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Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia Ano XXIX – Nº 29 – 17 de agosto de 2015 www.sindae-ba.org.br ACESSE A VERSÃO DIGITAL MARGARIDAS VIRAM AS COSTAS PARA O CONGRESSO E PROTESTAM CONTRA GOLPE PÁGINA 3 CRIADA A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS URBANITÁRIOS E O SINDAE PARTICIPA DA DIREÇÃO PÁGINA 2 TRABALHADORES (AS) DO SAAE DE CATU FAZEM PROTESTO EM DEFESA DO ACORDO COLETIVO PÁGINA 2 BANHEIRO NO RIO VERMELHO: UM DESRESPEITO AOS TRABALHADORES PÁGINA 4 Empregados da Embasa e da Cerb vão atuar em várias frentes contra o retrocesso que o governo do estado e as empresas querem impor no plano de saúde, através da migração forçada para o Planserv. O Sindicato já en- trou na Justiça com uma ação de cumprimento do acordo coletivo da Em- basa e está pronto para fazer o mesmo contra a Cerb. Além disso, no caso da Embasa já estão decididas assembleias entre os próximos dias 24 e 28, na capital e interior, para a categoria tomar posição. Enquanto isso, diversas visitas estão sendo feitas nos parques da capital e região metropolitana. De- pois iremos ao interior. PÁGINA 3 Luta pelo plano de saúde é pra valer. Luta pelo plano de saúde é pra valer. Já temos ação na justiça e vamos tomar Já temos ação na justiça e vamos tomar posição em assembleia posição em assembleia Nesta segunda (17) estamos completando 43 dias de greve e a categoria con- tinua demonstrando a mesma disposição do início do movimento. Uma categoria guerreira, que sabe defender a sua dignidade. Na última quinta, cerbianos (as) de Salvador e Feira de Santana aprovaram a continuidade da paralisação. Nova assem- bleia será feita no dia seguinte ao da realização da audiência de conciliação no Tri- bunal do Trabalho, onde entramos com dissídio coletivo. PÁGINA 2 Greve na Cerb continua a fazer história. Agora é aguardar audiência na justiça ALOÍSIO ROCHA

[SINDAE] Gota D'água - Ed. n.29 - Agosto 2015

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Page 1: [SINDAE] Gota D'água - Ed. n.29 - Agosto 2015

www.sindae-ba.org.br

Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia Ano XXIX – Nº 29 – 17 de agosto de 2015

www.sindae-ba.org.br

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MARGARIDAS VIRAM AS COSTAS PARA O CONGRESSO E PROTESTAM

CONTRA GOLPEPÁGINA 3

CRIADA A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS URBANITÁRIOS E O

SINDAE PARTICIPA DA DIREÇÃOPÁGINA 2

TRABALHADORES (AS) DO SAAE DE CATU FAZEM PROTESTO EM DEFESA DO ACORDO COLETIVO

PÁGINA 2

BANHEIRO NO RIO VERMELHO: UM DESRESPEITO

AOS TRABALHADORESPÁGINA 4

Empregados da Embasa e da Cerb vão atuar em várias frentes contra o retrocesso que o governo do estado e as empresas querem impor no plano de saúde, através da migração forçada para o Planserv. O Sindicato já en-trou na Justiça com uma ação de cumprimento do acordo coletivo da Em-basa e está pronto para fazer o mesmo contra a Cerb. Além disso, no caso da Embasa já estão decididas assembleias entre os próximos dias 24 e 28, na capital e interior, para a categoria tomar posição. Enquanto isso, diversas visitas estão sendo feitas nos parques da capital e região metropolitana. De-pois iremos ao interior. PÁGINA 3

Luta pelo plano de saúde é pra valer. Luta pelo plano de saúde é pra valer. Já temos ação na justiça e vamos tomar Já temos ação na justiça e vamos tomar posição em assembleiaposição em assembleia

Nesta segunda (17) estamos completando 43 dias de greve e a categoria con-tinua demonstrando a mesma disposição do início do movimento. Uma categoria guerreira, que sabe defender a sua dignidade. Na última quinta, cerbianos (as) de Salvador e Feira de Santana aprovaram a continuidade da paralisação. Nova assem-bleia será feita no dia seguinte ao da realização da audiência de conciliação no Tri-bunal do Trabalho, onde entramos com dissídio coletivo. PÁGINA 2

Greve na Cerb continua a fazer história. Agora é aguardar audiência na justiça

ALOÍSIO ROCHA

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Após 43 dias de greve completados nes-ta segunda (17), na mais longa paralisação já feita pela categoria, a disposição de luta conti-nua a mesma e isso voltou a ser comprovado na assembleia realizada na última quinta (13), em Salvador, quando cerbianos (as) da capital e de Feira de Santana decidiram manter a gre-ve e aguardar a data do julgamento do dissídio coletivo pela Justiça do Trabalho. Ao longo de todo esse tempo, tem sido uma lição de resis-tência e determinação. É uma luta árdua, feita no dia a dia e que mostra a força e dignidade de quem participa do movimento.

