Sistema Urinário

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O Rim e a Excreo A excreo compreende ao conjunto de mecanismos fisiolgicos utilizados para a remoo de substncias inteis ou prejudiciais ao organismo, alm de promover a eliminao dos resduos que resultam do metabolismo. A excreo tambm responsvel pela regulao da concentrao dos ons e controle do volume de gua no organismo. Observada as condies acima, gera no organismo uma estabilidade funcional que recebe o nome de homeostase. No corpo humano, um dos principais mecanismos de eliminao feita pelo sistema urinrio. Tem como finalidade a formao e a eliminao de urina. O equilbrio dos componentes do sangue essencial vida, e cabe aos rins que funcionam como verdadeiros filtros vivos, manter exato esse equilbrio. O sistema urinrio humano consiste em: - dois rins - dois ureteres - bexiga - uretra So rgos com o formato semelhante ao do feijo, medindo aproximadamente 10 cm de comprimento, 5 cm de largura e 3 cm de espessura, pesando cerca de 140 gramas. Esto localizados juntos parede posterior do abdome, um de cada lado da coluna vertebral, entre a 12 vrtebra dorsal e as duas primeiras lombares. Tm como funes a remoo de resduos do plasma sangneo, controle da quantidade de sais e gua e manuteno do grau de acidez do sangue, com a eliminao de substncias cidas. Anatomicamente, distinguimos trs regies: - cpsula fibrosa - camada cortical - camada medular A anlise microscpica de um corte de tecido renal mostra a presena de numerosas estruturas afuniladas, com longos tubos enrolados, denominados nefrons. Os nefrons so estruturas funcionais dos rins. Cada rim tem aproximadamente um milho de nefrons. O nefron apresenta duas regies principais: o glomrulo e o tbulo renal. O glomrulo um novelo de capilares, oriundos de ramos da artria renal. Este novelo envolvido por uma pequena camada denominada cpsula de Bowmann. Cada glomrulo com sua respectiva cpsula de Bowmann constitui o crepsculo renal ou corpsculo de Malpighi.

Ureteres So dois tubos que ligam os rins bexiga, originados da pelve renal. Esses dois tubos so responsveis pela conduo de urina da pelve bexiga. Os ureteres possuem paredes musculares possibilitando aumento do seu dimetro. Bexiga uma espcie de bolsa que funciona como reservatrio, capaz de armazenar quase 1,5 litro de urina, porm reserva em mdia 200 cm3. Na mulher fica na frente do tero, no homem fica na frente da prstata. As paredes da bexiga so formadas por msculo dos quais o principal o detrusor, colocado em espiral. A ao desse msculo contrai a bexiga no ato de urinar. Uma parte do msculo detrusor envolve a poro inicial da uretra, formando um anel denominado esfncter liso da bexiga. Abaixo deste localiza-se os feixes musculares estriados, para controle voluntrio do esvaziamento da bexiga. Uretra Compreende um canal que conduz a urina da bexiga para o meio exterior. Na mulher, a uretra bem curta, aproximadamente 3 cm de comprimento e exclusiva do sistema urinrio. No homem, mais longa e complexa, pois alm de canalizar a urina, tambm conduz o smen para o exterior. A formao da urina No interior dos rins, o sangue circula nos capilares, que constituem o glomrulo, a uma alta presso, fazendo com que ocorra a passagem de gua e substncias dissolvidas atravs de suas paredes. Estas substncias so captadas pela cpsula de Bowmann do tbulo, o que recebe o nome de filtrao glomerular. O contedo filtrado formado por gua, sais minerais, glicose, vitaminas, glicerdeos, cidos graxos, aminocidos, uria e cido rico. Parte dessas substncias no podem ser eliminadas pelo organismo, pois representaria uma perda muito grande. Logo sero reabsorvidas ao passarem pelos tbulos contorcidos. Esse mecanismo chamado de reabsoro tubular. um processo ativo para as substncias reabsorvidas, exceto para a gua, que passivo. A reabsoro de gua est sob controle do hormnio antidiurtico ADH, sintetizado no hipotlamo. J a reabsoro de sdio controlada pela aldosterora, secretada pelo crtex adrenal. A urina formada parte do filtrado glomerular que no foi reabsorvido pelos tbulos. A urina goteja atravs dos orifcios das papilas renais caindo nos clices. Todo volume sangneo passa pelos rins em aproximadamente 5 minutos. Aproximadamente 2.000 litros de sangue passam diariamente pelos rins, porm apenas 200 litros so filtrados. Desse total, aproximadamente 198 litros so reabsorvidos, de modo que apenas 1,5 a 2,0 litros passam a formar a urina. Componentes da urina gua ............. 95% cloreto de sdio ..1% uria ............ 2% cido rico.......0,5%

Obs: A glicose, as protenas e o sangue so elementos anormais urina, o que chamamos de glicosria, proteinria e hematria. O Ciclo da Ornitina (aminocido que no entra na constituio das protenas) Durante o metabolismo das protenas, os aminocidos so dasaminados perdem seu grupamento amina (NH2). A desaminao com formao de amnia (NH3) ocorre em todas as clulas do organismo, mais intensamente no fgado. Este mecanismo fundamental para a converso da amnia em uria. Ex. Ornitina + CO2 + NH3 ---> Citrulina + NH3 (amnia) = Arginina + H2 O = Uria (CON2 H4)

