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Sistema Brasileiro de Classificação de Solos - SiBCS

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    Embrapa Informao Tecnolgica

    Parque Estao Biolgica, PqEB, Av.W3 Norte (final)

    Caixa Postal 040315

    CEP70770-901 Braslia, DF

    Tel: 0 xx 61 448-4162 / 448-4155

    Fax: 0 xx 61 272-4168

    E-mail: [email protected] ou [email protected]

    Embrapa Solos

    Rua Jardim Botnico, 1024 CEP 22460-000 Rio de Janeiro, RJ

    Tel: 0 xx 21 2274-4999

    Fax: 0 xx 21 2274-5291

    http://www.cnps.embrapa.br

    E-mail: [email protected]

    Superviso editorial: Jaqueline Rezende Mattos

    Reviso de texto: Andr Luiz da Silva Lopes

    Normalizao bibliogrfica: Cludia Regina Delaia

    Editorao eletrnica: Pedro Coelho Mendes Jardim

    Fotos: Arquivo da Embrapa Solos

    1 edio 1 impresso (1999): 1.000 exemplares 2 impresso (2000): 1.000 exemplares

    3 impresso (2000): 1.000 exemplares

    4 impresso (2001): 1.000 exemplares

    5 impresso (2002): 1.000 exemplares

    6 impresso (2003): 1.000 exemplares

    2 edio 1 impresso (2006): 2.000 exemplares

  • COLABORADORES O Sistema Brasileiro de Classificao de Solos o resultado da experincia coletiva em solos brasileiros, envolvendo vrios colaboradores de diversas instituies nacionais. O Comit Executivo o responsvel pelo trabalho de consolidao, organizao e redao final do documento. Reconhecimento e agradecimentos so devidos aos pedlogos brasileiros que contriburam com sugestes, comentrios e crticas, ao longo do desenvolvimento do sistema.

    COMIT EXECUTIVO

    Amrico Pereira de Carvalho Aposentado

    Humberto Gonalves dos Santos 1 Embrapa Solos (Coordenador)

    Idar Azevedo Gomes Aposentado ???????????

    Joo Bertoldo de Oliveira Aposentado - Pesq. Voluntrio/IAC

    Jos Francisco Lumbreras Embrapa Solos Lcia Helena Cunha dos Anjos Dep. De Solos - UFRRJ

    Maurcio Rizzato Coelho Embrapa Solos Paulo Klinger Tito Jacomine Aposentado Prof. Visitante UFRPE

    Pedro Jorge Fasolo Aposentado Tony Jarbas Ferreira Cunha Embrapa Solos Virlei lvaro de Oliveira IBGE - GO

    COMIT ASSESSOR NACIONAL

    Francesco Palmieri Gnese/Morfologia/Classif. de Solos

    Joo Carlos Ker Gnese/Morfologia/Classif. de Solos

    Joelito de Oliveira Rezende Manejo de Solos

    Lucedino Paixo Ribeiro Gnese/Morfologia/Classif. de Solos

    Luiz Bezerra de Oliveira Fsica de Solos

    Mauro Carneiro dos Santos Mineralogia/Micromorfologia Solos

    Nestor Kmpf Mineralogia de Solos Porto Alegre

    Osmar Muzzili Manejo e Conservao de Solos

    Otvio Camargo Qumica de Solos

    1 Secretrio Executivo do Comit de Classificao de Solos e lider do Projeto 01.2002.201 (Embrapa).

  • x

    Coordenadores dos Comits Regionais

    Gustavo Ribas Crcio (Embrapa Florestas) Regio Sul Mateus Rosas Ribeiro (UFRPE) Regio Nordeste Pablo Vidal Torrado (ESALQ) Regio Sudeste Roberto das Chagas Silva (IBGE) Regio Norte Virlei lvaro de Oliveira (IBGE) . Regio Centro Oeste

    Ncleos de Discuso e Colaborao Vinculados aos Comits Regionais

    Rio de Janeiro

    Alfredo Melhem Baruqui Embrapa Solos

    Amaury de Carvalho Filho Embrapa Solos

    Antonio Ramalho Filho Embrapa Solos

    Braz Calderano Filho Embrapa Solos

    Celso Gutemberg Souza IBGE

    Celso Vainer manzatto Embrapa Solos

    Csar da Silva Chagas Embrapa Solos

    Doracy Pessoa Ramos UENF

    Edgar Shinzato CPRM

    Eduardo Leandro da Rosa Macedo IBGE

    nio Fraga da Silva Embrapa Solos

    Fernando Csar do Amaral Embrapa Solos

    Francesco Palmieri Embrapa Solos

    Humberto Gonalves dos Santos Embrapa Solos

    Idar Azevedo Gomes Embrapa Solos

    Joo Souza Martins Embrapa Solos

    Jos Francisco Lumbreras Embrapa Solos

    Lcia Helena Cunha dos Anjos UFRRJ

    Marcos Gervsio Pereira UFRRJ

    Maria Jos Zaroni Embrapa Solos

    Nilson Rendeiro Pereira Embrapa Solos

    Marie Elisabeth Christine Claessen Embrapa Solos

    Maurcio Rizzato Coelho Embrapa Solos

    Mauro da Conceio Embrapa Solos

    Paulo Emlio Ferreira da Motta Embrapa Solos

    Raphael David dos Santos Embrapa Solos

    Sebastio Barreiros Calderano Embrapa Solos

    Tony Jarbas Ferreira Cunha Embrapa Solos

    Uebi Jorge Naime Embrapa Solos

  • xi

    Vincius de Melo Benites Embrapa Solos

    Vilmar de Oliveira IBGE

    Waldir de Carvalho Junior Embrapa Solos

    Paran

    Amrico Pereira de Carvalho Aposentado

    Gustavo Ribas Crcio Embrapa Florestas

    Valmiqui Costa Lima UFPR

    Marcos Fernando Gluck Rachwal Embrapa Florestas

    Pedro Jorge Fasolo Aposentado

    Reinaldo Oscar Ptter Aposentado

    Hlio Olympio da Rocha UFPR

    Nadja Ldia Bertoni Ghani UNICENTRO PR

    Itamar Bognola Neyde F. B. Giarola

    Embrapa Florestas UNIOESTE PR

    Pernambuco

    Antnio Cabral Cavalcanti Aposentado Fernando Barreto Rodrigues e Silva Aposentado Jos Coelho de Arajo Filho Embrapa Solos (UEP - Recife) Luiz Bezerra de Oliveira Aposentado Nivaldo Burgos Aposentado Marcelo Metri Corra UFRPE Mateus Rosas Ribeiro UFRPE Paulo Klinger Tito Jacomine Mauro Carneiro dos Santos

    Aposentado Prof.Visitante UFRPE Aposentado

    Par

    Joo Marcos Lima e Silva Embrapa Amaznia Oriental Jos Raimundo Natividade Ferreira Gama Embrapa Amaznia Oriental Roberto das Chagas Silva IBGE - Belm Tarcsio Ewerton Rodrigues Embrapa Amaznia Oriental

    So Paulo

    Jos Luiz Ioriatti Dematt ESALQ- USP

    Pablo Vidal Torrado ESALQ - USP

    Wolmar Aparecida Carvalho UNESP

    Carlos Roberto Espndola UNICAMP

  • xii

    Fernando Cesar Bertolani IAC/UNICAMP

    Joo Bertoldo de Oliveira Mrcio Rossi Ricardo Marques Coelho Itamar Andreolli Jairo Roberto Jimenez Rueda Gustavo Souza Valladares

    Pesquisador Voluntrio IAC Pesquisador - IAC Pesquisador IAC UNESP UNESP Embrapa Monitoramento por Satlite

    Cear Francisco de Assis Bezerra Leite Francisco Roberto Bezerra Leite

    FUNCEME FUNCENE

    Bahia Lucedino Paixo Ribeiro UFBA Andr Rodrigues Netto Nelson Lara da Costa Glailson Barreto Silva Francisco Ferreira Fortunato

    UFBA IBGE IBGE IBGE

    Gois Antnio Gladstone Carvalho Fraga IBGE Antnio Jos Wilman Rios IBGE Antnio Santos Silva Novaes IBGE Geraldo Csar de Oliveira UFG Huberto Jos Kliemann UFG Maria Elosa Cardoso da Rosa UCG Virlei lvaro de Oliveira IBGE

    Mato Grosso Eduardo Couto UFMT Nilton Tocicazu Higa Emlio Carlos Azevedo

    UFMT UFMT

    Minas Gerais Joo Carlos Ker Joo Luis Lani Cristiane Valria de Oliveira Joo Herbert Moreira Viana Lindomrio B. Oliveira

    UFV UFV UFMG UFV UFV

    Rio Grande do Sul Carlos Alberto Flores Embrapa Clima Temperado Egon Klamt Aposentado lvio Giasson UFRGS Nestor Kmpf Aposentado Ari Zago UFSM

  • xiii

    Paulo Schneider Slvio Tlio Spera

    UFRGS Embrapa Trigo

    Embrapa Solos

    Catalogao-na-publicao (CIP)

    EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro, RJ).

    Sistema brasileiro de classificao de solos. Rio de Janeiro : EMBRAPA-SPI, 1999.

    xxvi, 412p. : il.

