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Goiânia - GO, 27 a 30 de julho de 2014
SOBER - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
SISTEMAS AGROFLORESTAIS EM ÁREA DE VÁRZEA: EXPERIÊNCIAS DOS
RIBEIRINHOS CAMPONESES INOVADORES NO MUNICÍPIO DE IGARAPÉ -
MIRI, TERRITÓRIO DO BAIXO TOCANTINS DO ESTADO PARÁ - AMAZÔNIA
AGROFORESTRY SYSTEMS IN AREA VÁRZEA: EXPERIENCES
COASTAL FARMERS IN THE CITY OF INNOVATIVE IGARAPÉ - MIRI,
TERRITORY OF THE STATE BAIXO TOCANTINS PARÁ - AMAZÔNIA
Acenet Andrade da Silva1; Ligia Paula Cabral do Rosario¹; Roberta de Fátima Rodrigues
Coelho1; Adebaro Alves dos Reis
1; Oriana Trindade de Almeida
2
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará- Campus Castanhal/Núcleo de
Pesquisa em Desenvolvimento Rural Sustentável, Cooperativismo e Economia Solidária1;
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará- Campus Castanhal/Núcleo de
Estudos em Recursos Florestais1; Universidade Federal do Pará/Núcleo de Altos Estudos
Amazônicos2
[email protected]; [email protected]
1;
[email protected]; [email protected]
2
Grupo de Pesquisa: Agropecuária, Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
Resumo
Os sistemas Agroflorestais (SAFs) têm sido utilizados como alternativa de desenvolvimento
rural sustentável na agricultura. Nessa perspectiva, o trabalho tem como objetivo de
disseminar as experiências inovadoras desenvolvidas pelos ribeirinhos camponeses a partir da
implantação de Sistemas Agroflorestais em áreas de várzea, do município de Igarapé- Miri,
Território do Baixo Tocantins do Estado do Pará. O processo metodológico da pesquisa teve
uma abordagem interdisciplinar, com enfoque aos procedimentos da pesquisa qualitativa e
quantitativa com a utilização de métodos e técnicas que envolverão a realização de pesquisa
de campo, observação participante, realização de entrevista, aplicação de questionário
semiestruturado e análise de conteúdo. Os resultados mostraram que as Unidades Produtivas
Familiares (UPF) possuem varias espécies vegetais, entre elas de culturas anuais, perenes, e
essências florestais nativas da região de várzea. A produção do açaí (Euterpe oleraceae Mart.)
é a principal atividade agrícola dos agricultores familiares na área de várzea de Igarapé Miri.
A adoção de SAFs é uma inovação encontrada dentro das comunidades dos ribeirinhos
camponeses, que priorizam essas práticas levando em conta importância da produção
econômica do açaí. Mais também a conservação dos recursos naturais da Amazônia e
modificando sua relação sociedade natureza, por isso necessita ser incentivado.
Palavras-chave: Sistemas Agroflorestais, Agricultores Inovadores, Desenvolvimento Rural
Sustentável, Ecossistema de Várzea, Igarapé Miri.
Goiânia - GO, 27 a 30 de julho de 2014
SOBER - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
Abstract
The Agroforestry systems (AFS) have been used as an alternative for sustainable rural
development in agriculture. In this perspective, the study aims to disseminate the innovative
experiences developed by coastal farmers from the implementation of agroforestry systems in
lowland areas, the municipality of Igarapé Miri, Território Baixo Tocantins State of Pará The
methodological approach of the research had an interdisciplinary approach, focusing on
procedures of qualitative and quantitative research with the use of methods and techniques
that involve conducting field research, participant observation, conducting interviews,
administering semi-structured questionnaire and content analysis. The results showed that the
Productive Family Unit ( UPF ) have several plant species, including annual , perennial crops,
and native forest species of the lowland region. The production of açaí (Euterpe oleracea
Mart.) Is the main agricultural activity of farmers in the lowland area of Igarapé Miri. The
adoption of agroforestry systems is an innovation found within riverine communities of
peasants, who prioritize these practices taking into account the importance of the economic
output of the açaí berry. More also conserving natural resources of the Amazon and
modifying its relationship society nature, so needs to be encouraged.
Key words: Agroforestry systems, innovative farmers, sustainable rural development, meadow
ecosystem, Igarapé Miri.
1. Introdução
O processo de desenvolvimento na Amazônia tem sido à custa do uso indiscriminado
dos seus ecossistemas naturais. Porém a Amazônia está passando por uma fase de completa
transformação e necessita de alternativas ambientalmente corretas e socialmente justas para o
aproveitamento e ocupação do solo, em especial as áreas já abertas e exauridas pela ação
antrópica com reflexos na qualidade de vida, desenvolvimento econômico e recuperação do
meio ambiente (PORRO, 2009).
