1
BELÉM, DOMINGO, 18 DE JANEIRO DE 2015 MAGAZINE 11 sim [email protected] VICENTE CECIM Por que existe vida? I rreverente, provocador, iconoclas- ta, livre em suas ideias, tratado como inconveniente por todas as Instituições e Governos dos países por onde passou com seus milhares de discípulos – ele foi perseguido em todos e expulso por 21deles, inclusive os Estados Unidos da América com sua fachada de liberdade decorativa imo- bilizada na escultura da Estátua da Li- berdade. Hoje conversaremos com ele: Osho, nascido na Índia como Rajneesh Chandra Mohan Jain, em 1931, e ido daqui em 1990. Diálogo com Osho (I) Considerada a pergunta mais im- portante da Filosofia, esta interroga- ção há séculos atormenta os filósofos: - Por que existe vida em vez de nada? Se pudermos começar por ela, eu per- gunto: - Osho, por que existe vida em vez de nada? - A pergunta não é respondível. Qualquer pessoa que a responder irá somente criar alguns questionamentos a mais em você. Não se encontra qual- quer resposta porque não há resposta. O passado e seus condicionamentos de fato existem – mas eles existem ou no corpo ou no cérebro, não existem na sua consciência, pois a consciência não pode ser condicionada. OSHO A vida é um mistério, por isso essa per- gunta não pode ser respondida. Você não pode perguntar o porquê. Se o por- quê for respondido, a vida deixa de ser um mistério. Logo, deixa de ser vida? - Esse é todo o esforço da ciência: destruir o mistério da vida. E a manei- ra é encontrar respostas para todos os porquês. E a ciência acredita, natural- mente com arrogância e ignorância, que um dia ela será capaz de responder a todos os porquês. Isso não é possível. Mesmo se nós respondermos a todos os porquês, o último dos porquês per- manecerá: por que a vida existe, afinal? Essa pergunta é a última e ela não pode ser respondida. Filósofos, Cientistas - ninguém, nem os religiosos e as Religiões têm a resposta? - Algumas pessoas acreditam que Deus criou o mundo porque queria ajudar a humanidade. Agora, que tipo de resposta é essa? Ele criou a humani- dade para ajudar a humanidade. Qual era a necessidade de criar? Outros di- zem que Deus criou o mundo porque ele estava se sentindo muito solitário. Se Deus estava se sentindo mal muito só, então não existe qualquer possibi- lidade de alguém se tornar um Buda. E se Deus de repente começou a se sentir solitário, então o que ele estava fazen- do antes de criar o mundo? Einstein achava que havia alguma, ainda que Oculta, intencionalidade na existência do Universo, quando dizia: - Deus não joga dados. - Mas existem pessoas que dirão: is- so é um jogo de Deus, a sua brincadei- ra. Ele não poderia ter ficado sentado em silêncio? Que espécie de jogo é esse? Adolf Hitler e Mussolini e Joseph Stalin e Mao-Tse-Tung, Gengis Khan... Brinca- deira de Deus? Seis milhões de judeus assassinados por Adolf Hitler, e Deus está brincando com um jogo? Por que ele não vai jogar golfe? Ou xadrez? Por que torturar pessoas? Tanta miséria no mundo e esses tolos seguem dizendo que isso é brincadeira de Deus? Crian- ças que nascem paralíticas, cegas, sur- das, mudas... Brincadeira de Deus? Que espécie de Deus é esse dessas pessoas? E o propósito da vida, esse Mistério em que somos, qual seria? - Essas perguntas só criam mais perguntas. O máximo que eu posso dizer é que a vida não tem propósito algum, ela não pode ter qualquer pro- pósito. Todos os propósitos estão no meio da vida. O alimento tem um pro- pósito: ele pode nutri-lo. Uma casa tem um propósito: ela pode lhe dar abrigo... Todos os propósitos estão dentro da vi- da, mas a vida em si mesma não pode ter qualquer propósito porque ela não é um meio para algum fim. E para onde vai e nos leva essa Vi- da, que nem é um Jogo nem tem um Propósito? - A vida não tem qualquer objetivo, a vida não está indo para lugar algum. A vida está simplesmente aqui! Ela nun- ca foi criada. Esqueça essa ideia de cria- ção. Isso cria muitas perguntas estúpi- das na mente. Ela nunca foi criada, ela sempre esteve aqui e ela sempre estará aqui. Com formas diferentes, de ma- neiras diferentes, a dança continuará. Ela é eterna. - Ais dhammo sanantano: assim é a lei última. Musical revaloriza Wilson Simonal. Página 8. MAGAZINE OLIBERAL

Sim 84 Por que existe vida?

