13
CLUBE MILITAR DEP CULTURAL DIV DE CURSOS CPREPECEME/CM SUGESTÃO PARA AMBIENTAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO A SER ESTUDADO (tempo estimado: 2 horas) A ambientação, por sumária que seja, permite ao aluno avaliar a importância e a extensão do assunto, relembrar os objetivos fixados no PLADIS, e identificar os assuntos que devem constituir a área do “tem que saber”. Permite ao aluno conduzir o seu estudo de forma objetiva, estimulando a troca de conhecimentos com os companheiros e com os orientadores e adequando o plano de estudo ao tempo disponível. É indispensável consultar os Atlas geográfico e histórico durante o estudo. Roteiro para a ambientação, consultando os mapas: Identificar o continente americano Verificar sua extensão, suas posições absoluta e relativa, e seus limites. Identificar a articulação do continente americano com os demais continentes. Identificar os movimentos que caracterizam o relevo. Identificar as principais bacias hidrográficas. Identificar as zonas climáticas e a cobertura vegetal. Identificar as características geológicas das principais áreas. Identificar, no litoral do continente americano, os trechos que permitem melhor articulação entre as rotas marítimas e o interior do continente. Identificar as grandes regiões que compõem o continente americano. Localizar as áreas favoráveis à agricultura e à pecuária. Localizar as áreas produtoras de petróleo e carvão. Localizar as principais áreas de mineração. Localizar as áreas dos atuais adensamentos populacionais. Localizar as principais áreas que dificultam a fixação da população. Identificar a atual organização política do continente americano Identificar os blocos econômicos do continente americano. Concluir como as características do espaço geográfico do continente americano influenciaram na sua atual organização política, econômica e social . UD GEOGRAFIA ASSUNTO Aspectos geográficos gerais do continente americano: fisiografia, recursos naturais e população. Organização econômica, social e política do continente. ORIENTADOR Cel Eng Ref Luiz Carlos Carneiro de Paula

SUGESTÃO PARA AMBIENTAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DO …clubemilitar.com.br/wp-content/uploads/2012/07/GEOGRAFIA-America...Identificar o espaço territorial do continente americano de

Embed Size (px)

Citation preview

CLUBE MILITAR DEP CULTURAL DIV DE CURSOS CPREPECEME/CM

SUGESTÃO PARA AMBIENTAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

A SER ESTUDADO (tempo estimado: 2 horas)

A ambientação, por sumária que seja, permite ao aluno avaliar a importância e a extensão do

assunto, relembrar os objetivos fixados no PLADIS, e identificar os assuntos que devem constituir a área do “tem que saber”. Permite ao aluno conduzir o seu estudo de forma objetiva, estimulando a troca de conhecimentos com os companheiros e com os orientadores e adequando o plano de estudo ao tempo disponível.

É indispensável consultar os Atlas geográfico e histórico durante o estudo.

Roteiro para a ambientação, consultando os mapas:

• Identificar o continente americano

• Verificar sua extensão, suas posições absoluta e relativa, e seus limites.

• Identificar a articulação do continente americano com os demais

continentes.

• Identificar os movimentos que caracterizam o relevo.

• Identificar as principais bacias hidrográficas.

• Identificar as zonas climáticas e a cobertura vegetal.

• Identificar as características geológicas das principais áreas.

• Identificar, no litoral do continente americano, os trechos que permitem

melhor articulação entre as rotas marítimas e o interior do continente.

• Identificar as grandes regiões que compõem o continente americano.

• Localizar as áreas favoráveis à agricultura e à pecuária.

• Localizar as áreas produtoras de petróleo e carvão.

• Localizar as principais áreas de mineração.

• Localizar as áreas dos atuais adensamentos populacionais.

• Localizar as principais áreas que dificultam a fixação da população.

• Identificar a atual organização política do continente americano

• Identificar os blocos econômicos do continente americano.

☻ Concluir como as características do espaço geográfico do continente americano influenciaram

na sua atual organização política, econômica e social .

UD GEOGRAFIA ASSUNTO Aspectos geográficos gerais do continente americano:

fisiografia, recursos naturais e população. Organização

econômica, social e política do continente.

ORIENTADOR Cel Eng Ref Luiz Carlos Carneiro de Paula

[Digite aqui]

SUMÁRIO DE AULA

O Sumário proposto pelo Orientador é um roteiro para a revisão e consolidação do estudo realizado. Não deve nem pode substituir os resumos individuais dos candidatos e não pode ser tomado como Nota de Aula ou texto de apoio.

