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SISTEMA DE CONTROLE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
“Compreende todo o conjunto de ações implementadas que criam uma cultura de
transparência e efetuam comparações entre os resultados previstos e os realizados,
em sintonia com o interesse público.”
Art. 70 da Constituição Federal:
”A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da
União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.”
Alexandre, 2013
Ações praticadas durante a fiscalização contábil, orçamentária, financeira e
patrimonial - COFP:
Verificações de conformidade e legalidade O controlador está preocupado em verificar
se o gestor público agiu conforme os mandamentos legais;
Fiscalização contábil (Lançamentos e escrituração contábil) objetiva verificar se os
recursos públicos estão sendo escriturados de acordo com as normas contábeis aplicadas à espécie;
Fiscalização orçamentária objetiva verificar se as despesas públicas guardam consonância
com as peças orçamentárias: LDO, LOA e PPA);
Fiscalização financeira se preocupa com o fluxo de recursos (ingressos e saídas),
independente se são recursos orçamentários ou não; e
Fiscalização patrimonial Responsabilidade patrimonial – se relaciona com o controle e
conservação dos bens públicos, a proteção e conservação do meio ambiente; e os bens públicos que
passam pelo processo de desestatização.
Fiscalização operacional (efetividade):
E feito o acompanhamento da execução de programas e
projetos governamentais;
Tem por enfoque orientar e fornecer apoio aos gestores da
Administração Pública;
Ligado ao conceito de orçamento-programa – otimizar a
aplicação dos recursos financeiros para o atingimento das
metas; e
Ligado aos aspetos de mérito das decisões dos gestores – foi
eficaz, eficiente, econômica e efetiva.
Art. 70 da Constituição Federal:
”A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da
União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.”
Alexandre, 2013
Legalidade
Importância:
O Princípio da legalidade é fundamento do Estado
democrático de direito, tendo por fim combater o
poder arbitrário do Estado. Os conflitos devem ser
resolvidos pela lei e não mais através da força.
Estamos verificando se o ato produzido guarda
ou não consonância com algum dispositivo legal.
Ex: Medidas provisórias, resoluções, decretos
legislativos, portarias, regimentos, leis.
Legitimidade
Verificar se o ato administrativo atendeu aos princípios e fins da norma jurídica; e
Averiguar se a despesa pública foi direcionada ao bem comum.
Economicidade
Define a qualidade de uma norma (em Teoria Geral do Direito) ou de um governo
(Teoria Geral do Estado) ser conforme a um mandato legal, à Justiça, à Razão ou a
qualquer outro mandato ético-legal. Característica ou condição de quem está em
conformidade com as leis morais (divina ou dos homens), com a justiça, com a
razão.
Consiste em verificar se, o órgão, ao aplicar a de3spesa pública, o fez de
modo mais econômico possível , atendendo a uma relação custo/beneficio
favorável.
Subvenções
Renúncia de Receitas
São transferências de recursos orçamentários destinados a cobrir despesas
de custeio. Podem ser SOCIAIS (sem fins lucrativos – condicionados à
prestação de serviços essenciais) ou ECONÔMICAS (cobrir déficits de
manutenção das empresas estatais).
É definida como anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, isenção em
caráter não geral, alteração de alíquota ou de base de cálculo, implicam em
redução de tributos ou contribuições, por meio de tratamento diferenciado.
Quem deve prestar contas da
aplicação dos recursos públicos?
Prestará contas quaisquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
utilize , arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma
obrigações de natureza pecuniária.
Tipos de Controle na Administração Pública:
a) Controle Interno;
b) Controle Externo;
c) Controle exercido pelo Ministério Público; e
d) Controle pela sociedade Civil – Controle Social.
Alexandre, 2013
Art. 70 - 75, CF/88
Controle Externo
Características:
a) Quando quem controla é um órgão, ente ou instituição exterior à estrutura da administração.
b) É exercido por um dos poderes sobre os atos administrativos praticados por outro.
c) Poderá ser exercido pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional), com auxílio do Tribunal
de Contas da União, sobre a União e das entidades da administração direta e indireta.
d) Recursos transferidos voluntariamente a outros entes também são da competência dos
Tribunais de Contas.
