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Somos Pastoral da Juventude organizada dentro da Igreja ... · de evangelização da Pastoral da Juventude no Brasil, colaborando para o fortalecimento da identidade desta Pastoral

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  • Somos Pastoral da Juventude organizada dentro da Igreja Catlica, no Brasil,

    com linha e metodologia prpria, aberta ao novo e com acolhimento dos anseios

    da juventude, garantindo o seu protagonismo, evangelizando de forma

    inculturada na realidade em que vivemos.

    Somos jovens felizes, apaixonados, ternos e motivados pela f. Encaramos a

    vida com potencial criativo muito grande, valorizando a arte (dana, poesia,

    msica...), o lazer, o corpo, o smbolo, a cultura, com ardor, sonhos e amor pela

    causa do Reino de Deus.

    Somos jovens das diversas realidades regionais do pas, na maioria

    empobrecida e, a exemplo de Jesus Cristo e da Igreja da Amrica Latina,

    fazemos opo pelos pobres e jovens. Encontramo-nos em grupos para

    partilhar e celebrar a vida, as lutas, os sofrimentos e cultivar a amizade

    baseada em uma formao integral e mstica prprias.

  • Este livro, ou parte dele, pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorizao escrita da autora desde que mantida a referncia e respeitados os direitos de autoria e edio de acordo com as Leis Brasileiras.

    A equipe editorial dessa publicao da Pastoral da Juventude, por questes estilsticas e para faci-litar a leitura, no diferenciou os gneros masculino e feminino ao longo do texto. A PJ, no entanto, ratifica o seu compromisso e respeito a ambos os gneros.

    Tiragem: 20 mil exemplares

    [email protected]@pjnacional

    P293 Pastoral da Juventude: um jeito de ser e fazer: somos Igreja jovem Pastoral da Juventude; organizado por Joaquim Alberto Andrade Silva; Luis Duarte Vieira e Roberta Agustinho da Silva. Braslia, DF: PJ, 2012., 180 p. : il.; color. 1. Pastoral da Juventude. 2. Evangelizao. 3. Formao religiosa. 4. Juventude. CDU: 266(81) (091)

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    Este subsdio de estudo dedicado a todos que ousam sonhar com a Civilizao do Amor,

    levando perfume de esperana para a vida de tantos jovens.

  • Coordenao Nacional da PJAlexandre Pierolvaro Pereira JniorCarlos Alberto Marinho de Arajo SoutoClaudinei Aparecido de LimaCristina Pereira da SilvaDeisy Rocha FariasEdilson da Silva GondimElayne Cristina dos Santos CardosoFelipe da Silva Freitas Gabriel da Silva JasteJlio Csar Fernandes Costa Marcelo Lrio da SilvaPaula Cervelin GrassiRobrio Arajo de CarvalhoSandra Pereira FigueiredoSilvana Alves SilvaThiago da Silva SilveiraUilian Pizzoloto DalpiazWalkes Jacques Vargas

    Secretaria Nacional da PJFrancisco Antonio Crisstomo de Oliveira

    Comisso Nacional de Assessores da PJAlessandra Miranda de SouzaPe. Edson Andr Cunha ThomassimJoaquim Alberto Andrade SilvaIr. Joilson de Souza ToledoIr. Maria de Oliveira CoutoPe. Wander Torres Costa

    Organizao da publicaoJoaquim Alberto Andrade SilvaLuis Duarte VieiraRoberta Agustinho da Silva

    ColaboraoAdriano De Martiningela Maria Ferreira da SilvaCarmem Lcia TeixeiraElis Souza dos SantosJonatas Vicente Bezerra JniorRenata Miranda MendesRenato Barbosa da Silva

    RevisoPe. Hilrio Henrique DickJoaquim Alberto Andrade SilvaLuis Duarte VieiraPe. Maicon Andr MalacarneRaquel Pulita Andrade SilvaRoberta Agustinho da Silva

    Projeto grfico e diagramaoCaselato Comunicao www.caselato.com.br

    ImagensAcervo dos regionais da Pastoral da Juventude e da Rede Brasileira de Centros e Institutos de Juventude

    ImpressoEditora FTD www.ftd.com.br

  • SUMRIOApresentao .................................................................................................................................. 07 Pastoral da Juventude: uma histria tecida com muitas mos e feita em mutiro ................ 09Do que estamos falando ................................................................................................................ 12Quem somos ns, Pastoral da Juventude? .................................................................................. 16Identidade visual ............................................................................................................................ 20Memriada caminhada da Pastoral da Juventude ..................................................................... 26Para onde caminhamos .................................................................................................................. 32Nossa misso e chamado ............................................................................................................... 36Na construo do Reino ................................................................................................................. 40Princpios da Pastoral da Juventude ............................................................................................ 44Espiritualidade que alimenta a caminhada .................................................................................. 48Processos que educam na f ......................................................................................................... 52Dimenses da formao integral .................................................................................................. 56Um projeto de vida a seguir........................................................................................................... 60Nosso jeito de fazer pastoral ........................................................................................................ 64Eixos que norteiam o nosso fazer ................................................................................................. 68Transformando o mundo: Projetos nacionais .............................................................................. 72

    Formao de lideranas e assessores: caminhos de esperana ...............................................76Mstica e construo .......................................................................................................................84A juventude quer viver ................................................................................................................... 92Teias da comunicao .................................................................................................................. 100Ajuri conhecendo a realidade indgena, quilombola, ribeirinha e rural............................ 108Tecendo relaes .......................................................................................................................... 114Responsabilidades, recursos e avaliao .................................................................................. 123

    Como nos organizamos e articulamos ........................................................................................ 124Concluses .................................................................................................................................... 148Anexos ........................................................................................................................................... 152

    Atividades permanentes ..................................................................................................... 154Projeto de Revitalizao da Pastoral Juvenil na Amrica Latina ....................................... 157Civilizao do Amor: Projeto e Misso ................................................................................ 160Referncias Bibliogrficas ................................................................................................ 166

    Dicas de sites ................................................................................................................................. 170Siglas e abreviaturas .................................................................................................................... 170

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    O meu desejo a vida do meu povo.

    (Est 7,3)

    Com grande alegria apresentamos Pastoral da Juventude: um jeito de ser e fazer - SOMOS IGREJA JOVEM. A publicao fruto de muitas mos. Trata-se de uma contribuio para o processo de evangelizao da Pastoral da Juventude no Brasil, colaborando para o fortalecimento da identidade desta Pastoral junto aos jovens que, organizados pela imensidade de nosso Brasil, esto nos grupos de jovens, nas coordenaes paroquiais, diocesanas, regionais e nacionais, acompanhados pelos assesso-res, na tarefa do caminho que se constri conjuntamente.

    A realizao dessa publicao envolveu um minucioso trabalho de escuta, com a preocupao de oferecer um fruto que reflita a pluralidade de jovens das diferentes regies do Brasil, apresentando o que os marca e os une como PJ, com destaque para a identidade, por meio da memria espalhada no caminho, tendo como horizonte o Reino, ao mesmo tempo lugar de ida, de chegada e de realizao da vida plena.

    O processo histrico vivido pela Pastoral da Juventude movido pela fora do protagonismo juvenil que se organiza em torno da vida em grupo, em resposta s ausncias e possibilidades de viver uma formao integral, por intermdio do seguimento de Jesus de Nazar, contribuindo na construo de um projeto de sociedade que tenha como base a defesa da vida da juventude e de toda a sociedade em seu sentido mais pleno.

    Tendo como eixo um jeito de ser e fazer e, como estribilho, SOMOS IGREJA JOVEM, colocamos muita esperana neste instrumento. Ele, na sua razo de construo, sempre pautou a importncia da articulao da caminhada pastoral como ao pedaggica, que se constitui com e para os jovens que procuram ser a Igreja da Boa-Nova e das utopias, lugar da realizao do sonho de Deus e do projeto de Reino para a humanidade.

    APRESENTAO

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    Alm de tudo isso, essa publicao carrega em si um momento e uma poca no percurso da caminhada da Pastoral da Juventude rumo construo do Reino de Deus, uma pastoral movida pelo compromisso histrico com os jovens empobrecidos, sujeitos da novidade e dos direitos.

    Convocamos a cada um de vocs para que sejam multiplicadores da Boa-Nova e desse material jun-to aos jovens, tratando-o como subsdio de estudo, contribuindo na formao dos jovens dos grupos e no processo a ser vivido at a Ampliada de 2014. Sigamos juntos, na fidelidade ao projeto de Jesus, construindo sempre nossa histria com muitas mos e em mutiro.

    Saudaes no Divino que faz morada na juventude!

    8 de dezembro de 2011Solenidade da Imaculada Conceio de Nossa Senhora

    Coordenao Nacional da Pastoral da JuventudeComisso Nacional de Assessores da Pastoral da Juventude

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    A histria da Pastoral da Juventude tecida com muitas mos e feita em mutiro por milhares de jovens, assessores, religiosos, religiosas, padres, bispos, leigos e leigas em todos os cantos de nosso querido e amado Brasil.

    Este subsdio de estudo que com grande alegria entregamos a cada um e cada uma de vocs tam-bm um esforo coletivo de muitas mos. Agora convidamos que colaborem na sistematizao da cami-nhada da PJ, por meio deste subsdio.

    Pastoral da Juventude: uma histria tecida com muitas mos e feita em mutiro

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    Em janeiro de 2014, a PJ no Brasil realizar mais uma Ampliada Nacional, tempo de avaliar e planejar a caminhada. Tambm ser momento de revisitar este subsdio, mas no queremos faz-lo apenas com os delegados que estiverem presentes. Desejamos que todos os envolvidos no processo de evangeliza-o juvenil possam contribuir com este material, sejam eles jovens ou assessores, leigos, leigas, bispos, padres ou religiosos, pertencentes a coordenaes e assessorias regionais, diocesanas, paroquias ou co-munitrias, Congregaes Religiosas, Centros e Institutos de Juventude, Pastorais Sociais, Movimentos eclesiais Juvenis e outras organizaes ou expresses juvenis.

    nesse sentido que todos esto convidados a enviar contribuies, sugestes e revises ao material que agora entregamos a vocs. Convidamos todos a criar momentos de estu-do para debater o contedo que est em nossas mos e enviar suas contribuies ao e-mail [email protected].

    Nesse caminho de preparao Ampliada Nacional da PJ em 2014 e de estudo deste subsdio, alm de receber as contribuies no e-mail, tam-bm teremos outros passos de avaliao e anlise. Portanto, iremos disponibilizar no site da PJ (www.pj.org.br) formulrios para o envio de contribuies, a partir de fevereiro de 2012.

    Nosso desejo que, ao fim da Ampliada, tenhamos um material construdo com a ajuda de todos que acreditam na proposta da PJ e que assumem a vida da juventude como causa. Sigamos juntos, construindo essa histria da PJ com muitas mos e em mutiro.

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    DO QUE ESTAMOS FALANDO

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    O desafio para o jovem assim como para todos os

    que aceitam Jesus como caminho escutar a voz de Cristo

    em meio a tantas outras vozes.

