75
Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar Cátia Filipa Barbosa Lopes Mestrado em Ciências do Consumo e Nutrição Departamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território 2015 Orientador Doutora Sandra Abreu, Professora Auxiliar Convidada, Faculdade de Desporto da Universidade do Porto Coorientador Doutor Pedro Moreira, Professor Catedrático, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto

Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar

Cátia Filipa Barbosa Lopes

Mestrado em Ciências do Consumo e Nutrição Departamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território 2015

Orientador Doutora Sandra Abreu, Professora Auxiliar Convidada, Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

Coorientador Doutor Pedro Moreira, Professor Catedrático, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto

Page 2: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,
Page 3: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

Todas as correções determinadas pelo júri, e só essas, foram efetuadas. O Presidente do Júri,

Porto, ______/______/_________

Page 4: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,
Page 5: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

i

Dedicatória

À minha mãe,

… que me deu as asas para poder voar e

me ensinou a procurar sempre a luz dentro da escuridão.

Page 6: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

ii

Agradecimentos

Agradeço à minha orientadora, Doutora Sandra Abreu, todo o apoio ao longo do

trabalho, pela disponibilidade e dedicação, transmissão de conhecimento e ajuda

no tratamento estatístico dos dados.

Ao meu coorientador, Professor Doutor Pedro Moreira, quero agradecer toda a

ajuda e conhecimento que me transmitiu.

Aos meus amigos agradeço todo o otimismo e momentos partilhados.

À Renata, minha segunda irmã, agradeço todas as gargalhadas, sabedoria

transmitida e apoio incondicional em todos os momentos certos.

À minha família por estar sempre presente e por todo o carinho.

À minha irmã, amiga e parceira de “crime”, um grande obrigada por me ensinar a

saber cuidar e a ter responsabilidade.

À minha Mãe, grande amiga e conselheira, os agradecimentos são infindáveis,

sem ela nada seria possível.

Page 7: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

iii

Índice

Dedicatória .......................................................................................................... i

Agradecimentos .................................................................................................. ii

Lista de Abreviaturas .......................................................................................... v

Lista de Tabelas ................................................................................................. vi

Resumo em Português ..................................................................................... viii

Abstract .............................................................................................................. ix

1. Introdução ................................................................................................... 1

2. Revisão da Literatura .................................................................................. 5

2.1. Crescimento da criança no período de idade pré-escolar ......................... 5

2.2. Alimentação em idade pré-escolar ............................................................ 6

2.2.1. Comportamento alimentar das crianças em idade pré-escolar ........... 6

2.2.2. Consumo alimentar das crianças em idade pré-escolar ..................... 7

2.2.3. Fatores que influenciam os hábitos alimentares das crianças em

idade pré-escolar ............................................................................................ 8

2.2.4. Consequências da adoção de maus hábitos alimentares nas crianças

em idade pré-escolar....................................................................................... 9

2.3. Sono ........................................................................................................ 11

2.3.1. Definição de sono ............................................................................. 11

2.3.2. A importância do sono ...................................................................... 11

2.3.3. Prevalência do número de horas de sono para crianças em idade pré-

escolar 13

2.3.4. Recomendações do número de horas de sono para crianças em

idade pré-escolar .......................................................................................... 13

Page 8: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

iv

2.3.5. Fatores de risco associados à redução do número de horas de sono

14

2.3.6. Definição de privação de sono ......................................................... 15

2.3.7. Consequências da redução crónica do número de horas de sono ... 16

2.4. Sono e alimentação................................................................................. 18

3. Material e Métodos .................................................................................... 20

3.1. Participantes ........................................................................................... 20

3.2. Dados sociodemográficos ....................................................................... 21

3.3. Sono ........................................................................................................ 21

3.4. Atividades sedentárias ............................................................................ 21

3.5. Atividade física ........................................................................................ 22

3.6. Dados antropométricos ........................................................................... 22

3.7. Ingestão alimentar ................................................................................... 23

3.8. Análise estatística ................................................................................... 26

4. Resultados ................................................................................................ 28

5. Discussão e Conclusões ........................................................................... 33

6. Bibliografia ................................................................................................ 38

Page 9: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

v

Lista de Abreviaturas

DP: Desvio Padrão

IC: Intervalo de Confiança

IMC: Índice de Massa Corporal

NREM: Sem o Movimento Rápido dos Olhos (Non Rapid Eye Movement)

NSF: National Sleep Foundation

OMS: Organização Mundial de Saúde (WHO: World Health Organization)

PAL: Nível de atividade física (Physical Activity Level)

PRESTYLE: “Prestyle Project” - Habitual Physical Activity, Sedentary Behavior,

Physical Education Class and Nutrition in Preschool Children: A Longitudinal

Study

REM: Movimento Rápido dos Olhos (Rapid Eye Movement)

VET: Valor Energético Total

Page 10: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

vi

Lista de Tabelas

Tabela 1: Descrição da amostra total e por sexos, quanto à idade, peso, estatura,

classificação do z-score do IMC, horas de sono, atividade física, atividades

sedentárias e escolaridade dos pais. ................................................................... 29

Tabela 2: Ingestão nutricional e alimentar da amostra total e de acordo com o

sexo. ..................................................................................................................... 30

Tabela 3: Associação entre as horas de sono e a ingestão dos alimentos/grupos

alimentares, de acordo com o sexo. ..................................................................... 31

Page 11: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

vii

Page 12: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

viii

Resumo em Português

Introdução: Existem inúmeros fatores que podem interferir com a ingestão

alimentar das crianças, sendo o sono um deles. A restrição de sono foi associada

ao aumento da ingestão energética total diária, bem como do consumo de

alimentos densamente energéticos. Por outro lado, parece existir uma associação

positiva entre sono e a ingestão de alimentos com elevada densidade nutricional.

Objetivo: Verificar a associação entre o sono e alimentação, em crianças em

idade pré-escolar.

Metodologia: Trata-se de um estudo transversal. A amostra era constituída por

447 crianças de idade pré-escolar. A ingestão alimentar foi avaliada através de

diários alimentares de 3 dias. Recolheram-se dados antropométricos (peso

corporal e estatura) e a atividade física foi avaliada através de acelerometria.

Através de um questionário recolheram-se sobre o número de horas de sono,

tempo gasto em atividades sedentárias e nível de escolaridade dos pais. A

associação entre sono e alimentação foi analisada através de regressão linear

múltipla, ajustada para potenciais confundidores (idade, classificação do z-score

do índice de massa corporal, nível de escolaridade parental, atividades

sedentárias, atividade física e ingestão energética total).

Resultados: A média de idades da amostra era de 61,41 meses. A maioria das

crianças era do sexo masculino (53,2%). A média do número de horas de sono

diárias foi de 10,53 horas, não se verificando diferença entre sexos. Quanto às

crianças do sexo feminino, não se verificou relação entre o sono e a ingestão

alimentar. Apenas se verificou que as crianças do sexo masculino, por cada hora

adicionada ao sono, ingeriam mais 6,48g de hortícolas (β=6,48 IC 95%: 0,87;

12,10).

Conclusão: Os resultados sugerem uma associação positiva entre o número de

horas de sono e a ingestão de hortícolas, nas crianças do sexo masculino.

Verificou-se que apesar da ingestão alimentar satisfazer as recomendações

nutricionais, não respeitava as recomendações alimentares. As crianças do sexo

masculino apresentaram maior consumo de iogurte; pão, arroz, massa e

tubérculos e cereais de pequeno-almoço e farinhas.

Palavras-Chave: Sono, Alimentação, Ingestão Alimentar, Crianças.

Page 13: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

ix

Abstract

Introduction: There are many factors that can interfere with children’s food intake,

one of them is sleep. Sleep restriction was associated with increased of total

energy intake, as well energy-rich foods consumption. On the other side, it seems

to be a positive association between sleep and nutrient-dense foods intake.

Objective: To examine the association between sleep and food intake among

preschool children.

Methods: This was a cross-sectional study, with 447 preschool children. Dietary

intake was measured by a 3 day dietary report. Body weight and body height were

determined using standard anthropometric methods. Physical activity was

measured by accelerometer. Sleep duration, TV viewing and parental education

were collected by a questionnaire. The association between sleep and food intake

was evaluated using multiple linear regression analysis, adjusting for potential

confounders (age, weight status, educational level of parents, screen time,

physical activity and total energy intake).

Results: The mean age of the sample was 61.41 months. The majority of children

were boys (53.2%). The average sleep duration, per day, was 10.53 hours and

there was no difference between sexes. There was no association between sleep

duration and food intake, in girls. Conversely, one additional hour of sleep duration

was found to be associated with increased vegetables consumption, in boys

(β=6.48 IC 95%: 0.87; 12.10).

Conclusion: The results suggest a positive association between sleep duration

and increased vegetable consumption, in boys. It was verified that food intake

meets the nutritional recommendations, but did not comply with dietary

recommendations. Higher consumption of yogurt, starchy foods and ready-to-eat

cereals was found in boys.

Key words: Sleep, Diet, Food Intake, Children.

Page 14: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,
Page 15: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

1

1. Introdução

Segundo Kudlova, E. et al. (2012), a saúde é indivisível e requer

abordagens holísticas ao longo de toda a vida do indivíduo. Um resultado

saudável num dado estadio de vida, pode determinar o bom estado de saúde nos

estádios seguintes. Assim, o crescimento e desenvolvimento nas crianças de

idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade

escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova, D., 2012).

Uma alimentação adequada durante a primeira infância pode proporcionar

um adequado crescimento, estado nutricional (Allen, L.H., 2012) e

desenvolvimento psicossocial (Adair, L.S., 2014; Westenhoefer, J., 2001), bem

como a prevenção de doenças crónicas como a obesidade, diabetes, doenças

cardiovasculares e síndrome metabólica (Wells, J.C. et al., 2007; World Health

Organization, 2003).

A aquisição de hábitos alimentares, desde idades precoces, pode depender

de vários fatores (biológicos, sociais, ambientais, entre outros), que estão

integrados num modelo complexo e difícil de compreender (Lopes, C. et al.,

2014).

Assim, existem inúmeros fatores que podem interferir com os hábitos

alimentares das crianças.

Os pais/encarregados de educação podem ter um grande impacto nas

escolhas alimentares e no comportamento alimentar das crianças (Tatlow-Golden,

M. et al., 2014), pois não são autónomas e necessitam do seu auxílio para se

alimentarem (Lo, K. et al., 2015).

Outros fatores também têm sido associados com os hábitos alimentares

das crianças, como o estatuto socioeconómico dos pais (Jin, Y. e Jones-Smith,

J.C., 2015; Leung, C.Y. et al., 2015), a influência dos media (Lobstein, T. et al.,

2015; Raychaudhuri, M. e Sanyal, D., 2012; World Health Organization, 2000), o

sono (Chaput, J.P., Lambert, Et Al., 2011; Matricciani, L., Olds, T., & Petkov, J.,

2012) e a disponibilidade alimentar (Council on School Health e Committee on

Nutrition, 2015; Raychaudhuri, M. e Sanyal, D., 2012).

Page 16: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

2

Na última década, o sono começou a ser bastante estudado, pois

paralelamente à epidemia da obesidade, observou-se uma privação crónica do

número de horas sono (Jean-Louis, G. et al., 2014; Patel, S.R. e Hu, F.B., 2008).

De acordo com o nosso conhecimento, o primeiro artigo que reporta este

assunto foi publicado no ano de 2000, por Vioque, et al. (2000) que estudava a

associação entre obesidade e o número de horas diárias despendidas a ver

televisão e a dormir, em adultos que residiam em Valencia, Espanha. O primeiro

artigo que associa o sono com obesidade em idade pediátrica (crianças e

adolescentes com idades compreendidas entre os 11 e os 16 anos de idade) foi

publicado no ano de 2002, por Gupta, N.K. et al. (2002). Neste estudo, verificou-

se uma associação entre sono e obesidade, pois por cada hora aumentada à

duração do sono das crianças, a probabilidade destas terem obesidade diminuía

cerca de 80% (Gupta, N.K. et al., 2002).

O sono tem um papel essencial no organismo humano pois exerce um

mecanismo de controlo sobre o metabolismo e sistema endócrino o que,

consequentemente, afeta os níveis de glicose e de hormonas importantes na

regulação da sensação de fome, como a grelina, a leptina e a insulina (Benedict,

C. et al., 2012).

Alguns estudos experimentais em adultos sobre a restrição de sono

mostraram impactos negativos sobre os níveis hormonais de grelina e leptina,

fome, ingestão energética total diária, peso corporal (Markwald, R.R. et al., 2013;

Spiegel, K. et al., 2004) e índice de massa corporal (IMC) (Dashti, H.S. et al.,

2015; Pileggi, C. et al., 2013). Assim, a duração do sono parece estar

inversamente associada com o IMC das crianças e adolescentes (Fatima, Y. et

al., 2015; Valrie, C.R. et al., 2015).

Alguns estudos em populações com idade pediátrica reportam que curtos

períodos de sono podem aumentar o risco de excesso de peso/obesidade em

mais de 60% (Cappuccio, F.P. et al., 2008; Chen, X. et al., 2008) e está associado

a uma maior ingestão energética (Mcdonald, L., Wardle, J., Llewellyn, C.H.,

Johnson, L., et al., 2015), maior percentagem de massa gorda (Diethelm, K. et al.,

2011) e maior adiposidade abdominal (Chaput, J.P. e Tremblay, A., 2007).

Por exemplo, Hart, et al. (2013), no seu trabalho com crianças de 8 a 11

anos de idade, mostrou que se diminuir o número de horas de sono para 7 horas

Page 17: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

3

diárias, por noite, durante a semana existe um aumento de 8% na ingestão

energética total, o que corresponde a um amento 0,24 kg de peso corporal.

Segundo este autor, as crianças com maior número de horas de sono,

quando comparadas com as que têm menor número de horas de sono, também

apresentam menores níveis de leptina circulante em jejum e um menor peso

corporal (Hart, C.N. et al., 2013).

Outros estudos mostraram que a restrição do número de horas de sono

pode levar a um aumento da ingestão de energia (Spaeth, A.M. et al., 2014; St-

Onge, M.P. et al., 2011), gordura (Spaeth, A.M. et al., 2014), gordura saturada

(St-Onge, M.P. et al., 2011) e hidratos de carbono (Nedeltcheva, A.V. et al.,

2009). Contudo, esta associação ainda suscita algumas dúvidas, sendo

necessários mais estudos sobre o tema.

De uma forma geral, a manutenção da saúde global pode ser

comprometida se o número de horas de sono for insuficiente (Chaput, J.P., 2014).

Atualmente, já existem alguns estudos que associam o sono com o

excesso de peso/obesidade infantil, contudo o conhecimento sobre a associação

entre sono e o consumo alimentar das crianças necessita ser mais aprofundado.

A presente dissertação tem como objetivo geral verificar a associação entre

o sono e alimentação, em crianças em idade pré-escolar.

Os objetivos específicos do estudo são:

1. Caracterizar o estado nutricional (peso, estatura e classificação do z-

score de IMC, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS));

2. Verificar a ingestão alimentar (alimentos/grupos alimentares) e

nutricional;

3. Determinar o número de horas de sono;

4. Avaliar a associação entre o número de horas de sono e a ingestão de

alimentos/grupos alimentares.

A presente dissertação, intitulada “Sono e Alimentação em Crianças de

Idade Pré-Escolar”, foi realizada no âmbito do Mestrado em Ciências do Consumo

e da Nutrição da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da

Universidade do Porto e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

O presente documento está estruturado em quatro grandes partes.

Page 18: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

4

Numa primeira parte, é realizada uma revisão bibliográfica sobre a

alimentação das crianças de idade pré-escolar, sono e a associação existente

entre estes.

Na segunda parte é descrita a metodologia adotada com descrição da

amostra e dos procedimentos de recolha e análise de dados.

Na terceira parte, apresentam-se os resultados de uma forma organizada e

estruturada.

Na quarta parte, encontra-se a discussão dos resultados obtidos, bem

como o seu posicionamento face à luz do conhecimento atual. Seguidamente, são

apresentadas as conclusões e consideradas propostas de investigação futuras.

Page 19: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

5

2. Revisão da Literatura

2.1. Crescimento da criança no período de idade pré-escolar

O período pré-escolar é caracterizado como uma fase de desenvolvimento

cognitivo, motor, emocional, social e moral. Este período assume, assim, grande

importância pois prepara a criança para a aprendizagem futura, regulação das

emoções e construção de habilidades sociais e morais, cruciais no

relacionamento com os outros (Tasman, A. et al., 2015).

Os marcos críticos para crianças, com idades compreendidas entre os 2 e

os 5 anos, são a exposição das crianças a uma esfera social em expansão e o

surgimento da linguagem (Kliegman, R.M., 2012).

As crianças de idade pré-escolar começam a ter noção que têm cada vez

mais aptidões (mentais, psico-motoras e sociais), mas ao mesmo tempo também

ficam cientes das limitações que lhes são impostas pelo mundo adulto, bem como

as suas próprias limitações (Kliegman, R.M., 2012).

Durante este período, também se assiste ao desenvolvimento do cérebro,

caracterizado por algumas alterações anatómicas e fisiológicas. Alguns autores

denominam esta fase como "florescimento" do cérebro (Brown, T.T. e Jernigan,

T.L., 2012).

