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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA MESTRADO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS SÍNTESE E ATIVIDADE DE COMPOSTOS POTENCIALMENTE LARVICIDAS FRENTE AO Aedes aegypti SANDRA REGINA LIMA SANTOS São Cristóvão-SE Abril, 2014

SÍNTESE E ATIVIDADE DE COMPOSTOS POTENCIALMENTE … · Síntese e atividade de compostos potencialmente larvicidas frente ao Aedes aegypti / Sandra Regina Lima Santos ; orientador

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

SÍNTESE E ATIVIDADE DE COMPOSTOS

POTENCIALMENTE LARVICIDAS FRENTE AO Aedes aegypti

SANDRA REGINA LIMA SANTOS

São Cristóvão-SE

Abril, 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

SÍNTESE E ATIVIDADE DE COMPOSTOS

POTENCIALMENTE LARVICIDAS FRENTE AO Aedes aegypti

SANDRA REGINA LIMA SANTOS

Dissertação apresentada ao Núcleo de Pós-

Graduação em Ciências Farmacêuticas da

Universidade Federal de Sergipe como requisito

parcial à obtenção do grau de Mestre em

Ciências Farmacêuticas.

Orientador: Prof. Dr. Sócrates Cabral de Holanda Cavalcanti

São Cristóvão-SE

Abril, 2014

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SANDRA REGINA LIMA SANTOS

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

S237s

Santos, Sandra Regina Lima Síntese e atividade de compostos potencialmente larvicidas

frente ao Aedes aegypti / Sandra Regina Lima Santos ; orientador Sócrates Cabral de Holanda Cavalcanti. – São Cristóvão, 2014.

94 f. : il.

Dissertação (mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Federal de Sergipe, 2014.

1. Farmacologia. 2. Essências e óleos essenciais. 3.

Inseticidas. 4. Dengue. 5. Aedes aegypti. I. Cavalcanti, Sócrates Cabral de Holanda, orient. II. Título.

CDU 615.285.7

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SANDRA REGINA LIMA SANTOS

SÍNTESE E ATIVIDADE DE COMPOSTOS POTENCIALMETE

LARVICIDAS FRENTE AO Aedes aegypti

Dissertação apresentada ao Núcleo de Pós-

Graduação em Ciências Farmacêuticas da

Universidade Federal de Sergipe como requisito

parcial à obtenção do grau de Mestre em

Ciências Farmacêuticas.

Aprovada em: _____/_____/_____

__________________________________________________

Orientador: Professor Dr. Sócrates Cabral de Holanda Cavalcanti

_________________________________________________

1º Examinador: Professor. Dr.Marcelo Cavalcante Duarte

__________________________________________________

2º Examinador: Professora. DrªRosilene Morretti Marcal

PARECER

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho as minhas mães Joaninha

(In memoriam) e Lindete, aos meus irmãos

Paulo e Jaqueline, ao meu esposo Robson e

minha querida tia Amélia, pelo incentivo, apoio

e amor.

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AGRADECIMENTOS

Á Deus, sempre presente em minha vida, me dando forças e fé para continuar a

busca por um futuro melhor. Meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que de

alguma forma doaram um pouco de si para que a conclusão deste trabalho se

tornasse possível.

As minhas mães, Joaninha (in memoriam) e Lindete, pelo exemplo de amor e

incentivo constantes. A vocês que juntas compartilharam os meus ideais e os

alimentaram, incentivando a prosseguir na jornada, mostrando que o nosso caminho

deveria ser seguido sem medo, fossem quais fossem os obstáculos. Minha eterna

gratidão vai além dos meus sentimentos, sem a dedicação e força de vocês, com

certeza eu não seria ninguém.

Aos meus irmãos Paulo e Jaqueline, pelas palavras de apoio e carinho.

Ao meu querido esposo Robson, por todas as formas de afeto, motivação e apoio.

Sou muito grata por tudo, minha vida, pelos seus ensinamentos,paciência e amor.

À minha tia Amélia, pelo exemplo, incentivo, confiança e amor.

Aos meus primos Kaio, Beatriz e Isis pelas palavras de carinho.

As minhas queridas amigas Géssica, Verônica e Karine pelo carinho e

companheirismo.

As colegas de trabalho pelo apoio e compartilhamento de dificuldades, Isabela,

Patrícia, Thiara, Tereza, Karina, Larissa e Grazi.

À Lilian, Lari e João pela ajuda estrutural deste trabalho, obrigado!

Ao meu orientador prof. Dr. Sócrates Cabral, pelo incentivo de anos de pesquisa e

mestrado, pelos ensinamentos e principalmente pela paciência, a minha eterna

gratidão!

À equipe LQF, Manu, Dani, Thaysnara, Viviane, Marília e Rafael, agradeço pelos

momentos que passamos no laboratório, obrigada pelos ensinamentos e colaboração.

À equipe do laboratório de Entomologia e Parasitologia Tropical, em especial a prof.

Dr. Roseli La Corti, pela cessão das larvas utilizadas neste trabalho.

A Ulisses Martins e Departamento de Química da UFS, pelas análises de UV,

realizadas.

Ao prof. Dr. Norberto Peporine Lopes pela análise EM dos compostos sintetizados.

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Ao prof. Dr. Emmanuel Costa e profª. Angelita Nepel pelas análises de RMN dos

compostos sintetizados.

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“Faz-se ciência com os fatos, como se faz uma casa

com pedras; mas uma acumulação de fatos não é

ciência, assim como um monte de pedras não é

uma casa. ”

Henri Poincaré

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Sandra Regina Lima Santos. Síntese e atividade de compostos potencialmentelarvicidas frente ao Aedes aegypti. [Dissertação de Mestrado]. Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de Sergipe. Orientador: Dr. Sócrates Cabral de Holanda Cavalcanti, 2014.

RESUMO

A dengue é hoje a mais importante arbovirose que afeta o homem e constitui um

sério problema de saúde pública mundial, estando seu controle voltado, basicamente,

no manejo do principal vetor, o Aedes aegypti. Na ausência de uma vacina eficaz e

segura para prevenção desta enfermidade, a principal medida de prevenção

disponível para as infecções causadas pelo vírus da dengue é o controle vetorial

através do uso de inseticidas e larvicidas químicos. Essa estratégia, entretanto, tem

se mostrado seletiva no que concerne à manutenção de populações resistentes do

mosquito frente aos inseticidas convencionalmente utilizados. Nesse contexto, o

desenvolvimento de novas tecnologias e estratégias alternativas no controleao Aedes

aegypti é fundamental para reduzir a incidência da doença. Sendo assim, o objetivo

do presente estudo foi avaliar a atividade de novos compostos frente às larvas do

Aedes aegypti e para tal utilizou-se de duas vertentes: a avaliação de monoterpenos e

derivados, fenilpropanóides,e substâncias derivadas da via do metabolismo do

triptofano.Inicialmente foram selecionados 21 compostos comercialmente disponíveis,

subdivididos em dois grupos: 10 compostos aromáticos e 11 alifáticos bicíclicos. Os

bioensaios foram realizados utilizando-se 20 larvas por teste, em copos descartáveis

contendo 20 mL de uma solução aquosa com concentrações variadas dos compostos

teste, em triplicata. Dentre os compostos aromáticos o p-cimeno apresentam-se mais

potentes, CL50 = 51 ppm e o Resorcinol exibiu a menor potência CL50 = 577 ppm.

Dentro do grupo dos alifáticos o (–)-canfeno apresentou a melhor atividade CL50 = 220

ppm e o 1,8-cineol exibiu a menor potência CL50 = 1419 ppm. Identificamos que as

caracteristicas estruturais dos derivados de oléos essencias podem contribuir para

potencializar a atividade larvicida destes compostos. Neste sentido, relatamos a

importância da presença de grupos lipofilicos no incremento da potência destas

substâncias assim como a diminuição do potencial larvicida em derivados que

detinham hidroxila em sua molécula. Posteriormente, doze compostos derivados da

quinurenina foram sintetizados de acordo com diversas metodologias, seguido da

identificação por cromatografia em camada delgada e ponto de fusão, além de serem

purificados em coluna cromatográfica de sílica gel 60 e caracterizados por RMN de13C

e 1H, EM e IV. Todos os intermediários de síntese foram avaliados quanto à atividade

larvicida e observou-se que os compostos 2-amino-α-cloroacetofenona

substituídatestados demonstraram serem potentes agentes larvicidas contra o Ae.

aegypti, sendo que os valores das CL50 variaram entre 4,29 a 11,71 ppm. Entretanto,

os compostos 2-acetilamino-2-[2-(2-amino-fenilas-substituídas)-2-oxoetila] ácido

malônico-dietil-éster ederivados da quinurenina, não apresentaram atividade

significativa contra as larvas do Ae. aegypti.

Palavras-chave: Dengue, Aedes aegypti e atividade larvicida.

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Sandra Regina Lima Santos. Síntese e atividade de compostos potencialmente larvicidas frente ao Aedes aegypti.[Dissertação de Mestrado]. Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de Sergipe. Orientador: Dr. Sócrates Cabral de Holanda Cavalcanti, 2014.

ABSTRACT

Nowadays, themost importantarboviral diseaseaffecting humans is dengue.The

Dengue constitutesa serious problem of public health in the world; its managementis basically restrictedto the controlling of themain vector, Aedes aegypti. In absence of an effective and safe prevention vaccine for this disease, the main preventive measureavailablefor infections causedby dengue virusisvector controlthrough the use of chemicalinsecticides andlarvicides. This strategy, however, hasshownselectivity inmaintenanceofresistant mosquitopopulations against insecticidesconventionallyused. In this context, the development of new technologies and alternative strategies to combat Aedes aegypti is essential to reduce the disease incidence.Thus, theobjective of this studywas to evaluatethe activity of new compoundsagainst larvaeof Aedesaegyptiand it was addressed two aspects:the evaluationof terpenesand derivatives, as well as the synthesis ofcompoundswith the potentialto acttowardsofmetabolism oftryptophan. Initially were selected 21 commercially compounds available, subdivided into two groups: 10 aromatic and 11 aliphatic bicyclic. Bioassays were performed using 20 larvae per test in cups containing 20 ml of an aqueous solution containing varying concentrations of test compounds in triplicate. Among the aromatic compounds the p-cymene demons the best potency LC50 = 51 ppm and the Resorcinol exhibited the lower potency LC50 = 577 ppm. Within the aliphatic group the (–)-camphene showed the best activity LC50 = 220 ppm and 1,8-cineole exhibited lower potency LC50 = 1419 ppm. It was Identified that the structural characteristics of the derivatives of essential oils may contribute to the understanding the larvicidal activity of these compounds. In this sense, we report the importance of the lipophilic groups presence increasing the potency of these substances as well as reducing the potential larvicide in derivatives held hydroxyl in the molecule. Subsequently, twelve compoundskynureninederivativesweresynthesized according tovariousmethods, followed bythe identificationby thin layer chromatography and melting point, purified by silica gel 60 column chromatography and characterized by 13C and1H NMR , MS and IR. Allsynthetic intermediateswere evaluated forlarvicidal activityandobserved thatcompounds 2-amino-α-chloroacetophenone replacedtested proved tobepotent larvicides agentsagainstAe. aegypti, with LC50valuesranged from4.29 to 11.71ppm. However, thecompounds 2-acetylamino-2-[2 - (2-amino-fenilas-substituted)-2-oxoetila] malonic aciddiethylester andkynurenine derivatives, showed nosignificant activity againstlarvaeof theAe.aegypti.

Keywords: Dengue, Aedesaegypti andlarvicidal activity.

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA..................................................................................................

AGRADECIMENTOS...........................................................................................

RESUMO.........................................................................................................

ABSTRACT......................................................................................................

ÍNDICE DE FIGURAS............................................................................ ..............

ÍNDICE DE TABELAS..........................................................................................

ÍNDICE DE ESQUEMAS.......................................................................................

LISTA DE SÍMBOLOS, FÓRMULAS E NOMENCLATURAS............................................

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vii

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xvii

LISTA DE SÍMBOLOS......................................................................................... xix

1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 21

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................... 24

2.1 DENGUE............................................................................................................. 24

2.2 CICLO BIOLÓGICO DO VETORAedes aegypti.................................................. 26

2.2.1 Os ovos....................................................................................... 26

2.2.2 A Larva.................................................................................................. 27

2.2.3 Apupa.................................................................................................... 28

2.2.4 O adulto................................................................................................. 29

2.3 CONTROLE DO VETOR.......................................................................... 30

2.4 ÓLEO ESSENCIAL: CONSIDERAÇÕES GERAIS E ATIVIDADE

LARVICIDA.....................................................................................................

34

2.5 INTRODUÇÃO AO REA........................................................................... 39

2.6 VIA DAS QUINURENINAS – ASPECTOS GERAIS................................. 42

3. OBJETIVOS................................................................................................... 47

3.1 Gerais....................................................................................................... 47

3.2 Especificos.......,....................................................................................... 47

4. EXPERIMENTAL............................................................................................ 48

4.1 ESPECIFICAÇÕES DOS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS................... 48

4.1.1 Aparelhos utilizados.................................................................. 48

4.1.2 Substâncias, reagentes e outros materiais utilizados........................... 48

4.1.3 Métodos cromatográficos...................................................................... 50

4.1.4 Métodos espectrométricos.................................................................... 50

4.2 TERPENOS, FENILPROPANÓIDES E COMPOSTOS

RELACIONADOS...........................................................................................

51

4.3 SÍNTESE DE DERIVADOS DA QUINURENINA...................................... 53

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4.3.1 Síntese da 2-amino-α-cloroacetofenona substituída A (2a-2d)............. 53

4.3.2 Síntese da 2-acetilamino-2-[2-(2-amino-fenilas-substituídas)-2-

oxoetila] ácido malônico-diétil-éster B (3a-3d)...............................................

55

4.3.3 Síntese dos derivados da quinurenina C (4a-4d)................................. 57

4.4 ENSAIO LARVICIDA................................................................................... 57

4.4.1 Obtenção dos ovos.................................................................... 57

4.4.2 Obtenção das larvas.................................................................. 58

4.4.3 Ensaio de toxicidade.................................................................. 58

4.4.4 Preparo das soluções-estoque.................................................. 59

4.4.5 Análise estatística...................................................................... 59

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 60

5.1 ESTRUTURAS DOS TERPENOS, FENILPROPANÓIDE E SEUS

COMPOSTOS RELACIONADOS QUANTO À ATIVIDADE LARVICIDA .................

60

5.2 RELAÇÃO ESTRUTURA E ATIVIDADE DOS COMPOSTOS AROMÁTICOS

E ALIFÁTICOS..........................................................................................................

62

5.3 SÍNTESE E ATIVIDADE DOS COMPOSTOS DERIVADOS DA

QUINURENINA.........................................................................................................

