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SEST - Serviço Social do Transportecmsintranet.sestsenat.org.br/Arquivos Intranet/COPS/Saúde bucal_v4 (web).pdf · I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem

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SEST - Serviço Social do TransporteSENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

SEDE: SAUS Quadra 1 - Bloco “J” - Ed. Confederação Nacional do Transporte

12o andar, Brasília - DF, CEP 70.070-944, Fone: (61) 3315.7000 Site: www.sestsenat.org.br

Saúde bucal – Brasília: Sest/Senat, 2015.

30 p. : il. – (Palestras)

1. Saúde bucal. 2. Higiene oral. 3. Medicina preventiva. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título.

CDU 616.31-083

Todos os direitos reservados ao SEST SENAT. Não é permitido copiar integral ou parcialmente, distribuir, criar obras derivadas ou alterar a obra original, no todo ou em parte.

Saúde Bucal

A saúde bucal da população brasileira sofreu uma mudança considerável a partir de 2004, quando até então, segundo o Ministério da Saúde , 20% da população já havia perdido todos os dentes, 13% dos adolescentes nunca haviam ido ao dentista e 45% não possuíam acesso regular a uma escova de dentes.

Atualmente o Brasil é considerado um país de baixa incidência de cárie pela Organização Mundial de Saúde (OMS), visto que 48% das crianças estão livres desse problema.

Essa mudança deve-se principalmente ao investimento em programas de prevenção. O SEST SENAT apresenta esta cartilha com objetivo informar sobre a importância da higiene na prevenção de doenças e os principais assuntos relacionados à saúde bucal; principais riscos aos quais você deve estar atento e os cuidados a serem tomados, etc. Vamos lá, informe-se!

“Se alguém procura saúde, pergunta-lhe primeiro se está disposto a evitar no futuro as causas da doença; em caso contrário, abstém-te de ajudar.”

Sócrates

O que você vai encontrar nesta cartilha:Higiene Bucal .........................................................................................................8Placa Bacteriana ................................................................................................... 9Cárie ........................................................................................................................ 11Doença Periodontal ............................................................................................14Má Oclusão ............................................................................................................16Fluorose Dentária ................................................................................................18Câncer Bucal .........................................................................................................19Traumatismos Dentários ...................................................................................21Principais Cuidados ............................................................................................22Cuidando da Saúde Bucal ao Longo da Vida .................................................24Mais informações ................................................................................................29Conclusões ...........................................................................................................30Referências Bibliográficas ................................................................................30

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Higiene bucal

Você possui hábitos saudáveis e procura visitar o dentista regularmente?

Caso você tenha respondido sim a essa pergunta, de forma sincera, parabéns! Você faz parte de uma pequena parcela da população que não espera o surgimento do incômodo ou até mesmo da dor insuportável para visitar o dentista.

Infelizmente, a maior parcela da população responderia negativamente a essa pergunta, seja por uma questão cultural ou por questões financeiras, as pessoas negligenciam nos cuidados com a saúde até que se instale a dor.

Quanto mais conhecimento a respeito desse assunto você tiver, mais fácil será atingir o nível de saúde desejado.

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Placa bacteriana

A placa bacteriana ou o biofilme é uma camada gelatinosa, incolor ou esbranquiçada, constituída por bactérias e restos alimentares que se depositam sobre a superfície dos dentes. Todos nós temos bactérias em nossa boca.

Sempre que comemos, ficam entre os dentes restos de alimentos que as bactérias utilizam para seu desenvolvimento. O conjunto de bactérias que se adere à superfície dos dentes para absorver os restos alimentares forma a placa bacteriana. Caso essa placa bacteriana não seja removida mecanicamente durante a escovação, mais bactérias serão incorporadas.

Uma vez instalada na superfície dos dentes, as bactérias da placa eliminam substâncias ácidas capazes de enfraquecer as estruturas e suporte dos dentes, como a gengiva, podendo levar ao aparecimento de doenças como a cárie, a gengivite e a periodontite.

