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Sistemas de Queima
Sistemas de queima de
Combustíveis sólidos
Combustíveis líquidos
Combustíveis gasosos
Sistema de queimaCada tipo de combustível apresenta vantagens e inconvenientes relativos. O mesmo é verdade relativamente aos sistemas de queima. O importante é ter o combustível e o sistema adequados à utilização em causa
A escolha do sistema de queima adequado não depende apenas de considerações relativas à combustão propriamente dita
– alimentação de combustível
Aspetos a terem conta
– alimentação de comburente
– zona de mistura
– zona de ignição
– zona de estabilização
– circuitos de evacuação
– segurança
– impacte ambiental
– custos (aquisição, exploração, manutenção, ...)
– ...
O sistema de queima é constituído (tipicamente) por
câmara de combustão (ou zona de combustão)queimador(es)
alimentação do combustível
sistemas auxiliares
O tipo de câmara de combustão e de
queimador dependem de
tipo de utilizaçãotipo de combustível
potênciaprocesso de misturaforma de estabilização de chamaenvolvente, espaço, peso admissível, ...
Os sistemas auxiliares são igualmente importantes
circuitos de
alimentação do combustível alimentação do comburente (e de outros
gases, se for esse o caso)evacuação dos produtos de combustão,
cinzas, etc,
arrefecimento
processos de preparação do combustívelsistemas de controlesistemas de segurança...
Alimentação de combustíveis sólidos
Combustíveis sólidos podem ser queimados
blocos e briquetes(carvão, madeira, resíduos)
– leito estacionário sobre grelhas
– leito fixo ou fluidizado
– queimadores pneumáticos
partículas e palitos(carvão, madeira, resíduos)
pulverizados(carvão)
São queimados com chamas de difusão. A relação superfície / volume é um parâmetro fundamental da rapidez da combustão: S / V ⇒ tempo
Embora a combustão sem chama tenha interesse em algumas aplicações, na maior parte dos casos é queimado com chama (devido à libertação de matéria volátil)
Tipicamente, nos leitos fixos o combustível é alimentado por gravidade. Quando pulverizado, é alimentado por um sistema pneumático
Alimentação por gravidade
Silo agitado Sem-fim CorreiaTabuleirovibratório
Estrela rotativae sem-fim
Tabuleiro
Transporte pneumático
Por vácuo Por pressão
Pressão em tanque
Alimentação pneumática
Alimentação de combustíveis líquidosOs combustíveis líquidos podem ser pré-vaporizados ou alimentados na fase líquida para a zona de combustão
Embora haja algumas aplicações com combustão a partir de filmes líquidos, na quase totalidade dos casos o líquido é atomizado (quer para a pré-vapo-rização, quer para a combustão)
A atomização A atomização aumenta substancialmente a relação S / V do líquido
A atomização pode ser mecânicaou
pneumática
(mais simples e económica)
(mais eficaz e com melhor controlo)
Atomizadores mecânicos
Atomizadores
injeçãopermanente
abertura / fechocontrolados pela pressão
Atomizadores de pressão
injeçãointermitente
abertura / fechocontrolados exteriormente
Nos motores Diesel e de Explosão a injeção é intermitente
Nos motores Diesel tradicionais o início e o fim da injeção é controlado pela pressurização (intermitente) do combustível . É o aumento de pressão que faz mover a agulha do injetor, abrindo o injetor e permitindo a injeção
Nos motores com alimentação common rail o combustível está sempre pressurizado. O movimento da agulha é controlado por um movimento da agulha é controlado por um selenoide (os motores mais recentes têm injetores piezo-eléctricos, de resposta mais rápida do que os com selenoides)bomba que pressuriza
intermitentemente o combustível
injetor intermitentemente pressurizado sensores
Nos motores de Explosão o líquido tem que estar completamente vaporizado aquando da ignição (intermitente)
O combustível pode ser aspirado para o escoamento de ar (carburador)
Ou pode ser empurrado (injeção). Pode sê-lo para o coletor, para a entrada de cada cilindro,
ou para o interior da câmara de combustão
(injeção de gasolina) (injeção de gás – o líquido é (injeção de gasolina) (injeção de gás – o líquido é previamente vaporizado)
Atomizadores mecânicos (continuação)
Atomizadores
disco rotativo
Atomizadores rotativos
copo rotativo
Atomizadorespneumáticos mistura interna
ar - líquido
mistura externaar - líquido