Contudo, a taxa de crescimento do cérebro diminui até ao final do segundo

ano de vida. Paralelamente, também se observa a diminuição das exigências

nutricionais e do apetite (American Academy of Pediatrics et al., 2002).

Por volta dos 3 anos de idade, a criança já deve ter os 20 dentes

primários/decíduos e sustentar um caminhar maduro (Kliegman, R.M., 2012).

Neste período (idade pré-escolar) espera-se um aumento de,

aproximadamente, 2 kg de peso corporal e 7 a 8 cm de estatura, por ano. O

perímetro cefálico deve aumentar apenas 5 cm entre os 3 e os 18 anos de idade

(National Research Council, 1989).

Page 20: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

6

2.2. Alimentação em idade pré-escolar

2.2.1. Comportamento alimentar das crianças em idade pré-escolar

As crianças tendem a comer apenas aquilo de que gostam e a rejeitarem o

que não gostam. Assim, as preferências adquirem um papel importante como

determinantes do comportamento alimentar (Viana, V. et al., 2008).

As preferências das crianças são, principalmente, aprendidas através de

exposições repetidas com os alimentos, por associação e condicionamento ao

contexto social e emocional e às consequências fisiológicas da ingestão (Capaldi,

E.D., 1996; Viana, V. et al., 2008). Assim, a aprendizagem tem um papel

importante na aquisição do conhecimento de quais os produtos alimentares a

evitar ou a consumir (Viana, V. et al., 2008).

A criança parece ter uma predisposição inata para apreciar os doces,

salgados e gorduras e, por outro lado, uma aversão aos sabores ácido e amargo.

(Viana, V. et al., 2008).

Segundo a literatura, parece que a maioria das crianças em idade pré

escolar não aprecia os produtos hortícolas (Cooke, L.J. e Wardle, J., 2005), e na

refeição do almoço, quando é dada a opção de escolha entre comer ou não

produtos hortícolas, elas preferem não comer (Nicklaus, S. et al., 2005).

Também parece que as crianças preferem alimentos com elevada

densidade energética e aceitam melhor o sabor doce do que o amargo (Birch,

L.L., 1999; Johnson, S.L. et al., 1991). A menor densidade energética e sabor

amargo, característica dos produtos hortícolas, pode explicar a não preferência

por estes alimentos. No entanto, a exposição repetida das crianças aos hortícolas

pode promover a sua aceitação e ingestão (Birch, L.L. et al., 1998; Caton, S.J. et

al., 2014; De Wild, V.W. et al., 2013; Gerrish, C.J. e Mennella, J.A., 2001; Loewen,

R. e Pliner, P., 1999).

Por volta dos dois a três anos de idade, parece que as crianças tornam-se

mais relutantes em consumir novos alimentos e muitas podem desenvolver

neofobia (receio de ingestão de alimentos desconhecidos) (Dovey, T.M. et al.,

2008). Durante esta fase, as crianças também tendem a recusar alimentos que

anteriormente gostavam (Schwartz, C. et al., 2011).

Page 21: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

7

Pelos quatro anos de idade, parece que as crianças têm a capacidade de

classificar os alimentos que rejeitam consoante as características sensoriais. São

exemplos: o gosto desagradável (por exemplo, o café), perigosidade comunicada

por outrem (por exemplo, um veneno) ou experiências traumáticas (por exemplo,

ficar engasgado com um alimento) (Viana, V. et al., 2008).

Nos últimos anos, muitas técnicas têm sido testadas para promover a

aceitação e ingestão de produtos hortícolas (Caton, S.J. et al., 2014). Estas

técnicas vão desde a aprendizagem por observação e modelação social (Gregory,

J.E. et al., 2011; Horne, P.J. et al., 2011; Savage, J.S. et al., 2013),

disponibilidade alimentar (Cooke, L.J. e Wardle, J., 2005), ocultação dos

hortícolas (Spill, M.K. et al., 2011) e utilização de recompensas (Cooke, L.J. et al.,

2011).

A exposição repetida parece ser o método mais simples e conveniente para

aumentar a ingestão de hortícolas. No entanto, a evidência sugere que as mães

desistem antes de 5 exposições (Carruth, B.R. et al., 2004), sendo que as

recomendações são de 8 a 10 exposições (Sullivan, S.A. e Birch, L.L., 1990;

Viana, V. et al., 2008).

2.2.2. Consumo alimentar das crianças em idade pré-escolar

A nível mundial, estudos sugerem que os padrões alimentares, das

crianças em idade pré-escolar, têm sofrido algumas alterações com a

globalização, contudo ainda se mantém uma enorme heterogeneidade de padrões

alimentares (Adair, L.S. e Popkin, B.M., 2005).

O consumo de alimentos fast food e refrigerantes parece ter aumentado a

nível mundial (Adair, L.S. e Popkin, B.M., 2005), enquanto que o consumo de

lacticínios parece estar a diminuir (Dror, D.K., 2014).

O aumento do consumo de alimentos fast food e refrigerantes, parece estar

associados à globalização mundial, contudo o seu contributo para a ingestão

energética total das crianças em países como a China, Rússia e Cebu ainda é

relativamente pequeno (Adair, L.S. e Popkin, B.M., 2005).

Contudo, atualmente, ainda não existe uma definição para alimentos fast

food que seja universalmente aceite, sendo este um tema de discussão

Page 22: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

8

frequentemente presente na literatura a nível mundial (Austin, S.B. et al., 2005;

Burdette, H.L. e Whitaker, R.C., 2004; Jeffery, R.W. et al., 2006).

A nível europeu, alguns estudos sugerem que, nas últimas décadas, os

padrões alimentares das crianças são cada vez mais semelhantes (Fernandez-

Alvira, J.M. et al., 2014; Lambert, J. et al., 2004).

Contudo, ainda existem grandes diferenças no consumo alimentar das

crianças dos diferentes países, pois os hábitos alimentares e a gastronomia varia

de país para país. Por exemplo, ao nível dos alimentos processados, a Alemanha

consome maioritariamente alimentos de origem animal (produtos de charcutaria e

conservas), enquanto que as crianças dos outros países não têm esta preferência

(Fernandez-Alvira, J.M. et al., 2014).

Em Portugal, no ano de 2014, foi publicado um relatório intitulado:

“Consumo alimentar e nutricional de crianças em idade pré-escolar: Resultados

da Coorte Geração 21”, pelo no Instituto de Saúde Pública da Universidade do

Porto (Lopes, C. et al., 2014).

Através desse relatório pode verificar-se que as crianças, da área

metropolitana do Porto consomem, em média, 600 g/dia de lacticínios e 146 g/dia

de carne, pescado e ovo. A batata é consumida em maior quantidade em

comparação com os cereais e as crianças consomem mais fruta do que hortícolas

(166 e 101 g/dia, respetivamente). A nível dos alimentos com elevada densidade

energética (snacks salgados, refrigerantes, produtos de pastelaria doce e

confeitaria), as crianças consomem cerca de 126,9 g/dia (Lopes, C. et al., 2014).

Quanto à localização, o consumo em restaurantes/cafés parece contribuir

positivamente para a ingestão de alimentos com elevada densidade energética e

negativamente para a ingestão de alimentos com elevada densidade nutricional

(Moreira, T. et al., 2015).

2.2.3. Fatores que influenciam os hábitos alimentares das crianças em

idade pré-escolar

As crianças têm uma autonomia limitada e dependem da supervisão e

auxílio dos adultos (Lo, K. et al., 2015). Assim, os pais/encarregados de educação

podem ter um impacto direto e indireto nas escolhas alimentares e no

comportamento alimentar das crianças (Tatlow-Golden, M. et al., 2014). Esta

Page 23: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

9

influência pode ocorrer através da alimentação oferecida, respostas aos pedidos

das crianças, restrição e monitorização da alimentação, utilização de alimentos

como recompensa, modelação de comportamentos alimentares e do meio social

envolvente (Blissett, J., 2011; Gibson, E.L. et al., 2012; Pearson, N. et al., 2009;

Skelton, J.A. et al., 2011; Skouteris, H., 2012; Slusser, W. et al., 2012).

Alguns estudos demonstram a associação positiva entre o comportamento

alimentar dos pais e a ingestão de frutas e vegetais (Hughes, S.O. et al., 2007;

Lo, K. et al., 2015; O'connor, T.M. et al., 2010), leite e derivados (Patrick, H. et al.,

2005) e ingestão de açúcar e gorduras (Hennessy, E. et al., 2012) das crianças.

O estatuto socioeconómico dos pais também parece estar associado com

ingestão alimentar das crianças. Em países desenvolvidos, verificou-se uma

associação inversa entre o estatuto socioeconómico dos pais e a ingestão

energética total, IMC e risco de obesidade dos filhos (crianças) (Jin, Y. e Jones-

Smith, J.C., 2015; Leung, C.Y. et al., 2015).

Os media, com as suas práticas publicitárias agressivas, e o baixo custo

dos alimentos densamente energéticos são fatores que influenciam as crianças a

consumir alimentos ricos em gorduras saturadas, açúcares e bebidas açucaradas

(Lobstein, T. et al., 2015; Raychaudhuri, M. e Sanyal, D., 2012; World Health

Organization, 2000).

A disponibilidade de alimentos densamente energéticos nas escolas e em

locais próximos das escolas é outro fator que parece estar associado com a

ingestão deste tipo de alimentos (Council on School Health e Committee on

Nutrition, 2015; Raychaudhuri, M. e Sanyal, D., 2012).

Além dos fatores acima referidos, o sono tem sido relacionado com a

ingestão alimentar, bem como com o IMC das crianças. Assim, a insuficiência do

número de horas de sono parece ter uma associação positiva com a ingestão

energética total e o excesso de peso/obesidade (Chaput, J.P., Lambert, Et Al.,

2011; Matricciani, L., Olds, T., & Petkov, J., 2012).

2.2.4. Consequências da adoção de hábitos alimentares menos

saudáveis em crianças de idade pré-escolar

A má nutrição está associada a uma redução da resistência a doenças,

prejudica o desenvolvimento físico e psicológico, e aumenta a morbilidade e

Page 24: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

10

mortalidade infantil (Allen, L.H., 2012). A má alimentação das crianças pode levar

a distúrbios por deficiência de nutrientes e/ou contribuir para doenças crónicas

não transmissíveis, incluindo doenças cardiovasculares, cancerígenas,

osteoporose, obesidade e demência (World Health Organization, 2003).

Assim, a infância trata-se de um período crítico para moldar os padrões de

ingestão alimentar, pois os maus hábitos alimentares podem ter implicações na

saúde futura (Kudlova, E. e Schneidrova, D., 2012).

Nos últimos anos, os hábitos alimentares têm sido amplamente estudados,

pois a ingestão alimentar parece estar fortemente associada ao excesso de

peso/obesidade infantil (Mistry, S.K. e Puthussery, S., 2015). Por exemplo, tem

sido descrita uma associação positiva entre o consumo de gorduras e açúcares e

a obesidade, enquanto que o consumo de outros alimentos, como frutas e

vegetais, têm sido associado negativamente com a obesidade (Skelton, J.A. et al.,

2011). Também se verifica uma associação positiva entre a frequência de

consumo de alimentos densamente energéticos e o excesso de peso/obesidade

(Mistry, S.K. e Puthussery, S., 2015).

A elevada ingestão de alimentos ricos em gorduras saturadas pode levar a

um aumento dos níveis de colesterol total, lipoproteína de baixa densidade e

diminuição dos níveis da lipoproteína de elevada densidade (Bel-Serrat, S. et al.,

2014; Kell, K.P. et al., 2014; Royo-Bordonada, M.A. et al., 2006). O elevado

consumo gorduras e/ou de alimentos fritos foi associado positivamente com a

esteatose hepática (Mollard, R.C. et al., 2014).

O consumo excessivo de alimentos com açúcares adicionados, como os

sumos e refrigerantes, parece ter uma relação positiva com o aumento dos níveis

de triglicerídeos, da resistência à insulina e à hiperinsulinemia (Katz, D.L., 2014;

Kell, K.P. et al., 2014; Kostecka, M., 2014).

Posteriormente, na idade adulta, os maus hábitos alimentares, podem levar

à diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares, como a hipertensão, e

síndrome metabólica (Basciano, H. et al., 2005; Bray, G.A. e Popkin, B.M., 2014;

Katz, D.L., 2014; Kell, K.P. et al., 2014; Nupponen, M. et al., 2015).

Page 25: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

11

2.3. Sono

2.3.1. Definição de sono

O sono é um estado comportamental reversível caracterizado pela falta de

perceção e de resposta aos estímulos do meio ambiente. É geralmente (mas não

necessariamente), acompanhado por decúbito postural, inibição comportamental

e olhos fechados (Carskadon, M.A., & Dement, W.C., 2011).

O sono é constituído por duas fases distintas, uma caracterizada pelo

Movimento Rápido dos Olhos (REM - Rapid Eye Movement) e a outra Sem o

Movimento Rápido dos Olhos (NREM – Non Rapid Eye Movement) (Attarian, H.P.

e Undevia, N.S., 2012; Carskadon, M.A., & Dement, W.C., 2011).

O sono NREM é geralmente associado a uma atividade mental mínima ou

fragmentada, ou seja, o cérebro regula ativamente um corpo que ainda não está

totalmente paralisado (Carskadon, M.A., & Dement, W.C., 2011). É constituído por

quatro estágios (N1, N2 e N3 (N3 é a soma do estágio 3 e 4)), sendo que os dois

últimos estágios (N3) correspondem ao sono profundo (Attarian, H.P. e Undevia,

N.S., 2012).

O sono REM (estágio R) é definido por uma hipotonia muscular e por

alguns movimentos oculares rápidos. Neste sono, o cérebro regula ativamente um

corpo paralisado (Carskadon, M.A., & Dement, W.C., 2011). É geralmente no

sono REM que ocorrem os sonhos e processos importantes de consolidação de

memória (Iber, C. et al., 2007).

2.3.2. A importância do sono

O sono não é apenas um estado de repouso, mas também um período de

intensa atividade cerebral (Davis, K.F. et al., 2004).

Os lactentes e as crianças até aos 3 anos de idade têm uma rápida taxa de

crescimento e passam a maioria do seu tempo a dormir. Esta associação pode

sugerir que o sono é essencial para o desenvolvimento do cérebro e do corpo,

pois estas crianças gastam mais tempo a dormir do que em todas as suas

atividades de vigília (Dahl, R.E., 1998).

Page 26: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

12

O sono está associado ao crescimento e desenvolvimento normal das

crianças, bem como com a sua saúde emocional e função imunológica (Davis,

K.F. et al., 2004).

Pensa-se que o sono profundo, que ocorre durante o estágio N3 do REM, é

o mais profundo e restaurador de todas as fases do sono, pois as várias

atividades fisiológicas importantes, como a redução da frequência cardíaca,

pressão arterial e atividade nervosa simpática, apenas ocorrem durante esta fase

(Somers, V.K. et al., 1993)

Este estágio também está associado a uma diminuição do metabolismo da

glicose no cérebro e a um aumento da secreção da hormona do crescimento e

prolactina (Locard E, M.N., Billette a, Miginiac M, Munoz F Et Al., 1992; Zoccoli, G.

et al., 2002).

O sono também exerce um mecanismo de controlo sobre o metabolismo e

sistema endócrino o que, consequentemente, afeta os níveis de grelina, leptina,

insulina e glicose (Benedict, C. et al., 2012; Fatima, Y. et al., 2015; Van Cauter, E.

et al., 2008).

A leptina é segregada pelos adipócitos e atua em recetores específicos no

hipotálamo, quando a sua concentração aumenta pode induzir a saciedade e a

redução da ingestão alimentar. A grelina é segregada no estômago e é

responsável pela estimulação do apetite, normalmente existe um aumento dos

seus níveis antes das refeições e diminuição após as refeições (Cummings, D.E.

e Foster, K.E., 2003). No geral, estas duas hormonas estão associadas com o

equilíbrio energético e o controlo do peso corporal (Schwartz, M.W. e Morton,

G.J., 2002).

Alguns estudos sugerem que a diminuição da duração do sono pode

aumentar o consumo alimentar, pois interfere com os níveis de leptina e grelina

circulantes (Spiegel, K. et al., 2004).

Contudo, estas associações necessitam de ser mais estudadas, pois ainda

não é clara a influência do sono (Spiegel, K. et al., 2004).

Page 27: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

13

2.3.3. Prevalência do número de horas de sono para crianças em idade

pré-escolar

A National Sleep Foundation (NSF) (2014) no seu relatório “2014 Sleep in

America Poll - Sleep In The Modern Family” refere que a média do número de

horas de sono das crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 17 anos

está uma a duas horas abaixo das recomendações.

A nível europeu, a duração do sono das crianças varia consoante as

regiões, pois parece que as crianças do sul da Europa dormem menos horas que

as do norte (Hense, S. et al., 2011)

Em Portugal, na zona de Lisboa, um estudo com crianças, entre os 5 a 10

anos de idade, mostrou que a maioria das crianças da amostra dormia cerca de 9

a 10 horas por noite (Mendes, L.R. et al., 2004).

Outro estudo, mas zona sul de Portugal, avaliou 269 crianças, com idades

compreendidas ente 1 e 14 anos de idade (mediana de 4,9 anos de idade) e

mostrou que, em média, 3% da amostra dormia 6 a 8 horas, 55,7% dormia 8 a 10

horas e 41,3% dormira mais de 10 horas, por dia (Crispim, J. et al., 2011).