    ISBN 85-85864-04-4 Inclui 12 apndices.

    1. Solo-Classificao-Brasil. I. Ttulo. II. Srie.

    CDD 631.44

    Embrapa - 1998

  • iii

    COLABORADORES

    O Sistema Brasileiro de Classificao de Solos o resultado da experincia coletiva em solos brasileiros, envolvendo vrios colaboradores de diversas instituies nacionais.

    O Comit Executivo o responsvel pelo trabalho de consolidao, organizao e redao final do documento.

    Reconhecimento e agradecimentos so devidos aos pedlogos brasileiros que contriburam com sugestes, comentrios e crticas, ao longo do desenvolvimento do sistema.

    COMIT EXECUTIVO

    Amrico Pereira de Carvalho Aposentado

    Humberto Gonalves dos Santos 2 Embrapa Solos (Coordenador)

    Idar Azevedo Gomes Aposentado

    Joo Bertoldo de Oliveira Aposentado - Pesq. Voluntrio/IAC

    Jos Francisco Lumbreras Embrapa Solos Lcia Helena Cunha dos Anjos Dep. De Solos - UFRRJ

    Maurcio Rizzato Coelho Embrapa Solos Paulo Klinger Tito Jacomine Aposentado Prof. Visitante UFRPE

    Pedro Jorge Fasolo Aposentado Tony Jarbas Ferreira Cunha Embrapa Solos Virlei lvaro de Oliveira IBGE - GO

    COMIT ASSESSOR NACIONAL

    Francesco Palmieri Gnese/Morfologia/Classif. de Solos

    Joo Carlos Ker Gnese/Morfologia/Classif. de Solos

    Joelito de Oliveira Rezende Manejo de Solos

    Lucedino Paixo Ribeiro Gnese/Morfologia/Classif. de Solos

    Luiz Bezerra de Oliveira Fsica de Solos

    Mauro Carneiro dos Santos Mineralogia/Micromorfologia Solos

    Nestor Kmpf Mineralogia de Solos Porto Alegre

    Osmar Muzzili Manejo e Conservao de Solos

    Otvio Camargo Qumica de Solos

    1 Secretrio Executivo do Comit de Classificao de Solos e lider do Projeto 01.2002.201 (Embrapa).

  • iv

    Coordenadores dos Comits Regionais

    Ncleos de Discuso e Colaborao Vinculados aos Comits Regionais

    Gustavo Ribas Crcio (Embrapa Florestas) Regio Sul Mateus Rosas Ribeiro (UFRPE) Regio Nordeste Pablo Vidal Torrado (ESALQ) Regio Sudeste Roberto das Chagas Silva (IBGE) Regio Norte Virlei lvaro de Oliveira (IBGE) . Regio Centro Oeste

    Rio de Janeiro

    Alfredo Melhem Baruqui Embrapa Solos Amaury de Carvalho Filho Embrapa Solos Antonio Ramalho Filho Embrapa Solos Braz Calderano Filho Embrapa Solos Celso Gutemberg Souza IBGE Celso Vainer manzatto Embrapa Solos Csar da Silva Chagas Embrapa Solos Doracy Pessoa Ramos UENF Edgar Shinzato CPRM Eduardo Leandro da Rosa Macedo IBGE nio Fraga da Silva Embrapa Solos Fernando Csar do Amaral Embrapa Solos Francesco Palmieri Embrapa Solos Humberto Gonalves dos Santos Embrapa Solos Idar Azevedo Gomes Embrapa Solos Joo Souza Martins Embrapa Solos Jos Francisco Lumbreras Embrapa Solos Lcia Helena Cunha dos Anjos UFRRJ Marcos Gervsio Pereira UFRRJ Maria Jos Zaroni Embrapa Solos Nilson Rendeiro Pereira Embrapa Solos Marie Elisabeth Christine Claessen Embrapa Solos Maurcio Rizzato Coelho Embrapa Solos Mauro da Conceio Embrapa Solos Paulo Emlio Ferreira da Motta Embrapa Solos Raphael David dos Santos Embrapa Solos Sebastio Barreiros Calderano Embrapa Solos Tony Jarbas Ferreira Cunha Embrapa Solos Uebi Jorge Naime Embrapa Solos Vincius de Melo Benites Embrapa Solos Vilmar de Oliveira IBGE Waldir de Carvalho Junior Embrapa Solos

  • v

    Paran

    Amrico Pereira de Carvalho Aposentado

    Gustavo Ribas Crcio Embrapa Florestas

    Valmiqui Costa Lima UFPR

    Marcos Fernando Gluck Rachwal Embrapa Florestas

    Pedro Jorge Fasolo Aposentado

    Reinaldo Oscar Ptter Aposentado

    Hlio Olympio da Rocha UFPR

    Nadja Ldia Bertoni Ghani UNICENTRO PR

    Itamar Bognola Neyde F. B. Giarola

    Embrapa Florestas UNIOESTE PR

    Pernambuco

    Antnio Cabral Cavalcanti Aposentado Fernando Barreto Rodrigues e Silva Aposentado Jos Coelho de Arajo Filho Embrapa Solos (UEP - Recife) Luiz Bezerra de Oliveira Aposentado Nivaldo Burgos Aposentado Marcelo Metri Corra UFRPE Mateus Rosas Ribeiro UFRPE Paulo Klinger Tito Jacomine Aposentado Prof.Visitante UFRPE Mauro Carneiro dos Santos Aposentado

    Par

    Joo Marcos Lima e Silva Embrapa Amaznia Oriental Jos Raimundo Natividade Ferreira Gama Embrapa Amaznia Oriental Roberto das Chagas Silva IBGE - Belm Tarcsio Ewerton Rodrigues Embrapa Amaznia Oriental

    So Paulo

    Jos Luiz Ioriatti Dematt ESALQ- USP Pablo Vidal Torrado ESALQ - USP Wolmar Aparecida Carvalho UNESP Carlos Roberto Espndola UNICAMP Fernando Cesar Bertolani IAC/UNICAMP Joo Bertoldo de Oliveira Pesquisador Voluntrio IAC Mrcio Rossi Pesquisador - IAC Ricardo Marques Coelho Pesquisador IAC Itamar Andreolli UNESP Jairo Roberto Jimenez Rueda UNESP Gustavo Souza Valladares Embrapa Monitoramento por Satlite

  • vi

    Cear

    Francisco de Assis Bezerra Leite FUNCEME Francisco Roberto Bezerra Leite FUNCENE

    Bahia

    Lucedino Paixo Ribeiro Francisco Ferreira Fortunato

    UFBA UFBA Andr Rodrigues Netto IBGE

    Nelson Lara da Costa IBGE Glailson Barreto Silva IBGE

    Gois

    Antnio Gladstone Carvalho Fraga IBGE Antnio Jos Wilman Rios IBGE Antnio Santos Silva Novaes IBGE Geraldo Csar de Oliveira UFG Huberto Jos Kliemann UFG Maria Elosa Cardoso da Rosa UCG Virlei lvaro de Oliveira IBGE

    Mato Grosso

    Eduardo Couto UFMT Nilton Tocicazu Higa UFMT

    Minas Gerais

    Joo Carlos Ker UFV Joo Luis Lani UFV Cristiane Valria de Oliveira UFMG Joo Herbert Moreira Viana UFV

    Lindomrio B. Oliveira UFV

    Rio Grande do Sul

    Carlos Alberto Flores Embrapa Clima Temperado Egon Klamt Aposentado lvio Giasson UFRGS Nestor Kmpf Aposentado Ari Zago UFSM Paulo Schneider Slvio Tlio Spera

    UFRGS Embrapa Trigo

  • vii

    Paraba

    Rui Bezerra Aposentado

    Sergipe

    Joo Bosco Vasconcelos Gomes Embrapa Tabuleiros Costeiros

    Santa Catarina

    Murilo Pundek Jaime Antonio de Almeida Srgio Hideiti Shimizu Paulo Cesar Vieira

    EPAGRI SC UDESC IBGE IBGE

    Distrito Federal

    Adriana Reatto dos Santos Braga Embrapa Cerrados

  • viii

    APRESENTAO

    O Centro Nacional de Pesquisa de Solos da Empresa Brasileira de

    Pesquisa Agropecuria (Embrapa Solos) tem o prazer de apresentar sociedade,

    em particular comunidade da Cincia do Solo, a 2a edio do Sistema Brasileiro

    de Classificao de Solos (SiBCS).

    O desenvolvimento do sistema tem sido, desde a sua retomada em

    1995 at sua publicao, o resultado do trabalho conjunto de estudiosos da

    classificao de solos que atuam em diversas instituies de pesquisa e

    universidades. A coordenao deste trabalho coube Embrapa Solos, que teve,

    tambm, o papel de articulador das aes necessrias para viabilizar a

    consecuo dos objetivos do projeto.

    O arrojo necessrio e as dificuldades para se desenvolver um sistema

    de classificao taxionmica exigiram um grande e louvvel esforo para concluir

    este trabalho. Atualmente, o pessoal que se dedica ao estudo do tema -

    classificao de solos - bastante reduzido, em parte, devido s aposentadorias

    que ocorreram a partir do incio da dcada de 90, com reduo dos quadros da

    Embrapa e das instituies congneres . O lder e, talvez, seno certamente, o

    mais dedicado pesquisador deste tema, Dr. Marcelo Nunes Camargo, e outro

    grande colaborador, o Prof. Jakob Bennema, j faleceram.