É indispensável realizar esse estudo consultando o Atlas.

OBJETIVOS

1. Caracterizar os espaços geográficos continente americano, em especial, posição,

orografia, hidrografia, litoral, vegetação e clima, destacando as grandes regiões

neles existentes, os recursos naturais e o processo de organização e ocupação

desses espaços geográficos;

2. Identificar o espaço territorial do continente americano de modo a determinar a

importância dos fatores fisiográficos como fontes de recursos econômicos e

condicionadores do povoamento, da

circulação e da divisão política da área;

3. Identificar a estrutura política, social e econômica dos países da

América do Norte, da América Latina e das Guianas;

4. Caracterizar a natureza, a localização geográfica e o potencial e a importância

para a economia, dos recursos naturais existentes no território dos países do

continente americano, a partir do estudo do quadro geral dos continentes;

5. Identificar os ecúmenos e anecúmenos do espaço geográfico da América do Norte,

da América Latina e das Guianas, relacionando os fatores responsáveis por esses

padrões de distribuição da população;

6. Explicar a composição étnica das populações pertencentes aos diferentes países

da América do Norte, da América Latina e das Guianas.

A GEOGRAFIA COMO BASE PARA OS CURSOS DA ECEME

a. A Geografia:

1) Os espaços geográficos e o fato geográfico.

2) Geografia Física: estuda as características físicas dos espaços geográficos – os

fatores fisiográficos e os recursos naturais.

[Digite aqui]

3) Geografia Humana: estuda o povoamento, a população e a sociedade e as

modificações que o homem introduz nos espaços geográficos para seu

desenvolvimento econômico e social – economia e meio ambiente.

4) Geografia Política: estuda a organização política nos espaços geográficos, as

relações entre os países no âmbito regional e mundial.

b. Síntese da metodologia para o estudo de GEOGRAFIA:

1) A relação do homem com o meio em que vive: economia, sociedade, cultura

e poder.

2) A análise da economia ou do campo econômico: os setores de produção, o

mercado, o setor financeiro, os recursos humanos, a moeda.

3) A análise do campo social: (características psicossociais e organização social)

as características e a identidade dos grupos sociais

a estrutura social: formas em se apresenta e que se entrelaçam;

a mobilidade social, a mobilidade espacial, a participação;

cultura: usos e costumes, comportamento;

conflitos e convergências: fatores de coesão e fatores de desagregação;

pactos sociais, sócio-econômicos e sócio-políticos.

4) A análise do campo político:

a) os fatores determinantes:

• campo social e o conseqüente pensamento sócio-político

• campo econômico e o conseqüente pensamento sócio-econômico

• a influência externa

b) o campo político ou a organização do Estado e do Governo

• os atores políticos

• a distribuição do poder

• exercício do poder

• as políticas, estratégias, planos e programas de governo

c. Os fatores fisiográficos::

1) Caracterização da área: forma, extensão, posição absoluta e relativa, limites,

maritimidade e continentalidade.

2) Fisiografia: geologia (solo e subsolo), relevo, hidrografia, clima, vegetação e

litoral.

d. Os recursos naturais:

1) Ocorrência e potencial

2) Exploração e valor relativo

3) Preservação

e. A influência dos fatores fisiográficos e dos recursos naturais na distribuição

espacial da população e na organização econômica e política de um espaço

geográfico:

[Digite aqui]

1) Povoamento: migrações e distribuição geográfica da população; 2) Economia

e organização da sociedade;

3) Organização política dos espaços geográficos.

A fisiografia condicionando Os recursos naturais a fixação do

homem e a atraindo e fixando a circulação população

Os adensamentos populacionais resultantes; A economia que praticam e a sociedade que criam; O

psicossocial de cada grupo humano: lingua, hábitos e costumes, cultura; As

Nações.

Organização política e econômica do espaço geográfico:

as Regiões, sub-regiões e micro-regiões; Os

Estados ou províncias; os Países.

-

Convergência de interesses econômicos e políticos: os Blocos Políticos, os Blocos Econômicos, as

Áreas de Livre Comércio, os Mercados

Comuns.

A importância dos países e dos blocos no espaço

regional, continental e mundial.

A projeção de poder, os eixos de poder político e econômico,

os Organismos econômicos e políticos Regionais e Mundiais

Conclusão sobre o estudo dos espaços geográficos

O conhecimento do espaço geográfico é indispensável para a correta interpretação e

avaliação dos fatos históricos e geográficos que aí ocorrem. Ele é o palco onde o ser

humano representa o seu papel. Ele tem características que condicionam essa

[Digite aqui]

participação do homem na construção das civilizações. Do mesmo modo, a posição

relativa de cada grupo humano dentro desse espaço, estabelece limitações ou

destaca a atuação desses grupos ao longo dos tempos.

