pela CML durante as obras efectuadas pela Junta de Freguesia da Charneca para o alargamento da referida rua; ---------------------- ----- Esta parcela se insere no processo de Reconversão da AUGI Galinheiras através de Plano de Pormenor, conforme determinado através da Proposta n.º 1330/2008, aprovada na reunião de Câmara de 22 de Dezembro de 2008; ------------------------------ ----- O particular adquiriu por escritura de 14/12/1961 esta parcela de terreno com uma área registado de 288 m2 a desanexar do mesmo prédio do qual foi desanexado, pela mesma escritura, o lote de terreno contíguo com a área de 274 m2 que a Câmara viria a adquirir por escritura de 04/10/1978; --------------------------------------------------- ----- Da análise da documentação existente sobre o presente assunto se verificou que houve uma apropriação de parte da área da parcela de terreno particular, sem qualquer motivo que a suporte; ------------------------------------------------------------------------------ ----- Por esse facto e apesar de o prédio ter uma área medida em planta de 161 m2, o mesmo deve ser adquirido na totalidade da sua área – 288 m2 – que se encontra correctamente registada, restando a área supra indicada que já se encontra integrada no leito de rua de 127 m2 a afectar através da presente proposta ao domínio público municipal; ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Assim, não só se sanará a situação da ocupação indevida, perante o proprietário, como ficará o cadastro municipal regularizado; ----------------------------------------------- ----- O Município de Lisboa negociou a aquisição da citada parcela de terreno com os respectivos proprietários, tendo-se chegado a acordo amigável com os mesmos; -------- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara delibere, ao abrigo das disposições conjugadas no artigo 64º, n.º 1, alínea f), n.º 6, alínea a), e do artigo 53º n.º 4, alínea b), todos da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção conferida pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro: ---------------------------------------------------------------------- ----- Aprovar a aquisição a Eduardo Joaquim Cardoso Bento e outros (Herdeiros de Manuel Bento) ou a quem no acto da escritura provar pertencer-lhe, da parcela de terreno sita na Rua Emídio Santana – Sítio dos Balsares, freguesia da Charneca, com a área total registada de 288 m2, representada a amarelo na planta n.º 10/013/02 do

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Departamento de Património Imobiliário, pelo valor global de € 37.500,00 (trinta e sete mil e quinhentos Euros). --------------------------------------------------------------------- ----- Submeter à Assembleia Municipal a afectação ao domínio público municipal da área de 127 m2, sita na Rua Emídio Santana – Sítio dos Balsares, identificada a cinzento na planta n.º 10/013/02 do Departamento do Património Imobiliário. ---------- ----- CONFRONTAÇÕES ------------------------------------------------------------------------ ----- Norte – Rua Emídio Santana --------------------------------------------------------------- ----- Sul – Rua Emídio Santana, n.º 2 ----------------------------------------------------------- ----- Nascente – CML ------------------------------------------------------------------------------ ----- Poente – Rua Emídio Santana -------------------------------------------------------------- ----- CONDIÇÕES DE ACORDO --------------------------------------------------------------- ----- A propriedade vem à posse da Câmara no estado em que se encontra, livre de quaisquer ónus ou encargos. ---------------------------------------------------------------------- ----- (Processo n.º 14308/CML/10) -------------------------------------------------------------- ----- A proposta da operação de aquisição tem cabimento na orgânica 01.04, económica 07.01.01.01 do Orçamento em vigor, no âmbito da acção 02/03/A101/99 do Plano de Actividades. -------------------------------------------------------------------------- ------------------------- JUSTIFICAÇÃO DO PREÇO PROPOSTO ------------------------- ----- 1) De acordo com o PDM a propriedade está inserida na “Área de Reconversão Urbanística Habitacional”. ------------------------------------------------------------------------ ----- IUB = 1,8 (Art.º 74º do RPDM) ------------------------------------------------------------ ----- Área da parcela de terreno = 161 m2 (medida em planta) ------------------------------ ----- Custo de Construção: € 741,48/m2 útil (Portaria n.º 1240/2008 de 31 de Outubro) ----- Índice fundiário: 20 % (n.º 6 e 7 do art.º 26º da Lei n.º 168/99 de 18 de Setembro) ----- V = 161 m2 x 1,8 x € 741,48/m2 x 0,85 x 0,20 ------------------------------------------- ----- V = € 36.529,75 ------------------------------------------------------------------------------ ----- 2) Procedendo-se ao cálculo do Valor Patrimonial Tributário nos termos do D.L. 287/2003 de 12 de Novembro (CIMI), com a redacção dada pela Lei 53-A/06 de 29 de Dezembro obtém-se o valor de € 47.560,00, conforme Simulação Valor Patrimonial Tributário que se anexa. ------------------------------------------------------------ Trata-se da utilização de um critério objectivo, definido na lei onde não são ponderadas oscilações de valor conjectural de mercado, sendo consabido que o valor encontrado é sempre inferior ao praticado no mercado, na sua definição, calculado com recurso ao simulador disponibilizado pelo Ministério das Finanças. ----------------- ----- Dado que a propriedade foi ocupada parcialmente pela CML há cerca de 5 anos e atendendo aos valores estimados, acordou-se o montante de € 37.500,00.” -------------- ----- A Senhora Presidente, uma vez que ninguém desejara intervir, encerrou o debate e de seguida submeteu à votação a proposta 304/2010, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS, PCP, 5 IND-PS, BE e PEV, e a abstenção do PSD, CDS-PP, PPM e MPT. ----------------------------------------- ----- PONTO 11 – PROPOSTA 331/2010 – APROVAR UMA NOVA REPARTIÇÃO DE ENCARGOS DO CONCURSO PÚBLICO N.º 50-DMSC-DA/2008 – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO E