A excreo responsvel pela manuteno do volume e da composio do lquido extracelular do indivduo dentro de limites compatveis com a vida. A excreo nos seres humanos ocorre de duas formas: atravs do suor e da urina. A funo principal do suor no a mesma que a da urina. O suor est relacionado perda de calor pelo corpo, funcionando como uma forma de refrigerao. A formao do suor regulada pela temperatura do corpo e no pela composio qumica do sangue ou dos lquidos que banham as clulas. Pelo suor eliminado cido rico, uria, sais minerais, aminocidos, algumas vitaminas e gua. J a quantidade e composio da urina eliminada depende da regulao renal. A composio da urina difere da do lquido extracelular em alguns aspectos: enquanto 95% dos solutos do fluido extracelular so constitudos por ons, a urina tem altas concentraes de molculas sem carga, particularmente uria. A quantidade de solutos e gua da urina bastante varivel e depende da alimentao variada. Isto significa que existe uma relao estreita entre a ingesto diria e a excreo urinria. Um indivduo normal quando ingere uma quantidade excessiva de sal na alimentao, apresenta na urina mais sdio que o normal. Quando a ingesto de gua grande, o volume urinrio bem maior. Ocorrendo o contrrio, quando o indivduo passa por uma restrio de gua. Cerca de 20% do fluxo plasmtico renal so convertidos em urina final por ultrafiltrao atravs dos capilares glomerulares. A urina primria semelhante ao plasma, exceto por conter pequena quantidade das maiores protenas plasmticas. Neste programa iremos estudar os mecanismos responsveis pela excreo renal, ou seja, a eliminao dos produtos finais do metabolismo celular atravs da urina final.

Funes da Excreo Renal Regulao do volume de gua do organismo: por dia, so filtrados 180 litros de plasma dos cerca de 1600 litros de sangue que entram nos rins. Porm, so eliminados pelos rins apenas 1 a 2 litros de urina, devido a grande reabsoro de gua que ocorre ao longo dos tbulos renais. Tal mecanismo tem um importante papel na manuteno do volume do lquido extracelular. Controle do balano de eletrlitos: feito atravs de diferentes mecanismos de transporte tubular de ons, como, sdio, hidrognio, potssio, cloreto, bicarbonato, clcio, fsforo, magnsio, etc. Regulao do equilbrio cido-base: como foi visto no texto de Sistema Respiratrio, o rim tem importante papel na manuteno do pH. Os rins facilitam a excreo de produtos cidos (produtos do catabolismo, cido ltico, por exemplo) e na conservao de produtos bsicos, o que feito atravs da secreo tubular de hidrognio e amnia e da reabsoro de bicarbonato, regulando a sua concentrao plasmtica. Conservao de nutrientes: o rim ajuda na conservao da glicose, aminocidos e protenas no organismo. Estas substncias aps serem filtradas nos glomrulos so reabsorvidos pelos tbulos renais, voltando ao sangue. Excreo de resduos metablicos: feita, principalmente, atravs da excreo renal de uria, cido rico, creatinina, etc. Participao na produo dos glbulos vermelhos: os rins produzem a eritropoetina, hormnio que age diretamente nos precursores dos glbulos vermelhos da medula ssea. Participao na regulao do clcio e fsforo no metabolismo sseo: o rim converte a 25- hidroxicolicalciferol circulante em 1,25- diidroxicolicalciferol (1,25 DOHCC), um esteride que a forma mais ativa de vitamina D, responsvel pela absoro ssea e gastrointestinal de clcio. Estrutura do Sistema Urinrio e a Mico O sistema excretor composta de rins, ureteres, que ligam os rins bexiga, e uretra, que liga a bexiga parte externa do corpo. Resumidamente, a mico ocorre devido a contrao do esfncter interno, msculo liso na juno da uretra com a bexiga, acompanhada pela abertura do esfncter externo (msculo esqueltico, localizado na base da bexiga). Receptores de estiramento esto presentes na bexiga e tambm no msculo do esfncter interno. O enchimento da bexiga detectado pelos receptores de estiramento da bexiga. A excitao desses receptores desencadeia contrao reflexa do msculo liso, e cada contrao ocasiona outra contrao porque os receptores de estiramento so intensamente excitados cada vez que a bexiga contrai mas no esvazia.

Quanto maior for o volume de urina na bexiga, mas fortes sero suas contraes. O reflexo modulado por vias que vm do encfalo e permitem o controle voluntrio. Estmulos assustadores, por exemplo, interrompem a manuteno do controle do esfncter externo pelo encfalo e ativam igualmente a contrao da bexiga, podendo haver, ento, mico involuntria. Os Rins Cada rim humano tem cerca de 200 a 300g. possui uma borda convexa e outra cncava, nesta que se encontra o hilo, regio que contm os vasos sangneos, nervos e clices renais. O rim revestido por uma cpsula de tecido conjuntivo denso frouxamento ligada ao parnquima renal, a cpsula renal. Os rins so divididos em 2 zonas: Zona cortical A mais externa, onde ocorrem as etapas iniciais de formao e modificao da urina; Zona medular A mais interna. nesta zona que se encontra de 10 a 18 estruturas cnicas denominadas pirmides de Malpighi. A zona cortical contnua e ocupa o espao compreendido entre as bases das pirmides e a cpsula renal. Alm de vasos sangneos, contm glomrulos, tbulos proximais e distais de todos os nfrons e tbulos intermedirios e coletores dos nfrons mais superficiais. De um modo geral, a regio medular possui, alm dos vasos sangneos, as seguintes pores dos nfrons mais profundos: segmentos retos proximais, tbulos intermedirios, tbulos distais retos e tbulos coletores. Os rins desempenham duas funes importantes: a excreo dos produtos finais do metabolismo, e o controle das concentraes da maioria dos constituintes da parte lquida do organismo.

