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INFORME ESTADOS DE PERNAMBUCO, PIAUÍ E CEARÁ GEOQUÍMICO BACIA DO ARARIPE PROGRAMA GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL Série Geoquímica Prospectiva nº 1 INFORME DE GEOQUÍMICA Recife 2018

Série Geoquímica Prospectiva nº 1 INFORMErigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/20243/1/Informe_bacia_do_araripe.pdf · Série Geoquímica Prospectiva, nº 1 CDD - 558.13 L759 Lins,

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INFORME

ESTADOS DE PERNAMBUCO,PIAUÍ E CEARÁ

GEOQUÍMICO BACIA DO ARARIPE

PROGRAMA GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL

Série Geoquímica Prospectiva nº 1

INFORME DE GEOQUÍMICA

Recife 2018

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RECIFE2018

INFORME GEOQUÍMICO DA BACIA DO ARARIPE:ESTADOS DE PERNAMBUCO,PIAUÍ E CEARÁ

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL

SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM Diretoria de Geologia e Recursos Minerais

Superintendência Regional de Recife

Programa Geologia, Mineração e Transformação Mineral

Avaliação dos Recursos Minerais do Braisil

INFORME GEOQUÍMICASérie Geoquímica Prospectvia, nº 1

AutorCarlos Alberto Cavalcanti Lins

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Direitos desta edição: Serviço Geológico do Brasil - CPRMÉ permitida a reprodução desta publicação desde que mencionada a fonte.

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIASECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL

SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM Diretoria de Geologia e Recursos Minerais

Superintendência Regional de Recife

Programa Geologia, Mineração e Transformação Mineral

INFORME GEOQUÍMICO DA BACIA DO ARARIPE, ESTADOS DE PERNAMBUCO,

PIAUÍ E CEARÁ

INFORME GEOQUÍMICOSérie Geoquímica Prospectiva, nº 1

CDD - 558.13

L759 Lins, Carlos Alberto CavalcantiInforme geoquímico da bacia do Araripe: Estados de Pernambuco, Piauí e Ceará Carlos Alberto Cavalcanti Lins – Recife, PE: CPRM – Serviço Geológico do Brasil, 2018. 29 p.: il. color; 1 DVD. – (Informe Geoquimíca.Série Geoquímica Prospectiva,1) Programa Geologia, Mineração e Transformação Mineral. Avaliação de Recursos Minerais do Brasil.ISBN 978-85-7499-452-9

1. Geoquímica – Bacia do Araripe. 2 . Recursos Minerais – Bacia do Araripe. 3 .Brasil.4. Pernambuco. 5 .Piauí. 6.Ceará.I.Título.II.Série

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MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIASECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL

SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM Diretoria de Geologia e Recursos Minerais

Superintendência Regional de Recife

Programa Geologia, Mineração e Transformação Mineral

INFORME GEOQUÍMICO BACIA DO ARARIPE, ESTADOS DE PERNAMBUCO, PIAUÍ E CEARÁ

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIAWellington Moreira Franco

Ministro de Estado

SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERALVicente Humberto Lôbo Cruz

Secretário

SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRMEsteves Pedro Colnago

Diretor-PresidenteJosé Leonardo Silva Andriotti

Diretor de Geologia e Recursos MineraisAntônio Carlos Bacelar Nunes

Diretor deHidrologia e Gestão TerritorialFernando Pereira de Carvalho

Diretor de Infraestrutura GeocientíficaJuliano de Souza Oliveira

Diretor Administração e Finanças LuciaTravassos da Rosa Costa

Chefe do Departamento de GeologiaMarcelo Esteves de Almeida

Chefe do Departamento de Recursos MineraisFelipe Mattos Tavares

Chefe da Divisão de Geologia EconômicaEdilton José dos Santos

Chefe da Divisão de Geologia BásicaCassiano Costa e Castro

Chefe da Divisão de GeoquímicaHiran Silva Dias

Chefe de Divisão de Geoprocessamento Washington Ferreira José dos Santos

Chefe da Divisão de Marketing e Divulgação

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE RECIFE Sérgio Maurício Coutinho Corrêa de Oliveira

Superintendente RegionalMaria de Fátima Lyra de Brito

Gerente de Geologia e Recursos Minerais Geysson de Almeida LagesFelipe José da Cruz Lima

Supervisor de Geologia e Recursos Minerais

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MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM

Diretoria de Geologia e Recursos Minerais

Superintendência Regional de Recife

Carlos Alberto Cavalcanti Lins (CPRM – Superintendência Regional deRecife)

EQUIPE TÉCNICA

COLABORADORES

APOIO TÉCNICO CAMPO

BIBLIOTECÁRIA

EDIÇÃO DO PRODUTO

INFORME GEOQUÍMICO DA BACIA DO ARARIPE, ESTADOS DE PERNAMBUCO, PIAUÍ E CEARÁ

Geysson de Almeida Lages(Supervisão)Silvana Dieene Barros (Geologia) Bruno Ludovico Horn (Geologia)

