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Clipping 02/09/2011

sexta2 · Sua luta é para aprofundar a democracia, mudar o modo de fazer política. É uma demanda nova, difícil de ser entendida claramente pela população e até por alguns manifestantes

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Mais 4 dias sem poder morrer em paz em SPMais 4 dias sem poder morrer em paz em SPMais 4 dias sem poder morrer em paz em SPMais 4 dias sem poder morrer em paz em SP Nem multa intimida servidores funerários, que seguem em greve pelo menos até segunda-feira

Quinta - feira (1/7) começou com força total para os grevistas do serviço público funerário, que

fizeram manifestação em frente à Prefeitura para rebater críticas do prefeito Gilberto Kassab e

depois levaram centenas de servidores às ruas para pedir apoio da comunidade. À tarde, veio a

notícia de que o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou multa diária de R$ 60 mil caso a

greve continue. Mas a decisão liminar do desembargador David Haddad não mudou os planos de

manter a paralisação, conforme decisão unânime da categoria. Uma nova assembleia foi marcada

para segunda-feira (5).

"Ficamos intimidados, mas nossa luta pelos direitos da categoria é superior a isso", diz Irene de

Paula, presidente do Sindsep (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias

do Município de São Paulo), réu no processo. Segundo ela, o Sindsep deve recorrer da decisão

ainda nesta sexta-feira.

O desembargador considerou ilegal a paralisação do serviço por ser essencial. Desde terça-feira,

90% dos 1,3 mil profissionais do setor estão parados. A Prefeitura alugou 15 veículos funerários de

empresas particulares para remoção de corpos e guardas-civis metropolitanos foram deslocados

para dirigir os carros. Profissionais terceirizados, como jardineiros, fazem os sepultamentos. Pela

falta de experiência, atrasos são registrados. A técnica em enfermagem Elaine Nunes, 37 anos, diz

que um primo morreu quarta-feira de manhã e só será enterrado nesta sexta. "Estamos indignados

com os governantes, que deixam a situação ficar desse jeito."

foto: Vinícius Pereira / Diário SP

Com faixas, cartazes, carro de som e apitos, centenas de servidores fizeram bastante barulho na

manifestação desta quinta em frente à Prefeitura Reivindicação / A greve é para reivindicar 39% de reajuste salarial. "Esse número representa as perdas salariais dos últimos anos, não é aumento", observa Irene. Segundo ela, são 16

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anos com o mesmo salário. O cálculo foi feito com base na inflação do Dieese de 2004 a 2010. O sindicato destaca que a reivindicação é a mesma de todo o funcionalismo público municipal e, inclusive, outros setores também estão em greve. De acordo com o Sindsep, todos os concursados da Secretaria do Verde e Meio Ambiente e parte dos servidores da Saúde, Habitação, Finanças e de algumas subprefeituras estão parados. A Prefeitura afirma que nunca deixou de negociar. Entre as vantagens já concedidas, destaca o aumento de 15% no piso salarial (para menor remuneração bruta mensal por meio de abono) aos servidores com jornada de 40 horas ? de R$ 545 para R$ 630 ? e outras gratificações. Mas os abonos não podem ser incorporados ao salário, segundo o sindicato, por não contar para aposentadoria e não serem pagos quando o servidor sai em licença. Maloteiro na Funerária Central há 20 anos, Eliseu Cardoso ganha R$ 566 de salário. Somado às gratificações, recebe R$ 800. Lamenta não poder pagar curso e faculdade que garantam futuro melhor aos cinco filhos. Prefeitura abre contratação emergencial e novo concurso Autorizado pelo prefeito Gilberto Kassab, o Serviço Funerário iniciou nesta quinta-feira procedimentos para a contratação, em caráter emergencial, de 100 sepultadores e 35 motoristas, que vão trabalhar por seis meses, período possível de ser renovado por mais meio ano. Ao mesmo tempo, a Prefeitura abrirá concurso público para a contratação de 100 sepultadores e 35 motoristas para o Serviço Funerário Municipal, que é ligado à Secretaria de Serviços. A secretaria afirma que vai continuar oferecendo um serviço de qualidade à população na contratação dos funerais, na remoção dos corpos e nos sepultamentos, serviços que somam em média 350 atendimentos por dia na capital paulista. Caos na atual gestão Goteiras O Cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste, ficou fechado no início de março para velórios por infiltrações e goteiras nas salas Desmoronamento No dia 17 de março, durante uma forte chuva, pelo menos 80 corpos enterrados no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina, foram sugados pela terra, que cedeu Outra greve No dia 21 de junho deste ano, o serviço funerário ficou em greve por 24 horas. Diversos cemitérios ficaram com enterros atrasados em mais de uma hora