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Diagnóstico, tratamento e prevenção

O cirurgião-dentista é o profissional de saúde bucal capacitado a realizar o correto diagnóstico da placa bacteriana e das doenças provenientes da sua presença. Para isso existem produtos químicos que auxiliam em sua evidenciação.

A sua remoção é realizada por processo mecânico, podendo o tratamento ser complementado com a administração de produtos fluoretados por um período controlado. Portanto a remoção e o controle da placa bacteriana é um importante método de prevenção das doenças da boca.

IMPORTANTE!

Evite o acúmulo de restos de alimentos na boca: escove sempre os dentes após as refeições e utilize o fio dental.

Estimule a salivação: beba bastante água e mastigue bem os alimentos durante as refeições. Isso dificulta a formação da placa bacteriana.

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Cárie

A cárie é uma doença transmissível, contagiosa e a mais conhecida da população em geral. As pessoas geralmente associam a cárie à dor de dente. Esta afirmação, muitas vezes, não tem fundamento, pois é possível haver dor sem cárie e cárie sem dor.

A cárie é a destruição localizada das estruturas dos dentes pelos ácidos provenientes da placa bacteriana.

Como ela surge?

Os ácidos provenientes da placa bacteriana promovem uma desmineralização das estruturas dos dentes, causando um enfraquecimento dessas. A continuidade desse processo gera a cavitação (aparecimento de cavidades), popularmente conhecido como “buraco no dente” ou “panelas no dente”.

Caso não haja a remoção da placa bacteriana, esse processo continua a destruir as estruturas dos dentes e a provocar inflamação na gengiva, causando dor, sangramento e mau hálito, podendo chegar ao limite da necessidade da remoção do dente.

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Como o açúcar ajuda no desenvolvimento da cárie?

A cárie é considerada uma doença multifatorial, ou seja, depende de múltiplos fatores para aparecer, por exemplo:

� falta de acesso ao flúor (ausência de abastecimento de água fluoretada);

� falta de controle da placa bacteriana;

� secura na boca ou baixa salivação (xerostomia);

� consumo frequente e excessivo de alimentos ricos em açúcar.

Dentro da nossa boca, o açúcar potencializa o crescimento das bactérias, pois esses micro-organismos, ao se alimentarem de açúcar, produzem ácidos que podem danificar o dente e provocar as cáries. Antigamente, esse não era um problema tão frequente, pois a alimentação contava com alimentos mais simples e naturais. Hoje, no entanto, com o aumento do consumo de artigos industrializados e ricos em açúcar, a situação tem se agravado consideravelmente.

Diagnóstico e tratamento

Quando a lesão da cárie é profunda, a pessoa a identifica por meio de uma sensibilidade no dente, que pode evoluir para dores mais agudas (pontadas). Em situações ideais, a lesão pode ser verificada por meio de visitas regulares preventivas ao dentista e tratadas adequadamente antes que a situação se torne mais grave.

O dentista também pode solicitar radiografias dentárias para analisar a extensão do comprometimento do dente provocado pela cárie e determinar o tratamento adequado (restauração do dente ou tratamento de canal, por exemplo), evitando sempre que possível a extração do dente.

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Como prevenir?

Melhor prevenir do que remediar, não é mesmo? Com a cárie não é diferente. A prevenção não é tão difícil assim. Veja só:

� Cuide da higiene bucal: escove os dentes corretamente e com regularidade, usando o fio dental sempre que possível.

� Visite o dentista com regularidade: o ideal é que as visitas ocorram de 6 em 6 meses. Essas visitas auxiliarão na detecção precoce da cárie, além da remoção da placa bacteriana, principal causador da cárie.

� Cuide da sua alimentação: diminua os alimentos açucarados e mantenha a saliva da sua boca sempre renovada. Para isso, aumente o consumo de alimentos adstringentes (maçã, cenoura crua, etc.) e beba bastante água.

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Doença periodontal

Gengivite e periodontite

A gengivite e a periodontite são doenças infecciosas que têm como principal causa a placa bacteriana, mas são resultados de diferentes respostas dadas pelo organismo. Já se sabe que, apesar de a gengivite ser um quadro infeccioso mais brando que pode evoluir para uma periodontite, isso nem sempre acontece.

