67
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA INFORMAÇÃO CURSO DE PSICOLOGIA DISCIPLINA: TTP ABORDAGEM COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PROF. DRA. MARILENE ZIMMER Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda Demenech Mírian Pereira Bohrer

Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda Demenech Mírian Pereira Bohrer

  • Upload
    tara

  • View
    34

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Universidade Federal do Rio Grande Instituto de Ciências Humanas e da Informação Curso de Psicologia Disciplina: TTP Abordagem Cognitivo-Comportamental Prof. Dra. Marilene Zimmer. Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda Demenech Mírian Pereira Bohrer. ESTATÍSTICAS SUICÍDIO. - PowerPoint PPT Presentation

Citation preview

Page 1: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDEINSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA INFORMAÇÃOCURSO DE PSICOLOGIA DISCIPLINA: TTP ABORDAGEM COGNITIVO-COMPORTAMENTALPROF. DRA. MARILENE ZIMMER

Suicídio

Acadêmicos:Lauro Miranda DemenechMírian Pereira Bohrer

Page 2: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

ESTATÍSTICAS SUICÍDIO

A mortalidade por suicídio aumentou 60% nos últimos 45 anos. Organização Mundial da Saúde (OMS)

A auto-agressão está inserida nos contextos de violência e torna-se tema de discussões sobre saúde pública (Ministério da Saúde [MS], 2006; Botega, 2007)

ANO 2003: 900.000 pessoas, no mundo, cometeram suicídio (World Health Organization [WHO], 2009).

Três principais causas de óbitos

Page 3: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

ESTATÍSTICAS SUICÍDIO

Jovens (15 a 34 anos), e entre as dez principais causas de morte, no mundo, para todas as idades (Krug, Dahlberg, Zwi & Lozano, 2003; Botega, Rapeli & Freitas, 2004;WHO, 2009).

Hungria, Finlândia, Japão, Rússia, Áustria, entre outros, que apresentam coeficientes, no sexo masculino, que superam 30 casos em 100.000 habitantes. EUA (idosos e brancos)

Mulheres tentam mais Homens são mais agressivos, menos suporte

social para depressão. Maior estigma.

Page 4: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

EUA:- Homo e bissexuais- Obesos cometem menos suicídio (serotonina

e triptofano)- Mais na segunda e menos no sábado- Menos em religiosos cuja religião punem o

ato- Abuso de substância (inclusive álcool e tabaco=aumento da impulsividade e desinibição

Page 5: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

Jogo patológico Isolamento social Acesso a método e instrumentos letais Sentir-se um peso para os outros Efeito Werther Effect = modelação (ondas) Concepção romântica da morte

Page 6: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

ESTATÍSTICA TENTATIVAS

Coeficientes sejam pelo menos de dez a vinte vezes maior que o número de suicídios (Botega & Rapeli, 2002;Werlang & Botega, 2004).

15 a 25% das pessoas que tentam o suicídio tentarão se matar novamente no ano seguinte

10% das pessoas que tentam o suicídio, conseguem efetivamente matar-se nos próximos dez anos. (Botega, Mauro e Cais (2004)

Page 7: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

BRASIL

Entre os países sul-americanos, o Brasil apresenta uma das menores taxas de suicídio

Média: 4,9/100.000 habitantes – 9º lugar 0,8% de todos os óbitos da população

brasileira em 2004 (MS, 2006).

incremento nos coeficientes de suicídio entre adolescentes e adultos jovens do sexo masculino (Sánchez, Orejarena, Guzmán & Forero, 2002; Serfaty, Foglia, Masautis & Negri, 2003)

populações indígenas (Oliveira & Lotufo Neto, 2003).

Page 8: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

ENFOQUES DE COMPREENSÃO DO SUICÍDIO biológicos, sociais, psicológicos e psiquiátricos (WHO,

2009).

déficits na resolução de problemas a rigidez cognitiva (Neuringer, 1964, Patsiokas, Clum & Luscomb,

1979),

O pensamento dicotômico (Neuringer, 1967)

dificuldade de solucionar problemas de forma efetiva (Levenson & Neuringer, 1971).

rigidamente organizados, apresentando dificuldades em mudar de ideia ou

encontrar novas soluções alternativas frente a dificuldades emocionais.

o suicida se considera indefeso ansiedade intolerável – morte é a única solução ao se

considerar sem saída (Neuringer, 1964)

Page 9: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

A partir da década de 90: pesquisas relacionando aspectos cerebrais de resolução de problemas em pacientes que tentaram suicídio, alocando sua função no córtex pré-frontal, em um grupo de funções chamadas de funções executivas do lobo frontal (Ellis, Berg & Frazen, 1992; Audenaert et al. 2002; Keller & Werlang, 2005).

