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Governo do Estado do Rio de Janeiro SISTEMA ESTADUAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO SEUC FUNDAMENTOS E SÍNTESE INFORMATIVA - SITUAÇÃO EM 2007 - APOIO PROJETO DE PROTEÇÃO A MATA ATLÃNTICA Convênio de Cooperação Técnica Brasil – Alemanha KfW

Sistema de Áreas Protegidas do Estado do Rio de Janeiro em 2007

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Sistema de Áreas Protegidas do Estado do Rio de Janeiro em 2007,

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  • Governo do Estado do Rio de Janeiro

    SISTEMA ESTADUAL DE UNIDADES DE CONSERVAO

    SEUC

    FUNDAMENTOS E SNTESE INFORMATIVA

    - SITUAO EM 2007 -

    APOIO

    PROJETO DE PROTEO A MATA ATLNTICA

    Convnio de Cooperao Tcnica Brasil Alemanha

    KfW

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    APRESENTAO Este relatrio oferece um panorama sinttico das Unidades de Conservao situadas no Estado do Rio de Janeiro, com nfase nas administradas pelo Governo do Estado. As informaes aqui apresentadas constituem a base para o planejamento do Sistema Estadual de Unidades de Conservao SEUC. Unidades de Conservao ou reas protegidas, como so mundialmente designadas, constituem espaos terrestres ou aquticos, com pouca interveno humana ou que tenham sido utilizados e posteriormente abandonados, voltando a um estado primitivo ou semi-primitivo. Possuem limites definidos e contam com proteo especial por parte do Poder Pblico. O territrio do Estado do Rio de Janeiro abriga ecossistemas diversificados com elevada biodiversidade, paisagens espetaculares, imenso valor histrico e elevado potencial de uso pblico e turstico. Por este motivo, grande parte do territrio recebeu o ttulo de Reserva da Biosfera da Mata Atlntica, conferido pela UNESCO no incio de dcada de 90. No Estado do Rio de Janeiro, as Unidades de Conservao so administradas pelo IEF, FEEMA, Instituto Chico Mendes, 92 Prefeituras e dezenas de proprietrios de Reservas Particulares do Patrimnio Natural - RPPNs, enquanto os stios e construes de valor histrico esto sob a guarda do IPHAN, INEPAC e das secretarias municipais de cultura. As Unidades de Conservao encontram-se em distintos graus de implantao. O relatrio mostra que o Estado do Rio de Janeiro conta com 50 unidades de conservao, sendo 30 estaduais (9 Parques, 3 Reservas Biolgicas, 2 Estaes Ecolgicas, 3 Reservas Ecolgicas e 13 APAs); e 20 federais (5 Parques, 3 Reservas Biolgicas, 2 Estaes Ecolgicas, 1 Floresta Nacional, 2 ARIEs, 5 APAs, 1 Reserva Extrativista, e 1 Reserva Ecolgica). Considerando-se as reas continental e insular do Estado, 271.171 ha so protegidos por unidades de conservao de proteo integral e 488.067 ha por unidades de conservao de uso sustentvel. O Estado administra um total de 348.343 ha, sendo 127.829 ha sob a forma de unidades de conservao de proteo integral (Parques, Reservas Biolgicas e Estaes Ecolgicas) e 220.514 ha em unidades de conservao de uso sustentvel, nesse considerando-se as reas continentais, insulares e os ambientes marinhos. J a Unio zela por uma rea de 585.695 ha, sendo 282.710 ha sob a forma de unidades de conservao de proteo integral e 302.985 ha sob a forma de unidades de conservao de uso sustentvel, tambm considerando-se as reas continentais, insulares e os ambientes marinhos. Existem 40 RPPNs no Estado do Rio de Janeiro, protegendo um total de 4.258,35ha IBAMA/2006. Cabe destacar que dos 871.715 ha de florestas que restavam em 2005, apenas 275.429 esto protegidos sob a forma de Parques, Reservas Biolgicas, Estaes Ecolgicas e RPPNs. Portanto, temos um longo caminho a frente para assegurar a proteo do que restou de Mata Atlntica. O desafio esta posto e ser enfrentado.

    Carlos Minc Andr Ilha Axel S. Grael Secretrio de Estado do

    Ambiente Presidente do IEF Presidente da FEEMA

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    EQUIPE TCNICA Pesquisa e Redao

    Paulo Bidegain da S. Primo

    Bilogo, Superintendente de Biodiversidade da Secretaria de Estado do Ambiente

    Flvio L. de Castro Jesus

    Arquiteto, Tenente-Coronel Bombeiro, Chefe da Diviso de Unidades de Conservao (DIUC) da Diretoria de Conservao da Natureza DCN/IEF

    Colaborao Alba Simon

    Biloga, Diretora de Conservao da Natureza

    Renata Lopes

    Biloga da Diretoria de Conservao da Natureza do IEF

    Lucio Matias

    Engenheiro Mecnico, Coordenador Executivo do PPMA/IEF

    Carlos Canejo

    Engenheiro Ambiental, Superintendncia de Biodiversidade da SEA

    Norma Crud Maciel

    Biloga, Chefe do Servio de Ecologia Aplicada da FEEMA

    Alceo Magnanini Eng. Agrnomo, Assessor da Vice-Presidncia do IEF

    Eduardo I. Lardosa

    Bilogo, Laboratrio de Geoinformao do LAGIEF -IEF

    Andra Franco

    Biloga, Laboratrio de Geoinformao do IEF - LAGIEF

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    Sobre o Projeto de Proteo da Mata Atlntica do Estado do Rio de Janeiro PPMA/RJ

    O Projeto de Proteo Mata Atlntica - PPMA-RJ tem por finalidade principal diminuir a taxa de reduo deste bioma no Estado do Rio de Janeiro, apoiando tcnica e financeiramente o planejamento e a implementao de aes estruturantes duradouras que garantam a proteo dos remanescentes florestais.

    Esta iniciativa resulta do acordo de Cooperao Financeira Brasil-Alemanha por meio do Banco Kreditanstalt fr Wiederaufbau (KfW), agente financiador do Ministrio de Cooperao Internacional da Alemanha (BMZ).

    Ao longo dos quatro anos de durao deste projeto, de abril de 2005 a maro de 2009, o governo alemo disponibilizar, para que este objetivo seja alcanado, cerca de 7,7 milhes de euros a fundo perdido e, em contrapartida, o Governo do Rio de Janeiro dever investir, neste mesmo perodo, um valor mnimo de 9,8 milhes de reais. Sendo assim, esta parceria envolve investimentos aproximados da ordem de 30 milhes de reais revertidos em recursos para o PPMA-RJ.

    As aes do PPMA-RJ so focadas em cinco componentes interdependentes complementares:

    1. Implantao de Unidades de Conservao e seus entornos; 2. Preveno de incndios florestais e controle de queimadas; 3. Monitoramento, controle e fiscalizao florestal; 4. Estudos adicionais, planejamento e capacitao; 5. Gesto de projeto (coordenao, monitoramento e avaliao).

    O PPMA foi concebido principalmente para apoiar o fortalecimento das instituies do Governo do Estado do Rio de Janeiro responsveis pela conservao da biodiversidade, visando criar rgos pblicos profissionalizados, com estruturas duradouras e financeiramente estveis para fazer face aos imensos desafios da conservao e manejo sustentvel da biodiversidade da Mata Atlntica.

    O PPMA busca ainda dotar o Estado de uma moderna governana corporativa de seus parques e reservas, de modo a melhor preservar a natureza, promover o turismo e dinamizar as economias do entorno.

    A responsabilidade de execuo do Projeto fica a cargo da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), atravs do da Fundao Instituto Estadual de Florestas (IEF).

    O PPMA-RJ ainda tem outros parceiros, como o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro CBMERJ, atravs de seu Grupo Executivo de Aes de Meio Ambiente GEAMA e o Batalho de Polcia Florestal e de Meio Ambiente BPFMA.

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    Os Parques Nacionais sero creados com

    caracter de logradouros pblicos, nos logares indicados por accidentes topographicos notaveis, bellezas naturaes, encantos proprios, e que encerrem florestas virgens e typicas Primeira definio de Parque Nacional no Brasil, estabelecida pelo Decreto no 4.421. de 28 de dezembro de 1921, que criou o Servio Florestal do Brasil, rgo integrante do Ministrio da Agricultura, Indstria e Comrcio.

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    S U M R I O 1. INTRODUO __________________________________________________________ 8 2. O ESTADO DO RIO DE JANEIRO __________________________________________ 9

    2.1. SMBOLOS ______________________________________________________ 9 2.2 HISTRIA _______________________________________________________ 9 2.3. LOCALIZAO E ENQUADRAMENTO ________________________________ 9 2.4. TERRITRIO ___________________________________________________ 10

    3. SINOPSE DA MATA ATLNTICA FLUMINENSE _____________________________ 13 4. FUNDAMENTOS SOBRE REAS PROTEGIDAS _____________________________ 17

    4.1. CATEGORIAS DE REAS PROTEGIDAS DA IUCN _______________________ 17 4.2. DEFINIO OFICIAL DE ESPAOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS __________ 17 4.3. DEFINIO OFICIAL DE UNIDADES DE CONSERVAO _________________ 17 4.4. SISTEMA ESTADUAL DE UNIDADES DE CONSERVAO_________________ 18 4.5. BASE LEGAL______________________________________________________ 18

    4.5.1. Constituio, Legislao e Regulamentos Federais ____________________ 18 4.5.2. Constituio, Legislao e Regulamentos Estaduais __________________ 199 4.5.3. Legislao e Regulamentos Municipais _____________________________ 19

    5 CATEGORIAS DO SNUC E OUTRAS REAS PROTEGIDAS ___________________ 20 5.1. CONSIDERAES GERAIS__________________________________________ 20 5.2. CATEGORIAS ESTABELECIDAS PELO SNUC ___________________________ 20 5.3. CATEGORIAS ESTABELECIDAS PELA CECA ___________________________ 23 5.4. REAS PROTEGIDAS COM STATUS INTERNACIONAL ___________________ 23

    5.4.1. Reserva da Biosfera____________________________________________ 23 5.4.2. Stios Ramsar_________________________________________________ 26 5.4.3. Stios do Patrimnio Mundial ____________________________________ 277

    5.5. REAS DE PRESERVAO PERMANENTE E RESERVA LEGAL ___________ 27 5.6. INSTITUIES ____________________________________________________ 28

    6. BREVE HISTRICO ____________________________________________________ 29 7. SITUAO DA REDE DE UCS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ______________ 32

    7.1. AVALIAO GLOBAL _______________________________________________ 32 7.2. SITUAO FUNDIRIA _____________________________________________ 34 7.3. PLANO DE MANEJO________________________________________________ 35 7.4. RECURSOS HUMANOS _____________________________________________ 38 7.5. CONSELHOS CONSULTIVOS ________________________________________ 38 7.6. INSTALAES ____________________________________________________ 39 7.7. PREVENO E COMBATE A INCNDIOS ______________________________ 40 7.8. ANALISE BIOGEOGRFICA E CONSERVACIONISTA _____________________ 41

    7.8.1. Distribuio Espacial e Representatividade __________________________ 41 7.8.2. Capacidade de Sustentar Biodiversidade ____________________________ 41 7.8.3. Conectividade _________________________________________________ 42

    7.9. VISITAO E USO PBLICO_________________________________________ 42 7.10 GESTO POR MOSAICO ____________________________________________ 43 7.11. INVESTIMENTOS (2002 A 2006) ____________________________________ 44

    7.11.1. PPMA Projeto de Proteo da Mata Atlntica _____________________ 44 7.11.2. FECAM e PDBG _____________________________________________ 45 7.11.3. COMPENSAO ____________________________________________ 45

