sistema comando em operações copa 2014

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1 Escola Superior Dom Helder Cmara Cristiano Petres Gonalves Rbula

A VIABILIDADE DE USO DO SISTEMA DE COMANDO EM OPERAES NAS AES DE SEGURANA PBLICA PARA A COPA DO MUNDO FIFA 2014Tema Monogrfico: Integrao das Instituies de Segurana Pblica no Brasil

Belo Horizonte 2010

2 Cristiano Petres Gonalves Rbula

A VIABILIDADE DE USO DO SISTEMA DE COMANDO EM OPERAES NAS AES DE SEGURANA PBLICA PARA A COPA DO MUNDO FIFA 2014

Artigo apresentado ao curso de ps-graduao lato sensu em Segurana Pblica e Complexidade da Escola Superior Dom Helder Cmara, integrando a RENAESP (Rede Nacional de Altos Estudos em Segurana Pblica), SENASP (Secretaria Nacional de Segurana Pblica). Orientador: Prof. Ms. Jsus Trindade Barreto Junior.

A orientao e a participao na avaliao deste trabalho no implicam em vinculao necessria dos professores envolvidos ao contedo expresso neste trabalho.

Belo Horizonte 2010

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A VIABILIDADE DE USO DO SISTEMA DE COMANDO EM OPERAES NAS AES DE SEGURANA PBLICA PARA A COPA DO MUNDO FIFA 2014Cristiano Petres Gonalves Rbula

Artigo submetido ao curso de ps-graduao lato sensu em Segurana Pblica e Complexidade da Escola Superior Dom Helder Cmara como requisito parcial titulao. Aprovado por:

________________________________________________ Prof. Ms. Jsus Trindade Barreto Junior.

________________________________________________ Professor/a

________________________________________________ Professor/a

Belo Horizonte 2010

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AGRADECIMENTOSDedico este trabalho, s pessoas a quem amo e respeito, minha famlia e amada Cristiane; aos meus pais Jos Gonalves e Elizabeth Duque e a meus irmos Max, Joanathas, Isabella, Dany e Fabiana que me inspiraram pela busca do conhecimento; Aos companheiros de jornada da Guarda Municipal de Belo Horizonte, Alunos da Ps Graduao, da Defesa Civil de Belo Horizonte, sobretudo o Coordenador Municipal Sr. Dr. Elmar da Silva Lacerda que incentivou a minha participao e concluso deste Curso; E principalmente a Escola Dom Helder, em especial ao Prof. Ms. Jsus, a SENASP Secretaria Nacional de Segurana Pblica, que proporcionou aos profissionais da Segurana Pblica a possibilidade de se especializarem e ainda atravs do conhecimento e atitudes transformar a sociedade para um modelo de justia e paz.

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RESUMOEste artigo tem como objetivo de realizar estudos e confirmar a viabilidade do uso do Sistema de Comando em Operaes (SCO), sobretudo nos eventos que ocorrero no Brasil em 2014, que a Copa do Mundo FIFA. Os estudos desdobram-se em etapas, tendo por escopoanalisar o cenrio atual de integrao dos atores que estaro envolvidos com evento, trazer a dinmica sistmica e verificar sua aplicabilidade em eventos de Segurana Pblica, tendo em vista as mltiplas agncias de diversas esferas governamentais e privadas. Mostrando que com a instalao pelas autoridades os rgos envolvidos mantero sua autonomia, porm com um objetivo comum e todos voltados na resoluo de situaes-problemas e com uma linguagem clara e precisa. Sendo proporcionado com os estudos

uma inovao no contexto da segurana pblica e

administrao pblica, o uso do sistema j foi utilizado em situaes adversas no mbito da Defesa Civil no Brasil e resolues de alta complexidade nos Estados Unidos da Amrica, tais como ataque de 11 de Setembro e grandes incndios florestais. Assim o poder pblico atravs de uma ferramenta gerencial e sistmica poder aplic-la no evento de alta complexidade que a Copa do Mundo 2014, com objetivos de que sejam apresentados resultados positivos nas aes.

Palavras-chave: Sistema de Comando em Operaes, segurana pblica, planejamento interinstitucional de operaes em defesa social, Copa do Mundo.

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ABSTRACTThis article aims to conduct studies and confirm the feasibility of using the System Command Operations (SCO), especially in events that take place in Brazil in 2014, the FIFA World Cup. Studies unfold in stages, with the purpose to analyze the current status of integration of the actors who will be involved with the event, bring the system dynamics and their applicability in events of public security, in view of the multiple agencies in various spheres of government and private. Showing that with the installation by the participating agencies will maintain their autonomy, but with a common goal and all focused on solving problems and situations, with a clear and precise language. As with the studies provided an innovation in the context of public safety and public administration, the use of the system was used in adverse situations in the Civil Defense in Brazil, and high-complexity in the United States of America, such as 11 attack and large forest fires in September. Thus the public through a systematic management tool and can apply it in the event of high complexity that is the 2014 World Cup, with goals that are presented in positive actions.

Keywords:

System Command Operations, protection, the World Cup.

public safety,

planning interagency operations in social

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SUMRIO

1 INTRODUO______________________________________________________ 8

2 ADMINISTRAO EFICAZ ENTRE MULTIPLAS AGNCIAS______________ 11

3 CARACTERSTICAS DO SCO _________________________________________ 13

4 INTEGRAO, UMA NECESSIDADE __________________________________ 20

5 AS DIFICULDADES NA INTEGRAO ENTRE FORAS DE SEGURANA_

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6 CONCLUSES______________________________________________________ 27 7 GLOSSRIO________________________________________________________ 29

8 ANEXOS___________________________________________________________ 30

9 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS_____________________________________ 34

