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CEFAC CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA AUDIOLOGIA CLÍNICA RUÍDO : EFEITOS EXTRA-AUDITIVOS NO CORPO HUMANO LUANA BERNARDINES MEDEIROS Porto Alegre 1999

SOM ALTO

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Estudo sobre o efeito de som alto no cérebro e comportamento.

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  • CEFAC

    CENTRO DE ESPECIALIZAO EM FONOAUDIOLOGIA CLNICAAUDIOLOGIA CLNICA

    RUDO : EFEITOS EXTRA-AUDITIVOS

    NO CORPO HUMANO

    LUANA BERNARDINES MEDEIROS

    Porto Alegre1999

  • CEFAC

    CENTRO DE ESPECIALIZAO EM FONOAUDIOLOGIA CLNICAAUDIOLOGIA CLNICA

    RUDO: EFEITOS EXTRA-AUDITIVOS

    NO CORPO HUMANO

    MONOGRAFIA DE CONCLUSO DO CURSO DEESPECIALIZAO EM AUDIOLOGIA CLNICA

    ORIENTADORA: MIRIAN GOLDENBERG

    LUANA BERNARDINES MEDEIROS

    Porto Alegre, RS 1999

  • A cegueira separa o homem das coisas.

    A surdez separa o homem do homem.

    Helen Keller

  • 44

    RESUMO

    O trabalho aborda a problemtica do rudo ocupacional, como agente

    insalubre, predominante na maioria das indstrias. Sabemos que a exposio a

    nveis elevados de rudos, por um longo perodo de tempo, pode acarretar diversos

    comprometimentos orgnicos, mentais e sociais.

    Com a proposta de verificar a ocorrncia de alguns distrbios, atribudos ou

    agravados por esse agente de risco, realizamos uma pesquisa junto aos

    trabalhadores de uma empresa do ramo da Metalurgia. Foi elaborado um

    questionrio, dirigido aos trabalhadores expostos diariamente a nveis de rudo que

    variam de 85dB-109dB, num perodo de no mnimo oito horas, que objetivou

    conhecer e estudar, as condies de sade do grupo pesquisado. Analisando suas

    principais queixas, para estabelecer uma comparao com os distrbios mais

    descritos na literatura, que tenham como fator agravante ou provvel causa o

    excesso de rudo.

  • 55

    SUMRIO

    INTRODUO ............................................................................................... 03

    1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................ 05

    2 HIPTESE ................................................................................................ 07

    3 DISCUSSO TERICA ............................................................................ 08

    3.1 Som ......................................................................................................... 083.2 Rudo ....................................................................................................... 093.3 Efeitos Extra-auditivos do Rudo ............................................................. 11

    4 ANLISE DOS RESULTADOS ................................................................ 24

    4.1 Metodologia ............................................................................................ 244.2 Resultados .............................................................................................. 25

    5 CONSIDERAES FINAIS ...................................................................... 28

    Referncias Bibliogrficas .............................................................................. 31

  • 33

    INTRODUO

    Com a revoluo industrial do sculo XVIII, muitas indstrias tiveram que

    desenvolver e aperfeioar seus mecanismos para a produo de novos produtos.

    Ento, o homem passou a se deparar com vrios problemas de sade ocupacional,

    conseqentes dos agentes de risco que comearam a aparecer. Surgiram cada vez

    mais, fatores fsicos ambientais como rudo, temperatura, vibrao, radiao, e

    presso em nveis elevados, que isolados ou conjuntamente causam danos ao

    trabalhador. Em especfico abordaremos a problemtica do rudo, que ocupa o

    terceiro lugar entre os agentes insalubres que mais afetam a sade do homem.

    Sabe-se que a exposio a nveis elevados de rudo por um longo perodo

    de tempo, pode determinar comprometimentos fsicos, mentais e sociais no

    indivduo. Entre estas conseqncias, a mais definida e quantificada, consiste em

    danos no sistema auditivo.

    Dessa forma, nos propusemos a pesquisar os aspectos extra-auditivos do

    rudo, que merecem igual importncia, tanto que alguns autores consideram esses

    efeitos mais relevantes at que a prpria surdez ocupacional. Os provveis

  • 44

    distrbios no corpo humano, so difceis de serem medidos e comprovados

    cientificamente, principalmente os distrbios de ordem mental e emocional.

    No presente trabalho objetivamos estudar e conhecer os principais distrbios

    descritos na literatura, os quais, a exposio diria a nveis elevados de rudo

    provavelmente atua como fator causal ou agravante. Com a finalidade de

    complementar a discusso terica, realizamos uma pesquisa, junto aos

    trabalhadores de uma Empresa Metalrgica, expostos a nveis elevados de rudo,

    num perodo de no mnimo 8 horas dirias.