    8. BIBLIOGRAFIA E WEBSITES ____________________________________________ 47

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    ANEXOS

    I SISTEMA DE CATEGORIAS DE REAS PROTEGIDAS DA IUCN E SUA EQUIVALNCIA AO SNUC

    II MAPA DAS UNIDADES DE CONSERVAO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

    III GLOSSRIO

    IV PRINCIPAIS DETERMINAES DO SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAO DA NATUREZA

    V RELAO DAS NORMAS LEGAIS FEDERAIS APLICADAS AS UNIDADES DE CONSERVAO

    VI RELAO DAS NORMAS LEGAIS ESTADUAIS APLICADAS AS UNIDADES DE CONSERVAO

    VII INFORMAES COMPLEMENTARES SOBRE INSTITUIES GESTORAS DE UCs

    VIII QUADRO DAS UNIDADES DE CONSERVAO

    IX MOSAICOS

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    1. INTRODUO O presente documento constitui uma sntese da situao das Unidades de Conservao do Estado do Rio de Janeiro, compreendendo o volume I da Estratgia para Implantao e Operao do Sistema Estadual de Unidades de Conservao SEUC. Encontra-se dividido em 9 captulos, incluindo o primeiro que a introduo. O segundo captulo fornece dados bsicos sobre o Estado do Rio de Janeiro O terceiro apresenta uma sinopse da Mata Atlntica do Estado do Rio de Janeiro. O quarto captulo descreve fundamentos tcnicos relacionados as Unidades de Conservao. O quinto captulo dedica-se as definies tcnicas sobre as categorias estabelecidas pelo SNUC e pela CECA, alm de tecer comentrios sobre a Reserva da Biosfera, os Stios do Patrimnio Mundial, sobre os Stios RAMSAR e as principais instituies que gerenciam Unidades de Conservao. O sexto captulo apresenta um breve histrico das Unidades de Conservao do Estado do Rio de Janeiro O stimo captulo traz um balano da rede de Unidades de Conservao, apresentando uma avaliao global, uma apreciao sobre a situao fundiria e uma analise biogeogrfica, alm de tecer consideraes sobre visitao e uso pblico, plano de manejo, gesto por mosaico, instalaes e financiamento O oitavo captulo faz uma anlise geral da gesto. O nono captulo corresponde a bibliografia.

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    2. O ESTADO DO RIO DE JANEIRO O atual Estado do Rio de Janeiro foi criado em 1 de julho de 1974 atravs da Lei Complementar n 20, que promoveu a fuso do Estado da Guanabara (ex-Distrito Federal), com o antigo Estado do Rio de Janeiro, cuja capital era Niteri. Em decorrncia da fuso, o Estado da Guanabara foi transformado em municpio, passando a cidade do Rio de Janeiro a ser a capital do novo Estado. Atravs desta medida, reconstituiu-se a unidade territorial existente em 1834, ano em que, pelo Ato Adicional, uma emenda Constituio de 1824, foi institudo o Municpio Neutro, com terras desmembradas da ento Provncia do Rio de Janeiro. 2.1. SMBOLOS

    Bandeira Brazo

    2.2. HISTRIA No dia 1 de janeiro de 1502, navegadores portugueses avistaram a Baa de Guanabara. Acreditando que se tratava da foz de um grande rio, deram-lhe o nome de Rio de Janeiro, dando origem ao nome da cidade e do Estado. Em 1534, a superficie do que um dia seria o Estado do Rio de Janeiro estava dividida entre duas capitanias: So Vicente, ao sul, e So Tom, ao norte. Em 1555, os franceses ocupam a rea e s em 1567 so expulsos definitivamente. Em 1565, Estcio de S funda a cidade de So Sebastio do Rio de Janeiro, que se torna sede do Governo do Sul quando, em 1572, o rei de Portugal divide o Brasil em duas administraes. A pecuria, o cultivo da cana-de-acar e a agricultura de subsistncia garantem um rpido progresso e aceleram a degradao ambiental, que aumenta com a transformao do porto do Rio em escoadouro das riquezas extrada de Minas Gerais. Em 1763, torna-se capital do vice-reino. A mudana da famlia real para o Brasil, em 1808, d extraordinrio impulso, transformada em sede do reino portugus. Em 1834, a cidade do Rio de Janeiro transformada em municpio neutro e a capitania elevada a provncia, com sede em Niteri. De 1889 a 1960, a cidade do Rio de Janeiro a capital da Repblica. Com a mudana da capital para Braslia, em 1960, o municpio do Rio de Janeiro tornou-se o Estado da Guanabara. Em 1975, fundiram-se os Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, com o nome de Estado do Rio de Janeiro, tendo a cidade do Rio de Janeiro como capital (Fonte: Ministrio das Relaes Exteriores, parcialmente modificado). Maiores informaes: http://www.governo.rj.gov.br/historia01.asp 2.3. LOCALIZAO E ENQUADRAMENTO Localizao: Regio Sudeste, pouco ao norte do Trpico de Capricrnio Habitante: fluminense e carioca. Coordenadas Geogrficas:

    Pontos Extremos Latitude Longitude Norte 20 45 56 S 41 51 40W Sul 23 22 08 S 44 33 33 W

    Leste 21 18 09 S 40 57 23 W Oeste 23 18 09 S 44 53 19 W

    Fonte: IBGE Zona de Fuso Horrio: GMT-6

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    Enquadramento Hidrogrfico Nacional A Agncia Nacional de gua divide o Brasil em 12 principais reas de drenagem (http://www.ana.gov.br/): Amazonas, Tocantins-Araguaia, Paran, Paraguai, Uruguai, Parnaba, So Francisco, Atlntico Nordeste Ocidental, Atlntico Nordeste Oriental, Atlntico Sudeste e Atlntico Sul. O Estado do Rio insere-se na bacia do Atlntico Sudeste.

    Enquadramento nos Biomas Nacionais: O Brasil dividido pelo IBAMA em 6 biomas e 78 ecorregies terrestres. O Estado do Rio de Janeiro est localizada no bioma da Mata Atlntica.

    2.4. TERRITRIO O Rio de Janeiro um menores estados da Federao, apresentando uma rea total de 43.910km2, superior apenas s de Sergipe (22.050 Km2), Alagoas (27.933 Km2) e Distrito Federal (5.822 km2). Em relao aos estados da Regio Sudeste, o Estado do Rio de Janeiro 5,6 vezes menor que o Estado de So Paulo e 13,6 vezes menor que Minas Gerais. Sua superficie semelhante a paises como a Dinamarca, Suia e Repblica Dominicana, sendo

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    superior a paises importantes como Chipre, Cingapura, Haiti, Holanda, Israel, Jamaica, Montenegro, Srvia, Lbano, Macednia e Taiwan. Limites: Limita-se a norte e nordeste com o Estado do Esprito Santo, com linha divisria de 160 km de extenso, constituda pelo rio Itabapoana; norte e noroeste com o Estado de Minas Gerais, cuja linha divisria atinge 513 km, dos quais 170 km so rios e 343 km so divisores de guas e oeste com So Paulo, possuindo uma linha divisria de cerca de 264 Km, dos quais 196 km so rios e 68 km so divisores de gua. leste, sudeste e sul confronta-se com o Oceano Atlntico por uma extenso de 850 km. Dimenses Geogrficas: rea: 43.910 Km2 % da rea do Brasil: 0,52%

    Extenso Total do Litoral: 850 km, sendo menor apenas que a dos estados do Par (1.200 km) e da Bahia (1.181 km) Maior Distncia Norte-Sul: 288,30 km Maior Distncia Leste-Oeste: 405,7 km Comunidade no Extremo Norte: Vila de Santa Clara em Porcincla Comunidade no Extremo Sul: Vila de Trindade, em Parati Comunidade no Extremo Leste: Cidade de So Francisco de Itabapoana Comunidade no Extremo Oeste: Vila de Ponte Branca em Parati Ponto mais Elevado Pico das Agulhas Negras (2.787m) Maior ilha Ilha Grande Rio mais longo Maca (exclusivamente fluminense) Maiores lagoas Araruama, Feia e Saquarema. Cachoeira mais alta Veado, no Rio Mambucaba, com 200 m de queda. Diviso Poltico-Administrativa: A organizao poltico-administrativa compreende 92 municpios, que se agrupam para formar 8 Regies de Governo.

    Regio de Governo

    rea (km)

    Municpios

    Metropolitana 6.464

    Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itabora, Itagua, Japeri,Mag, Mangaratiba, Mesquita, Maric, Nilpolis, Niteri, Nova Iguau, Paracambi, Queimados, Rio de Janeiro, So Gonalo, So Joo de Meriti, Seropdica e Tangu

    Noroeste Fluminense 5.525 Aperib, Bom Jesus de Itabapoana, Cambuci, Italva, Itaocara, Itaperuna, Lage do Muria, Miracema, Natividade, Porcincla, Santo Antnio de Pdua, So Jos de Ub e Varre-Sai

    Norte Fluminense 9.125 Bom Jardim, Campos dos Goytacazes, Carapebus, Cardoso Moreira, Conceio de Macab, Maca, Quissam, So Fidlis, So Francisco do Itabapoana e So Joo da Barra.

    Serrana 6.238 Cantagalo, Carmo, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Nova Friburgo, Petrpolis, Santa Maria Madalena, So Jos do Vale do Rio Preto, So Sebastio do Alto, Sumidouro, Terespolis e Trajano de Morais.

    Baixadas Litorneas 4.978

    Araruama, Armao de Bzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Rio Bonito, Rio das Ostras, So Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim

    Mdio Paraba 6.299 Barra do Pira, Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Pira, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro, Rio das Flores, Valena e Volta Redonda

    Centro-Sul Fluminense 2.940

    Areal, Comendador Levy Gasparian, Eng. Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira, Paraba do Sul, Paty do Alferes, Sapucaia, Trs Rios e Vassouras

    Baa de Ilha Grande 1.736 Angra dos Reis e Parati Fonte: CIDE

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    Fatos sobre os Municpios

    Principais municpios: Rio de Janeiro, Niteri, Nova Iguau, So Gonalo, Duque de Caxias, So Joo do Meriti, Campos, Volta Redonda, Petrpolis, Terespolis, Nova Friburgo, Cabo Frio e Angra dos Reis.

    Municpios mais

    populosos: Rio de Janeiro, Nova Iguau, So Gonalo, Duque de Caxias, Belford Roxo e Niteri.

    Municpios menos

    Populosos: Macuco, So Jose de Ub, Rio das Flores, Varre-e-Sai e Laje do Muria.

    Nmero de favelas: 1.269

    Maiores Municpios: Campos dos Goytacazes (4.037 km), Valena (1.380 km), Rio de Janeiro (1.264 km), Maca (1.204 km), So Francisco do Itabapoana (1119km), Resende (1.116km), So Fidlis (1.030km) e Itaperuna (1108 km).

    Menores Muncipios (menor que 100 km):

    Nilpolis (19 km), So Joo de Meriti (34km), Mesquita (41km), Iguaba Grande (46 km), Porto Real (50 km), Armao dos Bzios (73 km), Belford Roxo (73km), Macuco (77 km), Pinheiral (77 km), Mendes (77,5km), Queimandos (78 km), Japeri (82 km) e Aperib (89 km).

