Sistema Enxuto No Processo de Desenvolvimento de Software

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    SISTEMA ENXUTO NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DESOFTWARE : UM ESTUDO DE CASO APLICADO

    Angela Sakaya

    Danielle Faust Cruz

    Resumo

    Desenvolver e manter vantagens competitivas em custo, diferenciao e enfoque agregando valor para ocliente, est cada vez mais difcil para as empresas de desenvolvimento de softwares. O presente artigotem por objetivo principal analisar e propor o direcionamento da aplicao de ferramentas da filosofialean no processo de servio logstico do desenvolvimento de Tecnologia da Informao (TI), visando areduo do tempo de disponibilizao do software para o cliente. Para tanto, aplicou-se a ferramenta deMapeamento do Fluxo de Valor em uma empresa especializada no desenvolvimento de softwares para osetor de varejo, situada na regio Norte do Estado de Santa Catarina. Os resultados permitem concluir,que valida a aplicao da filosofia lean e de suas ferramentas em processos de customizao de

    softwares.

    1 INTRODUO

    A economia moderna tem sofrido constantes transformaes e conformeSui

    (2010) a base econmica atual est voltada aos servios ao invs de produtos, sendo que

    as organizaes, governos e universidades em todo o mundo recentemente despertaram

    para a compreenso de que os servios dominam a economia global e o crescimentoeconmico (CACM, 2007).

    Os servios representam aproximadamente 58,9% do PIB do Brasil (IBGE,

    2009a), e uma percentagem crescente do PIB dos demais pases.

    Este crescimento resultou no agrupamento de um nmero cada vez mais importante das

    organizaes na oferta, tendo como consequncia a necessidade de incorporar

    ferramentas de gesto na busca pela satisfao do cliente (ANJOS; ABREU, 2008).

    No setor de servios, encontram-se as empresas de servios de Tecnologia da

    Informao, que considerada uma das atividades com forte potencial de crescimento.

    As TI esto situadas no centro da chamada nova economia e configuram-se como

    dispositivos fundamentais para o acesso informao e sociedade do conhecimento

    (IBGE, 2009b).

    Os aspectos econmicos do crescimento de servios de TI, tm contribudo de

    forma significativa, contabilizando uma receita de R$ 2,1 bilhes em 2009, proveniente

    da exportao de servios ocupando a 8 colocao nas receitas totais a nvel mundial.

    (IBGE, 2009b).

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    Nos mercados altamente competitivos, a busca por ganhos de produtividade se

    traduzem em reduo de custos e preos mais competitivos, remetendo melhoria

    contnua dos processos de produo, com maiores nveis de automao, tendo, como

    interface a TI. Contudo, mesmo representando uma necessidade imprescindvel para a

    sobrevivncia de organizaes, escolhas tecnolgicas imprprias podem resultar em

    gastos exagerados, subutilizao dessas tecnologias ou perdas de competitividade. Deste

    modo, a oferta de ferramentas de TI adequadas s necessidades das organizaes,

    associado atualizao e melhoria contnua de equipamentos e sistemas, so exigncias

    para se aumentar a produtividade, oferecer atendimento de excelncia, ofertar produtos

    e servios de qualidade, garantir eficincia no gerenciamento das empresas (IBGE,

    2009b) e consequentemente oferecer maior valor para os clientes.

    Neste contexto, os gestores de empresas de TI comearam a compreender as

    necessidades e os benefcios da aplicao da filosofia lean para identificar desperdcios

    e oferecer maior valor ao cliente.

    Entretanto, no h evidncia emprica sobre a aplicao do lean em empresas de

    TI. Esta constatao foi efetuada por meio do levantamento de publicaes em duas

    bases de dados internacionais de peridicos cientficos (EBSCO; EMERALD)

    relevantes e condizentes com o tema principal da investigao lean logistic aplicado a

    empresas de TI, com o objetivo de situar o estado da arte da discusso do tema.

    O saldo do levantamento bibliogrfico, demonstra um nmero significativo de

    investigaes feitas sobre o tema lean no contexto geral. Associando as palavras leane

    servios encontrou-se dezoito artigos publicados na base Ebsco e doze na Emerald. J

    para lean e logsticafoi encontrado um artigo na Ebsco e nenhum na Emerald. Para

    lean e empresa de TI, no encontrou-se publicao alguma, o que ressalta a importncia

    desta investigao.

    J no contexto nacional, identificou-se trs estudos sobre leane logstica. Umdos estudos buscou analisar em detalhes as etapas que compe o processo de

    importao, identificando os tempos de cada uma delas e otimizando os gargalos com a

    reduo de tempos de valor no-agregado (ALVES, ALVES E BERTELLI, 2009). J

    Donadel, Junior e Rodriguez (2007), desenvolveram um estudo tendo por objetivo

    argumentar sobre o pensamento enxuto do Sistema Toyota de Produo (STP), relatar

    sobre a Logstica Enxuta e suas etapas, introduzir as ferramentas do MPT e apresentar

    como a utilizao do MPT na logstica interna das empresas pode aumentar a agilidadee produtividade com seus processos enxutos. Por fim, o trabalho realizado por Pacheco,

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    Drohomeretski e Cardoso (2008) buscou mostra a importncia da escolha correta do

    modal de transporte visando menores custos.

    Ao observar o estado da arte, percebe-se de imediato que h um nmero

    reduzido de publicaes sobre lean na logstica e em empresas de TI.

    O presente artigo tem por objetivo principal analisar e propor o direcionamento

    da aplicao de ferramentas da filosofia lean no processo de servio logstico do

    desenvolvimento de Tecnologia da Informao (TI), visando a reduo do tempo de

    disponibilizao do software para o cliente.

    Para tanto, utilizou-se o estudo de caso aplicado em uma empresa especializada

    no desenvolvimento de softwares ERP1e BI2para o setor de varejo, situada na regio

    Norte do Estado de Santa Catarina.

    O levantamento das informaes atravs do uso da ferramenta de Mapeamento

    do Fluxo de Valor (MFV) atual e futuro, possibilitou a anlise do processo logstico de

    customizao de software ERP via web, visando a reduo do tempo de

    disponibilizao do software para o cliente.

    2 FUNDAMENTAO TERICA

    2.1 Logstica de servios

    O futuro da logstica pode ser vislumbrado na contnua evoluo das tecnologias

    e da economia, principalmente no deslocamento das atenes da manufatura para os

    servios, oportunizando uma adequao dos processos, princpios e conceitos logsticos

    para as organizaes que produzem e distribuem servios ao invs de produtos

    tangveis. Pode-se ento, mencionar que a logstica traa em seu processo evolutivo um

    verdadeiro disparate: sendo uma das atividades econmicas mais antigas e um dos

    conceitos gerenciais mais modernos (DORNIER et al.,2000; FLEURY et al., 2006).

    O processo logstico perpassa todas as reas funcionais de uma organizao,

    desenvolvendo importantes interfaces. Deste modo, avergua-se que a misso da

    logstica dispor a mercadoria ou o servio certo, no lugar certo, no tempo certo e nas

    condies desejadas, ao tempo em que fornece uma maior contribuio a organizao

    (BALLOU, 2001).

    1ERPEnterprise Resource Planning.2BIBusiness Intelligence.

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    Council of Logistics Management (2008) apresentou uma proposta de conceito

    logstico, pensando a necessidade de uma administrao adequada tanto de

    movimentao de mercadorias, servios e informaes, a saber:

    [...] o processo de planejamento, implementao e controle do fluxo e

    armazenagem eficientes e de baixo custo de matrias-primas, estoque emprocesso, produto acabado e informaes relacionadas, desde o ponto deorigem at ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos dosclientes.