Atomizadoresar - líquido
de película assistido a ar
Atomizadoresvapor - líquido
Caraterísticas dos sprays e gotasOs sprays são caraterizados pelo seu ângulo de abertura e pelo seu padrão
oco semi-oco sólido
α
Os sprays são caraterizados pelos diâmetros das gotas e distribuição destas αTipicamente os sprays contêm uma grande gama de diâmetros entre 1 e 300/400 µm
Existem vários diâmetros médios, sendo muito usado o de Sauter (razão volume/área superficial representativa):
∑∑
==2
3
32
ii
ii
DN
DNDSMD
Ni é o número de gotas no intervalo i e Di é o diâmetro médio nesse intervalo
Pré-tratamento e aquecimentodo fuel-óleo
O fuel-óleo tem que ser filtrado, limpo, decantado, separado da água, etc, antes de ser enviado para o sistema de alimentação. Neste sistema tem que ser filtrado novamente
A filtragem é particularmente importante no casos dos motores, devido à muito pequena dimensão dos orifícios dos injetores (da ordem dos µm nos muito pequena dimensão dos orifícios dos injetores (da ordem dos µm nos motores Diesel mais pequenos), em particular nos motores Diesel
Devido à sua elevada viscosidade, os fuel-óleos têm que ser aquecidos para serem bombeados e ainda mais aquecidos para serem convenientemente atomizados:
Fuel-óleo Tbombagem Tatomização
Leve 10 ºC 65 ºC
Médio 25 ºC 95 ºC
Pesado 40 ºC 120 ºC
Desintegração do líquido num spray
O modo como o líquido se desintegra num spray é fundamental para a obtenção das desejadas dimensões das gotas e sua distribuição
A instabilidade do jacto ou película de líquido saindo de injetor e em A instabilidade do jacto ou película de líquido saindo de injetor e em contacto com gases leva à rutura do jacto ou película, resultante de um balanço de forças coesivas (tensão superficial) e de forças entre líquido e gases (resistência)
Oscilações no líquido podem-se propagar em certas condições e promover a desintegração em gotas
O processo é caracterizado pelo número de Weber (razão entre as forças exercidas na superfície da gota e as forças coesivas):
r
u
liq
relar
σρ 2
We =12Wecrit ≈
Alimentação de combustíveis gasososA alimentação dos combustíveis gasosos é mais fácil e de mais fácil controlo. No entanto, é necessário muito cuidado por razões de segurança, em particular se se trabalha com pré-mistura
O controlo faz-se variando a pressão do gás e/ou a dimensão da saída
Alimentação do comburente
Habitualmente o comburente é ar atmosférico, ar enriquecido com oxigénio, ou oxigénio puro
O ar pode ser aspirado, soprado, ou pressurizado. O oxigénio puro é, geralmente, pressurizado
Designa-se por ar primário o que é fornecido juntamente com o combustível, e por ar com o combustível, e por ar secundário o que é fornecido à zona de combustão
Por vezes há também ar terciário. Tipicamente destina--se a envolver, proteger, arrefecer, ..., a zona de combustão
Ar aspirado
Ar pressurizado
A forma e velocidade do comburente condicionam em grande parte a forma da chama e a sua estabilidade
O fornecimento de ar para a combustão em grelha (quer o ar seja soprado, quer seja tiragem normal) condiciona em grande parte a potência térmica libertada na combustão
Em muitas situações, em particular com os combustíveis sólidos e com os fuel-óleos, o ar é pré-aquecido
QueimadoresEm grande parte, os queimadores confundem-se com os sistemas de alimentação já analisados
Os queimadores têm diversas funções relevantes no sistema. Assim:
– misturar
– assegurar combustão completa
– assegurar rápida ignição
– assegurar a ocorrência da chama em toda a zona de interesse masevitar contacto da chama com paredes frias
– assegurar operação silenciosa
– assegurar chamas estáveis (sem retorno nem descolamento de chama)
– assegurar distribuição energética uniforme
– evitar a extinção da chama em operação
– ser fácil de construir e de manter
– ter uma vida útil adequada
Câmaras (e zonas) de combustãoA combustão ocorre num local próprio, o qual pode estar ou não limitado por paredes. No primeiro caso a forma da câmara de combustão tem um papel importante na aerodinâmica da combustão (juntamente com o queimador e alimentação do comburente). No segundo caso a aerodinâmica é dependente apenas do queimador e alimentação do comburente (e gases auxiliares, se for esse o do comburente (e gases auxiliares, se for esse o caso).