A forma como os diversos grupos humanos usam o espaço geográfico que ocupam é

outro fator determinante para o seu desenvolvimento. É muito importante conhecer

as características de cada povo, seus usos e costumes, sua cultura, como realiza sua

economia, como organiza sua sociedade, como gerencia sua vida e a produção, como

é exercido o poder político que conduz esse povo.

Algumas vezes seremos questionados diretamente a respeito do conhecimento que

temos sobre os espaços geográficos ou sobre os grupos humanos que os ocupam. A

maioria das vezes, entretanto, teremos que usar esses conhecimentos para

fundamentar estudos que realizamos sobre questões pontuais relativas a aspectos

econômicos, sociais, políticos ou militares que envolvem os diversos países ou

regiões, ou seja, sobre um determinado espaço geográfico e os povos que sobre ele

exercem seu poder.

Aí está a importância da integração de conhecimentos e de sua aplicação nas análises

e nas conclusões de um Oficial de Estado-Maior.

Lembre-se que um fato geográfico é a alteração do espaço geográfico pelo homem a

fim de atender a suas necessidades para sobreviver (economia) e sociais (bemestar).

Cada grupo atuará segundo seu potencial que é conseqüência da combinação

adequada e oportuna de fatores tais como a área que ocupa, dos recursos naturais

e os recursos humanos de que dispõe, o domínio de tecnologias e técnicas

necessárias aos empreendimentos desejados, capacidade econômicofinanceira para

investimentos, capacidade gerencial, capacidade já instalada para produzir, políticas

adequadas à consecução dos objetivos do grupo, e vontade, decisão para fazer o que

é necessário a seu desenvolvimento.

ASPECTOS GEOGRÁFICOS GERAIS DO CONTINENTE AMERICANO

INTRODUÇÃO

1. O Continente Americano

2. Características peculiares do espaço geográfico do Continente Americano

3. América do Norte, América Central e América do Sul

4. América de colonização inglesa e América Latina: América Espanhola e Brasil

DESENVOLVIMENTO

1. Caracterização da área

• Identificação do Continente Americano

• Extensão.

• Caracterização das grandes regiões que o compõem.

• Posição absoluta e relativa. Limites

[Digite aqui]

• Conclusão sobre o que representam essas características em relação à circulação

mundial e às projeções de poder dos países do Continente Americano sobre áreas

adjacentes e de outros pólos de poder sobre eles.

2. Fisiografia

• Orografia

• Geologia

• Hidrografia

• Clima

• Litoral

• Conclusões sobre a influência da fisiografia na circulação e fixação do homem nas

diversas áreas do Continente Americano e seus reflexos para a organização

política e para o desenvolvimento social e econômico dos países que nele se

formaram.

3. Recursos Naturais

• Recursos minerais e vegetais no Continente Americano.

• Políticas de exploração e geração de riqueza.

• Conclusões sobre a influência dos recursos naturais na circulação e fixação do

homem e seus reflexos para a organização política e para o desenvolvimento dos

países que nele se formaram; possibilidades de integração e complementariedade

na exploração desses recursos.

4. Povoamento e população

• O povoamento primitivo do Continente Americano.

• A chegada do europeu: um novo ciclo de povoamento e ocupação do território.

• O surgimento de uma nova população.

• A fisiografia e os recursos naturais como fatores de aglutinação ou de dispersão

dos grupos humanos.

• Novas economias e novas sociedades.

• Conclusões sobre o que são, atualmente, os países do Continente Americano.

5. A organização social nos países do Continente Americano • Formação

e evolução (HISTÓRIA)

• Formação étnica e migrações.

• Características psicossociais: culturas, hábitos e costumes

• Estrutura das sociedades

• Conclusões sobre o desenvolvimento social no Continente Americano.

6. A organização da economia nos países do Continente

Americano

• Necessidades e possibilidades dos grupos humanos que se formaram.

• Interesses imediatos, culturas, hábitos e costumes desses grupos influindo no

desenvolvimento econômico.

[Digite aqui]

• Políticas econômicas e de desenvolvimento adotadas.

• Conclusões sobre o desenvolvimento econômico no Continente Americano.

CONCLUSÃO

1. A organização política, social e econômica do espaço geográfico do Continente

Americano:

• EUA e Canadá: o desenvolvimento econômico, social, político e militar e a

projeção de poder no continente e no mundo.