    Municpios Costeiros (24):

    Parati, Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Mag, Guapimirim, Itaborai, So Gonalo, Niteri, Maric, Saquarema, Araruama, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Armao de Bzios, Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Maca, Carapebus, Quissam, Campos dos Goytacazes, So Joo da Barra e So Francisco do Itabapoana

    O site abaixo lista todas as cidades, vilas e povoados do Estado do Rio de Janeiro. http://www.fallingrain.com/world/BR/21/

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    3. SINOPSE DA MATA ATLNTICA FLUMINENSE O Estado do Rio de Janeiro se insere integralmente no bioma da Mata Atlntica, cujo espao geogrfico do bioma constitudo pelas reas primitivamente revestidas:

    Pelos ecossistemas florestais especificados no Mapa de Vegetao do Brasil, publicado pelo IBGE em 1988: Florestas ombrfilas densas e mistas, Florestas estacionais decduas e semidecduas e Matas de encostas e topos de serras nordestinas ("chs" e "brejos").

    Pelos ecossistemas associados: mangues, vegetao de restinga e das ilhas ocenicas;

    encraves de cerrado, campos e campos de altitude.

    A Mata Atlntica originalmente estendia-se por uma faixa de 3.500 km ao longo do litoral brasileiro, desde a costa leste do Estado do Rio Grande do Norte, at o norte do Estado do Rio Grande do Sul. Na metade setentrional dessa extenso, a Mata Atlntica apresentava-se numa faixa costeira relativamente estreita, mas do sul da Bahia para o sul e para oeste, ela alargava-se progressivamente, atingindo o sul de Mato Grosso do Sul e Gois, o leste do Paraguai e o extremo nordeste da Argentina. Fora da, ela possua numerosas ocorrncias na forma de manchas e matas de galeria (ou mata ciliar) no sul, centro e nordeste.

    Sob a configurao de mata de galeria, ela adentrava a caatinga, o cerrado e o pampa gacho, sempre acompanhando os cursos d'gua em faixas que variavam de poucos metros at centenas de metros, raramente ultrapassando em quilmetro. No interior da caatinga, as matas ciliares so sempre estreitas. Em forma de manchas, tambm chamadas de capo, encontrava-se a Mata Atlntica disseminada pelo Brasil Central, Sul e nas serras nordestinas, onde chamada pelo povo pernambucano de "brejos" ou chs. O Bioma Mata Atlntica compreende uma grande superfcie da Amrica Latina, outrora coberta predominantemente por florestas, abrangendo terras dos estados do Cear, Rio Grande do Norte, Paraba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Esprito Santo, Minas Gerais, Gois, Rio de Janeiro, So Paulo, Mato Grosso do Sul, Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, alm de se estender ao Paraguai (regio oriental) e a Argentina (extremo noroeste). Primitivamente, a Mata Atlntica cobria pouco mais de 100 milhes de ha (1 milho de km), abrangendo 12% do territrio nacional. Era ento o terceiro maior bioma do Brasil, suplantado apenas pela Floresta Amaznica e pelo Cerrado. No Paraguai e na Argentina, as superfcies originais do Bosque Atlntico, como l chamado, eram de 8.805.000 e 1.200.000 ha, respectivamente (FMB/WWF, 1994). No Brasil, a antiga continuidade da mata foi perdida e, hoje, ela se resume a fragmentos isolados de diversos tamanhos que, somados, perfazem cerca de 7% (33.000 km) de sua cobertura original (Fundao SOS Mata Atlntica/INPE/IBAMA, 1990) ou 5% (Consrcio Mata Atlntica, 1992). Como um todo, a Mata Atlntica bastante antiga, acreditando-se que j estava configurada no incio do Tercirio (Joly et al., 1991). Contudo, as flutuaes climticas mais recentes, ao longo do Quaternrio, ocasionaram processos de expanso e de retrao espacial da Mata Atlntica, a partir de regies mais restritas que funcionaram como refgios da fauna e flora. Esta hiptese admite que existem algumas regies da Mata Atlntica que so zonas de alta diversidade, a partir das quais ocorreu a irradiao de muitas espcies, conforme a mata de expandia.

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    As zonas, que constituem os antigos refgios plesitocnicos so as seguintes: sul da Bahia; regio dos tabuleiros do Estado do Esprito Santo e regio do litoral do Rio de Janeiro e norte de So Paulo. Nestas zonas encontrado um considervel nmero de espcies endmicas, associadas a uma elevada diversidade especifica. O Estado do Rio de Janeiro ocupa uma posio bastante peculiar, pois sua localizao coincide com uma das reas de maior diversidade do Bioma. Em termos de biodiversidade, pode-se destacar os seguintes aspectos do bioma:

    Das 10.000 espcies vegetais que ocorrem na Mata Atlntica, cerca de 50% so endmicas,isto , s existem no bioma (Myers, 1988) ;

    Estima-se a presena de 2.500 espcies de rvores, sendo que 54 % deste total so endmicas (Coimbra Filho, 1984, Fonseca, 1985) e, dentre as bromlias, palmeiras e outras epfitas o ndice alcana 70% (Consrcio Mata Atlntica, 1992);

    Cerca de 51(39%) das 131 espcies de mamferos so endmicas (Mittermeier, 1986); Entre as aves, pelos menos 146 espcies e 68 subespcies so endmicas (Cracraft,

    1985); 171 das 202 espcies de animais brasileiros ameaados de extino ocorrem no bioma

    (Consrcio Mata Atlntica, 1992) Estimativas do conta que o Estado do Rio de Janeiro possua por volta de 1500, uma cobertura florestal em 97% de seu territrio. Em 1958 eram 25%, passando para 15% em 1979 e 13% em 1982 (Magnanini, 1983). Dados recentes publicados pela Fundao S.O.S MATA ATLNTICA, obtidos a partir da anlise de imagens de satlite mostram que em 2005 restavam cerca de 871.715 ha de vegetao nativa, correspondendo a 20 % da rea do Estado, conforme mostra o quadro abaixo.

    Floresta 817.150 ha Restinga 43.829 ha Mangue 10.728 ha

    O estudo mostra que entre 2000 e 2005, o Estado perdeu 630 ha de florestas e 16 ha de restingas.

    Constata-se que as maiores extenses de matas contnuas e conservadas encontram-se no Corredor Ecolgico Sul (a partir de Paraty, passando por Angra dos Reis, Mangaratiba at Rio Claro) e na regio serrana, da Reserva Biolgica de Tingu passando pelo Parque Nacional da Serra dos rgos at o Parque Estadual do Desengano.

    As reas mais crticas do Rio de Janeiro localizam-se nas regies norte e noroeste do Estado, com grande perda de cobertura florestal, alto grau de degradao e eroso.

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    3.1. FATOS RELEVANTES Nmero Estimado de Espcies Nativas: Estima-se que seja superior a 1 milho de espcies.

    Tipos de Vegetao: Mata Atlntica, Restinga, Estepe arbrea (apenas nos morros de Iguaba, So Pedro, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Bzios), Campos de Altitude, Manguezais, Cerrado e diversos tipos de Brejo.

    Melhores mapas de vegetao: Os produzidos pelo CIDE, SOS Mata Atlntica e os do Projeto Radam Brasil.

    Monitoramento da Cobertura Vegetal e do Uso da Terra: O monitoramento vem sendo empreendido pela Fundao SOS Mata Atlntica na escala de 1:250.000. O IEF ir iniciar o monitoramento em 2009.

    Situao em 2005: Estima-se que a cobertura florestal remanescente em 2005 seja entre 28 e 18% da superficie do Estado. No h informao precisa. Para 2001, a Fundao CIDE apontou que o Estado detinha 28% de seu territrio coberto por florestas (IQM-Verde II). Segundo a Fundao SOS Mata Atlntica, no ano 2005 restavam 871.715 ha de vegetao nativa, correspondendo a 20 % da rea do Estado

    Municpios com maior quantidade de Florestas: Parati, Angra dos Reis, Mangaratiba e Nova Friburgo lideram. Outros: Resende, Rio Claro, Nova Iguau, Duque de Caxias, Mag, Guapimirim, Cachoeiras de Macacu, Silva Jardim, Casemiro de Abreu, Maca, Conceiao de Macab, Santa Maria Madalena e Rio de Janeiro. No Website da SOS Mata Atlntica possivel conhecer a situao das florestas nos 92 municpios.

    Municpios com cobertura florestal irrisria: Araruama, Nilpolis, So Joo de Meriti, So Gonalo, Itaperuna, Santo Antnio de Pdua, Italva, Cardoso Moreira, Itaocara, So Sebastio do Alto, Bom Jesus do Itabapoana e So Francisco do Itabapoana. Municpios sem cobertura vegetal: Aperib.

    Bacias Hidrogrficas com cobertura florestal irrisria: Bacias dos rios Pomba, Muria, Itabapoana e Una, assim como a bacia dos rios que fluem para a lagoa de Araruama.

    Causas da reduo da cobertura vegetal: A reduo e degradao da cobertura vegetal no Estado do Rio de Janeiro tem como causas:

    Queimadas causadas por bales, criadores de gado, loteadores e agricultores Deficincia do sistema estadual de fiscalizao e controle eficiente; Parques e unidades de conservao criadas mas no implantadas; Expanso de reas urbanas e de condomnios e loteamentos rurais e litorneos; Pedreiras e saibreiras; Agricultura itinerante, bananais; Extrativismo de recursos vegetais (madeiras, palmito e plantas ornamentais e

    medicinais); Abertura de caminhos, estradas, linhas de transmisso e dutos; Expanso de reas de criao de gado e lavouras Precariedade dos servios municipais de fiscalizao;

    Diversidade da Flora: Desconhecida. No h um simples inventrio com base nos dados existentes.

    Nmero de Espcies de rvores Nativas: Desconhecida.

    Nmero de municpios com tcnicos especialistas em conservao de biodiversidade e unidades de conservao: Estima-se que menos de 7 dos 92 municpios tenham bilogos botnicos e engenheiros agrnomos e florestais especialistas e concursados.

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    Diversidade da fauna: Desconhecida. Dentre os vertebrados, estima-se que existam de 110 a 120 espcies de anfbios, 80 a 85 de rpteis, 670 a 680 de aves e cerca de 140-150 de mamferos

    Predadores no topo da cadeia alimentar: Suuarana ou puma (Puma concolor) e o raro gavio-real ou uiraru (Harpia harpyja), este em perigo de extino.

    Maior herbivoro: anta (Tapirus terrestres)

    Espcies ameaadas de extino: 257 espcies. A Lista Oficial da Fauna Ameaada do Estado do Rio de Janeiro foi publicada em 1997 no Dirio Oficial. Sob a coordenao da UERJ, 120 cientistas participaram da elaborao da lista. Dentre as ameaadas, 43 so invertebrados terrestres, destacando-se espcies de borboletas, mariposas e liblulas; 28 espcies de invertebrados aquticos, como camares, caranguejos e moluscos; 48 espcies de peixes, sendo 39 de gua doce e 9 de gua salgada; 4 espcies de sapos e pererecas; 9 espcies de rpteis, sendo 1 lagarto, 2 cobras, 1 jacar e 5 tartarugas; 82 espcies de aves e 43 espcies de mamferos. Lista: http://www2.uerj.br/~imprensa/Listaoficial7.htm

    Maiores ameaas: Destruio do habitat, embora para algumas espcies, o comrcio e a caa ilegal sejam tambm importantes ameaas sua sobrevivncia, alm da concorrncia com espcies exticas, problema critico nos rios fluminenses.

    Espcies extintas: 37 espcies provavelmente extintas, dentre elas ona pintada, anta, queixada, ariranha, jararaca-verde, ja-do-sul, soc-boi-escuro, uiaruu-falso, gavio-de-penacho, falco-de-peito-vermelho e mutum-do-sudeste. Os peixes dos rios da bacia da baia de Guanabara, o surubim do rio Paraiba e a lagartixa da areia esto em estado crtico.

    Espcies invasoras e exticas de destaque: mosca, caramujo africano, carpas, tilpias, bagre africano, tucunars, tambaquis, dourado, peixe barrigudinho, pardal, bico-de-lacre, camundongos, ratos, ratazanas e lagartixa domstica, alm de casuarinas, flamboyants, amendoeiras, capimcolonio, algodo-de-seda ou culho-de-boi e jaqueira.

