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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE TECNOLOGIA
João Vitor Carvalho Lira xxxxxxxx
Pedro de Macêdo xxxxxxxx
Pedro Henrique Tomaz Fernandes (11218660)
AS TECNOLOGIAS NA OTIMIZAÇÃO DO TRABALHO INDUSTRIAL:
TAYLORISMO, FORDISMO E TOYOTISMO.
João Pessoa, Paraíba.
1 de Fevereiro de 2013.
JOÃO VITOR CARVALHO LIRA
PEDRO DE MACÊDO
PEDRO HENRIQUE TOMAZ FERNANDES
AS TECNOLOGIAS NA OTIMIZAÇÃO DO TRABALHO INDUSTRIAL:
TAYLORISMO, FORDISMO E TOYOTISMO.
Trabalho científico destinado a avalição de
alunos da cadeira Sociologia do Trabalho;
Universidade Federal da Paraíba (UFPB);
Centro de Tecnologia.
João Pessoa, Paraíba.
1 de Fevereiro de 2013.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
2. DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 3
2.1 Taylorismo .................................................................................................................. 3
2.2 Fordismo ..................................................................................................................... 6
2.3 Toyotismo ................................................................................................................. 11
3. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 16
1
1. INTRODUÇÃO
Tecnologia (Do grego “Estudo da técnica, arte, ofício”), é um termo que envolve o
conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou
utilizados a partir de tal conhecimento.
O marco inicial da Era Industrial foi a própria Revolução Industrial. Num mundo
capitalista existe a “necessidade” de consumo, e isso gera maior produção. A Revolução
iniciou-se em meados do século XVIII, na Inglaterra. A partir daí, seguida pelo século
seguinte por outras nações européias. Visando sempre acúmulo de capitais, através
principalmente da intensa exploração da atividade comercial no mundo, com o tempo
verificou-se uma necessidade de desenvolvimento de suas técnicas de produção, como a
procura de um meio mais viável de extração e de compra de matérias-primas, a procura por
uma mão de obra mais barata e qualificada. Esse desenvolvimento se deu através da aplicação
de dinheiro em pesquisas científicas, que pode levar o capitalismo a um patamar mais elevado
e preciso.
A indústria, por sua vez, acompanhou esse crescimento devido às necessidades de
administração, redução de custos e aumento da produção. O foco do trabalho industrial nessa
época era produzir, otimizar, lucrar.
1.1 CONTEXTO HISTÓRICO:
TAYLORISMO, FORDISMO E TOYOTISMO
No início do século XX, Taylor, um engenheiro americano, realiza estudos sobre o
trabalho nas indústrias que darão origem à primeira Teoria Organizacional, a Teoria da
Administração Científica. Ele conclui que a partir da divisão das tarefas, da especialização do
operário, é obtido um significativo aumento da produtividade.
Por volta da década de 20, consolida-se o modelo de outro engenheiro americano,
Henri Ford, que apresenta semelhanças com o Taylorismo. Ambos valorizam a separação do
trabalho executivo do intelectual, a especialização das tarefas. Porém o Fordismo acrescenta
2
uma estratégia mais abrangente de organização da produção que envolve extensa
mecanização, e consequentemente, uso de máquinas e ferramentas especializadas, linhas de
montagens e divisão crescente de atividades.
Nesse momento cada trabalhador assumia uma única tarefa, restringindo-se cada vez
mais as especificidades. O método Taylorista e Fordista foi sendo utilizado nas indústrias
rapidamente, contagiando outras organizações e até instituições, como igrejas e grupos de
lazer.
Eram determinados tempos para as tarefas serem executadas, e com isso existiam
horários exatos para chegar e sair da fábrica. Junto a isso havia a preocupação com os direitos
e deveres dos trabalhadores assalariados, causando assim transtornos políticos e sociais.
Essa libertação teve um preço, os benefícios trazidos pela Revolução Industrial foram
acompanhados por mudanças radicais no trabalho e na vida. Ocorre um deslocamento de
enormes contingentes de pessoas do campo para as áreas urbanas. O artesão que antes
trabalhava com a família em casa, se transforma em um anônimo operário das fábricas nos
grandes centros, submissos às ordens de um chefe estranho, em um ambiente impessoal e
árido.