    Foi elaborado um questionrio, abordando alguns aspectos gerais da sade

    do trabalhador, tendo a proposta de verificar a ocorrncia de sintomas fsicos e

    psquicos, que possam sofrer a ao nociva do rudo, atravs da anlise qualitativa,

    detectamos as principais queixas citadas pelo grupo pesquisado, e comparamos

    com as alteraes mais descritas na literatura especializada.

  • 1 JUSTIFICATIVA

    Sabemos a importncia do bem estar fsico e mental, para um bom

    desempenho do indivduo, tanto nas suas atividades profissionais, como na sua vida

    social. Muitas medidas vem sendo tomadas no sentido de proporcionar melhores

    condies ocupacionais ao trabalhador, no entanto existem alguns aspectos que

    ainda no so reconhecidos e valorizados.

    Como vimos, o rudo como agente insalubre predominante na maioria das

    indstrias, tem seus comprometimentos pouco estudados na esfera psicofsica.

    Assim, propusemo-nos a pesquisar os distrbios e sintomas atribuveis ao

    rudo, que so ainda bastante discutidos por autores e estudiosos da rea, e no

    so aceitos pela Legislao Brasileira.

    Em nossa prtica, na audiologia ocupacional, freqentemente atendemos

    trabalhadores que relatam queixas no relacionadas a audio, as quais interferem

    de maneira prejudicial no seu dia-a-dia, e que podem estar sendo agravadas ou

    ocasionadas pela exposio diria a rudos de nveis elevados. Observamos que

    esses sintomas so tratados com teraputica medicamentosa sintomtica, quando

  • 66

    deveriam ser melhor estudados, para a tomada de medidas mais diretas, eliminando

    ou atenuando o fator causal ou agravante.

    Percebemos a necessidade de ter mais informaes e orientaes para dar

    aos trabalhadores, conscientizando-os de todos os danos desse agente agressivo, e

    da importncia do uso de equipamentos de proteo, visando a preveno de

    alteraes auditivas, orgnicas e comportamentais.

    Se torna fundamental, a realizao de estudos e pesquisas no sentido de

    contribuir no esclarecimento e confirmao de efeitos extra-auditivos do rudo no

    corpo humano. Aumentando as preocupaes e esforos na eliminao deste

    agente de risco, e contribuindo na adoo de medidas preventivas e curativas de

    proteo eficaz, que proporcione uma melhor qualidade de vida ao trabalhador.

  • 2 HIPTESES

    Acreditamos que atravs do trabalho terico e da pesquisa prtica,

    aprofundaremos nossos conhecimentos sobre os efeitos extra-auditivos do rudo no

    corpo humano, assim como, nos proporcionar dados e informaes sobre a sade

    geral do grupo de trabalhadores pesquisado, os quais devero condizer com a

    reviso terica encontrada. Atingindo a proposta de verificar e confirmar a ocorrncia

    de algumas alteraes fsicas e psicosociais, que estejam relacionadas direta ou

    indiretamente a exposio diria a nveis elevados de rudo. Reforando a

    necessidade do controle deste agente de risco, sob os pontos de vista econmico e

    mdico-legal.

  • 3 DISCUSSO TERICA

    3.1 Som

    Segundo Russo & Santos(1993), som uma modificao da presso que

    ocorre em meios elsticos, propagando-se em forma de ondas ou oscilaes

    mecnicas, longitudinais e tridimensionais. Resulta de um movimento vibratrio de

    partculas materiais, muitos corpos podem servir como fonte sonora, porm devem

    ter uma caracterstica vibrtil. Tambm, pode ser definido como a sensao

    produzida quando as vibraes longitudinais de molculas no ambiente externo

    atingem a membrana timpnica.

    O som apresenta trs caractersticas fundamentais, a frequncia, a

    amplitude, e o timbre, que uma caracterstica da fonte sonora.

    *Frequncia: refere-se ao nmero de ciclos que as partculas materiais

    realizam em um segundo, ou o nmero de vibraes por unidade de tempo,

    medida pela unidade chamada Hertz(Hz), refere-se a altura do som, e permite

    classific-lo em uma escala que varia de grave a agudo.

  • 9*Amplitude: pode ser definida como a energia que atravessa uma rea num

    intervalo de tempo, ou a fora exercida pelas partculas materiais sobre a superfcie

    na qual incidem. A amplitude relaciona-se intensidade sonora, sendo um dos

    processos fsicos utilizados na medida desta juntamente com a presso efetiva e a

    energia transportada pelo som, permite classificar o som em uma escala de fraco a

    forte.

    *Timbre: uma qualidade da fonte sonora, que nos permite diferenciar, por

    exemplo, a mesma nota musical emitida por instrumentos diferentes, atravs de

    diversas freqncias harmnicas de que se compem um determinado som

    complexo.

    3.2 Rudo

    Rudo refere-se as vibraes aperidicas, que no mantm relaes

    matemticas entre as freqncias, ou seja so dissonantes. um tipo de som de

    natureza esparsa, cujo espectro no exibe componentes de freqncias distintos.

    difcil definir com preciso o rudo, qualquer som pode molestar, ser desagradvel ou

    irritante quando o ouvinte se encontra mal preparado, fsica ou mentalmente.