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    4. FUNDAMENTOS SOBRE REAS PROTEGIDAS Este capitulo apresenta sucintamente, definies bsicas relacionadas as categorias de rea protegidas propostas pela IUCN, aos espaos territoriais protegidos e as unidades de conservao, bem como a base legal. 4.1. CATEGORIAS DE REAS PROTEGIDAS DA IUCN Criada em outubro de 1948 com sede em Morges, na Sua, a Unio Internacional para Conservao da Natureza IUCN (International Union for Conservation of Nature and Natural Resources - http://www.iucn.org/), a principal organizao mundial que encoraja, estimula e assiste os pases a criarem e manterem sistemas nacionais de reas protegidas (unidades de conservao). reas Protegidas (Protected Areas) so assim definidas pela IUCN: Uma superfcie de terra ou mar especialmente destinada proteo e preservao da diversidade biolgica, assim como dos recursos naturais e culturais associados, e gerenciada atravs de meios legais ou outros meios eficazes. Na IUCN encontra-se a Comisso Mundial de reas Protegidas (http://www.iucn.org/themes/wcpa/), cuja misso promover o estabelecimento e a gesto efetiva de uma rede mundial de reas protegidas terrestres e marinhas. Em 1994, atravs da publicao Guidelines for Protected Area Management Categories (http://www.unep-wcmc.org/protected_areas/categories/eng/index.html), a IUCN desenvolveu um sistema de classificao para reas protegidas baseado nos objetivos de gesto. O sistema inclui tanto reas protegidas de forma mais rigorosa quanto outras que permitem certa interveno, como o uso sustentvel de recursos naturais. O sistema estabelece as bases tcnicas para orientar os pases a definirem as categorias de reas protegidas e desenvolverem seus sistemas. O Anexo I apresenta um resumo do sistema de categorias de reas protegidas proposto pela IUCN e um quadro com sua equivalncia ao SNUC. Em geral, as categorias existentes nos mais diversos pases tem sido estabelecidas tendo por base o sistema recomendado pela IUCN. A Austrlia por exemplo, adota o sistema na ntegra. 4.2. DEFINIO OFICIAL DE ESPAOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS A Constituio Federal (1988) "incumbe ao Poder Pblico definir, em todas as unidades da Federao, espaos territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alterao e a supresso permitidas somente atravs de lei, vedada qualquer utilizao que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteo". (art. 225, 1, inciso III). Os espaos territoriais protegidos incluem no somente as Unidades de Conservao, mas tambm as praias, as reas de preservao permanente, as paisagens naturais tombadas, os stios arqueolgicos e diversos outros que possuem restries de uso de recursos naturais ou ocupaes. 4.3. DEFINIO OFICIAL DE UNIDADES DE CONSERVAO A Lei Federal n 9.985, de 18 de julho de 2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservao SNUC, assim define unidades de conservao: Espao territorial e seus recursos ambientais, incluindo as guas jurisdicionais, com caractersticas naturais relevantes, legalmente institudo pelo Poder Pblico, com objetivos de conservao e limites definidos, sob regime especial de administrao, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteo (art. 2, inciso I)

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    4.4. SISTEMA ESTADUAL DE UNIDADES DE CONSERVAO Promulgada em 1989, a Constituio do Estado (inciso III do artigo 261) estabelece que compete ao Poder Pblico Estadual "implantar sistema de unidades de conservao representativo dos ecossistemas originais do espao territorial do Estado". O Mapa do Anexo II mostra as unidades de conservao no Estado do Rio de Janeiro. 4.5. BASE LEGAL 4.5.1. Constituio, Legislao e Regulamentos Federais Promulgada em 1988, a Constituio Brasileira estabeleceu em seu captulo de Meio Ambiente (art. 225, 1, inciso III), a determinao de que "incumbe ao Poder Pblico definir, em todas as unidades da Federao, espaos territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alterao e a supresso permitidas somente atravs de lei, vedada qualquer utilizao que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteo". De acordo com a Constituio Federal (art. 225, 1, inciso III), uma unidade de conservao s pode ser suprimida ou alterada por lei, mesmo tendo sido criada por decreto. Por constiturem "stios de valor paisagstico, ecolgico e cientfico" e por vezes de "valor arqueolgico, paleontolgico e histrico", as unidades de conservao so "portadores de referncia identidade, ao e a memria dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira", sendo por estes motivos consideradas pela Constituio como "patrimnio cultural brasileiro" (art.216,V). A Lei Federal n 6.938/81, alterada pelas Leis n 7.804/89 8.028/90, que instituiu a Poltica Nacional do Meio Ambiente, estabeleceu como um dos instrumentos para sua execuo "a criao de espaos territoriais especialmente protegidos pelo Poder Pblico federal, estadual e municipal" (art. 9, VI). Foi dada tambm competncia ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) para "estabelecer normas, critrios e padres relativos ao controle e a manuteno da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hdricos". Recentemente, a Lei no 9.605 de 12/02/98, que dispe sobre sanes penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, fixou a pena de recluso de um a cinco anos, para aquele que causar dano direto ou indireto s Unidades de Conservao............., independentemente de sua localizao (art. 40). Em 2000 foi sancionada a Lei Federal n 9.985, de 18 de julho, instituindo o Sistema Nacional de Unidades e Conservao - SNUC, que constitudo pelo conjunto das unidades de conservao federais, estaduais e municipais, sendo constitudo pelos seguintes rgos (Lei no 9.985 de 18/07/00 Arts. 3o e 6o):

    rgo consultivo e deliberativo

    O Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama, com as atribuies de acompanhar a implementao do Sistema

    rgo central O Ministrio do Meio Ambiente, com a finalidade de coordenar o Sistema

    rgos executores

    O Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade, os rgos estaduais e municipais, com a funo de implementar o SNUC, subsidiar as propostas de criao e administrar as unidades de conservao federais, estaduais e municipais, nas respectivas esferas de atuao

    O Anexo III apresenta um Glossrio; o Anexo IV lista as principais determinaes da Lei 9.985/00 enquanto o Anexo V relaciona as Normas Legais Federais Aplicadas as Unidades de Conservao.

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    4.5.2. Constituio, Legislao e Regulamentos Estaduais H vrios dispositivos na Constituio do Estado, promulgada em 05/10/89, que tratam de assuntos relativos s UCs de propriedade do Governo do Estado, alm daqueles que estabelecem determinaes gerais relacionadas a questo. Compete ao Poder Pblico Estadual, de acordo com o inciso III do artigo 261, "implantar sistema de unidades de conservao representativo dos ecossistemas originais do espao territorial do Estado". O sistema ainda no foi regulamentado. O artigo 271 assinala que "a iniciativa do Poder Pblico de criao de unidades de conservao, com a finalidade de preservar a integridade de exemplares dos ecossistemas, ser imediatamente seguida dos procedimentos necessrios a regularizao fundiria, demarcao e implantao da estrutura de fiscalizao adequadas." Cerca de 22 anos antes da lei que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservao, o Estado do Rio de Janeiro j possuia uma excelente norma proposta pela FEEMA e aprovada pela CECA estabelecendo as Categorias Estaduais de reas Protegidas. Inspirada nas recomendaes tcnicas da IUCN. Em 10 de fevereiro de 1978 a CECA aprovou a Deliberao n17, definindo as categorias Parque Estadual, Reserva Biolgica, Stio Arqueolgico, Floresta Estadual e rea Estadual de Lazer, alm de oficializar diversas diretrizes e orientaes tcnicas para implantao de reas protegidas. Com relao as UCs existentes, merece destacar as seguintes determinaes contidas no Ato das Disposies Transitrias da Consituio do Estado promulgada em 1990:

    "Art. 26 - No prazo de doze meses, o Poder Pblico dar execuo plena aos planos diretores das reas de proteo ambiental e dos parques estaduais, assegurada a participao dos poderes pblicos municipais e de representantes das associaes civis locais que tenham como objetivo precpuo a proteo ambiental." "Art. 27 - A contar da promulgao desta lei, o Estado promover, no prazo mximo de dois anos: II - a concluso da demarcao e, quando couber, a regularizao fundiria, bem como a elaborao dos planos diretores, a implantao de estruturas de fiscalizao adequadas e a averbao no registro imobilirio das restries administrativas de uso das reas de relevante interesse ecolgico e das unidades de conservao; IV - o levantamento das reas devolutas para promover ao discriminatria atravs da Procuradoria-Geral do Estado;

    O prazo para a execuo destas tarefas expirou em 5 de outubro de 1991. O Anexo VI relaciona as Normas Legais Estaduais Aplicadas as Unidades de Conservao. 4.5.3. Legislao e Regulamentos Municipais Em geral, procedimentos para criao, implantao e operao de Unidades de Conservao encontram-se em Leis Orgnicas e muitas vezes nos Planos Diretores. Um simples exame nas Leis Orgnicas comprova que as determinaes legais so ignoradas por mais 90% dos municpios.

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    5. CATEGORIAS DO SNUC E OUTRAS REAS PROTEGIDAS 5.1. CONSIDERAES GERAIS Existem diversos tipos de Unidades de Conservao, criadas com objetivos diferentes e designadas pelos mais variados nomes (parque nacional, reserva biolgica, etc.). Para cada uma h uma definio expressa em norma legal, que fixa o seu conceito e determina as suas especificidades, objetivos e procedimentos administrativos. Assim, com base nestas regras pr-estabelecidas, pode o planejador selecionar dentre as diversas categorias reconhecidas pela legislao, aquela mais adequada para, atravs de ato legal, transformar uma determinada rea ou regio em uma Unidade de Conservao e dar prosseguimento ao processo de implantao e gesto. 5.2. CATEGORIAS ESTABELECIDAS PELO SNUC De acordo com a Lei Federal n 9.985, de 18 de julho de 2000, as unidades de conservao integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, conforme o quadro abaixo.

    Grupo

    Categorias

    Objetivo Bsico

    Unidades de Proteo Integral

    Parque Nacional Estao Ecolgica Reserva Biolgica Monumento Natural Refgio de Vida Silvestre

    Preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceo dos casos previstos em lei

    Unidades de Uso Sustentvel

    rea de Proteo Ambiental rea de Relevante Interesse Ecolgico Floresta Nacional Reserva Extrativista Reserva de Fauna Reserva de Desenvolvimento Sustentvel Reserva Particular do Patrimnio Natural

    Compatibilizar a conservao da natureza com o uso sustentvel de parcela dos seus recursos naturais

    Segue a descrio das categorias: a) Proteo Integral: Parque Nacional, Estadual ou Natural Municipal: Tem como objetivo bsico a preservao de ecossistemas naturais de grande relevncia ecolgica e beleza cnica, possibilitando a realizao de pesquisas cientficas e o desenvolvimento de atividades de educao e interpretao ambiental, de recreao em contato com a natureza e de turismo ecolgico. de posse e domnio pblicos, sendo que as reas particulares includas em seus limites sero desapropriadas. A visitao pblica est sujeita s normas e restries estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, s normas estabelecidas pelo rgo responsvel por sua administrao, e quelas previstas em regulamento. A pesquisa cientfica depende de autorizao prvia do rgo responsvel pela administrao da unidade e est sujeita s condies e restries por este estabelecidas, bem como quelas previstas em regulamento (Lei no 9.985 de 18/07/00 Art. 11). Estao Ecolgica: Tem como objetivo a preservao da natureza e a realizao de pesquisas cientficas. de posse e domnio pblico, sendo que as reas particulares includas em seus limites sero desapropriadas. proibida a visitao pblica, exceto quando com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o Plano de Manejo da unidade ou regulamento especfico (Lei no 9.985 de 18/07/00 Arts. 9o)