65

6. CONCLUSÃO................................................................................................. 78

7. BIBLIOGRAFIA.............................................................................................. 79

ANEXOS………………………………………………………………..……......... 94

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Ovos do Aedes aegypti (Linnaeus, 1762)............................................ 27

Figura 2: Larva no quarto estádio Aedes aegypti................................................ 29

Figura 3: Pupa do Aedes aegypti(Linnaeus, 1762)............................................. 29

Figura 4: Mosquito adulto do Aedes aegypti(Linnaeus, 1762)............................ 29

Figura 5: Estrutura química do temefós.............................................................. 31

Figura 6: Estrutura química metopreno............................................................... 32

Figura 7: Estrutura química do diflubenzuron..................................................... 33

Figura 8:Exemplos de fenilpropanóides.............................................................. 36

Figura 9: Exemplos de monoterpenos................................................................ 37

Figura 10: Estrutura dos 18 fenilpropanóides avaliados..................................... 39

Figura 11:Estruturas de monoterpenóides e seus derivados acetilados............. 41

Figura 12:Estrutura doscompostos aromáticos................................................... 52

Figura 13:Estrutura dos compostos alifáticos bicíclicos...................................... 52

Figura 14:Estruturas químicas dos derivados da quinurenina 2a – d................. 71

Figura 15: Estruturas químicas dos derivados da quinurenina 3a – d................ 72

Figura 16: Estruturas químicas dos derivados da quinurenina 4a – d................ 74

Figura 17: Estrutura química dos compostos derivados da quinurenina

avaliados............................................................................................................... 75

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1.Atividades larvicida (CL50) e Intervalo de confiança (IC) 95% dogrupo

dos aromáticos avaliados frente às larvas do Ae. aegyptino terceiro

estadio................................................................................................................... 60

Tabela 2: Atividades larvicida (CL50) e Intervalo de confiança (IC) 95% do

grupo dos alifáticos biciclícos avaliados frente às larvas do Ae. aegyptino

terceiro estadio................................................................................................... 61

Tabela 3: Massa molecular, faixa de fusão e rendimento dos derivados da

quinurenina............................................................................................................ 70

Tabela 4. Atividades larvicida (CL50) e intervalo de confiança de (IC 95%) dos

derivados da quinurenina frente às larvas de Aedes aegypti............................... 77

Tabela 5: Dados do estudo estatístico submetido a análise probítica dos

compostos aromáticos.......................................................................................... 94

Tabela 6: Dados do estudo estatístico submetido a análise probítica dos

compostos alifáticos biciclicos............................................................................... 96

Tabela 7: Dados do estudo estatístico submetido a análise probítica dos

compostos derivados da quinurenina ativos......................................................... 97

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ÍNDICE DE ESQUEMAS

Esquema 1:Aspecto geral da via das quinureninas............................................ 43

Esquema 2:Via do metabolismo do triptofano em mosquitos............................. 44

Esquema 3: Esquema das reações das anilinas substituídas............................ 53

Esquema 4: Mecanismos da reações 2a – 2d.................................................... 66

Esquema 5: Mecanismos das reações 3a – 3d.................................................. 68

Esquema 6: Mecanismos das reações 4a – d.................................................... 69

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACh – acetilcolina

AChE - acetilcolinesterase

Ae- Aedes

AHJ – Análogos do Hormônio Juvenil

BPU – Benzoil-Fenil-Uréias

Bti - Bacillus thuringiensis israelensis

CC – Cromatografia em coluna

CCDA – Cromatografia em Camada Delgada Analítica

CL50 - concentração letal que mata 50 % da população em estudo

DDT – dicloro difenil tricloroetano

DFB - Diflubenzuron

EM – Espectrometria de Massas

FHD – Febre Hemorrágica da Dengue

FUNASA – Fundação Nacional da Saúde

3-HK – 3 – hidroxi-quinurenina

Hz – Hertz

IC – Intervalo de Confiança

IGR – Insect Growth Regulator

IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas

IV- Infra-Vermelho

J - constante de acoplamento

KAT – Quinurenina aminotransferase

KMO – Quinurenina monooxidase

L. gracilis – Lippia gracilis

LEPaT – Laboratório de Entomologia e Parasitologia Tropical

LQF-Laboratório de Química Farmacêutica

MM – Massa Molecular

MS - Ministério da Saúde

nm – nanômetro

OMS - Organização Mundial da Saúde

P.A. – Para análise

pF – Ponto de fusão

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ppm – partes por milhão

RMN¹H – Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio

RMN¹³C – Ressonância Magnética Nuclear de Carbono Treze

SAR – Relação estrutura-atividade

SCD – Síndrome de Choque da Dengue

TMS – Tetrametilsilano

UFPR- Universidade Federal do Paraná

USP – Universidade de São Paulo

XA – Ácido Xanturênico

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LISTA DE SÍMBOLOS

ºC – Graus Celsius

- deslocamento químico

% - porcentagem

AcOEt - Acetato de etila

AlCl3– Tricloreto de Alumínio

BCl3 – Tricloreto de Boro

cm-1 – inverso do centímetro

C – Carbono

CDCl3 – Clorofórmio Deuterado

ClCH3CN - Cloroacetonitrila

C2H6SO - Dimetilformamida

C7O4H12-Dietilacetamidomalonato

d - dupleto

dd - dupleto de dupletos

ddd- triplo dupletos

DCM - Diclorometano

DMF – Dimetilformamida

dt - dupleto de tripleto

DMSO - Dimetilsufóxido

g – grama

H – Hidrogênio

h - hora

H20 - Água

HCl - Ácido clorídrico

Hz – Hertz

J - constante de acoplamento

KBr - Brometo de Potássio

L – Litro

m- multipleto

mL - Mililitro

MgSO4 - Sulfato de magnésio anidro

MHz- Mega Hertz

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xx

m – multipleto

Na2SO4- Sulfato de sódio anidro

NaH - Hidreto de sódio

pt – pseudo tripleto

q – quarteto

s- singleto

t- tripleto

THF-Tetrahidrofuno

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1. INTRODUÇÃO

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus da família

Flaviridae e é transmitida no Brasil, através do mosquito Aedes aegypti, também

infectado pelo vírus. Na atualmente, a dengue é considerada um dos principais

problemas de saúde pública mundial.São conhecidos quatro tipos de dengue com

quatro sorotipos antignicamente distintos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.

A dengue manifesta-se clinicamente sob duas formas principais: a dengue clássica

(também chamada febre da dengue) e a forma hemorrágica ou febre hemorrágica da

dengue (FHD). A dengue clássica apresenta sintomas semelhantes aos de uma forte

gripe, como dor de cabeça, cansaço, dores musculares e nas articulações, entre

outros. A forma hemorrágica é na maioria dos casos letal e caracteriza-se por febre

alta (ocasionalmente 40 a 41ºC) mantendo-se elevada por um período de dois a sete

dias quando então, apresenta queda súbita; hepatomegalia, a qual surge no inicio do

quadro febril; dores abdominais fortes e contínuas; vômitos persistentes; pele pálida e

fria (principalmente extremidades); insuficiência circulatória; sonolência; sede

excessiva e boca seca; pulso rápido e fraco; perda de consciência; dificuldade

respiratória; agitação; confusão mental; choques; manifestações cutâneas como

equimoses e petequias. A gravidade da FHD em comparação a dengue clássica

ocorre em virtude do extravasamento plasmático causado pelo aumento da

permeabilidade vascular, podendo levar o indevíduo ao óbito.

A ação mais simples para prevenção da dengue é evitar o nascimento do

mosquito, já que não existem vacinas ou medicamentos que combatam a

contaminação. Como a proliferação do mosquito da dengue é rápida, além das

iniciativas governamentais é importante à participação da população para interromper

o ciclo de transmissão e focos do vetor. É necessário ressaltar que um único mosquito

pode contaminar até 300 pessoas em 45 dias de vida.

A estratégia mais antiga para o controle do vetor e ainda a mais utilizada, é

baseada no uso de inseticidas, substâncias de origem natural ou sintética utilizadas

para diminuir a incidência de insetos em diferentes fases do seu ciclo de vida. Até

recentemente, o larvicida mais utilizado para controle do Ae. aegypti no Brasil era o

organofosforado temefós, o qual age no sistema nervoso do inseto bloqueando a

enzima acetilcolinesterase. O uso contínuo desse larvicida fez com que surgissem

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polpulações resistentes como conseqüência do uso irracional, além dos efeitos

indesejáveis como aumento da frequência de aplicação, dosagens crescentes,

permanência por longos períodos de tempo no meio ambiente, afetando os

ecossistemas e surgimento de doenças, quando os vetores não podem ser

controlados.

Diante da importância epidemiológica deste vetor e dos problemas enfrentados

com seu controle em todo mundo, estudos tem apresentado a viabilidade de adoção

de medidas adicionais.

Produtos alternativos com potencial de utilização no controle do Ae. aegypti,

incluindo o biolarvicida Bti (Bacillus thuringiensis var. israelensis) e alguns reguladores

do desenvolvimento de insetos, como BPU (inibidores de síntese de quitina) e AHJ

(Análogos de Hormônio Juvenil) são útilizados como inseticidas alternativos, nas

regiões onde não há mais respostas positivas com o uso do temefós. Além do custo

mais elevado, se comparado ao organofosforado, em algumas regiões já foi relatada

a resistência aos larvicidas bioativos.

A resistência é uma característica genética que se insere numa população em

função do uso de inseticidas. Ou seja, quanto mais o inseticida for utilizado, mais

rápido e maior é a seleção de insetos resistentes na população e, consequentemente,

maior o nível de resistência atingida. A capacidade dos insetos de tolerar

concentrações inicialmente letais promove uma redução gradual na eficácia dos

inseticidas, até a sua completa ineficiência.

As plantas podemseruma fonte alternativa deagentesinseticidas, pois as

mesmasbiosintetizam e emitem inúmeros compostos como ácidos, aldeídos e

terpenos para atrair polinizadores e se defender de herbívoros. Produtos naturais

provenientes de plantas poderão ser candidatos alternativos às medidas de controle

pela baixa toxicidade aos mamíferos e pela ausência de impacto ambiental. Nesse

contexto os óleos essenciais e seus constituintes majoritários são importantes

candidatos para a busca de um larvicida ambientalmente seguro, eficaz, ativo e

economicamente viável.

Frente a este cenário, tem-se aumentado esforços em explorar as

possibilidades de desenvolver inseticidas obtidos a partir de plantasou seus derivados

semi-sintéticos. Outra vertente de pesquisa de novos agentes larvicidas é a síntese

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de derivados da quinurenina, um importante intermediário da via de oxidação do

aminoácido, triptofano.

Uma importante reação na via das quinureninas no gêneroAedes é a

conversão do aminoácido triptofano em uma substância atóxica, o ácido xanturênico,

responsável pela produção dos ovos e coloração dos olhos dos mosquitos.A oxidação

do triptofano em 3-hidroxiquinurenina (3-HK) é uma importante via de metabolismo do

triptofano em mosquitosAedes aegypti.A 3-hidroxiquinurenina, um intermediário deste

metabolismo,é facilmente oxidadasob condições fisiológicas, a espécies reativas de

oxigênio. Logo, uma possível inibição da enzima3-hidroxiquinurenina

aminotransferase, responsável pela conversão da 3-HK em ácido xanturênico noAe.

aegypti pode promover um acúmulo de 3-HK, cessando o desenvolvimento larval e

levando a morte da mesma.

Vale salientar que a descoberta de compostos inibidores desta enzima seria de

suma importância na busca por novas alternativas para o controle do Ae. aegypti,

além de apresentarem um mecanismo de ação diferenciado com relação aos

compostos inseticidas mais utilizados na atualidade.

Com base no potencial larvicida dos terpenos e derivados, assim como

estudosque se traduzam em novos mecanismos para o controle do vetor e tendo em

vista à necessidade de um controle mais efetivo da dengue; o presente trabalho teve

como principal objetivo sintetizar e avaliar a atividade larvicida de três conjuntos de

compostos, visando identificar as características estruturais e funcionais que

contribuiem para a atividade larvicida.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1Dengue

A dengue é hoje a mais importante arbovirose que afeta o homem e constitui

um sério problema de saúde pública mundial. A incidência dadoençatem crescido

drasticamenteem todo o mundonas últimas décadas. Mais de 2,5 bilhões de pessoas -

40%da população domundo- vivem em áreas onde a dengue pode ser transmitida.

Essas áreas estão centradas, especialmente, nos países de clima tropical, onde as

condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes

aegypti, principal transmissor da doença. Não existe um tratamento específico, masa

detecção precoce eacesso à assistência médica adequada reduzemas taxas de

mortalidade para valores menores que 1% (WHOa, 2013; BARRETO, 2005).

A dengue se manifesta como uma doença febril aguda de evolução benigna na

forma clássica, e grave, quando se apresenta na forma hemorrágica. O agente

etiológico da dengue é um arbovírus, do gênero Flavivírus, pertencente à família

Flaviviridae. A dengue possui quatro sorotipos antigenicamente relacionados, no

entanto, distintos designados por: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 (BARRETO

e TEIXEIRA, 2008).

O quadro clínico da dengue clássica envolve sintomas como febre, enxaqueca,

mialgia, artralgia, fraqueza e anorexia, vômitos e diarréia moderada são comuns. A

forma hemorrágica é caracterizada por uma febre súbita, náusea, vômitos, todos os

tipos possíveis de manifestações hemorrágicas, sinais de vazamento capilar difuso e

queda da pressão arterial (MARZOCHI, 1994; MONATH, 1994).

Os primeiros registros de dengue no mundo foram feitos no fim do século XVIII,

no Sudoeste Asiático, em Java, e nos Estados Unidos, na Filadélfia. Mas a OMS só a

reconheceu como doença neste século (MS, 2010). Antes de 1970, apenas

novepaísestinham registradoepidemias de dengue. A doença é endêmica em mais de

100 países na África, nas Américas, no Mediterrâneo Oriental, Sudeste Asiático e

Pacífico Ocidental. Casos nas Américas, Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental

ultrapassaram 1,2 milhões de casos em 2008 e mais de 2,3 milhões em 2010 (com

base em dados oficiais apresentados pelos Estados-Membros). Recentemente, o

número de casos tem continuado a aumentar.Em 2010, 1,6 milhões de casos de

dengue foram notificados somente nas Américas, dos quais 49000 casos foram de

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dengue grave (WHOb,2013).

A ameaça de um possível surto de dengue já existe na Europa, a transmissão

local da dengue foi relatada pela primeira vez na França e Croácia em 2010. Em

2013, os casos ocorreram na Flórida (Estados Unidos da América) e na província de

Yunnan da China. A dengue também continua a afetar vários países da América

central como Honduras, Costa Rica e México (WHOb, 2013).

Estima-se que 500.000 pessoas com dengue hemorrágica necessitam de

hospitalização a cada ano,uma grande parte dos quais são crianças. Cerca de 2,5%

das pessoas afetadas morrem (WHOb, 2013).

Segundo os dados, até15ª semana de 2013, foram notificados 742.475 casos

no Brasil. Deste total, 1.825 foram notificados como casos graves e 185 óbitos.

Comparando esses resultados com igual período de 2012, o que se nota é uma

aumento de 205% nos casos notificados (243.785casos em 2012), uma redução de

4% nos casos graves (1905 casos em 2012) e aumento de 5% nos óbitos (SVS,

2013).

As regiões sudeste e centro-oeste lideram em número de notificações, com

388.246 e 208.671casos, respectivamente, o que equivale a 80,4% dos casos

notificados no país, devido a densidade populacional. Nas demais regiões foram

notificadas os seguintes números: Norte (39.594), Nordeste (48.872) e Sul (57.092)

(SVS, 2013).

O mosquito Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) é o principal vetor da dengue,

entretanto, outro mosquito que tem mostrado potencialidade de transmitir o vírus da

dengue é o Aedes albopictus (DE LIMA,et al., 2006). No Brasil, foi detectado em

1986, e identificado em mais de mil municípios. Esse vetor não é doméstico como Ae.

aegypti, prefere os ocos de árvores para depositar seus ovos e tem hábitos zoofílicos

diurnos e fora dos domicílios (TEXEIRA, 1999; TAUIL, 2001, 2002;DE LIMA,et al.,

2006; BRAGA & VALLE, 2007; BARRETO & TEIXEIRA; 2008).

O vírus da dengue é transmitido aos seres humanos através da picada da

fêmea de mosquitos infectados. Após a incubaçãodo vírus por 4-10 dias, um mosquito

infectado é capaz de transmitir o vírus para o resto da vida.

Humanos infectados são os principais transportadores e multiplicadores do vírus. Os

pacientes que já estão infectados com o vírus da dengue podem transmitir a infecção,

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após os primeiros sintomas aparecerem (por 4-5 dias; máximo de 12), através do

principal vetor, a fêmea do mosquito Aedes (WHOb, 2013).

O mosquito Aedes aegypti vive em habitats urbanos, principalmente em

recipientes artificiais. Ao contrário de outros mosquitos o Ae. aegypti tem o hábito de

alimentar-se pelo dia, seus períodos de pico de picadas são: início da manhã e antes

do anoitecer. A fêmea do Ae. aegypti pica várias pessoas durante cada período de

alimentação (WHOb, 2013).

2.2 CICLO BIOLÓGICO DO VETOR

O Ae. aegypti (Linnaeus,1762) pertencem ao Filo Arthropoda (pés

articulados), Classe Hexapoda (três pares de patas), Ordem Diptera (um par de asas

anterior funcional e um par posterior transformado em halteres) e da Família Culicidae

(NATAL, 2002). São insetos holometábolos; portanto, apresentam metamorfose

completa,o seu ciclo de vida compreende quatro estágios: ovo, larva, pupa e adulto

(REGAZZI, 2003)

Do ovo à forma adulta, o ciclo de vida do Ae. aegypti varia de acordo com a

temperatura, disponibilidade de alimentos e quantidade de larvas existentes no

mesmo criadouro, uma vez que a competição de larvas por alimento (em um mesmo

criadouro com pouca água) consiste um obstáculo ao amadurecimento do inseto para

a fase adulta. Em condições ambientais favoráveis, após a eclosão do ovo, o

desenvolvimento do mosquito até a forma adulta pode levar um período de 10 dias

(IOC/FIOCRUZ).

2.2.1 O ovo

Os ovos de Ae. aegypti são elípticos, alongados e não ultrapassam 1 mm de

comprimento (Figura 1). Logo após a postura, a membrana externa dos ovos é flexível

e de cor clara. Em seguida, torna-se rígida e negra ao entrar em contato com o

oxigênio, conferindo proteção mecânica e contra a perda excessiva de água pelo

embrião nele contido. A membrana permite ainda que aconteçam trocas gasosas com

o meio externo (FORATTINI, 2002). Esse revestimento é formado na sua maioria por

proteínas e alguma parte por quitina (Li & Li 2006; MOREIRAet al., 2007).