A doença periodontal atinge os tecidos de suporte dos dentes, enquanto a gengivite ataca os tecidos moles, como a gengiva.

A principal diferença entre as duas é que a gengivite é uma inflamação localizada nas regiões marginais da gengiva. Normalmente elas se encontram na parte visível do dente. Já a periodontite é uma inflamação provocada pelo acúmulo de placa bacteriana que avança para a região subgengival, mais interna e próxima da parte não visível do dente.

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Diagnóstico e tratamento

Um dos principais sinais para a identificação de ambas as inflamações é a presença de sangramento. Ele pode ocorrer tanto na escovação e utilização do fio dental como de forma espontânea. Outras questões que estão relacionadas a esse problema são:

� existência de placa bacteriana;

� retrações, lesões e secreções na gengiva;

� alterações sistêmicas (deformações na mucosa da gengiva e nos dentes);

� presença de tabagismo;

� utilização de medicamentos.

O tratamento dessas inflamações deve ser sempre focado na eliminação das causas, não só na minimização dos sintomas, e deve incluir:

� remoção e controle da placa bacteriana;

� escovação correta;

� raspagem e polimento dentário pelo profissional;

� monitoramento e controle dos fatores de risco, como: diabetes, gravidez e alterações hormonais.

A duração do tratamento varia de acordo com a extensão da inflamação e com suas principais causas. O principal indicador de sucesso no tratamento é a ausência de sangramento. Não desista!

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Má oclusão

Embora os problemas de má oclusão não ganhem tanto destaque nas pesquisas sobre doenças regularmente presentes no Brasil, estima-se que de 10% a 20% dos problemas dessa natureza sejam de origem hereditária. E, portanto, de prevenção reduzida. Os demais casos podem ser creditados aos hábitos inadequados que são repetidos constantemente de maneira consciente ou não, como chupar o dedo, roer as unhas, usar chupetas, etc. Entre esses problemas, encontram-se:

� Ausência de crescimento (atrofia funcional): identificada normalmente entre os três e os cinco anos de idade, por falta de estímulo mastigatório. A criança é alimentada com excesso de alimentos pastosos e moles.

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� Mordida cruzada: normalmente a arcada superior deve sobrepor a arcada inferior. Nesse caso, acontece o contrário, com os dentes inferiores mais salientes. Isso pode ser o resultado da mastigação unilateral (quando se mastiga de um lado para evitar algum desconforto presente do outro), aleitamento artificial (mamadeira) e respiração bucal.

� Mordida aberta: pode ser identificada por meio de um vão entre a arcada superior e inferior quando a pessoa sorri. Normalmente é provocada por maus hábitos, como uso excessivo de chupeta, o hábito de chupar dedo, ficar descansando a língua entre os dentes e até mesmo respiração bucal.

Tratamento

Para tratar as más oclusões, são recomendados tratamentos ortodônticos, com a utilização de aparelhos específicos para cada caso, por um período que costuma variar entre seis meses e quatro anos. Apenas em casos de má oclusão, como em respiradores bucais, pode-se exigir o tratamento com médico otorrinolaringologista e também com o fonaudiólogo.

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Fluorose dentária

A Fluorose dentária é o aparecimento de manchas na superfície do dente devido à exposição excessiva ao flúor no período de sua formação (germe dentário). Essas manchas, geralmente esbranquiçadas, acometem crianças de 0 a 12 anos.

PARA SABER MAIS:

A criança pode entrar em contato com esse excesso de flúor de diversas formas:

� flúor em teor acima do recomendado no abastecimento público de água;

� uso de múltiplas fontes de flúor ao mesmo tempo;

� ingestão de creme dental em local com abastecimento de água fluoretada;

� ingestão acidental de flúor durante aplicações tópicas (bochechos, por exemplo).

O contato excessivo com flúor atrapalha a maturação do esmalte, que se torna poroso e opaco.