Os séculos passados não apresentavam tantas descobertas e invenções como entre os
séculos XIX e XXI. O progresso tecnológico trouxe muitas melhorias. Para uma parte da
humanidade a vida foi facilitada. A fadiga e o desgaste físico foram reduzidos, as tecnologias
permitiram uma diminuição do esforço tanto no trabalho industrial, como no doméstico. A
taxa de mortalidade caiu significativamente. O home pré-industrial dos países mais ricos vivia
em média 35 anos, o da segunda metade deste século tem como referência 75 anos. Houve um
incremento na escolarização, maiores possibilidades de mobilização geográfica e social.
A Era Industrial gerou mudanças significativas socialmente e economicamente. Entre
a Segunda Guerra Mundial e o final dos anos 60 esses modelos geraram aumento de
produtividade, redução de custos de mercadorias, gerando crescimento de consumo.
Na década de 80, o modelo japonês conhecido como Toyotismo consagrou-se,
colocando o Taylorismo/Fordismo de lado. Uma nova forma de organização foi criada,
iniciado nas indústrias e abraçado posteriormente na área de serviços. Com pilares definidos
(Qualidade, Flexibilidade e Integração) muda-se a ideia de consumidor e produção. Agora só
se produz o que é vendido, diferente do anterior.
3
A Revolução Industrial tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos
passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo.
Por outro lado, a Revolução aumentou também o número de desempregados. As máquinas
foram substituindo, aos poucos, a mão-de-obra humana. A poluição ambiental, o aumento da
poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também foram
conseqüências nocivas para a sociedade. Até os dias de hoje, o desemprego é um dos grandes
problemas nos países em desenvolvimento. Gerar empregos tem se tornado um dos maiores
desafios de governos no mundo todo após a Revolução Industrial. Os empregos repetitivos e
pouco qualificados foram substituídos por máquinas e robôs. As empresas procuram
profissionais bem qualificados para ocuparem empregos que exigem cada vez mais
criatividade e múltiplas capacidades. Mesmo nos países desenvolvidos tem faltado empregos
para a população.
1.2 DIREITOS TRABALHISTAS
O Direito do Trabalho teve seu marco inicial com a Revolução Industrial. Com a
chegada das máquinas, o desemprego cresceu e com isso gerou mais união. Nesta ocasião o
Estado não intervinha na prestação de trabalho, era mero espectador, e só intervia quando era
chamado. Mas com a Revolução, a insatisfação dos intelectuais, a revolta dos trabalhadores e
a posição da Igreja, passou o Estado de mero espectador, para uma postura intervencionista.
Ele passou a intervir para obter a paz social, através do equilíbrio entre capital e trabalho. Isso
foi feito através da superioridade jurídica do trabalhador para suprir a inferioridade no capital.
Daí o caráter protecionista do Direito do Trabalho. Mas o Estado intervém de forma
consciente, afirmando que o trabalhador não é mercadoria. A partir desse momento
começaram a surgir as primeiras normas, leis.
2. DESENVOLVIMENTO
4
2.1 TAYLORISMO
As ideias de Taylor exerceram uma influência muito grande não apenas em seu tempo
como até nos dias de hoje. Os fundamentos de suas concepções e os métodos que propôs e
colocou em execução foram batizados de “taylorismo”. Embora nenhuma greve tenha
ocorrido nas indústrias onde Taylor trabalhou e desenvolveu seus métodos, ele recebeu forte
oposição do movimento sindical, que o acusava de exercer uma exploração desumana dos
trabalhadores, aumentando a intensidade do seu trabalho, automatizando os seus movimentos
e retirando-lhes qualquer controle sobre seu próprio processo de trabalho.
Suas concepções foram criticadas pelos fundadores da Escola de Relações Humanas,
especialmente por George Elton Mayo. Depois de desenvolver durante muitos anos atividades
de consultor, entre 1901 e 1915 Taylor dedicou-se exclusivamente a divulgar, como
conferencista nos Estados Unidos e na Europa, suas concepções sobre a Administração
Científica (Teoria da Gestão científica ou Organização Científica do Trabalho). Em 1906, foi
presidente da American Society of Mechanical Engineering (Sociedade Americana de
Engenharia Mecânica).
O Conjunto das teorias e métodos para aumento da produtividade do trabalho fabril,
elaboradas pelo engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor, abrange um sistema
de normas voltadas para o controle dos movimentos do homem e da máquina no processo de
produção, incluindo propostas de pagamento pelo desempenho do operário (prêmios e
remuneração extras conforme o número de peças produzidas).