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Figura 1. Ovos do Aedes aegypti (Linnaeus, 1762)

Fonte:http://www.ioc.fiocruz.br/dengue

Os ovos adquirem resistência ao ressecamento muito rapidamente, em apenas

15h após a postura. A partir de então, podem resistir a longos períodos de

dessecação – até 450 dias, em locais secos (FUNASA, 2001). Esta resistência é uma

grande vantagem para o mosquito, pois permite que os ovos sobrevivam por muitos

meses em ambientes secos, até que o próximo período chuvoso e quente propicie

assim sua eclosão (SILVA et al.,1999).

Uma fêmea pode dar origem a 1.500 mosquitos durante a sua vida. Os ovos

são distribuídos por diversos criadouros – estratégia que garante a dispersão e

preservação da espécie. Se a fêmea estiver infectada pelo vírus da dengue quando

realizar a postura de ovos, há a possibilidade das larvas filhas já nascerem com o

vírus, no processo chamado de transmissão vertical (IOC/FIOCRUZ).

2.2.2 A larva

A fase larvária do Ae. aegypti é o período de alimentação e crescimento. A

maioria das larvas alimenta-se principalmente de material orgânico acumulado nas

paredes e fundo dos depósitos (FUNASA, 2001).

As formas larvais dessa espécie são eucéfalas e ápodas. A cabeça é globosa,

pequena, parcialmente unida ao tórax, bastante esclerotizada e pouco pigmentada.

Na cabeça está inserido um par de antenas e o aparelho bucal do tipo mastigador-

raspador. O tórax das larvas é globoso e mais largo que a cabeça. Os três segmentos

torácicos são fundidos e revestidos por cerdas. As larvas apresentam dez segmentos

abdominais. No oitavo segmento localiza-se o sifão respiratório e no décimo,

conhecido por lobo anal, é onde termina o tubo digestivo das larvas (Figura 2)

(FORATTINI, 2002). As larvas movimentam-se em forma de serpente, fazendo um “S”

em seu deslocamento. A larva é sensível a movimentos bruscos na água e, sob feixe

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de luz,deslocam-se com rapidez, buscando refugio no fundo do recipiente (fotofobia),

onde estão depositadas (FUNASA, 2001).

Figura 2. Larva no quarto estadio de Aedes aegypti.

Fonte: http://medent.usyd.edu.au/photos/aedes_aegypti_larvae.jpg

O período larvário compreende quatro estádios ou instares (L1 - 4). O quarto

instar (L4) culmina no próximo estádio de vida, a pupa. O desenvolvimento e a

duração da fase larvária sofrem interferências de vários fatores ambientais, tais como:

temperatura, luz, salinidade, movimento da água, poluentes orgânicos e inorgânicos,

entre outros (CONSOLI e OLIVEIRA, 1994).

2.2.2. A pupa

Este é o estágio de vida que representa a transição do indivíduo do meio

aquático para o terrestre, ou seja, é o último estágio da fase aquática, e geralmente

dura de 2 a 3 dias (FUNASA, 2001). As pupas (Figura 3) apresentam o formato de

vírgula, sendo formadas por cefalotórax (cabeça + tórax) e abdômen. A forma pupal é

destituída de mandíbulas funcionais, ou seja, não se alimentam nesse estágio,

tornando-se quiescentes. No cefalotórax estão inseridas duas trompas respiratórias,

que ficam constantemente acima da superfície líquida possibilitando trocas gasosas,

normalmente permanecem na superfície da água, flutuando, o que facilita a

emergência do inseto adulto. No último segmento abdominal situa-se um par de

paletas natatórias, que auxiliam na movimentação das pupas (FORATTINI, 2002).

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Figura 3. Pupa do Aedes aegypti (Linnaeus, 1762)

Fonte:http://www.eliminatedengue.com/our-research/aedes-aegypti

2.2.3 O Adulto

Os mosquitos adultos (Figura 4) dessa espécie medem cerca de 3-6 mm de

comprimento, entretanto, os indivíduos do sexo masculino são, de maneira geral,

menores do que as fêmeas. O mosquito possui o corpo delgado, pernas longas,

cabeça globosa, tórax comprimido lateralmente e abdômen cilíndrico. O tórax, as

pernas, as asas e o abdômen são revestidos por escamas com tonalidade castanho-

escura e há presença de anéis prateados na porção basal de cada segmento das

pernas. O macho se distingue essencialmente da fêmea por possuir antenas

plumosas e palpos mais longos (FUNASA, 2001).

Figura 4. Mosquito adulto Aedes aegypti (Linnaeus, 1762)

Fonte: portaldoprofessor.mec.gov.br

Os mosquitos adultos são de fase terrestre e são insetos voadores,

apresentam sexos separados e possuem caráter antropofílico. Após a emergência, os

mosquitos procuram abrigos para repouso, principalmente em domicílios humanos ou

no peridomicílio e têm preferência por locais pouco iluminados, com umidade elevada

e sem movimentação de ar. Nos abrigos ocorre o endurecimento da cutícula corporal

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e o amadurecimento da genitália externa do macho, que dura até 24 horas. Após esse

período, os machos estarão aptos para a cópula, que ocorre durante o vôo

(FORATTINI, 2002).

Machos e fêmeas adultos se alimentam de água e substâncias energéticas,

geralmente hidratos de carbono. Procuram por substâncias açucaradas presentes no

néctar de flores, orvalho e gotículas presentes na superfície de frutas e excretadas

por afídeos (FORATTINI, 2002). Essas substâncias são requeridas em quantidades

suficientes para a realização de suas funções biológicas como vôo e dispersão, com

exceção à maturação dos ovos. As fêmeas possuem o hábito da hematofagia e são

necessários um ou mais repastos sanguíneos para conclusão do ciclo gonotrófico. Os

nutrientes provenientes do sangue ingerido são convertidos em substâncias proteícas

que serão transportados aos ovários e formarão o vitelo que será incorporado aos

oócitos (CLEMENTS, 2000). As fêmeas restrigem seus hábitos hematófagos aos

horários diurnos e seus picos de maior atividade são ao amanhecer (7:00-10:00 h) e

pouco antes do crepúsculo vespertino (16:00-19:00 h) (MS, 2009).

2.3 CONTROLE DO VETOR

Na ausência de uma vacina preventiva eficaz e de tratamento específico para a

dengue e febre hemorrágica da dengue, o controle do vetor é a principal estratégia

para controlar ou prevenir a transmissão do vírus da dengue (VIMALADEVI et al.,

2012).

As únicas garantias para que não haja transmissão da dengue são: a ausência

de circulação viral e a manutenção de níveis baixos de infestação do mosquito Ae.

aegypti. O controle do mosquito deve ser baseado em várias ações, como: o manejo

ambiental, promovendo mudanças no meio ambiente para a destruição de criadouros

potenciais do vetor; melhorias em saneamento básico e coleta de resíduos sólidos;

conscientização comunitária quanto à infestação domiciliar pelo mosquito e controle

químico das várias formas do vetor.

O Ministério da Saúde, através da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA)

implantou diversos programas visando controlar a transmissão da doença. Essas

ações foram dirigidas à população e aos órgãos setoriais de saúde e saneamento,

buscando a eliminação dos focos de criação do mosquito Ae. aegypti no domicílio e

peridomicílio (OPAS, 1995). Em todos os programas houve uma associação entre

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campanhas para a eliminação de criadouros e o emprego de inseticidas químicos e

biológicos.

O controle químico iniciou com o uso de um organoclorado sintético, o dicloro-

difenil-tricloroetano (DDT), inseticida de efeito prolongado ou residual que, quando

aplicado em paredes e tetos de casas, permanece ativo contra os insetos por vários

meses (ROZENDAAL, 1997). Outros inseticidas utilizados nos programas de controle

de doenças transmitidas por mosquitos pertencem aos grupos dos organofosforados,

carbamatos e piretróides. Todos atuam sobre o sistema nervoso central de insetos.O

organofosforado, temefós (Figura 5) é o larvicida sintético recomendado pela OMS

para tratamento focal em depósitos domiciliares de água potável (BRAGA E VALLE,

2007), sendo utilizado no controle de Ae. aegypti, porém em algumas regiões o uso

do temefós vem sendo substituído por outras classes de inseticidas, devido ao

desenvolvimento de espécies resistentes do vetor.

Figura 5. Estrutura química do temefós

Os organofosforados atuam inibindo a Acetilcolinesterase (AChE), importante

enzima do sistema nervosocentral. Essa enzima é fosforilada pelo inseticida, ficando

irreversivelmente inativada. A inibição de AChE resulta no acúmulo de acetilcolina nas

junções nervosas (ou sinapses), o que impede a interrupção da propagação do

impulso elétrico. Conseqüentemente, o sistema nervoso central continuará sendo

estimula- do, desencadeando o processo de paralisia que pode culminar com a morte

do inseto (BRAGA E VALLE, 2007).

Insetos resistentes a organofosforados apresentaram mutações na AChE, na

qual ocorre uma mudança de conformação no sítio ativo, impedindo que ocorra a

ligação dos organofosforados ao sítio ativo da enzima de forma efetiva, não ocorrendo

inativação da AChE, resultando numa diminuição da sensibilidade à inibição da

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enzima por estes inseticidas (ANTHONY et al., 1995; HEMINGWAY & RANSON,

2000).

Muitos locais registraram a emergência de populações de Ae. aegypti

resistentes aos inseticidas químicos comumente utilizados. Devido a este fator, são

necessárias aplicações de doses crescentes de inseticidas para o controle efetivo

deste mosquito, o que pode aumentar o risco de intoxicação do homem, animais e

ambiente (MACORIS et al., 2003; HEMINGWAY& RANSON, 2000). Apesar desses

indícios, as medidas efetivamente empregadas para o controle de mosquitos ainda

são o uso de inseticidas sintéticos, o temefós para atividade larvicida e o malation e

piretróides para atividade adulticida, além de campanhas públicas para eliminação de

possíveis criadouros. Entretanto, nos últimos anos, estimuladas por esses fatores, são

realizadas pesquisas para o desenvolvimento de medidas integradas de controle de

dengue.

Uma alternativa para o controle de mosquitos são os reguladores de

crescimento (ou IGR, sigla derivada de “Insect Growth Regulator”), substâncias

químicas que atuam como análogos do hormônio juvenil, como Piriproxifen e

Metopreno (Figura 6), ou como inibidores da síntese da quitina durante o

desenvolvimento dos estágios imaturos e, consequentemente, interrompe o ciclo

larval e reduz a emergência de adultos, como Diflubenzuron (DFB) (Figura 7)

(MARTINS E SILVA, 2004) (BORGES, et al., 2012) e Novaluron, muito utilizados em

programas de controle de mosquitos. Esses reguladores impedem a ecdise e

ocasionam a morte de larvas (BORGESet al., 2004). Devido à atuação específica,

apresentam riscos reduzidos de toxicidade para vertebrados (BRAGAet al., 2005).

Figura 6:Estrutura química do Metopreno

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Figura 7. Estrutura química do Diflubenzuron

O uso dos IGRs está sendo utilizado, desde a década de 90, contra uma vasta

classe de artrópodes. Os IGRS mais utilizados no controle de mosquitos pertecem ao

grupo das benzoil-fenil-uréias (BPU, inibidores de síntese de quintina) ou são

compostos quimicamente relacionados ao hormônio juvenil natural de insetos,

designados como análogos de hormônio juvenil (AHJ) (BRAGA & VALLE, 2007b).

Em 2005, foi lançado no Brasil, pela Embrapa Recursos Genéticos e

Biotecnologia, a empresa Bthek Biotecnologia e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas

(IPT), o larvicida Bt-Horus® para controle de larvas de Ae. aegypti (ANDRADEet al.,

2007). Bactérias, como o B. thuringiensis var. israelensis e o Bacillus sphaericus,

produzem endotoxinas proteicas, as quais, quando ingeridas pelas larvas, atacam e

destroem seu intestino médio, levando-as à morte. Entretanto, já foram registrados

casos de resistência de mosquitos às toxinas bacterianas (TABASHNIK, 1994).

Com relação ao controle de focos de formas larvárias de Ae. aegypti, a

Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde recomendam os seguintes

produtos: Temefós, como larvicida de primeira escolha; Bacillus thuringiensis var.

israelensis, como agente de controle biológico e Diflubenzuron, Novaluron e

Piriproxifen, como inibidores do crescimento. Para controle do mosquito adulto é

utilizada a aplicação espacial a Ultra Baixo Volume (UBV) de Malation. Devido à alta

dispersão dos aerossóis e ao risco de contato com organismos não alvo, esse tipo de

controle é somente utilizado para bloqueio da transmissão de vírus da dengue e para

controle de surtos e epidemias. A nebulização destes inseticidas químicos elimina, por

ação de contato, todos os mosquitos que estiverem voando pelo local. Portanto, para

aumentar a eficácia, é recomendado que o horário da aplicação do inseticida coincida

com o de maior atividade vetorial dos adultos. Os ovos são resistentes, de difícil

controle e não existem produtos químicos disponíveis no mercado com ação ovicida

para serem utilizados em campanhas de saúde pública (MS, 2009; OMS, 2009).

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A descoberta de novos métodos para o controle do mosquito Ae. aegypti é de

suma importância. A resistência resulta no aumento da freqüência de aplicação de

inseticida, dosagens crescentes, rendimentos diminuídos, danos ambientais e

surgimento de doenças, quando os vetores não podem ser controlados. A exposição

continuada dos insetos a estes produtos constitui uma forte pressão de seleção, de

forma que, a espécie mais apta a reisitir podem produzir descendência capaz de

dominar a população não resistente (DONALÍSIO et al., 2002; CARVALHO et al.,

2004).

Genes de resistência aparecem depois de períodos prolongados de seleção.

O grau de domínio do gene de resistência influência no crescimento da população sob

pressão seletiva. Quanto maior for o coeficiente de variação desses genes, mais

heterogênea é essa população e mais resistente. Em contraste, a cepa Rockffeler,que

é uma população homogênea e sensível (CARVALHO et al., 2004).

Uma alternativa para os convencionais controles químicos é a utilização de

produtos naturais de plantas que sejam efetivas no controle ao mosquito adulto e/ou à

larva de Ae. aegypti, isentas de toxicidade para o meio ambiente, facilmente

biogradáveis e de baixo custo. Assim como a pesquisa de novos agentes larvicidas

com mecanismos de ação distintos aos disponíveis no mercado, na atualidade.

(CARVALHO, 2003; SIMAS et al., 2004; ALBUQUERQUE et al., 2004;

DHARMAGADDA et al., 2005; SILVA et al., 2008).

2.4 ÓLEO ESSENCIAL: CONSIDERAÇÕES GERAIS E ATIVIDADE LARVICIDA

As plantas podem ser uma fonte alternativa de agentes larvicidas e vários

estudos fitoquímicos têm sido relatados para demonstrar esta atividade (FEITOSA et

al., 2009; LOMONACO et al., 2009; SREELATHA et al., 2010; SEO et al., 2012.;

PANNEERSELVAM et al., 2012).

As plantas respondem a estímulos ambientais bastante variáveis, de natureza

física, química ou biológica. Fatores ambientais como tipo do solo, umidade, radiação

solar, vento, temperatura e poluição atmosférica, dentre outros, podem influenciar e

alterar a composição química dos vegetais. Além desses, há interações e adaptações

co-evolutivas complexas produzidas entre as plantas e o ecossistema. (MACIEL et al.,

2002). Nesta adaptação ao meio ambiente, são produzidas substâncias importantes

para sua manutenção e proteção. O metabolismo primário das plantas é o

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responsável pela produção de celulose, lignina, proteínas, lipídios, açúcares e outras

substâncias responsáveis por suas principais funções vitais. Do metabolismo

secundário resultam substâncias de baixo peso molecular, comparadas as

substâncias derivadas do metabolismo primário, às vezes produzidas em pequenas

quantidades, como alcaloides, terpenóides e derivados de fenilpropanóides. Tais

estruturas funcionariam como agentes defensivos na luta contra predadores, a

exemplo de micro-organismos patogênicos. Os fenilpropanóides e, especialmente, os

terpenóides são os principais constituintes que estão envolvidos nas interações

planta-inseto (ALVES, 2001).

Óleos essenciais são uma mistura complexa de compostos voláteis com baixa

massa molecular, que possuem várias atividades biológicase são amplamente

utilizados nas indústrias farmacológicas e cosméticos (BAKKALI etal., 2008). São

constituídos de misturas complexas, contendo aproximadamente de 20-60 compostos

diferentes, onde um ou mais se destacam por estarem em maior concentração

(composto majoritário), estes geralmente definem as características dos óleos, como

odor e propriedades biológicas (BAKKALI et al., 2008).