    De acordo com a Norma ISO 2204/1973 (International Standard

    Organization), os rudos podem ser classificados segundo a variao do seu nvel de

  • 10

    intensidade com o tempo em: Rudo contnuo(com variaes de nveis desprezveis);

    Rudo intermitente(cujo nvel varia continuamente de um valor aprecivel); Rudo de

    impacto e de impulso(apresenta-se em picos de energia acstica de durao inferior

    a um segundo). ( Feldman & Grimes,1985)

    Russo & Santos (1993) tambm classificam atravs do espectro de

    freqncia como:

    - Rudo Branco: apresenta igual energia em todas as freqncias contidas

    no seu envelope de espectro na faixa de freqncia de 100-10000Hz.

    - Rudo Rosa: tambm chamado pink noise, concentra energia numa faixa

    de freqncia mais estreita, sendo definido como filtragem de rudo

    branco, sua energia est igualmente distribuda na faixa de freqncia de

    500-4000 Hz.

    - Rudo de Fala (Speech noise): ocorre a concentrao de energia na faixa

    de freqncias de 500-2000 Hz.

    - Rudo de Banda Estreita (narrow band): ocorre uma filtragem seletiva do

    rudo branco, com o uso de vrios filtros eletrnicos ativos, cada um dos

    quais deixando passar sua banda centrada na freqncia do tom teste.

  • 11

    3 EFEITOS EXTRA-AUDITIVOS DO RUDO

    A nocividade do excesso de rudo afeta o indivduo sob vrios aspectos, a

    nica doena especfica associada exposio a esse agente agressivo, a perda

    auditiva. A qual no abordaremos no presente trabalho.1

    Os distrbios atribudos exposio, vo depender de fatores como: a

    freqncia do rudo, a intensidade, a durao, e o ritmo, assim como o tempo de

    exposio, a suscetibilidade individual, e a atitude de cada indivduo frente ao som.

    Sons contnuos so menos traumatizantes que os sons interrompidos, isto

    porque num rudo contnuo o primeiro impacto sonoro recebido sem proteo, mas

    os outros so atenuados pelo mecanismo de proteo, no entanto em rudos

    interrompidos, os impactos no tem atenuao, j que entre um som e outro h

    tempo do mecanismo de proteo relaxar-se.

    Alguns autores referem que sons contnuos, que no tenham significado

    especial de espcie alguma, no apresentam interferncia na produtividade at o

    nvel de 90dB, porm nem todos concordam com tal afirmao.

    1 Sugerimos ler Nudelmann, A.; Costa, E.; Seligman, J.; Ibaes,R.N. PAIR. Porto Alegre, Bagaggem Comunicao, 1997.P.297

  • 12

    Colleoni e cols (1981), comentam que na faixa de freqncias baixas,

    iniciando-se com as freqncias infra-snicas (abaixo de 16Hz), os efeitos do rudo

    no so auditivos, e dentre eles esto enjos, vmitos, tonturas, etc. medida que a

    freqncia aumenta, os efeitos so diferentes e podemos encontrar alteraes na

    ateno e concentrao mental, no ritmo respiratrio, ritmo cardaco, aumento da

    irritabilidade, perda de apetite e estados pr-neurticos.

    Segundo Alexandry (1982), existe uma relao entre a intensidade do rudo

    e os efeitos subjetivos. O som, de acordo com sua intensidade, pode apresentar

    respostas somticas (vasoconstrio perifrica, hiporritimia ventilativa), qumica

    (secreo de substncias glandulares que produzem trocas qumicas na composio

    do sangue, urina, e suco gstrico), e psicolgicas ( interferncia no sono, tenso,

    irritabilidade e nervosismo).

    Fiorini e cols(1991), afirmam que o rudo pode perturbar o trabalho, o

    descanso, o sono, e a comunicao nos seres humanos; pode prejudicar a audio

    e causar ou provocar reaes psicolgicas e fisiolgicas.

    Kitamura & Costa(1995), descrevem que a exposio rudos elevados,

    produz efeitos no auditivos, por via polineural, no especfica atravs das conexes

    colaterais na substncia reticular do tronco cerebral.

  • 13

    Algumas teorias citam que o estmulo auditivo antes de atingir ao crtex

    cerebral, passa por inmeras estaes subcorticais em particular das funes

    vegetativas, o que explica os efeitos extra-auditivos do rudo.

    Acredita-se que o rudo pode afetar outros rgos do corpo humano por

    meio de um mecanismo indireto, ativando ou inibindo o sistema nervoso central e

    perifrico.

    Principais distrbios:

    Distrbios de Comunicao

    Nos ambientes barulhentos, a comunicao verbal torna-se impossvel,

    sendo difcil dar avisos e informaes de perigo iminente a trabalhadores da rea,

    aumentando a probabilidade de erros e acidentes ocupacionais.