Nfrons Cada rim humano contm cerca de 1,5 milho de nfrons. Os nfrons so classificados quanto sua localizao em: corticais (situados na poro externa da zona cortical); medicorticais (situados na parte interna da zona cortical) e justamedulares (situados na zona de transio entre as zonas corticais e medular). Cada nfron formado pelo corpsculo renal e uma estrutura tubular. O corpsculo renal

compreende o glomrulo e sua cpsula chamada cpsula de Bowman, uma poro oca do nfron que circunda o glomrulo . Todos os corpsculos renais esto na zona cortical do rim. no glomrulo que ocorre a filtrao do plasma. A estrutura tubular formada, seqencialmente, pelo: tbulo proximal, tbulo intermedirio(ou ala de Henle), tbulo distal e ducto coletor. O tbulo proximal formado por um segmento curvo e outro reto. O tbulo intermedirio comea no fim da parte reta do tbulo proximal e possui uma ala fina descendente e outra ala fina ascendente (anteriormente denominadas de ala de Henle). Depois da ala fina ascendente aparece a parte grossa da ala ascendente que atualmente chamada tbulo distal reto. No final da ala ascendente grossa (tbulo distal reto), j na regio cortical, inicia-se o tbulo distal convoluto, cujas paredes ficam em contato com o glomrulo do qual se originou e com as respectivas arterolas aferente e eferente. A regio de contato destas estruturas forma o aparelho justaglomerular, que o principal local de controle do ritmo da filtrao glomerular e do fluxo sangneo renal. No aparelho justaglomerular existem clulas especializadas que secretam a enzima renina, envolvida no controle da presso arterial sangnea. Aps o aparelho justaglomerular, existem os seguimentos corticais: continuao do tbulo distal convoluto, segmento de conexo (considerado por alguns como parte inicial do ducto coletor) e ducto coletor cortical. Os segmentos de conexo de muitos nfrons drenam para um nico ducto coletor cortical. Desse local o fluido caminha seqencialmente para os ductos coletores medulares, clices, plvis renal, ureteres e bexiga. Filtrao A formao da urina inicia-se no glomrulo, onde cerca de 20% do plasma que entra no rim atravs da artria renal so filtrados. Aps sua formao, o filtrado glomerular caminha pelos tbulos renais e sua composio e volume vo sendo modificados atravs da reabsoro e secreo tubular existentes ao longo do nfron. Reabsoro tubular renal o processo de transporte de uma substncia do interior do tbulo para o sangue que envolve o tbulo. Graas reabsoro tubular muitas substncias depois de filtradas voltam ao sangue que percorre os capilares peritubulares entrando de novo na circulao sistmica pela veia renal que sai do rgo. J o mecanismo inverso denominado secreo tubular, os solutos que passaram pelos glomrulos e no foram filtrados vo atravessar uma segunda rede capilar, peritubular,

formada a partir das arterolas eferentes, e/ou sero transportadas do interior celular para a luz tubular. Durante o processo de filtrao glomerular, o plasma atravessa 3 camadas: endotlio capilar, membrana basal e parede interna da cpsula de Bowman. Solutos com tamanhos at 14 , passam livremente atravs da membrana filtrante, acima desse valor, para as molculas atravessar essa barreira vai depender de sua forma, tamanho e carga inica. Tanto os capilares renais como os extra-renais permitem a passagem de molcula pequenas como as da gua (2 de dimetro), uria (3,2 , sdio (4 ), cloreto (3,5 ) e glicose (7 ). Porm, no permitem a passagem de partculas grandes como os eritrcitos (80000 ) e/ou a maioria das protenas plasmticas. As macromolculas que atravessam a parede capilar e no conseguem atravessar a membrana basal so fagocitadas por macrfagos circulantes. O fluido que atravessa a membrana glomerular e entra no espao de Bowman um filtrado do plasma e contm todas as substncias que existem no plasma exceto a maioria das protenas e substncias que se encontram ligadas a protenas, como no caso do clcio circulante (cerca de 40% ). Quando o sangue entra nos rins, atravs das artrias renais, ele filtrado pelos nfrons. Boa parte do lquido, aps passar pela cpsula de Bowman e de desembocar nos tbulos renais, reabsorvida para corrente sangnea. O fluido filtrado retorna pelas veias renais e a urina formada flui para os ductos coletores das pirmides renais. Da a urina flui para os clices renais, para a plvis renal e, finalmente, por meio dos ureteres, chega a bexiga onde fica armazenada at ser excretada pela uretra.

Resumo da principais contribuies dos diferentes segmentos do nfron na regulao dos solutos e gua: Glomrulo Formao do ultrafiltrado plasmtico. Tbulo proximal Reabsoro de 80% de gua filtrada; reabsoro de 70% do Na+ filtrado; reabsoro de potssio, bicarbonato, fosfato, magnsio, uria e cido rico; reabsoro total de glicose (tipicamente por um processo acoplado ao gradiente de Na+)e aminocidos filtrados; secreo ativa de H+, que livra o organismo de sua produo diria de cidos fixos e recupera o bicarbonato filtrado que ser convertido em CO2, que se difunde novamente para os capilares peritubulares. Ala de Henle

Ramo descendente Reabsoro de gua; secreo passiva de sais e uria. Ramo ascendente Impermevel gua; elevada reabsoro de sais; segmento responsvel pela regulao e excreo renal de magnsio. Tbulo Distal convoluto Reabsoro de pequena frao do Na+ filtrado; segmento responsvel pela regulao e excreo renal de clcio. Ducto Coletor Reabsoro de NaCl; sem ADH - impermevel gua, dilui a urina; com ADH permevel gua, concentra a urina; secreta hidrognio e amnia. oletor cortical Secreta potssio, sendo a principal fonte do potssio urinrio. Coletor medular Reabsorve ou secreta potssio, dependendo da situao metablica; reabsorve uria. Qual o contedo da urina? Cerca de 90% da urina gua. Outras substncias dependem da dieta, podendo ser: cido fosfrico, uria, sdio, cloro, potssio, cido rico. Como os nfrons produzem a urina ? O filtrado glomerular passa capsula de Bowman, onde recebe o nome de urina primria. Dos 180 litros/dia de urina primria, apenas cerca de 60 litros/dia saem dos tbulos proximais e passam alas de Henle. Nos tbulos proximais h a reabsoro de gua e solutos. Para muitas substncias (monossacardios, aminocidos, ons de sulfato e fosfato), a energia para a reabsoro proporcionada pelo gradiente de concentrao de Na+ atravs da membrana apical das clulas dos tbulos renais, este processo denominado co-transporte acoplado ao gradiente de Na+. A reabsoro ativa impulsionada diretamente pelo ATP ou secundariamente pelo gradiente de Na+ , necessria para o rim realizar reabsoro quase completa de um soluto filtrado.