Os óleos essenciais são extraídos de plantas frescas ou secas mediante

hidrodestilação por arraste de vapor, extração pura e simples, CO2 supercrítico, ou

com a utilização de solventes orgânicos ou gorduras. A composição química do óleo

essencial varia de acordo com a espécie em estudo. O rendimento do óleo essencial,

como também a composição química, depende de fatores como: localização

geográfica, condições ambientais, partes das plantas, fase de desenvolvimento da

planta, material genético, solvente usado para a extração, os métodos usados para

isolar os óleos essenciais, entre outros fatores (ALBUQUERQUE et al., 2004;

DHARMAGADDA et al., 2005; BAKKALI et al., 2008).

Os óleos essenciais produzidos pelos vegetais são formados por vários

caminhos biossintéticos que produzem moléculas dotadas de grande diversidade de

esqueletos e grupamentos funcionais, como, ácidos graxos e seus ésteres,

hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos e cetonas, compostos acetilênicos, alcalóides,

compostos fenólicos e cumarinas.

Os fenilpropanóides são compostos por uma cadeia lateral de três átomos de

carbono derivados de ácidos aminados aromáticos, provenientes da via do ácido

chiquímico. Na Figura 8 estão exemplificados alguns fenilpropanóides. O safrol,

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componente majoritário do óleo volátil de Sassafrás (Sassafras albidum) e o eugenol

componente majoritário do cravo (Syzygium aromaticum) são exemplos de

alilbenzenos; os propenilbenzenos estão representados pelo isosafrol presente em

Jasminum officinalee anetol principal componente do óleo volátil do anis-estrelado

(Illicium verum); o cinamaldeído, um aldeído aromático, está presente no óleo da

casca da canela (Cinnamomum zeylanicum); e a cumarina (Dipteryx odorata)

(DEWICK, 2009).

Figura 8: Exemplos de fenilpropanóides

Os terpenos representam uma grande classe de produtos naturais com cerca

de 25.000 estruturas identificadas em plantas superiores (BOWSHER et al., 2008,

WINK, 2010). A classificação dos terpenos se baseia no número deunidades

isoprênicas: monoterpenos (C10, 2 unidades), sesquiterpenos (C15, 3 unidades),

diterpenos (C20, 4 unidades), sesterpenos (C25, 5 unidades), triterpenos (C30, 6

unidades) e tetraterpenos (C40, 8 unidades) sendo os monoterpenos e

sesquiterpenos os terpenos mais frequentes em óleos voláteis (MAHMOUD E

CROTEAU, 2002).

Os monoterpenos (Figura 9) podem ser classificados de acordo com a

ciclização: acíclicos (mirceno, linalol, geraniol), monocíclicos (alfa-terpineol,

terpinoleno), e bicíclicos (alfa-pineno, tujona, cânfora, fenchona), ou através do grupo

funcional: hidrocarbonetos insaturados (limoneno), álcoois (mentol), aldeídos (citral),

cetonas (carvona), lactonas (nepetalactona) e tropolonas (gama-tujaplicina).

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Figura 9: Exemplos de monoterpenos (Simões & Spitzer 2003, adaptado)

As plantas, como organismos que co-evoluem com insetos e outros

microorganismos e que, portanto, desenvolvem mecanismos de defesa contra

predadores, são fontes naturais de substâncias inseticidas e antimicrobianas. Estas

também sintetizam inúmeros compostos voláteis para atrair polinizadores e se

defenderem de herbívoros (SIMAS et al., 2004). Desta forma, substâncias extraídas

da casca do caule, das folhas e dos frutos de diversas plantas têm demonstrado

propriedades larvicidas no controle de diversos culicídeos (ARRUDA et al., 2003;

GUSMÃO et al., 2002; SILVA et al., 2003; SILVA et al., 2004; SIMAS et al., 2004).

Os óleos essenciais podem atuar sobre os insetos, causando redução do

número de ovos, repelência, assim como inibição da oviposição, do desenvolvimento

e da alimentação (KNAAK; FIUZA, 2010). As toxinas botânicas podem penetrar nos

insetos pelas vias respiratórias, por ingestão e contato (KNAAK; FIUZA, 2010), neste

último caso sendo absorvidos pela quitina e exoesqueleto (CORREA; SALGADO,

2011). Os inseticidas botânicos podem ainda atuar sobre o sistema nervoso central do

inseto, apresentando ação tóxica e conseqüentemente a morte. Vários terpenos como

α-pineno, β-pineno, 3-careno, limoneno, mirceno, α-terpineno e canfeno já mostraram

toxicidade sobre vários insetos (NERIO; OLIVERO-VERBEL; STASHENKO, 2010).

α-pineno

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Os monoterpenos cineol, eugenol, limoneno, citronelol, citronelal e timol são exemplos

de compostos isolados dos óleos essenciais de plantas que apresentam reconhecida

atividade repelente aos mosquitos (VIEGAS JR., 2003)

A extração de compostos isolados a partir de óleos essenciais não é viável

pela alta complexidade que a mistura dos óleos essenciais apresenta, os quais

podem conter de 20 a 60 compostos diferentes (BAKKALI et al., 2008) além do baixo

rendimento, logo neste trabalho, devido a quantidade de substâncias estudadas,

assim como o tempo para execução deste trabalho, optou-se pela compra dos

compostos presentes em algumas espécies vegetais na forma isolada e pura.

SIMAS et al., (2004), comparou a atividade do sesquiterpeno E-nerolidol, com

alguns terpenos e fenilpropanóides obtidos comercialmente. Foram relatados as

atividades de 3 fenilpropanóides e 9 terpenos, dentre os quais, o sesquiterpeno

farnesol, uma forma isomérica do nerolidol, mostrou atividade larvicida com CL50 de

13 ppm. Entretanto, o monoterpeno geraniol, precursor biossintético do farnesol,

mostrou- se menos ativo (CL50 = 81,6 ppm). Estes resultados sugerem que a maior

lipofilicidade dos sesquiterpenos testados, quando comparados aos monoterpenos, é

uma propriedade importante para a atividade em larvas do terceiro estádio de Aedes

aegypti. Os fenilpropanóides safrol, eugenol e aldeído cinâmico foram ativos com CL50

de 49,0; 44,5 e 24,4 ppm, respectivamente.

SAMARASEKERA et al., (2008), sintetizou derivados de L-mentol e alguns

monoterpenos análogos estruturalmente e realizou um estudo relação estrutura-

atividade (REA) contra três espécies de mosquito e modificações da hidroxila do L-

mentol mostrou aumentar a atividade larvicida. Os derivados de L-mentol forneceram

características estruturais que contribuíram para a atividade inseticida como: a

quantidade de haletos na estrutura, a presença e o tamanho do grupo éster, assim

como o grau de insaturações presentes influenciam na atividade larvicida.

BHARDWAJA et al., (2010) avaliou a atividade de 18 fenilpropanóides (figura

10), incluindo fenilpropenoato , fenilpropenal , fenilpropeno e os seus análogos semi-

sintéticos contra a lagarta do tabaco, Spodoptera litura (Fab.) , a fim de identificar as

estruturas mais promissoras quanto a atividade larvicida. Entre os vários

fenilpropanóides, o isosafroldemostrou a melhor atividade, com um valor de CL50 de

0,6 mg / cm2 folha, seguido por seu derivado hidrogenado denominado diidrosafrol (

CL50 2,7 mg / folha cm2) . A atividade larvicida de vários derivados do fenilpropeno foi

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observada na seguinte ordem: isosafrol> diidrosafrol> safrol > anetol > metil-eugenol

>eugenol >β- asarona > diidroasarona > diidroanetol. O Diidrosafrol pode ser

considerado um composto promissor, pois embora apresente uma atividade larvicida

inferior ao Isosafrol possui maior estabilidade e resistência frente à degradação

oxidativa (devido à remoção da ligação dupla extremamente reativa com relação ao

Isosafrol).

Figura10: Estrutura dos 18 fenilpropanóides avaliados

2.5 Introdução ao REA

Uma abordagem para a previsão da toxicidade aguda (Lipnick et al., 1985;

Veith et al., 1984), bem como a genotoxicidade (Klopman et al.,1985) de substâncias

químicas é baseado na avaliação das suas configurações moleculares e propriedades

físico-químicas. Relação Estrutura - Atividade (REA) são as correlações entre alguma

atividade biológica mensurável(por exemplo, CL50) e sua estrutura. Estas relações

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podem então permitir a previsão da atividade biológica de uma molécula semelhante,

mas não ainda avaliada (Veith et al., 1984).

Modelos matemáticos que relacionem a estrutura química e a atividade

biológica, de uma série de compostos análogos, tem sido o objetivo de muitas

pesquisas que envolvem planejamento racional de novos fármacos. Em geral, esses

compostos diferem entre si pela presença de um ou mais grupos substituintes em

posições definidas da estrutura química comum da série. Esses modelos

proporcionam o planejamento racional de novos fármacos mais ativos, mais potentes,

menos tóxicos e biologicamente mais específicos (BARREIRO E FRAGA,2001).

As relações estrutura atividade de produtos naturais com atividade larvicida

têm sido relatadas. Os ácidos anacárdicos isoladas da Anacardium occidentale

exibiram potência larvicida contra larvas de Ae. aegypti semelhante a vários

monoterpenos encontrados em óleos (Laurens et al., 1997, Lomonaco et al., 2009). A

hidrogenação de ligações duplas em tais frações de compostos resultou numa

diminuição das atividades larvicidas, demonstrando a importância das ligações duplas

nas cadeias laterais de tais compostos. Resultados semelhantes foram encontrados

por Belzile et al., 2000, que avaliou a atividade sinérgica de derivados dilapiol contra

Aedes atropalpus Coq. Quando a cadeia lateralalil do dilapiol foi modificada, a

atividade sinérgica foi reduzida ou eliminada em comparação com dillapiol.

Modelos REA são dependentes da disponibilidade de dados biológicos

adequados, que é geralmente derivada de estudos in vivo em animais de laboratório

ou in vitro. Por exemplo, PANDEY et al., 2012 relataram a derivatização de

monoterpenos (eugenol, geraniol, linalol, L-mentol e terpeniol figura 11), seguido de

estudos da relação estrutura-atividade dos cinco derivados acetilados, onde

observou-se aatividade larvicida contra larvas do quarto estádio de Aedes aegypti.

Segundo os autores, foi observado que houve um aumento na atividade nos

compostos aromáticos acetilados em comparação com compostos que continham o

grupo hidroxila não substituído. Com base nos valores de CL50(ppm), a atividade foi

colocada na seguinte ordem: acetato de eugenila (50,2) > acetato de linalila (119,7) >

acetato de terpinila (287,1) > acetato de mentila (308,4) > acetato de geranila (325,5),

quando comparados com monoterpenóides: eugenol (82,8) > linalol (242,6) >

terpineol (331,7) > L-mentol (365,8) > geraniol (415,0). No acetato de eugenila, a

presença de um anel aromático e uma cadeia lateral com uma ligação dupla alílica o

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tornou mais ativo frente às larvas do Aedes aegypti. Os grupos funcionais bioativos

identificados no estudo podem contribuir para a compreensão da atividade larvicida

de derivados acetil e pode ajudar no desenvolvimento de larvicidas bioativos.

Figura 11 . Estruturas de monoterpenóides e seus derivados acetilados

KIM et al., (2008) avaliaram a atividade larvicida contra Aedes aegypti de 14

compostos isolados do caule da Kaempferia galangasendo os seus resultados

comparados com os controles fention e temefós. Com base nos valores de CL50 após

24h de exposição, etil-p-metoxicinamato (18,9mg L-1) foi o composto mais eficaz,

entretanto foi menos tóxico do que os controles fention (0,019mg L-1) ou temefós

(0,0079mg L-1). A atividade de 3-careno, (E)-cinamaldeido, cinamato de etila e ácido

p- metoxicinamico, foram consideradas de moderadas a fracas, variando de (39,5–

61,0mg L−1) seguido das atividades do (+) e (–)-borneol, (–)- canfeno, 1,8 - cineol, (+)

e (–)-terpineol >100 mg.L-1. A introdução de um grupo metoxi em etil cinamato (39,5

mg L−1) forma o etil p-metoxicinamato (18,9 mg L−1) que aumenta significativamente a

atividade larvicida.

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42

2.6 Via das quinureninas – aspectos gerais

Mecanismos que levem ao acúmulo de espécies reativas de oxigênio e

nitrogênio no organismo dos insetos constituem em uma poderosa arma no

controleao Ae. aegypti. Uma das vias metabólicas mais importantes na desintoxicação

de espécies reativas de oxigênio é a chamada “via das quinureninas”, a maior via de

metabolização do triptofano nos organismos vivos.

O metabolismo energético da grande maioria dos mosquitos, machos e

fêmeas, depende da ingestão de carboidratos, usualmente e provenientes de seivas,

flores e frutos. O acúmulo de glicogênio e triglicérides, que é determinante para o

potencial de atividade e longevidade, depende diretamente desses carboidratos

(NAYAR e SAUERMAN,1973). O repasto sanguíneo das fêmeas está relacionado

primordialmente ao desenvolvimento de ovos. Somente as fêmeas dos mosquitos são

hematófagas. Muitos trabalhos confirmam a necessidade de proteínas para a

produção de ovos nos mosquitos (CLEMENTS, 1963). Estudos indicam a

necessidade de pelo menos dez aminoácidos essenciais na dieta paraque ocorra a

produção normal de ovos: arginina, isoleucina, leucina, lisina, fenilalanina, treonina,

triptofano, valina, histidina e metionina.

O triptofano é um dos aminoácidos codificados pelo código genético, sendo,

portanto um dos componentes das proteínas dos seres vivos. É um aminoácido

aromático essencial para a nutrição humana. Estudos indicam também que o

triptofano é a substância responsável pela promoção da sensação do bem-estar, os

mosquitos absorvem esse aminoácido através do sangue humano (CONSOLIet al.,

1994).

Em seu aspecto geral, a via das quinureninas (Esquema 1) apresenta um

padrão ramificado peculiar, com dois ramos principais que podemos chamar de ramo

(ou linha) das quinureninas e ramo dos antranilatos, representados horizontalmente

no esquema. O ramo das quinureninas é formado pela N-formil-quinurenina, pela

quinurenina e pela 3- hidroxiquinurenina (3-HK)(HAN et al., 2007). Qualquer destas

quinureninas pode sofrer hidrólise, liberando uma molécula de alanina, e produzindo

seus correspondentes do ramo dos antranilatos: os ácidos n-formil-antranílico,

antranílico e 3-hidroxi-antranílico. O ramo das quinureninas e o ramo dos antranilatos

apresentam entre si uma relação de paralelismo e formam, juntos, o cerne da via das

quinureninas (MANTHEY et al.,1992).

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Esquema 1: Aspecto geral da via das quinureninas

Tanto a quinurenina como a hidroxi-quinurenina podem ser desaminadas,

produzindo os representantes quinolínicos da via: o ácido quinurênico e o ácido

xanturênico. Acima do ramo dos antranilatos temos o que podemos chamar de ramo

da nicotinamida que parte do ácido 3-hidroxi-antranílico. Este é oxidado por uma

monooxigenase que abre seu anel aromático, formando um intermediário linear

instável. O intermediário se reciclisa espontaneamente, formando ácido quinolínico,

que por sua vez é descarboxilado para produzir ácido nicotínico, um importante

precursor na biossíntese dos carreadores de elétrons NAD e NADP (HILMAS et al.,

2001).

Uma das principais reações, na via das quinureninas em Aedes (Esquema 2), é

a conversão da substância 3-hidróxi-quinurenina (3-HK), substância nociva e que

pode ocasionar a morte cerebral do inseto, em ácido xanturênico (XA), substância

atóxica. Esta conversão é realizada pela enzima 3-hidróxi-quinurenina transaminase

(HKT). Nos mamíferos a quinurenina é o precursor imediato na via que conduz à

formação de ácido quinurênico, o qual serve como um antagonista de amplo espectro

em receptores ionotrópicos de aminoácidos excitatórios (receptores de NMDA) e

protege o sistema nervoso central (SNC) da estimulação excessiva por citotoxinas

(STONE, 2000). Portanto, não se tem investigado a via bioquímica que conduz a

“Linha” dos

Antranilatos

“Linha” das

Quinureninas

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formação de ácido quinurênico e sim as consequências causadas pela sua deficiência

(MORONI, 1999; STONE 2001).

Esquema 2: Via do metabolismo do triptofano em mosquitos.

A quinurenina é oxidada sob condições fisiológicas, estimulando a produção

de espécies reativas de oxigênio, tóxicas para a maioria dos seres vivos (OKUDA et

al., 1998). No entanto, nos mamíferos a produção de 3-HK não parece causar

quaisquer problemas, uma vez que pode ser metabolizado na via dos antranilatos.

Estudos anteriores também demonstram que a concentração de 3-HK é bastante

diferente em insetos, em diferentes fases de desenvolvimento e para manter as

condições fisiológicas normais, nos mosquitos é essencial evitar o ácumulo de

espécies reativas (HAN et al., 2007)

Nos mamíferos, a quinurenina, formada durante a oxidação do triptofano, pode

ser hidrolisada para produzir o ácido antranílico, o que eventualmente pode ser

oxidado a dióxido de carbono e água, ou submete-se a complicados processos

bioquímicos para formar o ácido picolínico e o ácido quinolínico (SAITOet al., 1993).