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CONSERVAÇÃO DO JARDIM AMÁLIA RODRIGUES, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA R) DO N.º 1 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO. ---------------------------------- ------------------------------------- PROPOSTA 331/2010 -------------------------------------- ----- PELOURO: Departamento de Ambiente e Espaços Verdes – Vereador José Sá Fernandes -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- SERVIÇO: DMAU/DAEV ----------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que a Câmara Municipal de Lisboa, aprovou a Proposta n.º 468/2008, relativo ao lançamento do Concurso Público Internacional para a “Prestação de Serviços de Manutenção e Conservação do Jardim Amália Rodrigues” (Processo nº 50/DMSC-DA/08); ----------------------------------------------------------------- ----- Considerando que o Relatório Final do Júri que analisou as propostas, elaborado nos termos do disposto no nº 1 do artigo 109º do Decreto-Lei nº 197/99 de 8 de Junho; ----- Considerando que o prazo do fornecimento de serviços é de 1 ano (12 meses prorrogável até ao limite máximo de duração do contrato de 2 anos); --------------------- ----- Considerando que a despesa resultante, embora dando lugar a encargo orçamental em mais de um ano económico, não está prevista em Plano Plurianual aprovado no âmbito do Decreto Lei nº 54-A/99, de 22 de Fevereiro, porque reveste, em sede de classificação económica das despesas públicas, natureza de despesa corrente; --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que a Assembleia Municipal em reunião de 15 de Julho de 2008, autorizou a “abertura de procedimento relativa a repartição dos encargos referentes à realização da despesa”; ------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que, havendo necessidade de adequar a repartição de encargos à real situação do mencionado Fornecimento de Serviços, deve aprovar uma nova repartição de encargos; ---------------------------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor, que a Câmara Municipal de Lisboa delibere: ------------- ----- 1. Adjudicar, nos termos do disposto no artigo 54 e nº 2 do artigo 109º do Decreto Lei nº 197/99 de 8 de Junho, a “Prestação de Serviços de Manutenção e Conservação do Jardim Amália Rodrigues” (Processo nº 50/DMSC-DA/08), à empresa Teleflora – Exportação, Importação e Negócio de Flores SA., pelo valor de 186.530,40€ (cento e oitenta e seis mil quinhentos e trinta euros e quarenta cêntimos), a que acresce o IVA à taxa legal em vigor. ----------------------------------------------------- ----- 2. Aprovar, nos termos do disposto no artigo 64º do Decreto-Lei nº 197/99 de 8 de Junho, a Minuta de Contrato anexa, referente ao Contrato a celebrar com o adjudicatário, Teleflora – Exportação, Importação e Negócio de Flores SA., no âmbito do Fornecimento de Serviços indicado em 1. -------------------------------------------------- ----- 3. Aprovar e submeter à Assembleia Municipal, para aprovação por este órgão deliberativo, uma nova repartição de encargos relativa ao Fornecimento de Serviços indicado em 1, com incidência nos anos económicos de 2010 a 2012, fixando o limite máximo do encargo correspondente a cada ano económico, conforme abaixo se indica: ------------------------------------------------------------------------------------------------

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----- 2010 – € 15.544,20, a que acresce o IVA, à taxa legal em vigor. --------------------- ----- 2011 – € 93.265,20, a que acresce o IVA, à taxa legal em vigor. --------------------- ----- 2012 – € 77.721,00, a que acresce o IVA, à taxa legal em vigor. --------------------- ----- O encargo relativo ao ano de 2010 tem cabimento na rubrica 09.01/02.02.25.02 do Orçamento em vigor, no âmbito da acção Gestão dos Espaços Verdes”, código 03/04/A102/01 do Plano de Actividades.” ----------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, uma vez que ninguém desejara intervir, encerrou o debate e de seguida submeteu à votação a proposta 331/2010, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS e 5 IND-PS, votos contra do PCP, BE e PEV, e a abstenção do PSD, CDS-PP, PPM e MPT. ---------------- ----- PONTO 12 – PROPOSTA 332/2010 – APROVAR UMA NOVA REPARTIÇÃO DE ENCARGOS RELATIVA AO CONCURSO PÚBLICO N.º 42-DMSC-DA/2008 – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DE ESPAÇOS VERDES DA QUINTA DAS CONCHAS E DOS LILASES, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA R) DO N.º 1 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002 , DE 11 DE JANEIRO . ------------------------------------------------------------------------------------------ ------------------------------------- PROPOSTA 332/2010 -------------------------------------- ----- PELOURO: Departamento de Ambiente e Espaços Verdes – Vereador José Sá Fernandes -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- SERVIÇO: DMAU/DAEV ----------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que a Câmara Municipal de Lisboa, aprovou a Proposta n.º 179/2010, relativo à adjudicação do Concurso Público Internacional para a “Prestação de Serviços de Manutenção e Conservação de Espaços Verdes da Quinta das Conchas e dos Lilases” (Processo nº 42/DMSC-DA/08); ----------------------------------------------- ----- Considerando que o prazo do fornecimento de serviços é de 1 ano (12 meses prorrogável até ao limite máximo de duração do contrato de 2 anos); --------------------- ----- Considerando que a despesa resultante, embora dando lugar a encargo orçamental em mais de um ano económico, não está prevista em Plano Plurianual aprovado no âmbito do Decreto Lei nº 54-A/99, de 22 de Fevereiro, porque reveste, em sede de classificação económica das despesas públicas, natureza de despesa corrente; --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que a Assembleia Municipal em reunião de 1 de Junho de 2010, “aprovou a minuta de contrato e a nova repartição de encargos com incidência nos anos económicos de 2010 a 2012”; ------------------------------------------------------------- ----- Considerando que a data de inicio da prestação de serviços, constante da minuta aprovada é de 1 de Junho de 2010; -------------------------------------------------------------- ----- Considerando que a data de aprovação da adjudicação da Proposta nº 179/2010 é do mesmo dia; -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que os procedimentos necessários á celebração do contrato implicam a aceitação da minuta do mesmo, por parte do adjudicatário e simultaneamente a prestação da caução; --------------------------------------------------------