2.3.4. Recomendações do número de horas de sono para crianças em

idade pré-escolar

Segundo a OMS, na conferência “WHO technical meeting on sleep and

health”, de 2004, durante a primeira infância e a idade pré-escolar, ocorrem

alterações nas características do ciclo sono/vigília. O número total de horas de

sono, por dia, diminui lentamente de 15 horas, com 1 ano de vida, para 13 a 14

horas (2 anos) e, posteriormente, para as 12 horas aos 4 anos de vida (Kahn, A.,

2004).

Durante os três primeiros anos de vida, devem ocorrer períodos de sono

curtos (“sestas”) a meio da manhã e no início da tarde. O período de sono da

manhã deve desaparecer até aos 3 anos de idade e o período de sono da tarde,

deve desaparecer, gradualmente, entre os 3 e 5 anos de idade (Kahn, A., 2004).

Recentemente, a NSF publicou recomendações para o número de horas de

sono, de acordo com a idade (Hirshkowitz, M. et al., 2015). As recomendações

são apresentadas por intervalos, ou seja, para cada grupo etário foram

Page 28: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

14

estipulados intervalos de número de horas de sono classificados em:

“recomendado/apropriado”, “talvez apropriado para algumas pessoas” e “não

recomendado/apropriado” (Hirshkowitz, M. et al., 2015).

Assim, segundo a NSF, é recomendado/apropriado que as crianças com

idade pré-escolar (3 aos 5 anos de idade) durmam entre 10 a 13 horas por dia,

talvez seja apropriado dormirem 8 a 9 horas ou 14 horas por dia e não é

apropriado que durmam menos de 8 horas ou mais de 14 horas diárias

(Hirshkowitz, M. et al., 2015).

2.3.5. Fatores de risco associados à redução do número de horas de

sono

O sono pode ser considerado como um comportamento biológico da

criança, contudo pode ser fortemente moldado aos valores e crenças dos pais

e/ou da cultura (Jenni, O.G. e O'connor, B.B., 2005).

Múltiplos fatores de risco estão associados com a redução do número de

horas de sono das crianças. Alguns fatores estão predominantemente associados

a uma hora de deitar mais tardia (etnia, escolaridade materna e televisão à noite)

e outros fatores estão associados com o tempo vigília (como o sexo da criança,

pois parece que as crianças do sexo feminino acordam mais tarde que as do sexo

masculino) (Biggs, S.N. et al., 2013; Mcdonald, L. et al., 2014).

Um dos fatores mais descritos na literatura que parece influenciar a

duração do sono durante a infância é a idade, pois à medida que a idade aumenta

parece haver uma redução do número de horas de sono e mudanças no ciclo

circadiano (Iglowstein, I. et al., 2006).

Em segundo lugar, o tempo gasto em atividades sedentárias também se

encontra associado à redução do número de horas de sono. Alguns autores

referem que a redução do número de horas de sono nas crianças deve-se a estas

utilizarem o momento em que deveriam estar a dormir para assistirem à televisão

(Busto-Zapico, R. et al., 2014; Falbe, J. et al., 2015; Mcdonald, L. et al., 2014).

Outros fatores menos descritos na literatura também podem influenciar o

sono, estes incluem o sexo, estatuto socioeconómico e etnia.

Page 29: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

15

Assim, parece existir uma relação entre o sexo da criança e o número de

horas de sono (Iglowstein, I. et al., 2006), pois as crianças do sexo feminino

reportam maior número de horas de sono (Canet, T., 2010).

Também se encontra descrito na literatura, que o estatuto socioeconómico

possa estar associado à duração do sono das crianças (Mclaughlin Crabtree, V. et

al., 2005). Segundo Biggs, et al. (2013), quanto menor for a escolaridade materna

menor o número de horas de sono da criança.

Por último, a cultura também pode ser um fator que influencia o número de

horas de sono, por exemplo, parece que as crianças asiáticas deitam-se mais

tarde e têm um número total de horas de sono menor que as crianças

caucasianas (Mindell, J.A. et al., 2009).

2.3.6. Definição de privação de sono

Considera-se a privação ou restrição de sono, quando a privação de sono

ocorre por mais tempo do que o habitual, ou seja o tempo de vigília de um

indivíduo é maior que o seu tempo de vigília normal (Bonnet, M.H. e Arand, D.L.,

2013). Por exemplo, se se considerar como período normal de vigília de um

adulto 16 horas e de sono 8 horas, considera-se privação de sono se este adulto

dormir menos de 8 horas.

A privação aguda de sono (ou privação total de sono) pode ser definida

como período de privação total de sono, ou seja, durante um dado intervalo de

tempo não é permitido qualquer período de sono. O tempo de privação aguda de

sono é, geralmente, calculado a partir do momento do último despertar (tempo

zero) (Bonnet, M.H. e Arand, D.L., 2013).

A privação parcial de sono refere-se geralmente a uma noite, onde o tempo

total de sono é reduzido, em comparação com o tempo habitual. Por exemplo, se

um indivíduo dormir apenas 2 horas de sono durante uma noite (Bonnet, M.H. e

Arand, D.L., 2013).

Existem autores que definem privação parcial e privação crónica de sono

como impossibilidade dos indivíduos obterem o seu número de horas de sono

habitual, durante um período de 24 horas (Webb, W., 1969). A grande diferença

entre a privação parcial e crónica de sono é que a privação crónica de sono

Page 30: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

16

ocorre frequentemente (Barrett, D. e Mcnamara, P., 2012; Dinges, D.F., Rogers,

N.L., Baynard, e M.D., 2005).

2.3.7. Consequências da redução crónica do número de horas de sono

Nas crianças, o sono de má qualidade (duração e/ou qualidade) pode estar

relacionado com problemas familiares (Meltzer, L.J. e H.E., M.-D., 2011),

comportamentais e emocionais (Gregory Am, S.A., 2012), défices de memória e

atenção (Holley, S. et al., 2010), mau desempenho escolar (O’brien, L.M., 2009) e

obesidade (Carter P.J., T.B.J., Williams S.M., Taylor R.W., 2011).

A nível cognitivo, alguns estudos têm associado o sono com as

capacidades intelectuais e cognitivas das crianças (Maski, K.P., 2015). Por

exemplo, foi encontrada uma relação positiva entre a duração do sono e os níveis

intelectuais em crianças com idades entre 7 e os 11 anos de idade (Gruber, R. et

al., 2010).

Outros estudos também mostraram que a privação de sono pode afetar os

processos de aprendizagem e memória (Curcio, G. et al., 2006), aumentar as

falhas de atenção (Belenky, G. et al., 2003; Czeisler, C.A., 2015; Van Dongen,

H.P. et al., 2003), bem como perturbações a nível da transformação da

informação da memória a curto prazo para o armazenamento na memória a longo

prazo (Dahl, R.E., 1996).

A nível comportamental, alguns autores têm associado a restrição de sono

com a diminuição no humor positivo (Fallone, G. et al., 2001; Fallone, G. et al.,

2002) e, no caso dos adolescentes, parece existir uma maior predisposição para

comportamentos de risco, como acidentes e consumo de substâncias psicoativas,

como o álcool ou a nicotina (Fallone, G. et al., 2002).

A nível emocional, a privação de sono tem sido associada com a

instabilidade emocional (Nixon, G.M. et al., 2008), podendo apresentar sintomas

de ansiedade e depressão (Chorney, D.B. et al., 2008), dificuldades a nível dos

relacionamentos sociais e no controlo de impulsos (Alfano, C.A. e Gamble, A.L.,

2009; Owens, J.A. et al., 2005), bem como comportamentos agressivos e

delinquentes (Aronen, E.T. et al., 2000; Biggs, S.N. et al., 2011).

A nível biológico, alguns estudos demonstraram que apenas uma ou duas

semanas de restrição sono podem diminuir a sensibilidade à insulina, a tolerância

Page 31: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

17

à glicose (Broussard, J.L. et al., 2012; Spiegel, K. et al., 1999) e a resposta

imunitária (Bollinger, T. et al., 2009; Cohen, S. et al., 2009).

Alguns estudos experimentais explicam que a privação crónica do número

de horas de sono pode ter efeitos neuro-hormonais, que aumentam a ingestão

alimentar (Markwald, R.R. et al., 2013; Spiegel, K. et al., 2004).

As alterações hormonais (grelina e leptina), causadas pela redução do

número de horas de sono, parecem aumentar a fome percebida e o apetite

(Markwald, R.R. et al., 2013; Spiegel, K. et al., 2004).

Paralelamente, estudos verificam que a privação crónica do número de

horas de sono pode aumentar a prevalência de obesidade (Cappuccio, F.P. et al.,

2008; Wu, Y. et al., 2014) e diminuir a resposta das células β do pâncreas

(Buxton, O.M. et al., 2012).

Além disso, um estudo sobre ativação cerebral, relacionou a privação

aguda de sono com a reação a estímulos alimentares e concluiu que havia um

aumento da atividade do córtex frontal, tal como ocorre em indivíduos com

obesidade (Martin, L.E. et al., 2010; Spiegel, K. et al., 2004).

Nos últimos anos, de acordo com a evidência científica, a privação do

número de horas de sono pode ser um fator de risco para o aumento de peso e,

consequentemente para a obesidade (National Sleep Foundation, 2005).

Um dos possíveis mecanismos de ligação entre o sono e a obesidade

infantil é o aumento da ingestão energética (Valrie, C.R. et al., 2015). A privação

crónica do número de horas de sono, também, pode aumentar a sensação de

fadiga, levando uma diminuição da atividade física (Dinges Df, P.F., Williams K, Et

Al., 1997; Patel, S.R. et al., 2006).

Seicean A., et al. (2007), associaram o excesso de peso das crianças à

redução do número de horas de sono, principalmente nos dias de escola. Gaina

A., et al. (2007), verificaram que dormir durante o dia pode levar a que as crianças

alterem os seus comportamentos em relação à comida, pois o apetite aumentava,

o que pode potencialmente levar à obesidade. Também se encontrou uma relação

significativa entre a sonolência (provocada pela privação crónica do número de

horas de sono) e o IMC (Gaina, A. et al., 2007; Landis, A.M. et al., 2009).

Nugent, R., et al. (2014) referem que as crianças com menor número de

horas de sono podem ter um risco aumentado de obesidade (cerca de 58%) e que

a cada uma hora de acrescida na duração do sono, pode resultar numa

Page 32: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

18

diminuição de 9% no risco de obesidade. Outros autores referem a duração do

sono como um fator importante no tratamento da obesidade, pois pode auxiliar a

redução e manutenção do z-score do IMC das crianças (Clifford, L.M. et al., 2012;

Valrie, C.R. et al., 2015).

2.4. Sono e alimentação

Alguns estudos também mostraram que a restrição do número de horas de

sono pode levar a um aumento da ingestão de energia (Spaeth, A.M. et al., 2014;

St-Onge, M.P. et al., 2011), gordura (Spaeth, A.M. et al., 2014), gordura saturada

(St-Onge, M.P. et al., 2011) e hidratos de carbono (Nedeltcheva, A.V. et al.,

2009).

Normalmente, o número de horas de sono durante os dias de escola é

menor quando comparado com os dias de fim-de-semana (Wolfson, A.R. e

Carskadon, M.A., 1998) e, segundo Westerlund, L., et al. (2009), dormir menos

nas noites de escola está associado a padrões de consumo alimentar menos

saudáveis, pois existe uma maior frequência de ingestão de alimentos com maior

densidade energética (como fast food e doces) e a uma menor frequência de

ingestão de hortofrutícolas. Também se verificou que as crianças do sexo

masculino tinham maior probabilidade de consumirem alimentos com maior

densidade energética e menor probabilidade de consumirem alimentos ricos em

nutrientes (hortofrutícolas), do que as crianças do sexo feminino com hábitos de

sono semelhantes (Westerlund, L. et al., 2009).

Paralelamente, Simon, S.L., et al. (2015), também verificaram que a

restrição de sono parece aumentar o consumo de alimentos ricos em açúcar,

como doces e sobremesas.

Outro estudo mostrou que a restrição de sono durante a semana (dias de

escola) pode estar associado a um aumento do consumo energético, cerca de

475 quilocalorias, provenientes de snacks (Weiss, A. et al., 2010).

Por outro lado, no estudo de Westerlund, L., et al. (2009), as crianças do

sexo feminino que tinham maior número de horas de sono, também tinham maior

probabilidade de consumirem hortofrutícolas. Apesar deste estudo descrever a

associação entre sono e alimentação, ainda são necessários mais estudos que a

Page 33: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

19

comprovem e expliquem como o sono influência a alimentação das crianças

(Westerlund, L. et al., 2009).

Segundo Hart, et al. (2013), ao aumento a duração do sono em crianças

pode levar a uma diminuição da ingestão energética total, melhores níveis de

leptina e diminuição do peso corporal.

Os resultados de um estudo de intervenção de perda de peso, em crianças,

mostraram que uma hora a menos de sono, por noite, pode estar associado com

um aumento da ingestão energética total diária (Nugent, R. et al., 2014).

Markwald, R.R., et al. (2013), num estudo com adultos, mostraram que 5

dias de restrição de sono pode aumentar as necessidades energéticas, mas

também parece existir aumento da ingestão energética total que ultrapassa o

aumento das necessidades, levando ao aumento de peso corporal. Este estudo

também verificou um aumento da ingestão de hidratos de carbono, apesar de

existirem respostas adequadas de saciedade e as hormonas associadas à

sensação de fome (grelina e leptina) sinalizaram uma ingestão alimentar

excessiva. Durante a fase de restrição de sono, os indivíduos apresentaram uma

menor ingestão alimentar ao pequeno-almoço, no entanto verificou-se uma

ingestão aumentada de hidratos de carbono, proteínas e fibra ao longo do dia,

especialmente após o jantar. Os autores sugerem, ainda, que as mudanças no

ciclo circadiano e a temporização circadiana do despertar podem ter contribuído

para a alteração dos padrões alimentares, durante a restrição de sono, ou seja, o

tempo de vigília ocorreu durante a noite biológica, quando os níveis de melatonina

ainda eram altos. Quando ocorreu a transição da fase de restrição de sono para

um horário de sono adequado (recuperação), houve uma diminuição da ingestão

alimentar, especialmente na quantidade de gordura e de hidratos de carbono,

levando a uma perda de peso corporal (Markwald, R.R. et al., 2013).

Page 34: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

20

3. Material e Métodos

3.1. Participantes

O presente trabalho trata-se de um estudo transversal, com uma amostra

constituída crianças portuguesas, da área metropolitana do Porto, com idades

compreendidas entre os 3 e os 6 anos de idade.

Todas as crianças frequentam os jardins-de-infância abrangidos pelo

estudo: “Prestyle Project” - Habitual Physical Activity, Sedentary Behavior,

Physical Education Class and Nutrition in Preschool Children: A Longitudinal

Study (PRESTYLE). Os dados utilizados foram recolhidos entre o ano de 2009 e

2013.

Os procedimentos do PRESTYLE foram aprovados pela Fundação

Portuguesa para a Ciência e Tecnologia e pela comissão de ética do programa de

doutoramento em Atividade Física e Saúde da Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto.

Todos os responsáveis (pais e/ou encarregados de educação) pelos

participantes assinaram um consentimento de informado. Os

diretores/responsáveis dos jardins-de-infância também assinaram um

consentimento de informado.

Das 1343 crianças participantes no estudo PRESTYLE, apenas 769 (57%)

apresentaram registo alimentar, e destas só 715 (93%) apresentaram registo

alimentar completo de 3 dias.

Das 715 crianças com registo alimentar de 3 dias, apenas 515 (72%)

reportaram dados sobre o número de horas de sono diárias. Destas, 17 crianças

não apresentavam informação sobre o IMC, 24 sobre o número de horas de

atividades sedentárias e 19 não utilizaram o acelerómetro.

Após a análise dos registos alimentares, através aplicação da fórmula de

Goldberg (1998), foram excluídas 8 crianças, pois considerou-se que existia 1

sub-registo e 7 sobre-registos da ingestão energética.

Assim, a amostra final (n) era constituída por 447 (33%) crianças.

Page 35: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

21

3.2. Dados sociodemográficos

Através de um questionário, os responsáveis pelas crianças reportaram

informação sobre o sono e atividades sedentárias das crianças, bem como dados

sociodemográficos do agregado familiar.

O nível de escolaridade dos pais/encarregados de educação foi

classificado em: ensino básico (escolaridade igual ou inferior ao 9º ano),

secundário (escolaridade entre o 10º e 12º ano) ou superior (escolaridade

superior ao 12º ano), de acordo com os níveis de educação e formação em

Portugal (Ministério Da Educação, 2007). Para análise, considerou-se o

responsável pela criança/encarregado de educação com maior escolaridade.

3.3. Sono

Os pais/encarregados de educação registaram o tempo (em “___horas ___

minutos”) que as crianças gastam a dormir, durante um dia de semana e um dia

de fim-de-semana.

Os pais foram orientados a considerar um dia normal, bem como a duração

de sono noturno e diurno das crianças.

Assim, a duração total diária (em horas) do sono das crianças foi

determinada através da média de horas de sono durante a semana e ao fim-de-

semana.