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Diálogo com Osho (I): Por que existe vida em vez de nada?

Citation preview

Page 1: Sim 84 Por que existe vida?

BELÉM, DOMINGO, 18 DE JANEIRO DE 2015 MAGAZINE 11

sim [email protected] CECIM

Por que existe vida?

Irreverente, provocador, iconoclas-ta, livre em suas ideias, tratado como inconveniente por todas as Instituições e Governos dos países

por onde passou com seus milhares de discípulos – ele foi perseguido em todos e expulso por 21deles, inclusive os Estados Unidos da América com sua fachada de liberdade decorativa imo-bilizada na escultura da Estátua da Li-berdade. Hoje conversaremos com ele: Osho, nascido na Índia como Rajneesh Chandra Mohan Jain, em 1931, e ido daqui em 1990.

Diálogo com Osho (I)

Considerada a pergunta mais im-portante da Filosofia, esta interroga-ção há séculos atormenta os filósofos: - Por que existe vida em vez de nada? Se pudermos começar por ela, eu per-gunto: - Osho, por que existe vida em vez de nada?

- A pergunta não é respondível. Qualquer pessoa que a responder irá somente criar alguns questionamentos a mais em você. Não se encontra qual-quer resposta porque não há resposta.

O passado e seus condicionamentos de fato existem– mas eles existem ou no corpo ou no cérebro,não existem na sua consciência, pois a consciência não pode ser condicionada. OSHO

A vida é um mistério, por isso essa per-gunta não pode ser respondida. Você não pode perguntar o porquê. Se o por-quê for respondido, a vida deixa de ser um mistério.

Logo, deixa de ser vida? - Esse é todo o esforço da ciência:

destruir o mistério da vida. E a manei-ra é encontrar respostas para todos os porquês. E a ciência acredita, natural-mente com arrogância e ignorância, que um dia ela será capaz de responder a todos os porquês. Isso não é possível. Mesmo se nós respondermos a todos

os porquês, o último dos porquês per-manecerá: por que a vida existe, afinal? Essa pergunta é a última e ela não pode ser respondida.

Filósofos, Cientistas - ninguém, nem os religiosos e as Religiões têm a resposta?

- Algumas pessoas acreditam que Deus criou o mundo porque queria ajudar a humanidade. Agora, que tipo de resposta é essa? Ele criou a humani-dade para ajudar a humanidade. Qual era a necessidade de criar? Outros di-zem que Deus criou o mundo porque

ele estava se sentindo muito solitário. Se Deus estava se sentindo mal muito só, então não existe qualquer possibi-lidade de alguém se tornar um Buda. E se Deus de repente começou a se sentir solitário, então o que ele estava fazen-do antes de criar o mundo?

Einstein achava que havia alguma, ainda que Oculta, intencionalidade na existência do Universo, quando dizia: - Deus não joga dados.

- Mas existem pessoas que dirão: is-so é um jogo de Deus, a sua brincadei-ra. Ele não poderia ter ficado sentado

em silêncio? Que espécie de jogo é esse? Adolf Hitler e Mussolini e Joseph Stalin e Mao-Tse-Tung, Gengis Khan... Brinca-deira de Deus? Seis milhões de judeus assassinados por Adolf Hitler, e Deus está brincando com um jogo? Por que ele não vai jogar golfe? Ou xadrez? Por que torturar pessoas? Tanta miséria no mundo e esses tolos seguem dizendo que isso é brincadeira de Deus? Crian-ças que nascem paralíticas, cegas, sur-das, mudas... Brincadeira de Deus? Que espécie de Deus é esse dessas pessoas?

E o propósito da vida, esse Mistério em que somos, qual seria?

- Essas perguntas só criam mais perguntas. O máximo que eu posso dizer é que a vida não tem propósito algum, ela não pode ter qualquer pro-pósito. Todos os propósitos estão no meio da vida. O alimento tem um pro-pósito: ele pode nutri-lo. Uma casa tem um propósito: ela pode lhe dar abrigo... Todos os propósitos estão dentro da vi-da, mas a vida em si mesma não pode ter qualquer propósito porque ela não é um meio para algum fim.

E para onde vai e nos leva essa Vi-da, que nem é um Jogo nem tem um Propósito?