Prevenção e tratamento

A prevenção está em evitar o contato excessivo da criança com as mais diversas fontes de flúor e sempre acompanhar os seus hábitos de higiene bucal.

O tratamento fica limitado em diminuir o desconforto estético em relação às manchas provocadas por alimentos nas áreas porosas do esmalte. Nesses casos, o paciente deve procurar o dentista para fazer um acompanhamento e tratamento.

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Em casos de fluorose severa, com depressões no esmalte, aspecto corroído e manchas escuras generalizadas (situação em que a própria forma do dente pode ser afetada), poderá ser recomendada a utilização de próteses como coroas ou facetas.

Câncer bucal

O câncer de boca é uma denominação que inclui os cânceres de lábio e de cavidade oral (mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua oral e assoalho da boca).

O câncer de lábio é mais frequente em pessoas brancas e registra maior ocorrência no lábio inferior em relação ao superior. O câncer, em outras regiões da boca, acomete principalmente tabagistas e os riscos aumentam quando o tabagista é também alcoólatra.

IMPORTANTE:

Segundo dados do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional de Câncer (INCA), foram estimados, para o ano de 2014, 11.280 casos entre homens e 4.010 casos entre as mulheres.

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Quais as principais causas?

Os principais fatores de risco para o câncer da cavidade oral são:

� tabagismo (cigarro);

� etilismo (álcool);

� má higiene bucal;

� uso de próteses dentárias mal ajustadas;

� deficiências imunológicas;

� infecções por hpv;

� exposição à radiação uva solar (câncer de lábio).

Contudo, entre tais fatores, destacam-se o tabagismo e o etilismo. Estudos mostram um risco muito maior de desenvolvimento do câncer na cavidade oral em indivíduos tabagistas e etilistas do que na população em geral, evidenciando a existência de uma sinergia entre o tabagismo e o etilismo. Ressaltam ainda um aumento no risco de acordo com o tempo que a pessoa fuma, com o número de cigarros fumados por dia e com a frequência de ingestão de bebidas alcoólicas.

Diagnóstico e tratamento

Mais do que qualquer outro problema bucal, o tratamento desse câncer depende do diagnóstico precoce, que pode ser feito tanto em visitas regulares ao dentista quanto pela autoavaliação regular da boca.

Dependendo do estado do desenvolvimento do câncer, o tratamento pode envolver bem mais do que cirurgia e radioterapia. Podem ser necessárias a realização de procedimentos cirúrgicos complementares e a aplicação de prótese para resgatar as perdas estéticas e funcionais provocadas pela doença.

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Traumatismos dentários

Os traumatismos dentários podem ter diversas origens: acidentes domésticos, violência doméstica, brincadeiras e atividades de lazer que não saem como o esperado – e podem ser até mesmo o resultado de acidentes de trânsito mais sérios. Na maioria dos casos, algumas medidas simples podem reduzir as chances de traumas dentários.

� utilize equipamentos de segurança (cinto de segurança, ao dirigir, capacetes ao andar de moto; bicicleta ou skate, por exemplo);

� não utilize os dentes como ferramenta para abrir embalagens ou potes, cortar ou segurar objetos.

O que fazer?

No caso de traumatismo dentário, veja os procedimentos imediatos que devem ser realizados antes de procurar um cirurgião-dentista:

No caso de traumatismo dentário, todo esforço realizado deve reduzir o tempo entre o trauma e o encaminhamento ao cirurgião dentista, pois aumentarão as possibilidades de reparo. Com isso em mente, siga os passos abaixo:

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� Primeiro passo: verifique a extensão da lesão. Limpe a área com soro fisiológico e remova qualquer tipo de material contaminado que possa estar na região (vidro, areia, terra, etc.). Dependendo do local, é possível realizar a higienização com água potável e sabão.

� Segundo passo: estanque qualquer fragmento ou dente perdido e o limpe apenas com soro fisiológico (nada de escovações ou outros produtos).

