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Portugal no Contexto Europeu dos Séculos XII a XIV Relatório de Pesquisa sobre a

S.francisco de assis

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Portugal no Contexto Europeu

dos Séculos XII a XIV

Relatório de Pesquisa sobre a Biografia de São Francisco de Assis

(1182 – 1226)

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Introdução

Este relatório tem por objetivo a descrição da biografia de São Francisco de Assis.

Giovanni di Pietro di Bernardone, mais conhecido como São Francisco de Assis,  foi um monge católico da Itália. Após ter sido frenético na infância, começou a dedicar-se à vida religiosa, fundando a Ordem Mendicante (ordem religiosa cujos membros faziam votos de pobreza e viviam de esmolas, pregando nas cidades) dos Frades Menores ou dos Franciscanos, que inovaram o Catolicismo do seu tempo. Com a sua crença de que o Evangelho devia ser seguido “à risca”, imitando-se a vida de Cristo, São Francisco desenvolveu uma identificação com os problemas dos seus semelhantes e com a humanidade de Cristo. Teve ainda uma atitude original quando afirmou a bondade e a maravilha da Criação numa época em que o mundo era avaliado como particularmente mau, quando se dedicou aos mais pobres e quando amou todas as criaturas, chamando-as de irmãos.

Dante Alighieri, poeta italiano,  referiu que ele foi uma "luz que brilhou sobre o mundo" e, para muitos, foi a maior figura do Cristianismo depois de Jesus. Foi canonizado pela Igreja Católica (Papa Gregório IX) dois anos após ter falecido, em 1228. Pela sua estima e consideração à natureza é célebre por ser o santo patrono dos animais e do meio ambiente.

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Fig. 1 – São Francisco e episódios da sua vida

Biografia

Fig. 2 – São Francisco e Leproso

Adolescência e conversão

Era filho de Pietro di Bernadone dei Moriconi (comerciante italiano) e de Pica Bourlemont (cuja família tinha raízes francesas). Os pais de Francisco faziam parte

da burguesia da cidade de Assis e, graças a negócios bem sucedidos, conquistaram riqueza e bem-estar. A origem do seu nome “Francesco” (Francisco) é incerta.

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O menino cresceu e tornou-se um jovem popular entre os seus amigos, pela sua indisciplina e excentricidades, por ser temerário; todavia demonstrava um carácter bondoso.

Certo dia, teve um sonho ou uma visão, onde ouviu uma voz a proclamar:  Quem te pode ser de mais proveito? O senhor ou o servo?. Ouviu novamente a voz:  Então por que deixas o senhor pelo servo e o príncipe pelo vassalo?. Confundido, Francisco disse:  Que queres que eu faça?; a voz replicou: Volta para tua terra, e te será dito o que haverás de fazer. Pois deves entender de outro modo a visão que tiveste.

Em Assis, foi tocado pela presença divina e, desde aí, começou a evidenciar-se pela preocupação pelos mais necessitados. Designado como "rei da juventude", em vez de preparar-se para a entrada numa vida de casado, como seria o costume, retirou-se, para uma caverna a fim de meditar, acompanhado por apenas um amigo fiel, a quem revelou as suas preocupações e o seu desejo de obter o tesouro da sabedoria e de “casar” com a vida religiosa.

Um dia, ouviu o som do sino que os leprosos deviam usar para indicar a sua aproximação; logo se viu à sua frente um homem doente. Fazia frio e o leproso tinha apenas trapos sobre o corpo. Francisco sempre sentiu repugnância dos leprosos, mas, nesse momento, desceu do seu cavalo e cobriu-o com o seu próprio manto. Espantado consigo mesmo, olhou nos olhos do outro e viu a sua gratidão. Enquanto ele mesmo chorava, beijou aquele rosto deformado pela doença. Estava cada vez mais interessado em ajudar os pobres.

Diz a tradição que, na igreja de São Damião, ele ouviu pela primeira vez a voz de Cristo, que lhe falou de um crucifixo. A voz chamou a sua atenção e incitou para que Francisco reconstruísse esta igreja. Assim doou o dinheiro ao padre para que ele a restaurasse. Então, depois de um conflito com o pai e a população, Francisco despiu todas as suas belas roupas e colocou-as aos pés do pai, rejeitou a sua herança, pediu a bênção do bispo e partiu, completamente nu, para iniciar uma vida de pobreza junto do povo, da qual nunca mais retornou.  O bispo viu nesse gesto um sinal divino e tornou-se seu protetor para o resto da sua vida.

Fundação da Ordem

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Francisco iniciou a sua nova vida como pedreiro, ajudando a reconstruir diversas igrejas nas redondezas de Assis - a de São Damião, a de São Pedro e a da Porciúncula, que era a que ele mais amava.

De venerador passou a ser missionário e começou a pregação da palavra divina. Tendo reunido mais um grupo de seguidores, dirigiu-se para Roma para obter do papa a autorização da primeira Regra para a fundação da sua Ordem, a chamada Regra primitiva, que estabelecia uma pobreza absoluta para os monges e para a Ordem.