    No entendimento de Christopher (1997, p.2) a logstica :

    O processo de gerenciar estrategicamente a aquisio, movimentao earmazenagem de materiais, peas e produtos acabados (e os fluxos deinformao correlatas) atravs da organizao e seus canais de marketing, demodo a poder maximizar as lucratividades presente e futura atravs doatendimento dos pedidos a baixo custo.

    Estes conceitos ressaltam a preocupao estratgica por parte da logstica com a

    empresa, conferindo-lhe responsabilidades dentro de um processo integrado

    fundamentado no gerenciamento apropriado e lgico de todos os recursos envolvidos

    nas atividades da organizao. Corroborando, Bowersox e Closs (2003) expem que a

    logstica tem por objetivo satisfazer as necessidades do cliente, buscando atingir

    qualidade. Neste sentido, pode-se inferir que o maior desafio da qualidade em logstica

    est em equilibrar o custo e o valor para todos os interessados no processo, ou seja, que

    seja bom para todas as partes.

    Salienta-se que esta investigao focar a adaptao de processos logsticos

    aplicados gesto de bens para a gesto de servios. Assim, o entendimento de servios

    e principalmente das suas caractersticas, de fundamental importncia.

    Para Grnroos (1995) o cerne do servio a intangibilidade do prprio

    fenmeno. Percebe-se certa dificuldade entre os autores para conceituarem servios.

    A Associao Americana de Marketing define servios como vantagens, aquelas

    atividades ou satisfao que so ofertadas mediante a compra de um servio ouvinculadas com a venda de algum bem (LAS CASAS, 1991). Para muitos a

    considerao de bem significa alguma coisa, um objeto, artigo ou material e o servio

    uma ao, esforo ou desempenho (HOFFMAN; BATESON, 2002, p. 5). No

    entendimento de Kotler (2000b) servio qualquer performance ou ao

    fundamentalmente intangvel, que um elemento pode oferecer ao outro sem resultar na

    propriedade de nada, podendo ou no estar vinculado a um produto concreto. Na

    percepo de Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000), os servios so idias e conceitos, e

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    produtos so objetos. Inovaes em servios no so patenteveis e as franquias tm

    sido o veculo para assegurar reas de mercado e estabelecer a solidez damarca.

    Outros autores como Kotler (2000), Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000) e

    Hoffman e Bateson (2002) tm abordado as peculiaridades relativas aos servios. Para

    um melhor entendimento, alguns autores comparam os servios a bens fsicos (tabela 1),

    dentre eles, pode-se destacar Grnroos (1995).

    Tabela 1: Principais diferenas entre bens fsicos e servios

    Fonte: Grnroos (1995, p. 38).

    O servio possui uma outra caracterstica que seria a influncia externa, uma vez

    que os servios podem ser altamente afetados e influenciados por avanos tecnolgicos,

    regulamentao governamental e aumentos de preo da energia. Essas transformaes

    podem influenciar a forma que os servios so realizados e o tamanho da empresa de

    servios. Entre todas as caractersticas de servios citadas, a que mais se destaca entre

    os autores a intangibilidade, tendo maior extenso para alavancar estratgias na rea

    de servios (SCHMENNER, 1999).

    Na rea de TI, alm dos servios intangveis, Silva et al. (2006) salienta que

    existe um conjunto de elementos tangveis que so mais percebidos pelos usurios como

    equipamentos, acessrios e aplicativos de microinformtica disponibilizados por TI e

    todas as facilidades integradas sua utilizao, tais como o acesso direto ou remoto a

    redes e aplicativos e os procedimentos de segurana.

    No entendimento de Prahalad e Krishnan (1999), a maior parte das organizaes

    de TI foi concebida, originalmente, para gerenciar uma infra-estrutura baseada em um

    computador central (mainframe). Com o passar do tempo, essas organizaes

    testemunharam uma transio para infra-estruturas descentralizadas que tinham

    interfaces com Intranets e a Internet. A partir deste momento, essas infra-estruturas

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    comearam a usar programas mais sofisticados que independiam da plataforma bsica

    de hardware e software. Gerenciar esses sistemas demandou um conjunto de

    capacidades organizacionais que a maior parte dos departamentos de TI no possua.

    Observa-se que nos ltimos anos, cada vez mais organizaes tm concebido

    reas especficas para dirigir logstica, integrando os diversos departamentos visando

    potencializar e otimizar os fluxos financeiros, de materiais e de informaes. Neste

    sentido, tem-se Dornier et al. (2000) discorrendo que a logstica a gesto dos fluxos

    entre o marketing e a produo, sendo que a essncia da integrao est em oferecer a

    excelncia funcional, de forma que ela possa proporcionar contribuio mxima para a

    competncia de todo o processo logstico.

    Existem diversas definies e descries de como a logstica cria valor. As

    definies mais tradicionais esto fundamentadas nos atributos de servio, ou seja,

    criao do tempo e do lugar de utilidade (Mentzer et al, 1989). Corroborando, Coyle et

    al (1992), Shapiro e Heskett (1985) e Stock e Lambert (1987), destacam que os Sete

    Rs explicam que parte dos atributos que a logstica pode agregar a um determinado

    produto/servio, criado pelo servio de logstica, ou seja, parte da agregao de valor

    de um produto est na capacidade da empresa de entregar o produto certo na quantidade

    certa no lugar certo, no momento certo para o cliente certo, na qualidade certa ao preo

    certo. Complementando Lalonde e Zinszer (1976) asseguram que o servio ao cliente

    tem trs componentes principais: 1 uma atividade para satisfazer as necessidades dos

    clientes; 2 uma medida de desempenho para garantir a satisfao do cliente; e 3 uma

    filosofia de compromisso firme de extenso. Frequentemente o servio ao cliente

    empregado como um substituto na definio de valor de logstica.

    Porter (1989) discorre explicando que a vantagem competitiva sustentvel

    decorre do valor que uma organizao consegue projetar ou transferir para os seus

    clientes, por meio dos seus produtos/servios, de modo que esta no pode seridentificada e compreendida por meio de uma viso simplificada nem resumida.

    Deste modo, pode-se coligir que as atividades atribudas logstica em servios,

    especificamente no setor de TI, compem uma parcela essencial do desenvolvimento

    dos sistemas, da formao do seu custo final e da participao dos colaboradores

    envolvidos em determinado projeto. Neste contexto, pode-se definir que logstica de TI

    o processo de gerenciar estrategicamente os recursos e o fluxo de informaes para

    dispor o servio ou produto certo, no tempo certo e nas condies desejadas,

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    equilibrando custo e valor para fornecer uma maior contribuio na satisfao das

    necessidades dos clientes.

    Esta definio ressalta a preocupao em expor a logstica como elemento

    imprescindvel nas operaes organizacionais, seja em relao aos fluxos de materiais,informaes ou financeiros.

    2.2 Servios e processos de TI

    O setor de TI tem avanado a um ritmo acelerado, tornando-se necessrio que as

    organizaes se adaptem continuamente aos novos conhecimentos atravs da introduo

    de novos processos, bem como na melhoria de processos j existentes.O produto entregue ao cliente por um prestador de servios dessa rea, pode ser

    caracterizado como servio de automao de processos de negcio. Muitos servios que

    caracterizam a nova economia so viabilizados pela TI.