    Afortunadamente, esta rea de pesquisa vem crescendo nos

    departamentos de solo das universidades, fato este que deve ser amplamente

    estimulado e considerado na definio das novas estratgias no desenvolvimento

    de trabalhos futuros sobre classificao de solos.

    A elaborao do Sistema Brasileiro de Classificao de Solos, na qual

    esteve envolvida a comunidade de Cincia do Solo, atravs de diversas

    instituies de ensino e pesquisa de todo o Brasil, representa um claro exemplo de

    parceria bem sucedida para a retomada desse tema como um projeto nacional, de

    interesse e responsabilidade da comunidade da Cincia do Solo.

  • ix

    Cabe destacar que as idias e propostas emanadas das reunies

    tcnicas de classificao e correlao de solos, realizadas sob os auspcios da

    Embrapa Solos e parceiros, e mais as sugestes e crticas recebidas, com base

    na experincia de usurios que aplicararam o SiBCS desde 1999, tm sido

    incorporadas a esta edio.

    H o propsito de que o esquema de classificao em pauta tenha

    abrangncia nacional e consolide a sistematizao taxionmica, que expresse o

    conhecimento presente para a discriminao de classes de solos, at ento

    identificadas no pas. Contudo, possvel que esta sistematizao se apresente

    incompleta na forma atual, em razo da existncia, no pas, de solos ainda

    desconhecidos.

    Solicita-se aos usurios enviar crticas e sugestes para que o Brasil

    possa contar com novas edies aprimoradas do Sistema Brasileiro de

    Classificao de Solos.

    Celso Vainer Manzatto

    Chefe Geral da Embrapa Solos

  • x

    IN MEMORIAM

    MARCELO NUNES CAMARGO Engenheiro Agrnomo pela Universidade Federal Rural do Rio de

    Janeiro (UFRRJ), Doutor Livre Docente em Formao e Classificao de Solos

    pela UFRRJ, Diplomado em Morfologia e Gnese de Solos pela Universidade

    Estadual da Carolina do Norte, Estados Unidos da Amrica, Pesquisador do

    Servio Nacional de Levantamento e Conservao de Solos (atual Centro

    Nacional de Pesquisa de Solos) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

    (Embrapa), ex- Professor-Adjunto da UFRRJ, agraciado em 1994 com o prmio

    Moinho Santista na rea de Cincias Agrrias (categoria Solos Agrcolas), dedicou

    toda a sua vida aos estudos de morfologia, classificao, correlao e cartografia

    de solos. Vindo a se tornar o maior expoente da pedologia de solos tropicais,

    coordenou os trabalhos que culminaram com a publicao do Mapa de Solos do

    Brasil, em 1981.

    Esta pgina uma homenagem e, ao mesmo tempo, uma

    manifestao pblica de reconhecimento pelos inestimveis servios prestados ao

    Brasil, no campo da pedologia, ao inesquecvel companheiro que dedicou-se at

    os ltimos dias de sua vida tarefa de contribuir para a consolidao do Sistema

    Brasileiro de Classificao de Solos.

  • xi

    NOTA DO COMIT EXECUTIVO

    Na presente edio, o Sistema Brasileiro de Classificao de Solos

    (SiBCS) mantm a mesma esrutura geral, incorpora mudanas, redefinies,

    correes e est liberado para o uso e pode ser citado e correlacionado com

    outros sistemas.

    Constitui edio que ser aperfeioada ao longo de anos futuros,

    conforme determinado pelo uso efetivo em levantamentos de solos, estudos de

    correlao de solos e em pesquisas na rea de Cincia do Solo.

    Nesta 2a edio, alteraes conceituais e reestruturaes ocorreram

    praticamente em todas as Ordens. Quanto reestruturao de classes, as

    mudanas incluem alteraes em nvel Ordem, Subordem, Grande Grupo, bem

    como excluses e incluses de novos Subgrupos. As mudanas mais significativas

    foram a extino da Ordem Alissolos, reestruturao de Argissolos e Nitossolos

    (incorporando parte dos Alissolos e incluso de Argissolos Bruno-Acinzentados),

    incluso de Alticos e Alumnicos nas Ordens dos Argissolos, Nitossolos,

    Cambissolos, Planossolos e Gleissolos, Cambissolos (excluso de Hsticos e

    incluso dos Cambissolos Flvicos), Espodossolos (alterao na nomenclatura de

    subordens), Nitossolos (incluso de Nitossolos Brunos e parte dos extintos

    Alissolos), Organossolos (excluso de Msicos), Planossolos (excluso de

    Hidromrficos), Luvissolos (excluso de Hipocrmicos, substitudos por Hplicos)

    e Plintossolos (reestruturao de 3o e 4

    o nveis categricos com incluso de

    Grandes Grupos Litoplnticos e Concrecionrios).

    Ajustes, correes e redefinies de conceitos bsicos (atributos e

    horizontes diagnsticos), tambm ocorreram, destacando-se, as definies de

    material orgnico, horizontes hstico, hmico, espdico, plntico, glei, ntico,

    plcico, plnico e substituio de horizonte petroplntico por concrecionrio.

  • xi

    Outras modificaes e correes relevantes, em relao 1a edio,

    ocorreram, destacando-se a transformao das unidades de medida para o

    sistema internacional (SI) ao longo do texto.

    Para dar mais liberdade aos usurios do SiBCS, o Comit Executivo

    de Classificao de Solos (CE) deliberou que novas classes em nvel de subgrupo

    podem ser inseridas nas chaves de 4o nvel categrico, devendo ser enviada ao

    CE uma cpia do perfil correspondente, para que esta nova classe possa ser

    incorporada oficialmente ao sistema. tambm deliberao do CE, por consenso,

    com base em sugestes de colaboradores e usurios, que subgrupos existentes

    e j definidos, podem ser utilizados em outros Grandes Grupos, onde no constem

    suas ocorrncias.

    Ao classificar um determinado solo permitida ao classificador a

    liberdade de fazer as possveis combinaes para o quarto nvel, logicamente

    utilizando subgrupos j relacionadas no SiBCS, listados em ordem de importncia

    taxonmica (hsticos, salinos, soldicos, por exemplo).

    Esta edio substitui a classificao de solos que vinha sendo

    utilizada na Embrapa Solos (Camargo et al. 1987), (Embrapa 1999) e todas as

    aproximaes anteriores, em 1980, 1981, 1988 e 1997b.

    Crticas, sugestes e propostas para modificaes desta edio

    devero ser encaminhadas ao Comit de Classificao de Solos, endereadas

    ao pesquisador Dr. Humberto Gonalves dos Santos ([email protected])

    Doravante, as atualizaes, correes e alteraes, mais urgentes,

    sempre que necessrias, podero ser acessadas, permanentemente, no site

    www.cnps.embrapa.br/sibcs

  • xiii

    TRAJETRIA EVOLUTIVA DO SISTEMA BRASILEIRO DE

    CLASSIFICAO DE SOLOS 1 Classificao de solos no Brasil tem sido matria de interesse

    essencialmente motivado pela necessidade decorrente de levantamentos

    pedolgicos, os quais, por natureza, constituem gnero de trabalho indutor de

    classificao de solos.

    A classificao pedolgica nacional vigente consiste numa evoluo do

    antigo sistema americano, formulado por Baldwin et al. (1938), modificada por

    Thorp & Smith (1949). Esta classificao, que veio a ser nacionalizada, tem sua

    base fundada, em essncia, nos conceitos centrais daquele sistema americano,

    contando, porm, com o amparo complementar de exposies elucidativas de

    conceitos e critrios, como foram proporcionados por algumas obras-chave,

    principalmente as de autoria de Kellogg (1949) e Kellogg & Davol (1949) de

    interesse mormente a Latossolos; Simonson (1949) referente a Podzlicos

    Vermelho-Amarelos; Winters & Simonson (1951) e Simonson et al. (1952)

    pertinente a diversos grandes grupos de solos; Estados Unidos (1951) de

    interesse a Solos Glei e Solos Salinos e Alcalinos; Tavernier & Smith (1957) de

    Cambissolos; Oakes & Thorp (1951) de interesse a Rendzinas e Vertissolos

    (Grumussolos). Os conceitos centrais do antigo sistema americano formam a base

    da atual classificao brasileira transmudada, cuja esquematizao atual

    descende de modificaes de critrios, alterao de conceitos, criao de classes

    novas, desmembramento de algumas classes originais e formalizao de

    reconhecimento de subclasses de natureza transicional ou intermedirias. O

    processo foi sempre motivado pela apropriao das modificaes s carncias

    que se iam revelando, com a realizao de levantamentos em escalas mdias e

    pequenas, em que concorriam classes de categorias hierrquicas mais elevadas.

    O enfoque principal sempre esteve dirigido ao nvel hierrquico de grandes grupos

    de solos, aliado ao exerccio da criatividade tentativa no que corresponde ao nvel

    de subgrupo, posto que classes dessa categoria nunca foram estabelecidas no

    sistema primitivo (Baldwin et al., 1938; Thorp & Smith, 1949).