8 1 INTRODUO

Este trabalho monogrfico resultado final do Curso de Ps-Graduao lato sensu em Segurana Pblica e Complexidade, promovido pela Escola Superior Dom Helder Cmara, integrando a RENAESP (Rede Nacional de Altos Estudos em Segurana Pblica), sob acompanhamento e financiamento da SENASP (Secretaria Nacional de Segurana Pblica) Ministrio da Justia; a partir de convnio celebrado em 2007, e pretende realizar estudos sobre

uma metodologia bastante empregada no campo da Segurana Pblica, Defesa Civil e Defesa Social. Esta metodologia intitula-se Sistema de Comando em Operaes (SCO), sigla em ingls que significa ICS (veja glossrio no final deste artigo) podendo ser traduzida, em portugus por Sistema de Comando em Incidentes. Objetiva, assim, cogitar de sua aplicao especialmente em virtude da aproximao de dois grandes eventos que ocorrero nos anos de 2014 e 2016, a Copa do Mundo de Futebol e Olimpadas. Sendo enfatizado que possvel desenvolver uma poltica e mecanismos de controle e gesto eficaz, j que os diversos rgos envolvidos no evento so de esferas federais, estaduais e municipais e at privados. O uso deste instrumento dispe de mecanismos que podem dar uma resposta em tempo real a todas as possibilidades de um evento de magnitude mundial, onde o respeito s leis, interesses econmicos, religiosos e polticos podem influenciar nas aes de segurana pblica que transpassam as ocorrncias convencionais do Brasil. As complexidades em que a segurana pblica atuar transcendem as diversas reas da sociedade, podendo ser a nvel local, regional e global. As propostas para o artigo partem da premissa sobre a funcionalidade do Sistema de Comando de Operaes, podendo resultar em respostas positivas, sobretudo as articulaes dos agentes da segurana pblica e suas instituies nas diversas esferas do poderes Federal, Estadual e Municipal, sobretudo nas 12 cidades sedes do evento (Belo Horizonte, Braslia, Cuiab, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador). A ferramenta proposta possui uma concepo sistmica, caracterizada por um planejamento prvio e especifico para diferentes cenrios. Propondo o uso sistmico ao abordar a complexidade das operaes de resposta, e as situaes que podem se considerar

9 crticas. Ou seja, o planejamento e as respostas a demanda do evento partem de um entendimento integral da realidade por meios de fluxos sucessivos de aes (planejamento, organizao e controle), contrapondo as aes desenvolvidas, determinadas atravs de causa e efeito. Este planejamento perpassa pela necessidade de que sejam criados e efetivados junto as agncias (rgos de segurana e apoio) que atuaram no evento Copa do Mundo 2014 os planos de contingncias. Em pesquisas realizadas pela internet, imprensa e governo federal, foi verificado que ainda no existe uma ferramenta ou modelo a seguir nas cidades sedes da copa, sendo que de acordo com Ministrio da Justia, sero criados os centros de Comando e Controle, a serem construdos pelos Estados e equipados pelo governo federal. Tal recurso foi baseado no evento da frica do Sul em 2010, sendo que de acordo com a pgina eletrnica do gestor da Copa relata que muitas coisas ocorreram de ltima hora, como a greve da segurana privada e se no houvesse esses centros de Comando e Controle que puderam remanejar efetivos para os estdios de futebol, provavelmente as coisas no teriam transcorrido de forma to tranqila como ocorreram. O Brasil, atravs do Decreto Federal de 14 de janeiro de 2010 1, instituiu o Comit Gestor para definir, aprovar e supervisionar as aes previstas no Plano Estratgico das aes do governo brasileiro, para a realizao da Copa do Mundo 2014, bem como subscreveu a Carta Garantia n. 5, na qual endossa a proposta da Confederao Brasileira de Futebol e oferece todas as garantias FIFA de que ir implementar as medidas necessrias de segurana e proteo das pessoas e organizaes participantes ou presentes no evento. Ou seja, no podemos deixar para ltima hora para saber o que ser feito, Com um planejamento anterior, utilizando medidas de preveno e preparao, pode-se evitar prejuzos qualidade dos servios prestados a sociedade. Mesmo que haja uma programao ao nvel do estudo proposto, existiro situaes dinmicas e complexas, embora haver menos situaes-problema se nada tivesse sido feito anteriormente.

Oliveira (2010, p.23) destaca que:

A experincia adquirida pelas organizaes de defesa civil e segurana publica aoDecreto de 14 de Janeiro de 2010 Institui o Comit Gestor para definir, aprovar e supervisionar as aes previstas no Plano Estratgico das Aes do Governo Brasileiro para a realizao da Copa do Mundo FIFA 2014, e d outras providncias. (CGCOPA - Comit Gestor da Copa; e GECOPA Grupo Executivo da Copa) 1

10longo dos ltimos anos, indica que entre os vrios problemas encontrados na implementao das aes de resposta aos desastres, questes relacionadas ao comando e controle das operaes constituem-se num ponto altamente relevante, que quase sempre representa o elo fraco de muitas intervenes

A implantao do sistema poder trazer resultados positivos no desenvolvimento dos trabalhos inerentes segurana pblica, pois sua concepo e desenvolvimento podero contribuir de forma a um gerenciamento padronizado para situaes de qualquer natureza ou tamanho, permitindo ainda diversas organizaes se integrarem rapidamente, bem como agrega valor a operao, evitando conflitos de instituies, duplicao de esforos.

O SCO no Brasil foi desenvolvido a partir das experincias e modelos norteamericanos, e de acordo com OLIVEIRA (2010, p.26) destacam-se os modelos conhecidos como: * Sistema de Coordenao de Operaes de Emergncia SICOE. * Sistema Integrado de Comando e Operaes de Emergncia SICOE da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Estado do Paran; * Sistema de Comando em Incidentes SCI, em franca utilizao no Estado do Rio de Janeiro e Braslia; * Sistema de Comando em Incidentes utilizado e disseminado pela Secretaria Nacional de Segurana Pblica SENASP; * Sistema de Comando em Incidentes utilizado pelo Ministrio do Meio Ambiente, baseado no padro NIMS. * Sistema de Comando em Operaes utilizado pela Defesa Civil do Estado de Santa Catarina e apoiado pelo Centro de Pesquisas em Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina, tambm utilizado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Esprito Santo. A ferramenta encontrar desafios na articulao e padronizao entre as foras de segurana pblica, entretanto, com a gesto integrada de operaes e pronta resposta a incidentes crticos de segurana pblica, modelos lgicos de operaes, ferramentas de inteligncia e recursos tecnolgicos modernos, sero capazes de prover uma imagem fiel em tempo real do evento, estando ainda capacitados a atender as demandas de acordo com os planos de aes e contingncias a serem articulados durante a fase de preparao aos eventos que ocorrero no Brasil.