O município de Igarapé-Miri apresenta mais de 60% de seu território em área de
várzea e é responsável por mais da metade da produção de alimento consumido no município,
em especial o açaí (Euterpe oleraceae Mart.), por sua importância econômica e social no
território municipal.
Na última década, o fruto do açaizeiro foi transformado no principal produto para a
economia regional, e consequentemente vem ocasionando a transformação do ecossistema de
várzea em áreas de monocultivo de açaizais, devido o manejo intensivo. Segundo Nogueira
(1997) nas áreas de várzea destinadas a produção de frutos de açaí ocorre a retirada dos
estipes de açaizeiros em excesso das touceiras e de algumas plantas de espécies existentes na
área, com a finalidade de reduzir a grande concorrência entre elas. Oliveira; Neto (2005)
corroboram que o manejo do açaí sucede através de um conjunto de técnicas específicas, cujo
objetivo é aprimorar o cultivo do fruto, visando o aumento da produtividade para os
agricultores.
Porém o manejo nas áreas de várzea esconde riscos ambientais que podem ganhar
magnitude e que precisam ser considerados. A transformação do frágil ecossistema de várzeas
em bosque homogêneo de açaizeiros, com construção de canais, grande movimentação de
barcos a motor, ocasionará efeitos na flora e na fauna. E contínua extração de frutos precisa
ser avaliada com relação à reposição de nutrientes proporcionada pelas marés diárias, em
horizonte de médio e longo prazo. (HOMA et al. 2006).
Assim o cenário econômico, ambiental e social tem mostrado a necessidade de
fortalecer um novo paradigma agrícola, baseado em uma abordagem inovadora e criativa que
considere não só a produção, mas, também a preservação dos recursos naturais, a produção de
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alimentos. O novo paradigma deve surgir a partir de conhecimentos tradicionais e de práticas
agrícolas de caráter mais sustentáveis, a partir de tecnologias apropriadas aos pequenos
produtores rurais (BRANDÃO E BRANDÃO, 2009).
Neste contexto, alguns agricultores familiares de área de várzea, do município de
Igarapé Miri, que não tiveram êxito em acessar as políticas públicas governamentais (crédito,
assistência técnica, e comercialização) e logo com poucas perspectivas resolveram inovar as
unidades de produção familiar (UPF) com a introdução de SAFs. De tal modo, estes atores
sociais podem ser denominados como “agricultores inovadores”.
Os sistemas Agroflorestais têm sido utilizados como alternativa de desenvolvimento
rural sustentável na agricultura. Nessa perspectiva, o trabalho tem como objetivo de
disseminar as experiências inovadoras desenvolvidas pelos ribeirinhos camponeses a partir da
implantação de Sistemas Agroflorestais em áreas de várzea, do município de Igarapé Miri,
Território do Baixo Tocantins do Estado do Pará.
2. Metodologia
2.1 A várzea do município de Igarapé-Miri/PA como Locus da Pesquisa
O presente trabalho foi realizado no município de Igarapé Miri, localizado no território
do Baixo Tocantins, estado do Pará, o território abrange uma área de 36.024,20 Km² e é
formada por 11 municípios: Abaetetuba, Acará, Baião, Barcarena, Cametá, Igarapé Miri,
Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Moju, Oeiras do Pará e Tailândia.
O Território do Baixo Tocantins é composto por áreas de várzea (ilhas) e terras firmes,
caracterizadas por uma extensa relação da população com o meio natural. Sua população
reside em área de várzea dependente da acessibilidade fluvial, da pesca, do extrativismo e da
agricultura familiar (Cardoso et al., 2007).
A várzea do Território do Baixo Tocantins é marcada por ilhas fluviais, banhadas
pelas águas do estuário do Rio Tocantins, entrecortadas por uma série de cursos d’água
conhecidos como furos e igarapés. O solo de várzea está localizado nas margens dos rios,
sendo adubados e drenados naturalmente pelas enchentes periódicas. São ricos em húmus
(matéria orgânica), que são depositados às margens dos rios (REIS, 2008; MDA, 2009).
O município de Igarapé Miri possui aspectos físicos e territoriais bastante
diversificados, resultante dos seus recursos naturais, das formas de ocupação do território, da
paisagem e de sua evolução histórica. Possui uma área territorial de 1.996,82 km² e uma
densidade demográfica de 30,87 hab/Km².