    Rudos elevados podem causar transtornos de comunicao, como o

    mascaramento da voz, prejudicando a compreenso da fala, principalmente se o

    indivduo tiver deficincia auditiva, o que tornar mais difcil o reconhecimento da

    fala. Consequentemente o indivduo tende ao isolamento social, j que no

    consegue mais participar efetivamente a conversao, trazendo dificuldades de

    interao, tanto no meio familiar como no seu ambiente profissional.

    Em alguns casos, podem ocorrer situaes que devido ao excesso de rudo

    no local de trabalho, associado a perdas auditivas, o trabalhador tem a necessidade

  • 14

    de utilizar uma intensidade vocal mais forte que a habitual, para ser ouvido pelos

    colegas, provocando um esforo maior e uma tenso ao falar, havendo uma

    sobrecarga no trato vocal, podendo ocasionar leses e alteraes vocais.

    Distrbios do Sono

    Vrios autores estudam a influncia negativa do rudo sobre o sono, o qual

    torna mais superficial. A maioria deles confirma a presena de alteraes do sono.

    Segundo Seligman(1993), pesquisas eletroencefalogrficos apresentam

    alteraes, demonstrando que rudos, mesmo de fraca intensidade, provocam o

    chamado complexo K, ou seja, a passagem temporria de um estado de sono

    profundo para outro mais leve. Sabe-se tambm que o barulho perturba o sono

    REM, sem acordar o indivduo, mas causando irritabilidade, cansao e dificuldade de

    concentrao.

    Como o rudo tem interferncia direta na qualidade do sono, vai agir

    indiretamente nos efeitos no dia-a-dia do trabalhador, incontestvel a importncia

    de uma noite bem dormida, para o bom desempenho do indivduo em suas tarefas,

    principalmente as que exijam concentrao e habilidade, refletindo num melhor

    rendimento no seu trabalho e na sua vida social.

    Seligman(1997), afirma que rudos escutados durante o dia podem

    atrapalhar o sono de horas aps, os pacientes reclamam de dificuldade para iniciar o

  • 15

    adormecimento, de insnias, e de despertares freqentes, o que determina cansao

    no dia seguinte.

    Um trabalho citado por Quick & Lapertosa(1981), realizado na Alemanha,

    entre msicos de vrias orquestras de msica moderna, mostra queixas como

    pesadelos ou de continuarem a ouvir msica durante o sono, 33% do grupo

    pesquisado citaram distrbios do sono.

    Distrbios Vestibulares

    Seligman(1997), relata que durante a exposio ao rudo e mesmo depois

    dela, muitos pacientes apresentam distrbios tipicamente vestibulares, descritos

    como: vertigens, acompanhadas ou no por nuseas, vmitos e suores frios,

    dificuldades no equilbrio e na marcha, nistagmos, desmaios, e dilatao de pupilas.

    Em experincias realizadas o nvel mnimo de rudo que causou dilatao na

    pupila foi de 75 dB. ( Joachim, 1996).

    Quick & Lapertosa (1981), descrevem casos em que foram demonstradas

    experimentalmente, as influncias do estmulo sonoro sobre a viso, manifestando-

    se por dilatao das pupilas, motilidade e tremores nas mos.

  • 16

    Distrbios Comportamentais

    So relatados pela maioria dos autores, uma extensa srie de sintomas

    comportamentais. So eles: mudanas na conduta e no humor; falta de ateno e

    concentrao; inapetncia; cefalia; reduo da potncia sexual; ansiedade;

    depresso; cansao; fadiga e estresse. Acredita-se que estes sintomas podem

    aparecer isolados ou mesmo juntamente.

    Gerges(1995), acrescenta ainda: nervosismo, fadiga mental, frustrao,

    irritabilidade, mau ajustamento em situaes novas, e conflitos sociais entre

    operrios expostos ao rudo.

    Alguns psiquiatras e psiclogos crem que nveis extremamente fortes de

    rudo podem desencadear agressividade e violncia. Afirmam que pessoas expostas

    ao rudo prolongado mostram maior sensibilidade e propenso para envolver-se em

    situaes de brigas e discusses. O homem que retorna ao lar, aps um dia em

    ambiente ruidoso, tende a irritar-se com maior facilidade.

    Como vimos, fato inconteste que os fatores individuais tm importncia

    muito acentuada, alguns indivduos so mais suscetveis que outros, os efeitos

    relacionam-se diretamente com a reao individual, algumas pessoas tem uma

    tolerncia maior a sons fortes.