    Para Strnadl (2006), a interao entre os usurios e os servios viabilizados pela

    TI, ocorrem de forma automatizada e personalizada por meio da utilizao de mquinas

    e computadores programados para entregar servios no formato de informaes. De

    acordo com Meuter et al. (2005), esta interao acontece sem o envolvimento de

    qualquer colaborador da empresa prestadora do servio, como por exemplo, nos

    servios de autoatendimento de movimentaes bancrias e reservas de passagens via

    internet (BITNER; BROWN, 2006).

    De acordo com Henderson e Venkatraman (1999), ao longo de um largo

    espectro de mercados e pases, a TI est transcendendo seu papel tradicional de apoio e

    evoluindo para um papel estratgico, com o potencial de moldar novas estratgias de

    negcios e no apenas suportar estratgias em uso. Por outro lado, essa disseminao

    macia da TI em todos os setores da economia moderna faz com que a tecnologia por si

    s j no constitua um diferencial. Carr (2003) a classifica, como sendo tecnologia infra

    estrutural e fala em comoditizao da TI. Na viso do autor, agora que a TI tornou-se

    o investimento de capital dominante para a maioria das empresas, no h desculpa para

    desperdcio e descaso. Ou seja, os nveis de exigncia de qualidade so crescentes e

    irreversveis para a sobrevivncia da empresa (CARR, 2003).

    Krafzig, Banke e Slama (2004) destacam que a TI desempenha um papel

    fundamental controlando processos de produo e cadeias de suprimento ou criando

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    conexes em tempo real entre mercados. As empresas modernas so completamente

    dependentes de sua TI e, conseqentemente, a TI atual movida pela mesma dinmica

    que as prprias empresas (KRAFZIG, BANKE; SLAMA, 2004).

    Portanto, as empresas fornecedoras de TI tm enfrentado um desafio duplo, o de

    gerenciar a complexidade crescente da infraestrutura tecnolgica e simultaneamente

    melhorar a qualidade dos servios oferecidos ao consumidor. O mecanismo clssico,

    fundamentado no acrscimo de mais tecnologia, j no capaz de responder s novas

    necessidades e desafios impostos pelo mercado (KARWAN; MARKLAND, 2006).

    Neste sentido, Davenport (1994) sugere como sada a melhoria dos processos.

    O processo de produo de servios, como no processo de desenvolvimento de

    softwaresde TI, se sustenta no fornecimento de insumos pelo prprio cliente, portanto,

    este atua como fornecedor para o processo de produo de servios, o que difere do seu

    papel no processo de manufatura, onde ele apenas consumidor do produto e

    esporadicamente fornece feedback empresa (SAMPSON; FROEHLE, 2006). Essas

    diferenas podem ser observadas na figura 1.

    Figura 1 - Processos de Manufatura e de Servios.

    Fonte: Sampson e Froehle (2006).

    Uma organizao prestadora de servios de TI perpassa dois setores: manufatura

    e servios, e de acordo com Strnadl (2006), mantm uma infraestrutura bastante

    semelhante a de uma fbrica. Corroborando, Pinhanez (2007) expe que o

    desenvolvimento de softwares e aplicaes tem apresentado processos de produes que

    lembram mais a manufatura do que os processos peculiares a servios.

    Considerando que a logstica de TI consiste no gerenciamento estratgico dos

    recursos e do fluxo de informaes, para uma melhor compreenso das etapas que

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    representam o fluxo de informao nas organizaes tem-se o modelo sugerido por Beal

    (2004) (figura 2).

    Figura 2: Fluxo de informaesFonte: Beal (2004, p. 30).

    Os processos de TI envolvem um grande nmero de atividades que necessitam

    de coordenao, tanto no espao como no tempo. Por seu turno, Harrington (1991)

    explica que quase todas as atividades em uma organizao so compostas por processos

    e que mais de 80% deles se repetem, podendo seguir a mesma linha de controle dos

    processos de manufatura.

    Vale ressaltar, conforme Ragowsky; Licker; Gefen (2008), que os colaboradores

    das empresas de TI, principalmente nos servios personalizados, devem aprender a

    interagir com os usurios visando o entendimento de suas necessidades de informaes

    e desta forma conceber softwares que realmente ofeream valor para o cliente.

    Ainda sobre os servios de TI, Pinhanez (2007) chama ateno para as

    dificuldades nos testes em servios de TI. Isto corroborado pela prtica cada vez mais

    comum dos desenvolvedores web de utilizar mtodos de prototipao extremamente

    rpidos, de modo que verses beta do servio no so testadas no laboratrio, mas

    diretamente com um grande nmero de clientes reais.

    Silva et al. (2006) indica a necessidade de transformar a gesto de TI em gesto

    de servios. As organizaes devem prestar servios de TI, e no se concentrarem

    somente nas questes vinculadas tecnologia. Neste sentido, Grnroos (2003) adverte

    que quanto mais uma organizao se voltar somente tecnologia, maior o risco de

    insucesso.

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    Com base no exposto acima, em relao : importncia da TI; complexidade

    crescente de seus processos; possibilidade de padronizar os processos; necessidade de

    transformar a gesto de TI em gesto de servios; e semelhana dos processos de TI

    com processos de manufatura, infere-se que as ferramentas de melhoria da filosofia lean

    utilizadas na manufatura podem ser aplicadas aos processos de empresas fornecedoras

    de TI atravs da disponibilizao do servio e/ou produto certo, no tempo certo e nas

    condies desejadas, equilibrando custo e valor para fornecer uma maior contribuio

    na satisfao das necessidades dos clientes.

    2.3 Lean Service

    A produo enxuta est enraizada na Toyota Production System (TPS). A

    Toyota foi creditada como sendo o bero da produo enxuta, no Japo, aps a II Gerra

    Mundial (OHNO, 1988). Taiichi Ohno era o gnio por trs do sucesso da produo

    enxuta e dirigiu o processo de mudana na Toyota (OHNO, 1988).

    A difuso do TPS contou com a ajuda da International Motor Vehicle Project

    (IMVP), que cunhou o termo "produo enxuta" para descrever a evoluo do JIT3

    (WOMACK et al., 1990).

    Ohno (1981) afirma que a doutrina fundamental do TPS a eliminao total de

    desperdcios. Os desperdcios so definidos como qualquer atividade que no adiciona

    valor ao cliente. Corroborando, Shingo (1989) enfatiza o fluxo de produo de alto

    valor agregado e define sete "Desperdcios", que so barreiras de fluxo. Estas barreiras

    so tratadas por um conjunto de tcnicas integradas, ou elementos, que evoluiu como

    parte do TPS e do sistema enxuto.

    Desperdcio Descrio

    Excesso de produo Produo de bens ainda no ordenados. o oposto daproduojust-in-time.

    Espera Referemse ao tempo que as pessoas ou os equipamentosperdem sempre que esto espera de algo.

    Defeitos\ retificao de erros Referese a operaes e a processos que no so necessrios;

    Trabalho desnecessrio / movimentosem excesso

    Referese ao movimento que no realmente necessrio paraexecutar as operaes. Ou muito lento, ou muito rpido ouexcessivo.

    3JITJust in time.

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    Excesso de transporte Qualquer movimentao ou transferncia de algo de um lugarpara outro por alguma razo.

    Excesso de estoque So materiais parados por um determinado tempo dentro oufora da fbrica.

    Quadro 1: Sete categorias de desperdcios

    Fonte: Monden (1993) e Pinto (2009).

    Para Ohno (1997) a eliminao do desperdcio propicia impacto positivo sobre

    os objetivos descritos por Slack (1996) que so: qualidade, agilidade e flexibilidade,

    custo e entrega.