O sistema foi muito aplicado nas medidas de racionalização e controle do trabalho
fabril, mas também criticado pelo movimento sindical, que o acusou de intensificar a
exploração do trabalhador e de desumanizá-lo, pois procura automatizar seus movimentos.
O Taylorismo tinha como grande objetivo aumentar a produtividade através de
um sistema de tarifas diferenciadas e através da aplicação de métodos científicos, colocando a
ênfase no uso da ciência e na criação da harmonia de grupo. A aplicação
da ciência à gestão teve como instrumento básico o estudo exaustivo dos tempos e
movimentos que permitiu a racionalização dos métodos de trabalho e a fixação dos tempos-
padrão para a execução das tarefas.
Além das inovações no modo de ação do proletário, Taylor afirmou que a
hierarquização educava os funcionários e evitava protesto e desordem. O gerente era
5
responsável por cronometrar e fiscalizar o trabalho de cada funcionário, sendo este passível de
repreensão e punições. Em contra partida, Taylor também defendia a competição interna e a
premiação para aquele funcionário de melhor desempenho. Era totalmente contra a
organização dos trabalhadores, travando grandes conflitos com os sindicatos da época.
Um dos principais princípios utilizados por Taylor é o do método científico. Isso
significa que para cada elemento do trabalho deve ser desenvolvido um método científico, não
é mais permitido que o operador siga um método empírico. Para conseguir isso é necessário
reduzir o saber operário complexo a seus elementos simples, estudar os tempos de cada
trabalho decomposto para se chegar ao tempo necessário para operações variadas. Para
alcançar este objetivo a cronometragem foi introduzida nas fábricas e executado. Assim, o
administrador deve juntar todo o conhecimento tradicional adquirido pelo trabalhador e
classificar, tabular e reduzir este saber a regras, leis e fórmulas e devolvendo-as ao
trabalhador. Existe só uma única melhor maneira de se executar uma operação e o operador
deve executar o trabalho exatamente nesta maneira. O trabalhador receberá, portanto as
instruções de como e em quanto tempo ele tem que realizar sua tarefa parcelada. Em suma, o
que este princípio estabelece é a separação das especialidades do trabalhador do processo de
trabalho. Este deve ser independente do ofício, da tradição e do conhecimento do trabalhador,
dependendo apenas das políticas gerenciais.
Outro princípio é o de cooperar cordialmente com os trabalhadores para articular todo
trabalho com os princípios da ciência que foi desenvolvido, isso significa que cada operário
deve ser controlado se ele executa o trabalho exatamente (até mesmo os mínimos detalhes de
sua execução) conforme as regras estabelecidas. Isso é necessário porque as regras foram
estabelecidas por técnicos que conhecem a melhor forma de execução e por isso o trabalho só
será bem executado se o operário segue as regras. O ponto de vista do operário só será ouvido
se ele tiver algo a acrescentar depois de testado o novo método. O princípio de colaboração é
fundamental: objetiva-se estabelecer uma relação íntima e cordial, ou seja, um espírito de
profunda cooperação entre o operário e a hierarquia na fábrica, anulando a existência da luta
de classes no interior do processo de trabalho.
O filme clássico “Tempos Modernos” de Charles Chaplin representa bem o
trabalhador “de Taylor” que passa a efetuar movimentos repetitivos e bem elementares, com o
ritmo imposto pelas máquinas, e por quem as comandava. Seus supervisores diretos
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cronometravam seus movimentos e observavam quais os trabalhadores aperfeiçoavam o
próprio tempo, e portanto a produção.
Logo vemos que a principal limitação do Taylorismo foi o fato de se basear no
pressuposto de que as pessoas são motivadas apenas pela satisfação de necessidades
básicas (necessidades económicas e físicas), quando na verdade existem muitas
outras necessidades como a satisfação no trabalho e o bem estar social e pessoal, é apontada
como a principal deficiência do “Taylorismo” e a principal razão para a sua atual
desacreditação. Uma das consequências mais visíveis desta limitação foi o surgimento de
violentos movimentos grevistas e revoltas do operariado em especial nos Estados Unidos.