  • 17

    Uma pesquisa citada por Quick & Lapertosa(1981), realizada com msicos

    de vrias orquestras de msica moderna, aps ensaios repetidos, durante certo

    perodo, mostraram as seguintes queixas:

    Nervosismo: 83%

    Tendncia agressiva: 39%

    Cefalia: 29%

    Cansao e desnimo: 21%

    Distrbios Digestivos

    A maioria dos estudos afirmam a presena de alteraes digestivas

    atribudas a ao nociva do rudo ocupacional. Descritas como: diarrias, priso de

    ventre, nuseas.

    De acordo com Gomez (1983), foi observados em alguns casos diminuio

    do peristaltismo e da secreo gstrica, com aumento da acidez, seguidos de

    enjos, perda de apetite, dores epigstricas, gastrites e lceras.

    Joachim(1983), descreve que embora no tenha sido totalmente evidenciado

    em experincias, alguns indivduos apresentaram motilidade gastrintestinal

    aumentada quando expostos a nveis de rudos elevados.

    Distrbios Neurolgicos

    Costa(1994), refere algumas provveis alteraes como resposta a ao do

    rudo, que manifestam-se como: o aparecimento de tremores nas mos, reduo da

  • 18

    reao aos estmulos visuais, dilatao das pupilas, motilidade e tremores dos olhos,

    mudana na percepo visual das cores e desencadeamento ou piora de crises de

    epilepsia.

    So relatadas tambm influncias no sistema nervoso central, inclusive

    alteraes das ondas alfa no eletroencefalograma e aumento da presso do lquor

    raquidiano.

    Estudos mostraram que nveis de rudo superior a 93dB, interferem entre os

    sensores ptico e tico, fazendo com que o operrio no distinga as cores de

    maneira adequada, quando o nvel de rudo reduz para 80-85 dB, a sensibilidade

    passa a ser igual para todas as cores. (Colleoni & Cols, 1981).

    Distrbios Cardiovasculares

    Encontramos vrias pesquisas realizadas com a finalidade de comprovar a

    relao entre algumas alteraes cardiovasculares e a exposio a rudo, no

    entanto, existem ainda discordncias quanto a influncia nociva no sistema

    cardiovascular do indivduo, vrios autores confirmam a presena desta alterao,

    outros no concordam.

    Quik & Lapertosa(1981), referem estudos que descrevem a acelerao

    cardaca provocada pelo rudo , inclusive em corao de fetos, a reduo do volume

    circulatrio, e a alterao em seu fluxo, a vasoconstrio perifrica, o aumento da

    viscosidade do sangue, hipertenso arterial, e a ao do rudo sobre a gestao,

  • 19

    alterando a posio do feto e dificultando o trabalho de parto, entre outros. Relatam

    ainda alteraes da crase sangnea, a eosinopenia e linfopenia, atribuveis ao

    rudo.

    Para Gerges(1995), um longo perodo de tempo de exposio a rudo pode

    causar uma sobrecarga no corao.

    Marlan & Cls.(1981) e Andr & Cols.(1980), observaram que em animais, um

    aumento agudo da presso arterial associado ao aumento da resistncia vascular

    perifrica, ocorre com a exposio ao rudo, podendo tornar-se uma alterao

    permanente. Sugerindo ser o rudo um dos vrios estmulos externos que propiciam

    o desenvolvimento da hipertenso arterial no ser humano.

    Harlan (1981), acredita que podem ocorrer respostas cardiovasculares

    semelhantes s que ocorrem no estresse agudo, com o aumento de presso arterial

    e alteraes hormonais e bioqumicas(aumento da excreo da cotecolaminas e

    aumento de nveis plasmticos de colesterol, triglicrides, cidos graxos livres).

    Segundo Johnsson & Hansson(1977), um mecanismo tambm citado como

    envolvido na gnese da hipertenso arterial induzida pelo rudo, o de que este

    elemento pode provocar uma variao da presso arterial, atravs de uma

    adaptao estrutural dos vasos sangneos, em resposta aos repetidos picos de

    variao da presso arterial.

  • 20

    No entanto, alguns autores encontraram resultados contrrios, como Lees &

    Roberts(1979) e Delin(1984). Tambm Santana & Barberino(1994), realizaram um

    estudo sobre a hiptese da relao rudo-hipertenso arterial, utilizaram um grupo de

    276 pacientes, abordando dois aspectos: histria referida de exposio ao rudo, e

    diagnstico de disacusia ocupacional. A hipertenso arterial foi definida de acordo

    com os critrios da OMS, incluindo-se tambm referncia e tratamento anti-

    hipertensivo. Constataram atravs da anlise estratificada e da modelagem logstica

    no condicional dos dados obtidos, que a hiptese no foi comprovada, pois no se

    encontrou diferenas entre a presso sistlica ou diastlica ou entre as propores

    de hipertenso entre indivduos expostos e no expostos.

    Distrbios Hormonais

    Costa(1994), acredita que os chamados hormnios do estresse, que tm

    sua produo alterada quando o portador passa por tenses, podem manifestar-se

    tambm em ambientes com nveis elevados de rudo. Dessa forma, resultar em um

    aumento dos ndices de adrenalina e cortizol plasmtico, com possibilidade de

    desencadeamento de diabetes e aumento da prolactina, com reflexos na esfera

    sexual.