    (Doc. 85 CNBB)

    Com o desejo de registrar e sistematizar a caminhada da Pastoral da Juventude (PJ) que organiza-mos este subsdio de estudo. Sabemos que ele no o fim, mas parte da travessia que estamos fazendo e construindo. Este subsdio serve, alm de reunir as reflexes acumuladas durante alguns anos, para ser luz no caminho que est sendo desenvolvido pelas coordenaes, lideranas e assessores. Nesse sentido, as Diretrizes Gerais da Ao Evangelizadora da Igreja no Brasil (2011-2015), nos chamam a ateno para

    A beleza da juventude e os inmeros desafios para a plenitude de sua vida exigem urgentes inicia-

    tivas pastorais nas diversas instncias de nossa ao evangelizadora. [...] O combate apologia e ao

    uso de drogas, a todo tipo de violncia e extermnio de jovens, uma atraente proposta vocacional e

    a oferta de um itinerrio para a organizao de seu projeto pessoal de vida contribuiro com a vida

    plena desta parcela to significativa de nossa Igreja e da sociedade.1

    Em comunho com a Igreja e sinalizando respostas aos clamores da juventude brasileira por subs-dios atualizados, apresentamos a 2 edio do subsdio Pastoral da Juventude: um jeito de ser e fazer Orientaes para a caminhada: um CORPO em construo2 que agora assume o nome: Pastoral da Juventude: um jeito de ser e fazer Somos Igreja Jovem, destacando a reviso do material, com conside-rao especial aos itens de organicidade, aos projetos nacionais e insero dos princpios da PJ, tem-ticas construdas e aprofundadas com base na da Ampliada Nacional de Imperatriz, em 2011.

    Pastoral da Juventude: um jeito de ser e fazer Somos Igreja Jovem registra e organiza a ao da Pastoral da Juventude trazendo parte de sua histria, seu projeto de evangelizao de adolescentes e jovens e, tambm, as orientaes que demarcam o seu jeito de ser, crer e atuar.

    1 CNBB, 2011, n. 812 Agradecemos s pessoas que colaboraram na escrita desta publicao. Em especial ao organizador Lourival Rodrigues da Silva.

    DO QUE ESTAMOS FALANDO

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    O presente subsdio fruto da caminhada da PJ nos ltimos anos, de modo especial, das reflexes das Ampliadas Nacionais da Pastoral da Juventude e da reviso do subsdio Pastoral da Juventude: um jeito de ser e fazer Orientaes para caminhada: um corpo em construo, lanado em Natal (RN), durante o 9 Encontro Nacional da Pastoral da Juventude, em 2009. Tem a finalidade de reunir as ini-ciativas e pistas de aes dos Projetos Nacionais da PJ assumidos na Ampliada Nacional de Salgado (SE) (2005), reafirmados na Ampliada Nacional de Palmas (TO) (2008) e revisados na Ampliada de Imperatriz (MA) (2011). um subsdio que pode ser usado por estudiosos, pesquisadores na rea de juventude, assessores e pelas lideranas juvenis em todas as instncias da organicidade da PJ: grupos de base, co-ordenaes paroquiais, setoriais, diocesanas, regionais e nacionais.

    Pastoral da Juventude: um jeito de ser e fazer Somos Igreja Jovem procura suscitar nos jovens, de acordo com a realidade em que vivem e do encontro pessoal com Jesus Cristo, um processo de conver-so pessoal, social e eclesial, possibilitando uma ao missionria mais dinmica e proftica.

    Desejamos que esta 2 edio seja um instrumento para subsidiar encontros de formao e articu-lao da caminhada pastoral, trazendo luzes para a ao evangelizadora dos jovens, que tem sede da Palavra de Deus e sonham com a Civilizao do Amor.

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    QUEM SOMOS NS, PASTORAL DA JUVENTUDE?

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    Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe.

    (Almir Sater)

    Identidade o conjunto de caractersticas e circunstncias que distinguem pessoas ou coisas e, gra-as a esta, possvel individualizar-se. Normalmente discutimos identidade3 quando queremos afirmar quem somos, o nosso lugar no mundo e, tambm, do que prprio da nossa natureza. No caso da Pas-toral da Juventude, ao se falar de identidade, ela quer deixar claro qual a sua tarefa, o seu jeito de ser, crer, fazer e celebrar.

    A partir de 1994, a PJ, em seus Encontros Nacionais, foi buscando clarear a sua identidade enquanto grupo organizado da Igreja Catlica. Em Divinpolis (MG), em 1996, ela pontuou sete aspectos como sendo sua identidade:

    1. Somos Pastoral da Juventude organizada dentro da Igreja Catlica, no Brasil, com linha e meto-dologia prpria, aberta ao novo e com acolhimento dos anseios da juventude, garantindo o seu protagonismo, evangelizando de forma inculturada na realidade em que vivemos.

    2. Somos jovens felizes, apaixonados, ternos e motivados pela f. Encaramos a vida com potencial criativo muito grande, valorizando a arte (dana, poesia, msica...), o lazer, o corpo, o smbolo, a cultura, com ardor, sonhos e amor pela causa do Reino de Deus.

    3. Somos jovens das diversas realidades regionais do pas, na maioria empobrecida e, a exemplo de Jesus Cristo e da Igreja da Amrica Latina, fazemos opo pelos pobres e jovens. Encontra-mo-nos em grupos para partilhar e celebrar a vida, as lutas, os sofrimentos e cultivar a amizade baseada em uma formao integral e mstica prprias.

    4. Somos grupos de jovens motivados pela f, atuando dentro das comunidades eclesiais, a servi-o da sua organizao e animao.

    3 Assumimos o objetivo geral das Pastorais da Juventude do Brasil, presente no Documento de Estudo 76 da CNBB (CNBB, 1998).

    QUEM SOMOS NS, PASTORAL DA JUVENTUDE?

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    5. Atuamos, tambm, na sociedade, inseridos nos movimentos sociais, com destaques para a par-ticipao poltica partidria, movimentos populares e outras organizaes que lutam em defesa da vida e da dignidade humana.

    6. Organizamo-nos de acordo com as coordenaes dos grupos, parquias, setores ou regies pastorais, dioceses e regionais, inseridos na Igreja Catlica do Brasil e da Amrica Latina. Assim construmos e registramos nossa histria, criando unidade na diversidade.

    7. Diante de uma poltica desumana de manipulao dos meios de comunicao social e de uma realidade to diversa, ousamos assumir e propor os projetos da Pastoral da Juventude do Bra-sil, como alternativa na construo da Civilizao do Amor, sendo presena gratuita e qualifica-da no meio da juventude, atuando tambm em parceria com outras pastorais e organizaes da sociedade.

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    A IDENTIDADE VISUAL

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    A marca de uma organizao resume valores e potencialidades, sendo sinal que apresenta a institui-o para a sociedade.

    No caso da Pastoral da Juventude, a sua identidade diz muito da proposta de sua existncia e , tambm, um smbolo repleto de inspirao pelo que representa h mais de trs dcadas e que motiva os grupos de jovens ao perceberem que fazem parte de uma organizao mais ampla, que acontece em outros nveis e espaos no pas.4

    Evoluo da identidadeCom a constante mudana da conjuntura juvenil, se fez necessrio, ao longo das mais de trs d-

    cadas, a reformulao do logotipo de forma mais espordica e pouco sistematizada. Porm, diante de uma sociedade ps-moderna e de uma cultura miditica, refletiu-se sobre a necessidade de uma iden-tidade mais consolidada e que reafirmasse de forma jovial e atual o amadurecimento da Pastoral da Juventude na ao evangelizadora no Brasil.

    Aps o estudo das principais formas de identificar a PJ nas marcas j existentes e tambm das utiliza-das pelas (arqui)dioceses, parquias, grupos, apresentamos o processo que foi feito ao longo da histria da organizao, com a evoluo da identidade do logotipo da PJ:

    4 CNBB, 2007, n. 190.

    A IDENTIDADE VISUAL

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    Destacamos, tambm, que desde o primeiro logotipo criado, passando pelos que temos conheci-mento e, principalmente, os anteriormente representados, todos foram criados por jovens de alguma diocese no Brasil.

    Assim, diante dos estudos aprofundados, das anlises realizadas e tendo em vista a necessidade da consolidao de uma identidade diante da constante evoluo da comunicao, apresentamos o logotipo indicado como oficial da Pastoral da Juventude e tambm suas caractersticas principais (tipologia e cor).

    CaractersticasO smbolo apresenta uma cruz estilizada, como se ela estivesse deitada no cho, servindo de estrada,

    um caminho, rumo Civilizao do Amor, to citada em nossos documentos e proferida pelo saudoso Papa Paulo VI para os jovens de todo o planeta.

    A sigla PJ, dentro do caminho, nos remete para a ne-cessidade de estar inserido na vida do jovem, nos lugares vitais, caminhar nas bases, com os grupos de jovens orga-nizados nas comunidades eclesiais.

    A cor vermelha do nosso smbolo a cor da paixo, do amor, da responsabilidade e da luta. Paixo e amor pelo novo, pelo protagonismo juvenil, pela utopia. Quando realmente estamos apaixonados, a gente res-peita, cuida e ama.

    Enfim, amar nos leva Civilizao do Amor, a ser-mos construtores do Reino de Deus remetendo-nos responsabilidade, ao cuidado, ao respeito, luta pela justia, por uma vida digna e por condies bsicas para todos.

    O crculo em volta a forma perfeita, em que todos so iguais e tm a mesma importncia. a forma usada nas reunies de grupos, que no deixa ningum de fora, em que todos se olham, todos tm voz e vez.

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    TipologiaA identidade composta pelo nome Pastoral da Juventude na tipografia (fonte) Hasty Pudding.

    A tipografia institucional o conjunto de caracteres adotado para identificar e padronizar os textos utilizados nas diversas comunicaes da organizao.

    Alm do nome da instituio, tambm utilizada a inscrio da CNBB (Conferncia Nacional dos Bispos do Brasil), pelo fato de a PJ estar inserida, organicamente, Igreja do Brasil e seu episcopado.

    CorA cor em tom vermelho o PANTONE 1788 C. Na separao de cores CMYK possui

    C: 0 M:100 Y:100 K: 0.

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    MEMRIA DA CAMINHADA DA PASTORAL DA JUVENTUDE

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    O que a memria amou ficou eterno.

    (Adlia Prado)

    Recordar e resgatar a histria da PJ um ato de rever lugares, pessoas, olhos e sorrisos de milhares de jovens que foram se tornando protagonistas por causa do projeto de Jesus Cristo. Esta histria um pequeno aperitivo dessa ao que fez a Igreja do Brasil mais comprometida e engajada na construo dos sinais de vida, especialmente no mundo juvenil.

    No um erro dizer que a histria da Pastoral da Juventude comea pelos anos 70 ou, ainda, com a Ao Catlica Especializada (JAC Juventude Agrria Catlica, JEC Juventude Estudantil Catlica, JIC Juven-tude Independente Catlica, JOC Juventude Operria Catlica, JUC Juventude Universitria Catlica), nos anos 60. Aprendemos muito da Ao Catlica, da Teologia da Libertao e da Pedagogia do Oprimido.