Contudo, e apesar desta limitação, é de assinalar o seu importante contributo para o espantoso
desenvolvimento empresarial no início do Séc. XX, principalmente através da implementação
de métodos de produção em série e consequente aumento da produtividade, ainda hoje a
divisão “atomística” das tarefas é aplicada em muitos processos produtivos, embora cada vez
mais limitadas a processos automatizados e executados por sofisticados equipamentos.
Alguns dos seguidores mais importantes de Taylor e que deram continuidade ao
desenvolvimento da teoria da gestão científica foram Henry L. Gantt, Harrington
Emerson,Frank B. Gilberth e Lillian M. Gilbreth e ainda o famoso industrial da indústria
automóvel, Henry Ford.
2.2 FORDISMO
2.2.1 HENRY FORD
Henry Ford, criador do modelo de produção fordista, nasceu no dia 30 de Julho de
1863, em uma fazenda próspera em Dearborn, Michigan (EUA). Foi o primeiro dos seis filhos
de William e Mary Ford. Estudou em escolas públicas na infância e já demonstrava interesse
em mecânica e pouco gosto para trabalhos na fazenda. Com 16 anos saiu de casa e tornou-se
aprendiz de mecânico. Em 1888, casa-se com Clara Bryant. Já mais velho, conseguiu o cargo
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de chefe de mecânicos da Edison Illuminating Company, emprego o qual o possibilitou
dedicar-se a experimentos de combustão interna de motores.
Em 1896, construiu o seu primeiro automóvel (The Quadricycle) e em 1903 cria a
empresa Ford Motor Company, sendo ele o vice-presidente e o engenheiro chefe. Com a
inserção da técnica de fabricação em série na firma, ele pode utilizar peças padronizadas,
conseguindo uma redução considerável nos custos dos carros.
Em 1908, Henry Ford criou o carro Ford Modelo T., veículo que iniciou uma nova era
do transporte pessoal, e por alguns anos a firma registrou ganhos de 100%. O Modelo T.
impressionava por sua facilidade de se operar, manter e de se portar em estradas irregulares.
Sua fabricação em série se deu em 1913 apenas na cor preta de alta duração, possibilitando o
barateamento dos custos. Em seu último ano de fabricação, o Ford T. já somava mais de 15
milhões de unidades fabricadas. Entretanto, mais do que pelos lucros, Ford tornou-se
renomado por sua visão revolucionária.
Pioneiro no “capitalismo do bem-estar social”, Henry Ford criou condições que
possibilitaram melhoras na situação dos seus trabalhadores e principalmente na diminuição da
intensa rotação de empregados de vários departamentos, os quais contratavam 300 homens
por ano para preencher 100 vagas. Para ele eficiência significava contratar e manter os
melhores funcionários.
Henry Ford teve participações na mecanização do campo, na fabricação de motores
aeronáuticos, chegando a construir um motor Liberty durante o período da primeira guerra
mundial, e anos mais tarde um trimotor para aviões.
No dia 5 de Janeiro de 1914, ele anuncia seu programa revolucionário e sistemático de
“cinco dólares por dia”, o qual incluía uma redução da jornada de trabalho e um aumento no
salário mínimo diário de US$ 2,34 para US$ 5 para trabalhadores qualificados. Ele ainda
repartiu com os funcionários uma parte do controle acionário da empresa. A procura por um
emprego na Ford foi tão grande que a bolsa de Nova York abalou-se, sendo este dia
conhecido como Five Dollar Day (“Dia dos Cinco Dólares).
No ano de 1918, Ford disputou o cargo de senador pelo estado de Michigan, porém
não foi eleito. Em 1919, cria o hospital Henry Ford em Detroit. Nesse mesmo ano, ele foi
editor do Dearborn Independent, de publicação semanal com conteúdo anti-semita, e escreveu
o livro O Judeu Internacional.
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Durante a Primeira Guerra Mundial, Ford colaborou com o exército norte-americano
na fabricação de aviões. Em 1945, já com idade avançada, Ford foi obrigado a abandonar a
direção de suas empresas. Nesse mesmo ano ele faleceu de uma hemorragia cerebral, em
Dearborn, deixando uma fortuna pessoal estimada entre 500 a 700 milhões de dólares. Henry
doou parte de suas ações da Ford Motor Company à Fundação Ford, instituição sem fins
lucrativos.