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----- Considerando que o mesmo não pode ter inicio a 1 de Junho de 2010 mas a 1 de Agosto de 2010; ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Considerando a necessidade de adequar a repartição de encargos á real situação do mencionado Fornecimento de Serviços, é necessário aprovar uma nova repartição de encargos; ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor, que a Câmara Municipal de Lisboa delibere: ------------- ----- 1. Aprovar e submeter á Assembleia Municipal, nos termos do disposto no Regulamento de execução do Orçamento em vigor a aprovação por este órgão deliberativo, uma nova repartição de encargos relativa ao “Fornecimento de Serviços de Manutenção e Conservação de Espaços Verdes da Quinta das Conchas e dos Lilazes”, com incidência nos anos económicos de 2010 a 2012, fixando o limite máximo do encargo correspondente a cada ano económico, conforme abaixo se indica, tudo com as necessárias consequências a nível da minuta de contrato a qual se toma como automaticamente alterada apenas no que respeita à nova repartição de encargos e inicio da prestação de serviços: ----------------------------------------------------- ----- 2010 – €53.058,37, a que acresce o IVA, à taxa legal em vigor. ---------------------- ----- 2011 – € 159.175,08, a que acresce o IVA, à taxa legal em vigor. ------------------- ----- 2012 – €106.116,72, a que acresce o IVA, à taxa legal em vigor. -------------------- ----- O encargo relativo ao ano de 2010 tem cabimento na rubrica 09.01/02.02.25.02 do Orçamento em vigor, no âmbito da acção Gestão dos Espaços Verdes”, código 03/04/A102/01 do Plano de Actividades.” ----------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Nuno Roque (PSD), Presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, no uso da palavra, depois de referir que para si foi um prazer imenso ter acompanhado a evolução de toda a situação das Quintas das Conchas e dos Lilases desde 2002, disse que o PSD ia aprovar esta proposta. Mas, mais do que isso, desejava também dizer que na questão da manutenção das quintas as coisas se têm passado regularmente para agrado da população. -------------------------------------------------------- ----- No entanto, tratando-se de um espaço verde de eleição, que fora inaugurado em Maio de 2005, também fora apresentado aos membros da Assembleia de Freguesia do Lumiar, de todas as forças políticas, o projecto para a recuperação da então Quinta das Conchas, e todos, depois de algumas reuniões, aprovaram definitivamente a requalificação que viera a ser efectuada. ------------------------------------------------------- ----- O que não imaginavam na altura, era que a população, que também tinha razão relativamente ao projecto, a determinada altura, em vez de passar pelos passeios pedonais que foram feitos, começasse a atravessar a direito quando vinha do Alto do Lumiar para a estação da Quinta das Conchas. ------------------------------------------------ ----- Disse que a Junta, nos últimos dois anos, vinha apresentando o problema à Câmara para que se fizesse um passeio pedonal no trajecto que a população efectuava, e os serviços da Câmara iam respondendo que isso estava em andamento. --------------- ----- Portanto, com o desejo de boas férias a todos, gostaria que o Sr. Vereador Sá Fernandes, em Setembro, ali dissesse que finalmente estava lançada a empreitada para fazer esse caminho que a população utilizava, porque assim contribuiriam todos para um espaço de eleição que era utilizado pela população do Lumiar e pela população de

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da Cidade de Lisboa e dos arredores, para que fosse um espaço condigno como sempre fora. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Silva Dias (PCP), no uso da palavra, disse que supunha que se chamava uma paramnésia aquela sensação que tinham quando, perante um facto, julgavam que ele já sucedera, pois quando há pouco o Sr. Vereador falara na magnífica entrada para o Parque de Monsanto, e insistira várias vezes nisso, lembrara-se que, há alguns anos, fora proposto na Assembleia Municipal também uma magnifica entrada – o Sr. Presidente da Junta recordava-se –, a chamada Alameda da Água, que entrava pelas Quintas das Conchas e dos Lilases, abatia árvores, destruía a orografia do terreno, e que então houvera uma extraordinária reacção da população no sentido de preservar as suas quintas e de exigir um tratamento mais delicado e mais ecológico para aquele magnífico espaço. ------------------------------------------------------- ----- E era esse o drama em que hoje ali se encontravam: a delicadeza ou a brutalidade, a magnífica entrada ou o atraente usufruto dos espaços. ---------------------- ----- Por isso, o caminho talvez fosse, sem ter a força da verdade, da delicadeza, da pequena intervenção, mas aí a sensibilidade da população é que mandava. --------------- ----- A Senhora Presidente, dado que mais ninguém desejara intervir, encerrou o debate e de seguida submeteu à votação a proposta 332/2010, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PSD, PS, 5 IND-PS e PPM, votos contra do PCP, BE e PEV, e a abstenção do CDS-PP e MPT. --------------- ----- PONTO 13 – PROPOSTA 333/2010 – APROVAR A ISENÇÃO DO PAGAMENTO DE TAXAS AO INSTITUTO PORTUGUÊS DE SANGUE , IP, NO ÂMBITO DA SUA ACTIVIDADE DE COLHEITA DE SANGUE, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA E) DO N.º 2 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO. --------------- ------------------------------------- PROPOSTA 333/2010 -------------------------------------- ----- PELOURO: Espaço Público – Vereador José Sá Fernandes --------------------------- ----- SERVIÇO: Direcção Municipal de Ambiente Urbano --------------------------------- ----- “Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- 1. O Instituto Português de Sangue (adiante denominado IPS, IP) é um instituto público integrado na administração indirecta do Estado, conforme estrutura aprovada pelo Decreto-lei n.º 270/2007, de 26 de Julho e estatutos aprovados pela Portaria n.º 811/2007, de 27 de Julho; ------------------------------------------------------------------------- ----- 2. No âmbito da sua actividade, o IPS, IP, realiza com regularidade sessões de colheita de sangue, ocupando, para o efeito, a via pública com unidades móveis devidamente identificadas; ----------------------------------------------------------------------- ----- 3. Em cada ocupação solicitada tem sido exigido o pagamento das taxas respectivas, pese embora os consecutivos pedidos de isenção do pagamento das mesmas, por parte do IPS, IP, invocando, para tanto, como fundamento do seu pedido, a sua natureza jurídica de instituto público; ---------------------------------------------------- ----- 4. Do Regulamento Geral de Taxas, Preços e Outras Receitas do Município de Lisboa, em vigor no Município de Lisboa (Regulamento n.º 391-A/2010, publicado