    No final da dcada de 70 e no incio dos anos 80 a Igreja vivia um perodo de grandes expectativas e articulaes. Foi em 1983, por isso, que se deu, efetivamente, o 1 Encontro Nacional dos grupos de jovens, com delegados de todos os Regionais da Igreja do Brasil. Medelln e Puebla haviam trazido no-vos ares para a ao pastoral com a opo concreta pelos pobres e pelos jovens. Essa opo possibilitou ampliar o trabalho que vinha sendo desenvolvido com a juventude, para a construo de uma proposta mais orgnica. Nesse caminho a CNBB, no perodo entre 1973 e 1978, realizou algumas tentativas de articulao da PJ com o objetivo de reunir as experincias esparsas pelo Brasil.5

    Fruto da opo preferencial pela juventude, assumida pela Igreja Latino-americana em Puebla (1979) e aps as tentativas de organizao da PJ, a CNBB nomeia, em 1981, o Pe. Hilrio Henrique Dick como assessor nacional, e em 1983, criado o Setor Juventude da CNBB, e nomeado o Pe. Jorge Boran, para acompanhar as Pastorais da Juventude, a relao com as congregaes, movimentos juvenis e a diversi-dade de trabalhos realizados por outras iniciativas na Igreja.6

    5 CNBB, 1998, pg. 104.6 Idem, pg. 106

    MEMRIA DA CAMINHADA DA PASTORAL DA JUVENTUDE

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    As dioceses passaram, ento, a organizar a evangelizao dos jovens em pequenos grupos (entre 12 a 25 jovens) e, para melhor acompanhar a organizao e formao dos jovens, iniciou-se a articulao de encontros nacionais com o propsito de melhorar a comunicao e proporcionar o intercmbio e a sistematizao de experincias.

    A PJ, na sua totalidade, foi valorizando e incluindo em sua caminhada, aos poucos, novas experi-ncias de trabalho com a juventude baseada em seu meio especfico: ju-ventude rural, juventude estudan-til, juventude universitria e juven-tude dos meios populares o que lhe foi exigindo uma nova forma de se articular e se organizar.

    Os encontros e assembleias tornaram-se momentos ricos de refletir sobre o acompanhamento dos jovens para a vida em grupo. A Pastoral da Juventude iniciava, por isso, seus Seminrios para Assesso-res, que serviram como laboratrios e espaos de reflexes importantes de temas, como: o processo de edu-cao na f, a metodologia de trabalho com jovens, o mundo do trabalho, a cultura, o planejamento da ao pastoral, a misso, e tantas outras discusses.

    A Pastoral da Juventude realizava seu planejamento e deliberao (definindo planos de ao, orga-nizao interna etc.) nas Assembleias Nacionais da Pastoral da Juventude do Brasil. A partir da 11 As-sembleia Nacional da Pastoral da Juventude (ANPJ), em 1995, surgiu a Pastoral da Juventude do Brasil (PJB), uma organizao em que quatro Pastorais de Juventude: Pastoral da Juventude (PJ), Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), Pastoral da Juventude Estudantil (PJE) e Pastoral da Juventude Ru-ral (PJR) reivindicavam participao paritria o que trouxe muitos questionamentos. A Assembleia da PJB no era mais a Assembleia da PJ. Essas datas so marcantes, pois, a partir dela, a PJ no concentra mais sua articulao no espao da PJB, mas decide fazer um caminho de reflexo que vai culminar em um novo modelo de organizao prpria, sem deixar de pertencer ao todo.

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    Ao incorporar novas formas de se organizar, apareceram, tambm, momentos de conflitos e crises que possibilitaram abrir a discusso sobre o melhor espao e metodologia para se chegar at os adolescentes e jovens. Para a organizao interna da PJ essas mudanas causaram principalmente dois problemas:

    1. a PJ no tinha mais um espao prprio de deliberao e planejamento em que pudesse discuti sua articulao nacional interna e seus desafios especficos;

    2. a participao da PJ nessas Assembleias ficou reduzida, pois essa se dava de forma paritria, ou seja, com vagas distribudas igualmente entre as pastorais e no por regionais como antes. Isso provocou um distanciamento muito grande das dioceses com a instncia nacional.

    At a 10 Assembleia Nacional da PJ (ANPJ), em Vitria (ES), em 1993, cada pastoral especfica (me-nos a PJ como tal) tinha sua organizao prpria com possibilidade maior de assimilar outra estrutura organizativa para a PJ do Brasil. A PJ, no entanto, ainda no tinha sua organizao prpria. Os delegados da 10 ANPJ, que representavam o que era chamado de PJ Geral, perceberam que, para avanar com segurana, era preciso dar tempo para que essa articulao de PJ pudesse se organizar. Sentiu-se a ne-cessidade e a importncia de um espao de reflexo e entreajuda para os jovens da PJ, repensarem uma organizao prpria. Por certo tempo a PJ ficou um pouco perdida, pressionada a criar uma estrutura prpria. Esse perodo foi, tambm, de intensa produo de cartas, textos e materiais de estudo sobre a identidade, misso e especificidade.

    nesse contexto que comearam os Encontros Nacionais da PJ, sem a participao da PJR, da PJE e da PJMP. Os trs primeiros encontros nacionais aconteceram em clima um tanto tenso, de angstia, de luta e de esperana, mas que se foi aclarando com o decorrer da caminhada. Tratava-se de uma busca de identidade e de insero na caminhada de conjunto das outras Pastorais de Juventude.

    Nessa caminhada, a PJ celebra e reconhece o apoio, a presena e o acompanhamento que a organizao recebeu ao longo do tempo. Merece destaque especial a presena efetiva e o acompanhamento da Confe-rncia Nacional dos Bispos do Brasil, por intermdio do Setor Juventude.

    A essa presena e apoio, figuram-se com muita importncia, igualmente, os Centros e Institutos de Juventude, que por meio da Formao, Assessoria e Pesquisa, sempre se colocaram como estrutura de apoio organizao de todas as Pastorais da Juventude.

  • Nos quase mais de 30 anos que a PJ vai festejando evidente que sempre houve novidades que, por vezes, no deixavam de tomar a feio de dificul-dades, algumas mais intrnsecas (organizao interna) e outras de carter mais extrnseco, levantando novidades, limites e novas maneiras de realizar a misso.

  • PARA ONDE CAMINHAMOS

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    Quero a utopia, quero tudo e mais [...].

    (Milton Nascimento)

    Queremos despertar os jovens para a pessoa e a proposta de Jesus Cristo e de-senvolver com eles um processo global de formao baseado na f, para formar lderes capacitados para agir na comunidade, atuar na prpria PJ, em outros ministrios da Igreja e em seu meio especfico, comprometidos com a liber-tao integral do homem e da sociedade, levando uma vida de comunho e participao, de modo que contribuam concretamente com a cons-truo da Civilizao do Amor.

    PARA ONDE CAMINHAMOS

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  • NOSSA MISSO E CHAMADO

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    misso de todos ns.

    Deus chama e quero ouvir a tua voz.

    (Z Vicente)

    A misso da Pastoral da Juventude traz como eixo inspirador o texto de Lucas (4, 18-22)

    O Esprito do Senhor est sobre mim, porque ele me consagrou com a uno, para anunciar a Boa

    Notcia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertao aos presos e aos cegos a recuperao da

    vista; para libertar os oprimidos, e para proclamar um ano de graa do Senhor. Em seguida Jesus

    fechou o livro, o entregou na mo do ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga

    tinham os olhos fixos nele. Ento Jesus comeou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu essa passagem

    da Escritura, que vocs acabaram de ouvir. Todos aprovavam Jesus, admirados com as palavras

    cheias de encanto que saam de sua boca. E diziam: Este no o filho de Jos?.

    Com base nesse texto orientamos nossa ao, convencidos de que a PJ tem a misso de anunciar e testemunhar o Reino de Deus, movida pela proposta libertadora de Jesus Cristo, animada pelo Esprito Santo, buscando concretizar a Civilizao do Amor.

    1. A misso que d a vida e sentido para a PJ. o eixo determinante. o agir concreto de jovens participantes da comunidade eclesial, dando testemunho de nossa f, inspirados na pessoa e na proposta de Jesus Cristo e animados pelo Esprito Santo.

    2. A PJ, como parte da Igreja latino-americana, assume a evanglica opo pelos pobres e pelos jovens. Como jovens vamos ao encontro de todos os jovens nas diversas realidades eclesiais e sociais, sendo sensveis e solidrios s suas dores, desejos, alegrias, necessidades, potencialida-des e anseios...

    3. Queremos que todos ns, jovens, sejamos comprometidos com a libertao individual e coleti-va, resgatando a cidadania.

    4. Queremos ser capazes de denunciar as situaes de morte, anunciando e testemunhando o Reino de Deus.

    NOSSA MISSO E CHAMADO

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    5. Por isso, buscamos descobrir alternativas, propor aes concretas que respondam aos proble-mas que ns, jovens, vivemos, procurando utilizar recursos, pedagogia e linguagem que contri-buam para concretizar os sinais da CIVILIZAO DO AMOR.

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    NA CONSTRUO DO REINO

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    Somos quem podemos ser.

    Sonhos que podemos ter.

    (Engenheiros do Hava)

    Na construo do Reino assumimos o que nossos companheiros do Rio Grande do Sul exprimiram em Nossa Vida, Nossa F. Elementos para a construo do Marco Referencial; igualmente tomamos os sonhos da Pastoral Juvenil da Amrica Latina por ocasio do III Congresso Latino-americano de Jovens, realizado na Venezuela, em setembro de 2010. Portanto:

    1. Sonhamos com uma juventude participativa, consciente, engajada e formada, sabendo e co-nhecendo seu meio e sua realidade; uma juventude missionria, organizada, ousada, autntica, realizada, feliz, verdadeira e sonhadora.

    2. Sonhamos em reavivar, no homem e na mulher, a liberdade e a igualdade, em dignidade e di-reitos, tendo por base os valores do Evangelho. Que nossa vida e nossa f nos levem a entender as relaes de gnero.

    3. Sonhamos uma sociedade que tenha como primado a pessoa humana (o ser), um projeto so-cial claro e justo, com condies e oportunidades para todos, sem preconceitos, com vivncia e testemunho dos valores evanglicos, valorizando a diversidade e riquezas da pessoa e da juventude. Sonhamos uma sociedade democrtica, justa e de paz, que defenda o direito vida digna, onde sejamos reconhecidos e valorizados, encontrando um sentido pleno para viver, sen-do protagonistas dos processos transformadores da realidade.

    4. Acreditamos na presena da Trindade. Do Pai que tudo criou e justifica nossa postura de res-peito ao ecossistema, abenoando-nos como co-criadores ativos e criativos (Gn 1, 28); do Filho, Palavra revelada que assumimos como caminho e proposta de seguimento; do Esprito, enviado pelo Filho e pelo Pai, instigando-nos a sermos uma Igreja-comunidade.

    5. Sonhamos com uma Igreja apaixonada, proftica, evangelizadora, acolhedora, orante, missionria, transformadora e comprometida com o Projeto de Jesus Cristo, procurando maior participao dos jovens na comunidade, valorizando o ecumenismo e com uma opo preferencial pelos pobres, adaptada s diferentes realidades. Sonhamos uma Igreja Povo de Deus, de comunho e participao.