    Para Joachim(1983), os efeitos fisiolgicos do rudo a longo prazo so

    principalmente aquelas respostas produzidas por meio de substncias

    (coletivamente conhecidas por hormnios) liberadas por algum tecido secretor

    (glndula endcrina) na corrente sangnea, os hormnios so capazes de produzir

    reaes em rgos e tecidos muito afastados do seu ponto de produo.

  • 21

    Distrbios Circulatrios

    So relatadas pela maioria dos estudiosos alteraes circulatrias, o rudo

    age diretamente sobre o aparelho circulatrio, produzindo vaso constrio, sendo

    descrito tambm mudanas no ritmo da pulsao, aumento da viscosidadedo

    sangue, e m oxigenao das clulas, podendo ocorrer problemas a nvel tecidual.

    - Alteraes nos Reflexos Respiratrios

    Joachim(1983), descreve modificaes dos movimentos rtmicos normais e

    essenciais dos msculos relacionados respirao. O mecanismo total um

    sofisticado sistema de controle projetado para regular o contedo gasoso do sangue,

    incluindo a presso parcial de CO2 e O2 gasosos e para estabilizar vrios aspectos

    da qumica do sangue.

    Alteraes na Concentrao e Habilidade

    O rudo como um som indesejvel, apresenta a caracterstica de irritar e,

    com isso, diminuir a capacidade de concentrao mental, afetando o desempenho

    na habilidade de realizar algumas tarefas, assim trabalhadores que utilizam

    habilidades manuais, por exemplo, podem ser muito prejudicados, tendo em vista

    que sua capacidade est diminuda, aumentando a probabilidade de erros e

    acidentes ocupacionais, e comprometendo a execuo de tarefas que exijam

    ateno e concentrao mental.

  • 22

    Alteraes no Rendimento de Trabalho

    Como vimos, a exposio a nveis elevados de rudo por um perodo de

    tempo interfere na concentrao e nas habilidades, tendo como conseqncia a

    reduo da performance e do rendimento de trabalho, o indivduo fadiga mais

    rpido, apresentando cansao, prejudicando o desempenho de suas atividades.

    Estudos demonstraram que o excesso de rudo, no elemento humano, altera

    a condutividade eltrica no crebro, alm de provocar uma queda na atividade

    motora em geral.

    Alguns autores acreditam que os nveis elevados, embora no influenciem a

    produo como um todo, originam uma variao na produtividade. Observou-se que,

    aps uma pausa exposio ao barulho, h um aumento da produtividade.

    Costa & Kitamura(1995), pesquisaram outros efeitos extra-auditivos que so:

    - Elevao do nvel de vigilncia;

    - Aumento do tnus muscular e ausncia de relaxamento ao repouso;

    - Reao sobre o sistema lmbico, com repercusses afetivas e sociais;

    - Perturbao do equilbrio hormonal e neurovegetativo pelas relaes com

    o hipotlamo.

    Gomes(1983), estudou um grupo de pesquisadores da rea de prensas de

    uma indstria automobilstica de SP, com o objetivo de conhecer suas condies de

    trabalho e de sade, os problemas de sade mais referidos foram:

  • 23

    *distrbios osteomusculoarticulares;

    *distrbios nervosos;

    *irritao dos olhos e da garganta;

    *dores ou queimao no estmago;

    *zumbido;

    *gripes freqentes:

    *dificuldades de audio;

    Baseado nos dados obtidos na pesquisa terica, realizamos um

    levantamento das principais alteraes fsicas e psicosociais atribudas a exposio

    a nveis elevados de rudo, e elaboramos um questionrio visando conhecer as

    condies de sade do grupo de trabalhadores em estudo.

  • 4 ANLISE DOS RESULTADOS

    4.1 Metodologia

    A pesquisa foi realizada, em uma Empresa de grande porte no ramo da

    Metalurgia, localizada na grande Porto Alegre, RS.

    Elaboramos um questionrio(anexo) objetivo, de mltipla escolha, com

    perguntas relacionadas histria ocupacional de exposio ao rudo, e dados sobre

    o estado geral de sade do trabalhador. Foi solicitado, que respondessem de forma

    mais sincera possvel, no precisando identificao .

    Foram entregues 300 questionrios, ao encarregado da enfermaria, o qual

    distribuiu aos funcionrios, independente de sexo, idade, e raa.

    Dos 300 questionrios distribudos, por motivos que independem de ns,

    tivemos a devolutiva de 131 questionrios, respondidos de forma adequada, a

    maioria do sexo masculino, com idade mdia de 35 anos, expostos a nveis de rudo

    que variam de 85dB-109dB, numa carga horria nunca inferior a 8 horas dirias.