11 2 ADMINISTRAO EFICAZ ENTRE MULTIPLAS AGNCIAS

Oliveira (2008, p.75) afirma atravs de anlise que o SCO preserva a autonomia das agncias participantes, mantendo a integrao dos rgos, utiliza-se da administrao por objetivos com uso de Plano de Ao e que caso seja necessrio realiza a transferncia de Comando, podendo ainda realizar um gerenciamento eficaz dos recursos humanos e

logsticos, realizar a administrao da operao atravs de instalaes em locais pr-definidos e utilizao de formulrios padronizados do uso de formulrios padronizados.

O gerenciamento e articulaes previstos no SCO esto baseada em uma linha de administrao denominada Administrao por Objetivos (APO). Tendo por base elementar o estabelecimento de prioridades e objetivos comuns, de forma clara, concisa e mensurvel, buscando sempre articular os recursos e esforos, bem como a acompanhar a evoluo da operao.

O marco terico esta baseado no sucesso percebido pelos rgos de emergncia dos Estados Unidos aps ataque de Terroristas em 11 de setembro de 2001 s Torres Gmeas e ao Sistema de Aviao Civil 2. Ficou determinado o estabelecimento do Sistema Nacional de Gerenciamento de Emergncias nos EUA e do Sistema de Comando de Incidentes ICS como o Sistema a ser oficialmente utilizado para o gerenciamento de emergncias e desastres em territrio norteamericano, independente da causa, magnitude ou complexidade do evento. (BRASIL, 2007, p. 16).

De acordo com Gomes Junior (2009, p3-5), a origem e o desenvolvimento do SCO pode ser dividida em trs etapas distintas, ou seja: sua origem, na dcada de 70 nos EUA, sua consolidao e, finalmente, a criao do National Incident Management System ou NIMS.

Com a perspectiva para uma melhor resposta por parte da segurana pblica a integrao j uma necessidade dos rgos de segurana pblica, pois as ocorrncias soAps os ataques terroristas em 11 de setembro 2001, o presidente americano George W. Bush expediu, no dia 28 de fevereiro de 2003, a Diretiva Presidencial de n 5 (HPSPD 5 Homeland Security Presidencial Directive n 5), Diretiva essa que instituiu o SCI (SCO) Sistema de Comando de Incidentes no gerenciamento de emergncias.2

12 complexas, havendo quase sempre necessidade de apoio de outras instituies dependendo do caso. Sendo que o mecanismo proposto pela integrao uma melhor resposta para a sociedade.

Megginson, Mosley e Pietri Junior (1986, p.17), ampliando o conceito, ressaltam que em sua definio funcional a administrao como trabalhar as pessoas para determinar, interpretar e alcanar os objetivos organizacionais pelo desempenho das funes de planejamento, organizao, preenchimento de vagas, direo e controle.

De acordo com Santos (1988 p.121) A influncia das tcnicas sobre o comportamento humano afeta as maneiras de pensar, sugerindo uma economia de pensamento adaptado a lgica do instrumento.

Neste sentido verifica-se a misso do Estado em prover um mecanismo capaz de apresentar respostas s demandas atuais do mundo globalizado e eventos globais como a Copa do Mundo.

Para o funcionamento eficaz do sistema proposto, levando-se em conta os planos de contingncia, buscando uma reposta mais eficaz, faz-se necessrio que exista um treinamento prvio, atravs de treinamentos e simulaes, ficando assim as agncias e pessoas envolvidas familiarizadas com suas obrigaes, sanando dvidas e agregando melhorias e adaptaes do fluxo do servio.

As aes integradas que o Sistema de Comando de Operaes proporciona um fator preponderante em relao ao contexto em que a segurana pblica e demais rgos de apoio trabalham.

Ou seja, o SCO de acordo com a Defesa Civil do Brasil (BRASIL, 2007, p. 23) Uma ferramenta de gerenciamento de incidentes padronizada, para todos os tipos de sinistros, que permite a seu usurio adotar uma estrutura organizacional integrada para suprir as complexidades e demandas de incidentes nicos ou mltiplos, independente das barreiras jurisdicionais.

13 3 - CARACTERSTICAS DO SCO

Tais caractersticas do Sistema de Comando em Operaes indicam uma forma eficaz de gerenciamento e controle da situao, e j foi consolidada por foras de segurana pblica estrangeiras e brasileiras, sendo utilizadas por rgos de Defesa Civil do Brasil, sobretudo na CEDEC/MG, indicando ainda as razes para a criao do SCO, sendo que atravs dos planos de contingncia, formulrios prprios, fluxogramas e atribuies legais dos diversos rgos envolvidos ser descrito os benefcios do SCO.

Gomes (2006, p.47) afirma que:

Pela sua caracterstica, o ICS se prope a ser utilizvel para qualquer composio de incidentes, incluindo incidentes com o envolvimento de: Vrias equipes de uma mesma agncia em uma nica jurisdio; Vrias agncias de uma nica jurisdio; Vrias jurisdies de uma mesma agncia; Vrias jurisdies de vrias agncias. Alm disso, adequado para a resposta a incidentes envolvendo diversos tipos de incidentes: Incndios, tanto florestais como estruturais; Desastres naturais, como tornados, enchentes, furaces e terremotos; Emergncias com vazamento de produtos perigosos; Misses de busca e salvamento; Represso a aes criminosas e investigao da cena de crimes; Incidentes terroristas, incluindo o uso de armas de destruio em massa; Eventos especiais como visitas presidenciais e finais de campeonato; e Eventos envolvendo multides como manifestaes e passeatas. Finalmente, importante destacar que o ICS pode ser utilizado em operaes com diferentes graus de planejamento prvio.

De acordo com Brasil (2010 p. 39) o SCO afirma que a pessoa que assuma o Comando o responsvel pelas operaes como um todo, e para facilitar os trabalhos operacionais, a estrutura organizacional padronizada representada por um fluxograma em que so representadas as principais funes, devendo ser inserido os nomes das pessoas ao lado das funes, assim pode-se identificar quem no contexto das operaes e o que faz.

O fluxograma explicativo apresenta as caractersticas e funcionalidades, sendo caracterizado

14 por:

Staff do Comando Comando

Segurana Porta-voz

COMANDOLigaes Secretrio

Staff do Principal Controlador

OPERAES

LOGSTICA

PLANEJAMENTO

ADMINISTRAO

Seo Policial Seo BombeiroSeo Atendimento Seo Evacuao

Setor Norte Setor Sul Setor Central Setor Acessos

Comunicao Mdico Alimentao Reabilitao Suprimento Instalaes

Recursos Situao Documentao Desmobilizao Tcnico

Emprego Compras Custos

Sees e Setores

Seo Abrigos Seo Obras Suporte

Segundo Oliveira (2010, p.28) o SCO possui 15 caractersticas bsicas respectivamente:

Emprego de terminologia comum: sendo que o emprego de terminologia comum visa facilitar a comunicao entre as pessoas e as organizaes envolvidas na operao. Evitando assim uso de grias/cdigos e expresses que possam dar margem a interpretaes inadequadas ou falta de compreenso da mensagem.