    NA CONSTRUO DO REINO

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    6. Sonhamos uma Pastoral Juvenil audaz, orgnica e proftica, que acolha e propicie o encontro com Jesus Cristo e acompanhe os processos pessoais e grupais de formao integral, transfor-mando-nos em verdadeiros discpulos missionrios.

    7. Desejamos cultivar uma espiritualidade que recupere o sentido da presena de Deus na criao, pela encarnao, que aprenda dos pobres a viver com sobriedade e partilha, e valorize a sabe-doria dos povos indgenas no tocante preservao da natureza. Um ambiente de vida para todos! Assim, apostamos na ecopoltica, que cria condies sociais que exigem, legalmente, o cumprimento dos requisitos de defesa da natureza.

    8. Acreditamos na Civilizao do Amor e em seus valores bsicos: sim vida; sim ao amor como vocao humana; sim solidariedade; sim liberdade; sim verdade e ao dilogo; sim parti-cipao; sim ao esforo permanente pela paz; sim ao respeito pelas culturas; sim ao respeito natureza; sim integrao latino-americana.

    9. Dizemos no ao individualismo, absolutizao do prazer, ao consumismo, intolerncia, injustia, discriminao, marginalizao, corrupo e violncia.

    10. Defendemos o primado pela vida humana sobre qualquer outro valor ou interesse; primado da pessoa sobre as coisas; da tica sobre a tcnica; do testemunho e da experincia sobre as palavras e as doutrinas; o servio sobre o poder; a economia solidria sobre a produo de ri-queza; a identidade cultural latino-americana sobre outras influncias culturais hegemnicas; primado da f e da transcendncia sobre toda tentativa de absolutizar o ser humano.

    11. Sonhamos com um pas liberto das estruturas de corrupo, injustia, consumismo exacerba-do, com uma terra sem males, sem discriminao de raa, classe social ou qualquer forma de excluso, que respeite as diferenas culturais e histricas, que incentive o protagonismo juvenil por meio das polticas pblicas de juventude, possibilitando ao jovem a educao, moradia, emprego etc., evitando a marginali-zao da juventude; sonhamos que a mesma seja vista como sujeita de direitos; que os polticos sejam s-rios e comprometidos com os valores ticos, trabalhando para uma nao mais justa, fraterna e solidria e que, acima de tudo, defendam a vida em plenitude para todos os jovens.

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    PRINCPIOS DA PASTORAL DA JUVENTUDE

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    Caminhamos com Jesus para dar vida aos povos.

    (Hino III Congresso Latino-americano de Jovens)

    A Pastoral da Juventude sistematizou, ao longo da sua caminhada, princpios, que visam a iluminar a prtica pastoral dos jovens e assessores pejoteiros organizados nas diferentes instncias. Esses princ-pios foram revisitados na Ampliada Nacional de Imperatriz. Os mesmos incorporam valores assumidos ao longo da histria da PJ, como o seguimento a Jesus Cristo, o protagonismo juvenil, a opo preferen-cial pelos jovens pobres, o ecumenismo, entre outros, a seguir:

    1. Com base no projeto e na pessoa de Jesus Cristo ter o jovem como protagonista e agente liber-tador, tornando-o sujeito da histria, de acordo com seu meio.

    2. Ser Igreja, comunidade que se rene ao redor do Ressuscitado para anunciar o Reino, como lugar vital de formao e ao de discpulos missionrios de Jesus Cristo, fortalecendo espa-os de comunho e participao.

    3. No seguimento a Jesus Cristo, evangelizar e deixar-se evangelizar em funo das diferentes realidades e culturas, privilegiando a juventude empobrecida.

    4. Ter nos jovens empobrecidos, em particular, nos excludos, o seu referencial na formao de agentes de transformao.

    5. Assumir a originalidade da juventude nas diferentes realidades e experincias.

    6. Valorizar e reconhecer a pessoa em todas as suas dimenses, fazendo emergir a Nova Mulher e o Novo Homem.

    7. Enfatizar a gestao da Nova Mulher e do Novo Homem, vivenciando as diferenas e valori-zando o que prprio de cada um.

    8. maneira de Jesus Cristo, que se encarnou e resgatou os valores da cultura de seu povo, cultivar uma espiritualidade inculturada nas diversas realidades do jovem latino-americano.

    9. Ajudar o jovem a experimentar e a vivenciar o sentido pascal na prpria vida.

    PRINCPIOS DA PASTORAL DA JUVENTUDE

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    10. Resgatar e construir a cidadania como meio de superao da opresso e da excluso.

    11. Ter, em seus jovens, os sujeitos da ao transformadora, gerando o Novo.

    12. Ajudar, principalmente pelo testemunho, a concretizar a proposta de Jesus Cristo na realida-de em que vivemos.

    13. Aprofundar uma espiritualidade ecumnica e aberta ao dilogo inter-religioso, considerando que os valores da paz, da justia, do amor e da vida so valores universais.

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    ESPIRITUALIDADE QUE ALIMENTA A CAMINHADA

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    Vidas pela vida, vidas pelo Reino. Todas as nossas vidas, como a sua vida.

    Como a vida dEle, o mrtir Jesus.

    (Pedro Casaldliga)

    A espiritualidade o que nos alimenta e nos d vida. o sopro de Deus que age em nosso ser. Essa espiritualidade7 necessita ser alimentada no dia a dia e no contato ntimo com Deus por meio da Palavra e da Eucaristia, que nos leva a nos comprometermos com o outro e a outra, com a comunidade e com a transformao de tudo que contrrio ao que Deus quer. Por isso, dizemos que a espiritualidade da Pastoral da Juventude8 :

    1. Cristocntrica: centrada em Jesus, amigo companheiro de caminhada.

    2. Mariana: Maria se compromete com o projeto de Deus. exemplo de fidelidade, disponibilida-de e entrega.

    3. Comunitria e eclesial: no grupo e na comunidade que o jovem se identifica, partilha suas experincias e sonhos.

    4. Leiga e Missionria: a presena do esprito nos grupos e comunidades instiga o jovem a servir os outros e a descobrir sua vocao missionria.

    5. Encarnada e libertadora: o Filho de Deus se encarna na realidade humana. Tem uma ligao de f e vida. Tal presena ativa e efetiva, lutando pela libertao.

    6. Orante: valoriza os momentos de orao pessoal e comunitria. A liturgia e as celebraes ex-pressam a espiritualidade que nos alimenta e anima.

    7. Celebrativa: a alegria da juventude manifesta-se na celebrao da vida e do Esprito como festa inspirada na vitria pascal. A realizao de encontros, festas, liturgia, caminhadas, entre outros, so momentos de viver o Deus-felicidade que nos anima e revigora para a ao concreta.

    7 PJB, 2000.8 Ser Pejoteiro Pastoral da Juventude Diocese de Rio Preto.

    ESPIRITUALIDADE QUE ALIMENTA A CAMINHADA

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    A nossa referncia a fundamentao da f e no compromisso de luta e p no cho. Nossa opo por uma espiritualidade da libertao e da opo pelos pobres. Podemos dizer, por isso, que a espiritualidade da Pastoral da Juventude uma espiritualidade da alegria e anncio do Jesus da vida, com a cara e o jeito da juventude. Por isso, necessitamos investir na nossa vivncia e formao espiritual, cultivando uma espiritua-lidade inculturada, por meio de:

    Participao nas liturgias; Vivncia sacramental de modo especial

    a participao no sacramento da Eucaris-tia, da Reconciliao e da Confirmao;

    Retiros e viglias; Leitura Orante da Palavra de Deus; Romarias e caminhadas; Orao pessoal e comunitria; Orao do Ofcio Divino das Comunida-

    des e Ofcio Divino da Juventude; Estudo da Palavra; Formao Catequtica; Escolas bblicas e litrgicas para jovens; Vivncia ecumnica.

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    PROCESSOS QUE EDUCAM NA F

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    A mudana pessoal e social tem um preo:

    Organizar a esperana e projetar os sonhos.

    (Marcando Histria)

    A PJ formada por jovens, cristos, catlicos, organizados como ao da Igreja, evangelizando ou-tros jovens, para que, capacitados, atuem na prpria Igreja e nos movimentos sociais visando transfor-mao da sociedade.

    Uma caracterstica da PJ a proposta pedaggica que conseguiu sistematizar, visando construo de pessoas comunitrias e cidads, abraando com deciso uma f que casa com o social, com a justia, com a participao e com a comunho.

    Fruto da caminhada latino-americana nasceram as opes pedaggicas, acompanhadas de princpios norteadores, para o desenvolvimento de um processo educativo que leve as pessoas a crescerem na f, nas suas opes e em seus projetos de vida.

    A nossa proposta pedaggica se baseia no entendimento do jovem como sujeito da ao evangeliza-dora, a servio da animao e organizao das comunidades eclesiais atuantes nos diferentes espaos da sociedade.9

    A PJ sistematizou, na sua caminhada, o que chamamos de dimenses da formao integral e o processo de educao na f. As opes pedaggicas adotadas so: a importncia fundamental do gru-po de jovens, a formao integral, a memria, o trabalho diferenciado com os diversos tipos de jovens, a organizao, a presena do acompanhamento e da assessoria e a vocacionalidade, concretizando-se na elaborao do projeto de vida.10

    9 PJ, 2005.10 Artigo de autoria de Hilrio Dick: Pastoral da Juventude do Brasil celebrando aniversrios.

    PROCESSOS QUE EDUCAM NA F

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    DIMENSES DA FORMAO INTEGRAL

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    O nico evangelho que muitas pessoas vo

    ter nosso exemplo de vida.

    (Dom Helder Cmara)

    Nosso sonho, na Pastoral da Juventude, fazer com que o jovem cresa em sua totalidade. Cres-a integralmente. Para que a pessoa seja tica, democrtica, comprometida, participativa; saiba amar, conviver, relacionar-se; que tenha f, esperana e, principalmente, que seja feliz. A PJ quer possibilitar que a pessoa seja plenamente aquilo a que chamada.11 Para que isso acontea, priorizam-se cinco dimenses na formao:

    Personalizao: onde a gente responde quem sou eu?. o esforo de tornar-se pessoa, descobrir-se, possuir-se, aceitar-se, trabalhar-se. Tudo isso para que a pessoa se conhea mel-hor. Essa dimenso exige trabalhar o autoconhecimento: interesses, aspiraes, histria, va-lores, sentimentos, limitaes. Tambm exige a autocrtica: reviso pessoal, busca permanente de superao e mudana de atitudes para o testemunho coerente. Exige, ainda, a autorreali-zao: sentir se amado, capaz de amar, de ser terno, saber construir seu futuro e sua realizao.

    Integrao: a capacidade de descobrir o outro e superar os bloqueios de comunicao para conhecer o outro, gerar afeio e cooperao, confrontar ideias e dons. Nessa dimenso esta-belecemos os nossos relacionamentos. Ela pode ser experimentada nos grupos de convivncia social, lugar da convivncia com o diferente, espao de dilogo permanente.