É formado por extensa área de várzeas úmidas, periodicamente inundadas, possui 10
ilhas: Ilha Mamangal, Ilha Sumauma , Ilha Buçu, Ilha Jarimbu, Ilha Panacauera-miri , Ilha
Mutirão, Ilha Mauba, Ilha Itaboca, Ilha Pindobal Grande, PAE Complexo Batuque, nessas
ilhas ( figura 1), estão localizados os núcleos comunitários. (REIS, 2008).
O cenário natural da área de várzea de Igarapé Miri é formado por uma vegetação de espécies
hidrófilas (que gostam de água), latifoliadas (de folhas largas), intercaladas com palmeiras,
dentre as quais se destaca o açaí, por ser de grande importância na alimentação da população
local. A vegetação terrestre é predominantemente de espécies frutíferas, como o açaí, o buruti
(Mauritis flexuosa), o cacau (Theobroma cacao), e outras espécies silvestres das florestas de
várzea (REIS, 2008; REIS; ALMEIDA, 2012).
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Figura 01 – Região de Várzea de Igarapé-Miri. Fonte: Reis, (2008).
As áreas de várzea são formadas por extensa área de úmidas, periodicamente
inundadas, que sofrem influencia diária da maré. Os rios da região são utilizados como vias
para transporte de cargas e pessoas. Dessa condição natural, a população se articula
diretamente com os rios, que são utilizados como via de transporte, constituindo um fator de
integração socioeconômica, reservatório de recursos naturais para o consumo doméstico, tais
como a pesca, além de possibilitar o escoamento da produção agrícola e extrativista, assim
como facilita a intercomunicação com a sede do município e entre municípios vizinhos
localizados no Baixo Tocantins e com a capital do Estado (COSTA, 2006; REIS, 2008; REIS;
ALMEIDA, 2012).
As várzeas possuem uma rica biodiversidade que são de grande importância tanto
ecologicamente quanto para as atividades econômicas das populações ribeirinhas no
município de Igarapé Miri. Os habitantes desse local são conhecidos como ribeirinhos que
vivem da extração e manejo dos recursos florestais e aquáticos, bem como da agricultura
familiar.
O estudo foi focado na população conhecida como ribeirinhos que residem nas
proximidades dos rios e têm a pesca artesanal e o extrativismo como principal atividade de
subsistência e cultivam pequenos roçados para consumo próprio. Para melhor compreensão
dos habitantes da várzea, iremos denomina-los de ribeirinhos camponeses.
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2.2 Material e Método
O processo metodológico da pesquisa teve uma abordagem interdisciplinar, com
enfoque aos procedimentos da pesquisa qualitativa e quantitativa com a utilização de métodos
e técnicas que envolverão a realização de pesquisa de campo, observação participante,
realização de entrevista, aplicação de questionário semiestruturado e análise de conteúdo.
A pesquisa de campo foi realizada no período de julho de 2013 à janeiro de 2014. A
coleta de dados foi através de visitas in locus nas áreas dos agricultores familiares ribeirinhos.
O enfoque desse estudo foi o conhecimento sobre a adoção SAF, o uso e o manejo dos
agroecossistemas nas unidades produtivas de várzeas pelos agricultores familiares ribeirinhos.
As técnicas empregadas, neste estudo, foram: caminhada transversal, aplicação de
questionário, realização de entrevistas abertas, conversas informais, diário de campo e
observação participativa. Inicialmente, foram articuladas famílias de agricultores familiares
ribeirinhos inovadores indicados pelas lideranças da Associação Mutirão de Igarapé Miri.
Durante a pesquisa realizou-se caminhada transversal que para Souza (2009) consiste
em andar numa determinada área, a fim de compreender o meio biofísico em estudo, com
auxilio de informantes locais que conheçam bem a região. Nessa caminhada observa-se todo o
local por onde se passa, realizando as devidas anotações a respeito, para o qual deve se estar
atento e indagando ao proprietário sobre questões pertinentes àquele local, sobre situações no
passado, a situação social presente, perspectivas, potencialidades e limitações.
A técnica da observação participante abrangeu principalmente três importantes
categorias que foram pesquisadas: o meio envolvente, ou seja, o ecossistema (várzea), os
ribeirinhos camponeses a as propriedades familiares rurais. Essa técnica consistiu numa
observação real dos pesquisadores no cotidiano das famílias e das propriedades rurais nas
áreas de estudos em questão.
2.3 Bases conceituais e operativas sobre Sistemas Agroflorestais (SAFs)
A atividade agrícola, aliada a outras atividades econômicas, tem sido responsável pelo
surgimento de extensas áreas alteradas na região amazônica. Uma alternativa para
recuperação dessas áreas é a implementação de sistemas agroflorestais (SAFs), os quais
apresentam inúmeras vantagens do ponto de vista ecológico e socioeconômico, quando
comparados aos monocultivos, pois diversificam a produção, melhoram a conservação do
solo e, ao mesmo tempo, reduzem a pressão sobre os recursos naturais (VIEIRA et al. 2007).