Uso de formulrios padronizados: O uso de formulrios pr-estabelecidos visa a padronizao e informao/registros dos recursos. Consolidado com os planos de ao tal ferramenta contempla os canais de comunicao vertical e horizontal do SCO (ver anexos).

Estabelecimento e transferncia formal de comando: Um dos problemas para a integrao de esforos entre as agncias e pessoas que esto no teatro de operaes e

15 definio de quem comanda. A inexistncia de um comando que integre as aes como um todo permite que as organizaes atuem de forma independente, causando duplicidade de esforos e conflitos institucionais. O comando ser transferido em caso de chegada de uma pessoa mais qualificada do assunto ou atravs de uma autoridade mais graduada que ficar responsvel pelas diretrizes a serem seguidas previamente.

Cadeia e unidade de comando: a linha ininterrupta de autoridade que liga as pessoas dentro do SCO. Essa linha representa o caminho por onde fluem as ordens, orientaes e informaes entre os diferentes nveis organizacionais. Unidade de comando significa que cada indivduo responde a uma pessoa, ou seja, a quem se deve reportar durante toda a operao, sendo que tais preceitos so fundamentais, pois o sucesso nas operaes em situaes crticas est fortemente associado ao trabalho de equipe (sinergia).

Comando nico ou unificado: Podero ser utilizados dois modelos de comando, sendo cada tipo de comando aplicado a uma determinada situao. Assim, quando o termo for comando nico representado por apenas uma pessoa, da sua organizao em um evento que apenas ela esta participando, sendo responsvel por todas as necessidades do servio. J o comando unificado, usado em respostas a situaes criticas quando existem representantes de vrias instituies envolvidas na situao crtica, e atuam de forma a partir de estabelecimentos de objetivos e prioridades comuns.

Organizao modular e flexvel: O SCO utiliza estrutura organizacional padronizada (Comando, Staff de Comando e Staff Geral ), e flexvel na sua implementao. Somente as funes necessrias que so ativadas, caso ainda no seja necessrio, no ativada, tudo com objetivos comuns. Administrao por objetivos: Esta caracterstica trabalha em objetivos j previstos e claramente definidos. Nas palavras de Drucker (2002, p. 307), preciso, desde o inicio, dar nfase ao trabalho de equipe e aos resultados obtidos por esse esforo em conjunto.

Uso de planos de ao: As aes so determinadas por planos de ao, que fornece as pessoas e organizaes uma idia geral da situao, dos recursos disponveis, e principalmente dos objetivos e prioridades em perodos operacionais determinados, buscando otimizar os esforos e gerando sinergia. Estes planos de ao, por recomendao, devem ser formais, sobretudo por formulrios (ver anexos).

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Adequada amplitude de controle: Amplitude de controle refere-se ao nmero de pessoas que um superior pode supervisionar pessoalmente, de maneira eficaz e eficiente. Recomenda-se que o um determinado coordenador mantenha sua capacidade gerencial, no devendo ser inferior a trs, nem superior a sete pessoas.

Instalaes e reas padronizadas: Recomendam-se reas e instalaes de trabalho padronizadas, sendo as principais instalaes (espaos fsicos, moveis ou fixos) so: Posto de Comando: representa o Comando da Operao; Base de Apoio: onde se realiza as atividades logsticas; acampamento: onde ficam os recursos humanos da operao; Centro de Informaes ao Pblico: local para atendimento a imprensa/mdia; Helibases e Helipontos: locais onde ficam alocados os recursos de abastecimento, estacionamento e

embarque/desembarque de aeronaves; rea de Concentrao de Vtimas: locais onde vtimas so identificadas e encaminhadas a atendimento medico inicial antes de irem se for o caso para um hospital especializado; Estabelecimentos de Zonas Quentes, Morna e Fria que representam restrio de acessos e riscos.

Gerenciamento integrado dos recursos: A ferramenta orienta que todos os recursos empregados na operao sejam gerenciados de forma integrada, sendo que eles estaro disponveis em uma rea determinada como rea de espera, estes recursos so cadastrados e relacionados sua situao, se est mobilizado, disponvel, indisponvel, designado ou desmobilizado, sendo tais recursos submetidos ao controlador ligado ao staff de comando. O controle destes recursos so agrupados em categorias de recursos operacionais (ex: helicptero e tripulao, ambulncia, esquadro anti bombas) e recursos logsticos (alimentao, equipamentos comunicao, gps, combustvel). Os recursos disponibilizados so divididos em:

1 - Fora Tarefa: a combinao de diferentes recursos nicos, constitudas com tarefas tticas especficas, tais como a combinao de viaturas de combate a incndio, helicpteros (de diferentes rgos) e veculos de transportes de pessoas e pessoas com objetivo, por exemplo, apagar um incndio florestal. 2 - Equipe de interveno: a combinao de diferentes recursos nicos do mesmo tipo, agrupados par uma tarefa ttica especifica sob a interveno de um lder ou responsvel, por exemplo, resgatar pessoas seqestradas em cativeiro.

17 3 - Recurso nico: e o equipamento somado ao seu complemento em pessoal para emprego ttico em uma operao sob a superviso de um responsvel (exemplo uma ambulncia dos Bombeiros com seus socorristas e motorista)

Gerenciamento integrado de informaes e comunicaes: A rede de comunicaes fundamental para o sucesso das operaes, pois possvel comunicar-se com diferentes organizaes, comando e assessoria (staff); uma rede ttica, que integra as comunicaes entre pessoas e equipes subordinada ao coordenador de operaes; uma rede administrativa, que integra as comunicaes no operacionais entre o comando e rgos externos que esto cooperando com o Comando, possuindo tambm uma rede logstica que trata de assuntos de suprimentos, servios e instalaes, e finalmente uma rede de operaes areas (aeronaves), que integram as comunicaes usadas no durante o evento.