    Conforme Liker e Morgan (2008), as atividades e esforos despendidos tm um

    nico objetivo: agregar valor ao produto ou criar valor para o cliente. A mentalidade

    enxuta sugere a utilizao intensa de ferramentas para gerar melhor qualidade, menorcusto, menor lead time, melhor segurana e moral elevada.

    A teoria por trs TPS foi representado como uma casa. Uma verso simplificada

    mostrada na figura 3. Ela representada desta maneira, porque uma casa um sistema

    to forte quanto a parte mais fraca do sistema. Com uma base fraca, ou um pilar fraco, a

    casa no estvel, mesmo que outras partes sejam muito fortes. As partes trabalham

    juntas para criar o todo.

    Figura 3: Casa do Sistema de Produo ToyotaFonte: Liker e Morgan (2008)

    De acordo com OHNO (1997), a base do Sistema Toyota de Produo, o ideal

    para a eliminao dos desperdcios, chamados de atividades mudas (atividades

    desnecessrias que no agregam valor), e os dois pilares necessrios sustentao do

    sistema so, o Just-in-Time e o Jidoka. A estabilidade dessa estrutura dada pelo

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    Heijunkae a padronizao do trabalho. Parte do princpio de que o aprendizado s vem

    do gembalocal onde o trabalho feito.

    Diversas ferramentas podem ser utilizadas para a identificao dos desperdcios.

    Neste sentido Ghinato (1996) expe que o Mapeamento de Fluxo de Valor (MFV) sedestaca por ser uma das mais aplicadas na produo enxuta.

    O MFV uma ferramenta desenvolvida pelo Operations Management

    Consulting Division (OMCD) da Toyota Motor Company, diviso instituda por Ohno

    (1997) visando a implementao do STP nos fornecedores da mesma. O MFV resume

    os princpios do STP, auxiliando na visualizao de como est o processo em relao a

    esses princpios e ajuda na sua implementao (GHINATO, 1996).

    O Fluxo de valor uma tcnica de modelagem de organizaes simples com umprocedimento para construo de cenrios de manufatura. Esta modelagem leva em

    considerao tanto o fluxo de materiais como o fluxo de informaes e ajuda bastante

    no processo de visualizao da situao atual e na visualizao da situao futura

    (ROTHER; SHOOK, 2003).

    O MFV foi concebido para ser uma ferramenta de baixa tecnologia, ou seja,

    aconselhvel que o mapeamento seja feito com papel e lpis, embora existam aplicaes

    via softwares. Isto se d pelo fato de instigar os usurios desta ferramenta a andar pormeio do fluxo de valor (POJASEK, 2004), que Liker (2005) descreve como sendo o 12

    princpio do Modelo Toyota, genchi genbutsu (ver por si mesmo para compreender

    completamente a situao do processo). Salienta-se que o tempo de ciclo comumente

    considerado a principal e s vezes a nica dimenso do MFV, um dos motivos de sua

    criao juntamente com a eliminao dos desperdcios.

    De acordo com Kaplan e Norton (1997) a anlise do mapeamento tem por

    objetivo (quadro 2):

    - Fornecer uma linguagem comum, visual e simblica;- Facilitar a visualizao e compreenso pelo mais baixo nvel hierrquico;- Ajudar a visualizar alm dos processos individuais, o fluxo de valor atravs de departamentose processos;- Mostrar a relao entre o fluxo de informaes e fluxo de materiais no sistema de manufatura;- Ajudar a identificar os desperdcios e suas origens;- Agregar tcnicas e conceitos de manufatura enxuta;- Formar a base de um plano de implementao, tomando-se referncia para a tomada de ao.Quadro 2: Objetivos da anlise do mapeamento.Fonte: Kaplan e Norton (1997).

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    Na viso de Ghinato (1996) o MFV, uma interessante ferramenta de melhoria

    contnua. A partir desta ferramenta cria-se um circulo virtuoso, pois aps a realizao

    das aes para alcanar o mapa futuro, o mesmo se torna o mapa do presente e a partir

    dele sero definidas novas aes de melhoria para atingir o mapa futuro. O ciclo se

    repete e costuma ser renovado em um tempo de 3 a 6 meses, sendo que na Toyota

    atualizado a cada 3 meses (ROTHER; SHOOK, 2003).

    Segundo Liker e Morgan (2008), existem operaes de servio em todo o mundo

    que esto ativamente engajados na tentativa de "tornar-se lean. Estes incluem os

    hospitais, como o famoso caso de Virginia Mason Hospital em Seattle, servios de

    informao fornecidos pelo sistema off-shore empresas indianas como a Wipro Ltd. E

    at mesmo bancos e instituies financeiras que esto tentando aprender a ser lean.

    Conforme Piercy et al. (2009), vrios pesquisadores tm observado a aplicao

    do lean em servio puro, em reas administrativas como uma extenso do cho de

    fbrica. Estes incluram sistemas de escritrio, como recebimento de pedidos, cotao,

    processamento de vendas, contabilidade e recursos humanos. H vrios exemplos de

    empresas de manufatura enxuta que tm sucesso com as operaes de transferncia da

    planta. Por exemplo, Vinas (2004) destaca a aplicao bem-sucedida da Kato

    Engenharia de mapeamento e resoluo de problemas para reduzir o tempo de

    processamento do pedido e os processos de cotaes.

    Allway et al. (2002) identificaram que em setores como o automotivo e o

    siderrgico, o produtor enxuto extrai duas vezes a produtividade do estoque, espao e

    equipamentos em relao aos concorrentes tradicionais produzindo em massa. Em

    setores to diversos como tecnologia e varejo, empresas que implementam a manufatura

    enxuta tm aumento de 15 a 20 vezes no crescimento das vendas anuais e retorno total

    aos acionistas. Em um nvel mais operacional, as empresas lean registraram uma

    melhoria de 35 % a 50 % na produtividade do trabalho, requerendo cerca de metade do

    tempo de desenvolvimento de produto, menores taxas de rejeio, e agiliza o sistema de

    processamento em torno de 80 % a 90 %. Nas empresas lean, seus stakeholders e

    clientes so beneficiados.

    As ferramentas para reduo de desperdcios da manufatura enxuta, ao serem

    transportadas para a rea de servios denominado de Lean Service. O Lean Service

    definido por Nascimento e Francischini (2004) como sendo um sistema de operaes deservios padronizvel, composto exclusivamente por atividades que geram valor para o

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    cliente, com foco nos intangveis explcitos e visando atender s suas expectativas de

    qualidade e preo.

    A aplicao do Lean Service fundamentada nos princpios do Lean Thinking,

    com ajustes para as organizaes de servios. Para Bhasin e Burcher (2006) o Lean temum significado estratgico e alm de implementar as suas ferramentas, necessrio que

    mudanas culturais na organizao sejam realizadas. O autor prossegue discorrendo que

    a falta de uma viso do Lean como filosofia, elucida o grande nmero de

    implementaes mal sucedidas (BHASIN; BURCHER, 2006).

    A Logstica Enxuta (Lean Logistics) a aplicao dos princpios do Sistema

    Toyota de Produo no desenvolvimento e melhoria dos processos e operaes de uma

    cadeia de suprimentos e de acordo com Womack e Jones (2005) possui cinco princpios:

    1 Especificar o valor dos produtos (bens e servio) sob a tica do cliente; 2

    Identificar a cadeia de valor para cada produto (bens e servios) e remover os

    desperdcios; 3Fazer o valor fluir pela cadeia; 4De modo que o cliente possa puxar

    a criao de valor na cadeia; e 5 Gerenciando rumo perfeio. Esses princpios no

    so novos, muitos deles podem ser observados em trabalho de pioneiros da rea como o

    de Skinner (1969) e de Deming (1986).