2.2.2 FORDISMO (1863 - 1947)
Fordismo é um sistema de produção em massa e gestão idealizados em 1913 pelo
empresário norte-americano Henry Ford. Esse sistema tem como objetivo o aumento da
produção através do aumento da eficiência e da baixa do preço do produto comercializado. O
resultado objetivado dessa prática seria então o crescimento das vendas, que possibilitaria
manter o preço do produto em baixa.
As caraterísticas do Fordismo são:
- Trabalho dividido;
- Trabalho repetido;
- Trabalho em cadeia;
- Trabalho contínuo.
Absorvido alguns aspectos do Taylorismo, que também tinha como objetivo a
ampliação da produção em um menor espaço de tempo através da exploração da força de
trabalho dos operários, o Fordismo consistia em organizar a linha de montagem de uma
fábrica para produzir mais, controlando e racionalizando as fontes de energia, matéria prima,
mão de obra, transporte e formação da mão de obra.
O Fordismo tem como princípios:
- Intensificação: diminuir o tempo de duração com o emprego imediato dos
equipamentos e da matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado. Nesse sistema
a matéria-prima é inteiramente trabalhada, desde as operações elementares até o completo
acabamento do produto.
- Economia: consiste em reduzir o mínimo possível o volume do estoque da matéria-
prima em transformação.
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- Produtividade: aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período
(produtividade) por meio da especialização e da linha de montagem. O operário ganha mais e
o empresário tem maior produção.
Nesse modelo as peças são padronizadas, intercambiáveis e produzidas em
quantidade. Surge assim, o Controle de Qualidade - padronização e simplificação da
produção. O trabalhador é especializado para executar um tarefa, cada funcionário ou grupo
tem uma tarefa definida e fixa dentro de um processo pré-estabelecido, não era necessário
quase nenhuma qualificação dos trabalhadores. O trabalhador é mecanizado e alienado pelo
processo de produção, desconhecendo o produto final daquilo em que trabalha.
O modelo de fábrica ideal para o Fordismo seria aquela que seguisse tais preceitos:
- A fábrica deve ser grande e centralizada, deve produzir todos os componentes
necessários para a fabricação do produto;
- Os produtos fabricados devem ser simples e de fácil produção. Para que assim
possam ser fabricados em larga escala e a um preço baixo;
- Os trabalhadores devem trabalhar de modo específico, com determinada função fixa;
- Os trabalhadores devem ganhar bem e serem valorizados para aumentar a motivação
e produzir mais.
O Fordismo revolucionou a indústria automobilística com a introdução por Ford da
Linha de Produção ou Linha de Montagem automatizada, sendo esta considerada uma das
maiores invenções tecnológicas da era industrial. Ford seguiu princípios de padronização e
simplificação de Frederick Taylor e inventou novas técnicas mais avançadas para a época.
Com ela o tempo do processo de produção sofreu um diminuição bastante significativa,
permitindo assim que se produzisse mais em menos tempo. O que antes na montagem
artesanal era consumido 12h e 28min na fabricação do produto com a Linha de Produção esse
tempo passa a ser de 1h e 33min. Isto acabou influenciando no preço dos produtos no
mercado.
Na Linha de Montagem as várias etapas de fabricação são distribuídas separadamente
ao longo de uma esteira rolante em que cada funcionário encaixa um componente
padronizado sob outro até formar-se o produto final, ou seja, cada funcionário realiza uma
pequena etapa da produção do produto. O trabalho era entregue ao funcionário ao invés de ele
ir buscá-lo, e isso propiciou uma enorme economia de tempo. O objetivo da Linha de
Montagem é evitar hesitações e perda de tempo, tornando o trabalho algo repetitivo e
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cansativo, porém com a aplicação do programa “cinco dólares por dia” era bem remunerado e
bastante atrativo.
As Linhas de Montagens são utilizadas desde então para produções em série, em que o
produto fabricado seja deslocado ao longo de postos de trabalho. Sua eficiência depende:
- Componentes estandardizados;
- Movimento mecânico;
- Equipamento de precisão;
- Processos padronizados.
Para podermos comparar a eficiência do modelo fordista, em 1914 a Ford tinha 13.000
empregados que produziam 308.162 carros, enquanto as outras 299 montadoras do mundo
possuíam juntas 66.350 empregados e produziam apenas 280.000 automóveis.