Nos insetos o ácido antranílico não pode ser oxidado a dióxido de carbono e água,

por isso, a importância da quinurenina produzida durante a oxidação por um caminho

diferenciado. Desta forma, o organismo destes animais desenvolveu uma eficiente

TOD – Triptofano dioxigenase KFM – Quinurenina formilase KMO– Quinurenina monooxigenase KAT – Quinurenina aminotransferase HKT – 3-Hidroxi-quinurenina aminotransferase

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estratégia para prevenir o acúmulo desta substância. A via metabólica é caracterizada

pela hidroxilação da quinurenina para produzir 3-HK com posterior transaminação da

3-HK para formar um componente estável, o ácido xanturênico.

Este fato pode ser comprovado através da alta concentração de XA

encontradas nas larvas, há um aumento linear ao longo da vida larval, decaíndo

bruscamente quando o inseto passa para a fase de pupa. A função do XA nas larvas

permanece um mistério (LI e LI, 1997; HAN et al., 2002).

A 3-hidroxi-quinurenina é um precursor dos omócromos, os pigmentos dos

insetos que conferem coloração a olhos e asas. Aedes aegypti mutantes deficientes

na quinurenina monooxigenase (KMO) apresentam olhos de coloração branca (HAN

et al.,2003). O ácido xanturênico foi identificado em extratos de cabeça, nas fezes e

em glândulas salivares de mosquito. Nas glândulas salivares sua concentração

diminui durante o repasto indicando que ele é secretado junto com a saliva e,

provavelmente ingerido com o sangue. Esta é a explicação corrente na literatura para

a presença desta molécula no intestino dos mosquitos (OKECH et al., 2006), pois até

hoje a concentração de XA na glândula salivar é considerada maior que na cabeça e

no intestino médio (OKECH et al., 2006)

A 3-HK oxida facilmente em condições fisiológicas e o acúmulo de altas

concentrações de 3-HK pode criar estresse oxidativo para os insetos. Em vários

estudos in vitro, a toxicidade da 3-HK às células neuronais pode ser explicada devido

a capacidade de auto oxidação da 3-KH o que leva à formação de H2O2 e por

consequência aos seus efeitos tóxicos (EASTMAN e GUILARTE, 1990; EASTMAN et

al, 1992). Isto pode de certa forma, explicar por que o nível de 3-HK precisa ser

estritamente regulada para que sua transaminação conduza à formação do ácido

xanturênico, um produto relativamente estável.Tais indícios levam a crer ser esta a

principal via a fim decontrolar os níveis de 3-HK em mosquitos durante o

desenvolvimento larval (LI e LI, 1997).

Nos mamíferos, a quinurenina aminotransferase (KAT) é responsável pela

transaminação da quiurenina em ácido quinurênico. Após estudos de caracterização

bioquímica percebeu-se que a KATno Aedes (KATAe.) compartilha de 45-50% de

identidade da seqüência com a KAT dos mamíferos ou humanos (FANG et al., 2002).

A Caracterização funcional da sua proteína recombinante, expressa em células de

baculovírus, em insetos, mostraram que a proteína é ativa para quinurenina. Em

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contrapartida, este mesmo estudo mostrou que a KAT do mosquito possuia uma

atividade elevada para a quinurenina em mamíferos, mas não mostrava nenhuma

atividade para a 3-HK, com menos de 10% de semelhança, acarretando na mudança

de KAT para 3-hidroxiquinurenina transaminase (HKT).

A produção de ácido xanturênico (XA) resulta da transaminação de 3- HK,

através de uma transaminase particular que tem uma atividade específica muito mais

elevada para 3- HK que para a quinurenina nas larvas de mosquito. A concentração

de XA está intimamente relacionado com o nível de atividade desta transaminase. Os

resultados sugerem que esta transaminase especial, desempenha um papel

importante na regulação do nível de 3- HK no mosquito , Aedes aegypti , durante o

desenvolvimento das larvas (LI e LI, 1997)

Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi sintetizar substâncias derivadas da

quinurenina que evitem a atuação da enzima HKT nesta reação de desintoxicação,

provocando, deste modo, um acúmulo da substância tóxica 3-HK no metabolismo do

inseto, o que acarretará na apoptose das células neuronais. Assim como, avaliar a

atividade larvicida de derivados sintéticos e estimar a atividade de compostos

derivados de óleos essenciais potencialmente larvicidas, bem como avaliar as

características moleculares que contribuem para o efeito larvicida destes, frente ao

Aedes aegypti.

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3. OBJETIVOS

3.1 GERAL

Realizar um estudo da atividade de compostos potencialmente larvicidas frente ao

Aedes aegypti.

3.2 ESPECÍFICOS

Avaliar a atividade larvicida (concentração letal média 50% das larvas - CL50)

de terpenos aromáticos, alifáticos bicíclicos, fenilpropanóide e derivados de

quinurenina sintetizados, frente às larvas do Aedes aegypti;

Sintetizar 2-amino-4-(2-fenilamina)-ácido-4-oxobutanóico;

Sintetizar 2-amino-4-(2-amino-5-clorofenil)-ácido-4-oxobutanóico;

Sintetizar 2-amino-4-(2-amino-3-clorofenil)-ácido-4-oxobutanóico;

Sintetizar 2-amino-4-(2-amino-5-fluorofenil)-ácido-4-oxobutanóico;

Caracterizar os produtos da síntese dos derivados da quinurenina por meio de

técnicas como: ponto de fusão, espectroscopia de infravermelho (IV),

Espectroscopia de massas (EM), Ressonância magnética nuclear de

Hidrogênio (1H) e Carbono (13C);

Realizar estudo de Relação Estrutura e Atividade (REA) para avaliar as

características estruturais e os grupos funcionais que contribuem para uma

potencial atividade larvicida dos compostos acima mencionados.

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4. EXPERIMENTAL

A etapa química e biológica desta dissertação foi desenvolvida no Laboratório

de Química Farmacêutica (LQF) da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e as

caracterizações químicas foram realizadas em parcerias com: Laboratório de

Ressonância Magnética Nuclear (Universidade Federal do Paraná-UFPr), Faculdade

de Ciências Farmacêuticas de Riberão Preto – USP e Departamento de Química da

Universidade Federal de Sergipe.

4.1 ESPECIFICAÇÕES DOS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

4.1.1 Aparelhos utilizados

Balança analítica (Marconi AW220)

Placa de aquecimento com agitação magnética (Fisatom modelo 753A)

Evaporador rotativo (logenscientific LSRE - 5299)

Banho ultra termostático (Quimis Q214M2)

Lâmpada de ultravioleta (VilberLourmat CN-6)

Ponto de fusão (Logenscientific PFM II)

Concentrador a vácuo (Labconco modelo 117)

Espectrometro de Ressonância Magnética Nuclear-RMN (Avance Bruker, DRX-

400)

Espectrometro de Infravermelho (Perkin Elmer FT-IR, System Spectrum BX)

Espectrômetro de massas (microtof II - ESI-TOF, bomba de infusão com fluxo

300µl/h.)

4.1.2 Substâncias, reagentes e outros materiais utilizados

Fenol99,0%(Sigma Aldrich)

Catecol 99,5%(Sigma Aldrich)

Resorcinol 99,0%(Sigma Aldrich)

Guaiacol98,9%(Sigma Aldrich)

p-cimeno 99,7%(Sigma Aldrich)

Timol99,0% (Synth)

Carvacrol 99,9%(Sigma Aldrich)

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Eugenol99,0% (biodinâmica)

Aldeído salicílico 99,0%(Sigma Aldrich)

Vanilina 99,5%(Sigma Aldrich)

(+)-Canfeno97,2% (Sigma Aldrich)

(–)-Canfeno 84,6% (Sigma Aldrich)

(±)-Cânfora 99,0% (Proquímios)

Borneol75% (Sigma Aldrich)

Isoborneol99,0% (Sigma Aldrich)

1,8-cineol 99,7% (Sigma Aldrich)

1,4-cineol 98,5% (Sigma Aldrich)

5-norborneno-2-endo-3-endo-dimentanol 98,0 %(Sigma Aldrich)

5-norborneno-2-exo-3-exo-dimentanol 97,0% (Sigma Aldrich)

5-norborneno-2,2-dimetanol 98,0% (Sigma Aldrich)

5-norborneno-2-ol 98,7% (Sigma Aldrich)

Anilina (Vetec)

4-cloro-anilina (Alfa Aesar)

2-cloro-anilina (Alfa Aesar)

4-fluor-anilina (Sigma Aldrich)

Tricloreto de alumínio (AlCl3) (Flukaanalytical)

Tricloreto de boro (BCl3) (Sigma Aldrich)

Diclorometano DCM (CH2Cl2) (Fmaia)

Cloroacetonitrila (ClCH3CN) (Sigma Aldrich)

Ácido clorídrico (HCl) (Isofar)

Sulfato de sódio anidro (Na2SO4) (Proquimios)

Hidreto de sódio 55% (NaH) (Fluka)

Dietilacetamidomalonato (C7O4H12) (Alfa Aesar)

Acetato de etilaAcOEt (C4H8O2) (Quimex)

Hexano (C6H14) (Fmaia)

Dimetilformamida DMF (C3H7ON) (Sigma Aldrich)

Sílica gel 60,ART 7734 (0,063 – 0,200 mm)(Fluka)

Cromatofolha de alumínio 20x20 cm gel de silício 60 PF254 ART 7749

(Merck)

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50

Tween80(Vetec)

Dimetilsulfóxido (C2H6SO) (Synth)

Temefós 97,5% (Fersol)

Pipetas automáticas (EcopipetteTM)

Os reagentes e solventes empregados para a preparação dos compostos

foram de grau P.A. (Para Análise).

4.1.3 Métodos cromatográficos

A técnica de cromatografia em coluna (CC) foi realizada empregando 1/3 de

fase estacionária sílica gel 60 ART 7734, com dimensões de partículas entre 0,063 -

0,200 mm da Fluka, tendo como suporte colunas de vidro cilíndricas de dimensões

variadas a depender da quantidade de amostra a ser purificada. Foram ultilizados

como fase móvelos solventes diclorometano (DCM) e (Hexano/Acetato de etila), puros

ou em misturas binárias, com gradiente crescente de polaridade, conforme reações

detalhadas nos itens 4.3.1 e 4.3.2.

As Cromatografias em Camada Delgada Analítica (CCDA) foram realizadas

utilizando cromatofolhas de alumínio de gel de silício 60, PF254, ART 7749 da MERCK,

com indicador de fluorescência. A cromatofolha foi cortada nas dimensões 3x2 cm,

com auxílio de estilete e régua.

A revelação dos compostos na CCDA foi realizada pela exposição das placas à

lâmpada de irradiação Ultravioleta (UV) com comprimento de onda curto (254 nm) por

meio de lâmpada de ultravioleta VilberLourmat, modelo CN-6.

4.1.4 Métodos espectrométricos

Os derivados de síntese foram identificados por espectrofotometria de

Infravermelho (IV) e de Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio e Carbono

treze (RMN 1H e 13C, respectivamente) além Espectrometria de Massas (EM).

Os espectros de IV foram realizados no Departamento de Química da UFS e

obtidos em pastilhas de Brometo de potássio (KBr), sendo as absorções quantificadas

em unidades de cm-1.

Os espectros de RMN 1H e 13C foram realizados no Laboratório de

Ressonância Magnética Nuclear do Departamento de Química da UFPR, operando a

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400 MHz (1H) e 100 MHz (13C). As amostras foram preparadas dissolvendo-se uma

pequena quantidade da mesma em clorofórmio deuterado CDCl3. Os deslocamentos

químicos (δ) foram expressos em partes por milhão (ppm) em relação ao

tetrametilsilano (TMS), utilizado como padrão interno nos experimentos. Os

deslocamentos químicos foram referenciados para RMN 1H pelos picos característicos

dos Hidrogênios pertencentes às frações não deuteradas deste solvente: clorofórmio

(δH7,24 ppm). Para os espectros de RMN 13C foram utilizados os mesmos parâmetros

de solubilização da amostra: clorofórmio (δC77,0 ppm). As multiplicidades das bandas

de RMN 1H foram indicadas segundo as convenções: s (singleto), d (dubleto), dd

(duplo dubleto), ddd (triplo dubleto), t (tripleto), ps (pseudo tripleto) e m (multipleto). A

constante de acoplamento (J) foi expressa em Hertz (Hz) e o número de átomos de

Hidrogênios foi deduzido da integral relativa.

Os espectros de massas foram realizados na Faculdade de Ciências

Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP. O método empregado para se obter os

espectros de Massas foi o de ionização por eletrospray (spray eletrostático, ESI/MS),

e o pico [M+H]+/ [M+Na]+/ [M+K]+ foram observados dentre os derivados de síntese

analisados.

Os pontos de fusão foram obtidos no Laboratório de Química Farmacêutica

(UFS). A faixa de fusão foi determinada através da visualização do início da fusão de

pequena alíquota do composto, onde se procura visualizar um fragmento sólido. A

fusão foi realizada dentro de capilares de vidro com auxílio de lente para amplificação

do campo visual, em aparelho de ponto de fusão.

4.2 Terpenos, fenilpropanóide e compostos relacionados

Os 21 compostos comercialmente disponíveis foram adquiridos através de

empresas fornecedoras, sendo utilizados sem purificação prévia.

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Figura 12: Estrutura dos compostos aromáticos

Figura 13: Estrutura dos compostos alifáticosbicíclicos

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4.3 Síntesedos derivados da quinurenina

As síntesesforam realizadas em três etapas, seguindo o esquema 3.

Esquema 3: Esquema das reações das anilinas substituídas

4.3.1 Síntese da2-amino-α-cloroacetofenonasubstituídaA(2a – 2d)

Flambou-se um balão de fundo redondo de 500 mL com agitador magnético,

vedando o mesmo com rolha de borracha natural injetando em seguida gás nitrogênio

com o auxílio de uma seringa. Em banho de gelo adicionou-se tricloreto de alumínio -

AlCl3 (8 g - 60 mmol) seguido do solvente diclorometano -DCM (30 mL anidro

destilado sobP2O5 ) e solução de tricloreto de boro BCl3 em DCM (1 M, 60 mL – 60

mmol). Em um balão de 25 mL foi adicionada anilina substituída 1a – 1d (6,37 g – 50

mmol) dissolvida com DCM (10 mL), em seguida a solução foi transferida gota a gota,

para um balão de 500 mL, seguido da adição de cloroacetonitrila - ClCH2CN (2,43 g

;7,89 mL – 32,2mmol). Terminada a adição, o balão foi retirado do banho de gelo e

deixado sob agitação por 30 minutos à temperatura ambiente. Em seguida, a mistura

reacional foi colocada sob refluxo (100-130ºC) por vinte e duas horas, sob agitação.

Após este período, a reação foi retirada do aquecimento e esfriada até temperatura

B

B C

C

A

A

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ambiente, acidificando-a com ácido clorídrico concentrado (HCl, 37% 60 mL), em

seguida a mistura reacional foi novamente levada a refluxo por 30 minutos. Retirou-se

do refluxo e foi resfriada até a temperatura ambiente. A fase orgânica foi extraída com

DCM (3x10 mL) e água (3x10 mL), seca com sulfato de magnésio anidro - MgSO4.

Em seguida, evaporou-se o solvente sob pressão reduzida e o produto resultante foi

purificado por cromatografia em sílica gel 60 no sistema Hexano/Acetato 9:1 de modo

a obter o produto final, 2-amino-α-cloroacetofenona-substituída que foi concentrado e

armazenado para a próxima reação. Após a purificação obteve-se:

2a(4,8g; 28,6mmol; 57,2%; pf: 98°-100°C). IV (KBr, 4000 – 400 cm-1): 3460,

3344, 1654.RMN 1H (CDCl3, 400 MHz):δH7,62(1H, dd, J18,16 Hz e J2 1,35 Hz, H-C6);

7,30 (1H, ddd, J18,45Hz,J27,04 Hz e J3 1,47 Hz, H-C4); 6,66 (1H, pt, J 1,13 Hz, H-

C5);6,69 (1H, dd, J17,80 Hz e J2 0,99 Hz, H-C6); 6,31 (2H, s, -NH2-);4,69 (2H, s, -CH2).

RMN13C (CDCl3,100 MHz):δC192,4; 151,1; 135,3; 130,7; 117,6; 116,0; 115,1;46,6.EM

(ESI) m/z [M+H]+: 170, [M+Na]+:192.