Os Sistemas agroflorestais (SAFs) surgem como alternativas para o uso sustentável da
terra e dos recursos naturais, por meio de formas produtivas que traz benefícios econômicos,
ambientais e sociais, principalmente para pequena produção familiar. Os Sistemas
Agroflorestais (SAFs) são formas de uso e manejo dos recursos naturais nas quais espécies
lenhosas (árvores, arbustos, palmeiras) são utilizadas em associação deliberada com cultivos
agrícolas ou com animais no mesmo terreno, de maneira simultânea ou em sequencial
temporal (OTS; CATIE, 1986; NAIR, 1989; YOUNG, 1990; MONTAGNINI, 1992;
VIANA,et al., 1996; ABDO, 2008).
O Sistema Agroflorestal (SAF) é um sistema de uso da terra com a introdução ou
retenção deliberada de árvores em associação com outras culturas perenes ou anuais e/ou
animais, apresentando mútuo benefício ou alguma vantagem comparativa aos outros sistemas
de agricultura resultante das interações ecológicas e econômicas. Pode apresentar várias
disposições em espaço e tempo, e deve utilizar práticas de manejo compatíveis com o
produtor (NAIR, 1989; YOUNG, 1990, apud ABDO, 2008. P.53)
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MacDicken e Vergara (1990) apud Barros (2010) definiram sistema agroflorestal
como sendo um sistema de uso da terra que envolve deliberada retenção, introdução ou
mistura de árvores ou outras espécies perenes lenhosas na produção animal e culturas,
para benefício das interações ecológica e econômica resultantes.
Para ABDO (2008), os Sistemas Agroflorestais constituem sistemas de uso e ocupação
do solo em que plantas lenhosas perenes (árvores, arbustos, palmeiras) são manejadas em
associação com plantas herbáceas, culturas agrícolas e/ou forrageiras e/ou em integração com
animais, em uma mesma unidade de manejo, de acordo com um arranjo espacial e temporal,
com alta diversidade de espécies e interações ecológicas entre estes componentes.
Um sistema agroflorestal tem a finalidade de conservação ou recuperamos a natureza.
Isso é possível porque nessa forma de produção procura estimular a biodiversidade. Segundo
Nara (2010), os SAFs possuem uma grande semelhança com os ecossistemas naturais,
apresentando uma elevada biodiversidade, complexa estrutura e grande acúmulo de biomassa
gerada.
De acordo com Franco (2000), os Sistemas Agroflorestais (SAFs) constituem uma boa
opção para os produtores rurais, pois se pode conciliar a produção de alimentos, conservação
dos recursos naturais e a manutenção da biodiversidade. Representando uma forma
sustentável de interação entre o homem e o meio ambiente. Os sistemas agrofloretais surgem
como alternativa para a realidade da agricultura familiar em área de várzea visto que pode
promover autonomia, possibilitar a segurança alimentar, e incluir a biodiversidade local.
3. Resultados e Discussões
O desenvolvimento do estudo possibilitou conhecer a realidade dos ribeirinhos
camponeses da várzea do município de Igarapé Miri e suas diversidades e diferenciações de
sistemas de produções locais, o que tornam importantes os estudos dessas áreas específicas.
Na área de várzea de Igarapé Miri, o açaí é uma planta nativa da região amazônica, e
componente essencial do sistema de produção, devido a sua importância cultural e econômica
para a região.
Segundo Homma et al (2006) relata que nas áreas de várzeas, o manejo excessivo de
açaizeiros transformado em matas homogêneas. Ocorrendo o aumento do “carrying capacity”
privilegiando os açaizeiros levando a formação de maciços homogêneos, como se fosse um
plantio domesticado. Porém alguns produtores familiares ribeirinhos inovadores do Município
de Igarapé Miri estão fazendo a diferença no seu modo de produção agrícola com a adoção de
SAFs.
Neste contexto as inovações sustentáveis também têm a oportunidade de gerar bons
resultados complementares em âmbitos econômico, ambiental e social. O tema inovação,
nesse cenário internacional, tem sido discutido fundamentalmente em relação às dimensões
econômicas, tais como competitividade e investimentos. Porém, cada vez mais existem
autores destacando a importância de trazer à baila as dimensões ambiental, social, entre outras
(ANDRADE, 2004). Portanto, a abordagem com foco na inovação tem a oportunidade de
contemplar amplamente a noção de desenvolvimento sustentável. Assim a denominação
“agricultores inovadores” estabelecido por Oliveira (2006) refere-se aqueles que não se
limitaram ao sistema de corte e queima e resolveram inovar estendendo os tradicionais
quintais para outras parcelas produtivas. São agricultores que resolveram mudar seus sistemas
de produção, visando não só o econômico, mais o ambiental e social.