Gerenciamento integrado de informaes e inteligncia: Neste caso usa-se o formulrio 201 do SCO, e as informaes de inteligncia so fundamentais nas aes de respostas, pois diminuem a entropia do sistema e produzem sinergia. Nesta caracterstica, dependendo da natureza, complexidade e magnitude do evento, faz necessrio, por exemplo, a coleta de dados de metereologia, assuntos relacionados a greves, necessidade essenciais da sociedade, situaes externas aos pases envolvidos (geopoltica), culturais, acessos restritos a pessoas.

Controle de pessoal: Uma das preocupaes o controle do efetivo empregado na operao, mobilizando o efetivo de forma racional, e com objetivos comuns, mesmo porque em caso de mltiplas agncias podero ter outros agentes trabalhando com o mesmo objetivo final.

Controle da mobilizao/desmobilizao: Dever ter um controle muito criterioso na avaliao da mobilizao e desmobilizao do recurso, levando-se em conta o cenrio de risco e resposta/objetivos alcanados.

GOMES (2006, p.13) levanta hiptese sobre o Incident Command System :

A utilizao dos princpios e padres preconizados pelo ICS em operaes de

18preservao da ordem pblica desenvolvidas no mbito da SSP-SC, quando estas envolvem vrias agncias ou rgos, jurisdies, competncias legais, reas de conhecimento ou mesmo vrias equipes de uma mesma agncia, melhorar a administrao destas operaes?

Tal pergunta pode ser respondida atravs do sucesso apresentados em aes em que a ferramenta foi utilizada em resposta a desastres e ocorrncias de alta complexidade, a funcionalidade esta alicerada nos conceitos de coordenao de situaes crticas, amparados Planos de Aes e Contingncias das agncias envolvidas. Esta previso feita pelo Comando, o Plano de Ao fornece aos rgos, agncias e equipes envolvidas o conhecimento das prioridades e objetivos que devem ser atingidos em um determinado perodo, permitindo a otimizao dos esforos.

Ao ser implantado o SCO, apenas as funes necessrias para alcanar os objetivos so ativadas, neste caso pode haver economia de esforos e recursos. Dessa forma, a estrutura pode ser adaptada a vrias situaes, pois a tarefa designada para uma funo que no foi ativada executada pelo nvel superior at que a complexidade da operao exija.

O nvel de controle refere-se ao nmero de pessoas que um coordenador pode coordenar com segurana em uma situao crtica. Nessas situaes deve-se manter um nvel de controle adequado sobre as equipes envolvidas fundamental. Estabelecendo que um nico coordenador deva ter um limite entre trs e sete equipes ou funes, evitando assim que o coordenador perca o controle sobre recursos/efetivos.

Os recursos operacionais disponibilizados e empregados devem estar integrados ao sistema. Devendo tais recursos (humanos, materiais), ao chegar ao local das operaes, devero passar por uma rea designada previamente, denominada rea de Reunio, onde se submetero a um check in (procedimento de recepo). Estes recursos imediatamente esto sendo informados ao Comando da operao.

Outra caracterstica importante a adoo de uma terminologia entre os rgos envolvidos. Sendo de suma importncia a capacidade de se comunicar com os elementos do Sistema absolutamente essencial. Neste sentido faz-se necessrio que as agncias

19 desenvolvam um Plano de Comunicaes, informando os contatos, prevendo quem

conversar com quem e como, buscando catalogar todas as informaes do contato telefnico, endereo, faixas de freqncia de rdio, etc.

O comando dever dar importncia sobre o espao fsico, ou seja, onde ficar o Comando e os agentes responsveis pelo evento, delimitando reas de trabalho. Tendo estas reas de trabalho referenciadas como: rea Quente, rea Morna, rea Fria, rea de Reunio, Posto de Comando e Bases de Apoio.

20 4 INTEGRAO, UMA NECESSIDADE

Ao analisar as possibilidades de uso do SCO, tendo em vista que haver possivelmente mltiplos rgos do sistema de segurana pblico brasileiro envolvido no evento Copa Mundo FIFA 2014, que um evento de alta complexidade dever ser adotada uma estrutura organizacional integrada, mantendo ainda sem prejuzo as competncias e a interoperacionalidade, e os limites jurisdicionais dos diversos rgos que estaro trabalhando no evento, buscando uma administrao eficaz. A integrao entre rgos, aliado a possibilidade de utilizao de diversos rgos de diversas esferas governamentais poder ser um problema caso no um exista um planejamento anterior no evento Copa do Mundo de 2014. Os planos de aes e contingncias previstos na ferramenta do Sistema de Comando de Operaes representam um diferencial sobre o que ocorre nos dias atuais. Verifica-se ainda que no Brasil os servios de atendimentos a emergncia possuem vrios nmeros de acessos (190, 191, 192, 193, 197, 199). Com um planejamento prvio, anterior ao evento de 2014, as centrais telefnicas e de monitoramento trabalhariam em um centro integrado de coordenao e controle, previstos no SCO durante a Copa, melhorando os canais de comunicao, soluo dos problemas e atendimento a demanda da sociedade.

Barreto (2003 p. 18) afirma que:Entende-se que a gesto compartilhada de informaes e tecnologias entre os rgos que integram o Sistema de Defesa Social e destes com aqueles que compem o Sistema de Justia promover, em ltima instncia a gerao do conhecimento sobre a dinmica da violncia e da criminalidade. esse conhecimento, aplicado no desenvolvimento de polticas pblicas, que ir qualificar a ao do estado e de suas instituies, tornando efetivo o atendimento aos anseios da sociedade quanto demanda por segurana pblica.

A sociedade atualmente reclama da falta de sinergia em favor da segurana pblica, e quando se fala a Copa de 2014 fica uma lacuna a ser preenchida e desenvolvida sobre as formas e sistema de integrao entre as foras de segurana e qual estrutura de Comando e Controle estar sendo desenvolvido antes e durante o evento, mesmo que ainda estejam sendo discutidos e analisados atravs de projetos e comisses pelas autoridades Federal, Estadual e Municipal.

Sendo percebida esta necessidade de integrao, o Estado de Minas Gerais

21 preocupado com a mensurao dos problemas, consolidou um banco de dados comum entre as policias civil e militar mudou antigo B.O. (boletim de ocorrncia) para REDS (registro de eventos de defesa social), porm quando envolve os entes federados em outros dados relevantes segurana pblica (sade, distribuio de renda, infra-estrutura, limpeza urbana) poucos dados ou fatos so levados ao conhecimento dos gestores da segurana pblica.