2b (8,2g; 28,6mmol; 57,2%; pf: 130°-132°C); IV(KBr,4000 – 400 cm-1): 3349,

3334, 1654.RMN 1H (CDCl3, 400 MHz):δH 7,74 (1H, d, J2,46 Hz, H-C6); 7,38 (2H, s, -

NH2-);7,30 (1H, dd, J19,00 Hz e J22,47 Hz, H-C4); 6,84 (1H, d, J 9,04, H-C3); 5,07

(2H, s, -CH2-). RMN 13C(100 MHz, CDCl3):δC 191,7; 150,3; 134,5;129,9;119,0; 117,4;

114,5;47,6.EM (ESI) m/z [M+H]+:204, [M+2]+:206

2c (9,5g; 46,6mmol; 93,3%; pf: 47°- 50°C); IV (KBr, 4000 – 400 cm-1): 3482,

3357, 1665, 1615. RMN 1H (CDCl3, 400 MHz):δH 7,59 (1H, dd, J18,19 e J21,31, H-C6);

7,45 (1H, dd,J17,70 e J21,36, H-C4); 6,85 (2H, s, -NH2-); 6,62 (1H, pt,J18,10 e J27,78,

H-C5); 4,68 (2H, s, -CH2-). RMN 13C(100 MHz, CDCl3): δH191,7;150,2; 134,5;129,8;

119,0;117,3; 114,5; 47,5. EM (ESI) m/z [M+H]+:204,[M+Na]+:226.

2d (6,1g; 10,1mmol; 56,5%; pf: 98°- 103°C). IV (KBr, 4000 – 400 cm-1): 3460, 3346,

1654, 1222. RMN 1H (CDCl3, 400 MHz):δC 7,29 (1H, dd, J1 9,60 e J2 2,87 Hz, H-C6);

7,09 (1H, ddd, J116,74,J27,62 e J32,89 Hz, H-C4);6,66 ( 1H, dd, J19,12 e J2 4,57Hz, H-

C3); 6,20 (2H, s, -NH2-); 4,62 (2H, s, -CH2-). RMN 13C: (100 MHz, CDCl3): δC191,7;

152,1; 147,8; 123,7; 118,9; 115,1; 46,4. EM (ESI) m/z [M+H]+:187.

.

.

.

.

.

.

.

.

. .

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4.3.2 Síntese da 2-acetilamino-2-[2-(2-amino-fenilas-substituídas)-2-oxoetila]

ácido malônico-dietil-éster B (3a-3d)

Três balões foram flambados:

Balão 1 - 100 mL

Balão 2 - 50 mL

Balão 3 - 25 mL

Os balões foram vedados com rolhas de borracha natural injetando em seguida

gás nitrogênio e colocando uma bexiga com o mesmo gás para cada balão. No balão

1, foi adicionado um agitador magnético, em seguida foram acrescentados hidreto de

sódio –NaH 55% (0,19 g – 8,3 mmmol) e sob agitação o dimetilformamida - DMF (5,9

mL), respectivamente. Foram adicionados ao balão 2, o dietilacetamidomalonato –

C7O4H12 (1,93 g - 8,9 mmol) e o DMF (12 mL). Em banho de gelo transferiu-se via

seringa o conteúdo do balão 2 no balão 1. A mistura reacional foi agitada por um

período de 3 horas em banho de gelo. Adicionou-se no balão 3, o 2-amino-α-

cloroacetofenona-substituída 2a-2d (1 g - 5,9 mmol,) com DMF (4,2 mL). Em seguida

o balão 1 foi retirado do banho de gelo e após o aquecimento da reação, a

temperatura ambiente, adicionou-se a solução do balão 3 no balão 1. A reação foi

colocada sob agitação por 12 horas.

Após esse período, a mistura reacional foi lavada com 43 mL de água destilada e

transferida para um funil de separação, corrigindo-se o pH para 3,0 com HCl 2M. Em

seguida a fase orgânica foi extraída 3 (três) vezes com porções de 40 mL de acetato

de etila e seca com MgSO4 anidro, filtrada, rota-evaporada onde o produto resultante

foi concentrado e transferido para um funil de separação e extraiu-se com 3 porções

de salmoura, a fase orgânica foi seca com MgSO4 anidro, filtrada e evaporado o

solvente sob pressão reduzida e o produto resultante foi concentrado e guardado para

a próxima reação. Apósa purificação por cromatografia em sílica gel 60 com

diclorometano, obteve-se:

3a (3,7g; 10,8 mmol; 66,6%; pf: 117°- 120°C ); IV (KBr, 4000 – 400 cm-1): 2924, 1762,

1654. RMN 1H (DMSO, 400 MHz):δH 8,44 (1H, s, NH); 7,62 (1H, d, J8,19 Hz, H-C6);

.

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7,26 (1H, dd, J18,28 e J27,06 Hz, H-C4); 7,19 (2H, s, -NH2);6,75 (1H, d, J8,42 Hz, H-

C3); 6,54 (1H, dd, J1 7,96 e J27,09 Hz, H-C5); 4,14 (4H, q,J7,07 Hz, 2-COOCH2-CH3);

3,94 (2H, s, -CH2-CO); 1,85 (3H, s, -CO-CH3); 1,14 (6H, t,J7,08 Hz, 2 -COOCH2-CH3).

RMN 13C(100 MHz, CDCl3): δC197,5; 169,6; 167,1; 166,4; 134,6; 130,8; 117,0; 115,9;

114,5; 63,9; 61,6; 42,4; 21,9; 13,7.EM (ESI) m/z [M+H]+:351, [M+Na]+:373.

3b (9,1g; 23,8mmol; 95,1%; pf: 115°- 118ºC); IV (KBr, 4000 – 400 cm-1): 3448, 3374,

3324, 1762, 1649. RMN 1H (DMSO, 400 MHz): δH 8,45 (1H, s, NH); 7,59 (1H, d,J

2,46 Hz, H-C6); 7,33 (2H,s, -NH2); 7,29 (1H, dd, J18,97 e J22,46 Hz, H-C4); 6,81

(1H,d, J 8,98 Hz, H-C3); 4,14 (4H, q,J 7,07 Hz, 2-COOCH2-CH3); 3,89 (2H, s, -CH2-

CO); 1,85 (3H, s, -CO-CH3); 1,14 (6H, t, J7,08 Hz ,2 -COOCH2-CH3). RMN 13C (100

MHz, CDCl3 ):δC 196,9; 169,3; 166,4; 146,4; 134,5; 130,3; 119,4; 117,7; 115,1; 64,0;

61,6; 56,1; 21,9; 13,7.EM (ESI) m/z [M+H]+:385, [M+ Na]+:407.

3c (12,0g; 31,2 mmol; 70,7%; pf: 69°- 72°C); IV (KBr, 4000 – 400 cm-1):3439, 3400,

3376, 1752, 1647.RMN 1H (DMSO, 400 MHz):δH 8,42 (1H, s,NH); 7,72 (1H, dd,J18,20

e J21,23 Hz, H-C6); 7,53 (1H, dd, J17,70 e J21,18 Hz, H-C6); 7,23 (2H, s, -NH2); 6,63

(1H, pt,J7,92 Hz, H-C5); 4,14 (4H, q,J 7,02 Hz,2-COOCH2-CH3); 4,00 (2H, s, -CH2-

CO); 1,85 (3H, s, -CO-CH3); 1,14 (6H, t,J 7,07 Hz, 2 -COOCH2-CH3).RMN 13C(100

MHz, CDCl3):δC197,9; 169,3; 166,4; 146,4; 134,5; 130,3;119,4; 115,1; 61,6; 42,8;

21,9; 13,8; 13,7.EM (ESI) m/z [M+ H]+:385, [M+ Na]+:407.

3d (3,7g; 10,1mmol; 95,0%; pf: 78°- 81°C). IV (KBr, 4000 – 400 cm-1): 3453, 3376,

3328, 1761, 1652. RMN 1H (DMSO, 400 MHz): δH8,36 (1H, s, NH); 7,37 (1H, dd,

J110,38 e J22,97 Hz, H-C6); 7,20 (1H, ddd, J117,13,J27,98 e J32,98 Hz, H-C4); 7,08

(2H, s, -NH2); 6,80 (1H, dd,J 4,88 Hz, H-C3); 4,14 (4H, q,J 7,08 Hz,2-COOCH2-CH3);

3,89 (2H, s, -CH2-CO); 1,85 (3H, s, -CO-CH3); 1,14 (6H, t,J7,07Hz, 2 -COOCH2-CH3).

RMN 13C (100 MHz, CDCl3): δC196,9; 169,2; 166,4; 150,7; 148,14; 123,1; 118,6;

114,8; 61,6; 56,0; 42,5; 21,9; 13,8; 13,6. EM (ESI) m/z[M+H]+: 369, [M+ Na]+:391.

4.3.3 Síntese dos derivados da quinurenina C (4a-4d)

Em um balão de fundo redondo de 100 mL com agitador magnético, foram

adicionados 2-acetilamino-2-[2-(2-amino-fenila-substituída)-2-oxoetila] (3a-3d) (1g –

.

. .

.

.

.

.

.

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2,86 mmol) seguido de HCl concentrado (11,3 mL). Quando homogeneizado, a

mistura reacional foi refluxada a 100-130ºC por seis horas, sob agitação. Em seguida

a reação foi retirada do refluxo e esfriada até temperatura ambiente. Após o refluxo, a

mistura foi rota-evaporada até a secura. A reação foi lavada com água destilada e a

fase orgânica foi extraída com DCM (3x20 mL), seca com MgSO4 anidro, filtrada e em

seguida rota-evaporada. Ao final da reação adicionou-se a mistura reacional hidróxido

de sódio NaOH 2N até pH 6,5 e a solução resultante foi filtrada para a obtenção do

produto final. Após a purificação obteve-se:

4a (0,3g; 1,6 mmol; 59,7%; pf: 207°-210°-C com decomposição);

4b (8,2g; 34,1 mmol; 72,3%; pf:216°-220°C com decomposição);

4c (0,7g; 2,9mmol; 55,6%; pf: 239°-242°C com decomposição);

4d (0,5g; 2,3 mmol; 33,8%; pf: 184°-187°C com decomposição).

4.4 ENSAIO LARVICIDA

4.4.1 Obtenção dos ovos

As amostras de ovos utilizados no descrito estudo foram de duas linhagens

diferentes: Rockefeller, consideradas susceptíveis ao agente larvicida temefós,

cedidas pelo Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores (LAFICAVE,

FIOCRUZ, Rio de Janeiro), e a linhagem Porto Dantas, conhecidas por serem

resistentes ao temefós, coletadas no bairro Porto Dantas em Aracaju-SE, pelo

Laboratório de Entomologia e Parasitologia Tropical (LEPaT) do Departamento de

Morfologia da UFS.

As larvas foram desenvolvidas no insetário LEPaT sob condições adequadas

de temperatura (26±2°C), umidade relativa (60±10%) e fotoperíodo de 12 horas. Os

ovos foram mantidos secos aderidos em tiras de papel até o momento em que foram

utilizados para eclosão.

4.4.2 Obtenção das larvas

As larvas de terceiro estádio (L3) de Ae. aegypti foram obtidas de uma colônia

estabelecida no LEPaT, para cada linhagem e foram gentilmente cedidas para estudo

em recipientes retangulares.

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4.4.3 Ensaio de toxicidade

Os ensaios de toxicidade foram realizados seguindo a metodologia descrita por

THANGAM and KATHIRESAN (1991) com algumas modificações. Inicialmente, as

faixas de concentração utilizadas nos bioensaio de toxicidade foram pré-estabelecidos

por um ensaio piloto através de uma curva concentração resposta com apenas uma

replicata de 20 larvas para cada concentração, com o objetivo de verificar em qual

faixa de concentrações ocorria à mortalidade.

As larvas foram selecionadas, contadas (20 larvas por teste) e transferidas

com o auxílio de uma pipeta de Pasteur para uma proveta de 50 mL. O volume de

água foi completado para 20 mL e, em seguida, as larvas foram transferidas para

copos descartáveis. Para aplicação dos compostos utilizou-se pipetas automáticas da

ecopipetteTM. Inicialmente, os compostos foram pré-solubilizados em

aproximadamente 5mL da água dos copos contendo as larvas e, em seguida, as

larvas foram vertidas lentamente para evitar a morte das mesmas por uma agitação

vigorosa. Após o ensaio piloto, o teste foi realizado em triplicata para todas as

concentrações analisadas, assim como o controle negativo.

O controle positivo foi realizado utilizando o organofosforado temefós (O,O’-

(ditio-4,1-fenileno) bis (O,O-dimetilfosforotioato)) em concentrações que variam de

0,015 ppm a 0,135 ppm e ocontrole negativo foi realizado com Tween 80, DMSO e

água mineral na maior concentração aplicada aos compostos.

As larvas foram expostas ás soluções por 24 horas e, ao final deste período,

registrou-se a taxa de mortalidade. Foram consideradas mortas às larvas que não

apresentaram nenhum movimento quando submetidas a estímulos (batidas

sucessivas nas paredes dos copos com uma pipeta de Pasteur).

4.4.4 Preparo das soluções-estoque

Todos os compostos testados foram pesados em balança analítica de alta

precisão (Marconi AW220). Para cada mililitro da solução estoque pesou-se 20 mg do

composto de interesse e, em seguida, adicionaram-se duas gotas de agente

tensoativo tween 80, sobre o composto, realizando uma prévia homogeneização. Em

seguida, foram adicionados 0,3 mL (30% v/v) de DMSO, seguido de uma nova

homogeneização. Por fim, adicionou-se 0,7 mL (70% v/v) de água destilada e

homogeneizou-se novamente. A partir das soluções-teste foram preparadas uma

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série de diluições variando de 0,5 ppm a 2000 ppm. Os bioensaios seguiram o mesmo

padrão para todos os compostos testados, diferindo uns dos outros apenas nas

concentrações pré-determinadas pelo ensaio piloto.

4.4.5 Análise estatística

A partir dos dados de mortalidade obtidos nos bioensaios, foi realizada a

estimativa da concentração letal médiada população (CL50) e o intervalo de confiança

de 95% [IC 95%], utilizando o método de análise PROBIT com auxílio do software

MinitabTM (FINNEY, 1971). Em todos os casos onde ocorreu morte no experimento do

controle negativo entre 5 e 20% foi realizada a correção utilizando a fórmula de

Abbott´s ,1925:

% Eficiência= 1 - X100

Onde:

% Eficiência = taxa de mortalidade do experimento

nº Teste = número de mortes no teste

nº Controle = número de mortes no controle

Quando a taxa de mortalidade no experimento do controle negativo foi superior

a 20%, o teste foi descartado e repetido. A comparação da CL50 dos compostos foi

realizada através do intervalo de confiança ao nível de 95% de significância. A

atividade dos compostos foi considerada significativamente diferente quando o IC

95% não se sobrepôs.

nºTESTE

TESTE

nºCONTROLE

CONTROLE

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Estruturas dos terpenos, fenilpropanóide e seus compostos relacionados

quanto à atividade larvicida

Para avaliar as diferenças entreos 21 compostos selecionados, dois grupos

foram gerados: aromáticos e alifáticos biciclícos. O Fenol (Figura 11) foi usado como

um protótipo do grupo aromático e p-cimeno foi adicionalmente avaliado com o

objetivo de examinar os efeitos da retirada da hidroxila aromática. Foi selecionado um

conjunto diversificado de compostos bicíclicos alifáticos derivados do norbornano

(Figura 12) para estudar o comportamento das hidroxilas, ligações duplas e grupos

éteres.

Os compostos listados nas Figuras 11 e 12 foramt estados quanto à sua

atividade, frente às larvas resistentes de terceiro estádio de Ae.aegypti. A análise

probit foi utilizada para determinação da concentração letal que mata 50% da

população (CL50), expresso em ppm, com auxílio do software Minitab 16TM. Todos os

bioensaios foram realizados em triplicatas para cada concentração e os dados do

número de larvas mortas foram utilizados para o cálculo da CL50. A Tabela 1 e 2

demonstra os valores de CL50 e o intervalo de confiança (IC) de 95% dos compostos

dos grupos dos aromáticos e alifáticos bicíclicos, respectivamente.

Tabela 1. Atividades larvicida (CL50) e Intervalo de confiança (IC) 95% dosubgrupo dos aromáticosavaliados frente às

larvas do Ae.aegyptino terceiro estadio

Podemos observar a partir dos dados da Tabela 1 que os valores da CL50 dos

compostos aromáticos catecol (2), p-cimeno (5), carvacrol (7) e aldeído salicílico (9)

Composto CL50 ppm (IC) Composto CL50 ppm (IC)

Fenol(1) 194 (180-207) Timol(6) 81(76-86)

Catecol(2) 243 (248-269) Carvacrol(7) 69(65-72)

Resorcinol(3) 577 (519-629) Eugenol(8) 88(81-96)

Guaiacol(4) 177 (194-192) Aldeído salicílico(9) 136 (116-155)

p-cimeno(5) 51 (48 - 56) Vanilina (10) 513 (449-589)

Temefós 0,030 (0,025-

0,035)

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foram diferentes uns dos outros. O fenol(1) e guaiacol (4), o resorcinol (3) e vanilina

(10), bem como o timol (6) e eugenol (8) não diferiram entre eles.