Com a recomendação favorável de alguns conselheiros e com o aviso recebido num sonho, o Papa, finalmente, autorizou a Regra, permitindo que pregassem e dessem socorro moral às pessoas.

Chegando a Assis, instalaram-se numa cabana no campo, onde se dedicaram ao cuidado dos leprosos, ao trabalho manual e à pregação, vivendo de esmolas. Numa certa altura a sua pregação já tinha alcançado toda a região, mas não eram sempre bem recebidos. Em 1212, a Ordem foi enriquecida com a primeira mulher, a futura Santa Clara, fundadora do ramo feminino dos Frades Menores, as Clarissas, que logo trouxe as suas irmãs, a quem foi dado o uso da capela de São Damião.

Após tantas viagens e milagres São Francisco passou para a Palestina, peregrinando pelos lugares santos, onde recebeu a notícia de que a comunidade em Assis, na sua longa ausência, estava em crise.

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Fig. 3 - Ordenação de Santa Clara

Anos finais e morte

Os seus anos finais decorreram em tranquilidade interior. O seu amor e compaixão por todas as criaturas fluíam e simultaneamente tentava compreender repetidas visões e êxtases místicos; fazia outros milagres; continuava a pregar…

Nas situações contemplativas eram-lhe reveladas por Deus não somente coisas do presente, mas também do futuro, assim como lhe fazia conhecer as dúvidas, os secretos desejos e os pensamentos dos irmãos.

Durante uma dessas meditações, no dia da festa da Exaltação da Cruz, Francisco viu uma figura semelhante a um serafim (anjo de seis asas) pregado numa cruz. À medida que continuava na contemplação, brotava em si uma imensa felicidade mas era sombreada de tristeza. Sentiu uma abertura no seu corpo como as feridas do próprio Cristo crucificado. Foi, dessa forma, o primeiro cristão a ser estigmatizado. Enquanto isso lhe trazia alegria, sendo um sinal do favor divino, foi-lhe motivo de muito embaraço e sofrimento físico. Sempre tentou ocultar as cicatrizes com faixas e o seu hábito. Por vezes os seus irmãos causavam-lhe muita dor, dificultando os seus movimentos e levando às feridas sangrarem frequentemente. Também padeceu de outras moléstias, ficou quase cego e as suas dores de cabeça eram terríveis, passando algum tempo sob os cuidados de Clara.

Sentindo a morte próxima, solicitou a uma amiga romana que trouxesse tudo o que fosse imprescindível para o seu sepultamento e também alguma comida bem preparada,

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que ele havia provado na sua residência, em Roma, e que deveria aliviar o seu sofrimento. Despediu-se de Clara e das irmãs em São Damião e voltou à Porciúncula; deu instruções para ser sepultado nu e, no pôr do sol de 3 de outubro de 1226, após ter lido algumas passagens do Evangelho, faleceu rodeado dos seus companheiros, nobres amigos e outras personalidades.  

Foi enterrado no dia seguinte na igreja de São Jorge. Posteriormente, o papa Gregório IX foi pessoalmente a Assis para canonizá-lo, em 6 de julho de 1228. Em 1230, foi inaugurada uma nova basílica em Assis, que recebeu o seu nome e hoje guarda as suas relíquias e abriga o seu túmulo definitivo. A basílica foi decorada no fim do século XIII por Giotto di Bondone com uma grande série de frescos que retratam a vida do santo.

Fig. 4 – Estigmatização de São Francisco Fig. 5 – Fresco na Basílica de

São Francisco de Assis, Itália

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Curiosidades

As fontes antigas dizem que, no momento em que São Francisco de Assis faleceu, um bando de aves pousou no telhado da Igreja Porciúncula e cantou.

Numa outra ocasião, em Santa Maria da Porciúncula, ofereceram ao homem de Deus uma ovelha, que ele recebeu muito agradecido por causa do amor, da inocência e da simplicidade que a ovelha manifesta pela sua natureza.

O homem piedoso (São Francisco) “recomendava” à ovelha para se dedicar ao louvor divino e tomasse cuidado para não causar transtorno aos frades. Ouvindo os frades cantarem no coro, ela também entrava na igreja e, sem que ninguém tivesse ensinado, dobrava os joelhos soltando os seus balidos diante do altar da Virgem Mãe do Cordeiro, como se estivesse a saudá-la.

Quando era elevado o sagrado Corpo de Cristo durante a celebração da missa, curvava os joelhos, como se o animal devoto chamasse a atenção daqueles que não crêem pela sua desconsideração e como convidasse os crentes a honrarem o Sacramento.

ConclusãoCom a elaboração deste relatório de pesquisa,

posso concluir que São Francisco de Assis mostrou um contributo fundamental nesta época, nos séculos XII e XIII, vivendo de esmolas, pregando e prestando assistência aos mais necessitados, sobretudo pobres e doentes. Colaborou ainda na formação de uma ordem religiosa, a Ordem dos

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Franciscanos, reflexo de uma renovação do Cristianismo.

Bibliografia

http://www.cantodapaz.com.br/blog/2009/04/21/cordeiro-discipulo-francisco/http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_de_Assishttp://tetraktys.wikispaces.com/São+Francisco+de+Assis