    1 Extrado de JACOMINE, P.K.T.; CAMARGO, M.N. Classificao pedolgica nacional em vigor. In:

    ALVAREZ V., V.H.; FONTES, L.E.F.; FONTES, M.P.F. (Eds.). O solo nos grandes domnios morfoclimticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado. Viosa : Sociedade Brasileira de Cincia do Solo/Universidade Federal de Viosa, 1996. p.675-688.

  • xiv

    As modificaes se iniciaram na dcada de cinqenta, com os primeiros

    levantamentos pedolgicos realizados pela ento Comisso de Solos do CNEPA.

    Tornaram-se mais intensas a partir do final daquela dcada, com amplo uso de

    princpios que foram sendo reconhecidos em paralelismo com as aproximaes do

    novo sistema americano de classificao de solos, que ento se desenvolvia

    (Estados Unidos, 1960), dando origem ao Soil Taxonomy, classificao oficial

    atualmente vigente naquele pas (Estados Unidos, 1975). Muitas concepes

    surgidas com a produo desse novo sistema vieram a ser absorvidas na

    classificao em uso no Brasil. Igualmente, alguns conceitos e critrios firmados

    no esquema referencial do mapa mundial de solos (FAO, 1974) foram tambm

    assimilados no desenvolvimento da classificao nacional.

    No levantamento pedolgico do Estado de So Paulo (Brasil, 1960) foi

    reconhecido que horizontes pedogenticos distintivos, prprios de determinados

    solos, so legtimos como critrio diagnstico para estabelecimento e definio de

    classes de solos em se tratando de sistema natural de classificao. Assim, foram

    pela primeira vez, no Brasil, empregados conceitos de horizonte B latosslico e

    horizonte B textural.

    Como contribuies adicionais das pesquisas bsicas inerentes ao

    levantamento de solos daquele trabalho para a classificao pedolgica brasileira,

    contam-se a conceituao de Latossolos, subdiviso tentativa de classes dos

    Latossolos em decorrncia das variaes encontradas Latossolo Roxo,

    Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo, Latossolo Vermelho-

    Amarelo Hmico; a criao da classe Terra Roxa Estruturada; e a subdiviso dos

    Solos Podzlicos em razo, mormente, de distines texturais entre solos,

    expresso do B textural no perfil, extraordinrio contraste textural entre os

    horizontes eluviais e o B textural e, sobretudo, elevada saturao por bases no B

    textural ou mesmo no solum, condio at ento no tornada ciente na

    classificao de solos podzlicos tropicais.

    J o levantamento pedolgico a seguir, realizado no sul de Minas (Brasil,

    1962), d reconhecimento ao horizonte B incipiente, diagnstico para a classe que

    abrigava os Solos Brunos cidos precursora da classe Cambissolos.

    Da por diante, os levantamentos pedolgicos, que vinham sendo

    executados pela Comisso de Solos e instituies sucessoras, foram demandando

    adequao aos solos que foram sendo identificados, especialmente no que diz

  • xv

    respeito a diversidades de atributos, variabilidade morfolgica e de constituio.

    Por consequncia, modificaes e acrscimos foram sendo adotados, envolvendo

    reajustes e inovaes em critrios distintivos, resultando nas normas descritas

    pela Embrapa (1988a).

    Assim, reparties de grandes grupos iniciais foram sendo

    estabelecidas, decorrentes de disparidade em saturao por bases, atividade das

    argilas que tem como expresso a CTC dos colides inorgnicos, saturao por

    sdio, presena de carbonato de clcio, mudana abrupta de textura para o

    horizonte B, entre outros distintivos mais.

    A coleo de critrios veio a abranger variados atributos diagnsticos, a

    par de diversos tipos de horizontes A, de horizontes B e de outros horizontes

    diagnsticos de posio varivel nos perfis de solo, os quais foram assimilados

    com o correr do desenvolvimento do novo sistema americano de classificao

    pedolgica (Estados Unidos, 1960; 1975) e do esquema FAO (1974).

    Grande nmero de classes de solos de alto nvel categrico vieram a ser

    includas para apropriar classificao de tipos de solos expressivamente distintos,

    os quais foram sendo identificados durante levantamentos pedolgicos realizados

    na ampla diversidade de ambincia climtica, geomrfica, vegetacional e

    geolgica do territrio nacional.

    O outro aditamento ao sistema adveio de estudo de verificao de solos

    na regio Sul do pas, dando a conhecer no planalto de Curitiba solos sui

    generis, motivando a proposio da classe Rubrozm (Bramo & Simonson,

    1956).

    Tambm da dcada de cinqenta provm o reconhecimento da classe

    Hidromrfico Cinzento (Brasil, 1958), constituindo derivao a partir de Planossolo

    e Glei Pouco Hmico do sistema americano, ento vigente (Baldwin et al., 1938;

    Thorp & Smith, 1949).

    Posteriormente distino das classes Latossolo Roxo, Latossolo

    Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo cogitadas igualmente no referido

    levantamento do Estado de So Paulo, outras classes foram acrescidas com o

    estabelecimento de Latossolo Amarelo pelos trabalhos de Day (1959) e Sombroek

    (1961) na Amaznia; Latossolo Bruno identificado por Lemos et al. (1967) no Rio

  • xvi

    Grande do Sul; Latossolo Variao Una de constatao a partir de 1963 no sul da

    Bahia (Embrapa (1977-1979); e Latossolo Ferrfero como conceituado por

    Camargo (1982). A propsito da distino de Latossolos, Camargo et al. (1988)

    presta conta da classificao desses solos no pas.

    Areias Quartzosas constituem classe de solos reconhecida desde o

    incio da dcada de sessenta (Brasil, 1969) para formar grupo independente,

    desmembrado dos Regossolos classe tornada menos abrangente pela excluso

    daqueles solos quartzosos - definidos como solos pouco desenvolvidos em virtude

    da prpria natureza refratria do material quartzoso, resultante em pouca evoluo

    pedogentica.

    Modificao de conceito no incio da dcada de setenta, induzida pela

    realidade de solos identificados em diversas verificaes de campo, tornaram

    efetivada a classe Solos Litlicos (Brasil, 1971a; Brasil, 1972f).

    No levantamento pedolgico do Cear, foram constatados Solos

    Podzlicos com caractersticas peculiares e atpicas em relao a concepes

    originais de classes estabelecidas destes solos e motivaram o reconhecimento da

    classe Podzlico Acinzentado (Brasil, 1973h).

    Similarmente, outros solos podzlicos atpicos, formados em cobertura

    atinente Formao Barreiras (e congneres), como contraparte de Latossolos

    Amarelos, motivaram a proposta de estabelecimento da classe Podzlico Amarelo

    (Reunio..., 1979a).

    Solos de identificao problemtica, visualizados como similares de

    Terra Roxa Estruturada contudo diferenciados pela cor relacionada aos

    constituintes oxdicos tm sido encontrados na regio Sul e sua discriminao

    vem sendo contemplada com a formulao da classe Terra Bruna Estruturada

    (Embrapa, 1979b; Carvalho, 1982).

    Plintossolo constitui classe firmada no trmino da dcada de setenta

    (Brasil, 1980e), como resultado de anos de reflexo sobre a validade da

    conceituao dos atuais Plintossolos como classe individualizada no sistema

    referencial. Grande parte dessa classe integrada pelos vrios solos da antiga

    classe Laterita Hidromrfica, com agregao de parte dos solos de algumas outras

    classes, conceituadas antes do Plintossolo.

  • xvii

    O ltimo acrscimo importante no sistema referencial foi a classe

    Podzlico Vermelho-Escuro (Camargo et al., 1982), provendo grupo parte de

    solos distintos da tradicional classe Podzlico Vermelho-Amarelo. O

    posicionamento dessa nova classe homlogo ao dos demais podzlicos e se

    coloca em contraparte a Latossolo Vermelho-Escuro. A classe estabelecida inclui

    parte desmembrada de Podzlico Vermelho-Amarelo e engloba a totalidade da

    extinta Terra Roxa Estruturada Similar.

    Estas foram importantes mudanas que incidiram na trajetria da

    classificao de solos no sentido de sua nacionalizao ora efetivada atravs das

    quatro aproximaes elaboradas de 1980 a 1997 e da publicao do Sistema

    Brasileiro de Classificao de Solos (Embrapa1998 e 1999).