Relação do lobo frontal com o déficit em resoluções de problemas. Identificaram o lobo frontal como responsável pela planificação, associação e execução de determinada estratégia para solucionar problemas.

Dentre as alterações apresentadas por pessoas com disfunções no lobo frontal estão: perseveração de pensamento, desinibição, impulsividade e respostas inapropriadas aos ambientes. Lesões na região ventromedial acarretariam incompetência social e diminuição sensitiva do estímulo social relevante. (Dimitrov, Grafman e Hollnagel, 1996)

Page 10: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

Pesquisadores avaliam inteligência, flexibilidade cognitiva, medidas de espontaneidade e iniciativa. Os resultados identificaram diferenças nos níveis de inteligência, com o grupo de suicidas apresentando escores significativamente mais baixos em relação aos demais grupos.

Quanto aos aspectos frontais, foram identificadas diferenças significativas entre os escores do grupo que tentou suicídio e os demais, indicando que deficiências frontais estariam presentes nos primeiros.

Quanto a flexibilidade cognitiva, não houve diferença significativa entre os grupos. No entanto, verificou-se uma capacidade diminuída para encontrar novas soluções, o que apoiaria a afirmativa de uma rigidez cognitiva aumentada, já que a capacidade de alternar e ajustar o pensamento de acordo com as necessidades do ambiente estavam diminuídas.

Page 11: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

Há uma redução do funcionamento pré-frontal nesses pacientes, nos quais a habilidade para mobilizar estratégias comportamentais efetivas em situações em que há estímulos competindo está também reduzida.

Esse déficit pré-frontal em pacientes suicidas pode servir possivelmente como uma razão biológica para a inabilidade de solucionar problemas da vida diária. Tal inabilidade poderia, cognitiva e emocionalmente, resultar da desesperança e de uma falsa convicção de que o sujeito nada pode fazer para mudar o futuro, consequentemente sentindo-se indefeso.

Assim, devido a uma falta de opções, a tentativa de suicídio é realizada (Audenaert et al., 2002).

Page 12: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

PREVENÇÃO

60 a 70% das vítimas anunciaram que cometeriam suicídio - análise funcional, conseguir ajuda, controlar mandos disfarçados

Metade dos ouvintes dos suicidas ignora essa conversa, aumento da solidão e isolamento

Falar sobre as intenções suicidas afasta a possibilidade de ajuda em metade dos casos, pois esse tema é tabu e aversivo.

Page 13: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

Aumentar a custos de respostas: se os meios forem indolores, a frequência tende a aumentar;

Controle de estímulos (mídias e ideologias niilistas, aumento de 7% após noticiários);

Disponibilidade de meios (armas, barbitúricos);

Debate profundo sobre o tema (tabu): eutanásia;

Page 14: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

Avaliar os diferentes perfis suicidas:- Histéricos = suicídio é para punir os outros e não para punir a si, levá-lo a pensar nele mesmo e não nos outros- Obsessivos = ao contrário, quer punir a si, muita culpa, neste caso levá-lo a pensar no outros.

Page 15: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

Mudanças culturais (reforçadoras): Balada de Narayama

Intervenção em crises (eventos estressantes antecedem tentativas). Ex: plantões psicológicos

Trabalhar junto aos pacientes o fortalecimento de suas redes de apoio (CAPS)

Produzir, na medida do possível, co-responsabilizações (família, amigos, comunicação socializadas...)

Page 16: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

Suicídios costumam ocorrer quando o sujeito começa a melhorar da depressão

O indivíduo está sem amor pela vida, sem reforçamento positivo, encontrar seus limites, para não produzir respostas emocionais em excesso e dificultar o processo de dessensibilização

Controlar situações que o sujeito não está apto a lidar, esquiva, controle de estímulos (ambientes, conversas que podem ser gatilhos)

Page 17: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

Atentar para os momentos em que ele se sente mais apto a cometer o ato

Nem ceder as pressões, nem desafiar o suicida

Tomar cuidado com a história pregressa do suicida, onde começaram a fantasiar esse comportamento em relação a morte como alívio e planejá-la: metáfora do baobá.