  • 25

    25

    4.2 Resultados

    Os questionrios foram propostos e analisados com o objetivo de verificar o

    maior ndice de ocorrncia de problemas de sade apontados pelo grupo

    pesquisado. Como trata-se de uma pesquisa subjetiva, no podemos deixar de

    questionar a total fidedignidade das respostas apresentadas, porm no cabe a ns

    este julgamento.

    Entre as respostas mostradas, ressaltamos o grande nmero de

    trabalhadores, do grupo pesquisado, que referiu um ou mais sintomas de ordem

    psicolgica e emocional.

    Obtivemos 77% de respostas afirmativas, na questo que aborda a

    existncia de algum sintoma comportamental. Foram citados:

    *Cansao/Estresse - 60%

    *Irritao - 36%

    *Ansiedade - 35%

    *Nervosismo - 27%

    *Falta de concentrao - 19%

    *Depresso - 15%

    *Falta de ateno - 6%

  • 26

    26

    Os dados acima evidenciam a presena de distrbios comportamentais no

    grupo em estudo, reforando os achados tericos que descrevem tais alteraes,

    como conseqncia da exposio a rudos excessivos. Como afirma Quick &

    Lapertosa(1981), o rudo atua como um estress, provocando manifestaes

    neurovegetativas e psicosomticas.

    No que refere-se a problemas digestivos, encontramos um nmero bastante

    significativo de respostas positivas, 46% dos trabalhadores pesquisados apresentam

    algum tipo de problema no sistema gastrointestinal. Entre os sintomas mais citados

    encontramos: queimao no estmago e priso de ventre. Estes dados esto de

    acordo com a maioria das pesquisas estudadas, como confirma Stephens e Rood

    (1978), o rudo pode diminuir as atividades do trato digestivo sendo que, em alguns

    casos, pode levar a um aumento das secrees estomacais.

    Encontramos na literatura, vrias teses que afirmam e tentam explicar a

    ao do rudo sobre o sistema cardiovascular. Em nossa pesquisa verificamos um

    nmero pouco significativo de respostas afirmativas a este distrbio. Apenas 4% do

    grupo estudado relatou problemas cardacos. Acreditamos ser questionvel tais

    respostas, tendo em vista, a dificuldade de detectar tal alterao.

    Na questo que aborda os distrbios de comunicao, destacamos para a

    diferena de respostas, mostrada nas duas situaes colocadas: em casa e no

    trabalho. Obtivemos as seguintes respostas:

  • 27

    27

    *Dificuldade para entender o que as pessoas falam em casa - 12%

    *Dificuldade para entender o que as pessoas falam no trabalho 24%

    Os dados acima indicam a interferncia negativa do rudo para a

    comunicao, no ambiente profissional, o que pode aumentar a probabilidade de

    acidentes de trabalho, que poderiam ser evitados.

    Outro dado verificado refere-se ao alto ndice de queixas relacionadas a

    algum tipo de desconforto muscular, que pode estar associada, mesmo que

    indiretamente, ao rudo. Observamos que 68% dos trabalhadores pesquisados

    apresentam dores musculares com freqncia, fato tambm descrito na literatura.

    Com relao intolerncia a sons intensos, observamos 80% de respostas

    afirmativas na pergunta se o trabalhador sente-se incomodado com barulhos fortes.

    Mostrando que o rudo, como som desagradvel, tem a caracterstica de incomodar

    e conseqentemente, alterar comportamentos e atitudes do indivduo.

    Quanto a questo referente ao sono, 19% do grupo pesquisado apresenta

    problemas para dormir, evidenciando que o rudo age sob vrias formas no sono, e

    reforando a afirmao de Seligman (1997): Sabe-se que rudos escutados durante

    o dia podem atrapalhar o sono de horas aps. Os pacientes reclamam de insnia, de

    dificuldade para iniciar o adormecimento e de despertares freqentes.

  • 5 CONSIDERAES FINAIS

    O trabalho teve como objetivo o estudo e pesquisa de distrbios extra-

    auditivos, atribudos ou agravados pela exposio a nveis elevados de rudo no

    meio ocupacional.

    Foi realizada uma pesquisa, junto aos trabalhadores de uma Empresa

    Metalrgica de grande porte, expostos a nveis de rudo que variam de 85dB-109dB,

    num perodo mnimo de oito horas dirias, atravs de um questionrio, com vrios

    itens referentes as suas condies de sade fsica e psicolgica.

    Aps respondidos, os analisamos de forma qualitativa, com a finalidade de

    verificar a ocorrncia de alteraes citadas pelos trabalhadores, e junto a bibliografia

    especializada estabelecer concordncias.

    A medida que os questionrios foram lidos, percebemos a riqueza de

    informaes obtidas, com a certeza de que ainda temos dados a serem analisados,

    o que resultaria em contedo para um prximo trabalho.