O p-cimeno causou uma mortalidade de 100% daslarvas de Ae.aegypti, após

24h, exibindo a maior atividade larvicida, CL50 = 51 ppm [48 – 56], seguido do

carvacrol CL50 = 69 ppm [65 - 72], o timol CL50 = 81 ppm [76 – 86] e eugenol CL50= 88

ppm [81– 96]. Ao passo que o resorcinol (3) exibiu a menor atividade do conjunto

aromático CL50 = 577 ppm [519 – 629], induzindo a 100% de mortalidade de Ae.

aegypti a 2000 ppm.

Tabela 2. Atividades larvicida (CL50) e Intervalo de confiança (IC) 95% do grupo dos alifáticos biciclícosavaliados frente

às larvas do Ae. aegyptino terceiro estadio

Em geral, o conjunto dos alifáticos bicíclicos (Tabela 2) exibiram perfis de

atividade mais baixos do que o conjunto aromático. Os valores de CL50 do (+) canfeno

(11), (–)-canfeno (12), cânfora (13),1,8-cineol (16) e 1,4-cineol (17) foram diferentes

uns dos outros. As atividades da cânfora (13), borneol (14), Isoborneol (15) e 5-

norboneno-2-exo-3-exo-dimetanol (19), bem como o 1,8-cineol (16) e 5-norboneno-2-

endo-3-endo-dimetanol (18) foram diferentes uns dos outros.O (–)-canfeno (12) exibiu

a maior atividade larvicida do conjunto dos alifáticos bicíclicos CL50 = 220 ppm [163–

301], seguido de (+)-canfeno CL50 = 406 ppm [317–526], isoborneol (15) CL50 = 598

ppm [522 – 665] e borneol (14) CL50 = 610 ppm [530–671], ao passo que 1,8-cineol

(16) exibiu a menor atividade larvicida CL50 = 1419 ppm [1307–1540], seguido de 5-

norborneno-2-endo,3-endo-dimetanol (18) CL50 = 1407 ppm [1258-1574]. 1,4-Cineol

Composto CL50 ppm [IC] Composto CL50 ppm [IC]

(+)-Canfeno (11) 406 [317-526] 1,4-cineol (17) 751 [717–790]

(–)-canfeno (12) 220 [163–301] 5-norboneno-2-endo,

3 - endo –dimetanol

(18)

1407 [1258–1574]

Cânfora (13) 657 [594–701] 5-norboneno-2-exo, 3

- exo –dimetanol (19)

717 [581-893]

Borneol (14) 610 [530–671] 5-norboneno-2,2-

dimetanol (20)

785 [711–891]

Isoborneol (15) 598[522–665] 5-norboneno-2-ol (21) 759 [722–796]

1,8-cineol (16) 1419 [1307-

1540]

Temefós 0,030 [0,025-0,035]

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(17) e norbornenos 19 e 20 exibiram atividades intermédiarias. O controle positivo,

temefós, exibiu CL50 = 0,030 ppm [0,025-0,035].

5.2 RELAÇÃO ESTRUTURA ATIVIDADE DOS COMPOSTOS AROMÁTICOS E

ALIFÁTICOS BICÍCLICOS

As estruturas químicas dos compostos aromáticos (Figura 12), com a exceção

do p-cimeno usado para induzir as relações estrutura-atividade têm o fenol como

protótipo. O p-cimeno foi testado como objetivo de avaliar os efeitos da remoção de

grupos hidroxila do anel aromático. O Fenol (1) exibiu CL50 de 194 ppm e a adição de

grupos lipofílicos no anel aromático do mesmo resultou em um aumento na atividade

em mais de três vezes, também podemos destacar o timol (6) com uma CL50 de 81

ppm e carvacrol (7) CL50 de 69 ppm. A remoção da hidoxila (-OH) na estrutura do

carvacrol e timol resultou no p-cimeno, observando-se um aumento na atividade. Ao

deslocar a hidroxila do timol de C1 para C2, resultou na estrutura do carvacrol, o que

não alterou a atividade.

Em contraste, ao adicionar uma hidroxila na posição meta do fenol (CL50 =194),

obtendo-se o resorcinol (3) CL50 de 577 ppm, proporcionou uma diminuição

significativa da atividade. No entanto, a mesma hidroxila na posição orto, resultando

em catecol (2) CL50 = 243 ppm, aumentou a potência se comparado ao resorcinol. A

substituição do grupo hidroxila do catecol orto por um grupo lipofílico, o metoxi

(guaiacol, 4) resultou em um aumento na aividade.

Similarmente, a substituição do grupo hidroxila do catecol por um aldeído

(aldeído salicílico, 9) resultou em um aumento de duas vezes na atividade. No

entanto, a presença do aldeído na posição para do guaiacol resultou na diminuiçãode

mais de duas vezes na atividade (vanilina, 10, CL50 = 513 ppm), enquanto que a

adição de um grupo lipofílico, na mesma posição levou a um aumento de 3,5 vezes na

atividade (eugenol, 8, CL50 = 88 ppm). Em geral, a presença da hidroxila no anel

aromático resultou em compostos menos ativos. Uma explicação plausível para este

resultado pode ser compreendido pelo aumento do número de grupos hidroxila que

impedem a penetração das substâncias na cutícula das larvas e consequentemente a

atingir os seus alvos (LOPEZ et al. 2005). Consequentemente, a metilação das

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hidroxilas conduziu a um aumento substancial na atividade, a qual pode estar

relacionada com a obstrução do grupo hidroxila acídico.

Os resultados deste trabalho foram substanciais quando comparamos o fenol

(1) com aldeído salicílico (9), mas não explica a diminuição da atividade por meio da

adição de um aldeído na posição para do guaiacol, resultando em um composto

menos ativo, a vanilina (10).

Semelhante aos resultados obtidos no conjunto dos aromáticos, a adição de

hidroxilas às estruturas do conjunto alifático biciclícos (Figura 13) resultou em

compostos menos ativos. Logo a falta de hidroxilas provavelmente contribuiu para as

atividades do (+) e (–)-canfeno,11 e 12 (CL50=406 ppm e 220 ppm, respectivamente).

Além disso, as atividades biológicas de enantiômeros (+) e (–)-canfeno foram

significativamente diferentes. De fato, o reconhecimento quiral de enzimas é bem

demostrado em pesquisas bioquímicas e produtos farmacêuticos, bem como as

diferenças biológicas entreos enantiômeros. A influência quiral de outros

monoterpenos opticamente ativos em modelos experimentais também foi

demonstrada (De SOUZA et al., 2007a, 2007b, Do AMARAL et al.,2007). No entanto,

o diastereoisômero, borneol, 14, (CL50 = 610 ppm) e isoborneol, 15, (CL50 = 598 ppm)

exibiram perfis de atividade semelhantes. A substituição da hidroxila a partir de

borneol ou isoborneol por carbonila, resultando em cânfora, 13, (CL50 = 657 ppm), não

alterou a atividade.

Os norbornenos estruturalmente relacionados exibiram diferentes perfis de

potência, variando 717 a 1407 ppm. Dentro dos derivados dos norbornenos,5-

norborneno-2,3-exo-exo-dimetanol, 19, (CL50=717 ppm) exibiu a atividade larvicida

mais elevada. No entanto, o seu isômero endo resultou em aproximadamente uma

atividade duas vezes menor, enquanto o 5-norborneno-2-ol, 21, (CL50 = 759 ppm), e

5-norborneno-2,2-dimetanol, 20, (CL50 = 785 ppm) exibiram atividades intermédiarias.

Curiosamente, os compostos de éter 1,8 e 1,4-cineol, não apresentaram atividades

relacionadas, logo observamos que o 1,8-cineol (16) foi menos tóxico do que o 1,4-

cineol (17). Ao contrário do grupo dos aromáticos, a presença de hidroxilas em outras

posições deste grupo, não apresentou uma diferença significativa na atividade.

Compostos aromáticos têm demonstrado maior potencial larvicida comparados aos

alifáticos.

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WALIWITIYA et al., (2009) relataram a atividade larvicida de 14

monoterpenóides. Os compostos aromáticos trans anetol (CL50 = 67,1 ppm), timol

(CL50 = 27,3 ppm) e eugenol (CL50 = 82,2 ppm) apresentaram potentes atividades

larvicidas em comparação com os demais compostos relatados no estudo. Da mesma

forma, SIMAS et al., (2004) com o objetivo de comparar a atividade larvicida do

sesquiterpeno E-nerolidol com outros constituintes originados de óleos essenciais,

avaliaram alguns terpenos e fenilpropanóides obtidos comercialmente. O safrol,

eugenol e aldeído cinâmico foram ativos com CL50 de 49,0; 44,5 e 24,4 ppm,

respectivamente.Os álcoois insaturados lineares E, E-farnesol e E-cinamaldeído

exibiram as maiores atividades, CL50 13 e 17 ppm, respectivamente. Alguns dos atuais

valores de CL50 diferem de dados relatados por KIM et al., (2008), que podem ser

resultado de diferentes metodologias de análise. Além disso, as diferentes espécies, a

partir de nichos ecológicos diferentes, parecem ser mais susceptíveis ou resistentes

aos compostos específicos (WALIWITIYA et al., 2009). Os compostos avaliados foram

menos tóxicos do que temefos (0,030 ppm), piriproxifeno (CL50 = 0,000048 ppm), ou

diflubenzuron (CL50 = 0,00159 ppm) (SECCACINI et al., 2008). No entanto, os

conhecimentos adicionais sobre a relação estrutura atividade podem levar a

compostos mais potentes e seguros a saúde.

Utilizando as abordagens tradicionais de química medicinal, identificamos as

características estruturais que possam contribuir para a compreensão da atividade

larvicida de fenilpropanóides, terpenos, e seus derivados. A presença de grupos

lipofílicos no anel aromático ou na hidroxila resultou no aumento da potência. A

adição de uma hidroxila ao anel aromático resultou na diminuição da potência.

Semelhante aos resultados obtidos no conjunto aromático, a adição de grupos

hidroxila para as estruturas do conjunto alifático biciclícos resultou em compostos

menos potentes. A estereoquímica dos compostos selecionados desempenha um

papel importante na modulação da potência.

Embora existam diversos relatos na literatura mostrando a atividade inseticida de

óleos essenciais, poucos discutem a relação estrutura versus atividade biológica de

seus constituintes. Neste trabalho ficou evidente a importância da lipofilicidade de

terpenos para a atividade larvicida em Aedes aegypti, refletindo a enorme contribuição

que a natureza pode fornecer na busca por alternativas para os produtos inseticidas

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sintéticos convencionais, motivados pela ausência de toxicidade dos produtos

derivados de plantas frente a mamíferos.

5.3 SÍNTESE E ATIVIDADE LARVICIDA DE DERIVADOS DA QUINURENINA

A etapa química deste trabalho fundamentou-se na obtenção de 12 compostos

2, 3, 4 (a-d) derivados da quinurenina com a execução de três tipos de reações:

acilação, substituição nucleofílica e descarboxilação. Todas as reações foram

descritas e baseadas no trabalho (VARASILet al., 1995), este se fundamenta numa

síntese seletiva, a partir de anilinas substituídas.

Para a obtenção da 2-amino-α-cloroacetofenona substituída (2a – 2d)

submeteu-se a anilina substituída (1 a – 1d) a uma reação de acilação sob as

condições de Houben-Hoesch usando cloroacetonitrila como reagente, AlCl3 como

catalisador e DCM como solvente polar aprótico. O resultado é uma cetimina que

pode ser facilmente hidrolisada, formando a fenilcetona. A reação de Hoesch (ou

Houben- Hoesch) é uma rota alternativa a acilação de Friedel-Crafts, funciona de

maneira satisfatória, pois a anilina aromática é uma espécie rica em elétrons

(ISENMANN, 2011). Porém a metodologia de Houben- Hoesch não explica a

regioseletividade, o que implicava em um baixo rendimento, logo SUGASAWA et al.,

1978 superou esta dificuldade com a ultilização do BCl3 na presença de AlCl3,

possivelmente através de um estado de transição cíclico envolvendo uma espécie

catiônica de boro estabilizada pelo Tetracloreto de alumínio (AlCl4-),este foi um grande

avanço em relação as sínteses já existentes, pois garantia a seletividade na

substituição alfa. Podemos observer o mecanismo no Esquema 4.

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Esquema 4: Mecanismo das reações 2a – 2d

Por razões de ordem prática, optou-se em utilizar a adição acetamidomalonato

clássica, através de uma reação de substituição nucleofílica (Esquema 5), seguida da

descarboxilação e hidrólise (Esquema 6) para obtenção dos derivados da quinurenina

a partir dos intermediários (2a – 2d).

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Esquema 5: Mecanismo das reações 3a – 3d

Dificuldades sintéticas decorrentes da metodologia de VARASI et al., na síntese

de 3a foram enfrentadas, levando ao desenvolvimento empírico de variações da

reação. Inicialmente foram ultilizados os reagentes etóxido de sódio 95% e como

solvente o etanol absoluto (VARASI et al., 1996), porém observou-se que a 2-Amino-

α-Cloroacetofenona não estava reagindo, não se observando o produto da reação em

cromatografia porcamada delgada (CCD), logo, substituiu-se o etóxido de sódio 95%

pelo preparo do mesmo, no momento da realização da síntese, através do sódio

metálico dissolvido em etanol anidro. Pôde-se perceber que mesmo com as

mudanças no preparo dos reagentes o rendimento da reação continuava baixo. Por

conseguinte, pesquisas foram realizadas e constatou-se que o solvente etanol anidro

poderia ser substituído pelo tetrahidrofurano (THF). Após a modificação na

metodologia, uma nova síntese foi realizada, porém sem bons resultados o que levou

a novas pesquisas e segundo (SUNIL et al.,2010) o THF poderia ser substituído pelo

Dimetilformamida (DMF) como solvente na reação, logo uma nova síntese foi

realizada com melhores rendimentos.

O produto 2-acetilamino-2-[2-(2-amino-fenila)-2-oxoetila] foi obtido.Tal resultado

pôde ser constatado através da realização de placas de CCDA, utilizando-se o

sistema Hexano/Acetato de etila 9:1. As mesmas foram reveladas em ultravioleta, e

mostravam a presença do produto desejado. Esta metodologia foi adotada para os

demais intermediários da síntese (3b-d).

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Esquema 6: Mecanismo das reações 4a – d.

Os compostos 2,3 e 4 (a – d) apresentaram faixas de fusão com valores entre

47 – 242°C, os rendimentos da síntese dos compostos variaram de 33,8 a 95,1%. A

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tabela 3 apresenta os valores da faixa de fusão e os rendimentos das reações de

síntese dos compostos obtidos. Os compostos são conhecidos na literatura e tiveram

os pontos de fusão confrontados com aqueles obtidos VARASI et al., 1996.

Tabela 3: Massa molecular, faixa de fusão e rendimento dos derivados da quinurenina.

Composto MM (g/mol) Faixa de fusão1 (ºC) Rendimento (%)

2a 169 98-100 57,2

2b 203 130-132 57,2

2c 203 47-50 93,3

2d 187 98-103 56,5

3a 350 117-120 66,6

3b 384 115-118 95,1

3c 384 69-72 70,7

3d 368 78-81 95,0

4a 208 207-210 59.7

4b 242 216-220 72,3

4c 242 239-242 55,6

4d 226 184-187 33,8

1A determinação da faixa de fusão dos compostos foi realizada ultilizando aparelho da marca

Logen cientifics PFM II.2MM (Massa Molecular).

O espectro de absorção de ondas eletromagnéticas na região do Infra

Vermelho (IV) auxilia na identificação de grupos funcionais presentes no produto de

síntese. Deste modo, ao analisar o espectro dos compostos 2a–d (Figura 14), foi

possível observar a presença de padrões muito semelhantes entre um espectro e

outro, caracterizando bandas de absorção marcantes, dentre estas se destacam: N-H

(3460-3334 cm-1) e C=O cetona (1665-1654 cm-1). Assim como o espectro dos

compostos 3a–d (Figura 15) apresentou bandas características: N-H (2924-3453 cm-

1), C=O éster (1752-1762cm-1) e C=O cetona (1647- 1654 cm-1).

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Figura 14: Estruturas químicas dos derivados da quinurenina 2 a – d.