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no D.R., 2.ª Série, n.º 84, em 30 de Abril de 2010) não se extrai norma que isente os institutos públicos do pagamento das taxas, administrativas, de ocupação da via pública e de publicidade; -------------------------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor: ------------------------------------------------------------------- ----- Que a Câmara Municipal de Lisboa delibere, ao abrigo das disposições conjugadas na alínea b) do n.º 4º e alínea a) do n.º 6, ambos do artigo 64º, e alínea h) do n.º 2 do artigo 53º, da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, na redacção que lhe foi dado pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, com as previstas nos artigos 10º, alínea c), 11º, alínea d) e 12º, n.º 2, todos da Lei n.º 2/2007, de 15 de Janeiro: ------------------- ----- 1. Apoiar esta meritória acção de colheita de sangue por parte do Instituto Português de Sangue, IP; -------------------------------------------------------------------------- ----- 2. Aprovar e submeter à aprovação da Assembleia Municipal de Lisboa a concessão de isenção do pagamento das taxas, administrativas, de ocupação da via pública e de publicidade, até ao final do ano de 2013, ao Instituto Português de Sangue, IP devidas no âmbito da sua actividade de colheita de sangue.” ----------------- ----- A Senhora Presidente, visto que ninguém desejara intervir, encerrou o debate e de seguida submeteu à votação a proposta 333/2010, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por unanimidade. ---------------------------------------------------------------------- ----- PONTO 14 – PROPOSTA 340/2010 – APROVAR A REPARTIÇÃO DO ENCARGO TOTAL PARA A “PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA HUMANA E FORNECIMENTO DE MEIOS DE VIGILÂ NCIA ELECTRÓNICA PARA AS INSTALAÇÕES DO MUNICÍPIO DE LIS BOA”, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA R) DO N.º 1 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO. --------------- ------------------------------------- PROPOSTA 340/2010 -------------------------------------- ----- “Revogação da decisão de contratar a “Prestação de serviços de vigilância humana e fornecimento de meios de vigilância electrónica para as instalações do Município de Lisboa”, e decisão de contratar e de aprovar a escolha do procedimento por ajuste directo, as peças do procedimento e a composição do Júri para a “Prestação de serviços de vigilância humana e fornecimento de meios de vigilância electrónica para as instalações do Município de Lisboa” -------------------------------------------------- ----- “Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- 1. No âmbito do projecto do Município de Lisboa para uma “Gestão centralizada de aprovisionamento de bens móveis e serviços” foi aprovada a abertura do concurso público com publicidade internacional n.º 84/DMSC/DA/2009, com vista à contratação de serviços de vigilância e fornecimento de meios de vigilância electrónica para diversos edifícios e instalações municipais; -------------------------------- ----- 2. Que este concurso público correu a sua tramitação normal e o júri no relatório preliminar, após apreciação das propostas apresentadas pelos concorrentes, constatou em todas elas a existência de várias causas de exclusão, tendo concluído e deliberado propor superiormente a exclusão de todas as propostas apresentadas, ---------------------

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----- 3. Quando todas as propostas sejam excluídas não há lugar à adjudicação do procedimento verificando-se, assim, uma causa de não adjudicação do concurso prevista na alínea b) do nº 1 do artigo 70º do Código dos Contratos Públicos (doravante designado por CCP) e a consequente determinação da revogação da decisão de contratar, por força da norma do nº 1 do artigo 80º do mesmo Código; ------ ----- 4. Após a realização da audiência escrita dos interessados nenhum dos concorrentes se pronunciou relativamente ao projecto do júri no sentido de propor a exclusão das propostas de todos os concorrentes ao órgão competente para a decisão de contratar; ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- 5. Se mantém a necessidade de garantir a prestação dos serviços de vigilância e fornecimento de meios de vigilância electrónica naqueles locais, bem como a agregação num único procedimento do maior número possível de edifícios e instalações, com vista à racionalização dos respectivos custos; ----------------------------- ----- 6. É permitida a adopção de ajuste directo independentemente do valor quando em anterior concurso público, todas as propostas apresentadas tenham sido excluídas, e desde que o caderno de encargos não seja substancialmente alterado em relação ao daquele procedimento, nos termos do disposto na alínea b) do nº 1 do artigo 24º do CCP; ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 7. Para efeitos da despesa em causa, e de acordo com o estabelecido na referida norma, se mantém o valor contratual estimado, que não deverá exceder 15.997.629,35€, valor ao qual acresce IVA à taxa legal em vigor, sendo que os encargos para o ano de 2010 serão enquadrados na classificação orçamental 02.02/02.02.18 do orçamento do em vigor; ---------------------------------------------------- ----- 8. É proposto um prazo contratual de 24 meses, com início previsto para o dia 1 de Outubro de 2010, prazo que poderá ser prorrogado por mais doze meses, podendo, assim, a contratação abranger o período de 1 de Outubro de 2010 a 30 de Setembro de 2013. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 9. O ajuste directo proposto, por força do disposto na segunda parte da alínea b) do nº 1 do artigo 24º do CCP, terá por objecto a prestação de serviços de vigilância e fornecimento de meios de vigilância electrónica para as instalações do Município de Lisboa definidos nos Lotes A a H, todos melhor descritos no Anexo G ao Caderno de Encargos; -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 10. As disposições conjugadas dos artigos 64º, nº 1, alíneas d) e q) da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção conferida pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro e da alínea b), do n.º 1, do artigo 18.º e artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 197/99, de 8 de Junho, aplicáveis por força da alínea f), do n.º 1, do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de Janeiro atribuem a competência para deliberar nesta matéria aos órgãos municipais; --------------------------------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara delibere: ---------------------------------------- ----- 1. A aprovação do relatório final do júri, em anexo, nos termos do nº 4 do artigo 148º do CCP; --------------------------------------------------------------------------------------- ----- 2. A revogação da decisão de contratar a “Prestação de serviços de vigilância humana e fornecimento de meios de vigilância electrónica para as instalações do