  • 29

    29

    No grupo pesquisado, constatamos a presena significativa de algumas

    alteraes de ordem orgnica e psicolgica, como os distrbios de comunicao,

    principalmente no meio ocupacional, problemas digestivos, alteraes no sono,

    intolerncia a sons fortes, e dores musculares, as quais podem estar sendo

    provocadas ou acentuadas pela ao nociva do excesso de rudo.

    Ressaltamos para o grande nmero de trabalhadores que citou distrbios

    comportamentais, o que mostra a urgncia de medidas preventivas e de eliminao

    desse agente de risco, assim como, uma proteo eficaz ao trabalhador, visando

    seu bem estar fsico e mental.

    O trabalhador deve ter conhecimento e informaes sobre os efeitos nocivos

    do rudo no corpo humano, o que proporcionar uma maior concientizao da

    importncia do uso de equipamentos de proteo individual que visam tanto a

    preveno de danos na sua audio, como alteraes fsicas, comportamentais e

    sociais.

    Percebemos no decorrer do trabalho, a dificuldade em associar os efeitos

    extra-auditivos, a exposio de rudo de nveis elevados, tendo em vista, que no

    existem mtodos para comprovar tais efeitos, fato esse, que nos leva a crer na

    importncia de pesquisas nesta rea, favorecendo o reconhecimento e valorizao

    dos aspectos extra-auditivos do rudo, por parte dos rgos responsveis pela sade

    pblica.

  • 30

    30

    A realizao do trabalho, tambm nos fez refletir sobre a problemtica dos

    efeitos do rudo no corpo humano, a qual deve ser vista no somente no meio

    industrial, mas na comunidade em geral, servindo como alerta para todas as

    pessoas, principalmente moradores das grandes cidades, onde observa-se cada vez

    mais o aumento da poluio sonora.

  • 31

    31

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    1 ALEXANDRY, G.F. O problema do rudo industrial e seu controle . SoPaulo, Fundacentro, 1978. 123p.

    2 COLLEONI, N. e outros. Rudos industriais, perturbaes auditivas e suaprofilaxia. Revista brasileira de sade ocupacional. 36. 77-80, 1981.

    3 COSTA, E.A. & KITAMURA, S. rgo do sentido - Audio. In: MENDES.Patologia do Trabalho. So Paulo, Atheneu, 1995. 365p.

    4 COSTA, F.C.; CARMO j.C.; SETTINI, M.M.;SANTOS, P.U. Programa desade dos trabalhadores. A experincia da zona norte: uma alternativaem sade pblica. So Paulo, Ed.Hutec,1989.

    5 COSTA, V.H.C. O rudo e suas interferncias na sade e no trabalho. Revistada Sobrac., 13.41-60,1994.

    6 FELDMAN, S. & GRIMES, C.T. Hearing conservation in industry. Baltimore,1985.

    7 FIORINI, A.C.; SILVA, S.; BEVILAQUA, M.C. Rudo, comunicao e outrasalteraes. SOS: Sade Ocupacional e Segurana.26.49-60,1991.

    8 GERGES,Y.N. Rudo- Fundamentos e controle. Florianpolis, Atheneu, 1992.98p.

    9 GERGES, N.Y.S. Efeitos do Rudo e das vibraes no homem emproteo. Porto Alegre, MPF Publicaes Ltda, 1997. 65p.

    10 GOMES, J.R.; CANDEIAS, N.M.; PRIMO, B.; PEREIRE, T.; RISSO, M.Condies de trabalho e de sade de um grupo de trabalhadores da reade prensas. Sade Pblica.,65.32-46, 1983.

    11 JOACHIM,E. Poluio sonora industrial: rudos gerados por vlvulas decontrole, suas causas e solues. Revista brasileira de sadeocupacional. 71. 31-7, 1983.

    12 NUDELMANN, ALBERTO E OUTROS. PAIR: Perda Auditiva Induzida peloRudo. Porto Alegre, Bagaggem Comunicao,1997. 297p.

  • 32

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    13 QUICK, C.T.& LAPERTOSA, B.J. Contribuio ao estudo das alteraesauditivas e de ordem neuro-vegetativas atribuveis ao rudo. Revistabrasileira de sade ocupacional. 36. 50-6, 1981.

    14 RUSSO, I.C.P. & SANTOS, T.M.M. A prtica de audiologia clnica. SoPaulo, Cortez, 1993. 253p.

    15 SANTANA,V.;BARBERINO,J.L. Exposio ocupcional ao rudo e hipertensoarterial. Sade Pblica.,29.6-12,1995.

    16 SANTOS, U.P. Rudo: riscos e preveno. So Paulo, Hucitec,1994. 96p.

    17 SELIGMAN, J. Efeitos no auditivos e aspectos psicosociais no indivduosubmetido a rudo intenso. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia.,59.9-257,1993.

    18 VIEIRA, I.S. Medicina bsica do trabalho. Curitiba, Genesis,1995. 87p.

  • ANEXO