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conto inédito de Natal
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DESEJOS
DOCES
e
SONHOS COM
CANELA
(Conto inédito)
Autores e Ilustradores
TURMA 4.3
DESEJOS DOCES e SONHOS COM CANELA
“Pai Natal
Somos alunos da turma 4.3 do Centro Escolar das Alagoas, Peso da
Régua.
Este Natal, queremos fazer trabalho de voluntariado, ajudando-te a
recolher os sonhos e os desejos de todas as crianças do mundo.
Estamos à tua disposição. Esperamos a tua resposta.
Cumprimentos
Dos 18 da turma 4.3.”
A mensagem chegou ao facebook do Pai Natal e …
- Ora, mais uma lista! Com esta crise, aumentaram os pedidos e
já não sei como hei de resolver esta situação! Ah, afinal não são
pedidos...é até uma grande prenda! Vou já aceitar esta oferta, pois não
é todos os dias que se recebe um presente tão generoso!
O Pai Natal respondeu imediatamente e começou a preparar o
comboio mágico. Este estivera parado durante onze meses, o pó
acumulara-se, as rodas enferrujaram, as cortinas rasgaram-se, o chão
ficou esburacado, até parecia que perdera a sua magia. Mas nada que
não se resolva facilmente com a ajuda da equipa de limpeza dos
duendes.
De mochila às costas, lá foram os alunos da turma 4.3 encontrar-
se com o Pai Natal na estação do Peso da Régua. A porta da estação
abriu-se.
As sete cores do arco-íris iluminavam o caminho a seguir. Estupefactos
e boquiabertos entraram no comboio.
Tudo era surreal: estrelas que falavam, presentes que voavam, bolas
de mil cores, flocos de neve doces e fofos como algodão-doce, árvores
de Natal que dançavam, anjos que cantavam melodiosas canções
natalícias!
O comboio partiu a todo o vapor, em direção ao Pólo Norte, deixando
para trás os vinhedos do Douro, matizados com as belas cores do
outono: verde, vermelho, amarelo, laranja, roxo, castanho...
A viagem foi longa. Uns dormiam, outros cantavam e dançavam
ao som dos cânticos dos anjos, outros lambuzavam-se com os flocos de
neve com sabor a algodão-doce...
Enfim chegaram. Ao longe, avistaram um palacete de cristal
envolto em creme de caramelo quente, parecia mesmo um pudim!
Entraram rapidamente. O frio era intenso, mas já os esperava uma
receita típica do Polo Norte, um chocolate quente que era uma delícia!
O Pai Natal apressou-os, pois havia muito trabalho a fazer e não
estavam ali apenas para se divertirem. Com um pouco de magia,
transformou-os em estrelas cintilantes, douradas e prateadas e pediu-
lhes que cumprissem a sua promessa e recolhessem os sonhos e os
desejos de todas as crianças. Tarefa difícil!!!
Transformados em estrelas, entraram no saco vermelho, que
ficou enorme e pesado.
Viajando no seu trenó, de cidade em cidade, o Pai Natal ia abrindo o
saco e libertando as estrelas-crianças.
No silêncio e escuridão da noite, estas entraram nos quartos dos outros
meninos, interromperam os seus sonhos e descobriram os desejos de
cada um. Trabalho feito!
De repente, ouviu-se uma voz aflita:
- Despachem-se, faltam cinquenta e nove segundos para as doze
badaladas da meia-noite. Temos que entrar no saco antes que acabe a
magia e nos transformemos de novo em meninos...
A última estrela-criança, como estava atrasada, para conseguir
chegar a tempo, transformou-se numa estrela cadente e entrou no saco
no último milésimo de segundo.
-Ufa, que alívio!!! Quase ficava perdida...
Chegados ao palacete do Pai Natal, novamente como meninos e
meninas, entraram na “sala da felicidade” e cada um recordou os
pedidos que recolheu. Ao mesmo tempo, o Pai Natal fazia as anotações
necessárias para nada ficar esquecido e, um a um, os desejos foram
sendo registados:
“O meu sonho é viajar com o Pai Natal e com as suas renas. Também
gostava que a crise acabasse e caísse dinheiro do céu...”