Page 18: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

PREVENÇÃO DO SUICÍDIO: ABORDAGENS CORRENTESE EVIDÊNCIAS

Carência de estudos metodologicamente bem fundamentados para a prevenção do suicídio em geral

Programas de prevenção ao suicídio (CDC, 1994) adotam duas principais abordagens:

Estratégias de detecção de casos :monitoramento, o treinamento de identificação e o exame sistemático e é baseado na noção de que os estudantes propensos ao suicídio tendem a não ser devidamente identificados, sendo tal necessário, além do encaminhamento ao tratamento.

Programas de redução de fator de risco. Atua nos diferentes insumos que poderiam levar os estudantes a cometerem o suicídio, promovendo assim o treinamento de habilidades, a educação relacionada à mídia, a restrição de meios para a consumação do suicídio e intervenções em crises (CDC, 1994).

Page 19: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

ESTRATÉGIAS DE TREINAMENTO DE HABILIDADES

No intuito de reduzir a probabilidade de suicídio, o treinamento de habilidades promove a solução de problemas de forma saudável, além de aprimorar o relacionamento interpessoal e a capacidade de lidar com situações. Há evidências positivas principalmente no ambiente escolar.

Page 20: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

O DESAFIO DA PREVENÇÃO DO COMPORTAMENTOSUICIDA

O estudo da prevenção do suicídio e sua idealização se mostra complexo por diversas razões, as quais incluem o baixo índice de suicídios consumados em determinada população (Goldney, 2005)

A dificuldade em se definir operacionalmente a suicidalidade e comportamentos associados (O’Carrol, Berman,Maris, Moscicki, Tanney, e Silverman,1996; Silverman, 2006)

O estigma associado ao suicídio (Lester & Walker, 2006). O principal desafio seja talvez o número de vias que possam

conduzir ao mesmo

Page 21: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

INFLEXIBILIDADE PSICOLÓGICA Múltiplas Vias ao Suicídio e a sua Ideação O suicídio e sua idealização não são uma síndrome

específica com uma etiologia reduzida e difundida. As causas associadas ao seu aumento perpassam

um extenso escopo de problemas físicos e comportamentais:

- abuso de álcool e drogas (Mean et al., 2005)

- transtornos afetivos (Moscicki,2001)

- transtornos de ansiedade (Sareen, Houlahan,Cox, & Asmundson, 2005)

- transtornos do pensamento (Siris, 2001)

- problemas no relacionamento social (Helliwell, 2007)

- algumas enfermidades de ordem física (Tang & Crane, 2006).

Page 22: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

ABUSO DE SUBSTÂNCIAS

Mais de 40% dos indivíduos que tentam o suicídio possuem alguma desordem oriunda do consumo de substâncias entorpecentes

Até 40% dos pacientes em programas de manutenção com metadona possuem um histórico com pelo menos uma tentativa (Darke & Ross, 2001).

Quase 5% dos estudantes reportaram que contemplaram o suicídio por causa do álcool e 1,3% de fato atentaram contra a própria vida (Presley, Cheng, & Pimenel, 2004).

Page 23: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

PSICOSE

Pacientes com sintomas psicóticos possuem níveis significativamente maiores de ideações suicidas até mesmo quando submetidos a tratamentos para depressão, abuso de drogas, deseperança e solução de problemas sociais (Warman, Forman, Henriques, Brown, & Beck, 2004).

Entre 20 e 50% dos que foram diagnosticados como esquizofrênicos farão uma tentativa, e até 10% consumarão o fato (Siris, 2001).

Page 24: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

DOR CRÔNICA

A morte por suicídio é duas vezes maior dentre aqueles que sofrem de dores crônicas do que dentre aqueles sem tal diagnóstico até mesmo após o controle da depressão

(Tang & Crane, 2006).

Page 25: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Dados da Pesquisa Nacional de Comorbidade

apontam que o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (PTSD) se associa a índices de ideação e tentativas de suicídio que são quase 3 vezes superiores ao normal (Sareen et al., 2005).