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Município de Lisboa” correspondente ao processo de concurso público com publicidade internacional n.º 84/DMSC/DA/2009, ao abrigo do disposto no nº 1 do artigo 80º do CCP; --------------------------------------------------------------------------------- ----- 3. Aprovar nova decisão de contratar a “Prestação de serviços de vigilância humana e fornecimento de meios de vigilância electrónica para as instalações do Município de Lisboa”, nos termos do artigo 36.º do CCP, com o preço base de 15.997.629,35€, valor ao qual acresce IVA à taxa legal em vigor, sendo que os encargos para o ano de 2010 serão enquadrados na classificação orçamental 02.02/02.02.18 do orçamento do orçamento em vigor; --------------------------------------- ----- 4. Aprovar, nos termos do artigo 38.º do CCP, a escolha do tipo de procedimento de ajuste directo, ao abrigo do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 16.º, conjugado com a alínea b) do nº. 1 e com o n.º 3 do artigo 24.º, todos do CCP; ----------------------- ----- 5. Aprovar a decisão de convidar a apresentar proposta todos e apenas os concorrentes que foram excluídos no âmbito do anterior procedimento, a saber: CHARON - Prestação de Serviços de Segurança e Vigilância, SA; PRESTIBEL - Empresa de Segurança, SA; STRONG Segurança, SA SECURITAS - Serviços e Tecnologia de Segurança, S.A. e XILINGUARD - Operações de Segurança, Lda.; ---- ----- 6. Aprovar o Convite e o Caderno de Encargos, bem como os respectivos anexos, juntos à presente proposta, nos termos previstos nos artigos 115.º e n.º 2 do artigo 40.º ambos do CCP; ------------------------------------------------------------------------------------- ----- 7. Designar, em cumprimento do n.º 1 do artigo 67.º do CCP, o Júri do Procedimento para condução do procedimento e a quem competirá a realização de todas as operações do concurso, nos termos do artigo 69.º do CCP, com a seguinte composição: ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Presidente – Dr. Armando Pereira da Silva ----------------------------------------------- ----- 1.º vogal efectivo: Dra. Rita Santos ------------------------------------------------------- ----- 2.º vogal efectivo: Dra. Laurentina Pereira ----------------------------------------------- ----- 1.º vogal suplente: Dra. Ana Pereira ------------------------------------------------------- ----- 2.º vogal suplente: Dina Fonseca ----------------------------------------------------------- ----- 3.º vogal suplente: Dra. Fátima Barreto --------------------------------------------------- ----- 4.º vogal suplente: Dr. José Luís Cocco Gomes ----------------------------------------- ----- 8. Delegar no Júri do Procedimento a competência para a prestação de esclarecimentos e para a realização da audiência prévia, ao abrigo do n.º 2 do mesmo artigo 69.º; ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 9. Submeter à Assembleia Municipal para autorização nos termos do nº 4.2 do artigo 13.º do Regulamento do Orçamento em vigor, a repartição do encargo total com a aquisição, que se estima, para os anos de 2010 a 2013, em 15.997.629,35 € (s/IVA incluído), a enquadrar na classificação orçamental 02.00/02.02.18, nos seguintes moldes: ---------------------------------------------------------------------------------------------- Despesa estimada s/IVA Despesa estimada c/IVA 21% 2010 892.959,22 € 1.080.480,66 € 2011 5.327.158,33 € 6.445.861,58 € 2012 5.222.768,12 € 6.319.549,42 €

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2013 4.554.743,68 € 5.511.239,85 € Total 15.997.629,35 € 19.357.131,51 € ----- Nota: O valor do ano 2010 corresponde a 2 meses (de 1 de Outubro a 30 de Novembro) e o valor de 2013 corresponde a 10 meses (de 1 de Dezembro de 2012 a 30 de Setembro de 2013).” -------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, uma vez que ninguém desejara intervir, encerrou o debate e de seguida submeteu à votação a proposta 340/2010, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS, PCP, 5 IND-PS e PEV, e a abstenção do PSD, CDS-PP, BE, PPM e MPT. ------------------------------------ ----- PONTO 15 – PROPOSTA 368/2010 - APROVAR A REPARTIÇÃO DE ENCARGOS REFERENTE AO “FORNECIMENTO DE SERVIÇOS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS VERDES E EXPECTANTES EM VÁRIOS LOCAIS DA CIDADE DE LISBOA, ZONA SUL”, NOS TERMOS D A PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA R) DO N.º 1 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO. ---------------------------------- ------------------------------------- PROPOSTA 368/2010 -------------------------------------- ----- PELOURO: Ambiente e Espaços Verdes ------------------------------------------------- ----- SERVIÇO: DMAU/DAEV ----------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que o Exmo. Sr. Presidente autorizou, a 23 de Dezembro de 2008, na INF/1319/08/DMAU/DGEP/DFCEP, o lançamento do Concurso Publico para o “Fornecimento de Serviços de Recuperação de Áreas Verdes e Expectantes em vários locais da Cidade de Lisboa – Zona Sul” (Processo nº 13/DMSC-DA/09); ---------------- ----- Considerando o Relatório Final do Júri que analisou as propostas, elaborado nos termos do disposto no nº 1 do artigo 148º do Decreto-Lei nº 18/2008 de 29 de Janeiro; ----- Considerando que o prazo do fornecimento de serviços é de 12 meses; ------------- ----- Considerando que a despesa resultante, embora dando lugar a encargo orçamental em mais de um ano económico, não está prevista em Plano Plurianual aprovado no âmbito do Decreto Lei nº 54-A/99, de 22 de Fevereiro, porque reveste, em sede de classificação económica das despesas públicas, natureza de despesa corrente; --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que, havendo necessidade de adequar a repartição de encargos à real situação do mencionado Fornecimento de Serviços, se deve aprovar a repartição de encargos, adiante mencionada. --------------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor, que a Câmara Municipal de Lisboa delibere: ------------- ----- Aprovar e submeter á Assembleia Municipal, para aprovação por este órgão deliberativo, a repartição de encargos relativa ao Fornecimento de Serviços indicado em 1, com incidência nos anos económicos de 2010 a 2011, fixando o limite máximo do encargo correspondente a cada ano económico, conforme abaixo se indica: ---------- ----- 2010 – € 74 580,00 a que acresce o IVA, no montante de € 15 661,80 totalizando € 90 241,80. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- 2011 – € 223 745,00 a que acresce o IVA, no montante de € 46 986,45 totalizando € 270 731,45. -------------------------------------------------------------------------