Almir Gomes FreireCarlos Alberto de Góis AndradeFrancisco das Chagas Pereira

Dalvanise da Rocha Silva BezerrilEditoração para publicação

Gerência de Infraestrutura Geocientífica em RecifeGERINF-RE

EDIÇÃO DO PRODUTO

Gerência de Infraestrutura Geocientífica em Recife – GERINF-RE

Roberto Batista Santos (Geologia)Silvana Melo (Geoquímica sedimento de corrente e concentrado de bateia) Pau-lo Bastos Leite (Geoquímica sedimento de corrente e concentrado de bateia)

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Materiais de Construção da Região Metropolitana de Porto Alegre

V

O Ministério de Minas e Energia e a Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, por meio da CPRM – Serviço Geológico do Brasil, tem a satisfação de disponibilizar à comunidade geocientífica, empresários do setor mineral e à sociedade em geral, os resultados geoquímicos obtidos no projeto Gipsita na Bacia do Araripe, Polo Gesseiro de Pernambuco. Este é um empreendimento ligado ao PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO (PAC) do governo federal, denominado Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil, que integra o PROGRAMA GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL.O projeto Gipsita na Bacia do Araripe, Polo Gesseiro de Pernambuco estabeleceu como meta geral contribuir para o entendimento do potencial da parte sudoeste da Bacia do Araripe (~10% da área da bacia) referente ao Distrito Gipsífero do Araripe, incluindo o mapeamento de semidetalhe (escala 1:50.000) da Formação Santana, com a finalidade de integrá-lo com os dados geofísi-cos e de sondagens disponíveis, visando reavaliar as reservas potenciais dos depósitos de gipsita da região.

A execução e gerenciamento, na CPRM – Serviço Geológico do Brasil, foi de respon-sabilidade da Superintendência Regional de Recife, com supervisão nacional da Divi-são de Geologia Econômica – DIGECO, Divisão de Geoquímica (DIGEOQ) e coordenação geral do Departamento de Geologia e Recursos Minerais – DEREM.

O informe geoquímico foi tratado estatisticamente a partir dos dados de prospecção geoquímica, com o intuito de investigar a existência de depósitos de celestita. A área foi estendida para toda a Bacia do Araripe e incluiu tanto destaques mineralógicos como anomalias geoquímicas para fósforo, cromo, zinco e cobre.Este produto, aqui disponibilizado, compreende texto em pdf do Informe Geoquímico da Bacia do Araripe.Com mais este lançamento, a CPRM – Serviço Geológico do Brasil cumpre seu papel de induzir o desenvolvimento socioeconômico regional e setorial por meio da atuali-zação do conhecimento geológico e dos recursos minerais do Brasil.

ESTEVE PEDRO COLNAGODiretor-Presidente

JOSÉ LEONARDO SILVA ANDRIOTTIDiretor de Geologia e Recursos Minerais

APRESENTAÇÃO

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VI

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O fato de 95% do mercado nacional de gesso ser abastecido pelos depósitos de gipsita exis-tentes na Bacia do Araripe, aliada a sua importância para o desenvolvimento econômico-social daquela região, justificou a necessidade do Serviço Geológico do Brasil-CPRM, conhe-cer melhor aquele distrito mineiro, através de uma série de ações integradas que culminaram com a atualização do conhecimento geológico de parte desta região. Os dados aqui apresentados fazem parte do projeto Gipsita no sudoeste da Bacia do Araripe e inclui o levantamento geoquímico multielementar executado para toda a área da Bacia do Araripe visando avaliar a presença de outras substâncias minerais que poderiam agregar valores a cadeia produtiva e exploração de gipsita no Araripe. Apresença de substâncias minerais importantes tais a ocorrência do mineral celestita que é um sulfato de estrôncio (SrSO4) e sulfetos de Zn, Pb e Cu já foi evidenciada em parte das unidades geológicas da sequência sedimentar. No caso, a celestita encontra-se associada às camadas de gipsita propriamente ditas enquanto que os sulfetos ocorrem em folhelhos carbonáticos, ambos dentro da Formação Santana. A área objeto deste levantamento fica localizada entre os estados de Pernambuco, Ceará e Piauí.Sendo o Brasil um importador de celestita e pelo fato da região apresentar uma ambiência geológica favorável à existência desse mineral, evidencia a necessidade da elaboração de serviços de prospecção geoquímica ao longo da Formação Santana, visando detectar sua presença nesta unidade litoestratigráfica. Duas zonas anômalas de Sr (±Ba) foram identificadas com base nos dados obtidos de sedimento de corrente: Uma localizada na parte norte-nordeste da bacia, nas proximidades da cidade de Santana do Cariri, onde já existe um registro conhecido de celestita na bacia e a outra inédita localizada sobre os depósitos de gipsita em explotação, na parte sul da bacia. Além disso, seis zonas de destaque mineralógico de celestita sendo três destas zonas estão localizadas numa faixa norte-nordeste da bacia abrangendo os municípios de Santana do Cariri, Crato e Barbalha; e três zonas estão localizadas ao sul sobre a área onde se situam os principais depósitos e ocorrências de gipsita.Outras três zonas anômalas da associação Cu-Pb-Zn estão situadas numa faixa norte-nordeste da bacia, coincidentes com as ocorrências de sulfetos (calcopirita, esfalerita, galena) nos folhelhos carbonáticos da Formação Santana.Cita-se duas zonas anômalas de P que ocorrem na parte sul da bacia e possuem valores ex-pressivos de fósforo, maiores que 6.000 ppm, constituindo dados inéditos tendo em vista o conhecimento geológico da área.