    Evangelizao: a caminhada que devemos dar para a educao da nossa f, as respostas para a nossa existncia, nosso destino, nossa mstica, nossa vivncia sacramental, nossa formao catequtica permanente, nosso contato com a Palavra. perceber o que nos move e nos anima. sentir a presena de Deus na histria. Assumir a presena do Deus que salva em Jesus. Conhe-cer o contedo da f em comunidade.

    Conscientizao: responde pergunta onde estou e o que fao aqui?. Descobrir o mundo e se fazer sujeito da histria, com senso crtico, capacidade de analisar e participar. A conscienti-

    11 Formao Integral dimenses da pessoa (mimeo) - Pe. Florisvaldo Orlando, CP.

    DIMENSES DA FORMAO INTEGRAL

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    zao nos leva ao compromisso com poltica, com a cidadania, com os direitos humanos, com a defesa da vida, do trabalho, da ecologia e com a participao em outros espaos de atuao.

    Capacitao: procura responder ao nosso como fazer?. preparar-se para a ao de planejar, executar, revisar, criar, encantar, festejar, seja na vida pessoal, na formao, na participao, na coordenao ou na organizao da vida e do trabalho.

    Todas essas dimenses so mediadas pela arte, pela beleza, pelo ldico, com a transversalidade da ecologia, da comunicao e da atuao em rede. O lugar privilegiado para trabalhar as dimenses o dia a dia do grupo de jovens. Um dos segredos, porm, para se viver e trabalhar as dimenses em passos crescentes a maneira como as reunies, encontros e assembleias so preparados. A grande sacada saber garantir em cada orao, reflexo e estudo, espaos para que os jovens possam viver cada uma dessas etapas, ou seja, que ele pense na sua pessoa, nas suas relaes, que ele se compro-meta e tenha esperana, reforce sua f e, finalmente, que seja capaz de adquirir e trabalhar suas po-tencialidades e dons.

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    UM PROJETO DE VIDA A SEGUIR

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    Viver trazer para o tempo

    a vida plena da eternidade...

    (Albano Trinks)

    A correria do dia a dia faz com que tenhamos dificuldade em prestar ateno ao rit-mo de nossa vida para conseguir vencer a jornada. necessrio refletir sobre como anda a rotina para melhor cuidar da vida, das relaes e do mundo; prestar a devida ateno na minha pessoa, nas minhas rotinas e nas minhas relaes.

    Todos somos chamados e escolhidos por Deus para a vida plena. Quando Ele nos chama, j nos d os dons e as potencialidades para realizar a misso. O chamado o que nos leva a assumir a nossa vocao.

    A construo do projeto de vida considera as dimenses da formao in-tegral, entendendo a pessoa humana na sua integralidade. Para os jovens da PJ, essa construo parte do seguimento de Jesus Cristo, passando pela perspectiva do acompanhamento.

    Refletir, pensar e encontrar as respostas a essas perguntas planejar a vida e ter um Projeto Pessoal de Vida. No desejamos, contudo, um projeto por causa do nosso prprio egosmo, mas para que o nosso ser esteja em harmonia; para que a pessoa possa, de fato, ir ao en-contro do outro, dos pobres mais necessitados e que se comprometa com as transformaes sociais para realizar, aqui e agora, os sinais do Reino de Deus.

    UM PROJETO DE VIDA A SEGUIR

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    NOSSO JEITO DE FAZER PASTORAL

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    A coisa no est nem na chegada

    nem na partida est na travessia.

    (Guimares Rosa)

    Fazemos a opo metodolgica pelo planejamento pastoral, pela leitura orante da Bblia, pelo mtodo da Ao Catlica e da Igreja Latino-americana conhecido como Ver-Julgar-Agir, acrescido pelo Revisar e Celebrar. um mtodo que parte da realidade concreta, conhecida, articulada (coletiva ou pessoal) da vida, da prtica concreta para depois confrontar suas concluses com a doutrina. Essa metodologia ajuda a teoria a adaptar-se realidade dos fatos.

    Dentro da vivncia desse mtodo destacam-se cinco passos: (1) o ver, como tomada de conscincia da realidade com base em fatos con-cretos da vida cotidiana, buscando suas causas, conflitos e as consequncias que se podem prever para o futuro. Tem como finalidade uma viso mais ampla, profunda e global; (2) o julgar, anlise dos fatos e da realidade e da caminhada de acordo com os ensinamentos da f, dos documentos da Igreja, da Palavra de Deus e das cincias sociais. Possibilita tomar conscincia das estruturas injustas da sociedade e das posturas diante da mesma; (3) o agir, momento de concretizar, numa ao transforma-dora, o que se compreendeu acerca da realidade. o compromisso e a prtica. So as decises quanto ao futuro. Parte das necessidades das pessoas e busca atacar as razes dos problemas. Faz com que todos participem; (4) o revisar, ato de avaliao. Trata-se de verificar o grau de cumpri-mento dos objetivos e a forma de assumir responsabilidades, de avaliar o processo, de se perguntar pelas consequncias das aes realizadas e de encontrar formas para avaliar os avanos, superar as dificuldades e continuar avanando; (5) o celebrar o momento de festejar e comemorar o processo, o descobrimento da realidade pessoal e social, o encontro e o compromisso pela transformao da re-alidade. Celebram-se as vitrias, as conquistas e os fracassos, as alegrias e as tristezas, as angstias e as esperanas, a vida do grupo, a penitncia e a converso, a unio e a organizao.

    NOSSO JEITO DE FAZER PASTORAL

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    EIXOS QUE NORTEIAMO NOSSO FAZER

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    Para quem sabe aonde ir,

    no lhe convm qualquer caminho.

    (Alejandro Snchez Diaz)

    FORMAO12A formao da PJ visa desencadear um processo formativo que integre a ao pastoral com base em

    uma organizao que torne os jovens protagonistas da sua caminhada e leve a vivenciar uma espiritualida-de mais encarnada. Muitos regionais tm elaborado seu prprio projeto de formao, alguns em parceria com outras pastorais, movimentos, institutos pastorais e sociais. Os Centros e Institutos de Juventude organizados em Rede possuem algumas iniciativas de formao para aprofundar temas, como: cidadania, afetividade e sexualidade, gnero, metodologia, polticas pblicas, espiritualidade, entre outros. Contri-buem, tambm, por meio de publicaes de subsdios e na formao de coordenadores e assessores.

    Essa caminhada contribui para a opo pelos jovens e pelos pobres e na formao de jovens pre-parados, baseados nos valores evanglicos em suas relaes consigo mesmos, com os outros, com a natureza e com a sociedade.

    AOAs aes da PJ so desenvolvidas nas comunidades, em nveis diocesanos e regionais. A PJ vem desco-

    brindo o valor das parcerias, pois alguns trabalhos esto integrados com a Catequese de Crisma, Pastoral ou Servio de Animao Vocacional, Equipes Missionrias, Pastorais Sociais e Movimentos Eclesiais e Sociais.

    Realizam-se grandes eventos de animao e mobilizao juvenil, tais como: Romaria da Juventude, Jornada da Confiana, Dia Nacional da Juventude, Acampamento da Juventude etc.

    A PJ tem participado e acompanhado a preparao do Intereclesial de CEBs, a Semana Social Brasi-leira, o Grito dos Excludos e a Campanha da Fraternidade. Tambm se tem envolvido na preparao,

    12 PJ, 2005.

    EIXOS QUE NORTEIAMO NOSSO FAZER

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    na presena e na avaliao da Jornada Mundial da Juventude, por meio de suas instncias nacionais, regionais e diocesanas.

    As aes permanentes das PJs so, igualmente, aes para a PJ e tm sido fortalecidas em todo o Brasil. Pode-se citar o Dia Nacional da Juventude, as Misses Jovens, o Grito dos Excludos, a Sema-na da Cidadania, a Semana do Estudante que, em muitos lugares, envolvem vrios grupos em torno de temas relevantes para a sociedade.

    Algumas dioceses e regionais realizam campanhas em defesa da vida da juventude, como: A juven-tude quer viver ou Campanha Nacional contra a violncia e extermnio de jovens, com nfase em temas, como: sade e lazer, trabalho e educao, segurana e contra a reduo da maioridade penal.

    Cada vez mais os jovens se inserem nos espaos polticos: candidatura, participao em conselhos e secretarias: de juventude, antidrogas, tutelares e outros. Muitos jovens tm se organizado em redes, tais como: Rede de Jovens do Nordeste e outros.

    ESPIRITUALIDADEA bblia, a liturgia e os sacramentos so fontes inesgotveis do Mistrio de Deus. preciso garantir

    uma formao e uma experincia permanente, continuada e processual que contribua com o fortaleci-mento da dimenso espiritual do jovem. Em diversos lugares do pas a PJ tem favorecido espaos para a formao bblico-litrgica, missas da juventude, romarias e caminhadas. O uso do Ofcio Divino da Juventude e das Comunidades em retiros, encontros, reunies e em outras atividades tm contribudo com a identidade pastoral mais encarnada.

    ARTICULAOReconhecidamente, a PJ uma das pastorais mais organizadas do pas. As Assembleias Regionais

    contribuem para uma caminhada de unidade com as dioceses. Existem iniciativas para fazer com que a organizao da PJ seja menos burocratizada e mais acessvel, podem ser destacadas: os jovens liberados no sul, a importncia da secretaria em muitos regionais, o dilogo com a Igreja em relao atuao e misso da Pastoral da Juventude, os encontros de congregaes e movimentos eclesiais que trabalham com jovens, o apoio da hierarquia da Igreja em algumas dioceses.

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    TRANSFORMANDO O MUNDO: PROJETOS NACIONAIS

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    Formar os jovens de maneira gradual para a

    ao sociopoltica e para as mudanas de estruturas [...].

    (Puebla 1196)

    No seguimento a Jesus, no desejo de cumprir sua misso e chamado e com o propsito de fortalecer os Grupos de Jovens, a Pastoral da Juventude organiza sua ao por meio de projetos nacionais.

    Os projetos nacionais so uma resposta coletiva s necessidades e demandas atuais da juventude organizada como PJ, desejando supe-rar suas carncias e fortalecendo suas potencialidades. Esses pro-jetos so construdos e assumidos nas Ampliadas Nacionais da PJ.

    Em janeiro de 2011, na Ampliada de Imperatriz (MA), foram assumi-dos seis projetos nacionais, para os prximos seis anos de caminhada de ao pastoral:13

    Formao de Lideranas e Assessores - Caminhos de Esperana. Mstica e Construo. A Juventude quer Viver. Teias da Comunicao. Ajuri - Conhecendo a Realidade Indgena, Quilombola, Ribeirinha e Rural. Tecendo Relaes.

    13 Na apresentao de cada projeto nacional encontraremos as iniciativas e suas aes propostas; algumas dessas aes podero estar em mais de uma iniciativa, mas fizemos a opo de no repet-las.

    TRANSFORMANDO O MUNDO: PROJETOS NACIONAIS

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    Formao de Lideranas e Assessores

    Caminhos de Esperana

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    A beleza de ser um eterno aprendiz.