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Câmara aprova placa sobre

circulação em corredor A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta semana um projeto de lei que obriga a prefeitura a instalar placas ao longo dos corredores de ônibus informando os horários em que os carros podem circular por essas faixas. O prefeito agora pode sancionar ou vetar o texto. Hoje, a circulação nos corredores de ônibus já é permitida diariamente, das 23h às 4h; nos fins de semana, das 15h do sábado às 4h da segunda-feira, e nos feriados, da 0h às 4h do dia seguinte. Os corredores onde a circulação é permitida são Pirituba/Lapa/ Centro, Inajar/Rio Branco/Centro, Campo Limpo/Rebouças/ Centro, Santo Amaro/ Nove de Julho/Centro, Jardim Ângela/Guarapiranga/ Santo Amaro, Capelinha/Ibirapuera/ Centro, Parelheiros/ Rio Bonito/Santo Amaro, Itapecerica/João Dias/Centro e Paes de Barros.

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Alguma coisa acontecendo, Mr. Jones Fernando Gabeira O Estado de S.Paulo De Sana a Londres, de Tel-Aviv a Santiago, de Trípoli a Madri, os jovens estão em movimento no mundo. Uma armadilha perigosa seria estabelecer paralelos com 1968. O próprio Daniel Cohn-Bendit se recusa a isso, afirmando que são momentos diferentes na História e se quisermos entender o que se passa melhor é esquecer 68. No entanto, um verso de Bob Dylan, composto na época, ainda tem alguma validade: alguma coisa está acontecendo, Mr. Jones, e você não sabe o que é. A maioria dos processos ainda não foi concluída. Por maior que seja o esforço analítico, é preciso uma dose mínima de humildade para tentar entender tudo o que se passa e estabelecer conexões entre lugares tão distantes e sociedades tão singulares. Até agora, um único denominador comum tem sido enfatizado: o uso de instrumentos de comunicação fora do controle dos governos, como é o caso da internet. Mas mesmo esse dado é relativo, porque no Egito e em outros países do Oriente Médio a repressão conseguiu bloquear a internet. Na Inglaterra talvez tenha acontecido algo realmente especial. Cohn - Bendit, ironicamente, afirma que ali ocorreu a primeira revolta liberal da juventude planetária. Alguns políticos ingleses chegaram a pedir aos produtores de BlackBerry que bloqueassem as mensagens no interior do país. O que, a julgar pela iniciativa, define a revolta inglesa como também a primeira realizada por usuários de BlackBerry. Os jovens ingleses atacaram lojas e supermercados sempre com a preocupação de obter objetos de consumo, de preferência das marcas mais famosas.

