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SINTAXE II – PROFESSOR JOSÉ ARNALDO GUIMARÃES FILHO FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO Frase: todo enunciado que apresenta um significado completo. No texto, começa na letra maiúscula e termina no ponto. Uma frase pode ou não ter verbo. Oração: cada verbo de uma frase determina uma oração. Período: toda frase com verbo é também um período. O período é simples quando apresenta apenas um verbo e é composto quando apresenta mais de um verbo . Para se formar um período composto é preciso unir uma oração a outra. Para isso, podemos usar dois processos sintáticos: a coordenação e a subordinação. Na coordenação as orações são unidas sem que uma dependa da outra sintaticamente, isto é, são orações independentes (completas sintaticamente) que vêm ligadas por conjunções ou simplesmente justapostas sem qualquer conectivo. (oração coordenada) + (oração coordenada) Escrevi uma carta e a enviei para meu amor. Escrevi uma carta = oração coordenada assindética (assindética pois não tem conjunção) e a enviei para meu amor = oração coordenada sindética (sindética pois tem a conjunção e) Escrevi uma carta é uma oração completa sintaticamente, pois apresenta um verbo transitivo direto (escrevi), um sujeito oculto (eu) e um objeto direto (uma carta) que completa a transitividade do verbo.

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SINTAXE II PROFESSOR JOS ARNALDO GUIMARES FILHO

FRASE, ORAO E PERODO

Frase: todo enunciado que apresenta um significado completo. No texto, comea na letra maiscula e termina no ponto. Uma frase pode ou no ter verbo.

Orao: cada verbo de uma frase determina uma orao.

Perodo: toda frase com verbo tambm um perodo. O perodo simples quando apresenta apenas um verbo e composto quando apresenta mais de um verbo.

Para se formar um perodo composto preciso unir uma orao a outra. Para isso, podemos usar dois processos sintticos: a coordenao e a subordinao.

Na coordenao as oraes so unidas sem que uma dependa da outra sintaticamente, isto , so oraes independentes (completas sintaticamente) que vm ligadas por conjunes ou simplesmente justapostas sem qualquer conectivo.

(orao coordenada) + (orao coordenada)

Escrevi uma carta e a enviei para meu amor.

Escrevi uma carta = orao coordenada assindtica

(assindtica pois no tem conjuno)

e a enviei para meu amor = orao coordenada sindtica

(sindtica pois tem a conjuno e)

Escrevi uma carta uma orao completa sintaticamente, pois apresenta um verbo transitivo direto (escrevi), um sujeito oculto (eu) e um objeto direto (uma carta) que completa a transitividade do verbo.

e a enviei para meu amor uma orao completa sintaticamente, pois apresenta um verbo transitivo direto e indireto (enviei), um sujeito oculto (eu) e os objetos direto (a) e indireto (para meu amor) exigidos pela transitividade do verbo.

Na subordinao uma orao depende sintaticamente da outra, isto , h uma orao principal, que incompleta sintaticamente, e h uma orao subordinada, que se liga orao principal completando-a, ou seja, a orao subordinada funciona como o termo que falta para completar sintaticamente a orao principal.

(orao principal) + (orao subordinada)

A mulher esperou que seu filho voltasse.

A mulher esperou = orao principal

que seu filho voltasse = orao subordinada

A mulher esperou uma orao incompleta sintaticamente, pois apresenta um verbo transitivo direto (esperou), um sujeito (a mulher), mas falta o objeto direto obrigatoriamente exigido pelo verbo transitivo direto.

que seu filho voltasse uma orao que funciona no perodo como o objeto direto da orao principal. Veja: se perguntarmos ao verbo da orao principal: esperou o qu? Resposta: que seu filho voltasse. A resposta para essa pergunta denominada objeto direto, logo a orao subordinada apresenta a funo de um objeto direto e completa, sintaticamente, a orao principal.

(orao subordinada) + (orao principal)

Quando o dia amanhecer, vou praia.