    (Gonzaguinha)

    Por que pensar em formao de lideranas e assessores?A Pastoral da Juventude busca potencializar o acompanhamento aos grupos de base tanto em sua

    coordenao e articulao, como na presena de assessores capacitados que provoquem planejamen-to, sistematizao da caminhada, subsdios, entre outras demandas. Sinalizou-se, igualmente, para os projetos de formao oferecidos tanto para lderes jovens, como para adultos que prestam assessoria precisam ser revistos, fortalecidos e potencializados tendo em vista o fortalecimento dos grupos de jovens que necessitam de lideranas, coordenaes e assessores capacitados para a misso.

    A PJ tem um maior acompanhamento aos grupos de base, por meio de suas coordenaes e asses-sorias, procurando maior articulao entre os grupos e capacitao para a coordenao e assessoria, a fim de potencializar a construo de planejamentos, da sistematizao da caminhada, da elaborao de subsdios, entre outras demandas, com o grande objetivo de fortalecer os grupos de jovens, suas lideranas, coordenaes e assessorias.

    O acompanhamento aos jovens, aos grupos de jovens e s instncias organizativas uma das opes pedaggicas da Pastoral Juvenil na Amrica Latina, segundo o documento Civilizao do Amor14 e uma das oito linhas de ao do Documento 85 da CNBB. Nesse sentido, aqueles que se dispem ao servio da assessoria necessitam ter clareza no servio do acompanhamento aos jovens e seus grupos, com plane-jamento, subsdios, preparao de encontros, formao de temas especficos, conforme os interesses dos jovens ao longo do caminho. H uma necessidade de que a metodologia do trabalho com a juventu-de respeite a diversidade cultural e as realidades juvenis procurando inovar com recursos atualizados e possveis com propostas atrativas para os jovens.

    14CELAM, 1997.

    Formao de Lideranas e AssessoresCaminhos de Esperana

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    Os jovens que assumem o papel de coordenar os grupos de jovens e as instncias organizativas da PJ ne-cessitam de formao especfica para tal. Formao que lhes permita coordenar, preparar, executar, planejar e avaliar sem dificuldade uma reunio de grupo ou uma atividade da PJ. Formao que trabalhe a realidade juvenil, eclesial e social, a metodologia pastoral, a metodologia do trabalho com a juventude, o domnio e o debate sobre diversas temticas ligadas juventude e PJ, o planejamento e o que ser coordenador e liderana. Formao que construa jovens protagonistas de sua vida, da PJ, da Igreja e da sociedade.

    preciso, ainda, que a formao de lideranas, coordenadores e assessores trabalhe e ajude a man-ter viva a memria da PJ. A memria no s uma das opes pedaggicas da PJ na Amrica Latina segundo o documento Civilizao do Amor, mas uma energia que aprendemos da Sagrada Escritura.

    Onde queremos chegar?Potencializar as iniciativas de formao de lideranas e assessores em todo o Brasil, tendo em vista a

    opo da PJ de trabalhar com a formao integral, respondendo s demandas que hoje se apresentam na formao, acompanhamento, assessoria, nucleao e coordenao dentro da PJ.

    Iniciativas1. Realizar a formao de lideranas e assessores nas dioceses e regionais.15

    2. Clarear, entre lderes e assessores, o papel da coordenao e da assessoria.3. Elaborar os planos diocesanos anuais considerando as atividades dentro de um processo.4. Potencializar a rede nacional de assessoria para maior comunicao e partilha das experincias

    das dioceses.5. Criar equipes de assessoria nas dioceses e regionais.6. Mapear os grupos de jovens da PJ.7. Organizar um banco de dados com as experincias de formao que acontecem no Brasil.16

    8. Criar uma rede nacional de contatos entre os coordenadores diocesanos e regionais da PJ.9. Elaborar e sistematizar subsdios para os grupos de jovens.10. Acompanhar o Projeto de Revitalizao da PJ na Amrica Latina, participando ativamente das

    aes e etapas propostas.

    15 O Documento 85 da CNBB, n. 164, convoca toda a Igreja para capacitar os assessores e coordenadores dos grupos e equipes de coordenao a partir da pedagogia de Jesus. No nmero 165 o mesmo convoca a Igreja a promover cursos na rea da pedagogia da formao para que haja maior profissionalizao e clareza metodolgica da parte dos jovens e agentes de pastoral que esto conduzindo o processo de evangelizao dos jovens. O Documento 85 insiste, ainda, (n. 213) na necessidade de investir na formao de assessores. No nmero 217 ele fala da importncia de garantir a formao de novos assessores, possibilitando a renovao peridica daqueles que acompanham a evangelizao da juventude.16 O Documento 85 da CNBB, n. 165, aponta para a necessidade de incentivar a sistematizao de experincias, como instrumento de memria, partilha e motivador de novas experincias.

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    11. Fortalecer a parceria entre a PJ e a Rede Brasileira de Centros e Institutos de Juventude.12. Difundir, no Brasil, as orientaes do documento Civilizao do Amor Projeto e Misso.

    MetodologiaA metodologia do Projeto de Formao de Lideranas e Assessores diversa, trabalhando com a

    metodologia VER-JULGAR-AGIR-REVER-CELEBRAR, com grupos de trabalho (GTs), rodas de conversa, palestras, misses jovens e populares, celebraes, debates, discusses, sistematizaes, avaliaes, experimentao e ao-reflexo.

    Aes propostas 1. Realizar a formao de lideranas e assessores nas dioceses e regionais:

    Contribuio para que as propostas de formao considerem as dimenses da formao in-tegral, com ateno dimenso tcnica e projeto de vida, reforando a questo dos papis da coordenao e assessoria com nfase no planejamento.

    Incentivo parceria, na realizao de formaes, com Pastorais Sociais, CEBs, CEBI, CNLB, Rede Celebra e Centros e Institutos.

    Incentivo participao e organizao peridica, com a CNA, do Encontro Nacional de As-sessores da PJ.

    Divulgao e potencializao da participao nas atividades de formao que as Dioceses e Regionais e a Rede Brasileira de Centros e Institutos de Juventude oferecem.

    Formaes especficas para: coordenadores, lideranas e assessores. Realizao de debates e estudos sobre o processo de educao na f e a formao integral. Formao de assessores para acompanhar as diversas instncias da PJ, especialmente os

    grupos de base.

    2. Clarear, entre lderes e assessores, o papel da coordenao e da assessoria: Elaborao, disponibilizao e divulgao de subsdios e textos sobre o papel da coordena-

    o e assessoria. Estudo, debate e sistematizao do papel da coordenao e assessoria. Organizao da proposta de formao, considerando as dimenses da formao integral,

    com ateno dimenso tcnica, projeto de vida, reforando a questo dos papis da coor-denao e assessoria com nfase no planejamento.

    Estudo das orientaes de Civilizao do Amor Projeto e Misso para a assessoria e a coor-denao.

  • 81

    3. Elaborar os planos diocesanos anuais considerando as atividades dentro de um processo: Intensificao do estudo sobre o tema do planejamento e a aplicao de um plano em curto,

    mdio e longo prazo, de modo orgnico. Elaborao de textos e materiais sobre planejamento, monitoramento e avaliao.

    4. Potencializar a rede nacional de assessoria para uma maior comunicao e partilha das experi-ncias das dioceses: Criao de um sistema de cadastro de assessores no site da PJ. Divulgao da rede nacional de assessores.

    5. Criar uma equipe de assessoria nas dioceses e regionais: Oferecimento de atividades formativas para pessoas que desejam assumir o ministrio da

    assessoria. Elaborao e divulgao de textos e subsdios sobre como organizar a equipe de assessores. Minimamente um assessor como referncia de cada regional e diocese. Identificao de antigos assessores e militantes da PJ e dilogo para que assumam o minis-

    trio da assessoria aos grupos de base. Liberao de jovens e assessores para o servio da PJ nas diversas instncias. Assessores formados para acompanhar as diversas instncias da PJ, especialmente os gru-

    pos de base.

    6. Mapear os grupos de jovens da PJ: Divulgao e motivao do mapeamento dos grupos de jovens que est acontecendo no

    site da PJ. Efetivao do mapeamento com informaes atualizadas da PJ aos grupos cadastrados.

    7. Organizar um banco de dados com as experincias formativas que acontecem no Brasil: Produo no site da PJ, de um formulrio para cadastro das atividades formativas das dioce-

    ses, regionais e Centros de Juventude. Criao de um mecanismo de acompanhamento dos jovens que participaram de atividades

    de capacitao. Levantamento de experincias de formao de lideranas e assessores para um banco de

    dados em nvel nacional.

  • 82

    8. Criar uma rede nacional de contatos entre os coordenadores diocesanos e regionais da PJ: Criao, no site da PJ, de uma forma de cadastro desses coordenadores. Criao de uma lista de e-mail (rede nacional) para contato e troca de experincias e partilhas. Divulgao da Coordenao Nacional e Coordenaes Regionais da PJ.

    9. Elaborar, sistematizar e divulgar subsdios para os grupos de jovens: Fomento para criao de subsdios e roteiros sobre liderana, assessoria, baseado em docu-

    mentos da Igreja e identidade da Pastoral da Juventude, em especial sobre o Documento 85, o Documento de Aparecida e Civilizao de Amor Projeto e Misso, com linguagem adequada aos grupos de jovens.

    Divulgao da Coleo na Trilha dos Grupos de Jovens e os demais subsdios para grupos de jovens.

    10. Acompanhar o Projeto de Revitalizao da PJ na Amrica Latina, participando ativamente das aes e etapas propostas: Elaborao de textos e materiais sobre os lugares bblicos. Preparao de roteiros aos grupos de jovens sobre os lugares bblicos e os momentos da

    Revitalizao. Divulgao das atividades inseridas no Projeto de Revitalizao da PJ. Difuso das concluses e da mensagem do III Congresso Latino-americano de Jovens. Elaborao de textos e materiais que ajudem a perceber o Projeto de Revitalizao como

    eixo inspirador da PJ.

    11. Fortalecer a parceria entre a PJ e a Rede Brasileira de Centros e Institutos de Juventude: Potencializao da participao nas atividades de formao da Rede Brasileira de Centros e

    Institutos de Juventude. Dilogo para a construo coletiva de materiais aos grupos de jovens e das propostas

    de formao. Favorecimento da realizao, preparao e organizao de atividades conjuntas entre a PJ

    e a Rede Brasileira. Divulgao das atividades da Rede Brasileira. Potencializao da parceria com a Rede Brasileira na preparao, elaborao e animao das

    Atividades Permanentes das PJs. Convite para a Rede Brasileira de Centros e Institutos de Juventude para que participem e/

    ou assessorem atividades da PJ nas Dioceses e Regionais.

  • 83

    12. Difundir no Brasil as orientaes do documento Civilizao do Amor Projeto e Misso: Elaborao de slides sobre Civilizao do Amor Projeto e Misso. Elaborao de textos, snteses e anlises do documento. Aprofundamento nas assembleias, ampliadas, encontros, cursos e atividades sobre o docu-

    mento Civilizao do Amor Projeto e Misso. Realizao de seminrios sobre o documento. As formaes e atividades da PJ devem considerar o documento Civilizao do Amor Pro-

    jeto e Misso.