Palavras Chaves: Bacia do Araripe, Gipsita, Celestita, Fósforo, Recursos Minerais, Geoquímica prospectiva

RESUMO

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Materiais de Construção da Região Metropolitana de Porto Alegre

IX

The fact that 95% of the national gypsum market is supplied by the existing gypsum deposits in the Araripe Basin, together with its importance for the social and economic development of that region, justified the need for the Geological Survey of Brazil (CPRM), through a series of integrated actions that culminated in the updating of the geological knowledge of this region. The data presented here are part of the Gipsita na Bacia do Araripe project which includes the multielementary geochemical data carried out for the entire area of the Araripe Basin aiming to evaluate the presence of other mineral substances that could add value to the production chain and the exploration of gypsum in the Araripe region. The presence of important mineral substances such as the occurrence of the mineral celestite that is a sulphate of strontium (SrSO4) and sulfides of Zn, Pb and Cu has already been evidenced in part of the geological units of the sedimentary sequence. In this case, the celestite is associated with the gypsum layers themselves, while the sulphides occur in carbonate shales, both within the Santana Formation. The area of this survey is located between the states of Pernambuco, Ceará and Piauí.Brazil is an importer of celestite and the region presents a favorable geological environment to the existence of this mineral, evidencing the necessity of the elaboration of services of geochemical prospecting along the Santana Formation, in order to detect its presence in this lithostratigraphic unit. Two anomalous zones of Sr (± Ba) were identified based on the data obtained from the current sediment: One located in the north-northeast part of the basin, near the city of Santana do Cariri, where there is already a known record of celestite in the basin and the other unpublished one located on the gypsum deposits in operation in the southern part of the basin. In addition, six areas of prominent celestite mineralogy, three of which are located in a north-northeast belt of the basin covering the municipalities of Santana do Cariri, Crato and Barbalha; And three zones are located to the south on the area where the main deposits and occurrences of gypsum are located.Another three anomalous zones of the Cu-Pb-Zn association are located in a north-northeast region of the basin, coinciding with the occurrence of sulfides (chalcopyrite, sphalerite, galena, among others) in the Santana Formation carbonate shales.Two anomalous zones of P are observed that occur in the southern part of the basin and have expressive values of phosphorus, greater than 6,000 ppm, constituting unpublished data in view of the geological knowledge of the area.

Keywords: Araripe Basin, Gypsum, Celestite, Phosphorum, Mineral Resources, Prospective Geochemistry

ABSTRACT

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X

SUMÁRIO

1 — INTRODUÇÃO ................................................................................... 15

2 — METODOLOGIA ............................................................................... 16

2.1 - GENERALIDADES ...............................................................................16

2.2 - METODOLOGIA DE CAMPO ....................................................................18

2.3 - METODOLOGIA ANALÍTICA ....................................................................18

2.3.1- Sedimentos de Corrente ....................................................................18

2.3.2 - Concentrado de Bateia .....................................................................19

3 — TRATAMENTO DOS DADOS E RESULTADOS OBTIDOS .................................. 19

3.1 - SEDIMENTOS DE CORRENTE ............................................................... 19

3.2 - CONCENTRADOS DE BATEIA ..................................................................19

3.3 - ESTUDO DA VARIÂNCIA ........................................................................20

3.4 - SUMÁRIO DOS ESTIMADORES .................................................................22

3.5 - CORRELAÇÕES .................................................................................23

3.6 - DESCRIÇÃO DOS MAPAS GEOQUÍMICOS E MINERALOMÉTRICOS ..........................23

4 — CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ....................................................... 36

5 — REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 39

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INFORME GEOQUÍMICO DA BACIA DO ARARIPE

ESTADOS DE PERNAMBUCO, PIAUÍ E CEARÁ

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Este levantamento geoquímico multielementar foi executado visando avaliar a presença de outras sub-stâncias minerais no ambiente geológico da Bacia do Araripe que poderiam assim agregar valores a cadeia produtiva e exploração de gipsita no Araripe. A presença de substâncias minerais importantes tais a ocorrência do mineral celestita que é um sulfato de estrôncio (SrSO4) e sulfetos de Zn, Pb e Cu já foi evidenciada em parte das unida-des geológicas da sequência sedi-mentar. No caso, a celestita encon-tra-se associada às camadas de gipsita propriamente ditas enquanto que os sulfetos ocorrem em folhe-lhos carbonáticos, ambos dentro da Formação Santa-na. A área objeto deste levantamento fica localizada entre os estados de Pernambuco, Ceará e Piauí, (Fig-ura 1.1) Dentre as aplicações para o estrôncio utiliza-dos sob a fórmula de carbonato de estrôncio, SrCO3, inclui a produção de cerâmicas especiais (ceramic ferrite magnets) , e na produção de fogos de artifí-cio (pirotecnia). O uso do SrCO3 para tubos de raios catódicos de televisões coloridas está em franco de-clínio. Os maiores produtores mundiais com base no ano de 2009 de celestita (minério) são: China