• A América Espanhola: as sub-regiões e sua características, os países que as

compõem, a diversidade fisiográfica, econômica, social e política, a distribuição

de poder regional e a participação no contexto regional, continental e mundial.

• As Guianas e outros países insulares de colonização francesa, inglesa, e

holandesa.

• Brasil: as características fisiográficas, econômicas, sociais e políticas e a

participação no contexto regional, continental e mundial.

2. Os interesses comuns e os conflitos de interesses.

3. Os fatores de coesão e os fatores de desagregação.

4. As possibilidades de cooperação e integração.

5. Os organismos e os blocos regionais.

XXXXXXX

Questões propostas:

1. Identificar os ecúmenos e anecúmenos da América Lartina, relacionando os

fatores responsáveis por esses padrões de distribuição da população.

2. Apresentar a natureza, a localização geográfica e o potencial dos recursos

minerais existentes no território brasileiro, e a importância e a participação da

produção mineral no contexto da economia do país

3. Apresentar as influências dos aspectos geográficos do Continente Americano na

formação dos atuais blocos econômicos regionais.

[Digite aqui]

ASPECTOS GEOGRÁFICOS GERAIS DA A. LATINA E GUIANAS

1.Caracterização da área

A América Latina é hoje o espaço geográfico do continente americano onde estão os países de colonização espanhola, portuguesa e francesa. Nela estão também um departamento de ultramar francês, a Guiana Francesa, a Guiana e outros países

insulares do Caribe que tiveram colonização inglesa, e o Suriname, que teve colonização holandesa.

Tem cerca de vinte milhões de quilômetros quadrados(quase duas vezes e meia o território brasileiro), ocupa praticamente a metade da América e corresponde a 15% das terras emersas do globo terrestre.

Situado entre os meridianos 32°W e 118°W, está portanto no hemisfério ocidental. Estendendo-se desde o paralelo 32°N, um pouco ao norte do Trópico de

Cancer, na fronteira do México com os EUA, até o extremo sul da Argentna no paralelo 55°S, apresenta três regiões bem distintas: o México, que ocupa o apêndice meridional da América do Norte, a América Central e as ilhas do Caribe que envolvem

o mar do mesmo nome que batiza a região, e a América do Sul, triangular compacta, larga ao norte estreitando-se no seu alongamento para o sul. Tem ao norte os EUA e o Canadá, ao sul a Passagem de Drake que a separa da Antártica, a leste o Oceano Atlântico e a oeste o Oceano Pacífico.

Sua posição relativa aos demais continentes e aos oceanos que a envolvem lhe asseguram valor geo-econômico e geopolítico importantes quer pela facilidade de ligação com as áreas continentais que estão imediatamente a seu redor (Norte,

Europa, África, Antártica, Austrália e Oceânia, e Ásia), quer por estar interposta nos principais eixos de navegação e comércio entre elas. Além disso, está dentro das

áreas de influência dos EUA e da Europa, embora ocupe uma posição periférica ao anel de poder hoje localizado no hemisfério norte (EUA, Comunidade Européia, China e Japão).Tem condições de irradiar poder particularmente sobre a África, a Austrália,

a A. do Norte e a Antártica, e também de influir nos assuntos diretamente ligados ao Atlântico Sul, ao Caribe e Canal do Panamá, à Antártica e ao próprio continente

americano.

2. Fisiografia

O espaço geográfico da América Latina tem seu relevo caracterizado pela existência de uma extensa cordilheira que marca sua borda ocidental desde o limite

norte (fronteira do México com os EUA) até o extremo sul (Cabo Horn), só interrompida pelas falhas na A. Central. Essas montanhas que têm o nome de Serra

Madre no México e Cordilheira dos Andes na A. do Sul surgiram em conseqüência de movimentos relativamente recentes (período terciário), constituem movimentos orográficos de vulto, com grandes elevações e estão sujeitos a erupções vulcânicas

e terremotos. Têm vales e altiplanos interiores com solo fértil, e subsolo com ocorrências de minerais metálicos e não metálicos variados. As ilhas do Caribe fazem

parte desse mesmo movimento. Na A. do Sul estão localizados, respectivamente no norte e no leste e sudeste, os maciços Guiano e Brasileiro. Ambos estão assentados sobre escudos cristalinos de formação bem mais antiga que as cordilheiras

ocidentais. Com formações já bastante desgastadas, apresentam um perfil orográfico mais suave e ondulado e de planaltos, com terras férteis nos vales, e com subsolo

rico em minerais. Suas altura são modestas (menos de 3.100m de altitude) em relação às das cordilheiras.