  • 84

    Mstica e Construo

  • 85

  • 86

    Espiritualidade e profecia so duas palavras inseparveis.

    S os que se deixam possuir pelo esprito de Deus so

    capazes de plantar sementes do amanh e renovar a face da terra.

    Todo verdadeiro profeta semeador de confiana, de amor e de alegria.

    (Maria Ins Millen)

    Por que pensar em Mstica e Construo?Constata-se que h uma queda no interesse dos jovens em participarem dos grupos. A Igreja, em sua

    totalidade, tem sido afetada por um modelo de sociedade consumista e individualista, que afasta as pes-soas de assumir uma vivncia comunitria, favorecendo mais um modelo intimista da relao com Deus.

    O imediatismo e a busca de satisfao imposta pela dinmica da vida direciona as pessoas a centra-rem-se em atividades de massa, muitas vezes at desvinculadas de qualquer processo que exige com-promisso, a abertura para o transcendente no significa, necessariamente, uma aceitao das religies organizadas.17 Esta dinmica afeta a Pastoral da Juventude que prima pelo modelo de formao inte-gral e pela prtica processual.

    Entretanto, novos modelos de participao social so reconhecidos pela juventude: ONGs, grupos culturais, mobilizaes em torno de uma causa, campanhas por meio de redes sociais, movimentos reu-nidos em torno de identidade (negros, ndios, mulheres etc.), ou seja, diversas situaes que aproximam os jovens da proposta da PJ, que tem como por alguns dos seus pressupostos a convivncia com o pr-ximo, a transformao social e a espiritualidade encarnada na realidade.

    Dentre todas essas mudanas sociais que ocorrem em torno da juventude, no podemos ignorar o grande interesse que tem revelado a juventude para as questes relacionadas bblia, liturgia, orao, ao Ofcio Divino da Juventude e das Comunidades, ao mtodo de Leitura Orante, fazendo com que,

    a mstica crist nos envolva totalmente, ajudando-nos a renovar as expresses do anncio. [...] Esta

    espiritualidade missionria sustenta a eficcia de nosso agir, fortalece nossa fidelidade ao Evan-

    17 CNBB, 2007, n. 20.

    Mstica e Construo

  • 87

    gelho, marcando a autenticidade e ousadia de nosso testemunho, no meio dos prprios jovens da

    nossa sociedade.18

    A procura por essas atividades nos Regionais e na Rede Brasileira de Centros e Institutos de Juven-tude faz com que voltem seu foco para essa dimenso.

    Portanto, a prtica pedaggica da vida em grupo, exige a vivncia da espiritualidade e um olhar sobre o Processo de Educao na F sistematizado pela Pastoral da Juventude como ferramenta de acompanhamento. Assim como afirma Hilrio Dick:

    O processo de educao na f, mais do que um simples mtodo ou tcnica tem originalidade e au-

    tenticidade que surgem no desejo do encontro da descoberta de um Deus que se revela em Jesus

    Cristo, na pessoa humana e na natureza. Esse processo possibilita que o jovem vivencie o projeto

    de Jesus Cristo, sendo apstolo no meio de outro jovem, por meio da formao integral, com o

    jeito cristo de ser, na construo de uma sociedade mais justa, tica, solidria, sinal da civilizao

    do amor.

    O projeto Mstica e Construo tambm nos remete a pensar a dimenso do seguimento de Jesus Cristo, na qual se encontra a dignidade do discpulo missionrio (DA 153). Somos chamados vivncia dos sacramentos como processo de superao da acomodao. A proposta da iniciao crist deve ser revolucionria. o caminho proftico, que nos faz discpulos missionrios. Segundo as Diretrizes Gerais da Ao Evangelizadora:

    A iniciao cristno se esgotanapreparao aos sacramentos do batismo, crisma e eucaristia. Ela

    se refere adeso a Jesus Cristo. Esta adeso deve ser feita uma primeira vez, mas refeita, fortale-

    cida e ratificada tantas vezes quantas o cotidiano exigir.19

    Joo batizava nas guas; Jesus batizava no Esprito Santo. Ser batizado mergulhar na vida de Jesus e assumir seus critrios, seus sentimentos, seu jeito de ser. Somos, pelo batismo, filhos no Filho, filhos adotivos do Pai.

    A espiritualidade est ligada prtica de todo cristo. Na Pastoral da Juventude assume-se por inter-mdio da concepo libertadora. Pensar meios de a mesma acontecer no cotidiano do grupo de jovens, papel desse projeto nacional. No podemos deix-la na espontaneidade e na eventualidade. Os mo-mentos de orao requerem planejamento e cuidado.

    18 CNBB, 1998.19 CELAM, 2008, n. 288.

  • 88

    Onde queremos chegar Alimentar os grupos de jovens com os elementos da espiritualidade do seguimento a Jesus Cristo,

    espiritualidade da Pastoral da Juventude, fortalecendo a identidade, visando ao compromisso com a vida dos jovens e de todo o povo, na construo de uma Igreja sinal do Reino de Deus e de uma socie-dade mais justa.

    Iniciativas1. Estimular a prtica da orao entre os jovens dos grupos da PJ para que cultivem a intimidade

    com Jesus Cristo e alimentem a vida apostlica.20

    2. Incentivar o conhecimento da Palavra de Deus, sua vivncia, sua prtica e o uso dela nas reuni-es dos grupos de jovens, valorizando a Leitura Orante da Bblia (LOB) como um dos meios de aproximao do jovem com as sagradas escrituras e de se apropriarem de conceitos litrgicos.21

    3. Estimular a criao de msicas, poesias, artes plsticas e outras produes artsticas com pro-postas pastorais e elementos da espiritualidade libertadora.

    4. Difundir o Ofcio Divino das Comunidades (ODC) e da Juventude (ODJ), incentivando seu uso, bem como sua participao em formaes que capacitem os jovens a us-lo.22

    5. Incentivar a realizao de misses jovens nas Dioceses e/ou comunidades, a fim de continuar a proposta do encontro vivo com Jesus Cristo.

    6. Mapear as experincias de escolas bblicas, de liturgia e de materiais produzidos nessas reas, com o intuito de ser uma forma de divulgar e expandir o projeto.

    MetodologiaA metodologia e a pedagogia que a Pastoral da Juventude assume em seu trabalho com os jovens

    a do prprio Jesus.

    A didtica que deve nos inspirar no trabalho com a espiritualidade considera a realidade da juventu-de, o dilogo com os jovens e observa suas necessidades e experincias.

    Nesse sentido propomos que as prticas de espiritualidade sejam sempre planejadas, contando, quando necessrio, com o auxlio de assessores, da Rede Brasileira de Centros e Institutos de Juven-tude, da Rede Celebra, do Centro de Estudos Bblicos (CEBI), das Equipes Diocesanas de Liturgias entre outros.

    20 CNBB, 2007, n. 129.21 Idem, n. 135 e 136.22 ibidem, n. 132.

  • 89

    Aes propostas 1. Estimular a prtica da orao entre os jovens dos grupos da PJ para que cultivem a intimidade

    com Jesus Cristo e alimentem a vida apostlica: Publicao de textos sobre mstica e espiritualidade. Preparo de material de apoio para realizao de misses jovens como meio de ir ao encon-

    tro da juventude e fomentar a vivncia comunitria. Elaborao do primeiro subsdio do Projeto Mstica e Construo.

    2. Incentivar o conhecimento da Palavra de Deus, sua vivncia, sua prtica e o uso dela nas reuni-es dos grupos de jovens, valorizando a Leitura Orante da Bblia (LOB) como um dos meios de aproximao do jovem com as Sagradas Escrituras e se apropriarem de conceitos litrgicos.23 Incentivo para a participao da PJ nos encontros de Liturgias. Difuso das Escolas de Liturgia e Bblia. Continuidade das partilhas dominicais do evangelho. Parceria para publicao de textos e roteiros de formao sobre a LOB. Incentivo para a prtica da LOB nos grupos.

    3. Estimular a criao de msicas, poesias, artes plsticas e outras produes artsticas com pro-postas pastorais e elementos da espiritualidade libertadora: Acompanhamento do II Festival de Msica e Poesia da PJ. Publicao de um CD com msicas pastorais criadas pelo Festival. Divulgao no site nacional da PJ a arte, a poesia de diversos jovens do Brasil.

    4. Difundir o Ofcio Divino das Comunidades e da Juventude, incentivando seu uso, bem como sua participao em formaes que capacitem os jovens a us-lo:24

    Parceria para publicao de uma nova edio do Ofcio Divino da Juventude. Continuidade realizao do Ofcio em defesa da vida da juventude.

    5. Incentivar a realizao das misses jovens nas Dioceses e/ou comunidades, a fim de continuar a proposta do encontro vivo com Jesus Cristo: Fomento para a realizao de Misses Jovens nas diversas realidades. Sistematizao das experincias de misses jovens. Participao nas iniciativas de Misso Popular das Dioceses.

    23 Ibidem, n. 136 e CNBB, 2011, n. 96.24 CNBB, 2007, n. 132.

  • 90

    Parcerias entre as organizaes que trabalham o tema de Misso (COMIDI, COMIPA, COMIRE etc).

    6. Mapear as experincias de escolas bblicas, de liturgia e de materiais produzidos nessas reas, com o intuito de divulgar e expandir o projeto. Construo de banco de dados dessas experincias. Disponibilizao de materiais sobre escolas bblicas e de liturgia para jovens e reas afins.

    Identidade visualA escolha de uma identidade visual para o Projeto Nacional Mstica e Construo foi um

    processo de construo coletiva e troca de ideias sobre os fatores que poderiam melhor representar a nossa mstica.

    A Vela precedida de fortes simbolismos:

    a chama representa o Cristo e a ns mesmos, que assumimos a misso que nos foi confiada por Ele: Ser Luz no mundo;

    a vela re-presenta a Pas-toral da Juventu-de, que uma forma de levar o Cristo (chama/fogo) a todos os jovens; as palavras so os ele-mentos que contribuem de forma direta com a mstica e espi-ritualidade da Pastoral da Juventude, presentes em nossos grupos de bases e nas nossas vivncias comunitrias; temos tambm na base da chama o nosso smbolo, como representao da nossa identidade, o nosso jeito de ser e fazer.

  • 92

    A Juventude Quer Viver

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  • 94

    preciso amar as pessoas como se

    no houvesse amanh.

    (Renato Russo)

    Por que pensar que A juventude quer viver?O Projeto A Juventude quer Viver nasce na fidelidade ao projeto de Jesus que nos envia em

    misso para que todos tenham vida e vida em abundncia (Jo 10,10). Nasce da necessidade de no estgio da militncia do Processo da Educao na F, e com base na rede de grupos de jovens em todo o Brasil, reunirem-se propostas e pautar polticas pblicas e sociais de/com/para a juventude, como forma de promover sua participao e protagonismo, garantindo que os autores dessas ins-tncias sejam os prprios jovens promovendo a mobilizao coletiva da PJ de forma mais organizada, orgnica e qualificada.