A integrao dos dados de ocorrncias e eventos foi uma das ferramentas importantes na integrao e conhecimento do que ocorria no espao geogrfico do Estado de Minas Gerais no quesito segurana pblica revelou que o recurso proporcionou a melhoria dos processos de gesto de suas respectivas unidades policiais e que 75% desse pblico entrevistado avalia que o respectivo projeto contribui para o compartilhamento e integrao das informaes de segurana pblica entre as instituies policiais do estado (Mendes, 2007).

Por exemplo, em uma vspera de final ou jogo importante da Copa do Mundo, em um Comando Unificado, chega a informao de possveis greves e desabastecimento pblico de gua ou energia eltrica, isso poder interferir nas aes de segurana pblica, bem como em uma briga generalizada envolvendo torcedores de outros pases, onde tenha que ser feita a conteno, prises, transferncias e deportaes, neste caso com o SCO, atravs dos recursos de planos de contingncias previstos, inteligncia e gerenciamento integrado entre as agncias governamentais haver uma melhor resposta as situaes crticas apresentadas.

Verificou-se que este processo inicial de integrao da base de dados foi positivo, porm as foras Estaduais de Polcia e de segurana pblica necessitam de desenvolver mecanismos integrao e de comunicao simultneos, sobretudo em um evento de mltiplas agncias que ocorrer em 2014. Tendo mltiplos olhares no campo geogrfico das cidades atravs de rdio comunicadores, imagens satlite, monitoramento de vdeo integrado, sejam elas do Trnsito das Cidades, da Guarda Municipal, da PMMG e da regio dos Estdios.

Essa necessidade de integrao definida de acordo com Barreto (2003) assim:O arranjo institucional adotado em Minas Gerais a partir de 2003 tem como uma de suas caractersticas a gesto integrada de aes e operaes. O que se espera que rgos de defesa social que se articulem efetivamente o faam tambm no nvel operacional. Isso notadamente importante para a superao da diviso do trabalho policial, desenvolvido pela Polcia Civil e pela Polcia Militar.

22

A integrao j um anseio da sociedade, sendo iniciados pela cpula da segurana pblica do Estado de Minas Gerais, tais desafios so complexos, pois a instituies quase trabalhavam de forma isolada. De acordo com SAPORI (2008 p. 437):

O projeto reas Integradas de Segurana Pblica (Aisp) visa delimitao de circunscries nicas de atuao para as polcias. Isso porque, historicamente as reas de atuao da Polcia Militar e da Polcia Civil eram delimitadas de forma diferenciada pelas duas instituies. A integrao territorial visava, portanto, a sobreposio do espao de atuao das duas instituies, compatibilizando, assim, no s os espaos organizacionais como tambm o planejamento operacional, j que a correspondncia entre reas significa, tambm, a correspondncia entre os policiais das duas instituies que atuam nessas reas.

Podemos salientar que atualmente a sociedade cobra do poder pblico uma resposta positiva, sendo que a integrao proposta pelo governo mineiro uma proposta significativa, com mudanas de paradigmas integrao das intituies da segurana pblica. Utilizando a proposta vislumbrada pelo Estado de Minas Gerais, o SCO um recurso oportuno, tendo vista seus princpios e finalidades.

Os desafios encontrados na integrao tambm podem acarretar em economia de recursos, pois em locais distintos onde haveria dois tipos de rgos realizando a finalidade administrativa ou operacional. De acordo com a Secretaria de Planejamento de MG em sua pgina eletrnica: ...O que orienta as aes de Estado e Prefeitura a chamada governana compartilhada, modelo em rede regulado pelas instituies de forma descentralizada, mas ordenada, que permite a mobilizao integrada das polticas pblicas relacionadas Copa...

A CEDEC-MG (2010) destaca em sua pgina eletrnica que:O Sistema de Comando em Operaes (SCO) uma ferramenta gerencial que visa treinar, planejar, organizar, dirigir e controlar os grupos atuantes nas aes de resposta, ou seja, socorro e assistncia s vtimas de um desastre, especialmente quando o auxlio realizado por mltiplas agncias, jurisdies ou equipes. Emergncias so situaes que normalmente envolvem risco, exigindo a interveno de pessoal treinado e equipado, a fim de reduzir as conseqncias negativas de um desastre. Nas denominadas "situaes crticas", as aes de resposta exigem dos rgos envolvidos uma postura organizacional no rotineira durante a administrao das aes. Alguns casos de repercusso nacional onde a doutrina do SCO foi utilizada continuam vivos na memria de todo pas. Em 10 de janeiro de 2007 aconteceu o rompimento da barragem da Minerao Rio Pomba Cataguases, em Mira, na Zona da Mata. O desastre provocou o vazamento de cerca de dois bilhes de litros de lama, que atingiram rios, inundaram vrios bairros, atingiram Muria e Patrocnio do Muria, em Minas Gerais, e Lajes do Muria e Itaperuna, no Estado do Rio de Janeiro. Alm de deixar famlias desabrigadas e

23desalojadas, o incidente tambm causou danos ambientais. Na ocasio, rgos federais, estaduais e municipais trabalharam em conjunto e foi necessria a implementao dos princpios do SCO para integrar as equipes de apoio. Em 23 de agosto, uma equipe da CEDEC/MG esteve em Ponte Nova, na Zona da Mata, para coordenar os trabalhos dos rgos estaduais e municipais que assistiram as famlias das 25 vtimas do incndio ocorrido na cela oito da Cadeia Pblica da cidade. Este tipo de situao est previsto na Codificao de Desastres, Ameaas e Riscos (Codar) como desastre humano, de natureza social, relacionado com convulses sociais, classificado como "colapso do sistema penitencirio". A CEDEC/MG trabalhou em conjunto com rgos estaduais e gestores municipais na implantao do SCO. A ferramenta tambm foi utilizada para controlar a proliferao de cianobactrias (algas azuis) nas bacias dos rios das Velhas, So Francisco e Doce, onde vrias medidas de preveno foram adotadas pelo Governo de Minas. Alm do monitoramento sistemtico da qualidade das guas, destacam-se a mobilizao dos gestores municipais nos 57 municpios atingidos para levar informaes e cuidados populao ribeirinha sem acesso gua tratada; recomendao de no uso da gua bruta e de suspenso das atividades de extrao de areia nas margens do Velhas; a distribuio de cestas bsicas e gua potvel para as comunidades atingidas; e proibio da pesca. A operao, que envolveu diversos rgos do Governo de Minas, num Comando Unificado, conseguiu evitar a intoxicao de seres humanos e de animais, o que demonstra a eficincia das aes. Outro caso marcante o abalo ssmico de 4,9 graus na escala Richter, ocorrido na madrugada de 09 de novembro em Carabas, distrito de Itacarambi, no Norte do Estado. Com o desastre, 76 famlias foram atingidas e uma criana morreu. Utilizando a ferramenta, a CEDEC/MG vem aprimorando o atendimento s emergncias e obtendo sucesso na agilidade das respostas s ocorrncias. Isso se deve oportunidade do trabalho em equipe e das parcerias com os diversos rgos federais, estaduais e municipais, num esforo conjunto e coordenado.