A reabsoro de gua e a reabsoro ativa de soluto tendem a aumentar a concentrao dos solutos que no so ativamente reabsorvidos. Estes solutos so reabsorvidos por difuso passiva. A uria, um produto nitrogenado do catabolismo protico, um exemplo desses solutos passivamente reabsorvidos. Pequenas protenas conseguem passar pelo filtro glomerular em quantidade significativa. Porm, grande parte das protenas filtradas reabsorvida no tbulo proximal. A reabsoro ocorre por endocitose e posteriormente essas protenas so metabolizadas nas clulas tubulares proximais. Embora muitas protenas plasmticas filtradas sejam reabsorvidas, h uma pequena perda de protenas pela urina, cerca de 100 mg/dia. Em indivduos sadios, isso compensado pela ingesto de protenas. Em algumas doenas renais, a recuperao normal das protenas filtradas impedida, e quantidades anormalmente elevada de protenas aparece na urina final (proteinria). Esses nveis plasmticos de glicose anormalmente elevados so caractersticos de doenas que afetam o metabolismo dos carboidratos, a diabetes mellitus, ou em indivduos sadios em condies de estresse ou aps refeio rica em carboidratos. Quase todos os hormnios proticos tm tamanho que lhes possibilita serem filtrados. A filtrao e metabolizao posterior dos hormnios proticos pelo rim reduz significativamente seu tempo de permanncia no sangue. Quando um hormnio protico apresenta alta taxa no sangue, uma parte das molculas do hormnio deixa de ser reabsorvida e pode ser detectada na urina. por esse motivo que se usa a urina nos testes de gravidez domstico, este teste detecta a gonadotrofina corinica humana, hormnio protico produzido pelo embrio aps implantar-se no tero. A ala de Henle e tbulo distal na produo da urina diluda O ramo ascendente grosso da ala de Henle e os segmentos do tbulo distal tm papel importante na reabsoro de solutos sem a reabsoro proporcional de gua. Isso possvel, porque esses segmentos, diferente do tbulo proximal, so praticamente impermeveis gua. O principal processo de transporte do ramo ascendente grosso e da parte inicial do tbulo distal (a regio contornada) a reabsoro de Na+ e Cl-. Na primeira etapa da reabsoro de sal, os ons Na+ e K+ so retirados atravs da membrana das clulas tubulares acompanhados de dois ons Cl-. Esse processo denominado co-transporte de Na+, K+, 2Cl- . O gradiente de Na+ proporciona a energia necessria captao os ons K+ e Cl- . A parte mdia do tbulo distal (a regio de conexo) a responsvel pela reabsoro do Ca++ filtrado.

Na parte final do tbulo distal (a regio coletora) ocorre a reabsoro do NaCl, alm da secreo de H+ e da absoro como a secreo de K+. A ala de Henle e o ducto coletor na formao da urina concentrada A formao da urina final mais concentrada que o plasma possibilita ao organismo livrar-se de produtos finais txicos do metabolismo e do excesso de ons com perdas mnimas de gua. Quatro fatores so necessrios para a concentrao da urina: A ala de Henle tem de mergulhar profundamente na medula renal e depois dobrar-se agudamente para cima para que o ramo ascendente fique perto do ramo descendente, Os ramos descendente e ascendente tm de ter permeabilidade diferente gua, O transporte de NaCl tem de ocorrer apenas no ramo ascendente, Os capilares do vasos retos tm de acompanhar as alas de Henle. As alteraes da composio da urina que ocorrem com sua passagem pelo ramo descendente so conseqentes troca passiva com o lquido intersticial. O ramo descendente altamente permevel gua, mas menos permevel ao sal. J o ramo ascendente fino tem baixa permeabilidade gua mas alta permeabilidade ao sal. A urina que chega ala de Henle a partir do tbulo proximal tem concentrao de NaCl e osmolaridade semelhantes s do plasma, e como no plasma, o NaCl soluto mais abundante da urina. Ao passar para o ramo descendente da ala de Henle, a urina atravessa regies do rim com lquido intersticial cada vez mais concentrado. Como a parede do ramo descendente permevel gua, h a remoo osmtica de gua, com isso, a urina comea a entrar em equilbrio osmtico com o lquido intersticial, ou seja, torna-se mais concentrada. A parede do ramo ascendente fino permevel ao NaCl mas no gua, por isso, medida que a urina sobe, o equilbrio osmtico atingindo graas ao movimento de NaCl para fora da urina. No ramo ascendente grosso, o NaCl ativamente transportado para fora da urina e a gua no pode segui-lo. A urina que sai da ala tem concentrao de NaCl inferior do plasma. Quando a urina passa pelo tbulo distal, mais NaCl ativamente transportado para fora dela. O transporte ativo de NaCl para fora, atravs do ramo ascendente grosso e do tbulo distal, faz com que outros solutos se tornem mais abundantes. Um desses solutos a uria. Quando a urina chega ao ducto coletor, a uria j se tornou um de seus principais solutos.