(200.000 t), Espanha (180.000 t), México (30.000 t) e Irã (20.000 t), USGS (2010).A china e os Estados Unidos são os maiores consumidores dos compos-tos de estrôncio. Nos EUA, por exemplo, o consumo dos compostos de estrôncio está assim distribuído: cerâmicas especiais (ceramica ferrite magnets),30%; piro-tecnia, 30%; ligas especiais, 10%, pigmentos, 10%; produção eletrolíti-ca de zinco, 10%; outros usos, 10% (USGS, 2010).No Brasil, não há dados dis-poníveis nos anuários do consumo e ou/ produção de tal composto a partir do beneficiamento do minério, sendo o país dependen-te de impor-tação para processos industriais. Desse modo, avaliar o potencial da maior bacia extrativa de gipsita do Brasil para definir seu potencial para esse minério faz-se de relevante interesse.O Projeto Santana executou o primeiro levantamen-to geoquímico orientativo na década de 70 (vide Lins, 1977 e Moraes et al., 1976). Já a área do projeto atual (Gipsita na Bacia do Araripe, parte sudoeste),foi objeto de um levantamento sis-temático concluí-do recentemente utilizando sedimentos de corrente e concentrados de bateia.

Figura 1.1 – Área total da Bacia do Araripe que foi objeto desse informe (modificado a partir de Ponte e Appi, 1990; Ponte e Ponte Filho, 1996; Assine, 1992; 2007).

1 — INTRODUÇÃO

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Materiais de Construção da Região Metropolitana de Porto Alegre

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2.1- GENERALIDADES

A Bacia do Araripe dispõe-se em relevo no formato de meseta, com um desnível da base ao topo de cerca de 800 metros, com altitu-des de até mais de 1.000 metros.O formato é regular tendo arenitos da Formação Exu e coberturas no topo, com as unidades litológicas da se-quência dispondo-se aproximada-mente hori-zontal nesta meseta até a base. A figura 2.1 exibe a Coluna Estratigráfica adotada pelo projeto.

As drenagens descem ao longo da escarpa limítrofe da mese-ta cortando a Formação Santana por toda a borda da bacia. Nesta unidade se localizam as ca-madas econômicas de gipsita e os horizon-tes de folhelho calcíferos betumino-sos mineralizados com sulfetos de cobre, chumbo e zinco (calcopirita, ga-lena, esfalerita).A distribuição das estações de amostragem obede-ceu a um modelo metodológico capaz de identificar na Formação Santana ou apontar potenciais áreas minerali-zadas. Em todas as drenagens ori-undas do topo da meseta foram lo-cadas as estações de amostragem com coleta de amostras de sedimento

ativo de corrente e concen-trados de bateia. Nas dre-nagens foram plotadas cerca de 473 esta-ções onde foram coletadas 509 amostras de sedimento de cor-rente (sendo 36 duplicatas) e 456 concentrados de bateia.A interpretação dos dados obtidos e considerados neste traba-lho obedeceu a dois critérios princi-pais:

1-Ordenamento das informações (dados analíticos) através de um tratamento simples (cálculo dos esti-madores da população, estatísti-ca univariada e mul-tivariada básica);

2-Interpretação dos dados tra-tados sobre uma base geológica simplificada com ênfase na litologia

e no arcabouço estrutural, estando relacionada com as ocorrências mi-nerais pertinentes.

2.2 - METODOLOGIA DE CAMPO

As amostras de sedimento ativo de corrente foram coletadas, de forma composta, no canal ativo da dre-nagem, em trechos mais reti-líneos, em 5 a 10 por-ções e num raio máximo de 50 metros

Figura 2.1 - Coluna Estratigráfica adotada segundo Neumann e Assine ( 2015).

2 — METODOLOGIA

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As amostras de concentrados de bateia foram cole-tadas também de forma composta, porém diferen-temente dos sedimentos de corrente, preferen-cialmente, ocorrem nos trechos da drenagem com concen-tradores naturais (curvas, corredei-ras, etc.).

Em 36 estações, aleatoria-mente distribuídas, foram coletadas duplicatas de campo das amostras de sedi-mento de corrente para teste de variância estatística e fins de validação dos dados.Todas as informações de campo das amostras de sedimento ativo de corrente e de concentrados de bateia foram registrados em for-mulário próprio (ca-derneta de cam-po geoquímica) para posterior ar-quivamento, junto com os resulta-dos analíticos, na base de dados

geoquímicos da CPRM no GE-OSGB (Banco de dados corporati-vos da empresa: www.cprm.gov.br).