As planícies estão no litoral do Caribe e do Atlântico e nas áreas centrais

da A. do Sul, entre os movimentos orográficos já citados. Têm formação sedimentar

[Digite aqui]

recente (períodos terciário e quaternário) e as do litoral normalmente têm solo fértil.

Das centrais, a Platina tem solo fértil. Tanto a Amazônica como a do Orenoco expõem solo arenoso e ácido quando destruída ou removida a floresta que as cobre. Em

algumas áreas das bacias sedimentares encontramse importantes jazidas de combustíveis fósseis(carvão e petróleo) e de minerais não metálicos(calcários e fosfatos).

Os rios ou as bacias hidrográficas no México, A. Central, ilhas do Caribe e litoral têm apenas importância local. As bacias do Orenoco , do Amazonas, do S.

Francisco e do Prata, entretanto, têm grande significação, particularmente a amazônica e a platina, pelo que representam para a circulação interior e por seu potencial hídrico. A A. Latina não tem lagos mais significativos seja no interior seja

no litoral. Estendendo-se desde o Trópico de Cancer ao norte até quase ao Círculo

Polar Antártico ao sul e tendo a variedade de relevo já abordada, a A. Latina apresenta uma variedade de clima que inclui quase todos os tipos consagrados pelas classificações climáticas freqüentemente adotadas. Encontra-se o clima equatorial

úmido na Amazônia, o tropical semi-úmido no Planalto Brasileiro e no Chaco, o tropical úmido nas regiões litorâneas tropicais e no Caribe, o semiárido no interior do

nordeste brasileiro e em algumas áreas do planalto mexicano, o temperado sub-tropical nos Pampas, o temperado oceânico no sul do Chile, o temperado

mediterrâneo no vale central do Chile, o temperado continental na Patagônia, o desértico nos desertos do Chile, Peru e México, e os de montanha nas cordilheiras.

A variedade climática e a variedade de solos determina a variedade da

vegetação que inclui as florestas equatoriais da Amazônia, as florestas tropicais de áreas temperadas e as de áreas frias, as savanas dos cerrados e llanos, os campos

gerais, as caatingas e as tundras de montanha. Esses tipos de vegetação se distribuem de forma quase regular segundo as áreas climáticas. Todos os tipos de floresta encontrados na A. Latina favorecem o extrativismo vegetal. Em algumas

áreas elas dificultam a circulação e aliadas às condições climáticas podem dificultar a fixação do homem à terra, criando áreas de repulsão.

O litoral da A. Latina é muito extenso tanto no Atlântico como no Pacífico. No Atlântico ele é geralmente baixo e arenoso, exceto na Patagônia. No Pacífico ele é geralmente escarpado e muito recortado no sul do Chile. Em ambos os oceanos ele

apresenta, em relação a sua grande extensão, poucas reentrâncias que ofereçam bons ancoradouros e boa articulação com as áreas interiores. Deve-se ressaltar

entretanto a importância do Golfo do México e do Mar do Caribe, do estuário do Amazonas, dos ancoradouros do Recife, de Salvador na Baía, do Rio de Janeiro, de Santos em São Paulo, e o estuário do Prata, todos no Atlântico. No

Pacífico são importantes os ancoradouros de Valparaíso e Antofagasta no Chile, Lima no Peru e Guaiaquil no Equador. É claro que esse extenso litoral, quer no Atlântico,

quer no Pacífico facilita a circulação externa e a ligação entre as diversas áreas da A. Latina. Há quinhentos anos desempenha esse papel importante seja na integração regional seja na integração de todo o continente. É ainda importante ressaltar as

ligações entre o Atlântico e o Pacífico através do Canal do Panamá na A. Central, e através do Estreito de Magalhães, no extremo sul, em face do que elas representam

nos eixos de navegação e de comércio internacional. Da análise dos fatores fisiográficos da A.Latina podemos concluir que a

combinação de alguns deles determinaram áreas mais favoráveis às atividades

humanas, as áreas de atração, que atraíram e facilitaram a fixação de populações formando os ecúmenos. São exemplos de ecúmenos na A.Latina o planalto central

do México, Cuba, a região do lago de Maracaibo, o litoral leste no saliente nordestino brasileiro, a região sudeste do Brasil, o estuário do Prata, os altiplanos do Peru e da

[Digite aqui]