  • xviii

    SIGLAS E ABREVIATURAS

    CE - Comit Executivo de Classificao de Solos

    CNEPA - Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronmicas (Ministrio da Agricultura)

    Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

    Embrapa Amaznia Oriental - Centro de Pesquisa Agroflorestal da Amaznia Oriental (CPATU)

    Embrapa Cerrados - Centro de Pesquisa Agropecuria dos Cerrados (CPAC)

    Embrapa Clima Temperado - Centro de Pesquisa Agropecuria de Clima Temperado (CPACT)

    Embrapa Florestas - Centro Nacional de Pesquisa de Florestas (CNPF)

    Embrapa Monitoramento por Satlite Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento Ambiental e de Recursos Naturais por Satlite (CNPM)

    Embrapa Solos - Centro Nacional de Pesquisa de Solos (CNPS)

    Embrapa Tabuleiros Costeiros Centro de Pesquisa Agropecuria dos Tabuleiros Costeiros (CPATC)

    EPAGRI - Empresa de Pesquisa Agropecuria e Difuso de Tecnologia do Estado de Santa Catarina

    ESALQ - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

    FAO - Food and Agriculture Organization

    FUNCEME - Fundao Cearense de Meteorologia e Recursos Hdricos

    IAC - Instituto Agronmico de Campinas

    IBGE - Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    NRCS - Natural Resources Conservation Service (ex-SCS)

    PESAGRO-RJ - Empresa de Pesquisa Agropecuria do Estado do Rio de Janeiro

    RCC - Reunio de Classificao e Correlao

    SCS - Soil Conservation Service

    SBCS Sociedade Brasileira de Cincia do Solo

    SiBCS Sistema Brasileiro de Classificao de Solos

    SNLCS - Servio Nacional de Levantamento e Conservao de Solos (atual Embrapa Solos)

    TFSA - Terra Fina Seca ao Ar

    UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina

    UEP Embrapa Solos - Unidade de Execuo de Pesquisa e Desenvolvimento/Recife

    UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense

    UFBA - Universidade Federal da Bahia

    UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

    UFLA - Universidade Federal de Lavras

    UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso

    UFPR - Universidade Federal do Paran

    UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco

    UFSM - Universidade Federal de Santa Maria

    UFG - Universidade Federal de Gois

    UCG - Universidade Catlica de Gois

    UFU - Universidade Federal de Uberlndia

  • xix

    UFV - Universidade Federal de Viosa

    UnB - Universidade de Braslia

    UNESP - Universidade Estadual Paulista Jlio Mesquita Filho

    UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

    USDA - United States Department of Agriculture

  • xx

    SUMRIO INTRODUO ............................................................................................................................................................ 1 DEFINIO DE SOLO ................................................................................................................................................. 4 CAPTULO 1 ............................................................................................................................................................ 6 ATRIBUTOS DIAGNSTICOS .................................................................................................................................... 7 Material orgnico .................................................................................................................................................... 7 Material mineral ...................................................................................................................................................... 7 Atividade da frao argila ........................................................................................................................................ 8 Saturao por bases ................................................................................................................................................. 8 Carter crico .......................................................................................................................................................... 9 Carter alumnico .................................................................................................................................................... 9 Carter Altico ......................................................................................................................................................... 9 Carter utrico .......................................................................................................................................................10 Carter sdico ........................................................................................................................................................10 Carter soldico .....................................................................................................................................................10 Carter salino .........................................................................................................................................................10 Carter slico3 ........................................................................................................................................................11 Carter Carbontico ................................................................................................................................................11 Carter Com Carbonato ..........................................................................................................................................11 Mudana textural abrupta .......................................................................................................................................12 Carter Flvico .......................................................................................................................................................12 Plintita ...................................................................................................................................................................12 Petroplintita............................................................................................................................................................13 Carter Plntico ......................................................................................................................................................14 Carter Concrecionrio ...........................................................................................................................................14 Carter Litoplntico ................................................................................................................................................14 Carter Argilvico ..................................................................................................................................................15 Carter Plnico .......................................................................................................................................................15 Carter Coeso .........................................................................................................................................................15 Carter drico.........................................................................................................................................................16 Carter Vrtico .......................................................................................................................................................16 Superfcies de frico (slickensides) ....................................................................................................................16 Contato ltico..........................................................................................................................................................16 Contato ltico fragmentrio .....................................................................................................................................17 Materiais sulfdricos ...............................................................................................................................................17 Carter epiquico ...................................................................................................................................................18 Carter crmico 45 ..................................................................................................................................................19 Carter ebnico 56 ...................................................................................................................................................20 Carter Rbrico ......................................................................................................................................................20 teor de xidos de ferro ............................................................................................................................................21 Grau de decomposio do material orgnico ...........................................................................................................21 OUTROS ATRIBUTOS ..............................................................................................................................................23 Cerosidade .............................................................................................................................................................23 Superfcie de compresso .......................................................................................................................................24 Gilgai .....................................................................................................................................................................24 Autogranulao self-mulching .............................................................................................................................25 Relao silte/argila .................................................................................................................................................25 Minerais alterveis .................................................................................................................................................25

    CAPTULO 2 ............................................................................................................................................................27 HORIZONTES DIAGNSTICOS SUPERFICIAIS...........................................................................................................28 Horizonte hstico ....................................................................................................................................................28 Horizonte A chernozmico .....................................................................................................................................29 Horizonte A proeminente........................................................................................................................................30 Horizonte A Hmico ..............................................................................................................................................30

    Horizonte A antrpico .............................................................................................................................................32 Horizonte A fraco ...................................................................................................................................................32 Horizonte A moderado ...........................................................................................................................................33 HORIZONTES DIAGNSTICOS SUBSUPERFICIAIS ....................................................................................................34 Horizonte B textural ...............................................................................................................................................34 Horizonte B latosslico...........................................................................................................................................38 Horizonte B incipiente ............................................................................................................................................41 Horizonte B ntico ..................................................................................................................................................43

  • xxi

    Horizonte B espdico .............................................................................................................................................44 Horizonte B plnico................................................................................................................................................48 Horizonte lbico ....................................................................................................................................................48 Horizonte plntico ...................................................................................................................................................49 Horizonte Concrecionrio .......................................................................................................................................51 Horizonte litoplntico..............................................................................................................................................52 Horizonte glei.........................................................................................................................................................52 Horizonte clcico ...................................................................................................................................................55 Horizonte petroclcico ............................................................................................................................................55 Horizonte sulfrico .................................................................................................................................................56 Horizonte vrtico ....................................................................................................................................................57 Fragip ...................................................................................................................................................................58 Durip ....................................................................................................................................................................58

    CAPTULO 3 ............................................................................................................................................................60 NVEIS CATEGRICOS DO SISTEMA .........................................................................................................................61 Classes do 1 nvel categrico (ordens) ...................................................................................................................61 Classes do 2 nvel categrico (subordens) ..............................................................................................................62 Classes do 3 nvel categrico (grandes grupos) ......................................................................................................63 Classes do 4 nvel categrico (subgrupos) ..............................................................................................................63 Classes do 5 nvel categrico (famlias, em discusso) ...........................................................................................64 Classes do 6 nvel categrico (sries, no definidas no pas) ...................................................................................64

    NOMENCLATURA DAS CLASSES ..............................................................................................................................66 Classes de 1, 2, 3 e 4 nveis categricos ..............................................................................................................67 Classes de 5 nvel categrico (famlias, em discusso) ...........................................................................................67 Classes no 6 nvel categrico (sries, no definidas no pas) ...................................................................................68

    BASES E CRITRIOS ................................................................................................................................................70 Argissolos ..............................................................................................................................................................70 Cambissolos ...........................................................................................................................................................70 Chernossolos ..........................................................................................................................................................71 Espodossolos ..........................................................................................................................................................72 Gleissolos ..............................................................................................................................................................72 Latossolos ..............................................................................................................................................................72 Luvissolos ..............................................................................................................................................................73 Neossolos ...............................................................................................................................................................73 Nitossolos ..............................................................................................................................................................74 Organossolos ..........................................................................................................................................................74 Planossolos ............................................................................................................................................................75 Plintossolos ............................................................................................................................................................76 Vertissolos .............................................................................................................................................................76

    CONCEITO E DEFINIO DAS CLASSES DE 1 NVEL (ORDENS) ...............................................................77 Argissolos ..............................................................................................................................................................77 Cambissolos ...........................................................................................................................................................78 Chernossolos ..........................................................................................................................................................80 Espodossolos ..........................................................................................................................................................82 Gleissolos ..............................................................................................................................................................84 Latossolos ..............................................................................................................................................................86 Luvissolos ..............................................................................................................................................................88 Neossolos ...............................................................................................................................................................89 Nitossolos ..............................................................................................................................................................91 Organossolos ..........................................................................................................................................................92 Planossolos ............................................................................................................................................................94 Plintossolos ............................................................................................................................................................96 Vertissolos .............................................................................................................................................................99

    CAPTULO 4 .......................................................................................................................................................... 102 CLASSIFICAO DOS SOLOS AT O 4O NVEL CATEGRICO ................................................................................ 103 Chave para a identificao das classes de solos ..................................................................................................... 108 Chave para as ordens ............................................................................................................................................ 109

    CAPTULO 5 .......................................................................................................................................................... 113 ARGISSOLOS ......................................................................................................................................................... 114 CAPTULO 6 .......................................................................................................................................................... 137 CAMBISSOLOS ...................................................................................................................................................... 138 CAPTULO 7 .......................................................................................................................................................... 152 CHERNOSSOLOS ................................................................................................................................................... 153