O vigor da categoria na defesa dos seus direitos foi sentido até mesmo pelo diretor administrativo da Cerb, Washington Miranda, que acompanhou todo o desenro-lar da assembleia da janela entreaberta de sua sala. Os (as) trabalhadores (as) estão

fi rmes na luta contra a truculência da em-presa e do governo estadual, que querem impor um acordo coletivo trazendo perdas salariais e sem aumentar o tíquete refeição e as diárias, como se não houvesse infl ação corroendo o poder de compra do salário e aumentando os preços.

Ainda nessa assembleia da última quin-ta, fi cou de ser marcada uma outra no dia seguinte ao da realização da audiência de conciliação no Tribunal Regional do Traba-lho (TRT). É uma audiência que antecede o julgamento do processo. Durante toda a se-mana passada, advogados e representantes do Sindicato foram diariamente ao TRT na tentativa de marcar logo a audiência junto ao presidente do Tribunal, Valtércio de Oli-veira, mas este passou os últimos dias em Brasília num encontro do poder judiciário.

Cansados de tantas promessas e de muita enrolação, trabalhadores (as) do Saae de Catu fi zeram vários protestos dentro e fora da Câmara de Vereadores na semana passada, visando pressionar a Prefeitura e o Saae a cumprirem o acor-do coletivo negociado, prevendo reajuste salarial de 8,34% retroativo a maio. Na úl-tima terça (11) fi zeram assembleia dian-te da Câmara e também lá houve vigília na última quinta (13). Já na sexta (14) os serviços da autarquia foram paralisados.

Na última, após o movimento diante da Câmara e o prefeito terminou por en-caminhar, na quinta, o projeto de lei pre-vendo reajuste de 8,03% e não de 8,34%, conforme negociado. Com isso a catego-ria se revoltou e parou os trabalhos. No-vo projeto, já com os 8,34%, foi encami-nhado em seguida e fi cou de ser votado pelos vereadores nesta terça (18).

Trabalhadores (as) do Saae de Catu

fazem vários protestos na defesa do acordo coletivo

Sob aplausos para comemorar a re-alização de um antigo sonho, urbanitá-rios (as) de todo o país ganharam mais um importante instrumento de luta, que é a Confederação Nacional criada na úl-tima sexta (14), durante o 20º Congresso Nacional dos Urbanitários, realizado em Florianópolis. Na mesma ocasião foi es-colhida a primeira diretoria da entidade, que terá como presidente Paulo de Tarso (Sinergia Bahia), sendo que três dirigentes do Sindae também farão parte da direção: Pedro Romildo fi ca como o secretário de Saneamento, Patrícia de Jesus e Crispim Carvalho na suplência do Conselho Fiscal.

A Confederação vai desempenhar o papel até agora feito pela Federação Na-cional dos Urbanitários (FNU), e esta pas-sará a ser uma federação que representa-rá trabalhadores (as) do Sudeste. Já existe

a federação do Nordeste (Frune) e estão sendo criadas as do Sul, Norte e Centro Oeste. Importante salientar que, até que seja criada uma terceira federação regio-nal, a FNU permanece fazendo provisoria-mente o mesmo papel de hoje, tanto que o mesmo congresso elegeu a nova direção da entidade, tendo à frente o companheiro Pedro Blois, do Stiupa (Pará).

Seja com a FNU ainda à frente, se-ja com a recém criada Confederação, os (as) urbanitários (as) têm muitos desafi os a enfrentar, especialmente as tentativas de privatização nos setores de saneamento e energia. Vai ser estudada uma estratégia contra a venda das empresas públicas des-ses setores mediante recursos do FGTS. Também foi fi rmado o compromisso de combater o projeto conservador e de lu-tar contra todo tipo de golpe.

Urbanitários (as) brasileiros (as) comemoram criação da Confederação Nacional

Greve na Cerb chega a 43 dias. Categoria vai aguardar audiência de conciliação no TRT

43 DIAS

GREV

E

É importante lembrar que o dissídio vai tra-tar exclusivamente das questões econômi-cas (reajuste, tíquete alimentação e diárias), uma vez que a empresa garantiu manter as outras cláusulas já negociadas.