- A vida não tem qualquer objetivo, a vida não está indo para lugar algum. A vida está simplesmente aqui! Ela nun-ca foi criada. Esqueça essa ideia de cria-ção. Isso cria muitas perguntas estúpi-das na mente. Ela nunca foi criada, ela sempre esteve aqui e ela sempre estará aqui. Com formas diferentes, de ma-neiras diferentes, a dança continuará. Ela é eterna. - Ais dhammo sanantano: assim é a lei última.

Musical revaloriza Wilson Simonal. Página 8. MAGAZINE

O LIBERAL

Dança flamenca invade a madrugadaDEL PUERTOEspetáculo “Las Cuatro Esquinas” será encenado em Belém nos dias 23 e 24

Com o espetáculo, a Del Puerto recebeu 8 Prêmios Açorianos de Dança em 2012

A companhia e escola de flamenco Del Puerto ce-lebra 15 anos de história

com o espetáculo “Las Cua-tro Esquinas”, que faz turnê pelas cidades de Porto Alegre (RS), Vitória (ES), Palmas (TO), Manaus (AM) e Belém (PA), com financiamento do Prê-mio Funarte Klauss Vianna 2013. Na capital paraense, o espetáculo vai ser encenado nos dias 23 e 24 deste mês, às 18 horas, no Sesc Boulevard, com entrada gratuita.

Assistido por mais de dois mil espectadores em três anos de circulação, “Las Cuatro Esquinas” apresenta três bailarinas e um baila-rino em seu corpo de baile, acompanhados pela guitarra flamenca e por mais seis mú-sicos, que executam ao vivo a trilha composta especial-mente para o espetáculo.

“Las Cuatro Esquinas” re-sulta de mais de dez anos de trabalho e pesquisa da Cia. Del Puerto, buscando con-duzir o público a uma expe-riência singular: um passeio pelas madrugadas quando a cidade está adormecida, a sensação da tensão dos cruzamentos, o efeito do ba-rulho e do movimento coti-diano. O cenário da apresen-tação remete ao movimento e ao desacelerar das ruas de uma cidade, o que se une de forma harmoniosa as perfor-mances dos bailarinos, que trazem à tona a essência da arte flamenca e hipnotizam o público.

Tendo estreado em abril de 2012 em Porto Alegre, des-de então já passou por mais de 15 cidades e participou de 5 festivais nacionais. Na ca-pital gaúcha, “Las Cuatro Es-

FABI

O Z

AMBO

M -

DIV

ULG

AÇÃO

Sesc Boulevard. E ainda está prevista a realização de uma oficina de arte flamenca, no Estúdio de Pilates e Dança Cris & Cadú.

PREMIAÇÕES

Com “Las Cuatro Esqui-nas”, a Del Puerto recebeu históricos oito Prêmios Aço-rianos de Dança 2012: Me-lhor Espetáculo, Melhor Bai-larina, Melhor Bailarino, Me-lhor Trilha, Melhor Figurino, Melhor Coreografia, Melhor Produção, Troféu Destaque em Flamenco, além das in-dicações de Melhor Direção, Melhor Cenário e Melhor Iluminação. A companhia é reconhecida nacionalmente como divulgadora da cultu-ra flamenca.

Serviço

Apresentações do espetá-culo “Las Cuatro Esquinas”, da companhia Del Puerto, em Belém Dias e horários: 23 e 24/01/2015, às 18 horas Local: Sesc Boulevard (Boulevard Castilhos Fran-ça, 522/523 - Campina) Entrada gratuitaOficina de arte flamenca da companhia Del Puerto em BelémDia 24/01/2015, às 14 ho-ras, no Estúdio de Pilates e Dança Cris & Cadu (tv. Tupinambás, 308, Batista Campos). As vagas são limitadas e as inscrições, gratuitas, podem ser feitas através do e-mail [email protected].

quinas” é sempre sinônimo de temporadas de sucesso. Contemplado com o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2013, o espetáculo ini-cia 2015 circulando por cinco

capitais, o que marca de for-ma muito bonita a trajetória da companhia, que completa 15 anos de história.

Em Belém, as apresenta-ções serão no Centro Cultural

KRIS

TIN

A RO

SA- D

IVU

LGAÇ

ÃO

DIV

ULG

AÇÃO

O espetáculo “Las Cuatro Esquinas” leva o públi-co a um passeio pela madrugada. Além da apresen-tação, o grupo Del Puerto vai ministrar em Belém uma oficina de arte flamenca (foto abaixo).