� Terceiro passo: procure localizar qualquer fragmento ou dente perdido e limpe-o apenas com soro fisiológico (nada de escovações ou outros produtos). No caso de dentes permanentes perdidos por completo, é possível reimplantá-los, imediatamente, recolocando-os no local e na posição de origem, após a limpeza da área e do dente com soro fisiológico. Caso não tenha segurança para realizar esse procedimento, procure o mais rápido possível o cirurgião-dentista, guardando esse dente em um recipiente com soro fisiológico, leite ou saliva.

Principais cuidadosOs cuidados com a saúde bucal na fase de prevenção são extremamente simples, mas devem ser realizados com regularidade para que surtam efeito. A seguir, apresentamos os procedimentos que podem ser utilizados para garantir o seu bem-estar. Dependendo da situação, os profissionais de saúde bucal podem lhe apresentar variáveis para esses métodos, pensados exclusivamente para a sua situação (escovações específicas para a redução de placa, por exemplo). Caso esse ainda não seja o seu caso, atenha-se ao básico, mas não deixe de executá-lo.

Escovação correta

Uma boa escovação tem a duração mínima de dois minutos – e é claro que a maioria das pessoas não chega nem perto desse tempo. Mas a questão principal, não é o tempo, mas garantir que todas as superfícies visíveis de todos os dentes sejam escovadas. Tente escovar os dentes por setores, seguindo a ordem:

� escove as faces voltadas para a bochecha dos dentes superiores e depois dos inferiores;

� escove as faces internas dos dentes superiores e depois dos inferiores;

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� em seguida, escove as superfícies de mastigação.

Não se esqueça também de limpar a língua, lugar que muitas bactérias escolhem para se alojar. A limpeza pode ser feita com a escova mesmo ou realizada com um limpador específico de língua.

PARA SABER MAIS: As escovas macias são as mais indicadas para uma melhor escovação e quando estiverem com as cerdas alteradas devem ser trocadas, a cada 3 meses. Lembre-se de que as escovas são de uso individual e devem estar sempre protegidas por capas e longe de vasos sanitários.

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Cuide da saúde bucal ao longo da vida

A seguir você conhecerá uma série de ações e hábitos saudáveis de higiene bucal específicos para cada fase da nossa vida e conhecerá os itens que requerem nossa atenção, fase a fase.

A. Bebês (0 a 24 meses)

Nesse período, os principais cuidados estão sob a responsabilidade dos pais ou responsáveis e se referem aos hábitos de alimentação e higiene bucal da criança.

Deve-se valorizar o aleitamento materno exclusivo durante os seis primeiros meses de vida e, a partir de então, começar a estimular o uso progressivo de alimentos em colheres e copos para prevenir a má oclusão dentária. A chupeta poderá ser utilizada como auxiliar no desenvolvimento da capacidade de sucção da criança, porém com moderação. Caso seja impossível evitar o uso de mamadeira, essa não deve ser modificada. Não se deve aumentar o furo do bico nem incluir outro tipo de alimento junto ao leite (como mel, achocolatado, etc.).

No campo da higiene bucal, deve-se realizar a limpeza da cavidade bucal com um pano ou gaze umedecida em água filtrada ou soro fisiológico para esfregar a gengiva. Assim que o primeiro dente de leite aparecer, a escovação deve ser iniciada. A princípio, sem utilização de pasta dental, para evitar a ingestão de flúor. Já com o surgimento dos primeiros molares, pode-se começar a utilizar pasta dental, porém, em uma quantidade semelhante a um grão de arroz cru e não em todas as escovações, sempre tentando evitar a ingestão desnecessária de flúor.

Deve-se citar que existem cremes dentais para essa faixa de idade que não possuem flúor.

B. Crianças (2 a 9 anos)

Esta é a fase ideal para introduzir e desenvolver bons hábitos de higiene bucal na criança. Nessa fase, os adultos ainda devem ser responsáveis pela escovação, porém cada vez mais com um caráter de supervisão. O ideal é que as crianças realizem uma pré-escovação e os responsáveis a completem na sequência.

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Veja os cuidados adicionais que devem ser tomados nessa fase:

� Crianças com menos de seis anos devem utilizar pasta dental fluoretada apenas com a supervisão de um adulto ciente dos riscos de ingestão.