Em crianças, adolescentes e jovens adultos, um único transtorno de ansiedade de qualquer tipo aumenta a probabilidade de ideação suicida em oito vezes e o índice de tentativas em quase seis vezes

(Boden, Fergusson, & Horwood, 2007).

O controle de desordens mentais e fatores estressantes concomitantes reduziram, mas não eliminaram essas relações.

Page 26: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

EPILEPSIA, DIABETES E OUTRAS DOENÇAS CRÔNICAS

O suicídio é uma das principais causas de Morte entre pacientes com epilepsia, com um

índice 10 vezes superior ao grupo de risco em geral. (Nilsson, Ahlbom, Farahmand, Asberg, & Tomson, 2002)

Jovens com diabetes mellitus que dependem de insulina apresentam índices de ideação suicida consideravelmente mais altos.

Page 27: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

SÍNDROME DE BURNOUT/ESTRESSE/OBESIDADE

O Burnout no trabalho leva à desesperança e à suicidalidade. (Pompili et al. ,2006).

Estresse: fatores de estresse elevam significativamente a suicidalidade entre os Adolescentes

Obesidade: nas mulheres, dados do National Mortality Followback Survey mostraram que os índices de massa corporal podem levar à suicidalidade

Page 28: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

“ estratégias anti-suicidas que enfocam exclusivamente na identificação e tratamento da depressão precisam ser revistas. Ainda, outros transtornos mentais devem ser abordados (...) Mais ênfase deve ser atribuída às intervenções psicosociais e do meio para diminuir e contrabalançar o estresse” (Bertolote et al. 2004, p. 147).

Uma recente crítica dos dados sobre a prevenção do suicídio similarmente concluiu que os esforços de prevenção devem detectar uma forma de “almejar os distúrbios mentais como um todo” e “considerar os fatores contextuais” (Fleischmann, 2004)

Page 29: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

ENFRENTAMENTO DO ESTRESSE

Se não há estresse, o indivíduo com predisposição a evitar pensamentos e sentimentos desconfortantes provavelmente terá poucos problemas.

Contudo, ao se deparar com uma situação turbulenta, este poderá se prender a esforços que se auto-expandempara a supressão de pensamentos e sentimentos indesejáveis, exacerbando assim o problema.

Page 30: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

ESQUIVA

Níveis mais baixos de esquiva estavam associados a uma menor ansiedade e evitamento de experiências gerados pela dor, a um menor nível de depressão, de incapacidade física e psicossocial e a um maior nível de produção diária e de qualidade no trabalho.

Page 31: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

SUICÍDIO E ESQUIVA DE EXPERIÊNCIA

O suicídio em si pode ser visto com uma forma extrema de esquiva de experiência

Hayes e cols (2008)

"O suicida ama a vida e, por isso, quando se mata não faz mais do que se rebelar contra uma situação...Não renuncia à vontade de viver, mas às condições de vida“

(A. Schopenhauer: "A Vontade de Amar")

Page 32: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

AVALIAÇÃO

O suicídio não é um evento que ocorre num vácuo. É a consequência final de um processo.

... Uma fuga do desespero e do sofrimento ... Um alívio para dores intratáveis de

natureza emocional, psicológica ou física ... Uma manifestação de delírios grandiosos

(Kutcher & Chehil, 2007)

Page 33: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

BARREIRAS PARA DETECÇÃO

Estigma e sigilo; Dificuldades em buscar ajuda; Falta de conhecimento e atenção sobre o

suicídio por parte dos profissionais de saúde; Suicídio não é um evento frequente.

(Kutcher & Chehil, 2007)

Page 34: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

Mito Realidade

Se alguém fala sobre suicídio é improvável que faça realmente algo para lesionar-se

Muitas pessoas que morreram por suicídio expressaram seus sentimentos antes da morte

O suicídio é sempre um ato impulsivo

Muitas pessoas que cometem suicídio apresentam pensamentos suicidas e reavaliaram as próprias vidas antes do ato

O suicídio é vivenciado como uma resposta natural ao estresse

O suicidio é uma consequencia anormal do estresse. Todos são submetidos a estresse, mas nem todos tentam o suicídio

Pessoas realmente sob risco de suicídio não são ambivalentes sobre completar o ato

A intensidade da tendência suicida aumenta e diminui e muitas pessoas que cometem o suicidio lutam contra sua convicção de morrer.