Ainda na semana passada (terça, dia 11), o Sindicato teve uma reunião com o secretário de Infraestrutura Hídrica e Sa-neamento, Cássio Peixoto, para tratar do acordo coletivo da Cerb e da migração de trabalhadores (as) do plano de saúde atual para o Planserv. Na presença do presiden-te da empresa, Marcus Bulhões, reiteramos nossa proposta e pedimos a intervenção dele no processo para que seja encontra uma solução para o confl ito.

Também lembramos ao secretário que o Sindicato entrou com dissídio coletivo e a so-lução pode demorar ou não, atrasando a reto-mada de obras e serviços parados há mais de 40 dias. Ele fi cou de conversar com o gover-nador Rui Costa sobre o assunto e dar uma resposta depois, o que ainda não aconteceu. Já em relação ao plano de saúde, disse que iria estudar uma proposta de contrato abrangen-do todas as empresas públicas do estado na tentativa de contornar os problemas. Uma nova reunião vai ser realizada em até 15 dias, quando será dada uma resposta.

MANOEL PORTO

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“Mudar a vida das mulheres para mudar o mundo, mudar o mundo para mudar a vida das mulheres!

Marcha Mundial das Mulheres ”

Mais de 70 mil mulheres de todo o país, a maioria agricultoras e integrantes do movimento sindical e popular, enche-ram as ruas de Brasília na semana passa-da durante a Marcha das Margaridas, e fi zeram vários protestos, especialmente diante do Congresso Nacional. Lá, canta-ram “Fora, Cunha”, numa alusão ao presi-dente da Câmara dos Deputados, Eduar-do Cunha, condutor de vários projetos de retrocesso no país, como o da terceiriza-ção, redução da maioridade penal, a refor-ma política e do golpe na presidente Dilma Rousseff. Uma delegação do Sindae, com-posta de integrantes do Coletivo de Mu-lheres do Saneamento (Comusba), partici-pou da manifestação.

A presidente Dilma Rousseff partici-pou do encerramento da marcha, no Es-tádio Mané Garrincha, recebeu uma pauta de reivindicações e prestou solidariedade às duas trabalhadoras que morreram du-rante essa jornada de luta: “Cumprimen-to as margaridas do Sul, do Sudeste, do Centro-Oeste, do Norte e do Nordes-te. As margaridas, extrativistas, pescado-ras, quebradeiras de coco, ribeirinhas, quilombolas e indígenas. As margaridas

Margaridas enchem ruas de Brasília e protestam contra tentativa de golpe

trabalhadoras rurais, assentadas da re-forma agrária, agricultoras familiares, que honram a luta da Margarida Alves. Quero também lamentar aqui o falecimento da Maria Pureza, de Sergipe, e Maria Alzenira, do Piauí. Duas margaridas que nos deixa-ram", disse a presidente.

A marcha é realizada a cada quatro anos em Brasília e leva o nome da líder sin-dical Margarida Maria Alves, da Paraíba, as-sassinada pelo marido na frente dos fi lhos em agosto de 1983. Entre as reivindicações desse ano estavam propostas de combate à pobreza, o enfrentamento à violência con-tra as mulheres, a defesa da soberania ali-mentar e nutricional e a construção de uma sociedade sem preconceitos, sem homofo-bia e sem intolerância religiosa.

Em todas as frentes de luta iremos lu-tar contra o retrocesso que o governo do estado, a Embasa e a Cerb querem impor em relação ao plano de saúde. Desde a se-mana passada o Sindicato deu entrada nu-ma ação de cumprimento do acordo co-letivo fi rmado com a Embasa, com pedido liminar, no sentido de preservar, especial-mente, as regras relativas ao plano de saú-de. A ação está na 20ª Vara da Justiça do Tra-balho. Outra semelhante está pronta pelo nosso setor jurídico, aguardando apenas a entrega de alguns documentos, para ser ajuizada visando preservar direitos idênti-cos dos (das) empregados (as) da Cerb.

A categoria vai tomar posição e tam-bém não estão descartadas paralisações. No caso da Embasa, todas as questões re-ferentes à migração forçada de uma opera-da privada para o Planserv já estão sendo discutidas diretamente pelo Sindicato em visitas aos parques da capital e Região Me-tropolitana. Diversas visitas foram feitas na semana passada. Nos próximos haverá ro-teiros para fazer o mesmo trabalho no inte-rior. Além disso, de 24 a 28 deste mês esta-

remos realizando assembleias em Salvador e nas 13 unidades regionais do interior.