Quando o dia amanhecer = orao subordinada

vou praia = orao principal

vou praia uma orao composta por um verbo intransitivo que seleciona um adjunto adverbial de lugar ( praia) e, de acordo com o contexto, seleciona tambm um adjunto adverbial de tempo que falta nesta orao.

Quando o dia amanhecer uma orao subordinada que apresenta a funo de um adjunto adverbial, isto , trata-se de uma orao que expressa a circunstncia de tempo, completando sintaticamente a orao principal.

(orao principal) + (orao subordinada) +(continuao da orao principal)

Uma pessoa que comete tal brutalidade no merece perdo.

Uma pessoa no merece perdo = orao principal

que comete tal brutalidade = orao subordinada

Uma pessoa no merece perdo uma orao que apresenta um verbo transitivo direto (merece), um sujeito (uma pessoa) e um objeto direto (perdo). Parece ser uma orao completa sintaticamente, porm o sujeito dessa orao no apenas a expresso uma pessoa, mas h um adjunto adnominal, isto , um termo que caracteriza essa pessoa, que no est presente na orao principal.

que comete tal brutalidade uma orao subordinada que funciona no perodo como adjunto adnominal, fazendo referncia ao ncleo do sujeito, caracterizando-o.

Como j vimos, a orao subordinada sempre funciona no perodo como um termo da orao. Podemos, ento, listar os seguintes termos:

sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito, aposto, adjunto adnominal, adjunto adverbial.

Vamos lembrar essas noes?

Texto para as questes de 1 a 5.

Provisoriamente no cantaremos o amor,

que se refugiou mais abaixo dos subterrneos.

Cantaremos o medo , que esteriliza os abraos,

no cantaremos o dio porque esse no existe,

existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,

o medo grande dos sertes, dos mares, dos desertos,

o medo dos soldados, o medo das mes, o medo das igrejas,

cantaremos o medo dos ditadores, o medo de democratas,

cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,

depois morreremos de medo

e sobre nossos tmulos nascero flores amarelas e medrosas.

(Carlos Drummond de Andrade, Sentimentos do mundo.)

1) O poeta utiliza diversas vezes a forma verbal cantaremos. Qual o sujeito dessa forma verbal? Como esse sujeito classificado?

2) No verso no cantaremos o dio porque esse no existe, h duas oraes. Qual o sujeito da segunda orao? Do ponto de vista morfolgico, qual a classe de palavra? A que outra palavra do texto ele est se referindo?

3) Em existe apenas o medo (verso 5), qual o sujeito?

4) Qual o sujeito de depois morreremos de medo (verso 10)? Classifique.

5) sobre nossos tmulos nascero flores amarelas e medrosas (verso 11). Coloque a orao em ordem direta. Aponte o sujeito. Destaque o ncleo do sujeito.

6) Coloque as frases abaixo na ordem direta e aponte o ncleo do sujeito.

a) No beco escuro explode a violncia.

b) Apareceu no jardim da casa de Ana Maria um ramalhete de flores.

c) Chegou ontem a So Paulo o presidente da FIFA.

d) Aconteceram, naquela cidade, muitos fenmenos inexplicveis.

7) Reescreva as oraes passando termos destacados para o plural.

a) Precisa-se de datilgrafo.

b) Vende-se mquina.

c) Arruma-se armrio.

d) Acredita-se em jogo melhor.

e) Plastifica-se documento.

f) Apela-se para o cu.

g) Vende-se apartamento na praia.

8) Classifique o sujeito das oraes a seguir:

a) Rapaz, beba essa limonada.

b) Eles sempre se houveram com dignidade.

c) Pode haver fatos contrrios.

d) Podem existir fatos contrrios.

e) Viam-se, atravs da janela, o rouxinol e a cotovia.

f) Necessita-se do apoio de todos.

g) Reformam-se ternos.

h) Trabalha-se durante o dia.

i) Deve haver pessoas generosas.

j) Falaram mal de voc.

k) Viajavam me, filhos e companheiros pela estrada da vida.

l) Verificou-se a ausncia de muitos concorrentes.

m) Haviam chegado cedo todos os candidatos.