Esse método de produção fordista necessitava de grandes e caros investimentos em
máquinas e instalações, porém possibilitou que a Ford produzisse mais de 2 milhões de carros
por ano durante a década de 1920. O carro pioneiro produzido no sistema fordista foi o Ford
Modelo T, também conhecido como “Ford de Bigode”, montado em apenas 93min. Era um
veículo grande, seguro, simples de dirigir, barato, de preço baixo de manutenção que caiu no
gosto da população e se tornou um sucesso de vendas. Sua produção foi mantida até 1927, e
só era produzido na cor preta, pois secava mais rápido e a tinta era mais barata.
Com o tempo, a produção do Modelo T aumenta e o seu preço cai, possibilitando sua
popularização, que modificou definitivamente as cidades, as quais passaram a se organizar em
torno do automóvel. De seu valor inicial de US$ 900, passou para US$ 490, e chegou a ser
comercializado até por US$ 260. Por volta de 1920, de cada dois carros no mundo, um era o
Modelo T.
Henry não se importava em abaixar o preço dos carros ou de aumentar o salário dos
trabalhadores, desde que ele ainda obtivesse lucros. Ele percebeu que aumentando o salário
dos funcionários ele conquistava a motivação dos seus empregados e a criação de uma massa
de consumidores, pois para que ocorra o consumo é necessário que haja pessoas com dinheiro
para gastar, para comprar. Ford teve participação na criação da classe média e contribuiu para
o estilo de vida americana (“American Way Of Life”).
Apesar das grandes conquistas de Ford, ele não conseguiu continuar com o domínio da
indústria automobilística. Henry Ford não acompanhava as mudanças do tempo e foi superado
por empresas com novas idéias e apelos ao consumismo e os novos anseios do consumidor.
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Estas empresas já produziam carros com cores, tinham teorias e práticas administrativas mais
avançadas.
Na década de 1970, o Fordismo entra em crise após os choques do petróleo e a entrada
de empresas japonesas no mercado automobilístico, que introduzem um modelo de produção
mais enxuto e eficiente, o Toyotismo.
O Toyotismo, criado no Japão, tem como objetivo o aumento da produção a custos
reduzidos, com melhor qualidade garantida e maior eficiência do sistema produtivo.
2.2.3 PÓS-FORDISMO
É um modelo de produção que se difere do Fordismo em relação a sua organização do
trabalho e da produção. Fundamenta-se na idéia da flexibilidade, ao invés de se centrar na
produção em massa, trabalhando assim com pequenos estoques e fabricando pequenas
quantidades. Tem a finalidade de suprir demandas “just in time”, atendendo um mercado
diferenciado de públicos específicos.
Este modelo marca a mudança do capitalismo, que foi acompanhada pela ascenção de
novas configurações da organização industrial, da vida social e política. Transformações estas
que surgiram com o declínio do Fordismo.
2.3 TOYOTISMO
2.3.1 INTRODUÇÃO
A indústria automobilística foi a pioneira na organização da produção industrial, foi
nela que se originou o Fordismo como os outros métodos flexíveis de produção, foi nela
também que se introduziu o uso de robôs industriais e da produção informatizada.
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O Fordismo/Taylorismo vigorou como modelo dominante e possibilitou um grande
acúmulo de capitais pelas empresas automobilísticas até os anos 70 com o início de uma crise
estrutural que culminou em uma retração do consumo que esse modelo não foi capaz de
solucionar.
Nos anos 50, segundo relatos de Wood Jr. (1992), o engenheiro japonês Eiji Toyoda
passou alguns meses em Detroit para conhecer a indústria automobilística americana, dirigida
sobre o sistema de produção fordista e ficou impressionado com as grandes fábricas, o grande
número de funcionários, o enorme espaço nas fábricas e a grande quantidade de estoques. A
partir dessa observação concluiu que seu país, arrasado por um período pós-guerra não teria
condições de desenvolver uma forma semelhante de produção.
Após o término da Segunda Guerra Mundial a Toyota, que se localizava em Nagoya,
estava determinada a produzir em larga escala, mas enfrentava grandes dificuldades. O
mercado doméstico era muito pequeno, a força de trabalho local não se adaptaria ao modelo
Taylorista, a compra de tecnologia no exterior era impossível e a possibilidade de exportação
era remota.
Para poder competir nos grandes mercados, a Toyota precisaria simplificar o sistema
de produção da empresa americana Ford. Toyoda e seu especialista Taichi Ohno iniciaram um
processo de mudanças na produção. Introduziram técnicas que permitissem a alteração das
máquinas rapidamente durante o processo de produção para ampliar a oferta e variedade de
produtos, pois consideravam a maior fonte de lucros e essa ideia tornou-se a essência do
modelo japonês de produção.