“Gostava de embrulhar as prendas com os duendes e ver a Mãe Natal...”
“Desejava ter o Natal mais feliz do mundo, sem nenhuma preocupação e que todos tivessem amor,
paz e amizade..
“... tirar boas notas, ir ao Polo Norte e ficar com minha família...”
“... ter muitas prendas para brincar em família, ter um computador...”
“... o meu sonho é voar até à casa do Pai Natal, num tapete voador,
desejar boas festas à Marta, nossa colega, que emigrou para o
Luxemburgo...”
“... é ter muitos amigos, que a minha mãe seja rica, ter um jogo e uma
bicicleta.”
“... ter a playstation3, viajar pelo mundo, entrar no armazém dos
presentes e ajudar os duendes...”
“... construir a árvore de Natal mais bela do universo, para recordar os
bons momentos passados em outros natais...”
“...comer bolachas da Mãe Natal … “
“... ter as prendas todas do mundo, ser princesa, os meus pais serem os
reis num reinado feliz ...”
“...o meu sonho era que o Pai Natal existisse, fizesse magia e desse
alegria, paz, amor, conforto, saúde, ternura e muitos, muitos, muitos,
muitos brinquedos a todas as crianças do mundo...”
“... era que os meus pais se juntassem e que fôssemos os primeiros a
viajar no trenó ...”
“...ver a minha casa do céu com a família reunida...”
- Tantos sonhos… tantos desejos! Os desejos são fáceis de
concretizar, os sonhos nem por isso! Vamos ver o que se arranja...-
disse o Pai Natal.
- É verdade, sonhar é imaginar com a nossa mente. É um
pensamento do outro mundo. Um pensamento só nosso, que pode ou
não acontecer. Um desejo é algo que se pode concretizar na realidade,
como ter um brinquedo, comer uma rabanada, ou viajar de avião.
A noite foi longa e organizar a lista foi complicado e desgastante.
Estavam todos felizes, mas também cansados e com muita fome. Os
cozinheiros duendes prepararam uma ceia especial, para crianças
especiais. A mesa estava enfeitada a rigor, com lindos arranjos de
azevinho, velas encarnadas, pratos e talheres dourados e prateados e
copos de vidro transparentes. O menu tradicional foi servido com a
orientação da Mãe Natal acompanhada por simpáticas duendezinhas:
bacalhau cozido, couve troncha e batata, tudo regado com azeite,
arroz de polvo com filetes de polvo, bolinhos de bacalhau, rabanadas e
sonhos, polvilhados com açúcar e canela, aletria, arroz doce, leite-
creme e bolo-rei.
Por fim, o Pai Natal distribuiu prendas a cada um dos seus
ajudantes e agradeceu a nossa excelente colaboração. Mas a melhor
surpresa estava para chegar: um bolo especial acompanhado da
receita:
“500 g de amor
250 g de tolerância
600 g de saúde
250 g de paz
300 g felicidade
400 dl de solidariedade
Misturam-se com cuidado todos os ingredientes e coze-se em
banho-maria. Recheia-se com frutos silvestres perfumados. Serve-se
acompanhado de boa disposição, sorrisos sinceros, sumo de laranja
natural e um bom Vinho do Porto (para os adultos, é claro)!”
Missão cumprida!!
………..
É dia de Natal!
Acordamos, ainda cedo, corremos descalços até à árvore de
Natal, onde as luzinhas piscam. No presépio, o Menino Jesus sorri,
perto de alguns presentes e de uma mensagem:
Imaginação ou realidade?!
Pouco nos interessa, o mais importante é acreditar, sonhar e
voar... BOM NATAL!!!!!
Caros amigos
Agradeço a vossa colaboração. Nunca deixem de sonhar, sonhos doces
polvilhados com açúcar e canela. E lembrem-se: o Natal pode ser todos
os dias, se derem alegria a quem precisa!
Do vosso amigo
Pai Natal