Os desafios encontrados pela CEDEC/MG seriam muito maiores sem a participao de prefeituras e rgos de apoio quando da utilizao do recurso proposto e ferramenta j foi experimentada e utilizada com sucesso no mbito de respostas de diversas natureza, seja ela em desastre ou relacionadas a segurana pblica, como ocorreu no colapso do sistema carcerrio na cidade de Ponte Nova/MG.

De acordo com SILVA (1990 P. 124), Hoje, na era da informtica, a burocracia tem uma conotao bastante pejorativa. A burocracia atualmente est muito mais relacionada idia de obsolescncia administrativa e esclerose empresarial.

A preocupao com a inexistncia de planejamento, burocracia do Estado brasileiro no passado recente, evidenciado por processos decisrios lentos representa o que SILVA (1990) alerta sobre a eficcia do poder pblico, sendo tais articulaes e mobilizao para o evento uma mudana na conjectura atual do sistema poltico nacional. As aes da segurana pblica esto intrinsecamente ligadas ao poderes polticos, entretanto o planejamento proposto pelo SCO poder tornar o desenvolvimento dos servios mais tranqilo.

24 Conforme informaes obtidas junto a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais, durante o jogo Brasil e Argentina, vlido para as Eliminatrias da Copa do Mundo Fifa 2010, o Governo Mineiro implantou o Sistema de Comando em Operaes.

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5 - AS DIFICULDADES NA INTEGRAO ENTRE FORAS DE SEGURANAA necessidade de mudanas evidenciada pelo do Plano Nacional de Segurana Pblica, e o governo incentiva a integrao das polcias, com objetivos de que seja melhorado o desempenho organizacional das instituies, bem como na reduo a violncia. Se tudo estivesse bom, no haveria a recomendao da poltica nacional de enfrentamento aos desafios da segurana pblica, bem com mudanas propostas e recomendaes da SEDS e SENASP.

As dificuldades encontradas atualmente para integrao das foras policiais e servio pblico podem ser identificadas atravs do contexto em que foram se consolidando ao longo do tempo, sempre trabalhando em suas atribuies legais de forma isolada. Esta dificuldade esta enraizada em sub-culturas dentro das corporaes, representando uma dificuldade em efetivao de melhores respostas. Muita destas dificuldades a interferncia de polcias, policiais e polticos tradicionais que so extremamente resistentes a mudanas, com uma cultura e viso geral da segurana pblica consolidada, que no deixa as portas se abrirem, quase sempre desconfiando do trabalho com pessoal externo a segurana pblica, dificultando a introduo de novos conceitos de polcia, envolvendo seus atores e comunidade.

A rivalidade histrica entre as polcias Civil e Militar, acaba prejudicando a integrao na segurana pblica, esquecendo que o foco da segurana pblica a sociedade, percebendo ainda que existem divergncias institucionais e pessoais dentro cada membro de suas corporaes, porm no so todos que compartilham desta situao atual.

Demonstra-se tambm que as instituies policiais conseguem manter o isolamento, auto-proteo, desconfiana, e interferncias polticas que podem modificar ou alterar os sistema em que foram institudas. Existindo problemas na efetivao de uma polcia integrada, preventiva (envolvendo rgos pblicos) voltada comunidade.

As mudanas constantes exigem das instituies pblicas posies inovadoras, o que pressupe que elas devero estar aptas a se mostrarem atentas a estas presses externas, bem como a sociedade dever cobrar mais de seus agentes um trabalho mais eficaz.

26 As exigncias da sociedade frente s entidades pblicas tm poder decisrio, pois efetivamente as cobranas dos agentes podero surtir efeitos positivos. Conhecendo as novas necessidades e mecanismos de gesto integrados, a sociedade (clientes) poder cobrar mudanas de atitudes para melhor atender-lhes.

Portanto para que exista em bom funcionamento de uma poltica de integrao, necessria a colaborao entre as cpulas das polcias, mudanas na formao (unificao de procedimentos e atitudes), mudanas de paradigmas dos operadores (civil e militar) e vontade poltica, ou seja, que assuma na prtica, a integrao.

27 5 - CONCLUSES

O artigo analisou a estrutura do Sistema de Comando em Operaes, bem como se a implantao por parte das autoridades vivel em operaes pelas diversas agncias da segurana pblica e defesa social no evento Copa do Mundo e Olimpadas, sendo evidenciado que quando em situaes em que vrias agncias ou rgos, jurisdies, competncias legais, reas de conhecimento ou mesmo vrias equipes de uma mesma agncia, os princpios e conceitos da ferramenta podero melhorar a administrao de situaes relacionadas a eventos de alta complexidade.

Neste sentido, por exemplo, poderia ocorrer situaes/problemas no trnsito que sero transmitidos atravs de muncipes ou atravs de recursos de monitoramento do rgo que gerencia o trnsito em Belo Horizonte, e necessitando repassar a informao com rapidez e preciso via telefone na PMMG ou CBMMG os canais poderiam estar congestionados, trazendo prejuzos s aes de respostas.

E no caso de um evento de alta complexidade os gestores devem conhecer e saber dos fatos em tempo real, e isso o SCO poder proporcionar atravs do Centro de Controle Integrado, ou seja, as articulaes propostas pela ferramenta so um fator diferencial sobre o que hoje existe. Sendo ainda criando uma central nica de recebimento de ocorrncias, que englobe todo o sistema de defesa social, seja municipal, estadual ou federal. A palavra bsica para se lidar com sistemas e condies complexas integrao, conforme estudos e situaes constatadas por instituies em eventos de alta complexidade, tais como Corpo de Bombeiros, Polcias Civil e Militar e de Defesa Civil.