    Segundo a pesquisadora Regina Novaes25 essa gerao jovem tem trs caractersticas comuns: o medo de morrer, referindo-se ao alto nmero de jovens vtimas da violncia letal; o medo de sobrar, por causa dos ndices de excluso social e econmica a que os jovens se encontram submetidos em nossa sociedade, em especial no que tange questo do desemprego e marginalizao social; e o medo de ficar desconectado, referindo-se ao risco de no pertencimento aos grupos sociais nos quais convive. Trata-se de trs grandes marcas geracionais.

    No que se refere questo do medo de morrer, relacionado ao tema da violncia, podemos falar num verdadeiro genocdio, principalmente contra a populao jovem negra e masculina. Um problema grave que exige da Pastoral da Juventude um posicionamento pblico e uma ao mais efetiva em rela-o a algumas questes que afetam as suas vidas.

    Do ponto de vista da Palavra do Magistrio da Igreja, forte a exortao no sentido do direito vida e garantia da juventude:

    25 NOVAES, 2005.

    A Juventude Quer Viver

  • 95

    Face situao de extrema vulnerabilidade a que est submetida a imensa maioria dos jovens bra-

    sileiros, necessria uma firme atuao de todos os segmentos da Igreja no sentido de garantir o

    direito dos jovens vida digna e ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades. Isso se des-

    dobra e concretiza no direito educao, ao trabalho e renda, cultura e ao lazer, segurana,

    assistncia social, sade e participao social.26

    As Diretrizes Gerais da Ao Evangelizadora da Igreja no Brasil propem que as Comunidades deem ateno especial aos jovens e afirmam que o combate violncia e ao extermnio de jovens contribui com a vida plena da juventude, parcela to importante de nossa Igreja e da sociedade.27

    Tendo em vista esses elementos da realidade juvenil, as palavras de Jesus e as orientaes da Igreja, faz--se necessrio um projeto nacional da PJ que possa centrar foras em aes mais especficas e diretas em relao defesa da vida e na luta pela efetivao e acompanhamento de polticas pblicas de juventude.

    Onde queremos chegar? Posicionar-se publicamente sobre temas que afetam diretamente a vida da juventude, como tambm

    construir estratgias de participao e interveno poltica nos diversos setores sociais organizados (go-vernamentais e no governamentais), buscando mobilizar a juventude pela garantia dos seus direitos.28

    Iniciativas1. Fomentar o debate no interior dos diversos grupos de jovens sobre a temtica da vida da juven-

    tude, em especial da dimenso sociopoltica (conscientizao) da formao integral.

    2. Mapear as iniciativas e aes que esto sendo realizadas nos regionais com a temtica do projeto.

    3. Estimular, onde no existe, a criao de Grupos ou Equipes de fomento do projeto em nveis mais locais.

    4. Criar mecanismos de denncia de violao dos direitos da Juventude.29

    5. Promover a participao e atuao dos jovens nas pautas relacionadas s polticas pblicas de juventude em nveis locais, regionais e nacional.30

    6. Construir, com as outras PJs e parceiros, estratgias para a reflexo, divulgao e monitora-mento da Campanha Nacional contra a violncia e o extermnio de jovens.

    26 O Documento 85, afirma que necessrio uma firme atuao de todos os segmentos da Igreja no sentido de garantir o direito dos jovens vida digna e ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades (n. 230).27 CNBB, 2011, n. 91. 28 O Documento 85, afirma que urgente que todos os jovens tenham acesso a seus direitos fundamentais (n. 234). 29 CNBB, 2011, n. 112, afirma que a Igreja deve ser a primeira a se interessar pela defesa dos direitos humanos.30 CNBB, 2007, n. 311.

  • 96

    7. Mapear e acompanhar a participao de representantes da PJ em Conselhos de Direito e/ou outros espaos de organizao social e incentivar a participao dos jovens na construo des-ses espaos, nos estados e municpios que no possuem.31

    8. Avaliar periodicamente e criar estratgias para intervir e acompanhar a participao da PJ nos Conselhos de Juventude (nacional, estaduais e municipais)32.

    9. Construir estratgias para uma interveno poltica qualificada e organizada da Pastoral da Ju-ventude, nos diversos segmentos sociais.

    10. Disponibilizar recursos pedaggicos.

    MetodologiaSero criados dois subgrupos dentro do projeto: um de Interveno Poltica (IP) e outro de Direi-

    tos Humanos (DH).

    O grupo de Direitos Humanos responsvel por:A. Analisar as aes do Programa Nacional de Segurana Pblica e Cidadania (PRONASCI).B. Mapear e participar das aes de polticas e programas de governo que esto diretamente liga-

    das vida da juventude.C. Produzir subsdios nacionais adaptveis s realidades locais em defesa da vida da juventude.D. Dialogar com o Projeto Teias da Comunicao para montar estratgia de denncia da violao

    dos direitos da Juventude.

    O grupo de Interveno Poltica responsvel por:A. Avaliar as aes das polticas e programas de governo que esto diretamente ligadas vida da

    juventude.B. Fortalecer a rede de parceiros que foi criada por conta da Campanha Nacional contra violncia e

    extermnio de jovens.C. Buscar parcerias para fazer Escola de Formao Poltica e Direitos Humanos para a Juventu-

    de com as CEBs, Pastorais Sociais, Movimentos Sociais, Universidades, Centros e Institutos de Juventude.

    D. Formar uma equipe de acompanhamento de representantes da PJ nos conselhos de direitos e/ou outras.

    E. Participar de Conferncias mobilizando de forma organizada uma bandeira de luta nacional da PJ.

    31 Idem, n. 311.32 Ibid.

  • 97

    Aes propostas 1. Fomentar o debate no interior dos diversos grupos de jovens sobre a temtica da vida da juven-

    tude, em especial da dimenso sociopoltica (conscientizao) da formao integral: Produo e divulgao de subsdios nacionais adaptveis s realidades locais em defesa da

    vida da juventude.

    2. Mapear as iniciativas e aes que esto sendo realizadas nos regionais com base no projeto: Criao de uma rede de comunicao entre os representantes e lideranas dos regionais.

    3. Estimular, onde no existe, a criao de grupos ou equipes de fomento do projeto em nveis mais locais: Debate sobre o Projeto nas realidades, regionais, diocesanas e locais.

    4. Criar mecanismos de denncia na violao dos direitos da Juventude: Dilogo com o Projeto Teias da Comunicao para montar estratgia de denncia da viola-

    o dos direitos da juventude.

    5. Promover a participao e atuao dos jovens nas pautas relacionadas s polticas pblicas de juventude em nveis locais, regionais e nacional: Fomento participao nos conselhos de direitos e demais espaos de controle das polticas

    pblicas.33

    Incentivo participao dos jovens nas Conferncias de Juventude.34

    6. Construir, com as outras PJs e parceiros, estratgias para a reflexo, divulgao e monitora-mento da Campanha Nacional contra a violncia e o extermnio de jovens: Fortalecimento da rede de parceiros que foi criada por conta da Campanha Nacional contra

    violncia e extermnio de jovens.

    7. Mapear e acompanhar a participao de representantes da PJ em Conselhos de Direito e/ou ou-tros espaos de organizao social e incentivar a participao dos jovens na construo desses espaos, nos estados e municpios que no possuem: Criao de uma Rede de Representantes da Pastoral da Juventude nos Conselhos de Direito.

    33 Ibid.34 Ibid.

  • 98

    8. Avaliar periodicamente e criar estratgias para intervir e acompanhar a participao da PJ nos Conselhos de Juventude (nacional, estaduais e municipais): Formao de uma equipe de acompanhamento de representantes da PJ nos conselhos de

    direitos e/ou outras. Participao nas Conferncias mobilizando de forma organizada uma bandeira de luta na-

    cional da PJ.35

    9. Construir estratgias para uma interveno poltica qualificada e organizada da Pastoral da Ju-ventude, nos diversos segmentos sociais: Parcerias para realizar Escola de Formao Poltica e Direitos Humanos para a Juventude com as

    CEBs, Pastorais Sociais, Movimentos Sociais, Universidades, Centros e Institutos de Juventude. Anlise das aes do PRONASCI. Mapeamento e participao das aes de polticas e programas de governo que esto dire-

    tamente ligadas vida da juventude. Avaliao das aes das polticas e programas de governo que esto diretamente ligadas

    vida da juventude. Realizao do Seminrio Nacional do Projeto A Juventude Quer Viver para trocar experi-

    ncias e avaliar a caminhada do Projeto.

    10. Disponibilizar recursos pedaggicos com as temticas do projeto: Criao de uma seo do projeto no site nacional da PJ para disponibilizar materiais como

    vdeos, cartazes, panfletos, textos e demais subsdios para grupos.

    35 Ibid.

  • 99

    Identidade visual O Projeto tem como referncia visual a imagem de uma

    jovem soltando uma pipa36 carregada de bandeiras que repre-sentam as vrias dimenses dos direitos da juventude. Criado pela Casa da Juventude Pe. Burnier, a imagem foi adotada como logotipo do projeto A Juventude Quer Viver em refe-rncia liberdade, autonomia e participao.

    36 Pipa: tambm conhecida como papagaio, pandorga ou arraia.

  • 100

    Teias da Comunicao

  • 101

  • 102

    Ento Jesus disse-lhes: Vo pelo mundo inteiro e anunciem a

    Boa Notcia para toda a humanidade.

    (Mc 16, 15)

    Por que pensar em comunicao?

    O jovem, como apstolo de outros jovens, tem um poder de comunicao e de convencimento peculiar.

    (Doc. 85 da CNBB, n. 176)

    A Pastoral da Juventude j atua na ao evangelizadora da juventude h mais de trs dcadas, sendo precursora de muitas aes pastorais desde o grupo de base, at grandes eventos nacionais, como en-contros, assembleias e dias comemorativos, entre elas, o Dia Nacional da Juventude.

    A tarefa de organizar, articular, acompanhar, formar e comunicar sempre foi, e ainda , um grande desafio, tendo em vista as mudanas ante a pluralidade cultural existente no Brasil. A diversidade de cul-tura , com certeza, um dos principais desafios, mas ao mesmo tempo enriquece o trabalho, trazendo experincias novas, diferentes, nunca vistas, e que pelo encanto da novidade, cativa, revigora, transfor-ma e proporciona juventude outro olhar da realidade.

    As reflexes sobre a ps-modernidade, no olhar social e eclesial nos motivam e estimulam organizar novas aes ou aperfeioar as que j existem, adequando-as com a realidade presente nos lugares onde atuamos. Para a comunicao no diferente. essencial que tenhamos uma comunicao pensada de forma integral e, ao mesmo tempo, atual, estando aberta para possveis e necessrias mudanas.

    Com o intuito de aperfeioar a sua comunicao a Pastoral da Juventude criou o projeto Teias da Comunicao.

    Sendo o Brasil um pas de dimenses continentais, com peculiaridades nicas, percebemos que fal-tam ligaes orgnicas entre as diversas experincias, instncias e grupos da Pastoral da Juventude.

    Teias da Comunicao

  • 103

    Analisando a realidade da ao da Pastoral da Juventude, podemos citar alguns elementos37 solicita-dos pelo episcopado brasileiro no Documento 85 para serem desenvolvidos pela rea de comunicao. So eles: a necessidade de levar em conta a realidade social dos jovens, orient