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3.1 Experiências dos agricultores inovadores de Igarapé Miri
O trabalho destaca a experiência de duas UPF dos agricultores familiares ribeirinhos
do município de Igarapé Miri, que são referencia nas comunidades pesquisadas. A inovação
está na adoção de SAFs em suas áreas de produção como estratégia de manter a qualidade do
produto na hora da colheita, além de proporciona novos redesenhos adaptados para área de
várzea, assim construído estratégia para um desenvolvimento rural sustentável. Foi
identificada na Unidade Produtiva Familiar localizada na comunidade Mamangal a existência
de três parcelas de agroecossistemas distintos (Quadro 1).
Quadro 1- Agroecossistemas identificados na UPF do Sr. Mauro na área de várzea,
comunidade Mamangal, Município de Igarapé – Miri, PA.
Parcela 1 Monocultivo de
Açaí
Área que foi retirada a vegetação para a maior incidência
de luminosidade, com implantação de mudas de açaí.
Parcela 2
Açaí + frutíferas
+ espécies
florestais (SAF)
Área mais produtiva devida a diversificação das
frutíferas ao longo do ano, as essências florestais o uso
dos frutos de açaí gerando grande valores econômico
para a região.
Parcela 3 Mata Área de preservação, importante para a fauna e flora de
espécies nativas na propriedade. Fonte: (Pesquisa de Campo, 2014).
O quadro mostra que a parcela 1 , o agricultor familiar ribeirinho maneja a área de
forma intensiva, com a retirada de todas as espécies, com o objetivo de maior incidência de
luminosidade para a condução da cultura do açaí, e maior produtividade. (Figura 2). Contudo
o agricultor afirmar que a parcela de monocultivo produz na entressafra, porém não é a
melhor forma de produção da cultura do açaí na área de várzea, pois com a experiência do
mesmo, foi relatado que durante o forte verão, devido às mudanças climáticas, a incidência de
secas dos frutos, o que faz muito dos agricultores ter uma baixa produção. Além disso,
despertar para a transição do redesenhos do sistema de produção para SAF, como alternativa
de minimizar as consequências provocadas pela problemática ambiental na região.
Figura 2 - Parcela de produção de açaí em monocultivo, maior
incidência de luminosidade para a condução da cultura do açaí na área
de várzeas, comunidade Mamangal. Fonte: (INCUBITEC, 2014).
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Jardim e Vieira (2001) expõem que o adensamento excessivo dos açaizais também
pode provocar o aparecimento de pragas, prejudicar a qualidade de frutos devido ao excesso
de insolação, causado pela eliminação não criteriosa das outras árvores na área de várzea.
A Parcela 2 a Experiência com SAF realizada pelo agricultor apresenta os primeiros
resultados promissores, principalmente pela amortização de seus custos de implantação,
quando destinados à recuperação de áreas alteradas. O arranjo e SAF têm sido trabalhados na
área e integram, principalmente, os seguintes componentes: florestal e frutíferas. (Tabela 1).
O agricultor ribeirinho camponês Sr. Mauro é um dos agricultores inovadores, a partir do ano
de 2000 começou a implantação de SAFs em sua unidade de produção, demonstrando uma
conscientização ambiental (Figura 3).
Tabela 1- Espécies identificadas em uma unidade de produção familiar na área de várzea, na
comunidade Mamangal, Igarapé Miri, Pará, 2014. Tipos de usos: A= Alimentação; C=
comercialização; M= Madeira; S= sombra; O =outros usos.
Nome Popular Nome Científico Uso
Acerola Malpighia glabra A
Andiroba Carapa guianensis Aubl. S,O
Buriti Mauritia flexuosa L. A,S
Banana Musa SP A
Bacuri miri Platonia insignis Mart A,O
Cacau Theobroma cacao L. A,C
Cupuaçu Theobroma grandiflorum Schum A
Cedro Cedrela odorata L. M,S, O
Imbaúba Cecropia palmata Mart O
Jutaí Hymenaea oblongifolia Hubber O
Limão Citrus SP A
Manga Magifera indica L. A
Murumuru Astrocaryum murumuru Mart O
Pracauúba Mora paraensis Ducke M, S,O
Bussu Manicaria saccifera O
Seringueira Hevea brasiliensis Muell. S,O
Ucuúba Virola surinamensis M,S,O
Taperebá Spondias mobim A,S
Jenipapo Genipa americana L. S,O
Açai Euterpe oleracea Mart C,A,O
Fonte: Pesquisa de campo (2014).