    Os estudos de Liker e Morgan (2008), levou identificao de um conjunto de

    13 princpios de gesto que pode ser considerado uma base para o desenvolvimento de

    produtos lean, organizados em processo, pessoas e ferramentas, que podem ser

    aplicadas a indstrias de servios e atividades profissionais.

    Os principios focam em poucas ferramentas lean para integrar o sistema de

    processos, pessoas e tecnologias. So elas: 1) Identificar um processo repetitivo para

    melhorar; 2) Aplicar o mapeamento do fluxo de valor para identificar desperdcios e, em

    seguida, um mapa do estado futuro com os desperdcios retirados; 3) Implementar as

    mudanas; 4) Celebrar o sucesso.

    2.3.1 Sistema de Processos

    Atravs da padronizao dos processos, a Toyota tem sido capaz de refin-lo,

    eliminando desperdcios e reduzindo continuamente o tempo de espera e o custo.

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    O cliente sempre o ponto de partida de qualquer processo. A agregao do

    valor na Toyota definido pelo valor do cliente.

    Principio Descrio

    1 Estabelecer valor definido pelocliente para separar valor adicionadode desperdcio

    Lean uma jornada interminvel de eliminao dedesperdcios. Os desperdcios so no agregaes de valordefinidos pela definio de valor do cliente.

    2 Carregar o inicio do processo dedesenvolvimento de produto paraexplorar completamente as soluesalternativas enquanto houver espao de

    projeto

    Definir o problema errado ou a convergncia prematura nasoluo errada ter custos ao longo do ciclo de vida do

    produto. Tirar um tempo para explorar completamente asalternativas e solucionar problemas para a causa raiz tem

    benefcios exponenciais.

    3 Criar um fluxo de processo dedesenvolvimento nivelado

    Nivelamento do fluxo comea com a estabilizao do processopara que possa ser previsto e devidamente planejado. Issopermite o planejamento para reduzir as fortes oscilaes nacarga de trabalho. As oscilaes de carga de trabalho

    previsveis podem ser suportado atravs de grupos de trabalhoflexveis.

    4Utilizar padronizao rigorosa parareduzir a variao, criar flexibilidade eresultados previsveis

    A padronizao a base para melhoria contnua. Padronizaodo produto e do processo a base para todos os princpios deoutros processos.

    Quadro 3: Principios do Processo de Desenvolvimento LeanFonte: LIKER e MORGAN (2008)

    Para a Toyota, durante o processo de desenvolvimento com engenharia

    simultnea, as equipes multifuncionais geraram centenas de Kentouzu, ou desenhos de

    estudo, para investigar alternativas de solues timas (Sobek 1997, Morgan 2002).Dessa forma, eles so capazes de trabalhar na compatibilidade dos sistema antes da

    concluso de projeto individual, eliminando a maioria das mudanas tardias de

    engenharia. Este processo de carregamento inicial tambm isola muito da variabilidade

    que inerente ao desenvolvimento do produto permitindo velocidade e preciso durante

    a fase de execuo de desenvolvimento de produto.

    Ward Allen liderou o desenvolvimento de uma teoria de projeto "engenharia

    baseada em conjunto concorrente " (Ward et al 1995; Sobek et al 1999). O conceitoparece contra-intuitivo. Agilizar o processo de desenvolvimento do produto,

    considerando um conjunto mais amplo de alternativas iniciais e adiar certas decises.

    Este o segundo paradoxo da Toyota, o primeiro o Just in time, onde ter menos

    estoque tornar mais provvel que se tenha as peas que orecisa quando precisa.

    Depois de definir o valor e ter alcanado estabilidade de projeto bsico, o

    desenvolvimento de produto enxuto requer um processo livre de resduos para acelerar a

    entrega do produto ao mercado. Neste sentido, um sistema de desenvolvimento enxutode produtos pode melhorar continuamente usando formas adaptadas de ferramentas

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    usadas nos processos de produo repetitiva, como o mapeamento do fluxo de valor;

    teoria das filas, para eliminar o desperdcio; sincronizar processos atravs dos

    departamentos funcionais e tecnologias de suporte; e praticamente eliminar o retrabalho

    (LIKER; MORGAN (2008).

    A Toyota pode prever com grande preciso o tempo de trabalho de engenharia

    em vrios pontos do processo e prever flutuaes de recursos. O processo de

    desenvolvimento de produtos forma uma curva em forma de sino com poucas pessoas

    no incio, atingindo um mximo em torno do meio e reduz quando os projetos esto

    finalizados. Eles tm o processo estabilizado a ponto de que este plano se encaixa muito

    bem com a realidade. As pessoas so designadas para os projetos de forma nivelada.

    Para que isso seja possvel, possuem um ncleo central de tcnicos e engenheiros defornecedores externos.

    O desafio no desenvolvimento do produto para reduzir a variao preservando

    a criatividade que necessria para o processo criativo. A Toyota cria alto nvel de

    flexibilidade do sistema, padronizando tarefas de menor nvel. Existem trs grandes

    categorias de padronizao na Toyota, a saber:

    1) Padronizao de projeto alcanada por meio da arquitetura comum, modularidade,

    reusabilidade e componentes compartilhados;

    2) Padronizao de processo realizado atravs da concepo de produtos e construo

    de instalaes de produo com base no padro de processos de manufatura enxuta;

    3) Padronizao do conjunto de habilidades de seus engenheiros d flexibilidade no

    planejamento de pessoal e minimiza a variao de tarefas.

    2.3.2 Sistema de Pessoas

    Conforme Liker e Morgan (2008), so pessoas que trabalham duro como uma

    equipe para alcanar objetivos comuns. Eles no s fazem o trabalho com altos nveis

    de habilidade e disciplina, mas tambm refletem sobre o processo e trabalham para

    melhor-lo de forma continua. Para fazer este trabalho necessrio pessoas com

    competncia tcnica e por meio de orientao do "Toyota Way" aprendem como definir

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    do projeto, identificar de problemas, desenvolver solues adequadas, comunicar-se

    eficazmente com as pessoas certas e cumprir os prazos.

    As pessoas fornecem a inteligncia e energia para todo o sistema enxuto. O

    sistema de pessoas inclui o recrutamento e seleo de engenheiros, treinamento edesenvolvimento profissional, estilos de liderana, estrutura organizacional,

    aprendizagem e memria institucional, e a coisa indescritvel chamada cultura

    organizacional. Cultura refere-se linguagem comum, smbolos, crenas e valores.

    Principio Descrio

    5. Desenvolver um "engenheiro-chefedo sistema" para integrar odesenvolvimento do incio ao fim.

    O engenheiro-chefe o arquiteto mestre com autoridade eresponsabilidade por todo o processo de desenvolvimento de

    produto. O engenheiro-chefe a fonte primordial da integraode produtos e processos.

    6. Organize-se para balancear aExpertise Funcional e Integrao inter-funcional

    Profunda especializao funcional combinados com metassuperiores e sistema do engenheiro-chefe fornece o equilbrio

    pretendido pela matriz organizacional.

    7. Desenvolver competncia tcnicaelevada em todos os engenheiros

    Engenheiros devem ter conhecimentos especializadosprofundo do produto e de processo que vem da experinciadireta no gemba

    8. Fornecedores totalmente integradoscomo o Sistema de Desenvolvimentode Produto

    Fornecedores de componentes devem ser integrados noprocesso de desenvolvimento com capacidades e culturacompatveis.