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    Reserva Biolgica: Tem como objetivo a preservao integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferncia humana direta ou modificaes ambientais, excetuando-se as medidas de recuperao de seus ecossistemas alterados e as aes de manejo necessrias para recuperar e preservar o equilbrio natural, a diversidade biolgica e os processos ecolgicos naturais. de posse e domnio pblicos, sendo que as reas particulares includas em seus limites devem ser desapropriadas. proibida a visitao pblica, exceto aquela com objetivo educacional, de acordo com regulamento especfico (Lei no 9.985 de 18/07/00 Art. 10) Monumento Natural: Tem como objetivo bsico preservar stios naturais raros, singulares ou de grande beleza cnica. Pode ser constitudo por reas particulares, desde que seja possvel compatibilizar os objetivos da unidade com a utilizao da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietrios. Havendo incompatibilidade entre os objetivos da rea e as atividades privadas ou no havendo aquiescncia do proprietrio s condies propostas pelo rgo responsvel pela administrao da unidade para a coexistncia do Monumento Natural com o uso da propriedade, a rea deve ser desapropriada. A visitao pblica est sujeita s condies e restries estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, s normas estabelecidas pelo rgo responsvel por sua administrao e quelas previstas em regulamento (Lei no 9.985 de 18/07/00 Art. 12). Refgio de Vida Silvestre (RVS): tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condies para a existncia ou reproduo de espcies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratria. O Refgio de Vida Silvestre pode ser constitudo por reas particulares, desde que seja possvel compatibilizar os objetivos da unidade com a utilizao da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietrios. Havendo incompatibilidade entre os objetivos da rea e as atividades privadas ou no havendo aquiescncia do proprietrio s condies propostas pelo rgo responsvel pela administrao da unidade para a coexistncia do Refgio de Vida Silvestre com o uso da propriedade, a rea deve ser desapropriada. A visitao pblica est sujeita s normas e restries estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, s normas estabelecidas pelo rgo responsvel por sua administrao, e quelas previstas em regulamento (Lei no 9.985 de 18/07/00 Art. 13). b) Uso Sustentvel rea de Proteo Ambiental (APA): uma rea em geral extensa, com um certo grau de ocupao humana, dotada de atributos abiticos, biticos, estticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populaes humanas, e tem como objetivos bsicos proteger a diversidade biolgica, disciplinar o processo de ocupao e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. constituda por terras pblicas ou privadas. Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restries para a utilizao de uma propriedade privada localizada em uma rea de Proteo Ambiental. A APA dispor de um Conselho presidido pelo rgo responsvel por sua administrao e constitudo por representantes dos rgos pblicos, de organizaes da sociedade civil e da populao residente (Lei no 9.985 de 18/07/00 Art. 15). rea de Relevante Interesse Ecolgico (ARIE): uma rea em geral de pequena extenso, com pouca ou nenhuma ocupao humana, com caractersticas naturais extraordinrias ou que abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importncia regional ou local e regular o uso admissvel dessas reas, de modo a compatibiliz-lo com os objetivos de conservao da natureza. A rea de Relevante Interesse Ecolgico constituda por terras pblicas ou privadas. Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restries para a utilizao de uma propriedade privada localizada em uma rea de Relevante Interesse Ecolgico (Lei no 9.985 de 18/07/00 Art. 16). Floresta Nacional, Estadual ou Municipal: uma rea com cobertura florestal de espcies predominantemente nativas e tem como objetivo bsico o uso mltiplo sustentvel dos recursos florestais e a pesquisa cientfica, com nfase em mtodos para explorao sustentvel de florestas nativas. de posse e domnio pblicos, sendo que as reas particulares includas em

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    seus limites devem ser desapropriadas de acordo com o que dispe a lei. admitida a permanncia de populaes tradicionais que a habitam quando de sua criao, em conformidade com o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade. A visitao pblica permitida, condicionada s normas estabelecidas para o manejo da unidade pelo rgo responsvel por sua administrao. A Floresta dispor de um Conselho Consultivo, presidido pelo rgo responsvel por sua administrao e constitudo por representantes de rgos pblicos, de organizaes da sociedade civil e, quando for o caso, das populaes tradicionais residentes (Lei no 9.985 de 18/07/00 Art. 17) Reserva Extrativista: uma rea utilizada por populaes extrativistas tradicionais, cuja subsistncia baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistncia, na criao de animais de pequeno porte, e tem como objetivos bsicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populaes, assegurar o uso sustentvel dos recursos naturais da unidade. de domnio pblico, com uso concedido s populaes extrativistas tradicionais e em regulamentao especfica, sendo que as reas particulares includas em seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o que dispe a lei. Deve ser gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo rgo responsvel por sua administrao e constitudo por representantes de rgos pblicos, de organizaes da sociedade civil e das populaes tradicionais residentes na rea, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criao da unidade. A visitao pblica permitida, desde que compatvel com os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da rea. O Plano de Manejo da unidade ser aprovado pelo seu Conselho Deliberativo. So proibidas a explorao de recursos minerais e a caa amadorstica ou profissional. A explorao comercial de recursos madeireiros s admitida em bases sustentveis e em situaes especiais e complementares s demais atividades desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade (Lei no 9.985 de 18/07/00 Art. 18). Reserva de Fauna: uma rea natural com populaes animais de espcies nativas, terrestres ou aquticas, residentes ou migratrias, adequadas para estudos tcnico-cientficos sobre o manejo econmico sustentvel de recursos faunsticos. de posse e domnio pblicos, sendo que as reas particulares includas em seus limites devem ser desapropriadas. A visitao pblica pode ser permitida, desde que compatvel com o manejo da unidade e de acordo com as normas estabelecidas pelo rgo responsvel por sua administrao. proibido o exerccio da caa amadorstica ou profissional. A comercializao dos produtos e subprodutos resultantes das pesquisas obedecer ao disposto nas leis sobre fauna e regulamentos (Lei no 9.985 de 18/07/00 Art. 19). Reserva de Desenvolvimento Sustentvel: uma rea natural que abriga populaes tradicionais, cuja existncia baseia-se em sistemas sustentveis de explorao dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de geraes e adaptados s condies ecolgicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteo da natureza e na manuteno da diversidade biolgica.Tem como objetivo bsico preservar a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condies e os meios necessrios para a reproduo e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e explorao dos recursos naturais das populaes tradicionais, bem como valorizar, conservar e aperfeioar o conhecimento e as tcnicas de manejo do ambiente, desenvolvido por estas populaes. de domnio pblico, sendo que as reas particulares includas em seus limites devem ser, quando necessrio, desapropriadas, de acordo com o que dispe a lei. gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo rgo responsvel por sua administrao e constitudo por representantes de rgos pblicos, de organizaes da sociedade civil e das populaes tradicionais residentes na rea, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criao da unidade. O Plano de Manejo da Reserva de Desenvolvimento Sustentvel definir as zonas de proteo integral, de uso sustentvel e de amortecimento e corredores ecolgicos, e ser aprovado pelo Conselho Deliberativo da unidade (Lei no 9.985 de 18/07/00 Art. 20) Reserva Particular do Patrimnio Natural (RPPN): uma rea privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biolgica. O gravame de que trata constar de termo de compromisso assinado perante o rgo ambiental, que verificar a existncia de interesse pblico, e ser averbado margem da inscrio no Registro Pblico de Imveis. S poder ser permitida, na Reserva Particular do Patrimnio Natural, conforme se

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    dispuser em regulamento: a pesquisa cientfica e a visitao com objetivos tursticos, recreativos e educacionais. Os rgos integrantes do SNUC, sempre que possvel e oportuno, prestaro orientao tcnica e cientfica ao proprietrio de Reserva Particular do Patrimnio Natural para a elaborao de um Plano de Manejo ou de Proteo e de Gesto da unidade (Lei no 9.985 de 18/07/00 Art. 21). 5.3. CATEGORIAS ESTABELECIDAS PELA CECA O quadro abaixo apresenta as categorias estabelecidas pela Deliberao CECA n 17 de 10/02/78, que aprovou a Diretriz Tcnica DZ 1104 - reas protegidas a considerar no Estado. Basicamente, as categorias so anlogas as definidas pelos atos legais federais, com exceo da reas Estadual de Lazer e do Stio Arqueolgico Estadual. O quadro abaixo mostra a conceituao de Parque Estadual, Reserva Biolgica Estadual, Stio Arqueolgico Estadual, Floresta Estadual e reas Estadual de Lazer.

    Categorias de Unidades de Conservao Estaduais

    Categoria

    Conceituao Atos legais

    Parque Estadual

    rea de domnio pblico estadual, delimitada por abranger atributos excepcionais da natureza, a serem preservados, que est submetida a regime jurdico de inalienabilidade e indisponibilidade em seus limites, inalterveis a no ser por ao de autoridade do Governo Estadual, de modo a conciliar harmoniosamente os usos cientfico, educativo, e recreativo, com a preservao integral e perene do patrimnio natural.

    Deliberao CECA n 17 de 10/02/78; NT (Nota Tcnica) 1.105

    Reserva Biolgica Estadual

    rea de domnio pblico estadual criada com a finalidade de preservar ecossistemas naturais que abriguem exemplares da flora, da fauna, indgenas .... e garantir os processos de evoluo natural. .

    Deliberao CECA n 17 de 10/02/78; NT (Nota Tcnica) 1.106

    Floresta Estadual

    reas de domnio pblico estadual, delimitada com a finalidade de manter, criar, manejar, melhorar ou restaurar potencialidades florestais, com propsitos de aproveitamento racional de recursos.

    Deliberao CECA n 17 de 10/02/78; NT (Nota Tcnica) 1.109

    reas Estadual de

    Lazer

    rea de domnio pblico estadual, podendo comportar propriedade privadas (sic), com atributos ambientais relevantes, capazes de propiciar atividades de recreao ao ar livre sob superviso estadual que garanta sua utilizao correta.

    Deliberao CECA n 17 de 10/02/78; NT (Nota Tcnica) 1.110

    Stio Arqueolgico

    Estadual

    rea de domnio pblico estadual, destinada a proteger vestgios de ocupao pr-histrica humana contra quaisquer alteraes e onde as atividades so disciplinadas e controladas de modo a no prejudicar os valores a serem reservados.

    Deliberao CECA n 17 de 10/02/78; NT (Nota Tcnica) 1.107

    FONTE: FEEMA - Manual do Meio Ambiente, 1979; 5.4. REAS PROTEGIDAS COM STATUS INTERNACIONAL Referem-se a Reserva da Biosfera, Stios Ramsar e Stios do Patrimnio Mundial 5.4.1. Reserva da Biosfera a) Noo Geral As Reservas da Biosfera, de acordo com a UNESCO, so reas protegidas representativas de ambientes terrestres ou costeiras com reconhecimento internacional de seu valor para a conservao e para o avano do conhecimento cientfico, experimentao, e dos valores humanos para apoiar o desenvolvimento sustentado. A UNESCO/MAB vem estabelecendo, desde 1976, reservas da biosfera para cada provncia biogeogrfica do mundo, com apoio do Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), FAO, IUCN e outras agncias internacionais de desenvolvimento.