3.4. Atividades sedentárias

Os pais/responsáveis pela criança registaram quanto tempo é que a

criança gasta em atividades sedentárias durante um dia de semana e num dia de

fim-de-semana. Os pais foram orientados a considerar um dia normal, de semana

e de fim-de-semana.

A atividade sedentária diária (em minutos, min) correspondeu ao número

médio de minutos que a criança gasta em atividades que envolvam ver televisão,

jogar videojogos e utilizar o computador.

Page 36: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

22

3.5. Atividade física

A atividade física foi avaliada através de acelerometria (acelerómetro

ActiGraph, modelo GT1M, Pensacola, FL 32502. USA). Trata-se de um

equipamento de pequenas dimensões, uniaxial, que mede as acelerações de

movimentos humanos habituais. Contém um microprocessador que filtra os sinais

acumulados, a uma frequência de 30 Hz, e os converte para um valor numérico

designado por impulso ou unidade de movimento. Assim, este acelerómetro

fornece uma contagem de impulsos por minuto (impulsos/min), permitindo obter

informações sobre a quantidade total de atividade física da criança ao longo do

dia (Janz, K.F., 1994).

Os valores de corte utilizados para definir a intensidade da atividade física

(leve, moderada e vigorosa), para crianças, foram os seguintes: (i) leve: 1100 a

1680 impulsos/min; (ii) moderada: superior a 1680 impulsos/min; (iii) vigorosa:

superior a 3360 impulsos/min (Pate, R.R. et al., 2006; Reilly, J.J. et al., 2003).

Foram consideradas para análise apenas as crianças com um mínimo de

10 horas diárias de dados.

Os pais foram instruídos a colocar o acelerómetro na criança

imediatamente após o acordar e a removê-lo antes de ir dormir, durante 7 dias. O

acelerómetro foi ajustado no lado direito da anca, com um cinto de elástico sob a

roupa.

Os professores foram instruídos para registarem as horas em que as

crianças chegam e saem da escola. Todas as atividades das crianças foram

características de um dia normal de escola.

Para a análise dos dados, utilizou-se a informação relativa ao tempo (min)

gasto pelas crianças, semanalmente, em atividades físicas de intensidade

moderada.

3.6. Dados antropométricos

O peso corporal e a estatura das crianças foram medidos através de

métodos antropométricos standard. O peso corporal foi medido com uma balança

digital portátil (Tanita Inner Scan BC 532) e teve uma aproximação de 0,10kg. As

Page 37: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

23

crianças estavam vestidas (apenas com roupa interior e t-shirt) aquando a

medição do peso corporal.

A estatura foi medida com aproximação ao milímetro, com um estadiómetro

portátil Holtain. As crianças aquando a medição estavam descalças ou calçavam

apenas meias, estavam em pé (mantinham postura ortostática) e encostadas ao

estadiómetro. As medições foram repetidas duas vezes e registou-se a média.

Com a informação obtida dos dados antropométricos, foi calculado o IMC

(Pietrobelli, A. et al., 1998; Quetelet, A., 1869), obtido através da equação peso

corporal/estatura2 (em quilogramas (kg) e em metros (m), respetivamente).

Utilizou-se o z-score em vez do percentil, pois o z-score permite o

acompanhamento de crianças cuja classificação antropométrica está além dos

limites mensuráveis do intervalo percentual, como no caso de crianças

gravemente desnutridas ou obesas (De Onis, M. et al., 2012; Preedy, V.R., 2012).

Através do z-score do IMC, foi classificado o estado nutricional das

crianças, segundo a OMS, em: obesidade (se z-score for superior ou igual a 2

Desvio Padrão (DP)), excesso de peso (se z-score igual ou superior a 1 DP),

normoponderal (se z-score inferior a 1 DP e superior a -2 DP), magreza (se z-

score inferior ou igual a -2 DP) e magreza severa (se z-score inferior ou igual a -3

DP) (De Onis, M. et al., 2007; World Health Organization, 2006; 2007).

Apenas houve uma criança classificada com magreza, como o seu z-score

se aproximava bastante da normoponderabilidade, esta foi posteriormente

classificada como normoponderal, existindo assim na amostra apenas 3

categorias de z-score do IMC (normoponderal, excesso de peso e obesidade).

3.7. Ingestão alimentar

Os responsáveis pelas crianças registaram a ingestão alimentar das

crianças durante três dias (2 dias da semana e 1 dia de fim-de-semana). O registo

dos alimentos ingeridos no infantário foi efetuado pelos educadores e/ou

auxiliares de educação responsáveis por cada criança. Estes registos continham

descrição e as quantidades de alimentos e bebidas ingeridas pelas crianças a

cada refeição realizada durante três dias. Tanto os pais/responsáveis pelas

crianças, como educadores e auxiliares de educação dos infantários receberam

formação antes de iniciarem o registo dos diários alimentares.

Page 38: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

24

A conversão dos alimentos em nutrimentos foi efetuada através do

programa informático Food Processor, versão SQL 93.0 (ESHA Research, Salem,

OR, USA) cujo informação nutricional é proveniente da tabela de alimentos do

Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América e inclui alimentos

crus e/ou processados. Foram acrescentados à base original alimentos e pratos

típicos portugueses utilizando a Tabela da Composição de Alimentos Portugueses

(Martins I. et al., 2007). Recorreu-se à informação da composição dos

ingredientes que constituíam a receita culinária dos pratos ou sobremesas onde

não foi possível obter informação nutricional dos produtos já confecionados. Foi

calculado a parte edível e o rendimento, de acordo com o processamento

culinário, para a obtenção da composição nutricional da receita. Para este estudo,

foi considerada para a ingestão alimentar a média dos 3 dias de registo.

Posteriormente, os alimentos ingeridos pelas crianças foram agrupados

nos seguintes grupos alimentares: (i) hortícolas, (ii) sopa de legumes, (iii) fruta

fresca e sumo de fruta, (iv) carne, pescado e ovos (peixe, moluscos, carne

branca, carne vermelha, carne processada, vísceras e ovos), (v) gorduras (óleos

vegetais, manteiga, margarina e creme vegetal), (vi) leite e derivados (leite,

iogurte e queijo), (vii) leite, (viii) iogurte, (ix) queijo, (x) leite aromatizado (leite

achocolatado, morango e baunilha), (xi) pão, arroz, massa e tubérculos, (pão,

arroz, massa, batata, aveia, milho, amido de milho e mandioca), (xii) leguminosas

(ervilhas, grão, feijão, favas e lentilhas), (xiii) fast food (hambúrgueres, piza,

cachorro quente, francesinha, batatas fritas e snacks fritos (como rissóis,

croquetes, etc.)), (xiv) doces (produtos de doçaria, confeitaria e pastelaria, gomas,

leite condensado, marmelada, mel e chocolate), (xv) cereais de pequeno-almoço

e farinhas (cereais de pequeno-almoço, farinhas lácteas e não lácteas) e (xvi)

sumos e refrigerantes (sumos, néctares e refrigerantes).

Para definir quais os registos alimentares plausíveis, para a ingestão

energética total, utilizou-se a fórmula de Goldberg (1998). Esta fórmula permite

identificar os pontos de corte para classificar os registos alimentares como

plausíveis, ou com sub/sobre registo da ingestão energética total.

Page 39: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

25

Fórmula de Goldberg (Goldberg, G.R. e Black, A.E., 1998):

Onde,

CVEI: Constante de variação intra-individual da ingestão energética, valores

obtidos através de Nelson, M., et al. (1989);

CVPAL: Constante de variação do nível de atividade física, valores obtidos

através de Black, A.E., et al. (2000);

CVBMR: Constante de variação intra-indivudual da taxa de metabolismo

basal, valores obtidos através de Black, A.E., et al. (2000);

d: número de dias de registo alimentar;

n: tamanho da amostra;

PAL: Nível de atividade física (PAL - physical activity level), valores obtidos

através de Torun, B., et al. (2001; 1996).

Segundo Nelson, M., et al., o valor da constante de variação intra-individual

da ingestão energética para crianças dos 2 anos aos 4 anos de idade era de 24%,

para as crianças do sexo feminino, dos 5 aos 10 anos de idade era de 21% e para

as crianças do sexo masculino, dos 5 aos 10 anos de idade é de 23%.

O valor do PAL para as crianças dos 3 anos aos 4 anos (inclusive) de idade

era 1,44; para as crianças dos 4 anos aos 5 anos (inclusive) de idade era 1,49 e

para as crianças dos 5 anos aos 6 anos (inclusive) de idade era 1,53 (Torun, B.,

2001).

Segundo Black, A.E., et al. (2000), o valor da constante de variação do

nível de atividade física das crianças do sexo masculino, de 1 ano aos 6 anos de

idade, era de 23,8% e das crianças do sexo feminino, de 1 ano aos 6 anos de

idade, era de 19,1%.

Page 40: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

26

Quanto ao valor da constante variação intra-individual da taxa de

metabolismo basal das crianças do sexo masculino, dos 3 aos 10 anos de idade,

era de 6,8% e das crianças do sexo feminino, dos 3 aos 10 anos de idade, era de

7,6% (Black, A.E., 2000).

Após a definição dos pontos de corte, verifica-se se o rácio ingestão

energética reportada sobre a taxa de metabolismo basal se situa dentro dos

limites (mínimo e máximo, obtidos através da fórmula de Goldberg). A taxa de

metabolismo basal foi calculada através da equação de Schofield (Schofield,

W.N., 1985).

Se o rácio se situar dentro dos limites considera-se o registo alimentar

como plausível, se se situar abaixo do limite mínimo, considera-se que houve

omissão da ingestão alimentar e se se situar acima do limite máximo, considera-

se que o registo da ingestão alimentar foi exagerado.

3.8. Análise estatística

A análise estatística efetuou-se com recurso ao programa Statistical

Package for Social Sciences, versão 23 (SPSS Inc., IBM, Chicago, IL, USA) para

o Windows.

A normalidade das variáveis contínuas foi testada através do teste

Kolmogorov-Smirnov. Para verificar diferenças entre sexos utilizou-se o teste t ou

Mann-Whitney para as variáveis contínuas e o teste qui-quadrado para as

variáveis categóricas. Uma vez que se verificou a existência de interação entre as

horas de sono e o sexo das crianças, os modelos de regressão linear foram

efetuados para cada sexo.

Todos os modelos foram avaliados quanto à normalidade dos resíduos,

bem como a presença de resíduos superiores a 3,3 DP. Assim, quando se

verificou ausência da normalidade dos resíduos, procedeu-se à transformação

logarítmica das variáveis dependentes (ingestão de queijo, leite aromatizado, fast

food, cereais de pequeno-almoço e leguminosas). A multicolinearidade também

foi verificada, utilizando o fator de inflação de variância e coeficiente de

correlação.

O ajuste para potenciais confundidores foi baseado na literatura existente.

Assim os modelos (modelo 2) de regressão linear foram ajustados para a idade

Page 41: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

27

(Kudlova, E. e Schneidrova, D., 2012; Munoz, K.A. et al., 1997), classificação do

z-score do IMC (Steinsbekk, S. e Wichstrom, L., 2015), nível de escolaridade dos

pais (Leung, C.Y. et al., 2015), tempo gasto em atividades sedentárias

(Olafsdottir, S. et al., 2014; Santaliestra-Pasias, A.M. et al., 2014), exercício físico

(Horsch, A. et al., 2015) e ingestão energética total diária (Northstone, K. et al.,

2008).

Os coeficientes de regressão não padronizados (β) e os seus intervalos de

confiança (IC) a 95% foram utilizados para expressar os coeficientes de regressão

das análises.

Rejeitou-se a hipótese nula quando o nível de significância crítico para a

sua rejeição (p) era inferior a 0,05.

Page 42: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

28

4. Resultados

Na tabela 1, apresenta-se a descrição detalhada da amostra total e por

sexos, quanto à idade, peso, estatura, horas de sono, estado nutricional e

escolaridade dos pais

As 447 crianças da amostra apresentam uma média de idades de 61,41

meses com um desvio padrão de 10,68 meses, e variava entre os 28 e os 89

meses (mínimo e máximo, respetivamente). A maioria das crianças era do sexo

masculino (53,2%). Não se verificaram diferenças significativas entre rapazes e

raparigas para a idade.

A média do número de horas de sono diárias do sexo masculino foi de 10,5

± 0,60 horas e a média no sexo feminino foi de 10,6 ± 0,60 horas, não se

verificando diferença entre sexos.

Apenas 12% das crianças do sexo feminino e 16% das crianças do sexo

masculino apresentavam menos de 10 horas de sono diárias.

A mediana do tempo de atividades sedentárias do sexo masculino foi de

133,0 (92,0) minutos, por dia (min/d), e a mediana no sexo feminino foi de 116,0

(96,0) min/d, não se verificando diferença entre sexos.

Relativamente à atividade física moderada, a mediana do sexo masculino

foi de 60,0 (17,0) minutos, por semana (min/sem), e a mediana no sexo feminino

foi de 56,0 (18,0) min/sem, não se verificando diferença entre sexos.

Quanto à classificação do z-score do IMC, a maioria dos participantes

apresentava normoponderabilidade, sendo que as crianças do sexo feminino

apresentavam maior proporção de excesso de peso/obesidade do que as

crianças do sexo masculino (p=0,004).

Quanto ao nível de escolaridade dos pais, a maioria dos pais (52,2%)

apresentava o nível básico de escolaridade (escolaridade igual ou inferior ao 9.º

ano).

Page 43: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

29

Tabela 1: Descrição da amostra total e por sexos, quanto à idade, peso, estatura,

classificação do z-score do IMC, horas de sono, atividade física, atividades

sedentárias e escolaridade dos pais.

Total (n=447)

Sexo feminino (n=209)

Sexo masculino (n=238)

p

Idade, meses a,b 61,41±10,68 59,71±10,45 61,17±10,30 0,137

Peso, kg c,d 20,00 (5,00) 20,10 (4,70) 20,80 (4,50) 0,001

Estatura, cm a,b 110,94±6,65 110,23±7,49 112,55±7,73 0,136

Sono, horas a,b 10,53±0,51 10,62±0,60 10,54±0,60 0,142

Atividade física moderada, min/sem c,d

58,00 (17,00) 56,00 (18,00) 60,00 (17,00) <0,001

Atividades Sedentárias, min/d c,d

127,00 (99,00) 116,00 (96,00) 133,00 (92,00) 0,286

Classificação do z- -score do IMC:

Normoponderal e, f 244 (54,6%) 101 (48,3%) 143 (60,1%) 0,043

Excesso de peso e, f 124 (27,7%) 67 (32,1%) 57 (23,9%)

Obesidade e, f 79 (17,7%) 41 (19,6%) 38 (16,0%)

Nível escolaridade parental:

Básico e, f 233 (52,2%) 111 (53,1%) 122 (51,3%)

0,742 Secundário e, f 128 (28,6%) 61 (29,2%) 67 (28,1%)

Superior e, f 86 (19,2%) 37 (17,7%) 49 (20,6%) aOs valores descritos são: média±desvio padrão; b Utilizou-se o teste t de student. cOs valores descritos são: mediana (desvio interquartil); d Utilizou-se o teste de Mann-Whitney. eOs valores descritos são: n (percentagem); f Utilizou-se o teste qui-quadrado.

Na tabela 2, pode verificar-se o valor energético total (VET) diário e a

contribuição (%) dos vários macronutrimentos para o VET. Esta tabela também

apresenta a quantidade dos alimentos/grupos de alimentares, ingeridos pela

amostra (total e por sexos), por dia (g/d).

De acordo com a análise, existe diferença entre as médias do VET (kcal/d)

das crianças do sexo feminino e do sexo masculino, havendo uma maior ingestão

energética total por parte das crianças do sexo masculino (p=0,011).

Quanto aos alimentos/grupos alimentares, verificou-se que existem

diferenças nas médias do iogurte, pão, arroz, massa e tubérculos e cereais de

pequeno-almoço e farinhas, entre as crianças do sexo feminino e do sexo

masculino (p=0,038; p=0,014; p=0,032; respetivamente). Sendo as crianças do

sexo masculino a apresentarem maior ingestão dos alimentos/grupos alimentares

referidos.

Page 44: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

30

Tabela 2: Ingestão nutricional e alimentar da amostra total e de acordo com o

sexo.