A parede do ducto coletor absorve ativamente NaCl, porm com baixa intensidade. O hormnio antidiurtico (ADH) A permeabilidade gua do segmento final do tbulo distal e do ducto coletor regulada pelo hormnio antidiurtico (ADH). O hormnio antidiurtico (ADH) um hormnio protico produzido no hipotlamo e armazenado na hipfise. A partir da neuro-hipfise o ADH liberado para o sangue. A principal ao do ADH regular a tonicidade do fluido extracelular, aumentando a permeabilidade do ducto coletor cortical e medular gua. O ADH aumenta a permeabilidade gua pela abertura dos poros nas clulas epiteliais do ducto coletor. Pode-se dizer que o ADH o hormnio da conservao da gua. Quando o ADH est presente, a gua pode equilibrar-se atravs das paredes do tbulo distal e do ducto coletor e a urina descendente torna-se mais concentrada, pois a gua reabsorvida. Como a parede do ducto coletor muito permevel uria, alguma uria reabsorvida. Assim, a urina final que sai do ducto coletor reduzida em seu volume e altamente concentrada. Na ausncia de ADH, a poro coletora do tbulo distal e o ducto coletor no so permeveis gua e a recuperao de gua a partir da urina no ducto coletor mnima. Os 20% da carga filtrada de gua que ficam sem ser reabsorvidos na ausncia do ADH correspondem a um dbito urinrio de cerca de 20ml/min, um pouco menos de 30 litros/dia. Essa quantidade elevada de urina diluda pode ser mantida por breve perodo pelo indivduo normal aps beber rapidamente vrios litros de gua. Porm, uma leso da hipfise ou do hipotlamo pode ocasionar a doena denominada diabetes insipidus, devido ao pouco ou nenhum ADH secretado. Nesta doena h uma produo elevada de urina diluda. Nveis normais de ADH levam produo de cerca de 1litro/dia de urina concentrada. Quando h pouca ingesto de gua ou a sudorese alta, os nveis plasmticos de ADH se elevam e o fluxo de urina diminue, chegando at 0,2 ml/min ou 300 ml/dia. Quando mais elevados os nveis plasmticos de ADH, mais gua pode ser recuperada, e a urina fica mais concentrada. Quando os nveis de ADH diminuem, a gua que passa pelo ducto coletor no reabsorvida, produzindo, assim, grande volume de urina diluda. Algumas substncias podem atuar como inibidora da secreo do hormnio antidiurtico, tais como, o lcool, a cafena e a gua. Entretanto, como o hormnio antidiurtico atua sobre a regio coletora do tbulo distal e do ducto coletor, a diurese da resultante geralmente no afeta os nveis plasmticos de H+ ou K+.

Uma das caractersticas da ressaca a sede excessiva. Esta necessidade de gua que o nosso corpo manifesta pela sede compreensvel, se considerarmos que durante o perodo de ingesto de lcool muita gua foi eliminada pela urina. Estmulos dolorosos, certas drogas (como barbitricos), elevao da temperatura do hipotlamo e queda da PO2 do sangue provocam a liberao do ADH. O ADH rapidamente metabolizado no fgado e rins, com uma meia-vida na circulao de apenas 15 a 20 minutos. Aps uma sobrecarga de gua, a mxima diurese alcanada depois de 90 a 120 minutos, tempo necessrio para metabolizao do hormnio previamente circulante.

A sedeA resposta ao ADH pelos rins to rpida que a ingesto voluntria excessiva de lquido no pode, normalmente, causar mais que diminuio transitria da osmolaridade plasmtica. A sede a defesa principal contra as redues do volume plasmtica. Os rins podem, no mximo, apenas lentificar a perda de gua. O sistema do ADH e o sistema renina-angiotensina-aldosterona ( RAA ) parecem estar envolvidos no controle da sede. Os estmulos que evocam sede, a hipovolemia - volume sangneo anormalmente baixo - e o aumento da osmolaridade plasmtica, so os mesmos que aumentam a secreo de ADH. A angiotensina II a mais poderosa substncia causadora de sede que se conhece, de modo que o sistema do RAA afeta, no s a performace renal, mas tambm a ingesto de lquido. A pessoa sadia mantm equilbrio preciso entre a ingesto e a perda de gua. A pessoa pode beber 800 a 1.500ml de gua por dia e ingerir mais 500 a 700ml de gua nos alimentos. O metabolismo energtico produz 200 a 300ml de gua por dia. O ganho dirio total de gua de cerca de 1,5 a 2,5 litros. Esse ganho de gua contrabalanado por perdas de lquidos de 800 a 1.500ml pela urina, de 100 a 150ml pelas fezes, alm de 600 a 900ml de gua perdidas por evaporao pelos pulmes e pela superfcie da pele. A desidratao ocorre quando as perdas de gua corporal superam os ganhos. As causas mais comuns de desidratao so a sudorese excessiva em ambientes quentes, vmitos intensos ou diarria grave e as doenas renais que levam produo de grande quantidade de urina diluda. A ingesto excessiva de lcool ocasiona desidratao porque o lcool inibe a secreo do hormnio antidiurtico (ADH), causando a produo de grande volume de urina diluda.

Alm da perda de gua, h a perda de sal. O sal perdido pela urina, pelo suor, pelas lgrimas e as secrees do tubo gastrintestinal. Perdas anormais de lquidos corporais por vmitos, diarria e sudorese excessiva, podem ocasionar grandes perdas de sal. Os ganhos de sal tm de contrabalanar as perdas para a manuteno da homeostasia corporal. Alm do consumo direto de sal de cozinha, muitos alimentos contm sal "oculto" sob a forma de conservantes, como o bissulfeto de sdio, ou sob a forma de aditivos. Algumas bebida tambm contm quantidades significativas de sal.