2.3 - METODOLOGIA ANALÍTICA2.3.1- Sedimentos de corrente

As amostras de sedimentos foram analisadas pelo SGS GEO-SOL, e obedeceu ao seguinte pro-cessa-mento analítico:-Secagem a 60°C e peneira-mento a 80 mesh;-Pulverização seguida de ex-tração com água régia;-Análise multielementar para 50 elementos maiores e tra-ços por ICP-MS e ICP-OES:Au, Ag, Al*, As, B*, Ba*, Be*, Bi, Ca*, Cd, Ce*, Co,

Cr*, Cs*, Cu, Fe*, Ga, Ge*, Hf*, Hg, In, K*, La*, Li*, Mg*, Mn*, Mo, Na*, Nb*, Ni*, P*, Pb, Rb*, Re, S*, Sb, Sc*, Se, Sn*, Sr, Ta*, Te, Th*, Ti*, U*, V*, W*, Y*, Zn, Zr*. A solubilidade dos elementos assinalados com * foi limitada pelas espécies minerais presentes que ger-almente compõe os resistatos.

2.3.2- Concentrado de Bateia

As amostras foram inicialmente secadas e tiveram suas frações magnéticas segregadas por um se-para-dor Frantz. O restante do mate-rial é passado através do líquido denso bromofórmio onde as alíquo-tas formadas pelos minerais de densidade abaixo de 2,97 foram descartadas. As frações pesadas obtidas seguiram para o estudo mi-neralométrico analítico através de lupa binocular e microscópio. A análise mineralógica foi reportada de forma semi-quantitati-va nos seguintes intervalos e respectivos índices:

-< 1% reportado como 1-1 – 5 % reportado como 3-5 – 25 % reportado como 15-25 – 50 % reportado como 40-50 – 75 % reportado como 60-> 75 % reportado como 85As amostras de concentrado de bateia foram analisa-das no labo-ratório da SGS GEOSOL. Foi dada uma at-enção especial na identifica-ção de celestita e barita visto que, eram minerais de especial interesse asso-ciados à gipsita.

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3 — TRATAMENTO DOS DADOS E RESULTADOS OBTIDOS

A metodologia adotada permite uma ampla gama de associa-ções químicas coincidentes com proces-sos mineralizantes a partir da quantidade de dados gerados nos sedimentos de corrente e nos con-cen-trados de bateia das aluviões pesquisadas. Outros objetivos coli-mados neste trabalho referem-se a mineralizações de celestita na forma de horizontes dentro da Formação Santana. São conhecidas ocor-rências de sulfetos de Cu, Pb e Zn nos folhelhos be-tuminosos calcíferos da Formação Santana (Moraes et al., 1976). Desse modo, o tratamento dos dados geoquímicos e mineraló-gicos foi priorizado para os elemen-tos Sr, Ba, P, Cr, Cu, Pb e Zn nos sedimentos de corrente, embora o tratamento estatístico básico tenha sido feito para todos os elementos analisados.

3.2- CONCENTRADOS DE BATEIA

Dos resultados analíticos (identificação mineralógi-ca) dos concentrados de bateia foram con-sideradosapenas os minerais-minério e associados conside-rando a celestita como um dos alvos da pesquisa.A inclusão do Cr e da cromita foi consequência dos resultados obtidos associado a presença de ocorrên-cia de mineralização de cromita na borda da bacia (Projeto Bodocó, CPRM, 1979; Beurlen et al., 1992). Em relação ao fósforo, valores elevados do elemento exi-gem um registro e tratamento espe-cífico.Foram identificados os mine-rais-minério e associad-os: celestita, barita e cromita. Os dois primeiros ocor-rem na bacia sedimentar do Araripe e a cromita e parte da barita provém do embasamento pré-bacia.

3.3 - ESTUDO DA VARIÂNCIA

Utilizando-se das amostras duplicatas, 30 pares de amostras, foi elaborada uma matriz de trabalho para o cálculo da variância.

Adotou-se o teste t-student ou teste das pequenas amostras para esta-belecer a confiabilidade dos re-sulta-dos analíticos. De acordo com os resultados ob-tidos, tabela 3.1, a hi-pótese nula para as populações originais e réplicas serem iguais foi aceita a um nível de significância de 95% para a quase totalidade dos elementos.Alguns elementos traços fo-ram detectados em pou-cas amos-tras duplicadas o que invalidou seu teste: B, Re, Ta. Para o Te o teste não teve aceite devido a pequena quantidade de pares envolvidos.

3.4 - SUMÁRIO DOS ESTIMADORES

Os estimadores dos elementos analisados estão dis-ponibilizados na tabela 3.2.

3.5 - CORRELAÇÕES

Para o cálculo das correla-ções foram selecionados 29 ele-mentos: Ag, Al, Ba, Be, Bi, Ca, Cd, Ce, Co, Cr, Cu, Fe, Ga, La, Mg, Mn, Mo, Nb, Ni, P, Pb, S, Sb, Sn, Sr, Th, U, Y e Zn (Figura 3.1). Consideran-do-se as miner-alizações conhecidas na Formação Santana, gipsita, celestita e sulfetos, onde destacam-se as associações Cu-Co-Fe-Mn-S-Sb-Zn e Ca-Sr. O chumbo presente nas mineralizações de sulfetos (galena) apresenta uma correlação apenas regular com o Cu e Zn (0,55 e 0,51) provavelmente devido a diferença de dispersão neste ambiente se-cundário (menos móvel).O bário presente nos evapori-tos através de barita também não apresenta correlação notável com Sr e Ca. Este elemento apresenta correlação elevada com Th, U e Y.