Total

(n=447)

Sexo feminino

(n=209)

Sexo masculino

(n=238)

p

VET, kcal/d a,b 1656,16±231,46 1601,12±264,3

8

1666,4±271,43 0,011

Proteínas, %VET a,b 19,93±2,32 19,69±2,83 19,53±2,50 0,555

Hidratos de carbono,

%VETa,b

49,74±3,68 49,67±4,53 50,19±4,04 0,129

Lípidos, %VET a,b 30,32±3,62 30,75±3,53 30,28±3,55 0,162

Fibra alimentar,

g/1000kcal a,b

7,21±1,85 6,57±1,74 6,59±1,83 0,888

Hortícolas, g/d c,d 32,00 (35,50) 23,33 (35,00) 26,00 (35,38) 0,626

Sopa de legumes, g/d c,d 510,00 (303,44) 510,00 (350,63) 517,50 (387,50) 0,192

Fruta fresca e sumo de

fruta, g/d a,b

271,32±153,42 229,68±123,26 230,76±153,32 0,934

Carne, pescado e ovos,

g/da,b

248,10±55,33 244,07±74,14 253,04±71,68 0,195

Gorduras, g/d c,d 4,00 (4,53) 4,50 (5,05) 4,45 (5,88) 0,327

Leite e derivados, g/d a,b 661,03±210,08 761,34±277,72 747,74±279,28 0,607

Leite, g/d a,b 439,03±225,65 543,94±272,26 501,45±282,25 0,107

Iogurte, g/d c,d 187,50 (88,75) 187,50 (153,75) 220,27 (181,34) 0,038

Queijo, g/d c,d 30,00 (25,15) 15,00 (30,00) 15,00 (30,00) 0,753

Leite aromatizado, g/d c,d 105,67 (105,65) 0,00 (105,67) 0,00 (105,67) 0,839

Pão, arroz, massa e

tubérculos, g/d a,b

274,61±54,49 291,97±97,29 314,51 ± 95,86 0,014

Leguminosas, g/d c,d 20,00 (22,18) 7,00 (21,16) 10,00 (22,75) 0,302

Fast Food, g/d c,d 9,00 (60,00) 7,50 (50,00) 0,00 (45,00) 0,298

Doces, g/d c,d 57,30 (87,67) 76,50 (87,30) 75,43 (100,57) 0,660

Cereais de pequeno-

-almoço e farinhas, g/d c,d

17,34 (26,25) 10,00 (20,67) 15,00 (34,14) 0,032

Sumos e refrigerantes, g/d c,d

110,00 (196,68) 105,25 (214,93) 104,80 (214,91) 0,494

VET, valor energético total. a Os valores descritos são: média ± desvio padrão; b Utilizou-se o teste t de student. c Os valores descritos são: mediana (desvio interquartil); d Utilizou-se o teste de Mann-Whitney.

Na tabela 3, pode verificar-se a associação entre as horas de sono e a

ingestão dos alimentos/grupos alimentares, de acordo com o sexo. Após ajuste

para os confundidores, verificou-se uma associação positiva entre a ingestão de

hortícolas e as horas de sono, nas crianças do sexo masculino (β=6,48, IC 95%:

0,87; 12,10). Não se identificaram associações significativas para o sexo feminino.

Page 45: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

31

Tabela 3: Associação entre as horas de sono e a ingestão dos alimentos/grupos alimentares, de acordo com o sexo.

Sexo feminino Sexo masculino

Grupos

Alimentares (g/d)

Modelo 1

β(IC 95%) p

Modelo 2

β(IC 95%) p

Modelo 1

β(IC 95%) p

Modelo 2

β(IC 95%) p

Hortícolas -0,90 (-7,77; 5,98) 0,798 0,01 (-6,94; 6,96) 0,997

5,09 (-0,10; 10,28) 0,055 6,48 (0,87; 12,10) 0,024

Sopa de legumes -40,83 (-108,62; 26,96) 0,236 -52,46 (-122,56; 17,64) 0,142

41,65 (-14,45; 97,74) 0,145 23,31 (-34,08; 80,70) 0,424

Fruta fresca e sumo

de fruta 7,27 (-20,88; 35,43) 0,611 4,34 (-24,34; 33,01) 0,766

25,19 (-7,20; 57,57) 0,127 27,04 (-7,46; 61,54)

0,124

Carne, pescado e

ovos 0,24 (-16,71; 17,19) 0,978 8,86 (-6,65; 24,36) 0,262

0,67 (-14,54; 15,89) 0,931 4,27 (-10,68; 19,22)

0,574

Gorduras 0,06 (-0,96; 1,07) 0,912 0,23 (-0,76; 1,22) 0,644

0,74 (-0,30; 1,79) 0,161 0,95 (-0,16; 2,05) 0,094

Leite e derivados 56,96 (-6,03; 119,96) 0,076 45,44 (-14,27; 105,15) 0,135

23,71 (-35,50; 82,91) 0,431 29,71 (-30,74; 90,16) 0,334

Leite 59,36 (-2,33; 121,06) 0,059 41,74 (-17,23; 100,72) 0,164

27,52 (-32,29; 87,33) 0,366 32,62 (-28,79; 94,04) 0,296

Iogurte -1,73 (-30,34; 26,88) 0,905 4,28 (-25,14; 33,69) 0,775

-3,65 (-35,00; 27,71) 0,819 -3,73 (-37,85; 30,38) 0,829

Queijo a -0,07 (-0,30; 0,17) 0,575 -0,05 (-0,29; 0,19) 0,700

-0,01 (-0,19; 0,18) 0,945 0,02 (-0,18; 0,22) 0,863

Leite aromatizado a -0,05 (-0,18; 0,09) 0,501 -0,06 (-0,21; 0,09) 0,451

0,02 (-0,15; 0,19) 0,819 -0,02 (-0,20; 0,17) 0,845

Pão, arroz, massa e

tubérculos -1,87 (-24,11; 20,36) 0,868 -1,28 (-22,21; 19,65) 0,904

1,70 (-18,65; 22,04) 0,870 10,84 (-9,79; 31,48)

0,301

Leguminosas a -0,07 (-0,31; 0,18) 0,595 -0,01 (-0,26; 0,25) 0,940

-0,14 (-0,34; 0,07) 0,189 -0,15 (-0,37; 0,08) 0,199

Fast Food a -0,20 (-0,49; 0,09) 0,182 -0,19 (-0,47; 0,10) 0,194

-0,10 (-0,38; 0,17) 0,457 -0,10 (-0,41; 0,22) 0,533

Doces -11,92 (-28,71; 4,87) 0,163 -9,32 (-25,22; 6,59) 0,250

-12,28 (-28,20; 3,63) 0,130 -6,53 (-23,21; 10,15) 0,441

Cereais de pequeno-

-almoço e farinhas a -0,04 (-0,33; 0,24) 0,776 -0,04 (-0,32; 0,24) 0,768

0,02 (-0,21; 0,25) 0,867 0,07 (-0,18; 0,32)

0,561

Page 46: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

32

Sexo feminino Sexo masculino

Grupos

Alimentares (g/d)

Modelo 1

β(IC 95%) p

Modelo 2

β(IC 95%) p

Modelo 1

β(IC 95%) p

Modelo 2

β(IC 95%) p

Sumos e

refrigerantes -8,67 (-50,33; 32,98) 0,682 3,66 (-37,27; 44,59) 0,860

-8,72 (-47,30; 29,86) 0,055 5,22 (-33,70; 44,14)

0,792

IC, intervalo de confiança. Modelo 1: modelo não ajustado. Modelo 2: modelo ajustado para a idade, classificação do z-score do IMC (referência – normoponderal), nível de escolaridade parental (referência – baixo), atividades sedentárias, exercício físico e ingestão energética total. a Regressão linear logarítmica.

Page 47: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

33

5. Discussão e Conclusões

McDonald, L., et al. (2015), associaram a duração do sono com a

alimentação, como resposta hedónica, ou seja, parece que as crianças que

dormem menos têm maior probabilidade de consumirem alimentos devido a

influências sensoriais, como a visão ou olfato (Burt, J. et al., 2014), procurando

alimentos que lhes deem prazer, nomeadamente, os que apresentam elevada

palatabilidade (Mcdonald, L., Wardle, J., Llewellyn, C.H.e Fisher, A., 2015),

podendo levar ao aumento a ingestão energética total (Mcdonald, L., Wardle, J.,

Llewellyn, C.H., Johnson, L., et al., 2015).

Por outro lado, parece que as crianças que com maior duração de sono

têm uma alimentação mais saudável (Garaulet, M. et al., 2011), havendo uma

maior ingestão de frutas e hortícolas (Garaulet, M. et al., 2011; Hoppe, C. et al.,

2013).

Quando se analisou a associação entre a duração do sono e a ingestão de

hortícolas, verificou-se que as crianças do sexo masculino, por cada hora

adicionada ao sono, ingeriam mais 6,48g de hortícolas. Quanto às crianças do

sexo feminino, não se conseguiu averiguar essa associação (tanto no modelo 1,

como no 2). Por outro lado, Westerlund, L., et al. (2009), apenas verificou que as

crianças do sexo feminino, com maior número de horas de sono, tinham maior

probabilidade de consumirem hortofrutícolas, não encontrando associação com as

crianças do sexo masculino.

Relativamente aos restantes grupos alimentares, apesar de não se ter

encontrado associação com o sono, outros autores encontraram.

Bornhorst, C., et al. (2015), verificaram que, por cada hora adicionada ao

sono, existia uma associação positiva com o consumo de hortícolas, fruta e

sumos de fruta e leite e derivados.

Segundo Moreira, P., et al. (2010), uma maior duração do sono foi

associada positivamente com padrões alimentares quem incluíam fruta,

hortícolas, sopa de vegetais, leite, sobremesas lácteas, cereais de pequeno-

almoço e alimentos ricos em amido (arroz, massa e batata).

A restrição de sono foi associada positivamente com a ingestão de

alimentos fast food (Kruger, A.K. et al., 2014; Moreira, P. et al., 2010), doces

Page 48: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

34

(Moreira, P. et al., 2010; Simon, S.L. et al., 2015) e bebidas açucaradas, como

sumos e refrigerantes (Hjorth, M.F. et al., 2014; Moreira, P. et al., 2010)

Westerlund, L., et al. (2009), ainda referem que a restrição de sono, nas

crianças do sexo masculino, foi associada positivamente com o consumo de

alimentos de elevada densidade energética e negativamente com o consumo de

alimentos com elevada densidade nutricional, quando comparadas com as

crianças do sexo feminino, com hábitos de sono semelhantes.

Relativamente ao estado nutricional das crianças, verificou-se que a

maioria das crianças da amostra era normoponderal (54,6%). Contudo, verificou-

se diferença entre o estado nutricional das crianças do sexo feminino e do sexo

masculino (p=0,043). Assim, ao analisar por sexos e ao somar as percentagens

das crianças que apresentam excesso de peso ou obesidade, foi possível

observar que cerca de metade das crianças do sexo feminino tinha excesso de

peso ou obesidade (51,7%), porém o mesmo não ocorreu com as crianças do

sexo masculino.

Um estudo de coorte, a nível europeu, verificou resultados semelhantes,

onde a prevalência de excesso de peso e obesidade, em crianças de idade pré-

escolar, era superior no sexo feminino (este resultado foi transversal em todos os

países participantes) (Ahrens, W. et al., 2014).

Quanto ao número de horas de sono diárias, a média da amostra foi de

10,53 ± 0,51 horas e não se verificou diferença entre sexos. A ausência de

diferença entre sexos também foi encontrada por outros autores (Seo, W.S. et al.,

2010; Thorleifsdottir, B. et al., 2002).

Ao comparar o número médio de horas de sono das crianças da amostra

com as recomendações da NSF, pôde-se aferir que estas tinham um número de

horas de sono adequado. Segundo a NSF, é apropriado que as crianças em idade

pré-escolar durmam entre 10 a 13 horas diárias (Hirshkowitz, M. et al., 2015).

Alguns autores distinguem as horas de sono durante a semana (dias de

escola), das horas de sono do fim-de-semana, pois parece que as crianças

dormem menos horas noturnas nos dias de escola (Weiss, A. et al., 2010;

Wolfson, A.R. e Carskadon, M.A., 1998). Contudo, neste estudo não se realizou

essa distinção, pois a maioria da literatura revista também não a realizava e,

segundo Doi, Y., et al. (2014), num estudo sobre padrões circadianos em crianças

Page 49: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

35

de idade pré-escolar, não encontraram diferenças significativas entre o número de

horas de sono durante os dias de escola e o fim-de-semana.

Ao analisar a ingestão nutricional da amostra, verificou-se que a

distribuição dos macronutrientes respeita as recomendações do Institute of

Medicine, The Dietary Reference Intakes (Hellwig, J.P. et al., 2006), não se

observando diferenças significativas entre sexos.

Quanto à ingestão energética total diária, verificou-se diferença entre as

médias do VET. Este resultado era esperado, pois parece que o sexo masculino

tem maior ingestão energética (Bornhorst, C. et al., 2014; Huynh, D.T.T. et al.,

2008; Lambert, J. et al., 2004)

Relativamente aos alimentos/grupos alimentares, verificou-se que apenas a

ingestão de fruta e sumos de fruta e de pão, arroz massa e tubérculos se

aproximaram das recomendações portuguesas, “A Nova Roda dos Alimentos”, e a

ingestão de leite e derivados excede as recomendações (Rodrigues, S.S. et al.,

2006).

Apesar da ingestão alimentar satisfazer as recomendações nutricionais, ao

nível dos macronutrientes, não respeita as recomendações alimentares,

diminuindo a qualidade da alimentação (Kyttala, P. et al., 2010; Munoz, K.A. et al.,

1997).

Quanto às diferenças entre sexos, verificou-se que as crianças do sexo

masculino consumiam maiores quantidades de iogurte; pão, arroz, massa e

tubérculos e cereais de pequeno-almoço e farinhas do que as crianças do sexo

feminino. Outros estudos também verificaram que as crianças do sexo masculino

tinham uma maior ingestão diária de leite e derivados, carne, cerais, pão e de

refrigerantes, do que as crianças do sexo feminino (Mensink, G.B. et al., 2007;

Moreira, P. et al., 2010). Por outro lado, parece as crianças do sexo feminino

apresentaram maior ingestão diária de vegetais, quando comparadas com as

crianças do sexo masculino (Moreira, P. et al., 2010).

O consumo de alimentos com elevada densidade energética (como doces,

fast food e sumos e refrigerantes) pode contribuir para o aumento da ingestão

energética total (Hebestreit, A. et al., 2014). Segundo Sichieri, R., et al. (2015), os

doces podem aumentar a ingestão energética total cerca de 12% e os sumos e

refrigerantes cerca de 7%, contribuindo para a diminuição da qualidade da

Page 50: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

36

alimentação, pois este tipo de alimentos parecem ser marcadores de alimentação

menos saudável.

O presente estudo apresenta algumas limitações, em primeiro lugar, a sua

metodologia transversal só pode facultar informações de um determinado espaço

de tempo, suscetível a modificações ao longo dos anos, não sendo possível obter

conclusões de causa/efeito.

Em segundo lugar, a utilização de diários alimentares, para avaliar a

ingestão alimentar apresenta uma grande desvantagem, que se refletiu como uma

das limitações do presente estudo. Este método, normalmente, apresenta baixa

adesão dos participantes, pois o seu preenchimento necessita de uma grande

cooperação e motivação dos participantes, sendo esta uma desvantagem

metodológica da utilização de diários alimentares (Biro, G. et al., 2002).

Muitos dos diários alimentares não foram entregues ou estavam

incompletos, o que levou a uma perda relativamente elevada de dados e,

consequentemente, diminuição do número de participantes na amostra (n).

Foram fornecidas instruções, orais e escritas, aos pais para não alterarem

os hábitos alimentares das crianças, durante o registo do diário alimentar, contudo

algumas alterações podem ter ocorrido, bem como a possível omissão de hábitos

alimentares devido à desejabilidade social (Biro, G. et al., 2002).

Apesar das desvantagens apresentadas, este método tem sido descrito

como o mais adequado de avaliação da ingestão alimentar, “golden standard”, a

nível individual (Biro, G. et al., 2002; Majem, L.S. et al., 2006), sendo este um

ponto forte do estudo.

A dificuldade inerente à estimativa das porções dos alimentos ingeridos

(Wrieden, W.L. e Momen, N.C., 2009), pelas crianças, foi minimizada através da

formação aos responsáveis pelas crianças (pais, educadores e auxiliares de

educação), bem como o fornecimento de instruções juntamente com os diários

alimentares. Foi solicitado, aos responsáveis pelas crianças, a pesagem dos

alimentos sempre que possível, medição das porções através de medidas

caseiras ou descrição da embalagem dos alimentos (marca, quantidade, peso). A

combinação de diferentes estratégias também contribuiu para a diminuição da

dificuldade de estimativa (Ayala, G.X., 2006; Ovaskainen, M.L. et al., 2008).

Por outro lado, neste estudo apenas foi apenas aferida a duração do sono,

não se tendo em conta a hora de deitar e de despertar das crianças. Segundo

Page 51: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

37

Golley, R.K., et al. (2013), as crianças e adolescentes que se deitam mais tarde

têm uma maior ingestão de alimentos com elevada densidade energética e as que

se deitam mais cedo, uma maior ingestão de fruta e vegetais. Estes autores

referem ainda que não encontraram associação entre a duração do sono e a

ingestão alimentar, a duração de sono apenas foi associada com a ingestão

energética total.

Assim, os resultados deste estudo não devem ser compreendidos sem que

se tenha em atenção as suas limitações.

O presente estudo possui um importante ponto forte, a associação do sono

com alimentos/grupos alimentares, em vez de nutrientes, contribuindo assim para

o conhecimento científico.

Em estudos futuros, sugere-se a caracterização e comparação dos padrões

de sono (tendo em conta a duração do sono noturno e diurno, hora de deitar e

despertar) com padrões alimentares.

Para concluir, a evidência mostra que os comportamentos alimentares

saudáveis pode ser comprometidos pelo número insuficiente de horas de sono

(Chaput, J.P., 2015; Chaput, J.P. e Tremblay, A., 2012). Contudo, ainda é

necessário estudar e entender melhor quais os possíveis benefícios e malefícios

do aumento da duração do sono (Cizza, G. et al., 2010). É neste ponto que os

resultados encontrados, na presente dissertação, assumem um papel importante,

pois contribuem para o conhecimento da associação entre o número de horas de

sono e a ingestão de grupos alimentares.