Na unidade a cultura principal é o açaí, porém outras culturas que se destaca nos
redesenhos da propriedade, como cacau, cupuaçu, e outras. A finalidade dessas culturas é a
alimentação e complementação da renda familiar. Na qual são associados a outras espécies
florestais nativas da área de várzea como Andiroba, Ucuúba, Cedro, Bacuri miri, Jutaí, com a
principal finalidade de sombreamento, madeira e adubação.
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Figura 3 - Parcela com SAF, com arranjo constituído por açaí e
espécies florestais nativas da área de várzea, Ilha Mamangal,
Igarapé Miri, PA. Fonte: INCUBITEC, (2014).
Nessa parcela o produtor realiza técnicas para aumento da produção dos frutos de
açaí, como a realização da incorporação de restos vegetais (folhas e estipes), oriundas dos
manejos dos seus açaizais, e das outras espécies arbórea no SAF. Essa prática é importante
para a ciclagem de nutrientes no solo e enriquecimento do solo através da adubação orgânica.
Segundo Altieri (2012), em sistemas agrícolas diversificados, a biodiversidade
proporciona serviços ecológicos que vão além da produção de alimentos, fibras, energia e
renda. Exemplos incluem a reciclagem de nutrientes, controle de microbiologia local,
regulação dos processos hídricos locais, regulação da abundância de organismos indesejáveis,
entre outros.
Referente a isso, Dubois et al., (1996) relata que no contexto do agroecossitesmas
Amazônico a prática SAF envolve uma variedade de combinações de arranjos e plantas. Esse
sistema de produção tem como característica a mobilização sustentável da biodiversidade a
uma menor dependência de insumos, resultando em níveis de produção em longo prazo,
gestão da fertilidade, proteção e conservação do solo, aumento de matéria orgânica,
conservação da biodiversidade, contribuindo para a segurança alimentar e diversificação das
atividades produtivas.
Foi identificado que alguns agricultor ribeirinho estão manejando seus açaizais de
acordo com as seguintes práticas: enriquecimento com espécies nativas, roçagem, desbaste
dos estipes e raleamento de espécies arbóreas. Em todas as fases do manejo é utilizada mão de
obra familiar, com a utilização de maquinários (roçadeiras) ou maneira tradicional com uso de
teçado para a roçagem. O desbaste dos estipes é realizado pelo agricultor familiar ribeirinho
entrevistado, deixando uma média de 3 a 4 estipes produtivos por touceira. São deixados dois
estipes adultos, dois jovens e um perfilho por touceira, os estipes jovens tem a função de
substituir os estipes adultos. Além disso, complementando a renda na entre safra do açaí com
a venda do palmito.
Segundo Anderson e Ioris (2001) relatam o aumento da renda familiar, a partir do
fruto do açaí, onde os produtores ribeirinhos estão desenvolvendo práticas que permitem o
aumento na produção, como o desbaste do número de estipes de açaizeiro por touceira.
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Através dessa prática obtendo-se o palmito que auxiliar os produtores ribeirinhos com a renda
extra no período de entressafra.
Já a Parcela 3 é de fundamental importância, pois corresponde a área de preservação
na UPF. Segundo o produtor á considera essencial para manter a fauna e flora de espécies
nativas na área propriedade, que estão ameaças de desaparece. Em relação à comparação das
três parcelas analisadas, a segunda parcela e a que mais corresponde em termos de produção
pelo fato da diversificação de espécies na área e da intensa deposição de matéria seca no solo
servindo como adubo, garantindo uma boa produtividade na safra do açaí. Vale ressaltar ainda
que, o manejo dos açaizais realizados pelos agricultores tem contribuído significativamente
para a economia do Estado do Pará, pois responde pela boa produtividade nas áreas das
populações ribeirinhas, gerando renda e sustentabilidade ambiental, nos períodos de safra e
entre safra para as famílias ribeirinhas da ilha do Mamangal.
Na visita na UPF localizado na ilha mutirão, foi identificada outra experiência com
SAFs. (Figura 4). Observaram-se dois arranjos distintos, constituído por espécies frutíferas
anuais; perenes e espécies florestais nativas. (ver Tabela 2)
Figura 4 - Visita a UPF do agricultor familiar ribeirinho do Sr. Bartolomeu na
área de várzea, Ilha Mutirão, Igarapé – Miri, PA. Fonte: INCUBITEC, (2014).
O produtor familiar é também uma referência na comunidade Mutirão, e se destacando
como agricultor inovador iniciou suas experiências a partir do ano de 1999 com a implantação
de SAFs em sua unidade de produção. Além disso, mostra interesse em aumenta a sua área
produção, porém esbarra na falta se assistência técnica apropriada a sua realidade ribeirinha.