A Embasa continua fazendo o jogo do esconde-esconde, tentando ludibriar os (as) trabalhadores (as): em diversas reuniões com o Sindicato, informava que o prazo para en-trega dos formulários de adesão ao Planserv seria de 90 dias. No entanto, na quinta (13) ela reforçou pela intranet que o prazo de entrega termina no próximo dia 31. Está, assim, que-rendo provocar terror para que a categoria faça a migração para o Planserv. Porém, con-forme o Sindicato tem divulgado, não é para entregar formulário algum de adesão, e quem já entregou deve solicitar a devolução. Através de ofício encaminhado à empresa, também solicitamos a devolução desses formulários.

A adesão ao Planserv é individual e facul-tativa. Quem adere, estará abrindo mão das regras de atendimento médico previstas no acordo coletivo e, a partir da adesão, cada tra-balhador (a) passa a ser responsável pela sua própria relação com o Planserv, cujas regras são prejudiciais aos (às) empregados (as). Em-bora a Embasa tenha divulgado na intranet que

Sindicato entra com ação para preservar direitos e ainda este mês faremos assembleias para tomar posição

PLANO DE SAÚDE

respeitará, para quem migrar para o Planserv, a tabela de custeio contida em nosso acordo coletivo, vale lembrar que esse compromisso só se dará até o fi nal de abril do ano que vem. Além disso, não trata de outros problemas pre-judiciais, a exemplo das regras para agregados e dependentes, dentre muitas outras.

PRORROGAÇÃO DE CONTRATO – Na úl-tima terça (11), o Sindicato enviou ofício à diretoria da Embasa solicitando a prorroga-ção do contrato com a operadora do plano de saúde, Promédica, por mais 90 dias, além de informações de quais regras do plano atual e por quanto tempo elas fi carão sendo aplicadas, conforme previsto no acordo co-letivo. Além disso, cobrou a imediata devolu-ção dos formulários de adesão preenchidos e entregues pelos (as) trabalhadores (as).

Essas solicitações levam em conta o volume de pendências que cercam a migra-ção do plano atual para o Planserv, as difi -culdades para resolvê-las e as dúvidas jurídi-cas sobre esse processo que tanta revolta e preocupação têm causado à categoria. Con-tudo, até o fechamento desta edição o Sindi-cato não recebeu qualquer resposta.

REUNIÃO COM SECRETÁRIO – Ainda na úl-tima terça (11), o Sindicato teve reunião com o secretário de Infraestrutura Hídrica e Sane-amento, Cássio Peixoto, para tratar do acordo coletivo da Cerb e da migração de trabalha-dores (as) dessa empresa e da Embasa, do pla-no de saúde atual para o Planserv. Também es-tiveram presentes os presidentes da Embasa, Rogério Cedraz, e da Cerb, Marcus Bulhões.

Quanto ao plano de saúde, o secretário disse que iria estudar uma proposta de con-trato abrangendo todas as empresas públicas do estado na tentativa de contornar os pro-blemas decorrentes dos confl itos entre os planos de operadoras privadas e o Planserv. Uma nova reunião vai ser realizada em até 15 dias, quando será dada uma resposta.

JÚLIA GUEDES

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Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae), fi liado à FNU/CUT;Responsabilidade: Diretoria Executiva; Editor: José Sinval Soares; Comp. e Impressão: Gráfi ca do Sindae;Tiragem: 8.000 exemplares; Endereço: Rua General Labatut, nº 65, Barris. Salvador – BahiaCEP: 40.070-100; Tel.: (71) 3111-1700; Fax: (71) 3013-6913Email: [email protected]

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SIGA-NOS:

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TOMENotaJURÍDICO ITINERANTENa última terça (11) o advogado do

Sindae, Eduardo Sampaio, levou o Jurídico Itinerante para tirar dúvidas sobre direi-tos trabalhistas e facilitar o acompanha-mento de processos pelos (as) trabalha-dores (as) da Embasa em Jequié e Ipiaú. Já nesta terça (18) o mesmo serviço será feito em Paulo Afonso. Já a palestra sobre assédio moral, marcada para o próximo dia 28, em Itamaraju, foi adiada. Uma nova data vai ser escolhida pelo Sindicato.

RIO CAPIVARIA população de Cruz das Almas es-

tá revoltada com a falta de providências da Prefeitura para impedir que todo o esgoto gerado nos prédios do projeto Minha Casa, Minha Vida, no bairro Te-soura, sejam jogados no Rio Capivari. Ambientalistas prometem fazer baru-lho, uma vez que os prédios foram en-tregues às famílias sem a construção da rede de esgotamento sanitário. Com o esgoto, a comunidade deixou de tomar banho e praticar pesca no rio. Trata-se de um crime ambiental.