Alexandre, 2013
Controle Externo
Características: e) Apoiar o Poder Legislativo na fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas.
f) São órgãos técnicos que auxiliam o poder Legislativo, mas não são subordinados a ele. São órgãos
constitucionais autônomos.
g) A competência de cada um dos Tribunais de Contas é definido pela origem dos recursos, da seguinte
forma:
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO: recursos federais;
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO: recursos estaduais;
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL: recursos do DF;
TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICIPIOS: recursos municipais nos Estados BA, CE, GO, PA. São
órgãos estaduais
TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICIPIO: recursos municipais das capitais RJ e SP. São órgãos
municipais. Alexandre, 2013
h) A sede do Tribunal de Contas da União é no Distrito Federal, mas o mesmo mantém secretarias de controle
externo nas capitais dos Estados, cabendo a elas acompanhar órgãos e entidades federais bem como fiscalizar
a aplicação dos recursos transferidos pela União aos Estados e aos respectivos municípios. Quanto à sede dos
Tribunais de Contas Estaduais, deverá estar localizada na capital dos Estados correspondentes.
i) Existem três tipos de controle externo:
I. Jurisdicional – é realizado pelo Poder Judiciário;
II. Político – é realizado pelo Poder Legislativo;
III. Técnico – é realizado pelos Tribunais de Contas, auxiliando os poderes Legislativos em
todas as esferas.
j) Principais legislações relacionadas ao controle externo no Brasil são:
I. Lei 4320/64 – art. 75 e 82;
II. Constituição Federal – art. 70-75;
III. Portaria TCU nº 280/2010;
IV. Portaria TCU nº 168/2011;
V. Portaria – SEGECEX nº 4/2010.
k) Atuação do Tribunal de Contas da União (TCU):
Exerce competências próprias, independentes das funções do Congresso Nacional.
Suas decisões não cabem recursos ao Congresso Nacional ou a outros Poderes, se não no seu
próprio âmbito.
A independência e autonomia lhe asseguram a iniciativa exclusiva de lei para propor alterações e
revogações de dispositivos da sua Lei Orgânica, bem como para dispor de quadro de pessoal e a
remuneração de seus membros.
Apresentam dotações próprias na lei orçamentária anual.
As deliberações são tomadas no Plenário ou em suas duas Câmeras, que se reúnem de 17 de janeiro
a 16 de dezembro, em sessões ordinárias, e, quando necessário, em sessões extraordinárias onde
estará presente um representante do Ministério Público.
Possui quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional. Possui as atribuições previstas
no artigo 96 da Constituição Federal: eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com
observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência
e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; organizar suas secretarias e
serviços auxiliares; prover, por concurso os cargos necessários à administração e execução de seus
trabalhos.
conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e servidores que lhes forem imediatamente
vinculados.
l) No desempenho de suas atribuições o Tribunal adota quatro procedimentos
básicos:
A tomada de contas é uma ação desempenhada para apurar a responsabilidade de
pessoa física, órgão ou entidade que der causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte ou possa resultar dano ao erário, sempre que o
responsável não prestar as contas como deveria ou, ainda, quando não obrigado a prestar
contas.
A tomada de contas especial é ação determinada pelo Tribunal ou por autoridade
responsável pelo controle interno com a finalidade de adotar providências, em caráter de
urgência, nos casos previstos pela legislação em vigor, para apuração dos fatos,
identificação dos responsáveis e quantificação pecuniária do dano (débito/multa).
As fiscalizações são as inspeções e auditorias. As fiscalizações podem ser ordinárias,
especiais e extraordinárias.
As inspeções ordinárias obedecem a um cronograma aprovado pelo
Presidente da Corte no início de cada ano, e tem o objetivo de verificar, in loco,
a legalidade, legitimidade e economicidade de atos ou contratos nas unidades dos
Poderes do Estado, dos Municípios e, ainda, das entidades da Administração
Indireta.