Bolívia, o vale central do Chile, a região de Lima no Peru, as regiões de Quito e de

Guaiaquil no Equador, o litoral do Pacífico e a região de lagos na A.Central.Por outro lado, há combinações dos fatores fisiográficos que dificultaram as atividades

humanas e a fixação de populações em determinadas áreas formando os anecúmenos ou áreas de repulsão. São exemplos as áreas de deserto, a área da floresta amazônica que só agora está sendo penetrada, a área de caatinga no nordeste

brasileiro, a Patagônia. O relevo das cordilheiras e a floresta amazônica são os fatores fisiográficos

que mais dificultaram a circulação interior, facilitada entretanto pelos rios e pelas áreas de campos e de cerrados. O extenso litoral nos dois oceanos facilitaram a circulação externa e a periférica, só limitada pela existência de poucos bons

ancoradouros. Destaque especial deve ser dado ao Mar do Caribe e ao Golfo do México pela importância que têm para a circulação e integração das regiões em suas

margens. Os fatores fisiográficos que determinaram as áreas favoráveis às atividades

do homem e à sua fixação à terra, que dificultaram ou facilitaram a circulação e a

integração entre essas áreas não foram os únicos, e muitas vezes não foram os mais importantes, mas sempre estiveram presentes como condicionantes do povoamento

que, no México e no Peru e Bolívia, já antes da colonização européia, tinha seus ecúmenos nos altiplanos das cordilheiras; que em toda a América espanhola foi

nucleado e compartimentado nas áreas de exploração de metais preciosos; ou que, no Brasil, se deu em núcleos litorâneos para daí buscar o interior utilizando os eixos naturais de penetração segundo as atividades econômicas mais convenientes ao

longo dos tempos.

3. Povoamento e população

O povoamento primitivo se deu provavelmente através do Estreito de

Bering. Vindo da Asia setentrional, atingiu o que hoje chamamos o Alaska, daí se espalhou pelo atual continente americano para o sul. É possível também que grupos vindos da Polinésia tenham chegado ao litoral do que é hoje o Peru. No seu

deslocamento e fixação, esses grupos humanos que formaram os povos primitivos da América utilizaram os caminhos naturais e os sítios favoráveis à sua sobrevivência

e às suas atividades. Formaram grupos e civilizações distintas, quer pela compartimentação do terreno e pelas dificuldades de ligação e integração entre eles, quer pela diversificação das atividades a que cada um deles se dedicou em

conseqüência das características das áreas em que viveram. Aqueles que tiveram a seu dispor minerais metálicos e preciosos se desenvolveram mais e criaram

verdadeiros impérios. Os que vagavam nas enormes extensões territoriais vivendo da caça e pesca e do extrativismo permaneceram em estágios de civilização mais atrasados.

Quando o europeu se aventurou ao mar oceano deixando para trás o Mediterrâneo e a costa da África e se lançou para o ocidente em direção às Índias,

foi interceptado não só pelo continente que lhe barrava o caminho, mas iria encontrar esses gentios aos quais expulsou, dizimou, integrou ou marginalizou, ou com eles se miscigenou.

Esse contato conduziu o europeu diretamente aos ecúmenos já existentes no espaço geográfico que hoje é a A.Latina. Os primeiros foram naturalmente os da

área do Caribe e do México e o litoral do nordeste brasileiro. Daí em diante a penetração e fixação do europeu atendeu aos objetivos políticos e econômicos de cada povo conquistador, espanhóis, portugueses, franceses, ingleses e holandeses.

Os primeiros buscaram a posse e exploração imediata de metais preciosos e trataram de atingir, ao longo das cordilheiras, as áreas dominadas pelas civilizações primitivas

[Digite aqui]

lá instaladas e que já exploravam e detinham aquelas riquezas. Os portugueses

inicialmente tinham apenas o interesse de tomar posse das terras que lhe havia doado o Papa e de usar seu litoral como ponto de apoio às rotas marítimas que,

contornando a África, buscavam as Índias. Os demais disputavam espaço aos primeiros e desejavam também o ouro e a prata da América, necessitando para isso de portos e entrepostos que lhes apoiassem as frotas e lhes permitissem usar as

rotas marítimas de então. Só mais tarde outras atividades econômicas vão motivar a ocupação e a fixação do colonizador europeu. São os diversos ciclos econômicos

como os do açúcar, o do gado, o do algodão, etc., que foram vividos pelas diversas áreas da A.Latina de maneira diferenciada e de acordo com os fatores econômicos e políticos determinantes de cada período da colonização.