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    Em 1971, a Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e Cultura (UNESCO), criou o Programa "O Homem e a Biosfera" (MAB - Man and the Biosphere), com a finalidade de "proporcionar os conhecimentos as tcnicas e os valores humanos necessrios para manter uma relao harmoniosa entre o homem e seu ambiente" (UNESCO - Que una Reserva de la Biosfera? s.d.). O Programa MAB possui um Conselho de Coordenao Internacional, que fixa poltica e prioridades e comits nacionais nos pases membros da UNESCO. O programa tem 40 reas de investigao cientfica ou projetos, sendo que uma parte direcionada ao estabelecimento de uma rede coordenada de reservas da biosfera. Cada Reserva da Biosfera uma coleo representativa dos ecossistemas caractersticos da regio onde se estabelece. Terrestre ou marinha, busca otimizar a convivncia homem-natureza em projetos que se norteiam pela preservao dos ambientes significativos, pela convivncia com reas que lhe so vizinhas, pelo uso sustentvel de seus recursos. As primeiras Reservas da Biosfera foram efetivadas em 1976. Entre os 10 pases participantes do programa MAB, 72 contavam com Reservas da Biosfera em 1990. Reservas da Biosfera constituem um centro de monitoramento, pesquisas, educao ambiental e gerenciamento de ecossistemas, bem como centro de formao e desenvolvimento profissional dos tcnicos em seu manejo. Seu gerenciamento o trabalho conjunto de instituies governamentais, no governamentais e centros de pesquisa. Esta integrao busca o atendimento s necessidades da comunidade local e o melhor relacionamento entre o seres humanos e o meio ambiente. Esse gerenciamento se d atravs do zoneamento de sua rea em trs categorias de uso que se interrelacionam: Zona Ncleo ou Zona Principal, que abrange a regio mais preservada de um ecossistema

    representativo, habitat favorvel ao desenvolvimento de numerosas espcies de plantas, animais e seu cenrio de convivncia com seus predadores naturais. Registra-se a, a ocorrncia de endemismos, espcimes raros de importante valor gentico e lugares de excepcional interesse cientfico. Amparada sempre em proteo legal segura, s se permitir em seus limites atividades que no prejudiquem ou alterem os processos naturais e a vida selvagem. Exemplo: a zona inatingvel de um Parque ou de uma Estao Ecolgica, uma Reserva Biolgica ou rea de preservao permanente.

    Zonas Tampo ou Zonas Intermedirias, so as que envolvem as zonas ncleos. Nelas, as

    atividades econmicas e o uso da terra devem garantir a integridade das zonas ncleo. Zonas de Transio, so as mais externas da Reserva. Nelas, incentiva-se o uso da terra

    sustentado e atividades de pesquisa que sero teis regio no entorno da Reserva da Biosfera. Seus limites no tm definio geogrfica precisa porque sua demarcao se faz em conseqncia de seus ajustes peridicos, ditados pelos conhecimentos conservacionistas que se vo conquistando na dinmica da relao planejamento - execuo das atividades econmicas caractersticas da regio.

    Alm dessas, o zoneamento de uma Reserva da Biosfera contempla tambm a definio de reas Experimentais de Pesquisa e reas de Uso Tradicional, tanto nas Zonas Tampo quanto nas de Transio. As reas Experimentais de Pesquisa tm por finalidade a realizao dos experimentos que visem a obteno das melhores formas de manejo da flora, da fauna, das reas de produo e dos recursos naturais, bem como o incremento e a recuperao da diversidade biolgica e dos processos de conservao. As reas de Uso Tradicional so as que apresentam uma explorao econmica baseada em prticas tradicionais, onde se vai procurar manejos mais eficientes sem, contudo, adulterar seus procedimentos bsicos. No Brasil, as aes pela implantao de uma Reserva da Biosfera ganharam impulso a partir de novembro de 1988, com a criao do Consrcio Mata Atlntica, formado pelos governos dos Estados de So Paulo, Rio de Janeiro, Esprito Santo, Santa Catarina e Paran, o qual recebeu

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    a adeso, em 1989, dos Estados da Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul e do IBAMA, representando o governo federal como interveniente. O Consrcio administrado por um Conselho dos Secretrios de Meio Ambiente dos Estados, apoiado em rgo executivo de coordenao. As atividades do Consrcio foram voltadas para transformao da Mata Atlntica na primeira Reserva da Biosfera em territrio brasileiro. b) Reserva da Biosfera no Rio de Janeiro: Em 17 de abril de 1990, a Resoluo Conjunta n 01, baixada pela Secretarias de Estado de Cultura e de Meio Ambiente (DORJ de 25/04/90), criou uma comisso para executar os estudos necessrios para o tombamento da Mata Atlntica. Praticamente um ano depois, em maro de 1991, foi apresentado pela comisso o relatrio final, o qual delimitou e mapeou as extenses de terra da Mata Atlntica e da Serra do Mar a serem tombadas no Estado do Rio de Janeiro. Foi produzido um mapa e um memorial descritivo, consolidando o seu trabalho. O Edital de tombamento do Sistema Orogrfico Serra do Mar/Mata Atlntica foi publicado no DORJ de 6 de maro de 1991 Cerca de 15,16% (656.700 hectares) de terras montanhosas florestadas do territrio do Estado foram includas no tombamento, a maior parte na Serra do Mar, mas incluindo tambm algumas serranias costeiras e trechos florestados de litoral. O tombamento no criou novas reas designadas para proteo ou conservao no Estado do Rio de janeiro, mas abarcou quase todas as que existiam e tentou criar reas de transio e de proteo em torno delas. Em 1994, o IEF detalhou em um mapa a Reserva da Biofera da Mata Atlntica no estado do Rio de Janeiro. Este mapa define as seguintes zonas: Zona Ncleo I: correspondem s reas das unidades de conservao federais e estaduais

    abrangendo os trechos mais preservados do Estado do Rio de Janeiro; Zona Ncleo II: so reas florestais bem preservadas que revestem trechos contnuos da

    serra do Mar, mas que embora protegidas pelo Cdigo Florestal, no foram transformadas em unidades de conservao;

    Zona Tampo ou de amortecimento: so reas que envolvem as zonas ncleos, nas quais o uso do solo e demais atividades econmicas devem garantir a integridade dos ecossistemas circundados;

    Zona de Transio: so as zonas mais externas da Reserva da Biosfera, onde os princpios do desenvolvimento sustentvel devem ser incentivados, visando reduzir o impacto das concentraes populacionais, estradas ou ncleos industriais, sobre os ecossistemas que se pretende proteger;

    reas de Pesquisa Experimental e Recuperao: pode ocorrer em todas as outras zonas tendo por finalidade a realizao de experimentos para obteno de melhores formas de manejo da flora, da fauna e das zonas de produo agropecuria. Nelas devem ser incentivados projetos de recuperao da diversidde biolgica, dos monumentos naturais, de agrosilvicultura, de turismo ecolgico, de agricultura orgnica, bem como de preservao das culturas tradicionais do Estado (caiaras e pequenos produtores rurais de zonas interioranas.

    O Governo do Estado do Rio de Janeiro atravs de Decreto Estadual 26.057, criou em 14/03/2000 o Comit Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica / RJ, que tem como funo precpua implementar a Reserva, promovendo a conservao da biodiversidade no domnio da Mata Atlntica e seus ecossistemas associados no Estado. O Comit paritrio, composto por membros de organizaes governamentais e da sociedade civil, representativos dos trabalhos desenvolvidos para conservao e desenvolvimento sustentvel da Mata Atlntica no Estado. As principais atribuies do Comit Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica so: Orientar o Governo do Estado no estabelecimento das diretrizes de conservao da

    biodiversidade; Difundir os conhecimentos tcnico-cientficos;

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    Priorizar o desenvolvimento sustentvel nos domnios da Mata Atlntica e seus ecossistemas associados.

    Apesar de ter sido um ato de alta importncia para o Estado, dando grande divulgao no exterior, o tombamento no provocou nenhuma mudana no mundo real, tendo sido ignorado por sucessivos governos apesar dos esforos isolados do IEF. A idia continua aguardando ser implantada. Maiores informaes no excelente Portal da Reserva da Biosfera: (http://www.unicamp.br/nipe/rbma/) 5.4.2. Stios Ramsar Os documentos da conveno que trata da cooperao internacional visando a conservao de zonas midas e de aves aquticas foram concludos na Cidade de Ramsar, s margens do Mar Cspio, no Ir, aos 2 de fevereiro de 1971. A Conveno de Ramsar, como ficou conhecida, passou a vigorar somente em 1975, aps os primeiros sete Estados terem se tornado Partes Contratantes (Austrlia, Finlndia, Grcia, Ir, Noruega, frica do Sul e Sucia). Para efeito desta Conveno so consideradas zonas midas: reas de pntanos; charcos; turfas e corpos de gua, naturais ou artificiais, permanentes ou temporrios, com gua estagnada ou corrente, doce, salobra ou salgada, incluindo esturios, plancies costeiras inundveis, ilhas e reas marinhas costeiras, com menos de seis metros de profundidade na mar baixa, onde se encontram alguns dos ambientes mais produtivos e de maior diversidade biolgica do Planeta. Como aves aquticas, para efeito da presente conveno, so considerados todos aqueles pssaros ecologicamente dependentes de zonas midas. O Brasil aprovou o texto da Conveno de Ramsar apenas aos 24 de fevereiro de 1993, designando cinco zonas a serem includas na Lista de Zonas midas de Importncia Internacional, Ilha do Bananal (TO), Lagoa do Peixe (RS), Mamirau (AM), Pantanal Mato-grossense (MT) e Reentrncias Maranhenses (MA), A seleo dessas zonas deve fundamentar-se em critrios gerais e/ou especficos, em termos ecolgicos, botnicos, zoolgicos, imunolgicos ou hidrolgicos, dando-se prioridade quelas reas que sejam relevantes, em qualquer poca do ano, para aves aquticas, migratrias ou no. A Unio Internacional para a Conservao da Natureza e Recursos Naturais, vem desempenhando, at o presente, as funes de Secretaria Permanente da Conveno. A cada trs anos so realizadas convenes das Partes Contratantes, aprovando resolues, recomendaes, decises tcnicas e planos estratgicos, dando continuidade aplicao dos termos da Conveno. Para o perodo 1997-2002 o Plano Estratgico inclui medidas relativas ao uso da gua e ao desenvolvimento de polticas nacionais de conservao das zonas midas da Lista, aprovadas por ocasio da 6a Conferncia, realizada em Brisbane, na Austrlia, de 19 a 27 de maro de 1996, quando se comemorou o 25 aniversrio da Conveno de Ramsar. A FEEMA vem desenvolvendo estudos, ora em concluso, para incluir diversas lagoas e lagunas do Norte Fluminense na lista da Conveno RAMSAR. Site Oficial: http://www.ramsar.org/