As inspeções especiais são realizadas em cada caso, ex officio, por determinação
do Presidente da Corte ou a requerimento de Conselheiro, do Ministério Público
ou do Secretário-Geral de Controle Externo, sempre que houver necessidade de
esclarecer fato determinado, coletar dados, verificar a execução de contratos,
dirimir dúvidas ou suprir omissões nos processos em trâmite pelo Tribunal.
As inspeções extraordinárias são autorizadas pelo Plenário em casos onde a
relevância ou gravidade dos fatos exija exame mais detido e aprofundado.
O último procedimento de que se valem os Tribunais de Contas é o monitoramento. Por
monitoramento entende-se o acompanhamento do cumprimento de duas deliberações, bem
como dos resultados obtidos. Juntamente com as sanções aplicadas, é uma forma de
assegurar a efetividade das decisões da Corte.
m) As funções básicas do TCU:
Função Fiscalizadora – compreende a realização de auditorias e inspeções, por
iniciativa própria, por solicitação do Congresso Nacional ou para apuração de denuncias,
em órgãos e entidades federais, em programas de governo, bem como a apreciação da
legalidade dos atos de concessão de aposentadorias, reformas, pensões e admissão de
pessoal no serviço público federal e a fiscalização de renúncias de receitas e de atos os
contratos administrativos em geral.
Função consultiva - é exercida mediante a elaboração de pareceres prévios e
individualizados, de caráter essencialmente técnico, acerca das contas prestadas,
anualmente, pelos chefes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e pelo chefe do
Ministério Público da União, a fim de subsidiar o julgamento a cargo do Congresso
Nacional. Inclui também o exame, sempre em tese, de consultas realizadas por autoridades
legitimadas para formulá-las, a respeito de dúvidas na aplicação de dispositivos legais e
regulamentares concernentes às matérias de competência do Tribunal.
Função sancionadora - manifesta-se na aplicação aos responsáveis das sanções
previstas na Lei Orgânica do Tribunal, em caso de ilegalidade de despesa ou de
irregularidade de contas.
Função informativa - é exercida quando da prestação de informações solicitadas pelo
Congresso Nacional, pelas suas Casas ou por qualquer das respectivas Comissões, a respeito
da fiscalização exercida pelo Tribunal ou acerca dos resultados de inspeções e auditorias
realizadas pelo TCU. Compreende ainda representação ao poder competente a respeito de
irregularidades ou abusos apurados, assim como o encaminhamento ao Congresso Nacional,
trimestral e anualmente, de relatório das atividades do Tribunal.
Função judicante - ocorre quando o TCU julga as contas dos administradores públicos e
demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta,
incluindo as fundações e as sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público Federal,
bem como as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de
que resulte prejuízo ao erário.
Função corretiva - ao constatar ilegalidade ou irregularidade em ato de gestão de qualquer
órgão ou entidade pública, o TCU fixa prazo para cumprimento da lei. No caso de ato
administrativo, quando não atendido, o Tribunal determina a sustação do ato impugnado.
esses casos, TCU exerce.
Função Normativa - decorre do poder regulamentar conferido ao Tribunal pela sua
Lei Orgânica, que faculta a expedição de instruções e atos normativos, de cumprimento
obrigatório sob pena de responsabilização do infrator, acerca de matérias de sua
competência e a respeito da organização dos processos que lhe devam ser submetidos.
Função educativa - quando orienta e informa acerca de procedimentos e melhores
práticas de gestão, mediante publicações e realização de seminários, reuniões e
encontros de caráter educativo, ou, ainda, quando recomenda a adoção de providências,
em auditorias de natureza operacional.
Função de Ouvidoria - o ouvidoria reside na possibilidade de o Tribunal receber
denúncias e representações relativas a irregularidades ou ilegalidades que lhe sejam
comunicadas por responsáveis pelo controle interno, por autoridades ou por qualquer
cidadão, partido político, associação ou sindicato. Essa função tem fundamental
importância no fortalecimento da cidadania e na defesa dos interesses difusos e
coletivos, sendo importante meio de colaboração com o controle.
n) Competências do TCU:
Constituição Federal: Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá
ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público
federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo
ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na
administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas
as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias,
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de
inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no
inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de
forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou
outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer
das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções
previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da
lei, se verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e
ao Senado Federal;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas
previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.