� Os responsáveis devem estar cientes do surgimento e da continuação de maus hábitos, como: uso regular de chupeta, chupar o dedo, roer as unhas, etc., pois eles podem resultar em má oclusão dentária.

� Não se deve forçar a extração precoce dos dentes de leite, pois, além de aumentar o risco de má oclusão, o procedimento pode alterar o tempo normal de nascimento dos dentes permanentes.

C. Adolescentes (10 a 19 anos)

Nesta fase são consolidados os hábitos de higiene bucal. O adolescente também dificilmente procura voluntariamente o dentista – a menos que seja por questões estéticas, ou seja, se precisar argumentar com um adolescente sobre higiene bucal, é melhor apelar para argumentos como “um sorriso mais bonito” e “um hálito agradável”.

Observa-se, nessa faixa etária, uma maior incidência de gengivite e periodontite – que podem ser agravadas pelo início do consumo de álcool, fumo e até pela colocação de piercings, por exemplo. A recomendação é: escovação e fio dental, especialmente se estiverem ocorrendo sangramentos, porque eles têm mais chances de desaparecer sob esses cuidados.

IMPORTANTE: Os dentes denunciam problemas como a bulimia, por exemplo. Nesse distúrbio alimentar, a pessoa come até não aguentar mais e depois provoca o vômito para evitar o ganho de peso. Essa prática leva à erosão dentária (por conta da acidez do vômito) e ao consequente aumento de cáries na face posterior dos dentes, especialmente dos dianteiros.

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D. Adultos (20 a 59 anos)

Esta é a fase de mais longa duração e, por conta disso, mais sujeita a complicações. Os cuidados essenciais continuam os mesmos: escovação, fio dental e visitas regulares ao dentista. Porém, isso não é o que a maioria faz, debilitando a saúde bucal e muitas vezes agravando o quadro com o uso excessivo e constante do álcool, do fumo e de uma alimentação inadequada (rica em açúcar).

A fase também é marcada pela maior incidência de câncer de boca e perda dentária, além também do surgimento, principalmente em adultos, de outras doenças, que podem exigir um cuidado especial na saúde bucal e no tratamento odontológico, como:

� Diabetes mellitus – apresenta sintoma, como secura na boca (xerostomia) e hálito cetônico (levemente adocicado).

� Hipertensão arterial – assintomática na maioria dos casos. Pode oferecer riscos na condução dos tratamentos odontológicos.

� Hanseníase – pode apresentar sintomas por meio de cavidade oral, como úlceras, nódulos, manchas, etc., bem como através de periodontite destrutiva.

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� HIV-AIDS – as lesões bucais podem significar os primeiros sintomas clínicos da doença, como candidíase, leucoplasia pilosa e o sarcoma de Kaposi – indicando comprometimento imunológico do paciente. Também é comum o surgimento da doença periodontal de evolução rápida, que nem sempre responde exatamente ao tratamento normal.

E. Idosos (acima de 60 anos)

Nesta fase, a maior preocupação com a saúde bucal está na manutenção da qualidade de vida do idoso, seja na manutenção da sua capacidade de mastigação ou em cuidados estéticos. Nesta faixa, é muito comum haver:

� dificuldades com a alimentação (mastigação e deglutição);

� mau hálito;

� secura na boca (xerostomia);

� sangramento gengival.

Deve ser mantida a escovação com pasta dental e a utilização de fio dental. Quando a coordenação motora do idoso estiver comprometida, será preciso incluir familiares ou cuidadores no processo de higienização. Itens como halitose (mau hálito) e xerostomia (secura na boca) podem não ser causados por falhas de higienização, mas por hábitos alimentares ou por consumo de medicamentos, por exemplo.

Muita gente acredita que envelhecer é sinônimo de perda dentária e que a utilização de dentadura acaba com a necessidade de higiene bucal – nem uma coisa nem outra são verdadeiras. A perda dentária é resultado do descuido com a saúde bucal, não resultado da idade. Já quem utiliza prótese (a dentadura) deve higienizá-la sempre, corretamente, além de estar atento para qualquer lesão ou desconforto provocado por ela.