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O que levou o Daily Telegraph a concluir que sua revolta era para consumir o mesmo que os dirigentes ingleses. Já tive a oportunidade discutir esse tema durante os saques no início da década de 1990 no Rio. Muitos saqueadores levaram iogurte e bacalhau, escolha que levou a uma condenação mais severa da imprensa. Era uma prova de que não estavam apenas famintos. Mas a perplexidade tem a mesma origem do choque dos ingleses com as características dos saques do verão londrino. Nem todos os bens de consumo estão ao alcance de todos. Mas a propaganda, sim. Tangidos pelo desemprego, pela alta dos alimentos e revoltados com a ditadura em seus países, os jovens dos países árabes iniciaram uma nova fase histórica na região. Ditadores balançaram, ditadores conciliaram, foram presos e exilados. A implantação da democracia em alguns países já abre uma enorme perspectiva para a juventude árabe. Mas o que dizer dos espanhóis, também pressionados pelo desemprego? Sua luta é para aprofundar a democracia, mudar o modo de fazer política. É uma demanda nova, difícil de ser entendida claramente pela população e até por alguns manifestantes. O que significa aprofundar a democracia, que novos hábitos políticos devem ser inaugurados? Todos nós temos alguma ideia sobre isso. Mas não há consenso nem clareza. O movimento dos indignados em Madri ganhou grande atenção na Espanha e no mundo também por ter surgido perto das eleições municipais. Seu grande teste será sobreviver e crescer no período pós- eleitoral, quando grande parte dos eleitores desloca sua atenção da política para a vida cotidiana. Em Israel, o movimento dos jovens talvez seja o que mais tem crescido numericamente, a ponto de projetar um encontro de 1 milhão de pessoas, algo que não é de todo impossível na China ou na Índia, mas um feito extraordinário para um país de 8 milhões de habitantes. O modelo do movimento em Israel e mesmo o da Espanha se inspiraram na Islândia. Em Tel-Aviv, revoltado com o aumento do preço de seu aluguel, Daphni Leef decidiu acampar como protesto. Na Islândia, a inspiração dos espanhóis, o banco Kaupthing acabara de quebrar. O cantor Hordur Torfason pegou sua guitarra e foi para a porta do Congresso. É um cantor conhecido, atraiu gente e abriu o microfone para as pessoas que se aproximaram. Daí nasceu um movimento chamado Vozes ao Vento, que levou a Islândia, via plebiscito, à recusa de pagar uma dívida de 4 bilhões cobrada pela Inglaterra e pela Holanda. É ilusão, entretanto, achar que com uma guitarra na mão e uma revolta na cabeça milhares de pessoas se vão aglutinar em torno de um líder ocasional. Pesquisa do Pew Global Attitudes Project revelou que 27% dos egípcios estavam satisfeitos com seu país, bem abaixo dos 47% registrados em pesquisas anteriores. Na China, 87% estavam satisfeitos. Isso não explica o fracasso dos protestos de Jasmin. A China aprendeu com as manifestações da Praça Tiananmen. Um longo relato na revista Atlantic de agosto, feito por James Fallows, revela que as autoridades chineses agora temem tudo e tomam providências com antecipação, às vezes até desproporcionais ao perigo. A China começa prendendo os advogados de direitos humanos - Fallows sublinha que, embora pareça impossível, eles existem lá. Só depois passa a prender os possíveis manifestantes. Por isso os protestos chamados para a esquina de Wangfujing, defronte ao McDonald”s, tinham mais jornalistas estrangeiros do que chineses.

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O caso chileno, que tenho acompanhado esta semana, também é particular. O sistema educacional formulado na época de Pinochet continua em vigor. Estudantes saíram às ruas contra um modelo de mercado, pedindo educação gratuita e de qualidade. Independentemente do que se acha da proposta, é inevitável constatar que num país com grande tradição de luta ela subiu ao topo da agenda. E a maioria dos chilenos, cerca de 77%, apóia tese dos estudantes, sem, contudo, apoiar os distúrbios que extremistas provocam ao fim das manifestações. O jornal chileno El Mercurio destacou, esta semana, Índia e Brasil às voltas com a corrupção. Ambos os países em processo de se tornarem potências mundiais. Todos se olham em busca do movimento fora de suas fronteiras, porque sabem que vivemos uma história sem fim.

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Polêmica e discórdia no rastro da decisão do Copom Aredução de meio ponto na taxa básica de juros, imprimida de uma só vez, nesta semana, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) foi certamente uma das decisões mais polêmicas em seus 15 anos de história. De um lado, ficaram analistas que não acreditam que a inflação perdeu o fôlego e consideraram precipitado o corte da Selic para 12%; e, do outro, industriais e sindicalistas que apoiaram a decisão e até a consideraram tímida.