    9 Fundamentar-se em aprendizageme melhoria continua

    A aprendizagem organizacional uma condio necessriapara a continua melhoria e baseia-se em todos os outrosprincipios

    10 Construir uma cultura de apoio excelncia e melhoria inexorvel

    Excelncia e kaizen em ltima anlise, refletem a culturaorganizacional

    Quadro 4: Principio de pessoas do desenvolvimento de produtos leanFonte: LIKER e MORGAN (2008)

    Em muitas empresas, diferentes departamentos funcionais so responsveis por

    diferentes partes do processo de desenvolvimento, mas ningum responsvel. Na

    Toyota, a resposta clara. O engenheiro-chefe o responsvel, mas ele no apenas um

    gerente de projeto, um lder tcnico e integrador de sistemas.

    Os engenheiros-chefe so apenas seres humanos, mas eles so selecionados e

    desenvolvidos ao longo de dcadas para serem o melhores e mais brilhantes engenheiros

    e integradores de sistemas. Eles tm uma notvel combinao de profundo

    conhecimento tcnico, conhecimento de sistemas, conhecimento de mercado e

    habilidades de liderana. Nem todas as organizaes de servio precisam de um

    engenheiro-chefe, mas seja qual for o produto ou servio, ele responsvel por lev-lo

    do incio ao fim de forma eficaz.

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    Como muitas outras empresas, a Toyota descobriu a estrutura de organizao

    matricial o melhor balano de competncias funcionais e de foco no produto. No lado

    do produto da matriz esto os engenheiros-chefe. Nenhum dos engenheiros de projetos

    se reporta para o Engenheiro Chefe. Ao invs disso, eles se reportam formalmente

    hierarquia funcional. Mas todos entendem que eles esto l para servir o cliente e o

    engenheiro-chefe representa o cliente. Ento, em um sentido todo mundo trabalha para o

    Engenheiro Chefe.

    Obeya uma inovao para melhorar a comunicao e a tomada de decises

    entre o engenheiro-chefe e os gerentes funcionais. O engenheiro-chefe encontra-se na

    grande sala com um lder snior da engenharia de cada organizao funcional, pelo

    menos, a cada dois dias. H reunies dirias na obeya, onde o foco a integrao entreas peas do carro. Gesto visual usado para exibir grficos em paredes tendncia,

    horrios, problemas e contramedidas e outras informaes que exibe o status do projeto

    em todos os grupos funcionais.

    Os fornecedores so parte fundamental do sistema de desenvolvimento de

    produto lean. As empresas devem gerenciar e nutrir seus fornecedores da mesma forma

    que seus recursos internos de manufatura e engenharia. Arranjos de pr-sourcing

    envolve eles desde os estgios iniciais do desenvolvimento do conceito, convidando osengenheiros dos fornecedores para trabalhar em tempo integral em escritrios de

    engenharia da Toyota para fortalecer o relacionamento intimo entre a Toyota e seus

    fornecedores.

    2.3.4 Sistema de Ferramentas

    Tecnologia para a Toyota um conjunto de ferramentas que permite executar e

    melhorar o processo, no mais nem menos. Como um vice-presidente da Toyota

    explicou: A tecnologia da informao no muda a nossa forma de trabalhar. Ele

    simplesmente nos ajuda a fazer o que fazemos mais rpido.

    A tecnologia inclui no s os sistemas CAD, tecnologia das mquinas, produo

    digital e tecnologias de teste, mas todas as ferramentassoftque suportam o esforo das

    pessoas envolvidas no projeto de desenvolvimento, seja para soluo de problemas,aprendizagem, ou padronizao das melhores prticas.

  • 7/26/2019 Sistema Enxuto No Processo de Desenvolvimento de Software

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    Princpios Descrio

    11. Adaptar a tecnologia para seadequar s suas pessoas e processos

    A tecnologia deve ser customizada e sempre subordinada spessoas e processos

    12. Alinhar sua organizao atravs decomunicao simples e visual

    Objetivos devem ser alinhados em cascata e soluo conjuntade problemas ocorre por uma comunicao simples e visual

    13. Usar ferramentas poderosas parapadronizao e aprendizagemorganizacional

    Ferramentas poderosas podem ser simples. Seu poder vem depermitir padronizao que necessria para a aprendizagemorganizacional

    Quadro 5: Princpios de Ferramentas e Tecnologias do Desenvolvimento de Produto LeanFonte: LIKER e MORGAN (2008)

    A Toyota reconhece que a tecnologia por si s raramente constitui uma

    vantagem competitiva significativa, pois facilmente replicada. muito mais

    importante dedicar tempo e esforo para assegurar que a tecnologia se encaixa e

    melhora os processos j otimizados.

    Ferramentas simples so usadas para ajudar a alinhar os muitos designers e

    engenheiros focando suas especialidades tcnicas. Uma ferramenta de gesto japons

    bem conhecida o Hoshin Kanri, tambm conhecida como desdobramento das

    diretrizes. Este mtodo utilizado na Toyota para quebrar objetivos do veculo em

    objetivos dos sistemas especficos para o desempenho, peso, custo, segurana, etc Para

    apoiar este processo e para resolver os muitos problemas que ocorrem naturalmente

    quando as coisas no saem exatamente como planejado, a Toyota usa mtodos muito

    simples e visuais para comunicao de informaes, muitas vezes em uma folha de

    papel A3. Este relatrio A3 tem quatro variaes menores: propostas, resoluo de

    problemas, relatrio de status e anlise competitiva.

    A aprendizagem de um projeto para outro atravs de check listde engenharia.O

    maisimportante sobre essas ferramentas que elas so simples, so de propriedade das

    pessoas que fazem o trabalho e elas as mantm atualizadas e comunicadas. Passar istopara um padro corporativo far com que esses documentos sejam burocrticos e sem

    vida.

    3 METODOLOGIA

    No contexto deste trabalho utilizou-se do estudo de caso aplicado com

    abordagem qualitativa, por meio do levantamento bibliogrfico, observaes diretas e

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    aplicao da ferramenta do MFV. Na viso de Godoy (1995), a abordagem qualitativa

    permite que um fenmeno possa ser melhor entendido no contexto em que ocorre e do

    qual faz parte. Sendo analisada de forma agregada, a abordagem qualitativa permite ao

    pesquisador a capacidade de captar o fenmeno a ser estudado a partir da perspectiva

    das pessoas nele envolvidas, ao mesmo tempo em que pondera os pontos de vista

    relevantes (GODOY, 1995).

    O estudo de caso justificou-se na medida em que permitiu investigar uma

    situao em tempo real. De acordo com Eisenhardt (1989) e Yin (2005) esta abordagem

    viabiliza uma imerso integral, profunda e minuciosa do investigador sobre a realidade,

    facilitando a compreenso do contexto no qual est inserido.

    O objeto de estudo uma empresa especializada no desenvolvimento de

    softwares ERP e BI para o setor de varejo, situada na regio Norte do Estado de Santa

    Catarina.

    Este estudo teve como foco central o levantamento das informaes que

    possibilitou a anlise do processo logstico de customizao de software ERP via web.

    Para aplicao do mapeamento do fluxo de valor, observou-se e seguiu-se os

    passos indicados por Womack (2006), a saber: 1 - identificao da famlia de produto.