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Tabela 3.1 – Cálculo do estudo de variância por elemento

Elementos ElementosHipótese

nulaHipótese

nulat0,95/<1,67

Ag-ppm

As-ppm

Au-ppmB-ppmBa-ppmBe-ppmBi-ppm

Cd-ppmCe-ppmCo-ppm

Cr-ppmCs-ppmCu-ppm

Ga-ppmGe-ppmHf-ppmHg-ppmIN-ppm

La-ppmLi-ppmMg-%

K-%

Fe-%

Ca-%

Al-%Mn-ppmMo-ppm

Nb-ppm

Rb-ppmRe-ppm

S-%

-

--

- -

-N i-ppmP-ppmPb-ppm

Sb-ppmSc-ppmSe-ppmSn-ppmSr-ppmTa-ppmTe-ppmTh-ppm

U-ppm

V-ppmW-ppmY-ppmZn-ppmZr-ppm

Ti-%

Na-%

0,620,130,37

0,471,090,23

0,210,26

0,400,070,300,37

0,370,040,00

0,01

1,11

1,610,18

0,150,48

0,12

0,00

0,28

0,150,340,51

0,500,05

3,741,29

0,220,020,07

0,17

0,15

3,050,560,31

0,38

0,87

0,20

0,23

0,11

0,06

0,04

0,74

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NÃO

t0,95/<1,67

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Tabela 3.2 – Sumário dos estimadores multielementares analisados

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MAPA 2 – Sedimento de Corrente – Cromo – CrA pesquisa de cromo (que não é o caso deste trab-alho) através de sedimentos

de corrente exige metodo-logia específica de análise com em-prego de abertura mais forte do ma-terial coletado.

Outra correlação notável é aquela apresentada por Ni-Cr-Mg. Esta associação parece estar ligada a min-eralizações no embasamento circundante da bacia do Araripe onde, nos concentrados de bateia, detec-tou-se a presença de cromita.

3.6 - DESCRIÇÃO DOS MAPAS GEOQUÍMI-COS E MINERALOMÉTRICOS

MAPA 1 – Sedimento de Corrente – Bário – BA A dis-tribuição das anomalias de Ba não tem nenhuma

associação com as mineralizações de gipsita. Muito embora a barita ocorra em horizontes gipsífe-ros associado também a celestita, este comporta-mento não se reflete nos sedimen-tos de corrente. A presença de bari-ta na bateia ocorreu em toda área não associado necessariamente com drenagens que cortassem a Formação Santana. Apenas na folha Santana do Cariri existe uma associação nítida entre anomalias de Ba e ocorrências de horizontes de gip-sita (evaporíticos).

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Mapa 3 – Sedimento de Corrente – Cobre – CuAs anomalias de cromo nos sedimentos de corrente não acom-panham a presença de cromita nos concentra-dos de bateia das drena-gens (vide anexo Mapa 8). Isto é de alguma forma explicável por dois fatores: a abertura utilizada nos se-dimentos de corrente (água régia)

não é eficiente para abrir a cromita e a baixa mobi-lidade do elemento no ambi ente secundário. A ad-sorção do Cr pelos óxidos de Fe e Mn nos sedimentos e a dispersão clástica da cromita na fração pesada dos sedimentos (concentrados de bateia) acarretam diferentes pa-drões de dispersão para Cr (sedi-men-tos de corrente) e cromita (con-centrados de bateia).

A razão desta zona é discutível se pertence a Bacia do Araripe ou se é oriunda de rochas do embasamento pré-bacia. Estudos complementares são necessários para investigar a origem dessas anomalias.

Mapa 4 – Sedimento de Corrente – Fósforo – PUm conjunto de estações anômalas de fósforo comvalores expressivos, em torno de 6.000 ppm, ocorrena parte sul da bacia, na folha Bodocó. Este conjuntode valores anômalos formam uma zona anômala.

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Mapa 5 – Sedimento de Corrente – Chumbo – PbO comportamento do chumbo é similar ao do cobre. As anomalias concentram-se na parte nordeste da bacia.

A galena acompanha os sul-fetos de cobre nos fol-helhos carbo-nosos, com presença também de es-falerita (ZnS).

Mapa 6 – Sedimento de Corrente – Estrôncio – Sr

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Mapa 7Como visto na análise dos ma-pas de cobre e chum-bo o compor-tamento do zinco é notadamente simi-lar àquelesNo caso do zinco e do chumbo o contraste (razão entre valor máximo e a média geométrica) é bem menor que o do cobre:•Contraste do cobre: 49,6•Contraste do chumbo: 7,01•Contraste do zinco: 7,7As ocorrências de cromita nos concentrados de bate-ia estão relacionados ao embAs ocorrências de cro-mita nos concentrados de bateia estão relacionados ao embasamento da bacia.