Principalmente no que se refere a espaçamento adequado, tratos culturais (podas) para a
condução das culturas e espécies adaptadas à área de várzea. Vale resaltar que o regime de
marés determina a composição florística das áreas de várzea, pois interferem na formação do
solo, nas características físicas e químicas das áreas inundáveis por rios de água barrenta
(JUNK et al., 2008).
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Tabela 2- Espécies identificadas em uma unidade de produção familiar na área de várzea, na
comunidade Mutirão, Município de Igarapé Miri, Pará, 2014. Tipos de usos: A= Alimentação;
C= comercialização; M= Madeira; S= sombra; O =outros usos.
Nome Popular Nome Científico Uso
Andiroba Carapa guianensis Aubl. O, S
Buriti Mauritia flexuosa L. A, S
Bacuri miri Platonia insignis Mart A, O
Cacau Theobroma cacao L. A, C
Cupuaçu Theobroma grandiflorum Schum A
Cedro Cedrela odorata L. M,S, O
Jutaí Hymenaea oblongifolia Hubber O
Limão Citrus SP A
Manga Magifera indica L. A
Murumuru Astrocaryum murumuru Mart O
Bussu Manicaria saccifera O
Seringueira Hevea brasiliensis Muell. S,O
Ucuúba Virola surinamensis M, S,O
Taperebá Spondias mobim A, S
Jenipapo Genipa americana L. S, O
Açai Euterpe oleracea Mart C, A
Abacaxi Ananas comosus L. C
Paliteira Critoria fairchildiana S, O
Coco Cocos nucifera L. A
Urucum Bixa orellana L. A
Fonte: Pesquisa de campo, (2013)
Foram diagnosticado dois arranjos de SAFs nos agroecossistema da UPF, o primeiro
constituído por espécies frutíferas anuais e perenes em linhas, com espaçamento de 4m x 4m
entre plantas. (Figura 5).
Figura 5 - Arranjo de SAF (abacaxi x cupuaçu x cacau x açaí x andiroba x
urucum) na área de várzea Ilha Mutirão, Igarapé – Miri, PA. Fonte: INCUBITEC, (2014).
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Segundo Barbosa (2012) afirma que as práticas de manejo sustentável são introduzidas
por esses sujeitos, visando garantir proteção ambiental e conservação da floresta. Para atenuar
o desequilíbrio tem-se consorciado o açaí com outras culturas, a fim de diversificar a
produção e combater os danos e criar condições para o equilíbrio ambiental, além da geração
de trabalho e renda. A particularidade da agricultura familiar na região Amazônica é
historicamente marcada por características físico-geográficas e ambientais que vêm ganhando
proporções econômicas-políticas e ambiental-culturais em face aos ganhos que se pode ter ao
associá-las a processos de controle do desmatamento e da conservação ambiental, com base
na economia de várzea, e é uma decisão fundamental para a Amazônia( REIS, 2008).
Constatou-se que no segundo arranjo de SAF na UPF unidade do agricultor ribeirinho
Sr Bartolomeu é constituído pelo açaí principal cultura e essências florestais. Foi relatado pelo
o mesmo que o manejo nessa área é realizado o plantio de enriquecimento com palheteira e na
andiroba, as sementes são levadas para as áreas de açaizais, onde são disseminadas,
geralmente, por meio do lanço. Geralmente as sementes são lançadas em áreas de açaizeiro
abertas com alta incidência de luz, onde não há ocorrência de outras espécies de plantas. E as
andirobeira por semeio direto ou transplante de mudas. O plantio das espécies é geralmente
feito no período do inicio de ocorrência de chuvas (janeiro a março). Quanto ao manejo com a
cultura do açaí não se difere do agricultor familiar da ilha Mamangal.
Dubois et al. (1996) e Almeida (2010) expõem que em locais em que coleta de frutos
de açaizeiro é a atividade principal, as limpezas realizadas nos açaizais para o adensamento
populacional tem causado a diminuição da riqueza florística nas áreas de várzea do estuário.
Assim podemos constata que a adoção de sistemas agroflorestais vem sendo uma estratégia
para o desenvolvimento rural sustentável dos agricultores familiares no município de Igarapé-
Miri. Tal prática surge como uma alternativa de diminuir o avanço do desmatamento em área
de inundação temporária. É possível conciliar os conhecimentos do extrativismo tradicional
com o manejo do consórcio de espécies agrícolas e florestais (HERRAIZ; RIBEIRO, 2013).
O estudo mostra que esses agricultores inovadores fizeram o que Levi-Strauss (1997)
chama de Bricolage. Isto é, um artista que faz acontecer com que o possui em mãos criando e
aperfeiçoando para a inovação, por exemplo, com fertilizantes naturais, arranjos ou
consórcios arbóreos diferenciados, manejos entre outros.