FUNDAMENTOS TERICOS O sistema urinrio participa da manuteno da homeostase atravs da eliminao de restos do metabolismo, de gua e outras substncias pela urina. O sistema urinrio formado por 2 rins, 2 ureteres, 1 bexiga e 1 uretra. O rim um rgo que apresenta uma poro cncava e outra convexa. Na poro cncava se situa o hilo, local de entrada e sada de vasos, nervos e tambm a partir do qual os clices renais formam a plvis renal. O rim pode ser separado em poro cortical e poro medular. Na medula observam-se de 10 a 18 pirmides medulares, as quais apontam para os clices e destes para a plvis renal. Cada pirmide contm de 400 a 500 raios medulares, os quais penetram no crtex. A unidade de filtrao do rim o nfron. Cada nfron formado pelo corpsculo de Malpighi, pelos tbulos contorcidos proximais e distais e pela ala de Henle. O corpsculo renal formado por aglomerado de capilares, conhecido como glomrulo, envoltos pela cpsula de Bowman, que possui um folheto parietal, formado por clulas simples pavimentosas e o folheto visceral formado por clulas modificadas, com prolongamentos primrios e secundrios, estas clulas conhecidas como podcitos. Os prolongamentos dos podcitos envolvem e abraam os capilares, deixando pequenos espaos entre os prolongamentos secundrios, fechados por uma membrana, e conhecidos como fendas de filtrao. Alm destas fendas de filtrao, o filtrado tem de passar pelas fenestraes dos capilares e atravs de uma membrana basal espessa formada pelas clulas endoteliais e pelos podcitos. Acredita-se que esta membrana basal de 100 a 300nm de espessura seja a principal barreira no processo de filtrao. Alm das clulas endoteliais e dos podcitos, a estrutura glomerular apresenta ainda as clulas mesngiais. Habitando os espao entre as clulas endoteliais, estas clulas desempenham importante papel de manuteno e limpeza da membrana basal. O filtrado glomerular, aps atravessar a barreira de filtrao, passa pelo espao capsular e segue pelo tbulo contorcido proximal. Este tbulo formados por clulas cbicas com borda em escova (microvilosidades), e na poro basal se observam dobras e interdigitaes entre as clulas adjacentes.

O citoplasma destas clulas rico em mitocndrias, o que lhes confere caractersticas acidfilas. O papel destas clulas e destes tbulos est na reabsoro de ons e outras sustncias do filtrado. Aps passar pelo tbulo contorcido proximal, o filtrado segue para as ala de Henle. Formada por uma poro descendente, em sua maior parte constituda por epitlio simples pavimentoso, e poro ascendente formada em sua maior parte por epitlio cbico simples. As alas de Henle tm o papel fundamental junto aos ductos coletores na concentrao da urina e reabsoro de gua. Aps passar pela ala de Henle, o filtrado segue em direo ao tbulo contorcido distal. Estes tbulos tambm formados por epitlio cbico simples, entretanto, apresentam microvilos mais curtos e espaados, alm de um nmero menor de mitocndrias, o que torna o citoplasma destas clulas menos acidfilos se comparados as clulas do tbulo contorcido proximal. O tbulo contorcido distal se aproxima do corpsculo de Malpighi do mesmo nfron, e suas clulas se modificam, tornando-se cilndricas, recebendo o nome de mcula densa. Esta estrutura, em conjunto com as clulas justaglomerulares da tnica mdia da arterola aferente, formam o complexo justaglomerular e funcionam na regulao do balano hdrico e do equilbrio inico. O filtrado aps passar pelo tbulo contorcido distal, deixa o nfron e desgua nos tbulos ou ductos coletores, os quais seguem em direo as papilas. Os tubos coletores inicialmente so revestidos por epitlio cbico e a medida que se fundem com outros tubos e se dirigem para as papilas se espessam e suas clulas tornam-se cilndricas. Como j foi colocado anteriormente, os tubos coletores atuam em conjunto com a ala de Henle na reabsoro de gua. A bexiga e as vias urinrias so responsveis pelo armazenamento e pelo transporte da urina para o exterior. A mucosa destas vias formada por epitlio de transio apoiado sobre uma lmina basal. As clulas mais superficiais do epitlio de transio se caracterizam por modificaes que, quando a bexiga ou o ureter esto vazios, apresentam o aspecto globoso, quando as vias urinrias esto cheias,estas clulas passam a apresentar um aspecto mais achatado. Fonte: www2.uerj.br

Sistema UrinrioOs rgos, tubos, msculos, e nervos que trabalham juntos para criar, armazenar, e transportar urina compem o sistema urinrio. O sistema urinrio inclui dois rins, dois ureteres, a bexiga, dois msculos esfincterianos, e a uretra.

Aparelho Urinrio

Como o sistema urinrio trabalha? Seu corpo capta nutrientes dos alimentos e os utiliza para manter todas as funes corpreas incluindo energia e auto-reparo. Depois de seu organismo ter adquirido o que precisa dos alimentos, produtos desprezados so deixados para trs no sangue e no intestino. O sistema urinrio atua com os pulmes, pele, e intestino - todos excretam impurezas e produtos do metabolismo - para manter balanceadas as substncias e a gua de seu corpo. Adultos eliminam cerca de um litro a um litro e meio de urina por dia. A quantidade depende de diversos fatores, especialmente da quantidade de fluidos e alimentos que a pessoa consome e de quanto lquido perdido atravs de suor e da respirao. Certos tipos de medicamentos tambm podem interferir na quantidade de urina eliminada. O sistema urinrio remove um tipo de dejeto chamado uria. Ele aparece quando carne, fermento, e algumas verduras, so decompostas no seu corpo. A uria levada na corrente sangunea at os rins. Os rins so rgos que tem formato de feijo e o tamanho aproximado do seu punho. Eles esto prximos do meio das costas, logo abaixo das costelas. Os rins removem a uria do sangue atravs de pequenas unidades filtradoras chamadas nfrons. Cada nfron constitudo por uma bola formada de pequenos capilares sanguneos, chamada glomrulo, e um pequeno tubo chamado tbulo renal. Uria, junto com gua e outras

substncias desprezveis, formam a urina conforme passam pelos nefrons e seguem pelo tbulo renal do rim. Rim e Via Excretora