Na folha Bodocó existe ocor-rências de cromitito no Complexo Parnamirim (Projeto Bodocó – CPRM, 1979, Beurlen et al., 1992).

As ocorrências de celestita se con-centram na parte sul da bacia na área das minerações ativas de ges-so e na área de Santana do Cariri onde já eram. conheci-das ocorrências desse mineral (Moraes et al., 1976). A presença de celestita na parte sul da bacia indica a presença de horizontes mineralizados nas espessas camadas de gipsita e as-sim aumenta a potenciali-dade para mineralizações econômicas.Resta avaliar se inclui dispersão do mate-rial tratado como estéril nas áreas que tem gipsita explotada.

Mapa 8

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Figura 3.1 – Gráfico de correlação multielem

entar (valores acima de 0,7 foram

considerados significativos)

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Analisando os dados obtidos sobre a base geológica simplificada, foram estabelecidas as seguintes zonas anômalas de sedimento de corrente e zonas de de-staques mineralógicos de concentrados de bateia (Mapa 9) :

Duas zonas anômalas de Sr (±Ba)Uma localizada na parte norte-nordeste da bacia, nas proximidades da cidade de Santana do Cariri, onde existe a única ocorrência cadastrada de celes-tita na bacia;2.Outra localizada sobre os depósitos de gipsita em explotação, na parte sul da bacia..Três destas zonas estão locali-zadas numa faixa norte-nordeste da bacia abrangendo os municípios de Santana do Cariri, Crato e Barbalha;2.As demais zonas estão localizadas ao sul sobre a área onde se situam os principais depósitos e ocor-rências de gipsita.

Três zonas anômalas de Cu-Pb-Zn•Estas três zonas anômalas da associação Cu-Pb-Zn estão situadas numa faixa norte-nordeste da bacia, coincidentes com as ocorrências de sulfetos (calco-pirita, esfalerita, galena, dentre outros) nos folhelhos carbonáti-cos da Formação Santana.

Duas zonas anômalas de P•Estas zonas anômalas de P que ocorrem na parte sul da bacia possuem valores expressivos de fósforo, maiores que 6.000 ppm, e constituem dados inéditos tendo em vista o conhecimento geológico da área.

É importante certificar a origem da fonte destas anomalias que poderá estar situada tanto na sequên-cia sedimentar da bacia como no embasamento pré-bacia. Estudos complementares de detalhamento estão em fase de planejamento pelo Projeto Fosfato da CPRM, em execução.

Três recomendações são feitas a partir deste trab-alho regional:

1.Estudo em detalhe no horizonte evaporítico ao sul da bacia. Até este trabalho eram conhecidas apenas ocorrências de celestita ao norte da bacia, região de Santana do Seis zonas de destaque mineralógico de celestita1 Cariri. A partir de agora demonstrou-se que os hor-izontes de celestita são extensivos em toda a área de ocorrência de gipsita. Pela potencialidade das camadas de gipsita ao sul da bacia e estabelecendo uma correlação com áreas clássicas de exploração de celestita conclui-se que aquela região deve ser o alvo principal de pesquisa em detalhe. Este estudo deve ser estendido, em nível de detalhe, aos horizontes evaporíticos com estabelecimento de perfis verticais de distribuição de celestita,

2.Estudo em nível de detalhe dos horizontes miner-alizados em sulfetos, principalmente na parte nor-deste da bacia.

3.Estudos adicionais no embasa-mento circundante da bacia do Araripe visando cromita e fosfato.

4 — CONCLUSÕES E RECOMENDÇÕES

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Texto e anexos. Recife: CPRM, 1976. 8vNEUMANN, V. H.; ASSINE, M. L. Stratigraphic Propos-al to the Post-Rift I Tectonic-Sedimentary Sequence of Araripe Basin, Northeastern Brazil. In: STRATI 2015, 2015, Graz. Abstracts of the 2nd International Congress on Stratigraphy. Graz: Ber. Inst. Erdwiss. K.-F.-Univ. Graz, 2015. v. unico. p. 274-274.PONTE, F. C.; APPI, C. J. Proposta de revisão da col-una litoestratigráfica da Bacia do Araripe. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 36., 28 out. a 01.nov. 1990, Natal. Anais do. Natal: SBG. Núcleo Norte, 1990. 6v. v.1 p. 211-226.PONTE, F. C.; PONTE FILHO, F. C. Evolução tectônica eclassificação da Bacia do Araripe. In: SIMPOSIO SO-BRE O CRETACEO DO BRASIL, 4, 18-23 ago. 1996, Rio Claro. Boletim. Rio Claro: UESP, 1996. 309p. p.123-133.USGS. Mineral commodity summaries, 2010. p.156-157. Dispo-nível em: < http://minerals.usgs.gov/minerals/pubs/mcs/2010/mcs2010.pdf> Acesso em: 02 maio 2017.