Por outro lado, espera-se que resultados encontrados ajudem a realçar a

importância do sono na ingestão alimentar e que deve ser um fator a ter em

atenção nas futuras estratégias de saúde pública.

Page 52: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

38

6. Bibliografia

Adair, L.S. (2014). Long-term consequences of nutrition and growth in early

childhood and possible preventive interventions. Nestle Nutr Inst Workshop

Ser, 78: 111-120.

Adair, L.S. e Popkin, B.M. (2005). Are Child Eating Patterns Being Transformed

Globally? Obesity Research, 13(7): 1281-1299.

Ahrens, W., Pigeot, I., Pohlabeln, H., De Henauw, S., Lissner, L., Molnar, D.,

Moreno, L.A., Tornaritis, M., Veidebaum, T. e Siani, A. (2014). Prevalence

of overweight and obesity in European children below the age of 10. Int J

Obes (Lond), 38 Suppl 2: S99-107.

Alfano, C.A. e Gamble, A.L. (2009). The Role of Sleep in Childhood Psychiatric

Disorders. Child & youth care forum, 38(6): 327-340.

Allen, L.H. (2012). Global dietary patterns and diets in childhood: implications for

health outcomes. Ann Nutr Metab, 61 Suppl 1: 29-37.

American Academy of Pediatrics, National Resource Center for Health Safety in

Child Care, American Public Health Association e United States Maternal

Child Health Bureau. (2002). Caring for our children: National health and

safety performance standards: Guidelines for out-of-home child care. Amer

Academy of Pediatrics.

Aronen, E.T., Paavonen, E.J., Fjallberg, M., Soininen, M. e Torronen, J. (2000).

Sleep and psychiatric symptoms in school-age children. J Am Acad Child

Adolesc Psychiatry, 39(4): 502-508.

Attarian, H.P. e Undevia, N.S. (2012). Normal Sleep Stages Atlas of

Electroencephalography in Sleep Medicine (pp. 1-24).

Austin, S.B., Melly, S.J., Sanchez, B.N., Patel, A., Buka, S. e Gortmaker, S.L.

(2005). Clustering of Fast-Food Restaurants Around Schools: A Novel

Application of Spatial Statistics to the Study of Food Environments. Am J

Public Health, 95(9): 1575-1581. doi: 10.2105/AJPH.2004.056341

Ayala, G.X. (2006). An experimental evaluation of a group- versus computer-

based intervention to improve food portion size estimation skills. Health

education research, 21(1): 133-145.

Page 53: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

39

Barrett, D. e Mcnamara, P. (2012). Encyclopedia of Sleep and Dreams: The

Evolution, Function, Nature, and Mysteries of Slumber. ABC-CLIO.

Basciano, H., Federico, L. e Adeli, K. (2005). Fructose, insulin resistance, and

metabolic dyslipidemia. Nutr Metab (Lond), 2(1): 5.

Bel-Serrat, S., Mouratidou, T., Huybrechts, I., Labayen, I., Cuenca-Garcia, M.,

Palacios, G., Breidenassel, C., Molnar, D., Roccaldo, R., Widhalm, K.,

Gottrand, F., Kafatos, A., Manios, Y., Vyncke, K., Sjostrom, M., Libuda, L.,

Gomez-Martinez, S. e Moreno, L.A. (2014). Associations between

macronutrient intake and serum lipid profile depend on body fat in

European adolescents: the Healthy Lifestyle in Europe by Nutrition in

Adolescence (HELENA) study. Br J Nutr, 112(12): 2049-2059.

Belenky, G., Wesensten, N.J., Thorne, D.R., Thomas, M.L., Sing, H.C., Redmond,

D.P., Russo, M.B. e Balkin, T.J. (2003). Patterns of performance

degradation and restoration during sleep restriction and subsequent

recovery: a sleep dose-response study. J Sleep Res, 12(1): 1-12.

Benedict, C., Brooks, S.J., O’daly, O.G., Almen, M.S. e Morell A. (2012). Acute

sleep deprivation enhances the brain’s response to hedonic food stimuli: an

fMRI study. J Clin Endocrinol Metab, 97: 443–447.

Biggs, S.N., Lushington, K., James Martin, A., Van Den Heuvel, C. e Kennedy,

J.D. (2013). Gender, socioeconomic, and ethnic differences in sleep

patterns in school-aged children. Sleep Med, 14(12): 1304-1309.

Biggs, S.N., Lushington, K., Van Den Heuvel, C.J., Martin, A.J. e Kennedy, J.D.

(2011). Inconsistent sleep schedules and daytime behavioral difficulties in

school-aged children. Sleep Med, 12(8): 780-786.

Birch, L.L. (1999). Development of food preferences. Annu Rev Nutr, 19: 41-62.

Birch, L.L., Gunder, L., Grimm-Thomas, K. e Laing, D.G. (1998). Infants'

consumption of a new food enhances acceptance of similar foods. Appetite,

30(3): 283-295.

Biro, G., Hulshof, K.F., Ovesen, L. e Amorim Cruz, J.A. (2002). Selection of

methodology to assess food intake. Eur J Clin Nutr, 56 Suppl 2: S25-32.

Black, A.E. (2000). Critical evaluation of energy intake using the Goldberg cut-off

for energy intake:basal metabolic rate. A practical guide to its calculation,

use and limitations. Int J Obes Relat Metab Disord, 24(9): 1119-1130.

Page 54: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

40

Blissett, J. (2011). Relationships between parenting style, feeding style and

feeding practices and fruit and vegetable consumption in early childhood.

Appetite, 57(3): 826-831.

Bollinger, T., Bollinger, A., Skrum, L., Dimitrov, S., Lange, T. e Solbach, W. (2009).

Sleep-dependent activity of T cells and regulatory T cells. Clin Exp

Immunol, 155(2): 231-238.

Bonnet, M.H. e Arand, D.L. (2013). Acute Sleep Deprivation. In C. A. Kushida

(Ed.), Encyclopedia of Sleep (pp. 156-161). San Diego, USA: Elsevier.

Bornhorst, C., Bel-Serrat, S., Pigeot, I., Huybrechts, I., Ottavaere, C., Sioen, I., De

Henauw, S., Mouratidou, T., Mesana, M.I., Westerterp, K., Bammann, K.,

Lissner, L., Eiben, G., Pala, V., Rayson, M., Krogh, V. e Moreno, L.A.

(2014). Validity of 24-h recalls in (pre-)school aged children: comparison of

proxy-reported energy intakes with measured energy expenditure. Clin

Nutr, 33(1): 79-84.

Bornhorst, C., Wijnhoven, T.M., Kunesova, M., Yngve, A., Rito, A.I., Lissner, L.,

Duleva, V., Petrauskiene, A. e Breda, J. (2015). WHO European Childhood

Obesity Surveillance Initiative: associations between sleep duration, screen

time and food consumption frequencies. BMC Public Health, 15(1): 442.

Bray, G.A. e Popkin, B.M. (2014). Dietary sugar and body weight: have we

reached a crisis in the epidemic of obesity and diabetes?: health be

damned! Pour on the sugar. Diabetes Care, 37(4): 950-956.

Broussard, J.L., Ehrmann, D.A., Van Cauter, E., Tasali, E. e Brady, M.J. (2012).

Impaired insulin signaling in human adipocytes after experimental sleep

restriction a randomized, rrossover study. Annals of Internal Medicine,

157(8): 549-557.

Brown, T.T. e Jernigan, T.L. (2012). Brain development during the preschool

years. Neuropsychol Rev, 22(4): 313-333.

Burdette, H.L. e Whitaker, R.C. (2004). Neighborhood playgrounds, fast food

restaurants, and crime: relationships to overweight in low-income preschool

children. Prev Med, 38(1): 57-63.

Burt, J., Dube, L., Thibault, L. e Gruber, R. (2014). Sleep and eating in childhood:

a potential behavioral mechanism underlying the relationship between poor

sleep and obesity. Sleep Med, 15(1): 71-75.

Page 55: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

41

Busto-Zapico, R., Amigo-Vazquez, I., Pena-Suarez, E. e Fernandez-Rodriguez, C.

(2014). Relationships between sleeping habits, sedentary leisure activities

and childhood overweight and obesity. Psychol Health Med.

Buxton, O.M., Cain, S.W., O'connor, S.P., Porter, J.H., Duffy, J.F., Wang, W.,

Czeisler, C.A. e Shea, S.A. (2012). Adverse metabolic consequences in

humans of prolonged sleep restriction combined with circadian disruption.

Sci Transl Med, 4(129): 129ra143.

Canet, T. (2010). Sleep–wake habits in Spanish primary school children. Sleep

Med, 11(9): 917-921.

Capaldi, E.D. (1996). Conditioned food preferences Why we eat what we eat: The

psychology of eating (pp. 53-80). Washington, DC, US: American

Psychological Association.

Cappuccio, F.P., Taggart, F.M., Kandala, N.B., Currie, A., Peile, E., Stranges, S. e

Miller, M.A. (2008). Meta-analysis of short sleep duration and obesity in

children and adults. Sleep, 31(5): 619-626.

Carruth, B.R., Ziegler, P.J., Gordon, A. e Barr, S.I. (2004). Prevalence of picky

eaters among infants and toddlers and their caregivers' decisions about

offering a new food. J Am Diet Assoc, 104(1 Suppl 1): s57-64.

Carskadon, M.A., & Dement, W.C. (2011). Monitoring and staging human sleep. In

T. R. In M.H. Kryger, & W.C. Dement (Ed.), Principles and practice of sleep

medicine (5th ed., pp. 16-26). St. Louis: Elsevier Saunders.

Carter P.J., T.B.J., Williams S.M., Taylor R.W. (2011). A longitudinal analysis of

sleep in relation to BMI and body fat in children: the FLAME study. BMJ

Open, 153: 646-650.

Caton, S.J., Blundell, P., Ahern, S.M., Nekitsing, C., Olsen, A., Moller, P.,

Hausner, H., Remy, E., Nicklaus, S., Chabanet, C., Issanchou, S. e

Hetherington, M.M. (2014). Learning to eat vegetables in early life: the role

of timing, age and individual eating traits. PLoS One, 9(5): 69-97.

Chaput, J.P. (2014). Sleep patterns, diet quality and energy balance. Physiol

Behav, 134: 86-91.

Chaput, J.P. (2015). Sleeping more to improve appetite and body weight control:

dream or reality? Am J Clin Nutr, 101(1): 5-6.

Page 56: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

42

Chaput, J.P., Lambert, Et Al. (2011). Short sleep duration is independently

associated with overweight and obesity in Quebec children. Canadian

Journal of Public Health(102): 369–374.

Chaput, J.P. e Tremblay, A. (2007). Does short sleep duration favor abdominal

adiposity in children? Int J Pediatr Obes, 2(3): 188-191.

Chaput, J.P. e Tremblay, A. (2012). Adequate sleep to improve the treatment of

obesity. Cmaj, 184(18): 1975-1976.

Chen, X., Beydoun, M.A. e Wang, Y. (2008). Is sleep duration associated with

childhood obesity? A systematic review and meta-analysis. Obesity (Silver

Spring), 16(2): 265-274.

Chorney, D.B., Detweiler, M.F., Morris, T.L. e Kuhn, B.R. (2008). The interplay of

sleep disturbance, anxiety, and depression in children. J Pediatr Psychol,

33(4): 339-348.

Cizza, G., Marincola, P., Mattingly, M., Williams, L., Mitler, M., Skarulis, M. e

Csako, G. (2010). Treatment of obesity with extension of sleep duration: a

randomized, prospective, controlled trial. Clin Trials, 7(3): 274-285.

Clifford, L.M., Beebe, D.W., Simon, S.L., Kuhl, E.S., Filigno, S.S., Rausch, J.R. e

Stark, L.J. (2012). The association between sleep duration and weight in

treatment-seeking preschoolers with obesity. Sleep Med, 13(8): 1102-1105.

Cohen, S., Doyle, W.J., Alper, C.M., Janicki-Deverts, D. e Turner, R.B. (2009).

SLeep habits and susceptibility to the common cold. Archives of Internal

Medicine, 169(1): 62-67.

Cooke, L.J., Chambers, L.C., Anez, E.V. e Wardle, J. (2011). Facilitating or

undermining? The effect of reward on food acceptance. A narrative review.

Appetite, 57(2): 493-497.

Cooke, L.J. e Wardle, J. (2005). Age and gender differences in children's food

preferences. British Journal of Nutrition, 93(05): 741-746.

Council on School Health e Committee on Nutrition. (2015). Snacks, sweetened

beverages, added sugars, and schools. Pediatrics, 135(3): 575-583.

Crispim, J., Boto, L., Melo, I. e Ferreira, R. (2011). Padrão de sono e factores de

risco para privação de sono numa população pediátrica portuguesa (Sleep

pattern and risk factors for sleep deprivation in a portuguese pediatric

population). Acta Pediatr Port, 42(3): 93-98.

Page 57: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

43

Cummings, D.E. e Foster, K.E. (2003). Ghrelin-leptin tango in body-weight

regulation. Gastroenterology, 124(5): 1532-1535.

Curcio, G., Ferrara, M. e De Gennaro, L. (2006). Sleep loss, learning capacity and

academic performance. Sleep Med Rev, 10(5): 323-337.

Czeisler, C.A. (2015). Duration, timing and quality of sleep are each vital for

health, performance and safety. Sleep Health, 1(1): 5-8.

Dahl, R.E. (1996). The impact of inadequate sleep on children's daytime cognitive

function. Semin Pediatr Neurol, 3(1): 44-50.

Dahl, R.E. (1998). The development and disorders of sleep. Advances in

pediatrics, 45: 73-90.

Dashti, H.S., Follis, J.L., Smith, C.E., Tanaka, T., Cade, B.E., Gottlieb, D.J., Hruby,

A., Jacques, P.F., Lamon-Fava, S., Richardson, K., Saxena, R., Scheer,

F.A., Kovanen, L., Bartz, T.M., Perala, M.M., Jonsson, A., Frazier-Wood,

A.C., Kalafati, I.P., Mikkila, V., Partonen, T., Lemaitre, R.N., Lahti, J.,

Hernandez, D.G., Toft, U., Johnson, W.C., Kanoni, S., Raitakari, O.T.,

Perola, M., Psaty, B.M., Ferrucci, L., Grarup, N., Highland, H.M., Rallidis,

L., Kahonen, M., Havulinna, A.S., Siscovick, D.S., Raikkonen, K.,

Jorgensen, T., Rotter, J.I., Deloukas, P., Viikari, J.S., Mozaffarian, D.,

Linneberg, A., Seppala, I., Hansen, T., Salomaa, V., Gharib, S.A., Eriksson,

J.G., Bandinelli, S., Pedersen, O., Rich, S.S., Dedoussis, G., Lehtimaki, T.

e Ordovas, J.M. (2015). Habitual sleep duration is associated with BMI and

macronutrient intake and may be modified by CLOCK genetic variants. Am

J Clin Nutr, 101(1): 135-143.

Davis, K.F., Parker, K.P. e Montgomery, G.L. (2004). Sleep in infants and young

children: Part one: normal sleep. J Pediatr Health Care, 18(2): 65-71.

De Onis, M., Onyango, A., Borghi, E., Siyam, A., Blossner, M. e Lutter, C. (2012).

Worldwide implementation of the WHO Child Growth Standards. Public

Health Nutr, 15(9): 1603-1610.

De Onis, M., Onyango, A.W., Borghi, E., Siyam, A., Nishida, C. e Siekmann, J.

(2007). Development of a WHO growth reference for school-aged children

and adolescents. Bull World Health Organ, 85(9): 660-667.

De Wild, V.W., De Graaf, C. e Jager, G. (2013). Effectiveness of flavour nutrient

learning and mere exposure as mechanisms to increase toddler's intake

and preference for green vegetables. Appetite, 64: 89-96.

Page 58: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

44

Diethelm, K., Bolzenius, K., Cheng, G., Remer, T. e Buyken, A.E. (2011).

Longitudinal associations between reported sleep duration in early

childhood and the development of body mass index, fat mass index and fat

free mass index until age 7. Int J Pediatr Obes, 6(2-2): e114-123.

Dinges Df, P.F., Williams K, Et Al. (1997). Cumulative sleepiness, mood

disturbance, and psychomotor vigilance performance decrements during a

week of sleep restricted to 4–5 hours per night. Sleep, 20: 267–277.

Dinges, D.F., Rogers, N.L., Baynard, e M.D. (2005). Chronic Sleep Deprivation. In

P. S. E. Philadelphia (Ed.), Principles and Practice of Sleep Medicine (4th

ed., pp. 67-77).

Doi, Y., Ishihara, K. e Uchiyama, M. (2014). Sleep/wake patterns and circadian

typology in preschool children based on standardized parental self-reports.

Chronobiol Int, 31(3): 328-336.

Dovey, T.M., Staples, P.A., Gibson, E.L. e Halford, J.C. (2008). Food neophobia

and 'picky/fussy' eating in children: a review. Appetite, 50(2-3): 181-193.

Dror, D.K. (2014). Dairy consumption and pre-school, school-age and adolescent

obesity in developed countries: a systematic review and meta-analysis.

Obes Rev, 15(6): 516-527.