Dos rins, a urina viaja atravs de dois finos tubos chamados ureteres at a bexiga. Os ureteres medem aproximadamente de 8 a 10 polegadas de comprimento. Msculos nas paredes dos ureteres constantemente contraem e relaxam para forar a urina dos rins para baixo. Se permitido que a urina fique parada, ou volte para cima, uma infeco renal pode se desenvolver. Pequenas quantidades de urina so despejadas na bexiga pelos ureteres a cada 10 a 15 segundos, aproximadamente. A bexiga um rgo muscular oco com formato de um balo. Ela se situa na sua pelve (parte inferior do abdome) e mantida no lugar por ligamentos inseridos em outros rgos e nos ossos da pelve. A bexiga armazena urina at que voc esteja pronto para ir ao banheiro para esvazi-la. Ela incha obtendo uma forma arredondada quando est cheia e fica diminuda quando vazia. Se o sistema urinrio est ntegro, a bexiga pode comportar at 500ml (2 copos) de urina confortavelmente por 2 a 5 horas.

Bexiga

Msculos circulares chamados esfncteres ajudam a evitar que a urina vaze. Os msculos esfincterianos se fecham como uma fita de borracha ao redor da abertura da bexiga na uretra, o tubo que permite que a urina passe para fora do corpo. Nervos da bexiga informam quando hora de urinar (esvaziar a bexiga). Ao passo que a bexiga vai ficando repleta de urina, pode-se perceber uma necessidade de urinar. A sensao de urinar torna-se mais forte medida que a urina continua a encher e alcana seu limite. Neste momento, nervos da bexiga enviam ao crebro uma mensagem de que a bexiga est cheia, e sua urgncia para esvaziar a bexiga se intensifica. Quando voc urina, o crebro sinaliza aos msculos da bexiga para se contrarem, espremendo a urina para fora da bexiga. Ao mesmo tempo, o crebro sinaliza aos msculos do esfncter para relaxarem. Quando estes msculos relaxam a urina sai da bexiga atravs da uretra. Quando todos os sinais ocorrem na ordem correta, acontece o ato de urinar normal.

Urina

A urina composta de aproximadamente 95% de gua. Os principais excretas da urina humana so: a uria, o cloreto de sdio e o cido rico.

O sistema urinrio A eliminao da urina feita atravs do sistema urinrio. Os rgos que compe o sistema urinrio so os rins e as vias urinrias. As vias urinrias compreendem o ureter, a bexiga e a uretra. Os nossos tecidos, que recebem do sangue as substncias nutritivas, ao sangue abandonam aqueles compostos qumicos txicos que neles se formam como resultado do complexo fenmeno da nutrio. Tais substncias so danosas e devem ser eliminadas para no intoxicar o organismo e pr a vida em perigo. A maior parte desses produtos eliminada por trabalho do aparelho urinrio; somente uma parte mnima eliminada pelas glndulas sudorparas mediante o suor. O aparelho urinrio tem a tarefa de separar do sangue as substncias nocivas e de elimin-las sob a forma de urina. Compe-se ele dos rins, que filtram o sangue e so os verdadeiros rgos ativos no trabalho de seleo das substncias de rejeio; dos bacinetes renais com os respectivos ureteres, que conduzem a urina at a bexiga; da bexiga, que o reservatrio da urina; da uretra, canal mediante o qual a urina conduzida para fora. Juntamente com as substncias de rejeio, o aparelho urinrio filtra e elimina tambm gua. A eliminao de gua necessria seja porque as substncias de rejeio esto dissolvidas no plasma, que constitudo, na sua maior parte, de gua, seja porque tambm a quantidade de gua presente no sangue e nos tecidos deve ser mantida constante.

A gua entra na composio de todos os tecidos e da substncia intercelular (que enche os espaos entre as clulas): ela o constituinte universal de todos os "humores" do organismo e tem a tarefa essencial de servir de "solvente" de todas as substncias fisiologicamente ativas. A gua entra no organismo com os alimentos e as bebidas; em parte se forma no prprio organismo por efeito das reaes qumicas que a tm lugar. Depois de ter realizado as suas importantes funes, a gua deve ser eliminada: como

antes tinha servido de veculo s substncias nutritivas, agora serve de veculo s substncias de rejeio. Como ocorre a excreo O nosso sangue contm muitas substncias de que no necessitamos e algumas podem mesmo ser perigosas - gua em excesso, sais minerais, clulas mortas ou alteradas e resduos das atividades celulares. Por isso tm de ser eliminadas.