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    5.4.3. Stios do Patrimnio Mundial A Conveno de proteo do Patrimnio Mundial Cultural e Natural foi adotada em 1972 pela Conferncia Geral da UNESCO, em consonncia com a ICOMOS - International Council for Monuments and Sites, com o objetivo de preservar os testemunhos irremovveis de civilizaes passadas e as paisagens naturais. Essa Conveno Internacional foi adotada por 111 Estados-Parte, em 1989, entre os quais o Brasil. O objetivo fundamental de reconhecer stios culturais e naturais em mbito mundial, de interesse excepcional e de tal valor universal que sua proteo considerada como de responsabilidade de toda humanidade. Ao adotar a Conveno, as naes reconhecem que: Cada pas mantm sob a sua custdia para o resto da humanidade aquelas partes, tanto

    naturais como culturais, do Patrimnio Mundial, Que a comunidade internacional tem o compromisso de apoiar qualquer nao na prtica

    dessa responsabilidade, se os seus prprios recursos so insuficientes; Que a humanidade deve exercitar o mesmo senso de responsabilidade para com as obras

    da natureza, como para as obras de suas prprias mos. No entanto, a soberania de qualquer Stio do Patrimnio Mundial retida com o pas onde esse stio est localizado, e a incluso como propriedade na Lista do Patrimnio Mundial feita somente por solicitao do Estado concernente. O mecanismo de cooperao internacional o Comit do Patrimnio Mundial (World Heritage Committee-WHC) composto de 21 especialistas eleitos por e entre as mais de 100 naes que firmaram a Conveno, com uma representao eqitativa das diferentes regies e culturas do globo. Os Stios do Patrimnio Mundial so divididos em duas sees principais: uma cultural e outra natural, esta incluindo a Geologia e a Paleobiologia. Esses stios so bastante seletivos e estritamente limitados em nmero. Com o objetivo de identificar stios geolgicos de excepcional valor universal, foi iniciada em 1989/90 uma relao, em mbito mundial, denominada Lista Indicativa Global de Stios Geolgicos ou GILGES (Global Indicative List of Geological Sites). Essa lista est disposio do Comit do Patrimnio Mundial no sentido de permitir decises apropriadas. A Unio Internacional para a Conservao da Natureza (International Union for the Conservation of Nature-IUCN) orienta a deciso final do Comit do Patrimnio Mundial (Estados-Parte), com base em indicaes a ele trazidas. Deve ser enfatizado que a GILGES no definitiva e requer ser submetida reviso. uma open-ended list e sua implementao pode ser feita tanto por adies como por supresses, ou seja, iterativa em sua natureza. Apesar de possuir paisagens belssimas, nenhuma regio ou Parque no Estado foi agraciado com o status de Sitio do Patrimnio Mundial. Site oficial: http://whc.unesco.org/ 5.5. REAS DE PRESERVAO PERMANENTE E RESERVA LEGAL Completando o quadro de reas protegidas inscrevem-se as reas de Preservao Permanentes (APP) e a Reserva Legal. rea de preservao permanente a rea protegida nos termos dos arts. 2 e 3 da Lei Federal n 4.771/65 (alterados pela Lei Federal n 7.803/89), coberta ou no por vegetao nativa. A Resoluo CONAMA n 302 de 20/03/2002 estabeleceu que a APP tem a funo ambiental de preservar os recursos hdricos, a paisagem, a estabilidade geolgica, a biodiversidade, o fluxo gnico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populaes humanas. Reserva legal a rea localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, que no seja a de preservao permanente, necessria ao uso sustentvel dos recursos naturais, conservao e reabilitao dos processos ecolgicos, conservao da biodiversidade e ao abrigo e proteo de fauna e flora nativas. A Reserva Legal permanente e deve ser averbada em cartrio, margem do registro do imvel. O conceito de reserva legal dado pelo Cdigo Florestal, em seu art. 1, 2, III, inserido pela MP n. 2.166-67, de 24.08.2001, sendo: "rea localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservao permanente, necessria ao uso sustentvel dos recursos naturais, conservao e reabilitao

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    dos processos ecolgicos, conservao da biodiversidade e ao abrigo e proteo de fauna e flora nativas." A reserva legal uma das modalidades de limitao administrativa, uma vez que foi instituda por lei Cdigo Florestal; imposta pelo Poder Pblico de forma unilateral, geral e gratuita sobre a propriedade ou posse rural. Dentre as limitaes administrativas incluem-se as dos artigos 16 e 44 do Cdigo Florestal, redao inserida pela MP n. 2.166-67, de 24.08.2001. 5.6. INSTITUIES As UCs estaduais tem sido tradicionalmente gerenciadas pelo IEF e pela Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente FEEMA, que em futuro prximo sero incorporadas ao Instituto Estadual do Ambiente INEA, criado recentemente pela Lei 5.101 de 04 de outubro de 2007. No plano federal, o Ministrio do Meio Ambiente possui uma Diretoria de reas Protegidas na Secretaria de Biodiversidade e Floresta, que encarregada de conduzir o Programa Nacional de reas Protegidas. Em abril de 2007, o Governo Federal criou o Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade, retirando do IBAMA a funo de administrar unidades de conservao. O Anexo VII contem informaes complementares sobre as instituies gestoras de UCs.

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    6. BREVE HISTRICO No Estado do Rio de Janeiro, onde foram criados o primeiro Parque Nacional brasileiro (Itatiaia, 1937), a primeira entidade no-governamental conservacionista (Fundao Brasilleira para a Conservao da Natureza, 1958), a primeira Reserva Biolgica Federal (Poo das Antas, 1974) e a primeira APA Federal (Petrpolis, 1982), tambm se efetivaram diversos pioneirismos ambientais ao longo da sua histria. Apresenta-se a seguir uma cronologia histrica dos fatos mais importantes. 1808 a Ilha do Governador, na baia de Guanabara, era considerada como um Couto

    (reserva) de Caadas da famlia real portuguesa. 1876 Andr Rebouas pugnou pela criao de Parques e reservas naturais brasileiras

    (uma das quais em Itatiaia), inspiradas na experincia norte-americana do Yellowstone National Park criado em 1872

    1896 criado o Parque Estadual da Cidade de So Paulo 1911 O Decreto federal n 8843 de 26/07/1911, criou uma Reserva Florestal, com cerca

    de 2,8 milhes de hectares, no territrio do Acre. porm, o mesmo foi revogado pelo governo sem qualquer explicao.

    1926 Gonzaga de Campos publicou o primeiro Mapa Florestal do Brasil que, no mesmo ano, foi aperfeioado por J. CSAR DIOGO em seu "Mapa Fitogeogrfico do Brasil".

    1932 A. J. SAMPAlO, no Museu Nacional, ministrou o primeiro curso brasileiro de Geografia Botnica, versando principalmente sobre fitogeografia, o qual foi publicado, por partes, desde 15 de janeiro de 1933 no Suplemento Ilustrado do Correio da Manh, e sob a forma de livro com o ttulo Fitogeografia do Brasil. Foi criada pela Prefeitura do Rio de Janeiro, ento Distrito Federal, a Reserva Biolgica de Goethea, na restinga de Itapeba, em Jacarepagu, visando homenagear o centenrio de morte do poeta alemo Johann Wolfang Goethe (1749 - 1832). Ainda em 1932, a Prefeitura de So Gonalo cria uma reserva com o mesmo nome e prpsito para preservar a restinga de Itaipu, hoje em Niteri.

    1934 realizada a Primeira Conferncia Brasileira de Proteo Natureza (pela Sociedade dos Amigos das rvores), cujos anais esto no BoI. Mun. Nacional 11 (1), 3-116, 11 (2), 9-115, Rio de Janeiro (1935).

    1934 Promulgado o primeiro Cdigo Florestal do Brasil (Decreto 23.793), em atendimento aos apelos de vrios pensadores, em especial da Sociedade de Amigos das rvores, criada por Alberto Jos Sampaio, botnico do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

    1934 Congresso Nacional da Pesca Dr. F. W, Fraise prope a criao de um Parque na Baha de Guanabara.

    1937 criado, na poro oeste do Estado do Rio de Janeiro e com parte em Minas Gerais, o primeiro Parque Nacional do Brasil, o Parque do Itatiaia.

    1939 criado, na poro central do Estado do Rio de Janeiro, em Terespolis e Mag, o segundo Parque Nacional brasileiro (Serra dos rgos).

    1941 criadas, no atual Estado do Rio de Janeiro, dezoito Florestas Protetoras da Unio: Caboclos, Camorim, Colnia, Covanca, Curicica, Engenho Novo de Guaratiba, Pau da Fome, Piraquara, Rio da Prata, Serra do Barata (no macio da Pedra Branca), Egalon, Mantiquira, Petrpolis, Tingu, Rio Douro, So Pedro, Teodoro Sampaio (na Serra do Mar) e Mendanha (no macio do Mendanha)

    1944 criada, no atual Estado do Rio de Janeiro, a Floresta Protetora reas de Mata, situada em Jacarepagu.

    1946 criada, no Estado do Rio de Janeiro, a Floresta Protetora de Mata vizinha ao Parque de Itatiaia. Ministrado por PIERRE DANSEREAU, o primeiro curso no Brasil de Biogeografia, publicado em 1949 na Revista Brasileira de Geografia, ano XI, n 1, sob o ttulo .'Introduo Biogeografia".

    1950 criada, no Estado do Rio de Janeiro, a Floresta Protetora de Araras, na Serra do Mar.

    1951 criada, no Estado do Rio de Janeiro, a Floresta Protetora da Fazenda Pedra Branca, em Nova Friburgo.

    1955 criada, no Estado do Rio de Janeiro, a Floresta Protetora da Fazenda do Garrafo, em Mag e Nova Friburgo (Decreto-lei federal 34.781 de 14/12).

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    1961 Efetuada a mudana da Capital Federal para Braslia e transformado o Distrito Federal em Estado da Guanabara; criada, no atual Estado do Rio de Janeiro, a Floresta Protetora da Encosta Atlntica do Estado do Rio de Janeiro e Guanabara. (Decreto federal 50.813 de 20/06/61); e criado o Parque Nacional do Rio de Janeiro, englobando as antigas Florestas Protetoras da Unio, dentro da Cidade do Rio de Janeiro.

    1965 O governo militar, instalado no Pas em 1964, edita em 15 de setembro de 1965 o novo Cdigo Florestal (Lei no 4.771/65), definindo as categorias de Parque, Reserva Biolgica e Floresta Nacional.

    1969 Incio do processo de criao de Unidades de Conservao de mbito DO ANTIGO Estado do Rio de Janeiro, atravs do Decreto-Lei n 131, quando foi determinado o estabelecimento de quatro reas prioritrias para criao das Reservas Florestais Estaduais, como Reserva Biolgica do Pau Brasil, Florestas Estaduais de Parati e de Santa Maria Madalena e o Parque Estadual das Nascentes dos rios So Joo e Maca. Entretanto, nenhuma destas unidades foi implantada com a denominao indicada.

    1970 criado, no antigo Estado do Rio de Janeiro, o Parque Estadual do Desengano, na rea antes prevista como Floresta Estadual de Santa Maria Madalena. Sua criao contou com o apoio do Centro de Estudos e Conservao da Natureza - CECNA, uma ONG com sede em Nova Friburgo. Trata-se do primeiro Parque fluminense.

    1971 criado o Parque Estadual da Ilha Grande, subordinado a FLUMITUR; 1973 criado o Parque Estadual de Parati-Mirim, na rea antes prevista para ser a

    Floresta Estadual de Parati 1974 criadas no Estado da Guanabara, subordinadas Secretaria Estadual de

    Agricultura, as primeiras unidades de conservao: o Parque Estadual da Pedra Branca e a Reserva Biolgica e Arqueolgica de Guaratiba.

    1975 so fundidos os Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara. criado o Departamento Geral de Recursos Naturais Renovveis (DGRNR) na Secretaria Estadual de Agricultura, que passa a administrar as UCs. So criadas a FEEMA, a SERLA e a CEDAE na Secretaria Estadual de Obras.