Pessoas que cometem suicídio são fracas e egoístas

Muitas pessoas que cometem suicídio sofrem de doenças mentais que podem ou não ter sido diagnosticadas

(Kutcher & Chehil, 2007)

Page 35: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

FALHA EM PROCURAR AJUDA

Muitos dos que cometem suicidio não procuram ajuda ou informam a outros sobre seus planos

Talvez mesmo se indagadas diretamente elas não respondam

Perguntar sobre a ideação suicida não garante a obtenção da informação

(Kutcher & Chehil, 2007)

Page 36: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

FALTA DE CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Concepção equivocada sobre o “falar sobre suicídio”

Muitas pessoas que possuem ideação suicida sentem-se envergonhadas

(Kutcher & Chehil, 2007)

Page 37: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

SUICÍDIO É UM PENSAMENTO INFREQUENTE

As tentativas de suicídio são muito maiores que as que o suicídio completo.

Então, muitas pessoas que têm pensamento suicidas e muitos daqueles que tentam suicídio não morrerão por esta causa.

(Kutcher & Chehil, 2007)

Page 38: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

FATORES DE RISCO X FATORES DE PROTEÇÃO

É uma avaliação importante para averiguar o nível do risco de suicídio do paciente em questão

(Kutcher & Chehil, 2007; Betolote, 2007)

Page 39: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

FATORES DE PROTEÇÃO

Ausência de doença mental Estar empregado Crianças em casa Senso de responsabilidade com a familia Capacidade de adaptação positiva

Entre outros...(Kutcher & Chehil, 2007)

Page 40: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

FATORES DE RISCO

Características demográficas Tendência suicida presente e pregressa Diagnóstico Psiquiátrico e sintomas

psiquiátricos História individual

História médica, familiar, psicossocial e neurobiológica

Forças e fraquezas da personalidade(Kutcher & Chehil, 2007)

Page 41: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

RISCO DE SUICÍDIO

Baixo Risco – Pessoa teve alguns pensamentos suicidas, como “eu não consigo continuar”,”eu gostaria de estar morto”, mas não fez nenhum plano.

Médio Risco – A pessoa tem pensamentos e planos, mas não tem planos de cometer suicidio imediatamente

Alto Risco – A pessoa tem um plano difinido, tem os meios para fazê-lo e planeja fazê-lo prontamente. Muitas vezes já tomou algumas providências prévias e parecer estar se despedindo

(Bertolote, 2007)

Page 42: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

RISCO DE SUICÍDIO

Ideação Intenção Plano de Suicídio

(Kutcher & Chehil, 2007; Bertolote, 2007; Beck, 1997)

Page 43: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

PSICOPATOLOGIAS ASSOCIADAS

Transtornos do Humor (e.g. TDM) Transtornos Psicóticos (e.g. Esquizofrenia) Transtornos de Ansiedade Transtornos relacionados ao álcool e outras

subs. Transtornos de personalidade

(Kutcher & Chehil, 2007; Bertolote, 2007, Beck, 1997)

Page 44: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

HISTÓRIA FAMILIAR

Tendo uma história de suicídio e uma história de doença psiquiátrica na família conferem risco aumentado.

Violência familiar, abuso, negligência podem ser associados a riscos mais elevados

(Kutcher & Chehil, 2007)

Page 45: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

HISTÓRIA PSICOSSOCIAL

A presença ou ausência de apoios sociais e emocionais constituem uma parte importante na estimativa do risco do suicídio.

(Kutcher & Chehil, 2007)

Page 46: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

TASR – ROTEIRO PARA AVALIAÇÃO DOS RISCOS DE SUICÍDIO

(Kutcher & Chehil, 2007)

Page 47: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

ESCALAS BECK DE DESESPERANÇA

Escala de desesperança é um indicador indireto para ideação suicida.

(Beck, 1997)

Page 48: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

TÉCNICAS ESPECÍFICOS PARA PACIENTE SUICIDA

ACT – Terapia de aceitação e compromisso Avaliação de Custos-Benefícios Técnica da Fantasia Forçada Resolução de Problemas

(Beck, 1997)

Page 49: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

ANTES DISSO

Já de início, é importante que o terapeuta “ganhe tempo”, até que o período de perigo do suicídio tenha passado

Uma estratégia para influencia o paciente é torná-lo é torná-lo envolvido no processo, para que ele decida “esticar o prazo” para se matar.