Como constitudo o sistema urinrio? Os componentes do sistema urinrio so: dois rins, dois ureteres, a bexiga urinria e a uretra. Os rins so os principais rgos do sistema urinrio. Situados na cavidade abdominal, na regio lombar, um de cada lado da coluna vertebral e rodeados por um tecido gorduroso, os rins so rgos em forma de feijo, de cor vermelha escura. Tm o tamanho de um ovo de galinha, medindo cerca de 11 cm de comprimento e 6 cm de largura. Pesam entre 115 e 155 gramas nas mulheres e entre 125 e 170 gramas nos homens. O lado cncavo est voltado para a coluna vertebral e por esse lado que entram e saem os vasos sanguneos, do qual a artria renal e a veia renal so os mais importantes. Os rins extraem os produtos residuais do sangue atravs de milhes de pequenos filtros, denominadas nfrons, que so a unidade funcional dos rins. Cada nfron apresenta duas partes principais: a cpsula glomerular (ou cpsula de Bowman) e os tbulos renais. Nas figuras os tbulos renais so identificados como tbulo contorcido proximal, ala nfrica (ala de Henle) e tbulo contorcido distal. No interior da cpsula glomerular penetra uma arterola (ramificao da artria renal) que se ramifica, formando um emaranhado de capilares chamado glomrulo renal. A cpsula glomerular continua no tbulo contorcido proximal, que se prolonga em uma ala em forma de U chamada ala nfrica. Dessa ala segue um outro tbulo contorcido, o distal. O conjunto desses tbulos forma os tbulos renais. A urina se forma nos nfrons basicamente em duas etapas: a filtrao glomerular e a reabsoro renal. na cpsula glomerular que ocorre a filtrao glomerular, que consiste no extravasamento de parte do plasma sanguneo do glomrulo renal para a cpsula glomerular. O lquido extravasado chamado filtrado. Esse filtrado contm substncias teis ao organismo, como gua, glicose, vitaminas, aminocidos e sais minerais diversos. Mas contm tambm substncias txicas ou inteis ao organismo, como a uria e o cido rico. Da cpsula glomerular, o filtrado passa para os tbulos renais. O processo em que h o retorno ao sangue das substncias teis ao organismo presentes no filtrado chamado reabsoro renal e ocorre nos tbulos renais. Essas substncias teis que retornam ao sangue so retiradas do filtro pelas clulas dos tbulos renais. Da passam para os vasos capilares sanguneos que envolvem esses tbulos. Dos nfrons, os resduos recolhidos so enviados atravs dos ureteres para a bexiga. Os ureteres so dois tubos musculosos e elsticos, que saem um de cada um dos rins e vo dar bexiga. A bexiga um saco musculado, muito elstico, com um comprimento aproximado de 30 cm, onde a urina (resduos filtrados) acumulada. Este reservatrio

est ligado a um canal - a uretra - que se abre no exterior pelo meato urinrio, e a sua base est rodeada pelo esfncter uretral, que pode permanecer fechado e resistir vontade de urinar. Vlvulas existentes entre os ureteres e a bexiga impedem o retrocesso da urina. Mas o que a urina? A urina um lquido transparente, amarelado, formado nos rins e que transporta produtos residuais do metabolismo at ao exterior do organismo. Ela constituda por 95% por gua, na qual a uria, toxinas e sais minerais, como o cloro, o magnsio, o potssio, o sdio, o clcio, entre outros (que formam os restantes 5%), esto dissolvidos. Tambm pode conter substncias comuns, utilizadas freqentemente pelo organismo, mas que se podem encontrar em excesso, pelo que o corpo tem de se ver livre delas. Os nfrons esto sempre funcionando? Sim, a sua atividade contnua e permanente. Mais de 1000 litros de sangue passam atravs dos rins diariamente, o que significa que eles filtram todo o sangue do nosso organismo vrias vezes por dia (porque no nosso corpo existem apenas 5 litros de sangue). Num perodo de 24 horas os nfrons produzem cerca 180 litros de urina, mas em mdia, cada pessoa s excreta cerca de 1,5 litros por dia.

Ento, para onde que vo os restantes litros de urina que os rins produzem? verdade que se forma uma muito maior quantidade de urina do que a que realmente expulsa, ou seja, nem tudo o que sai da corrente sangunea vai parar ao exterior do corpo. Se os rins diariamente produzem 180 litros de urina, mas apenas so responsveis pela excreo de 1,5 litros, isto significa que 178,5 litros tm um destino diferente. Quando o sangue filtrado, muitas coisas que passam para os rins fazem falta no organismo. Por isso existem mecanismos para que esses produtos no se percam. o mecanismo designado por reabsoro, que permite que grande parte da gua que sai do sangue (cerca de 99%) no chegue a integrar a urina. que no te esqueas que 70% do nosso corpo gua e para que possamos viver, assim tem de continuar. Se excretssemos todos os litros de urina que se formam, imagina a quantidade de gua que no teramos de beber todos os dias para no morrermos desidratados. uma questo de conservao do contedo hdrico do corpo. Mas para alm da gua, com outras substncias acontece exatamente o mesmo. Determinados sais desempenham papis muito importantes no funcionamento do organismo e a sua sada poderia colocar em risco a sade. Alm disto, seria um desperdcio estar a expulsar substncias que ainda podem ter utilidade. Deste modo o organismo controla as quantidades das substncias que saem e que ficam.

Os rins formam sempre a mesma quantidade de urina?

No, pois a quantidade de urina produzida depende do tipo de regime alimentar e obviamente da quantidade de gua ingerida. Se ingerirmos alimentos muito salgados, como batatas fritas, ocorre um aumento do nvel de sal no sangue. Este aumento faz com que a reabsoro de sal (que acontece normalmente para impedir que este se perca) diminua e por isso a quantidade de sal na urina vai aumentar. Se verificar uma diminuio da quantidade de sal no sangue, o organismo responde com um aumento da capacidade de reabsoro e mais sal volta e entrar na corrente sangunea. E isto acontece para muitas outras substncias. Quando as suas quantidades aumentam no sangue, o organismo possui mecanismos para impedir que elas fiquem no corpo e assim aumenta a sua quantidade na urina. Pelo contrrio, se as suas quantidades descerem, a intensidade da reabsoro das substncias em questo aumenta, para que maiores quantidades sejam mantidas no organismo.