Durante todo esse processo ficaram bem determinadas as áreas de atração e as áreas de repulsão que explicam a atual distribuição da população no espaço

geográfico da A.Latina. Ficaram determinados também os principais eixos de circulação e de integração, assim como as principais áreas de desenvolvimento econômico e humano (social e político). Só nos dias atuais a técnica e a tecnologia

vêm permitindo a expansão das áreas de ecúmeno e a integração entre elas, proporcionando uma grande mobilidade espacial outrora restrita aos ciclos de

migração determinados pelo crescimento populacional, pela falta de terra agricultável e pela busca de melhor qualidade de vida.

4. Atividades econômicas

Um espaço geográfico possui valor próprio segundo os aspectos fisiográficos que o caracterizam. A presença do homem e a sua capacidade de alterar

e aproveitar esses aspectos segundo suas necessidades e interesses dão a esse espaço uma outra dimensão. É através das atividades econômicas necessárias a sobrevivência e ao desenvolvimento do homem que o espaço geográfico se valoriza

e pode se tornar um centro de irradiação de poder. As atividades primárias como a caça e pesca, o extrativismo vegetal, a

mineração, a agricultura e a pecuária marcaram a presença humana no que hoje é a A.Latina desde os tempos primitivos até o início deste século. Após a chegada do europeu, um pouco antes para as civilizações asteca, maia e inca, a aquelas

atividades se juntaram as atividades econômicas secundárias como as de transformação e o comércio, e as terciárias ou de prestação de serviços.

Ao longo desse tempo todo foi se desenvolvendo uma infraestrutura, principalmente de transportes e de energia, segundo as necessidades se apresentaram. Tal infra-estrutura foi grandemente condicionada pelos fatores

fisiográficos que só foram contrariados quando os fatores humanos, ou seja, fatores econômicos, sociais e políticos impuseram. É assim até hoje. Entretanto os meios

agora disponíveis dão mais liberdade ao homem para modificar a natureza e buscar a integração entre as diversas áreas e a sua expansão.

5. A sociedade nos países da A.Latina e Guianas

A ocupação do espaço geográfico da atual A. Latina e a fixação do homem

nas áreas mais favoráveis a sua sobrevivência e desenvolvimento, seja nos tempos primitivos, seja durante a colonização européia, como será abordado no estudo de

História, resultou, na América espanhola, em uma população majoritariamente mestiça, com núcleos bem definidos tanto pela ascendência ou nativa ou européia, como pela área geográfica que ocuparam. No Brasil surgiu o que os antropólogos

chamam de um povo novo, também mestiço, de ascendência lusa. Os franceses, assim como os ingleses e holandeses, deixaram núcleos de população nativa, negra

e/ou indiana com as mesmas culturas econômica, social e política das metrópoles.

[Digite aqui]

Por isso os hábitos, os procedimentos, as posturas dos povos latino-

americanos, quer no campo social, quer no campo político, são marcados pela cultura européia, embora a A.Latina esteja fortemente vinculada aos EUA nos campos

econômico e político, e seja cada vez maior a influência do modo de vida americano entre os latinoamericanos.

Considerando o que se concluiu sobre os fatores fisiográficos, sobre o

povoamento e sobre as atividades econômicas que foram se tornando essenciais e características dos grupos humanos que se espalharam e se fixaram na A.Latina,

pode-se compreender a sua pluralidade, sua distribuição espacial e porque deram origem aos países latinoamericanos, tão semelhantes e tão diferentes entre si.

Resultam disso tudo algumas dificuldades para a integração da A.Latina, mesmo em blocos como os que vêm sendo tentados.

6. CONCLUSÃO

A América Latina ocupa metade do continente americano e é majoritariamente constituída de países de colonização espanhola. Ocupa posição geográfica privilegiada em relação a A. do Norte e aos demais continentes mas está

colocada de forma periférica em relação ao anel de poder situado no hemisfério norte. Geograficamente, economicamente e politicamente integrada aos EUA, está

fortemente vinculada à Europa pela história e pela cultura. Sua fisiografia é marcada pela presença das cordilheiras que se estendem

no seu flanco ocidental, pelas três áreas geográficas bem definidas que a compõem - o México, a A.Central e o Caribe, e a A. do Sul - e pelas grandes bacias hidrográficas do Amazonas e do Prata.