  • xxii

    CAPTULO 8 .......................................................................................................................................................... 160 ESPODOSSOLOS ................................................................................................................................................... 161 CAPTULO 9 .......................................................................................................................................................... 172 GLEISSOLOS ......................................................................................................................................................... 173 CAPTULO 10 ........................................................................................................................................................ 187 LATOSSOLOS ........................................................................................................................................................ 188 CAPTULO 11 ........................................................................................................................................................ 207 LUVISSOLOS ......................................................................................................................................................... 208 CAPTULO 12 ........................................................................................................................................................ 213 NEOSSOLOS .......................................................................................................................................................... 214 CAPTULO 13 ........................................................................................................................................................ 228 NITOSSOLOS ......................................................................................................................................................... 229 CAPTULO 14 ........................................................................................................................................................ 237 ORGANOSSOLOS................................................................................................................................................... 238 CAPTULO 15 ........................................................................................................................................................ 246 PLANOSSOLOS ...................................................................................................................................................... 247 CAPTULO 16 ........................................................................................................................................................ 255 PLINTOSSOLOS ..................................................................................................................................................... 256 CAPTULO 17 ........................................................................................................................................................ 266 VERTISSOLOS ....................................................................................................................................................... 267 CAPTULO 18 ........................................................................................................................................................ 274 DEFINIES PROVISRIAS DE 5

    O E 6

    O NVEIS CATEGRICOS ................................................................................. 275

    Classes do 5 nvel categrico (famlias) ............................................................................................................... 275 Classes do 6 nvel categrico (sries) ................................................................................................................... 281

    CAPTULO 19 ........................................................................................................................................................ 284 Critrios para distino de fases de unidades de mapeamento ................................................................................. 285 Fases e condies edficas indicadas pela vegetao primria ............................................................................... 285 Fases de relevo ..................................................................................................................................................... 289 Fases de pedregosidade......................................................................................................................................... 290 Fases de rochosidade ............................................................................................................................................ 291 Fase erodida ......................................................................................................................................................... 291 Fase de susbtrato rochoso ..................................................................................................................................... 291

    CAPTULO 20 ........................................................................................................................................................ 292 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................................................................. 293 APNDICES ........................................................................................................................................................... 304 APNDICE A.......................................................................................................................................................... 305 CLASSES DE PROFUNDIDADE DOS SOLOS ............................................................................................................. 306 APNDICE B.......................................................................................................................................................... 307 GRUPAMENTOS TEXTURAIS ................................................................................................................................... 308 APNDICE C.......................................................................................................................................................... 310 CLASSES DE DRENAGEM ....................................................................................................................................... 311 APNDICE D.......................................................................................................................................................... 313 CLASSES DE REAO ........................................................................................................................................... 314 APNDICE E .......................................................................................................................................................... 315 MTODOS DE ANLISES DE SOLOS ADOTADOS PELA EMBRAPA SOLOS .......................................................... 316 APNDICE F .......................................................................................................................................................... 325 CORRELAO ENTRE VALORES DE SATURAO POR BASES DETERMINADOS NA EMBRAPA SOLOS E NO SOIL

    CONSERVATION SERVICE............................................................................................................................. 326 APNDICE G ......................................................................................................................................................... 327 Simbologia para as classes de 1o, 2o, 3o e 4o nveis categricos ............................................................................... 328 APNDICE H.......................................................................................................................................................... 342 PADRONIZAO DAS CORES DAS CLASSES DE 1

    O NVEL CATEGRICO PARA USO EM MAPAS DE SOLOS ................... 342

    APNDICE I ........................................................................................................................................................... 355 CORRELAO ENTRE AS CLASSES DO SISTEMA E A CLASSIFICAO ANTERIORMENTE USADA NA EMBRAPA SOLOS

    ................................................................................................................................................................................ 355 APNDICE J .......................................................................................................................................................... 357 CORRESPONDNCIA APROXIMADA ENTRE SIBCS, WRB/FAO E SOIL TAXONOMY PARA CLASSES DE SOLOS EM

    ALTO NVEL CATEGRICO ....................................................................................................................................... 357 APNDICE L .......................................................................................................................................................... 359 PERFIS REPRESENTATIVOS DAS CLASSES DE SOLOS ............................................................................................ 359

  • INTRODUO

    O Sistema Brasileiro de Classificao de Solos uma prioridade nacional

    compartilhada com vrias instituies de ensino e pesquisa do Brasil, desde as

    primeiras tentativas de organizao, a partir da dcada de 70, conhecidas como

    aproximaes sucessivas, buscando definir um sistema hierrquico,

    multicategrico e aberto, que permita a incluso de novas classes e que torne

    possvel a classificao de todos os solos existentes no territrio nacional.

    No perodo entre 1978 e 1997 foram elaboradas: a 1 aproximao

    (Embrapa, 1980k), a 2 aproximao (Embrapa, 1981b), a 3 aproximao

    (Embrapa, 1988c) e 4 aproximao (Embrapa, 1997b), compreendendo

    discusses, organizao, circulao de documentos para crticas e sugestes,

    assim como a divulgao entre participantes e a comunidade cientfica em geral,

    culminando com a publicao da 1a edio do Sistema Brasileiro de Classificao

    de Solos-SiBCS (Embrapa, 1999), amplamente divulgada, nacional e

    internacionalmente e adotada no Brasil como o sistema oficial de classificao de

    solos no pas.

    O aperfeioamento permanente do SiBCS um projeto nacional, de

    interesse e responsabilidade da comunidade de Cincia do Solo no pas e

    coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Solos da Empresa Brasileira de

    Pesquisa Agropecuria (Embrapa Solos). Tem como fundamento as parcerias

    institucionais, os estudos anteriores e a evoluo recente dos conhecimentos na

    rea de Cincia do Solo.

    O ponto de referncia inicial para a 1a edio foi a 3 aproximao do

    sistema (Embrapa, 1988c) e as seguintes publicaes: Mapa mundial de suelos

    (FAO, 1990), Rfrentiel pdologique franais e Rfrentiel pdologique

    (Association Franaise pour Ltude du Sol, 1990 e 1995), Keys to soil taxonomy

    (Estados Unidos, 1994 e 1998) e World reference base for soil resources (FAO,

    1994 e 1998). Esta 2a edio do sistema de classificao , luz de novos

    conhecimentos e pesquisas geradas no pas e no exterior, o resultado de uma

    reviso e atualizao dos parmetros e critrios utilizados na 1 edio (Embrapa,

    1999) e aproximaes anteriores.

  • 2

    O projeto de desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Classificao de

    Solos est gerando aes em trs instncias de discusso e deciso,

    compreendendo grupos organizados e atuantes em nvel nacional, regional e

    local. Todas as discusses e decises passam pelos grupos organizados, em nvel

    interinstitucional, abrangendo as diversas regies do Brasil que contam com

    equipes nas universidades, em instituies pblicas estaduais ou federais e/ou

    instituies privadas, que tm trabalhado na execuo de levantamentos de solos,

    ou em atividades relacionadas a este tema.

    Quatro nveis de estudo de classificao de solos foram estabelecidos

    em escala hierrquica de decises, a saber: um Comit Assessor Nacional, um

    Comit Executivo, cinco Comits Regionais e vrios ncleos estaduais de

    discusso e colaborao.

    Na 1a edio foram mantidas as 14 classes do 1 nvel categrico da 4

    aproximao do sistema. Todavia, grande parte dos parmetros e critrios

    utilizados na 4 aproximao sofreram muitas mudanas em seus conceitos e

    definies. Na presente 2a edio constam somente 13 classes de 1

    o nvel

    categrico (Ordem), em conseqncia da extino da Ordem Alissolos, de acordo

    com proposta de usurios do sistema, membros do Comit Assessor Nacional e

    Comits Regionais, discutidas e aprovadas pelo Comit Executivo.

    As classes de solos foram estruturadas at o 4 nvel hierrquico, porm

    s foram incorporadas nesta edio aquelas que passaram por discusses e

    aprovao do Comit Executivo.

    Os problemas de nomenclatura e das chaves para identificao das

    classes do 1 nvel categrico at o 4 nvel s foram discutidos no Comit

    Executivo, embora tenham sido recebidas sugestes de membros do Comit

    Assessor Nacional e dos Comits Regionais.

    Na 1a edio do sistema, as definies das classes no 1 e 2 nveis

    categricos (ordens e subordens) foram melhoradas e foram definidas as classes

    no 3 e 4 nveis categricos (grandes grupos e subgrupos), mas no se procedeu

    a uma discusso mais apurada dessas definies. Na 2a edio, com base em

  • 3

    propostas e experincia de uso do sistema, algumas modificaes foram

    introduzidas.

    As classes do 1 nvel categrico (ordens) esto em ordem alfabtica no

    captulo 3 (Conceito e Definio das Classes de 1o Nvel) e do captulo 5 ao 17.

    Nos captulos 3 e 18 constam, temporariamente, critrios e atributos

    taxionmicos para definio de classes do 5 nvel categrico (famlias) e de 6

    nvel categrico (sries), em processo de discusso e at o momento sem

    avanos relevantes.

    A maioria dos apndices foi mantida de acordo com a 1 edio, mas

    alguns foram atualizados, tais como, simbologia das classes, padronizao das

    cores para mapas de solos com opes de utilizao do sistema Pantone, CMYK

    e RGB e HSV para ArcView (at o 2o nvel categrico), correlao entre classes

    dos sistemas de classificao SiBCS, FAO-WRB e Soil Taxonomy.

    So utilizadas as definies e notaes de horizontes e camadas de solo

    de acordo com a EMBRAPA (1988a) e os conhecimentos bsicos de

    caractersticas morfolgicas contidos na Reunio Tcnica de Levantamento de

    Solos (1979) e no Manual de descrio e coleta de solos no campo (Lemos &

    Santos, 1996). Em todo o texto seguiram-se as designaes do sistema

    internacional de medidas, conforme Keys to soil taxonomy (Estados Unidos, 1998).