Continuidade entre as sessões(Beck, 1997)

Page 50: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

ANTES DA TÉCNICA...

Formar VÍNCULO !! Empatia!!

(Beck, 1997; Kutcher & Chehil, 2007)

Page 51: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

A TERAPIA DE ACEITAÇÃO E COMPROMISSO(ACT)

Associa processos de aceitação e atenção a processos de compromisso

Mudança de comportamento para a criação de uma flexibilidade psicológica. Baseada na Teoria do Quadro Relacional

(Hayes, Barnes-Holmes, & Roche, 2001)

Page 52: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer
Page 53: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

Uma simples linha de coordenação permite aos humanos se lembrarem de situações ao relatarem sobre elas, mas isso pode significar a transposição de eventos dolorosos para qualquer situação e em qualquer período de tempo, uma vez que eles possuem raízes em insumos mínimos fornecidos pelo pensamento humano.

Page 54: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

FUSÃO COGNITIVA

Sendo esses hábitos mentais tradicionais, aprendidos e úteis (até mesmo essenciais), eles não podem ser freados, eliminados ou suprimidos.

Em termos gerais, a fusão cognitiva se refere à predominância da regulação verbal do comportamento sobre todos os outros processos comportamentais

Page 55: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer
Page 56: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

ACEITAÇÃO

Envolvimento ativo e consciente dos eventos pessoais sem tentativas desnecessárias de mudar sua frequência ou forma, uma vez que tal empreendimento causaria danos psicológicos.

Exemplo, pacientes com ansiedade são ensinados a senti-la em sua totalidade e sem defesas; pacientes com dor são instruídos com métodos que os estimulam a desistir de lutar contra ela, e assim por diante.

A aceitação na ACT não possui um fim em si mesma, mas é incitada como método para aumentar as ações baseadas em valores.

Page 57: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

DESFUSÃO COGNITIVA

A desfusão cognitiva e as técnicas de conscientização têm o intuito de alterar as funções indesejáveis de pensamentos ou outros eventos íntimos, e não de cambiar sua forma, frequência e sensibilidade situacional.

Dito de outra forma, a ACT almeja mudar a maneira que o indivíduo interage e se relaciona com os pensamentos através da criação de contextos nos quais as funções nocivas são diminuídas.

Page 58: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

ESTAR PRESENTE

A ACT promove contato constante e não-valorativo com os eventos psicológicos e do meio na medida em que estes ocorrem.

O objetivo é que os pacientes experenciem o mundo mais diretamente para que o seu comportamento se torne mais flexível e suas ações mais consistentes com seus valores.

Page 59: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

O EU COMO CONTEXTO

O indivíduo pode estar consciente de seu fluxo de experiências sem necessariamente vincular-se a ele ou a uma investida na qual experiências particulares ocorram, sendo assim incitadas a desfusão e a aceitação.

O eu como contexto é estimulado pela ACT através de exercícios de conscientização, metáforas e processos experienciais.

Page 60: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

VALORES

Valores são qualidades escolhidas com o propósito de que nunca possam existir como objeto, mas sim como exemplos a serem alcançados passo a passo.

A ACT utiliza-se de uma variedade de exercícios que auxiliam o paciente a escolher direções de vida em vários domínios:

- Exemplo: família, carreira profissional, espiritua lidade) ao reduzir processos de verbalização que possam levar a escolhas baseadas no evitamento, na conivência social ou na fusão.

Page 61: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

AÇÃO DE COMPROMISSO

ACT estimula o desenvolvimento de padrões mais abrangentes de ação efetiva ligado aos valores escolhidos.

Exposição, aquisição de habilidades, métodos de formação, estabelecimento de objetivos e etc.

Trabalho terapêutico e lições de casa ligados à mudança de comportamento de curto, médio e longo prazo.

Page 62: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

AVALIAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO

Avaliar prós e contras de morrer ou permanecer vivo

Cautela ao sugerir os fatores positivos na vida do paciente. “Embora você possa estar convencido de que

sua decisão está certa, vale a pena listar os fatores positivos na sua vida e ver o que você pensa deles”.