Com essas novas técnicas descobriram que era mais barato fabricar pequenos lotes de
peças estampadas, diferentes entre si, que enormes lotes homogêneos e com isso a redução
dos custos de inventário e um controle sobre a qualidade, pois uma vez detectado algum
defeito logo era corrigido.
2.3.2 CARACTERÍSTICAS
Um dos grandes obstáculos que o novo modelo enfrentava era o espaço para
armazenamento da produção, os projetos de Toyoda e Ohno era que as mercadorias deveriam
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ter giro rápido, e a eliminação dos estoques, então regras criteriosas foram desenvolvidas e
incorporadas ao modelo de produção que passou a chamar Toyotismo.
Partiram do princípio que qualquer elemento que não agregasse valor ao produto
deveria ser eliminado, pois era considerado desperdício e classificaram esse desperdício em
sete tipos: tempo que se perdia em consertos ou refugo, produção maior que o necessário, ou
antes do tempo necessário, operações desnecessárias no processo de manufatura, transporte,
estoque, movimento humano e espera.
Devido a esses problemas planejou-se um modelo composto por automatização, just-
in-time, trabalho em equipe, administração por estresse, flexibilização da mão-de-obra, gestão
participativa, controle de qualidade e subcontratação.
A automatização é primordial para esse modelo. Trata-se da utilização de máquinas
capazes de parar quando há algum problema, dessa forma um operário pode operar várias
máquinas ao mesmo tempo, diminuindo assim a quantidade de trabalhadores na linha de
montagem.
O just-in-time, um dos elementos de maior destaque do Toyotismo, surgiu como
alternativa para solucionar o problema da falta de espaço para armazenar os estoques, sejam
eles matérias-primas, peças intermediárias ao processo de produção ou mercadorias já
prontas, de escassez de recursos para manter a produção parada. Assim toda demanda era
produzida após ter sido efetivada a venda, mantendo o fluxo de produção contínuo. Isso
funcionava com sistemas visuais de informação, o kanban, onde através de cartões onde os
funcionários eram avisados a produzir determinada quantidade e tipo de peça necessária para
o dia, evitando o desperdício de tempo e de matéria-prima.
Outro ponto importante do Toyotismo era o trabalho em equipe, uma estratégia de
racionalizar a mão-de-obra, onde os trabalhadores eram divididos em grupos e coordenados
por um líder que trabalha com equipe e tem a função de coordenar e substituir um membro
caso venha a faltar. Os funcionários devem ser especializados e polivalentes, pois devem
assumir diferentes funções no processo produtivo. Isso difere do Fordismo que cada
trabalhador desempenhava a tarefa que lhe cabia e depois passava adiante para outro
trabalhador executar a tarefa que lhe cabia.
No Toyotismo o trabalhador deveria sempre buscar diminuir o “tempo morto” que não
agrega valor a produção, quem se movimenta é o produto em fase de produção através de
esteiras ou robôs, eliminando assim muitos segundo que seriam gastos para que um
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trabalhador levasse o produto de um posto de trabalho para outro, diminuindo assim o tempo
de produção de uma determinada peça.
Ao diminuir o tempo sobrecarrega-se os trabalhadores e elimina-se posto de trabalhos,
o objetivo não é diminuir o trabalho e sim diminuir trabalhadores, o trabalho em equipe
representa uma pressão para que o trabalhador exerça seu trabalho com qualidade cada vez
mais, sob o risco de ser rejeitado pelo grupo. O trabalhador está sempre sobre pressão.
O exemplo de como funciona os grupos consiste em: de acordo com as vendas é
estabelecido um objetivo de produção para os grupos de trabalhadores e são fornecidos 90%
dos recursos para que eles possam se superar e isso continua num ciclo. O trabalho representa
uma servidão, pois os trabalhadores já não tem tempo para lazer, para família já que o único
tempo livre serve para o descanso e recuperação para novamente voltar o trabalho, criando
assim um estresse para esses trabalhadores.