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----- O encargo relativo ao ano de 2010 tem cabimento na rubrica 09.01/02.02.25.02 do Orçamento em vigor, no âmbito da acção Gestão dos Espaços Verdes”, código 03/04/A102/01 do Plano de Actividades.” ----------------------------------------------------- ----- O Senhor Vereador Sá Fernandes, no uso da palavra para apresentação da proposta, disse que com ela se pretendia tratar, de forma expedita, uma série de terrenos expectantes que existiam em Lisboa, neste caso específico na zona sul. E seriam as empreitadas para o tratamento desses terrenos que, no futuro, lhes permitiria poder transmitir, por delegação de competências, esses espaços para as Juntas de Freguesia. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Portanto, tratarem dos espaços e depois passá-los, já devidamente tratados, para as Juntas de Freguesia. ---------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, dado que mais ninguém desejara intervir, encerrou o debate e de seguida submeteu à votação a proposta 368/2010, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS e 5 IND-PS, votos contra do PCP, BE e PEV, e a abstenção do PSD, CDS-PP, PPM e MPT. ---------------- ----- PONTO 16 – PROPOSTA 369/2010 – APROVAR A REPARTIÇÃO DE ENCARGOS REFERENTE À “AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS DE CONT ROLO QUÍMICO DE INFESTANTES, ATRAVÉS DA APLICAÇÃO REGULA R DE HERBICIDA SISTÉMICO”, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO AB RIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA R) DO N.º 1 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO. ---------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------- PROPOSTA 369/2010 -------------------------------------- ----- PELOURO: Higiene Urbana e Resíduos Sólidos ---------------------------------------- ----- SERVIÇO: DMAU / DHURS -------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que, o lançamento do Concurso Público para “Aquisição de serviços de controlo químico de infestantes, através da aplicação regular de herbicida sistémico” (Processo nº 2/DMSC-DA/09), foi autorizado, por despacho do Senhor Vereador José Sá Fernandes, de 28 de Novembro de 2008, exarado na informação 1934/DHURS-NGOC-2008, pelo valor máximo de 350.000,00 € (acrescido de IVA à taxa legal em vigor); ------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que, este Concurso Público só ficou concluído em 1 de Junho de 2009, com a elaboração do Relatório Final e só deu entrada no DHURS em 29/6/2009; ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que, o despacho do Senhor Vereador de 28 de Novembro de 2008, que autoriza o lançamento deste Concurso Público, fixou o encargo máximo correspondente exclusivamente ao ano económico de 2009; -------------------------------- ----- Considerando que, por falta de dotação orçamental no ano económico 2009, não foi possível a sua adjudicação, importa adequar a real calendarização financeira do fornecimento em causa; --------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que, a despesa resultante da presente prestação de serviços, não está prevista em Plano Plurianual aprovado no âmbito do Decreto-Lei nº 54-A/99, de

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22 de Fevereiro, porque reveste, em sede de classificação económica das despesas públicas, natureza de despesa corrente; --------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor que, a Câmara delibere propor à Assembleia Municipal de Lisboa, de harmonia com o disposto no número 4.2, do artigo 13.º, do Regulamento de Orçamento em vigor, a seguinte repartição de encargos relativa à “Aquisição de serviços de controlo químico de infestantes, através da aplicação regular de herbicida sistémico”: ----------------------------------------------------------------- ----- Ano económico de 2010 – 90.000,00; ----------------------------------------------------- ----- Ano económico de 2011 – 260.000,00. --------------------------------------------------- ----- A estes valores acresce o IVA à taxa legal em vigor. ----------------------------------- ----- O encargo tem cabimento na rubrica 02.02.20.02 da orgânica 09.02, no âmbito do Projecto “Intervenções Diversas de Remoção e Limpeza Pública”, código 04/04/204 (41034) do Plano de Actividade do Orçamento de 2010.” ---------------------- ----- O Deputado Municipal Graça Gonçalves (PSD), no uso da palavra, disse que o PSD ia viabilizar esta proposta com a abstenção, mas queriam recomendar que houvesse cautela nos produtos a aplicar, porque isso podia trazer, e tem trazido, alguns problemas para os animais, e principalmente para as crianças. --------------------- ----- Além disso, pediam também que fosse tida em atenção a altura da sua aplicação, porque quando os dias estavam ventosos os herbicidas estragavam completamente a relva e as plantas envolventes ou encostadas aos jardins. ------------------------------------ ----- Isso poderia levar a que, numa próxima intervenção de carácter político, apresentassem uma moção ou recomendação à Câmara, mas ficava desde já o aviso ao Sr. Vereador responsável pelo Pelouro dos Espaços Verdes para que tivessem muita atenção, principalmente pelas crianças e pelos animais, porque efectivamente tem havido problemas. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Recordou que quando foi Presidente da Junta de Freguesia de Santo Condestável, recebera muitíssimas reclamações de que animais morreram depois da aplicação desses produtos nos espaços verdes. ------------------------------------------------------------ ----- A Senhora Presidente, visto que mais ninguém desejara intervir, encerrou o debate e de seguida submeteu à votação a proposta 369/2010, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS, PCP, 5 IND-PS e BE, e a abstenção do PSD, CDS-PP, PPM, MPT e PEV. ----------------------------------------- ----- PONTO 17 – PROPOSTA 371/2010 – APROVAR ISENTAR A ASSOCIAÇÃO DE TURISMO DE LISBOA DAS TAXAS APLICÁVEI S À REALIZAÇÃO DO FESTIVAL DOS OCEANOS 2010, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA H) DO N.º 2 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO. ---------------------------------- ------------------------------------- PROPOSTA 371/2010 -------------------------------------- ----- “Considerando que Lisboa irá novamente acolher o Festival dos Oceanos, que decorrerá de 31 de Julho a 15 de Agosto de 2010; -------------------------------------------- ----- Considerando que o evento é uma iniciativa da Associação Turismo de Lisboa com apoio do Turismo de Portugal; -------------------------------------------------------------