  • 4

    DEFINIO DE SOLO

    O solo que classificamos uma coleo de corpos naturais, constitudos

    por partes slidas, lquidas e gasosas, tridimensionais, dinmicos, formados por

    materiais minerais e orgnicos que ocupam a maior parte do manto superficial das

    extenses continentais do nosso planeta, contm matria viva e podem ser

    vegetados na natureza onde ocorrem e podem, eventualmente, terem sido

    modificados por interferncias antrpicas.

    Quando examinados a partir da superfcie consistem de sees

    aproximadamente paralelas - denominadas horizontes ou camadas - que se

    distinguem do material de origem inicial, como resultado de adies, perdas,

    translocaes e transformaes de energia e matria.

    As alteraes pedolgicas de que so dotados os materiais do solo

    revelam contraste com o substrato rochoso ou seu resduo pouco alterado,

    expressando diferenciao pedolgica em relao aos materiais pr-existentes.

    O solo tem como limite superior a atmosfera. Os limites laterais so os

    contatos com corpos dgua superficiais, rochas, gelo, reas com coberturas de

    materiais detrticos inconsolidados, aterros ou com terrenos sob espelhos dgua

    permanentes. O limite inferior do solo difcil de ser definido. O solo passa

    gradualmente no seu limite inferior, em profundidade, para rocha dura ou materiais

    saprolticos que no apresentam sinais de atividades animal, vegetal ou outras

    indicaes da presena de atividade biolgica. O material subjacente (no-solo)

    contrasta com o solo, pelo decrscimo ntido de constituintes orgnicos,

    decrscimo de alterao e decomposio dos constituintes minerais, enfim, pelo

    predomnio de propriedades mais relacionadas ao substrato rochoso ou ao

    material de origem no consolidado.

  • 5

    A unidade bsica de estudo do Sistema Brasileiro de Classificao o

    perfil de solo que constitui a menor poro da superfcie da terra, apresentando

    trs dimenses e perfazendo um volume mnimo que possibilite estudar a

    variabilidade dos atributos, propriedades e caractersticas dos horizontes ou

    camadas do solo.

    Nas condies de clima tropical mido prevalecentes no Brasil, a

    atividade biolgica e os processos pedogenticos comumente ultrapassam

    profundidades maiores que 200cm. Nestes casos, por questes prticas de

    execuo de trabalhos de campo, principalmente, o limite inferior do solo que

    classificamos arbitrariamente fixado em 200cm, exceto quando:

    a) o horizonte A exceder a 150cm de espessura. Neste caso, o limite

    arbitrado de 300cm; ou

    b) no sequum estiver presente o horizonte E, cuja espessura somada a

    do A seja igual ou maior que 200cm. Neste caso o limite arbitrado

    de 400cm.

  • 6

    CAPTULO 1

    ATRIBUTOS DIAGNSTICOS/OUTROS ATRIBUTOS

  • 7

    ATRIBUTOS DIAGNSTICOS

    MATERIAL ORGNICO

    aquele constitudo por materiais orgnicos, originrios de resduos vegetais em diferentes estgios de decomposio, fragmentos de carvo finamente divididos, substncias hmicas, biomassa meso e microbiana, e outros compostos orgnicos naturalmente presentes no solo, os quais podem estar associados a material mineral em propores variveis. O contedo de constituintes orgnicos impe preponderncia de suas propriedades sobre os constituintes minerais. O material do solo ser considerado como orgnico quando o teor de carbono for igual ou maior que 80 g/kg, avaliado na frao TFSA, tendo por base valores de determinao analtica conforme mtodo adotado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Solos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria - Embrapa Solos (ver Apndice E).

    MATERIAL MINERAL

    aquele formado, predominantemente, por compostos inorgnicos,

    em vrios estgios de intemperismo. O material do solo considerado material

    mineral quando no satisfizer o requisito exigido para material orgnico (item

    anterior).

    Critrio derivado de Estados Unidos (1975) e FAO (1974).

  • 8

    ATIVIDADE DA FRAO ARGILA

    Refere-se capacidade de troca de ctions3 correspondente frao

    argila, calculada pela expresso: T x 1000/g.kg--1

    de argila. Atividade alta (Ta)

    designa valor igual ou superior a 27 cmolc/kg de argila, sem correo para carbono

    e atividade baixa (Tb), valor inferior a 27 cmolc/kg de argila, sem correo para

    carbono. Este critrio no se aplica aos solos das classes texturais areia e areia

    franca.

    Para distino de classes por este critrio, considerada a atividade

    da frao argila no horizonte B, ou no C, quando no existe B.

    Critrio derivado de Estados Unidos (1975).

    SATURAO POR BASES4

    Refere-se proporo (taxa percentual, V%=100. S/T) de ctions

    bsicos trocveis em relao capacidade de troca determinada a pH7. A

    expresso alta saturao se aplica a solos com saturao por bases igual ou

    superior a 50% (Eutrfico) e baixa saturao para valores inferiores a 50%

    (Distrfico). Utiliza-se, ainda, o valor de V 65% para identificao do horizonte A

    chernozmico.

    Para a distino entre classes de solos por este critrio considerada

    a saturao por bases no horizonte diagnstico subsuperficial (B ou C). Na

    ausncia destes horizontes a aplicao do critrio definida para cada classe

    especfica.

    3 Obtida segundo metodologia da Embrapa Solos - pela soma das bases e H+ + Al3+ extraveis com

    Ca(OAc)2 1N pH7 - no corresponde aos valores determinados pela metodologia do Natural Resources Conservation Service(antigo Soil Conservation Service) dos Estados Unidos.

    4 Calculada segundo metodologia da Embrapa Solos (ver Apndice H)

  • 9

    CARTER CRICO

    Refere-se soma de bases trocveis (Ca2+

    , Mg2+

    , K+ e Na

    +) mais

    alumnio extravel por KCl 1mol. L-1

    (Al3+

    ) em quantidade igual ou inferior a 1,5

    cmolc/kg de argila e que preencha pelo menos uma das seguintes condies:

    pH KCl 1mol. L-1

    igual ou superior a 5,0; ou

    pH positivo ou nulo (pH = pH KCl pH H2O)

    Critrio derivado de FAO (1994) e Estados Unidos (1994).

    CARTER ALUMNICO

    Refere-se condio em que o solo se encontra em estado

    dessaturado e caracterizado por teor de alumnio extravel 4 cmolc/kg de solo

    associado atividade de argila < 20 cmolc/kg de argila, alm de apresentar

    saturao por alumnio [100 Al+3

    /(S + Al+3

    )] 50% e/ou saturao por bases (V% =

    100 S/T) < 50%.

    Para a distino de solos mediante este critrio considerado o teor

    de alumnio extravel no horizonte B ou o horizonte C na ausncia de B.

    CARTER ALTICO

    Refere-se condio em que o solo se encontra dessaturado e

    apresenta teor de alumnio extravel 4 cmolc/kg de solo, associado atividade de

    argila 20 cmolc/kg de argila e saturao por alumnio [100 Al+3

    /(S + Al+3

    )] 50%

    e/ou saturao por bases (V% = 100 S/T) < 50%.

    Para a distino de solos mediante este critrio considerado o teor

    de alumnio extravel no horizonte B ou o horizonte C quando o solo no tem B, ou

    no horizonte A quando o solo apresenta seqncia A, R.

  • 10

    CARTER UTRICO

    Usado para distinguir solos que apresentam pH (em H2O) 5,7, conjugado com

    valor S (soma de bases) 2,0 cmolc/kg de solo dentro da seo de controle que defina a classe.

    CARTER SDICO

    O carter sdico usado para distinguir horizontes ou camadas que

    apresentem saturao por sdio (100Na+/T) 15%, em alguma parte da seo de

    controle que defina a classe.

    Critrio derivado de Estados Unidos (1954).

    CARTER SOLDICO

    O carter soldico usado para distinguir horizontes ou camadas que

    apresentem saturao por sdio (100Na+/T) variando de 6% a < 15%, em alguma

    parte da seo de controle que defina a classe.

    Critrio derivado de FAO (1974).

    CARTER SALINO5

    Propriedade referente presena de sais mais solveis em gua fria

    que o sulfato de clcio (gesso), em quantidade que interfere no desenvolvimento

    5 Carter salino e slico saliente-se que s a condutividade eltrica no suficiente para determinar a presena ou no desses caracteres; h necessidade de se analisar os sais solveis presentes, pois,

    horizonte sulfrico pode apresentar valores 4,0 e 3,5 dS/m, devido ao H2SO4 (H+) como ocorreu em

    determinados solos da Usina Coruripe em Alagoas.

  • 11

    da maioria das culturas, indicada por condutividade eltrica do extrato de

    saturao igual ou maior que 4dS/m e menor que 7dS/m (a 25 C), em alguma

    poca do ano.

    Critrio derivado de Estados Unidos (1951; 1954).