PPP, OUTRO PROBLEMAA Odebrecht, a mesma da Lava Ja-

to e que construiu e opera o emissário submarino de Jaguaribe via PPP, agora está às voltas com a PPP da Arena Fonte Nova. O contrato dessa parceria públi-co-privada que ela mantém com o esta-do está sob suspeita de ilegalidade e vai ser julgado esta semana pelo Tribunal de Contas do Estado. A suspeita recai so-bre superfaturamento: o governo repas-sa R$ 99 milhões por ano, enquanto se presume que a gerência da Fonte Nova não deve ultrapassar de R$ 82 milhões. PPP é sempre isso: derrame de dinheiro em proveito da iniciativa privada.

CRUCIFICADOSVários motoristas paraguaios se

crucifi caram diante da empresa de transporte na qual trabalhavam, depois que 51 deles foram sumariamente de-mitidos por terem criado um sindica-to. Além disso, estão em greve de fome. Decidiram criar a entidade para com-bater a forma desumana a que eram submetidos: longas jornadas, salário por turno e sem direito à previdência social. A CUT Brasil prestou solidariedade e, junto com a Confederação Sindical das Américas, está fazendo campanha inter-nacional para combater esse abuso. O governo paraguaio está omisso.

Acostumados a “dar cano” em direitos trabalhistas e previdenciários de trabalhado-res (as), donos de empresas terceirizadas do estado estão apavorados com procedimento da Procuradoria Geral do Estado (PGE) de-terminando prazo, até 30 de setembro, para adequação dos contratos com a Lei Antica-lote (Lei 12.949/2014). Eles falam até em de-missão em massa, uma vez que a Secretaria de Administração, para cumprir o parecer da PGE, admite o encerramento de contratos que não se adequarem à lei.

Por meio de nota, a Secretaria de Admi-nistração informou que “se não for possível promover tal adequação, seja por recusa da empresa contratada, seja por inviabilidade de prorrogação ou aditamento desses contratos,

deverão ser realizadas novas licitações para ga-rantir a aplicação das regras no prazo estabele-cido pela própria Lei”. Este mês estarão sendo realizadas licitações para novos contratos, uma vez que vários deles se encerram em setembro.

Sancionada em março do ano passado, a Lei Anticalote estabelece mecanismos de controle sobre os contratos, dispondo sobre os encargos trabalhistas e previdenciários dos (das) empregados (as) terceirizados (as) do Estado. Determina a retenção, em conta vinculada, de valores para garantir o paga-mento de benefícios legais, para evitar o “ca-lote”, algo muito comum na maioria das ter-ceirizadas. A verba retida visa assegurar férias, 13º salário, multa do FGTS e encargos previ-denciários, entre outros direitos.

Estado quer adequar contratos, mas donos de “gatas” falam de demissões em massa

TERCEIRIZAÇÃO

Algo de muito sério vem acontecendo nos contratos com as terceirizadas da Emba-sa. Empregados (as) das “gatas”, sem que apre-sentem comprovante de registro profi ssional nas entidades de classe, a exemplo do CREA, estão recebendo como técnicos ou profi ssio-nais de nível superior, o que ajuda a aumentar o valor desses contratos, ou melhor, infl a o va-lor do contrato pago pela Embasa.

Além de pagamento a maior, feito por uma suposta qualifi cação de empregados (as), também trata-se do exercício irregu-

lar de profi ssão, uma fraude. O Sindicato já apresentou essa denúncia ao presidente da empresa, mas não se sabe porque nenhuma providência é tomada nem quem oferece o “cobertor” para que essa ilegalidade per-maneça. Talvez a Embasa esteja esperando acontecer um acidente ou uma punição de algum órgão para agir. O Sindicato já iniciou um levantamento de dados sobre o assunto e será discutida na próxima reunião de exe-cutiva uma ação judicial para impedir esse tipo de fraude realizada pela empresa.

É repugnante o estado do banheiro e do sanitário que servem especialmente tra-balhadores terceirizados da Embasa no Rio Vermelho, no MMOE III. Faltam portas e as que existem são precárias, não dando nenhu-ma privacidade, a sujeira está por todo lado, e os armários parecem porta lixo. Os vasos sanitários não possuem tampas. O ambiente está totalmente degradado, ferindo a dignida-de humana. É necessário que a Embasa adote

Terceirizadas estão fraudando contratos com a Embasa

providências urgentes, pois ali o que mais falta é justamente saneamento.

Banheiro no Rio Vermelho: um desrespeito aos trabalhadores

ALOÍSIO ROCHA