Então o terapeuta pode sugerir que o paciente estime o valor de cada um desses fatores

(Beck, 1997)

Page 63: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

TÉCNICA DA FANTASIA FORÇADA

Situações estressoras podem ser resolvidas de diversas formas, o suicídio não é a única solução

Os indivíduos propensos a suicídio têm uma disposição a magnitude e insolubilidade dos problemas

Baixa tolerância a incerteza (A) pensar soluções para problemas (B) focalizar atenção para longe (distração) de

desejos suicidas

(Beck, 1997)

Page 64: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

TÉCNICA DA FANTASIA FORÇADA

Imaginar-se em uma situação desesperada; Tentar experimentar o desespero típico e

impulsos suicidas; Tentar – a despeito da distração dos impulsos

suicidas estimulados – gerar soluções possíveis para os problemas. Da mesma forma, a técnica de inoculação de

estresse é usada para treinar o paciente a distrair-se para longe de suas preocupações

(Beck, 1997)

Page 65: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS COM PACIENTES SUICIDAS

Muitos pacientes suicidas têm problemas reais que contribuem para a sua desesperança de desejo de morrer. Ex: Fracasso na escola Ex2: Patriarca

Ao propor soluções para tais problemas, o terapeuta deve manter em mente que a espessa camada de pessimismo do paciente tente a tragar quaisquer alternativas construtivas que possam ser sugeridas

(Beck, 1997)

Page 66: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

REFERÊNCIAS Beck, A. T. , Rush, A. J., Shaw, B. F., Emery, G. (1997). Terapia

Cognitiva da Depressão. Artmed. Porto Alegre Bertolote, J. M. Prevenção do Suicídio: perspectivas da OMS.

Revista Médica de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 16, n. 4, supl. 3, p. 150, 2006Botega, N. J. (2007). Suicídio: saindo da sombra em direção a um Plano Nacional de

Botega, N. J., Mauro, M. L. F. & Cais, C. F. S. (2004). Estudo Multicêntrico de

Intervenção no Comportamento Suicida SUPRE-MISS, da Organização Mundial da Saúde. Em Werlang BSG, Botega NJ (org.) Comportamento Suicida. (pp.177-182). Porto Alegre: ArtMed. Botega, N. J. & Rapelli, C. B. (2002). Tentativa de Suicídio. Em: N.

J., Botega (Org).Prática Psiquiátrica no Hospital Geral: Interconsulta e Emergência. (pp. 365-377).Porto Alegre: Artmed.

Botega, N. J., Rapeli, C. B. & Freitas, G. V. S. de. (2004). Perspectiva PsiquiátricaPrevenção. Editorial. Revista Brasileira de Psiquiatria, 29(1), 7-8.

Page 67: Suicídio Acadêmicos: Lauro Miranda  Demenech Mírian  Pereira  Bohrer

REFERÊNCIAS Botega, Neury José; Marín-León, Letícia; Oliveira, Helenice Bosco de;

Barros, Marilisa Berti de Azevedo; Silva, Viviane Franco da; Dalgalarrondo, Paulo.Prevalências de ideação, plano e tentativa de suicídio: um inquérito de base populacional em Campinas, São Paulo, BrasilCOMPORTAMENTO SUICIDA NA COMUNIDADECad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25(12):2632-2638, dez, 2009

Coronel, Márcia Keller ; Werlang, Blanca Susana Guevara. Resolução de Problemas e Tentativa de Suicídio: Revisão Sistemática. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 2010, .vol: 6 , n°2.

Facioli , Adriano . Considerações Analítico-Comportamentais Sobre o Suicídio . SES-DF/ IBAC / Faculdade Alvorada

Hayes, Steven C; Pistorello, Jacqueline; Biglan, Anthony Oregon. Terapia de Aceitação e Compromisso: modelo, dados e extensão para a prevenção do suicídioBelo Horizonte-MG 2008, Vol. X, nº 1, 81-104

Werlang,B.G & N. J. Botega (Orgs) Comportamento Suicida. (pp. 107-121). Porto Alegre: ArtMed.

Kutcher, S., Chehil, S. (2007). Manejo do Risco de Suicidio – um manual para o profissional de Saude. Blackwell Publishing Ltd. Massachussetts. USA.

.