Em um ponto, porém, todos têm que concordar: tem fundamento a preocupação com o incerto cenário internacional, um dos principais argumentos usados pelo Copom para justificar a decisão. Segundo a extraordinariamente prolixa nota divulgada após a reunião, na noite da quarta-feira, o Copom, ao avaliar o cenário internacional, "considera que houve substancial deterioração, consubstanciada, por exemplo, em reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos". Ao contrário do que ocorre no Brasil, "nessas economias, parece limitado o espaço para utilização de política monetária e prevalece um cenário de restrição fiscal", segundo a nota. Diante disso, o Comitê "avalia que o cenário internacional manifesta viés desinflacionário no horizonte relevante".

O principal alerta foi dado nesta semana quando agências de notícias vazaram as revisões feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que serão divulgadas oficialmente na reunião anual, que será realizada entre os dias 23 e 25, em Washington.

De acordo com os números não desmentidos, o FMI agora prevê que a economia global vai crescer 4,2% neste ano, o que representa uma redução ainda que pequena frente aos 4,3% esperados em junho que, por sua vez, já era um número inferior aos 4,4% anteriormente projetados. Para o próximo ano, a previsão foi ainda mais reduzida, de um crescimento de 4,5% para 4,3%.

A principal razão do pessimismo do FMI é o desempenho das economias avançadas, uma vez que a previsão de crescimento para os mercados emergentes foi mantida em 6,6% para este ano e de 6,4% em 2012. Já nas economias avançadas, o crescimento deste ano pode ficar limitado a 1,8%, bem inferior aos 2,2% esperados em junho, que já era 0,2 ponto menor do que a projeção anterior. Para 2012 a situação não está melhor: em vez de 2,6%, a economia deve crescer apenas 2,2%.

A economia global começou o ano abalada pelo tsunami e terremoto no Japão e não conseguiu superar a onda de desconfiança e crise de liquidez na zona do euro e a letargia nos Estados Unidos.

O maior baque será exatamente nos Estados Unidos. De acordo com os novos números do FMI, a economia americana deve crescer apenas 1,6% neste ano, cerca de 1 ponto a

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menos do que os 2,5% esperados em junho e que os 2,8% estimados anteriormente. No próximo ano, a situação vai melhorar pouco, com crescimento de 2%, também com quase 1 ponto de queda em comparação com os 2,9% inicialmente projetados.

A situação dramática nos Estados Unidos ficou evidente no discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, na reunião dos bancos centrais realizada em Jackson Hole, interior do Estado de Wyoming, na semana passada. Bernanke pressionou pela ajuda dos responsáveis pela política fiscal, do Executivo e do Legislativo, e não quis tomar nova medida antes da próxima reunião do Copom americano, que será realizada na semana do encontro anual do FMI. Sem muitos instrumentos à mão, o Fed já havia feito o anúncio incomum de que vai manter os juros em patamar baixo até 2013 - sem muitos resultados.

Como disse a nova presidente do FMI, Christine Lagarde, também em Jackson Hole, "os acontecimentos deste verão [no hemisfério Norte] indicaram que estamos em uma perigosa nova fase: estamos arriscados a ver a frágil recuperação descarrilar".

Se é praticamente unânime a avaliação do cenário internacional, nem todos concordam, porém, com os desdobramentos esperados pelo Copom. Para o Comitê, esse cenário internacional hostil pode afetar a economia brasileira de vários modos, como a redução do comércio internacional, a moderação dos fluxos de investimento, restrições de crédito e deterioração no sentimento dos empresários e consumidores. Em consequência, o Copom considera provável uma maior desaceleração da economia brasileira, com menor pressão inflacionária, o que, depreende-se pela nota da reunião, abriu espaço para a redução dos juros, sem prejudicar a convergência da inflação para a meta em 2012.