    Sero maiores os benefcios para a empresa quanto melhor for definio das famlias,

    pois todo o fluxo e decises sero feitos para melhorar o fluxo das mesmas; 2 - mapear

    o estado presente (ou atual) do fluxo de valor. Obter o estado presente certo e crtico

    extremamente importante, pois os problemas de desempenho no fluxo de valor a serem

    melhorados so resultados diretos do mapeamento do estado presente. Por isso,

    extremamente importante registrar dados reais do fluxo valor, e no dados como

    supostamente trabalharia o fluxo de valor em dias os quais tudo funciona da maneira

    correta; 3 - identificar a forma como os processos so supridos pelos fornecedores: Os

    sistemas podem ser supridos basicamente de duas maneiras "puxado" ou "empurrado".Um sistema "empurrado" quando o fornecedor interno produz sem que seu cliente

    interno tenha solicitado diretamente alguma produo e o sistema dito "puxado",

    quando o cliente interno solicita diretamente o material ou a informao para seu

    fornecedor interno, isso faz com que o fornecedor interno pare de produzir, evitando a

    superproduo (ALVES; ALVES; BERTELLI, 2009).

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    4 APRESENTAO E ANLISE DOS DADOS

    Este captulo apresenta os resultados da investigao efetuada atravs da

    aplicao da tcnica de mapeamento do fluxo de valor. Desta forma, apresenta-se

    primeiramente a caracterizao da empresa participante; em seguida o processo de

    customizao de um software ERP; expe-se o mapa de fluxo de valor do estado atual;

    e por fim, apresenta-se o mapa futuro juntamente com a proposta de melhoria.

    4.1 Caracterizao da empresa

    Para caracterizar o perfil da empresa participante da investigao, torna-se

    relevante mencionar algumas informaes da empresa estudada. A empresa participante

    da investigao encontra-se localizada na regio Norte do Estado de Santa Catarina e

    tem como especialidade principal o desenvolvimento de softwares ERP e BI via

    internet, principalmente para o setor de varejo visando a melhoria dos processos

    administrativos e consequentemente a tomada de decises.

    4.2 Mapeamento do Fluxo de Valor do Estado Atual

    Primeiramente apresenta-se o ciclo de customizao do software ERP, bem

    como a sequncia lgica de cada etapa acompanhadas de seus respectivos tempos de

    durao e tempos de agregao de valor abreviado na figura como AV e o tempo total

    do ciclo (Lead Time) por LT conforme pode-se observar na figura 4.

    O ciclo inicia-se com o recebimento do pedido do cliente e termina com a

    disponibilizao do software na internet para o mesmo, ou seja, apresenta todas as

    etapas de servios que so: solicitao do cliente, levantamento dos requisitos,estimativa de tempo, engenharia de softwares, desenvolvimento de banco de dados,

    desenvolvimento da programao, testes e releases (disponibilizao do software na

    web).

    Primeiramente o cliente faz a solicitao da customizao do ERP via consultor.

    Na etapa do levantamento dos requisitos o consultor ou analista de negcios abre

    uma ordem de serviosOS e faz o levantamento dos requisitos necessrios.

    Em seguida, na fase da estimativa do tempo os analistas averiguam a completudedos requisitos, ou seja, se o mesmo possui informao suficiente para fazer as alteraes

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    de acordo com as necessidades do cliente. Se as informaes no estiverem completas, a

    OS encaminhada para o responsvel pela sua abertura, solicitando que os requisitos

    sejam melhorados, o que resulta em retrabalho.

    J na fase de estimativa do tempo, o tempo do projeto estimado por um

    analista levando em considerao cada tarefa a ser desempenhada nos seguintes

    processos: anlise, desenvolvimento de banco de dados, desenvolvimento da

    programao e testes. Feita esta estimativa, o status da OS no sistema alterado para

    OS aguardando a anlise. O requisito entra em uma fila de espera obedecendo as

    prioridades de todos os projetos estabelecidas pela organizao.

    Aps, no processo de engenharia de software, o analista procede fazendo a

    anlise com base nos requisitos. Neste momento efetuado o detalhamento de todas as

    alteraes, novas rotinas, tabelas de banco de dados, e posteriormente elaborado um

    documento com todas as atividades a serem realizadas, esboando item por item a ser

    implementado. Havendo a necessidade de alteraes e demais implementaes no banco

    de dados, a OS encaminhada pelo analista para o setor de desenvolvimento. Neste

    momento a OS entra em uma fila de espera e aguarda a disponibilidade e indicao de

    um desenvolvedor pelo responsvel da rea.

    Ao iniciar o processo de desenvolvimento de banco de dados, o status da OS

    alterado para banco de dados em desenvolvimento. Ao trmino da implementao o

    desenvolvedor encaminha a OS para o programador indicado pelo analista

    anteriormente e a mesma entra em outra fila de espera.

    Figura 4 - Mapa do Fluxo de Valor da ciclo de customizao de software ERP - Estado Atual.Fonte: Elaborado pelas autoras.

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    Ao iniciar o processo de programao o status da OS alterada para OS em

    desenvolvimento. O colaborador realiza as alteraes solicitadas e no fim preenche um

    check-listde boas prticas e encaminha o software para o setor de testes.

    Na fase de testes, o software aguarda em uma fila de espera at que o

    responsvel pelo setor encaminhe a OS para um dos analistas de testes. O analista por

    sua vez, efetua os testes seguindo os requisitos identificados no inicio do ciclo. Se

    forem identificadas falhas, o software encaminhado para o setor de desenvolvimento

    em programao refazerem as alteraes necessrias, caso contrrio, feita toda

    documentao e o software fica aguardando at que seja feito o release semestral via

    web.

    Salienta-se que os tempos informados foram obtidos atravs de registros reais de

    atividades realizadas durante a customizao de um software ERP em 2011. O lead time

    desta customizao foi de 262 dias, sendo que destes somente 54 dias correspondem a

    realizao de atividades que agregam valor aos clientes internos e ao cliente final.

    Observa-se tambm que 209 dias so desperdiados em filas e em espera, sendo

    que destes, 139 dias referem-se ao tempo que software fica aguardando o release pelo

    fato da organizao realizar esta atividade semestralmente. Identificou-se tambm que 7

    dias so desperdiados com atividades de retrabalho e 6 dias com atividades de testes

    (inspeo). Deste modo, as anlises e propostas de melhorias sero efetuadas em cima

    desses tempos apresentados. Para isto, efetuou-se uma anlise minuciosa desses tempos,

    bem como dos processos e colaboradores envolvidos visando fornecer sugestes e traar

    um mapa futuro que corresponda s caractersticas da empresa e a possibilidade real de

    adoo por parte da mesma.

    4.3 Mapeamento do Fluxo de Valor do Estado Futuro

    Conforme a anlise do mapeamento do fluxo de valor do estado atual e

    objetivando oferecer maior valor ao cliente por meio da disponibilizao da

    customizao em menor tempo, permitindo implementar melhorias e criar um ambiente

    favorvel para a concepo de inovao, sugestes e contribuies foram levantadas. Os

    problemas, bem como as melhorias e os valores gerados so alinhados com os

    princpios lean de desenvolvimento de produtos para um melhor entendimento da

    aplicao desta filosofia em empresas de servios de desenvolvimento de TI (quadro 6).

  • 7/26/2019 Sistema Enxuto No Processo de Desenvolvimento de Software

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    Problemas Principios Aes Valores gerados- Desperdcios detempo em fila deespera;- Retrabalho.

    1 Estabelecer valor definidopelo cliente para separar valoradicionado de desperdcio

    - Eliminao doretrabalho;- Diminuir o tempo defilas de espera atravs dacontratao de pessoas,

    analistas especialistaspara desenvolveratividades fragmentasnos departamentos;- Releasesquadrimestrais;- Treinar e/ou contrataranalistas de negciosaltamente especializadose que se encaixem com oDNA da empresa, ouseja, pessoascomprometidas,

    responsveis, dedicadas,criativas, curiosas sobrea resoluo de problemase abertas ao aprendizadoe mudanas.