    1977 pesquisada a rea de florestas remanescentes no Estado, atravs das imagens Landsat de 1976 do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, pela equipe da FEEMA, estimando-as em cerca de 17 % da rea territorial

    1977 DGRNR passa a administrar a Reserva Biolgica Estadual de Araras. O Parque Estadual de Parati-Mirim passa a ser denominado de rea Estadual de Lazer, subordinando-se a FLUMITUR

    1978 Comisso Estadual de Controle Ambiental baixa a Deliberao n17 estabelecendo as Categorias Estaduais de reas Protegidas inspirada nas recomendaes tcnicas da IUCN, definindo as categorias de Parque Estadual, Reserva Biolgica, Stio Arqueolgico, Floresta Estadual e rea Estadual de Lazer, e oficializando diversas diretrizes e orientaes tcnicas para implantao de reas protegidas. O DGRNR cria a Reserva Florestal do Graja

    1981 FEEMA cria a Reserva Biolgica da Praia do Sul, na Ilha Grande. 1983 entregue ao Presidente da FEEMA o documento "Poltica e Programa Florestais

    para o Estado do Rio de Janeiro (1983 -1987), que no teve prosseguimento 1984 FEEMA cria a rea de Proteo Ambiental de Maric. 1985 FEEMA cria a rea de Proteo Ambiental da Floresta de Jacarand, em

    Terespolis. 1986 criado o Instituto Estadual de Florestas-IEF, que passa a administrar as UCs que

    estavam subordinadas, at ento, ao Departamento Geral de Recursos Naturais Renovveis da Secretaria de Agricultura, que foi extinto. Criadas pela FEEMA as APAs de Tamoios e de Massambaba (nesta includas as Reservas Ecolgicas de Massambaba e Jacarepi)

    1987 FEEMA cria a Estao Ecolgica do Paraso e a rea de Proteo Ambiental de Mangaratiba

    1988 FEEMA cria as reas de Proteo Ambiental do Gericin-Mendanha e Marica

    publicado pela FEEMA o Atlas do Diagnstico Ambiental do Estado no Boletim da FBCN (V.24: 65-98, 1989). Finalizado o estudo Sistema Nacional de Unidades de Conservao - SNUC, a cargo da Fundao FUNATURA. Criado o IBAMA.

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    1989 pela Constituio Estadual, o Rio Paraba do Sul, a Ilha Grande, a Baia de Sepetiba e a Baia da Guanabara so declarados como reas de Relevante Interesse Ecolgico. E, tambm, como reas de preservao permanente so declarados os manguezais, lagos, lagoas e lagunas, reas estuarinas, praias, vegetao de restingas quando fixadoras de dunas, dunas, costes rochosos, cavidades naturais subterrneas - cavernas, nascentes, faixas marginais de proteo de guas superficiais, reas que abriguem exemplares ameaados de extino, raros, vulnerveis ou menos conhecidos, na fauna e flora, bem como aquelas que sirvam como local de pouso, alimentao ou reproduo, reas de interesse arqueolgico, histrico, cientfico, paisagstico, cultural, e a Baia de Guanabara

    1990 a FEEMA cria o Parque Estadual Marinho do Aventureiro e as reas de Proteo Ambiental da Serra da Sapiatiba e do Rio dos Frades

    1991 IEF cria o Parque Estadual da Serra da Tiririca e a Reserva Ecolgica da Juatinga. Em elaborao o primeiro Plano de Manejo de UC do Estado, para o Parque Estadual da Ilha Grande. Apesar da Lei 1807 de 3/04/91 determinar que fossem transformados em Parques todas as Dunas do Estado (Per, Dama Branca, etc), no houve prosseguimento

    1992 realizada no Rio, a ECO 92 2000 Entra em vigor a Lei do SNUC. Lanado o Atlas das Unidades de Conservao da

    Natureza do Rio de Janeiro pelo IEF e FEEMA 2002 criados o Parque Estadual dos Trs Picos e da Serra da Concrdia e a Estao

    Ecolgica de Guaxindiba. Inicia-se a aplicao das medidas de Compensao Ambiental, sendo EL Paso e UTE Norte Fluminense as primeiras empresas a fazerem desembolsos.

    2005 Iniciado o projeto Projeto de Proteo a Mata Atlntica PPMA/KfW. 2007 Transformada a SEMADUR em Secretaria Estadual do Ambiente (SEA). Aprovada

    a constituio do Instituto Estadual do Ambiente. Os Parques Estaduais da Chacrinha e do Graja passam a ser administrados pelo Municpio do Rio de Janeiro. Atravs de Portaria Conjunta, as UCs da FEEMA passam a ser administradas em regime de co-gesto com o IEF. O Parque Estadual da Ilha Grande tem sua rea ampliada. criada a APA do Rio Guandu. O Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET) tem seus limites definitivos aprovados. Criada a Cmara de Compensaes Ambientais no mbito da CEA. ICMS Ecolgico aprovado. Atravs de Decreto criada a Estrada Parque. Em Dezembro criado o Servio de Guarda Parque no mbito do Corpo de Bombeiros.

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    7. SITUAO DA REDE DE UCS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO A criao de unidades de conservao no Estado do Rio de Janeiro jamais foi planejada por inteiro, com base em um Plano preestabelecido, sendo na verdade uma soma de iniciativas isoladas de criao de Parques, Reservas, APAs e outras. Por este motivo, no compe um Sistema propriamente dito. Faz-se neste capitulo, uma apreciao sinttica sobre a situao das unidades de conservao existentes no Estado do Rio de Janeiro, com nfase nas administradas pelo Governo do Estado. 7.1. AVALIAO GLOBAL O Estado do Rio de Janeiro, com 4,3 milhes de ha, conta com 50 unidades de conservao federais e estaduais, sendo 30 estaduais (9 Parques, 3 Reservas Biolgicas, 2 Estaes Ecolgicas, 3 Reservas Ecolgicas e 13 APAs), e 20 federais (5 Parques, 3 Reservas Biolgicas, 2 Estaes Ecolgicas, 1 Floresta Nacional, 2 ARIEs, 5 APAs, 1 Reserva Extrativista, e 1 Reserva Ecolgica). O quadro abaixo lista as unidades de conservao. Os quadros do Anexo VIII apresentam informaes detalhadas sobre as unidades de conservao federais, estaduais e privadas no Estado do Rio de Janeiro.

    Unidades de Conservao no Estado do Rio de Janeiro

    UCs ESTADUAIS

    UCs FEDERAIS

    Parques (9) Parques (5) Parque Estadual de Desengano Parque Estadual da Ilha Grande Parque Estadual da Pedra Branca Parque Estadual da Serra da Tiririca Parque Estadual dos Trs Picos Parque Estadual da Serra da Concrdia Parque Estadual da Chacrinha (*) Parque Estadual do Graja (*) Parque Estadual Marinho do Aventureiro

    Parque Nacional de Itaiaia Parque Nacional da Serra dos rgos Parque Nacional da Tijuca Parque Nacional da Serra da Bocaina Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba

    Reservas Biolgicas (3) Reservas Biolgicas (3) Reserva Biolgica da Praia do Sul Reserva Biolgica e Arqueolgica de Guaratiba Reserva Biolgica de Araras

    Reserva Biolgica de Poo das Antas Reserva Biolgica Unio Reserva Biolgica de Tingu

    Estaes Ecolgicas (2) Estaes Ecolgicas (2)

    Estao Ecolgica do Paraso Estao Ecolgica de Guaxindiba

    Estao Ecolgica de Tamoios Estao Ecolgica da Guanabara

    Reserva Eclogica (3) Reserva Eclogica (1) Reserva Ecolgica de Jacarepi Reserva Ecolgica de Massambaba Reserva Ecolgica da Juatinga

    Reserva Ecolgica de Alcobaa

    rea de Relevante Interesse Ecolgico (0) rea de Relevante Interesse Ecolgico (2)

    RIE Arquiplago das Cagarras RIE Floresta da Cicuta

    rea de Proteo Ambiental (13) rea de Proteo Ambiental (5) rea de Proteo Ambiental de Maca de Cima rea de Proteo Ambiental de Mangaratiba rea de Proteo Ambiental de Tamoios rea de Proteo Ambiental de Gericin/Mendanha\ rea de Proteo Ambiental de Maric rea de Proteo Ambiental de Massambaba rea de Proteo Ambiental de Sapiatiba rea de Proteo Ambiental do Pau Brasil rea de Proteo Ambiental da Floresta do Jacarand rea de Proteo Ambiental da Bacia do Rio dos Frades rea de Proteo Ambiental do Rio Macacu rea de Proteo Ambiental do Rio Guandu rea de Proteo Ambiental Nova Sepetiba II

    rea de Proteo Ambiental da Serra da Mantiqueira rea de Proteo Ambiental de Cairuu rea de Proteo Ambiental de Guapimirim rea de Proteo Ambiental de Petrpolis rea de Proteo Ambiental do So Joo/ Mico Leo Dourado

    Reserva Extrativista (0) Reserva Extrativista (1) Floresta (0) Floresta (1) Floresta Nacional Mrio Xavier (*) Administrados pela Prefeitura do Municpio do Rio de Janeiro

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    O Atlas das Unidades de Conservao do Estado do Rio de Janeiro, de autoria da FEEMA e do IEF, a melhor publicao que existe sobre o assunto, trazendo resumos e fotos excelentes de quase todas elas. Releva mencionar que os Parques Estaduais da Chacrinha e o Guaja foram repassados ao municpio, enquanto o Parque de Turismo Furnas do Catete encontra-se administrado pela Prefeitura de Nova Friburgo. A rea Estadual de Lazer de Parati Mirim (Ex-Parque Estadual de Lazer de Parati-Mirim) esta sendo repassada pelo ITERJ ao IEF.

    Geral: Por categoria, contabilizam-se 14 Parques, 6 Reservas Biolgicas, 4 Estaes Ecolgicas,

    4 Reservas Ecolgicas, 1 Floresta Nacional, 2 ARIEs e 18 APAs;

    A rea total, continental e insular, protegida sob a forma de unidades de conservao de proteo integral e de uso sustentvel, federais, estaduais e particulares (41 RPPNs, num total de 4.258,35ha IBAMA/2006), de 706.000 ha, o que corresponde a 16,13% da superfcie total do Estado. Cabe destacar que as reas de sobreposio foram contabilizadas uma nica vez, razo pela qual o valor acima no corresponde ao somatrio das reas individuais dessas Unidades de Conservao;

    A rea marinha protegida de apenas 11.681 ha;

    Considerando-se apenas as reas continental e insular do Estado, 271.092 ha so protegidos por unidades de conservao de proteo integral e 488.067 ha por unidades de conservao de uso sustentvel;

    Existem 40 RPPNs no Estado do Rio de Janeiro, protegendo um total de 4.258,35ha IBAMA/2006;

    O maiores Parques so os da Serra da Bocaina (110.000 ha), Trs Picos (46.350 ha) Itaiaia (30.000 ha) e Desengano (22.400 ha);

    UC Estaduais: O Estado administra um total de 348.343 ha, sendo 127.829 ha sob a forma de unidades

    de conservao de proteo integral (Parques, Reservas Biolgicas e Estaes Ecolgicas) e 220.514 ha em unidades de conservao de uso sustentvel, nesse considerando-se as reas continentais, insulares e os ambientes marinhos;

    As Unidades de Conservao de Proteo Integral do Estado protegem menos de 25% dos 871.715 ha de floresta atlntica, restinga e manguezais remanescente e correspondem a menos de 7% da superfcie total do Estado;

    UC Federais: A Unio zela por uma rea de 457.929 ha, sendo 154.944 ha sob a forma de unidades de

    conservao de proteo integral e 302.985 ha sob a forma de unidades de conservao de uso sustentvel, tambm considerando-se as reas continentais, insulares e os ambientes marinhos;

    UC Municipais:

    Na esfera municipal impossivel saber quantas UCs Municipais existem devido a desorganizao das informaes. Nem mesmo a Fundao CIDE detm informaes confiveis sobre o assunto, pois a imensa maioria das Prefeituras desconhecem suas prprias leis e decretos de criao. O municpio do Rio de Janeiro o nico que conta com um conjunto de unidades de conservao (sistema) implantado e operando. Contudo, a grande maioria das unidades de tamanho muito reduzido. Por ter sido capital, as principais reas foram transformadas em Parque Nacional (Tijuca) e Estadual (Pedra Branca), sobrando espaos diminutos. Mas isto no tira o mrito de um sistema que vem sendo construido e aperfeioado h mais de 3 dcadas pela Fundao Parques e Jardins.

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    Nova Iguau e Maca vem em seguida, graas ao Parque Municipal de Nova Igua e ao Parque Natural Fazenda Atalaia, respectivamente