A combinação dos diversos aspectos fisiográficos nessas áreas definiram os ecúmenos e anecúmenos que influíram e condicionaram o povoamento e, até

certo ponto, justificam a atual distribuição da população. Essa combinação de fatores fisiográficos, aliada a outros de natureza social e política, também justifica os atuais núcleos de desenvolvimento e de irradiação de poder na A.Latina e a falta de

integração entre eles. As limitações que esses fatores impuseram ao desenvolvimento latino-

americano, estão perdendo força. Primeiro por conta dos recursos técnicos e tecnológicos que permitem a superação das dificuldades existentes para a expansão e integração das áreas desenvolvidas, e, segundo porque a circulação livre das

informações e a interação econômica vêm exigindo uma nova postura dos povos entre si. Verifica-se, portanto, que a A.Latina deve assumir o seu papel nesse jogo

de poder mundial. A hegemonia dos EUA, a consolidação da Comunidade Européia e do Japão e dos "Tigres Asiáticos" como potências econômicas, a reorganização da Europa oriental, o crescimento da China e do subcontinente indiano, a consolidação

da economia da Austrália e Nova Zelândia, e, a médio prazo, a da África do Sul, constituem fatos que impõem uma decisão da A.Latina que a tire da condição de

caudatária de outros blocos econômicos para se tornar partícipe do desenvolvimento. Os aspectos geográficos que a caracterizam autorizam essa expectativa, e

mais que isso, impõem as ações que a tornem realidade. A eles devemos juntar dois

outros aspectos que ganharam importância na atualidade: a preservação do meio-ambiente e a valorização humana.

Depois de devastar o planeta, o homem descobriu que é indispensável à sua sobrevivência a restauração e a preservação da natureza. E caberá exatamente ao chamado "Terceiro Mundo", detentor das restantes riquezas naturais e ainda com

sua população excluída dos benefícios do desenvolvimento, buscar o crescimento econômico e social sem destruir os ecossistemas e garantindo a toda a população a

[Digite aqui]

participação nos resultados de seu trabalho. Esse é o desafio prioritário e urgente

colocado aos povos da A.Latina. O caminho do desenvolvimento, ou crescimento autosustentado como

querem alguns, passa pela tripla integração que se oferece aos países latino-americanos: primeiro, dar conseqüência aos blocos regionais ou sub-regionais, consolidando-os e os fortalecendo; segundo, buscando a integração entre esses

blocos; e em terceiro lugar buscando a integração ao anel de poder mundial no hemisfério norte. Essas ações não são sucessivas e sim simultâneas, embora sugiram

uma certa progressividade em sua execução. Iniciativas como o Pacto Andino, o Pacto Amazônico e o MERCOSUL

precisam ter conseqüência. A A.Latina deve tirar proveito dos aspectos geográficos

que a favorecem para atingir os objetivos comuns a seus povos, passando por cima de antigas disputas, preconceitos e indiosincrasias diversas. O Brasil, por exemplo,

que se engajou na formação do MERCOSUL, terá um papel importante na sua consolidação, na atração da Bolívia e do Chile para que se incorporem a ele, e, posteriormente, na sua integração com o Pacto Amazônico. Também, como parceiro

privilegiado dos EUA e da CE, deverá fazer o elo de ligação para a integração continental e mundial

A A.Latina poderá participar da nova ordem mundial seja através da integração continental com a A. do Norte, seja através de uma posição própria com

a qual se insira no círculo de poder que vai se delineando. Em um caso ou no out ro, ou ela se apresenta como um bloco coeso ou se apresenta fragmentada. A coesão lhe garantirá maior peso específico. A fragmentação poderá torná-la caudatária de

outros blocos. A realidade geográfica indica a fragmentação. Pelo menos aquela correspondente às três áreas geográficas naturais que a formam, o México, o Caribe

e a A. do Sul. Nesse caso, pelo menos essa última poderia se apresentar em bloco, o que a geografia física e humana também contraria. O MERCOSUL é a tentativa mais consistente que se está fazendo no sentido de criação de um polo estável de

crescimento que possa a curto e médio prazos atrair todo o Cone Sul e os demais Pactos regionais.

Do ponto de vista geopolítico, só a integração permitirá à A.Latina participar do jogo do desenvolvimento em condições de desfrutar de seus resultados. Do ponto de vista geo-estratégico, a consolidação e fortalecimento dos blocos

regionais parece ser o caminho que levará ou à integração continental com a A. do Norte, ou a uma posição periférica de parceria com os EUA e com os demais centros

de poder mundiais. Em qualquer das alternativas, integração econômica, social e política, preservação do meio-ambiente e valorização humana serão fundamentais à consecução dos objetivos dos diversos povos latino-americanos. ###