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F. Gestantes

A gestante deve estar atenta aos cuidados em cada fase da gravidez:

� Primeiro trimestre – o período menos recomendado para o tratamento odontológico, especialmente para a realização de radiografias.

� Segundo trimestre – o melhor período para a realização de procedimentos – a formação embriológica já está concluída e o desconforto na cadeira odontológica é menor.

� Terceiro trimestre – nesta fase, os riscos de síncope, hipertensão e anemia são maiores. É recomendável evitar o tratamento. A cadeira se torna extremamente desconfortável e há o risco de hipotensão postural (vertigem e tontura com possibilidade de desmaio ao levantar).

G. Pessoas com necessidades especiais

As pessoas com necessidades especiais apresentam a mesma necessidade de procedimentos de higiene bucal que as demais, embora seja mais difícil realizá-los em alguns casos (especialmente aquelas que apresentam movimentos involuntários, cerramento da boca e maior possibilidade de engasgar). Nesses casos, as principais regras de higiene bucal envolvem:

� utilização de uma escova de dentes pequena e com pouco creme dental;

� inclusão de alimentos adstringentes na dieta, que ajudem na sal-ivação e na limpeza dos dentes, como: maçãs, cenouras cruas, talo de salsão, nabo e demais alimentos naturais de consistência crocante;

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� a massagem das gengivas com tecido ou gaze umedecida para remoção de restos alimentares nas pessoas que não mastigam ajudam a evitar a formação de placa e sangramento gengival;

� a escovação de todas as faces dos dentes, sempre que possível.

Mais informações

As Unidades Operacionais do SEST SENAT oferecem aos trabalhadores do transporte, transportadores autônomos, seus dependentes e à população em geral os procedimentos básicos para manutenção da saúde bucal – como atividades de educação, prevenção e dentística. Também são oferecidos serviços de cirurgia, endodontia, odontopediatria, ortodontia, periodontia, prótese e radiologia.

Para marcar consultas ou obter mais informações sobre os atendimentos odontológicos, basta procurar a Unidade Operacional do SEST SENAT mais próxima de você. Caso você não saiba onde encontrá-la, ligue gratuitamente para nossa central de relacionamento por meio do telefone: 0800-728-2891. O atendimento funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.

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ConclusõesCáries dentárias, placa bacteriana, infecções na gengiva, má formação dentária e até câncer. Como você pode ver, sem os cuidados básicos com a saúde bucal, corremos o risco de desenvolver doenças cada vez mais graves, quando deveríamos ser muito mais atenciosos. Afinal, um sorriso bonito, além de sinal de saúde, diz muito sobre a nossa autoestima.

Esperamos que você tenha se conscientizado de que a boa saúde bucal não requer cuidados impossíveis, basta escovar os dentes, usar fio dental e visitar o dentista antes que as dores apareçam. São atitudes simples que a maioria das pessoas pode realizar sem problemas. Basta se comprometer com a saúde.

Referências bibliográficasMINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA. Saúde Bucal. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

BRUNETTI, M. C. (Ed.). Periodontia médica: uma abordagem integrada. 1ª. ed. São Paulo: Editora SENAC, 2004.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/diretrizes_da_politica_nacional_de_saude_bucal.pdf>. Acesso em: 10 out. 2010.

DIAS, A. A. Saúde bucal coletiva: metodologia de trabalho e práticas. 1ª. ed. São Paulo: Santos Editora, 2006.

PINTO, V. G. Saúde oral: odontologia social e preventiva. 2ª. ed. São Paulo: Santos Editora, 2003.

PINTO, V. G. Saúde bucal coletiva. 5ª. ed. São Paulo: Santos Editora, 2008.

http://www.colgate.com.br/app/CP/BR/OC/Information/Articles/Oral-and-Dental-Health-Basics/Common-Concerns/Cavities-Tooth-Decay/article/What-are-Cavities.cvsp