    CARTER SLICO3

    Propriedade referente presena de sais mais solveis em gua fria

    que o sulfato de clcio (gesso), em quantidade txica maioria das culturas,

    indicada por condutividade eltrica no extrato de saturao maior que ou igual a

    7dS/m (a 25 C), em alguma poca do ano.

    CARTER CARBONTICO

    Propriedade referente presena de 150g/kg de solo ou mais de

    CaCO3 equivalente sob qualquer forma de segregao, inclusive concrees,

    desde que no satisfaa os requisitos estabelecidos para horizonte clcico.

    Critrio derivado de Estados Unidos (1975).

    CARTER COM CARBONATO

    Propriedade referente presena de CaCO3 equivalente sob

    qualquer forma de segregao, inclusive concrees, igual ou superior a 50g/kg

    de solo e inferior a 150g/kg de solo; esta propriedade discrimina solos sem carter

    carbontico, mas que possuem horizonte com CaCO3.

    Critrio conforme o suplemento do Soil Survey Manual (Estados Unidos, 1951)

  • 12

    MUDANA TEXTURAL ABRUPTA

    Mudana textural abrupta consiste em um considervel aumento no

    teor de argila dentro de pequena distncia na zona de transio entre o horizonte

    A ou E e o horizonte subjacente B. Quando o horizonte A ou E tiver menos que

    200g de argila/kg de solo, o teor de argila do horizonte subjacente B, determinado

    em uma distncia vertical 7,5cm, deve ser pelo menos o dobro do contedo do

    horizonte A ou E. Quando o horizonte A ou E tiver 200g/kg de solo ou mais de

    argila, o incremento de argila no horizonte subjacente B, determinado em uma

    distncia vertical 7,5cm, deve ser pelo menos de 200g/kg a mais em valor

    absoluto na frao terra fina (por exemplo: de 300g/kg para 500g/kg, de 220g/kg

    para 420g/kg).

    Critrio derivado de FAO (1974).

    CARTER FLVICO

    Usado para solos formados sob forte influncia de sedimentos de natureza aluvionar, que apresentam um dos seguintes requisitos:

    1) distribuio irreguar (errtica) do contedo de carbono orgnico em profundidade, no relacionada a processos pedogenticos; e/ou 2) camadas estratificadas em 25% ou mais do volume do solo.

    PLINTITA

    uma formao constituda da mistura de material de argila, pobre

    em carbono orgnico e rica em ferro, ou ferro e alumnio, com gros de quartzo e

    outros minerais. Ocorre comumente sob a forma de mosqueados vermelhos,

    vermelho-amarelados e vermelho-escuros, com padres usualmente laminares,

    poligonais ou reticulados. Quanto gnese, a plintita se forma pela segregao de

    ferro, importando em mobilizao, transporte e concentrao final dos compostos

    de ferro, que pode se processar em qualquer solo onde o teor de ferro for

  • 13

    suficiente para permitir a segregao do mesmo, sob a forma de manchas

    vermelhas brandas.

    A plintita no endurece irreversivelmente como resultado de um nico

    ciclo de umedecimento e secagem. No solo mido a plintita suficientemente

    macia, podendo ser cortada com a p.

    A plintita um corpo distinto de material rico em xido de ferro, e

    pode ser separada dos ndulos ou concrees ferruginosas consolidadas

    (petroplintita) que so extremamente firmes ou extremamente duras, sendo que a

    plintita firme quando mida e dura ou muito dura quando seca, tendo dimetro >

    2mm e podendo ser separada da matriz do solo, isto , do material envolvente. Ela

    suporta amassamento e rolamento moderado entre o polegar e o indicador,

    podendo ser quebrada com a mo. A plintita quando submersa em gua, por

    espao de duas horas, no esboroa, mesmo submetida a suaves agitaes

    peridicas, mas pode ser quebrada ou amassada aps ter sido submersa em gua

    por mais de duas horas.

    As cores da plintita variam nos matizes 10R e 7,5YR, estando

    comumente associadas a mosqueados que no so considerados como plintita,

    como os bruno-amarelados, vermelho-amarelados ou corpos que so quebradios

    ou friveis ou firmes, mas desintegram-se quando pressionados pelo polegar e o

    indicador, e esboroam na gua.

    A plintita pode ocorrer em forma laminar, nodular, esferoidal ou

    irregular.

    Critrio derivado de Estados Unidos (1975) e Daniels et al. (1978).

    PETROPLINTITA

    Material normalmente proveniente da plintita, que aps ciclos de umedecimento seguido de ressecamento acentuado, sofre consolidao vigorosa, dando lugar formao de ndulos ou de concrees ferruginosas (ironstone, concrees laterticas, canga, tapanhoacanga) de dimenses e formas variadas

  • 14

    (laminar, nodular, esferoidal ou em forma alongada arranjada na vertical ou irregular) individualizadas ou aglomeradas.

    Critrio derivado de Sys (1967) e Daniels et al. (1978).

    CARTER PLNTICO

    Usado para distinguir solos que apresentam plintita em quantidade ou espessura insuficientes para caracterizar horizonte plntico em um ou mais horizontes, em algum ponto da seo de controle que defina a classe. requerida plintita em quantidade mnima de 5 % por volume.

    CARTER CONCRECIONRIO

    Termo usado para definir solos que apresentam petroplintita na forma de ndulos ou concrees em um ou mais horizontes dentro da seo de controle que defina a classe em quantidade e/ou espessura insuficientes para caracterizar horizonte concrecionrio. requerida petroplintita em quantidade mnima de 5 % por volume.

    CARTER LITOPLNTICO

    Usado para definir solos que apresentam petroplintita na forma contnua e consolidada em um ou mais horizontes em algum ponto da seo de controle que defina a classe, cuja espessura do material ferruginoso insuficiente para caracterizar horizonte litoplntico.

  • 15

    CARTER ARGILVICO

    Usado para distinguir solos que tm concentrao de argila no horizonte B, expressa por gradiente textural (B/A) igual ou maior que 1,4 e/ou iluviao de argila evidenciada pela presena de cerosidade moderada ou forte e/ou presena no sequum de horizonte E sobrejacente a horizonte B (no espdico), dentro da seo de controle que defina a classe.

    CARTER PLNICO

    Usado para distinguir solos intermedirios com Planossolos, ou seja,

    com horizonte adensado e permeabilidade lenta ou muito lenta, cores

    acinzentadas ou escurecidas, neutras ou prximo delas, ou com mosqueados de

    reduo que no satisfazem os requisitos para horizonte plnico e que ocorram

    em toda a extenso do horizonte, excluindo-se horizonte com carter plntico.

    CARTER COESO

    Usado para distinguir solos com horizontes pedogenticos subsuperficiais adensados, muito resistentes penetrao da faca e muito duros a extremamente duros quando secos, passando a friveis ou firmes quando midos. Uma amostra mida quando submetida compresso, deforma-se lentamente, ao contrrio do fragip, que apresenta quebradicidade (desintegrao em fragmentos menores). Estes horizontes so de textura mdia, argilosa ou muito argilosa e, em condies naturais, so geralmente macios ou com tendncia a formao de blocos. O carater coeso comumente observado nos horizontes transicionais AB e, ou, BA, entre 30 cm e 70 cm da superfcie do solo, podendo prolongar-se at o Bw ou coincidir com o Bt, no todo ou em parte. Uma amostra de horizonte coeso, quando seco, desmancha-se ao ser imersa em gua.

    Critrio derivado de Jacomine (2001), Ribeiro (2001) e Santos et al. (2005)

  • 16

    CARTER DRICO

    Utilizado para caracterizar solos que apresentam cimentao forte em um ou mais horizontes dentro da seo de controle que defina a classe, incluindo-se solos com presena de durip, ortstein e outros horizontes com cimentao forte que no se enquadrem na definio de horizontes litoplntico, concrecionrio e petroclcico.

    CARTER VRTICO

    Presena de slickensides (superfcies de frico), fendas, ou estruturas cuneiforme e/ou paralepipdica, em quantidade e expresso insuficientes para caracterizar horizonte vrtico.

    SUPERFCIES DE FRICO (SLICKENSIDES)

    Superfcies alisadas e lustrosas, apresentando na maioria das vezes

    estriamento marcante, produzido pelo deslizamento e atrito da massa do solo

    causados por movimentao devido forte expansibilidade do material argiloso

    por umedecimento. So superfcies tipicamente inclinadas, em relao ao prumo

    dos perfis.

    Critrio conforme Estados Unidos (1975) e Santos et al. (2005).

    CONTATO LTICO

    Refere-se presena de material mineral extremamente resistente

    subjacente ao solo (exclusive horizontes petroclcico, litoplntico, concrecionrio,

    durip e fragip), cuja consistncia de tal ordem que mesmo quando molhado

    torna a escavao com a p reta impraticvel ou muito difcil e impede o livre

    crescimento do sistema radicular e circulao da gua, que limitado s fraturas e

  • 17

    diclases que por ventura ocorram. Tais materiais so representados pela rocha

    s e por rochas pouco ou medianamente alteradas (R), de qualquer natureza

    (gneas, metamrficas ou sedimentares), ou por rochas fraca a moderadamente

    alteradas (RCr, CrR).

    Este conceito ainda carece de detalhamento para melhor definio,

    quando aplicado a material de rocha fracamente alterado, rochas sedimentares, e

    algumas metamrficas, que apr