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----- Considerando ainda, que se trata de um evento da maior importância para o Turismo que procura valorizar as microcentralidades turísticas – Centro Histórico, Parque das Nações e Zona Ribeirinha, apresentando diversas iniciativas de acesso livre na sua maioria no espaço público; --------------------------------------------------------- ----- Considerando que nas edições anteriores o Festival dos Oceanos trouxe mais de meio milhão de pessoas a Lisboa, traduzindo-se num claro êxito de grande adesão popular, quer a nível nacional quer internacional beneficiando da promoção feita pela ATL ao evento, revestindo-se de enorme interesse turístico – económico – social para a cidade cujo retorno do investimento se constata de forma inequívoca; ------------------ ----- Considerando que a realização de um evento com estas características vai ao encontro do TLX 10 – O Plano Estratégico do Turismo de Lisboa 2007 – 2010, que recomenda, nomeadamente a realização de iniciativas favorecedoras do aumento da notoriedade da capital portuguesa; -------------------------------------------------------------- ----- Considerando que este evento, pela visibilidade e reconhecimento mundial que encerra, constituirá uma enorme mais valia para a Cidade de Lisboa, é do interesse público estabelecer colaboração com a respectiva organização, por forma a garantir o seu sucesso nacional e internacional; tal como previsto na alínea a) da Cláusula 8ª do Protocolo entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Associação de Turismo de Lisboa (Proposta 3/2008) que prevê quer a colaboração entre a CML e a ATL em matéria de eventos (Cláusula 14ª), quer o apoio da CML à ATL na execução dos mesmos; -------- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara Municipal delibere: -------------------------- ----- 1 - Aprovar e submeter à Assembleia Municipal, ao abrigo das disposições conjugadas da alínea b) do n.º 4 e a) do n.º 6 ambos do artigo 64.º, da alínea h) do n.º 2 do artigo 53.º, ambos da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com as alterações que lhe foram introduzidas pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, e pela Lei n.º 67/2007, de 31 de Dezembro, da alínea d) do artigo 11.º e do n.º 2 do artigo 12.º, ambos da Lei n.º 2/2007, de 15 de Janeiro, a isenção do pagamento de Taxas para as Licenças Municipais respectivas e relativas à efectiva realização, na Cidade de Lisboa, do Festival dos Oceanos 2010. ----------------------------------------------------------------------- ----- 2 - Aprovar o não pagamento relativo à cedência, a título de empréstimo, no âmbito da realização do Festival dos Oceanos 2010, de diverso material de ornamentação e logístico.” ------------------------------------------------------------------------ ----- A Senhora Presidente informou que a Sra. Vereadora Catarina Vaz Pinto, responsável pelo Pelouro da Cultura e Turismo, tivera que se ausentar para estar na televisão às 19 horas, mas a Sra. Vereadora Maria João Mendes, responsável pelo Pelouro das Finanças, faria a apresentação da proposta. ------------------------------------- ----- A Senhora Vereadora Maria João Mendes, no uso da palavra para apresentação da proposta, disse que ela se referia a um evento que fazia parte da programação da Associação de Turismo de Lisboa, há cerca de quatro anos. ------------ ----- Era um evento já com projecção na Cidade, as taxas envolvidas na isenção eram 188.000 euros, sendo que a isenção fora também concedida em anos anteriores. -------- ----- A Senhora Presidente, visto que mais ninguém desejara intervir, encerrou o debate e de seguida submeteu à votação a proposta 371/2010, tendo a Assembleia