Como consequências disso têm-se o alto índice de acidentes de trabalhos e suicídios,
pois a degradação do ser é excessiva. O trabalhador deve estar sempre pronto para produzir
mais para atender a demanda que é feita sob encomenda. A flexibilização da mão-de-obra é
algo importante no Toyotismo é preciso ser polivalente para assumir qualquer posto que se
faça necessário, por isso nas últimas décadas ganha destaque a teoria das competências onde
o indivíduo precisa desenvolver uma série de capacidades para se inserir e se manter no
mercado de trabalho.
A gestão participativa induz a grande produtividade, pois o trabalhadores são levados
a se sentirem participantes da empresa, assumem posto de liderança frente a um grupo e com
ilusão de se tornarem gerentes passam a responde pela marcha da produção e pelo controle da
qualidade gerando assim uma sobrecarga de responsabilidades e uma visão superficial de
valorização dentro da fábrica, aumentando a competitividade e a emulação.
A subcontratação torna-se uma necessidade e um recurso poderoso nesse modelo. Para
as funções essenciais dentro da fábrica a Toyota seleciona os trabalhadores efetivos e as
demais funções são deixadas a cargo do pessoal subcontratado que ganham menos, trabalham
mais, executam serviços menos qualificados e não possuem vínculo empregatício ou sindical.
No Japão quem mais se utiliza desse tipo de mão-de-obra são as pequenas empresas
que recebem encomendas das grandes empresas montadoras e não dispõe de mão-de-obra,
pois os japoneses formados que ingressam no mercado de trabalho recusam propostas nessas
empresas por não haver ascensão profissional e pelas condições precárias que são submetidos
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os trabalhadores. Com isso há um grande número de estrangeiros trabalhando nessas
empresas.
3. CONCLUSÃO
Com o estudo abordado pudemos observar que as principais características do
Taylorismo são:
- Divisão das tarefas de trabalho dentro de uma empresa;
- Especialização do trabalhador;
- Treinamento e preparação dos trabalhadores de acordo com as aptidões
apresentadas;
- Análise dos processos produtivos dentro de uma empresa como objetivo de
otimização do trabalho;
- Adoção de métodos para diminuir a fadiga e os problemas de saúde dos
trabalhadores;
- Implantação de melhorias nas condições e ambientes de trabalho;
- Uso de métodos padronizados para reduzir custos e aumentar a
produtividade;
- Criação de sistemas de incentivos e recompensas salariais para motivar os
trabalhadores e aumentar a produtividade;
- Uso de supervisão humana especializada para controlar o processo
produtivo;
- Disciplina na distribuição de atribuições e responsabilidades;
- Uso apenas de métodos de trabalho que já foram testados e planejados para
eliminar o improviso.
Pudemos também notar que o grande sucesso do Fordismo e das vendas do Ford
Modelo T propiciaram uma grande mudança econômica, social e estrutural nos Estados
Unidos, no mundo e na vida de muitos trabalhadores e consumidores. Além de setores como o
têxtil, energético, siderúrgico, entre outros que foram afetados direta ou indiretamente por
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essa grande inovação. A classe média surgiu, as cidades ganharam outra cara com as
rodovias, as pessoas mudaram seus comportamentos e hábitos, o automóvel se tornou
indispensável e alcançável.
Com esse modelo muitas empresas puderam ampliar sua produção, aumentando seus
lucros, suas vendas, partilharam do crescimento com o seu país e funcionários, que
adquiriram o poder de compra.
Já o Toyotismo se universalizou pelo ocidente e conseguiu viabilizar
operacionalmente a adesão plena dos trabalhadores ao processo produtivo. Saiu do ramo
automobilístico, e grandes empresas e corporações ainda utilizam esse sistema em diversos
segmentos da indústria mundial.
Comparando o modelo Fordismo/Taylorismo com o Toyotismo fica evidente que o
Toyotismo é muito melhor que o Fordismo/Taylorismo, tendo desbancado os anteriores,
quanto modelo de produção e gerenciamento da força de trabalho, mas não para os
trabalhadores. O Toyotismo só aprimorou a exploração da força de trabalho e “coisificou”
ainda mais o trabalhador, degradando-o cada vez mais. Pode-se observar um grande
estranhamento do trabalho devido às condições impostas aos trabalhadores. Esse sistema
degradou profundamente a visão de trabalho desenvolvida por Marx.
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ANTUNES, Ricardo. (1995) Adeus ao Trabalho? Ensaio sobre as Metamorfoses e a
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Cristina Schumacher. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
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XX. Trad. Nathanael C. Caixeiro. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1977.