Necessitando neste contexto de Copa do Mundo uma forma de saber das situaes e assuntos relacionados segurana pblica disponibilizado em tempo real para uma resposta mais eficaz dos seguintes rgos: Polcia Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polcia Federal, Infraero, Ministrio da Defesa, Sistema Prisional, Gestores de Trnsito e Infra-estrutura Essenciais, Guarda Municipal, Gestores do Sistema Pblico de Abastecimento Essenciais (gua, luz, combustvel, alimentao, telefonia, etc), Sistema de Sade, organizao do evento (CBF/FIFA) e demais agncias se forem requisitadas.

Os planos de contingncia previstos, integrados e reestruturados conforme prev o

28 SCO, dos rgos dos rgos do sistema de defesa social e de apoio devero seguir conceitos internacionais de gerenciamento, sobretudo a efetividade, bem como toda a logstica de atendimento dever ser pautada na excelncia de respostas positivas.

Portanto conclui-se que a viabilidade de mecanismos que existem no Sistema de Comando em Operaes representa um diferencial positivo, sobretudo pela integrao proposta, amparados em sua concepo sistmica e contingencial, podendo atravs de uma estrutura organizacional integrada enfrentar as demandas e complexidades do evento, sem prejuzos as competncias e limites jurisdicionais de cada agncia, baseadas nos sucessos observados pelos rgos de Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e aes de integraes feitas pelas Polcias Militar e Civil.

Alm disso, conforme GOMES (2010, p. 76) defende que o SCO no algo novo e experimental, pois sua estruturao garantida por uma ampla fundamentao terica, de longa data e aliada experincia de inmeros eventos em vrios diferentes pases. Necessitando ainda reviso constante dos planos de contingncia pr-copa dos rgos envolvidos, melhoramento das infra-estruturas no mbito transporte pblico (aviao e rodovirio), vias pblicas e hospitais, tudo conforme pr-requisitos da FIFA para que o pas possa receber o evento, e tais melhoramentos podem influenciar no cenrio na segurana pblica.

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6 - GLOSSRIO

APO Administrao Por Objetivos BH TRANS Empresa de Transportes e Trnsito de Belo Horizonte S/A BO Boletim de Ocorrncia CBF Confederao Brasileira de Futebol CBMMG Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais CHECK IN Registro de dados pessoais e outras formalidades na chegada de pessoas a um local CEDEC Coordenadoria Estadual de Defesa Civil FIFA Federao Internacional de Futebol Associadas FEMA Federal Emergency Management Agency ICS Incident Command System MG Minas Gerais NIMS National Incident management System PMMG Polcia Militar de Minas Gerais REDS Registro de Eventos de Defesa Social SENASP Secretaria Nacional de Segurana Pblica SEDS Secretaria de Estado de Defesa Social SCI Sistema de Comando em Incidentes SSP-SC Secretaria Segurana Publica Santa Catarina SCO Sistema de Comando em Operaes

30 7 - ANEXOS: Formulrios para serem preenchidos relativos ao Sistema de Comando em Operaes: 1. Nome da Formulrio 2. Preenchido por: operao: SCO 201 3. Data/Hora: 4. Mapa/croqui

5. Situao (resumo dos fatos):

31 Formulrio n 2 1. Nome da operao: 2. Preenchido por: 3. Data/Hora: 6. Prioridade e objetivos: Formulrio SCO 201

7. Sumrio das aes planejadas e implementadas:

32 Formulrio n 3 1. Nome da operao: 2. Preenchido por: 3. Data/Hora: Formulrio SCO 201

8. Estrutura organizacional da operao (inserir organograma):

33 Formulrio n 4 1. Nome da operao: 2. Preenchido por: 9. Descrio dos recursos da operao:Recurso Identificador Hora Solicitao Tempo estimado Contato No local 10. Observaes

Formulrio SCO 201

34 6 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

BRASIL. Secretaria Nacional de Segurana Pblica. Curso de sistema de comando de incidente. Braslia, 2007. BRASIL. Ministrio da Integrao Nacional. Secretaria Nacional de defesa Civil. Gesto de riscos e de desastres: contribuies da psicologia. Curso distncia / Centro Universitrio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Florianpolis: Ceped, 2010 CHIAVENATO, Idalberto. Introduo Teoria Geral da Administrao: Edio compacta. So Paulo, ed. 3, Campus, 2004, 520 p. GOMES, Carlos Alberto de, Junior. Capacitao para o Sistema de Comando em Operaes. Santa Catarina, Ceped, 2006. MARIANO, Benedito Domingos. Por um Novo Modelo de Polcia no Brasil. So Paulo. So Paulo, Perseu Abramo, 2004. MEGGINSON, Leon C.; MOSLEY, Donald C. e PIETRI JR, Paul H. Administrao: conceitos e aplicaes. So Paulo: Harbra, 1986. DRUCKER, Peter Ferdinand. O melhor de Peter Drucker: obra completa. So Paulo. Nobel, 2002. 570p. MENDES, Claudio A. O processo de informatizao dos registros de eventos de defesa social e a sua utilizao como instrumento de gesto. Monografia (concluso de curso) Fundao Joo Pinheiro, Cegesp, 2007.

OLIVEIRA, Rita Gabriela de Rezende. As dificuldades na Integrao das Polcias Civil e Militar, Universidade Tiradentes, Aracaju, 2008 OLIVEIRA, Anderson de. Anlise da Utilizao do Sistema de Comando em Operaes (SCO) no Gerenciamento de Situaes Crticas pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais, Belo Horizonte, CESP II 2008.OLIVEIRA, Marcos de. Projeto Gerenciamento de Desastres Sistema de Comando de Operaes, Ministrio da Integrao Nacional, Secretaria Nacional de Defesa Civil, Universidade de Santa Catarina, 2010. ROCHA, Gergia Ribeiro. BARRETO, Jsus Trindade Junior. GONTIJO, Ricard Franco. Modelo de Gesto Integrada do Sistema de Defesa Social de Minas Gerais, 2003. SANTOS, Milton. Metamorfoses do Espao Habitado, Fundamentos Terico e Metodolgico da Geografia. Hucitec. So Paulo 1988.

35 SAPORI, Luiz Flvio. Integrao Policial em Minas Gerais, Civitas Porto Alegre v. 8 n. 3 p. 428-453 set-dez. 2008. SILVA, Lenilson Naveira e. A quarta onda. Rio de Janeiro. Record. 1990.

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