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deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS, PCP, BE e PEV, votos contra de 1 IND-PS, e a abstenção do PSD, 4 IND-PS, CDS-PP, PPM e MPT. ---------- ----- PONTO 18 – PROPOSTA 377/2010 – APROVAR A AFECTAÇÃO AO DOMÍNIO PÚBLICO MUNICIPAL DO TERRENO SITO NA RUA JO ÃO PINTO RIBEIRO, FREGUESIA DE SANTA MARIA DOS OLIVAIS , NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA I) DO N.º 2 E NA ALÍNEA B) DO N.º 4, AMBOS DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO. ---------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------- PROPOSTA 377/2010 -------------------------------------- ----- Pelouro: Vereadora Maria João Azevedo Mendes -------------------------------------- ----- Serviços: DPI --------------------------------------------------------------------------------- ----- “Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- Em 25 de Setembro de 1943, no decurso do processo de expropriação, a Câmara Municipal de Lisboa, adquiriu um terreno com a área de 4.888 m2, para a construção da Av. Marginal Oriental; ------------------------------------------------------------------------- ----- Em 1959, por impulso dos então proprietários, veio a ser judicialmente decretada a reversão de 1.980 m2 do terreno assim adquirido, por não utilização para os fins da expropriação, desanexando-se assim uma parcela com aquela área, e que deu origem ao terreno com a descrição n.º 5887 da 8ª Conservatória do Registo Predial de Lisboa; ----- Em 1973, depois de sucessão e partilha, a parcela de terreno em causa foi adquirida aos legítimos herdeiros e registada em nome de José Maria Gonçalves; ------ ----- De acordo com o alegado pela cabeça-de-casal da herança de José Maria Gonçalves – Julieta da Cunha Gonçalves - antes da inauguração da Expo 98, o terreno foi utilizado pela CML para alargamento da Rua João Pinto Ribeiro, construção de acesso a viaduto, parqueamento e passeio, o que foi confirmado com visita ao local; -- ----- Para a regularização da situação do terreno, que se impõe dado o uso que se lhe encontra adstrito ser de carácter e interesse público, deverá proceder-se à aquisição aos actuais e legítimos proprietários com a consequente integração no domínio público municipal; --------------------------------------------------------------------------------- ----- Após negociações, a CML acordou com a cabeça-de-casal da herança de José Maria Gonçalves, a aquisição da parcela de terreno em causa em condições que se consideram adequadas; ---------------------------------------------------------------------------- ----- Como resulta da documentação já junta pela cabeça-de-casal, os restantes herdeiros também se encontram de acordo com a alienação nos termos propostos; ----- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara delibere, ao abrigo das disposições conjugadas no artigo 64º, n.º 6, alínea a), e do artigo 53º n.º 2, alínea i) e n.º 4, alínea b), todos da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção conferida pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro: ---------------------------------------------------------------------- ----- 1. Aprovar a aquisição a Julieta da Cunha Gonçalves e outros ou a quem no acto da escritura provar pertencer-lhe, do terreno sito na Rua João Pinto Ribeiro, freguesia de Santa Maria dos Olivais, com a área total registada de 1.980 m2, representada a

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amarelo na planta n.º 10/022/02 do Departamento de Património Imobiliário, pelo valor global de € 560.000,00 (quinhentos e sessenta mil Euros). --------------------------- ----- 2. Submeter à Assembleia Municipal a afectação ao domínio público municipal da área de 1.980 m2, sita na Rua João Pinto Ribeiro, identificada a cinzento na planta n.º 10/023/02 do Departamento do Património Imobiliário. --------------------------------- ----- CONFRONTAÇÕES ------------------------------------------------------------------------ ----- Norte – Rua João Pinto Ribeiro ------------------------------------------------------------ ----- Sul – Propriedades particulares ------------------------------------------------------------ ----- Nascente – Linha Férrea --------------------------------------------------------------------- ----- Poente – Estrada de Moscavide ------------------------------------------------------------ ----- CONDIÇÕES DE ACORDO --------------------------------------------------------------- ----- A propriedade vem à posse da Câmara no estado em que se encontra, livre de quaisquer ónus ou encargos. ---------------------------------------------------------------------- ----- (Processo n.º 18673/CML/10) -------------------------------------------------------------- ----- A proposta da operação de aquisição tem cabimento na orgânica 01.04, económica 07.01.01.01 do Orçamento em vigor, no âmbito da acção 02/03/A101/99 do Plano de Actividades. -------------------------------------------------------------------------- ------------------------- JUSTIFICAÇÃO DO PREÇO PROPOSTO ------------------------- ----- A valorização do terreno foi estimada com base no Código de Expropriações, partindo-se do pressuposto que se está em presença de um solo apto para construção. -- ----- Assim, considerou-se para efeitos de cálculo de edificabilidade, o índice de 1,8 preconizado no RPDM para as “Áreas de Reconversão Urbanística Habitacional”. IUB = 1,8 (Art.º 74º do RPDM) ----------------------------------------------------------------- ----- Área terreno = 1.980,00 m2 ---------------------------------------------------------------- ----- Custo de construção: € 741,48/m2 útil (Portaria n.º 1240/2008 de 31 de Outubro) ----- Índice Fundiário: 25% (art.º 26º da Lei n.º 168/99 de 18 de Setembro) -------------- ----- V = 1980 m2 x 1,8 x € 741,48/m2 útil x 0,85 x 0,25 ------------------------------------- ----- V = € 561.559,87 ----------------------------------------------------------------------------- ----- V m2 = 283€ ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Acordou-se com os proprietários o montante de € 560.000,00.” ---------------------- ----- A Senhora Presidente, dado que ninguém desejara intervir, encerrou o debate e de seguida submeteu à votação a proposta 377/2010, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS, PCP, 5 IND-PS, CDS-PP, BE e PEV, e a abstenção do PSD, PPM e MPT. ----------------------------------------------------- ----- Nota: As propostas votadas na presente reunião foram aprovadas, em minuta, nos termos da deliberação tomada pela Assembleia, por unanimidade, na reunião realizada no dia 24 de Novembro de 2009, inserida a páginas 5 da respectiva acta. (acta n.º 2).--- ----- A Senhora Presidente, seguidamente, esgotada que estava a Ordem de Trabalhos, depois de desejar a todos boas férias e informar que teriam nova Sessão em Setembro, em data a comunicar oportunamente, deu por encerrada a reunião e com ela a Sessão Ordinária iniciada no dia 29 de Junho passado. ------------------------------------ ----- Eram 19 horas. --------------------------------------------------------------------------------

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----- E eu, , Primeiro Secretário, fiz lavrar a presente acta que subscrevo juntamente com a Segunda Secretária, .----- --------------------------------------- A PRESIDENTE--------------------------------------------