De acordo com o deslocamento químico no espectro de RMN de¹H para o

composto 2aobservam-se 8 (oito) sinais, sendo: 4 (quatro) aromáticos, 2 (dois)

ligados ao nitrogênio e 2 (dois) ligados a cadeia lateral. Os sinais dos

quatrohidrogênios aromáticos apareceram entre δ 7,62 e 6,64 ppm, sendo:um dupleto

de dupletona região de δ 7,62 ppm, um triplo dupleto na regiãode δ7,30 pm, um

pseudo tripleto na região de δ 6,66 ppm e um dupleto de dupleto na região de

δ6,69ppm. Em δ 6,31 observa-se um singleto largode baixa intensidade referente aos

dois hidrogênios ligados ao nitrogênio aromático. Os dois hidrogênios da cadeia

lateral apresentaram um singleto com deslocamento químico de δ 4,69 ppm. Assim

como o espectro de hidrogênios dos compostos 2b-d, que apresentam em comum a

presença de 7 (sete) hidrogênios, sendo: 3 (três) aromáticos, 2 (dois) ligados ao

nitrogênio e 2 (dois) ligados a cadeia lateral. O sinal para os três hidrogênios

aromáticos apareceram entre δ 7,74 – 6,84 ppm (2b), δ 7,59 – 6,62 ppm (2c) e δ 7,29

– 6,66 ppm (2d). Os dois prótons ligados ao nitrogênio apresentaram picos com

deslocamento químico de δ 7,38 ppm (2b), δ 6,85 ppm (2c), δ 6,20 ppm (2d) e os 2

prótons da cadeia lateral apresentaram uma faixa de deslocamento de δ 4,62 – 5,07

ppm (CARRIE e MILLER, 2006).

Com relação ao espectro de RMN13C observou-se oito sinais que variam o seu

deslocamento químico de δ 46,4 – 192,4 ppm, nos quatro compostos analisados foi

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constatando-se que os deslocamentos químicos eram semelhantes entre os

compostos analisados. Como: C-X (X= Cl e F) 2c (δ 46,5 ppm) e 2d (δ 46,4 ppm);

C=O 2c (δ 192,3 ppm) e 2d (δ 191,7 ppm) (CARRIE e MILLER, 2006).

Figura 15: Estruturas químicas dos derivados da quinurenina 3a – d.

De acordo com o deslocamento químico no espectro de RMN ¹H para o

composto 3a, observa-se 22 (vinte e dois) sinais, sendo 4 (quatro) hidrogênios

aromáticos, 2 (dois) ligados ao nitrogênio aromático, 1 (um) ligado ao nitrogênio do

grupo amida e 15 (quinze) ligados a cadeia lateral. O sinal do nitrogênio da amida

apareceu com um deslocamento químico de δ 8,44 ppm apresentando um singleto

largode baixa intensidade,os 4 hidrogênios aromáticos apresentaram deslocamentos

entre δ 7,62 - 6,54 ppm, sendo: um dupleto na região de δ 7,62 ppm, um dupleto de

dupleto na região de δ 7,26 ppm, um dupleto na região de δ 6,75 ppm e um dupleto

de dupleto na região de δ 6,54 ppm.Os 2 hidrogênios ligados a amina aromática

apresentou um singleto largo de baixa itensidade na região de δ 7,19 ppm. Os 2

hidrogênios ligados ao H2C-C-C=O aparecem como um singleto de alta intensidade δ

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6,54 ppm e os 4 hidrogênios do diéster apresentaram um quarteto com deslocamento

químico de δ 4,14 ppm. Os 3 hidrogênios do grupo acetal apresentaram um singleto

na região de δ 1,85 ppm e os 6 hidrogênios do diéster apresentaram um tripleto com

deslocamento químico de δ 1,14 ppm.

Assim como o espectro de hidrogênios dos compostos 3b-d, que apresentam

em comum a presença de 21 (vinte e um) hidrogênios, sendo 4 (quatro) aromáticos, 2

(dois) ligados ao nitrogênio aromático, 1 (um) ligado ao nitrogênio do grupo amida e

15 (quinze) ligados a cadeia lateral. Um singleto largo com deslocamento químico

entre δ 8,36 – 8,45 ppm refere-se ao hidrogênio ligado ao grupamento amida para 3b-

d. O sinal para os 3 hidrogênios aromáticos apareceram na faixa de δ 7,59 – 6,81

ppm (3b), δ 7,72 – 6,63 ppm (3c) e δ 7,37 – 6,80 ppm (3d). Os 2 prótons ligados a

amina aromática apresentou uma faixa de δ 7,08 – 7,33 ppm observando-se um

singleto de baixa intensidade e base alargada,os 2 prótons ligados ao C-C=O

aparecem como um singleto de alta intensidade com faixa de δ 3,89 – 4,00 ppm e os

4 prótons do diéster apresentaram pico com deslocamento químico δ 4,14 ppm para

os três compostos analisados, os 3 prótons do grupo acetal apresentaram um

deslocamento de δ 1,85 ppm e os 6 prótons do diéster apresentaram um

deslocamento de δ 1,14 ppm (VARASI, et al., 1996).

Com relação ao espectro de RMN13C observou-se 14 sinais que variaram de

δ 13,7 – 197,9 ppm, totalizando 17 átomos de carbono na molécula, porém observa-

se a presença de carbonos equivalentes no diéster. Nos 4 compostos analisados foi

constatado que os deslocamentos químicos eram semelhantes entre os compostos

analisados. Como: CH3COO- 3c (δ 13,7 ppm) e 3d (δ 13,6 ppm); COO 3c (δ 166,4

ppm) e 3d (δ 166,4 ppm) (VARASI, et al.,1996).

No espectro de absorção de ondas eletromagnéticas na região do IV dos

compostos 4a–d (Figura 16), foi possível observar a presença de padrões muito

semelhantes, entre um espectro e outro, caracterizando bandas de absorção

marcantes, dentre estas destacam-se: N-H (3469-3270 cm-1) e C=O ácido carboxílico

(1654-1647 cm-1).

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74

Figura 16: Estruturas químicas dos derivados da quinurenina 4a – d.

Os compostos 4a-d foram enviados para análise de RMN 1H e 13C, porém os

resultados não foram conclusivos. Comparando-os com dados da literatura

observamos que os picos foram semelhantes, entretanto algumas dificuldades na

interpretação foram encontradas no que se refere à pureza do solvente utilizado para

análise, assim como a baixa intensidade dos picos nos espectros que em alguns

casos eram confundidos com ruído.

Os resultados aqui apresentados estão de acordo com os descritos na

literatura, VARASI et al., 1996, com algumas diferenças quanto a potência do

aparelho de RMN 1H e 13C utilizado neste trabalho (400 MHz) e pelo artigo (200

MHz), que possibilitou observar o espectro com mais detalhes.

O objetivo da etapa biológica consiste em investigar a atividade larvicida dos

derivados de síntese da quinurenina frente às larvas de terceiro estádio do Aedes

aegypti. A Figura 17 demostra a estrutura química dos compostos avaliados.

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Figura 17: Estrutura química dos derivados da quinurenina avaliados.

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76

A Tabela 4 demostra os valores de CL50 e o intervalo de confiança de 95% dos

derivados da quinurenina. Os resultados do ensaio larvicida revelam que os

compostos 2 a - d testados demonstraram ser potentesagentes larvicidas contra o Ae.

aegypti, sendo que os valores das CL50 variaram entre 4,29 a 11,71 ppm. As taxas de

mortalidade exibiram uma relação diretamente proporcional à concentração, ou seja,

houve um aumento das taxas de mortalidade conforme o aumento da concentração.

Apesar da excelente atividade apresentada pelos compostos 2a-d, os mesmos são

conhecidos na literatura, como anilinas aromáticas, apresentando alta toxicidade aos

mamíferos, o que limita o seu uso (SCOOT, 1962).

No que se refere à atividade larvicida dos compostos 3 e 4 (a-d) não apresentaram

atividade significativa contra as larvas do Ae. aegypti, devido a baixa solubilidade dos

mesmos ao solvente e detergente (DMSO e Tween) respectivamente, no que se

refere ao preparo da solução estoque para estudo. Algumas tentativas de

solubilização do composto foram realizadas:

utilizou-se diluições de 50% e 25% da solução estoque aplicando os

mesmos agentes (DMSO/Tween/água), porém sem sucessos na

atividade.

Em seguida testou-se a troca do agente desemulsificante e detergente,

Tween pelo cremofor, porém sem bons resultados.

E por fim a utilização de DMSO (90%)Tween(10% ) apenas para o

preparo da solução estoque, todavia não foi visualizado melhora na

atividade.

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Tabela 4. Atividade larvicida (CL50) e intervalo de confiança de 95% (IC 95%) dos derivados da quinurenina frente às larvas de

Aedes aegypti

Compostos CL50 (ppm) IC 95% (ppm)

1-(2-aminofenil)-2-cloroetanona, 2a 10,20 [9,57 - 10,82]

1-(2-amino-5-clorofenil)-2-cloroetanona, 2b 4,29 [3,85 - 4,76]

1-(2-amino-3-clorofenil)-2-cloroetanona, 2c 9,20 [8,33 - 10,05]

1-(2-amino-5-fluorofenil)-2-cloroetanona, 2d 11,71 [11,15 - 12,26]

dietil 2-acetamido-2-(2-(2-aminofenil)-2-

oxoetil)malonato, 3a

< 500 -

dietil 2-acetamido-2-(2-(2-amino-5-clorofenil)-2-

oxoetil)malonato, 3b

<500 -

dietil 2-acetamido-2-(2-(2-amino-3-clorofenil)-2-

oxoetil)malonato, 3c

<500 -

dietil 2-acetamido-2-(2-(2-amino-5-fluorofenil)-2-

oxoetil)malonato, 3d

<500 -

ácido-2-amino-4-(2-aminofenil)-4-

oxobutanóico, 4a

<500 -

ácido-2-amino-4-(2-amino-5-clorofenil)-4-

oxobutanóico, 4b

<500 -

ácido-2-amino-4-(2-amino-3-clorofenil)-4-

oxobutanóico, 4c

<500 -

ácido-2-amino-4-(2-amino-5-fluorofenil)-4-

oxobutanóico, 4d

<500 -

Não encontramos na literatura relatos da atividade larvicida dos derivados na

quinurenina frente às larvas do principal agente transmissor da dengue. É conhecido

apenas o metabolismo do triptofanos e seus intermediários em Aedes (Han et al.,

2008; Li and Li, 1997).

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78

6. CONCLUSÃO

No presente trabalho avaliou-se a atividade larvicida de 21 compostos. No geral,

os compostos do grupo dos aromáticos foram mais potentes do que os compostos

dogrupo dos alifáticos bicíclicos, dando destaque à atividade do p-cimeno (CL50= 51

ppm);

A presença de gruposlipofílicosno anel aromático ou na hidroxila fenólica resultou

no aumento da potência.

A presença de hidroxilas ligadas ao anel aromático resultou na diminuição da

potência. Assim como a adição de grupos hidroxilasnas estruturas do conjunto

alifático biciclícos resultou em compostos menos potentes.

A lipofilicidade parece desempenhar um papel significativo na atividade larvicida

dos compostos analisados.

Todos os derivados da quinurenina foram obtidos com rendimentos aceitáveis. A

pureza foi avaliada através do ponto de fusão e comparada em literatura. A rota de

síntese ultilizada mostrou-se reprodutível.

A atividade larvicida dos derivados de síntese foram obtidas, dos 12 derivados

estudados, 4 mostraram-se ativos contra larvas do Aedes aegypti, 1-(2-aminofenil)-2-

cloroetanona, 1-(2-amino-5-clorofenil)-2-cloroetanona, 1-(2-amino-3-clorofenil)-2-

cloroetanona e 1-(2-amino-5-fluorofenil)-2-cloroetanona.

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94

ANEXOS

Tabela 5:Dados do teste larvicida submetido a análise probítica dos compostos aromáticos

Composto Pontos de

mortalidade

Concentração

(ppm)

Número de larvas mortas

em triplicata

Vanilina

0

5

10

15

20

200

400

500

700

1500

0,0,0

5,8,3

10,10,9

15,15,17

20,20,20

Guaiacol

0

5

10

15

20

100

150

180

200

350

0,0,0

5,4,4

10,10,10

15,15,15

20,20,20

Timol

0

5

10

15

20

40

70

80

90

120

0,0,0

8,3,4

11,13,17

16,15,14

20,20,20

Eugenol

0

5

10

15

20

30

70

90

100

150

0,0,0

3,5,4

8,8,8

16,14,15

20,20,20

p-cimeno

0

5

10

15

20

30

45

50

60

130

0,0,0

7,5,3

9,9,14

15,15,13

20,20,20

Fenol

0

5

10

15

20

100

170

180

230

280

0,0,0

5,3,3

10,10,8

15,15,13

20,20,20

Page 95: SÍNTESE E ATIVIDADE DE COMPOSTOS POTENCIALMENTE … · Síntese e atividade de compostos potencialmente larvicidas frente ao Aedes aegypti / Sandra Regina Lima Santos ; orientador

95

Composto Pontos de

mortalidade

Concentração

(ppm)

Número de larvas mortas

em triplicata

Resorcinol

0

5

10

15

20

150

500

600

800

2000

0,0,0

3,6,4

14,11,14

17,18,19

20,20,20

Carvacrol

0

5

10

15

20

30

60

70

80

90

0,0,0

2,2,2

11,14,12

15,14,20

20,20,20

Aldeído

Salicilico

0

5

10

15

20

50

100

150

200

300

0,0,0

6,5,7

10,10,10

16,16,16

20,20,20

Catecol 0

5

10

15

20

100

200

250

300

600

0,0,0

5,5,3

10,11,13

16,16,14

20,20,20

Page 96: SÍNTESE E ATIVIDADE DE COMPOSTOS POTENCIALMENTE … · Síntese e atividade de compostos potencialmente larvicidas frente ao Aedes aegypti / Sandra Regina Lima Santos ; orientador

96

Tabela 6:Dados do teste larvicida submetido a análise probítica dos compostos alifáticos biciclicos

Composto Pontos de

mortalidade

Concentração

(ppm)

Número de larvas mortas

em triplicata

5-

Norboneno-

2-ol

0

5

10

15

20

500

700

780

800

1200

0,0,0

5,5,5

11,10,9

14,14,17

20,20,20

5-

Norboneno-

2-endo, 3-

endo

dimetanol

0

5

10

15

20

800

1200

1600

1800

3000

0,0,1

3,7,7

10,11,13

18,16,14

20,20,20

5-

Norboneno-

2,2-

dimetanol

0

5

10

15

20

500

600

700

1000

1800

0,0,0

6,5,4

9,8,11

16,13,13

20,20,20

5-

Norboneno-

2-exo, 3-exo

dimetanol

0

5

10

15

20

300

400

750

1300

2500

2,2,1

6,4,5

12,8,9

15,15,16

20,20,20

(-)-Canfora 0

5

10

15

20

40

100

200

500

1500

0,0,0

3,5,6

10,9,11

13,17,15

20,20,20

1,4 cineol

0

5

10

15

20

300

700

750

800

1400

0,0,0

6,5,4

10,11,9

15,14,14

20,20,20

Page 97: SÍNTESE E ATIVIDADE DE COMPOSTOS POTENCIALMENTE … · Síntese e atividade de compostos potencialmente larvicidas frente ao Aedes aegypti / Sandra Regina Lima Santos ; orientador

97

Composto Pontos de

mortalidade

Concentração

(ppm)

Número de larvas mortas

em triplicata

(+)-Canfeno 0

5

10

15

20

100

200

350

600

2500

0,0,0

2,8,5

8,10,13

14,13,17

20,20,20

Tabela 7: Dados do estudo estátístico submetido a análise probítica dos derivados da quinurenina ativos.

Composto Pontos de

mortalidade

Concentração

(ppm)

Número de larvas

mortas em triplicata

2a

0

5

10

15

20

4

8

10

14

16

0,0,0

5,5,5

10,10,9

16,16,11

20,20,20

2b

0

5

10

15

20

1

3

4

8

10

0,0,0

5,7,4

10,10,9

16,16,14

20,20,20

2c

0

5

10

15

20

2

6

10

14

20

0,0,0

5,5,4

10,10,10

16,14,16

20,20,20

2d

0

5

10

15

20

4

10

12

14

25

0,0,0

5,5,5

11,10,11

15,15,17

20,20,20

Page 98: SÍNTESE E ATIVIDADE DE COMPOSTOS POTENCIALMENTE … · Síntese e atividade de compostos potencialmente larvicidas frente ao Aedes aegypti / Sandra Regina Lima Santos ; orientador

98

Espectroscopia de IV do 1-(2-amino-5clorofenil)-2-cloroetanona.

Page 99: SÍNTESE E ATIVIDADE DE COMPOSTOS POTENCIALMENTE … · Síntese e atividade de compostos potencialmente larvicidas frente ao Aedes aegypti / Sandra Regina Lima Santos ; orientador

99

Espectrofotometria de RMN 1Hem CDCl3do 1-(2-amino-5clorofenil)-2-

cloroetanona.

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100

Espectrofotometria de RMN 13C do 1-(2-amino-5clorofenil)-2-cloroetanona.