Falbe, J., Davison, K.K., Franckle, R.L., Ganter, C., Gortmaker, S.L., Smith, L.,

Land, T. e Taveras, E.M. (2015). Sleep duration, restfulness, and screens

in the sleep environment. Pediatrics, 135(2): e367-375.

Fallone, G., Acebo, C., Arnedt, J.T., Seifer, R. e Carskadon, M.A. (2001). Effects

of acute sleep restriction on behavior, sustained attention, and response

inhibition in children. Percept Mot Skills, 93(1): 213-229.

Fallone, G., Owens, J.A. e Deane, J. (2002). Sleepiness in children and

adolescents: clinical implications. Sleep Medicine Reviews, 6(4): 287-306.

Fatima, Y., Doi, S.A. e Mamun, A.A. (2015). Longitudinal impact of sleep on

overweight and obesity in children and adolescents: a systematic review

and bias-adjusted meta-analysis. Obes Rev, 16(2): 137-149.

Fernandez-Alvira, J.M., Bammann, K., Pala, V., Krogh, V., Barba, G., Eiben, G.,

Hebestreit, A., Veidebaum, T., Reisch, L., Tornaritis, M., Kovacs, E.,

Huybrechts, I. e Moreno, L.A. (2014). Country-specific dietary patterns and

associations with socioeconomic status in European children: the IDEFICS

study. Eur J Clin Nutr, 68(7): 811-821.

Page 59: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

45

Gaina, A., Sekine, M., Hamanishi, S., Chen, X., Wang, H., Yamagami, T. e

Kagamimori, S. (2007). Daytime sleepiness and associated factors in

Japanese school children. J Pediatr, 151(5): 518-522, 522 e511-514.

Garaulet, M., Ortega, F.B., Ruiz, J.R., Rey-Lopez, J.P., Beghin, L., Manios, Y.,

Cuenca-Garcia, M., Plada, M., Diethelm, K., Kafatos, A., Molnar, D., Al-

Tahan, J. e Moreno, L.A. (2011). Short sleep duration is associated with

increased obesity markers in European adolescents: effect of physical

activity and dietary habits. The HELENA study. Int J Obes (Lond), 35(10):

1308-1317.

Gerrish, C.J. e Mennella, J.A. (2001). Flavor variety enhances food acceptance in

formula-fed infants. Am J Clin Nutr, 73(6): 1080-1085.

Gibson, E.L., Kreichauf, S., Wildgruber, A., Vögele, C., Summerbell, C.D., Nixon,

C., Moore, H., Douthwaite, W., Manios, Y. e Toybox-Study, G. (2012). A

narrative review of psychological and educational strategies applied to

young children's eating behaviours aimed at reducing obesity risk. Obesity

Reviews, 13: 85-95.

Goldberg, G.R. e Black, A.E. (1998). Assessment of the validity of reported energy

intakes - review and recent developments. Scandinavian Journal of

Nutrition: 4.

Golley, R.K., Maher, C.A., Matricciani, L. e Olds, T.S. (2013). Sleep duration or

bedtime? Exploring the association between sleep timing behaviour, diet

and BMI in children and adolescents. Int J Obes (Lond), 37(4): 546-551.

Gregory Am, S.A. (2012). Sleep, emotional and behavioral difficulties in children

and adolescents. Sleep Med Rev;16:129-36.

Gregory, J.E., Paxton, S.J. e Brozovic, A.M. (2011). Maternal feeding practices

predict fruit and vegetable consumption in young children. Results of a 12-

month longitudinal study. Appetite, 57(1): 167-172.

Gruber, R., Laviolette, R., Deluca, P., Monson, E., Cornish, K. e Carrier, J. (2010).

Short sleep duration is associated with poor performance on IQ measures

in healthy school-age children. Sleep Med, 11(3): 289-294.

Gupta, N.K., Mueller, W.H., Chan, W. e Meininger, J.C. (2002). Is obesity

associated with poor sleep quality in adolescents? Am J Hum Biol, 14(6):

762-768.

Page 60: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

46

Hart, C.N., Carskadon, M.A., Considine, R.V., Fava, J.L., Lawton, J., Raynor, H.A.,

Jelalian, E., Owens, J. e Wing, R. (2013). Changes in children's sleep

duration on food intake, weight, and leptin. Pediatrics, 132(6): e1473-1480.

Hebestreit, A., Bornhorst, C., Pala, V., Barba, G., Eiben, G., Veidebaum, T.,

Hadjigergiou, C., Molnar, D., Claessens, M., Fernandez-Alvira, J.M. e

Pigeot, I. (2014). Dietary energy density in young children across Europe.

Int J Obes (Lond), 38 Suppl 2: S124-134.

Hellwig, J.P., Otten, J.J. e Meyers, L.D. (2006). Dietary Reference Intakes: The

Essential Guide to Nutrient Requirements. National Academies Press.

Hennessy, E., Hughes, S.O., Goldberg, J.P., Hyatt, R.R. e Economos, C.D.

(2012). Permissive parental feeding behavior is associated with an increase

in intake of low-nutrient-dense foods among American children living in rural

communities. J Acad Nutr Diet, 112(1): 142-148.

Hense, S., Pohlabeln, H., De Henauw, S., Eiben, G., Molnar, D., Moreno, L.A.,

Barba, G., Hadjigeorgiou, C., Veidebaum, T. e Ahrens, W. (2011). Sleep

Duration and Overweight in European Children: Is the Association Modified

by Geographic Region? Sleep, 34(7): 885-890.

Hirshkowitz, M., Whiton, K., Albert, S.M., Alessi, C., Bruni, O., Doncarlos, L.,

Hazen, N., Herman, J., Katz, E.S., Kheirandish-Gozal, L., Neubauer, D.N.,

O’donnell, A.E., Ohayon, M., Peever, J., Rawding, R., Sachdeva, R.C.,

Setters, B., Vitiello, M.V., Ware, J.C. e Adams Hillard, P.J. (2015). National

Sleep Foundation’s sleep time duration recommendations: methodology

and results summary. Sleep Health, 1(1): 40-43.

Hjorth, M.F., Quist, J.S., Andersen, R., Michaelsen, K.F., Tetens, I., Astrup, A.,

Chaput, J.P. e Sjodin, A. (2014). Change in sleep duration and proposed

dietary risk factors for obesity in Danish school children. Pediatr Obes, 9(6):

e156-159.

Holley, S., Hill, C.M. e Stevenson, J. (2010). A comparison of actigraphy and

parental report of sleep habits in typically developing children aged 6 to 11

years. Behav Sleep Med, 8(1): 16-27.

Hoppe, C., Rothausen, B.W., Biltoft-Jensen, A., Matthiessen, J., Groth, M.V.,

Chaput, J.P. e Tetens, I. (2013). Relationship between sleep duration and

dietary intake in 4- to 14-year-old Danish children. J Nutr Sci, 2: 38.

Page 61: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

47

Horne, P.J., Greenhalgh, J., Erjavec, M., Lowe, C.F., Viktor, S. e Whitaker, C.J.

(2011). Increasing pre-school children's consumption of fruit and

vegetables. A modelling and rewards intervention. Appetite, 56(2): 375-385.

Horsch, A., Wobmann, M., Kriemler, S., Munsch, S., Borloz, S., Balz, A., Marques-

Vidal, P., Borghini, A. e Puder, J.J. (2015). Impact of physical activity on

energy balance, food intake and choice in normal weight and obese

children in the setting of acute social stress: a randomized controlled trial.

BMC Pediatr, 15: 12.

Hughes, S.O., Patrick, H., Power, T.G., Fisher, J.O., Anderson, C.B. e Nicklas,

T.A. (2007). The impact of child care providers' feeding on children's food

consumption. J Dev Behav Pediatr, 28(2): 100-107.

Huynh, D.T.T., Dibley, M.J., Sibbritt, D.W. e Tran, H.T.M. (2008). Energy and

macronutrient intakes in preschool children in urban areas of Ho Chi Minh

City, Vietnam. BMC Pediatr, 8: 44-44.

Iber, C., Ancoli-Israel, S., Chesson, A.L. e Quan, S.F. (2007). The AASM manual

for the scoring of sleep and associated events American Academy of Sleep

Medicine (Ed.) Rules, terminology and technical specifi cations

Iglowstein, I., Latal Hajnal, B., Molinari, L., Largo, R.H. e Jenni, O.G. (2006). Sleep

behaviour in preterm children from birth to age 10 years: a longitudinal

study. Acta Paediatr, 95(12): 1691-1693.

Janz, K.F. (1994). Validation of the CSA accelerometer for assessing children's

physical activity. Med Sci Sports Exerc, 26(3): 369-375.

Jean-Louis, G., Williams, N.J., Sarpong, D., Pandey, A., Youngstedt, S., Zizi, F. e

Ogedegbe, G. (2014). Associations between inadequate sleep and obesity

in the US adult population: analysis of the national health interview survey

(1977-2009). BMC Public Health, 14: 290.

Jeffery, R.W., Baxter, J., Mcguire, M. e Linde, J. (2006). Are fast food restaurants

an environmental risk factor for obesity? The International Journal of

Behavioral Nutrition and Physical Activity, 3: 2-2. doi: 10.1186/1479-5868-3-

2

Jenni, O.G. e O'connor, B.B. (2005). Children's sleep: an interplay between culture

and biology. Pediatrics, 115(1 Suppl): 204-216.

Page 62: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

48

Jin, Y. e Jones-Smith, J.C. (2015). Associations between family income and

children's physical fitness and obesity in California, 2010-2012. Prev

Chronic Dis, 12: E17.

Johnson, S.L., Mcphee, L. e Birch, L.L. (1991). Conditioned preferences: young

children prefer flavors associated with high dietary fat. Physiol Behav,

50(6): 1245-1251.

Kahn, A. (2004). WHO technical meeting on sleep and health: Sleep

characteristics and sleep deprivation in infants, children and adolescents. .

Paper presented at the WHO technical meeting on sleep and health, Bonn

Germany.

Katz, D.L. (2014). Diet and diabetes: lines and dots. J Nutr, 144(4 Suppl): 567s-

570s.

Kell, K.P., Cardel, M.I., Bohan Brown, M.M. e Fernandez, J.R. (2014). Added

sugars in the diet are positively associated with diastolic blood pressure and

triglycerides in children. Am J Clin Nutr, 100(1): 46-52.

Kliegman, R.M. (2012). Nelson textbook of pediatrics (19th ed.). Saunders

Elsevier. U.S.A.

Kostecka, M. (2014). Eating habits of preschool children and the risk of obesity,

insulin resistance and metabolic syndrome in adults. Pak J Med Sci, 30(6):

1299-1303.

Kruger, A.K., Reither, E.N., Peppard, P.E., Krueger, P.M. e Hale, L. (2014). Do

sleep-deprived adolescents make less-healthy food choices? Br J Nutr,

111(10): 1898-1904.

Kudlova, E. e Schneidrova, D. (2012). Dietary patterns and their changes in early

childhood. Cent Eur J Public Health, 20(2): 126-134.

Kyttala, P., Erkkola, M., Kronberg-Kippila, C., Tapanainen, H., Veijola, R., Simell,

O., Knip, M. e Virtanen, S.M. (2010). Food consumption and nutrient intake

in Finnish 1-6-year-old children. Public Health Nutr, 13(6a): 947-956.

Lambert, J., Agostoni, C., Elmadfa, I., Hulshof, K., Krause, E., Livingstone, B.,

Socha, P., Pannemans, D. e Samartin, S. (2004). Dietary intake and

nutritional status of children and adolescents in Europe. Br J Nutr, 92 Suppl

2: S147-211.

Page 63: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

49

Landis, A.M., Parker, K.P. e Dunbar, S.B. (2009). Sleep, hunger, satiety, food

cravings, and caloric intake in adolescents. J Nurs Scholarsh, 41(2): 115-

123.

Leung, C.Y., Miller, A.L., Kaciroti, N.A., Chen, Y.P., Rosenblum, K. e Lumeng, J.C.

(2015). Low-income pre-schoolers with higher temperamental surgency

enjoy and respond more to food, mediating the path to higher body mass

index. Pediatr Obes.

Lo, K., Cheung, C., Lee, A., Tam, W.W. e Keung, V. (2015). Associations between

Parental Feeding Styles and Childhood Eating Habits: A Survey of Hong

Kong Pre-School Children. PLoS One, 10(4): 124-133.

Lobstein, T., Jackson-Leach, R., Moodie, M.L., Hall, K.D., Gortmaker, S.L.,

Swinburn, B.A., James, W.P., Wang, Y. e Mcpherson, K. (2015). Child and

adolescent obesity: part of a bigger picture. Lancet.

Locard E, M.N., Billette a, Miginiac M, Munoz F Et Al. (1992). Risk factors of

obesity in a five year old population. Parental versus environmental factors.

Int J Obes, 16: 721–729.

Loewen, R. e Pliner, P. (1999). Effects of prior exposure to palatable and

unpalatable novel foods on children's willingness to taste other novel foods.

Appetite, 32(3): 351-366.

Lopes, C., Oliveira, A., Afonso, L., Moreira, T., Durão, C., Severo, M., Vilela, S.,

Ramos, E. e Barros, H. (2014). Consumo alimentar e nutricional de

crianças em idade pré-escolar: resultados da coorte Geração 21. Instituto

de Saúde Pública da Universidade do Porto (Ed.)

Majem, L.S., Bartrina, J.A. e Verdú, F.J.M. (2006). Nutrición y salud pública:

métodos, bases científicas y aplicaciones. Elsevier. España.

Markwald, R.R., Melanson, E.L., Smith, M.R., Higgins, J., Perreault, L., Eckel,

R.H. e Wright, K.P., Jr. (2013). Impact of insufficient sleep on total daily

energy expenditure, food intake, and weight gain. Proc Natl Acad Sci U S

A, 110(14): 5695-5700.

Martin, L.E., Holsen, L.M., Chambers, R.J., Bruce, A.S. e Brooks, W.M. (2010).

Neural mechanisms associated with food motivation in obese and healthy

weight adults. Obesity, 18: 254–260.

Page 64: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

50

Martins I., Porto A. e L, O. (2007). Tabela da Composição de Alimentos (1st ed.).

Centro de Segurança Alimentar e Nutrição. Instituto Nacional de Saúde Dr.

Ricardo Jorge. Lisboa.

Maski, K.P. (2015). Sleep-Dependent Memory Consolidation in Children. Semin

Pediatr Neurol, 22(2): 130-134.

Matricciani, L., Olds, T., & Petkov, J. (2012). In search of lost sleep: Secular trends

in the sleep time of school-aged children and adolescents. Sleep Medicine

Reviews(16): 203–211.

Mcdonald, L., Wardle, J., Llewellyn, C.H. e Fisher, A. (2015). Nighttime sleep

duration and hedonic eating in childhood. Int J Obes (Lond).

Mcdonald, L., Wardle, J., Llewellyn, C.H., Johnson, L., Van Jaarsveld, C.H.M.,

Syrad, H. e Fisher, A. (2015). Sleep and nighttime energy consumption in

early childhood: a population-based cohort study. Pediatric Obesity.

Mcdonald, L., Wardle, J., Llewellyn, C.H., Van Jaarsveld, C.H. e Fisher, A. (2014).

Predictors of shorter sleep in early childhood. Sleep Med, 15(5): 536-540.

Mclaughlin Crabtree, V., Beal Korhonen, J., Montgomery-Downs, H.E., Faye

Jones, V., O'brien, L.M. e Gozal, D. (2005). Cultural influences on the

bedtime behaviors of young children. Sleep Med, 6(4): 319-324.

Meltzer, L.J. e H.E., M.-D. (2011). Sleep in the family. Pediatr Clin North Am. (58):

765-774.

Mendes, L.R., Fernandes, A., Garcia, F.T. e De Pediatria, S. (2004). Sleep habits

and sleep problems in school aged children. Acta Pediatr Port, 35: 341-347.

Mensink, G.B., Kleiser, C. e Richter, A. (2007). [Food consumption of children and

adolescents in Germany. Results of the German Health Interview and

Examination Survey for Children and Adolescents (KiGGS)].

Bundesgesundheitsblatt Gesundheitsforschung Gesundheitsschutz, 50(5-

6): 609-623.

Mindell, J.A., Sadeh, A., Wiegand, B., How, T.H. e Goh, D.Y.T. (2009). Cross-

cultural differences in infant and toddler sleep. Sleep Med, 11(3): 274-280.

Ministério Da Educação. (2007). Educação e formação em Portugal.

Mistry, S.K. e Puthussery, S. (2015). Risk factors of overweight and obesity in

childhood and adolescence in South Asian countries: a systematic review of

the evidence. Public Health, 129(3): 200-209.

Page 65: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

51

Mollard, R.C., Senechal, M., Macintosh, A.C., Hay, J., Wicklow, B.A., Wittmeier,

K.D., Sellers, E.A., Dean, H.J., Ryner, L., Berard, L. e Mcgavock, J.M.

(2014). Dietary determinants of hepatic steatosis and visceral adiposity in

overweight and obese youth at risk of type 2 diabetes. Am J Clin Nutr,

99(4): 804-812.

Moreira, P., Santos, S., Padrao, P., Cordeiro, T., Bessa, M., Valente, H., Barros,

R., Teixeira, V., Mitchell, V., Lopes, C. e Moreira, A. (2010). Food patterns

according to sociodemographics, physical activity, sleeping and obesity in

Portuguese children. Int J Environ Res Public Health, 7(3): 1121-1138.