Nalguns casos a câmara de combustão destina-se apenas a fornecer gás quente. Noutros casos a câmara tem ela própria funções específicas (trocas térmicas , produção de trabalho, ...)
Regimes de fluidizaçãoNa fluidização os sólidos encontram-se suspensos e comportam-se em conjunto como um líquido. Aumentando a velocidade do gás formam-se bolhas e aumenta o arrastamento de partículas, recirculadas no exterior
Leito fixo ou fluidização incipiente
Leito circulante
Leito fluidizado borbulhante
Transporte pneumático
O leito é constituído por uma massa de areia, cinzas, refractários e outros materiais inertes (ou não), onde se introduz o carvão grosseiramente moído.
Ar pré-aquecido é introduzido por baixo ao longo do leito, e a combustão tem lugar no seio do leito
O controlo faz-se controlando a temperatura e compartimentando o leito
Leito fluidizado
O conceito de fluidização pode ser interpretado de diversos modos
“simples” circulante pressurizado
A combustão em leito fluidizado apresenta inúmeras vantagens:
– elevadas taxas de transferência de calor entre o leito e os permutadores de calor
– retenção de elevadas quantidades de enxofre (com limalha de ferro e calcário) e de outros poluentes no leito (dependendo da composição deste)
– baixa emissão de NOx devido à baixa temperatura
– ...
A temperatura de funcionamento é relativamente baixa (800 a 1000 ºC)
O controlo faz-se controlando a temperatura e compartimentando o leito
Algumas caraterísticas da queima de sólidos
Processo de combustão Característica
Suspensão Grelha Leito fluidizado
Eficiência da combustão (%) 99 70-90 90-99
Eficiência térmica global (%) 35-45 25-35 40-55 Eficiência térmica global (%) 35-45 25-35 40-55
Excesso de ar (%) 15-50 20-40 10-25
Granulometria do combustível (mm) < 0,5 12-20 8
Temperatura de operação (ºC) 1400-1700 1400-1700 800-1000
Emissões de NOx Alta Alta Baixa
Captura de SOx (%) ? ? 80-90
“Turndown” * 5:1 3:1 3:1
Potência eléctrica máxima (MW) 1000 50 250
* Relação entre a capacidade (potência) nominal e a capacidade mínima de operação
Câmaras de combustão –tipos, geometrias, configurações diversasNas câmaras de combustão das fornalhas, onde o objectivo é a troca de calor por radiação, a disposição do conjunto de queimadores pode tomar diversas configurações
Câmaras de combustão –tipos, geometrias, configurações diversasForno a gás natural para realizar ensaios de resistência ao fogo de diversos tipos de elementos (de pequenas e de grandes dimensões – nomeadamente paredes, portas, etc). Note-se que nestes ensaios se pretende estudar a influência da temperatura dos gases (e como os elementos reagem ao longo do tempo), não sendo relevante a radiação (que até deve ser evitada)
Fornalha de grandes dimensões
Fornalhas com água no fundo para captura de cinzas por via húmida
Fornalhas de
Fornalhas de fundo seco
Fornalhas de queimadores invertidos para combustíveis com maior tempo de queima
Fornalhas de queimadores ciclónicos