    - Menor tempo deatravessamento;- Entregas maisrpidas do softwares.- Eliminao do

    retrabalho;- Eliminao de

    processos e aes pordescumprimento de

    prazos de entrega;

    - Menor tempo dedisponibilizao dosoftware.

    2 Carregar o inicio doprocesso de desenvolvimento de

    produto para explorarcompletamente as soluesalternativas enquanto houverespao de projeto.

    7. Desenvolver competnciatcnica elevada em todos osengenheiros

    Processosempurrados e no

    puxados e faltade padronizaodos processos nosdiferentes

    projetos.

    3 Criar um fluxo de processode desenvolvimento nivelado

    - Mudana detecnologia: (ASP net tecnologia defasada paraASPX);

    - Ferramenta dedesenvolvimento VisualStudio, permite melhor

    controle,reaproveitamento edepurao do cdigofonte. Permite trabalharmelhor de formacolaborativa, realizaode testes unitrios, etc.

    - Aumento docompartilhamento doconhecimento emelhor flexibilidadee diviso de tarefas;

    - Eliminao doretrabalho;

    - Melhorcomunicao,reduo deinterrupes eretrabalho.

    4 Utilizar padronizaorigorosa para reduzir a variao,criar flexibilidade e resultados

    previsveis.9 Fundamentar-se emaprendizagem e melhoria

    continua.11. Adaptar a tecnologia para seadequar s suas pessoas e

    processos.

    12. Alinhar sua organizaoatravs de comunicao simplese visual

    Clulasespecialistas por

    projetos.

    11. Adaptar a tecnologia para seadequar s suas pessoas e

    processos.

    - Implementao dametodologia RUP

    produtizao emetodologia Agile(SCRUM) para

    customizaes)-Adoo de melhores

    prticas do setor.

    Engenhariasimultnia. Reduodo tempo deatravessamento e deentrega dos projetos;

    Compartilhamento doconhecimento.

    13. Usar ferramentas poderosas

    para padronizao eaprendizagem organizacional

    Interrupes doscolaboradores

    para tirar duvidassobre asfuncionalidadesdo software.

    4 Utilizar padronizaorigorosa para reduzir a variao,criar flexibilidade e resultados

    previsveis.

    - Criao de uma rea deUser Education.Profissionaisresponsvel pelodesenvolvimento dadocumentao dousurio em umalinguagem maiscompreensvel.- Elaborao de tutoriais,

    vdeos entre outros.

    Reduo deinterrupes dotrabalho dosdesenvolvedores eanalistas. Menosaborrecimento para ousurio final.

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    Disponibilizaescom atraso dossoftwares para osclientes.

    5. Desenvolver um "engenheiro-chefe do sistema" para integraro desenvolvimento do incio aofim.

    Com a introduo dogerente de projeto, odesenvolvimento noser mais baseado emOSs e sim em projetos(pacote de atividades e

    tarefas) que serodistribudos pelosgerentes de projetos.

    Maior integraointerfuncional,comprimento dos

    prazos de entrega emelhoria naqualidade do produto

    final.

    Realizao dereleasessemestraisimplicando nademora dadisponibilizaodo software parao cliente.

    3 Criar um fluxo de processode desenvolvimento nivelado

    - Criao de uma equipede deploy (distribuio)

    para disponibilizao dosoftwares e demaisatualizaesquadrimestralmente.

    Reduo de tempo dedisponibilizao dosoftware.

    Quadro 6: Principios do Processo de Desenvolvimento LeanFonte: Elaborao das autoras.

    Diante destas melhorias, foi concebido o mapa do fluxo de valor para o estado

    futuro (figura 5), indicando os tempos de agregao de valor, tempos de realizao dos

    processos, nmeros de funcionrios necessrios em cada rea bem como o lead time do

    projeto.

    Figura 5 - Mapa do Fluxo de Valor da ciclo de customizao de software ERP - Estado Futuro.Fonte: Elaborado pelas autoras.

    Ao observar o mapa do estado futuro, percebe-se de imediato que a

    implementao das aes sugeridas iro resultar na reduo de 167,5 dias (de 262 dias

    para 94,5), representando uma reduo de 36,06 % no ciclo total de customizao de um

    software ERP. A contratao de mais funcionrios bem como a diviso e especializao

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    por tarefas assim como a alterao da tecnologia ir reduzir o tempo de agregao de

    valor em 24 dias (de 54 dias para 30 dias). Isto indica que a empresa possui ainda

    31,74% do tempo desperdiado que podem ser eliminados com futuras oportunidades

    de melhoria.

    5 CONSIDERAES FINAIS

    Este estudo de caso aplicado apresentou a aplicao de ferramentas do TPS

    comumente utilizadas na manufatura em um processo de servio logstico de TI de

    desenvolvimento desoftwaressob demanda.

    Foi mapeado o processo no estado atual atravs da ferramenta MFV onde foi

    possvel identificar oportunidades de melhoria. Com a aplicao do princpio de reduo

    dos desperdcios e de ferramentas como reduo do tamanho do lote, gesto visual e dos

    princpios do lean servicedescritos por Liker e Morgan (2008) foi possvel propor um

    MFV futuro com reduo de 36,06% no tempo do ciclo total de customizao de um

    software ERP, agregando valor ao cliente, atravs da disponibilizao das alteraes em

    menor tempo.

    Desta forma, possvel concluir que vlida a aplicao da filosofia lean e suas

    ferramentas em processos de servio.

    Durante a execuo desta investigao, identificou-se que o grande desafio das

    empresas de desenvolvimento de softwares est em encontrar e contratar pessoas

    altamente qualificadas, que e se encaixem no DNA da empresa, essencial para a

    obteno dos resultados no dia a dia e para a manuteno do processo de melhoria

    contnua. De nada adianta um processo bem definido se as pessoas no esto

    qualificadas para mant-lo e melhor-lo.

    Segundo Liker e Morgan (2008), lean um sistema. Isso significa que as partesinteragem, sobrepem-se, so interdependentes, e trabalham juntos como um todo

    coerente. Alteraes em um subsistema sempre ter implicaes para os outros.

    Organizaes de desenvolvimento so muitas vezes mais complexas, devido

    complexidade dos sistemas humanos, criando a necessidade para uma perspectiva

    sistmica, ainda mais crtica.

    necessrio integrar pessoas, processos e ferramentas tecnologicas em um

    sistema coerente que exige que os subsistemas sejam propositadamente concebido,alinhados e se apoiem mutuamente. Depois de compreender o valor do ponto de vista do

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    cliente, o foco muda para a tarefa a ser cumprida e para o desenvolvimento de um fluxo

    de trabalho livre de desperdcios. No entanto, um processo altamente eficiente intil se

    as pessoas na organizao no possuem as habilidades para realizar as tarefas

    necessrias, ou se eles (processos) no esto organizados de tal forma que as pessoas

    certas no esto disponveis no momento certo. Consequentemente, deve-se considerar

    as competncias, as prticas e as caractersticas organizacionais que sero necessrias

    para executar o processo. Finalmente, ferramentas e tecnologias que no se enquadram

    no processo ou no apoiam as atividades das pessoas, no atingiro o seu potencial e

    podem at prejudicar o desempenho. Ferramentas e tecnologias devem se adaptar ao

    sistema, apoiando o processo e as pessoas.

    Como desafio para estudos futuros visando a reduo dos 31,74% do tempo

    restante de desperdcios, sugere-se investigaes que vislumbrem o desenvolvimento de

    tcnicas e mtodos para a eliminao da rea de testes no processo de desenvolvimento

    desoftwaressob demanda.

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