Conforme Miller (2009) Os sistemas complexos fogem á capacidade da ciência
agronômica e da extensão convencional e tradicional. Deste modo, o agricultor é componente
fundamental do processo de geração de tecnologias, pois somente ele é capaz de observar e
maneja um SAF complexos na sua propriedade, fazendo a intervenção na hora certa. Ele é o
melhor indicado para transmitir as observações e resultados acumulados para outros
agricultores.
Sabemos que no Estado do Pará existem muitas experiências de SAFs em terra firme,
no entanto, poucos são os trabalhos de referência de sistemas agroflorestais implantados em
região de várzea. Sendo assim é necessário identificar e estudar alternativas sustentáveis de
produção, no qual garanta renda ao longo do ano para o agricultor familiar de várzea.
Para Nogueira e Homma (1998), o cultivo de açaizeiro em várzeas, por meio de
plantios em áreas desflorestadas, e o manejo e de enriquecimento florestal, em associação
com outras espécies frutíferas e florestas adaptadas a essas condições, deve ser incentivado e
visto como uma das opções para tornar essas áreas ribeirinhas mais produtivas e
ecologicamente melhor protegidas.
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3. Conclusão
Nas áreas de várzea do município de Igarapé-Miri, os agricultores familiares vêm
vivendo e cultivando a terra, em especial, com a plantação e extração do açaí, a partir de
sistemas de cultivos adaptados às condições locais. Estes sistemas apresentam importantes
elementos de sustentabilidade, ou seja, estão bem adaptados ao ambiente, à medida que
dependem de recursos locais. A produção em pequena escala, de forma descentralizada, é
uma das condições para conservar os recursos naturais por meio do uso de tecnologias de
manejo ecologicamente adequadas. Além disso, é preciso considerar não apenas a produção
econômica, mas também a questão vital da estabilidade ecológica e da sustentabilidade
ambiental e social.
Quanto à aos agroecossistemas nas comunidades envolvidas no estudo, foram
observadas a presença da adoção de Sistemas Agroflorestais em propriedades de produtores
familiares da área de várzea. O trabalho traz uma reflexão de inovação de tecnologias de
produção, na qual deve-se levar em consideração a diversidade de práticas de manejo
existentes nas áreas desses agricultores familiares, observando quais os objetivos e estratégias
de reprodução econômica e social dos ribeirinhos em relação as suas áreas de manejo.
Mostra a iniciativa de agricultores inovadores que adotam o SAF como sistema de
produção, o que aperfeiçoa o agroecossistema de várzea, com o aumento da biodiversidade,
sem uso de fertilizantes químicos e defensivos. Assim, os SAFs proporcionam a reconstrução
do agroecossistema, com recuperações de áreas desmatadas e degradadas.
Percebeu-se que os redesenhos dos agroecossistemas SAFs adotados pelos agricultores
familiares ribeirinhos de Igarapé- Miri envolve os rios, que é o fator que diferencia os SAFs
de outras regiões do País. Isso porque os componentes (espécies) devem possui características
de melhor adaptação e desenvolvimento em áreas de alagamento. Nesse contexto, a inovação
no sistema de produção de açaí pelos produtores ribeirinhos se dá pela criação de um novo
papel para o desenvolvimento sustentável local, através da adoção de sistemas agrofloretais
voltado para a realidade dos produtores familiares.
Nota-se a importância de incentiva a introdução dos SAFs na área várzea, pois os
agroecossistemas de produção identificados são uma referência nas comunidades das ilhas da
região de Igarapé- Miri. Um exemplo de sucesso da adoção de práticas agroecológicas com a
adoção de SAF para da biodiversidade vegetal, a diversificação de culturas alimentares e a
ampliação da renda familiar para as comunidades ribeirinhas. E também como efeito positivo
e paralelo, se obtém a recuperação e conservação de recursos naturais do bioma amazônico.
4. Agradecimento
Agradecemos o apoio do Instituto Federal do Pará – IFPA Campus Castanhal, Incubadora
Tecnológica de Desenvolvimento e Inovação de Cooperativas e Empreendimentos Solidários
– INCUBITEC, Programa de Extensão Universitária - PROEXT - MEC/SESu, Conselho
Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico – CNPQ, International Development
Research Centre – IDRC e Fundação Amazônia Paraense de Amparo à Pesquisa – FAPESPA.
Um agradecimento especial aos ribeirinhos camponeses das áreas de várzea de Igarapé-Miri e
suas organizações sociais: Associação Mutirão, CODEMI, CAEPIM e ASMIM.
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