Programa Geologia do Brasil

4 — REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS

ASSINE, M. L. Análise estratigráfica da Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Geociências, v,22, n.3, p.289-300, set. 1992.ASSINE, M. L. Bacia do Araripe. Boletim de Geociên-cias da Petrobrás, v.15, n.2, p. 371-389, 2007.BEURLEN, H., SILVA, A. F. da; GUIMARÃES, I. P.; BRITO, S. B. Proterozoic C-type eclogites hosting unusual Ti-Fe-Cr-Cu mineralization in northeastern Brazil. Pre-cambrian Research, n.58, p.195–214, 1992.COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS. Projeto Bodocó: Relatório final de pesquisa. Alvarás n.1054,1055 e1422/78. Recife: CPRM, 1979.LINS, C. A. C. Serviço orientativo de geoquímica na sequência sedimentar do Araripe (um modelo para áreas de relevo acidentado). In: SIMPÓSIO DE GEO-LOGIA DO NORDESTE. nov. 1977, Campina Grande, PB. Atas. Recife: SBG,. 1977. (Boletim Núcleo do Nor-deste da SBG, 6). p.271-310.MORAES, J. F. S. de; SANTOS, J. da S. A. dos; MAS-CARENHAS, J. de C. Projeto Santana: Relatório final da etapa I.

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O produto Informe de Geoquímica, parte integrante do Programa Geologia, Mineração e Transformação Mineral, tem por objetivo apresentar os dados obtidos através dos levantamentos geoquímicos de superfície (sedimento ativo de corrente, concentrado de bateia, água e solo) realiza-dos nas áreas pesquisadas pelos projetos vinculados aos empreendimentos “Áreas de Relevante Interesse Mineral”, ”Novas Fronteiras”, “Minerais Estratégicos” e levantamentos da geodiversidade no âmbito do território brasileiro. O presente informe tem como finalidade abrigar trabalhos que contemplem uma ampla descrição de métodos de aquisição de campo e laboratoriais empregados pelo Serviço Geológico do Brasil-CPRM, apresentando uma robusta análise estatística, que não seriam possíveis de serem apresentadas nas Notas Explicativas ou em Informes Minerais. Com a criação deste informe o Serviço Geológico do Brasil-CPRM, por intermédio da sua Divisão de Geoquímica (DIGEOQ), pretende entregar a sociedade e comunidade científica um maior número de informações geoquímicas de maneira mais detalhada e completa.O projeto Gipsita na Bacia do Araripe, Polo Gesseirode Pernambuco estabeleceu como meta geral contri-buir para o entendimento do potencial da parte

sudoeste da Bacia do Araripe (~10% da área da bacia) referente ao Distrito Gipsífero do Araripe,

incluindo o mapeamento de semidetalhe (escala 1:50.000) da Formação Santana, com a finalidade de integrá-lo com os dados geofísi-cos e de sondagens

disponíveis, visando reavaliar as reservas potenciais dos depósitos de gipsita da região.

A execução e gerenciamento, na CPRM – ServiçoGeológico do Brasil, foi de responsabilidade da Superintendência Regional de Recife, com supervisão nacional da Divisão de Geologia Econômica – DIGECO, Divisão de Geoquímica – DIGEOQ e coorde-nação geral do Departamento de Geologia e Recursos Minerais – DEREM.

O informe geoquímico foi tratado estatisticamente a partir dos dados de prospecção geoquímica, com o

intuito de investigar a existência de depósitos de celestita. A área foi estendida para toda a Bacia do Araripe e incluiu tanto destaques mineralógicos comoanomalias geoquímicas para fósforo, cromo, zinco e cobre.

Além de ser um instrumento para formulação de políticas públicas, estes produtos auxiliam na atração de investimentos no setor mineral, fator importante para a manutenção do crescimento econômico, cujos efeitos podem resultar na geração de emprego, renda e desenvolvimento social à luz da sustentabilidade e do respeito ao meio ambiente.z

Sede Setor Bancário Norte - SBN - Quadra02, Asa Norte Bloco H - 5º andar - Edifício Central BrasíliaBrasília - DF - CEP: 70040-904Tel: 61 2108-8400

Escritório Rio de JaneiroAv Pasteur, 404 - UrcaRio de Janeiro - RJ Cep: 22290-255Tel: 21 2295-5337 - 21 2295-5382

Diretoria de Geologia e Recursos MineraisTel: 21 2546-0212 - 61 3223-1166

Departamento de GeologiaTel: 91 31821326

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Divisão de Geologia BásicaTel: 81 3316-1433

Divisão de Projetos Especiais e MineraisEstratégicosTel: 92 2126-0308

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Diretoria de Relações Institucionais e DesenvolvimentoTel: 21 2295-5837 - 61 3223-1059

Superintendência de RecifeAvenida Sul, 2291 - AfogadosRecife - PE - CEP: 50770-011Tel.: 81 3316-1400

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INFORME GEOQUÍMICO BACIA DO ARARIPE, ESTADOS DE PERNAMBUCO,PIAUÍ E CEARÁ

Série Geoquímica Prospectiva nº 1

INFORME DE GEOQUÍMICAPROGRAMA GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL

ISBN978-85-7499-452-9

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