Moreira, T., Severo, M., Oliveira, A., Ramos, E., Rodrigues, S. e Lopes, C. (2015).

Eating out of home and dietary adequacy in preschool children. Br J Nutr,

114(2): 297-305.

Munoz, K.A., Krebs-Smith, S.M., Ballard-Barbash, R. e Cleveland, L.E. (1997).

Food intakes of US children and adolescents compared with

recommendations. Pediatrics, 100(3): 323-329.

National Research Council. (1989). Recommended Dietary Allowances: 10th

Edition. The National Academies Press. Washington, DC.

National Sleep Foundation. (2005). 2005 Sleep in America Poll. Sleep Health:

Journal of the National Sleep Foundation, 1: 14-25.

National Sleep Foundation (Producer). (2014). 2014 Sleep in America Poll - Sleep

In The Modern Family. National Sleep Foundation. Acedido em: junho de

2015, em: http://sleepfoundation.org/sites/default/files/2014-NSF-Sleep-in-

America-poll-summary-of-findings---FINAL-Updated-3-26-14-.pdf.

Nedeltcheva, A.V., Kilkus, J.M., Imperial, J., Kasza, K., Schoeller, D.A. e Penev,

P.D. (2009). Sleep curtailment is accompanied by increased intake of

calories from snacks. Am J Clin Nutr. 89: 126–133.

Nelson, M., Black, A.E., Morris, J.A. e Cole, T.J. (1989). Between- and within-

subject variation in nutrient intake from infancy to old age: estimating the

number of days required to rank dietary intakes with desired precision. Am

J Clin Nutr, 50(1): 155-167.

Nicklaus, S., Boggio, V., Chabanet, C. e Issanchou, S. (2005). A prospective study

of food variety seeking in childhood, adolescence and early adult life.

Appetite, 44(3): 289-297.

Page 66: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

52

Nixon, G.M., Thompson, J.M., Han, D.Y., Becroft, D.M., Clark, P.M., Robinson, E.,

Waldie, K.E., Wild, C.J., Black, P.N. e Mitchell, E.A. (2008). Short sleep

duration in middle childhood: risk factors and consequences. Sleep, 31(1):

71-78.

Northstone, K., Ness, A.R., Emmett, P.M. e Rogers, I.S. (2008). Adjusting for

energy intake in dietary pattern investigations using principal components

analysis. Eur J Clin Nutr, 62(7): 931-938.

Nugent, R., Althouse, A., Yaqub, Y., Nugent, K. e Raj, R. (2014). Modeling the

Relation between Obesity and Sleep Parameters in Children Referred for

Dietary Weight Reduction Intervention. South Med J, 107(8): 473-480.

Nupponen, M., Pahkala, K., Juonala, M., Magnussen, C.G., Niinikoski, H.,

Ronnemaa, T., Viikari, J.S., Saarinen, M., Lagstrom, H., Jula, A., Simell, O.

e Raitakari, O.T. (2015). Metabolic syndrome from adolescence to early

adulthood: effect of infancy-onset dietary counseling of low saturated fat:

the Special Turku Coronary Risk Factor Intervention Project (STRIP).

Circulation, 131(7): 605-613.

O'connor, T.M., Hughes, S.O., Watson, K.B., Baranowski, T., Nicklas, T.A., Fisher,

J.O., Beltran, A., Baranowski, J.C., Qu, H. e Shewchuk, R.M. (2010).

Parenting practices are associated with fruit and vegetable consumption in

pre-school children. Public Health Nutr, 13(1): 91-101.

O’brien, L.M. (2009). The neurocognitive effects of sleep disruption in children and

adolescents. Child Adolesc Psychiatr Clin N Am;18:813-23.

Olafsdottir, S., Berg, C., Eiben, G., Lanfer, A., Reisch, L., Ahrens, W., Kourides,

Y., Molnar, D., Moreno, L.A., Siani, A., Veidebaum, T. e Lissner, L. (2014).

Young children's screen activities, sweet drink consumption and

anthropometry: results from a prospective European study. Eur J Clin Nutr,

68(2): 223-228.

Ovaskainen, M.L., Paturi, M., Reinivuo, H., Hannila, M.L., Sinkko, H., Lehtisalo, J.,

Pynnonen-Polari, O. e Mannisto, S. (2008). Accuracy in the estimation of

food servings against the portions in food photographs. Eur J Clin Nutr,

62(5): 674-681.

Owens, J.A., Fernando, S. e Mc Guinn, M. (2005). Sleep disturbance and injury

risk in young children. Behav Sleep Med, 3(1): 18-31.

Page 67: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

53

Pate, R.R., Almeida, M.J., Mciver, K.L., Pfeiffer, K.A. e Dowda, M. (2006).

Validation and calibration of an accelerometer in preschool children.

Obesity (Silver Spring), 14(11): 2000-2006.

Patel, S.R. e Hu, F.B. (2008). Short sleep duration and weight gain: a systematic

review. Obesity (Silver Spring), 16(3): 643-653.

Patel, S.R., Malhotra, A., White, D.P., Gottlieb, D.J. e Hu, F.B. (2006). Association

between reduced sleep and weight gain in women. Am J Epidemiol 2006,

164: 947–954.

Patrick, H., Nicklas, T.A., Hughes, S.O. e Morales, M. (2005). The benefits of

authoritative feeding style: caregiver feeding styles and children's food

consumption patterns. Appetite, 44(2): 243-249.

Pearson, N., Biddle, S.J. e Gorely, T. (2009). Family correlates of fruit and

vegetable consumption in children and adolescents: a systematic review.

Public Health Nutr, 12(2): 267-283.

Pietrobelli, A., Faith, M.S., Allison, D.B., Gallagher, D., Chiumello, G. e

Heymsfield, S.B. (1998). Body mass index as a measure of adiposity

among children and adolescents: a validation study. J Pediatr, 132(2): 204-

210.

Pileggi, C., Lotito, F., Bianco, A., Nobile, C.G. e Pavia, M. (2013). Relationship

between Chronic Short Sleep Duration and Childhood Body Mass Index: A

School-Based Cross-Sectional Study. PLoS One, 8(6): 66-80.

Preedy, V.R. (2012). Handbook of anthropometry: physical measures of human

form in health and disease. Springer Science & Business Media. New York.

Quetelet, A. (1869). Physique sociale, ou essai sur le développement des facultés

de l'homme (Vol. 2). Muquardt. Paris.

Raychaudhuri, M. e Sanyal, D. (2012). Childhood obesity: Determinants,

evaluation, and prevention. Indian J Endocrinol Metab, 16(Suppl 2): S192-

194.

Reilly, J.J., Coyle, J., Kelly, L., Burke, G., Grant, S. e Paton, J.Y. (2003). An

objective method for measurement of sedentary behavior in 3- to 4-year

olds. Obes Res, 11(10): 1155-1158.

Rodrigues, S.S., Franchini, B., Graca, P. e De Almeida, M.D. (2006). A new food

guide for the Portuguese population: development and technical

considerations. J Nutr Educ Behav, 38(3): 189-195.

Page 68: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

54

Royo-Bordonada, M.A., Garces, C., Gorgojo, L., Martin-Moreno, J.M., Lasuncion,

M.A., Rodriguez-Artalejo, F., Fernandez, O. e De Oya, M. (2006). Saturated

fat in the diet of Spanish children: relationship with anthropometric,

alimentary, nutritional and lipid profiles. Public Health Nutr, 9(4): 429-435.

Santaliestra-Pasias, A.M., Mouratidou, T., Huybrechts, I., Beghin, L., Cuenca-

Garcia, M., Castillo, M.J., Galfo, M., Hallstrom, L., Kafatos, A., Manios, Y.,

Marcos, A., Molnar, D., Plada, M., Pedrero-Chamizo, R., Widhalm, K., De

Bourdeaudhuij, I. e Moreno, L.A. (2014). Increased sedentary behaviour is

associated with unhealthy dietary patterns in European adolescents

participating in the HELENA study. Eur J Clin Nutr, 68(3): 300-308.

Savage, J.S., Peterson, J., Marini, M., Bordi, P.L., Jr. e Birch, L.L. (2013). The

addition of a plain or herb-flavored reduced-fat dip is associated with

improved preschoolers' intake of vegetables. J Acad Nutr Diet, 113(8):

1090-1095.

Schofield, W.N. (1985). Predicting basal metabolic rate, new standards and review

of previous work. Hum Nutr Clin Nutr, 39 Suppl 1: 5-41.

Schwartz, C., Scholtens, P.A., Lalanne, A., Weenen, H. e Nicklaus, S. (2011).

Development of healthy eating habits early in life. Review of recent

evidence and selected guidelines. Appetite, 57(3): 796-807.

Schwartz, M.W. e Morton, G.J. (2002). Obesity: keeping hunger at bay. Nature,

418(6898): 595-597.

Seicean A, R.S., Seicean S, Et Al. (2007). Association between short sleeping

hours and overweight in adolescents: results from a US suburban high

school survey. Sleep Breath, 11: 285–293.

Seo, W.S., Sung, H.M., Lee, J.H., Koo, B.H., Kim, M.J., Kim, S.Y., Choi, S.J. e

Shin, I.H. (2010). Sleep patterns and their age-related changes in

elementary-school children. Sleep Med, 11(6): 569-575.

Sichieri, R., Bezerra, I.N., Araujo, M.C., De Moura Souza, A., Yokoo, E.M. e

Pereira, R.A. (2015). Major food sources contributing to energy intake--a

nationwide survey of Brazilians aged 10 years and older. Br J Nutr, 113(10):

1638-1642.

Simon, S.L., Field, J., Miller, L.E., Difrancesco, M. e Beebe, D.W. (2015).

Sweet/dessert foods are more appealing to adolescents after sleep

restriction. PLoS One, 10(2): 115-134.

Page 69: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

55

Skelton, J.A., Irby, M.B., Grzywacz, J.G. e Miller, G. (2011). Etiologies of obesity in

children: nature and nurture. Pediatr Clin North Am, 58(6): 1333-1354, ix.

Skouteris, H. (2012). Parental influences of childhood obesity. Early Child

Development and Care, 182(8): 941-941.

Slusser, W., Erausquin, J.T., Prelip, M., Fischer, H., Cumberland, W.G., Frankel,

F. e Neumann, C. (2012). Nutrition knowledge and behaviours of low-

income Latino parents of preschoolers: associations with nutrition-related

parenting practices. Early Child Development and Care, 182(8): 1041-1055.

Somers, V.K., Dyken, M.E., Mark, A.L. e Abboud, F.M. (1993). Sympathetic-nerve

activity during sleep in normal subjects. N Engl J Med, 328(5): 303-307.

Spaeth, A.M., Dinges, D.F. e Goel, N. (2014). Sex and race differences in caloric

intake during sleep restriction in healthy adults. Am J Clin Nutr, 100: 559–

566.

Spiegel, K., Leproult, R. e Van Cauter, E. (1999). Impact of sleep debt on

metabolic and endocrine function. The Lancet, 354(9188): 1435-1439.

Spiegel, K., Tasali, E., Penev, P. e Van Cauter, E. (2004). Brief communication:

Sleep curtailment in healthy young men is associated with decreased leptin

levels, elevated ghrelin levels, and increased hunger and appetite. Ann

Intern Med, 141(11): 846-850.

Spill, M.K., Birch, L.L., Roe, L.S. e Rolls, B.J. (2011). Hiding vegetables to reduce

energy density: an effective strategy to increase children's vegetable intake

and reduce energy intake. Am J Clin Nutr, 94(3): 735-741.

St-Onge, M.P., Roberts, A.L., Chen, J., Kelleman, M., O’keeffe, M.,

Roychoudhury, A. e Jones, P.J. (2011). Short sleep duration increases

energy intakes but does not change energy expenditure in normal-weight

individuals. Am J Clin Nutr;94:410–6.

Steinsbekk, S. e Wichstrom, L. (2015). Predictors of Change in BMI From the Age

of 4 to 8. J Pediatr Psychol, 40(8).

Sullivan, S.A. e Birch, L.L. (1990). Pass the sugar, pass the salt: Experience

dictates preference. Developmental psychology, 26(4): 546.

Tasman, A., Kay, J., Lieberman, J.A., First, M.B. e Riba, M. (2015). Psychiatry, 2

Volume Set. Wiley.

Page 70: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

56

Tatlow-Golden, M., Hennessy, E., Dean, M. e Hollywood, L. (2014). Young

children's food brand knowledge. Early development and associations with

television viewing and parent's diet. Appetite, 80: 197-203.

Thorleifsdottir, B., Bjornsson, J.K., Benediktsdottir, B., Gislason, T. e

Kristbjarnarson, H. (2002). Sleep and sleep habits from childhood to young

adulthood over a 10-year period. J Psychosom Res, 53(1): 529-537.

Torun, B. (2001). Energy requirements of children and adolescents. Background

paper prepared for the joint FAO/WHO/UNU Expert Consultation on Energy

in Human Nutrition, 2001.

Torun, B., Davies, P.S., Livingstone, M.B., Paolisso, M., Sackett, R. e Spurr, G.B.

(1996). Energy requirements and dietary energy recommendations for

children and adolescents 1 to 18 years old. Eur J Clin Nutr, 50 Suppl 1:

S37-80.

Valrie, C.R., Bond, K., Lutes, L.D., Carraway, M. e Collier, D.N. (2015).

Relationship of sleep quality, baseline weight status, and weight-loss

responsiveness in obese adolescents in an immersion treatment program.

Sleep Med, 16(3): 432-434.

Van Cauter, E., Spiegel, K., Tasali, E. e Leproult, R. (2008). Metabolic

consequences of sleep and sleep loss. Sleep Med, 9, Supplement 1(0):

S23-S28.

Van Dongen, H.P., Maislin, G., Mullington, J.M. e Dinges, D.F. (2003). The

cumulative cost of additional wakefulness: dose-response effects on

neurobehavioral functions and sleep physiology from chronic sleep

restriction and total sleep deprivation. Sleep, 26(2): 117-126.

Viana, V., Santos, P.L.D. e Guimarães, M.J. (2008). Comportamento e hábitos

alimentares em crianças e jovens: uma revisão da literatura. Psicologia,

saúde & doenças, 9(2): 209-231.

Vioque, J., Torres, A. e Quiles, J. (2000). Time spent watching television, sleep

duration and obesity in adults living in Valencia, Spain. Int J Obes Relat

Metab Disord, 24(12): 1683-1688.

Webb, W. (1969). Partial and Differential Sleep Deprivation. In K. A (Ed.), Sleep:

Pathology and Physiology (pp. 221-231). Lippincott: Philadelphia.

Page 71: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

57

Weiss, A., Xu, F., Storfer-Isser, A., Thomas, A., Ievers-Landis, C.E. e Redline, S.

(2010). The association of sleep duration with adolescents' fat and

carbohydrate consumption. Sleep, 33(9): 1201-1209.

Wells, J.C., Chomtho, S. e Fewtrell, M.S. (2007). Programming of body

composition by early growth and nutrition. Proc Nutr Soc, 66(3): 423-434.

Westenhoefer, J. (2001). Establishing good dietary habits – capturing the minds of

children. Public Health Nutr, 4(1a): 125-129.

Westerlund, L., Ray, C. e Roos, E. (2009). Associations between sleeping habits

and food consumption patterns among 10-11-year-old children in Finland.

Br J Nutr, 102(10): 1531-1537.

Wolfson, A.R. e Carskadon, M.A. (1998). Sleep schedules and daytime functioning

in adolescents. Child Dev, 69(4): 875-887.

World Health Organization. (2000). Obesity: preventing and managing the global

epidemic. World Health Organization.

World Health Organization. (2003). Diet, nutrition and the prevention of chronic

diseases. Geneva: WHO. World Health Organ Tech Rep Ser, 916(i-viii).

World Health Organization. (2006). WHO child growth standards : length/height-

for-age, weight-for-age, weight-for-length, weight-forheight and body mass

index-for-age : methods and development. World Health Organization.

Acedido em: junho de 2015, em:

http://www.who.int/childgrowth/standards/Technical_report.pdf?ua=1.

World Health Organization. (2007). The WHO Child Growth Standards. World

Health Organization. Acedido em: junho de 2015, em:

http://www.who.int/childgrowth/standards/en/.

Wrieden, W.L. e Momen, N.C. (2009). Workshop 3: Novel approaches for

estimating portion sizes. Eur J Clin Nutr, 63 Suppl 1: S80-81.

Wu, Y., Zhai, L. e Zhang, D. (2014). Sleep duration and obesity among adults: a

meta-analysis of prospective studies. Sleep Med, 15(12): 1456-1462.

Zoccoli, G., Walker, A.M., Lenzi, P. e Franzini, C. (2002). The cerebral circulation

during sleep: regulation mechanisms and functional implications. Sleep

Med Rev, 6(6): 443-455.

Page 72: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

58

Page 73: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

59

Esta página foi propositadamente deixada em branco.

Page 74: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

60

Esta página foi propositadamente deixada em branco.

Page 75: Sono e alimentação em crianças de idade pré-escolar · idade pré-escolar forma condições para o desenvolvimento durante a idade escolar e na adolescência (Kudlova, E. e Schneidrova,

a1